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Faculdade de Educação
Curso de Pedagogia
Educação, Comunicação e Mídias
Prof.ª Dr.ª Cleide Aparecida Carvalho Rodrigues
Acadêmica: Beatriz Antunes da Silva Alves
Iniciei a atividade no sábado (08/12/2018), três dias após a orientação inicial, que
aconteceu após uma longa tarefa doméstica que durou o dia inteiro. Achei importante
destacar aqui os acontecimentos que cercam o meu cotidiano, mesmo antes da atividade.
Durante a limpeza pela casa, precisei ouvir músicas que me agradassem e que fossem
agitadas, para que o meu ritmo corporal, de atividade, pudesse entrar em harmonia com
o ritmo alegre da música. Dessa forma, eu não perderia o ânimo e nem desistiria da
atividade.
Segundo Houzel (2010), a atenção é limitada, e tudo o que nos cerca são estímulos.
Por isso, é preciso tomar cuidado ao escolher uma música de fundo para estudar, ou para
fazer qualquer outra atividade, por exemplo. Segundo ela, a música não pode ser
interessante demais, nem mais interessante do que a atividade a ser realizada - para não
perder o foco. É fundamental selecionar os estímulos que irão nos favorecer a
concentração, a criação de um ambiente agradável e estimulante.
Pensando nisso, é como aponta Duhigg (2012) apud Squire (19--), desenvolvemos
hábitos pois todos nós dependemos de processos neurológicos similares diariamente. Os
hábitos são instintos que o nosso cérebro desenvolve para poupar energia e facilitar as
tarefas do dia-a-dia. As pesquisas de Squire (19--) mostram que as escolhas que parecem
ser provenientes de um pensamento racional são de fato influenciadas por impulsos que
a maioria de nós não pode compreender.
Ou seja, eu tentei tornar esta a minha atividade e relato final para a disciplina, mas
tenho o hábito de
Ter um momento como este não é tirar um tempo só pra mim. Considero os livros
companheiros, amigos, que me faz expandir fronteiras jamais imaginadas. Com eles, é
possível exercitar o meu cérebro, sair da zona de conforto, cuidar da minha saúde mental,
e ter um sentimento de paz em troca por tudo isso. Não é benefício em troca de um
esforço. É receber benefícios através de uma atividade prazerosa, mas que eu reluto tantas
vezes contra nos dias de hoje.
1
Ambientes imersivos que proporcionam interação de maneira intuitiva e tendem a encurtar distância entre
o usuário e o mundo virtual. (RAISEL; NUNES. 2017)
2
BRADSHAW, John. Volta ao lar: resgatar e defender sua criança interior. Rio de Janeiro, Rocco, 1993.
diminuído, e devemos nos perguntar até onde as mídias digitais tem responsabilidade
sobre isso.
Kellner (2001) nos apresenta perguntas e reflexões, que cabem aqui para futuros
leitores e mentes pensantes: “o que é autenticamente humano quando se tornam
indefinidas as fronteiras entre humanidade e tecnologia? O que é identidade humana, se
ela for programável? O que sobra das noções de autenticidade e identidade numa
implosão programada entre tecnologia e ser humano? O que é ‘rea-lidade’, se ela é capaz
de tanta simulação? De que modo a realidade está hoje sendo corroída, e quais são as
consequências disso?”.
O modo de vida do século XXI está condicionado ao uso das novas tecnologias,
das mídias digitais, em que não se é possível passar uma hora sequer do nosso cotidiano
sem o uso destes aparelhos ou interfaces que mediam, auxiliam, contribuem ou nos
aprisiona à “vida moderna”. Estar antenado, fazer parte de um grupo social, estar ligada
às tendências tecnológicas, da moda, às cores que iremos pintar a nossa casa - pois é a cor
do ano, aos pratos gastronômicos ou restaurantes que iremos procurar no nosso feed das
redes sociais, para visitar, dar “estrelas” (nota de avaliação) e repostar para que outras
pessoas continuem vendo. Um ciclo vicioso do mundo moderno. É exatamente o que nos
mostra Sibilia (2002):
Finalizo o texto com a esperança de que nós possamos descobrir e aprender juntos,
em um futuro próximo, a utilizar as novas tecnologias com mais responsabilidade, cautela
e propósito, em todos os âmbitos – cultural, social, econômico e político. Firmo o
compromisso de começar a policiar as minhas próprias atitudes, reformulando velhos
hábitos e adquirindo novos. É dever de todos, sobretudo, pensar, repensar, unir as ideias
de grandes pensadores com os novos – e os que ainda virão.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRADSHAW, J. Volta ao lar: resgatar e defender sua criança interior. Rio de Janeiro,
Rocco, 1993.
DUHIGG, Charles. O poder do hábito. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
DYENS, O. Metal and Flesh. The Evolution of Man: Technology Takes Over. Trad. Evan
J. Bibbee e Ollivier Dienz. Cambridge, Mass., The MIT Press, 2001.
SANTAELLA, L. Pós-humano, por que? REVISTA USP, São Paulo, n.74, p. 126-137,
junho/agosto 2007.
SQUIRE, L.R. Memory and Brain Systems: 1969-2009. Journal of Neuroscience 29, n°
41 (2009): 12711-26.