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INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Tema: A Influência da Mídia na Educação

Rio de Janeiro,
2011
ADRIANA ALVES DE OLIVEIRA

Tema: A Influência da Mídia na Educação

Monografia de Conclusão de Curso apresentada


Ao Instituto A Vez do Mestre, como requisito parcial
Para obtenção de grau em Psicopedagogia.
Orientadora: Dayse Serra

Rio de Janeiro,
2011
Dedicatória

Dedico aos meus pais que sempre me


apoiaram ao longo de minha trajetória
acadêmica .
Agradecimentos

Agradeço primeiro a Deus por ter me


concebido a Vida e me dado a oportunidade
de alcançar mais um patamar.
Aos meus pais pelo apoio.
As minhas amigas e colegas pelo carinho,
Companheirismo e ajuda em todos os
momentos.
O Caminho da Vida

“O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos.

A cobiça envenenou a alma dos homens... Levantou no mundo as muralhas do


ódio... E tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e morticínios.

Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A


máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria.

Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e


cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.

Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência,


precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo
será perdido.”

(O Último discurso, do filme O Grande Ditador)

Charles Chaplin
Resumo

O presente trabalho tem como objetivo mostrar como as mídias estão influenciando
a vida cotidiana do jovem e consequentemente o comportamento humano. Para
realizar a pesquisa aqui apresentada baseamos nossas considerações nos
seguintes autores: Pedrinho Guareschi, Inez Lemos e Valdir Heitor Barzotto, entre
outros que foram citados ao longo da pesquisa. A Pesquisa de cunho bibliográfico
aponta que apesar da informática estar em consonância com a dinâmica do mundo,
ser uma ferramenta fundamental para a Educação nesse mundo globalizado, ao
mesmo tempo contribui para a individualização e também pode causar danos ao
comportamento humano, que na maioria das vezes, acabam por se transformar em
transtornos compulsivos que podem levar o ser humano a estados de total
desequilíbrio.

Palavras Chave: Mídia, Educação, influência, comportamento humano.

Abstract

This work aims to show how the media are influencing the daily life of the young and
therefore human behavior. To conduct the research presented here base our
considerations in the following authors: Pedrinho Guareschi, Inez Barzotto Heitor
Lemos and Valdir, and others that were cited during the survey. Search bibliographic
the stamp indicates that despite the informatic be consistent with the dynamics of the
world, be a fundamental tool for education in this globalized world, while contributing
to the individual and can also cause damage to human behavior, which in most
times, eventually become a compulsive disorder that can lead human beings to all
states of imbalance.

Key words: media, education, influences, human behavior.


INTRODUÇÃO

Estamos vivendo a era da tecnologia, televisão ao alcance de todos,


informática aparece como ferramenta essencial em nossa vida cotidiana.
Mas como estamos administrando essas situações junto às crianças e
aos jovens? Seja na Escola ou em casa, de que forma essas mídias vêm
influenciando no comportamento humano?
Após diversas pesquisas, chega-se a diversos pontos que podem ser
positivos e/ou negativos para a formação dos jovens.
Com relação à Educação, constata-se que através dessas mídias, as
informações que são recebidas através dos programas da tv e através da internet,
muitas vezes são inadequadas à determinadas faixas etárias e que nem sempre os
pais e os educadores têm o cuidado em limitar o uso da televisão ou do computador
seja pela criança ou pelo jovem.
Com isso, a criança acaba por vivenciar situações que podem provocar
estresse e depressão, como é o caso recente a respeito da Menina Isabella
Nardoni.
Segundo Rosely Sayão (2008:1)
“Nas últimas semanas, temos sido bombardeados, por todas as mídias, por
notícias que revelam violências contra crianças praticadas possivelmente por
adultos próximos a elas. É uma criança torturada aqui, outra ali, outra que
morre lá e assim por diante. E não podemos esquecer que as crianças, hoje,
têm acesso a todos os veículos de comunicação e recebem essas
informações.”

E nossas crianças, principalmente, estão ficando inseguras, tensas,


perguntam a todo o momento se o adulto que ali está, ou seja, ao seu lado, o pai, a
mãe, a professora, etc. Será capaz em algum momento de torturá-la ou até mesmo
tirar-lhe a vida de forma violenta para castigá-la por alguma arte que tenha feito.

Outro fator que precisa ser levado em consideração é a própria internet,


através das salas de bate papo e sites de busca, as crianças e os jovens estão
perdendo o contato com a Língua Portuguesa. Nossas crianças estão
desenvolvendo a dificuldade para a escrita, devido à linguagem da informática.
Segundo Amelia Hamze (2008:1)
“Nessa nova linguagem, também podemos constatar o derramamento de termos
da informática, uma contenção de caracteres digitados e um descaso com as
normas gramaticais da Língua Portuguesa. Quando surgiu, a linguagem peculiar
dos jovens na internet, já começou a influência da escrita do adolescente
internauta em sala de aula e a preocupação dos educadores. [...]”

É necessário que o jovem compreenda a importância da linguagem


escrita de modo formal para a sua formação acadêmica, seja nas pesquisas e
desenvolvimento de suas teses, ou mesmo para a criança que está sendo
alfabetizada, pois é a partir desse momento que ela começar a redigir e com esses
vícios de linguagem virtual, acabamos por formar pessoas que não conseguem
desenvolver textos.
A partir dessas considerações, o presente trabalho tem como objetivo:
Discutir o quanto nociva a mídia pode se tornar na formação do indivíduo. Refletir
sobre o uso da mídia de forma educativa e construtiva para sociedade.
Além desses objetivos pretendemos também: Conscientizar os jovens
da importância da educação plena que eles precisam adquirir. Enfatizar a questão
de como é importante um convívio familiar. Despertar no indivíduo o senso crítico
acerca das mensagens passadas pela mídia.
Esta pesquisa foi viabilizada através de pesquisas bibliográficas e
internet.
Para tanto, a monografia está assim organizada:
No capítulo I, estamos fazendo um breve histórico sobre a tecnologia ,
através da história do computador, o advento da internet no mundo e no Brasil. No
Capítulo II, vemos como foi a entrada da Tecnologia na escola, esta como recurso
didático e os aspectos legais da Tecnologia na Escola.
E no Capítulo III, abordamos como está a Tecnologia e a Escola hoje,
onde estaremos refletindo sobre o jovem e as novas tecnologias na escola, o
professor e as novas tecnologias e dicas em gerias.
De acordo com os autores Pedrinho Guareschi, que vem ressaltar o
quanto a mídia pode influenciar na formação de um cidadão e contra partida o autor
Fernando José de Almeida, nos leva a uma reflexão acerca de como a informática
pode favorecer a Educação.
Mostraremos ainda, como a mídia influencia no consumo, e o quanto
tudo isso vem afetando o cotidiano das pessoas.
Vale ressaltar que esse tema já vem sendo observado há muito tempo por
mim, e através de experiências do dia-a-dia, fui buscar uma pesquisa bibliográfica
que leva o sujeito a uma série de reflexões de como informações mal utilizadas,
acabam por manipular seres humanos e desviá-los do seu caminho para a
felicidade.
Com esse material bibliográfico, temos uma amostra do quanto
precisamos estar atentos sobre a maneira como a mídia pode levar o sujeito ao
ápice da pirâmide ou destruí-lo por completo.
Para tanto, utilizei os seguintes autores: A G Rezende, autor do livro: A
Tevê e a criança que te vê. Pedrinho Guareschi, autor de Mídia, Educação e
Cidadania. Kenia Kodel Cox autora de Informática na Educação Escolar. Fernando
José de Almeida autor de Educação e Informática – Os Computadores na Escola.
Ulla Carlsson autora de A Criança e a Violência na Mídia. Valdir Heitor Barzotto
autor de Mídia, Educação e Leitura e Inez Lemos, autora da Pedagogia do
Consumo – Família, Mídia e Educação.
Além disso, nos deparamos com os males que são colocados como
padrões pré-estabelecidos que têm gerado sérios problemas nos seres humanos.
Uma vez que a mídia nos estabelece biotipos com corpos e rostos perfeitos, é a
roupa da moda, é o brinquedo do ano, é o acessório da marca que está no auge da
propaganda, ou seja, a mídia não quer saber se quem está recebendo a mensagem
está apto a ingressar nesse mundo capitalista ou não; e faz com que aquele que
não se adapta aos padrões sinta-se excluído. Com isso, nossas crianças e jovens
acabam gerando conflitos familiares, acabam adquirindo doenças psicossomáticas,
que são geradas por estresse, frustrações, depressões, etc. Tudo em razão de uma
sociedade que, influenciada pela mídia, se transformou na Sociedade do Ter.
Capítulo I – Breve Histórico sobre a tecnologia

1.1 História do Computador

O primeiro computador eletromecânico, o chamado Z-1, usava relês e foi


construído pelo alemão Konrad Zuse (1910-1995) em 1936. Zuze tentou vendê-lo
ao governo para uso militar, mas foi subestimado pelos nazistas, que não se
interessaram pela máquina. Com a II Guerra Mundial, as pesquisas aumentaram
nessa área. Nos Estados Unidos, a Marinha, em conjunto com a Universidade de
Harvard e a IBM, construiu em 1944 o Mark I, um gigante eletromagnético. Em um
certo sentido, essa máquina era a realização do projeto de Babbage. Mark I
ocupava 120 m3, tinha milhares de relês e fazia um barulho infernal. Uma
multiplicação de números de 10 dígitos levava 3 segundos para ser efetuada.Em
segredo, o exército americano também desenvolvia seu computador. Esse usava
apenas válvulas e tinha por objetivo calcular as trajetórias de mísseis com maior
precisão. Os engenheiros John Presper Eckert (1919-1995) e John Mauchly (1907-
1980) projetaram o ENIAC: Eletronic Numeric Integrator And Calculator. Com
18.000 válvulas, o ENIAC conseguia fazer 500 multiplicações por segundo, porém
só ficou pronto em 1946, vários meses após o final da guerra.As informações aqui
apresentadas são baseadas basicamente em pesquisas realizadas no site do
museu do computador, entre outros.

Von Neumann

O matemático húngaro John von Neumann (1903-1957) formalizou o projeto lógico


de um computador.
Em sua proposta, von Neumann sugeriu que as instruções fossem armazenadas na memória
do computador. Até então elas eram lidas de cartões perfurados e executadas, uma a uma.
Armazená-las na memória, para então executá-las, tornaria o computador mais rápido, já que,
no momento da execução, as instruções seriam obtidas com rapidez eletrônica. A maioria dos
computadores de hoje em dia segue ainda o modelo proposto por von Neumann. Esse modelo
define um computador seqüencial digital em que o processamento das informações é feito
passo a passo, caracterizando um comportamento determinístico (ou seja, os mesmos dados
de entrada produzem sempre a mesma resposta).

Transistores e circuitos integrados

Em 1947, um grupo de Standford inventou o transistor. Usando semicondutores, os


transistores poderiam substituir as válvulas, sendo menores, mais rápidos e mais
duradouros, além de não esquentarem tanto nem consumirem tanta energia.
Surgiram assim os primeiros computadores transistorizados.
Nos anos 60, sob a influência do programa espacial americano, o desenvolvimento
da microeletrônica levou a construção de circuitos transistorizados integrados em
uma única pastilha de silício (chip) de dimensões reduzidas. Dezenas de milhares
de transistores são integrados em um chip de alguns milímetros quadrados, dando
origem aos circuitos integrados microminiaturizados. Isso possibilitou o surgimento
de minicomputadores: computadores poderosos do tamanho de uma escrivaninha.

Em 1970, a Intel, empresa norte-americana, produziu o primeiro microprocessador.


Um microprocessador é um circuito integrado do tipo LSI (large scale integration)
que contém todo circuito lógico de uma unidade central de processamento em um
chip do tamanho de uma unha. Os microprocessadores foram usados na construção
de mini e microcomputadores.

Os avanços nessa direção prosseguem até hoje, com os circuitos VLSI (very large
scale integration) e os circuitos ULSI (ultra large scale integration).

Também nos anos de 1970 surgiram grandes computadores, conhecidos como


mainframes, imensamente poderosos. Hoje em dia, temos os chamados
supercomputadores, como o Deep Blue, com velocidade superior a 500 MIPS
(milhões de instruções por segundo).

Gerações de computadores

A arquitetura de um computador depende do seu projeto lógico, enquanto que a sua


implementação depende da tecnologia disponível.

As três primeiras gerações de computadores refletiam a evolução dos componentes


básicos do computador (hardware) e um aprimoramento dos programas (software)
existentes.

Os computadores de primeira geração (1945-1959) usavam válvulas eletrônicas,


quilômetros de fios, eram lentos, enormes e esquentavam muito.
A segunda geração (1959-1964) substituiu as válvulas eletrônicas por transistores e
os fios de ligação por circuitos impressos. Isso tornou os computadores mais
rápidos, menores e de custo mais baixo.

A terceira geração de computadores (1964-1970) foi construída com circuitos


integrados, proporcionando maior compactação, redução dos custos e velocidade
de processamento da ordem de micro segundos. Tem início a utilização de
avançados sistemas operacionais.

A quarta geração, de 1970 até hoje, é caracterizada por um aperfeiçoamento da


tecnologia já existente, proporcionando uma otimização da máquina para os
problemas do usuário, maior grau de miniaturização, confiabilidade e velocidade
maior, já da ordem de nanosegundos (bilionésima parte do segundo).

Modelo de von Neumann

O modelo lógico de computador proposto por von Neumann pode ser descrito pela
seguinte figura

Unidade de controle

A unidade de controle controla o funcionamento da unidade lógica e aritmética e da


memória. Além disso, ela distribui e organiza tarefas, transfere informações da
entrada para a memória e da memória para a saída.

Memória

A memória é o dispositivo de armazenamento de informação do computador. Nela


são armazenados tanto as instruções de um programa quanto os dados necessários
para a sua execução. A memória é dividida em espaços com endereços.
Unidades de entrada e saída

A unidade de entrada traduz informação (por exemplo, letras, números, imagens,


marcas magnéticas) de uma variedade de dispositivos de entrada em impulsos
elétricos que a CPU entenda.

A unidade de saída traduz os dados processados, enviados pela CPU em forma de


impulsos elétricos, em palavras ou números, que são impressos por impressoras ou
mostrados em monitores de vídeo.

Até o final da década de 50, computadores eram pouco mais que raridades curiosas
e quase inacessíveis no Brasil. Seus usuários contavam-se nos dedos. O
primeiríssimo foi adquirido pelo governo do Estado de São Paulo, em 1957: um
Univac-120 para calcular o consumo de água da capital. Equipado com 4.500
válvulas, fazia 12 mil somas ou subtrações por minuto e 2.400 multiplicações ou
divisões, no mesmo tempo. No setor privado, o primeiro computador, um Ramac
305 da IBM, foi comprado em 1959 pela Anderson Clayton. Dois metros de largura,
um metro e oitenta de altura, com mil válvulas em cada porta de entrada e saída da
informação, ocupava um andar inteiro da empresa. A unidade de disco, com 150 mil
bytes de capacidade e um único braço de acesso, tinha dois metros de altura,
exibindo-se em uma redoma de vidro, Levava cinco minutos para procurar uma
informação. A impressora operava à espantosa velocidade de 12,5 caracteres por
segundo.

Na década de 1960, os computadores já não eram tão raros e começaram a ser


cada vez mais necessários na vida das grandes empresas, órgãos do governo
federal e universidades. Ao mesmo tempo, tornavam-se símbolo de status, sendo
exibidos com orgulho nas salas envidraçadas dos Centros de Processamento de
Dados ( CPDs). Promoviam-se excursões para mostrar as poderosas e misteriosas
máquinas, que impressionavam os visitantes com suas dezenas de luzinhas
piscando e impressoras despejando, em "disparada", montanhas de papéis
contendo informações.
O CPD era um mundo à parte nas empresas. Praticamente inatingível, a ele tinham
acesso somente os profissionais diretamente envolvidos com os computadores -
operadores - programadores, analistas de sistemas, técnicos de manutenção - e as
equipes de perfuração de cartões. Todos os envoltos numa aura de "mistério" e
despertando a curiosidade e a admiração dos demais funcionários das empresas. O
único elo de ligação entre os dois mundos distintos eram as pilhas de formulários
contínuos contendo os dados já processados, que eram devolvidas aos usuários
das áreas que requisitavam os serviços.

Em setembro de 1958, o governo criava um grupo de trabalho para estudar a


viabilidade de se usar um computador para cálculo e distribuição dos recursos
financeiros destinados à execução do Plano de Metas. Desse grupo nasceu, um
ano depois, o grupo Executivo para Aplicações de Computadores
Eletrônicos(Gease), que tinha entre outros objetivos instalar um CPD para atender
as necessidades de diversos órgãos do governo. A fila era grande: o Conselho de
Desenvolvimento Econômico, o IBGE, repartições de ministérios civis e militares, a
Petrobrás, o Banco do Brasil. O Gease também estimulou a aquisição de
computadores pela iniciativa privada. Para isso, instituiu vários benefícios como
isenções para os impostos de importação e sobre produtos industrializados.
Atraídas por esses incentivos, três instituições trataram de adquirir suas máquinas.
A Pontiifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro(um B205 da Burroughs), o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE(um Univac 1105) e a empresa
Listas Telefônicas Brasileiras(um Gamma, da Bull Machines).

O computador do IBGE era uma maravilha para a época.


Tinha duas memórias de núcleo de ferrite de mil bytes cada uma, uma memória de
tambor de 256 mil bytes, dez unidades de fita magnética e um conversor de cartões
para fita. Tudo isso ocupava um espaço correspondente a oito salas. Mas, apesar
de toda essa capacidade, não funcionava direito. Os defeitos não paravam de
aparecer. Todos os dias, inúmeras válvulas queimadas eram substituídas. Mas o
principal problema residia no sistema de entrada e saída dos dado-compostos de
perfuradoras de cartões Power de 90 colunas, padrão Univac, uma leitora de
cartões, uma unidade de fita e uma impressora - que nunca funcionou a contento.
De nada adiantou o IBGE adquirir um novo computador, um Univac SS 80, para
substituir o 1105. Como todo o parque de perfuração também tinha sido trocado,
com a substituição dos cartões Power por cartões Hollerith, de 80 colunas, padrão
IBM, a leitora de cartões do novo computador - que, teoricamente, deveria ler os
dois tipos de cartão nunca conseguiu ler direito os que já tinham sido perfurados.
Com isso( os dados do Censo de 60, que seriam tabulados pelos Cérebros
eletrônicos, continuaram, mais uma vez, sendo somados a mão.

O fiasco do IBGE 56 foi superado dez anos depois. O processamento do censo de


70 ficou a cargo do RioDataCentro, 0 centro de computação da PUC-RJ. As
tabulações avançadas do Censo, cujo processamento normalmente consumi ria
dois anos, foram feitas no tempo recorde de seis meses. Ali estavam os dados
ainda não refinados sobre população, escolaridade e outros, que permitiriam traçar
a primeira estimativa da situação do pais. Os dados complementares, que iriam
compor os Censos Demográfico, Econômico, Industrial e Agrícola, foram concluídos
em 1975, contrariando as previsões pessimistas dos antigos estatísticos do IBGE,
que esperavam que o censo de 1970 se fosse concluído em 1980.

Um dos mais importantes CPDs da década de 60 foi implantado pouco depois do


golpe militar de 1964. Embora concebido ainda no governo João Goulart, para
mecanizar os órgãos arrecadado!es federais, o Serpro Serviço Federal de
Processamento de Dados foi criado no governo Castelo Branco, em dezembro de
1964. Contava com um computador IBM 1401, dois Univacs 1004 e uma centena de
equipamentos periféricos. Três anos depois, o Serpro enfrentava um dos seus
maiores desafios: processar 0 grande número de declarações do Imposto de
Renda, que havia saltado de 600 mil para quatro milhões em apenas um ano como
conseqüência da nova política de arrecadação fiscal implantada no governo Costa e
Silva pelo ministro da Fazenda, Delfim Netto.
0 volume de trabalho, em si, era monumental. E a situação era agravada pelo fato
de que o sistema de entrada de dados, baseado em cartões perfurados, não tinha
capacidade para suportar operação de tal monta. 0 diretor-superintendente do
Serpro, Jose Dion de Melo Teles, encontrou a solução dentro de casa. Mais
precisamente no Grupo de Projetos Especiais GPE.

Formado por jovens engenheiros, muitos deles oriundos do Instituto Tecnológico da


Aeronáutica (ITA) -como Dion , o grupo concebeu um sistema para substituir os
obsoletos cartões perfurados: o concentrador de teclados. 0 sistema, que consistia
de vários terminais com teclado semelhante a uma máquina de escrever, acoplados
a um computador Hewlett-Packard, trouxe muito mais velocidade e confiabilidade ao
trabalho de digitação e entrou em linha de produção em 1972. Ate 1976, foram
feitos seis mil terminais; O sucesso do concentrador de teclados estimulou o GPE, a
partir de então, a desenvolver outros equipamentos, como o telinha (STV-1600), um
sistema de transcrição de dados por terminal de vídeo. Em 1977,todo o seu acervo -
tecnologia e recursos humanos foi transferido para a Cobra, contribuindo para
garantir a recém-criada empresa, por muitos anos, a liderança no mercado brasileiro
de computadores.

O governo estava cada vez mais consciente da importância dos computadores


para o desenvolvimento do pais. Em 1971, o Ministério do Planejamento fez a
primeira radiografia do mercado brasileiro de informática. O número de
computadores instalados no Brasil tinha saltado para 600 máquinas, das quais 75%
eram da IBM, 20% da Burroughs 5% de outros fabricantes. O valor estimado do
parque instalado era de 60 milhões de dólares e dos gastos com a mão-de-obra
empregada nas atividades de manutenção de programas, operação de
equipamentos e no desenvolvimento de software era de 90,9 milhões de dólares. A
previsão era que, enquanto o mercado mundial crescia a razão de 20% ao ano, O
mercado brasileiro iria crescer anualmente 30% no triênio 72/74 devendo chegar a
103,7 milhões de dólares somente em equipamentos. Somando-se os gastos com
pessoal, O país deveria gastar um total de 650 milhões de dólares no período.
O estudo do Ministério do Planejamento ia alem de uma mera tabulação dos dados
do mercado. Com o sugestivo titulo de Esboço de Piano Nacional para a
Computação Eletrônica, O documento concluía que setor computacional carecia de
uma planificação e propunha algumas medidas para racionalizar O uso de
máquinas e de software nos organismos governamentais e para incentivar a
fabricação no país de componentes e computadores. Para implementar as medidas
propostas pelo Piano, e também formular uma política de financiamento
governamental às atividades de processamento de dados no setor privado, foi
criada em 5 de abril de 1972 a Comissão de Coordenação das

Atividades de Processamento Eletrônico (Capre). A Capre era presidida pelo


secretário geral do Ministério do Planejamento e tinha um plenário de decisões
composto por representantes do Estado-Maior das Forças Armadas, do ministério
da Fazenda, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), do
Serpro, do Instituto Brasileiro de Informática -criado pelo IBGE em janeiro daquele
ano para dar continuidade ao processamento do Censo e do Escritório da Reforma
Administrativa.

Um dos primeiros trabalhos da Capre foi levantar a situação dos recursos humanos
e a demanda de pessoal para os três anos seguintes e, com base nesses dados,
traçar as diretrizes de um Programa Nacional de Ensino de Computação. O objetivo
era criar uma serie de medidas que reduzissem o déficit de profissionais de
informática no pais: 13,5% de operadores, 22,6% de programadores e 10,9% de
analistas. A previsões era de que, com o crescimento do parque computacional- que
deveria atingir em 1973, 74 e 75, respectivamente, 1 mil, 1.450 e 2.100
computadores-esse déficit aumentasse ainda mais. Entre as medidas propostas
estavam a criação de um fundo para a aquisição de material didático, a formação de
instrutores, que deveriam se deslocar para outras regiões do país fora do eixo Rio-
São Paulo, e a inclusão da computacão nos currículos das escolas de primeiro e
segundo grau. Uma das primeiras iniciativas foi a criação, em setembro de 1973, de
um curso de formação de tecnólogos em processamento de dados na PUC-RJ, com
o patrocínio do Ministério da Educação e Cultura (MEC).

Se não havia analistas, programadores e operadores em quantidade suficiente para


operar os computadores, não faltava quem os vendesse. Estimulados com -e, ao
mesmo tempo, estimulando- o interesse do mercado, os fornecedores traba- Ihavam
a todo vapor para ampliar suas forças de vendas. A IBM, líder do mercado,
começara a formar, a partir de 1960, uma equipe de alto nível, recrutada no ITA
para substituir a antiga geração de vendedores, especializados em máquinas
tabuladoras, perfuradoras e classificadoras. O mercado brasileiro era tão importante
para as multinacionais que muitas delas não se limitavam a vender. As duas
majores,IBM e Burroughs, investiram na implantação de grandes e modernas
fábricas, que produziam tanto para o mercado interno como para exportação de
produtos para escritório e equipamentos de processamento de dados.

A IBM iniciou suas operações no Brasil em 1917. Seu primeiro negócio no pais foi
instalar as maquinas para o censo demográfico de 1920 e, na década de 30,
expandia suas atividades abrindo filiais em diversos estados. Em 1939, a empresa
inaugurava sua primeira fábrica no Brasil, no bairro carioca de Benfica 1. Em 1961,
a fábrica de Benfica iniciava a montagem dos computadores da linha 1401. As
atividades de fabricação se expandiram com a implantação de uma outra fabrica,
em Sumaré (região de Campinas, São Paulo}. Na década de 70, a empresa tinha no
país duas fábricas, mais de uma dezena de filais, número igual de escritórios e 15
centros de serviços de dados. E mais ainda estava por vir. Em 1976, inaugurava na
paradisíaca região da Floresta da Tijuca, no Rio,
seu Centro Educacional* para executivos. E, em outubro de 1977, era a vez de
inaugurar o novo edifício-sede da filial paulista, na avenida 23
de Maio,com 24 andares, 45 mil metros quadrados e projetado
segundo as normas da IBM de proteção ao meio ambiente e aos usuários do
edifício.
A Burroughs, segunda maior fabricante de computadores, iniciou suas atividades
industriais no Brasil em 1953, no Rio de Janeiro, realizando a montagem e,
posteriormente, a fabricação de calculadoras e autenticadoras de caixas
eletromecânicas. Posteriormente, implantou outra fábrica em Santo
Amaro, na época um município fora de São Paulo. Em maio de 1976, inaugurava
sua sede própria -um edifício de 14 andares no centro do Rio de Janeiro - em
solenidade que contou com a presença de diversas autoridades do estado, federais
e de outros estados, das diretorias carioca e de outros estados, e de todo o
conselho diretor da empresa, que veio especialmente de Detroit para realizar no
Brasil a sua reunião de diretoria.

Já a HP, que atuava no país desde a década de 60 e em 1975 montou a sua


primeira unidade industrial no continente latino-americano, em Campinas, dedicou-
se a produzir, inicialmente, instrumentação de uso médico-hospitalar e calculado-
ras de uso pessoal. Em pouco tempo, a fábrica tornou-se uma das maiores
exportadoras de calculadoras eletronicas. Dois anos depois, ao mesmo tempo em
queinaugurava novas instalações em Alphaville,município vizinho a São Paulo, a HP
apresentava ao governo brasileiro um piano de expansão de suas atividades
industriais, que previa a fabricação de minicomputadores.

1.2 – O advento da internet no mundo e no Brasil.

Desenvolvida pela empresa ARPA (Advanced Research and Projects Agency) em


1969, com o objetivo de conectar os departamentos de pesquisa, esta rede foi
batizada com o nome de ARPANET.

Antes da ARPANET, já existia outra rede que ligava estes departamentos de


pesquisa e as bases militares, mas como os EUA estavam em plena guerra fria, e
toda a comunicação desta rede passava por um computador central que se
encontrava no Pentágono, sua comunicação era extremamente vulnerável.
Se a antiga URSS resolvesse cortar a comunicação da defesa americana, bastava
lançar uma bomba no Pentágono, e esta comunicação entrava em colapso,
tornando os Estados Unidos extremamente vulnerável a mais ataques.

A ARPANET foi desenvolvida exatamente para evitar isto. Com um Back Bone que
passava por baixo da terra (o que o tornava mais difícil de ser interrompido), ela
ligava os militares e pesquisadores sem ter um centro definido ou mesmo uma rota
única para as informações, tornando-se quase indestrutível.

Nos anos 1970, as universidades e outras instituições que faziam trabalhos relativos
à defesa tiveram permissão para se conectar à ARPANET. Em 1975, existiam
aproximadamente 100 sites. Os pesquisadores que mantinham a ARPANET
estudaram como o crescimento alterou o modo como as pessoas usavam a rede.
Anteriormente, os pesquisadores haviam presumido que manter a velocidade da
ARPANET alta o suficiente seria o maior problema, mas na realidade a maior
dificuldade se tornou a manutenção da comunicação entre os computadores (ou
interoperação).

No final dos anos 1970, a ARPANET tinha crescido tanto que o seu protocolo de
comutação de pacotes original, chamado de Network Control Protocol (NCP),
tornou-se inadequado. Em um sistema de comutação de pacotes, os dados a serem
comunicados são divididos em pequenas partes. Essas partes são identificadas de
forma a mostrar de onde vieram e para onde devem ir, assim como os cartões-
postais no sistema postal. Assim também como os cartões-postais, os pacotes
possuem um tamanho máximo, e não são necessariamente confiáveis.

Os pacotes são enviados de um computador para outro até alcançarem o seu


destino. Se algum deles for perdido, ele poderá ser reenviado pelo emissor original.
Para eliminar retransmissões desnecessárias, o destinatário confirma o recebimento
dos pacotes.

Depois de algumas pesquisas, a ARPANET mudou do NCP para um novo protocolo


chamado TCP/IP (Transfer Control Protocol/Internet Protocol) desenvolvido em
UNIX. A maior vantagem do TCP/IP era que ele permitia (o que parecia ser na
época) o crescimento praticamente ilimitado da rede, além de ser fácil de
implementar em uma variedade de plataformas diferentes de hardware de
computador.

Nesse momento, a Internet é composta de aproximadamente 50.000 redes


internacionais, sendo que mais ou menos a metade delas nos Estados Unidos. A
partir de julho de 1995, havia mais de 6 milhões de computadores
permanentemente conectados à Internet, além de muitos sistemas portáteis e de
desktop que ficavam online por apenas alguns momentos. (informações obtidas no
Network Wizard Internet Domain Survey, http://www.nw.com).

A história da Internet no Brasil começou bem mais tarde, só em 1991 com a RNP
(Rede Nacional de Pesquisa), uma operação acadêmica subordinada ao MCT
(Ministério de Ciência e Tecnologia).

Até hoje a RNP é o "backbone" principal e envolve instituições e centros de


pesquisa (FAPESP, FAPEPJ, FAPEMIG, etc.), universidades, laboratórios, etc.

Em 1994, no dia 20 de dezembro é que a EMBRATEL lança o serviço experimental


a fim de conhecer melhor a Internet.

Somente em 1995 é que foi possível, pela iniciativa do Ministério das


Telecomunicações e Ministério da Ciência e Tecnologia, a abertura ao setor privado
da Internet para exploração comercial da população brasileira.

A RNP fica responsável pela infra-estrutura básica de interconexão e informação em


nível nacional, tendo controle do backbone (Coluna dorsal de uma rede, backbone
representa a via principal de informações transferidas por uma rede, neste caso, a
Internet).

No meio dos anos de 1980, havia um interesse suficiente em relação ao uso da


Internet no setor de pesquisas, educacional e das comunidades de defesa, que
justificava o estabelecimento de negócios para a fabricação de equipamentos
especificamente para a implementação da Internet. Empresas tais como a Cisco
Systems, a Proteon e, posteriormente, a Wellfleet (atualmente Bay Networks) e a
3Com, começaram a se interessar pela fabricação e venda de roteadores, o
equivalente comercial dos gateways criados pela BNN nos primórdios da
ARPANET. Só a Cisco já tornou-se um negócio de 1 bilhão de dólares.

A Internet está tendo um crescimento exponencial no número de redes, número de


hosts e volume de tráfego.

Outro fator primordial que existe por trás do recente crescimento da Internet é a
disponibilidade de novos serviços de diretório, indexação e pesquisa que ajudam os
usuários a descobrir as informações de que precisam na imensa Internet. A maioria
desses serviços surgiu em função dos esforços de pesquisa das universidades e
evoluíram para serviços comerciais, entre os quais se incluem o WAIS (Wide Area
Information Service), o Archie (criado no Canadá), o YAHOO, de Stanford, o The
McKinley Group e o INFOSEEK, que são empresas privadas localizadas no Vale do
Silício.

A Internet está caminhando para ser audiovisual, para transmissão em tempo real
de som e imagem (tecnologias streaming, que permitem ver o professor numa tela,
acompanhar o resumo do que fala e fazer perguntas ou comentários). Cada vez
será mais fácil fazer integrações mais profundas entre TV e WEB (a parte da
Internet que nos permite navegar, fazer pesquisas...). Enquanto assiste a
determinado programa, o telespectador começa a poder acessar simultaneamente
às informações que achar interessantes sobre o programa, acessando o site da
programadora na Internet ou outros bancos de dados.

As possibilidades educacionais que se abrem são fantásticas. Com o alargamento


da banda de transmissão, como acontece na TV a cabo, torna-se mais fácil poder
ver-nos e ouvir-nos a distância. Muitos cursos poderão ser realizados a distância
com som e imagem, principalmente cursos de atualização, de extensão. As
possibilidades de interação serão diretamente proporcionais ao número de pessoas
envolvidas.
Algumas organizações e cursos oferecerão tecnologias avançadas dentro de uma
visão conservadora (só visando o lucro, multiplicando o número de alunos com
poucos professores). Outras oferecerão cursos de qualidade, integrando tecnologias
e propostas pedagógicas inovadoras, com foco na aprendizagem e com um mix de
uso de tecnologias: ora com momentos presenciais; ora de ensino on-line (pessoas
conectadas ao mesmo tempo, em lugares diferentes); adaptação ao ritmo pessoal;
interação grupal; diferentes formas de avaliação, que poderá também ser mais
personalizada e a partir de níveis diferenciados de visão pedagógica.

Há uma grande desigualdade econômica, de acesso, de maturidade, de motivação


das pessoas. Alguns estão preparados para a mudança, outros muitos não. É difícil
mudar padrões adquiridos (gerenciais, atitudinais) das organizações, governos, dos
profissionais e da sociedade. E a maioria não tem acesso a esses recursos
tecnológicos, que podem democratizar o acesso à informação. Por isso, é da maior
relevância possibilitar a todos o acesso às tecnologias, à informação significativa e à
mediação de professores efetivamente preparados para a sua utilização inovadora.
Capítulo II – A Entrada da Tecnologia na Escola

Atualmente encontramos muitas informações sobre o uso do computador


na escola, mas muitas pessoas ainda não acreditam que isso possa trazer algum
ganho aos alunos, mas também muitas desconhecem o papel desse instrumento na
educação. Outra situação que é bastante discutida é o uso do computador apenas
como uma propaganda para a escola, como se não fosse uma obrigação da escola
investir nessa ferramenta. Mas nesse artigo o foco esta no uso do computador
interagindo com o currículo, sendo utilizado como ferramenta multidisciplinar.
Mostrando que é possivel sim trabalhar com o computador na escola, de diversas
maneiras. Sendo assim o professor irá propiciar novas condições de trabalho ligadas
aos assuntos discutidos em sala de aula. É necessário saber que o uso do
computador, assim como outros recursos disponíveis é apenas um meio, para que
aconteçam as atividades proposta pelo professor. O professor pode fazer várias
escolhas quanto ao instrumento de trabalho, e seja qual for essa escolha, é preciso
que se tenha consciência e responsabilidade, para não se desvincular do verdadeiro
objetivo, a aprendizagem. E a escola não pode deixar de lado as transformações e por
isso deve incorporar enfim as novas tecnologias.

2.1 – A Tecnologia como recurso didático

Para D’Ambrósio (1999 p.5), educação é ação. Um princípio básico é que toda ação
inteligente se realiza mediante estratégias que são definidas a partir de informações
da realidade. Portanto, a prática educativa, como ação, também estará ancorada
em estratégias que permitem atingir as grandes metas da educação. As estratégias,
por sua vez, estão apoiadas em ferramentas, recursos que viabilizam sua
realização. Mais do que nunca, os professores estão recorrendo à tecnologia. Ao
contrário do senso comum de que informática facilita o processo de ensino-
aprendizagem, o computador dificulta o processo, podendo enriquecer ambientes
de aprendizagem, onde o aluno, interagindo com os objetos desse ambiente, tem
chance de construir o seu conhecimento. O conhecimento não é passado para o
aluno; ele não é mais instruído, ensinado, mas construtor do seu próprio
conhecimento. Assim o paradigma instrucionista vai sendo substituído pelo
paradigma construcionista onde a ênfase está na aprendizagem, na construção do
conhecimento, ao invés de estar no ensino, na instrução.

Segundo Valente (1998), o computador tem sido usado na educação como máquina
de ensinar que consiste na informatização dos métodos de ensino tradicionais; o
professor implementa no computador uma série de informações que devem ser
passadas ao aluno, na forma de um tutorial, exercício e prática ou jogo. Desta forma
o computador não contribui para a construção do conhecimento, pois a informação
não é processada, mas simplesmente memorizada. A abordagem denominada por
Papert de construcionismo permite que o aprendiz possa construir seu
conhecimento através do computador. Segundo essa concepção, a construção do
conhecimento só acontece quando o aluno constrói um objeto de seu interesse, um
texto, um programa, etc. Para Valente (1998), a diferença entre a teoria de Piaget e
o construcionismo de Papert é que o conhecimento é construído através do
computador, o computador é utilizado como uma ferramenta de aprendizagem.

Nessa perspectiva, Papert propõe a realização do ciclo descrição – execução –


reflexão – depuração – descrição, que é de extrema importância na aquisição de
novos conhecimentos. Segundo Valente (1998), diante de uma situação problema, o
aprendiz tem que utilizar toda sua estrutura cognitiva para descrever para o
computador os passos para a resolução do problema, utilizando uma linguagem de
programação. A descrição da resolução do problema vai ser executada pelo
computador. Essa execução fornece um “feedback” somente daquilo que foi
solicitado à máquina. O aprendiz deverá refletir sobre o que foi produzido pelo
computador; se os resultados não corresponderem ao desejado, o aprendiz tem que
buscar novas informações para incorporá-las ao programa e repetir a operação.

A introdução das tecnologias na educação, segundo uma concepção


construcionista, tem provocado o questionamento dos métodos e práticas
educacionais uma vez que as mesmas devem ser utilizadas como catalisadores de
uma mudança do paradigma educacional. Um paradigma que promova a
aprendizagem ao invés do ensino, que coloque no centro do processo o aprendiz,
que possibilite ao professor refletir sobre sua prática e entender que a
aprendizagem não é um processo de transferência de conhecimento, mas de
construção do conhecimento, que se efetiva através do engajamento intelectual do
aprendiz como um todo.

Tais reflexões devem levar a um redimensionamento de sua prática, passando de


uma prática fundamentada no paradigma instrucionista para o construcionista. A
utilização das tecnologias na educação não deve estar associada a um modismo ou
à necessidade de se estar atualizado com as inovações tecnológicas. Esses
argumentos servem para maquiar a utilização do potencial pedagógico do
computador na educação, pois não contribuem para o desenvolvimento intelectual
do aluno. Seu objetivo deve ser o de mediar a expressão do pensamento do
aprendiz, favorecendo os aprendizados personalizados e o aprendizado cooperativo
em rede.

Uma sala de aula Equipada com computadores, TV, vídeo, aberta e livre ao diálogo,
pode se transformar em uma oficina de trabalho, a partir do momento em que os
estudantes forem desafiados a buscarem soluções para os problemas em
colaboração entre os pares e com as facilidades disponíveis pelas tecnologias. Isto
pode fazer com que os estudantes ganhem mais confiança para criarem livremente,
sem medo de errar. Assim a sala de aula pode gerar uma grande equipe para
produção e troca de idéias, um ambiente diferente do da sala de aula convencional,
onde a fala e a projeção do pensamento passam a ter papel fundamental no
processo de criação e na aplicação dos conteúdos adquiridos formalmente.

2.2 – Aspectos Legais da Tecnologia na Escola

Para este trabalho a palavra responsabilidade tem o significado específico


de “ter que responder porum ato danoso”. Portanto responsabilidade digital da
instituição educacional é sua obrigação de reparar os danos causados a terceiros
através de utilização dos meios digitais, tenham sido praticados por funcionários,
alunos, seja em seu nome ou não. Cabe ainda ressaltar que tal responsabilidade
independe de culpa ou dolo.
Cumpre destacar que de acordo com o Novo Código Civil, a
responsabilidade civil foi ampliada influenciando diretamente nas questões jurídicas
relacionadas aos meios digitais. É comum empregados e/ou professores utilizarem
de e-mail corporativo, por exemplo, para questões pessoais. O problema é que esse
e-mail pode ser interpretado como opinião da empresa, causando danos
irreparáveis. Outro exemplo comum, é comunidades que utilizam a logomarca da
instituição para fazer comentários desagradáveis que podem afetar a imagem da
empresa.
Comunidades, Chats, Fóruns e Blogs, são utilizados por alunos para
denegrir a imagem da instituição ou dos professores. A falta de procedimento para
identificação do usuário também deve ser encarado como uma preocupação, pois a
identidade digital é necessária, até mesmo para identificação de autoria. Se é
detectado um crime cometido por intermédio de ferramentas digitais.

Uma das questões mais relevantes é gestão de interface tanto com os


alunos como com os funcionários, onde se deve estabelecer os limites éticos, de
privacidade, segurança e produtividade na aplicação da mesma dentro da
instituição. Toda a forma de controle deve estar acordada entre as partes de modo
transparente e inequívoco.
Para evitar riscos é fundamental a empresa ter um conjunto de Políticas
Corporativas que trate destes temas, sendo requisito a Política de uso de E-mail,
Internet e TI por funcionários, bem como um Código de Conduta para os alunos. A
Política de Segurança da Informação deve incluir a questão do Monitoramento e da
Privacidade, a Política de Compartilhamento de Conteúdo, a Política de
Documentação Eletrônica, a Política de uso Ético de E-mail Marketing, entre outras.
Todos estes termos precisam retratar a filosofia da instituição, devendo trazer
claramente os comportamentos vedados e suas respectivas penas. É preciso usar a
própria tecnologia para induzir comportamento.
Sendo este menor de idade, seus pais serão responsabilizados, ou aquele
que tem sua guarda. O menor de 18 de anos é protegido pelo Estatuto da Criança e
do Adolescente ECA – Lei 008.069- 1990, cuja em seu art. 103, considera como ato
infracional as condutas descritas como crimes ou contravenção no Código Penal.
Segundo art. 101 do ECA, a autoridade responsável poderá tomar as medidas como
de inclusão em programa comunitário ou oficial.
Não podemos esquecer que o Código Civil também abrange esta questão e
responsabiliza os pais quando filhos menores cometem certos atos considerados
ilícitos, entende-se que os pais têm obrigação de dirigir a educação e exercer uma
espécie de poder de vigilância sobre seus filhos menores. Quando estes causam
danos a outrem entende-se que faltou com seu dever de vigilância, sendo
necessário provar que não houve descuido e não foi negligente.OS USUÁRIOS
O primeiro passo é repensar a proposta pedagógica para que contemple a
utilização de estratégias e abordagens específicas ligadas ao cotidiano de seus
alunos. Uma proposta que incentive a permanente atualização dos docentes e sua
capacidade criativa de trabalhar situações reais do cotidiano dos alunos.
Mesmo que isto não aconteça como primeira ação, é possível trabalhar nos
planos de aula, mas lembre-se sempre com aprovação da direção da Instituição.
Neste novo modelo de sociedade é necessário que a educação acompanhe
não só a revolução do conhecimento, mas também os novos parâmetros de
convívio social. As instituições educacionais, enquanto compromissadas com o
futuro de seus alunos devem se preocupar com sua educação enquanto “cidadão
digital”. Devem buscar formas de ensino aprendizagem que desenvolva em seus
educandos conhecimentos e habilidades necessárias para este novo cenário e seja
capaz de se proteger contra os perigos da rede, bem como saibam agir de forma
ética e legal para que não se tornem infratores ao acaso.
Existe ainda o problema de acesso a sites que não deveriam ser liberados
aos alunos e neste caso a escola pode ser responsabilizada pelo acesso em suas
dependências (sites de conteúdo pornográfico, jogos de azar, entre outros). Assim,
se um aluno menor de idade acessa um site de pedofilia dentro de sua instituição,
por intermédio de uma ferramenta disponibilizada em laboratório ou biblioteca, fica a
instituição responsável pela utilização dos mesmos bem como pela segurança de
seus alunos.
O que pode ser feito? As instituições educacionais podem e devem dedicar
em seu planejamento e grade curricular algumas horas para educação digital, ou
seja, para educar quanto ao uso ético e legal dos meios digitais. Tais horas podem
ser inseridas numa disciplina já existentes ou ainda numa grade extracurricular.
Aconselha-se ainda a elaboração de material didático específico para o tema, além
de aulas com professores capacitados.
É preciso além de uma ação educacional, monitorar a utilização das
ferramentas disponibilizadas pela instituição para seus alunos, bem como
implementar um sistema de bloqueio à sites indevidos e distribuição de uma cartilha
com dicas para uma boa navegação.
É preciso ainda preparar o professor para que esteja apto a levar seus
conhecimentos para sala de aula e preparar o aluno para o novo modelo de
sociedade que nos apresenta. A questão que muito nos preocupa é que a maioria
ainda não está preparado para uma atuação como esta. É preciso que também
estejam dispostos a aprender.
O melhor é que as instituições educacionais tomem a iniciativa de capacitar
seus professores a fim de que estejam aptos a atuarem sob estes novos
parâmetros, bem como a elaboração de palestras e ou capacitação específica para
docentes, bem como um material de apoio com dicas e boas práticas para o uso
ético e legal dos meios digitais em sala de aula.
Capítulo III – A Tecnologia e a Escola Hoje

Não se pode continuar a pensar que incorporar os novos recursos da


tecnologia na educação seja uma garantia, pura e simples, de que está se fazendo
uma nova educação, é preciso porém que a escola exerça o papel de modificadora
dos mitos e mentalidades e que trabalhe na formação dos professores, para que
essa incorporação não se dê como instrumentalidade, como uma pura e simples
introdução de novos elementos e sim como integradora efetiva entre a educação e
esses meios, tornando-se presente e participante da construção dessa nova
sociedade, não como resistente aos velhos valores em declínio ou como mera
espectadora acrítica dos novos valores em ascensão e sim como enriquecedora do
ambiente educacional, propiciando a construção de conhecimentos por meio de
uma atuação ativa, crítica e criativa.

3.1 – O Jovem e as Novas Tecnologias

Com esse estudo, temos a oportunidade de trabalhar o jovem que está


em formação em diversos aspectos, sua parte psicológica, sua formação acadêmica
e sua saúde mental, uma vez que nosso objetivo é mostrar a capacidade que é
dada ao ser humano de ter seus próprios pensamentos sem se deixar levar pela
“onda” de informações e sugestões que estão na mídia e que invadem nossos lares,
nossas escolas e sem pedir licença tornam-se parte de nosso dia-a-dia.
Segundo Inez Lemos (2007:49)
“O mundo infantil tornou-se um grande mercado. Todos querem vender,
para crianças, desde festas infantis com buffets sofisticados a modelitos
coquetes, levando a menina a se produzir desde cedo. O estilo
“peruinha” está e alta, com direito asapato de salto e salão de beleza
infantil. Já as adolescentes sonham com a primeira lipoaspiração,
quando intervenções estéticas no corpo eram práticas de senhoras
idosas. “
Estamos em épocas da Pedagogia de Consumo e para a criança e o
jovem se sentir aceito na sociedade sente a necessidade de seguir os padrões
ditados pelo mercado. A roupa da moda, o brinquedo importado, o corpo malhado, o
orkut, etc. E acaba não percebendo que está se transformando em mais um
“escravo” da mídia.
Com isso, aparecem as frustrações, as decepções que o mundo do
consumo gera no ser humano. Porque nem todos têm condição financeira de
acompanhar esse ritmo frenético de mudanças.
De acordo com Inez Lemos (2007:50)“Focault construiu uma genealogia
do poder, na qual apontou dispositivos de poder que exercem controle social, como
a mídia, que investe numa produção de valores, aos quais interessam mais o lucro
que a felicidade dos homens”
Assim, surge como preocupação fundamental: O que será feito de e por
nossos jovens futuramente?
Uma vez que a mídia que deveria focar a educação, acaba por
transformá-los em pessoas fúteis, sem objetivos e metas para sua vida, contribui
para a insegurança e a falta de autonomia, porque o ser o humano do consumo não
deve pensar ou questionar o mundo e a sociedade em que participa, apenas
reproduzir os modelos e padrões pré-estabelecidos.
Há tempos atrás os meios de comunicação eram tidos como todo-
poderosos, guiavam e decidiam pela sociedade e pela nação. Aos poucos alguns
estudiosos começaram a despertar sobre quanto o receptor deveria ter importância
e poder de reação, e que sua liberdade e autonomia precisavam ser respeitadas.
Com isso, apareceram diversas literaturas que abordavam tais temas, todas com
fundamentação sociológica.
Contudo precisamos recolocar alguns pontos no lugar, não podemos
ignorar o fato de que somos bombardeados com mensagens e informações o tempo
inteiro, que vêm como definitivas e não podemos questionar.
Assim sendo, o receptor não tem tempo de analisar tudo aquilo que vem
pelos seus sentidos, todas as informações são processadas de maneira mecânica,
uma vez que não há tempo para uma elaboração que nos leve ao questionamento.
As práticas educativas enfatizam como a aprendizagem é mais importante
para os educandos da atualidade que é aprender a selecionar e a escolher. Por
isso, esse critério de escolha é tão importante, se ele nos faltar, acabaremos em um
mar de mensagens.
Ao tentarmos analisar o poder que emissor exerce sobre o receptor, não
podemos desconsiderar os privilégios que estão nas mãos daqueles de detêm os
meios de comunicação.
Essa análise parte do geral para o específico. Partindo do princípio de
qual lugar é destinado aos meios de comunicação dentro da sociedade?

3.2 – O Professor e as Novas Tecnologias

Nos dias atuais, estamos vivendo um fenômeno que até então, em outras
épocas pensamos em viver, a relação direta com a mídia. Onde quer que possamos
estar ou o que possamos fazer a mídia se faz presente. Essa mesma mídia que
participa de nossa vida diariamente, se torna mais um agente participativo na
Educação.
Levando em consideração que vivemos em mundo capitalista a mídia
acaba por dividir opiniões, formular conceitos, estabelecer relações entre os
sujeitos, enfim, modificar o comportamento dos seres humanos.
Antes precisávamos de rádio, jornais, revistas, música... Enfim, todo um conjunto de
informações para que a mensagem fosse passada e alcançada por todos. Hoje,
com um simples toque, acessamos todas as informações simultaneamente em
fração de segundos nos deparamos com o mundo. Essa aceleração de informações
faz parte das importantes transformações ocorridas no século XX.
Com isso, precisamos cada vez mais, de pessoas que dominem tais
informações que diariamente invadem nosso cotidiano, uma vez que as gerações
antigas não conhecem esses mecanismos, precisamos estar cada vez mais
preparados para esse mercado cibernético que domina o mundo. A principal missão
dos Educadores do mundo moderno, é preparar nossos jovens para lidar com o
impacto que o mundo virtual tem sobre suas vidas e seus modo de pensar para que
possam separar o que realmente interessa e não se tornem meros copiadores de
informações pré-existentes. Precisamos ter consciência de que a internet oferece as
respostas, mas não tem poder de elaborar os questionamentos. Eis o grande
diferencial que liberta: O questionamento.
Bourdieu (1997:29) afirma: “É insensivelmente, a televisão que se
pretende um instrumento de registro torna-se um instrumento de criação da
realidade.” Entendemos que o consumo através da mídia, ocupa grande espaço de
tempo livre da população. Quando pensamos na cultura do mundo das aparências,
começamos a nos deparar com jovens e adolescentes deprimidos em razão de
muitas vezes, não estarem de acordo com os padrões pré-estabelecidos. O corpo
se transformou em mais uma mercadoria nesse mundo capitalista. Com isso, as
relações ficam cada vez mais distantes e o jovem vivencia sentimentos de
abandono e desespero. Essa questão deve ser pensada com base no que fica
registrado no inconsciente de quem recebe essa imagem vendida pela mídia
televisiva, através da qual tudo é perfeito: a vida, as pessoas, o sucesso é
garantido, não existe miséria e nem desemprego; apenas pessoas felizes e bem
resolvidas.
Por outro lado, existe a depressão, a frustração, a infelicidade e a pulsão
de morte. Pais cada vez mais omissos, pois não tem tempo para seus filhos, pois
estão sempre buscando ter sempre mais bens materiais.
Deparamos-nos com muitos absurdos nessa sociedade capitalista, filhos
que vão buscar na justiça o amor de seus pais. Amar o dinheiro é mais importante
que amar as pessoas.
O mundo infantil acaba se transformando em um grande mercado. Todos
querem vender, para crianças, são festas infantis. O estilo das meninas mudou para
os saltos altos, com direito a salão de beleza infantil, condicionando a menina que
ela deve estar sempre produzida desde cedo, para não ficar fora do contexto
estabelecido pela sociedade.
Devemos levar em conta que muitos ainda não têm acesso a essa gama
de mídias que estão disponibilizadas no mercado. E mais uma vez o poder
econômico dita as normas: A Classe dos Dominantes e a Classe dos Dominados.
A imprensa vem sendo utilizada de maneira errada, pelo menos diante
daquilo que ela se propõe: Comunicação. Ao contrário, o que observamos é um
jogo sem limites em que vencedor de hoje, pode se tornar o derrotado de amanhã,
basta não estar inserido no contexto ditado pela mídia. A mídia é formadora de
opinião, por isso precisamos refletir a respeito de seu uso e tentarmos buscar
soluções para essa influência na Educação.
Laje (1987:7) afirmou: “Uma imagem pode conter informação que não
cabe em mil palavras.” Precisamos canalizar o poder que essa mídia tem para
beneficiar a Educação e contribuir assim, para a formação de um cidadão e não de
mais um manipulador. E caminho para tanto não é encher as escolas de
computadores, e sim, utilizar recursos diversos que muitas vezes estão a nossa
disposição: jornais, revistas, rádio, televisão, livros, etc.
Carllson (1999:39) “Deve-se ensinar, em escolas de todos os níveis,
sobre a mídia, seu impacto e funcionamento. Os estudantes devem ser capacitados
para se relacionar com a mídia de forma participativa.” Nós Educadores, precisamos
dominar as informações e não nos tornarmos prisioneiros das mesmas, afinal,
estamos contribuindo para a formação de um cidadão e não de um mero receptor
de mensagens, alvo do poder que domina e escraviza o ser humano.
Capítulo IV – O Olhar Psicopedagógico

Os meios de comunicação de massa (rádio, televisão, jornais, cinema,


fotografia) constituem um dos traços mais característicos da sociedade moderna. A
mídia necessita de acontecimentos marcantes, por este motivo a violência, com
toda a sua carga de agressões sangrentas e grande nível de crueldade, que chega
a causar indignação na população, é um excelente tema para ser abordado de
forma massificante e sensacionalista pelos meios de comunicação.
Em um grau exagerado, a mídia transmite a violência em diversos tipos de
programas, como filmes, telejornais, diversos desenhos animados e programas
infantis. Lamentavelmente o público infantil é atingido de maneira brutal, e este
excesso de violência acaba influenciando o comportamento das crianças.
Em sua fase de formação a criança tende a imitar seus pais, professores ou
“heróis” que estão próximos. Se a maior parte do tempo ela passa em contato com
a televisão, conseqüentemente haverá uma identificação com o que é apresentado
e passa a aceitar as informações como verdadeiras, porque ainda não consegue
discernir entre o certo e o errado.
Logo acabará por apresentar em seus comportamentos o que aprendeu por
meio das identificações. Assim a violência pode facilitar o comportamento agressivo
e anti-social na criança, isto pode ser agravado na adolescência e também na vida
adulta. Dulce Vieira (1981, p.39) discute sobre o assunto:
No que diz respeito à violência, sabemos que as histórias em quadrinhos, a
televisão e a literatura policial podem levar ao mundo da criança imagens que
podem chegar a requintes de perversidade. [...] a apresentação de conteúdos
violentos em histórias em quadrinhos ou em desenhos animados é suficiente para
modelar um comportamento agressivo na maioria das crianças.
A grande importância que é dada pela mídia ao crime, estimula a mente juvenil
à aventura pervertidas. Porém, a mídia também oferece valiosos instrumentos de
formação da personalidade.
É lastimável que os espaços reservados ao lado ético e dignificante do
pensamento humano, necessários para a formação da identidade das crianças,
sejam demasiadamente pequenos e nem sempre são apresentados de forma
atraente.
A violência é expressa freqüentemente como um comportamento aceitável,
nos desenhos animados, entre outros programas infantis, é normal ver um
personagem agredindo ao outro com chutes, socos, lançando objetos, utilizando
armas como facas, revolver, bombas para matar o adversário que na maioria das
vezes inexplicavelmente sobrevives às agressões.
Estas agressões causadas e sofridas pelos personagens dos desenhos são
muito atraentes e divertidas para as crianças, os personagens lhes serviram de
modelo e logo tentaram reproduzir as ações violentas observadas que mais se
identificaram.
A criança em decorrência a tanta violência nos meios de comunicação, pode
exibir uma incidência relativamente elevada de hostilidade. Em alguns casos
chegam a maltratar o próprio corpo pondo em risco a própria vida!
Mary A. Fischer (2006, p.75, 76) conta em sua reportagem a revista Seleção
que na Califórnia, um garoto de 14 anos foi encontrado pendurado do lado de fora
da janela do seu quarto com a corda da persiana presa em seu pescoço.
Ele havia experimentado o arriscado “jogo da asfixia”, no qual os adolescentes
impedem durante alguns minutos a respiração impedindo que o oxigênio chegue ao
cérebro com o intuito de atingir um estado de euforia semelhante a algumas drogas.
O garoto havia conhecido essa brincadeira bizarra por meio de amigos e da
internet. Tragicamente essa brincadeira lhe custou à vida. Ele morre por acidente
enquanto brincava com a corda.
Outro caso narrado por Mary A. Fischer (2006, p. 76, 77) fala sobre uma
garota de também 14 anos, que sempre após o jantar costumava passar cerca de
duas horas no computador. Através da internet, ela passou a visitar sites que
abordavam assuntos sobre anorexia e automutilação, muitos desses sites além de
discutir o assunto, incentivavam estas práticas.
A garota passou a ser adepta a ambas as práticas, na tentativa de lidar com
emoções dolorosas e com a baixa auto-estima. Ao cortar os braços e as pernas ela
associava a dor causada pelos cortes uma forma de extravasar todas as suas
angústias e tensões.
Estes dois exemplos mostram-nos o quanto os meios de comunicação podem
influenciar de forma negativa e destrutiva o comportamento do individuo. Somos
bombardeados todos os dias com notícias de assassinatos, roubo, massacre,
ataques terroristas, guerra. Algumas senas são tão fortes que ficamos horrorizados
de imaginas o quanto o ser humano consegue atingir tal nível de crueldade.
Os jogos virtuais também estão repletos de violência, eles além de banalizam
a brutalidade, estimulam a indiferença pelos outros e viciam. Alguns exemplos
desses tipos de jogos é o Carmageddon, que consiste em uma corrida de carros
frenéticos cujo objetivo é atropelar gente, especialmente velhinhas e crianças;
Postal, nesse jogo o divertimento é matar o maior número de cidadãos; Mortal
Combat, é um jogo de luta, disputada com socos, chutes e poderes mágicos, a luta
só termina com a morte, sempre violenta, de um dos dois personagens. Como
podemos ver, essa categoria de jogos se supera a todo o momento, e quanto mais
violento seu conteúdo mais fascinante ele se torna.
Sem dúvida alguma, o pior efeito já comprovado em decorrência da veiculação
de imagens com alto índice de agressividade é o de insensibilizar a criança para a
violência que ela presencia. Dulce Vieira (1981, p. 40) diz o seguinte:
As crianças submetidas a esse tipo de influência demonstram uma tolerância
cada vez maior ao observarem atos de agressão, não só nos meios de
comunicação como também na vida real. Dessa forma, desenvolve-se nela uma
apatia progressiva e até mesmo uma certa complacência em relação ao crime e a
violência.
Diante de tais fatos, é muito importante que tenhamos consciência do nosso
papel na formação da identidade e desenvolvimento da criança. As pessoas as
quais a criança está afetivamente ligada podem minimizar os efeitos dos valores e
atitudes veiculados pelos meios de comunicação, transmitindo as crianças atitudes
éticos e valores verdadeiramente importantes.
É de responsabilidade dos adultos explicarem as crianças o que é certo e o
que é errado, tanto no convívio diário como nos programas transmitidos pelos meios
de comunicação.
Além disso, a influencia exercida pelos pais e profissionais envolvidos no
processo de desenvolvimento psicossocial da criança poderão diminuir
eventualmente os efeitos da violência nos meios de comunicação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Informática vem sendo cada vez mais utilizada no cenário educacional como
instrumento de aprendizagem e sua ação no meio social vêm aumentando de forma
rápida entre nós. Com isso, a educação vem passando por mudanças estruturais e
funcionais para se adaptar a essa nova tecnologia.
Há tempos atrás se fazia necessário justificar a importância para a introdução
da Informática na escola. Nos tempos atuais, já existe consenso sobre o quanto ela
é necessária. Entretanto, o que precisamos observar é de que forma essa
ferramenta vem sendo utilizada.

A Tecnologia não causa mudanças apenas no que fazemos, mas também em


nosso comportamento, na forma como elaboramos conhecimentos e no nosso
relacionamento com o mundo. Vivemos num mundo tecnológico, estruturamos
nossa ação através da tecnologia.
Dessa mesma forma devemos entender a Informática. Ela não é uma
ferramenta neutra que usamos simplesmente para apresentar um conteúdo.
Quando a usamos, estamos sendo modificados por ela.

O principal objetivo, defendido hoje, está na utilização do computador como


instrumento de apoio às matérias e aos conteúdos ministrados, além da função de
preparar os alunos para uma sociedade informatizada.
Entretanto esse assunto é polêmico. No começo, quando as escolas
começaram a introduzir a Informática no ensino, percebeu-se, pela pouca
experiência com essa tecnologia, o desenrolar de um processo caótico. Mas o que
fazer nessa aula? E quem poderia dar essas aulas? A princípio, contrataram
técnicos que tinham como missão ensinar Informática. No entanto, eram aulas
descontextualizadas, com quase nenhum vínculo com as disciplinas, cujos objetivos
principais eram o contato com a nova tecnologia e oferecer a formação tecnológica
necessária para o futuro profissional na sociedade.
Com o passar do tempo, algumas escolas, percebendo o potencial dessa
ferramenta introduziram a Informática educativa, que, além de promover o contato
com o computador, tinha como objetivo a utilização dessa ferramenta como
instrumento de apoio às matérias e aos conteúdos lecionados.
Vivemos em um mundo tecnológico, onde a Informática é uma das peças
principais. Conceber a Informática como apenas uma ferramenta é ignorar sua
atuação em nossas vidas. Percebe-se que a maioria das escolas ignora essa
tendência tecnológica, do qual fazemos parte; e em vez de levarem a Informática
para toda a escola, colocam-na em uma sala, presa em um horário fixo e sob a
responsabilidade de um único professor. Fazendo com que todo o processo de
desenvolvimento da escola perca a oportunidade de fortalecer o processo
pedagógico.

A globalização impõe exigência de um conhecimento holístico da realidade. E


quando colocamos a Informática como disciplina, fragmenta o conhecimento e
delimita fronteiras, tanto de conteúdo como de prática.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

REZENDE, A G Rezende N. A Tevê e a criança que te vê. São Paulo: Cortez, 1989

GUARESCHI, Pedrinho A., BIZ, Oswaldo. Mídia, Educação e Cidadania. Petrópolis:


Vozes, 2005.

COX, Kenia Kodel. Informática na Educação Escolar. São Paulo: Autores


Associados, 2003.

ALMEIDA, Fernando José de. Educação e Informática – Os Computadores na


Escola. São Paulo: Cortez, 2005

CARLSSON, Ulla., FEILITZEN, Cecília von. A Criança e a Violência na Mídia. São


Paulo: Cortez, 2000.

BARZOTTO, Valdir Heitor., GHILARDI, Maria Inês. Mídia, Educação e Leitura. São
Paulo: Anhembi Morumbi, 1999.

LEMOS, Inez. Pedagogia do Consumo – Família, Mídia e Educação. Belo


Horizonte: Autentica, 2007.

VALENTE, J. A. Porquê o computador na educação. In: ProInfo.

Sites:
www1.folha.uol.com.br/folha/equilíbrio/equi20000615_6.shtml
www.terra.com.br/istoe/digital/educação.htm
www.centrorefeducacional.com.br/informat.html
blogdaroselysayao.blog.uol.com.br
www.psiqweb.med.br

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