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Patrícia de Araújo Santos

RELATÓRIO DA VISITA MUSEU DE


ARTE DA BAHIA

SALVADOR
2018
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Relatório apresentado à disciplina Corpo, Movimento e Arte


na Educação de Crianças , ministrada pela prof. Ana
Calazans, do curso de Pedagogia da Universidade
Salvador (UNIFACS) como requisito parcial de avaliação
da referida disciplina.

SALVADOR
2018
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................4.
DESENVOLVIMENTO..................................................................................................................5.
CONCLUSÕES .............................................................................................................................12
ANEXOS ......................................................................................................................................13.
REFERÊNCIAS............................................................................................................................19.
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INTRODUÇÃO
Este relatório refere-se à visitação, ao museu de Arte da Bahia (MAB), no dia
23 de outubro de 2018, realizado pelo curso de Licenciatura em Pedagogia,
orientada pela professora Ana Calazans, que ministra a disciplina Corpo,
Movimento e Arte na educação de crianças. Com o objetivo entender a História
da Arte na Bahia, não somente falar da Arte, por si só mais interagir com
relações sociais e culturais da humanidade nas diferentes manifestações
artísticas.

Situado em Salvador- Ba, o Museu de Arte da Bahia (MAB), encontra-se


acomodado no majestoso Palácio da Vitória, no “Corredor da Vitória” é o
museu mais antigo do estado da Bahia, inaugurado em 1918, no anexo público
e transferido para sua atual sede em 1982.

Administrada pela Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e


Cultural da Bahia (DIMUS/PAC), da Secretaria de Cultura do Estado
(SecultBa), na Avenida Sete de Setembro, nº2340, no Corredor da Vitória, tem
seu horário para visitação das 13 às 19h de terça a sexta e os finais de semana
e feriados das 14 às 19h.

Com 100 anos de existência, estilo neocolonial (movimento estético do começo


do século XX , associado a arquitetura, que propunha a resgatar a arquitetura e
motivos decorativos típicos da época colonial americana ), sendo o seu atual o
diretor Pedro Arcanjo da Silva, Museu de Arte da Bahia, possui um vasto
acervo com mais de 5 mil de grande valor histórico e artístico.

DESENVOLVIMENTO
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A hipótese sobre o surgimento do termo museu está relacionada aos templos


gregos conhecidos como Mouseion (Termo que denominava o templo onde
eram reverenciadas as nove musas, filhas de Zeus com Mnemosine (divindade
da memória) - cada uma delas tinha por função presidir uma atividade
criadora.). O museu mais antigo do mundo, é o templo budista Tōdai-ji, cujo
início de sua formação é datado dos anos 750 a.C, para alguns pesquisadores.

A trajetória dos museus brasileiros reflete diferentes conjunturas políticas,


econômicas, sociais e culturais, partir do século XIX a Europa realiza diversas
expedições etnográficas e antropológicas a então sede do governo do Império
Português, participava também. Cientistas e estudiosos iluministas eram
também responsáveis pelos museus nacionais europeus propagavam as
teorias e viajavam em busca de amostras que legitimassem as pesquisas,
como destino terras distantes e exóticas, a exemplo do território brasileiro.
Antes de inaugurar suas instituições, o Brasil já era representado em museus,
principalmente nos etnográficos.

Dos museus brasileiros é datado do mesmo período em que são constituídos


os grandes museus nacionais europeus primeira instituição de memória do
Brasil foi criada no Rio de Janeiro, por um decreto de 1808, numa iniciativa de
D.João VI, a instituição recebeu o nome de Escola Real de Ciências Artes e
Ofícios, sendo depois denominada, em 1818, como Museu Nacional. Para
Myriam Santos. O Museu de Arte da Bahia foi oficialmente fundado em 23 de
julho de 1918, com denominação de Museu do Estado da Bahia. Instituído pela
Lei n.º 1 255, no governo de Antônio Muniz Sodré de Aragão, durante suas
primeiras décadas, o Museu do Estado funcionou como um anexo do Bahia.
Não possuía o atual perfil de museu de artes visuais, e sim de museu
enciclopédico, de cunho histórico-naturalista, reunindo um acervo diversificado,
composto por gravuras, mobiliário, numismática, coleções etnológicas e peças
relacionadas às ciências naturais.

Palácio da Vitória, atual sede do Museu de Arte da Bahia, foi construído a


pedido do rico comerciante de escravos José de Cerqueira Lima, com a morte,
transformado no Colégio São José, adquirido pelo governo, o palacete passou
a ser utilizado como residência oficial dos Presidentes da Província.Com a
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Proclamação da República prosseguiu como residência oficial e conhecido


como Palácio dos Governadores. Durante o governo Góis Calmon (1924-
1927), o palacete, em péssimo estado de conservação, foi demolido
reconstruído, onde serviu de servir de sede à Secretaria de Educação e
Saúde.Com o ESTILO NEOCLASSICA, utilizaram diversos elementos
arquitetônicos originais do solar demolidos, do século XX

Francisco Borges de Barros, foi um dos principais idealizadores da instituição,


nomeado como seu primeiro diretor, permaneceu à frente do museu até 1930,
onde acumulou o cargo de diretor do Arquivo Público. no decorrer do governo
de José Joaquim Seabra, o Arquivo Público e o Museu do Estado tiveram suas
funções e estruturas organizacionais regulamentadas por meio do decreto n.º 2
220 de 26 de junho de 1920. As duas instituições passaram a ser geridas pela
Secretaria do Interior, Justiça e Instrução Pública. Durante alguns governos o
museu passou por novos decretos alteraram a estrutura da instituição. Na
década, o governador Juracy Magalhães, a instituição foi elevada, a
denominação de Pinacoteca e Museu do Estado, passando a ser inteiramente
subordinada à Secretaria do Estado do Interior, Justiça e Saúde Pública.
Passou a ser gerida pelo historiador e crítico de arte José Antônio do Prado
Valladares,sua gestão, se estendeu até a sua morte em 1959, foi de grande
relevância para a consolidação da instituição como museu de artes visuais,
bem como para a normatização de suas funções e para sua projeção no âmbito
nacional.

O MAB, em seu acervo, abrange cerca de 5 mil obras com grande valor
histórico, foi constituído por meio da união de diversas coleções particulares e
por representantes do poder público da Bahia de meados do século XIX. Em
meio ao acervo se sobressair, coleção do médico Jonathas Abbott, composta
por pinturas baianas dos séculos XVIII e XIX e por pinturas europeias datadas
do século XVI em diante, e do ex-governador Góis Calmon, ambas adquiridas
pelo governo baiano, reunindo peças de artes decorativas (porcelanas orientais
e europeias, prataria, ourivesaria, cristais, mobiliária), imaginária sacra e
pinturas.
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A coleção de pinturas brasileiras representada por meio de inúmeros exemplos


notáveis autores. Destacam-se as doze telas bifaces de José Joaquim da
Rocha, um dos fundadores da escola, representando em uma das faces um
dos Passos da Paixão, m anjo portando insígnias. Foram encomendadas
pela Santa Casa de Misericórdia, utilizada na antiga Procissão dos Fogaréus.
Em meios do século XIX, consolida-se a Bahia o Academismo (o método
de ensino artístico profissionalizante concebido, formalizado e ministrado
pelas academias de arte europeias), especialmente após a chegada a Salvador
do pintor espanhol Miguel Navarro Cañizares, de quem o museu conserva
alguns retratos. Nas pinturas estrangeiras, a coleção abrange pinturas
religiosas, mitológicas, alegóricas, paisagens e naturezas-mortas, retratos,
originárias de várias escolas europeias que datam do século XVI em diante.

No decorrer da década de 40, o acervo de pinturas europeias do MAB foi


examinado por Robert Chester Smith, especialista da Coroa Britânica,
passando por perícia de Germain Bazin, conservador de pinturas do Museu do
Louvre. Mais recentemente, dedicaram-se a examinar o acervo Pietro Maria
Bardi, diretor do Museu de Arte de São Paulo e Luciano Migliaccio, professor
da Unicamp. Pertence salientar, a presença de três obras do acervo do MAB na
exposição Arte italiana em coleções brasileiras, realizada no MASP entre 1996
e 1997, marcando pela primeira vez a participação.

Coleção expressiva de imagens religiosas, derivadas do Brasil Colônia,


principalmente da Bahia, Portugal e do Oriente Português, pouco mais de
santeiros ativos nos séculos XVII e XIX. São representações eruditas ou
populares de Jesus Cristo, das principais invocações da Virgem Maria e dos
santos mais populares do devocionário cristão. O monumental Cristo
Crucificado, com 137 centímetros de altura, atribuído a Domingos Pereira
Baião, feita com jacarandá, prata, ouro e rubis, sobressai dentre o acervo.

No começo passeio pelos espaços internos dos dois andares do edifício,


observamos a decoração em azulejos. Depara-se espalhadas uma série de
estátuas em mármore, quatro obras alegóricas das estações, que originalmente
decoravam a balaustrada da Praça Municipal, nos arredores do Elevador
Lacerda.
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A coleção de porcelanas é um dos mais importantes conjuntos que integram o


acervo do MAB. A maioria é de fabricação chinesa e quase todas foram
produzidas durante a Qing.

A coleção inclui serviços de mesa, com terrinas, sopeiras, travessas , pratos,


urnas, garrafas, escarradeiras, objetosornamentais,como vasos, jarrões, potich
es, figuras e estatuetas. Produzidos por oficinas como a de Sèvres e Jacob
Petit, peças francesas dos séculos XVIII e XIX. São serviços de chá e café,
pratos, travessas, bombonières, destacando-se um conjunto de peças
decorativas de toque humorístico, produzidas por Rafael Bordalo Pinheiro.

Tem uma valiosa coleção de objetos de prata e ouro dos séculos XVIII e XIX,
onde predominam as peças relacionadas à liturgia católica , destaques,
encontra-se uma camilha baiana de prata com aplicações de ouro, sobressair
as joias, como pulseiras "de copo" e "de punho", correntões de crioula,
correntes, colares de bola e medalhões. Composta por peças provenientes de
antigas famílias e instituições religiosas e públicas do estado, abarca uma
grande variedade de móveis do barroco baiano do século XVIII, entre muitos
outros: um grande banco de assento em palhinha do século XVII, procedente
da Casa da Relação; do século XVIII, um raro contador dotado de múltiplas
gavetas, coleção as peças feitas com madeiras nativas da região,
como jacarandá e vinhático.

O espaço possui uma biblioteca especializada, com mais de 10 mil livros, e


auditório. Onde o MAB sedia exposições permanentes e temporárias e
organiza múltiplas atividades culturais, como cursos, ciclos de conferências,
apresentações musicais e exibição de filmes.

É apropriado acesso ao conhecimento, de encher os olhos com tanta beleza


nos detalhes.
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“Pois o museu que falamos aqui não é mais o de arte, de história, de arqueologia, de
etnologia, de ciências. Não há mais limites do que os próprios limites do homem. Este
museu apresenta tudo em função do homem: seu meio ambiente, suas crenças, suas
atividades, da mais elementar à mais complexa. O ponto focal do museu não é mais o
‘artefato’, mas o Homem em sua plenitude. Nessa perspectiva a noção de ‘passado’ e
de ‘futuro’ desaparecem, tudo se passa no ‘presente’, em uma comunicação com o
‘indivíduo’ e o Homem, por intermédio do ‘Objeto’. Toda pesquisa [...], toda
conservação, toda prática educacional devem ser meios de integração cultural. Assim,
toda noção estática de conhecimento gratuito e autossuficiente é substituída pela
noção dinâmica de desenvolvimento”.

Huges de Varine, 1969

Disciplina de Arte é uma área de conhecimento que contribui para formação


humana do aluno, para ajudá-lo a entender de forma crítica a sociedade que o
rodeia e a cultura, Arte foi introduzida no currículo escolar em 1971 pela Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional/ LDB, que rege todo sistema
educacional brasileiro. O PCN conceitua o ensino da Arte como campo de
conhecimento tão importante como os demais.

A educação em Arte propicia o desenvolvimento do


pensamento artístico, que caracteriza um modo particular de
dar sentido às experiências das pessoas: por meio dele, o
aluno amplia a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a
imaginação. Aprender arte envolve, basicamente, fazer
trabalhos artísticos, apreciar e refletir sobre eles. Envolve,
também, conhecer, apreciar e refletir sobre as formas da
natureza e sobre as produções artísticas individuais e coletivas
de distintas culturas e épocas. (BRASIL, 1997, p.15)

O PCN auxiliar o professor em sua prática docente, sugerir uma educação em


Arte que valorize as práticas do apreciar, produzir e contextualizar, no sentido
de garantir um ensino de qualidade.

A concepção tradicional de ensino, restrita à sala de aula, ao professor e aos


livros, tem sido geralmente associada à concepção de aprendizagem formal,
enquanto as experiências educativas que ocorrem em outros cenários externos
à escola estão associadas com a aprendizagem não-formal. Mas não são
propriamente os cenários que determinam esses tipos de aprendizagem.

O museu é muito mais que um local de acumulação de objetos, sua função é


conservar, estudar, valorizar e expor ao público elementos da vida social que
estejam ligados de formas diversas à história e à memória. Os museus são
fontes de conhecimento, pois materializam um contexto histórico e através de
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objetos e de outras maneiras preservam a realidade de uma época, de um


costume, de uma utilidade, enfim daquilo que foi, pois, a partir do momento da
entrada de um objeto em um museu ele deixa de exercer sua função original e
passa a ser conservado para fins de preservação de memória.
Portanto, parceria entre museu/escola seja promovido tanto a
Instrumentalização, oriundos das escolas nas linguagens e práticas específicas
do espaço no museu, quanto à adequação desse espaço para a promoção da
real interação entre os escolares e o patrimônio cultural e científico. A proposta
parceria educativa entre escola e museu, ou seja, a relação social entre essas
duas instituições de ensino, diversificar as formas de aprendizagem para
melhor atender as necessidades dos alunos. Deve-se considera diálogo entre
educação e cultura é importante formular diretrizes e estratégias, reafirmar o
compromisso com a construção da cidadania e com o aprendizado.
Os museus possibilitam diferentes experiências, como por exemplo, o contato
com o objeto de estudo, para isso os museus oferecem serviços educativos,
desempenhando ações de mediação, contemplando as demandas do público
em geral. Segundo Bianca Reis: [...]. Os museus devem ser um espaço
sugestivo, lúdico e interessante onde não necessariamente as coisas devam
ser explicadas como acontece na escola. E neste caso, considerar que não há
uma única forma de construção do conhecimento, de aprendizagem, ele pode
despertar no sujeito a afetividade instigando a emoção, o romantismo, a ação,
a interação e a reflexão. (REIS, 2005, p. 42).
A concepção tradicional de ensino, restrita à sala de aula, ao professor e aos
livros, tem sido geralmente associada à concepção de aprendizagem formal,
enquanto as experiências educativas que ocorrem em outros cenários externos
à escola estão associadas com a aprendizagem não-formal. Mas não são
propriamente os cenários que determinam esses tipos de aprendizagem.
A escola que trabalho realizou uma aula interdisciplinar, no dia 22 de agosto de
2018, para o Museu de Arte de Bahia, com as turmas 6 ao 9 ano, através da
visita, trabalhou simbolismo, o imaginário e a fantasia onde possibilitou a
representação, a expressão e comunicação de experiências vividas em
diversas formas de registro e linguagens. Estimulou pesquisas artísticas,
culturais e de história local. E também, instigou um debate sobre a sociedade
baiana era colonial um debate e desenvolveu o senso crítico dos alunos do 9º
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ano fazendo a contextualização e quais mudanças ocorreu durante o século


XXI, a professora de Arte pediu para os alunos tirassem fotos dos objetos que
chamou, mais atenção e recriassem estas obras material reciclável interagindo
com o tema central do projeto anual “Tecnologia e sustentabilidade”.

CONCLUSÕES
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Assim, por meio desta pesquisa, foi possível compreender o processo de


formação dos museus, os primeiros museus brasileiros destinados às coleções
de arte.

Após a visita ao museu, fiz um levantamento sobre o contexto histórico e


cultural, do local, onde conseguimos reunir uma quantidade de informações, as
quais foram juntadas aos nossos dados obtidos com professores, da escola
que trabalho.

Entendi a possibilidade de interação entre museus e escolas a partir da prática


dos profissionais envolvidos da escola, que trabalho, tiveram a experiência
prática e pude ver com e trabalhoso e prazeroso. Apreciar que os museus têm
enorme potencial educacional que, para ser aproveitado de forma construtiva
pelas escolas.

E possível verificar que a disciplina de Artes, no ambiente escolar necessita de


mudanças, para adquirir maior importância perante às demais disciplinas, que
envolvem a formação do professor, a utilização de materiais e espaços da
escola e a exploração dos diversos tipos de demonstrações artísticas dos
alunos que os conduzam a perceber como a Arte está permeada em seu dia a
dia.

ANEXOS
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional nº 9394, 20 de
dezembro de 1996.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte. Brasília, 1997.

PRIMO, Judite. Documentos Básicos de Museologia: principais conceitos.


Disponível em:
<http://cadernosociomuseologia.ulusofona.pt/pdf_28/artigo_10.pdf>.

REIS, Bianca Santos Silva. Expectativas dos professores que visitam o


Museu da Vida.2005. 106f. Dissertação (Mestrado). Departamento de
Educação, Universidade Federal Fluminense, 2005.

VARINE, Hugues de. Decolonising Museology. ICOM NEWS, nº3, 2005. p3. In:
SOARES, Bruno César Brulon. Entendendo o Eco museu: uma nova forma de
pensar a Museologia. Revista Eletrônica Jovem Museologia – Estudos
sobre Museus, Museologia e Patrimônio. Ano 01, nº. 02/ agosto de 2006.
Disponível em:<http://www.unirio.br/jovemmuseologia/>
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