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Lema 0.1.

Seja (X, d) um espaço métrico e Y um subconjunto denso de X tal que toda sequência de
Cauchy em Y converge em X. Então (X, d) é completo.
Demonstração. Seja (xn ) uma sequência de Cauchy em X, isto é, (∀ε > 0)(∃n0 ∈ N)(d(xi , xj ) < ε).
Queremos mostrar que xn −→ x ∈ X.
Para cada n > 0, escolha an ∈ A tal que d(an , xn ) < n1 .
Afirmação 1. A sequência (an ) é de Cauchy.
Com efeito,

d(ai , aj ) ≤ d(ai , xi ) + d(xi , xj ) + d(xj , aj ) ⇔


Agora como (xn ) é de Cauchy ⇒ (∀ε > 0)(∃n0 ∈ N)(i, j > n0 ⇒ d(xi , xj ) < ε)
1 1
< +ε+
i j
0

Portanto (an ) é de Cauchy em Y . Mas como toda sequência de Cauchy em Y converge a um ponto de
X, digamos a, temos que, (∀ε > 0)(∃n1 ∈ N)(n > n0 ⇒ d(an , a) < ε) Disto, obtemos que,

d(xn , a) ≤ d(xn , an ) + d(an , a) ⇔


1
< +ε
n
= ε1 (∀n > n1 )

O que conclui a demonstração.

Teorema 0.2. Seja (X, d) um espaço métrico. Então existe um espaço métrico completo X̃ e uma
imersão isométrica f : X → X̃, tal que, X é um subespaço denso de X̃.
Demonstração. Seja (X, d) um espaço métrico e X 0 o conjunto das sequências de Cauchy em X. Defina

d0 ({xin }, {xjn }) = lim d(xin , xjn ) ,


n→∞

onde para cada i, j ∈ N, {xin }, {xjn } ∈ X 0 e i 6= j ⇐⇒ {xin } =


6 {xin }.
6 {xn } e lim d(xin , xn ) = 0, o que implicaria d0 ({xin }, {xjn }) = 0. Portanto
Mas pode ocorrer de {xin } = j j
n→∞
d0 é uma semi-métrica em X 0 .
Defina a relação Rd0 em X 0 da seguinte forma: {xin }Rd0 {xjn } ⇔ d0 ({xin }, {xjn }) = 0. Note que Rd0 é
de equivalência.
0
Seja X̂=(X/R , d̂), onde d̂ é a projeção de d0 no espaço quociente X̂=X/Rd0 , isto é, para cada xi , xj ,
0
d
d̂(xi , xj ) = d0 (xi , xj ) = lim d(xin , xjn ) . Então X̂=(X/R
0
0
, d̂) é um espaço métrico.
n→∞ d

Seja x ∈ X. Defina f : X → X̃, como f (x) = (x, x, x, . . . ) =. É claro que todos os termos da
sequência constante estão relacionados.
Afirmação 2. f é uma imersão isométrica.
De fato, d̂(f (x), f (y)) = d̂((x, x, x . . . ), (y, y, y, . . . )) = d0 (x, y)
Afirmação 3. f (X) é denso de X̂
Seja xn = (x1 , x2 , . . . ) ∈ X̂. Pela definição da f , para cada n ∈ N, f (xn ) = (xn , xn , xn , . . . ). Logo,
lim f (xn ) = xn . Isto mostra que qualquer sequência em f (X) é convergente em X̂. Logo, toda sequência
n→∞

1
• Seja (y n )n∈N uma sequência de Cauchy em X̂, vamos mostrar que (y n ) −→ y ∈ X̂. Para cada
k ∈ N, note que y k = (xkn )n∈N ∈ X 0 , isto é,
y1 = (x11 , x12 , x13 . . . x1n , . . . )
y2 = (x21 , x22 , x23 . . . x2n , . . . )
y3 = (x31 , x32 , x33 . . . x3n , . . . )
..
.
y n = (xn1 , xn2 , xn3 . . . xnn , . . . )
..
.
Já que, para cada k ∈ N, y k = (xkn )n∈N é uma sequência de Cauchy.
Logo, existe nk ∈ N, tal que se m, n > nk então d0 (xkn , xkm ) < 1
k
Vamos mostrar que a sequência dos (xknk )k∈N é de Cauchy com respeito ao ı́ndice n. Sejam ε > 0
e k ∈ N tal que k3 < ε.
Como (y n )n∈N é uma sequência de Cauchy em X̂, existe p ∈ N, (podemos considerar p ≥ k), tal
que se l, m > p, então,
1
d̂(y l , y m ) = lim d0 (xln , xm
n)<
n→∞ k
.
Note que com isso, podemos tomar q ∈ N tal que se q ≤ k então d0 (xlk , xm 1
k ) ≤ k . Assim,

1 1 1 3
d0 (xlnl , xm 0 l l 0 l m 0 m m
nm ) ≤ d (xnl , xn ) + d (xn , xn ) + d (xn , xnm ) < + + < < ε.
l k m k
Portanto é de Cauchy.
Falta mostrar que (y n )n∈N −→ y = (xknk )k∈N . Isto é, lim d̂((y n ), y) = 0. Temos,
n→∞

lim d̂((y n ), y) = lim lim d0 (ykn , xknk ) ≤ lim lim (d0 (ykn , xnnn ) + d0 (xnnn , xknk )) = 0,
n→∞ n→∞ k→∞ n→∞ k→∞

por construção de (xknk )k∈N .

2
Então dizer que xi uma sequência de Cauchy em X̂, significa que ∀ε > 0 , ∃ n ∈ N tal que, i, j > n ⇒
d̂(xi , xj ) < ε

Observação 0.3. Note que:


x1 = {xn1 ∈ X 0 ; d0 (x1 , xn1 ) = 0};
x2 = {xn2 ∈ X 0 ; d0 (x2 , xn2 ) = 0};
x3 = {xn3 ∈ X 0 ; d0 (x3 , xn3 ) = 0};
..
.
xi = {xni ∈ X 0 ; d0 (xi , xni ) = 0};
..
.

Seja (xi )i∈N uma sequência de Cauchy em X̂.

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