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Ato Administrativo Validade, Eficácia e Vigência

Conceito:  Validade: implica a compatibilidade do ato administrativo


 É a manifestação da vontade estatal apta a produzir efeitos com o modelo descrito na norma jurídica (competência,
jurídicos e exteriorizada no exercício de função administrativa. conteúdo, procedimento e divulgação).

 O Estado, neste sentido, deve ser entendido em sentido  A validade pressupõe a existência do ato, mas com ela não
amplo (Administração Pública Direta e Indireta ou Entidades se confunde.
que receberem delegação de competência).  Eficácia: é a aptidão para produzir efeitos jurídicos.
 No caso de particulares, nem sempre substituir a atividade  Vigência: é o período durante o qual o ato administrativo
estatal implica o exercício de função administrativa (Ex: incide sobre a realidade, que normalmente se inicia com a
ONGs) respectiva publicação.

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Requisitos do Ato Administrativo Competência do Sujeito

 Teoria clássica (Hely Lopes Meirelles):


 Exigência de norma que fixe a competência;
a) Competência (Sujeito);
 Competência administrativa: é a atribuição normativa da
b) Finalidade;
legitimação para a prática de um ato administrativo;
c) Forma;
 Pode ser delegada, por lei em sentido estrito ou outro
d) Motivo;
instrumento normativo;
e) Objeto.
 Deve considerar possíveis impedimentos (interesse nos
 Teoria Contemporânea (Celso Antônio Bandeira de Mello):
efeitos da própria decisão) ou impossibilidades funcionais (Ex:
a) Conteúdo; período de férias ou aposentadoria compulsória).
b) Forma.

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Finalidade Forma

 Deve possuir conexão imediata ou mediata com o interesse  Regra geral, há o predomínio da linguagem escrita;
público;
 Neste sentido, exige uma formalização complementar:
 Vícios - Desvio de Poder ou Desvio de Finalidade, publicação no veículo competente (Ex: Diário Oficial) ou
decorrente de dolo ou culpa: intimação do interessado;
a) O agente pratica ato visando a uma finalidade incompatível  Atende a uma seqüência procedimental previamente
com o interesse público (cassação de alvará de estabelecida pela própria Administração (Ex: emissão de
funcionamento por motivos de índole pessoal); certidões);
b) O agente objetiva finalidade alheia à categoria do ato  Pode, em casos excepcionais, se manifestar por meio de
praticado, ainda que de interesse público (remoção de expressão verbal ou gestual.
servidores como modo de punição).
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Motivo Objeto ou Conteúdo

 É o processo de cognição interno que deve guardar pertinência lógica e


causal com o ato praticado, ou seja, o motivo é o antecedente do ato  É a determinação ou execução prevista no ato
administrativo; administrativo;
 Não se confunde com motivação, que é a exposição formal do motivo,  Deve ser compatível com as normas de regência, sob
na qual se indicam os fundamentos que nortearam a conduta; pena de nulidade;
 Também não se confunde com a finalidade, que é a conseqüência
visada pelo ato administrativo;  Implica o exercício da função administrativa, que também
pode alcançar o particular no exercício de função pública
 Teoria dos Motivos Determinantes: entende que os motivos integram a
validade jurídica do ato administrativo, de modo vinculante (atualmente,
(Ex: concessionário de serviços públicos).
boa parte da doutrina a considera superada).

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Atributos do Ato Administrativo Atributos do Ato Administrativo

 Presunção de Legitimidade:
 Imperatividade:
a) Trata-se de presunção juris tantum, de modo a produzir
É o condão de interferir com terceiros, independentemente
efeitos jurídicos tão logo o ato seja publicado;
de sua concordância, mediante ato unilateral editado pela
b) Implica, na prática, a inversão do ônus da prova;
Administração Pública.
c) Vincula a todos os particulares, mas pode ser revista pelo
Poder Judiciário, à exceção do mérito administrativo,
consubstanciado nos juízos de conveniência e oportunidade.

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Atributos do Ato Administrativo Classificação dos Atos Administrativos

 Quanto ao conteúdo:
 Auto-executoriedade:
a) Normativos – complementam comandos legais (Ex: Regulamento);
a) Indica a possibilidade de a Administração Pública obter a
b) Não Normativos – Realizam uma previsão normativa ou decidem no caso
satisfação de um direito ou dirimir um litígio sem a concreto.

intervenção do Poder Judiciário;  Quanto aos destinatários:


a) Gerais – aplicáveis a um número indeterminado de sujeitos;
b) Deve obedecer integralmente aos princípios da legalidade
b) Individuais – têm aplicação a sujeitos determinados (Ex: contratos).
e da proporcionalidade, mas permite, em casos
 Quanto ao âmbito de aplicação:
excepcionais, o uso da força.
Internos ou Externos, de acordo com o alcance dos efeitos em relação aos
órgãos da Administração Pública.
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Classificação dos Atos Administrativos Classificação dos Atos Administrativos

 Quanto ao número de partes:  Quanto à margem de decisão:


Discricionários ou Vinculados, de acordo com a possibilidade ou
a) Unilaterais – não representam a atuação de um único órgão não de escolha, entre duas ou mais condutas previstas em lei,
(Ex: norma jurídica,que, de acordo com o processo legislativo, mediante critérios de conveniência, oportunidade e eficiência.
tramita por várias instâncias;
b) Bilaterais – implicam obrigações e direitos recíprocos, com  Quanto aos efeitos:
a) Declaratórios – reconhecem a existência ou inexistência de um
nos contratos.
fato com efeito jurídico, razão pela qual retroagem;
c) Plurilaterais – indicam decisões com a manifestação de b) Constitutivos – necessários à produção de um efeito jurídico
várias vontades, como no caso dos convênios. c) Condenatórios – nos quais se impõe a um sujeito o dever de
realizar obedecer a certa conduta, comissiva ou omissiva.
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Classificação dos Atos Administrativos Espécies de Atos Administrativos

 Quanto à natureza:  Decreto: é o ato unilateral e privativo do Chefe do Poder


a) Atos de expediente – não comportam carga decisória; Executivo das várias esferas estatais, com função
b) Atos consultivos – fornecem subsídios a decisões regulamentadora (art. 84, IV, CF) ou organizacional/funcional
posteriores, como no caso dos pareceres; (art. 84, VI, CF). No âmbito federal, possuem a colaboração
c) Atos decisórios – materializam uma escolha entre várias dos Ministros de Estado.
alternativas e estabelecem a conduta adota pela
 Instrução: ato administrativo editado pelos Ministros de
Administração
Estado, no âmbito de suas competências específicas (art.
d) Atos de execução – produzem a satisfação de um dever ou,
87, II, CF).
se defeituosos, o surgimento da responsabilidade jurídica.

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Espécies de Atos Administrativos Espécies de Atos Administrativos

 Portaria: ato que dá impulso ao exercício de funções  Licença: reflete o controle do Estado na atividade privada
administrativas, muito utilizado para instalar comissões, e, neste sentido, normalmente autoriza a prática de uma
preencher cargos, transmitir orientações internas etc. Pode conduta, mediante o reconhecimento de certos requisitos.
ser assinada por mais de um órgão, como no caso das
 Permissão: tem por objetivo a prestação de serviço
Portarias Interministeriais.
público ou a utilização de bem público (Ex: banca de jornais).
 Regimento: ato de caráter normativo que estabelece o
 Autorização: é o ato administrativo que atribui direitos
conjunto de regras que disciplinam a organização e o
precários ao particular (Ex: porte de arma, utilização de bens
funcionamento de órgãos colegiados.
públicos, entre outros).

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Espécies de Atos Administrativos Invalidação dos Atos Administrativos

 É o desfazimento, pela própria Administração, de ato anterior, por


 Existem várias outras espécies identificadas pela doutrina: defeito em sua formação.
circulares, ordens de serviço, avisos, comunicados, editais,  O ato inválido não se confunde com o ato ilícito; enquanto o
certidões, resoluções, pareceres, ofícios, despachos, entre primeiro consiste no descompasso entre um ato concreto e o
modelo previsto na norma jurídica, o ato ilícito se identifica com um
outras, cada qual destinada a uma função administrativa
modelo normativo, para o qual há a previsão de uma sanção.
específica.
 É possível que uma conduta seja considerada, ao mesmo tempo,
inválida e ilícita, pela aplicação de duas normas distintas (Ex:
deferimento de um pleito sem o preenchimento dos requisitos,
mediante recebimento de propina).

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Atos Nulos, Anuláveis e Convalidáveis Revogação

 Nulos: são os expedidos em absoluta desconformidade com a ordem  É o ato administrativo discricionário pelo qual a Administração extingue
jurídica, que, ao serem percebidos pela própria Administração ou pelo um ato anterior válido, por razões de oportunidade e conveniência.
Poder Judiciário geram efeitos ex tunc, ou seja, desde sua expedição.
 Produz efeitos ex nunc, respeitando aqueles já produzidos anteriormente.
 Anuláveis: são expedidos com vícios que ensejam sua expulsão do
sistema jurídico, mas apresentam, na prática, maiores dificuldades, no  Pode ensejar indenização, no caso de o ato revogado ter gerado direitos
intuito de se definir qual o nível do gravame, vale dizer, se o defeito é ou adquiridos, de cunho patrimonial. Contudo, no caso de direitos imateriais a
não sanável. Produzem efeitos ex nunc, ou seja, para a frente. revogação é impossível.
 Convalidáveis: são os que, embora viciados, apresentam condições de  Exige a observância de processo administrativo, que se inicia com a
regularização (o art. 55 da Lei 9784/99 exige que o ato a) não tenha demonstração concreta dos motivos que ensejaram a inconveniência do
acarretado lesão ao interesse público e b) nem prejuízos a terceiros.)
ato. Neste sentido, não se admite a simples invocação de “interesse
 A convalidação é conhecida por ratificação (mesma autoridade) ou público”.
confirmação, quando expedida por autoridade diversa daquela emissora.
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Prescrição e Decadência

 A doutrina, no passado, já trabalhou com as idéias de imprescritibilidade


e de prescrição vintenária, por analogia a disposições do direito civil.
Todavia, com o advento da Lei 9784/99 (art. 54), a posição atual
consolida a tese dos cinco anos, tanto para o prazo decadencial como para
o prescricional.
Bandeira de Mello: “É, outrossim, de cinco anos o prazo para a
Administração, por si própria, anular seus atos inválidos dos quais hajam
decorrido efeitos favoráveis ao administrativo, salvo comprovada má-fé. (...)
Vê-se, pois, que este prazo de cinco anos é uma constante nas disposições
gerais estatuídas em regras de Direito Público, quer quando reportadas ao
prazo para o administrado agir, quer quando reportadas ao prazo para a
Administração fulminar seus próprios atos”.
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