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DOUTRINAS BÍBLICAS QUE GERAM


DIVERGÊNCIAS ENTRE EVANGÉLICOS

➢ Evangelho
➢ Predestinação
➢ Batismo
➢ Dons Espirituais
➢ Batalha Espiritual
➢ Sistema de Governo

Pr. Vagner Pereira dos Santos


JANEIRO/2016
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Prezado(a) irmão(ã):

Estamos muito felizes por seu interesse em se tornar membro da nossa igreja.

Na nossa igreja, quem tem poderes para receber pessoas como membros é o
Conselho. Como parte deste processo de recepção, é necessário então, comparecer a
uma reunião do Conselho para formalizar esse compromisso.
Mesmo que você já seja crente, gostaríamos que estudasse esta apostila para
compreender o nosso posicionamento doutrinário sobre os temas abordados. É de
conhecimento de todos que, infelizmente, existem posicionamentos doutrinários
divergentes no meio evangélico, e nós estamos lutando para que haja paz e unidade no
meio da nossa igreja, inclusive na questão doutrinária.
Os posicionamentos que você irá encontrar nesta apostila, é a posição oficial de
todas as igrejas que pertencem à IPB – Igreja Presbiteriana do Brasil, a qual adota a
Confissão de Fé de Westminster, seus catecismos, e o restante da linha de interpretação
conhecida como “Reformada” ou “Calvinista”.

Queremos esclarecer que, caso você não concorde com algum ponto de nossa
interpretação doutrinária, mas mesmo assim deseje se tornar membro da nossa igreja,
poderemos de bom grado recebe-lo como tal, desde que assuma o compromisso ético de
não ficar se manifestando de forma contrária frente aos membros da nossa igreja.

Caso haja outros temas que queira analisar, é só nos solicitar.

Que Deus o(a) abençoe. Amém.

Pr. Vagner P. Santos


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EVANGELHO
O Evangelho – Nós nos chamamos de evangélicos, mas a pergunta que deveria ser feita de
modo simples é: “O que é o Evangelho”? Essa é uma questão que devemos esclarecer antes de qualquer
outro assunto que está ligado a vida da igreja e suas práticas. Embora muitos estejam acostumados com a
palavra Evangelho, é comum não temos clareza quanto a seu conteúdo.

Muitas “apresentações do evangelho” que são populares, reduzem a mensagem a 3 ou 4 coisas que
você deve fazer e pronto, é declarado salvo. Esses resumos são úteis em alguns momentos, porém para
termos uma visão mais realista e completa, precisamos vê-lo como uma História – A verdadeira história
que fala às nossas mais puras necessidades e desejos do coração e da alma. Podemos dividir essa história
em 4 capítulos: Criação, Queda, Redenção e Um novo Povo.

1) CRIAÇÃO: O Mundo Para O Qual Fomos Criados – A história começa em Deus, não em
nós. Lá no fundo, temos uma sensação de que isso é verdade. Embora sintamos que somos importantes,
que há algo de sério, majestoso, belo e eterno a respeito a humanidade, também sabemos que não somos
tudo que existe ou as maiores criaturas do Universo. Existe Algo, que na verdade é Alguém, que é
infinitamente maior que nós.
A bíblia conta que esse Alguém é o único Deus infinito, eterno, imutável e perfeito, que criou
todas as coisas a partir do nada (Gn 1:1-31). Esse Deus ´´único existe em 3 pessoas: Pai, Filho e Espírito
Santo (Mt 28:19). Como Deus é trino ( 3 em 1) em seu ser, não foi motivado a criar o mundo por precisar
de alguma coisa (por depender de alguma criatura), seja relacionamento, adoração ou glória (admiração).
Deus criou os seres humanos à Sua imagem (Gn 1:27), e isso é o que nos dá valor e dignidade, em sermos
humanos. Ele também nos criou humanos, o que significa que somos criados, derivados e dependentes de
nosso Criador. Fomos criados para nos alegrarmos nele, para adorar, amar e servir Ele, e não a nós
mesmos ou a qualquer outra criatura.
Na criação original de Deus , tudo era bom. O mundo existia em perfeita paz estabilidade,
harmonia e completude.

2) QUEDA: a Corrupção De Tudo – Deus nos criou para que nos alegrássemos em quem Ele é
para nós, para que O adorássemos, amássemos e servíssemos. Contudo, em vez de viver sob a autoridade
de Deus, a humanidade se voltou contra Ele em rebelião pecaminosa ( Gn3:1-7 ; Is 53:6). Nosso erro
lançou o mundo todo debaixo de trevas e sob o caos do pecado. Embora vestígios do bem tenham
permanecido, a completude e a harmonia da criação original de Deus foram deformadas.
Por consequência, todos os seres humanos são pecadores por natureza (independentemente de
qualquer ação) e por escolha (atitudes, pensamentos, imoralidades), por ser uma situação ligada a quem
nós somos, nós morremos espiritualmente e perdemos nossa capacidade de, por nosso própria vontade,
nos aproximarmos de Deus e de ter fé nEle (Rm 3:10-18; Ef 2:1-3, 4:17-19). É comum justificarmos
nossos pecados dizendo “não sou tão mau assim”, afinal de contas sempre podemos encontrar alguém
com atitudes piores que a nossa! Mas essa resposta apenas mostra que nós temos uma visão bem vaga e
superficial do pecado. O Pecado não é, primeiramente uma ação; é uma disposição da nossa vontade
carnal. Trate-se da aversão/repulsa/ódio de nossa alma para com Deus (Rm 5:10). E nosso pecado se
manifesta de forma variadas, como: orgulho, egoísmo, independência, ira, falta de amor a Deus e às
pessoas.
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Às vezes, o pecado é externo e inegável; outras vezes é interno e oculto. De toda forma, a Bíblia é
muito clara em afirmar que “todos pecaram e estão destituídos” Rm 3:23.
O pecado traz 2 consequências drásticas à nossa vida. Primeiro, ele nos escraviza ( Rm 6:17,18).
Quando nos voltamos contra Deus, nos voltamos para outras coisas a fim de encontrar propósito para
vida, identidade e felicidade. Essas coisas se tornam “deuses substitutos”- o que a Bíblia chama de ídolos
– e logo nos escravizam, exigindo nosso tempo, nossa força física, nossa lealdade, nosso dinheiro, enfim,
tudo que somos e temos. Começam a governar nossa vida e nosso coração. Por isso a Bíblia descreve o
pecado como algo que tem “domínio” sobre nós (Rm 6:14). O pecado nos leva a servir “a coisas criadas
ao invés do Criador” (Rm 1:25).
É importantíssimo entender que o pecado traz condenação, por não sermos inocentes diante de
Deus, mas culpados de forma consciente e por nós o desobedecermos de modo direto e descarado. Por
causa disso existe uma sentença de morte, como pena pela nossa traição contra Deus e sua Santa Justiça.
Sua ira justa contra o pecado, repousa sobre nós (Na 1:2; Jo 3:36).

3) REDENÇÃO : Jesus Vem e Nos Salva – A humanidade precisa de um Salvador, um


Resgatador, um Libertador para livrá-la da escravidão e da condenação do pecado e para restaurar o
mundo a um estado perfeito. Esse Resgatador deve ser verdadeiramente humano para pagar a dívida que
temos com Deus. Contudo, ele não pode ser meramente humano, porque deve subjugar o pecador.
Precisamos de um Substituto, alguém que possa viver a vida de obediência que não conseguimos viver e
possa ficar em nosso lugar para receber a punição que merecemos por nossa desobediência e pecado.
Por essa razão, Deus enviou Jesus ao mundo para ser o substituto, dos seus escolhidos ( I Jo 4:14).
A Bíblia ensina que Jesus era plenamente Deus e também plenamente humano. Ele nasceu de uma mãe
humana, viveu e existiu de forma real, em carne e sangue, e morreu uma morte brutal em uma cruz
romana fora de Jerusalém. Jesus viveu uma vida de obediência perfeita a Deus ( Hb 4:15), fazendo dele a
única pessoa na história que não mereceu a condenação da parte de Deus. Mas na cruz, tomou o nosso
lugar, morrendo por nosso pecado. Ele recebeu a condenação e a morte que merecemos.
Jesus não apenas morreu em nosso lugar, ele ressuscitou da morte, demonstrando sua vitória sobre
o pecado, sobre a morte e sobre o inferno. Sua ressureição é um acontecimento decisivo na história; a
Bíblia o chama de “primícias” – a evidência primária/inicial – da renovação total que Deus está trazendo
(1Co 15:20-28). Uma das maiores promessas na Bíblia está em Apocalipse 21:5 “Eu faço novas todas as
coisas!”. Tudo que foi perdido, destruído e corrompido na Queda será, por fim, endireitado e restaurado.
A redenção não significa apenas a salvação de almas, mas também a restauração de toda a criação.

4) UM NOVO NASCIMENTO – A História Continua – Então, como nos tornamos parte da


história? Como experimentamos a salvação de Deus pessoalmente e nos tornamos agentes de sua
redenção no mundo? Pela fé ou confiança (Ef 2:8-9). O que isso significa? Confiamos em um motorista
para chegarmos em nosso destino. Confiamos em um médico para diagnosticar e cuidar de nós. E muito
mais, confiamos em Jesus Cristo quando reconhecemos e nos arrependemos dos nossos pecados,
recebemos o seu perdão gracioso e descansamos totalmente naquilo que Ele pagou em nosso lugar (não
em uma oração, ou esforço da minha parte), para sermos aceitos por Deus. A fé é como entrar no táxi, é
como estar sob o bisturi do cirurgião; é um compromisso de entrega tranquila, plena e sincera do “eu”
(Vontade, Emoções e Pensamentos) a Jesus (Sl 31:14-15). Isso é o que significa crer no evangelho.
Quando confiamos em Jesus, somos libertos da condenação do pecado e de seu poder
escravizante. Somos livres para dizer “não” ao pecado que Deus odeia e sim a tudo que Deus me ordena
na sua Palavra, que é o mesmo que dizer “sim” para Deus.
Somos livres para morrer para nossas vontades egoístas e superficiais e viver de um modo que
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Cristo e sua vontade são meus direcionamentos. Somos livres para trabalhar pela justiça de Deus, no
mundo. Somos livres para deixar de viver para nosso próprio prazer carnal e fama e começamos a viver
para que Deus seja reconhecido em nós e através de nós (I Co 10:31). Somos livres para amar a Deus e às
pessoas manifestando esse amor no modo que vivemos, que é o principal foco de nossa vida e de nossa
igreja.

É POSSÍVEL AO CRISTÃO PERDER A SALVAÇÃO?

Nós costumamos lidar com essa questão em inúmeras igrejas de linhas Pentecostais e Arminianas,
que tendem a usar esse argumento como uma forma de cativeiro mental e emocional. As pessoas debaixo
desse controle tendem a ser mais facilmente subjugadas, pelo medo de “ir para o Inferno”. Mas devemos
nos perguntar se é possível nós realmente “perdermos” a salvação. Veremos a resposta em 3 pontos
básicos e lógicos:
1. O Caráter de quem me concedeu a Salvação – Nós começamos a explicação do Evangelho,
com Deus, na Criação. O próprio Deus Todo Poderoso noz fez a promessa em Isaías 53:3-12, de
que “O Messias seria desprezado, e rejeitado pelos homens (vs3), porém, Ele tomou sobre si (para
si) as nossas enfermidades e nossas dores (males) (vs4), Ele foi ferido por causa de nossas
transgressões, e esmagado por nossas iniquidades (maldades espirituais), enquanto todos nós
andávamos como ovelhas desgarradas (perdidas), porém o Senhor fez cair sobre Ele o a
iniquidade de nós (que somos salvos)”. Apesar de todo esse sofrimento em nosso lugar existe uma
promessa implícita no verso 10, o Messias seria dado como uma oferta pelo pecado (sacrifício em
lugar de alguém) e veria sua posteridade (todos aqueles que seriam alcançados pelo seu
Sacrifício), fazendo com que a vontade do Senhor prosperasse. Deus não daria o seu Filho para
sofrer para que eu pudesse jogar fora isso como algo insignificante (Jo 1:12).

2. O Poder da Salvação – Como nós vimos anteriormente, o poder da Salvação é algo interno e que
só foi obtida por meio do próprio sacrifício do Senhor Jesus Cristo, Ele é o nosso pastor e afirma,
em João 10:14-15: "Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas; e elas me conhecem; assim
como o Pai me conhece e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas”. Esse “conhecer” é
um íntimo relacionamento no qual só quem de fato se arrependeu e foi convertido por Deus pode
desfrutar, isso é comunhão bíblica com Cristo, pelo Espírito Santo. Para deixar mais claro, nós
podemos ver em Jo 10.16 “... elas ouvirão a minha voz e haverá um rebanho e um pastor”, Jesus
disse que já sabia e estava garantido que todas as ovelhas que Ele conhecia previamente, com toda
certeza, “Ouviriam” sua voz salvadora e bendita. Só quem é ovelha pode ouvir a Voz do pastor, e
uma ovelha não tem poder de se transforma em algo diferente, por mais que ela se suje e se perca
por caminhos estranhos e desastrosos.

3. A Garantia da Salvação – Nós costumamos a questionar a Deus, por olharmos para algumas
pessoas que professam serem cristãs mas vivem de maneira contrária aos preceitos bíblicos, e
outras, que já foram cristãs mas se encontram totalmente desviadas dos caminhos de Deus. Quanto
a isso, a Bíblia nos explica: “Saíram dentre nós, mas não eram dos nossos; porque, se fossem dos
nossos, teriam permanecido conosco; mas todos eles saíram para que se manifestasse que não são
dos nossos” (1 João 2:19).
*O Espírito morando em nós, é a nossa certeza da Salvação: Como vemos em Ef 1:13 –“ Nele,
quando vocês ouviram e creram na palavra da verdade, o evangelho que os salvou, vocês foram
selados com o Espírito Santo da promessa.” A própria presença do Espírito Santo em nós é uma
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das provas que não iremos abandonar Deus e nem a verdadeira fé em Cristo. O Senhor Jesus
Cristo conquistou isso para nós, e o Espírito Santo fará em nós a sua consolidação como diz em,
Fp 1:6 – “Estou convencido de que aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o
dia de Cristo Jesus”.

Poderíamos usar inúmeros textos, porém é bastante claro na Bíblia, que seria um erro nós
acharmos que podemos ultrapassar o poder salvador de Cristo através de nossa própria capacidade de
pecarmos contra Ele. O último versículo para consolidar uma visão Bíblica sobre a Salvação é, Romanos
5:20-21: “...Mas onde aumentou o pecado, transbordou a graça, a fim de que, assim como o pecado reinou
na morte, também a graça reine pela justiça para conceder vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso
Senhor”.

PREDESTINAÇÃO

A Predestinação – Dentro do contexto bíblico, que estamos estudando, a Predestinação é


simplesmente um ponto específico deste plano de Deus. O nosso Deus é soberano e não existe uma área
sequer do universo, da nossa vida e existência, que não esteja sob esta soberania e regência, inclusive a
questão da salvação de almas.

A. Definição: Poderíamos definir a Predestinação como sendo:


O aspecto da pré-ordenação de Deus, através do qual a salvação do crente é considerada
efetuada de acordo com a vontade de Deus, que o chamou e o elegeu em Cristo, para a vida eterna,
sendo a sua aceitação VOLUNTÁRIA, da pessoa e do sacrifício de Cristo, uma CONSEQUÊNCIA desta
eleição e do trabalho do Espírito Santo, que efetiva esta eleição, tocando em seu coração e abrindo-lhe
os olhos para as coisas espirituais.
B. A Fonte da Predestinação: É a Soberana Vontade de Deus. No capítulo 6 do Evangelho de
João, temos três versículos pertinentes: 37 – “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem
a mim, de modo nenhum o lançarei fora”; 44 – “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o
trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia”; e 65 – “E prosseguiu: Por causa disto, é que vos tenho dito:
ninguém poderá vir a mim, se, pelo Pai, não lhe for concedido” (veja também – Ef 1.4, 5 e 11; Rm 9.11,
16).
C. A Causa da Predestinação: É a misericórdia infinita de Deus e a manifestação de sua glória.
Rm 9.23 diz – “... a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de
misericórdia, que para glória preparou de antemão” (veja também – Rm 11.33; Ef 1.6 e Jo 3.16).
D. Os Objetos da Predestinação: Pessoas pecadoras. Note Jo 1.12 e 13 – “Mas, a todos quantos
o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os
quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”
(veja também esses versos, todos em João – 5.21; 6.65; 10.26 e 27; 12.37-41; 15.16; 17.6-8).
E. Os Meios para a concretização da Predestinação:
1. O chamado externo – Mt 22.14 “Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos”.
2. A resposta ao chamado interno (crença) – At 13.48 “... e creram todos os que haviam sido destinados
para a vida eterna”.
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E o HOMEM, ele é livre?1

1. SIM, o homem é livre no sentido de que suas escolhas não são determinadas, em linhas gerais,
por nenhuma compulsão externa. Podemos dizer que ele tem LIVRE AGÊNCIA.
2. ENTRETANTO, suas ações são determinadas pela natureza de seu próprio caráter, e nós
sabemos que esta natureza é só pecado (Rm. 3.10-23). Neste sentido, ele não tem LIVRE ARBÍTRIO de
escolher o bem, pois é escravo do pecado. Este “livre arbítrio” foi perdido com a queda, em Adão.
3. Mesmo não possuindo “livre arbítrio”, definido como a possibilidade de escolha do bem, a
“liberdade” que possui, definida como livre agência, não é incompatível com o enquadramento do
Homem nos planos divinos. Deus, soberanamente, executa os seus desígnios ATRAVÉS da vontade das
suas criaturas (veja os seguintes trechos: Fp 2.13; Pv 20.24; 2 Co 3.5; Jr 10.23; Rm 9.16 e Tg 4.13-15).
* Talvez não compreendamos COMO Deus faz isso – como Ele preserva a livre agência, mas
executa com precisão os Seus planos. Mas a aceitação dos pontos 2 e 3, acima, é a chave para
entendermos melhor a doutrina da soberania de Deus e a própria predestinação. Não é negando a
existência do plano de Deus, nem diminuindo a sua soberania, que retratamos a realidade expressa na
Bíblia sobre essas questões. Não possuímos “livre arbítrio”, mas Deus é infinitamente soberano e
onipotente para executar seus planos, sem violação da LIVRE AGÊNCIA que nos concedeu.

Deus realmente determina as ações do homem? Cremos que sim. Na execução do seu
plano soberano ele determina “tudo que acontece”, mas muitos têm dificuldade na aceitação deste fato.
Na realidade, temos apenas duas posições possíveis, ou Deus determina as ações do homem, ou Ele não
determina estas e o homem é completamente autônomo.
Concordamos que este é um ponto de difícil compreensão. Alguns tentam contornar este problema
dizendo que Deus não determina, na realidade, mas como Ele tudo conhece de antemão, Ele
“determinaria”, ou “predestinaria”, as coisas que Ele sabe que irão acontecer. Ou seja, a sua
determinação é dependente do Seu conhecimento prévio, de sua onisciência. Com isso, procura-se deixar
as pessoas “livres”.
Será que é mesmo assim e que esta posição resolve o problema? Cremos que não! Querer resolver
o problema da “liberdade humana” ancorando a soberania de Deus e a sua predestinação na onisciência
dele, traz uma solução apenas aparente mas não real. A Confissão de Fé de Westminster, em seu Cap. III,
seção 2, diz que Deus “... não decreta coisa alguma por havê-la previsto como futura”.
Vejamos a posição contrária: se ele determina, simplesmente porque conhece de antemão (como,
por exemplo, falando-se das profecias registrada na Palavra de Deus), na hora em que ele houvesse
determinado, essas situações se tornariam fixas e imutáveis. Dificilmente um cristão dirá que Deus não é
soberano, ou que ele não cumpre o que profetizou. Sendo Ele soberano as coisas serão cumpridas, como
previamente registradas. Como fica, então, a defesa da liberdade irrestrita das pessoas, do “livre arbítrio”,
neste sentido? E se os homens, segundo esse conceito, que são os agentes diretos do cumprimento das
determinações que Deus colocou no seu plano (apenas “porque Ele já conhecia”), na última hora
resolverem “mudar de idéia”, como fica esse plano de Deus? Deus também ficará mudando, à mercê das
determinações do homem, e até quando?
Vemos que procurar escapar à imensa evidência bíblica que ensina a irrestrita soberania de Deus,
o seu plano sábio e sua onipotência no cumprir tudo que antes predeterminou, com o sofisma de que Deus
realmente não determina, mas apenas conhece previamente, não traz qualquer pretensa “liberdade” ao
homem, a não ser que se pretenda reduzir o poder de Deus. A seguir, temos um diagrama com as
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http://www.monergismo.com/textos/predestinacao/predestinacao_solano.htm
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diferentes alternativas, posições e algumas referências bíblicas, mostrando como podemos organizar os
dados das Escrituras e, até onde levam alguns pensamentos e deduções:
Ações do Homem

Deus determina as ações Deus não determina as ações

O homem age As ações são Porém Deus conhece Deus não


como um robô e operadas as ações antes dessas conhece as
não é voluntariamente (livre acontecerem, mas não ações, antes
responsável agência) apesar de interfere, para que o delas
pelos seus atos determinadas por homem seja “livre” acontecerem
Deus At 4.26-28

Posição Coerente com a Como podem as ações Como pode


incoerente com doutrina de um Deus ser "livres", no sentido Deus reger o
a revelação Soberano, que tem real da palavra, se são mundo, se não
bíblica e com a um plano e pode reger fixas e certas, pois sabe o que
experiência todo o universo em Deus as conhece e as acontecerá no
humana Rm harmonia com esse registra bem antes de próximo
14.12 plano! Sl 147.15-18; acontecerem? Ef 1.4; minuto?
Sl 24.1; Sl 100.3; Ef Ap 17.8
1.11; Rm 11.36

Se elas são certas e Posição


fixas, mas não foram incoerente com a
determinadas por Deus, doutrina revelada
existe uma força, fora de de Deus e com
Deus, mais poderosa e os seus atributos.
independente, que tudo Is 46.9-12; Is
determina? 45.1-4
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Quadro Comparativo: ARMINIANISMO X CALVINISMO

ARMINIANISMO CALVINISMO
1. Livre-Arbítrio ou Capacidade Humana 1. Incapacidade Total ou Depravação Total
Embora a queda de Adão tenha afetado seriamente a O homem natural não pode sequer apreciar as coisas de
natureza humana, as pessoas não ficaram num Deus. Menos ainda salvar-se. Ele é cego, surdo, mudo,
estado de total incapacidade espiritual. Todo pecador impotente, leproso espiritual, morto em seu pecado, insensível
Depravação Total

pode arrepender-se e crer, por livre-arbítrio, cujo uso à graça comum. Se Deus não tomar a iniciativa, infundindo-
determinará seu destino eterno. O pecador precisa da lhe a fé salvadora, e fazendo-o ressuscitar espiritualmente, o
ajuda do Espírito, e só é regenerado depois de crer, homem natural continuará morto eternamente. (Sl.51:5;
porque o exercício da fé é a participação humana no Jr.13:23; Rm.3:10-12; 7:18; 1Co.2:14; Ef.1:3-12; Cl.2:11-13)
novo nascimento. (Is.55:7; Mt.25:41-46; Mc.9:47-48;
Rm.14:10-12; 2Co.5:10)
2. Eleição Condicional 2. Eleição Incondicional
Deus escolheu as pessoas para a salvação, antes da Deus elegeu alguns para a salvação em Cristo, reprovando os
fundação do mundo, baseado em Sua presciência. demais. Aos eleitos Deus manifesta a Sua misericórdia e aos
Ele previu quem aceitaria livremente a salvação e reprovados a Sua justiça. Deus não tem a obrigação de salvar
predestinou os salvos. A salvação ocorre quando o ninguém, nem homens nem anjos decaídos. Resolveu
Eleição Incondicional

pecador escolhe a Cristo; não é Deus quem escolhe o soberanamente salvar alguns homens (reprovando todos os
pecador. O pecador deve exercer sua própria fé, para demais) e torná-los filhos adotivos quando eram filhos das
crer em Cristo e ser salvo. Os que se perdem, trevas. Teve misericórdia de algumas criaturas, e deixou as
perdem-se por livre escolha: não quiseram crer em demais (inclusive os demônios) entregues às suas próprias
Cristo, rejeitaram a graça auxiliadora de Deus. paixões pecaminosas. A salvação é efetuada totalmente por
(Dt.30:19; Jo.5:40; 8:24; Ef.1:5-6,12; 2:10; Tg.1:14; Deus. A fé, como a salvação, é dom de Deus ao homem, não
1Pe.1:2; Ap.3:20; 22:17) do homem a Deus. (Ml.1:2-3; Jo.6:65; 13:18; 15:6; 17:9;
At.13:48; Rm.8:29, 30-33; 9:16; 11:5-7; Ef.1:4-5; 2:8-10;
2Ts.2:13; 1Pe.2:8-9; Jd.4)
3. Redenção Universal ou Expiação Geral 3. Redenção Particular ou Expiação Limitada
O sacrifício de Cristo torna possível a toda e qualquer Segundo Agostinho, a graça de Deus é "suficiente para todos,
Expiação Limitada

pessoa salvar-se pela fé, mas não assegura a eficiente para os eleitos". Cristo foi sacrificado para redimir
salvação de ninguém. Só os que crêem nEle, e todos Seu povo, não para tentar redimi-lo. Ele abriu a porta da
os que crêem, serão salvos. (Jo.3:16; 12:32; 17:21; salvação para todos, porém, só os eleitos querem entrar, e
1Jo.2:2; 1Co.15:22; 1Tm.2:3-4; Hb.2:9; 2Pe.3:9; efetivamente entram. (Jo.17:6,9,10; At.20:28; Ef.5:15; Tt.3:5)
1Jo.2:2)
4. Pode-se Efetivamente Resistir ao Espírito Santo 4. A Vocação Eficaz do Espírito ou Graça Irresistível
Deus faz tudo o que pode para salvar os pecadores. A graça de Deus é infalível: acaba convencendo o pecador de
Estes, porém, sendo livres, podem resistir aos apelos seu estado depravado, convertendo-o, dando-lhe nova vida, e
da graça. Se o pecador não reagir positivamente, o santificando-o. O Espírito Santo realiza isto sem coação. É
Espírito não pode conceder vida. Portanto, a graça de como um rapaz apaixonado que ganha o amor de sua eleita e
Graça Irresistível

Deus não é infalível nem irresistível. O homem pode ela acaba casando-se com ele, livremente. Deus age e o
frustrar a vontade de Deus para sua salvação. crente reage, livremente. Quem se perde tem consciência de
(Lc.18:23; 19:41-42; Ef.4:30; 1Ts.5:19) que está livremente rejeitando a salvação. Alguns escarnecem
de Deus, outros se enfurecem, outros adiam a decisão, outros
demonstram total indiferença para as coisas sagradas. Todos,
porém, agem livremente. (Jr.3:3; 5:24; 24:7; Ez.11:19; 20;
36:26-27; 1Co.4:7; 2Co.5:17; Ef.1:19-20; Cl.2:13; Hb.12:2)
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5. Decair da Graça 5. Perseverança dos Santos


Embora o pecador tenha exercido fé, crido em Cristo Alguns preferem dizer "perseverança do Salvador". Nada há
e nascido de novo para crescer na santificação, ele no homem que o habilite a perseverar na obediência e
poderá cair da graça. Só quem perseverar até o fim é fidelidade ao Senhor. O Espírito é quem persevera
que será salvo. pacientemente, exercendo misericórdia e disciplina, na
Perseverança dos Santos

(Lc.21:36; Gl.5:4; Hb.6:6; 10:26-27; 2Pe.2:20-22) condução do crente. Quando ímpio, estava morto em pecado,
e ressuscitou: Cristo lhe aplicou Seu sangue remidor, e a
graça salvífica de Deus infundiu-lhe fé para crer em Cristo e
obedecer a Deus. Se todo o processo de salvação é obra de
Deus, o homem não pode perdê-la! Segundo a Bíblia, é
impossível que o crente regenerado venha a perder sua
salvação. Poderá até pecar e morrer fisicamente (1Co.5:1-5).
Os apóstatas nunca nasceram de novo, jamais se
converteram. (Is.54:10; Jo.6:51; Rm.5:8-10; 8:28-32, 34-39;
11:29; Fp.1:6; 2Ts.3:3; Hb.7:25)
Rejeitado pelo Sínodo de Dort Reafirmado pelo Sínodo de Dort
Este foi o sistema de pensamento contido na Este sistema de teologia foi reafirmado pelo Sínodo de Dort
"Remonstrância" (embora originalmente os cinco em 1619 como sendo a doutrina da salvação contida nas
pontos não estivessem dispostos nessa ordem). Esse Escrituras Sagradas. Naquela ocasião, o sistema foi
sistema foi apresentado pelo arminianos à Igreja na formulado em "cinco pontos" (em resposta aos cinco pontos
Holanda em 1610, mas foi rejeitado pelo Sínodo de apresentados pelos arminianos) e desde então tem sido
Dort em 1619 sob a justificativa de que era anti- conhecido como "os cinco pontos do calvinismo".
bíblico.
http://br.geocities.com/momentoscomjesuscifras/textos/predesarbitrio.htm

BATISMO
No meio evangélico existe uma discussão sobre a forma batismal: aspersão, efusão ou imersão. E
ainda, sobre a questão do batismo de crianças. A Igreja Presbiteriana do Brasil defende o batismo por
aspersão e o batismo infantil.

➢ Aspersão = ou infusão - termo derivado do latim aspersione; s.f., ato ou efeito de aspergir, borrifar ou
respingar. Na prática, é muito similar à efusão, pois a intenção é derramar água sobre o batizando. No
Batismo por aspersão a água é derramada sobre a cabeça do batizando. Esta forma é adotada por
algumas igrejas cristãs e pelos primeiros movimentos protestantes surgidas com a Reforma, tais como
o Luteranismo, o Anglicanismo, o Presbiterianismo, o Congregacionalismo e a Igreja Metodista do
Brasil. Este modo de batismo também é ministrado pela Igreja Católica Romana.
➢ Efusão = ou afusão - significa derramar ou entornar. Denomina também uma forma de batismo, onde
a água é derramada sobre a cabeça do neofito. Na prática é similar à aspersão como modo de batismo.
➢ Imersão = termo derivado do latim immersione; s.f., ato ou efeito de imergir; mergulho. É a forma de
batismo caracterizada pela imersão total em água, adotada por algumas das igrejas cristãs,
especialmente, dentre Batistas e Pentecostais e antes deles, Anabaptistas, Cátaros, Albigenseses,
Donatistas. É também a forma utilizada pelos Mórmons e Testemunhas de Jeová.
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O MODO DO BATISMO2
Ao falar do modo do batismo, não desejamos antagonizar ninguém ou promover divisão dentro da
igreja de Cristo. É nosso profundo desejo ver unidade nessas questões, especialmente com aqueles que de
outra forma concordam conosco.
Contudo, freqüentemente ouvimos que não há base bíblica para aspergir infantes e que tal prática
é simplesmente uma influência do Catolicismo Romano. De fato, há vários livros anti-Calvinistas no
mercado que simplesmente assumem que se uma igreja batiza infantes, ela deve estar errada em outras
questões também.
Até onde diz respeito o modo do batismo, não somente cremos que há uma base bíblica e sólida
para a prática da aspersão, mas também que esse é o único modo de batismo reconhecido pela Escritura.
Olhemos para a questão mais detidamente.
Quanto à acusação que a aspersão é simplesmente uma influência do Romanismo, apontaríamos
que isso não é argumento de forma alguma. Se tudo o que Roma ensina deve ser descartado no
Protestantismo, até mesmo a doutrina da Trindade deve ser abandonada! Além do mais, a liturgia Romana
para o batismo das crianças diz em suas instruções para as pessoas que estão realizando o batismo, “Ele
imerge a criança ou derrama água sobre a sua cabeça”. Roma também pratica a imersão! Portanto, o
assim chamado argumento sobre o Romanismo pode ser descartado.
Quanto ao fundamento bíblico para aspersão ou infusão, a evidência, parece-me, é inequívoca.
Apontaremos os seguintes fatos:
Todos os batismos cerimoniais do Antigo Testamento foram realizados por aspersão ou infusão.
Que esses foram batismos reais é claro a partir de Hebreus 9:10, onde a palavra grega do NT baptismos é
usada, mas traduzida nas versões ACF, ARA e ARC como “abluções” (veja também vv. 13, 19, 21).
O batismo do Espírito Santo, simbolizado pelo batismo com água, é sempre descrito na Escritura
em termos de aspersão ou infusão (Is 44:3; Ez 36:25; Joel 2:28,29; Ml 3:10; At 2:17, 18; At 10:44, 45).
Da mesma forma, a aplicação do sangue de Cristo em nós, simbolizada pela água do batismo, é
sempre descrita na Escritura como sendo aspergida (Is. 52:15; Hb. 10:22; Hb. 12:24; 1Pe. 1:2).
Os grandes batismos tipológicos do Antigo Testamento, chamados de batismos no Novo
Testamento (1Co. 10:2; 1Pe. 3:20, 21), não foram por imersão. De fato, os únicos que foram imersos
nesses batismos tipológicos foram Faraó e o seu exército, e o mundo ímpio dos dias de Noé. Assim,
também, o ímpio será imerso no lago de fogo. A imersão é uma figura, cremos, de julgamento, e não de
salvação.

A SIMPLICIDADE DOS BATISMOS NO NOVO TESTAMENTO


Uma evidência em favor da aspersão no NT é o fato de que as pessoas eram batizadas
imediatamente, no lugar em que se convertiam, quer fosse na cidade, quer no deserto; numa casa ou em
uma estrada; na prisão ou à margem de um rio; no inverno ou no verão. Não havia demora, não há
referência alguma à saída para um lugar adequado para a imersão.
Quando alguém cria, no mesmo instante e no mesmo lugar havia sempre o necessário para ser
batizado. Por isso, é muito difícil crer que fosse assim, se se praticasse a imersão. Pode-se supor, sim, mas
é uma suposição altamente improvável. Vejamos alguns exemplos:

2
Rev. Ronald Hanko, www.monergismo.com
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Paulo (At 9). Após sua queda e cegueira no caminho de Damasco, Paulo permaneceu três dias em
jejum na casa de Judas. Ananias, guiado por Deus, entra na casa e, após breve instrução, batiza Paulo. Diz
o texto: “a seguir, levantou-se e foi batizado”.
Havia um tanque na casa? foram a outro lugar? O texto não diz. A única “prova” seria o
pretendido significado de “batizar”. Todas as circunstâncias são contra a imersão: na mesma casa, em pé,
sem demora para preparar-se, sem sair nem entrar, pondo-se imediatamente a serviço de Cristo.
O carcereiro de Filipos (At 16). Convertido na prisão a altas horas da noite e, lá mesmo,
imediatamente batizado junto com os seus. Foram a algum rio em plena noite? Havia um tanque na
prisão? Quantas dificuldades o texto apresenta se partirmos do pressuposto de que batizar significa
imergir, e nada mais. Por outro lado, quão simples se torna o relato, se se leva em conta que, para o povo
judeu, era coisa natural o batizar-se por aspersão ou efusão.
Cornélio e sua casa (At 10). Sobre este episódio, se diz que o “Espírito Santo caiu sobre todos os
que ouviam a palavra. “Admiraram-se, porque também sobre os gentios foi derramado o dom do “Espírito
Santo”. “Quando comecei a falar, caiu o Espírito Santo sobre eles, como também sobre nós, no princípio.
Então me lembrei da palavra do Senhor quando disse: João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis
batizados com o Espírito Santo (At 10.44; 11:15-16).
“Porventura pode alguém recusar a água, para que não sejam batizados estes que, assim como nós,
receberam o dom do Espírito Santo?” (At 10:47). Pedro batizou estas pessoas por imersão? De um lado
somente uma suposição contra toda evidência. De outro porém, além da forte impressão que Cornélio foi
batizado em sua própria casa, há o registro de que o “derramamento” do Espírito fez Pedro pensar que os
termos batizar, derramar e cair — aplicados ao Espírito Santo — implicavam uma idéia semelhante à
água.
Filipe e o eunuco (At 8:26-39). Comumente este é um texto julgado claramente em favor da
imersão. Em sua viagem, o etíope lia Isaías 53; provavelmente ele tinha acabado de ler o último versículo
do capítulo 52 “ele aspergirá muitas nações”. Filipe lhe explicou a passagem e, quando chegaram a um
lugar onde havia água, desceram a ela e Filipe batizou o eunuco. Por imersão? Mesmo entendendo o texto
como uma entrada real na água, nem por isso fica demonstrada a imersão. Leve-se em conta que as
sandálias podiam ser facilmente tiradas, e que isto estaria de acordo com os costumes orientais e que,
depois de descerem à água, Filipe lhe administrou o rito do batismo por aspersão ou efusão. Por outro
lado, é muito duvidoso que no lugar deserto onde se encontravam houvesse uma corrente de água com
profundidade suficiente para submergir o eunuco.
Tudo indica que não esperaram para obter roupas próprias para o batismo e não é provável que o
viajante se submergisse com a roupa que trazia ao corpo. O texto diz simplesmente que, após o batismo o
eunuco “foi seguindo seu caminho cheio de júbilo”. Diz o texto, também, que Filipe foi “arrebatado pelo
Espírito do Senhor” para Azoto. Não podemos presumir que o Eunuco seguiu viagem pingando água e
Filipe achou-se repentinamente em Azoto com as roupas encharcadas.
Os três mil de Atos 2 (vv 37-41). No mesmo dia em que os discípulos foram batizados do alto
pelo derramamento do Espírito sobre eles, mais três mil almas foram acrescentadas à Igreja. Foram
submergidos estes convertidos? Para responder que sim, só se pode dar como prova o pretenso
significado da palavra batismo, o qual já descartamos. Nada mais no texto pode sugerir a submersão.
Porém, para negá-la, amontoa-se uma série de circunstâncias: Não havia lugar para realizar essa forma de
batismo, nem no templo, nem nos arredores onde estavam reunidos. Quem sabe foram em procissão até a
porta dos ovelhas onde havia um tanque, pediram licença à multidão de enfermos que lá jazia (Jo 5:1-3) e
passaram horas e horas, provavelmente até tarde da noite, submergindo três mil pessoas. Será que naquele
dia Jerusalém presenciou multidões de pessoas andando pelas ruas, a caminho de suas casas com as
roupas gotejando, encharcadas, coladas a seus corpos?
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ESTÁ O BATISMO INFANTIL CONTIDO NAS ESCRITURAS?3


Batismo é uma ordem da Igreja Cristã. De acordo com a divina instrução ele é administrado pela
igreja, e ele é o rito que inicia a membresia da igreja visível. O argumento para o batismo infantil,
entretanto, está relacionado de perto à questão da natureza da igreja.
No senso mais direto a igreja é a companhia dos regenerados ou dos homens e mulheres de fé. Os
fatos da regeneração e fé pertencem, entretanto, ao reino invisível e espiritual, e por essa razão nenhum
homem é infalível para determinar quem pertence à igreja nem ao menos determinar qual o exato limite
de um corpo em um lugar ou geração. Conseqüentemente, quando nós estamos falando da igreja, nesse
seu sentido estrito, nós falamos sobre ela como a igreja invisível.
Mas a igreja não é sempre totalmente invisível para a apreensão humana. Aqueles que pelos
efeitos da regeneração e fé constituem o corpo de Cristo dão uma expressão observável para essa fé que
eles possuem. Isso eles não fazem somente em suas capacidades individuais como membros do corpo de
Cristo, mas também em suas relações coletivas e obrigações. De acordo como o mandamento divino é
uma necessidade interna eles se associem uns com os outros. Eles organizam com o propósito de
testemunhar, adorar, administrar os sacramentos, edificação mútua e encorajamento, e para o exercício da
disciplina. Essa organização ou associação visível não é regida pelo planejamento humano, mas pela
instituição divina. Então nós também temos o que é conhecido como a igreja visível.
Agora, apesar da igreja invisível, em qualquer outro lugar ou geração, seja composta
exclusivamente dos regenerados, a igreja visível não é composta desta forma. Isso serve para dizermos
que a igreja visível não é nem em número e nem em sua moral, a exata reprodução da igreja invisível.
Desde que nenhum homem ou mulher pode infalivelmente ler o coração uns dos outros, a igreja visível é
constituída daqueles que fazem uma consistente e inteligente profissão de fé em Cristo e prometem
obedecer a Ele. Essa profissão de fé, apesar de ser uma profissão que somente um verdadeiro crente pode
verdadeiramente e honestamente fazer, é ainda de tal natureza que aqueles que não têm verdadeira fé
podem fazê-la para a satisfação daqueles responsáveis pela admissão na igreja visível. A igreja visível,
então, está circunscrita não pela linha da regeneração, mas pela linha da profissão de fé inteligente e
consistente.

A Igreja no Antigo Testamento


Uma vontade distinta, obviamente, tem que ser traçada entre a igreja visível como existia na
dispensação do Antigo Testamento e como existe atualmente. Tal distinção foi obviamente indicada nas
palavras do Senhor a Pedro quando Ele disse, “Tu és Pedro, e sobre essa rocha Eu edificarei minha igreja:
e os portões do inferno não prevalecerão contra ela” (Mat. 16:18). Ele estava se referindo para a nova
forma e caráter que a igreja estaria assumindo como reino de Deus ou reino celeste em conseqüência da
sua Missão e Ação Messiânica. Ele a chama “minha igreja”.
Mas enquanto total concessão precisa ser feita para a distinção e para uma nova forma de
administração que foi conduzida especificamente pela morte, ressurreição, e ascensão de Cristo e pelo
derramamento do Espírito no Pentecostes, todavia essa distinção não garante a negação da existência da
igreja no senso mais genérico do Antigo Testamento. Existe de fato uma unidade e identidade profunda
entre a igreja no Antigo Testamento e a igreja no Novo.
Para que o povo de Deus no Antigo Testamento pertencesse, como o Apóstolo Paulo nos diz, “a
adoção, e a glória, e os pactos, e a Lei outorgada, e o serviço de Deus, e as promessas” (Rom. 9:4). A

3
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igreja do Novo Testamento é a extensão e desdobramento do pacto feito com Abraão e é, entretanto,
encontrado sobre ela. Esse é claramente o argumento de Paulo na Epistola aos Gálatas quando ele diz que
“Aqueles que são da fé são abençoados com Abraão”, e que “o pacto, que foi confirmado perante Deus
em Cristo, a lei, a qual foi quatrocentos e trinta anos depois, não pode ser anulada, pois faria a promessa
sem efeito algum” (Gal. 3:9, 17). Então ela é a bênção de Abraão, uma bênção que foi dele nos termos do
pacto administrado para ele, que veio sobre Gentios através de Jesus Cristo (ver, versículo 14 de Gal. 3).
A igreja, então, como ela existia nas duas dispensações não são dois organismos. Os dois estágios devem
ser observados, como Paulo nos ensina, sobre a figura de uma oliveira, uma árvore, obviamente, com
muitos galhos, mas ainda sim uma só árvore crescendo da mesma raiz (Rom. 11:16-21). Os Gentios eram
em um tempo “aliens no meio de Israel, e estranhos no pacto da promessa” (Ef. 2;12), mas agora eles
“não são mais estranhos e estrangeiros, mas concidadãos com os santos, e parte da família de Deus, e são
firmados sobre a fundação dos apóstolos e profetas, Jesus Cristo sendo Ele mesmo a pedra angular” (Ef.
2:19-20).
Então não é somente necessário, mas bíblico falar sobre a igreja do Antigo Testamento. Existe
uma continuidade e unidade orgânica, e qualquer tentativa de negar esse fato, ou qualquer método de
interpretação que tende a prejudicar tal verdade, deve ser condenada com base na própria escritura.

O Sinal da Circuncisão
Agora se a igreja no sentido genérico existia no Antigo Testamento, devemos admitir que em sua
organização e administração visível ela inclui não somente todos aqueles que professam a verdadeira
religião, mas também seus filhos. O sinal do pacto administrado para Abraão era a circuncisão. Esse sinal
e selo, não demonstravam mero privilégio de uma nação, mas, como nós apresentamos agora, uma benção
espiritual, foi por ordem divina administrada para as crianças com oito dias de idade. Todos os homens
nascidos dentro do relacionamento do pacto, em outras palavras, todos os que recém nascidos dos quais
os pais estavam dentro de uma esfera de privilégio e fé, deveriam ser circuncidados.
Circuncisão significava fundamentalmente a retirada de uma impureza a fim de que houvesse uma
participação no pacto de bênçãos. Um estudo das seguintes referências tornará isso claro para nós: Êxodo,
6:12, 30; Levítico, 19:23; 26:41; Deuteronômio, 10:16; 30:6; Jeremias, 4:4; 6:10; 9:25. E junto com os
esses textos Paulo nos ensina que circuncisão era um selo de retidão que Abraão tinha enquanto ele era
ainda incircunciso (ver Rom. 4:11). Esses dois significados básicos, o primeiro sobre o remover da
impureza ou purificação, o segundo a imputação da retidão fé, isso será realmente visto, pois esses pontos
não são contraditórios, mas se completam mutuamente.
É necessário para nós, fazer uma pausa e analisar o seguinte ponto para nosso conforto: Que por
indicação divina e ordem expressa o sinal e selo das realidades espirituais, realidades que só poderiam ser
aplicadas através da operação graciosa do Espírito de Deus, forem administrados (o sinal e o selo)
também para crianças.
Agora nós podemos antecipar a objeção: Tudo isso é concebido, mas para qual proveito para a doutrina
em questão? O que tem isso tudo a ver com a questão do batismo infantil?
Acontece que circuncisão significa basicamente a mesma coisa que batismo. Que batismo
significa purificação do pecado pela regeneração do Espírito e purificação da culpa do pecado pela retidão
de Cristo, a retidão da fé, aparece diretamente no Novo Testamento. Que, nós já temos encontrado, é o
verdadeiro significado da circuncisão. Existe, entretanto, uma identidade básica sobre sentido e
significado. Circuncisão, carregando o mesmo significado do batismo, era administrada a crianças que
nasciam debaixo de um pacto de relacionamento e privilégio que era derramado do pacto feito com
Abraão.
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O Sinal Perpétuo do Pacto


Nós já descobrimos que a dispensação do evangelho está de acordo com, e em busca do pacto
feito com Abraão. Ele, Abraão, é o pai de todos os da fé. Aqueles que são da fé são abençoados
juntamente com Abraão. Agora, se crianças nascem de pais crentes debaixo da antiga dispensação elas
recebiam o sinal do pacto, um sinal do pacto que carrega o mesmo significado central como o batismo o
faz, devemos nós crer que crianças estão excluídas do sinal e selo do pacto no Novo Testamento? Isso não
deve ser muito estressado que a administração neotestamentária é a elaboração e desenvolvimento do
pacto abraâmico. Se crianças são excluídas agora, deve ser entendido que essa mudança implica em uma
reversão completa ou aversão à prática divina primeiramente instituída. Então devemos perguntar
seriamente: podemos nós encontrar no Novo Testamento alguma dica ou direcionamento de tal
reviravolta? Mais particularmente, tem o Novo Testamento revogado tão expressivamente pensado e
autorizado um princípio como a inclusão das crianças no sinal e selo do pacto? E uma prática da divina
administração do pacto da graça, que tem sido exercida por mais de dois mil anos foi simplesmente
excluída?
Quando nós examinamos o Novo Testamento, não podemos encontrar tais evidências. Mas, em
vista da identidade básica e significado da circuncisão e batismo, em vista da unidade e continuidade do
pacto nos termos pelos quais o sinal do pacto nos foi dado, nós podemos dizer com confiança que a
evidência de rejeição é determinante se a prática ou princípio devem ser excluídos. Então, na ausência de
rejeição e na presença de uma evidência de continuidade do pacto, nós concluímos que a administração
do sinal para as crianças filhos e filhas de crentes têm garantia e autoridade divina perpétua. São
simplesmente essas considerações que conclamam o ponto de John Lightfoot, “Não é proibido batizar
crianças, entretanto eles não devem ser batizados”. O mandamento divino para administrar o sinal do
pacto às crianças não foi revogado, então ele ainda está em vigor.

Objeções Inválidas
Os oponentes ao batismo infantil querem apelar para o fato que não existe um mandamento
expresso para o batismo infantil e que nós não temos no Novo Testamento um caso explícito e provado de
batismo infantil. A resposta para tal objeção é aparente. Em vista das bases as quais, por autoridade
divina, a inclusão das crianças não repousa na recepção do sinal do pacto, um mandamento expresso ou
um caso concreto não é necessário.
Também será questionado que existem diferenças entre circuncisão e batismo. Por exemplo,
circuncisão era administrada somente para homens, batismo é administrado tanto para homens quanto
para mulheres. Essa diferença, obviamente, não é negada. Mas como objeção é singularmente inválida.
Devemos lembrar que essa diferença não só é em termos de homens e mulheres como também de crianças
e adultos. Sendo adultos, assim como crianças em Israel somente homens carregavam esse sinal do pacto.
No Novo Testamento mulheres adultas, assim como homens adultos, carregam o sinal do batismo. Se
essa diferença é manifestada entre adultos porque também não deveria ser manifestada entre as crianças?
A abolição da distinção entre gêneros entre crianças é perfeitamente harmonioso com esse assunto de
gêneros também entre adultos. De fato, se batismo é administrado para crianças, então a abolição da
distinção entre crianças, homens e mulheres, segue necessariamente a prova da abolição da distinção
entre adultos, homens e mulheres.
Porque na sabedoria divina debaixo da antiga economia um sinal foi escolhido que não pudesse
ser administrado para as mulheres não cabe a nós saber. Mas a extensão do sinal do pacto incluir
mulheres como membros da igreja no Novo Testamento está durante todo o tempo de acordo com a
expansão do privilégio que a revelação do Novo Testamento sinaliza. Nas palavras do Dr. Samuel Miller,
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“Ainda que o batismo declaradamente venha para tomar o lugar da circuncisão, existem pontos que o
atual difere na forma do antigo sinal. E ele difere precisamente de acordo com aqueles pontos em
referência na qual o Novo Testamento difere do Antigo Testamento e ser mais expansivo, e menos
cerimonial. Batismo não é uma restrição cerimonial ao oitavo dia, mas pode ser administrado em qualquer
hora e qualquer lugar. Não está confinado a um gênero, mas, a gloriosa dispensação da qual é o selo, ela
marca a expansão do privilégio, e é administrada de uma forma que lembra que ‘Não há Grego, nem
Judeu, nem escravo ou livre, nem homem ou mulher, na administração cristã, mas somos todos, um em
Cristo Jesus’”.

DONS ESPIRITUAIS

COMPREENDENDO SEU DOM4


O Espírito Santo equipou a igreja com dons para que cada um, individualmente, expressa a vida
do Senhor que nele habita. Quando os filhos de Deus se utilizam dos dons espirituais, a Igreja cresce num
conjunto harmônico, cheio de vitalidade. Quando não há o uso devido dos dons e, sim se utilizam
métodos de negocio, fazendo a igreja funcionar como uma empresa, com processos organizacionais e
pressão política mundana, o resultado é a frustração e fracasso da igreja.
O nosso desejo é redescobrir o programa divino para o funcionamento do corpo. E isto é um
desafio estimulante para todos nós.
Você, irmão, deve ter a consciência de que Deus o equipou com um esquema de dons espirituais
bem característicos, e de que Ele o colocou exatamente no lugar onde Ele quer que você exerça esses
dons. Não há experiência melhor no mundo do que se sentir instrumento nas mãos de Deus para atuar na
vida de outras pessoas.

Os DONS são uma capacidade ou função específica que o crente tem no corpo de Cristo. A
Palavra usada para dom é “que vem de”, é a capacidade de servir dada a todo o verdadeiro crente sem
exceção, e que ninguém possui antes de se tornar cristão. “Este dom é colocado em nós pelo Espírito
Santo sempre que uma pessoa passa das trevas para a luz ela recebe, não só a salvação, mas um dom
espiritual que ela deve descobrir e desenvolver”.
Veja a lista dos dons nas seguintes passagens: 1Co 12.28; 1Co 12.8-10; Ef 4.11; Rm 12.6-8; 1Pe
4.11. Neste momento analisaremos os que geram mais divergência de opiniões, a saber:

FÉ => Esta fé aqui é diferente da fé salvadora; diferente também de “uma só fé” (mencionada em
Ef. 3.3-6) que é o conjunto da revelação divina. O que Paulo está dizendo aqui é, em essência, o que
chamamos de visão espiritual. É a capacidade de ver algo que precisa ser feito e de crer que Deus o fará,
mesmo que pareça impossível.
Esse dom de fé é o equipamento espiritual e sobrenatural do crente, para lhe conceder o poder
sobrenatural de confiar nas ocasiões em que só um milagre glorioso poderia alterar a situação, confiar
quando tudo está aparentemente perdido; confiar quando não há a mínima esperança de uma solução (Hb.

4
Héber Campos
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11.1). O dom da fé é aquele milagroso poder sobrenatural de solicitar uma intervenção divina, e formar
um ambiente propício para a realização dela.
Tendo esse tipo de fé, (portanto, tendo este dom) uma pessoa se põe em ação e realiza o que é
necessário em nome de Jesus.
Todo o grande empreendimento cristão foi iniciado por um homem ou mulher que possui o dom
da fé. Uma pessoa que tem esse dom, ao ver uma necessidade, ela logo se movimenta para enfrenta-la,
não importando se ela vê ou não suprimentos adequados ou fundos para isso. Ela trabalha porque crê que
isso é necessário fazer e crê que Deus a suprirá.
A grande diferença entre alguns evangélicos é se este dom é um produto do esforço humano, ou
seja, se é a pessoa pelo seu esforço que produz esta fé em sua vida, ou se é uma dádiva vinda de Deus
independente do ser humano. Nós, presbiterianos, cremos que “pela graça sois salvos, mediante a fé; e
isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8-9). Deus nos
concede a fé gratuitamente, bem como a santificação ao nos tirar do império das trevas e nos transportar
para o da luz (Cl 1.13), daí em diante, ele lança sobre o ser humano a responsabilidade de exercitar,
aperfeiçoar esta fé e santificação. Contudo, permanece o fato: é um dom (dádiva) de Deus.

CURAS => Isso deve ser entendido como curas em todos os níveis da necessidade humana: a cura
do nosso corpo, das nossas emoções, e da nossa alma. Cremos que esse é um dom raro hoje, porque as
pessoas tendem a glorificar o ser humano e não a Deus.
O dom de curar, entretanto, é freqüentemente concedido no plano emocional e espiritual. Muitos
cristãos, tanto leigos como clérigos, são equipados pelo Espírito para ajudar pessoas com problemas
emocionais ou espirituais. Eles são excelentes conselheiros porque são capazes de praticar a compaixão
necessária para ajudar essas almas feridas.
Uma cura pode acontecer mediante uma oração, um aconselhamento ou uma intervenção de
médica.
Diretamente associado ao dom de cura (1Co 12.9; 28), está o dom de Misericórdia (Rm 12.8) e o
de Socorros (1Co 12.28). Se você meditar cuidadosamente nestes textos, à luz do que seria o propósito de
Deus em concedê-los, você há de chegar à conclusão que o interesse de Deus é abençoar o ser humano,
para tanto, Ele equipa pessoas com amor e capacidade de transmitir Seus benefícios.

DISCERNIMENTO DE ESPÍRITOS => Esta é a capacidade de distinguir entre espírito do erro


e o espírito da verdade, antes que a diferença seja manifesta através dos resultados. Trata-se da habilidade
concedida por Deus de reconhecer um mentiroso antes que sua mentira se torne evidente.
Exemplo: Quando Ananias e Safira vieram a Pedro, trazendo aquilo que eles diziam ser o preço
integral de uma terra que tinham vendido, mas que realmente tinham reservado uma parte pra si mesmos,
Pedro exerceu o dom do discernimento ao dizer: “Por que entrastes em acordo para tentar o Espírito do
Senhor? Não mentistes aos homens, mas a Deus”. (At 5).
Aqueles que tem esse dom podem ler um livro e perceber nele a sutileza de um erro ou ouvir uma
mensagem e apontar nela aquilo que está errado. Os que recebem este dom sabem distinguir entre os
verdadeiros e os falsos possuidores de dons Espirituais e, alem disso, distinguem a proveniência das
manifestações sobrenaturais evidentes. Na igreja de Corinto assim como em algumas igrejas nossas hoje,
não faltavam manifestações de verdadeiras maravilhas, mas a dificuldade é saber qual é a fonte dessas
maravilhas, Deus, diabo, mente, etc.
O problema com este dom é que alguns criam um sensacionalismo e começam a “ver” demônio
em tudo. Lembre-se que a maior arma de satanás é o engano.
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PROFECIA => Este é o maior de todos os dons, como o demonstra o apóstolo Paulo ao dedicar
todo o capítulo 14 de 1 Coríntios. A pessoa que tem esse dom é capacitada pelo Espírito Santo para
discernir corretamente a Palavra de Deus para outras pessoas, levando as pessoas à compreensão da
Palavra de Deus.
O efeito do dom de profecia é edificar e consolar as pessoas (1 Co. 14.3). Quando um homem ou
uma mulher possui este dom, ele edifica, encoraja e estimula os outros. Nem todos que são profetas são
pregadores no estilo que nós conhecemos. Muitos leigos têm o dom de interpretar a Palavra de Deus para
a vida das pessoas. Muitos têm esse dom e o deviam estar praticando.
A divergência entre os evangélicos está no fato de que alguns crêem que profetizar seria o fato de
“revelar” algo de Deus para a pessoa, semelhante ao que vemos no Antigo Testamento, quando um
profeta declara “Assim diz o Senhor...”. Contudo, é importante lembrarmos que “A Lei e os Profetas
vigoraram até João” (Lc 16:16), ou seja, o ministério profético nos moldes do Antigo Testamento foi
encerrado, surgindo uma nova aliança, onde a profecia é totalmente diferente, é através da divulgação e
ensino da Palavra (Bíblia) de Deus.

O entendimento da transição do Antigo Testamento para o Novo é de fundamental importância


para o exercício de uma fé e doutrina saudável. Há uma progressão na revelação divina, de forma que
tudo que observamos no AT aponta para o NT. Vejamos algumas das principais implicações:

ANTIGO TESTAMENTO NOVO TESTAMENTO


Culto – liturgia composta basicamente de oração,
Culto – composto dos rituais com
 cânticos de adoração, pregação da Palavra de
holocaustos, incenso, ofertas pacíficas,...
Deus, ministração dos sacramentos
Expiação pelo pecado – sacrifícios de animais  Expiação pelo pecado – sacrifício de Jesus
Santa Ceia – sacramento instituído por Jesus
Páscoa – ritual que relembrava a libertação
 usado para relembrar seu sacrifício e a comunhão
do cativeiro egípcio
com seus discípulos
Batismo – sacramento instituído por Jesus para
Circuncisão – sinal que identificava,
 identificar seus discípulos. É o ritual de entrada no
distinguia, o povo de Deus
corpo de cristo, a igreja.
Profecias – caracterizadas por profetas aos
Profecias – caracterizada pela exposição, anúncio,
quais Deus falava diretamente. Eram
 da Palavra de Deus revelada totalmente na Bíblia.
revelações porque a Bíblia ainda não havia
Leia Hb 1.1-2; Lc 16.16; Mt 5.18; Gl 1.8-9)
sido escrita.
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BATISMO NO (COM O) ESPÍRITO SANTO E DOM DE LÍNGUAS => Há uma


grande diferença entre a doutrina pentecostal e a reformada. Primeiramente, eu diria que nossos irmãos
pentecostais são merecedores de respeito e elogio por seu serviço ao Senhor, o que não nos impede de
discordarmos de algumas doutrinas deles. Essa é uma delas. Veja o nosso entendimento:

O CULTO ESPIRITUAL5

Capítulo 1 - REVELAÇÃO E PROFECIA


Introdução:
Antes de aprofundarmos no assunto sobre profecia, revelação e o dom de línguas, é preciso
enfatizar que, o homem só pode conhecer a Deus na medida em que Ele se faz conhecido. Ou seja, Deus é
quem toma a iniciativa de se revelar ao homem. O homem não tem capacidade em si mesmo e por si
mesmo de descobrir que Deus existe, sem que o Senhor tenha se revelado.
Foi Deus quem tomou a iniciativa de se revelar, de se mostrar. Rm. 1.19. Sem a revelação, o
homem nunca teria e nem seria capaz de adquirir qualquer conhecimento de Deus. Não é a razão humana
que O descobre, contudo, pela aplicação da razão humana santificada ao estudo da Palavra de Deus, o
homem pode, sob a “direção do Espírito Santo”, obter sempre um conhecimento crescente de Deus.

DOIS MODOS DE REVELAÇÃO - Primeiramente, é preciso definir o que é ‘revelação’. Muitos


tem confundido revelação com profecia, sendo que as duas são distintas uma da outra.
Revelação: É o ato de Deus se apresentar ao homem. É tirar algo para fora que está oculto. A
revelação têm a ver com mistério.
Profecia: É o ato, ou a garantia de que os eventos profetizados aconteceram e irão acontecer,
visto que Deus está no controle. Profecia não é presciência, não é um prognóstico do tipo: “com quem vou
me casar, se vou me dar bem na vida, etc.”
A profecia divina é absolutamente necessária para que tenhamos uma idéia da existência de Deus e
de quem Ele é, e o que faz!
E Deus se revela de duas formas, o que chamamos de:
- Revelação Geral = Natural = Criação.
- Revelação Sobrenatural = Especial = Bíblia.

REVELAÇÃO GERAL - A Revelação Geral é a revelação NÃO VERBAL de Deus o Criador. É


manifestada aos homens universalmente através da criação.
Deus revela de várias formas nesse aspecto geral:
Na Natureza => Deus como Criador da natureza deixou marcas de Sua pessoa e de Seu caráter na
criação - Sl. 19.1; Rm. 1.20.
No Ser Humano => As Escrituras diz que Deus fez o homem à Sua imagem e semelhança - Gn.
1.26. O homem após a queda não perdeu a imagem e semelhança de Deus, se não ele deixaria de ser
homem, essa imagem hoje está ofuscada.
• Gn. 9.6 - Após a Queda, o homem é chamado de imagem de Deus.
Na História Humana => Os atos de Deus na história nos diz quem Ele é. Os acontecimentos
históricos desde a criação do mundo, na vida do povo de Israel ou individualmente, comunicam a

5
IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL, Supremo Concílio. Cartas Pastorais. Ed. Cultura Cristã. Cambuci/SP. 1995
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existência de Deus. Este modo de revelação geral, não é suficiente para levar os homens ao conhecimento
salvífico de Deus, ou seja, não pode salvar o homem.

REVELAÇÃO ESPECIAL - A Revelação Especial é a revelação VERBAL DE DEUS, é o


próprio Deus falando ao homem através de figuras, palavras e pessoalmente.

Alguns Modos de Revelação Especial


Revelação Por Manifestação Externa - Teofania: Na Teofania, Deus aparecia a pessoa e lhe
falava diretamente. A pessoa que recebia esta revelação de teofania, via alguma coisa ou ouvia alguma
coisa.
* Gn. 2.15-17; 3.8 => Aqui vemos Deus falando pessoalmente com Adão. A teofania é
predominante no período de Adão até Moisés. Da criação até Moisés este é o modo mais característico de
Deus se manifestar.
* Deus apareceu a Abraão - Gn. 18.1; A Isaque - Gn. 26.2; A Moisés - Êx. 3.2.
Deus apareceu menos freqüente após o período de Moisés, mas há algumas manifestações externas
em períodos posteriores, vejamos: Apareceu a Jó - Jó 38.1; A Elias - I Rs. 19.11-13.
Este tipo de revelação envolve uma presença pessoal de Deus (fogo, anjo, homem, fumaça, nuvem,
etc). Vejamos agora uma outra forma de Deus se revelar ao homem.

2. Revelação Por Manifestação Interna - Profecia: Sugestão - De agora em diante, Deus decide
revelar-se ao homem através de sonhos e visões, característica que perdurou através de todo o ministério
profético. Deus resolveu não mais dirigir-se ao homem em teofanias.
A revelação de Deus agora alcança o povo através de um “profeta”, que recebe a mensagem
diretamente de Deus.
a - O Tempo em que este Modo foi Predominante: Ela vai de Moisés até João Batista - Mt. 11.13.
Na teofania, Deus fala diretamente ao homem. Na profecia, Deus dá a Sua revelação por meio de sonhos
ou visões. A visão ou o sonho é alguma coisa menos íntima do que a teofania. Agora, ambas são
mensagens de Deus.

O DOM DA PROFECIA - A Natureza da Profecia


Os profetas do Velho Testamento foram pessoas vocacionadas por Deus, que falaram da parte de
Deus e comunicaram Sua mensagem ao Seu povo.
O profeta, não era profeta porque decidiu ser, o ministério profético não nasce de uma vontade
humana! Deus é quem escolhe a pessoa para ser profeta, a escolha parte de Deus.
No Velho Testamento havia critérios para se saber se o profeta era realmente ou não um profeta de
Deus.
O teste da verdadeira profecia era o seu cumprimento - Dt. 18.20-22; 1 Rs. 13.3,5.
Hoje = Os profetas modernos quando profetizam algo para alguém, e o que foi profetizado não se
cumpre, eles alegam que não tivemos fé suficiente. Ora, onde está na Bíblia que o cumprimento de uma
profecia depende da fé de alguém? A base para o cumprimento de uma profecia está no próprio Deus, e
não na fé.
Deus não depende da nossa fé para fazer ou para cumprir algo, Ele depende dele mesmo! A fé é
essencial, pois é a “certeza das coisas que se esperam”, pois, a fé que temos, foi Deus quem nos deus, mas
não nasceu espontaneamente em nós.
Sendo assim, aquilo que foi profetizado, se veio da parte de Deus, tem de se cumprir, caso
contrário, algo esta errado.
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As Escrituras Sagradas fazem distinção claríssima entre profecia e adivinhação, que é uma prática
condenada - Lv. 19.26; Dt. 18; 9-14; Mq. 3.6,7,11.
A Bíblia nos mostra alguns modelos condenados de adivinhação.
* Ez. 21.21 => Consistia em atirar flechas para o ar. A sorte se lia pela posição em que caiam as
flechas. Adivinhação pelo fígado de animais sacrificados aos deuses.
* Gn. 44.5 => Adivinhação com copo com água.
Toda a profecia vinda de Deus, usualmente começava nestes termos: “A palavra do Senhor veio até
mi...” ou, “Assim diz o Senhor...”.
* 2 Rs. 3.17 - Jz. 6.8; 1 Rs. 20.13; 20.28; 2 Cr. 12.5 - Em nenhum caso, o profeta dizia as suas
próprias palavras.
No Velho Testamento há várias palavras para “profeta”. A mais conhecida é aybn (nabí). Ela
expressa a idéia de alguém que fala por outro, como “sua boca” (Êx. 4.16; Jr. 15.19. O profeta era,
primariamente, alguém que falava da parte de Deus, inspirado e orientado por Ele.
Os sucessores dos antigos profetas foram os apóstolos do Novo Testamento, os quais receberam um
chamado específico.
Como no Antigo Testamento, os profetas do Novo Testamento eram capazes de prever futuros
eventos, os quais se cumpririam exatamente como preditos, também exortavam e confortavam as Igrejas.
* At. 11. 27,28; 21. 8-11 - Estes são os dois únicos casos registrados no Novo Testamento de
profecia preditiva relacionadas com eventos contemporâneos e a vida particular de alguém. Note que, em
ambos os casos, estas profecias envolviam a vida do apóstolo Paulo e suas viagens missionárias.
* 1 Co. 14.3; At. 15.30-32 - A revelação recebida pelos profetas nas Igrejas locais consistia em uma
mensagem “baseada na própria Escritura - vv.30,31, que visava edificar, confortar e instruir a Igreja, à
semelhança dos profetas do Antigo Testamento, cuja atividade principal consistia em aplicar a Palavra de
Deus às consciências do povo.
* 1 Co. 14.29 - Fosse qual fosse a natureza da profecia, ela deveria ser examinada e julgada pelos
demais profetas (observe o imperativo “julguem”), para ver se estava em harmonia com a doutrina
apostólica. Notar que exige dos profetas reconhecimento de que seu ensinamento é palavra de Deus -
v.37, não eram para ser aceitas sem avaliação e exame.
* 2 Pe. 1.20,21 - Pedro aqui, declara que “nenhuma profecia da Escritura provém da própria
interpretação do profeta”. Nenhuma profecia autêntica era comunicada “pela vontade do homem”.
Muitas profecias nas Escrituras, quando apareciam, era na forma de condenar pecados ocultos,
* Js. 7.10,11,13; Mt. 3.1,2,7,8 - Hoje em dia, a maioria dos profetas modernos, só falam coisas boas
e promissoras, usam deste artifício para manter as pessoas em sua volta, sem jamais confrontar com o
pecado das pessoas.
A Igreja precisa de homens que não tem medo de falar a verdade. João Batista foi decapitado por
falar a verdade. O profeta é aquele que perde sua cabeça, mas que fala a verdade.
Você talvez pense: “Muito do que é dito dá certo...”. Só que, existe uma grande diferença entre “dar
certo” e, “ser certo”. Não posso acreditar em algo só porque dá certo - o critério deve ser outro. Muitas
coisas que acontecem num terreiro de macumba dão certo, caso contrário, não havia tantas procuras para
tais práticas. Agora, o que fazem lá é certo?? (a falsa profecia não é porque não se cumpre, ela se cumpre;
ela é chamada de falsa porque tende a me afastar da verdade). Não podemos seguir algo só porque
funciona, tem que estar de conformidade com a verdade, caso contrário, estaremos correndo risco.
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Critérios Para Se Avaliar Um Profeta


Como é a vida dele => 1 Rs. 17.24; 2 Rs. 4.8,9 - Veja se aquilo que ele diz condiz com aquilo que
ele prega. Ele tem que viver o que prega e pregar o que vive.
Se o que Ele fala está de acordo com a Bíblia => Mt. 7.15,16 - A função do profeta na Bíblia é ter
o ouvido para Deus e a boca para o povo. Hoje é ao contrário.

A Contemporaneidade da Profecia
As Escrituras registram que Deus se revelou muitas vezes e de muitas maneiras através dos profetas
ao povo, e agora, nos últimos dias, se revelou através do Seu Filho - Hb. 1.1,2. Essa revelação em Cristo
se encontra registrado nas Escrituras, a qual é a nossa única regra de fé e prática, e através da qual Deus
ordinariamente guia o Seu povo. Assim, revelações ou predições de eventos relacionados com a vida de
indivíduos não devem ser encorajadas, esperadas como ocorrência normal e costumeira durante as
reuniões do povo de Deus, e nem recebidas sem avaliação e exame.
A profecia, como exposição das Escrituras no poder do Espírito Santo, permanece na Igreja de
Cristo em todas as épocas, e deve ser desejada e recebida como sendo o melhor dos dons - 1 Co. 14.1,39.
* Ap. 19.10 - Significa que o propósito e o cerne da profecia é o testemunho da verdade sobre
Cristo, a qual se encontra revelado nas Escrituras - Jo. 5.39.
* Ef. 2.20; 3.5 - O fundamento da Igreja é Cristo. Ao difundir o Evangelho, os apóstolos estavam
lançando o fundamento da Igreja - 1 Co. 3.10,11.

CAPÍTULO 2 - O DOM DE LÍNGUAS


A questão das línguas na Igreja hoje, continua a ser uma fonte de vasta diferença de opinião.
Algumas pessoas se revelam entusiasmadas, outras não, e tem aqueles que não sabem que posição tomar.
Não podemos negar que algo chamado ‘falar em línguas’ esteja ocorrendo na Igreja hoje. O que fazer?
Toda e qualquer experiência religiosa deve passar por um teste objetivo da Escritura.

O Batismo Com O Espírito Santo - O batismo com o Espírito Santo foi prometido por Deus
através do profeta Joel e de outros profetas no Velho Testamento, bem como de João Batista, e pelo
Senhor Jesus Cristo no Novo Testamento.
* Jl. 2.28,29; Is. 32.15; Ez. 36.26,27;
* Jo. 7.37-39; Mt. 3.11 - João Batista está dizendo que Cristo iria batizar o Seu povo com o Espírito
Santo e com fogo. Que tipo de batismo seria este que vem acompanhado de fogo? Este batismo aqui não é
dom de línguas, pois o texto em nenhum momento está falando em dons, o ponto central aqui está na
pessoa e no ministério de Cristo. O capítulo 3 começa com uma pregação de arrependimento, e João diz
que aqueles que não se arrependerem serão cortados e lançados ao fogo - v.10, já o v. 11 é uma
continuação do v.10.
O fogo que João se refere aqui está se referindo ao dia de Pentecostes ou, ao juízo final, pois o v. 12
aponta para isso.
No ministério de Cristo nós não vemos Ele batizando ninguém, pois quem fazia isso eram os
apóstolos
* Jo. 4.1,2; Ef. 4.5 - A Bíblia está dizendo que só há um tipo de batismo. E este tipo de batismo
aqui não é o batismo doutrinário (Imersão, aspersão, etc), e sim o batismo espiritual, ou seja, a conversão.
A Escritura ensina que a experiência normal do batismo com o Espírito Santo coincide com a
conversão, não se confunde com a ‘segunda bênção’, referente ao derramamento do Espírito no livro de
Atos dos apóstolos.
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Línguas, Fenômeno Religioso - No Velho Testamento, não há referências de falar em línguas,


somente no Novo Testamento, e estão no livro de Atos e Coríntios.
É bom salientar que, Jesus Cristo, nosso salvador, Mestre e modelo, não falou em línguas. Os
apóstolos, não falaram em línguas. Nas sete Igrejas do livro de Apocalipse, não se registra nada sobre
falar em línguas, nem na Igreja padrão, a de Filadélfia, contra o qual o Espírito Santo não faz restrições.
Somos herdeiros da Reforma, e nenhum reformador falava em línguas, e eram homens cheios do Espírito
Santo.
O falar em línguas, como já vimos, é anterior ao cristianismo, e não uma herança do Novo
Testamento, existiu porém dentro da Igreja Primitiva, na comunidade de Corinto, que é uma Igreja que
não serve de modelo de santidade.
Depois dos tempos apostólicos, a continuidade de falar em línguas surgiu no movimento herético
chamado de montanismo, condenado pela Igreja verdadeira. O montanismo foi fundado por Montano, um
homem que dizia ser a própria encarnação do Espírito Santo.

As Línguas no Novo Testamento eram Idiomas Estrangeiros


* At. 2.3,6 => O enfoque é muito claro: “Cada um os ouvia falar em sua própria língua”.
* At. 10.45,46; 11. 15,16 => O principio que Pedro se refere é ao acontecimento de Atos 2. Observe
o v. 16 - “...mas sereis batizados com o Espírito Santo”, lembra do Mateus 3.11?!
* v. 17 - Pedro diz claramente que o dom do Espírito Santo tem a ver com conversão.
* 1 Co. 14. 18,19 => Paulo afirma que ele fala em línguas mais do que todos eles. No próximo
versículo ele introduz dizendo que, com referência à Igreja, preferiria falar claramente, num idioma que
edifique. A preocupação de Paulo era com a edificação!
* 1 Co. 14.27,28 => Todo o contexto trata do ordeiro funcionamento dos dons no seio da Igreja.
Paulo enfatiza que aquele que fala em línguas, sem um intérprete, deve permanecer em silêncio. O
apóstolo não proíbe o uso de línguas, mas as línguas só podem ser exercidas na Igreja quando o interprete
estiver presente.
Afinal, a experiência deve ser julgada pela Escritura, e não vice-versa.
* 1Co 14.4 => Como falar em línguas causa edificação? As línguas, como a profecia, era um dom
verbal; e os dons verbais edificam comunicando entendimento. Ele deve entender e crer no que ele diz v.
33.
Falarão Novas Línguas?
O Dom de Línguas não é Geral => 1 Co. 12.10; 14.5 - Há crentes regenerados que o Senhor não
agraciou com o dom de línguas. Mas, não são menos crentes e nem menos abençoados por causa disso.
O Sinal do Crente é a Regeneração => O crente é conhecido pela sua conversão, não pelos dons
que têm.
A Relação dos Dons Ministeriais => 1 Co. 12.28 - Veja a seqüência dos dons... O dom de línguas
está em último lugar na enumeração geral dos dons secundários. Línguas aqui, no grego diz: “gené
glosson”, significa variedades de línguas existentes; línguas diversas, línguas de vários povos. “Gene”
vem de “geros”, geração, descendência, raça. Não há no original (grego) a idéia de “línguas estranhas” ou
“língua de anjos”.
Corinto não é Modelo => A Igreja de Corinto, principalmente pelo dom de línguas, tem sido
modelo doutrinário e litúrgico para uma grande maioria de Igrejas modernas. As diferenças doutrinárias e
práticas entre Jerusalém, a Igreja-mãe e Corinto são enormes e profundos. A ética corintiana deixa muito
a desejar. A manifestação de línguas em Corinto não gerou uma Igreja santa, temente a Deus. Pelo
contrário, foi uma Igreja comprometida seriamente com a mundanismo, a corrupção, o desamor, etc.
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* Carnalidade - 1 Co. 3.1; 5.1-3;


* Imaturidade e Infantilidade - 1 Co. 3.1,2;
* Ciúmes, contendas, divisões - 1 Co. 3.3,4; 1.11-13;
* Demandas judiciais na justiça comum - 1 Co. 6.1-8;
* Incontinência e desregramento na Santa Ceia - 1 Co. 11.17-22;
* Pecado de Incesto - 1 Co. 5.1 - Onde estavam os que oravam em línguas? Se não se
sujaram pelas práticas mencionadas, sujaram-se pelo silêncio conivente, pela omissão.
Quem se mira em Corinto, toma por modelo uma Igreja nada recomendável.

CONCLUSÃO - Qual é a diferença entre os dons e os frutos do Espírito (Gl. 5)? Posso muito bem
exteriorizar um dom do Espírito e impressionar você, como por exemplo falar em outra língua; porém,
com os frutos do Espírito, eu influencio você. É preferível influenciar as pessoas do que impressioná-las.
O crente foi chamado para influenciar e não para impressionar. Devemos buscar tanto os frutos como
dons.
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BATALHA ESPIRITUAL
Não há como negar que a Igreja está envolvida numa guerra espiritual. A Escritura diz que
estamos num combate (Ef.6.10-20), temos uma batalha espiritual sim, mas não da forma como o
Movimento de Batalha Espiritual tem abordado este assunto. Pessoas têm defendido as mais loucas idéias
que se pode imaginar na área de conflito ou batalha espiritual. Contudo não condizem com o que as
Escrituras afirmam sobre o assunto. Este movimento não se baseia exclusivamente na Palavra de Deus,
ele não parte da suficiência da Escritura, e não se submete ao crivo da Bíblia. As fontes básicas do
movimento são: revelações especiais diretas de Deus e experiências práticas. E as principais afirmações
do movimento são:
• As diversas manifestações de miséria e decadência são resultado de opressão maligna
• os principados e potestades se alimentam da iniqüidade humana
• exercem controle sobre as estruturas sociais, econômicas e eclesiásticas
• existência de espíritos territoriais

O diabo é apenas uma criatura, mas ele é pintado pelo Movimento parecendo ter um poder, senão
igual, mas pelo menos independente de Deus. O diabo não é um poder independente de Deus; ele só faz o
que Deus permite, e Deus o usa inclusive nos seus propósitos. O que acontece no mundo não é
determinado pelo conflito de duas forças opostas, uma boa e outra má, como se Deus e o diabo fossem
iguais e estivessem lutando pelo controle do mundo. Pelo contrário, o ensino das Escrituras é que Deus é
o Senhor, ele é o Eu Sou (Ex.3.14). Ele tem todas as coisas debaixo do Seu controle e o diabo não age
sem sua permissão.
Reconhecemos que a Escritura afirma a existência e a realidade das forças espirituais do mal. Em
Efésios 6, Paulo fala sobre essas forças espirituais, organizadas e lideradas pelo diabo. Elas são
poderosas, perversas, más, astutas, inteligentes e estão em franca oposição a Deus, a Cristo e à Sua Igreja.
Mas o movimento “Batalha Espiritual” deixa de ensinar o que é mais importante: Essas forças malignas
já estão derrotadas. O ponto central é que, na cruz, Cristo ganhou a batalha contra as forças espirituais do
mal, contra Satanás.
Em Gênesis 3.15 a Escritura afirma que viria um descendente da mulher, semente da mulher, que
esmagaria a cabeça da serpente; e a Escritura não deixa dúvida que isso aconteceu na cruz do calvário. A
figura de “esmagar a cabeça” não poderia ser mais apropriada ou seja: foi dado um golpe final, não há
retorno, foi dado um golpe mortal
Ainda em Colossenses 2.14-15 o apóstolo Paulo usa uma linguagem que vem do campo militar,
essa idéia de despojar, de expor ao desprezo, triunfar é uma linguagem que vem das batalhas do mundo
antigo. Quando um adversário era vencido ele sabia que ia ser despojado, o vencedor lhe tirava os bens,
as mulheres, os filhos, o gado e ainda levava as armas do guerreiro vencido; ele era completamente
despojado. Todas as armas da cidade vencida eram levadas. A cidade era desarmada para que não
houvesse outra rebelião. O sentido é de que Cristo desarmou, na cruz, os principados e potestades,
expondo-os publicamente ao desprezo e triunfando deles na cruz. Paulo está dizendo que, na cruz, Cristo
desarmou os principados e potestades; é a mesma expressão de “principados e potestades” que aparece
em Efésios 6. A Escritura afirma de forma indiscutível que na cruz Cristo triunfou.
Na passagem de João 12.31-33, o Senhor Jesus está dizendo que na sua morte o príncipe desse
mundo seria expulso. Ou seja, ele está dizendo a mesma coisa que Paulo, em Colossenses 2.14,15, e o que
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Moisés escreveu em Gênesis 3:15. As expressões “esmagar a cabeça”, “desarmar”, e “expulsar o príncipe
desse mundo” referem-se, todas elas, a Satanás.
Para uma compreensão adequada dos ensinamentos do Movimento de Batalha Espiritual, deve-se
entender a soberania de Deus, a suficiência das Escrituras, a decadência da raça humana e a suficiência da
obra de Cristo. Uma vez que esses pontos sejam firmemente defendidos e ensinados haverá pouco espaço
para que os erros da batalha espiritual penetrem em nossas igrejas.
O Movimento defende ainda que, o crente pode ficar endemoninhado. Contra esta afirmativa
podemos citar: Colossenses 1:13-14, quando os indivíduos são salvos eles são arrancados do domínio das
trevas; Romanos 8:37, onde o contexto é o da segurança do crente, no entanto encontramos que ao crente
é prometida vitória através de Cristo; 1 Coríntios 6.19, o crente é habitado pelo Espírito Santo. É
inconcebível que o Espírito Santo fosse partilhar nossos corpos com um demônio; 2 Tessalonicenses 3:3,
afirma que por causa da fidelidade do Senhor estamos protegidos do maligno.
Não só o Movimento de Batalha Espiritual deriva de fontes extra-bíblicas, como também
contradiz muito do que o Novo Testamento nos ensina acerca de demônios. Eles dizem que os demônios
têm nomes que refletem suas influências. Nomes tais como "luxúria", "assassinato", "inveja", "mexerico",
“Zé Pilintra”, “Pomba-gira”, “Tranca Rua”, etc. Contudo, em nenhum lugar nas Escrituras encontramos
qualquer base para tal ensino.
A Escritura diz que em relação ao diabo temos que ter um papel defensivo (1Pd.5:6-9; Tg.4:7;
Ef.6:10-18).

Sobre o diabo e os demônios, ratificamos que eles são criaturas, ou seja, foram criadas por Deus,
logo, estão sob seu domínio, quer gostem e aceitem ou não. Todos estão debaixo da soberania divina e só
agem mediante permissão de Deus.
Quanto à questão do mal e da maldição, muita confusão já foi gerada, pelo mesmo erro ontológico
de Deus e seu governo. Os defensores da Batalha Espiritual afirmam que todo mal é demoníaco, quer seja
ele de ordem natural ou sobrenatural. Tudo que é ruim, indesejável, doloroso ou triste, é resultado de uma
ação demoníaca. Deste uma dificuldade para ler a Bíblia, uma angústia vivencial, até mesmo uma dor de
cabeça. Sobre o mal, é bom entendermos:
“O mal existe no mundo sob duas formas, ambas reconhecidas claramente nas Escrituras: o mal
moral e o mal circunstancial. No primeiro caso, temos o pecado, em todas as suas formas variadas. No
segundo, a miséria, a dor, o sofrimento, as doenças, enfim, as circunstâncias que causam pesar e
sofrimento aos homens. Estes males são resultado do mal moral que existe no universo. Enquanto que o
mal moral em si é o resultado da desobediência do homem, tentado ou não pelo diabo, males
circunstanciais podem em algumas ocasiões ser o resultado da ação direta de demônios”.6
A respeito da possessão demoníaca de crentes, a qual os defensores da Batalha Espiritual
defendem como possível, reafirmamos que tal aberração é totalmente impossível. Nem mesmo a dita
“demonização”, que seria segundo eles, a influência de demônios habitando certas áreas de suas vidas.
Segundo esta idéia, poderíamos ter, como já foi defendido por alguém, um pessoa crente, pastor de igreja
a muito tempo, com um “demônio da dor de cabeça”. 7 As escrituras são taxativas ao afirmarem a
perseverança dos santos. A CFW (Confissão de Fé de Westminster) no seu CAPÍTULO XVII - DA
PERSEVERANÇA DOS SANTOS, esclarece três pontos básicos a este respeito:

6
POWLISON, David, Apud: LOPES, Augustus Nicodemus, O que voce precisa saber sobre Batalha Espiritual, São Paulo-
SP, Editora Cultura Cristã, 2001, p. 83.
7
do livro Porcos na Sala
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I. Os que Deus aceitou em seu Bem-amado, os que ele chamou eficazmente e santificou pelo seu
Espírito, não podem decair do estado da graça, nem total, nem finalmente; mas, com toda a certeza hão de
perseverar nesse estado até o fim e serão eternamente salvos. Fl 1:6; Jo 10:28-29; IPe 1:5, 9.
II. Esta perseverança dos santos não depende do livre arbítrio deles, mas da imutabilidade do
decreto da eleição, procedente do livre e imutável amor de Deus Pai, da eficácia do mérito e intercessão
de Jesus Cristo, da permanência do Espírito e da semente de Deus neles e da natureza do pacto da graça;
de todas estas coisas vêm a sua certeza e infalibilidade. II Tim. 2:19; Jer. 31:3; João 17:11, 24; Heb 7:25;
Lc 22:32; Rm 8:33, 34, 38-39; João 14:16-17; I João 2:27 e 3:9; Jr 32:40; II Ts 3:3; I João 2:19; João
10:28.
III. Eles, porém, pelas tentações de Satanás e do mundo, pela força da corrupção neles restante e
pela negligência dos meios de preservação, podem cair em graves pecados e por algum tempo continuar
neles; incorrem assim no desagrado de Deus, entristecem o seu Santo Espírito e de algum modo vêm a ser
privados das suas graças e confortos; têm os seus corações endurecidos e as suas consciências feridas;
prejudicam e escandalizam os outros e atraem sobre si juízos temporais. Sal. 51:14; Mat. 26:70-74; II
Sam. 12:9, 13; Isa. 64:7, 9; II Sam. 11:27; Ef. 6:30; Sal. 51:8, 10, 12; Apoc. 2:4; Isa. 63:17; Mar. 6:52;
Sal. 32:3-4; II Sam. 12:14; Sal. 89:31-32; I Cor. 11:32.
Assim, é bom que saibamos que nossa luta é biblicamente apontada contra três agentes: o mundo,
a carne e o diabo. Tendo isto em consideração e sabendo que Deus realmente é soberano, o caminho da
“batalha espiritual”, para usar o mesmo termo, é o da santificação e não o do exorcismo. Lemos, por
exemplo, em Tiago 4.6-8: “Antes, ele dá maior graça; pelo que diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá
graça aos humildes. Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a
Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o
coração”. O texto é claro em mostrar que nossa atitude deve ser primeiro de sujeição a Deus e segundo de
resistência ao diabo.
Por fim, queremos enfatizar o perigo que pode gerar uma hermenêutica distorcida, como esta
utilizada pelos defensores do Movimento da Batalha Espiritual. Já demonstramos que tais análises e ações
não possuem respaldo bíblico consistente. E a insistência em práticas não bíblicas caracteriza franca
desobediência, e isto entra em oposição a Deus. O que está em discussão não é grupo ou denominação A
ou B, mas uma teologia concreta que tem sido disseminada no meio evangélico. Portanto, reafirmamos
que esta teologia, nos moldes descritos acima, não é bíblica. E mais, conforme expressa o CATECISMO
MAIOR DE WESTMINSTER – Pergunta 105: Quais são os pecados proibidos no primeiro mandamento?
“...todos os pactos com o diabo; o consultar com ele e dar ouvidos às suas sugestões; o fazer dos homens
senhores da nossa fé e consciência...”. Ou seja, há de se tomar cuidado, pois o único interessado em que
se espalhe doutrinas contrárias às Escrituras, é o diabo. Cabe a cada crente o não “dar ouvidos às suas
sugestões”, bem como o não “fazer dos homens senhores da nossa fé e consciência”, pois muitos são os
enganadores.
Reiteramos a plena suficiência de Cristo e de sua obra vicária. Suficiência esta que fica
amplamente abalada na teologia da Batalha Espiritual. Um dos textos mais utilizados por eles é o de 2Co
10.3-4 “Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. 4 Porque as armas da nossa
milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas”.
Contudo, eles se esquecem de analisar o verso seguinte, 2Co 10:5 “e toda altivez que se levante contra o
conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo”. Esta obediência é o
princípio geral, pelo qual se rege todo nosso relacionamento com Deus.
Igreja Presbiteriana Filadélfia de Franca Pág. 28
Rua Minas Gerais, 519, Vila Aparecida, Franca - SP

SISTEMA DE GOVERNO
"Presbiterianos": Origem e Significado do Termo8
A Reforma religiosa do século dezesseis deu origem, de modo direto ou indireto, aos diversos
grupos que hoje constituem o protestantismo. Os nomes adotados por essas igrejas podem derivar do
próprio nome do seu fundador ("luteranos", "menonitas"), de uma convicção doutrinária primordial
("batistas", "pentecostais") ou de sua estrutura eclesiástica e forma de governo ("episcopais",
"congregacionais"). Nesta última categoria também se incluem os "presbiterianos."
As igrejas presbiterianas têm suas raízes na obra dos dois reformadores que entraram em cena
pouco depois do pioneiro Martinho Lutero. Foram eles o suíço de língua alemã Ulrico Zuínglio (1484-
1531) e o francês João Calvino (1509-1564), que atuaram ambos na Suíça, o primeiro em Zurique e o
segundo em Genebra. Com a morte prematura de Zuínglio, Calvino tornou-se o principal líder e teólogo
do movimento. No continente europeu, as igrejas que abraçaram a teologia e a estrutura eclesiástica
preconizadas por Calvino adotaram o nome de "Igrejas Reformadas," principalmente em países como a
própria Suíça, a França, a Holanda e a Hungria.
O nome "Igreja Presbiteriana" popularizou-se nas Ilhas Britânicas a partir da obra do reformador
escocês João Knox (c.1514-1572), que foi discípulo de Calvino em Genebra. Eventualmente surgiram
fortes comunidades presbiterianas na Escócia, Irlanda e Inglaterra. Através da imigração, os escoceses e
irlandeses levaram o presbiterianismo para os Estados Unidos nos séculos dezessete e dezoito. Dos
Estados Unidos, especialmente com o grande movimento missionário protestante do século dezenove, as
igrejas presbiterianas e o nome "presbiteriano" foram introduzidos em muitos países do hemisfério sul.
Entre esses países estava o Brasil, que teve como pioneiro presbiteriano o Rev. Ashbel G. Simonton, aqui
chegado em 1859.
O termo "presbiteriano" decorre do fato de que nas igrejas desse nome o governo é exercido por
"presbíteros." A palavra grega presbyteros encontra-se no Novo Testamento e significava originalmente
"ancião," "homem idoso." À semelhança do que acontecia entre os judeus, também na igreja primitiva a
liderança era exercida pelos membros mais experientes da comunidade, geralmente, mas não
necessariamente, homens mais velhos. Eventualmente, o termo passou a ter um sentido técnico de líder da
igreja e o aspecto da idade ficou em segundo plano. Assim, encontramos referências aos presbíteros em
passagens bíblicas como Atos dos Apóstolos 11.30; 14.23; 15.2; 20.17; 1 Timóteo 5.17; Tito 1.5; Tiago
5.14; e 1 Pedro 5.1. Também encontramos o coletivo "presbitério" ou concílio de presbíteros em 1
Timóteo 4.14.
Portanto, seguindo o precedente bíblico, nas igrejas presbiterianas a liderança é exercida pelos
presbíteros, os quais se subdividem em duas categorias – os presbíteros "regentes" (que governam),
voltados primordialmente para funções administrativas, e os presbíteros "docentes" (que ensinam), ou
seja, os ministros ou pastores. Esses dois tipos de presbíteros tem a mesma paridade, não se constituindo
em uma hierarquia. Todavia, os pastores ou presbíteros docentes têm algumas funções privativas, como o
ministração dos sacramentos. Os presbíteros exercem as suas funções em vários níveis: localmente, no
"conselho" de cada igreja; em âmbito regional, nos presbitérios e sínodos; em âmbito nacional, no
Supremo Concílio.
• Somos uma Igreja Reformada – adotamos o sistema teológico (doutrinário) sustentado pelas
igrejas oriundas da Reforma Protestante do século XVI.

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Alderi Souza de Matos
Igreja Presbiteriana Filadélfia de Franca Pág. 29
Rua Minas Gerais, 519, Vila Aparecida, Franca - SP

• Somos uma Igreja Calvinista – adotamos o sistema teológico (doutrinário) exposto por João
Calvino.
• Somos uma Igreja Confecional – adotamos a Confissão de Fé de Westminster.
• Somos uma Igreja Histórica – este termo refere-se, em geral, às igrejas reformadas, ou, às igrejas
que não seguem uma linha pentecostal.

Enfim, zelamos por manter um sistema doutrinário e litúrgico fiel aos ensinos bíblicos. Um
compromisso sério com a missão dada por Jesus de fazer discípulos e ensina-los (Mt 28.19-20). E, uma
presença atuante na cidade onde nossas igrejas forem constituídas.

IDENTIDADE DA IPB

✓ VISÃO - A Igreja Presbiteriana do Brasil é uma comunidade de famílias cristãs; reformada e


comprometida com a proclamação da Palavra de Deus, com a educação das gerações e com a
transformação do ser humano e da sociedade.
✓ MISSÃO - A Missão da Igreja Presbiteriana do Brasil é: Anunciar o Reino de Deus; Educar para
vivência cristã; Assistir o ser humano em suas necessidades
✓ LEMA – Adoração – Evangelização – Educação - Ação Social - Comunhão
✓ ALCANCE - A comunidade local, a cidade, o estado, o país e o mundo.
✓ VALORES E PRINCÍPIOS - Soberania de Deus; - Supremacia da Bíblia Sagrada como única regra
infalível de fé e prática, sua Confissão de Fé e Catecismos Maior e Breve, como fiel exposição das
Sagradas Escrituras.

SEJA BEM VINDO


Ficamos felizes em recebe-los e rogamos a Deus que possa ser grandemente abençoados nesta
igreja e que também possam se tornar abençoadores.
Recomendamos que procurem criar amizades na igreja, que participem das programações e dos
Grupos de Discipulado. Enfatizamos muito a Escola Bíblica Dominical, então, siga o nosso currículo,
basta conversar com um dos presbíteros ou professores.

Deus os abençoe!

✓ Para conhecer mais sobre a IP Filadélfia, acesse: www.filadelfiafranca.com.br


✓ Para conhecer mais sobre a IPB, acesse: www.ipb.org.br

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