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INTRODUÇÃO
AS ARISTOCRACIAS
Allan Kardec em “Obras Póstumas”(1) nos ensina que “nas sociedades primitivas, a
autoridade foi conferida aos chefes de família, aos anciãos e aos patriarcas. Foi esta a
primeira de todas as aristocracias”.
Ainda existem, no começo do século 21, pequenos grupos sociais onde a autoridade
está determinada pelos patriarcas. Várias comunidades indígenas seguem esse
modelo de organização.
3) A Aristocracia do Nascimento
Um dos meios que utilizam para se manter no poder é, como ensina Allan Kardec,
“impedir que ela (a classe submetida) visse claro, mantendo-a na ignorância”.(4)
4) A Aristocracia do Dinheiro
Surge outra fonte de poder que é o dinheiro. Por diversos meios as pessoas foram
acumulando dinheiro e viram o poder que podiam ter quando era usado no seu próprio
benefício.
Allan Kardec, em “Obras Póstumas”. nos ensina "... então, elevou-se um novo poder, o
do ouro, porque com o ouro se dispõe dos homens e das coisas... O que não se
concedia mais aos títulos, concedeu-se à fortuna, e a fortuna teve seus privilégios".(5)
O Relatório de Desenvolvimento Humano de 2001 das Nações Unidas mostra que "1%
dos ricos do planeta tem uma renda equivalente a 57% da população mundial mais
pobre".(6) 25% da população do mundo ganha o 75% da renda gerada mundialmente.
O Coeficiente Gini é uma medida da iniqüidade da distribuição de renda na sociedade.
A América Latina tem um coeficiente de 0.57, quase três vezes o valor dos países
nórdicos.(7).
Condição atual:
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) foi criado pela ONU para medir o
desenvolvimento da sociedade. Ele mede três áreas fundamentais para o ser humano:
1) o produto interno bruto per capita, 2) a expectativa de vida ao nascer e 3) o nível
educacional.
O Brasil ocupa o lugar número 73 entre todos os países do mundo, apesar de ser a
décima economia do mundo.
Como é que a sociedade chegou nesta situação tão desigual? Em “A Gênese” Allan
Kardec nos explica que "os males mais numerosos são aqueles que o homem criou
para si, por seus próprios vícios, aqueles que provém de seu orgulho, de seu egoísmo,
de sua ambição, de sua cobiça, de seus excessos em todas as coisas; aí está a causa
das guerras e das calamidades que elas geram, das dissensões, das injustiças, da
opressão do fraco pelo mais forte, enfim, da maior parte das moléstias".(8)
Vemos então que as duas principais causas das condições atuais de injustiça e
desigualdade social são o nosso orgulho e nosso egoísmo. O Produto Interno Bruto
(PIB) é um índice que mede exclusivamente a quantidade de dinheiro movimentado em
cada país.
A maioria dos economistas usa o PIB como uma medida do progresso da sociedade.
Porém, esse índice não separa o gasto do dinheiro em atividades benéficas para a
sociedade daquelas que vão em detrimento da qualidade de vida na sociedade. O PIB
aumenta quando o país gasta dinheiro na construção de prisões, na compra de
armamento, no tratamento contra o câncer, que foi o resultado do hábito de fumar ou
como conseqüência da exposição a algumas substâncias cancerígenas, no combate à
poluição etc.
Com o objetivo de ter uma medida que reflita melhor o progresso da sociedade foi
desenvolvido um índice chamado Índice de Progresso Genuíno (GPI), que mede 26
variáveis diferentes nas áreas econômica, social e do meio ambiente. Por exemplo,
nos últimos 50 anos nos Estados Unidos o PIB cresceu 100%, porém o GPI caiu 45%.
Isso indica que o dinheiro circulante na economia aumentou, mas muitos fatores que
favorecem uma melhor qualidade de vida foram significativamente reduzidos.
Tudo isso para ter, a curto prazo, bons dividendos para os acionistas e, para eles
mesmos, grandiosas somas de dinheiro como bônus pelos bons resultados. A ambição
pelo dinheiro leva à corrupção em diferentes níveis dos nossos governos. Algumas
pessoas solicitam um benefício econômico adicional para fazer o trabalho que lhes é
encomendado.
A maioria das pessoas usa todos os meios lícitos para ganhar dinheiro, porém existem
algumas pessoas que usam meios ilícitos para obter dinheiro e aí aproveitam a
pobreza de alguns setores da sociedade para engajá-los no tráfico de drogas.
5) A Aristocracia da Inteligência
6) A Aristocracia Intelecto-moral
Esta é a aristocracia intelecto-moral que Allan Kardec visualizou e que vai liderar o
desenvolvimento e o governo de nossa sociedade no futuro.
Os Cenários
Será possível atingir esse tipo de organização social? O que precisamos para
atingi-la? Que obstáculos se encontram no caminho? Qual é a real possibilidade de
alcançá-la? Como nós podemos contribuir para alcançar esse objetivo? Não será uma
visão muito idealista?
O grupo conseguiu apresentar três grandes possíveis cenários para o futuro da nossa
sociedade terrestre. Os três cenários são: o Mundo Convencional, o Barbarismo e a
Grande Transição.
O grupo conseguiu apresentar três grandes possíveis cenários para o futuro da nossa
sociedade terrestre. Os três cenários são: o mundo convencional, o barbarismo e a
Grande transição.
2) O Cenário do Barbarismo
Quando vemos o que está acontecendo em algumas das grandes cidades do mundo
podemos ter uma pequena idéia do que realmente pode neste cenário. Nessas cidades
as pessoas de altos recursos econômicos moram em grandes mansões com grandes
paredes e cercas eletrificadas, cachorros e guardas para protegê-los dos ladrões.
A classe média começa a morar em condomínios fechados para ter maior segurança.
Será este o prelúdio deste cenário?
Será que existem algumas evidencias que possam indicar que este cenário é possível
em nossa sociedade? Acredito que existem alguns fatos que permitem pensar que
temos esta saída na nossa frente. O número de organizações não-governamentais
(ONGs) aumentou consideravelmente nos últimos 50 anos. Existem mais de 20 mil
ONGs internacionais (16). No Brasil há cerca de 220 mil ONGs, a maioria delas
dedicada à filantropia (17).
Como a Doutrina Espírita pode contribuir para nós, seres humanos, tomarmos as
melhores decisões que nos levem para a Grande Transição? Como podemos
influenciar essas decisões? Allan Kardec nos ensina que "Liberdade, igualdade e
fraternidade são por si sós o programa de uma ordem social, que realizaria o mais
absoluto progresso da humanidade..." (21)
Outra área que a Doutrina Espírita pode colaborar para melhorar a condição da
sociedade é através da educação moral, aquela que incute hábitos. Kardec define
esse tipo de educação como "a arte de formar os caracteres, a que incute hábitos,
porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos".(23)
BIBLIOGRAFIA
01) KARDEC, Allan. Obras Póstumas. 12a. Edição. Dezembro 1998. Editorial LAKE.
Pág. 197.
02) KARDEC, Allan. Id. Ibid. Pág. 198.
03) KARDEC, Allan. Id. Ibid. Pág. 198.
04) KARDEC, Allan. Id. Ibid. Pág. 198.
05) KARDEC, Allan. Id. Ibid. Pág. 198.
06) United Nations Development Program. Human Development Report 2001.
07) KLIKSBERG, Bernardo. Falácias e mitos do desenvolvimento social. UNESCO
2001. São Paulo. Cortez Editora. Pág. 27.
08) KARDEC, Allan. A Gênese. Cap. III. No. 6. 19a. Edição. Setembro 1999. Editorial
LAKE.
09) KARDEC, Allan. Op. Cit. Nota 1. Pág. 199.
10) KARDEC, Allan. Id. Ibid. Pág. 199.
11) GALLOPIN, Gilberto, A. Hammond, Paul Haskin and Rob Swart. Branch points:
Global scenarios and human choice. Stockholm Environment Institute. 1997.
12) GALLOPIN, Gilberto. Id. Ibid. Pag. 8.
13) GALLOPIN, Gilberto. Id. Ibid. Pag. 11.
14) Gallopin, Gilberto. Id. Ibid. Pag. 12.
15) Gallopin, Gilberto. Id. Ibid. Pag. 12
16) BROWN, Lester, Michael Renner and Brian Halweil. Vital Signs 1999. Worldwatch
Institute. W. W. Norton & Company. New York. Pág. 144.
17) Guia para fazer o bem. Revista Veja. Edição especial. Dezembro de 2001. Pág.
14.
18) Guia para fazer o bem. Id. Ibid. Pág. 14.
19) HOUTART, François e François POLET. O Outro Davos. Posfácio. Cortez Editora.
São Paulo. Pág. 173.
20) PEGN. Pequenas Empresas Grandes Negócios. Sucata de primeira. Outubro
2002. Pág. 7.
21) KARDEC, Allan. Op. Cit. Nota 1. Pág. 194.
22) KARDEC, Allan. Op. Cit. Nota 8. Cap. XVIII. No. 17.
23) KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 51 Edição. FEB. Rio de Janeiro. Perg.
685a.
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