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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação – PETI:


Uma abordagem utilizando o modelo COBIT

André Luiz Samistraro Santin


Ari Schveitzer Júnior

Florianópolis – SC
2006 / 2
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA E ESTATÍSTICA
CURSO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação – PETI:


Uma abordagem utilizando o modelo COBIT

André Luiz Samistraro Santin


Ari Schveitzer Júnior

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como parte dos
requisitos para obtenção do grau
de Bacharel em Sistemas de
Informação

Florianópolis – SC
2006 / 2

2
André Luiz Samistraro Santin
Ari Schveitzer Júnior

Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação – PETI:


Uma abordagem utilizando o modelo COBIT

Trabalho de conclusão de curso apresentado como parte dos requisitos


para obtenção do grau de Bacharel em Sistemas de Informação

Orientador: José Francisco Salm Junior

Banca examinadora:

Aline França de Abreu

Roberto Carlos dos Santos Pacheco

3
AGRADECIMENTOS

Às nossas famílias, amigos e companheiros de aula e de trabalho pelo apoio


irrestrito e incondicional.

Ao professor José Francisco Salm Junior pela oportunidade de aprendizado e


crescimento a nós concedidos, pela constante confiança, orientação, paciência e
comprometimento ao longo do desenvolvimento deste trabalho.

Aos membros da banca, professor Roberto Carlos dos Santos Pacheco e Aline
França de Abreu pelas sugestões sempre adequadas e pelas enriquecedoras
contribuições.

À empresa Execução Soluções Call Center e seus colaboradores, pela


oportunidade de desenvolvermos nosso projeto num ambiente corporativo real.

À Tatiane e Juliene pela paciência, compreensão, incentivo e amor sem os quais


não conseguiríamos concluir esta importante etapa de nossas vidas.

A todos que contribuíram, mesmo que indiretamente, para a conclusão deste


trabalho.

A Deus, pela graça da vida.

4
SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS..................................................................................................7
LISTA DE QUADROS...............................................................................................8
LISTA DE TABELAS..................................................................................................9
LISTA DE REDUÇÕES...........................................................................................10
RESUMO.................................................................................................................11
I DEFINIÇÃO DO PROBLEMA...............................................................................12
1. Introdução.................................................................................................................12
2. Objetivo Geral........................................................................................................... 14
3. Objetivos Específicos...............................................................................................14
4. Justificativas e Motivações.......................................................................................15
5. Delimitações do Trabalho.........................................................................................16
6. Estrutura do Trabalho...............................................................................................16
II REVISÃO DA LITERATURA................................................................................18
1. Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação – PETI...............................18
2. Planejamento............................................................................................................23
2.1. Hierarquia do Planejamento..................................................................................26
2.1.1. Planejamento Estratégico...................................................................................27
2.1.2. Planejamento Tático...........................................................................................28
2.1.3. Planejamento Operacional..................................................................................29
3. Estratégia................................................................................................................. 29
4. Metodologias de PETI..............................................................................................32
5. Governança Corporativa...........................................................................................36
5.1. Lei Sarbanes Oxley – Sessão 404.........................................................................40
6. Governança de TI.....................................................................................................43
6.1. Modelos e Frameworks de Governança de TI.......................................................46
6.1.1. COBIT.................................................................................................................47
6.1.1.1. Estrutura do COBIT.........................................................................................52
6.1.2. ITIL..................................................................................................................... 60
6.1.2.1 Estrutura do ITIL...............................................................................................63
6.2. Análise do Tema PETI em Modelos de Governança de TI.....................................67
6.2.1. Definição do Processo de PETI X PO1...............................................................67
6.2.1.1. Atividades Relacionadas ao PO1.....................................................................69
6.2.1.2. Níveis de Maturidade do PO1..........................................................................73
III METODOLOGIA PROPOPOSTA.......................................................................76
1. Atividades Preliminares............................................................................................77
1.1. Apresentação do Projeto e Discussão do Cronograma..........................................77
1.2. Estabelecimento do Âmbito do Estudo..................................................................78
1.3. Definição da Equipe de Projeto.............................................................................79
1.4. Identificação da Informação a Recolher.................................................................79
2. Aplicação da Metodologia de PETI...........................................................................80
2.1. Entender as Estratégias do Negócio......................................................................82
2.2. Identificar a Visão de TI.........................................................................................83
2.3. Definir os Objetivos Estratégicos e as Iniciativas de TI..........................................84
2.4. Analisar o Portifólio de Iniciativas de TI.................................................................84
2.5. Preparar o PETI.....................................................................................................87
3. Análise de Conformidade do PETI Elaborado em Relação ao PO1..........................89
4. Apresentação do PETI à Empresa............................................................................90
IV APLICAÇÃO DO ESTUDO.................................................................................91
1. Visão Geral da Empresa...........................................................................................91
2. Desenvolvimento das Atividades Preliminares..........................................................92
2.1. Cronograma de Atividades.....................................................................................92
2.2. Âmbito do Estudo..................................................................................................93

5
2.3. Equipe de Projeto..................................................................................................93
2.4. Informações Necessárias......................................................................................93
3. Elaboração do PETI..................................................................................................94
3.1. Análise dos Objetivos Estratégicos........................................................................95
3.2. Definição das Estratégias de TI.............................................................................95
3.3. Análise do Portifólio de Projetos de TI...................................................................97
3.3.1. Critérios de Análise.............................................................................................98
3.3.2. Hierarquia do Portifólio de Projetos de TI.........................................................101
3.3.3. Atratividade Financeira.....................................................................................103
3.3.4. Maturidade Tecnológica....................................................................................106
3.4. Materialização do PETI........................................................................................109
3.5. Riscos Associados...............................................................................................109
4. Aderência do PETI Elaborado ao COBIT PO1........................................................109
4.1. Alinhamento Estratégico......................................................................................110
4.2. CIO x Gerentes da Organização..........................................................................111
4.3. Definição de Responsabilidades..........................................................................111
4.4. Atividades Associadas..........................................................................................112
4.5. Nível de Maturidade.............................................................................................113
V CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................114
1. Conclusão...............................................................................................................114
2. Considerações Finais.............................................................................................117
3. Trabalhos Futuros...................................................................................................118
VI REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................119
VII APÊNDICES....................................................................................................125
APÊNDICE A – Carta de Apresentação do Projeto.....................................................125
APÊNDICE B – Cronograma de Atividades para Elaboração do PETI.......................126
APÊNDICE C – Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação...................127

6
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Fluxograma da estrutura do trabalho....................................................17


Figura 2 – Níveis de decisão e tipos de planejamento...........................................26
Figura 3 – Governança Corporativa e dos principais ativos da organização.........39
Figura 4 – Níveis de organização do COBIT..........................................................50
Figura 5 – Inter-relacionamento entre os componentes do COBIT........................52
Figura 6 – Níveis de organização do COBIT..........................................................53
Figura 7 – Os quatro domínios do COBIT..............................................................54
Figura 8 – Visão tridimensional do COBIT.............................................................60
Figura 9 – Infra-estrutura do ITIL............................................................................64
Figura 10 – Infra-estrutura do Service Support......................................................65
Figura 11 – Infra-estrutura do Service Delivery......................................................66
Figura 12 – Recursos de TI versus critérios de informação no PO1......................69
Figura 13 – Matriz de responsabilidades para as atividades do PO1....................70
Figura 14 – Metodologia de elaboração do PETI proposta por Lutchen (2003)....81
Figura 15 – Hierarquização do portifólio de projetos de TI...................................102
Figura 16 – Matriz de atratividade financeira de projetos de TI...........................105
Figura 17 – Matriz de impacto interno de TI.........................................................107

7
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Resumo das diferenças entre os tipos de planejamento....................27

8
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Subitens e conteúdo do PETI...............................................................88


Tabela 2 – Estratégias de TI...................................................................................97
Tabela 3 – Projetos de TI e respectivas estratégias associadas............................98
Tabela 4 – Ordem de importância dos critérios de avaliação.................................99
Tabela 5 – Pontuação dos projetos de TI segundo critérios de análise...............101

9
LISTA DE REDUÇÕES

BI Business Intelligence
BSP Business Systems Planning
CEO Chief Executive Officer
CIO Chief Information Officer
CMMI Capability Maturity Model Integration
COBIT Control Objectives for Information and related Technology
CRM Customer Relationship Management
CVM Comissão de Valores Mobiliários
EC11 Expert Choice 11
IBGC Instituto Brasileiro de Governança Corporativa
IFC International Finance Corporation
ISACA Information Systems Audit and Control Association
ISACF Information Systems Audit and Control Foundation
ITGI IT Governance and Institute
ITIL Information Technology Infrastructure Library
OECD Organization for Economic Co-operation and Development
PA Posição de Atendimento
PEE Planejamento Estratégico Empresarial
PETI Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação
PO1 Definir um plano estratégico de TI
SEI Software Engineering Institute
SGBD Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados
SI Sistema de Informação
SLAs Service Level Agreements
SOX Sarbanes-Oxley
SW-CMM Capability Maturity Model for Software
TI Tecnologia da Informação
VPL Valor Presente Líquido

10
RESUMO

Fazer da TI – Tecnologia da Informação – um diferencial estratégico é

uma demanda crescente nas grandes empresas. O desafio, porém, é definir

mecanismos para medir os riscos associados aos projetos de TI, bem como criar

meios para demonstrar o retorno sobre os investimentos feitos nesta área.

O mercado competitivo e globalizado em que as organizações estão

inseridas exige que os ativos de informação e TI sejam mais bem aproveitados e

alinhados com os objetivos e metas definidos no âmbito do planejamento

estratégico empresarial.

Este trabalho pretende mostrar como o desenvolvimento de um

planejamento estratégico específico para a área de TI, associado às boas práticas

de Governança de TI relacionadas ao referido planejamento, auxilia os gestores

nesta tarefa.

Palavras Chave: Planejamento Estratégico, Tecnologia da Informação,

Governança de TI, Cobit, Objetivo Estratégico, Estratégia.

11
I DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

1. Introdução

As decisões relacionadas à Tecnologia Informação são, freqüentemente,

determinantes no desempenho empresarial. Elas são capazes não somente de

mudar o posicionamento estratégico das organizações, mas também podem

modificar a estrutura de competição do setor como um todo (MORAES,

LAURINDO, 2003). As estratégias de TI devem estar alinhadas às estratégias

empresariais e para cada objetivo definido no escopo do planejamento estratégico

deve haver um projeto de TI que o complemente (LUTCHEN, 2003).

Diante da ação transformadora da informação nas organizações, a

Governança de TI surge como um “conjunto de mecanismos (estruturas,

processos e relacionamentos) que auxiliam na tomada de decisões, garantindo

que a estratégia de TI torne-se mais eficaz, suportando as estratégias e objetivos

da organização”. Desta forma, a Gestão da Informação e Tecnologias

Relacionadas deixa de ser um elemento de suporte administrativo para se tornar

um recurso fundamental na definição da estratégia empresarial, com objetivos

muito bem delimitados e resultados mensuráveis (SINCRONO, 2007).

A gestão dos riscos associados a TI, bem como a dificuldade em

demonstrar o valor da Tecnologia da Informação para as organizações em um

ambiente de negócios competitivo, globalizado e regulamentado, são as duas

grandes questões associadas ao tema Governança de TI (IQPC, 2006). A

avaliação da eficiência dos projetos de TI torna-se uma questão problemática por

conta da incerteza e da complexidade inerentes a esse tipo de projeto (MORAES,

LAURINDO, 2003).

12
O processo que ajuda a amenizar o problema supracitado, sendo

contemplado pelos principais frameworks1 de Governança de TI, é a elaboração

de um planejamento estratégico específico para a área de TI.

O PETI – Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação – define

a forma como a organização irá tratar e gerir a tecnologia da qual dispõe visando

o futuro. Através do PETI é possível criar condições para que a empresa obtenha

incremento na competitividade, ampliação dos seus negócios e maior

performance de seus investimentos tecnológicos (NETO, 2007). É fundamental

que as organizações definam o planejamento estratégico de tecnologia de

informação alinhado com seu planejamento estratégico (LUTCHEN, 2003).

A elaboração e posterior implementação do PETI nas grandes empresas

auxilia o processo de tomada de decisão por parte dos executivos. O PETI é

usado como mecanismo para se responder as seguintes questões: (SINCRONO,

2007):

 Como sincronizar as estratégias de negócio e de TI?

 Como gerar resultados à organização através de investimentos em TI?

 Como lidar com a crescente dependência do negócio para com a TI?

 Como mensurar e monitorar o desempenho de TI?

 Como controlar os processos de TI?

 Como projetar uma arquitetura de TI integrada?

Os gerentes da área de TI utilizam o PETI para definir o portifólio de

projetos de TI que melhor atende às metas estratégicas estabelecidas pela

organização através do PEE – Planejamento Estratégico Empresarial. Estes

1
Framework: Conjunto de especificações que serve de base para a construção de aplicações ou
desenvolvimento de determinada atividade (CAVANNES, 2003 apud ZAMAI, 2005).

13
projetos estão associados aos sistemas de informação ou à infra-estrutura de

hardware necessária. A decisão por implementar determinada iniciativa de TI é

tomada segundo critérios como tempo, risco, tamanho, escopo, abrangência,

custo, grau de necessidade, entre outros (LUTCHEN, 2003).

Este trabalho pretende contribuir com uma abordagem ampla e

sistemática de seleção de projetos de TI, trazendo novos pontos e alternativas

para a discussão dessa questão, de importância crescente na competitividade das

organizações. Uma das metas é elaborar o PETI numa empresa de médio porte,

seguindo as recomendações da metodologia elaborada por Lutchen (2003). O

PETI elaborado será avaliado segundo as boas práticas de desenvolvimento de

planejamento estratégico para a área de TI do framework destinado à

Governança de TI denominado COBIT – Control Objectives for Information and

related Technology.

2. Objetivo Geral

Este trabalho tem como principal foco a elaboração do Planejamento

Estratégico de Tecnologia da Informação em consonância com um modelo /

framework comercial de governança de TI reconhecido mundialmente pelo

mercado.

3. Objetivos Específicos

Os objetivos específicos a serem alcançados com a realização deste

trabalho são:

14
 Elaborar um estudo detalhado a respeito dos temas: PETI,

Governança Corporativa e Governança de TI;

 Fazer o levantamento dos principais modelos / frameworks de

Governança de TI;

 Catalogar as metodologias de PETI mais comumente usadas;

 Analisar como os frameworks de Governança de TI estudados

abordam o tema PETI;

 Utilizar uma metodologia de PETI e um modelo de Governança de TI

para desenvolver o processo de elaboração do PETI em uma

organização de médio porte;

 Analisar os resultados obtidos para verificar a aderência do PETI

elaborado ao modelo de Governança de TI escolhido.

4. Justificativas e Motivações

Algumas justificativas e motivações devem ser definidas para embasar a

execução deste trabalho. Dentre elas, citam-se:

 Necessidade de um planejamento estratégico específico para a área

de TI das organizações;

 Falta de gestão do portifólio de projetos relacionados à área de

Tecnologia da Informação;

 Como alocar os investimentos destinados à área de TI, não apenas em

termos de economia, mas também para tirar o melhor proveito daquilo

que foi investido, de modo que as estratégias de TI estejam alinhadas

as de negócio;

15
 Entendimento a respeito de como a TI contribui no alcance dos

objetivos estratégicos definidos pela organização no âmbito do

planejamento estratégico empresarial;

 Falta de Accountability – prestação de contas – ou de algum método

de controle e auditoria de Tecnologia da Informação;

 Falta de controle em custo e orçamentos de TI.

5. Delimitações do Trabalho

O trabalho será desenvolvido com base no framework COBIT. Portanto,

não tratará outros modelos de Governança de TI disponíveis no mercado, bem

como o detalhamento geral de sub-processos ligados à temática de Governança

de TI.

O escopo não se refere ao modelo global desse framework, mas

especificamente ao processo “PO1 – Definir um plano estratégico de TI”.

6. Estrutura do Trabalho

A estrutura deste trabalho é composta por 7 partes principais, detalhadas

abaixo e visualizadas sob a forma de fluxograma na figura 1:

 Definição do Problema: é feita a introdução ao assunto abordado; o

objetivo geral e os objetivos específicos são definidos; as justificativas

e motivações são apresentadas; e as delimitações do trabalho são

expostas;

 Revisão da Literatura: é realizado um levantamento do material

bibliográfico relacionado aos temas PETI, metodologias de PETI, PEE,

16
estratégia, tipos de planejamento empresarial, governança de TI,

modelos e frameworks de governança de TI e governança corporativa;

 Metodologia Proposta: é apresentada a forma como os trabalhos serão

desenvolvidos quanto à parte prática do projeto, bem como o

detalhamento da metodologia de PETI adotada no trabalho;

 Aplicação do Estudo: relato das atividades práticas desenvolvidas ao

longo da aplicação do estudo na organização;

 Conclusões e Considerações Finais: apresenta as principais

observações realizadas e recomenda o desenvolvimento de novos

trabalhos a partir deste estudo;

 Referências Bibliográficas: catálogo de toda bibliografia empregada

como consulta para o desenvolvimento do trabalho;

 Apêndices: concentra todo material extra que agrega valor ao trabalho.

Figura 1 – Fluxograma da estrutura do trabalho

17
II REVISÃO DA LITERATURA

1. Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação – PETI

A tecnologia da informação cada vez mais exerce um papel estratégico

dentro das empresas. Ela é responsável pela transformação do modo de

operação das empresas, afetando diretamente a criação e o desenvolvimento dos

produtos ou execução dos serviços. Tanto os tomadores de decisão quanto as

demais áreas da empresa têm usado a TI como ferramenta incondicional para o

aumento da vantagem competitiva através da redução de custos, otimização e

controle das atividades (PORTER, 1999; GRAEML, 2000).

No mundo globalizado, as empresas devem ser flexíveis, possuir uma

visão sistêmica, ter sua estrutura voltada aos processos de negócios e, acima de

tudo, utilizar a TI de maneira estratégica. Nesse contexto, a tecnologia da

informação é o grande diferencial da organização do futuro, sendo o agente

responsável pela interação entre a gestão empresarial e a informação que ela

necessita (ABREU; FRANÇA; SINZATO, 1999). Depois das pessoas, do capital e

das máquinas, a TI é o quarto principal recurso disponível para os tomadores de

decisão nas organizações (GRAEML, 2000).

Rezende (2002) também afirma que a globalização e a crescente

competitividade provocaram grandes mudanças nas organizações, fazendo com

que os valores comerciais, humanos e tecnológicos passassem a influenciar

consideravelmente o posicionamento estratégico destas. Nesta perspectiva, a

tecnologia da informação se mostra como uma valiosa ferramenta para a

definição e manutenção deste posicionamento, ajudando os processos

18
empresariais a se manterem alinhados com os objetivos de negócio da

organização.

O posicionamento estratégico da área de TI a torna um

instrumento de coordenação de processos empresariais, ajudando as

organizações na formulação de suas estratégias, atuando na

configuração das atividades da cadeia de valor, nas alianças

estratégicas e na integração do mercado (REZENDE, 2002). Porter

(1995) compartilha deste mesmo raciocínio ao afirmar que “a recente e

rápida transformação tecnológica nos sistemas de informação vêm

exercendo um impacto profundo sobre a concorrência e sobre as vantagens

competitivas devido ao papel penetrante da informação na cadeia de valores”.

O alinhamento da TI com os negócios da empresa é uma preocupação

constante nas grandes organizações (ROSSI, 2004). Segundo Graeml (2000), “o

alinhamento da TI com o negócio da empresa ocorre à medida que a tecnologia

da informação passa a assumir o papel de suporte estratégico para o atingimento

dos objetivos organizacionais”. A área de TI está fortemente integrada com as

demais áreas, não só em termos de infra-estrutura de hardware e software como

também no papel que o administrador de TI exerce, sendo conhecedor dos

processos, da estrutura organizacional e da cultura da empresa.

Entretanto, a realidade mostra que a área de informática nem sempre

está a par das discussões estratégicas do negócio. Rezende (2002) e Graeml

(2000) discutem a respeito de três cenários frequentemente observados nas

empresas que mostram a aderência da estratégia de TI à estratégia da

organização:

19
1. A TI está focada nos serviços de operação de suporte da organização,

mas não está estrategicamente integrada a ela;

2. A TI suporta as estratégias e procura oferecer soluções, mas não

participa de sua concepção;

3. As atividades de TI estão totalmente ligadas aos objetivos do negócio

e às metas estratégicas da empresa. Neste estágio, ocorre a

integração da área de informática com os demais departamentos da

organização.

O planejamento estratégico de tecnologia da informação é responsável

por garantir que o último cenário supra citado seja uma realidade dentro das

organizações. Neste nível de maturidade, a alta administração (CEO – Chief

Executive Officer) consegue transmitir a missão e a visão estratégica da empresa

à área de TI, fazendo com que o CIO – Chief Information Officer – seja capaz de

compreender claramente aonde a empresa quer chegar ao traçar seus objetivos

(GRAEML, 2000). Com isso, o PETI estará alinhado ao PEE e terá condições de

identificar quais os recursos de TI (hardware, software e pessoas) serão

necessários para dar suporte às decisões tomadas pela organização (REZENDE,

2002).

A definição de alguns autores ajuda a compreender melhor a

importância do PETI dentro das organizações:

... roteiro ou guia dinâmico para planejamento estratégico, tático e


operacional das informações organizacionais, da TI e seus recursos
(hardware, software, sistemas de telecomunicações e de gestão de
dados e informações), dos SI, das pessoas envolvidas e da infra-
estrutura necessária para o atendimento das decisões e ações da
organização (REZENDE, 2002).

Recurso usado para auxiliar o PEE da organização, na identificação das


oportunidades de SI para apoiar os negócios empresariais, no
desenvolvimento de arquiteturas de informação baseadas nas

20
necessidades dos usuários e no desenvolvimento de planos de ação
dos SI a longo prazo (PREMKUMAR; KING, 1992).

Um plano para suprir direção, esforço de concentração, consistência de


propósito, flexibilidade e continuidade dos recursos da TI (STRECHAY,
2000).

... decide aonde a organização quer chegar e quais os recursos da TI


que serão necessários para suportar as decisões, representando o
movimento de passagem da estratégia presente para a estratégia
futura, através da apresentação de direções, concentrações de
esforços, flexibilidade e continuidade dos negócios em áreas
estratégicas (BOAR, 1993).

... processo de identificação de software, de hardware e principalmente


de banco de dados para suportar a clara definição e documentação do
planejamento estratégico de negócios da organização (LEDERER;
MAHANEY, 1996).

... atividade de traduzir as metas estratégicas e organizacionais em


iniciativas de desenvolvimento de SI para utilizar a TI na organização
(STAIR, 1996).

... uma estrutura que formaliza a sincronização da tecnologia com o


negócio, ajudando a diretoria a entender e acreditar na tecnologia e
permitindo que o gerente de informática entenda o negócio da empresa
(GRAEML, 2000).

A prática tem mostrado os inúmeros benefícios trazidos pelo PETI para as

organizações. Dentre eles podemos destacar (LUTCHEN, 2003; WEILL; ROSS,

2005):

 Definição, a médio-longo prazo, das necessidades de infra-estrutura

de TI em termos de hardware, software e pessoas;

 Proporciona a integração entre visões tecnológicas diferentes, com

múltiplas perspectivas;

 Estabelece mecanismos para acompanhamento e avaliação dos riscos

inerentes aos investimentos em TI;

 Fornece meios para avaliar e medir a qualidade na área de TI;

 Alinhamento dos SI – Sistema de Informação – e da TI com as metas

do negócio desenvolvido pela empresa.

21
Apesar de todos os benefícios oriundos da correta definição e utilização

do PETI, muitas organizações ainda tratam a TI como despesa e não como

investimento. Graeml (2000, p. 34) afirma que “empresas que tomam decisões

envolvendo TI como se fossem investimentos, procuram utilizar a tecnologia para

implantar processos que vinculem as atividades de TI aos objetivos do negócio e

às metas estratégicas da empresa”. Apesar desta afirmação, nem todo dinheiro

associado à TI deve ser encarado apenas como investimento. Gastos com

manutenção de infra-estrutura existente, reposição de peças e materiais de

consumo devem ser definidos como despesa.

A utilização da TI deve estar sustentada pela elaboração formal de um

PETI que garanta o alcance dos objetivos fixados para o futuro da empresa. O

uso da TI sem planejamento é um risco que a organização não deve correr. Os

recursos disponibilizados pela TI à organização podem aumentar sua capacidade

em obter, manter ou combater vantagens competitivas. Por outro lado, a TI

também eleva os riscos de gestão inerentes a qualquer tipo de decisão e ação

(REZENDE, 2002).

Como todo planejamento é essencialmente dinâmico e evolutivo (MANAS,

1999), o período da abrangência do PETI não pode ser muito longo, variando de 1

a 3 anos, com revisões a cada 3, 6 ou 12 meses (REZENDE, 2002). A revisão do

PETI deve ser feita pelos profissionais de TI em conjunto com a alta

administração (GRAEML, 2000). O acesso facilitado à diretoria garante o

alinhamento do PETI ao PEE da empresa, fazendo com que os objetivos do PETI

sejam alcançados (MANAS, 1999).

22
2. Planejamento

O planejamento é uma atividade extremamente complexa, composta por

uma série de ações as quais são executadas tendo em vista o alcance dos

objetivos e metas definidos pela empresa (OLIVEIRA, 2004). Para Montana e

Charnov (1999), planejamento é o “processo de determinar os objetivos e metas

organizacionais e como realizá-los”. Stoner e Freeman (1995) enfatizam o

exposto anteriormente conceituando planejamento como o “processo de

estabelecer os objetivos e as linhas de ação adequadas para alcançá-los”.

O estabelecimento dos objetivos a serem alcançados é o ponto de partida

do planejamento. Uma vez alcançados os objetivos, estes passam a ser realidade

(CHIAVENATO, 1993).

A atividade de planejar está associada ao destino a ser dado para a

organização e ao modo como se pretende atingi-lo. Além disso, é importante

definir caminhos alternativos em caso de imprevistos, na tentativa de redirecionar

as decisões e suportar os problemas (MONTANA; CHARNOV, 1999).

O exercício contínuo do planejamento proporciona o desenvolvimento de

processos, técnicas e atitudes administrativas que tendem a reduzir a incerteza

envolvida no processo decisório (OLIVEIRA, 2004). Segundo Bio (1985) “a

essência do planejamento e do controle é a tomada de decisões”.

O planejamento pode provocar uma série de mudanças nas

características e nas atividades da empresa. As modificações relacionadas às

pessoas correspondem à necessidade de treinamento, alteração de funções e

cargos. As relacionadas à tecnologia se traduzem na evolução dos

conhecimentos, aprimoramento dos processos de trabalho e substituição de

23
equipamentos. Com relação aos sistemas, podem ocorrer alterações nos níveis

de autoridade e nos procedimentos (OLIVEIRA, 2004).

O planejamento deve ser eficiente no sentido de fazer as coisas de

maneira adequada, resolvendo os problemas da organização; eficaz quando se

trata de fazer as coisas certas, produzindo alternativas criativas que maximizam a

utilização de recursos e aumentam os lucros; e efetivo, apresentando resultados

positivos permanentemente. Oliveira (2004) concorda com estas afirmações ao

definir planejamento como “um processo desenvolvido para o alcance de uma

situação desejada de um modo mais eficiente, eficaz e efetivo, com a melhor

concentração de esforços e recursos pela empresa”.

Para entender e melhor visualizar a amplitude e a abrangência do

planejamento nas organizações, Oliveira (2004) estabelece cinco dimensões e

seus respectivos aspectos básicos:

1. Assunto abordado: produção, pesquisa, novos produtos, finanças,

marketing, instalações, recursos humanos, etc.

2. Elementos: quais são os propósitos, objetivos, estratégias, políticas,

programas, orçamentos, normas e procedimentos, entre outros.

3. Tempo: longo, médio ou curto prazo.

4. Unidades organizacionais: em que parte da organização será aplicado

o planejamento (nela toda ou em alguma unidade específica).

5. Características: complexidade, qualidade, tipo (estratégico, tático ou

operacional).

Além do que foi exposto acima, Oliveira (2006) aponta outras 9

características que o autor julga pertinentes ao planejamento:

24
1. O planejamento é um processo permanente e contínuo, não se esgota

em um único plano de ação e é realizado continuamente dentro da

empresa;

2. O planejamento é sempre voltado para o futuro;

3. O planejamento visa à racionalidade da tomada de decisão. Ao

estabelecer esquemas para o futuro, o planejamento funciona como

um meio de orientar o processo decisório;

4. O planejamento visa selecionar, entre várias alternativas, um curso de

ação escolhido dentre os caminhos potenciais;

5. O planejamento é sistêmico, deve abranger a organização como um

todo;

6. O planejamento é interativo, envolve passos ou fases que se

sucedem. Deve ser suficientemente flexível para aceitar ajustes e

correções à medida que for sendo executado;

7. O planejamento é uma técnica de alocação de recursos humanos e

não humanos;

8. O planejamento é uma função administrativa que interage com as

demais funções como organização, direção e controle, influenciando e

sendo influenciada por todas elas;

9. O planejamento é uma técnica de mudança e de inovação dentro da

empresa.

O conceito de planejamento defendido por Cinelli (2006) faz um apanhado

das características apontados por Oliveira (2006): “o planejamento compreende a

definição das metas de uma organização, o estabelecimento de uma estratégia

25
global para alcançar essas metas e o desenvolvimento de uma hierarquia de

planos abrangentes para integrar e coordenar atividades”.

Através do planejamento, os administradores sabem como e onde devem

organizar as pessoas e os recursos. O planejamento dá suporte a uma gestão

direcionada e segura. Sem um plano, os gerentes e seus seguidores não têm

garantia sobre o alcance de seus objetivos e não sabem quando e onde saíram

do caminho (STONER; FREEMAN, 1995).

2.1. Hierarquia do Planejamento

Na consideração dos grandes níveis hierárquicos, podem-se distinguir

três tipos de planejamento: estratégico, tático e operacional. Da maneira como

foram colocados, os tipos de planejamento facilmente são relacionados aos níveis

de tomada de decisão em uma pirâmide organizacional (OLIVEIRA, 2004),

conforme observado na figura 2.

Figura 2 – Níveis de decisão e tipos de planejamento

Fonte: Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira, Planejamento Estratégico:


Conceitos, Metodologia e Práticas, São Paulo, Atlas, 2004, p. 45.

As decisões estratégicas que são tomadas pela alta gerência afetam a

empresa como um todo e se propagam para o ambiente externo à organização.

No nível intermediário, as decisões táticas estão relacionadas aos gerentes de

26
departamento, são mais voltadas para a ação e dão expressividade às metas

organizacionais. Por fim, as decisões operacionais estão na base da pirâmide e

determinam a maneira como as operações devem ser conduzidas (MONTANA;

CHARNOV, 1999).

Chiavenato (1993) propõe um quadro-resumo que aponta as diferenças

básicas entre os tipos de planejamento no que diz respeito a conteúdo, período

(duração no tempo) e amplitude do planejamento.

Planejamen Conteúdo Período de Amplitude


to Tempo
Estratégico Genérico, sintético Longo prazo Aborda a empresa
e abrangente (acima de 5 como uma
anos) totalidade.
Tático Menos genérico e Médio Prazo Aborda cada
mais detalhado (de 1 a 5 anos) unidade da
empresa
separadamente.
Operaciona Detalhado, Curto Prazo Aborda cada tarefa
l específico e (menos de 1 ano) ou operação
analítico apenas.

Quadro 1 – Resumo das diferenças entre os tipos de planejamento

Adaptado de: Idalberto Chiavenato. Introdução à teoria geral da administração,


São Paulo, Makron Books, McGraw-Hill, 1993, p. 256.

2.1.1. Planejamento Estratégico

O planejamento estratégico é responsabilidade da alta cúpula

administrativa. É neste nível de gerência que são definidos os objetivos da

organização a longo prazo e o conjunto de ações a serem realizadas para garantir

a evolução da empresa no intuito de atingir os objetivos almejados.

Segundo a definição de Oliveira (2004), o planejamento estratégico é o

“processo administrativo que proporciona sustentação metodológica para se

27
estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa, visando ao otimizado

grau de interação com o ambiente e atuando de forma inovadora e diferenciada”.

O planejamento estratégico deve preocupar-se em definir em qual ramo

de atividade está inserida a organização, ou seja, em qual mercado atuar. A

avaliação dos ambientes interno e externo e a revisão dos pontos fortes, fracos e

das oportunidades definem a complexidade do planejamento estratégico que,

sobre este ponto de vista, difere de organização para organização (MONTANA;

CHARNOV, 1999).

A literatura mostra que o planejamento estratégico está voltado para o

estabelecimento das metas, dos objetivos, das políticas e da missão da

organização. Por meta entende-se o objetivo de curto prazo; objetivo é o alvo

futuro a ser alcançado; políticas são as diretrizes amplas e gerais para ações que

se relacionam com a realização dos objetivos; e missão é a razão da existência

da empresa (OLIVERIA, 2006).

2.1.2. Planejamento Tático

O planejamento tático trabalha com decomposições dos objetivos,

estratégias e políticas estabelecidas no planejamento estratégico para promover a

utilização eficiente dos recursos disponíveis (OLIVEIRA, 2006). Este tipo de

planejamento é definido por cada departamento da organização. Isso significa que

o departamento financeiro, por exemplo, define seus objetivos táticos de maneira

diferente da utilizada pelo departamento de recursos humanos (CHIAVENATO,

1993).

A preocupação do planejamento tático é desmembrar a atividade da

empresa em componentes menores, ou seja, quais os produtos e/ou serviços

28
oferecidos ao mercado. Além disso, é neste nível que se define a mão-de-obra e a

infra-estrutura necessárias para realizar tais atividades (MONTANA; CHARNOV,

1999).

2.1.3. Planejamento Operacional

É o planejamento de curto prazo definido para cada atividade

desenvolvida na empresa, preocupando-se com o alcance de metas específicas a

ela (CHIAVENATO, 1993).

Dentro da organização, o planejamento operacional “assegura que as

combinações corretas de recursos estão disponíveis na hora certa para produzir o

bem ou o serviço para o consumidor-alvo” (MONTANA; CHARNOV, 1999).

O planejamento operacional é a formalização dos processos de

desenvolvimento de uma tarefa, ou seja, são os planos de ação da empresa

(OLIVEIRA, 2004).

3. Estratégia

A intensificação da competição entre as empresas observada a partir da

década de 80 fez com que a definição de uma estratégia bem fundamentada

passasse a ser uma necessidade em qualquer organização. O modelo de funções

individuais (como marketing, produção e finanças) no qual era sustentado o

pensamento gerencial da época já não correspondia às necessidades de gerência

e controle das organizações (MONTGOMERY; PORTER, 1998).

Estratégia é a “mobilização de todos os recursos da empresa no âmbito

global visando a atingir objetivos a longo prazo”. Ela é definida pela alta

29
administração e representa uma maneira de alcançar os objetivos da

organização, envolvendo-a em sua totalidade. A estratégia organizacional

representa as decisões que são tomadas tendo em mente o futuro da empresa

(CHIAVENATO, 1993).

Montgomery e Porter (1998) ressaltam dois níveis de estratégia:

Estratégia Competitiva, que é voltada para as unidades de negócio e está

relacionada à criação de vantagem competitiva nos ramos de negócios em que a

empresa atua; e Estratégia Corporativa, a qual diz respeito à empresa em sua

totalidade, definindo quais os negócios que a organização deve participar e o

modo como a matriz gerencia as suas unidades de negócio.

De uma maneira mais prática, McGee e Prusak (1994) afirmam que a

estratégia competitiva de uma empresa “define suas atividades comerciais, a

forma de operar essas atividades e, particularmente, a forma de diferenciar seus

produtos e serviços daqueles oferecidos pelos concorrentes”.

Weill e Ross (2003) vêm a estratégia como sendo um conjunto de

escolhas. Qual a clientela alvo? Quais as ofertas de produtos e serviços? Qual a

posição exclusiva e valiosa almejada pela empresa?

A estratégia corporativa pode assumir diferentes perspectivas, de acordo

com a forma que ela será aplicada: como Plano, visa atingir objetivos pré-

determinados através de um curso de ação; como Trama, é utilizada como forma

de confundir, de iludir ou de comunicar uma falsa mensagem aos concorrentes;

como Padrão, ao contrário do Plano, surge sem intenção e é incorporada caso

seja vantajoso; como Posição, busca o posicionamento da empresa perante um

determinado nicho de mercado; como Perspectiva, está relacionada à cultura da

30
empresa e refere-se ao modo como a organização se percebe frente ao mercado

(MINTZBERG et al., 2006).

Qualquer que seja a estratégia adotada pela organização, a questão da

diferenciação é fundamental para sua compreensão. A estratégia deve ser capaz

de mostrar aos clientes porque os produtos e ou serviços oferecidos pela

empresa são superiores em relação aos ofertados pelos seus concorrentes

(MCGEE; PRUSAK, 1994).

A definição da estratégia está associada aos caminhos que devem ser

seguidos pela organização para alcançar os objetivos e desafios estabelecidos,

bem como a ligação da empresa com seu ambiente externo (OLIVEIRA, 2004).

Oliveira (2006) define cinco etapas principais para a elaboração da estratégia

corporativa:

1. Analisar o ambiente no qual a organização está inserida e quais as

oportunidades de mercado para identificar o que ela pode fazer;

2. Avaliar o que a organização deve fazer em relação a seus recursos e

capacidades;

3. Decidir o que a organização deveria fazer em termos de valores e das

aspirações da administração;

4. Determinar quais seriam as ações da organização em termos de suas

obrigações para com os segmentos da sociedade e seus acionistas;

5. Relacionar as oportunidades, as capacidades, os valores e as

obrigações para com a sociedade, a um nível aceitável de risco, em

busca da missão da organização.

31
A estratégia constitui-se na melhor arma de que pode dispor uma

empresa para otimizar o uso de seus recursos, tornar-se altamente competitiva,

superar a concorrência, reduzir seus problemas e otimizar a exploração das

possíveis oportunidades (OLIVEIRA, 2004).

4. Metodologias de PETI

Adotar uma metodologia significa seguir etapas de um determinado

processo (WIKIPEDIA, 2006). A literatura apresenta inúmeras metodologias para

o desenvolvimento do PETI de modo a torná-lo alinhado ao PEE da organização.

De modo geral, essas metodologias descrevem processos de elaboração do PETI

e são desmembradas em fases e subfases. Para mostrar sua qualidade e

efetividade, porém, a metodologia de PETI deve ser flexível o bastante para

ajustar-se ao ambiente dinâmico de uma organização.

As metodologias são elaboradas para facilitar o trabalho dos

desenvolvedores de PETI e dos gerentes da área de TI nas atividades de

alinhamento dos recursos de TI com as estratégias da organização. Como

benefícios provenientes da adoção de uma metodologia para a elaboração do

PETI, destacam-se (REZENDE, 2002):

 Introdução de novas tecnologias que agregam valor ao produto/serviço

desenvolvido pela empresa e que propiciem vantagem competitiva

sobre os concorrentes;

 Facilidade em gerenciar a arquitetura de SI e a infra-estrutura de TI,

bem como investimentos futuros na área de tecnologia da informação;

 Priorização sistemática dos projetos de TI que estão efetivamente

alinhados aos objetivos estratégicos institucionais.

32
Este capítulo pretende fazer um apanhado geral das principais

metodologias para elaboração de PETI sob a ótica de seus autores, bem como

suas variações desenvolvidas e pesquisadas nesses últimos anos.

A metodologia de PETI proposta por Torres (1989) está embasada nas

seguintes questões: filosofia de informações; carteira de aplicações e plano de

desenvolvimento; e capacitação da área de TI. Como componentes da elaboração

do PETI a partir desta metodologia, temos, nesta ordem: plano de capacitação em

TI; filosofia da empresa quanto ao uso da TI; projeto da carteira de aplicações ou

necessidades de SI e de automação; projeto básico geral para os SI, estrutura de

dados, segurança, auditoria, documentação, norma de desenvolvimento de SI e

treinamento; projeto geral de hardware; seleção de linguagens e sistemas

operacionais e de apoio; alternativas de hardware e software; análise econômico-

financeira do projeto; e programação de ações e responsabilidades.

A metodologia de PETI define processos, procedimentos e análises, onde

são elaborados os planejamentos de atividades, de desempenho, de definição de

papéis dos participantes, de reuniões de trabalho e de revisões de ações (KING,

1978). O PETI exerce forte impacto sobre as estratégias organizacionais.

Características dos SI como velocidade, inovação, adaptabilidade, flexibilidade e

pro atividade são levadas em consideração na sua elaboração (AUDY, 2006).

Premkumar e King (1992) avaliam a relação entre o desempenho

organizacional, o papel do SI, a qualidade e a efetividade do que se está

planejando. Dentro os passos da metodologia definida por estes autores, temos: a

avaliação do ambiente externo; o atendimento dos requerimentos internos; a

identificação das novas aplicações para os sistemas; e o desenvolvimento de um

33
conjunto de ações estratégicas para garantir o alinhamento da TI ao planejamento

empresarial.

Para Fernandes e Alves (1992), a metodologia de PETI deve contemplar

a definição de oportunidades e vantagens competitivas com o uso da TI. Para

isso, as seguintes etapas devem ser definidas: entendimento dos conceitos de

forças competitivas e estratégias; definição das forças competitivas críticas para a

empresa; definição das estratégias que a empresa adota; avaliação do impacto da

TI; definição do grau de dependência da empresa em relação a TI; e definição das

oportunidades de aplicação estratégica da TI. Essas fases permitem que os

administradores e as organizações direcionem os recursos alocados à TI aos

alvos importantes do PETI e do PEE.

Amaral e Varajão (2000) propõem uma metodologia fortemente embasada

no método BSP – Business Systems Planning –, composta por 13 etapas, que

vão desde a definição de atividades preliminares até a documentação e

comunicação dos resultados. Essa metodologia tem por objetivo determinar as

necessidades de SI/TI da organização e seus impactos na estratégia competitiva

da organização, onde as preocupações de competitividade, eficácia e eficiência

devem coexistir tanto na formulação de estratégias e objetivos quanto na solução

dos problemas correntes.

Na concepção de Audy e Martins (1997) a metodologia para elaboração

do PETI deve partir de cima para baixo e se estender por toda a empresa, numa

abordagem top-down, sendo constituída dos seguintes passos: objetivos

organizacionais; diagnóstico organizacional; validação dos processos de trabalho;

análise das estratégias de processamento; sistemas aplicativos propostos;

34
dimensionamento da estrutura de hardware, software e pessoas; plano financeiro;

opções de financiamento; cronograma físico; e cronograma financeiro.

A metodologia defendida por Lutchen (2003) é voltada para os objetivos

estratégicos constantes do PEE. Para cada objetivo estratégico deve haver uma

iniciativa de TI correspondente, definida e priorizada no portifólio de projetos de

TI. Esta metodologia está dividida em 6 fases: entender as estratégias do

negócio; identificar a visão de TI; definir os objetivos estratégicos e as iniciativas

de TI; analisar o portifólio de iniciativas de TI; preparar o PETI; e atualizar a visão

e o plano de TI. Esta última é realizada durante todo o processo, em paralelo às

demais atividades.

Para Rezende e Abreu (2000) o PETI deve ser dividido em fases que

podem ser desenvolvidas de maneira simultânea por uma equipe com diversas

competências, visando facilitar a administração de tempos, recursos, qualidade,

produtividade e efetividade. As etapas desta metodologia são flexíveis, podendo

ser adequadas para cada empresa e cada projeto. São elas: organizar o projeto;

capacitar a equipe; identificar objetivos e informações; avaliar e planejar SI;

avaliar e planejar TI; avaliar e planejar infra-estrutura; avaliar e planejar pessoas;

organizar a unidade de TI; estabelecer prioridades; avaliar impactos; elaborar

plano econômico-financeiro; elaborar planos de ação; gerenciar, documentar e

aprovar.

De acordo com o que foi apresentado, os processos para a elaboração do

PETI devem ser dinâmicos, interativos, flexíveis e adaptáveis. A decisão sobre

qual metodologia a ser adotada deve ser criteriosa e coerente com os princípios

da organização. Além disso, essa atividade deve permitir que todos os envolvidos

tenham condições de avaliar os subprodutos gerados em cada fase, de modo que

35
os resultados obtidos sejam de qualidade inquestionável e possam contribuir com

o alinhamento do PETI ao PEE.

5. Governança Corporativa

O movimento em torno da Governança Corporativa surgiu nos Estados

Unidos, em meados dos anos 80, em resposta aos diversos casos de abuso de

poder e expropriação de riqueza por parte dos executivos de importantes

organizações. As políticas corporativas definidas pelos administradores limitavam

o poder dos acionistas e iam contra os interesses dos investidores externos.

Como resposta a esta situação, mudanças nas práticas de Governança

Corporativa da maioria das empresas americanas foram efetuadas (SILVEIRA,

2002).

A Governança Corporativa tomou impulso após a sucessão de

escândalos corporativos de grandes organizações como Enron Corporation

(www.enron.com), Worldcom (www.mci.com) e Tyco (www.tyco.com) em meados

de 2002. Diante do cenário de desconfiança do setor corporativo, a exatidão nas

contas das empresas e a rapidez na divulgação de resultados passaram a ser

cobrados mais ativamente dos CEOs (WEILL; ROSS, 2005). Esta situação afetou

as empresas como um todo, exigindo que a cúpula administrativa adotasse

modelos de gestão mais eficientes e que aumentassem a eficácia da Governança

Corporativa (BORGES, 2005).

Organizações com elevados padrões de governança são vistas sobre

outra ótica por investidores profissionais, que se dispõem a pagar mais para fazer

aplicações nelas (WEILL; ROSS, 2005). Uma boa Governança Corporativa deve

se basear numa análise criteriosa da adequação dos processos, da cultura e da

36
disciplina organizacional, recursos humanos e tecnologia, e na aplicação de

controles rigorosos, preventivos e detectivos no gerenciamento dos riscos

(BORGES, 2005).

Cabe aqui a apresentação de algumas definições a respeito de

Governança Corporativa:

Governança Corporativa trata das estruturas e processos para a gestão


e controle das empresas. A boa Governança Corporativa contribui para
o desenvolvimento econômico sustentável, melhorando o desempenho
das empresas e proporcionando maior acesso a fontes externas de
capital ― International Finance Corporation (IFC)

Governança Corporativa é o conjunto de práticas que tem por finalidade


otimizar o desempenho de uma companhia ao proteger todas as partes
interessadas, tais como investidores, empregados e credores,
facilitando o acesso ao capital ― Comissão de Valores Mobiliários
(CVM)

...o sistema através do qual as sociedades são dirigidas e monitoradas,


envolvendo os relacionamentos entre Acionistas/Cotistas, Conselho de
Administração, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal. As
boas práticas de Governança Corporativa têm a finalidade de aumentar
o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a
sua perenidade ― Instituto Brasileiro de Governança Corporativa
(IBGC)

...criação de uma estrutura que determine os objetivos organizacionais e


monitore o desempenho para assegurar a concretização desses
objetivos ― Organization for Economic Co-operation and Development
(OECD)

...conjunto de mecanismos internos e externos que visam harmonizar a


relação entre gestores e acionistas, dada a separação entre controle e
propriedade. Como mecanismos internos, pode-se destacar a atuação
do Conselho de Administração, a remuneração dos gestores e a posse
de ações por parte dos executivos. Como mecanismos externos temos
a obrigatoriedade da divulgação de informações periódicas sobre a
companhia, a presença de um mercado de aquisição hostil e a
existência de um mercado de trabalho competitivo ― Alexandre Di
Maceli da Silveira (outubro de 2002)

...conjunto de práticas e relacionamentos entre as diversas partes que


compõem uma organização ― Cassio Dreyfuss (novembro de 2003)

Segundo a IFC – International Finance Corporation – (2006), a boa

governança traz uma série de benefícios:

 Maior acesso a financiamentos externos: nacionais e internacionais,

públicos e privados;

37
 Facilidade para efetuar o registro de ações em bolsas internacionais;

 Melhor classificação no mercado financeiro;

 Reconhecimento das responsabilidades sociais e ambientais,

melhorando o crescimento sustentável a longo prazo;

 Redução dos custos operacionais;

 Estimula a alta cúpula administrativa a perseguir objetivos que sejam

do interesse da empresa e de seus acionistas;

 Processo de tomada de decisão mais ágil e eficiente.

Weill e Ross (2005) propõem um framework para associar a Governança

Corporativa à Governança de TI. A parte superior do diagrama apresentado na

figura 3 mostra os relacionamentos do conselho, o qual é integrado pela equipe

executiva sênior, responsável por articular as estratégias e os comportamentos

desejáveis. Comportamentos desejáveis incorporam as crenças e a cultura da

organização, definidas e praticadas não somente através da estratégia, mas

também através de declarações de valor corporativo, missões institucionais,

princípios de negócios, rituais e estruturas.

38
Figura 3 – Governança Corporativa e dos principais ativos da organização

Fonte: Peter Weill, Jeanne W. Ross, Governança de TI – Tecnologia da


Informação, São Paulo, M. Books, 2005, p. 6.

A parte inferior da figura apresenta e correlaciona os 6 principais ativos

através dos quais as empresas concretizam suas estratégias e geram valor de

negócio. Estes ativos são governados por meio de mecanismos organizacionais

criados pelas equipes executivas seniores. O nível de maturidade com que a

Governança Corporativa é praticada nesses ativos varia conforme a empresa. As

empresas que utilizam mecanismos comuns para vários ativos têm um

desempenho melhor, pois obtém maior integração entre os ativos e agrega mais

valor ao negócio.

A OECD – Organization for Economic Co-operation and Development –

(2006) enfatizava que não existe um modelo único de boa Governança

Corporativa a ser aplicado nas organizações. Entretanto, uma equipe de alta

gerência é fundamental para implementar princípios de governança que

39
assegurem a eficiência dos processos organizacionais. A Governança Corporativa

contempla os relacionamentos, as regras e os padrões de comportamento entre

as pessoas, que interagem entre si para formar a estratégia corporativa.

5.1. Lei Sarbanes Oxley – Sessão 404

A geração de informação confiável, não apenas para a tomada de

decisão, mas principalmente para a prestação de contas com investidores,

analistas e órgãos reguladores, se tornou fundamental para empresas que

aderiram ao mercado financeiro. A SOX – Sarbanes-Oxley Act2 –, legislação

norte-americana aprovada em 2002, prevê que presidentes e diretores financeiros

das corporações listadas no índice Dow Jones façam periodicamente uma

declaração pública de que as informações apresentadas pela empresa estão

corretas e que não houve qualquer vazamento destas antes do prazo

(CARVALHO, 2005).

A SOX foi uma resposta do governo americano aos escândalos ocorridos

em 2002 em empresas como a Enron (setor energético) e Worldcon (setor de

telecomunicações). Ficou evidente que o controle de gestão era ineficiente e a

atuação de auditores externos ineficaz. Essa situação tornava a divulgação

pública da real situação financeira das empresas pouco transparente.

A SOX foi criada para aperfeiçoar os controles financeiros das empresas

que possuem capital aberto na bolsa de Nova Iorque, incluindo cerca de 70

empresas brasileiras. Isso reforça a proteção dos investidores. A SOX prevê um

controle mais rigoroso das prestações de contas dos auditores externos e de sua

2
Sarbanes-Oxly Act: formalmente intitulada “Public Company Accounting Reform and Investor Protection
Act of 2002”, foi promulgada com força de lei, pelo Presidente dos EUA em 30 de Julho de 2002. A lei retira a
designação porque é conhecida do nome dos congressistas seus promotores: Paul Sarbanes (Senado) e
Michael Oxley (Câmara dos Representantes).

40
independência, melhor controle da integridade das demonstrações financeiras e

maior severidade na punição de ações fraudulentas. A lei prevê, ainda, multas que

variam 1 a 5 milhões de dólares e penas de reclusão entre 10 e 20 anos para

presidentes e diretores das empresas.

As obrigações presentes na SOX serviram como um grande catalisador

do processo de governança. Antes, a característica era a gestão interna, ou seja,

como as organizações executavam as atividades nos seus ritmos. Já a nova

realidade impõe prazos e obrigações. A partir da existência da lei não basta

simplesmente fazer, é preciso comprovar (FERREIRA, 2005).

Segundo Mendes (2006), “a Sarbanes-Oxley representou a maior reforma

sobre a regulamentação das empresas depois do New Deal, que foi o nome dado

a um conjunto de medidas elaboradas nos anos 30 para tentar sanar a situação

financeira dos Estados Unidos após a quebra da bolsa de valores de Nova

Iorque”.

Já para D’Aquino (apud Ferreira, 2005) a SOX não trabalha em um nível

avançado de governança, até porque segundo ele, é possível cumprir as

exigências da lei utilizando uma ferramenta simples como o Microsoft Excel.

“Governança de TI é dar ordem ao caos. O SOX é apenas a ponta do iceberg”.

A lei Sarbanes-Oxley, por exigir transparência e confiabilidade das

informações, acaba fornecendo um grande valor agregado às corporações. Com

a necessidade de adequação à lei pelas empresas, o CIO deve fornecer

informações seguras, íntegras, de alta confiabilidade e em tempo hábil,

principalmente no que se refere aos demonstrativos financeiros (CARVALHO,

2005).

41
Devido a sua relevância material e repercussão entre os administradores,

auditores e investidores, a seção 404 da lei tem se revelado a mais séria e

objetiva da SOX. Esta determina a publicação de um relatório anual sobre o

controle interno, onde se inclui uma avaliação documentada da eficácia do

sistema de controle, com a indicação das ineficiências encontradas. Relatório este

que deve ter sua veracidade certificada pelo Presidente da Comissão Executiva e

pela área financeira da organização (SILVA; VITORINO; ALVES; CUNHA;

MONTEIRO, 2006).

A disposição 404 conduziu as empresas a investirem na montagem de

mecanismos de verificação de suas estruturas de controle interno, o que implica

em pesados investimentos em tecnologia da informação. Isto porque as penas

previstas na SOX, em caso de emissões de certificações incorretas, são

extremamente severas.

Recentes estudos avaliam um aumento nos custos de gestão das

empresas, resultantes da adequação à seção 404 da SOX. Mas este aumento no

custo também tem se mostrado, principalmente no mercado americano, um

diferencial para as empresas divulgarem aos investidores a qualidade de seu

controle interno. Mesmo que até agora ainda não esteja muito evidente o real

valor atribuído pelo mercado a este fator. O certo é que muitas organizações já

reconheceram ou irão reconhecer publicamente as graves deficiências de seu

controle externo.

Apesar da existência de seções da SOX fazendo referência a

necessidade de se comprovar a veracidade dos relatórios financeiros emitidos

pela TI, não existe nenhuma menção sobre os processos de TI que devem ser

implementados para adequação à SOX. Por este motivo, a utilização de modelos

42
de governança de TI como ITIL e COBIT são utilizados como ferramentas para

que as organizações possam cumprir os requisitos de governança da lei.

6. Governança de TI

A informação e a tecnologia que suportam o negócio representam o seu

mais valioso recurso em muitas organizações (BORGES, 2005). Na maioria das

empresas, a área de TI é responsável por manipular dados operacionais, fornecer

informações de cunho estratégico aos executivos da organização e, num nível

mais elevado, promover a gestão do conhecimento. Manter a infra-estrutura de TI

é caro, cerca de 4,2% da receita anual (FAGUNDES, 2006; WEILL; ROSS, 2005).

Por outro lado, a falta de investimentos em TI pode resultar em riscos associados

ao negócio (BORGES, 2005).

A gestão dos riscos associados à TI bem como a dificuldade em

demonstrar o valor da tecnologia da informação para as organizações em um

ambiente de negócios competitivo, globalizado e regulamentado são as duas

grandes questões associadas ao tema Governança de TI (IQPC, 2006). É difícil

mensurar os benefícios reais obtidos a partir dos investimentos feitos em projetos

de TI (FAGUNDES, 2006).

Num ambiente de negócios altamente competitivo e dinâmico, a

habilidade gerencial dos gestores de TI é bastante exigida. A TI deve suportar as

tomadas de decisão de forma rápida, constante e com custos cada vez mais

baixos. Para diminuir os riscos associados ao negócio e melhorar a tomada de

decisão é necessário um processo estruturado para gerenciar e controlar as

iniciativas de TI nas empresas. Esta consciência despertada pelos gestores de TI,

que visa garantir o retorno de investimentos, adição de melhorias nos processos

43
empresariais e transparência nos procedimentos de TI, é conhecida como

Governança de TI (FAGUNDES, 2006).

A Governança de TI compreende uma estrutura de relacionamentos e

processos que dirige e controla a área de TI de uma organização a fim de agregar

valor ao negócio através do gerenciamento balanceado do risco com o retorno do

investimento de TI (FAGUNDES, 2006) (BORGES, 2005). Ela implementa um

conjunto de mecanismos para a definição de estratégias, objetivos e metas de TI

que estimulam comportamentos consistentes com a missão, a estratégia, os

valores, as normas e a cultura da organização. Como exemplos de tais

mecanismos, destacam-se: comitês, auditorias, reuniões de análise crítica,

processos orçamentários e de aprovações (WORLD PASS IT SOLUTIONS,

2006).

A Governança de TI não consiste na tomada de decisões específicas

sobre a tecnologia da informação. Ela é uma atividade de gestão que define de

maneira sistemática os direitos decisórios e as responsabilidades de indivíduos ou

grupos de indivíduos, além de contribuir para a criação de comportamentos

desejáveis dentro do ambiente corporativo. Neste contexto, a Governança de TI

propõe uma padronização do processo decisório e serve como forma de auditoria,

na tentativa de manter os processos alinhados com os objetivos estratégicos da

corporação (WEILL; ROSS, 2005).

A Governança de TI é uma parte integrante da Governança Corporativa e

consiste nos processos e estruturas organizacionais os quais asseguram que a TI

da organização sustenta e entende as estratégias e objetivos da organização

(ITGI, 2006). O uso desta "ferramenta" auxilia no alinhamento da estratégia, na

44
medição de performance, no gerenciamento de riscos, na entrega de valor e no

gerenciamento de recursos de TI da empresa (IQPC, 2006).

Segundo Rossi (2004), a governança de TI está associada aos níveis

mais altos da organização, sendo a “responsável pelas decisões relacionadas às

tarefas que devem ser executadas buscando trazer os melhores resultados à

organização a partir da sinergia da aplicação e uso da TI”.

A adoção de um mecanismo de Governança de TI é motivada pela falta

de prestação de contas, também chamado de accountability, na área de TI. A alta

administração não precisa conhecer a fundo os detalhes técnicos envolvidos nas

atividades da informática. Entretanto, é necessário que ela desenvolva

mecanismos para conseguir controlar e avaliar o que está acontecendo, bem

como definir meios para demonstrar que os investimentos em TI estão agregando

valor à empresa (GRAEML, 2000).

A falta de capacidade da alta administração em controlar eficientemente

os fornecedores e parceiros de TI faz crescer a necessidade de Governança de TI

nas empresas. Através de SLAs – Service Level Agreements – as empresas

definem contratos que garantem uma maneira padronizada de gestão dos

serviços na área de TI desenvolvidos por terceiros (ROSSI, 2004).

A dependência crescente das empresas em relação à informação e à TI

evidencia cada vez mais a importância da Governança de TI. Entretanto, a

maioria das pessoas ligadas à administração e que ocupam cargos de liderança

são incapazes de descrever com precisão a área de TI de sua empresa, ou

sequer tem familiaridade com ela. Se as organizações destinassem maiores

esforços na aplicação de um mecanismo de Governança de TI haveria um melhor

gerenciamento das atividades relacionadas a TI e conseqüente melhor

45
compreensão de seu papel por todos os envolvidos (WEILL; ROSS, 2005; ROSSI,

2004).

Esta situação representa uma das grandes barreiras para a implantação e

constante aprimoramento da Governança de TI. Para melhorar o desempenho da

governança corporativa, a estratégia e a organização da empresa devem estar

em harmonia com os arranjos de Governança de TI e as metas de desempenho

do negócio (WEILL; ROSS, 2005).

6.1. Modelos e Frameworks de Governança de TI

O desafio de dirigir a função das tecnologias da informação de uma

organização, embora há muito tempo tenha sido administrada unicamente pelos

departamentos de informática das organizações, tornou-se recentemente uma

preocupação da gestão do negócio. O alinhamento estratégico da TI com os

negócios está sendo realçado, crescendo também a necessidade de adoção de

um modelo de Governança de TI para administrar e controlar os investimentos

nesta área e contabilizar o retorno destes investimentos.

Para tanto, dependendo do porte o do perfil do negócio da empresa,

existem disponíveis no mercado uma série de frameworks que norteiam a

administração dos ativos de tecnologia de informação. Entidades idôneas podem

auditar e certificar quanto à eficiência da aplicação de alguns destes modelos.

Como exemplos de modelos largamente utilizados podemos citar o

COBIT para a gestão de TI através da governança tecnológica e o ITIL que

padroniza uma série de processos operacionais e de gestão. Os objetivos destes

frameworks é criar uma sistemática padronizada, suportada por processos

automatizados que esteja ao alcance e entendimento de todos numa organização,

46
que possa ser replicada e, sobretudo, permita evolução (SORTICA; CLEMENTI;

CARVALHO, 2004).

6.1.1. COBIT

Não existem dúvidas sobre o benefício da tecnologia aplicada aos

negócios. Entretanto, para serem bem sucedidas, as organizações devem

compreender e controlar os riscos associados no uso das novas tecnologias. O

COBIT é uma ferramenta eficiente para auxiliar o gerenciamento e controle das

iniciativas de TI nas empresas (FAGUNDES, 2006).

Desenvolvido pelo ITGI – IT Governance and Institute –, o COBIT é

considerado o modelo base para a Governança de TI, projetado para ser uma

ferramenta de gestão da área de tecnologia da informação que ajuda a

compreender e gerenciar os riscos e benefícios associados com a informação e

relacionados à TI (ITGI, 2000).

Originalmente uma ferramenta de auditoria, o COBIT é usado para avaliar

o alinhamento estratégico da tecnologia com as áreas de negócio, aprimorando

os processos desde a alta direção da empresa até o departamento de TI. Mede-

se o desempenho por meio de 318 parâmetros atrelados a 34 processos de

controle, que mapeiam praticamente todas as atividades relacionadas a TI.

Depois de entrevistas com o CIO e diretores das áreas de negócios e todos os

integrantes do time de tecnologia, o COBIT fornece um relatório sobre o impacto

de cada atividade nos negócios da empresa (INFO CORPORATE, 2007).

O framework COBIT tem como missão: pesquisar, desenvolver, publicar e

promover um conjunto atualizado, autorizado e com foco internacional, de

objetivos de controle geralmente aceitos e aplicáveis à tecnologia da informação

47
para serem usados por gestores de TI, CIO, usuários e auditores de sistemas

(ITGI, 2000).

O COBIT pode ser considerado como um caminho para a governança de

TI, devendo ser adaptado à real situação da organização onde será implantado.

Em sua essência, sua implantação consiste na determinação de controle de

objetivos que determinam o que deve ser executado e supervisionado

(CAMPBELL, 2006).

O COBIT, que em dezembro de 2005 lançou a sua quarta versão, auxilia

a associação entre os riscos de negócio, as necessidades de controle e os

aspectos tecnológicos. Propicia boas práticas de governança através de uma

matriz de domínios e processos estruturados de forma lógica e gerenciável. Tais

“boas práticas” representam o consenso de especialistas, tendo sido pesquisadas

e consolidadas pela ISACF – Information Systems Audit and Control Foundation

–, com o intuito principal de constituir-se em uma fonte educacional para

profissionais de controle. Esta estrutura de governança de TI é aceita e usada por

grandes empresas em todo o mundo. Ela ajuda os conselhos diretores,

executivos e gerentes a aumentar o valor de TI e reduzir os riscos

correspondentes.

O ITGI e o ISACA – Information Systems Audit and Control Association –

são institutos internacionalmente conhecidos e respeitados. Ambos são entidades

idôneas e sem fins lucrativos, portanto pode-se facilmente encontrar grande parte

da documentação do COBIT disponível nos websites destas duas organizações

(http://www.itgi.org e http://www.isaca.org/cobit). O ITGI, atual responsável pelo

COBIT publica constantemente atualizações, documentos e novas versões do

framework. Para dar mais credibilidade e evitar erros, o ITGI faz com que a

48
documentação do COBIT seja desenvolvida e revisada por um grande número de

pessoas em diferentes partes do mundo.

O COBIT foi projetado para ser utilizado por um público alvo distinto,

administradores, usuários e auditores (ITGI, 2000).

Para o primeiro grupo, administradores, o framework auxilia na

ponderação entre o risco e o investimento em TI. A inexistência desta ponderação

é um dos grandes responsáveis pelo grande número de fracassos em projetos de

TI, pois para muitos administradores a governança de TI ainda é totalmente

desconhecida.

O público que representa os usuários utiliza o COBIT para garantir a

segurança das informações e o controle dos serviços de TI fornecidos

internamente na organização ou por empresas terceiras.

Já para o terceiro grupo, a metodologia COBIT auxilia no subsídio de

opiniões e/ou promover aconselhamento aos administradores e aos conselhos

sobre controles internos (ITGI, 2000).

O COBIT é composto por uma série de documentos. Os produtos do

COBIT, como mostrado na figura 4, são organizados em três níveis e projetados

para suportar o público alvo do COBIT: administradores ou gerentes executivos,

usuários e auditores.

49
Figura 4 – Níveis de organização do COBIT

Fonte: IT Governance Institute. Information Systems Audit and Control Foundation


CobiT in Academia, 2005.

No primeiro nível da pirâmide, para suportar os gerentes executivos,

existe o Board Briefing on IT Governance. Este documento foi desenvolvido para

ajudar os executivos a entender a importância da governança de TI nas

organizações, como ela funciona e quais são as suas responsabilidades.

O Management Guideline, segundo nível da pirâmide, suporta o negócio e

auxilia na gerência da tecnologia da informação. Este produto provê ferramentas

para auxiliar a designação de responsabilidades, medição do desempenho e

verificação da real capacidade da TI da organização. Auxilia os gestores de TI a

dimensionar o nível de controle ideal para a TI e o quão distante a organização

está deste ideal, além de indicar se o custo necessário para este controle é

50
justificável ou não. Oferece aos gestores indicadores para a medição da

performance da TI e como medir e comparar os resultados obtidos.

Na base da pirâmide, com o objetivo de auxiliar a governança e a

auditoria das atividades de controle e segurança, o COBIT provê uma série de

ferramentas (ITGI, 2005):

 Framework: Explica como o COBIT organiza os objetivos da

governança de TI, além das melhores práticas para que processos de

TI suportem os processos do negócio;

 Control Objectives: Demonstra melhores práticas para o

gerenciamento dos objetivos de todas as atividades de TI;

 Control Pratices: Um guia para mapear quais processos necessitam de

controle e como programar este controle;

 IT Assurance: Guia para suportar auditoria em todos os processos de

TI do COBIT;

 IT Control Objectives for Sarbanes-Oxley: Demonstra como assegurar

a conformidade do ambiente de TI da organização de modo a estar

sempre baseado nos objetivos de controle do COBIT;

 IT Governace Implementation Guide: Provê um mapa genérico para a

implementação das práticas de governança de TI, utilizando os

recursos do COBIT;

 COBIT Quickstart: Provê a base para utilização do COBIT em

pequenas organizações e possibilita o primeiro passo para

implementação em grandes corporações;

 COBIT Security Baseline: Focado na organização dos passos iniciais

para a implantação de técnicas para segurança da informação.

51
Todos os produtos do COBIT inter-relacionados disponibilizam aos

usuários um framework que auxilia a governança, gerenciamento, controle e

auditoria de TI, conforme observado na figura 5.

Figura 5 – Inter-relacionamento entre os componentes do COBIT

Fonte: IT Governance Institute. Information Systems Audit and Control Foundation


CobiT in Academia, 2005.

6.1.1.1. Estrutura do COBIT

Como mostra a figura 6, o COBIT divide-se em três níveis distintos de

organização.

52
Figura 6 – Níveis de organização do COBIT

Adaptado de: IT Governance Institute. Information Systems Audit and Control


Foundation CobiT in Academia, 2005.

Para facilitar o entendimento e utilização do framework, o COBIT é

dividido em trinta e quatro processos que, em um nível mais elevado, estão

agrupados em quatro diferentes domínios totalmente ligados aos processos de

negócio da organização (ITGI, 2005), conforme ilustra a figura 7.

53
Figura 7 – Os quatro domínios do COBIT

Adaptado de: IT Governance Institute. Information Systems Audit and Control


Foundation, CobiT in Academia, 2005.

1. Planejamento e Organização (PO): Este domínio abrange

estratégias e táticas, dando enfoque na identificação dos caminhos

que a TI pode melhor contribuir para a obtenção dos objetivos de

negócio.

2. Aquisição e Implementação (AI): Visa realizar a estratégia de TI,

através da identificação de soluções necessárias, utilizando o

desenvolvimento ou aquisição e tê-las implementadas e integradas

aos processos de negócio.

54
3. Fornecimento e Suporte (DS): Enfatiza os produtos reais dos

serviços requeridos, desde operações tradicionais de segurança a

aspectos de continuidade.

4. Monitoração (M): Este é o domínio que controla os processos de TI

que devem ser avaliados regularmente nos aspectos de sua qualidade

e conformidade às necessidades de controle.

No próximo nível da metodologia estão os 34 Processos. Estes são

formados por conjuntos de atividades e/ou tarefas e possuem características

próprias associadas ao controle (ITGI, 2005). Os processos são divididos da

seguinte forma:

Processos do primeiro domínio - Planejamento e Organização (PO):

1. Definir um plano estratégico de TI (PO1);

2. Definir a arquitetura da informação (PO2);

3. Determinar a direção tecnológica (PO3);

4. Definir a organização de TI e seus relacionamentos (PO4);

5. Gerenciar os investimentos de TI (PO5);

6. Comunicar os objetivos e direções da administração (PO6);

7. Gerenciar os recursos humanos (PO7);

8. Gerenciar a qualidade (PO8);

9. Avaliar e gerenciar os riscos de TI (PO9);

10. Gerenciar os projetos (PO10);

55
Processos do segundo domínio - Aquisição e Implementação (AI):

1. Identificar as soluções de automação (AI1);

2. Adquirir e manter os softwares e aplicativos (AI2);

3. Adquirir e manter a infra-estrutura tecnológica (AI3);

4. Habilitar a operação e uso (AI4);

5. Obter recursos de TI (AI5);

6. Gerencia as mudanças (AI6);

7. Instalar e validar soluções (AI7)

Processos do terceiro domínio - Fornecimento e Suporte (DS):

1. Definir e manter os acordos de níveis de serviços (DS1);

2. Gerenciar os serviços de terceiros (DS2);

3. Gerenciar a performance e a capacidade do ambiente (DS3);

4. Assegurar a continuidade dos serviços (DS4);

5. Assegurar a segurança dos serviços (DS5);

6. Identificar e alocar custos (DS6);

7. Treinar os usuários (DS7);

8. Assistir usuários através do sistema de Help Desk (DS8);

9. Gerenciar a configuração (DS9);

10. Gerenciar os problemas e incidentes (DS10);

11. Gerenciar os dados (DS11);

12. Gerencia a infra-estrutura e o ambiente físico (DS11);

13. Gerenciar as operações (DS12).

56
Processos do Quarto domínio – Monitoração (M):

1. Monitorar e avaliar a performance da TI (M1);

2. Analisar a adequação dos controles internos (M2);

3. Promover auditorias independentes para promover conformidade com

as regulamentações (M3);

4. Prover a Governança de TI (M4).

No nível mais inferior da hierarquia do framework estão as atividades e as

tarefas. As atividades possuem um ciclo de vida, enquanto as tarefas são como

pontos no tempo. As atividades e controles somam 318 objetivos de controles

detalhados (BARBOSA; SPECCHIO; PUGLIESI, 1999). Os objetivos de controle

são instruções para que os resultados esperados e planejados sejam alcançados

através do controle dos processos.

Essa abordagem é derivada do modelo de maturidade para

desenvolvimento de software, SW-CMM – Capability Maturity Model for Software

–, proposto pelo SEI – Software Engineering Institute.

A estrutura do COBIT cobre todos os aspectos da tecnologia da

informação, além do detalhamento dos processos. Cada um dos 34 processos de

alto nível está associado às Diretrizes de Auditoria (Audit Guideline) para facilitar

a revisão dos processos de TI e dos 318 objetivos de controle detalhados e

recomendados pelo COBIT (ITGI, 2000).

Cada um destes diferentes níveis do framework são avaliados segundo

critérios de informação para avaliação dos diversos processos ligados à TI, de

acordo com os recursos que estes processos utilizam e se relacionam.

57
O framework COBIT identifica 7 critérios utilizados para avaliação da

informação, são eles: eficácia, eficiência, confidencialidade, integridade,

disponibilidade, conformidade e confiabilidade das informações. O detalhamento

destes segue abaixo:

 Eficácia: A informação deve ser relevante e pertinente aos objetivos do

negócio, sendo disponibilizada às pessoas adequadas no tempo e

conteúdo corretos;

 Eficiência: A informação deve ser disponibilizada utilizando-se os

diversos recursos da forma mais eficiente e econômica possível;

 Confidencialidade: Assegura que as informações não serão utilizadas

por pessoas não autorizadas;

 Integridade: A informação deve ser completa, atual e precisa,

atendendo às necessidades do negócio;

 Disponibilidade: A informação, assim como todos os recursos

necessários para sua geração e utilização, deve estar disponível

sempre que necessário;

 Conformidade: A informação deve estar em conformidade com leis,

regulamentos e arranjos contratuais os quais os processos de

negócios estão sujeitos;

 Confiabilidade das Informações: Fornecimento das informações

adequadas aos administradores para que estes possam cumprir

adequadamente suas responsabilidades gerenciais, financeiras e de

conformidade.

58
Além dos critérios, o COBIT também identifica quais são os principais

recursos de TI utilizados para que este suporte os objetivos do negócio. São eles:

dados, sistemas aplicativos, tecnologia, instalações e pessoas, conforme

observado abaixo:

 Dados: São objetos no sentido amplo, estruturados ou não, tais como

textos, gráficos, sons, etc.;

 Sistemas Aplicativos: Sistemas manuais e procedimentos

automatizados;

 Tecnologia: Hardware, sistemas operacionais, sistemas para

gerenciamento de bases de dados, redes, multimídia, etc.;

 Instalações: São os recursos utilizados para abrigar e dar suporte aos

sistemas de informação;

 Pessoas: São as habilidades e os conhecimentos para planejamento,

organização, aquisição, entrega, suporte e monitoramento de sistemas

de informação e seus serviços.

59
A figura 8 ilustra a relação dos processos de TI do COBIT com os critérios

para avaliação da informação e os principais recursos e TI.

Figura 8 – Visão tridimensional do COBIT

Adaptado de: IT Governance Institute, ISACF – Information Systems Audit and


Control Foundation, CobiT in Academia, 2005.

6.1.2. ITIL

O ITIL – Information Technology Infrastructure Library – ou biblioteca para

infra-estrutura de TI, consiste num framework que foi inicialmente desenvolvido

como um guia para a secretaria de comércio do governo britânico. Pouco tempo

depois, mostrou-se útil às organizações de diversos setores, sendo adotado como

base para a gestão de serviços, bem como consultoria, educação e suporte às

ferramentas de software. É baseado na otimização de processos e nas suas

relações de dependências.

A infra-estrutura de TI é o foco de atuação do ITIL. De maneira resumida,

consiste numa metodologia que estabelece 6 domínios de atuação:

gerenciamento de infra-estrutura (hardware), de aplicações (software), de

serviços, de entrega, de suporte e alinhamento com os negócios. Buscando

60
sempre a implementação das melhores práticas em um ambiente de qualidade,

envolvendo tecnologia, processos e pessoas.

O ITIL constitui-se de uma descrição coerente e integrada das melhores

práticas de Gerenciamento de Serviços de TI (IT PARTNERS, 2004). Já para

Lorenzato (apud FERREIRA, 2005), o ITIL é simplesmente uma cartilha do bom

senso na administração da TI. Para ele não é necessário implementar tudo que o

ITIL prega e sim apenas o essencial para empresa e seus negócios.

O framework ITIL mostra quais são os passos que devem ser seguidos

para organizar a Gestão de Serviços da organização. Os documentos

demonstram os objetivos, atividades gerais, introduções e resultados dos vários

processos que podem ser incorporados dentro de uma organização para o bom

gerenciamento da TI. O ITIL não dita processos de negócio de uma organização.

Ao invés disso, baseia-se nas melhores práticas que podem ser utilizadas de

diferentes modos, de acordo com as necessidades de cada empresa. Sendo

assim, o ITIL pode ser utilizado em organizações que já possuem métodos e

processos bem definidos para a gestão de serviços.

A área de TI, com a utilização do ITIL, passa a conhecer o impacto que

pode provocar nos negócios da organização. A disponibilidade dos recursos

passa a ser transparente e percebida pelos clientes. O ITIL se transforma no

definidor dos processos e os mapeia de acordo com referências (FERREIRA,

2005).

Através das boas práticas descritas na biblioteca de documentos do ITIL,

as falhas de comunicação e cooperação entre as várias funções da TI podem ser

eliminadas, ou pelo menos minimizadas.

61
Os principais objetivos do ITIL são: facilitar a gerência de qualidade dos

serviços de TI nas organizações; melhorar a eficiência da TI; reduzir os riscos dos

investimentos em TI; prover boas práticas para suportar a qualidade total; prover

um guia tático e estratégico para gerencia operacional da infra-estrutura de TI;

sugerir estratégias de implementação; atuar na área de treinamento, educação e

ajuda; e compatibilidade com ISO9001.

O princípio do ITIL é controlar tudo sobre cada processo existente na

organização para gerenciar a infra-estrutura de TI promovendo a otimização de

serviços para os clientes, equilibrando os custos e o retorno dos investimentos em

TI.

O ITIL funciona de maneira horizontal, ou seja, no departamento de TI da

empresa. Em alguns casos pode atingir áreas de negócios pelos processos

combinados entre os departamentos, obtendo integração e sinergia (INFO

CORPORATE, 2007). A base do ITIL se traduz em gerir os recursos de forma bem

definida e organizada, com uma normatização geral, com linguagem definida e

tecnologia a ser empregada.

A utilização do ITIL para execução da gestão dos serviços de TI não

obriga a adoção de uma nova maneira de gerir o negócio da empresa. A utilização

do framework apenas fornece uma plataforma onde encaixar as atividades,

métodos e processos existentes em um contexto estruturado.

Durante o processo de adoção do ITIL, o primeiro passo a ser dado pela

organização é entender onde a empresa está e aonde ela quer ir. Com relação a

este ponto, o ITIL não é rígido, apenas oferece sugestões. A documentação torna-

se importante porque mesmo em grandes empresas os processos podem estar

apenas sobre conhecimento dos administradores. O próximo passo, após a

62
documentação, é a comparação destes com o ITIL, para então montar um

catálogo de aderência aos processos.

O tempo destes dois passos iniciais, chamado de etapa de análise, pode

variar entre 1 e 2 meses. Incidentes e problemas na sinergia dos processos são

normalmente o foco inicial do ITIL. A gerência dos problemas avalia quando aquilo

começou e quando ocorreu. Já a área de configuração e mudança avalia a causa

dos problemas. Em um tempo médio de 2 a 4 meses os primeiros resultados da

governança devem ser notados (FERREIRA, 2005).

6.1.2.1 Estrutura do ITIL

O ITIL propõe um modelo de processos para toda a plataforma de

serviços da organização, respeitando a abordagem individual dos processos, o

qual utiliza o ciclo “planejar-executar-verificar-agir”, PDCA 3 de qualquer sistema de

gestão de qualidade.

Atualmente o ITIL está descrito em vários livros, constantemente sob

avaliação e aperfeiçoamento. Os livros Service Support e Service Delivery

constituem os pilares do gerenciamento de TI da biblioteca. Ou seja, o modelo de

processos do ITIL pode ser observado como tendo duas áreas de cobertura

principais: área do Suporte de Serviços (Service Support book), que está mais

concentrada nas tarefas de execução diária e no suporte aos serviços das

tecnologias da informação; e área de Entrega de Serviços (Service Delivery

book), a qual se concentra no planejamento a longo prazo e respectivo

melhoramento.

3
PDCA (Plan, Do, Check, Act.): Ciclo de qualidade contínua, criado por W. Edwards Deming e amplamente
utilizado pelas normas ISO.

63
A figura 9 ilustra a relação dos dois principais livros de cobertura do ITIL

com a pirâmide organizacional de uma empresa.

Figura 9 – Infra-estrutura do ITIL

Adaptado de: The IT Service Management Forum4, 2006.

O livro Service Support, alinhado com o planejamento operacional da

organização, é composto por 5 disciplinas e 1 função. O livro Service Delivery,

alinhado com o planejamento tático, também possui 5 disciplinas. Estes livros

definem as disciplinas que, por sua vez, estão divididas em processos fortemente

relacionados (PRADO, 2007).

O livro Service Support está divido nas seguintes disciplinas: Gestão de

incidentes (incidente); Gestão de problemas (problem); Gestão de mudanças

(change); Gestão de configurações (configuration); e Gestão de versões (release).

Além destas 5 disciplinas, possui também a função Service Desk. As disciplinas e

a função se inter-relacionam conforme mostrado na figura 10.

4
IT Service Management Forum: fórum independente, reconhecido internacionalmente como um dos
principais responsáveis pelo desenvolvimento mundial do ITIL.

64
Figura 10 – Infra-estrutura do Service Support

Fonte: Alex Prado, Certificação Profissional em ITIL, 2006.

O Service Desk é uma função atuando com foco no atendimento aos

usuários e clientes. Ela promove um contato centralizado para área de TI.

A disciplina de gestão de acidentes tem a função de restaurar um serviço

e/ou produto no menor tempo possível, após um acidente.

A disciplina de gerenciamento de mudanças tem a função de garantir o

mapeamento de todas as mudanças, assim como as partes afetadas, buscando

diminuir os impactos para infra-estrutura de TI.

A disciplina de gerenciamento de problemas visa minimizar o impacto da

reincidência de problemas gerenciais sobre os negócios.

A disciplina de gestão de versões deve gerenciar recursos e meios para

testar, liberar, distribuir e implantar atualizações em ambientes de produção de

forma controlada.

A disciplina de gerenciamento de configuração assegura que somente os

componentes (software, hardware e documentos) mapeados e autorizados

65
possam ser utilizados na organização e que todas as mudanças nestes

componentes serão gravadas e mapeadas durante um ciclo de vida.

O livro Service Delivery, alinhado ao planejamento tático, está dividido

nas seguintes disciplinas: Gestão da capacidade (capacity); Gestão financeira

(financal); Gestão de disponibilidade (availability); Gestão de níveis de serviço

(service level); e Gestão de continuidade de serviços (IT service continuity). As

disciplinas deste livro se inter-relacionam conforme figura 11.

Figura 11 – Infra-estrutura do Service Delivery

Fonte: Alex Prado, Certificação Profissional em ITIL, 2006.

A disciplina de gestão da capacidade planeja, justifica e gerencia níveis

de recursos necessários para uma solução de TI.

A gestão financeira administra de forma consistente os recursos

monetários da organização, fornecendo suporte no planejamento financeiro e

execução dos objetivos do negócio.

A gestão de disponibilidade realiza o projeto, implementação, medição da

disponibilidade da infra-estrutura de TI para garantir que os requisitos e

necessidades dos negócios da organização sejam constantemente satisfeitos.

66
A disciplina de gestão de níveis de serviço permite ao departamento de TI

entregar exatamente o que foi definido e acordado, além de gerenciar estes

acordos.

A disciplina de gestão da continuidade de serviços proporciona

mecanismos para garantir que os serviços de TI sejam capazes de sobreviver e

continuar a prover valor para seus usuários.

6.2. Análise do Tema PETI em Modelos de Governança de TI

O objetivo do PETI é a integração das atividades de TI com os objetivos

do negócio e a estratégia da organização. Quando as organizações conseguem

implantar um planejamento estratégico de TI com sucesso, fazem com que o PEE

esteja alinhado ao PETI. Este tipo de integração gera uma grande vantagem

competitiva para a empresa, pois faz com que a informática atenda plenamente o

negócio.

O processo PO1 do COBIT tem seu foco na integração dos processos de

TI com os processos empresarias do negócio. Durante a implantação do PO1 a

atual situação de sinergia entre a TI e o negócio é mapeada em diferentes níveis

e são delegadas responsabilidades para que os objetivos sejam alcançados.

6.2.1. Definição do Processo de PETI X PO1

O COBIT PO1 trata da definição da estratégia e o do planejamento da

área de TI. Estes dois elementos são fundamentais para gerenciar e direcionar

corretamente os recursos de tecnologia da informação. O planejamento faz com

que os objetivos de TI estejam alinhados com as estratégias da organização e

67
garante que os projetos da organização estejam suportados pelo portifólio de TI

(ITGI, 2005).

O PO1 abrange estratégias e táticas com o objetivo de fazer com que a TI

possa contribuir para atingir os objetivos do negócio. Além disso, este processo

atua como agente facilitador para que a organização tenha uma governança de TI

eficaz e eficiente, promovendo o alinhamento estratégico da TI à organização e o

gerenciamento de recursos e riscos nos projetos onde a tecnologia de informação

está envolvida.

As estratégias e prioridades da organização são refletidas no portifólio de

TI e planejadas estrategicamente pelos gerentes da organização. Ou seja, a TI e

o CIO não decidem sozinhos o futuro da área. Desta forma, a TI estará agindo em

sinergia com a organização, traduzindo necessidade de negócio em ofertas de

serviços.

A definição do planejamento estratégico de TI tem a função de adequar o

planejamento da TI não somente às estratégias do negócio, mas também aos

requisitos da governança de TI, tornando os riscos, benefícios e custos de um

projeto de TI transparentes ao restante da organização e principalmente aos

stakeholders5.

Segundo o ITGI (2005), o planejamento estratégico de TI deve ser

incorporando às gerências do negócio e de TI e ambas devem ser consultadas

durante o processo de tradução das necessidades da empresa em ofertas de

serviços e soluções de TI. Além disso, deve-se também desenvolver estratégias

para entregar estes serviços e soluções de uma maneira transparente e eficaz.

5
Stakeholders: partes envolvidas em um determinado processo, tais como: clientes, colaboradores,
investidores, fornecedores, comunidade, etc. (Wikipedia, 2007)

68
Para alcançar esta integração o PO1 possui três objetivos principais: fazer

com que os executivos da organização atuem juntamente com o CIO, garantindo

que a estratégia de TI esteja suportando a estratégia de negócio da empresa a

curto, médio e longo prazo; os gerentes e executivos devem conhecer a fundo as

atuais capacidades de TI da empresa; e prover um esquema de prioridades para

que os objetivos do negócio quantifiquem e determinem as prioridades das

requisições do negócio à área TI.

Conforme ilustra a figura 12, os recursos de TI envolvidos no PO1 são

pessoas, sistemas aplicativos, tecnologia, instalação e dados. Os critérios da

informação utilizados para avaliação destes recursos são a eficiência e a eficácia.

Figura 12 – Recursos de TI versus critérios de informação no PO1

Adaptado de: IT Governance Institute, ISACF – Information Systems Audit and


Control Foundation, CobiT in Academia, 2005.

6.2.1.1. Atividades Relacionadas ao PO1

O processo de definição do plano estratégico de TI possui 6 atividades ou

tarefas na estrutura do COBIT, sendo que cada uma destas tem seus objetivos de

controle. A atribuição de responsabilidades para as atividades do PO1 é descrita

na matriz de responsabilidades vista na figura 13.

69
Figura 13 – Matriz de responsabilidades para as atividades do PO1

Fonte: IT Governance Institute, ISACF – Information Systems Audit and Control


Foundation, CobiT in Academia, 2005.

A seguir serão descritos detalhadamente cada um destas tarefas.

PO1.1 Avaliação da Gerência de TI: A TI deve assegurar que o portifólio

de TI esteja sempre alinhado aos negócios. Todo investimento de TI deve estar

relacionado ao objetivo empresarial.

Deve ser identificada a existência de investimentos em projetos que se

diferem na complexidade e no grau de utilização dos recursos financeiros dos

demais projetos da organização.

Os processos de TI devem ser entregues de forma eficiente, eficaz e

também devem ser divulgados previamente boletins informativos constando todas

as possíveis mudanças no planejamento, incluindo custos, cronograma ou

funcionalidades.

A prestação de serviços de TI deve ser executada de encontro aos

acordos de níveis de serviço.

Devem ser determinados os responsáveis para garantir que os objetivos

sejam alcançados e também os responsáveis pelo controle de custos de cada

70
projeto. Estas duas atividades devem ser constantemente monitoradas e

divulgadas. Estabelece-se uma avaliação justa, transparente, constante e

comparável com a evolução dos negócios, incluindo o valor financeiro, riscos de

não existir uma funcionalidade prevista e os riscos de não prover os benefícios

esperados e planejados (ITGI, 2005).

PO1.2 Alinhamento da TI com o Negócio: Mostrar aos executivos as

potencialidades atuais e futuras da tecnologia da informação e as oportunidades

que esta pode fornecer as negócios da empresa. Certificar-se que o sentido do

negócio seja compreendido e alinhado ao planejamento estratégico de TI.

Os negócios e a estratégia de TI devem ser integrados e claramente

ligados aos objetivos da organização. As oportunidades de negócio e as

limitações atuais de potencial são amplamente divulgadas por toda a organização.

Identificar onde o negócio é criticamente dependente da TI. Intermediar

acordos entre as necessidades do negócio e a área tecnológica. Desta forma

prioridades para a TI podem ser estabelecidas sem a existência de confrontos

internos (ITGI, 2005).

PO1.3 Avaliação do Desempenho Atual: Avaliar o desempenho dos

projetos e sistemas de informação existentes, analisando a contribuição destes

aos objetivos do negócio, a funcionalidade, a estabilidade, a complexidade, os

custos a os pontos fortes que devem ser seguidos em outros projetos, e os

possíveis pontos de falha (ITGI, 2005).

PO1.4 Plano Estratégico de TI: Criar um plano estratégico que define a

cooperação entre os stakeholders. Trata do modo que a TI irá contribuir para as

estratégias e objetivos empresariais, relacionando custos e riscos.

71
O plano estratégico inclui como a TI estará incluída e irá suportar os

programas de investimentos e como os serviços serão entregues. Define como os

objetivos serão alcançados e medidos e como será o aceite formal dos

stakeholders.

Deve conter também um plano de investimentos, orçamento operacional,

fontes de financiamento, estratégias de aquisição e exigências legais. O plano

estratégico deve ser suficientemente detalhado para permitir a definição de planos

táticos de TI (ITGI, 2005).

PO1.5 Planos Táticos de TI: Criar um portifólio tático de TI, baseado no

plano estratégico de TI. Estes planos táticos descrevem obrigatoriamente

iniciativas de TI, exigências de recursos e como o uso dos recursos serão

monitorados e controlados. Os planos táticos devem ser suficientemente

detalhados para permitir os planos de projeto.

Controlar ativamente os planos táticos e iniciativas de TI, analisando

minuciosamente o portifólio de projetos e serviços da organização. Isto abrange

exigência de recursos, balanceado e comparando as realizações dos objetivos

estratégicos e táticos alcançados com os benefícios previstos e tomando ações

corretivas sobre os desvios (ITGI, 2005).

PO1.6 Portifólio de Gerência de TI: Controlar, juntamente com o

negócio, os programas de investimentos de TI para fazer com que os objetivos

estratégicos e específicos do negócio sejam alcançados, através da identificação,

avaliação e definição das prioridades. O portifólio de gerência inclui o

esclarecimento dos resultados desejados pelo negócio, assegurando que o

desenvolvimento do projeto de TI suporte a sua necessidade e que os resultados

desejados sejam alcançados.

72
Mensurar os esforços exigidos para se alcançar o resultado desejado

para cada projeto, atribuindo responsabilidades, alocação de recursos e

financiamentos necessários.

6.2.1.2. Níveis de Maturidade do PO1

O gerenciamento dos processos que definem o plano estratégico de TI

satisfaz as exigências do negócio para com a TI, fazendo com que está sustente

todas as exigências da estratégia empresarial e de governança corporativa, sendo

transparente quanto aos benefícios, custos e riscos.

O Management Guidelines do COBIT provê um modelo de maturidade

semelhante ao CMMI – Capability Maturity Model Integration –, com a

classificação em níveis de 0 (não existente) até 5 (otimizado), onde cada nível

tem uma descrição de como devem estar dispostos os processos para alcançá-lo.

Os 6 níveis de maturidade para os processos, que são utilizados para mapear a

maturidade do PO1, são descritos abaixo (ITGI, 2005):

Nível 0: Não existe. O planejamento estratégico de TI não é executado

pela organização. Não existe nenhum plano, projeto ou mesmo mero pensamento

para suportar os objetivos do negócio em objetivos integrados de TI.

Nível 1: Inicial. A necessidade de planejamento estratégico de TI é

conhecida e discutida pela gerência de negócios. O planejamento estratégico de

TI é ocasionalmente discutido em reuniões de gerência. O alinhamento das

exigências do negócio ocorrem de forma reacional e não de uma forma

estratégica e organizacional. A estratégia para definição dos riscos é identificada

informalmente a cada projeto.

73
Nível 2: Repetitiva, mas intuitiva. O planejamento estratégico é

compartilhado com a gerência de negócio. A atualização dos planos de TI ocorre

em resposta às requisições da gerência. As decisões estratégicas são tomadas

com base em projetos, sem aderência a estratégia global da organização. Os

riscos e benefícios de cada projeto e das decisões estratégicas são identificados

de maneira intuitiva.

Nível 3: Processo Definido. Existe uma política que define quando e como

será executado o planejamento estratégico de TI. O planejamento segue uma

estrutura, ou seja, é documentado e sabido por toda a equipe de funcionários. O

planejamento dos processos é razoavelmente sólido e aponta um provável plano

a ser seguido e implementado. Entretanto, o conhecimento está apenas na mente

dos gerentes e não em nenhuma forma de auditoria ou controle do processo. As

estratégias de TI, incluindo recursos financeiros e humanos, influenciam cada vez

mais a aquisição de novos produtos tecnológicos. Neste nível, o planejamento

estratégico de TI é discutido em reuniões de negócios.

Nível 4: Gerenciado e Mensurado. O planejamento estratégico é prática

padrão e as exceções são facilmente observadas pela gerência. O planejamento

estratégico é uma função definida pela gerência e denotada as responsabilidades

de cada envolvido no processo. A gerência monitora e mede a eficácia de cada

processo. O planejamento ainda é de curto-prazo com modificações baseadas

nas necessidades. As estratégias de TI tornam-se cada vez mais alinhadas aos

processos do negócio, agregando valor e alavancando o uso de aplicações

tecnológicas para a reengenharia dos processos de negócio.

Nível 5: Otimizado. O planejamento estratégico é um processo

documentado e em continua manutenção, mantendo-se sempre alinhado aos

74
objetivos do negócio. Os investimentos, riscos e valores relacionados a TI são

conhecidos pela organização. Feito a longo prazo, o planejamento de TI é

atualizado constantemente para refletir na tecnologia as mudanças e

desenvolvimentos dos negócios envolvidos. A TI é utilizada de forma ágil e

integrada aos processos empresariais de forma a automatizar os fluxos,

otimizando a eficiência e eficácia da empresa.

75
III METODOLOGIA PROPOPOSTA

A elaboração de uma metodologia de trabalho clara, consistente e bem

definida é de vital importância para o sucesso do estudo. A metodologia que é

empregada defini quais atividades são desenvolvidas na empresa Execução

Soluções Call Center, bem como o modo como estas são realizadas.

O estudo em questão é dividido em quatro fases com escopos bem

definidos: Atividades Preliminares, Aplicação da Metodologia de PETI, Análise de

Conformidade do PETI ao PO1 e Apresentação do PETI a empresa.

A primeira fase é caracterizada pelas atividades que antecedem o início

da aplicação da metodologia de PETI propriamente dita.

A fase seguinte é a aplicação da metodologia de elaboração de PETI

proposta por Lutchen (2003). Esta metodologia é desenvolvida baseada em

premissas como: alinhamento dos objetivos estratégicos de TI aos objetivos

estratégicos empresariais, adequação do modelo à realidade empresarial,

disponibilidade de recursos para a elaboração do PETI e tempo de execução do

projeto.

A terceira etapa tem o objetivo de analisar o processo de elaboração do

PETI e verificar se o mesmo está em conformidade com as boas práticas de

governança de TI definidas no COBIT PO1.

A última fase é a apresentação dos resultados oriundos do

desenvolvimento do PETI à organização onde os trabalhos foram desenvolvidos.

Esta etapa encerra as atividades da equipe de estudo na empresa em questão.

As informações serão obtidas por meio de entrevistas semi-estruturadas

submetidas ao CEO e ao CIO. Esta ferramenta é utilizada ortogonalmente em

todo o processo, de modo a documentar a melhor forma de pensar dos gerentes.

76
Durante as entrevistas não serão levados em consideração interesses

particulares destas pessoas.

O detalhamento que segue foca na descrição formal das atividades, quais

os resultados/subprodutos parciais esperados, os riscos associados ao

desenvolvimento de cada tarefa e os atores envolvidos. Nesse contexto, o termo

atores refere-se às pessoas ligadas à empresa, entrevistadas pela equipe de

estudo.

1. Atividades Preliminares

Consiste na apresentação formal do projeto à empresa onde será feito o

estudo. Seus principais objetivos são: delimitar a abrangência do projeto; obter o

comprometimento dos seus participantes através da conscientização da

importância do projeto para a organização; e definição de um cronograma para a

realização do estudo.

As atividades desenvolvidas nesta etapa são meramente introdutórias e

de caráter informacional. Não devem, portanto, ser desenvolvidas com o intuito de

levantar informações a respeito da organização.

1.1. Apresentação do Projeto e Discussão do Cronograma

Envio da carta de apresentação do projeto (Apêndice A) à empresa

Execução Soluções Call Center para formalizar o início das atividades. Em data e

hora definida nesta carta será feita a reunião de apresentação com os gerentes

da empresa, onde será apresentado o escopo do projeto.

77
Algumas questões chave devem ser expostas na ocasião da

apresentação do projeto: motivação para a realização do PETI, objetivos e

resultados esperados, metodologia de trabalho, aprovação do projeto perante os

gerentes da organização e o conseqüente comprometimento destes para com o

projeto.

O cronograma de atividades inerentes à elaboração do PETI deve ser

discutido a fim de evitar conflitos com outras atividades de igual magnitude para a

organização. Neste documento são definidas as datas de início e fim de cada

etapa da metodologia a ser desenvolvida. A estimativa de duração do projeto é

importante para que os gerentes tenham condições de planejar suas demais

atividades empresarias.

1.2. Estabelecimento do Âmbito do Estudo

Em conversa junto aos gerentes da empresa a equipe de projeto definirá:

1. Áreas da empresa onde serão concentradas as atividades: em uma

área específica ou em toda a organização;

2. Forma de disponibilização dos recursos necessários à equipe de

projeto: infra-estrutura e documentação;

3. Forma de comunicação: quem deve se comunicar com quem

(gerentes e os membros da equipe de projeto), sobre o que, com que

freqüência e de que forma.

78
1.3. Definição da Equipe de Projeto

Será montada uma equipe mista para desenvolver o PETI na

organização, com integrantes desta e a própria equipe de estudo. Denominar-se-á

equipe de estudo as pessoas que irão desenvolver o estudo na empresa.

A equipe de estudo será amparada pelo representante da empresa

responsável pelo estudo. Esta pessoa será denominada o Líder de Projeto, a ser

definida nesta etapa. Estes dois elementos, equipe de estudo e líder de projeto,

juntos, formarão a equipe de projeto.

1.4. Identificação da Informação a Recolher

Está sustentada no levantamento de todo e qualquer tipo de informação

referente ao funcionamento da organização. As informações recolhidas irão

compor o que se denomina “Biblioteca de Referência”. Esta biblioteca é um

aglomerado de regimentos, normas, procedimentos, gráficos, entre outros

documentos que irão fornecer todo conhecimento a cerca da empresa, necessário

ao desenvolvimento do estudo. É de responsabilidade do líder de projeto fornecer

informações consistentes e verdadeiras, de forma sumarizada no intuito de

facilitar o entendimento por parte da equipe de projeto.

As principais informações que devem ser levantadas são:

1. Missão da empresa, ou seja, qual é a razão da existência da

organização;

2. Visão da empresa: qual é o objetivo maior da organização, onde ela

espera chegar;

79
3. PEE: objetivos estratégicos, estratégias de execução, projetos futuros,

recursos, prazos, envolvimento financeiro, etc.;

4. Tentativas anteriores de elaboração de PETI, caso existam, com

objetivos e resultados alcançados;

5. Medidas de desempenho e controle de atividades e/ou procedimentos,

como relatórios, iniciação e financiamento de projetos;

6. Normativa de atendimento de clientes;

7. Regimento interno;

8. Quais os produtos, mercados e localização geográfica. Além disso,

estatísticas relacionadas às vendas, número de empregados e clientes

e outras informações relacionadas;

9. Todo e qualquer tipo de informação a respeito da infra-estrutura de TI

e sistemas de informação atualmente em uso.

2. Aplicação da Metodologia de PETI

A metodologia de PETI seguirá as recomendações contidas na

metodologia proposta por Lutchen (2003), a qual denota os seguintes aspectos:

 Foco nos objetivos estratégicos da organização e nas estratégias de TI

que viabilizam o alcance destes objetivos;

 Definição de um portifólio de projetos de TI que esteja alinhado às

estratégias e aos objetivos do negócio;

 Interação entre a equipe de estudo e a instituição onde o PETI está

sendo elaborado;

 Adaptabilidade ao ambiente corporativo;

80
 Verificação de resultados consistentes com a realidade da

organização.

Esta metodologia é composta por 6 etapas, sendo que a última delas está

relacionada à implantação do PETI, onde são feitas revisões e atualizações de

maneira dinâmica. A figura 14 ilustra as cinco etapas referentes à elaboração do

PETI segundo a metodologia proposta por Lutchen (2003).

Objetivos
Objetivos dede TI
TI
Objetivos
Objetivos do
do Negócio
Negócio
Entendimento (Como
(Como aa TI
TI pode
pode ajudar
ajudar aa atingir
atingir os
os
Entendimento (O
(O que
que aa empresa
empresa pretende
pretende fazer?)
fazer?)
sobre objetivos?)
objetivos?)
sobre as
as
Estratégias
Estratégias
de
de Negócio Planejamento
Negócio Planejamento Estratégico
Estratégico Empresarial
Empresarial
(Qual
(Qual oo futuro
futuro pensado
pensado para
para aa empresa?)
empresa?)

Identificar
Identificar aa Visão
Visão da
da TI
TI
Visão
Visão da
da TI
TI (Que
(Que tipo
tipo de
de organização
organização seremos
seremos nos
nos próximos
próximos 55 anos?)
anos?)

Determinar
Determinar as
as Iniciativas
Iniciativas Estratégicas
Estratégicas de
de TI
TI
Estratégias
Estratégias de
de TI
TI (Quais
(Quais serão
serão as
as estratégias
estratégias para
para alcançar
alcançar os
os objetivos?)
objetivos?)

Análise
Análise dodo
Portifólio
Portifólio de
de Portifólio
Portifólio de
de Atividades
Atividades em
em TI
TI
Objetivos
Objetivos dede TI
TI (Quais
(Quais serão
serão as
as estratégias
estratégias para
para alcançar
alcançar os
os objetivos?)
objetivos?)

Preparação
Preparação do Plano
PETI
do Plano Estratégico
Estratégico de
de TI
TI
PETI

Figura 14 – Metodologia de elaboração do PETI proposta por Lutchen (2003)

Adaptado de: Mark D. Lutchen, Managing IT as a Business: A Survival Guide for


CEOs, Hoboken, John Wiley & Sons, 2003, p. 41.

Este trabalho está focado somente na elaboração do PETI. Logo, serão

desenvolvidas as 5 primeiras fases desta metodologia, sendo que para cada uma

delas são descritos os aspectos abordados, os atores envolvidos na sua

81
realização, quais são os resultados parciais esperados e quais os riscos

associados.

As etapas que seguem serão executadas pela equipe de estudo na

seqüência em que são apresentadas. Entretanto, poderiam ser executadas de

maneira concomitante por várias equipes, visando facilitar a administração de

tempos, recursos e produtividade.

2.1. Entender as Estratégias do Negócio

Entender as estratégias do negócio consiste na identificação das

estratégias adotadas pela organização para alcançar seus objetivos estratégicos.

Para cada estratégia de negócio identificada deve ser definida uma estratégia de

TI que dê suporte e viabilize sua implementação. É fundamental que as lacunas

existentes entre as estratégias corporativas e a TI sejam identificadas e

eliminadas.

O ideal é que as estratégias de TI sejam definidas em conjunto com as

estratégias de negócio, de modo que a TI deve dar suporte para que os objetivos

corporativos sejam alcançados. É de suma importância que o CIO esteja

envolvido com a alta administração e a par de qualquer mudança ocorrida no

nível estratégico que possa influenciar as atividades da TI.

Como sub-tarefas desta etapa, destacam-se:

 Conduzir a avaliação das estratégias de negócio para identificar

oportunidades tecnológicas;

 Promover uma discussão para avaliação das proposições

tecnológicas;

82
Atores envolvidos: CEO e CIO.

Resultado(s)/subproduto(s) esperado(s): conhecer as estratégias de negócio e

identificar as respectivas estratégias de TI associadas;

Riscos Associados: não existem estratégias corporativas; não existe

relacionamento entre as estratégias corporativas e as de TI; a área de TI não

possui estratégias definidas.

2.2. Identificar a Visão de TI

Nesta etapa é definida a visão da TI baseada na visão institucional para

mobilizar a unidade organizacional de TI no desenvolvimento de tecnologias para

atender as estratégias de negócio. A visão estratégica da organização expressa a

percepção que ela tem do seu passado, do seu momento atual e do

direcionamento do seu futuro. Para que isso seja possível é necessário:

 Identificar a visão institucional e comunicar a unidade organizacional

de TI;

 Definir a missão da TI, ou seja, qual é o propósito da existência da

área de TI dentro da empresa, levando em conta o mercado em que

ela atua;

 Definir a visão de futuro da TI;

Atores envolvidos: CIO e profissionais relacionados a TI.

Resultado(s)/subproduto(s) esperado(s): identificação da visão de futuro e da

missão da área de TI.

Riscos Associados: a empresa não tem a missão e a visão institucional e de TI

bem definidas.

83
2.3. Definir os Objetivos Estratégicos e as Iniciativas de TI

Descrição plena de todas as iniciativas de TI atuais e futuras que movem

a empresa em direção aos objetivos estratégicos institucionais.

Inicialmente, deve-se identificar e entender os objetivos estratégicos da

corporação. O conhecimento a respeito dos principais processos organizacionais

ajuda a entender como a empresa trabalha para alcançar seus objetivos

estratégicos. Esta análise fornece uma visão primária das necessidades de TI da

organização.

Depois, deve-se relacionar todas as iniciativas de TI existentes e futuras

que conduzem às metas do PEE. Cada iniciativa deve ser submetida a um

ranking, tanto para ordem de importância quanto para viabilidade técnica de

implementação em função das competências da TI.

Atores envolvidos: CEO, gerentes da organização, CIO e pessoas ligadas a TI.

Resultado(s)/subproduto(s) esperado(s): levantamento dos objetivos

estratégicos da organização; definição das iniciativas de TI que dão suporte aos

objetivos estratégicos da corporação.

Riscos Associados: os objetivos estratégicos da organização não estão bem

definidos; conhecimento técnico da área de TI da organização é limitado.

2.4. Analisar o Portifólio de Iniciativas de TI

Esta etapa é a mais trabalhosa e consiste na classificação das iniciativas

de TI que serão desenvolvidas na empresa, de acordo com suas características e

seus impactos na organização como um todo, e na utilização de recursos de TI.

84
Os projetos de TI que se mostrarem mais aderentes às estratégias de negócio

devem ser inclusas no plano estratégico da empresa.

O conjunto de iniciativas levantadas no passo anterior (Definir objetivos

Estratégico de TI) deverá ser submetido a uma avaliação segundo alguns

aspectos. A caracterização de cada iniciativa de TI é feita com base em critérios

como:

 Tempo: curto ou longo

 Risco: baixo ou alto

 Tamanho/Escala: pequeno ou grande

 Escopo: local ou global

 Custo: baixo ou alto

 Grau de Necessidade / Urgência: tem que ter ou desejável ter

A definição do portifólio de projetos de TI deve ser balanceada de maneira

criteriosa segundo esses 6 aspectos. Dessa avaliação é possível ter uma idéia a

respeito do perfil tecnológico da organização, bem como saber qual o grau de

competitividade proporcionado pela TI.

Para elaborar o portifólio, outros 6 importantes fatores devem ser

considerados:

 Impacto Financeiro: Quais são os custos e benefícios?

 Avaliação de Risco: Quais são os riscos específicos associados com

a execução de cada projeto?

 Requisitos de Recursos: Quais são as habilidades necessárias para

execução da iniciativa e quais os hiatos de competência no grupo de

TI?

85
 Esforço Interno: O que a empresa consegue realizar internamente

sem abrir mão dos requisitos de qualidade?

 Esforço Externo: Até que ponto a empresa poderia usar de

terceirizados para executar partes do portifólio?

 Timing: Quais são as janelas de tempo pré-fixadas ou acordadas para

as iniciativas?

A análise completa do impacto financeiro proveniente de cada iniciativa do

portifólio é essencial. Os custos e benefícios devem ser avaliados segundo a

totalidade dos investimentos na TI. Desta análise é possível definir a atratividade

financeira em função do valor estratégico que cada projeto proporciona.

Em relação aos riscos associados, deve-se levar em consideração a

competitividade, os benefícios, os requisitos, o planejamento, a capacidade em TI,

a confiabilidade nas operações e o posicionamento tecnológico.

As competências atuais em TI da organização devem ser confrontadas

com as competências necessárias para o desenvolvimento das iniciativas

propostas. Se for necessário mais conhecimento do que se tem, o fator tempo

deve ser reavaliado para permitir o recrutamento e/ou treinamento de pessoal.

Muitas vezes, essa avaliação acaba levando à uma reestruturação da TI ou à

contratação de mão-de-obra terceirizada.

Atores envolvidos: CEO, CIO e pessoas ligadas a TI.

Resultado(s)/subproduto(s) esperado(s): enumeração do portifólio de projetos

de TI em conformidade com os objetivos estratégicos em pauta e que seja

86
passível de execução levando-se em consideração a realidade tecnológica da

empresa.

Riscos Associados: falta de conhecimento e habilidades necessários por parte

da equipe do projeto na avaliação dos critérios; falta de maturidade tecnológica

para desenvolver os projetos que compõem o portifólio de TI; a ordem de

importância dos projetos de TI foi definida erroneamente, resultando na

elaboração de um portifólio de TI que não retrata a realidade da empresa.

2.5. Preparar o PETI

O PETI é a materialização das informações provenientes do estudo

realizado. Uma vez que a estratégia de TI foi aceita, o PETI precisa ser construído

com base nas iniciativas estratégicas ordenadas segundo o ranking que definiu a

importância, a viabilidade, os custos e os riscos associados a cada uma delas. O

PETI é composto por diversos subitens, como verificado na tabela 1, que

relaciona cada subitem ao seu conteúdo.

87
Subitem Conteúdo
Breve descrição da realidade atual da organização e da
Desenho de situação desejada no cenário do PEE definido.
Cenário Análise da importância da área de TI para o negócio da
empresa.
Análise do grau de dependência da organização em relação à
área de TI.
Missão Qual a razão de ser da organização, qual o seu propósito e o
Institucional que a organização faz.
Visão Qual o estado que a organização deseja atingir no futuro.
Institucional
Missão da TI Qual a razão de ser da área de TI, qual o seu propósito e qual
a sua filosofia quanto ao uso de TI.
Visão da TI Qual o estado que a área de TI deseja atingir no futuro.
Objetivos Enumeração dos objetivos estratégicos de TI, alinhados às
Estratégicos estratégias de negócio definidas no PEE.
Plano de Definição dos recursos sustentadores do PETI, entendendo-se
Recursos por tal, os recursos que devem garantir a sua eficácia. Inclui:
sistemas, infra-estrutura e pessoas.
Estimativa do percentual do faturamento que deverá compor o
Orçamento orçamento de TI pra o período de vigência do PETI.
Expectativa de retorno sobre o investimento (ROI).
Portifólio de Definição do portifólio de projetos de TI a serem
Projetos de TI implementados, alinhados aos objetivos estratégicos. Os
projetos devem levar em conta as tecnologias e sistemas
disponíveis no mercado com potencial estratégico para a
organização.
Tempo de Tempo (em messes ou anos) de vigência do PETI elaborado.
Vigência
Tabela 1 – Subitens e conteúdo do PETI

O portifólio de projetos de TI traduz o que deve ser feito na prática em

relação ao PETI. Este item deve contemplar o portifólio de SIs corporativos, os

recursos computacionais e de comunicação necessários (envolvendo o SGBD –

Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados –, os sistemas de comunicação e

a arquitetura de hardware e de software) e a infra-estrutura de TI. Ele denota os

88
resultados da priorização, da negociação e do trabalho de análise de portifólio de

TI executado.

Atores envolvidos: CEO e CIO

Resultado(s)/subproduto(s) esperado(s): documento escrito para ser usado

como referência durante a fase de implantação do PETI.

Riscos Associados: elaboração de um PETI que não está de acordo com as

estratégias corporativas; documento não atende aos requisitos traçados no início

do projeto.

3. Análise de Conformidade do PETI Elaborado em Relação ao


PO1

O PETI elaborado deve passar por uma análise de conformidade em

relação ao PO1 do framework COBIT. Esta análise será feita confrontando-se a

maneira como foram desenvolvidas as atividades durante a realização do PETI na

empresa com as boas práticas de Governança de TI sugeridas no COBIT PO1.

Nesta etapa do trabalho, não serão feitas alterações no documento

obtido, mesmo que sejam necessárias para torná-lo coerente com o que é

definido no PO1. O objetivo aqui é apenas apontar as semelhanças/diferenças

observadas para que a empresa estude-as e promova-as em momento oportuno,

caso julgue necessário e do interesse desta.

Atores envolvidos: CIO

Resultado(s)/subproduto(s) esperado(s): documento de PETI em consonância

com as boas práticas de Governança de TI sugeridas no COBIT PO1.

89
Riscos Associados: o PETI não está de acordo com COBIT PO1 em sua

totalidade.

4. Apresentação do PETI à Empresa

Uma vez que o PETI foi elaborado e formalizado em forma de documento,

resta ainda proceder a apresentação deste à organização. Esta etapa consolida

tudo o que foi estudado/analisado a respeito do planejamento estratégico de TI da

organização, transferindo as informações coletadas de forma detalhada aos seus

gerentes.

Atores envolvidos: CIO e gerentes da organização.

Resultado(s)/subproduto(s) esperado(s): apresentação dos resultados.

Riscos Associados: reprovação dos gerentes; o trabalho não é capaz de

evidenciar sua importância para a organização.

90
IV APLICAÇÃO DO ESTUDO

1. Visão Geral da Empresa

A Execução Soluções Call Center é uma empresa com sede em

Florianópolis/SC que atua no mercado de gestão de relacionamento com o

cliente. Especializada na implantação de soluções de contact center, oferece

diferentes serviços de call center e telemarketing.

O principal objetivo desta organização é gerenciar soluções do mercado

de call center, oferecendo a melhor combinação entre pessoas, tecnologia e infra-

estrutura, transformando os serviços prestados em centrais de lucros e

oportunidades para seus clientes.

O bem estar dos colaboradores, o uso de tecnologia de ponta e a

regulamentação dos processos internos são preocupações constantes da

empresa. Com base nesses elementos, a estrutura organizacional é dividida em

três partes principais:

 Gestão de Pessoas: com foco nos colaboradores;

 Gestão de Processos: focada no controle de processos e

desenvolvimento das atividades;

 Gestão de Tecnologia: voltada a software, infra-estrutura de

hardware e suporte técnico.

Desde sua fundação, em junho de 2002, a Execução Soluções Call

Center tem experimentado uma expansão vertiginosa. Em 4 anos de mercado, a

empresa obteve um crescimento superior a 2000% em posições de atendimento,

91
passando das 15 iniciais para cerca de 300, distribuídas em 2 unidades

operacionais.

2. Desenvolvimento das Atividades Preliminares

Por atividades preliminares definiu-se o conjunto de ações que

antecederam o início do processo de elaboração do PETI na empresa Execução

Soluções Call Center. Através deste esforço inicial, foi possível delimitar a

abrangência do projeto e sua duração, obter o comprometimento dos gerentes

através da conscientização da importância do projeto para a organização,

conhecer o ambiente no qual o projeto foi desenvolvido e saber as expectativas

da empresa em relação à realização do trabalho.

A apresentação do projeto à empresa Execução Soluções Call Center foi

realizada em reunião entre a equipe de estudo e os responsáveis pelo projeto

dentro da organização. O encontro teve duração de um dia. Na ocasião foram

abordados e acordados diversos aspectos com o CEO e o CIO da organização.

2.1. Cronograma de Atividades

As datas previstas para o início e término de cada atividade foram

apresentadas através do cronograma de atividades. Salientou-se a possível

ocorrência de atrasos e por este motivo os períodos foram estipulados com

margem de segurança.

Após discussão e algumas pequenas modificações, o cronograma

(Apêndice B) foi aprovado tanto pela equipe de estudo quanto pelos gerentes da

organização.

92
2.2. Âmbito do Estudo

Ficou definido que o projeto deveria se estender por toda a organização,

abrangendo os departamentos administrativo, financeiro, comercial, operacional,

gerência de pessoas e tecnologia da informação.

Os gerentes se comprometeram disponibilizar de forma integral o espaço

e a infra-estrutura que foram utilizados pela equipe de estudo durante a execução

das atividades relacionadas ao projeto.

Como forma de comunicação entre a equipe de estudo e a empresa

foram escolhidos telefone e e-mail. Além destas, reuniões presenciais entre a

equipe de estudo e o CEO/CIO também foram pré-agendadas.

2.3. Equipe de Projeto

A equipe de projeto, responsável por desenvolver o PETI na empresa,

contou com a colaboração de 4 indivíduos e foi estruturada da seguinte maneira:

 Equipe de Estudo: composta pela dupla de graduandos responsáveis

pelo desenvolvimento do estudo;

 Líder de Projeto: responsável pela área de TI da organização;

 Colaborador: diretor-presidente da empresa.

2.4. Informações Necessárias

As pessoas ligadas à empresa foram responsáveis por atender a equipe

de estudo e repassar a esta as informações necessárias para a realização do

93
trabalho. Foram repassadas informações verdadeiras e consistentes com o

funcionamento e conduta da organização através das mais variadas fontes.

De forma sumarizada, com o intuito de facilitar o entendimento, foram

disponibilizadas à equipe de estudo as seguintes fontes de conhecimento: missão

institucional; visão institucional; planejamento estratégico empresarial; medidas de

desempenho e controle de atividades e procedimentos; normativa de atendimento

dos clientes (exemplos de contratos e check lists operacionais); regimento interno;

estatísticas de venda mensal, número de funcionários e principais produtos

comercializados; manuais de procedimentos internos/externos; descrição dos

principais elementos que compõem a infra-estrutura de TI e os sistemas de

informação atualmente em uso.

De posse dessas informações, a equipe de estudo pode conhecer na

íntegra a atual condição gerencial da organização.

3. Elaboração do PETI

Este capítulo aborda as atividades inerentes ao processo de elaboração

do PETI segundo a metodologia proposta por Lutchen (2003), os subprodutos de

cada etapa e as dificuldades encontradas. Esta metodologia foca três pontos

principais: objetivos estratégicos; estratégias de TI que viabilizam o alcance dos

objetivos estratégicos; e definição de um portifólio de projetos de TI que esteja

alinhado às estratégias de negócio.

Na prática, foi necessário promover algumas modificações na

metodologia adotada a fim de adaptá-la à realidade organizacional da empresa

em questão. Procedimentos relacionados ao levantamento de informações e que

não envolviam discussões não foram detalhados. Entretanto, as informações

94
levantadas foram adicionadas em sua totalidade no documento que materializa o

PETI.

3.1. Análise dos Objetivos Estratégicos

Inúmeras estratégias foram apresentadas para alcançar os objetivos

estratégicos estabelecidos no PEE. O processo de elaboração do PETI

preocupou-se com aquelas que estavam relacionadas direta ou indiretamente à

área de TI, a fim de obter o máximo alinhamento entre a TI e os objetivos

estratégicos que regem o negócio da empresa. Uma breve análise do PEE

permitiu a identificação de 4 objetivos macros:

1. Equilibrar a receita média por PA – Posição de Atendimento;

2. Ocupação de 100% das PAs;

3. Diversificar a carteira de clientes;

4. Promover melhorias através de projetos e ações complementares.

Estes objetivos constituíram as metas organizacionais durante a vigência

do PEE. O principal papel do PETI foi propor projetos de TI que viabilizam a

concretização destas metas.

3.2. Definição das Estratégias de TI

As estratégias da área de TI foram definidas com base na avaliação das

estratégias de negócio contidas no PEE. Para cada estratégia de negócio foi feito

um brainstorm6 entre a equipe de estudo, CEO e CIO a fim de identificar as


6
Brainstorm: técnica de dinâmica de grupo desenvolvida para explorar a potencialidade criativa dos
indivíduos na resolução de problemas (WIKIPEDIA, 2007).

95
oportunidades tecnológicas que melhor refletiam as pretensões da organização

durante a vigência do PETI.

Das estratégias de TI que estavam em discussão foram selecionadas as

que se mostraram mais alinhadas aos objetivos estratégicos da corporação e que

tinham maior viabilidade de implementação, conforme é enumerado na tabela 2.

#* Descrição das Estratégias de TI


1 Melhorar a análise de indicadores antes do início da operação
2 Promover melhorias no processo de abordagem dos clientes
3 Gerenciar e estabelecer um padrão de controle de mailing7 com base nas
planilhas eletrônicas existentes
4 Mecanismo de CRM – Customer Relationship Management – para
melhorar os relatórios de desempenho das operações e criar cultura de
qualificação de mailing na equipe de operadores
5 Análise de dados e informações relativas às operações através de sistema
de BI – Businness Intelligence – com base nas informações de "mundo
ideal"8 armazenadas
6 Implantar sistema de e-mail marketing
7 Implantar sistema de disk web
8 Implementar e ativar a intranet9
9 Gerenciamento do processo de admissão e demissão de colaboradores
com base no histórico de informações armazenadas
10 Análise das competências e grau de conhecimento dos colaboradores
através de experiências profissionais comprovadas
11 Promover o controle efetivo da freqüência dos colaboradores através de
sistema de ponto eletrônico
12 Transformar planilhas eletrônicas em relatórios dinâmicos e sistemas de
informações gerenciais a partir de requisitos de dados levantados junto aos
usuários
13 Melhorar a gerência de processos de todos os departamentos que integram
a organização
14 Contratar empresa especializada em manutenção/instalação de
cabeamento estruturado para organizar infra-estrutura de rede e
7
Mailing (abreviação de Mailing List, em inglês): banco de dados onde se armazenam dados de
consumidores (nome, endereços, características do consumidor, entre outros) para serem utilizados em
marketing direto, tais como mala direta, telemarketing e correio eletrônico (WIKIPEDIA, 2007).
8
Mundo ideal: aglomerado de dados e informações utilizados como referência em análises de desempenho
pela empresa onde foi desenvolvido o estudo.
9
Intranet: rede privada de computadores utilizada normalmente em empresas (WIKIPEDIA, 2007).

96
conectividade interna/externa
15 Automatizar o processo de controle do ativo imobilizado da empresa
16 Implantar mecanismos de tolerância à falhas
17 Terceirizar serviços de configuração de servidores de e-mail, anti-vírus e
anti-spam10
18 Remodelar e integrar o sistema de atendimento a chamados internos
* Identificador numérico da estratégia de TI

Tabela 2 – Estratégias de TI

A curta distância entre o CIO e a alta administração da empresa, bem

como a cultura organizacional em manter a área de TI sempre a par das decisões

estratégicas contribuíram para o sucesso desta etapa. Muitas das proposições

estratégicas assimiladas foram sugeridas pelo próprio CIO, em decorrência do

conhecimento deste em relação às necessidades tecnológicas da organização.

3.3. Análise do Portifólio de Projetos de TI

O portifólio de projetos de TI contém as propostas de iniciativas que

deverão ser promovidas na prática pela área de TI. Seguindo a metodologia

proposta por Lutchen (2003), o portifólio de TI foi definido com base nas

estratégias de TI propostas para se alcançar os objetivos estratégicos

institucionais.

As estratégias de TI que se mostraram semelhantes em aspectos como

objetivos, pessoas e processos afetados, área impactada, finalidade e benefícios

proporcionados foram reunidas em grupos. Cada grupo formado originou um

projeto de TI, que não necessariamente constitui-se num sistema de informação.

10
Spam: mensagem eletrônica não-solicitada enviada em massa (WIKIPEDIA, 2007).

97
Foram identificados 7 projetos de TI distintos. Estes são relacionados às

respectivas estratégias conforme apresentado na tabela 3.

#* Projetos de TI Estratégias Associadas**


1 Operação sem fim 1, 2, 3 e 4
2 BI 5
3 Rompendo fronteiras 6e7
4 Intranet 8
5 Gestão de pessoas 9, 10 e 11
6 Gestão de processos 12 e 13
7 Gestão de infra-estrutura de TI 14, 15, 16, 17 e 18
* Identificador numérico do projeto de TI
** Identificadas pelos números atribuídos na tabela 2

Tabela 3 – Projetos de TI e respectivas estratégias associadas

A descrição detalhada de cada iniciativa de TI é apresentada no item 6 do

apêndice C através do formulário de iniciação de projeto.

3.3.1. Critérios de Análise

A avaliação do conjunto de iniciativas de TI foi sistematizada e organizada

com base em cinco critérios: tempo de execução, risco associado, tamanho do

projeto, custos envolvidos e o grau de necessidade/urgência de implantação. A

metodologia utilizada propõe a utilização de mais um critério: escopo. No entanto,

este aspecto não se mostrou relevante para esta análise. Uma vez que o PETI

deve abranger toda a organização, o escopo do projeto de TI foi considerado

sempre como sendo global.

Os critérios de análise supra citados foram submetidos a uma ordem de

importância, sendo atribuído um peso de 1 a 5 para cada um deles, nesta ordem,

98
do menos para o mais importante. Convencionaram-se os valores conforme

observado na tabela 4.

Ordem de importância Critério de avaliação


1 Grau de Necessidade / Urgência
2 Tempo
3 Custo
4 Tamanho
5 Risco
Tabela 4 – Ordem de importância dos critérios de avaliação

A definição de pesos para os critérios de análise demonstrou o grau de

preocupação da organização em relação a determinado aspecto. Além disso,

serviu de referência no momento de ponderar estes parâmetros para cada projeto

de TI. No PETI em questão, o fator risco foi o de maior ênfase. Já o grau de

necessidade/urgência foi considerado o menos preocupante na avaliação das

iniciativas de TI.

Os 7 projetos que compõem o portifólio de iniciativas de TI foram

avaliados segundo estes 5 aspectos, com base no seguinte procedimento:

1. Criou-se uma tabela onde as linhas corresponderam aos objetivos e

as colunas aos critérios de avaliação;

2. Foram atribuídos valores numéricos, num esquema de pontuação,

para definir a atratividade de cada projeto em função dos critérios de

análise. Em decorrência de existirem 7 projetos, foram atribuídos

valores entre 1 e 7;

A interpretação dos pesos dados em função dos critérios de análise é a

seguinte:

99
 Grau de necessidade/urgência: 1 para o projeto menos urgente e 7

para o mais urgente;

 Tempo: 1 para o projeto com tempo de execução maior e 7 para

aquele que leva menos tempo para ser executado;

 Custo: 1 para o que representa menos retorno sobre o investimento e

7 para o que aparenta ser mais rentável;

 Tamanho: 1 para o projeto de maior abrangência e 7 para o menor;

 Risco: 1 para o projeto que representa maior risco de implantação e 7

para aquele considerado menos arriscado.

Através deste mecanismo de ponderação dois projetos podem ser

confrontados de forma pareada segundo determinado parâmetro. Desse modo, é

possível verificar, por exemplo, se o projeto 1 oferece maior risco em relação ao

projeto 2, ou qual deles levaria mais tempo para ser executado. Deve-se ressaltar

que a atribuição dos valores para os objetivos foi feita de maneira subjetiva, com

base no conhecimento empírico da equipe de projeto. O resultado das

ponderações feitas durante a avaliação dos projetos é visualizado na tabela 5.

100
Grau de
#* Necessidade/Urgência Tempo Custo Tamanho Risco
1 7 1 6 1 1
2 5 2 7 2 2
3 4 7 5 6 3
4 1 5 1 7 4
5 2 4 2 4 5
6 3 3 3 3 6
7 6 6 4 5 7
* Identificador numérico do projeto de TI, conforme apresentado na tabela 3.

Tabela 5 – Pontuação dos projetos de TI segundo critérios de análise

3.3.2. Hierarquia do Portifólio de Projetos de TI

O desafio associado à definição da ordem de execução dos projetos foi

conseguir concatenar os pesos dados aos critérios de avaliação com a

ponderação dos pesos dados a cada item do portifólio de projetos de TI quando

avaliados segundo os parâmetros estabelecidos. Para auxiliar nesta tarefa foi

utilizado o software EC11 – Expert Choice 11 11 – como ferramenta de apoio à

decisão. Este aplicativo utiliza o principio da comparação pareada como forma de

entrada de dados.

O processo de tomada de decisão utilizando o aplicativo EC11 percorreu

as seguintes etapas:

1. Definição do objetivo macro a ser alcançado com o uso da ferramenta

como sendo “Definir a ordem de implantação do portifólio de projetos

de TI”;

11
Para maiores detalhes, acesse: http://www.expertchoice.com

101
2. Entrada de dados referente aos critérios de avaliação: aos pares, os

critérios de avaliação foram comparados e os valores resultantes

desta ponderação inseridos no software. A ponderação foi feita da

seguinte maneira: ao se comparar risco (5) e tempo (2) observa-se

que o risco é 3 pontos maior que o tempo. Logo, o valor 3 é atribuído à

comparação entre os critérios risco e tempo, sendo que ao primeiro é

atribuída a vantagem por ser o maior valor dos dois comparados;

3. Entrada de dados referentes aos projetos de TI: aos pares, os projetos

de TI foram comparados levando-se em consideração cada um dos 5

critérios de avaliação. Assim como mencionado na etapa 2, os

resultados das ponderações foram inseridos na ferramenta;

4. Geração de resultados: o software EC11 gerou resultado em forma de

gráfico de barras.

O resultado obtido da hierarquização dos projetos de TI a serem

implementados na empresa Execução Soluções Call Center, segundo os critérios

previamente estabelecidos, é observado na figura 15.

Figura 15 – Hierarquização do portifólio de projetos de TI

Uma breve análise do gráfico apresentado na figura 15 deixa clara a

ordem de implementação das iniciativas de TI sob a ótica dos 5 critérios

apresentados anteriormente. A ferramenta de decisão concluiu que projeto

102
identificado pelo número 7 (Gestão de infra-estrutura de TI) foi o mais atrativo

sobre a concepção dos gerentes e deve, portanto, ser o primeiro a ser

implementado. Já os projetos 3 (Rompendo fronteiras) e 4 (Intranet) estão no

mesmo nível hierárquico. Isso significa que os dois possuem a mesma prioridade

de desenvolvimento. Cabe ao CIO, baseado numa reavaliação dos critérios,

decidir qual deverá ser executado primeiro.

A interpretação do gráfico gerado não denota a ordem de importância dos

projetos de TI. É apenas o resultado da ponderação de determinados fatores na

tentativa de definir uma ordem coerente de implantação do portifólio de TI. Esta

afirmação é comprovada ao se observar o projeto identificado pelo número 1

(Operação sem fim). Apesar de se mostrar bastante importante para a

organização (em função do ramo de atividade desta e das estratégias associadas)

aparece como o último item a ser implementado. Análises de atratividade

financeira e maturidade tecnológica de cada projeto foram feitas e serão

apresentadas na seqüência.

O software apontou uma relação geral de inconsistência da ordem de

0,02 na ponderação dos critérios de avaliação. Valores abaixo de 0,10 12 são

consideráveis aceitáveis, mostrando que a ordem de importância estabelecida foi

bem definida.

3.3.3. Atratividade Financeira

A atratividade financeira dos projetos de TI foi definida segundo o Valor

Estratégico que o projeto tem para a organização em função do VPL – Valor

12
Dado disponível no menu ajuda do software Expert Choice 11.

103
Presente Líquido13 – que este apresenta. A Matriz de Atratividade Financeira de

Projetos de TI correlacionou estas duas variáveis buscando aprimorar o processo

de tomada de decisão que pré-definiu a prioridade de execução dos projetos de TI

(LUTCHEN, 2003).

Para se medir o valor estratégico dos projetos de TI foi atribuída uma

pontuação a cada um deles. Os pontos foram definidos dentro da faixa de valores

compreendida de 0 a 20, sendo que o último possui maior valor estratégico e o

primeiro, consequentemente, o menor valor. A atribuição dos pontos aos projetos

de TI foi feita levando-se em consideração critérios como: avaliação de risco,

requisitos de recursos, esforço interno/externo e tempo de concepção do projeto.

O VPL calculado definiu o valor presente dos investimentos futuros que

devem ser feitos ao longo do desenvolvimento de cada projeto durante a vigência

do PETI. Esses valores foram calculados estimando-se o período de 1 ano, com

incentivos financeiros trimestrais e uma taxa de juros de 2,1% ao trimestre

(equivalente ao rendimento proporcionado pela poupança em 3 meses). Este

procedimento permitiu estimar quanto os futuros pagamentos somados a um

investimento inicial estaria valendo atualmente (WIKIPEDIA, 2007).

O resultado da análise de atratividade financeira dos projetos de TI é

verificado na figura 16. O número dentro de cada elipse identifica uma iniciativa

do portifólio de projetos de TI (vide tabela 3).

13
Para maiores detalhes, acesse: http://pt.wikipedia.org/wiki/Valor_Presente_L%C3%ADquido

104
Figura 16 – Matriz de atratividade financeira de projetos de TI

Os projetos de TI com maior atratividade financeira são os que

apresentaram, simultaneamente, maior valor estratégico agregado e maior valor

presente líquido (VPL). Em contrapartida, os projetos que possuem menor valor

estratégico e menor VPL são os menos atrativos.

Os projetos que se mostraram mais atrativos segundo esta análise foram

o 1 (Operação sem fim) e o 2 (BI). Apesar de bastante atrativos financeiramente e

com alto valor estratégico, estes são os projetos que possuem também o maior

risco agregado, sob o ponto de vista dos gerentes da organização.

O projeto menos atrativo financeiramente é identificado pelo número 7

(Gestão de infra-estrutura de TI). Apesar de menos atrativo, este projeto não está

fora do escopo de implantação, mesmo porque seu risco é considerado baixo.

Há também os projetos cujo valor estratégico varia de médio a alto, mas

que não possuem uma atratividade financeira muito alta. O valor estratégico

105
agregado evidencia a importância destes projetos para a organização, apesar de,

financeiramente, não se mostrarem muito atrativos durante a vigência do PETI.

3.3.4. Maturidade Tecnológica

O portifólio de projetos de TI foi submetido a uma análise de maturidade

tecnológica. Esta análise consistiu em determinar as habilidades inerentes à

equipe de TI bem como a tecnologia associada ao desenvolvimento de cada

projeto. Uma matriz bidimensional esquematiza o impacto que o portifólio de TI

proporciona à área de TI da organização (LUTCHEN, 2003).

A variável utilizada para compor o eixo horizontal é a Mudança de

Tecnologia exigida. Ela é representada por 5 valores descritivos:

 Sem mudanças: nenhuma mudança tecnológica é exigida para se

implantar o objetivo de TI;

 Melhoras de desempenho: alguma melhora em termos de

desempenho deve ser implementada;

 Extensão de funcionalidade: novas funções devem ser promovidas;

 Próxima geração: nova geração da tecnologia existente deve ser

empregada;

 Novas tecnologias: a tecnologia existente não provê recursos

suficientes para implantar a iniciativa de TI.

A Mudança de Competência da equipe de TI é utilizada como a variável

do eixo vertical da matriz, decomposta entre os seguintes valores descritivos:

106
 Sem mudanças nas competências existentes: o conhecimento do qual

a equipe de TI dispõe é suficiente para por em prática o projeto;

 Incrementações das competências existentes: o conhecimento

existente ainda não é suficiente e precisa ser melhorado;

 Melhora significante das competências: o conhecimento inerente aos

colaboradores da área de TI é muito superficial e melhoras

substanciais devem ser promovidas;

 Nova competência: a equipe de TI não dispõe do conhecimento

necessário.

O resultado da análise das mudanças tecnológicas em função das

competências que a equipe de TI necessita é observado na figura 17. O número

dentro de cada elipse identifica uma iniciativa do portifólio de projetos de TI (vide

tabela 3).

107
Mudança de competência

Nova competência Insight produtivo (breakthrough)


2 3

Plataforma
Melhora significante
das competências
1

6 Derivativo
Incrementações das
competências 5
existentes 4
Manutenção
Sem mudanças nas
competências 7
existentes

Novas Próxima Extensão de Melhoras de Sem mudanças


tecnologias funcionalidade desempenho
geração
Mudança de Tecnologia

Baixo Risco Médio Risco Alto risco

Figura 17 – Matriz de impacto interno de TI

A distribuição dos projetos de TI na matriz de impacto interno de TI resulta

nas seguintes análises

 O projeto 7 (Gestão de infra-estrutura de TI) tem plenas condições de

ser implementado sem nenhum tipo de mudança na tecnologia que a

organização dispõe ou incremento nas competências de seus

colaboradores;

 A tecnologia a qual a empresa dispõe é capaz de por em prática a

iniciativa 4 (Intranet), porém um pequeno aumento das competências

existentes é necessário;

108
 O conhecimento existente para implantar os projetos 5 (Gestão de

pessoas) e 6 (Gestão de processos) ainda não é suficiente e precisa

ser melhorado. Com relação à mudança tecnológica, melhorias de

desempenho e algumas novas funcionalidades devem ser promovidas

para viabilizar a implantação destes projetos;

 A implantação dos projetos identificados pelos números 1 (Operação

sem fim), 2 (BI) e 3 (Rompendo fronteiras) exige uma melhora

significativa nas competências da área de TI da organização ou até

mesmo a busca de conhecimento que atualmente inexiste. O potencial

tecnológico que proporciona o desenvolvimento dos projetos reside na

fronteira entre a extensão das funcionalidades e uma nova geração da

tecnologia que a empresa dispõe.

A tecnologia que a empresa domina, aliada as competências que a equipe

de TI dispõe, não são consideradas suficientes para viabilizar a implantação dos

projetos de maior risco associado. Para estes projetos, o fator tempo também

deve ser reavaliado para permitir o recrutamento e/ou treinamento de pessoal.

Isso porque talvez seja mais vantajoso terceirizar estes serviços a investir capital

em cursos de capacitação e aperfeiçoamento. Assim os recursos humanos da TI

podem ser alocados para o desenvolvimento de outras atividades cujas

competências atuais são suficientes.

Os projetos que apresentam médio ou baixo risco estão associados a

tecnologias já conhecidas e a um grau de competência que a empresa já possui.

109
3.4. Materialização do PETI

O PETI é o documento que materializou as informações provenientes do

estudo realizado. O resultado final pode ser visualizado no Apêndice C deste

documento.

3.5. Riscos Associados

Os riscos inerentes a cada uma das tarefas do processo de elaboração do

PETI não se concretizaram. As atividades foram realizadas dentro do que era

esperado e contaram com a participação ativa dos responsáveis diretos da

organização.

4. Aderência do PETI Elaborado ao COBIT PO1

O objetivo deste capítulo é traçar um paralelo entre o PETI elaborado na

empresa Execução Soluções Call Center e o processo de planejamento

estratégico da área de TI, intitulado PO1 – Definir o Plano Estratégico de TI,

integrante do framework COBIT. A análise consistiu em verificar se o PETI

elaborado segundo a metodologia proposta por Lutchen (2003) estava alinhado

às principais recomendações contidas no PO1.

Apontar as semelhanças e divergências entre o que de fato foi realizado e

o que é recomendado, contribuirá para a adequação dos processos internos da

organização estuda às boas práticas de governança de TI constantes no modelo

COBIT. Os critérios de avaliação foram baseados nas características das duas

metodologias e nas atividades desenvolvidas durante a elaboração do PETI

segundo a metodologia adotada.

110
4.1. Alinhamento Estratégico

Desenvolver um planejamento específico para a área de TI faz com que

os objetivos de TI estejam alinhados às estratégias da organização e garante que

os objetivos estratégicos da organização sejam suportados pela TI. Além disso,

adequa a TI aos requisitos da governança de TI, tornando os riscos, benefícios e

custos de um projeto transparentes à organização e seus parceiros (ITGI, 2005).

O processo PO1 do COBIT abrange as estratégias e táticas definidas ao

nível do planejamento de TI. A metodologia proposta por Lutchen, porém, está

focada somente nas estratégias de TI que dão suporte às metas de longo prazo

da organização, não contemplando as ações referentes ao nível tático desta área.

A metodologia utilizou, entre outros critérios, risco e custo para definir a

hierarquia de projetos do portifólio de TI, o que ressalta sua proximidade das boas

práticas de governança definidas no PO1.

4.2. CIO x Gerentes da Organização

A metodologia proposta por Lutchen (2003) defende a importância do

envolvimento do CIO com a alta administração. Segundo Lutchen (2003), O CIO

deve participar do processo de tomada de decisão referente às mudanças

organizacionais que afetam diretamente a área de TI.

A mesma ideologia é defendida no processo PO1, porém no sentido

oposto. O CIO não possui autonomia para decidir o futuro da área de TI. O

processo decisório relacionado à TI tem a colaboração deste e dos demais

gerentes da organização.

111
A aliança entre o gestor de TI e as demais lideranças empresariais

contribuiu para a transformação das necessidades do negócio em ofertas de

serviços para a área de TI.

4.3. Definição de Responsabilidades

O processo PO1 envolve diversos agentes, cada um com suas

responsabilidades bem definidas e amparadas por um padrão de auditoria que

monitora constantemente as atividades na tentativa de assegurar a correta

execução destas.

Na metodologia utilizada para elaborar o PETI na Execução Soluções Call

Center não há um elenco de atores bem definido para cada atividade e não há

atribuição de responsabilidades de forma explícita a cada um deles. Os gerentes

de cada departamento são comunicados da eventual necessidade de sua

colaboração e por demanda estes vão sendo consultados por meio de entrevistas.

Também não há mecanismo de fiscalização das atividades.

4.4. Atividades Associadas

O processo PO1 do COBIT é composto por 6 atividades. Essas atividades

contemplam um apanhado de boas práticas e recomendações voltadas à

aplicação da Governança de TI e, ao contrário da metodologia proposta por

Lutchen (2003), não definem um roteiro de atividades específico para a

elaboração do PETI.

As recomendações presentes no PO1 são direcionadas ao controle e

monitoramento da elaboração e da implantação do PETI. Para esta análise foram

112
focadas as recomendações constantes no PO1 referentes à elaboração do PETI,

objetivo macro deste estudo.

As recomendações presentes no PO1 contempladas pela elaboração do

PETI segundo a metodologia de Lutchen (2003) são:

 Portifólio de TI alinhado aos negócios e diferenciado dos demais

projetos da organização;

 Explorar ao máximo as potencialidades da área de TI para gerar

oportunidades de negócio;

 Estratégias de TI associadas aos objetivos da organização;

 Levantamento das iniciativas/projetos de TI;

 Avaliação e definição das prioridades de TI.

As boas práticas que não são contempladas pela metodologia utilizada no

desenvolvimento do PETI estão associadas ao planejamento dos investimentos

corporativos destinados à TI, dos recursos que serão envolvidos, dos resultados

desejados e do grau de dependência da organização em relação à TI. Devido à

importância que estes itens representam, a metodologia utilizada pode ser

remodelada na tentativa de integrar estes tópicos ao processo de planejamento

estratégico da área de TI, aproximando-a das boas práticas de Governança de TI.

4.5. Nível de Maturidade

O PO1 do COBIT provê um modelo de maturidade para a classificação do

processo de elaboração do PETI em uma organização. Esta classificação é feita

com base em níveis que variam de 0 (não existente) a 5 (otimizado).

113
Atualmente, a empresa Execução Soluções Call Center se encontra num

processo de transição do nível 1 para o nível 2. A necessidade de planejamento

estratégico para a área de TI é conhecida e discutida pela gerência de negócios

da organização. Os projetos de TI são desenvolvidos em resposta às requisições

da gerência, sem a existência de um processo formalizado que define a execução

destes. Critérios com risco, tempo, recursos disponíveis e custo de cada projeto

são identificados de maneira intuitiva, sem passar por uma avaliação criteriosa

baseada em uma metodologia específica.

Apesar de a organização apresentar diversas características que a

posicionariam no nível 2 de maturidade, esta não pode ser enquadrada de fato

neste nível por ser essa a primeira experiência de elaboração do PETI que a

empresa teve. E o nível 2 está associado a processos que são repetidos várias

vezes, mesmo que de forma intuitiva.

114
V CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS

1. Conclusão

O estudo em questão apresentou alguns dos problemas enfrentados

pelos gerentes de TI em busca da adoção das melhores práticas na

administração dos recursos de TI em uma organização e como fazer com que a

tecnologia de informação realmente forneça suporte às estratégias empresariais.

Ele levou a proposta de um conjunto de procedimentos abrangente (que

considerou questões de eficácia, eficiência e risco) e com potencial suficiente

para ser aplicado em diversos tipos de organizações.

Usualmente, as equipes de TI focam muito na busca do sucesso técnico

de seus projetos. Funcionalidades presentes nas aplicações desenvolvidas e

qualidade dos equipamentos que compõem a infra-estrutura são as principais

preocupações. Com a abordagem de PETI proposta e estudada, as preocupações

de natureza gerencial e estratégica estavam presentes no processo de

planejamento e controle desses projetos. Um das tarefas mais importante foi a

classificação dos projetos de TI, uma vez que os critérios de avaliação adotados

refletiam a situação específica da organização e o ponto de vista de seus

gerentes de negócios e de TI.

Foram apresentadas algumas metodologias existentes no mercado para a

implantação do planejamento estratégico de TI e frameworks para adoção das

melhores práticas de Governança de TI, bem como estes podem auxiliar os

administradores e executivos na adoção de métodos eficientes de controle dos

investimentos, análise de riscos e previsão de resultados dos projetos de TI.

115
A análise de aderência ao COBIT PO1 mostrou as diferenças e

semelhanças deste processo em relação à metodologia utilizada. As limitações da

metodologia proposta por Lutchen (2003) ficaram evidentes principalmente no que

diz respeito à atribuição de responsabilidades aos atores envolvidos e à

inexistência de mecanismos de auditoria das atividades que foram realizadas.

Adaptações são necessárias para aproximar a metodologia adota para elaborar o

PETI das boas práticas de Governança de TI.

A eficiência e a eficácia da governança dos projetos já em

desenvolvimento pela empresa não foram analisadas durante a elaboração do

PETI. Os resultados de projetos já concluídos também ficaram fora do escopo

deste estudo. Essas duas questões podem ser contempladas em futuras

pesquisas.

Uma das dificuldades enfrentadas durante o processo de elaboração do

PETI foi o fato de ser a primeira vez que os gerentes participavam de uma

atividade deste tipo e não tinham familiaridade com alguns dos conceitos

abordados. Literatura técnica que trata do assunto em questão foi repassada aos

responsáveis pelo projeto na organização a fim de aprimorar o conhecimento

destes.

Um importante benefício da metodologia de PETI proposta foi auxiliar a

gerência a sistematizar suas idéias, refletir sobre o processo e os impactos dos

projetos de TI selecionados naquilo que é importante para a empresa. Também

permitiu que os profissionais de TI e de outras áreas trabalhassem juntos e,

conseqüentemente, entendessem melhor as necessidades das partes envolvidas.

Este foi um dos primeiros passos para aumentar o alinhamento estratégico entre

a TI e os negócios da empresa.

116
Ficou facilitada uma visão estratégica tanto do negócio como da TI, de

forma a analisar e avaliar os ganhos na produtividade e na competitividade dos

negócios oriundos de maior eficácia no uso da TI, em alinhamento com as

estratégias empresariais. Contudo, ainda persiste a necessidade de eficiência na

operação da TI, bem como a importância da capacitação técnica nos processos

de gestão de projetos de TI.

O trabalho realizado evidenciou a necessidade da empresa em conceber

uma gestão mais integrada entre a TI e os negócios, incluindo a corporação e as

pessoas que a lideram e a mantém ativa.

A integração da gestão de negócio com a TI e conseqüente melhora na

avaliação do nível de maturidade do PO1 fará com que a organização otimize a

eficiência e eficácia dos projetos de TI, tento estes constantemente sob o mais

absoluto controle.

Finalmente, espera-se que este estudo tenha sido o início de futuras

pesquisas que deverão tratar das possibilidades de melhoria mencionadas

anteriormente, bem como possibilitar o aprofundamento da discussão acerca do

tema Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação dentro de

frameworks de Governança de TI.

117
2. Considerações Finais

A etapa inicial de atividades preliminares, utilizada como um adendo à

metodologia proposta por Lutchen (2003), foi de grande importância para que a

equipe de estudo tivesse condições de repassar aos gerentes da empresa as

atividades que seriam realizadas, a abrangência do estudo e o cronograma de

atividades. Esta etapa também denotou os benefícios oriundos da aplicação do

projeto e firmou o compromisso dos gerentes da empresa para com o mesmo.

Seguindo a cultura e as atividades da empresa, os trabalhos foram

realizados pela equipe de estudo com total integração e cooperação da gerência

executiva e de TI da empresa Execução Soluções Call Center.

De acordo com o planejamento inicial e o tempo hábil disponível para

realização do estudo, a metodologia utilizada mostrou-se de certa forma bastante

eficaz. Outro fator importante a ser citado como facilitador do processo de

desenvolvimento do PETI foi o conhecimento, por parte da equipe de estudo, das

técnicas e frameworks de Governança de TI existentes no mercado. Com isso, a

análise dos documentos e processos da organização para o levantamento de

informações a respeito de seu funcionamento foi bastante otimizada.

O estudo prático proporcionou a avaliação real de como é complexa, mas

também muito importante a execução de um planejamento estratégico específico

para área de TI em uma organização.

Em resumo, acredita-se que os objetivos foram alcançados e espera-se

que os resultados obtidos sejam utilizados como base para a implantação do

PETI elaborado, bem como a adoção de novas técnicas de planejamento,

gerência e controle das atividades relacionadas à TI da organização estudada.

118
3. Trabalhos Futuros

Diante do assunto abordado neste estudo e conhecendo as conclusões

obtidas ao final do mesmo, ficam como sugestões de trabalhos futuros:

 Desenvolver o processo de implantação do PETI elaborado;

 Levantamento, análise e estudo de outras metodologias de

elaboração/implantação de PETI;

 Utilização de uma outra metodologia que também viabilize a

elaboração do PETI;

 Promover um estudo detalhado de outros modelos/frameworks de

Governança de TI existentes no mercado;

 Análise de aderência do PETI elaborado a outros modelos de

Governança de TI;

 Implementação de um software aplicativo que auxilie o processo de

elaboração/implantação do PETI nas organizações;

 Elaboração de uma metodologia capaz de medir a eficiência e a

eficácia de projetos de TI em andamento ou já concluídos.

119
VI REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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de Pós-Graduação em Ciência da Computação, UFSC, Florianópolis.

125
VII APÊNDICES

APÊNDICE A – Carta de Apresentação do Projeto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA


DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA E ESTATÍSTICA
GRADUAÇÃO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Florianópolis, 13 de novembro de 2006.

ao Gestor Empresarial – CEO ou Departamento de Planejamento


ao Gestor da Tecnologia da Informação - CIO

Assunto: Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação – PETI:


uma abordagem utilizando o modelo COBIT

Prezados Senhores,

O ambiente turbulento em que competem atualmente as organizações e a constante


necessidade de adaptação às mudanças ocorridas tornam necessário que disponham de
um Planejamento Estratégico de Tecnologia de Informação adequado e que suporte
devidamente as suas necessidades de TI, de modo a responder rapidamente a alterações
de mercado.
Nesse sentido, temos o prazer de lhes informar que estamos iniciando um grande esforço
de análise das necessidades de TI atuais e futuras em sua organização. Para tanto, foi
constituída uma equipe de estudo que irá conduzir uma análise profunda da utilização da
TI e sua relação com a organização.
O estudo será desenvolvido por uma equipe mista, formada por dois subgrupos, a equipe
de estudo e as pessoas pertencentes à organização. Neste estudo será utilizada uma
metodologia conhecida de elaboração de PETI, com provas dadas de sua eficácia nas
mais diversas organizações.
A chave para o sucesso de um estudo desta natureza é a identificação precisa e a
definição clara das necessidades de TI, individuais e coletivas. Para atingir este propósito,
a equipe de estudo deverá discutir estas necessidades em detalhe através de entrevistas.
É essencial que cada pessoa convidada a participar de uma entrevista seja totalmente
cooperante na discussão de problemas atuais e planejamentos futuros.
Pedimos desde já a vossa total cooperação neste importante empreendimento. Para
apresentar o projeto e os procedimentos da etapa de entrevistas, convidamos V.Sa. a
participar no dia 30/11/2006 as 17:00 horas da apresentação do projeto “Planejamento
Estratégico de Tecnologia da Informação – PETI: uma abordagem utilizando o modelo
COBIT” na sede da Execução Soluções Call Center.
Estamos confiantes de que o estudo se revelará valioso para a organização e nos ajudará
a atingir os nossos objetivos globais.

Atenciosamente,
André Luiz Samistraro Santin
Ari Schveitzer Junior

126
APÊNDICE B – Cronograma de Atividades para Elaboração do
PETI

O cronograma de atividades detalha as atividades desenvolvidas na

organização durante a parte prática do trabalho. Para cada atividade existe uma

data prevista de início e fim, bem como a data em que de fato a atividade

começou e terminou.

Período previsto Período realizado

Atividades Início Fim Início Fim

1. Atividades Preliminares 30/11/2006 01/12/2006 30/11/2206 05/12/2006

1.1. Apresentação do projeto e aprovação do cronograma 30/11/2006 30/11/2006 30/11/2206 30/11/2206

1.2. Estabelecimento do âmbito do estudo 01/12/2006 01/12/2006 04/12/2006 05/12/2006

1.3. Definição da equipe de projeto 01/12/2006 01/12/2006 04/12/2006 05/12/2006

1.4. Identificação da informação a recolher 01/12/2006 01/12/2006 04/12/2006 05/12/2006

2. Aplicação da Metodologia de PETI 02/12/2006 31/12/2006 07/12/2006 26/01/2007

2.1. Entender as estratégias do negócio 02/12/2006 05/12/2006 7/12/2006 10/12/2006

2.2. Identificar a visão de TI 09/12/2006 15/12/2006 11/12/2006 12/12/2006

2.3. Definir os objetivos estratégicos e as iniciativas de TI 09/12/2006 15/12/2006 18/12/2006 31/12/2006

2.4. Analisar o portifólio de iniciativas de TI 26/12/2006 30/12/2006 07/01/2007 15/01/2007

2.5. Preparar o PETI 02/01/2007 05/01/2007 16/01/2007 22/01/2007

3. Análise de Conformidade do PETI Elaborado em 06/01/2007 12/01/2007


Relação ao PO1 23/01/2007 26/01/2007

4. Apresentação do PETI à Empresa 15/01/2007 15/01/2007 03/02/2007 03/02/2007

127
APÊNDICE C – Planejamento Estratégico de Tecnologia da
Informação

TERMO DE
REFERÊNCIA

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
DE TECNOLOGIA DA
INFORMAÇÃO

– PETI –

Florianópolis – Fevereiro de 2007

128
1. Desenho de Cenário

2. Missão Institucional

3. Visão Institucional

4. Missão da área de TI

5. Visão da área de TI

6. Portifólio de Projetos de TI

O portifólio de projetos de TI contém as iniciativas que vão de encontro aos


objetivos estratégicos definidos no âmbito do Planejamento Estratégico
Empresarial e objetivam obter o máximo das potencialidades da área TI. Os
seguintes critérios foram usados para compor o conjunto de projetos: tempo,
risco, tamanho, custo e grau de necessidade. Cada um dos 7 projetos de TI será
detalhado através do Formulário de Iniciação de Projeto.

129
6.1. Projeto: Operação sem fim

Formulário de Iniciação de Projeto


Nome do Projeto: Operação sem fim Nome do Alex Lang
Responsável:
Data: Fevereiro/2006 Unidade de Negócio: Empresa inteira

Descrição do Projeto:
Suporte às operações de venda executadas pela empresa. Embasado na proposta de CRM,
contempla ações de análise prévia de indicadores, qualificação de mailing, abordagem de
clientes e geração de relatórios de desempenho.

Dimensão Descrição Pontos


1. Programa de Risco – O risco relativo de implementação é baseado inicialmente
na complexidade do negócio/informação/arquitetura tecnológica. O sucesso do
projeto é definido pela forma de alcançar os benefícios designados do projeto
dentro do orçamento apropriado, período de tempo e escopo.
(3) Baixo = Probabilidade de sucesso entre 67 - 100% 1
(2) Médio = Probabilidade de sucesso entre 34 - 66%
(1) Alto = Probabilidade de sucesso entre 0 - 33%
2. Retorno Financeiro – O impacto projetado baseado inicialmente em NPV
Retorno do Investimento (ROI): 2
(1) Baixo = < $100.000
(2) Médio = $100.000-$999.999
(3) Alto = > $1.000.000
Payback: 2
(3) Baixo = < 1 ano
(2) Médio = 1-3 anos
(1) Alto = > 3 anos
3. Discrição – O grau de discrição que a empresa tem que implementar
inicialmente. Por exemplo, requisitos reguladores têm menos discrição enquanto
iniciativas tipicamente inovadoras têm mais.
(1) Alto = programa inovador, não parte de negócios 1
operacionais com caminho crítico.
(2) Baixo = deve fazer por razões reguladoras, continuidade
de negócio.
4. Impacto Estratégico – O grau de iniciativa que pode ser mapeado existindo Marque
estratégias de negócio. Nota: marque todas as estratégias que se aplica.
Aumento de cliente X
Aumento de mercado X
Recuperar clientes perdidos X
Aumento de vendas para compradores fluentes X
Aumento da responsabilidade civil (imagem)
Promover imagem de marca X
Desenvolvimento pessoal para aumentar a satisfação
(1) Baixo = executar o negócio 3
(2) Médio = construir o negócio
(3) Alto = inovar o negócio
5. Tempo de Vida do Produto – A vida útil desde quando foi implementado
(3) Curto = < 2 anos 2
(2) Médio = 2-7 anos
(1) Longo = > 7 anos
6. Escopo – Quantas pessoas são afetadas por este projeto? Qual o impacto sobre
a organização?
(1) Local = afeta somente as unidades de negócio 3
(2) Regional = afeta múltiplas unidades de negócio
(3) Global = afeta a empresa inteira
Total Pontuação máxima = 21. Pontuação mínima = 7 14

130
6.2. Projeto: BI

Formulário de Iniciação de Projeto


Nome do Projeto: BI – Business Nome do Alex Lang
Intelligence Responsável:
Data: Fevereiro/2006 Unidade de Negócio: Empresa inteira

Descrição do Projeto:
Promove a análise detalhada de dados e informações relativas às operações de venda com
base nas informações de "mundo ideal" armazenadas.

Dimensão Descrição Pontos


1. Programa de Risco – O risco relativo de implementação é baseado inicialmente
na complexidade do negócio/informação/arquitetura tecnológica. O sucesso do
projeto é definido pela forma de alcançar os benefícios designados do projeto
dentro do orçamento apropriado, período de tempo e escopo.
(3) Baixo = Probabilidade de sucesso entre 67 - 100% 1
(2) Médio = Probabilidade de sucesso entre 34 - 66%
(1) Alto = Probabilidade de sucesso entre 0 - 33%
2. Retorno Financeiro – O impacto projetado baseado inicialmente em NPV
Retorno do Investimento (ROI): 2
(1) Baixo = < $100.000
(2) Médio = $100.000-$999.999
(3) Alto = > $1.000.000
Payback: 1
(3) Baixo = < 1 ano
(2) Médio = 1-3 anos
(1) Alto = > 3 anos
3. Discrição – O grau de discrição que a empresa tem que implementar
inicialmente. Por exemplo, requisitos reguladores têm menos discrição enquanto
iniciativas tipicamente inovadoras têm mais.
(1) Alto = programa inovador, não parte de negócios 1
operacionais com caminho crítico.
(2) Baixo = deve fazer por razões reguladoras, continuidade
de negócio.
4. Impacto Estratégico – O grau de iniciativa que pode ser mapeado existindo Marque
estratégias de negócio. Nota: marque todas as estratégias que se aplica.
Aumento de cliente
Aumento de mercado X
Recuperar clientes perdidos X
Aumento de vendas para compradores fluentes X
Aumento da responsabilidade civil (imagem)
Promover imagem de marca
Desenvolvimento pessoal para aumentar a satisfação
(1) Baixo = executar o negócio 3
(2) Médio = construir o negócio
(3) Alto = inovar o negócio
5. Tempo de Vida do Produto – A vida útil desde quando foi implementado
(3) Curto = < 2 anos 1
(2) Médio = 2-7 anos
(1) Longo = > 7 anos
6. Escopo – Quantas pessoas são afetadas por este projeto? Qual o impacto sobre
a organização?
(1) Local = afeta somente as unidades de negócio 3
(2) Regional = afeta múltiplas unidades de negócio
(3) Global = afeta a empresa inteira
Total Pontuação máxima = 21. Pontuação mínima = 7 12

131
6.3. Projeto: Rompendo fronteiras

Formulário de Iniciação de Projeto


Nome do Projeto: Rompendo fronteiras Nome do Alex Lang
Responsável:
Data: Fevereiro/2006 Unidade de Negócio: Empresa inteira

Descrição do Projeto:
Voltado para o marketing empresarial, visa divulgar a marca da organização através de novos
canais de comunicação como clientes.

Dimensão Descrição Pontos


1. Programa de Risco – O risco relativo de implementação é baseado inicialmente
na complexidade do negócio/informação/arquitetura tecnológica. O sucesso do
projeto é definido pela forma de alcançar os benefícios designados do projeto
dentro do orçamento apropriado, período de tempo e escopo.
(3) Baixo = Probabilidade de sucesso entre 67 - 100% 1
(2) Médio = Probabilidade de sucesso entre 34 - 66%
(1) Alto = Probabilidade de sucesso entre 0 - 33%
2. Retorno Financeiro – O impacto projetado baseado inicialmente em NPV
Retorno do Investimento (ROI): 1
(1) Baixo = < $100.000
(2) Médio = $100.000-$999.999
(3) Alto = > $1.000.000
Payback: 2
(3) Baixo = < 1 ano
(2) Médio = 1-3 anos
(1) Alto = > 3 anos
3. Discrição – O grau de discrição que a empresa tem que implementar
inicialmente. Por exemplo, requisitos reguladores têm menos discrição enquanto
iniciativas tipicamente inovadoras têm mais.
(1) Alto = programa inovador, não parte de negócios 2
operacionais com caminho crítico.
(2) Baixo = deve fazer por razões reguladoras, continuidade
de negócio.
4. Impacto Estratégico – O grau de iniciativa que pode ser mapeado existindo Marque
estratégias de negócio. Nota: marque todas as estratégias que se aplica.
Aumento de cliente X
Aumento de mercado X
Recuperar clientes perdidos X
Aumento de vendas para compradores fluentes X
Aumento da responsabilidade civil (imagem) X
Promover imagem de marca X
Desenvolvimento pessoal para aumentar a satisfação
(1) Baixo = executar o negócio 3
(2) Médio = construir o negócio
(3) Alto = inovar o negócio
5. Tempo de Vida do Produto – A vida útil desde quando foi implementado
(3) Curto = < 2 anos 2
(2) Médio = 2-7 anos
(1) Longo = > 7 anos
6. Escopo – Quantas pessoas são afetadas por este projeto? Qual o impacto sobre
a organização?
(1) Local = afeta somente as unidades de negócio 3
(2) Regional = afeta múltiplas unidades de negócio
(3) Global = afeta a empresa inteira
Total Pontuação máxima = 21. Pontuação mínima = 7 14

132
6.4. Projeto: Intranet

Formulário de Iniciação de Projeto


Nome do Projeto: Intranet Nome do Alex Lang
Responsável:
Data: Fevereiro/2006 Unidade de Negócio: Empresa inteira

Descrição do Projeto:
Promove troca de experiências e conhecimento entre os colaboradores. Centraliza
funcionalidades comuns a vários parceiros da organização. Viabiliza acesso externo às
ferramentas disponibilizadas pela empresa.

Dimensão Descrição Pontos


1. Programa de Risco – O risco relativo de implementação é baseado inicialmente
na complexidade do negócio/informação/arquitetura tecnológica. O sucesso do
projeto é definido pela forma de alcançar os benefícios designados do projeto
dentro do orçamento apropriado, período de tempo e escopo.
(3) Baixo = Probabilidade de sucesso entre 67 - 100% 2
(2) Médio = Probabilidade de sucesso entre 34 - 66%
(1) Alto = Probabilidade de sucesso entre 0 - 33%
2. Retorno Financeiro – O impacto projetado baseado inicialmente em NPV
Retorno do Investimento (ROI): 1
(1) Baixo = < $100.000
(2) Médio = $100.000-$999.999
(3) Alto = > $1.000.000
Payback: 1
(3) Baixo = < 1 ano
(2) Médio = 1-3 anos
(1) Alto = > 3 anos
3. Discrição – O grau de discrição que a empresa tem que implementar
inicialmente. Por exemplo, requisitos reguladores têm menos discrição enquanto
iniciativas tipicamente inovadoras têm mais.
(1) Alto = programa inovador, não parte de negócios 2
operacionais com caminho crítico.
(2) Baixo = deve fazer por razões reguladoras, continuidade
de negócio.
4. Impacto Estratégico – O grau de iniciativa que pode ser mapeado existindo Marque
estratégias de negócio. Nota: marque todas as estratégias que se aplica.
Aumento de cliente X
Aumento de mercado X
Recuperar clientes perdidos
Aumento de vendas para compradores fluentes
Aumento da responsabilidade civil (imagem) X
Promover imagem de marca
Desenvolvimento pessoal para aumentar a satisfação
(1) Baixo = executar o negócio 2
(2) Médio = construir o negócio
(3) Alto = inovar o negócio
5. Tempo de Vida do Produto – A vida útil desde quando foi implementado
(3) Curto = < 2 anos 1
(2) Médio = 2-7 anos
(1) Longo = > 7 anos
6. Escopo – Quantas pessoas são afetadas por este projeto? Qual o impacto sobre
a organização?
(1) Local = afeta somente as unidades de negócio 3
(2) Regional = afeta múltiplas unidades de negócio
(3) Global = afeta a empresa inteira
Total Pontuação máxima = 21. Pontuação mínima = 7 12

133
6.5. Projeto: Gestão de pessoas

Formulário de Iniciação de Projeto


Nome do Projeto: Gestão de pessoas Nome do Alex Lang
Responsável:
Data: Fevereiro/2006 Unidade de Negócio: Empresa inteira

Descrição do Projeto:
Gerencia o processo de admissão e demissão de colaboradores com base no histórico de
informações armazenadas e análise de competências através de experiências profissionais
comprovadas. Adicionalmente, controla a freqüência por meio de ponto eletrônico.

Dimensão Descrição Pontos


1. Programa de Risco – O risco relativo de implementação é baseado inicialmente
na complexidade do negócio/informação/arquitetura tecnológica. O sucesso do
projeto é definido pela forma de alcançar os benefícios designados do projeto
dentro do orçamento apropriado, período de tempo e escopo.
(3) Baixo = Probabilidade de sucesso entre 67 - 100% 2
(2) Médio = Probabilidade de sucesso entre 34 - 66%
(1) Alto = Probabilidade de sucesso entre 0 - 33%
2. Retorno Financeiro – O impacto projetado baseado inicialmente em NPV
Retorno do Investimento (ROI): 1
(1) Baixo = < $100.000
(2) Médio = $100.000-$999.999
(3) Alto = > $1.000.000
Payback: 1
(3) Baixo = < 1 ano
(2) Médio = 1-3 anos
(1) Alto = > 3 anos
3. Discrição – O grau de discrição que a empresa tem que implementar
inicialmente. Por exemplo, requisitos reguladores têm menos discrição enquanto
iniciativas tipicamente inovadoras têm mais.
(1) Alto = programa inovador, não parte de negócios 2
operacionais com caminho crítico.
(2) Baixo = deve fazer por razões reguladoras, continuidade
de negócio.
4. Impacto Estratégico – O grau de iniciativa que pode ser mapeado existindo Marque
estratégias de negócio. Nota: marque todas as estratégias que se aplica.
Aumento de cliente
Aumento de mercado
Recuperar clientes perdidos
Aumento de vendas para compradores fluentes
Aumento da responsabilidade civil (imagem) X
Promover imagem de marca
Desenvolvimento pessoal para aumentar a satisfação X
(1) Baixo = executar o negócio 2
(2) Médio = construir o negócio
(3) Alto = inovar o negócio
5. Tempo de Vida do Produto – A vida útil desde quando foi implementado
(3) Curto = < 2 anos 2
(2) Médio = 2-7 anos
(1) Longo = > 7 anos
6. Escopo – Quantas pessoas são afetadas por este projeto? Qual o impacto sobre
a organização?
(1) Local = afeta somente as unidades de negócio 3
(2) Regional = afeta múltiplas unidades de negócio
(3) Global = afeta a empresa inteira
Total Pontuação máxima = 21. Pontuação mínima = 7 13

134
6.6. Projeto: Gestão de processos

Formulário de Iniciação de Projeto


Nome do Projeto: Gestão de processos Nome do Alex Lang
Responsável:
Data: Fevereiro/2006 Unidade de Negócio: Empresa inteira

Descrição do Projeto:
Organiza a execução de processos internos de diversos departamentos por meio de sistemas de
informações gerenciais.

Dimensão Descrição Pontos


1. Programa de Risco – O risco relativo de implementação é baseado inicialmente
na complexidade do negócio/informação/arquitetura tecnológica. O sucesso do
projeto é definido pela forma de alcançar os benefícios designados do projeto
dentro do orçamento apropriado, período de tempo e escopo.
(3) Baixo = Probabilidade de sucesso entre 67 - 100% 3
(2) Médio = Probabilidade de sucesso entre 34 - 66%
(1) Alto = Probabilidade de sucesso entre 0 - 33%
2. Retorno Financeiro – O impacto projetado baseado inicialmente em NPV
Retorno do Investimento (ROI): 1
(1) Baixo = < $100.000
(2) Médio = $100.000-$999.999
(3) Alto = > $1.000.000
Payback: 1
(3) Baixo = < 1 ano
(2) Médio = 1-3 anos
(1) Alto = > 3 anos
3. Discrição – O grau de discrição que a empresa tem que implementar
inicialmente. Por exemplo, requisitos reguladores têm menos discrição enquanto
iniciativas tipicamente inovadoras têm mais.
(1) Alto = programa inovador, não parte de negócios 2
operacionais com caminho crítico.
(2) Baixo = deve fazer por razões reguladoras, continuidade
de negócio.
4. Impacto Estratégico – O grau de iniciativa que pode ser mapeado existindo Marque
estratégias de negócio. Nota: marque todas as estratégias que se aplica.
Aumento de cliente
Aumento de mercado
Recuperar clientes perdidos
Aumento de vendas para compradores fluentes
Aumento da responsabilidade civil (imagem) X
Promover imagem de marca
Desenvolvimento pessoal para aumentar a satisfação X
(1) Baixo = executar o negócio 2
(2) Médio = construir o negócio
(3) Alto = inovar o negócio
5. Tempo de Vida do Produto – A vida útil desde quando foi implementado
(3) Curto = < 2 anos 2
(2) Médio = 2-7 anos
(1) Longo = > 7 anos
6. Escopo – Quantas pessoas são afetadas por este projeto? Qual o impacto sobre
a organização?
(1) Local = afeta somente as unidades de negócio 3
(2) Regional = afeta múltiplas unidades de negócio
(3) Global = afeta a empresa inteira
Total Pontuação máxima = 21. Pontuação mínima = 7 14

135
6.7. Projeto: Gestão de infra-estrutura de TI

Formulário de Iniciação de Projeto


Nome do Projeto: Gestão de infra- Nome do Alex Lang
estrutura de TI Responsável:
Data: Fevereiro/2006 Unidade de Negócio: Empresa inteira

Descrição do Projeto:
Atividades relacionadas à manutenção/melhoramento da infra-estrutura de TI. Um sistema de
gerenciamento de chamados internos deve ser implantado para melhor otimização das tarefas.

Dimensão Descrição Pontos


1. Programa de Risco – O risco relativo de implementação é baseado inicialmente
na complexidade do negócio/informação/arquitetura tecnológica. O sucesso do
projeto é definido pela forma de alcançar os benefícios designados do projeto
dentro do orçamento apropriado, período de tempo e escopo.
(3) Baixo = Probabilidade de sucesso entre 67 - 100% 3
(2) Médio = Probabilidade de sucesso entre 34 - 66%
(1) Alto = Probabilidade de sucesso entre 0 - 33%
2. Retorno Financeiro – O impacto projetado baseado inicialmente em NPV
Retorno do Investimento (ROI): 1
(1) Baixo = < $100.000
(2) Médio = $100.000-$999.999
(3) Alto = > $1.000.000
Payback: 2
(3) Baixo = < 1 ano
(2) Médio = 1-3 anos
(1) Alto = > 3 anos
3. Discrição – O grau de discrição que a empresa tem que implementar
inicialmente. Por exemplo, requisitos reguladores têm menos discrição enquanto
iniciativas tipicamente inovadoras têm mais.
(1) Alto = programa inovador, não parte de negócios 2
operacionais com caminho crítico.
(2) Baixo = deve fazer por razões reguladoras, continuidade
de negócio.
4. Impacto Estratégico – O grau de iniciativa que pode ser mapeado existindo Marque
estratégias de negócio. Nota: marque todas as estratégias que se aplica.
Aumento de cliente
Aumento de mercado X
Recuperar clientes perdidos
Aumento de vendas para compradores fluentes
Aumento da responsabilidade civil (imagem) X
Promover imagem de marca X
Desenvolvimento pessoal para aumentar a satisfação X
(1) Baixo = executar o negócio 2
(2) Médio = construir o negócio
(3) Alto = inovar o negócio
5. Tempo de Vida do Produto – A vida útil desde quando foi implementado
(3) Curto = < 2 anos 2
(2) Médio = 2-7 anos
(1) Longo = > 7 anos
6. Escopo – Quantas pessoas são afetadas por este projeto? Qual o impacto sobre
a organização?
(1) Local = afeta somente as unidades de negócio 3
(2) Regional = afeta múltiplas unidades de negócio
(3) Global = afeta a empresa inteira
Total Pontuação máxima = 21. Pontuação mínima = 7 15

136
7. Plano de Recursos

8. Orçamento

9. Tempo de Vigência

O tempo de vigência define o período em que o PETI será usado como


referência para o desenvolvimento dos projetos de TI. A empresa Execução
Soluções Call Center utilizará este documento durante 1 ano. Após esse tempo,
um novo PETI deverá ser elaborado ou o planejamento em questão deve ser
revisado e reavaliado, dando origem a um novo PETI com um novo tempo de
vigência. Revisões trimestrais devem ser programadas.

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