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Alguma vez você já se sentiu sem direção?

Sem compreender bem o sentido


de sua existência? Percebeu que as coisas já não faziam tanto sentido e os
motivos pelos quais lhe mantinham de pé, já não eram mais os mesmos? Se
sim, talvez você tenha experimentado um momento crucial em sua vida: Crise
existencial.
A sensação mais perceptível poderia ser descrita como se a vida tivesse
seguindo certo rumo, baseada em nossas escolhas anteriores, mas em
determinado instante nossas vivencias se tornam amadurecidas. Os obstáculos
se tornam e aquela sensação de bem-estar contínuo é interrompida. Sem
contar que nossas forças físicas parecem estar sendo sugadas.
Esse mal-estar indefinido que descobrimos que não é resultado de doenças,
nos leva a questionar: O que está acontecendo comigo? Nem médico, nem nós
mesmo sabemos como responder.
Uma impressão de que este "mal-estar" esconde um sentimento que às vezes
está mais e outras vezes menos presente; ou que o trabalho não está dando
resultados como nos dava antes. Até o sentido do amor fica diferente.
Esta crise tem uma natureza que denominamos aqui de existencial, porque
costuma ocorrer em algumas fases do desenvolvimento humano. Como se
determinasse o fim de certo ciclo em nossa jornada.
De acordo com a Psicologia do Desenvolvimento e Biofisiologia, a partir dos 35
anos nosso corpo inicia um processo autônomo de envelhecimento e
preparação para a morte.
Vários processos de manutenção da vida e equilíbrio dos órgãos mais vitais se
adaptam ao ambiente, contudo nãos conseguimos mais manter o equilíbrio
adequado entre regeneração e desgaste, e isto nos direciona a "crise" da
existência.
O que descrevemos ocorre por volta dos 40 anos e ocorre em todos nós. Mas
há outras crises, nas mais diversas idades. Existem as pontuais e recorrentes,
que variam de acordo com aspectos biopsicossocial de cada indivíduo.
A compreensão desses processos que desencadeiam essa crise, de forma
pessoal, proporciona uma chance de aprimoramento e melhor entendimento de
si, e ainda, um posicionamento em relação a esses dilemas.
Harding (1960), baseada em sua compreensão de psicologia analítica na
escola Junguiana, comparou nossa existência às quatro estações do ano: a
primavera do nascimento até a maioridade, o verão a maturidade, o outono a
fase entre os 40 e 60 anos e o inverno, a velhice.
A partir desta alegoria poderíamos nos assemelhar ao que nos ensina a
tradição chinesa: “Uma pessoa leva 20 anos para aprender, 20 anos para lutar
e 20 anos para se tornar sábia”.
O Livro de Eclesiastes trata sobre o sentido da existência ser a morte. Em
inúmeros versículos, Salomão trata essas crises existenciais como propósito
para a busca da sabedoria, valor este que se perpetuará pela eternidade,
segundo a sabedoria oriental. Ele diz:
“Eu me arrependi de ter trabalhado tanto e fiquei desesperado por causa
disso. A gente trabalha com toda a sabedoria, conhecimento e inteligência
para conseguir alguma coisa e depois tem de deixar tudo para alguém que
não fez nada para merecer aquilo. Isso também é ilusão e não está certo!”

(Eclesiastes 2:20-22 - NTHL).

Em outro momento ele diz:


“É maravilhoso viver! Ver a luz, o sol! Se uma pessoa chegar à velhice, deve
se alegrar em todos os dias de sua vida. Mas se deve lembrar também que
a eternidade é muito mais comprida; quando se compara a vida com a
eternidade, o que fazemos aqui não vale nada!”

(Eclesiastes, 11:7-8; Bíblia Viva)

O que seria esse amadurecimento para a compreensão da existência e da


morte?
Se a partir dos 35 anos, nossas funções biológicas começam a diminuir,
percebemos que, quando chega a este ponto, ocorre uma perda no seu valor
ou capacidade de trabalho.

Quando isso ocorre, nossas forças biológicas diminuem e aumenta a


possibilidade de se tornar sábio, de amadurecer espiritualmente. A nossa
civilização parece ignorar isso.

Como exemplo tomemos o mercado de trabalho. As vagas em sua maioria, são


destinadas à candidatos com menos de 40 anos; a medicina, através dos
fármacos, se utiliza de muitas técnicas para manter o ser humano
biologicamente jovem, e prolongar a existência do corpo, porém há pouco
investimento no amadurecimento espiritual. Quando nenhum.

Quais as oportunidades que cada idade oferece para melhor usá-las na


sociedade e na vida pessoal? Quais são os projetos e chances que tenho de
vencer essas crises e alcançar a sabedoria? O que tenho feito para isso?

Se o ser humano procede do mundo espiritual nascido do pó, compreendemos


que esta volta à terra e retorna para o cosmo espiritual. O amadurecimento
permite uma volta gradativa à essência cósmica e espirituais.

Como alguém que escala uma montanha, e diante de si um vê um panorama


que vai aumentando e permite que ela perceba cada vez menos os detalhes, e
mais o sentido que esta lhe traz.

A cada passo, nossas qualidades psíquicas não só se tornam capazes de se


abrir e desenvolver, mas ainda serem aplicadas e multiplicadas em nosso
contexto social, na família e no trabalho.

A isto eu te convido hoje. Semear na eternidade.

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