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22 A partir das informações presentes no texto, considere as afirmativas a seguir.
I. O Brasil é o país de maior destaque no mundo em desrespeito aos direitos humanos nas prisões.
II. A sociedade organizada tornará possível a construção de 14 novos presídios no Paraná em 2014.
III. Há uma crítica à cultura de descaso em relação ao sistema prisional brasileiro.
IV. O sistema prisional brasileiro carece de projetos capazes de reabilitar os presos.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
24 A expressão “agarrou esse touro à unha” revela uma figura de linguagem muito comum nos textos.
Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, esse recurso de linguagem.
a) Metáfora: consiste em designar alguma coisa, mediante uma palavra ou expressão cujo significado tem uma
relação de semelhança ou analogia.
b) Personificação: figura que consiste em atribuir qualidades humanas a animais e coisas.
c) Ironia: figura de linguagem em que se diz o contrário do que se quer dar a entender.
d) Hipérbole: consiste em enfatizar ou exagerar no significado de palavras, expressões ou frases.
e) Eufemismo: figura de linguagem que substitui um termo grosseiro por outro mais suave.
25 A partir do fragmento “... fazendo crescer o obscurantismo em torno das matrizes da violência”, assinale
a alternativa que apresenta, corretamente, o sentido expresso pelo termo em destaque.
a) O estado de desconfiança.
b) O estado de obsessão.
c) A falta de determinação.
d) A falta de punição.
e) O estado de completa ignorância.
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LÍNGUA PORTUGUESA
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ADVOGADO JR – PROVA TIPO 3
PARANAPREVIDÊNCIA
LÍNGUA PORTUGUESA
No Brasil, as universidades estão entre as instituições públicas mais submetidas a avaliações externas
de desempenho. Além de contrariar o princípio da autonomia, previsto no Art. 207 da Constituição
Federal, tal excesso de cobrança também pode ser considerado anômalo por induzir desvios de função,
em detrimento da geração de bens públicos que não podem ser adequadamente aferidos por meio de indi-
cadores quantitativos.
Em contraste com as atividades produtivas agrícolas e industriais, ou nas áreas de segurança, saúde,
transporte e energia, os “inputs” e “outputs” mais essenciais da “função de produção acadêmica” envolvem
coisas intangíveis como pensamentos e ideias científicas, políticas ou artísticas.
Podem-se somar quantidades de diplomas concedidos ou de artigos publicados em revistas indexadas,
mas não os conteúdos dos diplomados e das publicações. Além disso, atividades como as filosóficas e as
científicas são caracterizadas por períodos de gestação longos e variáveis, incompatíveis com os objetivos
imediatistas subjacentes à ação dos órgãos avaliadores.
Desde o início da peregrinação científica de Charles Darwin, no navio Beagle, até a publicação da “Origem
das Espécies”, passaram-se 18 anos. Pelos critérios de avaliação vigentes hoje nas universidades brasilei-
ras, esforços científicos de grande fôlego, como o de Darwin, estão completamente fora de cogitação.
Durante o tempo que levou para concluir a teoria da relatividade geral, Albert Einstein publicou alguns ar-
tigos em revistas científicas, mas não com intuitos “carreiristas” e sim porque precisava se comunicar com
os colegas, para melhor conduzir suas investigações.
Outro bom exemplo é Sócrates, que não deixou nada escrito. Sua atividade consistia em pensar e formar
ideias que expressava apenas oralmente, pois considerava que escrever era desperdício de tempo.
No entanto, através dos discípulos, suas ideias contribuíram para a formação de parte substancial do
acervo cultural da humanidade.
Se vivesse hoje como professor da universidade pública brasileira, ele seria apenas mais um dos atirados
na vala comum dos improdutivos, por causa de metodologias de avaliação insufladoras de um “produti-
vismo” que, no longo prazo, tende a levar a resultados piores do que os que naturalmente ocorreriam se
elas nunca tivessem existido.
Em consequência do excesso de avaliações e cobranças de produtividade, presencia-se hoje nas uni-
versidades públicas brasileiras um ambiente extremamente competitivo, estressante e direcionado para a
produção de bens de mercado.
Tirando o que é gasto na elaboração de projetos, produção em massa de artigos, preenchimento de rela-
tórios, atualização de currículos, participações cada vez mais frequentes em bancas, reuniões etc., sobra
pouco tempo para pensar e outras finalidades importantes, como aperfeiçoar metodologias de ensino ou
enriquecer conteúdos disciplinares.
Quando o “produtivismo” impera na academia, aulas, conferências e palestras brilhantes ou qualquer ou-
tro tipo de comunicação fora dos meios reconhecidos não contam, por mais que sirvam para solucionar
problemas, enriquecer espíritos ou abrir novos caminhos de pensamento.
Esse é o cenário de uma universidade heterônoma, que está sendo conduzida por interesses consorciados
de empresas que demandam serviços tecnológicos, famílias que almejam mais oportunidades de acesso
a vagas gratuitas no Ensino Superior, “oligarquias científicas” que legitimam seus privilégios impondo sis-
temas de avaliação ad hoc e governantes mais comprometidos com o projeto de poder de seus partidos
do que com o futuro na nação.
(SILVA, J. M. A. A quem as universidades estão servindo? Folha de S. Paulo. 6 out. 2012, p. A3.)
1 Assinale a alternativa que explica corretamente o uso do termo “anômalo”, empregado pelo autor no
1º parágrafo do texto.
a) Está associado ao excesso anormal de cobrança que se faz por meio de uma aferição inadequada.
b) Decorre da prática incomum de recorrer a indicadores quantitativos na avaliação de universidades públicas e
privadas.
c) A ideia expressa pelo termo, que concorda com “excesso”, é estabelecer o contraste com a indução de desvios
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de função.
d) A ideia expressa pelo termo é qualificar o excesso de cobrança e o princípio da autonomia.
e) Assim como em “previsto”, o termo está no masculino para concordar com “princípio”.
2 Os pares, a seguir, são compostos por elementos que, segundo o autor, se contrapõem quanto à possibi-
lidade e adequação de quantificação.
I. “atividades produtivas agrícolas e industriais” e “artigos publicados em revistas indexadas”.
II. “coisas intangíveis” e “conteúdos dos diplomados e das publicações”.
III. “diplomas concedidos” e “geração de bens públicos”.
IV. “participações cada vez mais frequentes em bancas” e “pensamentos e ideias científicas, políticas
ou artísticas”.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
3 Sobre a forma verbal “estão”, presente no 4º parágrafo, assinale a alternativa correta.
a) O tempo verbal indica que as pesquisas longas justificavam-se no passado, enquanto, no presente, elas são
preteridas pelos pesquisadores, a despeito dos padrões atuais de produtividade.
b) O tempo verbal reflete o modo atual de avaliar as universidades brasileiras, segundo o qual a dedicação de
anos à pesquisa, sem a publicação de artigos ao longo desse tempo, é algo a ser descartado.
c) A forma verbal está no presente, como uma estratégia de coerência naquele parágrafo que possui outra forma
verbal no mesmo tempo.
d) A forma verbal está no plural para concordar com o sujeito “critérios de avaliação vigentes hoje nas universida-
des brasileiras”.
e) Assim como em “...passaram-se 18 anos”, trecho presente no mesmo parágrafo, a forma verbal está anteposta
ao sujeito.
4 De acordo com o texto, no que se refere a Darwin, Einstein e Sócrates, assinale a alternativa correta.
a) Reconhecem-se variações no caráter rudimentar das trajetórias de Darwin e Einstein: o primeiro é condenado
pela duração pouco produtiva de sua pesquisa; o segundo é saudado pelo processo paulatino de compartilha-
mento e difusão de suas descobertas.
b) São contrapostas avaliações contemporâneas atribuídas a Darwin e Sócrates: o primeiro é apontado como
um pesquisador obsoleto e ultrapassado; o segundo tem seu legado valorizado mesmo no ambiente científico
rigoroso do presente.
c) São focalizadas as diferenças nas repercussões das pesquisas de Darwin e Einstein: lamenta-se o ostracismo
atual em que se encontra o primeiro, enquanto é exaltada a falta de ambição do segundo.
d) São equiparados Einstein e Sócrates quanto ao uso da escrita para a divulgação de suas pesquisas: a inclusão
do termo “também” em “não deixou nada escrito” tornaria a comparação entre as duas posturas ainda mais
precisa.
e) Identificam-se pontos de contato nos percursos de Einstein e Sócrates: no primeiro, é enfatizada a necessidade
de comunicação com os pares; no segundo, é ressaltada a expressão oral no contato com discípulos como
canal privilegiado.
5 Sobre o reflexo das ideias de “períodos de gestação longos e variáveis” e “objetivos imediatistas”, ex-
pressões presentes no 3º parágrafo, nas alusões a Darwin, Einstein e Sócrates, assinale a alternativa
correta.
a) A referência a Einstein apresenta a ressalva de que aquele cientista publicava artigos porque reconhecia, já
naquela época, a pressão dos “objetivos imediatistas”.
b) A referência à ausência de “intuitos carreiristas” em Einstein significa a adesão do cientista aos “objetivos
imediatistas”.
c) A referência a Sócrates e seu repúdio pelo “desperdício de tempo” é produto do endosso da atemporalidade
dos “objetivos imediatistas” na prática filosófica em geral.
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d) A referência a Darwin contém exemplo nítido e mensurado de “períodos de gestação longos e variáveis” que
caracterizam as atividades científicas.
e) A referência à distância entre Sócrates e a escrita corrobora a maleabilidade das avaliações atuais diante das
produções escritas com “períodos de gestação longos e variáveis”.
LÍNGUA PORTUGUESA
A manifestação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em entrevista ao Estado, contrária à re-
dução da maioridade penal, apenas indica que o governo brasileiro não tem resposta para a crescente e
disseminada violência que aterroriza o País. É compreensível, na retórica jurídica do professor de direito
de uma universidade católica, a afirmação de valores da civilização contra o clamor repressivo dos que
têm medo. Mas a entrevista não o é quando indica que a política do governo, de que ele é membro, se
limita a resistir à alteração penal que muitos pretendem. O ministro teme que reduzir a maioridade penal
e ampliar o tempo de permanência na cadeia de jovens assassinos os torne criminosos porque a cadeia
é uma escola de crime. Mas, eles já são criminosos de crimes violentos! O que mais podem aprender
os autores de crimes recentes que se situam no âmbito da pura barbárie? O que não quer dizer que a
extensão da pena para os criminosos violentos que sejam menores de idade vá resolver o problema grave
das causas da criminalidade juvenil.
Vários dos autores de crimes hediondos, do noticiário recente e remoto, são indivíduos, menores aí in-
cluídos, que não frequentaram a escola de crimes que a cadeia seria. Os crimes foram aprendidos e
maquinados fora da prisão, em casa, na vizinhança, nas ruas. Os que querem a redução da maioridade
penal querem mais tempo de cadeia para autores de crimes medonhos, crimes inexplicáveis, como o as-
sassinato da dentista de São Bernardo do Campo, queimada viva. Ou, nos mesmos dias, a pouco noticiada
violência sofrida por uma idosa e sua filha, na roça no interior da Bahia, com estupro e assassinato de uma
delas, com um tiro, depois de lhe terem enfiado uma escopeta na vagina. Ou o caso do assassinato dos
jovens Liana Friedenbach e Felipe Caffé, torturados (ela estuprada) e assassinados bárbara e cruelmente
na zona rural de Embu Guaçu, há dez anos, por um grupo de que fazia parte um menor de idade.
A retórica jurídica pode convencer na sala de aula, mas não convence nem tranquiliza quem vive cotidia-
namente situações de risco na rua e até em casa. Ao contrário, só aumenta a certeza de que o Estado
brasileiro não sabe o que fazer. Nosso liberalismo livresco não gerou convicções nem se enraizou na cul-
tura popular. Liberdade, aqui, acaba sendo entendida como permissividade na concepção de que tudo é
lícito desde que se escape. Aqui, a liberdade não é propriamente um direito dos cidadãos, mas um álibi
dos espertos. A liberdade ingenuamente concebida apenas cria inimigos da liberdade, na disseminação
da convicção de que o direito é um instrumento do crime. O mesmo vale para os chamados direitos hu-
manos, justos, porém mal justificados e pior compreendidos. A liberdade é, sem dúvida, um direito e um
bem, que, no entanto, se nutre e justifica pelo recíproco reconhecimento da liberdade e da vida alheias
como um direito e um bem do outro. É um bem social e não apenas individual. A liberdade e os direitos
humanos são aquisições cotidianas, pelas quais se paga reconhecendo os direitos humanos do outro. Os
inadimplentes ficam em débito com a sociedade, cabendo à Justiça cobrar a dívida em nome do credor,
que é a sociedade desarmada.
O sistema judicial liberalizante e benevolente, na cultura do medo, em vez de assegurar justiça estimula a
iniquidade do justiçamento popular. A sociedade retoma pela violência o direito originário à justiça quando
as instituições falham no desempenho do que é mera representação e condicional delegação de responsa-
bilidades. O Brasil está entre os países que mais lincham no mundo. Temos de quatro a cinco linchamentos
e tentativas de linchamento por semana, nas várias regiões do País. Linchamento é também barbárie e,
no fundo, expressão da mesma cultura dos crimes que os linchadores querem vingar. Pesquiso essa mo-
dalidade de violência coletiva há anos. Ela é sempre manifestação de descrença na Justiça. Reveste-se,
na maioria dos casos, da mesma crueldade que caracteriza os crimes que por meio dela a sociedade da
rua pretende punir. Nos casos extremos, o linchamento, além da mutilação de sua vítima, culmina com sua
queima ainda viva. A matriz da cultura do crime é a mesma da punição do crime. Ou seja, estamos em
face de um problema estrutural da sociedade, um “defeito” de funcionamento, que, sob diferentes formas
de manifestação, se apresenta como expressão dos “maus” e também dos “bons”.
(Adaptado de: MARTINS, J. S. Direitos de todos os humanos. Estado de S. Paulo. 5 maio 2013. p.E3.)
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No trecho “Mas a entrevista não o é...”, o pronome substitui
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a) “o clamor repressivo dos que têm medo”.
b) “ministro da Justiça”.
c) “medo”.
d) “compreensível”.
e) “afirmação de valores da civilização”.
2 A preposição “de”, em “de que ele é membro”, justifica-se por
a) anteceder o objeto indireto que complementa o verbo existente na frase.
b) dar destaque à enumeração presente na frase.
c) estar situada após a vírgula.
d) haver já uma preposição antes do termo antecedente “governo”.
e) ser uma exigência do termo “membro”.
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e) Ministro e autor do texto têm perspectivas diferentes: o primeiro considera que a escola do crime terá efeitos
perversos sobre os jovens infratores, enquanto o segundo avalia que o tempo maior na cadeia poderá reabilitá-
-los.
6 Assinale a alternativa que explica, corretamente, os exemplos citados no segundo parágrafo.
a) São crimes citados pelo autor do texto como exemplos detalhados de práticas violentas que, segundo algumas
pessoas, requerem punições mais rigorosas do que as previstas atualmente.
b) São crimes cuja repercussão serviu de argumento aos detratores da redução da maioridade penal uma vez
que seus autores tiveram pouco contato com “a escola de crimes”.
c) São crimes elencados pelo autor do texto em decorrência do caráter de inexperiência de seus autores como
ponto comum aos delitos.
d) São crimes que têm seu caráter cruel injustificado pela pouca idade dos delinquentes, o que inviabiliza a
discussão sobre a redução da maioridade penal.
e) São crimes sem explicação, pois seus planejamentos ocorreram em ambientes e circunstâncias desfavoráveis
à disseminação da marginalidade.
7 Os termos “hediondos” e “medonhos” são empregados para qualificar “crimes” no segundo parágrafo.
Os termos podem, sem prejuízo do sentido original, ser substituídos, respectivamente, por
a) aterradores e receosos.
b) hedônicos e repugnantes.
c) inimputáveis e repulsivos.
d) peremptórios e assombradiços.
e) sórdidos e pavorosos.
8 Sobre os termos “porém” e “no entanto”, utilizados no terceiro parágrafo, assinale a alternativa correta.
a) “porém” assume na frase um sentido de nome, de substantivo, diferente do seu caráter mais habitual, que é de
conectivo.
b) “porém” é empregado para contrapor qualificações dos direitos humanos.
c) “porém” pode ser deslocado para o início da frase sem comprometer o sentido original.
d) “no entanto” é usado para contrapor deturpações do conceito de liberdade, ora valorizada como um direito e
um bem, ora alienada do debate sobre os direitos humanos.
e) “no entanto” pode ser substituído por “enquanto”, sem prejuízo do sentido original.
I. “ela”, em “Ela é sempre manifestação de descrença...”, retoma “essa modalidade de violência cole-
tiva”.
II. “dela”, em “que por meio dela a sociedade pretende punir”, retoma “maioria dos casos”.
III. “sua”, em “culmina com sua queima ainda viva”, retoma “mutilação de sua vítima”.
IV. “sua”, em “além da mutilação de sua vítima”, retoma “linchamento”.
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11 Quanto às ideias expressas no texto a respeito do linchamento, assinale a alternativa correta.
a) De acordo com o autor, a “sociedade da rua” e a Justiça se equiparam no que se refere à crueldade com que
ambas punem os crimes.
b) O autor propõe leituras e medidas específicas para linchamentos brutais e linchamentos que derivam de falhas
na “delegação de responsabilidades”.
c) A apresentação de dados estatísticos pelo autor tem o propósito de alertar para a barbárie dos linchamentos
brasileiros como uma prática que destoa dos “países que mais lincham no mundo”.
d) A ideia de considerar o linchamento “manifestação de descrença na Justiça” coexiste com o reconhecimento
da barbárie envolvida no ato de linchar, mas serve também para desnudar a sensação de impunidade.
e) A “modalidade de violência coletiva” a que o autor se refere aproxima-se dos crimes bárbaros, diferenciando-se,
contudo, pela legitimidade atribuída a cada uma das infrações.
12 Sobre os termos “bons” e “maus”, utilizados entre aspas, assinale a alternativa correta.
a) Os bons são as vítimas de crimes e de linchamentos; os maus são os autores de crimes bárbaros e linchadores.
b) Os bons são os cidadãos que se negam a participar de crimes e linchamentos; os maus aderem a esses
delitos.
c) Os bons são os linchadores; os maus são as vítimas do linchamento.
d) Os bons são os que acreditam fazer justiça ao punir com o linchamento; os maus são os autores dos crimes
bárbaros.
e) Os bons são os que delegam a punição para a lei e para a Justiça; os maus são os que punem “com as próprias
mãos”.
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PORTUGUÊS
02. No trecho: “O preço de um prato não tem limite quando você combina os ingredientes comestíveis mais raros
com uma cara-de-pau de imprimir cifras de 5 dígitos na coluna da direita do cardápio”, o autor mostra-se:
a) Indignado.
b) Incongruente.
c) Conservador.
d) Infiel.
e) Contraditório.
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03. De acordo com o texto, considere as afirmativas a seguir.
I. Em “Também há relação entre oferta e procura – algo de custo relativamente pequeno pode encarecer quando
é produzido em escala reduzida [...]”, o verbo grifado é impessoal e está indicando tempo decorrido.
II. Em “[...] junta-se ainda o cachê de um bom chef de cozinha e as despesas que um estabelecimento tem para
se manter [...]”, a partícula grifada é um pronome relativo e retoma o antecedente despesas.
III. Em “Ninguém come meio quilo de caviar de uma vez, mas não dá para dizer o mesmo do bife wagyu”, a
partícula grifada corrobora o exposto anteriormente.
IV. Em “Um sashimi com 10 gramas é vendido por cerca de R$ 90,00 nos restaurantes de Tóquio, a palavra
grifada pertence ao gênero masculino”.
Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas:
a) I e IV.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.
04. Assinale a alternativa em que todas as palavras são acentuadas pela mesma razão:
05. Considere as afirmativas a seguir, cujas palavras sublinhadas estão interpretadas entre parênteses.
I. “Mas o que faz uma comida valer quantias absurdas?” (abusivas)
II. “[...] algo de custo relativamente pequeno pode encarecer quando é produzido em escala muito reduzida para
a demanda”. (procura)
III. “Alguns itens são objeto de intenso debate sobre a licitude de seu consumo”. (liberdade)
IV. “[...] ela é um cogumelo subterrâneo que cresce em simbiose com raízes de algumas árvores”. (desacordo)
Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas:
a) I e II.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.
10. “As mudanças climáticas são apenas uma das causas que estão estressando o planeta. [...] Na terra, por
exemplo, 50% do planeta, hoje, está domesticada de forma direta pelo homem. Esse uso indevido do solo gera
erosões nas grandes cidades até diminuição nas dimensões das praias nas zonas litorâneas. No mar, a pesca
predatória já ocorre sobre 75% das espécies de valor comercial. Além disso, a atmosfera, por causa também do
homem, apresenta uma variabilidade que foge dos padrões naturais existentes nos últimos 650 mil anos. A
extinção das espécies vegetais e animais também atingiu padrões irreais neste século. Os cientistas do IGBP
(Programa Internacional Geosfera-Biosfera,em inglês) concordam que o mundo está assistindo à sexta grande
onda de extinção de todos os tempos”.
Fonte: Terra está sob forte estresse, diz estudo. Folha de São Paulo, 05/02/2007.
a) Que a superação dos graves problemas ambientais contemporâneos exige que o planeta seja tratado como
um sistema – a terra (geosfera) e a vida (biosfera).
b) O aquecimento global provocado pelo aumento do efeito estufa é o problema mais grave enfrentado pela
espécie humana, atualmente.
c) Os problemas climáticos atingiram tal gravidade nos últimos 200 anos que não existe mais a possibilidade de
solucioná-los.
d) O protocolo de Kyoto representa uma medida suficiente para a solução dos problemas ambientais
contemporâneos.
e) A pesca predatória é o principal fator de extinção da vida marinha no planeta e uma convenção internacional é
necessária para coibi-la.
11. “‘Meu nome é Micah Stahis e sou soldado especialista do exército dos Estados Unidos. [...] Sou um grego-
americano [...]’. Decidi que um período de dois anos no exército dos Estados Unidos seria o melhor a fazer, visto
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que seria pago e, portanto, poderia ajudar financeiramente minha mãe. Meu oficial de recrutamento me disse que
não havia a possibilidade de eu acabar no Iraque, visto que Bush havia anunciado o fim das operações especiais.
Para resumir, descobri, dois meses atrás que vou para o Iraque. [...] meus superiores me dizem que só estamos
cumprindo ordens ao ir para o Iraque. Eles acreditam que isso, de algum modo, nos absolve de qualquer
responsabilidade. Os nazistas também só cumpriam ordens [...]”.
Fonte: “Um soldado enviado para o Iraque”. In: MOORE, M. Cartas da zona de guerra. São Paulo: Francis, 2004, p. 51-2.
a) Há uma unanimidade nos Estados Unidos da América acerca dos malefícios sociais provocados pela guerra
com o Iraque, o que levou a um movimento massivo de oposição ao governo Bush.
b) Todos, nos Estados Unidos, concordam quanto à justiça da guerra contra o Iraque, uma vez que a mesma
permitiu a redemocratização daquele país, reinserindo-o no concerto das nações civilizadas.
c) Dentre as razões que levaram o soldado Micah a alistar-se no exército dos Estados Unidos da América, a
questão econômica foi importante,ainda assim , ele revela possuir uma visão crítica da política de seu país.
d) Há um consenso na opinião pública nos Estados Unidos da América acerca das incongruências da política
externa do governo Bush e dos malefícios provocados por esta política.
e) Os governos do Iraque e dos Estados Unidos envolveram-se em uma guerra diante da qual as populações de
ambos os países ficaram perplexas devido às selvagerias praticadas nas frentes de batalha.
12. “[...] Rejeitar uma globalização que assegure plena liberdade de movimento para as coisas e para o dinheiro e
pouca liberdade de movimento para as pessoas e para as idéias [...]. Construir a economia mundial sobre a base
do trabalho livre, não de um assalariado que pouco difira da escravidão. A aceitação por países em
desenvolvimento de padrões de valorização do trabalhador e de seus direitos deve ter duas contrapartidas: o
maior acesso aos mercados dos países ricos e a revisão de um regime de propriedade intelectual que restringe o
potencial produtivo das inovações tecnológicas e científicas”.
Fonte: UNGER, R. M. Outra Globalização. Folha de São Paulo 02/01/07.
LÍNGUA PORTUGUESA
Coleção macabra
Maior hospital infantil da Europa retirava órgãos do corpo de crianças sem autorização dos pais
1 Um relatório divulgado pelo Ministério da Saúde da Inglaterra na última terça-feira causou espanto e horror ao
2 expor uma prática comum nos meios médicos e até recentemente desconhecida do resto do país: a retirada, sem
3 o consentimento dos pais, de órgãos do corpo de crianças mortas, para serem usados em pesquisas. O escân-
4 dalo pulverizou a reputação do maior hospital infantil da Europa, o Alder Hey, em Liverpool, em cujos laboratórios
5 foram encontrados 2.128 corações, mais de 2.000 fetos, 188 olhos, 147 cérebros e outras partes, incluindo a
6 cabeça completa de um menino de 11 anos. O relatório indica que hospitais do país guardam 105.000 órgãos
7 humanos. Além de serem retirados sem autorização, os órgãos nem sempre se destinavam a fins em princípio
8 louváveis. No Alder Hey foi descoberto um depósito atulhado de órgãos desvinculados de qualquer pesquisa.
9 Em dois outros hospitais, os médicos admitiram que venderam órgãos a laboratórios farmacêuticos. O caso
10 mais recente foi a extração do timo, glândula usada na produção de medicamentos que demandam hormônios.
11 O principal acusado no caso do escândalo dos órgãos é o médico holandês Richard Van Velzen, que dirigiu Alder
12 Hey entre 1988 e 1995. “Nesse período a retirada de órgãos se tornou uma prática obrigatória no hospital”, disse
13 o ministro da Saúde, Alan Milburn. Van Velzen, que voltou à Holanda, está sendo processado no Canadá pelo
14 mesmo crime.
15 O caso expôs as diferenças na maneira de ver a morte dos cientistas, que encaram o cadáver como um objeto
16 de estudo, e dos familiares, para os quais a inviolabilidade do corpo tem um valor cultural e emocional arraigadís-
17 simo. No mundo ocidental, o avanço da ciência ou a doação para salvar vidas justificam o uso do corpo, mas a
18 ética exige o consentimento da família. “Um cadáver não é uma pessoa, mas não pode ser tratado como coisa”,
19 diz Marco Segre, professor de medicina legal e ética médica da Universidade de São Paulo. Segundo o relatório
20 do Ministério da Saúde, 1.600 crianças teriam morrido sem as pesquisas feitas no hospital Alder Hey. A maioria
21 dos pais afetados pelo escândalo aceitou o uso científico. A indignação vem do descaso dos médicos em obter
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22 uma autorização dos familiares.
(Adaptado de: Revista Veja, edição 1686 - 07 fev. 2001. Disponível em: <www.veja.abril.com.br>. Acesso em 25 dez. 2009.)
I. A utilização de órgãos para pesquisas ou para salvar outras pessoas é prática justificada nas sociedades
ocidentais.
II. A reportagem demonstra a tensão existente entre os avanços da medicina e o campo ético da sociedade.
III. A venda de órgãos por parte dos hospitais a laboratórios farmacêuticos é aceita em alguns países desen-
volvidos.
IV. Sociedades ocidentais são flexíveis em relação à doação de órgãos para fins científicos.
2) O escândalo “que pulverizou a reputação do maior hospital infantil da Europa” (linhas3e 4) deve-se ao fato de
3) A frase inicial do segundo parágrafo (linhas 15 a 17) apresenta uma ambiguidade, a qual pode ser eliminada
através de uma reescritura.
Considere as afirmativas a seguir.
I. O caso expôs as diferenças na maneira de ver a morte entre cientistas, que encaram o cadáver como
objeto de estudo, e familiares, para os quais a inviolabilidade do corpo tem valor cultural e emocional
arraigadíssimo.
II. O caso expôs diferentes maneiras de ver a morte: cientistas consideram um cadáver como objeto de
estudo; para os familiares, a inviolabilidade do corpo tem valor cultural e emocional arraigadíssimo.
III. O caso expôs que a morte dos cientistas, os quais veem o cadáver como objeto de estudo, é diferente da
morte dos familiares, que atribuem ao corpo inviolabilidade e valor cultural e emocional arraigadíssimo.
IV. O caso expôs as diferenças da morte dos cientistas e dos familiares. Os primeiros consideram o cadáver
como objeto de estudo; os segundos atribuem uma inviolabilidade ao corpo e um valor cultural e emocional
arraigadíssimo.
1 As aventuras vividas por policiais criados na ficção de escritores e roteiristas de cinema perpetuaram no ima-
2 ginário coletivo que a investigação criminal é uma espécie de quebra-cabeças em que somente aquele que
3 possui o famoso “faro” ou “tino” policial será capaz de revelar o verdadeiro autor de um crime. No mundo real,
4 os exemplos da literatura especializada orbitam recorrentemente em torno de crimes que deixam vestígios,
5 mormente do homicídio, afinal tal delito era (e ainda é) um afronte ao nosso bem mais precioso: a vida.
6 O crime é um fenômeno ocorrido no passado. A partir de sua notícia, os investigadores passam a diligenciar
7 na busca de provas de fatos pretéritos, distantes. Porém, o mundo, a sociedade e, por seu turno, os crimes e
8 as maneiras de se cometê-los evoluíram.
9 O avanço tecnológico, a globalização e a facilidade de comunicação, de transmissão de dados e de transporte
10 incrementaram a organização de pessoas em redes (em grupos), as quais passaram a se estruturar como
11 verdadeiras empresas na busca de auferirem vantagens ilícitas.
12 O crime, antes um fenômeno pretérito, ganha dinamismo, tratando-se do somatório de condutas latentes que
13 estão em constante movimento. Ademais, passa a ser perpetrado sem um ponto de contato visível entre seus
14 “verdadeiros” autores e a materialidade. Geralmente, aqueles que têm vínculo direto com esta última (e que
15 são presos) são a peça descartável (mais débil) da engrenagem.
16 Nesse contexto, o grau de complexidade de condutas perpetradas por esses grupos, estruturados e voltados
17 à prática de crimes que ocorrem de forma velada, sob o manto e a aparência de uma pretensa legalidade e
18 que, normalmente, contam com a participação de agentes públicos e políticos, impõe a utilização de técnicas
19 especiais de investigação.
20 De outro lado, em que pese a excelência dessas novas ferramentas investigativas, o incremento da inves-
21 tigação criminal e a qualidade das provas colhidas somente ocorrerão quando os crimes passarem a ser
22 enfrentados pela integração (cooperação mútua e troca de informações) dos (entre) órgãos estatais voltados
23 à identificação, à prevençãoeà repressão da criminalidade.
I. A revelação da autoria de um crime é tanto mais facilitada quanto maior for a integração entre os órgãos
envolvidos na investigação.
II. Os crimes, atualmente, possuem as mesmas características daqueles perpetrados no passado.
III. Os avanços tecnológicos tornaram os crimes mais complexos, mas não mudaram a maneira de investigá-
los.
IV. A ficção faz parecer que para o desvendamento de um crime são suficientes talento e lógica investigativa.
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7) Considere o trecho “No mundo real, os exemplos da literatura especializada orbitam recorrentemente em torno
de crimes que deixam vestígios, mormente do homicídio...” (linhas3a 5).
Qual das alternativas a seguir substitui os termos grifados, sem alterar o sentido do texto?
a) situam-se; obviamente.
b) são fabricados; apesar.
c) gravitam; sobretudo.
d) fixam-se; por conta.
e) são interpretados; moralmente.
8) Considere a frase: “Porém, o mundo, a sociedade e, por seu turno, os crimes e as maneiras de se cometê -los
evoluíram” (linhas7e 8).
Assinale a alternativa a seguir que a substitui corretamente.
a) Embora o mundo, a sociedade e, por seu turno, os crimes e as maneiras de se cometerem tivessem evoluído.
b) Para que o mundo, a sociedade e, por seu turno, os crimes e as maneiras de terem sido cometidos evoluíssem.
c) No entanto, o mundo, a sociedade e, por seu turno, os crimes e as maneiras de serem cometidos evoluíram.
d) Provavelmente, o mundo, a sociedade e, por seu turno, os crimes e as maneiras de se cometerem evoluirão.
e) Afinal, o mundo, a sociedade e, por sua vez, os crimes e as maneiras de se cometerem devem ser evoluídos.
Nesse contexto, o grau de complexidade de condutas perpetradas por esses grupos, estruturados e voltados
à prática de crimes que ocorrem de forma velada, sob o manto e a aparência de uma pretensa legalidade e
que, normalmente, contam com a participação de agentes públicos e políticos, impõe a utilização de técnicas
especiais de investigação.
9) O termo “impõe” concorda com
a) a prática de crimes.
b) a aparência de uma pretensa legalidade.
c) a participação de agentes públicos e políticos.
d) o grau de complexidade.
e) a utilização de técnicas especiais de investigação.
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