Professional Documents
Culture Documents
Volta Redonda/RJ
2014
2
Volta Redonda/RJ
2014
3
4
Dedico este trabalho aos meus familiares e aos meus incentivadores, que sempre
estiveram me apoiando e ajudando na busca dos meus objetivos.
Agradeço a amizade, a paciência e a compreensão.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pelo dom da minha vida e por permitir realizar este trabalho. Aos
meus pais, minha irmã e minha sobrinha, pelo amor e educação a mim doados, e pelo incansável
sentimento de quererem o meu melhor. Aos meus orientadores, Carlos Vieira, Lúcio e Zilmar, pela
atenção, pela paciência, pelos conhecimentos ensinados e pelo incentivo durante a realização deste.
Ao padre Matias e à Maria Aparecida, que gentilmente permitiram que fosse realizado este trabalho
junto à pastoral do batismo da CEB Nossa Senhora das Graças.
6
RESUMO
Quando os termos processos organizacionais e/ou redesenho de processos são mencionados, logo se
associa a eles a idéia de linhas de produção, serviços de atendimento ao cliente. Em suma: as etapas
de uma determinada atividade da empresa. Será possível analisar e propor melhorias de
determinado segmento de uma organização que não visa ao lucro e sua maior finalidade é algo
intangível? O presente trabalho busca responder a este questionamento. Foi realizado um estudo de
caso, no qual se analisa o processo de batismo de crianças da comunidade eclesial Nossa Senhora
das Graças. Além do questionamento acima, o intuito para a realização deste trabalho foi a
necessidade de armazenar informações muito importantes deste processo. Foram explicitados os
referenciais sobre processos organizacionais, redesenho de processos, fluxogramas, a estrutura e
hierarquia da Igreja Católica de modo geral e o sacramento do batismo realizado na comunidade
anteriormente citada. A metodologia utilizada foi o estudo de caso, incluindo o levantamento
bibliográfico, a entrevista semi-estruturada e a observação dos documentos utilizados. Conclui-se
com a realização deste trabalho que o atual processo de batismo precisa ser redesenhado, pois a
forma de arquivamento dos dados gera falta de confiabilidade no armazenamento dos mesmos, além
de atraso nas futuras pesquisas.
ABSTRACT
When the terms organizational processes and / or process redesign are mentione, soon joins them
the idea of production lines, customer care services. In short: the steps of a certain activity of the
company. Is it possible to analyze and propose improvements to certain segment of an organization
that not profit and its main purpose is something intangible? The present study attempts to answer
this question. A case study, where we analyze the process of the baptism of children of the ecclesial
community Our Lady of Grace was performed. In addition to the above question, in order for this
work was the need to store important information as this process. The references about
organizational processes, redesigning processes, flowcharts, structure and hierarchy of the Catholic
Church in general and the sacrament of baptism performed in the community were explained
previously mentioned. The methodology used was the case study, including literature survey, semi-
structured interviews and observation of the documents used. The results of this study showed that
the current process of baptism must be redesigned, because the form of data archiving creates a lack
of reliability in storing the same, besides delays in future research .
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 12
2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 13
3 METODOLOGIA............................................................................................................... 14
1 INTRODUÇÃO
Entretanto, será que pode-se concluir que as organizações que não visam ao lucro partilham
da mesma opinião? Ou ainda, como atingir a satisfação de pessoas, cujos serviços prestados
resultam em algo intangível?
Todas as atividades desempenhadas pelas organizações são compostas por processos. Saber
executar um processo da melhor forma possível só trará benefícios à organização. Benefícios estes
que podem variar desde a melhoria da qualidade do serviço prestado, na rapidez e agilidade do
atendimento, na confiabilidade do serviço, até a redução de custos para a sua realização.
2 OBJETIVOS
3 METODOLOGIA
Para uma melhor compreensão do tema deste trabalho, é necessário realizar uma pesquisa
bibliográfica dos assuntos citados anteriormente. Tais assuntos estão no campo da gestão de
processos, bem como nas diretrizes da Igreja Católica, para o referido processo.
Considerando o processo de batismo analisado, a metodologia utilizada é a de estudo de
caso. Justifica-se esta escolha pelo fato de que esta metodologia é indicada para uma melhor análise
dos dados por uma visão qualitativa.
Segundo Stake (1994) apud Alencar (2004, p. 69), “estudo de caso não é em si, uma
escolha metodológica, mas a escolha de um objeto a ser estudado. Este objeto, que por sua vez,
pode ser um único indivíduo desempenhando uma determinada ação ou um grupo de indivíduos
desempenhando diferentes ações”. O objetivo do estudo de caso é apresentar estas ações sobre os
diversos paradigmas. Desta forma, a relação dos indivíduos com suas ações e as ações dos demais
atores fazem com que cada ambiente adquira particularidades.
Vergara (2009, p. 44) afirma que “os tipos de metodologias existentes não são totalmente
excludentes”. Neste trabalho, por exemplo, a principal metodologia utilizada é o estudo de caso,
porém estão presentes também a pesquisa bibliográfica, a investigação documental e a pesquisa de
campo.
A investigação documental consiste na pesquisa de documentos existentes em órgãos
públicos e privados de qualquer natureza, tais como: registros, anais, regulamentos, circulares,
ofícios e outros (Vergara, 2009, p. 43). Neste trabalho, além das diretrizes do batismo definidas pela
diocese, são consultados os livros de batismo, os quais contêm os dados de todas as crianças
batizadas na comunidade até o presente momento.
Uma prática metodológica importante na realização deste trabalho é a pesquisa de campo,
cujo objetivo é, segundo Vergara (2009, p. 43), “examinar empiricamente as ações no dado local
em que ocorrem e com os atores envolvidos”. Utiliza-se entrevistar os indivíduos ou grupos e/ou a
aplicação de questionários aos mesmos. No caso, foram realizadas entrevistadas semi-estruturadas
com os envolvidos no processo de batismo de crianças da Comunidade Eclesial Nossa Senhora das
Graças, localizada no bairro Jardim Paraíba no município de Volta Redonda. Primeiramente, foi
entrevistado o padre responsável pela comunidade, Pe. Matias Ramos, em seguida, os
coordenadores e demais membros da pastoral do batismo desta comunidade. Além dos pais e
padrinhos das crianças que se preparam para receber este sacramento.
15
4 REFERENCIAL TEÓRICO
Segundo Davenport (1994) apud Araujo (2011, p. 25), “processo é uma ordenação
específica de atividades de trabalho no tempo e no espaço, portanto, deve ter começo, fim, insumos
e resultados claramente identificados”. Tal definição é importante para salientar que uma das
principais características de um processo é a sequência de atividades padronizadas. Temos ainda
outra definição de processo, complementar a já citada. Harrignton (1991) apud Gonçalves (2000, p.
2) afirma que “processo é qualquer atividade ou conjunto de atividades que toma um input
(entrada), adiciona valor a ele e fornece um output (saída) a um cliente específico”.
Segundo Gonçalves (2000, p. 2), no processo, as entradas (input) podem ser bens materiais
ou imateriais (conhecimento), bem como os resultados (output). Baseado em Oliveira (2006) apud
Araujo (2011, p. 25), cabe destacar que o objetivo final de todo o processo é o de atender da melhor
forma possível o cliente, seja ele interno ou externo. Com isto, vale ressaltar que é primordial que
exista a clareza na compreensão, tanto dos objetivos como das atividades de um processo por parte
dos indivíduos envolvidos no mesmo. Isto os ajuda a terem consciência de sua importância para a
organização e, consequentemente, um maior comprometimento com o desenvolvimento das
atividades, visando sempre superar as expectativas do cliente.
Os processos de uma organização podem ser classificados de diferentes formas,
considerando alguns pontos:
Processos de negócio (ou de cliente): aqueles que caracterizam a atuação da organização e
são amparados por outros processos internos, tendo como resultado o produto ou serviço
destinado ao cliente externo.
Processos gerenciais: focalizados nos gerentes, incluem ações de medição e ajuste do
desempenho da organização.
Processos organizacionais: centralizados na organização e viabilizam o funcionamento
coordenado dos vários subsistemas da organização em busca de seu desempenho geral,
garantindo o suporte necessário aos processos de negócios. (GONÇALVES, 2000, p.10)
atividades geram valor para o cliente. Por sua vez, processos de suporte, são aqueles cujas
atividades dão apoio ao funcionamento dos processos primários.
Este trabalho relatará os processos organizacionais que Daft et al (1995) apud Gonçalves
(2000, p.10) resume como um padrão de interação dos indivíduos da organização, que leva a
modelos razoavelmente definidos de regras e comportamentos, necessários para a estabilização de
indivíduos e grupos.
Abordaremos aqui o processo de inscrição e realização de batismo de crianças na
Comunidade Eclesial Nossa Senhora das Graças, na cidade de Volta Redonda. Tal processo resulta
na realização de um sacramento (algo intangível), e na entrega de uma lembrança do mesmo (algo
tangível). A participação dos indivíduos envolvidos na realização deste processo geralmente se faz
por meio de trabalho voluntário. Para visualizá-lo e realizarmos sua análise, faremos a utilização do
fluxograma.
O redesenho de processos é uma metodologia adotada pela organização como uma estratégia
de melhoria de sua finalidade, de seu produto final para o cliente, baseado nas informações de Carr
et al. (1994) apud Vasconcelos (2005, p. 73). Redesenhar um processo não modifica o foco da
organização, que por sua vez, continua a superar as expectativas dos clientes.
Diferenciar reengenharia e redesenho de processos é importante. De um modo simples,
redesenho de processos é aprimorar, melhorar um processo já existente, visando sempre uma maior
eficiência no desenvolvimento do mesmo. Baseado no que dizem Hammer e Champy (1994, p. 35)
apud Oliveira (2010, p. 33), reengenharia é recriar novos processos, abandonando todos os
procedimentos já utilizados anteriormente pela organização.
O fator tecnologia deve ser considerado constantemente pelas organizações como motivador
a redesenhar seus processos, sugerem Moreno e Santos (2012, p. 210). Isto por que uma mudança
tecnológica tem uma enorme influência no sucesso, ou fracasso de um determinado processo. Cabe
ressaltar que outros fatores também levam às organizações a redesenharem seus processos.
As figuras a seguir relatam como é pensado o redesenho de processos. Na figura 1, são
listadas algumas táticas para o redesenho de processos de uma organização, de acordo com
Harrigton (1991). Entretanto, são técnicas flexíveis. Não devem ser vistas como algo imposto.
A figura 2, por sua vez, traz de uma forma mais detalhada as técnicas do redesenho de
processos, seguindo os princípios apresentados por El Sway (2001)
18
4.3 Fluxograma
Para Oliveira (2010, p. 267-268) o uso de simbologia possibilita uma leitura mais simples e
uma melhor compreensão das rotinas do processo. Outra vantagem do fluxograma é possibilitar a
análise da eficiência do sistema, de modo que as pessoas possam questionar-se sobre uma ou outra
atividade ali descrita.
O fluxograma vertical tem este nome, pois sua representação se dá através de colunas
verticais. Nestas colunas são colocados os símbolos convencionais, a descrição da atividade
executada e o responsável (indivíduo ou setor) por executá-la.
Oliveira (2010, p. 269) afirma que, normalmente, este tipo de fluxograma é destinado à
representação de rotinas simples em seu processamento analítico em uma unidade organizacional
específica da organização. Segundo Araújo (2011, p. 40), no fluxograma vertical a identificação do
trajeto é imediata, sabe-se quem realizou a tarefa, facilitando a compreensão do processo por todos.
21
Possui um maior número de símbolos, por isto é um pouco mais complexo do que o
fluxograma vertical. O fluxograma mais conhecido deste modelo é o global ou de colunas
(conforme figura 5) e também o mais utilizado pelas empresas. Por possuir mais símbolos,
consegue demonstrar o fluxo de informações, atividades e documentos. (OLIVEIRA, 2010, p. 275).
22
Chiavenato (2007, p. 189) define este fluxograma como “uma sequência de blocos
encadeados entre si, tendo cada qual um significado específico. Apresenta duas vantagens: utiliza
uma simbologia mais rica e variada e não se restringe apenas a linhas e colunas pré-estabelecidas no
gráfico”. De uma forma geral, é melhor para os indivíduos, pois todos conseguem identificar as
etapas do processo, como pode ser observado na Figura 6.
23
Segundo Azevedo (2003, p. 58), “a Igreja Católica Apostólica Romana é uma das mais
antigas instituições existentes, e herdeira do Império Romano e da Idade Média”. Teve sua origem
há mais de dois mil anos, tendo como seu precursor o apóstolo Pedro, a pedido de Jesus Cristo.
Assim como todas as instituições, a Igreja Católica possui uma hierarquia e normas bem definida.
De acordo com Fernandes (1983) apud Sanchis (1992, p. 70), “a Igreja Católica forma uma
organização das mais complexas, cujas ramificações percorrem toda a estrutura social”, como
podemos observar no Quadro 1.
4.4.1 Santa Sé
Manifesta solicitude para com a Igreja e sua missão universal, por meio de comunhão e
colaboração com a Sé Apostólica e pela atividade missionária, principalmente ad gentes;
Favorece e articula as relações entre as Igrejas particulares do Brasil e a Santa Sé;
Relaciona-se com as outras Conferências Episcopais, particularmente as da América, e
com o Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM).
Quadro 2 – Finalidades e competências da CNBB
Fonte: http://www.cnbb.org.br/cnbb/quem-somos/ e acessado em 17 de novembro de 2013
4.4.5 Paróquia
Segundo Souza (2013, p. 1), uma antiga denominação de paróquia é “um determinado
território, que tem como centro a Igreja paroquial, e as comunidades que fazem parte dela (as
capelas), espalhadas por este território”. Ainda sobre a paróquia, podemos destacar:
Na paróquia, a Igreja manifesta de maneira próxima e perceptível sua vida e sua missão; ela
é uma comunidade organizada de batizados, de bens espirituais, simbólicos e materiais, de
organizações e iniciativas que fazem a Igreja acontecer num determinado espaço e
contexto. (SCHERER, 2011, p. 5)
26
Há ainda outra definição da paróquia segundo O Direito Canônico (cf. cân. 515) apud
Scherer (2011, p. 8) “uma determinada comunidade de fiéis, constituída estavelmente na Igreja
particular, e seu cuidado é confiado ao pároco como a seu pastor próprio, sob a autoridade do bispo
diocesano”.
As comunidades eclesiais de base (CEB) são definidas por Teixeira (2005, p.20), “como
uma mudança acentuada na maneira pessoal e coletiva de se viver a experiência da própria religião.
Os participantes das comunidades passam a compartilhar uma nova identidade, novo jeito de ser
igreja”. A participação ativa dos leigos nas comunidades de base e em suas pastorais caracteriza a
grande mudança na estrutura das paróquias.
No topo da hierarquia, está a pessoa do sumo pontífice: o Papa. Segundo Azevedo (2003, p.
59): “a doutrina católica o considera o sucessor do apóstolo Pedro, é o principal ponto de referência
da instituição eclesiástica. O papa é, ao mesmo tempo, o bispo de Roma e o primus inter pares do
conjunto do episcopado mundial.”
Prosseguindo, encontra-se a figura do cardeal, cuja definição é “o título que é conferido a
alguns bispos, que funcionam como colaboradores e conselheiros imediatos do Papa, e servem
como enviados, chefes de congregações e tribunais da Cúria Romana.” Cabe destacar, que apesar de
ser menos provável, presbíteros e diáconos também podem ser cardeais. É atribuído aos cardeais, a
escolha de um novo Papa, através do Conclave.
27
De acordo com Azevedo (2003, p. 59) o papel do bispo “é o de realizar três funções
principais: o anúncio oficial da mensagem bíblica, a administração dos sacramentos e a liderança da
comunidade, favorecendo a sua dimensão unitária.” De uma forma geral, é o responsável por uma
diocese. O arcebispo possui funções semelhantes, porém é líder de uma arquidiocese.
4.4.9 Padre
Também chamado de presbítero, o sacerdote é, segundo Neto (2011, p. 1) “uma pessoa que
deve estar a serviço do sacerdócio de Cristo, do qual se torna apenas um instrumento. E estar em
função do povo de Deus, ou seja, em comunhão eclesial”.
A Igreja do Concílio Vaticano II pode ser entendida como uma Igreja de leigos e com os
leigos e, em boa medida, para os leigos, sabendo do diálogo que visa estabelecer com todos
os seres humanos, cristãos e não-cristãos, crentes e não crentes. (PASSOS, 2012, p. 2)
Segundo o Youcat (2011, p. 105), “os sacramentos são sinais visíveis de uma realidade
invisível”, que segundo a doutrina católica, permite aos fieis vivenciar uma relação com Deus. Os
sacramentos da Igreja são sete: batismo, confirmação, eucaristia, penitência, unção dos enfermos,
ordem e matrimônio, de acordo com o Compêndio (2005, p. 87).
De acordo com o Catecismo (2000, p. 302), o termo liturgia significa originalmente,
“serviço da parte do povo e em favor do povo”. Trazendo para a tradição cristã, é a celebração do
culto a Deus de uma comunidade. Todos os sacramentos possuem uma liturgia, um rito próprio
onde são recebidos pelos cristãos.
28
O sacramento do batismo possui o seu rito e suas simbologias, bem como os demais
sacramentos e celebrações do catolicismo.
De acordo com o Youcat (2011, p. 116), “a forma clássica da celebração batismal é a tripla
submersão do batizando na água. Muitas vezes, porém, a água é derramada três vezes sobre a
cabeça do batizando”. Conforme o Catecismo (2000, p. 346), “a veste branca simboliza que o
batizado se revestiu de Cristo: ressuscitou com Cristo. A vela, acesa no círio pascal, significa que
Cristo iluminou o neófito. Em Cristo, os batizados são a luz do mundo”.
É importante destacar que, a maioria dos que são batizados são crianças. Porém, há também
o batismo de adultos. Este se dá através do processo do catecumenato ou formação de catecúmenos
29
(CATECISMO, 2000, p. 347), que é o processo de preparação do adulto para receber o referido
sacramento.
A diferença do processo de preparação entre o batismo de crianças e o batismo de adultos é
que estes já são conscientes de seus atos e de sua fé. As crianças ainda não possuem esta
consciência, tendo a missão de educar na fé, os seus pais e padrinhos.
Como pode ser observado, a Igreja Católica é uma organização milenar estruturada, repleta
dos mais diversos processos. Todos estes processos, independente do seu grau de complexidade ou
outras características, têm por objetivo fazer com que a Igreja promova a sua ação evangelizadora
entre as pessoas.
Mediante o que foi apresentado, podemos destacar que redesenhar os processos de uma
organização é fazer que estes se tornem melhores na forma em que são desenvolvidos, e
consequentemente, superar as expectativas dos clientes. Com isso, o presente trabalho irá propor o
redesenho do processo de inscrição e realização do batismo da comunidade eclesial Nossa Senhora
das Graças.
30
5 ESTUDO DE CASO
Será apresentado um breve histórico sobre a comunidade eclesial, bem como o atual
processo de batismo e suas etapas, a análise e proposição de melhorias.
A comunidade eclesial Nossa Senhora das Graças localiza-se na Avenida Antônio Leal de
Souza Neto nº 10 – Jardim Paraíba – Volta Redonda/RJ. Como toda a comunidade eclesial de base,
ela está inserida em uma estrutura organizada. A comunidade pertence à Diocese de Barra do Piraí
– Volta Redonda, na Região Pastoral de Volta Redonda. De um modo generalizado, quase todas as
comunidades eclesiais têm suas origens da mesma forma: um grupo de pessoas que se reúnem com
o objetivo de realizar as celebrações litúrgicas. No ano de 1941, este grupo de pessoas se reunia no
salão do acampamento central, onde eram realizadas as missas dominicais.
No ano de 1958, já com a cidade Volta Redonda emancipada, o bispo diocesano Dom
Agnelo Rossi, nomeou o primeiro padre para acompanhar a comunidade, que estava em nítido
crescimento. O nome do padre era Henrique Hott. Neste período, a comunidade possuía no nome de
Capela de Nossa Senhora das Graças. No ano seguinte, assume a capela, o pe. Moacir e cria o
primeiro conselho. O conselho de uma comunidade é formado por pessoas das diversas pastorais
que nela existem, bem como com os seus coordenadores. As reuniões do conselho têm por objetivo
avaliar e estruturar as atividades desenvolvidas pela comunidade eclesial.
Não há registros de uma data precisa da fundação da comunidade no terreno onde
atualmente está localizada. Entretanto, acredita-se que foi durante o ano de 1959. Em 1961, a então
capela, passa a receber o nome de igreja matriz. Já em 1965, o atual bispo da diocese, Dom Altivo
Pacheco Ribeiro, considerando o grande tamanho da diocese e a importância da cidade de Volta
Redonda, recebe autorização através de um Concílio Consistório, para a extensão da Sé para a
cidade de Volta Redonda. Este fato significa que, a partir desta data, a diocese passa a ter duas
sedes administrativas: a cidade de Barra do Piraí e a cidade de Volta Redonda, e consequentemente
seu nome alterado para Diocese de Barra do Piraí-Volta Redonda. Com isso, Dom Altivo
reconfirma a Catedral de Santana, em Barra do Piraí, como catedral diocesana e atribui a matriz, o
título de Co-Catedral Nossa Senhora das Graças.
Por sua localização de fácil acesso e na região central de Volta Redonda, a comunidade
possui uma característica peculiar: os participantes das missas e das pastorais não são somente os
31
moradores dos bairros vizinhos, mas moradores de vários bairros de cidade, e às vezes de outras
cidades. Desde o ano de 2008, o padre responsável pela comunidade é o padre Matias Ramos
Moreira da Costa.
A equipe responsável por todo o processo de batismo é a pastoral do batismo. Antes de citar
as características do referido processo, cabe reafirmar que neste trabalho o processo de batismo
estudado é o batismo de crianças. Existe também o batismo de adultos, entretanto difere-se em
muitos pontos do primeiro, além de ser responsabilidade de outra equipe pastoral.
Atualmente a pastoral do batismo da comunidade eclesial Nossa Senhora das Graças, é
formada por dez pessoas. É um quantitativo que atende às necessidades da pastoral, mas almeja-se o
aumento deste número. Os agentes da pastoral são responsáveis pela divulgação e esclarecimento
do processo de batismo nas missas e demais encontros realizados na comunidade, pela inscrição da
família que deseja batizar o filho, pela realização dos encontros que compõem o curso de
preparação de pais e padrinhos, pelo rito, propriamente dito, do batismo e pela motivação à família
em permanecerem de forma ativa na vida da comunidade. Podem ser realizados até 05 batismos
por mês na comunidade. Durante todo o ano de 2013, foram realizados 27 batismos. Por razões
litúrgicas, é proibida a realização de batismos durante o período da quaresma, que inicia-se na
quarta-feira de cinzas e tem seu fim no sexta feira da paixão.
O rito do batismo é divido em duas partes: a apresentação e o batismo propriamente dito. No
primeiro domingo de cada mês, realiza-se a apresentação, que consiste em um determinado
momento da celebração eucarística, os pais e os padrinhos apresentam à criança à toda comunidade
reunida, para que, por sua vez, esta conheça o seu mais novo membro. Na apresentação também há
a unção da criança com o óleo. Na segunda parte do rito, que acontece todo o terceiro domingo de
cada mês, o celebrante, junto à pia batismal molha a cabeça da criança com a água benta, símbolo
da vida nova com Cristo. Neste momento, a criança já está batizada, e, portanto inserida na vida
cristã. O rito litúrgico do batismo encerra-se com o ato de devoção à Virgem Maria. É importante
destacar, que nos dois momentos do rito batismal, é indispensável a presença dos pais e padrinhos.
De acordo com Araújo (2011, p.32) desenhar os processos de uma organização, utilizando
os fluxogramas é importante “para uma melhor compreensão da atual gestão de processos e
também, como um suporte para uma adequada utilização”.
32
O processo de inscrição das famílias, as quais desejam que os filhos recebam o sacramento
do batismo acontece em um único dia previamente divulgado pelos participantes da pastoral do
batismo, a secretária da comunidade e as demais lideranças da mesma. Tal comunicação é feita
através de avisos aos términos das celebrações eucarísticas da comunidade e por meio da
comunicação informal.
É agendado um único dia para a realização desta inscrição. As datas não são datas fixas, são
estabelecidas anualmente. Geralmente, são realizados quatro momentos de inscrição de famílias
durante o ano. Todas as pessoas responsáveis pela pastoral do batismo comparecem à comunidade
neste dia, a fim de inscrevem todas as famílias interessadas na realização deste sacramento. Existe
uma ficha de inscrição, conforme figura 7, do presente trabalho, a qual é preenchida por um dos
responsáveis da pastoral contendo dados e informações da criança, dos pais e dos padrinhos.
Faz-se a inscrição somente das famílias que residem nos bairros desta comunidade eclesial.
As famílias que residem em outros bairros ou outras cidades e desejam que seus filhos sejam
batizados na referida comunidade, devem realizar a inscrição e os encontros de preparação na
comunidade em que residem.
33
a conscientização, por parte de todos os envolvidos, da importância deste sacramento, bem como do
incentivo à vida cristã. Existe um material de apoio para a elaboração de cada encontro, onde os
mesmos já trazem o tema definido, por exemplo.
Os locais para a realização destes três encontros são pré-definidos, podendo sofrer alterações
em alguns casos. O primeiro encontro realiza-se na casa da família, pois objetiva-se além do
conhecimento da realidade daquela família específica, deseja-se criar uma aproximação maior da
família com a comunidade eclesial. Neste momento, as dez pessoas participantes da pastoral do
batismo se dividem em duplas. Cada dupla fica responsável por coordenar e ministrar este encontro
na residência da família.
O segundo e o terceiro encontro são realizados na própria comunidade eclesial, com todas as
famílias e todos os participantes da pastoral do batismo. A preparação destes últimos encontros fica
sob a responsabilidade de toda a equipe da pastoral do batismo.
Em determinado momento em cada um dos três encontros, pede-se que os presentes assinem
uma lista de presença. Tal documento é importante para verificar a frequência dos pais e padrinhos,
pois é fundamental que em cada encontro, estejam presentes os mesmos. Existe um livro de
presença, onde são registradas as assinaturas dos pais e padrinhos ao final dos encontros.
Após a análise de todas as etapas do processo de batismo, bem como a integração com os
seus participantes, os instrumentos e métodos de realização, é possível propor algumas melhorias
com a finalidade de otimizar a satisfação dos envolvidos neste processo, de maneira especial, as
famílias das crianças.
Observou-se que todas as informações são tratadas e arquivadas de forma manual. Esta
característica gera uma demora em consultas futuras a estas informações. Desta forma, a principal
proposta de melhoria é a de informatização do atual processo, de modo que suas informações
estejam disponíveis de forma clara e rápida. Cabe destacar que algumas informações e etapas do
processo devem permanecer de forma manual, por determinação das autoridades eclesiais.
Entretanto, não há impedimento que estas informações e etapas sejam informatizadas
simultaneamente. A seguir, será explicitado as proposições de melhorias de algumas etapas do
processo atual.
em um único documento gera ao processo um menor risco de perda de informações assim como
menos papéis.
A figura 10 consiste na frente da ficha de inscrição proposta, onde são requisitados os dados
da criança e dos pais e padrinhos, de uma forma mais dividida. Na figura 11 está o verso desta
ficha, onde estão as informações a respeito da presença nos encontros.
número de crianças a serem batizadas nos domingos definidos não ultrapasse cinco. Visto, foi
proposto à secretaria a implementação de uma planilha eletrônica, para o agendamento das datas
durante todo o ano. Com isso, aumenta-se a confiabilidade ao agendar o batismo de uma criança
para determinada data, além de permitir aos responsáveis pelo processo, um maior planejamento.
Uma vez que, conseguirão visualizar todas as datas disponíveis no ano e confrontar com o número
de famílias a serem agendadas.
A figura 12 trata da planilha do agendamento de datas proposta pelo presente trabalho, para
o cadastramento das crianças que receberão o sacramento no batismo durante o ano. A planilha é
dividida em todos os meses do ano. De forma que é possível, identificar as datas destinadas à
realização do batismo (primeiro e terceiro domingo de cada mês), bem como a numeração do
número um ao número cinco (número máximo de batismos por domingo). Abaixo da data, uma
observação é escrita para melhor orientar a quem observar a planilha, trata-se de especificar se
aquela data será a apresentação (primeira parte do rito) ou o batismo propriamente dito (segunda
parte do rito). A planilha terminará de ser preenchida com as informações necessárias como: nome
da criança, do pai e dos padrinhos.
Este tipo de procedimento, além de arcaico, gera falhas e atrasos no processo, uma vez que, a busca
é lenta e as informações podem estar incompletas.
Foi proposta uma planilha eletrônica. Desta forma, simultaneamente ao realizar o registro do
batismo no livro, o responsável também registra tais informações nesta planilha. Com isso, além de
obter uma agilidade na busca de informações, ganha-se mais uma cópia de segurança, garantindo a
confiabilidade e integralização dos dados.
Para a realização deste trabalho, não foram encontradas dificuldades relacionadas aos dados,
visto que as informações necessárias e solicitadas foram fornecidas sem nenhum tipo de bloqueio.
Existe um projeto futuro de aquisição de um sistema gerencial e de um site pela comunidade
eclesial. Foi proposto realizar a total integração dos dados armazenados com o sistema a ser
adquirido. Em relação ao site, foi proposto divulgar a agenda mensal de batismos e as datas
definidas para a realização de novas inscrições.
Observou-se que os demais processos da Igreja Católica, também não são desenhados.
Como proposições de novos trabalhos, pode-se desenhar tais processos, propor melhorias e
descrever como eles se relacionam.
43
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZEVEDO, Dermi. Desafios estratégicos da Igreja Católica. Lua Nova: Revista de Cultura e
Política. São Paulo, n. 60, p. 57-79, 2003.
IGREJA CATÓLICA, Decreto Christus Dominus sobre o múnus pastoral dos bispos na igreja.
Roma, 1965. Disponível em:
<http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vatii_decree_1965102
8_christus-dominus_po.html>. Acesso em 17 nov. 2013
MACHADO, Diego Pereira. Sujeitos do Direito Internacional: Santa Sé e Vaticano. Jus Navigandi,
Teresina, ano 18, n.3601, 11 maio 2013. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/24424>. Acesso
em: 17 nov. 2013.
45
OLIVEIRA, Djalma de P. Rebouças de. Sistemas, organização & métodos : uma abordagem
gerencial. 19ª ed. São Paulo: Atlas, 2010.
PASSOS, João Décio. O leigo no Vaticano II: sujeito cristão na sociedade e na igreja. REB. Revista
Eclesiástica Brasileira, v. 73/291, p. 559-574, 2013.
SCHERER, Cardeal Dom Pedro Odilo. Paróquia, torna-te o que tu és. Carta Pastoral à Arquidiocese
de São Paulo. São Paulo, 2011.
SOUZA, Dom João Bosco Barbosa. Conferência Nacional dos Bispos do Brasil / Comunidade de
Comunidades: Uma nova Paróquia. Brasília, Edições CNBB. 2013.
TEIXEIRA, Faustino. Fases do catolicismo brasileiro contemporâneo. Revista USP. São Paulo,
n.67, p. 14-23, set./nov. 2005.
VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 10. ed. São
Paulo: Atlas, p. 42-45, 2009.