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Disciplina: Português

Professor: Pedro Oliveira


2018_2019 - 2.º Período

Nome: N.º 5º ___ ____/____/2019

1. Classifica as afirmações em verdadeiras (V) ou falsas (F).

(__) As personagens das lendas são em número reduzido.


(__) Uma lenda relata apenas acontecimentos reais.

(__) Uma lenda é uma narrativa que mistura a história com a


fantasia.
(__) As lendas pertencem à literatura de tradição oral.

2. Classifica as seguintes afirmações em verdadeiras (V) ou falsas


(F), a partir do excerto de O Rapaz de Bronze.

Consultar anexo1.

(__) Florinda foi com o melro a uma festa maravilhosa.


(__) Florinda encontrou o Rapaz de Bronze e este falou com ela.
(__) À noite, o Rapaz de Bronze era o Imperador do jardim.
(__) O lago estava todo iluminado graças aos pirilampos.
(__) Durante a noite, as flores, as plantas, os animais e as estátuas
eram livres.

3. Classifica as seguintes afirmações em verdadeiras (V) ou falsas


(F), de acordo com o excerto de A Fada Oriana.
Consultar anexo2.

(__) Oriana ficou maravilhada com a sua beleza e olhar para o seu
reflexo passou a ser o mais importante para ela.
(__) Oriana ficou maravilhada com a sua beleza e, como estava feliz,
ajudou ainda mais quem precisava dela.
(__) Oriana ficou maravilhada com a sua beleza e passou a visitar a
velha mais vezes.
(__) Oriana ficou maravilhada com a sua beleza e começou a passar
muito tempo com o peixe.
Anexo 1

O Rapaz de Bronze

No dia seguinte, quando era já noite escura, um rouxinol começou a cantar em


frente da janela de Florinda.

E Florinda acordou, sacudindo os cabelos, esfregou os olhos e disse:

- Que bem que canta este rouxinol!

- Florinda - disse o rouxinol -, queres vir a uma festa maravilhosa?

- Quero. - disse Florinda.

- Então vem comigo.

Florinda saltou da cama, desceu da janela e foi ter com o rouxinol.

Atravessaram um pomar e uma mata e chegaram ao princípio do parque.

No ar cruzavam-se as sombras das árvores.

- Parece-me que tenho medo.

- Não tenhas medo. Eu tomo conta de ti - disse ao lado dela uma voz. Florinda
voltou-se e viu um rapaz alto, lindo e verde.

- Ah! - disse ela. - És o Rapaz de Bronze. Eu pensava que tu não sabias falar,
pensava que eras uma estátua.

- De dia - disse o Rapaz - sou uma estátua. Mas de noite sou uma pessoa e sou
Rei deste jardim.

- Então - pediu Florinda - leva-me contigo a ver a festa. E foram os dois através
do parque e chegaram à clareira.

- A festa é aqui - disse o Rapaz de Bronze - mas ainda não começou. O lago já
estava rodeado de pirilampos.

- Que lindo! - disse Florinda. - Puseram um colar de luzes à roda do lago!

- O teu lugar é ali - disse o Rapaz de Bronze mostrando-lhe a jarra de pedra.

- Ali, porquê? - perguntou ela.

- Porque pareces uma flor.

- Vai começar a festa? - perguntou Florinda.

- Vai - disse ele.

E fez um gesto com a mão e os rouxinóis e os pica-paus, as rãs, os sapos e os


moscardos e os melros e os cucos começaram a cantar.
Então na orla1 da clareira2 apareceu o Gladíolo. E Florinda vendo um gladíolo a
caminhar para ela suspirou e disse:

- A noite é fantástica e diferente!

- A noite - disse o Rapaz de Bronze - é o dia das coisas. É o dia das flores, das
plantas e das estátuas. De dia somos imóveis e estamos presos. Mas de noite
somos livres e dançamos.

O Gladíolo parou no centro da clareira em frente da jarra de pedra e fez uma


reverência3.

- Olá, Gladíolo - disse Florinda, gosto muito de te ver a caminhar como uma
pessoa.

- E eu - disse o Gladíolo fazendo outra reverência - gosto muito de te ver numa


jarra como uma flor.
1
orla - margem, beira
2
clareira - espaço sem vegetação no meio de mata, bosque ou floresta
3
reverência - mesura, cumprimento

ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner - O Rapaz de Bronze. Lisboa: Edições Salamandra, 1994.
[Fragmento com supressões]

Anexo 2

A Fada Oriana

Cá fora a tarde estava maravilhosa e fresca. A brisa dançava com as ervas dos
campos. Ouviam-se pássaros a cantar. O ar parecia cheio de poeira de oiro.

Oriana foi pela floresta fora, correndo, dançando e voando, até chegar ao pé do
rio. Era um rio pequenino e transparente, quase um regato e nas suas margens
cresciam trevos, papoilas e margaridas. Oriana sentou-se entre as ervas e as flores
a ver correr a água. E ouviu uma voz que a chamava:

- Oriana, Oriana.

A fada voltou-se e viu um peixe a saltar na areia.

- Salva-me, Oriana - gritava o peixe. - Dei um salto atrás de uma mosca e caí
para fora do rio.

Oriana agarrou no peixe e tornou a pô-lo na água.

- Obrigado, muito obrigado - disse o peixe, fazendo muitas mesuras. - Salvaste-


me a vida e a vida de um peixe é uma vida deliciosa. Muito obrigado, Oriana. Se
precisares de alguma coisa de mim lembra-te que eu estou sempre às tuas ordens.

- Obrigada - disse Oriana -, agora não preciso de nada.


- Lembra-te da minha promessa. Nunca esquecerei que te devo a vida. Pede-me
tudo quanto quiseres. Sem ti eu morreria miseravelmente asfixiado entre os trevos
e as margaridas. A minha gratidão é eterna.

- Obrigada - disse a fada.

- Boa tarde, Oriana. Agora tenho de me ir embora, mas quando quiseres vem ao
rio e chama por mim.

E com muitas mesuras o peixe despediu-se da fada.

Oriana ficou a olhar para o peixe, muito divertida, porque era um peixe muito
pequenino, mas com um ar muito importante.

E quando assim estava a olhar para o peixe viu a sua cara refletida na água. O
reflexo subiu do fundo do regato e veio ao seu encontro com um sorriso na boca
encarnada. E Oriana viu os seus olhos azuis como safiras, os seus cabelos loiros
como as searas, a sua pele branca como lírios e as suas asas cor do ar, claras e
brilhantes.

- Mas que bonita que eu sou - disse ela. - Sou linda. Nunca tinha pensado nisto.
Nunca me tinha lembrado de me ver!

Oriana estava maravilhada com a sua descoberta. Debruçada sobre a água não
se cansava de se ver. As horas passavam e ela continuava conversando com a sua
imagem. Até que o Sol se pôs, veio a noite e o rio escureceu. Oriana deixou de ver
o seu reflexo. Levantou-se e ficou algum tempo imóvel a cismar. Depois olhou à
sua volta e disse:

- Chegou a noite! Como o tempo passa depressa!


Então lembrou-se de que era a hora de ir visitar o sei amigo Poeta. Porque a única
pessoa crescida a quem Oriana podia aparecer era ao Poeta. Porque ele era
diferente das outras pessoas crescidas.

No dia seguinte de manhã, Oriana, depois de levar a velha à cidade, foi a correr
ajoelhar-se em frente do rio. O peixe já estava à sua espera. Começaram logo a
ensaiar penteados. O peixe mandou-a fazer uma coroa de flores para pôr na
cabeça. Oriana passou a manhã e a tarde a colher flores, a ver-se no rio e a ouvir
elogios do peixe. Esqueceu-se de ir a casa do moleiro e a casa do lenhador.
Esqueceu-se de tomar conta dos animais. Esqueceu-se de regar as flores. Mas à
noite foi visitar o Poeta.

E, daí em diante, Oriana foi abandonando um por um todos os homens, animais


e plantas que viviam na floresta. Um dia abandonou também o Poeta.

ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner - A Fada Oriana. Porto: Figueirinhas, 1997. [Fragmento com
supressões]

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