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GENEROSIDADE COM O DINHEIRO

Introdução
Quando examinamos atentamente a Torah, verificamos as ofertas de cunho
estritamente religioso, exigidas por Deus como parte integrante do culto e
da adoração, e portanto, revestidas de especial significação para a fé ju-
daica, como as primícias e os primogênitos. Ambas estão ligadas ao sim-
bolismo “dos começos”, e procuram estabelecer uma relação de causa e
efeito entre a providência de Deus e os frutos do trabalho humano.
Caim e Abel – a diferença básica: Caim (frutos do solo), Abel (primícias)
(Gênesis 4.2-5).

Textos da Torah que estabelecem as primícias


Êxodo 23.19 e Êxodo 34.26

Textos da Torah que estabelecem os primogênitos


Êxodo 13.1-2, Êxodo 13.11-13, Êxodo 22.28-29, Êxodo 34.19-20, Deutero-
nômio 15.19-23

Declaração de Fé judaica
Deuteronômio 26.1-11
É interessante notar que a apresentação das primícias equivale a uma par-
ticipação simbólica e ritual do ofertante na própria conquista da terra pro-
metida, daí as palavras “declaro que entrei na terra”. A parte final do texto
é uma exortação enfática a desfrutar com alegria e responsabilidade os
frutos decorrentes das preciosas bênçãos que são a vida, o trabalho, a co-
lheita e a família, sem esquecer de lembrar ao judeu o seu dever de amar
o seu próximo, sentindo-se responsável pelos deserdados sociais (estran-
geiro e levita).

O primeiro dízimo (de acordo com a produção)


Levítico 27.30-33 e Números 18.20-32
Em Levítico, o dízimo é dado sobre “os produtos da terra”, sobre “os frutos
da árvore” e sobre “bois e ovelhas”. O dízimo é consagrado ao Eterno, de
modo que, se alguém desejasse resgatar o seu dízimo da terra e dos frutos,
deveria acrescentar mais 1/5 (20%). O dízimo dos animais e dos frutos era
entregue aos levitas, que deveriam separar 1/10 dos dízimos que eles re-
cebiam, para o Senhor, ou seja, para os sacerdotes.

O segundo dízimo (a cada ano)


Deuteronômio 14.22-27
Um dízimo de grãos, vinho e azeite a cada ano, que deveria ser consumido
pelo seu proprietário, no santuário central.

O dízimo do pobre (a cada 3 anos)


Deuteronômio 14.28-29
A cada 3 anos, o dízimo de toda a comunidade estaria à disposição do
levita, do estrangeiro, do órfão e da viúva, que são protótipos de pessoas
pobres. Em termos de dízimos para os judeus, não podemos pensar em
algo como o que acontece em nossos dias. A prática deles apontava para
um dízimo de 23,3% de sua renda a cada ano, já que 10% a cada ano,
somado a 10% a cada três anos, perfaz esse resultado.

A contribuição no Novo Testamento


O Novo Testamento ignora o dízimo como prática válida na igreja primi-
tiva. Dos quatro evangelhos, os de Marcos e João ignoram completamente
o assunto e não fazem nenhuma menção ao dízimo. Mateus e Lucas fazem
três menções: Mateus 22.23-24, Lucas 11.42 e Lucas 18.9-14. As citações de
Jesus acerca do dízimo, tem a ver com a hipocrisia religiosa dos fariseus!
No livro de Atos, não há uma única menção ao dízimo. Se a doutrina do
dízimo fosse uma prática corrente na igreja primitiva, seria normal esperar
que nessa comunidade houvesse os mesmos problemas que temos hoje –
pessoas que não contribuíam com o dízimo ou que não aceitavam o dízimo
(Atos 2.44-45, Atos 4.32-35).
Nas cartas gerais, também não encontramos nenhuma menção ao dízimo
(Tiago 1.27, Hebreus 13.16, 2 Pedro 2.3).
Nas cartas de Paulo, não vemos também nenhuma referência ao dízimo,
mas a ênfase a uma contribuição generosa, resultado da gratidão a Deus,
assim como as primícias. Na questão do sustento de obreiros (1 Tessaloni-
censes 5.12, 1 Timóteo 5.17-18, Gálatas 6.6, 1 Coríntios 9.13-16, 1 Coríntios
16.10, Filipenses 4.15-16).

2 Coríntios 8 e 9
A ênfase de Paulo em uma oferta feita de coração, em gratidão a Deus, por
tudo o que Ele tem feito em nossas vidas, uma forma de reconhecimento
– assim como as primícias.

“Trabalhe o máximo que puder, economize o máximo que puder, doe o


máximo que puder”. (John Wesley)

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