You are on page 1of 77

FACULDADE DE TECNOLOGIA DE ITAQUAQUECETUBA

MARCELO TOMIO UEDA

MANUAL DE CONTROLE FINANCEIRO PARA O


TRANSPORTADOR AUTÔNOMO DE CARGAS, DA REGIÃO
DO ALTO TIETÊ – SP

ITAQUAQUECETUBA - SP
2013
FACULDADE DE TECNOLOGIA DE ITAQUAQUECETUBA

MARCELO TOMIO UEDA

MANUAL DE CONTROLE FINANCEIRO PARA O


TRANSPORTADOR AUTÔNOMO DE CARGAS, DA REGIÃO
DO ALTO TIETÊ – SP

Trabalho de Conclusão de Curso,


apresentado ao Curso de Gestão Comercial,
da Faculdade de Tecnologia de
Itaquaquecetuba, como parte de requisitos
para a conclusão do curso, sob a orientação
da Professora Ma. Maria Helena Pinedo.

ITAQUAQUECETUBA – SP
2013
MARCELO TOMIO UEDA

MANUAL DE CONTROLE FINANCEIRO PARA O


TRANSPORTADOR AUTÔNOMO DE CARGAS, DA REGIÃO
DO ALTO TIETÊ – SP

Trabalho de Conclusão de Curso,


apresentado ao Curso de Gestão Comercial,
da Faculdade de Tecnologia de
Itaquaquecetuba, como parte de requisitos
para a conclusão do curso, sob a orientação
da Professora Ma. Maria Helena Pinedo.

Aprovado em: ________________________________________

BANCA EXAMINADORA

Profª Ma. Maria Helena Pinedo


Fatec Itaquaquecetuba

Profº Me. Marco Aurélio Sanches Fittipaldi


Fatec Itaquaquecetuba

Profº Me.Carlos Roberto Cardoso


Fatec Itaquaquecetuba
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha Esposa, que


durante minha vida acadêmica sacrificou
alguns finais de semana acompanhando
meus estudos.
Aos meus filhos, que são as minhas
inspirações.
Aos meus pais, por serem exemplos de
dignidade, simplicidade e hombridade.
AGRADECIMENTOS

À minha orientadora, professora Ma. Maria Helena que através de sua


dedicação e cumplicidade, emprestou suas preciosas horas, encaminhando este
estudo, apresentando temas relevantes e agregando informações acadêmicas ao
trabalho. Sua orientação foi primordial para o resultado final da pesquisa.
Também, a todos os professores que durante esses anos, passaram com
maestria seus ensinamentos. Muitos agregaram grandes valores, por meio de suas
experiências profissionais e temas ministrados, facilitando assim, a compreensão
dos conteúdos. Outros transmitiram o quanto amam ensinar, o que me dá inspiração
em perceber o quanto é grandioso, o poder de transformação das dificuldades em
facilidades.
EPÍGRAFE

“Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o


que quiser. Mas tenho que querer o que for.
O êxito está em ter êxito, e não, em ter
condições de êxito. Condições de palácio
têm qualquer terra larga, mas onde estará o
palácio se não o fizerem ali”?

(Fernando Pessoa)
RESUMO

Entende-se por controle financeiro, a arte e a ciência de administrar o dinheiro.


Realizar um controle financeiro requer conhecimento, disponibilidade e persistência
em mantê-lo ativo. Poucos são os que conseguem organizar e manter em dia, o
controle de seus ganhos e custos. Em particular, para o profissional; transportador
autônomo de cargas, os desafios em mantêm o equilíbrio financeiro são ainda,
maiores; uma vez que, seu faturamento bruto varia mês a mês e, cuja formação não
favorece a iniciativa e a prática do controle de finanças. O objetivo deste estudo é
analisar a visão do transportador autônomo de cargas, da região do Alto Tietê – SP,
voltada ao controle financeiro de seus fretes. Para o embasamento metodológico
optou-se por uma pesquisa de campo, quantitativa e qualitativa, de caráter
exploratório e descritivo. Utilizou-se um questionário com a colaboração de 120
profissionais, escolhidos aleatoriamente, desde que fossem transportadores
autônomos de cargas, da região do Alto Tietê. Os resultados revelaram que 68%
estão na profissão há mais de 10 anos e 49% não fazem controle das
movimentações financeiras de seus fretes. Destes, que não o fazem, 61% porque
não sabem fazer e 39%, por não sentirem necessidade. Ainda, dos 51% que
realizam alguma forma de controle, 89% utilizam apenas papel, caneta e calculadora
e 18%, procuram orientação na Internet ou em bancos. Quanto a acompanhar os
resultados (Lucro/Prejuízo) provenientes dos fretes, 32% não fazem nenhum tipo de
acompanhamento e 33% consultam apenas extratos bancários. Em média, 25%
nada sabem, a respeito de suas receitas e custos, e em média, 22,5% conhecem o
valor total das receitas e dos custos, apenas do último mês. A minoria, ou seja, 2%
consideram excelente, sua situação atual financeira, enquanto que a maioria, 64%,
regular. Finalmente, somente 1% consegue mensurar a situação de seu capital, em
relação a antes e depois de se tornar transportador autônomo de cargas. A análise
dos resultados indica a necessidade de um guia financeiro, que direcione de modo
positivo, esses profissionais. Procurou-se elaborar, portanto, um Manual totalmente,
voltado à cultura do “Caminhoneiro”, cujo diferencial é sua acessibilidade,
simplicidade no preenchimento das tabelas e esclarecimentos de termos financeiros;
numa linguagem de fácil entendimento. Vale destacar, que a pretensão deste estudo
é oferecer ao profissional, transportador autônomo de cargas, mecanismos capazes
de promover um controle financeiro, de maneira simples e prática, e especialmente,
oferecer a esses profissionais, uma visão menos complexa de gestão financeira, de
sua vida profissional.

Palavras-Chave: Controle Financeiro. Transportador Autônomo de Cargas. Manual.


ABSTRACT

It is understood by financial control, the art and science of managing money.


Performing a financial control requires knowledge, availability and persistence in
keeping it active. Few are those who can organize and keep up, control of your
earnings and costs. In particular, for the professional, such as the charge carrier, the
challenges that keep the financial balance are also larger; since its gross revenue
varies by month and not whose training encourages initiative and practice of control
finances. The objective of this study is to analyze the vision of autonomous cargo
carrier, the Upper Tietê region - SP, facing the financial control of their freight. For
methodological basis we chose a field research, quantitative and qualitative,
exploratory and descriptive. We used a questionnaire with the help of 120
professional, randomly chosen, provided they were autonomous charge carriers, the
Upper Tietê region. The results revealed that 68 % are in the profession for over 10
years and 49 % do not control the financial operations of their freight. Those who do
not, 61 % because they do not and 39% did not feel the need for. Still, 51 % of which
perform some form of control, 89 % use only paper, pen and calculator and 18 %,
seek guidance on the Internet or in banks. As to monitor the results (profit / loss) from
freight, 32 % do not make any kind of monitoring and only 33 % consult bank
statements. On average, 25 % know nothing, about their revenues and costs, and on
average, 22.5 % know the total amount of revenues and costs, just the last month.
The minority, 2 % considered excellent, your current financial situation, while the
majority, 64 %, regular. Finally, only 1 % can measure the state of their capital,
compared to before and after becoming autonomous cargo carrier. The results
indicate the need for a financial guide that directs positively, these professionals. We
sought to develop, so a totally manual, geared to the culture of "Trucker" whose
differential is its affordability, simplicity in filling the tables and explanations of terms,
in easy to understand language. It is worth noting that the intention of this study is to
provide the professional, standalone charge carrier, mechanisms to promote financial
control, simple and practical way, and especially to offer these subjects, a less
complex view of financial management of their professional life.

Keywords: Financial Control. Autonomous Cargo Carrier. Manual.


RESUMEN

Se entiende por control financiero, el arte y la ciencia de administrar el dinero.


Realización de un control financiero requiere conocimiento, disponibilidad y
persistencia en mantenerla activa. Pocos son los que pueden organizar y mantener
el ritmo, el control de sus ingresos y gastos. En particular, para el profesional, como
el portador de carga, los retos a los que mantienen el equilibrio financiero son
también más grandes, ya que sus ingresos brutos varía por meses y cuya formación
no alienta la iniciativa y la práctica de las finanzas de control. El objetivo de este
estudio es analizar la visión de la compañía de carga autónoma, la región del Alto
Tietê - SP, frente al control financiero de su carga. Para bases metodológicas que
elegimos una investigación de campo, cuantitativo y cualitativo, exploratorio y
descriptivo. Se utilizó un cuestionario con la ayuda de los 120 profesionales , elegido
al azar, a condición de que eran portadores de carga autónomas, la región del Alto
Tietê. Los resultados revelaron que el 68 % están en la profesión por más de 10
años y el 49% no controlan las operaciones financieras de su carga. Aquellos que no
lo hacen, el 61% debido a que no y el 39% no se sentía la necesidad de. Aún así, el
51 % de los que realizan algún tipo de control, el 89 % utiliza sólo papel, lápiz y
calculadora y el 18%, buscar orientación en Internet o en los bancos. En cuanto al
seguimiento de los resultados (ganancias / pérdidas) de carga, 32 % no tiene ningún
tipo de monitoreo y sólo el 33 % consulta estados de cuenta bancarios. En
promedio, el 25% no sabe nada, acerca de sus ingresos y gastos y, en promedio, el
22,5 % conoce el monto total de los ingresos y los gastos, sólo el mes pasado. La
minoría, es decir, el 2% considera excelente, su situación financiera actual, mientras
que la mayoría, 64 %, regular. Por último, sólo el 1 % se puede medir el estado de
su capital, en comparación con antes y después de convertirse en portador de carga
autónomo. Los resultados indican la necesidad de una guía financiera que dirige
positivamente, estos profesionales. Hemos tratado de desarrollar, de manera
totalmente manual, orientado a la cultura del "camionero ", cuyo diferencial es la
capacidad de financiación, la sencillez en el llenado de las tablas y las explicaciones
de los términos, en lenguaje fácil de entender. Vale la pena señalar que la intención
de este estudio es proporcionar al profesional, independiente de vehículos de
cargas, mecanismos para promover el control financiero, de forma sencilla y
práctica, y sobre todo para ofrecer a estos temas, una visión de menor complejidad
de la gestión financiera de su vida profesional.

Palabras clave: Control Financiero. Autónoma Carrier Cargo. Manual.


LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – Residência na cidade do Alto Tietê – SP ....................................... 36


GRÁFICO 2 – Categoria do veículo ....................................................................... 36
GRÁFICO 3 – Sexo ............................................................................................... 37
GRÁFICO 4 – Idade ............................................................................................... 37
GRÁFICO 5 – Estado Civil ..................................................................................... 37
GRÁFICO 6 – Tempo de profissão ........................................................................ 37
GRÁFICO 7 – Escolaridade ................................................................................... 38
GRÁFICO 8 – Considerações sobre a profissão.................................................... 38
GRÁFICO 9 – Conquistas alcançadas com a profissão......................................... 38
GRÁFICO 10 – Situação do capital, antes e depois da profissão.......................... 39
GRÁFICO 11 – Aquisição de Capital, para a compra do veículo........................... 39
GRÁFICO 12 – Valor Atual do veículo.................................................................... 40
GRÁFICO 13 – Capital aplicado pago.................................................................... 40
GRÁFICO 14 – Tempo restante, em caso negativo............................................... 41
GRÁFICO 15 – Tempo de recuperação do capital, em caso positivo.................... 41
GRÁFICO 16 – Controle das movimentações dos fretes....................................... 42
GRÁFICO 17 – Modo de controle de fretes............................................................ 42
GRÁFICO 18 – Motivo para não controlar os fretes............................................... 43
GRÁFICO 19 – Orientação sobre controle financeiro............................................. 43
GRÁFICO 20 – Acompanhamento dos resultados (Receita/Custo)....................... 43
GRÁFICO 21 – Significado do termo “Receita”...................................................... 44
GRÁFICO 22 – Significado do termo “Custos”....................................................... 44
GRÁFICO 23 – Significado do termo “Prejuízo”..................................................... 44
GRÁFICO 24 – Significado do termo “Lucro”......................................................... 44
GRÁFICO 25 – Acompanhamento dos resultados (Receita/Custos)..................... 44
GRÁFICO 26 – Acompanhamento dos resultados (Lucro/Prejuízo)...................... 45
GRÁFICO 27 – Conhecimento do Custo Total, provenientes dos fretes................ 45
GRÁFICO 28 – Custos que mais pesam no orçamento......................................... 46
GRÁFICO 29 – Domínio dos conceitos “custo fixo” e “custo variável”................... 46
GRÁFICO 30 – Indicadores de Custos Fixos......................................................... 47
GRÁFICO 31 – Indicadores de Custos Variáveis................................................... 47
GRÁFICO 32 – Realização de análise de viabilidade............................................ 48

LISTA DE SIGLAS
ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres
CCU – Capacidade de Carga Útil
CNT – Confederação Nacional do Transporte
CNTT – Confederação Nacional dos Transportes Terrestres
CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito
CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social
DRE – Demonstração do Resultado do Exercício
DLPA – Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados
DOAR – Demonstração das Origens e Aplicações dos Resultados
DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa
DVA – Demonstração do Valor Adicionado
ETC – Empresa de Transporte Rodoviário de Cargas
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INSS – Instituto Nacional do Seguro Social
IPVA - Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores
IR - Imposto de Renda
NTC – Associação Nacional do Transporte de Cargas
NTC & Logística – Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística
RNTRC – Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga
RPA – Recibo de pagamento de autônomo
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte
SEST – Serviço Social do Transporte
SINDICAM – Sindicato de Caminhoneiros
TAC – Transportador Autônomo de Cargas

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................................13
CAPÍTULO 1. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA.......................................................15
1. Contabilidade........................................................................................................16
1.2. Receita.................................................................................................................18
1.3. Custo e Despesa.................................................................................................19
1.4. Renda e Riqueza.................................................................................................20
1.5. Ponto de Equilíbrio.............................................................................................21
CAPÍTULO 2. CONTROLE FINANCEIRO.................................................................23
CAPÍTULO 3. O TRANSPORTADOR AUTÔNOMO DE CARGAS...........................26
3.1. Veículos Utilizados no Transporte Rodoviário................................................28
CAPÍTULO 4. A REGIÃO DO ALTO TIETÊ - SP.......................................................31
1. ARUJÁ.............................................................................................................................. 31
2. BIRITIBA-MIRIM............................................................................................................... 31
3. FERRAZ DE VASCONCELOS..........................................................................................32
4. GUARAREMA................................................................................................................... 32
5. ITAQUAQUECETUBA.......................................................................................................32
6. MOGI DAS CRUZES........................................................................................................ 33
7. POÁ.................................................................................................................................. 33
8. SALESÓPOLIS................................................................................................................. 33
9. SANTA ISABEL................................................................................................................. 34
10. SUZANO......................................................................................................................... 34
METODOLOGIA..........................................................................................................36
RESULTADOS DA PESQUISA..................................................................................36
DADOS RELATIVOS AO QUESTIONÁRIO...............................................................36
ANÁLISE E DISCUSSÃO...........................................................................................49
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................54
APÊNDICE 1...............................................................................................................57
TERMO DE CONSENTIMENTO E ESCLARECIMENTO..........................................57
APÊNDICE 2...............................................................................................................59
QUESTIONÁRIO.........................................................................................................60
APÊNDICE 3...............................................................................................................64
O MANUAL.................................................................................................................64
13

INTRODUÇÃO

Entende-se por controle financeiro, a arte e a ciência de administrar o


dinheiro, na qual, conforme Gitman (2010, p.3), todas as pessoas físicas e jurídicas
ganham ou levantam, gastam ou investem dinheiro. “Diz respeito ao processo, às
instituições, aos mercados e aos instrumentos envolvidos na transferência de
dinheiro entre pessoas, empresas e órgãos governamentais”.
A realização de um controle financeiro requer conhecimento,
disponibilidade e persistência em mantê-lo ativo. Não existe somente, um único
controle financeiro ideal, mas aquele no qual, as receitas e despesas são lançadas e
analisadas periodicamente, a fim de direcionar de modo positivo, possíveis tomadas
de decisões financeiras.
14

Entretanto, poucos são os que conseguem organizar e manter em dia, o


controle de seus ganhos e custos. É preciso um exercício grandioso de dedicação,
na incorporação rotineira de um planejamento financeiro.
Neste contexto, pretende-se focar a visão financeira do transportador
autônomo de cargas, da região do Alto Tietê – SP. É possível, verificar se esses
transportadores autônomos realizam um controle do que ganham e gastam, em sua
rotina profissional, transportando cargas? De que maneira o fazem?
Na verdade, a ausência do conhecimento de gestão financeira, para o
profissional “Caminhoneiro”, gera aumento de custos e falta de competitividade, num
setor que se torna cada vez mais, exigente. Para esses profissionais, os desafios
que mantêm o equilíbrio financeiro são ainda maiores, uma vez que, seu
faturamento bruto varia mês a mês e, sobretudo, por tratar-se de pessoas cuja
formação não favorece a iniciativa e a prática de controle de finanças.
Por meio de um Manual Financeiro de fácil compreensão e eficaz, esses
profissionais poderiam corrigir possíveis falhas de sua administração financeira,
refletir para atingir resultados mais satisfatórios; e conseqüentemente, contribuir no
crescimento do seu capital.
O objetivo geral deste estudo é analisar a visão do transportador
autônomo de cargas, da região do Alto Tietê – SP, voltada ao controle financeiro de
seus fretes. Para tal, incorpora os seguintes objetivos específicos: buscar na
literatura conceitos, processos e métodos de administração e controle financeiro;
descrever o transportador autônomo de cargas, bem como as normas que regem
esta categoria; levantar dados que caracterizem as ferramentas utilizadas, na
administração financeira/profissional, desses profissionais; e finalmente, elaborar um
Manual de Controle Financeiro, simples e prático, com a finalidade de aprimorar a
gestão financeira, do transportador autônomo de cargas.
O Manual aqui proposto representa uma ferramenta, na qual esses
profissionais poderão lançar movimentações de fretes e custos , de forma fácil e
organizada; além de facilitar a análise e planejamento de gastos e investimentos
futuros. Conseguindo administrar financeiramente os recursos que lhes são
disponíveis, será possível, por exemplo, optar pelo melhor frete e investir com maior
segurança. Portanto, honrarão compromissos e alcançarão objetivos financeiros
com mais tranqüilidade.
15

CAPÍTULO 1. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Administração Financeira é o projeto das necessidades de caixa,


estabelecimento de diretrizes para controle de custos, estabelecimento das vendas
futuras e das metas de lucro e criação de estratégias alternativas para o caso de os
planos existentes falharem (GROPPELLI & NIKBAKHT, 2010, p. 3).
De acordo com Chiavenato (2006, p. 9), Administração Financeira é a
área da administração que cuida dos recursos financeiros de uma empresa. Está
voltada a dois aspectos importantes dos recursos financeiros: a rentabilidade e a
liquidez. Em outras palavras, respectivamente: o melhor retorno possível do
investimento (rentabilidade ou lucratividade) e a sua rápida conversão em dinheiro
(liquidez).
16

Para Gitman (2004, p. 4) a Administração Financeira preocupa-se com as


tarefas do administrador financeiro na empresa. Por sua vez, os administradores
financeiros “devem gerir ativamente os assuntos financeiros de qualquer tipo de
empresa, isto é: financeiras e não financeiras, privadas e públicas, grandes e
pequenas, com ou sem fins lucrativos”.
O porte e a relevância da função de administração financeira apontam o
mesmo autor, dependem do tamanho da empresa. Ele escreve:
Nas pequenas empresas, a função financeira é desempenhada pelo
departamento de contabilidade. À medida que a empresa cresce se
transforma num departamento separado e ligado diretamente ao presidente
da empresa, com a supervisão do diretor financeiro (GITMAN, 2004, p. 9).

Através de uma administração financeira significativa é possível visualizar


a situação atual, do capital investido, isto é, do valor líquido dos ativos de uma
empresa. Conforme Chiavenato (2005, p. 49), o capital constitui o recurso financeiro
básico da empresa: “é o investimento efetuado pelos proprietários ou acionistas para
a criação e a operação da empresa”.
Conforme Leite (2009, p. 17) toda transação financeira é essencialmente,
a movimentação de recursos, de tal modo, que o seu perfeito registro somente será
possível, se forem consistentemente, anotadas a origem e a destinação dos
recursos movimentados, através de cada transação.
Gitman (2010, p. 105) destaca dois aspectos fundamentais do processo
de planejamento financeiro: planejamento de caixa e planejamento de lucros. Ele
observa que, o planejamento financeiro fornece um mapa para a orientação,
coordenação e controle dos passos que a empresa dará para atingir seus objetivos.

1. 1. Contabilidade

Segundo Abreu (2006, p. 2), Contabilidade é a ciência que estuda as


situações patrimonial, financeira e econômica, e elabora relatórios que resumem a
situação das organizações. Deste modo, pode-se entender como organizações, não
somente, as empresas, mas também, instituições afins.
Para Crepaldi (1995, p. 20), a contabilidade é um ramo do conhecimento
humano que trata da identificação, avaliação, registro, acumulação e apresentação
17

dos eventos econômicos de uma entidade; seja ela: industrial, financeira, comercial,
agrícola, pública, entre outros.
Segundo o autor, suas principais funções são: registrar, organizar,
demonstrar, analisar e acompanhar as modificações do patrimônio; em virtude, da
atividade econômica ou social que a empresa exerce no contexto econômico. Esses
objetivos têm como proposta final, permitir a tomada de decisões por seus usuários
internos e externos, por meio de seus sistemas de informação.
Portanto, através da contabilidade é possível, registrar de forma metódica
e ordenada, o histórico das atividades econômicas e administrativas de um negócio.
Desta forma, a situação econômica, patrimonial e financeira da empresa é exposta,
por meio de demonstrativos periódicos, que após analisados; fornecem informações,
capazes de direcionar as possíveis tomadas de decisões.
Conforme Andrich & Cruz & Schier (2011, p. 37), a Contabilidade é a
ciência que organiza, em demonstrações padronizadas, dados referentes à situação
patrimonial, financeira e econômica das entidades.
Segundo ludícibus (2011, p. 21), o objetivo básico da contabilidade pode
ser resumido no fornecimento de informações econômicas para os vários usuários,
de forma que propiciem decisões racionais.
Conforme Ching, Marque e Prado (2003, p. 4), para poder trabalhar de
maneira efetiva, em uma organização, as pessoas precisam constantemente, de
informações a respeito do montante de recursos, envolvidos e utilizados.
De acordo com o Diário Oficial da União de 17 de dezembro de 1976, a
Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976, que dispõe sobre as Sociedades por Ações,
determina que as Demonstrações Contábeis ou Financeiras, devem compreender:
- O Balanço Patrimonial;
- A DRE – Demonstração do Resultado do Exercício;
- A DLPA - Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados, que pode ser
substituída pela DMPL - Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;
- A DOAR – Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos (facultativo a
partir da Lei 11.638/07);
- A DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa, exceto companhias fechados com
Patrimônio Liquido inferior a dois milhões de reais;
- A DVA – Demonstração do Valor Adicionado (apenas para companhias abertas);
- As notas Explicativas.
18

As empresas de capital aberta, isto é, sociedades anônimas, são


obrigadas a elaborar e publicar, ao final de cada exercício social, todas as
demonstrações cotadas acima.
O Ativo e o Passivo, por sua vez, também, possuem subdivisões. O
Quadro 1 evidência melhor essas subdivisões.
ATIVO PASSIVO + PL
Ativo Circulante Passivo Circulante

Bens ou direitos que serão


transformados em dinheiro,
rapidamente.

Ativo Realizável a longo Prazo Passivo Exigível a Longo Prazo

Bens ou direitos que demorarão muito Obrigações que serão pagas em um


tempo para serem transformados em prazo maior (longo prazo).
dinheiro.

Ativo Permanente Patrimônio Líquido

Representa os ativos que não se Mostra os recursos que os proprietários


destinam à venda. aplicam na empresa. Não precisa ser
pago, enquanto a empresa estiver em
funcionamento.

Quadro 1. Subdivisão do Ativo e Passivo - Elaboração do autor (2013)

A Contabilidade baseia-se em um método divulgado inicialmente, na Itália,


no século passado, denominado, Método das Partidas Dobradas, empregado até
hoje, como base para a elaboração de registros contábeis. Conforme Almeida (2010,
p. 10), no Método das Partidas Dobradas, é necessário efetuar dois lançamentos, a
cada transação. Um lançamento, a débito e outro a crédito, em contas distintas e
pelo mesmo valor.
O ponto de destinação dos recursos, em uma transação, é definido por
Leite (2009, p. 26) como Débito. O fato de recursos serem aplicados em compra de
bens e serviços, pagamento de dívidas, entre outros; implicará na existência de um
débito, na conta correspondente ao item para o qual, os recursos foram destinados.
Por outro lado, o mesmo autor descreve Crédito, como ponto de origem
dos recursos, em uma transação. A fonte de recursos; seja, por exemplo, receita de
19

venda de serviços, ou obtenção de um empréstimo; implicará na existência de um


crédito, na conta referente à origem do recurso.

1.2. Receita

“Receita é o valor total das vendas realizadas por uma empresa dentro de
um período. Empresários iniciam seu planejamento financeiro mediante avaliação
das receitas que provavelmente, irão receber no próximo ano fiscal”. (MARCOUSÉ;
SURRIDGE; GILLESPIE, 2013, p. 25).
Para Leite (2009, p. 55), Receitas são acréscimos brutos de ativos que
são obtidos, sem a ampliação das dívidas ou do capital da empresa. Receitas
correspondem a acréscimos ao Patrimônio Líquido e resultam da venda de produtos,
bens ou serviços pela empresa.
Segundo o autor, é importante observar que, pela definição de receita,
não precisa ocorrer necessariamente, um acréscimo de caixa para se configurar
uma receita. Se a venda de um determinado equipamento tivesse sido realizada a
prazo, o caixa permaneceria ao nível anterior à realização da transação e a receita
teria provocado o nascimento de um novo ativo (duplicatas a receber).
“Resultado é a diferença (positiva ou negativa) entre o total das receitas e
o total das despesas incorridas pela empresa, durante determinado período” (LEITE,
2009, p. 57).

1.3. Custo e Despesa

Leite (2009, p. 51) observa que os termos custo e despesa, na linguagem


comum são praticamente sinônimos, uma vez que, são empregados de forma
indistinta, para significar desembolsos ou perdas.
Segundo o autor, na linguagem técnica da Contabilidade, custo e despesa
têm significados não apenas, diferentes como também, quase opostos, ou seja,
nenhum dos dois está diretamente, relacionado a desembolso ou perda.
20

Ele define Custos como aquisição de ativos e Despesas como redução do


patrimônio líquido.
Despesas são consumos de ativos incorridos com o objetivo de obtenção de
receitas. Representa o efetivo consumo de recursos. Através delas, o caixa
é usado ou dívidas são assumidas sem se conseguir, em contrapartida, um
bem ou direito (em outras palavras, um ativo) que possa ser realizável
(transformável em caixa) a qualquer momento (LEITE 2009, p. 55).

A análise dos custos de uma empresa faz-se necessária, a fim de se


apurar de modo correto a lucratividade e tornar eficiente o gerenciamento financeiro.
O SEBRAE refere-se aos custos ou despesas, do tipo: gastos efetuados com
materiais e insumos, na produção do bem (no caso da indústria); aquisição do
produto (no caso do comércio) ou realização dos serviços.
Conforme Braga, (1989, p. 180) Custos Variáveis são aqueles “cujo valor
aumenta ou diminui direta e proporcionalmente, com as flutuações ocorridas na
produção e vendas”. Portanto, num ambiente empresarial, se houver vendas ou
produção de unidades, então, haverá despesas (variáveis).
Nas empresas comerciais pode-se encontrar, por exemplo, os seguintes
custos variáveis: fretes, comissões sobre vendas, impostos e contribuições
calculadas sobre o faturamento, custo das mercadorias vendidas, entre outros.
Por outro lado, continua o autor, Custos Fixos são os que permanecem
constantes, “num certo intervalo de tempo, independentemente, das variações
ocorridas no volume de produção e vendas, durante esse período”. Logo, as
despesas fixas existentes numa empresa, independem da quantidade produzida (na
indústria) ou do valor de vendas (comércio e serviço).
Segundo Dolabela (2008, p. 215), Custos Fixos são “valores monetários
pagos pelos recursos utilizados, para manter o funcionamento do negócio. Aqueles
que não mantêm proporcionalidade direta com a quantidade produzida”.
São exemplos de Custos Fixos: imposto predial, imposto sobre veículos e
automóveis, seguro da empresa, iluminação, material de escritório, aluguel,
honorários de contador, despesas financeiras, entre outros.
A soma, dos Custos Fixos e Custos Variáveis, resultam no Custo Total da
empresa. Esta relação entre os três tipos de custos, para Marcousé; Surridge e
Gillespie (2013, p. 31) apresentam algumas implicações. No caso das pequenas
empresas, que em geral, possuem custos variáveis elevados, os custos altos dos
21

alimentos de um restaurante; por exemplo, poderá levar o proprietário a aumentar os


preços, e conseqüentemente, evitar que os clientes retornem regularmente.

1.4. Renda e Riqueza

Em teoria econômica, o conceito de renda (lucro) tem sido elaborado


desde William Petty (1623-1687) e Adam Smith (1723-1790). Segundo Leite (2009,
p. 50), o conceito em si é extremamente simples, embora, sua medição esteja
sujeita a controvérsias. A simplicidade do conceito pode ser avaliada através da
definição básica de renda (ou lucro) que nos é dada por um economista deste
século, John R. Hicks, em sua obra Value and Capital (1939).
Segundo Hicks apud Leite (2009, p. 50), renda ou lucro auferido por
alguém, corresponde ao máximo valor que poderia ser consumido por este alguém,
durante uma semana, e ainda, conseguir manter-se tão bem até o final da semana,
assim como, estava no início dela. Em outras palavras, renda é o produto da riqueza
que pode ser consumido (ou reinvestido) sem diminuir o estoque de riqueza que a
gerou.
Desde logo, fica claro a diferença entre as duas concepções: renda é um
conceito de fluxo, durante certo período; e riqueza é um conceito de estoque
existente, em determinada data.
Para Milone (2006, p. 3) renda é uma seqüência uniforme ou variável de
pagamentos (recebimentos ou capitais) sucessivos, vencíveis em intervalos
regulares ou não, destinados a amortizar uma dívida, formar um fundo de reserva ou
constituir certo capital. A renda pode ser certa ou aleatória, antecipada ou
postecipada, imediata ou diferida, uniforme ou variável, periódica ou não periódica,
temporária ou perpétua, inteira ou fracionada.
Outra diferenciação estabelecida entre renda e riqueza segue-se:
(1) Capital é um estoque de riqueza em algum ponto do tempo, o qual
incorpora futuros serviços que podem ser desfrutados pelo seu possuidor; e
(2) Renda é um fluxo de serviços gerado pelo Capital, durante determinado
período, e pode ser desfrutado, sem alterar o estoque de riqueza que
existia, no início do período (Fischer apud LEITE, 2009, p. 50).
22

Logo, dois conceitos diferentes: Capital é um estoque de riqueza numa


determinada data e Renda é um fluxo de riqueza gerado pelo Capital, durante
determinado período de tempo.
Milone (2006, p. 2) descreve Capital como a quantidade de moeda que
uma pessoa (física ou jurídica), tem disponível e concorda em ceder
temporariamente, a outra, sob dadas condições de retorno e de remuneração.
Também designada por principal, investimento inicial ou valor aplicado. É a quantia
cedida por um investidor e a recebida por um tomador. Naturalmente, são expressos
em um padrão de troca e de comparação local, de valores econômicos, de bens,
serviços e mercadorias.

1.5. Ponto de Equilíbrio

De acordo com Hoji (2010, p. 339) a análise da Relação Custo-Volume-


Lucro tem a finalidade de “calcular o ponto de equilíbrio (break even point), isto é, o
ponto em que as receitas de vendas se igualam com a soma dos custos e despesas,
e o lucro é nulo”.
A análise do ponto de equilíbrio esclarece dúvidas do tipo: “Quanto devo
faturar para conseguir pagar meus custos? Que quantidade produzir ou vender para
obter lucro”?
Nos meios empresariais é comum utilizar a análise do ponto de equilíbrio,
que de acordo com Braga (1989, p. 179) permite compreender a maneira, pela qual
o lucro pode ser afetado pela receita das vendas e pelos custos e despesas
desprovidas. O autor observa que, tal análise colabora na determinação do valor das
receitas de vendas necessárias, que cubram “os desembolsos relativos aos custos,
operacionais e financeiros e às amortizações das dívidas”.
Ele destaca na análise de ponto de equilíbrio, dois elementos envolvidos:
“a) quantidades produzidas e vendidas e os respectivos preços, determinantes das
receitas de vendas; b) custos e despesas variáveis e fixas”.
O SEBRAE mostra duas maneiras de se calcular o ponto de equilíbrio
(PE), quais sejam: através do volume de vendas e por unidades produzidas.
Seguem as fórmulas, respectivamente:
23

PE = DF x VT onde:
MC
DF (despesas fixas), MC (margem de contribuição) e VT (vendas totais)

PE = (DFxVT) onde:
[PVu - (Cu+DVu)]
DF (despesas fixas), VT (vendas totais), PV u (preço de venda unitário), C u (custo
unitário) e DVu (despesa variável unitária).

Finalmente, dois elementos importantes nas análises de ponto de


equilíbrio e dos efeitos de alavancagem: Margem de Contribuição Total e Margem de
Contribuição Unitária.
A Margem de Contribuição Total corresponde à parcela remanescente das
receitas de vendas após, serem deduzidos os custos variáveis totais.
Abatendo desta, os custos operacionais fixos, encontramos o lucro
operacional, que neste tipo de análise costuma ser identificado por lucro
antes dos juros e do imposto de renda. A diferença entre o preço de venda e
o custo variável unitário é denominada, Margem de Contribuição Unitária
(BRAGA, 1989, p. 182).

CAPÍTULO 2. CONTROLE FINANCEIRO

Controle financeiro e administrativo são ferramentas indispensáveis para


o planejamento dos negócios [...]. “Os controles administrativos compreendem um
plano de organização e todos os métodos e procedimentos utilizados, para
proporcionar eficiência às operações, dar ênfase à política de negócios da empresa,
bem como seus registros financeiros” (CREPALDI, 2007, p. 275). Este autor ressalta
algumas ferramentas de controle financeiro, tal como, controle de caixa, de bancos,
de contas a receber e a pagar.
24

Limeira (2010, p. 28) afirma que as Demonstrações Financeiras


“constituem uma valiosa ferramenta para atender a uma demanda específica de
acordo com o interesse de cada um”.
Os principais procedimentos para o controle financeiro, de acordo com o
SEBRAE, são: controle diário de caixa, controle bancário, controle diário de vendas,
contas a receber, contas a pagar, controle mensal de despesas e estoques.
Caixa é “o órgão incumbido da efetivação dos pagamentos e da
liquidação de dívidas, bem como dos recebimentos das receitas de seu negócio”
(CHIAVENATO, 2005, p. 19). Tanto a saída como a entrada de dinheiro de seu
negócio são efetuadas pelo Caixa, isto é, através dele, as despesas saem e as
receitas entram.
O controle de caixa é de vital importância, observa Crepaldi (2007), uma
vez que, através dos registros de controle de caixa, pode-se conhecer a origem e o
destino de todo dinheiro movimentado diariamente, pela empresa.
Já o controle de bancos tem por finalidade registrar as entradas e saídas
de valores na conta bancária de seu negócio, permitindo o controle atualizado do
seu saldo.
O controle de contas a receber, possibilita o conhecimento dos seguintes
pontos: montante dos valores a receber, contas vencidas e a vencer, clientes que
não pagam em dia e como programar as cobranças da empresa.
Finalmente, observa o mesmo autor, o controle de contas a pagar
possibilita que o empresário fique permanentemente, informado sobre: montante dos
valores a pagar, vencimento dos compromissos e formas de estabelecer prioridades
de pagamento.
Conceitualmente, o fluxo de caixa é um instrumento que relaciona os
ingressos e saídas (desembolso) de recursos monetários no âmbito de uma
empresa, em determinado intervalo de tempo. A partir, da elaboração do fluxo de
caixa é possível, prognosticar eventuais excedentes ou escassez de caixa,
determinando-se medidas saneadoras a serem tomadas (ASSAF NETO & SILVA,
2012, p. 33).
Segundo o autor, o fluxo de caixa é de fundamental importância para as
empresas, constituindo-se numa indispensável sinalização dos rumos financeiros
dos negócios. Para se manter em operação, as empresas devem liquidar
25

corretamente seus vários compromissos, devendo como condição básica,


apresentar o respectivo saldo em seu caixa nos momentos dos vencimentos.
O principal objetivo do fluxo de caixa é dar uma visão das atividades
desenvolvidas bem como, operações financeiras que são realizadas, no grupo do
ativo circulante, dentro das disponibilidades, e que representam o grau de liquidez
da empresa (ZDANOWICZ, 1992, p. 38).
Os fluxos de caixa da empresa podem ser divididos em: fluxos
operacionais, fluxos de investimento e fluxos de financiamento.
Os fluxos operacionais são as entradas e saídas diretamente associadas à
venda e à produção de bens e serviços pela empresa. Os fluxos de
investimento são aqueles associados à compra e à venda de ativos
imobilizados e a participações em outras empresas. Os fluxos de
financiamento resultam de operações de captação de recursos de terceiros
e capital próprio (GITMAN, 2004, p. 86).

Portanto, de modo geral, entende-se como Fluxo de Caixa, a projeção


das entradas e saídas de recursos financeiros, para determinado período, com a
finalidade de prever a necessidade de captar empréstimos ou aplicar excedentes de
caixa, em operações mais rentáveis.
Groppelli & Nikbakht (2010, p.13) consideram o Demonstrativo do Fluxo
de Caixa uma ferramenta importante aos administradores que procuram controlar e
entender os fatores externos a as políticas internas que influenciam os fluxos de
caixa da empresa. “É um relatório que fornece uma análise detalhada da maneira
como o caixa foi gerado e indica como foi utilizado na condução de cada fase do
negócio”.
Para o SEBRAE, o controle de despesas, assim como, o fluxo de caixa e o
controle de resultados têm como objetivos: acompanhar a evolução dos gastos
mensais e verificar o comportamento de cada item de despesa. Tal controle é
indispensável, para a elaboração do cálculo dos custos e do preço de venda de um
produto, serviço ou mercadoria.
Em geral, os processos de determinação de valores futuros e presentes
envolvem cálculos complexos. Gitman (2004, p. 131) destaca ferramentas capazes
de auxiliar nesses cálculos: tabelas financeiras, calculadoras financeiras portáteis,
computadores e planilhas.
Quando não se tem a oportunidade de se utilizar o computador, o caderno
torna-se uma boa opção, no registro das entradas e saídas de qualquer recurso
monetário, coloca Acqueta (2009, p. 26). Naturalmente, embora, de fácil acesso, não
26

substitui a facilidade de visualização e descrição das informações financeiras que o


computador oferece, mas, o caderno pode ser uma ferramenta útil.
Já, a planilha eletrônica elimina a necessidade e substitui, com grandes
vantagens, as quatro ferramentas tradicionais: papel, lápis, borracha e calculadora.
Pode ser pensada como um caderno eletrônico, no qual é possível registrar dados e
realizar operações de cunho financeiro, entre outros. A tela e a memória substituem
o papel, por outro lado; o teclado e o cursor, lápis e borracha, e o próprio micro
substitui a calculadora.
A maior vantagem de uma planilha eletrônica é a possibilidade de
construir fórmulas, relacionando diversos valores digitados em células diferentes, e
ao modificá-los, as fórmulas são recalculadas automaticamente. Com isso, torna-se
fácil fazer análises e simulações (SILVA, 2012, p.227).
Gitman (2004, p. 133) ressalta a necessidade de domínio do uso de
planilhas eletrônicas e observa que, uma das habilidades básicas dos
administradores da atualidade, é a capacidade de usar planilhas.
Por outro lado, os sistemas administrativos, desenvolvidos para facilitar e
automatizar todo o processo de controle e visualização das informações financeiras;
não exigem grande conhecimento do manuseio do computador, descreve Acqueta
(2009, p. 28). “A grande vantagem desse tipo de ferramenta é não ser necessário, se
preocupar com cálculos ou fórmulas para atingir a visualização dos resultados finais;
sendo ela capaz de organizar as informações de forma clara e prática, com
resultados sempre atualizados”.

CAPÍTULO 3. O TRANSPORTADOR AUTÔNOMO DE


CARGAS

É comum escutar o seguinte chavão: “São os caminhoneiros que movem


esse país”. É fato que dentre os diferentes meios de transportes existentes, os
caminhões ainda são um dos principais meios de transporte, no Brasil.
De acordo com Hoffmann (2003, p. 21), o motorista de caminhão é
considerado um profissional importante no desenvolvimento econômico, político e
27

social para o progresso do país. São eles, verdadeiros construtores, pois


movimentam (transportam) os elementos essenciais (cargas) que mantém a
sobrevida da sociedade.
O trabalho do transportador autônomo de cargas está associado à longa
jornada de trabalho, alimentação inadequada, poucas horas de sono, e em certos
casos, consome de anfetaminas; isto é, tipo de droga estimulante da atividade do
sistema nervoso central.
Devido à necessidade de percorrer longas distâncias, e em alguns casos,
num curto espaço de tempo, o cansaço toma conta desses indivíduos, que podem
ser afetados pelo estresse, dificultando o desenrolar normal do cumprimento de suas
atividades.
O caminhoneiro é submetido a um estresse intenso durante a sua jornada
de trabalho. Muitas vezes, esta pressão é por parte das empresas, que
estão constantemente cobrando maior agilidade na entrega das
mercadorias, baseada no desejo de que os prazos sejam cumpridos e os
lucros recebidos não acarretem maiores prejuízos (HOFFMANN, 2003, p.
69).

De acordo com o Diário Oficial da União de 08 de janeiro de 2007, a Lei


11.442, de 05 de janeiro de 2007, que dispõe sobre o transporte rodoviário de
cargas, por conta de terceiros e mediante remuneração; define o Transportador
Autônomo de Cargas (TAC) como sendo, “a pessoa física que tenha no transporte
rodoviário de cargas a sua atividade profissional”. Em seu artigo 4°, parágrafos 1° e
2°, a referida Lei reconhece “a existência de duas espécies de TAC: Agregado e
Independe”.
Denomina-se TAC Agregado àquele que coloca veículo de sua
propriedade ou de sua posse, a ser dirigido por ele próprio ou por preposto seu, a
serviço do contratante, com exclusividade, mediante remuneração certa (parágrafo
1° do artigo 4°, da Lei 11.442/07).
Já, o TAC Independente é aquele que presta serviços de transporte de
cargas, em caráter eventual e sem exclusividade, mediante frete ajustado a cada
viagem (SETCESP – INFORMATIVO JURÍDICO).
Conforme a Lei 11.442/07 e a fiscalização da Agência Nacional de
Transportes Terrestres (ANTT), não basta o transportador autônomo de cargas
comprar um caminhão e se aventurar pelas estradas, ou prestar serviços de
28

transportes de cargas municipais, intermunicipais e interestaduais. É necessário,


estar legalmente cadastrado, e atender aos seguintes requisitos:
- possuir Cadastro de Pessoa Física - CPF ativo;
- possuir documento oficial de identidade;
- ter sido aprovado em curso específico ou ter ao menos três anos de experiência na
atividade;
-estar em dia, com sua contribuição sindical (SINDICAM - Sindicato de
Caminhoneiros);
- ser proprietário, co-proprietário ou arrendatário de, no mínimo, um veículo ou uma
combinação de veículos, de tração e de cargas com Capacidade de Carga Útil -
CCU, igual ou superior a quinhentos quilos; registrados em seu nome no órgão de
trânsito como de categoria “aluguel”, na forma regulamentada pelo Conselho
Nacional de Trânsito - CONTRAN.
Como mostra a Legislação Básica do TAC, a comprovação, dos três anos
de experiência na atividade, poderá ser efetuada mediante apresentação de pelo
menos um, dos seguintes documentos: Carteira de Trabalho e Previdência Social –
CTPS; Comprovação de Contribuinte Individual junto ao Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS), na qualidade de motorista profissional ou então, Certificado de
Registro como TAC no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga
(RNTRC).
Vale ressaltar, que o transportador autônomo de cargas necessita estar
atento, às diversas normas de cálculo, direcionadas ao caminhoneiro, para fins de
declaração de Imposto de Renda (IR), uma vez que esses valores irão incidir em sua
administração financeira, profissional.

3.1. Veículos Utilizados no Transporte Rodoviário

A resolução Nº 210 de 13 de novembro de 2006, promulgada pelo


Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), estabelece os limites de peso e
dimensões, para veículos que transitem por vias terrestres. Este limite deve-se ao
fato de, quanto maior a força que os pneus aplicam sobre a camada de asfalto,
maior será a degradação deste asfalto. Assim, os caminhões podem levar muito
29

peso, desde que, esteja distribuído por vários eixos (maior número de rodas para
distribuir o peso da carga).
A diferença entre carretas e caminhões é que nas carretas a força motriz,
as rodas de tração e o motor ficam em uma parte, enquanto a carga fica em outra. A
parte em que fica a cabine recebe o nome de cavalo mecânico e a parte em que fica
a carga (módulo de carga) é o semi-reboques.
Da mesma forma que regulamentou os tipos de caminhões, o CONTRAN
também regulamenta os tipos de carretas. As categorias variam de acordo com o
número de eixos, medidas e capacidades do conjunto, cavalo mecânico e semi-
reboques.
O jornal Portuário destaca os veículos mais utilizados no transporte
rodoviário. São eles:
 Veículo Urbano de Carga (VUC): O VUC é o caminhão de menor porte, mais
apropriado para áreas urbanas. Este tipo de veículo deve respeitar as seguintes
características: largura máxima de 2,2 metros; comprimento máximo de 6,3 metros e
limite de emissão de poluentes. A capacidade do VUC é de 3 toneladas.
 Toco ou caminhão semipesado: caminhão que tem eixo simples na carroceria,
ou seja, um eixo frontal e outro traseiro de rodagem simples. Sua capacidade é de
até 6 toneladas, tem peso bruto máximo de 16 toneladas e comprimento máximo de
14 metros.
 Truck ou caminhão pesado: caminhão que tem o eixo duplo na carroceria, ou
seja, dois eixos juntos. O objetivo é poder carregar carga maior e proporcionar
melhor desempenho ao veículo. Um dos eixos traseiros deve necessariamente,
receber a força do motor. Sua capacidade é de 10 a 14 toneladas, possui peso bruto
máximo de 23 toneladas e seu comprimento é também de 14 metros, como no
caminhão toco.
 Carretas: é uma categoria em que, uma parte possui a força motriz (motor), rodas
de tração e a cabine do motorista; e a outra parte recebe a carga. A parte motriz
recebe o nome de cavalo mecânico, e este pode ser acoplado a diferentes tipos de
módulos de carga, chamados de semirreboque. Veja abaixo alguns modelos:
- Cavalo Mecânico ou caminhão extra pesado: é o conjunto formado pela cabine,
motor e rodas de tração do caminhão com eixo simples (apenas 2 rodas de tração).
Pode ser engatado em vários tipos de carretas e semirreboques, para o transporte.
30

- Cavalo Mecânico Trucado ou LS: tem o mesmo conceito do cavalo mecânico,


mas com o diferencial de ter eixo duplo em seu conjunto, para poder carregar mais
peso. Assim o peso da carga do semi-reboque distribui-se por mais rodas, e a
pressão exercida por cada uma no chão é menor.
- Carreta 2 eixos: utiliza um cavalo mecânico e um semirreboque com 2 eixos cada.
Possui peso bruto máximo de 33 toneladas e comprimento máximo de 18,15 metros.
- Carreta 3 eixos: utiliza um cavalo mecânico simples (2 eixos) e um semi-reboque
com 3 eixos. Possui peso bruto máximo de 41,5 toneladas e comprimento máximo
de 18,15 metros.
- Carreta cavalo trucado: utiliza um cavalo mecânico trucado e um semi-reboque
também com 3 eixos. Possui peso bruto máximo de 45 toneladas e comprimento
máximo também de 18,15 metros.
- Bitrem ou treminhão: é uma combinação de veículos de carga composta por um
total de sete eixos, que permite o transporte de um peso bruto total de 57 toneladas.
Os semi-reboques dessa combinação podem ser tracionados por um cavalo-
mecânico trucado. O bitrem é um conjunto que possui duas articulações (quinta-
roda do caminhão e a quinta-roda do semi-reboque dianteiro) e o rodotrem é um
conjunto que possui três articulações (quinta-roda do caminhão, engate dianteiro do
dolly e quinta-roda do dolly).
- Rodotrem: é uma combinação de veículos de carga (dois semi-reboques)
composta por um total de 9 eixos, que permite o transporte de um peso bruto total
de 74 toneladas. Os dois semi-reboques dessa combinação são interligados por um
veículo intermediário denominado Dolly. Essa combinação só pode ser tracionada
por um cavalo-mecânico trucado e necessita de um trajeto definido para obter
Autorização Especial de Trânsito (AET).
- Munck ou Guindauto: é um equipamento com sistema hidráulico para
movimentação, içamento, remoção de equipamentos e máquinas industriais e de
construção civil.
O caminhão Munck possui um braço hidráulico telescópico e é usado para cargas e
descargas em geral, de máquinas ou materiais que possam ser amarrados e içados.
Hoje em dia os modelos mais comuns alcançam em torno de 15 a 20 metros de
altura e tem capacidade para até 40 toneladas. A maioria dos muncks possui
carroceria o que permite carregar, transportar e descarregar. Possuem também,
estabilizadores mais conhecidos como patola, a qual evita do veículo tombar num
31

içamento. Para içamento das peças normalmente, são usadas cintas especiais, e
para içamento de cargas, cabos de aço ou correntes. Como qualquer equipamento
de guindar, a capacidade de carga do munck diminui conforme, aumenta a distância
do material que ele está içando. Para isso, estes equipamentos possuem um gráfico
de carga.

CAPÍTULO 4. A REGIÃO DO ALTO TIETÊ - SP

A Região do Alto Tietê é a denominação aplicada aos municípios


localizados na região da nascente do Rio Tietê.
São eles: Arujá, Biritiba-Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema,
Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, Santa Isabel e
Suzano; totalizando 1.511.078 habitantes. A região recebe esse nome
devido, à localização geográfica das cidades. O Rio Tietê nasce no
município de Salesópolis, na Serra do Mar e percorre parte desses
municípios antes de chegar a Capital (SUBCOMITÊ DA BACIA
HIDROGRÁFICA DO ALTO TIETÊ CABECEIRAS).
32

O Alto Tietê possui uma produção variada e riquíssima, que vai desde
artigos manufaturados até verduras e legumes, passando pelas flores e pela água, a
qual abastece milhares de pessoas, na região e na Zona leste de São Paulo. Na
região há pólos industriais e estâncias turísticas.
De acordo com o Subcomitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê
Cabeceiras, seguem-se características de cada município do Alto Tietê:

1. ARUJÁ
“Localizado na Região Metropolitana de São Paulo, o município de Arujá
tem despontado em todo estado, como uma cidade modelo em qualidade de vida”.
Referenciada por sua elevada renda per capita, advinda do conjunto de
condomínios residenciais horizontais de alto padrão da cidade, ideal para
quem visa unir trabalho e qualidade de vida, com muita segurança. A
economia que começou em 1781, com o fornecimento de produtos naturais
para a cidade de São Paulo, teve seu grande salto para o desenvolvimento
com o surgimento da Rodovia Presidente Dutra, que proporcionou à cidade
um canal de desenvolvimento, para sustentação das bases de estruturação
de seu avançado Centro Industrial e do promissor Pólo Industrial (SCBH-
ATC).

2. BIRITIBA-MIRIM
“O território de Biritiba Mirim pertenceu a Mogi das Cruzes até 1963.
Explorado durante muito tempo por sertanistas e bandeirantes, o local só veio a se
constituir em povoado por volta de 1820”.
Desde o período colonial, moradores e representantes da administração de
Mogi das Cruzes já andavam pela região, servida, pelas águas do rio Tietê.
Em 1929 estabeleceram-se na localidade, já chamada Biritiba Mirim, os
primeiros imigrantes japoneses, que logo passaram a ter uma grande
participação na economia do município, por meio do cultivo de
hortifrutigranjeiros. Ainda hoje, a agricultura é a fonte básica de renda da
região. Biritiba Mirim possui uma área de 316,8 km 2. Esta área é de grande
importância, pois faz parte do “cinturão verde”, que abastece a grande São
Paulo, com plantação de alface, escarola, salsinha, cebolinha, entre outras,
irrigadas com as águas do Rio Tietê (SCBH-ATC).

3. FERRAZ DE VASCONCELOS
“O nome da cidade é uma homenagem póstuma a José Ferraz de
Vasconcelos, que ajudou a implantar a Central do Brasil, estação de trem do
município. Foi um dos "berços" da uva itália, no Brasil”.
33

Sua emancipação política-administrativa de Poá, ocorreu em 1954. É um


dos municípios da região Grande Leste da área metropolitana de São Paulo,
dista 32 km da capital. Possui 28,5 quilômetros quadrados de extensão
territorial, tendo um nível de urbanização na casa dos 98%; a população
rural representa apenas 1,2%. A população cresce em média, 5 mil
habitantes/ ano, o que representa uma taxa anual de crescimento em torno
de 5%. A cidade faz divisa com os municípios de São Paulo, Poá, Mauá e
Suzano e ainda, com dois distritos da cidade de São Paulo: Lajeado e Itaim
Paulista (SCBH-ATC).

4. GUARAREMA
Guararema é o segundo município mais rico da Região do Alto Tietê, de
acordo com a Fundação Seade e o Instituto do Legislativo Paulista, da Assembléia
Legislativa do Estado de São Paulo.
Eleva a condição de cidade em 1906. Segundo estimativa do IBGE, em
2013 a população de Guararema chegou a 27.679 habitantes, o que resulta
em uma densidade demográfica estimada de 102,2 habitantes/km².
Guararema tem um clima considerado por muitos como ótimo, muitas
belezas naturais, e arquitetura histórica. Um dos destaques da cidade é a
Pedra Montada, no Parque Municipal da cidade. Uma verdadeira escultura
da natureza. Construído no entorno de uma belíssima sobreposição de
pedras, cada uma medindo cerca de 9 m de comprimento por 2,5m de
altura, o Parque Municipal da Pedra Montada oferece acesso confortável ao
turista, fazendo do trajeto até as pedras, um agradável passeio (SCBH-
ATC).

5. ITAQUAQUECETUBA
“Itaquaquecetuba fez parte de Mogi das Cruzes até 1953. Alguns autores
afirmam que a localidade foi fundada por jesuítas e outros, a relacionam ao Padre
José de Anchieta, indicando que seu surgimento remonta ao século XVI”.
Em Itaquaquecetuba, desde 1743, fabricava-se farinha, que era vendida em
várias localidades da colônia. Existiam também olarias, que produziam
principalmente telhas. Outra atividade econômica da região era a extração
de madeira. Foi uma espécie de madeira que originou o nome da localidade:
Taquaquicetuba, que em tupi guarani significa “muitas taquaras cortantes”.
Quanto ao aspecto econômico, Itaquaquecetuba possui um grande parque
industrial com empresas de médio e pequeno porte. Outro ponto de
destaque está na extração hidromineral. A extração de areia, feita na região
do vale do Rio Tietê, é muito importante para a construção civil, na região da
Grande São Paulo (SCBH-ATC).

6. MOGI DAS CRUZES


“Caracteriza-se por uma das maiores concentrações de imigrantes e
descendentes de japoneses do estado e, também, pela maior produção de
hortifrutigranjeiros de São Paulo”.
34

O nome Mogi surgiu a partir da palavra indígena Boygi (Rio das Cobras), em
referência ao Rio Tietê. Mais tarde, Boygi mudou para Mogi e o termo “das
cruzes” foi incorporado devido, à tradição de marcar limites de territórios
urbanos e rurais com cruzes. É a cidade mais populosa do Alto Tietê, 15ª de
São Paulo. Nos últimos anos teve um crescimento econômico acentuado,
com a chegada de novas empresas. Mogi das Cruzes alternou pobreza e
progresso, como passagem e pouso de viajantes e é hoje, centro
administrativo do Alto Tietê. Suzano, Poá, Ferraz e Itaquaquecetuba foram
seus distritos no passado. Destaque para o “cinturão verde”, que concentra
a maior produção de hortifrutigranjeiros do estado, as universidades UMC
e UBC, setor de comércio e serviços dinâmicos e grande parque industrial
(SCBH-ATC).

7. POÁ
“É um dos municípios com menor território no estado, mesmo assim,
possui vantagem geográfica por estar localizado bem ao centro do Alto Tietê, em
relação à Capital”.
Emancipou-se de Mogi das Cruzes em 1949. É uma das estâncias do
estado de São Paulo. Da Fonte Áurea é retirada a Água Mineral Poá, que é
comercializada em todo o país e considerada a mais radioativa água
mineral, do Brasil e segunda, do mundo. Recebeu o título de estância
hidromineral em 1970 e posteriormente, 1978, de estância turística. É um
dos municípios com menor território no estado, mesmo assim possui
vantagem geográfica por estar localizado bem ao centro do Alto Tietê, em
relação à Capital. Destaque para o alto índice de desenvolvimento humano
– maior do Alto Tietê, com 0,806 – a exposição de flores Expoá, e a forte
vocação econômica para serviços; com mais de 20.000 empresas do tipo,
instaladas na cidade e atraídas por uma das menores alíquotas de ISS do
estado, isto é, 2% (SCBH-ATC).

8. SALESÓPOLIS
“A natureza deu à Salesópolis a nascente do rio Tietê. A maior parte, do
território do município é protegido por leis de proteção ambiental. Ali, não são
permitidas indústrias. Por tantas qualidades naturais, foi classificada como estância
turística”.
O nome da cidade, que se emancipou em 1857, é uma homenagem ao
presidente Campos Sales. Pela região passava a Rota do Sal, traficado
para burlar o monopólio real. Havia movimentado comércio de índios e
escravos negros. A economia local experimentou um grande impulso com a
chegada de imigrantes japoneses, em 1945. Instalando-se no bairro do
Alegre, esses imigrantes dedicaram-se ao cultivo, intensamente, de diversos
produtos hortigranjeiros. A localização “dentro” da Serra do Mar, o clima,
suas belezas naturais, seu manancial de águas; fazem de Salesópolis um
pólo turístico, de inestimável valor. Sua maior atração turística é o berço do
nosso Rio Tietê (SCBH-ATC).
35

9. SANTA ISABEL
Santa Isabel foi sendo formada indiretamente, pela corrida do ouro, no
século XVIII. “Possui uma população flutuante, 15.000 habitantes, nos feriados e fins
de semana; atraída por chácaras e sítios da zona rural, que oferecem as belezas
naturais da cidade” (SCBH-ATC).
O nome da cidade é resultado de uma homenagem a Santa Isabel de
Aragão, rainha de Portugal. O município originou-se de um povoado
conhecido como Morro Grande, em meados de 1.770. Em 1 de junho,
elevou-se a condição de município, passando a se chamar Santa Isabel.
Berço do desenhista Maurício de Souza, possui belos pontos turísticos e
paisagens naturais. Apresenta baixos índices de criminalidade, segundo a
Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, além, de se destacar no
âmbito educacional, isto é, colocação no IDEB (2009), superior a todas as
escolas da região do Alto Tietê (NASCIMENTO, 2012).

10. SUZANO
“O nome da cidade também é uma homenagem a um engenheiro da
Central do Brasil, Joaquim Suzano Brandão, que trouxe melhorias para a estação de
trem da cidade”.
Emancipou-se de Mogi das Cruzes em 1949. Acolheu 781 imigrantes
japoneses, que traziam em suas bagagens, sementes, ferramentas
agrícolas e pouca roupa. A união e a competência dos filhos da Terra do Sol
Nascente, fizeram com que conquistassem um lugar de destaque em
Suzano. A consciência sobre a importância de preservar o meio ambiente,
principalmente as áreas de proteção ambiental, faz parte do currículo
escolar das escolas em Suzano. Possui grandes indústrias, entre elas, a
multinacional Suzano Papel e Celulose, que divulga o nome da cidade, no
Brasil e no exterior, além de responder sozinha, por 45% da arrecadação
de ICMS da cidade. Destaque também, para o esporte e o cultivo de flores.
Tem o segundo maior PIB per capita do Alto Tietê (SCBH-ATC).

METODOLOGIA

Para o embasamento metodológico do presente estudo, optou-se por uma


pesquisa de campo, quantitativa e qualitativa, de caráter exploratório e descritivo.
De acordo com Andrade (2010, p. 112) na pesquisa descritiva “os fatos
são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o
pesquisador interfira neles”. A autora destaca que a utilização de questionários é
36

característica da pesquisa descritiva, a qual utiliza técnicas padronizadas para a


coleta de dados.
Para a coleta de dados que caracterizam as ferramentas utilizadas, na
administração financeiro-profissional, do transportador autônomo de cargas, foram
aplicados 120 (cento e vinte) questionários, cada qual, constituído de 31 (trinta e
uma) questões, das quais; 24 (vinte e quatro) fechadas, seis fechadas ou abertas e
uma questão aberta. Os participantes da pesquisa foram escolhidos de forma
aleatória, desde que, fossem transportadores autônomos de cargas, da região do
Alto Tietê.
O pesquisador usou de sua convivência profissional, pessoal e comercial
na área de transportes de cargas de mais de 18 anos, para deixar e buscar
pessoalmente o questionário com os seus colegas de profissão.
Conforme Marconi e Lakatos (2010, p. 184), “questionário é um
instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas,
que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador".
Gil (2009, p. 41), define a pesquisa exploratória como sendo “o
aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições, que na maioria dos casos
envolve; levantamento bibliográfico, entrevistas e análise de exemplos”.
Deste modo, a obtenção de informações a respeito, do transportador
autônomo de cargas, foi através de leituras, do Diário Oficial da União, artigos do
SEBRAE de São Paulo, e livros. Para compor o referencial teórico, sobre
Administração Financeira e Controle Financeiro, incluíram-se também, leituras em
sites e livros, específicos ao assunto em questão.

RESULTADOS DA PESQUISA

DADOS RELATIVOS AO QUESTIONÁRIO

As trinta e uma questões referentes ao questionário de pesquisa, respondidas


por cento e vinte Transportadores Autônomos de Cargas, do Alto Tietê – SP se
constituem em: 24 (vinte e três) fechadas, 6 (seis) fechadas ou abertas e uma
questão aberta.
37

Estas questões têm por finalidade conhecer o perfil desses profissionais,


em relação à formação, profissão, domínio de valores financeiros e controle
orçamentário de seus fretes.
O Gráfico 1 apresenta a porcentagem de transportadores autônomos de
cargas, de cada cidade da região do Alto Tietê-SP, e revela que a maioria, 25%
reside em Suzano, seguida por 21% em Mogi das Cruzes e 17% em
Itaquaquecetuba e Poá. Santa Isabel e Biritiba Mirim apresentaram o menor índice,
de 1%.
Conforme Gráfico 2, a carreta é o veículo utilizado pela maioria desses
profissionais, 35%, seguido pelo Truck, com 28% desses. Já, a pick-up é o veículo
de transporte utilizado pela minoria, indicando 3%.

Gráfico 1 – Elaboração do autor (2013).

Gráfico 2 – Elaboração do autor (2013).


Quase em sua totalidade, isto é, 98% desses profissionais são do sexo
masculino (Gráfico 3), com média de idade aproximada, de 45 anos. A distribuição
por faixas etárias, conforme Gráfico 4, mostrou maiores concentrações nas faixas de
34 a 41 anos, com 23% e de 42 a 49 anos, com 22%.
38

Gráfico 3 – Elaboração do autor (2013). Gráfico 4 – Elaboração do autor (2013).

A maioria, 78% é casada (Gráfico 5) e 68% atuam na profissão há mais


de 10 anos (Gráfico 6).

Gráfico 5 – Elaboração do autor (2013). Gráfico 6 – Elaboração do autor (2013).

Quanto ao nível de escolaridade, tem-se que: 9% realizaram ensino


fundamental completo e 2% incompleto, 31% ensino médio completo e 17%
incompleto, 3% superior incompleto. Somente, um único indivíduo realizou o ensino
médio técnico completo e dois deles um curso profissionalizante.
Nota-se ainda, que 35% dos transportadores autônomos procuraram
cursos de qualificação profissional, denominado MOOP, Movimentação e Operação
de Produtos Perigosos, demonstrando interesse pelo fornecimento de serviços de
transportes de qualidade, num mercado que a cada dia, se torna mais exigente. O
Gráfico 7, a seguir, demonstra essas informações.
39

Gráfico 7 – Elaboração do autor (2013).

Dentre os transportadores, 50% consideram sua profissão boa e 35%


regular, como se observa no Gráfico 8. Quanto a indicar as conquistas alcançadas
com a profissão (Gráfico 9), 39% conquistaram carros, 27% educação dos filhos,
25% moradia própria e 9% moto e terreno.
40

Gráfico 8 – Elaboração do autor (2013).

Gráfico 9 – Elaboração do autor (2013).


O gráfico 10 demonstra que 99% desses profissionais não sabem
mensurar a situação de seu capital, em relação a antes e depois de se tornar
Transportador Autônomo de Cargas. Os que responderam indicaram:
1° Tinha R$8.000,00 no ano 2000 / Tenho R$100.000,00 em 2013.
2° Tinha R$55.000,00 no ano de 2006 / Tenho R$ 125.000,00 em 2013.

Gráfico 10 – Elaboração do autor (2013).


41

A seguir, têm-se os resultados da situação financeira desses profissionais,


em relação ao capital adquirido, após o início da profissão.
A respeito dos meios de como seu capital foi adquirido, 57% adquiriu por
meio de empréstimos e 33% com capital próprio, como revela o Gráfico 11.

Gráfico 11 – Elaboração do autor (2013).


Quanto ao valor atual do caminhão, Gráfico 12, observa-se que 41% dos
proprietários possuem um veículo na faixa de 51 mil a 100mil reais e a minoria, 1%,
de 201 mil a 250 mil reais.

Gráfico 12 – Elaboração do autor (2013).

O gráfico 13 revela que 64% dos Transportadores Autônomos de Cargas


ainda, pagam o empréstimo de seu caminhão(s), enquanto que 36% já
capitalizaram seus veículos.
42

Gráfico 13 – Elaboração do autor (2013).

Quanto ao tempo que ainda, resta para pagar seu veículo, conforme se
vê no Gráfico 14, 30% indicou que levará 60 meses, 26%, 48 meses, 25%, 36
meses e por fim, 19% levará 24 meses.

Gráfico 14 – Elaboração do autor (2013).

Já, o Gráfico 15 apresenta o tempo que esses profissionais levaram para


capitalizar seus veículos. A maioria, 44%, levou 60 meses, 35%, 48 meses, 12%, 36
meses e a minoria, 9%, levou 24 meses.
43

Gráfico 15 – Elaboração do autor (2013).

Prosseguindo com os resultados, têm-se os indicativos de controle


financeiro dos fretes, manifestados pelos profissionais.
Quase na totalidade, isto é, 98% dos transportadores autônomos recebem
um adiantamento no momento da negociação de seus fretes. Quanto a realizar
algum controle desses fretes, observa-se no Gráfico 16, que 51% realizam algum
tipo de controle, enquanto que 49%, não o fazem.

Gráfico 16 – Elaboração do autor (2013).

Dos 51% que realizam algum tipo de controle de seus fretes, 89% utilizam
apenas papel, caneta e calculadora, como mostra o Gráfico 17, e os 11% restantes,
planilha eletrônica.
44

Gráfico 17 – Elaboração do autor (2013).

Já, dos 49% que não realizam nenhum tipo de controle de seus fretes,
Gráfico18, 61% indicaram como motivo, que não sabem fazer e 39% não sentem
necessidade de fazer.
Em relação à necessidade de buscar orientação sobre controle financeiro,
conforme Gráfico 19, a maioria, 82%, nunca procurou orientação financeira.

Gráfico 18 – Elaboração do autor (2013). Gráfico 19 – Elaboração do autor (2013).

O gráfico 20 apresenta o percentual de Transportadores Autônomos de


Cargas que separam as finanças pessoais das finanças de seu caminhão. O
resultado indicou que a maioria, 78% não faz nenhuma separação e somente, 3%
possuem conta bancária separada e não fazem retiradas do caixa, referentes aos
fretes do caminhão.
45

Gráfico 20 – Elaboração do autor (2013).

Já, os Gráficos 21, 22, 23, 24, a seguir, revelam o conhecimento desses
profissionais em relação aos conceitos: Receita, Custo, Prejuízo e Lucro. Os
resultados indicam que 72% conhecem o significado de Receita, 83% de Custos,
89% de Prejuízo e 92% de Lucro. A minoria, não se interessa por esses conceitos,
isto é: 9% por Receita, 8% por Custos, 9% por Prejuízo e 7% por Lucro.

Gráfico 21 – Elaboração do autor (2013). Gráfico 22 – Elaboração do autor (2013).

Gráfico 23 – Elaboração do autor (2013). Gráfico 24 – Elaboração do autor (2013).


46

Em relação ao acompanhamento das receitas e custos provenientes de


seus fretes, Gráfico 25, 53% o fazem, relacionando o que ganham com o que
pagam; 30% não fazem nenhum acompanhamento,12% acompanham o resultado
verificando os extratos bancários e finalmente, 5%, nenhuma das respostas.

Gráfico 25 – Elaboração do autor (2013).

Já, quando questionados sobre o acompanhamento dos lucros e


prejuízos provenientes de seus fretes, Gráfico 26, 33% acompanham os resultados
consultando apenas os extratos bancários, 32% não fazem nenhum tipo de
acompanhamento dos resultados, 29% relacionam as receitas e os custos e 6%
assinalaram nenhuma das respostas.

Gráfico 26 – Elaboração do autor (2013).


47

O gráfico 27 demonstra o conhecimento desses profissionais, sobre o


valor dos custos provenientes, dos fretes realizados. Segue-se que, 43% mantém
um histórico mês a mês de seus custos, 24% sabem o valor de seus custos apenas
do último mês, 22% não sabem nada sobre seus custos e 11%, nenhuma das
respostas.

Gráfico 27 – Elaborado pelo próprio autor (2013).

A respeito dos custos que mais pesam no seu orçamento, Gráfico 28,
33% indicaram diesel, 30%, pedágios, 16%, manutenção do caminhão,11% Pneus,
9%, seguro do caminhão e 1%, outros (gasolina e motorista).

Gráfico 28 – Elaboração do autor (2013).

No que diz respeito a conhecer Custo Fixo e Custo Variável, o Gráfico 29


revela que 45% dos profissionais desconhecem o significado, 32% não se
interessam e o restante, 23% têm conhecimento.
48

Gráfico 29 – Elaboração do autor (2013).

Ainda, quando tiveram que apontar dentre várias alternativas os custos


fixos, Gráfico 30, os resultados foram os seguintes: 16% indicou alimentação como
custo fixo, 11% diesel, 13% pedágio, 5% estacionamento, 3% manutenção do
veículo, 5% pneu, 17% lavagem e lubrificação, 4% peças e acessórios, 12%
prestação do veículo, 5% IPVA, 6% seguro do veículo e 3% licenciamento do
veículo.

Gráfico 30 – Elaboração do autor (2013).

Já, os resultados que revelam os custos variáveis apontados, dentre


várias alternativas, estão demonstrados no Gráfico 31: 16% IPVA, 15% prestação do
veículo, 8% licenciamento do veículo, 14% seguro do veículo, 2% alimentação, 4%
49

manutenção do veículo, 13% estacionamento, 5% diesel, 10% pedágio, 4% pneu,


3% lavagem e lubrificação, e 6% peças e manutenção.

Gráfico 31 – Elaboração do autor (2013).

Os dados observados no Grafico 32 demonstram o comportamento de


compra do Transportador Autônomo de Cargas, no momento de adquirir um novo
caminhão. Têm-se que, 32% dos transportadores autônomos não fazem análises
financeiras, quando o bem é de fato necessário, 22% além do valor investido num
novo caminhão, também estimam o retorno esperado, 16% verificam o caixa
pessoal, para evitar contrair dívidas e 30%, nenhuma das respostas.

Gráfico 32 – Elaboração do autor (2013).


50

ANÁLISE E DISCUSSÃO

É essencial permear sob as vertentes dos resultados obtidos, e assim,


relacioná-los aos objetivos lançados nesta pesquisa.
O tamanho da amostra deste estudo se constituiria de 150 profissionais,
transportadores autônomos de cargas, da região do Alto Tietê – SP. No entanto, para
a coleta de dados, dos 150 questionários distribuídos, 120 foram respondidos e 30
devolvidos em branco.
Buscando analisar a visão desses profissionais, voltada ao controle
financeiro de seus fretes, verificaram-se variáveis importantes nos resultados
levantados.
O Transportador Autônomo de Cargas da região do Alto Tietê – SP, em
sua maioria (80%) reside em Suzano ou Mogi das Cruzes ou Itaquaquecetuba ou
Poá. Quase a totalidade (98%), é do sexo masculino, com 48% apresentando
ensino médio completo ou incompleto. Grande parte destes, ou seja, 68% estão na
profissão há mais de 10 anos e a maioria se preocupa em constituir uma família,
visto que, quase, 80%, são casados. Sua profissão é essencial à nação, que de
51

acordo com Hoffmann (2003, p. 21), é importante para o desenvolvimento


econômico, político e social do país.
Neste estudo pode-se notar consideravelmente, a falta de conhecimento e
despreocupação desses profissionais, em relação à necessidade de realizar um
controle orçamental regular, de seus fretes; visto que, 49% não realizam. Destes,
61% não o fazem porque não sabem fazer e 39%, porque não sentem necessidade.
Para Crepaldi (2007) o controle de caixa é de suma importância. É por meio dos
registros de controle de caixa, que se pode conhecer a origem e o destino de todo
dinheiro movimentado diariamente, pela empresa.
Quase a totalidade, isto é, 99% desconhecem o valor de seu capital, em
relação a antes e depois de se tornar Transportador Autônomo de Cargas. Ainda,
64% estão pagando o financiamento da compra do caminhão, e destes, 56%
liquidarão a dívida, no período de 48 a 60 meses. Estes resultados revelam o
despreparo e desinteresse desses profissionais, em alcançar objetivos financeiros
em ocasiões futuras. Fischer apud LEITE, (2009, p. 50) conceitua capital como
“estoque de riqueza, em algum ponto do tempo, que incorpora serviços futuros para
serem desfrutados pelo seu possuidor”.
Grande parte desses profissionais, ou seja, 82% nunca procuraram uma
orientação financeira e 78% não separam as finanças pessoais das profissionais.
Conforme Gitman (2010, p. 105), o planejamento financeiro fornece um mapa para a
orientação, coordenação e controle dos passos que a empresa dará para atingir
seus objetivos.
Embora, os indicadores percentuais sejam altos, em relação ao
conhecimento dos conceitos sobre, Receita, Custo, Prejuízo e Lucro; percebe-se
que esses conhecimentos são estanques, pois quando se trata de relacioná-los, dois
a dois, a porcentagem de desconhecimento é significativa; visto que, 47% não
relacionam as receitas com os custos e 71% não relacionam os lucros com os
prejuízos. Segundo ASSAF NETO e SILVA (2012, p. 33), o fluxo de caixa “é de
fundamental importância para as empresas, constituindo-se numa indispensável
sinalização dos rumos financeiros dos negócios”.
A grande maioria desses profissionais, ou seja, 77% não distinguem
Custo Fixo de Custo Variável, misturam esses dois conceitos. Isto se reforça quando
74% apontaram Custo Variável no lugar de Custo Fixo e 53% Custo Fixo no lugar de
Custo Variável. Esses profissionais não conseguem perceber quando certas
52

despesas numa empresa não dependem da quantidade produzida ou vendida. Para


Dolabela (2008, p. 215), os Custos Fixos não mantêm proporcionalidade direta com
a quantidade produzida. Por outro lado, na opinião de Braga, (1989, p. 180) os
Custos Variáveis aumentam ou diminuem de modo direto e proporcional às
flutuações ocorridas com a produção ou vendas.
Vale destacar que dos 51% que realizam controle financeiro de seus
fretes, 89% utilizam apenas papel, caneta e calculadora. Isto vem de encontro às
idéias de Acqueta (2009, p. 26), que coloca o caderno como uma boa opção, no
registro das entradas e saídas de qualquer recurso monetário, quando não se tem
acesso ao computador.
Conforme LIMEIRA (2010, p. 28) as Demonstrações Financeiras
“constituem uma valiosa ferramenta para atender a uma demanda específica de
acordo com o interesse de cada um”. Demonstrar a receita e os custos para em
seguida calcular um provável lucro ou prejuízo, é uma forma eficiente que o
transportador autônomo de cargas teria para se controlar nas possíveis tomadas de
decisão.
53

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Transportador Autônomo de Cargas do Alto Tietê – SP não sente


necessidade de realizar um controle financeiro de seus fretes. A dificuldade
encontrada por esses profissionais é grande, levando em conta, as variáveis
financeiras: receita, custos, lucro e prejuízo.
Grande parte dos que realiza o controle, das movimentações financeiras
de seus fretes, utilizam apenas papel, caneta e calculadora.
Não sabem distinguir Custos Fixos de Custos Variáveis, pois ao seu
entender, os dois tipos, representam apenas Custos, para se determinar um
provável Lucro. Portanto, não têm pretensões em fazer previsões de seus ganhos e
possíveis perdas.
Logo, a necessidade de um guia financeiro, que direcione de modo
positivo, esses profissionais, é imperiosa. Procurou-se elaborar, portanto, um Manual
(Apêndice 3) totalmente, voltado à cultura do “Caminhoneiro”, cujo diferencial é sua
acessibilidade, simplicidade no preenchimento das tabelas e esclarecimentos de
termos financeiros; numa linguagem de fácil entendimento.
O estudo dirigido utilizado nas Tabelas contidas no Manual, facilita os
cálculos. Em particular, na Tabela de Custos Fixos, simplifica ao máximo o cálculo de
cada custo fixo por viagem, sem pretensões de demonstrações, como, por exemplo,
no cálculo da Prestação do IPVA do Veículo.
Considerando-se que o mês trabalhado corresponde em média, em torno
de 20 dias, descontando-se os finais de semana; divide-se o valor total do IPVA do
54

veículo por 12 meses, para se obter o valor correspondente a um mês e em seguida,


divide-se o resultado por 20, para se obter o valor de uma viagem. Portanto, o
resultado final deste cálculo pode ser obtido, de forma simplificada, dividindo-se o
valor total do IPVA do veículo, por 240.
Este mesmo cálculo também se presta para se determinar o valor do
custo fixo por viagem, tanto do Seguro quanto do Licenciamento do Veículo. Já, para
se determinar o valor do Custo Fixo por viagem, da prestação mensal do veículo,
divide-se o valor total por 20, levando-se em conta, a média dos 20 dias trabalhados,
no mês.
O Manual direciona o Transportador Autônomo de Cargas a controlar
seus fretes, e relacioná-los aos custos fixos e variáveis, a cada viagem e a cada
mês, com maior segurança e visualização dos lucros ou prejuízos resultantes.
Vale destacar, que a pretensão deste estudo é oferecer a esses
profissionais, mecanismos capazes de promover um controle financeiro, de maneira
simples e prática, e especialmente, oferecer uma visão menos complexa de gestão
financeira, de sua vida profissional.
Esta pesquisa procurou proporcionar uma visão mais abrangente sobre
Gestão Financeira, voltada ao Transportador Autônomo de Cargas. Sugere outros
estudos levando em conta, não somente, o controle dos fretes, mas também, da vida
pessoal.
55

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABREU, A. F. Fundamentos de Contabilidade. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.

ACQUETA, J. C. Administração Financeira Pessoal e Sistema de Apoio ao


Controle e Tomada de Decisão. 2009. 42 p. Monografia apresentada ao Curso de
Tecnologia em Informática, com ênfase em gestão de negócios, na FATEC Zona
Leste. São Paulo, 2009.

AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTE TERRESTRE (ANTT). Registro Nacional


de Transportadores Rodoviários de Carga. Disponível em:
<http://www.antt.gov.br>. Acesso em: 02 de setembro de 2013.

ALMEIDA, M.C. Curso básico de Contabilidade. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

ANDRADE, M. M. Introdução à Metodologia do Trabalho Cientifico: Elaboração


de trabalhos na graduação. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2010.

ANDRICH, E. G.; CRUZ, J. A. W.; SCHIER, C. U. S. Contabilidade Introdutória


Descomplicada. 4. ed. Paraná: Juruá, 2011.

ASSAF NETO, A.; SILVA, T. C. Administração do Capital de Giro. 4. ed. São


Paulo: Atlas, 2012.

BRAGA, R. Fundamentos e Técnicas de Administração Financeira. São Paulo:


Atlas, 1989.

CHIAVENATO, I. Administração Financeira: Uma abordagem introdutória. 5.


reimpressão. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

CHIAVENATO, I. Administração Financeira: Uma abordagem introdutória. 5.


reimpressão. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
56

CHING, Y. H.; MARQUES, F.; PRADO, L. Contabilidade e Finanças para não


especialistas, São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2003.

CREPALDI, S.A. Curso de Contabilidade: resumo e teoria. São Paulo: Atlas, 1995.

CREPALDI, S. A. Auditoria Contábil: Teoria e Prática. 4. ed. São Paulo: Atlas,


2007.

DENATRAN – Departamento Nacional de Trânsito. Resoluções do Contran.


Disponível em: <http://www.denatran.gov.br>. Acesso em 02 de outubro de 2013.

DOLABELA, F. O segredo de Luísa. Uma idéia, uma paixão e um plano de negócio:


Como nasce um empreendedor. Rio de Janeiro: Sextante, 2008.

GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 10. ed. São Paulo:
Pearson Addison Wesley, 2004.

GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 12. ed. São Paulo:


Pearson Prentice Hall, 2010.

GROPPELLI, A. A. & NIKBAKHT, E. Administração Financeira. 3. ed. São Paulo:


Saraiva, 2010.

HOFFMANN, M. H. MORAES CRUZ, R. ALCHIERI, J. C. Comportamento Humano


no Trânsito. São Paulo: Casa do psicólogo, 2003.

HOJI, M. Administração Financeira e Orçamentária. 9. ed. São Paulo, Atlas, 2010.

Jornal Portuário de 22 de setembro de 2013. Tipos de Transportes Rodoviários.


Disponível em: <http://www.jornalportuario.com.br> Acesso em 22 de setembro de
2013.

LEITE, H. de P. Contabilidade para Administradores. 3. ed. São Paulo: Atlas,


2009.

MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de Metodologia Científica.


São Paulo: Atlas, 2010.

MARCOUSÉ, I.; SURRIDGE, M.; GILLESPIE, A. Tradução. DERECK, A. F. Finanças.


São Paulo: Saraiva, 2013.

NASCIMENTO, B. A. Notícias de Santa Isabel. Copyright 2007-2012. Disponível


em: <http://www.santaisabelonline.com.br/cidades/santa-isabel/>. Acesso em 01
de outubro de 2013.

SEBRAE. Controles Financeiros. Disponível em:


<http://www.sebrae.com.br/momento/quero-melhorar-minha-empresa/utilize-as
ferramentas/controles-financeiros>. Acesso em 03 de setembro de 2013.
57

SEBRAE. Como Elaborar um Controle Financeiro. Disponível em:


<http://www.sebrae.com.br/uf/distritofederal/download/como_elaborar/Controles
%20Financeiros>. Acesso em 18 de setembro de 2013.

SILVA, M. G. Informática: Terminologia básica, Microsoft Windows XP,


Microsoft Office Word 2007, Excel 2007, Acess 2007, PowerPoint 2007, 3. ed.
São Paulo: Érica, 2012.

SUBCOMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA ALTO TIETÊ CABECEIRAS. SCBH-ATC.


Disponível em: <http://tietecabeceiras.com.br/index.php/municipios-da-regiao/>.
Acesso em 30 de setembro de 2013.
58

APÊNDICE 1

TERMO DE CONSENTIMENTO E ESCLARECIMENTO


59

Fatec Itaquaquecetuba

TERMO DE CONSENTIMENTO E ESCLARECIMENTO

Orientadora: Profª Ma. Maria Helena Pinedo


Aluno: Marcelo Tomio Ueda

Tema do Projeto: MANUAL DE CONTROLE FINANCEIRO PARA O TRANSPORTADOR AUTÔNOMO DE


CARGAS, DA REGIÃO DO ALTO TIETÊ – SP.

O trabalho de graduação do qual irei colaborar, tem como objetivo, analisar a visão do
transportador autônomo de cargas, da região do Alto Tietê – SP, voltada ao controle
financeiro de seus fretes.
Estou ciente, de que serei submetido a uma avaliação, através de um questionário, que
irá avaliar as ferramentas que utilizo para administrar financeiramente, minha vida profissional.
Também, tenho conhecimento de que posso recusar a participação na pesquisa ou
retirar meu consentimento, em qualquer fase da mesma, sem penalidade alguma. Os dados obtidos
durante este trabalho serão mantidos em sigilo, e não poderão ser consultados por outras pessoas,
sem minha autorização, por escrito. Por outro lado, poderão ser utilizados para fins científicos,
resguardando, no entanto, minha privacidade. Comprometo-me por meio deste, cumprir todo
protocolo da pesquisa, salvo eventual problema que impeça minha participação.
Eu li, e entendi as informações contidas neste documento.

...................................................................,........ de Outubro de 2013.


60

_________________________________________
Voluntário
Responsáveis:

Prof.ª Ma. Maria Helena Pinedo Marcelo Tomio Ueda


Orientadora Aluno

APÊNDICE 2

QUESTIONÁRIO
61

Fatec Itaquaquecetuba

QUESTIONÁRIO

1. Preencha seus dados pessoais:

Sexo: Masculino ( ) Feminino ( ) Outro ( )


Idade: _____ anos
Estado Civil: Solteiro ( ) Casado ( ) Separado ou Divorciado ( )
Viúvo ( ) Outros ( )
Escolaridade:
Fundamental ( ) Incompleto ( ) Completo
Médio ( ) Incompleto ( ) Completo
Médio técnico ( ) Incompleto ( ) Completo. Qual curso? _________________
Superior ( ) Incompleto ( ) Completo. Qual curso? _________________
Curso profissionalizante ( ) Sim ( ) Não. Qual curso?_________________
Outros: _________________________________________________________

2. Indique a cidade, do Alto Tietê-SP, na qual você reside:


( ) Arujá ( ) Mogi das Cruzes
( ) Biritiba Mirim ( ) Poá
( ) Ferraz de Vasconcelos ( ) Salesópolis
( ) Guararema ( ) Santa Isabel
( ) Itaquaquecetuba ( ) Suzano

3. Há quantos anos, você está na profissão de Transportador Autônomo de


Cargas, ou “Caminhoneiro”.
( ) menos de 1 ano
( ) de 1 a 3 anos
( ) de 3 a 5 anos
( ) mais de 5 anos
62

4. Qual a categoria de seu caminhão?


( ) Pick-up
( ) Utilitário
( ) Leve
( ) Toco
( ) Truck
( ) Cavalo Mecânico

5. Faz controle das movimentações financeiras, de sua vida profissional?


( ) Sim ( ) Não

6. Caso não faça, qual é o motivo?


( ) Não sei fazer ( ) Não sinto necessidade
7. Em caso positivo, como faz?
( ) Utilizo apenas papel e caneta
( ) Utilizo planilha eletrônica
( ) Utilizo software específico de gestão financeira, instalado no meu computador
( ) Utilizo software específico de gestão financeira, pela internet (web)

8. Já procurou orientação sobre controle financeiro?


( ) Não
( ) Sim Onde?________________________________________________

9. A compra de seu caminhão foi:


( ) Uma necessidade
( ) Uma oportunidade
( ) Herança de família
( ) Realização de um sonho

10. Como adquiriu capital, para a compra de seu caminhão?


( ) Capital próprio
( ) FGTS
( ) Herança
( ) Empréstimo

11. Quanto vale em reais, hoje, seu caminhão?


R$ ___________________________________

12. O capital aplicado, com a compra do seu caminhão, já foi pago?


( ) Sim
( ) Não

Em caso positivo, quanto tempo levou para recuperar o capital aplicado?


( ) 24 meses
( ) 36 meses
( ) 48 meses
( ) _________________

13. Você separa suas finanças pessoais das finanças de seu caminhão?
63

( ) Não faço nenhuma separação


( ) Tenho contas bancárias separadas, às vezes, misturo dinheiro pessoal
( ) Tenho contas bancárias separadas, e NÃO FAÇO retiradas, do caixa do meu
caminhão
( ) Tenho contas bancárias separadas, e FAÇO retiradas, do caixa do meu
caminhão, quando preciso
( ) Nenhuma das respostas

14. Você sabe o que significa, em finanças, o termo “receita”?


( ) Sim
( ) Não
( ) Não me interessa

15. E o termo “custos”?


( ) Sim
( ) Não
( ) Não me interessa

16. E o termo “prejuízo”?


( ) Sim
( ) Não
( ) Não me interessa

17. E o termo “lucro”?


( ) Sim
( ) Não
( ) Não me interessa

18. Você acompanha os resultados (receita/custo) de seu caminhão?


( ) Não faço nenhum acompanhamento dos resultados
( ) Acompanho os resultados, consultando extratos bancários
( ) Acompanho os resultados, relacionando o que ganho com o que pago
( ) Nenhuma das respostas

19. Você acompanha os resultados (lucro/prejuízo) de seu caminhão?


( ) Não faço nenhum acompanhamento dos resultados
( ) Acompanho os resultados, consultando extratos bancários
( ) Acompanho os resultados, relacionando as receitas e os custos
( ) Nenhuma das respostas

20. Você conhece o valor total, das receitas obtidas com a venda de seus
serviços de transportes ?
( ) Não sei nada sobre minhas receitas
( ) Sei o total da receita, apenas do último mês
( ) Mantenho um histórico mês a mês de minhas receitas
( ) Nenhuma das respostas

21. Você conhece o valor total, dos custos provenientes de sua profissão?
( ) Não sei nada sobre meus custos
64

( ) Sei o valor dos custos, apenas do último mês


( ) Mantenho um histórico mês a mês de meus custos
( ) Nenhuma das respostas

22. Quais são os custos que mais pesam no seu orçamento?


( ) Diesel ( ) Pedágio
( ) Pneu ( ) Seguro do veículo
( ) Manutenção do veículo ( ) Outros __________________________

23. Você sabe o que é custo fixo e custo variável?


( ) Sim
( ) Não
( ) Não me interessa

24. Assinale o que considera como Custos Fixos: (vale assinalar mais de um)
( ) Diesel ( ) Pedágio
( ) Pneu ( ) Seguro do veículo
( ) Manutenção do veículo ( ) Alimentação
( ) IPVA ( ) Prestação do veículo
( ) Estacionamento ( ) Licenciamento do veículo
( ) Lavagem e Lubrificação ( ) Peças e Acessórios de Manutenção

25. Assinale o que considera como Custos Variáveis: (vale assinalar mais de um)
( ) Diesel ( ) Pedágio
( ) Pneu ( ) Seguro do veículo
( ) Manutenção do veículo ( ) Alimentação
( ) IPVA ( ) Prestação do veículo
( ) Estacionamento ( ) Licenciamento do veículo
( ) Lavagem e Lubrificação ( ) Peças e Acessórios de Manutenção

26. Como é feita a negociação de seus fretes?


( ) a vista ( ) adiantamento

27. Antes de comprar um novo caminhão, você faz uma análise de viabilidade?
( ) Não faço análise financeira, quando o bem é de fato necessário
( ) Verifico meu caixa pessoal, para evitar contrair dívidas
( ) Além do valor investido na compra do novo caminhão, também é estimado o
retorno esperado, que o bem vá proporcionar
( ) Nenhuma das respostas

28. Como você avalia sua situação financeira, atualmente?


( ) Ruim
( ) Regular
( ) Boa
( ) Excelente

29. Com a sua profissão, quais foram as conquistas alcançadas? (vale assinalar
mais de um)
( ) Educação dos filhos
( ) Moradia própria
65

( ) Carros
( ) Outros ______________________________________________________

30. Pode mensurar (em reais), a situação de seu capital, antes de se tornar
transportador autônomo de cargas, com a situação atual?
( ) Não sei mensurar
Tinha? _________________________________________________________
Tenho! _________________________________________________________

31. Você considera sua profissão, “Transportador Autônomo de Cargas”:


( ) Ruim
( ) Regular
( ) Boa
( ) Excelente

APÊNDICE 3

O MANUAL
66
67

MANUAL DE CONTROLE FINANCEIRO PARA MOTORISTA


AUTÔNOMO

Uma jornada... uma direção... pleno controle...

______________________________________________
Fatec Itaquaquecetuba
68

Antes de percorrer a estrada do controle financeiro com


segurança e chegar ao final da jornada, analisando o mapa do
trajeto e ter um retorno tranquilo; conheça algo sobre o início
do transporte rodoviário, no Brasil.

Segundo alguns autores, o modelo de transporte rodoviário no


Brasil, iniciou-se no século 20, com apenas 500 km de
estradas. Levava-se 33 dias para fazer uma viagem de carro,
entre São Paulo e Rio de Janeiro.

No ano de 1926, o discurso de posse do presidente


Washington Luiz, foi "Governar é abrir estradas". Mas, foi no
governo de Juscelino Kubitschek (1956-60), a partir do Plano
de Metas, chamado de “50 anos em 5", que o modelo
rodoviário deu um grande salto; impulsionado pelas indústrias
automotivas, que pressionavam o governo a construir estradas
e, ao mesmo tempo, estimulavam o uso de veículos.

Hoje (2013), “o transporte rodoviário terrestre” representa o


principal sistema de transporte do Brasil. Em logística
representamos o modal rodoviário. Este tipo de transporte
movimenta pelas rodovias, estradas, ruas, vielas e becos, 56%
das cargas do País.
69

Se VOCÊ, motorista autônomo, é capaz de controlar o seu


caminhão e transportar sua carga com segurança, no tempo
combinado e respeitando as normas da legislação de trânsito
nacional, então...
VOCÊ também, será capaz de controlar e transportar sua vida
profissional, rumo ao SUCESSO!

A viagem se inicia...

VOCÊ vai controlar nesse início de viagem, os termos usados


no mundo financeiro e contábil. Termos usados, ouvidos, lidos
e muitas vezes não compreendidos.

São eles:

RECEITAS: são todos os recursos provenientes da venda de


seus serviços prestados, ou seja, seus fretes.

DESPESAS: são todos os gastos obtidos por você, em função


de seu caminhão e de seus fretes.
70

ATENÇÃO!

CUIDADO!

DESPESAS = CUSTOS FIXOS + CUSTOS VARIÁVEIS

CUSTOS FIXOS: são aqueles que ocorrem todos os meses,


independente, da quantidade produzida (deslocamento do
caminhão).
Faça chuva ou faça sol sempre, farão parte de suas finanças...
Ex: Prestação de caminhão, licenciamento, seguro, etc.

CUSTOS VARIÁVEIS: são aqueles que ocorrem na proporção


da quantidade produzida, isto é, variam de acordo com o
volume de serviço (distância percorrida).
Ex: Diesel, lubrificante, peça para manutenção, pedágio,
alimentação, etc.

CUSTO TOTAL: é a soma dos valores correspondentes, aos


Custos Fixos e Custos Variáveis.
CT = CF + CV
71

LUCRO: é o retorno positivo de uma Receita


(Frete), calculado no final de sua viagem, descontando os
CUSTOS FIXOS e os CUSTOS VARIÁVEIS.

L = R – CT

PREJUÍZO: ocorre quando seus gastos e custos são


maiores que suas receitas (fretes). É quando você fica
negativo.

PR = R – CT

Agora que você já conhece alguns termos financeiros, sua


viagem está sob controle e na metade do percurso...
É preciso ainda, preencher, a cada viagem, as Tabelas
Financeiras que se seguem. São ferramentas úteis, que
irão te ajudar a chegar no seu destino, com pleno controle
de direção.
72

TABELAS A SEREM PREENCHIDAS A CADA VIAGEM

TABELA DE NEGOCIAÇÃO DA 1ª VIAGEM (FRETE)


FRETE ADIANTAMENTO DE SALDO A RECEBER
COMBINADO VIAGEM (Frete – Adiantamento)
(R$) (R$) (R$)

TABELA DE CUSTOS VARIÁVEIS (GASTOS DURANTE A VIAGEM)


Descrição de Custos
(R$) Observação
Variáveis
A Alimentação
(somar todos os gastos)
B Ajudantes
C Agenciador
D Banho
E Borracheiro
F Diesel
G Estacionamento
H Lavagem e Lubrificação
I Mecânico, Eletricista
Óleos lubrificantes, Câmbio e
J
Diferencial
K Pedágio

Total de Custos Variáveis


A+B+C+D+E+F+G+H+  R$

TABELA DE CUSTOS FIXOS (A CADA VIAGEM)


73

Descrição de Custos
(R$) Cálculo
Fixos
Valor Total dividido
A
IPVA do Veículo por 240
Valor Total do Veículo
B
Licenciamento do Veículo dividido por 240
Prestação do Veículo Valor Total do Veículo
C
(financiado) dividido por 20
Fixe um valor mensal
D Remuneração do Motorista (gastos pessoais e
domésticos)
Valor Total dividido
E por 1.200
Reposição da Carroceria* (por 5 anos de uso)
Valor Total dividido
F por 1.200
Reposição do Veículo* (por 5 anos de uso)
Valor Total dividido
G
Seguro do Veículo por 240
Total de Custos Fixos
A+B+C+D+E+F+G
Observação: * Não foi utilizado o cálculo de remuneração de capital .

TABELA DO CUSTO TOTAL DA 1ª VIAGEM


Total de Custos Fixos
(por viagem) R$
Total de Custos Variáveis
(durante a viagem) R$
CUSTO TOTAL
Custos Fixos + Custos Variáveis R$
74

TABELA DA SOBRA DA 1ª VIAGEM

Adiantamento de Viagem R$

Custo Total R$
SOBRA DA VIAGEM
Adiantamento – Custo Total R$

TABELA DO LUCRO OU PREJUÍZO DA 1ª VIAGEM


Saldo a Receber
(Frete – Adiantamento) R$

Sobra da Viagem R$
LUCRO OU PREJUÍZO
Saldo a Receber + Sobra da Viagem R$

LUCRO OU PREJUÍZO DA 1ª VIAGEM

R$

PARABÉNS!!! VOCÊ CHEGOU AO FIM DA TRAJETÓRIA DE SUA 1ª


VIAGEM, COM MUITO CONTROLE...

SINAL VERDE OU VERMELHO???


75

PARA NÃO PERDER A DIREÇÃO, TENHA EM TODA VIAGEM ESTE


MESMO CONTROLE, COM MUITA CALMA E ATENÇÃO NOS
CÁLCULOS! EM SEGUIDA, ANOTE OS RESULTADOS DE CADA
VIAGEM, ATÉ FECHAR O MÊS.

LUCRO OU PREJUÍZO NO MÊS ------------------

1ª VIAGEM R$

2ª VIAGEM R$

3ª VIAGEM R$

4ª VIAGEM R$
LUCRO OU PREJUÍZO NO MÊS
(1ª+2ª+3ª+4ª Viagem) R$

MUITO BEM! VOCÊ JÁ ESTÁ PRONTO PARA PERCORRER AS


ESTRADAS DA VIDA. ENGATE A PRIMEIRA, BOA VIAGEM...

LUCRO OU PREJUÍZO NO ANO


1º MÊS R$
2º MÊS R$
3º MÊS R$
4º MÊS R$
5º MÊS R$
6º MÊS R$
7º MÊS R$
8º MÊS R$
9º MÊS R$
10º MÊS R$
11º MÊS R$
12º MÊS R$
LUCRO OU PREJUÍZO NO ANO
(1º+2º+3º+4º+  +12º mês) R$
76

E BOM FINAL DE ANO!

You might also like