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Aluno: Artur Ferreira da Silva

Docente: Anelise Tietz


Componente Curricular: Arte Educação

FICHAMENTO
FERRAZ, M. H. C. de T. & FUSARI, M. F. de R. Metodologia do Ensino de Arte:
Fundamentos e Proposições. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2009.

Capítulo 1 – Para Pensar e Fazer uma Educação Escolar de Arte


1. O significado de Arte na educação.
A proposta trazida pelas autoras no capítulo é de problematizar o ensino de
arte nos currículos escolares pensando propostas educacionais e pedagógicas além
da importância do conhecimento de arte para uma formação artística e estética dos
estudantes de forma que esta seja significativa para estes. Sendo a arte então de vital
importância na vida das pessoas desde os primórdios, por ser um meio de expressão
de suas atividades criativas e de comunicação de conhecimentos e experiências, está
se torna um fator essencial de humanização e portanto por isso é também primordial
e essencial sua presença nos currículos, visto a necessidade de uma educação
integral que pense também na formação cidadã e humana dos educandos.
O texto diz que “Logo ao nascer, passamos a viver em um mundo com uma
história social de produções culturais que contribuem para a formação de nosso senso
estético.” (p. 18) e mais adiante que “É por isso que, mesmo sem perceber, educamo-
nos esteticamente no convívio com as pessoas e as situações da vida cotidiana.” (p.
19), nesses trechos pode-se notar como a construção do indivíduo perpassa por uma
construção estética que ocorre de maneira natural e subjetiva desde o início da vida,
portanto visando a escola como também um espaço importante de construção do ser
é preciso que o ensino de arte seja pensado de forma a contribuir com esse processo.
Assim a arte na escola tem a possibilidade de integrar conhecimentos acadêmicos,
sociais e culturais criando vínculos entre eles de forma a criar no aluno um senso
estético e artístico que o permita desenvolver uma criticidade em relação a sua própria
construção artística e aos produtos artísticos e obras que tiver contato em sua
trajetória, apropriando-se da arte para si próprio.
Traz-se então uma definição de obra de arte como uma construção poética
através da qual o artista expressa suas ideias sentimentos e emoções, sendo um
resultado do pensar, do sentir e do fazer que são mobilizados pela materialidade da
obra, pelo domínio das técnicas e significados pessoais e culturais. Sendo então
construídas em um conjunto de procedimentos materiais, mentais e culturais. A partir
dessa definição é possível pensar no que tange a produção de obras de arte nas aulas
de arte, tendo essas uma importância fundamental no processo por permitir que o
educando mobilize suas ideias, percepções, emoções, sentimentos e sensações na
forma de uma obra de arte. Assim pode-se dar ao aluno o espaço de artista, tendo
atenção para reconhecer também sua individualidade e suas bagagens que o mesmo
traz antes de chegar a sala de aula. Assim a produção, o fazer artístico se constitui
com processos imaginativos, cognitivos e afetivos, sendo então um meio para permitir
que o aluno tenha ao mesmo tempo uma maior compreensão da arte, da sua própria
arte e de si mesmo.
As autoras também chamam atenção para a necessidade da formação do aluno
enquanto público que aprecia as obras de arte, sendo esta também uma importante
parte do processo de educação artística e humanizada já que a arte se constrói dentro
de um diálogo triangulado entre artista, obra e público. Explicitando então a existência
de diferentes níveis de compreensão de uma obra e portanto diferentes níveis onde
se estabelece o diálogo. Citando então o filosofo americano Richard Shusterman
(1998, p.63) “apesar de seu poder de expressão, a arte permanece muda sem a
presença de uma reflexão inteligente, com a qual possa dialogar”, este pensamento é
em certo ponto elitista e academicista, já que a arte não depende necessariamente de
um conhecimento ou inteligência específica para que possa se estabelecer um
diálogo, no ponto em que a arte comunica através de uma linguagem universal e ao
mesmo tempo única para cada indivíduo. É preciso compreender que a educação em
arte no sentido de formar também apreciadores da arte não deve seguir o sentido
formal apenas de entender técnicas ou correntes estéticas e filosóficas, mas também
de criar no aluno uma disponibilidade para dialogar com as obras de arte de forma
livre, com a qual ele possa entender a arte dentro de suas próprias vivências e
significâncias.
É também necessário para que esse processo tenha sentido e possa ser
enriquecido que se construa um aprofundamento gradativo da história da arte
procurando pensar as inter-relações artísticas e estéticas como processo histórico e
social da humanidade. Dessa forma é possível ampliar o senso estético-artístico do
aluno de uma forma crítica para que o mesmo relacione a importância e o sentido que
a arte e a produção artística têm para a sociedade e para o indivíduo, visto que
“a arte mobiliza continuamente nossas práticas culturais, e nos impulsiona a perceber
esteticamente as múltiplas visualidades, sons, falas, movimentos, cenas, desde a nossa
infância, que procuramos tomar consciência de como produzimos e as interpretamos.” (p.25)

Precisamos então identificar quais práticas em nossa vida contemporânea desejamos


manter, modificar ou banir e principalmente porque o desejamos. Isto é, necessitamos
por em prática uma continua educação de arte no sentido de vivências, experiências
e reflexões.
2. A arte mobiliza a educação escolar de Arte
As autoras discorrem sobre as experiências artísticas dos alunos fora da sala de
aula e suas construções e experiências artístico-estéticas e sua relevância para a
prática docente onde dizem que
“Para o educador, é importante reconhecer a amplitude dessas experiências, pois a partir
dessas vivências, os alunos conseguem aprender novas habilidades e saberes, tornando-os
significativos e ampliadores de suas sensibilidades e cognições a respeito dessas modalidades
artísticas. [...] E saber proporcionar aos alunos condições para apropriarem-se criticamente dos
conhecimentos e prosseguirem de forma sensível, intelectiva e criadora ” (p.26 e 27)

Desta forma o texto aponta para a necessidade de pensar no ensino de arte como
uma construção coletiva, onde professor e aluno estejam em sintonia, principalmente
em relação aos seus objetivos. Assim o professor não deve ver o seu aluno como um
ser desprovido de saberes e conhecimentos e nem tão pouco o aluno deve ver o
professor como um inimigo ou um bobo da corte, sendo a segunda figura muito
recorrente já que o ensino da arte é visto como inútil e desinteressante na esmagadora
maioria dos casos. É preciso lembrar também que o educador vai criar as condições
e estimular o interesse do alunado a medida que este estiver disponível e disposto
para tal também. Assim sendo é preciso ponderar a função e as metodologias a serem
adotadas pelo professor de arte.
É chamada atenção também para o fato de a escola se voltar muito para o fazer
artístico, e para além disso pensar as criações dos alunos como puramente
espontâneas e livres. É preciso desconstruir esse pensamento e voltar a educação
em arte para um fazer crítico e consciente, que seja pensado e embasado através da
apropriação do educando dos conhecimentos construídos através das aulas. Tendo
então o educador também o papel de dar suporte aos alunos para que identifiquem e
desenvolvam a sua própria linguagem artística. Um importante meio para isso é a
observação de trabalhos de outros artistas, a apreciação e fruição diante de outras
obras de arte, tendo assim experiências estéticas que serão também importantes para
a construção de sua própria estética. Para tal é preciso também atenção, tempo de
observação, reflexão e o prazer na apreciação da arte para de forma intuitiva
identificar quais as relações que nos seduzem na arte, como propõe Jorge Coli. Ou
seja, a arte na escola também tem a função de promover o exercício da observação.
É preciso compreender também quais as noções e fazeres artísticos que os alunos
já trazem consigo afim de que se possa auxiliar numa ampliação e diversificação
sensível e cognitiva dos mesmos, reconhecendo então o aluno como pessoa que se
constrói esteticamente de forma continua e que a escola é também um espaço para
essa construção que deve permitir a sua ampliação.
Através das contribuições de Lanier (1984) as autoras ainda reforçam que é
preciso pensar na educação em arte e nos próprios fazeres artísticos que nela estão
embutidos de uma forma integrada. Não bastam exercícios soltos que não se
conectem, é preciso que se mostre ao aluno como a arte se relaciona com ela mesma
de maneira histórica, social, filosófica e até mesmo as relações pessoais que o artista
tece com a sua arte e com a arte de outros. Dessa forma é proposta uma educação
em arte que seja mais ampla e significativa principalmente para construção do aluno.

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