RESUMO – O presente trabalho tem por objetivo estudar a viabilidade econômica de
produção de mudas de Crisântemo (Crysanthemum morifolium) em vaso em casa de vegetação.As cultivares serão instaladasna cidade Novo Horizonte, estado de São Paulo, em uma casa de vegetação que ocupará uma área de 3,5m de altura, 5,2m de largura e 40m de comprimento, totalizando 208m². Será realizado um levantamento sobre esta modalidade de cultivo, e com base nas informações obtidas será desenvolvido o projeto técnico, onde será descrito todas as necessidades da cultura, como tratos culturais, projeto de irrigação, determinação do tamanho dos canteiros, preparo inicial do solo, manutenção e controle fitossanitário, além do levantamento de custos para implantação do projeto.
Palavras-chave:Viabilidade econômica. Vaso. Casa de vegetação. Crysanthemum
morifolium.
1. INTRODUÇÃO
A floricultura abrange o cultivo de flores e plantas ornamentais com diversos
fins, incluindo desde as culturas de flores para o corte à produção de mudas arbóreas. Em relação ao mercado de floricultura brasileira, atualmente é uma atividade econômica importante no agronegócio do País. Os Estados Unidos, a União Européia e a Rússia são os principais importadores mundiais de flores. Só os EUA, líder do ranking gastaram US$ 1,2 bilhão com importações do produto na média anual entre 2012 e 2015 (IBRAFLOR, 2017). Em relação ao mercado de flores, são cultivadas no Brasil mais de 350 espécies e 3,0 mil variedades. Considerando os dados gerais da área cultivada: 14,9 mil hectares; o mercado das Plantas Ornamentais ocupa uma área total de 13,7 mil ha, sendo: 12,3 mil ha ao ar livre, 1,2 mil ha em estufas e 270 ha sob sombrite (ANDRADE, 2016). No Brasil, o setor de floricultura tem apresentado crescimento médio de 8 a 10% ao ano. A produção brasileira de flores é liderada pelo estado de São Paulo (48%), Minas Gerais (13%), Rio de Janeiro (11%) e Rio Grande do Sul (4%) (IBRAFLOR, 2017). O crisântemo de vaso é a segunda planta ornamental mais produzida em estufas, possuindo um crescimento contínuo na comercialização interna, sendo a primeira a rosa. Seu sucesso na comercialização deve-se à diversidade no formato, na cor e no tamanho das inflorescências, além de possuir, de uma forma precisa, uma resposta ao fotoperíodo, durabilidade pós-colheita tanto das inflorescências como da planta e possuir um ciclo de crescimento rápido (Mainardi et al., 2004), o que permite duas a três colheitas por ano na mesma área de produção. (Stringheta et al., 2004) Como todaespécie hortícola, exige tratos culturais intensivos e a estufa é peça fundamental na atividade. O cultivo protegido consiste em uma técnica que possibilita certo controle de variáveis climáticas como temperatura, umidade do ar, radiação solar e vento. Esse controle se traduz em ganho de eficiência produtiva, além do que o cultivo protegido reduz o efeito da sazonalidade, favorecendo a oferta mais equilibrada ao longo dos meses. As plantas geradas em estufas, por exemplo, têm menor incidência de pragas e doenças, o que torna o produto “mais limpo” ao ser plantado comercialmente em campo aberto ou fechado (SILVA, 2014).
2. OBJETIVO
O presente trabalho tem por objetivo avaliar a viabilidade econômica de produção
de mudas de crisântemos em vaso em casa de vegetação no interior de São Paulo.
3. MATERIAL E MÉTODO
O trabalho será instalado em uma propriedade no Município de Novo Horizonte-
SP. A área utilizada será de 3,5m de altura, 5,2m de largura e 40m de comprimento, totalizando 208m², onde será construída 1 casa de vegetação para o cultivo do crisântemo. Inicialmente será realizado um levantamento sobre o cultivo de crisântemo em casa de vegetação e posteriormente, montado um projeto técnico, onde será descrito todas as necessidades da cultura, como ciclo da cultura, exigências culturais, tipos de propagação, projeto de irrigação, determinação do tamanho dos canteiros, preparo inicial do solo, manutenção e controle fitossanitário e etc. A escolha do local para a instalação da casa de vegetação se deve a proximidade à infraestrutura de apoio, como água, luz, insumos, beneficiamento e etc. Não podendo ser sujeito a sombreamento durante alguma parte do dia, para que não haja redução da intensidade luminosa, que é prejudicial ao desenvolvimento da planta. O solo deve ser preferencialmente plano, para que se processe em toda área uma uniformidade de temperatura e para facilitar irrigação e as demais praticas culturais; devendo ser livre de pedras e ervas daninha, e, sobretudo homogêneo. A orientação das estufas deve ser feita preferencialmente na direção leste-oeste, para obtenção de maior luminosidade. O investimento inicial será composto pelo custo da terra, despesas para constituição de empresa (junta comercial do estado, corpo de bombeiros, uso do solo e numeração (Prefeitura Municipal), taxa de licença para construção (Prefeitura Municipal) e honorário de contábeis), despesas operacionais, instalação de equipamentos (casa de vegetação, sistema de irrigação, sistema de eletrificação), aquisição de matrizes para início da produção, custo para transporte de mercadorias, custo de manutenção da casa de vegetação e custo com a mão-de-obra fixa (incluindo a remuneração do empresário – proprietário). Para as estufas, construções, equipamentos e utensílios ira adotar o método linear de depreciação, o mesmo utilizado pela Receita Federal, ilustrado na tabela 1. BENS Prazo de vida útil (anos) Taxa anual de depreciação Máquinas e equipamentos 10 10% Instrumentos e aparelhos de 10 10% medição Móveis e utensílios 10 10% Instalações 10 10% Edificações 25 4% Tabela 1: Quota de depreciação. Os custos variáveis de produção, serão considerados como itens diretamente envolvidos no processo de produção, compõem-se das despesas em operação de máquinas, despesas com fertilizantes e defensivos, gastos administrativos, como conta telefônica, energia, água, combustível. A receita anual será calculada com base na sazonalidade do produto, realizando então uma distribuição de venda ao longo do ano, de acordo com a procura e oferta do mesmo. Para a montagem do fluxo de caixa teremos no ano zero o capital investido. Para os demais anos (Ano 1 a 5) será realizada a subtração do total da receita anual com o total das despesas anual. O prazo de análise do investimento é de 5 anos para verificar o tempo de retorno. Serão utilizados o método do Payback Simples (PBS) e os métodos do Payback Descontado Valor Presente e Saldo do Projeto, PBD (VP) e PBD (SP), respectivamente. Para o PBD (VP), em cada ano do fluxo de caixa do projeto acumula-se o valor presente dos capitais do fluxo de caixa do ano zero até o ano de cálculo, e para PBD (SP), em cada ano, ao saldo do projeto do ano anterior são adicionados os juros de um ano e o retorno desse ano. Posteriormente será calculado a TIR (taxa interna de retorno), que é a taxa de juro que zera o valor presente líquido do fluxo de caixa do investimento. O período da TIR é igual à periodicidade de ocorrência dos capitais do fluxo de caixa. O índice de lucratividade (IL), também será verificado, visto que o método do VPL (valor presente líquido) fornece um resultado de valor monetário, quando o IL mostra um valor relativo, como porcentagem. Pois ao comparar projetos de investimentos utilizando apenas os respectivos VPL’s, não se tem nenhuma referência quanto ao valor investido no projeto, sendo o IL eficiente para resolver essa deficiência.
4. REFERÊNCIA
ANDRADE, P. F de S.. ANÁLISE DA CONJUNTURA AGROPECUÁRIA, SAFRA
2015/16. Abril, 2016. Secretaria de agricultura e do abastecimento. Departamento de economia rural. Disponível em: <http://www.agricultura.pr.gov.br/arquivos/File/deral/Prognosticos/2016/flores_2015_16 .pdf>. Acesso em: 27 Mar. 2017
GRUZYNSKI, C. Produção comercial de crisântemos: vaso, corte e jardim.
Guaíba: Editora Agropecuária, 2001. 166p.
IBRAFLOR. Informativo. Fev/ Mar. 2017. Disponível em:
<http://www.ibraflor.com/publicacoes/vw.php?cod=263>. Acesso em: 27 Mar. 2017.
NUNES, D. C.; DE FRANÇA, P. C.; REZENDE, R. C. VIABILIDADE ECONÔMICA
PARA PRODUÇÃO DE ROSAS EM CASA DE VEGETAÇÃO. Mestrado em Engenharia Agrícola. Disponível em: <bilidhttp://www.prp2.ueg.br/06v1/conteudo/pesquisa/inic- cien/eventos/sic2008/fronteira/flashsic/animacao/IIIJORNADA/arquivos/resumos/resum o11.pdf>. Acesso em: 28 Mar. 2017.
SILVA, B. A.; DA SILVA, A. R.; PAGIUCA, L. G. CULTIVO PROTEGIDO.Cepea. USP.
Disponível em <http://www.cepea.esalq.usp.br/hfbrasil/edicoes/132/mat_capa.pdf>. Acesso em: 28 Mar. 2017.