UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

HAAIII_ CAROLINA TEIXEIRA

ALUNAS: ISIS GOMES E PATRICIA TUPINAMBÁ

Arte Islâmica
O islamismo, maometismo ou religiã o muçulmana, surgiu na Á sia no princípio do século VII. Conseguiu conquistar grande parte da
Á sia e da Á frica e penetrar na Europa. Houve um impulso urbanizador comum a todas as á reas onde o islamismo chegou. A mesquita
era tida com padrã o arquitetô nico, porém nenhuma cidade era igual a outra, em decorrência da herança local específica, das
características do clima e dos materiais disponíveis.

É no litoral da Ará bia que se encontra a maior parte da populaçã o e onde foram construídas as cidades de Meca e Medina. De início, os
á rabes se dividiam em tribos independentes, nô mades e sedentá rios que possuíam em comum o mesmo santuá rio, a Kaaba. Esta foi
construída sobre uma fonte e uma pedra negra. Há a crença de que o Anjo Gabriel fez nascer á gua no local para saciar a sede de Ismael
e Agar quando estavam perdidos no deserto; a pedra lhes teria sido dada como travesseiro e de branca tornou-se preta devido aos
muitos pecados dos homens. O há bito dos á rabes irem anualmente em peregrinaçã o ao Deus de Abraã o deu origem à cidade de Meca.

Mahomet prega a guerra santa contra os infiéis de Meca, por meio desta consegue derrubar os ídolos da Kaaba e impor a nova religiã o
a toda a Ará bia, e com a religiã o, a unificaçã o do povo á rabe. O paraíso é garantido a todos os muçulmanos que morrerem combatendo
pela fé.

A doutrina de Mahomet está contida no Koran. O Alcorã o para os muçulmanos nã o representa o que a Bíblia é para os judeus e
cristã os_ a histó ria da religiã o e a sua lei. Trata-se de um livro que substitui qualquer outro e contém toda a ciência e impõ em a lei civil
tanto como a religiosa.

A arte islâ mica é marcada, sobretudo, pela religiosidade. Tanto a cerâ mica, quanto a arquitetura, a caligrafia e a ourivesaria, expressam
uma percepção que mescla a unidade de Deus e a inexistência de intermediá rios na relaçã o com o divino.

É uma arte marcada pela fusã o e reelaboraçã o do legado de diferentes culturas. A preocupação com o conhecimento acumulado e o
respeito às diversas crenças, por parte do Islã o, conseguiu dar vida à s velhas civilizaçõ es que abrangera.

É devido ao domínio do oriente que o mundo muçulmano conheceu um verdadeiro renascimento; graças às novas camadas étnicas
fornecidas pelas invasõ es turcas e mongó is; rejuvenescendo a arcaica arte muçulmana. Muito dos conhecimentos matemá ticos e
astronô micos foram adquiridos através do contato com a cultura chinesa. É dessa relaçã o que o pensamento deixa de ser influenciado
pelas ciências e pela metafísica para se inspirar nas letras, na histó ria, na poesia lírica e épica.

Havia um medo de desafiar a Criaçã o divina, o que inibia a criaçã o artística. Isto faz com que os artistas produzam obras abstratas,
com ornamentaçã o com combinaçõ es geométricas, especulaçõ es abstratas das matemá ticas. Sã o obras de livre interpretaçã o visando a
criaçã o de uma linguagem plá stica de riqueza infinita; carregadas de simbolismos e metá foras. É contra os perigos da reproduçã o
realista dos seres vivos que a caligrafia ganha importâ ncia. Nos mosaicos e arabescos, formas de vegetais e geométricas (quadrados,
triâ ngulos, retâ ngulos e círculos). Essas formas geométricas apresentavam-se conectadas a uma ú nica, todas bem simétricas em alusã o
a perfeiçã o. Essa organizaçã o pode significar a coletividade conectada a um ú nico Deus. A estilizaçã o das formas da natureza tinha
também a busca pela perfeiçã o com o objetivo de se aproximar a Deus. Já a representaçã o humana, além de ser considerada como
imitação da criaçã o divina, poderia gerar uma adoração a profetas de outras religiõ es.

O Islã o reduz todas as formas à superfície e se exprime pela policromia. Para o Ocidente realista a arte fundamental é a escultura, para
o Islã o é talvez o tapete. O tapete era utilizado para orar, afastando do contato com o chã o, considerado mundano. A raridade da
escultura em alto-relevo relata um afastamento com o real.

As mesquitas, santuá rio com pá tio interno direcionado para Meca, constituíam, por unanimidade, a arquitetura do Islã . O pá tio da
mesquita descende do á trio domiciliar; é rodeado por pó rticos ou colunas, também é projetado para comportar tantos fiéis quanto na
sala. Nesta sala está o minbar, semelhante ao pú lpito cristã o. Ao lado do minbar se localiza o mihrab, um nicho cô ncavo que indica a
direçã o de Meca. A mesquita também se caracteriza pela presença da cú pula e do minarete, torre onde o muezzin chama os fiéis e
entoa as oraçõ es. O fato da mesquita possuir muitas naves e pouca profundidade (deixando a planta mais quadrada) se deve pelo
enfileiramento dos fiéis, lado a lado, assim, a ú ltima pessoa da ú ltima fileira escuta perfeitamente as oraçõ es. Os crentes retiram seus
calçados ao adentrar na mesquita para manter as impurezas do lado de fora. Aqueles que nã o usam calçados utilizam uma entrada
especial, onde possui uma parede com diversas bicas, para purificarem seus pés, já que a á gua representa a vida. Cada cidade possui ao
menos uma mesquita, o nú mero varia dependendo da importâ ncia da populaçã o local.

Os gestos característicos do muçulmano refletem na arquitetura, um exemplo é o ato de se curvar perante Allah, que faz com que as
mesquitas sejam mais horizontais do que verticais.
Os palá cios sã o exemplos da arquitetura civil islâ mica. O palá cio de Alhambra (Granada, Espanha) é o mais famoso. Foi construído pelo
califa Abd-el-Walid, possui o tamanho de uma cidadela; sua planta é composta por vá rios compartimentos que rodeiam dois pá tios. No
centro do primeiro pá tio se localiza a fonte dos leõ es, o piso é composto por lajes de má rmore branco. No interior da construçã o, o piso
é feito de mosaicos de variadas formas geométricas de faiança azul e branca. O segundo pá tio possui a torre maciça dos Goméréz com
uma cú pula no topo, contém a sala dos embaixadores. O monumento foi construído por El-Hamar.O fato que mais destaca o palá cio de
Alhambra é a riqueza na decoraçã o dos interiores, com seus ornamentos, e a riquíssima palheta de cores.

A visita ao museu foi importante ao passo que nos aproximou da cultura muçulmana. Mostrando como a religiã o tem importâ ncia em
todos os aspectos da vida muçulmana. Religiã o esta que é uma mistura das doutrinas judaica e cristã ; podendo ser considerada como
uma religiã o de guerra, que ao prometer aos fiéis presas de guerra e recompensa material no céu, anexa diversos territó rios e
expande-se por inú meras regiõ es. A partir das conquistas e pelo seu á vido interesse pelo conhecimento, funde e reelabora sua cultura
com a das regiõ es dominadas, dando a sua arte uma configuraçã o heterogênea. A impossibilidade de reproduzir com realidade os seres
vivos, devido sua ideologia, tornou a representaçã o artística abstrata. Se a religiã o islâ mica sobreviveu e se transformou devido seu
cará ter liberal, hoje perece ser imutá vel devido seu isolamento perante o mundo.