A ENFERMAGEM FRENTE A ACIDENTES DE TRABALHO COM MATERIAL
POTENCIALMENTE CONTAMINADO NA ERA DO HIV
Este artigo tem a finalidade de identificar a ocorrência de acidentes de
trabalho com materiais perfurocortantes potencialmente contaminado entre enfermeiros e auxiliares de enfermagem procurando saber qual o tipo de material que ocasionou, quais as condutas tomadas após o acidente e a comparação dos anos de trabalho na instituição. A população estudada foram profissionais que tinham sido expostos apenas ocupacionalmente a sangue de pacientes infectados. Um dos problemas observados neste estudo foi à resistência da utilização de equipamentos de proteção individual e à subestimação do risco em se infectar. As amostras foram de 234 enfermeiros e 610 auxiliares de enfermagem de um dos 234 enfermeiros lotados em um Hospital geral, de ensino do Estado de São Paulo, no ano de 1996. Entre as curiosidades do estudo notou-se que a maioria dos profissionais que relataram acidentes exerciam a profissão a mais de 10 anos e os que nunca se acidentaram apresentavam tempo de exercício profissional inferior a 5 anos. Isso nos mostra a importância de uma sensibilização diária dos profissionais sobre a proteção individual. Uma das principais causas para estes acidentes de trabalho é a autoconfiança e a desvalorização das ações preventivas. Quanto ao tipo de materiais que causaram o acidente, a maioria referiu- se ter sido com agulhas. Por ser um instrumento mais propício a acidentes e também por ser um trabalho que muito se expõe a esse tipo de risco. Sendo o fato de reencapar a agulha um dos determinantes mais frequentes neste caso. Em relação à conduta tomada após o acidente, relatou-se que 27 enfermeiros notificaram o acidente, dos quais 19 verbalizaram ter lavado desinfetado ou espremido a área acidentada e notificado ao serviço. Condutas incompletas ou insuficientes como simplesmente lavar ou fazer antissepsia foram apontadas por 12 enfermeiros e 2 não tomaram nenhuma conduta. Outro aspecto importante é que à medida que a prevalência da AIDS e hepatite aumenta a chance de um profissional da saúde entrar em contato com o HIV através de exposição ocupacional se eleva. Ressaltando que deve haver uma sensibilização dos profissionais em relação à mudança no comportamento e o emprego das precauções é de suma importância, pois desta forma o indivíduo pode se precaver não só da exposição ao HIV, bem como de outros patógenos e principalmente também para o exercício profissional seguro.