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Universidade de Caxias do Sul

Centro de Ciências da Saúde


Curso de Farmácia
Parasitologia I
Prof. Rita C. Basso

Programa de Controle de Parasitoses Intestinais –COPI


Karine G. de Candido
Isadora F. Marcon
Lauren Z. de Oliveira

Caxias do Sul, 2010.


Sumário
Programa de Controle de Parasitoses Intestinais –COPI.............................................................1
Introdução ................................................................................................................................3
Objetivos ..................................................................................................................................4
Materiais e métodos .................................................................................................................5
Estratégia .................................................................................................................................5
Parasitoses Intestinais..............................................................................................................6
Bibliografia................................................................................................................................9

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Introdução

Este trabalho visa detectar possíveis verminoses nos alunos de faixa etária entre 9 e 10
anos da Escola Municipal Professor Luiz Fernando Mazzotti, informá-los sobre as parasitoses
humanas e instruí-los à prevenção do mesmo, e se necessários encaminhá-los à um médico
para tratamento.

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Objetivos

Fornecer informações sobre parasitoses aos alunos do 4º ano turma B, a importância


da prevenção, da consulta médica e exames para detecção.

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Materiais e métodos

Escola Municipal Professor Nandi, localizada no bairro Desvio Rizzo, loteamento


Parque das Rosas II, atende crianças dos bairros Desvio Rizzo, Vila Amélia, Planalto Rio
Branco, Santa Tereza e Cidade Nova. A população é de nível socioeconômico médio/baixo.
Nestes bairros a coleta de lixo orgânico ocorre nas segundas, quartas e sextas pela tarde. A
coleta do lixo seletivo ocorre nas terças e sextas pela manhã.
Como a região do Rizzo possui dezenas de novos loteamentos, muitos ainda em fase
de urbanização, existem diversas ruas a pavimentar. São todas ruas pequenas, de tráfego
local. A Prefeitura só pode elaborar projetos para pavimentação a partir do momento que todo
o loteamento ofereça infra-estrutura para os moradores (luz, água, esgoto, etc).
No entanto, todas as principais vias de acesso e ligação da região são pavimentadas,
as estradas da zona rural estão sendo asfaltadas dentro do Programa de Asfaltamento do
Interior (PAI) da Prefeitura de Caxias.¹
A região que compreende os bairros citados acima também tem sido beneficiada com
diversas obras de infra-estrutura e de cunho social, como Revitalização do Parque da Lagoa do
Rizzo, PAR (Programa de Arrendamento Residencial, com diversas moradias populares), nova
escola para 400 alunos (Escola Prof. Nandi), nova creche, centros comunitários, novo posto de
saúde, redes de água, reservatório de água com 3,3 milhões de litros para abastecer toda
região, redes de esgoto, combate a alagamentos, obra de acesso ao Desvio Rizzo a partir da
RSC-453, e muitas outras.
Nestes bairros existe hoje a coleta e afastamento de esgoto por meio de um sistema
misto de drenagem.
Isso significa que o esgoto é coletado e afastado, sem tratamento. O SAMAE está investindo
num Plano de Despoluição dos Arroios, que ao final, vai tratar 86% do esgoto, superando o
índice atual de 15%.
Também está em obras a implantação do Coletor Tronco nestas regiões. Este sistema
vai permitir que o esgoto seja coletado e transportado até a Estação de Tratamento de Esgoto
e lá tratado. Os Sistemas Belo, Pinhal e Samuara vão atender estes bairros quando o Plano
estiver concluído.²

Estratégia

A apresentação dar-se-á por meio de uma palestra educativa, com a utilização de


retroprojetor, e distribuição de folhetos. Será utilizada “massinha de modelar”, para
representação da coleta das fezes. Na apresentação sobre parasitoses será feito um jogo de
perguntas e respostas, com distribuição de guloseimas.
A disciplina fornecerá os xerox dos folhetos e o retroprojetor.

A detecção de parasitas será feita através do exame parasitológico de fezes (EPF).


Este foi escolhido por ser um método eficaz na detecção qualquer parasita, de boa
credibilidade, baixo custo, rápido e fácil execução. É prevista a realização de 24 exames.

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Parasitoses Intestinais

“As parasitoses intestinais constituem-se num grave problema de


saúde pública, sobretudo nos países do terceiro mundo, sendo um
dos principais fatores debilitantes da população, associando-se
freqüentemente a quadros de diarréia crônica e desnutrição,
comprometendo, como conseqüência, o desenvolvimento físico e
intelectual, particularmente das faixas etárias mais jovens da
população.” (LUDWIG, 1999)

As parasitoses humanas são um tipo de infecção intestinal, provocada por agentes


específicos, denominados parasitas. É doença freqüente, de difícil controle dos órgãos
públicos, que acomete o ser humano de forma irrestrita. Ocorre em crianças e adultos, de
ambos os sexos, em todas as classes sociais, tanto na zona rural como nas cidades, sendo
mais comum em áreas de baixo nível socioeconômico.
A doença é transmitida por alimentos contaminados, frutas e verduras mal lavadas,
água contaminada, carnes cruas ou mal cozidas, mãos sujas, objetos contaminados (chupetas,
brinquedos, copos, pratos, talheres, etc.).
A forma de infecção humana mais comum é via oral-fecal, sendo transmitida através de
água e alimentos contaminados com ovos de parasitas, sendo mais comum em crianças
devido aos hábitos de higiene. Em alguns casos, como a infecção por ancilostomídeos, a via
de entrada do parasita é a própria pele, através de penetração direta.

“Os parasitas intestinais estão entre os patógenos mais


freqüentemente encontrados em seres humanos. Dentre os
helmintos, os mais freqüentes são os nematelmintos Ascaris
lumbricoides e Trichuris trichiura e os ancilostomídeos Necator
americanus eAncylostoma duodenale. Dentre os protozoários,
destacam-se Entamoeba histolyticae Giardia
duodenalis.” (FERREIRA, 2000)

Fatores como saneamento básico precário, práticas de higiene pessoal e doméstica


inadequadas são principais vias de transmissão. Devido a esses fatores, as parasitoses são
mais comuns em países subdesenvolvidos, aumentando a freqüência conforme baixa o nível
socioeconômico da população. Aproximadamente um terço da população de países
subdesenvolvidos vive em condições propícias à disseminação de infecções parasitárias. As
parasitoses representam um problema significativo de saúde publica, demonstram um grande
número de infectados e geram um quadro nutricional preocupante, mas apresentam baixas
taxas de mortalidade.

“Estima-se que cerca de 1 bilhão de indivíduos em todo mundo


alberguem Ascaris lumbricoides, sendo apenas pouco menor o
contigente infestado por Trichuris trichiurae pelos ancilostomídeos.
Estima-se, também, que 200 e 400 milhões de indivíduos,
respectivamente, alberguem Giardia duodenalis e Entamoeba

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histolytica. Os danos que os enteroparasitas podem causar a seus
portadores incluem, entre outros agravos, a obstrução intestinal
(Ascaris lumbricoides), a desnutrição (Ascaris lumbricoides e Trichuris
trichiura), a anemia por deficiência de ferro (ancilostomídeos) e
quadros de diarréia e de má absorção (Entamoeba
histolytica e Giardia duodenalis), sendo que as manifestações clínicas
são usualmente proporcionais à carga parasitária albergada pelo
indivíduo.” (FERREIRA, 2000)

No Brasil as informações sobre a prevalência de parasitas intestinais são escassas ou


ate mesmo nulas para certas regiões. Porém as infecções apresentam variações inter e intra-
regionais, dependendo das condições sanitárias, educacionais, econômicas, sociais, índice de
aglomeração da população, hábitos de manuseio do solo, tratamento de animais, hábitos
culturais e capacidade de sobrevivência de cada parasita.

“Essas doenças, muitas vezes, são subestimadas pelos profissionais


de saúde, porém a morbidade a elas associada é significativa.
Saneamento básico é considerado uma das melhores e mais eficazes
soluções para a promoção da saúde no Brasil. Financeiramente, o
investimento é relativamente baixo e o retorno é garantido. Dados da
Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que, em um período
de dez anos, R$ 4 são economizados em cada R$ 1 aplicado em
obras de saneamento. A rede pública de saúde também ganha com
investimento neste tipo de obra. Dados do Sistema de Informações
Hospitalares (SIH), do Sistema Único de Saúde (SUS), mostram que,
na última década, cerca de 700 mil internações hospitalares ao ano
foram causadas por doenças relacionadas à falta ou inadequação de
saneamento.” (FUNASA, 2004)

Uma publicação feita na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical sobre


Parasitas intestinais em centros de educação infantil municipal de Lages mostrou que as
parasitoses prevalentes foram de Ascaris lumbricoides, Giardia lamblia e Trichuris trichiura.

“Infecção por enteroparasitas foi avaliada em 200 crianças em idade


escolar, residentes em Lages. A prevalência geral entre helmintos e
protozoários foi de 70,5% com 61,4% no sexo masculino e 74,5% no
feminino. Os parasitos mais prevalentes foram Ascaris lumbricoides
(35%), Giardia lamblia (14%) e Trichuris trichiura (13%).” (QUADROS
et al 2004)

De um modo geral, as pessoas infectadas apresentam um quadro de dor abdominal,


cólicas, náuseas, vômitos, diarréias, perda de peso, anemia, febre e sintomas respiratórios. A
apresentação dos sintomas juntamente com o exame parasitológico de fezes dá a identificação
do parasita. O EPF é o exame mais indicado nos casos de suspeita de parasitose, pois é o
único método capaz de detectar com absuluta certeza a presença de parasitas no paciente. A
coleta das fezes deve ser feita em um local limpo e seco, mantida em um recipiente também

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limpo e seco, não deve ser feito uso laxantes, no caso das fezes apresentarem sangue ou pus,
estas áreas devem ser colhidas, as amostras devem ser coletadas em dias alternados, no caso
de o recipiente não conter conservante, a amostra deve ser entregue ao laboratório em até 2
horas, caso não seja possível, mantê-la em geladeira por no máximo 14 horas até a entrega,
no caso de fezes diarréicas, fazer a coleta diretamente no pote, se possível no próprio
laboratório, pois devem ser examinadas em no máximo 30 minutos após a coleta. Em alguns
casos é utilizado uma fita adesiva ou um swab na região perianal a fim de pesquisar ovos de
parasitas como Enterobius vermicularis. Exames de sangue são utilizados como diagnóstico
complementar no caso do paciente apresentar anemia ou hemorragia. O tratamento é feito com
medicamentos antiparasitários de amplo espectro ou específicos após a identificação do
agente causador. Boa higiene pessoal e doméstica, manter unhas aparadas, ingerir água
somente filtrada ou fervida, limpar e desinfetar bem alimentos, usar calçados, ingerir carne
sempre bem cozida, evitar que as crianças brinquem em terrenos baldios ou onde há lixo ou
água contaminada, manter a casa e o terreno em volta limpos, comer em lugares limpos e
higiênicos, em casos de suspeita, procurar orientação médica, são medidas adotadas a fim de
prevenir infecções parasitárias. Numa comunidade a prevenção deve ser feita através da
educação sanitária, proibição do uso de fezes humanas como adubo, saneamento básico a
toda população e boas condições de moradia.

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Bibliografia

1. Informações cedidas pela CODECA – Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul

2. Informações cedidas pela SAMAE Caxias do Sul – Serviço Autônomo Municipal de Água e
Esgoto

QUADROS, R. M.; MARQUES, S.; ARRUDA, A. A. R.; DELFES, P. S. W. R.; MEDEIROS, Í. A.


A. Parasitas intestinais em centros de educação infantil municipal de Lages. Revista da
Sociedade Brasileira de Medicinal Tropical, v.37, n.5 p.422-423, set./out. 2004. Base de
dados SCIELO Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 08 mai. 2010.

REY, L. Bases da parasitologia médica. 2.ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2002.
379 p.

TOSCANI, Nadima Vieira et al . Desenvolvimento e análise de jogo educativo para crianças


visando à prevenção de doenças parasitológicas. Interface (Botucatu), Botucatu, v. 11, n.
22, 2007.

TEIXEIRA, Júlio César; HELLER, Léo. Fatores ambientais associados às helmintoses


intestinais em áreas de assentamento subnormal, Juiz de Fora, MG. Eng. Sanit. Ambient.,
Rio de Janeiro, v. 9, n. 4, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 08 mai.
2010.

FERREIRA, Marcelo Urbano; FERREIRA, Claudio dos Santos; MONTEIRO, Carlos Augusto.
Tendência secular das parasitoses intestinais na infância na cidade de São Paulo (1984-
1996). Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 34, n. 6, 2000. Disponível em:
<http://www.scielo.br>. Acesso em: 08 mai. 2010.

LUDWIG, Karin Maria et al . Correlação entre condições de saneamento básico e parasitoses


intestinais na população de Assis, Estado de São Paulo. Rev. Soc. Bras. Med. Trop.,
Uberaba, v. 32, n. 5, 1999. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 08 mai. 2010.

PRADO, Matildes da S. et al . Prevalência e intensidade da infecção por parasitas intestinais


em crianças na idade escolar na Cidade de Salvador (Bahia, Brasil) Rev. Soc. Bras. Med.
Trop., Uberaba, v. 34, n. 1, 2001. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 08 mai.
2010.

BVS – Biblioteca Virtual em saúde. Ministério da Saúde. Disponível em:


<http://bvsms.saude.gov.br/php/index.php>. Acesso em 08 de mai. 2010.

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