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1. Lê atentamente o texto.
Conta-se que D. Afonso Henriques, na conquista do território aos mouros, chegou a Leiria e tomou a zona.
Talvez tenha tomado o castelo ou tenha erigido ele próprio um castelo relativamente rudimentar num morro
bastante alto que existe no centro da zona urbana da cidade.
Tendo necessidade de prosseguir a sua conquista para sul, D. Afonso Henriques deixou o castelo entregue a
uma guarnição relativamente pequena e continuou a marcha em direção a Lisboa. Acontece que os mouros,
que tinham fugido, voltaram a atacar o castelo com forças redobradas e venceram a pouca guarnição que D.
Afonso Henriques tinha deixado. Ficou alcaide dessa nova reconquista moura um velho e a sua filha. Esta era
linda, de olhos esverdeados e extremamente carinhosa com o pai, que estava a começar a cegar. Um dia, na
muralha, estava a filha a pentear os cabelos brancos e ralos do pai quando começou a ver ao longe, do lado
norte, portanto, do que hoje se chama o arrabalde, umas medas, uns feixes de mato a ziguezaguearem e a
andarem e a pararem, e pergunta ao pai, que já não enxergava longe:
— Pai, é verdade que o mato anda?
Responde-lhe o mouro:
— Anda se o fizerem andar!
A filha, que se chamava Zara, não compreendeu o verdadeiro significado daquilo que o pai lhe estava a dizer
e imaginou que aquilo que ele queria dizer era que o mato andava se o fizessem andar com magia, mas, na
realidade, o que o pai queria dizer era que o mato só andava se alguém o empurrasse.
A verdade é que dentro de cada uma dessas medas de mato estava um guerreiro de D. Afonso Henriques,
que voltou novamente a Leiria. Aproximaram-se devagar do castelo e tomaram-no, porque eram realmente
muitos, todos escondidos no mato. De Zara e do pai nunca mais se ouviu falar, mas dizem que ela ainda
continua a aparecer no castelo.
Claro que é lenda!
http://www.lendarium.org/narrative/lenda-da-moura-zara/?category=82 (adaptado)
2. Lê atentamente o texto e responde, de forma clara e objetiva, às questões que te são propostas.
http://www.lendarium.org/narrative/lenda-da-moura-zara/?category=82 (adaptado)
A. As afirmações apresentadas de (A) a (I) correspondem a ideias-chave do texto. Ordena-as de acordo com a
sequência em que aparecem. A primeira já está assinalada.
3. O texto seguinte corresponde ao final do livro «O menino que não gostava de ler». Lê-o atentamente e
responde, de forma clara e objetiva, às questões que te são propostas.
C. Atribui um título a cada uma das três partes lógicas em que dividiste o texto, justificando a tua escolha.
F. Como reagiram os pais à informação dada pelo velho? Justifica com palavras do texto.
H. Indica o que Leopoldo descobriu, com as suas leituras, acerca da vida do velho.
I. Como se justificou o velhote perante Leopoldo?
J. Identifica o recurso expressivo presente na frase seguinte: «Leopoldo viu a mãe ficar vermelha como o
traseiro de um macaco e o pai, roxo como uma beringela madura.» (l. 7)
4. O texto seguinte corresponde ao final do livro «O menino que não gostava de ler». Lê-o atentamente e
responde, de forma clara e objetiva, às questões que te são propostas.
Susana Tamaro, O menino que não gostava de ler, Lisboa, Editorial Presença, 2001
A. Completa a frase que se segue, referente ao narrador do texto, riscando o que não interessa.
O narrador é participante / não participante, porque fala na primeira / terceira pessoa. Conhece a história e
os sentimentos das personagens, mas não faz / faz parte da ação.
B. O texto pode ser dividido em três partes lógicas. Com as palavras ou expressões dadas, completa as frases,
de modo a obteres afirmações verdadeiras.
Chave
· o menino
· ler
· verdadeira
A primeira parte é a chegada do velho com Leopoldo e a informação de que _______ precisa de óculos. A
segunda parte é a ida ao oftalmologista e o gosto que Leopoldo ganha em _______. A terceira parte são
_______, no jardim, e a descoberta da _______ vida do velho.
C. O menino Leopoldo não sentia gosto pela leitura. Por que razão não gostava ele de ler? Assinala a opção
correta.
____ (A) Nunca ninguém lhe despertara o interesse pela leitura e não tinha quaisquer livros que lhe
despertassem esse interesse.
____ (B) Não conseguia ver bem e, então, ler exigia um grande esforço, que o cansava e lhe tirava o
gosto pela leitura.
____ (C) Não lhe interessavam histórias que considerava irreais e que não conseguia imaginar.
D. Classifica as frases como verdadeiras (V) ou falsas (F), de acordo com a informação do texto.
____ (A) A frase «A mãe, ao vê-lo, […] apertou-o longamente com um abraço forte como o da
serpente» (ll. 2-3) transmite a ideia de que a mãe não gostava do filho.
____ (B) O velho, que descobre que o menino tem dificuldade em ler, era um guarda-noturno que lia
imenso e, a partir das leituras, viajava pelo Mundo e imaginava que as aventuras lhe aconteciam.
____ (C) O menino não tem dificuldade em ler, porque vê bem. Quando recebe uns óculos, começa a
ler mais livros e conversa com o velho sobre eles.
____ (D) Os pais ficaram envergonhados por não terem descoberto que o filho via mal. A mãe ficou
vermelha como o traseiro de um macaco, e o pai ficou roxo como uma beringela. No entanto,
resolveram logo o problema.
____ (E) Leopoldo recebeu os óculos, mas apenas leu «O vagabundo das estrelas».
____ (F) Com as suas leituras, Leopoldo descobriu que a vida do velho se parecia com a vida dos heróis
que ele encontrava nos livros, ou seja, a vida que o velho dizia ter era uma fantasia.
____ (G) O velho disse que era um guarda-noturno e, para vencer o aborrecimento e o sono, lia sem
parar. Assim, com os livros, viajava na imaginação e era como se vivesse as aventuras dos seus heróis.
5. Lê atentamente o texto e responde, de forma clara e objetiva, às questões que te são propostas.
Confesso que sou um Lobo Mau. Pior do que isso. Sou um Lobo Péssimo! Um lobo capaz de deitar o dente e
a garra a galinhas, rebanhos inteiros de ovelhas, meninas pequenas ou crescidas, com capuchinhos
vermelhos e de todas as cores, e até sou capaz de engolir uma, duas, três avozinhas das mais duras de roer
que se possa imaginar.
Sou capaz de fazer coisas ainda piores e mais assustadoras, que, neste momento, prefiro não relembrar.
A verdade, no entanto, é que não sou propriamente real, de carne e osso. Sou uma espécie de ilusão. Uma
personagem das histórias. E nem sequer sou tão mau como gostava de ser. Mas a culpa não é minha, é do
escritor que me deu cabo da reputação. Desde pequenino que quero ser mau. Mesmo muito mau. Queria
ser uma fera das mais assustadoras e malvadas de toda a criação.
Às vezes até sonhava que era um tigre-de-bengala, companheiro de piratas horríveis, e, quando abria a boca
cheia de dentes pontiagudos e lançava um tremendo rugido, «Uááááááá….!», toda a selva tremia!
— Um tigre, tu?! Deixa-me rir! — disse o meu pai, sem nenhum respeito pelos meus sonhos. — Para chegar
a tigre, tinhas de comer muitos bifes!
E eu comi muitos bifes, enchi a barriga de bifes, mas nunca cheguei a tigre.
— Deixa-te de sonhos! — repetia ele, vezes sem conta. — És um lobo mau e pronto! Deixa-te de sonhos e
pensa mas é no teu futuro.
O meu futuro não demorou muito a chegar. Passados alguns dias, o velhote disse-me que eu já estava
crescido e tinha muito boa idade para ganhar a vida. Pegou-me pela pata e levou-me a casa de um escritor.
O meu azar foi calhar num escritor que andava com uma crise de inspiração. Há muito que não lhe vinha
uma ideiazinha verdadeiramente interessante e divertida para escrever um livro. A escrita estava a ficar
desengonçada e sem genica, os verbos mal conjugados, os adjetivos vulgares e repetidos, um aborrecimento
para quem lia as suas histórias empenadas. Ainda por cima, descobri com ele que os escritores em geral não
têm respeito nenhum pelos lobos! Atribuem-nos sempre o papel do pateta alegre que se deixa enganar por
toda a gente. Somos como o bombo da festa! Uma vergonha, garanto-vos eu!
O meu escritor era um homem já velho, alto e magro, com uns lábios fininhos como lâminas e os óculos na
ponta do nariz. Olhou-me demoradamente, de alto a baixo, com uma expressão desconfiada.
— É magrito, o bicho… — resmungou. (O bicho era eu! Que falta de respeito!) — Vamos lá ver se ele se
ajeita! — acrescentou, desdenhoso.
E não esperou por mais nada. Deitou-me a mão ao pescoço e zumba, meteu-me logo a trabalhar no livro que
estava a escrever nesse momento e que, devo dizer-vos, era uma trapalhada sem pés nem cabeça […].
E. Como reagiu o pai, quando o filho lhe disse o que queria ser?
I. Identifica o recurso expressivo presente na frase: «Somos como o bombo da festa!» (l. 24)
J. Explica o sentido da frase citada na questão anterior, tendo em conta a informação do texto.
J. O narrador considera-se uma «personagem das histórias» (l. 7). De acordo com as suas palavras, indica o
que ele representa.
6. Lê atentamente o texto.
Confesso que sou um Lobo Mau. Pior do que isso. Sou um Lobo Péssimo! Um lobo capaz de deitar o dente e
a garra a galinhas, rebanhos inteiros de ovelhas, meninas pequenas ou crescidas, com capuchinhos
vermelhos e de todas as cores, e até sou capaz de engolir uma, duas, três avozinhas das mais duras de roer
que se possa imaginar.
Sou capaz de fazer coisas ainda piores e mais assustadoras, que, neste momento, prefiro não relembrar.
A verdade, no entanto, é que não sou propriamente real, de carne e osso. Sou uma espécie de ilusão. Uma
personagem das histórias. E nem sequer sou tão mau como gostava de ser. Mas a culpa não é minha, é do
escritor que me deu cabo da reputação. Desde pequenino que quero ser mau. Mesmo muito mau. Queria
ser uma fera das mais assustadoras e malvadas de toda a criação.
Às vezes até sonhava que era um tigre-de-bengala, companheiro de piratas horríveis, e, quando abria a boca
cheia de dentes pontiagudos e lançava um tremendo rugido, «Uááááááá….!», toda a selva tremia!
— Um tigre, tu?! Deixa-me rir! — disse o meu pai, sem nenhum respeito pelos meus sonhos. — Para chegar
a tigre, tinhas de comer muitos bifes!
E eu comi muitos bifes, enchi a barriga de bifes, mas nunca cheguei a tigre.
— Deixa-te de sonhos! — repetia ele, vezes sem conta. — És um lobo mau e pronto! Deixa-te de sonhos e
pensa mas é no teu futuro.
O meu futuro não demorou muito a chegar. Passados alguns dias, o velhote disse-me que eu já estava
crescido e tinha muito boa idade para ganhar a vida. Pegou-me pela pata e levou-me a casa de um escritor.
O meu azar foi calhar num escritor que andava com uma crise de inspiração. Há muito que não lhe vinha
uma ideiazinha verdadeiramente interessante e divertida para escrever um livro. A escrita estava a ficar
desengonçada e sem genica, os verbos mal conjugados, os adjetivos vulgares e repetidos, um aborrecimento
para quem lia as suas histórias empenadas. Ainda por cima, descobri com ele que os escritores em geral não
têm respeito nenhum pelos lobos! Atribuem-nos sempre o papel do pateta alegre que se deixa enganar por
toda a gente. Somos como o bombo da festa! Uma vergonha, garanto-vos eu!
O meu escritor era um homem já velho, alto e magro, com uns lábios fininhos como lâminas e os óculos na
ponta do nariz. Olhou-me demoradamente, de alto a baixo, com uma expressão desconfiada.
— É magrito, o bicho… — resmungou. (O bicho era eu! Que falta de respeito!) — Vamos lá ver se ele se
ajeita! — acrescentou, desdenhoso.
E não esperou por mais nada. Deitou-me a mão ao pescoço e zumba, meteu-me logo a trabalhar no livro que
estava a escrever nesse momento e que, devo dizer-vos, era uma trapalhada sem pés nem cabeça […].
A. O narrador está triste com a sua forma de ser, pois é um Lobo Mau que, nas histórias, …
____ (A) … não é suficientemente mau: ele queria ser um tigre-de-luanda, que aterrorizasse toda a
gente.
____ (B) … já é suficientemente mau: ele não queria ser um tigre-de-bengala, que aterrorizasse toda a
gente.
____ (C) … não é suficientemente mau: ele queria ser um tigre-de-bengala, que aterrorizasse toda a
gente.
B. A culpa de ele ser assim é…
____ (A) … do escritor, que fez dele um lobo que ninguém respeita.
____ (B) … do seu carácter pouco real, pois ele não é de carne e osso.
____ (C) … do seu pai, que não tem nenhum respeito pelos seus sonhos.
____ (B) … riu-se e disse-lhe que ele tinha de comer muitos bifes para ser um tigre.
____ (A) … não tinha inspiração e escrevia de uma forma pobre, sem genica, com adjetivos repetidos,
era um aborrecimento para quem lia.
____ (B) … tinha inspiração e uma escrita rica, com genica, com adjetivos variados, era uma alegria para
quem lia.
____ (C) … não tinha inspiração, mas tinha muito respeito pelo Lobo Mau, o que causava muita alegria
a quem lia.
E. A frase «Somos como o bombo da festa!» (l. 24) quer dizer que, assim como os bombos…
____ (A) … colaboram na festa, também os lobos, nas histórias, são importantes do início ao fim.
____ (B) … fazem barulho durante toda a festa, também os lobos, nas histórias, não param de uivar do
início ao fim.
____ (C) … apanham «pancada» durante toda a festa, também os lobos, nas histórias, são maltratados
do início ao fim.
F. Na frase «Somos como o bombo da festa!» (l. 24) há uma…
G. O narrador considera-se uma «personagem das histórias» (l. 7). Acha que representa os lobos maus, que
ficam sempre com o papel de...
____ (A) ... maus e aterrorizam toda a gente, porque pensam que são muito maus.
____ (B) ... patetas alegres que se deixam enganar por toda a gente, mas pensam que são muito maus
e que todos têm medo deles.
____ (C) ... espertalhões que não se deixam enganar por ninguém; além disso, toda a gente tem medo
deles.
7. Lê atentamente o texto.
Sai o menino pelos fundos do quintal, e, de árvore em árvore, como um pintassilgo, desce o rio e depois por
ele abaixo, naquela vagarosa brincadeira que o tempo alto, largo e profundo da infância a todos nós
permitiu…
Em certa altura, chegou ao limite das terras até onde se aventurara sozinho. Dali para diante começava o
«planeta Marte». Dali para diante, para o nosso menino, será só uma pergunta: «Vou ou não vou?» E foi.
O rio fazia um desvio grande, afastava-se, e de rio ele estava já um pouco farto, tanto que o via desde que
nascera. Resolveu cortar a direito pelos campos, entre extensos olivais, ladeando misteriosas sebes cobertas
de campainhas brancas, e outras vezes metendo pelos bosques de altos freixos1 onde havia clareiras macias
sem rasto de gente ou bicho, e ao redor um silêncio que zumbia, e também um calor vegetal, um cheiro de
caule fresco.
Oh que feliz ia o menino! Andou, andou, foram rareando as árvores, e agora havia uma charneca2 rasa, de
mato ralo3 e seco, e no meio dela uma inóspita4 colina redonda como uma tigela voltada.
Deu-se o menino ao trabalho de subir a encosta, e quando chegou lá acima, que viu ele? Nem a sorte nem a
morte, nem as tábuas do destino… Era só uma flor. Mas tão caída, tão murcha, que o menino se achegou5,
de cansado. E como este menino era especial de história, achou que tinha de salvar a flor. Mas que é da
água? Ali, no alto, nem pinga. Cá por baixo, só no rio, e esse que longe estava!...
Não importa.
Desce o menino a montanha,
Atravessa o mundo todo,
Chega ao grande rio Nilo,
No côncavo6 das mãos recolhe
Quanto de água lá cabia,
Volta o mundo a atravessar,
Pela vertente se arrasta,
Três gotas que lá chegaram,
Bebeu-as a flor sedenta.
Vinte vezes cá e lá,
Cem mil viagens à Lua,
O sangue nos pés descalços,
Mas a flor aprumada7
Já dava cheiro no ar,
E como se fosse um carvalho
Deitava sombra no chão.
O menino adormeceu debaixo da flor. Passaram as horas, e os pais, como é costume nestes casos,
começaram a afligir-se muito. Saiu toda a família e mais vizinhos à busca do menino perdido. E não o
acharam.
Correram tudo, já em lágrimas tantas, e era quase sol-pôr quando levantaram os olhos e viram ao longe uma
flor enorme que ninguém se lembrava que estivesse ali.
Foram todos de carreira8, subiram a colina e deram com o menino adormecido. Sobre ele, resguardando-o
do fresco da tarde, estava uma grande pétala perfumada, com todas as cores do arco-íris.
Este menino foi levado para casa, rodeado de todo o respeito, como obra de milagre. Quando depois
passava pelas ruas, as pessoas diziam que ele saíra da aldeia para ir fazer uma coisa que era muito maior do
que o seu tamanho e do que todos os tamanhos.
Vocabulário
1 freixos — n. m. árvores frequentes nas margens dos rios.
2 charneca — n. f. terreno plano onde apenas cresce vegetação rasteira.
3 ralo — adj. pouco denso.
4 inóspita — adj. agreste, inabitável.
5 se achegou — v. se aproximou.
6 côncavo — n. m. cova ou cavidade.
7 aprumada — adj. bem direita.
8 «foram de carreira» — foram atrás uns dos outros; foram depressa.
A. Numera as frases de 1 a 10, de acordo com a ordem pela qual as informações aparecem no texto. A
primeira frase já se encontra numerada.
_______ — (A) O menino aventurou-se por caminhos desconhecidos, num longo percurso e durante muito
tempo.
_______ — (B) A descoberta de novos lugares provocou no menino um sentimento de enorme felicidade.
_______ — (C) Depois de matar a sede, a flor abriu as grandes pétalas perfumadas, como um carvalho.
_______ — (D) As pessoas da aldeia receberam o menino com respeito e admiração pela sua coragem em
salvar a flor.
_______ — (E) No cimo da encosta, o menino descobriu uma flor ressequida.
_______ — (F) Depois de encontrar a flor, o menino sentiu que tinha de cumprir a tarefa de salvar a flor.
_______ — (G) O menino adormeceu debaixo da flor, deixando a família preocupada com a sua ausência.
1 — (H) O menino é apresentado como uma personagem que saltita com a leveza de uma ave.
_______ — (I) O menino ficou indeciso porque tinha chegado ao limite das terras em que se tinha
aventurado sozinho.
_______ — (J) O menino teve de ultrapassar alguns obstáculos para levar água à flor.
Eram parecidos, aqueles dois, e como só havia um ano de diferença entre eles, não faltava quem os
confundisse com gémeos. Também porque eram inseparáveis: «Os dois somos um» era a sua divisa. Mas
entre eles havia também um mar de diferenças e, nesse verão que despontava, iriam descobrir a maior de
todas elas.
O carro atravessou a Ponte Cutter, chegou à estrada alcatroada para Tavistock e Elisabeth Zimmer começou
a assobiar uma canção da sua infância. A certa altura, porém, calou-se de repente, travou o carro e
encostou-o à berma.
— Outro furo? — perguntou William.
— Não. Está tudo bem. Volto já — respondeu a mãe, a sair do carro.
Estava uma noite clara e temperada, própria dos primeiros dias de agosto. O céu era como um lençol negro
com pontinhos bordados e um buraco no meio: a Lua. Os rapazes espreitaram pela janela e viram a mãe na
berma da estrada, entre as moitas de urze.
— O que está ela a fazer? — perguntou Peter. — Está dobrada sobre um monte de pedras.
Ela voltou pouco depois com uma pequena pedra na mão. Pousou-a cuidadosamente no banco vazio ao lado
dela. Parecia uma pedra igual às outras, mas, quando a luz da Lua lhe bateu, eles puderam ver o seu suave
brilho azulado.
Eram pedras relativamente raras, aquelas, mas quem viajasse pela região sempre encontrava uma ou outra
se olhasse com atenção.
— À noite, a Lua dá-lhes este tom azulado — explicou a mãe. — É uma pedra da sorte.
— Outra? Já há tantas na quinta… — resmungou Peter, com o seu ar mais carrancudo.
— Ensinaram-me a levá-las para casa sempre que as encontrasse — prosseguiu a mãe. — E hoje não queria
chegar lá sem uma. Acho que, desta vez, preciso de sorte. Querem saber a história das pedras azuladas da
quinta?
— Agora não — suplicou Peter.
— Conta, mãe — pediu William.
A mãe acariciou a pedra com a palma da mão e pôs o carro em movimento.
— Carl Zimmer, nosso antepassado, comprou o terreno da quinta e construiu a casa por volta de 1800.
Dizem que encontrou um diamante do tamanho de uma romã durante as escavações dos alicerces e o
enterrou depois na terra e pôs uma daquelas pedras por cima para marcar o sítio. Dizia à família que era
uma pedra da sorte que protegia a casa e as pessoas que lá viviam, desde que não desenterrassem o tesouro
que ela guardava. A menos, claro, que houvesse uma desgraça ou estivessem em grandes dificuldades.
— E desenterraram-no? — perguntou William.
— Não se sabe. Já viveu e morreu ali tanta gente — respondeu a mãe. — E algumas vezes estiveram em
dificuldades, isso sabe-se. Talvez o tenham encontrado.
— Não me parece — disse William, interessado em manter o mistério. — Sempre houve lá muitas pedras
azuis, ou a quinta não se chamava assim. E cada vez há mais. Como podiam eles saber qual era a pedra que
guardava o diamante do tamanho de uma romã?
— Bastava levantar todas — disse Peter, interessado em exterminar de vez o mistério.
— Seja como for, ficou a história — concluiu a mãe. — Todas as casas têm as suas. São contadas tantas vezes
que também elas vão mudando. Este conta àquele e tira uma coisa e acrescenta outra, aquele conta a outro
e tira outra coisa e acrescenta mais uma. Às tantas, já não se sabe onde está a verdade. Mas ela continua lá,
escondida.
____ (B) Elisabeth veio a cantar uma canção da infância durante toda a viagem.
____ (C) A noite estava agradável quando Elisabeth parou o carro na berma da estrada.
____ (D) As pedras são raras, mas, com atenção, qualquer pessoa as pode encontrar.
____ (F) Os filhos acharam boa ideia que a mãe levasse a pedra para casa.
1) A história desenrola-se…
(A) … na Ponte Cutter, numa noite de verão.
(B) … em Tavistock, numa noite de verão.
(C) … na Ponte Cutter, numa tarde de verão.
De um nascera um cipreste,
E do outro um pomar;
Um crescia, outro crescia,
Co’as pontas se iam beijar.
El-rei, apenas tal soube,
Logo os mandara cortar.
Um deitava sangue vivo,
O outro sangue real;
Vocabulário
1 armou — v. começou.
2 bel — adj. belo.
3 vassalo — n. m. súbdito, nobre dependente do rei.
4 desterrar — v. expulsar, exilar.
5 degolar — v. cortar o pescoço.
6 algoz — n. m. carrasco, pessoa que executa as mortes.
7 dobra — v. multiplicar por dois.
8 pombo-torcaz — n. m. pombo grande, comum nas cidades.
A. De acordo com a informação que nos é dada, podemos concluir que este conto popular…
F. Ao saber quem canta, o rei reage de tal forma que ficamos a saber que…
____ (A) ... conclui que conseguiu afastar definitivamente os dois apaixonados.
____ (B) ... amaldiçoa aquele amor que venceu a sua autoridade.
____ (C) ... aceita a pretensão do Conde de casar com a sua filha, apesar de ser pobre.
10. Lê atentamente o texto e responde, de forma clara e objetiva, às questões que te são propostas.
O cão e o galo tornaram-se muito amigos e concordaram em viajar juntos. Estavam bastante longe de casa,
por isso quando encontraram uma árvore alta com uma toca no tronco, decidiram parar para descansar
durante a noite. O galo voou até aos ramos da árvore e o cão enroscou-se na toca e ambos passaram uma
noite muito tranquila.
Mal raiou o dia na manhã seguinte, o galo acordou e, como sempre, cantou bem alto para anunciar o novo
dia. A raposa ia a passar e pensou logo em comer o galo ao pequeno-almoço, por isso aproximou-se da
árvore e gritou para o galo:
— Gostaria muito de conhecer o dono desta voz tão esplêndida. Desce da árvore, por favor.
O galo respondeu docemente:
— Mas é claro, querida Raposa. Se acordares o porteiro que está a dormir aí em baixo, ele deixar-te-á entrar
com certeza.
Assim, a raposa descuidada deu a volta até chegar ao buraco no fundo da árvore e, espreitando para dentro
da abertura escura, disse com arrogância:
— Oh, porteiro! Abre imediatamente a porta, pois desejo conhecer o Galo com a voz gloriosa!
Mas é claro que o cão esperto sabia exatamente o que a raposa estava a tramar e saltou de lá de dentro; e
foi esse o fim da raposa!
Quando estiveres em perigo, lembra-te de que os teus verdadeiros amigos te podem ajudar muito.
Esopo, As fábulas de Esopo (recontadas por Fiona Waters), Porto, Civilização Editora, 2011
A. Classifica cada afirmação como verdadeira (V) ou falsa (F).
____ d) A raposa vai ter com o cão e o galo, como os três tinham combinado.
B. Explica por que razão a «árvore alta com uma toca no tronco» (linha ??) é o lugar perfeito para o cão e o
galo passarem noite fora de casa.
C. Transcreve do texto duas frases que demonstrem que a raposa procura capturar o galo seduzindo-o e
sendo amável para com ele.
E. O galo finge acreditar que a raposa está a ser genuína quando o elogia. De que forma leva ele a raposa a
pensar que tinha conseguido enganar o galo?
Achas que este provérbio pode ser aplicado a esta fábula? Justifica a tua resposta.
G. Seleciona as afirmações que provam que este texto é uma fábula.
____ (B) É fácil compreender quais são as qualidades e os defeitos das personagens.
____ (C) A narrativa explica por que razão os galos e as raposas são animais rivais.
11. Lê atentamente o texto e responde, de forma clara e objetiva, às questões que te são propostas.
A ILHA DE TIMOR
Lenda de Timor
Há muitos e muitos anos, do outro lado do mundo, vivia num pântano um crocodilo. Como já era velho,
faltava-lhe velocidade; raramente conseguia apanhar peixes para comer e, por isso, começava a sentir fome,
fraqueza e desânimo.
Saiu então do pântano e aventurou-se em terra, em busca de algum bicho que lhe matasse a fome. Mas o sol
era ardente, o caminho longo e o crocodilo sentia-se sem forças para continuar.
Cheio de fome e sozinho, pensou que acabaria ali os seus dias, imóvel como uma pedra. Até que passou um
rapaz. Ao ver o pobre animal naquele estado, sentiu pena e resolveu ajudá-lo a arrastar-se até uma ribeira.
Aí o crocodilo pôde refrescar-se e alimentar-se um pouco. E, ao conversarem, percebeu que o sonho do
rapaz era viajar e conhecer mundo.
Tão grato ficou o velho crocodilo que se ofereceu para levar o seu amigo às costas a passear pelas águas do
rio e do mar. E assim atravessaram as ondas, dia e noite, noite e dia, rumo às terras onde nasce o sol.
Mas um dia, já cansado, o crocodilo percebeu que não podia continuar. E como a fome de novo apertasse,
não encontrou solução que não fosse comer o rapaz. Antes, porém, decidiu consultar outros animais, a fim
de aliviar a consciência. E todos, da baleia ao macaco, o censuraram, fazendo-lhe ver como seria ingrato1
para quem o ajudara.
Arrependido dos seus pensamentos, o crocodilo seguiu caminho, com o rapaz sempre às costas e sem perder
o sol de vista. Quando as forças já o abandonavam, ainda pensou dar meia volta e regressar. Mas de repente
sentiu o seu corpo aumentar de tamanho e transformar-se em terra e em pedra. Rapidamente se converteu
numa ilha verde, cheia de montes, florestas e rios.
O rapaz caminhou então por aquela bonita ilha e deu-lhe o nome de Timor, que em língua malaia2 quer dizer
Oriente. E é por isso que Timor tem a forma de crocodilo.
João Pedro Mésseder e Isabel Ramalhete (seleção, adaptação e reconto), Contos e lendas de Portugal e do
Mundo, Porto, Porto Editora, 2015
VOCABULÁRIO:
(1) ingrato — adj. mal-agradecido.
(2) malaio — adj. da Malásia (no sudeste asiático, onde se situa a ilha de Timor).
C. Localiza a ação no tempo e no espaço, recorrendo a uma passagem do primeiro parágrafo do texto.
I. Transcreve do texto uma frase que comprove que o crocodilo e o rapaz levam a cabo uma longa viagem,
em direção ao Leste.
J. Voltando a sentir-se cansado e com fome, o crocodilo pensa que a sua única solução é comer o rapaz.
Como reagem os restantes animais, quando o crocodilo os consulta?
K. Explica o acontecimento que, segundo os dois últimos parágrafos do texto, está na origem da ilha de
Timor.
b) «Antes, porém, decidiu consultar outros animais, a fim de aliviar a consciência [...].» (linha ??)
(A) Onomatopeia.
(B) Enumeração.
(C) Personificação.
(D) Comparação.
M. Classifica o narrador, transcrevendo uma frase que comprove a tua resposta.
N. Seleciona a(s) afirmação(ões) que prova(m) que esta narrativa é uma lenda.
12. Lê atentamente o texto e responde, de forma clara e objetiva, às questões que te são propostas.
Chegou a Lewes na terça-feira, já tarde. Naquele tempo, devo dizer, não existia ponte sobre o rio que
passava em Southease, e ainda não tinha sido aberta a estrada para Newhaven. Para se chegar a Rodmell,
era preciso atravessar o rio Ouse a vau1, cujos vestígios ainda existem, mas isso só era possível na maré
baixa, quando as pedras espalhadas pelo leito do rio apareciam à tona de água.
O lavrador Stacey dirigia-se a Rodmell de carroça e ofereceu-se amavelmente para levar a Sr.ª Gage.
Chegaram a Rodmell cerca das nove horas de uma noite de novembro, e o lavrador indicou simpaticamente
à Sr.ª Gage a casa no extremo da aldeia que o irmão lhe havia deixado.
A Sr.ª Gage bateu à porta. Não houve resposta. Tornou a bater. Uma voz muito estranha e esganiçada
bradou: «Não ’tá casa!» A Sr.ª Gage ficou tão transtornada que, se não tivesse ouvido passos, teria abalado a
fugir. Todavia, a porta foi aberta por uma velhota da aldeia, de seu nome Sr.ª Ford.
— Quem é que guinchou «Não ’tá casa»? — perguntou a Sr.ª Gage.
— O malvado pássaro — respondeu a Sr.ª Ford, muito rabugenta, apontando para um grande papagaio
cinzento. — Dá-me cabo da cabeça com tanto guincho. Fica ali o dia todo, empoleirado que nem um
monumento, a guinchar «Não ’tá casa», a quem quer que se lhe chegue.
A Sr.ª Gage viu que era um pássaro muito formoso, mas tinha as penas em grande desmazelo.
— Talvez esteja triste, ou se calhar tem fome — disse ela, mas a Sr.ª Ford disse que era apenas mau feitio;
tinha pertencido a um marujo e aprendera a língua dele no leste. Contudo, acrescentou ela, o Sr. Joseph
afeiçoara-se ao papagaio e dera-lhe o nome de James; dizia-se que conversava com ele como se fosse uma
criatura racional.
A Sr.ª Ford não tardou a sair. A Sr.ª Gage foi logo buscar açúcar à bagagem que levara consigo e deu-o ao
papagaio, dizendo-lhe numa voz bondosa que não queria fazer-lhe mal, que era irmã do antigo dono, que
viera tomar posse da casa e que cuidaria que ele fosse o pássaro mais feliz do mundo.
Pegou numa lamparina e deu a volta a casa, para ver que tipo de propriedade o irmão lhe deixara. Foi uma
amarga desilusão. Os tapetes estavam todos esburacados. Os estofos das cadeiras, todos afundados. As
ratazanas corriam pelo lambrim da lareira. Enormes cogumelos venenosos irrompiam do chão da cozinha.
Não havia uma única peça de mobília que valesse alguma coisa; só a ideia das três mil libras guardadinhas no
banco de Lewes conseguia animar a Sr.ª Gage.
Decidiu ir a Lewes no dia seguinte, para ir buscar o dinheiro aos advogados Stagg & Beetle e depois voltar
para casa o mais depressa possível.
VOCABULÁRIO:
(1) a vau — a pé (através de um rio).
____ b) O Sr. Stacey e a Sr.ª Gage seguiram para Rodmell pela estrada para Newhaven.
____ c) Quem abre a porta, em casa do irmão da Sr.ª Gage, é a Sr.ª Ford.
____ d) O papagaio que recebe a Sr.ª Gage encontrava-se muito bem tratado.
____ e) A Sr.ª Gage foi ver a casa que o irmão lhe tinha deixado como herança.
D. Transcreve uma frase que demonstre que a história contada pelo narrador é muito anterior à época em
que este vive.
G. Caracteriza o lavrador Stacey, tendo em conta as informações dadas no terceiro parágrafo do texto.
H. Explica por que razão a Sr.ª Gage, ao bater à porta de casa do irmão, ficou muito surpreendida.
I. Ao inspecionar a casa que o irmão lhe deixara, a Sr.ª Gage fica muito dececionada. Por que motivo?
13. Lê atentamente o texto e responde, de forma clara e objetiva, às questões que te são propostas.
EM PODER DA FEITICEIRA
E logo uma voz estranha, cheia de ecos, chegou aos seus ouvidos:
— Estás em casa da Feiticeira dos mil feitiços!... Sabes o que isto quer dizer?!... [...]
Sem ainda perceber o que lhe sucedera, a Sementinha, no meio das trevas e do silêncio, julgou-se metida
numa cadeia, onde terríveis grilhetas1 lhe apertavam o corpo. [...]
Decorreram horas, talvez dias, e a Sementinha começou a irritar-se, dando punhadas2 nas paredes, que
pareciam ir esmagá-la de um momento para o outro. Mas não ouvia o som dos seus murros, nem a prisão
cedia para lhe dar esperanças de libertação. Transtornada3 e receosa, pensou: «Quem seria essa tal feiticeira
que me falou?»
Como se o pensamento tivesse voz, logo lhe responderam:
— Estás contente, rapariga?
— Contente sem ver o Sol e sem companhia, só se estivesse pataroca4.
— Fazes um sacrifício que vale a pena...
— Achas que sim? Pois então ajuda-me a sair deste inferno.
— É isso mesmo o que eu quero — responderam-lhe.
— Para mentirosa nada te falta — arriscou a Sementinha. — Então queres ajudar-me e prendes-me? — E,
sempre curiosa, perguntou de seguida: — Quem és tu, afinal?
[...]
— Sou a Terra...
— A Terra?!...
— Sim. E estás no meu palácio.
— Lindo palácio, não há dúvida — disse, com desprezo, a Sementinha. — Nem dinheiro tens para comprar
um reles candeeiro a petróleo...
A Terra riu-se mais uma vez, enquanto a nossa amiga prosseguia no mesmo tom indignado:
— As visitas não se recebem com esta falta de atenção...
— Aí é que te enganas, rapariga. Tu não és minha visita. Estás prisioneira no meu palácio e só te libertarás
quando trabalhares muito. Nada se consegue sem trabalho, minha amiga.
— Mas que queres tu que eu faça? — gritou, desvairada, a Sementinha.
— Que te libertes como os teus companheiros, que já vão bem adiantados a esta hora.
— O Amarelo de Barba Preta e o Serrano também?
— Sim, também esses. Vais ser encantada como eles e passarás por transformações que te espantarão. Mas
nunca deixes de trabalhar... Se o fizeres, apodrecerás num instante. [...]
E a Terra calou-se, embora a nossa amiga a chamasse ainda para lhe pedir conselhos. Sem colher resposta e
sem outro remédio, a Sementinha aconchegou-se na prisão onde a tinham metido e, zás que zás, vá de
agatanhar5 as paredes da cela.
Alves Redol, A vida mágica da Sementinha, Alfragide, Caminho, 2014 (com supressões)
VOCABULÁRIO:
(1) grilheta — n. f. anel de ferro na extremidade de uma corrente.
(2) punhada — n. f. pancada.
(3) transtornado — adj. perturbado.
(4) pataroco — adj. desastrado, pateta.
(5) agatanhar — v. trepar como um gato.
____ d) A Sementinha estava acompanhada pelo Amarelo de Barba Preta e pelo Serrano.
C. Corrige as afirmações que consideraste falsas na questão anterior.
F. Relê o quarto parágrafo do texto. Por que razão começou a Sementinha a dar murros nas paredes que a
rodeavam?
G. A Terra afirmou que a Sementinha conseguiria libertar-se, mediante uma condição. Refere-a.
J. Identifica o recurso expressivo presente na expressão «zás que zás» (linha ??).
Observações:
1. Considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco (exemplo: «Inscreve-te
até às 18h30.» — quatro palavras).
2. Se o teu texto tiver:
— menos de 100 palavras ou mais de 150 palavras, terá uma desvalorização até dois pontos;
— menos de 40 palavras, será classificado com 0 (zero) pontos.
15. Leopoldo, o menino de «O menino que não gostava de ler», passou a ler muitos livros e a falar deles com
o velho amigo, no parque. Decerto também já leste diversos livros. Conta uma das histórias que leste num
deles.
Observações:
1. Considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco (exemplo: «Inscreve-te
até às 18h30.» — quatro palavras).
2. Se o teu texto tiver:
— menos de 120 palavras ou mais de 180 palavras, terá uma desvalorização até dois pontos;
— menos de 45 palavras, será classificado com 0 (zero) pontos.
16. No texto «Memórias de um lobo mau», lemos uma história em que o Lobo Mau fala sobre si próprio.
Num texto bem organizado, escreve uma história em que o lobo seja uma personagem fundamental.
Observações:
1. Considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco (exemplo: «Inscreve-te
até às 18h30.» — quatro palavras).
2. Se o teu texto tiver:
— menos de 120 palavras ou mais de 180 palavras, terá uma desvalorização até dois pontos;
— menos de 45 palavras, será classificado com 0 (zero) pontos.
17. Cria tu próprio uma fábula, partindo de um dos seguintes pares de animais:
— Tubarão e golfinho;
— Morcego e borboleta;
— Dragão e leão.
Apresenta as personagens e alguns dados sobre o espaço e o tempo em que a ação se desenrola (não te
esqueças de que, numa fábula, o espaço e o tempo são indeterminados), relata acontecimentos, inclui
momentos de diálogo e, no final, apresenta a moralidade. O teu texto deve ter um mínimo de 120 e um
máximo de 180 palavras.
Não te esqueças de seguir as fases de elaboração de um texto:
• Planificação
• Redação
— Introdução
— Desenvolvimento
— Conclusão
• Revisão
Observações:
1. Considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco (exemplo: «Inscreve-te
até às 18h30.» — quatro palavras).
2. Se o teu texto tiver:
— menos de 140 palavras ou mais de 200 palavras, terá uma desvalorização até dois pontos;
— menos de 47 palavras, será classificado com 0 (zero) pontos.
18. Cria tu próprio uma lenda, procurando explicar:
Observações:
1. Considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco (exemplo: «Inscreve-te
até às 18h30.» — quatro palavras).
2. Se o teu texto tiver:
— menos de 140 palavras ou mais de 200 palavras, terá uma desvalorização até dois pontos;
— menos de 47 palavras, será classificado com 0 (zero) pontos.
19. «Pegou numa lamparina e deu a volta a casa, para ver que tipo de propriedade o irmão lhe deixara.»
(linhas ??)
Imagina que a Sr.ª Gage tinha encontrado uma casa totalmente diferente daquela que o irmão, de facto, lhe
deixou. Faz a descrição desse espaço, num texto com um mínimo de 80 e um máximo de 120 palavras.
Respeita as características deste tipo de texto, como a utilização de:
• adjetivos para caracterizar o que está a ser descrito;
• verbos no pretérito imperfeito ou no presente do indicativo;
• advérbios/locuções adverbiais, sobretudo com valor de lugar, tempo e modo.
Não te esqueças de seguir as fases de elaboração de um texto:
• Planificação
• Redação
• Revisão
Observações:
1. Considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco (exemplo: «Inscreve-te
até às 18h30.» — quatro palavras).
2. Se o teu texto tiver:
— menos de 140 palavras ou mais de 200 palavras, terá uma desvalorização até dois pontos;
— menos de 47 palavras, será classificado com 0 (zero) pontos.
20. «— Lindo palácio, não há dúvida — disse, com desprezo, a Sementinha. — Nem dinheiro tens para
comprar um reles candeeiro a petróleo...» (linhas ??)
Imagina que a Sementinha se encontrava num palácio a sério, de onde não podia sair mas onde se podia
movimentar à vontade. Faz a descrição desse espaço, num texto com um mínimo de 80 e um máximo de 120
palavras.
Respeita as características deste tipo de texto, como a utilização de:
• adjetivos para caracterizar o que está a ser descrito;
• verbos no pretérito imperfeito ou no presente do indicativo;
• advérbios/locuções adverbiais, sobretudo com valor de lugar, tempo e modo.
Não te esqueças de seguir as fases de elaboração de um texto:
• Planificação
• Redação
• Revisão
Observações:
1. Considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco (exemplo: «Inscreve-te
até às 18h30.» — quatro palavras).
2. Se o teu texto tiver:
— menos de 140 palavras ou mais de 200 palavras, terá uma desvalorização até dois pontos;
— menos de 47 palavras, será classificado com 0 (zero) pontos.
21. Considerando o texto seguinte, responde às questões que te são propostas.
Conta-se que D. Afonso Henriques, na conquista do território aos mouros, chegou a Leiria e tomou a zona.
Talvez tenha tomado o castelo ou tenha erigido ele próprio um castelo relativamente rudimentar num morro
bastante alto que existe no centro da zona urbana da cidade.
Tendo necessidade de prosseguir a sua conquista para sul, D. Afonso Henriques deixou o castelo entregue a
uma guarnição relativamente pequena e continuou a marcha em direção a Lisboa. Acontece que os mouros,
que tinham fugido, voltaram a atacar o castelo com forças redobradas e venceram a pouca guarnição que D.
Afonso Henriques tinha deixado. Ficou alcaide dessa nova reconquista moura um velho e a sua filha. Esta era
linda, de olhos esverdeados e extremamente carinhosa com o pai, que estava a começar a cegar. Um dia, na
muralha, estava a filha a pentear os cabelos brancos e ralos do pai quando começou a ver ao longe, do lado
norte, portanto, do que hoje se chama o arrabalde, umas medas, uns feixes de mato a ziguezaguearem e a
andarem e a pararem, e pergunta ao pai, que já não enxergava longe:
— Pai, é verdade que o mato anda?
Responde-lhe o mouro:
— Anda se o fizerem andar!
A filha, que se chamava Zara, não compreendeu o verdadeiro significado daquilo que o pai lhe estava a dizer
e imaginou que aquilo que ele queria dizer era que o mato andava se o fizessem andar com magia, mas, na
realidade, o que o pai queria dizer era que o mato só andava se alguém o empurrasse.
A verdade é que dentro de cada uma dessas medas de mato estava um guerreiro de D. Afonso Henriques,
que voltou novamente a Leiria. Aproximaram-se devagar do castelo e tomaram-no, porque eram realmente
muitos, todos escondidos no mato. De Zara e do pai nunca mais se ouviu falar, mas dizem que ela ainda
continua a aparecer no castelo.
Claro que é lenda!
http://www.lendarium.org/narrative/lenda-da-moura-zara/?category=82 (adaptado)
A. Ao texto abaixo foi retirada a pontuação. Reescreve-o utilizando os sinais de pontuação adequados. Faz
apenas as alterações necessárias.
A lenda é uma narrativa breve que pretende explicar a origem de lugares de costumes e tradições de
personagens fenómenos físicos milagres e outros na lenda há sempre um elemento ou dois reais o restante
é fantasia
B. Identifica a sílaba tónica de cada uma das palavras da tabela. Assinala, depois, a classificação de cada
palavra quanto à posição da sílaba tónica (acentuação).
C. Classifica cada uma das seguintes palavras quanto ao número de sílabas:
a) moura
b) compreendeu
c) pai
d) castelo
D. Faz corresponder cada adjetivo (coluna I) ao grau em que se encontra (coluna II).
I II
E. Reescreve as frases substituindo por um pronome pessoal as expressões destacadas em cada frase.
Susana Tamaro, O menino que não gostava de ler, Lisboa, Editorial Presença, 2001
A. Completa o quadro com as palavras da passagem seguinte, de acordo com a classe a que pertencem:
«A mãe, ao vê-lo, deu um grito alto de alegria e apertou-o longamente [...]» (l. 2)
B. Indica o tempo, a pessoa e o número das seguintes formas verbais do indicativo:
a) bateram (l. 1)
b) batia (l. 1)
c) é (l. 5)
d) disse (l. 5)
e) precisa (l. 6)
f) fazia (l. 8)
g) tinha descoberto (l. 18)
h) contara (l. 19)
C. Relê a passagem seguinte: «[...] Leopoldo tinha sobre o nariz duas lentes tão espessas como fundos de
garrafa.» (l. 12)
a) Agora, ________________________________________________________________________
b) Amanhã, ______________________________________________________________________
«[A mãe] fez entrar o velho para a sala e ofereceu-lhe um café. Aí, o velho contou a história toda do dia [...]»
(ll. 3-4)
a) entrar o velho
b) lhe
c) o velho
«[Leopoldo] disse ao seu velho amigo que tinha descoberto que a história que este lhe contara acerca da sua
vida se parecia com a de Ulisses [...]» (ll. 18-19)
Confesso que sou um Lobo Mau. Pior do que isso. Sou um Lobo Péssimo! Um lobo capaz de deitar o dente e
a garra a galinhas, rebanhos inteiros de ovelhas, meninas pequenas ou crescidas, com capuchinhos
vermelhos e de todas as cores, e até sou capaz de engolir uma, duas, três avozinhas das mais duras de roer
que se possa imaginar.
Sou capaz de fazer coisas ainda piores e mais assustadoras, que, neste momento, prefiro não relembrar.
A verdade, no entanto, é que não sou propriamente real, de carne e osso. Sou uma espécie de ilusão. Uma
personagem das histórias. E nem sequer sou tão mau como gostava de ser. Mas a culpa não é minha, é do
escritor que me deu cabo da reputação. Desde pequenino que quero ser mau. Mesmo muito mau. Queria
ser uma fera das mais assustadoras e malvadas de toda a criação.
Às vezes até sonhava que era um tigre-de-bengala, companheiro de piratas horríveis, e, quando abria a boca
cheia de dentes pontiagudos e lançava um tremendo rugido, «Uááááááá….!», toda a selva tremia!
— Um tigre, tu?! Deixa-me rir! — disse o meu pai, sem nenhum respeito pelos meus sonhos. — Para chegar
a tigre, tinhas de comer muitos bifes!
E eu comi muitos bifes, enchi a barriga de bifes, mas nunca cheguei a tigre.
— Deixa-te de sonhos! — repetia ele, vezes sem conta. — És um lobo mau e pronto! Deixa-te de sonhos e
pensa mas é no teu futuro.
O meu futuro não demorou muito a chegar. Passados alguns dias, o velhote disse-me que eu já estava
crescido e tinha muito boa idade para ganhar a vida. Pegou-me pela pata e levou-me a casa de um escritor.
O meu azar foi calhar num escritor que andava com uma crise de inspiração. Há muito que não lhe vinha
uma ideiazinha verdadeiramente interessante e divertida para escrever um livro. A escrita estava a ficar
desengonçada e sem genica, os verbos mal conjugados, os adjetivos vulgares e repetidos, um aborrecimento
para quem lia as suas histórias empenadas. Ainda por cima, descobri com ele que os escritores em geral não
têm respeito nenhum pelos lobos! Atribuem-nos sempre o papel do pateta alegre que se deixa enganar por
toda a gente. Somos como o bombo da festa! Uma vergonha, garanto-vos eu!
O meu escritor era um homem já velho, alto e magro, com uns lábios fininhos como lâminas e os óculos na
ponta do nariz. Olhou-me demoradamente, de alto a baixo, com uma expressão desconfiada.
— É magrito, o bicho… — resmungou. (O bicho era eu! Que falta de respeito!) — Vamos lá ver se ele se
ajeita! — acrescentou, desdenhoso.
E não esperou por mais nada. Deitou-me a mão ao pescoço e zumba, meteu-me logo a trabalhar no livro que
estava a escrever nesse momento e que, devo dizer-vos, era uma trapalhada sem pés nem cabeça […].
A. Completa o quadro com as catorze palavras sublinhadas no primeiro parágrafo. Deves escrever duas em
cada coluna.
B. Completa o quadro com as formas verbais nos tempos indicados.
D. Associa os elementos destacados nas frases (coluna I) à sua função sintática (coluna II).
I II
O cão e o galo tornaram-se muito amigos e concordaram em viajar juntos. Estavam bastante longe de casa,
por isso quando encontraram uma árvore alta com uma toca no tronco, decidiram parar para descansar
durante a noite. O galo voou até aos ramos da árvore e o cão enroscou-se na toca e ambos passaram uma
noite muito tranquila.
Mal raiou o dia na manhã seguinte, o galo acordou e, como sempre, cantou bem alto para anunciar o novo
dia. A raposa ia a passar e pensou logo em comer o galo ao pequeno-almoço, por isso aproximou-se da
árvore e gritou para o galo:
— Gostaria muito de conhecer o dono desta voz tão esplêndida. Desce da árvore, por favor.
O galo respondeu docemente:
— Mas é claro, querida Raposa. Se acordares o porteiro que está a dormir aí em baixo, ele deixar-te-á entrar
com certeza.
Assim, a raposa descuidada deu a volta até chegar ao buraco no fundo da árvore e, espreitando para dentro
da abertura escura, disse com arrogância:
— Oh, porteiro! Abre imediatamente a porta, pois desejo conhecer o Galo com a voz gloriosa!
Mas é claro que o cão esperto sabia exatamente o que a raposa estava a tramar e saltou de lá de dentro; e
foi esse o fim da raposa!
Quando estiveres em perigo, lembra-te de que os teus verdadeiros amigos te podem ajudar muito.
Esopo, As fábulas de Esopo (recontadas por Fiona Waters), Porto, Civilização Editora, 2011
A. Relaciona cada verbo do texto (coluna I) com o respetivo tempo verbal do indicativo (coluna II).
I II
A - Concordaram 1 - Presente
B - Estavam 2 - Pretérito imperfeito
C - Decidiram 3 - Pretérito perfeito
D - Acordou
E - Respondeu
F-É
G - Desejo
H - Sabia
I - Está
J - Podem
E. Atenta na passagem: «[...] e ambos passaram uma noite muito tranquila.» (linha ??)
A ILHA DE TIMOR
Lenda de Timor
Há muitos e muitos anos, do outro lado do mundo, vivia num pântano um crocodilo. Como já era velho,
faltava-lhe velocidade; raramente conseguia apanhar peixes para comer e, por isso, começava a sentir fome,
fraqueza e desânimo.
Saiu então do pântano e aventurou-se em terra, em busca de algum bicho que lhe matasse a fome. Mas o sol
era ardente, o caminho longo e o crocodilo sentia-se sem forças para continuar.
Cheio de fome e sozinho, pensou que acabaria ali os seus dias, imóvel como uma pedra. Até que passou um
rapaz. Ao ver o pobre animal naquele estado, sentiu pena e resolveu ajudá-lo a arrastar-se até uma ribeira.
Aí o crocodilo pôde refrescar-se e alimentar-se um pouco. E, ao conversarem, percebeu que o sonho do
rapaz era viajar e conhecer mundo.
Tão grato ficou o velho crocodilo que se ofereceu para levar o seu amigo às costas a passear pelas águas do
rio e do mar. E assim atravessaram as ondas, dia e noite, noite e dia, rumo às terras onde nasce o sol.
Mas um dia, já cansado, o crocodilo percebeu que não podia continuar. E como a fome de novo apertasse,
não encontrou solução que não fosse comer o rapaz. Antes, porém, decidiu consultar outros animais, a fim
de aliviar a consciência. E todos, da baleia ao macaco, o censuraram, fazendo-lhe ver como seria ingrato1
para quem o ajudara.
Arrependido dos seus pensamentos, o crocodilo seguiu caminho, com o rapaz sempre às costas e sem perder
o sol de vista. Quando as forças já o abandonavam, ainda pensou dar meia volta e regressar. Mas de repente
sentiu o seu corpo aumentar de tamanho e transformar-se em terra e em pedra. Rapidamente se converteu
numa ilha verde, cheia de montes, florestas e rios.
O rapaz caminhou então por aquela bonita ilha e deu-lhe o nome de Timor, que em língua malaia2 quer dizer
Oriente. E é por isso que Timor tem a forma de crocodilo.
João Pedro Mésseder e Isabel Ramalhete (seleção, adaptação e reconto), Contos e lendas de Portugal e do
Mundo, Porto, Porto Editora, 2015
VOCABULÁRIO:
(1) ingrato — adj. mal-agradecido.
(2) malaio — adj. da Malásia (no sudeste asiático, onde se situa a ilha de Timor).
A. Lê a frase seguinte: «E [...] percebeu que o sonho do rapaz era viajar e conhecer mundo.» (linhas ??)
I II
a) «Saiu então do pântano e aventurou-se em terra, em busca de algum bicho que lhe matasse a fome.»
(linhas ??)
b) «Ao ver o pobre animal naquele estado, sentiu pena e resolveu ajudá-lo a arrastar-se até uma ribeira.»
(linhas ??)
c) «O rapaz caminhou então por aquela bonita ilha e deu-lhe o nome de Timor» (linhas ??)
E. Identifica a função sintática das expressões destacadas na passagem seguinte:
«O rapaz caminhou então por aquela bonita ilha e deu-lhe o nome de Timor [...].» (linha ??)
Chegou a Lewes na terça-feira, já tarde. Naquele tempo, devo dizer, não existia ponte sobre o rio que
passava em Southease, e ainda não tinha sido aberta a estrada para Newhaven. Para se chegar a Rodmell,
era preciso atravessar o rio Ouse a vau1, cujos vestígios ainda existem, mas isso só era possível na maré
baixa, quando as pedras espalhadas pelo leito do rio apareciam à tona de água.
O lavrador Stacey dirigia-se a Rodmell de carroça e ofereceu-se amavelmente para levar a Sr.ª Gage.
Chegaram a Rodmell cerca das nove horas de uma noite de novembro, e o lavrador indicou simpaticamente
à Sr.ª Gage a casa no extremo da aldeia que o irmão lhe havia deixado.
A Sr.ª Gage bateu à porta. Não houve resposta. Tornou a bater. Uma voz muito estranha e esganiçada
bradou: «Não ’tá casa!» A Sr.ª Gage ficou tão transtornada que, se não tivesse ouvido passos, teria abalado a
fugir. Todavia, a porta foi aberta por uma velhota da aldeia, de seu nome Sr.ª Ford.
— Quem é que guinchou «Não ’tá casa»? — perguntou a Sr.ª Gage.
— O malvado pássaro — respondeu a Sr.ª Ford, muito rabugenta, apontando para um grande papagaio
cinzento. — Dá-me cabo da cabeça com tanto guincho. Fica ali o dia todo, empoleirado que nem um
monumento, a guinchar «Não ’tá casa», a quem quer que se lhe chegue.
A Sr.ª Gage viu que era um pássaro muito formoso, mas tinha as penas em grande desmazelo.
— Talvez esteja triste, ou se calhar tem fome — disse ela, mas a Sr.ª Ford disse que era apenas mau feitio;
tinha pertencido a um marujo e aprendera a língua dele no leste. Contudo, acrescentou ela, o Sr. Joseph
afeiçoara-se ao papagaio e dera-lhe o nome de James; dizia-se que conversava com ele como se fosse uma
criatura racional.
A Sr.ª Ford não tardou a sair. A Sr.ª Gage foi logo buscar açúcar à bagagem que levara consigo e deu-o ao
papagaio, dizendo-lhe numa voz bondosa que não queria fazer-lhe mal, que era irmã do antigo dono, que
viera tomar posse da casa e que cuidaria que ele fosse o pássaro mais feliz do mundo.
Pegou numa lamparina e deu a volta a casa, para ver que tipo de propriedade o irmão lhe deixara. Foi uma
amarga desilusão. Os tapetes estavam todos esburacados. Os estofos das cadeiras, todos afundados. As
ratazanas corriam pelo lambrim da lareira. Enormes cogumelos venenosos irrompiam do chão da cozinha.
Não havia uma única peça de mobília que valesse alguma coisa; só a ideia das três mil libras guardadinhas no
banco de Lewes conseguia animar a Sr.ª Gage.
Decidiu ir a Lewes no dia seguinte, para ir buscar o dinheiro aos advogados Stagg & Beetle e depois voltar
para casa o mais depressa possível.
VOCABULÁRIO:
(1) a vau — a pé (através de um rio).
«O lavrador Stacey [...] ofereceu-se amavelmente para levar a Sr.ª Gage. Chegaram a Rodmell [...], e o
lavrador indicou simpaticamente à Sr.ª Gage a casa [...].» (linhas ??-??)
1) Identifica a classe a que pertencem as palavras destacadas.
2) Assinala o valor transmitido pelas palavras destacadas.
(A) Tempo.
(B) Modo.
(C) Lugar.
3) Escreve a palavra que deu origem a cada um destes termos.
a) amavelmente —
b) simpaticamente —
B. Atenta na frase:
a) «[...] e o lavrador indicou simpaticamente à Sr.ª Gage a casa no extremo da aldeia que o irmão lhe havia
deixado.» (linhas ??)
b) «[...] o Sr. Joseph afeiçoara-se ao papagaio e dera-lhe o nome de James; dizia-se que conversava com ele
como se fosse uma criatura racional.» (linhas ??)
c) «A Sr.ª Gage foi logo buscar açúcar [...] e deu-o ao papagaio, dizendo-lhe numa voz bondosa que não
queria fazer-lhe mal [...].» (linhas ??)
d) «Pegou numa lamparina e deu a volta a casa, para ver que tipo de propriedade o irmão lhe deixara.»
(linhas ??)
D. Sublinha, em cada alínea, a única palavra que não pertence à mesma família de palavras.
EM PODER DA FEITICEIRA
E logo uma voz estranha, cheia de ecos, chegou aos seus ouvidos:
— Estás em casa da Feiticeira dos mil feitiços!... Sabes o que isto quer dizer?!... [...]
Sem ainda perceber o que lhe sucedera, a Sementinha, no meio das trevas e do silêncio, julgou-se metida
numa cadeia, onde terríveis grilhetas1 lhe apertavam o corpo. [...]
Decorreram horas, talvez dias, e a Sementinha começou a irritar-se, dando punhadas2 nas paredes, que
pareciam ir esmagá-la de um momento para o outro. Mas não ouvia o som dos seus murros, nem a prisão
cedia para lhe dar esperanças de libertação. Transtornada3 e receosa, pensou: «Quem seria essa tal feiticeira
que me falou?»
Como se o pensamento tivesse voz, logo lhe responderam:
— Estás contente, rapariga?
— Contente sem ver o Sol e sem companhia, só se estivesse pataroca4.
— Fazes um sacrifício que vale a pena...
— Achas que sim? Pois então ajuda-me a sair deste inferno.
— É isso mesmo o que eu quero — responderam-lhe.
— Para mentirosa nada te falta — arriscou a Sementinha. — Então queres ajudar-me e prendes-me? — E,
sempre curiosa, perguntou de seguida: — Quem és tu, afinal?
[...]
— Sou a Terra...
— A Terra?!...
— Sim. E estás no meu palácio.
— Lindo palácio, não há dúvida — disse, com desprezo, a Sementinha. — Nem dinheiro tens para comprar
um reles candeeiro a petróleo...
A Terra riu-se mais uma vez, enquanto a nossa amiga prosseguia no mesmo tom indignado:
— As visitas não se recebem com esta falta de atenção...
— Aí é que te enganas, rapariga. Tu não és minha visita. Estás prisioneira no meu palácio e só te libertarás
quando trabalhares muito. Nada se consegue sem trabalho, minha amiga.
— Mas que queres tu que eu faça? — gritou, desvairada, a Sementinha.
— Que te libertes como os teus companheiros, que já vão bem adiantados a esta hora.
— O Amarelo de Barba Preta e o Serrano também?
— Sim, também esses. Vais ser encantada como eles e passarás por transformações que te espantarão. Mas
nunca deixes de trabalhar... Se o fizeres, apodrecerás num instante. [...]
E a Terra calou-se, embora a nossa amiga a chamasse ainda para lhe pedir conselhos. Sem colher resposta e
sem outro remédio, a Sementinha aconchegou-se na prisão onde a tinham metido e, zás que zás, vá de
agatanhar5 as paredes da cela.
Alves Redol, A vida mágica da Sementinha, Alfragide, Caminho, 2014 (com supressões)
VOCABULÁRIO:
(1) grilheta — n. f. anel de ferro na extremidade de uma corrente.
(2) punhada — n. f. pancada.
(3) transtornado — adj. perturbado.
(4) pataroco — adj. desastrado, pateta.
(5) agatanhar — v. trepar como um gato.
«Vais ser encantada [...] e passarás por transformações que te espantarão.» (linha ??)
Reescreve esta frase com os verbos:
a) no pretérito perfeito do indicativo;
b) no presente do indicativo.
B. Atenta na frase:
«— Que te libertes como os teus companheiros, que já vão bem adiantados a esta hora.» (linha ??)
Identifica a classe e a subclasse a que pertencem as palavras destacadas na frase.
a) mentirosa
b) feiticeira
c) Sementinha
d) agatanhar
1) Identifica a palavra primitiva que deu origem a cada uma destas palavras.
2) Seleciona o processo de formação das palavras acima apresentadas.
(A) Derivação.
(B) Composição.
D. Identifica as funções sintáticas desempenhadas pelas expressões destacadas nas frases seguintes:
a) «Sem ainda perceber o que lhe sucedera, a Sementinha [...] julgou-se metida numa cadeia [...].» (linhas
??)
b) «— Estás contente, rapariga?» (linha ??)
c) «— É isso mesmo o que eu quero — responderam-lhe.» (linha ??)
d) «Se o fizeres, apodrecerás num instante.» (linha ??)
e) «E a Terra calou-se [...].» (linha ??)
E. Às frases abaixo foram retirados três sinais de pontuação. Completa-as com a pontuação correta.
— Calma_______ ó amiga Sementinha! Sabes que estás a falar com a Feiticeira dos mil feitiços_______ Se
não mudas o teu comportamento_______
____ (A) O que contribuiu ainda mais para a autora se sentir humilhada foi o facto de a ação ter
decorrido no seu bairro.
____ (B) Fernando, o amigo da autora, riu-se muito por vê-la parada no meio da rua.
____ (D) A autora acha bem que se usem outros meios de comunicação em vez das cartas.
____ (F) A autora sente prazer em tocar o papel e sentir o aparo deslizar.
____ (G) A autora acha bem que, atualmente, já não haja necessidade de escrever tantas cartas.
30. Ouve atentamente o texto «Peças de museu», de Alice Vieira, e seleciona a opção correta.
A. O texto narra um facto acontecido com a autora quando ela…
E. A autora pensa que se perdeu «o prazer de ter tempo para perder tempo» porque agora o pão não sabe a
pão e se come…
31. Ouve atentamente o texto «O tigre e a mulher do lavrador», de António Torrado, e responde às
atividades propostas.
____ (A) Com a utilização da expressão «E talvez não lhe faltasse alguma razão», o autor está a
justificar as diferentes reações do lavrador.
____ (B) Em «[…] pedia o tigre, [numa voz que não era de pedir]», a passagem destacada entre
parênteses retos pretende referir que o pedido do tigre foi feito num tom calmo.
____ (C) Na frase «E o pobre camponês, apanhado no caminho, [não tinha outro remédio] senão dividir
a sua carga a meias com o tigre.», a passagem destacada entre parênteses retos sugere que o lavrador
tinha de dividir a carga com o tigre.
____ (D) O adjetivo «esbaforido», em «Quando, esbaforido, chegou a casa…», realça a calma com que
o lavrador chegou a casa.
____ (E) A passagem «escondeu a cara dentro de uma máscara demoníaca» remete para o ar aterrador
da mulher do lavrador.
____ (F) Na frase «E o tigre, [de rabo entre as pernas], fugiu daquelas paragens para nunca mais ser
visto.», a expressão destacada entre parênteses retos aponta para o medo que o tigre teve da mulher
do lavrador, fugindo sem querer ser visto.
B. Faz o reconto da história.
32. Lê o questionário abaixo apresentado. Depois, ouve com atenção a entrevista à escritora Alice Vieira que
se encontra aqui: https://www.youtube.com/watch?v=lI5PxVFh31M. Toma notas enquanto ouves a
entrevista. Responde, agora, às questões que se seguem.
A. Assinala a opção correta, de acordo com o sentido da entrevista.
____ a) Alice Vieira considera que as suas duas profissões não podem ser separadas uma da outra.
____ c) Para Alice Vieira, é importante guardar todas as versões dos textos que escrevemos, que nunca
deitemos nada fora.
____ c) Para Alice Vieira, é importante guardar todas as versões dos textos que escrevemos, que nunca
deitemos nada fora.
____ e) Para se transmitir ou provocar emoção no leitor, é indispensável usar muitas palavras.
1. Título
2. Autor
3. Editor
4. Ilustrador
5. Recomendação
1. Título
2. Autor
3. Editor
4. Ilustrador
5. Recomendação
CASTELO DE LEIRIA
Funcionamento:
Verão (de 01/04 a 30/09): 10h00-18h00
Inverno (de 01/10 a 31/03): 09h30-17h30
http://www.cm-leiria.pt/pages/229 (adaptado)
E apareceu o Homem
Os primeiros homens apareceram em África, há cerca de 2,5 milhões de anos. A princípio parecidos com
macacos, estes estranhos mamíferos evoluíram muito até ao que somos hoje.
Valérie Landon, A vida: as origens da vida, nascer e crescer, Enciclopédia Larousse dos 6/9 anos, Sintra,
Marus Editores, 2002
Vocabulário
1 linhagem — n. f. o mesmo que descendência.
A. O assunto do texto é…
37. Lê atentamente o texto e responde, de forma clara e objetiva, às questões que te são propostas.
E apareceu o Homem
Os primeiros homens apareceram em África, há cerca de 2,5 milhões de anos. A princípio parecidos com
macacos, estes estranhos mamíferos evoluíram muito até ao que somos hoje.
Valérie Landon, A vida: as origens da vida, nascer e crescer, Enciclopédia Larousse dos 6/9 anos, Sintra,
Marus Editores, 2002
Vocabulário
1 linhagem — n. f. o mesmo que descendência.
A. Associa cada elemento da coluna I ao elemento da coluna II que com ele se relaciona, de acordo com a
informação do texto.
I II
B. Explica, por palavras tuas, o que a autora pretende dizer com o final da frase seguinte: «Pareciam-se
connosco no aspeto, tendo perdido os pelos, talvez por usarem as peles de animais, ou talvez tenha
acontecido o contrário.» (ll. 28-29)
Se houver realmente alienígenas no espaço, será que alguma vez chegaremos a conhecê-los?
Como as distâncias entre as estrelas são enormes, ainda não podemos ter a certeza se algum dia ocorrerá
um encontro cara a cara com extraterrestres (isto é, partindo do princípio de que os alienígenas têm cara!).
No entanto, mesmo que os extraterrestres nunca visitassem o nosso planeta nem recebessem nenhuma
visita da nossa parte, ainda assim poderíamos acabar por nos conhecer uns aos outros, pois seríamos
capazes de comunicar.
Uma das formas possíveis de isso vir a acontecer é por rádio. Ao contrário do som, as ondas de rádio
conseguem deslocar-se através dos espaços vazios entre as estrelas. E movem-se tão rapidamente como é
possível alguma coisa mover-se: à velocidade da luz.
Há quase cinquenta anos, alguns cientistas descobriram o que era necessário para enviar um sinal de um
sistema estelar para outro. E ficaram surpreendidos ao compreender que as conversações entre as estrelas
não exigiam nenhuma tecnologia avançada, como se vê muitas vezes nos filmes de ficção científica. É
possível enviar sinais de rádio de um sistema solar para outro com o tipo de equipamento que somos
capazes de construir atualmente.
Portanto, esses cientistas puseram de lado as contas complicadas e disseram uns aos outros: se isto é assim
tão fácil, então, seja lá o que for que os alienígenas estejam a fazer, devem estar a usar sinais de rádio para
comunicar a grandes distâncias.
Os cientistas aperceberam-se de que seria uma ideia perfeitamente lógica apontar gigantescas antenas para
o céu para tentar captar quaisquer sinais extraterrestres.
Afinal de contas, captar uma transmissão do espaço provaria de imediato que existe realmente alguém além
de nós, sem precisarmos de gastar dinheiro a enviar foguetões para longínquos sistemas, na esperança de
descobrir um planeta habitado.
Infelizmente, esta experiência para tentar captar comunicações alienígenas, designada por SETI (Pesquisa de
Inteligência Extraterrestre), até agora não conseguiu captar um único som vindo do espaço. As bandas de
rádio em que já procurámos têm estado silenciosas.
Significará isto que não existem seres inteligentes, além de nós, capazes de construir transmissores de rádio?
Seria uma descoberta assombrosa, porque há pelo menos um milhão de milhões de planetas na nossa Via
Láctea — além de existirem 100 mil milhões de outras galáxias! Se não existir mais ninguém no espaço,
então somos incrivelmente especiais e estamos assustadoramente sozinhos no Universo.
Bem, é como estar à procura de um tesouro escondido sem ter um mapa para nos guiar. O facto de ainda
não termos descoberto nada até agora não é de surpreender. É como escavar buracos na praia de uma ilha e
só encontrar a areia.
Seth Shostak, Caça ao tesouro no espaço, Lisboa, Editorial Presença, 2009 (adaptado)
C. Ao dizer «tão rapidamente como é possível alguma coisa mover-se: à velocidade da luz» (ll. 8-9), o autor
afirma que…
Se houver realmente alienígenas no espaço, será que alguma vez chegaremos a conhecê-los?
Como as distâncias entre as estrelas são enormes, ainda não podemos ter a certeza se algum dia ocorrerá
um encontro cara a cara com extraterrestres (isto é, partindo do princípio de que os alienígenas têm cara!).
No entanto, mesmo que os extraterrestres nunca visitassem o nosso planeta nem recebessem nenhuma
visita da nossa parte, ainda assim poderíamos acabar por nos conhecer uns aos outros, pois seríamos
capazes de comunicar.
Uma das formas possíveis de isso vir a acontecer é por rádio. Ao contrário do som, as ondas de rádio
conseguem deslocar-se através dos espaços vazios entre as estrelas. E movem-se tão rapidamente como é
possível alguma coisa mover-se: à velocidade da luz.
Há quase cinquenta anos, alguns cientistas descobriram o que era necessário para enviar um sinal de um
sistema estelar para outro. E ficaram surpreendidos ao compreender que as conversações entre as estrelas
não exigiam nenhuma tecnologia avançada, como se vê muitas vezes nos filmes de ficção científica. É
possível enviar sinais de rádio de um sistema solar para outro com o tipo de equipamento que somos
capazes de construir atualmente.
Portanto, esses cientistas puseram de lado as contas complicadas e disseram uns aos outros: se isto é assim
tão fácil, então, seja lá o que for que os alienígenas estejam a fazer, devem estar a usar sinais de rádio para
comunicar a grandes distâncias.
Os cientistas aperceberam-se de que seria uma ideia perfeitamente lógica apontar gigantescas antenas para
o céu para tentar captar quaisquer sinais extraterrestres.
Afinal de contas, captar uma transmissão do espaço provaria de imediato que existe realmente alguém além
de nós, sem precisarmos de gastar dinheiro a enviar foguetões para longínquos sistemas, na esperança de
descobrir um planeta habitado.
Infelizmente, esta experiência para tentar captar comunicações alienígenas, designada por SETI (Pesquisa de
Inteligência Extraterrestre), até agora não conseguiu captar um único som vindo do espaço. As bandas de
rádio em que já procurámos têm estado silenciosas.
Significará isto que não existem seres inteligentes, além de nós, capazes de construir transmissores de rádio?
Seria uma descoberta assombrosa, porque há pelo menos um milhão de milhões de planetas na nossa Via
Láctea — além de existirem 100 mil milhões de outras galáxias! Se não existir mais ninguém no espaço,
então somos incrivelmente especiais e estamos assustadoramente sozinhos no Universo.
Bem, é como estar à procura de um tesouro escondido sem ter um mapa para nos guiar. O facto de ainda
não termos descoberto nada até agora não é de surpreender. É como escavar buracos na praia de uma ilha e
só encontrar a areia.
Seth Shostak, Caça ao tesouro no espaço, Lisboa, Editorial Presença, 2009 (adaptado)
A. Associa cada elemento da coluna I ao único elemento da coluna II que com ele se relaciona, de acordo
com a informação do texto.
I II
C. Explica as ideias que o autor pretende transmitir ao recorrer às comparações que identificaste
anteriormente.
40. Há cinco sensações básicas, aliadas aos cinco sentidos, que a leitura pode evocar. Assim:
A. Faz corresponder cada frase (coluna I) à sensação que nela predomina (coluna II).
I II
Os três animais vivem juntos no Santuário Animal da Arca de Noé há quinze anos.
02.03.2016 — 01:20
O caso é contado agora na página de Internet oficial do Santuário Animal, que sublinha o facto de estes
animais viverem em plena harmonia, contrariando a ideia de que espécies diferentes não podem conviver
pacificamente.
Leo, Shere Khan e Baloo foram resgatados durante uma apreensão de droga numa casa em Atlanta, onde
eram mantidos em cativeiro, na cave. Os animais, na altura, tinham menos de um ano de idade. Shere Khan
estava malnutrido e magro, mas, com o tratamento adequado, voltou a ter apetite e a ganhar peso,
tornando-se o mais brincalhão e afetuoso dos três irmãos. Leo apresentava uma ferida infetada no nariz,
pois vivia numa pequena caixa. Baloo era o que se encontrava em pior estado, mas agora é o mais confiante
e relaxado dos três, fazendo tudo para obter um delicioso snack.
Como os ferimentos eram demasiado graves para que os animais pudessem ser devolvidos à Natureza, estes
foram mantidos no Santuário, vivendo em espaços comuns. O trio continua unido e a conviver diariamente
para comer, brincar e até dormir. O amor entre eles é evidente.
http://www.dn.pt/sociedade/interior/amizade-de-um-leao-um-tigre-e-um-urso-que-nunca-se-separaram-
5055928.html (consultado em 28 de junho de 2016, com adaptações e supressões)
VOCABULÁRIO:
(1) resgatar — v. livrar do cativeiro
I II
3) O texto pretende
(A) combater o tráfico de droga.
(B) denunciar os maus-tratos aos animais.
(C) mostrar a amizade existente entre três animais de diferentes espécies.
(D) incentivar a adoção de animais de diferentes espécies.
Para quem ainda não teve a oportunidade de localizar a ilha num mapa, deixamos uma recomendação que
permite encontrá-la mais depressa: procurem-na a oriente, a norte da Austrália.
A ilha está dividida em duas metades. A metade oeste pertence à Indonésia. A metade leste é um país
independente — Timor-Leste, que possui um enclave no território da Indonésia, o enclave de Oecussi. [...]
A ilha é montanhosa, mas a capital, Díli, estende-se por uma zona plana à beira-mar, rodeada de montanhas
e debruada de praias.
As casas são bonitas, muitas têm jardim, não há prédios muito altos, por toda a parte crescem árvores,
arbustos e flores, que a tornam acolhedora.
Em frente de Díli ergue-se a ilha de Ataúro, elegante e chamativa. Pode visitar-se nas embarcações que
asseguram a comunicação entre as duas ilhas, ou a bordo de canoas estreitas, compridas e manejadas com
extrema habilidade pelos donos, que usam apenas um remo.
Entre Timor e Ataúro há uma fossa marítima suficientemente profunda para permitir a passagem de baleias.
Na primeira lista que fizemos para esta aventura incluímos logo: Díli, as praias, Ataúro, baleias, canoas de um
só remo. Pouco depois acrescentámos o hotel Arbiru e o hotel Timor. Qual deles seria o cenário de maior
número de cenas ficou para resolver mais tarde. [...]
As pessoas que nos receberam em Díli tiveram o cuidado de nos informar que, embora não fosse habitual,
tinham aparecido recentemente crocodilos nas praias de Díli. Na verdade, não vimos nenhum, mas
aproveitámos o alerta para iniciar a aventura com um toque de perigo e emoção. [...]
Nos arredores das cidades e no campo ainda há muitas casas tradicionais que atraem pela originalidade.
Algumas assentam sobre estacas de madeira, outras numa plataforma de pedra. As paredes são feitas com
tiras de casca de palmeira palapeira e os telhados são de palha grossa.
Em geral, têm apenas uma grande divisão que serve de quarto, sala e cozinha. O lume acende-se sobre uma
pedra enorme, que não precisa de chaminé porque o fumo sai facilmente através do telhado. As famílias que
vivem em casas tradicionais cultivam legumes e árvores de fruto no terreno que envolve a habitação. Os
animais domésticos vivem em liberdade e são muito estimados pelos donos. [...]
O povo timorense venera os espíritos dos antepassados e presta-lhes homenagem junto de árvores
imponentes — as árvores sagradas. E também nas casas sagradas, as lulik, onde se guardam objetos antigos:
armas de outros tempos, máscaras usadas outrora pelos guerreiros, produtos a que atribuem poderes
mágicos, como o pó da invisibilidade que os homens utilizavam quando queriam fazer ataques surpresa aos
inimigos.
Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, Uma aventura na ilha de Timor, Alfragide, Caminho, 2011 (com
adaptações e supressões)
VOCABULÁRIO:
(1) enclave — n. m. território de um país encaixado no território de outro país
____ c) O território de Timor-Leste está separado da outra metade da ilha, que pertence à Indonésia,
com exceção do enclave de Oecussi.
25.06.2015 — 13:36
Ouvir um papagaio repetir nossas palavras é sempre divertido. Mas quem nunca se perguntou como essas
aves conseguem tal feito? Neurologistas da Universidade Duke, na Carolina do Norte (EUA), localizaram os
neurónios que explicam como essas aves se tornaram ótimos cantores e imitadores. O estudo foi divulgado
na revista Science.
Um grupo de neurónios ligados entre si no cérebro dos pássaros permite que estes, quando piam, emitam
sons semelhantes a músicas. Este grupo de neurónios encontra-se num núcleo cerebral cujos limites ainda
não são totalmente conhecidos. Possíveis diferenças neste núcleo cerebral poderão levar algumas espécies a
serem capazes de emitir sons mais complexos, como os que constituem palavras.
Segundo o neurobiólogo Erich Jarvis, da Universidade Duke, as diferenças podem ser fruto da evolução das
funções cerebrais dos papagaios. Se esta hipótese for verdadeira, estudos futuros explicarão áreas
complexas do cérebro noutros animais e até em seres humanos relacionadas com a emissão de sons.
Jarvis e os seus colegas pretendem fazer mais estudos para testar se essa região do cérebro é, de facto, o
que permite que os papagaios consigam imitar tão bem vários sons. «Acho que encontrámos o que explica
que os papagaios tenham uma melhor capacidade de imitação do que outras espécies de expressão vocal,
mas precisaremos de mais estudos para o validar», conclui.
http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2015/06/25/cientistas-encontram-parte-do-
cerebro-que-explica-por-que-papagaios-falam.htm (consultado a 29 de junho de 2016, com adaptações e
supressões)
B. Transcreve uma frase que explique por que razão há pássaros, como os papagaios, que conseguem repetir
palavras e outros não conseguem.
JOVENS LANÇAM PROJETO QUE CRIA PLANTAS EM FRASCOS E QUE SÓ PRECISAM DE LUZ
01.02.2016 — 11:54
Para já, está a ser usada apenas a calandiva, ou flor-da-fortuna, que é colocada em frascos, com a raiz
enterrada num gel que possui todos os nutrientes de que a planta necessita para sobreviver um
determinado número de meses. «Durante esse período, as pessoas só têm de pôr a planta num espaço
luminoso e evitar grandes choques térmicos, temperaturas inferiores a 10 ºC e superiores a 30 ºC, e ela vai
crescendo e vai-se desenvolvendo um pouco à imagem do proprietário», explicou Bruno Loureiro. E,
continuou, «pode observar-se o crescimento do todo da planta, não só na parte aérea como também na raiz,
e ver como a planta se comporta em cada espaço». Dentro dos frascos, as plantas possuem nutrientes para
sobreviverem durante três, seis ou doze meses, período após o qual se deve juntar água para descolar o gel
e depois transplantar a planta para um vaso comum.
O projeto junta dois campos diferentes: a biotecnologia e a componente artística e didática. Com esta ideia,
que surgiu no final de um estágio no laboratório de cultura in vitro da UTAD, em Vila Real, Bruno quer criar o
seu próprio emprego. Para o projeto crescer, os jovens estão a promover uma campanha de angariação de
fundos na Internet que pretende chegar aos 2500 euros.
http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2016-02-01-Jovens-lancam-projeto-que-cria-plantas-em-frascos-e-que-so-
precisam-de-luz (consultado a 18 de julho de 2016, com adaptações e supressões)
A. Assinala a opção correta, de acordo com o sentido do texto.
B. Relaciona os elementos da coluna I com os da coluna II, de acordo com a informação do texto.
I II