Professional Documents
Culture Documents
Abril, 2015
RELATÓRIO DE ATIVIDADE PROFISSIONAL PARA
OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE
2º CICLO EM ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO
Abril, 2015
Dissertação elaborada com vista à obtenção do grau de
Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico
e Secundário, ao abrigo do artigo 16.º do Decreto -Lei n.º
74/2006, de 24 de Março, com as alterações introduzidas
pelos Decretos-Leis n.ºs 107/2008, de 25 de Junho, e
230/2009, de 14 de Setembro, sob a orientação do Prof. Dr.
Nuno Domingos Garrido Nunes de Sousa e do Prof. André
Luiz Gomes Carneiro.
I
AGRADECIMENTOS
A realização desta dissertação de mestrado contou com importantes apoios e incentivos sem os
quais não teria sido possível a sua realização, aos quais estarei para sempre agradecido.
Agradeço à professora Sandra Fonseca pela sua colaboração, acompanhamento e disponibilidade.
Um profundo agradecimento a todos os alunos que em algum momento cruzaram a minha vida
profissional, contribuindo para o enriquecimento da minha formação profissional e pessoal.
Agradeço a todos os colegas dedicados e solidários com quem tive a honra de poder compartilhar
as dificuldades e êxitos alcançados.
Agradeço à minha família pelos ensinamentos e formação que me proporcionou com base na
igualdade e solidariedade.
Agradeço à minha namorada Filipa Carvalho, pela força e motivação que me dás, és tudo para
mim.
Agradeço a todos os amigos que permitem que cada dia seja uma nova esperança de que a
amizade sincera e a solidariedade são uma realidade.
II
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS ________________________________________________________________ II
RESUMO ________________________________________________________________________ V
ABSTRACT _______________________________________________________________________ VI
INTRODUÇÃO _________________________________________________________________ 1
1.3 – As aulas de natação adaptada em crianças com necessidades educativas especiais ________________ 13
1.3.1 – Adaptação ao meio aquático _________________________________________________________ 15
1.3.2 – A criança e o seu desenvolvimento aquático ____________________________________________ 17
1.3.3 – O jogo ___________________________________________________________________________ 19
1.5 – Percurso profissional: contacto com crianças com Necessidades Educativas Especiais ______________ 21
III
2.1.1.2.2 – Objetivos pretendidos ______________________________________________________ 25
2.1.1.2.3 – Metodologias aplicadas _____________________________________________________ 25
2.1.1.2.4 – Resultados ________________________________________________________________ 27
2.1.2. – Criança com Paralisia Cerebral _______________________________________________________ 27
2.1.2.1. – Definição ____________________________________________________________________ 27
2.1.2.1.1. – Etiologia _________________________________________________________________ 28
2.1.2.1.2. – Classificação ______________________________________________________________ 28
2.1.2.2 – O aluno ______________________________________________________________________ 29
2.1.2.2.1 – Características específicas ___________________________________________________ 29
2.1.2.2.2 – Objetivos pretendidos ______________________________________________________ 29
2.1.2.2.3 – Metodologias aplicadas _____________________________________________________ 29
2.1.2.2.4 – Resultados ________________________________________________________________ 30
3 – CONCLUSÃO _____________________________________________________________ 31
BIBLIOGRAFIA _______________________________________________________________ 33
IV
Resumo
V
Abstract
This work is part of the recommendation plan CRUP - Conselho de Reitores das Universidades
Portuguesas, at the University of Trás-os-Montes e Alto Douro, in the course of studies leading to the
degree of Master in the teaching of Physical Education in the basic and upper secondary education.
This dissertation has the objective to document my experience as a swimming teacher, of two boys,
one with Down Syndrome and another with Cerebral Palsy.
It is a review of the physical and physiological effects of water, highlighting the benefits of the
aquatic environment, to the daily human life.
It is intended to demonstrate the advantages and benefits that the aquatic environment provides for
the physical, psychological and socio-emotional of the child. Through my professional experience is
intended to show in a succinct way the evolution of two children, one with Down Syndrome and one
with Cerebral Palsy in spastic form.
VI
Introdução
1
Introdução
2
1 – Revisão da
Literatura
3
1.1 – Meio Aquático
O meio aquático tem uma influência bastante benéfica sobre o corpo humano devido às suas
propriedades e características, permitindo desta forma promover o bem-estar físico, psíquico e social
do ser humano, as quais serão abaixo abordadas.
1.1.1 – Definição
O uso das propriedades físicas da água como meio de cura ou tratamento de variadas condições
clínicas data de tempos remotos, embora seja possível diferenciar tais aplicações seculares perante o
conceito atual de reabilitação no meio aquático (Ruoti et al., 2000).
A compreensão e o uso das propriedades físicas da água, bem como as respostas fisiológicas, que
estão associadas ao uso de movimentos e exercícios, podem favorecer a atuação da terapia aquática
e potencializar o processo de intervenção do terapeuta. (Geytenbeek, 2002; Hinmann et al., 2007).
De acordo com Becker & Cole (2000), é de evidenciar que um dos motivos que determinaram a
evolução das pesquisas e o uso das propriedades do meio aquático como tratamento, é a diminuição
da ação da gravidade. Tal característica fornece um ambiente ideal para a reabilitação de indivíduos
que precisam de uma menor carga de peso nas articulações ou que possuem limitações na terapia
fora de água.
4
densidade relativa e a necessidade de auxílio na flutuação. A flutuação determina a percentagem da
diminuição da carga do peso corporal, que varia conforme a profundidade na qual o indivíduo se
encontra. Este facto é importante para a reabilitação, na medida em que pode ser utilizado como
evolução gradativa para o aumento da diminuição de carga do peso corporal. Os níveis de
profundidade na altura dos joelhos, anca e pescoço podem diminuir o peso em 15%, 50% e 90%,
respetivamente.
No que respeita à pressão hidrostática, a água, assim como todos os líquidos, exerce uma pressão em
todas as direções. Um corpo submerso está exposto a um determinado grau de pressão, que é
determinada pela força por unidade de área (Becker & Cole 2000; Ruoti et al., 2000). Esta pressão é
influenciada pela densidade do líquido e pela profundidade, pois a coluna de líquido acima do corpo
será responsável pela pressão. Consequentemente, quanto maior a profundidade, maior a pressão
exercida. A pressão hidrostática age nos tecidos e exerce uma compressão de vasos sanguíneos,
podendo auxiliar no retorno venoso e na redução de edemas.
A viscosidade é uma propriedade dos líquidos, que representa uma medida importante no que refere
à resistência ao movimento (Nordin & Frankel 2003). Por outras palavras, a viscosidade demonstra o
atrito que o líquido exerce num corpo, quando o mesmo se movimenta. O coeficiente de viscosidade
mostra que, quanto mais viscoso um líquido, maior a força requerida para se criar um movimento,
quando imerso neste líquido (Becker & Cole 2000).
Quando um corpo ou objeto se movimenta na água, estará exposto a particularidades do fluxo do
líquido, que são determinadas pela velocidade, oscilação e formato do corpo. Quando o movimento
é suave e lento, o fluxo da água ao redor do objeto é chamado de fluxo laminar, na qual as moléculas
da água movimentam-se paralelamente e não se cruzam. Quando o movimento torna-se mais rápido
e o fluxo apresenta-se desigual, formam-se cruzamentos e oscilações, que pode ser chamado de
fluxo turbulento.
O movimento de um objeto também pode criar uma diferença de pressão com a água, e formar um
ponto de arrasto (coeficiente de arrasto). Ao caminharmos dentro da água e atrás de uma pessoa,
podemo-nos aperceber da formação de redemoinhos (fluxo turbulento) e da força de arrasto.
Deste modo, um aluno com dificuldades na marcha pode sentir mais facilidade em andar seguindo o
professor, pois será “puxado” pela força de arrasto criada atrás do corpo do professor.
Quanto à temperatura, a água possui a habilidade de reter ou transferir calor, pelos mecanismos de
condução (na qual a transferência se dá por colisões entre as moléculas e determinada pela
diferença de temperatura) e convecção (transferência durante o movimento de muitas moléculas, ao
longo de grandes distâncias).
5
O conceito anteriormente referenciado (temperatura) é importante, pois caracteriza uma
transferência constante de calor na interação do corpo com a água, e pode determinar efeitos
fisiológicos e a perceção térmica durante a terapia.
O conceito de torque (momento de força) representa a capacidade de rotação de uma força, quando
a mesma é aplicada sobre um sistema de alavancas (Nordin & Frankel 2003).
A aplicação deste conceito no ambiente aquático pode ser demonstrada pela interação entre a força
de empuxo e o posicionamento do corpo na água.
A interação implica o conhecimento da posição do centro de gravidade e centro de flutuação do
corpo.
O centro de gravidade pode ser entendido como um ponto que representa todos os centros de
massa dos segmentos do corpo que, na posição anatômica, se encontra aproximadamente na altura
da segunda vértebra sacral (Kapanji, 2000).
O centro de flutuação, por sua vez, é definido como o centro de todos os momentos de força
aplicados no corpo e encontra-se no meio da região torácica (Ruoti et al., 2000).
Alterações de posicionamento do corpo, que possam modificar a relação entre as posições do centro
de gravidade e do centro de flutuação, podem ocasionar movimentos rotacionais e favorecer a
flutuação em diferentes posições (decúbito dorsal, decúbito ventral).
6
auxílio no retorno venoso e, por fim, melhoria da irrigação sanguínea, resultado na estabilidade da
pressão arterial e no retardo do aparecimento de varizes (Degani,1998; Skinner,1985).
O calor, sobre o sistema nervoso, relativamente brando, reduz a sensibilidade das terminações
sensitivas e, à medida que os músculos são aquecidos pelo sangue que os atravessa, o tónus
muscular diminui levando ao relaxamento muscular (Skinner,1985).
Sobre o sistema renal, com a variação do pH e da profundidade na qual o corpo está submerso, há
aumento dos fluídos corporais, levando ao aumento da diurese profunda. Isto porque o sangue, ao
ser bem distribuído, melhora a circulação venosa e, consequentemente, a reposta renal e o estímulo
do processo de micção, devendo-se tomar cuidado com pacientes com incontinência (Degani,1998).
Alguns estudos sobre o sistema imunológico comprovam que a aplicação intensa e prolongada de
calor húmido penetra até 3,4 centímetros, atingindo inclusive camadas superficiais dos músculos.
Promove, também, o aumento do número de leucócitos, além da melhora das condições tróficas,
levando a uma melhoria geral da saúde (Degani,1998).
Os exercícios físicos sobre o sistema musculosquelético podem começar a ser aplicados nas primeiras
fases da terapia, de modo a que os músculos possam ser relaxados e o metabolismo estimulado,
ocorrendo por consequência, uma redução do espasmo muscular e das dores, diminuição da fadiga
muscular, melhoria da performance geral (trabalho dos agonistas e antagonistas igualmente),
recuperação de lesões, melhoria do condicionamento físico, auxílio no alongamento muscular e
melhoria da resistência e da força muscular (Degani,1998).
7
1.1.1.2.2 – Efeitos psicológicos da água aquecida
Bates e Hanson (1998) e Degani (1998) concordam que, como em todos os programas de saúde, o
meio aquático como terapia visa o bem-estar social do indivíduo. Quando passamos por dificuldades,
o organismo tende a desorganizar-se e essa desarmonia pode trazer sérias consequências físicas
e/ou psíquicas.
O bem-estar, segundo esses autores, não consiste apenas em respostas do corpo, da estrutura física,
mas, sobretudo, de uma integração do corpo e da mente para a obtenção de resultados ideais,
levando a uma perfeita condição de exercício da cidadania.
8
através de procedimentos pedagógicos criativos, principalmente sob a forma de jogos, que facultem
comportamentos inteligentes de interação entre indivíduo com o meio líquido, visando ao seu
desenvolvimento (Damasceno, 1997; Fonseca, 2002).
O principal objetivo da psicomotricidade é estimular e desenvolver o movimento, sendo que para
Archer (1998, p. 31), as funções psicomotoras podem ser atingidas com indivíduos portadores de
deficiência física através da prática dos estilos de nado, “desde que eles (estilos) sejam colocados ao
aluno de maneira que ocorra um respeito às suas características próprias.”
Segundo Velasco (2006, p. 87) a natação constitui-se numa das melhores práticas para o
desenvolvimento psicomotor, “não a natação pedagógica regular, realizada como principiantes da
modalidade, nem a competitiva para formar campeões, mas a que valoriza a motricidade aquática,
pondo em situação uma nova arquitetura psicomotora.”
1.1.3 – Hidroterapia
A hidroterapia é uma forma clássica de tratamento terapêutico, utilizada em grandes variedades de
disfunções. Neste tipo de atividade, as propriedades físicas da água aquecida, como já referidas
acima por Degani (1998), Bates & Hanson (1998) e Skinner (1985), promovem facilitação dos
9
movimentos e alívio das dores, além de permitir o trabalho em grupo e tornar a terapia agradável,
principalmente para crianças, as quais muitas vezes são impossibilitadas de realizar determinadas
atividades num outro meio, senão o aquático. Nas sessões de hidroterapia, a temperatura da água
deve estar em torno de 30°C, com variação de 2°C (Adachi & Fosatto, 1988; Emery, 1993). Durante a
imersão em água aquecida, o corpo humano sofre algumas alterações, dentre as quais as mais
evidentes são alterações: na temperatura corporal, frequência cardíaca, pressão arterial e dos níveis
de saturação de oxigénio. Ao entrar na piscina aquecida, ocorre primeiramente uma vasoconstrição,
ocasionando um leve aumento da pressão arterial (Adachi & Fosatto, 1988). Hall et al. (1990)
observaram que, aproximadamente, 700 ml de sangue foram redistribuídos da periferia, causando
aumento do retorno sanguíneo para o coração. O débito cardíaco sofre um aumento de 34% durante
a imersão em água aquecida, e a 35°C a frequência cardíaca permaneceu relativamente estável
(Adachi & Fosatto, 1988; Hall et al., 1990). Dois fatores podem estar relacionados na redução destes
volumes: o primeiro fator está relacionado com pressão hidrostática da água sobre o tórax e
abdómen; o segundo fator está relacionado à complacência pulmonar que pode diminuir, como
resultado do ingurgitamento vascular central (HALL et al., 1990).
Os objetivos gerais da hidroterapia são os de melhorar a circulação sanguínea, o equilíbrio e a força
muscular, diminuir as alterações tróficas e os edemas (quando presentes), restaurar a mobilidade
articular, reeducar a postura, manter os movimentos voluntários e/ou melhorar a coordenação
motora e treinar a marcha submersa.
10
tudo e de qualquer visão que a própria sociedade possa ter das pessoas com deficiência, essas
pessoas têm que superar as incapacidades das suas próprias deficiências. Têm o direito de se
superar, de se transcender, dentro das suas incapacidades. Mais do que pensar a deficiência como
universo dos outros, e a inclusão como a estratégia de integrar esses outros no mundo dos que lhe
são opostos, deve-se construir a perspetiva de que no universo dos seres humanos não há senão
seres diferentes a funcionar obrigatoriamente de forma diferenciada e que, a inclusão só faz sentido
se for uma estratégia educativa a aplicar a todos os seres independentemente das suas distintas
formas de ser, fazer ou estar, que o mesmo é dizer, de afirmar o "Ser".
Fonseca (1980) define a criança deficiente, tão objetivamente como sendo a criança que se desvia da
média ou da criança normal em seis parâmetros, sendo eles: i) características mentais; ii) aptidões
sensoriais; iii) características neuromusculares e corporais; iv) comportamento emocional e social; v)
aptidões de comunicação e; vi) múltiplas deficiências; até que se justifique a modificação das práticas
educacionais e a requisição ou a criação de serviços especiais, de educação especial no sentido de
desenvolver ao máximo as capacidades destas crianças.
11
ensino regular, uma vez que se baseia definindo o regime de educação especial a aplicar aos alunos
com necessidades educativas especiais dos níveis de ensino básico e secundário.
A inclusão e a escola inclusiva são termos referenciados em 1994, na Conferência Mundial de
Salamanca, por se considerar a inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais, em
classes regulares, como uma forma de igualar as oportunidades educacionais. É, então, que o termo
integração é substituído pelo de inclusão, no sentido de escola para todos.
De acordo com Correia (1997), o conceito de inclusão passa pela Inserção do aluno na classe regular,
onde sempre que possível, deve receber todos os serviços educativos adequados, contando-se para
esse fim, com um apoio pedagógico apropriado às necessidades verificadas.
A legislação atualmente a vigorar em Portugal, reporta-se ao Decreto-Lei nº 3/2008 publicado, em
Diário da República, a 7 de janeiro de 2008 que define os apoios especializados a prestar no sistema
educativo, na educação pré-escolar e nos ensinos básico e secundário, com vista à criação de
condições que permitam dar respostas adequadas aos alunos com necessidades educativas
especiais. Este decreto circunscreve a população-alvo da educação especial aos alunos com
limitações significativas ao nível da atividade e da participação num ou vários domínios da vida,
decorrentes de alterações funcionais e estruturais, de carácter permanente, resultando em
dificuldades continuadas ao nível da comunicação, aprendizagem, mobilidade, autonomia,
relacionamento interpessoal e participação social. De acordo com a Classificação Internacional de
Funcionalidade, importa conhecer, integralmente, o enquadramento legal das crianças com
Necessidades Educativas Especiais, para poder garantir mais oportunidades a crianças que são
biologicamente diferentes e que, em consequência disso, por uma questão de igualdade, deveriam
ser compensadas (Fonseca, 2008).
O Decreto-Lei nº 3/2008 estabelece as seguintes medidas educativas: - Apoio pedagógico
personalizado; - Adequações curriculares individuais; - Adequações no processo de matrícula; -
Adequações no processo de avaliação; - Currículo específico individual; - Tecnologias de apoio.
12
sociais vigentes. O mesmo autor, realça a necessidade de separar o significado de NEE com o de
possuir uma deficiência física ou intelectual uma vez que, todos nós podemos ter uma determinada
necessidade transitória ou um apoio suplementar para ultrapassar barreiras que se nos deparam
durante os processos de aprendizagem ao longo da vida. Para tal, é necessário distinguir se tais
necessidades são esporádicas ou de caráter permanente e se são ligeiras, médias ou profundas.
“Há uma necessidade educativa especial quando um problema (físico, sensorial,
intelectual, emocional, social ou qualquer combinação destas problemáticas) afeta a aprendizagem
ao ponto de serem necessários acessos especiais ao currículo, ao currículo especial ou modificado,
ou a condições de aprendizagem especialmente adaptadas para que o aluno possa receber uma
educação apropriada. Tal necessidade educativa pode classificar-se de ligeira a severa e pode ser
permanente ou manifestar-se durante uma fase do desenvolvimento do aluno”. (Brennan, 1988:36,
Cruz, 2012)
Através desta definição, dá-se ênfase ao tipo e grau de problemas na aprendizagem, passando à
classificação de ligeiros e temporários a severos e permanentes.
13
A natação adaptada, embora siga as regras da dinâmica da natação, modifica as técnicas de nado,
adequando-as para indivíduos que não possuam força ou flexibilidade necessária, ou mesmo falta de
resistência para executar os movimentos (Lépore et al., 1998).
A iniciação da natação em alunos com deficiência motora dá-se através do Método Halliwick, que
ensina desde o controle respiratório até aos movimentos básicos de um nado. A partir daí, são
utilizadas técnicas de aprendizagem dos nados como na natação normal, respeitando a
individualidade e a capacidade de cada pessoa (Castro, 2005).
O principal objetivo da natação adaptada é o de promover as atividades de forma lúdica e
desenvolver, de forma global, a estimulação e a aprendizagem, proporcionando uma interação
social, onde o indivíduo tenha a possibilidade de se sentir atuante e participativo na sociedade
(Jacinto, 2005).
O meio aquático promove o desenvolvimento global da criança com deficiência, na medida em que
contribui para o desenvolvimento da personalidade, melhoria da noção do corpo e do movimento
dos diferentes segmentos que o compõem, facilita a obtenção do controlo respiratório bem como
dos movimentos da cabeça e relaxamento (Rodrigues, 1999). A natação é uma atividade que treina o
corpo todo, sem provocar tensão ou esforço excessivo em qualquer parte do mesmo. Segundo este
autor esta atividade proporciona a oportunidade de melhorar a força e a resistência do sistema
cardiovascular e a resistência da força em geral. O movimento realiza-se num ambiente que contribui
para o bom condicionamento físico, pois para além do ligeiro aumento das secreções do corpo
também impele o relaxamento, estimula a circulação, a respiração e a resistência muscular (Adams
1985).
A diminuição da ação da gravidade, reduz a resistência, mas também facilita a execução, mobilidade
e amplitude dos movimentos (Lehmand, 1984). Por vezes, a natação proporciona situações de
estimulação e de aprendizagem em relação às quais a criança não desenvolveu ainda mecanismos de
defesa (desistência) perante as suas dificuldades, nem cristalizou em estratégias de aprendizagem
incorretas ou improdutivas. Pode pois ser uma atividade em relação à qual não se estabeleceu,
ainda, o ciclo vicioso de insucesso (Matos, 1981).
Assim, a natação pode ser um meio importante de facilitação ou desbloqueamento de certos aspetos
do desenvolvimento, quer do domínio motor, cognitivo, ou sócio-emocional (Price, 1980). Também
para Tsutsumi et al. (2004), a natação traz grandes contributos no processo de reabilitação, pelo seu
valor recreativo, terapêutico e também social. Segundo estes autores a natação reduz a
espasticidade, desenvolve a coordenação e a condição aeróbia resultando em menos fadiga. De
acordo com Jacinto (2005), a natação adaptada tem como principais objetivos melhorar a aptidão
física e a execução psicomotora; melhorar o desenvolvimento social e psicológico, a elevar a sua
auto-estima, a melhorar a segurança da criança nas horas de lazer, a aliviar a dor articular e
14
muscular, a deslocar-se de forma independente e segura sobre a água e a fortalecer o tónus
muscular. De acordo com Lepore et al. (1998), as atividades aquáticas ajudam a promover padrões e
possibilidades de movimentos que nunca tenham sido experimentados ou executados.
Segundo Campion (2000, cit. por Castro, 2005), o próprio meio, pode ajudar no alívio dos espasmos
musculares e consequentemente da dor. Também auxilia na amplitude dos movimentos; na
reeducação dos músculos paralisados; no aumento da tolerância dos exercícios; no fortalecimento
dos músculos, na manutenção e melhoramento da postura; na melhoria da circulação; no
encorajamento pelas atividades. Isto não significa que as dificuldades desaparecem. De facto, as
crianças com dificuldade de equilíbrio, de estruturação do esquema corporal e de orientação no
espaço são confrontadas com novos problemas nestes domínios. O professor, através de processos
metodológicos pode atuar sobre a causa das dificuldades e do insucesso, sem a eliminar, interferindo
sobre o processo de aprendizagem e de desenvolvimento do aluno, assim como sobre o grau dessa
interferência. Deste modo, os efeitos e as consequências podem ser minimizados e o processo de
aprendizagem otimizado, aproximando-se do que é normal e passando a serem controlados pelo
aluno (Matos, 1981).
A temperatura da água favorece o relaxamento e diminui a hipertonia muscular proveniente da
ansiedade, estimula a execução de diferentes movimentos dentro de água (Adams et al., 1985).
Massaud (2001) refere que através da prática da natação existem estímulos despoletados pela
contração e relaxamento muscular que são importantes para o desenvolvimento da musculatura e
da melhoria da postura corporal.
15
de água). Ao entrar num meio líquido, o indivíduo fica sujeito a um conjunto de estímulos que não
existem da mesma forma fora do mesmo. Assim, quando uma criança resolve iniciar a atividade física
na água, processam-se um conjunto de mudanças que passam por: alterações do equilíbrio, visão,
audição, respiração, das informações recebidas do meio — propriocetivas e do sistema
termorregulador do organismo (Carvalho, 1994).
De acordo com Sarmento (1982), o ser humano apresenta maiores dificuldades na adaptação ao
meio aquático, devido à influência do comportamento adquirido no meio terrestre. Ao confrontar-se
com estas dificuldades a criança aprende a controlar as suas reações, adaptando-se, tornando
possível a sua atuação de forma eficaz. Segundo Mota (1990), o meio aquático proporciona um
conjunto de atividades que promovem novas sensações e melhoram as habilidades motoras.
De acordo com Gutierres (2003) a atividade aquática facilita a perceção corporal, pois estimula e
fortalece os músculos paralisados, melhorando a postura e a mobilidade aperfeiçoando movimentos
básicos. No meio aquático a motricidade evolui duma posição vertical para horizontal, ao contrário
do que acontece no meio terrestre (Sarmento, 1979). Autores como Sarmento (1979) e Mota (1990)
defendem que são conteúdos essenciais para efetuar a adaptação ao meio aquático, tais como,
sensação de flutuação do corpo, a utilização dos membros para o equilíbrio, a habituação ao
mecanismo respiratório e à visão debaixo de água para o deslocamento.
Neste contexto Sarmento (1982) refere que na presença da ação da água, os padrões
comportamentais, sofrem alterações evidentes devidos, aos constantes desequilíbrios, à procura de
apoios fixos, à sensação desagradável de água na boca, nos olhos e nos ouvidos. Na adaptação ao
meio aquático a deslocação é o derradeiro objetivo, sendo antes importante perceber precisamente
as particularidades do meio, tais como o atrito e a impulsão (Abrantes, 1979). De acordo com
Sarmento (1979), devemos ponderar a existência de duas forças: a força da gravidade, que se
denomina por peso do corpo e se dirige de cima para baixo e a impulsão que está relacionada com a
massa de líquido deslocado ou o volume imerso. Segundo Abrantes (1979), o Homem pode penetrar
e deslocar-se no meio aquático comportando um atrito menor ao verificado no atrito do meio
terrestre, isto pois o meio terrestre não é deformável nem compressível. A impulsão é a primeira
força a surgir, fruto do volume de corpo inteiro e da densidade da água.
Mota (1990), refere que existem três fatores fundamentais, que não devem ser interpretados
isoladamente para a adaptação ao meio aquático: equilíbrio, respiração e propulsão. De acordo com
este autor, existem diferenças entre o meio aquático e o meio terrestre que provocam dificuldades
na adaptação do homem ao meio aquático. A posição horizontal é aquela que permite uma
deslocação, no meio aquático, mais proveitosa (Mota, 1990). De acordo com Sarmento (1979), é
necessário primeiramente solucionar questões de ordem psicológica para assim se efetuar a
mudança para a posição horizontal. Através da respiração, o homem encontra o equilíbrio. Quanto
16
maior for o volume de ar nos pulmões, maior volume corporal será imerso, logo os valores de
impulsão e o volume de água deslocada serão superiores (Abrantes, 1979). Este autor considera que
pela colocação dos segmentos corporais o corpo humano pode alterar a colocação do centro de
gravidade, centro de impulsão, ponto de aplicação da impulsão, ponto de aplicação do peso. Deste
modo uma coordenação correta possibilita a aquisição do equilíbrio. Sarmento (1982), considera que
o equilíbrio aquático relaciona-se com a propulsão. Os apoios contínuos e as deslocações
segmentares variadas possuem duas componentes, uma equilibradora e outra propulsora. No meio
aquático existe a necessidade ao contrário de no meio terrestre de adquirir automatismos
relacionados com o aumento de trocas respiratórias (Mota, 1990). Segundo Sarmento (1979), a
respiração é no meio aquático, um comando voluntário. A inspiração é automática e realiza-se
segundo os movimentos equilibradores e propulsores, a expiração é "forçada" e tem a intenção de
vencer a pressão hidrostática. Este autor refere, ainda, que a respiração prende-se com o domínio
respiratório total quer à superfície, quer debaixo de água. As adaptações respiratórias são muito
importantes quer ao nível aquático, quer ao nível propulsor, para o domínio do meio aquático.
Relativamente à propulsão, Abrantes (1979), menciona o problema de resistência oferecida pela
água e a inércia do próprio corpo provocam uma resistência ao avanço ou seja o atrito. Quando se
atinge o domínio do equilíbrio, é fundamental que se utilize o atrito de forma positiva uma vez que a
deslocação depende disso mesmo. A propulsão é um aspeto preponderante relativamente à
aquisição de motivação e confiança, pois é a partir dela que se torna possível a deslocação no novo
meio (Mota, 1990).
17
o mundo na qual ela constrói no dia-a-dia, com as estimulações e limitações impostas pelo meio e
pelas pessoas que convivem com ela, desenvolvendo-se movimentos como um ser integral, único e
social.
Os estímulos propostos pelo meio são importantes para que a criança seja estimulada a realizar
movimentos que antes eram limitados ou impossíveis, assim o professor exerce uma grande
influência no desenvolvimento desses indivíduos.
O desenvolvimento harmonioso das crianças depende também da quantidade e qualidade dos
estímulos proporcionados pelo meio ambiente. Através da experiência aquática surgirão relações
sociais, através de jogos e brincadeiras, estímulos visuais, sonoros, táteis e sinestésicos, através das
cores do ambiente, dos materiais utilizados, do som da água, das vozes e do suporte do professor.
Infere-se que a combinação de movimentos fundamentais com estímulos proporcionados pelo meio
aquático permita o maior e melhor desenvolvimento motor de cada criança (Rosa, Zani, Zanqueta, &
Couri, 2005).
Podemos perceber que a vivência no meio aquático é importante para qualquer criança, tornando-se
indispensável para as possuidoras de uma deficiência.
Para o desenvolvimento do aluno é importante que o professor disponha de habilidades e
conhecimentos que transformem a sua aula numa aprendizagem que agregue as aptidões e
habilidades dos alunos. O professor deve ser um transformador de ideias e trabalhar como um
multiprofissional, procurando e adquirindo noutras áreas de conhecimento, formas que o auxiliem a
promover capacidades dos seus alunos que antes não se manifestavam.
A maioria das crianças são bastante dinâmicas. Partindo desse princípio, Jahn (2009) salienta que não
existem crianças desatentas, o que acontece, inúmeras vezes, é o professor distraído que não
corresponde às expectativas dos alunos. Reforça ainda que nessa fase de estruturação da
lateralidade e das possibilidades do corpo nenhuma exigência deve ser feita com padrões de
movimentos e críticas às tentativas é dispensável.
Para o desenvolvimento motor da criança Lima (2007 cit in JAHN, 2009) afirma que “o problema não
é a mudança de conteúdos, mas a forma como eles são apresentados aos alunos. Os conteúdos,
informações e materiais são irrelevantes: fundamental é a forma como se “opera os dados da
realidade”.
Outro ponto importante é quanto ao meio aquático, na sua relação direta com as possibilidades de
movimentos existentes, o indivíduo passa a distinguir melhor as características psicológicas, bem
como a lateralidade, as noções de espaço, objetos e pessoas como reforça Moreno e De Paula (2007
cit in. Silva et al., 2009).
O ambiente aquático estimula o desenvolvimento corporal ao provocar movimentos de intensidades
e amplitudes diferentes, que muitas vezes não podem ser efetuados no solo; atua também no
18
âmbito psicológico, pelo controle do medo à água, contribui para a distinção de diferentes objetos,
espaços e pessoas. Além disso, pelas brincadeiras, são fornecidos estímulos externos que contribuem
para o desenvolvimento motor e cognitivo. Segundo Moreno e De Paula (2007 cit in. Silva et al.,
2009), a prática aquática auxilia a aquisição da independência e personalidade, podendo influenciar o
processo de aquisição da linguagem.
1.3.3 – O jogo
De entre os vários programas de exercício físico, as atividades aquáticas são possivelmente das mais
prescritas para crianças e jovens. Essa prática parece ter o seu auge entre os três e os onze ou doze
anos de idade. Os programas de atividades aquáticas nesta faixa etária têm um sentido: (i) utilitário -
de domínio do próprio meio já que não é específico do Ser humano; (ii) saúde – dadas as vantagens
fisiológicas e biomecânicas que o meio líquido apresenta para a prática de quer crianças ditas
saudáveis, quer das ditas “não-saudáveis” e; (iii) educativo – de desenvolvimento psicomotor, social
e cognitivo dos seus praticantes.
Tradicionalmente um programa introdutório às atividades aquáticas implicam um processo de
familiarização e adaptação com o meio aquático.
Os programas introdutórios, quando implementados em crianças e jovens, têm uma forte adesão por
parte de alunos na faixa dos três aos seis ou sete anos de idade.
Durante décadas os modelos de ensino-aprendizagem da adaptação ao meio aquático propostos
caracterizavam-se por estilos de ensino mais rígidos e formais (Catteau e Garoff, 1988). Onde a
essência do programa estava na habilidade que tinha de ser realizada. Com efeito, a prática analítica
das habilidades era também uma constante. Hoje em dia, os estilos de ensino na adaptação ao meio
aquático acompanham a tendência de outras atividades aquáticas (p.e. Barbosa e Queirós, 2004;
Barbosa et al., 2010; 2011; Langendorfer et al., 1988; Moreno, 2001; Moreno e Gutiérrez, 1998) e
inclusive paradigmas de ensino alicerçados na componente lúdica e no jogo. Um estilo de ensino
mais diretivo alicerça-se no pressuposto que a cada estímulo existe apenas uma resposta. Um estilo
de ensino mais lúdico fundamenta-se na proposta de uma tarefa com um determinado objetivo onde
podem existir múltiplas soluções corretas. Ora dada a faixa etária a que se destinam a maioria dos
programas de adaptação ao meio aquático, um estilo de ensino menos formatado, que dê uma maior
liberdade criativa ao aluno será uma mais-valia para o desenvolvimento de todo o seu vocabulário
motor. Uma outra vantagem deste estilo de ensino decorre do facto de estes programas serem o
primeiro contacto da criança com o meio aquático o que se pode revelar como assustador e
constrangedor. A opção por situações lúdicas na primeira etapa do programa também serve de
algum modo para facilitar a criação de empatia entre o professor e o aluno, assim como, motivar o
aluno a participar nas tarefas propostas e dessa forma se libertar de algum receio que tenha.
19
Ofertar as atividades recreativas e gerar o prazer do ser humano em contato com a água caracteriza
papéis fundamentais da atuação profissional do professor.
A variação do jogo para as crianças com NEE e para as crianças não deficientes ocorre apenas nas
estratégias de ensino. As estratégias de ensino devem priorizar as características de desenvolvimento
biológicas, afetivas e cognitivas, assim como os interesses, as capacidades, as limitações e as
necessidades das crianças com NEE. O professor deve enfatizar os jogos cooperativos, que estimulam
a participação de todos os alunos, em que cada um contribui e participa da atividade, de acordo com
a sua capacidade (Costa e Silva et al., 2010)
20
1.4 – Instalações
O complexo das piscinas municipais de Lousada é composto por dois tanques cobertos, um tanque
de aprendizagem com 16 metros de comprimento por 8 metros de largura com uma profundidade
de 1 metro numa extremidade e 1,20 metros na outra com uma temperatura constante de 32oC por
onde o acesso pode ser feito por escadas ou cadeira elevatória para utentes com mobilidade
reduzida. Possui um tanque desportivo, com 25 metros de comprimento por 16 metros de largura
com uma profundidade de 1,80 metros nas extremidades e 2 metros no meio com uma temperatura
da água compreendida entre os 26oC e os 29oC. No exterior tem um tanque de recreio e diversão em
forma de “feijão” com profundidades de 0,60m metros numa extremidade e 2 metros noutra
extremidade e um chapinheiro com 0.45 m de profundidade.
1.5 – Percurso profissional: contacto com crianças com Necessidades Educativas Especiais
Ao longo dos meus 10 anos de experiência profissional, estes foram preenchidos como professor de
natação iniciação, aperfeiçoamento e natação individualizada, na Empresa Municipal Lousada Séc.
XXI, na qual até à presente data, também leciono a disciplina de Atividade Física e Desportiva
(Natação) às escolas do primeiro ciclo do conselho de Lousada. Neste meu percurso tive o privilégio
de puder trabalhar com um variado leque de alunos, entre eles, crianças e adultos com
necessidades especiais. Ao longo das aulas pude aperceber-me das reais necessidades e obstáculos
enfrentados pelos alunos. Porém, o meu trabalho foi sempre executado, utilizando os meios
disponíveis, com o objetivo de promover e potencializar o desenvolvimento fisiológico, psicossocial
e cognitivo dos alunos. Ao longo destes anos por mim passaram vários casos de crianças com
necessidades educativas especiais, podendo salientar os 2 casos abaixo referidos, como casos de
maior sucesso, os quais me deram um gozo especial pelas adversidades e resultados obtidos.
21
2 – Abordagem prática
em meio aquático
22
2.1 – Abordagem prática a crianças com Necessidades Educativas Especiais
Das experiências profissionais por mim vivenciadas no Ensino Regular da Educação Física a alunos
com NEE, pretendo destacar aquelas em que as intervenções realizadas na vertente da minha
disciplina surtiram um maior impacto no processo de aprendizagem do aluno com NEE: O papel da
Educação Física na aprendizagem de alunos com NEE.
De acordo com o tema abordado, especiais, são crianças que de alguma maneira apresentam uma
disfunção motora, sensorial ou mental, dificuldades de linguagem, de audição e de visão. Neste meu
trabalho vou-me alargar em classificar e conceituar os objetos de investigação, ou seja, crianças com
Paralisia Cerebral (PC) e Síndrome de Down (SD) com ou sem distúrbios associados.
2.1.1.1 – Definição
Síndrome de Down (SD) ou Trissomia 21 (T21) é uma deficiência mental de origem genética, que
representa a anomalia múltipla congénita mais comum nos humanos (Pinter et al., 2001).
O indivíduo portador de SD, apresenta uma série de problemas médicos associados à sua condição e
que podem ter repercussões negativas no desenvolvimento da criança portadora de SD (Burns e
Gunn, 1993).
De acordo com Oliveira (2006), em qualquer criança, será necessário analisar e potenciar as suas
capacidades e habilidades, estando sempre presente que as crianças com SD não vão ter as mesmas
capacidades comunicativas, de autonomia ou destreza.
Será, então, do senso comum, que quanto mais cedo for a intervenção precoce, maior será a
qualidade e esperança de vida, atingindo-se um melhor estado de saúde, uma maior autonomia
pessoal e uma melhor integração na comunidade dos indivíduos com este síndrome.
2.1.1.1.1 – Etiologia
Esta patologia resulta de uma alteração na organização genética e cromossómica do par 21, com
presença total ou parcial de um cromossoma 21 extra nas células do organismo, ou de uma alteração
dos cromossomas do par 21, por permuta de pares com outro par. (Oliveira, 2006).
Assim, e de acordo com a mutação genética ocorrida, o SD apresenta-se sob uma das três
modalidades: T21 livre (95%), translocação (4%) e mosaicismo (1%).
Morato (1995), refere que em qualquer um dos casos, a alteração deve-se à divisão celular de forma
irregular, cuja origem pode ser acidental, circunstancial ou predisposição genética.
23
Existe, assim, uma diversidade de situações que variam extraordinariamente de pessoa para pessoa,
dependendo dos genes que estejam ativos e da interação estabelecida com os restantes do seu
genoma (Florez, 1999).
2.1.1.2 – O aluno
2.1.1.2.1 – Características específicas
O João é um rapaz atualmente com 11 anos e iniciou as aulas de natação individualizada com 9 anos,
tendo em conta que quando iniciou as aulas de natação, o aluno nunca tinha tido contacto com o
meio aquático nestes moldes. O aluno apresenta um défice cognitivo, excesso de peso não sendo
considerado obeso, hipotonia definida por fraqueza muscular e associado à hipotonia e ao défice
24
mental uma mobilidade reduzida. Nas primeiras aulas o aluno apresentou um défice de atenção,
quanto às atividades propostas e por consequência dificuldade na adaptação ao professor, situações
estas que se vieram a atenuar com o decorrer das aulas.
25
De acordo com o esperado, e numa primeira fase, o aluno demonstrou dificuldades e desinteresse
em imergir a cara. Este facto, tornou-se no meu principal objetivo, com o intuito de promover a
adaptação ao meio aquático bem como a expiração dentro de água.
No decorrer das aulas e de acordo com as atividades propostas foi possível registar várias tentativas
de colocar a cara dentro de água, tentando imitar os outros e o professor. Assim, alguns exercícios
como o de empurrar uma bola com o sopro, com o nariz e de seguida com a testa, também o de
tentar alcançar objetos no fundo da piscina, resultaram no alcance do objetivo pretendido: promover
a habituação da água no rosto e de seguida o de colocar o rosto dentro de água.
Após a imersão do rosto, o aluno vivenciou a apneia, bloqueando a respiração e só expirando quando
emergia. Ao longo das aulas essa ação foi diminuído demonstrando cada vez mais o domínio sobre o
meio aquático. Considero que nesta etapa foram muito importantes os feedbacks positivos face às
ações realizadas pelo aluno.
Após o domínio dos conteúdos anteriores, foi apresentada ao aluno a propulsão ventral com apoio
de material flutuador, como forma de deslocamento. Neste ponto da adaptação ao meio aquático o
aluno demonstrou algum medo em tirar os pés do chão. Como forma de superar este desafio, foram
propostas ao aluno ações motoras que implicassem pequenos saltos para a frente sempre com o
apoio de material flutuador. O aluno demonstrou vontade e alguma renitência em relação a esta
atividade, mas utilizando uma vez mais uma componente lúdica, foi possível alcançar o objetivo
pretendido: retirar os pés do chão e adquirir a posição horizontal ventral.
No seguimento deste trabalho, consegui levar o aluno para a parte mais funda do tanque de
aprendizagem (120cm), e dar a conhecer ao aluno que na parte onde estava não poderia colocar os
pés no chão sem colocar a cabeça dentro de água. Ao aperceber-se que perdera o apoio do chão,
sugeri que realiza-se o batimento de pernas e que fosse orientando-se para a parte mais baixa do
tanque. Após várias repetições desta ação motora a propulsão ficou cada vez mais presente e foi
sendo executada com melhor coordenação motora.
Atualmente, o aluno consegue realizar pequenos deslizes sem o apoio do material flutuador, executa
a pernada de crawl com apoio da placa, recupera objetos do fundo da piscina, coloca a cabeça
dentro de água por livre vontade, em situação de apneia ou recorrendo à expiração, quando
solicitada. Porém, o aluno com a ajuda de material flutuador ainda não consegue adquirir a posição
horizontal dorsal sem o apoio do professor, e quando com a ajuda do professor mostra-se
desconfortável apresentando uma tensão muscular e rápida vontade de colocar os pés no chão.
É de salientar o horário da aula, sendo esta lecionada em simultâneo a uma aula de iniciação para
crianças, permite a interação entre alunos e sempre que possível o aluno é incluído nos jogos da
turma, procurando desta forma privilegiar o trabalho em equipa, visto que os jogos de grupo
fornecem a oportunidade de realizar um trabalho cooperativo. Desta forma, o aluno aprendeu a
26
manter o respeito, a partilhar e a trabalhar de forma esforçada para chegar a uma conclusão ou
resolver um problema. Adquiriu noções de entreajuda, partilha e solidariedade.
Foi evitada a monotonia, tendo sido propostas atividades diversificadas e lúdicas o que acabou por se
traduzir numa maior motivação e envolvência do aluno, pois o prazer sentido durante a natação
jamais será esquecido pelo aluno.
Desta forma, as emoções incitadas durante as aulas poderão ser transformadas em conhecimento.
2.1.1.2.4 – Resultados
Consegui atingir alguns dos meus objetivos, o aluno está muito mais sociável, consegue identificar e
realizar os exercícios quando solicitados como, fazer imersões, recuperar objetos do fundo da
piscina, deslocamentos em decúbito ventral com apoio de material flutuador e apresentação de
pequenos deslizes também em decúbito ventral sem apoios. O aluno atualmente ainda demonstra
alguma renitência quanto ao deslocamento em decúbito dorsal.
2.1.2.1. – Definição
Em 1964, Bax, usou o termo Paralisia Cerebral (P.C.), pela primeira vez ao referir-se a “uma
desordem do movimento e postura em consequência de um defeito ou lesão num cérebro imaturo”
(Montenegro, 2011).
De acordo com o comité de “American Academy for Cerebral Palsy and Development Medicine” P.C.
é descrita como um “grupo de desordens do desenvolvimento do movimento e da postura causando
limitação na atividade, que é atribuída aos distúrbios não progressivos que ocorrem no
desenvolvimento fetal ou num cérebro imaturo”.
Segundo a Comissão Mundial de Paralisia Cerebral, 1988, a P.C. é um distúrbio de postura e
movimento persistente, causado por lesão no sistema nervoso em desenvolvimento, antes, durante
ou após o nascimento, nos primeiros meses de lactância. (Griffiths & Clegg,1998).
Martins (2008), considera a P.C. como um conjunto de desordens permanentes, mas não imutáveis,
provocadas por uma lesão cerebral. É caracterizada por disfunções de carácter neurológico e
muscular que afetam a mobilidade e o controlo motor, reportando o termo cerebral para as funções
do cérebro e o termo paralisia para as desordens de movimento e de postura.
Fonseca (1999, Silva, 2013), define P.C. como uma encefalopatia crónica infantil não-progressiva ou
uma disfunção neuromotora, decorrente de lesões ocorridas num encéfalo em desenvolvimento,
levando a distúrbios de motricidade, tónus e postura, podendo ou não ter comprometimento
cognitivo.
27
2.1.2.1.1. – Etiologia
Ao conhecermos as causas originárias de uma lesão cerebral, podemos atuar precocemente sobre as
sequelas destas resultantes e conseguiremos, de igual modo, estabelecer uma profilaxia correta, que
poderá ajudar na prevenção da etiologia das lesões cerebrais.
Assim, Martins (2008), distingue três grandes fatores:
Fatores pré-natais (1%): predisposição familiar, infeções (rubéola, citomegalovirus,
toxoplasmose), trauma físico, diabetes, toxemia, infeções da gravidez (intra-uterinas em especial as
virais), anomalias da placenta, baixo peso para a idade de gestação, intoxicações (agentes tóxicos,
medicamentosos),exposição a radiações;
Fatores perinatais (95%): anóxia ou hipóxia, hemorragia intracraniana, prematuridade,
sofrimento fetal, parto prolongado ou distócico, icterícia grave, desequilíbrio hidra eletrolítico,
hipoglicémia, convulsões, sépsis, traumatismos mecânicos de parto
Fatores pós-natais (4%): trauma físico, infeção (ex.: meningite), acidentes vasculares, anóxia,
tumores, hidrocefalia, traumatismo cranioencefálico, meningoencefalite, abcesso cerebral,
desequilíbrio hidroelectrolítico grave.
2.1.2.1.2. – Classificação
Apesar do quadro sintomatológico da P.C. ser uma entidade aberta, Shepherd,R (1996, Silva, 2013),
classifica a sua tipologia em: espástica; atetósica; atáxica; rígida; mista; tremor; e coreica.
Forma Espástica: é a mais comum. Afeta a fala e os sons são emitidos de forma distorcida ou
mal pronunciada. Os movimentos são involuntários, descoordenados e lentos.
Forma atetósica: presença de movimentos involuntários (atetose), distonia e alguns casos de
rigidez muscular. Pode estar envolvido os quatro membros;
Forma hipotônica: apresenta grave depressão da função motora e fraqueza muscular. Algumas
crianças hipotônicas evoluem para atetose ou espasticidade;
Forma atáxica: apresenta sinais de comprometimento do cerebelo, manifestando-se por ataxia
(por exemplo, dismetria).
Forma mista: combinam-se as características das formas, espástica, atetósica e atáxica.
Associado a esta classificação estão os distúrbios que normalmente acompanham a P.C.,
nomeadamente, a alteração da visão, da audição, sucção, deglutição, fala, comportamento e
deficiência mental e, também, a epilepsia. Estas alterações delimitam as suas dificuldades no âmbito
escolar e, por isso, será necessário adotar estratégias e apoios pedagógicos específicos, com vista ao
sucesso do aluno.
28
2.1.2.2 – O aluno
29
o objetivo de melhorar a coordenação motora, passando a verificar-se uma propulsão. De seguida,
foi apresentada a pernada de costas com apoio de material flutuador. Esta foi bem-sucedida e o
aluno alcançou o deslocamento horizontal.
No seguimento da planificação elaborada foi apresentado ao aluno o estilo de crawl, a
descoordenação motora manteve-se evidente, principalmente no ensino da braçada, embora
tenham sido verificadas melhorias na execução global desta técnica de nado.
Demonstrando o aluno cada vez mais interesse pela forma lúdica, e começando a ignorar as
aprendizagens anteriores foi proposto o uso de material flutuador. A presença do professor na água
e a experimentação na piscina grande, acabaram por ser fatores determinantes para que o aluno
realizasse as atividades propostas.
Procurei sempre motivar, incentivar e presentear a autonomia do aluno para a realização das tarefas
propostas.
2.1.2.2.4 – Resultados
Consegui atingir os meus objetivos, o Octávio é um aluno autónomo e encontra-se a frequentar a
piscina grande desde os seus 10 anos, conseguindo alcançar objetos nas várias profundidades da
piscina grande (1,80M e 2M). No que respeita às técnicas de nado, já consegue nadar Crawl de uma
forma autónoma sem apoios e realiza, sempre que solicitada, a respiração ao longo do nado.
Conseguiu aprender a nadar o estilo de costas sem apoio de material flutuador, embora apresente
grande dificuldade na coordenação e manutenção da posição de decúbito dorsal.
Considero ser relevante o facto de o aluno já ter participado em algumas provas de natação
adaptada, todas estas realizadas no complexo das piscinas municipais de Lousada, demonstrando
sempre um carácter competitivo e responsável, procurando alcançar sempre os seus objetivos
propostos.
30
3 – Conclusão
31
Conclusão
Como foi apresentado neste trabalho, o meio aquático é capaz de promover o bem-estar físico,
psíquico e social, essencialmente nas crianças. A natação é um desporto constituído por movimentos
específicos considerados habilidades motoras que permitem ao indivíduo deslocar-se na água.
O desenvolvimento motor é um processo de mudança nas ações motoras de maneira contínua e
permanente, sendo influenciado por fatores extrínsecos e intrínsecos à atividade desenvolvida.
Como em qualquer outro desporto, a natação, é constituída por habilidades motoras, não inibindo a
criatividade. Isto permite à criança a exploração e manuseamento do meio, contribuindo para a
estruturação do seu esquema corporal e desenvolvimento motor.
Dado o crescimento repentino, em jovens com idades compreendidas entre os 11 e os 15 anos, estes
encontram na natação o benefício para o desenvolvimento motor, uma vez que, este desporto atua
como o fator auxiliador do reequilíbrio e também para o aumento de movimentos ao seu acervo
motor. As duas crianças continuam a frequentar as atividades aquáticas como alunos da escola de
natação, continuando desta forma a promover o seu desenvolvimento das habilidades aquáticas.
32
Bibliografia
33
A A M R . (2002). Mental retardation: definition, classification, and systems of supports. Washington,
DC, USA: AAMR.
Adachi, E., & Fosatto, R. E. (1988). Pesquisa de campo sobre terapia em piscina. São Paulo.
Adams, R. C., Daniel, A. N., Cubbin, J. A., & Rullman, L. (1985). Jogos, esportes e exercícios para o
deficiente físico. São Paulo: Editora Manole Ltda.
Alonso, M. Â., & Bermejo, B. G. (2001). Atraso Mental. Amadora: Edições McGraw-Hill.
Archer, R. B. (1998). Natação adaptada: metodologia de ensino de crawl e peito com fundamentação
psicomotora para alunos com síndrome de Down. São Paulo: Ícone.
Bates, A., & Hanson, N. (1998). Exercícios aquáticos terapêuticos. São Paulo: Manole.
Bax, M. C. (junho - 1964). Developmental Medicine & Child Neurology: TERMINOLOGY AND
CLASSIFICATION OF CEREBRAL PALSY (3 ed., Vol. 6). Mac Keith Press.
Becker, B. E., & Cole, A. J. (2000). Terapia aquática moderna. São Paulo: Manole.
Burns, Y., & Gunn, P. (1993). Down Syndrome: Moving Through Life. Londres: Chapman & Hall.
Carvalho, C. (1994). Natação - contributo para o sucesso do ensino aprendizagem. Edição do Autor.
Castro, E. M. (2005). Actividades Aquáticas. Em Actividade Física Adaptada. Ribeirão Preto. São
Paulo: Tecmedd.
Catteau, R., & Garoff, G. (1988). O ensino da natação (3 ed.). São Paulo: Manole.
Costa e Silva, T. A., & Gonçalves, K. G. (2010). Manual de Lazer e Recreação: o mundo lúdico ao
alcance de todos. São Paulo: Phorte Editora.
Dias, J. (2001). Cidadania e Deficiência. Colecção Rumos e Perspectivas. Évora: Associação Pós-Pólio
de Portugal.
Emery, A. E. (1993). Duchenne muscular dystrophy. USA: Oxford Monograph Med. Genetics.
Ferreira, L., Gripa, D. W., Conceição, I. E., Piemontez, G. R., & Martins, A. C. (Dezembro de 2010).
Natação para Crianças com deficiência física e seu desenvolvimento psicomotor.
EFDeportes.com, Revista Digital. Ano 15. n 151.
34
Filho, E. X., & Manoel, E. J. (Abril de 2002). Desenvolvimento do comportamento motor aquático:
implicações para a pedagogia da natação. Revista Brasileira Ciência e Movimento, V 10. n 2.
Fonseca, V. (1980). Reflexões sobre a Educação Especial em Portugal (1ª ed.). Lisboa: Moraes
Editores.
Geytenbeek, J. (2002). Evidence for effective hidrotherapy. Em Phisiotherapy (9 ed., Vol. 88, pp. 514-
529). Elsevier.
Griffiths, M., & Clegg, M. (1998). Cerebral Palsy: Problems and Practice. Londres: Souvenir Press.
Gutierres Filho, P. (2003). A psicomotricidade relacional em meio aquático. Barueri, São Paulo:
Manole.
Hall, J., Bisson, D., & O'Hare, P. (1990). The phisiology of imersion. Physiotherapy, v. 76, n 9, 517-21.
Hinmann, R. S., Heywood, S. E., & Day, A. R. (2007). Aquatic Physical Therapy for Hip and Knee
Osteoarthritis: Results of a Single-Blind Randomized Controlled Trial. Phys Ther, 87(1): 32-43.
Jacinto, R. (2005). Natação Adaptada para crianças com Necessidades Especiais. Natal.
Kapandji, A. I. (2000). Fisiologia articular (5ª ed.). São Paulo: Panamerica editora.
Lehmand, R. (1984). Ensino da natação em deficientes graves. Ministério da Educação, Direcção Geral
dos Desportos.
Lépore, M., Gayle, G. W., & Stevens, S. F. (1998). Adapted aquatics programming: a professional
guide. Champaing: Human Kinects.
Montenegro, S. C. (2011). Participação de crianças com Paralisia Cerebral nas rotinas diárias -
Estudos de caso. (Mestre). Porto.
Mota, J., & . (1990). Aspectos Metodológicos do Ensino da Natação. Porto: AE da FCDEF-UP.
Moura, & Castro, J. A. (2002). Desporto para Deficientes - Problemas Contemporâneos. Em Esporte e
Actividade Física - Interacção entre Rendimento e Qualidade de Vida. São Paulo: Manole.
Nordin, M., & Frankel, V. H. (2003). Biomecânica básica do sistema musculoesquelético (3ª ed.). Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan.
35
Oliveira, M. A. (2006). O Desenvolvimento de Preferência Manual e sua Relação com a Proficiência
Manual: Estudo em Crianças Portadoras de Síndrome de Down e Crianças Ditas Normais, em
Idade Pré-Escolar. Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Porto.
Pennington, B. F., Moon, J., Edgin, J., Stedron, J., & Nadel, L. (Jan- Fev de 2003). The Neuropsychology
of down Syndrome: Evidence for Hippocampal Dysfunction. (S. f. Development, Ed.) v 74. n 1,
75-93.
Pinter, J. D., Brown, W. E., Eliez, S., Schmitt, J. E., Capone, G. T., & Reiss, A. L. (10 de Abril de 2001).
Amygdala and hippocampal volumes in children with Down syndrome: a high-resolution MRI
study. Department of Neurology, University of Washington School of Medicine, Seattle, USA,
V 56. n 7, 972-4.
Price, R. (1980). Physical Education and the Physically Handicapped Child. London.
Rosa, M. R., Zani, F. R., Zanqueta, P., & Couri, V. C. (2005). Desenvolvimento de habilidades motoras
e capacidades físicas em crianças através da natação: dados preliminares. Revista Fafibe
Online. Ano 01, n. 01 jul/06.
Ruoti, R. G., Morris, D. M., & Cole, A. J. (2000). Reabilitação Aquática. São Paulo: Manole.
Santos, S., & Souza, S. P. (2010). Atividades aquáticas: contribuição para o desenvolvimento
psicomotor no ínicio da infância. Minas Gerais: Cooperativa do Fitness.
Sarmento, P. (1979). O meio Aquático na Formação das Crianças. Em R. Fernandes, J. V. Silva, & J. P.
Vilas-Boas, Natação: Vivências Específicas e Conhecimentos Teóricos Básicos. Porto: AE da
FCDEF-UP: Colectânea de textos.
Sherril, C. (1998). Adapted physical activity, recreation and sport: crossdisciplinary and lifespan.
Boston: MacHraw-Hill.
Silva, J. F. (2013). Impacto músculo-esquelético das tarefas dos cuidadores de crianças com Paralisia
Cerebral. Braga: UM.
Silva, R. R., Sousa, S. B., & Vidal, M. H. (Maio/Ago de 2008). Dilemas e perspectivas da educação física
diante do paradigma da inclusão. Revista Pensar a Prática, Goiânia, v. 11 n. 2, 125-135.
Skinner, A. T., Thomson, A. M., & Duffield. (1985). Exercícios na água (3ª ed.). Manole.
Tovin, B. J., Wolf, S. L., Greenfield, B. H., Crouse, J., & Woodfin, B. A. (1994). Comparison of the
effects in water and on land on the rehabilitation of patients with intra-articular anterior
cruciate ligament reconstructions. Phis Ther, 74(8): 710-19.
Tsutsumi, O., Cruz, V. S., Chiarello, B., Belasco, D. J., & Alouche, S. R. (2004). Os Benefícios da natação
adaptada em indivíduos com Lesões Neurológicas. Revista de Neurociências, V 12 n 2, 1-8.
Varela, A., Duarte, A., Sereno, A., Dias, A., & Pereira, B. (2000). Intervenção Terapêutica em Meio
Aquático para Populações Especiais. Lisboa: Associação Portuguesa dos Técnicos de Natação.
36
Velasco, C. G. (2006). A luz da psicomotricidade. São Paulo: Phorte.
Venditti Júnior, R., & Santiago, V. (Fevereiro de 2008). Ludicidade, diversão e motivação como
mediadores da aprendizagem infantil em natação: propostas para iniciação em atividades
aquáticas com crianças de 3 a 6 anos. EFDeportes.com. Revista Digital. Ano 12. n 117.
37
38