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Com avaliação e palestras da Dra.

Michele Billant-Fedoroff, representante das Nações Unidas/Nova York,


e o apoio do UNIC-Rio, ONU/Brasil, a LBV promove oficinas intersetoriais pelas Oito Metas do Milênio.

e s p e ci a l
mauricio de sousa

R ic a rdo B o e c h at
ABRE O CORAÇÃO

“Sempre fui
competitivo para farejar “
e localizar as jazidas
Irreverência, paixão e polêmica:
o veterano profissional revela um pouco
de sua história e analisa o jornalismo brasileiro.
Sumário Ao Leitor
6 Reportagem especial Seis filosofias de vida, cias no âmbito do com-
12 Cartas formas de encarar a pro- bate à pobreza e à fome,
17 Coluna Esportiva fissão e os desafios que que colocaram o Brasil
18 Cultura lhe apresentam são alguns na vanguarda de uma
23 Melhor Idade dos dados biográficos que mudança de parâmetros
24 Esporte é Vida! você poderá conhecer que as Nações Unidas
28 Entrevista na Band ao ler as entrevistas dos estão promovendo, ao
36 Arte na Tela jornalistas Ricardo Bo- escolher na sociedade
38 Acontece na Bahia echat, Luiz Malavolta civil sua forte aliada na
e Lucimara Parisi, do desenhista implementação das Oito Metas do
40 Curadoria de Fundações
Mauricio de Sousa, da cantora Milênio. Para tornar isso realidade
42 Destaque
Eliana Pittman e do esportista aqui em nosso País, a Legião da
46 Serviço ao cidadão Clodoaldo Silva. Pessoas cheias de Boa Vontade promoveu em várias
49 Acontece no Sul grandezas, paixões, irreverências cidades a 1ª Feira de Inovações
50 Entrevista na Record e inquietudes, mas, acima de tudo, Rede Sociedade Solidária, com
55 Acontece no Brasil exemplos em suas áreas de atividade. o objetivo de compartilhar novas
56 Meio Ambiente E aqui estão para revelar um pouco tecnologias sociais, estimular
58 Opinião — Mídia Alternativa das lições que aprenderam no suor alianças entre os diversos setores,
61 Opinião Política de cada dia, no decurso de décadas, da maneira mais simples e eficien-
62 Educação em Debate como o próprio Boechat ressaltou te, colhidas do heróico esforço
66 Samba e História em dado momento de sua palavra: diário de centenas de organizações
68 Acontece “Uma das vantagens de envelhecer que labutam pelo próximo, pelo
70 Atualidade é que a gente pode dizer que conhece desenvolvimento sustentável. Um
coisas há muito tempo e de que este grande contributo para essas dis-
72 Nações Unidas
tempo nos ajuda a não julgá-las, mas cussões está na seção Reportagem
88 Saúde
entendê-las, a avaliá-las”. especial, em que o jornalista Paiva
94 Soldadinhos de Deus
Além de sabedoria, o recheio Netto apresenta análises e con-
96 Ação Jovem LBV principal da BOA VONTADE é a ceitos que permearam os debates.
98 Variedades troca de bem-sucedidas experiên- Boa leitura!

OitoMetas
do Milênio

28 6 17 18
Entrevista na Band Reportagem especial Coluna do Cultura
Ricardo Boechat abre o coração Oito Metas do Milênio: Garotinho A Turma de
à revista BOA VONTADE preocupação de todos Os mil gols do Mauricio de
os de bom senso Romário Sousa
BOA VONTADE
ANO 51 • No 217 • fevereiro/MARÇO/2007
Reflexão de
BOA VONTADE é uma publicação mensal das IBVs, editada pela Editora Elevação.
Registrada sob o nº 18166, em 16/03/2006, no livro “B” do 9º Cartório de Registro de
Títulos e Documentos de São Paulo. BOA VONTADE:
Diretor e Editor-responsável
Francisco de Assis Periotto
MTE/DRTE/RJ 19.916 JP
Coordenador Geral
“Enquanto não
Gerdeilson Botelho
Repórteres Colaboradores Especiais
prevalecer o ensino
Carlos Arthur Pitombeira, Hilton Abi-Rihan, José Carlos Araújo e
Mario de Moraes.
eficaz por todos os de
Equipe Elevação
Adriane Schirmer, Aneliése de Oliveira, Angélica Beck, Carolina Dutra, Daiane Emerick,
bom senso almejado,
Daniel Trevisan, Danielly Arruda, Débora Verdan, Elias Paulo, Flávio de Oliveira, Isabela
Ribeiro, Jaqueline Lemos, João Miguel Neto, Joílson Nogueira, Karina Sene, Leila Marco, qualquer nação
Leilla Tonin, Lícia Curvello, Maria Aparecida da Silva, Neuza Alves, Rita Silvestre, Roberta
Assis, Rodrigo Oliveira, Rosana Bertolin, Rosana Serri, Simone Barreto, Sônia Clariano,
Stella Souza, Viviane Propheta, Walter Periotto, Wanderly Albieri Baptista e William Luz.
padecerá cativa das
Projeto Gráfico
Felipe Tonin e Helen Winkler
limitações que a si
Fotos de Capa
Ricardo Boechat: Divulgação da Band / Mauricio de Sousa: Daniel Trevisan
mesma se impõe.”
Produção
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Internet: www.boavontade.com / E-mail: info@boavontade.com
Impressão: Editora Parma

A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos e opiniões


em seus artigos assinados.

42 50 66 72 88
Destaque Entrevista na Record Samba e História Nações Unidas Saúde
Lucimara Parisi: Luiz Malavolta: A internacional 1 Feira de Inovações
a
Alimentação que
Sensibilidade reflexões de um Chefe Eliana Rede Sociedade garante uma vida
e carinho de redação Pittman Solidária saudável
Reportagem especial

OitoMetas
doMilênio
Photos.com

Preocupação de todos os de bom senso


Os Editores

a Instituição acredita que, para

Henrique Nonnemacher
haver um futuro melhor, não se
pode mais pensar em continuidade
da Vida esquecendo-se de uma
transformação de consciência. E
isso significa também:“Há muito
vimos alertando para o fato de que
a Solidariedade hoje se expandiu do
luminoso campo da ética e se apre-
senta como uma estratégia, de modo
que o Ser Humano possa alcançar
a sua sobrevivência. À globaliza-
Acompanhado por sua esposa, Dona Lucimara Augusta (E), o líder da Legião da Boa Vonta- ção da miséria, contrapomos a
de, José de Paiva Netto, e a Dra. Michele Fedoroff, representante da ONU, ao lado de Raquel globalização da Fraternidade,
Bertolin (D), Secretária Executiva da Presidência da LBV, posam para foto no Lar e Parque que espiritualiza a economia
Alziro Zarur, da Instituição, em Glorinha/RS. No segundo plano, Tatiana Vasconcelos e e solidariamente a disciplina,
Gerdeilson Botelho, que também prestigiaram o feliz encontro. A reportagem completa
da visita da Dra. Michele Fedoroff às unidades educacionais da Legião da Boa Vontade
como forte instrumento de reação
no Brasil e a realização da 1a Feira de Inovações Rede Sociedade Solidária, LBV e ONU, ao pseudofatalismo da pobreza.
você confere a partir da página 72 desta edição. (...) Não se espera um repentino

Q
milagre, mas o fortalecimento
uando se fala nos oito rio do mundo. A brasileira Legião da de um ideal que se estabelece-
Objetivos do Milênio, Boa Vontade (LBV) sente-se feliz rá, etapa por etapa, até que se
propostos como meta em fazer parte dessa mudança de complete o seu extraordinário
pela Organização das cultura, até porque, desde o seu serviço. Trata-se, entretanto, de
Nações Unidas (ONU) para se con- surgimento, no fim da década de assunto urgente. Então, comece-
cretizarem até 2015, de acordo com 1940, combate a fome e a miséria mo-lo ontem. O bom desafio faz
o traçado pelos 191 países membros pelo entendimento e pela Fraterni- bem a todos. (…)”, conclama o
que assinaram o documento em dade entre os povos, plataformas de Diretor-Presidente da LBV, jor-
2000, vê-se que é capítulo importan- construção desse tempo ideal que nalista, radialista e escritor José
te de uma nova mentalidade globali- todos almejamos. de Paiva Netto. Ele retoma o
zada que surge, elegendo o Ser Hu- Graças à longa experiência, assunto em outro trecho de sua
mano como eixo principal do cená- adquirida em quase seis décadas, lavra, na página “Conhecimento

6 | BOA VONTADE
espiritual gera fartura”, constante sabe garimpar as almas, não em acolhedora se projetará sobre as
de seu ensaio literário O Capital de proveito próprio, o que é um crime, gerações posteriores, e semear o
Deus, em que comenta: porém em prol da coletividade. Eis alimento de agora, contudo para as
o sacerdote que pastoreia com zelo barrigas vazias, porque ainda hoje
Ética no seu mais o seu rebanho; o político de grande ressoa a advertência
exalçado sentido e ação descortino; o estadista que, por de José do Patro-

Arquivo BV
correspondente vezes, os contemporâneos não en- cínio (1853-1905):
“Nestes tempos de globalização tendem, mas que o porvir abençoa. ‘Enquanto houver
de benefícios mal distribuídos, Em 29 de março de 1985, escrevi um brasileiro passan-
principalmente para a multidão em ‘A Nova República e Jesus’, pu- do fome, somos um
incontável dos ‘sem-acesso’, como blicado no antigo Jornal da Manhã, povo que ri, quando
os denomina o jornalista Francisco de São Paulo: devia chorar (...)’. E
de Assis Periotto, toda nação tem “(...) Rui Barbosa (1849-1923), o saudoso jornalista, Rui Barbosa
o dever, mais do que o direito, de o notável civilista brasileiro, de radialista e Funda-
ser criativa, de tornar-se econo- renome internacional, convida-nos dor da LBV, Alziro
micamente estável, expandindo à meditação com estes conceitos de Zarur (1914-1979), completava:
sua indústria, seu comércio e ser- tão profundo alcance: ‘Enquanto ‘... chorar de vergonha!’.
viços; de modernizar a instrução Deus nos dê um resto de alento, “(...) Enquanto os governos não
e a educação de sua gente (a tudo não há que desesperar da sorte do chegam às ‘soluções definitivas’
iluminando com o toque da Espi- Bem. A injustiça pode irritar-se, para a miséria, que cada um faça
ritualidade, que depreende ética porque é precária. A Verdade não além do que puder — e não o deixe
no seu mais exalçado sentido e se impacienta, porque é eterna. de realizar — pelo seu semelhante,
ação correspondente), sua rede de Quando praticamos uma ação boa, pondo em ação o poderoso espírito
comunicações e de transportes; de não sabemos se é para hoje ou para de Caridade, tão apregoado e vivi-
buscar a integração harmônica quando. O caso é que seus frutos do por Jesus e outros luminares da
com as demais populações; e de podem ser tardios, mas são certos. História não somente religiosa. O
atingir internacional prestígio. É o Uns plantam a semente da couve amadurecimento da Alma irmana
óbvio, mas, por essa mesma causa, para o prato de amanhã; outros, a as criaturas, concomitantemente,
deve ser proclamado. Fora disso, semente do carvalho para o abrigo as culturas terrenas. Por questões
vigora a barbárie que por aí vemos do futuro. Aqueles cavam para si tais, mesmo que chegado o dia em
— a cada dia menos disfarçada — e mesmos. Esses lavram para o seu que todos os problemas sociais
que, por mais incrível que pareça, país, para a felicidade dos seus sejam resolvidos, a Caridade será
a maioria talvez não a meça de- descendentes, para o benefício do tão necessária quanto agora, por-
vidamente, pois há um minucioso gênero humano’. que é sinônimo de Amor. E sem ele
esforço para mantê-la distraída, “Nos complexos tempos atuais, ninguém vive, pois é o alimento do
como na era dos césares romanos. prezado Rui, há que se fazer os dois Espírito. Até porque as cidadãs e os
Entretanto, com certeza, ela cada serviços em paralelo: plantar a cidadãos, além do bom termo para
vez mais irá percebendo os perni- semente do carvalho, cuja sombra os problemas da alçada de Estado,
ciosos efeitos. Isso é fatal. Apenas
uma questão de tempo (...). Voluntários participam da Ronda da Caridade, da LBV, em Salvador/BA.
“Nenhum dirigente pode fazer
coisa alguma sozinho. Carece do
apoio da sociedade. Todavia, o mí-
nimo que se espera é que governe
para seu povo, para a sua empresa,
respeite sua comunidade, ame sua
organização, e assim por diante.

A atual necessidade de
Arquivo BV

plantar a couve e o carvalho


“O Homem de visão abrangente
BOA VONTADE | 7
Daniel Trevisan
Reportagem especial
Arquivo BV

Arquivo BV

Uma das salas de


aula do Instituto de
Educação da LBV
José do Patrocínio Alziro Zarur

andam à procura da solução de seus 1980): ‘O homem é constituído não levarem em apreço esses precei-
dilemas humanos. pelas suas múltiplas escolhas tos, pois “quem tem fome quer co-
“Prosseguindo, depois de apre- e inteiramente responsável por mer; quem padece de sede procura
sentar o que reiteramos em 1985, elas’ (...)”. mitigá-la; quem está nu necessita
graças à maturidade solidária das de vestimenta; quem se encontra
mentes, acabar com a fome tornou- O “perigo” do “choque de enfermo aguarda pela cura urgente;
se uma preocupação, não apenas culturas” o desesperado anseia por amparo.
nacional, contudo mundial. O que Ainda em O Capital de Deus, o Não amanhã, já! E antes que em
pode impedir que os objetivos que líder da LBV aborda um propalado extremo delírio as massas famintas
beneficiarão qualquer país sejam “choque de culturas”, previsto por venham a arrancar o que não têm
atingidos sem tardança, em âmbito alguns: “Com intensidade cada vez das mãos dos que possuem... Passa-
planetário? Entre outros óbices, maior, para o século XXI, a questão dos mais de dois milênios, Virgílio
destaca-se o exacerbamento do é jamais desprezar as múltiplas (70-19 a.C.) continua atual: ‘A
individualismo, aliado ao desejo oportunidades de desenvolvimento fome é má conselheira’ (...)”.
de domínio que possa existir em para o bem comum que a moderna Antes que definitivamente tal
cérebros humanos distorcidos, que tecnologia nos oferece”. E acon- circunstância se torne bandeira
prodigiosamente frutifica em época selha: “Convém, todavia, agir de erguida por comunidades aflitas,
de corrupção e impunidade desen- forma que, pari passu, os avanços porquanto, como o dirigente da
freadas, e à falta de perseverança e do saber tecnológico contemplem LBV afirma, “as nações também
eficiente tática entre muitos dos que mecanismos expansores da Soli-
vomitam”, ele nos convida ao pen-
se opõem a esse estado de coisas. dariedade, no combate efetivo à
“O combate à violência no miséria moral e espiritual, que afeta samento de outros grandes nomes
mundo começa na luta contra a o êxito de toda sociedade. Isso é da História: “Faz-se necessária
indiferença à sorte do vizinho. Per- pensar ecumenicamente na solução redobrada consideração ao que
mitir que se sacrifique o sentimento efetiva para o aumento do poder registrou, há tantos anos, o escocês
de compaixão entre os indivíduos é aquisitivo e, o que é fundamental, Adam Smith (1723-1790). Diz o pai
o mesmo que promover o suicídio para o acesso democrático ao bom da economia política: ‘A pobreza a
coletivo das nações. ensino, por exemplo, cuja falta, na ninguém desonra, mas é muitíssimo
“Não foi sem motivo que assim atualidade, aprisiona na indigência, incômoda’.
definiu Jean-Paul Sartre (1905- nos quatro cantos da Terra, popu- “No entanto, existe uma agra-
lações inteiras, dificultando-lhes vante, meu caro Adam, enunciada
a libertação da fome. Verdadeiro nesta advertência de Gandhi (1869-
sxc.hu

desrespeito à dignidade humana”. 1948), o libertador da Índia: ‘O


maior crime é a fome’.
“A fome é má conselheira” “Está correto o Mahatma, vis-
Caso esse amadurecimento de to que a fome e as conseqüentes
mentalidade não ocorra em enfermidades, entre elas nanismo,
tempo hábil, Paiva Netto, cujas cegueira, fraqueza mental (que
palavras se justificam por suas dificulta a absorção de conheci-
obras, convida todos à reflexão mento) e outras mais — que aba-
de que um perigo possa verda- tem milhões pelo Planeta todos os
deiramente avizinhar-se dos que anos — constituem um genocídio

8 | BOA VONTADE
Fotos: Reprodução BV

Jean-Paul Sartre Virgílio Adam Smith Gandhi Bertrand Russell Confúcio

silencioso. (...) Não há regime existência, o que a Humanidade Solidariedade internacional, pois
bom enquanto o Homem for mau mais precisa é da substituição do entendemos a Humanidade como
(desculpem-me o cacófato). Razão temor pela esperança’. uma família. E não existe uma só
por que se faz necessária serena e “Pura verdade, preclaro Russell, em que todos os filhos tenham o
incruenta reflexão sobre este pensa- porquanto a esperança não morre mesmo comportamento. Cada um
mento de Confúcio (551-479 a.C.): nunca. Daí trabalharmos, diutur- é um cosmos independente, o que
‘Pague a Bondade com a Bondade, namente, pela Educação solidária, não significa dizer que esses ‘cor-
mas o mal com a Justiça’. sem jamais esquecer a imprescin- pos celestes’ tenham de esbarrar
“Refiro-me à incruenta, além de dível Espiritualidade Ecumênica uns nos outros. Seria o caos. (...)
serena reflexão, sobre o pensamento (com a Pedagogia do Cidadão Referimo-nos ao Ecumenismo dos
de Confúcio, para que ninguém Ecumênico, a Pedagogia do Afeto, Corações, aquele que nos convence
criminosamente confunda Justiça dirigida especialmente às crianças a não perder tempo com ódios e
com vingança. e aos jovens), como bússola sina- contendas estéreis, mas a estender
lizadora do caminho ideal para o a mão aos caídos, pois se comove
O medo é mau conselheiro alcance da tão sonhada concórdia com a dor, tira a camisa para ves-
“Podemos notar, nas entrelinhas planetária, cuja dificuldade em ser tir o nu, contribui para o bálsamo
desse drama a que assistimos pelo realizada fortalece a decisão dos curativo do que se encontra enfer-
mundo, mensagem escrita com que não capitulam diante das agru- mo*, protege os órfãos e as viúvas,
tintas fortíssimas: assim como a ras do caminho. Educar os desvios sabe que a Educação com Espiri-
fome, o medo é mau conselheiro. É da Alma, só com Amor espirituali- tualidade Ecumênica é fundamental
evidente que não se pode confundir zado. A conquista da Paz merece o para o sustentamento de um Povo,
temor com prudência, porque esta nosso integral esforço”. porque Ecumenismo é educação
ilumina e impulsiona a Boa Vontade aberta à Paz, para o fortalecer de
dos seres dispostos a transformar Ecumenismo que se uma nação (não para que domine
esse estado de coisas, como pro- contrapõe ao “choque de as outras), portanto o abrigo de
põe o filósofo e historiador inglês culturas” um país e a sobrevivência do orbe
Bertrand Russell (1872-1970): A respeito de sua visão de Ecu- que nos agasalha como filhos nem
‘Em Educação e outros campos da menismo, que se contrapõe ao apre- sempre bem-comportados. Basta
goado “choque de culturas”— que lembrar o lamentável fenômeno
Médicos voluntários promovem pode arrastar as populações à Tercei- do aquecimento global, cada vez
atendimentos nas diversas unidades da LBV ra Guerra Mundial, possivelmente menos desmentido pelas maiores
diversa e pior do que como até há cabeças pensantes do mundo. (...)
Arquivo BV

pouco fora imaginada —, explica Os vanguardeiros — ecólogos,


Paiva Netto no seu ensaio Sociedade políticos e cientistas de ponta — já
Solidária Altruística Ecumênica, procuram soluções práticas para
levado pela representação da LBV conter a poluição, que nos envene-
à ONU, em várias edições, a partir na desde o útero materno.
de 2000:
“(...) Quando falamos * Nota do autor: Diz o Cristo Ecumênico, em Seu
em Ecume­nismo, queremos Evangelho, segundo Mateus, 10:8: “Curai os enfermos,
ressuscitai os mortos, vesti os nus, expulsai os demô-
dizer Uni­versalismo, Fra- nios (quer dizer, tirai do coração de quem sofre a dor),
ternidade sem fronteiras, dai de graça o que de graça recebeis”.

BOA VONTADE | 9
Reportagem especial

“É indispensável, pois,
unir os esforços de trabalha-
dores, empresários, políticos,
militares, cientistas, religiosos,
céticos, ateus, filósofos, artistas,
esportistas, professores, estudantes, Mães atendidas pelo
donas de casa, chefes de família, projeto social solidário
Cidadão-Bebê, da Legião
taxistas etc., nessa luta por um

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da Boa Vontade.
Brasil melhor e uma Humanida-
de mais feliz. Esse Ecumenismo,
derrubando barreiras, promove a erige uma Pátria melhor e um — honesta (quesito básico) e com
troca de experiências que instigam Povo mais feliz fazendo coleção de espírito de tolerância — enunciar
a criatividade global, corrobo- seus defeitos, todavia catalisando seus ideais, sua maneira de ver as
rando o valor da cooperação, das os seus acertos. É um verdadeiro coisas. Entretanto, ninguém tem o
parcerias. Há muito que aprender suicídio querer igualar os homens direito de odiar a pretexto de pensar
uns com os outros. Um caminho por aquilo que têm de condenável. diferente. Dizia Gandhi que: ‘Diver-
diverso, comprovadamente, é o A conciliação tem de ser feita por gência de opinião não é motivo para
das guerras, o da brutalidade. cima: por suas virtudes e qualida- hostilidade’.
Resumindo: quando não houver des eternas. Um país progride na “E foi por nisso acreditar que o
arrogância ou fanatismo, existirá razão direta do talento e da perti- Mahatma tornou-se, com certeza, o
sempre o que assimilar com os de- nácia de seus filhos (...). personagem principal da indepen-
mais. Daí preconizarmos a união de dência do seu povo. O dever de ex-
todos pelo Bem de todos, porquanto Ecumenismo não significa pressar civilizadamente o seu ponto
compartilhamos uma única morada, despersonalização de vista não significa que — para
o planeta Terra, cujos abusos de seus “Em meu livro Reflexões e viger a Democracia — tenha Você
habitantes vêm exigindo providência Pensamentos — Dialética da Boa de transformar-se a qualquer preço
imperativa: ou integra ou desintegra Vontade (1987), e anteriormente no no vencedor. Quem com isso não
(...), razão por que devemos traba- Jornal da LBV (janeiro de 1984), es- pode conviver não sabe o que é De-
lhar estrategicamente em parcerias crevi: (...) quando falamos na união mocracia, que, por sinal, é o regime
que promovam prosperidade efetiva de todos pelo bem de todos, alguns da responsabilidade.
para as massas populares. podem atemorizar-se, pensando em “Aliás, na mensagem ‘Questão
“Num improviso que fiz na capitulação de seus pontos de vista de Morte ou de Vida’, que dirigi aos
cidade do Rio de Janeiro/RJ, em na enfadonha planura de uma alian- participantes de um dos congressos
20 de junho de 1987, no sugestivo ça despersonalizada, o automatismo temáticos do Fórum Mundial Espí-
auditório do Ecumenismo Total, humano deplorável. Não é nada rito e Ciência, ocorrido de 20 a 23
da antiga sede da LBV na capital disso. Na Democracia, todos têm o de outubro de 2004, no ParlaMundi
fluminense, declarei que não se dever (muito mais que o direito) de da LBV, em Brasília/DF, Brasil, con-
siderando que, segundo Napoleão
A Legião da Boa Vontade promove diversas campanhas de valoriza-
ção da Vida. Exemplo disso é a marcha promovida pela Instituição, Bonaparte (1769-1821), ‘a maior
sob o slogan criado por Paiva Netto, que mobilizou 200 mil pessoas, figura de retórica é a repetição’,
no Rio de Janeiro/RJ, em 1o de dezembro de 1996, para bradar: reforcei este meu raciocínio para
“Aids — o vírus do preconceito mata mais que a doença”. marcá-lo mais fortemente:

Opinar civilizadamente
“Por ser aqui o Parlamento
Mundial da Fraternidade Ecumê-
nica da Legião da Boa Vontade,
o ParlaMundi da LBV, todos têm,
nas atividades dele, o dever de
Arquivo BV

expressar suas opiniões, mesmo


Arquivo BV

PhotoDisc
A consciência do
desenvolvimento
sustentável é despertada
desde cedo na LBV

que com o calor natural à defesa ‘escândalo é morrer de fome em colaboração de instituições nasci-
das teses, todavia sem espírito de Canaã’. E Santo Ambrósio (340- das do seio da sociedade, que, cada
cizânia, portanto civilizadamente 397), mentor de Santo Agostinho vez mais, toma consciência de seus
— de preferência... (354-430), asseverava: ‘Se possuis direitos de cidadania, nas medidas
“Pobre da sociedade sem a grandes riquezas e teu irmão passa que hão de criar um Brasil melhor
discussão das idéias. Detestam-na, fome, és ladrão. E se o necessitado e uma Humanidade mais feliz. Não
apenas, os que querem o domínio morre, és assassino’. Numa época num futuro distante, porém o mais
criminoso da mente humana. A em que pelo avanço da tecnologia próximo possível!”
História conta-nos o horror que tem as expectativas de produção ficam
sido a sua passagem pela Terra”. ultrapassadas, a fome é realmente Saudação
um escândalo! (Não somente a do A Legião da Boa Vontade (LBV),
A Alma é a geratriz de todo o corpo, como também a de conheci- nesta oportunidade, saúda com
progresso mento, isto é, Educação, sem a qual entusiasmo a todos os que, idealis-
Por fim, vale aqui o registro do nenhum Povo é forte.) Anacronica- ticamente, se reuniram na 1a Feira
artigo “Independência”, publicado mente, nunca o mundo conheceu de Inovações Rede Sociedade So-
pela Folha de S.Paulo de 7 de setem- por um lado tanta fartura e por lidária, LBV e ONU, em Brasília,
bro de 1986, data nacional do Brasil, outro tanta miséria. Está faltando São Paulo e Rio de Janeiro, e nos
em que Paiva Netto arremata: Solidariedade à Economia. workshops regionais que tiveram
“(...) O Ser Humano, com seu “Até que o último dos seus filhos vez em Porto Alegre/RS, Belo Hori-
Espírito eterno, é o centro da Econo- tenha as condições mínimas para zonte/MG, Aracaju/SE, Santos/SP e
mia, a geratriz de todo o progresso. uma vida digna, o Brasil não será em Buenos Aires (Argentina). Nossa
Sem ele, não há o trabalho nem o uma nação independente, mas ape- deferência aos dignos representantes
capital. nas escrava das limitações que a si da Organização das Nações Unidas
“A riqueza de um país está no mesma se impõe. Os impedimentos (ONU); das associações; das funda-
coração do seu Povo. No entanto, de ordem interna são mais prejudi- ções; das cooperativas; das entidades
nações inteiras ainda sofrem mi- ciais ao progresso de um Povo que de classe; dos movimentos religio-
séria... Convém lembrar que bar- os de ordem externa (...)”. sos; dos governos federal, estadual
rigas vazias e Espíritos frustrados “Seguimos confiantes, contudo e municipal; de empresas privadas;
geralmente não estão dispostos a sempre diligentes, nas providên- de entidades de apoio técnico; de
ouvir. Declarou o escritor e político cias que estão sendo tomadas em universidades e estabelecimentos de
brasileiro José Américo (1887- âmbito nacional e mundial. E aqui cooperação internacional que prati-
1980), numa hora de amargor, que comparecemos com a nossa sincera cam ou se interessam em praticar a
responsabilidade social; enfim, a
todos os interessados na fomentação
Fotos: Reprodução BV

do desenvolvimento socioeconômi-
co do nosso país e dos demais em
bases sustentáveis.
Unidos os esforços de Boa Von-
tade, teremos um mundo melhor
para todos.
José Américo Santo Ambrósio Santo Agostinho Napoleão Bonaparte

BOA VONTADE | 11
Cartas, e-mails e literatura
Registro Bernardinho: Transformando suor em ouro
@
“Que honra para mim! resumo para a própria trajetória

Clayton Ferreira
Que beleza! Como a revis- do treinador.
ta está boa, com matérias Aliás, neste e na lavra de outros
diversificadas! Realmen- grandes nomes do esporte e da ad-
te, espetacular!” (Jor- ministração, que se dedica a estu-
nalista Carlos Chagas, dar, Bernardinho tem encontrado
de Brasília/DF, ao re- elementos para criar seu próprio
ceber a revista BOA estilo, de garra, talento e muito
VONTADE no 216). trabalho, e que agora conta em
detalhes no livro Transformando
“Adorei a matéria, toda a suor em ouro.
revista. Não tenho palavras Narra a história que, já nos A noite de autógrafos foi reali-
para tanto entusiasmo. A revista últimos anos de vida, Winston zada na quadra de vôlei do ginásio
BOA VONTADE está mesmo Churchill (1874-1965) teria feito de esportes do clube Pinheiros, na
caprichada. Vou enviar exem- um de seus mais contundentes zona sul da capital paulista, no dia
plares para amigos e colegas de discursos, em uma escola da In- 2 de fevereiro. Na ocasião, o autor
profissão.” (Guilherme Fiuza, glaterra na qual estudara quando deixou em um dos exemplares
jornalista, Rio de Janeiro/RJ, pequeno. Nele haveria dito ape- seu apoio e incentivo à Legião da
ao receber a edição no 216 da nas: “Nunca! Nunca! Nunca! Boa Vontade e a seu dirigente:
BOA VONTADE). Nunca desistam!”. O pensamento “Caro José de Paiva Netto, espe-
do estadista inglês, que o técnico ro que o livro possa motivá-lo a
“A revista BOA VONTADE da Seleção Brasileira Masculina continuar inspirando e orientando
é muito boa, com texto fluente de Vôlei, Bernardinho, conhece tantas pessoas. Um forte abraço,
e diagramação bonita. Vocês em profundidade, bem serviria de Bernardinho”. [L.S.M]
respeitaram tudo o que eu disse.
Gostei muito de ter visto o Car- BOA VONTADE em acervo ecológico
los Nascimento, o Jamelão, o Juliana Valin
Rubens Ewald Filho e o José O Secretário Municipal do Meio Ambiente,

Divulgação
Carlos Araújo, de quem eu gosto de Goiânia/GO, Dr. Clarismino Luiz Pereira
muito. Tenho escutado as palavras Júnior, encaminhou, no dia 5 de março, um
de Paiva Netto pela Super Rede ofício com seus cumprimentos à Legião da
Boa Vontade de Rádio todos os Boa Vontade, parabenizando-a pelo trabalho que
dias. (...) Acompanho o programa
realiza. No documento, o Secretário também
Cortando Estradas diariamente”.
felicitou a revista BOA VONTADE, afirmando
(Guto Franco, diretor de progra-
que o periódico será integrado ao acervo biblio-
ma de TV, destacando a edição no
gráfico da Sala Verde da Secretaria de Meio
215 da revista)
Ambiente da capital goiana.

Parabéns pela qualidade Exportando Educação dagógico da LBV, na página 62.


É com grata satisfação e apreço A edição da re- Essa reportagem me auxiliou
que parabenizo a todos da equipe vista BOA VON­TA­ a fazer um trabalho sobre
pela qualidade das matérias con- DE, do mês de ou- pedagogia no meu curso de
tidas na revista BOA VONTADE tubro de 2006, traz magistério. A LBV não é
no 215. (Getúlio Ubiratan, Depu- ex­c elente reportagem um sonho ou um projeto; é
tado Estadual, Salvador/BA) sobre o Programa Pe- uma realidade vivenciada

12 | BOA VONTADE
Clayton Ferreira
Juca Kfouri estréia
na literatura infantil
Simone Barreto

Clayton Ferreira

Dr. Carlos Lopes autografa livro para Paiva Netto. À direita na foto, o Com o recente lançamento do
representante da LBV no Rio de Janeiro, Eliel Brum. livro O Passe e o Gol, o jorna-
lista, economista e comentarista
Carlos Lopes, Diretor de Instituto esportivo Juca Kfouri fez sua
estréia como escritor infantil.
da ONU, lança livro no Brasil. Sempre envolvido com o futebol,
Simone Barreto não poderia ter escolhido outro
tema para a história dos gêmeos
O economista Carlos Lopes, concretos onde isso funcionou”, Joãozinho e Marinho, que, apesar
Diretor-Executivo do Instituto das resumiu Carlos, que recentemente do companheirismo de irmãos,
Nações Unidas para Formação e fez assessoria direta do Secretá- têm suas diferenças quando estão
Pesquisa (UNITAR) em Genebra, rio-Geral da ONU, é autor de 20 em campo jogando. E é dessa
na Suí­ça, lançou no dia 14 de livros de temas relacionados a forma natural, simples, que Juca
março o livro Desenvolvimento desenvolvimento. consegue passar a importância do
para céticos: como melhorar o A Legião da Boa Vontade, respeito, de se cultivar o espírito
desenvolvimento de capacidades, que possui desde 1999 status esportivo e mesmo uma vida mais
publicado originalmente pelo consultivo geral no Conselho saudável pelo desporto.
Programa das Nações Unidas para Econômico e Social (Ecosoc), foi Em entrevista, Kfouri eviden-
o Desenvolvimento (PNUD), e representada no evento pelo Ge- ciou o valor do respeito às diversas
agora lançado em Português. rente Regional da LBV no Rio de opiniões e, neste contexto, destacou
“É uma tentativa de trazer ao Janeiro, Eliel Brum, que levou os a Campanha da LBV Esporte é
debate algumas questões bas- cumprimentos fraternos do líder Vida, não violência!: “O campo de
tante discutidas nos anos 1970 da Instituição ao escritor e econo- futebol é um lugar de diversão, não
e 1980, que provocaram alguma mista Carlos Lopes. Em retribui- de violência, de briga. E a campa-
controvérsia que tem a ver com ção, o autor enviou um exemplar nha que a LBV há tantos anos faz,
capacitação. O livro traz ao cen- da obra com a dedicatória: “Para colocando faixas no Maracanã
tro de debates a questão da capa- Paiva Netto com amizade, Carlos com esses dizeres, é a nossa luta”.
citação e tenta apresentar casos Lopes. Rio 03/07”. O jornalista Juca Kfouri dedi-
cou dois exemplares de seu livro,
um direcionado a todas as crianças
no dia-a-dia. (Leonara Lour- matéria “Um diálogo entre o pas- atendidas pela Instituição e outro
des Tomazi, via e-mail, de sado, presente e futuro” ao seu dirigente, com as dedicató-
Florianópolis/SC) ficou bem legal. Para- rias a seguir, respectivamente: “Às
béns! (Mário de Souza crianças da LBV, com o carinho do
Arte na tela Chagas, coordenador Juca Kfouri” e “Ao José de Paiva
Na revista BOA VON- técnico do Iphan, Rio de Netto, com a admiração do Juca
TADE, edição no 214, a Janeiro/RJ) Kfouri”.

BOA VONTADE | 13
Artigos de Paiva Netto
aos domingos em O

João Periotto
Estado do Paraná
Vinicius Ramão

Caderno Boa Viagem, de O Globo,


Vinicius Ramão

destaca Templo da Boa Vontade


Juliana Bortolin

Na edição de 22 de fevereiro, o trito Federal.


jornal O Globo, do Rio de Janei- No interior,
ro/RJ, destacou, no caderno Boa os visitantes
Desde 11 de março, os leitores Viagem, o Templo da Boa Vontade seguem uma
do conceituado O Estado do Pa- (TBV) numa matéria que aborda trilha em
raná têm a oportunidade de ler, a diversidade religiosa da capital espiral até
sempre aos domingos, as refle- federal. O periódico citou aspectos o centro da
xões e análises do jornalista e es- arquitetônicos do Monumento, Pirâmide,
critor Paiva Netto. O convite para
convidando os turistas a visitá-lo sob o cris-
integrar a equipe de articulistas
e ressaltando místicos ambientes tal, simbolizando
partiu do Diretor do periódico, sr.
do local. “O Templo Ecumêni- o caminho da purificação (...)”,
Mussa José Assis. Em entrevista
co é o lugar mais visitado por ressaltando, ainda, que o TBV
à BOA VONTADE, o jornalista
turistas em Brasília, segundo a mantém as portas abertas durante
falou da qualidade do texto e do
Secretaria de Turismo do Dis- as 24 horas do dia.
trabalho do dirigente da LBV:
“Nós começamos a publicar a
coluna do Paiva Netto e houve Gente do Líbano que faz no

Vargas
uma repercussão enorme, uma
quantidade grande de e-mails Brasil, de Carlos Abumrad
cumprimentando pela novidade. Desde o início da emigração, dos que vie-
Telefonemas a vários setores, que ram fazer a América, até os dias atuais, mui-
não chegaram nem a mim. Com tos foram e são empreendedores no Brasil.
os artigos do Paiva Netto enri- O jornalista Carlos Abumrad percebeu
quecemos o jornal. É um homem isso e registrou no livro Gente do Líbano que
de bem, faz um trabalho dirigido faz no Brasil a história de famílias que con-
à comunidade, a um mundo me- tribuíram para o desenvolvimento de nosso
lhor, cuidando da juventude, da País com seu trabalho, reunindo na obra 40
criança. Então repercute. Ele é biografias, com fotos e depoimentos. O próprio
um homem importante na nossa Abumrad, que é natural de Jundiaí/SP, é filho de um libanês, Camilo
sociedade, que tem um peso pelo Feres, que chegou em terras brasileiras aos 15 anos e se dedicou
comportamento. Escreve bem, ao comércio. A família materna também é de origem árabe e ligada
transmite conhecimento, bon- à área comercial.
dade. Aliado a isso, tem a ação No dia do lançamento do título, 9 de fevereiro, na capital paulista,
concreta dele, que não está só no o autor simpaticamente dedicou um dos exemplares da obra, com
escrever, no falar, mas na obra estas palavras: “Ao colega Paiva Netto, com o abraço do Carlos
que conduz. É uma coluna que Abumrad”.
perdurará por muito tempo!”. [L.S.M]

14 | BOA VONTADE
@
Sônia Abrão
lança Santas
Receitas
Leilla Tonin
A jornalista e apresentadora
do programa A Tarde é Sua,
da Rede TV! Sônia Abrão
recebeu no dia 16 de março Clayton Ferreira

representantes do jornalista e
escritor José de Paiva Netto que
a prestigiaram no lançamento Vontade de Comunicação que rido Paiva Netto, obrigada pelo
de seu livro Santas Receitas “o dirigente da Legião da Boa carinho. E o livro vai para você
que ocorreu no Espaço Fnac, Vontade trabalha muito pelo que também é um homem de
em São Paulo. bem-estar do próximo”. Fé e trabalha pelo Bem do Ser
Amiga da LBV, Sônia disse Na ocasião, dedicou um Humano. Beijos, Sônia Abrão”,
em entrevista à Super Rede Boa exemplar da obra lançada. “Que- escreveu.

O Chão de Graciliano,
por Audálio Dantas Leila Marco

Árvores retorcidas, chão duro partir de 2002, época em que


e seco, a força do nordestino que foi realizado o primeiro
enfrenta as mais penosas adver- ensaio fotográfico
sidades para sobreviver. É sobre para exposição
esse universo tão bem retratado de mesmo tí-
por um dos maiores escritores tulo, no ano
brasileiros do século XX, Gra- seguinte, no
Acima, o ilustre Au-
ciliano Ramos (1892-1953), Sesc Pom- dálio e sua simpática
que o jornalista e vice-Presiden- péia, em São esposa, Vanira Kunc,
te da Associação Brasileira de P a u l o / S P. durante visita à escola
ta
phe

da LBV em São Paulo.


Pro

Imprensa (ABI) e Presidente da Esta mostra


neia

inspirou o ala-
Viv

Representação da ABI em São


Paulo, Audálio Dantas, e o fo- goano Audálio a tra- da revista BOA VONTADE”,
tógrafo cearense Tiago Santana duzir em texto o tempo e o fez questão de deixar seu carinho
debruçaram-se para recriá-lo na espaço de Graciliano. ao dirigente da LBV, na seguinte
reportagem artístico-literária O O resultado da parceria foi dedicatória: “Para José de Paiva
Chão de Graciliano. entregue ao público em 1 o de Netto, com votos de êxito em sua
A idéia do livro, que, além março, com o lançamento da obra missão permanente de busca do
de português, possui a versão na capital paulista. Dantas, que entendimento entre os homens.
em inglês e espanhol, surgiu a ressaltou ser um “colecionador Cordialmente, Audálio Dantas”.

BOA VONTADE | 15
Cartas, e-mails e literatura @
Outro mundo é possível, por Moacir Gadotti Viviane Propheta
Moacir Gadotti, lançado em 1 o
ção. Ainda a respeito do FSM, o

Viviane Lago Propheta


de março, na capital paulista. Antes professor frisou: “A Solidariedade
da sessão de autógrafos, o autor não é apenas uma virtude, é hoje
participou de uma mesa-redonda, uma necessidade. Não haverá um
em que profissionais da área edu- outro mundo possível sem que seja
cacional  abordaram  assuntos que solidário, justo e de Paz. Não basta
foram destaque na última edição a gente pregar a Solidariedade, é
do Fórum Social Mundial (FSM)  preciso dar exemplo, como a LBV
e que têm ligação com o tema do está fazendo”.
livro. Moacir Gadotti autografou o
Educar para Outro Mundo Na obra, Gadotti, que pertence livro para o Diretor-Presidente da
Possível é o título do professor da ao Conselho Internacional do Fó- LBV, com estas palavras: “José de
Faculdade de Educação da Uni- rum, traz questionamentos como a Paiva Netto: Juntos, outro mundo é
versidade de São Paulo (USP) e  sobrevalorização do econômico em possível. Com admiração, Moacir
Diretor do Instituto Paulo Freire, detrimento do humano na Educa- Gadotti”.

Felicitações e laços de amizade


São 66 anos de vida, Prezado Paiva Netto, é com
João Preda

Simone Barreto

comemorados neste dia grande satisfação que, em nome


02/03, dos quais 51 de- da Diretoria da Associação Brasi-
dicados ao Bem. Com leira de Imprensa, mais uma vez
esse enfoque, o jorna- apresento-lhe os nossos cumpri-
lista Gilberto Amaral, mentos pelo seu aniversário e os
em sua coluna do Jornal nossos sinceros votos de felici-
do Brasil, noticiou o dade. Cordialmente. (Maurício
aniversário do líder da Azêdo, Presidente da ABI, Rio
LBV. No espaço, publi- de Janeiro/RJ)
cou a nota: “Ecumenismo Irrestrito — Uma vida
Arquivo BV

inteiramente voltada para a defesa dos valores Nobre amigo Paiva Netto,
Humanos e Espirituais muita paz! (...) Agradeço todos
é o que comemora hoje os gestos de lídima fraternidade
o Presidente da LBV, (...), retribuindo-os em forma de
José de Paiva Netto, em vibrações de saúde e paz para o
mais um natalício que nobre Irmão, a fim de que possa
representa a busca incessante continuar no seu santo ministério
e irrestrita do Ecumenismo. (...) de iluminar consciências e liber-
A chama de sua Obra inunda tar sentimentos, extensivamente à
o Brasil inteiro de boas ações querida família. Abraços e reconhecimento, servidor em
que já começaram a ser copiadas Jesus. (Divaldo Franco, médium e líder espírita, um dos
no Exterior. Parabéns ao homem e fundadores do Centro Espírita Caminho da Redenção
à sua Obra”. e da Mansão do Caminho)

16 | BOA VONTADE
Felipe Freitas
Coluna Esportiva

Os1.000g o l s
José Carlos Araújo (comunicador esportivo
da Rádio Globo do Rio de Janeiro/RJ),
especial para a BOA VONTADE.
de Romário
M
uito se discute a marca quando jogava pela sele-

MM
dos mil gols de Romá- ção do Exército.

O
Val/VIPC
rio. Causa polêmica o Isso desmereceu Pelé?
fato de o atacante do De maneira alguma. Ja-

Maurício
Vasco da Gama ter colocado em mais alguém contestou sua

Vasco/
sua relação gols feitos em divisões marca. Ele foi e continua
amadoras e até em amistosos. Mas sendo inigualável, mesmo
ficial do
todos são comprovados por súmulas décadas depois de abando-
nar o futebol. Em qualquer Site O
e/ou matérias publicadas em jornais.
Ou seja, a parte da imprensa que lugar do mundo, Pelé conti-
contesta os números do artilheiro é nua sendo Pelé, o ainda Rei
a mesma que, de forma involuntária, do Futebol, eleito o atleta do
atesta a veracidade deles. século 20.
A validade ou não da marca dos Os brasileiros deveriam
mil gols de Romário foi além das deixar os detalhes de lado e estar
nossas fronteiras. Atraiu a imprensa orgulhosos de terem mais um atleta
mundial, que enviou repórteres para que fez mais de mil gols em sua

Leilla Tonin
registrar o feito, antes só alcançado carreira. Só existem dois no mundo
pelo maior jogador de todos os e ambos são brasileiros: Pelé e Ro-
tempos, Pelé. mário, cada um no seu estilo, cada
Nem a FIFA deixou de dar seu um na sua época, mas ambos geniais
parecer sobre o assunto. A entidade ao seu modo.
máxima do futebol mundial po- Nenhum outro atacante chegou
sicionou-se ao lado de Romário e aos pés de Pelé e Romário, no tocan-
Em 1994, durante a Copa do Mundo
referendou a sua marca. Considerou te à quantidade de gols marcados. E
dos EUA, quando a Seleção Brasileira
justa e merecida a contagem e hipo- não faltaram craques maravilhosos de Futebol conquistou o tetracam-
tecou seu apoio à vitória pessoal do contemporâneos dos dois... peonato, Romário brilhou dentro e
atacante brasileiro. Não importa se a relação de fora dos campos, vestindo a camisa
da Campanha LBV — Fiz um Gol pela
O próprio Romário lembrou que Romário tem gols que alguns tei-
infância brasileira.
a marca dos mil gols não o iguala a mam em não aceitar como válidos.
Pelé. Ele sabe que está longe disso, O importante é a festa. O que vale
pois o Rei balançou as redes, de é a marca que entra para a história outros atacantes brasileiros sigam
forma oficial, mais de 1.200 vezes, do esporte e coloca o Brasil, mais seus passos e também ultrapassem
num espaço de tempo menor, pois uma vez, como destaque no cenário a barreira dos mil gols marcados.
sua carreira foi mais curta. Mas ele mundial. O gol é a alegria do futebol e quem
também não ficou só nos gols profis- Parabéns, Romário. O Brasil tem o ofício de fazê-lo só merece
sionais. Contabilizou os que marcou festeja com você e torce para que aplausos.

BOA VONTADE | 17
Cultura

“Eu trato os meus


Fotos: Daniel Trevisan

personagens e
leitores como
se fossem meus
filhos.”

A turma
de
18 | BOA VONTADE
Mauricio de
Débora Verdan e Leila Marco

Q
uando a pauta do desenhis- menta a todos e, no instante em que
ta e empresário Mauricio folheia a revista BOA VONTADE,
de Sousa foi aventada na vai comentando: “A revista está
redação, um fato interes- cada vez melhor, como é bom ser
sante ocorreu: não se ouviam os uma unanimidade”, referindo-se ao
tradicionais prós e contras, mas, endosso que as atividades da Legião
sim, um a um ia naturalmente recor- da Boa Vontade (LBV) recebem de
dando a própria infância e como os tantos segmentos da sociedade. An-
personagens da Turma da Mônica tes de o bate-papo acontecer, entra
estiveram presentes em sua vida. E um grupo de crianças do quarto ano
foi aquele incentivo: — faça, sim! do ensino fundamental do Instituto
Tudo certo, entrevista agendada e lá de Educação José de Paiva Netto, da
estamos no quartel-general dos qua- LBV, que conhecia o local de criação
drinhos mais famosos do Brasil. No dos personagens, onde cerca de 150
andar dos estúdios, logo na entrada artistas trabalham, entrega a Mau-
do hall, a decoração e objetos dis- ricio um cartão confeccionado por
postos já abrem a mente do visitante eles, com as assinaturas dos demais
para viajar pelo mundo mágico dos colegas da escola, ao qual agradece e
pequeninos; velhos conhecidos dos diz que em breve retribuirá a visita.
gibis estão espalhados por todos os De volta ao assunto que levou a
lados. equipe ali, explica como a empresa
Na sala do desenhista, o apelo é que preside, a Mauricio de Sousa
ainda maior: encontram-se pinturas Produções, tornou-se um exemplo
feitas por ele, como a Mônica Lisa de excelência na área de entreteni-
(1989), inspirada no famoso quadro mento infantil, com uma tiragem
da Mona Lisa, do pintor italiano Leo­ impressionante de gibis (uma média
nardo da Vinci (1452-1519), Ce- de 8 a 10 milhões de exemplares
bolinha Tocador de Pífaro (1982), por mês), além de uma gama de
que faz uma paródia de O Tocador produtos com os royalties da Turma
de Pífaro (1867), de Claude Monet da Mônica, que vão desde jogos a
(1840-1926); e outros trabalhos da gêneros de higiene e alimentícios.
série “História em Quadrões”, de “Eu trato os meus personagens e
sua lavra, ali e em outras leitores como se fossem meus filhos.
paredes de seu estúdio, Daí a coisa dá mais certo, porque
despertando o fascínio você se policia. É um sentido lógico,
infantil e, por que não dizer, ninguém quer o mal para um filho,
também nosso, os adultos. Ao todo mundo deseja o bem, a felici-
percorrer o local com o olhar, pode- dade e um futuro brilhante, talvez
se apreciar pequenas reproduções por isso a gente tenha conseguido
da Mônica, do Cebolinha, Magali, esses mais de 40 anos de sucesso da
Chico Bento, Cascão e Cia., muitos Turma da Mônica”, resume.
e muitos lápis de cor, aquarelas, cui- Durante a conversa com o nosso

Sousa
dadosamente dispostas em sua mesa anfitrião, esses motivos vão surgindo
principal e nos armários à volta. mais claramente, vê-se que cada fase
Tão mágico como o lugar é da linha de produção é acompanha-
encontrar o pai da turma, tranqüilo, do por ele e, mais do que isso, que
simpático, concentrado, cumpri- criou uma filosofia de vida e tra-

BOA VONTADE | 19
“A LBV está de
parabéns, tanto os
Soldadinhos de Deus
como as mães de todos
os filhos e os filhos
de todas as mães,
concordo plenamente
com isso.”

À frente do quadro Mônica Lisa, em sua sala, Maurício


de Sousa posa ao lado de algumas das crianças da LBV.

balhos únicos. Aventura no Tempo, talvez o melhor Personagens especiais


“A nossa histó- de sua carreira, com dezenas de efei- Mauricio que não pára no tem-
ria em quadrinhos tos especiais e aventuras para contar po, atualizando sempre suas his-
é diferente das outras a história na qual seus personagens tórias, tem deixado com elas uma
no mundo, não fazemos lutam para recuperar os quatro ele- mensagem de inclusão, graças a
nada parecido. E não é que mentos da Natureza. Além deste, personagens especiais como Luca
eu quis assim, mas não sei ainda há o convite para elaboração (um menino cadeirante) e Dorinha
fazer de outro jeito. Mas agrada de algumas revistas para os Jogos (uma garota cega). Segundo o artista,
aqui, na Indonésia, na Coréia do Pan-americanos do Rio 2007, em “são as crianças com algum tipo de
Sul, na Itália, na Argentina. E já que que a Turma da Mônica recepcio- deficiência que estão ensinando e
estamos realizando um trabalho que nará os atletas e explicará detalhes eu estou captando o que está acon-
filosoficamente parece bem-aceito, da Vila do Pan. tecendo em termos de conscientiza-
me dá mais responsabilidade. Na Quanto aos novos planos, fala ção da população, da criançada.
hora que eu aprovo uma capa, com entusiasmo: “Eu queria viver Sempre com cuidado para que
um desenho, um roteiro, tenho de 200 anos para fazer mais 200 filmes, haja uma cópia da realidade mais
pensar nos milhões de pessoas que 300, não sei. Temos hoje tecnologia, gostosa, ingênua, com valores que
vão ler”. artistas para um produto mundial, estão meio esquecidos. Algumas
de exportação, e os próximos serão pessoas falam que a gente faz uma
Herança cultural ainda melhores. Confio muito na história alienada, mas não é. Ela
A preocupação com a linha edito- possibilidade do cinema brasileiro, pega o lado bom da vida, gostoso,
rial, que já caminha para a quarta ge- como esse que lançamos, com uma da camaradagem, da fraternidade,
ração de leitores, dá muitas alegrias máquina em volta, revista, merchan- que a criançada brinca e briga, vai
e responsabilidades; o faz pensar dising e tudo para que o filme renda para casa e dorme, no dia seguinte
no futuro, em quem cuidará dessa o suficiente para pagar o próximo. acorda... e aquele problema que
herança cultural: “Estamos prepa- Porque é muito difícil você depender eles tinham no dia anterior deixou
rando o pessoal, jovens, parentes, de investidores que chegam, não só de existir, ou está com outras cores,
meus filhos, para que eles continuem com dinheiro, mas às vezes também ou esqueceram. Acho que isso vale
com essa proposta filosófica”. com vontades diferentes da nossa, também para nós, adultos”.
Mas se depender de disposição, objetivos distintos. Não podemos Ele conta que há muito tempo
Mauricio vai longe, está com uma colocar coisas que vão contra toda queria abordar o tema em seus qua-
agenda repleta de projetos, como o uma história de 40 anos de cuida- drinhos, mas que estudava uma for-
recente lançamento do longa-me- dos. É difícil manter essa linha, mas ma de fazer isso sem que houvesse
tragem Turma da Mônica — Uma manteremos”. qualquer preconceito. “Tem de dar

20 | BOA VONTADE
Artistas da Mauricio de Sousa Produções em plena atividade “É legal os Soldadinhos
de Deus terem mães
uma virada na cabeça, preparar a historinhas ajudaram algumas famí- amorosas que estão
consciência e o inconsciente, para lias nesses momentos difíceis”. proporcionando com a
que se entenda que todos são dife- O modo de encarar a morte vem
rentes, mas iguais ao mesmo tempo também de uma convicção mais LBV esse movimento
como Seres Humanos, com as mes- ampla do que se convencionou dar (o IV Fórum Internacional
mas oportunidades, direitos. Vou co- ao fenômeno. Diz Mauricio: “Seria
locar cada vez mais esses assuntos um desperdício se perdêssemos tudo dos Soldadinhos de Deus,
que dizem respeito a diversos tipos que estamos aprendendo. A Natu- da LBV). Se tivéssemos
de camadas sociais e de problemas reza, o que quer que venha acima
físicos”, defende. dela, que tenha criado tudo, não iria famílias bem-constituídas
O Penadinho é outro persona- fazer isso conosco. Estamos aqui, neste País e no mundo
gem dentro desta linha. Segundo o de alguma maneira, esforçando-
criador, surgiu de uma necessidade nos para evoluir, aprender, atingir
não estaríamos com
de falar em morte de maneira na- outro estágio, que é melhor. Caso tanta violência,
tural, “como algo que faz parte da
guerras, tudo
vida e que não devia ser um motivo “A revista (BOA VONTADE) está cada vez
melhor, como é bom ser unanimidade”,
de pavor”. E relembra: “Na minha comentou Mauricio de Sousa ao folhear
mais.”
infância, as pessoas não morriam a edição no 216.
no hospital, faleciam tranqüilamente
nas suas casas, havia um ritual que
todo mundo conhecia. Depois de
algum tempo, ficou mais trágico,
não sei se por causa da televisão, do
cinema, a morte ficou ou violenta ou
distante, coisa que também não deve
ser assim. Logicamente sempre há
um choque, é a ausência de alguém
que geralmente se gosta, e isso dói
bastante, então é preciso estar forte
espiritualmente para suportar, enca-
rar o fato. Por isso, resolvi colocar
em quadrinho o Penadinho, a Dona
Morte. Sei de casos que as nossas

BOA VONTADE | 21
Família, o princípio da Paz, em que
as crianças discutiram o pensamen-
to do saudoso Fundador da Obra,
Alziro Zarur (1914-1979), no qual
afirma em seu famoso Poema do
Grande Milênio: “Os filhos são fi-
lhos de todas as mães, e as mães são
as mães de todos os filhos”. Além
de compartilhar a mesma opinião,
destacou a relevância do encontro:
“É legal os Soldadinhos de Deus
terem mães amorosas que estão
proporcionando com a LBV esse
movimento. Se tivéssemos famílias
bem-constituídas neste País e no
mundo não estaríamos com tanta
violência, guerras, tudo mais. Um
movimento que coloque a família no
seu devido lugar, como célula mater
da sociedade, do país, vale a pena a
gente colaborar, ajudar, estar junto.
A LBV está de parabéns, tanto os
Soldadinhos de Deus como as mães
de todos os filhos e os filhos de todas
as mães, concordo plenamente com
isso”.

Acima, momento em que o artista fazia Jesus é muito avançado para


sua homenagem aos Soldadinhos de todo o sempre, é um livro
Deus, da LBV. Ao lado, os desenhos com a aberto para você ler todos os
assinatura de Mauricio.
dias.
contrário não estaríamos lutando O fato de o Cristo ser o Patrono
tanto para o progresso espiritual da do encontro promovido pela LBV,
turminha toda”. por Seu exemplo de Amor e Paz,
fez Mauricio de Sousa refletir sobre
Um Fórum feito por e para as o Seu legado ao mundo. “Ele trouxe
crianças uma mensagem que temos de relem-
Falando ainda em uma brar, não esquecer. Eu acredito que
educação livre de amarras, na essas passagens do Cristo têm várias
construção de uma cidadania leituras, dependendo da idade, da
plena, conversamos com o de- maturidade que se vai adquirindo.
senhista a respeito do IV Fórum Muito do que está nos ensinamentos
Internacional dos Soldadinhos Dele se pode fazer, atingir tranqüi-
de Deus, da LBV, realizado, si- lamente, basta querer, ter vontade.
multaneamente, em 31 de março, Jesus é muito avançado para todo o
em diversas capitais do País e do sempre, é um livro aberto para você
Exterior. O Fórum teve como tema ler todos dias”, finalizou.
a
e Santan
Melhor Idade

Ledilain
De volta
para casa
Vovó atendida no Lar da LBV encontra
oli oportunidade para retornar ao convívio familiar
ida M aria Píc
Aparec
Mônica Mendes

O
que fazer quando tudo equilíbrio do organismo. Depois de destaca a assistente social do Lar da
parece sem saída, prin- um ano e meio de tratamento, ela já LBV, Maria de Lourdes Custódio
cipalmente se esses pro- não precisava mais do andador para Mauro.
blemas são de saúde? locomover-se. Hoje, todos os personagens
Certamente são momentos em que Além de cuidar do físico e do desta história encontram-se mui-
uma mão amiga é fundamental. emocional, recebendo sempre muito to bem. Benedicto agradece, em
E esse apoio, às vezes, nos chega carinho dos profissionais e voluntá- nome dele e da irmã, a acolhida
com um gesto solidário. Foi dessa rios, ela teve na Casa a oportunidade, tão providencial que teve na
maneira que Aparecida Maria mesmo com problemas na fala, de Obra: “Graças a Deus, ela re-
Pícoli, 63, recebeu guarida numa fazer muitas amizades. Encontrou cebeu vida, porque estava numa
difícil fase de sua vida no Lar para o senhor José Francisco Teixeira situação que, se ficasse em mi-
a Terceira Idade da Legião da por quem se apaixonou e começou nha companhia, teria morrido.
Boa Vontade de Uberlândia/MG a namorar. Na LBV, cuidaram muito bem,
(Rua Padre Pio, 1353, Osvaldo Neste meio tempo, o irmão de dando toda atenção e carinho.
Resende, tel.: (34) 3236-2377). An- Aparecida fez a cirurgia e se resta- Fui muito bem recebido quando
teriormente, morava com o irmão beleceu, foi quando quis levá-la para procurei a Instituição. Deus me
viúvo, Benedicto Pícoli, 66, que, morar com ele novamente. deu uma companheira e acha-
embora mais velho, gozava de ra- “É gratificante ver esta rein- mos melhor levá-la para morar
zoável saúde, mas foi impedido de tegração familiar. Quando isso é conosco e, assim, ceder lugar a
cuidar dela quando precisou fazer possível, resgata os laços afetivos”, outra pessoa que precisa”.
cirurgia de emergência. Apareci-
Fachada do Lar para a Terceira Idade
da, que é diabética e àquela altura da LBV, de Uberlândia/MG.
tinha nas pernas diversas úlceras
Mônica Mendes

varicosas, estava acamada e não


conseguia andar.
Ao chegar à Instituição foi logo
encaminhada a um endocrinologis-
ta para tratar a diabetes. A equipe
de enfermagem e a fisioterapeuta
cuidaram da medicação para a
cura das úlceras e uma alimentação
diferenciada, preparada pela nu-
tricionista do Lar, estabeleceram o

BOA VONTADE | 23
Esporte é Vida!

O grande
desafio
do Pan no Rio
Leila Marco

C
inqüenta e seis anos depois Orçamentos estourados e an-
do primeiro Pan-americano, damentos de obras à parte, agora
a cidade do Rio de Janeiro/ é a vez e a hora de focalizar as
RJ recebe para a XV edição lentes nesta grande festa que
dos Jogos, de 13 a 29 de julho se realiza de quatro em quatro símbolos da cidade, que já foi
deste ano, exatamente o dobro de anos, sempre um ano antes dos o maior do mundo à época de
participantes que Buenos Aires, na Jogos Olímpicos. Acompanhar o sua construção (em 1950) e que,
Argentina, recepcionou em 1951. desempenho dos esportistas, na ainda hoje, impressiona pela im-
Números que mostram uma clara quebra de recordes, e fazer com ponência. O Maracanã será ainda
evolução do esporte no continente. que os objetivos maiores sejam o local das finais do futebol e da
Estão confirmados para o Rio 2007 realmente alcançados, como chegada da maratona.
5.500 atletas, de 42 países, em 28 ensinar às novas gerações a im-
modalidades, para este que é o maior portância do Esporte como fator Pela primeira vez, o Parapan
evento da área nas Américas. E essa de superação, fortalecimento dos ocorre na mesma cidade
é, sem dúvida, uma vitrine excep- laços de amizade e união entre Consecutivamente à compe-
cional para o desporto nacional cidadãos e povos. tição, o Rio receberá também
e eleva o status do Brasil como Vale relembrar que esta é a os Jogos Parapan-americanos,
promotor de acontecimentos deste segunda vez que o País recebe entre 12 e 19 de agosto. É um
e de maior porte em outras datas. os jogos, a primeira se deu em fato inédito na história: a cidade
Além disso, a construção e revi- 1963, na capital paulista, e foi sede dos Jogos Pan-americanos
talização de espaços importantes de tamanho sucesso que reuniu também é do Parapan. Graças a
(veja na página 26 os locais) para dezenas de milhares de pessoas isso, poderão ser usados as mes-
os Jogos ficarão como uma boa na cerimônia de abertura, no Es- mas instalações e equipamentos
herança, ampliando o tádio do Pacaembu. Desta vez, o e ver-se o desempenho de 1.300
leque de oportunidades cenário inicial e de encerramento atletas especiais e 700 membros
para os nossos atletas tão do grande encontro é o Complexo de delegações, disputando 10
carentes de incentivos. Esportivo do Maracanã, um dos modalidades esportivas.

24 | BOA VONTADE
Divulgação
Clodoaldo Silva
superação e promessa de “As dificuldades sempre
me motivaram. Esse é um
medalha no Parapan 2007 ponto decisivo, é o que
destaca um campeão. E
depois que cheguei a esse

O
“Tubarão Paraolímpico”, do nadou na I Copa do Mundo
como ficou também co- Paraolímpica. No ano seguinte, topo, de ser escolhido o
nhecido Clodoaldo Silva, foram mais 25 medalhas em três melhor atleta paraolímpico
é um fenômeno da natação competições internacionais e uma
do Brasil. Em 2005, foi eleito nacional, sendo 22 de ouro e três do mundo (...), não me
pelo Comitê Paraolímpico In- de prata. Novamente superou o acomodei.”
ternacional o melhor atleta do seu próprio recorde mundial nos
mundo. A premiação é resultado 100m nado livre, duas vezes, e nos
de uma carreira brilhante. Um ano 50m borboleta.
antes, durante a Paraolimpíada Esses resultados são nor-
de Atenas, ele conquistou seis malmente impressionantes e,
medalhas de ouro e uma de prata mais ainda, quando se sabe
Lícia Curvello

nas oito provas que disputou. que ele iniciou na natação


Era a primeira vez que, em uma como forma de reabilitação.
única edição paraolímpica, um “Eu nasci com paralisia ce-
esportista brasileiro alcançava rebral e até os 7 anos de idade ponto de-
um resultado de tamanho vulto não andava. Tive de fazer várias cisivo, é o
e quebrava quatro recordes mun- cirurgias no decorrer da minha que destaca
diais, cinco paraolímpicos e 11 infância e adolescência. E aos 16 um campeão. E depois que che-
parapan-americanos. fiz minha quarta e última opera- guei a esse topo, de ser escolhido
Também em 2005 ganhou ção, e o meu médico recomendou o melhor atleta paraolímpico do
nada menos que 47 medalhas de nadar”, explica Clodoaldo. mundo, de ter ganhado várias
oito competições nacionais e três O Esporte apareceu na sua medalhas internacionais, de ter
internacionais. Destas, 40 de ouro, vida e ele soube aproveitar com batido vários recordes mundiais,
5 de prata e 2 de bronze. Bateu o garra todas as oportunidades que não me acomodei. Eu nunca fico
seu próprio recorde mundial nos foram surgindo. “As dificuldades confortável com a situação, busco
50m livres na Inglaterra, quan- sempre me motivaram. Esse é um sempre o meu limite.”

BOA VONTADE | 25
Esporte é Vida!

O nosso campeão olímpico dá Para Clodoaldo isso poderá

Divulgação
ainda outra lição de vida. “Eu tenho fazer o Brasil deixar de ter pai-
o seguinte lema: as coisas que con- xão só pelo futebol e aproximar
seguimos muito fáceis, perdemos da sociedade modalidades como
com a mesma proporção, ao que é o handebol, futebol de praia,
difícil damos mais valor. Graças a a natação, o atletismo e tantos
Deus, sempre tive esse pensamento e outros. Nesse particular, elogiou
uma família sólida que me motivou, o esforço de várias instituições
incentivou, o que foi fundamental que desenvolvem ações neste
para crescer na vida.” sentido. “Uma delas é a LBV,
A realização dos dois aconteci- que dá oportunidade às crianças,
mentos na capital fluminense suscita aos adolescentes, porque o nosso
um sentimento muito especial no futuro são eles. É uma iniciativa
atleta. “Quando a gente começa louvável e eu espero que sirva de
a treinar, o primeiro pensamento é exemplo para outras organizações
chegar à Seleção Brasileira, a um poderem realizar o mesmo. Tanto
campeonato internacional. Ao con- é que, em Natal/RN, estou criando
seguir realizar esse sonho um outro o Instituto Clodoaldo Silva para
vem: de participar de um campeo- fazer um pouco do que a LBV
nato deste vulto no Brasil. E teremos faz e também poder praticar um
essa chance de ver na torcida os esporte, estudar, ser um grande
nossos amigos, familiares. Isso será atleta. Mas se não conseguir ser
O campeão Clodoaldo e algumas das
mais um detalhe para os brasileiros um grande esportista, que possa medalhas conquistadas nos Jogos
conseguirem um bom resultado, ser um bom cidadão, tendo res- Paraolímpicos de Atenas, em 2004.
tanto em quantidade quanto em peito, dignidade, exercendo sua
qualidade de medalhas.” cidadania”, finalizou.

Alguns dos locais das competições


(Fonte: www.rio2007.org.br)

• Complexo Esportivo do Maracanã — O Estádio principal será palco das finais do futebol, da chegada
da maratona e das cerimônias de abertura e encerramento. No Ginásio do Maracanãzinho ocorrerão os
jogos de vôlei. O Parque Aquático Júlio Delamare receberá o pólo aquático. Endereço: Rua Professor Eurico
Rabelo, s/nº, portão 18, Maracanã.

• Marina da Glória — Principal entrada para as embarcações marítimas que chegam à cidade, a Baía de
Guanabara receberá as raias da vela, tendo como ponto de saída e chegada dos barcos a Marina da Glória.
Endereço: Avenida Infante D. Henrique s/ nº, Aterro do Flamengo.

• Vila Pan-americana — Em um terreno de 420.000m², priorizará o conforto e a comodidade dos atletas e


oficiais. A Vila está no raio de 10 quilômetros que abrigará mais de 60% dos locais de competição, o Centro
de Imprensa Principal (MPC) e o Centro Internacional de Transmissões (IBC). Endereço: Avenida Ayrton
Senna, 3.400, Barra da Tijuca.

26 | BOA VONTADE
Liliane Cardoso
Paulão, campeão
olímpico de 1992
Liliane Cardoso

N
as quadras, o nosso País tam- ser obtidos. “Não é importante só Com isso, desenvolve, em parceria
bém tem grandes chances de pelas chances de trazer uma Olim- com a Prefeitura de Gravataí/RS,
arrematar medalhas no Pan- píada, mas pela bagagem que fica projetos voltados para crianças e
Americano do Rio. E a de para um país. Esse investimento no adolescentes. Com essa veia para o
elas serem douradas é ainda maior Esporte, como uma questão educa- social, o campeão mundial não po-
quando o assunto é voleibol. Além tiva, é fundamental para que a gente deria deixar de manifestar seu apoio
de toda a torcida verde-amarela, mostre que muito mais importante às iniciativas que visam ao incentivo
quem também aposta nos atletas que ganhar uma medalha de ouro das modalidades esportivas. Neste
brasileiros é Paulão, campeão é cantar o Hino Nacional, é trazer contexto, registrou: “A Legião da
olímpico pela Seleção Brasileira o orgulho para os seus colegas, seu Boa Vontade está de parabéns por
em 1992. Em visita ao Lar e Parque município, Estado e País”, garante, um investimento a longo prazo que
Alziro Zarur, da LBV, no dia 7 de com a experiência de quem já dis- premia esse processo de ser educa-
março, o ex-jogador destaca que o putou três edições do Pan. do para a vida. (...) Parabenizo o
vôlei brasileiro no Pan estará, sim, Crendo nisso, Paulão uniu seus Diretor-Presidente da LBV e toda
bem representado. 25 anos de carreira à dedicação de a equipe, por esse envolvimento”,
Ele credita à competição um sen- formar uma geração de campeões frisou.
tido mais especial, referindo-se aos no esporte e na cidadania, ao se A respeito da visita que fez à uni-
resultados a longo prazo que podem especializar no esporte educativo. dade da LBV em Glorinha, Paulão
ressaltou: “É uma satisfação estar
Paulão ladeado por alguns dos guris do Lar e Parque Alziro aqui com vocês. Não conhecia pes-
so
rdo

Zarur, da LBV. Visite: Rodovia RS 030, km 19, parada 119. soalmente a LBV aqui em Glorinha,
Ca
e
an

Informações: (51) 3487-1033. mas sou parceiro há muitos anos da


Lili

Obra, que faz um trabalho belíssi-


Armando Kitamura

mo de educar as nossas crianças,


de dar oportunidades a elas. Eu
aqui fico muito à vontade, até pe-
las dificuldades que tive na minha
infância, quando vejo um trabalho
como esse e as oportunidades que
esses jovens estão tendo. A LBV
faz isso com grande maestria. São
poucos que fazem isso no Brasil,
com tanta qualidade como a LBV.
Quero parabenizá-los e me colocar
à disposição, como sempre”.

BOA VONTADE | 27
Entrevista na Band

Ricardo Boechat
abre o coração Angélica Beck e Rodrigo Oliveira
Fotos: Daniel Trevisan

28 | BOA VONTADE
O
relógio aponta 16 ho- anos 1950. Os três filhos mais jo-

Arquivo pessoal
ras na redação da Rede vens, dos sete que ele e minha mãe
Bandeirantes de TV em tiveram, nasceram já no Brasil,
São Paulo/SP. Câmeras, mas os quatro anteriores nasceram
repórteres, editores, cinegrafis- fora e eu fui um deles. Mas torço
tas, todos prontos para cobrir fervorosamente pelas derrotas da Boechat ao lado do saudoso Ibrahim
a chegada do Presidente norte- Argentina em todos os esportes Sued
americano, George W. Bush, ao possíveis, sejam quais forem os
Brasil: ele desembarcaria dali a adversários, portanto que não me “Ibrahim Sued era
duas horas. É nesse cenário que venham dizer: “Ah, argentino!”.
profundamente exigente
Ricardo Boechat, apresentador Embora ache um país fantástico
do Jornal da Band, nos recebeu e tal, um povo belíssimo, mas e bravo. Então não havia
cordialmente. não tem esse negócio, não. Fui como sobreviver ao lado
Vislumbrar o currículo deste registrado na embaixada já. Meu
jornalista é fundamental para pai não deu margem a dúvidas dele se não aprimorasse
situar o leitor nas palavras que (risos). esse dom, ou se não o
vêm a seguir. O início da carreira
remete à década de 1970, e com a BV — Nas memórias de infância, tivesse para aprimorar. No
nova profissão a sede de sempre de juventude, já havia alguma quarto ano de trabalho,
querer saber mais. Daí o fato de ser ligação com a profissão de jor-
bem-sucedido por mais de 35 anos nalista? ele chegou para mim, num
no jornalismo. A grande escola de Boechat — Não posso me sábado de manhã, e disse:
Boechat foi a prática ao lado de considerar alguém que um dia se
‘Olha, acho que você
nomes respeitados como Ibrahim deu conta de que seria jornalis-
Sued (1924-1995) e Zózimo ta ou seguiria essa carreira. Na engrenou, até a semana
Barroso do Amaral (1941-1997). verdade, fui trabalhar em jornal passada o seu bilhete azul
Boechat nos contou ainda que o do mesmo jeito que antes tinha
Povo tem sido sua constante fonte tentado vender livros, material de estava na minha gaveta’.
de informação para os noticiários escritório ou qualquer outra coisa O bilhete azul era o de
cotidianos da TV Bandeirantes e que me permitisse o sustento. Saí
Rádio Band News FM. de casa, segui meu próprio cami- demissão. “
nho, que era o que os jovens na
BOA VONTADE — Você se consi- minha época ainda pretendiam. jornal porque foi a oportunidade
dera carioca? Hoje mudou: eles permanecem que apareceu.
Ricardo Boechat — Claro, mais tempo em casa com os pais e
me considero carioca. Não sou eu entendo como natural esse pro- BV — Isso ocorreu na década de
no sentido nato, pois não nasci cesso. Mas no meu tempo, não! As 1970, certo?
no Rio de Janeiro, e angústias, as demandas Boechat — Sim, no Diário de
sim em Buenos Aires interiores, exteriores, as Notícias, foi por aí, em meados
(Argentina) porque meu aspirações, os sonhos, de 1970, se a memória já não
pai trabalhava para o as utopias eram outras, falha muito. Eu sei que a carteira
Itamaraty. Meus irmãos e realizá-las passava está assinada já a partir de 1971 e
e eu nascemos em paí- por sair de casa para ser demorei um certo tempo para ter
ses onde ele estava tra- dono do próprio nariz, a carteira assinada. Na verdade,
balhando, no final dos como a gente dizia. E, meu primeiro trabalho numa reda-
anos 1940 e meados dos Zózimo Barroso do Amaral então, fui trabalhar em ção sem nenhum vínculo e muito

BOA VONTADE | 29
Entrevista na Band

passageiro foi no Última Hora, um investigador que investiga. demissão; eles usavam essa cor
de Niterói/RJ, com uma edição, Nós somos jornalistas; nós apu- no departamento pessoal. Então,
um caderno feito em Niterói, no ramos. Então, acabei imprimindo descobri no quarto ano de trabalho
final dos anos 1960. Eu estava lá essa característica ao meu traba- com o Ibrahim que eu estava em
e conhecia um veterano jornalista lho de forma mais acentuada do teste, na iminência de ser demitido
cujo filho jogava bola com a gente. que outras — por exemplo, não a qualquer momento como alguém
E pintou lá uma tarefa para a qual, desenvolvi nenhum pendor para que fizera uma experiência de três
em função de uma certa identidade a análise, para o texto mais longo, meses, como reza a legislação. Era
que tínhamos, me chamaram para para a política, para o debate. O um grande professor, ao vivo e em
fazer, relacionada a uma cobertu- meu negócio era o factual, o ins- cores, da arte de farejar a informa-
ra que eles estavam realizando à tantâneo, era o tiro curto, frontal. ção, de correr atrás, de apurar, de
época em torno do assassinato do Quem demandava isto de mim e, cultivar as fontes.
filho de um velho jornalista do portanto, acabou imprimindo essa
Última Hora, chamado Ivandel. característica à minha formação BV — Conte-nos um pouco sobre
Aí eles precisavam de alguém profissional foi a atividade de co- as colunas diárias. Como foi esse
que não fosse conhecido daqui e luna porque eram colunas de notas desafio na sua carreira?
que desse uns telefonemas. Então factuais, informativas. Colunas Boechat — É preciso levar

“Eu prefiro chamar o jornalismo de apuração do que de


investigação. O apurador é que a gente quer dar esse ar meio
romântico, então diz que é jornalista investigativo. Se ele fosse
um investigador da polícia, ele seria um investigador que
investiga. Nós somos jornalistas; nós apuramos.”

o meu primeiro contato com uma que, no início, eram feitas pelo co- em conta que esse aprendizado é
redação foi assim, no Última lunista mais renomado que o País como todos na vida: cumulativo.
Hora, de Niterói. teve. Pelo menos o de maior nome Quem tem 30 anos fazendo coluna,
nacional e internacional: Ibrahim tende a ter uma perfomance me-
BV — Esse primeiro trabalho Sued e que era profundamente lhor do que alguém que tenha 15,
pode ter estimulado essa sua exigente e bravo. Então não havia a despeito de que este que tem 15
veia de jornalista apurador, de como sobreviver ao lado dele se seja muito mais talentoso do que
investigação? não aprimorasse esse dom, ou se este que tem 30. Porque você vai
Boechat — Eu prefiro chamar não o tivesse para aprimorar. No somando as fontes. Toda fonte tem
o jornalismo de apuração do que quarto ano de trabalho, ele chegou um resíduo de notícia, tem um re-
de investigação. O apurador é para mim, num sábado de manhã, torno. Há fontes que ressurgem das
que a gente quer dar esse ar meio e disse: “Olha, acho que você cinzas; outras, fora dos holofotes,
romântico, então diz que é jorna- engrenou, até a semana passada são melhores; tem fontes que, no
lista investigativo. Se ele fosse um o seu bilhete azul estava na minha ostracismo, se abrem mais. Então,
investigador da polícia, ele seria gaveta”. O bilhete azul era o de há mil químicas, mil mecânicas,

30 | BOA VONTADE
que o tempo é que vai permitindo maior intensidade de aprendizado e
capturar, perceber, explorar — no de acumulação de experiência.
bom sentido da palavra. Foi um
aprendizado, um apanhar e suar de BV — Você já citou Ibrahim. Além
camisa diários, que foram sendo dele, na ocasião, quem também
aprimorados pelo tempo e, claro, foi importante para você?
algum jeito para isso devo ter tido. Boechat — O Zózimo Barroso
Portanto, fazer coluna era o que eu era um cavalheiro da notícia, um
mesmo me dava conta, muitas ve- artista, que tinha um humor muito
zes com grande angústia, de dar de sofisticado, um gentleman na for-
cara com uma maldita página em ma de escrever e de apurar. O Elio
branco rigorosamente todo dia. E a Gaspari disse que o Zózimo tinha
constatação de que o mérito de on- a arte de tirar uma notícia de você,
tem não é a medalha de hoje, não é sem que você notasse que ele estava
O pinto
o dever cumprido de hoje. Você on- te ligando para pegar uma notícia. rp
(1907-2 ernambucano
003) co Cícero D
tem fez uma coluna que arrebentou E é verdade. Ele era um doce de m o jor
nalista ias
Boecha
e resultou em suítes*1, manchetes pessoa. O Zózimo pegava um ato e t

“O Zózimo Barroso era um cavalheiro da notícia,


um artista, que tinha um humor muito sofisticado,
um gentleman na forma de escrever e de apurar.
(...) O Zózimo pegava um ato e lapidava o fato no
texto, na pontuação, no saque... ”

em todos os jornais; mas hoje você lapidava o fato no texto, na pontua- ver dessa maneira, competitivo)
tem que fazer a coluna de amanhã ção, no saque... Eu pegava um fato e para farejar, localizar as jazidas. E
e nada do que você fez ontem vai enfiava o fato nas pessoas. Fui mais o Zózimo, para manter essa compa-
salvá-lo de um fracasso, se você disso do que daquilo. Sempre fui um ração, se chegássemos juntos a uma
não lavrar a terra, suar a camisa, cara muito — vou me permitir dizer mina de diamante, eu provavelmen-
sentir sede do jeito que sentiu on- aqui — melhor que o Zózimo. Diria te acharia a maior pedra bruta e ele
tem. Então é isso, era basicamente até que comparado, tempo a tempo, faria a melhor jóia. É uma questão
a percepção de que era um por dia, até tão eficiente quanto Ibrahim de lidar com as coisas. Tanto eu
saindo do zero. Uma coluna im- nesse aspecto. Porque a época que o quanto ele teríamos mercado para
pressa é, sem dúvida, assim como Ibrahim fez isso era outra, ele meio justificar a nossa existência.
o jornalismo impresso, na minha que na baba, sozinho. Disputei com
modesta opinião, a melhor escola competidores diários, muito presen- BV — Como você compara o
do jornalismo. A coluna diária de tes. Mas ouso dizer, sem nenhuma colu­nismo social de hoje e o do
notas é uma belíssima escola dentro pretensão à vaidade, que sempre passado?
do jornalismo impresso, talvez a de fui bom ou competitivo (prefiro Boechat — Não sou hoje um

BOA VONTADE | 31
Entrevista na Band

“A gente tem é
que viver, contemplar, amar,
andar à toa e sair dessa concepção
imbecil, patronal, capitalista, bestializante,
de que nós estamos aqui pra produzir, nós
temos que progredir. Eu quero é estar debaixo
de uma sombra, olhar o céu, contemplar uma
nuvem, beijar a minha mulher amada, estar
com os meus filhos, quiçá os meus netos
e por aí vai. (...) Ainda não consegui
levar avante essa visão
filosófica.”

leitor de colunas tão assíduo, que ali o Presidente tal. Tanto posso querido amigo, contemporâneo do
me sinta confortável para analisá- perguntar para ele em que casa de Ibrahim, o Zózimo depois, muitos
las. Vou fazer um rápido recorte do jóias ele comprou o brilhante de anos depois, e outros, foram fa-
que aconteceu até o momento em sua senhora, como posso perguntar zendo variações desse tema, e eu
que estava nesse jogo cotidiana- para ele que decreto vai anunciar inclusive. E de resto, para olhar
mente. As colunas eram mundanas amanhã; se o juro vai subir; se vai para o futuro, tenho a impressão
até os anos 1940, início dos 1950. torturar mais um preso político ou de que o colunismo de hard news,
Se você pegar uma coluna do se vai dar outro golpe de Estado. E de furos na imprensa como um
próprio Ibrahim, já nos anos 1960, como ele circulava nesse ambiente, todo, inclusive no próprio jornal
1970, você vai ver que tinha muita percebeu que ali estava a descrição em que ele está inserido, tende a ir
abobrinha, muita coisa. Era muito da toalha de seda importada não sei perdendo terreno, porque é natural
na primeira pessoa, o colunista era de onde, e a notícia do banqueiro, que a segmentação faça dessas
muito personagem da coluna, sua General, Presidente, Ministro ou colunas de variedades seres meio
maneira de lidar com o meio, com sei lá mais quem. Esta fusão que exóticos, quer dizer, como seria
o mundo e tal, ele era muito na Ibrahim fez na coluna consolidou dar um furo na economia, se você
primeira. O Ibrahim foi o primeiro o seu mito, a sua mística como tem Luis Nassif, Miriam Leitão,
a perceber que no mesmo salão alguém que tinha um espaço onde só na economia? Como é que você
onde ele colhia as amenidades com ocorriam furos, bombas. Foi tão vai dar um furo na política, se
a elite estavam necessariamente forte o efeito disso no colunismo tem Franklin Martins, Ricardo
também as notícias, porque a notí- e no jornalismo brasileiros, que Noblat? Antigamente as colunas
cia é um subproduto do poder e é, se pode dizer que o único produto nadavam em todas as piscinas
por definição, aquilo que interessa jornalístico genuinamente nacional temáticas possíveis. Essa era uma
às pessoas. O que o Ibrahim per- é o colunismo de notícias, de hard facilidade que está acabando.
cebeu? Eu estou à minha esquerda news, para usar a expressão da
com um banqueiro fulano, à minha moda. O Ibrahim foi o precursor BV — Como é essa relação do
direita com o general beltrano, desta forma, com esta química. hard news, do furo de notícias,
diante de mim o Ministro sicrano, Maneco Müller (1923-2005), meu e você atualmente?

32 | BOA VONTADE
Fernando Quevedo / Ag. O Globo

Arquivo BV

José Cruz/ABr

Divulgação Editora Contexto


Maneco Müller Luis Nassif Franklin Martins Ricardo Noblat

Boechat — Minha motiva- diária de radiojornalismo, o que

Arquivo pessoal
ção, meu vício é muito mais sa- eles me demandaram foi que eu
ciado pela descoberta do fato do fizesse um programa, comentando
que propriamente sua exposição uma notícia e tal. Só que você vai Miriam Leitão e Boechat
pública. Isso para mim já é algo fazer isso falando o que lhe vem à
que a dinâmica do fato impõe. cabeça, o que acha, seus valores,
Mal comparando: é ter um filho suas idéias, visões. A resposta “A minha
e criá-lo, são emoções diferentes. do público, diferentemente do relação com a ABI é uma
Digamos que estou muito mais jornal e da própria televisão,
no ato de ter, do descobrir, do é muito imediata e incisiva. relação de reverência, respeito e
ver nascer. Como se fosse um O ouvinte de rádio, para memória. Eu, moleque ainda, com 17
arqueólogo entre a descoberta do este tipo de programa, nos
jazigo lá da tumba de Ramsés e chama para a discussão. E
anos, fui à ABI algumas vezes e bebia
a sua presença no Louvre. Estou eu, que não só falo com- um pouco daquela mística, de grandes
muito mais naquele primeiro pulsivamente, como escrevo
momento.
figuras, como Herbert Moses
compulsivamente, respondo a
todos. Sempre brincava, dizendo (1884-1972).”
BV — Na rádio Band News FM, que a melhor fonte é quem quer
você foi vencedor da categoria trair. É uma figura teatral, mas é
“Apresentador/ Âncora de Rá- o seguinte: o que quer trair, quer
dio”, do Prêmio Comunique-se trair o segredo que lhe foi confia- BV — Qual sua relação com a
(2006). Como tem sido essa do pela mulher, pelo chefe, pelos Associação Brasileira de Im-
tarefa de trabalhar numa rádio amigos, pelo trabalho. E vai fazer prensa (ABI)?
FM? isso contando para quem? Para Boechat — A minha relação
Boechat — O rádio está me mim, de preferência (risos). Então, com a ABI é de reverência, respeito
dando uma oportunidade que os achava que a melhor fonte é o e memória. Eu, moleque ainda, com
outros veículos não me deram, traidor. Não é pejorativo o termo, 17 anos, fui à ABI algumas vezes e
que me leva a uma constatação no meu ponto de vista. Talvez para bebia um pouco daquela mística,
surpreendente: a oportunidade quem foi traído, sim. Mas é o cara de grandes figuras, como Herbert
de matraquear, falar. Por que a que vai cometer a inconfidência. Moses (1884-1972). Na minha saí-
surpresa, de certa forma? Porque Sempre tive essa convicção. Hoje, da do Globo, na minha demissão, a
é o veículo que só conheci na depois que comecei a fazer rádio, ABI se posicionou solidariamente
terceira idade da profissão. Um cheguei à constatação de que a mim, o Fernando Segismundo,
jornalista com 54, 55 anos está na estava errado. A melhor fonte é que estava na presidência, também
terceira idade da profissão, ainda o Povo, o cidadão-comum. Ele o José Talarico. Emitiram uma nota
que intelectualmente suponho que faz coisas que o jornalista não de solidariedade, de repúdio à forma
se possa durar muitos anos mais. faz, que as fontes dos jornalistas como transcorreu aquele episódio.
Mas ao ser admitido na atividade não fazem. Portanto a minha relação com a ABI

BOA VONTADE | 33
Entrevista na Band

é muito de carinho, de respeito, de BV — Se não es-

Fotos: Arquivo BV
reverência. Mas, do mesmo jeito tamos engana-
que gosto da ABI, não gosto da idéia dos, este é um
dos “jornalistas unidos jamais serão pensamento de
vencidos”. Prefiro olhar pra esse sua autoria: “Te-
poder como olho pra todos os ou- mos de reapren-
tros. Que os colegas não me levem der a contemplar, Herbert Moses Fernando Segismundo José Talarico
a mal. Não que eu vá entrar num passear, divagar,
coisas que foram massacradas piques assim, três momentos com
pela idéia de produção”. É mais intervalos de 10 minutos. No ter-
ou menos isso? ceiro, já estava no departamento
Boechat — Eu me identifico médico do jornal, que era lá em-
com esse pensamento que talvez baixo, no estacionamento. E aí
seja meu ou de qualquer outro. me dei conta de que estava tendo
Houve um período que ainda é algo muito grave, muito estranho,
muito forte dentro do meu so- nada jamais semelhante tinha
nho, da minha utopia, em que eu acontecido e jamais me sentira
insistia muito. Diferentemente tão mal. Aí caiu a seguinte ficha:
do valor prevalente na sociedade, Eu estou morrendo, tendo um
não acho que o homem nasceu enfarte. Vou morrer aqui, agora.
para trabalhar como o fazemos. Nesse estacionamento, nesse lu-
Acho que essa é uma deformação gar, onde estou trabalhando há 30
que a organização humana, a anos, 20 horas por dia. E dizem
chamada evolução da vida que quando você vai morrer, você
em grupo, acabou im- tem o tal flash, e toda a sua vida
“A melhor passa pelos seus olhos. É uma
pondo ao homem. A
fonte (de informação) troco de que, ou de síntese que vem com clareza e
que ente, estaría- contundência, porque é o adeus
é o Povo, o cidadão-comum.
mos num planeta mesmo. Tive exatamente isso que
Ele faz coisas que o jornalista tão maravilhoso, estou dizendo: entronizei o sen-
que está sendo timento de que estava morrendo
não faz, que as fontes
destruído tão rapi- naquele instante. Pois bem, o que
jantar com dos jornalistas não damente, para ralar eu senti? Uma tristeza profunda
jornalistas e fazem.” do jeito que a gente com uma pitada de arrependi-
a gente vá se rala? Isso é uma defor- mento pelas razões que geravam
matar. Mas estou mação, uma “monstra” de essa tristeza. E o que era essa
falando do ponto de vista uma deformação. Sempre traba- tristeza? Era a constatação de que
filosófico, institucional. Quero é lhei muitas horas por dia, muitos tinha passado a vida trabalhando
competir, que vocês disputem comi- dias por semana, por mês e por e iria morrer no estacionamento
go, que me critiquem, que eu possa ano. Sempre tirei muito menos do trabalho. Talvez aquilo tenha
criticá-los, que a gente possa bater férias do que tinha direito, do que influído um pouco nessa síntese.
de frente, porque certamente o cara deveria, sempre entendi que isso Não gosto da idéia de passar a
que nos paga o salário, comprando não era o razoável. Em 1998, por vida me matando de trabalhar.
jornal, vendo TV, ouvindo rádio, aí, tive um pique hipertensivo na Acho que as pessoas estão fora
estará mais bem representado pela redação do Globo. Nunca tinha do rumo, fora do seu sentido mais
síntese dessa luta. tido nada do gênero, e foram três natural. A gente tem é que viver,

34 | BOA VONTADE
contemplar, amar, andar à toa e TADE é o seguinte: a LBV pode
sair dessa concepção imbecil, ser mais ou menos simpática aos
patronal, capitalista, bestiali- olhos de uns ou de outros; pode
zante, de que nós estamos aqui estar mais à direita ou mais à
para produzir, nós temos que esquerda aos olhos de uns ou de
progredir. Quero é estar debai- outros; ser mais conservadora ou
xo de uma sombra, olhar o céu, menos conservadora aos olhos
contemplar uma nuvem, beijar a de uns ou de outros; mas aos
minha mulher amada, estar com olhos de todos, e aí me engajo
os meus filhos, quiçá os meus nisso, podemos dizer que ela é
netos e por aí vai. Não quero uma entidade que sempre esteve
ter aquele sentimento outra vez, empenhada numa causa, num ob-
pelo amor de Deus! Não quero jetivo: de ajudar as pessoas, con-
ser economicamente ativo! Que tribuir com elas, tentar melhorar
me perdoem aí os pregadores do a realidade muito dura que muitas
labor humano. Agora, detalhe: infelizmente ainda enfrentam no
“Conheço a Legião da
depois disso, trabalhei muito mais nosso País. A minha formação
do que tinha trabalhado. Ainda política sempre defendeu e ainda Boa Vontade há muito tempo.
não consegui levar adiante essa defende a idéia de que a realidade (...) A LBV pode ser mais ou
visão filosófica (risos). social só pode ser transformada
pelo próprio Povo. Nesse sentido menos simpática aos olhos
BV — Que recado deixaria aos é preciso que, enquanto essa idéia, de uns ou de outros; pode
leitores da revista BOA VON- essa utopia, esse horizonte não se
TADE e também à Legião da materializem, a gente cuide do estar mais à direita ou mais
Boa Vontade? dia-a-dia. Esta é uma tarefa que à esquerda aos olhos de
Boechat — Uma das vanta- demanda engajamento, coração,
gens de envelhecer é que a gente amor ao próximo. A Legião da uns ou de outros; ser mais
pode dizer que conhece coisas há Boa Vontade está no grupo das conservadora ou menos
muito tempo e de que este tempo instituições, das entidades, que são
nos ajuda não a julgá-las, mas a muitas, que lidam com a realidade
conservadora aos olhos de uns
entendê-las, a avaliá-las. Eu co- brasileira, movidas a esse tipo de ou de outros; mas aos olhos
nheço a Legião da Boa Vontade sentimento positivo. E nesse sen-
de todos, e aí me engajo
há muito tempo. Conheço não tido, acho que é importante que
como um participante, não como a gente reconheça acima de tudo nisso, podemos dizer que ela
um voluntário, um contribuinte esse papel, não só dela, eu insisto, é uma entidade que sempre
muito ocasional, em algumas cir- mas de muitos outros voluntários
cunstâncias acionado pelos muitos que estão por aí nesse país gigan- esteve empenhada numa
mecanismos que essa Organização tesco, lidando com essa massa causa, num objetivo: de
tem para procurar esse tipo de par- humana mais gigantesca ainda de
ceiro. Mas conheço de ver, de ler, necessitados. ajudar as pessoas, contribuir
de ouvir algumas coisas, do tempo com elas, tentar melhorar
do Alziro Zarur (1914-1979), dos
tempos que me remetem lá para
* Suítes — Jargão jornalístico que designa o desenvol- a realidade muito dura que
vimento, nos dias seguintes, de uma notícia publicada
os anos 1970, talvez até antes. E pelo jornal. muitas infelizmente ainda
o que eu gostaria de dizer para * Nota da redação — Nossos agradecimentos à Paula
Boechat, filha do jornalista, por ceder as fotos de arquivo enfrentam no nosso País.”
os leitores da revista BOA VON- pessoal e de cunho histórico que ilustraram a matéria.

BOA VONTADE | 35
Arte na Tela

Reprodução BV
BV
Arquivo

Oscar Niemeyer rumo aos 100 anos

sonho e
realidade
estabelece seus contrastes. Cidade o Complexo Cultural da República
Arquivo pessoal

de concreto armado, perde-se no João Herculino, construído entre


meio do verde e dos belos jardins. as áreas administrativa e central
Sem esquinas, mais calorosa, aco- do setor de diversões. Completa o
lhe os que aqui residem. Tem filhos plano original da capital brasileira,
naturais jovens, mas adotou muitos previsto por Lúcio Costa (vencedor
outros. Nasceu sob o signo das artes do concurso na época), do qual se
e possui artistas plásticos, escritores, edificou apenas uma parte, que é o
compositores, poetas, entre tantos. Teatro Nacional.
É patrimônio de todos e é este local O complexo possui o Museu
que está ganhando novas obras de Nacional Honestino Guimarães
Marta Jabuonsky, curadora da
Galeria de Arte do Templo da Oscar Niemeyer, que neste ano (em forma de cúpula), um centro
Boa Vontade. comemora seu centenário. musical com espaço para duas
A cidade que ele ajudou a pla- mil pessoas, a biblioteca Leonel

O
olhar se perde no horizon- nejar possui 2,4 milhões habitantes, de Moura Brizola, um conjunto
te e encontra um dos mais tem a maior renda do País, o melhor multiplex e um cinema 180º com
belos céus do Brasil. Em padrão de vida e uma atividade miniplanetário. Neste projeto, o
meio a tantas retas das cultural efervescente, contando-se arquiteto Oscar Niemeyer retoma
construções modernas destacam-se considerável número de eventos e idéias antes visitadas, mas de
as curvas das árvores do cerrado. uma série de boas exposições. Hoje, maneira singular. Quem conhece
Brasília nacional e internacional, após 47 anos, Brasília ganha mais a Oca do Ibirapuera (na capital
da mistura das raças, encanta e um lugar com essas características: paulista) terá uma certa lembran-

36 | BOA VONTADE
ça, só que o museu é muito maior,

ABI
sendo mais complexo, tecnológico
e sofisticado. Comparando as cú-
pulas da Câmara e do Senado, da
virada da década de 1960, época da
construção de Brasília, percebem- Niemeyer em seu escritório com o
se as diferenças. É uma obra que Presidente da ABI, Maurício Azêdo, em
atende aos minuciosos requisitos 29 de março, ocasião em que o pedido
foi oficializado.
museo­lógicos e de segurança,
além de cumprir com todos os
dispositivos de acessibilidade aos
Niemeyer presidirá a Comissão
deficientes físicos. É muito inte-
ressante ver a juventude criativa
de Honra do Centenário da ABI
Fonte: ABI On-line
do nosso arquiteto interagindo
com técnicas modernas, dentro de O arquiteto Oscar Niemeyer Após a aceitação de Niemeyer,
uma linha histórica do seu traba- aceitou o convite para presidir a a ABI vai convidar para integrar a
lho, incorporando a inovação e os Comissão de Honra do Centená- Comissão de Honra do Centenário
recursos que a engenharia permite. rio da Associação Brasileira de personalidades dos diferentes cam-
Por exemplo, a cúpula do museu Imprensa (ABI), que transcorrerá pos da vida cultural, da área de co-
é maior que a da Capela Sistina em 7 de abril de 2008. Niemeyer é municação e do meio empresarial.
do Vaticano, e são sete andares sócio da ABI desde 1952, quando A Comissão de Honra terá caráter
livres entre o piso de exposição ingressou na Casa por proposta de honorífico, para testemunhar o
e o teto. É considerada a maior Herbert Moses, então Presidente apreço da ABI e da comunidade
obra física e cultural já construída da Casa. Naquela década, Nie- jornalística aos variados setores da
nas três Américas, desde o início meyer fundou, editava e dirigia vida do País desde a fundação da
deste milênio. É também a revista Módulo, especia- Casa, em 1908. Além da Comis-
o maior investimento lizada em arquitetura são de Honra, a ABI constituiu a
na cultura feito no e que contemplava Comissão Executiva do Centená-
País com recursos também temas cul- rio, da qual participam diretores e
exclusivos do Go- turais. associados da Casa.
verno do Distrito
Federal. Ana Maria Nie- “fazer arquitetura é criar beleza”.
O Complexo meyer Soares, A escritora Vera Brant, amiga
Cultural da Repú- cinco netos, treze de Niemeyer, diz que “além de
blica ocupa um es- bisnetos e cinco arquiteto extraordinário, escultor,
paço de mais de 91 mil tetranetos. criador de belo texto, o que mais
metros quadrados, sendo Possui obras espa- impressiona aos que convivem
11 mil só de área construída. lhadas por todo o mundo. com Oscar é a sua generosidade,
Este renomado arquiteto espe­rou Do México à Itália, de Israel à solidariedade humana, preocupa-
mais de 40 anos para conseguir com- França, e, no Brasil, praticamente ção com os mais pobres e com os
pletá-lo. Por isso, falar de Brasília, de em todo o País. É o arquiteto dos injustiçados”.
arquitetura, sem falar nele é cometer palácios de Brasília, mas tam- Essas afirmações são reforça-
uma heresia. bém dos pontos de ônibus, caixa das com a frase que se lê em seu
Oscar Niemeyer nasceu em 15 d’água etc. escritório na Avenida Atlântica, na
de dezembro de 1907, no Rio de Define-se como uma “pessoa capital fluminense: “O importante
Janeiro/RJ. Filho de Oscar Nie- simples, aberta para a vida e apta não é o arquiteto, mas a vida, os
meyer Soares e de Dona Delfina a aceitar todas as mudanças que amigos e este mundo que devemos
Almeida. Tem uma única filha, os tempos estabelecem”. Para ele, modificar”.

BOA VONTADE | 37
Acontece na Bahia

Lembranças de
Mãe Menininha
do Gantois

Caetano e
sua querida
mãe, Dona
Canô,
também
prestigiram a
festa.

Texto e fotos: Nizete Souza

Menininha do Gantois, de autoria políticos, iyalorixás e babalorixás e


da psicóloga Cida Nóbrega e da diversos artistas. Na oportunidade,
jornalista Regina Echeverria. A as autoras do livro dedicaram um
obra traz dados históricos, relatos, exemplar ao dirigente da Legião

D
urante três dias, a Bahia sau- frases e pensamentos da Iyalorixá da Boa Vontade: “Para José de
dou uma das mais queridas — posto mais alto na hierarquia Paiva Netto, que sabe apreciar uma
filhas da terra. Nascida em da religião, que dita regras e história de fé e amor, um abraço”,
10 de fevereiro de 1894, na comanda todo o funcionamento escreveu Cida Nóbrega. Regina
capital baiana, Maria Escolástica do Terreiro —, depoimentos de Echeverria registrou: “José de Paiva
da Conceição Nazareth, mais co- alguns filhos da casa e registros Netto, muito axé e amor de Menini-
nhecida como Mãe Menininha do fotográficos, que também ilustram nha. Beijo”.
Gantois, completaria 113 anos de a trajetória. Em entrevista à BOA VONTA-
nascimento. Falecida em 1986, era Prestigiando o evento estiveram DE, a atual Iyalorixá do Gantois,
filha de Oxum e considerada a mais admiradores, familiares, autoridades, Mãe Carmem da Silva, agradeceu
famosa de todas as mães-de-santo o apoio recebido da LBV: “É uma
brasileiras. grande homenagem realmente, não
As homenagens à sua memória só minha, mas de todos os nossos
tiveram início em 8 de fevereiro, no amigos, como a de José de Paiva
Terreiro do Gantois (no qual esteve Netto, dirigente da LBV, que é um
à frente por 64 anos), em Salvador, grande amigo e parceiro. Em todos
com o lançamento do livro Mãe Cida Nóbrega Regina Echeverria os momentos está com o Gantois. Eu

38 | BOA VONTADE
Fé e emoção na Lavagem
das Escadarias do Bonfim Aneliése de Oliveira

do Diretor-Presidente da LBV, José


Mãe Carmem da Silva de Paiva Netto, ao Povo baiano.
A Lavagem simboliza o sincre-
tenho imenso prazer em recebê-los, tismo religioso da cidade. Desde
disponham de mim e disponham do o século XVIII, três dias antes da
Gantois, estarei sempre às ordens missa do domingo de Bonfim (o
de vocês”. segundo depois da Festa de Reis), os
A Mãe Menininha, em várias romeiros lavam a igreja para a cele-
oportunidades, afirmou que o escri- bração. Essa prática vem de muito
tor e jornalista Paiva Netto “nasceu tempo, desde a época de 1745, ano
para fazer o Bem”, como relatou em que foi esculpida uma imagem
Mãe Carmem da Silva à revista: bem parecida com a que se encontra
“A verdade está aí para todo o hoje na Igreja de Nossa Senhora
mundo ver, ela não falhou, como da Penha, vinda de Portugal. Nove
sempre. Eu quero que vocês façam anos depois, foi inaugurada a Colina
do Gantois o prolongamento da sua Ainda em Salvador, os festejos Sagrada do Senhor do Bonfim, onde
casa! O nosso princípio, o nosso do Senhor do Bonfim, no dia 11 está guardada Sua representação.
propósito, é fazer o Bem, por isso de janeiro, foram palco de fé e O cortejo tem início na Igreja
é que eles foram tão unidos (Paiva emoção. Como já é tradição, pes- da Conceição da Praia e segue até
Netto e Mãe Menininha), mesmo soas de várias religiões se uniram o adro da Colina Sagrada, numa
de longe, mas comungavam do para presentear o Divino Mestre, o caminhada de mais de oito qui-
mesmo ideal”. Senhor do Bonfim, com oferendas lômetros. Adeptos das diversas
As homenagens incluíram e a famosa água de cheiro. Pelo crenças presentes comovem-se
palestras, selo personalizado, ca- 15º ano consecutivo, a Legião da quando avistam a estampa majes-
rimbo comemorativo e um show Boa Vontade marcou presença na tosa do Cristo Ecumênico levada
beneficente em prol das obras Colina Sagrada, portando a tradi- pela Legião da Boa Vontade,
sociais do Terreiro, na Concha cional estampa de Jesus, presente desde 1992.
Acústica do TCA, reunindo Maria
Bethânia, Gal Costa, Caetano “Essa é a maior festa religiosa dos baianos, que é a reverência
Veloso, Jerônimo, Márcia Short
e Mariene de Castro. ao Senhor do Bonfim. A participação de uma entidade
cinqüentenária como a LBV, que tem o respeito
Para saber mais
de todos, mostra a Fé que ela tem na sua
Leia a biografia da Mãe Meni-
ninha do Gantois e de outras missão. Parabenizo a Legião da
ilustres figuras que contribuem,
em todas as épocas, por um Boa Vontade e espero que o trabalho e a
mundo melhor, na revista BOA
VONTADE Mulher, edição espe- missão de vocês continuem bem altos.”
cial. Para comprar a sua, ligue:
(11) 3358-6840. Jacques Wagner, Governador da Bahia.
BOA VONTADE | 39
Curadoria de Fundações

Rumos e
desafios
das fundações
Débora Verdan

N
Fotos: Daniel Trevisan

o intento de trazer No comando das palestras, no sentido de discutir o caminho


bem-estar à socie- entre outros conferencistas, es- que elas percorreram e os rumos
dade, o movimento tiveram nomes de destaque, a que deverão percorrer, em razão do
fundacional se reu- exemplo da antropóloga Ruth desejo premente de incrementar as
niu, no dia 9 de março, em São Cardoso, do jurista Ives Gandra suas atividades, (...) em benefício da
Paulo/SP, para refletir sobre o Martins, e de Belchior Melo de população, especialmente a popu-
caminho percorrido e as novas Souza (Representante da Receita lação menos abastada monetaria-
metas a serem traçadas, duran- Federal em Alagoas). mente”, frisou o Dr. Airton.
te a realização do I Congresso O Curador de Fundações — Mi- A proposta geral do aconteci-
Brasileiro de Fundações em São nistério Público de São Paulo/SP, mento e os envolvidos em seus
Paulo e do II Encontro Nacional Dr. Airton Grazzioli, um dos debates foram os pontos desta-
Confies-Profis. O encontro ocor- palestrantes, ao traçar o panorama cados na análise do Dr. Fran-
rido no auditório da Fundação dos temas discutidos, ressaltou o cisco de Assis Alves, Presidente
Cásper Líbero com a presença de ponto positivo do encontro. “É um do Colégio de Procuradores do
autoridades, formadores de opi- marco de reunião, onde as funda- Confies, também conferencista
nião, dirigentes e colaboradores ções podem se congraçar com au- no congresso. “Um evento como
de fundações e de entidades de toridades (o primeiro setor) e com esse eu reputo como de uma
interesse social. o segundo setor (que é o mercado), importância bastante relevante,

Dr. Airton Grazzioli Dra. Dora Silvia Dr. Francisco de Dr. Gustavo Saad Diniz Dr. José Moscogliatto Dr. Tomáz de Aquino
Cunha Bueno Assis Alves Caricatti Resende

40 | BOA VONTADE
Na abertura do evento, os participantes cantaram o Hino Nacional Brasileiro.

muito significativa. Na verdade é (LBV), teve seu trabalho reco- aos demais participantes e desta-
aqui que começam a ser debati- nhecido pelo Dr. Graz­zioli: “A cou o valor das parcerias visando
dos assuntos de peculiar interesse Fundação José de Paiva Netto ao desenvolvimento social. “As
das fundações e, sobretudo, pela faz um trabalho brilhante através fundações precisam se congregar,
composição, pela presença nesse da mídia, que conta também com debater a sua realidade, os pon-
evento de promotores, procura- o respaldo de muitas outras fun- tos fracos e unificar o discurso de
dores de justiça, encarregados dações”, avaliou. modo a implementar uma política
do velamento das fundações”, O Dr. Tomáz de Aquino Re- pública em prol das fundações.
disse. sende, Procurador de Justiça do Então todos esses eventos, todas
Para o Dr. José Moscogliatto Ministério Público de Minas Gerais essas iniciativas, elas são fun-
Caricatti, Diretor da Fundação e Coordenador do Centro de Apoio damentais pra estruturação do
Conrado Wessel, há outra vertente Operacional ao Terceiro Setor (Ca- setor”, acredita.
fundamental que deve ser desen- ots), igualmente manifestou sua ad- Esse ponto também foi de-
volvida pelas entidades fundacio- miração pelas atuações da entidade fendido nas palavras da Dra.
nais. “É total a importância das fundacional. Em entrevista, realçou Dora Silvia Cunha Bueno,
instituições do Terceiro Setor para “o papel fundamental da Legião da Presidente da Associação Pau-
a educação. Aliás, eu diria que é Boa Vontade”. E justificou: “Eu sou lista de Fundações (APF), que
imprescindível. Não há estrutura bem simplista nas minhas análises. registrou: “Nós tivemos aqui
oficial capaz de satisfazer a todas Basta o nome Legião, que é um representados 24 procuradorias
as necessidades que se ramifica- mundo de gente, um grande número e promotorias das capitais do
ram pelos indivíduos”, pontuou. de pessoas da Boa Vontade. E pelo Brasil e um público bastante se-
Convidada pela organização que tenho visto, a LBV é realmente leto, não só ligado ao movimento
do Congresso, a Fundação José uma Legião de Boa Vontade”. fundacional de apoio às universi-
de Paiva Netto (FJPN), instituí- O advogado e escritor Dr. dades, mas também a outros tipos
da pela Legião da Boa Vontade Gustavo Saad Diniz uniu voz de fundações”.

* Fundação José de Paiva Netto — Fundada em 31 de janeiro de 1995, a FJPN foi instituída com o objetivo primordial de contribuir na divulgação e realização
de atividades sociais, educacionais, culturais e filosóficas, visando ao desenvolvimento integral e ao bem-estar da pessoa humana.

BOA VONTADE | 41
Destaque

Sensibilidade
e carinho
de Lucimara Parisi
Leilla Tonin e Rodrigo Oliveira
Fotos: Daniel Trevisan

H
á quem veja no dia- para a visitante foram dadas pelo
a-dia de Lucimara Coral Ecumênico Infantil LBV,
Parisi, Diretora do que a presenteou com flores e um
programa Domin- belo cartão.
gão do Faustão, apenas uma Simpática, a Amiga da Boa
profissional dos bastidores, que Vontade bateu palmas e retribuiu
atua atrás das câmeras. No en- o gesto com abraços e beijos em
tanto, passagens como locutora, todas as crianças. “Sempre passei
dubladora e atriz certificam a em frente daqui, pois era o meu
vida profissional de Maria Teresa caminho: todo dia eu olhava, e
Romano, seu nome de batismo sempre acompanhava o trabalho
que manteve até os 16 anos de da LBV. E aí, hoje, para a minha
“Nunca aceitei um não. idade. Somadas a isso, marcas surpresa, cheguei, pensei que
(...) Não existe isso! Vamos pessoais, como garra e simpatia, fosse entrar direto, já fosse entrar
também foram preponderantes numa sala. Foi quando vi aquele
resolver de alguma forma. para consolidar a trajetória de monte de crianças maravilhosas,
Essa palavra não pode Lucimara. saudáveis, carinhosas, cantando
Um pouco dessas característi- para mim. É um momento grati-
acontecer com a gente. cas pôde ser notada pelas crianças ficante. Você fica em estado de
Então nunca aceitei um atendidas no centro educacional graça, assim do jeito que estou
da LBV, de São Paulo/SP, por agora”, narra.
obstáculo como obstáculo. onde ela passou na tarde do últi- A equipe da revista BOA VON­
Eu resolvia!.” mo 7 de março. As boas-vindas TADE a acompanhou por toda a

42 | BOA VONTADE
F Freitas
Um pouco de sua vida e de
como chegou à mídia, os
obstáculos por que passou e a
vontade que tem de lançar um
novo livro.

com
a fotos
r r i e p osa par as da LBV
ra so ianç
Lucima lgumas das cr
a
Leila Marco

visita e, ao término, tive-


mos um bate-papo exclu-
sivo em que ela sintetizou
um pouco de sua vida, dos
Fausto Silva desafios que enfrentou e
do que planeja, inclusi-
ve, revelando, em primeira mão, que
pretende lançar mais uma obra
literária em breve.

Encontro com a
comunicação
Um dado curioso de
Lucimara, ao contrário
do que se vê nas demais
biografias, a comunicação
apareceu na vida dela. “Na ver-
dade eu estudava e queria aprender
a escrever em máquina. (...) Nesse curso
conheci uma menina que ficou minha amiga.
Ela conhecia uma pessoa que trabalhava
na TV como sósia do Chico Anysio. Seu
nome é Valdeci Monteiro. Sendo amigos,

BOA VONTADE | 43
Destaque

João Preda
ele foi à escola bus- vivo com muita gente
cá-la para participar mais de perto. Tenho
de um programa na a oportunidade de co-
antiga TV Paulista, nhecer um por um, de
da Organização Vic- trabalhar com todos,
tor Costa (OVC) e fui e isso vai, não acomo-
junto. Chegando lá, Chico Anysio dando, mas firmando
eles me convidaram naquilo que você quer.
para fazer uma participação Então gosto mais”, revela.
no programa. Foi assim que No entanto, a seriedade está
aconteceu. A partir daí comecei sempre em primeiro lugar quando
a fazer outro programa e outro e o assunto é trabalho. Para fazer
outro...”, rememora. suas produções, Lucimara não
“Fiquei muito feliz
Formada em Jornalismo, a mede esforços: “Apesar do sorri-
de estar na LBV, pelo paulistana Lucimara tem no currí- so, a gente trabalha muito sério,
culo passagens pelas TVs Paulista até quando fazíamos o Perdidos
carinho com que todos
e Tupi e pela Rádio Nacional de na Noite, que eu dirigia, a gente
vocês me receberam. O São Paulo (onde exerceu o cargo sempre falava isso: ‘A bagunça, a
meu desejo é o de que de produtora de esportes). Poste- desorganização tem de ser orga-
riormente, dirigiu o Perdidos na nizada, senão não acontece’”.
todos continuem nessa Noite e, ao término da década, em
união, nessa força, nessa 1988, com o início do programa A busca do Cristo interno
Domingão do Faustão, tornou-se Para enfrentar os embates da
energia especial que faz diretora de produção, cargo que vida, Lucimara revela que se utiliza
com que as pessoas se ocupa até hoje. da força, da autoconfiança. Ao ser
Apesar de ter trabalhado diante questionada sobre como passou
sintam felizes, alegres e das câmeras, a jornalista não escon- pelos obstáculos durante a carreira,
com vontade de viver.” de sua preferência pelos bastidores: afirmou com segurança: “Superei
“Eu me dei bem nessa função. Con- porque primeiro, não aceitava
como obstáculo”. E, complementa:
“Quando se pensa desta maneira,
você já supera automaticamen-
te. Nunca aceitei um não. Essa
palavra não pode acontecer com
a gente. Então nunca aceitei um
obstáculo como obstáculo. Eu
resolvia! No momento certo, o pro-
blema aparecia, e a gente encarava
de uma forma natural, relaxada, e
ia passando”.
A diretora também atribui
a suas crenças os êxitos alcan-
çados na vida. “Acredito mui-
to em Deus. Mas muito porque
Ele está comigo o tempo intei-
ro, me respondendo, me aten-
“Acredito muito em Deus. Mas muito porque Ele está
comigo o tempo inteiro, me respondendo, me atendendo.
Quando a gente fala muito, as pessoas podem até
pensar que é um pouco de fanatismo, mas não é. No
Lucima
momento em que você pensa, a resposta é muito ra
Vontad na gravação d
e, no es a camp
túdio d a
rápida!.” o fotóg nha Amigos d
rafo Ch a
ico Aud Boa
i.

dendo. Quando a gente fala muito, ram as páginas de uma autobio- da Legião da Boa Vontade, do
as pessoas podem até pensar que grafia, lançada em 2005, com o qual é antiga colaboradora. Sala
é um pouco de fanatismo, mas título Uma mulher que faz. Foi por sala, interagiu com a garota-
não é. No momento em que você incentivada por pessoas próxi- da e com os profissionais que ali
pensa, a resposta é muito rápida! mas a transformar em capítulos atuam. Além de sorrisos, Lucima-
Faço mesmo meditações, procuro os feitos realizados na frente e ra distribuiu autógrafos, a pedido
o meu Cristo interno, e através atrás das câmeras. “Conto todas dos pequenos — atendidos nas
desse relaxamento, tenho muita essas minhas experiências. Falo séries iniciais da Supercreche
força. Você tem momentos em que um pouco de mim, como pessoa e Jesus —, até mesmo dos ado-
fica um pouco abalada, abatida, como profissional, dos obstáculos lescentes do ensino fundamen-
até porque é um Ser Humano, e a que temos, não só no trabalho, tal. Durante a visita, relembrou
superação não é assim tão fácil. mas na vida, e as nossas evolu- quando esteve no Templo da
Mas você olha no espelho e diz: ções, de acordo com essas expe- Boa Vontade, em Brasília/DF e,
‘Você é muito mais do que isso!’. E riências”, pontua. Na ocasião do neste contexto, destacou a energia
assim tenho esses meus encontros lançamento, a jornalista mandou que se encontra nos ambientes
com Deus”, confessa. um exemplar da obra ao líder da da LBV: “Fiquei muito feliz de
Além da Ajuda Divina, Lucima- LBV com a dedicatória: “José de estar na LBV, pelo carinho com
ra também não dispensa o incentivo Paiva Netto. Sou sua fã. Abraços, que todos vocês me receberam.
daqueles que sempre a apoiaram na Lucimara Parisi”. O meu desejo é o de que todos
trajetória. Pedimos alguns nomes, Os bons resultados obtidos continuem nessa união, nessa
mas ela não arrisca e arremata: com a primeira experiência no força, nessa energia especial que
“Existiram várias pessoas, sempre. mercado livreiro, certamente, faz com que as pessoas se sintam
Cada um na sua forma, na sua ca- incentivam a diretora a trazer felizes, alegres e com vontade de
racterística. Um dá um sorriso e diz: novidades em breve. O assunto, viver. Para você, colaborador
‘Vá firme!’; outro: ‘Segura a onda, ela adianta que será em torno da LBV, é assim, curto, grosso e
não é bem assim’. (...) Mas no fundo da força e da busca necessárias objetivo: Insista, persista e não
é você quem procura aprender o para alcançar o sucesso profis- desista”.
que é correto. Tive uma formação, sional. Ao dirigente da LBV, regis-
graças a Deus, muito boa nesse trou: “Estou aqui à disposição!
sentido com meus pais”. “Fiquei muito feliz de estar Um grande abraço para o Paiva
na LBV” Netto. Começo a falar dele e não
Lucimara escritora Ao término da entrevista, ma- paro mais, sou meio fanática por
Todas as crenças e desafios da nifestou a alegria de conhecer as ele! Eu o adoro. Muito obrigada
vida desta comunicadora ganha- instalações do centro educacional pelo carinho!”.

BOA VONTADE | 45
Serviço ao cidadão

Imposto
é d e renda
PhotoDisc
são taxados e, segundo a turma do Portugal já não era a poderosa
Arquivo pessoal

contra, salário não é renda. Não é potência de antigamente. As


o que diz mestre Aurélio em seu finanças portuguesas haviam
famoso dicionário: “Renda — Im- sofrido dois grandes abalos: com
portância recebida por pessoa ou a restauração dos Braganças,
entidade, geralmente de forma após o domínio espanhol (1580
Mario de
Moraes periódica, como remuneração de a 1640), o governo inglês exigiu
(especial trabalho”. Este ano, o contribuinte que a filha de Dom João IV se
para a BOA vai se deparar com seis mudanças casasse com o rei Carlos II da
VONTADE)
no preenchimento do Imposto de Inglaterra em 1661, a noiva tendo
Renda relativo aos ganhos de 2006 de levar um dote de 2 milhões de

A
Receita Federal está com- (veja o quadro “Como não cair na cruzados e a entrega das regiões
pletando 39 anos. Secre- malha fina”). de Tanger e Bombaim. Acresce
taria da Receita Federal Mas para se chegar ao que o fato de que Portugal pagou
é apenas a mais recente hoje é denominado Imposto de mais 4 milhões de cruzados à
denominação da Administração Renda, é interessante historica- Holanda, como indenização pela
Tributária Brasileira nestes cinco mente recuarmos ao tempo da alegada expulsão dos holandeses
séculos de existência. Muitos Monarquia. Quando Dom João de Pernambuco, em 1654, além
discordam do nome Imposto de VI desembarcou no Brasil, fu- de entregar o Ceilão e as ilhas
Renda, uma vez que os salários gindo das tropas de Napoleão, Molucas. Isso arrombou de vez

46 | BOA VONTADE
os cofres portugueses. A fortuna honra lhe seja feita, quem abriu Até 1770, a espinha dorsal da
que seguia do Brasil para Portu- os portos brasileiros, numa atitude administração fazendária do Bra-
gal — de 1750 a 1760 acredita-se considerada como a emancipação sil Colônia eram as Provedorias
que saíram daqui 2,5 milhões de econômica do Brasil; foi ele quem da Fazenda Real, criadas com as
toneladas de ouro e 1,5 milhão de deu o Alvará da Liberdade Indus- Capitanias Hereditárias na década
quilates de diamantes — havia se trial, permitindo a instalação em de 1530 a 1540. As provedorias,
exaurido desde 1800. nosso país de diversas indústrias. que foram implantadas em quase
Em 7 de março de 1808, a Infelizmente, o governo inglês todo o Brasil, não tinham fun-
Corte portuguesa e seus acólitos forçou Dom João VI a taxar as ções meramente tributárias ou
desembarcaram no Rio de Ja- mercadorias brasileiras em 16%, fazendárias. Elas constituíam o
neiro, que tinha na época 60 mil enquanto os produtos semelhan- cerne da administração civil e o
habitantes, sendo 40 mil escravos tes da Inglaterra eram taxados suporte da intendência militar.
negros. Só do reino português em 15%. Com isso, os britânicos Além disso, cuidavam desde
vieram 15 mil pessoas, além arrebentaram com a indústria a arrecadação de impostos
de fortes comerciantes
ingleses e franceses; Devem declarar os trabalhadores
artistas italianos;
naturalistas da que ganharam salários acima de
Áustria e uma R$ 14.992,32 em 2006. Quem atrasar a
boa quantidade
de escravos afri- entrega ficará sujeito à multa de
canos. Dom Mar- R$ 165,74. O primeiro lote de restituição
cos de Noronha
e Brito, vice-rei e
deve ser liberado em 15 de junho.
capitão geral do Brasil,
deu as boas-vindas a Dom João brasileira. Ainda em 1808, Dom até o armazenamento de armas
VI, entregando-lhe o palácio onde João VI fundou o Banco do Brasil. e munições; construíam obras
vivia. Os demais recém-chegados Por causa da irresponsabilidade públicas e navios; organizavam
foram sendo acomodados graças dos então dirigentes do BB, que e financiavam expedições bélicas
a uma lei ditatorial do monarca emitiram mais do que o lastro de ou exploratórias ao interior; pro-
português, que rezava que quem ouro, o dinheiro perdeu o valor viam a manutenção de serviços
tivesse mais de uma propriedade e a respeitabilidade. Em 1828, o essenciais; administravam portos
devia cedê-la aos migrantes que Banco do Brasil, insolvente, foi e pagavam servidores civis e mili-
a necessitassem. Esta lei vigorou obrigado a fechar as portas. tares. Sua principal finalidade, no
até 1818. Os anos mais faustosos da entanto, era fiscalizar e arrecadar
O Brasil que, de 1500 a 1808, Corte portuguesa no Brasil foram impostos e reprimir o contraban-
fora Colônia e Vice-Reino de de 1817 e 1818, com a chegada do. Por volta de 1760 estouraram
Portugal, de acordo com desejo de da princesa Leopoldina, filha do alguns escândalos envolvendo as
Dom João VI passou a chamar-se imperador da Áustria-Hungria, a provedorias do Rio de Janeiro e da
Reino Unido de Portugal, Brasil 5 de novembro de 1817, para ca- Bahia, enfraquecendo essas insti-
e Algarves (1808-1822). A figura sar-se com Dom Pedro, Duque de tuições. Finalmente, elas foram
do monarca português, gordo, Bragança e Príncipe do Brasil; e o extintas em 1832. Segundo alguns
comilão e de pouco ou nenhum aniversário, coroação e aclamação historiadores, as provedorias, mes-
asseio, foi muito ridicularizada de Dom João VI, a 13 de maio de mo na decadência, provaram sua
por jornalistas e escritores bra- 1818, como monarca de uma tra- utilidade e solidez. Delas são des-
sileiros. Acontece que foi ele, dicional Casa Real européia. cendentes diretos os órgãos regio-

BOA VONTADE | 47
Serviço ao cidadão

nais do Ministério a partir de 1968 passou para mais tituição deve ser liberado em 15 de
da Economia, da de 24% do PIB. junho.
Fazenda e do Pla- A estimativa da Receita é que AReceita Federal liberou 156.546
nejamento, como 23,5 milhões de contribuintes fa- declarações que caíram na malha
as Delegacias de çam a declaração neste ano, acima, fina em 2006, com imposto a resti-
Administração, as portanto, dos 22,1 milhões de 2006. tuir, no valor de R$ 200 milhões.
Superintendências O prazo de entrega será entre 1o de Cerca de 8,27 milhões de bra-
da Receita Federal, as março e 30 de abril. sileiros estão com as inscrições no
Alfândegas e as Dele- Devem declarar os trabalhadores Cadastro da Pessoa Física (CPF)
gacias da Receita. que ganharam salários acima de R$ suspensas. São as pessoas que não
De acordo com o tri- 14.992,32 em 2006. Quem atrasar entregaram a Declaração de Isento
butarista Manoel Ruiz, “a a entrega ficará sujeito à multa de ou a do Imposto de Renda nos dois
evolução da atividade econômica R$ 165,74. O primeiro lote de res- últimos anos.
brasileira foi responsável por
toda a transformação por que
passaram os sistemas tributários,
iniciados ainda no Brasil Colô-
nia”. Em 1534 foram criadas as
Como não cair na malha fina
Provedorias da Fazenda Real, as • Aumento de cotas para pagamento — Até 2006, era permitido ao
primeiras repartições tributárias contribuinte pagar o total do imposto em seis cotas. A partir de agora,
no Brasil. Na época, parte desses o valor poderá ser dividido em oito cotas.
tributos arrecadados era destina-
da à Coroa Portuguesa. O Erário • Débito automático, em conta corrente, do imposto a pagar — A
Régio ou Tesouro Real, que surgiu função será habilitada no software para declarações originais entregues
no reinado de Dom José I, depois no prazo. A primeira cota será por agendamento do pagamento. A partir
da extinção da Casa dos Contos da segunda cota por meio de débito automático;
do Reino, simboliza o regime • Informar CPF dos dependentes maiores de 21 anos — Essa
de centralização absoluta, isto medida facilitará o cruzamento de dados e, deste modo, evitará que
é, todas as rendas da Coroa nela os rendimentos dos dependentes sejam omitidos na declaração.
sendo depositadas e dela saindo
• Dedução da contribuição à Previdência do empregado domés-
os fundos para todas as despesas.
tico — Os valores pagos como Contribuição Patronal à Previdência
A partir do Erário Régio, o ato de
Social do empregado doméstico serão deduzidos do Imposto devido,
arrecadar e repartir mudou o nome
obedecendo ao limite de até R$ 536,00. O contribuinte deverá in-
e o destino do que era arrecadado,
formar o número de inscrição do trabalhador na Previdência (NIT),
transformando-o na Secretaria
nome do empregado doméstico e valor pago;
da Receita Federal, responsável
pela administração, arrecadação e • Doações a campanhas eleitorais — Deverão ser informados, de
fiscalização tributária, que obteve forma discriminada, o CNPJ, nome (candidato, partido político ou
um grande avanço quanto às faci- comitê financeiro) e o valor da doação, atendendo ao acordo celebrado
lidades para o cumprimento das entre a Secretaria da Receita Federal e o Tribunal Superior Eleitoral;
obrigações tributárias. Após 1960, • Lucros e dividendos recebidos — De-
com o crescimento da arrecada- verão ser informados lucros e dividendos
ção e aumento da carga tributária recebidos pelo titular e dependentes,
nacional, que estava em torno de bem como CNPJ e nome da fonte pa-
16% e 18% do Produto Interno gadora.
Bruto (PIB), no início da década e

48 | BOA VONTADE
Acontece no Sul

23ª Cavalgada

a em
site In
do Mar
ganha destaque na mídia gaúcha
Elisa Rodrigues

A
23ª Cavalgada do Mar, Confira alguns trechos da a amizade, a alegria. E que essa
maior evento de homens matéria intitulada “Paz na 23ª cavalgada possa servir de exem-
e mulheres a cavalo do Cavalgada do Mar”: plo para os cavaleiros e para o
mundo, que ocorreu de 9 “‘(...) Paz na Terra aos Ho- público em geral’, diz Humberto.
a 17 de fevereiro, com saída de mens de Boa Vontade’, esse é o Além de propagar esses valores,
Torres/RS e chegada a Palmares lema que está escrito na ban- a LBV preocupa-se em divulgar
do Sul/RS, conta todos os anos deira da LBV. E é justamente as tradições gaúchas. Um bom
com a cobertura do site Inema esse lema que os cavaleiros da exemplo disso é o Diretor-Presi-
(www.inema.com.br), veículo Legião da Boa Vontade carre- dente da Legião da Boa Vontade,
que divulga esportes radicais, gam consigo na 23ª Cavalgada Paiva Netto, que sempre apóia a
aventuras e encontros esporti- do Mar. Cassuriaga, radialista cultura do Rio Grande do Sul.
vos em geral. Após a LBV ter da Super RBV, diz que o mundo “Para encerrar, a LBV agra-
participado da Cavalgada, que é precisa de Paz, e essa é a prin- dece ao Dr. Bráulio Dinarte
comandada pelo tradicionalista cipal meta dele na cavalgada, Pinto, proprietário da Cabanha
e apresentador de televisão Vil- divulgar a Paz. (...) Boeiro Branco, que cedeu os
mar Romera, o site entrevistou “(...) Antes de sair, os parti- animais para os cavaleiros da
o apresentador do programa cipantes montam seus cavalos Legião da Boa Vontade, e ao
Sentinela dos Pampas (que vai e fazem uma oração para que Inema, que sempre divulgou a
ao ar das 7 às 8 horas, de segun- tudo aconteça da melhor forma LBV”.
da a sexta-feira, na Super Rede possível, para que os animais A Instituição em Porto Ale-
Boa Vontade, Super RBV, AM fiquem bem, que a união se faça gre/RS está localizada na Av.
1300), Humberto Cassuriaga, presente. São Paulo, 722 (esquina com a
que destacou o objetivo da Ins- “‘Quero que todas as pessoas Av. São Pedro) — São Geraldo,
tituição no encontro. sintam a Natureza, sintam a Paz, tel.: (51) 3325-7000.

BOA VONTADE | 49
Entrevista na Record

Reflexões de um
Chefe de redação
A competente trajetória do jornalista Luiz Malavolta
Leila Marco e Leilla Tonin
Fotos: Daniel Trevisan

L
uiz Malavolta é daque- se aprofundando na profissão que BOA VONTADE — Queremos
les profissionais raros em abraçou com o coração e a mente. saber um pouco mais da sua
nossos dias, ainda da velha No currículo, um vasto conhe- história, afinal são mais de 30
e boa escola que formou cimento e a experiência adquirida anos de carreira.
lendários jornalistas, que encaram em décadas de serviço em impor- Malavolta — Comecei muito
a tarefa de informar não como tantes veículos, como Chefe de jovem na profissão. Na verdade,
um ganha-pão apenas, mas uma Reportagem da TV Globo (com como uma espécie de office-boy,
verdadeira missão. Acredita que é uma série de matérias investiga- entrei em um jornal no interior
possível, sim, defender a sociedade tivas), passagens nos jornais O de São Paulo, chamado Jornal
e dar à mídia um papel cultural, Globo, Folha de S. Paulo, além de da Cidade, que é importante para
educativo, social, trazendo para ter recebido por destacados traba- Bauru. Eu tinha 14 anos. Fui tra-
o noticiário os assuntos de real lhos os Prêmios Vladimir Herzog balhar com um jornalista muito
interesse à população. Em setem- e Líbero Badaró de Jornalismo. experiente. O meu objetivo era
bro próximo, completa 34 anos de Atualmente é Chefe de Reda- realmente dedicar-me ao jornalis-
lide e diz que não se arrepende do ção da Rede Record de Televisão, mo, embora fosse muito jovem, e
caminho escolhido quando era bem onde comanda 30 equipes exter- aos 15 anos já escrevia textos, ia
novo, aos 14 anos, época em que nas, e, nesta entrevista, conta um pra rua na reportagem, fiz toda a
ingressou no Jornal da Cidade, de pouco de suas reminiscências, cozinha do jornal e nunca mais
Bauru/SP, sua terra natal. Neste do dia-a-dia na redação de uma trabalhei em qualquer outra ativi-
periódico, fez de tudo: reportagens grande emissora, dá dicas para o dade. Faz, em setembro, 34 anos
de rua, cozinhou matérias e, em pessoal da área e oferece lições que entrei para essa área.
pouco tempo, o embrião do grande valiosas para os interessados em
repórter ia surgindo. Desde este entender melhor o mundo em que BV — Desde criança já pensava:
período não parou mais, sempre vivem. “É isso que eu quero ser!”.

50 | BOA VONTADE
“Eram pessoas
Malavolta — Eu possuía uma para um local próximo da minha que aprenderam
dificuldade muito grande com nú- casa, em Bauru, um prédio novo,
daquele jeito mais
meros, matemática, não era uma bonito, equipamento moderno, e
coisa de que gostava na escola, eu passava sempre por ali para antigo, tinham uma
mas tinha facilidade para escrever. ir à escola. Até que um dia pedi consciência política
Tanto que as professoras do ensino à minha mãe (Aparecida Cazo
fundamental, na época dividido Malavolta) para me ajudar a grande. Isso foi
em primário e ginásio, diziam: falar com alguém de lá. Acabou importante na minha
“Você tem jeito para escrever, será dando certo, estavam precisando
doutor em alguma coisa”, não se de um office-boy e me contra- formação, conhecer
falava em jornalismo. Certa vez, taram. Depois de algum tempo essas matrizes
estava em férias escolares, em virei jornalista, como todo mun-
uma empresa que vendia lustres, do daquela época. Os primeiros políticas, entender
onde meu pai trabalhava na parte jornalistas com quem trabalhei o contexto social da
de instalação elétrica. Do lado foram dois ex-ferroviários, um ex-
desta loja, havia um jornal, que carpinteiro, um ex-funcionário do
profissão e saber
depois até trabalhei nele. Era mui- Banco do Brasil e um ex-corretor que um jornalista
to curioso, ficava olhando aquelas de imóveis. Eram pessoas que
não é apenas um
coisas fantásticas, as máquinas, as aprenderam daquele jeito mais
pessoas andando para dentro do antigo, talvez provinciano, mas profissional, ele tem
jornal, e queria muito saber o que escreviam muito bem, tinham uma uma missão: defender
era. Tinha facilidade com texto, de cons­ciência política grande. Por
viajar, de raciocinar em cima das exemplo, um dos ex-ferroviários a sociedade.”
palavras. E aí esse jornal mudou era formado também em Direito,

BOA VONTADE | 51
Entrevista na Record

Você começa a ser informado


minuto a minuto pela internet,
e essa tecnologia já extravasou,
foi para o telefone celular. Há
um monte de mídia e submídias
e novas mídias que vão surgindo
e as pessoas vão tendo esta infor-
mação imediata, rápida: acabam
não formando conceitos, que só
o meio impresso consegue dar,
contextualizar; então uma acaba
complementando a outra.

BV — É importante o papel da
mídia impressa neste sentido?
Malavolta — Se você ficar
satisfeito só com o rádio, com
Malavolta em uma das ilhas de edição em que analisa reportagens para os programas
jornalísticos da TV Record. a televisão ou a internet, está se
limitando. Chego muito cedo na
televisão e pego os principais
foi cassado pela ditadura e teve com qualquer entrevistado, fonte, jornais do Brasil, de São Paulo,
uma trajetória política, conheceu de igual pra igual. Uma parte você Rio de Janeiro, vejo-os minucio-
Fidel Castro, era uma pessoa liga- adquire na escola, na leitura obri- samente, para fazer anotações,
da à esquerda. Isso foi importante, gatória de livros, de textos, e outra acompanhar o desdobramento, o
na minha formação, conhecer na convivência com entrevistados que a imprensa escrita deu e que
essas matrizes políticas, entender interessantes, com pessoas que a gente tinha abordado anterior-
o contexto social da profissão e lhe agregam conhecimentos. Às mente no meio eletrônico. E nunca
saber que um jornalista não é ape- vezes uma entrevista é uma aula deixo de ler duas coisas que, para
nas um profissional, ele tem uma de direito, de economia, de socio- mim, são fundamentais: os edito-
missão: defender a sociedade. logia. Ler bons livros, não só de riais, para ver o direcionamento,
literatura, mas obras técnicas de a forma opinativa dos assuntos
BV — O que não pode faltar a economia, política, para entender que são importantes, e, segundo,
um jornalista? melhor o mundo, o que está acon- leio as cartas dos leitores, porque
Malavolta — A curiosidade tecendo. O jornalista que não faz o jornalista tem de saber o que
é o início de tudo. Curioso num isso fica defasado, não consegue o público está pensando, quais
aspecto positivo, não aquela coisa acompanhar o ritmo das coisas assuntos na visão dele são relevan-
banal, de fuxico. A pessoa tem de que estão cada vez mais ágeis. tes. Os leitores acabam indicando
estar sempre questionando, per- os temas que lhes interessam, o
guntando sobre o que faz. Agora, BV — E o futuro do jornalismo? que querem ver no jornal, o que
não adianta ser apenas curioso Malavolta — As pessoas estão reclamando. Já tirei muitas
se não tiver uma boa formação têm cada vez menos tempo para pautas legais desta seção.
humanística, intelectual, um pre- ler, ver televisão, se dedicar
paro sobre história, antropologia, à informação. E hoje há uma BV — É o retorno?
economia, política. Você não competitividade muito grande Malavolta — Se eu fosse
precisa ser especialista em nada, na área, tem o rádio, a televisão, editor-chefe de um jornal, alguns
mas deve ter condições de discutir o jornal, a revista e a internet. temas colocaria como fixos, por

52 | BOA VONTADE
exemplo, questões relativas à tráfico de entorpecentes que con- à Índia, onde fizemos uma série
segurança pública. Quando digo taminou e hoje comanda muitas de reportagens com o repórter
isso, não é a cobertura do varejo, áreas. A falência da educação, com Rodrigo Vianna (“Os Novos Ca-
do assunto policialesco, é o tra- a falta de oportunidade, da con- minhos da Índia” que foi ao ar no
balho de reportagem dos assuntos centração de renda, de emprego e, Jornal da Record). Este país tem
referentes à falta de segurança, tal- tudo isso, tem levado a esse caos algumas ligações históricas com
vez um dos problemas mais graves que transformou o país num infeliz o passado da gente, porque, afinal
que enfrentamos. Outro tema é a recordista. Chegamos a registrar de contas, os portugueses saíram
questão dos direitos humanos, mas uma marca de 40 mil homicídios de Portugal para ir para o caminho
não de uma forma banal, naquela por ano, são pessoas assassinadas das Índias e descobriram o Brasil.
velha e manjada apologia, mas de forma violenta e, muitas delas, Tanto que os nossos povos nativos
no que diz respeito aos direitos indicam as pesquisas, são jovens. são chamados de índios. Fomos
individuais e diários que a pessoa colonizados pelos portugueses,
tem: a falta de atendimento mé- BV — Como analisa o papel do como uma boa parte da Índia, de-
dico, da polícia à comunidade... Terceiro Setor em reduzir as di- pois vieram os ingleses e tomaram
isso é tudo questão de direitos ferenças que se apresentam hoje conta daquilo lá. É uma nação que
humanos. Ainda assuntos como o no Brasil? tem um bilhão e 100 milhões de
desemprego, a educação e a saúde Malavolta — O Terceiro Setor habitantes, com 300 milhões de

“A falência da educação, com a falta de oportunidade,


da concentração de renda, de emprego e, tudo isso,
tem levado a esse caos que transformou o país num
infeliz recordista. Chegamos a registrar uma marca de
40 mil homicídios por ano, são pessoas assassinadas
de forma violenta e, muitas delas, indicam as
pesquisas, são jovens.”

pública. Cuidando, atuan­do nessas precisa ter mesmo uma participa- pessoas na miséria e, aparente-
frentes, você defende a sociedade ção efetiva, porque a educação mente, não há fome, existe uma
naquilo que lhe é mais caro. é a base de tudo, da solução dos farta produção de alimentos, de
nossos problemas. Quando você distribuição, é um processo muito
BV — Isso é primordial. instrui uma pessoa, ela é capaz indiano de ser que acho que no
Malavolta — Uma está di- de saber identificar os seus pro- Brasil não funcionaria. Eles des-
retamente relacionada à outra. blemas, cobrar os políticos, o cobriram, nesses últimos dez anos,
Nós só temos a violência porque governo. Deixar o Ser Humano que a solução para os seus males
criamos uma sociedade desigual, na ignorância, à míngua, é torná- — e os problemas deles são seis
injusta. O Brasil não é um país lo excluído. A educação é o único vezes maiores do que os nossos,
pobre, é injusto, isso é quase um instrumento capaz de incluir, porque a população de lá é seis
lugar-comum. Há uma sociedade talvez o que nos salvará de uma vezes maior — virá da educação.
empurrada para os marginais. No tragédia muito maior. Eu acabo de Sem interferência de autoridades
bojo disso tudo tem a questão do voltar de uma viagem de dez dias governamentais, nós fizemos um

BOA VONTADE | 53
Entrevista na Record

giro por lá e vimos que a educação embora tenha feito Faculdade


está levando a economia da Índia de Comunicação, e um dos do-
a crescer uma média de 8% ao cumentos que exigiram de mim,
ano, três vezes mais que o Brasil. porque peguei o registro sem ter o
Pude ver, ao lado da pobreza, grau universitário concluído, era o
surgir centros de excelência, de atestado ideológico. O que signifi-
produção, de tecnologia e, por ca? Tive de declarar que era uma
trás disso, está a formação. Estive “Ler bons livros, não só pessoa ideologicamente pacífica,
numa escola em que os alunos, de literatura, mas obras que não partilhava de nenhuma
de famílias pobres, estavam bem- aventura de esquerda, enfim, todo
arrumadinhos, estudando numa técnicas de economia, mundo que quisesse pegar o regis-
sala com ar-condicionado, sendo política, para entender tro tinha de contar uma fantasia. E
alfabetizados em dois idiomas, o sem isso não havia possibilidade
inglês e língua nacional: o híndi, melhor o mundo, o que de um processo de concessão do
que é uma das principais de lá está acontecendo. O registro profissional pelo Ministé-
(falada por 40% da população). Lá rio do Trabalho. Essa lei, portanto,
são 18 línguas oficiais e mais um
jornalista que não faz está velha, ultrapassada. E ela
monte de dialetos. Eles descobri- isso fica defasado, não permitiu a expansão de cursos
ram aquilo que o Japão (há muitos de Comunicação Social, poste-
consegue acompanhar o
anos), a Coréia, a Coréia do Sul riormente de Jornalismo. Hoje, se
(recentemente), e outros países da ritmo das coisas que estão tem um monte de cursos, muitas
Ásia, como Taiwan, descobriram: cada vez mais ágeis.” faculdades que estão formando
a educação. profissionais não-preparados,
adequadamente, para o mercado
BV — Algum jornalista lhe serviu referências. Não digo copiar, mas de trabalho. Acho que deveria
de exemplo ou de inspiração aprender o método de trabalho que ser discutida a regulamentação:
nesta carreira vitoriosa? é correto. Fazer o bom jornalismo, quem quisesse fazer Direito e
Malavolta — Sempre procu- que acrescente, agregue, torne a seguir a carreira de jornalista faria
rei olhar como os grandes nomes sociedade cada vez melhor. uma especialização em Jornalis-
da imprensa de São Paulo, Rio mo. Aí seria de melhor qualidade,
de Janeiro, Brasília, trabalhavam. BV — Qual é a sua opinião sobre teria uma formação humanística,
Muito novo cheguei a São Paulo, a exigência do diploma na carrei- técnica e poderia especializar-
estava com 19 anos, e fui para uma ra de jornalismo? se em uma área de Direito, por
redação, na qual havia jornalistas exemplo.
não famosos, mas altamente res- Malavolta — É importante
peitados no meio. E acabei assi- a formação universitária, mas BV — Qual a notícia que gostaria
milando aqueles ensinamentos. A acredito que chegou o momento de dar?
coisa boa é que entra no seu san- de se rediscutir a questão do di- Malavolta — Dizer que ex-
gue e você dá continuidade àquela ploma. Porque quando se criou a tirpamos a pobreza, que acabou
obra. E também conviver com lei específica de regulamentação, a corrupção, extinguiu-se a infe-
gente importante, como o Caco em 1969, em pleno governo mili- licidade e que, a partir de agora,
Barcellos, o Walmir Salaro, o tar, era para controlar a atividade somos uma nação rica, pujante,
Tonico Ferreira. Fiquei na Folha profissional, eles queriam saber igualitária, que não precisamos ser
S. Paulo também durante cinco quem era quem, para ver como dominadores, mas que podemos
anos, e lá trabalhei com o Clóvis esse sujeito agia. O meu registro ser o exemplo de uma humanidade
Rocha, enfim, pessoas que eram profissional é por decreto-lei, justa, pacífica.

54 | BOA VONTADE
Acontece no Brasil

Mesa Brasil SESC doa uma tonelada

João Preda
de alimentos à LBV de Manaus
Adriane Mafra

SESC, em parceria com a Compa- redistribui alimentos excedentes


nhia Nacional de Abastecimento (próprios para o consumo). A
(Conab), que beneficiará centenas iniciativa tem ajudado pessoas
de famílias atendidas pela Institui- que vivem em situação de vulne-
ção. São crianças, jovens e adultos rabilidade social e pessoal.
Algumas das crianças atendidas pela da melhor idade — como são cha- Visite a LBV e conheça de
LBV em Manaus/AM
mados, carinhosamente, os vovôs perto o trabalho desenvolvido
A Legião da Boa Vontade e vovós na LBV — que participam no Brasil e Exterior. Em Ma-
de Manaus/AM recebeu, no dia dos programas socioeducacionais naus/AM, o Centro Comunitário
22 de fevereiro, a doação de da Organização na cidade e região. e Educacional da Legião da Boa
uma tonelada de alimentos (ar- O Mesa Brasil SESC é um Vontade está localizado na Rua
roz, milharina, frutas e verdu- programa de segurança alimen- Manicoré, 100, Cachoeirinha, tel.:
ras) do programa Mesa Brasil tar e nutricional sustentável, que (92) 3215-7930.

Integrante do Tianastácia de Belo


Horizonte destaca os 57 anos da LBV
Mônica Mendes
Com 11 anos de estrada, o grupo apoio à Campanha Criança Nota
Mônica Mendes

mineiro Tianastácia chegou a seu 10 — Sem Educação não há futu-


sétimo CD, o Orange 7, lançado no ro!, da LBV, que distribuiu material
fim de 2006, em Belo Horizonte/ escolar a milhares de crianças pro-
MG. A banda, formada por cinco venientes de famílias em situação
músicos, nunca se afastou do seu de pobreza. Na ocasião, destacou
estilo: o rock, trazendo neste ritmo mais um aniversário da LBV, com-
composições universais, que falam pletado no último 1º de janeiro.
da vida e do amor. O vocalista Disse o músico em sua mensa-
do grupo, Maurinho Nastácia, gem: “Parabéns, LBV! Que viva
diz que há “uma convivência fa- mais, no mínimo, 57 anos, porque
miliar no Tianastácia, tanto que o Ser Humano precisa de gente com
adotamos o mesmo sobrenome Boa Vontade como vocês, e uma
(Nastácia) para ter mesmo a idéia Legião da Boa Vontade é funda-
de família”. mental. Que esse trabalho continue
Outro ponto em comum en- sempre! Tudo que o Tianastácia
tre os amigos, além da música, puder fazer a gente fará, porque
está na admiração ao trabalho as pessoas precisam. Quanto mais
da LBV. Maurinho falou à revis- carinho, Boa Vontade a gente tiver,
ta BOA VONTADE e deu seu melhor será o mundo”. Maurinho Nastácia veste a camisa da LBV

BOA VONTADE | 55
Meio Ambiente

São RioFrancisco,
da Integração Nacional

Divulgação
Marco Antonio Palermo

fere um modelo que exige muita lidade ambiental, abrangendo


Daniel Trevisan

interação, integração e negociação áreas de acentuada riqueza e alta


para se criar sinergias em sua ges- densidade demográfica e áreas de
tão, capaz de contribuírem para pobreza crítica e baixa densidade
um desenvolvimento sustentável demográfica. Na parte superior da
Dr. Eng. Marco do Brasil. bacia, por exemplo, encontra-se
Antonio Nela existem todos os tipos de a Região Metropolitana de Belo
Palermo, da
Associação
usos hídricos possíveis, o que lhe Horizonte, polarizada pela capital
Brasileira confere uma particularidade impor- do Estado de Minas Gerais. Com
de Recursos tante para o desenvolvimento de 26 municípios, área de 6.225 km2
Hídricos. estudos; compatibilização e otimi- e representando menos de 1% de
zação desses usos, destacando-se toda a bacia do rio São Francisco,

A
bacia do rio São Francis- a geração de energia, navegação, concentrava, no ano 2000, mais de
co é extensa e complexa, irrigação, pesca, turismo e lazer, di- 3,9 milhões de habitantes, corres-
abrangendo um número luição de efluentes, abastecimento pondendo a 29,3% da população
significativo de unidades doméstico e industrial, mineração, local. Entretanto, cerca de 344.000
federadas que, pela organização entre outros. A esses usos se inclui km2 da bacia do rio São Francisco,
político-administrativa do país, a necessidade de manutenção de ou seja, 53,8%, estão incluídos no
compreende a União, os estados, vazões ecológicas. Polígono das Secas, compreenden-
o Distrito Federal e os municípios, É uma bacia com paradoxos do 251 municípios e mais de 5,6
todos autônomos, o que lhe con- socioeconômicos e vulnerabi- milhões de habitantes.

56 | BOA VONTADE
ão
Divulgaç
Na Bacia há precipitações plu- econômica da Bacia. A rede fluvial
viométricas superiores a 2.000 mm do São Francisco, embora não mui-
nas suas cabeceiras, em Minas Ge- to densa quando considerada a área
rais. Na zona semi-árida da Bahia total da Bacia, conta com alguns
e de Pernambuco as chuvas são cursos d’água de grande vazão. das
inferiores a 350 mm, aumentando, Pelo menos sete desses afluentes secas são in-
daí em direção à foz, onde os va- têm vazão média acima de 100 termitentes: secam e produ-
lores médios anuais são em torno m3/s, cuja contribuição é de 1.506 zem grandes torrentes no período
de 1.300 mm. m3/s, equivalente a 73% da vazão chuvoso.
Vinte e sete por cento da su- regularizada a jusante de Sobradi-
perfície da Bacia apresenta solos nho, que é de 2.080 m3/s. Um rio que pede socorro
aptos à prática da agricultura, dos O rio São Francisco tem, entre Apesar de todas essas parti-
quais 3 milhões de hectares com rios, riachos, ribeirões, córregos cularidades, há ainda problemas
potencial de serem irrigados. Se e veredas, 168 afluentes, dos ambientais relacionados à Bacia
forem flexibilizados com alturas de quais 99 são perenes (com leito do São Francisco. Um deles é a
bombeamento até 60 m, ampliam- contínuo) e 69 são intermitentes erosão, incluindo a oriunda de es-
se para 8 milhões de hectares, (com interrupções). Os mais tradas rurais, que resulta em carga
conforme indicou o Plano Diretor importantes formadores com de sedimentos que atinge os corpos
para o Desenvolvimento do Vale regime perene são os rios: Para- de água e acarreta problemas de
do São Francisco. catu, Urucuaia, Carinhanha, Cor- qualidade e assoreamento da calha
rente de Grande, pela margem fluvial.
Veias no sertão esquerda; e das Velhas, Jequitaí Outro aspecto negativo de-
Esgotado o aproveitamento dos e Verde Grande, pela margem corre da concentração urbana,
maiores potenciais hidrelétricos, direita. A jusante do rio Grande, industrial e da atividade minera-
resta a agricultura como vocação os afluentes situados no polígono dora, com a geração de resíduos,
lançamento de esgotos e poluição
Por onde passa o São Francisco que comprometem a qualidade da
O quadro abaixo mostra as unidades federadas, suas áreas, água dos corpos receptores. Ainda
população e número de municípios que integram a Bacia: nesse tópico, é válido destacar
a poluição difusa em razão da
agricultura e de esgotos lança-
Unidade Área População Municípios dos inclusive em corpos d’água
federada Km 2
% Habitantes % Nº % intermitentes, comprometendo a
Minas Gerais 234.684 36,8 7.595.274 57,2 240 47,7 qualidade das águas superficiais
e subterrâneas.
Goiás 3.041 0,5 107.858 0,8 3 0,6
Toda essa complexidade de
Distrito Federal 1.355 0,2 22.000 - 1 0,2 fatores confere ao São Francisco
Bahia 305.866 48,0 2.663.527 20,1 114 22,7 grande importância estratégica.
Pernambuco 69.607 10,9 1.614.565 12,2 69 13,7 Novas intervenções são necessárias
Alagoas 14.321 2,3 1.002.900 7,5 49 9,7 para atender às demandas exis-
Sergipe 8.046 1,3 291.831 2,2 27 5,4 tentes. A implementação dessas
Total 636.920 100 13.297.955 100 503 100 intervenções requer da sociedade
sabedoria e prudência para asse-
gurar o almejado desenvolvimento
sustentável.
Fonte de referência:
PAE São Francisco, ANA/
Divulgação

GEF/PNUMA/OEA, 2004

BOA VONTADE | 57
Opinião — Mídia Alternativa

IMPRENSA
alternativa
Primeiro jornal
de bairro do
Rio foi lançado
em 1883

Reprodução BV
ção BV
Reprodu

Carlos Arthur Pitombeira

A
(especial para a BOA VONTADE)

Gazeta Suburbana, 1883. Com uma tiragem de 4.000


um tablóide de qua- exemplares, a publicação que
tro páginas vendido data do tempo do Império desta-
a 100 réis e editado cava em seu editorial que “nascia
quinzenalmente na Rua do Hos- como instrumento de protesto dos
pício, 149/151, no bairro de Todos moradores à falta de atenção das
os Santos, estação da linha férrea autoridades aos problemas que
depois do Méier, é considerado afligiam aquela sociedade e que
o primeiro jornal de bairro que eram comuns a outros bairros
circulou na cidade do Rio de Ja- mais distantes do centro da cida-
neiro, isto em 15 de dezembro de de”. Seu editor dizia textualmen-

58 | BOA VONTADE
pelo jornalista Mário Peixoto, sica fazia dos bares Jangadeiro,
Felipe Freitas

em 1966. Zepelin e Veloso os seus redutos de


Anos mais tarde, quando traba- inspirações. E assim, em fevereiro
lhamos juntos na Rede Ferroviária de 1966, circulava a edição no 1 do
Federal, tive a oportunidade de Jornal de Ipanema com a seguinte
ouvir dele próprio o que o inspirara matéria de capa: Ipanema, um
a criar o jornal. A preocupação não bairro feliz!
foi a mesma que influenciou o apa- Na historiografia da imprensa
recimento da Gazeta Suburbana, brasileira pouca atenção tem sido
que deixou de circular em 1885. dada aos jornais que refletem os
Carlos Arthur Pitombeira, jornalista e A idéia, segundo Mário, surgiu no interesses e anseios de uma região
conselheiro da ABI início da década de 1960, no Veloso, e seus moradores, cujos problemas
conhecido bar da zona sul do Rio são geralmente esquecidos pela
te: “até agora os subúrbios foram de Janeiro — onde se arrastava um grande imprensa preocupada com
tratados como uma criança: só lhes barril para fazer de cadeira — e fatos de maior repercussão.
deram promessas”. ponto de encontro, na época, de A preocupação em se registrar
Vê-se por aí como tem sido jornalistas, escritores e artistas. Ele, fatos e mensagens em uma mesma
heróica a história da Imprensa Tom Jobim (1927-1994), Vinícius comunidade começou na cidade
Alternativa. Esses incríveis jor- de Moraes (1913-1980) e Fausto do Rio de Janeiro nos últimos 20
nais de bairro, 123 anos depois Wolff, entre outros, estruturaram anos do século 19 e foi provocada
da circulação do primeiro número a idéia de o bairro ter o seu jornal.
da Gazeta Suburbana, continuam Ipanema começava a ficar conheci-
resistindo. Quando fecha um, abre da no mundo inteiro por causa da

Reprodução BV
Graças ao profissionalismo e ao idealismo de muita gente, os jornais
de bairro vão se firmando como uma realidade, deixando pelo caminho
os oportunistas e se transformando no verdadeiro mercado para
os estudantes de Comunicação, constituindo-se, ao mesmo tempo,
sem interferências e simulações, na maior fonte de informações para
governadores e prefeitos das aflições do Povo.

outro. No Rio, é difícil precisar Garota de Ipanema. E precisava pelo aumento da população e o
quantos eles são hoje, mas é pos- mostrar o que tinha. desenvolvimento dos bairros, o
sível reconhecer que, com espírito O bairro já aparecia no cenário que deu aos seus moradores uma
comunitário (não considerar “O como um centro em que a moda, a consciência da importância do local
Pasquim”, pela proposta original cultura e o status tiravam a vez de onde se fixavam, aumentada pelo
que determinou o seu lançamento Copacabana, onde a movimentação surgimento de pontos ao longo das
em plena ditadura), pioneiro foi de artistas, teatrólogos, jornalistas, estações nas Estradas de Ferro Leo­
o Jornal de Ipanema, fundado pessoal do cinema novo e da mú- poldina e Central do Brasil.

BOA VONTADE | 59
estudantes de Comunicação, cons-
tituindo-se, ao mesmo tempo, sem
interferências e simulações, na maior
fonte de informações para gover-
nadores e prefeitos das aflições do
povo. Pena que ainda não exista
uma conscientização dos co-
merciantes para anunciar nessas
Os jornais de bairro — que re- publicações, as que realmente
fletem interesses e anseios de melhor poderão atender aos
uma região e seus moradores seus apelos de venda. Mas isso
— surgiram a partir de 1880,
no Rio de Janeiro/RJ. também não demora muito e co-
meça a mudar.
Os jornais de bairro o Beira-Mar, um jornal voltado A internet, a cada dia que passa,
apareceram nos subúrbios cariocas para os moradores de Copacabana, obriga os grandes jornais a repen-
a partir de 1880. Além do Gazeta Ipanema e Leme. Inúmeros títulos sarem sua pauta e a darem novo
Suburbana, podemos citar ainda foram inspirados pelos caminhos tratamento à notícia, em uma luta
O Suburbano, de 1900, o primeiro das linhas dos trens da Leopoldina e permanente pela concorrência, a
jornal da Ilha do Governador, e o jor- da Central do Brasil: O Santa Cruz, disputa do leitor, do melhor meio
nal-revista Copacabana, de Teotônio O Tijuquense, O Botafogo, Gazeta de se comunicar, interagir com ele.
de Oliveira, a primeira publicação de Botafogo, O Santacruzense, O Mas esta preocupação, por enquan-
da zona sul da cidade. A diferença Paquetaense e tantos outros. to, está longe de atingir os jornais
da data de lançamento entre os dois Graças ao profissionalismo e ao de bairro e a imprensa alternativa
foi de poucos anos. idealismo de muita gente, os jornais e comunitária como um todo que
Na Confeitaria Bon Marché, de bairro vão se firmando como uma desejamos ver fortalecido para que
que ficava ali na esquina da Aveni- realidade, deixando pelo caminho se concretize o processo de demo-
da Nossa Senhora de Copacabana os oportunistas e se transformando cratização da informação que tanto
com a Rua Siqueira Campos, nascia no verdadeiro mercado para os defendemos.
Opinião Política

Novos desafios
do Congresso Nacional

Beto Albuquerque*

estabelece regras para o reajuste dos Há exemplos como a reforma


salários dos servidores públicos e do Judiciário, a lei de falências,
do salário mínimo nos próximos a lei geral da micro e pequena
Divulgação

quatro anos. empresa, os estatutos do Idoso


Deputado Beto Albuquerque Com os aperfeiçoamentos que e do Torcedor, a lei de proteção
o Legislativo promoverá, o PAC da Mata Atlântica, a criação do

A
Câmara dos Deputados tem merece o apoio dos congressistas Fundeb (Fundo de Desenvolvi-
na atual legislatura enormes porque é uma decisão inédita de mento da Educação Básica), a lei
desafios a superar. O primeiro um governo para dinamizar o cres- de gestão de florestas públicas e a
deles é resgatar a imagem da cimento econômico, com metas lei que coíbe a violência domés-
instituição, com trabalho e resgate claras, em linha com outros países tica contra a mulher. Ao todo, o
ético. O segundo é dar conseqüência emergentes. plenário da Câmara analisou 726
a projetos substantivos para o país, Mas há outros temas que devem projetos e aprovou 611. Uma refor-
que esperam análise legislativa, a constar de uma agenda política ma administrativa terminou com
começar pelo Plano de Aceleração nacional para 2007. Dentre eles, as convocações extraordinárias
do Crescimento, um conjunto de estão o pacote da segurança pública, remuneradas e reduziu o recesso
medidas destinadas a impulsionar o fim do voto secreto em votações parlamentar de 90 para 55 dias.
o ritmo do desenvolvimento da do Congresso e as reformas política São evidências positivas incontes-
economia brasileira. e tributária. Avançar no encaminha- táveis daquele período.
Anunciado pelo Presidente Lula, mento desses temas deve ser um O Congresso Nacional tem um
o PAC prevê o investimento — do compromisso da atual legislatura. papel fundamental a cumprir, que é
governo, de estatais e do setor pri- Os últimos quatro anos ficaram o de contribuir para a execução da
vado — de mais de R$ 500 bilhões marcados apenas pelos desvios agenda de desenvolvimento pro-
em infra-estrutura até 2010, além da de conduta de alguns deputados. posta pelo Presidente Lula. Dessa
redução de impostos para setores Entretanto, convém lembrar que forma, quem ganha é o Brasil.
potenciais, como construção civil, naquela legislatura as duas Casas
infra-estrutura, semicondutores e aprovaram uma série de reformas *Deputado (PSB-RS), vice-líder do governo na
microcomputadores. O plano ainda modernizadoras da legislação. Câmara.

BOA VONTADE | 61
Educação em Debate

Afeto

André Fernandes
para educar
com Qualidade e
Cidadania Ecumênica
Angélica Beck

I
magine a rotina de um cen- há de se frisar um diferencial É uma jornada realmente meri-
tro de ensino que recebe a pioneiro: o desenvolvimento, de tória, e nem foi mencionado que,
criança, aos 4 meses de vida, forma plena, de valores huma- ao longo dessas décadas de in-
e cuida dela por 17 anos, até nos e espirituais do educando. O vestimento na preparação pessoal
que esteja plenamente apta aos resultado desse labor é o que a da criança e do jovem, a família,
desafios do mercado de trabalho Legião da Boa Vontade denomi- além de receber auxílio da LBV,
e da universidade, tendo sido na de Cidadão Ecumênico, cuja também acompanha de perto o
amparada por um amplo pro- formação é possível graças à desenvolvimento do educando.
cesso de educação integral com Pedagogia do Afeto, proposta do Empreendimentos como o Con-
a qualidade e o rigor técnico e educador Paiva Netto que priori- junto Educacional da Legião da
pedagógico exigidos na época de za formar Cérebro paralelamente Boa Vontade, em São Paulo/SP
estudo. Não bastasse este zelo, ao Coração. (formado pela Supercreche Jesus e

62 | BOA VONTADE
ria ser diferente no cotidiano de uma

Daniel Trevisan
escola, aliás, de uma grande escola,
como é o caso da unidade modelar
da LBV na capital paulista.
Compreender esta visão edu-
cacional na sua totalidade implica
em, salutarmente, repensar o legado
ecumênico de Jesus pela ótica apre-
sentada pelo propositor da Pedago-
gia de Amor. O Divino Mestre, na
definição de Paiva Netto, “é uma
generosa e atualíssima idéia em
marcha que merece ser estudada

evisan
Acima, uma turma e vivida por todas as Almas anti-
Daniel Tr
do ensino médio
debate a crise no
sectárias, libertas de preconceitos
Oriente Médio, em e tabus”.
aula de Geografia.
Ao lado, aluna da
LBV concentrada
21 anos de história
durante aula de Os trabalhos educacionais da
xadrez. LBV na capital bandeirante são
desenvolvidos em dois grandes
edifícios principais. No número 700
André Fernandes

da Avenida Rudge funcionam as


atividades relativas ao segundo ano
do ensino fundamental (já dentro da
proposta atual do MEC, de 9 anos de
Na imagem ao formação) até o terceiro ano do ensi-
lado, atividade
pedagógica na
no médio. Ao lado, na esquina com
qual é despertada as avenidas Sérgio Tomás e Norma
a importância Pieruccini Gianotti, está a Supercre-
da consciência
ecológica.
che Jesus, o primeiro edifício a entrar
em funcionamento.
Numa época em que a educação
infantil era ainda um tema de segun-
pelo Instituto de Educação José de O diferencial da grandeza, a LBV inaugurou esta
Paiva Netto), são exemplos emble- Fazer emergir os frutos de uma unidade utilizando toda sua força
máticos do impacto renovador das racionalidade esclarecida pelo equi- de mobilização popular. Quem de-
ações da Instituição no seio popular, líbrio de sentimentos fraternos com dicaria um terreno nobre, próximo
de modo a apontar caminhos para base no Amor Irrestrito do Cristo ao centro da capital paulista, para
o salto qualitativo que é preciso Ecumênico é o diferencial e a receber filhos de mães em situa-
dar rumo à Cultura de Paz. Sua essência do foco pedagógico cujo ção de risco social que trabalham
grande contribuição está no modelo princípio considera que o Novo nas cercanias dessa movimentada
educacional que se desenvolve a Mandamento de Jesus — Lei de região? Afastando-se do campo
partir das práticas da Pedagogia do Amor Universal — pode e deve das discussões e partindo para o da
Cidadão Ecumênico, a Pedagogia sempre iluminar todos os setores da prática, o líder da LBV convocou
do Afeto. vida e do saber humano. Não pode- uma ação nacional para adquirir o

BOA VONTADE | 63
Educação em Debate

imóvel, levantar o prédio em tempo

Clayton Ferreira
recorde para, em 25 de janeiro de
1986, aniversário de fundação da
cidade de São Paulo, entregá-lo em
benefício de milhares de famílias e
suas crianças.

Localização estratégica para a


Vida
A compra do terreno e cons-
trução da Supercreche Jesus é um
dos belos capítulos da história da
cinqüentenária LBV. “Era uma
área abandonada que oferecia
riscos à vizinhança. Mas este
amplo espaço abrigava um te-
souro de vida: um bosque com 21
árvores centenárias. Deste modo,
Paiva Netto, preocupado com a
preservação do meio ambiente e
da vida, manteve um patrimônio Milhares de pessoas passam diante do Conjunto
verde que pouco se vê atualmente Educacional da LBV diariamente e se deparam com
na região central de São Paulo, uma bela mensagem, em forma de versos, extraída
do Poema do Grande Milênio, de autoria do radia-
adequando a construção da esco- lista e jornalista Alziro Zarur, saudoso Fundador
la às características originais”, da LBV: “Os filhos são filhos de todas as mães, e as
salienta a diretora do Instituto mães são as mães de todos os filhos”. Paiva Netto
fez questão de exaltar essa mensagem que surge
de Educação da LBV, Luciana Alziro Zarur (1914-1979), imponente no meio das árvores: um cenário de tran-
Cintra Teixeira. saudoso Fundador da LBV. qüilidade para o agitado ritmo paulista.
Com a valorosa ajuda do Povo,
o terreno ocioso transformou-se,
em pouco tempo, num recanto de dirigidas. Quem chega com soninho o primeiro exercício de valores da
amor e poesia. “O Irmão Paiva tem tempo para despertar e os jogos nossa prática cotidiana”, narra a
e livros são oferecidos até que, às 8 coordenadora da Supercreche Jesus,
fez questão de que esse lindo
horas em ponto, toda sala se reúna Elaine Freire.
bosque fosse mantido para que
para o café da manhã. “Criamos o A alimentação, segundo ela, é
as nossas crianças pudessem se
hábito de todos se sentarem ao redor um dos muitos momentos espon-
desenvolver emocional e pedago- das mesinhas para a alimentação. É tâneos da aprendizagem. “Apro-
gicamente, mas também conviver como toda família gostaria de fazer, veitamos todas as oportunidades de
com o verde, com os pássaros e de ter esse tempo para estar junto, ensino. Se o legume que a criança
usufruir desta Paz que a natu- com tranqüilidade. O dia-a-dia dos vai comer é uma beterraba, falamos
reza inspira ao Ser Humano”, pais não permite, muitas vezes, mas da letra B, do som do B. Destaca-
destaca Luciana. as crianças não podem ser tolhidas mos a cor, o aspecto nutricional
desse instante de socialização e etc., e observamos que a criança
Rotina de alegria conversa. E eles iniciam sempre alcança uma consciência muito
As crianças são recebidas a partir com a Prece Ecumênica do Pai- grande acerca da qualidade da
das 7 horas da manhã com atividades Nosso, ensinada por Jesus. Este é alimentação.”

64 | BOA VONTADE
As atividades didáticas são mes- cípio elementar o cultivo da ora-
cladas por outros quatro momentos ção, sempre dentro de preceitos
de refeição: o lanche da manhã, o irrestritamente ecumênicos. Este
almoço, o lanche da tarde após um exercício singelo e verdadeiro
bom soninho e o jantar. A jornada de dispara uma inenarrável ambi-

sa n
evi
aprendizado, marcadamente alegre, ência de aprendizado a partir das

l Tr
nie
Da
vai até às 18 horas e inclui período crianças, que dão demonstrações
pedagógico, aulas de música, edu- notáveis de disposição psicomen-
cação física, cultura ecumênica, de tal e espiritual para as lições do “Num momento de
contar de histórias, recreação, balé, cotidiano. desespero eu procurei
caratê, atividades na brinquedoteca, Para o assistente de direção
nos cantinhos de leitura, no amplo pedagógica, Marcelo Rafael, o a LBV e ela acolheu a
pátio com área verde, nas quadras que se estabelece é “um novo olhar mim e a meus filhos.
poliesportivas, além das diversas sobre o aluno e sobre a metodo-
excursões e passeios dirigidos. logia de aprendizagem, sempre Sou separada, tenho de
A Pedagogia do Cidadão acreditando que aquele estudante, trabalhar e a Supercreche
Ecumê­nico, ao eleger o elemen- além da matéria presente ali, em
to da afetividade para o processo sala de aula, é muito mais: é um
Jesus hoje cuida de minhas
educativo, estabelece como prin- Espírito eterno”. duas crianças. Sou muito
feliz, pois aqui encontrei
todo o apoio.”
Ambiente acolhedor: Toda estrutura das escolas da LBV visa ao
conforto e acolhimento das crianças em situação de vulnerabilidade Maristela Augusta de Leão é
atendidas desde muito novas pela Instituição. As salas de aula são
equipadas com mobiliário adequado para cada faixa etária. Tudo mãe atendida pela LBV em São
muito colorido, limpo e espaçoso, a fim de que os pequeninos te- Paulo/SP.
nham todas as condições de desenvolver suas habilidades.

Daniel Trevisan

BOA VONTADE | 65
Samba e História

A internacional

Eliana Pittman ao apresentar-se em um programa


Hilton Abi-Rihan
Fotos: Arquivo pessoal

(1904-1984) e assistiu a shows


da extinta TV Rio, ao lado do pai de suas musas Sarah Vaughan
de coração, o famoso saxofonista (1924-1990) e Ella Fitzgerald
norte-americano Booker Pittman (1917-1996). Ainda nos Estados
(1909-1969), que havia se casado Unidos, a cantora fez cursos com
com sua mãe Ophélia (1928-2000) o mestre do show business Fred
há quatro anos. Desde então a Steal, aulas de dança com Sammy
carreira seguiu repleta de elogios Davis Jr. (1925-1990), além de
e aplausos. realizar apresentações no progra-
O fato de ser mulher, negra e fa- ma de televisão do famoso Jack
zer sucesso em países estrangeiros já Paar (1918-2004), apresentador
garantiriam a Eliana Pittman um lu- da NBC Americana.
gar de destaque no mundo artístico, Vale ressaltar que ela foi a primei-
mas, além disso, ela tem cultivado, ra mulher a gravar discos de samba-
ao longo dos 46 anos de trabalho, enredo: O Mundo Encantado de
um amor incomum à música, o que Monteiro Lobato, com a Mangueira.
a fez alçar a categoria das maiores Cantou para a Rainha da Inglaterra
estrelas do Brasil. “Mantive sempre Elizabeth II em sua visita ao nosso
a dignidade, a postura. Espero que País; apresentou o programa Eliana
isso sirva de exemplo no futuro”, superbacana, na TV Excelsior; foi

E
diz a cantora. uma das primeiras cantoras a explo-
m um bate-papo descon- Com talento e um pouco de sor- rarem ritmos oriundos da tradição
traído no apartamento da te, Eliana rapidamente destacou-se popular nortista, como o Carimbó;
cantora Eliana Pittman, no cenário musical. Surgiram os e atuou em produções norte-ameri-
no Rio de Janeiro/RJ, ela programas de rádio, TV, shows em canas e brasileiras.
contou ao Programa Samba e His- casas noturnas e o reconhecimento A carreira solo inicia-se quando
tória fatos relevantes da profissão e do público. Cantora, atriz e baila- em 1969 morre, aos 60 anos, Booker
da vida pessoal. “Nunca planejei ser rina, ela se tornou o que podemos Pittman, o mentor de seu sucesso. Da
cantora. Queria ser diplomata, via- chamar de show-woman, uma artista mãe recebeu forças para suplantar
jar pelo mundo, mas acabei fazendo completa. a perda, o incentivo para continuar
isso com a música”, declara. Acompanhada de Booker, brilhando como cantora, impedindo
Nascida na capital fluminense, Eliana conheceu grandes nomes que ela trocasse de profissão para
Eliana Leite da Silva começou internacionais, como Louis Arms- abraçar a diplomacia. “Até hoje as
sua jornada musical aos 15 anos, trong (1901-1971) e Count Basie pessoas falam dele como se estivesse

66 | BOA VONTADE
“Mantive sempre
a dignidade, a
postura. Espero
que isso sirva de
Certam
exemplo no futuro.” en
ciada p te sua veia m
elo sau usical f
renoma dos oi influ
Eliana Pittman do saxo o pai, Booker en-
Na foto fonista P
O talen
to , Buca — norte-a ittman,
extinta de Eliana em músico c me
TV Tupi exibiçã — apar omo era apeli ricano.
o na a semp ece com dado o
re lemb s
rada Op ua bela espos
hélia Pit a,
tman.

vivo, vivendo entre nós. (...) Ele me escritor e jornalista o segredo desse de Moisés. Agradeço igualmente ao
deixou uma herança importante: o desempenho. No último 2 de mar- querido amigo José de Paiva Netto,
seu nome”, recorda com carinho. ço, o dirigente da LBV completou por ter me dado a honra também de
Em sua apresentação na edição mais uma ano de vida, e a cantora participar de um evento da LBV em
2006 do Brazilian Executive Award, deixou registrada essa admiração: Nova York”, finalizou.
Eliana se superou. Escolhida para “Graças à sua força, atitude, per-
homenagear os empresários bra- sistência, num Brasil de altos e *The Zohar — “O Livro do Esplendor”
— O mais completo registro de infor-
sileiros premiados no evento, ela baixos, eu nunca vi a LBV perder mação a respeito do conhecimento e a
apresentou versões de clássicos da o rumo. São 66 anos de vida, 50 natureza da doutrina da Cabala.
Música Popular Brasileira (MPB), de LBV, quase que nasceu dentro
misturando músicas de Tim Maia da Instituição. (...) Eu quero que Colaboração: Aneliése de Oliveira
(1942-1998) e Dona Ivone Lara. Deus, Jesus, dêem todas as forças,
Em uma performance dirigida pelo que veja sua Obra sempre nesta
idealizador do projeto, o produtor maré. Ele consegue com os seus
Carlos Salles, a cantora mostrou livros passar confiança, orienta-
Francisco Trombino

versatilidade e alegria. Foram 15 ção à juventude, às crianças, que


horas para preparar e ensaiar o show o respeitam porque vêem nele o
Samba & Bossa. líder maravilhoso que é. Parabéns,
Seu mais recente trabalho, o CD parabéns, parabéns!”.
Minhas Influências, foi lançado em Aproveitando a oportunidade,
bancas de jornais e reúne sucessos Eliana falou ainda da antiga ami-
da MPB, com uma interpretação zade pela Organização, recordando
emocionante, a exemplo do que se o presente doou ao Templo da Boa
pôde ver em Você Abusou, Copaca- Vontade, localizado em Brasília/
bana, Não tem solução, Trem das DF. “Obrigada pela honra que
O radialista e jornalista Hilton Abi-Rihan
Onze, e El Dia Que Me Quieras, a direção da LBV nos deu — eu, entrevista grandes nomes da cultura na-
entre outras. como estudante da Cabala e re- cional no programa Samba e História. Na
presentando o Centro de Cabala Super Rede Boa Vontade de Rádio (Super
RBV), você pode acompanhar essas entre-
Amiga de Boa Vontade do Rio de Janeiro — de doar um vistas aos domingos, às 5, 14 e 20 horas.
Eliana Pittman, que admira as Zohar* para a Biblioteca do TBV, Pela Boa Vontade TV, o telespectador pode
atividades desenvolvidas pela Le- que foi muito bem recebido em um assisti-las aos sábados, às 23 horas. Outra
opção para acompanhar o programa é aos
gião da Boa Vontade no Brasil e no lugar especial, uma grande distin- domingos, às 15 ou 23 horas. Pela Rede
Exterior, reconhece na liderança de ção para nós. O Zohar é o estudo Mundial de Televisão, confira o bate-papo
Paiva Netto, no seu trabalho como do Antigo Testamento, que é a lei aos domingos, às 12 horas.

BOA VONTADE | 67
Acontece

Para um
futuro
LBV inicia distribuição
de material escolar a
milhares de estudantes
em risco social
melhor Elias Paulo

Q
uem passou em frente do de cola, uma tesoura sem ponta, uma A empreitada da Instituição visa
Conjunto Educacional régua de 30 cm, um estojo e um jogo promover a melhoria de vida e a
da Legião da Boa Von- pedagógico — foram distribuídas auto-estima da criança e de sua famí-
tade na capital paulista aos alunos do 1º ao 5º ano do Institu- lia, beneficiando economicamente
(Av. Rudge, nº 700 — Bom Retiro), to de Educação José de Paiva Netto os pais que não têm recursos para a
no dia 13 de março, notou uma e aos pequeninos do Maternal ao compra do material, proporcionando
movimentação diferente. O palco, Infantil II da Supercreche Jesus. aos pequenos motivação para o estu-
montado próximo às quadras es- O evento contou com a apresen- do e reduzindo os índices de evasão
portivas, estava repleto de mochilas tação da peça teatral “A importância escolar e de analfabetismo. “É im-
escolares, azuis e amarelas. Além do material escolar”, a presença dos portante esse trabalho. O meu filho
disso, as paredes do tablado foram personagens do programa Geração recebeu material para o ano todo.
enfeitadas com ilustrações gigantes 2000, da Boa Vontade TV, e, abri- A gente fica feliz por isso. Existem
de apontador, régua, lápis, massinha lhantando ainda mais o encontro, o muitos pais que não têm condição
de modelar etc. A ocasião, mais do canto contagiante do Coral Ecumê- de comprar para os filhos um lápis,
que especial: era a entrega dos kits de nico Infantil LBV. um caderno, e quando eles recebem
material escolar da Campanha LBV: Com essa iniciativa, a LBV, da LBV é uma felicidade imensa”,
Criança Nota 10 — Sem Educação graças à Solidariedade do Povo afirmou Cláudia de São José da
não há Futuro! brasileiro, tem a oportunidade de Silva, mãe de um dos alunos do
Centenas de mochilas — conten- minimizar os gastos dos pais com Instituto de Educação da LBV.
do seis cadernos (cinco de brochura a educação do filho. Exemplo disso Dirce Gena também manifestou
e um de recados), um pacote de é o caso de Maria Aparecida Ro- sua gratidão. Segundo ela, que tem
papel sulfite, seis lápis pretos, uma drigues Costa, que garantiu que duas crianças, a Campanha da LBV
caixa de lápis de cor com 12 unida- o kit escolar ajudará muito o seu é relevante, porque existem mães
des e de giz de cera, duas canetas menino: “Eu estou desempregada. que não possuem condições de com-
esferográficas, duas borrachas, um Agora, quando tiver a matéria, ele prar uma mochila. “A gente trabalha
apontador com depósito, dois tubos não ficará sem escrever”. para isso, mas quando não tem o que
Araçatuba/SP Araraquara/SP Bauru/SP Campinas/SP Franca/SP
Ataíde Alves

Larissa B. Costa

Luiz Tardivo
João Miguel

José Miguel
Daniel Trevisan
fazer...”, declarou. “É um presente simpatizantes que se encontravam
maravilhoso. Estou muito contente presentes no dia da entrega, em 12
por eles, porque com dois filhos é de fevereiro. Algumas dessas opi-
n
tudo em dobro. Acaba faltando no isa niões podem ser vistas abaixo:
ev
l Tr
nie

bolso. Paiva Netto, Deus o abençoe.


Da

Muito obrigada, de coração”. Gena “Fico o dia inteiro “A LBV é uma entidade que nos
ainda enalteceu o bom atendimento enche de orgulho, pois ela traz para
da escola: “Fico o dia inteiro tran- tranqüila, em paz, porque as nossas crianças o reforço escolar,
qüila, em paz, porque sei que meus sei que meus filhos estão a educação, o esporte, o lazer e a
filhos estão num lugar muito bom, parte cultural”.
seguro. A LBV cuida, ama, trata num lugar muito bom, Ronaldo Napeloso, Presidente
como mãe”, disse, muito grata. da Câmara Municipal de Araraqua-
seguro. A LBV cuida, ama, ra/SP.
Campanha beneficia também trata como mãe.”
o interior do Estado “Quero parabenizar a Legião
Além da capital bandeirante, di- Dirce Gena, uma das mães da Boa Vontade por esse trabalho
versos outros municípios em todo atendidas pela LBV. extraordinário distribuindo kits
o Brasil estão sendo beneficiados escolares para as crianças de fa-
com a iniciativa. Nesta edição, a Mogi das Cruzes, Piracicaba, Pre- mílias de baixa renda. É como diz
reportagem focaliza ainda o inte- sidente Prudente, Ribeirão Preto, a Instituição: Sem Educação não
rior do Estado de São Paulo, mais São José do Rio Preto, São José há Futuro! Temos de nos unir para
precisamente as crianças atendidas dos Campos e Sorocaba. Em todas ajudar a LBV a promover essas
pelos Centros Comunitários e essas localidades, a alegria tomou ações sociais!”
Educacionais da LBV de Aguaí, conta do ambiente, contagiando Arlindo Comparini, taxista
Araçatuba, Araraquara, Bauru, ao mesmo tempo a garotada, as e colaborador da LBV em Cam-
Campinas, Franca, Jundiaí, Leme, personalidades, colaboradores, pinas/SP.
Mogi das Cruzes/SP Presidente Prudente/SP Ribeirão Preto/SP São José do Rio Preto/SP Piracicaba/SP
João Miguel

Cristiane Miralha

Laira Costa

Laira Costa

Laira Costa
Atualidade

O
Diretor-Presidente da

Clayton Ferreira
Legião da Boa Vonta-
de recebeu na quinta-
feira, 22 de fevereiro,
durante a Assembléia Magna da
LBV, uma homenagem da Oomoto
(Religião fundamentada no Xin-
toísmo, de origem japonesa, com
preceitos universalistas, fundada
em 1892). Na ocasião, o represen-
tante da Oomoto no Brasil e na
América do Sul, Professor Shigeki
Maeda (Diretor da Oomoto Inter-
nacional — sediada em Brasília),
homenageou o dirigente da LBV
com vestimenta e objetos típicos
de sua crença.
Da esquerda para a direita: Dona Lucimara Augusta (E) e o jornalista Paiva Netto Entre os presentes, destaque para
(que foi presenteado com um quimono, no qual constam os brasões da Oomoto do a peça de cerâmica vinda de Ka-
Japão e de um antigo chefe provincial japonês da família Shimazu, um potentado meoka, região de Kyoto, no Japão,
de seu país há 500 anos). Na foto, aparecem também o Professor Shigeki Maeda e o
senhor Jorge das Neves, esperantista e Legionário da Boa Vontade.
especialmente confeccionada pela

Laços
Quinta Guia Espiritual da Oomoto,
sra. Kurenai Deguchi, como símbo-
lo dos laços de amizade que unem a
LBV e a Oomoto. Segundo o profes-
sor Maeda, “o Mestre Paiva Netto é
o primeiro a receber esta honraria

culturais
fora do Japão”. Shigeki foi portador
também de um quimono com os
brasões da Oomoto e de um antigo
chefe provincial japonês da família
Shimazu, um potentado de seu país
Oomoto do Japão presenteia líder da LBV há 500 anos, em Kyusyu, distrito
japonês. Entre os significados dos
Aneliése de Oliveira emblemas que se encontram nesta
vestimenta sagrada, estão a trans-
cendência do Céu e da terra, do fogo
e da água. Além disso, Paiva Netto
recebeu os dois mais importantes
livros desta doutrina, vertidos para
o idioma Esperanto pelo próprio
Reprodu- Maeda e, posteriormente, traduzi-
ção do site
da Oomoto
dos para o Português pelo professor
no Japão, Benedicto Silva, destacado tradutor
com ampla esperantista e ativo colaborador do
Peça de cerâmica confecciona- cobertura da movimento espírita brasileiro.
da pela Quinta Guia Espiritual homenagem
que ocorreu
Quanto a essa generosa demons-
da Oomoto. “O Mestre Paiva
Netto é o primeiro a receber esta na sede da tração de apreço, manifestou-se
honraria fora do Japão”, disse o LBV no Rio de àquela altura o líder da LBV, infor-
professor Maeda. Janeiro/RJ. mando que as peças estariam expos-

70 | BOA VONTADE
tas no Templo da Boa Vontade, na

Divulgação
capital federal: “(...) Estou sentindo
uma vibração extraordinária na mi-
nha Alma. (...) Colocarei essas lem-
branças tão honrosas em Brasília,
no Memorial (que leva seu nome),
com a foto da Mestra Deguchi. (...)
Manifestações dessa qualidade são
tão tocantes que devem ser espiritu-
almente valorizadas”. Paiva Netto
retribuiu os presentes, condecoran- A Quinta Guia Espiritual da Oomoto, em um dos locais sagrados na sede da instituição
oriental, com o quadro que recebeu de presente retratando o Conjunto Ecumênico da
do o Missionário da Oomoto com LBV, em Brasília/DF, Brasil. Paiva Netto gentilmente enviou-o por intermédio do sr. Shigeki
um distintivo de ouro da LBV, em Maeda. No alto da imagem, observam-se as fotos dos fundadores da religião japonesa.
forma de coração, que traz gravada
em relevo a passagem do Evan- da Associação Internacional dos dentemente de suas doutrinas e
gelho em que os Anjos anunciam Escritores Esperantistas (EVA) seitas. Além disso, a LBV, desde
o nascimento do Cristo: “Paz na — órgão ligado à Associação Uni- sua fundação, introduziu a lín-
Terra aos Homens de Boa Vonta- versal de Esperanto —, publicou na gua internacional Esperanto
de” (Evangelho de Jesus, segundo revista oficial da Oomoto no Japão, e tem contribuído em favor do
Lucas, 2:14). A Quinta Guia Espi- com circulação de mais de 100 movimento esperantista”.
ritual da Oomoto recebeu a mesma mil exemplares em todo o país do Ao término, pontuou: “Este
honraria. Na oportunidade, Paiva sol nascente, um artigo intitulado homem que ampara milhões de
Netto enviou ao Japão um quadro “Doutor Paiva Netto e a LBV”. No habitantes no Brasil foi, em con-
com a foto do Conjunto Ecumênico texto, o Missionário descreve seu traste à dinâmica da

João Preda
da LBV em Brasília/DF, marcante encontro com o líder ação, uma pessoa
formado pelo Templo da da Instituição, durante o evento gentil, simpática e
Boa Vontade e pelo Par- de comemoração dos 17 anos muito doce. Após
lamento Mundial da Fra- do Templo da Boa Vontade. Ao este encontro, eu me
ternidade Ecumênica, o falar sobre o assunto, salientou: senti mais próximo
ParlaMundi, como sím- “Ele é um escritor cujas obras da LBV”. O profes-
bolo da amizade entre a são best-sellers, com milhões sor Maeda dispo-
Oomoto e a Legião da de exemplares vendidos. Ele é nibilizou também a
Boa Vontade. também compositor de música matéria no portal da
Paulo César Pereira,
Aproveitando sua passagem clássica”. Oomoto. Esperantista e Legio-
pelo Rio de Janeiro, o senhor Maeda Sobre o trabalho social da E no mês de mar- nário da Boa Vontade.
conheceu as instalações da unidade Legião da Boa Vontade, frisou: ço, por ocasião das
educacional da Obra, na zona norte “(...) A ação da LBV tem muito comemorações dos 66 anos de
da cidade. “Com grande prazer contribuído no campo educa- Paiva Netto, o representante da
e honra visitei a escola da LBV. cional, cultural, comunicação Oomoto no Brasil e na América
Pude ir a cada sala onde crianças de massa, religioso (em especial do Sul, gentilmente, encaminhou
estudam e brincam para que sejam o inter-religioso), não somente ao homenageado um tankao, tipo
bem educadas, felizes, práticas na no país de origem, mas também de poema tradicional japonês,
sociedade, para que se tornem pes- no estrangeiro. Atualmente a para felicitá-lo pela data: “Eis
soas maduras com as condições ne- LBV é uma das maiores orga- que agora/ desabrocham as flo-
cessárias, como crianças de Deus”, nizações. A Instituição consi- res brancas de umê*/ em terras
escreveu no livro de depoimentos. dera importante o princípio do brasileiras,/ mil anos após o
Ecumenismo, acolhendo todas ilimitado/ e mui espinhoso sofri-
Professor Maeda: “Eu me as organizações, a exemplo da mento”.
senti mais próximo da LBV”. católica, espírita, umbandista,
O professor Maeda, membro xintoísta, budista etc., indepen- *Umê — em japonês, significa “flor da ameixeira”.

BOA VONTADE | 71
Nações Unidas

Globalizando
nobres Ações
Danilo Parmegiani e Leila Marco

M
anter a Paz e a segurança
no mundo, promover o
progresso social, melhorar
os padrões de vida e cuidar
dos direitos humanos são algumas
das principais funções da Organi-
zação das Nações Unidas (ONU).
Para viabilizar essas ações, a ONU
instituiu seis órgãos principais,
entre eles o Conselho Econômico e
Social (Ecosoc), que, além de atuar
ao lado do governo dos países, tem
aproximado a sociedade civil de seus
quadros há 10 anos, principalmente
nos dois últimos, quando se verifi-
cou que só desta forma se poderá
garantir o cumprimento dos Oito
Objetivos de Desenvolvimento do
Resultados da 1a Feira de Milênio (ODM).
Inovações Rede Sociedade Tornar realidade esse apoio além
do nível governamental requereu
Solidária promovida pela LBV, parâmetros novos da ONU. Em
com suporte da ONU, serão cumprimento a essas reformas no
organismo, discutidas na última
apresentados a chefes de Assembléia Geral, o Ecosoc ganhou
estado em Genebra (Suíça), no a função da Revisão Ministerial
Anual (Annual Ministerial Review
mês de julho/2007. — AMR), que entre as novas ativida-
des trouxe a Innovation Fair (Feira
de Inovações).
Apoio: Realização:

72 | BOA VONTADE
Alziro Braga

Adriana Rocha
À esquerda,
Hanifa Mezoui, Chefe da Seção de Organi- Danilo Parmegiani,
zações Não-Governamentais (NGO Section) da LBV, e o Dr. Ban
do Conselho Econômico e Social (Ecosoc) Ki-moon.

A Legião da Boa Vontade (LBV),


na vanguarda desta mudança, pro-
moveu em diversas cidades a 1ª
Dr. Ban Ki-moon, Secretário-Geral da ONU, parabeniza a LBV
Feira de Inovações Rede Sociedade O Secretário-Geral da Organi- tugal e Estados Unidos.
Solidária — com apoio do Centro zação das Nações Unidas (ONU), Delegações de dezenas de países
de Informações das Nações Unidas Ban Ki-moon, deu os parabéns à estiveram reunidas, de 26/2 até 9/3,
no Brasil (UNIC-Rio) e o suporte do Legião da Boa Vontade, no último na sede das Nações Unidas, para
Departamento de Assuntos Socio- dia 9 de março, pelo trabalho que debater o tema “A eliminação de
econômicos (UN/DESA), da Sede realiza à frente de programas e todas as formas de discriminação
da ONU em Nova York. O objetivo projetos socioeducacionais. Re- e violência contra as meninas”.
foi compartilhar boas práticas que presentantes da LBV entregaram, O encontro teve o objetivo de
possam ser multiplicadas como no- em mão, ao Secretário-Geral o fazer uma avaliação das políticas
vas tecnologias sociais e estimular documento oficial que mostra as nacionais a fim de garantir o cum-
alian­ças estratégicas intersetoriais ações que vêm sendo realizadas há primento da Declaração dos Direi-
que otimizem os impactos de trans- quase 60 anos pela LBV em favor tos das Mulheres e das Meninas.
formação na sociedade. da mulher. A declaração na íntegra pode ser
Lançada em Porto Alegre em 13 O documento, traduzido pela encontrada no site oficial da ONU
de março, a iniciativa obteve a ade- ONU em seus seis idiomas oficiais (documents.un.org), digitando-se
são de representantes de centenas de (Inglês, Francês, Espanhol, Russo, o símbolo de busca E/CN.6/2007/
entidades de classe, universidades, Chinês e Árabe), apresenta as NGO/33. Os sites www.lbv.org.br e
movimentos religiosos e de juven- boas práticas desenvolvidas pela www.boavontade.com também dis-
tude, fundações, órgãos públicos e Instituição no Brasil, Argentina, ponibilizam a versão completa em
organismos internacionais. Paraguai, Uruguai, Bolívia, Por- Português e nos referidos idiomas.
O conjunto de eventos foi realiza- Abaixo, a reprodução do documento elaborado pela LBV e traduzido pelas Nações
do no mês de março em Brasília/DF, Unidas nos seus seis idiomas oficiais. Na próxima edição da BOA VONTADE, confira
a repercussão das iniciativas da Legião da Boa Vontade na ONU.
São Paulo/SP, Rio de Janeiro/RJ, e
nos workshops regionais em Porto Árabe Espanh
ol Inglês
Alegre/RS, Belo Horizonte/ Chinês Francês
MG, Aracaju/SE, Santos/SP e Russo
em Buenos Aires/Argentina.
Esta ação foi considerada
pioneira pela sra. Hanifa Me-
zoui, Chefe da Seção de Orga-
nizações Não-Governamentais
(NGO Section) do Conselho
Clayton Ferreira
Nações Unidas

O sorriso da Dra. Michele Fedoroff com


as crianças do Coral Ecumênico Infantil
LBV, que deu as boas-vindas à repre-
sentante da ONU, em São Paulo/SP.
A reportagem com a visita dela aos
centros educacionais no Brasil pode ser
lida na página 82.

Rede Sociedade Solidária internacional. E aqui está a LBV, nização da 1ª Feira de Inovações
 Estendendo sua própria rede de com status consultivo geral desde Rede Sociedade Solidária. A LBV
ações socioeducacionais, a LBV, 1999, conquistando seu assento e tem feito um trabalho tremendo e eu
a fim de melhor contribuir para trazendo tudo isto”. quero agradecer por ter participado
o cumprimento dos Objetivos de O documento a que se refere a de um evento dessa envergadura.
Desenvolvimento do Milênio, pro- sra. Hanifa foi fechado com a con- Em diversas apresentações hoje,
postos pela ONU, fomenta a Rede tribuição de cerca de mil lideranças aqui, aprendi muito com os pales-
Sociedade Solidária, iniciativa que participantes da Rede Sociedade So- trantes. Fiquei impressionada com
visa convergir o trabalho de organi- lidária (Veja quadro ao lado) durante os projetos”.
zações de variados segmentos sob a a Feira de Inovações. A lista dessas Esta edição da Feira foi desta-
bandeira da Solidariedade, a partir organizações encontra-se publicada que em rede nacional pelo A Voz
de ações intersetoriais, envolvendo no sites da LBV e do Portal Boa do Brasil (distribuído pela Agência
o esforço conjunto e cooperativo do Vontade (www.lbv.org.br e www. Brasil para TV, internet e rádio)
governo, de empresas socialmente boavontade.com). e internacional pela Rádio ONU
responsáveis e da sociedade civil. A Dra. Michele Billant-Fe- (de Nova York/EUA),
Atua em uma esfera regionalizada doroff representou oficialmente o além da Folha On-

João Preda
para possibilitar a inclusão das Departamento de Assuntos Socio- line, Correio Brazi-
comunidades locais no desenvolvi- econômicos das Nações Unidas na liense, O Sul, O Globo
mento socioeconômico sustentável. série de eventos. E em suas palestras, On-line, o Portal da
Para isso, promove encontros, de- deu um panorama da Organização ABI, Jornal do Brasil
senvolve relacionamentos e motiva e de como a sociedade civil pode (Coluna da jornalista
ações conjugadas e colaborativas interagir com a ONU. Para ela, “as Hildegard Angel),
em torno de causas comuns e mais práticas regionais, como esta orga- JB On-line, O Estado Alziro de Paiva
amplas. nizada pela Legião da Boa Vontade, do Paraná, O Sul e O
identificarão as políticas bem-suce- Dia; as TVs Nacional, Bandeirantes
Econômico e Social (Ecosoc), au- didas que farão parte do repertório e Band News; as rádios Nacional,
toridade máxima para as entidades de boas práticas na implementação Bandeirantes AM e News FM,
da sociedade civil dentro da Orga- das Metas do Milênio”. Segundo CBN (Brasília), Tupi, Eldorado AM
nização. “Quero congratular-me Fedoroff, “a marcha contra a ex- e Manchete e milhares de outras
ainda mais com vocês porque estão trema pobreza no Brasil avançou importantes mídias.
fazendo do Brasil o primeiro país consideravelmente e o país está no O Coral Ecumênico Infantil LBV
a promover a Innovation Fair com caminho de reduzir pela metade apresentou-se em todos os locais,
abrangência nacional. (…) Desejo o número de pessoas que vivem como um sopro de esperança, da
levar o resultado desse trabalho com menos de um dólar por dia até geração que cresce já com a cons­
para a AMR Innovation Fair, que 2015”. Apesar disso, ressaltou, as ciência de Fraternidade planetária.
o Ecosoc promoverá em julho, du- diferenças sociais ainda são muito Na oportunidade, o Jovem Legio-
rante a Reunião do Alto Segmento grandes. nário Alziro de Paiva, representou
das Nações Unidas, em Genebra Em entrevista, destacou a re- o Diretor-Presidente da Instituição,
(Suíça), e mostrar aos chefes de levância da empreitada que se José de Paiva Netto, levando a men-
estado, conselhos ministeriais e realizava ali: “Congratulo-me com sagem do dirigente da Legião da Boa
demais participantes. Eles desejam o senhor José de Paiva Netto e a Vontade, especialmente escrita para
ver o que tem sido feito em âmbito Legião da Boa Vontade pela orga- o encontro.

74 | BOA VONTADE
João Preda
Em Brasília
a Solidariedade Ecumênica
intersetorial
Aspecto parcial do auditório Austregésilo de Athayde, no ParlaMundi da LBV, durante a abertura da Feira de Inovações Rede Sociedade
Solidária, na capital federal.

Na capital federal, o evento da feira: “Quero saudar efetiva-

João Preda
ocorreu no dia 20 de março nos mente mais um encontro que a LBV
diversos espaços do Parlamento promove, em parceria com tantas
Mundial da Fraternidade Ecumê­ organizações, para o enfrentamen-
nica (ParlaMundi da LBV), su- to destas chagas da Humanidade:
perlotando o local. Militantes e a pobreza e a fome. Acredito que
líderes dos mais variados setores o aproveitamento de inovações e
e representantes do governo bra- de parcerias seja a solução para
sileiro — Senado Federal, Câ- o nosso próprio Sistema Único de
mara dos Deputados e Executivo Assistência Social (SUAS). Obri- Professor Silvio Iung, Presidente do
— discutiram o tema Parcerias gado à LBV pela iniciativa, pelo Conselho Nacional de Assistência Social
(CNAS), palestrou no evento.
Globais para o Desenvolvimento convite e esforço que tem feito
— Fortalecendo esforços para a pelo País”. artesãs de fundo de quintal, vocês
erradicação da pobreza e da fome, A primeira-dama do Distrito Fe- foram os primeiros a abrir as portas
seguindo orientação do Ecosoc deral, a sra. Marianne Vicenthini para nos oferecer esse espaço, para
de compartilhar boas práticas que Arruda, ressaltou a oportunidade que elas pudessem ter a primeira
possam ser multiplicadas. que se cria mesmo para aquelas possibilidade de apresentar os seus
Muitas autoridades estiveram pessoas que não se organizaram em produtos”.
presentes, a exemplo do Presiden­te associações: “Gostaria realmente de Da mesma forma, enalteceu o
do Conselho Nacional de Assis- agradecer ao dirigente da LBV que, Senador Mozarildo Cavalcanti
tência Social (CNAS), Professor há quinze anos, quando comecei (Roraima) durante o Jornal do Se-
Silvio Iung, que comentou o papel um trabalho de ajuda às mulheres nado, distribuído pela Radiobrás:

BOA VONTADE | 75
Fotos: João Preda
Nações Unidas

Sérgio Zambiasi Beto Albuquerque Lylia Galetti Alzira Vieira Arlete Sampaio Perly Cipriano

João Preda
“Essa inclusão traz para a América Para o Deputado
Latina os olhos das Nações Unidas. Federal Beto Albu-
A ONU tem, hoje, na LBV, uma par- querque (Rio Gran-
ceira prioritária, primordial, nesse de do Sul): “Está na
combate à pobreza”. E completou, hora de globalizar
posteriormente, em outra entrevis- a Solidariedade, a
ta: “A LBV é precursora na área preocupação com o Aylton Gomes
do Terceiro Setor, é campeã nisso. outro. A experiência
Cumprimento a Legião da Boa de muitos anos da LBV mostra que
Aspecto parcial dos es- Vontade, na pessoa do Paiva Netto, é possível todos nós — cada um do
tandes que apresentaram por esse e por todos os outros even- seu jeito, modo, crença — fazermos
projetos e soluções de
tecnologias sociais. tos que vem realizando ao longo da alguma coisa”.
sua história”. O Senador Sérgio Na parte da manhã, foram ex-
Zambiasi (Rio Grande do Sul) postos os painéis temáticos, com
comentou: “Precisamos que gran- representação intersetorial que
João Preda

des instituições com credibilidade, contaram com a moderação de


como é o caso da LBV, assumam Lylia Galetti, do Ministério do
essa liderança e proponham o uso Meio Ambiente; Alzira Vieira, do
destes meios modernos para que os Sebrae; e Arlete Sampaio, do Mi-
braços da Solidariedade possam nistério de Desenvolvimento Social
realmente cobrir os espaços que es- (MDS). Neles foram apresentados
tão descobertos, chegando à popu- os trabalhos de cada organização
lação mais sofrida. A LBV é a casa em relação ao tema da Feira de
de todos nós, é democrática, cristã, Inovações.
ampla, que nos oferece este grande À tarde, o evento transferiu-se
horizonte de Solidariedade”. para o segundo subsolo do Parla-

No estande da Pastoral
da Criança, da es- Na capital gaúcha, Lucian Fagundes

querda para a direita, que foi a primeira cidade bra-


Dayane Mônica da sileira a sediar a Feira de Inovações,
Silva (voluntária da em 13 de março, o encontro ocorreu no
Pastoral da Criança), Centro Comunitário e Educacional da LBV,
Dra. Michele Fedoroff, com a participação dos seguintes palestrantes:
Eliane Maria (da LBV) Dr. Carlos Manoel Farias, Superintendente da
e Vânia Lúcia Ferreira Companhia Nacional de Abastecimento (Conab-
Leite, Assessora Inter- RS); de Clódis Xavier Silva, executivo do Instituto
nacional da Pastoral Gerdau — Gestor do Fundo Pró-Infância dos
da Criança/CNBB e Profissionais da Gerdau Brasil; e de Paulo Albu-
Conselheira do CNAS. querque, Doutor em Sociologia, especialista
em Terceiro Setor e professor da Univer-
sidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS).
76 | BOA VONTADE
As oito
Metas do Milênio
em telas
Marianne Vicenthini Mozarildo Cavalcanti expostas na Galeria de
Arte do TBV
Mundi, da LBV, onde 20 estandes de
diversos segmentos mostraram seus rtalidad
e
R e d u zir a mo iv e r.
projetos. A Feira contou ainda com vo — para V
4o Objeti bra: Promessa e Souza
O d
apresentações culturais e, em segui- infantil. rtista: Toninho
A
da, os participantes seguiram para os me e a
c a b a r c om a fo vida.
workshops, que foram divididos em vo — A cípio da
1o Objeti ra: Amor, o prin
Ob
três subtemas: “Educação”, “Meio miséria. rmínia Metzler
ta : He
Artis
Ambiente” e “Emprego e Renda”.
Ao final do dia foi aberta a Ex-
posição “Faça a Diferença” (Quadro
ao lado). A mostra apresentou oito
conceituados artistas radicados na
capital federal, que se utilizaram de ri-
os e valo
diferentes técnicas para instigar os ld a d e e ntre sex z e n tre
— Igua a de e p a
o Objetivo Ig u a ld
observadores, levando-os a reflexões 3 Obra: Rosa
e qualid
a- mulher. : Darlan
básica d alida- zação da ulheres. Artista
sobre os Oito Objetivos de Desen- vo — Ed
uc açã o
ão de qu homens
em
2o Objeti os. Obra: Educaç Pereira
volvimento do Milênio. Esta cole- de para
to d : Adauto
tod os. Artista
tiva itinerante será levada a várias de pa ra

cidades brasileiras e ao Exterior.

Em Buenos Ai-
res/Argentina, no dia 14
de março, com o apoio do Fó-
rum do Setor Social, na Fundação
malária
Navarro Viola, o acontecimento teve r a aids, a
m b a te rtista:
a participação de dezenas organizações vo — Co lidário. A
da sociedade civil, governamentais e 6o Objeti enças. Obra: So
do
e das e outras o
empresariais e foi estruturado com r a saúd natureza ra nc
apresentações de painéis e oficinas de vo — M
e lh o ra
com a Omar F
5o Objeti Obra: O contato s. Artista: vo
. te
reflexão e intercâmbio. Destaque
gestan te s s ges ta n 8o Objeti
s aúde da
Arquivo BV

para a presença do Vice-Ministro o ra a To d o


melh —
aba-
do Desenvolvimento Social Godoy mundo tr
Marlene vo elo
da Nação, Dr. Daniel 7o Objeti de lhan d o p
li da l-
Arroyo. — Qua de s e n v o
a e res- .
de vid
meio vimento s
peito ao : To do
Obra
ambien te b a lh a ndo.
Tra
a aza-
Obra: Bo Artista : N
te , s
se m e n ré Martin
tos,
bons fru as.
s s ó lid
raíze
is ta : Z ello
Art
Viscon ti

BOA VONTADE | 77
Nações Unidas

A escola como ferramenta de


inclusão é o foco em SP
Os trabalhos da Feira realizaram-
se na capital paulista, no Conjunto
Educacional da Instituição, em 22
de março. Além do tema principal,
outro assunto ganhou destaque: a
Educação, considerada a chave prin-
cipal para diminuir as desigualdades.
Neste particular, a representante
das Nações Unidas
afirmou que recursos
evisan

do governo brasileiro
Daniel Tr

“melhoraram o ín-
dice de alfabetização
por todo o país, (...) de
91,8% em 1990 para
96,6% em 2003. Outra A cerimônia, que foi muito pela Educação, com a Pedagogia do
boa notícia é o índice primário concorrida, uniu autoridades e um Cidadão Ecumênico, uma proposta
dessa implementação na Educação, público plural, das mais variadas sua aplicada, com sucesso, em todos
cresceu de 86% de 90 e 91, para áreas do pensamento e campos de os estabelecimentos de ensino da
97% em 2002 e 2003. Entretanto, atuação para discutir esses fatos. Instituição, sob o lema ‘Aqui se estu-
apenas 35% dos jovens do Brasil O representante do dirigente da da. Formam-se Cérebro e Coração’.
conseguem se formar no Ensino LBV, Alziro de Paiva, explicou Metodologia que tem por objetivo
Médio, resultando em uma lacuna em suas boas-vindas como aquele desenvolver os educandos em sua
de habilidades considerável no local de ensino era próprio para esse totalidade, de forma que as relações
mercado de trabalho”, explanou a debate: “Meu pai, nesses mais de 50 humanas possam ser aprimoradas
Dra. Michele, mostrando que ainda anos de trabalho na LBV, sempre com base nos valores éticos, sociais
há muito que se fazer. foi um grande e incansável lutador e espirituais”.
Clayton Ferreira
O combate à desigualdade social,
que pode evitar que muitos sejam
A LBV convidou
diversos representan-
empurrados à marginalidade, foi
tes da sociedade civil para o alvo de comentário do Presidente
workshop em Santos/SP, dia 17, da Comissão Municipal de Direitos
visando obter sugestões e idéias para Humanos, ex-Ministro da Justiça,
a AMR Innovation Fair. Palestraram, na
oportunidade, a psicóloga Juliana Assef Dr. José Gregori. “É com muita
Pierotti, coordenadora da Agência de emoção que aqui compareço. Já
Mobilização Social; Patrícia Limeres, do me habituei, desde Brasília, nos
Instituto Cultural Usiminas (Usicultura);
Célio Nori, Coordenador do Fórum
tempos difíceis de governo, pelo
da Cidadania; e Márcio Lara, Se- menos, uma vez a cada seis meses
cretário de Governo da Pre- visitar os amigos da Legião da Boa
feitura de Santos.
78 | BOA VONTADE
elevação de pensa-
Daniel Trevisan

Daniel Trevisan

Daniel Trevisan
mento que a Legião

Daniel Trevisan
de Boa Vontade faz.
E não esquecer que
a criança tem de
ser uma priorida-
Dr. José Gregori Aparecido Sério da Silva
de de todos. Como
José Américo Dias
disse muito bem o
líder da LBV, Paiva
Vontade. E mais uma vez estou aqui Netto: ‘Criança faz bem aos olhos.
para renovar o meu respeito e o meu Criança faz bem ao coração!’”, primeiro nesta Casa, a LBV, que
apoio aos trabalhos desse movi- concluiu. conheço e freqüento. O professor
mento que realmente é construtivo Para o Primeiro-Secretário da Paiva Netto, efetivamente, ajuda a
no Brasil. E hoje particularmente a Câmara Municipal de São Paulo, o mudar o mundo, a transformá-lo
gente pôde comprovar com os olhos, Vereador e jornalista José Américo para melhor, tenho convicção disto.
com os ouvidos, quase que pode Dias (São Paulo), a empreitada só O trabalho que é feito aqui — do
pegar o que esse movimento faz de merece elogios: “É um prazer dar o ponto de vista ecumênico, de elevar
concreto, não só através da oração, meu testemunho sobre a importância o Espírito, de trazer a Palavra de
através do melhor que temos que da LBV liderar esta luta. Fico feliz Jesus com uma ação efetiva de res-
é a possibilidade de levar o nosso que a Legião da Boa Vontade, com gatar vidas, de educar crianças — é
pensamento, isso já seria muito. esta tradição, com esta competência, absolutamente necessário”.
Mas também no plano dos fatos, no possa assumir este papel de combate Além de palestras e cases,
plano concreto de atuação. Essas à pobreza, à miséria, na nossa cida- com grande troca de experiências
crianças tão afinadas, tão felizes de de e no nosso País. Porque a LBV de projetos que alcançaram êxito
ter encontrado uma possibilidade de tem uma excelência no atendimento, no âmbito do Terceiro Setor, o
progresso e de integração na vida, um afeto que se vê nas obras, que evento em São Paulo teve a par-
são uma demonstração dessa outra não atende apenas às necessidades ticipação especial dos estudantes
parte de atuação da Legião da Boa básicas, que faz a formação integral de Relações Internacionais da
Vontade. da pessoa. Hoje, precisamos fazer Pontifícia Universidade Católica
“Fiquei muito feliz em saber dos isso para que jovens encontrem um (PUC) e dos alunos do Instituto
esforços, dos trabalhos da Legião caminho saudável, sem violência, de Educação José de Paiva Netto
de Boa Vontade, levando ao conhe- crime”. (IEJPN), que elaboraram uma
cimento de todos um programa dos O Deputado Estadual Apareci- mostra cultural sobre os Oito Ob-
mais importantes das Nações Uni- do Sério da Silva (São Paulo) fez jetivos do Milênio, demonstrados
das: as metas do milênio. A ONU vê coro: “A Feira é tão maravilhosa, em fotos, vídeos, colagens, ma-
que elas têm eco, na América Latina, meritória, que só poderia acontecer quetes, recortes e músicas.
numa cidade como São Paulo, por-
que a LBV está empenhada para
Carla Mônica

A capital mineira
que o Brasil dê a sua contribuição, foi palco da Feira de
sobretudo um país como o nosso Inovações no dia 14. O evento
que está atravessando uma crise teve a participação especial do Dr.
Tomáz de Aquino Resende, Procurador
de violência extremamente gra-
de Justiça e Coordenador do Centro de
ve e preocupante. O jeito para Apoio Operacional ao Terceiro Setor (Caots)
sair de uma crise como essa é do Ministério Público de Minas Gerais; Dr.
exatamente desenvolver pro- Anfilófio Salles, Presidente da Fundação
Acesita; Dr. Márcio José Ferreira, Presi-
gramas de abrangência social dente da Associação dos Deficientes
como o das metas do milênio e Físicos de Betim/MG e membro
não deixar de fazer as orações e a do Conselho Nacional de
Assistência Social.
BOA VONTADE | 79
Nações Unidas

Clayton Ferreira
Mutirão de cidadania e saúde
marca Feira no Rio
Dois dias depois, foi a vez do Apoiaram o mutirão o Cen- Idalina Cecília de Paiva (coorde-
Centro Educacional, Cultural e tro Universitário Augusto Motta nadora Valdete Trotta), Superin-
Comunitário da Legião da Boa Von- — Unisuam, Universidade Celso tendência de Políticas de Prevenção
tade, na capital fluminense, reunir Lisboa, Corbi (Centro de Orienta- à Dependência Química/CEAD,
lideranças de vários setores, com en- ção e Reabilitação Beneficente de Secretaria Municipal de Saúde
foque na ação comunitária por meio Inhaúma), Ação Comunitária do — SMS — Controle de Vetores e
de parceiros socioeconômicos. Brasil, Coordenadoria Controle de Voluntários da LBV.
Um Mutirão de Cidadania e Saú- Vetores, a organização Assistên- O sr. Carlos dos Santos, do
de abriu as atividades da Innovation cia à Família, saúde e cidadania, Centro de Informações das Nações
Fair, com variados atendimentos CEAD, Senac – Serviço Nacional Unidas no Brasil (UNIC-Rio),
de saúde. A ação ofereceu também de Aprendizagem Comercial, Arte comentou o significado maior do
serviços de beleza (corte de cabelo, e Natureza, Assistência à Família, acontecimento: “Esta Feira Social
manicure e pedicure), oficinas de Saúde e Cidadania, Senac (Serviço é de extrema importância por estar
geração de renda; orientações jurí- Nacional de Aprendizagem Co- diretamente em sintonia com o
dicas e sobre Meio Ambiente, além mercial), Apiberj (Associação dos Conselho Econômico e Social das
de palestras educativas diversas. profissionais do Instituto de Bele- Nações Unidas e terá muitas dicas
Para a criançada, show de mágica e za do Estado do Rio de Janeiro), práticas de como avançarmos na in-
aplicação de flúor. Comunidade em Ação, Salão Irmã clusão social. Esse trabalho da LBV

Agradecimento — Em nome do Diretor-Presidente da LBV, José e Sustentabilidade; João Oliveira, Secretário-Adjunto da Secretaria de Sandra Madeira, Coordenadora do Projeto Mulheres Empreendedoras
de Paiva Netto, agradecemos ainda a presença de outras destacadas Desenvolvimento Social e Trabalho; João Paulo Ribeiro, Conselheiro do Arrodeando Brasília; Sidiclei Patrício, Secretário Executivo do Consórcio
autoridades que prestigiaram a 1ª Feira de Inovações Rede Sociedade CNAS; José Antônio Martins Alves, Presidente do Conselho de Assistên- Social da Juventude do Ministério do Trabalho e Emprego; Silas Leite,
Solidária: cia Social do DF; José Eurípedes da Silva, Chefe Adjunto de Comunicação Conselheiro Representante do Ministério das Relações Exteriores; Sônia
e Negócios da Embrapa; Lúcia Fernanda Kaingang, Diretora Executiva Maria Silva, Cooperativa Cem Dimensão; Sônia Shuitek, Gerente da
Brasília/DF — Antonieta Contini, Gerente de Empreendedorismo do Instituto Indígena Brasileiro (Inbrapi); Luciana Bareicha, professora Caixa Cultural de Brasília; Vanessa de Castro, da UnB; e Vânia Lúcia
Social do Sebrae/DF; Carlos Vogado, Coordenador do Programa da Faculdade de Educação do Juscelino Kubitschek e representante do Ferreira Leite, Assessora Nacional da Pastoral da Criança CNBB e
Picasso não-Pichava; Carmem Lima Maria T.F.Oliveira Lima,Assessora da Instituto Círculo de Giz; Luiz Roberto, Diretor da ONG Ação e Esperança; Conselheira do CNAS.
Presidência do Instituto de Integração Social e Promoção da Cidadania Lylia Galetti, do Ministério do Meio Ambiente; Maria Helena Alcântara
(Integra); Carolina Maria Ribeiro da Silva, Coordenadora do projeto da de Oliveira, Vice-Presidente da APAE/DF e Coordenadora Nacional da São Paulo/SP — Carlos Rogério de Carvalho Nunes, Conselheiro do
ONG Cata-Ventos; Dilma Moraes, Gerente Social do Instituto Marista de Educação Profissional das APAES; Michelline Carvalho, Analista social CNAS e Secretário de Políticas Sociais da Central Única dos Trabalhado-
Solidariedade; Dione Melo da Silva, Supervisora da Área de Comunica- do Instituto Marista de Solidariedade; Paulo Bareicha, Coordenador do res (CUT); Dora Silvia Cunha Bueno, Presidente da Associação Paulista
ção e Negócios da Embrapa; Gilney Viana, titular da Secretaria Nacional Projeto Teatro Ecopedagógico do Instituto Círculo de Giz; Perly Cipriano, de Fundações de São Paulo/SP; João Santo, Conselheiro do Conselho
de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável; Gina Marine Ferreira, Subsecretário da Secretaria Especial de Direitos Humanos (Secretaria Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA); Lúcia
Coordenadora do Programa Cozinha Brasil do SESI; Izabel Cristina ligada à Presidência da República); Roselma Cavalcante, Gerente da Bludeni, Presidente da Comissão do Direito do Terceiro Setor da Ordem
Bruno Bacellar Zaneti, professora da Faculdade de Educação da UnB e Área Social do Instituto Cultural e Profissionalizante; Rossana Pavanelli, dos Advogados do Brasil (OAB) – Seção-SP; Marcelo Roberto Monello,
Doutora em Desenvolvimento Sustentável/UnB – Educação Ambiental Mestre em gestão empresarial e Sócia-Diretora da Hoje/Emp Consulting; Presidente do Conselho Municipal de Assistência Social (Comas); Marcos

80 | BOA VONTADE
Simone Barreto
Clayton Ferreira
Dra. Michele Fedo-
roff, representante
da ONU, acompanha
os resultados da
oficina de geração de
renda. No destaque,
um exemplo dos
atendimentos sociais
prestados na ocasião:
o de corte de cabelo.
Da esquerda para a direita: Eliel Brum e Sílvia Vitro, representan-
tes da LBV; Dr. Carlos dos Santos, Diretor da UNIC Rio; e Pedro
Paulo Torres, articulador junto ao Governo do Estado do Rio de
Janeiro.

Clayton Ferreira

Clayton Ferreira

Clayton Ferreira

Clayton Ferreira
é altamente relevante,
porque o Estado, por si só já
Pedro Prata Deise Gravina César Bastos
não pode fazer tudo, o cidadão
tem de, cada vez mais, se envolver
e se preocupar com o dia-a-dia do diferentes pessoas e organizações (CRDR), César Bastos, fez refe-
seu País”. se unirem”. rência semelhante: “É um prazer
O representante do Oi Futuro — Deise Gravina, Presidente da repetir esse compromisso com a
Telemar, Pedro Prata, confirmou Federação das Instituições Bene- LBV. As Metas do Milênio são
o pensamento de responsabilidade ficentes (FIB), afirmou que este uma forma de as organizações,
social que vem crescendo nas em- diálogo que se estabelece é o anelo as tradições religiosas e todas as
presas: “É uma grande satisfação de uma nova Humanidade: “Quan- pessoas interessadas em viver em
participar do evento da LBV, que do a LBV e a ONU promovem um um mundo melhor se organizarem.
é uma instituição superséria e que, encontro desse, ele justamente vem Essa iniciativa não poderia ser de
antes da gente, já realizava um tra- ao encontro dos anseios que todos outra entidade, até porque é pela
balho reconhecido e de grande força nós temos, seja ele do primeiro, do LBV que se tem o Ecumenismo, com
para o País. (...) A gente acredita segundo ou do terceiro setor”. o saudoso Alziro Zarur (1914-1979).
que só acontecerão o desenvolvi- O Coordenador do Centro de (...) A LBV solidifica essa Rede de
mento e a justiça social quando Referência à Diversidade Religiosa Solidariedade”.

Em Aracaju/SE, o
Verônica Alexandre

Gonçalves, Conselheiro do CNAS e Presidente do Conselho Gestor da workshop ocorreu no Audi-


Associação para a Valorização e Promoção de Excepcionais (AVAPE);
Mário Valsechi, Gerente do escritório do Sebrae Região Norte de São Paulo; tório da Escola do Legislativo, no
Sérgio de Oliveira, Coordenador do Fórum Paulista de Prevenção e Erradi- dia 15, e contou com palestras de Maria
cação do Trabalho Infantil de São Paulo; e William Lisboa, Coordenador do Luci Silva, Presidente do Instituto Recrian-
Fórum de Assistência Social do Município de São Paulo. do e representante do Fórum Estadual de De-
fesa dos Direitos da Criança e do Adolescente
Rio de Janeiro/RJ — André Santos, representando o Governador
do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral; Hylton Luz, Presidente da (Fórum DCA-SE), e da professora Magaly Nunes
Organização Homeopatia Ação; Professor José Remízio Garrido, Reitor de Gois, da Universidade Tiradentes (Unit). Pre-
do Unisuam; Jurema da Silva Batista, Presidente da Fundação para a sentes também ao encontro Mariana Sarmento
Infância e Adolescência (FIA); Lia Blower, Diretora de Comunicação Netto da Silva, Representante do Grupo
e Marketing do Setor Instituto Comércio Ético e Solidário; Maria Empresarial Gbarbosa, e Sônia Meire
Emília do Nascimento, Presidente do Instituto Tecnoarte; professor
Paulo César, Reitor do Centro Universitário Celso Lisboa; Rubens Santos de Jesus, Secretária Adjunta da
Andrade, Vereador; e Sérgio Bastos, Mobilizador Social da Ação Secretaria Estadual de Assistência
Comunitária do Brasil. Social, Trabalho e Combate
à Pobreza.
BOA VONTADE | 81
Nações Unidas

Clayton Ferreira
Representante da ONU
conhece o trabalho
de quatro centros de

Paz
excelência da LBV

roteiro de e
FRATERNIDADE
A
costumada a viajar No Templo da Boa Vontade, a no ambiente, pela semelhança com
pelo mundo a servi- Espiritualidade Ecumênica as originais do antigo Egito. Nada
ço da Organização Depois de integrar o evento que passava despercebido a seus olhos,
das Nações Unidas se realizaria na capital federal, a Dra. mesmo os detalhes, como os impres-
(ONU), a Dra. Michele Billant- Michele, dia 20, conheceu o Templo sos distribuídos em vários pontos
Fedoroff, que representou ofi- da Boa Vontade (TBV), monumento do Templo em diferentes idiomas,
cialmente o Departamento de erguido à Paz e ao entendimento bem como a expressiva presença das
Assuntos Socioeconômicos da entre todos os povos. Ficou impres- embaixadas na Galeria de Arte, onde
ONU na 1a Feira de Inovações sionada com a arquitetura do am- podem ser vistos presentes artísticos
Rede Sociedade Solidária, pro- biente, registrando aquele momento da cultura de muitos países.
movida pela Legião da Boa com fotos. Com muito respeito e Na Fonte do TBV, resumiu o
Vontade (LBV) (leia reportagem solenidade, bebeu da Água Fluidi- sentimento que vivenciou, próximo
completa na página 72), chegou ficada e, ao chegar diante do Trono à escultura francesa de Jesus, o
ao Brasil no dia 19 de março para e Altar de Deus, leu o pensamento Cristo Ecumênico: “Eu acabei de
um enriquecedor roteiro. Além do Diretor-Presidente da LBV, José ter um passeio espiritual pelo TBV
dos compromissos preestabele- de Paiva Netto: “Todo dia é dia de e acredito que temos aqui todos os
cidos da Feira, reservou parte do renovar o nosso destino”, exposto elementos da Paz e da harmonia que
seu tempo para aprofundar seu ali em diversas línguas, entre elas o podem ajudar na implementação
contato com as ações da LBV francês, seu idioma natal. dos Objetivos de Desenvolvimento
em Brasília/DF, São Paulo/SP, Na Sala Egípcia, outro notável do Milênio no mundo. Fiquei muito
Glorinha/RS e Rio de Janeiro/RJ. espaço do TBV, a representante impressionada com toda a estrutura,
O que ela viu e sentiu está em da ONU ressaltou a fidelidade das do ponto de vista da arquitetura e da
resumo nesta matéria. reproduções das peças encontradas Espiritualidade. É surpreendente ter

82 | BOA VONTADE
Dra. Fedoroff

Lucian Fagundes
João Preda

na Nave
do Templo
da Paz, em
Brasília/DF.

Depois de a representante da ONU ter conhecido o Lar e Parque da LBV, o dirigente da


Legião da Boa Vontade a recebeu ao som do Hino Nacional francês, o que a deixou muito
emocionada. O anfitrião conversou com a ilustre visitante na língua-pátria (França) dela.

“Esta escola da Legião da Boa Vontade torna essas crianças


menos favorecidas em alunos muito privilegiados, dando a
elas a oportunidade de receber a melhor educação do país.
Eu desejo muito sucesso em suas vidas e futuros esforços. E
n

quero reiterar meu profundo respeito pela LBV.”


isa
ev
l Tr
nie
Da

expressado todos os elementos de alunos durante suas atividades. consultório dentário, laboratórios
crenças e princípios em um único “Obrigada pelas boas-vindas”, de informática e de química,
lugar”. disse a homenageada, e completou: física e biologia, a biblioteca, e
Para ela, “é preciso um homem “Agradeço pelo jeito lindo de vocês testemunhou: “As crianças têm
incrível (a exemplo de Paiva Netto) cantarem e por cantarem com tanta muita sorte de freqüentar a LBV”.
para ter uma idéia tão brilhante e fluência em inglês”. Fez questão de A qualidade das dependências
concretizá-la em tamanha estru- posar para fotos abraçada à garo- e os amplos jardins levaram-na
tura”. tada: “Eu guardarei a imagem de novamente a notar: “Tudo isso só
todos vocês na minha mente e em poderia ter vindo de um homem de
Com as crianças da LBV em meu coração”, afirmou. grande visão, que é o Paiva Net-
São Paulo, o incentivo a Após a apresentação, percorreu to”. E registrou no Livro de Opi-
prosseguir os ambientes da Supercreche Jesus e niões: “Eu fiquei admirada com o
Na tarde seguinte, a Dra. Michele do Instituto de Educação da LBV. A trabalho realizado pela LBV com
já estava na capital paulista visitando cada passo, mostrava-se mais encan- as crianças carentes da cidade de
o Conjunto Educacional da Legião tada com o serviço socioeducacional São Paulo. Esta escola da Legião
da Boa Vontade, onde foi caloro- da Instituição: “Levarei para Nova da Boa Vontade torna essas crian-
samente saudada pelos meninos e York o que vocês fizeram para mim ças menos favorecidas em alunos
meninas do Coral Ecumênico In- hoje. Falarei para as pessoas o muito privilegiados, dando a elas a
fantil LBV. Em inglês, os pequenos quanto me encorajaram a continuar oportunidade de receber a melhor
cantores entoaram a música Bem- fazendo meu trabalho, por causa educação do País. Desejo muito
Vinda à nossa escola. Uma criança desta imagem linda”. sucesso em suas vidas e futuros
a presenteou com um cartão espe- A Dra. Michele esteve nas salas esforços. Quero reiterar meu pro-
cial, confeccionado pelos próprios de aula, enfermaria, refeitórios, fundo respeito pela LBV”.

BOA VONTADE | 83
Nações Unidas

“Levarei para as Nações Unidas, para os governos e participantes daquela Feira (AMR
— Genebra, Suíça) o que são os programas da LBV, que merecem ser apresentados no
Conselho Econômico e Social em julho, a fim de influenciar, de transmitir suas histórias de
sucesso para outras organizações no mundo. “
Dra. Michele Billant-Fedoroff

Encontro em bom francês ambiente perfeito para a inte- 21 e dos programas e projetos desen-
Coroando esses encontros, gração familiar”. volvidos pelas duas Organizações
o principal ocorreria em Glori- Durante a recepção, assistiu ao na aplicação de práticas eficazes à
nha/RS, em 23 de março, quando espetáculo do Grupo Raízes do sociedade.
a cultura e a tradição gaúchas Rio Grande, formado por jovens Na despedida de Glorinha, fez
uniram-se a símbolos maiores da da Obra, que fez apresentações das mais um registro: “Estive visitan-
França, terra natal da visitante, danças Eu Sou do Sul, Chimarrita, do a LBV, conhecendo as ativida-
para saudá-la. O dirigente da LBV Balaio, Dança dos Facões e a Chu- des e os programas que o sr. Paiva
a recebeu, depois de a representan- la, com a participação do pequeno Netto tem desenvolvido. Quase no
te da ONU ter conhecido o Lar e chuleador Emanuel Wolff Raber fim da minha visita conheci a fon-
Parque Alziro Zarur, com o Hino (9 anos), que veio de Cambará do te de energia, desse dinamismo e
Nacional francês, La Marseillaise, Sul/RS especialmente para a ceri- o homem com o coração e o cére-
o que a comoveu profundamente. mônia. Ela ainda recebeu das mãos bro que tem conseguido expandir
Em francês, Paiva Netto a saudou do Soldadinho de Deus Guilherme essa maravilhosa Organização e
e, quase que instantaneamente, um Caetano (8), um kit com itens tra- esses programas que levam tan-
descontraído bate-papo desenvol- dicionais da cultura gaúcha. ta alegria para tantas crianças,
veu-se, em que foram discorrendo A Dra. Fedoroff mostrou-se famílias e idosos. Espero que o
sobre experiências dos dois países. admirada pela natureza local e a Presidente Paiva Netto possa
A Dra. Michele, agradecendo a qualidade dos profissionais que pre- continuar com esse trabalho por
gentil acolhida, fez um pedido ao param os meninos para a reinserção muitas e muitas décadas”.
anfitrião: “Que você continue com social. Ela também conversou com No último lugar que esteve antes
a sua grande missão aqui no Brasil os professores David Cafruni e de viajar para Nova York, ocasião
e no mundo”. Mara Fernandes, do Programa em que pôde ver as ações do Centro
Na ocasião, ela pôde conver- Ambiental Esfera Azul, da Universi- Educacional, Cultural e Comunitário
sar com alguns dos guris e gostou dade Luterana do Brasil (Ulbra), par- da Instituição, na capital flumi-
muito do suporte que os meninos ceira da Legião da Boa Vontade. A nense, deixou uma mensagem de
têm na Instituição. “Este é um conversa girou em torno da Agenda incentivo: “Os programas da LBV
são impressionantes. Espero que
Ao centro, a representante da ONU posa para foto com os jovens do Grupo Raízes do possam expandir ainda mais esse
Rio Grande, da LBV, que mostraram à visitante um pouco da tradição e dança gaúchas.
trabalho, conhecimento e habilidade
Lucian Fagundes

para outros países e, isso, é o que


encoraja a ONU. Levarei para as
Nações Unidas, para os governos e
participantes daquela Feira (AMR
— Genebra, Suíça) o que são os
programas da LBV, que merecem
ser apresentados no Conselho
Econômico e Social em julho, a fim
de influenciar, de transmitir suas
histórias de sucesso para outras
organizações no mundo”.

84 | BOA VONTADE
ASSIM QUE CHEGOU AOS EUA,

Dra. Michele escreve


ao líder da LBV
Assim que chegou a Nova York e com os esforços desenvolvidos

san
evi
(EUA), depois de cumprir sua agen- pelo senhor e sua equipe, sob sua

l Tr
nie
Da
da de viagens pelo Brasil, a Dra. hábil supervisão, de engajar, no
Michele Billant-Fedoroff, Chefe setor da educação, iniciativas con-
Adjunta da Seção de ONGs/De- cretas com outros atores da socie-
“Estou muitíssima encantada, partamento de Assuntos Socioeco- dade civil, incluindo setor privado.
pois, por meio dos eventos que o nômicos da ONU, escreveu uma Estou muitíssima encantada, pois,
correspondência ao dirigente da por meio dos eventos que o senhor
senhor (Paiva Netto) organizou e LBV, na qual releva as impressões organizou e pelos esforços da sua
pelos esforços da sua Instituição, vi que teve ao participar da 1a Feira de Instituição, vi o fortalecimento
Inovações Rede Sociedade Solidária de uma coerente estrutura e uma
o fortalecimento de uma coerente e de conhecer as quatro unidades- plataforma de desenvolvimento
modelo da Legião da Boa Vontade. contínuo, de capacitação e rede
estrutura e uma plataforma de
Abaixo, a mensagem escrita em 27 com foco nos assuntos da educação
desenvolvimento contínuo, de de março de 2007: e, particularmente, nos setores nos
quais crianças ainda são afetadas
capacitação e rede com foco “Prezado Senhor Paiva Netto, pela pobreza e a fome.
nos assuntos da educação e, “Eu gostaria de congratular-me “Eu percebo a necessidade de
com o senhor e com a Legião da Boa termos organizações como a LBV
particularmente, nos setores nos Vontade pelo grande sucesso e pelos trabalhando em relacionamento
quais crianças ainda são afetadas resultados concretos da Feira de próximo com as Nações Unidas,
Inovações Rede Sociedade Solidária visto que a ONU sozinha não pode
pela pobreza e a fome.” realizada por todo o Brasil durante resolver os assuntos em questão na
este mês e encerrando-se no dia atualidade. Espero ansiosamente
24 de março de 2007, no Rio fortalecer a cooperação entre nos-
de Janeiro. Em nome do meu sas duas Instituições, especialmen-
Departamento e da Senhora te dando prosseguimento imediato
Hanifa Mezoui, Chefe da Seção por meio de projetos de parceria a
de ONGs, eu representei as fim de fortalecer a contribuição da
Nações Unidas em alguns des- sociedade civil aos Objetivos de
ses encontros e foi um grande Desenvolvimento do Milênio.
prazer ter tido a oportunidade “Por favor, aceite, Senhor Paiva
de encontrar-me com o senhor Netto, meus mais sinceros agradeci-
e ter uma frutífera troca de mentos e a garantia das minhas mais
visões sobre assuntos que elevadas considerações”.
serão debatidos no Conselho Ao término, despediu-se escre-
Econômico e Social, em sua vendo em francês:“Eu espero ter o
próxima sessão (em julho, prazer de revê-lo em um futuro pró-
Genebra/Suíça). ximo e ter o prazer de conversar com
“Eu continuo particular- o senhor em minha língua materna,
mente impressionada com o que o senhor domina bem.
seu profundo comprometi- “Sinceramente,
mento com a implementa- “Michele Fedoroff
ção dos Objetivos de De- “Chefe Adjunta da Seção de ONGs/Departa-
senvolvimento do Milênio mento de Assuntos Socioeconômicos da ONU”.

BOA VONTADE | 85
Nações Unidas

Dra. Hanifa: “Michele voltou


aos EUA, mas o coração e a mente
dela ficaram no Brasil.”
Arquivo BV

Arquivo BV
no que se refere à primeira e oitava
metas que refletem, respectiva-
mente, sobre o combate à pobreza
e a importância de fomentar par-
cerias globais em prol do desen-
volvimento sustentável.
Ressaltou que, em seu diálogo, a
Conceição de Albuquerque
De Nova York/EUA Dra. Michele descreveu o inesquecí-
vel momento em que foi recebida no
Lar e Parque Alziro Zarur, da LBV,
em Glorinha/RS, ao som do Hino
Nacional da França. Acrescentou
que conversou em francês durante
todo o tempo com o líder da LBV
e contou ainda todas as impressões
que teve ao visitar as obras da Le-
gião da Boa Vontade.
Outro ponto que ela destacou
à Dra. Hanifa foi a visita que fez
na Fundação José de Paiva Netto,
quando viu os jovens atuantes no
trabalho, o que, conforme afirmou,
reflete a liderança de Paiva Netto.
Gostou muito também do termo
Espiritualidade Ecumênica e real-
mente entendeu o que viria a ser esse
Sede das Nações Unidas estágio de evolução do Espírito ao
conhecer o Templo da Boa Vontade,
Estive com a Dra. Hanifa Me- vações Rede Sociedade Solidária. em Brasília/DF.
zoui, Chefe da Seção de Organiza- Ela enfatizou que levará esse Ao término de nossa conversa, a
ções Não-Governamentais (NGO resultado positivo das Feiras pro- Dra. Hanifa pontuou: “Está vendo,
Section) do Ecosoc, e com a Dra. movidas pela LBV para as discus- Conceição! Ela voltou aos Estados
Michelle Fedoroff, na Sede das sões em Genebra (Suíça), no mês Unidos, mas o coração e a mente
Nações Unidas, na tarde de 31 de de julho, como recomendações dela ficaram no Brasil”. A Chefe da
março. Assim que cheguei ao escri- de práticas bem-sucedidas para Seção de ONGs no Ecosoc também
tório, Hanifa veio ao meu encontro garantir o cumprimento dos Oito manifestou sua vontade de visitar
e, visivelmente feliz, disse já estar Objetivos de Desenvolvimento do a Legião da Boa Vontade, o que
ciente do sucesso da 1a Feira de Ino- Milênio (ODM), principalmente pretende fazer brevemente.

86 | BOA VONTADE
Saúde

Alimentação
e saúde
to d o d i a Mais frutas, verduras e
legumes. É o essencial para a
composição de um cardápio
menos calórico e mais nutritivo.
Sal, açúcar e gordura devem
ser moderados.
Fonte: Ministério da Saúde

PhotoDisc

88 | BOA VONTADE
O
aumento das taxas de sobre- Guia alimentar para a
peso e de obesidade no mun- população
do inteiro tornam a adoção Para ajudar os profissionais de
de uma dieta saudável um saúde a informar o brasileiro sobre
tema cada vez mais preocupante a importância de se adotar uma
para autoridades, profissionais de alimentação saudável, o Ministério gordura e que se dê preferência às
saúde e para a própria população, da Saúde lançou no ano passado o preparações cozidas, assadas ou
pelas graves conseqüências que Guia Alimentar para a População grelhadas, em vez das fritas. 
uma alimentação inadequada pode Brasileira. Esta publicação é dis-
trazer à saúde. Conhecer o papel tribuída a profissionais de saúde e Quantidade de refeições
de determinados alimentos no fun- também  está disponível no portal diárias
cionamento do corpo, evitar outros do Ministério (www.saude.gov. Além do conteúdo das refeições,
ricos em açúcar, gorduras e sal e br/nutricao). O Guia classifica os o número também deve ser balance-
saber a melhor forma de compor alimentos por grupos, divididos de ado. Os nutricionistas indicam três
as refeições contribui bastante para acordo com os nutrientes presentes refeições diárias, intercaladas por
uma rotina com mais saúde.  em sua composição e o papel des- pequenos lanches.
“Uma alimentação saudável tas substâncias para o organismo.
deve ser saborosa, variada, colori- O grupo das frutas, legumes e Café da manhã e lanche
da, acessível do ponto de vista físico verduras, por exemplo, apresenta Para iniciar a rotina, os nutricio-
e financeiro, equilibrada em quan- como nutrientes predominantes as nistas sugerem um café da manhã
tidade e qualidade e segura sanita- vitaminas e os minerais. saudável, que garanta a energia
riamente”, explica Dillian Goulart, necessária à realização das ativi-
consultora técnica da Coordenação Grupos de alimentos em dades durante todo o dia, com ce-
Geral da Política de Alimentação e cada refeição reais, raízes e tubérculos — fonte
Nutrição do Ministério da Saúde. Segundo os profissionais de principal de energia — e alimentos
Para ela, em um país como o Brasil, saúde, de maneira geral, uma re- do grupo do leite e derivados. Aos
com vasta diversidade natural e cul- feição deve conter de duas a três adultos, aconselha-se escolher
tural, uma dieta balanceada deve se porções de alimentos do grupo de leite e derivados com quantidades
basear em hábitos alimentares regio- cereais, raízes e tubérculos; uma menores de gordura. As frutas
nais e que atendam às necessidades porção do grupo dos feijões e ou- também são indicadas como parte
nutricionais de cada fase da vida. tros alimentos vegetais ricos em de um café da manhã saudável
“O adjetivo balanceada refere-se proteínas; de duas a três porções e podem ser consumidas na sua
ao equilíbrio entre as quantidades de frutas, legumes e verduras e forma natural ou como salada de
dos diferentes grupos de alimentos uma de carne, peixe ou ovo. Reco- frutas ou sucos.
que precisam estar presentes em menda-se que a carne tenha pouca Para os lanches, uma fruta, um
nossa rotina. E é importante que
as pessoas tenham acesso à infor-
mação sobre como deve ser esse
equilíbrio”, observa. 

Os nutricionistas indicam três


refeições diárias, intercaladas
por pequenos lanches.
Saúde

iogurte sem açúcar, um sanduíche excesso podem ser acumuladas sob


natural sem maionese ou uma fa- forma de gordura corporal.
tia de bolo caseiro sem cobertura A adoção de uma alimenta-
constituem alternativas considera- ção saudável — aliada a hábitos
das saudáveis. “Pode-se variar os como a prática regular de ativi-
tipos de frutas ou de ingredientes, dades físicas —, a moderação no
mas é preciso procurar sempre consumo de bebidas alcoólicas e
aqueles com menores quantidades não fumar contribuem para evitar
de gordura, sal e açúcar”, assinala doenças muito perigosas, como a necessariamente o conteúdo de
Dillian Goulart. obesidade, a hipertensão, a dia- açúcar ou de energia reduzido; po-
bete e o câncer. Esses problemas dem ter alteradas as quantidades de
Almoço e jantar provocam a morte de milhares de gordura, proteínas, sódio e outros
Para o jantar, recomenda-se uma brasileiros todos os anos e geram componentes. Por essa razão, deve-
refeição mais leve que o almoço, já enormes custos para o Sistema se ler atentamente os rótulos com a
que à noite, geralmente, o ritmo das Único de Saúde (SUS).  composição dos produtos.
atividades diminui e o metabolismo Uma boa pedida para uma
do corpo torna-se mais lento. Em Integrais, diet e light na dieta balanceada são os alimentos
conseqüência disso, a digestão e a quantidade certa integrais,  que sofreram menos
absorção dos alimentos tendem a Uma alternativa para dietas processamento industrial. Por este
demorar mais e a ser mais difíceis, especiais, os alimentos diet e light motivo, mantêm preservados vários
principalmente em caso de uma precisam ser consumidos com mo- nutrientes, como fibras, vitaminas e
refeição pesada.  Verduras e legu- deração. Ao contrário do que muita minerais. Se consumidos em quan-
mes refogados, cereais integrais gente pensa, esses produtos não tidades adequadas, alimentos como
— como arroz ou macarrão com podem ser consumidos livremente arroz e pão integral ajudam no con-
um molho de tomate — ou um san- e, em excesso, também engordam. trole do peso. Uma das funções das
duíche natural são boas alternativas Alimentos diet são especial- fibras — presentes nos alimentos
para esta refeição. É importante mente formulados para grupos da integrais e em frutas, verduras e
também não exagerar na quantida- população com condições específi- legumes — é reduzir a sensação de
de de alimentos consumida à noite, cas de saúde. Diet é o alimento do fome, contribuem para o bom fun-
pois as calorias em qual algum nutriente foi totalmente cionamento do intestino e ajudam
retirado, como ocorre com produtos a diminuir a absorção de gorduras
sem açúcar, destinados a diabéti- e açúcares pelo organismo.
cos. A linha light reúne alimentos Um produto muito presente em
com a quantidade restaurantes naturais e que também
de algum nutrien- merece atenção em seu consumo é o
te ou valor ener- açúcar mascavo, aquele de cor mar-
gético (calórico) rom. Embora mais saudável que o
reduzido, quando açúcar refinado, continua sendo um
comparado a ou- açúcar. Sua composição de glicose é
tro na versão con- a mesma que a do açúcar branco. Por
vencional. É o caso isso, os diabéticos devem evitá-lo, e
de um iogurte com também o mel e o melado. 
redução de 30% de
gordura. Tanto os ali- Fuja da gordura trans
mentos diet quanto Restaurantes, lanchonetes e
light podem não ter fabricantes de alimentos do mundo

90 | BOA VONTADE
Dillian Goulart, do Ministério da para redução do teor de alguns nu-
Saúde. “É importante  investir em trientes nos seus produtos, como o
pesquisas sobre maneiras de tornar sódio, largamente consumido pela
os alimentos industrializados mais população brasileira e que contri-
saudáveis”, ressalta.  bui para o aumento dos níveis de
O Ministério da Saúde vem pressão arterial, que pode levar
construindo propostas de pactos à hipertensão e a outras doenças
com as indústrias de alimentos crônicas.
inteiro vêm mudando seus cardápios
e a receita de alguns de seus pratos
por conta de substâncias conhecidas
como gorduras trans. No Brasil,
a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) determina que
todos os alimentos tragam em sua
embalagem a quantidade de gordura
trans presente em suas fórmulas.
Formada por um processo de
hidrogenação, as gorduras trans
servem para melhorar a consistên-
cia e aumentar a vida de prateleira
de alguns produtos. O aspecto
crocante de certos biscoitos, por
exemplo, vem do uso desse tipo
de gordura. O consumo excessivo
de alimentos ricos em gorduras
trans tende a aumentar o coles-
terol total e o colesterol “ruim”
(LDL) e a diminuir os níveis de
colesterol “bom” (HDL). A con-
seqüência dessas alterações no
sangue, a longo prazo, pode ser
a formação de placas nas artérias
(aterosclerose) e o surgimento de
doenças como infarto e derrame
cerebral. 
Felizmente, há uma preocupa-
ção e uma tendência por parte da
indústria de alimentos e de alguns
restaurantes no mundo inteiro,
principalmente de grandes redes,
de substituir gradualmente a gordu-
ra trans por outro tipo de gordura
em seus produtos, para causar
menos danos à saúde da popula-
ção”, observa a consultora técnica

BOA VONTADE | 91
Saúde

Prevenindo o
Câncer de Próstata
de informação do país e pelo
Daniel Trevisan

aumento na expectativa de vida


do brasileiro”. Na seqüência, de
forma didática, são fornecidas
as informações principais para a
prevenção e os cuidados do mal.
Fique atento!
“Fatores de risco — Assim
como em outros cânceres, a idade
é um fator de risco importante, Sintomas
Walter Periotto
ganhando um significado espe- Os principais são: o hábito de levantar
várias vezes à noite para urinar, dificul-
cial no câncer da próstata, uma dade no ato de urinar e dor à micção.

T
vez que tanto a incidência como
rago aos leitores da revista a mortalidade aumentam expo- Diagnóstico
BOA VONTADE uma nencialmente após a idade de É feito pelo exame clínico (toque retal)
importante matéria, pu- 50 anos. A influência que a dieta e pela dosagem do antígeno prostático
específico (PSA, sigla em inglês), que
blicada no site do Instituto pode exercer sobre a gênese do podem sugerir a existência da doença
Nacional de Câncer (INCA/MS), câncer ainda é incerta, não sendo e indicarem a realização de ultra-sono-
grafia pélvica (ou prostática transretal,
que atenta para um grave proble- conhecidos os exatos componen- se disponível). Esta ultra-sonografia,
ma de saúde pública: o câncer tes ou através de quais mecanis- por sua vez, poderá mostrar a necessi-
de próstata, que já é a segunda mos estes poderiam estar influen- dade de se realizar a biópsia prostática
transretal.
causa de óbito em homens, per- ciando o seu desenvolvimento.
dendo apenas para os casos da Contudo, já está comprovado Tratamento
doença no pulmão. Esclarece o que uma dieta rica em frutas, A escolha deve ser individualizada e de-
trabalho em questão que “o verduras, legumes, grãos e finida após discutir os riscos e benefícios
aumento observado nas ta- cereais integrais, e do tratamento com o seu médico.
E finaliza o documento explicando que,
xas de incidência pode com menos gordu- em vias gerais, “o Instituto Nacional
ser parcialmente ra, principalmen- de Câncer recomenda que o controle
do câncer da próstata seja baseado em
justificado pela te as de origem ações educativas voltadas em primeiro
evolução dos animal, não só lugar à população masculina, alertando
métodos sobre os sinais e sintomas iniciais do mal,
pode ajudar estimulando-os a procurar uma unidade
diagnósti­ a diminuir de saúde tão logo sejam notados; e aos
cos, pela o risco desta profissionais de saúde, atualizando-os
sobre os sinais de alerta para suspeição
me­lhoria na doença, como deste câncer e os procedimentos de
qualidade também de ou- encaminhamento para o diagnóstico
dos sistemas precoce dos casos”.
tras.”

92 | BOA VONTADE
IV Fórum Internacional dos
Soldadinhos de Deus, da LBV.
“Quem pensa que criança é boba é que Salomão, 13 anos, de São Bernardo
é bobo!” ensina o educador Paiva Netto. E do Campo/SP, não perdeu
para provar esse pensamento, ele criou tempo e já escreveu sobre a
vários espaços onde a garotada pode falar importância deste evento:
o que pensa e principalmente sugerir
soluções para os problemas do “Eu estive no Fó-
mundo, tendo como fundamento rum dos Soldadinhos
o Evangelho e o Apocalipse de Deus para cantar, Igor dos Reis
de Jesus, o Cristo Ecumênico. participar das Aulas Salomão
Desta forma, surgiu o Fórum de Moral Ecumênica,
Internacional dos Soldadinhos de encontrar os outros Soldadinhos de
Deus, da LBV. Uma festa especial, Deus, porque somos todos amigos na
com debates, oficinas, brincadeiras, LBV.
música e atividades culturais. O Fórum Um soldado sempre luta pelo seu objetivo!
está em sua 4a edição com o tema Família, o E eu, como Soldadinho de Deus, luto pelo meu,
Princípio da Paz e teve sua conclusão no dia que é levar a todos o Novo Mandamento de
31 de março. Jesus: ‘Amai-vos como Eu vos amei’. Um Man-
O Soldadinho de Deus Igor dos Reis damento que aplico a cada ato do meu dia”.

Leve o pássaro até seu ninho


Arquivo pessoal

5 gerações juntas
no ideal da LBV
Trisavô Brás da Silva, 96 anos, bisavó Maria
Dalva da Silva, avó Kárita Cardoso Viana, papai
Thiago Cardoso Viana e eu, Joaquim José da
Fonseca Viana, 1 ano.

94 | BOA VONTADE
(1) Gilvan Ribeiro, Rio de Janeiro/RJ, (2) da esquerda para
a direita Alan Augusto Ferreira de Sousa, 5 anos, Emanuel
de Lucas Conceição de Sousa, 7 meses, a vovó Francisca Pinheiro
de Sousa, Ismael Mateus Conceição de Sousa, 7 meses, Querem
Happuc Conceição de Sousa, 8 anos, e Aurilete Ricardo Conceição de
Sousa, 4 anos, São Paulo/SP, (3) Emmanuel Fernandes Santos, 7 anos,
Rio de Janeiro/RJ, (4) Michael Vinicius, 12 anos, e Leticia Emmanuely
Valim de Lima, 6 anos, Indaiatuba/SP e (5) Larissa Geovana de Carvalho
Rodrigues, 6 anos, e Milena Geovana de Carvalho Rodrigues, 2 anos.
Qual a Sombra do Cão?

Disse Jesus: Deixai vir a mim as


criancinhas, e não as impeçais, porque
Resp.: 3.

delas é o Reino de Deus.


(Evangelho de Jesus, segundo Marcos, 10:14)
Ação Jovem LBV

Clayton Ferreira
Josué Ben-Nun, graduando em História
pela USP, é militante da Juventude
Ecumênica da LBV.

“Q uem é essa mulher/ Que


canta sempre esse estri-
bilho/ Só queria emba-
lar meu filho/ Que mora
na escuridão do mar/ (...)/ Quem é
essa mulher/ Que canta como dobra
um sino/ Queria cantar por meu
menino/ Que ele já não pode mais
cantar.”
Angélica: o que antes fora
uma canção escrita por Chico
Buarque à estilista Zuzu Angel
(1921-1976) em virtude do desa-
parecimento de seu filho Stuart
Angel Jones (1946-1971), hoje
expande seu significado a tantas
outras mães e tantos outros pais.

Quem
Quem consegue se tranqüilizar
não sabendo o paradeiro de seus
filhos? Quantas mães não ficam
acordadas até tarde da noite pre-
ocupadas porque simplesmente
seus filhos não ligam avisando
onde e com quem estão? Anda-
mos na rua com medo de tudo e

não se
de todos. Somos uma sociedade
que declarou estado de pânico. E
um dos principais fatores disso é

preocupa?
algo que ultimamente não distin-
gue faixa etária, condição social,
gênero, etnia ou região. Quem não
se preocupa com ela? Pois é... A
ameaça da violência tem tirado o
sossego da população mundial.
O 3o Relatório sobre os Direitos

96 | BOA VONTADE
Humanos no Brasil, lançado dia 16 quer mudanças efetivas já! A
de março de 2007, pelo Núcleo de comoção tomou conta do país
Estudos da Violência (NEV), da nos recentes casos do menino
Universidade de São Paulo (USP), João Hélio, 6 anos, no Rio de
demonstrou que não houve um úni- Janeiro, e da menina Priscila
co Estado sem registros de graves Aprigio, 13 anos, em São
violações entre 2002 e 2005, refle- Paulo. O Povo foi às ruas,
tindo a tão próxima e triste realidade unido, protestar contra essas
a que assistimos todos os dias. situações. Para reverter esse
Paulo Mesquita Neto, coor- panorama deplorável, é preciso OD
ia
cia
denador do relatório, afirmou à obviamente arrancar o mal pela Agê
n
jo/
Agência Reuters em 15 de março raiz. Paiva Netto nos convida a Pa
ulo
Araú

que “há um recesso no desenvol- descobrir tal origem em seu artigo


Momento de emoção e fé na Igreja da
vimento de políticas de direitos hu- escrito à Folha de S. Paulo, em Candelária, no Rio de Janeiro/RJ.
manos, que contribui para o déficit 1980: “Todos estão profundamente
de democracia e o crescimento da preocupados com a brutalidade que
violência, insegurança e injustiça campeia no orbe; à cata de uma Hélio Fernandes, “foi rezada pelo
em todas as regiões do país”. Há de solução para pelo menos diminuir próprio Criador do Universo.” Na
se concordar que existe um proble- a violência, que saiu dos lugares sua coluna na Tribuna da Imprensa,
ma estrutural. Contudo, é preciso ocultos, das noites escuras e tomou do dia 21 de fevereiro, ainda escre-
questionar se, ao sanar isso, teremos as ruas, invadiu mentes e lares, veu: “O clima de medo e de horror
a almejada paz social. O jornalista veio para a luz do sol. Esquecem- que se transformou em paixão tinha
José de Paiva Netto certa vez afir- se, porém, de que, se há violência, que ter inspiração e vontade divina.
mou: “O problema não é mais de não é só problema dos governos, (...) A crueldade não foi esquecida.
leis, porém de homens”. das organizações policiais, mas Mas através dela se manifestou a
O estudo constatou que crian- principalmente um desafio para beleza da solidariedade”.
ças e adolescentes são de maneira todos nós, sociedade. Se ela saiu E essa tem sido a grande ban-
crescente vítimas de violência da noite escura e veio mostrar-se à deira da Legião da Boa Vontade
praticada por armas de fogo. Nas luz do dia, é porque habita o íntimo (LBV), que há quase sessenta anos
áreas urbanas, a violência fatal das criaturas. Existindo nas almas vem unindo o Povo, por um Brasil
continua a atingir de forma intensa e nos corações, far-se-á presente melhor e por uma Humanidade
e desproporcional os jovens do sexo onde estiver o Ser Humano”. mais feliz, despertando nos cora-
masculino, moradores das áreas ca- Sua contribuição não termina aí. ções a vivência da Fraternidade
rentes das grandes cidades e regiões Seguramente afirma que a derra- do Novo Mandamento de Jesus, o
metropolitanas. De 2000 para 2004, deira solução só pode encontrar-se Cristo Ecumênico. Essa é a mais
as mortes por homicídio por 100 em Deus, o Ser Supremo, Onipo- eficaz ferramenta capaz de resol-
mil habitantes entre jovens de 15 a tente, Onipresente, Onisciente e ver os problemas que afligem as
24 anos aumentaram de 26,71 para Onidirigente, que não é invenção criaturas. Somente transformando
27,01. Apesar de uma redução de neuroquímica. Como nada é por as Almas humanas para melhor
12,20% na Região Sudeste, as taxas acaso, vale destacar a emoção que acabaremos com tanta barbaridade
de homicídio por 100 mil habitantes envolveu aqueles que foram à Igreja que mancha a história do Planeta
entre jovens dessa mesma faixa da Candelária, em homenagem ao Terra como um todo. Por isso, é tão
etária aumentaram nas Regiões Sul Espírito Eterno (porque os mor- oportuno concluir com esse pen-
(33,6%), Nordeste (19,9%), Norte tos não morrem) de João Hélio. samento do Diretor-Presidente da
(21,8%) e Centro-Oeste (1,4%). As pessoas, superlotando o local, LBV: “Cuida do Espírito, reforma
Apesar do quadro alarmante, clamavam por justiça, numa missa o Ser Humano. E tudo se transfor-
o Brasil dá demonstrações de que que, no dizer do veterano jornalista mará”. Pense nisso...

BOA VONTADE | 97
Variedade

Estúdio da emissora
Viviane Propheta

em São Paulo/SP

Crianças da LBV comemoram


os 10 anos da Rádio Nativa
Roberta Assis

P
ara comemorar os 10 Netto por esse serviço maravilhoso, sário da Rádio Nativa, a locutora
anos da Rádio Nativa é um homem honrado, do Bem. Se Tatiana veio, em nome da equipe,
(95,3 FM), completados eu tivesse um chapéu aqui (lá na à Supercreche Jesus e ao Instituto
em 10 de março, o Coral minha terra a gente tira o chapéu de Educação José de Paiva Netto,
Ecumênico Infantil LBV esteve para as pessoas de bem), tiraria da LBV, na capital paulista (Av.
um dia antes da data nos estúdios para ele agora”, comentou a apre- Rudge, 700, Bom Retiro), em
da emissora e, com seu canto, sentadora. retribuição à amável visita.
homenageou os funcionários, Outro que ficou encantado com
levando vários deles às lágrimas. o presente foi o Diretor Artístico
No ensejo, as crianças levaram da Nativa, o apresentador Murilo
também um bolo e entoaram o Júnior: “A LBV realmente é um
tradicional Parabéns pra Você!, exemplo, é nossa parceira e sem-
apagando as velas com o pessoal pre será. Vamos estreitar ainda
da emissora. mais esse relacionamento. A LBV
A apresentadora Tatiana Fra- é um orgulho para o Brasil. Paiva,
guas Hovoruski, que comanda o um abraço a você. Parabéns por
programa Hora mais paixão Na- esse trabalho! Sabemos o quanto
tiva, exibido naquele horário, tam- é difícil num País como o nosso
bém recebeu o carinho dos meninos ter força para levar à frente um
e meninas da LBV e autografou um projeto tão bonito e importante.
postal personalizado da rádio para Conte sempre conosco”.
cada pequenino. “Essas crianças Ao término da visita, o Coral
conseguiram me tocar. O trabalho Ecumênico Infantil LBV ainda
que vocês fazem é campeão em gravou no estúdio uma partici-
audiência do coração, uma coisa pação especial, que foi ao ar no
que qualquer pessoa sonha em horário das 13h30.
fazer. Quero parabenizar o Paiva Alguns dias depois do aniver-

98 | BOA VONTADE
Novo CR-V
Liberdade é ser você mesmo

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