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UNIABC - UNIVERSIDADE GRANDE ABC/ ANHAGUERA

ARQUITETURA E URBANISMO

MARILIA BELMONTE

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO


ESTÚDIO CINEMATOGRÁFICO

SANTO ANDRÉ
2014

i
UNIABC - UNIVERSIDADE GRANDE ABC/ ANHAGUERA
ARQUITETURA E URBANISMO

MARILIA BELMONTE

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO


ESTÚDIO CINEMATOGRÁFICO

Monografia apresentada para conclusão


do Curso de Graduação em Arquitetura e
Urbanismo pela Universidade do Grande
ABC sob orientação do(a) Prof.(Prof.a)
Ms. Marcelo Teixeira

SANTO ANDRÉ
2014

ii
Dedicatória (opcional): é o espaço onde o
autor presta uma homenagem ou dedica
sua obra.

iii
AGRADECIMENTOS

Deixo aqui os meus mais sinceros agradecimentos a todas as pessoas que me


ajudaram a chegar nesta importante fase da minha vida, iniciando pelos meus pais,
José e Eliane Belmonte, que me deram a oportunidade de fazer faculdade e de
cursar a graduação de arquitetura e urbanismo. Ao meu namorado André Martins, e
meus amigos Camila de Almeida Silva e Glauber Marciano da Silva, que sempre me
apoiaram e me ajudaram nos momentos mais difíceis.
Ao meu amigo Vinicius Salles, que esteve comigo nestes 5 anos de curso,
compartilhando o esforço do dia a dia vendo valer a pena.

Quero Agradecer também ao Pedro Grilo do escritório de arquitetura CODA e a


Bruna Miranda do escritório de arquitetura Dupré, por serem atenciosos e
disponibilizarem o material necessário e fundamental para a elaboração deste
trabalho de monografia.

E por ultimo, mas não menos importante quero agradecer ao prof. Marcelo por
sempre motivar os alunos a buscarem os seus sonhos. E também ao coordenador
Miguel, que sempre foi muito atencioso e esteve sempre auxiliando a formação de
todos os alunos do curso de graduação de arquitetura e urbanismo da UNIABC, e
sempre atendendo os alunos da melhor forma possível.

iv
v
Epígrafe (opcional) :colocado aos um
agradecimento dirigido àqueles que
contribuíram de maneira relevante à
elaboração do trabalho ou uma frase
especial (informando o autor)

vi
RESUMO

Este Trabalho Final de graduação versa sobre a Arquitetura de Estúdios de


Filmagens visando um projeto arquitetônico de um complexo de estúdios
cinematográficos que possam atender a produtoras de pequeno, médio e grande
porte, além de oferecer cursos nas devidas áreas para fins de estimulo de produção
audiovisual no Brasil, com infra – estrutura necessária para trazer o mercado
estrangeiro para o pais, alem de disseminar a cultura local.
Neste trabalho serão estudadas através da pesquisa bibliográfica,analise de
correlatos de obras que apresentam relações formais e espaciais com o tema
proposto , a importância do respectivo tema abordado, sua história, a implantação
deste equipamento no contexto urbano escolhido,a arquitetura dos estúdios,
conforto acústico,tecnologias e materiais, analise da área de estudo, de forma a
fornecer todos os subsídios teóricos para o desenvolvimento do projeto a ser
implantado, possibilitando a construção de um espaço adequado com qualidade
estética, arquitetônica e urbanística. E será ilustrada com imagens, plantas baixas e
croquis, para que se torne mais fácil o entendimento para o leitor.

Palavras-chave: Estúdio Cinematográfico; Cinema; Arquitetura; Indústria


Cinematográfica.

vii
ABSTRACT
This final project is about the architecture of studios filming targeting an architectural
design of a complex of film studios that can meet the producers of small, medium and
large , in addition to offering courses in appropriate areas for the purpose of
stimulating audiovisual production in Brazil , with infra - structure needed to bring the
foreign market for the country , besides disseminating local culture .
This work will be studied through the literature search , review of related works that
present formal and spatial relationships with the theme , the importance of its subject
addressed , its history , the deployment of this equipment in selected urban context ,
architecture studios , comfort acoustic technologies and materials , analysis of the
study area , in order to provide all the theoretical development of the project to be
implemented subsidies , allowing the construction of a suitable space with aesthetic ,
architectural and urban quality. It will be illustrated with pictures, floor plans and
sketches , so that it becomes easier to understand for the reader .

Keywords: film studios; Movie; Architecture; Film Industry .

viii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1:Gravura. Espetáculo com lanterna Fonte: (página do Blog Engel Cinema)... 4
Figura 2: Foto. Celuloide Fonte: (página do Blog Kinodinamico) .................................... 5
Figura 3: Foto. Black Maria Fonte: (página do Blog edisonfordwinterestates) .............. 5
Figura 4: Foto. Irmãos Lumiere Figura 5: Foto. Irmãos Lumiere vendas .............. 6
Figura 6: Foto. Paschoal Segreto Fonte: (página do cinemabrasil online) .................. 11
Figura 7: Foto. Bijou Theatre Fonte: (página do Blog Oficial do Estadão) ................... 18
Figura 8: Foto. Bijou Theatre Demolido Fonte: (página do Blog Oficial do Estadão) . 19
Figura 9: Projeto. UFA PALACE corte Figura 10: Foto. UFA PALACE escadarias
Fonte: (Livro Salas de Cinema de Inimá Simôes) ............................................................ 20
Figura 11: Foto. UFA PALACE camarote Figura 12: Foto. UFA PALACE plateia 20
Figura 13: Foto. Estúdios Kaiser de Cinema Fachada Fonte: (página do São Paulo
Film Commission na internet) .............................................................................................. 26
Figura 14: Foto- Montagem. Entorno Fonte: Google Maps. ........................................... 29
Figura 15: Foto. Estúdios Kaiser de Cinema Vista Aerea Fonte: (página dos Estúdios
Kaiser do Cinema na internet) ............................................................................................. 30
Figura 16: Projeto. Estúdio1 Fonte: (página dos Estúdios Kaiser do Cinema na
internet) ................................................................................................................................... 31
Figura 17: Foto. Estúdio1 Fonte: (página dos Estúdios Kaiser do Cinema na internet)
.................................................................................................................................................. 32
Figura 18: Projeto. Estúdio2 Fonte: (página dos Estúdios Kaiser do Cinema na
internet) ................................................................................................................................... 33
Figura 19: Foto. Estúdio2 Fonte: (página dos Estúdios Kaiser do Cinema na internet)
.................................................................................................................................................. 33
Figura 20: Projeto. Estúdio3 Fonte: (página dos Estúdios Kaiser do Cinema na
internet) ................................................................................................................................... 34
Figura 21: Foto. Estúdio3 Fonte: (página dos Estúdios Kaiser do Cinema na internet)
.................................................................................................................................................. 35
Figura 22: Projeto. Estúdio4 Fonte: (página dos Estúdios Kaiser do Cinema na
internet) ................................................................................................................................... 36

ix
Figura 23: Foto. Estúdio4 Fonte: (página dos Estúdios Kaiser do Cinema na internet)
.................................................................................................................................................. 36
Figura 24: Projeto. Estúdio5 Fonte: (página dos Estúdios Kaiser do Cinema na
internet) ................................................................................................................................... 37
Figura 25: Foto. Estúdio5 Fonte: (página dos Estúdios Kaiser do Cinema na internet)
.................................................................................................................................................. 37
Figura 26: Projeto. Estúdio6 Fonte: (página dos Estúdios Kaiser do Cinema na
internet) ................................................................................................................................... 38
Figura 27: Foto. Estúdio6 Fonte: (página dos Estúdios Kaiser do Cinema na internet)
.................................................................................................................................................. 39
Figura 28: Projeto. Estúdio7 Fonte: (página dos Estúdios Kaiser do Cinema na
internet) ................................................................................................................................... 40
Figura 29: Projeto. Estúdio7 Fonte: (página dos Estúdios Kaiser do Cinema na
internet) ................................................................................................................................... 40
Figura 30: Foto. Fachada Principal Fonte: (página da Coda Arquitetura –
responsáveis pelo projeto) ................................................................................................... 41
Figura 31: Print. Entorno1 Fonte: (Google Maps – Street View) ................................... 44
Figura 32: Print. Entorno2 Fonte: (Google Maps – Street View) .................................. 45
Figura 33: Print. Entorno3 Fonte: (Google Maps – Street View) .................................. 45
Figura 34: Foto. Entrada Exterior Figura 35: Foto. Entrada Interior ........................ 46
Figura 36: Foto. Dinâmica Pavimentos Figura 37: Foto. Estar .................................... 47
Figura 38: Foto. Refeitório Figura 39: Foto. Sala de Edição ................. 48
Figura 40: Foto. Triagem Figura 41: Foto. Administração .............. 48
Figura 42: Foto. Reunião Figura 43: Foto. Varanda .......................... 48
Figura 44: Foto. Circulaçao e Estudio Subsolo Fonte: (página da Coda Arquitetura –
responsáveis pelo projeto) ................................................................................................... 49
Figura 45: Projeto. Planta Subsolo Fonte: (página da Coda Arquitetura –
responsáveis pelo projeto) ................................................................................................... 49
Figura 46: Projeto. Planta Terreo Fonte: (página da Coda Arquitetura – responsáveis
pelo projeto) ............................................................................................................................ 50
Figura 47: Foto.Entrada Terreo Fonte: (página da Coda Arquitetura – responsáveis
pelo projeto) ............................................................................................................................ 51

x
Figura 48: Foto.Circulaçao entre Pavimentos Fonte: (página da Coda Arquitetura –
responsáveis pelo projeto) ................................................................................................... 52
Figura 49: Projeto. 2º Piso Fonte: (página da Coda Arquitetura – responsáveis pelo
projeto)..................................................................................................................................... 53
Figura 50: Projeto. 3º Piso Fonte: (página da Coda Arquitetura – responsáveis pelo
projeto)..................................................................................................................................... 54
Figura 51: Projeto. Estrutura do Estúdio Fonte: ( Arquivo disponibilizado pela Coda
Arquitetura – responsáveis pelo projeto) ........................................................................... 55
Figura 52: Foto. Fachada Principal Fonte: (página da Coda Arquitetura –
responsáveis pelo projeto) ................................................................................................... 56
Figura 53: Foto. Fachada Lateral Esquerda Fonte: (página da Coda Arquitetura –
responsáveis pelo projeto) ................................................................................................... 57
Figura 54:Foto. Fachada Lateral Direita Fonte: (página da Coda Arquitetura –
responsáveis pelo projeto) ................................................................................................... 58
Figura 55:Foto. Fachada Fundos Fonte: (página da Coda Arquitetura –
responsáveis pelo projeto) ................................................................................................... 58
Figura 56: Foto. Foto aérea Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in
Wilmington, NC) ..................................................................................................................... 59
Figura 57:Foto. Logo Fonte: (página
http://logos.wikia.com/wiki/Screen_Gems_Pictures) ....................................................... 60
Figura 58: Foto. Foto estúdios Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in
Wilmington, NC no Facebook) ............................................................................................. 62
Figura 59: Foto.Implantação estúdios Fonte: (página da Google Earth) ...................... 63
Figura 60: Foto. Entorno 1 Fonte: (página da Google Street View) .............................. 64
Figura 61: Foto. Entorno 2 Fonte: (página da Google Street View) .............................. 64
Figura 62: Foto. Entorno 3 Fonte: (página da Google Street View) .............................. 64
Figura 63: Foto. Entorno 4 Fonte: (página da Google Street View) .............................. 65
Figura 64: Mapa Entorno Fonte: (página da wilmingtonnchomes) ................................ 65
Figura 65: Foto. Entretenimento 1 Figura 66: Foto. Entretenimento 2 . 66
Figura 67: Projeto. Implantação no Lote Fonte: (página da EUE/Screen Gems
Studios in Wilmington, NC) .................................................................................................. 67
Figura 68: Foto. Roupeiro Figura 69: Foto. Pintura de Cenários... 69

xi
Figura 70: Foto. Cinema Figura 71: Foto. Administração .................. 69
Figura 72: Foto. Armazem Figura 73: Foto. Trailers ..................................... 69
Figura 74: Foto. Estúdio e Cenários Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in
Wilmington, NC no Facebook ) ............................................................................................ 69
Figura 75: Foto. Estudio e Cenário Fonte:(página da EUE/Screen Gems Studios in
Wilmington, NC no Facebook ) ............................................................................................ 70
Figura 76: Foto. Cenários construídos Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios
in Wilmington, NC no Facebook ) ....................................................................................... 70
Figura 77: Foto. Tanque Aquatico em Estúdio Figura 78: Foto. Estudio Vazio(página
da EUE/Screen Gems Studios in Wilmington, NC no Facebook )................................. 70
Figura 79: Foto. Tanque em Estúdio2 Figura 80: Foto. Sistema ........................ 71
Figura 81: Foto. Construção de Cenários Figura 82: Foto. Depósitos................. 71
Figura 83: Foto. Espaço Multiuso Figura 84: Foto. Restaurante ............. 71
Figura 85: Foto e Projeto. Estúdio 1 Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in
Wilmington ) ............................................................................................................................ 72
Figura 86: Foto e Projeto. Estúdio 2 Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in
Wilmington ) ............................................................................................................................ 73
Figura 87: Foto e Projeto. Estúdio 3 Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in
Wilmington ) ............................................................................................................................ 74
Figura 88: Foto e Projeto. Estúdio 4 Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in
Wilmington ) ............................................................................................................................ 75
Figura 89: Foto e Projeto. Estúdio 5 Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in
Wilmington ) ............................................................................................................................ 76
Figura 90: Foto e Projeto. Estúdio 6 Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in
Wilmington ) ............................................................................................................................ 77
Figura 91: Foto e Projeto. Estúdio 7 Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in
Wilmington ) ............................................................................................................................ 78
Figura 92: Foto e Projeto. Estúdio 8 Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in
Wilmington ) ............................................................................................................................ 79
Figura 93: Foto e Projeto. Estúdio 9 Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in
Wilmington ) ............................................................................................................................ 80

xii
Figura 94: Foto e Projeto. Estúdio 10 Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios
in Wilmington ) ........................................................................................................................ 81
Figura 95: Banco de Dados Gerais Fonte: Portal IBGE ................................................. 83
Figura 96: Mapa. Macrozoneamento Fonte: (Portal da Camara Municipal de São
Paulo online) ........................................................................................................................... 89
Figura 97: Mapa. Sistema de áreas verdes Fonte: (Portal da Camara Municipal de
São Paulo online ) ................................................................................................................. 91
Figura 98: Mapa. Sistema de Drenagem 1 Fonte: (Portal da Camara Municipal de
São Paulo online ) ................................................................................................................. 92
Figura 99: Mapa. Sistema de Drenagem 2 Fonte: (Portal da Camara Municipal de
São Paulo online ) ................................................................................................................. 92
Figura 100: Mapa. Sistema de Viário Fonte: (Portal da Camara Municipal de São
Paulo online ) .......................................................................................................................... 93
Figura 101: Mapa. Melhoramento Viário 1(Portal da Camara Municipal de São Paulo
online ) ..................................................................................................................................... 93
Figura 102: Mapa. Melhoramento Viário 2 Fonte: (Portal da Camara Municipal de
São Paulo online ) ................................................................................................................. 94
Figura 103: Mapa. Melhoramento Viário 3 Fonte: (Portal da Camara Municipal de
São Paulo online ) ................................................................................................................. 94
Figura 104: Mapa. Sistema de Viário Estratégico Fonte: (Portal da Camara Municipal
de São Paulo online ) ............................................................................................................ 95
Figura 105: Mapa. Transporte Público 1 Fonte: (Portal da Camara Municipal de São
Paulo online ) .......................................................................................................................... 96
Figura 106: Mapa. Transporte Público 2 Fonte: (Portal da Camara Municipal de São
Paulo online ) .......................................................................................................................... 96
Figura 107: Mapa. Transporte Público 3 Fonte: (Portal da Camara Municipal de São
Paulo online ) .......................................................................................................................... 96
Figura 108: Mapa. Transporte Público 4 Fonte: (Portal da Camara Municipal de São
Paulo online ) .......................................................................................................................... 97
Figura 109: Foto. Vista Aérea do terreno Fonte: (página Google Maps) .................... 97
Figura 110: Mapa. Zoneamento do terreno Fonte: (página Google Maps) ................ 98

xiii
Figura 111: Foto. Vista Aérea do terreno de remanejamento Fonte: (página Google
Maps) ..................................................................................................................................... 100
Figura 112: Topografia.Curvas de nível do terreno Fonte: (página
arquicultura.fau.usp.)........................................................................................................... 100
Figura 113:Foto. Foto aérea terreno Fonte: (página online do jornal pedaço da vila)
................................................................................................................................................ 101
Figura 114:Foto. Matadouro Vila Mariana Fonte: (página online da revista acervo)
................................................................................................................................................ 104
Figura 115: Foto. Fachada Cinemateca Fonte: (flickr oficial da Cinemateca) ........... 106
Figura 116 :Projeto. Implantação Cinemateca Fonte: (Escritório Nelson Dupré) .... 106
Figura 117:Foto. Intervensão Cinemateca Fonte: (Escritório Nelson Dupré) .......... 108
Figura 118:Foto. Elemento Construtivo Fonte: (Escritório Nelson Dupré) ................ 108
Figura 119:Foto. Restauro na fachada Fonte: (Trabalho de Pós – Graduação
Mariana Marcon - USJT) .................................................................................................... 109
Figura 120:Foto. Restauro nas tesouras Fonte: (Trabalho de Pós – Graduação
Mariana Marcon - USJT) .................................................................................................... 109
Figura 121:Projeto. Sala BNDES Fonte: (Escritório Nelson Dupré)........................... 110
Figura 122:Foto. Dispositivo Sala BNDES Fonte: (Escritório Nelson Dupré) ........... 110
Figura 123:Foto. Cobertura Cinemateca Figura 123:Foto. Café Cinemateca .... 111

xiv
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: IDHM 1991-2010 Fonte: (página online Atlas Brasil 2013) .......................... 86
Gráfico 2: Evolução do IDHM Fonte: (página online Atlas Brasil 2013) ....................... 87

xv
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Dados de calculo IDHM. Fonte: SEADE (Fundação Sistema Estadual de


Análise de Dados) ................................................................................................................. 86
Tabela 2: Densidade Demográfica Fonte: (Portal da Subprefeitura Vila Mariana
online) ...................................................................................................................................... 89
Tabela 3: Caracteristicas do Lote ZM - 1/02 ..................................................................... 99
Tabela 4: Caracteristicas do Lote ZEPEC /02 .................................................................. 99

xvi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas


EUA - Estados Unidos da América
EMBRAFILME - Empresa Brasileira de Filmes S/A
ANCINE - Agência Nacional do Cinema
PAQ - Programa de Ancine de incentivo a Qualidade do Cinema
Brasileiro
FSA - Fundo Setorial do Audiovisual
FNC - Fundo Nacional de Cultura
FUNCINE - Fundos de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional
CVM - Comissão de Valores Mobiliários
BNDES - Banco nacional do desenvolvimento
CONDECINE - Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria
Cinematográfica Nacional
CONDEPHAAT - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico,
Artístico e Turístico
CONPPAC - Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural
IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional
PROAC - Programa de Ação Cultural
CIA - Companhia
BTU - British Thermal Unit
KWA - Kilowatts
DF - Distrito Federal
CODA - Cooperativa de Design e Arquitetura
CM - Centímetros
M - Metros
NC - North Carolina
EUE - Elliot Unger Elliot
TI - Tecnologia da informação
GB - Gigabyte

xvi
i
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

xvi
ii
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 1

1. APRESENTAÇÃO DO TEMA ....................................................................................... 2


1.1 Justificativa ...................................................................................................... 2
1.2 Objetivos .......................................................................................................... 2
1.3 Metodologia ...................................................................................................... 3

2. CONCEITUAÇÃO .......................................................................................................... 4
2.1 A origem da ideia de cinema .......................................................................... 4
2.2 Black Maria ....................................................................................................... 5
2.3 Os irmãos Lumiere .......................................................................................... 6
2.4 A Indústria Cinematográfica ........................................................................... 7
2.5 O Cinema e a Arte no mundo através das eras ............................................. 7
2.5.1 NA EUROPA ............................................................................................... 7
2.5.2 NOS EUA .................................................................................................... 9
2.6 A história do Cinema no Brasil ..................................................................... 11
2.7 A história do cinema em São Paulo ............................................................. 16
2.7.1 Bijou Theatre, o primeiro cinema paulistano ........................................ 18
2.7.2 Evolução dos Cinemas de São Paulo .................................................... 19
2.8 Dos Incentivos a produção cinematográfica no Brasil .............................. 21
2.8.1 Da Importância da indústria audiovisual ............................................. 22
2.8.2 Dos Orgãos responsáveis ...................................................................... 22

3. ESTUDO DE CASOS ................................................................................................... 26


3.1 ESTÚDIOS KAISER DE CINEMA ................................................................... 26
3.1.1 Aspectos Contextuais ............................................................................. 26
3.1.2 Aspectos históricos ................................................................................ 27
3.1.3 Aspectos da implantação e entorno ...................................................... 28
3.1.4 Aspectos de partido ................................................................................ 29
3.1.5 Aspectos construtivos ............................................................................ 31
3.2 FABRIKA DE FILMES..................................................................................... 40
3.2.1 Aspectos contextuais ............................................................................. 41

xix
3.2.1 Ficha técnica ........................................................................................... 42
3.2.2. Aspectos de implantação e entorno ..................................................... 43
3.2.3. Aspectos de partido ............................................................................... 45
3.2.4. Aspectos construtivos........................................................................... 46
3.3 EUE / SCREEN GEMS STUDIOS - Wilmington NC ...................................... 59
3.3.1 Aspectos contextuais ............................................................................. 59
3.3.2 Aspectos históricos ................................................................................ 60
3.3.3 Aspectos de implantação e entorno ...................................................... 62
3.3.4. Aspectos de partido ............................................................................... 66
3.3.5. Aspectos construtivos........................................................................... 67

4. CONTEXTUALIZAÇÃO................................................................................................ 83
4.1 Municipio de São Paulo................................................................................. 83
4.2 O IDHM de São Paulo .................................................................................... 84
4.3 Um breve resumo da história do Município de São Paulo ......................... 87
4.4 O Bairro da Vila Mariana ............................................................................... 88

5. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ............................................................. 97


5.1 Terreno ........................................................................................................... 98
5.2 Tombamento ................................................................................................ 101
5.3 Antigo Matadouro da Vila Mariana ............................................................. 104
5.4 Cinemateca ................................................................................................... 106
5.5 Restauração ................................................................................................. 107

6. PROGRAMA DE NECESSIDADES ........................................................................... 111

7. PRÉ DIMENSIONAMENTO........................................................................................ 113

8. ESTUDO PRELIMINAR.............................................................................................. 116

9. O PROJETO ............................................................................................................... 117

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 118

xx
INTRODUÇÃO

O mercado audiovisual é o espaço no qual se dá a produção e a comercialização de


conteúdos produzidos, é uma antiga área de trabalho rentável conhecida por todos,
mas por muito tempo a busca pela profissão nesta área se tornou escassa. Porém
com os avanços tecnológicos e a globalização, hoje a mesma se tornou de grande
interesse para a população. O cinema foi o elo principal entre as pessoas e este
mercado, pois os avanços obtidos na computação gráfica quando introduzida nos
cinemas, encantou milhares de jovens de todo o mundo, que passaram a sonhar e
planejar na atuação de produções cinematográficas como carreira.
No Brasil não foi diferente, esse pais que já possui em sua história produções
cinematográficas nacionais de sucesso, até que não pode mais se sustentar por falta
de infraestrutura necessária. Porém o habito de frequentar salas de cinema nunca
morreu.
Entretanto, como já dito anteriormente, graças aos avanços tecnológicos o Brasil
hoje tem condições de sustentar o mercado audiovisual, faltando apenas iniciativa
para estabelecer o necessário para estruturar o cinema brasileiro. Pois embora o
pais lance filmes todo ano, ainda faltam recursos para alcançar o mercado
internacional, principalmente na área de computação gráfica que é o que motivou
este trabalho, e que é o motivo pelo qual os jovens querem atuar neste ramo de
trabalho. e o Brasil deixa a desejar.
Atualmente o governo lançou diversos programas e incentivos fiscais para o ramo
cinematográfico, tentando impulsionar o ramo no Brasil e em São Paulo.
Tendo a força de vontade dos jovens brasileiros incentivo e interesse do governo o
que falta é a estrutura necessária para ser cenário da história cinematográfica
brasileira, e é isso que este trabalho tem para apresentar.
Uma proposta de projeto de um complexo de estúdios cinematográficos, em São
Paulo, a ser implantado no lote da Cinemateca Brasileira, casando as duas
edificações, que oferecerão oficinas para a comunidade, e disponibilizando aos
brasileiros o recurso necessário para produzirem filmes a mesmo nível gráfico e
artístico Internacional de Hollywood.

1
1. APRESENTAÇÃO DO TEMA
Este Trabalho Final de graduação versa sobre a Arquitetura de Estúdios de
Filmagens visando um projeto arquitetônico de um complexo de estúdios
cinematográficos que possam atender a produtoras de pequeno, médio e grande
porte, além de oferecer cursos nas devidas áreas para fins de estimulo de produção
audiovisual no Brasil, com infra – estrutura necessária para trazer o mercado
estrangeiro para o pais, alem de disseminar a cultura local.
Neste trabalho serão estudadas a importância do respectivo tema abordado, sua
história, a implantação deste equipamento no contexto urbano escolhido,a
arquitetura dos estúdios, conforto acústico,tecnologias e materiais, possibilitando a
construção de um espaço adequado com qualidade estética e arquitetônica.

1.1 Justificativa

O mercado audiovisual é uma área de atuação que acompanha e se adapta a


tecnologia, se tornando inextinguível. Geração pós geração, o cinema é um dos
entretenimentos que mais rendem em todo o mundo. As inovações tentadoras no
ramo da computação gráfica e efeitos visuais que vem sendo produzida pelos
europeus, vem sendo cada vez mais cobiçado pelo público brasileiro.
Esses por sua vez vem sofrendo cada vez mais com a falta de infra-estrutura e
educação presente no pais para ingressarem para atuar na área de computação
gráfica, e acabam desistindo e partindo para outras profissões.

1.2 Objetivos

Com o crescimento do desenvolvimento tecnológico e a aceleração desenfreada da


globalização, o projeto de Estúdios de Cinema visa como objetivo principal o
incentivo aos jovens brasileiros a ingressarem no mercado cinematográfico,
possibilitando profissionais na área de efeitos visuais, cinegrafistas , cenógrafos,
diretores de arte, e etc. Já tendo em vista a atual vontade pré - existente nos jovens,

2
que não conseguem seguir este sonho e exercer essas profissões por falta de
motivação e infra- estrutura do pais.
Os objetivos secundários seriam o de fortalecer a conexão Brasil - Exterior, na
indústria cinematográfica a fim de formar profissionais capacitados no Brasil para
trabalhar em conjunto com os estúdios e produtoras estrangeiras, além de trazer
profissionais estrangeiros para o Brasil,incentivar o turismo, e abrir caminhos para
futuras empresas do mercado de games que estão diretamente ligados aos cinemas,
ampliar o desenvolvimento da economia do pais através da cultura, e tornar o pais
mais visado perante o mundo.

1.3 Metodologia

A monografia será desenvolvida através da pesquisa bibliográfica,analise de


correlatos de obras que apresentam relações formais e espaciais com o tema
proposto,onde se possa obter todo conhecimento de como são os funcionamentos
dos estúdios, levantar qual é seu programa de necessidades, como ela se relaciona
com o espaço público

Para CERVO, (2002) A pesquisa bibliográfica e meio de formação por excelência e


constitui o procedimento básico para os estudos monográficos, pelos quais se busca
o domínio do estado da arte sobre determinado tema. Como trabalho cientifico
original,constitui a pesquisa propriamente dita na área das ciências humanas. Como
resumo, constitui geralmente o primeiro passo de qualquer pesquisa cientifica. Os
alunos de todos os institutos e faculdades devem, portanto, ser iniciados nos
métodos e técnicas de pesquisa bibliográficas. (CERVO, 2002)

Esta pesquisa será ilustrada com imagens, plantas baixas e croquis, para que se
torne mais fácil o entendimento para o leitor.

3
2. CONCEITUAÇÃO

2.1 A origem da ideia de cinema

No auge das invenções do final do séc. XIX, um dos aparelhos apresentados como
novidade entre os cientistas que participavam de exposições foi o projetor de filmes.
Os filmes são uma evolução das tradições culturais de projeções com lanterna
mágica.
“Nas quais, já desde o século XVII, um apresentador mostrava ao público imagens
coloridas projetadas numa tela,através do foco de luz gerado pela chama de
querosene, com acompanhamento de vozes, música e efeitos sonoros. Muitas
placas de lanterna mágica possuíam pequenas engrenagens que permitiam
movimento nas imagens projetadas. O uso de mais de um foco de luz nas
apresentações mais sofisticadas permitia ainda que, com a manipulação dos
obturadores, se produzisse o apagar e o surgir de imagens ou sua fusão. “(
MASCARELLO, FERNANDO. A historia do cinema mundial, pag.18 .2006.)

Figura 1:Gravura. Espetáculo com lanterna Fonte: (página do Blog Engel Cinema)

Tendo os inovadores projetores e o principio da ideia de imagem e movimento


implantada na cultura,
o foco dos cientistas foram no aprimoramento das técnicas fotográficas o que gerou
a invenção da celuloide (o primeiro suporte fotográfico flexível, que permitia a
passagem por câmeras e projetores)
Deste ponto em diante, as explorações na área cinematográfica passou a evoluir
constantemente de forma exacerbada até os dias de hoje.

4
Figura 2: Foto. Celuloide Fonte: (página do Blog Kinodinamico)

2.2 Black Maria

Figura 3: Foto. Black Maria Fonte: (página do Blog edisonfordwinterestates)

O Empresário Thomas A. Edison – New Jersey, de prontidão se interessou pelas


novas tecnologias de câmeras e projetores, e decidiu criar um laboratório com uma
equipe que produzissem a recém descoberta técnica de “fotografia em movimento”,
dando vida a dois novos projetores o quinetógrafo e o quinetoscópio.
“ O quinetoscópio possuía um visor individual através do qual se podia assistir,
mediante a inserção de uma moeda, à exibição de uma pequena tira de filme em
looping, na qual apareciam imagens em movimento de números cômicos, animais
amestrados e bailarinas. O quinetógrafo era a câmera que fazia esses filmetes. O
primeiro salão de quinetoscópios, com dez máquinas, cada uma delas mostrando
um filme diferente, iniciou suas atividades em abril de 1894 em Nova York.”
( MASCARELLO, FERNANDO. A historia do cinema mundial, pag.19 .2006.)

5
Com os novos aparelhos, logo se viu a necessidade súbita de criar novos filmes para
serem reproduzidos, e foi assim que Edison deu origem ao primeiro estúdio de
cinema construído nos fundos de seu laboratório (lugar onde eram produzidos os
equipamentos projetores)
Com a pintura completamente preta, teto retrátil que girava em torno de si mesma
para acompanhar o movimento do sol. Esse estúdio foi nomeado como Black Maria
em comparação com o apelido dado aos camburões de policia, e dentro desse
estúdio, Edison trabalhava suas filmagens de coisas e pessoas.

2.3 Os irmãos Lumiere

Figura 4: Foto. Irmãos Lumiere Figura 5: Foto. Irmãos Lumiere vendas


Fonte: (página do Blog ocinematografo / revistaraiz)

Em 1895, Apesar de seus esforços, Edison foi ultrapassado pelos irmãos Auguste e
Louis Lumière, que eram negociantes experientes e fizeram o invento de tornar algo
conhecido e lucrativo, se tornando a maior produtora de placas gráficas, criando o
cinematógrafo, um projetor de filmes de design mais leve, e mais funcional pois
captava as imagens numa velocidade de 16 quadros por segundo - o que foi o
padrão durante décadas - em vez dos 46 quadros por segundo usados por Edison.
Além de funcionar como câmera ou projetor, e ainda fazer cópias a partir dos
negativos, não utilizava luz elétrica e era acionado por manivela. Por seu pouco
peso, o cinematógrafo podia ser transportado facilmente e assim filmar assuntos
mais interessantes que os de estúdio, encontrados nas paisagens urbanas e rurais,
ao ar livre ou em locais de acesso complicado. Além disso, os operadores do

6
cinematógrafo Lumière atuavam também como cinegrafistas e multiplicavam as
imagens de vários lugares do mundo para fazê-las figurar em seus catálogos.
O belíssimo invento foi apresentado pela primeira vez no Grand Café, em Paris e se
tornou extremamente famoso e desde então os irmão passaram a viajar pelo mundo
divulgando suas invenções e criando outras ferramentas e linhas de trabalhos
cinematográficos, aumentando o interesse das pessoas pelos filmes e projetores,o
cinema começou gradativamente a despertar varias pesquisas em diversos campos
que o continham como por exemplo os planos de visualização, os estudos de luz e
sombra, as narrativas e efeitos sonoros, os fatores históricos, os processos de
criação, a linguagem , a arte , dentre outros.

2.4 A Indústria Cinematográfica

Sete anos depois, o Cinema vira Arte em todos os países, desencadeando a


industrialização de filmes, gravações em estúdios e exibições, gerando diversas
novas profissões e empregos no mercado, evoluindo de filme amador, para uma
serie de filmes de gêneros diferenciados, a cada dia disponibilizando de mais
técnica, mais tecnologia, mais exibições.
Gêneros por exemplo, ficção, comédia, drama, etc. Que eram trabalhados de acordo
com os caminhos ditados pelas artes, Agora sendo exibidos em grandes espaços
fechados, cobrando ingresso,e de forma organizada. Como comentado por
Fernando Mascarello
“A exibição de filmes agora é dominada pelos enormes e luxuosos palácios do
cinema, muitos deles propriedade das empresas produtoras de filmes. O melodrama,
com sua moralidade polarizada
e defesa da ordem social, passa a ser o gênero dominante.”

2.5 O Cinema e a Arte no mundo através das eras

2.5.1 NA EUROPA

1920
Expressionismo Alemão

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Sombras, loucura e grotesco são os atores principais do cinema alemão. O
movimento tenta representar o clima pós-guerra que toma conta do país e dura até a
ascensão de Hitler, que proibiu as artes “degeneradas” e apostou no cinema-
propaganda, afugentando grandes diretores do país. Filmes: Metrópolis (Fritz Lang),
Nosferatu (F.W. Murnau), O Gabinete do Dr. Caligari (Robert Wiene).

Avant-Garde Francesa
Artistas das vanguardas plásticas trazem inovações às telas. Para não perder
nenhum detalhe de grandes paisagens, o excêntrico Abel Gance coloca 3 câmeras
lado a lado. Na hora da exibição, usa 3 projetores, inaugurando o formato de tela
conhecido hoje. Filmes: O Cão Andaluz (Luis Buñuel e Salvador Dali), A Concha e o
Clérigo (Germaine Dulac), Napoleão (Abel Gance).

Experimentalismo Soviético
A falta de película nas faculdades de Moscou leva estudantes de cinema a descobrir
a montagem: usando vários pedaços de filmes famosos e a justaposição de
imagens, criam uma nova obra. Influenciados pela Revolução Russa, fazem um
cinema ideológico, sem perder o impacto visual. Filmes: O Encouraçado Potemkin
(Sergei Eisenstein), Um Homem com uma Câmera (Dziga-Vertov).

1940
Neo-Realismo Italiano
Temas sociais, atores não-profissionais e gravações fora de estúdio. Por levar a
realidade do pós-guerra ao cinema com custos tão baixos, os italianos se tornam
referência e influenciam diversos diretores, entre eles, o brasileiro Glauber Rocha.
Filmes: Ladrões de Bicicleta (Vittorio De Sica), Roma, Cidade Aberta (Roberto
Rosselini), A Terra Treme (Luchino Visconti).

Década de 1950: Ingmar Bergman


Memória, psique e dores existenciais são temas tão presentes na sua filmografia,
que acabaram se tornando personagens de sua obra.

Nouvelle Vague

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Cansados dos mesmos filmes, críticos da conceituada revista francesa Cahiers d
Cinema decidem colocar a mão na massa. Ou melhor, a câmera nos ombros. A nova
onda usa a seu favor as dificuldades técnicas para contar histórias simples, criando
um estilo único. Filmes: Acossado (Jean-Luc Godard), Os Incompreendidos
(François Truffaut).

Década de 1980: Pedro Almodóvar


Com linguagem televisiva, beirando o folhetim, Almodóvar costura a sua filmografia
de toques biográficos com o tema recorrente do desejo.

1990
Dogma 95
Quatro diretores dinamarqueses se reúnem e criam 10 regras para fazer um cinema
puro, simples e sem gênero. Entre elas, ausência de trilha sonora, de luz artificial e
de efeitos especiais. O chamado Manifesto Dogma reforça a deia de que qualquer
um pode fazer cinema e cria seguidores pelo mundo. Filmes: Festa de Família
(Thomas Vintenberg), Os Idiotas (Lars Von Trier).

2.5.2 NOS EUA

Ironicamente, a milionária indústria cinematográfica americana foi fundada por


produtores independentes. Em 1912, eles deixaram Nova Jersey para fugir da
guerra judicial promovida por Thomas Edison, que detinha as patentes dos
equipamentos de filmagem, e fundaram Hollywood.

1910
Cinema Mudo
Fãs dos melodramas de Charles Dickens, os diretores D.W. Griffith e Charles
Chaplin se tornam os nomes do cinema mudo americano. Inaugurando a linguagem
clássica, o primeiro faz grandes filmes históricos. Já o segundo usa a comédia
burlesca de um vagabundo. Filmes: O Nascimento de uma Nação (D.W. Griffith),
Vagabundo (Charles Chaplin).

9
1930
Cinema de Gênero
Com o advento do cinema falado, os produtores decidem fazer do som o
personagem principal do cinema. Musicais aparecem em massa e inauguram a
época de ouro do cinema americano. Mas Hollywood não vive só de músicas. A
ingenuidade das comédias românticas e as disputas de faroestes também
preenchem as telas nessa década. Filmes: A Mulher Faz o Homem (Frank Capra),
No Tempo das Diligências (John Ford), Picolino (Mark Sandrich).

Década de 1940: Orson Welles


Para irritar um desafeto, Welles faz sua estréia no cinema. A rusga rendeu à sétima
arte um dos melhores filmes da história: Cidadão Kane.

1940
Noir
A violência e as regras da máfia são exploradas nesse gênero, que teve forte
influência da literatura policial americana e da estética alemã dos anos 20. Por duas
décadas, o Noir – negro, em francês – mostrou crimes e perigosas paixões. Filmes:
À Beira do Abismo (Howard Hawks), Anatomia de um Crime (Otto Preminger),
Casablanca (Michael Curtiz).

1950
Exploitation
Ao pé da letra, o termo quer dizer exploração. O gênero se refere aos chamados
filmes B, feitos com pouca grana e sem méritos artísticos. Baseado em literatura
barata e explorando sexo e sangue, o gênero é resgatado nos anos 70 e se
populariza nos anos 90, com os filmes de Quentim Tarantino. Filmes: Glen ou
Glenda, Plano 9 do Espaço Sideral (Ed Wood Jr.).

1970
Nova Geração
Capitaneados por Francis Ford Coppola e saídos da faculdade, os jovens Martin
Scorcese, Brian De Palma, Steven Spielberg e George Lucas invadem Hollywood,

10
trazendo muito lucro aos estúdios com filmes em que a violência e a rebeldia são a
tônica. Filmes: O Poderoso Chefão I & II (Francis F. Coppola), Taxi Driver (Martin
Scorcese), Tubarão (Steven Spielberg).

2000/1990/1980
Blockbusters
Efeitos especiais levam fantasia e imaginação de volta ao cinema. O resultado:
bilheterias astronômicas, seqüências milionárias e o futuro da sétima arte. A
tecnologia, cada vez mais presente nos equipamentos e nas telas, permite até
driblar ataques de estrelismo, usando atores virtuais. Filmes: E.T. (Steven
Spielberg), Titanic (James Cameron), a trilogia Senhor dos Anéis (Peter Jackson), as
animações da Pixar.
( Tavares, Ingrid. Revista superinteressante online . 2005)

2.6 A história do Cinema no Brasil

Figura 6: Foto. Paschoal Segreto Fonte: (página do cinemabrasil online)

Registra – se a primeira estreia de cinema no Brasil em terras Tupiniquins, no Rio


de Janeiro em 1897. O Projetor de nome “Omniographo” trazido pelos imigrantes
italianos.

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Nestes primórdios da cinematografia nacional Paschoal Segreto, também imigrante
italiano, exerceu papel fundamental. É dele a primeira sala de projeção
cinematográfica: o Salão das Novidades Paris no Rio, inaugurado a 31 de julho de
1897 à Rua do Ouvidor, 141 na então capital federal (FINGUERUT, 1986: 03).
Na qual Gomes descreve da seguinte forma : “Além de cinema, o Salão Paris no
Rio, oferecia grande variedade de divertimentos visuais e mecânicos. Contudo, as
vistas animadas constituíam a principal atração e, como havia necessidade de se
renovar constantemente o repertório, emissários de Paschoal Segreto seguiam com
freqüência para Nova York ou Paris, a fim de obter vistas novas e aparelhamento
mais aperfeiçoado. Afonso era em geral o encarregado destas missões “
(Gomes, 1980: 40).
Nesta época o cinema brasileiro era muito limitado, pois em raras regiões brasileiras
se tinha o recurso da energia elétrica. como salienta Paulo Emílio Salles Gomes:
“Os dez primeiros anos de cinema no Brasil são paupérrimos. As salas fixas de
projeção são poucas, e praticamente limitadas a Rio e São Paulo, sendo que os
numerosos cinemas ambulantes não alteravam muito a fisionomia de um mercado
de pouca significação. A justificativa principal para o ritmo extremamente lento com
que se desenvolveu o comércio cinematográfico de 1896 a 1906 deve ser procurada
no atraso brasileiro em matéria de eletricidade. A utilização, em março de 1907, da
energia produzida pela usina Ribeirão das Lages teve conseqüências imediatas para
o cinema no Rio de Janeiro. Em poucos meses foram instaladas umas vinte salas de
exibição, sendo que boa parte delas na recém construída Avenida Central, que já
havia desbancado a velha Rua do Ouvidor como centro comercial, artístico mundano
e jornalístico da Capital Federal “(1980: 41).
Gradativamente o Brasil foi reproduzindo os filmes estrangeiros, e abrindo caminho
para um promissor desenvolvimento de filmes brasileiros. E de curta em curta –
metragens foram chegando os numerosos filmes de ficção cada vez mais longos, até
que em 1908 lançam a primeira fita de filme nacional. “este período de ascensão do
cinema brasileiro não apenas o gênero matuto e policial foram os pontos de
referência e concentração, muitos outros gêneros foram apresentados ao público,
como: melodramas, históricos, patrióticos, religiosos, carnavalescos, comédias,
musicais (com artistas atrás da tela sonorizando o filme), e os filmes-revista
(GOMES, 1980: 45/47).”

12
Em 1910 o Brasil ergue o primeiro estúdio cinematográfico brasileiro, chamado
Giuseppe Labanca, onde foi criado cerca de 100 filmes nacionais.
De acordo com Anita Simis “se o primeiro (1910) foi o de Labanca, não tardaram em
aparecer outros, o de Antônio Leal (1915) era todo de vidro, uma forma de captar luz
solar” (SIMIS, 1996: 71). Todo este quadro positivo deu-se através das 963
produções nacionais registradas no período, “grande parte destes filmes eram de
curta metragem, vários deles documentários (768), tomadas de vista, e um quarto de
ficção (240)” (Idem: 72).”
Porém em 1912 a produção cinematográfica brasileira sofre uma grande queda
devido a falta de recursos tecnológicos, e com isso as pessoas vão abandonando o
cinema e as profissões que o cinema haviam gerado, voltando as suas vidas.
Com isso o Brasil se rende novamente a cultura dos filmes importados
estrangeiros,e nessa época a economia americana avança consideravelmente sobre
a economia mundial inclusive no setor de entretenimento e cultura, instalando varias
de suas distribuidoras em terras brasileiras. A partir daí, o Brasil perde total interesse
na produção de filmes dados que a locação das películas americanas eram muito
mais lucrativas. “As distribuidoras são as seguintes: Fox (1915); Companhia
Pelliculas D’Luxo da América do Sul Ltda (1916 que, em 1928, passou a se chamar
Paramount Films Inc.); Universal (1917 ou 1921); Metro-Goldwyn-Mayer do Brasil
(1926); Warner Brothers (1927); First National e Columbia (1929) " (SIMIS. 1996:
75).
Sendo assim, os cineastas brasileiros se limitaram a pequenas pequenas produções
de documentários e jornais cinematográficos, visto que na área da ficção, não
seriam pareôs para os hollywoodianos.
“ Mais tarde os americanos chegam com a inovação do cinema falado, o que até
então eram filmes mudos, agora passava – se a ser um filme com áudio e efeitos
sonoros. Mas para a grande polemica da nação, pelo filme ser estrangeiro, havia a
necessidade de se ler as legendas sobre a imagem. Houveram muitas controvérsias
dos críticos, que acreditavam que as pessoas preferem filmes em português a terem
que fazer uma leitura na tela sobre a imagem. “Entre 1923 e 1933, foram
completados cerca de cento e vinte filmes, isto é, o dobro da década anterior.
Qualitativamente o avanço foi ainda mais considerável, surgindo nessa época os
nossos clássicos do cinema mudo. A coexistência do cinema mudo e falado de 1929

13
a 1933 justifica por certo o fato extraordinário de terem sido feitas no ano de 1930
cerca de vinte fitas. Realmente, o cinema falado desempenhou um papel estimulante
na nossa produção, mas isso antes de 1934, quando então houve um colapso quase
tão radical quanto o de 1911 ou de 1921 ". (GOMES, 1980:: 59)
Em 1933, também, aproveitando –se das cenas documentais do carnaval carioca, e
filmando algumas cenas com um comediante nasce um novo estilo de filmes
nacionais, conhecidos como chanchada resultado de uma adequação progressiva
dos esquetes humorísticos e números musicais ao enredo, sempre submetido à
comicidade e ao romântico.
A produção do filme nacional passa a ter um canal de distribuição garantido, fato
que nos remete à época de ouro do cinema brasileiro como salienta Paulo Emílio
Salles Gomes:
Neste período a recém fundada Atlântida foi a companhia de maior importância,
criação de Moacir Fenelon, Alinor Azevedo e José Carlos Burle. Estréia com
Moleque Tião, filme que deu o tom das primeiras produções: procura de temas
brasileiros e relativo cuidado na fatura dos trabalhos. Logo porém predominou a
chanchada, particularmente após a associação da Atlântida à poderosa cadeia de
exibição de Luís Severiano Ribeiro. Esse encontro entre produção e comércio
exibidor lembra a harmoniosa e nunca repetida conjuntura econômica que reinou no
cinema brasileiro entre 1908 e 1911. Em 1947, porém, o resultado mais evidente da
almejada confluência de interesses industriais e comerciais foi a solidificação da
chanchada e sua proliferação durante mais de quinze anos. O fenômeno repugnou
aos críticos e estudiosos. Contudo, um exame atento é possível que nos conduza a
uma visão mais encorajante do que significou a popularidade de Mesquitinha,
Oscarito, Grande Otelo, Ankito, Zé Trindade, Derci Gonçalves, Violeta Ferraz...
(1980: 73).
Os críticos e estudiosos do cinema brasileiro que repudiavam o gênero viam na
produção rápida, descuidada, no excesso de improvisações e na falta de
orçamentos adequados às produções; os maiores empecilhos a uma produção
nacional de qualidade.
Porém em 1950, na cidade de São Bernardo do Campo em São Paulo, surge uma
nova industria cinematográfica brasileira, denominada Companhia Cinematográfica
Vera Cruz que totalmente diferente do chancharada, prometia elaboração

14
cinematografica de qualidade e realizações.
De fato houve grande melhora nas produções artísticas brasileiras, porém devido a
uma grande falha administrativa da empresa, ao considerar a historia de
distribuições do Brasil e problemas de exibição e fiscalização , logo a empresa
fracassou.
A Embrafilme (Empresa Brasileira de Filmes S/A) surge no cenário do cinema
brasileiro sob a égide da ditadura militar, através do Decreto-Lei n862 de 12 de
Setembro de 1969. Com relação a Isso Amâncio afirma :
Um balanço da situação do cinema, no início do ano de 1974, permite afirmar que
algumas conquistas foram consolidadas, entre elas: a) a regulamentação estatal
quanto à obrigatoriedade de exibição de filmes nacionais teve aumento progressivo,
num claro reconhecimento da necessidade de uma reserva para o produto nacional
em seu próprio mercado; b) o fim das expectativas quanto a uma possibilidade de
investida comercial do filme brasileiro no mercado externo. Os avanços nesse
sentido passam a se situar no campo diplomático, ideológico ou cultural. Tudo vai
bem num país que até reflete sobre sua miséria. Inversão da proposta, a conquista
do mercado interno, viável economicamente para as pretensões da indústria,
atende aos interesses de um projeto nacionalista do governo militar; c) implemento
de recursos financeiros destinados diretamente à produção, através da operação de
financiamento, pelo reforço do critério de quantidade; d) fortalecimento dos setores
produtivos organizados da atividade cinematográfica, em diálogo próximo e
constante com os estamentos detentores do poder; e) em nível administrativo, a
ampliação dos horizontes da máquina estatal para maior eficiência e controle do
mercado (AMÂNCIO, 2000: 41).
A Empresa foi responsável pela elaboração de filmes muito famosos como ” Xuxa “,
e “Os Trapalhoes” conhecidos até hoje.
A Embrafilme marca, no cenário do cinema brasileiro, uma etapa onde se obteve um
relativo sucesso de mercado, uma boa presença do filme brasileiro nas salas de
exibição, e a consolidação da presença do Estado como agente interventor da
política, legislação e mercado cinematográfico. Se, anteriormente, a presença do
Estado era meramente como órgão legislador; através da Embrafilme abre-se a
possibilidade de um atrelamento maior entre Estado e cinema no Brasil, devido às
características de mercado implementadas por este órgão governamental.

15
Entretanto, devido a esse clientelismo entre estado e cinema, a distribuidora
exibidora dos filmes foi fechada, por motivos de posições políticas.
Mais tarde, As produções cinematográficas nacionais são retomadas a partir das
possibilidades abertas pelo Prêmio Resgate do Cinema Brasileiro, lançado já no
governo de Itamar Franco com leis de incentivo a produção cinematográfica.Com
isso, o Brasil parte para uma produção generalizada de filmes não havendo gêneros
nem estilos, somente a diversidade.
O filme que representa o marco inicial da retomada cinematográfica no Brasil é
“Carlota Joaquina, a princesa do Brasil” filme lançado em 1995 . A partir deste filme,
as produções brasileiras seguem até hoje, repercutindo nas televisões, internet, etc.
Já oferecendo uma qualidade bem superior a que até então se tinha no Brasil,
quanto a isso o autor Renato Márcio Martins Campos diz: “A oportunidade que se
gerou para um reposicionamento das produções nacionais através das leis de
incentivo, ou ainda, através de uma aproximação dos diretores e produtores com o
setor empresarial a partir da década de 90 foi o acontecimento responsável por todo
o processo denominado retomada do cinema brasileiro. A tentativa de se alocar os
investimentos culturais como possibilidades estratégicas no planejamento de
comunicação de marcas e empresas. Os questionamentos em contrário ou a favor
são fruto de posicionamentos particulares, céticos ou não, mas não se pode negar o
processo.
A visão do cinema nacional como algo cíclico é um importante fator para explicar
esta necessidade de se denominar períodos específicos da cinematografia brasileira.
Nomeando-se períodos ou ciclos há uma facilitação no processo de reconhecimento
do momento abordado. Em uma produção contínua e fortemente ligada ao mercado
não há a necessidade de tais denominações.
Esta nomeação dá-se pela própria mídia, pelos próprios críticos de cinema. “Pelo
próprio uso define-se uma nomenclatura mais ou menos adequada, pela própria
força exercida pelos veículos de comunicação – a cultura da mídia e sua influência
social”.

2.7 A história do cinema em São Paulo

Recentemente houve um conflito com relação a história do cinema de São Paulo no


âmbito de qual foi realmente o primeiro cinema local. Tal discussão se deu pela
16
exposição ocorrida no ano de 2012, no mês de novembro cuja a temática fora “ A
história do cinema paulistano “entre 1895 e 1929. A exposição ocorreu na Galeria
Olido no centro de São Paulo, a mesma apresentou em sua amostra documentos
que dizem que os paulistanos poderiam assistir a projeções de filmes em 1899, no
espaço Politeama localizado no Vale do Anhangabaú.
Enquanto até então todos os livros, referências e bibliografias indicam que o primeiro
cinema paulistano foi o Bijou,inaugurado em 1907, na rua São João onde hoje se
encontra o Edifício Martinelli.
Quanto a isso, Milton comenta na página oficial do jornal Estado de São Paulo em
resposta a reportagem “ Há 105 Anos SP ganhava o 1º cinema, O Bijou”.
“a Galeria Olido, no Centro de São Paulo, está exibindo atualmente uma excelente
exposição sobre a história do cinema paulistano entre 1895 e 1929, com a
reprodução de fotos, plantas, mapas e anúncios publicados na imprensa da época,
principalmente no “Estado”. Como o próprio nome da exposição sugere, a introdução
do cinema na cidade iniciou-se já no final do século XIX. É certo que o que se
chama de “cinema” pode merecer diversas considerações, mas, stricto senso, o
primeiro cinema de São Paulo não foi o Bijou. Em 1899, o paulistano podia assistir
às “projecções de films” no espaço Politeama, no Vale do Anhangabaú, e as páginas
do Estado imprimiram, no mesmo ano inauguração do Bijou, 1907, no dia 10 de
novembro, a inauguração do “Grande Cinematographo Japonez – Empresa
Oyshiyaho & C.” Concordo que, se considerarmos o cinema como um negócio de
entretenimento profissionalizado, talvez o Bijou tenha sido o primeiro, mas acredito
que, neste caso, o título do blog induz o leitor a um erro ao sugerir que não havia
cinema, latu senso, em São Paulo antes do Bijou. Uma outra consideração refere-se
ao número de salas que exibiram filmes no período mencionado. De acordo com a
exposição, foram inventariadas 261 salas de exibição e não 150, como mencionado
em seu texto.” ( MILTON, 16/11/2012 - 10:43 – Blog Oficial do Estadão)
Dado à veracidade, a história, as referencias bibliográficas mais antigas e a
diversidade de historiadores e autores que versam sobre o tema, sempre apontarem
o Bijou como primeiro cinema de São Paulo, essa monografia discorrerá
considerando o que já é tradição o Bijou como primeiro cinema de São Paulo.

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2.7.1 Bijou Theatre, o primeiro cinema paulistano

Figura 7: Foto. Bijou Theatre Fonte: (página do Blog Oficial do Estadão)

Com capacidade para 400 espectadores, 15 ventiladores e um botequim. O Bijou


possuía 150 salas de exibição, que passavam projeções com o cinematographo de
cinco filmes que duravam pouco mais de 10 minutos. Os mesmos eram importados
da Europa e do norte da América.
Anteriormente o edifício Bijou era um boliche, e mais tarde um teatro, quando em
1907 ele passou por uma reforma para a inauguração do “primeiro local específico e
fixo para cinema na cidade”.
Francisco Serrador e Antonio Gadotti foram os responsáveis por trazer esse
empreendimento para São Paulo. Pois a tempos eles eram exibidores de projeções
ambulantes, e foi com esse investimento no Bijou, que Serrador se tornou
empresário, que monopolizou o setor cinematográfico, montou uma rede de cinemas
e 35 filiais.
Em 1910 o Bijou agrega um anexo que dobra sua capacidade de espectadores.
Porém devido a uma reforma Urbanística, em 1914 o edifício foi demolido.

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Figura 8: Foto. Bijou Theatre Demolido Fonte: (página do Blog Oficial do Estadão)

2.7.2 Evolução dos Cinemas de São Paulo

Iniciando pelo Cine Odeon que inova a infra - estrutura dos cinemas com as
primeiras salas de projeção sem as colunas que atrapalham a visualização dos
espectadores a tela. Com salas decoradas e luxuosas, no exterior estátuas de
famosos para fins de agregar valores e status ao cinema tornando - o mais
convidativo, mais tarde Serrador cria a Cinelândia, local onde se estabeleceria uma
serie de edifícios comerciais criando uma nova centralidade.
E assim como planejado, logo foram se aparecendo os primeiros bares e
sorveterias, que pessoas viriam de longe para assistir filme e comer os famosos
lanches da Cinelândia, de modo que a Cinelândia passou a afetar o habito das
pessoas e a urbanização local, tornando se um importante fator presente na vida da
cidade.
O ápice da relevância arquitetônica dos cinemas de São Paulo, foi com certeza a

19
nova forma de concepção de projeto inaugurada pelo edifício UFA Palace, o projeto
do arquiteto brasileiro Rino Levi que estabelece nas salas de cinema a perfeita
visualização da tela em todos os pontos, além de agregar os estudos de
acústica,iluminação, ventilação e acessos.
" A construção, sob responsabilidade da Sociedade Constructora Brasileira Ltda., é
iniciada em 15 de maio de 1936 e concluída ao final de outubro. São 3.139 lugares,
divididos entre a plateia (1.860 poltronas) e o balcão. (1.279). Completando, um
pequeno palco para representações e uma plataforma móvel. As paredes, de acordo
com a descrição da Revista PoIytechnica, eram de cor palha com leve matiz ouro,
obtida com reboco de cimento penteado, um reboco composto de grãos de quartzo e
madrepérola, pó de mármore, mica, cimento branco e pequena dose de tinta em pó.
( SIMÕES.1990).
O projeto da UFA roubou a cena das empresas americanas em projetos de cinema,
internacionalizando o projeto da UFA como padrão em todo o mundo.

Figura 9: Projeto. UFA PALACE corte Figura 10: Foto. UFA PALACE escadarias
Fonte: (Livro Salas de Cinema de Inimá Simôes)

Figura 11: Foto. UFA PALACE camarote Figura 12: Foto. UFA PALACE plateia
Fonte: (Livro Salas de Cinema de Inimá Simôes)
20
Mais tarde, o cinema sendo considerada a sétima arte, passou a existir em todos os
bairros, com suas arquiteturas monumentais, mudando os hábitos e o contexto
urbano de todos os lugares onde se instalavam. Pessoas não precisavam mais vir
de longe para assistir a um filme, todo bairro possuía seu próprio cinema.
Ir ao cinema se tornara um habito de muitos, pois os cinemas eram considerados
como um " status social ". O cinema representava a luxuria e somente após a crise
dos cinemas no Brasil como mencionado anteriormente, na década de 80, o cinema
saiu das ruas e migrou para dentro de shoppings centers, a televisão veio a tona e
os cinemas se tornaram menos luxuoso, porém mais populares.
As evoluções dos cinemas são constantes até hoje, sempre acompanhando o atual
estado da técnologia,

Os Cinemas evidenciados neste trabalho, foram aqueles que mais se destacaram


entre os demais, porém São Paulo foi e é repleto de cinemas no decorrer da história,
embora não haja mais cinemas de ruas depois de migrarem para os shoppings,
ainda assim a sétima arte permaneceu viva, em todas as gerações, sobreviveu a
uma crise, sendo a fonte de entretenimento preferida até hoje.

2.8 Dos Incentivos a produção cinematográfica no Brasil

De acordo com a Agencia Nacional do Cinema " O apoio indireto a projetos


audiovisuais se dá por meio de mecanismos de incentivo fiscal dispostos na Lei
8.313/91 (Lei Rouanet), na Lei 8.685/93 (Lei do Audiovisual) e na Medida Provisória
2.228-1/01. Esses dispositivos legais permitem que os contribuintes, pessoas físicas
e jurídicas, tenham abatimento ou isenção de determinados tributos, desde que
direcionem recursos, por meio de patrocínio, coprodução ou investimento, a projetos
audiovisuais aprovados na ANCINE.
Mas a ANCINE também atua no Fomento Direto, apoiando projetos por meio de
editais e seleções públicas, de natureza seletiva ou automática, com base no
desempenho da obra no mercado ou em festivais, o que inclui a realização do PAR
– Prêmio Adicional de Renda e do PAQ – Programa ANCINE de Incentivo à
Qualidade do Cinema Brasileiro. Outro mecanismo inovador de fomento é o Fundo
Setorial do Audiovisual, que contempla os diversos segmentos da cadeia produtiva
21
do setor – da produção à exibição, passando pela distribuição/comercialização e
pela infraestrutura de serviços – mediante a utilização de diferentes instrumentos
financeiros." (página Oficial da Agência Nacional do Cinema - Ministério da Cultura -
Governo Federal online )

2.8.1 Da Importância da indústria audiovisual

A Ancine também diz da importância dessas indústrias no Brasil e dos incentivos


fiscais " O cinema e o audiovisual constituem um setor estratégico para o país, tanto
em termos culturais, como meio de afirmação da nossa identidade, quanto em
termos econômicos, como indústria geradora de empregos e divisas que deve ser
estimulada e protegida. Em suas ações de Fomento, a ANCINE luta pelo
crescimento do mercado interno, por meio da expansão da oferta e da demanda por
conteúdos plurais e diversificados; pelo fortalecimento das empresas de capital
nacional comprometidas com o conteúdo brasileiro; e pela maior inserção no
mercado externo, por meio do apoio a coproduções e à participação em festivais
internacionais. Isso se dá através de diferentes mecanismos, diretos e indiretos.

2.8.2 Dos Orgãos responsáveis

ANCINE
ANCINE é a forma abreviada criada para Agência Nacional do Cinema , o site oficial
da agência diz que a ANCINE foi criada em 2001 pela Medida Provisória 2228-1, é
uma agência reguladora que tem como atribuições o fomento, a regulação e a
fiscalização do mercado do cinema e do audiovisual no Brasil. É uma autarquia
especial, vinculada desde 2003 ao Ministério da Cultura, com sede e foro no Distrito
Federal e Escritório Central no Rio de Janeiro.

A ANCINE é administrada por uma diretoria colegiada aprovada pelo Senado e


composta por um diretor-presidente e três diretores, todos com mandatos fixos, aos
quais se subordinam cinco Superintendências: Análise de Mercado,
Desenvolvimento Econômico, Fiscalização, Fomento e Registro, além das
Secretarias Executiva, de Gestão Interna e de Políticas de Financiamento.

22
Além do seu Escritório Central, localizado no Centro do Rio de Janeiro, a A ANCINE
conta com mais dois escritórios regionais, sendo um em Brasília e outro em São
Paulo.
A missão institucional da ANCINE é induzir condições isonômicas de competição
nas relações dos agentes econômicos da atividade cinematográfica e
videofonográfica no Brasil, proporcionando o desenvolvimento de uma indústria
forte, competitiva e auto-sustentada. Encerrado o ciclo de sua implementação e
consolidação, a ANCINE enfrenta agora o desafio de aprimorar seus instrumentos
regulatórios, atuando em todos os elos da cadeia produtiva do setor, incentivando o
investimento privado, para que mais produtos audiovisuais nacionais e
independentes sejam vistos por um número cada vez maior de brasileiros.
Nesta página oficial, a ANCINE disponibiliza à classe cinematográfica,
pesquisadores, jornalistas e interessados em geral, dados estatísticos, boletos de
recolhimento, referente a opções de mecanismos legais, formulários, editais,
informações e notícias, na intenção de facilitar o acesso à informação a respeito de
suas realizações e competências. (ANCINE, site Oficial)

FSA
O FSA é uma abreviação para Fundo Setorial do Audiovisual, o site oficial diz que O
Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) é um fundo destinado ao desenvolvimento
articulado de toda a cadeia produtiva da atividade audiovisual no Brasil. Criado
pela Lei nº 11.437, de 28 de dezembro de 2006, e regulamentado pelo Decreto nº
6.299, de 12 de dezembro de 2007, o FSA é uma categoria de programação
específica do Fundo Nacional de Cultura (FNC).

O FSA é um marco na política pública de fomento à indústria cinematográfica e


audiovisual no país, ao inovar quanto às formas de estímulo estatal e à abrangência
de sua atuação. Isto porque o FSA contempla atividades associadas aos diversos
segmentos da cadeia produtiva do setor – produção, distribuição/comercialização,
exibição, e infra-estrutura de serviços – mediante a utilização de diferentes
instrumentos financeiros, tais como investimentos, financiamentos, operações de
apoio e de equalização de encargos financeiros.

23
Entre seus principais objetivos destacam-se o incremento da cooperação entre os
diversos agentes econômicos, a ampliação e diversificação da infra-estrutura de
serviços e de salas de exibição, o fortalecimento da pesquisa e da inovação, o
crescimento sustentado da participação de mercado do conteúdo nacional, e o
desenvolvimento de novos meios de difusão da produção audiovisual brasileira.

As ações do FSA estão voltadas para atuar em gargalos específicos, identificados


com base em diagnósticos, pesquisas e estudos técnicos. Para tal, as linhas de
atuação do FSA são definidas tendo como premissas fundamentais os resultados
esperados, a perspectiva da sustentação das ações e de seus resultados no longo
prazo, a garantia do comprometimento dos beneficiários com os resultados
estabelecidos, bem como a avaliação periódica dos resultados alcançados.

As ações do Fundo Setorial do Audiovisual observarão as seguintes diretrizes


gerais, aprovadas por seu Comitê Gestor:

Melhorar a posição competitiva das empresas brasileiras independentes de cinema e


de audiovisual nos mercados interno e externo;
Atuar em gargalos existentes no setor audiovisual;
Ampliar o consumo dos produtos brasileiros do cinema e do audiovisual;
Estimular modelos de negócios menos dependentes de recursos públicos e
compartilhar os riscos inerentes da atividade audiovisual entre os agentes públicos e
privados;
Aperfeiçoar a competência artística, técnica, gerencial e financeira das empresas
brasileiras do cinema e do audiovisual;
Estimular a produção de conteúdo cinematográfico e audiovisual com alto grau de
competitividade nos mercados doméstico e internacional;
Aperfeiçoar a capacitação profissional do setor audiovisual.

FUNCINE
Abreviação de Fundos de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional, o
site diz que tem por objetivo Desenvolver a indústria cinematográfica e audiovisual
brasileira por meio de investimentos em fundos de participação exclusivamente

24
voltados para o setor, os Funcines, conforme regulamentação da Comissão de
Valores Mobiliários – CVM.
A seleção de gestores de Funcines será realizada através de chamadas
públicasaprovadas pelo BNDES, que determinará o foco de atuação de cada Fundo.
Os Funcines investem em todos os elos da cadeia produtiva, podendo incluir:
aquisição de ações de empresas de infraestrutura, fornecedores, distribuidores,
exibidores e produtores;
projetos de construção, reforma e recuperação de salas de exibição;
projetos de infraestrutura realizados por empresas brasileiras;
produção de obras audiovisuais brasileiras;
comercialização e distribuição de obras cinematográficas brasileiras.
Os Funcines garantem aos seus investidores a possibilidade de dedução fiscal
correspondente a 100% do valor investido até o limite de 3% do imposto de renda a
pagar, se pessoa jurídica, ou 6%, se pessoa física.
Modalidades de Investimentos:
Funcine Dedicado deverá apoiar empresas ou projetos pré-identificados
pertencentes à cadeia produtiva do audiovisual;
Funcine Diversificado se destinará a uma carteira diversificada de investimentos,
buscando a mitigação do risco intersetorial.

CONDECINE
A Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional,
conhecida pela sigla Condecine, é um tributo brasileiro do tipo Contribuição de
Intervenção no Domínio Econômico, instituído pela Medida Provisória 2.228-1, em 6
de setembro de 2001 e cobrado efetivamente desde 2002 . O produto da sua
arrecadação compõe o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA).

SPCINE
No dia 31 de Outubro de 2013, a prefeitura de São Paulo, juntamente a secretaria da
cultura apresentaram um projeto de lei por meio da Ancine, denominado SPCINE.
O SPCINE é administrado pelos órgãos municipais , estaduais e federais, e tem por
objetivo atuar no fomento de modo a investir, desenvolver, financiar e implementar o
sistema audiovisual de São Paulo. Visando incentivar empresas no ramo, e ampliar

25
o comércio audiovisual em polo nacional e internacional, ainda aproveitando - se do
vale cultura - projeto recém criado que estará entrando em vigor juntamente a
SPCINE.
Sobre isso, a Carlos Minuano redator do site UOL comenta: " Apesar de São Paulo
ter a maior infraestrutura do Brasil, maior número de produtoras, canais de televisão
e prestadoras de serviços, como finalizadoras – paradoxalmente não se consolidou
como centro exibidor ou polo de produção. A agência quer mudar esse quadro
desfavorável à cidade." ( MINUANO, Carlos, 2014)

3. ESTUDO DE CASOS

3.1 ESTÚDIOS KAISER DE CINEMA

Figura 13: Foto. Estúdios Kaiser de Cinema Fachada Fonte: (página do São Paulo
Film Commission na internet)

3.1.1 Aspectos Contextuais

Os Estúdios Kaiser de Cinema são a sede da São Paulo Film Commission


(Organização Não Governamental de Utilidade Pública Municipal (Lei 11.215 de
14/05/2007), criada em 2005 pelo Projeto Núcleo de Cinema de Ribeirão Preto, que
tem como premissa “ Tornar-se um endereço para a produção audiovisual /
cinematográfica no estado de São Paulo, ser um local onde se possa acumular a

26
experiência, formar profissionais em parceria com uma instituição de ensino e
desenvolver esta atividade como negócio viável e auto-sustentável ”.

O Prédio localizado na rua Maria Junqueira, 33 – Ribeirão Preto/SP - antiga


Cervejaria Paulista (patrimônio Industrial) construída em 1914 da empresa Heineken
do Brasil hoje tombada pelo CONDEPHAAT, CONPPAC e IPHAN foi cedida em
comodato para a São Paulo Film Commission para se tornar o que é hoje os
Estúdios Kaiser de Cinema.
As obras de restauro, reformas e adequação foram viabilizadas pelo Governo do
Estado de São Paulo (Secretaria de Estado da Cultura – ProAC).

3.1.2 Aspectos históricos

O município tem como característica predominante ser uma cidade prestadora de


serviços, desenvolveu – se em um contexto econômico da imigração europeia que
na época tinha como foco o cultivo do ciclo do café, o que desencadeou em um local
muito visado pelas indústrias.Dentre as indústrias vindas para a região de Ribeirão
Preto estavam as fabricas de bebidas da Cia. Paulista e a Cia. Antárctica, que se
tornaram responsáveis pelo desenvolvimento urbano da cidade, gerando inúmeros
empregos e contribuindo para a formação de mão – de – obra especializada, além
de melhorar os sistemas de abastecimento de água e energia e foram esses
investimentos que sustentam a economia local até hoje.
De acordo com o Condephaat , a antiga cervejaria de processo n39.684/00 pela
resolução: Res. SC-52, de 01.10.2007, publicada no diário oficial Poder Executivo,
Seção I, 04/10/2007, pg 32. :
“A Cervejaria Paulista, fundada em 25 de abril de 1913 por iniciativa de
descendentes de imigrantes alemães na rica cidade do café, teve importante papel
na diversificação das atividades econômicas da região. A fábrica, além da produção
de cerveja que se identifica simbolicamente com a cidade, como o famoso chopp do
bar Pingüim, investiu em construções como a do Teatro Pedro II e hotel localizados
no Quarteirão Paulista. A construção da cervejaria tem alguns elementos
importantes como sua posição de destaque na Av. Jerônimo Gonçalves e o prédio
central com suas torres cujo relógio sinaliza um tempo também divulgado pela sirena

27
da fábrica. As condições favoráveis de fruição da Cervejaria Paulista dadas pelas
características urbanísticas da Av. Jerônimo Gonçalves que para isso contribui, quer
por sua dimensão e demarcação por majestosas palmeiras imperiais, quer pela
relação harmoniosa com construções contemporâneas à Cervejaria como, por
exemplo, o Hotel Brasil.”

3.1.3 Aspectos da implantação e entorno

“A indústria adaptada em espaço cultural é uma exceção em meio à decadência das


ruas que cruzam a Avenida Jerônimo Gonçalves, onde outros cartões-postais da
cidade, como o Hotel Brasil e a sede da Antarctica – primeira fábrica de cerveja de
Ribeirão, fundada em 1911 –, apresentam sinais de degradação e esquecimento ”
(COUTINHO, 2012)
O município tem como característica predominante ser uma cidade prestadora de
serviços, inserida em um contexto histórico , dotado de uma rica arquitetura inglesa,
onde é possível perceber que o edifício do estúdio é um dos poucos que
conseguiram preservar sua fachada e estilos arquitetônicos originais. Enquanto a
fachada dos fundos do Estúdio possuí um entorno totalmente adaptado ao mundo
moderno , preservando as técnicas construtivas e materiais antigos a necessidade
urbana manteve a forma porém modificaram o uso fazendo com que os edifícios
perdessem seu caráter histórico e ganhassem uma nova aparência moderna ainda
que a arquitetura se mantivesse a mesma em sua maioria são edifícios de comércios
locais e residenciais.
A fachada frontal em contrapartida, faz vista a uma arquitetura característica dos
centros, mantiveram se como monumentos que marcam a arquitetura relembrando
os tempos em que os habitantes da cidade eram imigrantes europeus.
Muito parecido com a realidade do centro de São Paulo na região da Sé.

28
Figura 14: Foto- Montagem. Entorno Fonte: Google Maps.

3.1.4 Aspectos de partido

Hoje Eleito em 2010 como a Capital Brasileira da Cultura, o município de Ribeirão


Preto Ribeirão Preto possui inúmeros diferenciais competitivos para a prática de
cinema e, como consequência disso, nota-se o aumento da produção audiovisual
local, que já conta com profissionais reconhecidos nacional e internacionalmente,
inúmeras produtoras, sofisticado parque exibidor, incluindo o Cine Clube Cauim,
maior entidade do setor no país, um crescente número de mostras e festivais e o
surgimento de diversos cursos para a capacitação profissional.
Partindo do principio de que o projeto dos Estúdios nasceu de uma leve restauração
da antiga cervejaria ,dentre os fatores que colaboram com a prática cinematográfica
e audiovisual, destacam-se a alta taxa de luminosidade, a cidade conta com 300
dias de sol anualmente, localização estratégica com relação ao eixo Rio » São Paulo
» Brasília. Ribeirão Preto conta ainda com vontade política e apoio para transformar
a cidade num pólo de produção cinematográfica e audiovisual.
Ribeirão Preto, com sua enorme vocação para a cultura. Os benefícios gerados não
se encerram no próprio setor: a indústria cinematográfica e audiovisual não são
poluentes, geram cultura, renda, empregos qualificados, estimulam o turismo, a
economia e as exportações além de congregarem diversos segmentos artísticos
(fotografia, teatro música, literatura, moda), educacionais (despertar vocacional,
formação e aperfeiçoamento profissional), gerando expressivo potencial de

29
desenvolvimento humano e criativo.
Um grupo de empresas que atuam no ramo da construção civil acreditou na causa e
decidiu apoiar o projeto. São elas: Habiarte, Pereira Alvim, CBN Construtora e Grupo
WTB. “Participar desse projeto, restaurando importantes fragmentos da história do
município, é uma missão honrosa para a Habiarte. As intervenções vão preservar as
partes tombadas do prédio e possibilitar novas funções para esse patrimônio
histórico de Ribeirão Preto, palco de importantes criações e realizações culturais”,
ressalta Paulo Tadeu Rivalta de Barros, da Habiarte. José Roberto Pereira Alvim
destacou os motivos que fizeram a Pereira Alvim patrocinar as obras. “Acho
fundamental fazer parte de projetos especiais como este, que só traz benefícios para
a cidade. O espaço dos Estúdios Kaiser é sensacional e é muito importante mantê-lo
ativo. Ribeirão Preto é uma cidade linda e próspera. Apoiar iniciativas que ajudam a
melhorar a qualidade de vida e o bem-estar da população disseminando cultura é
um dever de todos os empresários”, avalia.
Esses, entre outros motivos, fazem de Ribeirão Preto a cidade ideal para a
implantação de um pólo cinematográfico e audiovisual.

Figura 15: Foto. Estúdios Kaiser de Cinema Vista Aerea Fonte: (página dos Estúdios
Kaiser do Cinema na internet)

30
3.1.5 Aspectos construtivos

Com cerca de 13 mil m² de área construída os Estúdios Kaiser de Cinema abrigam


uma completa infra-estrutura para a produção audiovisual composta de 5 grandes
estúdios, 5 de médio porte com variados fins (cenográfico, blimpado, efeitos
especiais, conversível ) , com um diversificado número de cenários e um pátio
cenográfico com 1.770 m². Possuem ainda núcleos de edição, computação gráfica,
animação, oficinas de cenografia e figurino, sala de cinema, salas de produção,
refeitório, alojamentos com 60 leitos e camarins; Próprios para a produção de filmes,
novelas, séries de TV e publicidade.

ESTUDIO 1
De acordo com o site Oficial dos Estúdios Kaiser de Cinema, o estúdio 1 é ideal
para pequenas filmagens , produção de comerciais e para fotografia por possuir
área útil de 125 m², com pé direito de 5.30 metros, fundo infinito (90º), todo branco,
com carga instalada de 40kwa, ar-condicionado (60.000 BTUs), isolamento acústico
e acesso para veículos leves, além de receber iluminação natural por suas
4aberturas de janelas em vitrô, que reflete a luz no fundo branco proporcionando
uma boa iluminação no local.

Figura 16: Projeto. Estúdio1 Fonte: (página dos Estúdios Kaiser do Cinema na
31
internet)

Figura 17: Foto. Estúdio1 Fonte: (página dos Estúdios Kaiser do Cinema na internet)

ESTUDIO 2
O estúdio 2 é um estúdio próprio para filmagens de comerciais que necessitem de
som direto. Pois este estúdio está munido de um acabamento de isolamento
acústico (lã de rocha) em suas paredes laterais. Possuí área de 78 m², carga
instalada de 40kwa, ar-condicionado (60.000 BTUs).

32
Figura 18: Projeto. Estúdio2 Fonte: (página dos Estúdios Kaiser do Cinema na
internet)

Figura 19: Foto. Estúdio2 Fonte: (página dos Estúdios Kaiser do Cinema na internet)

ESTUDIO 3
O 3 estúdio estúdio ideal para pequenas filmagens, produção de comerciais e

33
fotografia que trabalham com efeitos visuais e computação gráfica.
Muito parecido com o estúdio 1, porém este vem com um camarim acoplado, e fundo
infinito (90º), pintado em verde Chroma key,que é ideal para filmagens que possuam
efeitos visuais e maiores usos de computação gráfica.Recebe menos iluminação
natural, com a área de 85m², carga instalada de 40kwa, ar-condicionado, isolamento
acústico, acesso para veículos leves.

Figura 20: Projeto. Estúdio3 Fonte: (página dos Estúdios Kaiser do Cinema na
internet)

34
Figura 21: Foto. Estúdio3 Fonte: (página dos Estúdios Kaiser do Cinema na internet)

ESTUDIO 4
Com 213 m², é um estúdio especial para gravação em som direto, inteiramente
blimpado, tratamento acústico nas paredes, forro Armstrong, carga instalada de
50kwa, ar-condicionado central, total isolamento acústico, acesso para veículos
leves, ideal para grandes filmagens, produção de comerciais programas de televisão
com auditório para 200 pessoas. O estúdio tem anexa uma sala de produção, um
amplo espaço de apoio com 210m², camarins e sanitários.

35
Figura 22: Projeto. Estúdio4 Fonte: (página dos Estúdios Kaiser do Cinema na
internet)

Figura 23: Foto. Estúdio4 Fonte: (página dos Estúdios Kaiser do Cinema na internet)

ESTUDIO 5
Com área de 360 m² tem carga instalada de 40kwa, tratamento termoacústico, ar-
condicionado e acesso para veículos leves. É um estúdio conversível (lateral com
portas basculantes), o que permite gravações integradas com o pátio cenográfico

36
com 1.770 m², ideal para grandes filmagens, produção de comerciais, programas de
televisão com auditório para 200 pessoas. Presta-se também para desfiles de moda
e eventos promocionais. O estúdio tem duas salas de produção, camarins e
sanitários.

Figura 24: Projeto. Estúdio5 Fonte: (página dos Estúdios Kaiser do Cinema na
internet)

Figura 25: Foto. Estúdio5 Fonte: (página dos Estúdios Kaiser do Cinema na internet)

37
ESTUDIO 6
Com área de 500 m², tem carga instalada de 100kwa, tratamento termoacústico,
acesso para veículos leves e pesados, vala de iluminação a led. O estúdio tem uma
sala de produção, camarim individual, camarins coletivos e sanitários. Ideal para
grandes filmagens, produção de comerciais, programas de televisão.

Figura 26: Projeto. Estúdio6 Fonte: (página dos Estúdios Kaiser do Cinema na
internet)

38
Figura 27: Foto. Estúdio6 Fonte: (página dos Estúdios Kaiser do Cinema na internet)

ESTUDIO 7
Estúdio com 15 metros de pé-direito e estrutura de apoio com área de 173 m², com
12 metros de pé-direito tem carga instalada de 50kwa, tratamento termoacústico, ar-
condicionado e acesso para veículos leves e pesados. É um estúdio para efeitos
especiais com amplo espaço vertical permitindo tomadas de câmera alta e é ideal
para grandes filmagens, produção de comerciais e programas de televisão. Se
presta também para exposições e eventos promocionais. O estúdio tem sala de
produção, camarins, sanitários, um Anexo (com 115m² - 6 m de pé-direito, fundo
infinito de 90º) e uma área anexa com mata cenográfica.

39
Figura 28: Projeto. Estúdio7 Fonte: (página dos Estúdios Kaiser do Cinema na
internet)

Figura 29: Projeto. Estúdio7 Fonte: (página dos Estúdios Kaiser do Cinema na
internet)

3.2 FABRIKA DE FILMES

40
Figura 30: Foto. Fachada Principal Fonte: (página da Coda Arquitetura –
responsáveis pelo projeto)

3.2.1 Aspectos contextuais

Localizado na SIA (Setor de Indústrias e Abastecimento de Brasília) trecho 17, rua


40, lotes 125/145 – Brasília/ DF, a Fabrika de Filmes nasce como uma nova sede de
uma produtora já existente. O que foi crucial para a criação do programa de
necessidades do local, levando – se em consideração o diferencial dinâmico da
produtora, no modo como existe uma forte interação social.
O projeto foi criado a partir de um incentivo do governo distrital no contexto urbano
de estabelecerem as primeiras decisões arquitetônicas do local, pois o edifício seria
uma das primeiras construções meio ao nada, sendo assim foram utilizados como
orientação para o projeto apenas a orientação do terreno, uma das principais vias da
cidade, os ventos dominantes e a distancia da via estrutural existente.
O Escritório responsável que concebeu esse grandioso monumento para a cidade,
foi o escritório CODA (Cooperativa de Design e Arquitetura) os autores do projeto
foram Gabriel Nogueira, Guilherme Araujo e Pedro Grilo.
A Fabrika de Filmes produtora que solicitou o projeto tem como visão a produção em
massa de filmes em um curto prazo. Sendo essa a exigência estrutural necessária
solicitada ao escritório CODA.

41
3.2.1 Ficha técnica

Cliente
Fabrika Filmes

Endereço
SIA trecho 17, rua 40, lotes 125/145
Brasília DF
Autores
Gabriel Nogueira
Guilherme Araujo
Pedro Grilo
Ano
projeto: 2008/09
construção: 2009/2011
Áreas
terreno: 1600m²
construção: 1700m²

42
Fotos
Joana França e Aníbal Fontoura
Equipe
eng. orçamentista: Paulo Resende
projeto concreto: ProEst
projeto aço: Medabil
projeto instalações: Projet
projeto acústico: Luís Cysne
luminotécnico: TC iluminação / Dessine / CoDA
paisagismo: Quinta
consultoria: Alberto Uno
compatibilização: CoDA Arquitetos
Colaboradores
Almira Portella
Brunno de Sá
Cristiana Scorza
Daniel Brito
Thiago Turchi

3.2.2. Aspectos de implantação e entorno

Uma peculiaridade diferencial no projeto, é o fato de o projeto estar inserido em uma


área ampla deserta, o que pode ser muito comum no caso de grandes estúdios, isso
dá ao projeto uma possibilidade de ampliação e também para a criação de uma
cidade cinematográfica a ser acoplada no edifício sem nenhuma dificuldade, pois o
entorno dispõe de diversas áreas verdes sem nenhuma construção.
Isso se dá pelo fato do planejamento urbano de Brasília ser construído através de
enormes avenidas que efetuam uma função de distribuição setorizada da cidade,
onde cada lugar é separado e adaptado de acordo com a sua função como por
exemplo: setor hoteleiro, setor bancário , setor residencial, dentre outros. Essa forma
de urbanizar a cidade de caráter moderno projetada por Lúcio Costa, provocou
debates sobre os estilos de vida das grandes cidades do século XX, pois o plano era
construir a cidade ideal, e esse se tornou seu maior problema, tão ideal foi o plano

43
urbanístico proposto, que não foi levada em consideração a cultura local já existente.
Como consequência disto
os habitantes locais não conseguiram se adaptar ao novo conceito de cidade, e a
desigualdade social prevaleceu sobre a cidade. Apesar dos edifícios monumentais
que são referencia de obras de arte do período moderno, os arquitetos e urbanistas
contemporâneos veem Brasília hoje como uma cidade ilusória do para as grandes
cidades.
Estando a Fabrika implantada no setor industrial, meio a terrenos baldios, a
liberdade de criação para a construção do edifício foi um dos aspectos
determinantes do partido adotado pela empresa o que além de ocupar a área com
um bem que trará um grande avanço no desenvolvimento tecnológico, esse edifício
trará o turismo para circularem mais por Brasília, e tirar um pouco os turistas dos
centros para os outros setores.

Figura 31: Print. Entorno1 Fonte: (Google Maps – Street View)

44
Figura 32: Print. Entorno2 Fonte: (Google Maps – Street View)

Figura 33: Print. Entorno3 Fonte: (Google Maps – Street View)

3.2.3. Aspectos de partido

“A ideia partiu de uma reflexão, de como criar uma tecnologia de produção para
fazer melhor e em menos tempo aquilo que agente faz ”. ( ZÉ LUIS NOGUEIRA,
2013)
Partindo do principio de que não há um contexto no entorno para o edifício, o partido
adotado foi pensado única e exclusivamente com foco no projeto e no programa de
necessidades.

45
Sendo assim o partido arquitetônico abordado no projeto da nova sede da Fabrika
de Filmes foi o de criar um prédio conciso e flexível, adaptado às necessidades de
uma produtora de vídeos e suas empresas parceiras. Para isso, se tornou
extremamente necessário a analise da antiga sede da Fabrika, para desenvolver um
programa de necessidades que permitisse além de atender a mesma demanda de
trabalho e estrutura da anterior, fosse possível uma fácil transferência de sede e
uma futura ampliação da mesma.
Foi também adotado como partido a mobilidade da produtora, considerando a
intensa convivência nos espaços comuns preexistentes que foi uma das exigências
da produtora para a o escritório CODA.
O site oficial do escritório CODA diz sobre o partido que “a linguagem arquitetônica
do prédio deveria buscar refletir o espírito de uma empresa dinâmica e renovada no
contexto de um novo século, dentro de uma cidade marcada pelo tradicional
modernismo brasileiro. Sem romper com a cidade e sua tradição, o prédio deve
encontrar seu lugar dentro da arquitetura contemporânea“.

Figura 34: Foto. Entrada Exterior Figura 35: Foto. Entrada Interior
Fonte: (página da Coda Arquitetura – responsáveis pelo projeto)

3.2.4. Aspectos construtivos

“Vemos como responsabilidade do arquiteto a divulgação das soluções e conceitos


desenvolvidos nos projetos”. ( PEDRO GRILO, 2014 ) a respeito de uma das
filosofias de trabalho da Cooperativa de Design e Arquitetura.
Sendo assim o site oficial dos escritórios CODA divulga seus projetos de uma forma
criteriosa de cada etapa, desafios, técnicas projetuais e materiais utilizados em seus
projetos, o que auxiliou muito nesta pesquisa enriquecendo – a com uma análise

46
própria dos autores do projeto. Todas as Informações descritas aqui podem ser
encontradas no site oficial do escritório.

O Terreno e o Programa de Necessidades


o terreno trabalhado é constituído de 2 lotes idênticos de 20 x 40m, dispostos lado a
lado. Por solicitação do cliente, um dos lotes deveria ser usado para estacionamento
e o outro para a edificação. Desse modo a empresa teria a possibilidade de uma
futura expansão no lote deixado vazio. Assim, a primeira escolha de projeto foi a de
utilizar o lote da direita para a construção e o da esquerda para o estacionamento.
Desse modo, a fachada leste fica voltada para o espaço não construído e a
edificação passa a sombrear o estacionamento no momento de sol mais intenso, à
tarde.
O programa de necessidades é constituído por Estúdios de filmagem, funções
anexas aos estúdios, núcleo de edição, núcleo dos funcionários, áreas de escritório
e áreas comuns.

Figura 36: Foto. Dinâmica Pavimentos Figura 37: Foto. Estar


Fonte: (página da Coda Arquitetura – responsáveis pelo projeto)

47
Figura 38: Foto. Refeitório Figura 39: Foto. Sala de Edição
Fonte: (página da Coda Arquitetura – responsáveis pelo projeto)

Figura 40: Foto. Triagem Figura 41: Foto. Administração


Fonte: (página da Coda Arquitetura – responsáveis pelo projeto)

Figura 42: Foto. Reunião Figura 43: Foto. Varanda


Fonte: (página da Coda Arquitetura – responsáveis pelo projeto)

Distribuição dos espaços


Primeiramente, optou-se por posicionar o estúdio no fundo do lote, aproveitando ao
máximo os recuos obrigatórios permitidos e deixando uma faixa lateral de 3,8m para
a circulação de veículos de carga. Observou-se que as áreas adjacentes ao estúdio,
juntamente com os núcleos de edição e dos funcionários deveriam cercar o estúdio,
o que representaria um entrave às áreas comuns do térreo. Com isso em vista, foi
tomada a decisão de utilizar o subsolo, onde a legislação permite a ocupação
máxima. Assim, o estúdio fica semienterrado, com seus acessos pelo pavimento
inferior. Em torno do estúdio colocam-se suas áreas anexas e o núcleo dos
funcionários. Na porção frontal do subsolo, fica o núcleo de edição, situação
oportuna uma vez que essa área requer um maior controle da iluminação e
ventilação naturais devido a questões técnicas – calibragem de cores e bloqueio de

48
ruído.

Figura 44: Foto. Circulaçao e Estudio Subsolo Fonte: (página da Coda Arquitetura –
responsáveis pelo projeto)

Figura 45: Projeto. Planta Subsolo Fonte: (página da Coda Arquitetura –


responsáveis pelo projeto)

49
Com a construção de cerca de 80% da área do subsolo, a preocupação com as
necessidades de ventilação e iluminação natural teve que ser reforçada. Dessa
forma, foram dispostas sempre que possível, saídas de ar quente e entradas de luz,
como a que existe sob o banco do térreo, estrategicamente colocado para reforçar o
convívio na área externa e ao mesmo tempo garantir um subsolo arejado e
naturalmente iluminado. Mesmo nas áreas com restrições de iluminação, pareceu
necessária a realização de um largo recorte no terreno que permitisse aos usuários
do subsolo um contato direto com ambiente externo. Ali logo abaixo da entrada
principal da Fabrika, emerge uma enorme parede verde, sinalizando a presença de
vida no subsolo. Afinal, é nesse núcleo que as pessoas passam mais tempo
trabalhando, muitas vezes madrugada adentro. Nesses momentos torna-se
fundamental a distinção entre o dia e a noite, por isso a luz natural nas áreas
comuns.

Figura 46: Projeto. Planta Terreo Fonte: (página da Coda Arquitetura – responsáveis
pelo projeto)

A partir do posicionamento do estúdio, decidiu-se por deslocar a circulação vertical


de seu local mais óbvio, à frente do lote, para a área central, ao lado do estúdio.
Essa opção divide os pavimentos superiores – onde ficam as áreas de escritórios –
em duas partes, contribuindo para uma satisfatória estratificação da edificação,
50
que passa a ter mais flexibilidade e melhor rentabilidade do espaço. Assim, se faz
possível uma série de variações de layout nos pavimentos destinados ao aluguel e à
parceria com empresas e autônomos de interesse mútuo. Além disso, a opção por
um espaço central de distribuição integralmente vazado de baixo até em cima
proporciona maior conexão visual entre as diversas áreas do prédio e possibilita uma
quantidade maior de encontros, reforçando o caráter social da empresa.

Figura 47: Foto.Entrada Terreo Fonte: (página da Coda Arquitetura – responsáveis


pelo projeto)

O átrio resultante desse vão central constitui o principal espaço de exceção da


Fabrika. O átrio é o núcleo, a origem de todo o trânsito de pessoas. Seu pé direito é
completo, integra as passarelas suspensas com a circulação vertical, cria um vínculo
visual permanente entre as funções sociais e restritas e intersecciona a modulação
contínua da estrutura metálica. Ali se percebe a movimentação ao longo dos dois
pavimentos de escritórios e o térreo, característica reforçada pela intensa presença
do vidro, tanto nas fachadas leste e oeste como no teto e nos fechamentos do
elevador, das escadas e das passarelas de conexão entre os dois lados do prédio.

51
Figura 48: Foto.Circulaçao entre Pavimentos Fonte: (página da Coda Arquitetura –
responsáveis pelo projeto)

Para reforçar o dinamismo desse espaço utilizou-se de um recurso plástico pouco


usual. Sendo o piso do átrio um quadrado perfeito, formado por 16 placas
cimentícias de 120 x 120cm e a cobertura formada por uma pele de vidro,
espelhando a modulação do piso, as passarelas que conectam os dois lados do
prédio representam uma ruptura nessa regularidade. Pode-se imaginar um cubo
torcido, como uma espinha dorsal, criando vazios imaginários a partir de recortes
quadrados rotacionados sobre as passarelas. Esse efeito é reforçado pela
paginação de madeira tangenciada por rasgos de luz, tanto nos forros quanto nos
pisos das passarelas.
O percurso de acesso de pedestres foi resolvido desde a entrada frontal do lote até
o átrio central, no pavimento térreo. A solução foi estender uma marquise negra em
direção à frente do lote, um prolongamento da estrutura de concreto do estúdio. Esta
proposta propicia uma cobertura adequada ao acesso do pedestre ao longo do
caminho. Esse gesto é simbólico: o estúdio estende um braço em direção à cidade
e, assim, convida os visitantes a acessar o edifício.

52
Os pavimentos de escritórios (2º e 3º) possuem as características de flexibilidade
requeridas pelo programa. Para tanto, foi criada uma coluna de áreas comuns –
banheiros, DML e copa – voltada para o átrio central, liberando o vão principal para
conter apenas áreas de trabalho. Nelas, o vão livre tornou-se possível a partir do uso
da estrutura metálica, que vence um vão transversal de 10,8 metros e também do
emprego de piso elevado, tornando possíveis rápidas mudanças de layout. O uso
de shafts exclusivos para instalações lógicas e elétricas foi fundamental, uma vez
que se pode facilmente recabear o edifício inteiro conforme a necessidade.
Outra vantagem da forma obtida nos escritórios é a grande abundância de luz
natural aliada à ventilação cruzada, dispensando em grande parte das vezes o uso
de recursos artificiais de iluminação e ventilação. Fechando a composição dos
pavimentos de escritórios, há as varandas, generosos espaços de convivência para
os escritórios, conectados à copa e às passarelas do átrio central. Essa estrutura
auxiliar, formada por um balanço de 1,8m da estrutura metálica, conecta o prédio
longitudinalmente ao longo da fachada leste, protegida por chapas metálicas
perfurado

Figura 49: Projeto. 2º Piso Fonte: (página da Coda Arquitetura – responsáveis pelo
projeto)

53
Figura 50: Projeto. 3º Piso Fonte: (página da Coda Arquitetura – responsáveis pelo
projeto)

Estrutura
O edifício foi construído a partir de uma estrutura mista. De um lado, o bloco maciço
de concreto armado, onde está situado o estúdio de filmagens. Já o restante do
prédio fica marcado pelo uso da estrutura metálica, conferindo leveza e maiores
vãos para as demais áreas.
A estrutura metálica foi um requisito técnico para a nova sede da Fabrika, que
deveria ser construída rapidamente. De certo modo ela também representa uma
ruptura com a tradicional estrutura de concreto, amplamente usada em Brasília. Por
causa disso, foi intencionalmente ressaltada ao longo das duas fachadas
longitudinais (leste e oeste), tanto para fora quanto para dentro do prédio. Ali, os
perfis “i” dos pilares metálicos ficam situados no eixo da vedação, anunciando sua
presença por toda a parte.
A presença da estrutura metálica também é reforçada pelo uso de eixos de
modulação a cada 3 metros. Nesse sentido, o objetivo formal/funcional do projeto
estrutural foi transpor a flexibilidade e mobilidade características do meio audiovisual
para a nova edificação. O prédio deveria ser eficiente em sua modulação para
tornar-se capaz de agregar diferentes instalações. Ao mesmo tempo seria

54
completamente flexível para respeitar eventuais mudanças em sua configuração
interna. Esse binômio – modulação eficiente, planta flexível – comparece em todas
as instâncias da edificação, de modo que o prédio consiga externar sua premissa
espacial.
Para ressaltar essa premissa, optou-se por destacar o contraste volumétrico
essencial existente entre a “edificação leve” – toda a parte de escritórios da Fabrika
– e a sua “massa sólida” – o estúdio de filmagens. Assim, toda a parte leve é
construída com estrutura de aço pintado de branco, esquadrias móveis de alumínio e
vidro e revestimentos de madeira, tornando-se flexível e dinâmica. Já o estúdio é
feito com estrutura de concreto revestido de fugê preto, ressaltando assim sua
solidez característica.

Figura 51: Projeto. Estrutura do Estúdio Fonte: ( Arquivo disponibilizado pela Coda
Arquitetura – responsáveis pelo projeto)

Fachadas
A fachada frontal do prédio fica caracterizada por conter apenas um pequeno vão
transponível à esquerda: a entrada da edificação. Ela se destaca sob uma espessa

55
marquise preta que configura uma ponte de entrada sobre o jardim do subsolo.
Abaixo da marquise, as esquadrias de alumínio preto e vidro fumê delimitam a área
do restaurante do térreo, com a possibilidade de se abrir para o terraço criado pelo
recuo frontal. Na extrema direita encontra-se uma estreita faixa vertical de janelas
fixas, contendo também a discreta porta de serviço. O restante da fachada fica
preenchido por placas de alumínio em diferentes tons de amarelo, sobrepostas por
um grande painel gráfico impresso em preto e branco sobre uma fina lona
translúcida. A dinâmica criada pela arte gráfica sobre as cores fortes tem o objetivo
de se relacionar diretamente com a cidade, representada pela via expressa ao
fundo, donde se tem uma percepção curta e objetiva do prédio.

Figura 52: Foto. Fachada Principal Fonte: (página da Coda Arquitetura –


responsáveis pelo projeto)

A fachada lateral, à esquerda da testada do lote, de frente ao estacionamento, se


encontra voltada para o nascente (leste). Sobre a parte aparente do estúdio vista a
partir do estacionamento no térreo e marquise de acesso, empilha-se uma malha
metálica abrangendo toda a extensão da fachada e os dois pavimentos superiores.
Tratam-se das varandas, uma série contínua de espaços vedados por painéis de
56
chapa metálica perfurada, piso e forro de madeira e panos de vidro voltados para as
áreas de escritório. A modulação dos painéis metálicos segue na horizontal a
modulação do edifício, a cada 3m, e, na vertical a modulação dos demais elementos
de fachada, com 1,2m de altura, formando ora os guarda-corpos da varanda, ora
elementos altos de proteção do sol, deixando um vazio com a mesma altura no
meio.

Figura 53: Foto. Fachada Lateral Esquerda Fonte: (página da Coda Arquitetura –
responsáveis pelo projeto)

A fachada lateral direita possui menos profundidade por não carecer de varandas,
mas encontra comodulação semelhante a da sua irmã oposta. Sua principal
característica é a presença de janelas menores sobrepostas por brises metálicos
horizontais para proteger da forte insolação do poente. É também nessa fachada
que se percebe na íntegra o volume do estúdio, dada a presença da rampa de
acesso de veículos.

57
Figura 54:Foto. Fachada Lateral Direita Fonte: (página da Coda Arquitetura –
responsáveis pelo projeto)

Por fim, a fachada dos fundos torna-se completamente opaca e maciça, sendo
utilizada na composição plástica para ressaltar o contraste entre o volume negro do
estúdio e a casca branca das estruturas restantes.

Figura 55:Foto. Fachada Fundos Fonte: (página da Coda Arquitetura –


responsáveis pelo projeto)
58
3.3 EUE / SCREEN GEMS STUDIOS - Wilmington NC

Figura 56: Foto. Foto aérea Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in
Wilmington, NC)

3.3.1 Aspectos contextuais

“ Somos uma empresa de produtores experientes, contadores de histórias e


estrategistas com vasta experiência na criação de experiências inovadoras e
inspiradoras em todos os meios de comunicação“. ( Autor desconhecido, site official
da euescreengems)
Screen Gems é uma companhia norte-americana subsidiária da Sony Pictures
Entertainment do Grupo Columbia TriStar Motion Picture que tem servido a
diferentes propósitos para as suas companhias de parceria por décadas desde a sua
incorporação.
Localizado na 1223 N 23rd St, Wilmington, NC 28405, Estados Unidos - fundada
em 1953 e com 50 anos de experiência em produção, os studios Screen Gems
possuem as maiores estruturas para produção de de longa-metragem e televisão e
som do leste de Los Angeles. Tendo 2 campos de estúdio que estão situados em
Wilmington, Carolina do Norte (NC oferece um incentivo de filme de 25 por cento) ,
em Atlanta (Geórgia, oferece um filme de crédito fiscal de 30 por cento). Ambos os

59
locais contam com uma equipe experiente, bem treinadas, e também fornecem
iluminação e controle através de complexos de produção de serviço completo. A
sede localizada na 603 Greenwich Street New York City, NY 10014 Estados Unidos
– efetua as divisões de conteúdo , desenvolvem seus conceitos criativos e
apresentações de produto.
Gems EUE / Screen é uma premiada empresa de produção de conteúdo global, com
uma longa história de histórias criativas tanto em publicidade e entretenimento.
Trabalhado em mais de cinquenta países, com uma rede diversificada de clientes e
colaboradores, incluindo Pepsi, Nestlé, P e G; os diretores Julie Taymor e Julian
Schnabel; os produtores dos filmes 'vôo' e 'Homem de Ferro 3', bem como os
criadores do prêmio nomeado "Eastbound and Down" programas de TV e 'Under
The Dome'.Possui os maiores complexos de estúdios de Hollywood leste da
Carolina do Norte e Geórgia. Da televisão para o cinema a publicidade tradicional
para o digital; com versatilidade, escala e recursos adaptáveis a qualquer projeto no
atual cenário da mídia em evolução.

Figura 57:Foto. Logo Fonte: (página


http://logos.wikia.com/wiki/Screen_Gems_Pictures)

3.3.2 Aspectos históricos

Em 1948 os diretores ( e irmãos Mike e Steve Elliot começaram uma empresa de


produção comercial com William Unger para formar a casa de produção , EUE .
Em 1960 a Columbia Pictures adquire a Elliot Unger Elliot ( EUE ) , a empresa de
produção comercial amplamente reconhecido como uma das mais talentosas
entidades de fotografia e cinema do país. Quando Elliot Unger Elliot ( EUE ) torna-
se parte da família Columbia , a EUE se torna a EUE/ Screen Gems . Que sob a
gestão do executivo da Columbia Pictures George Cooney em 2012, cresce

60
relativamente e lança a produção da série de TV "Mad Men" .
Em 1970, Os estúdios EUE/Screen Gems West estavam situados atras dos
estúdios de BURBANK em Califórnia . Eles possuem um complexo de studios
favorecidos por muitos diretores e centenas de comerciais são produzidos durante o
período e passa a ser a única produtora de comerciais de TV , de propriedade de um
grande estúdio. Também operando nos Studios em Bray, Irlanda: Ardmore
Studios. A empresa ajuda a produzir e facilitar inúmeras campanhas no gênero
brinquedo; e também trabalham para a Procter & Gamble e Hasbro.Em 74 George
Cooney cria a primeira divisão "satélite" e traz Zieff Films para o rebanho. "King of
Madison Avenue" Howard Zieff fornece talento como diretor para o novo grupo. A
estrutura de satélite permite Zieff trabalhar livremente tanto em seus projetos de
Hollywood e seus spots de TV lendários, e a estrutura de satélite torna-se uma
importante inovação para a indústria.
Em 1980 George Cooney adquire os ativos EUE Screen Gems da Coca-Cola
Company (então proprietários da Columbia Pictures). Em seus estúdios de Nova
York, EUE / Screen Gems continua a fornecer a produção para o cinema, as
empresas comerciais e de televisão, produção de comerciais para McDonalds,
Coca-Cola, Nike, Verizon e Proctor e Gamble marcas.
Em 1990 compra o ex-Carolco Studios, em Wilmington, Carolina do Norte. Lendário
produtor de cinema Dino DeLaurentiis construiu a fábrica em 1984. O lote é
renomeado EUE / Screen Gems Studios. Frank Capra, Jr., filho do diretor vencedor
do Oscar Frank Capra, é instalado como presidente, Gems EUE / Tela em
Wilmington, Carolina do Norte. De 1996 - 2009 Centenas de programas de televisão
e filmes localizar e fotografar em Wilmington , Carolina do Norte.
Em 2009 EUE / Screen Gems Studios, em Wilmington , Carolina do Norte constrói
Stage 10, o maior palco som e efeitos especiais e tanque de água a leste de Los
Angeles.
Em 2010 renova o Lakewood Fairgrounds em Atlanta e abre um campus multi- uso .
Chris Cooney lança EUE / Sokolow desenvolverdor para televisão e conteúdos por
cabo. Sam Sokolow leva a nova divisão em Los Angeles que vai desenvolver e
produzir conteúdo original.
Em 2013 Wilmington NC Studios anfitrião dois escritório # 1 caixa mostra estrear no
verão de 2013: "Homem de Ferro 3" e " . The Conjuring " cliente Produção " Nós

61
somos os Millers " leva o slot número dois em seu fim de semana de estréia .
Também em Wilmington, "Under the Dome " tem as melhores notas para a CBS ;
quando renovada para uma segunda temporada, eles se comprometem a retornar à
sua casa estúdio Wilmington NC . " Sleepy Hollow " da Fox começa a produção e é
renovada para uma segunda temporada ; Da HBO "East Bound and Down" retorna
ao lote . TV é o bilhete quente em Atlanta: . " Devious Maids " chutes nas avaliações
para a Rede Lifetime depois de filmar sua temporada inaugural em Atlanta no novo
Stage 10 O lote hospeda " Necessary Roughness " da rede dos EUA e vários
espectáculos de rede BET .
Atualmente o estúdio trabalha com lançamento de grandes produções de filmes na
área do cinema.

Figura 58: Foto. Foto estúdios Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in
Wilmington, NC no Facebook)

3.3.3 Aspectos de implantação e entorno

Wilmington, na Carolina do Norte, é definida por suas raízes navais. Uma "cidade
guarda costeira" que é o porto do cúter Diligence. O USS North Carolina, um navio
de guerra da Segunda Guerra Mundial, está aberto ao público, como memorial de
guerra. Porém, Wilmington não oferece apenas histórias navais. O Riverwalk
renovado é um encanto com lojas e restaurantes e a elegante mansão Bellamy no
centro histórico da cidade. Wilmington também tem um estimulante panorama
cultural e artístico, e uma agitada vida noturna.
Além de servir como terreno para implantação deste famoso Studio, composta por

62
mais ou menos 100.000 habitantes, a cidade se localiza a 10m acima do nível do
mar,possui muitas paisagens, e segue um estilo arquitetônico de cidadezinha do
interior, que serve como cidade cinematográfica para muitas series de TV
produzidas pelo próprio estúdio EUE Screen Gems e também outras produções
além de ter uma importância histórica muito grande para os Estados Unidos. O que
alavancou de forma considerável o turismo na cidade.
No caso, os Estúdios EUE possuem um entorno de vegetação, com potencial para
cidade cinematográfica ou expansão da cidade. Esta no caso esta um pouco
afastada pela vegetação existente. Porém levando em consideração o grande
turismo da cidade os estúdios ficaram estretégicamente localizados próximo a
importantes ícones da cidade, bem como as principais vias e rodovias de circulação,
o aeroporto internacional, o o BatteShip Memorial (os navios da segunda guerra
mundial em exposição), a Mansão Dudley, Cape Fear Memorial Bridge, a praia
Whightville, e a Burgaw Country Courthouse

Figura 59: Foto.Implantação estúdios Fonte: (página da Google Earth)

63
Figura 60: Foto. Entorno 1 Fonte: (página da Google Street View)

Figura 61: Foto. Entorno 2 Fonte: (página da Google Street View)

Figura 62: Foto. Entorno 3 Fonte: (página da Google Street View)

64
Figura 63: Foto. Entorno 4 Fonte: (página da Google Street View)

Figura 64: Mapa Entorno Fonte: (página da wilmingtonnchomes)

65
3.3.4. Aspectos de partido

O partido para o projeto como pode ser visto nos aspectos Históricos deste trabalho,
foram uma serie de acontecimentos e aquisições de outros estúdios já pré-existentes
no mercado, até chegar a grandeza universal como conhecemos hoje.
A escolha do local porém, foi um aspecto fundamental para ser tomado como
partido do projeto, pois a Carolina do Norte oferece um dos incentivos de cinema
mais atraentes do país, através de um incentivo reembolsável de 25% em um gasto
de até US $ 80 milhões de dólares por filme. Passar para a televisão é ilimitado. O
incentivo é um benefício para a saúde econômica da Carolina do Norte. Nos cinco
anos anteriores a 2013, as produções têm gerado um gasto direto em estado de
mais de um bilhão de dólares. Por esse mesmo motivo, mais tarde a mesma
empresa investiu em uma outra filial, seguindo o mesmo projeto , criando um
complexo em Atlanta. Pois a Geórgia oferece um crédito fiscal de 20 por cento para
as empresas que gastar US $ 500.000 ou mais na produção e pós-produção na
Geórgia, ou em uma única produção ou em vários projetos. O Estado concede um
crédito de imposto adicional de 10 por cento se o projeto acabado inclui um logotipo
promocional fornecido pelo Estado. Se uma empresa tem pouco ou nenhum imposto
Geórgia, pode transferir ou vender seus créditos fiscais. Além de ser um dos cinco
principais destinos da produção no país. Impacto econômico de projetos da indústria
do entretenimento manipulados pelo Georgia Cinema, Música & Office
Entretenimento Digital no ano fiscal de 2012: cerca de US $ 3,1 bilhões. 333
produções no estado no ano fiscal de 2012.

Figura 65: Foto. Entretenimento 1 Figura 66: Foto. Entretenimento 2


Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in Wilmington, NC no Facebook )

66
3.3.5. Aspectos construtivos

O lote de estúdio completo em Wilmington, Carolina do Norte dispõe de 10 estúdios


de som com 150.000 pés quadrados de espaço livre de coluna. Desde 1985, mais
de 350 projetos de cinema, televisão e comerciais dispararam sobre os 50 hectares
muito som de palco em Wilmington costeira, Carolina do Norte. Filmes recentes
incluem "Homem de Ferro 3" para a Marvel e "The Conjuring" e "Nós somos os
Millers" para a New Line / Warner Bros projetos de televisão recentes incluem
"Under the Dome" para a CBS, "Eastbound and Down" para a HBO e "Sleepy
Hollow" para a Fox Television.
Apoio à produção inclui vários moinhos, armazenagem, guarda-roupa, espaço
efeitos especiais, instalações de água, suítes de escritório prontos para produção e
iluminação no local, elétrica e aderência. Três gerações de equipe de classe
mundial, diversos locais de filmagem e os 25% da Carolina do Norte incentivo filme
significa Wilmington, Carolina do Norte é atraente para produções de todos os
tamanhos.

Figura 67: Projeto. Implantação no Lote Fonte: (página da EUE/Screen Gems

67
Studios in Wilmington, NC)

O Programa de Necessidades
O programa de necessidades dos estúdios EUE Screen Gems Studios contém :
- estacionamento
- sala de produção
- guarda – volumes
- ambiente de construção em gesso
- lojas
- vestiários / WC
- escritório de administração
- escritório de restauração
- espaço de construção de cenários
- espaço de pintura
- almoxarifados
- tanque aquático
-Refeitório
- Roupeiro e traje espaços com lavanderia
- Armazéns arquivados para o conjunto de adereços
- Iluminação empresa de propriedade e operados, serviços elétricos e de aderência
- comissários de Catering
- Espaço dedicado a efeitos especiais
- Seguro 24/7 estacionamento
- Área de acampamento-base para cada produção com energia e água
- espaço para Jornais digitais insonorizadas e editar quartos com circuitos de
Internet de fibra direto, suplementar de ar condicionado e de energia dedicada .
- Triagem Theater ( sala de cinema )
E por fim, os 10 estúdios.

68
Figura 68: Foto. Roupeiro Figura 69: Foto. Pintura de Cenários
Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in Wilmington, NC no Facebook )

Figura 70: Foto. Cinema Figura 71: Foto. Administração


Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in Wilmington, NC no Facebook )

Figura 72: Foto. Armazem Figura 73: Foto. Trailers


Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in Wilmington, NC no Facebook )

Figura 74: Foto. Estúdio e Cenários Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in
Wilmington, NC no Facebook )

69
Figura 75: Foto. Estudio e Cenário Fonte:(página da EUE/Screen Gems Studios in
Wilmington, NC no Facebook )

Figura 76: Foto. Cenários construídos Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios
in Wilmington, NC no Facebook )

Figura 77: Foto. Tanque Aquatico em Estúdio Figura 78: Foto. Estudio Vazio(página
da EUE/Screen Gems Studios in Wilmington, NC no Facebook )

70
Figura 79: Foto. Tanque em Estúdio2 Figura 80: Foto. Sistema
Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in Wilmington, NC no Facebook )

Figura 81: Foto. Construção de Cenários Figura 82: Foto. Depósitos


Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in Wilmington, NC no Facebook )

Figura 83: Foto. Espaço Multiuso Figura 84: Foto. Restaurante


Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in Wilmington, NC no Facebook )

71
ESTUDIO 1

Figura 85: Foto e Projeto. Estúdio 1 Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in
Wilmington )

72
ESTUDIO 2

Figura 86: Foto e Projeto. Estúdio 2 Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in
Wilmington )

73
ESTUDIO 3

Figura 87: Foto e Projeto. Estúdio 3 Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in
Wilmington )

74
ESTUDIO 4

Figura 88: Foto e Projeto. Estúdio 4 Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in
Wilmington )

75
ESTUDIO 5

Figura 89: Foto e Projeto. Estúdio 5 Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in
Wilmington )

76
ESTUDIO 6

Figura 90: Foto e Projeto. Estúdio 6 Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in
Wilmington )

77
ESTUDIO 7

Figura 91: Foto e Projeto. Estúdio 7 Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in
Wilmington )

78
ESTUDIO 8

Figura 92: Foto e Projeto. Estúdio 8 Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in
Wilmington )
79
ESTUDIO 9

Figura 93: Foto e Projeto. Estúdio 9 Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios in
Wilmington )

80
ESTUDIO 10

Figura 94: Foto e Projeto. Estúdio 10 Fonte: (página da EUE/Screen Gems Studios
in Wilmington )

81
Iluminação
EUE / Screen Gems Studios é um dos maiores fornecedores de iluminação, (LEG) ,
equipamentos elétricos e aderência no Sudeste. As operações LEG adicionais em
Atlanta, GA e Charleston, SC permite aperfeiçoar o inventário de profundidade para
um grande número de produções simultaneamente. Com profissionais experientes
que trabalham para maximizar a eficiência e proporcionar preços competitivos
pacotes LEG no local e aproximidades.
Escritórios de Produção
Com 38.000 pés quadrados de espaço de produção mobiliado. As cinco salas de
escritório flexíveis, cada um tem um hub escritório da produção, do departamento de
arte e cozinha. Podendo acomodar até cinco grandes produções simultaneamente.
Além de fornecer sistemas de telefonia digital, serviços de alta velocidade com fio /
sem fio de TI e segurança do site on-24/7.
Espaços de apoio
As instalações no campus de serviços de produção geridas por pessoas com
décadas de experiência na indústria nas áreas de moinhos de construção,pintura e
lojas de gesso, roupeiro e traje com espaços de lavanderia, armazéns arquivados
para o conjunto de adereços, Iluminação , serviços elétricos e de aderência,
comissários de Catering, efeitos especiais, estacionamento,área de acampamento-
base para cada produção com energia e água, etc.
Serviço de comunicação
Infraestrutura de comunicações é um dos mais sofisticados de qualquer complexo de
estúdios em todo o mundo . Todos os edifícios e os 10 estudios são conectadas por
novas fibras ópticas subterrâneas. Cada metro quadrado de cada edifício está
equipado com pontos de acesso com fio. Serviço de Internet sem fio está disponível
em qualquer lugar no lote. Para cada produção, está prevista uma rede privada
personalizado para lidar com as crescentes exigências de uma produção do século
21 , incluindo serviço dedicado com velocidades de até 1 GB e espaço de servidores
com alimentação dedicada , ar condicionado e bateria back -up. Suporte no local de
TI. Personalizado criação dos sistemas de telefonia digital com base nas
necessidades da produção , com serviço de discagem direta para dentro, correio de
voz , conferência, viva-voz, encaminhamento de chamadas e trocas dedicados.

82
4. CONTEXTUALIZAÇÃO
O presente trabalho visa o bairro da Vila Mariana – São Paulo / SP , para ser
trabalhado a proposta de projeto dos estúdios de cinema.
Tal escolha surgiu da pré – existência de um lote a ser partilhado com a já existente
Cinemateca Brasileira, na qual visa – se reproduzir os filmes produzidos nos
estúdios a comunidade.
Feito isso, foi pesquisado os aspectos de infra-estrutura necessários para a
viabilidade do projeto, tais como, fatores econômicos, sociais, ambientais, históricos,
etc.

4.1 Municipio de São Paulo

Como principio de pesquisa, será tratado muito resumidamente alguns fatores do


município de São Paulo, na qual está inserido o bairro da Vila Mariana, para fins de
um conhecimento do urbano como um todo.

Figura 95: Banco de Dados Gerais Fonte: Portal IBGE

Síntese de Informações:
 População estimada em 2013: 11.821.873 hab.
 População em 2010: 11.253.503 hab.
 Área da unidade territorial: 1.521,101 km²
 Densidade Demográfica: 7.398.,26 hab./km²
 Código do município: 3550308
 Gentílico: paulistano
 Bioma: Mata - Atlântica
83
 Estabelecimento de Saúde SUS: 678 unidades
 Indice de Desenvolvimento Humano Municipal - 2010 (IDHM-2010): 0,805
 Matricula - Ensino Fundamental 2012: 1.531.007 matriculados
 Matrícula - Ensino Médio 2012: 504.615 matriculados
 Número de Unidades Locais: 599.434 unidades
 Pessoal ocupado total: 6.062.016 pessoas
 PIB per capita a preços concorrentes - 2011: 42.152,76 reais
 População residente Homem: 5.328.632 pessoas
 População residente Mulher: 5.924.871 pessoas
 População residente alfabetizada: 10.033.341 pessoas
 Valor do rendimento nominal mediano mensal per capita dos domicílios
particulares permanentes - Rural : 375,00 reais
 Valor do rendimento nominal mediano mensal per capita dos domicílios
particulares permanentes - Urbana: 750,00 reais
 Valor do rendimento nominal médio mensal dos domicílios particulares
permanentes com rendimento domiciliar, por situação do domicílio - Rural:
1.893,79 reais
 Valor do rendimento nominal médio mensal dos domicílios particulares
permanentes com rendimento domiciliar, por situação do domicílio - Urbana:
4.776,94 reais
 Representação Política: Fernando Haddad

Fonte:IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

4.2 O IDHM de São Paulo

84
85
Tabela 1: Dados de calculo IDHM. Fonte: SEADE (Fundação Sistema Estadual de
Análise de Dados)

Em 2010, o índice de Desenvolvimento Humano apresentado pela PNUD (Programa


das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e o IPEA ( Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada) indica que o município de São Paulo atingira a posição de 14º
lugar no ranking de melhor IDHM, ficando em primeiro lugar o município de São
Caetano. São Paulo atingiu o valor de 0,805 entrando para a faixa considerada
“muito alto” no IDHM.
Os gráficos apontam que esse avanço representa a parcela de educação dos
paulistanos que teve um aumento de quase o dobro se comparado com o ano de
1991. Como mostra a seguir

Gráfico 1: IDHM 1991-2010 Fonte: (página online Atlas Brasil 2013)


Além disso mostram que existe uma evolução constante comparado ao aos anos

86
anteriores. Em 2000, o IDHM era de 0,733 e agora em 2010, 0,805 ma taxa de
crescimento de 9,82%.

Gráfico 2: Evolução do IDHM Fonte: (página online Atlas Brasil 2013)

4.3 Um breve resumo da história do Município de São Paulo

No dia 22 de janeiro do ano de 1532, Martin Afonso de Souza colonizava o que hoje
conhecemos por São Paulo, em um cenário de Bandeiristas e Jesuítas, os jesuítas
decidem construir um colégio onde iriam alfabetizar e catequizar os índios no alto da
colina da região de Piratininga; E foi ao redor deste colégio, que São Paulo se
desenvolvera.
A partir do século XVII, têm início as bandeiras (ou entradas) cujo objetivo era a
captura de índios, a descoberta de ouro e pedras preciosas.Até que em 1817 inicia o
ciclo do café com mão de obra escrava e começam a surgir varias cidades, dado a
esse fato e o crescimento do negócio no ciclo do café, desencadeia – se o São
Paulo Railway, a primeira ferrovia de paulista. Consequentemente, começam a
chegar os imigrantes de varias regiões do mundo.
Até que em 1900 a primeira indústria canadense fornecedora de energia elétrica, se
instala em São Paulo alavancando um grande desenvolvimento industrial, e a
cafeeira.
Em 1932 acontece a revolução constitucionalista, e ditadura de Getúlio Vargas, que
só terminou com a chegada da Segunda Guerra Mundial, que devido aos lucros
adquiridos com o café, conseguiu se recuperar.

87
Em 1950, Juscelino Kubitschek com o seu projeto 50 anos em 5 , trás as Indústrias
automobilísticas para a cidade porém a falta de mão de obra causa a vinda de
migrantes do nordeste e imigrantes aos montes para habitar a periferia de São
Paulo, chegando ao tamanho e a miscigenação que se conheci hoje.
A partir da década de 60, São Paulo torna-se o principal pólo econômico e a maior
cidade da América do Sul.

4.4 O Bairro da Vila Mariana

De acordo com os dados levantados na subprefeitura da Vila Mariana,


A Vila Mariana está situada em uma região nobre da cidade, composta também
pelos bairros de Moema e Saúde, a Vila Mariana possui uma alta renda média, em
torno de R$ 3,6 mil mensais, bem acima do índice do município, que é cerca de R$
1,3 mil.
Quem está de passagem pela Vila Mariana e repara apenas no aspecto residencial
da subprefeitura, pode não imaginar a quantidade de espaços dedicados a esportes,
cultura, pesquisa, saúde e educação que existem por ali. Região nobre da cidade,
composta também pelos bairros de Moema e Saúde, a Vila Mariana possui uma alta
renda média, em torno de R$ 3,6 mil mensais, bem acima do índice do município,
que é cerca de R$ 1,3 mil.
No bairro, os dados sobre educação são gritantes sobre seu desenvolvimento.
Quase 80% dos moradores completaram o Ensino Fundamental, contra 49,9% do
município. O Ensino Médio foi concluído por 71,34% da população, bem superior
aos 33,68% da média municipal, e os anos de estudo chegam a 12,30. Em toda São
Paulo, esse número para em 7,67. Não à toa, a taxa de analfabetismo é reduzida,
atingindo 1,10%, quatro vezes menor que os 4,88% da cidade.
Talvez o espírito empreendedor que marcou o florescimento do bairro possa explicar
o grau de qualidade de vida e a quantidade de equipamentos à disposição de seus
moradores. “Em 1887, começa a funcionar no bairro o Matadouro Municipal, que o
faz progredir. A população aumenta, as oficinas de Ferro Carril se instalam na rua
Domingos de Moraes, como também a fábrica de fósforos e a Escola Pública de
Dona Maria Petit, inaugurada na Rua Vergueiro”, escreveu em artigo o barbeiro
Francisco Villano, o Seu Chiquinho, uma das figuras mais tradicionais do bairro, com
88 anos, ele mesmo filho de italiano.
88
Densidade Demográfica

Tabela 2: Densidade Demográfica Fonte: (Portal da Subprefeitura Vila Mariana


online)

Macrozoneamento

Figura 96: Mapa. Macrozoneamento Fonte: (Portal da Camara Municipal de São


Paulo online)

89
Art. 122 Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana
Zonas Contidas na Subprefeitura Vila Mariana:
ZER Zona Exclusivamente Residencial de Baixa Densidade: ZER-1
ZM Zona Mista: ZM-1; ZM-2; ZM-3a e ZM-3b
ZCP Zona Centralidade Polar: ZCPa e ZCPb
ZCL Zona Centralidade Linear
ZCLb: Av. Brig. Luis Antônio/Rua Tutóia
ZCLz Zona Centralidade Linear lindeira ou interna à ZER:
ZCLz-I: Av. José Maria Whitacker
ZCLz-II: Avenida Indianópolis, Av. República do Líbano
ZCLz-III: Av. Santo Amaro, Av. dos Bandeirantes
Trechos de Logradouros enquadrados em ZER-3: Alameda dos Tupinás,
Rua Botuí, Alameda dos Ubiatans, Rua Cláudio Rossi, Rua Com. Júlio
Pereira Lopes, Rua Dr. Luiz Washington Vita, Rua Marcelino
Champagnat,Rua Vítor Dubugras, Avenida Ceci
Art. 125 Zonas Especiais
Zonas Especiais são porções do território com diferentes características,
destinação específica e normas próprias de uso e ocupação do solo,
situadas em qualquer macrozona do Município
ZEPEC Zonas Especiais de Preservação Cultural:
ZEPEC-BIR: Casa Modernista, Cinemateca, Instituto Biológico,
Grupo Escolar Rodrigues Alves, Casa das Rosas, Museu Lasar Segall,
Convento Carmelo de Santa Teresa, Teatro João Caetano, Assembléia
ZEPEC-APP: Parque do Ibirapuera
ZOE Zonas de Ocupação Especial: Parque do Ibirapuera, Clubes
ZEIS Zonas Especiais de Interesse Social: ZEIS-1

Sistema de áreas verdes

90
Figura 97: Mapa. Sistema de áreas verdes Fonte: (Portal da Camara Municipal de
São Paulo online )

Sistema de Drenagem

91
Figura 98: Mapa. Sistema de Drenagem 1 Fonte: (Portal da Camara Municipal de
São Paulo online )

Figura 99: Mapa. Sistema de Drenagem 2 Fonte: (Portal da Camara Municipal de


São Paulo online )
92
Estrutura Viária

Figura 100: Mapa. Sistema de Viário Fonte: (Portal da Camara Municipal de São
Paulo online )

Figura 101: Mapa. Melhoramento Viário 1(Portal da Camara Municipal de São Paulo

93
online )

Figura 102: Mapa. Melhoramento Viário 2 Fonte: (Portal da Camara Municipal de


São Paulo online )

Figura 103: Mapa. Melhoramento Viário 3 Fonte: (Portal da Camara Municipal de


São Paulo online )
94
Figura 104: Mapa. Sistema de Viário Estratégico Fonte: (Portal da Camara Municipal
de São Paulo online )

Transporte Público

95
Figura 105: Mapa. Transporte Público 1 Fonte: (Portal da Camara Municipal de São
Paulo online )

Figura 106: Mapa. Transporte Público 2 Fonte: (Portal da Camara Municipal de São
Paulo online )

Figura 107: Mapa. Transporte Público 3 Fonte: (Portal da Camara Municipal de São
Paulo online )

96
Figura 108: Mapa. Transporte Público 4 Fonte: (Portal da Camara Municipal de São
Paulo online )

5. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

Figura 109: Foto. Vista Aérea do terreno Fonte: (página Google Maps)

97
5.1 Terreno

Localizado na Rua Largo Senador Raul Cardoso setor 37 do mapa municipal, lote
217 o terreno pertencente a Cinemateca Brasileira ( antigo Matadouro da Vila
Mariana ) dispondo de uma área de 17.000 m² sendo 3.153 m² de área construída.
será sede do projeto sobre o qual versa este trabalho de monografia. Visando o
preenchimento das partes sem uso do terreno nos fundos da cinemateca, o projeto
firmará uma parceria entre estúdio e cinemateca para exibição dos filmes produzidos
e oficinas de aprendizado abertas a comunidade.
Para viabilidade do mesmo, foram levantados na plano regional da subprefeitura da
Vila Mariana, o anexo da Lei. 13.885 de 25 de agosto de 2004, que rege sobre as
características de aproveitamento, dimensionamento e ocupação dos lotes.

Figura 110: Mapa. Zoneamento do terreno Fonte: (portal online da Prefeitura de São
Paulo)

O terreno utilizado, esta localizado numa área de Zona Mista, porém trata-se de uma
ZEPEC ( Zona Especial de Preservação Cultural ), sendo assim foram considerados
para esse trabalho, os recuos mínimos preestabelecidos de Zona Mista, de 5 metros
da frente e recuo laterais e fundos como estabelecidos no artigo 186 de

98
R = (H - 6) ÷ 10 onde: R = recuos laterais e de fundos; H = altura da edificação em
metros contados a partir do perfil natural do terreno, e coeficiente de aproveitamento:
mínimo de 0.20/ básico de 1.00/ maximo de 1.00. tendo como taxa de ocupação de
0.5, e taxa de permeabilidade de 0.15. Dado que as áreas consideradas ZEPEC não
possuem recuos obrigatórios estabelecidos se não houver especificações previstos
na resolução do tombamento.

Tabela 3: Caracteristicas do Lote ZM - 1/02

Tabela 4: Caracteristicas do Lote ZEPEC /02

99
A presente proposta de projeto sobre o que versa este trabalho visa à ocupação do
lote como um todo. Tendo conhecimento de que existem algumas moradias em
parte do lote, este trabalho visa o remanejamento dessas pessoas para o lote
parcialmente desocupado situado na rua Dr. Amancio de Carvalho com a Av. Dr.
Dante Pazzanese.

Figura 111: Foto. Vista Aérea do terreno de remanejamento Fonte: (página Google
Maps)

Figura 112: Topografia.Curvas de nível do terreno Fonte: (página


arquicultura.fau.usp.)

Os tópicos a seguir versam sobre o equipamento pré- existente que virá a se acoplar

10
0
com a proposta deste projeto, e o guiará em seus estilos arquitetônicos e aspectos
de entorno, se fazendo de suma importância o conhecimento de seus
desdobramentos para elaboração do projeto, para que haja uma harmonia entre as
edificações e facilite a leitura do complexo como um todo .

Figura 113:Foto. Foto aérea terreno Fonte: (página online do jornal pedaço da vila)

5.2 Tombamento

FICHA DE IDENTIFICAÇÃO:
Nome usual: Matadouro de Vila Mariana
Nome oficial: Cinemateca Brasileira.
Localização: Largo Senador Raul Cardoso, 133 e 207 - CEP: 04021-070 - São
Paulo, SP.
Autor Construtor: O Engenheiro Alberto Kuhlmann.
Descrição Técnica: O conjunto se constituía basicamente de três galpões dispostos
paralelamente, ladeado por duas construções menores pouco recuadas em relação
ao Largo Senador Raul Cardoso, mais três residências, duas no interior do lote e
outra que possuía acesso direto. O Matadouro foi construído utilizando o tijolo
aparente como técnica construtiva, os galpões obedecem modulação no sentido

10
1
longitudinal em função do espaçamento das tesouras de madeira que sustentavam
o telhado de águas com lanternim. As telhas eram do tipo francesa. O assentamento
dos tijolos segue aparelhamento comum e o arremate de vãos e platibandas
apresenta tijolos recortados de diferentes tipos. Os galpões estavam intercalados por
dois corredores que serviam, tanto à ventilação, quanto para a iluminação.
Data da edificação: 21 de Junho de 1887.
Área envoltória:*
Metragem: Terreno de 17.000 m², sendo 3.153 m² de área construída.
Resolução: Resolução 07 de 04/03/1985.
Publicação em DOE: Poder Executivo, Seção I, 05.03.1985, pg 09.
Livro de Tombo: Inscrição nº 235, p. 64, 20/01/1987.
Proprietário original: Público (Secretaria de Higiene do Município da Cidade de São
Paulo).
Proprietário atual: Público (Secretaria do Audiovisual)
Uso original: Público
Uso atual: Público
Motivo do Tombamento: Por tratar-se de um valioso remanescente da arquitetura
industrial do final do século XIX, projetado especificamente para a finalidade de
Matadouro Municipal, cabendo salientar o apuro ao uso dos materiais, bem como a
qualidade da mão-de-obra empregada. Além disso, foi construção pioneira na
região, servindo como agente catalisador no desenvolvimento do bairro de Vila
Mariana.
Tipologia – Uso: Comércio e Serviços
Estado de conservação:*
Intervenção Restauro:*
Histórico:
O antigo Matadouro de Vila Mariana ou Clementino, como também era chamado, foi
inaugurado em 21 de junho de 1887 devido à necessidade de sua construção que
há muito havia sido solicitada pela Câmara Municipal, o matadouro existente nas
imediações do Largo da Pólvora já não condizia mais com as suas funções. O velho
matadouro de Humaitá, como também era conhecido, possuía instalações precárias
e insalubres, havendo grande falta de higiene na matança e esquartejamento das
rêses e também devido ao fato de se localizar em área urbanizada, tornou-se

10
2
inconveniente devido ao trânsito de boiadas pelas ruas, pelo mau cheiro que exalava
de suas dependências e às sujeiras que despejava nas águas do Anhangabaú.
A questão foi amplamente discutida durante a década de 1870, mas só em 1879 é
que a Câmara Municipal abriu concurso para apresentação de uma planta e
orçamento para a construção de um novo matadouro que deveria ser erguido em
terreno próximo ao Campo das Perdizes. Em 1884 foi aberto novo concurso para a
construção de um matadouro, com capacidade para o corte ampliado em relação ao
projeto das Perdizes e com aperfeiçoamento das técnicas para esse tipo construção.
O local para o Matadouro era próximo da já projetada linha de bondes de Santo
Amaro. Esse local foi escolhido em detrimento dos terrenos adquiridos em 1879 no
Campo de Perdizes. Por um lado a pressão dos marchantes, intermediários na
comercialização da carne, que alegavam existir nas proximidades falta de pasto e
por outro lado a Câmara reconhecia que o local escolhido, em poucos anos, já
estaria dentro da povoação. Sendo assim, o Engenheiro de origem alemã, Alberto
Kulhman que já havia vencido o concurso anterior em 1879, saiu novamente
vencedor para construir o novo matadouro.
O funcionamento do Matadouro durou exatamente quarenta anos, sendo desativado
em 1927. As razões que levaram o seu desativamento, praticamente são as mesmas
que provocaram a substituição do velho Matadouro da Rua Humaitá. De acordo com
o Processo de tombamento do CONDEPHAAT, a edificação que pertencia à
Secretaria da Higiene passou para a propriedade da antiga Secretaria de Obras e
Viações Públicas. Atualmente, o edifício é sede da Cinemateca Brasileira,
responsável pela preservação da produção audiovisual brasileira, cedido pela
Prefeitura de São Paulo em 1992.

Bibliografia:
Processo de tombamento CONDEPHAAT nº22625/83.

Como referenciado anteriormente parte do lote pertencente a Cinemateca antes foi


um matadouro que se tornou um monumento histórico tombado pelos órgãos
Condephaat e pelo Conpresp, órgãos de preservação do patrimônio em âmbito
estadual e municipal, respectivamente. De número de processo : 22625/83 de

10
3
resolução 07 de 04/03/1985 Como consta no Livro do Tombo Histórico de inscrição
nº 235, p. 64, 20/01/1987 e Publicação do Diário Oficial - Poder Executivo, Seção I,
05.03.1985, pg 09 .
" A Resolução de Abertura de Tombamento (APT) antecede o tombamento
propriamente dito e confere ao bem o mesmo regime de preservação do bem
tombado até a decisão final do Conselho (Artigo 14, § 2º da Lei nº 10.032, de 27 de
dezembro de 1985 e alterada pela Lei nº 10.236, de 16 de dezembro de 1986). A
Resolução de Tombamento ratifica o valor cultural, histórico, arquitetônico e
ambiental do imóvel atingido por ela. Essa decisão do Conselho visa proteger o
imóvel da destruição, da descaracterização, além de reconhecer e manter seu valor
para as futuras gerações. Ao proprietário do imóvel tombado compete, portanto,
obedecer as diretrizes definidas na Resolução de Tombamento." (CONPRESP,
2014)
Este matadouro foi de grande importância para a formação do bairro da Vila Mariana
que depois de anos de abandono foi tombado, restaurado e hoje possui um novo
uso que se pretende explorar pela proposta de projeto desta monografia.
De acordo com o Condephaat o tombamento ocorreu sob a alegação de que “Trata-
se de valioso exemplar remanescente da arquitetura industrial do final do século
passado projetado especificamente para a finalidade de Matadouro Municipal,
cabendo salientar o apuro no uso dos materiais bem como a qualidade da mão-de-
obra e técnica construtiva empregada.”

5.3 Antigo Matadouro da Vila Mariana

Figura 114:Foto. Matadouro Vila Mariana Fonte: (página online da revista acervo)

10
4
Devido aos problemas de natureza estrutural, mais especificamente ligadas as
precárias condições de salubridade advindas dos matadouros onde os animais eram
abatidos e levados para a venda a frigoríficos, dentre eles o depósito de dejetos de
animais no Anhangabaú e o mau cheiro que se espalhava por toda região; Deu
origem a dois concursos que visassem uma solução arquitetônica para a criação de
outro matadouro que fosse longe da área central das cidades.
o projeto vencedor foi o do engenheiro Alberto Kuhlmann, com a proposta de projeto
de um Matadouro na Vila Mariana que de acordo com Pisani e Corrêa (2009, p. 3)
ressaltam que o referido matadouro “era formado por três grandes galpões,
intercalados por dois corredores paralelos e descobertos, que serviam para
iluminação e ventilação dos ambientes, mais dois volumes laterais com tipologias
distintas dos galpões principais."
Com forte influência inglesa, a tipologia adotada assim como na maioria dos edifícios
industriais eram de plantas retangulares com cobertura de telha francesa de duas
águas. Com alvenaria de tijolos maciços comuns.
Em pouco tempo o Matadouro da Vila Mariana se tornou o agente responsável pela
urbanização do bairro, ampliando seu potencial, oferta de empregos, entre outros.
Além do sistema de transporte implantado para a distribuição e transporte de cargas
do matadouro, que influenciou muito no movimento da região.
“[...] foi graças ao Matadouro Municipal que os imigrantes italianos conseguiram seu
primeiro emprego quando chegaram aqui na Vila Mariana. Muitos deles
enriqueceram vendendo, em carroças, os miúdos pelo bairro” (Villano, 2007, citado
em Pisani; Corrêa, 2009, p. 5);
“Os tripeiros, que compravam miúdos no Matadouro Municipal, saíam pelas ruas
com suas carroças para atender à comunidade. Eles compravam terrenos só para
servir de pasto para os seus cavalos, que eram guardados nas ruas Humberto I e
Rio Grande” (Villano, 2006, citado em Pisani & Corrêa, 2009, p. 5).
Mais tarde, devido ao aumento do consumo de carne bovina, e automaticamente o
aumento da demanda do matadouro desencadeou outros problemas de infra-
estrutura tanto no local como em todo o bairro, como a falta de água na região,
grande volume de resíduos que contaminavam o bairro, e a ineficiência dos bondes
de transporte de carnes.
Que causaram o fechamento do estabelecimento em 1927, exatamente 40 anos

10
5
após a sua inauguração.

5.4 Cinemateca

Figura 115: Foto. Fachada Cinemateca Fonte: (flickr oficial da Cinemateca)

Figura 116 :Projeto. Implantação Cinemateca Fonte: (Escritório Nelson Dupré)

Legenda:
1. Acesso
2. Salão de Eventos
3. Sala BNDES

10
6
4. Sala Petrobrás
5. Centro de Documentação
6. Anexo do Centro de Documentação
7. Pátio Interno / Cinema ao ar Livre
8. Administração
9. Estacionamento
10. Jardim
11. Administração
12. Apoio (Reuniões, workshop)

Após a sua desativação o complexo do matadouro teve diversos tipos de utilizações,


e por conta disso, muitas vezes ele teve de ser reestruturado, perdendo suas
características originais. Porém nesta época ainda não existia nenhum interesse
pela preservação do patrimônio, o que deixou muitas partes do complexo em ruínas.
60 Anos mais tarde, o complexo foi cedido para se tornar o que é hoje : a
Cinemateca Brasileira.
Para abrigar tal acervo, a instituição responsável pela Cinemateca também se
tornou responsável pelo seu restauro e preservação para que fosse feito seu uso,
obviamente as edificações tiveram de passar por um controle de temperatura e
umidade.

5.5 Restauração

10
7
Figura 117:Foto. Intervensão Cinemateca Fonte: (Escritório Nelson Dupré)

Assim como citado anteriormente, houveram varias intervenções no edifício, para


pautar essa pesquisa, foi considerado de grande relevância versar sobre o ultimo
restauro realizado em 2003 . O projeto desenvolvido e aprovado em 2000, foi
desenvolvido e coordenado pelo Arquiteto Nelson Dupré e executado pela
construtora Esphera sob a supervisão do Engenheiro Marcos Barrichelo.
O arquiteto afirma que o partido tomado em seu projeto, foi o de manter o foco nos
elementos construtivos novos e materiais atuais, mantendo sem alteração nos
elementos originais e restaurados do edifício. O caminho de restauro que ele segue
foi o de deixar claro a diferença histórica entre o velho e o novo, sem prejudicar a
harmonia do edifício.

Figura 118:Foto. Elemento Construtivo Fonte: (Escritório Nelson Dupré)

Para isso, o principal material utilizado em seu projeto foi o vidro. Algumas
intervenções também tiveram que serem feitas nas fachadas, devido a degradação
10
8
de alguns tijolos e a infiltração; Neste caso foi inevitável o uso de tijolos e uma
argamassa especial na qual a maior preocupação do arquiteto foi o de posicionar os
novos tijolos exatamente do mesmo modo que estavam os antigos.

Figura 1199:Foto. Restauro na fachada Fonte: (Trabalho de Pós – Graduação


Mariana Marcon - USJT)

Outro elemento que sofreu restauração foram as tesouras agora feitas em estrutura
metálica, com uma cobertura em chapa dobrada.

Figura 120:Foto. Restauro nas tesouras Fonte: (Trabalho de Pós – Graduação


Mariana Marcon - USJT)
10
9
Dupré também fez proposta de novos usos, como no caso da sala denominada “Sala
BNDES” que contem uma sala de cinema de 230 lugares com esquadrias de aço e
fechamentos em vidro.
Por se tratar de uma sala de cinema, o Arquiteto também se preocupou com o a
reverberação causada pelos tijolos, adotando como solução arquitetônica, o
emprego de cortinas de grande densidade, pois ele defende que o tecido é capaz de
absorver grande parte dos sons reproduzidos.

Figura 121:Projeto. Sala BNDES Fonte: (Escritório Nelson Dupré)

Outro ponto interessante citado pelo arquiteto em entrevista foi de que as cortinas
descem de forma inclinada para que o som refletido vá para baixo, ao invés de ir
para os lados.

Figura 122:Foto. Dispositivo Sala BNDES Fonte: (Escritório Nelson Dupré)

Todos os galpões da Cinemateca foram conectados através de uma cobertura em


vidro e estrutura metálica e uma caixa de vidro foi criada e reservada para um café.

11
0
Figura 123:Foto. Cobertura Cinemateca Figura 124:Foto. Café Cinemateca
Fonte: ( página da Cinemateca no Facebook ) Figura 123:Foto. Café Fonte:
(Escritório Nelson Dupré)

6. PROGRAMA DE NECESSIDADES
Dados todos os levantamentos de pesquisa necessários realizados, partimos para o
programa de necessidades que se pretende atingir nesta proposta para a
elaboração e apresentação de um anteprojeto.

 Estúdio ( Pequeno , médio, grande )


 Sala de Casting
 Camarins
 Banheiros
 Área de acampamento – base

 Sala de Edição
 Sala de Produção
11
1
 Sala de Pós- Produção
 Sala de Computação Gráfica e Efeitos Visuais
 Sala Triagem Theater
 Sala de Áudio ( gravação, tratamento e locução)
 Sala Multiuso
 Redação
 Reunião

 Copiagem
 Arquivo
 Servidor

 Administração
 Gerencia
 Financeiro
 Reunião
 Estar
 Recepção
 Hall
 Central de Iluminação
 Depósitos ( técnico / de produção / de iluminação / de materiais)
 Almoxarifado
 DML
 Armazém Guarda Volumes

 Espaço para construção de cenários


 Espaço Roupeiro e Lavanderia

 Vestiário de Funcionários
 Estar de Funcionários
 Vestiários
 Banheiros

11
2
 Área para acampamentos - base

 Pátio aberto
 Restaurante
 Banheiros
 Guarita
 Estacionamento

 Gerador
 Ar Condicionado
 Reservatório

7. PRÉ DIMENSIONAMENTO
Definido o programa de necessidades, estabelecemos um pré – dimensionamento a
ser estudado para a viabilidade do anteprojeto.

 Estúdio Grande - 3600m²


 Estúdio Médio - 1000m²
 Estúdio pequeno – 200m²

 Sala de Casting – 50 m²
 Camarins – 120m²
 Banheiros – 36m²
 Área de acampamento – base – 2500m²

 Sala de Edição – 25m²

11
3
 Sala de Produção – 25m²
 Sala de Pós- Produção – 25m²
 Sala de Computação Gráfica e Efeitos Visuais – 25m²
 Sala Triagem Theater – 25m²
 Sala de Áudio ( gravação, tratamento e locução) – 75m²
 Sala Multiuso – 100m²
 Redação – 25m²
 Reunião – 25m²

 Copiagem – 12m²
 Arquivo – 12m²
 Servidor – 12m²

 Administração – 25m²
 Gerencia – 12m²
 Financeiro – 12m²
 Reunião – 25m²
 Estar – 25m²
 Recepção – 12m²
 Hall
 Central de Iluminação – 12m²
 Depósitos ( técnico / de produção / de iluminação / de materiais) – 100m²
 Almoxarifado – 50m²
 DML – 12m²
 Armazém Guarda Volumes – 25m²

 Espaço para construção de cenários – 1000m²


 Espaço Roupeiro e Lavanderia – 300m²

 Vestiário de Funcionários – 36m²


 Estar de Funcionários – 25m²
 Banheiros – 36m²

11
4
 Pátio aberto – 600m²
 Restaurante – 100m²
 Banheiros – 36m²
 Guarita - 6m²
 Estacionamento – 600m²

 Gerador – 25m²
 Ar Condicionado – 25m²
 Reservatório – 25m²

11
5
8. ESTUDO PRELIMINAR

11
6
9. O PROJETO

11
7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REFERENCIAS EM LIVROS:
MASCARELLO, Fernando.A história do cinema mundial.Campinas:papirus, 2006.

SIMOES, Inimá. Salas de cinema em São Paulo.São Paulo: PW Gráficos e editores


Associados Ltda, 1990.

SERVIÇO SOCIAL DO COMERCIO. Modelo de atividade Cinema. Módulo de


Instalação de Salas de Exibição.Rio de Janeiro: segunda reimpressão, Agosto 2008.

REFERENCIAS EM ENDEREÇOS ELETRONICOS:

ESTUDIOS KAISER DE CINEMA. Estúdios Kaiser de Cinema. 2011. Disponível


em: <http://kaiser.saopaulofilmcommission.org.br/estudios/> Acesso em: 19/03/2014

CERVISIAFILIA. Companhia cervejaria paulista. 26/05/2012. Disponível em:<


http://cervisiafilia.blogspot.com.br/2012/05/companhia-cervejaria-paulista.html>
Acesso em: 19/03/2014

REVIDE. Revitalização da história. Disponível em:


< http://www.revide.com.br/gerais/revitalizacao-do-centro-historico/> Acesso em:
10/05/2014

FABRIKA DE FILMES.Fabrika de Filmes. Disponível em:


<http://www.fabrika.com.br/> Acesso em: 07/04/2014

CODA. Fabrika Filmes. Novembro 2011. Disponível em:


<http://coda.arq.br/portfolio-items/fabrika-filmes-real/> Acesso em: 07/04/2014

EUE SCREEN GEMS STUDIOS.EUE Screen Gems Studios. Disponível em:


< http://studios.euescreengems.com/nc/stages/> Acesso em: 01/05/2014

11
8
NARCISO. Anderson. Wilmington e suas inesquecíveis locações para TV.
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ANEXOS

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