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Para aquele que tenha somente a concepção popular de quem foram Marx e
Engels a Ideologia Alemã é surpreendente. Esta, sua primeira análise detalhada da
filosofia sócio-política conhecida agora como o marxismo contem as referências
esperadas à ³burguesia´, ao ³proletariado´ e ao ³comunismo´, porém o conjunto de
seu argumento é uma análise da história das relações sociais baseando -se no
materialismo histórico.

Marx, filho de um advogado, estudou filosofia sem graduar -se em Bonn e


Berlim em uma atmosfera influenciada profundamente por George Friedrich Hegel,
filósofo alemão do início do século XIX. Hegel sustentou que entender a realidade é
compreender os conceitos que nós temos sobre ela, e que estas ideias estão
sempre sendo reinterpretadas com o processo d e ³dialética´, onde uma ideia (tese)
é proposta, criticada com ideias opostas (antítese) de modo que uma posição nova
(síntese) pudesse surgir para dar forma à tese seguinte. Hegel pensou ser este um
sistema que soava lógico, onde a definição de todas as c oisas poderia ser
considerada com um processo dialético, ao longo das linhas de ³coisa´ (tese) -
³animal´ (antítese) - ³gato´ (síntese). Mais útil é sua opinião que é baseado na
dialética que a história funciona. Os escritos de Hegel são extraordinariament e
difíceis de se compreender, não sendo então surpresa que seus seguidores tenham
seguido dois caminhos de opostos, cada um deles confiante de ter a exata noção
das idéias de seu tutor

Os Hegelianos consideravam que a história é realmente a história das i déias,


construída com a dialética, e que a razão pela qual a sociedade alemã era a melhor
porque foi baseada nas melhores idéias. Os jovens hegelianos, incluindo amigos de
botequim de Karl Marx, Max Stirner e Bruno Bauer do, estavam convencidos que
Hegel de fato preocupava-se com o materialismo relacionado com o mundo
concreto, não apenas com idéias. Pensavam que era necessário uma mudança da
sociedade para melhor, e para isto deveriam se preocupar em mudar a ideologia
humana.

Em 1844 Marx começou a colaborar com o industrialista Friedrich Engels,


recém saído da gerencia de um moinho em Manchester onde tinha sido muito
afetado pela pobreza dos trabalhadores. O resultado disto foi primeiro A Sagrada
Família e então em 1846 A Ideologia Alemã.
Enquanto a A Ideologia Alemã apresenta uma noção da história, isso é
somente com a finalidade de estudar os resultados da necessidade material em
uma faceta da dialética material, e nisto tem muito mérito, fica claro que a versão do
comunismo apresentada é muito rasa. Contudo, provavelmente nunca houve um
texto que tivesse tão poderosa influência no progresso da humanidade. Como Marx
mesmo conclui ³os filósofos somente interpretaram o mundo de várias maneiras; o
ponto é mudá-la.´

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Até hoje, os homens tinham concepções falsas sobre si próprios, sobre o que
são e devem ser. Organizaram seus relacionamentos de acordo com idéias de
Deus, do homem normal, etc. Deixe-nos liberá-los destas quimeras, deixe-nos
revoltar-se contra a regência do pensamento. Estas fantasias infantis e inocentes
são a semente da filosofia jovem hegeliana que este livro deseja amadurecer, para
mostrar como seu ideário meramente imita as concepções da classe média alemão.

³Há pouco tempo, um homem de bom senso imaginava que as pessoas se


afogavam unicamente porque eram possuídas pela idéia da gravidade. Tão logo
tirassem da cabeça essa representação, declarando, por exemplo, ser uma
representação religiosa, supersticiosa, estariam a salvo de q ualquer risco de
afogamento.´ [uma referência a Feuerbach]

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Alemanha tem nos últimos anos passado por uma revolução em que os
heróis da mente superam-se uns aos outros, supostamente no rein o do pensamento
puro. Os industrialistas da filosofia vêm colocando no mercado, suas mercadorias.
Quando o mercado ficou saturado, o negócio foi deturpado como sempre acontece
na Alemanha, por mercadorias de baixa qualidade, por etiquetas falsas e por
vendas fictícias. Se desejarmos avaliar este tragicómico e mesquinho movimento
jovem hegeliano inteiro, nós devemos olhar além das fronteiras de Alemanha.

Tudo isto germinou do sistema filosófico de Hegel, onde cada lado extrai
categorias puras como a ³substância´ e a ³consciência de si´ e as profanaram então
os com nomes como ³genero´, ³único´ ou ³homem´.

Os hegelianos compreendiam as coisas pela religião; os jovens hegelianos


criticam por ela. O domínio da religião foi subestimado, e toda relação dominante
transformada em um culto, em um culto da lei, em um culto do estado, etc.

Os hegelianos declararam que pensamentos e idéias eram as verdadeiras


conexões da sociedade; os jovens hegelianos atribuíram a eles uma existência
independente como as verdadeiras co rrentes

dos homens, a única coisa contra a qual eles tem que lutar. Declaram que
estão lutando de contra as ³frases´, esquecendo que se opor a elas somente com
outras frases, de nenhum modo combatem no mundo real.

Não ocorreu a nenhum deles inquirir qual a conexão entre a filosofia alemã e
a realidade alemã, a relação do criticismo da matéria que os cercava.

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Nós não começaremos com os dogmas, mas com as indicações empíricas


sobre indivíduos reais.

A primeira premissa de toda a história da humanidade é, naturalmente, a


existência de indivíduos humanos, distinguida dos animais pela consciência, religião
ou qualquer outra coisa que você queira. Elas mesmas distinguem -se dos animais
quando produzem seus próprios meios de subsistência e definem dessa forma seu
modo de viver. A estrutura interna da nação, e sua relação com as outras,
dependem do estágio do desenvolvimento alcançado por sua produção e suas
relações interna e externa, e manifesta em sua divisão do trabalho p or meio da
forma de propriedade.

A primeira forma de propriedade está nas sociedades tribais, onde os povos


vivem caçando, pescando, colhendo frutos das árvores ou, onde há terra
abundante, pela agricultura. A divisão de trabalho é confinada a uma extensão da
divisão natural que existe na família.

A segunda forma é a comunal e a propriedade do Estado, proveniente da


união das tribos em uma cidade, por contrato ou conquista, acompanhada da
escravidão e da propriedade privada, embora como uma forma anormal de
propriedade subordinada à propriedade comunal. Onde os cidadãos em conjunto
exercem autoridade sobre os escravos, aqui já aparece a divisão do trabalho.
A terceira forma é a propriedade feudal ou da propriedade de terras,
começando não da cidade, mas sim do campo. É baseada novamente em uma
comunidade, mas em vez de se impor sobre escravos, mas sobre os plebeus. Esta
propriedade rural feudal teve sua contraparte nas cidades na forma da propriedade
incorporada e no protecionismo das associações de comércio. A forma principal de
propriedade consistia na terra com o trabalho dos servos acorrentado a ela, ou no
indivíduo com pequeno capital que comandava o trabalho dos trabalhadores
qualificados.

O fato é que essa estrutura social e o estado estão evoluindo con tinuamente
pelo processo vital de indivíduos determinados, enquanto operam e produzem
matéria. O mesmo aplica-se às produções mentais como a política, as leis, a
moralidade, a religião, a metafísica etc. de um povo. São os homens realmente
ativos que são os produtores de suas concepções.

Em contraste com a filosofia alemã, que desce do céu à terra, aqui nós
ascendemos da terra ao céu. O que é dizer, nós não começamos naquilo que nos
homens imaginam, mas dos homens ativos reais. A vida não é determinada pela
consciência, mas a consciência é determinada pela vida. Quando a conversa vazia
sobre a consciência cessa, e o conhecimento real toma seu lugar na filosofia, ela
enquanto um ramo de conhecimento independente perde seu meio de subsistência.
Nós ilustraremos algumas destas abstrações por exemplos históricos.

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Já que nós estamos lidando com os alemães, que são desprovidos das
premissas, nós devemos indicar uma premissa, a saber, que os homens devem
poder viver para que se ³faça a história´, e viver engloba comer, beber, morar e
vestir-se. Mesmo quando o mundo sensível é reduzido a um mínimo, a um bastão
como acontece com São Bruno [Bruno Bauer], esta realidade implica na produção
deste bastão. Toda a interpretação da histór ia deve observar este fato fundamental,
algo que os alemães nunca fizeram.

O segundo ponto é que satisfazendo as primeiras necessidades conduz às


necessidades novas; e esta produção de necessidades é o primeiro ato histórico.

A terceira circunstância é que os homens fazem outros homens, eles


propagam sua espécie e produzem a família.

Estes três aspectos, ou os ³momentos´, da atividade social existiram desde


que o alvorecer da história e ainda afirmam -se hoje.

O quarto ³momento´ é a sociedade, que nós compreendemos como a


cooperação de diversos indivíduos. Esta conexão está sempre tomando novas
formas, independente da existência de todo o absurdo político ou religioso que
podem manter os homens igualmente unidos.
Somente após a consideração destes quatro momentos é que nós notamos
que o homem também possui a ³consciência´, e língua como a consciência prática.
A consciência é, portanto, de início, um produto social e o será enquanto existirem
homens. Naturalmente, a consciência é meramente consciência do mais próximo,
ou sensível, ou da natureza como uma força externa, impressionante e
incontestável, a base da religião natural.

Por outro lado, a consciência da necessidade da associação com outros


indivíduos é o começo da consciência da sociedade, e com ela dese nvolve a divisão
do trabalho, originando em nada além da divisão do trabalho no ato sexual e depois
se tomou a divisão do trabalho que se faz por si só ou "pela natureza", em virtude
das disposições naturais (vigor corporal, por exemplo), das necessidades, do acaso
etc.. Isso se torna divisões ³naturais´ de acordo com a força física, as necessidades,
os acidentes etc. Mas a divisão do trabalho transforma -se somente verdadeira
quando uma separação do material e do mental aparece. (O sacerdócio é a primeira
forma).

A divisão do trabalho significa que intelectual e material, lazer e trabalho,


produção e consumo se desenvolva em indivíduos diferentes, e a única
possibilidade de sua não entrada em contradição é a negação dessa divisão do
trabalho.

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A escravidão latente e crua da família é a primeira propriedade,


correspondendo perfeitamente ao que os economistas chamam de o poder de
dispor da força de trabalho de outros. A divisão do trabalho e a propriedade privada
são expressões idênticas, uma que refere a atividade, a outro aos produtos da
atividade. Implicam em uma contradição entre os interesses de um individuo ou
família e o interesse comunal.

Fora desta contradição a comunidade toma forma independente como


Estado, divorciado dos interesses reais dos indivíduos. O que segue é que todas as
lutas dentro do estado da democracia, da aristocracia, da monarquia, do da luta pelo
voto etc. são formas ilusórias sob as quais são travadas as lutas efetivas entre as
diferentes classes. O esforço real está nas diferentes classes lutando para ganhar
poder político a fim representar seu interesse como uma ilusão do interesse geral.

Enquanto a divisão do trabalho existir, cada homem tem uma esfera de


atividade exclusiva imposta a ele, e que da qu al não pode escapar, seja ele o
caçador, o pastor ou o crítico. Na sociedade comunista ninguém tem uma esfera de
atividade exclusiva; a sociedade regula a produção e torna -a assim possível para
que eu cace na manhã, toque o gado à tarde, faça críticas à no ite, para fazer o que
eu bem entender sem nunca me tornar o caçador, o pastor ou o crítico.
Esta fixação da atividade social surge com a cooperação dos indivíduos,
determinada pela divisão do trabalho, parece -se lhes uma força estranha, a origem
e o objetivo os quais ignoram. Como de outra maneira poderia a propriedade ter
uma história, para que prosseguisse do fragmentado à centralização? Ou como é
que o comércio, nada mais do que a troca de produtos, veio a governar o mundo
com a lei da oferta e procura? Com a derrota do estado de sociedade existente pela
revolução comunista e da abolição da propriedade privada este poder do mercado
mundial será dissolvido; e se dará a libertação de cada indivíduo.

Para que este poder transforme-se um poder ³intolerável´, isto é um poder


contra o qual os homens se revoltem, ele deve necessariamente ter tornado a
grande massa da humanidade em uma massa empobrecida e sem propriedades e
ter produzido, ao mesmo tempo, a contradição dos mundos da riqueza e a cultura,
em ambas as circunstâncias pressupõe se um grande aumento no poder produtivo,
e um alto nível de seu desenvolvimento. Empiricamente, o comunismo é somente
possível como o ato dos povos dominantes ³todos de uma vez´ e simultaneamente,
o que pressupõe o desenvolvimento universal de forças produtivas e das relações
mundiais comprometidas com o comunismo. ³O proletariado só pode existir,
portanto, em termos de história universal, assim como o comunismo, que é a sua
consequência, só pode se apresentar enquanto existência " histórica universal".
Existência histórica universal dos indivíduos, em outras palavras, existência dos
indivíduos diretamente ligada à história universal.´

O comunismo não é para nós uma situação que deva ser criada, ele é a
abolição do estado atual das coisas.

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A fonte verdadeira e teatro de toda a história é a sociedade civil, e não os


dramas dos príncipes e estados. A sociedade civil [bürgerlicheGesellschaft] abarca
toda a ligação material dos indivíduos dentro de um estágio definitivo do
desenvolvimento de forças produtivas, e emergiu no século XVIII como os
relacionamentos da propriedade libertos da sociedade antiga e medieval.

A história não é nada mais do que a sucessão das gerações, ca da qual


explora os materiais, os fundos de capital, as forças produtivas entregues a ela por
todas as gerações precedentes. Esta visão pode ser distorcida de modo que uma
história mais nova seja formada dos objetivos de uma história mais antiga, por
exemplo; o objetivo atribuído à descoberta de América é promover a erupção da
Revolução Francesa. A história é feita desse modo para transformar -se ³uma
classificação da pessoa com outras pessoas´ com seus próprios ³destinos´,
³objetivos´ ou ³idéias´.
Assim, se uma máquina é desenvolvida na Inglaterra que priva trabalhadores
indianos do pão e modifica a forma desse império, esta invenção transforma -se um
fato histórico mundial. Ou considere como a falta do açúcar e do café ocasionada
pelo bloqueio continental Nap oleônico fez com que os alemães se subvertessem e
iniciassem as gloriosas guerras de libertação de 1813. Isto mostra que as
circunstâncias fazem homens tanto quanto os homens fazem as circunstâncias.

Esta soma de forças produtivas, de fundos de capital e d a ligação social é a


³essência real do homem´.

Na concepção inteira da história até o presente, esta base real foi


negligenciada, ou então considerou um problema menor, irrelevante ao curso da
história, considerando a história como os esforços dos príncipe s e os estados e a
religião.

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Fica claro, a partir destes argumentos como Feuerbach se engana quando se


declara um comunista. Como um exemplo de seu engano, nós recordamos a
passagem no Philosophie der Zukunft de onde desenvolve a teoria de que a
existência de uma coisa ou de um homem é ao mesmo tempo sua essência, que a
vida ou a atividade de um indivíduo animal ou humano são aquelas em que sente
sua ³essência´ ser satisfeita. Os milhões de proletários e comunistas, entretanto,
pensam diferentemente e provarão quando trouxerem harmonia entre sua
³existência´ e ³essência´ por meio da revolução.

A ³libertação´ é um ato histórico e não um ato mental, formada por condições


históricas, pelo desenvolvimento da indústria, do comércio e da agricultura. [lacuna
no manuscrito original]

Na realidade, para o materialista prático, isto é, comunista, trata -se de


revolucionar o mundo existente, de atacar e transformar o estado de coisas que ele
encontrou. Feuerbach, por sua vez, confina sua revolução à mera contemplação.
Não vê que os objetos da mais simples "certeza sensível" são dados a Feuerbach
apenas pelo desenvolvimento social, pela indústria e pelas trocas comerciais. Sabe -
se que a cerejeira, como quase todas as árvores frut íferas, foi transplantada para as
nossas latitudes pelo comércio, há apenas poucos séculos, e que portanto foi
somente graças a essa ação de uma determinada sociedade em uma determinada
época que ela foi dada ã "certeza sensível" de Feuerbach.

Por sua vez, nessa concepção que vê as coisas tais como realmente são e
como aconteceram realmente, todo problema filosófico oculto se converte
simplesmente em um fato empírico, e pode ser facilmente resolvido. A ³substância´
e a ³consciência de si´ desmoronam quando nós compreendermos que a ³unidade
do homem e da natureza´ existiu sempre e se apresentou diferente em cada época
de acordo com o desenvolvimento da indústria. Feuerbach fala dos segredos da
ciência natural que são revelados somente ao olho do físico e do q uímico; mas onde
a ciência natural estaria sem indústria e o comércio? Na medida em que é
materialista, Feuerbach nunca faz intervir a história, e, na medida em que considera
a história, ele deixa de ser materialista. Para ele, história e materialismo são duas
coisas completamente separadas.

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As ideias da classe dominante são em cada época os pensamentos


dominantes. A classe que tem os meios da produção material em seu poder tem ao
mesmo tempo o controle sobre os meios da produção intelectual; sobre pensadores,
como ³produtores das ideias´, esta classe regula a produção e a distribuição das
ideias.

Se nós consideramos as ideias da classe dominante, separadas da classe


dirigente em si, nós podemos dizer que durante o tempo que a aristocracia era
dominante, os conceitos da honra e de lealdade eram predominantes. A própria
classe dirigente imagina ser este o caso. Quando a burguesia francesa subjugou a
aristocracia, tornou desse modo possível para que muitos proletári os levantem-se
acima do proletariado, mas apenas para que se vissem estes próprios proletariados
se tornando burgueses.

O fato é que o domínio de certa classe é somente o domínio de determinadas


ideias, e chega a um fim naturalmente assim que a classe domi nante deixar de ser a
base da sociedade, o que é dizer que imediatamente assim que já não for
necessário apresentar interesses particulares da classe como sendo ³o interesse
geral´ estes interesses são substituídos, conseguido com os seguintes esforços;

(1) Trata-se de separar as ideias daqueles que, por razões empíricas,


dominam enquanto indivíduos materiais e em condições empíricas, desses mesmos
homens e de reconhecer consequentemente que são ideias ou ilusões que
dominam a história.

(2) Colocando em ordem neste domínio das ideias e compreendendo as


como ³autodeterminação do conceito´.

(3) Para remover a aparência mística desse³conceito que determina a si


próprio´ nós o transformamos em uma pessoa - "a consciência de si" - ou, para
parecer completamente materialista, fazemos dele uma série de pessoas que
representam "o conceito" na história, a saber os "pensadores", os "filósofos", os
ideólogos que são considerados, por sua vez, como os fabricantes da história, como
o "comitê dos guardiões", como os dominadores Ao mesmo tempo eliminaram-se
todos os elementos materialistas da história e podemos tranquilamente dar rédeas
soltas ao seu pendor especulativo.
Quando na vida comum cada comerciante sabe distinguir entre o que alguém
diz ser e o que realmente é, no ssos historiadores não atingiram ainda esta
introspecção trivial.

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Aqui aparecem as diferenças entre os instrumentos naturais da produção tal


como a terra, e aquelas criadas pela civilização, em particular no controle do
trabalho e do capital.

O primeiro caso supõe que os indivíduos estão unidos por laços como família,
tribo, a terra etc.; o segundo esse são mantidos unidos somente pela possibilidade
de intercambio. No primeiro caso, basta um ser humano com inteligência média, no
segundo caso deve haver uma divisão entre o trabalho físico e o intelectual.

A grande divisão do trabalho físico e intelectual é a separação entre a cidade


e o campo. A existência da cidade implica em uma administração, po lícia, impostos,
etc.; e assim política em geral. Aqui está o trabalho outra vez, a coisa principal,
poder sobre os indivíduos, e enquanto ele existir, a propriedade privada deverá
existir. A cidade pode igualmente ser compreendida como a separação de
propriedade da terra do capital

Na Idade Média os servos, perseguidos por seus senhores no campo, vieram


separadamente para as cidades, aonde encontravam uma comunidade organizada,
contra a qual eram impotentes e nela deveriam se sujeitar regido pela demanda p or
seu trabalho. Se para seu trabalho estes teriam que ser instruídos, os chefes das
organizações os organizavam de acordo com seus próprios interesses; se não,
estes virava diaristas, se mantendo em uma turba desorganizada, desprovidos de
poder.

Enquanto esta turba pelo menos se revoltava mesmo que ineficazes por
causa de sua impotência, trabalhadores qualificados nunca faziam mais do que
cometer pequenos atos de insubordinação. Os grandes levantes da Idade Média
nasceram todos no campo, mas eram ineficaze s por causa do isolamento e da falta
de educação dos camponeses.

O comércio limitado entre as cidades significou que cada trabalhador teve


que se especializar em muitas tarefas, capazes de fazer tudo com suas próprias
ferramentas, e tinham assim um interesse especial e proficiência em seu trabalho,
ao contrário do trabalhador moderno, cujo o trabalho lhe é indiferente.

O capital nestas cidades era naturalmente derivado, consistindo em uma


casa, em ferramentas e nos clientes hereditários naturais. Ao contrário do capital
moderno que pode ser avaliado pelo dinheiro e ser investido em qualquer coisa.
A extensão seguinte da divisão do trabalho era a formação de uma classe de
comerciantes e com eles a aparência de uma ação recíproca entre a produção e o
comércio. As cidades participam em relações umas com as outras, as novas
ferramentas são trazidas de uma cidade para outra e as limitações locais começam
acabar.

Nos primórdios da história, era preciso recriar cada invenção diariamente e


realizá-la de maneira independente em cada localidade. O exemplo dos fenícios
mostra-nos até que ponto as forças produtivas desenvolvidas, mesmo com um
comércio relativamente bastante amplo, estão pouco a salvo da destruição
completa, pois a maioria de suas invenções desapareceu, e por muito tempo,
porque esse povo foi eliminado do comércio e conquistado por Alexandre, o que
provocou sua decadência. O mesmo acontece, por exemplo, na Idade Média com a
pintura sobre vidro. A continuidade das forças produtivas adquiridas só é
assegurada a partir do dia em que o comércio se torna um comércio mundial que
tem por base a grande indústria e todas as nações são arrastadas na luta da
concorrência.


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A consequência da divisão de trabalho entre cidades era a ascensão dos


fabricantes que sobrepujou o sistema das associações. Trabalho que pode ser feito
por uma máquina, mesmo que dos mais simples, se mostrou o mais capaz de
desenvolvimento. Tecer foi o primeiro; surgiu uma nova classe de tecelões nas
cidades, cujo tecido era destinado para o mercado interno e estrangeiro.

Ao mesmo tempo, a manufatura transformou-se um refúgio dos camponeses


das associações que os excluíram ou pagaram mal. Simultaneamente havia um
período de vagabundagem causado pela abolição de exércitos feud ais e pela
melhoria da agricultura. Estes vagabundos eram tão numerosos que Henry VIII da
Inglaterra enforcou 72.000 deles.

Com o advento da fabricação, as nações entraram em competição comercial,


lutando em guerras. O comércio tinha agora um significado p olítico. Com o advento
da manufatura o relacionamento entre o trabalhador e o empregador tornou -se o
relacionamento monetário entre o trabalhador e o capitalista. O comércio e a
manufatura criaram a grande burguesia, acumulando o capital móvel, a quem o
pequeno burguês das associações teve que se curvar.

Os tributos alfandegários originaram -se com os senhores feudais exigidos


pela proteção dos comerciantes que viajam através de seus territórios, imposto mais
tarde também pelas cidades e, com o aparecimento dos Estados modernos, foi o
meio mais acessível para permitir ao fisco a arrecadação de dinheiro. A rápida
expansão do comércio, com a ascensão da pequena burguesia e do dinheiro deu a
estes o significado novo. O estado cada vez podia fazer menos sem dinhe iro que
tentou controlar com as tarifas alfandegárias, as limitações de câmbio e as tarifas de
exportação.

A segunda parte durou até meados do século XVII ao fim do XVIII,


começando com as leis de navegação e os monopólios coloniais. A competição
entre nações foi excluída por tarifas e por tratados e, como último recurso, pela
guerra, em especial guerras navais. Inglaterra, a nação marítima mais poderosa
ganhou a predominância no comércio e na manufatura.

As cidades comerciais e marítimas tornaram-se mais civilizadas e se


tornaram cidades da grande burguesia, mas nas cidades industriais retiveram o
espírito pequeno burguês -. Como Pinto o diz expressamente: De ³Le commerce est
lamarottedusiecle"; e "depuisquelquetempsiI n 'est plusquestion que de commerce,
de navigation et de marine".

Este período é igualmente caracterizado pelo começo de um comércio em


dinheiro; pelo dinheiro de papel e pela especulação em ações e fundos, o
desenvolvimento de um sistema financeiro, a transformação do capital no capital
industrial centralizado. Destruiu tanto quanto possível a ideologia, a religião, a
moralidade, etc. os transformou em uma mentira palpável. Foi ela que criou de fato
a história mundial, na medida em que fez depender do mundo inteiro cada nação
civilizada, e cada indivíduo para satisfazer suas necessidades, e na medida em que
aniquilou nas diversas nações a identidade própria que até então lhes era natural.
Fez a ciência subordinada ao capital. No lugar das cidades nascidas naturalmente
criou cidades industriais modernas. Destruiu a habilidade do ofício. E finalmente,
quando a burguesia de cada nação ainda conserva interesses nacionais separados,
a indústria grande criou uma classe que tivesse os mesmos interesses em todas as
nações e para quem a nacionalidade est ivesse já abolida; uma classe realmente
liberta do Velho Mundo e a ele se opõe. A grande indústria fez, para o trabalhador
com o relacionamento ao capitalista, o próprio trabalho insuportável.

Mas isto não retarda o movimento da classe do proletariado, os proletários


criados pela grande indústria tomam a liderança deste movimento e arrastam toda a
massa junto com eles.

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No mundo antigo, como também na Idade Média, a primeira forma da


propriedade é a propriedade trib al, condicionada principalmente entre os romanos
pela guerra e entre os germanos pela pecuária. Com diversas tribos coexistindo em
uma cidade, a propriedade tribal aparece como a propriedade de Estado, e o direito
dos indivíduos como a mera ³possessão´. A propriedade real começou com a
propriedade móvel.

A propriedade privada moderna, o capital moderno, condicionado pela grande


indústria e pela concorrência universal, que representa a propriedade privada no
estado puro, despojada de todo aspecto de coletiv o e tendo excluído toda ação do
Estado sobre o desenvolvimento da propriedade, corresponde ao estado moderno,
parte a parte adquirido por particulares e deles completamente dependente por
força da dívida pública cuja existência depende do mercado de capita is, e do crédito
comercial e ele cedido pelos proprietários privados, os burgueses. Todos os
escritores franceses, ingleses e americanos modernos expressam a opinião que o
Estado existe somente devido à propriedade privada, e este fato alcançou a
consciência do homem comum.

O Direito Civil desenvolvem-se simultaneamente com a propriedade privada


surgindo da desintegração da comunidade natural. No Direito Civil os
relacionamentos de propriedade existentes são tidos como vontade geral. Esta
ilusão conduz à posição que que alguém possa ter um título jurídico de uma coisa
sem possuir realmente essa coisa

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Na Idade Média os burgueses de cada cidade eram compelidos unir -se em


cada cidade contra a nobreza p ossuidora de terras para se defender.

A burguesia desenvolve-se gradualmente, se dividindo de acordo com as


diversas divisões do trabalho e finalmente absorvendo todas as classes que
tivessem propriedade, (enquanto transforma a maioria dos despossuídos e parte da
classe com propriedades em uma classe nova, no proletariado). Os indivíduos
isolados dão forma a uma classe somente quando que têm que travar uma batalha
em comum de contra outra classe. De outro lado, a classe consegue existência
independente em relação aos indivíduos cuja posição e desenvolvimento pessoal é
atribuído unicamente pela classe. Este é o mesmo fenômeno da subordinação dos
indivíduos não afetados pela divisão do trabalho e só pode somente ser suprimido
pela abolição da propriedade priv ada e do próprio trabalho

Essa subsunção dos indivíduos por determinadas classes não pode ser
abolida enquanto não se tiver formado uma classe que não tenha mais que fazer
prevalecer seus interesses com os da classe dominante. A transformação, com a
divisão do trabalho, de forças pessoais (relações) em forças materiais, não pode ser
abolida por tirar a representação geral dela de sua mente, mas somente pelos
indivíduos que subjuguem as forças materiais e que abolem a divisão de trabalho.
Isto somente é possível na comunidade onde a liberdade pessoal é possível.

Para os proletários a sua existência transformou os em indivíduos isolados,


sem nenhum controle enquanto classe representativa, e sobre qual nenhuma
organização social pode dar lhes o controle. A cont radição entre a individualidade
do proletário e as condições de vida que lhe são impostas, seu trabalho torna -se
evidente para ele, porque ele já foi sacrificado desde a juventude e ele não tem
nenhuma condição para ele passar para outra classe. Eles se co locam com isso em
oposição direta à forma pela qual os indivíduos da sociedade até agora escolheram
como expressão de conjunto,isto é, em oposição ao Estado, sendo -lhes preciso
derrubar esse Estado para realizarem sua personalidade.

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O comunismo difere de todos os movimentos precedentes que vira a base de


todas as relações mais adiantadas da produção e da ligação, e pela primeira vez
trata conscientemente todas as condições naturais como as criações dos nossos
ancestrais, as despe de seu caráter natural e subjuga-os ao poder de indivíduos
unidos. Sua organização é, consequentemente, essencialmente econômica.

O comunismo cria uma base real que torna impossível que qualquer coisa
exista independentemente dos indivíduos. O comunismo trata as circunstâncias
atuais como inorgânicas, criadas pela produção e pelo comércio.

A relação entre forças produtivas e forma das trocas é a relação entre o modo
das trocas e a ação ou a atividade dos indivíduos. A forma fundame ntal dessa
atividade é naturalmente a forma material de que depende qualquer outra forma
intelectual, política, religiosa etc. as condições nas quais os indivíduos entram em
relações entre si são condições inerentes à sua individualidade, definidas pela
realidade de sua natureza condicionada. Estas circunstâncias parecem
primeiramente como sua afirmação ativa de si e são produzidas por essa afirmação
de si, depois dão forma à evolução histórica das forças produtivas.

Esse desenvolvimento produzindo-se naturalmente, isto é, não estando


subordinado a um plano de conjunto estabelecido por indivíduos livremente
associados, parte de localidades diferentes, de tribos, de nações, de ramos de
trabalho diferentes etc., cada um dos quais se desenvolve primeiro
independentemente dos outros e só pouco a pouco entra em ligação com os outros.

De um lado, nos países como a America do Norte que começam em um


período histórico há muito desenvolvido, o desenvolvimento decorre com muita
rapidez. Tais países não têm nenhuma outr a condição natural fora os indivíduos que
lá se estabeleceram porque os modos de troca de seus antigos países não
correspondem mais à sua vontade. É o que acontece com todas as colônias (ex.:
Cartago, as colônias gregas e a Islândia dos séc.XI e XII ), e t ambém similar com
conquistas quando se traz pronto para o país conquistado o modo de trocas que se
desenvolveu em uma outra terra; em seu país de origem, essa forma estava ainda
sobrecarregada pelos interesses e pelas condições de vida das épocas anteriore s,
mas aqui, ao contrário, ela pode e deve implantar -se totalmente e sem entraves,
nem que seja apenas para garantir um poder durável ao conquistador. (A Inglaterra
e Nápoles, após a conquista normanda, na qual conheceram a forma mais
aperfeiçoada da organização feudal.) Assim, como concebe o autor, todas
osconflitos da história, têm sua origem nas contradições entre forças produtivas e o
modo de trocas.

$=*.

A conquista contradiz a concepção histórica. Até agora a violência, a guerra,


a pilhagem e o banditismo, etc. foram aceitos como as forças motrizes então a
história tem sido questão apenas de tomar para si. Contudo, quando não há nada
mais para roubar, você tem que começar a pensar em produção. Desta necessidade
se vê que a forma de comunidade impo sta pelo conquistador deve corresponder ao
estágio do desenvolvimento que encontra entre o povo conquistado.

O sistema feudal não foi trazido pronto da Alemanha, mas teve suas origens
da parte dos conquistadores, da organização do exército durante conquis ta e se
desenvolveu com as ações das forças produtivas no país conquistado. Isto é
demonstrado pelas tentativas fracassadas de impor outras formas derivadas da
Roma antiga (Carlos Magno)

$. 6+   >.0 3*6


 

Nossas investigações mostram que a propriedade privada foi uma


necessidade para determinados estágios industriais. Na indústria extrativista a
propriedade privada coincide com o trabalho; na indústria e na agricultura pequenas
com os instrumentos da produção. Assim é somente com grandes indústrias que a
abolição da propriedade privada torna -se possível.

Nas grandes indústrias e na competição a massa inteira das circunstâncias é


fundida nas duas formas mais simples: propriedade privada e trabalho. Com o
dinheiro cada tipo de troca, e a própria troca, é considerado acidental para
indivíduos, pois esta é a natureza do dinheito despersonalizar as relações. As
condições para a troca agora são reduzidas apenas a duas, trabalho acumulado ou
propriedade privada de um lado, trabalho real do outro lado Se uma destas
condições cessam, a troca é interrompida. A divisão do trabalho implica no início a
divisão das condições do trabalho e da distinção entre o capital e o trabalho. O
próprio trabalho somente pode existir na premissa desta fragmentaç ão.

Dois fatos surgem aqui. Primeiramente, as forças produtivas aparecem


completamente independentes dos indivíduos. Em segundo, só são forças reais no
comércio e na interdependência desses indivíduos. Assim nós temos de um lado as
forças produtivas que assumiram uma espécie de forma objetiva e não são mais
para esses indivíduos as suas próprias forças, mas sim as da propriedade privada e,
portanto, as dos indivíduos unicamente na medida em que são proprietários
privados O trabalho a única conexão com as fo rças produtivas e com sua próprio da
existência perdeu toda a aparência de manifestação de si e somente mantém sua
vida debilitando -a.

Da concepção da história esboçada obtemos as seguintes conclusões:


(1) Vem um estágio na história de forças produtivas qu ando a maquinaria e o
dinheiro excluem a maioria da sociedade e gerar uma classe que carrega todas os
ônus da sociedade sem gozar de suas vantagens, uma classe ciente da
necessidade da revolução fundamental. Enquanto outras classes que observam a
situação dos proletários, podem ganhar esta consciência comunista

(2) 2. As condições nas quais se podem utilizar forças produtivas


determinadas são as condições da dominação de uma classe determinada da
sociedade; o poder social dessa classe, decorrendo do que ela possui, encontra
regularmente sua expressão prática sob forma idealista no tipo de Estado peculiar a
cada época; é por isso que qualquer luta revolucionária é dirigida contra uma classe
que dominou até então.

(3) Em todas as revoluções anteriores, o modo de atividade permanecia


inalterado e se tratava apenas de uma outra distribuição dessa atividade, de uma
nova divisão do trabalho entre outras pessoas; a revolução comunista , ao contrário
, é dirigida contra o modo de atividade anterior, ela suprime o tra balho e extingue a
dominação de todas as classes abolindo as próprias classes, porque ela é efetuada
pela classe que não é mais considerada como uma classe na sociedade, que não é
mais reconhecida como tal, e que já é a expressão da dissolução de todas as
classes, de todas as nacionalidades etc., no quadro da sociedade atual.

(4) Uma grandiosa transformação nos homens é essencial para a produção


em uma escala maciça desta consciência comunista, esta transformação deve ser
feita na prática, fazendo a revolu ção, que é necessária por dois motivos, o primeiro
por ser o único meio de derrubar a classe dominante, e a segunda para que a nova
sociedade se forme livre dos vícios do sistema anterior.

 *7 

I. O defeito principal de todo o materialismo a té agora (inclusive Feuerbach) é que a


realidade está concebida somente como o objeto de intuição, e não como a
atividade humana sensível. Não via a necessidade da práxis como elemento real de
mudança.

II. A questão se a verdade objetiva pode ser atribuída ao pensamento humano não é
teórica, mas sim uma questão prática.

III. A doutrina materialista que espera que os homens sejam produtos das
circunstâncias e da educação esquece que as circunstâncias e a educação podem
ser modificadas por homens e que é essencial educar o educador. Esta doutrina
consequentemente divide a sociedade em duas partes, uma delas acima da
sociedade. A mudança se dará apenas pela práxis revolucionária
IV. Feuerbach parte da duplicação do mundo em um mundo religioso e em um
profano. Seu trabalho consiste em reduzir o mundo religioso à sua base profana. O
fato da base profana se destacar de si própria e se estabelecer enquanto um reino
independente nas nuvens pode somente ser explicado pelas pelo auto rompimento
e pela autocontradiçã o dentro desta base profana. É preciso compreender sua
contradição e depois revoluciona -la na prática. Portanto, uma vez que se descobriu,
por exemplo, que a família terrestre é o segredo da família celeste, é da terrestre
que se deve fazer a crítica teóri ca e é ela que se deve revolucionar na prática.

V. Feuerbach procura a intuição sensível; mas não percebe que é uma atividade
prática.

VI. Feuerbach converte a essência religiosa em essência humana. Mas a essência


do homem não é uma abstração inerente ao i ndivíduo isolado. Na sua realidade, ela
é o conjunto das relaçôes sociais.

VII. Feuerbach, não vê que o próprio ³espírito religioso´ é um produto social.

VIII. Toda a vida social é essencialmente prática.

IX. O mero materialismo contemplativo não reconhece a prática apenas contempla


indivíduos isolados e a sociedade civil.

X. O ponto de vista do materialismo contemplativo é a sociedade civil; o ponto de


vista do novo é a sociedade humana, ou humanidade soc ial.

XI. Os filósofos interpretaram o mundo de várias maneiras; o objetivo é transformá -


lo.

Tentei preservar a essência desta obra, porém no original de Marx e Engels contém,
segundo minha pesquisa, uma analogia a qual não posso deixar de fora: ³esta
filosofia (de Feuerbach) está para a ciência como a masturbação está para o sexo.´

9())# c

$,.  : Embora agora associado frequentemente com ³livre comércio´ e de


³economia mercado´, o capitalismo é um sistema de organização comercial que, por
meio dele os interesses importantes para a sociedade como um todo podem ser
comprados e vendidos como se fossem bens.

-. : A prática de testar verdade pela discussão lógica. Originando com


Socrates e definido por Hegel como a apresentação de uma posição (tese), o
estudo dos argumentos de encontro a ele (antítese) que conduz ao desenvolvimento
de uma nova posição mais sólida (síntese) que possa dar forma à tese seguinte.
.  -. : Filosofia de Marx que somente a matéria existe, de modo
que a existência da mente, das instituições sociais, etc. devem ser explicadas em
termos materiais. Essa mudança ocorre quando as forças de oposição (tese e
antítese) conduzem à produção de umas forças mais elevadas (antítese) de acordo
com leis dialéticas.

.  ./ : A aplicação do materialismo dialético à história e à


Sociologia. A vista que a sup erestrutura social, política e cultural é determinada
unicamente pelos fatos materiais da economia, não pelo raciocínio humano.

c  : As idéias dominantes de uma era. Para Marx, apenas os interesses da


classe regente são mandatórios.

"? : O exercício da habilidade prática, ao contrário da mera contemplação.


Embora não incluído neste texto, é um conceito importante para Marx e Engels.

&  : As dominâncias políticas de um sobre outro em um grupo em que


todos são supostamente iguais.

". : Aquelas classes na sociedade que não possuem nenhuma


propriedade, e dependem consequentemente da venda de seu trabalho ou perícia.

%** : Aqueles que possuem os meios de produção, e o pequeno burguês,


proprietários das pequenas propriedades e del as também trabalhadores.

*78 (* @   AB CDEF filósofo alemão aluno de Hegel, que
discutiu na Essência da Cristandade que a religião é a elevação das qualidades
humanas à um objeto da adoração.

&8 9 G    ADDB CHF filósofo alemão de, notável pela
obscuridade de seus escritos e por ver a história como a história das idéias. ³A
experiência e história ensina é esta - que os povos e os governos nunca
aprenderam qualquer coisa da história´

%I92. : ³Sociedade civil´ - organizada e dividida com suas leis e


instituições, em contraste com as sociedades mais antigas aonde indivíduos ou
monarcas mantinham sozinhos o poder.

.  : A doutrina em que somente a matéria física é real e que todas as


coisas podem ser explicadas por meio dela.

).8 AB!CJ!F pseudónimo de JohannesKasper Schmidt. Anarquista


alemão que defendeu que o estado, a classe, e a humanidade eram abstrações sem
sentido, e que somente os indivíduos importavam. Em sua forma extrem a de
egoísmo a meta da vida humana é a realização das suas próprias vontades.

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