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Ayurveda Himalaya

Formação em Yoga e
Ayurveda

Aluna: Thais Michelão Martins

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Índice

Introdução.................................................................................3

Desenvolvimento
Ayurveda.....................................................................4
Yoga...................................................................24

Conclusão...............................................................................39

Juramento de autoria .........................................................40

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Introdução

Este trabalho aborda os conteúdos do curso de formação em Yoga e


Ayurveda oferecido pela instituição Ayurveda Himalaya. A primeira parte se trata de
alguns ensinamentos da ciência ayurveda a partir do material disponibilizado, bem
como do que foi apreendido dos vídeos recomendados e do que foi oferecido através de
livros, como o Bhagwan Dash, “Fundamentos Ayurvedica” e o texto “Novos Tempos
para as Ervas Ayurvedicas”. Neste tópico será tratado desde a história do Ayurveda, e a
criação do universo, passando pela constituição do corpo, a teoria dos doshas, as
práticas de alimentação e rotina, até os tratamentos através de ervas, minerais e óleos. O
Ayurveda compreende um conjunto de informações muito complexas e muito extensas,
e é preciso ficar atento a todos os conceitos, pois eles precisam ser retomados para
entender outros.
O segundo tópico trata-se do Yoga, como será comentado uma filosofia de vida.
Novamente para elaborá-lo foi utilizado o material disponibilizado com o yoga sutras de
Patanjali, o documentário “Caminhos do Yoga”, os livros “A Filosofia Esotérica dos
Tantras Shiva Samhita”, “Hatha Yoga Pradipiká” e “A essência da Yoga” de Sri Swami
Sivananda. Serão apresentados os Yoga Sutras de Patanjali, os conceitos de Yoga,
como asanas, pranayamas, os diferentes caminhos e práticas.

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Ayurveda

De acordo com a mitologia indiana, Ayurveda foi percebido por Brahma, que
ensinou à Daksa Prajapati, que ensinou aos Asvinikumaras e que ensinaram à Indra. As
transmissões de conhecimento posteriores variam conforme a literatura. Muitos
trabalhos médicos foram compostos, e todos eles foram agrupados sob duas escolas: a
Atreya e a Dhanvantari. A escola Atreya trata principalmente da medicina e a
Dhanvantari da cirurgia.
A história da Ayurveda pode ser dividida em três eras, a pré-védica, a védica e a
pós-védica. Segundo evidências arqueológicos, na primeira era, a Índia começa com a
civilização do Vale do Indo. Duas escavações uma em Harappa e outra em Mohenjo-
daro são as provas dessa civilização que prosperou na Índia Ocidental e Setentrional no
período de 2500 A.C. a 1500A.C. Existem algumas representações de um deus
masculino dessa época em postura de yogi, que poderia ser um protótipo de Shiva,
considerado deus da Yoga e da Medicina. A civilização do Vale do Indo foi construída
através de um cuidadoso planejamento em termos de saneamento e habitação. As
escavações desses sítios revelaram substâncias terapêuticas, e crânios nos quais foram
realizadas cirurgias, indicando a alta qualidade da ciência médica desenvolvida.
Já na era védica, Shusruta, responsável por escrever o tratado de cirurgia mais
antigo do mundo estabeleceu Ayurveda (a ciência da medicina) como um Upaveda do
Atharva Veda, de acordo com Caranavyuha é o Upaveda do RK Veda, e segundo outro
ponto de vista o Ayurveda seria um quinto Veda, independente de outros quatro. Alguns
deuses foram designados médicos celestiais, e os mais famosos foram os Asvins, que
tiveram atribuídos curas de doenças graves. Nos vedas estão disponíveis princípios
fundamentais da ciência médica, como por exemplo, conceitos de tridosha e de sapta
dhatu, e descrições anatômicas de muitas doenças, conceitos de digestão, metabolismo,
bem como diferentes tipos de bactérias. Procedimentos de tratamentos, plantas
medicinais, doenças e medicamentos também estão detalhados. Alguns vedas são o Rig
Veda, o Yajur Veda e o Atharva Veda, por exemplo, existe também a literatura
Brahmana. No período Pós-Védico o Ayurveda ocupou posição respeitável através da
união racional de conceitos metódicos e práticas terapêuticas sistemáticas. Se crê que os
textos clássicos ganharam suas formas atuais após edições prováveis do século 7 A.C.

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Esta ciência da vida deve muito às filosofias do Sankhya Yoga e de Vaisesika, adotando
respectivamente as teorias relacionadas à composição do corpo, e segundo, da matéria
médica e das teorias do Tridosha e do Sapta dhatu.
Os diferentes pensamentos filosóficos na índia são cultuados nos Darsanas,
divididos em dois grupos, os Astika Darsanas e os Mastika Darsanas, que são
utilizados para ajudar o Ayurveda a explicar os fenômenos físicos e químicos. Para
explicar a origem do universo ele se apoia sobre o Sankhya Darsana. Dessa forma o
universo teve origem do Avyakta, que significa Não Manifestado, a seguir surgiu o
Mahan (intelecto), e o Ahankara (Ego), que possui três aspectos diferentes: Sattvika,
aspecto puro, Rajasika, representa o dinamismo, e Tamasika a energia potencial.
Sattvika e Rajasika se combinam produzindo os onze indriyas, o Tamasika e Rajasika
produzem cinco tanmatras, dos quais se originam os cinco mahabhutas, a partir do qual
tudo que é matéria no planeta animado e inanimado (mahabhutas isolados) é criado. Os
seres vivos, os indryas, a mente, os órgãos motores são constituídos das combinações
dos mahabhutas.
Assim surge a teoria do Pãnca Mahabhuta. Através dos cinco sentidos (órgãos:
ouvidos, pele, olhos, língua e nariz) o mundo é, não só percebido, como também
absorvido em forma de energia. Esses sentidos são a base pra classificar os cinco
mahabhutas: akasa (espaço), vayu (ar), agni (fogo), jala (água) e prthvi (terra),
importante deixar claro que estas não são traduções precisas para os termos em
sânscrito, pois a água como conhecemos, por exemplo, é composta por todos os
mahabhutas, cada átomo, aliás, os contém.
No corpo humano os cinco mahabhutas são explicados nos termos dosha, dhatu
e mala, e nas drogas eles representam rasa (sabor), guna (qualidade), virya (potência) e
vipaka (o sabor que surge após a digestão). Estas substâncias permanecem em equilíbrio
no corpo humano em uma determinada proporção, entretanto esse equilíbrio pode ser
alterado. A deficiência ou excesso de mahabhutas podem ser sanados através de dietas,
bebidas, ar, calor, luz. O corpo morto perde os cinco sentidos ficando apenas com os
mahabhutas. Dessas definições vem a origem dos conceitos da ayurveda.
Na índia as várias escolas de filosofia dedicaram tempo para descrever a mente e
suas funções, assim apresentam três visões distintas sobre ela: Os seguidores do Nyaya,
Vaisesika e Mimansa Darsanas, os de Sankhya, Patañjali e Vedanta Darsanas e em
terceiro os Agamas. Para os primeiros a mente possui proporções atômicas, sendo
apenas a conexão entre a alma e os órgãos sensoriais, não possui atributos como calor,

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conhecimento, prazer, etc., e cada alma possui uma mente eternamente associada. Já os
segundos apresentam uma visão mais psíquica, a mente é insensível, mas apresenta um
agente consciente quando em contato com a alma, e possui diferentes atributos, os
sattva, rajas e tamas, responsáveis pela compreensão, atividade e inércia adequadas,
respectivamente. E por último os Agamas que têm uma visão espiritualista, onde a
mente assim como a alma é consciente também, mas tem suas limitações. Algumas
escolas não admitem a existência da alma somada a mente e atribuem todas as
qualidades diretamente à mente.
Levando em consideração a isso, o universo é divido em duas categorias os
sencientes e não sencientes, os humanos, animais, pássaros, árvores, metais e minerais
são compostos por cinco elementos básicos não sencientes. A diferença entre objetos
animados e inanimados é o estado da mente e os sentidos, por exemplo as plantas são
conscientes, mas reagem de forma diferente aos vários tipos de estímulos. E ao
contrário do que muitos pensam os metais e os minerais não são totalmente livres de
consciência, pois a disciplina que se observa no movimento dos elétrons e prótons em
torno dos átomos, representa um nível sutil de consciência. É com base nesse conceito
que se fazem as orações oferecidas aos ídolos ou imagens de divindades pelos indianos,
pois a mente do individuo através de mantras e rituais é capaz de transferir a
consciência a estas imagens, e em troca isso volta para si mesmo.
A conclusão é de que todas as coisas no universo possuem consciência, algumas
de forma latente, sub latente, outras inteiramente manifestada, respectivamente os
metais, as plantas e animais e os seres humanos. O que provoca as diferenças entre essas
formas são os órgãos sensoriais e o estado da mente, nos humanos os sentidos estão
inteiramente manifestados, mas não numa mesma extensão que nos animais. Os órgãos
sensoriais fazem com que percebamos os objetos, mas o que determina sua natureza
exata, o que ele é, é a nossa mente, ou manas. Através do citta, esta sensação é
transmitida ao ahankara, o ego, responsável pela disseminação da percepção,
determinando o que é bom ou mau para si mesmo. Os nossos cinco sentidos transmitem
as sensações do contato com o meio externo, para os meios internos de percepção que
primariamente são quatro: manas, citta, buddhi e ahankara. O buddhi ainda não citado
é o intelecto.
O coração e o cérebro são considerados os sítios da mente, os textos ayurvédicos
dão maior importância ao coração, e os textos iogues enfatizam tanto o cérebro quanto o
coração nesta conexão com a mente. Segundo o Yoga, Pingala (canal simpático direito),

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Ida (canal simpático esquerdo) e Susumna na medula espinhal são encarregados de
transportar as correntes de consciência. O Kundalini Sakti, a energia latente em um ser
humano, permanece dormente na região do cóccix na forma de uma serpente
adormecida, despertada por muitos métodos do Yoga. Nesse momento ela gera um
impacto na mente da pessoa em que as faculdades mentais que estão normalmente
dormentes, se ativam subitamente, por isso que no yoga todo esse sistema, mais o
cérebro e o coração são considerados sítios da mente.
Todas as escolas Ayurvédicas afirmam que existe apenas uma mente, material
do tamanho de um átomo. De acordo com as escolas Nyaya e Vaisesika, a mente, a
alma, o tempo, o espaço e os cinco mahabhutas são os nove materiais constituintes
desse universo. Já as escolas Sankhya e Yoga afirmam que a mente juntamente com
outros órgãos, são criações do aspecto sattvika do ahankara. A principal função da
mente é perceber o estimulo transmitido pelos sentidos e comunicá-lo ao ego, ao
intelecto. A reação à percepção resulta nos reflexos através da transmissão da mente
para os órgãos motores, ou também ao pensamento.
A mente possui três atributos: sattva, rajas e tamas, que estão em diferentes
níveis em cada pessoa e, portanto, estas apresentam diferentes disposições psíquicas.
Dependendo da disposição dos atributos nas pessoas, elas são classificadas de modo
geral em cinco categorias de níveis mentais:
1- Ksipa- mente muito atraída por objetos dos sentidos;
2- Mudha- tendência a vícios, à ignorância, ao sono excessivo;
3- Viksipa- mente distraída, produz por virtude, conhecimento;
4- Ekagra- concentrada, mente limpa de impurezas;
5- Niruddha- mente deixada em estado original não-modificado, tranquilidade.

São três tipos de faculdades mentais: sattvika, onde as faculdades mentais estão
livres de defeitos, dotadas de auspiciosidade, consciência e pureza. O tipo rajasika de
faculdade mental com disposição colérica, e tamasika que sofre de ignorância. A
combinação dos três geram inúmeras atitudes mentais. Existem sete categorias de
a:sattvika, seis de b:rajasika e três de c:tamasika, essas categorias compartilham
qualidades análogas aos deuses, plantas, seres celestiais e animais. São elas: a(Brahma,
Arsa, Aindra, Yamya, Varuna, Kaubera, Gandharva), b(Asura, Raksasa, Paisaca,
Praita, Sarpa, Sakuna), c(Pasava, Matsya, Vanaspatya).
De acordo com o livro de Dr. Bhagwan Dash, a palavra ayurveda é composta
dos termos ayus que significa “vida” e veda que significa o “conhecimento”, juntos

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significam a “ciência da vida”. Esta ciência é um sistema tradicional de medicina
indiano muito antigo e popular. O Ayurveda, também conhecido como Ashtanga
Ayurveda, é divido em oito partes, são elas:
1- Kaya: parte que trata da medicina interna, ligada às doenças do corpo e ao aparelho
digestivo;
2- Bala: relacionada à pediatria, tratamento para crescimento adequado e doenças infantis;
3- Graha: trata-se de estrelas e planetas e transtornos mentais relacionados;
4- Urdhwa: trata das doenças da parte superior do corpo, acima do pescoço conhecida como
Shalakyatantra. Estão inclusos problemas nos ouvidos, nariz, garganta, olhos e cavidade
oral;
5- Shalya: ramo cirúrgico bem desenvolvido no tratado de Sushruta, “Sushruta Samhita”;
6- Dhanstra: relacionado ao dente, tratamento de mordidas de animais e envenenamento;
7- Jara: relacionado à geriatria, procedimentos para evitar a velhice;
8- Vrishan: ramo relacionado com a vida sexual saudável.
Para continuar, é preciso entender uma parte importante do Ayurveda que são os
doshas. O Dosha é a caracterização do perfil biológico do indivíduo, que pode ser
encontrado em: Prakriti, a constituição energética determinada no momento da
fecundação e que o indivíduo carregará durante sua vida. Existem sete tipos básicos: V,
P, K, KV(VK), KP(PK), PV(VP), KPV. Vikriti são as desarmonias que podem se
manifestar como doenças adquiridas por influência de aspectos externos, como emoções
absorvidas, alimentos errados, clima, etc.
Os doshas constituem uma combinação dos cinco elementos éter, ar, fogo, terra
e água, e podem ser traduzidos como “as forças naturais que facilmente desequilibram”,
conforme o Panch Mahabhuta Siddhanta, Prithvi, Apas, Agni, Vayu e Aakash. Existem
três doshas, cada um com determinadas características que todas as pessoas possuem,
mas em proporções variadas de cada um. Eles são: Vata, Pitta e Kapha. O desequilíbrio
destas proporções causam as doenças. O Ayurveda reestabelece esse equilíbrio, através
de dietas, exercícios físicos, plantas medicinais, meditação, yoga e massagem.
Cada biótipo, Prakriti, deve ser nutrido com alimentos, pensamentos e emoções
específicos, com uma rotina específica, cuidados em determinadas estações do ano,
utilizar determinadas ervas, para manter condutas que favoreçam o seu equilíbrio. Uma
pessoa pode ter o biótipo de um único dosha, ou a combinação de dois deles, ou mesmo
dos três.
A parte do tratamento inclui Shodhana e Shamana. No primeiro os doshas são
expelidos para fora do corpo com a ajuda de medicamento, e no segundo, os doshas são

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mantidos no corpo. Shodana inclui Pancha Karma, que são cinco formas de
purificação: Vemana - vômitos, Virechana - purgação, Nasya - medicina administrada
pelas narinas, Raktamokshana - retirar o sangue e Basti - material medicado
administrado através do ânus.
Para verificar a natureza individual, Prakriti, e os desequilíbrios atuais, Vikriti,
de cada indivíduo, o Ayurveda utiliza um sistema de análise do histórico do indivíduo, e
do exame físico feito quase inteiro sobre observação, com exceção da leitura do pulso.
No vídeo “Ayurveda: The art of being”, alguns exemplos de como fazer essa verificação
é através do pulso, sentindo o pulso através dos dedos, observando a coloração das
unhas, e observando os olhos. Depois da análise, o médico elabora uma dieta e
recomenda ervas que sejam úteis para recuperar o equilíbrio com sua natureza original.
Dessa forma, pessoas diferentes às vezes com uma mesma doença, recebem muitas
vezes dietas e ervas diferentes, pois depende de seu Prakriti e Vikriti.
A questão dos alimentos no Ayurveda está no sabor, cada gosto está relacionado
com elementos diferentes, e os alimentos ingeridos corretamente podem corrigir os
desequilíbrios destes próprios elementos. Dessa forma existem seis sabores, cada um
composto de dois elementos: doce (terra e água), azedo (terra e fogo), salgado (água e
fogo), pungente (fogo e ar), amargo (ar e éter), adstringente (ar e terra). Há ainda outras
duas considerações, se o preparo dos alimentos é pelo método de resfriamento ou
aquecimento. Os sabores doce, amargo, e adstringente resfriam, e o azedo, salgado e
picante, aquecem. O segredo é o efeito após a digestão, de como os “sabores” dos
alimentos influenciam os tecidos durante e após sua assimilação. Doces e salgados são
doces no pós-digestivo, azedo é azedo e picante, amargo e adstringente são pungentes.
Em Ayurveda gosto, ação e efeito pós-digestivo são respectivamente em sânscrito, rasa,
virya e vipack. Elas são as chaves para a compreensão dos alimentos e ervas, e da
dinâmica energética, para sermos capazes de fazer escolhas certas para si mesmo.
Os alimentos crus, e sucos, promovem a limpeza e energização do organismo.
Os brotos contém grande quantidade de enzimas e nutrientes que ajudam na digestão e
assimilação dos nutrientes, os que ajudam a destruir e eliminar toxinas do organismo
são conhecidos como “ama”. No geral os alimentos crus são frios, e difíceis de digerir
no sentido védico, pois liberam seu Prana para nutrir a vida, dando energia à parte
superior do corpo, entre a boca e o estômago a um curto prazo, mas não a longo prazo,
para nutrição e construção dos tecidos. Isso é bom para Pittas, e alguns para Kaphas,
mas não para Vatas.

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Grãos bem cozidos liberam seu Prana no cólon, fornecendo energia ao longo
prazo. No entanto estas energias não podem ser liberadas a partir de hidratos de carbono
complexos, sem a ajuda de enzimas. Também importante para a absorção é a limpeza do
trato intestinal. É adequado aliar a limpeza do cólon, com o consumo de enzimas. Mas
deve-se lembrar, que para cada constituição de indivíduo algumas ervas se adequam
mais para a limpeza do cólon. Já para as enzimas, ao invés de consumir comprimidos
que farão com que os órgãos digestivos se acostumem e percam a sua habilidade natural
de produzi-las, é utilizado ervas e especiarias para estimular o organismo a produzir
suas próprias enzimas. Alimentos cozidos e especiarias são melhores para a digestão
pobre de Kaphas e Vatas. Pittas, devem usar apenas especiarias leves, pois seu “fogo de
digestão” é geralmente forte.
Outro aspecto muito importante é seu estado de consciência enquanto come e
enquanto cozinha. Aquele que prepara o alimento insere na preparação as emoções que
está sentindo, ou seja, a consciência do cozinheiro está na comida, assim como também
está a do animal ou do vegetal que está comendo. Dessa forma em Ayurveda a
preparação dos alimentos é considerada sagrada, e alimentos de origem animal não são
recomendados, pois partem de uma extrema dor e agonia, agravado pela contaminação
química da agricultura moderna, hormônios, antibióticos, pesticidas, etc. Os vegetais
também tem vida e sentem desconforto ao serem comidos, os Vedas ensinam que cada
ser vivo tem uma alma e portanto, são sagrados. A cozinha é considerada a extensão do
altar. Você pode ao preparar os alimentos com amor, oferecendo orações e meditações
de agradecimento e amor a Deus, para transforma-los em misericórdia, prasad, de Deus,
e assim aumentar sua saúde física, emocional, mental e espiritual.
Cada dosha é responsável por um conjunto de características:
O Dosha Vata: é responsável por todo movimento físico, sistemas de circulação
eliminação, mudanças nos nossos pensamentos, emoções e alterações do estado de
consciência. Seus aspectos são seco, leve, frio, áspero, agitado e claro. O estilo de vida
das pessoas predominantemente vata reflete essas características. Sabores fortes,
adstringentes, amargos e picantes são vata, e alimentos doces, azedos e salgados
diminuem seus níveis. Nesse biótipo predominam os elementos éter e ar. As pessoas
têm estrutura corporal leve e longilínea, metabolismo e fome instáveis e tendem a
perder peso com facilidade. Sentem bastante frio, e apresentam pele, mucosas e cabelos
secos. São pessoas inspiradoras, com forte veia artística, apreciadores das artes plásticas
e práticas espirituais. São ágeis e tendem a fazer muitas coisas ao mesmo tempo,

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tornando-se muitas vezes dispersos e superficiais. Quando desiquilibrado pode sofrer
ansiedade e depressão. É muito comum que relatem insônia, constipação e dores pelo
corpo, principalmente na coluna, tendo inclinação para fibromialgia, doenças
neurológicas, perda de memória, e rigidez articular. Seus corpos e mentes
energeticamente funcionam em explosões repentinas, por esta razão se cansam
facilmente.
Os sub-doshas de Vata são: Prana Vata, tem funções na região da cabeça,
pescoço e peito. Udana Vata, tem funções na região da garganta e no peito, na direção
oposta às de Prana. Vyana Vata, irradia do coração para todo o corpo através do sistema
circulatório. Samana Vata, opera no estômago e rege o fluxo de alimentos através do
trato digestivo. Apana Vata, trabalha na área do cólon e a região pélvica e governa
funções como a menstruação e a eliminação de resíduos.
O Dosha Pitta: É responsável pela digestão dos alimentos no estômago e no
trato intestinal, das partículas em nível celular também pela “digestão” de nossos
pensamentos e emoções. As características são quente, agudo/aguçado, leve, oleoso,
líquido, expansível e fétido. Os sabores que elevam os níveis pitta são azedo, salgado e
picante. Os elementos que estão em maior proporção são fogo e água. As pessoas desse
biótipo tem estrutura corporal mediana e boa musculatura, apresentam metabolismo
rápido, sede excessiva e muita fome, perdendo e ganhando peso com facilidade. São
empreendedores, intolerantes e competitivos, tendem a sentimentos como a raiva e
desequilíbrios orgânicos inflamatórios, são questionadores, inteligentes e perspicazes.
Quando desequilibrado, desenvolve doenças inflamatórias e ligadas ao calor, como
gastrite, queimação, psoríase, acne, hepatite, artrite, diarreias frequentes, odor forte no
suor, irritabilidade, etc.
Os sub-doshas de Pitta são: Alochaka Pitta, governa funções na região dos olhos
e da visão. Bhrajaka Pitta, está localizado na pele e regulo processos bioquímicos da
mesma. Sadhaka Pitta, reside no coração e no cérebro. Pachaka Pitta, situa-se no
duodeno do intestino delgado, onde alimentos se transformam em nutrientes e resíduos.
Ranjaka Pitta, reside no fígado e no baço e é responsável pela composição do sangue e
pela distribuição de nutrientes para as células e tecidos através do sangue.
O Dosha Kapha: É o princípio da lubrificação e da organização, também é
responsável pela inteligência celular. As características são lento/inerte, pesado, frio,
macio, denso, oleoso, suave, estático. Os elementos em maior proporção são água e
terra. As pessoas desse biótipo têm olhar doce, são amorosas, pacientes e apresentam-se

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muito bonitas. São vagarosas, constante em suas atividades, apreciam desfrutar os
prazeres da vida, principalmente pelo paladar. Possui personalidade calma e tranquila, e
aparência de musculatura bem desenvolvida, pele macia pálida, geralmente oleosa,
cabelos, unhas e dentes fortes e grossos, tendem a acumular gordura na barriga,
bumbum e coxas. Pegam no sono rapidamente. De apetite baixo, mas constante, buscam
consolo emocional na comida, especialmente nos doces, assim tendem a engordar
facilmente. Quando desequilibrado tende a desenvolver doenças como obesidade,
artério-esclerose, diabetes, edema e excesso de muco nos pulmões.
Os sub-doshas de Kapha são: Kledaka Kapha, funções na área gástrica. Bodhaka
Khapa, está localizado na língua e na garganta e governa o paladar. Avalambaka kapha,
reside no coração, tórax e região lombar. Tarpaka Kapha, está localizado na cabeça,
seios e fluido espinhal. Shleshaka Kapha, está localizado nas articulações e proporciona
a lubrificação necessária para manutenção, suavidade e flexibilidade das mesmas.
Para o Ayurveda no momento em que estes três doshas entram em desarmonia,
iniciam um ciclo de seis fases no organismo, em ordem: acúmulo, agravamento,
transbordo, relocação, manifestação e diversificação (complicação, danos aos órgãos,
doenças crônicas). Para ayurveda é importante que a doença não passe das duas
primeiras fases, quando ainda estão no aparelho digestório e são facilmente tratadas.
Para que os doshas permaneçam em equilíbrio, é necessário adotar uma rotina
diária, Dinacharya, e uma adaptação às estações do ano, Rutucharya. Os hábitos de
rotina diária, para a boa saúde são acordar cedo, lavar a boca, raspar a língua, escovar os
dentes com um elemento que seja picante, salgado, amargo e ácido, limpar os olhos,
ouvidos e nariz, meditar, fazer exercícios regulares, banhar-se, almoçar com a mente
limpa, a noite sempre tomar uma refeição leve antes de ir para a cama e não dormir de
estômago cheio. Segundo Navayavaba Dasa, deve-se começar a rotina diária pela noite,
pois descansar o corpo equilibra os doshas. Dormir durante o dia incrementa Kapha e
controla Vata, a não ser no verão, onde é necessário já que o os dias são longos. A
pessoa que sofre de insônia tem problemas de Vata.
Ao levantar devemos nos espreguiçar para fazer sair os doshas do centro do
corpo, principalmente do coração onde permanecem durante o sono. Em seguida é
preciso urinas e defecar, se não conseguir, ficar agachado durante alguns minutos para
estimular o apana vata. Depois deve-se escovar os dentes, raspar a língua com raspador
de ouro, prata ou cobre para reativar o sistema linfático eliminando o mau odor. Para

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cuidar da garganta e prevenir enfermidades, recomenda-se fazer gargarejo com água
morna, uma pitada de sal marinho, um grama de ácido ascórbico e um pouco de ghee.
O banho matutino deve começar com água morna, e terminar com água fria.
Água quente na cabeça pode perturbar vata. Não se deve reprimir impulsos naturais e
uma vez por semana deve-se limpar as fossas nasais com uma técnica chamada Jala
krya e deve-se defecar antes de começar algum exercício. Após exercícios físicos uma
massagem relaxante é bom. Para pessoas obesas recomenda-se que comece a massagem
no sentido dos pés, passando pela coluna e terminando na cabeça, o sentido contrário é
recomendado para pessoas fadigadas e crianças. Após a massagem a pessoa deve tomar
uma sauna e em seguida um banho frio, também comer algum alimento madhura rasa.
As práticas de yoga são de extrema importância para o equilíbrio do corpo.
No que diz respeito às adaptações às estações do ano, o inverno é a estação que
agrava Vata. Os alimentos mais pesados são digeridos mais facilmente, pois o fogo
digestivo Agni está mais forte, alimentos leves farão com que o corpo queime tecidos
provocando distúrbios de vata, também aumentado pelo vento e pelo frio. Prefira
alimentos quentes e nutritivos, e utilize ghee quando cozinhar. Evite bebidas geladas e
beba água quente regularmente. Nessa época o exercício físico pode ser mais vigoroso.
A terapia Panchakarma sugerida é o Basti.
Já a primavera é uma estação que aumenta Kapha e os mucos aparecem para
constituir o corpo. Nessa época deve-se evitar alimentação pesada e gordurosa, sabores
azedo e doce, e dormir durante o dia. É importante comer alimentos leves e reforçar o
sistema digestivo. De manhã a digestão é fraca e os alimentos pesados são uma
sobrecarga para o organismo. O café da manhã deve ser leve. A refeição principal deve
ser ao meio dia, quando a digestão é mais forte. O princípio é de manter metade do
estômago cheio de comida, um quarto com fluido e o outro quarto vazio. Isso permite
que o estômago passe a digerir totalmente o que foi ingerido. Durante o dia é bom beber
água morna, tomar alguns goles a cada hora. O jantar não deve ser comido muito tarde
da noite, e deve conter alimentos quentes e leves. Em relação aos exercícios físicos é
importante faze-los regularmente. O princípio ayurvédico é de exercitar até 50% de sua
capacidade, exercícios leves. Esta é a melhor época para fazer o panchakarma ou o
detox ayurvédico, para retirar o excesso de kapha. Não coma entre as refeições, se sentir
fome tome um suco de frutas ou coma frutas doces, abuse das especiarias.
O verão é a estação que aumenta Pitta, é quente e seca, causa a desidratação e
perda de energia. É importante reduzir o consumo de salgados, amargos, apimentados e

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muito dos alimentos picantes, e privilegiar o sabor doce, amargo ou adstringente. Os
alimentos devem ser frios, fluídos e leves, e só comer quando tiver fome, pois a
atividade digestiva é baixa. É bom realizar exercícios leves, tomar banhos frios e nadar.
Não se deve ficar muito tempo exposto aos raios solares. O sono durante a tarde é bom
para vata e pitta, para kapha apenas o descanso. A terapia Panchakarma é o Verechana.
Na estação das chuvas, Kapha e Vata são agravados. Durante esta estação o clima se
torna frio e com vento. É importante seguir uma dieta precisa nesta estação transitória
entre o verão e o outono. Deve-se adicionar mel aos alimentos e às bebidas, ingerir
sopas de grãos, vinhos e alimentos fermentados. É preciso evitar bebidas frias e
alimentos com muita umidade. As terapias Panchakarmas são o Basti, Vamana e o
Nasya.
No outono pitta é agravado, e é sugerido que se ingira ghee, alimentos com
sabores amargo, adstringente e doce. Também que se tome ar fresco noturno,
principalmente após o jantar. A terapia Panchakarma é o Virechana.
Antes do sol nascer, vatta aparece. A pessoa deve acordar e fazer as descargas
naturais. O desjejum deve ser tomado por pessoas de pitta e vatta no período de kapha,
que vai do nascer do sol até as 10h, as pessoas de kapha não devem comer nada pela
manha. A partir de então começa o tempo de pitta, e a melhor hora para almoçar é entre
as 10 e 11h. No período de kapha a pessoa se sente energizada e fresca, no período
pitta, leve e quente. Do meio dia até as 14h, vata aparece e a pessoa se sente ativa, leve
e suprida. Kapha reaparece no começo do anoitecer, período de ar fresco, inércia e
pouca energia. Das 22h até a madrugada é o horário de pitta.
O conceito de tempo também incorpora as mudanças das fases da lua e ciclo do
sol, e estas mudanças estão relacionadas com os humores do corpo, a astrologia estuda
justamente isso. O sol está relacionado com a consciência, e a lua com a mente, criando
mudanças nos estados mentais e emocionais. A lua, deusa da água, governa kapha, e
seus atributos são: frescor, branco, lentidão. Durante a lua cheia kapha é agravado no
corpo e o elemento água é estimulado no ambiente externo. Cada planeta está
relacionado com algum órgão do corpo, e conforme o movimento destes planetas, os
doshas são afetados. O ayurveda ensina que existem três idades muito importantes na
vida de um ser humano: infância, maturidade e velhice. A infância é tempo de kapha, e
as crianças podem sofrer desordens desse dosha, esse período vai até os dezesseis anos
mais ou menos. Dos dezesseis aos cinquenta é o período que predomina pitta, e na
velhice predomina vatta.

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Os elementos teciduais básicos do corpo são conhecidos como dhatus, são sete:
Rasa ou linfa, Raksa ou a fração hemoglobínica do sangue, Mamsa ou tecido muscular,
Medas ou tecido adiposo, Asthi ou tecido ósseo, Majja ou medula óssea e Sukra ou o
esperma no homem e óvulo na mulher. Esses sete elementos são responsáveis pela total
estrutura do corpo e seu desempenho tem papel importante no desenvolvimento e
nutrição corporal. Os dhatus são parte do mecanismo protetor biológico, e com a ajuda
de agni são responsáveis pelo mecanismo imunológico. Cada dhatu recebe nutrição do
anterior, portanto, quando um é afetado os próximos também são, gerando um
desequilíbrio em cadeia. O plasma se torna sangue, que se torna tecido muscular, o
tecido muscular se torna tecido adiposo, que se torna tecido ósseo, que por sua vez se
torna medula óssea, que se torna tecido reprodutor. O último é o que tem maior
potencial. Estes tecidos nunca são eliminados do corpo, e se isso ocorre, doenças graves
aparecem.
O alimento digerido passa por sete fases evolutivas sucessivas, durante as quais
a energia potencial aumenta em cada uma. O corpo é sustentado por prana e pelos
alimentos, que influenciam os tecidos tanto quanto a mente. Por isso ingerir alimentos
saudáveis, e manter a mente e pensamentos tranquilos e positivos é essencial. Enquanto
a bioenergia é a causa das doenças, os tecidos do corpo são os lugares onde elas se
manifestam. Em geral a energia do Kapha é responsável por todos os tecidos do corpo.
Os dhatus também estão relacionados aos mahabhutas: Jala predomina no quilo e na
linfa; Prithvi nos tecidos musculares e adiposos; Tejas predomina na fração
hemoglobínica do sangue; Vayu no tecido ósseo; Akasa existe nos poros no interior dos
ossos.
O papel do tecido reprodutor é criar vida nova, ele é formado por água. Também
se refere a toda forma de reprodução no corpo. O tecido reprodutor secundário se chama
Ojas. Este tecido mantém o funcionamento do sistema autoimune. A proteção
imunológica só é garantida se uma quantidade suficiente de shukra está presente,
portanto, a atividade sexual exagerada diminui o shukra. A excitação sexual extrema da
mocidade leva ao desenvolvimento prematuro de shukra, e se crianças forem expostas a
atividades sexuais, podem ocorrer danos permanentes aos ossos, nervos e outros
tecidos.
Os três importantes malas são as fezes, a urina e o suor, eles são os produtos
excretados pelo corpo, essa eliminação é essencial para a manutenção da saúde do
indivíduo. As fezes contêm também substâncias eliminadas pelas células teciduais do

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corpo e dessa forma a evacuação adequada é essencial para o estado de saúde das
células teciduais. Quando inadequada favorece o surgimento de diferentes tipos de
parasitas intestinais, interferindo eventualmente com a flora normal do cólon que
auxiliam na síntese de substâncias úteis ao organismo. A urina é o produto
excretado pelo qual muitos materiais orgânicos são rejeitados, é recomendável que se
beba a quantidade adequada de água, de forma que se tenha pelo menos seis micções
durante o período diurno. O suor é essencial para a saúde da pele, exercícios e terapias
com algumas ervas, ajudam o indivíduo a suar, eliminando resíduos do organismo.
Os Srotas são os canais, poros, os sistemas que transportam ou circulam os
doshas e dathus ou seus elementos para os vários órgãos. Eles incluem veias (sira),
artérias (rasayani), capilares (rasavahini), ductos (nadi), passagens (pantha), tratos
(marga), espaços dentro do corpo (sharirachidra), ductos abertos numa extremidade e
fechados na outra (sanvritasanvrita), residência (sthana), recipientes (ashaya) e
domicílio (niketa). Estes são áreas visíveis e invisíveis nos tecidos do corpo, e o
desequilíbrio desses srotas criam alterações dos tecidos que residem neles ou passam
através deles.
Para que ocorra um funcionamento adequado do organismo é preciso que estes
canais de circulação permaneçam desobstruídos, e que o processo circulatório continue
ininterruptamente. Todos estes canais tanto macroscópicos quanto microscópicos são
classificados em treze categorias:
1- Canais transportadores do ar vital (prana vayu) do meio externo ao fluxo sanguíneo;
2- Canais transportadores de água (udaka), incluindo soro e linfa;
3- Canais transportadores de alimentos sólidos e líquidos (anna);
4- Canais transportadores de plasma (rasa);
5- Canais transportadores de fração hemoglobíica do sangue (rakta);
6- Canais transportadores de nutrientes para os tecidos musculares (mamsa);
7- Canais transportadores de nutrientes para os tecidos adiposos (medas);
8- Canais transportadores de nutrientes para os tecidos ósseos (asthi);
9- Canais transportadores de nutrientes para a medula óssea (majja);
10- Canais transportadores de nutrientes para o esperma e o óvulo (sukra e rajas). O esperma e
o óvulo em si também são transportados por esta categoria de canais;
11- Canais transportadores de urina (mutra);
12- Canais transportadores de fezes (purisa);
13- Canais transportadores de suor (sveda).
Se a circulação ou movimento for interrompido ou danificado, resultará em
acúmulo de substâncias no canal específico e alteração no metabolismo do tecido,

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originando ama, produtos imaturos e não-preparados. Essas substâncias não ficam
apenas acumuladas, mas também acabam circulando através de todo o corpo com o
auxílio dos outros canais que estão em funcionamento. Eles danificam as atividades dos
outros canais, dando origem às doenças. Para conservar estes canais em movimento e
funcionamento contínuo, muitas prescrições e restrições são feitas nos textos
Ayurvédicos. O importante é a ingestão de alimentos oportunamente, a eliminação das
excreções, o atendimento às necessidades básicas do corpo e exercícios físicos. As
alterações dos doshas causam perturbações nos canais e elementos teciduais. Para
manter os srotas livres e desobstruídos, o Ayurveda recomenda uma terapia que
consiste em procedimentos específicos de purificação e rejuvenescimento, chamada
Panchakarma.
Os canais relacionados à nutrição, são os Pranavaha Srotas, Annavaha Srotas e
Ambhuvaha srotas. O primeiro é o conjunto de canais por onde flui o Prana, através da
respiração e circulação sanguínea, relacionados ao sistema respiratório. São bloqueados
quando impulsos naturais do corpo são reprimidos, ou quando se ingere muita comida
gordurosa, os sintomas são problemas respiratórios. Já o segundo é o conjunto de canais
que conduzem os alimentos através do sistema digestivo, da boca ao ânus. É o principal
canal do corpo e é obstruído através de refeições irregulares, alimentos impróprios e má
digestão. Os sintomas são cólicas, vômitos, digestão lenta e sede anormal. Os últimos,
respectivamente, são os canais que conduzem água ou regulam o metabolismo da água
no corpo, relacionados ao paladar, pâncreas e rins. Eles obstruem-se pelo consumo
excessivo de álcool, clima excessivamente quente e perturbação na digestão.
São sete sistemas de canais relacionados com os tecidos. Os Rasavaha srotas
transportam o plasma e são relacionados com os sistemas linfáticos e circulatórios. A
obstrução ocorre por ingestão de alimentos frios, pesados e pelas preocupações e
angústias. Os Raktavaha srotas transportam sangue e sofrem obstrução pelo excesso de
álcool, clima muito quente, alimentos picantes e oleosos. Mamsavaha srotas
transportam fibra muscular, e são obstruídos pela má digestão, dormir após a refeição,
sedentarismo, causam veias varicosas e atrofias muscular. Os Medavaha srotas
transportam a gordura e são obstruídos por sedentarismo, álcool, alimentos gordurosos,
causam sudorese, gengivas esbranquiçadas e sede excessiva. Os Ashtivaha srotas
cuidam do tecido ósseo. Os Majjavaha srotas transportam fluidos do cérebro e da
medula, que se desequilibram depois de um machucado, da tensão da estrutura óssea e
após a alimentação de difícil digestão, os sintomas são dores nas juntas, tonteira, e

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desmaios. Sukravaha srotas transportam sêmem e óvulos, são bloqueados por impulsos
inoportunos excessivos ou impulsos sexuais reprimidos, os sintomas são impotência,
espermorragia e ejaculação demorada.
Os canais relacionados à excreção são: Swedavaha srota, canais que transportam
o suor. A obstrução ocorre pelo excesso de atividade física, alternância entre alimentos
quentes e frios e pela tensão psicológica. Purishava srota, são os canais que eliminam
fezes do corpo. A obstrução deve-se ao excesso de comida antes que a refeição anterior
tenha sido digerida. Mutravaha srota, são os canais que eliminam a urina pela uretra,
são obstruídos quando a pessoa ignora a vontade de urinar e ao invés disso se alimenta
ou continua uma relação sexual.
Os srotas relacionados com a mente são os Manovaha srotas, canais por onde
fluem os pensamentos e emoções, ligando o corpo físico ao mental, associado ao tecido
nervoso majja. Os canais relacionados ao sexo feminino são os Arthavaha srotas que
conduzem menstruação e secreções sexuais, produzidas entre a menarca e a menopausa,
e os canais Stanyavaha srotas, que conduzem leite materno, ambos canais estão
conectados.
O fluxo dos 16 canais é feito por pulso e quem controla o movimento é vata,
portanto a relação dos estados mentais Vata controlam os srotas, podendo provocar
estagnação e bloqueio. A meditação é fundamental para o bom fluxo de todos os canais.
A alimentação no Ayurveda procura equilibrar a natureza de cada pessoa. Ao
mudar a rotina e melhorar a alimentação, uma pessoa pode descobrir seu potencial
interior e manter o seu dosha em equilíbrio, mas essa rotina é para ser seguida sempre, e
não apenas em um determinado período. Para ficar equilibrado é preciso que a pessoa
coma alimentos contrários a sua natureza. Vata deve evitar tudo que seja frio, seco, leve,
instável, agitado. Deve incluir na rotina diária a automassagem e fugir de correntes de
ar. Pitta deve evitar tudo que seja excessivamente quente, picante e estimulante. Deve
aprender a usar de forma construtiva a energia de sua raiva. Kapha deve evitar tudo que
seja frio, húmido e pesado. Deve adotar uma rotina estimulante e deve priorizar os
exercícios físicos e massagens estimulantes.
Após muitos anos de experiências e pesquisas, descobriram-se os efeitos
positivos de vários produtos fitoterápicos que podem ser utilizados para o
restabelecimento do equilíbrio perdido e recuperação da saúde. Os mais conhecidos e
utilizados pela medicina ayurvedica são: Amalaki ou Amla (Emblica officinalis
Gaertn), rica em vitamina C e excelente antioxidante; Guduchi (Tinospora indiana)

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melhora a resistência do corpo às infecções; Manjishtha ou Garança Indiana (Rubia
cordifolia) purifica e melhora a circulação do sangue; Yashitimadhu ou alcaçuz
(Glycyrrhiza glabra) tem atividades antiúlcera e antimicrobianas; Bhunimba
(Andrographis paniculata) controla a inflamação no corpo a nível de DNA; e muitas
outras.
As especiarias têm importância fundamental na terapia Ayurveda e na culinária
tradicional indiana, em geral, elas regulam e estimulam o apetite, neutralizando as
propriedades pesadas dos alimentos. Ajudam na limpeza dos canais (nadis) queimando
toxinas (Ama) e consequentemente promovendo a saúde física e mental. Os Masalas,
Churnas e Lehyas são alguns preparados que são associados à culinária de forma
terapêutica, além de Óleos medicados e Lepas, que são pastas obtidas através da
maceração de ervas e cera de abelha para uso externo da pele, em casos diversos
dependendo das ervas obtidas. As masalas são misturas de especiarias ou temperos em
diversas combinações que além de facilitar a digestão proporcionam um sabor único aos
alimentos. A maneira mais indicada de usar é refogar em uma panela o pó com um
pouco de ghee ou óleo vegetal de sua preferência, para que suas especiarias liberem seu
sabor e suas propriedades, depois é só misturar o resto dos ingredientes. As churnas são
misturas de pós finos e secos de ervas para serem tomados em forma de chá. A dose
varia de 1 a 3 gramas por dia, mas é sempre importante conversar com um médico
Ayurveda antes da ingestão. As lehyas são pastas obtidas através do processamento de
frutas secas combinadas com ghee, especiarias, castanhas, mel e ervas. Elas têm
basicamente, o objetivo de nutrir os tecidos ósseo, muscular e cerebral, dependendo da
combinação. Elas podem substituir os doces industrializados devido ao sabor doce e
agradável.
Na culinária Ayurveda as especiarias têm como principal função o auxílio do
organismo na digestão, podendo regular o apetite e fortificar Agni, o fogo da digestão.
Além disso, elas proporcionam os diferentes sabores, ou seja, também aquecem ou
refrescam os doshas. Elas funcionam neutralizando as propriedades dos alimentos, e
possuem propriedades medicinais. No geral as especiarias diminuem kapha e vata, e
aumentam pitta, são estimulantes e expectorantes, ajudando a limpar os canais e
queimando toxinas (Ama). É preferível consumi-las inteiras e as cozinhar no óleo, como
o ghee ou óleo de coco. Algumas especiarias são o açafrão, que melhora a circulação
sanguínea e equilibra os três humores; o alecrim que é estimulante, diurético e aumenta
pitta apenas moderadamente; o alho que fortifica o sistema imunológico e diminui vata

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e kapha, aumentando pitta; o cravo com propriedades antissépticas e antiespasmódicas;
o cardamomo indicado para gastrite; o anis estrelado, analgésico e bactericida; fennel ou
semente de funcho, anti-inflamatória e antirreumática; mostarda tem propriedades
digestivas; cominho que previne gases e reduz a glicose e gorduras no sangue; noz-
moscada é estimulante do sistema nervoso; gengibre utilizado pra ativar Agni. E muitas
outras.
Abhyanga em sânscrito significa untar, friccionar com óleo. Os poros da pele
funcionam como verdadeiros filtros, que selecionam e absorvem os óleos e os
conduzem até os tecidos, os purificando, fortalecendo e limpando. Após absorvidos, os
óleos conduzem as substâncias tóxicas até as glândulas de eliminação, e desta forma dão
aos tecidos vitalidade e vigor. Em ayurveda a massagem é recomendada como prática a
ser realizada diariamente, principalmente pela manhã. Ela deve ser parte do
Dinacharya, ou rotina do dia-a-dia.
Abhyanga é uma terapia de snehana (oleação), é a massagem mais utilizada nos
tratamentos ayurvédicos. É utilizado um óleo morno escolhido conforme o biótipo do
paciente. A escolha do ritmo, tempo e pressão seguem o mesmo conceito. Durante o
tratamento todos os pontos marmas são manipulados com a função de mobilizar toxinas
para que elas sejam eliminadas, e leves alongamentos são realizados com a mesma
função. A terapia serve para melhorar a circulação venosa e linfática, remove edemas,
tonifica os músculos, atua melhorando os aparelhos respiratórios, digestivo, indicado
em fadiga crônica, artralgias e nevralgia, algias miofasciais, favorece maior resistência
física, melhora o sono e os órgãos sensoriais e motores. É excelente contra o estresse e
alterações emocionais reativas. Produz suavidade, força e dá cor á pele, diminui o efeito
do envelhecimento, melhora a visão, alimenta os tecidos do corpo, aumenta a
longevidade, dá firmeza aos membros, dá vigor aos dhatus e pacifica vata e pitta.
O óleo aplicado na cabeça, Murdha taila, faz o cabelo crescer com força e
brilho, suaviza os olhos e remove as rugas faciais. Aplicado nas orelhas, Karna purna,
beneficia desordens auditivas devido à desarmonia de vata, beneficia rigidez do pescoço
e beneficia rigidez da mandíbula. Aplicado nos pés, Padaghata, retira a aspereza da
pele, contraturas, fadiga, dá firmeza na deambulação, melhora a visão, pacifica vata e
beneficia veias e ligamentos locais. O óleo, Sneha, assimilado na superfície do corpo
humano dá tônus e vigor aos dhatus. Utilizá-lo no banho, faz com que o óleo penetre no
sistema através da entrada das veias (siras) e os ductos (dhamanis) do corpo, assim
como pela raiz dos cabelos, e então revigora todo o corpo com sua própria essência.

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Como já mencionado a escolha do tratamento e do óleo deve estar de acordo
com a constituição vikriti e o ambiente externo. Para aqueles que possuem mais de um
dosha dominante no seu prakriti, é preciso pacificá-los conforme a estação do ano.
Em algumas circunstâncias as efusões e fricções com óleo no
corpo ou mesmo com Ghee (manteiga clarificada) deveria ser prescrita por
uma pessoa preparada respeitando os doshas e também a estação climática
imperante naquele momento. (Sushruta Samhita, Vol.2, ch24:21).

A maioria das qualidades de Vata são opostas as qualidades do óleo, e é por isso
que o óleo morno é bom para vatta. O Susruta diz: A desestruturação de Vata no seu
corpo poderá ser restaurada com a adoção de massagem com óleos. Os melhores óleos
são os pesados e quentes, como o de gergelim, rícino, buriti, dendê, avelã, castanha-do-
pará e Ghee. Quando Pitta está muito aumentado, é necessário utilizar o óleo medicado
para reduzir sintomas como irritação da pele e prurido. A adição de ervas melhora as
propriedades do óleo. Os óleos para pitta devem ser leves e frios, como o de côco, oliva,
semente de uva, abacate, girassol e açafrão. Os óleos e as qualidades de Kapha têm as
mesmas características, portanto se utilizarmos óleos frios vamos incrementar kapha,
mas se ervas quentes forem adicionadas ao óleo, poderão diminuir este dosha, pois
oferecerão propriedades de aquecimento. Os óleos para kapha devem ser leves, quentes
e adstringentes, como por exemplo, o de mostarda, linhaça, milho, papoula e andiroba.
O abhyanga para vata deve ser lento, com toque e manobras firmes e óleo em
abundância. Para pitta requer um óleo frio, com toque constante e ritmo moderado. E
para kapha deve ser com manobras vigorosas e profundas, com pouco óleo e rápida. A
terapia é contraindicada para pessoas que apresentam febre, excesso de Ama, diarreia,
indigestão e menstruação.
Os óleos vegetais são aplicados no ayurveda devido as suas funções terapêuticas.
Os óleos entram no organismo através do corpo, como por exemplo pelo nariz (nasya)
e pela pele (massagem). O nariz é um órgão sensorial, e o sentido do olfato está
diretamente ligado com o sistema límbico do cérebro, o que ajuda a controlar as
emoções, memória, e funções do organismo. Os óleos essenciais podem combater
bactérias, fungos, vírus e outros microrganismos se forem inalados ou absorvidos pela
pele, e podem estimular o sistema imunológico a ajudar a restaurar a saúde. Os óleos
essenciais juntamente com um óleo de base, resultam num ótimo óleo terapêutico. Vale
ressaltar que os óleos vegetais, são diferentes dos minerais. Os óleos minerais podem

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causar danos na pele e a obstrução dos poros, já os vegetais estruturalmente se
assemelham ao manto hidro lipídico da pele e, portanto, permitem que tanto a água,
como outros princípios ativos sejam bem absorvidos, aumentando a proteção da pele
contra a perda excessiva de líquidos, e permitindo a respiração cutânea, reforçando a
estrutura dos tecidos.
O óleo de Jasmim tem propriedades antiespasmódicas, aromáticas, hipnóticas. É
empregue em fricções, na ocorrência de dores nevrálgicas. É ainda afrodisíaco,
calmante, antidepressivo e hidratante. Pode ser misturado com sândalo, rosa e cedro.
Óleo de linhaça é rico em vitamina E, e valioso na recuperação da pele. Ele é utilizado
em constipações, gastrite, colite, bronquite, prurido, rouquidão e reumatismo. Óleo de
gergelim tem propriedades anticancerígenas, antibacterianas e anti-inflamatórias. É um
dos óleos mais utilizados na terapia ayuerveda, durante o abhyanga, massagem indiana
que se centra em 107 pontos do corpo, os pontos marma. É muito rico em vitamina A e
E, indicado em casos de inchaço, dores, alterações musculares, pele seca,
envelhecimento precoce, promove a saúde das mamas e da pele e atua no
rejuvenescimento, aumentando a virilidade e a vitalidade. O óleo de girassol possui
vitaminas F e E, portanto tem propriedades curativas da pele e redutora de colesterol,
além de ser muito aplicado para dores de estômago. O óleo de coco é rico em
substâncias antioxidantes, tem efeito termogênico e auxilia na prevenção e tratamento
de doenças cardiovasculares. É indicado nos quadros com alterações cutâneas, como
fissuras, queimaduras, inflamações e infecções por fungos. O óleo de mostarda atua
purificando o sangue e eliminando toxinas, é excelente para queda de cabelos e pode ser
usado no caso de reumatismo, artrite ou gota, quando associado com a cânfora. O óleo
de amla é útil na melhora do intelecto e da memória e previne o stress e
envelhecimento. Outros óleos usados são o Ghee, óleo de camomila, óleo de coentro,
óleo de cravinho, óleo de sândalo, óleo de semente de abóbora, óleo de grainha de uva e
o óleo de Brahmi.
Shirodhara é a terapia nascida na índia há mais de 2000 anos. A palavra formada
pela combinação de Shiro (cabeça) e Dhara (fluxo contínuo), da nome ao tratamento
que consiste num fluxo de óleo, ou outro líquido terapêutico, contínuo sobre o Ajna
chakra, testa e têmporas, com movimentos lentos e precisos. É indicado para os três
doshas, e pode ser praticada em qualquer estação do ano. Os óleos mais indicados são o
óleo de gergelim medicado com ervas tônicas, como o Brahmi, óleo de coco e o óleo de
girassol. Também pode ser feito com leite ou buttermilk, sendo assim chamado de

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Takradhara, e é indicado para pessoas Pitta-Kapha com sensação de cabeça
queimando, insônia, stress com gastrite, psoríase, acne, caspa, perda de cabelo e
hipertensão arterial.
Essa terapia proporciona o relaxamento até ao mais profundo do nosso ser,
estimula o Prana Vata, relaxamento profundo, revigora o corpo e a mente estimulando a
memória cognitiva. Durante ela, derrama-se sobre a testa, na fronte e entre as
sobrancelhas, de maneira contínua, óleo (Taila dhara), leite (Dugda dhara) ou manteiga
de leites medicinais (Takra dhara). Durante esse tempo a pessoa pode passar de um
estado de tranquilidade, de sono leve, profundo até mesmo para um estado meditativo.
Pelo Ayurveda, esta terapia otimiza a circulação de nutrientes no corpo e mente, o que
permite traçar um caminho no sentido da longevidade.

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Yoga

Em uma ocasião o Senhor Vishnu estava sentado sobre Adisesa, Senhor das
Serpentes, observando a fascinante dança do Senhor Shiva. Vishnu estava
completamente absorvido nos movimentos da dança de Shiva que seu corpo começou a
vibrar seguindo o ritmo da dança. Essa vibração foi tornando-o cada vez mais pesado, a
ponto de fazer Adisesa desmaiar. No fim da dança, o corpo de Vishnu voltou a ser leve e
Adisesa, espantado, perguntou ao Senhor a causa de tão surpreendentes mudanças. O
Senhor explicou que a graça, beleza, majestade e grandeza da dança de Shiva haviam
criado as correspondentes vibrações em seu próprio corpo, tornando-o muito pesado.
Adisesa ficou maravilhado e passou a desejar aprender a dança para assim glorificar seu
Senhor. Vishnu predisse que não tardaria muito tempo para Shiva conceder a graça a
Adisesa que se sentiu cheio de alegria ante essas palavras e aguardou com esperança o
dom da graça de Shiva.
Adisesa começou a meditar para determinar quem seria sua mãe na Terra.
Durante a meditação teve a visão de uma yoguini chamada Gonika que rezava pedindo
um filho digno a quem pudesse partilhar seu conhecimento e sabedoria. Adsesa então
aguardou o momento propício para converter-se em seu filho. Gonika, não encontrando
o filho que buscava, dirigiu-se ao deus Sol, a testemunha vivente de Deus na terra, e
rezou para que ele concedesse seu desejo. Como oferenda final, colocou água em suas
mãos, fechou os olhos e meditou sobre o Sol. Quando abriu os olhos, viu uma
pequenina serpente movendo-se em suas palmas que adotou uma forma humana e pediu
para que Gonika o aceitasse como filho. Gonika aceitou e o chamou de Patañjali.
Pata significa “cair ou caído”, e añjali é uma oferenda, ou então “mãos unidas
em oração”. Patañjali, encarnação de Adisesa, sustentador de Vishnu, não apenas se
converteu no célebre autor dos Yoga Sutras, como também de tratados de ayurveda e
gramática. Juntas, as três obras de Patañjali tratam do desenvolvimento integral do ser
humano, tanto na esfera do pensamento como na palavra e na ação. Seu tratado sobre
yoga se denomina “yoga darshana”. Darsana significa “visão da alma”, e também
espelho. O efeito do yoga é refletir os pensamentos e ações do aspirante como um
espelho. O praticante observa os reflexos dos seus pensamentos, mente, consciência e
ações, e corrige a si mesmo.

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De acordo com o vídeo caminhos do yoga, Bhagavad Gita é a mais importante
fonte da filosofia yogi, Krishna explica significado do yoga ao discípulo Arjuna como
caminho para libertação da dor e da tristeza. O gita é parte de uma obra maior, o
Mahabharata, o grande poema épico da índia. Um diálogo onde Krishna ensina o seu
discípulo o autoconhecimento para que possa agir de forma correta e justa e se
desapegar de seus atos e resultados deles. Quem pensa sempre em objetos sensórios
apega-se a eles, desse apego nasce o prazer, e o prazer gera inquietação.
O yoga é um sistema de ideias que surgiu na índia há pelo menos 5.000 anos e
foi codificado pelo sábio Patanjali em seu tratado clássico, Yoga Sutras. É um modo de
vida, uma ética, uma filosofia, um conjunto de valores e técnicas espirituais com a
finalidade de auxiliar o homem em sua união com o divino. A palavra yoga significa
união, do corpo e da mente, físico com espiritual, do um com o todo.

Yoga Sutras de Patanjali, primeira seção, sobre a concentração:


Yoga é a restrição das modificações da mente, assim o Observador permanece
nele mesmo, em outros momentos ele parece assumir a forma da modificação mental.
Essas modificações tem cinco variedades, das quais algumas são Klista e o resto
Aklista. São elas: Pramana, Viparyaya, Vikalpa, sono (sem sonhos) e recordação.
Percepção, interferência e testemunho constituem Pramanas. Viparyaya, ou ilusão, é o
conhecimento falso formado a partir de um objeto como se ele fosse outro. Vikalpa é
baseada na cognição verbal, com relação a uma coisa que não existe. Sono sem sonho é
a modificação mental produzida pela condição de inércia como o estado de vacuidade
ou negação, do despertar e do adormecer. Recordação é a modificação causada pela
reprodução da impressão prévia de um objeto, sem adicionar nada de outras fontes.
Pela prática e pelo desapego isso pode ser restringido. O esforço para adquirir
Sthiti, ou um estado tranquilo da mente, desprovido de flutuações, é chamado de prática.
Esta prática, quando continuada por um longo tempo sem interrupção e com devoção,
torna-se firme em seus fundamentos. Quando a mente perde todos os desejos por
objetos vistos ou descritos nas escrituras, ela adquire um estado absoluto de não desejo,
que é chamado desapego. Indiferença para com Gunas, ou princípios constituintes,
alcançada através do conhecimento da natureza de Purusha, é chamado Paravaiaragya,
ou seja, desapego supremo.
Quando a concentração é conseguida com a ajuda de Vitarka, Vichara, Ananda e
Asmita, é chamada de Samprajnata-samadhi. Asamprajnata-samadhi, é o outro tipo de

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Samadhi que surge com a prática constante de Para-vairagya, que leva ao
desaparecimento de todas as flutuações da mente, permanecendo apenas as impressões
latentes. Enquanto que no caso de Videhas, ou dos desencarnados e de Prakrtilayas, ou
dos que subsistem em seus constituintes elementares, é causada por ignorância, que
resulta em existência objetiva. Outros adotam os meios de fé reverencial, energia,
recordação repetida, concentração e conhecimento real, e alcançam Asamprajnata-
samadhi.
Yoguis com intenso ardor alcançam concentração e seus resultados,
rapidamente. De acordo com a aplicação do método, existem diferenças. Através da
devoção especial a Isvara também é alcançada (concentração torna-se eminente). Isvara
é um Purusha em particular, não afetado por aflição, ação, resultado das ações ou as
impressões latentes que advém delas. Nele a semente da onisciência alcançou seu
desenvolvimento maior, não havendo mais nada a transcender. Ele é o professor dos
primeiros professores, porque com ele não existe limite de tempo (para sua
onipotência). A palavra sagrada que o designa é Pranava ou a sílaba OM, os yoguis a
repetem e contemplam seu significado. Disso vem a realização do ser individual.
Doença, incompetência, dúvida, desilusão, preguiça, não alcance de qualquer
estado yogui ou instabilidade de permanecer em um, são distrações das mentes que,
portanto, são os impedimentos. Tristeza, falta de entusiasmo, inquietação, inspiração e
expiração advém de distrações prévias. Para restringi-las, a prática da concentração em
um princípio único deve ser feita. A mente se purifica através do cultivo dos
sentimentos de amizade, compaixão, boa vontade e indiferença respectivamente às
criaturas felizes, miseráveis, virtuosas e pecaminosas.
Pela expiração e restrição da respiração a mente também é acalmada. Existem
outras maneiras de trazer tranquilidade mental, como por exemplo, com o
desenvolvimento de percepção objetiva chamada Visayavati, com a percepção de que se
é livre de tristeza e radiante, com a mente livre de desejos, tomando como objeto de
meditação as imagens dos sonhos e devaneios ou contemplando qualquer coisa que o
indivíduo queira. Quando a mente desenvolve o poder de estabilizar-se nos objetos de
menor tamanho, assim como nos maiores, então a mente está sobre controle. Quando as
flutuações da mente são enfraquecidas, a mente aparenta tomar as formas do objeto da
meditação, seja ele o que conhece, Grahita, o instrumento de cognição, Grahana, ou o
objeto conhecido como uma joia transparente, Grahya, e esta identificação é chamada
de Samapatti ou absorção.

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A absorção na qual existe a confusão entre a palavra, seu significado (isto é,
objeto) e seu conhecimento, é conhecida como Savitarka Samapatti. Quando a memória
é purificada, a mente parece estar desprovida de sua própria natureza (isto é, da
consciência reflexiva) e somente o objeto (o qual está contemplando) permanece
iluminado. E este tipo de absorção é chamada Nirvitarka Samapatti. Através disso, as
absorções Savichara e Nirvichara, cujos objetos são sutis, são também explicados.
Ganhando proficiência em Nirvichara, pureza nos instrumentos internos de cognição é
desenvolvida. O conhecimento ganho neste estado é chamado Rtambhara (preenchido
de verdade), ele é diferente daquele conhecimento derivado do testemunho ou da
inferência, porque se relaciona às particularidades dos objetos. A impressão latente
nascida de tal conhecimento é oposta à formação de outras impressões latentes. Por
conta da eliminação das impressões latentes de Samprajnana, acontece a concentração
sem-objeto, através da supressão de todas as modificações.

Segunda seção, sobre a prática:


Tapas, austeridade ou vigorosa autodisciplina mental, moral e física, Svadhyaya,
repetição de mantras ou o estudo da literatura sagrada e Isvara-pranidhana, completa
rendição a Deus, são Kriya-yoga, yoga em forma de ação. Kriya-yoga deve ser
praticado para gerar o Samadhi e minimizar as Klesas. Avidya, concepção errônea sobre
a natureza real das coisas, Asmita, egoísmo, Raga, apego, Dvesa, aversão e Abhinivesa,
medo da morte, são as cinco Klesas, aflições. Avidya é o campo de crescimento das
outras, sejam elas dormentes, atenuadas, interrompidas ou ativas. Consiste em
considerar os objetos impermanentes como permanentes, impuros como puros, miséria
como felicidade e o não-ser como ser. Asmita é equivalente à identificação de Purusha
ou Consciência Pura com Buddhi. Raga, apego, é a modificação que segue a lembrança
do prazer. Dvesa, aversão, é a modificação que resulta da miséria. Tanto no ignorante
quanto no culto, o medo, firmemente estabelecido, da aniquilação, é a aflição chamada
Abhinivesa. As klesas são abandonadas cessando-se a produtividade, isto é,
desaparecendo a mente, e seus meios de subsistência ou seus estados densos são
evitáveis pela meditação.
Karmasaya, ou a impressão latente da ação baseada nas aflições, torna-se ativa
nessa vida ou na vida por vir. Na medida em que as klesas permanecem na raiz,
karmasaya produz três consequências nas formas de nascimento, tempo de vida e
experiência. Por razão da virtude e do vício, essas consequências produzem

27
experiências prazerosas e dolorosas. A pessoa que discrimina, apreende todos os objetos
mundanos como marcados pela tristeza, porque eles causam sofrimento como
consequência, tanto nas suas experiências aflitivas, quanto em suas latências e também
por causa da natureza contrária das Gunas, que produzem mudanças a todo momento. É
por isso que a dor que está por vir deve ser evitada. Unindo o Observador ou sujeito
com o visto ou o objeto, é a causa disso que deve ser evitado.
O objeto ou o que é passível de conhecimento é por natureza sensível, mutável e
inerte. Existe na forma dos elementos e dos órgãos, e servem ao propósito da
experiência e emancipação. Diversificada – Visesa, não diversificada – Avisesa,
indicador somente – Linga-matra, e aquilo que não tem indicador – Alinga, são os
estados das Gunas. O Observador é o conhecedor absoluto. Apesar de puro,
modificações, de Buddhi, são testemunhadas por ele como um espectador.
Servir como um campo objetivo para Purusha, é a essência ou natureza dos
objetos conhecíveis. Apesar de deixar de existir em relação àquele que preencheu seu
propósito, os objetos conhecíveis não deixam de existir por serem úteis para outros.
Associação é o meio de realização da verdadeira natureza do objeto do Conhecedor e do
Possuidor. Associação tem Avidya ou ignorância como sua causa. A ausência da
associação que advém da falta dela, é liberdade, e este é o estado de libertação do
Observador. O meio (upãya) de Libertação (hãna) é o conhecimento (khyãtih)
discriminativo (viveka) que está totalmente desprovido de confusão ou desordem
(aviplavã).
Sete tipos de insight vêm ao yogui que desenvolveu a iluminação discriminativa.
Através da prática dos diferentes acessórios do yoga, quando as impurezas são
destruídas, advém a iluminação, culminando na iluminação discriminativa. Yama
(restrição), Niyama (observância), Asana (postura), Pranayama (regulação da
respiração), Pratiahara (restrição dos sentidos), Dharana (fixação), Dhyana
(meditação) e Samadhi (perfeita concentração), são os oito meios de se alcançar o yoga.
Ahimsa (não violência), Satya (verdade), Asteya (abster-se do roubo),
Brahmacharya (continência) e Aparigraha (abster-se da avareza), são as cinco Yamas,
formas de restrição. Estas restrições, no entanto, são um grande voto quando tornam-se
universais, não sendo restringidas por qualquer consideração de classe, lugar, tempo ou
conceito de dever. Pureza, contentamento, austeridade (disciplina mental e física),
svadhyaya (estudo das escrituras e recitação de mantras) e devoção a Isvara, são as

28
Niyamas (observâncias). Quando estas restrições e observâncias são inibidas por
pensamentos perversos, o oposto deve ser pensado.
Ações que advém de pensamentos perversos, como injúria, etc., são realizadas
pela própria pessoa, por outras ou aprovadas, também são realizadas tanto pela raiva,
quanto pela cobiça ou pela desilusão. Podem ser fracas, moderadas ou intensas. Saber
que são causadas por uma miséria e ignorância infinitas, é um pensamento-contrário. Na
medida em que o yogui se torna estabelecido na não-injúria, todos os seres que se
aproximam dele, deixam de ser hostis. Quando a maneira de ser é verdadeira, as
palavras do yogui adquirem o poder de fazerem-se frutíferas. Quando continência é
estabelecida, Virya é adquirida. Atingindo perfeição nas Yamas, advém conhecimento
da existência passada e futura.
Da prática da purificação, é desenvolvido desapego em relação ao próprio corpo
e, portanto, o desapego se estende a outros corpos. Purificação da mente, sentimentos
agradáveis, concentração, subjugação dos sentidos e habilidade para a auto realização
são adquiridas. A partir do contentamento, se ganha felicidade transcendente, já os
pensamentos de destruição das impurezas e prática de austeridades geram perfeição do
corpo e dos órgãos. Do estudo e repetição de Mantras, a comunhão com a divindade
desejada é estabelecida, a devoção a Deus, Samadhi, é alcançado.
Uma forma agradável e pausada de estar é Asana, a postura yogui, ela é
aperfeiçoada através do relaxamento do esforço e meditação no infinito. Disso vem a
imunidade com relação a Dvandvas ou condições opostas. A regulação do fluxo de
inspiração e expiração é pranayama, que tem uma operação externa, Vahya-vrtti,
operação interna, Abhyantara-vrtti, e suspensão, Stambha-vrtti. Isto ainda, quando
observado de acordo com espaço, tempo e número torna-se longo e sutil. O quarto
pranayama transcende operações internas e externas, através disso, o véu sobre a
manifestação do conhecimento é rarefeito, e então a mente adquiri condições para
Dharana. Quando separados de seus objetos correspondentes, os órgãos seguem a
natureza da mente, isto é chamado Pratyahara e gera supremo controle dos órgãos.

Terceira seção, poderes sobrenaturais:


Dharana é a fixação da mente em um ponto particular no espaço, nela o fluxo
contínuo de modificação mental similar é chamado Dhyana ou meditação. Quando o
objeto da meditação sozinho brilha na mente, desprovido até mesmo do pensamento do
“eu”, este estado é chamado Samadhi ou concentração. Os três juntos no mesmo objeto

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são chamados Samyama que quando dominada, a luz do conhecimento (Prajna)
emerge. Estas três práticas são mais associadas do que as mencionadas anteriormente.
Isso também deve ser visto como externo em relação a Nirvija ou concentração sem
semente.
A supressão das latências das flutuações e o aparecimento das latências do
estado de pausa, acontecendo a cada momento de ausência do estado de pausa na
mesma mente, é a mudança do estado de pausa da mente. A continuidade da mente
tranquila, no estado de pausa, é assegurado por suas impressões latentes. A diminuição
da atenção voltada para tudo e o desenvolvimento da concentração, é chamado
Samadhi-parinama, ou mutação da mente concentrada. Lá, as modificações passadas e
presentes sendo similares é Ekagrata-parinama, ou mutação do estado estável da mente.
Assim se explica as três mudanças dos atributos essenciais ou características, das
características temporais, e dos estados das Bhutas e das Indriyas, isto é, todos os
fenômenos conhecíveis.
Aquilo que continua a sua existência, através das várias características,
nomeadamente: o inativo, isto é, passado; o emergente, isto é, presente; o imanifesto,
mas que permanece como força potente, isto é, futuro, é o substrato (ou objeto
caracterizado). Mudança de sequência dessas características, é a causa das diferenças
mutativas. Conhecimento do passado e do futuro pode advir de Samyama sobre as três
Parinamas (mudanças). Palavra, objeto implicado, e ideia correspondente, produz uma
impressão unificada. Se Samyama for praticada em cada um separadamente,
conhecimento do significado dos sons produzidos por todos os seres, pode ser
adquirido. Pela realização das impressões latentes, conhecimento dos nascimentos
prévios é adquirido. Pela prática de Samyama em noções, conhecimento de outras
mentes é desenvolvido.
O suporte da noção não se torna conhecido, porque este não é objeto de
observação do yogui. Quando a capacidade de percepção do corpo é suprimida pela
prática de Samyama em seu caráter visual, o desaparecimento do corpo é efetivado, por
ficar ele além da esfera de percepção do olho. O Karma pode ser rápido ou lento em sua
frutificação. Pela prática de Samyama no Karma, o conhecimento da morte pode ser
adquirido. Através de Samyama sobre a amizade, e outras virtudes similares, obtêm-se
força. Aplicando a luz efulgente da percepção superior (Jyotismati), conhecimento dos
objetos sutis, ou coisas invisíveis ou colocadas a grande distância, pode ser adquirido.

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Praticando Samyama sobre o sol (o ponto no corpo conhecido como a entrada
solar), o conhecimento das regiões cósmicas é adquirido. Já pela prática sobre a lua (a
entrada lunar no corpo), conhecimento do arranjo entre as estrelas é adquirido. Pela
prática na estrela Polar, o movimento das estrelas é conhecido. No plexo do umbigo,
advém conhecimento da composição do corpo. Praticando na traqueia, fome e sede são
restringidas. Calma é alcançada por Samyama no tubo bronquial. Praticando na luz
coronal, Siddhas podem ser vistos. Do conhecimento denominado Pratibha (intuição),
tudo torna-se conhecido. Pela prática no coração, conhecimento da mente é adquirido.
Experiência de prazer ou dor vem da concepção que não distingue entre duas
entidades extremamente diferentes: Buddhisattva e Purusha. Esta é a razão de através
de Samyama em Purusha (que observa todas as experiências e também sua completa
cessação) conhecimento em relação a Purusha ser adquirido. Portanto, do conhecimento
de Purusha, advém Pratibha (intuição), Sravana (poder sobrenatural de ouvir), Vedana
(poder sobrenatural de tocar), Adarsa (poder sobrenatural de ver), Asvada (poder
sobrenatural gustativo) e Varta (poder sobrenatural de cheirar). Estes poderes são
impedimentos ao Samadhi, mas são aquisições no estado normal-mutante da mente.
Quando as causas do aprisionamento são enfraquecidas, e os movimentos da
mente conhecidos, a mente pode entrar em outro corpo. Conquistando a força vital
chamada Udana, a possibilidade de imersão em água ou lama e envolvimentos
dolorosos, são evitados, e a saída do corpo pela vontade é assegurada. Conquistando a
força vital chamada Samana, efulgência é adquirida. Através de Samyama na relação
entre Akasa e o poder de ouvir, capacidade divina de ouvir é adquirida. Através de
Samyama na relação entre o corpo e Akasa, e pela concentração na leveza do algodão ou
da lã, passagem através do céu é assegurada.
Quando a concepção inimaginável pode ser mantida fora, isto é, não conectada
com o corpo, é chamada Mahavideha ou a grande desencarnação. Através de Samyama
em Mahavideha, o véu que cobre a iluminação de Buddhisattva é removido. Através de
Samyama no denso, no caráter essencial, no sutil, a inerência e a objetividade, que são
as cinco formas de Bhutas ou elementos, maestria sobre Bhutas é conseguida. Então é
desenvolvido o poder de minimização assim como outras aquisições corpóreas. Deixa
de existir também, resistência a suas características. Através de Samyama na
receptividade, caráter essencial, sentido de Eu, qualidade inerente e objetividade dos
cinco sentidos, maestria sobre eles é obtida. Então advém poderes de movimentos

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rápidos da mente, ação dos órgãos independente do corpo e maestria sobre Pradhana, a
causa primordial.
Para aquele estabelecido no discernimento entre Buddhi e Purusha, vem a
supremacia sobre todos os seres assim como onisciência. Através da renuncia mesmo
disto, vem a liberação em consequência da destruição das sementes do mal. Quando
convidado pelos seres celestiais, este convite não deve ser aceito, nem deve ser causa de
vaidade, pois envolve a possibilidade de consequências indesejáveis. Conhecimento
diferenciado do Ser e do não-Ser advém da prática de Samyama no momento e sua
sequência. Quando espécie, caráter temporal e posição de duas coisas diferentes são
indiscerníveis, elas aparentam iguais, no entanto podem ser diferenciadas por este
conhecimento. O conhecimento do discernimento é Taraka, e compreende todas as
coisas e todo o tempo, e não tem sequência. Se o discernimento discriminativo
secundário é adquirido ou não, quando igualdade é estabelecida entre Buddhisattva e
Purusha na sua pureza, liberação acontece.

Quarta seção, sobre libertação:


Os poderes sobrenaturais advêm com o nascimento, ou são conseguidos através
de ervas, encantamentos, austeridades ou concentração. A mutação do corpo e dos
órgãos para aquele nascido em espécie diferente acontece através do preenchimento de
sua natureza inata. Causas não colocam a natureza em movimento, mas somente a
remoção de obstáculos para que a natureza penetre. Todas as mentes criadas são
construídas a partir do sentido-de-Eu. Uma mente principal direciona várias mentes
criadas na variedade de suas atividades. As mentes obtidas através da meditação não
têm impressões subliminares.
As ações do Yogui não são nem brancas, nem pretas, enquanto as ações dos
outros são de três tipos. E então dessas três variedades de Karma, manifestam-se as
impressões subconscientes apropriadas às suas consequências. Em função da
semelhança entre memória e suas impressões latentes correspondentes, as impressões
subconscientes dos sentimentos aparecem simultaneamente, mesmo quando são
separadas por nascimento, espaço e tempo.
O desejo de bem-estar sendo eterno, segue que a impressão subconsciente da
qual ele advém deve ser sem começo. Em função de serem mantidas juntas pela causa,
resultados e objetos suportes, quando se ausentam, as Vasanas desaparecem. O passado
e o futuro são em realidade, presente, em suas formas fundamentais, tendo diferenças

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apenas nas características das formas tomadas em tempos diferentes. As características,
que são presentes em todos os tempos, são manifestas e sutis, e compostas das três
Gunas. Em função da mutação coordenada das três Gunas, um objeto aparece como
uma unidade.
Apesar da semelhança entre os objetos, em função de haverem mentes
separadas, eles seguem caminhos diferentes, e essa é a razão de serem inteiramente
diferentes. Objeto não é dependente de uma mente, porque se assim fosse, o que
aconteceria quando ele não fosse mais cognizado por esta mente? Os objetos externos,
são conhecidos ou desconhecidos para a mente, na medida em que colorem a mente. Em
função da imutabilidade de Purusha, que é mestre da mente, as modificações da mente
são sempre conhecidas ou manifestas. A mente não é auto-iluminada, sendo um objeto
conhecível. Além disso, ambos a mente e seus objetos, não podem ser cognizados
simultaneamente.
Se a mente fosse iluminada por uma outra mente, então haveria repetição ad
infinitum de mentes iluminadas e inter-mistura de memórias. Portanto, intransmissível, a
Consciência metempírica, refletindo sobre Buddhi torna-se a causa da consciência de
Buddhi. A matéria mental sendo afetada pelo Observador e o observado, torna-se toda
compreensiva. A mente apesar de marcada pelas inumeráveis impressões
subconscientes, existe para um outro, desde que age conjuntamente.
Para aquele que conheceu a entidade distinta, Purusha, a inquirição sobre a
natureza do próprio Ser, cessa. Então a mente se inclina ao conhecimento discriminativo
e naturalmente gravita em direção ao estado de liberação. Através de suas ramificações
surgem outras flutuações da mente devido às impressões latentes residuais. Tem-se dito
que a remoção das flutuações, segue o mesmo processo de remoção das aflições.
Quando o indivíduo torna-se desinteressado mesmo pela onisciência, ele adquire
iluminação discriminativa perpétua, de onde vem a concentração conhecida como
Dharmamegha (nuvem que despeja virtude). A partir disso, aflições e ações cessam.
Então em função da infinitude do conhecimento, livre da cobertura das
impurezas, os objetos conhecíveis aparentam poucos. Depois da emergência de
Dharmamegha as Gunas tendo cumprido seu propósito, a sequência de suas mutações
cessam. O que pertence aos momentos e é indicado pelo término de uma mutação
particular, é sequência. O estado do Ser-nele-mesmo ou liberação, realiza-se quando as
Gunas (tendo promovido experiência e liberação para Purusha) não têm mais propósito

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a cumprir e desaparecem em sua substância casual. Em outras palavras, é Consciência
absoluta estabelecida em seu próprio Ser.

A Yoga é um sistema perfeito de autoconhecimento, é a disciplina da mente, do


sentido e do corpo físico. Ela é o afastamento dos sentidos da realidade objetiva e a
concentração na mente em si, é a vida eterna na alma ou no espírito. A Yoga objetiva o
controle da mente e sua modificação, o desenvolvimento harmônico do corpo, da mente
e da alma. O caminho da Yoga é um caminho interior, cujo ponto de partida é o
coração. Ele ajuda na coordenação, no controle das forças sutis inerentes ao corpo e leva
o sujeito à perfeição, à paz e à felicidade infinita. Através dela você experimentará um
aumento de energia, vigor, vitalidade, longevidade e ótimas condições de saúde.
A Yoga transforma a natureza animal em natureza divina e o eleva ao cume da
glória e do esplendor divinos. A prática vai ajudá-lo a controlar as emoções e as
paixões, o deixará capaz de manter a mente equilibrada e de remover a fadiga, lhe
conferirá serenidade, calma e maravilhosa concentração. Você entrará em comunhão
com o Senhor e alcançará assim, o summum bonum da existência.

Shaiva Yoga ou Trika Yoga


Trika em sânscrito significa trindade. Por outro lado, Trika é o nome pelo qual o
Shaivismo de Kashemira tem sido conhecido, porque o conceito de trindade se
manifesta de muitas maneiras e em vários níveis ao longo do seu sistema filosófico
como um todo. De acordo com ele existem três realidades essenciais: o supremo
transcendente – Siva, a suprema energia criativa, imanente na criação – Sakti e o
indivíduo limitado ou alma individual – Anu.
Anu é um microcosmo, uma imagem completa, em escala reduzida, do
macrocosmo, e em ressonância permanente em vários níveis com o macrocosmo, o
universo. A ressonância entre o microcosmo e o macrocosmo é Shakti, aquela que pode
ajudar a Anu (indivíduo limitado) a recuperar seu conhecimento perdido, da eterna
unidade com Siva. Tudo isto é possível devido a vontade, completamente livre de Siva,
Svatantrya Sakti.
Trika também se reflete na trindade Shakti: Pará Shakti – a energia suprema,
existindo na transcendência; Para-Apara Sakti – a suprema Sakti, existente tanto na
transcendência e imanência; Apara Shakti – a energia suprema, existindo na imanência.
Qualquer ação de qualquer ser, inclusive Deus, está fundamentada em três energias

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fundamentais: Iccha Shakti – a energia da vontade, que aparece no início de qualquer
ação ou processo; Kriya Shakti – a energia da ação; Jnana Shakti – a energia do
conhecimento, pelo qual a ação está claramente expressa primeiro na mente antes de ser
colocada em ação.
No Shaivismo de Kashemira quando pramatri (o Observador, o sujeito),
pramana (as modalidades de conhecimento) e prameya (o objeto conhecido) se tornam
um, a verdadeira natureza do mundo é descoberto. Este estado de não-dualidade é como
Deus (Shiva) e Yoguis perfeitos experimentam o mundo.
Os três estados fundamentais da consciência são Jagrat, estado de vigília,
Svapna, estado do sonho e Susupti, estado do sono sem sonhos. Além desses, há um
outro estado que é turya, o quarto, pois ele é indescritível. Este quarto estado é o da
fusão perfeita de pramatri, pramana e prameya, também conhecido como Super-
Consciência, que permeia os outros três estados, que existem também fora deles.
Anavopaya é o caminho individual, acessível aos seres limitados (Anu). Aqui o
aspirante deve se esforçar para despertar a sua alma, trabalhando com seu intelecto
(buddhi), respiração sutil (prana), o corpo físico (deha) ou objetos exteriores tais como
yantras ou a imagem de um autêntico mestre. Shaktopaya é o caminho da energia
divina, o caminho de Shakti, o caminho intermediário, onde o yogui deve ser capaz de
controlar perfeitamente suas emoções e pensamentos e fundir sua consciência com uma
ou mais energias divinas, Shakti. Shambhavopaya, é o caminho da Siva, o caminho
divino, de aspiração espiritual, de unidade com a consciência suprema.
Shiva Samhita é um texto poético atribuído à Shiva, escrito provavelmente no
século XVIII. Samhita é palavra sânscrita que significa “coleção de ensinamentos”,
portanto, coleção de ensinamentos de Shiva. Trata da filosofia Natha e da cosmogonia
macro-micro tântrica. A obra é composta na forma de um diálogo entre o Deus Shiva e
sua esposa Parvati, no qual Shiva lhe ensina as práticas do Hatha Yoga. Assim, diz-se
que Shiva ensinou o Hatha Yoga a Parvarti, que a teria transmitido aos homens.
No livro “A filosofia esotérica dos tantras Shiva Samhita” é contado que
Ishvara, o amor de seus devotos, e Doador da emancipação espiritual para todas as
criaturas, declarou a ciência do Yoganasasana (a exposição do yoga). Nele é decretado
todas aquelas doutrinas de disputas, que conduzem ao falso conhecimento. Isto é para a
libertação espiritual da pessoas cujas mentes estão atentas e completamente voltadas
para ela.

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Como encontrado nos Vedas, há dois sistemas: Karmakanda, ritualística e
Jnanakanda, sabedoria. O sábio yogi, tendo compreendido a verdade do Karmakanda
(obras), deveria renunciar a eles, e tendo abandonado tanto a virtude quanto o vício, ele
deve empenhar-se no Jnanakanda (conhecimento). Tendo renunciado a todos os falsos
desejos mundanos e abandonado todos os laços mundanos, o yogi certamente enxerga
em seu espírito, o Espírito Universal através do Eu.
No corpo do homem existem 3.500.000 Nádis, dos quais 14 são principais:
Sushumna, Ida, Pingala, Gandhari, Hastijihvika, Kuhu, Saraswati, Pusa, Sanshini,
Payaswani, Varuni, Alumbusa, Vishwodari e Yasaswani. Dentre eles, Ida, Pingala e
Sushumna são os principais. Sushumna é mais elevado e amado pelos yoguis. Todos os
Nádis principais (canais) têm suas bocas para baixo, e são como finos fios de lótus.
Estão totalmente sustentados pela coluna vertebral, e representa o Solm a Lua e o Fogo.
O Hatha Yoga é um método de Yoga tântrico que finca suas raízes na Índia
antiga, mas que surgiu com muita força no período medieval (séculos IX-XII). Este
sistema almeja o despertar da energia potencial usando o esforço físico extremo.
Segundo a Goraksha Paddhati, uma obra contemporânea ao Hatha Yoga Pradípiká, a
palavra hatha (que literalmente significa "esforço físico violento") deriva das sílabas
“ha”, sol, e “tha”, lua, donde percebemos a visão dualista do Tantra. A integração das
forças solar e lunar, masculina e feminina, é o objetivo deste Yoga. O Hatha Yoga dá
muita importância à prática de ásana e pránáyáma, assim como também às purificações
(shat karma).
O yogi Svátmáráma, depois de saudar solenemente a deidade e seu guru,
estabelece desde o início que o ensinamento do Hatha Yoga é somente um meio para a
realização do Rája Yoga. O Hatha Yoga é um refúgio para aqueles que sofrem os três
tipos de dor: ádhyátmika, ádhidaivika e ádhibhautika. O ádhyátmika pode ser de dois
tipos: dor física ou dor mental; ádhidaivika são os sofrimentos provocados por
influências planetárias; ádhibhautika são as aflições produzidas pelos fenômenos
naturais: chuva, seca, terremotos, etc.
Os ásanas são as posturas, e constituem o primeiro passo do Hatha Yoga, eles se
praticam para conquistar postura firme, saúde e flexibilidade. Qualquer um que praticar
pode conseguir a perfeição (siddhi), a menos que seja preguiçoso. Não se conquista a
meta do Yoga apenas lendo livros, mas sim através da prática constante. O yogi que
pratica perfeitamente os ásanas, se alimenta com moderação e controla seus sentidos,
deve agora praticar pránáyáma seguindo as instruções de seu guru. Enquanto a

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respiração (prána) for irregular, a mente permanecerá instável; quando a respiração se
acalmar, a mente permanecerá imóvel e o yogi conseguirá a estabilidade. Por
conseguinte, deve-se controlar a respiração (praticando pránáyáma).
Enquanto permanecerem impurezas nas nádís (ídá e pingalá), o prána não
poderá entrar no canal central, sushumná. Desta forma, o yogi não conseguirá o estado
de unmani avasthá nem terá sucesso nas práticas. Portanto, deverá se praticar
pránáyáma diariamente, com um estado mental em que predomine sattva, até que
sushumná fique livre de impurezas. Uma vez purificadas as nádís com a prática regular
de pránáyáma, o prána atravessa a entrada da sushumná nádí e penetra nela facilmente.
Quando o prána flui através da sushumná nádí, a mente se estabiliza; esta fixação da
mente se chama unmani avasthá (ou manomani avasthá).
Há três tipos de pránáyáma: rechaka, púraka e kúmbhaka. O kúmbhaka é
também de dos tipos: sahita (com púraka e rechaka) e kevala (sem púraka nem
rechaka). Por meio de kevala kúmbhaka se desperta kundaliní e sushumná fica livre de
obstáculos, alcançando-se (gradualmente) a perfeição em Hatha Yoga. Não se pode
aperfeiçoar o Hatha Yoga sem a prática do Rája Yoga e vice-versa; portanto, deve-se
praticar ambos até que se obtenha a perfeição em Rája Yoga. Ao final da retenção do
alento no kúmbhaka, deve-se afastar a mente de todos os objetos; praticando assim se
alcançará o estado de Rája.
A kundaliní é o fundamento de todas as práticas de Yoga. Quando a kundaliní
adormecida desperta por mediação do guru, todos os chakras e todos os granthis são
atravessados. Então a sushumná nádí torna-se o caminho real do prána, a mente fica
inativa e o yogi vence a morte. Assim, se deve praticar com empenho os diversos
mudrás a fim de despertar à poderosa deusa kundaliní que dorme cerrando a entrada a
porta de acesso ao Absoluto (sushumná). Os dez mudrás são: mahamudrá,
mahabandha, mahavedha, khecharí, uddiyana bandha, múla bandha, jalándhara
bandha, viparíta karaní, vajrolí mudrá e shaktí chalana. Eles destroem a velhice e
eliminam a morte.
Karma significa trabalho ou ação. A Karma Yoga é um trabalho abnegado em
prol da humanidade. Este é o ensinamento central do Gita. Pratique boas ações como
seu dever e as ofereça assim como seus frutos ao Senhor. Você será liberto dos grilhões
do Karma. Não é o Karma, mas o egoísmo que prende o homem. Nunca, nunca diga
“eu ajudei aquele homem”. Sinta e pense: “Aquele homem me deu a oportunidade de
servi-lo”. Um Karma yogi deve ter uma natureza afável, amável e sociável. Ele deve ter

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simpatia, adaptabilidade, autocontrole, tolerância, amor e misericórdia. Ele deve ajustar-
se aos jeitos e hábitos dos outros. A Karma Yoga prepara a mente para receber a
iluminação e o conhecimento. Ela expande o coração e quebra todas as barreiras que
estão no caminho da união e da unidade. A karma Yoga é um Sadhana eficaz para a
Chitta Suddhi ou pureza de coração. Assim, pratique o trabalho voluntário
constantemente.
Kundalini Sakti é o poder cósmico, adormecido subjacente a toda matéria
orgânica ou inorgânica. A kundalini Yoga é aquela que trata da kundalini Sakti, os sete
Chakras ou centros de energia espiritual, do despertar da Kundalini Sakti e de sua união
com o Senhor Siva em Sahasrara Chakra na coroa da cabeça. Os sete Chakras são
atravessados por ele. São: Muladhara (no ânus), Svadhishthana (na base do órgão
reprodutor), Manipura (no umbigo), Anahata (no coração), Visuddha (no pescoço),
Ajna (no espaço entre as sobrancelhas) e Sahasrara (na coroa da cabeça).
A Raja Yoga é uma ciência exata. Visa o controle de todas as ondas de
pensamento ou modificações mentais. Está interessada na mente, sua purificação e
controle. É chamada, portanto Raja Yoga, ou seja, rei de todas as Yogas. Ele também é
conhecida como Ashtanga Yoga, isto é, Yoga com oito limbos. O conhecimento dos
caminhos e hábitos da mente, suas operações, as leis da mente e os métodos de controle
e disciplina mental são muito importantes se você que usufruir a verdadeira felicidade e
paz de uma natureza serena e permanente. Pratique a Raja Yoga, controle os
pensamentos, discipline a mente, medite regularmente e alcance independência,
imortalidade, liberdade e perfeição.

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Considerações Finais

Neste curso foram passados os conceitos fundamentais do Yoga e Ayurveda que


acredito serem cada vez mais importantes na sociedade que vivemos. A medicina
alopática apresenta cada vez mais falhas e efeitos colaterais e, portanto conhecer
medicinas alternativas que olhem para o ser humano como um todo, mente, espírito e
corpo vem sendo meu objetivo por razões particulares.
Acredito que o conhecimento aqui passado é difícil de ser encontrado, e ainda
sofre muito preconceito na sociedade, e por isso é deixado de lado. Quando descobri o
curso oferecido pela instituição Ayurveda Himalaya, entendi que significaria muito para
o meu crescimento pessoal, e que eu poderia ajudar outras pessoas com isso, e assim
resolvi cursá-lo.
Quanto ao conteúdo, em alguns momentos me senti confusa, e por isso tive que
pesquisar algumas coisas na internet como complemento, mas os livros disponibilizados
são muito bons, e ajudam bastante na compreensão. É claro que ainda tenho muito que
estudar e pesquisar para obter conhecimento, mas mesmo que de forma geral, achei que
já adquiri uma boa base, para prosseguir.
Entendi que devemos mudar nossa rotina, e estabelecer equilíbrio do nosso
corpo e de nossa mente. Na minha área de profissão, Arquitetura, muitas pessoas sofrem
de estresse, trabalho excessivo, e é comum desenvolverem doenças desde cedo. Como
falado anteriormente, a medicina não da conta destes fatores, é preciso sim mudar a
alimentação, mudar a forma de encarar a vida, viver com amor, leveza, caridade. O
Yoga para muitos tem realizado também um papel de cura, controlar a respiração,
meditar, praticar o desapego, trouxe para mim com certeza qualidade de vida.

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Juramento de autoria

Eu, Thais Michelão Martins, juro que este trabalho é de minha autoria.

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Namaste!
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