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Rua Minas Gerais, 519, Vila Aparecida, Franca - SP
➢ Evangelho
➢ Predestinação
➢ Batismo
➢ Dons Espirituais
➢ Batalha Espiritual
➢ Sistema de Governo
Prezado(a) irmão(ã):
Estamos muito felizes por seu interesse em se tornar membro da nossa igreja.
Na nossa igreja, quem tem poderes para receber pessoas como membros é o
Conselho. Como parte deste processo de recepção, é necessário então, comparecer a
uma reunião do Conselho para formalizar esse compromisso.
Mesmo que você já seja crente, gostaríamos que estudasse esta apostila para
compreender o nosso posicionamento doutrinário sobre os temas abordados. É de
conhecimento de todos que, infelizmente, existem posicionamentos doutrinários
divergentes no meio evangélico, e nós estamos lutando para que haja paz e unidade no
meio da nossa igreja, inclusive na questão doutrinária.
Os posicionamentos que você irá encontrar nesta apostila, é a posição oficial de
todas as igrejas que pertencem à IPB – Igreja Presbiteriana do Brasil, a qual adota a
Confissão de Fé de Westminster, seus catecismos, e o restante da linha de interpretação
conhecida como “Reformada” ou “Calvinista”.
Queremos esclarecer que, caso você não concorde com algum ponto de nossa
interpretação doutrinária, mas mesmo assim deseje se tornar membro da nossa igreja,
poderemos de bom grado recebe-lo como tal, desde que assuma o compromisso ético de
não ficar se manifestando de forma contrária frente aos membros da nossa igreja.
EVANGELHO
O Evangelho – Nós nos chamamos de evangélicos, mas a pergunta que deveria ser feita de
modo simples é: “O que é o Evangelho”? Essa é uma questão que devemos esclarecer antes de qualquer
outro assunto que está ligado a vida da igreja e suas práticas. Embora muitos estejam acostumados com a
palavra Evangelho, é comum não temos clareza quanto a seu conteúdo.
Muitas “apresentações do evangelho” que são populares, reduzem a mensagem a 3 ou 4 coisas que
você deve fazer e pronto, é declarado salvo. Esses resumos são úteis em alguns momentos, porém para
termos uma visão mais realista e completa, precisamos vê-lo como uma História – A verdadeira história
que fala às nossas mais puras necessidades e desejos do coração e da alma. Podemos dividir essa história
em 4 capítulos: Criação, Queda, Redenção e Um novo Povo.
1) CRIAÇÃO: O Mundo Para O Qual Fomos Criados – A história começa em Deus, não em
nós. Lá no fundo, temos uma sensação de que isso é verdade. Embora sintamos que somos importantes,
que há algo de sério, majestoso, belo e eterno a respeito a humanidade, também sabemos que não somos
tudo que existe ou as maiores criaturas do Universo. Existe Algo, que na verdade é Alguém, que é
infinitamente maior que nós.
A bíblia conta que esse Alguém é o único Deus infinito, eterno, imutável e perfeito, que criou
todas as coisas a partir do nada (Gn 1:1-31). Esse Deus ´´único existe em 3 pessoas: Pai, Filho e Espírito
Santo (Mt 28:19). Como Deus é trino ( 3 em 1) em seu ser, não foi motivado a criar o mundo por precisar
de alguma coisa (por depender de alguma criatura), seja relacionamento, adoração ou glória (admiração).
Deus criou os seres humanos à Sua imagem (Gn 1:27), e isso é o que nos dá valor e dignidade, em sermos
humanos. Ele também nos criou humanos, o que significa que somos criados, derivados e dependentes de
nosso Criador. Fomos criados para nos alegrarmos nele, para adorar, amar e servir Ele, e não a nós
mesmos ou a qualquer outra criatura.
Na criação original de Deus , tudo era bom. O mundo existia em perfeita paz estabilidade,
harmonia e completude.
2) QUEDA: a Corrupção De Tudo – Deus nos criou para que nos alegrássemos em quem Ele é
para nós, para que O adorássemos, amássemos e servíssemos. Contudo, em vez de viver sob a autoridade
de Deus, a humanidade se voltou contra Ele em rebelião pecaminosa ( Gn3:1-7 ; Is 53:6). Nosso erro
lançou o mundo todo debaixo de trevas e sob o caos do pecado. Embora vestígios do bem tenham
permanecido, a completude e a harmonia da criação original de Deus foram deformadas.
Por consequência, todos os seres humanos são pecadores por natureza (independentemente de
qualquer ação) e por escolha (atitudes, pensamentos, imoralidades), por ser uma situação ligada a quem
nós somos, nós morremos espiritualmente e perdemos nossa capacidade de, por nosso própria vontade,
nos aproximarmos de Deus e de ter fé nEle (Rm 3:10-18; Ef 2:1-3, 4:17-19). É comum justificarmos
nossos pecados dizendo “não sou tão mau assim”, afinal de contas sempre podemos encontrar alguém
com atitudes piores que a nossa! Mas essa resposta apenas mostra que nós temos uma visão bem vaga e
superficial do pecado. O Pecado não é, primeiramente uma ação; é uma disposição da nossa vontade
carnal. Trate-se da aversão/repulsa/ódio de nossa alma para com Deus (Rm 5:10). E nosso pecado se
manifesta de forma variadas, como: orgulho, egoísmo, independência, ira, falta de amor a Deus e às
pessoas.
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Às vezes, o pecado é externo e inegável; outras vezes é interno e oculto. De toda forma, a Bíblia é
muito clara em afirmar que “todos pecaram e estão destituídos” Rm 3:23.
O pecado traz 2 consequências drásticas à nossa vida. Primeiro, ele nos escraviza ( Rm 6:17,18).
Quando nos voltamos contra Deus, nos voltamos para outras coisas a fim de encontrar propósito para
vida, identidade e felicidade. Essas coisas se tornam “deuses substitutos”- o que a Bíblia chama de ídolos
– e logo nos escravizam, exigindo nosso tempo, nossa força física, nossa lealdade, nosso dinheiro, enfim,
tudo que somos e temos. Começam a governar nossa vida e nosso coração. Por isso a Bíblia descreve o
pecado como algo que tem “domínio” sobre nós (Rm 6:14). O pecado nos leva a servir “a coisas criadas
ao invés do Criador” (Rm 1:25).
É importantíssimo entender que o pecado traz condenação, por não sermos inocentes diante de
Deus, mas culpados de forma consciente e por nós o desobedecermos de modo direto e descarado. Por
causa disso existe uma sentença de morte, como pena pela nossa traição contra Deus e sua Santa Justiça.
Sua ira justa contra o pecado, repousa sobre nós (Na 1:2; Jo 3:36).
Cristo e sua vontade são meus direcionamentos. Somos livres para trabalhar pela justiça de Deus, no
mundo. Somos livres para deixar de viver para nosso próprio prazer carnal e fama e começamos a viver
para que Deus seja reconhecido em nós e através de nós (I Co 10:31). Somos livres para amar a Deus e às
pessoas manifestando esse amor no modo que vivemos, que é o principal foco de nossa vida e de nossa
igreja.
Nós costumamos lidar com essa questão em inúmeras igrejas de linhas Pentecostais e Arminianas,
que tendem a usar esse argumento como uma forma de cativeiro mental e emocional. As pessoas debaixo
desse controle tendem a ser mais facilmente subjugadas, pelo medo de “ir para o Inferno”. Mas devemos
nos perguntar se é possível nós realmente “perdermos” a salvação. Veremos a resposta em 3 pontos
básicos e lógicos:
1. O Caráter de quem me concedeu a Salvação – Nós começamos a explicação do Evangelho,
com Deus, na Criação. O próprio Deus Todo Poderoso noz fez a promessa em Isaías 53:3-12, de
que “O Messias seria desprezado, e rejeitado pelos homens (vs3), porém, Ele tomou sobre si (para
si) as nossas enfermidades e nossas dores (males) (vs4), Ele foi ferido por causa de nossas
transgressões, e esmagado por nossas iniquidades (maldades espirituais), enquanto todos nós
andávamos como ovelhas desgarradas (perdidas), porém o Senhor fez cair sobre Ele o a
iniquidade de nós (que somos salvos)”. Apesar de todo esse sofrimento em nosso lugar existe uma
promessa implícita no verso 10, o Messias seria dado como uma oferta pelo pecado (sacrifício em
lugar de alguém) e veria sua posteridade (todos aqueles que seriam alcançados pelo seu
Sacrifício), fazendo com que a vontade do Senhor prosperasse. Deus não daria o seu Filho para
sofrer para que eu pudesse jogar fora isso como algo insignificante (Jo 1:12).
2. O Poder da Salvação – Como nós vimos anteriormente, o poder da Salvação é algo interno e que
só foi obtida por meio do próprio sacrifício do Senhor Jesus Cristo, Ele é o nosso pastor e afirma,
em João 10:14-15: "Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas; e elas me conhecem; assim
como o Pai me conhece e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas”. Esse “conhecer” é
um íntimo relacionamento no qual só quem de fato se arrependeu e foi convertido por Deus pode
desfrutar, isso é comunhão bíblica com Cristo, pelo Espírito Santo. Para deixar mais claro, nós
podemos ver em Jo 10.16 “... elas ouvirão a minha voz e haverá um rebanho e um pastor”, Jesus
disse que já sabia e estava garantido que todas as ovelhas que Ele conhecia previamente, com toda
certeza, “Ouviriam” sua voz salvadora e bendita. Só quem é ovelha pode ouvir a Voz do pastor, e
uma ovelha não tem poder de se transforma em algo diferente, por mais que ela se suje e se perca
por caminhos estranhos e desastrosos.
3. A Garantia da Salvação – Nós costumamos a questionar a Deus, por olharmos para algumas
pessoas que professam serem cristãs mas vivem de maneira contrária aos preceitos bíblicos, e
outras, que já foram cristãs mas se encontram totalmente desviadas dos caminhos de Deus. Quanto
a isso, a Bíblia nos explica: “Saíram dentre nós, mas não eram dos nossos; porque, se fossem dos
nossos, teriam permanecido conosco; mas todos eles saíram para que se manifestasse que não são
dos nossos” (1 João 2:19).
*O Espírito morando em nós, é a nossa certeza da Salvação: Como vemos em Ef 1:13 –“ Nele,
quando vocês ouviram e creram na palavra da verdade, o evangelho que os salvou, vocês foram
selados com o Espírito Santo da promessa.” A própria presença do Espírito Santo em nós é uma
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das provas que não iremos abandonar Deus e nem a verdadeira fé em Cristo. O Senhor Jesus
Cristo conquistou isso para nós, e o Espírito Santo fará em nós a sua consolidação como diz em,
Fp 1:6 – “Estou convencido de que aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o
dia de Cristo Jesus”.
Poderíamos usar inúmeros textos, porém é bastante claro na Bíblia, que seria um erro nós
acharmos que podemos ultrapassar o poder salvador de Cristo através de nossa própria capacidade de
pecarmos contra Ele. O último versículo para consolidar uma visão Bíblica sobre a Salvação é, Romanos
5:20-21: “...Mas onde aumentou o pecado, transbordou a graça, a fim de que, assim como o pecado reinou
na morte, também a graça reine pela justiça para conceder vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso
Senhor”.
PREDESTINAÇÃO
1. SIM, o homem é livre no sentido de que suas escolhas não são determinadas, em linhas gerais,
por nenhuma compulsão externa. Podemos dizer que ele tem LIVRE AGÊNCIA.
2. ENTRETANTO, suas ações são determinadas pela natureza de seu próprio caráter, e nós
sabemos que esta natureza é só pecado (Rm. 3.10-23). Neste sentido, ele não tem LIVRE ARBÍTRIO de
escolher o bem, pois é escravo do pecado. Este “livre arbítrio” foi perdido com a queda, em Adão.
3. Mesmo não possuindo “livre arbítrio”, definido como a possibilidade de escolha do bem, a
“liberdade” que possui, definida como livre agência, não é incompatível com o enquadramento do
Homem nos planos divinos. Deus, soberanamente, executa os seus desígnios ATRAVÉS da vontade das
suas criaturas (veja os seguintes trechos: Fp 2.13; Pv 20.24; 2 Co 3.5; Jr 10.23; Rm 9.16 e Tg 4.13-15).
* Talvez não compreendamos COMO Deus faz isso – como Ele preserva a livre agência, mas
executa com precisão os Seus planos. Mas a aceitação dos pontos 2 e 3, acima, é a chave para
entendermos melhor a doutrina da soberania de Deus e a própria predestinação. Não é negando a
existência do plano de Deus, nem diminuindo a sua soberania, que retratamos a realidade expressa na
Bíblia sobre essas questões. Não possuímos “livre arbítrio”, mas Deus é infinitamente soberano e
onipotente para executar seus planos, sem violação da LIVRE AGÊNCIA que nos concedeu.
Deus realmente determina as ações do homem? Cremos que sim. Na execução do seu
plano soberano ele determina “tudo que acontece”, mas muitos têm dificuldade na aceitação deste fato.
Na realidade, temos apenas duas posições possíveis, ou Deus determina as ações do homem, ou Ele não
determina estas e o homem é completamente autônomo.
Concordamos que este é um ponto de difícil compreensão. Alguns tentam contornar este problema
dizendo que Deus não determina, na realidade, mas como Ele tudo conhece de antemão, Ele
“determinaria”, ou “predestinaria”, as coisas que Ele sabe que irão acontecer. Ou seja, a sua
determinação é dependente do Seu conhecimento prévio, de sua onisciência. Com isso, procura-se deixar
as pessoas “livres”.
Será que é mesmo assim e que esta posição resolve o problema? Cremos que não! Querer resolver
o problema da “liberdade humana” ancorando a soberania de Deus e a sua predestinação na onisciência
dele, traz uma solução apenas aparente mas não real. A Confissão de Fé de Westminster, em seu Cap. III,
seção 2, diz que Deus “... não decreta coisa alguma por havê-la previsto como futura”.
Vejamos a posição contrária: se ele determina, simplesmente porque conhece de antemão (como,
por exemplo, falando-se das profecias registrada na Palavra de Deus), na hora em que ele houvesse
determinado, essas situações se tornariam fixas e imutáveis. Dificilmente um cristão dirá que Deus não é
soberano, ou que ele não cumpre o que profetizou. Sendo Ele soberano as coisas serão cumpridas, como
previamente registradas. Como fica, então, a defesa da liberdade irrestrita das pessoas, do “livre arbítrio”,
neste sentido? E se os homens, segundo esse conceito, que são os agentes diretos do cumprimento das
determinações que Deus colocou no seu plano (apenas “porque Ele já conhecia”), na última hora
resolverem “mudar de idéia”, como fica esse plano de Deus? Deus também ficará mudando, à mercê das
determinações do homem, e até quando?
Vemos que procurar escapar à imensa evidência bíblica que ensina a irrestrita soberania de Deus,
o seu plano sábio e sua onipotência no cumprir tudo que antes predeterminou, com o sofisma de que Deus
realmente não determina, mas apenas conhece previamente, não traz qualquer pretensa “liberdade” ao
homem, a não ser que se pretenda reduzir o poder de Deus. A seguir, temos um diagrama com as
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http://www.monergismo.com/textos/predestinacao/predestinacao_solano.htm
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diferentes alternativas, posições e algumas referências bíblicas, mostrando como podemos organizar os
dados das Escrituras e, até onde levam alguns pensamentos e deduções:
Ações do Homem
ARMINIANISMO CALVINISMO
1. Livre-Arbítrio ou Capacidade Humana 1. Incapacidade Total ou Depravação Total
Embora a queda de Adão tenha afetado seriamente a O homem natural não pode sequer apreciar as coisas de
natureza humana, as pessoas não ficaram num Deus. Menos ainda salvar-se. Ele é cego, surdo, mudo,
estado de total incapacidade espiritual. Todo pecador impotente, leproso espiritual, morto em seu pecado, insensível
Depravação Total
pode arrepender-se e crer, por livre-arbítrio, cujo uso à graça comum. Se Deus não tomar a iniciativa, infundindo-
determinará seu destino eterno. O pecador precisa da lhe a fé salvadora, e fazendo-o ressuscitar espiritualmente, o
ajuda do Espírito, e só é regenerado depois de crer, homem natural continuará morto eternamente. (Sl.51:5;
porque o exercício da fé é a participação humana no Jr.13:23; Rm.3:10-12; 7:18; 1Co.2:14; Ef.1:3-12; Cl.2:11-13)
novo nascimento. (Is.55:7; Mt.25:41-46; Mc.9:47-48;
Rm.14:10-12; 2Co.5:10)
2. Eleição Condicional 2. Eleição Incondicional
Deus escolheu as pessoas para a salvação, antes da Deus elegeu alguns para a salvação em Cristo, reprovando os
fundação do mundo, baseado em Sua presciência. demais. Aos eleitos Deus manifesta a Sua misericórdia e aos
Ele previu quem aceitaria livremente a salvação e reprovados a Sua justiça. Deus não tem a obrigação de salvar
predestinou os salvos. A salvação ocorre quando o ninguém, nem homens nem anjos decaídos. Resolveu
Eleição Incondicional
pecador escolhe a Cristo; não é Deus quem escolhe o soberanamente salvar alguns homens (reprovando todos os
pecador. O pecador deve exercer sua própria fé, para demais) e torná-los filhos adotivos quando eram filhos das
crer em Cristo e ser salvo. Os que se perdem, trevas. Teve misericórdia de algumas criaturas, e deixou as
perdem-se por livre escolha: não quiseram crer em demais (inclusive os demônios) entregues às suas próprias
Cristo, rejeitaram a graça auxiliadora de Deus. paixões pecaminosas. A salvação é efetuada totalmente por
(Dt.30:19; Jo.5:40; 8:24; Ef.1:5-6,12; 2:10; Tg.1:14; Deus. A fé, como a salvação, é dom de Deus ao homem, não
1Pe.1:2; Ap.3:20; 22:17) do homem a Deus. (Ml.1:2-3; Jo.6:65; 13:18; 15:6; 17:9;
At.13:48; Rm.8:29, 30-33; 9:16; 11:5-7; Ef.1:4-5; 2:8-10;
2Ts.2:13; 1Pe.2:8-9; Jd.4)
3. Redenção Universal ou Expiação Geral 3. Redenção Particular ou Expiação Limitada
O sacrifício de Cristo torna possível a toda e qualquer Segundo Agostinho, a graça de Deus é "suficiente para todos,
Expiação Limitada
pessoa salvar-se pela fé, mas não assegura a eficiente para os eleitos". Cristo foi sacrificado para redimir
salvação de ninguém. Só os que crêem nEle, e todos Seu povo, não para tentar redimi-lo. Ele abriu a porta da
os que crêem, serão salvos. (Jo.3:16; 12:32; 17:21; salvação para todos, porém, só os eleitos querem entrar, e
1Jo.2:2; 1Co.15:22; 1Tm.2:3-4; Hb.2:9; 2Pe.3:9; efetivamente entram. (Jo.17:6,9,10; At.20:28; Ef.5:15; Tt.3:5)
1Jo.2:2)
4. Pode-se Efetivamente Resistir ao Espírito Santo 4. A Vocação Eficaz do Espírito ou Graça Irresistível
Deus faz tudo o que pode para salvar os pecadores. A graça de Deus é infalível: acaba convencendo o pecador de
Estes, porém, sendo livres, podem resistir aos apelos seu estado depravado, convertendo-o, dando-lhe nova vida, e
da graça. Se o pecador não reagir positivamente, o santificando-o. O Espírito Santo realiza isto sem coação. É
Espírito não pode conceder vida. Portanto, a graça de como um rapaz apaixonado que ganha o amor de sua eleita e
Graça Irresistível
Deus não é infalível nem irresistível. O homem pode ela acaba casando-se com ele, livremente. Deus age e o
frustrar a vontade de Deus para sua salvação. crente reage, livremente. Quem se perde tem consciência de
(Lc.18:23; 19:41-42; Ef.4:30; 1Ts.5:19) que está livremente rejeitando a salvação. Alguns escarnecem
de Deus, outros se enfurecem, outros adiam a decisão, outros
demonstram total indiferença para as coisas sagradas. Todos,
porém, agem livremente. (Jr.3:3; 5:24; 24:7; Ez.11:19; 20;
36:26-27; 1Co.4:7; 2Co.5:17; Ef.1:19-20; Cl.2:13; Hb.12:2)
Igreja Presbiteriana Filadélfia de Franca Pág. 10
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(Lc.21:36; Gl.5:4; Hb.6:6; 10:26-27; 2Pe.2:20-22) condução do crente. Quando ímpio, estava morto em pecado,
e ressuscitou: Cristo lhe aplicou Seu sangue remidor, e a
graça salvífica de Deus infundiu-lhe fé para crer em Cristo e
obedecer a Deus. Se todo o processo de salvação é obra de
Deus, o homem não pode perdê-la! Segundo a Bíblia, é
impossível que o crente regenerado venha a perder sua
salvação. Poderá até pecar e morrer fisicamente (1Co.5:1-5).
Os apóstatas nunca nasceram de novo, jamais se
converteram. (Is.54:10; Jo.6:51; Rm.5:8-10; 8:28-32, 34-39;
11:29; Fp.1:6; 2Ts.3:3; Hb.7:25)
Rejeitado pelo Sínodo de Dort Reafirmado pelo Sínodo de Dort
Este foi o sistema de pensamento contido na Este sistema de teologia foi reafirmado pelo Sínodo de Dort
"Remonstrância" (embora originalmente os cinco em 1619 como sendo a doutrina da salvação contida nas
pontos não estivessem dispostos nessa ordem). Esse Escrituras Sagradas. Naquela ocasião, o sistema foi
sistema foi apresentado pelo arminianos à Igreja na formulado em "cinco pontos" (em resposta aos cinco pontos
Holanda em 1610, mas foi rejeitado pelo Sínodo de apresentados pelos arminianos) e desde então tem sido
Dort em 1619 sob a justificativa de que era anti- conhecido como "os cinco pontos do calvinismo".
bíblico.
http://br.geocities.com/momentoscomjesuscifras/textos/predesarbitrio.htm
BATISMO
No meio evangélico existe uma discussão sobre a forma batismal: aspersão, efusão ou imersão. E
ainda, sobre a questão do batismo de crianças. A Igreja Presbiteriana do Brasil defende o batismo por
aspersão e o batismo infantil.
➢ Aspersão = ou infusão - termo derivado do latim aspersione; s.f., ato ou efeito de aspergir, borrifar ou
respingar. Na prática, é muito similar à efusão, pois a intenção é derramar água sobre o batizando. No
Batismo por aspersão a água é derramada sobre a cabeça do batizando. Esta forma é adotada por
algumas igrejas cristãs e pelos primeiros movimentos protestantes surgidas com a Reforma, tais como
o Luteranismo, o Anglicanismo, o Presbiterianismo, o Congregacionalismo e a Igreja Metodista do
Brasil. Este modo de batismo também é ministrado pela Igreja Católica Romana.
➢ Efusão = ou afusão - significa derramar ou entornar. Denomina também uma forma de batismo, onde
a água é derramada sobre a cabeça do neofito. Na prática é similar à aspersão como modo de batismo.
➢ Imersão = termo derivado do latim immersione; s.f., ato ou efeito de imergir; mergulho. É a forma de
batismo caracterizada pela imersão total em água, adotada por algumas das igrejas cristãs,
especialmente, dentre Batistas e Pentecostais e antes deles, Anabaptistas, Cátaros, Albigenseses,
Donatistas. É também a forma utilizada pelos Mórmons e Testemunhas de Jeová.
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O MODO DO BATISMO2
Ao falar do modo do batismo, não desejamos antagonizar ninguém ou promover divisão dentro da
igreja de Cristo. É nosso profundo desejo ver unidade nessas questões, especialmente com aqueles que de
outra forma concordam conosco.
Contudo, freqüentemente ouvimos que não há base bíblica para aspergir infantes e que tal prática
é simplesmente uma influência do Catolicismo Romano. De fato, há vários livros anti-Calvinistas no
mercado que simplesmente assumem que se uma igreja batiza infantes, ela deve estar errada em outras
questões também.
Até onde diz respeito o modo do batismo, não somente cremos que há uma base bíblica e sólida
para a prática da aspersão, mas também que esse é o único modo de batismo reconhecido pela Escritura.
Olhemos para a questão mais detidamente.
Quanto à acusação que a aspersão é simplesmente uma influência do Romanismo, apontaríamos
que isso não é argumento de forma alguma. Se tudo o que Roma ensina deve ser descartado no
Protestantismo, até mesmo a doutrina da Trindade deve ser abandonada! Além do mais, a liturgia Romana
para o batismo das crianças diz em suas instruções para as pessoas que estão realizando o batismo, “Ele
imerge a criança ou derrama água sobre a sua cabeça”. Roma também pratica a imersão! Portanto, o
assim chamado argumento sobre o Romanismo pode ser descartado.
Quanto ao fundamento bíblico para aspersão ou infusão, a evidência, parece-me, é inequívoca.
Apontaremos os seguintes fatos:
Todos os batismos cerimoniais do Antigo Testamento foram realizados por aspersão ou infusão.
Que esses foram batismos reais é claro a partir de Hebreus 9:10, onde a palavra grega do NT baptismos é
usada, mas traduzida nas versões ACF, ARA e ARC como “abluções” (veja também vv. 13, 19, 21).
O batismo do Espírito Santo, simbolizado pelo batismo com água, é sempre descrito na Escritura
em termos de aspersão ou infusão (Is 44:3; Ez 36:25; Joel 2:28,29; Ml 3:10; At 2:17, 18; At 10:44, 45).
Da mesma forma, a aplicação do sangue de Cristo em nós, simbolizada pela água do batismo, é
sempre descrita na Escritura como sendo aspergida (Is. 52:15; Hb. 10:22; Hb. 12:24; 1Pe. 1:2).
Os grandes batismos tipológicos do Antigo Testamento, chamados de batismos no Novo
Testamento (1Co. 10:2; 1Pe. 3:20, 21), não foram por imersão. De fato, os únicos que foram imersos
nesses batismos tipológicos foram Faraó e o seu exército, e o mundo ímpio dos dias de Noé. Assim,
também, o ímpio será imerso no lago de fogo. A imersão é uma figura, cremos, de julgamento, e não de
salvação.
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Rev. Ronald Hanko, www.monergismo.com
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Paulo (At 9). Após sua queda e cegueira no caminho de Damasco, Paulo permaneceu três dias em
jejum na casa de Judas. Ananias, guiado por Deus, entra na casa e, após breve instrução, batiza Paulo. Diz
o texto: “a seguir, levantou-se e foi batizado”.
Havia um tanque na casa? foram a outro lugar? O texto não diz. A única “prova” seria o
pretendido significado de “batizar”. Todas as circunstâncias são contra a imersão: na mesma casa, em pé,
sem demora para preparar-se, sem sair nem entrar, pondo-se imediatamente a serviço de Cristo.
O carcereiro de Filipos (At 16). Convertido na prisão a altas horas da noite e, lá mesmo,
imediatamente batizado junto com os seus. Foram a algum rio em plena noite? Havia um tanque na
prisão? Quantas dificuldades o texto apresenta se partirmos do pressuposto de que batizar significa
imergir, e nada mais. Por outro lado, quão simples se torna o relato, se se leva em conta que, para o povo
judeu, era coisa natural o batizar-se por aspersão ou efusão.
Cornélio e sua casa (At 10). Sobre este episódio, se diz que o “Espírito Santo caiu sobre todos os
que ouviam a palavra. “Admiraram-se, porque também sobre os gentios foi derramado o dom do “Espírito
Santo”. “Quando comecei a falar, caiu o Espírito Santo sobre eles, como também sobre nós, no princípio.
Então me lembrei da palavra do Senhor quando disse: João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis
batizados com o Espírito Santo (At 10.44; 11:15-16).
“Porventura pode alguém recusar a água, para que não sejam batizados estes que, assim como nós,
receberam o dom do Espírito Santo?” (At 10:47). Pedro batizou estas pessoas por imersão? De um lado
somente uma suposição contra toda evidência. De outro porém, além da forte impressão que Cornélio foi
batizado em sua própria casa, há o registro de que o “derramamento” do Espírito fez Pedro pensar que os
termos batizar, derramar e cair — aplicados ao Espírito Santo — implicavam uma idéia semelhante à
água.
Filipe e o eunuco (At 8:26-39). Comumente este é um texto julgado claramente em favor da
imersão. Em sua viagem, o etíope lia Isaías 53; provavelmente ele tinha acabado de ler o último versículo
do capítulo 52 “ele aspergirá muitas nações”. Filipe lhe explicou a passagem e, quando chegaram a um
lugar onde havia água, desceram a ela e Filipe batizou o eunuco. Por imersão? Mesmo entendendo o texto
como uma entrada real na água, nem por isso fica demonstrada a imersão. Leve-se em conta que as
sandálias podiam ser facilmente tiradas, e que isto estaria de acordo com os costumes orientais e que,
depois de descerem à água, Filipe lhe administrou o rito do batismo por aspersão ou efusão. Por outro
lado, é muito duvidoso que no lugar deserto onde se encontravam houvesse uma corrente de água com
profundidade suficiente para submergir o eunuco.
Tudo indica que não esperaram para obter roupas próprias para o batismo e não é provável que o
viajante se submergisse com a roupa que trazia ao corpo. O texto diz simplesmente que, após o batismo o
eunuco “foi seguindo seu caminho cheio de júbilo”. Diz o texto, também, que Filipe foi “arrebatado pelo
Espírito do Senhor” para Azoto. Não podemos presumir que o Eunuco seguiu viagem pingando água e
Filipe achou-se repentinamente em Azoto com as roupas encharcadas.
Os três mil de Atos 2 (vv 37-41). No mesmo dia em que os discípulos foram batizados do alto
pelo derramamento do Espírito sobre eles, mais três mil almas foram acrescentadas à Igreja. Foram
submergidos estes convertidos? Para responder que sim, só se pode dar como prova o pretenso
significado da palavra batismo, o qual já descartamos. Nada mais no texto pode sugerir a submersão.
Porém, para negá-la, amontoa-se uma série de circunstâncias: Não havia lugar para realizar essa forma de
batismo, nem no templo, nem nos arredores onde estavam reunidos. Quem sabe foram em procissão até a
porta dos ovelhas onde havia um tanque, pediram licença à multidão de enfermos que lá jazia (Jo 5:1-3) e
passaram horas e horas, provavelmente até tarde da noite, submergindo três mil pessoas. Será que naquele
dia Jerusalém presenciou multidões de pessoas andando pelas ruas, a caminho de suas casas com as
roupas gotejando, encharcadas, coladas a seus corpos?
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Igreja Presbiteriana do Brasil
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igreja do Novo Testamento é a extensão e desdobramento do pacto feito com Abraão e é, entretanto,
encontrado sobre ela. Esse é claramente o argumento de Paulo na Epistola aos Gálatas quando ele diz que
“Aqueles que são da fé são abençoados com Abraão”, e que “o pacto, que foi confirmado perante Deus
em Cristo, a lei, a qual foi quatrocentos e trinta anos depois, não pode ser anulada, pois faria a promessa
sem efeito algum” (Gal. 3:9, 17). Então ela é a bênção de Abraão, uma bênção que foi dele nos termos do
pacto administrado para ele, que veio sobre Gentios através de Jesus Cristo (ver, versículo 14 de Gal. 3).
A igreja, então, como ela existia nas duas dispensações não são dois organismos. Os dois estágios devem
ser observados, como Paulo nos ensina, sobre a figura de uma oliveira, uma árvore, obviamente, com
muitos galhos, mas ainda sim uma só árvore crescendo da mesma raiz (Rom. 11:16-21). Os Gentios eram
em um tempo “aliens no meio de Israel, e estranhos no pacto da promessa” (Ef. 2;12), mas agora eles
“não são mais estranhos e estrangeiros, mas concidadãos com os santos, e parte da família de Deus, e são
firmados sobre a fundação dos apóstolos e profetas, Jesus Cristo sendo Ele mesmo a pedra angular” (Ef.
2:19-20).
Então não é somente necessário, mas bíblico falar sobre a igreja do Antigo Testamento. Existe
uma continuidade e unidade orgânica, e qualquer tentativa de negar esse fato, ou qualquer método de
interpretação que tende a prejudicar tal verdade, deve ser condenada com base na própria escritura.
O Sinal da Circuncisão
Agora se a igreja no sentido genérico existia no Antigo Testamento, devemos admitir que em sua
organização e administração visível ela inclui não somente todos aqueles que professam a verdadeira
religião, mas também seus filhos. O sinal do pacto administrado para Abraão era a circuncisão. Esse sinal
e selo, não demonstravam mero privilégio de uma nação, mas, como nós apresentamos agora, uma benção
espiritual, foi por ordem divina administrada para as crianças com oito dias de idade. Todos os homens
nascidos dentro do relacionamento do pacto, em outras palavras, todos os que recém nascidos dos quais
os pais estavam dentro de uma esfera de privilégio e fé, deveriam ser circuncidados.
Circuncisão significava fundamentalmente a retirada de uma impureza a fim de que houvesse uma
participação no pacto de bênçãos. Um estudo das seguintes referências tornará isso claro para nós: Êxodo,
6:12, 30; Levítico, 19:23; 26:41; Deuteronômio, 10:16; 30:6; Jeremias, 4:4; 6:10; 9:25. E junto com os
esses textos Paulo nos ensina que circuncisão era um selo de retidão que Abraão tinha enquanto ele era
ainda incircunciso (ver Rom. 4:11). Esses dois significados básicos, o primeiro sobre o remover da
impureza ou purificação, o segundo a imputação da retidão fé, isso será realmente visto, pois esses pontos
não são contraditórios, mas se completam mutuamente.
É necessário para nós, fazer uma pausa e analisar o seguinte ponto para nosso conforto: Que por
indicação divina e ordem expressa o sinal e selo das realidades espirituais, realidades que só poderiam ser
aplicadas através da operação graciosa do Espírito de Deus, forem administrados (o sinal e o selo)
também para crianças.
Agora nós podemos antecipar a objeção: Tudo isso é concebido, mas para qual proveito para a doutrina
em questão? O que tem isso tudo a ver com a questão do batismo infantil?
Acontece que circuncisão significa basicamente a mesma coisa que batismo. Que batismo
significa purificação do pecado pela regeneração do Espírito e purificação da culpa do pecado pela retidão
de Cristo, a retidão da fé, aparece diretamente no Novo Testamento. Que, nós já temos encontrado, é o
verdadeiro significado da circuncisão. Existe, entretanto, uma identidade básica sobre sentido e
significado. Circuncisão, carregando o mesmo significado do batismo, era administrada a crianças que
nasciam debaixo de um pacto de relacionamento e privilégio que era derramado do pacto feito com
Abraão.
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Objeções Inválidas
Os oponentes ao batismo infantil querem apelar para o fato que não existe um mandamento
expresso para o batismo infantil e que nós não temos no Novo Testamento um caso explícito e provado de
batismo infantil. A resposta para tal objeção é aparente. Em vista das bases as quais, por autoridade
divina, a inclusão das crianças não repousa na recepção do sinal do pacto, um mandamento expresso ou
um caso concreto não é necessário.
Também será questionado que existem diferenças entre circuncisão e batismo. Por exemplo,
circuncisão era administrada somente para homens, batismo é administrado tanto para homens quanto
para mulheres. Essa diferença, obviamente, não é negada. Mas como objeção é singularmente inválida.
Devemos lembrar que essa diferença não só é em termos de homens e mulheres como também de crianças
e adultos. Sendo adultos, assim como crianças em Israel somente homens carregavam esse sinal do pacto.
No Novo Testamento mulheres adultas, assim como homens adultos, carregam o sinal do batismo. Se
essa diferença é manifestada entre adultos porque também não deveria ser manifestada entre as crianças?
A abolição da distinção entre gêneros entre crianças é perfeitamente harmonioso com esse assunto de
gêneros também entre adultos. De fato, se batismo é administrado para crianças, então a abolição da
distinção entre crianças, homens e mulheres, segue necessariamente a prova da abolição da distinção
entre adultos, homens e mulheres.
Porque na sabedoria divina debaixo da antiga economia um sinal foi escolhido que não pudesse
ser administrado para as mulheres não cabe a nós saber. Mas a extensão do sinal do pacto incluir
mulheres como membros da igreja no Novo Testamento está durante todo o tempo de acordo com a
expansão do privilégio que a revelação do Novo Testamento sinaliza. Nas palavras do Dr. Samuel Miller,
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“Ainda que o batismo declaradamente venha para tomar o lugar da circuncisão, existem pontos que o
atual difere na forma do antigo sinal. E ele difere precisamente de acordo com aqueles pontos em
referência na qual o Novo Testamento difere do Antigo Testamento e ser mais expansivo, e menos
cerimonial. Batismo não é uma restrição cerimonial ao oitavo dia, mas pode ser administrado em qualquer
hora e qualquer lugar. Não está confinado a um gênero, mas, a gloriosa dispensação da qual é o selo, ela
marca a expansão do privilégio, e é administrada de uma forma que lembra que ‘Não há Grego, nem
Judeu, nem escravo ou livre, nem homem ou mulher, na administração cristã, mas somos todos, um em
Cristo Jesus’”.
DONS ESPIRITUAIS
Os DONS são uma capacidade ou função específica que o crente tem no corpo de Cristo. A
Palavra usada para dom é “que vem de”, é a capacidade de servir dada a todo o verdadeiro crente sem
exceção, e que ninguém possui antes de se tornar cristão. “Este dom é colocado em nós pelo Espírito
Santo sempre que uma pessoa passa das trevas para a luz ela recebe, não só a salvação, mas um dom
espiritual que ela deve descobrir e desenvolver”.
Veja a lista dos dons nas seguintes passagens: 1Co 12.28; 1Co 12.8-10; Ef 4.11; Rm 12.6-8; 1Pe
4.11. Neste momento analisaremos os que geram mais divergência de opiniões, a saber:
FÉ => Esta fé aqui é diferente da fé salvadora; diferente também de “uma só fé” (mencionada em
Ef. 3.3-6) que é o conjunto da revelação divina. O que Paulo está dizendo aqui é, em essência, o que
chamamos de visão espiritual. É a capacidade de ver algo que precisa ser feito e de crer que Deus o fará,
mesmo que pareça impossível.
Esse dom de fé é o equipamento espiritual e sobrenatural do crente, para lhe conceder o poder
sobrenatural de confiar nas ocasiões em que só um milagre glorioso poderia alterar a situação, confiar
quando tudo está aparentemente perdido; confiar quando não há a mínima esperança de uma solução (Hb.
4
Héber Campos
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11.1). O dom da fé é aquele milagroso poder sobrenatural de solicitar uma intervenção divina, e formar
um ambiente propício para a realização dela.
Tendo esse tipo de fé, (portanto, tendo este dom) uma pessoa se põe em ação e realiza o que é
necessário em nome de Jesus.
Todo o grande empreendimento cristão foi iniciado por um homem ou mulher que possui o dom
da fé. Uma pessoa que tem esse dom, ao ver uma necessidade, ela logo se movimenta para enfrenta-la,
não importando se ela vê ou não suprimentos adequados ou fundos para isso. Ela trabalha porque crê que
isso é necessário fazer e crê que Deus a suprirá.
A grande diferença entre alguns evangélicos é se este dom é um produto do esforço humano, ou
seja, se é a pessoa pelo seu esforço que produz esta fé em sua vida, ou se é uma dádiva vinda de Deus
independente do ser humano. Nós, presbiterianos, cremos que “pela graça sois salvos, mediante a fé; e
isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8-9). Deus nos
concede a fé gratuitamente, bem como a santificação ao nos tirar do império das trevas e nos transportar
para o da luz (Cl 1.13), daí em diante, ele lança sobre o ser humano a responsabilidade de exercitar,
aperfeiçoar esta fé e santificação. Contudo, permanece o fato: é um dom (dádiva) de Deus.
CURAS => Isso deve ser entendido como curas em todos os níveis da necessidade humana: a cura
do nosso corpo, das nossas emoções, e da nossa alma. Cremos que esse é um dom raro hoje, porque as
pessoas tendem a glorificar o ser humano e não a Deus.
O dom de curar, entretanto, é freqüentemente concedido no plano emocional e espiritual. Muitos
cristãos, tanto leigos como clérigos, são equipados pelo Espírito para ajudar pessoas com problemas
emocionais ou espirituais. Eles são excelentes conselheiros porque são capazes de praticar a compaixão
necessária para ajudar essas almas feridas.
Uma cura pode acontecer mediante uma oração, um aconselhamento ou uma intervenção de
médica.
Diretamente associado ao dom de cura (1Co 12.9; 28), está o dom de Misericórdia (Rm 12.8) e o
de Socorros (1Co 12.28). Se você meditar cuidadosamente nestes textos, à luz do que seria o propósito de
Deus em concedê-los, você há de chegar à conclusão que o interesse de Deus é abençoar o ser humano,
para tanto, Ele equipa pessoas com amor e capacidade de transmitir Seus benefícios.
PROFECIA => Este é o maior de todos os dons, como o demonstra o apóstolo Paulo ao dedicar
todo o capítulo 14 de 1 Coríntios. A pessoa que tem esse dom é capacitada pelo Espírito Santo para
discernir corretamente a Palavra de Deus para outras pessoas, levando as pessoas à compreensão da
Palavra de Deus.
O efeito do dom de profecia é edificar e consolar as pessoas (1 Co. 14.3). Quando um homem ou
uma mulher possui este dom, ele edifica, encoraja e estimula os outros. Nem todos que são profetas são
pregadores no estilo que nós conhecemos. Muitos leigos têm o dom de interpretar a Palavra de Deus para
a vida das pessoas. Muitos têm esse dom e o deviam estar praticando.
A divergência entre os evangélicos está no fato de que alguns crêem que profetizar seria o fato de
“revelar” algo de Deus para a pessoa, semelhante ao que vemos no Antigo Testamento, quando um
profeta declara “Assim diz o Senhor...”. Contudo, é importante lembrarmos que “A Lei e os Profetas
vigoraram até João” (Lc 16:16), ou seja, o ministério profético nos moldes do Antigo Testamento foi
encerrado, surgindo uma nova aliança, onde a profecia é totalmente diferente, é através da divulgação e
ensino da Palavra (Bíblia) de Deus.
O CULTO ESPIRITUAL5
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IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL, Supremo Concílio. Cartas Pastorais. Ed. Cultura Cristã. Cambuci/SP. 1995
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existência de Deus. Este modo de revelação geral, não é suficiente para levar os homens ao conhecimento
salvífico de Deus, ou seja, não pode salvar o homem.
2. Revelação Por Manifestação Interna - Profecia: Sugestão - De agora em diante, Deus decide
revelar-se ao homem através de sonhos e visões, característica que perdurou através de todo o ministério
profético. Deus resolveu não mais dirigir-se ao homem em teofanias.
A revelação de Deus agora alcança o povo através de um “profeta”, que recebe a mensagem
diretamente de Deus.
a - O Tempo em que este Modo foi Predominante: Ela vai de Moisés até João Batista - Mt. 11.13.
Na teofania, Deus fala diretamente ao homem. Na profecia, Deus dá a Sua revelação por meio de sonhos
ou visões. A visão ou o sonho é alguma coisa menos íntima do que a teofania. Agora, ambas são
mensagens de Deus.
As Escrituras Sagradas fazem distinção claríssima entre profecia e adivinhação, que é uma prática
condenada - Lv. 19.26; Dt. 18; 9-14; Mq. 3.6,7,11.
A Bíblia nos mostra alguns modelos condenados de adivinhação.
* Ez. 21.21 => Consistia em atirar flechas para o ar. A sorte se lia pela posição em que caiam as
flechas. Adivinhação pelo fígado de animais sacrificados aos deuses.
* Gn. 44.5 => Adivinhação com copo com água.
Toda a profecia vinda de Deus, usualmente começava nestes termos: “A palavra do Senhor veio até
mi...” ou, “Assim diz o Senhor...”.
* 2 Rs. 3.17 - Jz. 6.8; 1 Rs. 20.13; 20.28; 2 Cr. 12.5 - Em nenhum caso, o profeta dizia as suas
próprias palavras.
No Velho Testamento há várias palavras para “profeta”. A mais conhecida é aybn (nabí). Ela
expressa a idéia de alguém que fala por outro, como “sua boca” (Êx. 4.16; Jr. 15.19. O profeta era,
primariamente, alguém que falava da parte de Deus, inspirado e orientado por Ele.
Os sucessores dos antigos profetas foram os apóstolos do Novo Testamento, os quais receberam um
chamado específico.
Como no Antigo Testamento, os profetas do Novo Testamento eram capazes de prever futuros
eventos, os quais se cumpririam exatamente como preditos, também exortavam e confortavam as Igrejas.
* At. 11. 27,28; 21. 8-11 - Estes são os dois únicos casos registrados no Novo Testamento de
profecia preditiva relacionadas com eventos contemporâneos e a vida particular de alguém. Note que, em
ambos os casos, estas profecias envolviam a vida do apóstolo Paulo e suas viagens missionárias.
* 1 Co. 14.3; At. 15.30-32 - A revelação recebida pelos profetas nas Igrejas locais consistia em uma
mensagem “baseada na própria Escritura - vv.30,31, que visava edificar, confortar e instruir a Igreja, à
semelhança dos profetas do Antigo Testamento, cuja atividade principal consistia em aplicar a Palavra de
Deus às consciências do povo.
* 1 Co. 14.29 - Fosse qual fosse a natureza da profecia, ela deveria ser examinada e julgada pelos
demais profetas (observe o imperativo “julguem”), para ver se estava em harmonia com a doutrina
apostólica. Notar que exige dos profetas reconhecimento de que seu ensinamento é palavra de Deus -
v.37, não eram para ser aceitas sem avaliação e exame.
* 2 Pe. 1.20,21 - Pedro aqui, declara que “nenhuma profecia da Escritura provém da própria
interpretação do profeta”. Nenhuma profecia autêntica era comunicada “pela vontade do homem”.
Muitas profecias nas Escrituras, quando apareciam, era na forma de condenar pecados ocultos,
* Js. 7.10,11,13; Mt. 3.1,2,7,8 - Hoje em dia, a maioria dos profetas modernos, só falam coisas boas
e promissoras, usam deste artifício para manter as pessoas em sua volta, sem jamais confrontar com o
pecado das pessoas.
A Igreja precisa de homens que não tem medo de falar a verdade. João Batista foi decapitado por
falar a verdade. O profeta é aquele que perde sua cabeça, mas que fala a verdade.
Você talvez pense: “Muito do que é dito dá certo...”. Só que, existe uma grande diferença entre “dar
certo” e, “ser certo”. Não posso acreditar em algo só porque dá certo - o critério deve ser outro. Muitas
coisas que acontecem num terreiro de macumba dão certo, caso contrário, não havia tantas procuras para
tais práticas. Agora, o que fazem lá é certo?? (a falsa profecia não é porque não se cumpre, ela se cumpre;
ela é chamada de falsa porque tende a me afastar da verdade). Não podemos seguir algo só porque
funciona, tem que estar de conformidade com a verdade, caso contrário, estaremos correndo risco.
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A Contemporaneidade da Profecia
As Escrituras registram que Deus se revelou muitas vezes e de muitas maneiras através dos profetas
ao povo, e agora, nos últimos dias, se revelou através do Seu Filho - Hb. 1.1,2. Essa revelação em Cristo
se encontra registrado nas Escrituras, a qual é a nossa única regra de fé e prática, e através da qual Deus
ordinariamente guia o Seu povo. Assim, revelações ou predições de eventos relacionados com a vida de
indivíduos não devem ser encorajadas, esperadas como ocorrência normal e costumeira durante as
reuniões do povo de Deus, e nem recebidas sem avaliação e exame.
A profecia, como exposição das Escrituras no poder do Espírito Santo, permanece na Igreja de
Cristo em todas as épocas, e deve ser desejada e recebida como sendo o melhor dos dons - 1 Co. 14.1,39.
* Ap. 19.10 - Significa que o propósito e o cerne da profecia é o testemunho da verdade sobre
Cristo, a qual se encontra revelado nas Escrituras - Jo. 5.39.
* Ef. 2.20; 3.5 - O fundamento da Igreja é Cristo. Ao difundir o Evangelho, os apóstolos estavam
lançando o fundamento da Igreja - 1 Co. 3.10,11.
O Batismo Com O Espírito Santo - O batismo com o Espírito Santo foi prometido por Deus
através do profeta Joel e de outros profetas no Velho Testamento, bem como de João Batista, e pelo
Senhor Jesus Cristo no Novo Testamento.
* Jl. 2.28,29; Is. 32.15; Ez. 36.26,27;
* Jo. 7.37-39; Mt. 3.11 - João Batista está dizendo que Cristo iria batizar o Seu povo com o Espírito
Santo e com fogo. Que tipo de batismo seria este que vem acompanhado de fogo? Este batismo aqui não é
dom de línguas, pois o texto em nenhum momento está falando em dons, o ponto central aqui está na
pessoa e no ministério de Cristo. O capítulo 3 começa com uma pregação de arrependimento, e João diz
que aqueles que não se arrependerem serão cortados e lançados ao fogo - v.10, já o v. 11 é uma
continuação do v.10.
O fogo que João se refere aqui está se referindo ao dia de Pentecostes ou, ao juízo final, pois o v. 12
aponta para isso.
No ministério de Cristo nós não vemos Ele batizando ninguém, pois quem fazia isso eram os
apóstolos
* Jo. 4.1,2; Ef. 4.5 - A Bíblia está dizendo que só há um tipo de batismo. E este tipo de batismo
aqui não é o batismo doutrinário (Imersão, aspersão, etc), e sim o batismo espiritual, ou seja, a conversão.
A Escritura ensina que a experiência normal do batismo com o Espírito Santo coincide com a
conversão, não se confunde com a ‘segunda bênção’, referente ao derramamento do Espírito no livro de
Atos dos apóstolos.
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CONCLUSÃO - Qual é a diferença entre os dons e os frutos do Espírito (Gl. 5)? Posso muito bem
exteriorizar um dom do Espírito e impressionar você, como por exemplo falar em outra língua; porém,
com os frutos do Espírito, eu influencio você. É preferível influenciar as pessoas do que impressioná-las.
O crente foi chamado para influenciar e não para impressionar. Devemos buscar tanto os frutos como
dons.
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BATALHA ESPIRITUAL
Não há como negar que a Igreja está envolvida numa guerra espiritual. A Escritura diz que
estamos num combate (Ef.6.10-20), temos uma batalha espiritual sim, mas não da forma como o
Movimento de Batalha Espiritual tem abordado este assunto. Pessoas têm defendido as mais loucas idéias
que se pode imaginar na área de conflito ou batalha espiritual. Contudo não condizem com o que as
Escrituras afirmam sobre o assunto. Este movimento não se baseia exclusivamente na Palavra de Deus,
ele não parte da suficiência da Escritura, e não se submete ao crivo da Bíblia. As fontes básicas do
movimento são: revelações especiais diretas de Deus e experiências práticas. E as principais afirmações
do movimento são:
• As diversas manifestações de miséria e decadência são resultado de opressão maligna
• os principados e potestades se alimentam da iniqüidade humana
• exercem controle sobre as estruturas sociais, econômicas e eclesiásticas
• existência de espíritos territoriais
O diabo é apenas uma criatura, mas ele é pintado pelo Movimento parecendo ter um poder, senão
igual, mas pelo menos independente de Deus. O diabo não é um poder independente de Deus; ele só faz o
que Deus permite, e Deus o usa inclusive nos seus propósitos. O que acontece no mundo não é
determinado pelo conflito de duas forças opostas, uma boa e outra má, como se Deus e o diabo fossem
iguais e estivessem lutando pelo controle do mundo. Pelo contrário, o ensino das Escrituras é que Deus é
o Senhor, ele é o Eu Sou (Ex.3.14). Ele tem todas as coisas debaixo do Seu controle e o diabo não age
sem sua permissão.
Reconhecemos que a Escritura afirma a existência e a realidade das forças espirituais do mal. Em
Efésios 6, Paulo fala sobre essas forças espirituais, organizadas e lideradas pelo diabo. Elas são
poderosas, perversas, más, astutas, inteligentes e estão em franca oposição a Deus, a Cristo e à Sua Igreja.
Mas o movimento “Batalha Espiritual” deixa de ensinar o que é mais importante: Essas forças malignas
já estão derrotadas. O ponto central é que, na cruz, Cristo ganhou a batalha contra as forças espirituais do
mal, contra Satanás.
Em Gênesis 3.15 a Escritura afirma que viria um descendente da mulher, semente da mulher, que
esmagaria a cabeça da serpente; e a Escritura não deixa dúvida que isso aconteceu na cruz do calvário. A
figura de “esmagar a cabeça” não poderia ser mais apropriada ou seja: foi dado um golpe final, não há
retorno, foi dado um golpe mortal
Ainda em Colossenses 2.14-15 o apóstolo Paulo usa uma linguagem que vem do campo militar,
essa idéia de despojar, de expor ao desprezo, triunfar é uma linguagem que vem das batalhas do mundo
antigo. Quando um adversário era vencido ele sabia que ia ser despojado, o vencedor lhe tirava os bens,
as mulheres, os filhos, o gado e ainda levava as armas do guerreiro vencido; ele era completamente
despojado. Todas as armas da cidade vencida eram levadas. A cidade era desarmada para que não
houvesse outra rebelião. O sentido é de que Cristo desarmou, na cruz, os principados e potestades,
expondo-os publicamente ao desprezo e triunfando deles na cruz. Paulo está dizendo que, na cruz, Cristo
desarmou os principados e potestades; é a mesma expressão de “principados e potestades” que aparece
em Efésios 6. A Escritura afirma de forma indiscutível que na cruz Cristo triunfou.
Na passagem de João 12.31-33, o Senhor Jesus está dizendo que na sua morte o príncipe desse
mundo seria expulso. Ou seja, ele está dizendo a mesma coisa que Paulo, em Colossenses 2.14,15, e o que
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Moisés escreveu em Gênesis 3:15. As expressões “esmagar a cabeça”, “desarmar”, e “expulsar o príncipe
desse mundo” referem-se, todas elas, a Satanás.
Para uma compreensão adequada dos ensinamentos do Movimento de Batalha Espiritual, deve-se
entender a soberania de Deus, a suficiência das Escrituras, a decadência da raça humana e a suficiência da
obra de Cristo. Uma vez que esses pontos sejam firmemente defendidos e ensinados haverá pouco espaço
para que os erros da batalha espiritual penetrem em nossas igrejas.
O Movimento defende ainda que, o crente pode ficar endemoninhado. Contra esta afirmativa
podemos citar: Colossenses 1:13-14, quando os indivíduos são salvos eles são arrancados do domínio das
trevas; Romanos 8:37, onde o contexto é o da segurança do crente, no entanto encontramos que ao crente
é prometida vitória através de Cristo; 1 Coríntios 6.19, o crente é habitado pelo Espírito Santo. É
inconcebível que o Espírito Santo fosse partilhar nossos corpos com um demônio; 2 Tessalonicenses 3:3,
afirma que por causa da fidelidade do Senhor estamos protegidos do maligno.
Não só o Movimento de Batalha Espiritual deriva de fontes extra-bíblicas, como também
contradiz muito do que o Novo Testamento nos ensina acerca de demônios. Eles dizem que os demônios
têm nomes que refletem suas influências. Nomes tais como "luxúria", "assassinato", "inveja", "mexerico",
“Zé Pilintra”, “Pomba-gira”, “Tranca Rua”, etc. Contudo, em nenhum lugar nas Escrituras encontramos
qualquer base para tal ensino.
A Escritura diz que em relação ao diabo temos que ter um papel defensivo (1Pd.5:6-9; Tg.4:7;
Ef.6:10-18).
Sobre o diabo e os demônios, ratificamos que eles são criaturas, ou seja, foram criadas por Deus,
logo, estão sob seu domínio, quer gostem e aceitem ou não. Todos estão debaixo da soberania divina e só
agem mediante permissão de Deus.
Quanto à questão do mal e da maldição, muita confusão já foi gerada, pelo mesmo erro ontológico
de Deus e seu governo. Os defensores da Batalha Espiritual afirmam que todo mal é demoníaco, quer seja
ele de ordem natural ou sobrenatural. Tudo que é ruim, indesejável, doloroso ou triste, é resultado de uma
ação demoníaca. Deste uma dificuldade para ler a Bíblia, uma angústia vivencial, até mesmo uma dor de
cabeça. Sobre o mal, é bom entendermos:
“O mal existe no mundo sob duas formas, ambas reconhecidas claramente nas Escrituras: o mal
moral e o mal circunstancial. No primeiro caso, temos o pecado, em todas as suas formas variadas. No
segundo, a miséria, a dor, o sofrimento, as doenças, enfim, as circunstâncias que causam pesar e
sofrimento aos homens. Estes males são resultado do mal moral que existe no universo. Enquanto que o
mal moral em si é o resultado da desobediência do homem, tentado ou não pelo diabo, males
circunstanciais podem em algumas ocasiões ser o resultado da ação direta de demônios”.6
A respeito da possessão demoníaca de crentes, a qual os defensores da Batalha Espiritual
defendem como possível, reafirmamos que tal aberração é totalmente impossível. Nem mesmo a dita
“demonização”, que seria segundo eles, a influência de demônios habitando certas áreas de suas vidas.
Segundo esta idéia, poderíamos ter, como já foi defendido por alguém, um pessoa crente, pastor de igreja
a muito tempo, com um “demônio da dor de cabeça”. 7 As escrituras são taxativas ao afirmarem a
perseverança dos santos. A CFW (Confissão de Fé de Westminster) no seu CAPÍTULO XVII - DA
PERSEVERANÇA DOS SANTOS, esclarece três pontos básicos a este respeito:
6
POWLISON, David, Apud: LOPES, Augustus Nicodemus, O que voce precisa saber sobre Batalha Espiritual, São Paulo-
SP, Editora Cultura Cristã, 2001, p. 83.
7
do livro Porcos na Sala
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I. Os que Deus aceitou em seu Bem-amado, os que ele chamou eficazmente e santificou pelo seu
Espírito, não podem decair do estado da graça, nem total, nem finalmente; mas, com toda a certeza hão de
perseverar nesse estado até o fim e serão eternamente salvos. Fl 1:6; Jo 10:28-29; IPe 1:5, 9.
II. Esta perseverança dos santos não depende do livre arbítrio deles, mas da imutabilidade do
decreto da eleição, procedente do livre e imutável amor de Deus Pai, da eficácia do mérito e intercessão
de Jesus Cristo, da permanência do Espírito e da semente de Deus neles e da natureza do pacto da graça;
de todas estas coisas vêm a sua certeza e infalibilidade. II Tim. 2:19; Jer. 31:3; João 17:11, 24; Heb 7:25;
Lc 22:32; Rm 8:33, 34, 38-39; João 14:16-17; I João 2:27 e 3:9; Jr 32:40; II Ts 3:3; I João 2:19; João
10:28.
III. Eles, porém, pelas tentações de Satanás e do mundo, pela força da corrupção neles restante e
pela negligência dos meios de preservação, podem cair em graves pecados e por algum tempo continuar
neles; incorrem assim no desagrado de Deus, entristecem o seu Santo Espírito e de algum modo vêm a ser
privados das suas graças e confortos; têm os seus corações endurecidos e as suas consciências feridas;
prejudicam e escandalizam os outros e atraem sobre si juízos temporais. Sal. 51:14; Mat. 26:70-74; II
Sam. 12:9, 13; Isa. 64:7, 9; II Sam. 11:27; Ef. 6:30; Sal. 51:8, 10, 12; Apoc. 2:4; Isa. 63:17; Mar. 6:52;
Sal. 32:3-4; II Sam. 12:14; Sal. 89:31-32; I Cor. 11:32.
Assim, é bom que saibamos que nossa luta é biblicamente apontada contra três agentes: o mundo,
a carne e o diabo. Tendo isto em consideração e sabendo que Deus realmente é soberano, o caminho da
“batalha espiritual”, para usar o mesmo termo, é o da santificação e não o do exorcismo. Lemos, por
exemplo, em Tiago 4.6-8: “Antes, ele dá maior graça; pelo que diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá
graça aos humildes. Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a
Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o
coração”. O texto é claro em mostrar que nossa atitude deve ser primeiro de sujeição a Deus e segundo de
resistência ao diabo.
Por fim, queremos enfatizar o perigo que pode gerar uma hermenêutica distorcida, como esta
utilizada pelos defensores do Movimento da Batalha Espiritual. Já demonstramos que tais análises e ações
não possuem respaldo bíblico consistente. E a insistência em práticas não bíblicas caracteriza franca
desobediência, e isto entra em oposição a Deus. O que está em discussão não é grupo ou denominação A
ou B, mas uma teologia concreta que tem sido disseminada no meio evangélico. Portanto, reafirmamos
que esta teologia, nos moldes descritos acima, não é bíblica. E mais, conforme expressa o CATECISMO
MAIOR DE WESTMINSTER – Pergunta 105: Quais são os pecados proibidos no primeiro mandamento?
“...todos os pactos com o diabo; o consultar com ele e dar ouvidos às suas sugestões; o fazer dos homens
senhores da nossa fé e consciência...”. Ou seja, há de se tomar cuidado, pois o único interessado em que
se espalhe doutrinas contrárias às Escrituras, é o diabo. Cabe a cada crente o não “dar ouvidos às suas
sugestões”, bem como o não “fazer dos homens senhores da nossa fé e consciência”, pois muitos são os
enganadores.
Reiteramos a plena suficiência de Cristo e de sua obra vicária. Suficiência esta que fica
amplamente abalada na teologia da Batalha Espiritual. Um dos textos mais utilizados por eles é o de 2Co
10.3-4 “Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. 4 Porque as armas da nossa
milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas”.
Contudo, eles se esquecem de analisar o verso seguinte, 2Co 10:5 “e toda altivez que se levante contra o
conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo”. Esta obediência é o
princípio geral, pelo qual se rege todo nosso relacionamento com Deus.
Igreja Presbiteriana Filadélfia de Franca Pág. 28
Rua Minas Gerais, 519, Vila Aparecida, Franca - SP
SISTEMA DE GOVERNO
"Presbiterianos": Origem e Significado do Termo8
A Reforma religiosa do século dezesseis deu origem, de modo direto ou indireto, aos diversos
grupos que hoje constituem o protestantismo. Os nomes adotados por essas igrejas podem derivar do
próprio nome do seu fundador ("luteranos", "menonitas"), de uma convicção doutrinária primordial
("batistas", "pentecostais") ou de sua estrutura eclesiástica e forma de governo ("episcopais",
"congregacionais"). Nesta última categoria também se incluem os "presbiterianos."
As igrejas presbiterianas têm suas raízes na obra dos dois reformadores que entraram em cena
pouco depois do pioneiro Martinho Lutero. Foram eles o suíço de língua alemã Ulrico Zuínglio (1484-
1531) e o francês João Calvino (1509-1564), que atuaram ambos na Suíça, o primeiro em Zurique e o
segundo em Genebra. Com a morte prematura de Zuínglio, Calvino tornou-se o principal líder e teólogo
do movimento. No continente europeu, as igrejas que abraçaram a teologia e a estrutura eclesiástica
preconizadas por Calvino adotaram o nome de "Igrejas Reformadas," principalmente em países como a
própria Suíça, a França, a Holanda e a Hungria.
O nome "Igreja Presbiteriana" popularizou-se nas Ilhas Britânicas a partir da obra do reformador
escocês João Knox (c.1514-1572), que foi discípulo de Calvino em Genebra. Eventualmente surgiram
fortes comunidades presbiterianas na Escócia, Irlanda e Inglaterra. Através da imigração, os escoceses e
irlandeses levaram o presbiterianismo para os Estados Unidos nos séculos dezessete e dezoito. Dos
Estados Unidos, especialmente com o grande movimento missionário protestante do século dezenove, as
igrejas presbiterianas e o nome "presbiteriano" foram introduzidos em muitos países do hemisfério sul.
Entre esses países estava o Brasil, que teve como pioneiro presbiteriano o Rev. Ashbel G. Simonton, aqui
chegado em 1859.
O termo "presbiteriano" decorre do fato de que nas igrejas desse nome o governo é exercido por
"presbíteros." A palavra grega presbyteros encontra-se no Novo Testamento e significava originalmente
"ancião," "homem idoso." À semelhança do que acontecia entre os judeus, também na igreja primitiva a
liderança era exercida pelos membros mais experientes da comunidade, geralmente, mas não
necessariamente, homens mais velhos. Eventualmente, o termo passou a ter um sentido técnico de líder da
igreja e o aspecto da idade ficou em segundo plano. Assim, encontramos referências aos presbíteros em
passagens bíblicas como Atos dos Apóstolos 11.30; 14.23; 15.2; 20.17; 1 Timóteo 5.17; Tito 1.5; Tiago
5.14; e 1 Pedro 5.1. Também encontramos o coletivo "presbitério" ou concílio de presbíteros em 1
Timóteo 4.14.
Portanto, seguindo o precedente bíblico, nas igrejas presbiterianas a liderança é exercida pelos
presbíteros, os quais se subdividem em duas categorias – os presbíteros "regentes" (que governam),
voltados primordialmente para funções administrativas, e os presbíteros "docentes" (que ensinam), ou
seja, os ministros ou pastores. Esses dois tipos de presbíteros tem a mesma paridade, não se constituindo
em uma hierarquia. Todavia, os pastores ou presbíteros docentes têm algumas funções privativas, como o
ministração dos sacramentos. Os presbíteros exercem as suas funções em vários níveis: localmente, no
"conselho" de cada igreja; em âmbito regional, nos presbitérios e sínodos; em âmbito nacional, no
Supremo Concílio.
• Somos uma Igreja Reformada – adotamos o sistema teológico (doutrinário) sustentado pelas
igrejas oriundas da Reforma Protestante do século XVI.
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Alderi Souza de Matos
Igreja Presbiteriana Filadélfia de Franca Pág. 29
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• Somos uma Igreja Calvinista – adotamos o sistema teológico (doutrinário) exposto por João
Calvino.
• Somos uma Igreja Confecional – adotamos a Confissão de Fé de Westminster.
• Somos uma Igreja Histórica – este termo refere-se, em geral, às igrejas reformadas, ou, às igrejas
que não seguem uma linha pentecostal.
Enfim, zelamos por manter um sistema doutrinário e litúrgico fiel aos ensinos bíblicos. Um
compromisso sério com a missão dada por Jesus de fazer discípulos e ensina-los (Mt 28.19-20). E, uma
presença atuante na cidade onde nossas igrejas forem constituídas.
IDENTIDADE DA IPB
Deus os abençoe!