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Proposta de inserção de Jardim Didático Suspenso na

Escola Mirian Araújo.


Albertina Vieira de Melo (Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade
Federal de Pernambuco - UFPE no Centro Acadêmico de Vitória - CAV)

INTRODUÇÃO

O ensino de Botânica é marcado por diversos problemas, dentre eles, a


maneira como é ministrado o conteúdo, muitas vezes de forma teórica e
seguindo um ensino técnico utilizando apenas o livro didático. Desta forma, o
trabalho escolar, na maioria das vezes, acontece dissociado do cotidiano do
aluno e se apresenta ineficiente no objetivo de promover uma educação
científica (KRASILCHIK, 2004).
Para Nascimento et al (2010, p. 241) “[...], muitos dos problemas do
ensino de ciências apresentam uma raiz epistemológica, haja vista a existência
de relações, compatibilidades e incompatibilidades entre os ideais de
cientificidade e a didática das Ciências”[...].
As práticas de ensino existentes atualmente acabam desestimulando os
alunos, e proporcionando a distância da verdadeira função do ensino que é
formar cidadãos conscientes, e como afirma Schnetzler (1992, p. 17) “[...] O
produto desta aprendizagem se caracteriza, portanto, em memorização com
um subsequente esquecimento rápido do conhecimento aprendido [...]”,
O ensino não pode mais se basear no conhecimento adquirido, mas no
processo de adquiri-lo, para adaptação continua às mudanças derivadas do
avanço rápido do conhecimento. As atividades ao ar livre permitirão às crianças
entenderem o processo vital do meio ambiente. Através da experimentação
vem à conscientização.
Diante do exposto esse trabalho objetiva à criação do Jardim Didático
um projeto que visa cultivar espécies vegetais para serem utilizadas em aulas
práticas com vista a despertar um maior interesse dos alunos através da
análise e observação, em material concreto e vivo.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O ensino da botânica apesar de bem próximo da realidade dos alunos,


presente na alimentação e em medicamentos, por exemplo, ainda tem como
metodologia a utilização de aulas baseada em livros didáticos e verbalização
dos conteúdos (GARCIA, 2000; KINOSHITA, 2005). Dessa forma, as aulas
acabam se tornando monótonas, sem graça, o que causa o desinteresse dos
alunos por parte das aulas de ciências.
MINHOTO (2003) lembra que “E o que fazer com os professores de
Biologia que tem tanto medo de vegetais? (...) Além da falta de aptidão em
ensinar sobre as plantas, há pouco material eficiente também para auxiliá-los.
O ensino de Botânica pode se tornar agradável, desde que um dos lados, o do
docente, motive o outro, o do discente.”
O Ensino de Ciências nas últimas décadas tem incorporado tendências
de aprendizado na busca por melhoria na qualidade do ensino e na adoção de
postura crítica em relação ao conhecimento científico (MARISTELA SILVA et al,
2006; KOVALSKI et al, 2011)
Segundo Martins (2000), “a teoria só adquire significado quando
vinculada a uma problemática originada da prática e esta só pode ser
transformada quando compreendida nas suas múltiplas determinações, nas
suas raízes profundas, com o auxílio do saber sistematizado”.
Enfim, a construção do Jardim suspenso possibilita inúmeras formas de
aprendizagem, proporcionando assim um amplo campo de pesquisa, tanto no
ensino da botânica para trabalhar com a diversidade de plantas, como no
ensino de educação ambiental podendo abranger uma gama variada de temas
relacionados à preservação do meio ambiente, principalmente focando na
importância da reciclagem já que o jardim será criado a partir de materiais
reutilizados com garrafas PET.
Por fim, o jardim didático tem como foco principal a aprendizagem e o
lazer, integrando as crianças ao dia-a-dia da escola.

OBJETIVO
O projeto tem por objetivo implantar um jardim didático para vincular
aulas teóricas e práticas, com intenção de despertar fascínio dos alunos
através da análise e observação, possibilitando um processo de aprendizagem
sobre plantas muito mais efetivo e concreto, além de oferecer um laboratório
natural aos alunos.

METODOLOGIA

O presente trabalho será desenvolvido na Escola Mirian Araújo da rede


privada de ensino, localizada no município de Lagoa de Itaenga - PE, tendo
como público alvo todos os alunos da instituição (Maternal ao Fundamental II).

O projeto será desenvolvido em oito etapas:

I- Ministrar uma aula abordando a finalidade do jardim didático suspenso para


os alunos do Ensino Fundamental I e II;
II- Medir e planejar a organização do espaço;
III- Realizar um levantamento dos materiais necessários;
IV- Busca de onde virão os recursos materiais e financeiros para a realização
do jardim suspenso;
V- Coleta de embalagens PET;
VI- Levantamento bibliográfico relativo aos grandes grupos vegetais,
vislumbrando observar características morfofisiológicas de espécies vegetais
da região;
VII - Identificar as espécies que iram formar o jardim botânico adequado para
um jardim suspenso;
VIII- Preparação do solo das embalagens PET para o plantio e procura das
referidas espécies já escolhidas nas etapas anteriores;
IX- Plantio das mudas.

Vale ressaltar que para o plantio serão utilizados pequenos espaços da


escola, já que as plantas serão cultivadas suspensas em uma armação de
arame ou corda, que poderá ser deslocado à outros locais. Também serão
utilizados materiais de baixo custo econômico e operacional (garrafas pet
vazia), para acomodar as mudas.
CRONOGRAMA

O projeto se caracteriza por ser uma atividade continuada, portanto, não


tem hora ou tempo de duração que possa ser pré-estabelecido. Afinal, uma vez
montado novos alunos irão dá continuidade ao projeto. A descrição abaixo é
para o preenchimento do ano letivo de 2018, podendo sofrer alterações ao
longo do ano.

ATIVIDADES MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO


Apresentação do projeto a direção X
Conscientização do Jardim Suspenso X
Planejar a organização do espaço X
Realizar um levantamento dos materiais X X
Coleta de embalagens PET X X
Levantamento bibliográfico das espécies x x
Identificar as espécies para o plantio X X
Preparação do solo das embalagens PET X X
Plantio das mudas x x

RESULTADOS ESPERADOS

Diante dos objetivos propostos, deseja-se ao final do desenvolvimento


deste trabalho que o jardim didático possibilite aulas teóricas e práticas, e que
desperte o fascínio dos alunos através da análise e observação, permitindo um
processo de aprendizagem sobre plantas muito mais efetivo e concreto, além
de oferecer um laboratório natural aos alunos.
Também se espera que o projeto se expanda para casas dos alunos,
demonstrando que um jardim possa ser desenvolvido em pequenos espaços,
aproveitando as paredes que ficam no entorno da escola.

CONCLUSÕES

A construção do Jardim suspenso possibilita inúmeras formas de


aprendizagem, proporcionando assim um amplo campo de pesquisa, tanto no
ensino da botânica para trabalhar com a diversidade de plantas, como no
ensino de educação ambiental podendo abranger uma gama variada de temas
relacionados à preservação do meio ambiente, principalmente focando na
importância da reciclagem já que o jardim será criado a partir de materiais
reutilizados com garrafas PET.
O jardim didático será utilizado como um fator de associação com o dia-
a-dia e como uma forma de visualização real das características morfológicas
das espécies botânicas, tornando-o uma verdadeira ferramenta didática.

REFERÊNCIAS

GARCIA, M.F.F. Repensando a Botânica. In: Coletânea do 7º Encontro


Perspectivas do Ensino de Biologia, São Paulo, 2000.

KRASILCHIK, M.Prática de ensino de biologia. 4. ed. São Paulo: Edusp,


2004.197 p.

KINOSHITA, LUIS SUGIMOTO. Verdes Olhares. 2005. Disponível em:


<http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/agosto2005/jul297pag12html
>.

JARDIM DIDÁTICO COMO FERRAMENTA EDUCACIONAL PARA AULAS DE


BOTÂNICA NO IFRN (PDF Download Available). Available from:
https://www.researchgate.net/publication/276228656_JARDIM_DIDATICO_CO
MO_FERRAMENTA_EDUCACIONAL_PARA_AULAS_DE_BOTANICA_NO_IF
RN

MARTINS, P.L.O. Didática teórica/Didática prática. Para além do confronto.6ª


ed. São Paulo, SP: Edições Loyola, 2000.

MINHOTO, M.J. Ausência de músculos ou por que os professores de biologia


odeiam a Botânica. São Paulo: Cortez, 2003.

NASCIMENTO, F.; FERNANDES, H.L.; MENDONÇA, V.M. O Ensino de


Ciências no Brasil: história, formação de professores e desafios atuais. Revista
HISTEDBR On-line, Campinas, n.39, p. 225-249.

SCHNETZLER, Roseli Pacheco. Construção do Conhecimento e Ensino de


Ciências.Em Aberto, Brasília, v. 11, n. 55, p. 17-22. 1992. Disponível em:
<http://emaberto.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/viewFile/813/731>
Acesso em: 10 abr. 2013.

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