You are on page 1of 14

24/11/2017 Mises Brasil - O individualismo metodológico

clube (Club.aspx)   |   doar (Donate.aspx)   |   idiomas 

(Default.aspx)

Olá Visitante
Minha conta  (CustomerPanel.aspx)

(https://www.facebook.com/MisesBrasil/)   (https://twitter.com/Mises_Brasil/)  
(https://www.instagram.com/mises_brasil/)   (https://www.youtube.com/c/MisesYoutube)  
 (Default.aspx) ARTIGOS BLOG ENSINO PODCAST MULTIMÍDIA AGENDA
(https://www.linkedin.com/company/instituto-mises-brasil)

LOJA (Products.aspx)

Artigos  artigo do dia (Article.aspx?id=2806) economia (SearchBySection.aspx?section=1&type=3)

direito (SearchBySection.aspx?section=2&type=3)

loso a (SearchBySection.aspx?section=3&type=3) política (SearchBySection.aspx?section=4&type=3)

comitê editorial (Comite.aspx) arquivo (Articles_Thumbs.aspx) autores (Authors.aspx?type=articles)

O individualismo metodológico

loso a (SearchBySection.aspx?section=4&type=3)

 (CustomerPanel_Action.aspx?a=setRatingArt&id=1253&rate=1) 
(CustomerPanel_Action.aspx?a=setRatingArt&id=1253&rate=2) 
(CustomerPanel_Action.aspx?a=setRatingArt&id=1253&rate=3) 
(CustomerPanel_Action.aspx?a=setRatingArt&id=1253&rate=4) 
(CustomerPanel_Action.aspx?a=setRatingArt&id=1253&rate=5)
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1253 1/14
24/11/2017 Mises Brasil - O individualismo metodológico

Murray N. Rothbard (SearchByAuthor.aspx?id=76&type=articles) quinta-feira, 15 mar 2012

   Curtir 281

(CustomerPanel_Action.aspx?
(CustomerPanel_Action.aspx?
(ArticlePrint.aspx?
a=addArtFav&id=1253)
a=addArtReadLater&id=1253)
id=1253)

Apenas o indivíduo possui uma mente; apenas o indivíduo pode sentir, ver, realizar e entender; apenas o
indivíduo pode adotar valores e fazer escolhas; apenas o indivíduo pode agir.  Este princípio primordial do
"individualismo metodológico", central ao pensamento social de Max Weber, deve fundamentar tanto a
praxeologia quanto todas as outras ciências da ação humana.  Ele implica que conceitos coletivos como grupos,
nações e estados não agem ou não existem realmente; eles são apenas construções metafóricas utilizadas para
descrever as ações similares ou conjuntas de indivíduos.  Em suma, não existem "governos" por si sós; existem
apenas indivíduos agindo harmoniosamente de uma maneira "governamental".  Max Weber coloca de forma
cristalina:

Estes coletivos devem ser tratados unicamente como sendo os resultados e os modos de
organização das ações particulares de agentes individuais, uma vez que apenas estes podem ser
tratados como agentes no curso de uma ação subjetivamente compreensível.  .  .  . Para propósitos
sociológicos. . . não existe algo como uma 'personalidade coletiva que "age"'.  Quando se faz
referências, em um contexto sociológico, às . . . coletividades, está-se na verdade se referindo . . .
somente a um certo tipo de desenvolvimento das ações sociais possíveis ou efetivas de pessoas
especí cas.[1]

Ludwig von Mises destaca que o que diferencia a ação puramente individual daquela de indivíduos agindo
como membros de um coletivo é o diferente signi cado atribuído pelas pessoas envolvidas:

É o signi cado que os agentes individuais, e todos que são afetados pela sua ação, atribuem a uma
ação o que determina o seu caráter. É o signi cado que distingue uma ação como ação de um
indivíduo e outra como ação do estado ou da municipalidade. É o carrasco, e não o estado, quem
executa um criminoso. É o signi cado daqueles interessados na execução que distingue, na ação
do carrasco, uma ação do estado.  Um grupo de homens armados ocupa um local. É o signi cado
destes envolvidos que imputa esta ocupação não aos soldados e o ciais, mas à sua nação.[2]

Em sua importante obra metodológica, o discípulo de Mises, F.A. Hayek, demonstrou que a falácia de se tratar
construções coletivas como sendo "conjuntos sociais" ("capitalismo", "a nação", "a classe") sobre os quais se
é possível deduzir leis tem origem na insistência objetivista-behaviorista de se considerar os homens apenas a
partir de seu exterior, como se fossem pedras, em vez de tentar entender como suas ações são subjetivamente
determinadas.

Ela [a visão objetivista] trata os fenômenos sociais não como algo do qual a mente humana faz
parte e não como algo cujos princípios organizacionais podemos construir a partir de partes
conhecidas, mas sim como se eles fossem objetos diretamente percebidos por nós como conjuntos.
..

Existe a ideia um tanto quanto vaga de quem uma vez que os "fenômenos sociais" devem ser
objeto de estudo, o procedimento óbvio é começar a partir da observação direta destes "fenômenos
sociais", em que a utilização popular de termos como "sociedade" ou "economia" é ingenuamente
considerada como evidência de que deve haver "objetos" de nidos que correspondem a eles.[3]

Hayek complementa dizendo que enfatizar o signi cado da ação individual revela que, "o que conseguimos
entender diretamente dos complexos sociais são apenas as partes, pois o todo nunca é percebido diretamente;
ele sempre é reconstruído por meio de um esforço de nossa imaginação".[4]

Alfred Schütz (http://pt.wikipedia.org/wiki/Alfred_Sch%C3%BCtz), o notório construtor do método da


fenomenologia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Fenomenologia) aplicado às ciências sociais, nos relembrou da
importância de se retornar "ao 'homem esquecido' das ciências sociais, ao agente do mundo social cujos
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1253 2/14
24/11/2017 Mises Brasil - O individualismo metodológico

afazeres e sentimentos residem na origem de todo o sistema.  Nós, então, procuramos entendê-lo a partir
destes afazeres e sentimentos e do estado de espírito que o induziu a adotar atitudes especí cas relativas ao
seu ambiente social".  Schütz acrescenta que "para uma teoria sobre a ação, o ponto de vista subjetivo deve ser
conservado ao máximo, sendo que, na ausência deste, esta teoria perde suas fundamentações básicas, qual
seja, sua referência ao mundo social da vida cotidiana e da experiência".  Desprovida desta fundamentação, as
ciências sociais tendem a substituir o "mundo da realidade social" por um irreal mundo ctício, todo ele
construído pelo cientista observador.  Ou, como Schütz coloca sucintamente: "Eu não posso entender algo
social sem antes reduzi-lo à atividade humana que o criou; mais ainda, sem remeter esta atividade humana
aos motivos que a originaram".[5]

Arnold W. Green demonstrou recentemente como o uso de conceitos coletivos inválidos prejudicou a disciplina
da sociologia.  Ele destaca o crescente uso de "sociedade" como uma entidade que pensa, sente e age, e, em
anos recentes, foi a responsável por perpetrar todas as desgraças sociais.  Por exemplo, é a "sociedade", e não
o criminoso, quem geralmente é considerada a responsável pelos crimes.  Para muitos, a "sociedade" é
considerada quase que demoníaca, uma "vilã materializada" que "pode ser atacada à vontade, acusada
aleatoriamente, ridicularizada e escarnecida com uma fúria virtuosa e fanática, [e] pode até ser derrubada por
decreto ou pelo anseio utópico — e, de alguma forma, tudo continuará funcionando perfeitamente."  Green
complementa dizendo que "se, por outro lado, a sociedade é vista como pessoas cujas relações sociais instáveis
são preservadas apenas pela submissão às regras morais, então a área de livre escolha permitida, na qual se
pode fazer demandas, questionar e solapar desejos com impunidade, está severamente restringida."

Ademais, se entendermos que "a sociedade" não existe por si só, mas é uma criação feita a partir de
indivíduos, então dizer que "a sociedade é a responsável pelos crimes, e os criminosos não são os responsáveis
pelos crimes que cometem, é o mesmo que dizer que apenas os membros da sociedade que não cometeram
crimes devem ser considerados os responsáveis pelos crimes.  Este óbvio absurdo só pode ser  contornado caso
se considere a sociedade como o diabo encarnado, um mal exterior e isolado das pessoas e do que elas fazem".
[6]

A ciência econômica está repleta de falácias que surgiram quando metáforas sociais coletivas passaram a ser
tratadas como se fossem objetos reais.  Assim, durante a era do padrão-ouro, era comum o temor de que "a
Inglaterra" ou "a França" corriam grande perigo porque "elas" estavam perdendo ouro.  O que realmente
aconteceu foi que ingleses e franceses estavam voluntariamente enviando ouro para o exterior e, com isso,
ameaçando os banqueiros de seus países com a necessidade de cumprirem suas obrigações de restituir
depósitos em um volume de ouro que eles não mais possuíam.  Porém, o uso da metáfora coletiva transformou
um grave problema do setor bancário em uma confusa crise nacional pela qual cada cidadão era, de alguma
forma, o responsável.

Similarmente, durante os anos de 1930 e 1940, muitos economistas proclamaram que, diferentemente das
dívidas contraídas no exterior, o tamanho da dívida pública nacional era irrelevante porque "nós devemos para
nós mesmos".  A implicação era a de que o indivíduo, do ponto de vista nacional e coletivo, devia dinheiro
"para ele mesmo", bastando para saldar esta dívida mover o dinheiro que estava no bolso do lado direito da
calça para o bolso do lado esquerdo.  Esta explicação, no entanto, obscurecia o fato de que faz uma enorme
diferença saber a qual dos dois pronomes coletivos você pertence: ao "nós" (o infeliz pagador de impostos) ou
ao "nós mesmos" (aqueles que vivem da renda oriunda dos impostos).

Às vezes, o conceito coletivo é tratado descaradamente como um organismo biológico.  Assim, o conceito
popular de crescimento econômico implica que toda economia está, de alguma forma, como um organismo
vivo, destinada a "crescer" de uma maneira predeterminada.  O uso de tais termos análogos é uma tentativa de
ignorar, e até mesmo de negar, a vontade e a consciência individual nos assuntos econômicos e sociais.  Como
escreveu Edith Penrose em uma crítica ao uso do conceito de "crescimento" no estudo de empresas:

Quando analogias biológicas explícitas surgem na ciência econômica, elas são extraídas
exclusivamente daquele aspecto da biologia que lida com o comportamento imotivado dos
organismos . . . não existe nenhuma razão para se acreditar que o padrão de crescimento de um
organismo biológico é determinado pela vontade do próprio organismo.  Por outro lado, temos
todos os motivos do mundo para acreditar que o crescimento de uma empresa é determinado pela
vontade daqueles que tomam as decisões da empresa . . . e a prova disso está no fato de que
ninguém pode descrever o desenvolvimento de uma dada empresa qualquer . . . a não ser que seja
em termos das decisões tomadas por indivíduos.[7]

Não há melhor maneira de resumir a natureza da praxeologia e o papel da teoria econômica em relação a
eventos históricos concretos do que aquela presente na discussão de Alfred Schütz sobre a metodologia
econômica e Ludwig von Mises:

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1253 3/14
24/11/2017 Mises Brasil - O individualismo metodológico

Nenhuma ação econômica pode ser concebida sem alguma referência a um agente econômico, mas
este último é absolutamente anônimo; ele não é você, nem eu, nem um empreendedor, nem
mesmo um "homem econômico", mas um puro e universal "indivíduo".  É por esta razão que as
proposições da teoria econômica possuem aquela "validade universal" que confere a elas a
idealidade do "e assim por diante" e "posso fazer novamente".

No entanto, pode-se estudar o agente econômico como tal e tentar descobrir o que se passa em sua
mente; logicamente, não se estaria fazendo teorizações econômicas, mas sim história econômica
ou sociologia econômica. . . . Entretanto, os enunciados destas ciências não podem reivindicar
nenhuma validade universal, pois elas lidam tanto com sentimentos econômicos de especí cos
indivíduos históricos quanto com tipos de atividades econômicas para as quais as ações
econômicas em questão são manifestações.

...

De acordo com nossa visão, a ciência econômica pura é um exemplo perfeito de um complexo de
signi cado objetivo sobre uma con guração de signi cado subjetivo — complexos, em outras
palavras, de um signi cado objetivo — estipulando as típicas e invariáveis experiências subjetivas
de qualquer pessoa que aja dentro de uma estrutura econômica. . . . Teria de ser excluído de tal
cenário qualquer consideração acerca do uso a que os "bens" serão destinados depois de terem
sido adquiridos.  Porém, tão logo voltamos nossa atenção para o signi cado subjetivo de um
indivíduo real, deixando o anônimo "qualquer um" de lado, então logicamente faz sentido falar de
comportamento atípico. . . Não há dúvida de que este comportamento é irrelevante do ponto de
vista da ciência econômica, e é neste sentido que os princípios econômicos são, nas palavras de
Mises, "não uma declaração do que geralmente ocorre, mas uma declaração sobre o que
necessariamente deve ocorrer".[8]

[1] Max Weber, The Theory of Social and Economic Organization (Glencoe, Ill.: The Free Press, 1957), citado
em Alfred Schütz, The Phenomenology of the Social World (Evanston, Ill.: Northwestern University Press,
1967), p. 199. Para uma aplicação do individualismo metodológico à política externa, veja Parker T. Moon,
Imperialism and World Politics (New York: Macmillan, 1930), p. 58. Para aplicações políticas mais gerais, veja
Frank Chodorov, "Society Are People," in The Rise and Fall of Society (New York: Devin- Adair, 1959), pp. 29?
37.

[2] Mises, Ação Humana (/Ebook.aspx?id=44), p. 70

[3] Hayek, Counter-Revolution of Science, pp. 53?54.

[4] Ibid., p. 214.

[5] Schütz, Collected Papers, vol. 2, pp. 7, 8, 10.

[6] Arnold W. Green, "The Rei ed Villain," Social Research 35 (Winter, 1968): 656, 664. Sobre o conceito de
"sociedade", veja também Mises, Theory and History, pp. 250 .

[7] Edith Tilton Penrose, "Biological Analogies in the Theory of the Firm," American Economic Review
(December 1952): 808.

[8] Schütz, Phenomenology of the Social World, pp. 137, 245.

Tradução: Fernando Fiori Chiocca

 1 voto

autor

Murray N. Rothbard

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1253 4/14
24/11/2017 Mises Brasil - O individualismo metodológico
(1926-1995) foi um decano da Escola Austríaca e o fundador do moderno libertarianismo. Também foi o
vice-presidente acadêmico do Ludwig von Mises Institute e do Center for Libertarian Studies.

(SearchByAuthor.aspx?
id=76&type=articles)

mais acessados |  comentários  

1 A neutralidade de rede foi revogada nos EUA - vitória da liberdade e derrota das reservas de mercado

(Article.aspx?id=2806)
2 O objetivo de uma economia não é nem “criar empregos” e nem “proteger empregos”

(Article.aspx?id=2804)
3 Nesta Black Friday, aja como um genuíno capitalista: poupe e invista

(Article.aspx?id=2575)
4 Dez argumentos econômicos - e um ético - em prol do livre comércio

(Article.aspx?id=2803)
5 Intelectuais e raça - o estrago incorrigível

(Article.aspx?id=1554)
6 O Brasil é pouco corrupto, diz pesquisa - e a corrupção é um “privilégio” para poucos

(Article.aspx?id=2805)
7 A verdadeira face de Nelson Mandela

(Article.aspx?id=1758)
8 Todos os socialistas querem ser a Dinamarca - será mesmo?

comentários (30)

Sol Moras Segabinaze  15/03/2012 08:31

Maravilha.
RESPONDER

Gustavo Sauer  15/03/2012 08:58

"a sociedade é a responsável pelos crimes, e os criminosos não são os responsáveis pelos crimes que cometem, é o
mesmo que dizer que apenas os membros da sociedade que não cometeram crimes devem ser considerados os
responsáveis pelos crimes. Este óbvio absurdo só pode ser contornado caso se considere a sociedade como o diabo
encarnado, um mal exterior e isolado das pessoas e do que elas fazem"

E realmente é isso que alguns socialistas dizem. Os criminosos são vítimas e o culpado é o "sistema", ou seja, todo o
restante fora a pessoa que cometeu o crime.
RESPONDER

Paulo Sergio  15/03/2012 10:08

E essa conversa fétida dá voto que é uma beleza...


RESPONDER

André Ramos  15/03/2012 09:48

Um escroto se embriagou, dirigiu seu carro e matou alguém: é a deixa para estatistas fazerem uma lei que pune toda
a "sociedade", notadamente aqueles que a vida toda dirigiram após beber, mas nunca causaram dano a nada nem a
ninguém. Quer caso mais claro de responsabilização da sociedade pelos crimes de indivíduos?\r
Excelente texto!
RESPONDER

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1253 5/14
24/11/2017 Mises Brasil - O individualismo metodológico

Petrus  15/03/2012 11:00

nossa! tive uma aula ontem sobre individualismo metodologico\r


\r
que coincidencia o artigo hj!\r
\r
lendo...
RESPONDER

anônimo  15/03/2012 12:08

Individualismo metodológico é uma furada. É como se o indivíduo ocupasse vivesse isolado e pudesse fazer as coisas
que quer, sem estar preocupado com a opinião da sociedade, sem ser condicionado pelas forças produtivas materiais.
É como se não houvesse uma construção social desde criança, transmitida de geração em geração. "É o carrasco, e
não o estado, quem executa um criminoso." Que pérola! Quer dizer que o carrasco age por conta própria?

E até o crime é algo socialmente construído. Em primeiro lugar, quem determina o que é crime e o que não é crime?
Quem é que determina as penas? Só um exemplo: ontem eu ví uma reportagem do SBT dizendo que o adultério
feminino está aumentando, depois o repórter comentou que faz tempo que esta prática já não é considerada um
crime (o que todo o mundo já sabe). Então até a de nição do que é crime e o que não é crime é socialmente
determinado.
RESPONDER

Leandro  15/03/2012 14:13

Anônimo, essa sua de nição de individualismo metodológico, dada logo nas primeiras linhas, é tão correta
quanto eu dizer que astrofísica é um ramo da biologia.

Ninguém nega que as entidades sociais in uem na esfera da ação humana. Ninguém nega que países, estados,
cidades, partidos, comunidades religiosas etc. são fatores reais que in uenciam e determinam a ocorrência de
eventos e a ação das pessoas. O individualismo metodológico não contesta, de forma alguma, a importância
de tais coletivos; ele apenas considera que uma de suas principais tarefas é descrever e analisar o surgimento,
o desaparecimento, as mudanças em suas estruturas e a maneira como funcionam estes coletivos. E ele faz
isso por meio do único método capaz de resolver esta questão satisfatoriamente: entendendo que todas as
ações são realizadas por indivíduos.

Quem executa o criminoso, se não o carrasco, é quem? Eu? Você? Garanto que "nós" não temos participação
nenhuma nisso. Se você, por exemplo, for contra a pena de morte, você certamente não pode ser implicado
neste ato. O criminoso pode ser condenado, mas se não houver um verdugo disponível para o serviço, a
sentença simplesmente não é implementada. Se não houver um indivíduo realizando uma ação, qualquer
decisão "coletiva" é letra morta.

Favor ter a bondade de se informar melhor sobre determinado assunto antes de fazer perorações sobre ele. Vá
sacar pra cima de outros.

Abraços!
RESPONDER

anônimo  15/03/2012 17:25

O melhor método capaz de descrever e analisar o surgimento, o desaparecimento, as mudanças é este:


os homens nascem em uma determinada sociedade com pensamentos, idéias, conhecimento, ciência e
tecnologia legados pelas gerações passadas, então interagem com estes pensamentos, idéias,
conhecimento, ciência e tecnologia e transformam-as ao mesmo tempo em que os transformam a si
próprios. E assim são condicionadas as suas ações. Entende?

Então o carrasco age por conta própria, Leandro? Não há uma lei, uma ordem que manda ele fazer
isso?
RESPONDER

Leandro  15/03/2012 17:55

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1253 6/14
24/11/2017 Mises Brasil - O individualismo metodológico

Apenas repetiu o que já havia sido dito e ignorou a conclusão essencial que lhe foi apresentada:
todas as ações são, em última instância, realizadas por indivíduos. Negue este fato.

Quanto ao seu insistente exemplo do carrasco, quem executa a ação, a nal? Uma entidade
amorfa chamada sociedade ou um indivíduo muito bem de nido? A obediência a uma lei é algo
automático, quem deixa um indivíduo sem nenhuma volição? Troque 'carrasco' por 'assassino
pro ssional'. Quem executa a ação, o mandante do crime ou o matador? O matador é um objeto
sem vida, um robô?

Este seu argumento é a típica desculpa de que o ambiente condiciona o indivíduo, como se ele
não fosse dotado de absolutamente nenhuma vontade própria -- argumento perfeito para
pessoas que não querem assumir responsabilidades pelas consequências de seus atos. "Ah, o
mundo me obrigou a agir assim".

Entende?

Por m, quem fez gols na Copa de 1994, o Brasil ou Romário?


RESPONDER

anônimo  25/04/2012 16:54

Peraí, o que você quer dizer quando perguntou quem ganhou o Tetra: o Brasil ou o
Romário?? Ele fez mtos gols, claro, mas ele era atacante, meio-campista, zagueiro,
goleiro, etc.? O que o Tafaréu fazia, então? E outra coisa, o Romário não jogava no
Brasil?

Carrasco é como um assassino pro sional? Leandro, observe a diferença de como os dois
são vistos pela sociedade. O carrasco é visto como um trabalhador, como um agente que
estaria cumprindo a lei; enquanto o assassino pro sional é visto pela sociedade como um
"vagabundo" que ganha dinheiro pra matar as pessoas. Peguemos o exemplo que foi
exposto aqui: o adultério. Antes, uma mulher que cometia adultério era apedrejada, ou
enforcada, ou decapitada, etc. en m, era condenada à morte. Era aceito, e o marido era
considerado vítima e a mulher merecia ir pro inferno. Agora, vamos supor que hoje, você
seja casado (só uma suposição, não sei se você é casado ou não) e descobre que sua
mulher está lhe traindo. Imagine que você reaja pagando um assassino pro ssional para
matá-la. O que aconteceria? Primeiro, o assassino (que não é bem visto pela sociedade
como o carrasco é visto) será preso (enquanto o carrasco recebe um salário por cumprir
sua função social de "cumpridor da lei"), segundo, você não será bem visto e ainda será
considerado um "corno covarde", que além de tudo, não teve coragem de você mesmo
matar, pagou um criminoso pro ssional (viu? De novo a diferença, um criminoso, não
um trabalhador "cumpridor da lei" como o carasco é visto) para isso (não quero dizer
que se você mesmo pegasse uma arma pra matar a sua mulher, você seria bem visto). E
claro, este caso mostra as construções sociais de determinadas épocas. Há séculos atrás,
adultério era crime punido com pena de morte, hoje é visto como algo normal.
RESPONDER

Márcio  11/09/2013 12:12

Sim, as ações são realizadas por indivíduos, mas inseridos num grupo.

Ainda que as pessoas sejam responsáveis pelas escolhas que fazem, é o grupo que
estabelece regras, formas de agir, formas de punir, comportamentos tolerados e não
tolerados e coopera pensando em aumentar o bem estar de todos.

Individualmente, há abusos, mas as formas de cooperação são estabelecidas pensando no


grupo como um td. Não se estabelecem regras punitivas pensando q se vai punir um
inocente, mesmo q isso possa acontecer eventualmente. Não se estabelecem direitos
pensando q se vai usá-los mal, mesmo q isso possa acontecer eventualmente.

A punição do inocente e o abuso do desonesto são exceções que não impedem que regras
e direitos existam. Resta ao grupo agir de forma a minimizar esses eventos, por exemplo
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1253 7/14
24/11/2017 Mises Brasil - O individualismo metodológico

condenando moralmente tais coisas, dando exemplo e educando.

Sociedades coletivistas podem ser muito pací cas. Muitas vezes bem mais do que
naquelas em que há posse individual de recursos e bens.
RESPONDER

anônimo  18/03/2012 16:03

"Então o carrasco age por conta própria, Leandro? Não há uma lei, uma ordem
que manda ele fazer isso?"

Essa "ordem" a qual você se refere, é uma entidade viva e dotada de consciência
própria ou nada mais é que uma decisão tomada por um indivíduo(juiz)? Claro,
você pode ainda argumentar que mesmo o juiz segue essa tal "ordem" que você
faz referência, mas no caso, o juiz estará seguindo um ordenamento jurídico e
este é de nido por quem, senão por indivíduos (legisladores)?

Caro anônimo, o que o individualismo metodológico nos diz, é que essas


entidades coletivas que vocês idiotamente atribuem consciência e externam os
homens das suas realizações, nada mais são que nominalismos atribuídos aos
resultados de ações individuais. Ou como de outra forma explica Weber, ações
sociais são apenas o resultado da interação de ações individuais.

O mais engraçado é que lósofos coletivistas e deterministas, são em sua maioria


comunistas e comunistas são em sua maioria ateus, todavia, a única analogia a
este método de aferir a existência de uma ordem superior condicionando as ações
dos indivíduos, só é encontradas nas religiões, é o que dá os materialistas
históricos, emularem o método epistemológico de um teólogo (Hegel).
RESPONDER

Tiago Moraes  18/03/2012 16:10

Opa, Leandro, desculpe, essa última postagem foi feita por mim, esqueci
de colocar meu nome, para você não achar que ela foi feita pelo
"anônimo".
RESPONDER

anônimo  16/03/2012 05:03

recomendo o usuario ANONIMO ler o seguinte artigo:

www.mises.org.br/Article.aspx?id=678
o estado dos 5 macacos
RESPONDER

Getulio Malveira  21/03/2012 15:54

Ótimo texto. Rothbard tem a virtude de falar de coisas extremamente complexas de modo extremamente simples -
é uma virtude rara hoje em dia.
RESPONDER

Malthus  22/03/2012 02:52

De fato o Rothbard tem esse dom. E parece que só os austríacos o herdaram. Ao menos na economia.
RESPONDER

Gustavo Sauer.  22/03/2012 06:20

Diziam que Rothbard nunca iria ter chance de ganhar um prêmio nobel porque ele escreve com
clareza.
RESPONDER

anônimo  25/07/2012 13:25

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1253 8/14
24/11/2017 Mises Brasil - O individualismo metodológico

Então o individualismo das pessoas é importante para a sociedade em geral e não ao contrário? É isso mesmo?
RESPONDER

Luis Almeida  25/07/2012 13:37

Exato. Todas as grandes conquistas da civilização se originaram com esforços individuais, nunca com ideias
coletivas. O coletivo não pensa, o coletivo é apenas um amontoado de indivíduos. E apenas indivíduos agem.

Ainda tá acordado ou já desmaiou após esta revelação estonteante?


RESPONDER

anônimo  25/07/2012 15:22

Mas isso não vai contra o princípio libertário do Spencer? "A sociedade existe para o benefício de seus
membros, não seus membros para o benefício da sociedade".

rodrigoconstantino.blogspot.com.br/2007/09/cooperao-compulsria.html
RESPONDER

Luis Almeida  25/07/2012 15:31

Ao contrário. Con rma este princípio. Esse negócio de indivíduo viver para o benefício da
sociedade é ideologia socialista, que reduz o indivíduo a um mero membro do coletivo.

O meu exemplo acima foi justamente para demonstrar que indivíduos buscando seu interesse
próprio, em um ambiente de respeito à propriedade privada, geram benefícios involuntários
para toda a sociedade. Já um socialista diz que uma pessoa qualquer deve abrir mão de seu
interesse próprio e pensar apenas num abstrato bem coletivo.

Em suma: o livre mercado atinge na prática aquela utopia que o socialismo apenas imagina na
retórica.
RESPONDER

Eduardo  15/03/2016 19:05

Spencer, quem ainda considera ele hoje?


RESPONDER

João Marcos Theodoro  05/09/2013 15:10

Um dos problemas de se adotar uma perspectiva coletivista é incorrer em sugestões de absurdos. Por exemplo,
quando se diz que "a sociedade é capitalista", deixa-se a impressão de que todos os indivíduos dessa sociedade
apoiam o capitalismo, quando na verdade muitos indivíduos apoiam outras ideologias. Eu nunca consegui engolir
essas a rmações; elas ignoram completamente as individualidades.

Eu já observei um problema grande entre liberais e comunistas, que é o seguinte: os liberais, sendo em geral cristãos,
acreditam no livre-arbítrio, e os comunistas, sendo em geral ateus ou in uenciados por ateus, consideram mais que
as ações individuais são condicionadas pela sociedade. Eu sou anarcocapitalista e, não obstante, não acredito em
livre-arbítrio. O fato de as ações serem condicionadas por vários fatores não faz com que os indivíduos percam suas
peculiaridades, assim como não deixam de ser responsabilizados pelo que fazem.
RESPONDER

Eduardo Bellani  20/05/2014 15:21

liberais e comunistas, que é o seguinte: os liberais, sendo em geral cristãos

Mises, Rothbard, Hoppe, Block, para citar alguns grandes nomes do liberalismo moderno,
não são (ou eram) cristãos.
RESPONDER

anônimo  10/09/2013 20:45

A sociedade é um grupo e grupos cooperam para a sobrevivência de todos. Hoje vc mais dá do que recebe. Amanhã,
você mais recebe do que dá. É essa a lógica.

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1253 9/14
24/11/2017 Mises Brasil - O individualismo metodológico

Em grupos, não existe essa história de cada um por si de forma absoluta. A história da humanidade está assentada
nessa cooperação intragrupo e intergrupo. A barbárie só foi superada, justamente quando os agrupamentos humanos
mais populosos (quanto mais gente, mais difícil administrar con itos) organizaram um poder central responsável por
aplicar a lei e as punições.

Todos os primatas sociais sabem que não há sobrevivência sem cooperação. É evidente que existe comportamento
egoísta, mas esse comportamento deve ser dosado. Egoístas que ignoram completamente o bem-estar do grupo são
severamente punidos. Primatas, por exemplo, não toleram desigualdade. Em testes, já foi demonstrado inúmeras
vezes, que primatas deixam de cooperar quando as condições entre dois parceiros é muito desigual (quando a
recompensa para um deles é muito maior, p. ex.).
RESPONDER

Leonardo Couto  10/09/2013 23:54

Não entendi o que isto tem a ver com o artigo, anônimo. Você o leu?
RESPONDER

Giulliano  20/05/2014 15:14

Olá.

Estou escrevendo sobre Carl Menger para minha monogra a em economia, e estou com dúvida se Carl Menger
defende o individualismo metodológico ou o pluralismo metodológico. Segundo o autor de HPE Ricardo Feijó (História
do Pensamento Econômico. Ed. Atlas, p. 395), Menger expande o individualismo metodológico e "segue a máxima
metodológica: a cada meta, um método. Conhecidas as diferentes metas da ciência econômica e reconhecendo-se a
necessidade de um método a cada meta, a classi cação de estudos nesse domínio é a própria identi cação de suas
metas. Trata-se, portanto, do pluralismo metodológico".

Essa questão é de suma importância para mim pois estou abordandando o Methodenstreit.

Agradeço pela atenção.


RESPONDER

Leandro  20/05/2014 15:18

Individualismo metodológico está mais associado a Mises. Menger era adepto da abordagem causal-realista.

mises.org/daily/2740/ (http://mises.org/daily/2740/)
RESPONDER

Giulliano  20/05/2014 17:30

Obrigado Leandro.
RESPONDER

Idealizador  27/08/2014 08:28

Alguém, pelo amor do amor, poderia me informar se o individualismo metodológico pode ser aplicado ao estudo da
ciência da história? Já estou farto "dessa conversa" historicista alucinada do profeta Marx do tal do materialismo
histórico-dialético, bem como do coletivismo velado da escola dos annales com a tal da psicologia social. Please,
alguém me passa uma bibliogra a sobre (se houver) o individualismo metodológico no estudo da história?

Este humilde individualista ca grato desde já!


RESPONDER

Envie-nos seu comentário inteligente e educado:


Nome

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1253 10/14
24/11/2017 Mises Brasil - O individualismo metodológico
Email

Comentário

Avise-me por email sobre novos comentários enviados neste artigo

ENVIAR COMENTÁRIO    VISUALIZAR       con ra nossas dicas de formatação

Comentários serão exibidos após aprovação do moderador.

INSTITUTO LUDWIG VON MISES BRASIL

sobre nós (About.aspx)  -  especialistas (SouJornalista.aspx)  -  logotipo (Logo.aspx)


contato@mises.org.br (mailto:contato@mises.org.br)  ♦  +55 (11) 3704 3782

em mídias sociais
(https://www.facebook.com/MisesBrasil/)    (https://twitter.com/Mises_Brasil/)   
(https://www.instagram.com/mises_brasil/)    (https://www.youtube.com/c/MisesYoutube)   
(https://www.linkedin.com/company/instituto-mises-brasil)

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1253 11/14
24/11/2017 Mises Brasil - O individualismo metodológico

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1253 12/14
24/11/2017 Mises Brasil - O individualismo metodológico

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1253 13/14
24/11/2017 Mises Brasil - O individualismo metodológico

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1253 14/14

You might also like