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O Brasil nunca foi considerado de fato pelos portugueses como uma colônia, mas como
uma “terra de além-mar”, uma terra para onde os portugueses vinham “fazer o Brasil” e
voltar à metrópole. Com a vinda da família real, a abertura dos portos às nações amigas,
a assinatura de um tratado de comércio com a Inglaterra e, sobretudo, com a elevação da
colônia à condição de Reino Unido a Portugal, a independência do Brasil foi
amadurecendo. A revolução constitucionalista de 1820, em Portugal, fez com que D.
João VI decidisse retornar a Lisboa, entregando a regência do Estado a seu filho Pedro.
Mas as cortes portuguesas se recusaram a aceitar que o Brasil tivesse os direitos
políticos e econômicos de um Estado soberano, provocando, nos brasileiros,
sentimentos nativistas.
D. Pedro, príncipe regente do Brasil depois da partida de seu pai, em 1821, depois de
um processo de pressão para seu retorno à Lisboa, acaba por proclamar a independência
em 7 de setembro de 1822, que foi consolidada em 02 de julho de 1823, com a expulsão
dos portugueses na Bahia, último foco de resistência à separação entre a antiga colônia e
a metrópole.
Em 1826, a fim de seguir para Portugal e assumir o lugar de seu pai, D. Pedro I resolve
abdicar em favor de seu filho menor, D. Pedro de Alcântara, deixando-o aos cuidados
de uma regência trina, que administrava muitas dificuldades políticas.
Naquele período, o Serviço de Incêndio na Bahia era executado, de forma precária, pelo
Arsenal da Marinha, sob o comando do Inspetor do Arsenal. Em 02 de agosto de 1829,
o vereador Lázaro José Jambeiro consultava em plenário se era obrigatório os
vereadores participarem do Corpo de Bombeiros Voluntários, recebendo resposta
negativa. Contudo, ficou decidido que todos os funcionários públicos deveriam deixar
as repartições ao toque dos sinos anunciando um incêndio e buscar a bomba no Arsenal
da Marinha.
Em 14 de junho de 1833, em decorrência das fortes chuvas que caíram durante 45 dias,
se verificaram deslizamentos de terras em toda a encosta da Montanha, inclusive na
Ladeira da Misericórdia e da Conceição da Praia. Em 12 de outubro daquele mesmo
ano, o vereador José Bruno Antunes Guimarães falou em plenário sobre a necessidade
de se organizar um melhor serviço de bombeiros e expôs seu projeto: “Os incêndios que
haviam se repetido na capital da província prejudicando a fortuna particular,
abandonada no país quando os proprietários pagavam impostos, propôs que houvesse
em cada freguesia uma bomba contra incêndio aos cuidados e direção do Juiz de Paz,
que organizaria os artífices, caixeiros, jornaleiros da Câmara e da Alfândega em
decúrias, comandadas por homens de confiança, subordinados hierarquicamente a um
chefe geral. Haveria em cada decúria um chefe, um mestre e um contra-mestre. Os
moradores teriam a obrigação de apresentarem aos inspetores seus escravos com baldes
d’água, barris, cordas, escadas e ferramentas nas ocasiões dos sinistros para assinalarem
o local enquanto tocava o sino mais possante da freguesia. As bombas do Arsenal da
Marinha e do Arsenal de Guerra continuariam a prestar seus relevantes serviços. Os
navios de guerra ou mercantes desembarcariam suas bombas e seus materiais quando
preciso. Os negros e os crioulos libertos teriam a obrigação de ter sempre em casa um
barril cheio d’água; pagariam uma multa de 4 mil réis e ficariam presos por oito dias se
não se apresentassem nos incêndios com seus barris. O Comandante da Polícia
estabeleceria o isolamento do local, pondo guardas para a vigilância e garantia do
salvado.”
Assim, a Província da Bahia encerra a sua fase imperial com muitos incêndios, muitas
vidas ceifadas e patrimônio destruído e alguns comerciantes empobrecidos. Em 1904, já
após a criação do Corpo de Bombeiros Municipal, a Associação dos Voluntários contra
Incêndio foi reorganizada e transformada em Guarda Noturna, com uniformes e material
adequado para extinção, comprados mediante concorrência pública. Encomendaram-se
à época 02 bombas, 20 lanternas, 10 machados e 12 porta-baldes metálicos.
Posteriormente, a Guarda Noturna foi incorporada ao Corpo de Bombeiros.
A CRIAÇÃO DO CORPO DE BOMBEIROS NA BAHIA
Estas divergências, que impediram o Dr. Manuel Victorino de assumir o cargo que lhe
fora designado, deixaram o Estado acéfalo. O Dr. Virgílio Damásio, chefe do Partido
Republicano, assumiu então a administração da Província.
A cidade de Salvador do fim do século XIX, embora continuasse como o grande centro
polarizador da economia do Estado, principalmente a do Recôncavo, como já era desde
os primórdios da economia do Brasil Colônia, não passava de uma cidade de dimensões
medianas, mas já possuía um centro histórico–cultural bastante evoluído e um bairro
comercial amplo e pujante, com estabelecimentos grossistas e grandes varejistas e
bairros periféricos dispersos e ainda insignificantes, interligados precariamente, com
exceção do bairro do Bonfim, já bastante populoso e importante, que se expandia por
toda a península de Itapagipe.
As construções, mesmo as das zonas mais desenvolvidas, eram ainda coloniais, de pedra
e cal, com largo uso de madeira, circunstância que deu origem e facilitou a propagação
de memoráveis incêndios, que causaram numerosas mortes e grandes prejuízos,
especialmente no bairro comercial.
As formas de aviso para se alertar a cidade sobre os sinistros eram através dos sinos das
igrejas. Havia um código: o número de badaladas indicava a freguesia na qual ocorria o
incêndio.
O comandante Marcelino Félix expôs as auto-bombas por vários meses pois Salvador
ainda dispunha de poucos veículos motorizados.
Fieis
- Aumento substancial do efetivo, que alcançou o valor de Companhia, acrescido dos
serviços correlatos, tais como: oficina mecânica, ferramentaria, correaria, etc.;