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Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes [...]. (Direitos de 1ª geração).
Art. 5º [...]
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; [...]
OBS: Tortura -> Crime inafiançável
- Manifestação de pensamento
- Direito de resposta
- Religião
-Liberdades e inviolabilidades
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
[...]
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; [...]
(este direito pode ser suspenso em estado de defesa e de sítio)
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; [...]
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; [...]
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; [...]
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; [...]
-Direito autoral
-Herança
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; [...] (em
caso de lesão ou ameaça por parte da administração, o 6 indivíduo pode recorrer ao poder
judiciário. Entretanto, existem duas situação em que este deverá comprovar que sofreu lesão
ou ameaça antes de ir ao judiciário – ex: habeas data)
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; [...]
- Penas
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano
e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e
contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; [...]
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos; [...]
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) b) de caráter perpétuo;
c) c) de trabalhos forçados;
d) d) de banimento;
e) e) cruéis; [...]
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do
delito, a idade e o sexo do apenado; [...]
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; 8
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos
durante o período de amamentação;
DIREITOS SOCIAIS
São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social: [...]
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos
termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III - fundo de garantia do tempo de serviço; [...]
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos
da lei; [...]
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à
do normal; [...]
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário
normal; [...]
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos
termos da lei; [...]
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma
da lei; [...]
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento,
salvo negociação coletiva;
- Demais direitos
Art. 8º - É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I - a lei não poderá
exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão
competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa
de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos
trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um
Município;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria,
inclusive em questões judiciais ou administrativas; [...]
→ Espécies de nacionalidade:
“Jus solis” (origem territorial); (será nacional quem nasce no território do estado,
independente da nacionalidade dos pais)
“Jus sanguinis“ (origem sanguínea); (será nacional o filho de nacionais, independente do local
de nascimento)
A CF/88 adotou o critério “jus solis”, mas permite a utilização do critério “jus sanguinis”,
combinados com outros elementos, em determinadas situações.
Brasileiros natos
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que
estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles
esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa
do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade
brasileira; [...]
→ Requisitos para solicitação de nacionalidade por parte de brasileiros nascidos no estrangeiro
(nacionalidade protestativa):
Brasileiros naturalizados
Sua solicitação pode ser feita através da comprovação dos requisitos estabelecidos em lei. O
processo é tramitado no Ministério da Justiça, sendo a concessão desta naturalidade
outorgada pelo chefe do poder executivo (presidente).
Português equiparado
Art. 12º - [...] § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo
os casos previstos nesta Constituição.
→ Requisitos para que portugueses possam gozar dos direitos concedidos aos brasileiros
naturalizados:
Perda da nacionalidade
Exercício da soberania
Art. 14º - A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I – plebiscito (consulta popular prévia – convocação do congresso nacional);
II – referendo (consulta popular posterior – é anterior a manifestação do congresso
nacional);
III - iniciativa popular. [...]
Inelegibilidades: Reeleição
Inelegibilidades: Desincompatibilização
Inelegibilidade reflexa
Situação do militar
Lei de inelegibilidades
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias
contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico,
corrupção ou fraude.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos
de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II - incapacidade civil absoluta;
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do
art. 5º, VIII;
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. [...]
Art. 16 - A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não
se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...]
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; [...]
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por
igual período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em
concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos
concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; [...]
Remuneração
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao
Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei
Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal
de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal
dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos
subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. [...]
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser
superiores aos pagos pelo Poder Executivo; [...]
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores; [...]
Irredutibilidade remuneratória
- A Carta da ONU de 1945 estabelece que os Estados-partes devem promover a proteção dos
direitos humanos e liberdades fundamentais;
- Em 1948 a Declaração Universal vem a definir e fixar o elenco dos direitos e liberdades
universais a serem garantidos.
O Pacto de Direitos Civis e Políticos, primeiramente, assegura que os Estados-partes
possuem o dever de assegurar os direitos nele elencados a todos os indivíduos que estejam em
sua jurisdição, adotando medidas necessárias para esse fim. Cabe ao Estado-parte estabelecer
um sistema legal capaz de responder com eficácia às violações dos direitos civis e políticos,
sendo certo que as obrigações dos Estados são tanto de natureza negativa quando positiva. Ao
impor aos Estados a obrigação imediata de respeitar e assegurar os direitos nele previstos,
diversamente do que ocorre com o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais, o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos apresenta autoaplicabilidade.
o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos apresentou dois mecanismos de
implementação e monitoramento:
Esta Convenção, aprovada pelas Nações Unidas em 1979, teve como impulso a
proclamação do ano de 1975 como o Ano Internacional da Mulher e pela Conferência Mundial
sobre a Mulher, ambos em 1975. Embora seja uma Convenção com ampla adesão dos Estados,
a Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a Mulher é o
instrumento que recebeu o maior número de reservas formuladas pelos Estados dentre os
tratados internacionais de direitos humanos. Um significado número de reservas está
concentrado na cláusula relativa à igualdade entre homens e mulheres na família. Tais reservas
foram justificadas com base em argumentos de ordem religiosa, cultural ou mesmo legal.
A Convenção se fundamenta na dupla obrigação de eliminar a discriminação e de
assegurar a igualdade. Tal como a Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de
Discriminação Racial, esta Convenção prevê a possibilidade de adoção das “ações afirmativas”
como importante medida a ser adotada pelos Estados para acelerar o processo de obtenção da
igualdade. São medidas compensatórias que têm como finalidade remediar as desvantagens
históricas. Desse modo a Convenção não objetiva apenas erradicar todas as formas de
discriminação contra a mulher, como também estimular a estratégia de promoção da
igualdade. Ao ratificar esta convenção, o Estado assume o compromisso de, progressivamente,
eliminar todas as formas de discriminação no que tange ao gênero, assegurando a efetiva
igualdade. Em suma, a Convenção reflete a visão de que as mulheres são titulares de todos os
direitos e oportunidades que os homens podem exercer; adicionalmente, as habilidades e
necessidades que decorrem de diferenças biológicas entre os gêneros devem ser reconhecidas
e ajustadas, mas sem eliminar das mulheres a igualdade de direitos e oportunidades.
A Convenção sobre os Direitos das Crianças, adotada pela ONU em 1989 e vigente
desde 1990, destaca-se como o tratado internacional de proteção aos direitos humanos com
maior número de ratificações. Nos termos da Convenção, criança é definida como “todo ser
humano com menos de 18 anos, a não ser que, pela legislação aplicável, a maioridade seja
atingida mais cedo”. Os direitos assegurados pela Convenção contemplam tanto direitos civis e
políticos, (como o direito de deixar qualquer país e de entrar em seu país, o direito de entrar e
sair de qualquer Estado-parte para fins de reunião familiar) quanto direitos econômicos,
sociais e culturais (como direito à liberdade de pensamento, consciência e religião, o direito a
um nível adequado de vida e segurança social).
- Em relação à advocacia dos Direitos Internacional dos Direitos Humanos, embora seja
incipiente no Brasil, tem sido capaz de propor relevantes ações internacionais, invocando a
atenção da comunidade internacional para a fiscalização e o controle de graves casos de
violação de direitos humanos. No momento em que tais violações são submetidas à arena
internacional, elas se tornam mais visíveis, salientes e públicas. Diante da publicidade casos de
violação de direitos humanos e de pressões internacionais, o Estado se vê “compelido” a
prover justificativas, o que tende a implicar alterações na própria prática do Estado em relação
aos direitos humanos, permitindo, por vezes, um sensível avanço na forma pela qual tais
direitos são nacionalmente respeitados e implementados. A ação internacional constitui,
portanto, importante estratégia para o fortalecimento da sistemática de implementação dos
direitos humanos.
Conceito: Tem enfoque zetético ( ciência do ser, investigar realidade), cujo objetivo é o crime,
criminoso, controle social formal e vítima . Contribuindo para o controle da criminalidade
(finalidade), por meio da prevenção.
CRIMINALIZAÇAO →Primária (criação dos tipos penais, norma penal, agências políticas-
parlamentos e executivos)
Conceito:
Criminologia é uma ciência empírica ( trabalha com a observação dos fatos) e interdisciplinar (
trabalha com resultados de outras ciências, como psicologia e a psicanalise) , que se preocupa
com o estudo do crime, do criminoso, da vitima e do comportamento da sociedade em
relação a criminalidade ( controle social).
Métodos
A criminologia, por meio de estudos biológicos e sociológicos, possui os seguintes métodos:
- Empirismo ( Experimental) : extrai conclusões observando a realidade por meio dos sentidos
humanos ( observação sistemática dos fenômenos). Baseia-se em evidencias e fatos.
- Indutivo: Conhece primeiro a realidade para depois explica-la. Informações vêm dos dados
que foi produzido.
Objetos
Crime ( o delito ); Pode ser entendido como fato típico, antijurídico e culpável. O
agente só pode ser condenado por uma conduta que seja perfeitamente adequada a
um tipo penal. Essa conduta é chamada de típica. Se não houver correspondência
entre o fato praticado e a descrição legal, a conduta será atípica e portanto, não será
considerado crime.
Embora tanto o direito penal quanto a criminologia se ocupem de estudar o crime, ambos
dedicam enfoques diferentes para o fenômeno criminal.
- O direito penal é uma ciência normativa, visualizando o crime como conduta anormal para a
qual fixa uma punição. A criminologia vê o crime como um problema social, um verdadeiro
fenômeno comunitário, abrangendo quatro elementos constitutivos, a saber:
- Incidência massiva na população: ( não se pode tipificar como crime um fato isolado)
- Incidência aflitiva do fato praticado: ( o crime deve causar dor á vitima e á
comunidade)
- Persistência espaço-temporal do fato delituoso ( é preciso que o delito ocorra
reiteradamente por um período significativo de tempo no mesmo território); e
- Consenso inequívoco acerca de sua etiologia e técnicas de intervenção eficazes ( a
criminalização de condutas depende de uma analise minuciosa desses elementos e sua
repercussão na sociedade.
Funções
Finalidades
A política Criminal é "a crítica das instituições vigentes e preparo de sua reforma,
consoantes os ideais jurídicos que se vão formando à medida que o ambiente histórico-
cultural sofre modificações".
Direito Penal
O Direito Penal deve ser compreendido como uma ciência normativa, o qual visualiza
a conduta como anormal e fixa uma pena/punição. A conduta, por meio de uma ação ou
omissão, deve ser típica, antijurídica e culpável, levando- -se em consideração os
ensinamentos da corrente causalista.
A criminologia, por sua vez, observa o delito como um problema social, um fenômeno
comunitário, com quatro elementos constitutivos:
a) incidência massiva na população (não se pode tipificar como crime um fato isolado);
b) incidência aflitiva do feto praticado (o crime deve causar dor à vítima e à
comunidade);
c) persistência espaço-temporal do feto delituoso (é preciso que o delito ocorra
reiteradamente por um período significativo de tempo no mesmo território) e
d) consenso inequívoco acerca de sua etiologia e técnicas de intervenção eficazes (a
criminalização de condutas depende de uma análise minuciosa desses elementos e sua
repercussão na sociedade).
** Lembre-se, tanto o Direito Penal, quanto a Criminologia estudam o crime, porém com
enfoques diferentes.
Antes de tudo, esta é uma relação de quem exclui (sociedade) e quem é excluído
(preso). Toda técnica pedagógica de reinserção do detido choca contra a natureza mesma
desta relação de exclusão. Não se pode ao mesmo tempo, excluir e incluir.
Em segundo o cárcere reflete, sobretudo nas características negativas, a sociedade. As
relações sociais e de poder da subcultura carcerária têm uma serie de características que a
distinguem da sociedade externa, e que dependem da particular função do universo
carcerário, mas na sua estrutura mais elementar elas não são mais do que a ampliação, em
forma menos mistificada e “pura”, das características típicas da sociedade capitalista: são
relações sociais baseadas no egoísmo e na violência ilegal, no interior do qual os indivíduos
mais débeis são constrangidos a papéis de submissão e de exploração.
Emerge da analise que conduzimos até agora como o sistema penitenciário é contrario , no seu
conjunto, á reinserção do preso, e como a sua real função é de construir e manter uma
determinada forma de marginalização. Na Italia e na Alemanha, as “reformas” carcerárias
aprovadas nos dois países, introduziram dois princípios bastantes novos. O primeiro é de um
trabalho carcerário equiparado – pelo menos em alguns aspectos – ao trabalho desenvolvido
fora do cárcere, pelo assalariado. O segundo é uma abertura, (por ora apenas uma fresta) á
presença ”externa“ no cárcere, a maiores contatos entre os presos e a sociedade externa.
Encontramo-nos na véspera de uma transformação qualitativa e funcional do sistema?
Confiamos a resposta a dois tipos de consideração.
A primeira consideração é que a letra da norma e sua aplicação, a ideologia do
legislador e a eficácia da legislação, são dois momentos distintos, mas não separáveis. A
realidade do direito é dada pela sua unidade. Por isso, a analise do sistema penal e da
marginalização social a ele ligada não pode ser feita, sob o aspecto jurídico, se o trabalho do
jurista se limita ao universo da norma, excluindo-se o conhecimento da eficácia e da aplicação
concreta da norma.
Para julgar a nova legislação carcerária dos dois países ocidentais é necessário,
portanto, não se limitar ao texto da lei, mas examina-lo á luz de uma serie de momentos
sucessivos nos quais ela “vive”.
A segunda consideração é que o método que tradicionalmente tem inspirado os
estudos sobre a marginalização criminal não é satisfatório , no plano teórico. Esse método
permite um levantamento apenas parcial da realidade do qual não se podem surgir senão
propostas de remédios parciais. As pesquisas sobre a marginalização têm levado em conta,
principalmente os mecanismos psicológicos e culturais do fenômeno. O conceito de
marginalidade tem sido baseado, substancialmente, sobre três elementos:
1 – A participação em uma subcultura diferente em relação á dos outros grupos sociais, e
os correspondentes modelos de comportamento, frequentemente desviantes, que dela
derivam.
2 – A definição predominante desta diferença cultural na sociedade e a correspondente
reação social em relação ao grupo respectivo;
3 – A consciência do sujeito da própria posição marginal e a auto-identificação com os
papéis correspondentes. As tentativas de explicação funcional da marginalidade têm se detido,
muito frequentemente, no momento da distribuição da renda e da consequente distribuição
de status.
Para Foucault, o sistema punitivo tem uma função direta e indireta. A função indireta é
a de golpear uma ilegalidade visível para encobrir uma oculta; a função direta é a de alimentar
uma zona de marginalizados criminais, inseridos em um verdadeiro e próprio mecanismo
econômico (“indústria” do crime) e politico ( utilização de criminosos com fins subversivos e
repressivos). Se se pensa como repressão, concentrada principalmente sobre determinados
tipos de delitos, cobre uma mais ampla área da ilegalidade na nossa sociedade, se se pensa no
papel econômico e politico de grandes organizações criminosas ( ciclo econômico de droga,
sequestro, politica econômica do terrorismo fascista).
Deste ponto de vista, a marginalização criminal revela o caráter “impuro” da
acumulação capitalista, que implica necessariamente os mecanismos econômicos e políticos
do parasitismo e da renda. A esperança de socializar , através do trabalho setores de
marginalização criminal, se choca com a logica da acumulação capitalista, que tem necessidade
de manter em pé setores marginais do sistema e mecanismos de renda e parasitismo. Em
suma, é impossível enfrentar o problema da marginalização criminal sem incidir na estrutura
da sociedade capitalista ,que tem necessidade de desempregados, que tem necessidade, por
motivos ideológicos e econômicos , de uma marginalização criminal.
Para muitos a criminologia conseguiu alcançar status de ciência autônoma com Cesare
Lombroso, em 1876, na obra “O homem delinquente”. Para outros, tornou-se autônoma com o
antropólogo francês Paul Topinard, em 1879, primeira pessoa a utilizar a palavra criminologia.
Não obstante, há defensores que entendem que foi Rafael Garófalo, em 1885, que deu
o primeiro passo para a criminologia se tornar uma ciência autônoma, já que empregou em
seu livro a palavra criminologia como parte do título.
Por fim, há quem diga que num pensamento não biológico, foi o belga Adolphe
Quetelet, integrante da Escola Cartográfica, quem expôs pela primeira fez sobre criminologia,
no seu Ensaio de Física Social em 1835. Nesse trabalho, Quetelet empregou estatísticas sobre a
criminalidade, observando as cifras negas da criminalidade, um dos primeiros estudos sobre
essa temática.
Importante salientar que é quase unânime a ideia de que na criminologia moderna há
forte influência do iluminismo, tanto nos autores da Escola Clássica, quanto nos da Escola
Positiva.
Precursores
Antigamente, por volta do final do século XVIII, as escolas penais lutavam para melhor
conceituar sobre o crime e o criminoso. No entanto, foi a partir de estudos científico que o
homem passou a ser o foco dos estudos, principalmente com a Psicologia e a Sociologia, sendo
possível verificar os vários tipos de comportamentos humanos, entre eles o delitivo.
Nesta época que começaram a surgir as Escolas Criminológicas, tendo como objeto de
estudo o criminoso, essas escolas lutavam para encontrar respostas sobre a origem do crime, a
maneira de combatê-lo e de preveni-lo.
As Escolas que eram criadas usaram a interdisciplinariedade, ou seja, com a
cooperação de várias disciplinas para realizarem seus estudos. Contudo, ciências como a
Biologia, Psicologia, Sociologia, Psiquiatria, entre outras, serviram de base de análises
criminológicas, sendo fundamental o auxílio de estatísticas e observações, para definir o
método de pesquisa para cada período.
Foi desta forma, que constatou que o delito em si não poderia ser o principal centro de
questionamentos, e que merecia importância o delinqüente que gerou a conduta delitiva, para
então se concluir que relevante estudo deve ser-lhe aplicado, impedindo com que ele e outros
agentes delitivos de cometerem os mesmo atos.
1 Escola Clássica
A primeira Escola Sociológica do Crime foi a Escola Clássica, onde seu surgimento se
dá através do Iluminismo italiano do século XVIII, que se apoiava em determinados princípios,
entre eles estão: O delito é um ente jurídico; A ciência do Direito Penal é uma ordem de razões
emanadas da lei moral e jurídica; A tutela jurídica é o fundamento legítimo de repressão e seu
fim; A qualidade e quantidade de pena, que é repressiva, devem ser proporcionadas ao dano
que se ocasionou com o delito ou perigo ao direito; A responsabilidade criminal se baseia na
imputabilidade moral, desde que não exista agressão ao direito, livre arbítrio não se discute.
Um dos grandes pensadores desta escola foi Marquês de Beccaria, o qual em 1763
escreveu o livro “Dos Delitos e das Penas” em que criticou o sistema penal vigente a época,
dizia ele que o sistema penal era uma aberração teórica marcada por abusos dos juízes, pois
havia na época a prática de torturas, e os julgamentos eram secretos. Marquês de Beccaria
começou, no entanto a denunciar as torturas, os suplícios, os julgamentos secretos e a
desproporcionalidade das penas, assim dessa forma colaborou para uma futura reforma
daquele sistema.
Marquês de Beccaria, seguindo o contratualismo de Rousseau, “sustentava que o
individuo que comete crime rompe com o pacto social” 21, e com isso passou a defender os
direitos de primeira geração individuais e a intervenção mínima do Estado. Colaborou para a
formação de vários princípios norteadores do Direito, como por exemplo: o princípio da
legalidade, sustentando que “apenas as leis podem indicar as penas de cada delito; o princípio
da igualdade sustentando que as vantagens da sociedade devem ser distribuídas
eqüitativamente entre todos os seus membros; o princípio da proporcionalidade sustentava
que sendo a perda da liberdade uma pena em si, esta apenas deve preceder a condenação na
exata medida em que a necessidade o exige”.
2 Escola Positivista
A segunda escola sociológica do crime foi a Escola Positivista, seus grandes pensadores foi
Lombroso, Ferri e Garófalo. Esses pensadores dentre outros se destacaram através de uma
criminologia positivista, amparada por outras ciências como a Psiquiatria, Psicologia,
Antropologia, Sociologia, e com o auxilio de Estatística, podendo considerar o comportamento
humano, analisando fatores exógenos (externos) ou endógenos (internos) que o causam, e o
meio em que surgiu.
José Frederico Marques sintetiza os princípios básicos da escola positiva: método positivo;
responsabilidade social; o crime, como fenômeno natural e social; a pena como meio social.
Dessa forma, César lombroso, desenvolvia trabalhos como médico penitenciário, nas áreas
de Antropologia e evolução humana com isso, buscaram estabelecer um perfil das pessoas que
poderiam cometer delitos. Assim, escreveu o livro “Luomo Delinqüente” em 1876, e
argumentava que o homem criminoso e nato, com epilepsia e outras doenças e anomalias, é
idêntico ao louco moral. Classificava-o como nato, louco, por paixão ou de ocasião.
Sustentava Lombroso, que era de suma importância, estudar a pessoa do delinqüente e
não o delito sendo que, apesar de dizer que fatores biológicos e antropológicos que
influenciavam nas condutas ilícitas, também admitia a influência social sobre o delinquente
que era considerado uma subespécie do homem.
Através de seus estudos, Garófalo concluiu quatro tipos de delinqüentes, o ladrão, o
assassino criminoso violento. Foi com base em uma filosofia do “Castigo” para Garófalo, a
pena deve estar em função das características concretas de cada delinqüente, sem que sejam
válidos outros critérios convencionais como o da retribuição ou expiação, a correção ou
inclusive a prevenção. Descartou, pois, a idéia de proporção como medida da pena, do mesmo
modo que descartou a idéia de responsabilidade moral e liberdade humana como fundamento
daquela.
O crime, para a Escola Positivista, portanto, origina-se de uma livre opção, um dos fatores
que influenciam é o meio em que vive o seu ator. Portanto, para essa escola o individuo que
comete um crime está em um estado de anormalidade, ainda que temporária, pois a pessoa
normal é aquela que está apto a vida em sociedade.
3 Escola Científica
Com os conflitos que existiam entre as escolas, ao passar do tempo, a Biologia, a Psicologia
e a Sociologia passaram a dar novos caminhos aos estudos criminológicos.
Para diferenciar o homem delinquente do não deliquente, vieram as teorias biológicas,
que buscavam encontrar no organismo do delinquente um motivo que lhe diferencia dos
demais seres humanos um motivo para a motivação na prática de delitos. Mediante
conclusões foram realizados diversos estudos sobre endocrinologia, anatomia, genética,
morfologia e patologia, pois se acreditava ser o criminoso um ser dotado de anomalias.