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Infarto e AVC são as principais causas de morte no mundo, sendo sua base a Aterosclerose. E dentre os fatores
de risco, o mais importante é a Dislipidemia. No Brasil 32% das mortes em 2007 foram de doenças do aparelho
circulatório, sendo essa a principal causa de morte no Brasil como um todo e em todas as suas regiões
individualmente. É esperado que entre 1990 e 2020 haja um aumento de 20% nas mortes por doenças
cardiovasculares (DCV) nos países desenvolvidos e 211% nos subdesenvolvidos. O RJ é o estado que tem maior
Principais causas de redução da mortalidade cardiovascular nos EUA: melhora no tratamento (qualidade,
novidades), além da redução dos fatores de risco como PAs, colesterol, tabagismo e sedentarismo. O principal
fator foi a Redução do Colesterol em 24%, grande parte devido ao lançamento das Estatinas.
Aterosclerose começa mais cedo que imaginamos: através do USIC – Ultrassom Intra-Coronariano – foi possível
avaliar jovens que já possuem aterosclerose muito precocemente. Aos 13-19 anos estava presente em 17%, dos
20-29 anos 37% havia, dos 30-39 anos 60%, dos 40-49 anos 71% e acima de 50 anos 85%.
Fatores de Risco:
2. Idade: É sempre bom lembrar que há idosos saudáveis e doentes, pela própria velhice.
3. Sexo: O homem é mais predisposto, mas o da mulher é mais grave e por vezes mais fatal.
1. Fumo: O cigarro tem 4000 substâncias tóxicas e nem por isso deixam de fumar.
2. HAS: A hipertensão controlada por medicamento é menos arriscada que aquela não controlada. No Brasil,
20% da população têm HAS e apenas 20% sabem que tem. Apenas 20% dos que sabem que tem se tratam. E
MAPA – Monitorização Ambulatorial de Pressão Arterial [nos permite avaliar a verdade da HAS. Num
MAPA normal o ideal é que não passe de 130x80mmHg durante o dia e a noite pode diminuir devido ao
descenso fisiológico noturno]. HAS do Jaleco Branco – a pressão sobe quando vai ao médico, mas também em
situações de estresse, pois o paciente tem uma labilidade de aumentar a Adrenalina, não devendo ser
totalmente ignorada.
3. Dislipidemia: Esse é o pior dos fatores de risco e está ligado ao estilo de vida e de alimentação.
4. Sedentarismo
5. Obesidade
6. Diabetes
7. Stress
Fisiopatologia da Dislipidemia:
Avaliação Laboratorial: O perfil lipídico é definido pelas determinações bioquímicas. A coleta do sangue deve ser
HDL-C: Colesterol ligado à HDL. Proteínas que tira o colesterol das células.
LDL-C: Colesterol ligado à LDL. Proteínas que levam o colesterol à célula, é utilizado, oxidado e retirado
a) Hipercolesterolemia isolada
b) Hipertrigliceridemia isolada
c) Hiperlipidemia mista
Manifestações Clínicas: Arco Córneo Lipídico e Xantelasma Palpebral (xantoma plano). São muito indicativos de
colesterol aumentado.
8. Sedentarismo
9. Obesidade: Não é toda obesidade que é perigosa, apenas a Obesidade Central.
10. Diabetes: Apresenta cansaço fácil, sede, aumento do apetite, emagrecimento, poliúria, polaciúria, polidipsia.
11. Estresse: Talvez esse seja o fator mais difícil de evitar.
12. Nível de risco relacionado com a hipertensão Hábito de fumar e hipercolesterolemia.
13. Fumo: A Nicotina tem efeito cumulativo.
que é separado do sangue por uma capa fibrosa. Com o aumento dessa placa causando 70% de oclusão ocorre
sintomatologia.
Se houver inflamação e instabilidade, a placa se rompe, o que pode ser causada por um pico de pressão. O
rompimento da placa envia sinais para plaquetas o que pode provocar uma trombose suboclusiva ou totalmente
oclusiva, o que pode ocorrer em qualquer momento da doença. Quando a trombose é suboclusiva podemos chama-
la de Síndrome Coronariana Sem Supra do ST. É pelo segmento ST que eu sei se está totalmente ocluída ou não.
Quando há oclusão, numa trombose oclusiva diz-se Síndrome Coronariana com Supra de ST.
Obs: O trombo pode ser retirado com uso de Trombolítico ou Angioplastia [100% resolução].
Obs2: A principal artéria é a Descendente Anterior. O coração tolera até 40% de perda do VE. É a principal
quando se aglomeram viram células espumosas e continuam fagocitando LDL. Os macrófagos produzem citoquinas
que produzem moléculas de adesão que chamam mais monócitos, amplificando o processo. Nesse momento se deu
início a aterosclerose, mas de forma assintomática, só havendo sintomas quando tiver 70% de oclusão.
Obs: O HDL é responsável pelo transporte reverso do colesterol (parede sangue fígado excreção),
inibição da oxidação do LDL, inibição da expressão de molécula de adesão e MCP1, tentativa de restauração da
função endotelial. A atividade física e o álcool são dois fatores que AUMENTAM o HDL.
Quando as células espumosas tomam toda a íntima, há um momento onde elas se projetam abaulando o endotélio.
Nesse momento as células provenientes do músculo liso proliferam e migram para a camada endotelial formando
uma capa fibrosa protetora que recobre o endotélio por algum tempo. Ao longo do tempo a placa aterosclerótica
vai crescendo até impedir a passagem de sangue parcialmente, quando em 70% de obstrução começam os
A capa fibrosa pode se romper por algum motivo, em qualquer momento do desenvolvimento da doença, fazendo
com que a gordura entre em contato com o sangue e haja ativação e agregação plaquetária. As plaquetas formam
um tampão, o que pode acontecer várias vezes e o paciente nem ficar sabendo, essas plaquetas se integram a
Escore de Framingham
Calcula o risco absoluto de IAM ou morte por DAC em 10 anos. O IAM é o mal do século, pois 50% das pessoas
que tem um infarto morrem. Esse escore avalia 6 fatores principais: sexo, idade, PAs, colesterol total, HDL-C e
fumo. Existe uma tabela para homens e mulheres, pontuando cada um dos fatores citados anteriormente. Com
base na pontuação total faz-se uma conversão para a porcentagem de risco absoluto nos próximos 10 anos de
morrer ou ter IAM. De acordo com esse escore <10% é baixo risco, 10-20% médio risco e >20% alto risco.
Diretrizes de Dislipidemia e Prevenção da Aterosclerose da SBC
Prevenção em 4 etapas: Estratificação de risco (etapas 1,2 e 3) e Metas e decisão terapêutica (etapa 4)
Etapa 1) Identificar pacientes com alto risco de eventos coronários. Pesquisar na anamnese se existe história
de Doença arterial coronária manifesta atual ou prévia (angina estável, isquemia silenciosa, síndrome coronária
aguda ou cardiomiopatia isquêmica); Doença arterial cerebrovascular (acidente vascular cerebral isquêmico
ouataque isquêmico transitório); Doença aneurismática ou estenótica de aorta abdominal ou seus ramos; Doença
arterial periférica; Doença arterial carotídea (Estenose maior ou igual a 50%); Diabetes mellitus tipo 1 ou 2
Etapa 2) Para indivíduos sem DAC ou equivalentes: Escore de Framingham ou Escore de Risco Cardiovascular
Global.
Etapa 3) Avaliar a presença de fatores agravantes de risco: História Familiar de DAC prematura – (parente de
primeiro grau, homem <55 a ou mulher < 65 a); Síndrome metabólica; Microalbuminúria ou macroalbuminúria;
HVE; IRC; PCR-as >2 mg/dL; Evidência de doença aterosclerótica subclínica; Estenose ou espessamento de
carótida (IMT) > 1mm; Escore de cálcio coronário > 100 ou > percentil 75; Índice tornozelo braquial- ITB < 0,9.
Obs: A síndrome metabólica é definida como obesidade visceral (vista pela circunferência abdominal) + 2
critérios (PA 130x85mmHg; Glicemia 100mg/dl; TG 150mg/dl; HDL- colesterol Homens <40mg/dL e
Mulheres < 50mg/dL)
Obs2: As estatinas, principalmente a rosuvastatina não só diminui o colesterol, mas também estabiliza placas
ateroscleróticas. Por isso, mesmo pacientes com colesterol normal pode ser receitado estatina se houver doença
aterosclerótica.
Em pacientes com baixo e médio risco a medida terapêutica inicial é a modificação do estilo de vida. Se alto
risco deve vir associada a tratamento farmacológico. A reavaliação das metas deve ser feita em 6 meses se
As estatinas são a primeira escolha para diminuição do LDL, associado a um baixo consumo de gordura animal.
Elas são fármacos muito seguros e bem tolerados, mas deve ser acompanhado a função hepática do paciente pela
dosagem de TGO/TGP pelo risco de hepatotoxidade e dosagem de CPK pelo risco de miopatia e rabdomiólise.
Pode ser dado Ezetimiba se a pessoa não tolerar estatina. Pode associar as duas em casos de elevação
Bezafibrato, Ciprofibrato, Etofibrato, Fenofibrato e Genfibrozil. É importante ressaltar que o Genfibrozil NÃO
- A doença cardiovascular (DCV) permanece como a principal causa de morte no mundo. O Brasil tem uma das
piores situações.
- O colesterol é o mais importante fator de risco modificável para a DCV.
- A terapia com estatinas demonstrou significativa regressão da aterosclerose já instalada assim como
estabilização da aterosclerose subclínica e seu uso adequado deve ser prioritário no combate à doença
cardiovascular.
- As estatinas são medicamentos seguros mesmo em altas doses.
- Para melhorar as estatísticas de mortalidade cardiovascular que envergonham a medicina brasileira é
fundamental que os nossos médicos realizem rotineiramente a estratificação do risco de forma responsável
(Diretrizes da SBC).