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Olá, eu estou aqui ao vivo com a Andrea Lages, nós vamos iniciar agora um hungout

que vai ser transmitido no congresso Coniex coaching .

Você já deve ter ouvido falar da Andrea. Andrea é uma das mulheres, se não a mulher
mais respeitada do coaching mundialmente. A Andrea e co fundadora do ICC

(International Coaching Comunity) e a primeira brasileira a oferecer cursos de


certificação de coaching. A Andrea tem atuação no Brasil também, com a Lambent e ela
oferece certificação internacional de coaching, tem inúmeros livros publicados em mais
de 11 países, alguns livros premiados, enfim é uma fera do coaching e nós vamos ter o
prazer de ouvi-la agora. Ela vai falar um pouco a respeito de coaching executivo,
utilização dos valores para a realização do coaching executivo, ela vai falar um
pouquinho mais a respeito disso seja bem vinda Andrea, obrigada pela sua participação

Andrea:
Muito obrigada Caroline, muito obrigada pela apresentação e pelo convite é um prazer
falar com você.

Carol: Bom então, Andrea, vamos começar fique à vontade estou aguardando você aqui,
se eu tiver alguma intervenção, alguma pergunta ,eu te chamo aqui.

Andrea: Bom, eu estou preparada para responder às suas perguntas com relação ao que
a gente propôs, aplicação dos valores no coaching executivo, posso falar um pouco a
respeito disso. O que acontece, cada vez mais a gente percebe que no desenvolvimento
das lideranças a parte pragmática do só fazer, aquela questão do, tem até um logo da
Nike que diz “just do it”, vai lá e faz, não sei qual é a tradução para português, nem sei
se traduziram esse slogan mas essa questão de simplesmente produzir resultados
continua sendo importante, é claro, as metas da empresa, mas comecei a ser questionada
no sentido de que se a pessoa não estiver feliz, não estiver realizada em todas as áreas
da vida, ela não consegue ser o melhor o que pode ser, então eu acredito muito na
perspectiva dos valores em todo tipo de coaching , falando especialmente do coaching
executivo, eu acho fundamental. Tem uma série de exemplos de clientes meus que
deram uma virada nos resultados que entregavam uma vez que começaram a entender
que não dá para separar uma pessoa em fatias, não dá pra dizer a pessoa profissional,
pessoa do lado da família, a pessoa na área da saúde, no lado espiritual,
desenvolvimento pessoal, então quando a gente consegue conciliar tudo isso e entender
esse holístico, claramente esses resultados acontecem como consequência, não como
resultado por si só, não é a causa metas, se não que a consequência vem de uma maneira
fantástica. Eu acho fundamental a questão dos valores.

Carol: Andrea eu sei que você tem grande experiência com coaching executivo e o
tema de nós vamos conversar hoje é a respeito da utilização dos valores na aplicação do
coaching executivo. Quando um coaching executivo inicia um processo dentro de uma
organização qual é o momento ideal para que ele comece a resgatar os valores para eles
utilizaram os valores para ponderar o processo?

Andrea: Bom, os valores na verdade, eles estão presentes o tempo inteiro, a gente não
consegue desvincular uma pessoa dos seus valores, talvez eles não estejam conscientes,
aí sim é uma questão como coach intervir para trazer a consciência desses valores
porque quando a gente fala a respeito de valores se a gente prestar atenção e ouvir de
fato a gente consegue entender que faz parte do discurso da pessoa, é verdade dela, não
é uma parte separada dela, faz parte de quem ela é e por isso faz parte do processo
inteiro de coaching executivo, de qualquer coaching.

Carol: Quando se inicia um processo de coaching o primeiro encontro com o coachee


dentro de uma organização é óbvio, os valores estão presentes, muitas vezes eles são
desconhecidos, o papel do coach e revelar esses valores ,ajudar a pessoa reconhecer isso
e alinhar esses valores com os objetivos e resultados o que ela pretende atingir, mas na
prática, quais são as técnicas, quais são as formas de um coach fazer isso de maneira
eficaz e eficiente?

Andrea: bom, existem várias coisas que se pode fazer, posso enumerar algumas coisas
que se podem fazer. Em primeiro lugar um aspecto que eu acho importante em relação
aos valores dentro do coaching é pra perceber, por exemplo, quando fala de metas, se
essas metas ou se essa meta que está sendo trabalhada no coaching ela é de fato uma
meta do cliente. Porque a gente vê hoje em dia muita gente querendo um monte de
coisas mas aí quando a gente pergunta: “o que você ganha com isso?” Eles param e
pensam e depois de um certo tempo podem se dar conta que a meta não eram deles, foi
imposta pela sociedade, pela família, foi imposta pela situação cultural ou política então
eles acham que algo e muito importante a ser atingido mas não é importante para eles. E
se não foi importante para eles, eles podem até chegar atingir a meta mas a custo de
muito pesar e pode chegar no final do caminho, do processo, da meta, olhar para trás e
falar: puxa vida não valeu a pena eu tive que abrir mão de muita coisa que para mim
pesava muito, era muito importante para conseguir uma coisa que por si só não se
justificou isso não acontece quando a gente trabalha com metas congruentes, com
processo do plano de ação congruente com os valores do cliente.

Carol: Você está falando uma coisa muito interessante. Você está dizendo o seguinte:
Primeiro dos princípios do desenvolvimento, primeiro dos inícios do processo ajudar o
cliente a distinguir realmente quais são os valores dele, aqueles que fazem sentido de
verdade pra vida dele daqueles que acha que faz que muitas vezes são aprendidos, não
são verdadeiros, não estão na essência do ser, é isso mesmo?

Andrea: E isso mesmo quando a gente fala de valores a gente fala sempre de coisas
positivas, então se a gente considerar os valores tem duas coisas, uma que são sempre
palavras subjetivas, então amor, felicidade, satisfação, desenvolvimento, contribuição,
tudo isso é positivo e tudo isso é subjetivo então significa coisas diferentes para pessoas
diferentes, não quer dizer, portanto, que o cliente não tenha certos valores, talvez queira
dizer que ele não prioriza certos valores, então a gente entende quais são os valores o
que são prioridades para aquela pessoa trabalhar intenção deles.

Caroline: Eu percebi, me lembro quando li o livro, Coaching com PLN, que aliás é
excelente, que vocês utilizam uma técnica de definição de valores você vai explorando
valor até a raiz, eu me lembro que vocês colocam que um dos pontos para você saber
que chegou no valor realmente e quando o cliente diz que proporciona pra ele
felicidade.

Andrea: Na verdade tem três coisas que a gente pode apontar como um sinal de que
você está falando de um valor muito importante para pessoa, uma é a repetição porque
nessa parte desse processo que você menciona no livro, a gente repete a mesma busca
durante o processo todo, o que é isso traz, o que você ganha com isso. Parece a mesma
coisa mas tem um significado diferente, de maneira diferente para aquele cliente
naquela situação, então quando a gente fala de repetição, felicidade é um dos valores
mas normalmente tá ligado a um nível de identidade também, é quem eu sou, é a minha
missão, é parte da minha identidade, da pessoa que eu sou, isso é segundo elemento e a
terceira é a fisiologia, se você estiver prestando atenção no seu cliente você vai perceber
que a cor da pele muda, o tom de voz muda, a postura que o cliente está sentado muda,
por que está falando de alguma coisa extremamente importante para eles você vê que é
importante, dá pra ver isso, não só ouvir às vezes você consegue ver, então
considerando esses 3 elementos se a gente colocar em xeque e testar as coisas que a
gente tá falando de um valor fundamental para aquele cliente naquele momento,
consideramos que as coisas fica um muito mais fáceis de ter certeza.

Carol: Você tem alguma distinção? Eu acredito que isso seja importante, quando você
realiza algum processo entre valores fim e valores meio ou não,são todos valores se
forem relevantes para o cliente, ok.

Andrea: Sim você diz a meta de resultados valores meio plano de ação, e isso?

Carol: Valores fim por exemplo eu que eu quero ao fim de tudo. Família me
proporciona o que? é, segurança por exemplo, bem estar, me proporciona afeto então ela
é um meio de obter algo ou não. Valores fim e valores meio aquela distinção de que
valor me proporciona no final, você acredita que isso é relevante ou não, basta entender
o que está na essência do cliente e essa distinção não é importante.

Andrea: Eu acredito o que você está chamando de valores fim tem que ser valores
meio, vou propor . uma definição para isso, o que quer dizer, ninguém quer esperar 10
anos para ser feliz, ninguém quer esperar 10 anos pra ter afeto, pra amor, pra ter
segurança então idealmente está no processo lógico do coaching entender qual o estado
atual do cliente, qual o estado desejado, ou seja a meta que ele quer alcançar, porque
valor, porque ele quer alcançar aquela meta e só então desenvolver um plano de ação
que incorpore esse valor no processo também, porque se não pode acontecer aquilo que
mencionei antes, a pessoa trabalhar duro, romper cabeça, falar dessa todos os dias, e aí
chega no final atingiu a meta que estabeleceu, vai olhar para trás e dizer que não valeu a
pena, eu perdi um monte de coisa que eu valorizava pra chegar aqui então o preço foi
alto demais. Não valeu.

Carol: Andrea é comum quando um coach executivo chega na organização para


trabalhar com alguém, no brasil como o mercado ainda não é um mercado maduro,
ainda é muito comum, você sabe disso, que as empresas enviem para o coaching as
pessoas que estão a um passo da rua , muitas vezes o coach recebe um cliente que a
empresa não tem intenção, o desejo realmente de recuperar, mas é alguém que a
empresa está dando a última chance para dizer que fez tudo essa pessoa. e o coach
quando se depara com essa situação muitas vezes o próprio coachee está desmotivado,
está olhando pra fora, com o pé na rua pensando em novas oportunidades, buscando
outras coisas mas quem está contratando e a empresa. Como que o coach pode usar os
valores para resgatar essa pessoa, esse elo com a organização?

Andrea:: Esse modelo de coaching que é bastante antiquado digamos, aquele que o
cliente tem que esconder o coach debaixo da mesa, ninguém pode saber que ele tem um
coach, isso cada vez menos, graças a deus, eu vejo acontecer, ainda tem mas cada vez
menos acontece, pelo menos nos clientes que eu tenho hoje em dia são pessoas que
estão em um processo de de promoção, uma linha de carreira que claramente a empresa
reconhece o potencial e querem investir naquela pessoa para que ele seja o melhor
executivo que ele pode ser, isso é o que eu tenho visto hoje, pelo menos hoje na minha
carteira de clientes estão nesse patamar. Com relação a pergunta que você fez, o que a
gente faz se como resultado do coaching o cliente resolver sair da imprensa, acho que
tem duas coisas, 1 antes e um depois. O antes e conversar com a pessoa que contrata
dentro da empresa, normalmente área de recursos humanos ou a participação direta, por
exemplo, e explicar para essas pessoas que um dos resultados do coaching pode ser que
a pessoa deixe a empresa, deixar o cargo e que isso não é ruim, o que quero dizer com
isso, se a pessoa perceber que não está no lugar certo é melhor fazer isso agora antes
que seja tarde demais porque o custo de um profissional não comprometido dentro da
empresa pode ser muito mais alto a médio e a longo prazo do que um custo de coaching
executivo, aí todo trabalho de retreinamento isso custa muito caro então se isso estiver
claro para a empresa ou para o contratante o que pode ser uma das coisas que aconteça e
que se for é para o bem e não para o mal, se isso acontecer, então é só questão de
retomar a conversa e falar que foi isso que aconteceu, foi melhor pra todo mundo, essa
pessoa não estava feliz na empresa, vocês não estavam felizes com ele na empresa e ele
saiu e abriu espaço para alguém que queira estar aqui, é que vocês queriam que esteja
aqui. Então não é ruim, por isso que eu falo do antes e do depois, se isso for bem
colocado a princípio, não é mal interpretado no final.
Carol: É possível em um processo de coaching, digamos que a empresa tenha interesse
em permanecer com aquela pessoa, ela queira desenvolver, mas durante o processo de
coaching você percebe que aquela pessoa já não está mais motivada e tão comprometida
com a organização, está pensando em outras oportunidades, inclusive abrir sua própria
empresa, sair da organização, mas você percebe que os motivos são pontuais, você
utiliza qual abordagem em relação a valores para fazer com que essa pessoa olhe para
dentro de novo?, ou não, deixa correr e se realmente isso mesmo, que a pessoa saia e
siga seu caminho?

Andrea.: Com noção aos valores, importante que valores da empresa e da pessoa sejam
casados, que andem juntos, e como valores são coisas muito positivas não tem como
não estar casado, o que pode descasar não é o valor em si mas a maneira de satisfazê lo,
e aí se a gente conseguir alinhar essa maneira de fazer para quê valores da empresa e do
indivíduo caminhem lado a lado todo mundo fica feliz porque a intenção de nenhum
que eu conheço não é obrigar, não existe mas se for para ele ficar que fique feliz e se for
para ir que vá feliz e que todos fiquem melhor para que isso aconteça.

Carol: Qual é a importância de um coach saber explorar e revelar ao indivíduo os


valores dentro de um processo de coaching de 0 a 100?

Andrea:100,101,podeinfinito?

Carol: como é que o coach que está começando atuar nesse segmento, como é que ele
pode se tornar excelente coach que atua com esses valores? Qual o caminho para isso?

Andrea: acho que tem coisas, uma boa formação, formação sólida porque tem muita
gente que fala que : eu sou trainee de pnl então eu sou coach, ou então sou psicólogo ou
sou consultor e sou coach, então coaching ela é uma linha de trabalho, uma profissão
toda particular com a sua característica, então é preciso uma formação sólida dentro de
uma instituição sólida,, com certificação sólida para não simplesmente falar que
conseguiu um papel que diz que sou coach, mas o papel não vai fazer nada para te
tornar um bom coach, então primeiro uma formação sólida, depois estudo constante,
porque e isso o estudo envolve não sou parte teórica do coaching mas aplicação das
ferramentas com você mesmo, ou seja desenvolvimento de potencial seu, pessoal. E por
último a gente não pode deixar de mencionar horas de voo, muita prática, fazer, fazer,
fazer continuar fazendo e cada vez você vai perceber que foi melhor que a última, que
foi melhor que a outra, o céu é o limite.

Carol; Andrea você tocou em um ponto que eu acho muito importante o que é a
distinção entre a formação do coach e da pnl, nós sabemos existem complementações,
um apoia o outro mas são estudos e linhas de pensamento diferentes e existe às vezes
uma certa confusão a respeito disso, você pode esclarecer por favor?
andrea: a parte simples, a explicação simples é a seguinte, PNL. é PNL. e coaching e
coaching. Existem vários elementos, por exemplo, a questão da linguagem, que ambas
abordagens usam. A PNL inclusive é incorporada no próprio nome ( programação neuro
linguística) usa a abordagem o tempo inteiro com perguntas poderosas mas a linguagem
não é utilizada só pelo coaching ou PNL.e utilizada em várias outras profissões, o poder
dá linguagem, então o simples fato de ter algo em comum não se torna a mesma coisa. E
para entender qual é a diferença você tem que entender o que é e quais são as
ferramentas da PNL e quais são as ferramentas do coaching e quais delas não podem ser
aplicadas, por exemplo, no coaching, mas se aplicam bem a PNL. Ela não pode se
enquadrar a valor, mas ela perde o contexto se for utilizada dentro de um
relacionamento de coaching. Aí isso não funciona.

Carol: você acha que existe uma linha que separa, qual o ponto de conflito, você falou
um pouco sobre o ponto de encontro, ou seja, a linguagem , as técnicas que facilitam a
linguagem, qual é o ponto de conflito entre a pnl e coaching. Há uma certa de
divergência e uma abordagem não casa com a outra.

Andrea: um exemplo, o coach trabalha com presente e futuro do estado atual para o
estado desejado, a PNL também olha para trás. Então a PNL tem uma função mais
terapêutica em várias situações, o coaching não é terapia, não é terapia, é mais
pragmático então existem várias coisas, são várias para enumerar aqui mas fica muito
claro se a gente estiver essa relação de presente futuro no coaching ponto final. O
passado a gente só usa como aprendizado então eu não vou ignorar sua história de vida,
do que você viveu por quê e a pessoa que você é, mas a gente não vai lá atrás resolver
conflito, a gente usa o que você aprendeu com aquele conflito para te dar recursos no
momento presente e futuro

Carol: Andréa a gente começou a falar agora sobre o desenvolvimento do coaching ,


processo de desenvolvimento do coaching, para que o coach saiba conduzir um
processo adequadamente, utilizar os valores, quando utiliza quando utilizar uma
ferramenta, quando utilizar uma abordagem, ele precisa se preparar, se capacitar, o que
você poderia dizer a respeito dessa capacitação, desse processo de amadurecimento do
profissional que fez uma primeira formação

Andrea: bom, eu posso falar da minha formação por exemplo, quando eu comecei o
curso de capacitação internacional de coaching eu coloco muito claramente fortemente
que você não consegue ajudar o outro se você não se ajudar primeiro, eu até o uso muito
a metáfora da máscara de oxigênio do avião que, acho que ambas, eu e você usamos
muito esse meio de transporte, caso de despressurizarão máscaras de oxigênio cairão
automaticamente a sua frente, resumindo coloque a sua mascara antes de tentar ajudar
outra pessoa, então no meu treinamento eu trabalho práticas com exemplos reais com os
participantes o tempo inteiro o que acaba acontecendo no final do treinamento eles saem
de lá de maneira diferente aqui eles entraram, não por mais conhecimento
simplesmente, conhecimento também mas eles sabem porque, como e quando cada
ferramenta funciona.

Carol: ele entende na prática como é que ele pode utilizar a ferramenta e quando
utilizar.

Andrea: e, ele percebe o impacto que existe nisso, ele vai continuar usando
provavelmente nas áreas da vida dele ele vai mudar a maneira dele se comportar,
maneira de se comunicar, e os resultados que ele atinge. Então isso é uma jornada, não
termina no final da certificação, começa e é importante a consciência, continuar a se
desenvolver. Primeiro que você entende o melhor processo pra você, com estudo sim,
ler muitos livros e só isso vai te fazer um bom interlocutor na conversa mas não vai
necessariamente fazer uma pessoa melhor, se você não colocar isso na prática. E um
bom coach e uma pessoa que veste a camisa fora a toda teoria, toda metodologia, toda a
filosofia do coach no dia a dia da sua vida e vira um exemplo, não precisa falar a
respeito as pessoas olham para você percebem

Carol: Andrea você falou a respeito dessa formação que primeiro o coaching transforma
depois ele ajuda transformar. Partir do momento que se enxergar ele consegue ajudar o
outro acha se enxergar também, isso é fantástico, é princípio do coaching e condição
sine qua non, sem isso não dá para prosseguir, mas o coaching durante um processo
quando ele começa a trabalhar coaching executivo tem algo que é como o calcanhar de
Aquiles. como é que ele costura o objetivo durante o processo de coaching. A gente
percebe que no começo o coach tem dificuldade em relação a isso, porque o coaching
executivo tem o tripé, o cliente a empresa e o profissional. Como é que ele costura no
processo de coaching o objetivo da organização com o objetivo do cliente.

Andrea: Muito bom, falando nesse modelo do coaching executivo dentro desse tripé,
importante para o coach responder quais são os resultados mensuráveis que a empresa
espera daquele processo. Então quais vão ser as evidências, por exemplo, eu quero
coach para trabalhar habilidades de liderança do executivo tal, o que significa isso? Pra
mim nada, não significa nada. Se eu colocar o meu significado muito provavelmente eu
vou estar errado, então que evidências eles precisam ver daquele cliente o que vai fazer
com que eles acreditam que o processo também seja. Seja clara as evidências. Você que
é isso como meta, como resultado final positivo como processo do coaching, como você
vai saber que foi atingido. Uma vez tendo isso fica muito mais fácil passar para o outro
pé, o cliente e falar e isso que estou procurando, as evidências então quando você
começar a fazer digamos reuniões com a sua equipe e que sejam trazidas a todos
produtivos a todos, se você conseguir falar de maneira mais agradável que as pessoas
entendam que você não ta dando bronca mas querendo contribuir , querendo ajudar e
por aí vai, vai depender das evidências. Agora como a gente vai chegar lá, como a gente
vai fazer para chegar lá isso é entre coach e cliente, o processo não tem que importar
para a empresa, como você conduz esse processo não tem que ser importante para a
empresa, desde que no final aquelas evidências estejam presentes e aí você consegue
trabalhar de acordo com os valores do cliente, de acordo com o que é congruente com o
cliente, a maneira que ele entende que pode fazer para desenvolver aquelas habilidades.

Carol: Na verdade, empresa tem que contratar alguém q ela confia é que ela saiba que o
processo está nas mãos do profissional, nas mãos do coach, é que ela tem que cobrar
desse profissional para que ela possa avaliar esse profissional e com os resultados que
serão obtidos. Agora existe um caminho para isso, e a gente sabe que existem coaches
que estão no processo inicial e ainda nem se percebem, e existem coachees que no início
do processo de coaching já caminharam um pouco, já estão com alguma coisa, que
percebem como mudar esse processo tá lá trás, talvez demore mais e o que está lá no
meio possa ser mais rápido
Quando você negocia isso com a empresa, você utiliza algum tipo de instrumento para
mostrar o quanto vai ser o tempo disso? Estou te perguntando isso porque as empresas
tem uma expectativa de que o coaching tem que ser mágico, é que as pessoas mudem se
e transformem se automaticamente quando entram no processo de coaching e na
verdade a gente sabe que não é assim, não é bem assim que a coisa funciona. Como
você trabalha isso na organização, principalmente naquelas que são pouco maduras na
contratação de um coach, está iniciando um processo?

Andrea: com relação à números de horas, o coach vai tentar adequar, existe um padrão
do Brasil que eu já vi entre 6 e 12 sessões que pode ir a 18, existe um número"
aceitável" pelas empresas. Eu procuro não dizer quanto tempo irá durar enquanto eu não
falar com as outras peças que você mencionou, porque cada caso é um caso, e outra
coisa, o processo pode ser prolongado, ou seja, estendido, e pode também acontecer dê
o resultado será atingido antes em números de horas que foram estabelecidos porque às
vezes é um insight que está faltando, e um insight pode demorar 3 minutos, 4 minutos, e
aí como que fica? A empresa dando o quê, pelo tempo do coach, ou pelos resultados que
ela espera? Eu recebo muito essa pergunta dos meus treinandos. Normalmente eu faço
acordos como as empresas com relação ao resultado esperando, digo o número de
sessões depois de conversar com eles, de ver como funciona, o valor, uma vez que a
gente atinge aquelas evidências que foram acordadas entre empresa e coach e cliente a
gente pode sentar e falar: tem mais alguma coisa que eu possa fazer para te ajudar? Ou a
gente termina por aqui? Por que pode ser o caso." ah não mas ainda não terminou às dez
seções. Mas você contratou o quê? 10 horas do meu tempo ou o resultado?

Carol: Você acredita que as empresas, hoje no Brasil, eu não sei, você está acostumada
com o mercado internacional talvez possa estabelecer um parâmetro de comparação,
você acredita que as empresas, os RH do Brasil, eles tendem a contratação de coaching
por resultado já? E quais as perspectivas o que você vê para o mercado de coaching,
quais os próximos caminhos que o coaching vai percorrer no Brasil?

Andrea: Eu acho que depende do coach, e da negociação que ele fizer porque tem uma
coisa que é interessante, muito interessante aliás, mais do que parece a respeito que é a
presença do coach, o quão presente ele está, e pode influenciar na decisão do cliente.
Isso não se compra, não se vende. O tempo, minutos você pode vender, mas a sua
presença e um presente de fato. Entendo que por isso, uma palavra esteja relacionada à
outra, origem da palavra. Então se o coach conseguir conversar com a empresa de
maneira tal que o que importa não e quanto custa o minuto ou a minha hora, e o que
você quer, e quanto tempo eu vou demorar para conseguir esse resultado, porque na
verdade eu coaching não vou ter retorno como você disse, coach não tem varinha de
condão, não faz mágica, quem atinge o resultado e o cliente.. o coach vai facilitar o
processo, desde que o cliente esteja comprometido com o processo. Então quanto tempo
isso demora, depende do compromisso do cliente e depende das circunstâncias porque
as vezes a empresa quer por exemplo um resultado mas não abre não disponibiliza as
circunstâncias para que aconteça ou não colabora para isso. O compromisso e do cliente
as coisas que vão ser feitas, que vai ser discutida durante a sessão, o insight que ele vai
ter, isso não tem com precisar exatamente quando vai acontecer, pode acontecer na
primeira seção ou pode não acontecer e precisar estender o tempo, mas em geral
acontece antes, pelo menos na minha experiência, antes do previsto não diria mas antes
de renovar o processo.

Carol: E a respeito das perspectivas do coaching, o que você percebe, qual caminho o
Brasil vai trilhar considerando o mundo que está mais maduro?

Andrea: Eu já tô bem mais feliz com relação ao desenvolvimento do coaching no Brasil


porque quando eu comecei como coach, na verdade eu me desenvolvi fora do Brasil,
primeiro porque não tinha curso de formação de coaching no Brasil, foi acho que em
2001, antes disso não existia curso de certificação em coaching nesse país. São as
pessoas ou iam para fora para estudar, ou fazer um coaching, a grande maioria nunca
tinha ouvido falar, ai era complicado, mais complicado ficou depois que começou a
aparecer um monte de gente dando curso de coaching, pessoas essas que tão pouco
sabiam o que era coaching. Começou a virar uma bagunça, então eu acho que o Brasil
passou por uma fase, uns anos de bagunça. Hoje cada vez mais, conversando com
empresas eu vejo que eles se importam muito com a qualidade do coaching. Quem diz
que é coach diz por quê? Fez uma formação? Tem uma certificação? Se tem Uma
certificação, que certificação essa? Qual é a base dessa certificação? Porque ainda
acontece aqui no Brasil, como você deve saber, é que todos os cursos de coaching se
chamam certificação internacional em coaching. Todos. Cadê o sentido? Certificação
significa o quê? Porque certificação não é atestado de assistência. Certificação envolve
uma avaliação, uma avaliação seria você pode certificar ou não. O que significa
internacional? Agora tem um monte de gente dizendo que internacional tem significado
diferente, e o coaching também, porque eu já vi pessoas que estão oferecendo cursos de
coaching e aquilo é uma outra coisa, claramente não é coaching mas não sei como se
chama.

Carol: Talvez nem e formação, é um curso que nem habilita para formação.

Andrea: É que o nome está em alta, e vai continuar em alta porque, o que ta tá
acontecendo hoje em dia? As empresas se deram conta, muitas das empresas que eu
tenho conversado eles têm se dado conta dessa bagunça que estão fazendo com o nome,
para começar, a bagunça com o nome é só um reflexo com a bagunça literalmente na
prática, agora eles se questionam mais com relação ao: esse cara diz que é coach por
quê? O que ele tem para embasar essa afirmação? E aí não basta ter um papel impresso
assinado por alguém dizendo que 'a partir de agora eu o declaro coach então graças a
deus, cada vez mais elas estão se preocupando com isso, porque não é só achar o coach
mais barato do mercado, é achar o melhor coach do mercado, e para isso tem que fazer a
lição de casa.

Carol: Também acredito que as empresas estão começando a ter essa consciência,
utilizar mais critérios para contratar um coach e ate mesmo para treinar os seus
liderados, líderes, afinal de contas quando alguém vai para dentro da empresa treinar os
seus líderes ele já está mexendo na cultura da organização, então ele precisa saber o que
está fazendo.
E o público que quer chegar nesse caminho, você falou que ele precisa estudar, precisa
ter uma excelente formação, ele precisa praticar, ele precisa ganhar experiência, se você
pudesse dar uma dica para as pessoas que já tem uma formação, já são coach
executivos, o que você recomenda para quê essas pessoas se tornem um profissional
desejado pelo mercado, esse profissional reconhecido, tem alguma dica especial?

Andrea: Bom, sem produzir resultados satisfatórios para os clientes ele não vai
conseguir. Então acho que isso é o mais importante, eu acho que a melhor maneira de
entrar no mercado fortemente e referência, o boca a boca. Os seus Clientes vão ser o seu
melhor cartão de visita, porque aí eu olho para você e digo: puxa, nossa, eu tô vendo
uma mudança, você tá fazendo coaching, está fazendo com quem? E assim vai, eu não
consigo encontrar outra maneira efetiva, digamos, para que uma pessoa se destaque na
área de trabalho se não provendo bons resultados para os clientes.

Carol: Andrea, a gente já fechado aqui eu tenho mais uma pergunta importante. A gente
percebe que fora do Brasil, valoriza muito a pesquisa do processo de coaching, a sua
organização trabalha com pesquisa, a gente sabe de grandes organizações fora do Brasil
que trabalham sistematicamente com pesquisa. A gente tem se alimentado das pesquisas
que vem de fora, a maioria delas, isto não é um problema exatamente, mas isso de certa
forma limita o crescimento entre o desenvolvimento. O conhecimento de coaching de
tudo isso. Você acredita que isso vai mudar? Ou não, a gente vai continuar se
alimentando daquilo que é feito fora do Brasil, essa cultura de pesquisa, você enxerga
dessa maneira?

Andrea: Eu acho que a pesquisa independente do país que for feita, se for feita na área
de interesse da pessoa que está pesquisando, ela é válida. Eu não sei se vai mudar isso
no Brasil, gostaria muito que mudasse, não tenho como saber, claro, o que vai acontecer
nesse sentido. O que eu sei é que eu vou agora cada vez mais começando e me engajado
em movimentos, incitando movimentos que tem a intenção de aumentar a consciência
do estado do coaching, da produção coaching no país, e isso é importante. A gente
realmente não tem números com relação ao coaching no Brasil, o que é uma pena, mas
o que impede a gente de fazer essa avaliação? Nada. É só começar a fazer.

Carol: Você percebe também fora do Brasil essa competitividade que existe em relação
às escolas, ou ha um processo mais colaborativo?

Andrea: eu acho que o problema, a concorrência. A concorrência ética é muito bem


vinda para todo mundo, é ótima, aí todo mundo tem o compromisso de se desenvolver,
o que me chateia com relação há algumas situações no Brasil, é a concorrência antiética,
aquela de falar mal do outro, então assim você não pode falar mal de uma coisa que
você não conhece, e tão pouco tentar se mostrar melhor ao puxar o outro pra baixo. É
completamente incongruente com a profissão do coaching, então eu acho que esse tipo
de atitude, postura, me deixa bastante triste no sentido de que as pessoas não
entenderam o que é o coaching. Que tal você fazer o melhor que você pode fazer, e
deixar que o outro faça o melhor que ele pode fazer? Se todo mundo estiver
comprometido, não só em ganhar dinheiro, o dinheiro é importante claro, mas eu ainda
vejo muita gente sendo esse o único objetivo. Coaching dá dinheiro? Sim, dá dinheiro
mas dá um monte de outras coisas também, então acho que o dinheiro sendo, o retorno
financeiro sendo a única inspiração para ir à escolas de coaching, tornar profissionais de
coaching, faz por si só com que a atualidade daquela instituição, daquele profissional
não seja o melhor que pode ser por que por pouco pode se distorcer..

Carol: Andrea a última pergunta. Eu queria que você me respondesse o seguinte: quais
são os caminhos que o coaching fora do Brasil agora, quais as suas perspectivas, o que
tem sido feito, estudado, tem algum tipo de novidade, o que ta acontecendo aí fora?

Andrea: Bom, está acontecendo muita coisa. Acho que uma coisa para responder
brevemente a sua última pergunta uma coisa que muito claramente está acontecendo,
que eu vejo não só na Europa, mas nos estados unidos, na Ásia, e a questão do
mindfullness acho que não tem tradução para o português, é a questão da introspecção,
de olhar para dentro de si e parar, estacionar um pouco, se encontrar, se conhecer antes
de mais nada. Antes era falado que isso não era coaching, espiritualidade, agora as
pessoas conseguem perceber a importância da meditação, do resultado, do impacto
disso no desenvolvimento do ser humano, por ter uma relação direta com o coaching.

Carol: Quando você consegue fazer uma viagem introspectiva, interna, se conhecer,
você pode ajudar as pessoas a trilha esse caminho também. E a respeito do que está
acontecendo aí, você falou que está acontecendo muitas coisas, conta pra gente.

Andrea: Isso e umas das coisas

Carol: Essa reflexão sobre a espiritualidade, de auto conhecimento, e o que mais?


Andrea: No momento eu não sei de nada que seja relevante que esteja acontecendo
como estava acontecendo antes e novidade para mim e o que está muito claro para
mim e a consciência das pessoas, da importância essa busca interior que está sim ligado
ao coaching
Que não tem porque está separado.

Carol: Andrea eu queria que você falasse antes da gente encerrar um pouquinho sobre o
seu trabalho, do que você oferece aqui no Brasil e como as pessoas podem entrar em
contato com você.

Andrea: Bom eu sou da Lambent, e uma empresa que foi originalmente no Brasil, está
aqui na Inglaterra também. O site é www.lambent.com. O que a gente faz? A gente faz
coaching de vários níveis, oferecemos cursos para certificação Inter&acional em
coaching, esse treinamento e o único da America Latina que recebeu o maior premio de
qualidade de mentoring coaching no mundo. Então nos somos hoje uma das 7 empresas
no mundo e única na America Latina a ter essa premiação que significa muito porque
não e fácil se conseguir. Porque eles levam em conta um monte coisas inclusive
avaliação, tipos de elementos necessários a serem avaliados, e por aí vai, qualidade dos
instrutores, qualidade do material, número de horas, tudo isso. E a gente fica muito
honrado de receber essa premiação por que é um reflexo do trabalho de uma década,eu
to nisso a 15, 16 anos, não tenho certeza . E esse treinamento hoje que a gente tem, a
gente tem atuação global, ou seja, temos treinadores em todos os continentes do mundo,
já formamos pessoas através desse nosso programa em mais de 60 países, mais de 8 mil
pessoas certificadas, pessoas que passaram pelo treinamento é um maior número mas as
pessoas que se certificaram são 8 mil e uma coisa, número aumenta porque temos
treinadores no mundo inteiro, e acontece treinamento o tempo inteiro. O site
da icc.com tem o calendário dos programas todos no mundo inteiro, e em empresas
oferecemos treinamentos in company, customizados eu ofereço tanto curso de
certificação nacional ou internacional, cursos mais curtos, cursos de outras habilidades,
só o coaching , a gente tem outros perfis também, como pnl, então a gente consegue
montando em certas empresas de acordo com as necessidades reais. A gente escreve
livros a beça, digo eu e o Joseph meu sócio e meu marido. Nós viajamos o mundo com
esse tipo de treinamento promovendo o desenvolvimento, essa é a nossa missão e visão,
o lema da icc organização que certifica os nossos treinamentos é fazendo coaching com
o mundo, em todos os sentidos. Não só no mundo todo, mas no mundo em si, pq a gente
acredita que ao criar , ajudar a promover melhoras as vezes estamos contribuindo pta
um mundo melhor também. Então essa e a nossa visão, nossa missão, e o que a gente
faz hoje em dia. Hoje eu ofereço coaching executivo para pessoas de vários países,
inclusive no Brasil, tenho três clientes no Brasil, faço via internet, hoje em dia fica
muito fácil isso.bom, tudo que diz a respeito de desenvolvimento d potencial e a gente
puder oferecer, temos prazer oferecer

Carol: Andrea eu quero te agradecer muito. Quero te dizer que te admiro mais agora,
pela humildade e você é uma pessoa cheia de conteúdo, conhecimento, e é uma pessoa
do bem, congruente com aquilo você prega e faz. Te agradeço de verdade, e um prazer,
isso engrandece nosso evento, e acredito que as pessoas q assistiram gostaram muito
como eu gostei, de você e da sua palestra.

Andrea: Muito obrigada Caroline é um prazer, espero conhece-la pessoalmente em


breve. E no que eu puder ajudar conte comigo, eu podendo eu faço.

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