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Ano XXVI- outubro/2014 nº277 - R$ 13,00 - www.musitec.com.

br

TÉCNICO DE SOM AO VIVO


Saiba tudo sobre a profissão e veja como se tornar um deles

SUBWOOFER H.SETTE
2X18” SW6000ND
O passo a passo do mais recente
projeto do Prof. Homero Sette
PROJETOS DE ACÚSTICA,
ÁUDIO E VÍDEO
do Santuário de Adoração T E M A S DE
SI S
Perpétua, em Caratinga-MG N O R I Z AÇÃO
SO
MIXAGEM PARTte:Ea p1ró7xima
Ambien tapa
e
Preparando uma sessão para mix
A luz de 220 Volts, espetáculo do comediante Paulo Gustavo
A
CEN

SET Expo 2014: Os destaques da edição de estreia da feira


Z&
LU

Atalhos para a aplicação de marcas d’água no Final Cut áudio música e tecnologia | 1
2 | áudio música e tecnologia
áudio música e tecnologia | 1
ISSN 1414-2821
edITorIaL
Áudio música & Tecnologia
ano XXVI – Nº 277 /outubro de 2014
Fundador: Sólon do Valle

Variedade, Direção geral: Lucinda diniz -


lucinda@musitec.com.br
Edição jornalística: marcio Teixeira

qualidade e quantidade
consultoria de Pa: carlos Pedruzzi

coLaBoraram NeSTa edIÇÃo


anderson Pereira, cristiano moura, denio
costa, enrico de Paoli, Homero Sette,
Nessa edição da AM&T, como você já pôde ter uma noção pela capa, conse-
Lucas ramos, Luciano alves, mauro
guimos juntar muito material diferente e interessante para o nosso estimado Ludovico, renato muñoz, ricardo Honório e
leitor. Nossa matéria principal é um mergulho na profissão de técnico de Walter costa.
som. Como diriam no Globo Repórter, “o que fazem?”, “como fazem?”, “o que
precisam saber?”. É um texto que vai esclarecer muitas mentes interessadas redaÇÃo
pela carreira. Quem é da área e já leu, gostou muito. Confira! marcio Teixeira - marcio@musitec.com.br
rodrigo Sabatinelli - rodrigo@musitec.com.br
Outro grande momento desta edição é o texto de Denio Costa sobre os pro- redacao@musitec.com.br
jetos de acústica, áudio e vídeo do Santuário de Adoração Perpétua, um dos cartas@musitec.com.br
símbolos da cidade mineira de Caratinga. Tudo em detalhes, numa matéria
dIreÇÃo de arTe e dIaGramaÇÃo
ricamente ilustrada, para que você veja e entenda todos os porquês dos pro-
client By - clientby.com.br
jetos, conferindo ainda diversos “antes e depois”. Texto de grande força tam-
Frederico adão e caio césar
bém é o escrito por Homero Sette e Mauro Ludovico, que começa a explicar
(sim: é uma série que tem início este mês!) a criação do mais recente pro- assinaturas
jeto do Professor Homero Sette: o subwoofer H.Sette 2x18” SW6000nd, da Karla Silva
4VIAS. Para quem aprecia som e um texto recheado de informações funda- assinatura@musitec.com.br
mentais espalhadas por gráficos, tabelas e imagens, temos um prato cheio. É
começar a ler agora e acompanhar a continuação nas próximas AM&T. Distribuição: eric Brito

E por falar em série, em mais um capítulo de As partes de um sistema de Publicidade


mônica moraes
sonorização, que o Notícias do Front de Renato Muñoz nos brinda, o tema
monica@musitec.com.br
abordado agora é algo que sempre fala alto na hora de se acertar um som: o
ambiente. Não tem jeito: é ler e aprender, obtendo conhecimento profissional
Impressão: ediouro Gráfica e editora Ltda.
precioso de um dos maiores técnicos do país.
Áudio música & Tecnologia
E você acha que para por aí? Nada disso. Rodrigo Sabatinelli e Anderson Pe- é uma publicação mensal da editora
reira apresentam uma matéria sobre o som do Rio das Ostras Jazz & Blues música & Tecnologia Ltda,
Festival, evento que movimenta a Região dos Lagos fluminense e que cresce cGc 86936028/0001-50
em importância a cada ano. Pegue fôlego, pois também temos nessa 277 os Insc. mun. 01644696
cabos em evidência na seção Em Casa; Walter Costa falando sobre o preparo Insc. est. 84907529
de uma sessão para mix; Cristiano Moura perguntando se o “tudo em um” Periodicidade mensal
Waves H-EQ Hybrid Equalizer poderá ser o seu último equalizador; a seção
aSSINaTUraS
Sonar com Luciano Alves abordando mais pontos referentes ao QuadCurve e
Tel/Fax: (21) 2436-1825
Enrico De Paoli nos lembrando, com bastante humor e experiência, como o
(21) 3435-0521
que, sonicamente falando, um dia esteve no auge e depois caiu no ostracis-
Banco Bradesco
mo pode muito bem ter seu lugar de volta, se bem empregado. ag. 1804-0 - c/c: 23011-1

No caderno Luz & Cena a capa vai par a a luz do espetáculo 220 Volts, do Website: www.musitec.com.br
comediante Paulo Gustavo, e outro destaque é a supercobertura da edição
de estreia da SET Expo, que já nasce como a maior feira de broadcast & new distribuição exclusiva para todo o Brasil
media da América Latina. Se você não pôde ir ao evento, terá a oportunidade pela dinap S/a – distribuidora Nacional de
de ver tudo o que de mais importante aconteceu lá. Publicações, rua dr. Kenkiti Shimomoto, nº
1678, ceP 06045-390 – São Paulo – SP”
Boa leitura!
Não é permitida a reprodução total ou
parcial das matérias publicadas nesta revista.
Marcio Teixeira
am&T não se responsabiliza pelas opiniões
de seus colaboradores e nem pelo conteúdo
2 | áudio música e tecnologia dos anúncios veiculados.
áudio música e tecnologia | 3
32 44 santuário de adoração Perpétua
em detalhes, os projetos de acústica,
áudio e vídeo do grandioso ponto turístico
soM PRa da cidade mineira de caratinga
denio costa
GaLERa
Tudo sobre o universo
do técnico de Pa
50 criando o subwoofer H.sette 2x18” sW6000nd (Parte 1)
o passo a passo do mais recente projeto
rodrigo Sabatinelli
do Professor Homero Sette
Homero Sette e mauro Ludovico

56 Mixagem
Preparando uma sessão pra mix:
a criatividade é como um rio: fluida!
14 Em casa
conexões analógicas (Parte 1): cabos Walter costa
Lucas ramos
60 sonar
20 Plug-ins
Waves H-eQ Hybrid equalizer: Seria
equalizador Quadcurve do Sonar X3 Producer:
View/mIdI microscope
este o seu último equalizador? Luciano alves
cristiano moura
96 Lugar da Verdade
26 notícias do Front
as Partes de um Sistema de Sonorização (Parte 17):
Fora de moda (mas com estilo)
enrico de Paoli
o ambiente – a próxima etapa do sistema
renato muñoz

38 Rio das ostras Jazz & Blues Festival seções


Tudo sobre o som do evento que movimentou
a região dos Lagos, no rio de janeiro editorial 2 notícias de mercado 6
rodrigo Sabatinelli e anderson Pereira novos produtos 10 índice de anunciantes 95

69 76
evento
SeT expo 2014: os destaques da edição de estreia
capa da feira de equipamentos e tecnologias para TV,
rádio e telecomunicações
alta Voltagem: Tudo sobre a por marcio Teixeira
luz de 220 Volts, espetáculo do
comediante Paulo Gustavo
por rodrigo Sabatinelli
90
final cut
ProdUToS ........................................... 64 marca d’água: atalhos para a sua aplicação
em Foco .............................................. 66 por ricardo Honório

4 | áudio música e tecnologia


áudio música e tecnologia | 5
nacionais de pró-áudio e showbusiness ainda
têm muito a evoluir

notícias de mercado

SOB EXPECTATIVA DO MERCADO, GRUPO


RENAER REALIZA O ÁUDIO & MÚSICA BRASIL
De 20 a 23 de agosto, a Serra Gaúcha foi escolhida para

Divulgação
a realização do primeiro Áudio & Música Brasil, evento
promovido pelas principais empresas do Grupo Renaer
– Staner, Eros, Sonotec e Musimax. Para a realização do
evento, o Grupo Renaer reuniu diversas frentes de traba-
lho das empresas que, de forma integrada, contribuíram
com o suporte para todo o evento.

Alguns dos principais parceiros comerciais estiveram


presentes e aproveitaram as acomodações do Hotel
Resort Laje de Pedra, em Canela-RS, tendo a oportu-
nidade de conhecer, em primeira mão, as novidades e
lançamentos das empresas. O local foi transformado
em um verdadeiro hall de exposição com produtos dis-
tribuídos por todos os ambientes, possibilitando a inte- Evento foi realizado em Canela-RS e
ração do lojista e o contato com as novas tecnologias. permitiu interação entre lojistas

Além da interatividade proporcionada aos lojistas, o Áudio & Música Brasil teve como seu principal objetivo oferecer condi-
ções especiais de negociação. Nos dias 21 e 23 foram realizadas rodadas de negócios entre lojistas e representantes de cada
uma das quatro empresas, de forma personalizada, em uma sala totalmente voltada para o business to business. Estiveram
presentes no evento os representantes internacionais da marca Takamine, Daisuke Uegaki e Makoto, e das marcas Charvel,
KAT e Gretsch, Mark DeCaterino.

Após o jantar nos dias de negociação, os convidados foram recepcionados no teatro do hotel pela diretoria do Grupo Renaer.
Em um breve pronunciamento, Sr. Renato Silva, fun-
Divulgação

dador e presidente do grupo, contou um pouco sobre


a história das empresas e a satisfação da realização do
Áudio & Música Brasil, que superou expectativas.

Após o discurso de Silva, Alexandre Seabra, diretor do


grupo, ressaltou a importância comercial do evento e
o fortalecimento da parceria com clientes, os benefí-
cios oferecidos aos lojistas de instrumentos musicais,
som automotivo e áudio profissional e a importância da
união das empresa do grupo.

Nas noites de rodadas de negócio (21 e 23), após os


discursos dos diretores, os lojistas foram presente-
ados com o stand up do humorista Oscar Filho. Na
O primeiro Áudio & Música Brasil foi promovido
sequência, foram realizados sorteios que premiaram
pelas principais empresas do Grupo Renaer:
Staner, Eros, Sonotec e Musimax lojistas e representantes.

6 | áudio música e tecnologia


notícias de mercado

RDIO ATUALIZA APP E APRESENTA NOVAS FUNCIONALIDADES


Rdio, um dos principais serviços de streaming
de música do mundo, disponível em 60 países,

Reprodução
atualizou seu aplicativo para oferecer um servi-
ço de rádio gratuito, apresentando também um
novo conjunto de funcionalidades, que torna
ainda mais fácil escutar música da forma que o
usuário preferir, desde as estações até álbuns
completos e playlists. As novas estações gra-
tuitas do Rdio oferecerão 15 vezes mais músi-
cas do que o disponível hoje em rádios onlines
do mercado e uma vasta variedade de esta-
ções utilizando algoritmo de recomendação por
artista, gênero, música; assim como estações
com curadoria de pessoas para adequar-se a
qualquer humor ou atividade; e estações pes-
soais baseadas nos gostos dos usuários, passando um usuário a ter uma estação com o seu próprio nome tocando todas as músicas
que mais gosta de ouvir ou estações baseadas em influenciadores do Rdio.

Todos os usuários passam a poder apreciar as estações grátis – sem a necessidade de assinatura – e a aproveitar todas as no-
vidades multiplataforma. Entre as novidades, estão um novo feed musical personalizado, baseado no que o usuário ouve, nas
atividades dos seus amigos, nossas recomendações, músicas exclusivas e muito mais. É possível, ainda, ver quais estações,
músicas, álbuns, artistas e playlists são mais populares no Rdio no momento. Através da opção Browse a pessoa pode explorar
uma infinidade de estações, mergulhando em um mundo com mais de 30 milhões de músicas, e tudo de graça.

“Estamos apenas no início da era do streaming musical. Essa é uma grande oportunidade de levar esta experiência para pesso-
as em todo o mundo”, afirma Anthony Bay, CEO do Rdio. “Pela primeira vez é possível acessar toda música do mundo através
de uma única ferramenta – a qualquer hora e em qualquer lugar – sintonizada em você”, acrescentou. No Brasil, o serviço terá
uma parceria inovadora com o Grupo Bandeirantes, e, que a rede de televisão, tv por assinatura, jornais, OOH e emissoras
de rádio irão apoiar o lançamento e promover continuamente o serviço com campanhas publicitárias. Para mais informações
sobre planos e assinaturas, visite http://www.rdio.com.

SABIAN, TAMA E VATER SÃO VENCEDORAS EM


TRADICIONAL PRÊMIO DE REVISTA NORTE-AMERICANA
O prêmio Drummie Awards 2014 é promovido anualmente pela revista Drum Mag, uma das mais respeitadas revistas de bate-
ria, que realiza esta premiação, consagrando as marcas de instrumentos musicais que se destacaram na categoria de melhor
produto, assim como os artistas pelo reconhecimento de seu trabalho ao longo do ano.

A Sabian foi o grande destaque com os produtos 16” AAX XPLOSION na categoria Hi Hat, 18” AAX Freq Crash na categoria
melhor Crash e 19” Limited Edition Chad Smith RHCP-Edition Holy China na categoria China e efeitos. Os destaques da Tama
ficaram por conta da estande de Hi Hat Iron Cobra 605 na categoria Hi Hat Stand e o Tama Speed Cobra Limited Edition Mid-
night Special na categoria pedal de bumbo. Já a Vater teve quatro de seus endorsers vencedores como melhores bateristas
nas categorias Pop com Chad Smith, Extreme Metal com Derek Roddy, Rising Star com Hannah Ford e Country com Jim Riley.

O artista Mike Portnoy (conjunto de tambores), endorser Sabian e Tama, levou para casa o prêmio mais importante no Drummie
2014: o de melhor baterista do ano, pela terceira vez. Portnoy também levou honras de topo na categoria Progressive Drummer.

Fundada em 1990, a Equipo é hoje uma das mais importantes empresas do segmento de instrumentos musicais, áudio profissional
e iluminação. Atua como distribuidora exclusiva de mais de 20 marcas em todo país. Entre elas, destacam-se gigantes internacionais
da indústria, como Cort, Hartke, Ibanez, Koss, Kurzweil, Laney, Medeli, Sabian, Samson, Tama, além da marca brasileira Waldman.

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áudio música e tecnologia | 9
noVos ProdUToS

aKG WmS40 mINI dUaL: 30 HoraS de BaTerIa e aLTo deSemPeNHo


A Harman está trazendo ao Brasil o AKG WMS40 Mini Dual, siste- quenos palcos, clubes, templos, hotéis e academias.
ma de microfones wireless que fornece som claro e facilidade em
sua operação. Único modelo no mercado nacional que funciona A tecnologia HDAP (High Definition Audio Performance) do re-
por até 30 horas contínuas, sem precisar trocar ceptor SR40 garante maior e “mais real” qualidade sonora.
a bateria. Conta com instalação fácil e intuitiva Conta com três indicadores LED de status para os canais um e
Plug and Play, além de alimentação universal. dois, sinalizando On/Off, força do sinal e clip de áudio. Trabalha
com frequência de áudio de 40 a 20000 Hz, com sinal de ruído
Composto por dois microfones leves e de alto de 110 dB-A. Tem 43 mm de altura, largura de 133 mm e pro-
desempenho HT40 e um receptor SR40 com al- fundidade de 132 mm.Por sua vez, o microfone HT40 possui in-
cance de até 20 me- terruptor On/Off/Mute e tela de arame para a proteção do car-
tros, trata-se de um dióide. Tem 230 mm de altura, 51 mm de largura e pesa 96 g.
sistema ideal para
quem precisa de uma www.akg.com
solução prática para pe- www.harmandobrasil.com.br

YamaHa LaNÇa NoVoS modeLoS de caIXaS amPLIFIcadaS dBr


A Yamaha anunciou no dia 10 de setembro o lançamento de três prolongado. Os amplificadores Class-D de 1000 W de potência
novos modelos das caixas amplificadas série DBR, que têm as alcançam um SPL acima de 132 dB, com, ainda segundo a fabri-
mesmas qualidades de som das já tradicionais séries DSR e DXR e cante, consistente qualidade de som e desempenho. Os trans-
representam as mais portáteis caixas amplificadas que a fabrican- dutores foram escolhidos criteriosamente e customizados para
te atualmente oferece. Os novos modelos DBR10, DBR12 e DBR15 obter a melhor qualidade na amplificação
possuem o mesmo DSP e tecnologia das séries antecessoras, as- com um mínimo de distorção.
segurando bom desempenho, versatilidade, durabilida-
de e fácil operação, de acordo com a companhia.
Cada modelo DBR vem com um mixer de
dois canais, uma tomada CH1, que per-
A afinação FIR-X, inovação da Yamaha,
mite tanto entradas de microfone quanto
usa filtros de fase linear para o crosso-
de linha, e inclui ainda uma tomada CH2
ver, conseguindo resposta mais precisa
divulgação

e nítida. Otimizada para uso como PA, para entrada de leitores de CD ou entra-
monitor de palco e instalações fixas, das de linha estéreo.
a série DBR usa amplificadores pro-
fissionais, obtendo assim uma opera- www.yamaha.com
ção confiável mesmo durante um uso br.yamaha.com

ISoLameNTo É deSTaQUe No earPHoNe SHUre Se112


A Shure recentemente anunciou a chegada do novo ouvido do usuário é a chave para otimizar o
SE112, earphone que oferece som com graves profundos isolamento acústico e a resposta de graves,
e, algo interessante em tempos de barulho onipresen- assim como para maximizar o conforto du-
te: isolamento acústico de até 37 dB, o que torna útil rante o uso durante longos períodos.
seu uso em lugares que vão do palco à rua, formando
um belo par, então, com dispositivos móveis. Discreto, Seus falantes são do tipo MicroDriver
compacto e bastante leve, o SE112 oferece conta com Dinâmico Simples, com sensibilidade
um ângulo otimizado que faz com que ele se encaixe 105 dB SPL/mV. Atua na faixa de
confortavelmente no ouvido. De acordo com a marca, o frequência de 25 Hz - 17 kHz, tem
produto foi desenvolvido a partir da tecnologia de moni- cabo de 50” fixo, está disponível na
toramento pessoal testada por músicos na estrada. cor cinza e traz, em seu kit, além de
adaptadores, kit de limpeza, bolsa
São dois os objetivos das espumas de isolamento do som: blo- para transporte e guia do usuário.
quear o som ambiente e assegurar um encaixe personalizado
confortável. O kit de adaptadores inclui três tamanhos (pe- www.shure.com
queno, médio, grande) para as espumas. Um bom encaixe no www.shure.com.br

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noVos ProdUToS

cdc eIGHT No mercado VIa decomac


Distribuidora de produtos fabricados por marcas como DAS e Idea, entre diversas outras, a Decomac Brasil anunciou, durante a Ex-
pomusic 2014, a tão esperada comercialização da mesa digital CDC Eight. Fabricado pela inglesa Cadac, referência em aplicações de
broadcast e espetáculos musicais na Europa, o console pode ser, a partir de agora, adquirido no país.

Apresentada pelo engenheiro Fabricio Neiva, especialista de produtos da Decomac, a CDC Eight tem, de acordo com o próprio, dentre
suas características, a facilidade operacional e uma sonoridade quente.

Dotada de duas grandes telas touch screen que permitem ao usuário acesso
direto aos inúmeros parâmetros, ela conta, ainda, com 16 máquinas de efei-
tos – reverbs, delays, moduladores – e trabalha com stage boxes, chegando
a 128 canais de entrada e 96 de saída. Apesar de ser um console digital, a
CDC Eight está mais próxima do universo analógico.

www.cadac-sound.com
www.decomacbrasil.com

SoUNdcraFT VI3000 TamBÉm ao aLcaNce do PÚBLIco NacIoNaL


Mais uma novidade que seiro, com entradas e saídas analógicas e digitais. E além de en-
pôde ser confe- tradas e saídas analógicas e digitais, o console fornece MIDI, USB,
rida durante Ethernet, saída DVI, Dante/Madi, entre outras conexões. Por falar
os cinco dias nisso, a Vi3000 é o primeiro console Soundcraft a incorporar uma
de Expomusic interface de Dante como padrão, para a rede de áudio digital di-
2014, foi lançada reta com dispositivos habilitados para Dante.
lá fora em março após
muita expectativa. Trata- Para os tradicionalistas, informamos que a Vi3000 mantém as
-se da Soundcraft Vi3000, mais características da série Vi, tais como faders iluminados com
uma mesa de mixagem da serie Vi, diferentes cores, de acordo com sua função, e compatibilida-
da qual já fazem parte os consoles Vi1, de com ViSi app Soundcraft, que permite o controle remoto a
Vi2, Vi4 e Vi6. O lançamento nacional acon- partir de um iPad, reverb Lexicon e compressão dbx. O Vi3000
teceu no estande da Harman e, de acordo com a fabricante e usuá- usa ainda o Soundcraft SpiderCore, que é um poderoso DSP
rios, a nova Vi3000 promete ser um dos melhores consoles digitais baseado na tecnologia Studer.
para som ao vivo na sua faixa de preço.
www.soundcraft.com
A Soundcraft Vi3000 oferece ampla conectividade no painel tra- www.harmandobrasil.com.br

NoVoS INTeGraNTeS da FamÍLIa jBL VTX jÁ No mercado


No início de setembro a JBL anunciou o lançamento de novas sistemas de som cada
caixas de line array, subwoofers e caixas amplificadas, que agora vez mais potentes,
se juntam à já famosa série VTX. Os novos modelos são as caixas mais compactos, leves
line array V20 e V25, os subwoofers S25 (foto), S28, G28 e F18S e flexíveis. São proje-
e as caixas bi-amplificadas F12 e F15. tados para os ope-
radores de sistemas
Segundo informações divulgadas pela JBL, entre todos os portáteis e fixos da
avanços tecnológicos que a empresa viveu desde sua funda- mesma forma”, infor-
ção, a séries VTX é um marco na sua história da empresa. ma a JBL, que reforça
Agora, com o lançamento dos novos modelos da série, tem que a VTX apresenta a qualidade de
início, ainda de acordo com a companhia, uma nova era de som que é marca da empresa com as mais avançadas tecnologias
line arrays, com “melhor desempenho, integração do sistema de suporte e de reforço sonoro.
e facilidade para o usuário”.
www.jblpro.com
“A série VTX é resultado do esforço contínuo da JBL para fabricar www.jblaudio.com.br

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áudio música e tecnologia | 13
em caSa | Lucas ramos

EQUIPAMENTOS PARA
UM HOME STUDIO
CONEXÕES ANALÓGICAS (PARTE 1): CABOS
Na edição passada finalizamos o tópico de patchbays, se isolante há uma blindagem de algum tipo, que tem
após passar por microfones, pré-amplificadores, moni- o objetivo de minimizar a indução de ruídos ao sinal de
tores e mais uma série de outros tipos de equipamentos áudio. Por último, há outra camada isolante (geralmente
para um homestudio. Mas nenhum desses dispositivos de borracha) que isola o cabo como um todo, para que
poderia ser utilizado sem o equipamento mais importan- seja possível o manuseio do mesmo sem interferir com o
te, porém o mais menosprezado, de um estúdio: o cabo! sinal. O nome coaxial foi dado pois as múltiplas camadas
Nessa edição do Em Casa vamos iniciar uma série sobre compartilham o mesmo eixo (axis) geométrico.
as conexões analógicas de um homestudio, começando
(é claro) pelo injustiçado cabo. BALANCEADO VS NÃO-BALANCEADO

É muito comum ver pessoas investindo alto em microfones, As conexões analógicas são divididas em duas catego-
pré-amplificadores, monitores, computadores etc. quando rias: balanceadas e não-balanceadas. A diferença entre
estão montando os seus homestudios. E na hora de comprar ambas está relacionada à redução de ruídos nos sinais
os cabos, procuram os mais baratos possíveis para econo- de áudio, gerados por interferências externas.
mizar, como se os cabos não influenciassem na qualidade
do sinal que passa pelos mesmos. E esse equívoco é grave. As conexões não-balanceados utilizam um único con-
Por isso costumamos dizer que o elo mais fraco de qualquer dutor que carrega o sinal de áudio. Dessa forma, qual-
estúdio é os cabos. Vamos tentar mudar isso! quer interferência (ruído) induzida ao longo do cabo será
acrescentada diretamente ao sinal de áudio.
CABOS COAXIAIS
Já as conexões balanceadas utilizam dois condutores que
Para as conexões de áudio, é essencial o uso de cabos carregam o sinal de áudio, chamados de “hot” (quente)
coaxiais. Esse tipo de cabo é composto por múltiplas ca- e “cold” (frio). Os equipamentos de áudio que utilizam
madas, cada uma com uma função específica. O condu- outputs (saídas) balanceados enviam o sinal de áudio
tor (ou condutores) carrega o sinal de áudio, e é envolto normal para o condutor “hot” e enviam o mesmo sinal
por um isolante (tipo de plástico ou borracha) para, isso para o conector “cold”, mas e com a fase invertida (180º).
mesmo, isolar o sinal das outras camadas. Em torno des- Nos inputs (entradas) dos equipamentos, a fase do sinal
do condutor “cold” é novamente invertida e somada ao
sinal do condutor “hot”, cancelando o ruído induzido ao
longo do cabo através do cancelamento de fase. Por isso,
as conexões balanceadas reduzem consideravelmente o
nível de ruído induzido em cabos de áudio, e são mais
recomendáveis para as ligações de um estúdio.

PAR TRANÇADO (TWISTED PAIR)


E QUAD CABLE

Os cabos balanceados normalmente utilizam dois con-


dutores para transmitir o sinal de áudio, porém esses
Para as conexões de áudio, é essencial o uso de cabos
coaxiais. Esse tipo de cabo é composto por múltiplas
camadas, cada uma com uma função específica.
14 | áudio música e tecnologia
áudio música e tecnologia | 15
em casa

Ruídos

Há dois tipos mais comuns de interferências externas ângulo de 90º, minimizando assim a área de contato
que geram ruídos: interferência eletromagnética (EMI) entre o cabo de áudio e o campo eletromagnético (mi-
e interferência de radiofrequência (RFI). nimizando o ruído induzido).

As correntes elétricas nos fios de eletricidade dos As ondas de rádio transmitidas e presentes no ar podem
equipamentos e tomadas criam campos eletromag- ser induzidas em cabos de áudio, especialmente em ca-
néticos que geram ruído nos cabos de áudio que es- bos mais longos (é possível até ouvir programas de rá-
tiverem próximos. Por isso é recomendável sempre dio!). Os cabos de áudio se “transformam” em antenas
posicionar os cabos de áudio o mais longe possível e captam as ondas de rádio do ar. Quanto mais longo
dos fios de eletricidade dos equipamentos. Quando o cabo, maior será a captação dessa ondas (como uma
for inevitável o contato entre um cabo de áudio e um antena mais longa). Por isso é recomendável sempre
fio de eletricidade, posicione-os atravessados em um manter o comprimento dos cabos o mais baixo possível.

condutores podem ser


configurados de dife-
rentes formas. Uma
das configurações mais
eficientes é conheci-
da como par trançado
(ou twisted pair, em
inglês), e consiste de
dois condutores que
são “trançados” um em
torno do outro ao lon-
go do cabo. Por expor
ambos os condutores à
mesma área, garante
uma melhor uniformi-
dade do ruído induzido
em ambos os conduto-
res e otimiza o cance-
lamento do mesmo nas
As conexões conexões balanceadas.
balanceadas reduzem
Uma das configurações mais eficientes é
consideravelmente o nível
Outra versão mais conhecida como par trançado e consiste em dois
de ruído induzido em
avançada do par condutores que são “trançados” um em torno
cabos de áudio e são mais
trançado é conheci- do outro ao longo do cabo. Outra versão mais
recomendáveis para as
da como “quad cable” avançada é conhecida como “quad cable”.
ligações de um estúdio
e consiste de de dois
pares de condutores trançados com os pares trança- BLINDAGEM
dos entre si. Por utilizar dois cabos trançados para
cada sinal (hot e cold), essa configuração melhora Todo cabo de áudio contém uma blindagem em torno dos
ainda mais a uniformidade do ruído e é talvez a opção condutores para minimizar os ruídos induzidos por inter-
mais eficiente nesse aspecto. Porém, obviamente o ferências externas. Essa blindagem envolve os conduto-
custo é mais alto por utilizar mais materiais e ter uma res internos do cabo (que carregam o sinal de áudio) e
construção mais complexa. os protege do ruído externo, pois o ruído será induzido

16 | áudio música e tecnologia


áudio música e tecnologia | 17
em caSa

a proteção. Por isso, esse é o tipo de blindagem


RuídO dE MANuSEIO mais comum e recomendável para cabos de áudio
(HANdLING NOISE) em um home studio.

Quando um cabo de áudio é manuseado, o movimento


Folha metálica - A blindagem em folha metálica con-
é capaz de gerar ruído no sinal transmitido pelo cabo.
siste em uma folha metálica enrolada em torno dos
Especialmente se as camadas do cabo estiverem “sol-
condutores. Esse tipo de blindagem é muito eficien-
tas” e “mexendo” dentro do cabo. Por isso, cabos de
te em reduzir as interferências externas, pois cobre
melhor qualidade contém algum tipo de material de
o condutor por completo. Porém, a flexibilidade do
preenchimento (geralmente algum tipo de fibra) para
cabo fica comprometida, e, em situações em que o
prevenir o movimento das camadas do cabo. Antes de
cabo é constantemente “entortado” é possível até
comprar um cabo, é sempre importante verificar no
romper essa blindagem, comprometendo a prote-
tato se as camadas estão seguramente fixadas. O tipo
de blindagem também afeta a suscetibilidade do cabo
ao ruído de manuseio.

As ondas de rádio transmitidas e presentes no ar


podem ser induzidas em cabos de áudio, especial-
mente em cabos mais longos (é possível até ouvir
programas de rádio!). Os cabos de áudio se “trans-
formam” em antenas e captam as ondas de rádio do
ar. Quanto mais longo o cabo, maior será a captação
dessa ondas (como uma antena mais longa). Por
isso é recomendável sempre manter o comprimento
dos cabos o menor possível.

na blindagem, e não nos condutores. A blindagem deve


sempre ser aterrada (soldada ao “fio terra”) para que
esses ruídos sejam enviados à “terra” e não somados ao
sinal de áudio.

Há cinco tipos de blindagem utilizados em cabos de áu-


dio: espiral, trançada, folha metálica, folha plástica e hí-
brido. Vejamos sobre cada um deles.

Espiral - A blindagem em espiral consiste em fios de co-


bre ou alumínio enrolados em espiral em torno dos con-
dutores. Esse tipo é a mais simples e menos eficaz, pois
é possível que “abra” um espaço entre os fios, compro-
metendo a eficiência da blindagem. Por isso, não é re-
comendável o uso de cabos com esse tipo de blindagem
para sinais de áudio.

Trançada - A blindagem trançada consiste em fios de


cobre ou alumínio trançados em torno dos condutores.
Esse tipo de blindagem é a mais eficiente e comum em Todo cabo de áudio contém
cabos de áudio de qualidade, pois por estarem tran- uma blindagem em torno dos
çados, os fios são mais difíceis de serem comprometi- condutores para minimizar os
dos. Além disso, a blindagem trançada ainda é flexível ruídos induzidos por interferências
suficiente para permitir o manuseio necessário para o externas, e são cinco os tipos de
uso em um estúdio sem gerar ruídos ou comprometer blindagem utilizados

18 | áudio música e tecnologia


ção. Por isso, esse tipo de blindagem só é recomendável gem, como trançada e folha metálica, para aumentar a
para cabos que não serão manuseados com frequência proteção às interferências externas. Porém, a rigidez do
(são poucos, em um home studio!). cabo aumenta e o manuseio pode ser mais difícil (além
do preço ser mais alto).
Folha plástica - A blindagem em folha plástica consis-
te em uma folha plástica (com carbono, para poder
Porém, nenhuma blindagem é uma solução perfeita (lon-
conduzir corrente) enrolada em torno dos conduto-
ge disso), e por isso é recomendável, sempre que possí-
res. Esse tipo de blindagem é relativamente novo, e
vel, a utilização de conexões e cabos balanceados.
não é muito comum. A vantagem é a flexibilidade e
a grande resistência ao ruído gerado pelo manuseio.
No próximo Em Casa vamos continuar a falar sobre
Já a eficiência da blindagem não é tão boa quanto as
as conexões analógicas, e, de certa forma, sobre ca-
trançadas e de folha metálica. Por isso é recomen-
dável utilizar esse tipo de cabo somente para curtas bos também... Vamos abordar o tema “conectores de
distâncias e em ambientes onde o nível de ondas de áudio analógico”, sem os quais nenhum cabo poderia
rádio não é muito alto (difícil isso!). ser conectado!

Híbridos - Alguns cabos utilizam até dois tipos de blinda- Até lá!

Lucas ramos é tricolor de coração, engenheiro de áudio, produtor musical e professor do IaTec. Formado em engenharia de Áudio pela Sae
(School of audio engineering), dispõe de certificações oficiais como Pro Tools certified operator, apple Logic certified Trainer e ableton Live
certified Trainer. e-mail: lucas@musitec.com.br

áudio música e tecnologia | 19


PLUG-INS | cristiano moura

WAVES
H-EQ HYBRID
EQUALIZER
SERIA ESTE O SEU ÚLTIMO EQUALIZADOR?
Equalização é, sem dúvida, algo que estamos acos- e com esta experiência, e desenvolveu um “tudo em
tumados a mexer mesmo antes de trabalhar com um” chamado Hybrid Equalizer. Neste artigo, vamos
áudio. Um rádio de carro e o próprio iTunes têm um mergulhar mais a fundo neste equalizador.
equalizador (fig. 1) para tentar melhorar nossa ex-
periência auditiva. ARQUITETURA BÁSICA

Mais que isso, a equalização é um dos alicerces de O Hybrid Equalizer possui uma configuração simi-
uma boa mixagem. Existe uma gama de processa- lar a de muitos outros equalizadores, sendo muito
dores bem mais sofisticados, como compressão mul- simples de se acostumar. São dois filtros passivos e

tibanda, reverberadores de convolução, Transient mais cinco ativos, sendo dois deles intercambeáveis
entre Peaking/bell ou Shelving. A parte interessante
Designers, emulações de todos os tipos, e pouco
do projeto é que cada filtro pode funcionar de acor-
espaço para discutir que nenhum deles é capaz de
do com sete estilos/tipos de equalizadores (fig. 2).
mudar a história de uma mixagem mal equalizada.

Além dos filtros, ele também vem com um analisador


A Waves andou trabalhando emulando equalizadores
de espectro embutido,
analógicos baseados na SSL, Neve, API entre outros
algo que aos poucos ou-
tras empresas também
adotaram.

O analisador tem botões


independentes para o
usuário avaliar o sinal de
entrada e o sinal de saí-
da (in/out).

Já os botões L/M e R/S


são para analisar ape-
nas o lado esquerdo/
Figura 1 – Equalizador gráfico iTunes Figura 2 – Tipos de filtros

20 | áudio música e tecnologia


áudio música e tecnologia | 21
PLUG-INS

Mid e Right/Side, respectivamente. Ainda temos o Para isso, à esquerda basta escolher o modo de ope-
botão “freeze”, que para o movimento do analisador, ração. O padrão é estéreo, mas, ao pressionar este
e o “Peakhold”, que mantem marcado os pontos de botão, ele se torna Mid/Side. Repare que o input
maior intensidade. também não se comporta mais como L/R, e sim
como M/S. Ou seja, o usuário pode regular a pro-
PONTOS INTERESSANTES - M/S porção do M/S (fig. 3).

Caso o canal seja estéreo, através de uma Matriz Quando, em M/S, a curva laranja do equalizador
M/S integrada: este não é um modo de opera- representa o “Mid” e a curva verde representa o
ção muito conhecido, porém muito eficiente para “Side” (fig. 4).
manter compa-
tibilidade da sua
mixagem com
sistema Mono e,
em muitos casos,
possibilita mais
nitidez no campo
estereofônico.

Caso você não sai-


ba sobre este sis-
tema, recomendo
seriamente uma
pesquisa, tanto
no campo da mi-
xagem quanto no
Figura 3 – Modos de campo da grava-
operação estéreo ção/microfonação.

Explicando de uma forma bem simples, o sistema


M/S permite fazer equalizações diferentes para o
Mid (referente similaridade entre os sinais L e R e
que soam no centro) e o Side (diferença entre os
sinais L e R, que soam apenas nas extremidades do
campo estereofônico).

Figuras 5A, 5B e 5C – Respectivamente, Q


centralizado, nenhuma atenuaçâo nas frequências
Figura 4 – Equalizadores vizinhas; com valores altos no Q, corte à esquerda;
distintos para M/S ou L/R com valores baixos no Q, o corte fica à direita

22 | áudio música e tecnologia


áudio música e tecnologia | 23
PLUG-INS

Por último, entre o botão M e S temos um contro-


le com símbolo de um alto-falante, que permite
o usuário ouvir isoladamente apenas o Mid ou o
Side em mono.

PONTOS INTERESSANTES -
FILTRO ASSIMÉTRICO

Uma das funções que podemos entender


como “única” é o filtro assimétrico. Ele tem o
nome de “digital 1” e se encontra na lista de
filtros disponíveis.

A ideia é muito interessante e útil: o controle


do “Q”, que normalmente controla largura da
banda, neste filtro controla a inclinação do fil-
tro. As figuras 5A, 5B e 5C apresentam as di-
ferenças. Repare que, em torno da frequência Figura 6 – Visão completa: curvas, analisador e piano roll
central, o equalizador cria pequenos cortes em
frequências vizinhas. Olhando apenas para o gráfico, para algo experimental.
pode até parecer um “defeito” do equalizador, mas
não deixe os olhos decidirem. Cortar frequências vi- Já o THD Level é um controle que pode adicionar
zinhas é uma técnica de equalização que ajuda a distorção harmônica, e neste caso pode ser útil
definir o timbre, e uma característica encontrada na em diversos casos.
maioria dos sistemas analógicos.
Por último, temos uma simples, mas muito con-
Outras emulações funcionam de forma similar, veniente funcionalidade: é o piano logo abaixo do
mas o Hybrid Equalizer talvez seja o único com gráfico de equalização (fig. 6). Isto facilita a comu-
controle de inclinação. nicação entre o técnico de som e os músicos, pois
permite que você escolha frequências de corte usan-
De forma geral, podemos ajudar o “Q” com valores bai- do o piano como referência.
xos se estivermos trabalhando nas baixas frequências
(graves). Com isso, um corte à direita (área dos médios Muitas vezes, o músico ou produtor ouve um har-
graves) será feito. Já para as altas frequências (agu- mônico que se destaca demais, seja nos pratos ou
dos), use valores altos. Com isso, o efeito será inverso. tambores, por exemplo, e precisa ser atenuado. Sa-
bendo qual é a nota exata (ex: dó 5), quem estiver
EXTRAS operando o Hybrid Equalizer pode simplesmente cli-
car num dos filtros e pressionar a nota correspon-
Abaixo do filtro passa baixa temos o “Analog Sec- dente no piano. Simples assim. Sem precisar de
tion”, que permite ao usuário incorporar mais carac- uma tabela de frequências ou do Google.
terísticas entradas em circuitos analógicos.
E vamos ficando por aqui. O Hybrid Equalizer é um
“Analog Level” introduz ruído de rede elétrica (Hum) canivete suíço dos equalizadores e merece sua aten-
e chiado (Sssss). A Waves sempre coloca como op- ção. Até o próximo mês!
cional, e, sinceramente, não vejo ninguém precisan-
do adicionar este tipo de ruído a não ser que seja Abraços!

cristiano moura é produtor musical e instrutor certificado da avid. atualmente leciona cursos oficiais em Pro Tools, Waves,
Sibelius e os treinamentos em mixagem na Proclass. Também é professor da UFrj, onde ministra as disciplinas edição de
Trilha Sonora, Gravação e mixagem de Áudio e elementos da Linguagem musical. email: cmoura@proclass.com.br

24 | áudio música e tecnologia


áudio música e tecnologia | 25
NoTÍcIaS do FroNT | renato muñoz

As partes de
um sistema de
sonorização (Parte 17)
O ambiente: a próxima etapa do sistema
O ambiente no qual o sistema de sonorização irá dis- çar um projeto. Dependendo da resposta, diversas
tribuir a mixagem do programa pode ser chamado características de desenho poderão ser aplicadas
de “o próximo passo”, já que depois de passar pelos naquele projeto (a segunda pergunta deveria ser
transdutores do sistema (neste caso, falantes e dri- “para qual plateia?”, porém este assunto veremos
ves), não existe mais como controlar o sinal de áudio. no próximo artigo).
Uma vez que atinge o ar e imediatamente depois o
ambiente que será sonorizado, o nosso controle sobre Olhando do lado do projetista do sistema de sonori-
o som fica muito limitado. A partir deste momento fi- zação, uma outra questão também é de vital impor-
camos a maior parte do tempo à mercê das condições tância: este sistema será fixo ou móvel? Ele ficará
climáticas (se o ambiente for aberto) e das condições instalado em um mesmo ambiente por um longo pe-
acústicas (se o ambiente for fechado). ríodo de tempo ou ele será móvel (ou seja, poderá
ser instalado em diversos tipos de ambientes num
A falta de controle sobre o som depois que ele sai pequeno espaço de tempo)?
das caixas do sistema é um problema que vem sen-
do combatido há muito pelos projetistas de siste- Não precisamos ser excepcionais projetistas de
mas. Muito já foi descoberto e aperfeiçoado, porém sistemas para sabermos que, quando trabalhamos
os grandes avanços são sempre até o sistemas de com sistemas fixos, as coisas podem ser mais fá-
caixas, nunca depois (não estou considerando o tra- ceis. Toda a estrutura para receber aquele sistema
tamento acústico das salas). já deve existir (e, se possível, foi projetada para
isso), o acesso e a manutenção são mais fáceis, as-
O que veremos neste artigo será a diferença entre sim como correções podem ser feitas rapidamente.
os ambiente que podem ser sonorizados, as princi- Por outro lado, quando vamos desenhar um sistema
pais diferenças entre estes ambiente, além de dicas de sonorização para diferentes salas, podemos não
que podem ser aplicadas para que o nosso trabalho ter a infraestrutura ideal para as nossas necessida-
de sonorização não seja muito prejudicado quando des, assim como provavelmente não teremos muito
encontramos adversidades pelo caminho. tempo para corrigir algum tipo de imperfeição que
seja detectada durante o trabalho.
QUAL É O AMBIENTE QUE
SERÁ SONORIZADO? SISTEMAS FIXOS

Esta é a primeira pergunta que um bom projetista de Antes de mais nada, é sempre bom lembrar de que
sistemas de sonorização deve fazer antes de come- quando falo de sistemas de sonorização, na maioria

26 | áudio música e tecnologia


das vezes estou pensando em sistemas para a sonorização de
shows (pequeno, médio ou grande portes), porém não deve-
mos nos esquecer de que existem outros tipos de sistemas
de sonorização. Podemos encontrar sistemas de sonorização
em aeroportos, supermercados, escolas, navios e em uma
infinidade de lugares. Eles podem ter aplicações diferentes,
porém, os cuidados na sua instalação devem ser os mesmos.
Caso contrário, como acontece em muitos casos, a sua apli-
cação e utilização ficam quase que inviáveis.

Vamos, porém, nos focar agora nos sistemas fixos (utiliza-


dos para shows). Podemos pegar como exemplo uma casa
de show, com um sistema instalado. Se for feito da maneira
correta, o projeto para este sistema levará em consideração
todas as características sonoras do ambiente.

Neste caso, cada técnico que


chegar para alinhar o siste-
ma deverá fazê-lo levando em
consideração o som da sua
banda e a resposta dos sis-
tema em relação àquele am-
biente. As correções que se-
rão feitas servirão para que a
banda soe da melhor maneira
possível com aquele sistema,
naquele ambiente.

Poucas são as casas (no Bra-


sil) que foram desenhadas
corretamente para serem lu-
gares para shows. Muitas ve-
zes as necessidades de um
projetista podem ser trocadas
por necessidades estéticas ou
financeiras. A grande maioria
das que conheço (posso dizer
Ter conhecimento básicos de que conheço todas as grandes
acústica pode ajudar a resolver e médias) apresenta algum
pequenos problemas do dia a dia tipo de problema.
do nosso trabalho
A grande vantagem de se trabalhar com sistemas fixos nestes
ambientes é que estas deficiências podem ser corrigidas com
mais facilidade. Normalmente os técnicos de sistema residen-
tes já conhecem bem o som da casa e na maioria dos casos
ou já resolveram o problema ou estão prontos para alertar os
técnicos das bandas.

OS SISTEMAS MÓVEIS

Estes, sim, são um grande desafio, já que serão instalados

áudio música e tecnologia | 27


NoTÍcIaS do FroNT

vida nenhuma, que ambientes abertos são mais


fáceis de serem sonorizados porque as condições
acústicas ao ar livre são boas na maioria das ve-
zes. Sendo assim, este ambiente não causaria pro-
blemas em relação ao sistema de sonorização. No
entanto, discordo completamente, primeiro porque
basta haver uma parede do lado contrário do palco
para já termos reflexões desagradáveis.

Porém, quando trabalho ao ar livre, o que mais me


preocupa (sim, considero que isso faça parte do
ambiente) são as condições meteorológicas que po-
demos encontrar. Estas, sim, podem se tornar um
grande pesadelo para os sistemas de sonorização e
Sistemas fixos são melhor planejados e de fácil acesso não existe software que consiga controlar este tipo
de problema. Dois fatores são extremamente preo-
em ambientes diferentes em pouquíssimo espaço de cupantes: o primeiro é a chuva, que pode prejudicar
tempo. Digamos que você trabalha com um artis- quase que imediatamente o equipamento, e o outro
ta que sempre leva o seu sistema de sonorização é o vento, que pode causar muitos estragos.
e em um fim de semana você fará três shows em
três ambientes diferentes. Provavelmente a primeira A chuva talvez possa ser evitada com uma proteção
dificuldade que você irá encontrar será em relação decente, e o vento pode ser rechaçado com uma boa
à infraestrutura para colocar o seu sistema dentro amarração da estrutura, porém este mesmo vento
deste ambiente - desde o acesso do seu caminhão pode se tornar uma grande barreia para o som que
até como pendurar o sistema, será que este ambien- sai das caixas. Dependendo se sua velocidade e in-
te está preparado para o seu sistema? tensidade, ele pode atrapalhar bastante o som.

Depois disso, as características acústicas do am- Experimente conversar com uma pessoa de frente ou
biente serão a próxima dificuldade a ser superada. de lado para um ventilador. Dependendo do ângulo que
Para vencer esta etapa, seriam necessárias algumas o vento atinge as pressões de ondas sonoras que saem
informações, como uma planta do local, a disposi- da sua boca, é possível que a outra pessoa não entenda
ção da plateia no local e, se possível, as caracterís- o que você falou. O que acontece é que o vento manda
ticas acústicas da sala, como, por exemplo, o tempo as “partículas de som” para longe do público.
de reverberação. Mas não se iluda: a probabilidade
de você obter todas estas informações é muito pe-
quena. Aqui uma coisa será muito importante para
você, que é o técnico do sistema responsável pela
implementação dele: você deve estar preparado
para conseguir o maior número de informações pos-
síveis por conta própria.

Ser um gênio em acústica não é necessário, porém


conceitos básicos como reflexão e absorção são
sempre bem-vindos. Saber manusear softwares
de desenho de ambientes e de posicionamento de
sistemas de sonorização certamente será funda-
mental para o seu trabalho.

AMBIENTE ABERTO
Sistemas móveis merecem atenção total sempre
Muitos técnicos que conheço concordam, sem dú- que são colocados em ambientes diferentes

28 | áudio música e tecnologia


áudio música e tecnologia | 29
NoTÍcIaS do FroNT

EASE Focus: um dos softwares de desenho de sistemas mais utilizados hoje em dia

Para quem está mixando em lugares ao ar livre e porque alguns técnicos partem do principio de que
com muito vento, a impressão que se tem é que o os lugares fechados foram preparados corretamente
PA simplesmente parou de funcionar. Mesmo even- para receber sistemas de sonorização, física e acus-
tos como o Rock in Rio, em que o sistema de sono- ticamente (o que não é uma verdade).
rização é muito bem dimensionado e com bastante
potência, este fenômeno ocorre com frequência. Uma das coisas mais “interessantes” que eu já
ouvi de um produtor de show foi “este teatro tem
AMBIENTE FECHADO uma acústica péssima”. E eu fiquei pensando...
“alguém projetou a acústica do teatro para que os
Os ambientes fechados podem ser tão ou mais peri-
atores possam falar em cima do palco e todos na
gosos do que os ambientes abertos, principalmente
plateia possam ouvir perfeitamente bem (o que
era o caso) e o teatro tem uma acústica ruim?”.
Uma boa parte dos lugares onde shows são reali-
zados não foram projetados para trabalharem com
sistemas de sonorização, por isso tantos resulta-
dos ruins. Vejam o exemplo de uma igreja tradi-
cional: toda a acústica foi planejada em relação ao
programa (missas antigas eram cantadas).

A ideia era fazer com que os cânticos usassem


a acústica reflexiva da igreja e se propagassem
com mais facilidade. Após vários anos, as igrejas
passaram a ter missas faladas (mudou-se o pro-
grama) e sistemas de sonorização foram imple-
Shows ao ar livre sempre poderão enfrentar mentados, porém a acústica continua a mesma!
condições climáticas desfavoráveis Resultado: péssima inteligibilidade.

30 | áudio música e tecnologia


Fora isso, existem os lugares que foram desenhados
para serem casas de espetáculos, porém possuem
diversos problemas acústicos e estruturais (normal-
mente tempos de reverberação muito elevados ou
planejamento estrutural errado, na grande maioria
das vezes projetados por pessoas que não têm “ex-
periência de campo”).

Mais uma vez, o que importa é que nós, que es-


tamos no dia a dia da montagem dos sistemas de
sonorização, sendo em ambientes abertos ou fecha-
dos, temos que estar prontos para utilizar todas as
ferramentas ao alcance para que o nosso trabalho
Ambientes fechados podem ser tão ou mais problemáticos
saia da melhor maneira possível, independentemen-
do que ambientes abertos, por isso todo cuidado é pouco
te do quanto tentem nos atrapalhar!

Renato Muñoz é formado em Comunicação Social e atua como instrutor do IATEC e técnico de gravação e PA.
Iniciou sua carreira em 1990 e desde 2003 trabalha com o Skank. E-mail: renatomunoz@musitec.com.br

áudio música e tecnologia | 31


caPa | rodrigo Sabatinelli

SOM
PRA
GALERA
Tudo sobre o universo do técnico de PA

32 | áudio música e tecnologia


diego matheus

“Muito obrigado a todos que estiveram aqui, cia ao dia a dia na estrada, mostraremos
nesta noite, nos assistindo. Obrigado, tam- como é a vida do verdadeiro responsável
bém a todo o pessoal da nossa equipe técni- por “levar” artistas e bandas aos ouvidos
ca. Sem eles, esse show não seria possível. do público em um show ao vivo.
Até a próxima! Tchau!”
O CONHECIMENTO MUSICAL
Hoje em dia, ao final de um show, é comum COMO DIFERENCIAL
ouvir, do artista que está se apresentando,
agradecimentos desse tipo. E faz sentido. Como sabemos, o técnico de PA cuida, ex-
Afinal de contas, trata-se de um reconheci- clusivamente, do que a plateia ouve. Se
mento mais do que merecido, visto que, por num show o som está bom ou ruim, alto
trás dele, o artista, estão diversos outros, ou baixo, grave ou agudo, a “culpa” é toda
digamos, “invisíveis artistas”. Para que um dele! Brincadeiras à parte, este personagem
show ou um festival de música se realize, é, indiscutivelmente, um dos mais impor-
é preciso que dezenas – por vezes, cente- tantes dentro do “mapa” de um espetáculo
nas – de profissionais se envolvam e deem musical, e, sim, o sucesso ou o fracasso do
seu melhor em prol do resultado. A estrela evento, do ponto de vista da mixagem de
está no palco, obviamente, porém, para que som, está, em partes, nas suas mãos.
ela “brilhe”, tudo tem que estar em perfeito
funcionamento: em se tratando de áudio, do Musicalmente falando, o trabalho do técnico
backstage à house mix. de PA que viaja com um artista começa an-
tes mesmo deste artista cair na estrada com
As funções presentes no show business uma nova turnê. Faz parte de seu ofício,
são diversas. Ali, dando duro desde muito durante a pré-produção do show em ques-
antes de o artista subir ao palco estão car- tão, mergulhar fundo no repertório que está
regadores, roadies, produtores técnicos, sendo escolhido para que este seja repro-
operadores de PA e monitor, gerenciado- duzido ao vivo da melhor maneira possível.
res de RF, diretores de palco... Ou seja, Geralmente, o artista busca ser fiel às suas
profissionais que, juntos, fazem, de fato, o gravações originais – preservando muito de
espetáculo acontecer. suas características – e, consequentemen-
te, isso acaba facilitando a vida do técnico,
Nas próximas páginas – e em edições que ouve os CDs e já sabe o que fará diante
seguintes, nas quais haverá desdobra- da mesa quando cair na estrada. No entan-
mentos para outros personagens, numa to, quando novos arranjos dão cores a es-
espécie de mapeamento profissional de sas canções, é fundamental que o técnico
eventos musicais – falaremos do técnico “embarque” juntamente à trupe – músicos
de PA. Dos principais “caminhos” para in- e produtores, em especial – nessa incrível
gressar na carreira e se tornar referên- “viagem” e desenvolva algo mais “pessoal”.

áudio música e tecnologia | 33


divulgação

embora, em alguns casos, quando não lhe for satisfatória,


sofra ajustes feitos pelo próprio –, faz parte da sua listinha de
obrigações diárias, que culmina na passagem de som, na qual
ele timbra, processa e mixa todos os instrumentos a serem
usados, mais tarde, no show, e o show, propriamente dito.

diego matheus
Na passagem de som, o técnico faz todos os
ajustes necessários para que o espetáculo ofereça
ao público o melhor em termos de sonoridade
Quanto mais “musical” for o técnico, consequentemente
mais apurada será sua mixagem, ou seja, melhor será a
execução de entradas, nuances e saídas das músicas to-
cadas ao vivo, a exemplo do que, em estúdio, costumam
fazer os técnicos de mixagem de discos, que literalmente
“pilotam” suas plataformas e mesas a serviço dos melhores
resultados musicais/artísticos.

O OPERACIONAL NO DIA A DIA DA ESTRADA

diego matheus
Com o repertório definido, o artista bota o bloco na rua. E é aí
que, de fato, o trabalho “pesado” do técnico de PA começa. Ao
chegar ao local de cada show ele tem que se dedicar a uma sé-
rie de questões. A primeira delas é conferir se suas solicitações
foram atendidas pelo locador. Geralmente, o técnico pede que
a empresa responsável pela sonorização do show disponibilize
determinados equipamentos, como, por exemplo, microfones
e consoles a seu gosto. Entretanto, há profissionais que viajam
com seus próprios equipamentos e, em razão disso, já chegam
ao local do show “de olho” nos próximos passos.

A otimização do sistema, que é de responsabilidade do staff


da locadora e, geralmente, é entregue “pronto” ao técnico –
Olhares distintos: do palco, músicos veem a
house mix, onde fica o técnico de PA, no meio
da multidão. Da house, entre o técnico e o
divulgação

palco, o corredor de ligação entre as áreas.

A TECNOLOGIA MODIFICANDO O ANTES,


O DURANTE E O DEPOIS

Na passagem de som, se a mesa escolhida pelo técnico for uma


mesa digital, ele geralmente utiliza cenas salvas previamente
em um pen drive, economizando, assim, um considerável tem-
po, já que parte de seu trabalho “está pronto”: uma vez que a
cena é salva, ela pode ser “descarregada” em diversas mesas
de diversas marcas. Além disso, com as digitais, que contam
com processamento interno (plug-ins), o técnico pode dispen-
sar o uso de outboards e também mixar o show por meio de
dispositivos como iPads, facilitando sua própria logística.

Cabe, ainda, ao técnico de PA, promover ajustes


no sistema, se necessário, quando este lhe for
entregue pela locadora de equipamentos do evento
divulgação
Os consoles digitais oferecem aos técnicos de PA diversas soluções práticas, como, por exemplo, salvar suas cenas

Por outro lado, para aquele que opta pelas mesas analógi- ção de DVDs de artistas “grandes”, é comum o técnico do
cas, não há outra saída a não ser levantar fader a fader e artista dividir a mixagem do espetáculo a ser gravado com
promover todos os ajustes necessários em vozes e instru- um profissional de sua confiança. Nesses casos, o técnico
mentos captados, além daqueles plugados via direct box, do artista, por conhecer mais do show que será registrado,
para que sua mix seja a melhor possível. Metodologias à se encarrega de mixar a maioria dos elementos, deixando
parte, cada um dos universos tem algo, digamos, “diferen- para o amigo convidado, não menos responsável que o pró-
te” para oferecer a esse profissional, seja a sonoridade ou prio, uma pequena parte deles.
a praticidade. As duas, quem sabe?
Vale lembrar que, em gravações de DVD ou mesmo CDs
E quando o cantor está lá, em cima do palco, mostrando ao vivo, o técnico de PA, que geralmente “toca” junto
o que de melhor sabe fazer, o técnico está na house mix da banda, inserindo efeitos em determinados momentos,
fazendo sua parte para que este “melhor” chegue ao pú- manipulando instrumentos em horas específicas, faz um
blico. Do momento em que o cantor recebe o microfone, trabalho mais simples, não muito detalhado. O motivo?
ainda atrás das cortinas, até a hora em que se despede do Ele não pode “colocar em risco” o produto que está sendo
palco, geralmente, após dar o bis, ele, o técnico, está de registrado. Lembra do ditado “menos é mais”? Então...
olhos abertos e orelhas em pé. O prêmio pelo trabalho é,
de acordo com a maioria deles, olhar para os lados e notar O OLHO NA “VIDA” DOS EQUIPAMENTOS
a alegria e a satisfação da plateia.
Também cabe ao técnico de PA que viaja com seus equipa-
O TRABALHO A QUATRO MÃOS: mentos avaliar, durante a turnê, se eles estão em perfeito
EXPERIÊNCIA EVENTUAL estado e se podem continuar a ser usados nos shows.
É sabido que a durabilidade de consoles e microfones,
Vimos aqui que o técnico de PA cuida sozinho da mi- entre outros, depende muito dos cuidados tomados pelo
xagem do show, ou seja, como brincamos no início do técnico e sua equipe, formada por carregadores, roadies
texto, ele é o único “culpado”, é quem colhe louros e etc. Mas a qualidade da fabricação destes equipamentos
críticas pelo som do espetáculo. Mas não estranhe se um é, sem dúvida, o grande diferencial. Por conta disso,
dia você olhar para a mesa de som e vir ele trabalhando alguns técnicos, especialmente os mais conceituados,
em dupla com outro técnico. Não, ele não pediu ajuda têm contratos de endorsement com fabricantes e/ou re-
aos universitários. Explico! presentantes comerciais de marcas consagradas, o que
lhes assegura longevidade e excelência no que diz res-
Em determinadas situações, como, por exemplo, a grava- peito ao operacional do som ao vivo.

áudio música e tecnologia | 35


rodrigo Sabatinelli
grandes capitais, tais como São Pau-
lo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, as
ofertas para quem pretende investir
acervo Pessoal

na carreira são muitas. Além disso,


estão disponíveis, nas bancas e na in-
ternet, revistas especializadas, como
a nossa, que sempre se encarregam

acervo Pessoal
de publicar artigos técnicos e colunas
que abordam o tema com profundida-
de, contribuindo para a profissionali-
zação do meio.
acervo Pessoal

Vale lembrar ainda que os pionei-


ros do áudio no país, que fizeram e
ainda fazem parte de nossa história,
rodrigo Sabatinelli

não tiveram mão de obra qualifica-


Facebook

da nem acesso à rede para ajudá-


-los em suas formações. Na época
em que “se formaram”, o material
didático eram os manuais dos equi-
pamentos, preciosidades que pe-
savam em suas malas, trazidas de
viagens a feiras no exterior, e, cla-
ro, dedicação e muito talento!
divulgação

De cima para baixo em cada coluna:


Carlos Kalunga, Renato Muñoz, A VISÃO DE PARTE DO TODO
Ricardo Vidal, Alexandre Rabaço,
Bruno Campregher, Luizinho Mazzei Por ser um texto do qual partimos
e Enrico De Paoli são alguns dos de uma visão global, imaginamos
principais nomes do PA no Brasil não se tratar de um retrato real da
rotina do personagem em questão.
O ENSINO TRADICIONAL E Muitos dos técnicos já vividos vão
A FAMOSA “CARA E ler e concordar com nossas pala-
CORAGEM” vras, pois elas traduzem um pouco
do que os próprios cansam de dizer por aí: “Não é so-
Se tornar um técnico de PA não é tarefa das mais simples, mente querer! É preciso saber fazer! E fazer bem feito!
considerando não somente a quantidade de informação que Com fundamento, conhecimento...!”. Por outro lado, os
este necessita absorver antes de cair na estrada – de pre- aspirantes à profissão podem – e devem – notar que “o
ferência, em alguns bons anos de muita dedicação aos es- buraco é um pouco mais embaixo”.
tudos e pesquisas – e, claro, sua importância dentro do es-
copo de um show ao vivo. Muitos técnicos que hoje viajam Daí a dúvida: desistir ou seguir em frente? E, depois
com artistas iniciaram em locadoras de equipamentos de da dúvida, o conselho: se mixar um show ao vivo fosse
som, nas quais trabalharam por muito tempo como assis- tão simples quanto “espetar” um pen drive num conso-
tentes, vivenciando o dia a dia da locação, da montagem, le digital, hoje muita gente trabalharia com isso. E por
da retirada e da manutenção periódica de equipamentos. achar que mixar um show ao vivo é tão simples quanto
“espetar” um pen drive num console digital é que hoje
Outros, no entanto, seguiram o caminho tradicional: se es- muita gente trabalha com isso.
pecializaram por meio de workshops e cursos de pequena,
média e longa duração com métodos próprios, endossados Continue ligado, pois na próxima edição contaremos um
por aulas práticas e teóricas. No Brasil, principalmente nas pouco sobre o universo dos técnicos de monitor. •

36 | áudio música e tecnologia


áudio música e tecnologia | 37
FeSTIVaL | rodrigo Sabatinelli e anderson Pereira

RIO DAS OSTRAS


JAZZ & BLUES
FESTIVAL
cezar Fernandes/divulgação

Banda Jamz em ação: abertura do


festival ficou a cargo do conjunto

38 | áudio música e tecnologia


Tudo sobre o som A 12ª edição do Rio das Ostras Jazz & Blues, um dos mais tradicio-
nais festivais de música instrumental do país, reuniu entre os dias 8

do evento que e 17 de agosto nomes como os de Pepeu Gomes, Carlos Malta e Pife
Muderno, Marcus Miller, Al Jarreau e Jeff Berlin, entre muitos outros.

movimentou a A sonorização do evento, a exemplo do que ocorreu em sua edição

Região dos Lagos, passada, ficou a cargo da locadora Pro-3, que pertence a Alexandre
Magno e tem sede em Macaé, também no Rio. Dentre os equipamen-

no Rio de Janeiro tos disponibilizados pela empresa – na ocasião, gerenciada por Jerubal
Liasch –, estiveram os sistemas LS Audio e NBA, os consoles Midas,
Behringer e Soundcraft e os microfones Shure, AKG e Sennheiser.

Em entrevista à AM&T, os técnicos Byron West e Rebekah Foster, res-


ponsáveis pelo PA e pelos monitores do baixista Marcus Miller; Mark
Deadman e Brian Foisy, técnicos de PA e monitor de Al Jarreau; Emer-
son Duarte, que mixou o PA de alguns artistas do palco Costa Azul, e
Anderson Pereira, que cuidou do PA e dos monitores das atrações da
Concha Acústica da Praça São Pedro, contaram detalhes sobre o festival.

LINE ARRAY LS AUDIO


NO PALCO COSTA AZUL

No Costa Azul, principal palco do evento, onde se apresentaram Mar-


cus Miller e Al Jarreau, dentre outros, o sistema de som utilizado foi o
LS Audio, composto por 24 elementos Slinpec 4612 no L/R, empurra-
dos por amplificadores LabGruppen FP10000Q; quatro 4260, dispostos
no cluster; oito Slinpec 4260, destinados ao outfill, e 24 elementos de
subgraves Slinpec 218, atuando com amplificadores PowerSoft K10.

Por ser tratar do ambiente mais procurado pelo público, foi ne-
cessário instalar, em suas imediações, torres de delay capazes de
levar o som a maiores distâncias. Essas torres foram compostas,
cada uma, por quatro Slinpec 4260, empurradas por amplificado-
res PMS 4 DSP, também da marca.

Responsável pelo alinhamento do line, Fábio Marchiori, da própria LS Au-


dio, trabalhou com um preset que o manteve com um grande headroom e
uma sonoridade fiel ao espectro de frequências, deixando-o, assim, mais
suave e menos agressivo, o que, de fato, foi ideal para o tipo de show
realizado no festival. O resultado, de acordo com o próprio, surpreendeu.

“O retorno dos técnicos, brasileiros e gringos, foi muito bom. Notei


que, na maioria dos casos, eles usaram [o sistema] como foi entregue,
ou seja, não fizeram ajustes de equalização”, disse o engenheiro.

SIMPLICIDADE NA
CONCHA ACÚSTICA

Na Concha Acústica da Praça São Pedro, os shows ficaram a cargo


de Glaucius Linx & Ancestrais Futuros, Ângelo Nani, Zuzo Moussawer
Trio e Duca Belintani. Sonorizado por um sistema NBA, composto por
quatro elementos por lado, no L/R, e quatro por lado no outfill, além

áudio música e tecnologia | 39


Festival

Anderson Pereira
“Eu fazia os monitores na própria mesa e, em segui-
da, por meio de um iPad rodando o software próprio
da Behringer, fazia o PA. O software é bastante intui-
tivo e oferece muita autonomia ao técnico, o que faz
dele uma interessante ferramenta para quem tem
acúmulos de função, como tive, nesse caso”, disse
Anderson, que utilizou o processamento interno da
mesa, abrindo mão de todo e qualquer outboard.
“Minha intenção era trabalhar com o menor número
de processamento possível, explorando o som natu-
ral dos instrumentos”, acrescentou ele.
No detalhe, o line array LS Audio,
usado no palco principal do festival Para captar os instrumentos, o técnico lançou mão
de um kit básico. Nas vozes utilizadas pelos artistas
de quatro caixas de subgraves no L/R e quatro no para a comunicação com o público, já que os shows
outfill, todos empurrados por potências Next Pro, o eram instrumentais, ele trabalhou com os Shure Beta
palco ficou a cargo do técnico Anderson Pereira, que 58. Com os Beta 57, também da marca, captou gui-
mixou o PA e os monitores de todos os artistas em tarras, percussões e alguns instrumentos do naipe de
um console digital Behringer X32. sopro, também captado pelos Beta 98. Para o bumbo

MIDAS PRO6 PARA PA E MONITORES

Para o PA e os monitores do palco Costa Azul, esti- tamento de marketing da ProShows, distribuidora na-
veram disponíveis duas consoles Midas Pro6. Técnico cional da marca, o projeto Midas Vai Ao Seu Show
de mixagem dos shows de alguns dos artistas que tem rodado o país disponibilizando mesas Midas para
passaram por esse ambiente, Emerson Duarte contou a “degustação” dos técnicos.
que o festival foi a oportunidade de colocar em prática
um pouco do conhecimento que adquiriu ao longo dos “Os técnicos dos artistas que não as conhecem têm
últimos anos, afinal de contas, trabalhar com sonori- a oportunidade de usá-las, e, com isso, passam a
dades tão distintas num mesmo ambiente não é algo pedi-las em seus futuros riders. Esse é o objetivo:
que, segundo ele, pode ser considerado tão simples. democratizar a família Midas, que tem um operacio-
nal intuitivo, semelhante ao analógico, e qualidade no
“Cada um dos artistas tinha a sua particularidade. No que diz respeito a equalização e efeitos”, completou.
show do The Jig, por exemplo, por reco-
mendação do produtor deles, não usei
Anderson Pereira

reverb nos sopros, que são a base da


banda, e para mixar a Orquestra Kuarup
abri mão de compressores e gates, vi-
sando não prejudicar a dinâmica musical
de seus músicos. Já no show do gaitista
Jefferson Gonçalves, que subiu ao palco
com um baterista e dois percussionistas,
tive de lançá-los [os compressores e os
gates] para conter o vazamento dos di-
versos microfones usados para captar
tantos instrumentos rítmicos”, disse.

A presença de tantos consoles Midas –


além dos palcos já citados, o palco Tar-
taruga também contou com duas Midas A exemplo do sistema principal, os delays
Pro2, para PA e monitor – no festival foram feitos com caixas LS Audio
tem sua explicação. Criado pelo depar-

40 | áudio música e tecnologia


áudio música e tecnologia | 41
Festival

Anderson Pereira
Digilite 6.4 e os subs ficaram com os Digilite 8.0. O
processamento do sistema principal, bem como do
outfill, ficou a cargo dos processadores dbx.

Os consoles disponíveis para PA e monitor foram,


respectivamente, Midas Pro2 e Soundcraft SI3. Os
microfones usados na captação dos instrumentos
foram os Shure SM91, Beta 56, SM 58, SM 57 e SM
81, os Sennheiser E604 e E608 e os AKG C3000. E
os monitores foram os coaxiais da LS Audio, empur-
rados por potências LabGruppen.

ENGENHEIROS ESTRANGEIROS
Composto por elementos Beyma, o line NBA foi usado APROVAM ESTRUTURA
na sonorização da Concha Acústica da Praça São Pedro
da bateria, a opção foi o Beta 91A, e para a gaita o Há sete anos no comando do PA de Al Jarreau, Mark
shure SM 56. “Em festivais como esse, a captação é Deadman chegou ao festival com o backline com-
bastante simples. Não tem mistério. Se inventar mui- pleto da banda que acompanha o músico e um kit
to, atrapalha. O básico é o que salva”, disse. de microfones Shure para a captação destes instru-
mentos, contendo SM 57 para a caixa de bateria,
SIMILARIDADE NO PALCO IRIRY SM98 para os tons, Beta 58 para os vocais e SM 58
para a voz principal, entre outros.
A exemplo do que ocorreu na Concha Acústica, no
Palco Iriry, por onde passaram Pepeu Gomes e Rick
Estrin & The Nightcats, dentre outros, o sistema dis-
ponibilizado também foi o NBA, sendo este compos-
to por seis elementos por lado, no line principal, e
quatro por lado, no outfill, além de quatro subs para
o L/R e quatro para os outs.

As caixas do line principal foram empurradas por po-


tências LabGruppen e HotSound, que foram distribu-
ídas da seguinte maneira: os modelos FP10000Q, da

Anderson Pereira
LabGruppen, atenderam aos drivers e aos falantes
de 6”, enquanto que os falantes de 12” receberam os
Anderson Pereira

O console Midas Pro6 foi um dos mais usados no evento:


“compressão natural e suave”, segundo Brian Foisy
Endorser da marca, o técnico destacou o uso do 58
após algumas idas e vindas. “Testamos outros mode-
los, quase todos os possíveis, no entanto, voltamos a
ele [SM 58] por ser dinâmico e mais indicado para este
tipo de captação”, disse Deadman, que também falou
sobre a Midas Pro6. “Sua sonoridade é transparente,
clara, e todos os seus controles estão à mão, fazen-
do com que o operacional seja mais simples. Procurei
trabalhar com seus recursos internos e a deixei ‘falar’,
dispensando o uso de outboards”, concluiu.

À esquerda, na foto, Al Jarreau segura o SM58, da Shure

42 | áudio música e tecnologia


acervo emerson duarte
Da esquerda para a direita, Fabio Marchiori, da LS Audio;
Byron West, técnico de PA de Marcus Miller, e Emerson
Duarte, que mixou alguns shows do palco Costa Azul
Companheiro de estrada do técnico, Brian Foisy, que há três anos opera os
monitores de Jarreau, trabalhou com sistema híbrido – ear phones JH Audio
com body packs PSM900, da Shure, e caixas de chão LS Audio –, também
“pilotado” em uma Pro6, da Midas. De acordo com ele, “tudo saiu como o
planejado. A mesa ofereceu uma sonoridade quente, com compressão na-
tural e suave, e as caixas soaram bem, sem necessidade de equalização”.
acervo anderson Pereira

Após o show de
Marcus Miller,
os técnicos
Anderson
Pereira,
Rebekah Foster
e Byron West
comemoram
a passagem
vitoriosa do
músico pelo
festival

Há três anos no comando do PA de Marcus Miller, Byron West, que usou


microfones Shure SM 57 para captar a caixa da bateria e as guitarras,
Sennheiser E608 para captar os tons e SM 81 para os overs, se disse
surpreso com a inteligibilidade do sistema LS Audio. De acordo com o
próprio, “o line apresentou uma ‘imagem’ bem aberta”. West também
aproveitou a ocasião para reforçar sua preferência pelos consoles Midas.

“É o meu console preferido, pois me permite realizar as dinâmicas


necessárias do show de Marcus, que, ao vivo, ora soa como uma
banda de metal, bem pesado, ora como uma banda de jazz, mais
introspectiva e comedida. Para realizar uma mix tão ampla sem
usar compressores e limiters é preciso contar com uma boa mesa,
com bons faders”, explicou. •

áudio música e tecnologia | 43


ProjeToS | denio costa

Santuário de

divulgação
Santuário: vista aérea geral

Em detalhes, os projetos de acústica, áudio e vídeo do


grandioso ponto turístico da cidade mineira de Caratinga
Há mais de 25 anos visito regularmente Caratinga, ci- que traz em si muito da história cristã da região.
dade do leste mineiro com mais de 90 mil habitantes, A pedra fundamental foi colocada por Dom Eugê-
dentre eles, várias pessoas com as quais eu e minha nio Corrêa, em 1966. A obra foi idealizada, e sua
esposa, Marta Rocha Costa, culticamos ao longo do construção coordenada, pelo padre italiano Roque
Colombo, um visionário falecido em julho de 1999.
tempo. Terra de nomes como Agnaldo Timóteo, Ziral-
Foi no cenário do Santuário que vi, pela primeira
do, Míriam Leitão e Ruy Castro, a cidade conta com
vez, a família da minha esposa, que assistia a um
a Praça das Palmeiras, que tem coreto planejado por casamento. Como não estava a caráter, achei me-
Oscar Niemeyer e construído em 1980. lhor esperar a cerimônia terminar para então me
apresentar. Ao final, ficaram todos em um canto
Explicado o meu vínculo com Caratinga, vamos ao apontando para mim com cara de curiosidade (ou
que nos interessa aqui: o Santuário de Adoração seria de espanto?). Afinal, quem seria aquele novo
Perpétua, um dos pontos turísticos da cidade e “amigo” da família? Não sei. Não importa.

44 | áudio música e tecnologia


Adoração Perpétua
A ACÚSTICA

Já naquela primeira visita me chamou a


atenção o tempo de reverberação na nave,
algo que estrapolava os seis segundos.
Pensei: “este ambiente merece um projeto
de acústica e sonorização”. Mas este não
era o objetivo, na época.

O formato da nave do Santuário se asseme-


lha a um trapézio em arco, como uma fa-
tia de bolo. Este formato aliado a materiais
como mármore, vidro e alvenaria justificava
os efeitos acústicos. Com o passar do tem-
po e o uso de mais instrumentos musicais
nas reuniões, elevou-se o nível de exigência
dos fiéis e uma nova necessidade foi surgin-
do. Chegou o momento de se buscar maior
inteligibilidade, linearidade na dispersão e
distribuição sonora no ambiente, tanto em
Planta em perspectiva
pressão quanto na resposta em frequência.

Em 2011 tivemos uma reunião no Santuário, a por meio de luminárias bidirecionais. A mistura
convite do Sr. Max Araújo, que conhecera um de destes materiais nos proporcionou maior absor-
nossos projetos em Belo Horizonte. Alguns anos ti- ção das médias baixas frequências, região crítica
nham se passado e o Pe. Vitório Felice Baggi, atual dentro do ambiente.
pároco, juntamente com a comissão de obras da
igreja, nos contratou para a elaboração dos proje- No mezanino, substituímos as esquadrias das janelas
tos de acústica, áudio e vídeo. Desde o primeiro para obtermos maior vão livre e aumentar a visibili-
momento decidimos não interferir na arquitetura dade dos fiéis neste setor. Ali também serão constru-
da nave. Na nossa opinião, seria importante não ídas duas salas técnicas, sendo uma para áudio e ví-
chocar os fiéis com intervenções desnecessárias deo e outra específica para filmagens e transmissões,
e manter as características daquele ambiente de que são realizadas pelas emissoras de rádio e TV lo-
adoração. Assim, mantivemos as vigas aparen- cais. No forro do mezanino serão instaladas espumas
tes e, 60 cm abaixo da laje, especificamos gesso lisas classe AII de flamabilidade, espessura de 35
acartonado, que possui tratamento contra odores mm, densidade de 11 kg/m³ e NRC 0,65. A superfície
e com 23% de perfuração quadrada. No entreforro desta espuma proporciona a difração do som, e, por
indicamos manta do tipo fibrosa, com densidade ser do tipo porosa, gera absorção por meio de atrito
de 10 kg/m³, fabricada em poliéster e cuja maté- e consequente dissipação de energia.
ria-prima são garrafas pet recicladas.
Mantivemos os mesmos bancos, porém com um tra-
Para absorver as reflexões das paredes do fundo tamento na cor freijó para deixá-los mais claros e com
da nave, foram especificados painéis com lã de absorção em sua parte inferior, reduzindo os efeitos de
vidro, revestidos com tecido sintético, densidade reflexão no piso. Para o altar foi criada uma área espe-
de 80 kg/m³ e NRC 0,80. Na parte inferior das cífica de absorção acústica no forro. Isso para preser-
paredes, mantivemos o mármore existente. Os var as pinturas do altar e das laterais da nave.Todas as
quadros da Via-Sacra serão instalados à frente alvenarias e gesso aparentes receberão pintura branco
destes painéis acústicos e receberão iluminação gelo. O objetivo é deixar o ambiente mais claro.

áudio música e tecnologia | 45


ProjeToS
Santuário de

adroom de 20 dB, teremos um nível médio muito


bom para esta aplicação, na ordem de 100 dB-SPL.
A resposta em frequência de cada coluna é de 155
a 12 kHz, considerando variação de -3 dB nes-
te espectro. Se considerarmos uma variação de
-10 dB, a resposta passa a ser de 100 a 16 kHz.
Haverá extensão na resposta de médias baixas
frequências em função do acoplamento entre os
elementos, mas a resposta em baixas frequências
será complementada pelos subwoofers.

Para reforço das baixas frequências foram utilizados


quatro subgraves Bose MB4. Cada subwoofer possui
as seguintes dimensões: 26 x 67,7 x 45,9 cm, sen-
do também muito compactos. Serão instaladas duas
unidades de cada lado do altar, sobrepostas. Infeliz-
Vista aérea geral mostra o efeito da luz indireta mente, não havia como fazer um arranjo aéreo, em
na nave para os momentos de oração e adoração função das interferências estéticas. A resposta em
frequência é de 40 a 300 Hz +/- 3 dB, sensibilidade
de 87 dB-SPL@1W/1m e SPL máximo de 110 dB. A
Para aumentar a luminosidade, foram inseridos dispersão é praticamente omnidirecional, abaixo de
spots redondos da Dialux no gesso perfurado. Para
luz indireta, especificamos fitas de LEDs no entorno
do gesso perfurado, que atua como uma sanca in-
vertida. A energização das lâmpadas e sistemas de
áudio e vídeo serão realizados a partir de circuitos
comandados tanto pela cabine técnica quanto pelo
altar. Todos via contatores, para que o cabeamento
de comando seja de baixa potência. Os estudos téc-
nicos foram feitos a partir do software de simulações
acústicas EASE, versão 4.3, e a coleta dos dados
no ambiente utilizando o equipamento stand alone
Audio Tool Box Sencore SP495.

SONORIZAÇÃO

O sistema de sonorização é bem simples, mas muito


interessante. Tem por objetivo o equilíbrio na distri-
buição da pressão sonora e linearidade na resposta
em frequência no ambiente. Utilizamos duas colunas
do tipo line array com cinco elementos cada, totali-
zando um arranjo de cinco metros de altura, modelo
Bose MA12. As caixas acústicas são passivas. Supor-
tam até 300 W RMS e apresentam impedância nomi-
nal de oito ohms. Cada uma possui 12 alto-falantes
do tipo full range com apenas 5,7 cm de diâmetro.

A construção em alumínio confere a estas colunas


elevado índice de resistência mecânica e a variações
do tempo. A sensibilidade de cada coluna é de 88
dB-SPL@1W/1m. Já o SPL máximo de cada uma é
de 113 dB. O conjunto com cinco caixas fornecerá,
de nível máximo, 120 dB-SPL. Considerando um he- O antes e o depois do forro

46 | áudio música e tecnologia


Adoração Perpétua

Imagens mostram o antes e o depois do altar e


fundo da nave onde ficam as cabines técnicas

200 Hz. Suportam até 200 W RMS e apresentam oito ohms de


impedância nominal. Cada caixa possui quatro alto-falantes de
apenas 5,2” (13,3 cm).

Utilizamos amplificação classe D, Next Pro modelo R3, para


alimentar as colunas e os subgraves. Cada amplificador é ca-
paz de fornecer até 1500 W de potência, com carga de 2 ohms
(1 kHz 500 ms burst). Possui conectores para caixas acústicas
tipo Speakon. A fonte de alimentação é universal e regulada
com circuito PFC, operando de 100 a 260 V e em frequências
de 47 a 63 Hz. Ao serem energizados com tensões de 270 a
420 V, são desarmados automaticamente. Ganho de 40x (32
dB @ 4 ohms) e sensibilidade de +5,6 dBu. Slew-rate de 35V/
µs @ 8 ohms. Ocupa apenas duas unidades rack.

Neste projeto temos em torno de 900 W RMS disponíveis


para cada duas colunas, sendo que ambas suportam a po-
tência máxima de 600 W RMS. O que chama a atenção é a
discrição. O sistema de som é praticamente invisível. Cada
coluna de caixas possui aproximadamente cinco metros de

áudio música e tecnologia | 47


ProjeToS
Santuário de

altura, mas apenas 11 cm de largura e 13 cm de Impedância nominal de oito ohms e resposta em fre-
profundidade. O peso total do arranjo é de 45 kg. quência de 60 a 18 kHz. Loud Audio LB5-80.
Foi necessário uma pequena inclinação do bloco
para otimizar a cobertura vertical. Para monitoração do altar serão utilizadas duas co-
lunas Bose, uma em cada lateral. Esta escolha se
Segundo o fabricante, a cobertura horizontal de deu em função da cobertura horizontal e vertical,
cada coluna é de 160º. Como sabemos, a cobertura além da sonoridade ser a mesma das caixas de re-
varia com a frequência. A especificação de cobertura forço sonoro no ambiente (PA). Já para a monito-
HxV não nos fornece muita informação para projeto, ração dos músicos a escolha das caixas acústicas
e, por isso, preferimos trabalhar tendo como base se deu pela sonoridade, dispersão, pressão sonora,
os gráficos de beamwidth x frequência, balloon 3D, amplificação, circuitos de proteção e dimensões. São
gráficos isobários (variação de pressão x frequência) utilizados monitores ativos M112D da linha Vertcon,
ou até mesmo os diagramas polares por frequência. da Attack, que apresentam cobertura de 50 x 70º;
Em função de nossas medições, estamos conside- contam com cabo de energia e áudio em ambas
rando cobertura de 140º no eixo horizontal. as laterais, o que facilita sua instalação; permitem
ajuste da inclinação horizontal em 35º, 40º e 45º,
Sobre o altar, onde ficará o microfone do celebrante, maximizando a cobertura sonora.
temos na ordem de -14 dB em relação à pressão so-
nora no eixo das colunas. Uma diferença considerá- São compostos ainda por um alto-falante de 12” e
vel para o controle das realimentações. Para reforço um driver de 1,4”. Vem equipado com um amplifi-
das médias e altas frequências no fundo da nave, cador classe D para cada via, capazes de fornecer
serão utilizadas mais quatro colunas MA12. 1100 e 250 W RMS, respectivamente. Os limiters
são adaptativos e independentes por via. A sensibi-
A sonorização do mezanino e hall de entrada utilizará lidade é de 132 dB SPL/Volt. Operam de 100 a 260
sistema de amplificação em linha de tensão constan- V. Para maior flexibilidade, foi incluído sistema com-
te de 70,7 V, modelo SL1300 Sansara. Para este re- plementar de monitoração via amplificador e fones
forço sonoro utilizamos caixas acústicas de sobrepor, de ouvido. Os fones escolhidos foram Koss Porta Pro
injetadas em ABS e telas frontais em alumínio com e AKG K44 Perception.
pintura eletrostática. Alto-falantes de 5” com cone de
propileno metalizado, tweeters com pastilha de neo- Serão utilizados microfones tipo gooseneck, de mão
dímio de 1” e membrana de seda. Suportam até 80 sem fio e com fio, além dos microfones dedicados
W, cada. Sensibilidade de 89 dB SPL @ 1 W/1 m. aos instrumentos. Para captação de sinal de nível
de linha e instrumentos serão utilizados os
direct box passivos, Wireconex.

Todo o controle dos sistemas de sonoriza-


ção é feito através do gerenciador digital
LM408E, da Attack, que possui quatro en-
tradas e oito saídas balanceadas com conec-
tores XLR. Muito interessante porque além
dos recursos mais comuns encontrados na
maioria dos gerenciadores – como equaliza-
dores paramétricos, limitadores, filtros HPF e
LPF, com slope variáveis, controle de níveis e
delays – possui ainda filtros All Pass que atu-
am apenas nos ajustes de fase, ferramenta
muito útil na otimização do sistema.

A console de mixagens principal será a


Yamaha 01V-96i. Como opcional para os
músicos há um segundo console. Isto
Na imagem, os painéis de absorção no fundo da permite que o setup das missas fique
nave e a iluminação dos quadro da Via Sacra preservado nas memórias digitais. Na cabine

48 | áudio música e tecnologia


Adoração Perpétua

HDMI, VGA, WXGA, Vídeo Componente


ou Vídeo Composto, bastando subs-
tituir os conversores. Há matrizes e
splitters que permitem a seleção e dis-
tribuição de todos estes sinais.

Extensores de infravermelho permitirão


o uso de controle remoto na cabine para
acionamento dos projetores e telas. Os
programas de áudio e vídeo poderão ser
gravados a qualquer momento, incluin-
do gravação de áudio multipista. Matri-
zes seletoras de fontes de sinais permi-
tirão a sua escolha.

Atualmente, o responsável técnico pe-


los setores de áudio e vídeo do Santuá-
rio é o Sr. Ivan Rodrigues. Caberá a ele
A vista do mezanino todo o operacional dos sistemas. Um
desafio, já que irá migrar do universo
técnica, a monitoração poderá ser feita através de analógico para o digital.
fones de ouvido ou monitores Behringer MS40. Para a
sonorização, os estudos técnicos foram feitos a partir Um abraço!
do software de modelamento acústico
EASE Focus 2 e do software Modeler,
proprietário da Bose.

VÍDEO

O sistema de vídeo utiliza dois proje-


tores multimídia com brilho de 5000
ansilumens, duas telas elétricas tensio-
nadas, padrão 4:3 de 120”, GAIA e um
monitor LED de 21.5” para monitoração
dos sinais de vídeo na cabine técnica.

Como fontes de sinais poderão ser


utilizados computadores no altar ou
cabine técnica, Blu-ray player ou câ-
meras. O padrão de sinal de vídeo
é o HDMI. Os sinais serão converti-
dos e trafegarão por meio de cabos
de rede CAT5. Isso irá permitir o uso
de conversores de sinais em suas ex-
Vista lateral e do fundo: ângulo bem amplo do ambiente
tremidades. Pode-se optar por sinais

denio costa é diretor da dGc Áudio, Vídeo e acústica, empresa especializada em projetos nessas áreas, e do NFP - Núcleo
de Formação Profissional, por meio do qual ministra cursos de áudio em Belo Horizonte e em todo o Brasil. Também oferece
consultoria para P&d de novos produtos de áudio profissional e realiza otimização de sistemas de sonorização. Site: www.
dgcaudio.com.br. e-mail: deniocosta@dgcaudio.com.br.

áudio música e tecnologia | 49


Projeto de produto | Homero Sette e Mauro Ludovico

Criando o subwoofer H.Sette


2x18” SW6000nd arte 1)
(P

O passo a passo do mais recente projeto do Professor Homero Sette


com falantes importados, os autores deixam claro
INTRODUÇÃO
que também foram testados falantes nacionais, de

Este trabalho/série de artigos objetiva apresen- renomados fabricantes brasileiros, conseguindo-se,


tar os conceitos técnicos que nortearam o projeto, com eles, preliminarmente, bons resultados, que
construção e testes do subwoofer SW6000nd, de- poderão vir a ser divulgados em trabalho futuro.
senvolvido pelo Professor Homero Sette, gerente de
desenvolvimento e aplicações na 4VIAS. Embora o Vejamos, inicialmente, os princípios que nortearam
artigo, como um todo, enfoque o projeto inicial, feito o projeto.

50 | áudio música e tecnologia


OBJETIVO área em si, no painel frontal da caixa. Para reduzir
o comprimento do duto vamos sintonizar a caixa na
Projeto, desenvolvimento e construção de uma caixa frequência mais alta possível, até onde isso não pre-
de subgraves de alta performance, capaz de desem- judique a resposta de baixas frequências, o que será
penhar as seguintes funções: verificado nas medições do protótipo.

1. Ser utilizada como a via de sub graves, em qual- 2. Compor visual agradável com a caixa de altas
quer sistema de som, principalmente em grandes 2x15+TI, já desenvolvida.
aplicações, com alta eficiência, posicionada na hori-
zontal, sendo que diversas (quando deitadas) pode- DIMENSÕES E VOLUME
rão ser empilhadas na vertical, tendo sido os dutos Medidas externas (cm): 126 x 70 x 60 (L x P x A)
projetados para maximizar o acoplamento; Volume externo: 529 litros
Espessura da madeira: 20 mm
2. Acompanhar a caixa full range 2 x 15” + driver de
titânio, formando um conjunto harmônico inclusive
no visual, podendo ser usada na vertical, ladeando PREMISSAS TEÓRICAS
a full range;
O projeto foi todo assentado em bases sólidas e,
ESTRATÉGIA para uma perfeita avaliação do mesmo, convém
apresentarmos os principais conceitos que determi-
1. Utilizar dutos com o máximo de área possível, naram a diretriz adotada.
tendo como limite uma área igual à do cone do falan-
te, no caso, 1210 cm³, tanto para o B&C 18SW100 Volume, eficiência e resposta
(neodímio) quanto para B&C 18TBW100 (ferrite),
para reduzir ao máximo a compressão de potência Todos desejam uma caixa acústica muito eficiente,
no duto quando grandes volumes forem deslocados. pequena, reproduzindo baixíssimas freqüências. No
entanto essas variáveis estão ligadas matematica-
O fator limitante tornou-se o comprimento do duto
mente através da equação
(que aumenta com a área, para uma mesma fre-
quência de sintonia Fb) e não a acomodação da
Isso significa que, uma vez determinado o tipo da
caixa (certamente bass reflex, para uso profissio-
nal, devido ao maior valor de , que proporciona
maior eficiência), ao escolhermos duas das três va-
riáveis restantes, a terceira já estará definida pela
relação matemática que as une, não podendo mais
ser arbitrada. Assim, se escolhermos a eficiência e a
frequência de corte, o volume da caixa já estará au-
tomaticamente determinado; escolhendo o volume
e a resposta de graves, , teremos que aceitar a
Fig. 1 – Desenho simplificado
eficiência resultante.
do Sub 2x18 H.Sette SW6000nd

Definição das Variáveis Valores Típicos de

Eficiência de referência na banda passante


-6 -6
Caixa Selada de 1,3 . 10 a 2 . 10
Frequência de corte, em Hz

Volume da caixa, em m3 Caixa Bass Reflex de 3. 10-6 a 3,9 . 10-6

Figura de mérito da caixa, em s3. m-3 Butterworth de 4a ordem 3,6 . 10-6

áudio música e tecnologia | 51


ProjeTo de ProdUTo

Normalmente desejamos elevada eficiência e frequên- tos corretamente dimensionados. Por isso, também,
cia de corte baixa (maior extensão de graves), o que a SW6000nd é uma caixa grande!
faz com que o cociente / cresça, o que leva a
volumes grandes, conforme obriga a equação. Ondas estacionárias
Assim, alta eficiência e baixas frequências não ca-
bem em volumes pequenos. Por isso a SW6000nd é Muitas vezes, por razões práticas ou até estéticas,
uma caixa grande: é eficiente e responde a partir de não podemos construir o gabinete respeitando as
35 Hz. Dois bons motivos. recomendadas proporções 1 : 1,6 : 2,3 que mi-
nimizam ou previnem a ocorrência de ondas es-
Área do duto tacionárias. Desse modo, quando isso acontece,
podem surgir ondas estacionárias que provocam
O duto tem comportamento indutivo desde que o ar cancelamentos na curva de resposta. Para con-
passe livremente por ele. Caso contrário, comporta- tornar esse problema podemos utilizar material
-se como um resistor, que introduz perdas (transfor- absorvente no interior da caixa, com o cuidado de
mando energia em calor. e não em som) e deixa de não obstruir o duto.
sintonizar o volume (capacitivo), transformando
a caixa bass reflex em uma caixa selada, que é mui- Muitos dos materiais que vemos serem utilizados
to menos eficiente nos graves. não oferecem benefício e até interferem negati-
vamente no desempenho da caixa. De posse do
Dutos de pequena área, como tubos com quatro material absorvente correto, ou seja, que trans-
polegadas de diâmetro, podem funcionar bem com forma energia acústica em calor, sem impedir o
baixos níveis de SPL, mas não com as potências ele- fluxo das partículas de ar em movimento, resta
vadas, próprias dos subwoofers, usados profissio- colocá-lo em local adequado, onde a velocidade
nalmente. Por esse motivo o duto precisa ter área do fluxo de ar é máxima, e não encostado nas
suficiente para escoar o volume de ar, deslocado paredes, como vemos frequentemente, pois ali a
pelo falante, com baixa velocidade, em um fluxo la- velocidade da onda é zero, tornando insignifican-
melar, e não turbilhonar, este último com suas per- te a absorção pelo material.
das e distorções indesejáveis.

A área adequada para o duto depende da área efe-


tiva do cone do falante, do seu deslocamento e da
freqüência de sintonia da caixa, de acordo com a
equação a seguir.

Cálculo da Área do Duto

Fig. 2 – Velocidade e pressão da onda estacionária


Definição das Variáveis

S Área do duto, em m² Por esse motivo aplicamos uma cortina de material


Área efetiva do cone, em m² absorvente, com característica e densidade espe-
X Deslocamento do cone, em metros cíficas, em local estratégico, entre o transdutor e
Fb Frequência de sintonia da caixa, em Hz o duto, em uma estrutura desenvolvida especial-
mente para tal aplicação, e que também foi apro-
veitada como travamento adicional interno, para
O volume ocupado pelo duto não é aproveitado pelo evitar vibrações. Durante o desenvolvimento do
falante e precisa ser descontado do volume interno protótipo, em todas as suas fases, foram traça-
bruto para a obtenção do volume . Isso contribui das inúmeras curvas de resposta e de impedância,
para o aumento do volume da caixa que possua du- utilizando-se a versão 11 do CLIO FireWire.

52 | áudio música e tecnologia


Tabela 1 – Parâmetros de Catálogo e Medidos
Catálogo Medidos
Parâmetros
18SW100 18TBW100 18SW100
Fs Hz 35 35 33
Vas L 180 175 187
Qts - 0,38 0,39 0,36
Peso Kg 10 15,1 -

Tabela 2 – Resumo das


Especificações do Fabricante
Fig. 3 – Estrutura de reforço e suporte
para a cortina absorvente

INÍCIO DO PROJETO
O projeto começou com a escolha dos falantes. Opta-
mos por dois modelos da B&C, o 18SW100, com ímã de
neodímio e o 18TBW100, com ferrite. Esses transduto-
res, além dos valores adequados de Fs, Qts, potência
e deslocamento do cone, possuem uma peculiaridade
muito interessante: embora com tecnologias magnéti-
cas diferentes, e a consequente diferença significativa
de peso, possuem parâmetros muito semelhantes, o
que permite a troca de um pelo outro, praticamente
sem nenhuma alteração na curva de resposta. Falante B&C 18SW100 (neodímio)
Nominal diameter 460 mm (18.0 in)
Na tabela 1 vemos a grande semelhança entre os
Nominal impedance 8Ω
parâmetros divulgados em catálogo, dos dois mo-
Minimum impedance 6.5 Ω
delos, e a excelente concordância com os valores
por nós medidos, utilizando o CLIO 11 no 18SW100. Nominal power handling1 1500 W
A figura 4 permite a obtenção gráfica dos parâme- Continuous power handling2 3000 W
tros da caixa, para o caso do volume ótimo, ou seja, Sensitivity (1W/1m)3 97.0 dB
o que produz a resposta mais plana possível. O Qts
Frequency range 35 - 1000 Hz
do falante situou a resposta muito perto da de But-
Voice coil diameter 100 mm (4.0 in)
terworth, na interseção das curvas de , Fb e Vb.
Winding material Copper
Former material Glass Fibre
Winding depth 32 mm (1.26 in)
Magnetic gap depth 14 mm (0.55 in)
Flux density 1.15 T
Surround shape Triple Roll
Cone shape Radial
Magnet material Neodymium Inside Slug

Spider Double Silicone


Pole design T-Pole
Woofer cone treatment TWP Waterproof
Both Sides
Recommended enclosure 200.0 dm3 (7.06
ft3)
Fig. 4 – Parâmetros Recommended tuning 33 Hz
da caixa, em função Fs 35 Hz
do Qts do falante Re 5.3 Ω

54 | áudio música e tecnologia


Qes 0.4 Sensitivity (1W/1m)3 96.0 dB
Qms 5.9 Frequency range 35 - 1000 Hz
Qts 0.38 Voice coil diameter 100 mm (4.0 in)
Vas 180.0 dm3 (6.3 ft3) Winding material Copper
Sd 1210.0 cm2 (187.6 Former material Glass Fibre
in2) Winding depth 31 mm (1.22 in)
1.9 % Magnetic gap depth 15 mm (0.59 in)
Xmax 12.5 mm Flux density 1.15 T
Xvar 16.0 mm Surround shape Triple Roll
Mms 234 g Cone shape Radial
Bl 26.1 Txm Magnet material Ceramic
Le 2.2 mH Spider Double Silicone
EBP 87 Hz Pole design T-Pole
Overall diameter 460 mm (18.0 in) Woofer cone treatment TWP Waterproof
Bolt circle diameter 443 mm (17.44 in) Both Sides
Baffle cutout diameter 422.0 mm (16.6 in) Recommended enclosure 200.0 dm3 (7.06 ft3)
Depth 239 mm (9.41 in) Recommended tuning 32 Hz
Flange and gasket thickness 16 mm (0.63 in) Fs 35 Hz
Air volume occupied by driver 10.0 dm3 (0.35 ft3) Re 5.3 Ω
Net weight 10.0 kg (22.0 lb) Qes 0.41
Shipping units 1 Qms 8.0
Shipping weight 11.5 kg (25.3 lb) Qts 0.39
500x500x250 mm Vas 175.0 dm3 (6.18 ft3)
Shipping box
(19.7x19.7x9.8 in) Sd 1210.0 cm2 (187.6
RCK18SW1008 in2)
1.76 %
Xmax 12.0 mm
Xvar 14.0 mm
Mms 245 g
Bl 26.4 Txm
Le 2.45 mH
EBP 85 Hz
Overall diameter 460 mm (18.0 in)
Bolt circle diameter 442 mm (17.4 in)
Baffle cutout diameter 422.0 mm (16.6 in)
Depth 241 mm (9.5 in)
Flange and gasket thickness 16 mm (0.61 in)
Air volume occupied by dri- 11.0 dm3 (0.39 ft3)
ver
Falante B&C 18TBW100 (ferrite) Net weight 15.1 kg (33.3 lb)
Nominal diameter 460 mm (18.0 in) Shipping units 1
Nominal impedance 8Ω Shipping weight 16.6 kg (36.6 lb)
Minimum impedance 6.5 Ω Shipping box 500x500x250 mm
Nominal power handling1 1500 W 19.7x19.7x9.8 in)
Continuous power handling2 3000 W RCK18TBW1008

Homero Sette é gerente de desenvolvimento e aplicações da 4VIaS Pro audio (homero.sette@4VIaS.com.br). mauro Ludovico é
gerente de planejamento da companhia (4VIaS@4VIaS.com.br).

áudio música e tecnologia | 55


mIXaGem | Walter costa

PREPARANDO UMA
SESSÃO PRA MIX

Figura 1 – Sessão original: reparem nos nomes genéricos e edições sem crossfades

A criatividade é como um rio: fluida!


Por conta da facilidade e acessibilidade do processo gravação. Isso é um enorme equívoco. Uma mi-
de produção musical que a tecnologia nos trouxe, xagem é um processo completo, que inicia e se
uma ideia de imediatismo e velocidade tomou conta encerra em si mesmo.
da mentalidade musical em geral. Na minha opinião,
isso vem mais como um efeito colateral do que como Esse processo criativo necessita e se beneficia muito
uma conquista. As etapas ficaram confusas, solu- de uma certa fluidez. Interrupções desnecessárias
ções são postergadas e problemas atendidos fora de comprometem a percepção da dinâmica daquela
hora. O processo perdeu um pouco o ritmo que exis- música, de suas nuances, de como ela respira, do
tia. O foco necessário vai e vem. que é importante a cada momento, do que precisa
ser resolvido, do que falta e do que sobra. Por conta
Tenho visto muitos profissionais pensando numa disso, acabei desenvolvendo uma metodologia para
mixagem como uma etapa final do processo de minimizar essas interrupções.

56 | áudio música e tecnologia


Metodologia permite que você se concentre nas coisas importantes;
permite que você crie um ritmo de trabalho mais constante; cria
uma segurança em relação a aspectos menos criativos do processo
para que você possa se concentrar nos mais criativos.

Quando recebo material para mixar, a primeira coisa que faço é


arrumar a sessão. Sempre da mesma forma! Por que? Porque fica
fácil saber onde as coisas estão se elas estiverem sempre no mes-
mo lugar.

Sendo assim, eu me permito gastar um tempo bastante razoá-


vel arrumando, documentando e preparando todo meu material

Figuras 2a e 2b – Sessão já arrumada, com os tracks


na ordem e devidamente nomeados, assim como os
auxiliares e outputs. Os canais em que fiz strip silence
estão indicados (sempre com o original em playlist).

áudio música e tecnologia | 57


mIXaGem

antes de realmente começar a me


concentrar nele.

FORMA DE TRABALHO

Cada um tem sua forma de trabalhar e


não existem regras para se fazer isto.
O importante é achar uma forma e se
ater a ela. Criar um método seu, no
qual você se sinta confortável.

Supondo uma sessão (de Pro Tools)


tradicional de música popular, eu, por
exemplo, procedo dessa maneira:

1º - Antes de mais nada, save as - mú-


sica mix 1.

2º - Depois de algumas audições da


música assim como me foi mandada,
faço um bounce para futuras referên- Figura 3 – I/O Setup Window, com
cias. os buss e outputs renomeados

Eu sempre peço para me mandarem as sessões com reconhecer o master do grupo (no caso, o “+Vo-
uma mix que represente a intenção criativa do ar- cais”) numa mesa controladora se você colocar al-
tista. É muito importante compreender o peso e a gum tipo de sinal distinto logo no início do nome.
importância que os diversos instrumentos têm para
a música, na visão do artista e do produtor. Afinal, Por esse mesmo motivo eu nomeio todos os meus
estamos aqui para colaborar. Muitas vezes também inputs, outputs, inserts e auxiliares. Numa sessão
peço para me mandarem alguma referência de so- que tenha trabalhado, você nunca vai encontrar
noridade, alguma música já mixada. “aux 1” ou “out 1e 2”. Documentação! Eu sempre
penso que essa mesma sessão pode ser aberta al-
3º - Arrumo a sessão na seguinte ordem: Bate- guns anos depois e quanto melhor documentada
ria – Percussão – Baixo – Cordas (violão, guitarra estiver, mais fácil será entender o que foi feito ali.
etc) – Piano – Teclados – Naipes (cordas, metais
etc) – Voz – Vocais e, por fim, minha sessão de Inclusive, para facilitar ainda mais a organização
auxiliares de efeitos. dos auxiliares, eu uso os primeiros bus (1, 2, 3
etc.) para auxiliares de efeitos e os últimos, come-
Se houver grupos de instrumentos, sempre antes çando do último (bus 127 e 128), para auxiliares
dos instrumentos que compõem esse grupo. O nome de grupo. Assim eu sei que ambos nunca vão se
desse grupo é sempre precedido pelo sinal de +, ou misturar, por mais complexa que a sessão venha a
seja, se tenho seis canais de vocais e quero agrupá- ficar. Além de tornar a navegação mais fácil.
-los, coloco um grupo antes desses canais, que vai
se chamar “+Vocais”. 4º - Renomeio todos os canais de forma mais
apropriada. Na verdade, essa é uma etapa que eu
Por que? Simples, porque fica bem mais fácil você não deveria ter que passar. Nada desperta tanto

58 | áudio música e tecnologia


minha desconfiança sobre a qualidade técnica de uma sessão do
que ver canais com o nome de “audio 1” ou “audio 1.dup”. Since-
ramente, se o profissional não pode ter um mínimo de capricho de
nomear seus canais, o que mais pode ter passado por seu critério?

Geralmente, quando recebo sessões com muitos canais com nomes


genéricos, entro em modo “shit detection”. O que me obriga a ouvir
atentamente, canal por canal solado, em busca de problemas, e,
geralmente, nessas situações, eu acho! Documentação!!!!

5º - Limpeza! Canais como Voz, Vocais, Violão, Guitarra, Cordas e


Metais geralmente precisam de alguma limpeza. Clics, pops, hum,
ruído de ar-condicionado, entre outros, tendem a ir piorando ao lon-
go da mix. É melhor se livrar deles logo do que, inconscientemente,
ir moldando a mix a eles.

6º - Se há bateria, eu prefiro fazer um strip silence criterioso do


que contar com gates e coisas do gênero. O mesmo vale para caixa
e toms (sendo que caixa tem um detalhe a mais, que fica pra outra
ocasião.)

7º - Ainda no quesito bateria, tenho alguns sons de caixa e bumbo


que gosto de ter à mão pra somar, se necessário. Então já deixo esses
canais preparados.

8º - Preparo um set básico de auxiliares de efeitos, normalmente dois


reverbers e dois delays.

Uma vez tudo isso feito, posso começar a mixar com a certeza de
que não vou ter que me preocupar com nada, fora a mix, por bas-
tante tempo.

Abraços!

Walter Costa é o primeiro engenheiro e consultor técnico do Pedra da Gávea.
 Formado


pelo conceituado Full Sail, na Flórida, Walter tem quase três décadas de experiência no
mercado, com mais de 300 álbuns gravados e mixados e diversos prêmios, dentre os
quais estão múltiplos Grammy como engenheiro e produtor.
SoNar | Luciano alves

EQUALIZADOR
QUADCURVE DO
SONAR X3 PRODUCER
View/MIDI Microscope
No início deste ano iniciei o detalhamento dos re- trabalhar. Em um sequenciamento de piano, que
cursos do Piano Roll do Sonar X2. Contudo, tor- contém muitas barras representativas das notas
nou-se necessário deixar este assunto na fila de executadas, esta visualização com zoom reduzido
espera em virtude do lançamento do Sonar X3, permite que se identifiquem as notas e os acor-
o qual demandou diversos números desta coluna des rapidamente. Contudo, quando as barras es-
da AM&T. tão com tamanho muito reduzido, é difícil editar
o conteúdo.
Os recursos já descritos do Piano Roll do Sonar
X2 também se aplicam no X3. Portanto, prosse- Tente modificar a altura, a duração ou o posicio-
guirei do ponto em que parei, sendo que, a partir namento de uma nota com o mouse diretamente
de agora, o foco é para a versão X3. Os itens nas barras com tamanhos muito reduzidos. Re-
do menu do Piano Roll já detalhados foram View/ pare que é muito difícil apontar o mouse direta-
Show-Hide Track Pane, View/Show-Hide Control-
mente numa nota e editá-la. O cursor tem que
ler Pane, View/Show-Hide Drum Pane e View/Fit
ser posicionado exatamente em cima da nota a
MIDI Content. Dando continuidade, veremos o
ser modificada. Mas como fica muito pequena na
recurso View / MIDI Mi-
croscope.

VIEW/MIDI
MICROSCOPE
(VISUALIZADOR DO
MICROSCÓPIO DE
MIDI)

Ao entrar no Piano Roll,


a resolução padrão exibe
diversas oitavas contendo
diversas notas sequen-
ciadas em uma pista de
MIDI, com dimensões
bastante reduzidas. Esta
visualização é providen-
cial, já que torna possível
identificar facilmente o
trecho em que se deseja

Piano Roll com zoom bastante ampliado para


facilitar a seleção e a edição de notas e acordes

60 | áudio música e tecnologia


áudio música e tecnologia | 61
sonar

tela, o cursor não atinge a nota facilmente. Por forma de visualizar e editar as barras represen-
isso, costumamos trabalhar com um zoom am- tativas das notas mudou consideravelmente. Uti-
pliado para que se torne mais fácil a seleção de lizando o microscópio é possível trabalhar visu-
uma barra ou grupo de barras com o mouse. alizando muitas oitavas e inúmeros compassos,
e, no momento de editar uma ou mais barras,
O zoom ampliado facilita a seleção e a edição das automaticamente as mesmas são ampliadas.
barras, mas, por outro lado, cria um outro pro-
blema: pouco conteúdo de notas e acordes são Para ativar o microscópio, basta clicar na aba
mostrados. Assim, é necessário ajustar o zoom a Menu/View/MIDI Microscope. Arraste o mouse
todo momento. Quando se deseja visualizar mui- por cima das barras e repare que estas são mos-
to conteúdo, diminui-se o zoom, e, para editar as tradas de forma ampliada. Logo você concluirá
barras, é necessário ampliá-lo. Este procedimen- que o microscópio é providencial para editar no-
to faz parte do processo de edição de notas de tas isoladas, mas para acordes não funciona tão
MIDI desde o momento em que foi implementado bem. Por isso é mais utilizado em edição de notas
o Piano Roll nos sequenciadores. No Sonar, esta de bateria e de baixo. Para editar execução de
técnica engloba o uso das teclas Ctrl + seta para acordes, a técnica antiga ainda é mais utilizada.
a esquerda e direita (para modificar o zoom no
sentido horizontal) e Crtl + seta para cima e para Por padrão, o microscópio só fica ativo com zoom
baixo (para modificar no vertical). horizontal e vertical muito reduzido. Se você de-
sejar que ele atue em um nível diferente do pa-
Com a implementação do MIDI Microscope, a drão, é necessário editar o arquivo Cakewalk.ini.
Os parâmetros a serem acres-
centados ou modificados sob o
item [WinCake] são: Microsco-
peHZoomThreshold=<1..20>
e MicroscopeHZoomMax=<2.0
– 8.0>.

Lembre-se de que é sempre


necessário guardar a versão
original do Cakewalk.ini an-
tes de fazer qualquer modi-
ficação, e que você só deve
editá-lo se tiver domínio do
assunto.

No nosso próximo encontro,


mais dicas do Sonar X3.

Boas gravações e sequencia-


mentos.

O microscópio de MIDI do Sonar X3: repare as


notas ampliadas no topo do Piano Roll enquanto
as demais continuam com zoom reduzido

Luciano Alves é tecladista, compositor e autor do livro Fazendo Música no Computador. Fundou, em 2003, a escola de música e
tecnologia CTMLA – Centro de Tecnologia Musical Luciano Alves (www.ctmla.com.br), que dispõe de seis salas de aula e um estúdio.

62 | áudio música e tecnologia


ALTA
VOLTAGEM
Tudo sobre a luz de 220 Volts,
espetáculo do comediante
Paulo Gustavo

SET EXPO 2014 FINAL CUT


Cobertura completa da Conhecendo
edição de estreia da atalhos para a
feira de equipamentos e aplicação de
tecnologias para TV, rádio e marcas d’água em
telecomunicações suas produções
áudio música e tecnologia | 63
 produtos
ROBE LANÇA A LUMINÁRIA MULTIFUNCIONAL BMFL
No início de setembro, o novo aparelho da pais designers de iluminação do mundo, di-
Robe, a luminária brilhante multifuncional retores, programadores e operadores, bem

Divulgação
BMFL (sigla em inglês para Bright Multi- como proprietários de empresas locadoras e
-Functional Luminaire) foi lançada através gerentes de projeto.
de uma transmissão de vídeo ao vivo para
todo o mundo, em três fusos horários dife- Assistido por mais de 11 mil pessoas, o
rentes. De acordo com a companhia, trata- evento de lançamento mostrou o CEO da
-se de um equipamento único, com uma Robe, Josef Valchar, apresentando o BMFL
série de recursos inovadores, “projetado 1700W. “Eu acho que é o melhor apare-
para uma verdadeira mudança no jogo da lho que já fizemos”, resumiu o executivo
indústria de moving lights”. a certa altura de sua fala. Como parte de
uma grande estratégia de divulgação, a
O BMFL é bastante brilhante, leve para a Robe anunciou que o produto rodará o
sua intensidade e oferece grande versatili- planeta numa tour mundial.
dade. O aparelho é o resultado de três anos
de desenvolvimento e pesquisas, numa es- www.robe.cz
treita comunicação com alguns dos princi- www.tacciluminacao.com.br

KREIOS SL E SUA LUZ PARA DIFERENTES APLICAÇÕES


A OSRAM, multinacional especializada em ilumina- Outros diferenciais do equipamento são
ção, apresenta ao mercado brasileiro de cinema, fo- as opções de variação do ângulo do facho
tografia e entretenimento seu novo projetor de LED de luz entre 40º e 120º, com ajuste de
Kreios SL, solução indicada para iluminação de es- zoom, além de dimerização e um refletor
túdios, espetáculos, exposições e eventos em geral. de 24º para aplicações onde se requer
O produto da empresa alemã oferece alta eficiência um facho de luz mais fechado. Desen-
energética, vida útil 30 vezes maior que o projetor volvido com tecnologia de refrigera-
com lâmpada halógena, temperatura de cor de 3200 ção inovadora, o produto é pratica-

Divulgação
K e alto Índice de Reprodução de Cor (IRC de 95). mente silencioso em operação e já
inclui o Barn Door, bem como um
Com 60 W de potência, o dispositivo entrega um fluxo quadro de gel colorido tamanho pa-
luminoso de 3000 lm e rendimento equivalente à uma drão (9,5 cm/3.75) para proporcio-
lâmpada halógena de 250 W. Além disso, o Kreios SL nar efeitos de iluminação ao usuário.
proporciona flexibilidade na instalação, devido à com-
pacta fonte de alimentação e várias possibilidades de www.osram.com.br
conexão ao suporte de fixação. www.gobos.com.br

KUPO GARANTE PROTEÇÃO


COM SUA LINHA DE ALGEMAS
Diferentemente do que fazem as garras de ferro, que As algemas Kupo são fabricadas em alumínio 6061 e de-
danificam estruturas, as algemas as protegem. Na linha senvolvidas para acoplamento em tubos de Box truss de
destes produtos da Kupo, que no mercado brasileiro são duas polegadas. Moving lights, refletores, ribaltas, fres-
comercializados pela Gobos do Brasil, o usuário encontra néis, PCs, tubos e até torres P30 podem ser fixados ou
soluções para diversos tipos de equipamento e situação. interligados com facilidade e segurança.
Divulgação

Fabricadas em formato “C”, elas permitem que apenas


uma pessoa coloque equipamentos pesados e moving li-
ghts na estrutura. São seis os modelos – dupla, de pino,
de segurança, Burguer , Burguer Dupla (foto) e Seguran-
ça Slim –, disponíveis para pronta entrega e com diferen-
tes opções de acabamento e capacidades de carga.

www.kupogrip.com
www.gobos.com.br
64 | áudio música e tecnologia
áudio música e tecnologia | 65
em fo c o

FESTIVAL DO MINUTO: MINUTO UNIVERSITÁRIO


E PRESENÇA NO INSTAGRAM SÃO DESTAQUES
Criado em 1991 pelo cineasta e curador Marcelo Masagão, o estará agora no Instagram e o desafio Minuto Universitário es-
Festival do Minuto construiu durante sua trajetória uma es- tará por lá também, lançando desafios de acordo com os temas
treita relação com os estudantes, que hoje compõem mais de abertos. Enquanto o Festival do Minuto Universitário estiver
60% do seu acervo de vídeos. Em 2014, o Minuto Universitário, com as inscrições abertas, os estudantes poderão postar fotos
que chega à sua terceira edição e conta com o patrocínio da e vídeos (de até 15 segundos) com a hashtag "#minutouniver-
Vivo, está aberto a interessados ávidos em produzir vídeos que sitario", além de fotos e vídeos do making of. Os vencedores
experimentem a linguagem audiovisual, do roteiro às técnicas – da melhor foto e do melhor vídeo – receberão, cada um, o
de captação e edição. A ideia central desse concurso, segundo Troféu Minuto, com a votação sendo feita pela curadoria.
seus organizadores, é captar diferentes olhares possivelmente

Reprodução
revelar novos talentos. O único pré-requisito é que o partici-
pante esteja matriculado em qualquer curso de graduação, em
qualquer semestre, área de atuação, estado ou mesmo país

Até o dia 15 de outubro, todos os estudantes podem se ins-


crever através do site oficial, www.festivaldominuto.com.br. A
curadoria do Festival do Minuto escolherá os cinco melhores
vídeos, que receberão, cada um, o Troféu Minuto mais um
prêmio de mil reais. Dentre eles, o que for mais votado, rece-
berá o Troféu Minuto pelo voto do público.
Página do Minuto Universitário: prêmio em
Algo que também vale ser citado é que o Festival do Minuto dinheiro e troféu em disputa

QUADRO ISSO EU FAÇO!


CONTA COM EQUIPAMENTOS ROBE
O show de talentos Isso Eu Faço!, parte do programa de TV A e decide quais os melhores aparelhos para serem utilizados de
Hora do Faro, da rede Record, apresentado por Rodrigo Faro, forma que atendam às expectativas e necessidades do mesmo.
teve seu rider de luz criado por Diego Lima e conta com 20 apa-
relhos Pointe, 12 MMX WashBeam e 12 LEDWash 600, todos da Em Isso Eu Faço!, os aparelhos Robe são distribuídos em uma
série Robin, da Robe. O projeto tem a supervisão e responsa- estrutura de treliça circular por cima do palco e também em
bilidade da RP Lighting, empresa de locação e serviços de ilu- outras partes da cenografia. Segundo Diego, os MMX Wash-
minação profissional. Como acontece em todos os programas Beam foram escolhidos por causa da possibilidade de ajustar
da Record, um pré-design de luz é feito pelos diretores de fo- a intensidade da luz com os acessórios barn door, que corta
tografia do canal. Depois disso, a RP Lighting analisa o projeto as bordas de luz, e o dimmer, que escurece. Já o Pointe foi
usado pela flexibilidade que oferece. “Usamos o Pointe nos
Divulgação

modos beam e spot, sem perder intensidade”, explicou Die-


go, que também disse que o LEDWash 600 foi o equipamento
adequado por causa do zoom e da intensidade, o que ajudou a
manter uma base de cor com abertura homogênea na plateia.

Além de ser LD em tempo integral da RP Lighting, Diego tam-


bém é diretor de projeto, programador de iluminação e coor-
denador técnico. A empresa de locação de equipamento e ser-
viços técnicos, com base em São Paulo, atua em eventos que
vão de transmissões ao vivo em grandes redes de TV a eventos
sociais. “Somos fortes no mercado corporativo. Fazemos inú-
As luzes de Isso Eu Faço!: rider criado por Diego Lima conta meras convenções, feiras, até o Salão do Automóvel, e atende-
com 20 Pointe, 12 MMX WashBeam e 12 LEDWash 600 mos muitas das maiores marcas”, explicou.
áudio música e tecnologia | 67
C apa Rodrigo Sabatinelli

Alta

Divulgação
Voltagem

A luz de 220 Volts, espetáculo do comediante Paulo Gustavo


Conhecido como um dos maiores comediantes nacio- e conteúdo de vídeo, estão Abel Gomes, Maneco
nais da atualidade, o ator Paulo Gustavo está em cartaz, Quinderé, Fause Haten e Dado Marietti.
desde maio passado, com o espetáculo 220 Volts, um
divertido “recorte” do universo feminino, representado Na estrada, viajando com o espetáculo e cuidando da
por personagens como uma celebridade equivocada, operação da luz e dos conteúdos, estão Juliano Frare
uma mulher feia e uma senhora preconceituosa, dentre e Jaques Rigin. Em entrevista à L&C, juntamente a
outras extraídas do programa homônimo, que, durante Marcelo MC, proprietário da MC Som & Luz, locado-
quatro temporadas, fez grande sucesso na TV paga. ra que cede equipamentos para a peça, eles contam
detalhes sobre o trabalho.
No palco, além do próprio Paulo Gustavo, escritor
das esquetes e também diretor da peça, estão em RIDER DE LUZ PREENCHE AMBIENTES
cena Marcus Majella – um dos principais nomes do
coletivo Porta dos Fundos –, Gil Coelho e Christian No rider desenvolvido por Maneco e operado por Ju-
Monassa, além de seis bailarinos. E, nos bastidores, liano constam, basicamente, 28 refletores PAR LED
assinando, respectivamente, cenário, luzes, figurinos da Sky Pix; 12 moving lights XR9 da DTS e 18 mo-

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C apa
220 Volts

Páprica Fotografia
ving lights Beam LED 140, da Holle, além de 84 mó-
dulos de LED P06mm SMD Black Beauty, da LEDCom.

Usadas para fazer o contra dos atores, as PAR LED


são distribuídas em três varas de sustentação, ao
teto, que contam com quatro de suas unidades, cada,
e em quatro estruturas Q30, ao chão, que contam
com quatro de suas unidades, cada. De acordo com
Juliano, “por serem de LED e, consequentemente, não
necessitarem de gelatinas de correção de cor, elas
apresentam muita luminosidade”.

Dispostos na boca de cena, virados para o interior do pal-


co, em três varas de sustentação, cada uma com quatro

Páprica Fotografia
unidades, os movings DTS são usados para preencher
e iluminar diversos espaços do ambiente e, claro, para
produzir movimentos de luz, “graças à sua velocidade e
sua boa resposta aos comandos”, diz o iluminador.

Distribuídos entre a boca de cena e três varas de susten-


tação que iluminam a plateia, sendo dois grupos de três
unidades cada na boca, e dois em cada uma das varas,
os moving lights Holle também são usados para dese-
nhar a luz durante as danças que agitam o espetáculo.

“Por serem muito potentes e ‘chegarem’ muito bem,


são eles os responsáveis por iluminar as coreografias.
Dentre seus principais destaques estão os discos de
gobo, que têm rápida resposta, e o disco de cores,
Na sequência, variações das imagens
com oito opções”, diz Juliano, acrescentando que Pau-
exibidas nos painéis de LED: conteúdo foi
lo Gustavo e os atores que contracenam com ele são
gerenciado por softwares específicos
iluminados por dois canhões seguidores DTS.
por 22 módulos cada, medindo 4 x 4 metros. Neles são
CONTEÚDO EXCLUSIVO NOS PAINÉIS exibidos conteúdos exclusivos, criados pelo designer
gráfico Dado Marietti e operados por Jaques Rigin.
Os módulos de LED da LEDCom formam três painéis,
sendo um principal, composto por 40 módulos, medin- Para gerenciar e disparar o conteúdo nos momentos
do 10 metros x 4 metros, e dois menores, compostos devidos, Jaques utiliza dois softwares: o Modul8 VJ

EQUIPAMENTOS “SOBREVIVEM” À ESTRADA


Na estrada há três meses, o espetáculo ainda terá mos por diversas e distantes cidades. Come-
vida longa. Daí, a necessidade de se trabalhar com çamos em Niterói, no Rio [de Janeiro], depois
equipamentos resistentes, afinal de contas, o dia a seguimos para Recife, Natal, Aracaju, Paulínea,
dia no interior de caminhões que passam por rodo- Goiânia e Porto Alegre, até voltarmos [ao Rio].
vias esburacadas não é dos mais “confortáveis” aos E numa excursão como essa, geralmente alguns
nossos “amigos” refletores e moving lights. Entretan- equipamentos se entregam ao desgaste. Com o
to, de acordo com Juliano, por contar com um mate- que temos aqui, não tivemos quase nenhuma
rial de qualidade, a manutenção tem sido quase ine- troca. Um ou outro item precisou ter os conec-
xistente e a preocupação quanto a isso, semelhante. tores reparados. Nada além disso. Os Holle, por
exemplo, não apresentaram qualquer sinal. Es-
“Desde que estreamos, em 17 de maio, passa- tiveram e estão intactos”, conta Juliano.

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C apa
220 Volts

e o Mad Mapper. “Com eles, trabalho imagens

Páprica Fotografia
como as abstratas, que servem a diversas ce-
nas do espetáculo, e os vídeos registrados com
câmeras digitais, para cenas específicas”, conta.

CENAS MOSTRAM DISTINÇÃO CÊNICA


PARA VALORIZAR ESQUETES

Juliano conta que tanto a iluminação quanto a


cenografia são responsáveis por criar ambienta-
ções que mostrem a diversidade das esquetes
do espetáculo. A primeira delas, na qual Pau-
lo Gustavo interpreta a cantora Beyoncé, é a
que, indiscutivelmente, exige mais das mãos do
iluminador. Segundo o próprio, por ser uma dan-
ça na abertura do espetáculo, se utiliza de um
grande número de recursos.
Em 220 Volts, a tecnologia é utilizada para
ambientar o público. Na cena da moradora
“No total, contando com os flashes, eu tenho,
do Leblon, imagens de placas com nomes
aproximadamente, 90 mudanças de submasters.
de ruas do bairro são exibidas nos telões
São muitos movimentos de luz, ataques, enfim,
muita coisa acontece naquela hora em que ele [o ator] iguais e, nesse momento, utilizamos a imagem de
está ‘encarnando’ a cantora. E como num show de mú- um tucano, o que reforça a semelhante entre os
sica pop: a luz é quase que um show à parte”, conta. seres. Em seguida, quando começa a falar sobre
a diferença entre mulheres bonitas e feias, entra-
Na cena seguinte, aquela em que o protagonista inter- mos com imagens que ressaltam a beleza feminina,
preta uma mulher feia, os moving lights e seus movi- reforçando tal contraste. E, por fim, quando dá di-
mentos dão lugar aos canhões seguidores. Em uma tela cas de como disfarçar a feiura, usamos imagens de
formada por um tecido branco, da Rosco, são projeta- roupas e bijuterias”, detalha.
das imagens que ilustram o discurso da personagem.
Na cena em que o ator interpreta uma senhora
“Ela [a personagem] diz que todos os animais são louca, moradora do Leblon, bairro nobre do Rio de
Janeiro, Juliano mantém o uso dos canhões
e acrescenta as PAR LED. Nos painéis de
Páprica Fotografia

LED, compondo a ambientação, Jaques uti-


liza imagens de diversos pontos do bairro: o
calçadão, a praia etc.

“É o uso da tecnologia como cenografia”,


explica o iluminador. “O mesmo ocorre na cena
seguinte, em que Paulo Gustavo interpreta
uma piriguete na balada. Nela [a cena],
reproduzimos o ambiente de uma boate, usan-
do, para isso, os painéis, que exibem imagens
de globos espelhados”, completa.

Na penúltima cena do espetáculo, o ator in-


terpreta uma apresentadora de programa de
TV. E para que o cenário utilizado fique com
cara de estúdio de televisão, Juliano utiliza o
Na peça, Paulo Gustavo interpreta seis branco das PAR LED e “tempera” os moving
personagens, dentre elas uma mulher feia lights em tom de amarelo.

72 | áudio música e tecnologia


220 Volts

O programa, segundo o iluminador,

Páprica Fotografia
tem aquela estética brega, cafona, e
para valorizar isso, a apresentado-
ra “dialoga” com os painéis de LED,
que recebem imagens como as de
uma bomba e de um telefone.

“Ela [a apresentadora] anuncia que


vai contar uma ‘bomba’, uma fofoca,
então usamos a imagem [da bom-
ba]. Em outro momento, ela rece-
be um chamado por telefone de um
espectador – que tem problemas
pessoais e liga para pedir conselhos
– e entramos com a imagem de um
aparelho telefônico. Tudo para que o
público se ambiente e se veja dentro
do estúdio mesmo”, explica. Com os moving lights, Juliano dá à cena o tom de amarelo

Juliano conta, ainda, que a última cena da peça – grande variação operacional. Para o iluminador,
na qual Paulo Gustavo interpreta uma moradora de trata-se de outro show.
uma comunidade carente que sonha em, um dia,
ser rainha de bateria de uma escola de samba – é, “Começamos com a iluminação do balé, na qual
assim como a cena de abertura, um momento de utilizo, exclusivamente, os Holle. Depois, quan-

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C apa
220 Volts

do abrimos as cortinas, os painéis de LED exibem balcão de boteco, dão o clima ao ambiente, que
imagens noturnas de uma favela, que, juntamente recebe massas de luzes paradas. E, por fim, na
ao cenário, formado por um varal de roupas e um despedida de Paulo, quando ele sai de cena em
direção à coxia, entramos com um vídeo
do apresentador André Marques, como se
Páprica Fotografia

ele tivesse atrás do palco, esperando por


Paulo para entrevistá-lo”, diz.

Nesse momento do espetáculo, Juliano


reduz a intensidade das luzes em apro-
ximadamente 15%. A medida, segundo
o iluminador, se dá em função da melhor
visualização do painel por parte do públi-
co. “Eles precisam enxergar o que está
sendo exibido. O painel é o destaque, já
que os atores não estão mais no palco,
portanto, diminuo as luzes. No entanto,
em todos os outros momentos da peça a
luz é operada em sua carga máxima”, en-
cerra ele, que controla tudo em um con-
sole Avolites Pearl 2010. •

Nos painéis, imagens noturnas de uma comunidade iluminada


pelas luzes das casas: vídeo exibido foi captado por câmeras digitais

LOCADOR COM BAGAGEM DIFERENCIADA


Há 15 anos no mercado, MC Som & Luz reafirma histórico
de participação em grandes produções
Luz & Cena: Marcelo, sua locadora, a MC muitos equipamentos de lâmpadas, o risco de um
Som & Luz, é especializada em teatro. Fale acidente aumenta, naturalmente. Com os equipa-
um pouco sobre o trabalho realizado nes- mentos [à base] de LED, temos um risco menor,
ses 15 anos. pois eles não emitem tanto calor quanto os outros.

Marcelo MC: Olha, se fosse enumerar os espetá- L&C: dentre os equipamentos locados para
culos que já fizemos, precisaríamos de muitas pá- a temporada de 220 Volts, os Beam LEd
ginas de revista. Desses 15 anos, os últimos oito 140, da Holle, marca distribuída pela Lerche,
foram dedicados, em parte, ao teatro. Atualmen- são uma novidade até mesmo para Juliano,
te, temos 220 Volts, Cazuza, O Musical, enfim, iluminador da peça. Qual é a sua opinião so-
Tem bastante coisa rolando. bre o equipamento?

L&C: Alguns dos equipamentos usados nessa Marcelo: Há três anos tenho uma parceria com
produção são à base de LEd. O seu investi- a Lerche, que nos atende muito bem e distribui
mento nessa linha de produtos se dá em ra- equipamentos de muita qualidade. E os Beam
zão do movimento do mercado? LED são alguns destes equipamentos. Com uma
grande luminosidade, semelhante a dos Sharpy,
Marcelo: Também. Aqui na empresa, a gente se nos oferece ainda uma grande economia no
preocupa muito com a segurança dos projetos. consumo de energia. Além disso, tem zero recall.
Numa peça de teatro, por exemplo, usa-se muito E se tivesse recall, em se tratando da Lerche, fica-
tecido, papel, ou seja, muito material que pega ria tranquilo, pois a empresa se programou para,
fogo com facilidade, então, se você trabalha com além da pronta-entrega, repor os itens.

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áudio música e tecnologia | 75
Event o Marcio Teixeira

SET Expo
2014

Os destaques da edição de estreia do já principal


evento nacional em equipamentos e tecnologias
para TV, rádio e telecomunicações

Entre 24 e 27 de agosto de 2013, o Pavilhão Azul do A cerimônia oficial de abertura, que aconteceu na ma-
Expo Center Norte, em São Paulo, foi palco da primeira nhã do dia 25, contou com a presença do ministro das
edição da SET Expo 2014, maior evento de negócios e Comunicações Paulo Bernardo Silva e do presidente da
tecnologia de radiodifusão e novas mídias da América SET Olímpio José Franco. Conforme havia sido prome-
Latina. Promovido pela Sociedade Brasileira de Enge- tido, o ministro, durante o evento, assinou o termo de
nharia de Televisão (SET), o encontro, além de receber adaptação de outorga das primeiras rádios que migra-
uma feira de equipamentos e serviços com novidades ram do sistema AM para o FM, tendo sido autorizadas
nacionais e internacionais do mercado de broadcas- oito rádios do Rio Grande do Norte, que passarão a
ting, também abrigou o 25º Congresso Anual da SET, operar na faixa FM, de 88 a 108 MHz. Já Olímpio José
que contou com um total de 44 palestras. Franco destacou o desafio que foi organizar a feira da

76 | áudio música e tecnologia


SET Expo, embora a entidade promova o seu con-
gresso há 26 anos. Ele agradeceu o apoio ao evento
de todos os parceiros da SET, que incluem nomes
como IBC, NABShow, AIR, ABC, ABERT, ABRATEL,
Fórum SBTVD e Senac, entre diversos outros.

Para conferir o que de mais interessante aconte-


ceu nesta primeira SET Expo, que, segundo fon-
tes oficiais, superou as expectativas, basta acom-
panhar as páginas a seguir.

áudio música e tecnologia | 77


Event o

CÂMERAS E IMAGENS conteúdos 8K ao vivo foi feita por meio do sistema


ISDB, adotado pel TV aberta brasileira, em circuito
A aguardada primeira SET Expo ocupou uma área de fechado. Transmissores trabalharam direto com an-
15 mil m² e contou com a participação de mais de tenas posicionadas acima do estande e a “mágica”
300 expositores, valendo destacar a presença dos pôde ser realizada diante dos olhos atentos de quem
grandes fornecedores mundiais de produtos e siste- passava pelo lugar.
mas para broadcast e novas mídias. Uma das “es-
trelas” previamente anunciadas foi um estande da Quanto à existência de um prazo para que transmis-
SET montado em parceria com a emissora pública sões como essa se tornem corriqueiras no Brasil, é
japonesa NHK. No espaço, foi possível conferir a de- melhor ter paciência, pois, de acordo com especia-
monstração do sistema Super Hi-Vision, que poucas listas como Kenichi Murayama, gerente do Labora-
vezes, em todo o mundo, foi apresentado publica- tório de Pesquisas em Ciência e Tecnologia da NHK,
mente, sendo que a transmissão “over-ther-air” de isso levará algo em torno de 20 anos. “Estamos

Alemanha x Argentina: público Sony PMW-F55 4K LIVE: configuração


pôde conferir, no estande da NHK, presente na feira serve à produção
em 8K, lances da final da Copa ao vivo em estúdio

Hamish Greer, da AJA Video


Esteban Umana e a Amira: câmera Systems, e a 4K Cion, com detalhes
em destaque no espaço da Arri em couro e madeira

Canon EOS C500 e Fabrízio Reis: câmera Rickel Fittipaldi ao lado de modelo
digital de cinema 4K disponível em da linha TV da Leyard – ao fundo, um
formatos Canon EF ou PL gigantesco painel da linha NV

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desenvolvendo o sistema de broadcast 8K para o futu-
ro”, sintetizou Kenichi. No entanto, outro engenheiro da
companhia, Hiroyuki Okubo, que também participou do
evento como palestrante, recordou que, para a Copa do
Mundo do Brasil, a emissora japonesa contou com três
câmeras 8K, e imagens com essa qualidade puderam ser
conferidas em três pontos específicos no Rio de Janeiro e
em quatro no país asiático. Ah, sim: uma imagem em 8K
tem resolução “apenas” 16 vezes maior do que a Full HD
que eventualmente temos na sala de casa.

Já no estande da Arri, empresa com matriz localizada em


Munique, Alemanha, e conhecida por ser o maior fabri-
cante e distribuidor de câmera de cinema do mundo, o
destaque foi a Amira, uma câmera versátil que combina
uma alta qualidade de imagem e o workflow do CFast
2.0. Segundo Esteban Umana, representante da base da
companhia na Flórida, EUA, e especialista em produto,
o projeto ergonômico do equipamento permite a mon-
tagem no ombro, sendo a Amira recomendada para do-
cumentários que envolvam ação. “É correr e gravar, com
wi-fi para controlar menus e bluetooth para monitorar
áudio e também gravar uma quinta pista sonora”, obser-
vou, manuseando o produto.

No espaço da Canon, Fabrízio Reis, executivo de contas


do setor de Broadcast & Communication da companhia,
apresentou novidades, dando destaque à tecnologia 4K.
A câmera que ele citou como principal exemplo foi uma
EOS C500: “nativa cinema com operação e resolução 4K”,
destacou o profissional, apontando ao lado para um mo-
nitor que trabalha com o mesmo tipo de resolução. “É um
lançamento da Canon para 2014 que representa o futuro
da monitoração”, acrescentou Reis, antes de ainda pas-
sar pela lente Super Telephoto HJ40x10B da marca e por
setups de câmeras que unem um “look” 4K à agilidade e
rapidez para a produção de TV, como a EOS C3000.

Na Sony, o engenheiro especialista de produtos Erick Soa-


res apresentou a PMW-F55 como um dos principais lança-
mentos da companhia. “É uma câmera que já é conhecida
no mercado de cinema, com sensor Super 35mm, sendo
que a novidade que trazemos aqui é uma configuração
que privilegia a produção ao vivo em estúdio”, afirma ele.
Outra novidade foi a camcorder PXW-X500, da família XD-
CAM, sendo indicada para produção e jornalismo. “A prin-
cipal novidade dessa câmera é que ela é capaz de fazer 60
ou até 120 quadros progressivos, esta última para uma
produção mais emocional, artística. Ela agora também
permite transmissão de conteúdo por rede sem fio 3G e
4G direto da rua para a emissora, para acelerar o processo

áudio música e tecnologia | 79


Event o

de finalização do material”, acrescentou. Na JVC, Ar-


mando Ishimaru, gerente de desenvolvimento de ne-
gócios, apresentou a câmera semi-ombro GYHM650.
“Ela conta com uma lente pequena, mas que tem um
zoom poderoso, de 23 vezes, e sua abertura em wide
é de 28.5 mm. Além disso, posso espetar ali na par-
te traseira um adaptador wi-fi para fazer um strea-
ming ao vivo em 3G ou 4G ou enviar um FTP de uma
gravação já realizada”, explicou, também citando a
transmissão direta como ponto alto. Antonio Pereira, da Teleponto, com
headphone Beyerdynamic e diante de
Hamish Greer, especialista da AJA Video Systems, sistemas de narração da Glensound
empresa com base na californiana cidade de Grass
Valley, aproveitou a presença de nossa equipe em
seu estande para mostrar a nova câmera Cion, que
foi introduzida ao mercado brasileiro no fim de se-
tembro. “Desenhada para ser confortável e flexível
nos mais diferentes ambientes, a Cion é leve (pesa
apenas 2,8 kg) e grava nos formatos 4K, UltraHD, 2K
e HD”, enfatizou Greer. Detalhes em madeira e couro
dão um charme extra ao produto. No fundo do estan-
de, um grande monitor 4K mostrava outros produtos
da empresa americana, como softwares e converso-
O console Studer Vista X foi a principal
res. E por falar em grandes imagens, no estande da
atração no estande da Libor
Leyard, empresa paranaense especializada em pai-
néis de LED, o consultor de negócios Rickel Fittipaldi
destacou a presença das linhas “NV [New Version],
para passeios e programas outdoor, e TV [Television
Version], especialmente desenvolvidas para fundos
de estúdio e backdrop”. Entusiasmado com a feira,
recomendou aos visitantes que conhecessem o site
da empresa para saber mais sobre as novidades.

No espaço da Ericsson, o gerente de marketing da uni-


dade de compressão de vídeo Luis Menezes mostrou
imagens da primeira transmissão ao vivo 4K realizada TriCaster 8000: novamente em
no mundo - um jogo disputado ano passado entre Man- evidência no estande da NewTek
chester United e Sevilla. Equipamentos de aquisição de
imagens, como o AVP 3000, também foram apresenta-
dos. “Ele conta com dois encoders, mais um modulador,
sendo um equipamento de baixíssima latência e alta
qualidade de imagem. Também trouxemos o receiver
RX 8200, feito para a recepção dessas imagens dentro
do estúdio, processamento e posterior distribuição.”

MESAS, SISTEMAS E
UNIDADE MÓVEL
Max Noach e a mesa SSL C10 HD Plus,
No espaço destinado à Libor, o especialista técnico com 160 canais de processamento
Carlos Latorre apresentou o console Studer Vista X,

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áudio música e tecnologia | 81
Event o

lançamento na área de mixagem para aplicações de dade, a SSL apresentou o console C10 HD Plus, com
broadcast. Segundo Latorre, é uma mesa revolucio- 160 canais de processamento, o que, segundo ele, “é
nária por não ter um ponto de falha em nenhuma muito para uma mesa tão compacta, que colocamos
das partes de sua superfície e nem do processamen- em unidades móveis para fazer transmissões de noti-
to do core. “Ela trabalha com 400 ou 800 canais, ciários, eventos esportivos e shows”, enfatizou, lem-
sendo que você consegue até 5 mil busses ao inter- brando que uma das UMs equipadas com uma mesa
ligar os cores entre si”, afirma. “Sendo que agora, SSL estava a 20 metros dali: a Mix2Go, de proprie-
com a nova placa que conecta no processamento dade de Beto Neves, Daniel Reis e Eduardo Ayrosa.
do core, você consegue ter até 384 canais em um
único frame. No estande da distribuidora e locadora
Teleponto, o diretor técnico Antonio Pereira mostrou
dois modelos de sistemas de narração da Glensound
recentemente utilizados no país durante a Copa do
Mundo, ao passo que também destacou a presença
do headphones Beyerdynamic. “Um fato bacana é
você poder trabalhar em Dante, integrando tudo aos
sistemas de matrizes de comunicação”, observou.

Na NewTek, o gerente de vendas Flavio Batista apre-


sentou os dois itens “top de linha” levados à feira
Diego Moreno e Beto Neves no interior do
pela empresa. Um foi o 3play 4800, que oferece re-
caminhão da Mix2Go: trabalho de menos de um
cursos como a monitoração de tudo o que se tem ano sendo mostrado ao mercado de broadcast
gravado. “Outros diferenciais é que o trabalho se dá
com dois canais de saída que podem ser mesclados,
fora a possibilidade de taggeamento, que facilita a
organização e a busca de imagens”, resumiu, antes
de falar do TriCaster 8000, solução para produções
de broadcast ao vivo. “Ele suporta produção multi-
câmera em alta resolução e permite realizar strea-
ming de maneira simples. É o nosso principal produ-
to na linha de switchers”, destacou Flavio.

Já no espaço dedicado à Aspa Stagetec Brasil, alguns


dos destaques apresentados pelo gerente comercial
No estande da Aspa Stagetec Brasil, o
Augusto Reis foram a mais nova matriz de comuni-
console Aurus, utilizado por nomes como
cação de áudio Oratis Compact, da alemã Delec, a
Bolshoi, Filarmôrnica de Berlim e BBC
mesa de áudio Stagetec Polaris Evolution, o sistema
para comentários esportivos COM3 e o roteador e
distribuidor de áudio Nexus. “Também trouxemos
o console Aurus, dedicado pra broadcasting, pós-
-produção e live. Ele já consegue fazer a automa-
ção de parâmetros de sotwares de gravação, possui
controles de máquinas e automação dinâmica e está
presente em grandes teatros, como o Bolshoi, está
na Filarmôrnica de Berlim e em grandes emissoras,
como BBC e Deutsche Welle.”

No estande da SSL (Solid State Logic) estava Max


Emerson Jordão e a Avid S6, nova controladora
Noach, gerente regional de vendas para a América
de mixagem de Pro Tools para pós-produção com
Latina das mesas de produção de broadcast, som ao
foco em cinema, séries de TV, novelas e música
vivo e produção musical da companhia. Na oportuni-

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Event o

No caminhão da Mix2Go, o próprio Beto Neves nos nos de um ano, para o mercado de broadcast, e está
recebeu e falou um pouco sobre a unidade, que é a sendo legal. A feira está bacana, com muitos lança-
primeira na América Latina a contar com um console mentos e empresas de nível internacional. Estamos
SSL Live L500. “Aqui estamos com uma configuração muito felizes por estarmos aqui”, concluiu.
de 128 inputs e 128 outputs, com tudo trafegado
através de fibra óptica militar. Temos monitoração e Emerson Jordão, gerente de contas da Avid Audio,
mixagem estéreo e 5.1 em tempo real, duas máqui- do espaço reservado à sua empresa no estande da
nas de gravação Apple Custom totalmente sólidas, CIS, apresentou duas soluções de áudio para emis-
geradores de timecode, de sincronia e clock, além soras de TV, produtoras e clientes de som em geral.
de um switch de vídeo de oito câmeras em HD para “Para gravação e mixagem de som ao vivo temos o
receber um multiview e um PGM para a gravação nosso sistema portátil e modular S3L. É um siste-
de DVDs e transmissões”, listou Beto. “Estamos aqui ma de som ao vivo, mas nele você também pode
apresentando nosso trabalho, que começou há me- gravar facilmente usando o Pro Tools que acompa-

Daylite Par 1.2 K, da Mole-Richardson,


Rubens Silva e a Arri M8 na Lumatek: trabalho com produtos da
no estande da Cineshop marca é motivo de orgulho

Edgar Lee e elipsoidal de LED


Altman: produto teve lugar de
destaque no espaço da Artlux Detalhe da traseira da Daylite Par 1.2 K

Na Eurobrás, o Celeb 400, da Kino O colorido cenário no estande da


Flo, foi um dos destaques em Telem foi todo iluminado a LED com
função de seu formato e tamanho equipamentos ETC e Dedolight

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Event o

nha a solução. Pode-se gravar até 64 tracks usan- Na Lumatek, o supervisor de vendas José A. Garcia
do apenas um cabo de rede conectado ao seu Mac destacou a troca de luzes frias por painéis LED, e
Book. Para emissoras de TV, reality shows, unidades apontou para o alto do estande para mostrar alguns
móveis, bandas mesmo, é algo muito interessante”, exemplos. Mais abaixo, exaltou, entre outros itens,
destacou Emerson, acrescentando que em setembro fresneis de LED da Dexel Lighting de 120, 200 e 250
sairia a versão 4.5, que permite ao usuário compar- W. “Também trabalhamos com outras marcas muito
tilhar o stage box com duas ou três mesas e com- prestigiadas, com a Mole-Richardson, que abastece
partilhar o ganho desse stage. os estúdios de Hollywood. A fábrica é em Los Ange-
les”, disse o Sr. Garcia, enquanto verificávamos um
Ainda no estande da CIS, Emerson nos conduziu à Daylite Par 1.2 K, da referida marca.

outra solução, que é a Avid S6, nova controladora de


Na Telem, um bonito e colorido estúdio, repleto de
mixagem de Pro Tools para pós-produção com foco
brinquedos, chamava a atenção, e o especialista em
em cinema, séries de TV, novelas e música. Na oca-
produtos Igor Silva tratou logo de nos explicar que
sião, o equipamento estava trabalhando com dois
toda a iluminação ali era feita com LED, mesclando
sistemas: um Pro Tools HDX e um Pro Tools Native
equipamentos da ETC e Dedolight. “Temos uma luz
em dois Mac Books.
contrastada, com ETC para fazer efeitos e Dedoli-
ghts para os focos. A proposta por trás desse cená-
LUZES EM CENA rio bem colorido foi mostrar o índice de reprodução
de cor dos LEDs, que trabalham com URC acima de
O especialista Rubens Silva, no estande da Ci- 90”, afirmou, para depois indicar à direita a presença
neshop, enfatizou a presença, no espaço, da linha das novidades da ETC, incluindo a linha Desire, os
M (M8, M18, M40 e M90) de refletores Arri. “São elipsoidais da série Source Four LED e o destaque
produtos mais compactos e com luz mais definida, Source Four Dimmer, que é um dimmer individual
indicados para trabalhos em TV e cinema”, obser- para as luminárias Source Four Tungstênio.
vou. Gelatinas para LED Lee, novos tamanhos e co-
res dos cases Nanuk e lâmpadas Platinum também
MICS, MAIS ÁUDIO E ACESSÓRIOS
estavam em destaque no espaço da empresa. Edgar
Lee, especialista da Artlux Iluminação Cênica, mos- No estande da Pinnacle Broadcast, o especialista de
trou alguns dos principais itens que foram levados à produtos Anselmo Gonçalves falou sobre duas novi-
feira. “Trouxemos vários refletores de LED de 50 mil dades. A primeira foi o Røde VideoMic GO, que é um
horas da Altman, que é uma marca americana com microfone para câmeras SLR. “Seu principal diferen-
60 anos de atividade”, disse ele, antes de apontar cial é que ele não precisa de pilha ou bateria para
para um PAR LED modelo outdoor RGBA e depois funcionar, sendo alimentado diretamente pela pilha
destacar um elipsoidal de LED, outro lançamento da da câmera através de um capo P2 que acompanha
Altman, que foi premiado na PLASA de Londres pelo o produto.” Anselmo também indicou o Røde Grip
seu desempenho. “Ele trabalha com 250 watts e tem como item que vale atenção especial. Trata-se de
ventilação forçada”, informou. um jogo de lentes para iPhone que tras ainda um
adaptador que permite ao usuário trabalhar com tais
No estande da Eurobrás, nosso guia foi Paulo Cesar lentes em uma câmera SLR
Nunes, que trabalha com suporte técnico e vendas
na companhia. Entre os destaques no espaço da em- Na Pride Music, entre os principais itens da Shure
presa, que tem base no Rio de Janeiro, estava o pai- que puderam ser conferidos, muitos estavam so-
nel de LED da Kino Flo Celeb 400Q, em cuja traseira bre uma bancada posicionada logo na estrada do
podem ser realizados ajustes da temperatura de cor estande. Ali, o especialista em Pró-Áudio Raphael
(2.700 K e 5.500 K), havendo ainda a opção manu- Santos já foi nos mostrando um receptor portátil,
al, por meio de um botão giratório. Suas medidas FP5, para câmera, que “dialoga” com o transmis-
são 76 cm x 66 cm. Por sua vez, a Celeb 400, tam- sor FP1 (bodypack), ao qual pode ser ligado um
bém presente no estande, chama a atenção por ser mic de lapela ou headset; e com os microfones
retangular e grande, com 114,5 cm x 36 cm. Traba- FP3 e FP2, podendo este último ser utilizado com
lha com os mesmos 2.700 K a 5.500 K do modelo Q. outras opções de cápsulas da Shure. Na mesma

86 | áudio música e tecnologia


bancada puderam ser conferidos os mode-
los da linha de mics shotgun da Shure, com
o VP89 nas versões longa, média e pequena.
Raphael em seguida apresentou o novo US-
M31FM, headset fitness da marca, bastante
resistente a suor. “Ainda há o novo headset
PGA31, que entra no lugar do PG30, e o novo
SM35, que substitui o WH30”, acrescentou.

Em primeiro plano, o Røde VideoMic GO, microfone


que é alimentado diretamente pela câmera

Raphael Santos, na bancada da Pride,


junto a microfones, headphones,
transmissores e receptores Shure

Sennheiser Digital 9000 Wireless Microphone


System, operado por Jeff Berg no estande da
Eurobrás: sistema 100% sem compressão

áudio música e tecnologia | 87


Event o

De volta ao estande da Eurobrás, Jeff Berg, ge- bem simples de configurar. Você tem dentro dele,
rente de vendas em Pró-Áudio da Sennheiser & incorporado, um analisador de frequência. Sele-
Neumann, falou conosco sobre o Sennheiser Di- cionando ‘Frequency Scan’ ele escaneia o meu
gital 9000 Wireless Microphone System. Berg ambiente. E você escolhe o range do seu recei-
destaca que se trata de um sistema 100% sem ver. Depois de concluir minha análise aqui, vi que
compressão de áudio, sem intermodulação e por no B1 tenho 19 canais livres, no B2 eu tenho 16,
meio do qual você consegue, num espaço muito no B3 eu tenho 21 e no B4 eu tenho 33. Então eu
pequeno, como 24 MHz, colocar até 40 canais de consigo colocar no B4 33 canais, 33 microfones
áudio. “Isso é o primordial. Você não precisa fi- funcionando simultaneamente”, conclui, enfati-
car quebrando a cabeça para achar frequência. E zando o grande número. •

PALESTRAS E PREMIADOS

Alguns dos temas que mais atraíram a atenção do a seguir, a lista dos vitoriosos:
público nas palestras do congresso foram Migração
AM: implantação, faixa estendida; Broadcasters: os Categoria 1: Soluções para Transmissão em ISDB-T
desafios do futuro; Como criar sua start up no mer- Vencedor: Hitachi Kokusai Linear Equipamentos Ele-
cado de TV; Recepção da TV digital; APP.segunda trônicos S/A.
tela; e Mercado de vídeos online; Switch off ana- Produto: Shelter Outdoor para Retransmissão ISDB-T
lógico: como operacionalizar o desligamento. Além
Categoria 2: Projeto de interatividade para televisão
disso, pesquisas realizadas por acadêmicos, cien-
Vencedor: Empresa Brasil de Comunicação
tistas e broadcasters também tiveram espaço na
Produto: Projeto BRASIL 4D – Distrito Federal
programação. A própria experiência da NHK com a
tecnologia 8K foi um dos pontos altos do congresso.
Categoria 3: Projeto de mobilidade para conteúdo
audiovisual
E como já é tradição no congresso promovido
Vencedor: ACERP – Associação de Comunicação
pela Sociedade Brasileira de Engenharia de Tele-
Educativa Roquette Pinto
visão, foram anunciados os profissionais e proje- Produto: TV INES
tos escolhidos como os melhores do ano. Confira,
Categoria 4: Produto inovador
para produção e pós-produção
de conteúdo audiovisual
Vencedor: Sony Electronics
Produto: Integração Completa
em 4K

Categoria 5: Solução para produ-


ção, distribuição e arquivamento
de conteúdo audiovisual em nu-
vem
Vencedor: AD Digital
Produto: Media Fast Transfer

Categoria 6: Artigo publicado na


Revista da SET
Tradição mantida: depois de dias de palestras e troca Autor: O switch off dos Técnicos
de conhecimentos, a SET indicou os melhores do ano e Engenheiros Analógicos
Artigo: Luiz Gurgel

88 | áudio música e tecnologia


áudio música e tecnologia | 89
PRO X
EDIÇÃO DE VÍDEOS COM
Ricardo Honório
FINAL
CUT

RCA D’ÁG MARCA D’ÁGUA


Atalhos para a sua aplicação

Figura 1

Neste tutorial iremos explorar uma edição que já Agora, vamos lá. Se você quer ver todo o con-
está pronta e veremos como colocar uma marca teúdo editado, que está ampliado ou reduzido,
d’água diretamente no Final Cut Pro X. basta utilizar o atalho shift + Z. Com essas
duas teclas sendo pressionadas juntas você
Para isto, montamos um pequeno trecho de uma verá todo o conteúdo que estava compactado
edição na timeline (figuras 1 e 2). (figuras 3 e 4) ou ampliado apenas no que diz
respeito a visualização. Isso te
ajudará para o próximo passo,
que é selecionar todo o conteúdo
(figura 4.1).

Para criar um Compound Clip...


primeiro, para você entender o
que é um Compound Clip, esse re-
curso é utilizado para quem quer
agrupar os clipes em um único
clipe. Esse processo pode ser re-

Figura 2

90 | áudio música e tecnologia


GUA
Figura 3

Figura 4

Figura 4.1
versível a qualquer momento e ajuda muito a manter a
organização e a criar alguns recursos que só serão possí-
veis se forem feitos com Compound Clip.

Vamos lá: para isso acontecer, primeiramente você de-


verá apertar no teclado as teclas Command + A. Isso
permite que você selecione todos os clipes da sua ti-
meline (figura.4.1). Agora com o segundo botão do
mouse ou dois dedos no trackpad, clique na opção New
Compound Clip (figura 5).

Ou seja, agora os clipes serão uma tira só. Dê um nome


ao seu compound clip (figuras 6 e 7). Um detalhe: cli-
cando no canto esquerdo superior do começo do clipe,
você poderá abrir novamente este compound a qualquer
momento e reeditar o que foi agrupado em um único

áudio música e tecnologia | 91


Figura 5 Figura 6

Figura 7

clipe. Repare que ao abri-lo (figura 8), será ini- novamente selecionar o clipe, só que agora é
ciado em uma nova timeline. Para voltar à sua um compound clip. Selecione com Command +
timeline normal, basta clicar nas setas e navegar A, e após selecionar, clique no teclado apenas
por ali (figura 9). com a tecla X. Repare que ele marcou o clipe
(figura 10), ou seja, a tecla X seleciona um
Agora que já sabemos navegar com o com- clipe inteiro. Isso funciona para o clipe em que
pound clip, vamos para a próxima etapa na estiverem posicionados em cima o play ou a
colocação da marca d’água. Para isso, vamos barra play.

Figura 8

92 | áudio música e tecnologia Figura 9


áudio música e tecnologia | 93
Figura 10

Figura 11

Com isso, agora você pode importar sua marca


d’água, ou seja, seu logo no formato PNG, e en-
tão colocar por cima diretamente apertando a tecla
Q (figura 11). Será aplicada rapidamente durante
todo o seu vídeo e facilitará a colocação e edição da
sua marca d’agua.

Caso ela venha em um tamanho grande demais, redu-


za-a na função Transforme (figura 12). Pronto: agora
você tem, durante todo o seu vídeo, sua marca apli-
cada de uma maneira simples e rápida (figura 13).

Figura 12 Figura 13

Ricardo Honório é editor de vídeo e professor do Studio Motion, em São Paulo.

Envie suas sugestões e dúvidas para ricardo@studiomotion.com.br. Seu e-mail poderá ser publicado na
revista.

94 | áudio música e tecnologia Até o mês que vem, com mais um caderno Luz & Cena!
INDÍCE DE ANUNCIANTES

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arena 57 71 3346-1717 www.arenaaudio.com.br

attack 15 43 2102-0100 www.attack.com.br

audio difusores (Nemesis) 27 11 3097-0876 www.audiodifusores.com

B&c Speakers 43 51 3348-1632 www.bcspeakers.com

Behringer (Pro Shows) 09 11 3527-6900 www.proshows.com.br

d&B audiotechnik 5 11 3333-3174 www.decomac.com.br

d.a.S (decomac) 17 11 3333-3174 www.decomac.com.br

digico audio System 11 11 3228-8623 www.audiosystems.com.br

electra Light 79 11 4426-4544 www.electralight.com.br

eros alto Falantes 21 18 3902-5455 www.eros.com.br

Fábio Henriques 93 12 99776-5223 www.fabiohenriques.com.br

FZ audio 3 11 4071-2355 www.fzaudio.com.br

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Gobos 87 11 4368-8291 www.gobos.com.br

Holle (Lerche) 75 11 4199-8181 www.holle.com.br

IaTec 53/95 21 2493-9628 www.iatec.com.br

Idea Pro audio (decomac) 29 11 3333-3174 www.decomac.com.br

IGaP 57 51 3029-4427 www.igaprs.com.br

jm Lighting 77 11 2983-6357 www.jmlighting.com.br

joão américo 59 71 3394-1510 www.joao-americo.com.br

Kadosh 2ª e,01,13,37,41 21 2111-3119 kadoshmusic.com.br

K-array (Gobos) 3ª capa 11 4368-8291 www.gobos.com.br

magic dazzle 73 11 4375-3121 www.mdmd.com.br

Neo (decomac) 67 11 3333-3174 www.decomac.com.br

Philips (Unilamps) 69 12 3833-7610 www.unilamps.com.br

PLS (Pro Shows) 71 11 3527-6900 www.proshows.com.br

Powersoft (Gobos) 31 11 4368-8291 www.gobos.com.br

Prisma Pro audio 47 51 3711-2408 www.prismaproaudio.com.br

Pro class 61 21 2224-9278 www.proclass.com.br

Projet Gobos 91 11 3868-3352 www.projetgobos.com.br

Proled (ProShows) 23 11 3327-6900 www.proshows.com.br

robe (Tacc) 83 11 3357-4000 www.tacciluminacao.com.br/robin

SGm ( Hot machine) 85 11 2909-7844 www.hotmachine.com.br

Skypix 65 11 3567-1289 www.skypixlight.com.br

Soundcraft (Harman) 4ª capa 51 3479-4000 www.harmandobrasil.com.br

Star Lighting 81 19 3838-8320 www.star.ind.br

Studio motion 89 11 3825-6612 www.studiomotion.us

Taigar 19 49 3536-0209 www.taigar.com.br

Vibrasom 25 11 4393-7900 www.vibrasom.ind.br

Waldman (equipo) 07 11 2199-2999 www.waldman-music.com

áudio música e tecnologia | 95


lugar da verdade | Enrico De Paoli

Fora de moda (Mas com estilo)


Assim como em qualquer atividade, primeiro a gente apren- 1980! Com os grandes avanços das produções em 24 tracks,
de a fazer o básico, depois ficamos mais avançados, e bem havia, então, canais suficientes pra gravar toms separados.
depois disso, quando masterizamos nossa atividade, temos Além disso, os reverbs digitais eram a bola da vez. Então era
a tranquilidade de “fazer sem ter que pensar”. E é aí que “fácil” simular qualquer tipo de sala e aplicá-la somente aos
a nossa personalidade começa a falar mais alto. Isso vale toms. Insertando um gate no reverb, gerava aquela interrup-
pra qualquer coisa. Quando somos bebês, o grande desafio ção brusca quando o volume do verb começava a cair em fade.
é aprender a andar e depois a falar. Hoje, ninguém tem que Abusando da equalização nos reverbs, chegava-se, enfim,
pensar pra fazer nenhuma das duas coisas, e, ainda assim, àquele som de toms que o Phil Collins ficou famoso por usar.
cada pessoa tem o seu próprio jeito de fazer. Esses toms “sumiram das prateleiras”, mas hoje, com bom
gosto, dá pra fazer um bom uso dessa técnica vintage!
Quando chegamos nesse ponto com a engenharia de música,
podemos brincar à vontade. Não confunda com virtuose! Não - Caixadas eventuais com um mega reverb - Normalmente
me refiro a “ter que saber absolutamente tudo” (se é que isso no quarto tempo do último compasso de uma célula, para
existe). O que quero dizer é que, quando gravamos e mixamos indicar sonicamente o loop da mesma. ou simplesmente
com naturalidade o suficiente pra sabermos traçar tantos cami- para dar uma dimensão e profundidade em um pattern de
nhos diferentes, é que desenvolvemos nosso próprio “sotaque” programação de bateria que combinava sons pequenos e
na nossa engenharia e no nosso som. E assim como nas roupas médios. Usada em praticamente todas as baladas das can-
que vestimos, essa personalidade vai se transformando através toras pop dos anos 1990, normalmente produzidas pelo
do tempo. E dos tempos. Afinal, por mais forte que seja a per- Kenneth “Babyface” Edmonds, essa técnica é simples, como
sonalidade de alguns, creio que nem todos continuem usando quase todas as outras. Complexo foi inventá-la e depois
calça bag ou boca-de-sino. usá-la com bom gosto! Basta “automar” uma mandada de
reverb para a caixa da bateria da música, mas normalmen-
Opa... Pera lá... Boca-de-sino é bacana. Se usou, sumiu, te usava-se uma caixa diferente com um reverb escolhido
e hoje quem tiver personalidade forte o suficiente para especificamente para esta caixada.
tal, provavelmente vai estar bacana! E assim é a enge-
nharia de música. Através dos tempos passamos por di- - Side-chain compressor na mix toda, trigado pelo bum-
versas sonoridades, muito variadas, sem perceber tanto bo - Essa técnica será como usar All-Star com camisa
as transições. Hoje em dia, não só nas roupas, nos de- social. Ou blazer com uma t-shirt por baixo. Ou seja, os
signs de carros, móveis, ou nos designs das suas mixes, elementos existem há séculos, mas a maneira de usar é
usa-se novamente coisas do passado, mixadas com ou- mais ousada. Insere-se um compressor no master da mix.
tras características sônicas bem atuais. Habilita-se o side-chain e triga-se a compressão a par-
tir do bumbo. Assim, todo mundo dá uma leve abaixada
Vamos ver algumas coisas “a la” boca-de-sino que estão quando o bumbo toca. Isso cria um pulso, um movimento
fora de moda, mas podem ficar bem interessantes nas suas rítmico no som. Lembre-se de deixar o bumbo fora desse
produções: master! Usada quase que exclusivamente na cena eletrô-
nica, como sempre, com bom gosto e personalidade, dá
- Slap echo na voz - A melhor referência pra isso é o Elvis. pra brincar muito com essa técnica e suas variantes.
Aquele timbre de voz com uma breve repetição depois de cada
palavra cantada. Dá uma dimensão antiga (claro) na sonorida- Eu poderia seguir, mas fiquei com medo de chegar na calça
de. Usou-se muito isso nos anos 1950 e 60, e hoje em dia virou bag da engenharia da música (hahaha)! O que seria essa
cool (e cult) usar, desde que combine com a música e com o técnica? Talvez as caixas com o som de vidro quebrando
estilo que você busca (e que a música sugira). junto, do Fine Young Cannibals... Deixa pra lá. ;)

- Tom-toms com gate reverb - Muita gente usou isso nos anos Até mês que vem !

Enrico De Paoli é engenheiro de música premiado com Grammys. Créditos vão de Djavan a Ray Charles. Ministra os treinamentos
Mix Secrets. Visite www.EnricoDePaoli.com.

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