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Prof.

Eduardo Fanganiello
O roteiro preparatório para aula não dispensa o estudo bibliográfico.

12. Livramento condicional: conceito e natureza jurídica, requisitos (objetivos e subjetivos),


concessão, condições, revogação obrigatória e revogação facultativa, prorrogação, extinção.
CAPÍTULO V

DO LIVRAMENTO CONDICIONAL

Requisitos do livramento condicional

Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a


pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde
que:

I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for


reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes;

II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime


doloso;

III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da


pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para
prover à própria subsistência mediante trabalho honesto;

IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano


causado pela infração;

V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação


por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico
em crimes dessa natureza.

Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com


violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará
também subordinada à constatação de condições pessoais que façam
presumir que o liberado não voltará a delinqüir.

Soma de penas

Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas devem


somar-se para efeito do livramento.

Especificações das condições

Art. 85 - A sentença especificará as condições a que fica subordinado o


livramento.

Revogação do livramento

Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a


pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível:

I - por crime cometido durante a vigência do benefício;

II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código.

Revogação facultativa
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado
deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou
for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena
que não seja privativa de liberdade.

Efeitos da revogação

Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido,


e, salvo quando a revogação resulta de condenação por outro crime
anterior àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que
esteve solto o condenado.

Extinção

Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não


passar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado,
por crime cometido na vigência do livramento.

Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-


se extinta a pena privativa de liberdade.

Lei de Execuções Penais - LEP

SEÇÃO V
Do Livramento Condicional

Art. 131. O livramento condicional poderá ser concedido pelo Juiz da


execução, presentes os requisitos do artigo 83, incisos e parágrafo único,
do Código Penal, ouvidos o Ministério Público e Conselho Penitenciário.

Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica


subordinado o livramento.
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações
seguintes:
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o
trabalho;
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia
autorização deste.
§ 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras
obrigações, as seguintes:
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade
incumbida da observação cautelar e de proteção;
b) recolher-se à habitação em hora fixada;
c) não freqüentar determinados lugares.

O objetivo da sanção penal é a ressocialização do condenado. Assim se esta


readaptação já ocorreu é aconselhável que possa haver a liberdade antecipada, em
condições em que possa haver o acompanhamento daquele que delinqüiu, e a perspectiva
de seu retorno ao cárcere como manutenção do poder coercitivo da sanção penal e a sua
eficácia.

Assim o benefício do Livramento Condicional permite que o condenado


retorne ao convívio social, cumprindo o restante de sua pena em liberdade como último
estágio do sistema penitenciário.
O livramento condicional é direito do sentenciado que deverá ser concedido
se preenchidos seus pressupostos.

Estes pressupostos podem ser divididos como objetivos e subjetivos:

Pressupostos objetivos

1o. Natureza e quantidade da pena. A pena há de ser privativa


de liberdade igual ou superior a dois anos, (art. 83, caput).

2o. Cumprimento de mais de:

a) um terço da reprimenda, caso não haja


reincidência em crime doloso;
b) mais da metade se houver a reincidência dolosa;
c) Em caso de condenação decorrente da prática de
crime hediondo o lapso temporal exigido será de
dois terços desde que não haja reincidência
específica que impede a concessão do benefício (art.
83, I).

3o. A reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo.

Pressupostos subjetivos

1o. Bons antecedentes: Não ser o postulante criminoso


habitual, não ter sido envolvido em outros inquéritos policiais. Caso não os tenha e sendo
reincidente o lapso temporal exigido será o do cumprimento de metade da pena (art. 83, I,
segunda parte);

2o. Comportamento satisfatório caracterizado pela ausência de


faltas disciplinares, boa convivência com funcionários e os demais reclusos, etc, (art. 83,
III, primeira parte);

3o. Adequado desempenho na atividade laborterápica que lhe


for atribuída, (art. 83, III, segunda parte);

4o. Comprovar aptidão para prover a própria subsistência


mediante trabalho honesto, (art. 83, III, última parte) e;

5o. Comprovação, em caso de condenação em crime doloso,


cometido com violência ou grave ameaça contra pessoa, das condições pessoais que façam
presumir que o liberado não volte a delinqüir, (art. 83, § único).

Concessão e condições
O pedido do benefício de livramento condicional poderá ser efetuado pelo
condenado, seu cônjuge, parente de linha reta, por proposta do diretor do estabelecimento
prisional ou iniciativa do Conselho Penitenciário, que deverá ser acompanhado de parecer
do Conselho Penitenciário e oitiva do Ministério Público.

O Juiz deverá especificar as condições de subordinação do benefício de


acordo com o artigo 132 da LEP.

Revogação
A revogação do livramento condicional poderá ser obrigatória ou facultativa.

Será obrigatória a revogação se houver prática de crime durante a vigência


do benefício ou se houver condenação por crime anterior o período de cumprimento da
pena seja inferior ao exigido em virtude do acréscimo da nova pena.

Em caso de cometimento de crime durante a vigência de livramento não será


descontado da pena o período em que o condenado esteve liberto e caso a revogação seja
decorrente de crime anterior será computado, (art. 88).

A revogação será facultativa, nos termos do art. 87, se o beneficiado deixar


de cumprir as condições impostas na sentença ou se é condenado por crime ou
contravenção à pena que não seja privativa de liberdade.

Se houver revogação o livramento não poderá ser novamente concedido,


salvo se esta decorre de infração penal anterior a vigência do livramento, (art 88 CP e 142
da LEP).

A prorrogação do prazo do beneficio ocorrerá enquanto não transitar em


julgado a sentença que responde o beneficiado, (art. 89).

Caso não ocorra a prorrogação ou revogação do livramento a pena será


extinta nos termos do art. 90.

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