TREINAMENTO

Pós-Graduação em Engenharia Clínica HIAE - RJ

Eng. Alexandre Ferreli, M.Sc.
ferreli@ieee.org

Material compartilhado do Prof. Antonio Gibertoni Junior

antonio.gjunior@einstein.br
“Uma das mais importantes tarefas das pessoas que assumem o
gerenciamento hoje é auxiliar todo mundo a aprender o suficiente,
rápido o bastante para não ficar para trás nos negócios ou na
especialidade envolvida.”

Sharon Donegan

Outubro 2018 - Pós-Graduação em Engenharia Clínica HIAE - RJ

MOTIVAÇÃO
Porque falar de educação continuada em um contexto de gestão de
manutenção, segurança e tecnologia hospitalar? A resposta, conforme
Harada et al, é o resultado de vários anos de atuação na área: um percentual
de falhas e indisponibilidade de equipamentos é causado por uso incorreto e
procedimentos inadequados, que por vezes pode culminar em eventos
desastrosos como acidentes envolvendo colaboradores ou clientes das
unidades de saúde.

Segundo Simmons, profissionais bem treinados com relação ao uso correto

de equipamentos médicos geram menor quantidade de solicitações de
serviços para a área de manutenção e cometem menor quantidade de
erros operacionais, prolongando a vida útil do equipamento,
proporcionando, maior retorno financeiro do capital investido.

Outubro 2018 - Pós-Graduação em Engenharia Clínica HIAE - RJ

MOTIVAÇÃO
Educação Continuada é definido por SILVA como “conjunto de práticas
educacionais planejadas no sentido de promover oportunidades de
desenvolvimento ao funcionário, com a finalidade de ajudá-lo a atuar
mais efetivamente e eficazmente em sua vida institucional”.

A RDC 02 de 2010, em seu artigo 12, informa que o EAS deve elaborar,
implantar e implementar um programa de educação continuada para
os profissionais envolvidos nas atividades de gerenciamento, com
registro de sua realização e participação.

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MOTIVAÇÃO
Segundo Geddes, falta de treinamento, não-familiaridade com
indicações e/ou contraindicações de uso, falha na leitura
(interpretação) do manual do equipamento são consideradas
negligência.

Os processos por erro médico no Superior Tribunal de Justiça

aumentaram 200% em seis anos.

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Casos Clássicos
• Técnica em enfermagem ao manusear um desfibrilador com tela para
exibição do eletrocardiograma, colocou as pás do equipamento em
seu peito, recebendo um disparo do mesmo. Sobreviveu graças à
atuação rápida da equipe (Health Devices Feb 1988; 17(2): 68-9).

• Asfixia: o paciente estava asfixiando, apesar de estar conectado a um

ventilador pneumático. A Engenharia Clínica foi chamada com
urgência ao local e foi verificado que haviam esquecido de abrir a
válvula do oxigênio.

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Educação continuada
Capacitação é aprender tudo sobre alguma coisa, para poder ser
executada. Capacitar é tornar habilitado para o desempenho de uma
função, é qualificar a pessoa para determinado trabalho.

Treinamento é melhorar, desenvolver, os conhecimentos daquilo que já

se sabe. Treinamento é o processo educacional, aplicado de maneira
sistêmica, através do qual as pessoas aprendem conhecimentos,
atitudes e habilidades em função de objetivos definidos

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Educação Continuada e CHA
• O C significa conhecimento sobre um determinado assunto. Diz respeito à
pessoa dominar um determinado Know-how a respeito de algo que tenha
valor para empresa e para ela mesma. É o saber.

• O H significa habilidade para produzir resultados com o conhecimento que

se possui. Diz respeito à pessoa conseguir fazer algum uso real do
conhecimento que têm, produzindo algo efetivamente. É o saber fazer.

• O A significa atitude assertiva e proativa – iniciativa. Diz respeito ao

indivíduo não esperar as coisas acontecerem ou alguém ter que dar
ordens, e fazer o que percebe que deve ser feito por conta própria. É o
querer fazer.

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Educação Continuada na RDC 02 de 2010
• II - educação continuada em estabelecimento de saúde: processo de permanente
aquisição de informações pelo trabalhador, de todo e qualquer conhecimento
obtido formalmente, no âmbito institucional ou fora dele;

• Art. 12. O estabelecimento de saúde deve elaborar, implantar e implementar um

programa de educação continuada para os profissionais envolvidos nas atividades
de gerenciamento, com registro de sua realização e participação.

• Art. 13. O estabelecimento de saúde deve garantir que todas as atribuições e

responsabilidades profissionais estejam formalmente designadas, descritas,
divulgadas e compreendidas pelos envolvidos nas atividades de gerenciamento.

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Educação Continuada na NR32 de 2011
• 32.9.1 Os trabalhadores que realizam a manutenção, além do
treinamento específico para sua atividade, devem também ser
submetidos a capacitação inicial e de forma continuada, com o
objetivo de mantê-los familiarizados com os princípios de: a) higiene
pessoal; b) riscos biológico (precauções universais), físico e químico;
c) sinalização; d) rotulagem preventiva; e) tipos de EPC e EPI,
acessibilidade e seu uso correto.

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Educação continuada
Sempre voltada ao público alvo por hierarquia, função, mesmo
interesse, sempre em grupo homogêneo. Exemplo:

Ventilação (Operacional): Fisioterapeutas

Ventilação (técnico/operacional): Técnicos

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Como planejar um treinamento?
NBR ISO 10.015 – Gestão da qualidade - Diretrizes para treinamento

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Como planejar um treinamento?
Definição das necessidades de treinamento – ENVOLVER GESTORES
Geral
Definição das necessidades da organização
Definição e análise dos requisitos de competência
Análise crítica das competências
Definição das lacunas de competência
Identificação de soluções para eliminar as lacunas de competência
Definição da especificação das necessidades de treinamento

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Observações – Modelo Cheng
Conforme estudo da Organização Mundial de Saúde, a manutenção de
equipamentos médicos exige uma ampla gama de conhecimentos
técnicos, e os custos e tempo necessários para treinar um profissional
aumenta com o nível de tecnologia com a qual ele irá trabalhar. Para
compreender o custo e tempo de treinamento de um técnico, pode-se
considerar o modelo Cheng:
Complexidade

MRI

Complexidade
CTs
Lasers
Monitores
Ultra-som
ECGs
Raio X
Fotômetros
Esterilizadores
Microscópios
Banhos de água
Balanças
Estetoscópios
0 a Custo ou
Quantidade b
tempo
Quantidade
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Como planejar um treinamento?
Projeto e planejamento do treinamento
Geral
Definição de restrições
Métodos de treinamento e critérios para seleção
Especificação do programa de treinamento
Seleção do fornecedor do treinamento
Execução do treinamento
Obrigatoriedade de presença
Lista de presença
Certificado junto a ficha do participante
Informar aos gestores

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Como planejar um treinamento?
Planejamento
Nome do Treinamento Operação e manutenção em bombas de infusão
Tipo de Treinamento Técnico

Tópico Objetivo Metodo Recurso Tempo

Introdução Apresentar o Instrutor e Tópicos Exposição dialogada Instrutor 5
Apresentar os principais
Normas de Segurança cuidados de segurança Exposição dialogada/Video Normas ABNT e Manuais 15
Conhecer comandos Manuais; Equipamento;
Operação e funcionamento Exposição dialogada/Video Insumos 30
Manuais; Equipamento;
Manutenção Corretiva Conhecer/Reparar equipamento Exposição dialogada/Video Insumos 120
Manuais; Equipamento;
Manutenção Preventiva Executar Manutenção Preventiva Exposição dialogada/Video Insumos 120
Problemas comuns
e soluções Exposição dialogada/Video Manuais 30
Avaliação do Aluno Verificar o nível de aproveitamento do aluno Avaliação escrita 10 Questões multipla escolha 30
Considerações Finais/Avaliação
Avaliar o Treinamento Ficha de Avaliação 10
Tempo Total 360

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Como planejar um treinamento?

Planejamento
Nome do Treinamento Operação e manutenção em bombas de infusão
Tipo de Treinamento Assistêncial

Tópico Objetivo Metodo Recurso Tempo

Introdução Apresentar o Instrutor e Tópicos Exposição dialogada Instrutor 5
Apresentar os principais
Normas de Segurança cuidados de segurança Exposição dialogada/Video Normas ABNT e Manuais 20
Conhecer comandos Manuais; Equipamento;
Operação e funcionamento Exposição dialogada/Video Insumos 240
Manuais; Equipamento;
Manutenção Corretiva Conhecer/Reparar equipamento Exposição dialogada/Video Insumos NA
Manuais; Equipamento;
Manutenção Preventiva Executar Manutenção Preventiva Exposição dialogada/Video Insumos 30
Problemas comuns
e soluções Exposição dialogada/Video Manuais 30
Avaliação do Aluno Verificar o nível de aproveitamento do aluno Avaliação escrita 10 Questões multipla escolha 30
Considerações Finais/Avaliação
Avaliar o Treinamento Ficha de Avaliação 5
Tempo total 360

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E depois do treinamento?
Avaliação dos resultados do treinamento
Por parte dos participantes
No processo
Diminuiu o índice de quebra do equipamentos x?
Aumentou a produtividade do técnico y?
O MTTR diminuiu?
Avaliar periodicidade
Avaliar custos
Monitoração e melhoria do processo de treinamento

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Sugestões de Educação Continuada
1. Treinamentos internos
2. Treinamentos no/do fabricante
3. Congressos Nacionais (JPR/CBEB/SBEC)
4. Feiras Nacionais (Hospitalar)
5. Assinaturas de revistas (Health Devices, IHE, 24x7, etc.)

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Exercício de Fixação
A turma vai se dividir em grupos de dois a três e vão montar um
planejamento de treinamento em Aparelho de Anestesia. O grupo de
participantes envolve a equipe de Engenharia Clínica, equipe de
manutenção de gases, e os anestesistas. Defina o método,
equipamentos utilizados, material de apoio, dificuldades, critérios de
avaliação do treinamento. Depois os planejamentos serão discutidos.

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 TREINAMENTO
Pós-Graduação em Engenharia Clínica HIAE - RJ
Eng. Alexandre Ferreli, M.Sc.
ferreli@ieee.org