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Santa Maria
2018
ANTONIO TIAGO TEOTONIO ANDRADE
Aprovação:_______________________________
Santa Maria
2018
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SUMÁRIO
1 TEMA................................................................................................................................. 04
2 DELIMITAÇÃO DO TEMA........................................................................................... 04
3 PROBLEMA...................................................................................................................... 04
4 OBJETIVOS...................................................................................................................... 05
4.1 OBJETIVO GERAL...................................................................................................... 05
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS....................................................................................... 05
5 JUSTIFICATIVA............................................................................................................. 06
6 METODOLOGIA............................................................................................................. 07
6.1 MÉTODO DE ABORDAGEM..................................................................................... 07
6.2 MÉTODO DE PROCEDIMENTO.............................................................................. 07
7 PLANO PROVISÓRIO.................................................................................................. 08
8 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................................... 09
9 CRONOGRAMA.............................................................................................................. 15
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS......................................................................... 16
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1 TEMA
2 DELIMITAÇÃO DO TEMA
3 PROBLEMA
4 OBJETIVOS
5 JUSTIFICATIVA
6 METODOLOGIA
7 PLANO PROVISÓRIO
INTRODUÇÃO
4. Uma nova competencia: Poderia a Justiça Militar possuir uma competência cível para
processar e julgar atos administrativos emanados das Forças Armadas?
5. Conclusão
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8 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Eu O Principe Regente faço saber aos que o presente Alvará com força de lei virem:
que sendo muito conveniente ao bem do meu real serviço, que tudo quanto respeita á
boa ordem e regularidade da disciplina militar [...] L Haverá nesta Cidade um
Conselho Supremo Militar, que en- tenderá em todas as materias que pertencião ao
Conselho de Guerra, ao do Almirantado, e ao do Ultramar na parte militar
somente[...] e isto mesmo se deverá entender a respeito do titulo do meu Conselho,
de que gozam os Conselheiros do Almirantado pelo Alvará de ô de Agosto de 1795
e o de 30 do mesmo mez e anno. (BRASIL. Alvará de 1º de Abril. 1808).
nomeclatura de Superior Tribunal Militar. Ademais, somente nesta última Constituição citada,
a de 1946, foi criada a Justiça Militar Estadual.
Atualmente, a Justiça Militar da União está elencada como parte do poder jurdiciário,
conforme Artigo 92, inciso VI, sua organização interna no art. 122 a 124 da constituição
Federal. Se não, vejamos o que descreve o texto Constitucional:
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela
Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com
base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da
República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e,
por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
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A lei 13.491/17, como já foi dito anteriormente, alterou parte do dispositivo do art. 9
do CPM. A atual redação modificada do referido artigo encontra-se desta forma:
Júri. § 2º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e
cometidos por militares das Forças Armadas contra civil, serão da competência da
Justiça Militar da União, se praticados no contexto: I – do cumprimento de
atribuições que lhes forem estabelecidas pelo Presidente da República ou pelo
Ministro de Estado da Defesa; II – de ação que envolva a segurança de instituição
militar ou de missão militar, mesmo que não beligerante; ou III – de atividade de
natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da ordem ou de atribuição
subsidiária, realizadas em conformidade com o disposto no art. 142 da Constituição
Federal e na forma dos seguintes diplomas legais: a) Lei no 7.565, de 19 de
dezembro de 1986 - Código Brasileiro de Aeronáutica; b) Lei Complementar no 97,
de 9 de junho de 1999; c) Decreto-Lei no 1.002, de 21 de outubro de 1969 - Código
de Processo Penal Militar; e d) Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código
Eleitoral. ” (BRASIL. Lei nº 13.491. 2017)
Armadas ocorram com mais frequência, o que se fez nescessário para a redação dessa nova
lei.
O que ocorreu com a nova redação dessa lei, foi uma ampliação da
competência da JMU, sendo aumentado o rol de crimes militares (ROTH. 2017, p3).
Seguindo com a linha de raciocínio, tal entendimento que tal alteração na lei, não atenta
contra os princípios constitucionais, vejamos a redação do art. 124 da CF: “Art. 124. à Justiça
Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei. (BRASIL.
Constituição brasileira de 1988)”.
Ou seja, a definição dos crimes militares, sempre dar-se-á por lei. Por tanto, o meio
empregado para alcançar o fim nescessário utilizado pelo legislador foi o correto dentro do
modelo jurídico do Estado Democrático de Direito no qual o Brasil está fundado.
A Justiça Militar gera polêmica em sua essência, talvez por tratar-se de um tribunal
especial, a pesar de estar inserida na constituição cidadã, muitos anseiam e criam teses com os
mais diversos fundamentos para a sua extinção. Nesse sentido, vejamos alguns destes.
Há em primeiro plano, a tese de redução de custos, já que a manutenção deste orgão da
justiça é onerosa aos cofres públicos. Dentro do plano de contas e orçamentos disponibilizado
pelo portal da transparência pública, no site do Conselho Nacional de Justiça, é possível
verificar e calcular o quantum do valor do orçamento anual de todos os Orgãos diretamente
ligados ao Poder Judiciário da União, ou seja, não levamos em conta aqui o orçamento
destinado aos órgãos das Justiças Estaduais.
Prosseguindo nossa linha de raciocínio, o orçamento efetivamente pago a JMU no ano
de 2017 foi de R$ 483.260.144,00, que corresponde a 1,48% do valor no montante da
somatória de todos os valores pagos Pelo Poder Judiciário da União, R$ 42.097.615.480,00.
(Fonte: CNJ). Comparando com os gastos da Justiça do Distrito Federal e Territórios, no
mesmo exercício orçamentário, os valores correspondem a 6,44% do Total, 5,6 vezes mais
onerosa que a JMU.
Com a extinção dos Tribunais Militares e o STM os encargos como o pagamento dos
vencimentos dos Ministros Militares, juízes e de procuradores de justiça bem como os de
aposentados e pensionistas, além dos funcionários que seriam absorvidos pelo Poder
Judiciário permaneceriam os mesmos (MORENO. 2000).
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Outro argumento defendido por há ainda em se falar que há teses de que a justiça
militar como um todo deva ser extinta por tratar-se de Tribunal de Exceção, palco de
impunidade que valida a violencia policial. (ROSA, 1999).
Neste contexto então, não há o de que se falar. O poder constituinte na elaboração da
Constituição Cidadã, manteve a Justiça Militar. Pode-se falar em justiça especial, visto que
sua função está atrelada à atividade militar em razão de seus princípios peculiares, já trazidos
neste presente trabalho, e não aos militares. Neste sentido, diz Gonçalves Dias Moreno:
Por fim, cabe ressaltar que a atuação da Justiça Militar se demonstra nescessária e
eficaz como vem demonstrando ao longo das décadas. Nossa sociedade hoje carece de uma
efetiva atuação do poder legislativo para alcançar melhorias nos mais diversos setores
públicos e com a justiça militar o cenário não é diferente.
Ademais, retirar o “manto de obscuridade” à respeito da Justiça militar, assim como o
do próprio Direito Militar, depende de melhorias no própria Academia nos estabelecimentos
de Ensino Superior do País, por tratar-se de uma matéria não obrigatória em grande parte
destas, o que limita de forma significativa a formação de uma base adequada, o que
impossibilita um debate mais crítico e fundamentado à cerca do tema. (ROSA, 1999).
3. Uma nova competencia: Poderia a Justiça Militar possuir uma competência cível
para processar e julgar atos administrativos emanados das Forças Armadas?
Art. 14. A hierarquia e a disciplina são a base institucional das Forças Armadas. A
autoridade e a responsabilidade crescem com o grau hierárquico. § 1º A hierarquia
militar é a ordenação da autoridade, em níveis diferentes, dentro da estrutura das
Forças Armadas. A ordenação se faz por postos ou graduações; dentro de um mesmo
posto ou graduação se faz pela antigüidade no posto ou na graduação. O respeito à
hierarquia é consubstanciado no espírito de acatamento à seqüência de autoridade. §
2º Disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis,
regulamentos, normas e disposições que fundamentam o organismo militar e
coordenam seu funcionamento regular e harmônico, traduzindo-se pelo perfeito
cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos componentes desse
organismo. § 3º A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos em todas
as circunstâncias da vida entre militares da ativa, da reserva remunerada e
reformados..(BRASIL, Estatuto dos Militares.1980).
processar e julgar os crimes militares definidos em lei, bem como exercer o controle
jurisdicional sobre as punições disciplinares aplicadas aos membros das Forças
Armadas.”(BRASIL, PEC 358/2005).
Com esta redação, passaria à Justiça Militar da União realizar o controle de legalidade
das punições sancionadas na esfera administrativa militar. Nada mais justo, já que os juízes-
auditores e militares possúem mais subsídios para rediscutir, validar ou anular atos
adminstrativos dessa natureza, se equiparados aos juizes federais, proporcionando assim aos
militares, um dos direitos básicos do art. 5º da Constituição federal, em seu inciso XXXV,
onde estabelece que "a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito".
O fato de que o ato revisto possa prejudicar a situação jurídica de quem esteja
atualmente exercendo funções militares não confere ao ato de controle da legalidade a
natureza disciplinar. Mesmo após o militar entrar no exercício de funções militares, pode a
Administração rever os seus atos em face do controle da legalidade. Nesse sentido, a Súmula
473 do Supremo Tribunal Federal dispõe que “a Administração pode anular seus próprios
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos
[...]”.afirma Fernando Galvão (2011, p.10).
No entanto, há de se considerar neste ponto que a Justiça Militar proporciona maior
celeridade em seus processos, o que é de interesse tanto para o demandante quanto para a
demandada. Ações que se prolonguem com o tempo podem aumentar os seus valores
decorrentes da sentença, dando ao Estado o dever de idenizar um montante maior, se assim o
juiz entender os efeitos de uma sanção disciplinar que julgou ser nula em relação a vida
profissional de determinado militar.
4. Conclusão.
Por fim, fica claro que a discussão que rodeia o tema enseja horas de debate e análise
minuciosas, dentro dos limites cinentíficos da doutrina do Direito e da Administração pública,
respeitando os princípios basilares da Constituição Federal.
Mesmo diante dos desafios e das opiniões contrárias, os argumentos apresentados a
favor de uma reforma da Justiça Militar possuem um peso considerável e capaz de dar
resposta ao objetivo deste presente trabalho.
O poder legislativo possui em suas mãos uma solução que está em trâmite há anos no
parlamento, e não se sabe quando será colocada em pauta afim de dar cabo a essa discussão,
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seja por acrescer a competência da Justiça Militar da União ou anular o projeto de emenda
contitucional 358/2005.
Para isso, cabe a sociedade exirgir mais de seus legisladores nos quais lhe outorgaram
o poder do povo através do voto e isso se traduz na participação ativa da sociedade como um
todo nas políticas nacionais de forma que não seja apenas espectador de um grande teatro que
se chama parlamento.
O debate do Tema nos dias atuais gera uma grande polarização quanto ao futuro da
justiça militar no Brasil, muitos defendem o fim da justiça militar, por considerarem
retrógrada e desnecessária no aparato do poder judiciário atual. Outros defendem um melhor
uso e aperfeiçoamento da mesma, visto que a carreira pública militar se difere, e muito, das
outras carreiras públicas e privadas por sua especialidade, possuindo estatuto próprio, e
exceções a diversos regramentos de direitos fundamentais para os membros das Forças
Armadas, devido ao seu emprego, a rigidez, disciplina e hierarquia, ditas retrógradas por
muitos, são extremamente necessárias em casos de calamidade pública, guerras externas e
garantia dos poderes institucionais, já que são em suma, último recurso do Estado
Democrático de Direito, conforme prevê a Carta Magna, e da nação brasileira como um todo,
para a manutenção, segurança e defesa destes.
Por tanto, estudar e definir novos horizontes para a justiça militar, significa também
colocar novas diretrizes e ideais a justiça no Brasil como um todo. Atendendo a demanda
constante do emprego dos Militares e da tão buscada Segurança Jurídica para com seus
Agentes, que em defesa da Nação, se colocam diante das mais diversas situações de perigo,
com renúncia até da própria vida, conforme o juramento que todos os militares proclamam
diante da Bandeira nacional.
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9 CRONOGRAMA
Ano:
Mar. Abril. Maio. Junho. Julho.
Pesquisa Bibliográfica X X X
Encontros com o Orientador X X
Ajustes no plano provisório X X
Redação X
Entrega da primeira versão X
Submissão da versão definitiva ao orientador X
Revisão X
Entrega da versão definitiva X
Preparação da defesa
Defesa
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REFERÊNCIAS:
BITTENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral, 1/– 17. ed. rev.,
ampl. e atual. De acordo com a Lei n. 12.550, de 2011. – São Paulo :Saraiva, 2012.
BRASIL. Congresso Nacional. Câmara dos Deputados. Collecção das leis do Brazil de 1808.
Imprensa nacional. Rio de Janeiro, 1891.
GRECO, Rogério. Curso de direito penal: parte geral - v. 1. 17. ed. Niterói: Impetus, 2015.
OLIVEIRA, Rodrigo Montenegro de. Justiça Militar no Brasil. Revista Jus Navigandi, ISSN
1518-4862, Teresina, ano 17, n. 3185, 21 mar.2012. Disponível
em: <https://jus.com.br/artigos/21339>. Acesso em: 9 jun. 2018.
ROCHA, Fernando Antonio Nogueira Galvão da. Competência cível da Justiça Militar
Estadual. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 15, n. 2707, 29 nov. 2010.
Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/17930>. Acesso em: 18 jun. 2018.
ROSA, Paulo Tadeu Rodrigues. Extinção da Justiça Militar. Revista Jus Navigandi, ISSN
1518-4862, Teresina, ano 4, n. 30, 1 abr. 1999. Disponível <https://jus.com.br/artigos/1571>.
Acesso em: 17 jun. 2018.
BRASIL, Conselho Nacional de Justiça. Transparencia pública. 2018. Disponível
em:<http://www.cnj.jus.br/transparencia/orcamento/uniao/execucao-orcamentaria>