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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO EM HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E
AFRICANA
DOCENTE: PROF. EUDMAR BASTOS - VII MÓDULO

PRODUÇÃO TEXTUAL
TEMA: RELIGIOSIDADE DE MATRIZ AFRO-BRASILEIRA

Rio Branco/junho
2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO EM HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E
AFRICANA
DOCENTE: PROF. EUDMAR BASTOS - VII MÓDULO

PRODUÇÃO TEXTUAL
TEMA: RELIGIOSIDADE DE MATRIZ AFRO-BRASILEIRA

Trabalho apresentado a Especialização em


História e Cultura Afro-brasileira e
Africana da Universidade Federal do Acre -
UFAC.

Prof. Eudmar Bastos

Ana Paula Alab de Oliveira

Rio Branco/junho
2014
Introdução
Este trabalho faz parte do processo avaliativo da modulo VII – Religiosidade
de matriz afro-brasileira da Especialização em História e Cultura Africana e Afro-
brasileira. O objetivo deste expor os conhecimentos adquiridos durante o módulo, bem
como torna visível todas as questões que rondam sobre a religiosidade de matriz
africana, como sua origem, seus porquês, e a maior questão, o preconceito.
Religiosidade de matriz africana: Intolerância religiosa

Antes de iniciar expondo a questão da intolerância religiosa, creio que para se ter
um conhecimento mais aprofundado e ate mesmo entender o porque de tudo isso, se é
que há um porque, é necessário que se faça um apanhado histórico.

As religiões de matriz africana surge no Brasil a partir da vinda dos africanos


para o país, que eram aqui vendidos como escravos ( é bom lembrar sempre que esses
negros não eram escravos no seu país de origem, eles se tornavam escravos quando aqui
chegavam), junto com esses povos vieram também a sua cultura, assim como a forma
de cultuar Deus e outras entidades transcendentes.

Diferente do que muitos pensam a religião de matriz africana é monoteísta, há


somente um Deus, que segundo a tradição Yorubá é o Olodumaré (ou Olorum), é o
nome do único Deus supremo, senhor absoluto, onipotente. Este não recebe oferendas,
nem cultos. São as divindades conhecidas como Orixás que recebem oferendas, os
orixás são figuras divinizadas a serviço do governo do mundo. Algumas dessas
divindades estão ao lado de Olodumaré na participação da criação do mundo. Cada
orixá representa uma força da natureza.

Os negros escravos chegam ao Brasil, e os seus senhores os proíbem de cultuar


suas crenças, tentam impor a religião católica, assim como os portugueses fizeram com
os índios. Essa imposição levou os negros a conhecer a religião católica e viram a
semelhança que havia entre as religiões, no fundo uma similaridade entre os orixás e os
santos católicos. Esse contato com as diferenças religiosas leva a comunidade a exercer
uma movimentação em alta escala, que chamamos de sincretismo religioso.

A primeira ocorrência de sincretismo religioso ocorreu no Brasil quando os


portugueses são obrigados a utilizar as crenças indígenas como base para o processo de
catequização dos índios, e esse processo continuou acontecendo entre as religiões de
matriz africana e o catolicismo.

A intolerância religiosa

O que vem a ser a intolerância religiosa? Segundo dicionário intolerância é


denominado como repugnância, uma atitude mental caracterizada pela falta de abilidade
ou vontade em reconhecer e respeitar diferenças em crenças e opiniões. Partindo desse
conceito intolerância religiosa é simplesmente o fato de não respeitar as crenças
religiosas.

Hoje vemos que as maiores motivações de conflitos estão baseadas no


desrespeito as crenças, as orientações sexuais, as questões politicas, entre outras. Todas
essas questões devem ser tratadas com muito cuidado, porém ao meu ver quando
falamos de crenças, a problemática é bem mais delicada, pois estamos falando de fé, e
está é intangível, não pode ser tocado, nem medito, apenas cremos ou não. E obrigar
uma comunidade a crer em algo que não faz parte da sua cultura é no mínimo uma
ofensa, sem falar que é uma violência mental.

A intolerância religiosa é algo vivido por muitos, mas os seguidores das religiões
de matriz africana visivelmente sofrem mais, estou falando em âmbito do Brasil.
Infelizmente a causa para tal atitude é a falta de conhecimento, o não conhecimento gera
preconceito.

“a intolerância se avoluma contra a religião de matriz africana e


seus desdobramentos no Brasil têm funcionado com principal fator
de engendramento da ideologia de racismo na perpetuação de seus
mecanismos de exclusão e marginalização social dos valores da
cultura religiosa de matriz africana refletidos nos adeptos. A
comosvisão africana continua sendo alvo do racismo cultural-
religioso, exacerbando a afrotheofobia e se retroalimenta de forma
cíclica e recorrente e sua manifestação é material e simbólica,
ratificando continuadamente preconceitos, estigmas e estereótipos,
os quais interferem fundamentalmente no processo de auto-
conhecimento, auto-imagem e auto-estima dos afro-brasileiros.”
(Jesus,2003)

De que forma nos educadores podemos contribuir para que essas atitudes
diminuam ou ate mesmo sendo esperançosa acabe? Vejo que o primeiro momento a ser
tratado é levar a risca o que diz na Constituição Federal, vivemos em um Estado Laico,
o pais não tem uma religião oficial, portanto deve-se manter neutro e imparcial as
questões religiosas, porém deve assegurar tratamento igualitário as todos os seres
humanos quaisquer que sejam suas crenças.

A partir do momento que a sociedade compreender que cada um tem o direito


de seguir a crença que bem entendi, não haverá mais espaço para divergências, isso meu
caro só será possível quando todos passarem a ter um conhecimento sobre todas as
religiões vigentes em nosso país, como já falei acima, o não conhecimento gera
preconceito.

Creio que o melhor espaço para distribuição desse conhecimento seja a escola,
uma vez que é o primeiro local que passamos a ter contato com a sociedade não
familiar, um local onde as diferenças se fazem muito presente, um local onde somos
obrigados a conviver com essas diferenças e portanto somos obrigados a respeita-las.
Esses seriam os principais passos para que haja mudança.
Conclusão

A partir dos conhecimentos adquiridos com este modulo, fica ao meu ver que
necessitamos urgentemente abranger mais conhecimentos para então começarmos a
repassa-los. Vejo que o principal local para distribuir esse conhecimento é a escola, pois
ali estão seres em formação e nada melhor do que forma-los sabendo que no mundo há
diferenças e as mesma merecem ser respeitadas.

Com isso desenvolvo um pequeno projeto para ser trabalhado na escola, tanto
com os professores, como com os alunos.
Oficina de sensibilização para a cultura afro-brasileira

Tema: Religiosidade afro-brasileira

Professora responsável: Ana Paula Alab e Gest

Público alvo: Professores e alunos

Objetivo: Compreender que as religiões de matriz africana são partes da cultura


brasileira, com o intuito de levar um maior conhecimento a classe escolar, através da
criação de um espaço onde conteria a historia desses povos, assim como a cultura e
religião.

Proposta de atividades:

1. Criar um espaço, uma espécie de museu afro.


2. Apresentar primeiramente aos professores a historia dos negros africanos
e afro-brasileiro e a origem das religiões afro-brasileiras e a forma como
elas foram usadas como símbolo da resistência negra a escravidão;
3. Em seguida apresentar esse mesmo aporte histórico aos alunos, tendo s
professores como mediadores
3.1- Apresentar as principais características da Umbanda e do
Candomblé através de documentários e discutir com os educadores as
impressões que os mesmos tiveram ao assistir aos vídeos;
3.2- Será solicitado uma pesquisa mais ampla aos alunos, onde
deverá conter bastante imagens para serem expostas, assim como também
pequenos documentários.
3.3- Escolher juntamente a gestão, professores e alunos, uma data
para a organização desse espaço.
3.4- Apresentação do mini museu à comunidade escolar.

Recursos: Notebook, projetor, documentários sobre Umbanda e Candomblé, pincel,


quadro branco, lápis e folhas A4, textos.
Referências

 http://www.mundojovem.com.br/artigos/religioes-de-matriz-africana
 MIRANDA, Ana Paula Mendes; GOULART, Julie Barrozo. Combate à
intolerância ou defesa da liberdade religiosa: paradigmas em conflito na
construção de uma política pública de enfrentamento ao crime de
discriminação étnico racial-religiosa – Paper apresentado no 33º Encontro
anual da ANPOCS

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