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Hardware.com.br » Artigos » 1999: ano em que Bill Gates apresentou uma visão profética dos rumos da tecnologia
1999: ano em que Bill Gates apresentou uma visão VEJA TAMBÉM
O tema do livro é interessantíssimo, Gates faz uma análise da economia global e, é claro, do que
veríamos se tornar tendência em tecnologia. Como diz o jornalista Ricardo Boechat, tal ousadia, a
de prever um acontecimento, é “colocar a língua na guilhotina”, já que alguém tão in�uente como
Gates se propor a olhar para o futuro e compartilhar tais ideias pode ser um risco, a da chacota,
por exemplo, caso não se concretize. Inclusive esse tipo de situação já aconteceu com o
empresário, Gates já a�rmou que ninguém jamais precisaria de mais de 640 KB de memória. No
entanto, é preciso compreender que essa frase está dentro do contexto da época, que no caso era
1981, durante o fuzuê da apresentação do IBM PC, uma parceria com a IBM que culminaria na
ascensão da Microsoft, entenda essa história aqui.
Voltando ao livro, Bill Gates faz algumas previsões interessantíssimas, e que em determinados
pontos acabaram não sendo levados ao pé da letra pela própria abordagem da Microsoft, como no
caso da ascensão dos smarthones. Mesmo com a aquisição da Nokia e tendo a linha Lumia e o
Windows Phone como atributos ao seu favor, a gigante de Redmond passou um grande vexame.
Uma das declarações no livro é em relação aos dispositivos móveis, que permitiriam que as
pessoas mantivessem contato à distância e que além do entretenimento, pudessem fazer negócio.
Esse conceito hoje é comum, vivemos isso diariamente com nossos smartphones. O mercado
reforça cada vez mais a relação do Mobile First, dos dispositivos e possibilidades oferecidas pelo
avanço da web que nos colocaram numa posição pós-PC, um descolamento do conceito mais
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tradicional da relação com um computador, já que os smartphones como se costumava dizer a um Parceiro
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tempo atrás “é um computador de bolso”.
Verdade seja dita, Bill Gates nunca foi adepto desse termo que �cou tão popular, o Pós-PC, esse
jargão foi entoado por seu rival mais emblemático, Steve Jobs. Gates dizia que essa era revolucionária
é a PC-Plus, usado pela primeira vez em 1999, no ano da publicação de seu livro. Em essência os dois
estão certos, essa era em que o mobile toma conta, e que o acesso a dados está nos serviços de
nuvem, disponíveis a um clique, já está mais do habitual.
Essa visão de Bill Gates de encontrar o sucessor para o PC tradicional, uma necessidade que viria ser
importante para que sua empresa continuasse relevante ao longo dos anos, era enfatizada bem antes
da publicação do livro. Em 1995, em entrevista à Folha de S. Paulo, o executivo a�rmou que
acreditava que nos próximos cinco anos haveria um computador em cada carro, em cada bolso, e que
a grande discussão era a capacidade do compartilhamento de informações.
A Microsoft navegou em águas tranquilas muito tempo, aproveitando uma ascensão meteórica do PC,
em grande parte pela disseminação do seu principal software, o Windows. No ano que escreveu A
Empresa na Velocidade do Pensamento, mais de 100 milhões de PCs foram vendidos em todo o
mundo. O ápice foi em 2012, com 352 milhões de unidades. De lá pra cá, acompanhamos o declínio
expressivo das vendas.
Em uma carta aberta, divulgada também em 1999 aos seus funcionários, Gates é ainda mais assertivo
em um ponto: a da tecnologia invisível, aquela em que o seu uso é tão natural que parece estar
incorporada em nós. Ele declarou que a era PC-Plus seria uma época em que o ponto de atenção
seria o povo, em que a tecnologia é uma extensão natural dos consumidores!. Mais correto que isso
impossível.
Nesta mesma carta Gates destacava que o PC continuaria sendo o centro da informática em casa, no
trabalho e nos centros educativos, porém que estaria rodeado por um grande número de novos
aparatos tecnológicos e dispositivos inteligentes, como os PCs de bolsos. Analisando essa perspectiva
hoje, após quase 20 anos anos, caberia uma ligeira alteração.. Embora permaneça como o timão para
diversas tarefas, hoje os holofotes estão totalmente voltados para os smartphones e outros gadgets
smart, eles são o centro, o PC os rodeia.
Parte dessa revolução tem a internet como �o condutor. Gates, mais do que ninguém, já que estava
presente enquanto as coisas se desenrolavam, também comentou sobre isso. Ele declarou que mais
softwares seriam entregues via internet, numa visão de estar disponível ao usuário em qualquer
lugar, a qualquer hora, com qualquer dispositivo. Como sabemos hoje o mercado foi se virando para
esse lado. Atualmente esse é um dos grandes trunfos da Microsoft, oferecendo, por exemplo, o O�ce
365. Alguns rumores, que começaram a pipocar no mês passado, apontam que a Microsoft incluirá
até o Windows nesse modelo de assinatura, o que já acontece para o usuário corporativo, mas dessa
vez olhando o consumidor �nal.
Bill Gates
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SOBRE O AUTOR
WILLIAM R. PLAZA
A�cionado por tecnologias que realmente funcionam, rock, Universo DC, livros, Net�ix, academia e
mais um amontoado de coisas.Siga-me no instagram: @plazawilliam
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