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Soldagem

PROF. ME. LUCAS ANINGER


Tensões Residuais
Introdução
As regiões aquecidas tendem a se dilatar, mas a dilatação é
dificultada pelas partes próximas em temperaturas menores,
provocando deformações elásticas e eventualmente plásticas.
Como resultado, tensões residuais e distorções se desenvolvem
na junta.

CONCEITO: Tensões residuais são residuais são aquelas que


permanecem na peça quando todas as solicitações externas são
removidas.

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Tensões Residuais
Introdução
O desenvolvimento das tensões residuais em peças e estruturas
soldadas pode gerar diversos problemas, como:

 Formação de trincas
 Propensão a ocorrência de fadiga ou fratura frágil
 Perda de estabilidade dimensional
 Dificultar ou inviabilizar montagem de componentes

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Tensões Residuais

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Tensões Residuais
Quando um metal é aquecido, suas dimensões aumentam
proporcionalmente à variação de temperatura, de acordo com a
equação:

Δ𝑙 = 𝑙 − 𝑙0 = 𝑙0 ∙ 𝛼 ∙ ΔT = 𝑙0 ∙ 𝛼 ∙ (T − 𝑇0 )

•Se um objeto for aquecido e resfriado uniformente e não existir


restrições às suas variações dimensionais, estas não resultam
em efeitos mecânicos importantes.

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Tensões Residuais
Porém, como ocorre na soldagem, se a variação de temperatura
não for uniforme ao longo da peça ou se esta não puder se
expandir ou contrair livremente durante o ciclo térmico,
tensões residuais e/ou distorções podem se desenvolver.

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Tensões Residuais

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Tensões Residuais

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Tensões Residuais

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Consequências das Tensões
Residuais
Quando um componente soldados, que possui tensões
residuais, é carregado por tensões de tração, as tensões
residuais se somam às tensões do carregamentos.

Assim, o local com tensão residual mais elevada atinge primeiro


as condições de escoamento, deformando plasticamente. Esta
deformação diminui as diferenças dimensionais que causam as
tensões residuais, reduzindo assim as tensões residuais quando
o carregamento externo é retirado.

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Consequências das Tensões
Residuais
Esta análise nos permite concluir que:
 Tensões residuais apresentam maior impacto em fenômenos
que ocorrem com tensões abaixo do limite de escoamento do
material.
Em estruturas carregadas, quanto maior o carregamento,
menor o efeito das tensões residuais.
 Se a estrutura é carregada além do limite de escoamento o
efeito das tensões residuais se torna desprezível.
 Métodos de solicitação mecânica podem ser utilizados para
diminuir tensões residuais.

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Consequências das Tensões
Residuais
Comportamento em fadiga
A presença de tensões residuais de compressão na superfície de
um componente reduz a chance de iniciação de trincas de
fadiga.

Já a presença de tensões residuais de tração tem um efeito


negativo quanto à fadiga, embora não existam resultados claros
quanto a este efeito.

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Consequências das Tensões
Residuais
Fratura frágil
Estruturas soldadas são propensas à falha por fratura frágil
devido principalmente a:
 possuir estrutura monolítica;
 apresentar alterações estruturais (i.g. aumento do tamanho
do grão), as quais reduzem a tenacidade do material;
 região de solda apresentar descontinuidades (trincas, inclusão
de escória) que atuam como concentradores de tensão e
pontos de nucleação de trincas;
 presença de tensões residuais de tração elevadas.

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Consequências das Tensões
Residuais
Fratura frágil
A fratura frágil é favorecida por baixa temperatura, alta taxa de
deformação e espessura, presença de concentradores de
tensão ou de microestrutura de baixa tenacidade (destes
fatores diversos podem ser encontrados em uma junta
soldada).
Nestas situações as tensões residuais podem ser
suficientemente elevadas ou adicionadas às tensões externas
podem causar a fratura frágil.
Por causa disso, em diversas situações, componentes soldados
são tratados termicamente para alívio de tensões residuais
e/ou refino da estrutura.

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Consequências das Tensões
Residuais
Formação de trincas em soldas
As trincas podem ser associadas basicamente a dois fatores:
uma solicitação (tensão residual de tração) e uma incapacidade
do material, as vezes momentânea, de acomodar esta
solicitação deformando-se plasticamente.

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Consequências das Tensões
Residuais
Corrosão sob tensão
Na presença de um ambiente agressivo, trincas de corrosão
podem se desenvolver de forma acelerada devido à presença
de tensões de tração.
No caso de aços estruturais ao carbono ou baixa liga, por
exemplo, este fenômeno é desencadeado pelo contato com
hidróxidos ou com sulfeto de hidrogênio.

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Consequências das Tensões
Residuais
Instabilidade dimensional
Quando um componente soldado é submetido a uma operação
de remoção de material, o equilíbrio das forças responsáveis
pelas tensões residuais é perturbado.
Para restaurar o equilíbrio das forças, o componente sofre
pequenas distorções que causam uma redistribuição das
tensões residuais.
Este processo pode ser usado para a medida das tensões
residuais, mas pode, também, causar problema na usinagem de
precisão de componentes com tensões residuais.

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Controle e alívio das tensões
residuais
Após a soldagem as tensões residuais podem ser aliviadas por
métodos térmicos ou mecânicos:
Processos mecânicos

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Controle e alívio das tensões
residuais
Após a soldagem as tensões residuais podem ser aliviadas por
métodos térmicos ou mecânicos:
Processos térmicos

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Referência
MARQUES, P. V.; MODENESI, P. J.; BRACARENSE, A. Q. Soldagem:
Fundamentos e Tecnologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.

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