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FICHAMENTO
FERRAZ, M. H. C. de T. & FUSARI, M. F. de R. Metodologia do Ensino de Arte:
Fundamentos e Proposições. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2009.
Desta forma o texto aponta para a necessidade de pensar no ensino de arte como
uma construção coletiva, onde professor e aluno estejam em sintonia, principalmente
em relação aos seus objetivos. Assim o professor não deve ver o seu aluno como um
ser desprovido de saberes e conhecimentos e nem tão pouco o aluno deve ver o
professor como um inimigo ou um bobo da corte, sendo a segunda figura muito
recorrente já que o ensino da arte é visto como inútil e desinteressante na esmagadora
maioria dos casos. É preciso lembrar também que o educador vai criar as condições
e estimular o interesse do alunado a medida que este estiver disponível e disposto
para tal também. Assim sendo é preciso ponderar a função e as metodologias a serem
adotadas pelo professor de arte.
É chamada atenção também para o fato de a escola se voltar muito para o fazer
artístico, e para além disso pensar as criações dos alunos como puramente
espontâneas e livres. É preciso desconstruir esse pensamento e voltar a educação
em arte para um fazer crítico e consciente, que seja pensado e embasado através da
apropriação do educando dos conhecimentos construídos através das aulas. Tendo
então o educador também o papel de dar suporte aos alunos para que identifiquem e
desenvolvam a sua própria linguagem artística. Um importante meio para isso é a
observação de trabalhos de outros artistas, a apreciação e fruição diante de outras
obras de arte, tendo assim experiências estéticas que serão também importantes para
a construção de sua própria estética. Para tal é preciso também atenção, tempo de
observação, reflexão e o prazer na apreciação da arte para de forma intuitiva
identificar quais as relações que nos seduzem na arte, como propõe Jorge Coli. Ou
seja, a arte na escola também tem a função de promover o exercício da observação.
É preciso compreender também quais as noções e fazeres artísticos que os alunos
já trazem consigo afim de que se possa auxiliar numa ampliação e diversificação
sensível e cognitiva dos mesmos, reconhecendo então o aluno como pessoa que se
constrói esteticamente de forma continua e que a escola é também um espaço para
essa construção que deve permitir a sua ampliação.
Através das contribuições de Lanier (1984) as autoras ainda reforçam que é
preciso pensar na educação em arte e nos próprios fazeres artísticos que nela estão
embutidos de uma forma integrada. Não bastam exercícios soltos que não se
conectem, é preciso que se mostre ao aluno como a arte se relaciona com ela mesma
de maneira histórica, social, filosófica e até mesmo as relações pessoais que o artista
tece com a sua arte e com a arte de outros. Dessa forma é proposta uma educação
em arte que seja mais ampla e significativa principalmente para construção do aluno.