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CURSO: GESTÃO ESCOLAR

DISCIPLINA: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA NA EDUCAÇÃO


PROFESSOR: M.e. Almir Serpa
EMENTA:
INTRODUÇÃO

Estudaremos neste módulo os processos da educação financeira escolar, tendo


foco o processo de aquisição no período da educação Infantil a situação adulta. Dessa
forma iremos verificar a evolução das legislações e seus diferentes processos que se
envolve com a administração financeira na educação e o conhecimento que se
envolve com esse sistema de ensino.

OBJETIVOS
Conhecer os mecanismos de administração financeira e suas ações na
educação, dando ênfase a construção do pensamento matemático financeira, buscando
assim, o contexto da aplicabilidade no cotidiano e na educação.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO AVALIAÇÃO

Organização político-administrativa definida pela Avaliação participativa – desenvolvimento de


Constituição da República Federativa do Brasil de exercícios em sala, com as interpretações de
1988 compreende a União, os Estados, o Distrito resultados das técnicas empregadas.
Federal e os Municípios, todos autônomos (Art.
18, da CF). BIBLIOGRAFIA:

Pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental.


Nacional, nº 9394/96, a União, os Estados, o Parâmetros curriculares nacionais:
Distrito Federal e os Municípios organizam, em Matemática/Secretaria de Educação
regime de colaboração, os respectivos sistemas Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. 148 p.
de ensino (Art. 8º, da LDB).
AEF-BRASIL. O Programa. Educação
Base Nacional Comum Curricular (BNC); Financeira na Escola, 2012. Disponível em:
Acesso em: 05 fev. 2015.
Estratégia Nacional de Educação Financeira
(ENEF) - Decreto Federal 7.397/2010; ABREU, Isabella. Falta de Educação
Financeira: Estudo aponta que o brasileiro
Plano Nacional de Educação (PNE) 2014 – desconhece princípios básicos de Finanças e
2024; Investimentos. Rio de Janeiro: Revista RI, 2013,
p. 10-16.
ESTRATÉGIAS DE ENSINO
AGÊNCIA BRASIL. Educação financeira
Aula expositiva interativa chegará a escolas públicas até 2015.
Trabalhos em grupo desenvolvidos em sala.
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INTRODUÇÃO
EDUCAÇÃO FINANCEIRA

Em nosso cotidiano é possível verificar que, constantemente, as empresas


enfrentam desafios como, por exemplo: a globalização da economia, exigência dos
clientes, mudanças nos produtos e serviços causados pelo avanço tecnológico. Esses
desafios contribuem com o aumento dos riscos e incertezas, tornando o gerenciamento
das empresas algo complexo e desafiador. Todas essas mudanças obrigam as
empresas a se adaptarem constantemente às novas tendências para manter-se no
mercado que se apresenta cada vez mais competitiva, essas necessidades conduzem
as empresas a selecionarem pessoas capacitadas para acompanhar o mercado e tomar
as melhores decisões financeiras possíveis.
Por isso faz-se necessário entender e praticar a educação financeira por ser uma
das formas de se ter uma vida feliz, saudável e bem sucedida. Também é necessário
entender que nunca é cedo demais para aprender a melhor forma de se usar o seu
dinheiro, manter as suas dívidas sobre controle e investir para o futuro.
Para isso, será preciso colocar o ensino de educação financeira em prática desde
a infância, isso fará com que se tenha jovens mais estruturados em suas finanças
pessoais e até mesmo empresariais. O problema é que muitos pais desconhecem o
assunto e acabam tendo certas dificuldades em tratar e ensinar o tema aos seus filhos,
isso se deve também a uma questão cultural, onde a economia brasileira antes do plano
real era instável e não se sabia nem qual o valor do salário do próximo mês, devido às
altas inflações mensais.
A melhor forma de ser abordado o tema seria nas escolas com o apoio da família
para a prática, dessa forma os alunos entenderiam que a educação financeira não visa o
enriquecimento e sim a conscientização para que o jovem desenvolva atitudes para
saberem lidar com o dinheiro, podendo ter uma vida segura e confortável, que é
afirmado por Sthepani (2005, p.12):

Cada indivíduo participante do processo de formação do ser humano tem


uma parte de responsabilidade nesse processo de mudança pela qual a

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educação passa. E a Educação Financeira vem ser um elo entre várias áreas
do conhecimento, no sentido de fazer com que trabalhem juntas e formem na
epistemologia do aluno conceitos capazes de instrumentalizá-lo para a
construção de sua autonomia (STHEPANI, 2005, p. 12).

É notório que a educação financeira não é algo novo, pois há muito tempo já
existia a preocupação com os gastos exagerados e problemas financeiros, em vários
aspectos. Um bom exemplo foram os casos desde a Idade Média, com a preocupação
em se poupar dinheiro: como afirmou Aristóteles (Ética a Nicômaco, in “Os Pensadores”,
São Paulo: Nova Cultural, 1996, p. 180):

[...] “a pessoa que tende para o excesso e é vulgar excede-se, como já


dissemos, por gastar além do que seria razoável. Agindo assim, ela gasta
demais e demonstra um exibicionismo de mau gosto em ocasiões pouco
importantes [...]. E tudo isso ela faz não por motivo nobilitante, mas para
exibir sua riqueza, e por pensar que é admirada em consequência dessa
maneira de agir; ademais, onde deve gastar muito ela gasta pouco, e onde
deve gastar pouco gasta muito” (ARISTÓTELES, 1996, p. 180 apud SILVA,
2012, p. 8).

Em consequência dessas necessidades, constatou-se que antigos pensadores,


embora não fazendo uso do termo educação financeira, já sinalizavam a necessidade de
refletir sobre o tema, sobretudo com relação a uma maneira consciente de consumir.
Baseados nisso, Valentim (2013) observou que o desenvolvimento da economia, o
surgimento de demanda por produtos cada vez mais diferenciados e a busca pela
resolução de problemas oriundos da má gestão dos recursos financeiros impulsionaram
o aprofundamento das discussões sobre educação financeira.
Visto essa necessidade é imprescindível que haja uma articulação entre as três
dimensões no processo de alfabetização financeira, na qual o Estado venha oferecer
apoio para as escolas, com relação à ampliação e capacitação de recursos humanos
bem como um aparato legal.
Já a escola, por sua vez, consiga efetivar a alfabetização financeira, enquanto
uma disciplina contínua durante toda a vida escolar, desde o ensino fundamental até o
médio e, possa, dessa forma, inserir a família no contexto para que a mesma adquira a

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possibilidade de vivenciar, conjuntamente, aquilo que é transmitido aos seus filhos e


seja capaz de também educá-los financeiramente no ambiente doméstico.
Em resposta a essa necessidade em maio de 2014 o Ministério da Educação
anunciou o projeto de educação financeira nas escolas, viabilizando apoio para
aproximadamente 2.962 escolas públicas de ensino médio até o ano de 2015. A
implantação da educação financeira em si, tem uma nova metodologia de ensino que
além de beneficiar os alunos também ajuda os professores e os pais, gerando uma
sociedade unida e consciente para o Brasil.
Para tanto o importante é a proximidade da escola e da família na educação dos
jovens, sendo cada esfera um complemento para o desenvolvimento financeiro dos
mesmos e para um futuro próspero e sadio. Acreditamos que a inclusão da educação
financeira na grade curricular, poderá revelar um novo processo de ensino que começa
no país, visto a preocupação com o futuro da economia e com o comportamento destes
novos agentes econômicos que em breve ingressarão no mercado financeiro.

1. DEFINIÇÃO DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA

A Estratégia Nacional de Educação Financeira - ENEF foi inspirada pelo conceito


de educação financeira definido pela Organização para a Cooperação do
Desenvolvimento Econômico - OCDE em 2005, essa organização fez uma adaptação
para a realidade brasileira usando o seguinte conceito (BRASIL, 2017):

Educação Financeira é: “o processo mediante o qual os indivíduos e as


sociedades melhoram sua compreensão dos conceitos e dos produtos
financeiros, de maneira que, com informação, formação e orientação claras,
adquiram os valores e as competências necessários para se tornarem
conscientes das oportunidades e dos riscos neles envolvidos e, então, façam
escolhas bem informados, saibam onde procurar ajuda, adotem outras ações
que melhorem o seu bem-estar, contribuindo, assim, de modo consistente
para formação de indivíduos e sociedades responsáveis, comprometidos com
o futuro” (BRASIL, 2017).

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Esse conceito não surgiu por acaso, inicialmente, três grandes fontes foram
consideradas para avaliar as principais estruturas e necessidades da ENEF: uma
pesquisa nacional de educação financeira, experiências de outros países, e dados de
consumidores coletados pelo Serviço de Atendimento ao Cidadão do Banco Central.

2. O PAPEL INSTITUCIONAL DO MEC – CONSTITUIÇÃO FEDERATIVA DO


BRASIL 1988

A nossa Constituição foi aprovada pela Assembléia Nacional Constituinte no dia


22 de setembro de 1988 e promulgada no dia 5 de outubro de 1988, a Constituição da
República Federativa do Brasil do ano de 1988 é a lei fundamental e suprema
do nosso país e serve de parâmetro de validade a todas as demais espécies normativas,
situando-se no topo do ordenamento jurídico.
Constituição é formada por um conjunto de leis, normas e regras pertencente a
um país, ou de uma instituição. Essa carta magna regula e organiza o funcionamento da
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, todos autônomos, sendo a lei máxima que
limita poderes e define os direitos e deveres dos cidadãos (Art. 18, da CF).
Em sua estrutura o país fez opção por um federalismo cooperativo sob a
denominação de regime de colaboração recíproca, descentralizado, com funções
compartilhadas entre os entes federativos (Art. 18 e 211, da CF).
Em especial a competência privativa da União é “legislar sobre diretrizes e bases
da educação nacional” (Art. 22, inciso 24, da CF). A exemplo disso, cria-se a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional em 1996 (nº 9394/96), na qual indica que:
caberá à União a coordenação da política nacional de educação, articulando os
diferentes níveis e sistemas e exercendo função normativa, redistributiva e supletiva em
relação às demais instâncias educacionais (§ 1º, do Art. 8º, da LDB).
Nessa sequência também estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais, nas
quais são elaboradas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e homologadas pelo
Ministro de Estado da Educação, entre 2009 e 2012. Esse avanço possibilita a

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atualização das políticas públicas educacionais que consubstanciam o direito de todo o


brasileiro à formação humana e profissional.

3. EDUCAÇÃO FINANCEIRA NO CONTEXTO BRASILEIRO

Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF) - Decreto Federal


7.397/2010 é constituído por oito (08) órgãos e entidades governamentais: Banco
Central do Brasil (BACEN); Comissão de Valores Mobiliários (CVM); Superintendência
Nacional de Previdência Complementar (PREVIC); Superintendência de Seguros
Privados (SUSEP); Ministérios da Justiça, do Trabalho e Previdência Social, da Fazenda
e da Educação. Também é constituído por quatro (04) organizações da sociedade:
ANBIMA, BMF&Bovespa, CNseg, FEBRABAN.
Sua função estrutural é de Política de Estado de caráter permanente criada para
promover ações de educação financeira gratuita e sem qualquer interesse comercial.
Além disso, possui a finalidade de contribuir para o fortalecimento da cidadania, a
eficiência e solidez do sistema financeiro nacional e a tomada de decisões conscientes
por parte dos consumidores (Decreto Federal 7.397/2010, Art. 1º).

3.1 INSERÇÃO DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA NOS CURRÍCULOS ESCOLARES

Surge no âmbito da política de atualização curricular brasileira sob a


responsabilidade do Ministério da Educação – MEC o Plano Nacional de Educação
(PNE) 2014 – 2024, no qual obtém-se o prazo de 02 (dois) anos, a contar da data de
promulgação da Lei, para a entrega pelo Ministério, ao Conselho Nacional de
Educação (CNE), a proposta da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a
Educação Básica, precedida de consulta pública.

4. BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC)

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A BNCC trás os conhecimentos, valores e saberes produzidos culturalmente,


expressos nas políticas públicas e gerados nas instituições produtoras do conhecimento
científico e tecnológico, bem como no mundo do trabalho, na arte, no exercício da
cidadania e nos movimentos sociais. Esse documento oficial deve ser balizadora do
direito à aprendizagem e ao desenvolvimento dos estudantes da educação básica,
reconhecidos e valorizados em suas diferenças e diversidades.

4.1 ÁREAS DO CONHECIMENTO E COMPONENTES CURRICULARES:

 Linguagens (Língua Portuguesa, Língua Estrangeira Moderna, Educação Física,


Artes e suas expressões);
 Matemática;
 Ciências da Natureza (Física, Química e Biologia);
 Ciências Humanas (Geografia, História, Sociologia e Filosofia)

4.2 ETAPAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA:

Educação Infantil, Ensino Fundamental (anos iniciais finais) e Ensino Médio, além
das modalidades da Educação Básica: Educação de Jovens e Adultos, Educação
Especial, Educação Profissional e Tecnológica, Educação Básica do Campo, Educação
Escolar Indígena, Educação Escolar Quilombola, Educação à Distância.
Dessa forma a Base passa a ser uma referência para a elaboração dos currículos
e construção da proposta pedagógica – ou projeto educativo - das escolas e sistemas de
ensino. Em seu núcleo consta o currículo que são “as experiências escolares que se
desdobram em torno do conhecimento, permeadas pelas relações sociais, articulando
vivências e saberes dos estudantes com os conhecimentos historicamente acumulados
e contribuindo para construir as identidades dos educandos” (DNCEB).
Nesse sentido a proposta pedagógica é o plano orientador das ações da
instituição escolar que define metas para o desenvolvimento e a aprendizagem das
crianças e jovens.

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4.3 ETAPAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA:

Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio

4.4 MODALIDADES DA EDUCAÇÃO BÁSICA:

Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial, Educação Profissional e


Tecnológica, Educação Básica do Campo, Educação Escolar Indígena, Educação
Escolar Quilombola, Educação à Distância.

A Base nacional possui tema transversal que dialoga com as diversas áreas do
conhecimento e componentes curriculares, de forma a possibilitar ao estudante
compreender como concretizar suas aspirações e prepará-lo para a tomada de decisões
financeiras mais autônomas, conscientes e responsáveis, ao longo da vida.
Também está envolvida com a transversalidade, pois é entendida como uma
forma de organizar o trabalho didático-pedagógico em que temas, eixos temáticos são
integrados às disciplinas, às áreas ditas convencionais de forma a estarem presentes
em todas elas.

4.5 TEMA INTEGRADOR CONSUMO E EDUCAÇÃO FINANCEIRA (CEF)

Os temas integradores perpassam os objetivos de aprendizagem de diversos


componentes curriculares nas diferentes etapas da educação básica. E, estabelecem a
integração entre os componentes de uma mesma área e entre as diferentes áreas.

4.5.1 DEMAIS TEMAS INTEGRADORES NA BNC:

 Ética, direitos humanos e cidadania;


 Sustentabilidade;
 Tecnologias digitais;
 Culturas africanas e indígenas.

4.5.2 PROBLEMATIZAÇÃO DA SOCIEDADE DO CONSUMO:

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 Valores de duração e de permanência foram substituídos pelo transitório e novo


na contemporaneidade;
 Sensação de desatualização;
 Tendência ao consumo instantâneo.

5. CONTEXTO DESFAVORÁVEL AO PLANEJAMENTO DE LONGO PRAZO -


CONSUMO E EDUCAÇÃO FINANCEIRA (CEF).

É possível verificar que, na contemporaneidade, as mercadorias possibilitam


identidade, pertencimento e reconhecimento social, configurando-se como indicadores
de distinção entre sujeitos e grupos. As práticas de consumo estão vinculadas a uma
identificação do sujeito como pertencentes a determinado estrato social, grupo etário,
gênero, estilo de vida, dentre outros marcadores de pertencimento social.
A capacidade – ou não – de consumir configura-se como critério de inclusão e exclusão
social.

6. DIMENSÕES DO TRABALHO COM EDUCAÇÃO FINANCEIRA.


6.1 MATERIAIS PEDAGÓGICOS:

Existem alguns materiais didáticos adequados ao ensino da educação financeira,


são os livros didáticos que pertencem Programa Educação Financeira nas Escolas -
creative commons licence – são materiais que permitem o compartilhamento e o uso da
criatividade e do conhecimento através de licenças jurídicas gratuitas
(www.portal.mec.gov.br). O Brasil não recomenda material específico de educação
financeira para crianças, jovens e adultos.
Contudo, existem materiais diferenciados sobre a temática elaborados tanto por
entidades governamentais, quanto por instituições de ensino e pela iniciativa privada.
Quanto à idade, o ensino da temática deve começar com crianças muito pequenas,
matriculadas em creches e pré-escolas que são espaços de produção de formas de
sociabilidade e de subjetividades, comprometidas com a cidadania, com a dignidade da
pessoa humana e com as necessidades de defesa do meio ambiente.

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Outros públicos: adultos e idosos brasileiros. No Brasil enfrenta-se problemática


desafiadora que é trabalhar a educação financeira com idosos de classes populares, de
baixa escolaridade e renda.

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