Professional Documents
Culture Documents
Ética, transparência e co‐responsabilidade
Prof. Dr. Enio Leite
O objetivo geral do presente estudo é pesquisar teoria x prática das Agências de Comunicação
e verificar que habilidades e conhecimentos são necessários para o bom desempenho do
profissional de Comunicação Social ‐ mais especificamente o jornalista e o publicitário na área
corporativa. Problema: A importância crescente do mercado de trabalho na área de
comunicação corporativa, no Brasil e no mundo é traduzida pelo fato de atualmente 50% das
notícias veiculadas na mídia geral e especializada serem provenientes das recém conceituadas
Agências de Comunicação. A rápida expansão desse segmento que une: jornalismo, relações
públicas e imagem corporativa, sobretudo a partir dos anos 2000, demonstram que o
profissional graduado em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, Publicidade e
Propaganda e Relações Públicas deve ampliar a sua capacitação diante das novas exigências do
mercado e desenvolver um perfil de flexibilidade e capacidade de gestão. O desconhecimento
desta realidade poderá levar a uma formação deficiente do futuro profissional.
A situação das Agências
1 ‐ ABRACOM em janeiro de 2010, existiam cerca de 1100 Agências de Comunicação atuando
no mercado de comunicação corporativa no Brasil. Carlos Carvalho, secretário geral da
ABRACOM, informou que em 2005 o ICOM ‐ Indicador de Comunicação Organizacional apurou
um faturamento global do setor na ordem de R$ 600 milhões. Os dados de 2006 ainda não
foram finalizados. Atualmente, cerca de 10 mil profissionais atuam nas Agências brasileiras,
sendo 70% deles jornalistas e 20% relações públicas, os demais 10% são profissionais oriundos
de diversas áreas.
2 ‐ O ponto fundamental de tal orientação para o mercado por parte das Agências condiz com
o próprio crescimento do mercado da comunicação corporativa nos últimos anos, mas,
igualmente com a necessidade de expansão dos públicos, cujas demandas por informação se
diversifica e amplia a cada dia, na medida em que cresce a influência da mídia e das formas de
comunicação em rede, fenômeno característico das sociedades atuais.
3 ‐ O levantamento de serviços e produtos oferecidos pelas Agências de Comunicação ao
mercado foi outro objetivo específico proposto no projeto e concretizado plenamente pela
pesquisa, o que resultou na produção de um glossário contendo 108 serviços identificados e
descritos em verbetes, parte integrante deste relatório. Muitos desses serviços usam
terminologias estrangeiras para designar as atividades, tendência já existente nos mercados de
publicidade e propaganda, relações públicas e outras áreas afins.
4 ‐ Dentre as 119 pesquisas enviadas, 6 e‐mails retornaram por erro e foram obtidas 11
respostas, um índice de retorno de 9,2%, índice este considerado muito bom, ainda mais
levando‐se em consideração que uma média de 5% já é considerada boa para pesquisa
eletrônica.
6 ‐ Uma etapa complementar foi constituída de entrevistas informais obtidas mediante
conversas realizadas com profissionais da área de comunicação corporativa, a saber: Rivaldo
Chinem, jornalista e autor de diversos livros relacionados ao tema; Luciana Bacellar,
profissional da área de Media Training; Ionei Martins, jornalista e especialista em Consultoria
Política na área governamental, Eduardo Otaviano diretor de Comunicação da TIM e Jennifer
Bullock, Adida Cultural e de Imprensa do Consulado Americano em São Paulo. Todos esses
profissionais foram convidados no primeiro semestre de 2006[1] para realizarem palestras
para os alunos do curso de jornalismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie. As
informações obtidas serviram para confirmar as tendências identificadas na pesquisa, como
também sua importância e ineditismo.
7 ‐ Um novo perfil do profissional de comunicação passou a ser delineado a partir dos desafios
impostos pelas mudanças sociais no novo milênio, que configuram questões paradigmáticas as
mais diversas: valorização da cidadania, multiplicidades de públicos, consumo responsável,
questões planetárias, concorrência global, minorias sociais, entre outras. Diante disso, esse
novo perfil ganhou contornos mais amplos e complexos a partir da demanda de desempenhos
baseados na capacidade gerencial e de liderança dos processos comunicativos nos setores
tanto privado quanto público.
* Informação
Tida como a matéria prima de toda Comunicação o conceito de informação passa a adquirir
um valor estratégico que atravessa todo um processo de problematização, investigação,
confirmação, produção e difusão.Com a mudança do monopólio da Mídia a partir do advento
da Internet, qualquer pessoa pode produzir informação para difundir na Rede.
* Maior transparência nas ações
Vale dizer que não basta ter a informação, mais importante que isso é saber e poder veicular a
informação certa, na hora certa. No caso de uma crise, não existe nada mais perigoso para a
imagem da empresa ou a instituição do que a falta de informação. Essa premissa é válida tanto
para o setor público quanto para o setor privado, quer a comunicação seja gerida direta ou
indiretamente, ou ambas as situações. Hoje em dia, com a multiplicidade de serviços
existentes na área da comunicação corporativa, o que é mais comum acontecer é uma
organização ou instituição possuir um setor responsável pela sua comunicação e,
paralelamente, contratar serviços terceirizados.
* Formação cultural: diversidade, amplitude e internacionalização
Ser um profissional de comunicação requer contato nas mais diversas áreas de conhecimento.
Um aspecto da maior relevância para o novo perfil de atuação desse profissional é investir
numa formação cultural cada vez mais ampla e diversificada. Vale dizer que não basta possuir
conhecimentos gerais sobre história mundial, sociologia e política, esses considerados
aspectos elementares. É preciso conhecer os principais sistemas do pensamento filosófico do
clássico à modernidade, os marcos jurídicos que regem os sistemas econômico, políticos e
sociais da era da globalização. Paralelamente, é fundamental saber reconhecer as principais
manifestações no campo da arte, da ciência e da tecnologia, as novas linguagens das redes
multimidiáticas, questões relacionadas com as minorias e as dimensões planetárias.
* Capacidade de análise, reflexão e de crítica
* Visão geral do mercado e da concorrência
Conhecer o mercado e a concorrência são requisitos sem os quais se torna impossível prever e
agir de forma estratégica e sistêmica a comunicação corporativa. O profissional deve conhecer
muito bem a empresa em que trabalha ou o cliente a quem atende, os seus concorrentes e o
mercado, para ser capaz de opinar, fazer críticas e propor soluções. Sem um pleno
conhecimento dessa tríade – cliente, concorrência e mercado – poderá colocar em risco todo o
negócio.
* Capacidade de trabalhar em equipe
A multiplicidade de profissionais que na maioria das vezes está envolvida num programa,
projeto ou ação de comunicação exige do profissional uma grande capacidade de articular e
se relacionar com os mais variados tipos de pessoas nas mais diversificadas funções. Assim, a
capacidade de trabalhar em equipe é um requisito da maior relevância para o êxito do
trabalho.
* Saber pesquisar, trabalhar com método e planejar
Conhecer as diversas fontes de pesquisa que as novas tecnologias colocam à disposição e
saber buscar informações fazem parte de um conjunto de habilidades do novo perfil do
profissional de comunicação. Para desempenhar uma boa pesquisa é necessário conhecer
métodos de trabalho e saber planejar as atividades, propor e cumprir prazos e organizar
tarefas visando atingir objetivos e metas propostas. Lidar com as habilidades de pesquisa, uso
de métodos e saber planejar se constituem diferenciais no mercado.
* Linguagem e expressão: texto, síntese, argumentação e oratória
A idéia não é que o profissional de comunicação tenha que ser um “perfomer”, as é
fundamental desenvolver a sua própria linguagem e expressão. Não são habilidades que se
encontram nos manuais de “boas maneiras” ou naqueles readers digest que ensinam “como
fazer amigos e conquistar pessoas”. Nada disso. Estamos falando do desenvolvimento de um
estilo pessoal onde a criação de um bom texto para exprimir idéias, utiliza a síntese na
apresentação de novos projetos, uso da argumentação na defesa e no convencimento de que
é algo bom e que mudará alguma realidade, são habilidades fundamentais ao bom profissional
de comunicação. Ter uma boa oratória, saber falar bem não é necessariamente usar um
vocabulário rebuscado nem simplório demais para apresentar ou defender idéias. O bem falar
inclui desde o texto, a síntese, o argumento até o tom da voz, os movimentos do corpo, o
olhar, enfim é um conjunto que une linguagem e expressão, singular a alguém, mas que cria
uma empatia com o público.
* Resolução de problemas
Diante da complexidade de problemas no cotidiano da empresa e da sua relação com os
diversos públicos, a capacidade de reflexão, análise e crítica deve estar intimamente
relacionada com a habilidade de propor soluções. De nada adiantaria uma crítica vazia se não
for acompanhada de propostas para a melhoria do desempenho e a resolução de situações
críticas e/ou de crise. Para tanto, saber se distanciar das circunstâncias e encontrar novas
formas de encarar os problemas serve para produzir o equilíbrio fundamental à resolução de
problemas.
* Inteligência emocional
Um conceito já amplamente difundido por conta do best seller de Daniel Colemann
“Inteligência Emocional” não se constitui uma panacéia que resolve todos os problemas mas,
com certeza, é hoje um elemento que determina o bom desempenho do profissional de
comunicação. Ser inteligente emocionalmente é manter‐se em consonância com o ambiente
de trabalho e saber lidar com as pessoalidades, as idiossincrasias, as diferenças, e, ao mesmo
tempo, manter um comportamento equilibrado e compatível com o bom convívio social.
* Desenvolver talentos fora da sua área
Ampliar o âmbito de atuação profissional e pessoal é um desafio pouco explorado até o
momento no Brasil. Nos Estados Unidos, a capacidade de promover ações filantrópicas,
culturais e esportivas fora da atividade profissionais em prol da sociedade ou de segmentos
menos privilegiados é um valor agregado há muito consolidado no currículo profissional.
* Avaliar processos e projetos
A área de projetos a serem financiados pelas empresas, em nome das suas estratégias de
comunicação com os públicos de interesse vem crescendo a cada dia. Empresas dos mais
diversos setores desenvolveram nos últimos dez anos Programas de Responsabilidade Social
muito amplos que abrangem as áreas da Cultura, do Esporte, as Saúde e do Meio Ambiente, só
para ficar nas mais conhecidas. O novo perfil profissional deve estar preparado para proceder
à análise de projetos e avaliar os processos de desenvolvimento e resultados. Assim como
deve saber acompanhar e redirecionar objetivos e metas de programas e projetos relacionadas
à comunicação corporativa em geral.
* Criar redes de relacionamentos e produzir transformações e cadeias de sustentabilidade
Devido à complexidade da sociedade global é um grande desafio trabalhar com a Comunicação
Corporativa hoje. Esse trabalho requer a criação de redes de relacionamentos, sem contatos
nada repercute junto à opinião pública. Ao lado das redes de relacionamentos existe a
necessidade de produzir transformações em consonância com os novos desafios planetários.
Entidades nacionais e internacionais buscam repercutir suas ações e querem difundir e fazer
conhecer sua missão e os novos princípios norteadores de cidadania mundial:água, energia,
aquecimento global, minorias, exclusão, catástrofes, entre outros temas de relevância.
* Ética
Pensar a idéia de uma ética geral na atualidade torna‐se importante na medida em que no
debate contemporâneo a ética é entendida de maneira difusa, como se fora uma
normatização de nossa relação com os acontecimentos. Como entende SAROLDI (2006), tal
normatização se multiplica nos mais variados discursos: bioética, ética dos direitos humanos,
ética dos negócios, ética da comunicação. Na perspectiva de BADIOU (1995), o discursos
“ético” passa a percorrer todos os debates, só havendo consenso sobre uma questão: o
significado do Mal e a nossa incapacidade de perseguir e escolher a noção de Bem.
8 ‐ Ao final, a pesquisa levantou algumas tendências que já estão consolidadas no mercado e
outras que apontam para novas perspectivas para a área da Comunicação Corporativa e que
estão intrinsecamente relacionadas à prática das Agências de Comunicação, portanto devem
ser consideradas como fatores primordiais na formação do novo perfil do profissional de
comunicação.
* Comunicação e Educação
Para Marta Dourado, da Fundamento Comunicação Empresarial o papel das Agências de
Comunicação é educar o cliente (Apud. Eduardo, 99‐2005). Ressalvadas as limitações dessa
prática e das polêmicas decorrentes, o que importa registrar enquanto perspectiva é a função
educativa do profissional de comunicação e, por analogia, das Agências.
* Visão de Comunicação, Terceirização e Internacionalização
Uma tendência que aparece de forma clara, porém ainda não acelerada, é a
internacionalização das empresas quer das Agências de Publicidade quer das Agências de
Comunicação. A internacionalização se concretiza normalmente mediante acordos formais e
parcerias e, algumas vezes, pode estar aliada a processos de fusão de grandes grupos de
comunicação ‐ formação de redes de relacionamento (parcerias) das Agências em nível
globalizado.
* Interesse Público
Washington Luiz Olivetto defende que a Comunicação de Interesse Público é um novo universo
que começa a ser percebido pelo setor privado dentro de estratégias de comunicação que
podem fazer a diferença num mercado competitivo. Para o autor, a tendência para os
próximos anos é trabalhar nessa, pois somente a comunicação que leva em conta o interesse
público poderá agregar verdadeiramente novos valores e diferenciais às marcas,e, por
analogia, à imagem da empresa ou instituição, sejam elas públicas ou privadas.
* Novos Ideais, Novos Negócios
Ética, Transparência e Co‐responsabilidade
PRODUÇÃO DE CERVEJA
Com glicerina e espuma de barbear
Com glicerina e espuma de barbear novamente 50% GLICERINA, 50% ÁGUA, BORRIFADA NA
GARRAFA DE CERVEJA
Sem glicerina, com espuma de barbear
Hazy por cima com lona preta contornando. Use rebatetor
preto, também conhecido como rebatedor negativo, de ambos os lados, para tirar reflexos da
garrafa.
COMO LIDAR COM CLIENTES QUE NÃO PAGAM
Infelizmente existem clientes que demoram demasiado tempo a pagar. Por vezes não
pagam mesmo. Isto acaba por ser frustrante para o seu trabalho como freelancer,
perdendo tempo com projetos que vão não lhe vão trazer retorno. Além disso, não
poderá dedicar‐se a outros trabalhos que possivelmente lhe pagariam a tempo e
horas. Para quem não tem outra fonte de rendimento, pode representar uma situação
complicada ao final do mês. Para que isso não aconteça, existem algumas regras que
poderá seguir. Apesar de não garantirem que os seus clientes lhe paguem quando
quer, a verdade é que diminui em muito as probabilidades de ficar com pagamentos
pendentes.
Quando o seu cliente fica numa situação de dívida, possivelmente não o fez por mal.
Estava à espera de alguns investimentos que não tiveram retorno, não recebeu do seu
negócio ou simplesmente fez mal as contas. São vários os motivos que o podem levar a
não lhe pagar o que deve. Mas acima de tudo tem que por na sua cabeça que você,
enquanto freelancer, não tem culpa nenhuma disso. Se não receber, não vive.
Portanto, uma das primeiras coisas que deverá ter na sua cabeça é que os pagamentos
têm que ser uma coisa muito bem organizada. Uma boa organização é essencial para
que consiga receber a tempo e horas.
Arrisco dizer que grande parte das dívidas que são geradas pelos clientes derivam de
um mau esquema de pagamento. Funcionam como “eu faça isto e depois preocupo‐
me como vou receber”. Se pensar assim, o mais certo é preocupar‐se demasiado tarde
quando vai receber. O que faz com que..não receba. Coloque uma coisa na sua cabeça:
receber é tão ou mais importante que o trabalho que você realiza. Já trabalhei em
algumas empresas e garanto‐lhe uma coisa. Aquelas que são rígidas com os seus
pagamentos e que gostam de pagar e receber a tempo e horas, são aquelas que
sobrevivem. As outras mais tarde ou mais certo acabam por desaparecer. Portanto,
siga estes cinco passos para que consiga mais facilmente receber dos seus clientes.
ACERTE UM PREÇO FIXO COM O SEU CLIENTE
Detesto quando mando realizar um projeto e me dizem, “talvez este trabalho fique
entre X e Y, mas ainda não sei o valor ao certo, no final tratamos disso”. Geralmente, o
trabalho final fica sempre no valor mais caro. Sabe qual é a vontade que me dava
nessas situações? A de não pagar. Se você toma essa atitude nos seus projetos, o mais
certo é que muitos clientes deixem de lhe pagar porque sentem‐se frustrados com o
valor final que você lhe dá. Quando fala em dois valores, as pessoas têm sempre
tendência em pensar no mais baixo. Quando você cobra o mais caro, o choque é muito
e a maioria das pessoas sentem‐se na vontade de não cumprir com o que foi acordado.
Para evitar situações desse género, defina um preço fixo logo ao início. Saber o que o
cliente vai pagar, evita algumas surpresas desagradáveis, tanto para si como à pessoa
que lhe encomendou o trabalho. Escolher um preço um pouco acima do valor real do
trabalho pode ser uma boa ideia. Por dois motivos. Primeiro porque evita situações em
que você tenha que trabalhar mais horas. Se cobrar a mais, esse tempo despendido já
estará contabilizando, evitando que receba menos do que o que realmente produziu.
Em segundo lugar, se realmente conseguiu concluir o projecto nas horas estabelecidas,
consequentemente, com um valor mais baixo do que aquele que propôs, poderá
realizar um desconto ao cliente, o que certamente lhe deixará muito satisfeito.
PEÇA UM ADIANTAMENTO
Estou neste momento a realizar um projeto paralelo a este, que vai me obrigar a um
investimento de certo forma avolumado. A empresa à qual encomendei o trabalho,
pediu‐me um adiantamento de 20%. Na altura talvez pensei que fosse uma loucura e
ponderei no momento desistir de tudo. Depois parei um pouco para pensar. Este
adiantamento seria bom para mim e para eles. Para mim porque obriga‐me desde o
início a dedicar‐me ainda mais ao meu projeto, pois sei que tenho dinheiro lá
investido, obrigando‐me a não desistir daquilo que já foi feito. Para a empresa é bom
porque, mesmo que o projeto não seja concluído, já recebeu uma entrada inicial, o
que faz com que mesmo que eu não pague mais, eles não saiam completamente no
prejuízo.
Quando realizar algum trabalho peça um adiantamento. O mínimo que lhe sugiro é de
20%. O máximo deve andar por volta dos 50. Isto porque não deve ser benevolente
demais, correndo o risco de lhe pagarem muito pouco. Mas também não deve ser rude
demais, cobrando além dos 50%. Não se pode esquecer que afinal de contas este valor
que você cobra no início é um entrave para que os seus clientes negoceiem consigo. A
chave está em conseguir um equilíbrio entre os seus clientes não desistirem do projeto
devido a este valor e você não sair prejudicado em termos financeiros.
USE SITES DE COBRANÇA
Depois de cobrar aquele valor inicial, é importante que divida o resto em prestações. O
acordo boca‐a‐boca falha demasiadas vezes. O mais indicado será dividir o seu
trabalho em várias vezes através de algum site. A meu ver, o Pagseguro é o mais
indicado e seguro no mercado. Lá poderá dividir os pagamentos em várias vezes,
recebendo depois confortavelmente na sua conta sem ter que se preocupar muito
com isso. As comissões não são muito elevadas. O Paulo Faustino do Escola Dinheiro
tem utilizado este site para a venda do seu ebook e até ao momento tem obtido
excelentes resultados.
Se não quiser optar por deixar o seu cliente pagar em prestações e preferir um
pagamento final, utilize o Paypal ou o Moneybookers. São dois sites completamente
seguros e que facilitam em muito a vida. Além disso as comissões são muito baixas. É
preferível perder alguma percentagem do seu trabalho mas no final ter o seu dinheiro
garantido e sem atrasos relativos aos seus clientes. Se as pessoas com quem trabalha
tiverem receio em utilizar estes sites, mostre‐lhes como fazer, explique‐lhes que são
seguros e mostre‐lhe exemplos de outros clientes que os tenham utilizado.
Normalmente as pessoas são receosas quanto ao fato de utilizar estas formas de
pagamentos. Sem razão, mas são. Cabe a si mostrar‐lhes o contrário.
DEFINA DATAS FIXAS
Tal como as mensalidades das academias ou da faculdade, você deve definir uma data
fixa do mês para receber os seus pagamentos. O que aconselho é que o dia 10 de cada
mês sirva para concentrar‐se a verificar se recebeu ou não dos seus clientes. Isto faz
com que planeie o seu mês de uma forma organizada e saiba o que esperar deste dia.
É claro que não quero que seja demasiado rígido com estas datas. Se ele não pagou no
dia 10, talvez pague no dia 11 ou 12. Não é por aí que o seu trabalho sairá prejudicado.
Mas não se deverá alargar muito desse prazo.
O problema surge quando o cliente realmente não lhe paga até esses dias. Nesse caso
digo‐lhe para que, caso não use o Pagseguro, envie um email a todos os que lhe devem
informando que existe o valor em dívida. Quando define uma data e não recebe nesse
período, tem duas hipóteses: cobrar juros ou deixar de trabalhar. Eu prefiro a segunda
opção. Isto porque cobrar juros faz com que os seus clientes acumulem ainda mais
dívida, levando os que têm pouco dinheiro já mais dificilmente lhe paguem. O mais
correto será mesmo deixar de se aplicar nesse projeto. Deixe‐o de parte até receber
aquilo que lhe devem. Lembra‐se da Lei de Pareto? Concentre‐se naqueles 20% dos
projetos que lhe trazem 80% dos rendimentos.
ÚLTIMA OPÇÃO: ADVOGADO
Recorrer a um advogado deve ser mesmo a sua última opção. Isto porque existem
muitos contras em considerar esta hipótese. Perde muito dinheiro, tempo e entra num
mundo que não é o seu. Apesar de poder conseguir reaver o seu dinheiro, o mais certo
é que perca sempre grande parte daquilo que investiu. Esta opção apenas compensa
se for um empresa de renome e utilizar um advogado para várias assuntos de dívidas.
Caso contrário deverá ser mesmo a última hipótese. Só utilize um advogado se
realmente tiver um trabalho muito caro e que tenha quase a certeza que irá ganhar o
caso.
USO DE FLASH EMBUTIDO (POP UP) EM
MACROFOTOGRAFIA
Making off
Imagem final
Making off
Imagem Final
Enio Leite
Focus Escola de Fotografia
http://www.escolafocus.net
ESTUDIO ALTERNATIVO – FOTOGRAFANDO PRATOS COM
FLASH POP UP, PAPEL VEGETAL E PEDAÇO DE ISOPOR PARA
OBRIGAR A DESCIDA DA LUZ
RESULTADOS. OBSERVE A SOMBRA SOB O PRATO, CAUSADO
PELO PEDAÇO DE ISOPOR SOBRE O FLASH POP UP
ESTUDIO FOTOGRAFICO – LUZ DE ESTUDIO – PONTOS DE VISTA
Imagem Final
Uso de Rebatedores. Exemplos práticos:
Luz Frontal
Rebatedor Lateral
Dois Rebatedores
Três Rebatedores
SUPERFÍCIES METÁLICAS
Imagem final
Making off
O brilho do haze pode ser evitado, utilizando cone de papel vegetal.
Conferindo resultados
Resultado final
Imagem Final
Esquema de Iluminação
Making off – Uso de 2 lâmpadas frias laterais, com fundo de papel alumínio
Imagem final, com WB corrigido em modo personalizado.
Imagem final. Observe que o reflexo foi produzido com papel alumínio sob o
celofane amarelo.
Making off – Luz lateral, rebatedor + luz de fundo + papel celofane azul.
Imagem Final
Imagem final, idem fundo com celofane vermelho.
Imagem final
Making off: Frasco com luz de fundo rebatida + dois rebaterores de isopor
lateriais
Imagem final: faltou um rebatedor para iluminar melhor a pedra do anel. Seja
criativo, use recursos disponíveis em sua volta!
FOTOGRAFIA DE CULINÁRIA:
Para enfatizar cor e textura, trabalhe a luz principal por detrás ou pela lateral
Imagem Final
Making off do Morango – rebatedor + espelho
PÃES E DOCES
Making Off
Imagem Final
Imagem Final
Imagem Final
OUTROS EXEMPLOS:
Making Off
Splash, com velocidade de sincronismo 1/60.
GASTRONOMIA
Esquema básico de iluminação. Uma única fonte d eluz
O propósito é realçar cores e textura, para isto a luz
deve vir de lado, por detrás do produto. Rebatedores
de isopor ou cartolinas brancas são necessários para
produzir luz de preenchimento. Veja os resultados:
Foto: Felipe L. Gonçalves
Foto típica de Hamburger. O pão, após fatiado ao meio, foi congelado, para se
manter firme. As fatias de queijo são derretidas com secador de cabelo, na
montagem do sanduíche. A carne do hamburger é descongelada e pintada com
calda de caramelo, pois caso seja frita irá diminuir de espessura e tamanho.
Luz lateral com hazy e rebatedor branco.
EXEMPLOS:
Destaque cor, textura, efeitos de luz e sombra
GARRAFAS E BEBIDAS
Uso de spray para simular suor nas garrafas de cervejas Solução %0% de
glicerina + 50% de água
Making off: Hazy superior + bandeira de cartolina preta para escurecer fundo +
rebatedor de isopor lateral. Foi utilizado fita crepe para manter a cariotina preta
paralela ao fundo.
O efeito de “suor” foi produzido com borrifador, utilizando solução de 50% água
+ 50% glicerina, adquirida em farmácia.
Foto final: Detalhe dos rótulos
Making off – Luz no fundo branco. Isopor como parasol de fonte para escurecer
o fundo
Imagem final
Imagem Final com fundo branco.
Imagem final
EFEITOS COM GELATINAS OU PAPEL CELOFANE:
M
Making off – Vidro de esmalte. 1Haze superior rebatendo no fundo branco,
com 2 isopores laterais
Pergunta:
Foto 3 Foto 4
Foto 7
Foto 8
Estúdio de Mobiliário
Multi-estudio
Making off de Produtos: Vista Superior
O orçamento nunca deve ser passado na hora, a não ser que tenha certeza do
trabalho que realizará ou se o fechamento do mesmo dependa disso por questões
de prazo, mas não se deixe intimidar pelo cliente.
Na maioria das vezes, o cliente estará pesquisando o melhor preço e você pode
correr o risco de dar um orçamento errado na tentativa de fechar o negócio. Peça
pelo menos um dia para calcular os custos do trabalho e só depois envie o
orçamento por fax ou portador.
1. Estimativa de custos.
2. Orçamento.
3. Contrato.
1. Estimativas de custos
Fixos: É o valor de sua saída para a realização de um trabalho. Este custo envolve
a preparação do material para foto externa, compra de filmes, locação de
equipamento, combustível e cachê de assistente. O custo de cada saída vai variar
de acordo com cada profissional e com a dificuldade e a distância onde será
realizado o trabalho. Procure montar uma tabela de distâncias e horas de trabalho.
Flutuantes: São os valores que não podem ser mensurados antes do trabalho,
como fotos excedentes na mesma locação, número de filmes utilizados fora da
programação, provas e cópias adicionais e despesas extras decorrentes da
produção.
2. Orçamento
- Nome do cliente
- Data
- Nome da agência contratante
- Nome do contato
- Data da produção
- Local
- Profissionais envolvidos
- Número de filmes
- Número de revelações
- Despesas complementares.
3. Contrato
- CGC / Inscrição.
- Nome do contato.
- Data da produção.
- Local.
- Profissionais envolvidos.
- Número de filmes.
- Número de revelações.
- Valor.
Por fim, não deixe de consultar também os preços praticados no mercado. Esta
comparação é importante para orientá-lo.
http://www.focusfoto.com.br
RELATORIO
FOTO 3 – Dois rebatedores laterais e um por cima, como se fosse uma casinha. Levante a
frente do rebatedor superior para facilitar a entrada de luz
MARIA ALCIONE
FOTOS:
As fotos de Modernist Cuisine mostram a cozinha por um ângulo que nunca se viu:
o de dentro da panela. As lentes captam alterações mínimas nos ingredientes
durante o processo de preparação, registram texturas, temperaturas, etapas dos
processos. Mas não fazem apenas registros técnicos. As 2.900 imagens do livro são
tecnicamente impecáveis e esteticamente incríveis.
O fotógrafo americano Ryan Matthew Smith diz que é tudo resultado de trabalho de grupo,
fruto de "inspiração coletiva". Smith, que faz hoje 29 anos, contou ao Paladar um pouco dos
bastidores do trabalho, que durou três anos. Foi contratado por Nathan Myhrvold depois de
ver um anúncio num site de empregos de Seattle. Os bastidores estão na entrevista abaixo,
feita por e‐mail.
Em equipe. O chef Maxime Bilet foi fundamental na conceituação das fotos, assim
como um importante estilista de comida. Bilet também dirigiu o dia a dia das fotos
e trabalhou muito perto de mim no set. A inspiração era um esforço coletivo.
Recebi muitas ideias de nossa equipe supercriativa. Além disso, sempre me
interessei por arte e fotos de publicidade, e é fácil ver influências delas no livro.
Quem preparava as comidas para as fotos?
Grant Crilly se encarregou das tarefas técnicas, fossem elas desconstruir uma
lagosta para retirar a casca, ou construir os cenários. Anjana Shanker, Sam Fahey-
Burke e Johnny Zhu prepararam lindos pratos e ajudaram a criar as imagens dos
passo a passos do livro. Melissa Lehuta cuidou da logística.
Tirei 140 mil fotos durante o projeto. Cerca de 2.900 entraram no livro.
Foram as mais difíceis. Repetimos cada take muitas vezes. Mas, no fim, só
precisávamos de dois cliques: um de dentro da panela durante o cozimento e outro
usando um vidro para segurar os ingredientes dentro da panela.
DIREITO AUTORAL
1. Direitos Morais
São direitos que o autor não poderá vender, dar, emprestar, fazer leasing,
desistir etc. Eles são parte inseparável da obra criada, seja ela feita por
encomenda, co-autoria, colaboração ou outras, pertencendo esses direitos
única e exclusivamente ao autor. Portanto, pelo art.24 da Lei dos Direitos
Autorais, o fotógrafo pode:
Ter acesso, para reprodução, a original único e raro da foto de sua autoria,
mesmo quando se encontre legitimamente em poder de outro.
2. Direitos Patrimoniais
São aqueles que permitem que você possa comercializar a sua foto, da
forma que quiser. Seja ela encomendada ou não. É isso o que vai permitir
DIREITO AUTORAL sua profissionalização e sua inclusão no mercado.
3
DIREITO AUTORAL DIREITO AUTORAL
Quem for utilizar uma foto deverá ter autorização prévia e expressa do pode ser comprovada de muitas maneiras: o orçamento que gerou a foto,
fotógrafo, por exemplo, para: o pedido da agência ou cliente, a nota fiscal, as sobras de cromos ou
negativos, enfim, tudo o que ligue a foto ao solicitante e/ou ao fotógrafo.
Reprodução parcial ou integral;
3. SITUAÇÕES QUE O FOTÓGRAFO PODE ENFRENTAR
Edição;
A encomenda de uma foto sempre desperta, no cliente, a idéia de que,
Quaisquer transformações; pelo pagamento, ele adquire todos os direitos sobre ela.
4 5
DIREITO AUTORAL DIREITO AUTORAL
Morais da foto, direitos estes dos quais ele não pode se livrar, nem que resultando da transformação da obra originária.
queira. Na utilização da obra feita em co-autoria será sempre necessária a
O cliente compra o direito de utilizar a foto, porque o fotógrafo pode autorização dos autores que integram essa obra.
explorá-la comercialmente, mas por um tempo/espaço/veículo que podem A foto é sempre o produto de um autor, portanto objeto de um direito.
ser qualquer um, porém sempre determinados. Nos casos onde haja manipulação digital (retoque, fusão etc) posterior,
Para haver cessão total de direitos, esse é o nome legalmente correto, necessariamente autorizada, o direito passa a ser compartilhado.
é necessário um contrato especial, com todos os detalhes possíveis,
inclusive prazo. 5. TUTELA JURÍDICA DA OBRA FOTOGRÁFICA E DOS DIREITOS DE
O valor dessa utilização é arbitrada pelo fotógrafo e pelo seu mercado. IMAGEM
A Abrafoto sugere critérios e percentuais, mas defende que a livre
negociação e o bom senso devem prevalecer. I – A OBRA FOTOGRÁFICA
1 - A obra fotográfica é, como qualquer outra obra da criação intelectual de
O artigo 79, em seu parágrafo 1º, da Lei de Direito Autoral, estabelece que alguém, protegida pelo Direito de Autor, desde que tenha um mínimo de
“a fotografia, quando utilizada por terceiros, indicará de forma legível o criatividade e originalidade..
nome do seu autor”.
2 - Os direitos autorais se subdividem em MORAIS e PATRIMONIAIS.
A ausência de crédito só é possível, quando o autor exige o anonimato.
A aplicação da Lei, nos casos em que ela é necessária, deve ser indicada Dentre os chamados Direitos Autorais Morais, estão:
e defendida por todos aqueles que, de alguma forma, têm nos direitos a) o de reivindicar a autoria da obra
patrimoniais uma forma de remuneração, pelo trabalho desenvolvido, o b) o de exigir que seu nome ou sinal identificador seja sempre indicado
que, em última análise é a sua profissão. junto à obra ou com a obra. É o chamado “crédito autoral”.
c) O de opor-se a alterações por terceiros na sua obra em qualquer
4. A LEI GARANTE SEUS DIREITOS? circunstância, inclusive quando for, a seu critério, atingir a obra na sua
qualidade ou quando atingi-lo – fotógrafo – na sua reputação como autor
O autor é a pessoa física que cria a obra literária, artística ou científica, da obra;
sendo, neste caso, o próprio fotógrafo. O autor da obra fotográfica poderá d) O de retirar a obra de circulação.
ser identificado pelo seu nome civil, completo ou abreviado até por suas
iniciais, pelo pseudônimo ou qualquer outro sinal convencional. Dentre os chamados Direitos Autorais Patrimoniais, estão:
a) o de usar e dispor da obra como lhe aprouver, inclusive conceder sua
O fotógrafo de publicidade também é considerado autor. A Lei prevê duas utilização por terceiros;
hipóteses específicas para o caso. b) o de ceder seus direitos autorais patrimoniais sobre a obra, até de forma
A primeira está prevista na Lei 9610/98, art. 5º, inc. VIII, que se refere definitiva.
à definição da obra feita em co-autoria, ou seja, aquela obra criada em
comum por dois ou mais autores. 3 - A lei autoral estabelece que todos os negócios que envolvam direitos
autorais, devem ser interpretados restritivamente. Isso quer dizer que se
E a segunda, está prevista neste mesmo artigo, letra “g” que se refere no contrato foi concedida a utilização para determinada finalidade, não há
à obra derivada, ou seja, aquela que constitui criação intelectual nova,
6 7
DIREITO AUTORAL DIREITO AUTORAL
como se interpretar tal autorização de forma ampliativa. O mesmo se diga Ressaltamos que, para fins comerciais, inclusive publicidade, NÃO PODE
em relação a prazo, território, mídias, etc. HAVER A UTILIZAÇÃO DA OBRA FOTOGRÁFICA ESTAMPANDO A
Estabelecido o prazo, o território e as mídias em que tal criação intelectual IMAGEM DE QUALQUER PESSOA, ASSIM COMO DE UMA OBRA
poderá ser divulgada, não se pode ampliar o entendimento de que, além PLÁSTICA, SEM A PRÉVIA, ESCRITA E DEVIDA AUTORIZAÇÃO DE SEU
desses limites, possa a obra ser utilizada por terceiros, sem que haja uma TITULAR.
prévia e nova autorização escrita do seu titular.
b) Não poderá utilizar a obra fotográfica alheia, sem consentimento do
4 - Limitações ao Direito do Autor na Fotografia: titular, para criar um novo trabalho, a não ser quando a obra alheia já tenha
caído em domínio público, o que só ocorre, em relação a fotografias, 70
O titular da obra fotográfica não pode impedir a sua utilização por terceiros anos após a primeira divulgação da obra.
quando:
6 - O que muda no Direito Autoral, com o advento da Internet ?
a) Forem de retratos ou outra forma de representação da imagem,
feitos sob encomenda, quando realizada pelo proprietário do objeto a) As obras intelectuais quando digitalizadas – transformadas em “bits”
encomendado, não havendo oposição da pessoa neles representada ou – continuam a ser protegidas, desde que originais, criativas e fixadas num
de seus herdeiros (discutível); suporte fixo.
b) Forem servir como prova judiciária; b) Os direitos autorais continuam a ter sua vigência no mundo on line, da
c) Em quaisquer obra, sempre que a reprodução em si não seja o objetivo mesma maneira que no mundo físico.
principal da obra nova e que não prejudique a exploração normal da obra c) A Internet pode ser entendida como um grande banco de dados, os
reproduzida, nem cause um prejuízo injustificado aos legítimos interesses quais podem ser baixados desde que para uso privado e único. Não pode
do autor. ISSO NÃO SE APLICA À PUBLICIDADE OU PARA FINS ser utilizada para reprodução comercial.
COMERCIAIS.
Neste caso, o usuário da obra deverá atender as disposições legais no 7 - As violações que mais ocorrem através da Internet são:
que se refere ao direito autoral moral, ou seja, deve citar a fonte de onde
extraiu a foto, bem como o crédito autoral, do autor da obra. a) A reprodução (inclusive eletrônica), de uma obra, sem a devida e prévia
autorização de seu titular. Alguém que armazena de forma permanente no
5 - Deveres e Obrigações do Fotógrafo seu computador, material protegido pela lei autoral, não pode reproduzir
qualquer cópia desses materiais sem obter autorização dos respectivos
a) Atendimento aos direitos de terceiros na produção da obra fotográfica, titulares.
quais sejam, somente pode utilizar a imagem física de pessoas, quando b) Manipulação de imagens, com alterações que não permitem a
devidamente autorizadas pelas mesmas, e onde conste, expressamente, identificação da obra original, constituindo-se em obra derivada irregular.
quais serão as finalidades, o tempo de uso, o território e eventuais mídias.
O mesmo se diga em relação a obras plásticas. Se uma obra plástica 8 - Sanções Civis por infração ao Direito Autoral
(quadro, escultura, etc) tiver sido fotografada, na sua divulgação, dever-
se-á indicar igualmente a fonte, de onde foi extraída a imagem da obra a) Suspensão do uso, sob pena de multa diária e indenização;
plástica, bem como a citação autoral ou crédito autoral de seu Autor. b) Quando houver infração na citação do crédito autoral, haverá a
8 9
DIREITO AUTORAL DIREITO AUTORAL
cominação de comunicação da autoria no mesmo tipo de veículo, além de, pessoa, sem autorização do titular, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou
em jornal de grande circulação da sede do autor afrontado, por três vezes, a respeitabilidade.
além da indenização por danos morais.
6 - Tais direitos também se aplicam às pessoas jurídicas.
II - O DIREITO DE IMAGEM
7 – Casos mais comuns de desrespeito ao uso de imagem, inclusive na
1 - Tanto a Constituição Federal quanto o Código Civil, garantem a publicidade:
proteção aos direitos da personalidade, tais como a imagem, o nome, a
foz, a intimidade, a vida privada, a honra, etc. a) Uso além do permitido contratualmente (seja em decorrência de prazos,
territórios, finalidades, meios, etc);
2 - O atual Código Civil estabelece que são “intransmissíveis e b) Utilização de imagem de menores de idade, sem prévia autorização de
irrenunciáveis os direitos da personalidade, não podendo o seu exercício seus representantes legais e/ou judicial;
sofrer limitação voluntária”. Isso quer dizer, entre outras coisas, que não c) Concessão irregular por fotógrafos, Bancos de Imagens, Produtoras de
haverá possibilidade de transferência do direito a uma imagem de qualquer Audiovisuais e outros;
pessoa, mesmo constando em contrato. Tal cláusula será nula, de pleno d) Impossibilidade de reconhecimento da pessoa, nas imagens
direito. Portanto, o fotógrafo, mesmo tendo em seu banco de imagens, a reproduzidas.
imagem de um modelo/ator ou qualquer outra pessoa, não poderá utilizá-la
sem a prévia e específica autorização escrita, e sempre de forma objetiva,
indicando a finalidade, o tempo, o território, etc.
10 11
Endereço da Sede
R. Tabapuã, 821 - cj.124 - CEP 04533-013
São Paulo - SP
Fone: (11) 3168.1093
Fax: (11) 3168.1243
http://www.infoescola.com/publicidade/fotografia-publicitaria/
O foco, luz, ângulo, composição, plano de fundo e representação de movimento são elementos da
fotografia que podem destacar o produto. A câmera digital possibilita produzir a noção de
movimento com maior facilidade e definição.
Em cada caso há diferenças de resolução e linguagem visual adequada. Outro fator decisivo é o
público-alvo da mensagem. As etapas básicas de uma produção fotográfica em publicidade são:
Esse tutorial ensina uma técnica muito legal de iluminar objetos por baixo. Funciona
PERFEITAMENTE quando se trata de vidros e líquidos, mas claro que pode ser usada para
qualquer objeto.
1º PREPARANDO A CAIXA
Pegue uma caixa retangular, coloque-a "em pé" e faça uma abertura ba base. Exatamente como
mostra a figura acima!!
2º PREPARANDO O SUPORTE PAR O FLASH
No caso foi usado um flash de estúdio, mas pode ser usado qualquer tipo de flash ou até luz
contínua, fria de preferência.
3º MONTANDO A BASE
clique na foto para ampliar
Cobra a parte de trás da caixa com um veludo preto para que este sirva para fazer a "base" do
nosso objeto a ser fotografado.
Agora coloque um vidro sobre a nossa caixa, formando assim a mesa de still. Lembre-se de limpar
bem o vidro antes de fazer a foto, a não ser que você queria ficar tirando manchas de dedo depois
no photoshop.
Depois de tudo pronto podemos testar como irá ficar uma garrafa fotografada somente com a luz
que vem de dentro da caixa de still. Veja que resultado interessante!!!
Depois da luz acertada é ora de iluminar o restante do nosso objeto, no caso a garrafa!!
clique na foto para ampliar
MAKING OFF
Fotografia e publicidade. Há algum tempo, essa dupla parece indissociável, já que a fotografia
transformou-se em elemento essencial aos anúncios publicitários que estampam jornais, revistas e
cartazes. Afinal, que outra linguagem, que não a fotográfica, nos meios impressos, consegue conjugar
com tanta eficácia, do ponto de vista de uma recepção de massa, credibilidade e sedução?
No entanto, essa parceira não foi amor à primeira vista. A propaganda demorou a aceitar a
fotografia em sua seara. A impressão direta de fotografia era possível desde 1880, quando apareceu o
processo de impressão por meio-tom (halftone). Mas, a utilização da fotografia pela publicidade não
aconteceu na seqüência. No século XIX, o uso de fotografias na imprensa ainda era muito esporádico,
evidenciando que a imagem fotográfica não havia sido assimilada pelas estruturas de funcionamento
e circulação jornalística e publicitária.
A recusa à fotografia pelos publicitários se dava nas duas pontas: se por um lado, ela era
técnica demais para alcançar a fruição artística do desenho, por outro, não tinha a precisão do traço
para a reprodução dos detalhes técnicos na impressão, já que as imagens ficavam ainda muito reticuladas.
Assim, o uso da fotografia na propaganda do século XIX foi bastante irrisório, tanto na Europa e
Estados Unidos, como também no Brasil. Basicamente, a imagem fotográfica continuava a servir, na
publicidade e na cobertura jornalística, à mesma finalidade de antes do desenvolvimento do meio-
tom, ou seja, como referência para a produção de gravuras.1
No caso brasileiro, aliás, nem podemos falar exatamente num trabalho publicitário mais
especializado, já que os primeiros escritórios dedicados a “distribuir anúncios para os jornais”,
começaram a surgir a partir de, aproximadamente, 1914, com a casa paulistana Castaldi & Bennaton
(que posteriormente se transformaria em A Eclética). Antes disso, as atividades publicitárias estavam
ligadas aos próprios jornais e revistas, funções que iam do agenciador de anúncios até escritores e
artistas, que geralmente já faziam parte do quadro de colaboradores dos veículos2 .
Assim, as novidades técnicas e as soluções para o emprego de novas linguagens seguiam as
transformações editoriais no campo jornalístico e, muitas vezes, a passos mais curtos. Por isso, até a
década de 1920, é fácil reconhecermos uma identidade gráfica entre os anúncios publicitários e as
páginas que traziam o conteúdo editorial. Notamos, assim, tipos de publicidade identificados com os
veículos. Uma revista como a paulistana A Lua, de 1910, que tinha uma edição de arte criativa e farto
uso de recursos gráficos, trazia uma publicidade idem, com a utilização freqüente de fotografias,
composições variadas e ilustrações competentes. O mensário literário Panoplia (1917-1919), editado
por Cassiano Ricardo e Guilherme de Almeida entre outros, apresentava um elegante e equilibrada
direção artística assinada por Di Cavalcanti, com o uso restrito de imagens e boa impressão. Nesse
casso, os anúncios publicitários eram sóbrios e discretos, com eventuais ilustrações a traço, geralmente,
desenhos das fachadas dos estabelecimentos comerciais. Se tomarmos, ainda os grandes jornais das
1
Era muito comum desde os primeiros tempos da fotografia a utilização de imagens fotográficas como base para o
trabalho de gravuristas. Esse trabalho consistia em criar uma correspondência em traços às tonalidades da fotografia. A
técnica mais comum para isso era a litografia. A gravura pronta era utilizada para publicação.
2
RAMOS, Ricardo. Do reclame à comunicação: pequena história da propaganda no Brasil. São Paulo: Atual, 1985;
______. 1500-1930 – Vídeo-clipe das nossas raízes. In: BRANCO, Renato Castelo; MARTENSEN, Rodolfo Lima;
REIS, Fernando (orgs.).História da propaganda no Brasil. São Paulo: T. A. Queiroz, 1990. pp. 1-19.
primeiras décadas do século XX, observamos uma publicidade pouco inventiva e que não se arriscava
a empregar recursos visuais que poderiam ser comprometidos pela baixa qualidade de impressão dos
diários.
Nas décadas de 1890 e 1900, o principal modelo estético da grande publicidade no mundo
ocidental era o Art Nouveau. Grandes artistas desse estilo, como o tcheco Alphonse Mucha, criaram o
referencial de maior sofisticação para a propaganda da Belle Époque. O Art Nouveau, definido por
Argan como “um estilo ornamental que consiste no acréscimo de um elemento hedonista a um objeto
útil”3 , respondia ao anseio publicitário de uma época industrial preocupada em justificar a mais-valia,
agregando o valor “criativo” através da ornamentação.
Assim, cartazes, embalagens de produtos, folhetos e os anúncios, publicados nas páginas das
cada vez mais requintadas revistas ilustradas, apresentavam os produtos mergulhados entre sedutoras
figuras femininas envoltas por suas longas cabeleiras esvoaçantes, tecidos drapeados e ornamentos em
forma de flores, mosaicos, pássaros, estrelas e uma infinidade de curvas. A imagem fotográfica, nesse
contexto, parecia despojada demais, pouco “criativa” com seu automatismo e nada “artística” para se
sobrepor a ilustração a traço. Os fotógrafos pictorialistas4 , que buscavam dar um verniz de arte acadêmica
à fotografia, mantiveram-se longe da publicidade com receio de vulgarizar o estilo. Os publicitários
também estavam naquele momento muito mais empolgados com as curvas da corrente modernista, do
que com o classicismo das fotografias pictóricas.
Nesse período, quando os propagandistas recorriam à fotografia, eram muito comuns as colagens
de imagens fotográficas recortadas em meio a cenários ou molduras ornamentais. Esses anúncios iam
dos mais sofisticados que chegavam a utilizar impressão em cores, até os mais simples com singelas
referências visuais ao estilo modernista. Realizavam, assim, a união simbólica da modernidade técnica
representada pela fotografia com o refinamento artístico atualizado do Art Nouveau.
Aliás, vale a pena ressaltar, os serviços dos grandes artistas não estavam acessíveis a todo tipo
de anunciante. No Brasil, a situação era ainda um pouco mais drástica, pois havia muita desconfiança
com relação à publicidade. Alguns relatos dão conta de uma inscrição comum nas entradas dos
estabelecimentos: “Essa firma não dá esmolas, nem anúncios”. E, se nem sequer existiam profissionais
especializados em publicidade, como convencer capitalistas de primeira viagem a investirem quantias
mais altas em uma produção de apelo mais “artístico”. Com isso, havia o acúmulo de funções dos
encarregados pelos anúncios: ilustrador, fotógrafo, litógrafo, pintor etc. Desta forma, a maior parte da
publicidade que circulava pela imprensa brasileira, trabalhava com composições muito simples, uma
ilustração a nanquim acima ou ao lado do texto e, às vezes, uma moldura ou uma vinheta ornamental
delimitando esse conjunto. Gradualmente, conforme se adentrava no século XX, as ilustrações foram
sendo substituídas por fotografias.
Apesar da imagem fotográfica ter ganhado um pequeno espaço na publicidade, na virada do
século, tinha um caráter meramente ilustrativo e um padrão de qualidade, muito desigual. O primeiro
gênero fotográfico a ser incorporado de maneira mais sistemática à propaganda foi o retrato. Na
chamada publicidade testemunhal, que consistia na utilização da imagem de uma personalidade para
recomendar o uso do produto. Raúl Éguizabal ressalta que “os escassos exemplos fotográficos na
publicidade norte-americana, durante os primeiros anos do século XX, continuavam a seguir as regras
da estética mais ortodoxa, quando não da vulgaridade”5 .
No Brasil, também observamos o retrato como gênero mais recorrente de fotografia na
publicidade das primeiras décadas do século XX. As imagens para os testemunhais seguiam o padrão
3
ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. p. 202.
4
O pictorialismo é uma tendência da fotografia da segunda metade do século XIX que respondia ao pouco caso que o
mundo artístico fazia da nova técnica. Os pictorialistas, fotógrafos amadores, organizavam-se em clubes - os fotoclubes
- onde discutiam os padrões que julgavam os mais elevados para a fotografia. Esses padrões advinham principalmente
do campo das belas artes, da pintura acadêmica.
5
ÉGUIZABAL, Raúl. Fotografía publicitaria. Madrid: Cátedra, 2001. p. 13.
dos retratos particulares praticado desde meados do século XIX nos ateliês espalhados pelos grandes
centros urbanos. As poses rígidas faziam parte de um repertório que vinha sendo constituído por
retratistas desde os primeiros portraits na pintura a óleo. Assim, os retratos não eram pensados em
termos de uma linguagem publicitária mais articulada. Nos casos mais cuidados, esses retratos eram
realizados por retratistas experientes, com acuidade técnica, em estúdios modernos, mas funcionavam
como os retratos avulsos, daqueles que eram realizados para circulação no âmbito privado. Existiam
também os instantâneos6 realizados muitas vezes por um faz-tudo da redação para a área gráfica.
Então, o que observamos nesse primeiro período de assimilação da fotografia pela publicidade foi a
inserção do retrato, objeto de uso particular, num contexto de circulação de massa.
Há um exemplo que localizamos de um anúncio de uma marca inglesa de alimentos, Allenburys,
num número da revista A Vida Moderna de 1914, com o retrato bem realizado de uma mulher
alimentando um bebê (por se tratar de um produto importado é possível que a fotografia não tenha
sido produzida no Brasil). Dez anos mais tarde, foi veiculado um anúncio do mesmo produto em
alguns números da revista A Cigarra. Nesse caso, no lugar da foto, foi utilizada uma ilustração produzida
a partir da fotografia. Esse caso é curioso de substituição de uma fotografia por ilustração de qualidade
inferior. É provável que a explicação tenha a ver com algum problema operacional (perdeu-se ou
ficou-se sem acesso à cópia fotográfica e ao clichê do primeiro anúncio etc.), mas o que chama atenção
é que a prática de usar imagens fotográficas como referência para ilustrações a traço era ainda muito
comum e aceita nos meios gráficos brasileiros da década de 1920.
Havia algumas tentativas de produzir retratos com mais movimento. O sabão Aristolino veiculou
vários anúncios na revista A Cigarra entre, pelo menos, 1922 e 1924 usando fotos de coristas e moças
em trajes de praia, com composições que fugiam do esquema tradicional dos retratos. Há também um
uso interessante da fotografia em anúncios do licor Vermutin veiculado em 1917, também na revista A
Cigarra. Nesse caso, os retratos de uma modelo interpretando personagens em poses que exploram a
noção da força e vitalidade criam um identidade de proposta entre os anúncios, aproximando-se da
idéia de uma campanha. Na mesma revista, um concerto de Josephina Robledo foi anunciado com
criatividade, usando um retrato da violonista espanhola tocando montado em uma moldura circular
formada por imagens das mãos da moça. O curioso anúncio do xarope Mel Jatahy Doria, de 1917, faz
referência às sufragistas – “ Suffragistas... Todas estas moças não confundiram o xarope” – e utiliza uma
montagem com diversos retratos de mulheres recortados compondo uma “multidão” feminina de fundo.
Além dos retratos, encontramos na publicidade veiculada nas revistas das primeiras décadas
do século XX, imagens de estabelecimentos comerciais e, mais esporadicamente, de produtos. Estas
fotografias podem parecer, aos nossos olhares saturados pela publicidade moderna, bastante ingênuas.
O que ocorre é que essas imagens mostram claramente uma preocupação em apenas mostrar o que
estava sendo anunciado. Era a tentativa de empregar a fotografia como registro, como documento que
certifica ao público a aparência mais genérica, sem o intuito predefinido de destacar um ou mais
aspectos dos produtos. Sem as técnicas e truques para embelezar objetos e espaços que viriam a
constituir futuramente uma sintaxe da imagem publicitária moderna.7
O domínio absoluto da ilustração a traço na publicidade brasileira de alta qualidade deu-se,
pelo menos, até a década de 1930, época em que a agências estrangeiras começaram a chegar ao país,
6
São chamadas de instantâneos fotográficos as fotografias obtidas através das câmeras com filme em rolo, voltadas para
amadores e que começaram a ser produzidas por volta de 1900 pela Kodak.
7
A partir dos anos 20, houve uma grande transformação na fotografia ocidental, no bojo das experiências das vanguardas
históricas. A publicidade tem papel fundamental nesta renovação da fotografia. O still-life fotográfico (composição com
um ou mais objetos de uso cotidiano, de pequeno porte) foi valorizado. Fotógrafos modernos começaram a trabalhar a
fotogenia dos objetos cotidianos da sociedade industrial, em fotografias extremamente bem cuidadas do ponto de vista
técnico e de composição. Iluminação cuidada para cada tipo de objeto, fundos em geral neutros, pesquisa de materiais e
muitas técnicas e expedientes eram preocupações essenciais desses fotógrafos. Instaurava-se o padrão que respondia às
necessidades fundamentais da publicidade, na qual a fotografia de objetos tinha tido algum uso nos catálogos de venda,
já desde o século XIX, e aparições esporádicas em anuários e anúncios publicitários.
principalmente em São Paulo8 . Segundo Chico Albuquerque, até este momento, a fotografia publicitária
era “limitada a fotos de objetos e produtos”9 . Ainda assim, até a década de 1940, para se utilizar
fotografias principalmente de objetos e de ambientes industriais, era imperativo o uso do retoque
americano10 . Os fotógrafos que recebiam as encomendas da área publicitária atuavam em vários
campos, não havia a especialização. As agências estrangeiras, a princípio, quando intencionavam
utilizar fotografias, recorriam a imagens compradas nos Estados Unidos, com modelos norte-americanas.
Ricardo Ramos narra, inclusive, um caso anedótico a esse respeito, acontecido nos anos 1930:
Em São Paulo, nos começos da Ayer, somente se usava desenho como ilustração de anúncio. Cansado de arte
a traço, Charles Dulley passou a comprar fotos em Nova York. Na maioria, os modelos das fotografias que
vinham eram mulheres bonitas, sem dúvida, mas quase todas louras. E havia uma necessidade óbvia de
morenas. Então foi posto um anúncio no Estado, em sua nascente página de classificados. “Jovens bonitas,
morenas, para trabalho fácil e bem pago.” Dia seguinte, dois “secretas” visitaram a agência: queriam saber
qual era aquele trabalho fácil.11
8
A J. Walter Thompson foi instalada no Brasil em 1929; a N. W. Ayer-Son, em 1931; a McCann-Erickson, em 1935; a
Lintas, em 1937, e a Grant, em 1939. REIS, Fernando. São Paulo e Rio: a longa caminhada. In: BRANCO, Renato
Castelo; MARTENSEN, Rodolfo Lima; REIS, Fernando (orgs.). História da propaganda no Brasil. São Paulo: T. A.
Queiroz, 1990. p. 308.
9
ALBUQUERQUE, Francisco. A fotografia publicitária. In: BRANCO, Renato Castelo; MARTENSEN, Rodolfo Lima;
REIS, Fernando (orgs.). Op. cit. 168.
10
Para esse tipo de retoque, eram confeccionadas máscaras de celulóide para serem colocadas sobre a imagem e, então,
se aplicava tinta através de uma pistola a combustão. Com isso, eliminava-se o fundo ou era utilizado para destacar ou
definir formas, criando o efeito de luzes e sombras. O resultado final assemelhava-se mais a uma ilustração que a uma
fotografia, por isso considerado muito “artificial”. Mesmo assim, foi uma técnica que viabilizou a impressão de detalhes
técnicos principalmente nos jornais diários, que reproduziam as imagens muito reticuladas e com grande perda dos
subtons.
11
RAMOS, Ricardo. Op. cit. p. 43.
12
ALBUQUERQUE, Chico. Op.cit; Hans Gunter Flieg em depoimento à autora (fev. 2002).
13
REIS, Fernando. Op. cit. p. 311.
14
ALBUQUERQUE, Chico. Op. cit. p. 168. Conforme depoimento de Hans Gunter Flieg, valeria a pena também
destacar os nomes de Ernst Mandowsky, Ernst Schauder e Frederico Kikóler.
BIBLIOGRAFIA
ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
BERGER, John. Modos de ver. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
BRANCO, Renato Castelo; MARTENSEN, Rodolfo Lima; REIS, Fernando (orgs.). História da
propaganda no Brasil. São Paulo: T. A. Queiroz, 1990.
ÉGUIZABAL, Raúl. Fotografía publicitaria. Madrid: Cátedra, 2001.
LEMAGNY, Jean-Claude; ROUILLÉ, André (orgs.). Histoire de la photographie. Paris: Larousse/
Bordas, 1998.
RAMOS, Ricardo. Do reclame à comunicação: pequena história da propaganda no Brasil. São Paulo:
Atual, 1985.
SOBIESZEK, Robert. The art of persuasion: a history of advertising photography. New York:
Harry N. Abrams, 1988.
Ilustração Art Nouveau em anúncio d’A
Saúde da Mulher. Revista A Cigarra, 1º
jan. 1924.
Anúncios dos alimentos Allenburys: com ilustração, na revista A Cigarra, 1º jan. 1924.
Anúncio do sabão Aristolino. Revista A Cigarra, 15 fev. 1922.
Anúncio do concerto da violinista Josephina Robledo. Revista A Cigarra, 26 jul. 1917.
Anúncio do Mel Jatahy Doria. Revista A Cigarra, 10 ago. 1917.
Fachadas de lojas: página de anúncios da revista A Lua, fev. 1910.
Produto: anúncio da “massa glutinada” Secchi. Revista A Lua, mar. 1910.
Questões sobre Direito Autoral e Uso de Imagem
Direito Autoral
Esta "cartilha" não pretende reproduzir o texto legal. É uma versão parcial,
adaptada e dirigida aos fotógrafos e consumidores de imagem fotográfica na
área comercial, ainda que legalmente correta e criteriosa. No caso de
duvidas, sugere-se a consulta da Lei.
8) Ninguém pode alegar que o fotógrafo cedeu os direitos autorais, sem que
isso conste expressamente em contrato de cessão de direitos.
9) A interpretação dos contratos de cessão é restrita.
O fotógrafo não é obrigado a autorizar alterações em sua obra, a não ser que
conste no contrato de cessão de direitos.
1. Direitos Morais
São direitos que o autor não poderá vender, dar, emprestar, fazer leasing,
desistir etc. Eles são parte inseparável da obra criada, seja ela feita por
encomenda, co-autoria, colaboração ou outras, pertencendo esses direitos
única e exclusivamente ao autor. Portanto, pelo art.24 da Lei dos Direitos
Autorais, o fotógrafo tem direito a:
2. Direitos Patrimoniais
São aqueles que permitem que você possa comercializar a sua foto, da forma
que quiser. Seja ela encomendada ou não. É isso o que vai permitir sua
profissionalização e sua inclusão no mercado.
Atenção:
Quem for utilizar uma foto deverá ter autorização prévia e expressa do
fotógrafo, por exemplo:
Problemas polêmicos
Você pode fazer uma cessão patrimonial de direitos, mas para isso, a Lei
exige um contrato específico à parte, pois a utilização econômica, por parte
do cliente, se extingue automaticamente após 5 anos da morte do autor,
voltando o direito de comercialização aos seus sucessores.
Para haver cessão é necessário um contrato especial e, mesmo este, tem prazo
para terminar! Por quanto e como você vende esta utilização é, portanto,
arbítrio seu e do mercado. Porém, a melhor forma (e mais prática) será
sempre a praticada nos moldes e exemplos da própria Lei.
Atenção:
No caso de fotografia para fins comerciais, você não pode sair fotografando
nem a pessoa que você bem entender nem qualquer objeto de autoria conhecida,
bens móveis ou imóveis, sem prévia autorização, porque você estará infringindo
a Lei que regula o Direito de Imagem das pessoas e/ou de suas propriedades.
Lembre-se sempre:
- A cessão de fotografias sem finalidade lucrativa não exime do pagamento ao
titular da imagem.
- O fato da revista não ter finalidade lucrativa não exime do pagamento ao titular
da imagem.
- Desde o Código Civil, a cessão dos direitos de autor, para efeitos econômicos,
pode ser parcial ou definitiva.
A Lei dos Direitos Autorais, por outro lado, presume que a permissão para a
publicação da obra é "para cada vez".
- Quem vender ou expuser à venda ou à leitura pública uma obra impressa com
fraude será solidariamente responsável com o editor
AUTORIZAÇÕES DE MODELOS
De preferência, o contrato deverá ser assinado pelo pai e pela mãe, que
serão qualificados no contrato. Pode parecer um cuidado excessivo, mas é
de vital importância para evitar problemas posteriores.
LICENCIANTE________________________________
Assinatura do fotógrafo
LICENCIADA_________________________________
Nome da empresa ou cliente
AUTORIZAÇÃO PARA USO DE IMAGEM DE MODELO
LICENCIANTE__________________________________________________
____
Assinatura da modelo
LICENCIADA__________________________________________________
____
Nome legível seguido de assinatura do responsável na
empresa ou do cliente
FOTÓGRAFO__________________________________________________
____
Nome legível seguido de assinatura do fotógrafo
LICENCIANTE
______________________________________________
LICENCIADA
_______________________________________________
Testemunhas
__________________________________________________
_________
__________________________________________________
_________
Imagem com o filtro Polarizador, amenizando o reflexo no vidro.
Imagem sem o filtro Polarizador, forte reflexo no vidro.
Imagem com o filtro Polarizador, com as cores um pouco mais vivas.
Imagem sem o filtro Polarizador, com as cores um pouco opacas.