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ASPECTOS DA COMERCIALIZAÇÃO DO COCO NO PÓLO

PETROLINA(PE) E JUAZEIRO(BA)

Oafaela da Conceição SOUZA (1); Rosemary Barbosa de MELO (2); Afonso Souza
CANDIDO(3); Marcelo Gomes da SILVA (4);Thiago Borges FEITOSA (5).
(1) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano, BR 235, km 22, Cx. Postal 170,
PISNC, Zona Rural, CEP 56302-970, (87)38623800, e-mail: oafaela37@hotmail.com
(2) IF Sertão PE, e-mail:rosemarybm@uol.com.br
(3) IF Sertão PE, e-mail: ascandido@ig.com.br
(4) IF Sertão PE, e-mail: marcelogomes85@hotmail.com
(5) FASJ: e-mail: thiagofeitosa_borges@hotmail.com

RESUMO

No pólo Petrolina/Juazeiro predomina o cultivo de frutas tropicais, entre elas destaca-se a cultura do coco
Anão, impulsionado pelo consumo in natura e pela sua industrialização. Este trabalho objetivou analisar a
comercialização do coco, visando apontar suas potencialidades e limites durante esse processo no pólo
Petrolina/Juazeiro. Durante o desenvolvimento deste trabalho foram exploradas fontes secundárias, tais
como revistas ligadas ao agronegócio e fruticultura, jornais de circulação, relatórios fornecidos pela
EMBRAPA e pela Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco – CODEVASF e dados
eletrônicos fornecidos pelo sistema de preço do mercado atacadista –SIMA- da CEAGEPE. Quanto a área
plantada, verificou-se que o pólo Petrolina/Juazeiro no ano de 2001 apresentava uma área total de 5.828,4
ha. Dentre os projetos, destacam-se o Senador Nilo Coelho (Petrolina-PE), com 46,09% da área e o Curaçá
(Juazeiro - BA) com 11,68% da área. Fontes primárias, também foram exploradas, através de entrevistas e
questionários junto aos produtores do Projeto Nilo Coelho N4 e N6 em Petrolina e junto aos produtores do
perímetro irrigado de Tourão, Maniçoba, Mandacaru e Curaçá em Juazeiro. No segmento produtivo
podemos concluir que os pequenos produtores, apesar da falta de crédito para a produção, o coco representa
uma forte alternativa de renda, por ser uma cultura de manejo simples, de pouca exigência de insumos que
permite colheita durante todo o ano. No segmento agroindústria verificou-se a importância da agroindústria
Água de Coco da Amazônia LTDA – AMACOCO no processo de comercialização do coco no Pólo.
Segundo os produtores entrevistados a agroindústria citada vem impulsionando o crescimento de áreas
cultivadas com o ‘coco, pois, além de fixarem um preço mínimo para venda do produto prestam assistência
técnica aos produtores. Foram também analisados os atores econômicos do segmento varejista e
consumidor das feiras livres e mercado livre (ambulantes).

Palavras – chave: Pólo Petrolina Juazeiro, Cadeia Produtiva do Coco, Mercado do Coco.
2. INTRODUÇÃO

O coqueiro (Cocus nucifera L) é uma palmeira tropical originária, provavelmente, do sudeste asiático. É
uma cultura de larga expansão, sobretudo na zona intertropical do globo, desempenhando importante papel
econômico em mais de 90 países. A sua forte influencia nesse setor, deve-se a sua grande importância na
geração de renda, alem de estar presente na alimentação e na produção de mais de uma centena de produtos.
Considerada como uma das plantas de maior utilidade ao homem é capaz de gerar um sistema auto-
sustentável de exploração.
Na última década, o cultivo mundial do coqueiro registrou acréscimo, tanto na produção, quanto na área
colhida. Em 1995 a produção mundial foi de 48,9 milhões de toneladas, numa área colhida de 10,6 milhões
de hectares, enquanto que, no ano de 2004 a produção foi aproximadamente de 53,5 milhões de toneladas
em uma área colhida de 10,7 milhões de ha, representando um incremento de 9,4% na produção e de apenas
cerca de 1,0 % na área colhida. (Benassi, 2006).
Os principais países produtores de coco e suas respectivas áreas colhidas, no ano de 2005, estão
apresentados na tabela 1. Observa-se que a Indonésia é o maior produtor mundial, seguido por Filipinas e
Índia. O Brasil é o quarto maior produtor mundial com uma produção pouco superior a 3 milhões de
toneladas, em uma área colhida de 280,8 mil ha (FAO, 2006).

Tabela 1. Produção (t) e área colhida (ha) mundial e dos principais países produtores de coco, em 2006.

Fonte: FAO, 2006

Segundo estimativas da Associação Brasileira de Produtores de Coco - ABRASCOCO, de toda a área


plantada com coco no Brasil 70% são representadas pela variedade de coqueiro gigante, 20% com coqueiro
anão e 10% com coqueiro híbrido.
No Brasil, a produção de coco, apresentou crescimento na ultima década. Em 2004 a produção foi cerca de
1,9 bilhões de frutos enquanto, em 2006 a produção foi cerca de 3,9 bilhões de frutos.
Entre 1985 e 2001 observou-se que a produção de coco migrou de áreas tradicionais de cultivo deste em
direção a outras regiões do país.
A cocoicultura antes restrita ao litoral da região nordeste do Brasil, com a finalidade principal de produzir
coco seco para uso culinário e para as agroindústrias de alimentos, nos últimos anos cresceu muito nas
regiões Sudeste, Norte, Centro-oeste, e vem se interiorizando cada vez mais, inclusive sendo introduzida em
regiões onde poucos acreditavam ser possível a sua exploração comercial, como parte da região sul e no
semi-árido nordestino. Diferentemente da cocoicultura do litoral da região nordeste, as culturas implantas
destinam-se principalmente à produção do fruto in natura para o consumo da água de coco nas regiões
litorâneas e nos grandes centros consumidores (ARAGÃO; ISBERNE; CRUZ, 2001).
Isso pode ser evidenciado na tabela 1, onde é mostrado evolução do rendimento e dos porcentuais de
participação regional na produção de coco, entre 1985 e 2006. Observa-se que o nordeste mesmo
diminuindo sua participação na produção nacional continua sendo o maior produtor do Brasil.
Tabela 2. Evolução do rendimento e dos porcentuais de participação regional na produção de coco,
entre 1985 e 2006.

Região % de Produção Rendimento/há


1985 2006 1985 2006
Nordeste 94,4 74,5 3.354 8194
Norte 3,8 10,7 5.642 9804
Sudeste 1,8 12,8 4.207 14237

Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal.

Nos últimos anos ocorreu um aumento dos plantios de coqueiro da variedade anão, devido ao crescimento
do consumo de água de coco. Nessa variedade existe as cultivares amarela, verde e vermelha. No Brasil a
cultivar anão verde é a mais difundida, ela foi introduzida no País, através da Bahia, em 1924, pelo então
Ministro da Agricultura Dr. Miguel Calmon, trazida do Oriente. Segundo estimativas do grupo de coco do
vale (GCV), cerca de 57000 hectares hoje no Brasil encontram-se implantado com essa cultura, dos quais
cerca de 10000 hectares no Vale do São Francisco.

No pólo Petrolina/Juazeiro quando se implantou a cultura do coco, optou-se pela variedade anã verde. Esta
cultivar é a mais utilizada comercialmente no Brasil, para produção de água de coco, com qualidade
sensorial superior às demais cultivares. Apresenta também, precocidade, iniciando a produção em média
com dois a três anos após o plantio. Chega a atingir 10 a 12m de altura e tem vida útil em torno de 30 a 40
anos. Os frutos são pequenos e contem em média 300ml de água. Apresenta uma produtividade média de
(150 a 200 frutos/planta/ano).

Este trabalho objetivou analisar a cadeia produtiva do coco nos segmentos de distribuição e consumo
visando apontar potencialidades e limites da mesma no pólo Petrolina/Juazeiro, com o intuito de melhorar
o desempenho de toda cadeia agregando assim valor ao produto.

3. METODOLOGIA

Tratando-se de uma pesquisa descritiva cujo objetivo é a descrição das características determinantes da
cadeia de comercio do coco, o papel e a importância dos seus diferentes atores nesse processo, a mesma
iniciou-se pelo levantamento e análise do material bibliográfico e documental existentes sobre o tema.

Durante o desenvolvimento deste trabalho foram exploradas fontes secundárias, tais como revistas ligadas
ao agronegócio e fruticultura, jornais de circulação, relatórios fornecidos pela EMBRAPA pela Companhia
de Desenvolvimento do Vale do São Francisco – CODEVASF e dados eletrônicos fornecidos pelo sistema
de preço do mercado atacadista –SIMA- da CEAGEPE.

Fontes primárias, também foram exploradas, através de entrevistas e questionários junto aos produtores do
Projeto Nilo Coelho N4 e N6 em Petrolina e junto aos produtores do perímetro irrigado de Tourão,
Maniçoba, Mandacaru e Curaçá em Juazeiro.

4. ANALISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

4.1 Análise de Mercado Nos Perímetros Irrigados de Petrolina e Juazeiro/Ba

A fruticultura irrigada representou em 2005, 97% de toda a área plantada, e desta as principais foram:
manga 41%, goiaba 16%, banana 13%, uva 12%, coco 8% e acerola 4%. Entre as culturas temporárias
destacam-se feijão, pastagem e melancia (CODEVASF, 2005).
Depois de um período não favorável para o cultivo do coco em Petrolina/PE, a década de 90, os produtores
de coco vivem agora dias melhores. Naqueles anos, muitos chegaram até a desistir da atividade por absoluta
inviabilidade econômica. Hoje, providencialmente a produção vem aumentando, devido ao crescimento da
demanda do coco não só verde como o seco. Em Petrolina (PE), por exemplo, o sindicato dos produtores
fechou um bom contrato em nome dos agricultores. Passaram a vender o fruto seco, até então sem valor,
para uma empresa cearense. Petrolina está numa das áreas com maior produção do País. A produção anual
chega a 300 mil toneladas de coco verde, até então o único a ter valor. O restante se estragava.
Em Juazeiro, a cultura do coqueiro, também, é uma cultura bastante significativa para os pequenos
produtores da região. Segundo dados fornecidos pela CODEVASF no ano de 2005 o projeto Curaçá foi o
que mais se destacou como fornecedor dentre os quatros perímetros existentes em Juazeiro comercializando
um volume de cerca de 800.000 cocos através da AFRUPEC (Associação de pequenos produtores) no
período de Maio à Novembro. O coco era comercializado a R$0,12 centavos (coco/unidade) para
atravessadores e R$0,60 centavos/litro para fabricas, sendo que a maioria dos produtores tinham preferência
pelos atravessadores que pagavam a vista. Devido a ter tido uma grande quantidade de oferta nos anos
anteriores e o preço ter chegado a R$ 0,05 centavos. As principais dificuldades encontradas para a
realização da comercialização do coco são: o alto custo do transporte/frete; distancia dos principais centros
consumidores como Rio e S. Paulo e outros; Concorrência com sucos e refrigerantes; o aumento expressivo
da área plantada, associada à localização estratégica destes plantios em relação aos maiores centros
consumidores, o que provoca uma queda acentuada dos preços e a concorrência com outros locais próximos
do dos centros de comercialização como o Espírito Santo e Minas Gerais.
Alem da disputa com outros produtos como cerveja, sucos e etc. O frio é um fator que interfere diretamente
na comercialização do coco, mais neste ano (2005) aconteceu o contrario, devido à região de juazeiro
conseguir entregar um volume maior de coco para indústria os atravessadores tiveram de comprar o coco ao
preço semelhante ao que às indústrias compraram que foi cerca de R$ 0,25centavos/unidade, um retorno
muito significativo para os produtores locais que vinham abandonando seus plantios.
A comercialização do coco na roça 90% da produção é realizada via atravessadores, sendo que o Projeto
Curaçá a maior parte do coco vai para a agroindústria. O principal mercado destino do coco é São Paulo,
Rio de Janeiro, Belo horizonte, Goiânia, Brasília.
De acordo com a PLANTEC o coco tem uma representatividade bastante significativa, sendo a segunda
cultura mais importante correspondendo a 21% da renda do Perímetro irrigado Curaçá. Após
estabelecimento da parceria comercial entre a AFRUPEC e a AMACOCO, estabelecida com o apoio da
ATER em 2005,houve um aumento tanto da produção quanto da área colhida. Essa parceria foi um fato
muito importante, pois estimulou os pequenos produtores a recuperar suas áreas que antes estavam
abandonadas. Em 2008 a produtividade média atingiu 46,5 mil cocos ha./ano.

Produtividade(t/ano)

50
45
40
35
30
25 Produtividade(t/ano)
20
15
10
5
0
Curaça Maniçoba Tourão

Fig. 2- Produtividade-2008
4.2 Análise da Comercialização do Coco no Ceasa – Juazeiro -BA

A maior parte do volume de coco verde e coco seco transacionado em Petrolina e Juazeiro passa pelo
Terminal Atacadista da CEASA/Juazeiro. Segundo informações da CEASA/Juazeiro, a comercialização do
produto se dá no Mercado Livre do Produtor - MLP (destinado à venda direta de produtos, inclusive,
transações sobre caminhões) sendo, em seguida, distribuído para o varejo. A comercialização do coco é
para o mercado interno, pelo fato, da facilidade do transporte de grandes quantidades a granel e a grandes
distâncias sem acondicionamento e/ou embalagens especificas; oferece grandes vantagens quando
comparadas à comercialização de outras frutas tropicais.
A análise do comportamento dos preços, no período 2004/07, indica os meses de junho/novembro como os
de melhores preços para o coco seco (Fig.3) e os meses de dezembro/maio como os de melhores preços para
o coco verde (Fig.4) isso devido ao inicio do verão e às férias escolares.

Fig. 3 – Variação Estacional de preço do coco seco CEASA-Juazeiro-BA2004/07

Fig.4 – Variação Estacional de preço do coco verde CEASA-Juazeiro-BA2004/07

Do ponto de vista da oferta, os volumes comercializados anualmente tanto de coco seco como verde no
CEASA - Juazeiro no período de 2004/2007 apresentaram variações substanciais.
Apesar de o volume comercializado anualmente de coco seco no CEASA - Juazeiro ser insignificante
comparado ao do coco verde, podemos observar que aquele vem crescendo ao longo desses anos, passando
de 6090 t em 2004 para 8106 t em 2007, ocorrendo um acréscimo de cerca de 30%(Fig.6). No caso do coco
verde pode-se observar que houve uma queda no volume comercializado na CEASA - Juazeiro no ano de
2005 e depois houve crescimento, mas ficando ainda em 2007 com um volume abaixo do que era
comercializado em 2004(Fig.7).

Fig. 6-Volume Comercializado Anualmente de coco seco- CEASA- Juazeiro-BA


Fig. 7Volume Comercializado Anualmente de coco verde- CEASA- Juazeiro-BA

Estes dados nos dão uma idéia da dimensão das dificuldades pelas quais estão passando os produtores de
coco do Vale do São Francisco, cuja produção é realizada, em sua maioria, por pequenos produtores menos
capitalizados Entretanto, esses problemas poderão ser evitados, na medida em que as lideranças do setor
estejam atentas para buscar alternativas de mercado para a produção do Vale.

4.3 Agroindústria - AMACOCO

A agroindústria desempenha um papel importante no processo de comercialização do coco, pois, depois da


sua inserção na cadeia produtiva, a demanda pelo produto aumentou e os preços praticados junto aos
produtores subiram em torno de 20%. Até 2005 a agroindústria possui contrato de venda apenas com um
grande fornecedor, depois fechou contrato de compra e venda apenas com pequenos produtores da região,
portanto, os produtores do pólo Petrolina-Juazeiro foram contemplados.

Atualmente a AMACOCO é responsável por 70% do mercado nacional de água de coco envasada. Sendo
que esta possui uma área de produção de 430 ha, sendo da variedade Anã e tendo produzindo cerca de
1,5milhões/ mês.

Os produtos comercializados pela empresa são: Kero Coco, Trop Coco e Exportação (marca própria), sendo
o mais importante o kero coco com um volume de 60%, seguido pelo Trop coco com 25% e exportação
com 15%. O tipo de coco utilizado na produção é o coco verde fornecido por produtores e Associações ou
Cooperativas oriundos dos estados de Pernambuco e Bahia tendo uma representatividade de 35 % Petrolina,
30% Juazeiro e 30% outra regiões como Rodelas e Petrolândia, sendo que a empresa um total de 350
fornecedores.
A quantidade de coco verde comprado mensal para a produção dos produtos é de cerca de 2,5 milhões de
coco. O tipo de contrato que a AMACOCO possui com seus fornecedores é de parcerias e a forma de
pagamento é semanal. Quanto a logística a empresa que se responsabiliza em recolher o fruto nas
propriedades dos produtores. O transporte do fruto é feito através de caminhão próprio acoplado ao murck
ou terceirizado conhecido como agregado. A quantidade de frutos processados é de 2,5 milhões/mês, tendo
como principais clientes o Centro sul do país. Geralmente os produtos são destinados a grandes redes de
compra que adquirem o produto diretamente da empresa ou através de distribuidores.
Segundo André Duarte de Holanda Barbosa, Gerente Corporativo de Suprimentos de Coco Verde as
dificuldades encontradas na comercialização do coco está na sazonalidade de mercado verão-inverno,
período em que há uma grande demanda, no caso do verão, e no outro período as vendas caem, no caso do
inverno. Em se tratando do coco verde o mercado sofre grandes oscilações de preço nas estações citadas
anteriormente. A empresa paga pó litro de água de coco envasado, hoje, segundo os produtores
entrevistados, está de R$ 0,75/litro.

4.4 Setor Varejista

Observamos que nas feiras livres de Petrolina e Juazeiro a comercialização do coco verde é por unidade e o
preço varia de R$ 0,80 a 1,00 e não é expressiva.
O coco verde pesa em torno de 1,5kg, quando bem padronizado chega a 2kg, possui cerca de 20% de água e
80% de casca. A comercialização deste produto, neste segmento, é mais intensa através dos vendedores
ambulantes que vendem a água de coco em copos descartáveis pelo preço de R$ 0,50 ( copo de 250 ml) e
1,00 ( copo de 500 ml)

Quanto ao coco seco devido à importância na culinária, é mais comercializado. O preço do coco seco
praticado nas feiras é de R$ 0,80 a 1,20 ( dependendo do tamanho). Lembramos que nas feiras o preço é por
unidade e nos supermercados é por quilo. O preço praticado nos supermercados é em torno de R$ 0,79 a
1,00/ kg.
Devemos ressaltar que o período em que os supermercados possuem mais o coco seco, é o que antecede a
semana santa. Já nas feiras o produto é sempre exposto em grande quantidade todo o ano.

CADEIA PRODUTIVA DO COCO NO PÓLO PETROLINA - JUAZEIRO

Fonte: Elaborado pela Equipe.

5. CONCLUSÃO

A pesquisa revelou que o mercado de coco-verde tem crescido nos últimos anos com o aumento do
consumo da água-de-coco. A água-de-coco concorre no mercado de refrigerantes e bebidas isotônicas,
representando aproximadamente 1,4% desse consumo, estimado em mais de 10 bilhões de litros/ano. A
pequena participação neste mercado dá a dimensão das possibilidades de crescimento do consumo da água-
de-coco.

O comércio do coco verde, assim como o de qualquer produto de origem agrícola, possui características que
afetam diretamente a comercialização tais como: A sazonalidade do consumo, a perecibilidade do fruto e a
aparência do fruto.

A cultura do coqueiro mostrou ter forte potencial de crescimento na região, pois é uma região de clima
propício ao desenvolvimento da cultura e é o pólo da fruticultura irrigada onde se tem água o ano inteiro.
Como a produção tem fácil escoamento, a região possui área de comercio bastante significativa, como o
Mercado do Produtor, da onde o coco é distribuído para diversos estados, inclusive para a própria região,
sendo bastante comercializado por ambulantes e pela AMACOCO que distribui (comercializa) o coco já
processado, tanto para o mercado interno como para o mercado externo.

Observamos que a agroindústria desempenha um papel importante no processo de comercialização, muitos


dos pequenos produtores fornecem o seu produto a empresa e recebem alguns benefícios, a assistência
técnica e desconto nas lojas de produtos agrícolas, são alguns exemplos. Com a atuação da agroindústria os
preços praticados junto aos produtores subiram em torno de 20%.
Quanto aos desafios enfrentados no processo de comercialização estão em destaque o custo de
transporte/frete elevado que impossibilita a inserção de novos mercados; distancia dos principais centros
consumidores como Rio e São Paulo e outros; o aumento expressivo da área plantada, associada à
localização estratégica destes plantios em relação aos maiores centros consumidores, provocou o que
provocou queda acentuada dos preços, com reflexos negativos, principalmente, para os produtores da região
Nordeste. Novos plantios no espírito Santo e Minas Gerais, que estão mais próximos das principais centros
consumidores.

Devemos salientar que as instituições públicas ou privadas envolvidas na cadeia produtiva do coco no pólo
Petrolina/Juazeiro devem investir mais na cultura do coco, pois, as culturas de exportação, a manga e a uva,
por exemplo, são culturas que requerem muito investimento, as exigências de mercado externo são elevadas
e por isso fica longe do alcance dos pequenos produtores rurais. Já o cultivo do coco dá mais oportunidade
aos pequenos produtores a atingirem mercados internos obtendo lucro e como conseqüência fomentar a
economia local e melhorar a sua qualidade de vida.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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