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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

SECRETARIA DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

LEGISLAÇÃO
ADMINISTRATIVA
CABO-VERDIANA

2 a EDIÇÃO

VOL. IV

2009
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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

REFORMA DA CONTABILIDADE PÚBLICA

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

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Lei nº 78/V/98, de 7 de Dezembro

LEI DO ENQUADRAMENTO ORÇAMENTAL


Lei nº 78/V/98
de 7 de Dezembro
Por mandato do povo a Assembleia Nacional decreta, nos termos da alínea b) do artigo
186º da Constituição, o seguinte:
Artigo 1º
Objecto
A presente Lei define os princípios e as regras referentes ao Orçamento do Estado, os
procedimentos para a sua elaboração, discussão, aprovação, execução, alteração, e fisca-
lização e a responsabilidade orçamental, bem como as regras relativas à Conta Geral do
Estado.
CAPÍTULO I
Princípios e regras orçamentais
Artigo 2º
Anualidade
1. O orçamento do Estado é unitário e compreende todas as receitas e despesas da Ad-
ministração Central, independentemente da sua natureza, origem e fonte de financiamento,
bem como o orçamento da Segurança Social.
2. O ano económico coincide com o ano civil.
Artigo 3º
Unidade e universalidade
1. O Orçamento do Estado é unitário e compreende todas as receitas e despesas da
Administração Central, independentemente da sua natureza, origem e fonte de financia-
mento, bem como o orçamento da Segurança Social.
2. Em decorrência do disposto no número anterior, o Orçamento do Estado engloba:
a) O orçamento dos serviços simples da Administração Pública e os encargos
gerais da nação;
b) O orçamento dos serviços e fundos autónomos;
c) O orçamento da Segurança Social.
3. Integram os encargos gerais da nação os orçamentos da Presidência da Republi-
ca, da Assembleia Nacional, da Chefia do Governo, do Supremo Tribunal da Justiça, da
Procuradoria-Geral da Republica e do Tribunal de Contas.
4. Para efeitos da presente Lei, integram o orçamento dos serviços e fundos autó-
nomos, os serviços e fundos com autonomia financeira, os institutos públicos e quaisquer
outros organismos públicos com autonomia financeira e que não tenham natureza, forma e

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Lei nº 78/V/98, de 7 de Dezembro

designação de empresa pública, excluindo as entidades com autonomia financeira classifi-


cadas em “encargos gerais da nação”;
5. Os orçamentos dos organismos previstos nas alíneas a) e b) do nº 2 do presente
artigo, compõem o orçamento da Administração Central.
6. Os orçamentos dos organismos e entidades previstos no nº2 do presente artigo e
das autárquicas locais, compõem o orçamento do Sector Público Administrativo.
7. Sem prejuízo do disposto no artigo 5º, os orçamentos das autárquicas locais e das
empresas públicas são independentes na sua elaboração, aprovação e execução do Orça-
mento do Estado.
Artigo 4º
Unicidade de caixa
1. Integram a tesouraria do Estado:
a) Todas as receitas tributárias e não tributárias geradas por quaisquer organis-
mos e entidades públicos que não tenham a natureza, forma e designação de
empresa pública;
b) Todas as receitas de origem externa (donativos, empréstimo e outras transfe-
rências) destinadas ao Estado de Cabo Verde para financiamento de programas
ou projectos de investimento de programas ou projectos de investimentos pú-
blicos e despesas decorrentes da aplicação desses recursos.
2. O Banco de Cabo Verde como Caixa do Tesouro centraliza a posição consolidada
da tesouraria do Estado, através de operações sobre a conta corrente do Tesouro e contas
especiais, abertas junto do Banco Central.
3. O Governo definirá através de legislação específica as normas e os procedimentos
relacionados com a gestão do sistema de pagamentos e recebimentos dos organismos que
gerem os recursos do Estado, sejam eles de origem interna ou externa.
Artigo 5º
Consolidação Orçamental
Em obediência ao princípio da consolidação orçamental do Sector Público Adminis-
trativo, o Orçamento do Estado deverá integrar como elemento informativo, o orçamento
consolidado das autarquias locais.
Artigo 6º
Equilíbrio
1. O Orçamento do Estado deve prever os recursos necessários para cobrir todas as
despesas.
2. O deficit do Orçamento do Estado financiado com recursos internos não poderá
exceder 3% do Produto Interno Bruto (PIB).

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Lei nº 78/V/98, de 7 de Dezembro

Artigo 7º
Orçamento bruto
1. Todas as receitas são inscritas no Orçamento do Estado pela importância em que
foram avaliadas, sem dedução alguma para encargos de cobrança ou qualquer outra natu-
reza.
2. Todas as despesas são inscritas no Orçamento pela sua importância integral, sem
dedução de qualquer espécie.
3. Na elaboração do Orçamento do Estado deve obedecer – se rigorosamente os prin-
cípios da transparência e da integralidade na dotação das receitas e despesas.
Artigo 8º
Não consignação
1. No Orçamento do Estado não pode afectar-se o produto de quaisquer receitas à
cobertura de despesas específicas.
2. Exceptuam-se do disposto no número anterior os casos em que, por virtude de
autonomia financeira ou de outra razão especial, a lei determine expressamente a afectação
de certas receitas a determinadas despesas.
3. As receitas consignadas só poderão ser utilizadas para liquidação e pagamento das
despesas na medida das disponibilidades existentes e proporcionadas pela cobrança efecti-
va das receitas, confirmada pela sua entrada na Caixa do Tesouro.
4. As receitas consignadas deverão constar de um mapa informativo, com a indicação
das respectivas contrapartidas em despesas, sejam elas de funcionamento ou de investi-
mentos.
5. As despesas resultantes da consignação de receitas deverão ser orçamentadas nos
respectivos mapas a que se refere o artigo 18º da presente lei, assim como as receitas que
as dão origem.
Artigo 9º
Especificação
1. O Orçamento do Estado deve especificar claramente as receitas nele previstas e as
despesas nele fixadas.
2. Será inscrita no orçamento do Ministério das Finanças uma dotação provisional
destinada a fazer face a despesas não previstas e inadiáveis.
3. O Governo regulamentará o regime de utilização da dotação provisional e sua for-
ma de contabilização.
4. São nulos os créditos orçamentais que possibilitem a existência de dotações para
utilização confidencial ou para fundos secretos, sem prejuízo dos regimes especiais legal-

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Lei nº 78/V/98, de 7 de Dezembro

mente previstos de utilização de verbas que excepcionalmente se justifiquem por razoes


ponderosas de interesse público, designadamente segurança nacional, aprovadas pela As-
sembleia Nacional, sob proposta de Governo.
Artigo 10º
Classificação das receitas e despesas
1. A especificação das receitas rege-se por um código de classificação económica, o
qual as agrupa em correntes, de capital, créditos internos e externos e donativos.
2. A especificação das despesas rege-se por códigos de classificação orgânica, fun-
cional e económica mesmo no caso de o Orçamento ser estruturado, no todo ou em parte,
por programas.
3. A estrutura dos códigos de classificação referidos nos números anteriores é defini-
da por decreto-lei.
CAPITULO II
Elaboração, organização e estrutura do Orçamento do Estado
Secção I
Artigo 11º
Elaboração da proposta de orçamento
1. O Governo deve apresentar à Assembleia Nacional, uma proposta de Orçamento
para o ano económico seguinte, de acordo com a data fixada no Regimento da Assembleia
Nacional.
2. O Orçamento do Estado pode ser apresentado sob forma de Orçamento – Progra-
ma, englobando as receitas e as despesas, o qual deverá reflectir as politicas, os objectivos,
as metas e as actividades a serem desenvolvidas de acordo com o plano Nacional de De-
senvolvimento.
3. Sem prejuízo do disposto no nº 1 do artigo 2º da presente Lei, o Orçamento-Pro-
grama pode ser apresentado sob a forma de orçamento plurianual, abrangendo o período
de execução do Plano, não devendo em caso algum ultrapassar o período da legislatura em
curso.
4. São definidas as seguintes etapas e calendários para a preparação do Orçamento do
Estado, a serem executados anualmente:
a) Elaboração pelo departamento governamental responsável pelo Planeamen-
to governamental responsável pelo Planeamento do documento preliminar de
análise da conjuntura económico a que refere o Orçamento do Estado, até ao
dia 31 de Março.
b) Elaboração pelo departamento governamental responsável pelo Planeamento
do documento de orientações para a preparação do Programa Plurianual de

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Lei nº 78/V/98, de 7 de Dezembro

Investimentos do Governo para o ano económico a que se refere o Orçamento


do Estado, até ao dia 31 de Março;
c) Elaboração pelo departamento governamental responsável pela Administração
Pública do documento de política de gestão dos recursos humanos para o ano
económico a que se refere o Orçamento do Estado, até ao dia 31 de Março;
d) Elaboração pelo departamento governamental responsável pelas finanças do
documento de politicas de despesa pública, da dívida pública e fiscal, até ao
dia 31 de Março;
e) Elaboração e consolidação pelo órgão competente do Ministério das Finanças
responsável pela preparação do Orçamento do Estado, das previsões prelimi-
nares das receitas, despesas e equilíbrio orçamental, até ao dia 30 de Junho;
f) Apreciação e debate pelo Conselho de Ministros do documento preliminar de
análise de conjuntura, das prioridades e metas para a politica de investimen-
tos, das politicas de despesa pública, dívida Pública e fiscal, política de ges-
tão dos recursos humanos, das previsões preliminares das receitas, despesas e
equilíbrio orçamental, até ao dia 30 de Junho;
g) Elaboração pelos departamentos governamentais responsáveis pelo Planea-
mento e pelas Finanças da nota de orientação metodológica e directrizes ge-
rais para a elaboração do Orçamento do Estado, até ao dia 15 de Junho;
h) Aprovação pelo Conselho de Ministros da nota de orientação metodológica
e directrizes gerais para a elaboração do Orçamento do Estado, até ao dia 31
de Julho;
i) Aprovação pelo Conselho de Ministros do Orçamento do Estado e respectivos
anexos, até ao dia 15 de Setembro;
5. Os serviços e fundos autónomos e os serviços com orçamento privativo que inte-
gram os encargos gerais da nação, deverão remeter as suas propostas preliminares de or-
çamento (de receitas e despesas) ao departamento do Ministério das Finanças responsável
pela preparação do Orçamento do Estado, até ao dia 31 de Maio de cada ano.
6. O Instituto Nacional de Previdência Social deverá remeter aos departamentos go-
vernamentais responsáveis pelo Planeamento e pelas Finanças, o orçamento preliminar da
segurança social, até ao dia 31 de Maio.
Artigo 12º
Despesas obrigatórias
1. As despesas obrigatórias derivadas da satisfação de compromissos assumidos con-
tratualmente pelo Estado, impostos por lei ou por consignação de receitas, devem ser inte-
gralmente dotadas e ter primazia face a outras despesas.

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Lei nº 78/V/98, de 7 de Dezembro

2. Consideram-se despesas obrigatórias, nomeadamente, os encargos fixos e perma-


nentes com o pessoal que mantém vínculo contratual com o Estado, bem como os refor-
mados e pensionistas, os contratos de empreitada e de fornecimento em curso, as despesas
permanentes objecto de contratos, como sejam, as rendas de casa, os prémios de seguros, a
segurança, vigilância e higiene e outras obrigações resultantes de contratos de prestação de
serviços, o reembolso de empréstimos contraídos, as transferências correntes e de capital
impostas por lei ou assumidas pelo Estado.
3. Na preparação do Orçamento do Estado as despesas obrigatórias deverão ser devi-
damente identificadas e quantificadas servindo como o primeiro elemento para a determi-
nação do equilíbrio orçamental e para a apuramento das necessidades de financiamento.
Artigo 13º
Despesas com o pessoal
1. Pelo seu peso relativo no Orçamento do Estado, as despesas com o pessoal deve-
rão ter uma relevância especial no processo de preparação e elaboração do Orçamento do
Estado, nomeadamente através da observância dos seguintes princípios:
a) A elaboração do orçamento de despesas com o pessoal (vencimentos, salários,
pensões e abonos fixos) deve ser feita partindo das listas nominais dos efecti-
vos existentes, incluindo os reformados e pensionistas, à data da produção da
primeira estimativa do orçamento prevista na alínea c) do nº 2 do artigo 11º da
presente lei, ajustados sistematicamente até à produção final da proposta do
Orçamento do Estado, de acordo com as alterações registadas;
b) Os mapas de efectivos deverão indicar a situação funcional dos funcionários,
agentes e servidores do Estado, destacando-se de acordo com a classificação
económica, o pessoal do quadro especial, o pessoal dos quadros aprovados por
lei, o pessoal contratado, de acordo com a natureza dos contratos e o pessoal
reformado e pensionista, de acordo com a natureza das pensões;
2. Do orçamento de despesas com o pessoal deverão constar:
a) Os mapas de efectivos elaborados de acordo com o previsto nas alíneas a) e b)
do número anterior e com os modelos a serem aprovados por portaria conjunta
dos membros do governo responsáveis pelas finanças e pela Administração
Pública;
b) Os mapas das revisões de acréscimos de despesas com o pessoal, incluindo as
relativas à segurança social do regime contributivo e não contributivo, para o
exercício económico a que se refere o Orçamento do Estado;
c) A previsão de actualização salarial dos funcionários e das pensões para o exer-
cício económico a que se refere o Orçamento do Estado.
3. A dotação orçamental para a cobertura de despesas resultantes das situações pre-
vistas nas alíneas b) e c) do número anterior, é inscrita no Orçamento do Estado, como
encargos provisionais com o pessoal.

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SECÇÃO II
Artigo 14º
Estrutura e organização do Programa Plurianual
de Investimentos Públicos (PPIP)
1. O orçamento de investimentos é apresentado sob a forma de programas e sub-
programas, para o exercício económico a que se refere o Orçamento do Estado e para os
anos seguintes correspondentes ao período de execução do PND, não devendo ultrapassar
em caso algum o período da legislatura em curso.
2. O PPIP é elaborado de harmonia com as Grandes Opções do Plano e o Plano Na-
cional de Desenvolvimento (PND).
3. O orçamento deve apresentar fichas de programa e sub-programa que integram o
PPIP.
4. As fichas devem conter de forma resumida e clara os seguintes elementos:
a) Descrição sumária, objectivos, metas, principais políticas e medidas e a estru-
tura de gestão de cada programa e o respectivo orçamento plurianual;
b) Objectivos, metas, principais políticas e medidas, indicadores de resultados de
cada sub-programa e respectivo orçamento plurianual.
5. A Lei de Bases do Planeamento regulamentará o processo de preparação, execução
e avaliação do PPIP.
Artigo 15º
Projectos
1. A execução do PPIP é feita através da realização de projectos.
2. Os projectos deverão estar enquadrados nos programas e sub-programas do PND
e deverão conter todos os elementos que permitam a sua avaliação para financiamento e
avaliação da sua execução, nomeadamente a coerência com as politicas, objectivos e metas
dos programas e sub-programas em que se integram, os custos directos e recorrentes, a pro-
gramação física e financeira das actividades a desenvolver e os indicadores de resultados.
3. Cada projecto deverá indicar obrigatoriamente as fontes de financiamento e todas
as informações relevantes para um adequado enquadramento, classificação e execução or-
çamental e financeira da despesas, nos termos a regulamentar pelo Governo.
SECÇÃO III
Artigo 16º
Conteúdo da proposta de orçamento
A proposta do orçamento deve conter o articulado da respectiva proposta de lei e os
mapas orçamentais, incluindo as fichas de programa do PPIP e ser acompanhada de anexos
informativos.

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Lei nº 78/V/98, de 7 de Dezembro

Artigo 17º
Conteúdo do articulado da proposta de lei
O articulado da proposta de lei deve conter:
1. As condições de aprovação dos mapas orçamentais e as normas necessárias para
orientar a execução orçamental.
2. A indicação das fontes de financiamento que acresçam as receitas efectivas, bem
como a indicação do destino a dar aos fundos resultantes de eventual excedente.
3. O montante e as condições gerais de recurso ao crédito público, interno e externo.
4. A indicação do limite dos avales a conceder pelo Governo durante o exercício
orçamental.
5. O montante de empréstimos a conceder e de outras operações activas a realizar
pelo Estado e pela Segurança Social, incluindo os serviços e fundos autónomos desde que
não sejam de dívida flutuante.
6. Todas as outras medidas que se revelem indispensáveis à correcta gestão orçamen-
tal do Estado para o ano económico a que o Orçamento se destina.
Artigo 18º
Estrutura dos mapas orçamentais
1. Os mapas orçamentais a que se refere o artigo 16º da presente lei são os seguin-
tes:
a) Mapa I – Receitas correntes e de capital do Estado, excluindo os impostos lo-
cais, segundo uma classificação económica, especificada por capítulos, grupos
e artigos;
b) Mapa II – Despesas de funcionamento do Estado, especificadas segundo uma
classificação económica e orgânica;
c) Mapa III – Despesas funcionamento e de investimentos do Estado, especifica-
das segundo uma classificação funcional;
d) Mapa IV – Receitas globais dos serviços e fundos autónomos, segundo uma
classificação orgânica e económica;
e) Mapa V – Despesas globais dos serviços e fundos autónomos, especificadas
segundo uma classificação económica e orgânica;
f) Mapa VI – Despesas globais dos serviços e fundos autónomos, especificadas
segundo uma classificação funcional;
g) Mapa VII – Orçamento consolidado das receitas correntes e de capital e das
despesas de funcionamento da Administração Central, segundo uma classifi-
cação económica;

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h) Mapa VIII – Orçamento consolidado das receitas correntes e de capital e das


despesas de funcionamento da Administração Central, segundo uma classifi-
cação económica;
i) Mapa IX – Orçamento consolidado das despesas da Administração Central,
segundo uma classificação funcional;
j) Mapa X – Programa Plurianual de Investimento Públicos, estruturado por pro-
gramas e sub-programas;
k) Mapa XI – Finanças Locais – Fundo de Equilíbrio Financeiro especificando
a sua distribuição pelos municípios, nos termos da Lei das Finanças Locais e
dos critérios de distribuição aprovados anualmente pela Lei do Orçamento do
Estado;
l) Mapa XII – Finanças Locais – Impostos Locais, especificando as receitas pre-
vistas da cobrança dos impostos locais, segundo uma classificação económi-
ca;
m) Mapa XIII – Finanças Locais – Transferências, especificando as transferên-
cias correntes e de capital a efectuar pelo Estado aos municípios no âmbito do
Orçamento do Estado;
n) Mapa XIV – Orçamento da Segurança Social;
o) Mapa XV – Despesas de funcionamento do Estado por unidade orgânica, es-
pecificadas segundo uma classificação económica;
p) Mapa XVI – Resumo das operações fiscais do Governo Central, especificando
os saldos e a natureza do seu financiamento.
Artigo 19º
Anexos informativos
1. O Governo apresentará à assembleia Nacional, com a proposta de orçamento, os
elementos necessários a justificação da política macro-economica para ao período vigente
do orçamento apresentado e designadamente, os seguintes relatórios e elementos:
a) Diagnóstico da conjuntura económica, especificação da politica macro-eco-
nomica a ser executada, bem como os efeitos sobre principais variáveis e in-
dicadores macro-económicos para o exercício económico a que se refere o
Orçamento do Estado;
b) Prioridades e metas principais da politica de investimentos;
c) Política de gestão dos recursos humanos;
d) Evolução dos últimos três anos, do stock da dívida pública, interna e externa,
e sua estrutura e composição, indicando a sua variação líquida e as previsões
para o exercício económico a que respeita o Orçamento do Estado;

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e) Operações de tesouraria e contas do Tesouro, com o apuramento dos respec-


tivos saldos;
f) A relação dos avales e garantias concedidas pelo Estado, nos termos da lei;
g) Mapas de evolução da execução das receitas e despesas do Estado dos últimos
três anos, e análise comparativa relativamente às previsões para o exercício
económico a que respeita o Orçamento do Estado;
h) Receitas consignadas, com a indicação das respectivas contrapartidas em des-
pesas de funcionamento e de investimentos;
i) Mapas dos efectivos, das previsões de acréscimos de despesas com o pessoal
e orçamento de encargos provisionais com o pessoal, previstos nas alíneas a)
e b) do nº 2 e no nº 3 do artigo 13º da presente Lei;
j) Situação financeira de todos os serviços e fundos autónomos;
k) Benefícios fiscais e estimativa da receita cessante.
2. Além disso, devem também ser remetidos os seguintes relatórios:
a) Formas de financiamento do eventual défice orçamental efectivo e das amor-
tizações;
b) Situação financeira da Segurança social;
c) Receitas e despesas das autárquicas locais;
d) Orçamento consolidado do Sector Público Administrativo;
e) Justificação económica e social dos benefícios fiscais;
f) Justificação das previsões das receitas fiscais com discriminação da situação
dos principais impostos.
SECÇÃO IV
Artigo 20º
Discussão e votação do orçamento
1. A Assembleia Nacional deve votar o Orçamento do Estado até 15 de Dezembro e
adoptar as medidas necessárias para a sua publicação até 20 de Dezembro.
2. O Orçamento do Estado é aprovado e publicado no Boletim Oficial com todos os
elementos previstos nos artigos 17º, 18º e 19º desta lei.
Artigo 21º
Atraso na votação ou aprovação da proposta de orçamento
1. Quando ocorrerem as situações previstas no nº 2 do artigo 98º da Constituição,
manter-se-á em vigor o orçamento do ano anterior, incluindo o articulado e os mapas or-

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Lei nº 78/V/98, de 7 de Dezembro

çamentais, com as alterações que nele tenham sido introduzidas ao logo da sua efectiva
execução.
2. A manutenção da vigência orçamento do ano anterior abrange a autorização para
a cobrança de todas as receitas nele previstas, bem como a prorrogação da autorização re-
ferente ao regime das receitas que se destinavam apenas a vigorar até ao final do referido
ano.
3. Durante o período que se mantiver em vigor o orçamento do ano anterior, a execu-
ção do orçamento das despesas deve obedecer ao princípio da utilização dos duodécimos
das verbas fixadas nos mapas das despesas.
4. Durante o período transitório referido nos números anteriores serão aplicáveis os
princípios sobre alterações orçamentais estabelecidos no artigo 26º da presente lei.
5. Ocorrida a situação prevista na parte final do nº 2 do artigo 98º da Constituição,
o Governo deve apresentar à Assembleia Nacional uma nova proposta de orçamento para
o respectivo ano económico, no prazo de 60 dias sobre a data da rejeição, quando a não
votação da proposta anterior tenha resultado da demissão do Governo proponente, ou sobre
o facto que tenha determinado, nos restantes casos, a não votação parlamentar.
6. O novo orçamento deve integrar a parte do orçamento anterior que tenha sido exe-
cutada até a cessação do regime transitório estabelecido nos números anteriores.
CAPITULO III
Execução do orçamento e alterações orçamentais
SECÇÃO V
Artigo 22º
Execução Orçamental
1. O Governo deve tomar as medidas necessárias para que o orçamento do Estado
possa começar a ser executado no inicio do ano económico a que se destina, devendo no
exercício do poder de execução orçamental, aprovar os decretos-leis contendo as dispo-
sições necessárias a tal execução sem prejuízo da imediata aplicação das normas da lei
do orçamento que sejam directamente exequíveis e tendo sempre em conta o principio da
mais racional utilização possível das dotações aprovadas e o principio da melhor gestão da
tesouraria.
2. O Governo deverá aprovar e publicar o decreto-lei de execução orçamental de cada
exercício económico, até ao dia 31 de Dezembro do ano anterior a que respeita a vigência
do Orçamento do Estado.
Artigo 23º
Efeitos do orçamento das receitas
1. Nenhuma receita pode ser liquidada ou cobrada, mesmo que seja legal, se não tiver
sido objecto de inscrição orçamental.

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2. A cobrança pode, todavia, ser efectuada mesmo para além do montante inscrito no
orçamento.
3. Os actos administrativos que directamente envolvam perda de receita fiscal, tribu-
tária ou não tributária, devem ser fundamentados e publicados.
Artigo 24º
Disciplina e controlo orçamental
1. As dotações orçamentais constituem o limite máximo a utilizar na realização das
despesas, sem prejuízo das alterações orçamentais que forem efectuadas ao abrigo dos ar-
tigos 26º e 27º da presente Lei.
2. Exceptua-se do disposto no número anterior, as despesas realizadas com o pa-
gamento do serviço da dívida pública, interna e externa, relativamente aos empréstimos
contratados e em vigor à data da aprovação do Orçamento do Estado e cujos atrasos nos
pagamentos resultante de eventual insuficiência de dotação orçamental possam conduzir a
custos suplementares a assumir pelo Estado.
3. O mecanismo previsto no número anterior, designado por critérios evolutivos, não
deve ser utilizado porém para uma sub-avaliação das dotações orçamentais inscritas na Lei
do Orçamento do Estado.
4. Nenhuma despesa pode ser efectuada sem que, além de ser legal, se encontre su-
ficientemente discriminada no Orçamento do Estado, tenha cabimento no correspondente
crédito orçamental.
5. Nenhum compromisso que implique aumento de despesas públicas ou redução de
receita fiscal será assumido sem o acordo prévio e expresso do Ministro responsável pelas
Finanças e devida cobertura orçamental.
6. Todos os projectos de diplomas legais ou despachos que impliquem aumento de
despesas ou redução de receitas deverão incluir uma estimativa rigorosa das implicações
orçamentais e financeiras, a curto e médio prazo e ser submetidas a parecer prévio do Mi-
nistro responsável pela Finanças.
7. Nenhum concurso ou contrato de empreitada relativo ao PPIP, será lançado ou
celebrado sem o acordo prévio e expresso do Ministros responsáveis pelo planeamento e
pelas Finanças, sem o respectivo enquadramento orçamental e cobertura financeira e sem o
cumprimento das normas específicas prevsitas por lei quanto à execução das despesas.
8. Só serão executados projectos com financiamento garantido, não sendo permiti-
do ao Tesouro proceder a qualquer adiantamento por conta de eventuais atrasos casos de
utilização de descontos de haveres externos junto das instituições de crédito, devidamente
autorizadas pelo Ministro responsável pelas Finanças.
9. Não é permitida a cabimentação e a liquidação de despesas inscritas no orçamento
de funcionamento através da utilização de disponibilidades orçamentais previstas no orça-
mento de investimentos.

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Lei nº 78/V/98, de 7 de Dezembro

Artigo 25º
Administração orçamental e contabilidade pública
1. A aplicação das dotações orçamentais e o funcionamento da administração orça-
mental obedecem às normas de contabilidade pública.
2. A vigência do Orçamento do Estado obedece ao regime do ano económico.
SECÇÃO VI
Artigo 26º
Alterações orçamentais
1. São da competência do Governo as seguintes alterações orçamentais:
a) As transferências de dotações inscritas a favor de serviços que, no decorrer do
ano transmitem de um ministério ou departamento para outro ainda que haja
alteração da designação de serviço ou do ministério;
b) As inscrições ou reforços de verbas, com contrapartida em dotação provi-
sional inscrita no orçamento do Ministério das finanças e para as finalidades
previstas no nº 4 do artigo 9º da presente Lei;
c) As inscrições ou reforços de verbas, com contrapartida em dotação provisio-
nal com o pessoal previstos no nº 3 do artigo 13º da presente Lei;
d) A inscrição de dotações orçamentais relativos a donativos e empréstimos ex-
ternos que venham a ser disponibilizados ou utilizados durante o período de
execução orçamental para o financiamento de programas e projectos de in-
vestimentos e que à data da aprovação do Orçamento do Estado não estavam
efectivamente garantidos;
e) As alterações nos orçamentos dos serviços e fundos autónomos que não en-
volvam recurso ao crédito para além dos limites fixados na lei anual do orça-
mento.
2. O Governo poderá suspender ou condicionar a execução das despesas orçamentais
da administração central, dos serviços e fundos autónomos, se a situação financeira do país
o justificar.
3. As alterações previstas na alínea d) do nº 1 do presente artigo, deverão ser comuni-
cadas à Assembleia Nacional no prazo de 60 dias a contar da sua ocorrência.
4. As alterações previstas nas alíneas a), b) e c) do nº 1 do presente artigo, deverão
ser publicadas por portaria do membro do Governo responsável pelas Finanças, no período
máximo de 90 dias.
5. As alterações previstas na alínea e) do nº 1 do presente artigo, deverão ser publi-
cadas por portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas finanças e pela
superintendência do serviço cujo orçamento foi alterado, no período máximo de 90 dias.

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Lei nº 78/V/98, de 7 de Dezembro

Artigo 27º
Orçamento rectificativo
1. Salvo os casos previstos no artigo anterior, as alterações ao Orçamento do Estado
só poderão ser efectuadas através de orçamento rectificativo, proposto pelo Governo e
aprovado pela Assembleia Nacional.
2. O orçamento rectificativo destina-se a modificar, em caso de necessidade de in-
trodução de alterações que ultrapassam as competências do Governo previstas no artigo
anterior, o orçamento inicialmente aprovado.
3. O orçamento rectificativo deverá conter imperativamente, no que respeita às mo-
dificações introduzidas, a mesma estrutura de apresentação dos mapas orçamentais apro-
vados pelo Orçamento.
CAPÍTULO IV
Fiscalização e responsabilidade orçamentais
SECÇÃO VII
Artigo 28º
Fiscalização orçamental
1. A fiscalização administrativa da execução orçamental compete, além da própria
entidade responsável pela gestão e execução, a entidades hierarquicamente superiores de
tutela e a órgãos de inspecção e de controlo administrativo, devendo ser efectuada nos ter-
mos da legislação aplicável.
2. A Inspecção Geral das Finanças procederá trimestralmente À fiscalização admi-
nistrativa de execução orçamental das receitas e das despesas previstas no Orçamento do
Estado e sua adequação às normas e procedimentos legais, produzindo os respectivos re-
latórios.
3. A fiscalização jurisdicional da execução orçamental compete ao Tribunal de Con-
tas e é efectuada nos termos da legislação aplicável.
Artigo 29º
Responsabilidade pela execução orçamental
1. Os titulares de cargos políticos respondem politica, civil e criminalmente pelos
actos e omissões que pratiquem no âmbito do exercício das suas funções de execução or-
çamental, nos termos da legislação aplicável, que tipificará a natureza e efeitos das infrac-
ções, conforme sejam ou não cometidas com dolo.
2. Os funcionários e agentes do Estado e das demais entidades públicas são responsá-
veis civil, criminal e disciplinarmente pelas suas acções e omissões de que resulte violação
das normas de execução orçamental, nos termos do artigo 265º da Constituição e da legis-
lação aplicável.

18
Lei nº 78/V/98, de 7 de Dezembro

Artigo 30º
Informações a prestar à Assembleia Nacional
1. O Governo deve informar trimestralmente a Assembleia Nacional acerca do mon-
tante, condições, entidades financiadoras e utilização de todos os empréstimos contraídos,
bem como acerca do montante, condições e entidades beneficiárias de empréstimos e ou-
tras operações activas concedidas pelo Governo.
2. O Governo deve enviar regularmente à Assembleia Nacional os balancetes trimes-
trais relativos à execução orçamental elaborados pelos serviços da Contabilidade Pública.
SECÇÃO VIII
Artigo 31º
Contas públicas
1. O resultado da execução orçamental consta das contas provisórias trimestrais e da
Conta do Estado.
2. O Governo deve publicar contas provisórias trimestrais, 45 dias após o termo do
mês a que se referem.
3. O Governo deve apresentar à Assembleia Nacional a Conta do Estado e a conta da
Segurança Social de acordo com a data fixada na Constituição da Republica.
4. Compete à Assembleia Nacional a remessa ao Tribunal de Contas da conta do Es-
tado e da Segurança Social para parecer.
5. A Assembleia Nacional aprecia e aprova a Conta do Estado, incluindo a da Se-
gurança Social, precedendo parecer do Tribunal de Contas, até 180 dias a contar da data
referida no nº 3. No caso de não aprovação, determina, se a isso houver lugar, a efectivação
da correspondente responsabilidade.
6. O parecer do Tribunal de Contas será acompanhado das respostas dos serviços e
organismos às questões que esse órgão lhe formular.
Artigo 32º
Âmbito da conta do Estado
A Conta do Estado abrange as contas de todos os organismos da administração central
que não tenham natureza, forma e designação de empresa pública e a conta da Segurança
Social.
Artigo 33º
Princípios fundamentais
1. A conta do Estado deve ter uma estrtura idêntica a do Orçamento do Estado, sendo
elaborada com clareza, exactidão e simplicidade, de modo a possibilitar a sua análise eco-
nómica e financeira.
2. A conta poderá ser apresentada também sob a forma consolidada

19
Lei nº 78/V/98, de 7 de Dezembro

Artigo 34º
Princípios fundamentais
A Conta do Estado compreende:
I. O relatório do Ministro das finanças sobre os resultados da execução orça-
mental;
II. A conta da Assembleia Nacional;
III. O mapa da conta geral dos fluxos financeiros do Estado;
IV. Os mapas referentes à execução orçamental, de acordo com a organização e
estrutura prevista no artigo 18º da presente Lei;
V. Os mapas relativos à Situação de Tesouraria:
1. Fundos saídos para pagamento das despesas públicas orçamentais
2. Reposições abatidas nos pagamentos por ministério
3. Conta Geral de operações de tesouraria e transferência de fundos
4. Conta Geral, por cofres, de todo o movimento de receita e despesa e
respectivos saldos existentes no início e final do ano.
VI. Os mapas relativos a situação Patrimonial:
1. Aplicação do produto de empréstimo
2. Movimento da Dívida pública
3. Balanço da Segurança Social
Artigo 35º
Apresentação por programas
As contas referentes as despesas do Estado e dos serviços e fundos autónomos serão
apresentadas por programas quando se verificar a situação prevista no nº 2 do artigo 11º da
presente lei.
Artigo 36º
Anexos informativos
O Governo deve remeter à Assembleia Nacional com o relatório e os mapas a que se
refere o artigo 34º, todos os elementos necessários a justificação da conta apresentada e,
designadamente, os seguintes mapas:
a) Despesas com investimentos do PPIP;
b) Despesas excepcionais;
c) Relação nominal dos beneficiários dos avales do Estado.

20
Lei nº 78/V/98, de 7 de Dezembro

CAPÍTULO V
Disposições finais e transitórias
Artigo 37º
Orçamento do Estado para 1999
1. A presente Lei aplica-se à elaboração e aprovação do Orçamento do Estado para
1999 e seguintes.
2. Exceptuam-se do disposto no número anterior quando ao Orçamento do Estado
para 1999, os prazos previstos no nº 4 do artigo 11º da presente Lei.
3. Exceptua-se ainda do disposto no nº 1, quanto ao Orçamento do Estado para 1999,
o disposto no nº 3 do artigo 6º.
Artigo 38º
Revogação
É revogada a Lei nº 86/IV/93, de 29 de Novembro.
Artigo 39º
Entrada em vigor
A presente Lei entra em vigor imediatamente.
Aprovada em 30 de Outubro de 1998.
O Presidente da Assembleia Nacional, em exercício José Maria Pereira Neves.
Promulgada em 3 de Dezembro de 1998.
Publique-se.
O Presidente da Republica, ANTÓNIO MANUEL MASCARENHAS GOMES MON-
TEIRO.
Assinada em 3 de Dezembro de 1998.
O Presidente da Assembleia Nacional, em exercício José Maria Pereira Neves.

21
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

REGIME DO CONTROLO FINANCEIRO


DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Decreto-Lei nº 29/2001
de 19 de Novembro
A Contabilidade Pública constitui um dos instrumentos privilegiados das Finanças Pú-
blicas, traduzindo-se num conjunto de regras jurídicas e técnicas aplicáveis à descrição,
execução e controlo das operações financeiras e dos fenómenos económicos dos organis-
mos públicos.
A Contabilidade Pública ainda vigente caracteriza-se fundamentalmente pela existên-
cia de vários tipos de contabilidade no Sector Público Administrativo, pelas variações nas
classificações orçamentais dificultando a análise e a comparabilidade das despesas públicas,
pela execução das despesas baseada apenas na óptica da legalidade formal e não também
nos critérios de economicidade, oportunidade, eficiência, eficácia e disponibilidades de
tesouraria, pela existência de uma contabilidade unigráfica, manual e baseada unicamente
na execução orçamental utilizando o regime de caixa.
A alteração das condições, económicas e socioculturais e a expressão clara da vontade
política consagrada no programa do Governo, justificam a transição progressiva de uma
gestão fechada para uma gestão aberta, transparente, rigorosa, baseada na legalidade e
orientada para o cidadão.
É premente a necessidade de o Governo dispor uma estrutura sistémica de informação
na Administração Financeira e de indicadores de natureza financeira que lhe permitam
introduzir oportunamente correcções que as circunstâncias de carácter político-financeiro
nacional e internacional aconselhem.
Para tanto é indispensável que o sistema em que se apoia a contabilização, o processo
de execução de despesas e receitas, a organização e o controle dos serviços, se encontre
técnica e juridicamente bem estruturado de forma a poder responder com clareza e celeri-
dade às exigências requeridas.
Um Sector Público Administrativo moderno e uma Administração Financeira dotada
de recursos actualizados e com uma visão clara apoiada na utilização de novas tecnologias
têm viabilidade e apresentam um conjunto muito importante de vantagens em relação a
uma Administração Pública tradicional, assente numa contabilidade concentrada, unigráfi-
ca e baseada exclusivamente numa execução orçamental regendo-se por movimentos sob
o regime de caixa.
A criação de um sistema de Contabilidade Pública Moderna, inovadora, digráfica e
informatizada, que prime pela transparência e que se preocupe com a produção das infor-
mações indispensáveis à gestão e ao controlo não só na óptica de funcionamento como
também financeira, patrimonial e de contingências, torna-se uma necessidade imperativa

22
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

de qualquer Estado que queira renovar o processo orçamental, modernizar a gestão pública
numa procura incessante da economicidade, eficiência e eficácia e sobretudo do desenvol-
vimento sustentado.
Com o presente diploma visa-se a REFORMA da Contabilidade Pública que assenta
nos princípios básicos do rigor, transparência, boa gestão e disciplina financeira, eficácia do
sistema financeiro, visão global da situação financeira do Sector Público Administrativo,
modernização do Estado e da gestão pública, nomeadamente através da utilização das no-
vas tecnologias de informação, maior desconcentração e responsabilização dos dirigentes
da Administração Pública, melhor controlo e rigor na realização das despesas públicas,
celeridade e segurança nos pagamentos, melhor gestão da tesouraria, da dívida pública, do
património público e dos recursos humanos.
Lançam-se, assim, as bases para a criação de um Sistema de Informação para a Gestão
Financeira orientado pelas novas e modernas correntes da Administração Pública e sus-
tentado nomeadamente pelo manual das finanças públicas do Fundo Monetário Internacio-
nal (FMI) e pelas recomendações da International Federation of Accountants (IFAC), que
abrangerá todo o Sector Público Administrativo e cujo objectivo maior é a Melhor Gestão
dos Recursos Públicos, procurando-se sempre a transparência na Gestão Pública.
Com o Novo Sistema de Contabilidade Pública, a consolidação das Contas Públicas
será uma realidade, o controle será facilitado, a sua utilização pelos decisores públicos e
pelos observadores das Finanças Públicas será grandemente facilitada e as Contas Nacio-
nais serão mais fiáveis.
Assim,
No uso da faculdade conferida pela alínea a) do nº 2 do artigo 203º da Constituição, o
Governo decreta o seguinte:
CAPÍTULO I
Disposições introdutórias
Artigo 1º
(Objecto e âmbito)
1. O presente diploma define os princípios e as normas relativos ao regime financei-
ro, à contabilidade e ao controlo da gestão financeira da Administração Central, aos seus
serviços dotados de autonomia administrativa, bem assim aos estabelecimentos públicos,
serviços personalizados e fundações públicas dotados de autonomia administrativa e finan-
ceira.
2. O controlo da gestão financeira compreende as normas, princípios e estruturas ne-
cessárias ao autocontrolo, ao controlo interno e ao controlo externo.
3. O disposto neste diploma é ainda subsidiariamente aplicável às empresas públicas
em tudo quanto não estiver especialmente previsto nos diplomas legais que lhes forem
aplicáveis.

23
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

4. Os princípios e disposições constantes deste diploma serão objecto de adaptação à


administração municipal.
Artigo 2º
(Princípios orientadores)
1. A actividade financeira pública rege-se nomeadamente pelos princípios da prossecu-
ção do interesse público, legalidade, transparência, responsabilização, controlo financeiro,
separação e segregação de funções e da boa gestão dos recursos públicos.
2. A gestão do património público orienta-se pelo princípio da economicidade tendo
por base um sistema de cadastro, inventariação e uma política de capitalização.
3. Todos os actos de gestão orçamental, financeira, patrimonial, contingencial bem
como as operações de regularização baseiam-se em documentos idóneos que comprovem
as operações e seus registos na contabilidade.
Artigo 3º
Designações)
Para efeitos deste diploma, a referência a:
a) “serviços autónomos” visa os serviços públicos dotados apenas de autonomia
administrativa;
b) “serviço ordenador” visa o serviço responsável pelo início e autorização das
operações de execução de receitas quando da sua própria iniciativa bem como
de despesas, podendo haver um ordenador principal com a faculdade de dele-
gar poderes em um ou mais ordenadores secundários;
c) “controlador financeiro” visa a pessoa encarregada de proceder ao controlo
prévio e concomitante da legalidade e regularidade financeira das operações
de receitas e despesas;
d) “administração financeira do Estado” visa tanto a parte administrativa do Di-
reito Orçamental e da Contabilidade Pública, constituída por normas, procedi-
mentos, operações e órgãos que possibilitam a obtenção de recursos públicos,
sua gestão e aplicação para a realização das finalidades públicas, como o Es-
tado em sentido estrito, compreendendo os seus serviços e fundos autónomos
e os institutos públicos, à excepção das empresas públicas;
e) “unidade orçamental” visa uma unidade funcional de serviços subordinados a
um mesmo órgão a que são consignadas dotações próprias.
Artigo 4º
(Objectivos)
O presente diploma visa no âmbito da Administração Central:
a) Garantir a aplicação dos princípios orientadores da actividade financeira pú-
blica indicados no art. 2º;

24
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

b) Sistematizar as operações de programação, gestão e avaliação dos recursos


públicos;
c) Desenvolver um sistema que proporcione informação fidedigna e actualizada
sobre o comportamento financeiro;
d) Impor à Administração a responsabilidade de implantar e manter um siste-
ma de contabilidade adequado às necessidades do registo, documentação e
informação de todos os actos de gestão orçamental, financeira, patrimonial e
contingencial;
e) Impor à Administração a responsabilidade de implantar um eficiente e eficaz
sistema de controlo interno e a adopção de procedimentos adequados que as-
segurem a condução económica das actividades, programas, planos e projec-
tos e a avaliação da gestão.
Artigo 5º
(Coordenação e execução)
1. Compete ao membro do Governo responsável pelas Finanças a coordenação da ad-
ministração financeira pública e a emissão dos regulamentos que se mostrarem necessários
à execuçãodeste diploma.
2. Compete conjuntamente aos membros do Governo responsáveis pelas Finanças e
pela tutela do poder local celebrar acordos ou protocolos com os municípios, com vista à
solução de problemas administrativos, técnicos e financeiros, com respeito pela sua auto-
nomia e sem prejuízo da legislação especial aplicável.
CAPÍTULO II
Regime Financeiro Geral da Administração Central
de Serviços Dotados de Autonomia Administrativa
SECÇÃO I
Disposições gerais
Artigo 6º
(Regime geral)
1. Neste capítulo definem-se as normas, órgãos e procedimentos respeitantes ao re-
gime jurídico e financeiro dos serviços da Administração Central dotados de autonomia
administrativa na gestão corrente.
2. O regime financeiro abrange as operações financeiras e contabilísticas resultantes
da execução orçamental relativas às receitas e às despesas, bem como das operações de
tesouraria e das operações diversas.
Artigo 7º
(Autonomia administrativa)
1. O regime jurídico e financeiro dos serviços da Administração Central é, em regra,
o da autonomia administrativa nos actos de gestão corrente, traduzida na competência dos

25
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

seus dirigentes para autorizar a realização de despesas e o seu pagamento e para praticar
nesse âmbito actos administrativos definitivos e executórios.
2. A gestão corrente integra a actividade desenvolvida pelos serviços para a normal
prossecução das suas atribuições, sem prejuízo dos poderes de direcção, supervisão e ins-
pecção do membro do Governo da área.
3. Excluem-se do âmbito da gestão corrente:
a) Os actos que envolvam opções fundamentais de enquadramento das activi-
dades dos serviços e organismos, nomeadamente os planos e programas de
actividades;
b) Os actos relativos a despesas de capital, sem prejuízo do que vier a ser regu-
lamentado por Portaria do membro do Governo responsável pelas Finanças;
c) Os actos relativos a recrutamento, desenvolvimento profissional e mobilida-
de do pessoal da Administração Pública.
d) Os actos relativos a transferência de verbas.
e) Os actos de montante e natureza excepcionais, os quais serão determinados
no decreto-lei de execução orçamental.
4. Os actos praticados no âmbito da autonomia administrativa na gestão corrente e
incidentes na autorização de despesas e autorização do respectivo pagamento são por si
susceptíveis de execução, não carecendo de confirmação, autorização, homologação, ratifi-
cação ou qualquer outra espécie de reforço hierárquico ou de superintendência.
5. A prática de actos que excedem a gestão corrente é da competência do Governo.
Artigo 8º
(Descrição e registo das operações)
As operações financeiras e contabilísticas resultantes da execução orçamental são des-
critas e registadas obedecendo às normas gerais do sistema contabilístico, em conformida-
de com o disposto no Capítulo VII, e são da responsabilidade dos serviços Ordenador, de
Contabilidade e do Tesouro Público.
Artigo 9º
(Controlador financeiro)
O controlador financeiro encarrega-se de proceder ao controlo prévio e concomitante
da legalidade e regularidade financeira das operações de receitas e despesas, podendo-se
ocupar de determinados departamentos governamentais em conformidade com portaria do
membro do Governo responsável pelas Finanças.
Artigo 10º
(Serviço ordenador)
1. O Serviço Ordenador é o responsável pelo início e autorização das operações de
execução de receitas, quando da sua própria iniciativa, bem como de despesas, verificando
sempre a correcção jurídico-financeira das mesmas.

26
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

2. Fora da gestão corrente os ordenadores principais são o Conselho de Ministros,


o Primeiro Ministro, o Vice-Primeiro Ministro, os Ministros, os Secretários de Estado, o
Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, o Presidente do Tribunal Constitucional, o Pre-
sidente do Tribunal de Contas e o Procurador-Geral da República.
3. No âmbito da gestão corrente os ordenadores principais são em regra constituídos a
partir do pessoal dirigente da função pública.
4. Sem prejuízo do seu poder de direcção, os ordenadores principais poderão delegar
poderes a um ou mais ordenadores secundários.
5. O acto de delegação referida no número anterior é obrigatoriamente publicado no
Boletim Oficial.
Artigo 11º
(Competência dos serviços ordenadores)
1. Em matéria de receitas da sua iniciativa, os serviços ordenadores procedem à liqui-
dação destas e emitem as respectivas ordens de recebimento para o Tesouro Público.
2. Em matéria de despesas, os serviços ordenadores procedem ao cabimento, compro-
misso, liquidação e emissão das ordens de pagamento para o Tesouro Público.
Artigo 12º
(Regime duodecimal)
O decreto-lei de execução orçamental definirá em cada ano os casos de sujeição ao
regime duodecimal e fixará os respectivos critérios.
SECÇÃO II
As receitas
Artigo 13º
(Espécies)
As receitas públicas compreendem os impostos, as multas e outras penalidades, as
taxas, preços públicos e contribuições especiais, os rendimentos financeiros, as transfe-
rências e outras previstas na lei.
Artigo 14º
(Correcção jurídico-financeira)
1. A Administração Financeira está obrigada a proceder à cobrança das receitas de-
pendendo a sua correcção jurídico-financeira da verificação dos seguintes requisitos:
a) Conformidade legal;
b) Regularidade financeira.
2. Por conformidade legal entende-se a prévia existência de lei que autorize a sua
cobrança, dependendo a regularidade financeira da sua inscrição orçamental, podendo to-
davia o seu montante exceder a previsão inicial.

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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

Artigo 15º
(Classificação das Receitas)
1. As receitas classificam-se por categorias económicas em receitas correntes e recei-
tas de capital e distribuem-se de acordo com o classificador económico das receitas.
2. As receitas correntes compreendem:
3. As receitas fiscais, constituídas pelas receitas coactivas, sem contrapartida nem
reembolso, arrecadadas e geridas pela administração financeira;
4. As receitas não fiscais, constituídas pelas receitas que têm como contrapartida
uma prestação de serviço bem assim as transferências obtidas e que resultem de uma pres-
tação unilateral para a administração financeira.
5. As receitas de capital compreendem:
a) As resultantes da alienação de bens de investimento;
b) As transferências de capital recebidas;
c) As provenientes da constituição da dívida fundada;
d) Os reembolsos relativos aos activos financeiros;
e) Outras previstas por lei.
Artigo 16º
(Cobrança das receitas)
1. A cobrança de todas as receitas por quaisquer serviços da Administração Central
dotados de autonomia administrativa, bem como as de origem externa destinadas ao Estado
de Cabo Verde compete, em regra, ao Tesouro Público.
2. Todos os serviços da Administração Central dotados de autonomia administrativa
e que forem legalmente autorizados a arrecadar receitas estão obrigados a proceder à sua
imediata transferência, sem deduções ou retenções, para o serviço do Tesouro Público,
salvo por força de lei especial.
3. Por portaria conjunta do membro do Governo responsável pelas Finanças e do mem-
bro do Governo da área poderão ser previstos casos especialmente justificados de consig-
nação de receitas.
Artigo 17º
(Processamento das receitas)
As receitas públicas processam-se através da liquidação e posterior cobrança.
Artigo 18º
(Liquidação)
1. A liquidação é o acto pelo qual a administração financeira determina o montante
exacto do valor a ser arrecadado pelo Estado provenientes da dívida do contribuinte, do
utente ou de outro valor em benefício do Estado.

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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

2. Todas as receitas públicas estão sujeitas a liquidação.


3. A cada receita liquidada é atribuído um número de código que servirá para a sua
identificação.
4. Os erros de liquidação dão lugar à emissão de uma ordem de anulação e a realização
de uma nova liquidação, à qual será atribuído novo código identificativo.
Artigo 19º
(Formas de Liquidação)
1. A liquidação pode ser efectuada originando um registo prévio da dívida do con-
tribuinte ou utente de que resultarão a emissão de uma ordem de recebimento e posterior
cobrança.
2. Cada ordem de recebimento deve indicar o respectivo número de código identifi-
cativo constante da liquidação.
3. Poderá ainda a liquidação ocorrer no momento em que se procede à cobrança ou
em momento posterior, para efeitos de regularização de operações de tesouraria, proceden-
do-se então à elaboração do respectivo documento.
Artigo 20º
(Registo da liquidação)
Cada liquidação deve ser devidamente registada segundo normas gerais da contabili-
dade definidas por este diploma e complementadas por portaria do membro do Governo
responsável pelas Finanças.
Artigo 21º
(Cobrança)
1. As receitas são inscritas no orçamento e cobradas pela sua importância integral,
sem dedução de qualquer espécie.
2. A cobrança das receitas mencionadas nas ordens de recebimento é feita de forma
voluntária ou coerciva, em conformidade com a lei.
3. A cobrança forçada poderá ser precedida de negociação.
Artigo 22º
(Meios de pagamento)
O contribuinte ou utente pode pagar as suas dívidas em numerário, por cheque, trans-
ferência bancária ou por qualquer outro meio permitido por lei.
Artigo 23º
(Emissão de recibo)
1. Todo o recebimento dá lugar à emissão e entrega de um recibo ou outro documento
comprovativo.

29
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

2. A forma e as condições de emissão de recibo são fixadas por portaria do membro


do Governo responsável pelas Finanças.
Artigo 24º
(Reposições)
1. A reposição de dinheiros públicos nos cofres do Estado efectiva-se através de com-
pensação, dedução ou pagamento através de guia, devendo porém a escrituração contabi-
lística reflectir os créditos pelo seu valor bruto.
2. A reposição poderá ser efectuada por prestações mensais mediante requerimento
fundamentado do interessado e despacho favorável do dirigente do respectivo serviço ou
organismo.
3. As reposições não estão sujeitas a juro de mora desde que o pagamento de cada
prestação ocorra no prazo legal ou judicialmente fixado.
4. A obrigatoriedade de reposição das quantias recebidas indevidamente prescreve no
prazo de dez anos após o seu recebimento.
5. É aplicável o regime geral previsto na lei civil para a suspensão e interrupção da
prescrição.
6. O prazo para pagamento de guias é de trinta dias a contar da notificação do deve-
dor pelo serviço competente.
Artigo 25º
(Liberação de devedor)
O devedor do Estado estará liberto da sua dívida quando apresentar um recibo ou outro
documento comprovativo do pagamento da sua dívida e ainda nos casos de prescrição da
receita ou noutros previstos na lei.
SECÇÃO III
As despesas
Artigo 26º
(Espécies)
As despesas públicas compreendem todos os gastos efectuados pelas entidades públi-
cas no atendimento dos serviços e encargos assumidos na prossecução do interesse público,
por força da lei ou em consequência de contrato ou doutros instrumentos.
Artigo 27º
(Correcção jurídico-financeira)
1. A correcção jurídico-financeira das despesas públicas depende da verificação dos
seguintes requisitos:
a) Conformidade legal;
b) Regularidade financeira;
c) Economia, eficiência e eficácia.

30
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

2. Por conformidade legal entende-se a prévia existência de lei que autorize a despesa
e por regularidade financeira a inscrição orçamental, o correspondente cabimento e a ade-
quada classificação da despesa.
3. Na realização de despesas ter-se-á em vista a obtenção dos melhores resultados
com o mínimo de custos, tendo em conta a utilidade e prioridade da despesa e o acrésci-
mo de produtividade daí decorrente.
Artigo 28º
(Classificação)
1. As despesas públicas classificam-se por categorias económicas, orgânicas e funcio-
nais.
2. Por categorias económicas as despesas subdividem-se em despesas correntes e des-
pesas de capital e distribuem-se de acordo com o classificador económico das despesas.
3. As despesas correntes compreendem:
a) Os gastos do funcionamento dos serviços públicos, constituídos nomeadamen-
te pelos encargos com o pessoal, aquisição de materiais, produtos e pequenos
equipamentos, fornecimentos e serviços externos;
b) Os juros da dívida pública;
c) As transferências correntes concedidas, constituídas pelos gastos sem qual-
quer contrapartida directa em bens ou serviços com a finalidade de satisfazer
necessidades correntes da entidade que as recebe.
4. As despesas de capital compreendem:
a) A aquisição de bens de investimento;
b) As transferências de capital concedidas;
c) A amortização da dívida pública fundada;
d) Empréstimos de retrocessão concedidos;
e) Outras previstas por lei.
5. Por categorias orgânicas as despesas distribuem-se por unidades orçamentais em
conformidade com a lei do Orçamento do Estado.
6. Por categorias funcionais as despesas traduzem as grandes opções políticas secto-
riais, através das funções geral, social, económica e outras de acordo com o classificador
funcional.
Artigo 29º
(Processamento de despesas)
1. As despesas processam-se através das fases do cabimento, do compromisso, da
liquidação e do pagamento.

31
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

2. O procedimento normal relativo à realização das despesas públicas é o seguinte:


a) O serviço ordenador procede à determinação do saldo orçamental disponível
na rúbrica orçamental apropriada, e, tendo em consideração o regime
duodecimal, se ao caso couber, e a programação da tesouraria, estabelece a
data da sua realização;
b) Estabelecida a referida data, o serviço ordenador assume determinado com-
promisso através do qual vincula o Estado a uma provável obrigação de paga-
mento;
c) Realizada a verificação da legalidade e do cabimento pelo controlador
financeiro, o serviço ordenador procede à liquidação da despesa, isto é, à
verificação da comprovação do direito do beneficiário e à determinação do
seu montante exacto após a constatação do serviço feito e a comprovação do
direito do beneficiário e emite uma ordem de pagamento;
d) Posteriormente o serviço do Tesouro Público faculta o meio de pagamento
adequado ao beneficiário.
3. Não há lugar ao disposto no número anterior quando:
a) As despesas parcelares provindas de uma mesma causa constituírem despesas
fixas mensais da Administração e tiverem já sido inicialmente objecto do pro-
cedimento normal na sua globalidade;
b) As despesas forem urgentes e inadiáveis, sem prejuízo do seu registo con-
tabilístico;
c) As despesas assumirem carácter confidencial, sem prejuízo do seu registo
contabilístico.

Artigo 30º
(Autorização da despesa e assunção de compromissos)
1. Os poderes dos ordenadores principais para assumir compromissos e autorizar des-
pesas no âmbito da gestão corrente variam em função do valor destas, nos termos que
vierem a ser definidos por lei.
2. A competência a que se referem os números anteriores pode ser delegada e subdele-
gada, nos termos do nº 5 do artº 10º.
Artigo 31º
(Autorização de despesas fora da gestão corrente)
A autorização de actos que excedam o âmbito da gestão corrente compete ao Governo,
em função dos valores que vierem a ser definidos por lei.

32
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

Artigo 32º
(Duplo cabimento)
Quando os serviços e organismos dispuserem de receitas consignadas, os pagamentos
a efectuar por conta destas ficam condicionados não só aos créditos orçamentais como ain-
da ao montante global da receita arrecadada.
Artigo 33º
(Prazos para a autorização)
A autorização de despesas por conta do orçamento do Estado deve ocorrer em data que
permita o compromisso, a liquidação e o pagamento nos prazos fixados no decreto-lei de
execução orçamental.
Artigo 34º
(Despesas urgentes e imprevistas)
As despesas urgentes, imprevistas e inadiáveis são autorizadas pelo membro do Go-
verno responsável pelas Finanças e suportadas pela verba provisional inscrita no orçamento
do Ministério das Finanças, devendo as mesmas serem comunicadas à Assembleia Nacio-
nal nos termos da lei.
Artigo 35º
(Despesas confidenciais)
São despesas de carácter confidencial as realizadas no interesse da segurança do Esta-
do e da manutenção da ordem política e social, que forem definidas por lei da Assembleia
Nacional.
As despesas confidenciais dependem de autorização da Assembleia Nacional e segui-
rão o regime que vier a ser definido por lei desta.
Artigo 36º
(Compromisso)
O compromisso é o acto pelo qual a administração financeira assume uma obrigação
de que resultará uma dívida provável.
Artigo 37º
(Encargos plurianuais)
1. Os compromissos contratuais que impliquem assunção de encargos com reflexo em
mais de um ano económico são parcialmente imputados aos anos em que se procederá ao
reembolso.
2. A assunção de encargos plurianuais é feita através de portaria conjunta do membro
do Governo responsável pelas Finanças e do ministro competente para o departamento a
que pertence o respectivo serviço ou organismo, salvo quando tais encargos resultarem da
execução de planos plurianuais já aprovados.

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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

Artigo 38º
(Liquidação)
1. A liquidação é o acto pelo qual a administração financeira determina o montante
exacto da obrigação assumida após constatação do serviço feito e comprova o direito do
beneficiário, tendo por base um título por este apresentado.
2. A cada despesa liquidada é atribuído um número de código que servirá para a sua
identificação.
3. Cada liquidação deve ser devidamente registada segundo normas gerais da conta-
bilidade pública definidas por este diploma e complementadas por portaria do membro do
Governo responsável pelas Finanças.
Artigo 39º
(Competência do controlador financeiro)
1.O controlador financeiro procede à fiscalização da correcção jurídico-financeira, nos
termos do artigo 9º.
2. Salvo o disposto nos artigos 34º e 35º, nenhuma ordem de pagamento pode ser emi-
tida sem o visto prévio do controlador financeiro.
Artigo 40º
(Requisitos do beneficiário)
1. As pessoas jurídicas ou empresas beneficiárias dalgum pagamento por parte da ad-
ministração financeira pública terão de estar regularmente inscritas na administração tribu-
tária e ter o correspondente número de identificação fiscal.
2. As entidades privadas beneficiárias de transferências públicas, para além do dispos-
to no número anterior, devem estar minimamente organizadas e ter apresentado as suas
contas relativas a transferências anteriormente recebidas.
3. Compete ao membro do Governo responsável pelas Finanças regulamentar os ins-
trumentos de prestação de contas pelas entidades privadas que recebam transferências pú-
blicas.
Artigo 41º
(Meios de pagamento)
Os meios de pagamento a emitir pela administração financeira pública são o cheque do
Tesouro, a transferência bancária ou outros aprovados por portaria do membro do Governo
responsável pelas Finanças.
Artigo 42º
(Compensação de créditos)
No caso de o credor ter dívida perante o Estado certificada por decisão judicial defini-
tiva, poderá o serviço proceder à compensação dos créditos, devendo porém a escrituração
contabilística reflectir os créditos pelo seu valor bruto.

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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

Artigo 43º
(Prazos de pagamento)
Por portaria do membro do Governo responsável pelas Finanças poderão ser fixados
prazos de pagamento a partir da assunção dos compromissos.
Artigo 44º
(Despesas militares)
As regras relativas ao compromisso, liquidação e ordem de pagamento de despesas
ligadas ao armamento militar do Estado, deverão ser estabelecidas por portaria conjunta
dos membros do Governo responsáveis pelas Finanças e pela Defesa, em obediência aos
princípios definidos neste diploma.
Artigo 45º
(Despesas de pequeno montante)
1. Para a realização de despesas de pequeno montante podem ser constituídos fundos
de maneio em nome dos serviços respectivos, nos termos que vierem a ser definidos por
lei.
2. A competência para a realização e pagamento de despesas por conta de fundo de maneio
cabe ao responsável pelo mesmo.
Artigo 46º
(Despesas em moeda estrangeira)
A realização de despesas em moeda estrangeira está sujeita ao cumprimento das for-
malidades especiais constantes da legislação cambial.
Artigo 47º
(Despesas de anos anteriores)
1. As despesas dos anos anteriores devidamente registadas serão satisfeitas por conta
do orçamento em vigor na data do pagamento.
2. É aplicável o regime geral previsto na lei civil para a prescrição, sua suspensão e
interrupção, salvo se prazos mais curtos não resultarem da lei.
Artigo 48º
(Restituições)
1. Devem ser restituídas as importâncias que tiverem dado entrada nos cofres do Es-
tado sem direito a essa cobrança.
2. Se as receitas tiverem sido cobradas por meios coercivos, devem restituir-se também
as custas dos respectivos processos.
3. O direito à restituição prescreve no prazo de cinco anos a partir da entrada nos cofres
do Estado das respectivas quantias, salvo se for legalmente aplicável prazo mais curto.
4. É aplicável o regime geral previsto na lei civil para a suspensão e interrupção da
prescrição.

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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

SECÇÃO IV
Operações da tesouraria
Artigo 49º
(Noção)
1. São operações de tesouraria os movimentos excepcionais de fundos nas contas fi-
nanceiras do Tesouro que não se encontrem sujeitos à disciplina orçamental bem como as
restantes operações escriturais com eles relacionados.
2.As operações de tesouraria são activas e passivas, correspondendo as activas à entra-
da de fundos e as passivas à saída de fundos nas contas financeiras do Tesouro
Artigo 50º
(Finalidades)
As operações de tesouraria têm por finalidade:
a) Antecipar receitas orçamentalmente previstas que se espera cobrar durante o
ano;
b) Colocar junto de instituições, designadamente do sistema bancário ou afins,
eventuais disponibilidades de tesouraria;
c) Assegurar a gestão de fundos a cargo do serviço do Tesouro.
Artigo 51º
(Proibição)
1. Salvo o disposto no número seguinte, é proibido o pagamento de quaisquer despesas
por operações de tesouraria.
2. Podem ser realizadas operações de tesouraria previstas na lei a título provisório e
por antecipação, garantindo-se no entanto a sua regularização e imputação às contas orça-
mentais.
Artigo 52º
(Competência)
1. Compete exclusivamente ao membro do Governo responsável pelas Finanças auto-
rizar e ordenar a realização de qualquer operação de tesouraria.
2. Compete ao serviço do Tesouro Público a execução das operações de tesouraria.
SECÇÃO V
Outras operações
Artigo 53º
(Operações diversas)
1. Além das indicadas nas secções anteriores, existem ainda as seguintes operações:
a) As operações de contingências;

36
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

b) As operações de regularização contabilística.


2. O conteúdo das operações e a forma do seu registo são objecto de regulamentação
por portaria do membro do Governo responsável pelas Finanças.
CAPÍTULO III
Regime Excepcional – Fundos Autónomos e Institutos Públicos
do Estado de Autonomia Administrativa e Financeira
Artigo 54º
(Âmbito)
As normas do presente capítulo aplicam-se aos fundos autónomos, estabelecimentos
públicos, serviços personalizados, fundações públicas e a quaisquer outras entidades dota-
das de autonomia administrativa e financeira.
Artigo 55º
(Atribuição da autonomia administrativa e financeira)
1. Salvo o disposto nos dois números seguintes, as condições cumulativas para atri-
buição da autonomia administrativa e financeira aos serviços e entidades referidos no artigo
anterior são as seguintes:
a) Haja justificação para uma adequada gestão que permita uma melhor realiza-
ção das atribuições em vista;
b) As receitas correntes próprias alcancem um mínimo das suas despesas corren-
tes que vier a ser definido por lei.
2. O disposto na alínea b) do número anterior poderá ser dispensado ou reduzido para
os estabelecimentos públicos, por resolução do Conselho de Ministros, fundamentada em
motivos de interesse público.
3. Poderá ainda ser atribuída autonomia administrativa e financeira quando existam ra-
zões ponderosas que o aconselhem, nomeadamente quando se tratar da gestão de projectos
integrados no Programa Plurianual de Investimentos Públicos .
4. A autonomia administrativa e financeira é conferida por lei.
5. Para efeitos do disposto na alínea b) do nº 1, não são consideradas receitas próprias
as provenientes de transferências do Orçamento do Estado ou de quaisquer serviços e orga-
nismos da Administração Central.
Artigo 56º
(Cessação do regime excepcional)
1. Quando a autonomia administrativa e financeira tenha sido concedida nos termos
do nº 1 do artigo anterior, a não verificação dos requisitos aí previstos durante dois anos

37
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

consecutivos determinará a cessação do respectivo regime financeiro e a aplicação do regi-


me geral de autonomia administrativa.
2. A constatação da situação prevista no número anterior será feita com base em ins-
pecção ou auditoria realizada pela Inspecção Geral de Finanças e a cessação do regime de
autonomia administrativa e financeira será efectivada através de portaria conjunta do mem-
bro do Governo responsável pelas Finanças e do Ministro da tutela que produzirá efeitos a
partir de 01 de Janeiro do ano económico seguinte ao da sua publicação.
3. Poderá, no entanto, ser mantida a autonomia financeira por portaria conjunta a que
se refere o número anterior se o relatório da Inspecção Geral de Finanças constatar uma
evolução positiva da gestão do serviço ou organismo autónomo que aponte para uma pos-
sível realização do requisito previsto na alínea b) do numero 1 do artigo anterior.
Artigo 57º
(Autonomia patrimonial)
1. Os serviços e entidades referidos no artigo 54º, dispõem de autonomia patrimonial.
2. O património é constituído pelos bens, direitos e obrigações recebidos ou adquiridos
para o exercício da sua actividade.
3. A alienação de bens e a realização de despesas de capital serão objecto de regula-
mentação pelos respectivos estatutos.
4. Poderão ainda os serviços e entidades referidos no artigo 54º administrar bens do
domínio público ou privado do Estado que lhes forem afectos nos termos da lei.
Artigo 58º
(Receitas)
1. São receitas próprias dos serviços e entidades referidos no artigo 54º :
a) As receitas provenientes da sua actividade específica;
b) O rendimento de bens próprios e bem assim o produto da sua alienação;
c) As doações, heranças e legados que lhes sejam destinados;
d) Quaisquer outros rendimentos que por lei ou contrato lhes devam pertencer.
2. As receitas próprias são classificadas e distribuídas de acordo com o Classificador
Económico, nos termos do nº 1 do artigo 15º.
3. Para além das receitas próprias, os serviços e entidades referidos no artigo 54º be-
neficiam ainda, nos termos da lei, de comparticipações, transferências e subsídios prove-
nientes do Orçamento do Estado ou de outras entidades públicas ou privadas.
4. Compete aos dirigentes dos serviços e entidades referidos no artigo 54º autorizar o
lançamento, a liquidação e a cobrança das receitas.

38
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

5. Os serviços e entidades referidos no artigo 54º estão obrigados por lei a depositar o
produto proveniente das receitas próprias arrecadadas em contas especificamente abertas
no Tesouro Público.
Artigo 59º
(Despesas)
1. Constituem despesas próprias dos serviços e entidades referidos no artigo 54º os
encargos com o seu funcionamento e os inerentes à realização das suas atribuições, bem
como os custos de aquisição, manutenção e conservação dos bens, equipamento de serviço
de que careça para o efeito.
2. As despesas próprias são classificadas e distribuídas de acordo com os classificado-
res económico e funcional, nos termos dos nºs 2 e 6 do artigo 28º.
3. Compete aos dirigentes dos serviços e entidades referidos no artigo 54º autorizar
o cabimento, o compromisso, a liquidação das suas despesas e ordenar o respectivo paga-
mento.
Artigo 60º
(Separação e segregação de funções)
1. Os serviços e entidades referidos no artigo 54º devem observar o princípio da se-
paração e segregação de funções na realização das operações de execução do orçamento,
operações de tesouraria e respectiva contabilização.
2. A segregação de funções a que se refere o número anterior deve estabelecer-se entre
diferentes serviços ou entre diferentes pessoas do mesmo serviço.
Artigo 61º
(Organização, gestão e controlo)
1. Na óptica da procura de uma melhor gestão pública, serviços e entidades referidos
no artigo 54º deverão adequar as suas estruturas por forma a:
a) Assegurar o cabimento, o compromisso, a liquidação e o pagamento das suas
despesas e bem assim a liquidação e cobrança das suas receitas;
b) Implementar um sistema adequado de contabilidade, nos termos do Capítulo
VII, e assegurar a sua tempestividade e supervisão por técnico de contas;
c) Possibilitar um controlo eficaz da sua gestão, nos termos do Capítulo VIII;
d) Assegurar uma visão de conjunto da Administração Central.
2. A gestão económica e financeira dos serviços e entidades referidos no artigo 54º é
disciplinada nomeadamente pelos seguintes instrumentos de gestão previsional:
a) Plano de actividades;
b) Orçamentos de exploração, investimento e de tesouraria;

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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

c) Demonstração de resultados previsionais;


d) Balanço previsional;
e) Anexos ao balanço e demonstração de resultados previsionais.
3. Devem ainda os fundos autónomos e institutos públicos elaborar:
a) As suas propostas de orçamento, com indicação dos objectivos a atingir e dos
programas a realizar, que deverão ser oportunamente apresentadas ao Minis-
tério das Finanças por ocasião da elaboração da proposta do Orçamento do
Estado;
b) As suas contas de gerência, as quais, sem prejuízo do disposto em lei especial,
discriminarão rigorosamente os objectivos alcançados, o grau de realização
dos programas aprovados e os constrangimentos encontrados, e que fornece-
rão elementos à elaboração da Conta Geral do Estado.
4. Independentemente do autocontrolo e do controlo externo exercido pelo Tribunal
de Contas, nos termos da legislação própria, os serviços e entidades referidos no artigo 54º
estão sujeitos ao controlo sistemático sucessivo da gestão orçamental por parte dos serviços
do Ministério das Finanças encarregados da execução do Orçamento do Estado.
Artigo 62º
(Prestação de contas)
1. A prestação de contas opera-se, com as devidas adaptações, nos termos da Secção
IV do Capítulo VII.
2. O relatório de actividades do órgão de gestão deverá proporcionar uma visão clara
da situação económica e financeira relativa ao exercício, espelhando a eficiência na utiliza-
ção dos meios afectos à prossecução dos seus fins e a eficácia na realização dos objectivos
propostos.
3. Os documentos de prestação de contas serão remetidos ao serviço da Contabilidade
Pública, nos prazos legalmente previstos.
4. A não apresentação de contas poderá dar lugar à não liberação de fundos provenien-
tes do Orçamento do Estado.
Artigo 63º
(Aplicação de normas do regime geral)
São aplicáveis aos fundos autónomos, estabelecimentos públicos, serviços persona-
lizados, fundações públicas e quaisquer outras entidades dotadas de autonomia adminis-
trativa e financeira, com as devidas adaptações, as normas sobre os serviços autónomos,
dotados de autonomia administrativa, em tudo o que não esteja especialmente regulado
neste capítulo.

40
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

CAPÍTULO IV
Tesouro Público
Artigo 64º
(Conteúdo)
Constituem o Tesouro Público todos os recursos financeiros do Estado resultantes tan-
to das operações orçamentais como das operações de tesouraria.
Artigo 65º
(Serviço do Tesouro Público)
1. Sem prejuízo do disposto em lei ou regulamento, compete ao serviço do Tesouro
Público nomeadamente:
a) Administrar o sistema de caixa única da Administração Central, dando ao
BCV, sem prejuízo da autonomia deste, as orientações que se mostrarem per-
tinentes;
b) Executar e centralizar as operações de tesouraria;
c) Gerir a dívida pública e proceder ao reembolso dos respectivos títulos, en-
quanto não for criada a entidade referida no nº 2 do artigo 75º;
d) Guardar e conservar os títulos e valores da Administração Central a seu cargo;
e) Coordenar o funcionamento e exercer supervisão técnica sobre todas as unida-
des ou serviços de tesouraria do sector público;
f) Programar a tesouraria, anual e periódica, e realizar o seguimento e sua ava-
liação, sem prejuízo do disposto no artigo seguinte;
g) Centralizar a cobrança das receitas da Administração Central, distribuí-las,
nos termos da lei e da programação financeira, e proceder ao pagamento de
todas as despesas resultantes da execução do Orçamento do Estado;
h) Elaborar e actualizar as reconciliações bancárias;
i) Elaborar os relatórios de gestão da tesouraria.
2. O Serviço do Tesouro Público é ainda responsável:
a) Pela cobrança das ordens de recebimento enviadas pelo serviço ordenador,
dos proveitos originados por contrato e dos demais proveitos dos organismos
públicos, previstos na lei;
b) Pelo pagamento de todas as despesas originadas por ordens de pagamento
emitidas pelo serviço ordenador, pelas operações de tesouraria e pela conser-
vação do arquivo relativo às operações do fluxo de tesouraria.

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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

Artigo 66º
(Programação anual da tesouraria)
A elaboração do programa anual da tesouraria é realizada conjuntamente pelos servi-
ços do Tesouro e do Planeamento e pelo Banco de Cabo Verde.
Artigo 67º
(Composição)
Funcionam como agentes do Tesouro Público todos os serviços e organismos que ar-
recadem receitas públicas ou procedam a pagamentos em conformidade com a lei e regu-
lamentos, designadamente as Alfândegas, as Contribuições e Impostos e as Embaixadas e
Consulados.
Artigo 68º
(Disposição de fundos)
O Tesouro Público pode dispor dos fundos à sua guarda até percentagem permitida em
cada ano por decreto-lei de execução orçamental, mantendo-se sempre a sua capacidade
de resposta às solicitações feitas pelas entidades referidas no artigo 54º titulares das contas
nele abertas.
Artigo 69º
(Títulos do tesouro)
Para fazer face a dificuldades de tesouraria, pode o Tesouro emitir títulos de tesouro,
nos limites previstos no nº 3 do artigo 80º.

CAPÍTULO V
Património Público
Artigo 70º
(Composição e gestão)
1. Constituem o domínio público do Estado os bens consagrados na Constituição da
República e o domínio privado os bens definidos por lei.
2. A gestão, coordenação e fiscalização dos bens dos domínios público e privado do
Estado regem-se pela legislação sobre a matéria.
Artigo 71º
(Serviço do Património Público)
Compete ao Serviço do Património Público gerir o módulo auxiliar de imobilizado e
em particular:
a) Organizar e actualizar o cadastro dos bens de investimento;
b) Registar e manter actualizados os movimentos dos imobilizados;

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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

c) Elaborar os inventários em conformidade com a lei e regulamentos;


d) Calcular as quotas de amortizações, reintegrações do exercício e acumula-
das;
e) Disponibilizar extractos individualizados da posição do património;
f) Elaborar relatórios de gestão dos imobilizados;
g) Manter o arquivo do imobilizado.
Artigo 72º
(Inventariação e avaliação)
1. As regras relativas à elaboração do inventário, classificação, avaliação dos bens
patrimoniais, definição das categorias e das taxas de amortização a serem aplicadas são
estabelecidas por regulamento.
2. Os bens figurarão pelos respectivos valores de incorporação primitiva sendo suces-
sivamente actualizados em função das avaliações efectuadas.
Artigo 73º
(Nulidade)
São nulos os actos de alienação do património público que lesem de forma objectiva
os superiores interesses do Estado, sem prejuízo da responsabilidade das pessoas que os
realizarem.
CAPÍTULO VI
Crédito Público
SECÇÃO I
Disposições Gerais
Artigo 74º
(Composição)
Constituem o crédito público a dívida pública activa e a dívida pública passiva.
Artigo 75º
(Serviço do Crédito Público)
1. Compete ao serviço do Crédito Público nomeadamente:
a) Registar e actualizar o stock do crédito público;
b) Calcular os encargos relativos aos títulos do tesouro, nomeadamente o princi-
pal, os juros e as comissões;

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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

c) Gerir o módulo do crédito público;


d) Elaborar o relatório de gestão do crédito público;
e) Disponibilizar extractos individualizados da posição do stock da dívida públi-
ca activa e passiva;
f) Manter o arquivo do crédito público.
2. Poderá ser criado um organismo que se encarregue da gestão do crédito público,
cuja competência será definida por lei da sua criação.
Artigo 76º
(Obrigatoriedade de publicitação)
A situação do crédito público é objecto de publicitação semestral no Boletim Oficial e
em meios electrónicos.
SECÇÃO II
Dívida Pública Activa
Artigo 77º
(Composição)
1. Constituem dívida pública activa:
a) As receitas públicas, fiscais e não fiscais, liquidadas e não cobradas até fim de cada
exercício financeiro;
b) Os empréstimos de retrocessão concedidos pelo Estado aos sectores público e pri-
vado, para a prossecução do interesse público e realização de projectos de desenvolvimento
nas condições definidas nos respectivos acordos subsidiários de crédito.
2. Compete ao membro do Governo responsável pelas Finanças fixar por portaria as
condições e requisitos a observar pelos acordos subsidiários.
SECÇÃO III
Dívida Pública Passiva
Artigo 78º
(Objectivos)
1. O recurso ao crédito pelo Estado tem por objectivos a captação de meios para a reali-
zação de investimentos ou para o atendimento de casos de flagrante necessidade nacional.
2. O recurso ao crédito não poderá ser utilizado para custear despesas correntes, salvo
para socorrer a dificuldades de tesouraria.
Artigo 79º
(Formas de endividamento)
1. Para efeitos deste diploma a dívida pública classifica-se em dívida flutuante e dívida
fundada, directa e indirecta, interna e externa.

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Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

2.A dívida flutuante é constituída pelos encargos financeiros, traduzidos no principal e


nos juros, advenientes de empréstimos a curto prazo contraídos para resolver dificuldades
de tesouraria, antecipações de receitas e restos a pagar.
3. A dívida fundada é aquela que é constituída por encargos financeiros, traduzidos no
principal e nos juros, resultantes de empréstimos de médio e longo prazos.
4. Por dívida directa entende-se aquela assumida pelo Estado na posição de devedor
principal.
5. A dívida indirecta é aquela assumida pelo Estado na posição de devedor secundário
ou acessório em virtude de garantia prestada.
6. Considera-se dívida interna aquela contraída perante pessoas residentes ou domici-
liadas em Cabo Verde e cujo pagamento pode ser exigido no território nacional.
7. A dívida externa é aquela que é contraída perante outro Estado ou organização in-
ternacional ou qualquer outra pessoa sem residência ou domicílio em Cabo Verde e cujo
pagamento pode ser exigido fora do território nacional.
Artigo 80º
(Limites ao endividamento)
1. O recurso ao crédito gerador da dívida fundada está sujeito à observância das con-
dições gerais definidas por lei da Assembleia Nacional.
2. A dívida pública, interna e externa, de curto e médio prazo, não poderá exceder 60%
do PIB.
3. O recurso ao crédito gerador de dívida flutuante realiza-se tendo por critério a recei-
ta prevista no Orçamento do Estado até ao limite que for fixado por portaria do membro do
Governo responsável pelas Finanças.
4. A concessão de garantias geradoras da dívida indirecta está sujeita à observância do
disposto nas leis do Orçamento do Estado.
Artigo 81º
(Parecer do BCV)
Sempre que se trate de recurso ao crédito gerador de dívida externa é obrigatória a
audição do Banco de Cabo Verde (BCV).
Artigo 82º
(Reestruturação da dívida)
Com vista à reestruturação e melhoramento das condições da dívida pública quanto
aos montantes, dilação de prazos ou diminuição dos juros, o membro do Governo respon-
sável pelas Finanças poderá realizar as operações relativas à sua consolidação, conversão
ou negociação.

45
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

Artigo 83º
(Nulidade)
As operações efectuadas em desrespeito ao disposto neste capítulo são nulas, sem pre-
juízo da responsabilidade das pessoas que as realizarem.
Artigo 84º
(Operações especiais)
As operações do Banco Central com vista a garantir a estabilidade monetária e cambial
estão sujeitas a lei especial.
CAPITULO VII
Sistema de Contabilidade
SECÇÃO I
Disposições Gerais
Artigo 85º
(Objectivos e âmbito da contabilidade)
1.O Sistema da Contabilidade Pública integra um conjunto de princípios, órgãos, nor-
mas e procedimentos técnicos com a finalidade de:
a) Registar sistematicamente todas as operações que afectam ou podem afectar a
situação económico financeira e patrimonial dos organismos;
b) Processar e produzir informação financeira para a tomada de decisão dos res-
ponsáveis da condução das finanças públicas e para terceiros interessados;
c) Apresentar as informações contabilísticas e os respectivos documentos de
apoio ordenados de forma a facilitar as tarefas de controle e auditoria interna
ou externa.
2. A contabilidade abrange as áreas orçamental, financeira, patrimonial e contingen-
cial, podendo haver uma contabilidade analítica em função da natureza e especifidades
própria de cada organismo público.
3. A contabilidade pública, para cada organismo e de forma consolidada, organiza-se
de modo a permitir:
a) O conhecimento e o controle das operações de execução orçamental e da mo-
vimentação financeira;
b) O conhecimento da situação patrimonial;
c) O conhecimento das relações com terceiros e consequentemente do stock da
dívida pública activa e passiva;
d) O conhecimento das responsabilidades por avales e demais garantias presta-
das pelo Estado;
e) O conhecimento dos custos da prestação de serviços;

46
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

f) A determinação, análise e interpretação dos resultados anuais económicos e


financeiros;
g) A integração das operações nas contas nacionais;
h) O conhecimento e acompanhamento da situação perante as Finanças de todos
os serviços e entidades que arrecadam receitas, efectuam despesas e adminis-
tram ou guardam bens àquelas pertencentes ou que lhes tenham sido confia-
dos;
i) A organização periódica de balancetes e quadros demonstrativos da gestão em
todas as vertentes orçamental, financeira, económica, patrimonial e contin-
gencial;
j) A organização anual dos balanços gerais consolidados e demonstrativos da ges-
tão que integram a prestação de contas à Assembleia Nacional pelo Governo.
Artigo 86º
(Características da contabilidade)
A contabilidade pública assume as seguintes características:
a) É única, uniforme e aplicável a todos os organismos, sem prejuízo de especi-
ficidades próprias de cada um;
b) O registo dos movimentos contabilísticos em contas patrimoniais e de resulta-
dos apropriadas é efectuado a partir de actos correspondentes de execução
do orçamento, de operações de tesouraria e de operações diversas, garantindo
desse modo o princípio do registo único e da automatização dos registos
c) Baseia-se em requisitos, princípios e normas contabilísticos geralmente acei-
tes aplicáveis ao sector publico.
Artigo 87º
(Método de escrituração)
1. As operações contabilísticas são escrituradas pelo método das partidas dobradas em
subordinação do Plano Nacional de Contabilidade Pública (PNCP).
2. O Plano Nacional de Contabilidade Pública terá em consideração o Plano Nacional
de Contabilidade para as empresas.
Artigo 88º
(Suporte informático)
O suporte informático que sustenta o sistema de contabilidade pública deverá ser uni-
formemente utilizado pelos serviços públicos e garantirá a coerência, exactidão e automa-
tismo nos registos das diversas operações contabilísticas, estabelecendo a concordância
entre os diferentes níveis de informação detalhados e consolidados.

47
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

Artigo 89º
(Publicitação das informações)
1. Os instrumentos demonstrativos de gestão financeira devem ser objecto de divul-
gação periódica, nomeadamente através de meios electrónicos de acesso público.
2. A periodicidade da publicitação das informações financeiras é fixada por lei ou re-
gulamento.
Artigo 90º
(Arquivo)
1. Todos os actos de gestão orçamental, financeira ou patrimonial devem ser supor-
tadas por peças justificativas previstas na nomenclatura que comprove a operação e seu
registo na contabilidade.
2. As peças justificativas das operações servirão de justificação das receitas, despesas,
operações de tesouraria, operações financeiras e patrimoniais sobre que incidirá a Conta
Geral do Estado e o respectivo parecer do Tribunal de Contas.
3. A regulamentação do arquivo, nomeadamente das peças justificativas, formas de
conservação, nomenclatura e as condições em que se processa a sua substituição ou des-
truição, será efectuada através de portaria do membro do Governo responsável pelas Fi-
nanças.
4. Compete aos serviços ordenadores e de Contabilidade Pública organizar um adequa-
do sistema de arquivo e conservação de toda a documentação e informação contabilística
por forma a garantir a sua integridade física e a sua célere colocação à disposição dos ór-
gãos de controlo.
5. O prazo para a conservação das peças justificativas corresponde ao prazo de prescri-
ção da responsabilidade financeira.
6. Findo o prazo a que se refere o número anterior, os documentos com valor histórico
serão encaminhados à entidade responsável pelo Arquivo Histórico Nacional.
Secção II
Organização contabilística
Artigo 91º
(Organização)
A Contabilidade Pública compreende uma contabilidade orçamental, uma contabili-
dade geral e, conforme as necessidades e especificidades de cada organismo público, uma
contabilidade analítica e módulos auxiliares de contabilidade, nomeadamente, os módulos
das existências, de terceiros, do imobilizado, de recursos humanos e de contingências.
Artigo 92º
(Contabilidade orçamental)
1. A contabilidade orçamental é o sistema que tem por objecto a descrição, o conheci-
mento, o acompanhamento e o controlo:

48
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

a) Da previsão das receitas, suas alterações e modificações bem como da sua


liquidação e recebimento.
b) Da dotação inicial das despesas, suas alterações e modificações, seu cabimen-
to, compromisso, liquidação e pagamento.
2. A contabilidade orçamental permite a determinação do grau de execução do orça-
mento dos serviços públicos.
Artigo 93º
(Contabilidade geral)
1. A contabilidade geral é o sistema que produz as informações contabilísticas sobre
a situação económica, financeira, patrimonial e contingencial dos serviços públicos e suas
relações com o exterior e permite a determinação dos resultados do exercício.
2. A contabilidade geral compreende:
a) As operações de tesouraria;
b) As operações com existências;
c) As operações com terceiros;
d) Os movimentos do património;
e) Os valores de exploração;
f) Os movimentos de contingência.
Artigo 94º
(Contabilidade analítica)
1. A contabilidade analítica é o sistema que produz informação baseada nas operações
internas realizadas pelos serviços públicos e permite a formação e o controlo dos resultados
destes.
2. Tem por objecto a produção de elementos de cálculo dos custos dos serviços pres-
tados ou do preço de venda dos bens e produtos produzidos.
3. A contabilidade analítica é autónoma.
4. Dependendo da natureza dos organismos públicos, os objectivos da contabilidade
analítica e os modelos da sua organização, são fixados pelo membro do Governo respon-
sável pelas Finanças em coordenação com o ministro da área.
Artigo 95º
(Módulos auxiliares)
Os módulos auxiliares da contabilidade publica têm por objecto a descrição detalhada
e individualizada dos factos patrimoniais que lhes são específicos e compreendem os mó-
dulos de terceiros, de existências, de imobilizado, de recurso humanos e de contingências.

49
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

Artigo 96º
(Módulo de terceiros)
O módulo de terceiros regista de forma detalhada e individualizada todas as operações
derivadas de relações devedoras e credoras com terceiros e tem por objecto a produção de
informações que permitam o conhecimento, acompanhamento e controlo da situação dos
contribuintes utentes e clientes e a dívida pública activa e passiva.
Artigo 97º
(Módulo de existências)
O módulo de existências tem por objecto o registo, conhecimento, acompanhamento
e controlo de todo o movimento de existências adquiridas ou produzidas pelos serviços
públicos com o objectivo de venda ou utilização própria no curso normal de suas activida-
des.
Artigo 98º
(Módulo de imobilizado)
1. O módulo de imobilizado tem por objecto o registo, conhecimento, acompanha-
mento e controlo dos movimentos de bens de investimentos.
2. O módulo de imobilizado permite:
a) A organização do cadastro;
b) A elaboração do inventário;
c) O apuramento do valor dos bens de investimento;
d) A obtenção de informações sobre as alterações patrimoniais, nomeadamente
os acréscimos e as diminuições dos bens de investimento ocorridos durante o
exercício;
e) a obtenção de informação sobre as quotas de amortização do exercício e acu-
muladas.
3. A avaliação e a reavaliação dos bens de investimentos são realizadas segundo crité-
rios fixados pelo membro do Governo responsável pelas Finanças.
Artigo 99º
(Módulo de recursos humanos)
O módulo de recursos humanos permite o processamento e o cálculo de todas as rúbri-
cas de despesas com o pessoal ao serviço da Administração Pública.
Artigo 100º
(Módulo de contingências)
O módulo de contingências tem por objecto o conhecimento, acompanhamento e o
controlo das responsabilidades resultantes de avales e demais garantias prestadas pelo Es-
tado que possam afectar mediata ou indirectamente o seu património.

50
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

Artigo 101º
(Órgãos da Contabilidade Pública)
1. São órgãos da Contabilidade Pública a Comissão Nacional de Normalização Conta-
bilística e o Serviço de Contabilidade Pública.
2. Os órgãos da Contabilidade Pública são os principais órgãos responsáveis pelo nor-
mal funcionamento do Sistema da Contabilidade Pública e pela correcção técnica da Conta
Geral do Estado.
Artigo 102º
(Comissão Nacional de Normalização Contabilística)
1. Sem prejuizo do disposto em lei especial, compete à Comissão Nacional da Norma-
lização Contabilística:
a) Propor as normas de contabilidade pública e a metodologia contabilística
adequada para todo o sector publico nacional;
b) Propor a periodicidade, estrutura e característica dos sistemas de contabilísti-
cos e financeiros a produzir pelos organismos públicos;
c) Actualizar os sistemas contabilísticos em função da sua natureza, característi-
cas operativas e necessidades de informação dos organismos públicos;
d) Assessorar e assistir, tecnicamente a todas as entidades do sector público na-
cional na implementação das normas e metodologias que produzirem.
2. A composição, a designação dos membros e o funcionamento da Comissão Nacional
da Normalização Contabilística são definidos por lei.
Artigo 103º
(Serviço da Contabilidade Pública)
Compete ao Serviço da Contabilidade Pública zelar pela disciplina na execução orça-
mental e pela correcção formal dos registos contabilísticos, devendo nomeadamente:
a) Conferir, validar e alterar, com base em justificativos originais, os registos
contabilísticos, de natureza provisória, efectuados pelos serviços autónomos;
b) Coordenar o sistema de contabilidade vigente na administração, consolidando
dados de todas as entidades, realizando operações de ajuste e de fecho neces-
sárias e produzir anualmente os estados contabilísticos financeiros para serem
disponibilizados publicamente;

c) Elaborar as contas económicas do sector público, de acordo com o sistema de


contas nacional;

51
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

d) Remeter à Inspecção Geral de Finanças e ao Tribunal de Contas os casos de


violações constatadas de disposições legais;
e) Solicitar à Inspecção Geral de Finanças a realização da inspecção ou auditoria
a que se refere o n.º 2 do artigo 56º;
f) Propor aos órgãos competentes a substituição dos reiterados infractores;
g) Coordenar e gerir a parte técnico-informática referente à contabilidade públi-
ca que compõe o sistema integrado de gestão financeira.
SECÇÃO III
Exercício financeiro
Artigo 104º
(Exercício financeiro)
O exercício financeiro do sector público administrativo começa no primeiro dia de
Janeiro e termina no último dia de Dezembro de cada ano.
Artigo 105º
(Âmbito)
1. Pertencem ao exercício financeiro:
a) Todas as receitas públicas, fiscais e não fiscais, nele liquidadas;
b) Todas as despesas nele liquidadas;
c) Todas as operações de tesouraria feitas as longo do ano bem como as opera-
ções de regularização.
2. Consideram-se restos a pagar as despesas liquidadas mas não pagas até ao dia 31 de
Dezembro, distinguindo-se as operações orçamentais das operações de tesouraria.
3. A execução orçamental tem por base o regime puro de caixa, considerando no pe-
ríodo financeiro como receitas as entradas efectivas e como despesas as saídas efectivas,
de modo a que o resultado orçamental corresponda à diferença entre entradas e saídas de
caixa.
4. O resultado económico corresponde à diferença entre as receitas e as despesas liqui-
dadas, tendo por base o regime do exercício.
SECÇÃO IV
Prestação de contas
Artigo 106º
(Demonstrativos da Gestão)
1. Os resultados de gestão dos serviços com autonomia administrativa e fundos au-
tónomos e institutos públicos serão enviados ao Serviço de Contabilidade Pública mensal

52
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

e trimestralmente através de balancetes, e, anualmente, mediante balanços e demonstração


de resultados completados por anexos analíticos das operações.
2. Sem prejuízo do referido no número anterior, a gestão poderá ser acompanhada
mensalmente através de demonstrativos parciais organizados e consolidados pelo Serviço
da Contabilidade Pública.
3. As contas do exercício constituem-se fundamentalmente:
a) Do balanço orçamental em conformidade com a Lei de Enquadramento Orça-
mental;
b) Dos balanços financeiro, patrimonial e contingencial;
c) Da demonstração das variações patrimoniais;
d) Da demonstração de resultados.
4. Integram ainda as contas do exercício:
a) O relatório de gestão, incluindo o balanço social, de cada ordenador principal
acompanhado dos respectivos balancetes;
b) O relatório do Serviço da Contabilidade Pública;
c) Os balanços consolidados do Estado, reflectindo os aspectos orçamental, fi-
nanceiro, patrimonial e contingencial;
d) Os anexos ao balanço e a demonstração de resultados que serão previstos por
portaria do membro do Governo responsável pelas Finanças.
Artigo 107º
(Verificação e certificação das contas)
A verificação da legalidade e da regularidade financeira dos actos e causas dos factos
patrimoniais será previa, concomitante e subsequente e constituirão objecto do autocon-
trolo, do controle interno e do controlo externo, por forma a garantir sempre a produção
actualizada de uma informação contabililística fiável, oportuna, própria e adequada aos
agentes destinatários.
Artigo 108º
(Organização e aprovação das contas)
1. Nos termos do artigo 106º, compete ao Serviço de Contabilidade Pública organizar
o documento de prestação de contas em documento apropriado que o apresentará ao mem-
bro do Governo responsável pelas Finanças para efeito de aprovação.
2. A conta geral do Estado é encerrada, verificada, apresentada e aprovada em confor-
midade com a Lei do Enquadramento Orçamental.

53
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

CAPITULO VIII
Sistema do comtrolo da gestão financeira
SECÇÃO I
Disposições gerais
Artigo 109º
(Sistema de controlo)
As diversas formas do controlo financeiro no seio da Administração Pública e do Es-
tado na sua globalidade integram um sistema de controlo integrado, harmónico e comple-
mentar, sem prejuízo da autonomia dos diversos órgãos dele encarregados, que incide sobre
a execução orçamental e as operações de tesouraria.
Artigo 110º
(Objectivos gerais e formas de controlo)
1. O controlo financeiro tem por objectivos gerais a apreciação da conformidade legal
e da regularidade financeira bem como da economia, eficiência e eficácia da gestão numa
visão da melhoria da organização e actividade da Administração Pública.
2. A gestão orçamental de todos os serviços, fundos e institutos públicos abrangidos
pelo presente diploma está sujeita às seguintes formas de controlo:
a) Autocontrolo pelos órgãos competentes dos próprios serviços, fundos e insti-
tutos públicos e em particular pelo controlador financeiro;
b) Controlo interno, sucessivo e sistemático, designadamente através de audito-
rias, por órgãos especializados da Administração, para além do próprio Minis-
tério das Finanças, nos termos dos artigos 114º a 118º;
c) Controlo externo, nos termos dos artigos 119º a 122º.
3. Cada departamento governamental elaborará anualmente um relatório anual de ac-
tividades e gestão que englobará todos os serviços e organismos que o integram, tanto os
com autonomia administrativa como os com autonomia administrativa e financeira e que
servirá de base à elaboração da Conta Geral do Estado.
Artigo 111º
(Exercício, instrumentos e divulgação)
1. O controlo financeiro deve ser actual, exercido com objectividade e isenção e incidir
preferencialmente sobre os actos com maior expressão financeira.
2. Os instrumentos do controlo financeiro são essencialmente a prestação de contas,
o acompanhamento da execução dos programas de trabalho e a realização de auditorias,
inquéritos e outras inspecções, nos termos regulados por lei.
3. Os resultados do controlo financeiro devem ser objecto de divulgação pública, sal-
vaguardando-se sempre a intimidade das pessoas envolvidas.

54
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

Artigo 112º
(Dever de colaboração)
Todos os serviços da Administração Pública estão sujeitos ao dever de colaboração para
com os órgãos de fiscalização encarregues tanto do controlo interno como do externo.
SECÇÃO II
Auto-controlo
Artigo 113º
(Competência)
O auto-controlo é exercido pelos ordenadores e pelos controladores financeiros.
SECÇÃO III
Controlo interno
Artigo 114º
(Âmbito do controlo interno)
1. O controlo interno é exercido sobre todas as unidades administrativas dos Poderes
Legislativo, Executivo e Judicial do Estado.
2. Os serviços especializados existentes ou que venham a existir nos departamentos
governamentais e que se encarreguem do controlo interno devem ser devidamente capaci-
tados.
3. Os órgãos do controlo interno devem ser tecnicamente independentes.
4. Estão sujeitos ao controlo interno:
a) Os serviços ordenadores e do Tesouro Público bem como agentes ou gestores
que arrecadem receitas resultantes da execução orçamental ou de operações
de tesouraria ou que tenham sob sua guarda ou administração bens, numerá-
rios ou outros valores públicos;
b) Os servidores do Estado, serviços e fundos autónomos e dos institutos públi-
cos que derem causa a perda, extravio, dano ou destruição de bens, numerários
ou outros valores pelos quais respondam;
c) As entidades privadas beneficiárias de transferências públicas.
Artigo 115º
(Objectivos específicos)
O controlo interno, sucessivo e sistemático da gestão, designadamente através de au-
ditorias, obedecerá de um modo geral aos seguintes objectivos:
a) criar as condições indispensáveis para assegurar a eficácia ao controlo ex-
terno;
b) verificar a regularidade na cobrança da receita bem como na realização das
despesas abarcando os aspectos económicos, financeiros, patrimoniais e con-
tingenciais;

55
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

c) acompanhar a execução dos orçamentos e dos programas de trabalho;


d) avaliar os resultados alcançados da execução de programas e projectos tendo
por base os critérios de economia, eficácia e eficiência;
e) verificar a fidelidade dos agentes responsáveis por bens, numerários e valores.
Artigo 116º
(Órgãos de controlo interno)
1. São competentes para o desempenho do controlo interno:
a) A Inspecção-Geral de Finanças;
b) Os órgãos especializados existentes nos departamentos governamentais;
c) O serviço da Contabilidade Pública através dos controladores financeiros.
2. Os departamentos governamentais procurarão criar e pôr em funcionamento servi-
ços especializados encarregados do controlo interno.
3. Os demais órgãos de soberania instituirão os seus órgãos de controlo interno visando
a observância do disposto neste diploma.
4. Cabe à Inspecção-Geral de Finanças a coordenação técnica de todo o sistema de
controlo interno existente na Administração Pública.
Artigo 117º
(Dever de colaboração e poder de requisição)
1. Os serviços e organismos da Administração Pública têm o dever de prestar toda a
colaboração indispensável à realização do controlo interno.
2. Os órgãos competentes para efectuar o controlo interno poderão requisitar todos os
processos e documentos respeitantes à gestão financeira efectuada.
Artigo 118º
(Resultados do controlo)
Os relatórios que resultarem das auditorias e inspecções realizadas serão remetidos
ao membro do Governo responsável pelas Finanças e ao membro do Governo responsável
pelo respectivo departamento.
SECÇÃO IV
Controlo interno
Artigo 119º
(Controlo político)
1. O controlo político da actividade financeira do Estado compete à Assembleia Nacio-
nal e é exercido com o auxílio do Tribunal de Contas.
2. A Conta Geral do Estado é apreciada e julgada pela Assembleia Nacional após a
emissão do correspondente parecer pelo Tribunal de Contas.

56
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

3. O parecer do Tribunal sobre a Conta Geral do Estado é simultaneamente enviado ao


Presidente da Assembleia Nacional e ao Primeiro Ministro e é tornado público, nomeada-
mente através da sua publicação no Boletim Oficial.
Artigo 120º
(Controlo jurisdicional)
O controlo jurisdicional da actividade financeira do Estado compete ao Tribunal de
Contas.
Artigo 121º
(Dever de colaboração)
1. Os órgãos de fiscalização encarregues do controlo interno, nomeadamente as inspec-
ções-gerais, estão sujeitos a um dever especial de colaboração com o Tribunal de Contas.
2. O dever de colaboração referido no número anterior compreende:
a) A comunicação prévia ao Tribunal dos seus programas, anuais e plurianuais,
de actividades e respectivos relatórios de actividades;
b) O envio dos relatórios das suas acções sempre que tenham interesse para a
acção do Tribunal;
c) A realização de acções de fiscalização a solicitação do Tribunal.
Artigo 122º
(Auditoria externa)
1. O controlo externo pode ainda ser exercido através de auditorias realizadas por em-
presas especializadas que serão previamente seleccionadas mediante concurso público.
2. Compete ao Governo, através do membro do Governo responsável pelas Finanças,
solicitar a realização de auditorias externas.
CAPÍTULO IX
Responsabilidade
Artigo 123º
(Responsabilidade financeira)
1. O não cumprimento do disposto neste diploma pode determinar responsabilidade
financeira, nos termos da lei aplicável.
2. O não cumprimento reiterado do dever de colaboração a que se refere este diploma
faz o infractor incorrer em responsabilidade financeira sancionatória, nos termos do artº 35º
da Lei nº 84/IV/93, de 12 de Julho.
3. A responsabilidade financeira reintegratória prescreve no prazo de dez anos a contar
da ocorrência dos factos que lhe dão origem.

57
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

Artigo 124º
(Responsabilidade civil)
1. Determina a obrigação de indemnizar o Estado pelos prejuízos sofridos:
a) A falta de produção da documentação necessária à comprovação de qualquer
acto de gestão orçamental, financeira ou patrimonial;
b) A omissão do registo contabilístico de qualquer acto ou operação relativos à
gestão orçamental, financeira ou patrimonial;
c) A emissão de qualquer ordem, ainda que verbal, de que resulte prejuízo público.
2. Incorre na responsabilidade civil referida no número anterior quem, independente-
mente da posição ou cargo assumido, se encontrava funcionalmente obrigado a produzir tal
documentação, a efectuar tal registo ou a emitir ordem em conformidade com a lei.
3. Incumbe ao devedor provar que o não cumprimento ou o cumprimento defeituoso
do disposto no número 1 não procede de culpa sua.
Artigo 125º
(Responsabilidade solidária)
1. Os membros dos órgãos colegiais são solidariamente responsáveis pelos prejuízos
ou danos causados ao Estado por deliberação tomada.
2. A responsabilidade solidária só é afastada quando se demonstrar que determinado
membro de órgão colegial não tomou parte na deliberação ou, tendo tomado parte, votou
contra a posição que fez vencimento.
Artigo 126º
(Responsabilidade penal)
A prossecução de interesse privado em detrimento do interesse público determina res-
ponsabilidade penal, nos termos de lei penal aplicável.
CAPITULO X
Normas finais e transitórias
Artigo 127º
(Criação de órgãos do controlo interno)
Enquanto não forem criados e não estiverem em funcionamento os órgãos a que se
refere o n.º 2 art.º 114º e o n.º 2 do art.º 116º, o controlo interno da Administração Pública
será exercido pela Inspecção Geral de Finanças.
Artigo 128º
(Informatização e formação)
1. A reforma da contabilidade pública baseia-se na informatização de um sistema
integrado de gestão da Administração Pública bem como na formação do pessoal nela en-
volvido.

58
Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro

2. Os serviços e organismos existentes deverão prosseguir e concluir em prazo razo-


ável a informatização do seu sistema de contabilidade e a formação do seu pessoal com o
apoio técnico de serviço especializado no âmbito da reforma da administração financeira
do Estado.
Artigo 129º
(Revogação)
1. São revogados o Regulamento Geral da Fazenda de 1901 e todos os diplomas que
sucessivamente lhe introduziram alterações.
2. É revogado o disposto no artigo 90º do Diploma legislativo nº 74, de 25/02/1928.
Artigo 130º
(Período transitório)
A transição para o novo regime previsto no presente diploma far-se-á durante os anos
de 2002 e 2003.
Artigo 131º
(Entrada em vigor)
O presente diploma entra em vigor no dia 01 de Janeiro de 2002.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros.
José Maria Pereira Neves - Carlos Augusto Duarte de Burgo.
Promulgado em 14 de Novembro de 2001.
Publique-se.
O Presidente da República, PEDRO VERONA RODRIGUES PIRES.
Referendado em 15 de Novembro de 2001.
O Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves.

59
Decreto-Regulamentar nº 1/2007, de15 de Janeiro

REGULAMENTA O FUNDO DE MANEIO


Decreto-Regulamentar nº 1/2007
de15 de Janeiro
A regulamentação do Fundo de Maneio, admitida pelo artigo 45º do Decreto-Lei nº
29/2001, de 19 de Novembro, insere-se no âmbito da filosofia subjacente à reforma da
Contabilidade Pública. Uma vez constituído, permitirá que os serviços adaptem os seus
sistemas contabilísticos e financeiros aos novos condicionalismos de controlo.
O Fundo de Maneio baseia-se nomeadamente nos seguintes princípios:
– Desconcentração de poderes financeiros no seio da Administração Pública;
– Responsabilização do pessoal dirigente e de chefia operacional;
– Celeridade e agilização da Administração Pública na tramitação dos procedimen-
tos, numa óptica de facilitação da actividade dos serviços.
O Fundo de Maneio destina-se exclusivamente à realização de despesas de peque-
no montante, no quadro da satisfação das necessidades inadiáveis dos serviços. Funciona
como uma antecipação de receitas previamente disponibilizadas, garantindo-se, no en-
tanto, a sua regularização e posterior imputação às contas orçamentais, com respeito pelo
princípio da unidade de tesouraria do Estado.
A constituição do Fundo de Maneio permite aos serviços uma maior rapidez na
realização de despesas de pequeno montante, sem, contudo, se perder de vista os objec-
tivos da disciplina e consolidação de contas públicas.
Com a aprovação do Decreto-Lei nº 44/2004, de 8 de Novembro, que regula a
estruturação interna dos serviços da administração directa e indirecta do Estado, o Fundo
de Maneio deve ser constituído a favor da Direcção Geral do Planeamento, Orçamento e
Gestão, que possui competências específicas aos níveis da gestão orçamental, financeira
e patrimonial em cada departamento governamental onde se encontra estruturada. Na
ausência dessa estruturação, a sua constituição será processada a favor do serviço admi-
nistrativo e financeiro.
Assim,
Nos termos do artigo 45º do Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro, que define
os princípios e as normas relativos ao regime financeiro da Contabilidade Pública, e
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º da Constituição da
República, o Governo decreta o seguinte:
Artigo 1º
Objecto
O presente diploma regulamenta o Fundo de Maneio, doravante designado FM, en-
quanto instrumento de gestão de despesas de pequeno montante, a nível de cada departa-
mento governamental, institutos, serviços e fundos autónomos, visando a simplificação dos
procedimentos para a sua realização e a rápida satisfação das necessidades decorrentes do
funcionamento dos serviços.

60
Decreto-Regulamentar nº 1/2007, de15 de Janeiro

Artigo 2º
Constituição
1. A iniciativa da criação do FM cabe aos serviços administrativos e financeiros do
departamento governamental ou organismo interessados na sua constituição, mediante pro-
posta aprovada pelo Membro do Governo ou responsável máximo do organismo compe-
tente.
2. Após a entrada em vigor do decreto-lei de execução orçamental, qualquer pedido
de constituição do FM deve ser dirigido ao Membro do Governo responsável pela área das
Finanças, que o autoriza, por despacho, ouvido o Director-Geral do Tesouro.
3. O FM é constituído a favor da Direcção Geral do Planeamento, Orçamento e Gestão
ou, no caso desta não se encontrar estruturada, do serviço responsável pela gestão adminis-
trativa e financeira.
4. Nos serviços desconcentrados a constituição do FM é feita em nome do responsável
pelo serviço desconcentrado, mediante proposta do dirigente central do serviço, aprovado
pelo membro de Governo competente.
5. O extracto do despacho a que se refere o nº 2 deste artigo é publicado na Segunda
Série do Boletim Oficial.
Artigo 3º
Gestão
1. A autorização para a realização de despesas por conta do FM, designadamente a
prática dos actos de cabimento, liquidação e pagamento, cabe ao dirigente ou responsável
do serviço referido nos nºs 3 e 4 do artigo anterior.
2. Na gestão do FM, o dirigente ou responsável do serviço referido no nº 1 deste artigo
é coadjuvado por um funcionário do mesmo serviço, afecto à área financeira, que for de-
signado pelo membro do Governo competente ou pelo Responsável máximo do organismo
a que disser respeito.
3. A requisição de fundos para os fins previstos no artigo primeiro processa-se em
conformidade com o modelo anexo [I] ao diploma, que contem as especificações seguintes,
podendo, no entanto, ser adaptado pelo serviço utilizador às suas necessidades concretas:
a) Identificação do tipo de documento;
b) Número do documento;
c) Valor do documento;
d) Classificação orçamental;
e) Serviço requisitante;
f) Data na forma «dia/mês/ano»;
g) Fim a que se destina;
h) Ano a que respeita a operação financeira;
i) Certificação do Controlador Financeiro;
j) Data na forma «dia/mês/ano»;

61
Decreto-Regulamentar nº 1/2007, de15 de Janeiro

k) Serviço responsável pela autorização do adiantamento de fundos;


l) Data na forma «dia/mês/ano»;
m) Serviço responsável pelo depósito de fundos adiantados;
n) Data na forma «dia/mês/ano»;
o) Instituição de crédito;
p) Número da conta;
q) Descrição;
r) Movimentos;
s) Saldo;
t) Observações.
Artigo 4º
Composição e plafond
1. O FM só pode constituir-se em relação a rubricas orçamentais que se enquadram no
código correspondente a «fornecimentos e serviços externos» da classificação económica
das despesas.
2. As rubricas orçamentais abrangidas pelo FM são as correspondentes aos sub-códi-
gos seguintes da classificação económica das despesas:
a) Equipamentos de desgaste rápido;
b) Consumos de secretaria;
c) Limpeza, higiene e conforto;
d) Outros fornecimentos e serviços externos;
e) Conservação e manutenção.
3. O plafond do FM pode ir até 10% do duodécimo das rubricas orçamentais abrangi-
das, mediante parecer prévio da Direcção Geral do Tesouro.
4. O estabelecimento do plafond do FM fica sujeito às regras concernentes a cativações
e transferências de créditos orçamentais fixadas na Lei do Orçamento do Estado.
Artigo 5º
Creditação e movimentação
1. Para os efeitos previstos neste diploma, cada organismo promove junto do Tesouro
a abertura de uma conta denominada “Fundo de Maneio”, a qual serve exclusivamente para
o depósito e a movimentação dos fundos disponibilizados.
2. Enquanto não sejam criadas as condições para bancarização do Tesouro, pode, ex-
cepcionalmente ser autorizado a abertura de contas nos Bancos Comerciais para gestão dos
Fundos de Maneio.    
3. Os recursos financeiros adiantados, relativos a requisições de fundos, são deposita-
dos pelo Tesouro na conta bancária de cada organismo.
4. A movimentação da conta bancária será efectuada através da assinatura conjunta
de dois funcionários indicados pelo organismo onde se constituiu o FM, sendo um deles

62
Decreto-Regulamentar nº 1/2007, de15 de Janeiro

o responsável máximo pela Direcção Geral ou pelo serviço referidos no número três do
artigo segundo.
Artigo 6º
Reconstituição
1. A reconstituição do FM é feita mensalmente de acordo com as necessidades dos
serviços, não podendo ultrapassar o limite máximo do plafond estabelecido no número três
do artigo quarto.
2. A reconstituição do FM está condicionada à aceitação pelo Controlador Financeiro
dos justificativos das despesas anteriormente realizadas, com os detalhes que servirão de
suporte às informações obrigatórias previstas no Sistema da Contabilidade Pública e ainda
às informações que, em cada caso concreto, se julgar serem vantajosas, nos termos do nú-
mero um do artigo sétimo.
Artigo 7º
Contabilização e regularização
Sem prejuízo do disposto na Lei da Contabilidade Pública, os responsáveis pela gestão
dos FM devem trimestralmente apresentar à Direcção Geral da Contabilidade Pública, me-
diante «Termo de Entrega» os justificativos das despesas realizadas e os mapas reflectindo
o seu enquadramento orçamental, por rubricas, devidamente visados pelo Controlador Fi-
nanceiro, contendo nomeadamente as especificações seguintes:
a) Ano;
b) Número;
c) Fim a que se destina;
d) Data de emissão do documento;
e) Serviço responsável pela emissão do documento;
f) Data de recepção do documento;
g) Serviço responsável pela recepção do documento.
2. A justificação das despesas é feita com base no modelo anexo [II] ao diploma.
3. Em caso algum são aceites facturas pró-formas como justificativos de despesas rea-
lizadas no âmbito da gestão dos FM.
4. O Controlador Financeiro dispõe de cinco dias úteis para se pronunciar no sentido
da aceitação ou não dos justificativos das despesas realizadas.
5. O prazo referido no número anterior conta-se a partir da data de recepção dos justi-
ficativos de despesas pelo Controlador Financeiro.
6. Em caso da não aceitação dos justificativos apresentados, a Direcção Geral da Con-
tabilidade Pública, terminado o prazo referido no número quatro deste artigo, comunica
logo de seguida o facto à Direcção Geral do Planeamento, Orçamento e Gestão ou ao ser-
viço administrativo e financeiro do departamento governamental onde se constituiu o FM,
para se proceder a sua imediata regularização.

63
Decreto-Regulamentar nº 1/2007, de15 de Janeiro

7. A comunicação da Direcção Geral da Contabilidade Pública, a que se refere o nú-


mero seis deste artigo, deverá ser feita conjuntamente com a devolução dos justificativos
de despesas, devendo a regularização destes processar-se no prazo máximo de cinco dias,
a contar da data em que forem recebidos pelo respectivo destinatário.
8. A não apresentação dos justificativos de despesas dentro do prazo estabelecido no
número um deste artigo implicará a suspensão imediata do processamento das operações
referidas no número dois do artigo quinto.
9. A retomada do processamento das operações referidas no número dois do artigo
quinto, no âmbito da reconstituição do FM, só pode ocorrer desde que regularizada a situ-
ação prevista no número sete deste artigo.
Artigo 8º
Encerramento do Fundo de Maneio
1. Os serviços e organismos abrangidos pelo presente diploma procederão obrigatoria-
mente ao encerramento dos FM até 15 de Dezembro do ano a que disser respeito.
2. A partir da data referida no número anterior, quaisquer saldos existentes nas contas
respeitantes aos FM são integrados pelo Tesouro na sua normal programação financeira.
Artigo 9º
Controlo
Para além dos controlos previstos neste diploma, a gestão do Fundo de Maneio pode
ser objecto de controlo, inspecção e auditoria nos termos da Lei.
Artigo 10º
Responsabilização
O incumprimento dos dispositivos normativos contidos neste diploma determina res-
ponsabilidades financeiras, civis e penais, nos termos previstos nos artigos 123º a 126º da
Lei da Contabilidade Pública.
Artigo 11º
Legislação subsidiária
Ao presente diploma aplica-se subsidiariamente o disposto no Decreto-Lei nº 29/2001,
de 19 de Novembro.
Artigo 12º
Entrada em vigor
O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros
José Maria Pereira Neves – Cristina Duarte – Filomena Martins.

64
34 I SÉRIE — Nº 3 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 15 DE JANEIRO DE 2007
Decreto-Regulamentar nº 1/2007, de15 de Janeiro

ANEXO

FOLHA DE FUNDO DE MANEIO

SERVIÇO: _______________________________ NIF:_________________


De _____ de __________ a _____ de __________ de ________ N.º

VALOR
DATA DOC.N.º DESCRIÇÃO

Montante por extenso:


TOTAL

Reposição por cheque nº _____________ do Tesouro, emitido em ___/___/___

O responsável pelo Fundo, O Controlador Financeiro, Autorizado por,

_________________________ __________________________ ___________________

B6L4Q2H8-15110C70-9X1Q0C3S-29J3GJEH-7D1K4Q9R-13WMFXIJ-8X5N0Q1E-5M8O0E8O

65
I SÉRIE — Nº 3 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 15 DE JANEIRO DE 2007 35
Decreto-Regulamentar nº 1/2007, de15 de Janeiro

NORMA DE PREENCHIMENTO MODELO

Modelo: FOLHA DE FUNDO DE MANEIO

CAMPOS DE INFORMAÇÃO
PREENCHIMENTO ANOTAÇÕES
Nº. Designação

Período de utilização do fundo


1 PERÍODO
disponivel

Numero de sequência da folha de Referencial sequencial de acordo com


2 NUMERO
Fundo de Maneio as regras estabelecidas

Dia / mês, de realização da despesa


3 DATA Data do documento relacionado
paga com o fundo

Numero de controlo interno do


4 DOC. Nº.
suporte justificativo relacionado

Descrição do movimento realçando a


5 DESCRIÇÃO Beneficiário e serviço / compra paga
natureza e o destino da despesa

Valor pago com o fundo, constando do


6 VALOR
suporte justificativo relacionado

7 TOTAL Soma da coluna, campo 6.

Numero e data do cheque do emitido Dados referente a reposição do fundo


8 REPOSIÇÃO
pelo Tesouro. de maneio

Rúbrica dos intervenientes


RESPONSÁVEL DO FUNDO
responsaveis pela correcção juridica e
9 / CONTROLO
financeira da folha elaborada para
/AUTORIZADO POR
efeitos de reposição de fundo

B6L4Q2H8-15110C70-9X1Q0C3S-29J3GJEH-7D1K4Q9R-13WMFXIJ-8X5N0Q1E-5M8O0E8O

66
Decreto-Regulamentar nº 2/2007, de15 de Janeiro

REGULAMENTA A MISSÃO, CARREIRA E O RECRUTAMENTO


DO CONTROLADOR FINANCEIRO.
Decreto-Regulamentar nº 2/2007
de15 de Janeiro
O Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro, introduziu alterações de certo modo
profundas no Sistema da Contabilidade Pública. Iniciava-se desse modo a reforma do sis-
tema até então em vigor, atingindo áreas de importância fundamental para o desenvolvi-
mento do país. Dava-se assim cumprimento a uma decisão consubstanciada no programa
do Governo.
Um dos objectivos fundamentais com a reforma em curso visa dotar os serviços com
uma maior autonomia e operacionalização na preparação, execução orçamental garantindo
a salvaguarda da transparência na gestão e consequente controlo na prestação de contas.
Neste sentido a reforma fez emergir novas figuras no ordenamento jurídico cabo-
verdiano e definiu com grande precisão as suas áreas de intervenção. Dentre tais figuras
sobressai, pelo papel a desempenhar no quadro do processo orçamental, a de contro-
lador financeiro, que ficará jurídica e funcionalmente agregado à Direcção Geral da
Contabilidade Pública.
O diploma aborda em profundidade a problemática do controlo em matéria de finanças pú-
blicas, que se revela de importância particular no contexto da instalação do novo sistema. É no
quadro dessa abordagem que se impõe definir o leque de competências do controlador financeiro,
o seu perfil profissional e a sua independência técnica enquanto órgão de controlo.
Definidos os modos de controlo e as funções de controlo, no quadro do princípio se-
gundo o qual todas as receitas e despesas públicas devem ser susceptíveis de controlo,
para balizar o campo de controlo aos níveis da legalidade e regularidade financeira das
operações de receitas e despesas, torna-se necessário criar as condições indispensáveis à
intervenção do controlador financeiro.
O presente diploma procura, pois, consagrar um conjunto de regras que permitirão
compatibilizar as exigências da execução descentralizada do orçamento do Estado, a ne-
cessidade de clarificação do papel reservado ao controlador financeiro, tendo em vista os
modos de controlo e as funções de controlo, e a salvaguarda dos princípios básicos do rigor,
da transparência, da boa gestão e disciplina financeira.
Assim:
Nos termos do regime jurídico estabelecido pelo Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de
Novembro que define os princípios e as normas relativos ao regime financeiro da Contabi-
lidade Pública, e
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º da Constituição da Repúbli-
ca, o Governo decreta o seguinte:

67
Decreto-Regulamentar nº 2/2007, de15 de Janeiro

CAPITULO I
Disposições gerais
Artigo 1º
Objecto e âmbito
1. O presente diploma regulamenta a missão, a carreira e o recrutamento do Controla-
dor Financeiro, doravante designado de CF.
2. O CF é o responsável pelo controlo prévio e concomitante da legalidade e regulari-
dade financeira das operações de receitas e despesas.
3. Estão sujeitos à intervenção do CF, os serviços simples, os serviços com autonomia
administrativa, os fundos autónomos, os estabelecimentos públicos, os serviços personali-
zados e as fundações públicas.
4. A actuação do CF sujeita-se aos princípios e normas consagrados no regime finan-
ceiro da contabilidade pública e da legislação orçamental.
Artigo 2º
Atribuições
1. Ao CF incumbe, na respectiva área de intervenção, proceder ao controlo prévio e
concomitante da legalidade, regularidade, economicidade, eficácia, e boa gestão financeira
das operações de receitas e despesas.
2. No âmbito das atribuições referidas no número antecedente, o CF pode ocupar-se de
determinados departamentos governamentais, mediante portaria do membro do Governo
responsável pelas Finanças.
Artigo 3º
Competências
1. Ao CF compete exercer um controlo concomitante da execução orçamental, fisca-
lizando a correcção jurídico–financeira dos actos de gestão financeira e execução orça-
mental, nos termos da legislação que define os princípios e as normas relativos ao regime
financeiro da contabilidade pública, da legislação orçamental e do estabelecido no presente
diploma.
2. Compete ainda ao CF, designadamente:
a) Garantir, no âmbito da correcção jurídico–financeira, o controlo de conformi-
dade legal e de regularidade financeira;
b) Verificar a regularidade na cobrança das receitas e na realização das despesas,
abarcando os aspectos económicos, financeiro, patrimoniais e contingenciais;
c) Verificar a fidelidade dos agentes responsáveis por bens, numerários e valores;
d) Acompanhar a execução do orçamento e dos programas de actividades;

68
Decreto-Regulamentar nº 2/2007, de15 de Janeiro

e) Garantir, no âmbito da gestão orçamental, o controlo prévio, com o objectivo


de evitar a realização de despesas não previstas no orçamento ou que ultrapas-
sem o montante de crédito autorizado;
f) Garantir, sempre que possível, a oportunidade da despesa, nomeadamente,
quanto a sua necessidade e programação da tesouraria;
g) Garantir a conformidade legal das peças justificativas da execução das despe-
sas;
h) Garantir, através da certificação, a recepção dos bens ou serviços adquiridos
por uma unidade orçamental, no âmbito da execução orçamental;
i) Visar as peças justificativas de execução da despesa por unidade orçamental;
j) Garantir o cumprimento de procedimentos previstos em instruções e manuais
de procedimentos do regime financeiro e da contabilidade pública;
k) Garantir a imediata regularização das imputações provisórias das receitas e
despesas;
l) Identificar e comunicar as tendências de risco para os objectivos de consolida-
ção das finanças públicas;
m) Exercer outras competências que lhe sejam cometidas por lei ou superiormen-
te determinadas.
3. O CF deve ainda fazer um acompanhamento na elaboração dos planos estratégicos
de médio prazo, dos projectos e programas e ainda dos planos operacionais tendo em conta
o respectivo impacto financeiro.
CAPITULO II
Actuação do Controlador Financeiro
Artigo 4º
Fases de Intervenção do Controlador Financeiro
No exercício de funções, o CF intervém tanto na fase de execução orçamental, exer-
cendo o poder de controlo conferido por este diploma e demais legislação aplicável, como
na fase de prestação de contas, em que colabora com o serviço, objecto de controlo, na pre-
paração da documentação necessária à prestação de contas visando a melhoria da qualidade
de informação desses documentos.
Artigo 5º
Poderes do Controlador financeiro
No exercício de funções de controlo da legalidade e regularidade financeira, o CF
detém acesso a toda a informação financeira relevante e todos os poderes de investigação
sobre o processo de execução orçamental e sobre todas e quaisquer peças justificativas.

69
Decreto-Regulamentar nº 2/2007, de15 de Janeiro

Artigo 6º
Relatórios do Controlador Financeiro
1. O CF deve remeter mensalmente ao Director Geral da Contabilidade Pública relató-
rios da execução orçamental, reflectindo a evolução prevista e os problemas identificados,
com as respectivas propostas de solução.
2. Com base nos relatórios referidos no número antecedente, o Director Geral da Con-
tabilidade Pública deve produzir e remeter trimestralmente ao Ministro responsável pela
área das Finanças, com conhecimento à Inspecção-Geral das Finanças, um documento re-
flectindo as conclusões extraídas da análise desses relatórios e propondo recomendações e
soluções para os problemas inventariados.
Artigo 7º
Intervenção do controlador financeiro
1. O CF intervém nas seguintes etapas de despesas:
a) Cabimento;
b) Compromisso;
c) Liquidação;
d) Pagamento;
2. A não certificação pelo CF, através da recusa de oposição do visto, nas diferentes etapas
da realização das despesas impede o prosseguimento do processo para as etapas seguintes.
3. Na arrecadação de receitas, a intervenção do CF deve processar-se no sentido de
permitir que, através da efectivação do controlo, sejam garantidas a correcta liquidação e
cobrança das receitas nos termos dos artigos 17º a 25º do Decreto-Lei n.º29/2201 de 19 de
Novembro, assegurando designadamente:
a) A não compensação das receitas;
b) A regularização de receitas cuja situação se encontra em estado de imputação
provisória;
c) A certificação da receita liquidada e da receita cobrada pelo sistema da banca-
rização.
Artigo 8º
Etapas de intervenções na execução da despesa
1. O CF efectua o controlo à priori de todos os actos de engajamento de despesas, po-
dendo, no entanto, dar prioridade aos actos cuja incidência financeira seja mais importante,
nomeadamente:
a) Qualquer acto relativo ao pessoal, em sintonia com o Tribunal de Contas;
b) Despesas com deslocações e estadias;

70
Decreto-Regulamentar nº 2/2007, de15 de Janeiro

c) Despesas de fornecimento e serviços de terceiros que excedam o valor fixado


por portaria ou despacho do membro do governo responsável pela área das
finanças;
d) Transferências e subsídios;
2. O exercício do controlo financeiro traduz-se por um visto dado pelo CF, bem como
por pareceres, relatórios e recomendações emanados dos serviços ordenadores.
3. O visto referido na alínea anterior, a ser exarado sobre o dossier relativo às despesas
ou receitas, poderá efectivar-se no Sistema Integrado da Gestão Orçamental e Financeira,
abreviadamente designado por SIGOF.
4. O CF tem um prazo máximo de 5 dias para dar a conhecer sua posição sobre um
dossier de despesa, considerando-se aceite a correspondente proposta, findo esse prazo.
5. O CF visa todas as etapas da realização da despesa, nomeadamente:
a) Cabimento;
b) Compromisso;
c) Liquidação;
d) Pagamento.
6. O visto da etapa concernente à liquidação é o acto através do qual se autoriza ao
serviço do Tesouro o pagamento da despesa efectuada pelo serviço ordenador.
7. Para a efectivação do visto referido na alínea anterior, o CF deve receber do respon-
sável da administração do serviço ordenador, a certificação da recepção dos bens requisita-
dos ou dos serviços prestados. Esta certificação deve, sempre que possível, verificar-se no
Sistema Integrado de Gestão Orçamental e Financeiro.
8. O CF deve constituir um arquivo, por cada serviço ordenador, das certificações
feitas.
9. Nenhum visto na etapa de liquidação deve ser emitida sem a referida certificação.
10. Com excepção das despesas urgentes, imprevistas e confidenciais previstas nos
artigos 34º e 35º do Decreto-Lei n.º29/2001, de 19 de Novembro, nenhuma ordem de paga-
mento pode ser emitida sem o visto prévio do CF.
Artigo 9º
Despacho conjunto
As iniciativas e os compromissos que não forem objecto de aprovação do CF só podem
ter continuidade mediante despacho conjunto do Ministro ou entidade sectorial responsável e
o Ministro responsável pela área das Finanças.

71
Decreto-Regulamentar nº 2/2007, de15 de Janeiro

Artigo 10º
Manual do Controlador Financeiro
As actividades inerentes ao conteúdo funcional do cargo de CF são objecto de um ma-
nual específico de procedimentos, aprovado por despacho do Ministro das Finanças.
CAPITULO III
Carreira e Recruamento
Artigo 11º
Carreira
1. Enquanto não for criada nos quadros de pessoal a respectiva carreira, os CF consti-
tuem um corpo técnico especializado integrado no quadro privativo das Finanças
2. Os CF ficam jurídica e funcionalmente enquadrados na Direcção Geral da Conta-
bilidade Pública, sendo sujeitos a regras especificam de ingresso, acesso, remunerações e
demais normativos que regem a carreira do quadro privativo de Finanças, aprovado pelo
Decreto-Lei nº 73/95, de 21 de Novembro.
3. Podem candidatar-se aos concursos de ingresso na categoria de CF, os indivíduos
habilitados com curso superior que confira grau de licenciatura em Direito, Economia,
Finanças, Ciências Contabeis, Auditoria, Controlo Financeiro, Gestão, Administração ou
equiparado.
Artigo12º
Selecção
O recrutamento para o preenchimento de lugares de ingresso ou de acesso na categoria
de CF processa-se sempre através de concurso e é precedido de estágio probatório e de
formação destinados à apreciação das aptidões dos candidatos e de sua preparação profis-
sional.
Artigo 13º
Poder da direcção
1. Compete ao Director-Geral da Contabilidade Publica a direcção, coordenação e
supervisão das actividades do CF.
2. Os CF exercem suas funções com relação a um ou mais departamentos ou institui-
ções, sempre que as circunstâncias assim o exigirem, mediante portaria do Ministro respon-
sável pela área das Finanças.
Artigo 14º
Rotatividade
1. O mandato do CF coincide com o ano económico.
2. Os CF por conveniência de serviço e da sua missão são anualmente objecto de rota-
ção entre os serviços objecto da sua actuação.

72
Decreto-Regulamentar nº 2/2007, de15 de Janeiro

Artigo 15º
Nomeação e Posse
1. O CF é nomeado pelo Ministro responsável pela área das Finanças.
2. A posse do CF é conferida pelo Director Geral da Contabilidade Publica.
CAPITULO IV
Direitos, Obrigações, incompatibilidades e responsabilidades
Artigo 16º
Direitos e Garantias
O CF, quando em serviço, e sempre que se revelar necessário ao desempenho das suas
funções, goza dos seguintes direitos e garantias, para além de outros previstos na lei geral:
a) Independência funcional no exercício das suas funções;
b) Acesso aos serviços e dependências das entidades objectos de intervenção no
âmbito do controlo financeiro;
c) Utilização, junto das entidades objecto de intervenção, de instalações e equi-
pamentos adequados ao exercício das suas funções, em condições de dignida-
de e eficácia;
d) Obtenção de colaboração e informação adequadas dos agentes em actividade
nos serviços objecto de intervenção no âmbito do controlo financeiro;
e) Efectivação do exame de quaisquer elementos em poder dos serviços ou enti-
dades objectos de intervenção no âmbito do controlo financeiro, quando esse
exame se mostrar indispensável à realização das tarefas a seu cargo.
Artigo 17º
Deveres especiais
Para além dos deveres gerais do funcionalismo público, o CF está sujeito aos seguintes
deveres especiais:
a) Desempenhar com sentido de responsabilidade, criatividade, iniciativa, efici-
ência, correcção e diligencia as funções inerentes ao cargo;
b) Guardar rigoroso sigilo relativamente a factos de que tiver conhecimento no
exercício do cargo ou por causa dele;
c) Zelar pela aplicação das leis relativas a administração financeira, tomando as
providências que estiverem no âmbito das suas competências para o seu exac-
to cumprimento;
d) Participar as entidades superiores todas as infracções de natureza disciplinar
ou criminal de que tiver conhecimento no exercício das respectivas funções

73
Decreto-Regulamentar nº 2/2007, de15 de Janeiro

Artigo 18º
Incompatibilidades
Sem prejuízo das incompatibilidades gerais previstas na lei, é vedado ao CF:
a) Executar quaisquer acções de controlo financeiro em que sejam visados pa-
rentes ou afins em qualquer grau de linha recta ou ate ao terceiro grau da linha
colateral;
b) Exercer, por si ou interposta pessoa, qualquer ramo de comércio ou indústria;
c) Exercer actividades alheias aos serviços que respeitem a entidades relativa-
mente as quais o funcionário tenha realizado nos últimos três anos quaisquer
acções de natureza inspectiva;
d) Exercer quaisquer outras actividades privadas remuneradas alheias ao serviço,
salvo as que decorrem do exercício de funções docentes ou de investigação.
Artigo 19º
Responsabilidades
Sem prejuízo da responsabilidade civil e penal nos termos da Lei, os CF incorrem em
responsabilidade financeira, nos termos da legislação aplicável, pelo incumprimento do
disposto no presente diploma.
Artigo 20º
Legislação subsidiária
Ao presente diploma aplica-se subsidiariamente o disposto no Decreto-Lei nº 29/2001,
de 19 de Novembro
Artigo 21º
Entrada em vigor
O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros
José Maria Pereira Neves – Cristina Duarte – Filomena Martins
Promulgado em 4 de Janeiro de 2007
Publique-se.
O Presidente da República, PEDRO VERONA RODRIGUES PIRES
Referendado em 5 de Janeiro de 2007.
O Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves.

74
Decreto-Regulamentar nº 3/2007, de15 de Janeiro

REGULAMENTA O SERVIÇO ORDENADOR


E A FUNÇÃO DE ORDENADOR FINANCEIRO
Decreto-Regulamentar nº 3/2007
de 29 de Janeiro
A reforma da contabilidade pública retomada e aprofundada pelo Decreto-Lei nº
29/2001, de 19 de Novembro, visa atingir importantes objectivos no quadro do sistema
integrado de gestão financeira do Estado. O diploma definiu um conjunto de regras jurídi-
cas e técnicas aplicáveis à descrição, execução e controlo das operações financeiras e dos
fenómenos económicos dos organismos públicos.
Para renovar o processo orçamental, modernizar a gestão pública, numa procura in-
cessante da economicidade, eficiência e eficácia e, sobretudo, do desenvolvimento susten-
tado, há que observar fundamentalmente os princípios orientadores que o próprio diploma
enuncia: prossecução do interesse público, legalidade, transparência, responsabilização,
controlo financeiro, separação e segregação de funções, boa gestão dos recursos públicos
e disciplina financeira.
As regras da contabilidade pública visam fazer respeitar as decisões da autoridade
orçamental, não só instituindo controlos internos, mas dando a esta autoridade a possibi-
lidade de garantir a conformidade da execução com a decisão final. Assim, o diploma ins-
titucionalizou, no âmbito da gestão orçamental desconcentrada e administração financeira
do Estado, o Serviço Ordenador de uma unidade orçamental e criou, entre outros, a figura
de Ordenador Financeiro.
O diploma estabelece que o Serviço Ordenador visa o serviço responsável pelo início
e autorização das operações de execução de receitas, quando da sua própria iniciativa, e de
despesas, e indica os termos em que essa responsabilidade deve ser assumida e exercida.
Por outro lado, põe em evidência os poderes do Ordenador Financeiro, em matéria de as-
sunção de compromissos e autorização de despesas no âmbito da gestão corrente.
A contabilidade pública tem o objectivo de informar de maneira rápida, completa e
precisa sobre o ritmo de execução das operações orçamentais e sobre a evolução dos re-
cursos da tesouraria. Deste modo, pela natureza das suas atribuições, o Serviço Ordenador
desempenha um papel importante nesse sentido, tendo em vista o grau de consumo dos
créditos orçamentais, tanto no estádio de compromisso como no pagamento, a cadência das
tributações fiscais, o grau de adiantamento dos programas, entre outros.
Porém, não obstante as responsabilidades que detém em matéria de operações finan-
ceiras e contabilísticas resultantes da execução orçamental desconcentrada, o Serviço Or-
denador, onde o Ordenador Financeiro desenvolve sua acção, não foi ainda objecto de re-
gulamentação. A regulamentação do Serviço Ordenador permite instituir um certo número
de mecanismos destinados a assegurar que as operações de execução orçamental serão
conformes com as autorizações iniciais da autoridade orçamental.

75
Decreto-Regulamentar nº 3/2007, de15 de Janeiro

É necessário, pois, criar um quadro regulador visando essencialmente a desconcen-


tração na execução de receitas e despesas, pelo que se torna imperativo regulamentar o
Serviço Ordenador e a intervenção do Ordenador Financeiro, tendo em vista os objectivos
a prosseguir no quadro da reforma da contabilidade pública e administração financeira do
estado.
Assim,
Nos termos do regime jurídico estabelecido pelo Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de
Novembro que define os princípios e as normas relativos ao regime financeiro da Contabi-
lidade Pública, e
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º da Constituição da Repú-
blica, o Governo decreta o seguinte:
CAPITULO I
Disposições gerais
Artigo 1º
Objecto e âmbito
O presente diploma regulamenta, nos termos do n.º 1 do artigo 10º do Decreto-Lei n.º
19/2001, de 19 de Novembro, o Serviço Ordenador e a função do Ordenador Financeiro.
Artigo 2º
Conceito
O Serviço Ordenador de uma Unidade Orçamental é o serviço responsável pelo início
e autorização das operações de execução das receitas, quando de sua própria iniciativa,
bem como de despesas, verificando sempre a correcção jurídico-financeira das mesmas.
Artigo 3º
Atribuições
São atribuições do Serviço Ordenador:
a) Proceder, em matéria de receitas da sua iniciativa, a liquidação destas e emitir
as respectivas ordens de recebimento para o Tesouro Público;
b) Proceder, em matéria de despesas, ao cabimento, compromisso e liquidação
destas e emitir as respectivas ordens de pagamento para o Tesouro Público;
c) Organizar o sistema de arquivo e conservação da documentação e informação
contabilísticas;
d) O mais que lhe for cometido por lei ou por determinação superior.
Artigo 4º
Direcção
1. O Serviço Ordenador é dirigido pelo Ordenador Financeiro Principal, a quem com-
pete, no âmbito da gestão corrente, proceder ao controlo prévio e concomitante da legali-
dade e regularidade financeira das operações de receitas e despesas.

76
Decreto-Regulamentar nº 3/2007, de15 de Janeiro

2. Fora da gestão corrente, são ordenadores financeiros principais:


a) O Presidente da República;
b) O Presidente da Assembleia Nacional;
c) O Conselho de Ministros;
d) O Primeiro-ministro;
e) O Presidente do Supremo Tribunal de Justiça;
f) O Presidente do Tribunal Constitucional;
g) O Vice-Primeiro Ministro;
h) Os Ministros;
i) Os Secretários de Estado;
j) O Presidente do Tribunal de Contas, e
k) O Procurador-geral da República.
3. Os ordenadores financeiros principais podem ocupar-se de determinados departa-
mentos governamentais ou unidades orçamentais, em conformidade com portaria do mem-
bro do Governo competente, e delegar poderes a um ou mais ordenadores secundários, sem
prejuízo do seu poder de direcção.
Artigo 5º
Recrutamento dos Ordenadores Financeiro
1. No âmbito da gestão corrente os ordenadores financeiros principais são designados
em regra, de entre o pessoal dirigente da função pública e equiparado, preferencialmente
com formação na área de gestão financeira ou afins, por despacho conjunto do Ministro
das Finanças e do Ministro responsável pelo departamento onde os mesmos se encontram
afectos.
2. Os ordenadores financeiros secundários são designados por despacho do Ministro
responsável pelo departamento onde os mesmos se encontram afectos, sob proposta do
Ordenador Financeiro Principal.
3. A delegação de poderes nos ordenadores financeiros secundários é feita directamen-
te pelo ordenador financeiro principal, não podendo em momento algum pôr em causa o
princípio de separação e segregação de funções.
4. Os despachos de designação dos ordenadores financeiros principais e secundários
devem ser publicados no Boletim Oficial.
Artigo 6º
Competências dos Ordenadores financeiros
1. Compete ao ordenador financeiro principal, no âmbito da gestão corrente, iniciar e
autorizar o processo de execução de receitas, quando da própria iniciativa do serviço orde-
nador, e de despesas, verificando sempre a correcção jurídico-financeira das mesmas.

77
Decreto-Regulamentar nº 3/2007, de15 de Janeiro

2. Compete nomeadamente aos ordenadores financeiros principais:


a) Iniciar e acompanhar e efectivar os processos de execução de receitas e de
despesas;
b) Assegurar a coordenação do processo de execução de receitas e de despesas,
garantindo a necessária transversalidade, nomeadamente a integração e con-
solidação das contas e promovendo a articulação entre as diversas etapas do
processo de execução;
c) Manter como suporte gestionário o processo de comunicação entre os agentes
integrantes no âmbito do processo de execução orçamental;
d) Assegurar o auto controlo no âmbito do controlo interno ou concomitante do
processo de execução orçamental de receitas e de despesas;
e) Participar na elaboração dos planos anuais de aquisição e quadros de despesas
de médio prazo, assim como em negociações visando a fixação de plafonds
anuais para as respectivas áreas de jurisdição;
f) Elaborar relatórios de seguimento e avaliação;
g) Elaborar relatórios de gestão e proceder a prestação de contas;
h) Dar seguimento e proceder ao controle dos indicadores de desempenho;
i) Proceder a avaliação do impacto das actividades;
j) Assegurar a preparação dos pedidos de realimentação do fundo de maneio;
k) Assegurar a guarda e boa conservação do arquivo de todos os documentos e
outros suportes contabilísticos;
l) O mais que lhe for conferido por lei ou por determinação superior.
3. As competências referidas no presente artigo são conferidas ao ordenador financeiro
secundário por via de delegação de poderes.
CAPITULO II
Gestão
Artigo 7º
Princípios de gestão
1. A gestão e a actuação dos ordenadores financeiros sujeitam-se aos princípios e nor-
mas consagrados no regime financeiro da contabilidade pública, nomeadamente o princípio
da qualidade na gestão da coisa pública e o da gestão por objectivo, para além dos deveres
gerais do funcionalismo público.
2. Sem prejuízo do estabelecido no número antecedente, a actividade do Ordenador
Financeiro obedece aos princípios da prudência, economicidade, eficiência, eficácia, trans-
parência, do rigor e da boa gestão dos recursos públicos.

78
Decreto-Regulamentar nº 3/2007, de15 de Janeiro

Artigo 8º
Instrumentos de gestão previsional
1. A gestão do ordenador financeiro deve enquadrar-se e orientar-se pelos seguintes
instrumentos de gestão provisional:
a) Instrumentos de gestão plurianuais, designadamente o Quadro de Despesa de
Médio;
b) Prazo e o Orçamento Programa;
c) Programa anual de actividades;
d) Orçamento e sua alteração;
e) Programa financeiro de desembolso.
f) Sistema Integrado de Gestão, Orçamentação e Financeira (SIGOF)
2. Os Ordenadores Financeiros obrigam-se à certificação de suas assinaturas pela Di-
recção Geral do Orçamento.
Artigo 9º
Direcção e Coordenação
1. No âmbito da gestão corrente o ordenador financeiro depende hierarquicamente do
Ministro de tutela.
2. O Ordenador Financeiro, no âmbito da execução e processamento de receitas e de
despesas, actua em coordenação com a Direcção Geral do Orçamento e Direcção Geral
da Contabilidade Pública, tendo sempre presente a respectiva programação financeira do
Tesouro Público.
CAPITULO III
Direitos, Obrigações, Incompatibilidades e Responsabilidades
Artigo 10º
Direitos e Garantias
O Ordenador Financeiro, para além de outros previstos na lei geral goza de autonomia
e independência funcional no exercício das suas funções;
Artigo 11º
Deveres especiais
Para além dos deveres gerais do funcionalismo público, o Ordenador Financeiro está
sujeito aos seguintes deveres especiais:
a) Desempenhar com sentido de responsabilidade, eficácia, eficiência, correcção
e diligência as funções inerentes ao cargo;

79
Decreto-Regulamentar nº 3/2007, de15 de Janeiro

b) Zelar pela rigorosa aplicação das leis relativas a administração financeira, to-
mando as providências que estiverem no âmbito das suas competências para o
seu exacto cumprimento;
c) Exercer os poderes disciplinares nos termos da lei;
d) Participar as entidades competentes todas as infracções de natureza criminal
em violação às normas aplicáveis a correcta gestão da coisa pública de que
tiver conhecimento.
Artigo 12º
Incompatibilidades
1. Sem prejuízo das incompatibilidades gerais previstas na lei, é vedado ao Ordenador
Financeiro executar quaisquer operações financeiras em que sejam visados parentes ou
afins em qualquer grau de linha recta ou até ao terceiro grau da linha colateral;
2. Em caso de incompatibilidades, as situações previstas no número antecedente são
automaticamente transferidas para o Ordenador Secundário, que executa as operações fi-
nanceiras respectivas.
Artigo 13º
Responsabilização administrativa e criminal
1. Os Ordenadores Financeiros respondem administrativa e criminalmente pelas auto-
rizações em desacordo com especificações orçamentárias e legislação aplicável.
2. A responsabilidade dos Ordenadores Financeiros termina logo que o Tribunal de
Contas julgue e considere regulares os processos de contas submetidos a julgamento no
âmbito da legislação aplicável.
CAPITULO IV
Intervenção do Ordenador Financeiro
Artigo 14º
Exercício de poderes
O exercício dos poderes e competências conferidos ao ordenador financeiro, em ma-
téria de execução orçamental e financeira, é feito essencialmente no quadro do Sistema
Integrado de Gestão Orçamental e Financeira (SIGOF), praticando os actos necessários
e convenientes à cobrança de receitas e realização de despesas, bem como produzindo e
extraindo os relatórios nos termos do presente diploma.
Artigo 15º
Processo de execução de receitas
No processo de execução de receitas, o Ordenador Financeiro, no exercício de fun-
ções, procede a sua liquidação, emitindo a respectiva ordem de recebimento ao Tesouro.

80
Decreto-Regulamentar nº 3/2007, de15 de Janeiro

Artigo16º
Processamento de execução de despesas
No processamento de execução de despesas, o ordenador financeiro actua nas fases de
cabimento, do compromisso e da liquidação, da seguinte forma:
a) O ordenador financeiro procede à determinação do saldo orçamental dispo-
nível na rubrica orçamental apropriada e, tendo em consideração o regime
duodecimal, se ao caso couber, e a programação financeira, estabelece a data
da sua realização;
b) Estabelecida a data referida na alínea anterior, o ordenador financeiro assume
determinado compromisso através do qual vincula o Estado a uma provável
obrigação de pagamento;
c) Realizada a verificação da legalidade e do cabimento pelo controlador finan-
ceiro, o ordenador financeiro procede à liquidação de despesas, isto é, à ve-
rificação da comprovação do direito do beneficiário e emite uma ordem de
pagamento;
d) O serviço do Tesouro Público faculta, posteriormente, o meio de pagamento
adequado ao beneficiário.
2. Não se aplica o disposto no número antecedente quando:
a) As despesas parcelares provindas de uma mesma causa, constituem despesas
fixas mensais da Administração e tenham sido inicialmente objecto do proce-
dimento normal na sua globalidade;
b) As despesas são urgentes e inadiáveis, sem prejuízo do seu registo contabilís-
tico, processando-se a sua regularização no prazo de trinta dias;
c) As despesas assumem carácter confidencial, sem prejuízo do seu registo con-
tabilístico, nos termos da legislação vigente.
3. No âmbito da do processamento das despesas e receitas o Ordenador Financeiro
actua em coordenação com a Direcção Geral do Tesouro.
4. O Ordenador Financeira realiza todos os actos de engajamento de despesas, poden-
do, no entanto, priorizar aqueles cuja incidência financeira se revestem de maior importân-
cia, nomeadamente:
a) Quaisquer despesas relativos ao recrutamento, promoção ou reforma na fun-
ção pública;
b) Despesas com deslocações e estadias dentro e fora do país;
c) Despesas de fornecimento de serviços de terceiros que excedam o valor fixado
por portaria ou despacho do membro do governo responsável pela área das
finanças;

81
Decreto-Regulamentar nº 3/2007, de15 de Janeiro

d) Despesas de investimentos;
e) Despesas de representação de serviço.
5. Em nenhuma das etapas de intervenção pode o ordenador financeiro ficar na posse
de um dossier por mais de cinco dias, salvo motivos de força maior.
Artigo 17º
Cabimentação
Para efeitos de cabimentação as despesas classificam-se em:
a) Ordinárias – quando destinadas a atender despesas cujo pagamento se proces-
sa de uma só vez;
b) Por Estimativa – quando destinadas a atender despesas para as quais não se
possa previamente determinar o respectivo montante;
c) Globais – quando destinadas a atender despesas contratuais e outras sujeitam
a parcelamento, cujo montante exacto possa ser determinado.
Artigo 18º
Fase de cabimentação
Na fase de cabimentação cabe ao ordenador financeiro através do serviço ordenador:
a) Verificar a conformidade dos pressupostos referidos para a formulação da re-
quisição interna que deverá expressar a identificação do centro de custo requi-
sitante ao qual deverá ser afectada a despesa requerida e ser acompanhada da
respectiva fundamentação da pertinente necessidade;
b) Enviar um correio electrónico ao centro de custo requisitante, com a indicação
da sua conformidade, bem como a indicação do número de processo atribuído,
quando verificada a conformidade dos pressupostos;
c) No contexto do quadro normativo legal, proceder ao enquadramento legal da
requisição interna formulada, quanto ao tipo de procedimento a adoptar, de
modo a que o mesmo seja procedido dos respectivos procedimentos previstos
na Lei e que todos os seus pressupostos sejam devidamente salvaguardados;
d) Proceder a análise e a outorga das propostas externas apresentadas pelos po-
tenciais fornecedores, verificando a sua conformidade e garantir a negociação
interna e externa, tendo sempre presente os princípios de economicidade e
eficiência e a perspectiva do resultado;
e) Concluída a fase prévia da contratação, integra, sob forma de proposta or-
çamental, a requisição de bem (s) e/ou serviço (s) na aplicação informática
SIGOF, de onde procederá de acordo com a dotação disponível, a cobertura
financeira e o visto do Controlador Financeiro, à cabimentação ou não do pro-
posto;

82
Decreto-Regulamentar nº 3/2007, de15 de Janeiro

f) Caso o processo mereça a objecção do Ordenador Financeiro, este serviço


deverá remeter o processo ao serviço requisitante para reformulação de modo
a ser colmatada a falha;
g) Proceder a emissão da nota de cabimento
Artigo 19º
Compromisso
1. Na fase do Compromisso o Ordenador Financeiro assume a obrigação do Estado
com o Terceiro de que resulta uma divida provável, desde que tenha a devida cobertura
orçamental. Para o efeito, nesta fase, caberá ao Serviço Ordenador:
a) Proceder à requisição efectiva (requisição externa) do (s) bem (s) e/ou serviço
(s) proposto (s), nos termos da proposta aceite;
b) Proceder à informação mensal dos responsáveis das unidades e serviços, en-
viando-lhes o mapa resumo do estado de evolução dos processos de execução
de despesas requeridos;
c) Proceder a análise e assinatura de contratos ou acordos de fornecimentos es-
critos, depois de verificada a conformidade com o quadro de referência legal;
d) Dar instruções claras aos fornecedores no intuito de todas as entregas de bem
(s) serem efectuadas, no Serviço Ordenador, de modo a serem verificados e
lavrado o competente termo de certificação de despesa.
2. Os compromissos contratuais que ultrapassem um ano económico são parcialmente
transferidos para o ano seguinte ao período de gestão orçamental corrente.
3. Os encargos plurianuais serão assumidos nos termos do nº. 2, do artigo 37º, do De-
creto-Lei n.º 29/2001, de 19 de Novembro, ou seja, através de portaria conjunta do membro
do Governo responsável pelas Finanças e do ministro competente para o departamento a
que pertence o respectivo serviço ou organismo, salvo quando tais encargos resultarem da
execução de planos plurianuais já aprovados.
4. Nenhum compromisso que implique aumento de despesas pode ser validamente
assumido sem o acordo prévio e expresso do ministro responsável pelas Finanças.
Artigo 20º
Liquidação
1.Na liquidação, o Ordenador Financeiro determina o montante exacto da obrigação
assumida, após análise do título apresentado pelo beneficiário e comprovação do serviço
executado e emite ordem ao Tesouro para pagamento do montante apurado, mediante visto
do controlador financeiro.
2. É obrigatório o registo de cada liquidação segundo normas gerais da contabilidade
pública.
3. Por portaria do membro do Governo responsável pela área das Finanças são defini-
das as regras gerais da contabilidade pública sobre a matéria.

83
Decreto-Regulamentar nº 3/2007, de15 de Janeiro

Artigo 21º
Formas de pagamento
Os pagamentos são feitos pela Direcção Geral do Tesouro, em cheques, ordens de
pagamento, crédito em conta ou, em casos especiais, ou por quaisquer outros meios de
pagamento permitidos por Lei.
Artigo 22º
Manual do Serviço Ordenador
Por portaria do Ministro das Finanças são definidos os documentos que constituem os
suportes justificativos e comprovativos das receitas e despesas.
Artigo 23º
Relatório
1. O Ordenador Financeiro deve mensalmente remeter um relatório circunscrito sobre
a execução orçamental à Direcção Geral da Contabilidade Pública e ao Ministro da tutela.
2. Os relatórios são elaborados com base no SIGOF e devem fazer menção expressa
de todos os intervenientes sectoriais de execução orçamental, natureza e histórico de todas
as operações realizadas.
3. Trimestralmente são produzidos relatórios consolidados com uma descrição porme-
norizada da execução orçamental bem como uma projecção para o trimestre seguinte.
Artigo 24º
Arquivo
Os documentos previstos no artigo 22º do presente diploma ficam arquivados no órgão
do Serviço Ordenador respectivo e à disposição das autoridades responsáveis pelo acom-
panhamento administrativo e fiscalização financeira, bem assim dos agentes incumbidos do
controle externo de competência do Tribunal de Contas.
Artigo 25º
Legislação subsidiária
Ao presente diploma aplica-se subsidiariamente o disposto no Decreto-Lei n.º 29/2001,
de 19 de Novembro.
Artigo 26º
Entrada em vigor
O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros
José Maria Pereira Neves - Cristina Duarte
Promulgado em 11 de Janeiro de 2007
Publique-se.
O Presidente da República, PEDRO VERONA RODRIGUES PIRES
Referendado em 22 de Janeiro de 2007
O Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves.-

84
Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

REGIME FINANCEIRO DAS AUTARQUIAS LOCAIS


Lei nº 79/VI/20051
de 5 de Setembro
Por mandato do Povo, a Assembleia Nacional decreta, nos termos da alínea b) do arti-
go 174º da Constituição, o seguinte:
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Artigo 1º
(Objecto)
A presente lei estabelece o regime financeiro das autarquias locais.
Artigo 2º
(Autonomia patrimonial e financeira)
1. Os Municípios têm finanças e património próprios, cuja gestão compete aos respec-
tivos órgãos autárquicos no âmbito da autonomia administrativa, financeira e patrimonial.
2. O regime da autonomia financeira e patrimonial das Autarquias Locais assenta,
designadamente, no exercício autónomo, nos termos da lei, dos poderes de:
a) Elaborar, aprovar, alterar e executar os respectivos plano de actividades e or-
çamento próprios;
b) Elaborar e aprovar os respectivos balanços e contas de gerência;
c) Lançar, liquidar e cobrar as respectivas receitas próprias e arrecadar as demais
receitas, que por lei, para eles devam reverter;
d) Recorrer ao crédito, nos termos da lei;
e) Ordenar, processar e liquidar as suas despesas próprias orçamentadas;
f) Realizar investimentos públicos municipais;
g) Ter, gerir e dispor de património próprio.
3. São nulas as deliberações de qualquer órgão das Autarquias Locais que criem impos-
tos ou determinem o lançamento de taxas, derramas ou mais valias não previstas na lei.
4. São também nulas as deliberações de qualquer órgão das Autarquias Locais que
determinem ou autorizem a realização de despesas não permitidas por lei.
Artigo 3º
(Novas atribuições e competências)
1. Os projectos ou propostas de lei que confiram ou transfiram novas atribuições ou
competências aos Municípios não poderão ser discutidos sem consulta prévia, por escrito,
da Associação Nacional dos Municípios Cabo-Verdianos (ANMCV).
1Este diploma, apesar de não integrar a reforma da contabilidade pública, uma vez que não foi introduzido nos três primei-
ros volumes, é introduzido neste último, com o qual tem maior relação.

85
Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

2. A lei que confira ou transfira novas atribuições ou competências aos Municípios


deve também dotá-los dos recursos necessários ao seu exercício e ao suporte das despesas
inerentes e recorrentes.
3. A entrada em vigor da lei que confira ou transfira novas atribuições ou competências
aos Municípios é sempre reportada ao início do ano económico seguinte e condicionada:
a) A um período de vacatio legis não inferior a seis meses;
b) À inscrição no Orçamento de Estado para o ano económico de entrada em vi-
gor da lei de verba necessária ao suporte das despesas inerentes e recorrentes,
nos termos do nº 4;
c) Ao estabelecimento pelo Governo, ouvida a ANMCV, dos mecanismos de
transferência efectiva, regular e atempada dos recursos da verba prevista na
alínea b) para os Municípios;
d) À celebração entre o Governo e a ANMCV de um contrato-programa de for-
mação de pessoal dos Municípios necessário ao exercício das novas atribui-
ções e competências;
e) À celebração entre o Governo e a ANMCV de um contrato-programa de mo-
bilidade de pessoal qualificado do Estado para os Municípios, preliminar,
complementar ou alternativo do programa referido na alínea d);
f) À celebração entre o Governo e a ANMCV de um contrato-programa de apoio
técnico na organização, adaptação ou instalação dos serviços municipais ne-
cessários ao exercício das novas atribuições e competências;
g) Ao estabelecimento pelo Governo, ouvida a ANMCV, de uma administração
de missão para o acompanhamento e a supervisão do processo de operaciona-
lização do exercício das novas atribuições ou competências.
4. A dotação de recursos financeiros aos Municípios em virtude de novas atribuições
e competências inclui sempre a municipalização das taxas, tarifas e preços correspondentes
aos actos e actividades inerentes aos novos poderes funcionais e dos impostos consignados
por lei ao seu exercício e pode ainda consistir em:
a) Financiamento temporário, por período não excedente a cinco anos, da totali-
dade ou parte das despesas inerentes ou recorrentes;
b) Aumento das receitas fiscais dos Municípios.
Artigo 4º
(Contratos-programa)
1. O Governo poderá celebrar com os Municípios contratos-programa, designadamen-
te para a execução descentralizada do Programa Plurianual de Investimentos Públicos.

86
Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

2. O Governo regulamentará as condições e critérios para a celebração dos contratos-


programa.
CAPÍTULO II
Receitas Municipais
Artigo 5º
(Receitas municipais)
Constituem receitas do Município:
a) O produto da cobrança do Imposto Único sobre o Património (IUP), liquidado
no respectivo território;
b) O produto da cobrança do Imposto Municipal sobre os Veículos Automóveis;
c) A comparticipação de 49% no produto da venda de terrenos estaduais incluí-
dos nas Zonas Turísticas Especiais (ZTE) que se situem no respectivo territó-
rio, depois de deduzidas as percentagens estabelecidas na lei;
d) Uma comparticipação no produto da renda paga pela entidade concessionária
das Zonas de Desenvolvimento Industrial ou de Parques Industriais que se
situem no respectivo território;
e) O produto das derramas lançadas, nos termos do artigo 7º da presente lei;
f) A participação do Fundo de Financiamento dos Municípios, nos termos da
presente lei;
g) O produto da cobrança das taxas e das tarifas ou preços por serviços munici-
pais;
h) A participação no lucro das empresas municipais;
i) O rendimento dos serviços municipais administrados directamente e a renda
dos dados em concessão;
j) O rendimento dos bens do domínio público ou privado municipal;
k) O produto de heranças, legados, doações e outras liberalidades;
l) Os subsídios e as comparticipações do Estado e de outras entidades públicas,
e bem assim os obtidos no âmbito de programas e projectos da cooperação
internacional descentralizada;
m) O produto da alienação de bens do património municipal;
n) O produto de empréstimos contraídos, incluindo o lançamento de obrigações
municipais;
o) O produto da cobrança de encargos de mais-valias destinadas por lei aos mu-
nicípios;

87
Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

p) O produto das coimas aplicadas pelos seus órgãos ou que por lei ou regula-
mento para ele revertam;
q) A uma participação, a determinar pelo Governo, na renda pela concessão da
exploração de recursos naturais do domínio público do Estado situados no
território municipal;
r) A comparticipação de 50% na renda pela utilização de áreas aeroportuárias
paga ao Estado pela Empresa Nacional de Aeroportos e Segurança Aérea
(ASA) aos Municípios que possuam aeroportos ou aeródromos, nos termos a
regulamentar;
s) Quaisquer outras que, por lei, regulamento ou contrato, lhe sejam destinadas.
Secção I
Artigo 6º
(Taxas dos Municípios)
1. Os Municípios podem cobrar taxas por:
a) Concessão de licenças de loteamento, de execução de obras de particulares, da
utilização da via pública por motivo de obras e de utilização de edifícios;
b) Construção, manutenção ou reforço de infra-estruturas urbanísticas e de sane-
amento;
c) Ocupação do domínio público e aproveitamento dos bens de utilização;
d) Ocupação e utilização de locais reservados nos mercados e feiras;
e) Aferição de pesos, medidas e aparelhos de medição;
f) Estacionamento de veículos em parques ou outros locais a esse fim destinado;
g) Licenciamento sanitários das instalações;
h) Extinção de incêndios;
i) Autorização para o emprego de meios publicitários com fim comercial;
j) Autorização de venda ambulante nas vias e recintos públicos;
k) Enterramento, concessão de terrenos e uso de jazigos, de ossários e de outras
instalações em cemitérios municipais;
l) Registos e licença de cães;
m) Utilização de matadouros e talhos municipais;
n) Utilização de quaisquer instalações destinadas ao conforto, comodidade ou
recreio público;

88
Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

o) Comparticipação dos proprietários de solos urbanos nos custos da urbaniza-


ção, nos termos das leis de ordenamento do território e de planeamento urba-
nístico;
p) Comparticipação dos proprietários de imóveis situados em áreas urbanizadas
nos custos de conservação de espaços públicos, nos termos das leis de ordena-
mento do território e de planeamento urbanístico;
q) Extracção de materiais inertes, em explorações particulares autorizadas a céu
aberto;
r) Concessão de licenças de obras no solo e subsolo do domínio público munici-
pal;
s) Ocupação ou utilização do solo e subsolo do domínio público municipal e do
espaço aéreo do território municipal;
t) Aproveitamento dos bens de utilidade pública situados no solo e subsolo do
domínio público municipal e no espaço aéreo do território municipal, desig-
nadamente por empresas e entidades das comunicações e distribuição de água
e energia;
u) Instalação de antenas parabólicas;
v) Instalação de antenas de operadores de telecomunicações móveis;
w) Prestação de serviços ao público por unidades orgânicas, funcionários ou
agentes municipais, quando não realizadas no âmbito do artigo 14º;
x) Conservação e tratamento de esgotos, quando não realizadas no âmbito do
artigo 14º;
y) Emissão de qualquer outra licença não prevista nas alíneas precedentes, da
competência dos municípios;
z) Outros registos não previstos nas alíneas anteriores, da competência dos mu-
nicípios.
2. Compete à Assembleia Municipal, sob proposta da Câmara Municipal, estabele-
cer as taxas e o regime de concessão de isenções ou reduções a entidades que apresentem
projectos de investimento de especial interesse para o desenvolvimento do Município e
aprovar os respectivos quantitativos.
3. Compete, também, à Assembleia Municipal, sob proposta da Câmara Municipal,
deliberar a concessão de isenção ou redução de taxas às entidades referidas no número
anterior.
4. A Câmara Municipal poderá acordar com serviços da administração central ou
de empresas concessionárias de serviços públicos instalados no território municipal a co-

89
Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

brança das taxas a que tenha direito e a transferência do respectivo produto, deduzido da
comissão contratada, até 15 dias do mês seguinte ao da cobrança.
Secção II
Artigo 7º
(Derrama)
1. Os Municípios podem lançar, anualmente, uma derrama até o máximo de 10% da
colecta do Imposto Único sobre os Rendimentos (IUR) das pessoas colectivas que propor-
cionalmente corresponda ao rendimento gerado no respectivo território por sujeitos passi-
vos que nele exerçam uma actividade de natureza comercial ou industrial.
2. A derrama só pode ser lançada para ocorrer ao financiamento de investimentos
importantes para o desenvolvimento do Município ou da recuperação ou reconstrução de
infra-estruturas sociais e económicas fundamentais danificados ou destruídos em situações
de calamidade pública ou, ainda, no quadro de contratos de reequilíbrio financeiro.
3. A deliberação sobre o lançamento de derrama é da competência da Assembleia
Municipal, aprovada por maioria de dois terços, sob proposta da Câmara Municipal, ouvi-
dos o Governo e as associações empresariais com actividade no território do Município ou
grupos de empresários locais, na ausência daquelas, e deve ser tomada até 15 de Setembro
do ano económico anterior ao da sua aplicação.
4. A deliberação de lançamento da derrama e o respectivo processo devem ser comu-
nicados, até 30 de Setembro, ao membro do Governo responsável pela área das Finanças.
5. A deliberação de lançamento da derrama deve ser comunicada pela Câmara Muni-
cipal ao serviço central de contribuições e impostos e ao serviço central de tutela sobre os
municípios, até 31 de Outubro do ano anterior ao da sua aplicação, para efeitos de divul-
gação, cobrança e transferência da respectiva receita por parte dos serviços competentes
da administração fiscal do Estado, sob pena de a derrama não poder ser liquidada nem
cobrada.
6. Para efeitos de aplicação do disposto no nº 1, considera-se que o rendimento é ge-
rado no município onde se situa a sede ou a direcção efectiva do sujeito passivo ou, tratan-
do-se de sujeitos passivos considerados para fins fiscais como não residentes em território
nacional, no Município em que se situa o estabelecimento estável onde esteja centralizada
a respectiva contabilidade.
7. Nos casos não abrangidos pelo número anterior, sempre que os sujeitos passivos
tenham estabelecimentos estáveis ou representações em mais de um município, a colecta
do IUR relativa ao rendimento gerado no território de cada município é determinada pela
proporção da massa salarial correspondente ao estabelecimento ou representação que o
sujeito passivo nele possua na massa salarial global, correspondente à totalidade dos seus
estabelecimentos ou representações no território nacional.

90
Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

8. Entende-se por massa salarial, para efeitos do presente artigo, o valor das despesas
efectuadas com o pessoal e escrituradas no exercício a título de remunerações, ordenados
ou salários.
9. O apuramento da derrama devida será efectuado pelo próprio contribuinte, se optar
pela autoliquidação nos termos das leis do IUR, ou pelos serviços competentes da adminis-
tração fiscal do Estado, nos demais casos, observando-se sempre os prazos e procedimentos
definidos na lei do IUR.
10. No caso de comunicação aos contribuintes dos valores postos à cobrança, por força
do presente artigo, a mesma deverá conter a menção de que se trata de derrama munici-
pal.
11. O produto das derramas é transferido aos municípios respectivos pelos serviços
competentes da administração fiscal do Estado, até ao fim do mês seguinte ao da respectiva
cobrança.
12. O serviço central de contribuições e impostos fornecerá aos municípios e ao servi-
ço central de tutela sobre os municípios informação periódica actualizada e discriminada da
derrama liquidada, cobrada e transferida pelos serviços da administração fiscal do Estado.
Secção III
Artigo 8º
(Recurso ao crédito)
1. Os Municípios podem contrair empréstimos, sob qualquer forma, junto de qual-
quer instituição autorizada por lei a conceder crédito, bem como emitir obrigações e cele-
brar contratos de locação financeira para financiar investimentos municipais, nos termos da
lei.
2. Os Municípios podem contrair empréstimos no exterior nas seguintes condições
cumulativas:
a) Junto de instituições financeiras internacionais ou de instituições de coopera-
ção internacional descentralizada, vocacionadas para financiar o desenvolvi-
mento regional ou local;
b) Para financiar projectos de investimento de médio ou longo prazos;
c) As condições de juro e reembolso forem melhores do que as praticadas no
mercado interno;
d) Mediante autorização do Governo, por despacho do membro do Governo res-
ponsável pela área das Finanças.
3. Os empréstimos de curto prazo só podem ser contraídos para ocorrer a dificuldades
de tesouraria, não podendo o seu montante exceder, em momento algum, 10% das receitas
efectivamente cobradas no ano económico anterior, excluídas as contas de ordem.

91
Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

4. Os empréstimos para saneamento financeiro destinam-se à consolidação de passivos


financeiros ou outros, designadamente nos casos de desequilíbrio financeiro grave, estão
sujeitos ao limite de endividamento e não podem ter um prazo de vencimento superior a
dez anos.
5. Os empréstimos para reequilibro financeiro destinam-se à resolução de situações de
desequilíbrio financeiro estrutural ou de ruptura financeira, desde que se mostre esgotada
a capacidade de endividamento e não podem ter um prazo de vencimento superior a dez
anos.
6. Os empréstimos contraídos para aplicação em investimentos não podem, em caso
algum, exceder a vida útil do respectivo investimento e o limite máximo de vinte anos.
7. Compete à Assembleia Municipal, sob proposta da Câmara Municipal, autorizar o
recurso pelo Município ao crédito.
8. A possibilidade de recurso ao crédito a curto prazo nos termos do n.º 3 carece apenas
de deliberação da Câmara Municipal e não pode exceder o final do ano económico em cur-
so, ficando esta na obrigação de informar a Assembleia Municipal na sessão seguinte.
9. A proposta da Câmara Municipal, quando se refira a crédito que não seja de curto
prazo, é obrigatoriamente acompanhada de informações que incluam, necessariamente:
a) A demonstração, de forma inequívoca e verificável por entidade externa, da
relevância do investimento e a capacidade de reembolso por parte do Municí-
pio;
b) Um mapa demonstrativo da capacidade de endividamento do Município, no-
meadamente os encargos com juros e amortização do capital de cada um dos
empréstimos não reembolsados e sua incidência anual num horizonte de cinco
anos.
10. Os encargos anuais com amortizações e juros de crédito de médio e longo prazos,
incluindo os dos empréstimos obrigacionistas, não podem exceder o maior de um dos se-
guintes limites:
a) 15% do valor das receitas correntes, incluindo as transferências a que o muni-
cípio tem direito nos termos dos artigos 10º a 13º da presente lei;
b) 25% do valor dos investimentos realizados pelo Município no ano anterior.
11. Dos limites estabelecido no nº10, ficam excluídos os juros e amortizações de em-
préstimos com o fim exclusivo de ocorrer a despesas extraordinárias resultantes de calami-
dades públicas ou para aquisição, construção ou recuperação de habitação social.
12. Os empréstimos municipais podem beneficiar de bonificação de juros, dentro dos
limites fixados no Orçamento de Estado e nos termos do decreto regulamentar a que se
refere o n.º 17 do presente artigo.

92
Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

13. Apenas podem constituir garantias dos empréstimos contraídos pelo Município:
a) As respectivas receitas municipais, com excepção dos subsídios, compartici-
pações e receitas consignadas;
b) A hipoteca de imóveis do domínio privado disponível, quando os empréstimos
se destinem a habitação social;
c) A consignação de rendimentos esperados dos investimentos que possam auto-
financiar-se.
14. Os empréstimos municipais podem também ser garantidos por aval do Estado
quando seja demonstrada cabalmente a viabilidade dos projectos de investimento a que
se destinam e o Município requerente demonstre uma situação financeira e de tesouraria
saudáveis.
15. Para efeitos do disposto no número anterior, o Município requerente do aval deve
apresentar ao membro do Governo responsável pela área das Finanças um estudo técnico-
económico e financeiro do projecto de investimento e da sua situação financeira relativa-
mente aos três últimos exercícios, bem como um orçamento previsional para os três anos
subsequentes.
16. É proibido aos Municípios o aceite e saque de letras de câmbio, a concessão de
avales cambiários, bem como a subscrição de livranças e a concessão de garantias pesso-
ais.
17. O regime do crédito municipal é estabelecido por decreto regulamentar.
Secção IV
Artigo 9º
(Alienação de bens)
A alienação de bens patrimoniais do Município faz-se por concurso público ou em
hasta pública, nos termos da lei.
Secção V
Artigo 10º
(Fundo de Financiamento dos Municípios)
1. Os Municípios participam, por direito próprio, nas receitas provenientes dos impos-
tos directos e indirectos do Estado, nomeadamente o Imposto Único sobre os Rendimentos
(IUR), o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), o Imposto sobre Consumos Especiais
(ICE), o Imposto de Selo e os Direitos Aduaneiros.
2. Para efeitos do disposto no número 1, é criado o Fundo de Financiamento dos Mu-
nicípios (FFM).
3. O FFM é anualmente dotado no Orçamento de Estado pela transferência não consig-
nada de 10% do valor dos impostos directos e indirectos efectivamente cobrados no penúl-

93
Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

timo ano anterior àquele a que o Orçamento se refere, excluindo os impostos consignados
por lei, bem como as derramas e outros impostos municipais eventualmente cobrados pela
administração fiscal do Estado.
4. O FFM é repartido da seguinte forma:
a) 75% Para o Fundo Municipal Comum (FMC);
b) 25% Para o Fundo de Solidariedade Municipal (FSM).
Artigo 11º
(Fundo Municipal Comum)
O FMC é uma verba na qual todos os Municípios participam nos seguintes termos:
a) 20 % Repartidos igualmente por todos os Municípios;
b) 50 % Repartidos na razão directa da população residente de cada Município;
c) 15% Repartidos na razão directa da população infanto-juvenil residente, dos
zero aos dezassete anos, de cada Município;
d) 15% Repartidos na razão directa da superfície do território de cada Municí-
pio.
Artigo 12º
(Fundo de Solidariedade Municipal)
1. O FSM visa reforçar a coesão municipal, promovendo a correcção de assimetrias em
benefício dos Municípios mais pobres.
2. No FSM só participam os Municípios que tenham um nível de capitação média dos
impostos municipais inferior à média nacional e que tenham uma proporção de população
de pobres distantes da linha de pobreza superior ou igual à média nacional, à luz dos crité-
rios estabelecidos pelo Instituto Nacional de Estatística.
3. A repartição do FSM faz-se com base nos índices de insuficiência fiscal e de pobreza
referidos no nº 2 e nas fórmulas indicadas nos números seguintes.
4. A distribuição da verba do FSM pelos Municípios com direito a nele participar
efectua-se de conformidade com a fórmula:
CF = Pm*(Cni-Cmi)
5. Na fórmula prevista no número anterior, CF é o valor da correcção fiscal do Muni-
cípio, Pm é a população residente no Município, Cni é a capitação nacional de impostos
municipais e Cmi é a capitação em impostos municipais do Município.
6. O montante do FSM remanescente depois da repartição referida no nº 4 é repartido
em conformidade com a fórmula.

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Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

vi
P = ---------
∑vi
7. Na fórmula prevista no número anterior, P é o índice, ou o peso atribuído a cada
município na distribuição do FSM ∑vi corresponde à soma dos de todos os Municípios
que têm direito a FSM.
8. Para efeitos do disposto no nº 6: vi = popi * p1 * Z
9. Na fórmula prevista no número anterior, popi é a população em cada Município com
direito a FSM, e z a Profundidade da Pobreza em cada Município que tem direito a FSM e
corresponde ao Limiar da Pobreza calculado pelo Instituto Nacional de Estatística.
Artigo 13º
(Garantia de crescimento mínimo e máximo
da transferência para os Municípios)
1. Quando da aplicação dos critérios estabelecidos nos artigos 11º e 12º resultar valor
do FFM inferior ao do ano anterior, este é corrigido para igual montante.
2. A diferença apurada entre o valor total obtido pela aplicação do número anterior e
o total do FFM previsto é deduzida proporcionalmente pelo FFM de cada Município que
tenha um aumento em relação ao ano anterior superior à média geral de crescimento.
3. O disposto nos números anteriores não é aplicável quando haja alteração significati-
va e cumulativa dos indicadores referidos nas alíneas b), c) e d) do artigo 11.º
Artigo 14º
(Tarifas e preços de serviços)
1. As tarifas e preços de serviços a que se refere a alínea g) do artigo 5º respeitam
às seguintes actividades realizadas directamente por serviços municipais ou em regime de
concessão:
a) Abastecimento de água e energia;
b) Recolha, depósito e tratamento de lixos e resíduos sólidos;
c) Ligação, conservação e tratamento de esgotos e outros sistemas de drenagem
de águas residuais;
d) Transportes urbanos colectivos de passageiros e transporte de mercadorias;
e) Transporte escolar;
f) Produção e distribuição de inertes em locais autorizados;
g) Quaisquer outros serviços prestados em regime de concessão;
h) Quaisquer outras actividades cuja prestação incumba a serviços autónomos
municipais ou a empresas municipais;
i) Outras actividades que, por deliberação da Assembleia Municipal, sob pro-
posta da Câmara Municipal, devam ser prestadas em regime empresarial por
serviços municipais.
2. Salvo tratando-se de serviços de interesse vital para as populações, a determinar pela
Assembleia Municipal, sob proposta da Câmara Municipal, as tarifas e preços a praticar

95
Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

devem assegurar uma exploração equilibrada do serviço, permitindo cobrir os encargos da


exploração e administração e a reintegração dos equipamentos.
Artigo 15º
(Cooperação técnica e financeira)
1. O Governo e os Municípios poderão, mediante acordos específicos e dentro dos
limites e condições estabelecidos no presente artigo, cooperar técnica e financeiramente na
realização das respectivas atribuições, designadamente:
a) Na modernização administrativa dos Municípios;
b) No processo de transferência de novas atribuições e competências para os
Municípios;
c) Na execução descentralizada do Programa Plurianual de Investimentos Públi-
cos;
d) Na execução de projectos municipais relevantes para o desenvolvimento re-
gional ou local;
e) Na liquidação e cobrança de impostos, taxas e outras receitas municipais.
2. A cooperação técnica e financeira prevista na presente lei está sujeita, nomeadamen-
te, aos princípios da igualdade, da imparcialidade, da justiça e da transparência.
3. Não são permitidas quaisquer formas de subsídios ou comparticipações financeiras
aos Municípios por parte do Estado, dos serviços e fundos autónomos, das empresas pú-
blicas, das empresas mistas ou das empresas concessionárias de serviços públicos, salvo o
disposto na presente lei.
4. Poderão ser excepcionalmente inscritas no Orçamento do Estado verbas para o fi-
nanciamento de projectos dos Municípios de grande relevância para o desenvolvimento
regional ou local quando se verifique a sua urgência e a manifesta e comprovada incapaci-
dade financeira dos Municípios interessados em os realizar.
5. O Governo pode ainda tomar providências orçamentais para conceder auxílios fi-
nanceiros aos Municípios, nos seguintes casos:
a) Calamidade publica;
b) Instalação de novas autarquias locais;
c) Recuperação de áreas degradadas ou renovação urbana, quando o peso do
investimento ultrapasse a capacidade de financiamento municipal;
d) Desencravamento de povoações;
e) Resolução de bloqueamentos graves que afectem de modo relevante o funcio-

96
Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

namento dos serviços municipais, nomeadamente os de saneamento básico, de


protecção civil, de transporte colectivo de passageiros, de produção e distri-
buição de energia eléctrica e de abastecimento de água;
f) Verificação de circunstâncias anormais que comprometam o equilíbrio das fi-
nanças municipais, não imputáveis aos órgãos municipais;
g) Construção, reconstrução, recuperação ou reparação de edifícios sede dos
Municípios negativamente afectados na respectiva funcionalidade;
h) Transferência de novas atribuições ou competências;
i) Bonificação de juros nos termos do decreto regulamentar a que se refere o nº
12 do artigo 8º da presente lei.
6. As providências orçamentais a que se referem os nºs 4 e 5 deverão ser discriminadas
por sectores, Municípios e programas.
7. A cooperação técnica e financeira deve ser formalizada através de instrumentos con-
tratuais entre o Estado e os Municípios, obrigatoriamente publicados no Boletim Oficial.
8. O Governo estabelece, por decreto regulamentar, a cooperação técnica e financeira
prevista no presente artigo.
Artigo 16º
(Coimas)
1. O Município pode estabelecer coimas por contra-ordenação municipal, nos termos
da lei.
2. Considera-se contra-ordenação municipal a violação às posturas ou regulamentos
policiais de natureza genérica e execução permanente.
3. Salvo disposição legal em contrário, o Município não pode estabelecer coimas de
montante inferior a 3.000$00 (três mil escudos) nem superior a 300.000$00 (trezentos mil
escudos) para pessoas singulares, ou 4.000.000$00 (quatro milhões de escudos) para pes-
soas colectivas.
4. Salvo disposição legal em contrário, as coimas são estabelecidas pela Assembleia
Municipal, sob proposta da Câmara Municipal.
5. A aplicação das coimas estabelecidas nas posturas e regulamentos policiais do Mu-
nicípio compete aos respectivos órgãos executivos, às suas delegações municipais e aos
seus serviços municipais organizados a nível dos bairros e povoados, dentro dos limites
máximos estabelecidos pela Assembleia Municipal para cada uma das entidades aplicado-
ras.
6. Às contra-ordenações municipais e ao seu processamento é aplicável o regime geral
das contra-ordenações estabelecido por lei.

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Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

7. Pertence também ao Município o produto da cobrança das coimas que, por lei ou
regulamento, para ele reverta, total ou parcialmente.
Artigo 17º
(Regime geral dos impostos municipais)
1. São impostos municipais:
a) O Imposto Único sobre o Património (IUP);
b) O Imposto Municipal sobre Veículos Automóveis;
c) Outros que venham a ser criados como tais.
2. Os impostos municipais são criados pela Assembleia Nacional nos termos previstos
na Constituição e na lei.
3. Na criação de impostos municipais são tidos em conta os princípios gerais do sis-
tema fiscal e do regime de finanças locais estabelecidos na Constituição e no Código Geral
Tributário (CGT).
4. As taxas dos impostos municipais podem ser alteradas pela lei do Orçamento do
Estado ou por lei específica.
5. Podem ser concedidas isenções, reduções de taxas ou outros benefícios fiscais rela-
tivamente aos impostos municipais em casos de reconhecido interesse económico, social
ou cultural, nos termos e formas previstas no Código Geral Tributário (CGT), com as ne-
cessárias adaptações quanto ao processo administrativo.
6. À reclamação graciosa ou impugnação judicial da liquidação de impostos munici-
pais, bem como das taxas, encargos de mais-valias e demais receitas municipais de nature-
za fiscal, e às infracções às respectivas normas reguladoras aplicam-se as normas do CGT e
do Código de Processo Tributário (CPT), salvo disposição expressa em contrário.
Artigo 18º
(Liquidação e cobrança dos impostos municipais)
1. A liquidação e cobrança dos impostos municipais incumbe aos serviços municipais,
salvo o disposto no presente artigo.
2. A Câmara Municipal pode, por acordo com o Estado, delegar nos serviços fiscais
da administração central a liquidação e cobrança dos respectivos impostos municipais, me-
diante uma comissão que não poderá exceder 5% dos montantes liquidados ou cobrados,
respectivamente.
3. Nos casos referidos no número anterior, a receita dos impostos municipais cobrados
é transferida para os respectivos municípios até ao fim do mês seguinte ao da cobrança,
deduzida da comissão.

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Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

Artigo 19º
(Compensação por benefícios fiscais)
Os Municípios têm direito a ser compensados, através de verba a inscrever no Orça-
mento de Estado, pelo montante de receita perdida em virtude de isenções ou reduções de
impostos municipais concedidas pelo Estado no ano anterior.
Artigo 20º
(Execução fiscal municipal)
1. A cobrança coerciva de créditos do Município é feita mediante processo de execu-
ção fiscal municipal e mediante reclamação de créditos em processo de execução que não
seja fiscal.
2. O processo de execução fiscal municipal destina-se à cobrança coerciva dos créditos
do Município por:
a) Impostos e taxas municipais e respectivos juros e demais encargos legais;
b) Encargos de mais valias;
c) Reembolsos e reposições;
d) Coimas fixadas em decisões, sentenças ou acórdãos relativos a contra-ordena-
ções fiscais, salvo quando aplicadas pelos tribunais comuns;
e) Outras dívidas, que não provenham de contrato, cuja obrigação de pagamento
tenha sido reconhecida por deliberação da Câmara Municipal.
3. O processo de execução fiscal municipal segue os termos do processo de execução
fiscal regulado no CPT, com as seguintes adaptações:
a) A execução fiscal corre pela secretaria municipal, salvo o disposto no n.º 5;
b) Tem legitimidade para promover a execução fiscal o Presidente da Câmara
Municipal ou vereador em quem tenha delegado tal competência, salvo o dis-
posto no n.º 5;
c) As competências atribuídas ao membro do Governo responsável pela área das
finanças, à Direcção Geral das Contribuições e Impostos ou ao seu Director
Geral, são exercidas pelo Presidente da Câmara Municipal ou por Vereador
em quem tenha delegado;
d) As competências atribuídas ao chefe da repartição de finanças e à repartição
de finanças são exercidas pelo secretário municipal e pela secretaria munici-
pal, salvo o disposto no n.º 5;
e) As competências atribuídas ao representante da Fazenda Pública e à Fazenda
Pública são exercidas pelo tesoureiro municipal;
f) As funções de escrivão do processo e de oficial de diligências são exercidas
por funcionários ou agentes municipais designados como tais pela Câmara
Municipal, salvo o disposto no n.º 5.

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Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

4. Poderá o Município, em alternativa ao regime estabelecido no número anterior, criar


um serviço autónomo encarregado da cobrança coerciva dos créditos municipais.
5. Nos casos em que se tenha criado o serviço referido no número precedente:
a) Correrão por ele os processos de execução fiscal municipal;
b) Competirá ao respectivo chefe, habilitado com curso superior que confira o
grau de licenciatura, a legitimidade para promover a execução fiscal muni-
cipal, bem como a representação do Município em processos executivos co-
muns para cobrança de créditos municipais ou em negociações para cobrança
extra-judicial de tais créditos;
c) Competirá a um quadro do serviço com formação jurídica, designado pelo
respectivo chefe ou a um licenciado em direito exterior ao serviço, contratado
em regime de prestação de serviços, o exercício da competência atribuída pelo
Código do Processo Tributário ao chefe da repartição de finanças ou à reparti-
ção de finanças;
d) As funções de escrivão do processo e de oficial de diligências serão exercidas
por funcionários ou agentes do serviço, designados como tais pelo respectivo
chefe.
6. O Município poderá, ainda, em alternativa aos regimes previstos nos nºs 3 e 4, optar
por, mediante contrato, delegar a execução fiscal municipal nos serviços desconcentrados
de execução fiscal do Estado no respectivo Concelho.
CAPÍTULO III
Princípios e Regras Orçamentais
Artigo 21º
(Autonomia orçamental)
O orçamento do Município é independente na sua elaboração, aprovação e execução,
sem prejuízo do disposto na presente lei e, quanto à consolidação orçamental do Sector
Publico Administrativo, na Lei de Enquadramento do Orçamento de Estado.
Artigo 22º
(Anualidade)
1. O orçamento do Município é anual, sem prejuízo de possibilidade de nele serem
integrados programas e projectos que implicam encargos plurianuais.
2. O ano económico coincide com o ano civil.
Artigo 23º
(Unidade e universalidade)
1. O orçamento é unitário e compreende todas as receitas e despesas do Município.
2. As receitas e despesas dos serviços autónomos municipais deverão ser indicadas,
em termos globais, no orçamento do Município, em contas de ordem.

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Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

3. Em anexo ao orçamento do Município devem constar os orçamentos discriminados


dos serviços autónomos e empresas municipais.
Artigo 24º
(Equilíbrio)
1. O orçamento deverá prever os recursos necessários para cobrir as despesas nele
inscritas.
2. As receitas correntes serão, pelo menos, iguais às despesas correntes.
Artigo 25º
(Especificação)
1. O orçamento especificará suficientemente as receitas e as despesas nele previstas.
2. São nulos os créditos que possibilitem a existência de dotações para utilização con-
fidencial ou para fundos secretos.
3. Na rubrica de exercícios findos só podem ser inscritas despesas que nos anos an-
teriores tenham sido realizadas em conformidade com os princípios e normas da presente
lei.
4. Os recursos disponibilizados por outras entidades públicas ou privadas, nacionais,
estrangeiras ou internacionais, para suportar actividades realizadas pelo Município só po-
derão ser considerados como fundos extra-orçamentais quando respeitem a actividades
extraordinárias fora do âmbito normal das atribuições municipais, devendo, em todos os
demais casos, ser especificados como receita municipal, mesmo que consignada.
Artigo 26º
(Proibição da consignação)
1. No orçamento municipal não pode afectar-se o produto de quaisquer receitas à co-
bertura de determinadas despesas, salvo tratando-se de:
a) Recursos disponibilizados ao Município no âmbito da cooperação internacio-
nal descentralizada ou da cooperação técnica e financeira com o Estado liga-
dos a actividades ou finalidades determinadas;
b) Recursos provenientes de crédito de médio ou longo prazos;
c) Recursos disponibilizados por outras entidades públicas ou privadas, nacio-
nais, estrangeiras ou internacionais, para suportar actividades ou finalidades
determinadas e que não devam ser considerados como fundos extra-orçamen-
tais;
d) Outras receitas consignadas por lei.
2. As receitas consignadas só poderão ser utilizadas para liquidação e pagamento de
despesas, na medida das disponibilidades existentes e proporcionadas pela cobrança efecti-
va das receitas, confirmada pela sua entrada nos cofres da tesouraria municipal.

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Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

3. As receitas consignadas deverão constar de um mapa informativo, anexo ao orça-


mento, com a indicação das respectivas contrapartidas em despesas, sejam elas de funcio-
namento ou de investimento.
Artigo 27º
(Não compensação)
1. Todas as receitas serão inscritas no orçamento pela importância integral em que
forem avaliadas, sem dedução alguma para encargos de cobrança ou de qualquer outra
natureza.
2. Todas as despesas serão inscritas no orçamento pela importância integral, sem de-
dução de qualquer espécie.
Artigo 28º
(Classificação das receitas e despesas)
1. A classificação das receitas e despesas orçamentais obedece ao Plano Nacional de
Contabilidade Pública.
2. Por decreto-lei, poderão ser feitos ajustamentos à classificação referida no número
anterior, tendo em vista a sua melhor adequação ao normal funcionamento dos Municí-
pios.
Artigo 29º
(Princípio geral)
1. O orçamento municipal é aprovado em prazo que permita respeitar a exigência de
consolidação orçamental requerida pela Constituição e pelo artigo 5º da Lei de Enquadra-
mento do Orçamento de Estado.
2. Para efeitos do disposto no número precedente, até 30 de Junho do ano anterior
ao que o orçamento respeita, o departamento governamental responsável pela área das Fi-
nanças comunicará, por escrito, à ANMCV, a repartição, por cada Município, do montante
global das transferências previstas no artigo 10º, com base nos critérios estabelecidos nos
artigos 11º a 13º da presente lei.
CAPÍTULO IV
Procedimentos para a elaboração e organização
do Orçamento do Município
Secção I
Artigo 30º
(Elaboração da proposta de orçamento)
1. A proposta de orçamento municipal para o ano económico seguinte é elaborada
pelo Presidente da Câmara Municipal e submetida à apreciação da Câmara Municipal até
31 de Julho do ano em curso.

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Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

2. O orçamento pode ser apresentado sob a forma de orçamento programa, englobando


as receitas e as despesas, o qual deverá reflectir as políticas, os objectivos, as metas e as
actividades a serem desenvolvidas de acordo com o plano de actividades.
3. Sem prejuízo do disposto no nº 1 do artigo 22º da presente lei, o orçamento progra-
ma pode ser apresentado sob a forma de orçamento plurianual.
Artigo 31º
(Despesas obrigatórias)
1. As despesas obrigatórias derivadas da satisfação de compromissos assumidos con-
tratualmente pelo Município, impostas por lei ou por consignação de receitas, devem ser
integralmente dotadas e ter primazia face a outras despesas.
2. Consideram-se despesas obrigatórias, nomeadamente, os encargos fixos e perma-
nentes com o pessoal que mantém vínculo contratual com o Município, o subsídio de rein-
tegração dos eleitos locais que deixem de o ser, os encargos decorrentes de contratos de
empreitada ou de fornecimento em curso, o reembolso de empréstimos contraídos, as trans-
ferências correntes e de capital impostas por lei ou assumidas legalmente pelo Município e
as despesas permanentes objecto de contratos, como sejam as rendas de casa, os prémios de
seguros, a segurança e higiene de instalações e outras obrigações resultantes de contratos
de prestação de serviços.
3. Na preparação do orçamento as despesas obrigatórias deverão ser devidamente
identificadas e quantificadas, servindo como o primeiro elemento para a determinação do
equilíbrio orçamental e para o apuramento das necessidades de financiamento.
Artigo 32º
(Despesas com o pessoal)
1. As despesas com o pessoal deverão ter uma relevância especial no processo de ela-
boração do orçamento, nomeadamente através da observância dos seguintes princípios:
a) A elaboração do orçamento de despesas com o pessoal que representem remu-
nerações certas e permanentes e encargos com a segurança social deve ser fei-
ta partindo das listas nominais dos efectivos existentes, indicando a situação
funcional e o tipo de vínculo dos funcionários e agentes do Município;
b) Do orçamento de despesas com o pessoal deverão constar mapas dos efecti-
vos existentes e mapas de previsão de acréscimos de despesas com o pessoal
resultantes de nomeações, recrutamentos, progressões, promoções, reclassifi-
cações, abonos, subsídios e quaisquer outras situações previsíveis que possam
ocorrer durante o exercício económico a que se refere o orçamento, susceptí-
veis de alterar os montantes dos encargos resultantes da previsão inicial efec-
tuada com base no quadro dos efectivos existentes.
2. A dotação orçamental para a cobertura de despesas resultantes das previsões de
acréscimos de despesas com o pessoal nas situações previstas na alínea b) do número ante-

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Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

rior será inscrita no orçamento como encargos provisionais com o pessoal através de uma
rubrica própria.
3. As despesas com o pessoal, incluindo os encargos provisionais com o pessoal, não
podem exceder 50% das receitas correntes previstas no orçamento.
Artigo 33º
(Dotação provisional)
Poderá ser inscrita uma dotação provisional para servir exclusivamente de contrapar-
tida de reforços ou de inscrições de verbas determinadas pela necessidade de acorrer a
despesas inadiáveis insuficientemente dotadas ou não previstas.
Artigo 34º
(Estruturas e organização do orçamento de investimento)
1. O orçamento de investimentos é apresentado sob a forma de programas, sub-progra-
mas e projectos, podendo ser plurianual.
2. O orçamento de investimentos é elaborado de acordo com o plano de actividades
do Município.
3. O orçamento de investimentos deve apresentar fichas de programa, sub-programa e
projectos que deverão conter de forma resumida e clara os seguintes elementos:
a) Descrição sumária, objectivos, metas, principais políticas e medidas e a estru-
tura de gestão de cada programa e o respectivo orçamento;
b) Objectivos, metas, principais políticas e medidas de indicadores de resultados
de cada sub-programa e respectivo orçamento;
c) Projectos enquadrados nos programas e sub-programas contendo todos os
elementos que permitam a sua validação para financiamento e avaliação da
sua execução, nomeadamente a coerência com as políticas, objectivos e me-
tas dos programas e sub-programas em que se integram, os custos directos e
correntes, a programação física financeira das actividades a desenvolver e os
indicadores de resultados.
4. Cada projecto deve indicar, obrigatoriamente, as fontes de financiamento e todas as
informações relevantes para um adequado enquadramento, classificação e execução orça-
mental das despesas correspondentes.
Secção II
Artigo 35º
(Conteúdo da proposta de orçamento)
A proposta do orçamento a submeter à aprovação da Assembleia Municipal deve con-
ter o articulado da respectiva proposta de deliberação, os mapas orçamentais e ser acompa-
nhada de anexos informativos.

104
Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

Artigo 36º
(Conteúdo do articulado da proposta de deliberação)
O articulado da proposta de deliberação deve conter:
a) As condições de aprovação dos mapas orçamentais e as normas necessárias
para orientar a execução orçamental;
b) A indicação das fontes de financiamento que acresçam as receitas efectivas
municipais, nomeadamente no que se refere a financiamentos previstos atra-
vés de acordos de geminação e outros, bem como a indicação do destino a dar
a esses fundos;
c) O montante, as condições gerais e a aplicação prevista de financiamentos a
obter junto de instituições de crédito, nos termos do artigo 8º da presente lei;
d) Todas as outras medidas que se revelem indispensáveis à correcta gestão orça-
mental do Município para o ano económico a que o orçamento se destina.
Artigo 37º
(Estrutura dos mapas orçamentais)
1. Os mapas orçamentais a que se refere o artigo 35º da presente lei são os seguintes:
a) Mapa I - Receitas correntes e de capital do Município, especificadas segundo
uma classificação económica e orgânica;
b) Mapa II - Despesas de funcionamento e de investimento do Município, espe-
cificadas segundo uma classificação económica e orgânica;
c) Mapa III- Despesas de funcionamento e de investimento do Município, espe-
cificadas segundo uma classificação funcional;
d) Mapa IV - Receitas dos serviços autónomos municipais, segundo uma classi-
ficação orgânica e económica;
e) Mapa V - Despesas dos serviços autónomos municipais, especificadas segun-
do uma classificação económica e orgânica;
f) Mapa VI - Despesas dos serviços autónomos municipais, especificadas segun-
do uma classificação funcional;
g) Mapa VII - Orçamento consolidado das receitas correntes e de capital e das
despesas de funcionamento do Município e dos serviços autónomos munici-
pais, segundo uma classificação económica;
h) Mapa VIII - Orçamento consolidado das receitas correntes e de capital e das
despesas de funcionamento do Município e dos serviços autónomos munici-
pais, segundo uma classificação orgânica;
i) Mapa IX - Orçamento consolidado das despesas do Município e dos serviços
autónomos municipais, segundo uma classificação funcional;

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Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

j) Mapa X - Programas de Investimentos Públicos Municipais, estruturado por


programas, sub-programas e projectos;
k) Mapa XI - Resumo das operações fiscais do Município especificando os sal-
dos e a natureza do seu financiamento.
2. A estrutura dos mapas a que se refere o número anterior é a dos correspondentes
mapas do Orçamento de Estado, salvo disposição em contrário.
3. Sem prejuízo da tendencial uniformização com os mapas orçamentais do Orçamento
de Estado, a estrutura dos mapas pode ser alterada por portaria dos membros do Governo
responsáveis pelas áreas das Finanças e dos Municípios, ouvida a ANMCV, tendo em vista
a sua melhor adequação possível ao normal funcionamento dos Municípios e à eficiência
do controlo da execução orçamental.
Artigo 38º
(Anexos informativos)
1. Com a proposta de orçamento, o Presidente da Câmara Municipal apresentará à
Assembleia Municipal os elementos necessários à justificação da política orçamental muni-
cipal para o período da vigência do orçamento apresentado e, designadamente, os seguintes
relatórios e elementos:
a) As prioridades e as metas para a política fiscal e para as políticas de despesas
e da dívida pública municipais;
b) Política de gestão dos recursos humanos, nomeadamente no que se refere à
formação e ao recrutamento de pessoal;
c) Evolução, nos últimos três anos, da situação da dívida pública municipal e a
sua estrutura e composição, indicando a sua variação líquida e as previsões
para o exercício económico a que respeita o Orçamento do Município;
d) Operações de tesouraria e contas bancárias do Município, com o apuramento
dos respectivos saldos;
e) Mapas de evolução da execução das receitas e despesas do Município nos últi-
mos três anos, de acordo com a estruturação prevista no n.º 1 do artigo 36º da
presente lei, e análise comparativa relativamente às previsões para o exercício
económico a que respeita o Orçamento do Município;
f) Receitas consignadas, com a indicação das respectivas contrapartidas em des-
pesas de funcionamento e de investimentos;
g) Mapas dos efectivos, das previsões de acréscimo de despesas com o pessoal e
orçamento de encargos provisionais com o pessoal, previstos na alínea b) do
n.º 1 do artigo 32º da presente lei;
h) Situação financeira de todos os serviços autónomos municipais.

106
Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

2. Além disso, devem também ser remetidos os seguintes relatórios:


a) Formas de financiamento do eventual déficit orçamental efectivo e das amor-
tizações;
b) Justificação das previsões das receitas fiscais com discriminação da situação
dos principais impostos e taxas.
Secção III
Artigo 39º
(Discussão e aprovação)
1. A Câmara Municipal, através do seu Presidente, apresenta à Assembleia Municipal,
até 25 de Agosto de cada ano, a proposta de orçamento municipal para o ano económico
seguinte.
2. A proposta de orçamento municipal é exposta nos Paços do Concelho, para consulta
pública, durante pelo menos dez dias, a contar da sua apresentação nos termos do número
anterior.
3. A Assembleia Municipal aprova o orçamento municipal para o ano económico se-
guinte até 20 de Setembro de cada ano.
4. Para efeitos informativos e de consolidação orçamental do Sector Público Adminis-
trativo, até 1 de Outubro de cada ano, o presidente da Assembleia Municipal deve enviar ao
membro do Governo responsável pela área das Finanças o orçamento municipal aprovado
para o ano económico seguinte ou comunicar-lhe a sua não aprovação, indicando as razões
justificativas.
5. O Presidente da Assembleia Municipal deve adoptar as medidas necessárias para
a publicação do orçamento municipal até 31 de Dezembro do ano anterior àquele a que
corresponde.
Artigo 40º
(Atraso na aprovação do projecto de orçamento)
1. Se, por qualquer razão, o orçamento municipal não for aprovado pela Assembleia
Municipal antes do início do ano económico a que se refere, mantém-se transitoriamente
em vigor o orçamento do ano anterior, incluindo o articulado e os mapas orçamentais, com
as alterações que nele hajam sido formalmente introduzidos ao longo da sua execução, até
aprovação do novo orçamento.
2. A manutenção transitória da vigência do orçamento do ano anterior abrange a auto-
rização para a cobrança de todas as receitas nele previstas, bem como a prorrogação da au-
torização de cobrança das que se destinavam a vigorar apenas até o final do referido ano.
3. Durante o período transitório referido no nº 1, só podem ser autorizadas, proces-
sadas e liquidadas, mensalmente, despesas até ao limite de um duodécimo das despesas
fixadas nos mapas do exercício precedente.

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Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

4. Durante o período transitório referido nos números anteriores são aplicáveis os prin-
cípios sobre alterações orçamentais estabelecidos no artigo 46º.
5. O orçamento municipal referente ao ano económico em curso deve ser obrigatoria-
mente aprovado até 31 de Janeiro desse ano, mesmo que a totalidade dos elementos neces-
sários, designadamente quanto a receitas, não esteja disponível.
6. No caso previsto na segunda parte do número anterior, a regularização e actualiza-
ção de tais elementos serão feitas por via de orçamento rectificativo a aprovar até 31 de
Março do ano em curso.
Artigo 41º
(Publicidade)
A deliberação da Assembleia Municipal que aprova o orçamento, bem como as suas
alterações e os respectivos mapas deverão ser publicados no Boletim Oficial.
CAPÍTULO V
Execução do Orçamento
Secção I
Artigo 42º
(Execução orçamental)
A Câmara Municipal deve tomar as providências necessárias para que o orçamento
municipal possa começar a ser executado no início do ano económico a que se destina, de-
vendo, no exercício do poder de execução orçamental, adoptar as deliberações necessárias
que garantam o princípio da mais racional utilização possível das dotações orçamentais e o
princípio da melhor gestão da tesouraria.
Artigo 43º
(Efeitos do orçamento das receitas)
1. Nenhuma receita pode ser liquidada ou cobrada, mesmo que seja legal, se não tiver
sido objecto de inscrição orçamental.
2. A cobrança pode, todavia, ser efectuada mesmo para além dos valores inicialmente
previstos no orçamento.
3. Os actos administrativos que directamente envolvem perda de receita fiscal devem
ser fundamentados e publicados.
4. As receitas liquidadas e não cobradas até 31 de Dezembro deverão ser contabiliza-
das pelas correspondentes rubricas do orçamento de ano em que a cobrança se efectuar.
Artigo 44º
(Realização de despesas)
1. Nenhuma despesa pode ser assumida, autorizada e paga sem que, para além de ser
legal, se encontre suficientemente discriminada no orçamento, tenha cabimento no corres-

108
Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

pondente crédito orçamental e obedeça ao princípio da utilização por duodécimo, salvas,


nesta última matéria, as excepções previstas na lei.
2. Excluem-se do regime duodecimal as despesas de investimentos.
3. As dotações orçamentais constituem o limite máximo a utilizar na realização das
despesas, tendo em conta as alterações orçamentais que forem efectuadas ao abrigo do
artigo 46º.
4. As despesas a realizar com compensação em receitas legalmente consignadas pode-
rão ser autorizadas até à concorrência das importâncias cobradas.
5. A utilização da rubrica exercícios findos só pode ser feita para registar despesas que
nos anos anteriores tenham sido realizadas com respeito pelos princípios estabelecidos no
presente artigo.
Artigo 45º
(Administração orçamental e contabilidade pública)
1. A aplicação das dotações orçamentais e o funcionamento da administração orça-
mental obedecem às normas de contabilidade pública.
2. A vigência e a execução do orçamento obedecem ao regime do ano económico.
Secção II
Artigo 46º
(Alterações orçamentais)
1. No decurso da sua execução os órgãos municipais podem alterar o orçamento mu-
nicipal através da inscrição ou de transferências de verba, nos termos dos números seguin-
tes.
2. São da competência da Câmara Municipal as seguintes alterações orçamentais:
a) As transferências de dotações inscritas a favor de serviços que, no decorrer do
ano económico, transitem de um departamento para outro;
b) O reforço de verbas, por inscrição ou transferência, que tenham por contrapar-
tida as dotações provisionais previstas nos artigos 32º nº 2 e 33º da presente
lei;
c) A inscrição de dotações orçamentais relativas a donativos, internos ou exter-
nos, não previstos no orçamento;
d) A inscrição ou reforço de dotações orçamentais por contrapartida de emprés-
timos que venham a ser disponibilizados ou utilizados durante o período de
execução orçamental e que à data da aprovação do orçamento não estavam
efectivamente concedidos, desde que não ultrapassem dos limites, condições
e aplicação estabelecidos pela Assembleia Municipal na deliberação de apro-
vação do orçamento;

109
Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

e) A inscrição ou reforço de dotações orçamentais por contrapartida em acrésci-


mos de transferências do Estado que, à data da aprovação do orçamento, não
estavam definitivamente fixadas;
f) As alterações nos orçamentos dos serviços e fundos autónomos municipais
que não envolvam recurso ao crédito para além dos limites, condições e apli-
cação estabelecidos pela Assembleia Municipal na deliberação de aprovação
do orçamento.
3. As alterações referidas no n.º 2 devem ser publicitadas e publicadas nos termos da
lei, no prazo máximo de sessenta dias a contar da sua aprovação.
4. As alterações referidas nas alíneas c), d) e e) do nº 2 são comunicadas à Assembleia
Municipal no prazo de quinze dias, a contar da data da sua aprovação.
5. Quaisquer outras alterações ao orçamento do Município não previstas no nº 2 só
podem ser efectuadas através de orçamento rectificativo proposto pela Câmara Municipal
e aprovado pela Assembleia Municipal.
6. O orçamento rectificativo deve, no que respeita às modificações introduzidas, con-
ter a mesma estrutura de apresentação dos mapas e anexos informativos aprovados com o
orçamento inicial.
CAPÍTULO VI
Fiscalização e responsabilidades orçamental
Secção I
Artigo 47º
(Fiscalização orçamental)
1. A fiscalização administrativa e financeira da execução orçamental compete, além da
própria Câmara Municipal, à Assembleia Municipal e aos órgãos de inspecção e de contro-
lo administrativo do Estado com competências na matéria, estabelecidas por lei, devendo
ser efectuada nos termos de legislação aplicável.
2. A Câmara Municipal deve estabelecer e executar dispositivos permanentes de acom-
panhamento, avaliação e fiscalização orçamental e financeira pelo menos trimestralmente.
3. Para efeitos do disposto no número anterior, poderá a Câmara Municipal recorrer a
serviços externos especializados através de contrato.
4. A Assembleia Municipal poderá deliberar o estabelecimento de dispositivos, pontu-
ais e permanentes de fiscalização, que permitam o exercício adequado da sua competência,
devendo a Câmara Municipal facultar os meios e informações necessários aos objectivos a
atingir, de acordo com o que for definido pela Assembleia Municipal.
5. A Assembleia Municipal e a Câmara Municipal deverão estabelecer dispositivos
pontuais ou permanentes de acompanhamento das actividades dos serviços municipais au-
tónomos.

110
Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

6. A fiscalização jurisdicional da execução orçamental compete ao Tribunal de Contas


e é efectuada nos termos de legislação aplicável.
Artigo 48º
(Tutela inspectiva)
1. A tutela inspectiva do Governo sobre os Municípios, em tudo o que se refere à ges-
tão patrimonial e financeira, tem por objecto a verificação do cumprimento da lei no que se
refere às seguintes matérias:
a) Plano de actividades;
b) Orçamento e sua execução;
c) Contabilidade;
d) Criação, liquidação e cobrança de receitas;
e) Endividamento;
f) Gestão patrimonial;
g) Obrigações fiscais.
2. O Governo exercerá a tutela referida no número anterior através da Inspecção – Ge-
ral das Finanças e em articulação com os serviços competentes do departamento governa-
mental que tutela os Municípios.
3. A inspecção a que se refere o número precedente será realizada ordinariamente uma
vez por ano e extraordinariamente sempre que se justificar.
Secção II
Artigo 49º
(Responsabilidade dos titulares dos órgãos municipais
pela execução orçamental)
Os titulares dos órgãos municipais a quem, por dever do seu cargo, incumba dar cum-
primento às normas de execução orçamental e coincidentemente, dolosamente ou por ne-
gligência grosseira, as violem, designadamente contraindo encargos não permitidos por lei,
autorizando pagamentos sem visto do Tribunal de Contas legalmente exigido, autorizando
ou promovendo operações de tesouraria ou alterações orçamentais proibidas por lei ou
violando reiteradamente o dever de informar relativamente ao orçamento e plano de acti-
vidades, balancetes trimestrais, conta de gerência, relatório de actividades e relatório sobre
o estado da administração municipal, incorrem em ilegalidade grave para efeitos de perda
de mandato e podem ser responsabilizados civilmente pelos prejuízos sofridos pelo muni-
cípio, constituídos na obrigação de repor dinheiros públicos ou condenados por crime de
responsabilidade, nos termos da lei.

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Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

Artigo 50º
(Responsabilidade dos funcionários e agentes municipais
pela execução orçamental)
Os funcionários e agentes municipais são responsáveis financeira, civil, criminal e dis-
ciplinarmente pelas suas acções e omissões de que resulte violação das normas de execução
orçamental nos termos do artigo 239º da Constituição e da legislação aplicável.
Artigo 51º
(Utilizações indevidas das dotações)
1. A utilização indevida das dotações, por parte dos titulares dos órgãos municipais,
quando não possa ser revelada em virtude das circunstâncias especiais em que tenha ocor-
rido, é punida com coima até 100.000$00 (cem mil escudos) graduada segundo a gravidade
da falta, podendo os responsáveis ser obrigados a restituição das importâncias indevida-
mente despendidas.
2. Os titulares referidos no número anterior são apenas responsáveis pela utilização in-
devida das dotações se tiverem excedido os limites das suas funções ou se, no desempenho
destas, tiverem procedido com dolo ou negligência grosseira.
3. A violação do disposto no nº 1 do artigo 44º não poderá ser relevada, salvo em cir-
cunstâncias excepcionais, que deverão ser invocadas pelos responsáveis e constar detalha-
damente do acórdão do Tribunal de Contas.
4. A efectivação das responsabilidades a que se refere o n.º 1 do presente artigo com-
pete ao Tribunal de Contas.
Artigo 52.º
(Reintegração coerciva)
O Ministério Público promoverá, pelas vias judiciais próprias, oficiosamente ou a pe-
dido do Município interessado ou do Tribunal de Contas, as necessárias diligências para fa-
zer entrar no cofre do Município as quantias pelas quais os titulares dos órgãos municipais
e seus funcionários ou agentes tenham sido julgados responsáveis.
Secção III
Artigo 53º
(Resultado da execução orçamental)
1. O resultado da execução orçamental consta de balancetes trimestrais e da conta de
gerência.
2. Se no decorrer do ano financeiro se verificar a substituição total da Câmara Mu-
nicipal, deverão ser organizadas separadamente contas de gerência relativas ao período
decorrido até a sua substituição sem prejuízo anual, e devendo o encerramento das contas
reportar-se nesta hipótese, à data em que se processa a substituição.

112
Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

3. O Presidente da Câmara Municipal deve enviar regularmente à Assembleia Muni-


cipal os balancetes trimestrais relativos à execução orçamental elaborados pelos serviços
competentes.
Artigo 54º
(Âmbito da conta de gerência)
A conta de gerência abrange as contas de todos os serviços municipais que não tenham
natureza, forma e designação de empresa municipal.
Artigo 55º
(Princípios fundamentais)
1. A conta de gerência deve ter uma estrutura idêntica à do orçamento municipal,
sendo elaborado pela Câmara Municipal com clareza, exactidão e simplicidade, de modo a
possibilitar a sua análise económica e financeira.
2. A conta de gerência deve ser apresentada também sob forma consolidada.
Artigo 56º
(Estrutura da conta de gerência)
A conta de gerência compreende:
a) O relatório do Presidente da Câmara Municipal sobre os resultados da execu-
ção orçamental;
b) Os mapas referentes à execução orçamental das receitas e despesas;
c) Os mapas relativos à situação de tesouraria;
d) Os mapas relativos à situação patrimonial;
e) A aplicação do produto de empréstimos;
f) A situação da dívida pública municipal;
g) Os mapas de origem e de aplicação de fundos originais das receitas consigna-
das por lei e o destino dado a eventuais saldos;
h) Os mapas de contabilização dos subsídios e comparticipações recebidos do
Estado para os fins previstos no artigo 15º da presente lei e as respectivas
aplicações de fundos.
Artigo 57º
(Anexos informativos)
A Câmara Municipal deve remeter à Assembleia Municipal, com o relatório e os ma-
pas a que se refere o artigo anterior, todos os elementos necessários à justificação da conta
apresentada.

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Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

Artigo 58º
(Elaboração, apresentação, apreciação e aprovação)
1. A conta de gerência é elaborada pelo competente serviço municipal sob a responsa-
bilidade do Presidente da Câmara, que a submeterá a Câmara Municipal para aprovação até
o dia 1 de Março do ano seguinte a que respeitar.
2. A Câmara Municipal aprovará e apresentará a conta de gerência até final do mês de
Março do ano seguinte àquele a se respeitar.
3. A Assembleia Municipal apreciará a conta de gerência na secção ordinária de
Abril.
4. A conta de gerência será submetida, independentemente da sua apreciação pela As-
sembleia Municipal, a julgamento do Tribunal de Contas até ao final de Junho do ano se-
guinte àquele a que respeitarem.
5. No caso previsto no nº 2 ao artigo 53º, a respectiva conta de gerência será enviada
ao Tribunal de Contas conjuntamente com a conta de gerência anual.
Artigo 59º
(Julgamento das contas)
O Tribunal de Contas julgará a conta de gerência dentro do prazo estipulado na lei e
remetê-la-á, com o seu acórdão, à Assembleia Municipal, bem como uma cópia ao depar-
tamento governamental que tutela os municípios.
CAPÍTULO VII
Operações de tesouraria
Artigo 60º
(Operações de tesouraria)
1. São operações de tesouraria os movimentos excepcionais de fundos efectuados nos
cofres de tesouraria municipal que não se encontrem sujeitos a disciplina do orçamento
municipal, bem como as restantes operações escriturais com eles relacionados.
2. As operações de tesouraria são passivas e activas, correspondendo as activas à en-
trada de fundos nos cofres da tesouraria municipal e as passivas à saída de fundos daquele
cofre.
Artigo 61º
(Finalidades)
As operações de tesouraria têm por finalidades:
a) Antecipar receitas orçamentais cuja cobrança está prevista para o ano econó-
mico;

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Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

b) Colocar junto de instituições, designadamente do sistema bancário ou afins,


eventuais disponibilidade de tesouraria;
c) Assegurar a gestão de fundos a cargo da tesouraria municipal.
Artigo 62º
(Proibição)
É proibido realizar despesas orçamentais por operações de tesouraria.
Artigo 63º
(Regularização orçamental)
1. As operações de tesouraria referidas na alínea a) do artigo 61º deverão ser regulari-
zadas no ano económico em que tiverem lugar, por via orçamental.
2. A regularização, no caso de operações activas, far-se-á por conta das dotações or-
çamentais.
3. Exceptuam-se do disposto no nº 1 do presente artigo:
a) O produto de empréstimo que não tenha sido utilizado para cobertura das ne-
cessidades de financiamento decorrentes da execução orçamental;
b) Outras situações devidamente justificadas que tenham consagração na lei.
4. Os saldos das contas de operações de tesouraria referidos nas alíneas b) e c) do
artigo 61º podem transitar para os anos seguintes, não devendo ser ultrapassados, caso
houver saldos activos, o limite a fixar anualmente na deliberação que aprovar o orçamento
pela Assembleia Municipal.
Artigo 64º
(Competência)
Compete exclusivamente ao Presidente da Câmara Municipal autorizar e ordenar a
realização de operações de tesouraria nos termos do artigo 61º.
Artigo 65º
(Fiscalização)
As operações de tesouraria estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas, dos
órgãos de inspecção e de controlo administrativo do Estado.
CAPÍTULO XIII
Relações entre a Administração Central e os Municípios
Artigo 66º
(Transmissão mútua de informações)
1. A transmissão de informações entre a Administração Central e os Municípios e vice-
versa, nas áreas de finanças e conexas, deve fazer-se utilizando a rede informática do Esta-
do, salvo não havendo conexão entre as partes através dessa rede.

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Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

2. Para efeitos do disposto na primeira parte do número anterior, o Governo instalará


em todos os Municípios os equipamentos e software necessários e prestar-lhes-á assistência
técnica adequada à sua manutenção e operacionalização.
Artigo 67º
(Acompanhamento das finanças locais)
Para efeitos de uma adequada definição das políticas globais da natureza económica e
financeira, compete aos departamentos governamentais responsáveis pela tutela dos Mu-
nicípios e pelas Finanças acompanhar a evolução da situação económica e financeira dos
Municípios, em termos a definir por lei.
Artigo 68º
(Informações de natureza estatística,
orçamental e financeira)
1. Para efeitos do disposto no artigo 67º, o Presidente da Câmara Municipal tem o
dever de informar ao membro do Governo responsável pela área das Finanças, bem como
ao membro do Governo que exerce a tutela sobre as Autarquias Locais, sobre o orçamento
e o plano de actividades, balancetes trimestrais, conta de gerência, relatório de actividades
e relatório sobre o estado da administração municipal, nos termos e prazos do Decreto Re-
gulamentar nº 7/98, de 7 de Dezembro.
2. Para o mesmo efeito, deve o Presidente da Câmara Municipal remeter:
a) Ao serviço central das contribuições e impostos, os mapas de contabilização
das receitas fiscais liquidadas e cobradas pelo município em sede de IUP, até
ao dia 10 do mês seguinte ao da liquidação e cobrança, de conformidade com
modelo a indicar pelo referido serviço central;
b) Ao Instituto Nacional de Estatística, a conta de gerência e os respectivos ma-
pas e anexos informativos previstos nos artigos 56º e 57º da presente lei, até
31 de Maio do ano seguinte àquele a que a conta respeita, independentemente
da sua aprovação pela Assembleia Municipal.
Artigo 69º
(Isenções)
1. O Estado e qualquer dos seus serviços e fundos autónomos, ainda que personaliza-
dos, estão isentos do pagamento de todos os impostos, taxas e encargos devidos aos Mu-
nicípios, nos termos da presente lei, com excepção do Imposto Único sobre o Património
incidente em imóveis do domínio privado do Estado não afectos a actividades de interesse
público e das tarifas e preços referidos no artigo 14º.
2. O Município e qualquer dos seus serviços e fundos autónomos, ainda que persona-
lizados, estão isentos de quaisquer impostos, taxas e encargos devidos ao Estado, excepto
quando exerçam actividades de natureza empresarial, designadamente comercial, indus-
trial, agrícola, piscatória ou de prestação de serviços.

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Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

Artigo 70º
(Dívidas dos Municípios)
Quando o Município tenha, para com o Estado, dívida certa e líquida, pode o respec-
tivo montante de capital e de juros moratórios ser deduzido nas transferências financeiras
não consignadas, que o Município tenha de receber do Estado, até ao limite de 15% do
montante global da transferência devida.
CAPÍTULO IX
Regime financeiro dos serviços
Artigo 71º
(Concessão de Autonomia Financeira)
1. Por deliberação da Assembleia Municipal poderá ser atribuída aos serviços munici-
pais autonomia financeira para actos de gestão corrente.
2. Os serviços dotados de autonomia financeira possuem orçamento e contabilidade
privativos, com afectação de receitas próprias às despesas próprias, quer os respectivos
movimentos se façam pelos seus cofres, quer se façam transitando pelos cofres municipais,
competindo aos seus dirigentes autorizar a realização de despesas e o seu pagamento, po-
dendo, nesse âmbito, realizar actos definitivos e executórios.
3. A competência da Câmara Municipal ou a do Presidente da Câmara Municipal inclui
sempre os necessários poderes de direcção, supervisão e inspecção, bem como a prática dos
actos que excedam a gestão corrente.
4. Para efeito deste diploma, actos de gestão corrente são todos aqueles que integra
a actividade que os serviços desenvolvem para a prossecução das suas atribuições, com
excepção dos que envolvam opções fundamentais de enquadramento da actividade dos ser-
viços e designadamente, que se traduzem na aprovação dos planos de actividade e respec-
tivos relatórios de execução ou na autorização para a realização de despesas cujo montante
ou natureza ultrapassem a normal execução dos planos aprovados.
Artigo 72º
(Conservação de autonomia financeira)
1. A autonomia financeira dos serviços municipais só poderá ser conservada se as suas
receitas próprias atingirem um mínimo de dois terços das suas despesas totais.
2. Para efeitos do número anterior, não são considerados como receitas próprias as
resultantes de transferências correntes e de capital do orçamento do município ou do orça-
mento do Estado ou de quaisquer pessoas colectivas públicas.
Artigo 73º
(Cessação de autonomia financeira)
1. A não verificação dos requisitos previstos no nº 1 do artigo anterior durante dois
anos consecutivos determinará a cessação do respectivo regime financeiro e a aplicação do
regime geral da autonomia administrativa.

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Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

2. A constatação da situação prevista no número anterior será feita com base no exer-
cício dos anos anteriores e a cessação do regime de autonomia administrativa e financeira
será efectivada mediante deliberação da Assembleia Municipal, produzindo os seus efeitos
a partir do início do ano económico seguinte ao da publicação.
Artigo 74º
(Controlo de gestão orçamental dos serviços dotados
de autonomia financeira)
1. Sobre os serviços municipais dotados de autonomia financeira, será efectuado um
controlo sistemático sucessivo da gestão orçamental, o qual incluirá a fiscalização da con-
formidade legal e regularidade financeira das despesas efectuadas, abrangendo ainda a aná-
lise da sua eficiência e eficácia.
2. O controlo referido no número anterior será feito com base nos mapas justificativos
e na documentação de despesas remetidos e poderá envolver uma verificação directa da
contabilidade dos próprios serviços.
3. Será ainda assegurado o julgamento das contas pelo Tribunal de Contas.
CAPÍTULO X
Contabilidade Municipal
Artigo 75º
(Contabilidade municipal)
1. A contabilidade municipal baseia-se no Plano Nacional de Contabilidade Pública e
rege-se pelos princípios e regras da contabilidade pública definidos por lei.
2. Tendo em conta a necessidade de assegurar a plena harmonização das regras e pro-
cedimentos contabilísticos, bem como a integração orçamental do Sector Público Adminis-
trativo, as Câmaras Municipais tomam as medidas necessárias para que a adaptação dos
planos de contas municipais e as regras e procedimentos contabilísticos se conformem ao
disposto no número anterior.
3. Para o efeito, o Governo e a Associação Nacional dos Municípios Cabo-Verdianos
criam uma equipa de acompanhamento, com a finalidade de implementar todas as fases
necessárias ao processo de adaptação da contabilidade municipal às exigências do Plano
Nacional de Contabilidade Pública.
4. Cabe ao Governo realizar os investimentos necessários em equipamentos e sistemas
informáticos necessários à integração dos Municípios na rede informática do Estado, bem
como assegurar a formação de pessoal dos municípios nas aplicações informáticas de ges-
tão contabilística e orçamental, por forma a assegurar que a transição para o sistema con-
tabilístico da Administração Pública se faça, nos Municípios, directamente por processos
informáticos.

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Lei nº 79/VI/2005, de 5 de Setembro

5. Por decreto-lei podem ser feitos ajustamentos ao Plano Nacional de Contabilidade


Pública tendo em vista a sua melhor adaptação ao normal funcionamento dos Municípios
e à eficiência do controlo da execução orçamental. Poderá, também, ser estabelecido um
sistema simplificado de contabilidade para os Municípios com movimento de receita anual
inferior ao montante nele fixado.
CAPÍTULO XI
Disposições transitórias e finais
Artigo 76º
Revogações
São revogados a lei nº76/V/98, de 7 de Dezembro, e todas as disposições que contra-
riem a presente lei.
Artigo 77º
Disposições transitórias
As alíneas b), o), p), q), s), t), u), w), v), y) e z) do nº1 do artigo 6º e os artigos 10º, 11º,
12º e 13º produzem os seus efeitos a partir de 1 de Janeiro de 2006.
Artigo 78º
Entrada em vigor
A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.
Aprovada em 27 de Julho de 2005.
O Presidente da Assembleia Nacional, Aristides Raimundo Lima
Promulgada em 18 de Agosto de 2005.
Publique-se.
O Presidente da República, PEDRO VERONA RODRIGUES PIRES
Assinada em 19 de Agosto de 2005.
O Presidente da Assembleia Nacional, Aristides Raimundo Lima.

119
Decreto-Lei nº 22/99, de 26 de Abril

UTILIZAÇÃO NOS MUNICÍPIOS DE MEIOS INFORMÁTICOS


NA CONTABILIDADE PÚBLICA
Decreto-Lei nº 22/99
de 26 de Abril
Convindo definir um quadro que permita o uso de meios informáticos na contabilidade
municipal.
No uso da faculdade conferida pela alínea a), do nº 1, do artigo 216º da Constituição,
o Governo decreta o seguinte:
Artigo 1º
(Utilização de meios informáticos na contabilidade)
1. É permitido aos Municípios, em alternativa aos livros de contabilidade previstos na
Secção I do Capítulo II do Decreto-Lei nº 47/80, de 26 de Junho, utilizar registos informá-
ticos na organização da contabilidade municipal.
2. Os dados informatizados devem constar obrigatoriamente de fichas cujos elementos
serão utilizados no final de cada exercício.
3. Os modelos das fichas a que se refere o número anterior serão estabelecidos por
Portaria do Ministro das Finanças.
Artigo 2º
(Código de acesso)
1. Os municípios que utilizarem meios informáticos na organização da contabilidade
ficam obrigados a definir um código de acesso aos registos.
2. O código, previsto no número anterior, é de utilização restrita, competindo ao Presi-
dente da Câmara Municipal, por despacho, fixar a lista dos utilizadores.
Artigo 3º
(Entrada em vigor)
O presidente diploma entra imediatamente em vigor.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros.
Carlos Veiga – Rui Figueiredo Soares.
Promulgado em 9 de Abril de 1999.
Publique-se.
O Presidente da República, ANTÓNIO MANUEL MASCARENHAS GOMES MON-
TEIRO.
Referendado em 13 de Abril de 1999.
O Primeiro Ministro, Carlos Veiga.

120
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro

APROVA O REGULAMENTO FINANCEIRO DAS MISSÕES


DIPLOMÁTICAS E DOS POSTOS CONSULARES.
Decreto-Lei nº 13/95
de 27 de Fevereiro
Convindo estabelecer e clarificar as normas que devem reger a gestão financeira e
patrimonial das missões diplomáticas e dos postos consulares da República de Cabo Verde,
suprindo finalmente, nesse domínio, lacuna grave que tem estado na origem de inúmeras
irregularidades e anomalias;
No uso da faculdade conferida pela alínea a) do artigo 216º da Constituição, o Governo
decreta o seguinte:
Artigo 1º
É aprovado o Regulamento Financeiro da Missões Diplomáticas e dos Postos
Consulares, anexo ao presente diploma, do qual faz parte integrante.
Artigo 2º
Este diploma entra imediatamente em vigor.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros.
Carlos veiga – Manuel Chantre – Úlpio Mapoleão Fernandes – Mário Silva.
Promulgado em 22 de Fevereiro de 1995.
Publique-se.
O Presedente da República, ANTÓNIO MANUEL MASCARENHAS GOMES
MONTEIRO.
Referendado em 22 d2 Fevereiro de 1995.
O Primeiro Ministro, Carlos Veiga.

121
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro

REGULAMENTO FINANCEIRO DAS MISSÕES DIPLOMÁTICAS


E POSTOS CONSULARES
CAPÍTULO I
Disposições gerais
Artigo 1º
Âmbito
O presente diploma aplica-se às diplomáticas e aos postos consulares da República de
Cabo Verde, admite designados por representação, à excepção dos consulados honorários.
Artigo 2º
Orçamento próprio
Cada representação terá orçamento próprio, especificado no quadro do orçamento do
Ministério dos Negócios Estrangeiros.
CAPÍTULO II
Aprovação do orçamento
Artigo 3º
Proposta
1. Cada representação deve apresentar à Direcção-Geral de Administração do Ministério
dos Negócios Estrangeiros, até 30 de Junho de cada ano, a respectiva proposta orçamental
para o ano económico seguinte, devidamente especificada por rúbricas, na forma prescrita
nas leis e regulamentos em vigor.
2. Na proposta orçamental, para além das dispesas, deverão estar previstas as receitas
do Orçamento do Estado habitualmente arrecadadas, designadamente, as consulares e,
igualmente, as remessas de fundos para ou da representação que se revelarem indispensáveis
ao equilíbrio orçamental da representação.
3. Transcorrido o prazo referido no número 1, competirá à Direcção-Geral de
Administração do Ministério dos Negócios Estrangeiros apresentar ao Ministro dos
Negócios Estrangeiros as propostas de orçamentos para as representações em falta.
Artigo 4º
Aprovação
1. Nos quinze dias subsequentes à aprovação do Orçamento do Estado, a Direcção-
Geral de Administração do Ministério dos Negócios Estrangeiros, independentemente de
posterior publicação, comunicará a cada representação a versão definitiva do respectivo
orçamento, com as rúbricas devidamente especificadas.
2. O orçamento de cada representção, especificado nos termos do número anterior,
deverá ser publicado em separatas de desenvolvimento do Orçamento do Estado, emitidos
pelo departamento do Governo responsável pela área das Finanças.
3. Enquanto não for recebida a comunicação referida no número 1, as despesas, que
tiveram de ser realizadas, deverão conformar-se ao orçamento de funcionamento do ano
anterior, com eventuais alterações que nele tenham sido introduzidas.

122
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro

CAPÍTULOS III
Execução e alterações do orçamento
Artigo 5º
Remessas de fundos
1. As remessas á representação dos fundos de gestão e para o pagamento do pessoal,
constantes do respectivo orçamento, são efectudas directamente pelo Tesouro, em
fracções trimestrais e mediante requisições de fundos, feitos pelo Ministário dos Negócios
Estrangeiros, através da Direcção-Geral de Administração.
2. As remessas de fundos são efectudas por operação bancária ou, quando isso for
menos viável, por meio de cheque nominativo.
Artigo 6º
Recebimentos
1. Os recibos são passdos em triplicado, devendo o original ser entrgue ao interessado,
o duplicado remetido aos serviços de contabilidade e o triplicado conservado na caderneta
de recibos, cujas folhas deverão ser pré-numeradas, picotadas e trazer a chancela do
responsável administrativo e financeiro.
2. Todo o impresso, cujo uso esteja associado a recebimentos, deve ser tipograficamente
pré-numerado e trazer a menção: “inválido sem o número de recebimento”.
3. Os exemplares destacáveis dos impressos de cobrança, pré-numerados, que forem
inutilizados, serão remetidos aos serviços de contabilidade, em apenso ao primeiro
documento contabilístico que sair do mesmo emitente.
Artigo 7º
Autorização de despesas
1. Nenhuma despesa por conta e ordem da representação poderá ser autorizada, sem
que se encontre discriminada e cabimentada no respectivo orçamento de funcionamento,
devidamente aprovado.
2. Antes da autorização de qualquer despesa, a representação deve proceder, através
dos mecanismos previstos na lei, ao controlo prévio da respectiva cabimentação e das
disponibilidades em tesouraria.
3. A realização de qualquer despesa carece de autorização prévia do chefe da representação,
salvo delegação de competências, nos limites estabelecidos na lei e definidos pelo Ministro dos
Negócios Estrangeiros, e sem prejuízo do disposto no nº 6 do artigo 44º.
Artigo 8º
Pagamentos
1. Toda a despesa deve ser paga por transferência bancária ou cheque nominativo,
salvo disposição legal expressa em contrário.
2. A ordem de transferência bancária ou o cheque nominativo conterá, obrigatoriamente,
duas assinaturas, sendo uma do chefe da representação e outra do responsável por serviços
de contabilidade ou, nas suas ausências e impedimentos, dos respectivos substitutos.

123
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro

3. Da ordem de transferência bancária ou de cheque nominativo conservar-se-à cópia


no processo da despesa.
Artigo 9º
Fim do exercício orçamental
O exercício orçamental termina a 31 de Dezembro, devendo o encerramento das
contas, os pagamentos e recebimentos referentes a cada exercício serem efectudos até 31
de Janeiro do ano seguinte, salvo em casos de pedido de reforço de cuja decisão esteja
dependente da remessa de fundos.
Artigo 10º
Alterações orçamentais
1. As alterações do orçamento da representação, que impliquem aumento da despesa
total do Orçamento do Estado ou transferência de verbas do ou para o Ministério dos
Negócios Estrangeiros, serão aprovadas nos termos das leis de aprovação do Orçamento
do Estado.
2. As alterações, que impliquem aumento ou diminuição global do orçamento de
funcionamento da representação, com transferência de verbas de ou para outra sub-unidade
orgânica do Ministério dos Negócios estrangeiros, mas que não afectem os orçamentos de
outros serviços do Estado, são aprovadas nos termos da legislação que põe em execução o
Orçamento do Estado.
3. As alterações que não se enquadrem nos nºs 1 e 2 e que impliquem aumento de
qualquer das verbas que, na tabela de classificação económica das despesas em vigor, se
encontram sistematizadas sob os códigos de 01.00 a 18.00, são aprovadas por despacho
do Ministro dos Negócios Estrangeiros, com conhecimento do membro do Governo
responsável pela área das Finanças nos termos da lei, quando o valor das alterações no
exercício exceda 5% do volume global do Orçamento de Funcionamento.
4. As alterações de menor importância, e que não se enquadrem nos números anteriores,
poderão ser aprovadas pelo chefe da representação, devendo, no prazo de sete dias, a contar
da data da aprovação, ser remetida, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, cópia
do respectivo despacho à Direcção-Geral do Orçamento, do Ministério das Finanças.
CAPÍTULO IV
Receitas do orçamento do Estado
Artigo 11º
Receitas consulares
1. Pela prática dos actos consulares são devidos os emolumentos fixados por lei.
2. A totalidade dos emolumentos consulares, incluindo o preço dos impressos e a
eventual compensação do pessoal, constituiu receita corrente do Orçamento do Estado, e
deve, como tal, ser prevista no orçamento da representação.
3. As despesas cobertas pelas receitas arrecadadas, a título de compensação do pessoal
e de aquisição de impressos, devem ser enquadradas no orçamento de funcionamento, nos
termos da legislação em vigor.

124
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro

Artigo 12º
Outras receitas do orçamento do Estado
Devem ser previstas no orçamento da representação outras receitas eventuais, que
constituam receitas do Orçamento do estado, tais como:
a) Saldo da gerência anterior;
b) Retenções do imposto do selo sobre quitações, referentes a pagamentos
diversos, efectuados a funcionários do Estado de Cabo Verde;
c) Juros de depósitos;
d) Compensações por serviços de intermediação;
e) Desembolsos de empréstimos obtidos, nos termos deste regulamento;
f) Reposições decorrentes de anulações parciais ou integrais de despesas de
funcionamento;
g) Reposições provenientes do reembolso de impostos e taxas de que a
representação se ache isenta.
Artigo 13º
Utilização das receitas do Orçamento do Estrado
1. As receitas do Orçamento do Estado serão utilizadas na cobertura das despesas
fixadas no orçamento de representação, devidamente aprovado.
2. Para efeitos do disposto no número anterior, as representações devem remeter à
Direcção-Geral de Administração, do Ministério dos Negócios Estrangeiros, nos trinta dias
subsequentes ao fim do trimestre a que diz respeito, o mapa da totalidade das receitas do
Orçamento do Estado, arrecadadas no trimestre findo.
3. O montante da arrecadação, constante no mapa referido no número anterior deve
ser deduzido à primeira remessa que a Direcção-Geral de Administração, do Ministério
dos Negócios Estrangeiros, processar, após à recepção mapa, devendo ficar averbada essa
dedução na respectiva requisição.
4. Após à remessa referida no número anterior, a representação fica autorizada a
transferir do depósito das receitas do Orçamento do Estado para o depósito principal a
quantia deduzida.
5. O disposto no artigo 135º do Decreto-Lei nº 67/89 de 14 de Setembro aplicar-se-á
apenas às receitas do Orçamento do Estado, que não puderem ser absolvidas nos termos
do número 3 deste artigo, ou tiverem utilização diferente, prevista na lei de aprovação do
Orçamento do Estado ou, ainda, autorizada por despacho conjunto dos responsáveis do
governo das áreas dos negócios estrangeiros e das finanças, para ocorrer a solicitações
de carácter socio-económico, provindas das comunidades cabo-verdianas e reconhecidas
como dignas de atendimento pelo Governo.
6. A utilização das receitas do Orçamento do Estado, diferentemente do estipulado
no presente regulamento, é passível de procedimento disciplinar, sem prejuízo de outras
medidas previstas na lei.

125
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro

Artigo 14º
Restituição
Para efeitos de restituição de emolumentos consulares, cobrados indevidamente, o
lesado poderá reclamar, dentro dos três meses subsequentes à cobrança, em carta dirigida
ao chefe da representação, com recurso para o Ministro dos Negócios Estrangeiros.
CAPÍTULO V
Despesas de representação
Artigo 15º
Finalidade
1. A verba de representação destina-se a suportar os gastos decorrentes da actividade
diplomática e visa garantir a observância de relações sócio-profissionais e de cortesia
que, em razão das suas funções, a representação, os diplomatas em serviço na mesma e,
especialmente, o respectivo chefe são obrigados a manter.
2. A verba de representação destina-se, ainda, no quadro das disponibilidades, a
suportar, integral ou parcialmente, eventuais gastos com entidades nacionais, de visita à ou
em trânsito, pela área de jurisdição da representação, em actos de cortesia ou de interesse
nacional.
3. A verba de representação não pode, em caso algum, suportar outros encargos que,
pela sua natureza, não preencham os requisitos e objectivos constantes dos números
anteriores.
Artigo 16º
Especificação
1. São consideradas despesas de representação as incorridas em:
a) Recepções, almoços, juntares e outros actos similares, de convívio social
e cortesia, realizados pela representação, em atenção a entidades do país
de acreditação ou de organizações internacionais e regionais, ao corpo
diplomático, a operadores económicos e culturais ou, ainda, a entidades do
Estado ou de outras instituições cabo-verdianas, que se desloquem ao país ou
área de acreditação da representação;
b) Recepções, almoços, jantares e outros actos similares, de convívio social, para
os quais o chefe da representação ou os diplomatas em serviço na representação
convidem outros diplomatas ou entidades com as quais desenvolvam relações
de trabalho ou de amizade profissional, com interesse para o Estado de Cabo
Verde;
c) Aquisições de publicações, colecções e objectos de arte ou artesanato e outros
destinados a ofertas a entidades ou individualidades dos países de acreditação
ou de estados terceiros, em virtude da praxis diplomática e dentro dos limites
estabelecidos na lei e nos regulamentos;

126
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro

d) Aquisições de bebidas ou quaisquer outros produtos e serviços para as


residências oficiais ou, eventualmente, de outros diplomatas, quando e na
medida em que os mesmos sejam necessários à realização de relações públicas
e da praxe diplomática, referidos neste artigo;
e) Gratificações informais por serviços prestados.
2. Os encargos com aquecimento e electricidade serão contabilizados e tratados, para
todos os efeitos, como gastos com as instalações.
Artigo 17º
Indumentária
São, igualmente, consideradas despesas de representação as incorridas no aluguer
ou na compra de indumentária completa de cerimónia, exigida para determinados actos
oficiais, em que participem o chefe da representação ou outros diplomatas, por motivo de
serviço, ou outras despesas exigidas pelo exercício das suas funções, e dentro dos limites
estabelecidos por despacho conjunto dos membros do governo, responsáveis pelas áreas
dos negócios estrangeiros e das finanças.
Artigo 18º
Cônjuges dos diplomatas
1. Quando as regras protocolares e de cortesia diplomática assim o imponham, os
cônjuges dos diplomatas em serviço na representação, especialmente, o do chefe da
representação, poderão beneficiar, em nome deste e por causa da ligação com o serviço
deste, de indumentária de cerimónia, nos termos referidos no artigo anterior.
2. Serão, igualmente, regulamentados, por despacho conjunto dos membros do
governo responsáveis pelas áreas dos negócios estrangeiros e das finanças, as formas e
os limites em que o tesouro público poderá subsidiar as deslocações do cônjuge do chefe
da representação ou dos outros diplomatas, quando aqueles, excepcionalmente, devam,
efectivamente, acompanhar estes, em missão de serviço fora da cidade ou do país de
localização da representação.
Artigo 19º
Critérios de gestão
Na gestão da verba de representação, o chefe da representação diplomática ou consular
deverá ter em devida conta os princípios da razoabilidade e da estrita necessidade, bem
como as categorias dos diplomatas, a natureza as circunstâncias concretas do trabalho de
cada um deles e as possibilidades da representação e do Estado de Cabo Verde
Artigo 20º
Quantificação
1. Em anexo à proposta orçamental, deve a representação apresentar o desenvolvimento
das despesas, especificando-as e fundamentando-as, nos termos dos artigos anteriores.

127
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro

2. Dos documentos de desenvolvimento do orçamento, aprovado para cada


representação, fará parte um anexo idêntico ao referido no número anterior, o qual não
poderá ser alterado sem autorização prévia dos serviços centrais, nos termos da lei de
execução do Orçamento do Estado.
Artigo 21º
Justificativos
1. Sempre que um acto de representação acarretar despesas parcelares, far-se-à, para
fins de lançamento, o arrolamento dos justificativos.
2. No justificativo ou arrolamento das despesas de representação deve constar o
necessário enquadramento do acto, apontando, nomeadamente, o promotor, as circunstâncias
e eventuais benefíciários, salvaguardando eventuais conveniências de carácter diplomático
ou protocolar.
3. Com relação à despesa referida na alínea f) do artigo 16º o justificativo consistirá
numa declaração adequada prestada por quem efectuou a despesa, sem prejuízo do disposto
na ultima parte do número anterior.
CAPÍTULO VI
Outras despesas com regime especial
Artigo 22º
Recheio da residência oficial
O chefe da representação tem direito a habitar, gratuitamente e por conta do Estado
de Cabo Verde, residência oficial, guarnecida com mobiliário condigno e adaptado
às circunstâncias locais, com base em despacho conjunto dos membros do governo,
responsáveis pelas áreas dos negócios estrangeiros e das finanças.
Artigo 23º
Bens de consumo
É proibida a aquisição, para as residências oficiais, às expensas do Estado, de bens de
consumo, nomeadamente, alimentos, bebidas e produtos de higiene, excepto quando estes
se destinarem a actos de representação, devidamente identificados e individualizados, nos
termos do presente regulamento.
Artigo 24º
Pessoal doméstico
As condições de recrutamento de pessoal doméstico para servir nas residências
oficiais serão definidas por despacho do membro do governo responsável pela área dos
negócios estrangeiros, que terá em consideração, nomeadamente, a especificidade de cada
representação, a legislação e o mercado de trabalho do país de acreditação e a legislação
nacional em vigor nessa matéria.

128
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro

CAPÍTULO VII
Empréstimo
Artigo 25º
Princípios gerais
1. Mediante proposta, devidamente fundamentada, e parecer dos serviços competentes
dos departamentos dos negócios estrangeiros e das finanças, podem as representações
ser autorizadas, por despacho conjunto dos membros do governo responsáveis por esses
dois departamentos, a contrair empréstimos, avalisados ou não, para ocorrerem a certas
necessidades, reconhecidas superiormente como sendo da utilidade pública.
2. Excepcionalmente, e em virtude de atraso considerável na remessa dos fundos
trimestrais, poderão as representações, com dispensa de autorização prévia, contrair
empréstimos a curto prazo, não devendo, contudo, a soma mais os correspondentes juros
ultrapassar o montante das remessas de fundo em atraso.
3. A contracção de empréstimos nas circunstâncias referidas no número anterior
deverá ser, imediatamente, comunicada aos serviços centrais do Ministério dos Negócios
Estrangeiros e por este ao departamento do governo responsável pela área das finanças.
4. Os empréstimos, contraidos nos termos dos números 2 e 3 do presente artigo, deverão
ser pagos, imediatamente, após a recepção dos fundos em atraso.
Artigo 26º
Assistência consular e comunitária
1. Poderão ser concedidas, a título excepcional, pequenos empréstimos a nacionais de
Cabo Verde ou seus familiares, ao abrigo da proteção consular e de acções de solidariedade,
quando a natureza e as características das situações contempladas impliquem a realização
de despesas adicionadas, que não se inscrevam na actividade normal da representação.
2. Os empréstimo de carácter excepcional, concedidos nos termos do número anterior,
deverão ser reembolsados, antes do encerramento das contas anuais, sem prejuízo da
consideração de dificuldades extraordinárias, dignas de contemplação e devidamente
comprovadas.
3. Nos casos de manifesta debilidade económica da pessoa ou do grupo assistido
ou, ainda, de reconhecido interesse em apoiar projectos sócio-económicos de carácter
comunitário, as despesas decorrentes das acções de apoio e de solidariedade poderão ser
consideradas fundos perdidos.
4. Os fundos perdidos nos termos do número anterior poderão ser compensados
mediante transferência para a conta de gestão, do montante equivalente de receitas
consulares, autorizada por despacho conjunto dos membros do governo responsáveis pelas
áreas dos negócios estrangeiros e das finanças, sobre proposta do chefe da representação e
pareceres dos serviços competentes dos dois departamentos.
Artigo 27º
Contabilização
Da proposta orçamental deverão constar as rúbricas e as verbas, que possibilitem a
realização das operações referidas neste capítulo.

129
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro

CAPÍTULO VIII
Operações de tesouraria
Artigo 28º
Conceito
1. Consideram-se operações de tesouraria as transacções financeiras não relacionados
com a execução do orçamento ou com a prática de actos consulares, e nas quais a
representação intervenha como mero intermediário, tais como recebimentos, aquisições e
pagamentos por conta e ordem de entidades ou serviços públicos nacionais.
2. Para efeitos deste diploma, consideram-se, ainda, operações de tesouraria os
recebimentos e pagamentos, efectuados na sequência de instruções pontuais emanadas do
Governo, desde que, concomitantemente, não tenha sido determinada a sua inclusão no
orçamento de funcionamento da representação.
Artigo 29º
Serviços de intermediação
1. Qualquer serviço de intermeditação, solicitado por entidade ou serviço público
nacional e que não se enquadre nas funções próprias da representação ou não se encontre
coberto pelo orçamento de funcionamento, deve ser facturado, com base nas despesas
adicionais inerentes.
2. A representação não deve incorrer em qualquer despesa, no quadro da satisfação dos
serviços referidos no número anterior, sem que, previamente, tenha recebido do serviço
interessado a quantia, que possa cobrir não só os pagamentos a terceiros mas também os
serviços de intermeditação.
3. As receitas provenientes dos serviços referidos nos números anteriores constituem
receitas do Estado, cujas taxas e outras condições serão fixadas por portaria conjunta dos
membros do governo responsáveis pelas áreas dos negócios estrangeiros e das finanças,
ouvidos os serviços competentes dos respectivos departamentos.
CAPÍTULO IX
Responsabilidade pela gestão financeiro-patrimonial
Artigo 30º
Responsabilidades especiais
Sem prejuízo do dever geral de contribuir para a boa e correcta gestão dos serviços, que
impende sobre todos os funcionários e agentes afectos à representação, são especialmente
responsáveis pela gestão financeira e patrimonial da representação, por ordem de
hierarquia:
1º) O chefe da Representação;
2º) O responsável administrativo e financeiro;
3º) O responsável pelos serviços de contabilidade;
4º) O responsável pela tesouraria.

130
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro

Artigo 31º
Do chefe da representação
1. Nos termos do presente regulamento, e sem prejuízo do disposto na legislação em
vigor, o chefe da representação é solidariamente responsável com as outras entidades referidas
no artigo anterior, pela gestão financeiro-patrimonial da representação, competindo-lhe,
nomeadamente:
a) Superintender na boa execução do orçamento de funcionamento;
b) Zelar pela boa gestão dos meios financeiros postos à disposição da
representação.
c) Promover e zelar pela boa conservação do património, móvel e imóvel, posto
à disposição da chancelaria e da residência oficial.
2. Essas responsabilidades não excluem as que sejam específicas de outros servidores
públicos.
Artigo 32º
Do responsável administrativo e financeiro
1. Em cada representação haverá um responsável administrativo e financeiro, que
superintende, directamente, nas questões administrativas, financeiras e patrimoniais, sob a
autoridade e supervisão do chefe da representação e a orientação técnica da Direcção-Geral
de Administração e da Inspecção-Geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
2. Compete ao responsável administrativo e financeiro, nomeadamente, dar balanço à
tesouraria, admnistrar os bens inventariáveis do Estado afectos à representação, incluindo
os que se encontrem na residência oficial do chefe de representação e outros sob a respectiva
jurisdição; coordenar os processos de inventariação; e controlar o economato e a utilização
das cadernetas de recibos de cobrança.
3. O responsável administrativo e financeiro é escolhido de entre funcionários
do quadro do Ministério dos Negócios Estrangeiros, com categoria igual ou superior a
oficial principal ou equiparado, e é designado por despacho do Ministro dos Negócios
Estrangeiros, sob proposta fundamentada do chefe de representação, ouvida a Direcção-
Geral de Administração.
Artigo 33º
Do responsável dos serviços da contabilidade
1. O responsável dos serviços de contabilidade será escolhido de entre pessoal do
quadro ou fora do quadro e designado pelo chefe da representação, ouvida a Direcção-
Geral de Administração.
2. Compete-lhe apoiar a gestão financeiro-patrimonial da representação, assegurando,
nomeadamente:
a) A regularidade do processamento, a conferência e a verificação dos justificativos
das despesas e das receitas e de outros documentos de movimentação de
fundos, nomeadamente, os de caixa e bancários;

131
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro

b) A classificação e o registo tempestivo dos documentos nos livros ou fichas


dos serviços de contabilidede;
c) A guarda, o arquivamento e a conservação dos documentos e informações da
contabilidade da representação;
d) Preparar os instrumentos de prestação de contas;
e) Prestar informações escritas quanto à observância do disposto nos números 1
e 2 do artigo 7º;
f) Outras tarefas, que lhe forem cometidas por lei, regulamento e instruções
gerais do Ministro dos Negócios Estrangeiros ou do Director Geral da
Administração, e sejam inerentes ou compatíveis com as suas funções.
Artigo 34º
Do responsável da tesouraria
1. O responsável da tesouraria é designado pelo chefe da representação de entre o
pessoal administrativo afecto à mesma.
2. À tesouraria compete, nomeadamente, a guarda do numerário e valores selados;
a efetivação dos recebimentos e pagamentos devidamente autorizados e processados; a
emissão dos documentos correspondentes, a conservação e o arquivamento das cópias
regulamentares; a elaboração dos registos de caixa e de outras informações relativas à
movimentação e à situação das disponibilidades da representação.
Artigo 35º
Início e cessação de funções
Para efeitos de assunção de responsabilidades na gestão financeiro-patrimonial, o
início e a correlativa cessação de funções dos chefes da representação, dos responsáveis
administrativos e financeiros, dos responsáveis da contabilidade e dos tesoureiros contam-
se a partir da data da entrega recebimento, segundo termo da entrega, elaborado nos termos
dos artigos seguintes.
Artigo 36º
Termo de entrega
1. Sempre que houver mudança de chefe da representação ou de responsável
administrativo e financeiro, por iniciativa destes ou dos serviços centrais, deverá ser
elaborado rigoroso inventário e o competente termo de entrega, no qual se consignará a
entrega dos fundos primários, selos e documentos de contas e o acervo de bens, móveis e
imóveis, existentes na chancelaria e na residência oficial do chefe da representação.
2. O termo de entrega bem como o inventário, que lhe será anexo, serão assinados pelo
responsável cessante e pelo que inicia funções, assinalando-se neles as faltas e anomalias
constatadas, que não tenham qualquer documento a justificà-las.

132
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro

3. Os originais do termo de entrega e do inventário serão conservados no arquivo


da representação, devendo deles ser extraídas cópias, que serão distribuídos do seguinte
modo: uma para o responsável cessante, uma para o novo responsável empossante, uma
para a Inspecção Geral, do Ministério dos Negócios Estrangeiros; e duas que deverão ser
remetidas à Direcção-Geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros, que delas enviará
uma aos serviços competentes do departamento do governo responsável pela área das
finanças.
Artigo 37º
Substituição do responsável pelos serviços de contabilidade
Em caso de substituição definitiva do responsável pelos serviços da contabilidade,
do correspondente termo de entrega deverão constar a indicação e a descrição do estado
dos trabalhos, no momento da mudança, incluindo às eventuais anomalias detectadas e
dificuldades técnicas, bem como o levantamento do arquivo contabilístico.
Artigo 38º
Substituição do responsável da tesouraria
Em caso de substituição definitiva do tesoureiro, do termo de entrega constará a conta
de responsabilidade do funcionário que transmite, acompanhado do auto de contagem e
entrega do numerário, dos valores selados e documentos em cofre, extratos ou talões de
depósitos e reconciliações bancárias, com referência ao período compreendido entre o
início de funções pelo funcionário cessante e a data em que a substituição teve lugar.
Artigo 39º
Ausências e impedimentos
1. Em caso de ausência ou impedimento temporário do chefe da representação, do
responsável administrativo e financeiro ou do responsável pela contabilidade, por período
não superior a 45 dias, não é obrigatória a elaboração do termo da entrega.
2. Em caso de ausência ou impedimento temporário do responsável pela tesouraria,
proceder-se-à sempre de acordo com o disposto no artigo 38º.
Artigo 40º
Cessação de responsabilidades
Sem prejuízo do disposto na lei, nomeadamente, quanto à prescrição e à caducidade, a
cessação de responsabilidade pelos actos de gestão administrativa e financeira, praticados
por qualquer dos intervinientes referidos no artigo 30º, ocorre apenas quando o Tribunal
de Contas julgar as contas de gestão ou os termos de entrega e declarar quites os
responsáveis.
CAPÍTULO X
Tesouraria
Artigo 41º
Consideram-se tesouraria o conjunto de meios de pagamento em cofre e em depósito
afectos à representação e sob a directa administração desta.

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Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro

Artigo 42º
Cofre
1. A representação terá cofre, no qual não poderá conservar montante superior ao
subsídio de custa de vida atribuído ao chefe da representação.
2. O produto dos recebimentos efectuados em dinheiro, cheques e outros títulos
emitidos a favor da representação devem ser, obrigatória e integralmente, depositados na
respectiva conta bancária.
3. Nas representações em que o movimento assim o justifique, ao funcionário ou
agente, que desempenhar a função de responsável pela tesouraria, é atribuida uma quantia
mensal, a título de abono para falhas, nos termos da lei geral.
4. A quantia a que se refere o número anterior será fixada na moeda do país de acreditação,
por despacho do Ministro dos Negócios Estrangeiros, sob proposta fundamentada do chefe
da representação e parecer de Direcção-Geral de Administração.
5. Do despacho referido no número anterior, dar-se-à o devido conhecimento aos
serviços competentes do departamento do governo responsável pela área das finanças.
Artigo 43º
Contas de Tesouraria
1. O produto dos recebimentos ou levantamentos efectuados pelo responsável da
tesouraria, nos termos regulamentares, será guardado no cofre, devendo, porém, haver,
sempre que necessário, diferentes registos relativos ao dinheiro em cofre, com as seguintes
designações: “receitas do Estado”, “operações de tesouraria” e “fundo permanente”.
2. Cada representação abrirá, uma conta bancária, que se designará depósito principal,
e compreenderá as passagens de fundos e as transferências referidas, respectivamente, no
artigo 5º e no número 4 do artigo 13º, bem como as disponibilidades referentes às operações
de tesouraria.
3. Sempre que necessário, abrir-se-à uma segunda conta bancária, que se designará
“Depósito das receitas do Estado”, e que compreenderá as receitas consulares e outras
receitas do Orçamento do Estado.
4. Mediante proposta fundamentada do chefe da representação, o Director-Geral de
Administração do Ministério dos Negócios Estrangeiros poderá autorizar a abertura de
outras contas bancárias.
5. Na contabilidade haverá, sempre que necessário, três contas-correntes relativas ao
depósitos: a primeira, para disponibilidades do orçamento de funcionamento; a segunda,
para receitas do Orçamento do Estado; e a terceira, para disponibilidades de operações de
tesouraria.

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Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro

Artigo 44º
Fundo permanente
1. Em cada representação haverá um fundo permanente, para fazer face a pequenas
despesas, o qual será constituído a partir das disponibilidades da representação e cujo
montante não ultrapassará o valor do subsídio do custo de vida auferido pelo chefe da
representação.
2. O fundo permanente será gerido pelo responsável dos serviços de contabilidade e
será utilizado mediante requisições dos serviços à tesouraria.
3. Não havendo funcionários ou agentes em número suficiente, a gestão do fundo
será feita pelo responsável administrativo e financeiro ou, mesmo, pelo chefe da
representação.
4. A reconstituição do fundo far-se-à, à medida que forem sendo apresentados os
justificativos das despesas efectuadas, devendo a sua total reposição operar-se até 31 de
Dezembro do ano a que dizer respeito.
5. Os justificativos referidos no número anterior são classificados, para efeitos, segundo
a natureza das despesas.
6. Às despesas feitas com o fundo permanente não se aplica o disposto no nº 3 do
artigo 8º.
CAPÍTULO XI
Bens inventariáveis
Artigo 45º
Conceito de bens inventariáveis
Consideram-se bens inventariáveis os considerados como tais pela lei geral.
Artigo 46º
Inventário inicial
1. Com a entrada em funcionamento de uma nova representação deverá, sempre, ser
elaborado, nos termos do presente regulamento, inventário inicial, dentro dos noventa dias
seguintes ao do início efectivo das actividades da nova representação.
2. Na falta de inventário inicial, à data da entrada em vigor do presente regulamento,
considerar-se-à como tal o primeiro a ser elaborado, após a entrada em vigor do presente
diploma, devendo, nesse caso, o arrolamento e a atribuição de valores serem feitos por uma
comissão, composta pelo responsável administrativo e financeiro e por um funcionário,
designado pelo chefe da representação.
Artigo 47º
Aquisição
1. A aquisição de bens destinados à representação, incluindo os destinados à residência
oficial, e que constituam investimento, depende de autorização prévia dos responsáveis do

135
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro

governo pelas áreas dos negócios estrangeiros e das finanças, sob proposta fundamentada
do chefe da representação e pareceres da Direcção-Geral da Administração e dos serviços
competentes do departamento das finanças.
2. A proposta de aquisição dos veículos automóveis, para além dos requisitos referidos
no número anterior, deverá conter, nomeadamente, as fichas técnicas da viatura preferida
com a indicação de mais dois modelos alternativos, preços respectivos e as condições de
pagamento.
3. Todo o projecto de aquisição de imóveis deverá apresentar, sempre que possível,
duas alternativas, e ser submetida ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, para estudo e
decisão prévia, contendo, nomeadamente:
a) Razões e objectivos da operação;
b) Descrição sumária e composição do imóvel ou imóveis eleitos, e respectivas
plantas, fotografia e custos de aquisição;
c) Necessidade ou não de obras a introduzir e, em caso afirmativo, indicação de
plano de adaptação ou melhorias, acompanhada da estimativa do respectivo
custo;
d) Modalidades possíveis de pagamento e prazos de validade das propostas de
venda;
e) Possibilidades e condições de obtenção de empréstimos no país de
acreditação;
f) Pareceres distintos de dois peritos independentes, locais, idóneos e isentos
sobre o estado de conservação do imóvel ou imóveis, custos e obras a
introduzir;
g) Indicação de que não existem impossibilidade ou óbices jurídicos à aquisição
do imóvel por parte do Estado de Cabo Verde, directamente, ou através da
representação.
4. A aquisição de bens inventariáveis para recheio de residêndia oficial do chefe da
representação dependente de autorização prévia do Director-Geral de Administração,
do Ministério dos Negócios Estrangeiros, sob proposta fundamentada e orçamento da
representação.
Artigo 48º
Arrendamento e alterações de imóveis
O disposto no número 3 do artigo anterior aplica-se, com as necessárias adaptações,
às situações de arrendamento ou modificações estruturais de imóveis.
Artigo 49º
Arrendamento, aluguer e leasing
Aos contratos de arrendamento e aluguer de longa duração ou de “leasing” de bens de
investimento aplica-se, com as necessárias adaptações, o disposto no artigo 47º.

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Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro

Artigo 50º
Condições de utilização para habitação
A construção, a aquisição e as condições de utilização de edifícios afectos à
representação, para habitação de pessoal diplomático, serão fixadas por despacho conjunto
dos membros do governo responsáveis pelas áreas dos negócios estrangeiros, das finanças,
e das obras públicas.
Artigo 51º
Abate de bens inventariáveis
1. O abate de bens inventariáveis por inutilização, troca, venda, cedência ou extravio,
bem como a reafectação a outras representação ou serviços só poderão ter lugar, mediante
prévia autorização dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros e das Finanças, sob proposta
fundamentada da representação e pareceres favoráveis dos serviços competentes desses
dois departamentos governamentais.
2. O abate por unitilização ou extravio deve ser efectuado, sempre que possível, por um
número de funcionários ou agentes não inferior a dois, lavrando-se o competente auto, que
será remetido, no prazo de trinta dias, à Direcção-Geral de Administração, do Ministério dos
Negócios Estrangeiros e, através desta, à Direcção-Geral da Fazenda Pública, conservando-
se cópia na representação.
3. A venda deve ser efectuada mediante concurso ou leilão, com publicitação prévia da
operação, pelos meios adequados, sem prejuízo de afixação da respectiva informação no
quadro de avisos da representação.
CAPÍTULO XII
Registo contabilístico
Artigo 52º
Registos de execução do orçamento de funcionamento
1. Para efeitos de acompanhamento e controle da execução do orçamento de
funcionamento, a representação disporá dos seguintes registos:
a) Diário das receitas;
b) Diário das despesas;
c) Razão das receitas;
d) Razão das despesas cativadas;
e) Razão das despesas realizadas;
f) Contas correntes para dinheiro em cofre;
g) Contas correntes para disponibilidades no banco;
h) Contas correntes das dívidas activas e passivas.

137
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro

2. No Diário das receitas são lançadas, cronologicamente, dia a dia , através de partida
simples, documento a documento, todas as receitas do orçamento do Estado, arrecadadas
pela representação bem como as remessas de fundos, referidas no artigo 5º.
3. No Diário das despesas são lançadas, cronologicamente, dia-a-dia, através de partida
simples documento a documento, todas as despesas de funcionamento.
4. No Razão das receitas abrir-se-á folio, por cada rubrica das receitas do orçamento de
funcionamento, incluindo as remessas de fundos, devendo o valor das receitas arrecadadas
ser neles lançado, cronologicamente e documento a documento.
5. No Razão das despesas cativadas abrir-se-á folio, por cada rúbrica de despesas do
orçamento de funcionamento, e neles serão lançadas as respectivas despesas cativadas,
cronologicamente, documento a documento de aprovação , devendo, ainda, ser apurado o
montante disponível em cada rúbrica, após cada lançamento.
6. No Razão das despesas realizadas abrir-se-á folio, por cada rúbrica de despesas
do orçamento de funcionamento e neles serão lançadas as respectivas despesas,
cronologicamente, documento a documento de realização.
7. Na conta-corrente do dinheiro em cofre, com a designação de Fundo Permanente,
serão lançadas, cronologicamente, documento a documento, a débito e a crédito,
respectivamente, a constituição e a reposição desse fundo.
8. Nas outras contas correntes para dinheiro em cofre, com as designações de
“Orçamento de Funcionamento” e de “Receitas do Orçamento do Estado”, serão lançadas,
cronologicamente, documento a documento, a débito e a crédito, respectivamente, os
aumentos e as diminuições que ocorram.
9. Nas contas correntes de disponibilidades no banco, com as designações de
“Orçamento de Funcionamento” e de “Receitas do Orçamento do Estado”, serão lançadas,
cronologicamente, documento a documento, a débito e a crédito, respectivamente, os
aumentos e as diminuições que ocorram.
10. Com relação às contas correntes das dívidas activas e passivas abrir-se-á folio,
por cada devedor, credor, mutuário ou mutante, e neles serão lançadas, cronologicamente,
documento a documento, as respectivas alterações, da seguinte forma:
a) Debitam-se e creditam-se, respectivamente, pelos aumentos e pelas
diminuições, tratando-se de dívidas activas;
b) Creditam-se e debitam-se, respectivamente, pelos aumentos e pelas
diminuições, tratando-se de dívidas passivas.
Artigo 53º
Livros de operações de tesouraria
1. Para efeito de acompanhamento das operações de tesouraria, a representação deverá
dispor dos seguintes livros:
a) Diário de operações de tesouraria;
b) Razão de operações de tesouraria;

138
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro

2. No Diário de operações de tesouraria são lançadas, cronologicamente, dia a dia,


através de partidas dobradas, documento a documento, todas as operações de tesouraria.
3. No razão de operações de tesouraria abrir-se-á folio por cada devedor ou credor
e, ainda para o depósito de operações de tesouraria e para o dinheiro de operações de
tesouraria em cofre, devendo neles serem lançados, cronologicamente, através de partidas,
dobradas, documento a documento, as respectivas alterações, da seguinte forma:
a) Debitam-se, respectivamente, pelos aumentos e pelas diminuições, tratando-
se de devedores;
b) Creditam-se e debitam-se respectivamente, pelos aumentos e pelas
diminuições, tratando-se de credores.
Artigo 54º
Livros de inventário
1. Em cada representação haverá dois livros de inventário, sendo um para a chancelaria
e outro para a residência oficial, nos quais o responsável pela contabilidade registará o
inventário inicial e, por ordem cronológica, todas as alterações que ocorrem nos bens
inventariáveis, com base nos correspondentes documentos de suporte.
2. Cada lançamento relativo a aumento deve ser suficientemente descritivo, de forma
a permitir a correcta identificação do bem ou dos bens, os que serão, sempre que possível,
fisicamente identificados por meio de etiquetas numeradas.
3. No fim de cada ano, proceder-se-á ao enceramento dos livros de inventário.
4. Os livros de inventário devem conter termo de abertura e encerramento, averbado
pelo chefe a representação, nos termos da lei geral.
Artigo 55º
Uniformização dos livros
1. Os modelos de livros e impressos mencionados neste diploma são aprovados
por despacho conjunto dos membros do governo responsável pelas áreas dos Negócios
Estrageiros e das Finanças.
2. Os livros e impressos , referidos no número anterior, são fornecidos às representações
pela Direcção-Geral de Administração, do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
3. Para efeitos de informatização, as representações poderão propor aos serviços
centrais alterações aos modelos e procedimentos previstos por este regulamento, não
devendo, porém, ser aprovada qualquer alteração que resulte em diminuição do nível do
controlo, da clareza e da segurança das oprações e informações.
Artigo 56º
Conservações dos livros
1. Os livros e os justificativos são conservados em arquivo, com segurança adequada,
sob a responsabilidade directa do funcionário ou agente responsável da Contabilidade.

139
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro

2. As cadernetas de cheques, as disponibilidades, os selos, impressos e demais valores


em cofre são conservados pelo responsável da tesouraria.
3. A representação e os serviços centrais do Ministério dos Negócios Estrangeiros
deverão conservar os livros, outros registos de natureza administrativo financeira e
os justificativos, devidamente arquivados, pelo período e nos termos estabelecidos na
legislação em vigor.
CAPÍTULO XIII
Prestação de contas
Artigo 57º
Balancetes trimestrais
1. Nos trinta dias seguintes ao fim do trimestre, cada representação, do Ministério dos
Negócios Estrangeiros o balancete de execução do respectivo orçamento e o das operações
de tesouraria, acompanhados dos extractos das contas bancárias existentes.
2. Os balancetes, referidos no número anterior, devem reflectir os gastos realizados,
os fundos recebidos e a situação de cada rúbrica do orçamento de funcionamento e de cada
conta-corrente.
Artigo 58º
Contas anuais
1. As representações deverão remeter à Direcção-Geral de Administração, do Ministério
dos Negócios Estrangeiros, até 31 de Janeiro e com relação ao ano findo, os seguintes
processos de prestação de contas: conta gerência, contas das operações de tesouraria, e
contas de responsabilidade por bens patrimónias do Estado, organizados separadamente.
2. Fazem parte do processo da conta de gerência: o mapa da conta de gerência; as
fotocópias autênticadas dos justificativos de receitas e despesas e os extractos das respectivas
contas; o balancete com a movimentação e a situação de eventuais dívidas activas e passivas,
discriminadas por mutuário ou mutuante; mapas comparativos de despesas e receitas;
conta de responsabilidade do responsável da tesouraria; auto de contagem do numerário
e documentos em cofre a 31 de Dezembro; extracto dos depósitos existentes cobrindo o
movimento de todo o ano; e a reconciliação bancária relativa aos depósitos.
3. Fazem parte do processo de contas das operações de tesouraria: o mapa de origem
e aplicação de fundos; o balancete com os movimentos e situação das contas correntes;
os duplicados ou fotocópias autenticadas dos justificativos das operações de tesouraria,
relevantes para a Conta Geral do Estado, que não tenham, ainda, sido remetidos aos titulares
das contas correntes, e as respectivas relações.
4. Fazem parte do processo das contas da responsabilidade por bens patrimóniais do
Estado; a conta de responsabilidade por materiais, mobiliário e equipamentos, as relações
dos bens matrimoniais adquiridos, recebidos, abatidos ou alienados, e transferidos,
devidamente justificados; e o inventário anual classificado.

140
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro

2. Toda documentação de suporte, respeitante aos processos decontas remetidos aos


serviços centrais, e cuja remessa não é exigida neste regulamento, ficará à disposições dos
serviços competentes de fiscalização e controlo, devidamente acondicionada nos arquivos
da representação.
Artigo 59º
Instrução dos processos de contas anuais
1. Em anexo ao extracto de cada rúbrica orçamental, constarão as respectivas fotocópias
autenticadas dos justificativo, organizados por ordem numérica, devendo ser anotado, no
canto superior direito, o número de cheque, sempre que o houver.
2. Os originais de cada processo de prestação de contas são obrigatoriamente,
guardados e conservados no arquivo da representação, sendo remetidas à Direcção-Geral
de Administração, do Ministério dos Negócios Estrangeiros duas cópias decalcadas ou
fotocípias autenticadas.
3. Os processos deficientemente instruídos serão devolvidos à representação, sendo-
lhe fixado, pela Direcção-geral de Administração, do Ministério dos Negócios Estrangeiros,
um prazo limite razoável, para a regularização dos mesmos.
CAPÍTULO XIV
Controlo financeiro
Artigo 60º
Fiscalização
1. Os balancetes trimestrais e os processos de prestação de contas, referidos,
respectivamente, nos artigos 58º e 59º serão conferidos e apreciados pelos serviços
competentes do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
2. Após à conferência, os processos de contas, referidos no número anterior, são
encaminhados, pela direcção-Geral da Administração, do Ministério dos Negócios
Estrabgeiros, ao departamento governamental das Finanças, para efeitos de rrequisição de
nova remessa de fundos trimestrais, e outros previstos na lei.
3. Após às diligências referidas no número anterior, o departamento governamental das
Finanças remeterá os processos de contas ao Tribunal de Contas, par os efeitos ordenados
na lei.
Artigo 61º
Inspecção
1. As representações serão, periodicamente, obejecto de inspecção ordinária, a realizar
pela Inspecção-Geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros, sem prejuízo de eventuais
inspecções e auditoriais, levadas a cabo por outros serviços estatais competentes.
2. As inspecções ordinárias são efectuadas, segundo o programa anual de actividades,
devidamente aprovado pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, não devendo, porém, uma
representação ficar ser inspeccionada, por um período superior a dois anos.

141
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro

3. Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, e sempre que necessário, serão
realizadas inspecções extraodinárias, determinação pontual do Ministério dos Negócios
Estrangeiros, a partir da próxima iniciativa ou sob proposta fundamentada de Inspecção-
Geral ou de outros serviços ou entidades com legitimidade para o fazer.
4. As representações deverão prestar à Inspecção-Geral, do Ministério dos Negócios
estrangeiros a colaboração necessária ao normal desempenho das suas funções e de cada
missão específica.
5. Pela falta da colaboração referida no número anterior, designadamente, a não
prestação de informações ou a não fornecimento de documentos solicitados ou, ainda, a não
comparência para a prestação de declarações ou informações, de que resultem dificuldades
no exercício das suas funções de inspecção, ficam os faltosos sujeitos à responsabilidade
disciplinar e outras previstas na lei.
Artigo 62º
Relatório de inspecção
1. Cada inspecção será objecto de um relatório no número anterior, dirigido ao
Ministro dos Negócios Estrangeiros, e que conterá designadamente, o âmbito material e
temporal, metodologia, os constrangimentos, as constatações, análises, as conclusões e
recomendações, e um programa de implementação das mesmas.
2. Constando do relatório constatações, conclusões ou recomendações desabonatórias
para qualquer funcionário ou agente, antes de se apresentar ao Ministério a versão definitiva,
deve a Inspecção-Geral remeter a parte que interessa do relatório ao visado, com a indicação
de poder proceder, da forma que achar melhor à sua defesa.
3. As alegações, respostas ou observações dos visados, no número anterior, quando
remetidas no prazo estabelecido pela Inspecção-Geral, serão referidas no corpo do relatório
e anexadas ao mesmo, desde que se mentenham, integral ou parcialmente, no relatório as
referências desabonatórias.
4. O Ministério dos Negócios Estrangeiros, por decisão do Ministro, enviará à
Inspecção-geral de Finanças e ao Tribunal de Contas cópias dos relatórios de inspecções.
5. O mesmo se fará em relação à Procuradoria-Geral da República, sempre que houver
indícios de crime.
CAPÍTULO XV
Disposições finais e transitórias
Artigo 63º
Instruções nas representações
1. O Ministro dos Negócios Estrangeiros, a Direcção-Geral de Administração e
Inspecção-Geral zelarão, em especial, e através de circulares e instruções concretas, pela
correcta aplicação do presente regulamento.

142
Decreto-Lei nº 13/95, de 27 de Fevereiro

2. O Ministro dos Negócios Estrangeiros poderá aprovar proposta de adequação de


certas disposições do presente regulamento à realidade de representações com reduzido
pessoal ou com outras dificuldades específicas, resalvando, sempre, a efectividades dos
princípios e regras fundamentais nele consagrados.
Artigo 64º
Delegação de competências
1. As competências atribuídas ao chefe da representação no presente regulamento
poderão ser delegadas no funcionário de carreira diplomática que lhe suceda na hierárquia
sendo, porém, aquele solidariamente responsável pelos actos praticados por este.
2. A delegação de competência prevista no número anterior não poderá resultar em
descarecterização ou esvaziamento praticadas responsabilidades e funções do chefe da
representação.
Artigo 65º
Recheio existente
1. Ao recheio existente nas residências oficiais, à data da entrada em vigor do presente
regulamento, aplicar-se-á, imediatamente, o disposto nele.
2. As representações remeterão, obrigatoriamente, à Direcção-Geral de Administração,
do Ministério dos Negócios Estrangeiros, até 60 dias após à entrada do presente regulamento,
inentário completo e actualizado dos bens que constituem o recheio das resid~encias
oficiais.
Artigo 66º
Contabilidade e registos transitórios
1. Enquanto não forem fornecidos os modelos de registos e os impressos referidos no
artigo 52º e seguintes, as representações são autorizadas a mater os actuais procedimentos
e registos de contabilidade e tesouraria.
2. Os departamentos do governo responsáveis pelas áreas dos negócios estrangeiros e
das finanças deverão promover a substituição por registos informáticos os livros e outros
registos contabilísticos e patrimoniais, previstos no presente diploma.
Artigo 67º
Revogação
São revogadas toda a legislação e outras normas que contrariem o disposto no presente
regulamento.
Artigo 68º
Entrada em vigor
O presente regulamento entrará em vigor, a partir de 1 de janeiro de 1995.

143
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto

REGIME DE UTILIZAÇÃO E PRESTAÇÃO DE CONTAS DAS RECEITAS


PRÓPRIAS ARRECADADAS PELAS ESCOLAS SECUNDÁRIAS
Decreto-Lei nº 19/2002
de 19 de Agosto
A Resolução nº 21/97, de 7 de Abril, que concede autonomia administrativa e financeira
aos estabelecimentos público de ensino secundário circunscritas à cobrança e utilização
das propinas e emolumentos bem como dos demais rendimentos gerados na exploração
do património que lhes está afecto, fez emergir a obrigação da prestação de contas e a
julgamento destas pelo tribunal de contas.
A nível interno, as escolas secundárias públicas deverão apresentar as contas e prestar
todas as informações que forem solicitadas pela Inspecção-Geral da Educação, enquanto
serviço central de auditoria administrativa e financeira, sem prejuízo para o acompanhamento
da gestão financeira pela Direcção de Administração e Finanças do Ministério da Educação
e Desportos.
Sendo a prestação de contas um elemento fulcral para a apreciação da legalidade e
responsabilidade financeira, o presente diploma pretende emitir as normas reguladoras
da utilização das receitas próprias e da apresentação de contas às entidades atrás
mencionadas.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea a) do nº 2 do artigo 203º da Constituição, o
Governo decreta o seguinte:
Artigo 1º
(Objecto)
O presente diploma estabelece o regime de utilização e prestação de contas das receitas
próprias arrecadadas pelos estabelecimentos de ensino secundário públicos.
Artigo 2º
(Receitas próprias)
1.Constituem, nomeadamente, receitas próprias da escola secundária pública, as
provenientes de:
a) Cobrança de propinas e emolumentos;
b) Locação de salas;
c) Exploração de bens patrimoniais que lhe estejam afectos;
d) Exploração de cantinas;
e) Cursos ministrados no âmbito de ensino recorrente de adultos;
f) Donativos.
2.As escolas secundárias não devem, em caso algum, cobrar receitas que contrariem o
disposto na lei e no presente diploma.

144
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto

Artigo 3º
(Despesas)
As receitas próprias dos estabelecimentos públicos de ensino secundário serão utilizadas
para cobrir as despesas orçamentadas de manutenção, segurança e higiene das instalações e
equipamentos, encargos com o pessoal administrativo e auxiliar de apoio ao funcionamento
da escola, aquisição de materiais didácticos, acção social escolar, reprografia, serviços de
exame, seguro escolar, actividades de promoção da qualidade de ensino e outras previstas
na lei.
Artigo 4º
(Âmbito do controle)
Sem prejuízo do disposto na lei e no presente diploma, estão sujeitas a auditoria da
Inspecção-Geral da Educação e a Julgamento do tribunal de Contas as contas das escolas
secundárias públicas sempre que as sus despesas excedam cem mil escudos.
Artigo 5º
(Plano de Contas)
O sistema contabilístico montado nas escolas secundárias, destinado à prestação de
contas, obedece a um plano de contas de modelo nº 1, anexo ao presente diploma, do qual
faz parte integrante.
Artigo 6º
(Fecho das contas)
É fixada a data de 31 de Dezembro para o fecho das contas para o efeito de sua
apresentação a julgamento do Tribunal de Contas.
Artigo 7º
(Período a que referem as contas)
Salvo disposição legal em contrário, ou substituição total dos responsáveis, o período
de prestação de contas é, em regra o seguinte:
a) Trimestralmente, através de Balancetes, à Direcção de Administração
e Finanças bem como às delegações do departamento governamental
responsável pela Educação;
b) Por anos económicos, ao Tribunal de Contas para julgamento.
Artigo 8º
(Prazos)
1. O prazo de apresentação de contas à Direcção de Administração e Finanças do
departamento governamental responsável pela educação é de quinze dias, contados do
último dia do trimestre a que dizem respeito.
2. Para o Tribunal de Contas, o prazo para apresentação de contas é de seis meses
contados do último dia do período a que dizem respeito.

145
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto

Artigo 9º
(Conta bancária)
As receitas próprias dos estabelecimentos de ensino secundário devem ser depositadas
numa conta bancária, a qual deve ser movimentada por assinaturas conjuntas de três
membros do Conselho Directivo.
Artigo 10º
(Aprovação do orçamento)
O orçamento privativo da escola secundária deve, anualmente, ser aprovado em sessão
da Assembleia da Escola, especialmente convocada para o efeito.
Artigo 11º
(Homologação)
O orçamento privativo da Escola é homologado pelo Secretário-geral, precedendo
parecer do respectivo delegado do departamento governamental responsável pela
educação.
Artigo 12º
(Responsabilidade financeira)
1. Os responsáveis pela gestão financeira das escola secundárias públicas respondem
pessoal e solidariamente pela reintegração dos fundos desviados da sua afectação legal ou
cuja utilização tenha sido irregular.
2. Os responsáveis a que se refere o número anterior são igualmente responsáveis pela
violação culposa das regras de gestão racional dos bens e fundos públicos.
3. O disposto nos números anteriores não prejudica o apuramento de responsabilidade
disciplinar e de outras responsabilidades perante os tribunais ou entidades competentes
para o efeito.
Artigo 13º
(Defeituosa prestação de contas)
A não prestação de contas nos termos do presente diploma, implica a responsabilidade
individual ou colegial, conforme couber.
Artigo 14º
(Conta de gerência)
1. A conta de gerência, que inclui contas a débito e a crédito, será elaborada no final de
cada ano económico, de acordo com o modelo nº 2 em anexo ao presente diploma.
2. A conta a débito deverá conter:
a) O saldo da gerência anterior com a mesma discriminação do saldo de
encerramento dessa gerência;
b) As receitas próprias descritas de acordo com o código das receitas e cobranças
efectuadas;
c) Os descontos efectuados na gerência para a entrega ao Estado ou outras entidades;

146
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto

3. A conta a crédito deverá conter:


a) As despesas realizadas durante a gerência, descritas de harmonia com o
código das despesas;
b) As importâncias relativas a descontos entregues ao Estado ou outras entidades;
c) O saldo que transita para a gerência seguinte.
4. A conta de gerência deve ser datada e assinada por todos os responsáveis pela
gestão e conter ainda os seguintes elementos:
a) O nome do estabelecimento público de ensino;
b) O ano económico a que a conta respeita bem como as datas de início e termo
de gerência;
c) A data de aprovação da conta.
Artigo 15º
(Documentos que acompanham a conta de gerência)
A conta de gerência será acompanhada dos documentos a seguir mencionados, conforme
os modelos em anexo, sem prejuízo de quaisquer outros documentos ou informações que as
entidades referidas no artigo 2º venham a julgar necessárias:
a) Balancete mensal;
b) Mapa de receitas orçadas;
c) Mapa de despesas orçadas;
d) Estado recapitulativo das receitas;
e) Estado recapitulativo de execução financeira;
f) Mapa comparativo entre a despesa orçada e a despesa paga;
g) Registo de receitas;
h) Diário de caixa;
i) Diário de banco;
j) Reconciliação bancária e extracto de conta bancária;
k) Relação das guias de entrapa de descontos – receitas do Estado;
l) Relação dos bens de capital adquiridos durante a gerência;
m) Relação dos funcionários ou agentes administrativos ou cuja situação se
alterou durante a gerência.
Artigo 16º
(Aprovação)
A conta de gerência deve ser acompanha de uma cópia de acta da sessão em que
tenha sido discutida e aprovada a referida conta.

147
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto

Artigo 17º
(Balancete mensal)
1. Até ao décimo dia contado do último dia do mês a que diz respeito, a escola secundária
deve elaborar, para o seu controlo interno, o balancete mensal que deverá conter: o saldo
da gerência anterior;
a) As receitas próprias discriminadas de harmonia com o modelo em anexo;
b) As despesas realizadas, conforme se discrimina no modelo anexo;
c) A reconciliação bancária;
d) O saldo para o mês seguinte.
2. O balancete mensal é submetido ao Director e aprovado pelo Conselho Directivo
da escola secundária.
Artigo 18º
(Diário de banco)
Os estabelecimentos de ensino secundário devem manter um registo sequencial de todas as
operações de depósito e levantamento bancário, o qual será utilizado para reconciliação bancária.
Artigo 19º
(Diário de caixa)
O diário de caixa é um instrumento de registo sequencial dos pagamentos no dia-a-
dia, registando nele, por ordem das datas, em assento separado, cada um dos movimentos
de reconstituição do fundo de caixa e de pagamento de despesas até o montante máximo
estabelecido neste diploma.
Artigo 20º
(Fundo de caixa)
1. Os estabelecimentos de ensino secundário poderão constituir um fundo de caixa, caso
exista um cofre com segurança, no montante de dez mil escudos, destinado à realização de
pequenas despesas, o qual será reconstituído à medida que se apresentarem os documentos
comprovativos dos gastos efectuados que servirão para liquidação definitiva.
2. As despesas pagas por conta do fundo de caixa não devem exceder o montante de
dois mil escudos.
3. A reconstituição do fundo de caixa referido no nº 1 será feita em nome do gestor
de caixa que for indicado pelo Director do estabelecimento de ensino, cabendo àquele a
competência para a realização e pagamento das despesas por conta do mesmo.
4. As despesas efectuadas com as receitas do fundo de caixa devem ser registadas no
diário de caixa, nos termos referidos no artigo anterior.
5. Os montantes referidos nos nºs 1 e 2 poderão ser actualizados por despacho do
membro do Governo responsável pela educação.

148
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto

Artigo 21º
(Previsão orçamental das despesas)
As escolas não podem realizar despesas que não estejam previstas no seu orçamento.
Artigo 22º
(Ordenação de despesas)
1. Salvo o disposto nos números seguintes, é da competência do Director da Escola
Secundária a ordenação de despesas, sob propostas fundamentadas do Subdirector
Administrativo e Financeiro.
2. Carece de autorização formal de delegado do departamento responsável pela
educação a realização de despesas que ultrapassem o montante de cento e cinquenta mil
escudos.
3. Nos casos em que o valor das despesas ultrapasse duzentos e cinquenta mil escudos
e até ao limite de quinhentos mil escudos, a autorização é da competência do Director de
Administração e Finanças do departamento do governamental responsável pela educação.
4. As despesas superiores a quinhentos mil escudos são autorizadas pelo Secretário-Geral.
Artigo 23º
(Prazos para autorização das despesas)
1. As requisições de fundos devem dar entrada até ao 15 de Dezembro do ano
económico.
2. As despesas que excepcionalmente não forem pagas até ao dia 31 de Dezembro,
deverão transitar para o económico seguinte.
Artigo 24º
(Modalidades de execução)
1. As requisições emitidas pelo Subdirector Administrativo e Financeiro deverão
ser dirigida à entidade competente para a sua autorização, acompanhadas de originais
de documentos que suportam o processo de aquisição e pagamentos, organizados por
fornecedor ou beneficiário e classificados conforme a natureza da despesa, de acordo com
as rubricas orçamentais enquadradas.
2. Nos casos referidos nos nºs 2 a 4 do artigo 22º, as requisições e ordens de pagamento
devem ser previamente confirmadas pelo Director da escola.
3. Das requisições deverão constar os seguintes elementos:
a) Número e data de ordem;
b) Valor da requisição;
c) Nome do beneficiário e respectivo Número de Identificação Fiscal;
d) Rubrica orçamentada de enquadramento da despesa;
e) Assinatura do requisitante e um funcionário que consta da ficha de abertura
da conta bancária.

149
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto

4. O pagamento aos fornecedores de bens e serviços deve ser feito pelo subdirector
administrativo, com base em original de factura remetida pela entidade fornecedora,
devidamente confirmada por aquele quando à recepção das bens e serviços.
5. A não observância do disposto neste artigo implica responsabilidade financeira do
requisitante e do ordenador de despesa perante o fornecer, para, além da responsabilidade
disciplinar que couber.
Artigo 25º
(Justificativos de despesas)
1. Toda a despesa efectuada por conta bancária ou por fundo de caixa deve reunir as
peças a seguir mencionadas, conforme couber:
a) Requisição
b) Ordem/autorização de despesa;
c) Fotocópia de cheque;
d) Documentos de consulta a três fornecedores.
2. Os justificativos de despesas, devidamente codificados e agrupados, devem ser
arquivados em pastas próprias.
Artigo 26º
(contratação de pessoal)
1. A contratação de pessoal administrativo e auxiliar pelas escolas secundárias deve
ser previamente autorizada pelo Secretário-Geral, por proposta do Concelho Directivo e
parece do delegado do departamento governamental responsável pela educação, tendo em
conta o disposto na lei e presente diploma.
2. Os documentos de despesas relativos à contratação de pessoal devem fazer-se
acompanhar do despacho da entidade que a autorizou bem como de respectivo contrato.
Artigo 27º
(Forma de pagamento)
1. Os pagamentos são feito por meio de cheques nominativos, com a excepção de
valores iguais ou inferiores a dois mil escudos, que podem ser pagos, em dinheiro, pelo
fundo de caixa.
2. A ordem de pagamentos deve ter sempre o visto do Director da escola.
Artigo 28º
(Regulamentação)
O presente diploma pode ser regulamentado por portaria do membro do Governo
responsável educação.

150
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto

Artigo 29º
(Vigência)
O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros.
José Maria Pereira Neves – Carlos Duarte de Burgo – Victor Manuel Barbosa
Borges
Promulgado em 13 de Agosto de 2002.
Publique-se.
O Presidente da República, PEDRO VERONA RODRIGUES PIRES
Referendado em 13 de Agosto de 2002.
O Primeiro-ministro, José Maria Pereira Neves.

151
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto

Modelo nº 1
PLANO DE CONTAS DAS ESCOLAS SECUNDÁRIAS

RECEITAS DESPESAS
Códigos Designação das receitas Códigos Designação das despesas

I PROPINAS VII ENCARGOS COM O PESSOAL


1.1 De inscrição e frequência 7.1 Salários
1.2 De exames 7.2 Subsídios
II EMOLUMENTOS 7.3 Salários com prestações de serviços
2.1 Certificado de habilitações literárias VIII MANUTENÇÃO DE INSTALAÇÕES
2.2 Declaração de frequência 8.1 MAQUINARIAS E EQUIPAMENTOS
2.3 Curriculum escolar 8.2 CONSUMO DE SECRETARIA
III RENDIMENTOS PATRIMONIAS IX AQUISIÇÃO DE MATERIAL DIDÁCTICO
3.1 Arrendamento de salas 9.1 SEVIÇOS DE AVALIAÇÃO
3.2 Serviço de reprografia 9.2 ACÇÃO SOCIAL E ESCOLAR
3.3 Parqueamento de viaturas X ACTIVIDADES PEDAGÓGICAS DE
IV SERVIÇOS E RENDIMENTOS NÃO 10.1 PROMOÇÃO DA QUALIDADE
4.1 PATRIMONAIS 10.2 SEGURO ESCOLAR DOS ALUNOS
4.2 Ensino recorrente de adultos XI OUTRAS**
V Acções de formação XII
5.1 DONATIVOS XIII
5.2 OUTRAS XIV
5.3 XV
VI XVI

* As despesas incluídas em “outras” devem estar previstas na lei e especificadas no


orçamento privativo

152
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto

Modelo nº 2
CONTA GERÊNCIA
a) _____________________ Concelho d __________________
Gerência _____ de ______ de ________ a _______ de ______de _______
Importância Importância
Cód. Débito Parcial Total Cód. Crédito Parcial Total

Saldo da gerência anterior DESPESAS PRÓPRIAS


De receitas próprias $
De descontos não entregues $
Imposto de selo …………. VII ENCARGOS COM O PESSOAL
IUR ……………………… $ Salários $
$ Subsídios $
Sendo: Em cofre $ 7.1 Salários com prestações de serviços
: Em depósito $ 7.2 $
7.3 MANUTENÇÃO DE $
RECEITAS DE PROPINAS INSTALAÇÕES $
De inscrição de frequência $
I De exames MAQUINARIAS E $
VIII EQUIPAMENTOS $
EMOLUMENTOS $
1.1 Certificados de habilitações $ 8.1 CONSUMO DE SECRETARIA $
1.2 literárias $ 8.2 $
Declarações de frequência $ 7.3 AQUISIÇÃO DE MATERIAL $
II Curriculum escolar DIDÁCTICO $
2.1 IX $
RENDIMENTOS $ SEVIÇOS DE AVALIAÇÃO $
2.2 PATRIMONIAIS $ 9.1 $
2.3 Arrendamento de salas $ 9.2 ACÇÃO SOCIAL E ESCOLAR $
Exploração de cantina $ 9.3 $
Serviço de reprografia ACTIVIDADES $
III Parqueamento de viaturas X PEDAGÓGICAS DE
PROMOÇÃO DA QUALIDADE
3.1 SERVIÇOS E $ $
3.2 RENDIMENTOS NÃO $ 10.1 SEGURO ESCOLAR DOS $
3.3 PATRIMONIAIS $ 10.2 ALUNOS
3.4 Ensino recorrente de adultos $
Acções de formação $ OUTRAS $
XI $
IV DONATIVOS ENTREGA DE DESCONTOS $
4.1 $ $ Imposto de
4.2 $ $ XII Selo……………………….. $
OUTRAS …… IUR ………………………...
V $ $
5.1 DESCONTOS …… XIII SALDO PARA A GERÊNCIA
5.2 EFECTUADAS SEGUINTE $
5.3 $ XIV De receitas próprias
Imposto de selo ……………... $
IUR…………………………... $ ……. XV De descontos não entregues $
$ Imposto de selo
XVI IUR
$
VI Sendo: Em cofre $
: Em depósito $
…….
$
…….
TOTAL $
TOTAL
Elaborado por
__________________
Aprovado
____________________
Homologado.
_____________________

153
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto

Modelo nº 3
ESTADO RECAPITULATIVO DE EXECUÇÃO FINANCEIRA
(de­­­­_______de _________de________ a _______de _______ de _______)
Escola Secundária de __________________ concelho de ________________
Mês _____________ Ano de _______
Despesas Despesas Despesas
Cód. Rubricas Dotação Saldo
anteriores actuais acumuladas

I ENCARGOS COM O PESSOAL

1.1 Salários
1.2 Subsídios
1.3 Salários com prestações de serviços

II MANUTENÇÃO DE INSTALAÇÕES
2.1
2.2
2.3
MAQUINARIAS E EQUIPAMENTOS
III
3.1
3.2
3.3

IV CONSUMO DE SECRETARIA
4.1
4.2

V AQUISIÇÃO DE MATERIAL
DIDÁCTICO

VI SEVIÇOS DE AVALIAÇÃO

VII ACÇÃO SOCIAL E ESCOLAR

VIII ACTIVIDADES PEDAGÓGICAS DE


PROMOÇÃO DA QUALIDADE

IX SEGURO ESCOLAR DOS ALUNOS

X OUTRAS

Elaborado por
___________________
Aprovado
____________________

154
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto

Modelo nº 4
ESTADO RECAPITULATIVO DAS RECEITAS
(de­­­­_______de _________de________ a _______de _______ de _______)
Escola Secundária de __________________ concelho de ________________
Mês _____________ Ano de _______
Diferença entre a receita
Previsões orçada e cobrada
Receitas Receitas Receitas
Cód. Rubricas (Receita (4 -1)
Anteriores Actuais Acumuladas
orçada)
(2) (3) (4)
(1) (Para mais) (Para menos)

I PROPINAS
1.1 De inscrição e frequência
1.2 De exames

II EMOLUMENTOS
2.1 Certificado de habilitações
literárias
2.2 Declaração de frequência
2.3 Curriculum escolar

III RENDIMENTOS
PATRIMONIAS
3.1 Arrendamento de salas
3.2 Exploração de cantina
3.3 Serviço de reprografia
3.4 Parqueamento de viaturas

IV SERVIÇOS E
RENDIMENTOS NÃO
PATRIMONAIS
4.1 Ensino recorrente de
4.2 adultos
Acções de formação
V
DONATIVOS

VI
OUTRAS

Elaborado por
___________________
Aprovado
____________________

155
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto

Modelo nº 5
REGISTO DE RECEITAS
(de­­­­_______de _________de________ a _______de _______ de _______)
Escola Secundária de __________________ concelho de ________________
Mês _____________ Ano de _______
Nº Valor
Ano Mês Dia Descrição do código Valor Observações
Doc. acumulado

Elaborado por
___________________
Aprovado
____________________

Modelo nº 6
DIÁRIO DE CAIXA
Escola Secundária de __________________ concelho de ________________
Mês _____________ Ano de _______

Nº de ordem de Beneficiário
Data Código Entradas Saídas Saldo
despesa (caixa)

Elaborado por
___________________
Visto.
____________________

156
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto

Modelo nº 7
DIÁRIO DE BANCO
Escola Secundária de __________________ concelho de ________________
Mês _____________ Ano de _______
Data
Nº Documento/ Beneficiário
Código Depósitos Levantamentos Saldo
Cheque (conta nº …….)
Ano Mês Dia

Elaborado por
___________________
Visto.
____________________

157
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto

Modelo nº 8
RECONCILIAÇÃO BANCÁRIA
Escola Secundária de __________________ concelho de ________________
Mês _____________ Ano de _______

1 2 3 4
……………………….
Saldo no diário de banco (registo da escola) $
A

……………………….
Saldo no extracto bancário $
B

……………………….
Diferença (C= A - B) $
C

$
1 Cheques em trânsito $ ……………………….
$

$
2 Erros de lançamento $ ……………………….
$

Justificação da $
D diferença 3 Operações indevidas $ ……………………….
(C) $

$
4 Operações registadas $ ……………………….
$

……………………….
Total (1+2+3+4) $

................................... ……………………….
Saldo reconciliado $
E

Obs.: Este documento deve estar acompanhado do extracto bancário

Elaborado por
___________________
Aprovado
____________________

158
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto

Modelo nº 9
Escola Secundária de __________________ concelho de ________________
Mês _____________ Ano de _______
RECEITAS ORÇADAS
Código Designação da receita Montante

I PROPINAS
1.1 De inscrição e frequência $
1.2 De exames $

II EMOLUMENTOS
2.1 Certificado de habilitações literárias $
2.2 Declaração de frequência $
2.3 Curriculum escolar $

III RENDIMENTOS PATRIMONIAS


3.1 Arrendamento de salas $
3.2 Exploração de cantina $
3.3 Serviço de reprografia $
3.4 Parqueamento de viaturas $

IV SERVIÇOS E RENDIMENTOS NÃO PATRIMONAIS


4.1 Ensino recorrente de adultos $
4.2 Acções de formação $

V DONATIVOS $

VI OUTRAS $

Total $

Elaborado por
___________________
Aprovado
____________________
Homologado.
_____________________

159
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto

Modelo nº 10
Escola Secundária de __________________ concelho de ________________
Mês _____________ Ano de _______
DESPESAS ORÇADAS
Código Designação da receita Montante

I ENCARGOS COM O PESSOAL


1.1 Salários $
1.2 Subsídios $
1.3 Salários com prestações de serviços $

II MANUTENÇÃO DE INSTALAÇÕES
2.1 $
2.2 $
2.3 $

III MAQUINARIAS E EQUIPAMENTOS


3.1 $
3.2 $
3.3 $
$
IV CONSUMO DE SECRETARIA
4.1 $
4.2 $

V AQUISIÇÃO DE MATERIAL DIDÁCTICO


$
VI SEVIÇOS DE AVALIAÇÃO

VII ACÇÃO SOCIAL E ESCOLAR $

VIII ACTIVIDADES PEDAGÓGICAS DE PROMOÇÃO DA $


QUALIDADE
$
IX SEGURO ESCOLAR DOS ALUNOS
$
X OUTRAS

Total ………………………………………..

Total $

Elaborado por
___________________
Aprovado
____________________
Homologado.
_____________________

160
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto

Modelo nº 11
BALANCETE MENSAL
Escola Secundária de __________________ concelho de ________________
Mês _____________ Ano de _______
Importância Importância
Cód. Débito Crédito
Parcial Total Cód. Parcial Total

Saldo da gerência $ DESPESAS PRÓPRIAS


anterior $ VII ENCARGOS COM O
De receitas próprias $ $ 7.1 PESSOAL
De descontos não $ 7.2 Salários $
entregues $ 7.3 Subsídios $
Imposto de selo Salários com prestações de
…………. $ serviços $
IUR $
……………………… $ VIII MANUTENÇÃO DE $ $
Sendo: Em cofre $ 8.1 INSTALAÇÕES $
$ $ 8.2 $
: Em depósito $ 7.3 MAQUINARIAS E $
$ $ $ IX EQUIPAMENTOS $
RECEITAS DE 9.1 $
PROPINAS 9.2 $
De inscrição de $ 9.3 CONSUMO DE SECRETARIA $
frequência X AQUISIÇÃO DE MATERIAL $
I De exames $ 10.1 DIDÁCTICO $
1.1 EMOLUMENTOS $ 10.2 $
1.2 Certificados de $ XI SEVIÇOS DE AVALIAÇÃO $
habilitações literárias …… $ XII ACÇÃO SOCIAL E ESCOLAR
Declarações de …… $ XIII ACTIVIDADES $
frequência $ XIV PEDAGÓGICAS DE
II Curriculum escolar $ $ XV PROMOÇÃO DA $
2.1 RENDIMENTOS XVI QUALIDADE
2.2 PATRIMONIAIS $ SEGURO ESCOLAR DOS
2.3 Arrendamento de ALUNOS $
salas OUTRAS
Exploração de cantina $
III Serviço de reprografia ENTREGA DE DESCONTOS
Parqueamento de Imposto de $
viaturas Selo………………………..
3.1 SERVIÇOS E IUR ………………………... $
3.2 RENDIMENTOS SALDO PARA A GERÊNCIA $
3.3 NÃO SEGUINTE $
3.4 PATRIMONIAIS De receitas próprias $
Ensino recorrente de De descontos não entregues $
adultos Imposto de selo $
Acções de formação IUR $
IV DONATIVOS Sendo: Em cofre $ $
4.1 OUTRAS : Em depósito $
4.2 DESCONTOS …….
V EFECTUADAS $
5.1 Imposto de selo
5.2 ……………...
5.3 IUR……………...
VI ……. …….
TOTAL $ TOTAL $

Elaborado por
___________________
Aprovado
____________________

161
Decreto-Lei nº 19/2002, de 19 de Agosto

Modelo nº 12
Escola Secundária de __________________ concelho de ________________
Mês _____________ Ano de _______
ORDEM DE DESPESA Nº ____________

Objecto:
Beneficiário :
Valor:
Código: Rúbrica:
Peças Justificativas:
Data: _______________
Elaborado por,
___________________
Visto.
_____________________
Aprovado,
____________________

Modelo nº 13
Escola Secundária de __________________ concelho de ________________
Mês _____________ Ano de _______
ORDEM DE RECEITA Nº ____________

Beneficiário : conta beneficária nº _________________


Código: Rúbrica:
Valor (es):
Peças Justificativas:
Data: _______________

Elaborado por,
___________________
Visto.
_____________________
Aprovado,

____________________

O Ministro da Educação e Desportos, Victor Manuel Barbosa Borges.

162
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

PLANO NACIONAL
DA CONTABILIDADE PÚBLICA
E SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA

163
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

164
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

PLANO NACIONAL
DA CONTABILIDADE PÚBLICA (PNCP).
Decreto-Lei nº 10/2006
de 30 de Janeiro
A adopção do Plano Nacional da Contabilidade Pública (PNCP) vem na esteira de um
conjunto de medidas em curso que visam a reforma do sector financeiro do Estado.
A contabilidade, enquanto um dos instrumentos de boa gestão e protecção da integri-
dade patrimoniais, é indispensável a qualquer organização económica, mormente ao Esta-
do, de forma a assegurar eficácia na prossecução dos objectivos de interesse público.
Como é sabido, o Estado é titular de um vasto património (dinheiros, dívidas a receber
e a pagar, bens não duradouros, prédios rústicos e urbanos, viaturas, equipamentos, etc.)
que está em constante mutação e com uma grande dispersão espacial, de tal sorte que, devi-
do à inexistência de um registo digráfico, cronológico, integral e sistemático, desconhece-
se o valor líquido aproximado desse património. Por outro lado, carece o registo existente
da execução orçamental de aperfeiçoamentos, designadamente da adopção da digrafia.
Presentemente, o sistema de registo contabilístico do Estado é constituído por compo-
nentes atomizados, independentes e desintegrados, baseado na unigrafia ou partidas sim-
ples, sem tradição de consolidação periódica dos patrimónios das entidades componentes
do Sector Público Administrativo – SPA.
O PNCP pretende equacionar os problemas acima referidos, trazendo para o Estado a
ciência contabilística aplicada nas empresas. Busca a sua inspiração no Plano Nacional de
Contabilidade em vigor e nas melhores práticas de diversos países e, além do mais, preser-
va e melhora a prática do acompanhamento pelo Estado da execução orçamental.
Com este diploma é introduzida a obrigatoriedade do inventário físico e da circulação
dos saldos para a generalidade dos residentes com contabilidade organizada. Esta medida
vem aumentar significativamente a fiabilidade dos dados contabilísticos produzidos não só
pelo SPA, mas também pelas empresas. Com isso todos ganham, graças, nomeadamente: a
uma maior segurança e fluidez nas relações financeiras; à redução para metade dos custos
associados à circulação dos saldos.
Assim,
No uso da faculdade conferida pela alínea c) do n.º 2 do artigo 203º da Constituição, o
Governo decreta o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado o Plano Nacional da Contabilidade Pública (adiante, PNCP), anexo ao
presente diploma e que dele faz parte integrante.

165
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Artigo 2º
Âmbito de aplicação
1. O PNCP é obrigatoriamente aplicável:
a) Ao Estado;
b) Aos municípios, institutos públicos ou equiparados e fundos públicos ou equi-
parados;
c) Às demais instituições criadas pelas entidades especificadas nas alíneas ante-
riores deste número, desde que tenham dinheiro em caixa e ou em depósito no
banco ou Tesouro, e não tenham a natureza, forma e designação de empresa
pública.
2. O PNCP é ainda obrigatoriamente aplicável às pessoas colectivas de direito privado
sem fins lucrativos que disponham de receitas maioritariamente públicas.
3. O membro do Governo responsável pela área das Finanças pode exigir a aplicação
deste PNCP por parte de outras pessoas colectivas de direito privado sem fins lucrativos
quando estas usufruam de benefícios proporcionados por entidades públicas ou pratiquem
operações financeiras de interesse público.
Artigo 3º
Fiabilidade das demonstrações financeiras dos residentes
1. Todos os credores residentes obrigados por lei a aplicar o Plano Nacional de Conta-
bilidade ou o Plano Nacional da Contabilidade Pública devem remeter ao devedor residente
ou a quem este indicar o extracto da conta, cobrindo as variações ocorridas de 1 de Janeiro
a 31 de Dezembro de cada ano.
2. Todos os bancos ou equiparados devem remeter ao depositante residente ou a quem
este indicar o extracto bancário, cobrindo as variações ocorridas de 1 de Janeiro a 31 de
Dezembro de cada ano.
3. As remessas referidas nos números anteriores devem ser feitas até 15 de Fevereiro
do ano subsequente ao ano a que o extracto diga respeito.
4. Todos os residentes obrigados por lei a aplicar o Plano Nacional de Contabilidade
ou o Plano Nacional da Contabilidade Pública devem efectuar anualmente inventário físico
das suas Existências, Imobilizações e Disponibilidades contabilizadas na conta Caixa.
5. Na elaboração do inventário físico das Existências e das Disponibilidades contabi-
lizadas na conta Caixa, devem ser observados os seguintes procedimentos:
a) Para os bens contabilizados nas contas de Existências através do sistema de
inventário intermitente, as quantificações físicas devem ser efectuadas com
referência ao final do exercício;

166
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

b) Para os bens contabilizados nas contas de Existências através do sistema de


inventário permanente, e bem ainda para as Disponibilidades contabilizadas
na conta Caixa, as contagens, medições e pesagens devem ser efectuadas com
referência ao final do exercício, ou ao longo do exercício, de forma rotativa,
de modo que cada bem ou Caixa seja inventariado, pelo menos, uma vez em
cada exercício.
6. As quantificações físicas respeitantes aos bens contabilizados nas contas de Imobi-
lizações devem ser efectuadas com referência ao final do exercício, ou ao longo do exercí-
cio, de forma rotativa, de modo que cada item seja inventariado, pelo menos, uma vez em
cada exercício.
7. O inventário físico respeitante às Existências e às Imobilizações deve identificar os
bens, em termos da sua natureza, quantidade, custo unitário, estado de conservação, locali-
zação e discrepância entre os dados reais e contabilísticos.
8. O inventário físico deve ser reduzido a escrito e assinado pela comissão e pela eventual
subcomissão intervenientes, os seus itens devem ser designados, ordenados e agrupados de for-
ma a permitir uma rápida comparação entre os dados contabilísticos e reais, devendo outrossim
os intervenientes apresentar análises das possíveis causas das discrepâncias e doutras anomalias
eventualmente constatadas, e propostas para a sua regularização.
9. Todos os residentes obrigados por lei a aplicar o Plano Nacional de Contabilidade
ou o Plano Nacional da Contabilidade Pública devem ter um regulamento interno de inven-
tário, formalmente aprovado pelo seu órgão máximo, que define, nomeadamente:
a) O órgão responsável pelo desencadeamento e supervisão do processo de in-
ventariação;
b) As incompatibilidades para os constituintes das comissões e subcomissões de
inventariação;
c) A composição e a área de actuação de cada comissão ou subcomissão;
d) Os formulários a serem utilizados;
e) Os eventuais instrumentos de quantificação a serem utilizados;
f) A periodicidade ou data do início e o prazo de conclusão de cada parte do
inventário;
g) A obrigatoriedade da colaboração dos seus agentes com a comissão e eventu-
ais subcomissões de inventariação;
h) Os actos preparatórios e cautelares;
i) A obrigatoriedade do órgão executivo máximo analisar e deliberar sobre as
eventuais propostas contidas no inventário;
j) Os prazos para a tomada da deliberação referida na alínea anterior e para sa-
nar as eventuais discrepâncias.

167
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

10. As Demonstrações Financeiras anuais devem espelhar a situação real do patrimó-


nio, constatada nos termos do presente artigo.
Artigo 4º
Elaboração das demonstrações financeiras
e dever de colaboração
1. O Serviço da Contabilidade Pública é responsável pela contabilidade do Estado
e pelas Demonstrações Financeiras Consolidadas do Sector Público Administrativo e, a
título complementar, deste e da Segurança Social.
2. Os serviços e organismos do Sector Público Administrativo referidos no nº 1 do
artigo 2º e os integrantes do sistema de segurança social obrigatório devem colaborar com
o Serviço da Contabilidade Pública na preparação das Demonstrações Financeiras Conso-
lidadas do Sector Público Administrativo e das Demonstrações Financeiras Consolidadas
do Sector Público Administrativo e Segurança Social.
3. As Demonstrações Financeiras anuais com referência a 31 de Dezembro ou com
referência ao exercício concluído a 31 de Dezembro devem ficar elaboradas nos seguintes
prazos:
a) As Demonstrações Financeiras de cada entidade referida nos números 1 e 2
do Artigo 2º, até 15 de Março subsequente ao ano a que disserem respeito as
Demonstrações;
b) As Demonstrações Financeiras Consolidadas do Sector Público Administrati-
vo especificado no nº 1 do Artigo 2º e as Demonstrações Financeiras Conso-
lidadas do Sector Público Administrativo e Segurança Social, até 30 de Junho
subsequente ao ano a que disserem respeito as Demonstrações.
Artigo 5º
Supervisão contabilística
As entidades obrigadas a aplicar o PNCP devem fazê-lo com recurso a Técnico, depen-
dente ou independente, de nível médio ou superior na área económica, com aproveitamento
em pelo menos três disciplinas de contabilidade.
Artigo 6º
Faseamento e simplificação da aplicação do Plano
A implementação do PNCP pode ser faseada ou simplificada, mediante portaria do
Ministro responsável pela área das Finanças, de modo a conceder mais tempo de adaptação
aos quadros de diferentes sectores, salvo para as autarquias locais que é por decreto-lei.
Artigo 7º
Contra-ordenação financeira
1. A inobservância das regras e procedimentos conta-bilísticos definidos neste diplo-
ma constitui contra-ordenação financeira, punível com coima de zero vírgula vinte e cinco
Vencimento Mínimo da Administração Pública (VMAP) a vinte e cinco VMAP ou de dois

168
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

vírgula vinte e cinco VMAP a trezentos e trinta e três VMAP, consoante forem cometidas,
respectivamente, por pessoa singular ou pessoa colectiva.
2. A contra-ordenação financeira referida no número anterior é regida, designadamente quan-
to a instauração, instrução e decisão, pelas disposições concernentes à contra-ordenação financeira
vertidas no Estatuto do Pessoal da Inspecção de Finanças aprovado pelo Decreto-Lei n.º
55/2005, de 22 de Agosto.
Artigo 8.º
Normas transitórias
1. O Governo deve promover as condições para a entrada em vigor do PNCP, nomea-
damente, através de diligências no sentido da adopção, pela Lei de Bases do Orçamento do
Estado, das inovações assumidas pelo Plano, bem ainda através de outras orientações que
entender adequadas para o efeito.
2. O Ministro responsável pela área das Finanças aprova, mediante portaria, os mo-
delos das Demonstrações Financeiras Anuais e do respectivo Anexo, no prazo de noventa
dias, a contar da publicação do presente diploma.
3. Enquanto não se proceder à revisão do Plano Nacional de Contabilidade, aprovado
pelo Decreto nº 4/84, de 30 de Janeiro, as entidades obrigadas por lei a implementar o PNC
aplicarão as regras de contabilização do IUR e do IVA definidas no PNCP, com as devidas
adaptações.
4. Para os casos omissos, aplicam-se ao PNCP as normas aplicáveis ao PNC, designa-
damente as relativas a taxas de provisões e de amortizações, e as relativas a reavaliações
de imobilizado.
Artigo 9.º
Revogação
Fica revogada toda a legislação que contrarie as disposições do presente diploma.
Artigo 10.º
Entrada em vigor
O presente diploma entra em vigor a 1 de Janeiro de 2007.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros.
José Maria Pereira Neves - João Pinto Serra
Promulgado em 20 de Janeiro de 2006.
Publique-se.
O Presidente da República (Interino), ARISTIDES RAIMUNDO LIMA
Referendado em 20 de Janeiro de 2006.
O Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves

169
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

I – Introdução
A. – Antecedentes
O PNCP – Plano Nacional da Contabilidade Pública – constitui um marco funda-
mental na Reforma da Administração Financeira do Estado e na organização das contas
públicas. É um instrumento actual e inovador nunca dantes adoptado em Cabo Verde.
Até recentemente, na Administração Financeira do Estado, o principal e quase único
objectivo da informação prestada pela Contabilidade Pública visava demonstrar que os di-
versos organismos públicos executaram correctamente o Orçamento aprovado pelas auto-
ridades orçamentais. Logo deu-se importância essencialmente à Contabilidade Orçamental
tradicional, assente em lançamentos unigráficos e regendo-se por movimentos sob o regime
puro de caixa, com um período complementar.
Com o desenvolvimento das novas técnicas de gestão e com as actuais necessidades de
acrescentar outros tipos de informação contabilística, de modernizar a gestão dos recursos
públicos e de acompanhar as novas correntes da Contabilidade Pública Moderna sustenta-
das, nomeadamente, pelas recomendações do FMI – Fundo Monetário Internacional – e
pelas recomendações do IFAC – International Federation of Accountants – impunha-se a
Cabo Verde a criação dos instrumentos essenciais à integração dessas novas abordagens
no processo de reforma em curso. As boas práticas e os resultados satisfatórios de diversos
países que já utilizam esses instrumentos – a título de experiências comparadas – serviram
igualmente de quadro de referência.
Com o Decreto-Lei nº 29/2001, de 19 de Novembro, instituiu-se o novo regime relati-
vo à Administração Financeira do Estado – introduziu-se em Cabo Verde uma nova filoso-
fia de Gestão do Sector Público Administrativo – exigindo assim a modernização dos ins-
trumentos que deverão fornecer as informações contabilísticas necessárias, nomeadamente
a informatização da gestão financeira, com a utilização do SIGOF – Sistema Integrado de
Gestão Orçamental e Financeira.
É no Capítulo VII, Artigos 85º e seguintes do Decreto-Lei nº 29/2001, que vai-se
encontrar o suporte legal para a instituição do Plano Nacional da Contabilidade Pública
(PNCP).
B. – Âmbito de Aplicação
A Contabilidade Pública “É única, uniforme e aplicável a todos os organismos, sem
prejuízo de especificidades próprias de cada um” – Decreto-Lei nº 29/2001, Artigo 86º,
alínea a) (Características da contabilidade).
A Contabilidade Pública, para cada entidade e de forma consolidada, organiza-se de
modo a permitir o conhecimento da movimentação e ou situação:
• Das Disponibilidades;
• Das relações com Terceiros, isto é, das dívidas a receber e a pagar;

170
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

• Das Existências e das Imobilizações;


• Da Situação Líquida e da Dívida Pública;
• Dos elementos patrimoniais concernentes à Previdência Social da Função Pú-
blica de forma segregada, facilitando o acompanhamento da evolução do seu
equilíbrio financeiro e o apuramento da sua situação patrimonial;
• Dos Custos e Perdas, Proveitos e Ganhos;
• Das operações de Execução Orçamental, permitindo, outrossim, o controlo do
processo;
• Dos fenómenos Extrapatrimoniais concernentes a responsabilidades e facili-
dades contingenciais e futuras;
• Dos resultados anuais operacionais, financeiros e extraordinários, permitindo,
outrossim, a sua análise.
A Contabilidade Pública, para cada entidade e de forma consolidada, organiza-se de
modo a permitir, outrossim:
• A organização periódica de balancetes e doutros quadros demonstrativos da
gestão em todas as vertentes – patrimonial, operacional, financeira, orçamen-
tal e extrapatrimonial;
• A organização anual dos balanços gerais consolidados e doutros demonstrati-
vos da gestão que integrem a Conta Geral do Estado;
• A integração das informações económico-financeiras do Sector Público Ad-
ministrativo nas Contas Nacionais.
C. – Destinatários e Requisitos da Informação Contabilística
As informações contabilísticas contidas nas contas anuais, elaboradas segundo o Plano
Nacional da Contabilidade Pública, devem ser acessíveis a uma pluralidade de agentes eco-
nómicos e sociais. O Decreto-Lei nº 29/2001 define que “os instrumentos demonstrativos
de gestão financeira devem ser amplamente divulgados com a devida actualidade, nome-
adamente através de meios electrónicos de acesso público” – Artigo 89º (Publicitação das
informações). Podem-se sintetizar esses grupos em, nomeadamente:
- Órgãos de representação política, tais como a Assembleia Nacional e as As-
sembleias Municipais;
- Órgãos de gestão das diferentes instituições públicas, tanto a nível político-
administrativo (tais como o Primeiro-Ministro e demais membros do Gover-
no, os Presidentes das Câmaras e Vereadores), como a nível puramente de
gestão;

171
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

- Órgãos de controlo nas suas múltiplas acepções (financeira, de legalidade,


eficiência, eficácia, etc.), quer de controlo interno (tais como a Inspecção-
Geral de Finanças e outros), quer de controlo externo (tais como o Tribunal de
Contas e auditores externos);
- Entidades privadas, tais como associações da sociedade civil e cidadãos inte-
ressados na gestão da coisa pública.
A necessidade de informação de cada um desses grupos é diversa, tanto na quantidade
de informação como na sua apresentação. Assim, para que haja uma melhor consistência da
informação, é necessário que as demonstrações contabilísticas obedeçam a determinados
requisitos essenciais, designadamente os seguintes:
- Identificabilidade – As contas anuais referem-se a sujeitos perfeitamente defi-
nidos, com actividades e intervalos temporais perfeitamente identificados. As
contas anuais devem mostrar expressamente os dados de identificação pessoal
e temporal da informação nelas contida.
- Oportunidade – Para que as decisões sejam tomadas atempadamente, a infor-
mação contabilística deve ser disponibilizada aos seus destinatários em tempo
útil.
- Compreensibilidade – A informação contabilística deve ser compreensível e
apresentada em termos claros, para que se possa assegurar a adequada utiliza-
ção da mesma por parte dos diferentes destinatários.
- Relevância – A informação deve possuir uma utilidade notória, potencial ou
real, para os fins prosseguidos pelos diferentes destinatários das contas anuais.
Igualmente há-de ser completa, para que se possa alcançar um conhecimento
necessário e suficiente dos factos que se querem relevar, pelo que se devem
adicionar todos os dados pertinentes e informações complementares indispen-
sáveis ao processo de tomada de decisões. Deve-se orientar pelos conceitos de
verdade, justiça e equidade.
- Materialidade – A relevância da informação é afectada pela sua natureza e
materialidade. A informação é material se a sua omissão ou inexactidão for
susceptível de influenciar as decisões económicas dos utentes, tomadas na
base das demonstrações financeiras.
- Razoabilidade – A informação contabilística não pode alcançar, em todos os
casos, uma exactidão absoluta sobre os factos ocorridos durante a actividade e
que se quer dar a conhecer, pelo que deve-se prosseguir uma aproximação ra-
zoável dos mesmos. Portanto, as contas anuais devem espelhar de forma razo-
ável os factos que representam. A razoabilidade das contas alcança-se através
da aplicação correcta dos Princípios Contabilísticos.

172
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

- Economicidade – A informação contabilística é útil para o processo de tomada


de decisões, mas ao mesmo tempo a sua obtenção ocasiona custos. Deve-se
ter em consideração o critério custo-benefício, no momento de se ajuizar
sobre o nível de agregação ou desenvolvimento de certos dados que possam
proporcionar o conhecimento mais detalhado dos factos por parte dos desti-
natários da informação que é disponibilizada.
- Neutralidade – A informação contida nas contas anuais deve ser elaborada
com a intenção de ser absolutamente neutral e imparcial, isto é, não deve ser
enviesada ou distorcida de forma a beneficiar certos destinatários em detri-
mento de outros.
- Objectividade – A informação contabilística deve ser elaborada utilizando
mecanismos de processamento o mais objectivos possíveis, que impeçam a
introdução de critérios subjectivos por parte dos responsáveis pelo processo. A
informação contabilística possui um grau de objectividade suficiente quando
vários processadores de um mesmo facto contabilístico, dentro de um mesmo
sistema de informação e aplicando as mesmas regras, chegam a resultados
idênticos. A fiabilidade e a consistência do sistema automatizado de proces-
samento contabilístico de dados diminuem as influências subjectivas dos pro-
cessadores.
- Verificabilidade – As informações contidas nas contas anuais devem ser sus-
ceptíveis de controlo e revisão, tanto interno como externo. A verificabilidade
interna depende essencialmente das normas de controlo interno que regulam
as diferentes operações da entidade pública e o próprio sistema de processa-
mento da informação contabilística. A verificabilidade externa representa a
propriedade que a informação possui de poder ser submetida à comprovação,
através de provas pertinentes fora do sistema de processamento.
D. – Estrutura do Plano Nacional da Contabilidade Pública
O presente Plano se encontra estruturado da seguinte forma:
I. Introdução;
II. Considerações Técnicas;
III. Princípios Contabilísticos;
IV. Critérios de Valorimetria;
V. Quadro de Contas;
VI. Código de Contas;
VII. Notas Explicativas;
VIII. Contas Anuais e respectivo Anexo, a serem publicados por portaria.

173
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

A primeira parte do PNCP faz a introdução ao mesmo, abordando alguns aspectos de


interesse que servirão de orientação e facilitação aos utilizadores do PNCP.
A segunda parte do PNCP trabalha as considerações técnicas que são importantíssimas
para a compreensão dos conceitos fundamentais que enformam o plano, bem como da rela-
ção entre as suas classes de contas. As considerações técnicas não se esgotam nessa parte,
pelo que às operações e aos conceitos que não estejam aí tratados, aplicam-se os entendi-
mentos normalmente referidos na ciência contabilística.
A terceira parte do PNCP reconhece um conjunto de princípios enunciados neste do-
cumento como sendo “Princípios Contabilísticos”, cuja aplicação conduz a que as contas
anuais expressem (com relação a uma dada entidade) uma imagem verdadeira e apropriada
da situação patrimonial e da sua evolução e bem ainda da execução orçamental.
A quarta parte trabalha os critérios de valorimetria que constituem as regras a serem
aplicadas na atribuição de valores aos fenómenos contabilísticos, assim como a diversos
elementos patrimoniais.
A oitava parte trabalha as Contas Anuais, incluindo dois tópicos essenciais – os mo-
delos a serem utilizados na apresentação das contas anuais e o respectivo anexo. As contas
anuais são o resultado do trabalho contabilístico desenvolvido durante um exercício econó-
mico e constituem um instrumento transmissor da informação contabilística “ex-post”, aos
diferentes utilizadores da mesma. As contas anuais compreendem:
• O Balanço;
• A Demonstração dos Resultados;
• O Mapa de Origens e Aplicações dos Fundos;
• A Conta da Gerência;
• Os demais Mapas de Execução Orçamental;
• O Anexo às Demonstrações Financeiras;
• O Relatório Técnico.
As restantes partes representam a essência do PNCP – contêm o Quadro de Contas, o
Código de Contas e as Notas Explicativas, respectivamente. O Quadro de Contas abrange
10 Classes de contas. As Classes de 1 a 5 reúnem as contas designadas contas de Balanço,
que apresentam os componentes do património da Entidade; as Classes 6 e 7 são usadas
para apresentar os Custos e Perdas e os Proveitos e Ganhos, respectivamente, que concor-
rem para o apuramento do resultado; a Classe 8 fica reservada à Contabilidade Orçamental;
a Classe 9 é destinada à Contabilidade Analítica na Entidade e a Classe 0 à Contabilidade
Extrapatrimonial.
E. – Conteúdo das Classes
Nesta parte pretende-se apresentar uma abordagem sumária das características de cada
Classe – grupo de contas – do PNCP.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Classe 1: Disponibilidades
Regista essencialmente os meios monetários e outros activos com alto grau de liqui-
dez, facilmente transformáveis em meios monetários sem grandes prejuízos para a enti-
dade, designadamente dinheiros e cheques na posse da entidade, depósitos nos bancos e
estabelecimentos financeiros similares e bem ainda as aplicações de tesouraria.
Classe 2: Terceiros
Regista essencialmente as dívidas activas e passivas derivadas de operações com ter-
ceiros, especificadas atendendo simultaneamente à sua origem e às diferentes entidades
envolvidas, com exclusão da Dívida Pública.
Classe 3: Existências
Nesta Classe registam-se essencialmente os bens circulantes armazenáveis, devendo-
se aplicar um dos 3 subsistemas de inventário permanente descritos pelo PNCP. A título
excepcional, o Serviço da Contabilidade Pública poderá autorizar a uma determinada enti-
dade a adopção do sistema de inventário intermitente ou periódico, desde que paralelamen-
te tenha um sistema fiável de controlo físico e administrativo das existências e estas não
sejam materialmente relevantes.
Classe 4: Imobilizações
Registam-se nesta Classe essencialmente os bens e direitos detidos com continuidade
ou permanência, isto é, bens que não se destinam a ser vendidos ou consumidos no decurso
normal das operações da entidade (quer estejam na posse desta, quer estejam na posse de
outras entidades) e bem ainda aplicações duradouras, normalmente tituladas, detidas com o
objectivo de estabelecer relações com outras entidades ou de assegurar renda.
Classe 5: Situação Líquida e Dívida Pública
Regista essencialmente as origens próprias dos recursos da entidade e os empréstimos
obtidos.
Classe 6: Custos e Perdas
Nesta Classe registam-se todos os empobrecimentos brutos e ou líquidos, ordinários e
ou extraordinários, associados ao funcionamento da entidade, reconhecidos quando incor-
ridos, independentemente dos pertinentes pagamentos.
Classe 7: Proveitos e Ganhos
Registam-se nesta Classe todos os enriquecimentos brutos e ou líquidos, ordinários e
ou extraordinários, associados ao funcionamento da entidade, reconhecidos quando ocorri-
dos, independentemente dos pertinentes recebimentos.
Classe 8: Contabilidade Orçamental
Nesta Classe registam-se essencialmente os movimentos associados ao processo de
execução orçamental.

175
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Classe 9: Contabilidade Analítica


Esta Classe é livre. Pode ser utilizada para a contabilidade por funções, actividades ou
processos da entidade. Se for utilizada como Classe 9 – Custos de Produção, com contabi-
lização integrada na Contabilidade Patrimonial, deixa de ser livre a sua movimentação.
Classe 0: Contabilidade Extrapatrimonial
Registam-se nesta Classe as responsabilidades e facilidades contingenciais ou futu-
ras.
F. – Conclusão
O PNCP deve acompanhar a evolução da legislação em vigor, da normalização conta-
bilística internacional para o sector público, da investigação científica e das inovações tec-
nológicas. O PNCP é assim flexível, sendo a sua actualização da competência do Governo,
com o apoio técnico da Comissão Nacional da Normalização Contabilística.
II – CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS
A maior parte das considerações técnicas encontra-se espalhada pelos diversos capí-
tulos do Plano de Contas. Contudo, algumas considerações técnicas vão ser aqui tecidas,
designadamente as relativas aos principais mapas.
A. – Balanço
O modelo adoptado neste Plano tem como grande finalidade contribuir para a melhoria
da informação contabilística. Mantém uma estrutura próxima do modelo do PNC, existindo
algumas especificidades que serão descritas ao longo destas notas.
O modelo de balanço tem disposição vertical e inclui os valores referentes ao exercício
anterior, evidenciando uma melhoria qualitativa quanto à informação.
A arrumação dos elementos dentro das grandes massas patrimoniais activas e passivas
obedece às seguintes regras:
- O Activo está ordenado segundo o grau crescente de liquidez;
- A Situação Líquida vem ordenada segundo o grau decrescente da sua estabili-
dade (permanência);
- O Passivo encontra-se ordenado segundo o prazo decrescente de exigibilidade.
B. – Demonstração dos Resultados
Opta-se por um modelo com disposição vertical, permitindo analisar a lógica da evo-
lução dos resultados, nomeadamente: o Valor Acrescentado Bruto, o resultado operacional,
o resultado financeiro, o resultado corrente, o resultado extraordinário e o resultado líquido
apurado no exercício.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

O modelo de Demonstração dos Resultados inclui os valores referentes ao exercício


anterior e a percentagem de cada rubrica em relação ao total dos Proveitos Fiscais (impos-
tos, taxas e contribuições), evidenciando uma melhoria qualitativa quanto à informação.
C. – Mapas de Execução Orçamental
Os Mapas de Execução Orçamental têm como objectivo assegurar o acompanhamento
da execução orçamental, designadamente acompanhar de forma sintética o desenvolvimen-
to das principais fases das receitas e das despesas.
D. – Anexo às Demonstrações Financeiras
Sendo o primeiro plano de contas públicas, no anexo às Demonstrações Financeiras,
tentou-se introduzir um maior número de mapas, capazes de reproduzir em forma de rela-
tório um conjunto de informação muito útil e relevante não só para os decisores públicos,
mas também para o Gestor Público que (na nova concepção de gestão consagrada no regi-
me financeiro da Administração Pública) vai necessitar de informação fiável, tempestiva
e completa. A qualidade da informação está muito dependente da extensão da informação
que for facultada pelo Anexo.
A grande inovação é a inclusão de indicadores de gestão como elemento relevante da
informação, podendo as entidades optarem por indicadores adicionais julgados importantes
para utentes específicos, por forma a que estes possam tomar decisões com conhecimento
da evolução do passado ao presente e da previsão.
E. – Quadro e Código de Contas
Mantém-se uma estrutura próxima da já existente no actual Plano Nacional de Conta-
bilidade. Na codificação seguiram-se os seguintes princípios: I) iniciar as contas de 1º grau
com 0 por forma a aumentar as possibilidades de desagregação e a assegurar maior consis-
tência geral, já que no primeiro nível de desagregação do património (classes) usa-se o 0;
II) quanto aos outros graus, iniciar um grau seguinte com 0 apenas quando forem indispen-
sáveis mais do que 9 subcontas ou quando houver necessidade de assegurar a simetria nas
contas mistas – nos restantes casos, iniciar com 1; III) só introduzir ponto no meio de um
código quando o grau da respectiva conta, em termos do número de dígitos, não segue a re-
gra geral; IV) utilizar mais de um dígito para indicar conta de grau imediatamente seguinte
apenas quando 10 subcontas não forem suficientes para a desagregação pretendida.
Refira-se que todas as contas previstas nas Demonstrações Financeiras e respectivo
Anexo, independemente do seu grau, são de abertura obrigatória, desde que ocorra na en-
tidade fenómeno contabilístico pertinente. No caso de neste Plano de Contas, com relação
às Demonstrações Financeiras e respectivo Anexo, prever-se para um mapa uma dada conta e
para outro mapa preverem-se uma ou várias subcontas dessa mesma conta, só será obriga-
tória a abertura da(s) respectiva(s) subcontas (as ditas contas lançadoras).

177
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

F. – Movimentações Internas
Com relação a movimentações internas de elementos patrimoniais, esta contabilidade
distingue movimentações internas à entidade e movimentações internas ao grupo económi-
co (neste caso, Sector Público Administrativo – SPA). A movimentação interna à entidade
obviamente ocorre dentro da mesma pessoa jurídica, de uma subunidade orgânica para
outra – por exemplo, a reafectação de um veículo ao Ministério da Saúde antes afectado
ao Ministério da Agricultura. A movimentação interna ao SPA ocorre quando um elemento
patrimonial de uma pessoa jurídica pertencente ao SPA passa a integrar o património de
outra pessoa jurídica também pertencente ao SPA – por exemplo, quando um edifício an-
tes propriedade do Instituto Público A passa a ser efectivamente propriedade do Instituto
Público B.
Há elementos patrimoniais para os quais o PNCP exige informações segregadas por
tipos de movimentos. Com relação a esses elementos patrimoniais, desde que neles ocor-
ram frequentes movimentações internas à entidade, convém proceder a desagregação da
pertinente conta por tipos de alterações, entre as quais alterações devidas a movimentações
internas – isto é, proceder a segregação de movimentos por forma a facilitar a obtenção das
informações exigidas. Neste contexto, serve como exemplo as segregações de movimentos
especificadas a nível das Subcontas da Conta Imobilizações Corpóreas.
Com relação a elementos patrimoniais para os quais o PNCP não exige informações
segregadas por tipos de movimentos, desde que ocorram frequentes movimentações in-
ternas à entidade e haja risco de duplicação de lançamentos, convém proceder apenas à
criação de uma subconta intermédia, à semelhança do que consta na conta Caixa.
Com relação a movimentações internas ao SPA, este Plano de Contas recomenda que
se proceda, nas contas em que isso ocorre com maior frequência, à necessária segregação
ou agrupamento por forma a facilitar as correcções que ocorrem aquando da consolidação
das contas do SPA – por exemplo, nas contas contendo dívidas entre entidades pertencentes
ao SPA haverá o isolamento dessas dívidas através da criação das subcontas próprias ou do
agrupamento das contas analíticas respectivas (idem com relação a contas contendo com-
pras/vendas internas ao SPA, transferências internas ao SPA, etc.)
G. – Consolidação das Contas
As Demonstrações Financeiras e o respectivo Anexo concernentes às entidades inte-
grantes do SPA devem ser consolidadas. Para efeito de consolidação consideram-se compo-
nentes do SPA: o Estado estrito senso, os Municípios, os Institutos Públicos e equivalentes
e outras Entidades Públicas com autonomia patrimonial e sem fins lucrativos. A título com-
plementar, haverá ainda contas consolidadas que incluem, para além do SPA, os sistemas
de previdência social obrigatória.
O objectivo da versão consolidada das Demonstrações Financeiras e do respectivo
Anexo é dar uma imagem verdadeira e apropriada da situação patrimonial e sua evolução

178
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

e bem ainda da execução orçamental, desta feita do SPA como se se tratasse de uma só
pessoa jurídica.
Refira-se que com relação às entidades públicas do SPA criadas pelo Estado estrito
senso e com autonomia financeira, mas sem autonomia patrimonial, por esta última razão,
os elementos patrimoniais por elas geridas são (não só do ponto de vista económico, mas
também do ponto de vista legal) parte integrante do património do Estado estrito senso,
pelo que pelo menos no final de cada trimestre do ano civil as alterações patrimoniais
registadas autonomamente na contabilidade própria de cada uma dessas entidades devem
ser transferidas para a contabilidade do Estado estrito senso, com um só lançamento com-
posto, com subsequentes correcções relativas a relações internas – entre elas e entre elas
e o Estado estrito senso. Aplica-se a mesma lógica a nível dos municípios, com relação às
entidades públicas do SPA criadas por um município e com autonomia financeira, mas sem
autonomia patrimonial.
O responsável pela consolidação do SPA é o Serviço da Contabilidade Pública, deven-
do para o efeito os demais integrantes do SPA prestar-lhe toda a colaboração necessária.
A consolidação é feita pelo método integral, com a versão consolidada das Demons-
trações Financeiras e respectivo Anexo apresentando a totalidade dos activos, passivos,
situação líquida, custos e perdas, proveitos e ganhos, despesas lato senso e receitas lato
senso concernentes aos integrantes do SPA como se se tratasse de uma única pessoa jurídi-
ca, devendo porém dessas categorias económicas serem eliminados:
a) Os direitos/obrigações internos ao SPA, incluindo o saldo da Conta 45 – Par-
ticipação na Situação Líquida do SPA constante na contabilidade do Estado
estrito senso e o saldo da Conta 51 – Fundo Permanente Próprio constante na
contabilidade de cada uma das entidades integrantes do SPA, excepto o saldo
da Conta 51 – Fundo Permanente Próprio do Estado estrito senso;
b) Os custos e perdas, proveitos e ganhos, despesas lato senso e receitas lato
senso relativos às operações efectuadas entre as entidades do SPA;
c) Os resultados (lucros ou prejuízos) incluídos nos activos constantes nos balan-
ços e resultantes de vendas/compras e doutras cessões internas ao SPA.
Pode-se, excepcionalmente, não proceder à eliminação referida na alínea c) supra
quando ela acarrete custos desproporcionados e a compra/venda ou outra forma de cessão
pertinente tenha sido concluída de acordo com as condições normais do mercado.
As eliminações nas alíneas supra referidas podem não ser efectuadas quando envolvam
montantes materialmente irrelevantes para o objectivo da consolidação supra referido.
Aplicam-se, com as necessárias adaptações, à versão consolidada das Demonstrações
Financeiras e respectivo Anexo, os mesmos Princípios Contabilísticos e Critérios de Valo-
rimetria previstos para a restante contabilidade.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Se a composição do SPA se alterar significativamente no decurso do exercício, a versão


consolidada das Demonstrações Financeiras e respectivo Anexo deve fornecer informações
que permitam a comparabilidade desta versão com a do exercício anterior. Esta obrigação
pode ser cumprida ou pela elaboração de versão consolidada suplementar sem as alterações
significativas da composição ou por outras informações complementares a prestar no Ane-
xo às Demonstrações Financeiras consolidadas.
O SIGOF deve permitir um elevado grau de automatização na preparação da versão
consolidada das Demonstrações Financeiras e respectivo Anexo, graças nomeadamente à
centralização automatizada da base de dados das contabilidades do SPA.
Visando facilitar o processo de consolidação, as contas cujos saldos são mais susceptí-
veis de alteração nesse processo vêm sinalizadas com asterisco no Quadro de Contas.
No caso de um município ser titular de outra(s) entidade(s) com autonomia patrimonial
e sem fins lucrativos, há que assegurar a consolidação das contas ao nível desse município,
nos termos referidos nesta parte do PNCP, com as necessárias adaptações.
III – PRINCÍPIOS CONTABILÍSTICOS
A aplicação dos princípios contabilísticos fundamentais a seguir formulados deve con-
duzir à obtenção, com relação a uma dada entidade, de uma imagem verdadeira e apropria-
da da situação patrimonial e da sua evolução e bem ainda da execução orçamental.
Os princípios contabilísticos (designadamente, o do registo e o do acréscimo) são es-
sencialmente aplicáveis de forma integral à Contabilidade Patrimonial. A Contabilidade
Orçamental acompanha a execução do Orçamento, que é um instrumento de disciplina dos
fluxos financeiros. Pelo que nem todos os princípios contabilísticos aplicáveis à Contabili-
dade Patrimonial são aplicáveis integralmente à Contabilidade Orçamental, já que esta tem
que se submeter à visão dos fluxos financeiros, fluxos de dinheiros. Não obstante, neste Pla-
no de Contas há um esforço para trazer todos os princípios contabilísticos à Contabilidade
Orçamental, desde que não conflituosos com a visão básica desta.
Quando não for possível aplicar à Contabilidade Patrimonial os princípios estabele-
cidos neste Plano de modo a assegurar que as contas anuais expressem a referida imagem
verdadeira e apropriada, deverá indicar-se, no Anexo às Demonstrações Financeiras, a cor-
respondente justificação.
Princípio da Entidade Contabilística
Constitui entidade contabilística todo o ente público ou de direito privado que esteja
obrigado a elaborar e apresentar contas de acordo com o presente Plano de Contas, de-
signadamente as pessoas jurídicas públicas sem fins lucrativos com autonomia patrimo-
nial. Quando as estruturas organizativas e as necessidades de gestão e informação assim
o requeiram, podem ser criadas subentidades, desde que esteja devidamente assegurada a
coordenação com o sistema central.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Princípio da Continuidade
Presume-se que a actividade é considerada em continuidade, isto é, que a entidade
continuará a operar com duração ilimitada.
Princípio da Consistência
Considera-se que a entidade não altera as suas políticas contabilísticas de um exercí-
cio para o outro. Se alterar e a alteração tiver efeito materialmente relevante, esta deve ser
divulgada no Anexo às Demonstrações Financeiras.
Princípio do Registo
Todos os factos contabilísticos devem ser registados por ordem cronológica, sem que
possam existir vazios, saltos ou lacunas na informação. O registo dos factos contabilísticos
deve efectuar-se mediante os procedimentos técnicos mais adequados à organização conta-
bilística da entidade, garantindo a coerência interna da informação.
Princípio da Prudência
À luz desse princípio devem-se relevar os empobrecimentos prováveis futuros, mas
evitar a relevação de enriquecimentos prováveis futuros.
Princípio do Acréscimo (ou da Especialização do Exercício ou da Efectividade das
Operações)
Pressupõe-se que os Custos e Perdas, Proveitos e Ganhos são reconhecidos quando
incorridos ou obtidos, independentemente do seu pagamento ou recebimento, devendo ser
apresentados nas Demonstrações Financeiras dos períodos a que dizem respeito.
A imputação temporal de Custos e Perdas, Proveitos e Ganhos deve-se fazer em fun-
ção do fluxo real de bens, serviços, direitos e obrigações que os mesmos representam e não
no momento em que se produz o fluxo monetário ou financeiro derivado.
Princípio da Imputação das Transacções
A imputação nos Mapas de Execução Orçamental das operações relacionadas com
os orçamentos de despesas e receitas deve efectuar-se de acordo com as seguintes regras
básicas:
• As despesas e as receitas orçamentais imputar-se-ão de acordo com a sua natu-
reza económica e, em caso de despesas, de acordo ainda com a finalidade que
se pretende atingir;
• As despesas e receitas orçamentais classificar-se-ão, outrossim, atendendo ao
órgão encarregado da sua gestão.
Princípio do Custo Histórico
Como regra geral, todos os bens e direitos devem ser registados pelo seu custo de
aquisição ou de produção. As obrigações devem ser contabilizadas pelo seu valor de reem-
bolso.

181
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

O princípio de custo histórico deve ser respeitado sempre, excepto: no caso de haver
uma disposição legal que autorize rectificações ao mesmo; nas derrogações previstas nos
critérios de valorimetria insertos neste Plano de Contas. Nestes casos e se a alteração tiver
efeito materialmente relevante, esta deve ser divulgada no Anexo às Demonstrações Finan-
ceiras.
Princípio da Materialidade
As Demonstrações Financeiras devem divulgar todos os elementos que sejam sufi-
cientes e materialmente relevantes para afectar as avaliações e decisões dos utentes da
informação.
Princípio da Substância sobre a Forma
Como regra geral, as operações e os acontecimentos devem ser contabilizados e apre-
sentados de acordo com a sua substância (realidade económica) e não meramente de acordo
com a sua forma legal.
Princípio da não Compensação
Como regra geral, não se deverão compensar saldos: de contas activas com os de con-
tas passivas (balanço); de contas de custos e perdas com os de contas de proveitos e ganhos
(demonstração de resultados); e, em caso algum, de contas de despesas com os de contas
de receitas (mapas de execução orçamental).
Princípio da não Consignação
Com carácter geral, as receitas orçamentais destinam-se a financiar a totalidade das des-
pesas orçamentais, sem que exista uma relação directa entre umas e outras. Quando a lei
impõe que determinadas despesas orçamentais se financiem com receitas orçamentais es-
pecíficas a elas afectas (consignadas), o sistema contabilístico deve reflectir estas circuns-
tâncias e permitir o seu seguimento.
IV – Critérios de Valorimetria
Valorimetria é o processo através do qual se determinam as quantias monetárias pelas
quais as classes das demonstrações financeiras devem ser reconhecidas e inscritas no Ba-
lanço e Demonstração dos Resultados. São utilizados diferentes critérios de valorimetria,
ficando desde já definidos, por rubricas, os mais relevantes.
As normas de valorimetria a seguir formuladas são de aplicação obrigatória.
0 – Conceitos
0.0 – O custo de aquisição inclui a soma do preço de compra com os gastos su-
portados directa ou indirectamente para colocar o bem no seu estado actual ou no local
de armazenagem. Assim, para além do valor da factura, deverão considerar-se os direitos
de importação e outros impostos, custos de transportes, seguro, custos de manuseamento,

182
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

eventuais custos associados à transferência de propriedade, e outros custos directamente


atribuíveis à aquisição do activo. Os descontos comerciais, abatimentos e outras deduções
semelhantes deduzem-se na determinação do custo.
0.1 – O custo de transformação ou custo de produção de um bem inclui a soma do
custo das matérias-primas e outros materiais e serviços directamente consumidos, da mão-
de-obra directa, dos custos industriais necessariamente suportados para produzir e colocar
esse bem no estado em que se encontra ou no local de armazenagem. Os custos industriais
fixos poderão ser imputados ao custo de produção tendo em conta a capacidade normal
dos meios de produção, isto é, dividindo esses custos fixos pela capacidade normal para
se obter a parte alíquota a imputar-se a cada unidade produzida. Os custos de distribuição,
de comercialização, de administração gerais não são incorporáveis no custo de produção.
Também os custos financeiros normalmente não são incorporáveis no custo de produção.
0.2 – O preço de mercado entende-se como o custo de reposição ou o valor realizável
líquido deduzido da margem normal de lucro, conforme se trate de bens adquiridos para a
produção ou de bens para venda, respectivamente.
0.3 – O custo de reposição é definido como o custo que a empresa teria de suportar
para substituir os bens nas mesmas condições, qualidade, quantidade e locais de aquisição
e utilização.
0.4 – O valor realizável líquido é definido como o preço de venda estimado no decur-
so normal da actividade da empresa, deduzidos os necessários custos estimados de acaba-
mento e para efectuar a venda.
0.5 – Os itens monetários são dinheiros detidos e bem ainda obrigações a serem pagas
e direitos a serem recebidos através de quantias fixas ou determináveis de dinheiro.
0.6 – Os custos de empréstimos são empobrecimentos decorrentes do uso temporário
de dinheiros alheios, designadamente: juro associado a empréstimo, a saque sem cobertura
em conta-corrente e a locação financeira; amortização de desconto/prémio associado a em-
préstimo; diferença cambial, quando tida como correcção do juro de empréstimo em moeda
estrangeira; encargo auxiliar associado a empréstimo.
1 – Disponibilidades
Os títulos negociáveis devem ser valorizados pelo seu custo de aquisição, o que inclui
todos os custos incorridos com a compra. Se o seu valor de mercado for inferior ao valor
de compra, o valor contabilístico deve ser reduzido para o valor de mercado, através duma
provisão adequada.
2 – Terceiros
Perante riscos de cobrança, constituem-se ou reforçam-se provisões. À semelhança do
que acontece com as outras provisões, estas não devem ultrapassar as necessidades.

183
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

3 – Existências
3.1 – As existências são valorizadas ao custo de aquisição ou de produção, sem preju-
ízo das excepções adiante consideradas.
3.2 – Se o custo de aquisição ou o custo de produção for superior ao preço de mercado
à data do balanço de final do exercício, é este que se utiliza.
3.3 – Quando, na data do balanço, haja obsolescência (monos), deterioração física par-
cial, bem como outros factores análogos, deverá ser utilizado o critério referido no ponto
3.2.
3.4 – Em circunstâncias excepcionais e devidamente fundamentadas, quando a deter-
minação do custo de produção acarretar custos excessivos face à relevância do correspon-
dente benefício, poder-se-á adoptar como critério de valorimetria o valor realizável líquido
deduzido da margem de comercialização média aplicável. Este critério pode ser aplicado,
quer aos produtos acabados, quer aos semiacabados.
3.5 – As existências poderão ainda ser valorizadas ao custo padrão, se este for apura-
do de acordo com os princípios técnicos e contabilísticos adequados, devendo no final do
exercício proceder-se ao ajustamento que considere os desvios verificados.
3.6 – Nas actividades de carácter plurianual, designadamente construção de edifícios,
estradas, barragens, pontes e navios, os produtos e trabalhos em curso são valorizados com
recurso a abertura da chamada folha de serviço ou de obra (ou outro instrumento equivalen-
te) na qual lançam-se os custos directos efectivos suportados. Alternativamente, estes bens
podem ser valorizados, no fim do exercício, pelo método da percentagem de acabamento.
3.7 – Os subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos serão valorizados, na falta de
critério mais adequado, pelo valor realizável líquido deduzido da margem normal de lu-
cro.
3.8 – Como método de custeio das saídas pode-se optar por um dos seguintes métodos,
mas aplicado de forma consistente:
a) Custo específico;
b) Custo médio ponderado;
c) FIFO;
d) LIFO;
e) Custo padrão.
3.9 – Relativamente às situações previstas em 3.2 e 3.3, as diferenças serão expressas
pela provisão para depreciação de existências, a qual será utilizada, reduzida ou anulada
aquando da venda da existência (com ou sem transformação prévia) ou quando deixarem
de existir os motivos que a originaram.

184
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

4 – Imobilizações
4.1 – Investimentos Financeiros
4.1.1 – Os Investimentos Financeiros (40 – Imobilizações de Aplicações de Reser-
vas de Superavits, 41 – Imobilizações Financeiras e 46 – Imobilizações de Aplicações do
Fundo da Previdência Social da Função Pública) registam-se pelo custo de aquisição ou
produção, ou ainda, quando inaplicável nenhum desses métodos, pelo valor do mercado.
4.1.2 – Quando os investimentos financeiros com fins lucrativos tiverem, à data do ba-
lanço de fim de exercício, um valor de mercado inferior ao que resulta do critério anterior, o
montante em excesso deve ser objecto de provisão para a perda de valor. Esta deve ser utili-
zada, reduzida ou anulada à medida que se reduzam ou cessem os riscos que visa cobrir.
4.2 – Imobilizações Corpóreas
4.2.1 – O activo imobilizado corpóreo, incluindo os investimentos adicionais ou com-
plementares, deve ser contabilizado pelo seu custo de aquisição ou de produção.
4.2.2 – Quando os respectivos elementos tiverem uma vida útil limitada, devem ser
amortizados de forma sistemática durante o período em que possam ser utilizados em con-
dições de funcionamento económico, período esse a que se denomina por vida útil ou vida
económica, sem prejuízo das excepções expressamente consignadas na lei.
4.2.3 – Quando se trata de activos do imobilizado obtidos a título gratuito, deverá
considerar-se o valor resultante da avaliação segundo critérios técnicos que se adeqúem à
natureza desses bens ou o valor patrimonial definido nos termos legais. O critério de valo-
rimetria aplicado será explicitado e justificado no Anexo às Demonstrações Financeiras.
4.2.4 – Na impossibilidade de valorização dos bens, estes deverão ser identificados no
Anexo às Demonstrações Financeiras, justificada a impossibilidade e especificado o perío-
do desde quando subsiste esta impossibilidade.
4.2.5 – No caso de inventariação inicial de activos cujos valores de aquisição ou de
produção se desconheçam ou cujos apuramentos não sejam exequíveis, aplica-se o disposto
no ponto anterior.
4.2.6 – No caso de transferência de activos entre entidades abrangidas pelo presente
Plano de Contas, o valor a atribuir será o valor constante nos registos contabilísticos da
entidade de origem, desde que em conformidade com os critérios de valorimetria estabele-
cidos no presente Plano de Contas, salvo se existir valor diferente fixado no diploma que
autorizou a transferência ou, em alternativa, valor acordado entre as partes e sancionado
por órgão competente. Na impossibilidade de aplicação de qualquer uma destas alternati-
vas, será aplicado o critério definido no ponto 4.2.3.
4.2.7 – Quando à data do balanço de final do exercício, elementos do activo imobili-
zado corpóreo, seja ou não limitada a sua vida útil, tiverem um valor económico inferior
ao registado na contabilidade, devem ser objecto de amortização extraordinária corres-
pondente à diferença, se for de prever que a redução desse valor seja permanente. Aquela

185
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

amortização extraordinária não deve ser mantida se deixarem de existir os motivos que a
originaram.
4.3 – Imobilizações Incorpóreas
4.3.1 – As despesas de instalação e desenvolvimento devem ser amortizadas de acordo
com a lei.
4.3.2 – As despesas com propriedade industrial e intelectual devem ser valorizadas
seguindo o critério geral do custo de aquisição ou custo de produção. No caso das patentes
devem-se adicionar os custos de formalização do registo.
4.3.3 – As aplicações informáticas ou programas de computadores devem ser incorpo-
rados no activo (tanto os adquiridos a terceiros, como os produzidos pela própria entidade
utilizando meios próprios) desde que esteja prevista a sua utilização durante vários exer-
cícios.
4.3.4 – Os elementos do activo imobilizado incorpóreo que, à data do balanço de
final do exercício, tiverem um valor económico inferior ao registado na contabilidade, de-
vem ser objecto de amortização extraordinária correspondente à diferença, se for de prever
que a redução desse valor seja permanente (seja ou não limitada a sua vida útil). Aquela
amortização extraordinária não deve ser mantida se deixarem de existir os motivos que a
originaram.
4.4 – Imobilizações de Domínio Público
A valorização das imobilizações do domínio público será efectuada, sempre que pos-
sível, ao custo de aquisição ou ao custo de produção, devendo nos casos restantes aplicar-se o
disposto no subtítulo 4.2.
5 – Efeitos das Diferenças Cambiais
Neste ponto descrevem-se as regras para inclusão, nas Demonstrações Financeiras da
entidade, das transacções em moeda estrangeira e das operações feitas no estrangeiro. Estas
regras aplicam-se a todas as classes de contas.
5.1 – Transacções em Moeda Estrangeira
5.1.1 – Uma operação em moeda estrangeira é registada inicialmente na moeda nacio-
nal multiplicando o quantitativo da moeda estrangeira pelo câmbio da data da operação,
salvo se o câmbio estiver fixado pelas partes ou garantido por uma terceira entidade, caso
em que se multiplica por um destes câmbios. Por razões práticas é permitida a utilização de
câmbios aproximados tais como as médias semanais ou mensais, desde que não se esteja
em presença de instabilidades cambiais graves.
5.1.2 – Por altura de cada balanço: os itens monetários em moeda estrangeira são ac-
tualizados utilizando o câmbio da data do balanço; os itens não monetários conservam o
seu valor inicial.
5.1.3 – Se as diferenças cambiais dos itens monetários estiverem associadas à activida-
de financeira corrente, são contabilizadas como Custos Financeiros – Diferenças de Câm-

186
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

bio Desfavoráveis ou como Proveitos Financeiros – Diferenças de Câmbio Favoráveis.


Nos demais casos, as diferenças vão para Perdas ou Ganhos. Caso existam expectativas
razoáveis de que o ganho é reversível, procede-se ao seu diferimento.
5.1.4 – As diferenças de câmbio associadas a aquisições recentes de itens não mone-
tários (que se encontrem à data do balanço em poder da entidade) podem ser incluídas no
valor destes itens não monetários ao invés de serem levadas ao resultado, desde que se con-
sidere o procedimento razoável. A diferença de câmbio associada a item monetário que, em
substância, constitua parte da participação financeira numa operação feita no estrangeiro é
registada em conta específica da situação líquida até à extinção do pertinente item monetá-
rio, altura em que a diferença é levada a resultados.
5.2 – Operações Feitas no Estrangeiro
5.2.1 – A consolidação das operações realizadas no estrangeiro por representações au-
tónomas é feita traduzindo: os activos e passivos ao câmbio da data do balanço; os custos e
perdas e os proveitos e ganhos aos câmbios das datas das respectivas operações. Por razões
práticas é permitida a utilização de câmbios aproximados, tais como as médias semanais ou
mensais, desde que não se esteja em presença de instabilidades cambiais graves.
5.2.2 – Tratando-se de itens decorrentes da consolidação de operações realizadas no
estrangeiro por representações autónomas, as respectivas diferenças cambiais são regis-
tadas em contas específicas da situação líquida até à alienação da pertinente participação
líquida, altura em que é levada para o resultado – como Custos Financeiros – Diferenças
de Câmbio Desfavoráveis e ou como Proveitos Financeiros – Diferenças de Câmbio Fa-
voráveis.
6 – Custos de Empréstimos
6.1 – A regra geral básica requer que o custo de empréstimo seja levado imediatamente
a custo extinto do exercício. Contudo, é permitida, a título alternativo, a capitalização do
custo efectivo de empréstimo directamente atribuível à aquisição ou produção do activo
que necessariamente requeira um período de tempo substancial para ser colocado em con-
dições de seu normal uso ou venda, não devendo, porém, o valor contabilístico desse activo
ficar, em consequência, superior ao respectivo valor de mercado.
6.2 – Para se dar início à capitalização dum custo de empréstimo as seguintes condi-
ções devem estar reunidas: ter ocorrido o uso do empréstimo; ter incorrido em custo perti-
nente; estar em curso o processo de aquisição/produção do activo elegível.
6.3 – A capitalização do custo de empréstimo suspende-se quando o processo de aqui-
sição/produção do activo elegível estiver suspenso, por razões extraordinárias, por um pe-
ríodo prolongado.
6.4 – A capitalização do custo de empréstimo cessa integral ou parcialmente quando,
respectivamente, todo o activo elegível ou parte isolável desse activo estiver em condições
de ser usado/vendido.

187
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

6.5 – A parte do custo de empréstimo eventualmente capitalizada deve ser divulgada


no Anexo às Demonstrações Financeiras.
Quanto à locação financeira, aplicam-se-lhe as pertinentes normas contabilísticas in-
ternacionais e legislação nacional, que são aqui resumidas no que se segue:
a) Considera-se locação financeira designadamente um contrato de cessão tem-
porária do gozo de um activo, mediante retribuição, cujo locatário transfor-
ma-se em proprietário no fim do contrato ou tem opção de compra por valor
residual (fixado ou determinável nos termos do contrato) significativamente
inferior ao do respectivo valor do mercado e cuja cessão temporária do direito
do gozo cobre a maior parte da vida económica do bem;
b) O activo locado é registado na contabilidade do locatário como se fosse um
activo adquirido com financiamento alheio, pelo seu valor do mercado ou,
se inferior, pelo valor actualizado das prestações futuras mínimas, incluindo
nestas prestações o valor residual garantido, havendo;
c) Na contabilidade do locador o activo locado não é registado, mas sim a equi-
valente dívida a receber, equiparada a um empréstimo concedido, pelo valor
actualizado das prestações futuras mínimas a receber (incluindo nestas pres-
tações o valor residual garantido, e, não havendo valor residual garantido,
acrescido do valor residual não garantido actualizado);
d) Contabilisticamente, a renda (prestação) terá duas componentes: uma parte
que amortiza o financiamento, geralmente em função da diminuição efectiva
ou fixada da vida económica do activo locado e outra parte considerada juro
fixo ou variável (proveito financeiro para o locador / custo financeiro para o
locatário) à taxa constante;
e) O locatário, para além da contabilização da renda, deve amortizar o activo
locado sujeito a depreciação pelo tempo que espera utilizá-lo e nos termos
gerais aplicados aos imobilizados próprios da mesma natureza;
f) Os custos directos acessórios iniciais, suportados pelo locatário enquanto tal,
são capitalizados no valor do activo locado;
g) Os custos directos acessórios iniciais, suportados pelo locador enquanto tal,
são levados a custos imediatamente ou capitalizados e, subsequentemente,
amortizados paralelamente à realização dos respectivos proveitos financeiros,
durante o tempo da locação financeira;
h) Quando o locador for paralelamente produtor/comerciante do activo locado,
adicionalmente deve na sua contabilidade contabilizar a equiparada venda do
mesmo activo locado, nos mesmos moldes que faz com a real venda a pronto
pagamento dos demais activos similares ao locado.

188
14

V - QUADRO DE CONTAS DO PNCP DE CABO VERDE

5 - Situação Líquida e 8 - Contabilidade 9 - Contabilidade 0 - Contabilidade


1 - Disponibilidades 2 - Terceiros 3 - Existências 4 - Imobilizações 6 - Custos e Perdas 7 - Proveitos e Ganhos
Dívida Pública Orçamental Analítica Extrapatrimonial

10 - Caixa 20 - Depositantes no Tesouro* 30 - 40 - Imobilizações de 50 - Fundo de Imobilizações do 60 - Custos das Mercadorias 70 - Vendas e Prestações de 80 - Despesas* 00 – Garantias Pessoais
Aplicações de Reservas de Domínio Público Vendidas e das Matérias Serviços*
Superavits* Consumidas*

11 - Depósitos à Ordem - no 21 - Clientes* 31 - 41 - Imobilizações Financeiras* 51 - Fundo Permanente 61 - Fornecimentos e Serviços 71 - Trabalhos para a Própria 81 - Passivos Financeiros - 01 – Penhoras Determinadas
Tesouro* Próprio* de Terceiros* Entidade Diminuições pelo Juízo de Execução Fiscal

12 - Depósitos à Ordem - no 22 - Fornecedores* 32 - Mercadorias 42 - Imobilizações Corpóreas 52 - Reservas* 62 - Tributos* 72 - Taxas e Contribuições* 82 - Reservas de Superavits - 02 – Outras Garantias Reais
BCV Aumentos

13 - Depósitos à Ordem - 23 - Empréstimos Concedidos* 33 - Produtos Acabados e 43 - Imobilizações Incorpóreas 53 - Subsídios e 63 - Custos com o Pessoal 73 - Proveitos Suplementares 83 - Operações de Tesouraria - 03 – Outras Riquezas Alheias
Noutras Instituições Semiacabados Transferências Plurianuais* Saídas*
Financeiras

14 - Disponibilidades 24 - Estado e Outras 34 - Subprodutos, 44 - Imobilizações em Curso* 54 - Resultados* 64 - Amortizações do Exercício 74 - Subsídios e Transferências 84 - Saídas e Entradas de 04 – Créditos Contingentes
Consignadas* Autoridades Públicas* Desperdícios, Resíduos e Correntes Obtidos* Disponibilidades por
Refugos Regularizar*

189
15 - Depósitos a Prazo 25 - Contribuintes e 35 - Produtos e Trabalhos em 45 - Participação na Situação 55 - Fundo da Previdência 65 - Subsídios e 75 - Impostos* 85 - Receitas* 05 – Empréstimos por
Beneficiários* Curso Líquida do SPA* Social da Função Pública Transferências Correntes Desembolsar
Concedidos*

16 - Títulos Negociáveis 26 - Outros Devedores e 36 - Matérias Primas, 46 - Imobilizações de 56 - Dívida Pública a Longo 66 - Custos Financeiros* 76 - Proveitos Financeiros* 86 - Passivos Financeiros - 06 – Outros Créditos Abertos
Credores* Subsidiárias e de Consumo Aplicações do Fundo da Prazo* Aumentos
Previdência Social da Função
Pública*
17 - Depósitos Bloqueados e 27 - Acréscimos e 37 - Adiantamentos por Conta 47 - Imobilizações do Domínio 57 - Dívida Pública a Médio 67 - Provisões do Exercício 77 - Penalidades Legais* 87 - Reservas de Superavits - 07 – Valores dos Activos
Cauções Diferimentos* de Compras* Público Prazo* Diminuições Seguros
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

18 - Outras Disponibilidades 28 - Pagamentos e 38 - 48 - Amortizações Acumuladas 58 - Dívida Pública a Curto 68 - Outros Custos* 78 - Outros Proveitos* 88 - Operações de Tesouraria - 08 – Outros Activos Futuros ou
Recebimentos por Regularizar* Prazo* Entradas* Contingentes

19 - Provisões para Aplicações 29 - Provisões para Cobranças 39 - Provisões para 49 - Provisões para 59 - Credores Desconhecidos 69 - Perdas* 79 - Ganhos* 89 - Saldo de Gerência 09 – Outros Passivos Futuros
de Tesouraria Duvidosas e Outros Riscos e Depreciação de Existências Investimentos Financeiros por Recursos Alheios ou Contingentes
Encargos Integrados
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 15

CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES

10 - Caixa
101 - Caixa - em Moeda Nacional (MN)
101.0001 - Caixa - em MN - Caixa Subunidade A

101.9999 - Caixa - em MN - Fundos Fixos Atribuídos


101.9999.0001 - Caixa - em MN - Fundo de Maneio na Subunidade A
...

102 - Caixa - em Moeda Estrangeira (ME)


102.0001 - Caixa - em ME - Caixa Subunidade A

102.9999 - Caixa - em ME - Fundos Fixos Atribuídos


102.9999.0001 - Caixa - em ME - Fundo de Maneio na Subunidade A
...

108 - Caixa - Movimentação Interna - Conta Intermédia


108.01 - Da Subunidade A para a Subunidade B
108.02 - Da Subunidade B para a Subunidade A
108.03 - Da Subunidade A para a Subunidade C
108.04 - Da Subunidade C para a Subunidade A

11 - Depósitos à Ordem (DO) - no Tesouro


111 - DO - no Tesouro - em Moeda Nacional (MN)
111.01 - DO - no Tesouro - em MN - Movimentada pela Subunidade A

112 - DO - no Tesouro - em Moeda Estrangeira (ME)


112.01 - DO - no Tesouro - em ME - Movimentada pela Subunidade A

118 - DO - no Tesouro - Movimentação Interna - C/Intermédia


12 - Depósitos à Ordem (DO) - no BCV


121 - DO - no BCV - em Moeda Nacional (MN)
1211 - DO - no BCV - em MN - Conta-Corrente do Tesouro
1211.01 -
...
...

1219 - DO - no BCV - em MN - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1219.01 - DO - no BCV - em MN - DI-SPA - Movimentada pela Subunidade A

122 - DO - no BCV - em Moeda Estrangeira (ME)


1221 - DO - no BCV - em ME - Conta-Corrente do Tesouro
1221.01 -
...
...

1229 - DO - no BCV - em ME - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1229.01 - DO - no BCV - em ME - DI-SPA - Movimentada pela Subunidade A

128 - DO - no BCV - Movimentação Interna - C/Intermédia


190
16 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA nº
Decreto-Lei REPÚBLICA
10/2006, deDE CABO
30 de VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
Janeiro

CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
13 - Depósitos à Ordem (DO) - Noutras Instituições Financeiras (NIF
131 - DO - NIF - em Moeda Nacional (MN)
131.01 - DO - NIF - em MN - no Banco Comercial A (BC A)
131.01.1 - DO - NIF - em MN - no BC A - Do Tesouro/Orçamento do Estado
131.01.1.01 - na Agência do BC A em ...
...
...
...

131.01.9 - DO - NIF - em MN - no BC A - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


131.01.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

131.02 - DO - NIF - em MN - no Banco Comercial B (BC B)


131.02.1 - DO - NIF - em MN - no BC B - Do Tesouro/Orçamento do Estado
131.02.1.01 - na Agência do BC B em ...
...
...
...

131.02.9 - DO - NIF - em MN - no BC B - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


131.02.9.01 - na Agência do BC B em ...
...

132 - DO - NIF - em Moeda Estrangeira (ME)


132.01 - DO - NIF - em ME - no Banco Comercial A (BC A)
132.01.1 - DO - NIF - em ME - no BC A - Do Tesouro/Orçamento do Estado
132.01.1.01 - na Agência do BC A em ...
...
...
...

132.01.9 - DO - NIF - em ME - no BC A - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


132.01.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

132.02 - DO - NIF - em ME - no Banco Comercial B (BC B)


132.02.1 - DO - NIF - em ME - no BC B - Do Tesouro/Orçamento do Estado
132.02.1.01 - na Agência do BC B em ...
...
...
...

132.02.9 - DO - NIF - em ME - no BC B - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


132.02.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...

138 - DO - NIF - Movimentação Interna - C/Intermédia

14 - Disponibilidades Consignadas (DC)


141 - Depósitos à Ordem Consignados (DOC)
1411 - DOC - em Moeda Nacional (MN)
1411.01 - DOC - em MN - no Tesouro
1411.01.01 - DOC - em MN - no Tesouro - Movimentada pela Subunidade A
1411.01.01.000 - Para …

1411.02 - DOC - em MN - no BCV


1411.02.1 - DOC - em MN - no BCV - do Tesouro
1411.02.1.001 - Para Serviço da Dívida Pública
1411.02.1.002 - Para Aplicações de Reservas de Superavits
...
...

1411.02.9 - DOC - em MN - no BCV - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1411.02.9.01 - DOC - no BCV - em MN - Movimentada pela Subunidade A
1411.02.9.01.000 - Para …

191
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 17

CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES

1411.03 - DOC - em MN - no Banco Comercial A (BC A)


1411.03.1 - DOC - em MN - no BC A - do Tesouro
1411.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
1411.03.1.01.000 - Para …

...

1411.03.9 - DOC - em MN - no BC A - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1411.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
1411.03.9.01.000 - Para …

...

1411.04 - DOC - em MN - no Banco Comercial B (BC B)


1411.04.1 - DOC - em MN - no BC B - do Tesouro
1411.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
1411.04.1.01.000 - Para …

...

1411.04.9 - DOC - em MN - no BC B - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1411.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
1411.04.9.01.000 - Para …

...
...

1412 - DOC - em Moeda Estrangeira (ME)


1412.01 - DOC - em ME - no Tesouro
1412.01.01 - DOC - em ME - no Tesouro - Movimentada pela Subunidade A
1412.01.01.000 - Para …

1412.02 - DOC - em ME - no BCV


1412.02.1 - DOC - em ME - no BCV - do Tesouro
1412.02.1.001 - Para Serviço da Dívida Pública
1412.02.1.002 - Para Aplicações de Reservas de Superavits
...
...

1412.02.9 - DOC - em ME - no BCV - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1412.02.9.01 - DOC - no BCV - em ME - Movimentada pela Subunidade A
1412.02.9.01.000 - Para …

1412.03 - DOC - em ME - no Banco Comercial A (BC A)


1412.03.1 - DOC - em ME - no BC A - do Tesouro
1412.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
1412.03.1.01.000 - Para …

...

1412.03.9 - DOC - em ME - no BC A - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1412.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
1412.03.9.01.000 - Para …

...

1412.04 - DOC - em ME - no Banco Comercial B (BC B)


1412.04.1 - DOC - em ME - no BC B - do Tesouro
1412.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
1412.04.1.01.000 - Para …

...

1412.04.9 - DOC - em ME - no BC B - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1412.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
1412.04.9.01.000 - Para …

...
...

192
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
18 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

DISPONIBILIDADES

1418 - DOC - Movimentação Interna - C/Intermédia

Depósitos a Prazo Consignados (DPC)


1421 - DPC - em Moeda Nacional (MN)
14211 - DPC - em MN - até 60 Dias
14211.01 - DPC - em MN - até 60 Dias - no Tesouro
14211.01.01 - DPC - em MN - até 60 Dias - no Tesouro - Movimentada pela Subunidade A

14211.02 - DPC - em MN - até 60 Dias - no BCV


14211.02.1 - DPC - em MN - até 60 Dias - no BCV - do Tesouro
14211.02.1.001 - Para Serviço da Dívida Pública
14211.02.1.002 - Para Aplicações de Reservas de Superavits
...
...

14211.02.9 - DPC - em MN - até 60 Dias - no BCV - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


14211.02.9.01 - DPC - no BCV - em MN - até 60 Dias - Movimentada pela Subunidade A

14211.03 - DPC - em MN - até 60 Dias - no Banco Comercial A (BC A)


14211.03.1 - DPC - em MN - até 60 Dias - no BC A - do Tesouro
14211.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

14211.03.9 - DPC - em MN - até 60 Dias - no BC A - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


14211.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

14211.04 - DPC - em MN - até 60 Dias - no Banco Comercial B (BC B)


14211.04.1 - DPC - em MN - até 60 Dias - no BC B - do Tesouro
14211.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

14211.04.9 - DPC - em MN - até 60 Dias - no BC B - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


14211.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...

14212 - DPC - em MN - até 90 Dias


14212.01 - DPC - em MN - até 90 Dias - no Tesouro
14212.01.01 - DPC - em MN - até 90 Dias - no Tesouro - Movimentada pela Subunidade A

14212.02 - DPC - em MN - até 90 Dias - no BCV


14212.02.1 - DPC - em MN - até 90 Dias - no BCV - do Tesouro
14212.02.1.001 - Para Serviço da Dívida Pública
14212.02.1.002 - Para Aplicações de Reservas de Superavits
...
...

14212.02.9 - DPC - em MN - até 90 Dias - no BCV - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


14212.02.9.01 - DPC - no BCV - em MN - até 90 Dias - Movimentada pela Subunidade A

14212.03 - DPC - em MN - até 90 Dias - no Banco Comercial A (BC A)


14212.03.1 - DPC - em MN - até 90 Dias - no BC A - do Tesouro
14212.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

14212.03.9 - DPC - em MN - até 90 Dias - no BC A - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


14212.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

14212.04 - DPC - em MN - até 90 Dias - no Banco Comercial B (BC B)


14212.04.1 - DPC - em MN - até 90 Dias - no BC B - do Tesouro
14212.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

14212.04.9 - DPC - em MN - até 90 Dias - no BC B - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


14212.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...

193
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 19

CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES

14213 - DPC - em MN - até 180 Dias


14213.01 - DPC - em MN - até 180 Dias - no Tesouro
14213.01.01 - DPC - em MN - até 180 Dias - no Tesouro - Movimentada pela Subunidade A

14213.02 - DPC - em MN - até 180 Dias - no BCV


14213.02.1 - DPC - em MN - até 180 Dias - no BCV - do Tesouro
14213.02.1.001 - Para Serviço da Dívida Pública
14213.02.1.002 - Para Aplicações de Reservas de Superavits
...
...

14213.02.9 - DPC - em MN - até 180 Dias - no BCV - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)
14213.02.9.01 - DPC - no BCV - em MN - até 180 Dias - Movimentada pela Subunidade A

14213.03 - DPC - em MN - até 180 Dias - no Banco Comercial A (BC A)


14213.03.1 - DPC - em MN - até 180 Dias - no BC A - do Tesouro
14213.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

14213.03.9 - DPC - em MN - até 180 Dias - no BC A - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


14213.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

14213.04 - DPC - em MN - até 180 Dias - no Banco Comercial B (BC B)


14213.04.1 - DPC - em MN - até 180 Dias - no BC B - do Tesouro
14213.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

14213.04.9 - DPC - em MN - até 180 Dias - no BC B - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


14213.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...

14214 - DPC - em MN - até 1 Ano


14214.01 - DPC - em MN - até 1 Ano - no Tesouro
14214.01.01 - DPC - em MN - até 1 Ano - no Tesouro - Movimentada pela Subunidade A

14214.02 - DPC - em MN - até 1 Ano - no BCV


14214.02.1 - DPC - em MN - até 1 Ano - no BCV - do Tesouro
14214.02.1.001 - Para Serviço da Dívida Pública
14214.02.1.002 - Para Aplicações de Reservas de Superavits
...
...

14214.02.9 - DPC - em MN - até 1 Ano - no BCV - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


14214.02.9.01 - DPC - no BCV - em MN - até 1 Ano - Movimentada pela Subunidade A

14214.03 - DPC - em MN - até 1 Ano - no Banco Comercial A (BC A)


14214.03.1 - DPC - em MN - até 1 Ano - no BC A - do Tesouro
14214.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

14214.03.9 - DPC - em MN - até 1 Ano - no BC A - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


14214.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

14214.04 - DPC - em MN - até 1 Ano - no Banco Comercial B (BC B)


14214.04.1 - DPC - em MN - até 1 Ano - no BC B - do Tesouro
14214.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

14214.04.9 - DPC - em MN - até 1 Ano - no BC B - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


14214.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...

14215 - DPC - em MN - Superior a 1 Ano


14215.01 - DPC - em MN - Superior a 1 Ano - no Tesouro

194
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
20 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
14215.01.01 - DPC - em MN - Superior a 1 Ano - no Tesouro - Movimentada pela Subunidade A

14215.02 - DPC - em MN - Superior a 1 Ano - no BCV


14215.02.1 - DPC - em MN - Superior a 1 Ano - no BCV - do Tesouro
14215.02.1.001 - Para Serviço da Dívida Pública
14215.02.1.002 - Para Aplicações de Reservas de Superavits
...
...

14215.02.9 - DPC - em MN - Superior a 1 Ano - no BCV - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


14215.02.9.01 - DPC - no BCV - em MN - Superior a 1 Ano - Movimentada pela Subunidade A

14215.03 - DPC - em MN - Superior a 1 Ano - no Banco Comercial A (BC A)


14215.03.1 - DPC - em MN - Superior a 1 Ano - no BC A - do Tesouro
14215.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

14215.03.9 - DPC - em MN - Superior a 1 Ano - no BC A - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


14215.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

14215.04 - DPC - em MN - Superior a 1 Ano - no Banco Comercial B (BC B)


14215.04.1 - DPC - em MN - Superior a 1 Ano - no BC B - do Tesouro
14215.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

14215.04.9 - DPC - em MN - Superior a 1 Ano - no BC B - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


14215.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...

1422 - DPC - em Moeda Estrangeira (ME)


14221 - DPC - em ME - até 1 Semana
14221.01 - DPC - em ME - até 1 Semana - no Tesouro
14221.01.01 - DPC - em ME - até 1 Semana - no Tesouro - Movimentada pela Subunidade A

14221.02 - DPC - em ME - até 1 Semana - no BCV


14221.02.1 - DPC - em ME - até 1 Semana - no BCV - do Tesouro
14221.02.1.001 - Para Serviço da Dívida Pública
14221.02.1.002 - Para Aplicações de Reservas de Superavits
...
...

14221.02.9 - DPC - em ME - até 1 Semana - no BCV - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


14221.02.9.01 - DPC - no BCV - em ME - até 1 Semana - Movimentada pela Subunidade A

14221.03 - DPC - em ME - até 1 Semana - no Banco Comercial A (BC A)


14221.03.1 - DPC - em ME - até 1 Semana - no BC A - do Tesouro
14221.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

14221.03.9 - DPC - em ME - até 1 Semana - no BC A - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


14221.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

14221.04 - DPC - em ME - até 1 Semana - no Banco Comercial B (BC B)


14221.04.1 - DPC - em ME - até 1 Semana - no BC B - do Tesouro
14221.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

14221.04.9 - DPC - em ME - até 1 Semana - no BC B - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


14221.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...

14222 - DPC - em ME - até 1 Mês


14222.01 - DPC - em ME - até 1 Mês - no Tesouro
14222.01.01 - DPC - em ME - até 1 Mês - no Tesouro - Movimentada pela Subunidade A

195
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» Decreto-Lei
DA REPÚBLICA DE CABO
nº 10/2006, de 30VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
de Janeiro 21

CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
14222.02 - DPC - em ME - até 1 Mês - no BCV
14222.02.1 - DPC - em ME - até 1 Mês - no BCV - do Tesouro
14222.02.1.001 - Para Serviço da Dívida Pública
14222.02.1.002 - Para Aplicações de Reservas de Superavits
...
...

14222.02.9 - DPC - em ME - até 1 Mês - no BCV - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


14222.02.9.01 - DPC - no BCV - em ME - até 1 Mês - Movimentada pela Subunidade A

14222.03 - DPC - em ME - até 1 Mês - no Banco Comercial A (BC A)


14222.03.1 - DPC - em ME - até 1 Mês - no BC A - do Tesouro
14222.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

14222.03.9 - DPC - em ME - até 1 Mês - no BC A - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


14222.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

14222.04 - DPC - em ME - até 1 Mês - no Banco Comercial B (BC B)


14222.04.1 - DPC - em ME - até 1 Mês - no BC B - do Tesouro
14222.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

14222.04.9 - DPC - em ME - até 1 Mês - no BC B - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


14222.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...

14223 - DPC - em ME - até 1 Ano


14223.01 - DPC - em ME - até 1 Ano - no Tesouro
14223.01.01 - DPC - em ME - até 1 Ano - no Tesouro - Movimentada pela Subunidade A

14223.02 - DPC - em ME - até 1 Ano - no BCV


14223.02.1 - DPC - em ME - até 1 Ano - no BCV - do Tesouro
14223.02.1.001 - Para Serviço da Dívida Pública
14223.02.1.002 - Para Aplicações de Reservas de Superavits
...
...

14223.02.9 - DPC - em ME - até 1 Ano - no BCV - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


14223.02.9.01 - DPC - no BCV - em ME - até 1 Ano - Movimentada pela Subunidade A

14223.03 - DPC - em ME - até 1 Ano - no Banco Comercial A (BC A)


14223.03.1 - DPC - em ME - até 1 Ano - no BC A - do Tesouro
14223.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

14223.03.9 - DPC - em ME - até 1 Ano - no BC A - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


14223.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

14223.04 - DPC - em ME - até 1 Ano - no Banco Comercial B (BC B)


14223.04.1 - DPC - em ME - até 1 Ano - no BC B - do Tesouro
14223.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

14223.04.9 - DPC - em ME - até 1 Ano - no BC B - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


14223.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...

14224 - DPC - em ME - a Médio e Longo Prazos (MLP)


14224.01 - DPC - em ME - a MLP - no Tesouro
14224.01.01 - DPC - em ME - a MLP - no Tesouro - Movimentada pela Subunidade A

14224.02 - DPC - em ME - a MLP - no BCV


14224.02.1 - DPC - em ME - a MLP - no BCV - do Tesouro
14224.02.1.001 - Para Serviço da Dívida Pública
14224.02.1.002 - Para Aplicações de Reservas de Superavits

196
22 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
...
...

14224.02.9 - DPC - em ME - a MLP - no BCV - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


14224.02.9.01 - DPC - no BCV - em ME - a MLP - Movimentada pela Subunidade A

14224.03 - DPC - em ME - a MLP - no Banco Comercial A (BC A)


14224.03.1 - DPC - em ME - a MLP - no BC A - do Tesouro
14224.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

14224.03.9 - DPC - em ME - a MLP - no BC A - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


14224.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

14224.04 - DPC - em ME - a MLP - no Banco Comercial B (BC B)


14224.04.1 - DPC - em ME - a MLP - no BC B - do Tesouro
14224.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

14224.04.9 - DPC - em ME - a MLP - no BC B - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


14224.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...
...

1428 - DPC - Movimentação Interna - C/Intermédia

143 - DC - da Previdência Social da Função Pública (PSFP)


1431 - DC - da PSFP - Depósitos à Ordem (DO)
14311 - DC - da PSFP - DO - em Moeda Nacional (MN)
14311.01 - DC - da PSFP - DO - em MN - ...
14311.01.01 - DC - da PSFP - DO - em MN - ...

14311.02 - DC - da PSFP - DO - em MN - no BCV


14311.02.1 - DC - da PSFP - DO - em MN - no BCV - do Tesouro
14311.02.1.01 -
...
...

14311.02.9 - DC - da PSFP - DO - em MN - no BCV - ...


14311.02.9.01 - DC - da PSFP - DO - em MN - no BCV - ...

14311.03 - DC - da PSFP - DO - em MN - no Banco Comercial A (BC A)


14311.03.1 - DC - da PSFP - DO - em MN - no BC A - do Tesouro
14311.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

14311.03.9 - DC - da PSFP - DO - em MN - no BC A - ...


14311.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

14311.04 - DC - da PSFP - DO - em MN - no Banco Comercial B (BC B)


14311.04.1 - DC - da PSFP - DO - em MN - no BC B - do Tesouro
14311.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

14311.04.9 - DC - da PSFP - DO - em MN - no BC B - ...


14311.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...

14312 - DC - da PSFP - DO - em Moeda Estrangeira (ME)


14312.01 - DC - da PSFP - DO - em ME - ...
14312.01.01 - DC - da PSFP - DO - em ME - ...

14312.02 - DC - da PSFP - DO - em ME - no BCV


14312.02.1 - DC - da PSFP - DO - em ME - no BCV - do Tesouro
14312.02.1.01 -

197
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 23
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
...
...

14312.02.9 - DC - da PSFP - DO - em ME - no BCV - ...


14312.02.9.01 - DC - da PSFP - DO - em ME - no BCV - ...

14312.03 - DC - da PSFP - DO - em ME - no Banco Comercial A (BC A)


14312.03.1 - DC - da PSFP - DO - em ME - no BC A - do Tesouro
14312.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

14312.03.9 - DC - da PSFP - DO - em ME - no BC A - ...


14312.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

14312.04 - DC - da PSFP - DO - em ME - no Banco Comercial B (BC B)


14312.04.1 - DC - da PSFP - DO - em ME - no BC B - do Tesouro
14312.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

14312.04.9 - DC - da PSFP - DO - em ME - no BC B - ...


14312.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...

14318 - DC - da PSFP - DO - Movimentação Interna - C/Intermédia

1432 - DC - da PSFP - Depósitos a Prazo (DP)


14321 - DC - da PSFP - DP - em Moeda Nacional (MN)
143211 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 60 Dias
143211.01 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 60 Dias - ...
143211.01.01 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 60 Dias - ...

143211.02 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 60 Dias - no BCV


143211.02.1 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 60 Dias - no BCV - do Tesouro
143211.02.1.01 -
...
...

143211.02.9 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 60 Dias - no BCV - ...


143211.02.9.01 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 60 Dias - no BCV - ...

143211.03 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 60 Dias - no Banco Comercial A (BC A)


143211.03.1 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 60 Dias - no BC A - do Tesouro
143211.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

143211.03.9 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 60 Dias - no BC A - ...


143211.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

143211.04 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 60 Dias - no Banco Comercial B (BC B)


143211.04.1 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 60 Dias - no BC B - do Tesouro
143211.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

143211.04.9 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 60 Dias - no BC B - ...


143211.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...

143212 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 90 Dias


143212.01 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 90 Dias - ...
143212.01.01 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 90 Dias - ...

143212.02 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 90 Dias - no BCV


143212.02.1 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 90 Dias - no BCV - do Tesouro
143212.02.1.01 -
...

198
24 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
...

143212.02.9 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 90 Dias - no BCV - ...


143212.02.9.01 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 90 Dias - no BCV - ...

143212.03 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 90 Dias - no Banco Comercial A (BC A)


143212.03.1 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 90 Dias - no BC A - do Tesouro
143212.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

143212.03.9 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 90 Dias - no BC A - ...


143212.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

143212.04 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 90 Dias - no Banco Comercial B (BC B)


143212.04.1 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 90 Dias - no BC B - do Tesouro
143212.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

143212.04.9 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 90 Dias - no BC B - ...


143212.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...

143213 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 180 Dias


143213.01 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 180 Dias - ...
143213.01.01 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 180 Dias - ...

143213.02 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 180 Dias - no BCV


143213.02.1 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 180 Dias - no BCV - do Tesouro
143213.02.1.01 -
...
...

143213.02.9 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 180 Dias - no BCV - ...


143213.02.9.01 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 180 Dias - no BCV - ...

143213.03 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 180 Dias - no Banco Comercial A (BC A)


143213.03.1 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 180 Dias - no BC A - do Tesouro
143213.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

143213.03.9 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 180 Dias - no BC A - ...


143213.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

143213.04 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 180 Dias - no Banco Comercial B (BC B)


143213.04.1 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 180 Dias - no BC B - do Tesouro
143213.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

143213.04.9 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 180 Dias - no BC B - ...


143213.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...

143214 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 1 Ano


143214.01 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 1 Ano - ...
143214.01.01 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 1 Ano - ...

143214.02 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 1 Ano - no BCV


143214.02.1 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 1 Ano - no BCV - do Tesouro
143214.02.1.01 -
...
...

143214.02.9 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 1 Ano - no BCV - ...


143214.02.9.01 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 1 Ano - no BCV - ...

199
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA
Decreto-Lei DE CABO
nº 10/2006, VERDE
de 30 — 30 DE JANEIRO DE 2006
de Janeiro 25

CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
143214.03 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 1 Ano - no Banco Comercial A (BC A)
143214.03.1 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 1 Ano - no BC A - do Tesouro
143214.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

143214.03.9 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 1 Ano - no BC A - ...


143214.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

143214.04 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 1 Ano - no Banco Comercial B (BC B)


143214.04.1 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 1 Ano - no BC B - do Tesouro
143214.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

143214.04.9 - DC - da PSFP - DP - em MN - até 1 Ano - no BC B - ...


143214.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...

143215 - DC - da PSFP - DP - em MN - Superior a 1 Ano


143215.01 - DC - da PSFP - DP - em MN - Superior a 1 Ano - ...
143215.01.01 - DC - da PSFP - DP - em MN - Superior a 1 Ano - ...

143215.02 - DC - da PSFP - DP - em MN - Superior a 1 Ano - no BCV


143215.02.1 - DC - da PSFP - DP - em MN - Superior a 1 Ano - no BCV - do Tesouro
143215.02.1.01 -
...
...

143215.02.9 - DC - da PSFP - DP - em MN - Superior a 1 Ano - no BCV - ...


143215.02.9.01 - DC - da PSFP - DP - em MN - Superior a 1 Ano - no BCV - ...

143215.03 - DC - da PSFP - DP - em MN - Superior a 1 Ano - no Banco Comercial A (BC A)


143215.03.1 - DC - da PSFP - DP - em MN - Superior a 1 Ano - no BC A - do Tesouro
143215.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

143215.03.9 - DC - da PSFP - DP - em MN - Superior a 1 Ano - no BC A - ...


143215.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

143215.04 - DC - da PSFP - DP - em MN - Superior a 1 Ano - no Banco Comercial B (BC B)


143215.04.1 - DC - da PSFP - DP - em MN - Superior a 1 Ano - no BC B - do Tesouro
143215.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

143215.04.9 - DC - da PSFP - DP - em MN - Superior a 1 Ano - no BC B - ...


143215.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...

14322 - DC - da PSFP - DP - em Moeda Estrangeira (ME)


143221 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Semana
143221.01 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Semana - ...
143221.01.01 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Semana - ...

143221.02 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Semana - no BCV


143221.02.1 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Semana - no BCV - do Tesouro
143221.02.1.01 -
...
...

143221.02.9 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Semana - no BCV - ...


143221.02.9.01 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Semana - no BCV - ...

143221.03 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Semana - no Banco Comercial A (BC A)


143221.03.1 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Semana - no BC A - do Tesouro
143221.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

200
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
26 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
143221.03.9 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Semana - no BC A - ...
143221.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

143221.04 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Semana - no Banco Comercial B (BC B)


143221.04.1 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Semana - no BC B - do Tesouro
143221.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

143221.04.9 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Semana - no BC B - ...


143221.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...

143222 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Mês


143222.01 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Mês - ...
143222.01.01 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Mês - ...

143222.02 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Mês - no BCV


143222.02.1 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Mês - no BCV - do Tesouro
143222.02.1.01 -
...
...

143222.02.9 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Mês - no BCV - ...


143222.02.9.01 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Mês - no BCV - ...

143222.03 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Mês - no Banco Comercial A (BC A)


143222.03.1 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Mês - no BC A - do Tesouro
143222.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

143222.03.9 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Mês - no BC A - ...


143222.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

143222.04 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Mês - no Banco Comercial B (BC B)


143222.04.1 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Mês - no BC B - do Tesouro
143222.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

143222.04.9 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Mês - no BC B - ...


143222.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...

143223 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Ano


143223.01 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Ano - ...
143223.01.01 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Ano - ...

143223.02 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Ano - no BCV


143223.02.1 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Ano - no BCV - do Tesouro
143223.02.1.01 -
...
...

143223.02.9 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Ano - no BCV - ...


143223.02.9.01 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Ano - no BCV - ...

143223.03 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Ano - no Banco Comercial A (BC A)


143223.03.1 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Ano - no BC A - do Tesouro
143223.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

143223.03.9 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Ano - no BC A - ...


143223.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

143223.04 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Ano - no Banco Comercial B (BC B)


143223.04.1 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Ano - no BC B - do Tesouro

201
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 27
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
143223.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

143223.04.9 - DC - da PSFP - DP - em ME - até 1 Ano - no BC B - ...


143223.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...

143224 - DC - da PSFP - DP - em ME - a Médio e Longo Prazos (MLP)


143224.01 - DC - da PSFP - DP - em ME - a MLP - ...
143224.01.01 - DC - da PSFP - DP - em ME - a MLP - ...

143224.02 - DC - da PSFP - DP - em ME - a MLP - no BCV


143224.02.1 - DC - da PSFP - DP - em ME - a MLP - no BCV - do Tesouro
143224.02.1.01 -
...
...

143224.02.9 - DC - da PSFP - DP - em ME - a MLP - no BCV - ...


143224.02.9.01 - DC - da PSFP - DP - em ME - a MLP - no BCV - ...

143224.03 - DC - da PSFP - DP - em ME - a MLP - no Banco Comercial A (BC A)


143224.03.1 - DC - da PSFP - DP - em ME - a MLP - no BC A - do Tesouro
143224.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

143224.03.9 - DC - da PSFP - DP - em ME - a MLP - no BC A - ...


143224.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

143224.04 - DC - da PSFP - DP - em ME - a MLP - no Banco Comercial B (BC B)


143224.04.1 - DC - da PSFP - DP - em ME - a MLP - no BC B - do Tesouro
143224.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

143224.04.9 - DC - da PSFP - DP - em ME - a MLP - no BC B - ...


143224.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...

14328 - DC - da PSFP - DP - Movimentação Interna - C/Intermédia

1433 - Disponibilidades Consignadas - da PSFP - Títulos Negociáveis (TN)


14331 - DC - da PSFP - TN - em Moeda Nacional (MN)
143311 - DC - da PSFP - TN - em MN - Acções
1433111 - DC - da PSFP - TN - em MN - Acções - Instituições Financeiras
14331110 - Saldo Inicial
14331111 - Aquisições
14331112 - Movimentações Internas à Entidade - Aumentos
14331113 - Reavaliações
14331114 - Outras Alterações - Aumentos
14331115 - Abates
14331116 - Alienações
14331117 - Movimentações Internas à Entidade - Diminuições
14331118 - Outras Alterações - Diminuições
14331119 - Apuramento

1433112 - DC - da PSFP - TN - em MN - Acções - Outras Sociedades de Capital Misto


1433119 - DC - da PSFP - TN - em MN - Acções - Outras Empresas


143312 - DC - da PSFP - TN - em MN - Títulos da Dívida Pública (TDP)


1433121 - DC - da PSFP - TN - em MN - TDP - Bilhetes do Tesouro

1433122 - DC - da PSFP - TN - em MN - TDP - Obrigações do Tesouro


202
28 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
1433123 - DC - da PSFP - TN - em MN - TDP - Títulos Consolidados de Mobilização Financeira (TCMF)

1433128 - DC - da PSFP - TN - em MN - TDP - Obrigações dos Municípios


1433129 - DC - da PSFP - TN - em MN - TDP - Outros Títulos da Dívida Pública


143313 - DC - da PSFP - TN - em MN - Outras Obrigações (OO)


1433131 - DC - da PSFP - TN - em MN - OO - Instituições Financeiras

...

143319 - DC - da PSFP - TN - em MN - Outros Títulos Negociáveis


14332 - DC - da PSFP - TN - em Moeda Estrangeira (ME)


143321 - DC - da PSFP - TN - em ME - Acções
1433211 - DC - da PSFP - TN - em ME - Acções - Instituições Financeiras

1433212 - DC - da PSFP - TN - em ME - Acções - Outras Empresas


143322 - DC - da PSFP - TN - em ME - Títulos da Dívida Pública (TDP)


1433221 - DC - da PSFP - TN - em ME - TDP - Bilhetes do Tesouro

1433222 - DC - da PSFP - TN - em ME - TDP - Obrigações do Tesouro



...

1433229 - DC - da PSFP - TN - em ME - TDP - Outros Títulos da Dívida Pública


143323 - DC - da PSFP - TN - em ME - Outras Obrigações (OO)


1433231 - DC - da PSFP - TN - em ME - OO - Estados Estrangeiros
...

1433232 - DC - da PSFP - TN - em ME - OO - Instituições Financeiras Supranacionais


...

1433233 - DC - da PSFP - TN - em ME - OO - Instituições Financeiras Paragovernamentais


...

1433234 - DC - da PSFP - TN - em ME - OO - Outras Instituições Financeiras Estrangeiras


...
...

143329 - DC - da PSFP - TN - em ME - Outros Títulos Negociáveis


...

144 - DC - para Serviço da Dívida Pública - Títulos Negociáveis (TN)


1441 - DC - para Serviço da Dívida Pública - TN - em Moeda Nacional (MN)
...

1442 - DC - para Serviço da Dívida Pública - TN - em Moeda Estrangeira (ME)


...

145 - DC - para Aplicações de Reservas de Superavits - Títulos Negociáveis (TN)


1451 - DC - para Aplicações de Reservas de Superavits - TN - em Moeda Nacional (MN)
...

203
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 29
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
1452 - DC - para Aplicações de Reservas de Superavits - TN - em Moeda Estrangeira (ME)
...

15 - Depósitos a Prazo (DP)


151 - DP - em Moeda Nacional (MN)
1511 - DP - em MN - até 60 Dias
1511.01 - DP - em MN - até 60 Dias - no Tesouro
1511.01.01 - DP - em MN - até 60 Dias - no Tesouro - Movimentada pela Subunidade A

1511.02 - DP - em MN - até 60 Dias - no BCV


1511.02.1 - DP - em MN - até 60 Dias - no BCV - do Tesouro
1511.02.1.01 -
...
...

1511.02.9 - DP - em MN - até 60 Dias - no BCV - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1511.03 - DP - em MN - até 60 Dias - no Banco Comercial A (BC A)


1511.03.1 - DP - em MN - até 60 Dias - no BC A - do Tesouro
1511.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

1511.03.9 - DP - em MN - até 60 Dias - no BC A - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1511.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

1511.04 - DP - em MN - até 60 Dias - no Banco Comercial B (BC B)


1511.04.1 - DP - em MN - até 60 Dias - no BC B - do Tesouro
1511.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

1511.04.9 - DP - em MN - até 60 Dias - no BC B - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1511.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...

1512 - DP - em MN - até 90 Dias


1512.01 - DP - em MN - até 90 Dias - no Tesouro
1512.01.01 - DP - em MN - até 90 Dias - no Tesouro - Movimentada pela Subunidade A

1512.02 - DP - em MN - até 90 Dias - no BCV


1512.02.1 - DP - em MN - até 90 Dias - no BCV - do Tesouro
1512.02.1.01 -
...
...

1512.02.9 - DP - em MN - até 90 Dias - no BCV - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1512.03 - DP - em MN - até 90 Dias - no Banco Comercial A (BC A)


1512.03.1 - DP - em MN - até 90 Dias - no BC A - do Tesouro
1512.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

1512.03.9 - DP - em MN - até 90 Dias - no BC A - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1512.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

1512.04 - DP - em MN - até 90 Dias - no Banco Comercial B (BC B)


1512.04.1 - DP - em MN - até 90 Dias - no BC B - do Tesouro
1512.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

1512.04.9 - DP - em MN - até 90 Dias - no BC B - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1512.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...

204
30 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
1513 - DP - em MN - até 180 Dias
1513.01 - DP - em MN - até 180 Dias - no Tesouro
1513.01.01 - DP - em MN - até 180 Dias - no Tesouro - Movimentada pela Subunidade A

1513.02 - DP - em MN - até 180 Dias - no BCV


1513.02.1 - DP - em MN - até 180 Dias - no BCV - do Tesouro
1513.02.1.01 -
...
...

1513.02.9 - DP - em MN - até 180 Dias - no BCV - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1513.03 - DP - em MN - até 180 Dias - no Banco Comercial A (BC A)


1513.03.1 - DP - em MN - até 180 Dias - no BC A - do Tesouro
1513.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

1513.03.9 - DP - em MN - até 180 Dias - no BC A - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1513.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

1513.04 - DP - em MN - até 180 Dias - no Banco Comercial B (BC B)


1513.04.1 - DP - em MN - até 180 Dias - no BC B - do Tesouro
1513.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

1513.04.9 - DP - em MN - até 180 Dias - no BC B - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1513.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...

1514 - DP - em MN - até 1 Ano


1514.01 - DP - em MN - até 1 Ano - no Tesouro
1514.01.01 - DP - em MN - até 1 Ano - no Tesouro - Movimentada pela Subunidade A

1514.02 - DP - em MN - até 1 Ano - no BCV


1514.02.1 - DP - em MN - até 1 Ano - no BCV - do Tesouro
1514.02.1.01 -
...
...

1514.02.9 - DP - em MN - até 1 Ano - no BCV - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1514.03 - DP - em MN - até 1 Ano - no Banco Comercial A (BC A)


1514.03.1 - DP - em MN - até 1 Ano - no BC A - do Tesouro
1514.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

1514.03.9 - DP - em MN - até 1 Ano - no BC A - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1514.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

1514.04 - DP - em MN - até 1 Ano - no Banco Comercial B (BC B)


1514.04.1 - DP - em MN - até 1 Ano - no BC B - do Tesouro
1514.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

1514.04.9 - DP - em MN - até 1 Ano - no BC B - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1514.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...

1515 - DP - em MN - Superior a 1 Ano


1515.01 - DP - em MN - Superior a 1 Ano - no Tesouro
1515.01.01 - DP - em MN - Superior a 1 Ano - no Tesouro - Movimentada pela Subunidade A

1515.02 - DP - em MN - Superior a 1 Ano - no BCV


1515.02.1 - DP - em MN - Superior a 1 Ano - no BCV - do Tesouro
1515.02.1.01 -

205
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA
Decreto-Lei DE CABO
nº 10/2006, VERDE
de 30 de — 30 DE JANEIRO DE 2006
Janeiro 31

CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
...
...

1515.02.9 - DP - em MN - Superior a 1 Ano - no BCV - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1515.03 - DP - em MN - Superior a 1 Ano - no Banco Comercial A (BC A)


1515.03.1 - DP - em MN - Superior a 1 Ano - no BC A - do Tesouro
1515.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

1515.03.9 - DP - em MN - Superior a 1 Ano - no BC A - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1515.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

1515.04 - DP - em MN - Superior a 1 Ano - no Banco Comercial B (BC B)


1515.04.1 - DP - em MN - Superior a 1 Ano - no BC B - do Tesouro
1515.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

1515.04.9 - DP - em MN - Superior a 1 Ano - no BC B - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1515.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...

152 - DP - em Moeda Estrangeira (ME)


1521 - DP - em ME - até 1 Semana
1521.01 - DP - em ME - até 1 Semana - no Tesouro
1521.01.01 - DP - em ME - até 1 Semana - no Tesouro - Movimentada pela Subunidade A

1521.02 - DP - em ME - até 1 Semana - no BCV


1521.02.1 - DP - em ME - até 1 Semana - no BCV - do Tesouro
1521.02.1.01 -
...
...

1521.02.9 - DP - em ME - até 1 Semana - no BCV - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1521.03 - DP - em ME - até 1 Semana - no Banco Comercial A (BC A)


1521.03.1 - DP - em ME - até 1 Semana - no BC A - do Tesouro
1521.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

1521.03.9 - DP - em ME - até 1 Semana - no BC A - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1521.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

1521.04 - DP - em ME - até 1 Semana - no Banco Comercial B (BC B)


1521.04.1 - DP - em ME - até 1 Semana - no BC B - do Tesouro
1521.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

1521.04.9 - DP - em ME - até 1 Semana - no BC B - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1521.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...

1522 - DP - em ME - até 1 Mês


1522.01 - DP - em ME - até 1 Mês - no Tesouro
1522.01.01 - DP - em ME - até 1 Mês - no Tesouro - Movimentada pela Subunidade A

1522.02 - DP - em ME - até 1 Mês - no BCV


1522.02.1 - DP - em ME - até 1 Mês - no BCV - do Tesouro
1522.02.1.01 -
...
...

1522.02.9 - DP - em ME - até 1 Mês - no BCV - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


206
32 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
1522.03 - DP - em ME - até 1 Mês - no Banco Comercial A (BC A)
1522.03.1 - DP - em ME - até 1 Mês - no BC A - do Tesouro
1522.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

1522.03.9 - DP - em ME - até 1 Mês - no BC A - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1522.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

1522.04 - DP - em ME - até 1 Mês - no Banco Comercial B (BC B)


1522.04.1 - DP - em ME - até 1 Mês - no BC B - do Tesouro
1522.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

1522.04.9 - DP - em ME - até 1 Mês - no BC B - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1522.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...
...

1523 - DP - em ME - até 1 Ano


1523.01 - DP - em ME - até 1 Ano - no Tesouro
1523.01.01 - DP - em ME - até 1 Ano - no Tesouro - Movimentada pela Subunidade A

1523.02 - DP - em ME - até 1 Ano - no BCV


1523.02.1 - DP - em ME - até 1 Ano - no BCV - do Tesouro
1523.02.1.01 -
...
...

1523.02.9 - DP - em ME - até 1 Ano - no BCV - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1523.03 - DP - em ME - até 1 Ano - no Banco Comercial A (BC A)


1523.03.1 - DP - em ME - até 1 Ano - no BC A - do Tesouro
1523.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

1523.03.9 - DP - em ME - até 1 Ano - no BC A - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1523.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

1523.04 - DP - em ME - até 1 Ano - no Banco Comercial B (BC B)


1523.04.1 - DP - em ME - até 1 Ano - no BC B - do Tesouro
1523.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

1523.04.9 - DP - em ME - até 1 Ano - no BC B - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1523.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...
...

1524 - DP - em ME - a Médio e Longo Prazos (MLP)


1524.01 - DP - em ME - a MLP - no Tesouro
1524.01.01 - DP - em ME - a MLP - no Tesouro - Movimentada pela Subunidade A

1524.02 - DP - em ME - a MLP - no BCV


1524.02.1 - DP - em ME - a MLP - no BCV - do Tesouro
1524.02.1.01 -
...
...

1524.02.9 - DP - em ME - a MLP - no BCV - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1524.03 - DP - em ME - a MLP - no Banco Comercial A (BC A)


1524.03.1 - DP - em ME - a MLP - no BC A - do Tesouro
1524.03.1.01 - na Agência do BC A em ...
...

1524.03.9 - DP - em ME - a MLP - no BC A - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)

207
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. Decreto-Lei nº 10/2006,
O.» DA REPÚBLICA DE deCABO
30 de VERDE
Janeiro— 30 DE JANEIRO DE 2006 33

CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
1524.03.9.01 - na Agência do BC A em ...
...

1524.04 - DP - em ME - a MLP - no Banco Comercial B (BC B)


1524.04.1 - DP - em ME - a MLP - no BC B - do Tesouro
1524.04.1.01 - na Agência do BC B em ...
...

1524.04.9 - DP - em ME - a MLP - no BC B - Doutras Instituições do SPA (DI-SPA)


1524.04.9.01 - na Agência do BC B em ...
...
...
...

158 - DP - Movimentação Interna - C/Intermédia

16 - Títulos Negociáveis (TN)


161 - TN - em Moeda Nacional (MN)
1611 - TN - em MN - Acções
16111 - TN - em MN - Acções - Instituições Financeiras
161110 - Saldo Inicial
161111 - Aquisições
161112 - Movimentações Internas à Entidade - Aumentos
161113 - Reavaliações
161114 - Outras Alterações - Aumentos
161115 - Abates
161116 - Alienações
161117 - Movimentações Internas à Entidade - Diminuições
161118 - Outras Alterações - Diminuições
161119 - Apuramento

16112 - TN - em MN - Acções - Outras Sociedades de Capital Misto


...

16119 - TN - em MN - Acções - Outras Empresas


...

1612 - TN - em MN - Títulos da Dívida Pública (TDP)


16121 - TN - em MN - TDP - Bilhetes do Tesouro
...

16122 - TN - em MN - TDP - Obrigações do Tesouro


...

16123 - TN - em MN - TDP - Títulos Consolidados de Mobilização Financeira (TCMF)


...

16128 - TN - em MN - TDP - Obrigações dos Municípios


...

16129 - TN - em MN - TDP - Outros Títulos da Dívida Pública


...

1613 - TN - em MN - Outras Obrigações (OO)


16131 - TN - em MN - OO - Instituições Financeiras
...

...

1619 - TN - em MN - Outros Títulos Negociáveis


...

162 - TN - em Moeda Estrangeira (ME)


1621 - TN - em ME - Acções

208
34 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 200
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
16211 - TN - em ME - Acções - Instituições Financeiras
...

16212 - TN - em ME - Acções - Outras Empresas


...

...

1622 - TN - em ME - Títulos da Dívida Pública (TDP)


16221 - TN - em ME - TDP - Bilhetes do Tesouro
...

16222 - TN - em ME - TDP - Obrigações do Tesouro


...
...

16229 - TN - em ME - TDP - Outros Títulos da Dívida Pública


...

1623 - TN - em ME - Outras Obrigações (OO)


16231 - TN - em ME - OO - Estados Estrangeiros
...

16232 - TN - em ME - OO - Instituições Financeiras Supranacionais


...

16233 - TN - em ME - OO - Instituições Financeiras Paragovernamentais


...

16234 - TN - em ME - OO - Outras Instituições Financeiras Estrangeiras


...

...
...

1629 - TN - em ME - Outros Títulos Negociáveis


...

17 - Depósitos Bloqueados e Cauções


171 - Depósitos Bloqueados
1711 - Depósitos Bloqueados - em Moeda Nacional (MN)
...

1712 - Depósitos Bloqueados - em Moeda Estrangeira (ME)


...

172 - Cauções
1721 - Cauções - em Moeda Nacional (MN)
...

1722 - Cauções - em Moeda Estrangeira (ME)


...

18 - Outras Disponibilidades
181 - Outras Aplicações de Tesouraria
1811 - Outras Aplicações de Tesouraria - em Moeda Nacional (MN)
...

1812 - Outras Aplicações de Tesouraria - em Moeda Estrangeira (ME)


...

189 - Disponibilidades Diversas


1891 - Disponibilidades Diversas - em Moeda Nacional (MN)
1891.01 - Letras Descontadas e Endossadas na Nossa Posse

209
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 35
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
...

1892 - Disponibilidades Diversas - em Moeda Estrangeira (ME)


...

19 - Provisões para Aplicações de Tesouraria


191 - Provisões para DC - da PSFP - Títulos Negociáveis (TN)
1911 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em Moeda Nacional (MN)
19111 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em MN - Acções
191111 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em MN - Acções - Instituições Financeiras
1911110 - Saldo Inicial
1911111 - Constituição
1911112 - Reforços
...
1911115 - Utilizações
1911116 - Reposições
1911117 - Anulações

1911119 - Apuramento

191112 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em MN - Acções - Outras Sociedades de Capital Misto


...

191119 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em MN - Acções - Outras Empresas


...

19112 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em MN - Títulos da Dívida Pública (TDP)


191121 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em MN - TDP - Bilhetes do Tesouro
...

191122 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em MN - TDP - Obrigações do Tesouro


...

191123 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em MN - TDP - Títulos Consolidados de Mobilização Financeira (TCMF)
...
...

191128 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em MN - TDP - Obrigações dos Municípios


...

191129 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em MN - TDP - Outros Títulos da Dívida Pública


...

19113 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em MN - Outras Obrigações (OO)


191131 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em MN - OO - Instituições Financeiras
...

...

19119 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em MN - Outros Títulos Negociáveis


...

1912 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em Moeda Estrangeira (ME)


19121 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em ME - Acções
191211 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em ME - Acções - Instituições Financeiras
...

191212 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em ME - Acções - Outras Empresas


...

...

19122 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em ME - Títulos da Dívida Pública (TDP)


191221 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em ME - TDP - Bilhetes do Tesouro
...

191222 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em ME - TDP - Obrigações do Tesouro


...
...

210
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
36 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES
191229 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em ME - TDP - Outros Títulos da Dívida Pública
...

19123 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em ME - Outras Obrigações (OO)


191231 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em ME - OO - Estados Estrangeiros
...

191232 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em ME - OO - Instituições Financeiras Supranacionais


...

191233 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em ME - OO - Instituições Financeiras Paragovernamentais


...

191234 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em ME - OO - Outras Instituições Financeiras Estrangeiras


...

...

19129 - Provisões para DC - da PSFP - TN - em ME - Outros Títulos Negociáveis


...

192 - Provisões para DC - para Serviço da Dívida Pública - Títulos Negociáveis (TN)
1921 - Provisões para DC - para Serviço da Dívida Pública - TN - em Moeda Nacional (MN)
...
1922 - Provisões para DC - para Serviço da Dívida Pública - TN - em Moeda Estrangeira (ME)
...

193 - Provisões para DC - para Aplicações de Reservas de Superavits - Títulos Negociáveis (TN)
1931 - Provisões para DC - para Aplicações de Reservas de Superavits - TN - em Moeda Nacional (MN)
...
1932 - Provisões para DC - para Aplicações de Reservas de Superavits - TN - em Moeda Estrangeira (ME)
...
...

198 - Provisões para Aplicações de Tesouraria (AT) - Títulos Negociáveis (TN)


1981 - Provisões para AT - TN - em Moeda Nacional (MN)
19811 - Provisões para AT - TN - em MN - Acções
198111 - Provisões para AT - TN - em MN - Acções - Instituições Financeiras
...

198112 - Provisões para AT - TN - em MN - Acções - Outras Sociedades de Capital Misto


...

198119 - Provisões para AT - TN - em MN - Acções - Outras Empresas


...

19812 - Provisões para AT - TN - em MN - Títulos da Dívida Pública (TDP)


198121 - Provisões para AT - TN - em MN - TDP - Bilhetes do Tesouro
...

198122 - Provisões para AT - TN - em MN - TDP - Obrigações do Tesouro


...

198123 - Provisões para AT - TN - em MN - TDP - Títulos Consolidados de Mobilização Financeira (TCMF)


...

198128 - Provisões para AT - TN - em MN - TDP - Obrigações dos Municípios


...

198129 - Provisões para AT - TN - em MN - TDP - Outros Títulos da Dívida Pública


...

19813 - Provisões para AT - TN - em MN - Outras Obrigações (OO)


198131 - Provisões para AT - TN - em MN - OO - Instituições Financeiras
...
...
...

19819 - Provisões para AT - TN - em MN - Outros Títulos Negociáveis


...

211
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 37

CLASSE 1 - DISPONIBILIDADES

1982 - Provisões para AT - TN - em Moeda Estrangeira (ME)


19821 - Provisões para AT - TN - em ME - Acções
198211 - Provisões para AT - TN - em ME - Acções - Instituições Financeiras
...

...

198212 - Provisões para AT - TN - em ME - Acções - Outras Empresas


...

19822 - Provisões para AT - TN - em ME - Títulos da Dívida Pública (TDP)


198221 - Provisões para AT - TN - em ME - TDP - Bilhetes do Tesouro
...

198222 - Provisões para AT - TN - em ME - TDP - Obrigações do Tesouro


...

...

198229 - Provisões para AT - TN - em ME - TDP - Outros Títulos da Dívida Pública


...

19823 - Provisões para AT - TN - em ME - Outras Obrigações (OO)


198231 - Provisões para AT - TN - em ME - OO - Estados Estrangeiros
...

198232 - Provisões para AT - TN - em ME - OO - Instituições Financeiras Supranacionais


...

198233 - Provisões para AT - TN - em ME - OO - Instituições Financeiras Paragovernamentais


...

198234 - Provisões para AT - TN - em ME - OO - Outras Instituições Financeiras Estrangeiras


...

...
...

19829 - Provisões para AT - TN - em ME - Outros Títulos Negociáveis


...

199 - Provisões para Outras Aplicações de Tesouraria


1991 - Provisões para Outras Aplicações de Tesouraria - em Moeda Nacional (MN)
...

1992 - Provisões para Outras Aplicações de Tesouraria - em Moeda Estrangeira (ME)


...

212
38 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

CLASSE 2 - TERCEIROS

20 - Depositantes no Tesouro (DT)


20.01 - DT - Depósitos à Ordem do SPA (DO-SPA)
20.01.1 - DT - DO-SPA - em Moeda Nacional (MN)
20.01.1.1 - DT - DO-SPA - em MN - Municípios
20.01.1.1.+NIF - DT - DO-SPA - em MN - Município ...

20.01.1.2 - DT - DO-SPA - em MN - Institutos Públicos


20.01.1.2.+NIF - DT - DO-SPA - em MN - Instituto ...

20.01.1.3 - DT - DO-SPA - em MN - Fundos Autónomos


20.01.1.3.+NIF - DT - DO-SPA - em MN - Fundo ...

20.01.1.4 - DT - DO-SPA - em MN - UC de Programas ou Projectos


20.01.1.4.+NIF - DT - DO-SPA - em MN - UC ...

...

20.01.2 - DT - DO-SPA - em Moeda Estrangeira (ME)


20.01.2.1 - DT - DO-SPA - em ME - Municípios
20.01.2.1.+NIF - DT - DO-SPA - em ME - Município ...

20.01.2.2 - DT - DO-SPA - em ME - Institutos Públicos


20.01.2.2.+NIF - DT - DO-SPA - em ME - Instituto ...

20.01.2.3 - DT - DO-SPA - em ME - Fundos Autónomos


20.01.2.3.+NIF - DT - DO-SPA - em ME - Fundo ...

20.01.2.4 - DT - DO-SPA - em ME - UC de Programas ou Projectos


20.01.2.4.+NIF - DT - DO-SPA - em ME - UC ...

...

20.02 - DT - Depósitos à Ordem Consignados do SPA (DOC-SPA)


20.02.1 - DT - DOC-SPA - em Moeda Nacional (MN)
20.02.1.1 - DT - DOC-SPA - em MN - Municípios
20.02.1.1.+NIF - DT - DOC-SPA - em MN - Município ...

20.02.1.2 - DT - DOC-SPA - em MN - Institutos Públicos


20.02.1.2.+NIF - DT - DOC-SPA - em MN - Instituto ...

20.02.1.3 - DT - DOC-SPA - em MN - Fundos Autónomos


20.02.1.3.+NIF - DT - DOC-SPA - em MN - Fundo ...

20.02.1.4 - DT - DOC-SPA - em MN - UC de Programas ou Projectos


20.02.1.4.+NIF - DT - DOC-SPA - em MN - UC ...

...

20.02.2 - DT - DOC-SPA - em Moeda Estrangeira (ME)


20.02.2.1 - DT - DOC-SPA - em ME - Municípios
20.02.2.1.+NIF - DT - DOC-SPA - em ME - Município ...

20.02.2.2 - DT - DOC-SPA - em ME - Institutos Públicos


20.02.2.2.+NIF - DT - DOC-SPA - em ME - Instituto ...

20.02.2.3 - DT - DOC-SPA - em ME - Fundos Autónomos


20.02.2.3.+NIF - DT - DOC-SPA - em ME - Fundo ...

20.02.2.4 - DT - DOC-SPA - em ME - UC de Programas ou Projectos


20.02.2.4.+NIF - DT - DOC-SPA - em ME - UC ...

213
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 39

CLASSE 2 - TERCEIROS

...

20.03 - DT - Depósitos a Prazo Consignados do SPA (DPC-SPA)


20.03.1 - DT - DPC-SPA - em Moeda Nacional (MN)
20.03.1.1 - DT - DPC-SPA - em MN - até 60 Dias
20.03.1.1.1 - DT - DPC-SPA - em MN - até 60 Dias - Municípios
20.03.1.1.1.+NIF - DT - DPC-SPA - em MN - até 60 Dias - Município ...

20.03.1.1.2 - DT - DPC-SPA - em MN - até 60 Dias - Institutos Públicos


20.03.1.1.2.+NIF - DT - DPC-SPA - em MN - até 60 Dias - Instituto ...

20.03.1.1.3 - DT - DPC-SPA - em MN - até 60 Dias - Fundos Autónomos


20.03.1.1.3.+NIF - DT - DPC-SPA - em MN - até 60 Dias - Fundo ...

20.03.1.1.4 - DT - DPC-SPA - em MN - até 60 Dias - UC de Programas ou Projectos


20.03.1.1.4.+NIF - DT - DPC-SPA - em MN - até 60 Dias - UC ...

...

20.03.1.2 - DT - DPC-SPA - em MN - até 90 Dias


20.03.1.2.1 - DT - DPC-SPA - em MN - até 90 Dias - Municípios
20.03.1.2.1.+NIF - DT - DPC-SPA - em MN - até 90 Dias - Município ...

20.03.1.2.2 - DT - DPC-SPA - em MN - até 90 Dias - Institutos Públicos


20.03.1.2.2.+NIF - DT - DPC-SPA - em MN - até 90 Dias - Instituto ...

20.03.1.2.3 - DT - DPC-SPA - em MN - até 90 Dias - Fundos Autónomos


20.03.1.2.3.+NIF - DT - DPC-SPA - em MN - até 90 Dias - Fundo ...

20.03.1.2.4 - DT - DPC-SPA - em MN - até 90 Dias - UC de Programas ou Projectos


20.03.1.2.4.+NIF - DT - DPC-SPA - em MN - até 90 Dias - UC ...

...

20.03.1.3 - DT - DPC-SPA - em MN - até 180 Dias


20.03.1.3.1 - DT - DPC-SPA - em MN - até 180 Dias - Municípios
20.03.1.3.1.+NIF - DT - DPC-SPA - em MN - até 180 Dias - Município ...

20.03.1.3.2 - DT - DPC-SPA - em MN - até 180 Dias - Institutos Públicos


20.03.1.3.2.+NIF - DT - DPC-SPA - em MN - até 180 Dias - Instituto ...

20.03.1.3.3 - DT - DPC-SPA - em MN - até 180 Dias - Fundos Autónomos


20.03.1.3.3.+NIF - DT - DPC-SPA - em MN - até 180 Dias - Fundo ...

20.03.1.3.4 - DT - DPC-SPA - em MN - até 180 Dias - UC de Programas ou Projectos


20.03.1.3.4.+NIF - DT - DPC-SPA - em MN - até 180 Dias - UC ...

...

20.03.1.4 - DT - DPC-SPA - em MN - até 1 Ano


20.03.1.4.1 - DT - DPC-SPA - em MN - até 1 Ano - Municípios
20.03.1.4.1.+NIF - DT - DPC-SPA - em MN - até 1 Ano - Município ...

20.03.1.4.2 - DT - DPC-SPA - em MN - até 1 Ano - Institutos Públicos


20.03.1.4.2.+NIF - DT - DPC-SPA - em MN - até 1 Ano - Instituto ...

20.03.1.4.3 - DT - DPC-SPA - em MN - até 1 Ano - Fundos Autónomos


20.03.1.4.3.+NIF - DT - DPC-SPA - em MN - até 1 Ano - Fundo ...

20.03.1.4.4 - DT - DPC-SPA - em MN - até 1 Ano - UC de Programas ou Projectos


20.03.1.4.4.+NIF - DT - DPC-SPA - em MN - até 1 Ano - UC ...

...

214
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
40 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 2 - TERCEIROS
20.03.1.5 - DT - DPC-SPA - em MN - Superior a 1 Ano
20.03.1.5.1 - DT - DPC-SPA - em MN - Superior a 1 Ano - Municípios
20.03.1.5.1.+NIF - DT - DPC-SPA - em MN - Superior a 1 Ano - Município ...

20.03.1.5.2 - DT - DPC-SPA - em MN - Superior a 1 Ano - Institutos Públicos


20.03.1.5.2.+NIF - DT - DPC-SPA - em MN - Superior a 1 Ano - Instituto ...

20.03.1.5.3 - DT - DPC-SPA - em MN - Superior a 1 Ano - Fundos Autónomos


20.03.1.5.3.+NIF - DT - DPC-SPA - em MN - Superior a 1 Ano - Fundo ...

20.03.1.5.4 - DT - DPC-SPA - em MN - Superior a 1 Ano - UC de Programas ou Projectos


20.03.1.5.4.+NIF - DT - DPC-SPA - em MN - Superior a 1 Ano - UC ...

...

20.03.2 - DT - DPC-SPA - em Moeda Estrangeira (ME)


20.03.2.1 - DT - DPC-SPA - em ME - até 1 Semana
20.03.2.1.1 - DT - DPC-SPA - em ME - até 1 Semana - Municípios
20.03.2.1.1.+NIF - DT - DPC-SPA - em ME - até 1 Semana - Município ...

20.03.2.1.2 - DT - DPC-SPA - em ME - até 1 Semana - Institutos Públicos


20.03.2.1.2.+NIF - DT - DPC-SPA - em ME - até 1 Semana - Instituto ...

20.03.2.1.3 - DT - DPC-SPA - em ME - até 1 Semana - Fundos Autónomos


20.03.2.1.3.+NIF - DT - DPC-SPA - em ME - até 1 Semana - Fundo ...

20.03.2.1.4 - DT - DPC-SPA - em ME - até 1 Semana - UC de Programas ou Projectos


20.03.2.1.4.+NIF - DT - DPC-SPA - em ME - até 1 Semana - UC ...

...

20.03.2.2 - DT - DPC-SPA - em ME - até 1 Mês


20.03.2.2.1 - DT - DPC-SPA - em ME - até 1 Mês - Municípios
20.03.2.2.1.+NIF - DT - DPC-SPA - em ME - até 1 Mês - Município ...

20.03.2.2.2 - DT - DPC-SPA - em ME - até 1 Mês - Institutos Públicos


20.03.2.2.2.+NIF - DT - DPC-SPA - em ME - até 1 Mês - Instituto ...

20.03.2.2.3 - DT - DPC-SPA - em ME - até 1 Mês - Fundos Autónomos


20.03.2.2.3.+NIF - DT - DPC-SPA - em ME - até 1 Mês - Fundo ...

20.03.2.2.4 - DT - DPC-SPA - em ME - até 1 Mês - UC de Programas ou Projectos


20.03.2.2.4.+NIF - DT - DPC-SPA - em ME - até 1 Mês - UC ...

...

20.03.2.3 - DT - DPC-SPA - em ME - até 1 Ano


20.03.2.3.1 - DT - DPC-SPA - em ME - até 1 Ano - Municípios
20.03.2.3.1.+NIF - DT - DPC-SPA - em ME - até 1 Ano - Município ...

20.03.2.3.2 - DT - DPC-SPA - em ME - até 1 Ano - Institutos Públicos


20.03.2.3.2.+NIF - DT - DPC-SPA - em ME - até 1 Ano - Instituto ...

20.03.2.3.3 - DT - DPC-SPA - em ME - até 1 Ano - Fundos Autónomos


20.03.2.3.3.+NIF - DT - DPC-SPA - em ME - até 1 Ano - Fundo ...

20.03.2.3.4 - DT - DPC-SPA - em ME - até 1 Ano - UC de Programas ou Projectos


20.03.2.3.4.+NIF - DT - DPC-SPA - em ME - até 1 Ano - UC ...

...

20.03.2.4 - DT - DPC-SPA - em ME - a Médio e Longo Prazos (MLP)


20.03.2.4.1 - DT - DPC-SPA - em ME - a MLP - Municípios
20.03.2.4.1.+NIF - DT - DPC-SPA - em ME - a MLP - Município ...

215
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 41

CLASSE 2 - TERCEIROS

20.03.2.4.2 - DT - DPC-SPA - em ME - a MLP - Institutos Públicos


20.03.2.4.2.+NIF - DT - DPC-SPA - em ME - a MLP - Instituto ...

20.03.2.4.3 - DT - DPC-SPA - em ME - a MLP - Fundos Autónomos


20.03.2.4.3.+NIF - DT - DPC-SPA - em ME - a MLP - Fundo ...

20.03.2.4.4 - DT - DPC-SPA - em ME - a MLP - UC de Programas ou Projectos


20.03.2.4.4.+NIF - DT - DPC-SPA - em ME - a MLP - UC ...

...

20.04 - DT - Depósitos a Prazo do SPA (DP-SPA)


20.04.1 - DT - DP-SPA - em Moeda Nacional (MN)
20.04.1.1 - DT - DP-SPA - em MN - até 60 Dias
20.04.1.1.1 - DT - DP-SPA - em MN - até 60 Dias - Municípios
20.04.1.1.1.+NIF - DT - DP-SPA - em MN - até 60 Dias - Município ...

20.04.1.1.2 - DT - DP-SPA - em MN - até 60 Dias - Institutos Públicos


20.04.1.1.2.+NIF - DT - DP-SPA - em MN - até 60 Dias - Instituto ...

20.04.1.1.3 - DT - DP-SPA - em MN - até 60 Dias - Fundos Autónomos


20.04.1.1.3.+NIF - DT - DP-SPA - em MN - até 60 Dias - Fundo ...

20.04.1.1.4 - DT - DP-SPA - em MN - até 60 Dias - UC de Programas ou Projectos


20.04.1.1.4.+NIF - DT - DP-SPA - em MN - até 60 Dias - UC ...

...

20.04.1.2 - DT - DP-SPA - em MN - até 90 Dias


20.04.1.2.1 - DT - DP-SPA - em MN - até 90 Dias - Municípios
20.04.1.2.1.+NIF - DT - DP-SPA - em MN - até 90 Dias - Município ...

20.04.1.2.2 - DT - DP-SPA - em MN - até 90 Dias - Institutos Públicos


20.04.1.2.2.+NIF - DT - DP-SPA - em MN - até 90 Dias - Instituto ...

20.04.1.2.3 - DT - DP-SPA - em MN - até 90 Dias - Fundos Autónomos


20.04.1.2.3.+NIF - DT - DP-SPA - em MN - até 90 Dias - Fundo ...

20.04.1.2.4 - DT - DP-SPA - em MN - até 90 Dias - UC de Programas ou Projectos


20.04.1.2.4.+NIF - DT - DP-SPA - em MN - até 90 Dias - UC ...

...

20.04.1.3 - DT - DP-SPA - em MN - até 180 Dias


20.04.1.3.1 - DT - DP-SPA - em MN - até 180 Dias - Municípios
20.04.1.3.1.+NIF - DT - DP-SPA - em MN - até 180 Dias - Município ...

20.04.1.3.2 - DT - DP-SPA - em MN - até 180 Dias - Institutos Públicos


20.04.1.3.2.+NIF - DT - DP-SPA - em MN - até 180 Dias - Instituto ...

20.04.1.3.3 - DT - DP-SPA - em MN - até 180 Dias - Fundos Autónomos


20.04.1.3.3.+NIF - DT - DP-SPA - em MN - até 180 Dias - Fundo ...

20.04.1.3.4 - DT - DP-SPA - em MN - até 180 Dias - UC de Programas ou Projectos


20.04.1.3.4.+NIF - DT - DP-SPA - em MN - até 180 Dias - UC ...

...

20.04.1.4 - DT - DP-SPA - em MN - até 1 Ano

216
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
42 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 2 - TERCEIROS
20.04.1.4.1 - DT - DP-SPA - em MN - até 1 Ano - Municípios
20.04.1.4.1.+NIF - DT - DP-SPA - em MN - até 1 Ano - Município ...

20.04.1.4.2 - DT - DP-SPA - em MN - até 1 Ano - Institutos Públicos


20.04.1.4.2.+NIF - DT - DP-SPA - em MN - até 1 Ano - Instituto ...

20.04.1.4.3 - DT - DP-SPA - em MN - até 1 Ano - Fundos Autónomos


20.04.1.4.3.+NIF - DT - DP-SPA - em MN - até 1 Ano - Fundo ...

20.04.1.4.4 - DT - DP-SPA - em MN - até 1 Ano - UC de Programas ou Projectos


20.04.1.4.4.+NIF - DT - DP-SPA - em MN - até 1 Ano - UC ...

...

20.04.1.5 - DT - DP-SPA - em MN - Superior a 1 Ano


20.04.1.5.1 - DT - DP-SPA - em MN - Superior a 1 Ano - Municípios
20.04.1.5.1.+NIF - DT - DP-SPA - em MN - Superior a 1 Ano - Município ...

20.04.1.5.2 - DT - DP-SPA - em MN - Superior a 1 Ano - Institutos Públicos


20.04.1.5.2.+NIF - DT - DP-SPA - em MN - Superior a 1 Ano - Instituto ...

20.04.1.5.3 - DT - DP-SPA - em MN - Superior a 1 Ano - Fundos Autónomos


20.04.1.5.3.+NIF - DT - DP-SPA - em MN - Superior a 1 Ano - Fundo ...

20.04.1.5.4 - DT - DP-SPA - em MN - Superior a 1 Ano - UC de Programas ou Projectos


20.04.1.5.4.+NIF - DT - DP-SPA - em MN - Superior a 1 Ano - UC ...

...

20.04.2 - DT - DP-SPA - em Moeda Estrangeira (ME)


20.04.2.1 - DT - DP-SPA - em ME - até 1 Semana
20.04.2.1.1 - DT - DP-SPA - em ME - até 1 Semana - Municípios
20.04.2.1.1.+NIF - DT - DP-SPA - em ME - até 1 Semana - Município ...

20.04.2.1.2 - DT - DP-SPA - em ME - até 1 Semana - Institutos Públicos


20.04.2.1.2.+NIF - DT - DP-SPA - em ME - até 1 Semana - Instituto ...

20.04.2.1.3 - DT - DP-SPA - em ME - até 1 Semana - Fundos Autónomos


20.04.2.1.3.+NIF - DT - DP-SPA - em ME - até 1 Semana - Fundo ...

20.04.2.1.4 - DT - DP-SPA - em ME - até 1 Semana - UC de Programas ou Projectos


20.04.2.1.4.+NIF - DT - DP-SPA - em ME - até 1 Semana - UC ...

...

20.04.2.2 - DT - DP-SPA - em ME - até 1 Mês


20.04.2.2.1 - DT - DP-SPA - em ME - até 1 Mês - Municípios
20.04.2.2.1.+NIF - DT - DP-SPA - em ME - até 1 Mês - Município ...

20.04.2.2.2 - DT - DP-SPA - em ME - até 1 Mês - Institutos Públicos


20.04.2.2.2.+NIF - DT - DP-SPA - em ME - até 1 Mês - Instituto ...

20.04.2.2.3 - DT - DP-SPA - em ME - até 1 Mês - Fundos Autónomos


20.04.2.2.3.+NIF - DT - DP-SPA - em ME - até 1 Mês - Fundo ...

20.04.2.2.4 - DT - DP-SPA - em ME - até 1 Mês - UC de Programas ou Projectos


20.04.2.2.4.+NIF - DT - DP-SPA - em ME - até 1 Mês - UC ...

217
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 43

CLASSE 2 - TERCEIROS
...

20.04.2.3 - DT - DP-SPA - em ME - até 1 Ano


20.04.2.3.1 - DT - DP-SPA - em ME - até 1 Ano - Municípios
20.04.2.3.1.+NIF - DT - DP-SPA - em ME - até 1 Ano - Município ...

20.04.2.3.2 - DT - DP-SPA - em ME - até 1 Ano - Institutos Públicos


20.04.2.3.2.+NIF - DT - DP-SPA - em ME - até 1 Ano - Instituto ...

20.04.2.3.3 - DT - DP-SPA - em ME - até 1 Ano - Fundos Autónomos


20.04.2.3.3.+NIF - DT - DP-SPA - em ME - até 1 Ano - Fundo ...

20.04.2.3.4 - DT - DP-SPA - em ME - até 1 Ano - UC de Programas ou Projectos


20.04.2.3.4.+NIF - DT - DP-SPA - em ME - até 1 Ano - UC ...

...

20.04.2.4 - DT - DP-SPA - em ME - a Médio e Longo Prazos (MLP)


20.04.2.4.1 - DT - DP-SPA - em ME - a MLP - Municípios
20.04.2.4.1.+NIF - DT - DP-SPA - em ME - a MLP - Município ...

20.04.2.4.2 - DT - DP-SPA - em ME - a MLP - Institutos Públicos


20.04.2.4.2.+NIF - DT - DP-SPA - em ME - a MLP - Instituto ...

20.04.2.4.3 - DT - DP-SPA - em ME - a MLP - Fundos Autónomos


20.04.2.4.3.+NIF - DT - DP-SPA - em ME - a MLP - Fundo ...

20.04.2.4.4 - DT - DP-SPA - em ME - a MLP - UC de Programas ou Projectos


20.04.2.4.4.+NIF - DT - DP-SPA - em ME - a MLP - UC ...

...

21 - Clientes
211 - Clientes, C/C
2111 - Clientes, C/C - Moeda Nacional (MN)
21111 - Clientes, C/C - MN - Mercado Interno (MI)
211111 - Clientes, C/C - MN - MI - Ano Corrente
211111.+NIF - ...

211112 - Clientes, C/C - MN - MI - Anos Anteriores
211112.+NIF - ...

21112 - Clientes, C/C - MN - Mercado Externo (MEx)
211121 - Clientes, C/C - MN - MEx - Ano Corrente
211121.+NIF - ...

211122 - Clientes, C/C - MN - MEx - Anos Anteriores
211122.+NIF - ...

2112 - Clientes, C/C - Moeda Estrangeira (ME)


21121 - Clientes, C/C - ME - Mercado Interno (MI)
211211 - Clientes, C/C - ME - MI - Ano Corrente
211211.+NIF - ...

211212 - Clientes, C/C - ME - MI - Anos Anteriores
211212.+NIF - ...

21122 - Clientes, C/C - ME - Mercado Externo (MEx)
211221 - Clientes, C/C - ME - MEx - Ano Corrente
211221.+NIF - ...

211222 - Clientes, C/C - ME - MEx - Anos Anteriores
211222.+NIF - ...

218
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
44 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 2 - TERCEIROS

212 - Clientes - Títulos a Receber


2121 - Clientes - Títulos a Receber - Moeda Nacional (MN)
21211 - Clientes - Títulos a Receber - MN - Mercado Interno (MI)
212111 - Clientes - Títulos a Receber - MN - MI - Ano Corrente
212111.+NIF - ...

212112 - Clientes - Títulos a Receber - MN - MI - Anos Anteriores
212112.+NIF - ...

21212 - Clientes - Títulos a Receber - MN - Mercado Externo (MEx)
212121 - Clientes - Títulos a Receber - MN - MEx - Ano Corrente
212121.+NIF - ...

212122 - Clientes - Títulos a Receber - MN - MEx - Anos Anteriores
212122.+NIF - ...

2122 - Clientes - Títulos a Receber - Moeda Estrangeira (ME)


21221 - Clientes - Títulos a Receber - ME - Mercado Interno (MI)
212211 - Clientes - Títulos a Receber - ME - MI - Ano Corrente
212211.+NIF - ...

212212 - Clientes - Títulos a Receber - ME - MI - Anos Anteriores
212212.+NIF - ...

21222 - Clientes - Títulos a Receber - ME - Mercado Externo (MEx)
212221 - Clientes - Títulos a Receber - ME - MEx - Ano Corrente
212221.+NIF - ...

212222 - Clientes - Títulos a Receber - ME - MEx - Anos Anteriores
212222.+NIF - ...

...

218 - Clientes de Cobrança Duvidosa


2181 - Clientes, C/C - de Cobrança Duvidosa
21811 - Clientes, C/C - de Cobrança Duvidosa - Moeda Nacional (MN)
218111 - Clientes, C/C - de Cobrança Duvidosa - MN - Mercado Interno (MI)
2181111 - Clientes, C/C - de Cobrança Duvidosa - MN - MI - Ano Corrente
2181111.+NIF - ...

2181112 - Clientes, C/C - de Cobrança Duvidosa - MN - MI - Anos Anteriores
2181112.+NIF - ...

218112 - Clientes, C/C - de Cobrança Duvidosa - MN - Mercado Externo (MEx)
2181121 - Clientes, C/C - de Cobrança Duvidosa - MN - MEx - Ano Corrente
2181121.+NIF - ...

2181122 - Clientes, C/C - de Cobrança Duvidosa - MN - MEx - Anos Anteriores
2181122.+NIF - ...

21812 - Clientes, C/C - de Cobrança Duvidosa - Moeda Estrangeira (ME)


218121 - Clientes, C/C - de Cobrança Duvidosa - ME - Mercado Interno (MI)
2181211 - Clientes, C/C - de Cobrança Duvidosa - ME - MI - Ano Corrente
2181211.+NIF - ...

2181212 - Clientes, C/C - de Cobrança Duvidosa - ME - MI - Anos Anteriores
2181212.+NIF - ...

218122 - Clientes, C/C - de Cobrança Duvidosa - ME - Mercado Externo (MEx)
2181221 - Clientes, C/C - de Cobrança Duvidosa - ME - MEx - Ano Corrente
2181221.+NIF - ...

2181222 - Clientes, C/C - de Cobrança Duvidosa - ME - MEx - Anos Anteriores
2181222.+NIF - ...

2182 - Clientes - Títulos a Receber - de Cobrança Duvidosa


21821 - Clientes - Títulos a Receber - de Cobrança Duvidosa - Moeda Nacional (MN)

219
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 45

CLASSE 2 - TERCEIROS
218211 - Clientes - Títulos a Receber - de Cobrança Duvidosa - MN - Mercado Interno (MI)
2182111 - Clientes - Títulos a Receber - de Cobrança Duvidosa - MN - MI - Ano Corrente
2182111.+NIF - ...

2182112 - Clientes - Títulos a Receber - de Cobrança Duvidosa - MN - MI - Anos Anteriores
2182112.+NIF - ...

218212 - Clientes - Títulos a Receber - de Cobrança Duvidosa - MN - Mercado Externo (MEx)
2182121 - Clientes - Títulos a Receber - de Cobrança Duvidosa - MN - MEx - Ano Corrente
2182121.+NIF - ...

2182122 - Clientes - Títulos a Receber - de Cobrança Duvidosa - MN - MEx - Anos Anteriores
2182122.+NIF - ...

21822 - Clientes - Títulos a Receber - de Cobrança Duvidosa - Moeda Estrangeira (ME)


218221 - Clientes - Títulos a Receber - de Cobrança Duvidosa - ME - Mercado Interno (MI)
2182211 - Clientes - Títulos a Receber - de Cobrança Duvidosa - ME - MI - Ano Corrente
2182211.+NIF - ...

2182212 - Clientes - Títulos a Receber - de Cobrança Duvidosa - ME - MI - Anos Anteriores
2182212.+NIF - ...

218222 - Clientes - Títulos a Receber - de Cobrança Duvidosa - ME - Mercado Externo (MEx)
2182221 - Clientes - Títulos a Receber - de Cobrança Duvidosa - ME - MEx - Ano Corrente
2182221.+NIF - ...

2182222 - Clientes - Títulos a Receber - de Cobrança Duvidosa - ME - MEx - Anos Anteriores
2182222.+NIF - ...

219 - Adiantamentos de Clientes


2191 - Adiantamentos de Clientes - Moeda Nacional (MN)
21911 - Adiantamentos de Clientes - MN - Mercado Interno (MI)
219111 - Adiantamentos de Clientes - MN - MI - Ano Corrente
219111.+NIF - ...

219112 - Adiantamentos de Clientes - MN - MI - Anos Anteriores
219112.+NIF - ...

21912 - Adiantamentos de Clientes - MN - Mercado Externo (MEx)
219121 - Adiantamentos de Clientes - MN - MEx - Ano Corrente
219121.+NIF - ...

219122 - Adiantamentos de Clientes - MN - MEx - Anos Anteriores
219122.+NIF - ...

2192 - Adiantamentos de Clientes - Moeda Estrangeira (ME)


21921 - Adiantamentos de Clientes - ME - Mercado Interno (MI)
219211 - Adiantamentos de Clientes - ME - MI - Ano Corrente
219211.+NIF - ...

219212 - Adiantamentos de Clientes - ME - MI - Anos Anteriores
219212.+NIF - ...

21922 - Adiantamentos de Clientes - ME - Mercado Externo (MEx)
219221 - Adiantamentos de Clientes - ME - MEx - Ano Corrente
219221.+NIF - ...

219222 - Adiantamentos de Clientes - ME - MEx - Anos Anteriores
219222.+NIF - ...

22 - Fornecedores
221 - Fornecedores, C/C
2211 - Fornecedores, C/C - Moeda Nacional (MN)
22111 - Fornecedores, C/C - MN - Mercado Interno (MI)
221111 - Fornecedores, C/C - MN - MI - Ano Corrente
221111.+NIF - ...

221112 - Fornecedores, C/C - MN - MI - Anos Anteriores
221112.+NIF - ...

220
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
46 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 2 - TERCEIROS

22112 - Fornecedores, C/C - MN - Mercado Externo (MEx)
221121 - Fornecedores, C/C - MN - MEx - Ano Corrente
221121.+NIF - ...

221122 - Fornecedores, C/C - MN - MEx - Anos Anteriores
221122.+NIF - ...

2212 - Fornecedores, C/C - Moeda Estrangeira (ME)


22121 - Fornecedores, C/C - ME - Mercado Interno (MI)
221211 - Fornecedores, C/C - ME - MI - Ano Corrente
221211.+NIF - ...

221212 - Fornecedores, C/C - ME - MI - Anos Anteriores
221212.+NIF - ...

22122 - Fornecedores, C/C - ME - Mercado Externo (MEx)
221221 - Fornecedores, C/C - ME - MEx - Ano Corrente
221221.+NIF - ...

221222 - Fornecedores, C/C - ME - MEx - Anos Anteriores
221222.+NIF - ...

222 - Fornecedores - Títulos a Pagar


2221 - Fornecedores - Títulos a Pagar - Moeda Nacional (MN)
22211 - Fornecedores - Títulos a Pagar - MN - Mercado Interno (MI)
222111 - Fornecedores - Títulos a Pagar - MN - MI - Ano Corrente
222111.+NIF - ...

222112 - Fornecedores - Títulos a Pagar - MN - MI - Anos Anteriores
222112.+NIF - ...

22212 - Fornecedores - Títulos a Pagar - MN - Mercado Externo (MEx)
222121 - Fornecedores - Títulos a Pagar - MN - MEx - Ano Corrente
222121.+NIF - ...

222122 - Fornecedores - Títulos a Pagar - MN - MEx - Anos Anteriores
222122.+NIF - ...

2222 - Fornecedores - Títulos a Pagar - Moeda Estrangeira (ME)


22221 - Fornecedores - Títulos a Pagar - ME - Mercado Interno (MI)
222211 - Fornecedores - Títulos a Pagar - ME - MI - Ano Corrente
222211.+NIF - ...

222212 - Fornecedores - Títulos a Pagar - ME - MI - Anos Anteriores
222212.+NIF - ...

22222 - Fornecedores - Títulos a Pagar - ME - Mercado Externo (MEx)
222221 - Fornecedores - Títulos a Pagar - ME - MEx - Ano Corrente
222221.+NIF - ...

222222 - Fornecedores - Títulos a Pagar - ME - MEx - Anos Anteriores
222222.+NIF - ...

...

228 - Fornecedores - Facturas em Recepção e Conferência (Fª em RC)


2281 - Fornecedores - Fª em RC - Moeda Nacional (MN)
22811 - Fornecedores - Fª em RC - MN - Mercado Interno (MI)
228111 - Fornecedores - Fª em RC - MN - MI - Ano Corrente
228111.+NIF - ...

228112 - Fornecedores - Fª em RC - MN - MI - Anos Anteriores
228112.+NIF - ...

22812 - Fornecedores - Fª em RC - MN - Mercado Externo (MEx)
228121 - Fornecedores - Fª em RC - MN - MEx - Ano Corrente
228121.+NIF - ...

221
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 47

CLASSE 2 - TERCEIROS

228122 - Fornecedores - Fª em RC - MN - MEx - Anos Anteriores
228122.+NIF - ...

2282 - Fornecedores - Fª em RC - Moeda Estrangeira (ME)


22821 - Fornecedores - Fª em RC - ME - Mercado Interno (MI)
228211 - Fornecedores - Fª em RC - ME - MI - Ano Corrente
228211.+NIF - ...

228212 - Fornecedores - Fª em RC - ME - MI - Anos Anteriores
228212.+NIF - ...

22822 - Fornecedores - Fª em RC - ME - Mercado Externo (MEx)
228221 - Fornecedores - Fª em RC - ME - MEx - Ano Corrente
228221.+NIF - ...

228222 - Fornecedores - Fª em RC - ME - MEx - Anos Anteriores
228222.+NIF - ...

229 - Adiantamentos a Fornecedores


2291 - Adiantamentos a Fornecedores - Moeda Nacional (MN)
22911 - Adiantamentos a Fornecedores - MN - Mercado Interno (MI)
229111 - Adiantamentos a Fornecedores - MN - MI - Ano Corrente
229111.+NIF - ...

229112 - Adiantamentos a Fornecedores - MN - MI - Anos Anteriores
229112.+NIF - ...

22912 - Adiantamentos a Fornecedores - MN - Mercado Externo (MEx)
229121 - Adiantamentos a Fornecedores - MN - MEx - Ano Corrente
229121.+NIF - ...

229122 - Adiantamentos a Fornecedores - MN - MEx - Anos Anteriores
229122.+NIF - ...

2292 - Adiantamentos a Fornecedores - Moeda Estrangeira (ME)


22921 - Adiantamentos a Fornecedores - ME - Mercado Interno (MI)
229211 - Adiantamentos a Fornecedores - ME - MI - Ano Corrente
229211.+NIF - ...

229212 - Adiantamentos a Fornecedores - ME - MI - Anos Anteriores
229212.+NIF - ...

22922 - Adiantamentos a Fornecedores - ME - Mercado Externo (MEx)
229221 - Adiantamentos a Fornecedores - ME - MEx - Ano Corrente
229221.+NIF - ...

229222 - Adiantamentos a Fornecedores - ME - MEx - Anos Anteriores
229222.+NIF - ...

23 - Empréstimos Concedidos (EC)


231 - EC - ao Sector Público Administrativo (SPA)
2311 - EC - ao SPA - a Curto Prazo (CP)
23111 - EC - ao SPA - a CP - Empréstimos de Retrocessão
231111 - EC - ao SPA - a CP - Empréstimos de Retrocessão - Municípios
231111.+NIF - ...

231112 - EC - ao SPA - a CP - Empréstimos de Retrocessão - Institutos Públicos


231112.+NIF - ...

231113 - EC - ao SPA - a CP - Empréstimos de Retrocessão - Fundos Autónomos


231113.+NIF - ...

222
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
48 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 2 - TERCEIROS
23112 - EC - ao SPA - a CP -

2312 - EC - ao SPA - a Médio e Longo Prazos (MLP)


23121 - EC - ao SPA - a MLP - Empréstimos de Retrocessão
231211 - EC - ao SPA - a MLP - Empréstimos de Retrocessão - Municípios
231211.+NIF - ...

231212 - EC - ao SPA - a MLP - Empréstimos de Retrocessão - Institutos Públicos


231212.+NIF - ...

231213 - EC - ao SPA - a MLP - Empréstimos de Retrocessão - Fundos Autónomos


231213.+NIF - ...

23122 - EC - ao SPA - a MLP -

232 - EC - ao Sector Público Empresarial (SPE)


2321 - EC - ao SPE - a Curto Prazo (CP)
23211 - EC - ao SPE - a CP - Empréstimos de Retrocessão
232111 - EC - ao SPE - a CP - Empréstimos de Retrocessão - Instituições Financeiras
232111.+NIF - ...

232112 - EC - ao SPE - a CP - Empréstimos de Retrocessão - Instituições não Financeiras


232112.+NIF - ...

23212 - EC - ao SPE - a CP -

2322 - EC - ao SPE - a Médio e Longo Prazos (MLP)


23221 - EC - ao SPE - a MLP - Empréstimos de Retrocessão
232211 - EC - ao SPE - a MLP - Empréstimos de Retrocessão - Instituições Financeiras
232211.+NIF - ...

232212 - EC - ao SPE - a MLP - Empréstimos de Retrocessão - Instituições não Financeiras


232212.+NIF - ...

23222 - EC - ao SPE - a MLP -

233 - EC - às Empresas Mistas (EM)


2331 - EC - às EM - a Curto Prazo (CP)
23311 - EC - às EM - a CP - Empréstimos de Retrocessão
233111 - EC - às EM - a CP - Empréstimos de Retrocessão - Instituições Financeiras
233111.+NIF - ...

233112 - EC - às EM - a CP - Empréstimos de Retrocessão - Instituições não Financeiras


233112.+NIF - ...

23312 - EC - às EM - a CP -

2332 - EC - às EM - a Médio e Longo Prazos (MLP)


23321 - EC - às EM - a MLP - Empréstimos de Retrocessão
233211 - EC - às EM - a MLP - Empréstimos de Retrocessão - Instituições Financeiras
233211.+NIF - ...

233212 - EC - às EM - a MLP - Empréstimos de Retrocessão - Instituições não Financeiras


233212.+NIF - ...

23322 - EC - às EM - a MLP -

223
Decreto-Lei
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» nº 10/2006,
DA REPÚBLICA de 30 de
DE CABO Janeiro
VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 49
PNCP CÓDIGO DE CONTAS

CLASSE 2 - TERCEIROS

234 - EC - a Outras Empresas (OE)


2341 - EC - a OE - a Curto Prazo (CP)
23411 - EC - a OE - a CP - Empréstimos de Retrocessão
234111 - EC - a OE - a CP - Empréstimos de Retrocessão - Instituições Financeiras
234111.+NIF - ...

234112 - EC - a OE - a CP - Empréstimos de Retrocessão - Instituições não Financeiras


234112.+NIF - ...

23412 - EC - a OE - a CP -

2342 - EC - a OE - a Médio e Longo Prazos (MLP)


23421 - EC - a OE - a MLP - Empréstimos de Retrocessão
234211 - EC - a OE - a MLP - Empréstimos de Retrocessão - Instituições Financeiras
234211.+NIF - ...

234212 - EC - a OE - a MLP - Empréstimos de Retrocessão - Instituições não Financeiras


234212.+NIF - ...

23422 - EC - a OE - a MLP -

235 - EC - a Outros Residentes (OR)


2351 - EC - a OR - a Curto Prazo (CP)
23511 - EC - a OR - a CP - Empréstimos de Retrocessão
235111 - EC - a OR - a CP - Empréstimos de Retrocessão - ONG
235111.+NIF - ...

235112 - EC - a OR - a CP - Empréstimos de Retrocessão - Diversos


235112.+NIF - ...

23512 - EC - a OR - a CP -

2352 - EC - a OR - a Médio e Longo Prazos (MLP)


23521 - EC - a OR - a MLP - Empréstimos de Retrocessão
235211 - EC - a OR - a MLP - Empréstimos de Retrocessão - ONG
235211.+NIF - ...

235212 - EC - a OR - a MLP - Empréstimos de Retrocessão - Diversos


235212.+NIF - ...

23522 - EC - a OR - a MLP -

236 - EC - a Estados Estrangeiros (PE)


2361 - EC - a PE - a Curto Prazo (CP)
23611 - EC - a PE - a CP - em Moeda Nacional
23611.+NIF - ...

23612 - EC - a PE - a CP - em Moeda Estrangeira


23612.+NIF - ...

2362 - EC - a PE - a Médio e Longo Prazos (MLP)


23621 - EC - a PE - a MLP - em Moeda Nacional
23621.+NIF - ...

23622 - EC - a PE - a MLP - em Moeda Estrangeira

224
50 Decreto-Lei
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.»nºDA
10/2006, de 30 de
REPÚBLICA DEJaneiro
CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 2 - TERCEIROS
23622.+NIF - ...

237 - EC - a Instituições Financeiras Supranacionais (IFS)


2371 - EC - a IFS - a Curto Prazo (CP)
23711 - EC - a IFS - a CP - em Moeda Nacional
23711.+NIF - ...

23712 - EC - a IFS - a CP - em Moeda Estrangeira


23712.+NIF - ...

2372 - EC - a IFS - a Médio e Longo Prazos (MLP)


23721 - EC - a IFS - a MLP - em Moeda Nacional
23721.+NIF - ...

23722 - EC - a IFS - a MLP - em Moeda Estrangeira


23722.+NIF - ...

239 - Outros Empréstimos Concedidos

24 - Estado e Outras Autoridades Públicas (Estado e OAP)


240 - Estado e OAP - Subsídios e Transferências a Receber (STR)
2401 - Estado e OAP - STR - do Tesouro
2402 - Estado e OAP - STR - Doutras Instituições do SPA

241 - Estado e OAP - Imposto Único sobre os Rendimentos (IUR)


2411 - Estado e OAP - IUR Gerados no Ano Corrente (IUR-GAC)
24111 - Estado e OAP - IUR-GAC - Retenções na Fonte por Terceiros
24112 - Estado e OAP - IUR-GAC - IUR Estimado

2412 - Estado e OAP - IUR Gerados no Ano Findo (IUR-GAF)


24121 - Estado e OAP - IUR-GAF - Retenções na Fonte por Terceiros Transitadas
24122 - Estado e OAP - IUR-GAF - IUR Estimado Transitado
24123 - Estado e OAP - IUR-GAF - Pagamentos por Conta
...
24125 - Estado e OAP - IUR-GAF - Excesso da Estimativa
24126 - Estado e OAP - IUR-GAF - Insuficiência da Estimativa
24127 - Estado e OAP - IUR-GAF - Apuramento
24128 - Estado e OAP - IUR-GAF - IUR a Pagar
24129 - Estado e OAP - IUR-GAF - IUR a Recuperar

2413 - Estado e OAP - IUR Gerados Antes do Ano Findo (IUR-GAAF)


...
24138 - Estado e OAP - IUR-GAAF - IUR a Pagar Transitado
24139 - Estado e OAP - IUR-GAAF - IUR a Recuperar Transitado

242 - Estado e OAP - Retenções de IUR pela Entidade (R-IUR-E)


2421 - Estado e OAP - R-IUR-E - Trabalho Dependente
2422 - Estado e OAP - R-IUR-E - Trabalho Independente
2423 - Estado e OAP - R-IUR-E - Capitais
2424 - Estado e OAP - R-IUR-E - Prediais
...
2429 - Estado e OAP - R-IUR-E - Sobre Outros Rendimentos

243 - Estado e OAP - Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)


2431 - Estado e OAP - IVA - Suportado
24311 - Estado e OAP - IVA - Suportado - Existências
24312 - Estado e OAP - IVA - Suportado - Serviços Correntes
24313 - Estado e OAP - IVA - Suportado - Imobilizado

2432 - Estado e OAP - IVA - Dedutível


24321 - Estado e OAP - IVA - Dedutível - Existências
24322 - Estado e OAP - IVA - Dedutível - Serviços Correntes
24323 - Estado e OAP - IVA - Dedutível - Imobilizado

225
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 51

CLASSE 2 - TERCEIROS

2433 - Estado e OAP - IVA - Liquidado


24331 - Estado e OAP - IVA - Liquidado - Autoconsumos e Operações Gratuitas
24332 - Estado e OAP - IVA - Liquidado - Operações Especiais
24333 - Estado e OAP - IVA - Liquidado - Operações Gerais

2434 - Estado e OAP - IVA - Regularizações


24341 - Estado e OAP - IVA - Regularizações - Anuais por Cálculo dos Pro Rata Definitivos
24342 - Estado e OAP - IVA - Regularizações - Periódicas a Favor da Entidade
24343 - Estado e OAP - IVA - Regularizações - Periódicas a Favor do Tesouro

2435 - Estado e OAP - IVA - Apuramento

2436 - Estado e OAP - IVA - a Pagar


24361 - Estado e OAP - IVA - a Pagar - Valores Apurados
24362 - Estado e OAP - IVA - a Pagar - Liquidações Oficiosas

2437 - Estado e OAP - IVA - a Recuperar

2438 - Estado e OAP - IVA - Reembolsos Pedidos

2439 - Estado e OAP - IVA - Liquidações Oficiosas

244 -

245 - Estado e OAP - Restantes Tributos Nacionais

246 - Penalidades Legais


2461 - Penalidades Legais - Cobradas pelas Autoridades Nacionais
24611 - Penalidades Legais - Cobradas pelas Autoridades Nacionais - Multas
24611.01 -

24612 - Penalidades Legais - Cobradas pelas Autoridades Nacionais - Coimas


24612.01 -

2462 - Penalidades Legais - Cobradas pelas Autoridades Municipais


24621 - Penalidades Legais - Cobradas pelas Autoridades Municipais - Multas
24621.01 -

24622 - Penalidades Legais - Cobradas pelas Autoridades Municipais - Coimas


24622.01 -

247 - Estado e OAP - Municípios


247.01 - Estado e OAP - Municípios - Taxa Ecológica

...

247.10 - Estado e OAP - Município de ...


247.10.01 - Imposto Único sobre o Património - Contribuição Predial
247.10.02 - Imposto Único sobre o Património - SISA
247.10.03 - Imposto Único sobre o Património - Sucessões e Doações
...
247.10.10 - Imposto de Circulação de Veículos Automóveis
...
...

248 - Estado e OAP - Instituições de Previdência


2481 - Instituto Nacional da Previdência Social

2482 - Previdência Social da Função Pública (PSFP)


24821 - PSFP - TSU Retida
24822 - PSFP - Comparticipação Patronal Vencida

249 - Outras Autoridades Públicas


249.01 - Concessionárias de Água
249.01.+NIF - ...

226
52 I SÉRIE — Nº 5 Decreto-Lei
SUP. «B. O.»nºDA REPÚBLICA
10/2006, de 30 deDE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
Janeiro
PNCP CÓDIGO DE CONT

CLASSE 2 - TERCEIROS
...

249.02 - Concessionárias de Electricidade


249.02.+NIF - ...
...

249.03 - Concessionárias de Telecomunicações


249.03.+NIF - ...
...

...

25 - Contribuintes e Beneficiários
250 - Contribuintes por Impostos
250.00 - Imposto Único sobre os Rendimentos (IUR)
250.00.1 - IUR - Pessoas Singulares (PS)
250.00.1.1 - IUR - PS - Ano Corrente
250.00.1.1.+NIF - ...

250.00.1.2 - IUR - PS - Anos Anteriores
250.00.1.2.+NIF - ...

250.00.2 - IUR - Pessoas Colectivas (PC)


250.00.2.1 - IUR - PC - Ano Corrente
250.00.2.1.+NIF - ...

250.00.2.2 - IUR - PC - Anos Anteriores
250.00.2.2.+NIF - ...

250.01 - Imposto Único sobre o Património (IUP)


250.01.1 - IUP - Pessoas Singulares (PS)
250.01.1.1 - IUP - PS - Ano Corrente
250.01.1.1.+NIF - ...

250.01.1.2 - IUP - PS - Anos Anteriores
250.01.1.2.+NIF - ...

250.01.2 - IUP - Pessoas Colectivas (PC)


250.01.2.1 - IUP - PC - Ano Corrente
250.01.2.1.+NIF - ...

250.01.2.2 - IUP - PC - Anos Anteriores


250.01.2.2.+NIF - ...

...

250.49 - Outros Impostos Directos (OID)


250.49.1 - OID - Pessoas Singulares (PS)
250.49.1.1 - OID - PS - Ano Corrente
250.49.1.1.+NIF - ...

250.49.1.2 - OID - PS - Anos Anteriores
250.49.1.2.+NIF - ...

250.49.2 - OID - Pessoas Colectivas (PC)


250.49.2.1 - OID - PC - Ano Corrente
250.49.2.1.+NIF - ...

250.49.2.2 - OID - PC - Anos Anteriores
250.49.2.2.+NIF - ...

250.50 - Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)


250.50.1 - IVA - Ano Corrente
250.50.1.+NIF - ...

250.50.2 - IVA - Anos Anteriores
250.50.2.+NIF - ...

227
I SÉRIE — Nº 5 Decreto-Lei
SUP. «B. O.»nºDA
10/2006, de 30 DE
REPÚBLICA de Janeiro
CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 53

CLASSE 2 - TERCEIROS

250.51 - Direitos de Importação (DI)


250.51.1 - DI - Ano Corrente
250.51.1.+NIF - ...

250.51.2 - DI - Anos Anteriores
250.51.2.+NIF - ...

250.52 - Imposto sobre Consumos Especiais - ICE


250.52.1 - ICE - Ano Corrente
250.52.1.+NIF - ...

250.52.2 - ICE - Anos Anteriores
250.52.2.+NIF - ...

250.53 - Taxa Comunitária CEDEAO (TC-CEDEAO)


250.53.1 - TC-CEDEAO - Pessoas Singulares (PS)
250.53.1.1 - TC-CEDEAO - PS - Ano Corrente
250.53.1.1.+NIF - ...

250.53.1.2 - TC-CEDEAO - PS - Anos Anteriores
250.53.1.2.+NIF - ...

250.53.2 - TC-CEDEAO - Pessoas Colectivas (PC)
250.53.2.1 - TC-CEDEAO - PC - Ano Corrente
250.53.2.1.+NIF - ...

250.53.2.2 - TC-CEDEAO - PC - Anos Anteriores
250.53.2.2.+NIF - ...

250.54 - Taxa Ecológica (TE)


250.54.1 - TE - Ano Corrente
250.54.1.+NIF - ...

250.54.2 - TE - Anos Anteriores
250.54.2.+NIF - ...

250.55 - Imposto do Selo (IS)


250.55.1 - IS - Ano Corrente
250.55.1.+NIF - ...

250.55.2 - IS - Anos Anteriores
250.55.2.+NIF - ...

250.99 - Outros Impostos Indirectos (OII)


250.99.1 - OII - Ano Corrente
250.99.1.+NIF - ...

250.99.2 - OII - Anos Anteriores
250.99.2.+NIF - ...

251 - Contribuintes por Taxas e Contribuições


2511 - Contribuintes por Emolumentos
25111 - Contribuintes por Emolumentos - Ano Corrente
25111.+NIF - ...

25112 - Contribuintes por Emolumentos - Anos Anteriores
25112.+NIF - ...

2512 - Contribuintes por Custas


25121 - Contribuintes por Custas - Ano Corrente
25121.+NIF - ...

25122 - Contribuintes por Custas - Anos Anteriores
25122.+NIF - ...

2513 - Imposto de Circulação de Veículos Automóveis (ICVA)

228
54 Decreto-Lei
I SÉRIE — Nº 5 SUP. nº 10/2006,
«B. O.» DA de 30DE
REPÚBLICA de Janeiro
CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 2 - TERCEIROS
2513.1 - ICVA - Pessoas Singulares (PS)
2513.1.1 - ICVA - PS - Ano Corrente
2513.1.1.+NIF - ...

2513.1.2 - ICVA - PS - Anos Anteriores
2513.1.2.+NIF - ...

2513.2 - ICVA - Pessoas Colectivas (PC)
2513.2.1 - ICVA - PC - Ano Corrente
2513.2.1.+NIF - ...

2513.2.2 - ICVA - PC - Anos Anteriores
2513.2.2.+NIF - ...

2519 - Contribuintes por Outras Taxas e Contribuições (COTC)


25191 - COTC - Ano Corrente
25191.+NIF - ...

25192 - COTC - Anos Anteriores
25192.+NIF - ...

252 - Contribuintes por Penalidades Legais


2521 - Coimas
25211 - Coimas - Ano Corrente
25211.+NIF - ...

25212 - Coimas - Anos Anteriores
25212.+NIF - ...

2522 - Multas
25221 - Multas - Ano Corrente
25221.+NIF - ...

25222 - Multas - Anos Anteriores
25222.+NIF - ...

253 - Contribuintes da Previdência Social da Função Pública


2531 - Contribuintes da PSFP - TSU Retida
25311 - Contribuintes da PSFP - TSU Retida - Ano Corrente
25311.+NIF - ...

25312 - Contribuintes da PSFP - TSU Retida - Anos Anteriores


25312.+NIF - ...

2532 - Contribuintes da PSFP - Comparticipação Patronal Vencida


25321 - Contribuintes da PSFP - Comparticipação Patronal Vencida - Ano Corrente
25321.+NIF - ...

25322 - Contribuintes da PSFP - Comparticipação Patronal Vencida - Anos Anteriores


25322.+NIF - ...

254 - Contribuintes por Outras Prestações Obrigatórias


2541 - Contribuintes por Outras Prestações Obrigatórias - Ano Corrente
2541.+NIF - ...

2542 - Contribuintes por Outras Prestações Obrigatórias - Anos Anteriores
2542.+NIF - ...

255 - Beneficiários por Subsídios (BS)


2551 - BS - Sector Público Empresarial (SPE)
25511 - BS - SPE - Ano Corrente
25511.+NIF - ...

229
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 55
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

CLASSE 2 - TERCEIROS

25512 - BS - SPE - Anos Anteriores


25512.+NIF - ...

2552 - BS - Empresas Mistas (EM)


25521 - BS - EM - Ano Corrente
25521.+NIF - ...

25522 - BS - EM - Anos Anteriores


25522.+NIF - ...

2553 - BS - Outras Empresas (OE)


25531 - BS - OE - Ano Corrente
25531.+NIF - ...

25532 - BS - OE - Anos Anteriores


25532.+NIF - ...

...

2559 - BS - Outras Entidades Lucrativas (OEL)


25591 - BS - OEL - Entidades Colectivas
255911 - BS - OEL - Ano Corrente
255911.+NIF - ...

255912 - BS - OEL - Anos Anteriores


255912.+NIF - ...

25592 - BS - OEL - Entidades Individuais


255921 - BS - OEL - Ano Corrente
255921.+NIF - ...

255922 - BS - OEL - Anos Anteriores


255922.+NIF - ...

256 - Beneficiários por Transferências (BT)


2561 - BT - Sector Público Administrativo (SPA)
25611 - BT - SPA - Municípios
256111 - BT - SPA - Municípios - Ano Corrente
256111.+NIF - ...

256112 - BT - SPA - Municípios - Anos Anteriores


256112.+NIF - ...

25612 - BT - SPA - Institutos Públicos


256121 - BT - SPA - Institutos Públicos - Ano Corrente
256121.+NIF - ...

256122 - BT - SPA - Institutos Públicos - Anos Anteriores


256122.+NIF - ...

25613 - BT - SPA - Fundos Autónomos


256131 - BT - SPA - Fundos Autónomos - Ano Corrente
256131.+NIF - ...

256132 - BT - SPA - Fundos Autónomos - Anos Anteriores


256132.+NIF - ...

230
56 Decreto-Lei
I SÉRIE — Nº 5 SUP. nº 10/2006,
«B. O.» DA REPÚBLICAde 30DEde CABO
JaneiroVERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 2 - TERCEIROS

25614 - BT - SPA - UC de Programas ou Projectos


256141 - BT - SPA - UC de Programas ou Projectos - Ano Corrente
256141.+NIF - ...

256142 - BT - SPA - UC de Programas ou Projectos - Anos Anteriores


256142.+NIF - ...

2562 - BT - Organizações Não Governamentais (ONG)


2562.01 - BT - ONG - Desenvolvimento Comunitário
2562.01.1 - BT - ONG - Desenvolvimento Comunitário - Ano Corrente
2562.01.1.+NIF - ......
...

2562.01.2 - BT - ONG - Desenvolvimento Comunitário - Anos Anteriores


2562.01.2.+NIF - ......
...

2562.02 - BT - ONG - Desportivas


2562.02.1 - BT - ONG - Desportivas - Ano Corrente
2562.02.1.+NIF - ......
...

2562.02.2 - BT - ONG - Desportivas - Anos Anteriores


2562.02.2.+NIF - ......
...

2562.03 - BT - ONG - Culturais


2562.03.1 - BT - ONG - Culturais - Ano Corrente
2562.03.1.+NIF - ......
...

2562.03.2 - BT - ONG - Culturais - Anos Anteriores


2562.03.2.+NIF - ......
...

...

2563 - BT - Pensionistas não Contributivos


25631 - BT - Pensionistas não Contributivos - Ano Corrente
...

25632 - BT - Pensionistas não Contributivos - Anos Anteriores


...

...

257 - Beneficiários - da PSFP - Aposentados e Pensionistas Contributivos


267.+NIF - ...

...

26 - Outros Devedores e Credores


260 - Devedores e Credores da Previdência Social da Função Pública
2600 - Devedores da PSFP - Juros Vencidos
2600.+NIF - ...

2605 - Credores da PSFP - Fornecedores aos Segurados


2605.+NIF - ...

231
Decreto-Lei
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICAnº 10/2006,
DE CABOde 30 de Janeiro
VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 57

CLASSE 2 - TERCEIROS
261 - Fornecedores de Imobilizado
2611 - Fornecedores de Imobilizado, C/C
26111 - Fornecedores de Imobilizado, C/C - Moeda Nacional (MN)
261111 - Fornecedores de Imobilizado, C/C - MN - Mercado Interno (MI)
2611111 - Fornecedores de Imobilizado, C/C - MN - MI - Ano Corrente
2611111.+NIF - ...

2611112 - Fornecedores de Imobilizado, C/C - MN - MI - Anos Anteriores
2611112.+NIF - ...

261112 - Fornecedores de Imobilizado, C/C - MN - Mercado Externo (MEx)
2611121 - Fornecedores de Imobilizado, C/C - MN - MEx - Ano Corrente
2611121.+NIF - ...

2611122 - Fornecedores de Imobilizado, C/C - MN - MEx - Anos Anteriores
2611122.+NIF - ...

26112 - Fornecedores de Imobilizado, C/C - Moeda Estrangeira (ME)


261121 - Fornecedores de Imobilizado, C/C - ME - Mercado Interno (MI)
2611211 - Fornecedores de Imobilizado, C/C - ME - MI - Ano Corrente
2611211.+NIF - ...

2611212 - Fornecedores de Imobilizado, C/C - ME - MI - Anos Anteriores
2611212.+NIF - ...

261122 - Fornecedores de Imobilizado, C/C - ME - Mercado Externo (MEx)
2611221 - Fornecedores de Imobilizado, C/C - ME - MEx - Ano Corrente
2611221.+NIF - ...

2611222 - Fornecedores de Imobilizado, C/C - ME - MEx - Anos Anteriores
2611222.+NIF - ...

2612 - Fornecedores de Imobilizado - Títulos a Pagar


26121 - Fornecedores de Imobilizado - Títulos a Pagar - Moeda Nacional (MN)
261211 - Fornecedores de Imobilizado - Títulos a Pagar - MN - Mercado Interno (MI)
2612111 - Fornecedores de Imobilizado - Títulos a Pagar - MN - MI - Ano Corrente
2612111.+NIF - ...

2612112 - Fornecedores de Imobilizado - Títulos a Pagar - MN - MI - Anos Anteriores
2612112.+NIF - ...

261212 - Fornecedores de Imobilizado - Títulos a Pagar - MN - Mercado Externo (MEx)
2612121 - Fornecedores de Imobilizado - Títulos a Pagar - MN - MEx - Ano Corrente
2612121.+NIF - ...

2612122 - Fornecedores de Imobilizado - Títulos a Pagar - MN - MEx - Anos Anteriores
2612122.+NIF - ...

26122 - Fornecedores de Imobilizado - Títulos a Pagar - Moeda Estrangeira (ME)


261221 - Fornecedores de Imobilizado - Títulos a Pagar - ME - Mercado Interno (MI)
2612211 - Fornecedores de Imobilizado - Títulos a Pagar - ME - MI - Ano Corrente
2612211.+NIF - ...

2612212 - Fornecedores de Imobilizado - Títulos a Pagar - ME - MI - Anos Anteriores
2612212.+NIF - ...

261222 - Fornecedores de Imobilizado - Títulos a Pagar - ME - Mercado Externo (MEx)
2612221 - Fornecedores de Imobilizado - Títulos a Pagar - ME - MEx - Ano Corrente
2612221.+NIF - ...

2612222 - Fornecedores de Imobilizado - Títulos a Pagar - ME - MEx - Anos Anteriores
2612222.+NIF - ...

...

2619 - Adiantamentos a Fornecedores de Imobilizado


26191 - Adiantamentos a Fornecedores de Imobilizado - Moeda Nacional (MN)
261911 - Adiantamentos a Fornecedores de Imobilizado - MN - Mercado Interno (MI)
2619111 - Adiantamentos a Fornecedores de Imobilizado - MN - MI - Ano Corrente
2619111.+NIF - ...

2619112 - Adiantamentos a Fornecedores de Imobilizado - MN - MI - Anos Anteriores
2619112.+NIF - ...

232
58 Decreto-Lei
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. nº 10/2006, DE
O.» DA REPÚBLICA de 30 de Janeiro
CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 2 - TERCEIROS

261912 - Adiantamentos a Fornecedores de Imobilizado - MN - Mercado Externo (MEx)
2619121 - Adiantamentos a Fornecedores de Imobilizado - MN - MEx - Ano Corrente
2619121.+NIF - ...

2619122 - Adiantamentos a Fornecedores de Imobilizado - MN - MEx - Anos Anteriores
2619122.+NIF - ...

26192 - Adiantamentos a Fornecedores de Imobilizado - Moeda Estrangeira (ME)


261921 - Adiantamentos a Fornecedores de Imobilizado - ME - Mercado Interno (MI)
2619211 - Adiantamentos a Fornecedores de Imobilizado - ME - MI - Ano Corrente
2619211.+NIF - ...

2619212 - Adiantamentos a Fornecedores de Imobilizado - ME - MI - Anos Anteriores
2619212.+NIF - ...

261922 - Adiantamentos a Fornecedores de Imobilizado - ME - Mercado Externo (MEx)
2619221 - Adiantamentos a Fornecedores de Imobilizado - ME - MEx - Ano Corrente
2619221.+NIF - ...

2619222 - Adiantamentos a Fornecedores de Imobilizado - ME - MEx - Anos Anteriores
2619222.+NIF - ...

262 - Adiantamentos por Conta de Vendas


2621 - Adiantamentos por Conta de Vendas - Moeda Nacional (MN)
26211 - Adiantamentos por Conta de Vendas - MN - Mercado Interno (MI)
262111 - Adiantamentos por Conta de Vendas - MN - MI - Ano Corrente
262111.+NIF - ...

262112 - Adiantamentos por Conta de Vendas - MN - MI - Anos Anteriores
262112.+NIF - ...

26212 - Adiantamentos por Conta de Vendas - MN - Mercado Externo (MEx)
262121 - Adiantamentos por Conta de Vendas - MN - MEx - Ano Corrente
262121.+NIF - ...

262122 - Adiantamentos por Conta de Vendas - MN - MEx - Anos Anteriores
262122.+NIF - ...

2622 - Adiantamentos por Conta de Vendas - Moeda Estrangeira (ME)


26221 - Adiantamentos por Conta de Vendas - ME - Mercado Interno (MI)
262211 - Adiantamentos por Conta de Vendas - ME - MI - Ano Corrente
262211.+NIF - ...

262212 - Adiantamentos por Conta de Vendas - ME - MI - Anos Anteriores
262212.+NIF - ...

26222 - Adiantamentos por Conta de Vendas - ME - Mercado Externo (MEx)
262221 - Adiantamentos por Conta de Vendas - ME - MEx - Ano Corrente
262221.+NIF - ...

262222 - Adiantamentos por Conta de Vendas - ME - MEx - Anos Anteriores
262222.+NIF - ...

263 - Pessoal
2631 - Remunerações de Base a Pagar
26311 - Remunerações de Base a Pagar - Ano Corrente
26311.+NIF - ...

26312 - Remunerações de Base a Pagar - Anos Anteriores
26312.+NIF - ...

2632 - Remunerações Adicionais a Pagar


26321 - Remunerações Adicionais a Pagar - Ano Corrente
26321.+NIF - ...

26322 - Remunerações Adicionais a Pagar - Anos Anteriores
26322.+NIF - ...

233
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 59
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

CLASSE 2 - TERCEIROS

2638 - Cauções do Pessoal


2638.+NIF - ...

2639 - Outras Operações com o Pessoal


2639.+NIF - ...

264 - Sindicatos
2641 - Sindicatos - Ano Corrente
2641.+NIF - ...

2642 - Sindicatos - Anos Anteriores
2642.+NIF - ...

265 - Obrigacionistas
2651 - Obrigacionistas - em Moeda Nacional (MN)
26511 - Obrigacionistas - em MN - C/Subscrição
26512 - Obrigacionistas - em MN - C/Obrigações Sorteadas ou Vencidas
26513 - Obrigacionistas - em MN - C/Juros a Pagar

2652 - Obrigacionistas - em Moeda Estrangeira (ME)


26521 - Obrigacionistas - em ME - C/Subscrição
26522 - Obrigacionistas - em ME - C/Obrigações Sorteadas ou Vencidas
26523 - Obrigacionistas - em ME - C/Juros a Pagar

266 - Credores por Subscrições não Liberadas


2661 - Credores por Subscrições não Liberadas - em Moeda Nacional (MN)
2662 - Credores por Subscrições não Liberadas - em Moeda Estrangeira (ME)

267 - Consultores e Intermediários


2671 - Consultores

2672 - Intermediários
2672.01 - Intermediários no Pagamento das Aposentações e Pensões (PAP)
2672.01.1 - Intermediários no PAP Contributivas
2672.01.1.1 - Intermediários no PAP Contributivas - Ano Corrente
2672.01.1.1.+NIF - ...

2672.01.1.2 - Intermediários no PAP Contributivas - Anos Anteriores
2672.01.1.2.+NIF - ...

2672.01.2 - Intermediários no PAP não Contributivas


2672.01.2.1 - Intermediários no PAP não Contributivas - Ano Corrente
2672.01.2.1.+NIF - ...

2672.01.2.2 - Intermediários no PAP não Contributivas - Anos Anteriores
2672.01.2.2.+NIF - ...

268 - Doadores Externos


2681 - Doadores Externos - em Moeda Nacional (MN)
26811 - Doadores Externos - em MN - Ano Corrente
...

26812 - Doadores Externos - em MN - Anos Anteriores


...

2682 - Doadores Externos - em Moeda Estrangeira (ME)


26821 - Doadores Externos - em ME - Ano Corrente
...

26822 - Doadores Externos - em ME - Anos Anteriores


...

269 - Devedores e Credores Diversos


269.00 - Cheques Sem Provisão

234
60 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA
Decreto-Lei REPÚBLICA
nº 10/2006, DEdeCABO
de 30 JaneiroVERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
PNCP CÓDIGO DE CONTAS

CLASSE 2 - TERCEIROS
269.00.1 - Cheques Sem Provisão - Ano Corrente
269.00.1.+NIF - ...

269.00.2 - Cheques Sem Provisão - Anos Anteriores
269.00.2.+NIF - ...

269.01 - Devedores por Alienação de Imobilizações


269.01.1 - Devedores por Alienação de Imobilizações - Ano Corrente
269.01.1.+NIF - ...

269.01.2 - Devedores por Alienação de Imobilizações - Anos Anteriores
269.01.2.+NIF - ...

269.02 - Devedores por Sinistros


269.02.1 - Devedores por Sinistros - Ano Corrente
269.02.1.+NIF - ...

269.02.2 - Devedores por Sinistros - Anos Anteriores
269.02.2.+NIF - ...

269.03 - Restituições Não Fiscais por Terceiros


269.03.1 - Restituições Não Fiscais por Terceiros - Ano Corrente
269.03.1.+NIF - ...

269.03.2 - Restituições Não Fiscais por Terceiros - Anos Anteriores
269.03.2.+NIF - ...

269.04 - Reembolsos Não Fiscais por Terceiros


269.04.1 - Reembolsos Não Fiscais por Terceiros - Ano Corrente
269.04.1.+NIF - ...

269.04.2 - Reembolsos Não Fiscais por Terceiros - Anos Anteriores
269.04.2.+NIF - ...

269.05 - Devedores por Cauções Prestadas


269.05.+NIF - ...

269.06 - Penalidades Contratuais


269.06.1 - Penalidades Contratuais - Ano Corrente
269.06.1.+NIF - ...

269.06.2 - Penalidades Contratuais - Anos Anteriores
269.06.2.+NIF - ...

...

269.50 - Retenções Eventuais a Transferir


269.50.1 - Retenções Eventuais por Ordem Judicial
269.50.11 - Retenções Eventuais por Ordem Judicial - Ano Corrente
269.50.11.+NIF - ...

269.50.12 - Retenções Eventuais por Ordem Judicial - Anos Anteriores
269.50.12.+NIF - ...

269.50.2 - Retenções Eventuais para Reembolso de Empréstimos


269.50.21 - Retenções Eventuais para Reembolso de Empréstimos - Ano Corrente
269.50.21.+NIF - ...

269.50.22 - Retenções Eventuais para Reembolso de Empréstimos - Anos Anteriores
269.50.22.+NIF - ...

269.51 - Credores por Cauções Recebidas


269.51.+NIF - ...

269.52 - Valores Cobrados de Terceiros a Transferir


269.52.1 - Valores Cobrados de Terceiros a Transferir - Ano Corrente

235
I SÉRIE — Nº 5 SUP.Decreto-Lei
«B. O.» DAnºREPÚBLICA
10/2006, de DE CABO
30 de VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
Janeiro 61
PNCP CÓDIGO DE CONTAS

CLASSE 2 - TERCEIROS
269.52.1.+NIF - ...

269.52.2 - Valores Cobrados de Terceiros a Transferir - Anos Anteriores
269.52.2.+NIF - ...

269.53 - Restituições Não Fiscais a Terceiros


269.53.1 - Restituições Não Fiscais a Terceiros - Ano Corrente
269.53.1.+NIF - ...

269.53.2 - Restituições Não Fiscais a Terceiros - Anos Anteriores
269.53.2.+NIF - ...

269.54 - Reembolsos Não Fiscais a Terceiros


269.54.1 - Reembolsos Não Fiscais a Terceiros - Ano Corrente
269.54.1.+NIF - ...

269.54.2 - Reembolsos Não Fiscais a Terceiros - Anos Anteriores
269.54.2.+NIF - ...

...

27 - Acréscimos e Diferimentos
271 - Acréscimos de Proveitos
271.01 - Acréscimos de Proveitos - Juros com Cobranças Diferidas - PSFP
271.02 - Acréscimos de Proveitos - Outros Juros com Cobranças Diferidas
271.03 - Acréscimos de Proveitos - Rendas com Cobranças Diferidas
...
271.99 - Acréscimos de Proveitos - Outros Devedores por Cobranças Diferidas

272 - Custos Diferidos


272.01 - Custos Diferidos - Rendas e Alugueres Pagos Adiantadamente
272.02 - Custos Diferidos - Seguros não Relativos ao Pessoal Pagos Antecipadamente
272.03 - Custos Diferidos - Publicidade e Propaganda Pagas Antecipadamente
272.04 - Custos Diferidos - Seguros a Favor do Pessoal Pagos Antecipadamente
272.05 - Custos Diferidos - Juros Pagos Antecipadamente
272.06 - Custos Diferidos - Juros Corridos de Obrigações Adquiridas Entre Datas de Juro
272.07 - Custos Diferidos - Despesas de Emissão de Obrigações
272.08 - Custos Diferidos - Descontos de Emissão de Obrigações
272.09 - Custos Diferidos - Rendas de Terrenos Pagas Adiantadamente
272.10 - Custos Diferidos - Beneficiações em Imobilizações

...
272.99 - Custos Diferidos - Outras Despesas Antecipadas

276 - Acréscimos de Custos


276.01 - Acréscimos de Custos - Água com Pagamentos Diferidos
276.02 - Acréscimos de Custos - Electricidade com Pagamentos Diferidos
276.03 - Acréscimos de Custos - Rendas e Alugueres com Pagamentos Diferidos
276.04 - Acréscimos de Custos - Comunicação com Pagamentos Diferidos
276.05 - Acréscimos de Custos - Férias Corridas com Pagamentos Diferidos
276.06 - Acréscimos de Custos - Juros Corridos com Pagamentos Diferidos
276.07 - Acréscimos de Custos - Rendas de Terrenos com Pagamentos Diferidos
...
276.99 - Acréscimos de Custos - Outros Credores por Pagamentos Diferidos

277 - Proveitos Diferidos


277.01 - Proveitos Diferidos - Rendas Recebidas Adiantadamente
277.02 - Proveitos Diferidos - Juros Recebidos Antecipadamente
277.03 - Proveitos Diferidos - Juros Corridos de Obrigações Emitidas Entre Datas de Juro
277.04 - Proveitos Diferidos - Prémios de Emissão de Obrigações
277.05 - Proveitos Diferidos - Diferenças de Câmbio Favoráveis
277.06 - Proveitos Diferidos - Diferenças Favoráveis do IVA
277.07 - Proveitos Diferidos - Pagamento por Conta de Impostos
277.07.1 - Proveitos Diferidos - Pagamento por Conta de Impostos - IUR
277.07.1.+NIF - ...
...
...

...

236
62 I SÉRIE — Nº 5 SUP. Decreto-Lei
«B. O.» DAnºREPÚBLICA
10/2006, de DE
30 de Janeiro
CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 2 - TERCEIROS
277.99 - Proveitos Diferidos - Outras Receitas Antecipadas

28 - Pagamentos e Recebimentos por Regularizar


280 - Pagamentos a Título de Despesas - por Regularizar (Pagamentos TD - por Regularizar)
280.00 - Pagamentos TD - por Regularizar - em Exercícios Anteriores
280.00.000 - ... (Classificação orgânica)
280.00.000.00 - ... (Classificação funcional)
280.00.000.00.(…) - ... (Classificação económica)

280.01 - Pagamentos TD - por Regularizar - no Exercício / em Janeiro


280.01.000 - ... (Classificação orgânica)
280.01.000.00 - ... (Classificação funcional)
280.01.000.00.(…) - ... (Classificação económica)

280.02 - Pagamentos TD - por Regularizar - no Exercício / em Fevereiro


280.02.000 - ... (Classificação orgânica)
280.02.000.00 - ... (Classificação funcional)
280.02.000.00.(…) - ... (Classificação económica)

280.03 - Pagamentos TD - por Regularizar - no Exercício / em Março


280.03.000 - ... (Classificação orgânica)
280.03.000.00 - ... (Classificação funcional)
280.03.000.00.(…) - ... (Classificação económica)

...

281 - Pagamentos a Título de Passivos Financeiros - por Regularizar (Pagamentos TPF - por Regularizar)
281.00 - Pagamentos TPF - por Regularizar - em Exercícios Anteriores
281.00.0 - Pagamentos TPF - por Regularizar - em Exercícios Anteriores - Orçamento Corrente
281.00.0.00 - ... (Classificação segundo a desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

281.00.1 - Pagamentos TPF - por Regularizar - em Exercícios Anteriores - Orçamento de Capital


281.00.1.00 - ... (Classificação segundo a desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

281. 01 - Pagamentos TPF - por Regularizar - no Exercício / em Janeiro


281.01.0 - Pagamentos TPF - por Regularizar - no Exercício / em Janeiro - Orçamento Corrente
281.01.0.00 - ... (Classificação segundo a desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

281.01.1 - Pagamentos TPF - por Regularizar - no Exercício / em Janeiro - Orçamento de Capital


281.01.1.00 - ... (Classificação segundo a desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

281. 02 - Pagamentos TPF - por Regularizar - no Exercício / em Fevereiro


281.02.0 - Pagamentos TPF - por Regularizar - no Exercício / em Fevereiro - Orçamento Corrente
281.02.0.00 - ... (Classificação segundo a desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

281.02.1 - Pagamentos TPF - por Regularizar - no Exercício / em Fevereiro - Orçamento de Capital


281.02.1.00 - ... (Classificação segundo a desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

281. 03 - Pagamentos TPF - por Regularizar - no Exercício / em Março


281.03.0 - Pagamentos TPF - por Regularizar - no Exercício / em Março - Orçamento Corrente
281.03.0.00 - ... (Classificação segundo a desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

281.03.1 - Pagamentos TPF - por Regularizar - no Exercício / em Março - Orçamento de Capital


281.03.1.00 - ... (Classificação segundo a desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

...

282 - ...

283 - Pagamentos a Título de Operações de Tesouraria - por Regularizar (Pagamentos TOT - por Regularizar)
283.00 - Pagamentos TOT - por Regularizar - em Exercícios Anteriores
283.00.0 - Pagamentos TOT - por Regularizar - em Exercícios Anteriores - SPA
283.00.1 - Pagamentos TOT - por Regularizar - em Exercícios Anteriores - Outros Sectores

283.01 - Pagamentos TOT - por Regularizar - no Exercício / em Janeiro


283.01.0 - Pagamentos TOT - por Regularizar - no Exercício / em Janeiro - SPA
283.01.1 - Pagamentos TOT - por Regularizar - no Exercício / em Janeiro - Outros Sectores

283.02 - Pagamentos TOT - por Regularizar - no Exercício / em Fevereiro


283.02.0 - Pagamentos TOT - por Regularizar - no Exercício / em Fevereiro - SPA
283.02.1 - Pagamentos TOT - por Regularizar - no Exercício / em Fevereiro - Outros Sectores

283.03 - Pagamentos TOT - por Regularizar - no Exercício / em Março


283.03.0 - Pagamentos TOT - por Regularizar - no Exercício / em Março - SPA

237
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 63

CLASSE 2 - TERCEIROS
283.03.1 - Pagamentos TOT - por Regularizar - no Exercício / em Março - Outros Sectores

...

284 - ...

285 - Recebimentos a Título de Receitas - por Regularizar (Recebimentos TR - por Regularizar)


285.00 - Recebimentos TR - por Regularizar - em Exercícios Anteriores
285.00.000 - ... (Classificação orgânica)
285.00.000.00 - ...(Recebimentos que aumentam o PIB - por Regularizar)
285.00.000.00.(…) - ... (Classificação económica)
...
285.00.000.01 - ...(Recebimentos que redistribuem o rendimento nacional - por Regularizar)
285.00.000.01.(…) - ... (Classificação económica)

285.00.000.02 - ...(Recebimentos que são transferências unilaterais externas - por Regularizar)


285.00.000.02.(…) - ... (Classificação económica)

285.01 - Recebimentos TR - por Regularizar - no Exercício / em Janeiro


285.01.000 - ... (Classificação orgânica)
285.01.000.00 - ...(Recebimentos que aumentam o PIB - por Regularizar)
285.01.000.00.(…) - ... (Classificação económica)

285.01.000.01 - ...(Recebimentos que redistribuem o rendimento nacional - por Regularizar)


285.01.000.01.(…) - ... (Classificação económica)

285.01.000.02 - ...(Recebimentos que são transferências unilaterais externas - por Regularizar)


285.01.000.02.(…) - ... (Classificação económica)

285.02 - Recebimentos TR - por Regularizar - no Exercício / em Fevereiro


285.02.000 - ... (Classificação orgânica)
285.02.000.00 - ...(Recebimentos que aumentam o PIB - por Regularizar)
285.02.000.00.(…) - ... (Classificação económica)

285.02.000.01 - ...(Recebimentos que redistribuem o rendimento nacional - por Regularizar)


285.02.000.01.(…) - ... (Classificação económica)

285.02.000.02 - ...(Recebimentos que são transferências unilaterais externas - por Regularizar)


285.02.000.02.(…) - ... (Classificação económica)

285.03 - Recebimentos TR - por Regularizar - no Exercício / em Março


285.03.000 - ... (Classificação orgânica)
285.03.000.00 - ...(Recebimentos que aumentam o PIB - por Regularizar)
285.03.000.00.(…) - ... (Classificação económica)

285.03.000.01 - ...(Recebimentos que redistribuem o rendimento nacional - por Regularizar)


285.03.000.01.(…) - ... (Classificação económica)

285.03.000.02 - ...(Recebimentos que são transferências unilaterais externas - por Regularizar)


285.03.000.02.(…) - ... (Classificação económica)

...

286 - Recebimentos a Título de Passivos Financeiros - por Regularizar (Recebimentos TPF - por Regularizar)
286.00 - Recebimentos TPF - por Regularizar - em Exercícios Anteriores
286.00.0 - Recebimentos TPF - por Regularizar - em Exercícios Anteriores - Orçamento Corrente
286.00.0.00 - ... (Classificação segundo a desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

286.00.1 - Recebimentos TPF - por Regularizar - em Exercícios Anteriores - Orçamento de Capital


286.00.1.00 - ... (Classificação segundo a desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

286.01 - Recebimentos TPF - por Regularizar - no Exercício / em Janeiro


286.01.0 - Recebimentos TPF - por Regularizar - no Exercício / em Janeiro - Orçamento Corrente
286.01.0.00 - ... (Classificação segundo a desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

286.01.1 - Recebimentos TPF - por Regularizar - no Exercício / em Janeiro - Orçamento de Capital


286.01.1.00 - ... (Classificação segundo a desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

286.02 - Recebimentos TPF - por Regularizar - no Exercício / em Fevereiro


286.02.0 - Recebimentos TPF - por Regularizar - no Exercício / em Fevereiro - Orçamento Corrente
286.02.0.00 - ... (Classificação segundo a desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

286.02.1 - Recebimentos TPF - por Regularizar - no Exercício / em Fevereiro - Orçamento de Capital


286.02.1.00 - ... (Classificação segundo a desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

286.03 - Recebimentos TPF - por Regularizar - no Exercício / em Março


286.03.0 - Recebimentos TPF - por Regularizar - no Exercício / em Março - Orçamento Corrente

238
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
64 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 2 - TERCEIROS
286.03.0.00 - ... (Classificação segundo a desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

286.03.1 - Recebimentos TPF - por Regularizar - no Exercício / em Março - Orçamento de Capital


286.03.1.00 - ... (Classificação segundo a desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

...

287 - ...

288 - Recebimentos a Título de Operações de Tesouraria - por Regularizar (Recebimentos TOT - por Regularizar)
288.00 - Recebimentos TOT - por Regularizar - em Exercícios Anteriores
288.00.0 - Recebimentos TOT - por Regularizar - em Exercícios Anteriores - SPA
288.00.1 - Recebimentos TOT - por Regularizar - em Exercícios Anteriores - Outros Sectores

288.01 - Recebimentos TOT - por Regularizar - no Exercício / em Janeiro


288.01.0 - Recebimentos TOT - por Regularizar - no Exercício / em Janeiro - SPA
288.01.1 - Recebimentos TOT - por Regularizar - no Exercício / em Janeiro - Outros Sectores

288.02 - Recebimentos TOT - por Regularizar - no Exercício / em Fevereiro


288.02.0 - Recebimentos TOT - por Regularizar - no Exercício / em Fevereiro - SPA
288.02.1 - Recebimentos TOT - por Regularizar - no Exercício / em Fevereiro - Outros Sectores

288.03 - Recebimentos TOT - por Regularizar - no Exercício / em Março


288.03.0 - Recebimentos TOT - por Regularizar - no Exercício / em Março - SPA
288.03.1 - Recebimentos TOT - por Regularizar - no Exercício / em Março - Outros Sectores

...

29 - Provisões para Cobranças Duvidosas e Outros Riscos e Encargos


291 - Provisões para Cobranças Duvidosas
2911 - Provisões para Clientes de Cobrança Duvidosa
29111 - Provisões para Clientes, C/C - de Cobrança Duvidosa
291110 - Saldo Inicial
291111 - Constituição
291112 - Reforços
...
291115 - Utilizações
291116 - Reposições
291117 - Anulações

291119 - Apuramento

29112 - Provisões para Clientes - Títulos a Receber - de Cobrança Duvidosa


...

2912 - Provisões para Fornecedores de Cobrança Duvidosa


29121 - Provisões para Adiantamentos a Fornecedores - de Cobrança Duvidosa
...

2913 - Provisões para Empréstimos Concedidos de Cobrança Duvidosa


...

2914 -

2915 - Provisões para Contribuintes e Beneficiários de Cobrança Duvidosa


29151 - Provisões para Contribuintes de Cobrança Duvidosa
...

29152 - Provisões para Devoluções de Beneficiários de Cobrança Duvidosa


...

2916 - Provisões para Outros Devedores de Cobrança Duvidosa


...

292 - Provisões para Outros Riscos e Encargos


292.01 - Provisões para Garantias a Clientes
...

239
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 65

CLASSE 2 - TERCEIROS

292.02 - Provisões para Letras Descontadas


...

292.03 - Provisões para Processos Judiciais em Curso


...

292.04 - Provisões para Acidentes no Trabalho e Doenças Profissionais


...

...

292.98 - Provisões para Previdência Social da Função Pública


292.98.1 - Provisões para Previdência Social da Função Pública - Aposentações
...

292.98.2 - Provisões para Previdência Social da Função Pública - Pensões


...

292.98.3 - Provisões para Previdência Social da Função Pública - Assistência na Doença


...

292.99 - Provisões para Outros Riscos e Encargos - não Especificados


240
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
66 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 3 - EXISTÊNCIAS

30 -

31 -

32 - Mercadorias
321 - Embalagens Comerciais
3211 - Embalagens Comerciais em Armazém
3212 - Embalagens Comerciais em Poder de Terceiros
3213 - Embalagens Comerciais em Trânsito
...
3217 - Compras de Embalagens Comerciais
32171 - No Mercado Interno
321711 - Aumentos
...
321717 - Devoluções de Compras
321718 - Descontos e Abatimentos
32172 - No Mercado Externo
321721 - Aumentos
...
321727 - Devoluções de Compras
321728 - Descontos e Abatimentos
3218 - Regularização de Existências - Embalagens Comerciais
3218.00 - Reclassificações do Imobilizado para Embalagens Comerciais
3218.01 - Reclassificações de Outras Existências para Embalagens Comerciais
3218.02 - Beneficiações Externas de Embalagens Comerciais
3218.03 - Entradas por Ofertas de Embalagens Comerciais
3218.04 - Sobras Normais de Embalagens Comerciais
3218.05 - Sobras Anormais de Embalagens Comerciais
...
3218.49 - Outras Regularizações Aumentativas - Embalagens Comerciais
3218.50 - Reclassificações para Imobilizado de Embalagens Comerciais
3218.51 - Reclassificações de Embalagens Comerciais para Outras Existências
3218.52 - Embalagens Comerciais Sinistradas
3218.53 - Saídas por Ofertas de Embalagens Comerciais
3218.54 - Quebras Normais de Embalagens Comerciais
3218.55 - Quebras Anormais de Embalagens Comerciais
...
3218.99 - Outras Regularizações Diminutivas - Embalagens Comerciais
3219 - Embalagens Comerciais - Movimentação Interna - Conta Intermédia (MI-CI)
3219.01 - Embalagens Comerciais - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para B
3219.02 - Embalagens Comerciais - MI-CI - da Subunidade Orgânica B para A
3219.03 - Embalagens Comerciais - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para C
3219.04 - Embalagens Comerciais - MI-CI - da Subunidade Orgânica C para A
...

322 - Outras Mercadorias


3221 - Outras Mercadorias em Armazém
3222 - Outras Mercadorias em Poder de Terceiros
32221 - Outras Mercadorias em Consignação
32222 - Outras Mercadorias à Guarda de Terceiros
3223 - Outras Mercadorias em Trânsito
...
3227 - Compras de Outras Mercadorias
32271 - No Mercado Interno
322711 - Aumentos
...
322717 - Devoluções de Compras
322718 - Descontos e Abatimentos
32272 - No Mercado Externo
322721 - Aumentos
...
322727 - Devoluções de Compras
322728 - Descontos e Abatimentos
3228 - Regularização de Existências - Outras Mercadorias
3228.00 - Reclassificações do Imobilizado para Outras Mercadorias
3228.01 - Reclassificações de Outras Existências para Outras Mercadorias

241
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 67

CLASSE 3 - EXISTÊNCIAS
3228.02 - Beneficiações Externas de Outras Mercadorias
3228.03 - Entradas por Ofertas de Outras Mercadorias
3228.04 - Sobras Normais de Outras Mercadorias
3228.05 - Sobras Anormais de Outras Mercadorias
...
3228.49 - Outras Regularizações Aumentativas - Outras Mercadorias
3228.50 - Reclassificações para Imobilizado de Outras Mercadorias
3228.51 - Reclassificações de Outras Mercadorias para Outras Existências
3228.52 - Outras Mercadorias Sinistradas
3228.53 - Saídas por Ofertas de Outras Mercadorias
3228.54 - Quebras Normais de Outras Mercadorias
3228.55 - Quebras Anormais de Outras Mercadorias
...
3228.99 - Outras Regularizações Diminutivas - Outras Mercadorias
3229 - Outras Mercadorias - Movimentação Interna - Conta Intermédia (MI-CI)
3229.01 - Outras Mercadorias - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para B
3229.02 - Outras Mercadorias - MI-CI - da Subunidade Orgânica B para A
3229.03 - Outras Mercadorias - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para C
3229.04 - Outras Mercadorias - MI-CI - da Subunidade Orgânica C para A
...

33 - Produtos Acabados e Semiacabados


331 - Produtos Acabados
3311 - Produtos Acabados em Armazém
3312 - Produtos Acabados em Poder de Terceiros
33121 - Produtos Acabados em Consignação
33122 - Produtos Acabados à Guarda de Terceiros
...
3318 - Regularização de Existências - Produtos Acabados
3318.00 - Reclassificações do Imobilizado para Produtos Acabados
3318.01 - Reclassificações de Outras Existências para Produtos Acabados
3318.02 - Beneficiações Externas de Produtos Acabados
3318.03 -
3318.04 - Sobras Normais de Produtos Acabados
3318.05 - Sobras Anormais de Produtos Acabados
...
3318.49 - Outras Regularizações Aumentativas - Produtos Acabados
3318.50 - Reclassificações para Imobilizado de Produtos Acabados
3318.51 - Reclassificações de Produtos Acabados para Outras Existências
3318.52 - Produtos Acabados Sinistrados
3318.53 - Saídas por Ofertas de Produtos Acabados
3318.54 - Quebras Normais de Produtos Acabados
3318.55 - Quebras Anormais de Produtos Acabados
...
3318.99 - Outras Regularizações Diminutivas - Produtos Acabados
3319 - Produtos Acabados - Movimentação Interna - Conta Intermédia (MI-CI)
3319.01 - Produtos Acabados - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para B
3319.02 - Produtos Acabados - MI-CI - da Subunidade Orgânica B para A
3319.03 - Produtos Acabados - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para C
3319.04 - Produtos Acabados - MI-CI - da Subunidade Orgânica C para A
...

332 - Produtos Semiacabados


3321 - Produtos Semiacabados em Armazém
3322 - Produtos Semiacabados em Poder de Terceiros
33221 - Produtos Semiacabados em Consignação
33222 - Produtos Semiacabados à Guarda de Terceiros
...
3328 - Regularização de Existências - Produtos Semiacabados
3328.00 - Reclassificações do Imobilizado para Produtos Semiacabados
3328.01 - Reclassificações de Outras Existências para Produtos Semiacabados
3328.02 - Beneficiações Externas de Produtos Semiacabados
3328.03 -
3328.04 - Sobras Normais de Produtos Semiacabados
3328.05 - Sobras Anormais de Produtos Semiacabados
...
3328.49 - Outras Regularizações Aumentativas - Produtos Semiacabados
3328.50 - Reclassificações para Imobilizado de Produtos Semiacabados

242
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
68 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 3 - EXISTÊNCIAS
3328.51 - Reclassificações de Produtos Semiacabados para Outras Existências
3328.52 - Produtos Semiacabados Sinistrados
3328.53 - Saídas por Ofertas de Produtos Semiacabados
3328.54 - Quebras Normais de Produtos Semiacabados
3328.55 - Quebras Anormais de Produtos Semiacabados
...
3328.99 - Outras Regularizações Diminutivas - Produtos Semiacabados
3329 - Produtos Semiacabados - Movimentação Interna - Conta Intermédia (MI-CI)
3329.01 - Produtos Semiacabados - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para B
3329.02 - Produtos Semiacabados - MI-CI - da Subunidade Orgânica B para A
3329.03 - Produtos Semiacabados - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para C
3329.04 - Produtos Semiacabados - MI-CI - da Subunidade Orgânica C para A

34 - Subprodutos, Desperdícios, Resíduos e Refugos


341 - Subprodutos
3411 - Subprodutos em Armazém
3412 - Subprodutos em Poder de Terceiros
34121 - Subprodutos em Consignação
34122 - Subprodutos à Guarda de Terceiros
...
3418 - Regularização de Existências - Subprodutos
3418.00 - Reclassificações do Imobilizado para Subprodutos
3418.01 - Reclassificações de Outras Existências para Subprodutos
3418.02 - Beneficiações Externas de Subprodutos
3418.03 -
3418.04 - Sobras Normais de Subprodutos
3418.05 - Sobras Anormais de Subprodutos
...
3418.49 - Outras Regularizações Aumentativas - Subprodutos
3418.50 - Reclassificações para Imobilizado de Subprodutos
3418.51 - Reclassificações de Subprodutos para Outras Existências
3418.52 - Subprodutos Sinistrados
3418.53 - Saídas por Ofertas de Subprodutos
3418.54 - Quebras Normais de Subprodutos
3418.55 - Quebras Anormais de Subprodutos
...
3418.99 - Outras Regularizações Diminutivas - Subprodutos
3419 - Subprodutos - Movimentação Interna - Conta Intermédia (MI-CI)
3419.01 - Subprodutos - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para B
3419.02 - Subprodutos - MI-CI - da Subunidade Orgânica B para A
3419.03 - Subprodutos - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para C
3419.04 - Subprodutos - MI-CI - da Subunidade Orgânica C para A

342 - Desperdícios, Resíduos e Refugos


3421 - Desperdícios, Resíduos e Refugos em Armazém
3422 - Desperdícios, Resíduos e Refugos em Poder de Terceiros
34221 - Desperdícios, Resíduos e Refugos em Consignação
34222 - Desperdícios, Resíduos e Refugos à Guarda de Terceiros
...
3428 - Regularização de Existências - Desperdícios, Resíduos e Refugos
3428.00 - Reclassificações do Imobilizado para Desperdícios, Resíduos e Refugos
3428.01 - Reclassificações de Outras Existências para Desperdícios, Resíduos e Refugos
3428.02 - Beneficiações Externas de Desperdícios, Resíduos e Refugos
3428.03 -
3428.04 - Sobras Normais de Desperdícios, Resíduos e Refugos
3428.05 - Sobras Anormais de Desperdícios, Resíduos e Refugos
...
3428.49 - Outras Regularizações Aumentativas - Desperdícios, Resíduos e Refugos
3428.50 - Reclassificações para Imobilizado de Desperdícios, Resíduos e Refugos
3428.51 - Reclassificações de Desperdícios, Resíduos e Refugos para Outras Existências
3428.52 - Desperdícios, Resíduos e Refugos Sinistrados
3428.53 - Saídas por Ofertas de Desperdícios, Resíduos e Refugos
3428.54 - Quebras Normais de Desperdícios, Resíduos e Refugos
3428.55 - Quebras Anormais de Desperdícios, Resíduos e Refugos
...
3428.99 - Outras Regularizações Diminutivas - Desperdícios, Resíduos e Refugos

243
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 69

CLASSE 3 - EXISTÊNCIAS
3429 - Desperdícios, Resíduos e Refugos - Movimentação Interna - Conta Intermédia (MI-CI)
3429.01 - Desperdícios, Resíduos e Refugos - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para B
3429.02 - Desperdícios, Resíduos e Refugos - MI-CI - da Subunidade Orgânica B para A
3429.03 - Desperdícios, Resíduos e Refugos - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para C
3429.04 - Desperdícios, Resíduos e Refugos - MI-CI - da Subunidade Orgânica C para A

35 - Produtos e Trabalhos em Curso


351 - Produtos em Curso
3511 - Produtos em Curso em Armazém
3512 - Produtos em Curso em Poder de Terceiros
...
3518 - Regularização de Existências - Produtos em Curso
3518.00 -
...
3518.49 - Outras Regularizações Aumentativas - Produtos em Curso
3518.50 -
...
3518.52 - Produtos em Curso Sinistrados
...
3518.99 - Outras Regularizações Diminutivas - Produtos em Curso
3519 - Produtos em Curso - Movimentação Interna - Conta Intermédia (MI-CI)
3519.01 - Produtos em Curso - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para B
3519.02 - Produtos em Curso - MI-CI - da Subunidade Orgânica B para A
3519.03 - Produtos em Curso - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para C
3519.04 - Produtos em Curso - MI-CI - da Subunidade Orgânica C para A

352 - Trabalhos em Curso


3521 - Trabalhos em Curso em Armazém
3522 - Trabalhos em Curso em Poder de Terceiros
...
3528 - Regularização de Existências - Trabalhos em Curso
3528.00 -
...
3528.49 - Outras Regularizações Aumentativas - Trabalhos em Curso
3528.50 -
...
3528.52 - Trabalhos em Curso Sinistrados
...
3528.99 - Outras Regularizações Diminutivas - Trabalhos em Curso
3529 - Trabalhos em Curso - Movimentação Interna - Conta Intermédia (MI-CI)
3529.01 - Trabalhos em Curso - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para B
3529.02 - Trabalhos em Curso - MI-CI - da Subunidade Orgânica B para A
3529.03 - Trabalhos em Curso - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para C
3529.04 - Trabalhos em Curso - MI-CI - da Subunidade Orgânica C para A

36 - Matérias Primas, Subsidiárias e de Consumo


361 - Matérias-Primas
3611 - Matérias-Primas em Armazém
3612 - Matérias-Primas em Poder de Terceiros
3613 - Matérias-Primas em Trânsito
...
3617 - Compras de Matérias-Primas
36171 - No Mercado Interno
361711 - Aumentos
...
361717 - Devoluções de Compras
361718 - Descontos e Abatimentos

36172 - No Mercado Externo


361721 - Aumentos
...
361727 - Devoluções de Compras

244
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
70 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 3 - EXISTÊNCIAS
361728 - Descontos e Abatimentos
3618 - Regularização de Existências - Matérias-Primas
3618.00 - Reclassificações do Imobilizado para Matérias-Primas
3618.01 - Reclassificações de Outras Existências para Matérias-Primas
3618.02 - Beneficiações Externas de Matérias-Primas
3618.03 - Entradas por Ofertas de Matérias-Primas
3618.04 - Sobras Normais de Matérias-Primas
3618.05 - Sobras Anormais de Matérias-Primas
...
3618.49 - Outras Regularizações Aumentativas - Matérias-Primas
3618.50 - Reclassificações para Imobilizado de Matérias-Primas
3618.51 - Reclassificações de Matérias-Primas para Outras Existências
3618.52 - Matérias-Primas Sinistradas
3618.53 - Saídas por Ofertas de Matérias-Primas
3618.54 - Quebras Normais de Matérias-Primas
3618.55 - Quebras Anormais de Matérias-Primas
...
3618.99 - Outras Regularizações Diminutivas - Matérias-Primas
3619 - Matérias-Primas - Movimentação Interna - Conta Intermédia (MI-CI)
3619.01 - Matérias-Primas - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para B
3619.02 - Matérias-Primas - MI-CI - da Subunidade Orgânica B para A
3619.03 - Matérias-Primas - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para C
3619.04 - Matérias-Primas - MI-CI - da Subunidade Orgânica C para A
...

362 - Matérias Subsidiárias


3621 - Matérias Subsidiárias em Armazém
3622 - Matérias Subsidiárias em Poder de Terceiros
3623 - Matérias Subsidiárias em Trânsito
...
3627 - Compras de Matérias Subsidiárias
36271 - No Mercado Interno
362711 - Aumentos
...
362717 - Devoluções de Compras
362718 - Descontos e Abatimentos
36272 - No Mercado Externo
362721 - Aumentos
...
362727 - Devoluções de Compras
362728 - Descontos e Abatimentos
3628 - Regularização de Existências - Matérias Subsidiárias
3628.00 - Reclassificações do Imobilizado para Matérias Subsidiárias
3628.01 - Reclassificações de Outras Existências para Matérias Subsidiárias
3628.02 - Beneficiações Externas de Matérias Subsidiárias
3628.03 - Entradas por Ofertas de Matérias Subsidiárias
3628.04 - Sobras Normais de Matérias Subsidiárias
3628.05 - Sobras Anormais de Matérias Subsidiárias
...
3628.49 - Outras Regularizações Aumentativas - Matérias Subsidiárias
3628.50 - Reclassificações para Imobilizado de Matérias Subsidiárias
3628.51 - Reclassificações de Matérias Subsidiárias para Outras Existências
3628.52 - Matérias Subsidiárias Sinistradas
3628.53 - Saídas por Ofertas de Matérias Subsidiárias
3628.54 - Quebras Normais de Matérias Subsidiárias
3628.55 - Quebras Anormais de Matérias Subsidiárias
...
3628.99 - Outras Regularizações Diminutivas - Matérias Subsidiárias
3629 - Matérias Subsidiárias - Movimentação Interna - Conta Intermédia (MI-CI)
3629.01 - Matérias Subsidiárias - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para B
3629.02 - Matérias Subsidiárias - MI-CI - da Subunidade Orgânica B para A
3629.03 - Matérias Subsidiárias - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para C
3629.04 - Matérias Subsidiárias - MI-CI - da Subunidade Orgânica C para A
...

363 - Materiais Consumíveis de Escritório


3631 - Materiais Consumíveis de Escritório em Armazém
3632 - Materiais Consumíveis de Escritório em Poder de Terceiros
3633 - Materiais Consumíveis de Escritório em Trânsito
...

245
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 71

CLASSE 3 - EXISTÊNCIAS
3637 - Compras de Materiais Consumíveis de Escritório
36371 - No Mercado Interno
363711 - Aumentos
...
363717 - Devoluções de Compras
363718 - Descontos e Abatimentos

36372 - No Mercado Externo


363721 - Aumentos
...
363727 - Devoluções de Compras
363728 - Descontos e Abatimentos
3638 - Regularização de Existências - Materiais Consumíveis de Escritório
3638.00 - Reclassificações do Imobilizado para Materiais Consumíveis de Escritório
3638.01 - Reclassificações de Outras Existências para Materiais Consumíveis de Escritório
3638.02 - Beneficiações Externas de Materiais Consumíveis de Escritório
3638.03 - Entradas por Ofertas de Materiais Consumíveis de Escritório
3638.04 - Sobras Normais de Materiais Consumíveis de Escritório
3638.05 - Sobras Anormais de Materiais Consumíveis de Escritório
...
3638.49 - Outras Regularizações Aumentativas - Materiais Consumíveis de Escritório
3638.50 - Reclassificações para Imobilizado de Materiais Consumíveis de Escritório
3638.51 - Reclassificações de Materiais Consumíveis de Escritório para Outras Existências
3638.52 - Materiais Consumíveis de Escritório Sinistrados
3638.53 - Saídas por Ofertas de Materiais Consumíveis de Escritório
3638.54 - Quebras Normais de Materiais Consumíveis de Escritório
3638.55 - Quebras Anormais de Materiais Consumíveis de Escritório
...
3638.99 - Outras Regularizações Diminutivas - Materiais Consumíveis de Escritório
3639 - Materiais Consumíveis de Escritório - Movimentação Interna - Conta Intermédia (MI-CI)
3639.01 - Materiais Consumíveis de Escritório - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para B
3639.02 - Materiais Consumíveis de Escritório - MI-CI - da Subunidade Orgânica B para A
3639.03 - Materiais Consumíveis de Escritório - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para C
3639.04 - Materiais Consumíveis de Escritório - MI-CI - da Subunidade Orgânica C para A
...

364 - Outros Materiais de Consumo


3641 - Outros Materiais de Consumo em Armazém
3642 - Outros Materiais de Consumo em Poder de Terceiros
3643 - Outros Materiais de Consumo em Trânsito
...
3647 - Compras de Outros Materiais de Consumo
36471 - No Mercado Interno
364711 - Aumentos
...
364717 - Devoluções de Compras
364718 - Descontos e Abatimentos
36472 - No Mercado Externo
364721 - Aumentos
...
364727 - Devoluções de Compras
364728 - Descontos e Abatimentos
3648 - Regularização de Existências - Outros Materiais de Consumo
3648.00 - Reclassificações do Imobilizado para Outros Materiais de Consumo
3648.01 - Reclassificações de Outras Existências para Outros Materiais de Consumo
3648.02 - Beneficiações Externas de Outros Materiais de Consumo
3648.03 - Entradas por Ofertas de Outros Materiais de Consumo
3648.04 - Sobras Normais de Outros Materiais de Consumo
3648.05 - Sobras Anormais de Outros Materiais de Consumo
...
3648.49 - Outras Regularizações Aumentativas - Outros Materiais de Consumo
3648.50 - Reclassificações para Imobilizado de Outros Materiais de Consumo
3648.51 - Reclassificações de Outros Materiais de Consumo para Outras Existências
3648.52 - Outros Materiais de Consumo Sinistrados
3648.53 - Saídas por Ofertas de Outros Materiais de Consumo
3648.54 - Quebras Normais de Outros Materiais de Consumo
3648.55 - Quebras Anormais de Outros Materiais de Consumo
...
3648.99 - Outras Regularizações Diminutivas - Outros Materiais de Consumo
3649 - Outros Materiais de Consumo - Movimentação Interna - Conta Intermédia (MI-CI)
3649.01 - Outros Materiais de Consumo - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para B

246
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
72 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 3 - EXISTÊNCIAS
3649.02 - Outros Materiais de Consumo - MI-CI - da Subunidade Orgânica B para A
3649.03 - Outros Materiais de Consumo - MI-CI - da Subunidade Orgânica A para C
3649.04 - Outros Materiais de Consumo - MI-CI - da Subunidade Orgânica C para A
...

37 - Adiantamentos por Conta de Compras


372 - Mercadorias
372.+NIF - ...
...

376 - Matérias Primas, Subsidiárias e de Consumo


376.+NIF - ...
...

39 - Provisões para Depreciação de Existências (PDE)


392 - PDE - Mercadorias
3920 - Saldo Inicial
3921 - Constituição
3922 - Reforços
...
3925 - Utilizações
3926 - Reposições
3927 - Anulações

3929 - Apuramento

393 - PDE - Produtos Acabados e Semiacabados


...

394 - PDE - Subprodutos, Desperdícios, Resíduos e Refugos


...

395 - PDE - Produtos e Trabalhos em Curso


...

396 - PDE - Matérias Primas, Subsidiárias e de Consumo


...

247
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 73

CLASSE 4 - IMOBILIZAÇÕES

40 - Imobilizações de Aplicações de Reservas de Superavits (IARS)


401 - IARS - Aplicações em Instituições Financeiras (AIF)
4011 - IARS - AIF - Nacionais (N)
40111 - IARS - AIF - N - Acções
401110 - Saldo Inicial
401111 - Aquisições
401112 - Movimentações Internas à Entidade - Aumentos
401113 - Reavaliações
401114 - Outras Alterações - Aumentos
401115 - Abates
401116 - Alienações
401117 - Movimentações Internas à Entidade - Diminuições
401118 - Outras Alterações - Diminuições
401119 - Apuramento
40112 - IARS - AIF - N - Quotas
...
...
4012 - IARS - AIF - Estrangeiras (E)
40121 - IARS - AIF - E - Acções
...
40122 - IARS - AIF - E - Quotas
...
...

402 - IARS - Aplicações em Instituições não Financeiras (AInF)


4021 - IARS - AInF - Nacionais (N)
40211 - IARS - AInF - N - Acções
...
40212 - IARS - AInF - N - Quotas
...
...

4022 - IARS - AInF - Estrangeiras (E)


40221 - IARS - AInF - E - Acções
...
40222 - IARS - AInF - E - Quotas
...
...

403 - IARS - Outras Aplicações (OA)


4031 - IARS - OA - Mercado Interno (MI)
40313 - IARS - OA - MI - Obrigações
...
40314 - IARS - AO - MI - Certificados de Depósitos Bancários
...
...

4032 - IARS - OA - Mercado Externo (ME)


40323 - IARS - OA - ME - Obrigações
...
40324 - IARS - AO - ME - Certificados de Depósitos Bancários
...
...

41 - Imobilizações Financeiras (IF)


411 - IF - Partes de Capital (PC)
4111 - IF - PC - Empresas Públicas (EP)
41111 - IF - PC - EP - Financeiras
411110 - Saldo Inicial
411111 - Aquisições
411112 - Movimentações Internas à Entidade - Aumentos
411113 - Reavaliações
411114 - Outras Alterações - Aumentos

248
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
74 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 4 - IMOBILIZAÇÕES
411115 - Abates
411116 - Alienações
411117 - Movimentações Internas à Entidade - Diminuições
411118 - Outras Alterações - Diminuições
411119 - Apuramento
41112 - IF - PC - EP - Não Financeiras
...

4112 - IF - PC - Empresas de Capitais Públicos (ECP)


41121 - IF - PC - ECP - Financeiras
...
41122 - IF - PC - ECP - Não Financeiras
...

4113 - IF - PC - Empresas Associadas (EA)


41131 - IF - PC - EA - Financeiras
...
41132 - IF - PC - EA - Não Financeiras
...

4114 - IF - PC - Instituições Financeiras Supranacionais


...

4115 - IF - PC - Outras Empresas (OE)


41151 - IF - PC - OE - Financeiras
...
41152 - IF - PC - OE - Não Financeiras
...

412 - IF - Obrigações (O)


4121 - IF - O - Empresas Públicas (EP)
41211 - IF - O - EP - Financeiras
...
41212 - IF - O - EP - Não Financeiras
...

4122 - IF - O - Empresas de Capitais Públicos (ECP)


41221 - IF - O - ECP - Financeiras
...
41222 - IF - O - ECP - Não Financeiras
...

4123 - IF - O - Empresas Associadas (EA)


41231 - IF - O - EA - Financeiras
...
41232 - IF - O - EA - Não Financeiras
...

4124 - IF - O - Instituições Financeiras Internacionais (IFI)


41241 - IF - O - IFI - Instituições Financeiras Supranacionais
...
41242 - IF - O - IFI - Instituições Financeiras Paragovernamentais
...
41243 - IF - O - IFI - Outras Instituições Financeiras Internacionais
...

4125 - IF - O - Outras Empresas (OE)


41251 - IF - O - OE - Financeiras
...
41252 - IF - O - OE - Não Financeiras
...

4126 - IF - O - Títulos da Dívida Pública das Outras Entidades do SPA


...

413 - IF - Outros Títulos Financeiros (OTF)


4131 - IF - OTF - Certificados de Depósitos Bancários

249
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 75

CLASSE 4 - IMOBILIZAÇÕES
...
...

414 - Investimentos Financeiros em Imobilizações Corpóreas


4141 - Terrenos e Recursos Naturais
...
4142 - Edifícios e Outras Construções
...
4143 - Equipamentos
...
4144 -

4145 - Material de Carga e Transporte


...
...
...

419 - Outras Aplicações Financeiras


...

42 - Imobilizações Corpóreas
421 - Terrenos e Recursos Naturais
4211 - Terrenos do Domínio Privado
42110 - Saldo Inicial
42111 - Aquisições
42112 - Movimentações Internas à Entidade - Aumentos
42113 - Reavaliações
42114 - Outras Alterações - Aumentos
42115 - Abates
42116 - Alienações
42117 - Movimentações Internas à Entidade - Diminuições
42118 - Outras Alterações - Diminuições
42119 - Apuramento
4212 - Recursos Naturais do Domínio Privado
...
4218 - Movimentações Internas à Entidade - Conta Intermédia (MIE-CI)
4218.01 - MIE-CI - da subunidade orgânica A para B
4218.02 - MIE-CI - da subunidade orgânica B para A
4218.03 - MIE-CI - da subunidade orgânica A para C
4218.04 - MIE-CI - da subunidade orgânica C para A

422 - Edifícios e Outras Construções


4221 - Edifícios do Domínio Privado
4221.01 - Edifícios para Escritórios
...
4221.02 - Edifícios para Ensino
...
4221.03 - Habitações
...
...
4221.99 - Outros Edifícios do Domínio Privado
4227 - Outras Construções do Domínio Privado
...
4228 - Movimentações Internas à Entidade - Conta Intermédia (MIE-CI)
...

423 - Equipamento Básico


4231 - …
...

4238 - Movimentações Internas à Entidade - Conta Intermédia (MIE-CI)

250
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
76 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 4 - IMOBILIZAÇÕES

424 - Taras e Vasilhame


4241 - Embalagens Retornáveis
42411 - Embalagens Retornáveis em Armazém
42412 - Embalagens Retornáveis em Circulação
42412.+NIF - …

...
4248 - Movimentações Internas à Entidade - Conta Intermédia (MIE-CI)

425 - Equipamentos de Carga e Transporte


4251 - …
...

4258 - Movimentações Internas à Entidade - Conta Intermédia (MIE-CI)
...

426 - Equipamentos Administrativo e Social


4261 - …


4268 - Movimentações Internas à Entidade - Conta Intermédia (MIE-CI)
...
...

427 - Ferramentas
4271 -
...

4278 - Movimentações Internas à Entidade - Conta Intermédia (MIE-CI)
...

428 -

429 - Outras Imobilizações Corpóreas


4291 - …
...

4298 - Movimentações Internas à Entidade - Conta Intermédia (MIE-CI)
...

43 - Imobilizações Incorpóreas
431 - Despesas de Instalação e Expansão
4310 - Saldo Inicial
4311 - Aquisições
4312 -
4313 - Reavaliações
4314 - Outras Alterações - Aumentos
4315 - Abates
4316 - Alienações
4317 -
4318 - Outras Alterações - Diminuições
4319 - Apuramento

432 - Despesas de Desenvolvimento


...

433 - Propriedade Industrial e Outros Direitos


4331 -
...
...

251
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 77

CLASSE 4 - IMOBILIZAÇÕES
4338 - Propriedade Intelectual
...

434 - Aplicações Informáticas


...

435 - Conservações Plurianuais em Bens Alheios


...
...

439 - Outras Imobilizações Incorpóreas


...

44 - Imobilizações em Curso (IC)


441 - IC - de Imobilizações Financeiras

442 - IC - de Imobilizações Corpóreas


4421 - Obras em curso
44210 - Saldo Inicial
...
44214 - Outras Alterações - Aumentos
44215 - Abates
44216 - Alienações
44217 - Transferência para Imobilizações Corpóreas
44218 - Outras Alterações - Diminuições
44219 - Apuramento

443 - IC - de Imobilizações Incorpóreas


...
447 - Adiantamentos por Conta de Imobilizações Financeiras

448 - Adiantamentos por Conta de Imobilizações Corpóreas

449 - Adiantamentos por Conta de Imobilizações Incorpóreas

45 - Participação na Situação Líquida do SPA


451 - Participação na Situação Líquida dos Municípios
451.00 - Participação na Situação Líquida dos Municípios - (Nome do Município)
451.00.0 - Saldo inicial
451.00.1 - Resultados Positivos
...
451.00.4 - Outros Aumentos
451.00.5 - Resultados Negativos
...
451.00.8 - Outras Diminuições
451.00.9 - Apuramento

452 - Participação na Situação Líquida dos Institutos


452.00 - Participação na Situação Líquida dos Institutos - (Nome do Instituto)
...

...

459 - Participação na Situação Líquida Doutras Entidades do SPA


459.00 - Participação na Situação Líquida Doutras Entidades do SPA - (Nome da Entidade)
...

...

252
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
78 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 4 - IMOBILIZAÇÕES

46 - Imobilizações de Aplicações do Fundo da Previdência Social da Função Pública (IAF-PSFP)


461 - IAF-PSFP - Aplicações em Instituições Financeiras (AIF)
4611 - IAF-PSFP - AIF - Nacionais (N)
46111 - IAF-PSFP - AIF - N - Acções
461110 - Saldo Inicial
461111 - Aquisições
461112 - Movimentações Internas à Entidade - Aumentos
461113 - Reavaliações
461114 - Outras Alterações - Aumentos
461115 - Abates
461116 - Alienações
461117 - Movimentações Internas à Entidade - Diminuições
461118 - Outras Alterações - Diminuições
461119 - Apuramento
46112 - IAF-PSFP - AIF - N - Quotas
...
...
4612 - IAF-PSFP - AIF - Estrangeiras (E)
46121 - IAF-PSFP - AIF - E - Acções
...
46122 - IAF-PSFP - AIF - E - Quotas
...
...

462 - IAF-PSFP - Aplicações em Instituições não Financeiras (AInF)


4621 - IAF-PSFP - AInF - Nacionais (N)
46211 - IAF-PSFP - AInF - N - Acções
...
46212 - IAF-PSFP - AInF - N - Quotas
...
...

4622 - IAF-PSFP - AInF - Estrangeiras (E)


46221 - IAF-PSFP - AInF - E - Acções
...
46222 - IAF-PSFP - AInF - E - Quotas
...
...

463 - IAF-PSFP - Outras Aplicações (OA)


4631 - IAF-PSFP - OA - Mercado Interno (MI)
46313 - IAF-PSFP - OA - MI - Obrigações
...
46314 - IAF-PSFP - OA - MI - Certificados de Depósitos Bancários
...
...

4632 - IAF-PSFP - OA - Mercado Externo (ME)


46323 - IAF-PSFP - OA - ME - Obrigações
...
46324 - IAF-PSFP - OA - ME - Certificados de Depósitos Bancários
...
...

47 - Imobilizações do Domínio Público


471 - Terrenos e Recursos Naturais de Domínio Público
4710 - Saldo Inicial
4711 - Aquisições
4712 - Movimentações Internas à Entidade - Aumentos
4713 - Reavaliações
4714 - Outras Alterações - Aumentos
4715 - Abates
4716 - Alienações
4717 - Movimentações Internas à Entidade - Diminuições
4718 - Outras Alterações - Diminuições

253
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 79

CLASSE 4 - IMOBILIZAÇÕES
4719 - Apuramento

472 - Infra-estruturas
472.01 - Estradas Públicas
...
472.02 - Portos Públicos
...
472.03 - Aeroportos Públicos
...
472.04 - Pontes de Estradas Públicas
...
472.05 - Rede Pública de Água
...
472.06 - Rede Pública de Esgotos
...
472.07 - Rede Pública de Distribuição Eléctrica
...
472.08 - Rede Pública de Telefone
...
472.09 -
...

473 - Valor Actualizado dos Direitos de Concessão a Receber



477 - Construções e Equipamentos Militares


4771 - Construções Militares
...
4772 - Equipamentos Militares
...

478 - Imobilizações do Domínio Público em Curso


...

479 - Outras Imobilizações do Domínio Público


...

48 - Amortizações de Imobilizações
481 - De Imobilizações Financeiras
4814 - De Investimentos Financeiros em Imobilizações Corpóreas
48141 - De Recursos Naturais
481410 - Saldo Inicial
481411 - Amortizações Ordinárias do Exercício
481412 - Correcções por Exercícios Anteriores - Aumentos
481413 - Amortizações Extraordinárias do Exercício
481414 - Outras Alterações - Aumentos
481415 - Abates
481416 - Alienações
481417 - Correcções por Exercícios Anteriores - Diminuições
481418 - Outras Alterações - Diminuições
481419 - Apuramento
48142 - De Edifícios e Outras Construções
...
48143 - De Equipamentos
...
48144 -
...
48145 - De Material de Carga e Transporte
...
...

482 - De Imobilizações Corpóreas


4821 - De Terrenos e Recursos Naturais
48212 - De Recursos Naturais do Domínio Privado

254
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
80 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 4 - IMOBILIZAÇÕES
482120 - Saldo Inicial
482121 - Amortizações Ordinárias do Exercício
482122 - Correcções por Exercícios Anteriores - Aumentos
482123 - Amortizações Extraordinárias do Exercício
482124 - Outras Alterações - Aumentos
482125 - Abates
482126 - Alienações
482127 - Correcções por Exercícios Anteriores - Diminuições
482128 - Outras Alterações - Diminuições
482129 - Apuramento

4822 - De Edifícios e Outras Construções


48221 - De Edifícios do Domínio Privado
48221.01 - De Edifícios para Escritórios
...
48221.02 - De Edifícios para Ensino
...
48221.03 - De Habitações
...
...
48221.99 - Doutros Edifícios do Domínio Privado
48222 - Doutras Construções do Domínio Privado
...

4823 - De Equipamento Básico



4824 - De Taras e Vasilhame
48241 - De Embalagens Retornáveis
...
4825 - De Equipamento de Carga e Transporte

4826 - De Equipamentos Administrativo e Social

4827 - De Ferramentas e Utensílios

4829 - De Outras Imobilizações Corpóreas

483 - De Imobilizações Incorpóreas


4831 - De Despesas de Instalação e Expansão
48310 - Saldo Inicial
48311 - Amortizações Ordinárias do Exercício
48312 - Correcções por Exercícios Anteriores - Aumentos
48313 - Amortizações Extraordinárias do Exercício
48314 - Outras Alterações - Aumentos
48315 - Abates
48316 - Alienações
48317 - Correcções por Exercícios Anteriores - Diminuições
48318 - Outras Alterações - Diminuições
48319 - Apuramento

4832 - De Despesas de Desenvolvimento


...

4833 - De Propriedade Industrial e Outros Direitos


48338 - De Propriedade Intelectual
...
...
4834 - De Aplicações Informáticas
...

4835 - De Conservações Plurianuais em Bens Alheios


...
...

4839 - De Outras Imobilizações Incorpóreas


...

255
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 81

CLASSE 4 - IMOBILIZAÇÕES
487 - De Imobilizações do Domínio Público
4871 - De Terrenos e Recursos Naturais de Domínio Público
48710 - Saldo Inicial
48711 - Amortizações Ordinárias do Exercício
48712 - Correcções por Exercícios Anteriores - Aumentos
48713 - Amortizações Extraordinárias do Exercício
48714 - Outras Alterações - Aumentos
48715 - Abates
48716 - Alienações
48717 - Correcções por Exercícios Anteriores - Diminuições
48718 - Outras Alterações - Diminuições
48719 - Apuramento

4872 - De Infra-estruturas
4872.01 - De Estradas Públicas
...
4872.02 - De Portos Públicos
...
4872.03 - De Aeroportos Públicos
...
4872.04 - De Pontes de Estradas Públicas
...
4872.05 - De Rede Pública de Água
...
4872.06 - De Rede Pública de Esgotos
...
4872.07 - De Rede Pública de Distribuição Eléctrica
...
4872.08 - De Rede Pública de Telefone
...
4872.09 -
...

4873 - Do Valor Actualizado dos Direitos de Concessão a Receber


4877 - De Construções Militares


...

4878 - De Equipamento Militar


...

4879 - De Outras Imobilizações do Domínio Público


...

49 - Provisões para Investimentos Financeiros


490 - Imobilizações de Aplicações de Reservas de Superavits (IARS)
4901 - IARS - Aplicações em Instituições Financeiras (AIF)
49011 - IARS - AIF - Nacionais (N)
490111 - IARS - AIF - N - Acções
4901110 - Saldo Inicial
4901111 - Constituição
4901112 - Reforços
...
4901115 - Utilizações
4901116 - Reposições
4901117 - Anulações

4901119 - Apuramento
490112 - IARS - AIF - N - Quotas
...
...
49012 - IARS - AIF - Estrangeiras (E)
490121 - IARS - AIF - E - Acções
...
490122 - IARS - AIF - E - Quotas

256
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
82 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 4 - IMOBILIZAÇÕES
...
...

4902 - IARS - Aplicações em Instituições não Financeiras (AInF)


49021 - IARS - AInF - Nacionais (N)
490211 - IARS - AInF - N - Acções
...
490212 - IARS - AInF - N - Quotas
...
...

49022 - IARS - AInF - Estrangeiras (E)


490221 - IARS - AInF - E - Acções
...
490222 - IARS - AInF - E - Quotas
...
...

4903 - IARS - Outras Aplicações (OA)


49031 - IARS - OA - Mercado Interno (MI)
490313 - IARS - OA - MI - Obrigações
...
490314 - IARS - AO - MI - Certificados de Depósitos Bancários
...
...

49032 - IARS - OA - Mercado Externo (ME)


490323 - IARS - OA - ME - Obrigações
...
490324 - IARS - AO - ME - Certificados de Depósitos Bancários
...
...

491 - Imobilizações Financeiras (IF)


4911 - IF - Partes de Capital (PC)
49111 - IF - PC - Empresas Públicas (EP)
491111 - IF - PC - EP - Financeiras
4911110 - Saldo Inicial
4911111 - Constituição
4911112 - Reforços
...
4911115 - Utilizações
4911116 - Reposições
4911117 - Anulações

4911119 - Apuramento
491112 - IF - PC - EP - Não Financeiras
...

49112 - IF - PC - Empresas de Capitais Públicos (ECP)


491121 - IF - PC - ECP - Financeiras
...
491122 - IF - PC - ECP - Não Financeiras
...

49113 - IF - PC - Empresas Associadas (EA)


491131 - IF - PC - EA - Financeiras
...
491132 - IF - PC - EA - Não Financeiras
...

49114 - IF - PC - Instituições Financeiras Supranacionais


...

49115 - IF - PC - Outras Empresas (OE)


491151 - IF - PC - OE - Financeiras
...
491152 - IF - PC - OE - Não Financeiras

257
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 83

CLASSE 4 - IMOBILIZAÇÕES
...

4912 - IF - Obrigações (O)


49121 - IF - O - Empresas Públicas (EP)
491211 - IF - O - EP - Financeiras
...
491212 - IF - O - EP - Não Financeiras
...

49122 - IF - O - Empresas de Capitais Públicos (ECP)


491221 - IF - O - ECP - Financeiras
...
491222 - IF - O - ECP - Não Financeiras
...

49123 - IF - O - Empresas Associadas (EA)


491231 - IF - O - EA - Financeiras
...
491232 - IF - O - EA - Não Financeiras
...

49124 - IF - O - Instituições Financeiras Internacionais (IFI)


491241 - IF - O - IFI - Instituições Financeiras Supranacionais
...
491242 - IF - O - IFI - Instituições Financeiras Paragovernamentais
...
491243 - IF - O - IFI - Outras Instituições Financeiras Internacionais
...

49125 - IF - O - Outras Empresas (OE)


491251 - IF - O - OE - Financeiras
...
491252 - IF - O - OE - Não Financeiras
...

49126 - IF - O - Títulos da Dívida Pública das Outras Entidades do SPA


...

4913 - IF - Outros Títulos Financeiros (OTF)


49131 - IF - OTF - Certificados de Depósitos Bancários
...
...

4914 - Investimentos Financeiros em Imobilizações Corpóreas


49141 - Terrenos e Recursos Naturais
...
49142 - Edifícios e Outras Construções
...
49143 - Equipamentos
...
49144 -

49145 - Material de Carga e Transporte


...
...
...

4919 - Outras Aplicações Financeiras


...

496 - Imobilizações de Aplicações do Fundo da PSFP (IAF-PSFP)


4961 - IAF-PSFP - Aplicações em Instituições Financeiras (AIF)
49611 - IAF-PSFP - AIF - Nacionais (N)
496111 - IAF-PSFP - AIF - N - Acções

258
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
84 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 4 - IMOBILIZAÇÕES
4961110 - Saldo Inicial
4961111 - Constituição
4961112 - Reforços
...
4961115 - Utilizações
4961116 - Reposições
4961117 - Anulações

4961119 - Apuramento
496112 - IAF-PSFP - AIF - N - Quotas
...
...
49612 - IAF-PSFP - AIF - Estrangeiras (E)
496121 - IAF-PSFP - AIF - E - Acções
...
496122 - IAF-PSFP - AIF - E - Quotas
...
...

4962 - IAF-PSFP - Aplicações em Instituições não Financeiras (AInF)


49621 - IAF-PSFP - AInF - Nacionais (N)
496211 - IAF-PSFP - AInF - N - Acções
...
496212 - IAF-PSFP - AInF - N - Quotas
...
...

49622 - IAF-PSFP - AInF - Estrangeiras (E)


496221 - IAF-PSFP - AInF - E - Acções
...
496222 - IAF-PSFP - AInF - E - Quotas
...
...

4963 - IAF-PSFP - Outras Aplicações (OA)


49631 - IAF-PSFP - OA - Mercado Interno (MI)
496313 - IAF-PSFP - OA - MI - Obrigações
...
496314 - IAF-PSFP - OA - MI - Certificados de Depósitos Bancários
...
...

49632 - IAF-PSFP - OA - Mercado Externo (ME)


496323 - IAF-PSFP - OA - ME - Obrigações
...
496324 - IAF-PSFP - OA - ME - Certificados de Depósitos Bancários
...
...

259
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 85

CLASSE 5 - SITUAÇÃO LÍQUIDA E DÍVIDA PÚBLICA

50 - Fundo de Imobilizações do Domínio Público (FIDP)


501 - FIDP - com Proveitos Directos (PD)
5011 - FIDP - PD - com Proveitos Fixos (PF)
50111 - FIDP - PD - PF - com Renda Fixa
50112 - FIDP - PD - PF - Outros

5012 - FIDP - PD - com Proveitos Variáveis (PV)


50121 - FIDP - PD - PV - com Renda Variável
50122 - FIDP - PD - PV - Outros

502 - FIDP - com Proveitos Indirectos (PI)

51 - Fundo Permanente Próprio


511 - Financiamento Básico no SPA
512 - Outros

52 - Reservas
521 - Reservas de Reavaliação de Imobilizações

53 - Subsídios e Transferências Plurianuais


531 - Subsídios Plurianuais - Correntes
5311 - Subsídios Plurianuais - Correntes - Externos
5312 - Subsídios Plurianuais - Correntes - Internos

532 - Subsídios Plurianuais - de Capital


5321 - Subsídios Plurianuais - de Capital - Externos
5322 - Subsídios Plurianuais - de Capital - Internos

533 - Transferências Plurianuais - Correntes (TP-C)


5331 - TP-C - Doações Externas
53311 - TP-C - Ajuda Orçamental
53312 - TP-C - Ajuda Alimentar
53313 - TP-C - Outras Doações Externas

5332 - TP-C - Doações Internas

534 - Transferências Plurianuais - de Capital (TP - Ca)


5341 - TP-Ca - Doações Externas
53411 - TP-Ca - Ajuda Orçamental
53412 - TP-Ca - Ajuda Alimentar
53413 - TP-Ca - Outras Doações Externas

5342 - TP-Ca - Doações Internas

54 - Resultados
541 - Resultado Operacional
5411 - Previdência Social da Função Pública
5412 - Outros
54121 - Variação da Produção
54122 - Diversos

542 - Resultado Financeiro

260
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 87

CLASSE 5 - SITUAÇÃO LÍQUIDA E DÍVIDA PÚBLICA


561111223 - DPLP - I - MN - C - T - F - Te - Amortizável por Sorteio

561112 - DPLP - I - MN - C - Não Titulada (nT)


5611121 - DPLP - I - MN - C - nT - Voluntária (V)

56111212 - DPLP - I - MN - C - nT - V - Temporária (Te)


561112121 - DPLP - I - MN - C - nT - V - Te - Reembolsável por Prestações
5611121211 - Instituições Financeiras
5611121212 - Outras Empresas
5611121213 - SPA
5611121214 - Famílias

561112122 - DPLP - I - MN - C - nT - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


561112125 - DPLP - I - MN - C - nT - V - Te - com Renda Vitalícia


5611122 - DPLP - I - MN - C - nT - Forçada (F)

56111222 - DPLP - I - MN - C - nT - F - Temporária (Te)


561112221 - DPLP - I - MN - C - nT - F - Te - Reembolsável por Prestações
5611122211 - Instituições Financeiras
5611122212 - Outras Empresas
5611122213 - SPA
5611122214 - Famílias

561112222 - DPLP - I - MN - C - nT - F - Te - Reembolsável em Data Fixa


561112225 - DPLP - I - MN - C - nT - F - Te - com Renda Vitalícia


56112 - DPLP - I - MN - Não Concessional (nC)


561121 - DPLP - I - MN - nC - Titulada (T)
5611211 - DPLP - I - MN - nC - T - Voluntária (V)
56112111 - DPLP - I - MN - nC - T - V - Perpétua (P)

561121116 - DPLP - I - MN - nC - T - V - P - Remível


561121117 - DPLP - I - MN - nC - T - V - P - Irremível

56112112 - DPLP - I - MN - nC - T - V - Temporária (Te)

561121122 - DPLP - I - MN - nC - T - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


5611211221 - Obrigações do Tesouro

561121123 - DPLP - I - MN - nC - T - V - Te - Amortizável por Sorteio

5611212 - DPLP - I - MN - nC - T - Forçada (F)


56112121 - DPLP - I - MN - nC - T - F - Perpétua (P)

561121216 - DPLP - I - MN - nC - T - F - P - Remível


561121217 - DPLP - I - MN - nC - T - F - P - Irremível

56112122 - DPLP - I - MN - nC - T - F - Temporária (Te)

561121222 - DPLP - I - MN - nC - T - F - Te - Reembolsável em Data Fixa


561121223 - DPLP - I - MN - nC - T - F - Te - Amortizável por Sorteio

561122 - DPLP - I - MN - nC - Não Titulada (nT)


5611221 - DPLP - I - MN - nC - nT - Voluntária (V)

56112212 - DPLP - I - MN - nC - nT - V - Temporária (Te)


561122121 - DPLP - I - MN - nC - nT - V - Te - Reembolsável por Prestações
5611221211 - Instituições Financeiras
5611221212 - Outras Empresas
5611221213 - SPA

261
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
88 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 5 - SITUAÇÃO LÍQUIDA E DÍVIDA PÚBLICA


5611221214 - Famílias

561122122 - DPLP - I - MN - nC - nT - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


561122125 - DPLP - I - MN - nC - nT - V - Te - com Renda Vitalícia


5611222 - DPLP - I - MN - nC - nT - Forçada (F)

56112222 - DPLP - I - MN - nC - nT - F - Temporária (Te)


561122221 - DPLP - I - MN - nC - nT - F - Te - Reembolsável por Prestações
5611222211 - Instituições Financeiras
5611222212 - Outras Empresas
5611222213 - SPA
5611222214 - Famílias

561122222 - DPLP - I - MN - nC - nT - F - Te - Reembolsável em Data Fixa


561122225 - DPLP - I - MN - nC - nT - F - Te - com Renda Vitalícia


5612 - DPLP - I - em Moeda Estrangeira (ME)


56121 - DPLP - I - ME - Concessional (C)
561211 - DPLP - I - ME - C - Titulada (T)
5612111 - DPLP - I - ME - C - T - Voluntária (V)
56121111 - DPLP - I - ME - C - T - V - Perpétua (P)

561211116 - DPLP - I - ME - C - T - V - P - Remível


561211117 - DPLP - I - ME - C - T - V - P - Irremível

56121112 - DPLP - I - ME - C - T - V - Temporária (Te)

561211122 - DPLP - I - ME - C - T - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


561211123 - DPLP - I - ME - C - T - V - Te - Amortizável por Sorteio

5612112 - DPLP - I - ME - C - T - Forçada (F)


56121121 - DPLP - I - ME - C - T - F - Perpétua (P)

561211216 - DPLP - I - ME - C - T - F - P - Remível


561211217 - DPLP - I - ME - C - T - F - P - Irremível

56121122 - DPLP - I - ME - C - T - F - Temporária (Te)

561211222 - DPLP - I - ME - C - T - F - Te - Reembolsável em Data Fixa


561211223 - DPLP - I - ME - C - T - F - Te - Amortizável por Sorteio

561212 - DPLP - I - ME - C - Não Titulada (nT)


5612121 - DPLP - I - ME - C - nT - Voluntária (V)

56121212 - DPLP - I - ME - C - nT - V - Temporária (Te)


561212121 - DPLP - I - ME - C - nT - V - Te - Reembolsável por Prestações
5612121211 - Instituições Financeiras
5612121212 - Outras Empresas
5612121213 - SPA
5612121214 - Famílias

561212122 - DPLP - I - ME - C - nT - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


561212125 - DPLP - I - ME - C - nT - V - Te - com Renda Vitalícia


5612122 - DPLP - I - ME - C - nT - Forçada (F)

56121222 - DPLP - I - ME - C - nT - F - Temporária (Te)


561212221 - DPLP - I - ME - C - nT - F - Te - Reembolsável por Prestações

262
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 89

CLASSE 5 - SITUAÇÃO LÍQUIDA E DÍVIDA PÚBLICA


5612122211 - Instituições Financeiras
5612122212 - Outras Empresas
5612122213 - SPA
5612122214 - Famílias

561212222 - DPLP - I - ME - C - nT - F - Te - Reembolsável em Data Fixa


561212225 - DPLP - I - ME - C - nT - F - Te - com Renda Vitalícia


56122 - DPLP - I - ME - Não Concessional (nC)


561221 - DPLP - I - ME - nC - Titulada (T)
5612211 - DPLP - I - ME - nC - T - Voluntária (V)
56122111 - DPLP - I - ME - nC - T - V - Perpétua (P)

561221116 - DPLP - I - ME - nC - T - V - P - Remível


561221117 - DPLP - I - ME - nC - T - V - P - Irremível

56122112 - DPLP - I - ME - nC - T - V - Temporária (Te)

561221122 - DPLP - I - ME - nC - T - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


561221123 - DPLP - I - ME - nC - T - V - Te - Amortizável por Sorteio

5612212 - DPLP - I - ME - nC - T - Forçada (F)


56122121 - DPLP - I - ME - nC - T - F - Perpétua (P)

561221216 - DPLP - I - ME - nC - T - F - P - Remível


561221217 - DPLP - I - ME - nC - T - F - P - Irremível

56122122 - DPLP - I - ME - nC - T - F - Temporária (Te)

561221222 - DPLP - I - ME - nC - T - F - Te - Reembolsável em Data Fixa


561221223 - DPLP - I - ME - nC - T - F - Te - Amortizável por Sorteio

561222 - DPLP - I - ME - nC - Não Titulada (nT)


5612221 - DPLP - I - ME - nC - nT - Voluntária (V)

56122212 - DPLP - I - ME - nC - nT - V - Temporária (Te)


561222121 - DPLP - I - ME - nC - nT - V - Te - Reembolsável por Prestações
5612221211 - Instituições Financeiras
5612221212 - Outras Empresas
5612221213 - SPA
5612221214 - Famílias

561222122 - DPLP - I - ME - nC - nT - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


...

561222125 - DPLP - I - ME - nC - nT - V - Te - com Renda Vitalícia


5612222 - DPLP - I - ME - nC - nT - Forçada (F)

56122222 - DPLP - I - ME - nC - nT - F - Temporária (Te)


561222221 - DPLP - I - ME - nC - nT - F - Te - Reembolsável por Prestações
5612222211 - Instituições Financeiras
5612222212 - Outras Empresas
5612222213 - SPA
5612222214 - Famílias

561222222 - DPLP - I - ME - nC - nT - F - Te - Reembolsável em Data Fixa



561222225 - DPLP - I - ME - nC - nT - F - Te - com Renda Vitalícia

562 - DPLP - Externa (E)


5621 - DPLP - E - em Moeda Nacional (MN)

263
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
90 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 5 - SITUAÇÃO LÍQUIDA E DÍVIDA PÚBLICA


56211 - DPLP - E - MN - Concessional (C)
562111 - DPLP - E - MN - C - Titulada (T)
5621111 - DPLP - E - MN - C - T - Voluntária (V)
56211111 - DPLP - E - MN - C - T - V - Perpétua (P)

562111116 - DPLP - E - MN - C - T - V - P - Remível


562111117 - DPLP - E - MN - C - T - V - P - Irremível

56211112 - DPLP - E - MN - C - T - V - Temporária (Te)

562111122 - DPLP - E - MN - C - T - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


562111123 - DPLP - E - MN - C - T - V - Te - Amortizável por Sorteio

562112 - DPLP - E - MN - C - Não Titulada (nT)


5621121 - DPLP - E - MN - C - nT - Voluntária (V)

56211212 - DPLP - E - MN - C - nT - V - Temporária (Te)


562112121 - DPLP - E - MN - C - nT - V - Te - Reembolsável por Prestações
562112122 - DPLP - E - MN - C - nT - V - Te - Reembolsável em Data Fixa

56212 - DPLP - E - MN - Não Concessional (nC)


562121 - DPLP - E - MN - nC - Titulada (T)
5621211 - DPLP - E - MN - nC - T - Voluntária (V)
56212111 - DPLP - E - MN - nC - T - V - Perpétua (P)

562121116 - DPLP - E - MN - nC - T - V - P - Remível


562121117 - DPLP - E - MN - nC - T - V - P - Irremível

56212112 - DPLP - E - MN - nC - T - V - Temporária (Te)

562121122 - DPLP - E - MN - nC - T - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


562121123 - DPLP - E - MN - nC - T - V - Te - Amortizável por Sorteio

562122 - DPLP - E - MN - nC - Não Titulada (nT)


5621221 - DPLP - E - MN - nC - nT - Voluntária (V)

56212212 - DPLP - E - MN - nC - nT - V - Temporária (Te)


562122121 - DPLP - E - MN - nC - nT - V - Te - Reembolsável por Prestações
562122122 - DPLP - E - MN - nC - nT - V - Te - Reembolsável em Data Fixa

5622 - DPLP - E - em Moeda Estrangeira (ME)


56221 - DPLP - E - ME - Concessional (C)
562211 - DPLP - E - ME - C - Titulada (T)
5622111 - DPLP - E - ME - C - T - Voluntária (V)
56221111 - DPLP - E - ME - C - T - V - Perpétua (P)

562211116 - DPLP - E - ME - C - T - V - P - Remível


562211117 - DPLP - E - ME - C - T - V - P - Irremível

56221112 - DPLP - E - ME - C - T - V - Temporária (Te)

562211122 - DPLP - E - ME - C - T - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


562211123 - DPLP - E - ME - C - T - V - Te - Amortizável por Sorteio

562212 - DPLP - E - ME - C - Não Titulada (nT)


5622121 - DPLP - E - ME - C - nT - Voluntária (V)

56221212 - DPLP - E - ME - C - nT - V - Temporária (Te)


562212121 - DPLP - E - ME - C - nT - V - Te - Reembolsável por Prestações
562212122 - DPLP - E - ME - C - nT - V - Te - Reembolsável em Data Fixa

56222 - DPLP - E - ME - Não Concessional (nC)


562221 - DPLP - E - ME - nC - Titulada (T)
5622211 - DPLP - E - ME - nC - T - Voluntária (V)
56222111 - DPLP - E - ME - nC - T - V - Perpétua (P)

562221116 - DPLP - E - ME - nC - T - V - P - Remível

264
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 91

CLASSE 5 - SITUAÇÃO LÍQUIDA E DÍVIDA PÚBLICA


562221117 - DPLP - E - ME - nC - T - V - P - Irremível

56222112 - DPLP - E - ME - nC - T - V - Temporária (Te)

562221122 - DPLP - E - ME - nC - T - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


562221123 - DPLP - E - ME - nC - T - V - Te - Amortizável por Sorteio

562222 - DPLP - E - ME - nC - Não Titulada (nT)


5622221 - DPLP - E - ME - nC - nT - Voluntária (V)

56222212 - DPLP - E - ME - nC - nT - V - Temporária (Te)


562222121 - DPLP - E - ME - nC - nT - V - Te - Reembolsável por Prestações
562222122 - DPLP - E - ME - nC - nT - V - Te - Reembolsável em Data Fixa

57 - Dívida Pública a Médio Prazo (DPMP)


571 - DPMP - Interna (I)
5711 - DPMP - I - em Moeda Nacional (MN)
57111 - DPMP - I - MN - Concessional (C)
571111 - DPMP - I - MN - C - Titulada (T)
5711111 - DPMP - I - MN - C - T - Voluntária (V)

57111112 - DPMP - I - MN - C - T - V - Temporária (Te)

571111122 - DPMP - I - MN - C - T - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


571111123 - DPMP - I - MN - C - T - V - Te - Amortizável por Sorteio

5711112 - DPMP - I - MN - C - T - Forçada (F)

57111122 - DPMP - I - MN - C - T - F - Temporária (Te)

571111222 - DPMP - I - MN - C - T - F - Te - Reembolsável em Data Fixa


571111223 - DPMP - I - MN - C - T - F - Te - Amortizável por Sorteio

571112 - DPMP - I - MN - C - Não Titulada (nT)


5711121 - DPMP - I - MN - C - nT - Voluntária (V)

57111212 - DPMP - I - MN - C - nT - V - Temporária (Te)


571112121 - DPMP - I - MN - C - nT - V - Te - Reembolsável por Prestações
5711121211 - Instituições Financeiras
5711121212 - Outras Empresas
5711121213 - SPA
5711121214 - Famílias

571112122 - DPMP - I - MN - C - nT - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


...

5711122 - DPMP - I - MN - C - nT - Forçada (F)

57111222 - DPMP - I - MN - C - nT - F - Temporária (Te)


571112221 - DPMP - I - MN - C - nT - F - Te - Reembolsável por Prestações
5711122211 - Instituições Financeiras
5711122212 - Outras Empresas
5711122213 - SPA
5711122214 - Famílias

571112222 - DPMP - I - MN - C - nT - F - Te - Reembolsável em Data Fixa


...

57112 - DPMP - I - MN - Não Concessional (nC)


571121 - DPMP - I - MN - nC - Titulada (T)
5711211 - DPMP - I - MN - nC - T - Voluntária (V)

57112112 - DPMP - I - MN - nC - T - V - Temporária (Te)

571121122 - DPMP - I - MN - nC - T - V - Te - Reembolsável em Data Fixa

265
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
92 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 5 - SITUAÇÃO LÍQUIDA E DÍVIDA PÚBLICA


5711211221 - Obrigações do Tesouro

571121123 - DPMP - I - MN - nC - T - V - Te - Amortizável por Sorteio

5711212 - DPMP - I - MN - nC - T - Forçada (F)

57112122 - DPMP - I - MN - nC - T - F - Temporária (Te)

571121222 - DPMP - I - MN - nC - T - F - Te - Reembolsável em Data Fixa


571121223 - DPMP - I - MN - nC - T - F - Te - Amortizável por Sorteio

571122 - DPMP - I - MN - nC - Não Titulada (nT)


5711221 - DPMP - I - MN - nC - nT - Voluntária (V)

57112212 - DPMP - I - MN - nC - nT - V - Temporária (Te)


571122121 - DPMP - I - MN - nC - nT - V - Te - Reembolsável por Prestações
5711221211 - Instituições Financeiras
5711221212 - Outras Empresas
5711221213 - SPA
5711221214 - Famílias

571122122 - DPMP - I - MN - nC - nT - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


...

5711222 - DPMP - I - MN - nC - nT - Forçada (F)

57112222 - DPMP - I - MN - nC - nT - F - Temporária (Te)


571122221 - DPMP - I - MN - nC - nT - F - Te - Reembolsável por Prestações
5711222211 - Instituições Financeiras
5711222212 - Outras Empresas
5711222213 - SPA
5711222214 - Famílias

571122222 - DPMP - I - MN - nC - nT - F - Te - Reembolsável em Data Fixa


...

5712 - DPMP - I - em Moeda Estrangeira (ME)


57121 - DPMP - I - ME - Concessional (C)
571211 - DPMP - I - ME - C - Titulada (T)
5712111 - DPMP - I - ME - C - T - Voluntária (V)

57121112 - DPMP - I - ME - C - T - V - Temporária (Te)

571211122 - DPMP - I - ME - C - T - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


571211123 - DPMP - I - ME - C - T - V - Te - Amortizável por Sorteio

5712112 - DPMP - I - ME - C - T - Forçada (F)

57121122 - DPMP - I - ME - C - T - F - Temporária (Te)

571211222 - DPMP - I - ME - C - T - F - Te - Reembolsável em Data Fixa


571211223 - DPMP - I - ME - C - T - F - Te - Amortizável por Sorteio

571212 - DPMP - I - ME - C - Não Titulada (nT)


5712121 - DPMP - I - ME - C - nT - Voluntária (V)

57121212 - DPMP - I - ME - C - nT - V - Temporária (Te)


571212121 - DPMP - I - ME - C - nT - V - Te - Reembolsável por Prestações
5712121211 - Instituições Financeiras
5712121212 - Outras Empresas
5712121213 - SPA
5712121214 - Famílias

571212122 - DPMP - I - ME - C - nT - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


...

266
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 93

CLASSE 5 - SITUAÇÃO LÍQUIDA E DÍVIDA PÚBLICA

5712122 - DPMP - I - ME - C - nT - Forçada (F)

57121222 - DPMP - I - ME - C - nT - F - Temporária (Te)


571212221 - DPMP - I - ME - C - nT - F - Te - Reembolsável por Prestações
5712122211 - Instituições Financeiras
5712122212 - Outras Empresas
5712122213 - SPA
5712122214 - Famílias

571212222 - DPMP - I - ME - C - nT - F - Te - Reembolsável em Data Fixa


...

57122 - DPMP - I - ME - Não Concessional (nC)


571221 - DPMP - I - ME - nC - Titulada (T)
5712211 - DPMP - I - ME - nC - T - Voluntária (V)

57122112 - DPMP - I - ME - nC - T - V - Temporária (Te)

571221122 - DPMP - I - ME - nC - T - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


571221123 - DPMP - I - ME - nC - T - V - Te - Amortizável por Sorteio

5712212 - DPMP - I - ME - nC - T - Forçada (F)

57122122 - DPMP - I - ME - nC - T - F - Temporária (Te)

571221222 - DPMP - I - ME - nC - T - F - Te - Reembolsável em Data Fixa


571221223 - DPMP - I - ME - nC - T - F - Te - Amortizável por Sorteio

571222 - DPMP - I - ME - nC - Não Titulada (nT)


5712221 - DPMP - I - ME - nC - nT - Voluntária (V)

57122212 - DPMP - I - ME - nC - nT - V - Temporária (Te)


571222121 - DPMP - I - ME - nC - nT - V - Te - Reembolsável por Prestações
5712221211 - Instituições Financeiras
5712221212 - Outras Empresas
5712221213 - SPA
5712221214 - Famílias

571222122 - DPMP - I - ME - nC - nT - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


...

5712222 - DPMP - I - ME - nC - nT - Forçada (F)

57122222 - DPMP - I - ME - nC - nT - F - Temporária (Te)


571222221 - DPMP - I - ME - nC - nT - F - Te - Reembolsável por Prestações
5712222211 - Instituições Financeiras
5712222212 - Outras Empresas
5712222213 - SPA
5712222214 - Famílias

571222222 - DPMP - I - ME - nC - nT - F - Te - Reembolsável em Data Fixa


...

572 - DPMP - Externa (E)


5721 - DPMP - E - em Moeda Nacional (MN)
57211 - DPMP - E - MN - Concessional (C)
572111 - DPMP - E - MN - C - Titulada (T)
5721111 - DPMP - E - MN - C - T - Voluntária (V)

57211112 - DPMP - E - MN - C - T - V - Temporária (Te)

572111122 - DPMP - E - MN - C - T - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


572111123 - DPMP - E - MN - C - T - V - Te - Amortizável por Sorteio

572112 - DPMP - E - MN - C - Não Titulada (nT)

267
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
94 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 5 - SITUAÇÃO LÍQUIDA E DÍVIDA PÚBLICA


5721121 - DPMP - E - MN - C - nT - Voluntária (V)

57211212 - DPMP - E - MN - C - nT - V - Temporária (Te)


572112121 - DPMP - E - MN - C - nT - V - Te - Reembolsável por Prestações
572112122 - DPMP - E - MN - C - nT - V - Te - Reembolsável em Data Fixa

57212 - DPMP - E - MN - Não Concessional (nC)


572121 - DPMP - E - MN - nC - Titulada (T)
5721211 - DPMP - E - MN - nC - T - Voluntária (V)

57212112 - DPMP - E - MN - nC - T - V - Temporária (Te)

572121122 - DPMP - E - MN - nC - T - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


572121123 - DPMP - E - MN - nC - T - V - Te - Amortizável por Sorteio

572122 - DPMP - E - MN - nC - Não Titulada (nT)


5721221 - DPMP - E - MN - nC - nT - Voluntária (V)

57212212 - DPMP - E - MN - nC - nT - V - Temporária (Te)


572122121 - DPMP - E - MN - nC - nT - V - Te - Reembolsável por Prestações
572122122 - DPMP - E - MN - nC - nT - V - Te - Reembolsável em Data Fixa

5722 - DPMP - E - em Moeda Estrangeira (ME)


57221 - DPMP - E - ME - Concessional (C)
572211 - DPMP - E - ME - C - Titulada (T)
5722111 - DPMP - E - ME - C - T - Voluntária (V)

57221112 - DPMP - E - ME - C - T - V - Temporária (Te)

572211122 - DPMP - E - ME - C - T - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


572211123 - DPMP - E - ME - C - T - V - Te - Amortizável por Sorteio

572212 - DPMP - E - ME - C - Não Titulada (nT)


5722121 - DPMP - E - ME - C - nT - Voluntária (V)

57221212 - DPMP - E - ME - C - nT - V - Temporária (Te)


572212121 - DPMP - E - ME - C - nT - V - Te - Reembolsável por Prestações
572212122 - DPMP - E - ME - C - nT - V - Te - Reembolsável em Data Fixa

57222 - DPMP - E - ME - Não Concessional (nC)


572221 - DPMP - E - ME - nC - Titulada (T)
5722211 - DPMP - E - ME - nC - T - Voluntária (V)

57222112 - DPMP - E - ME - nC - T - V - Temporária (Te)

572221122 - DPMP - E - ME - nC - T - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


572221123 - DPMP - E - ME - nC - T - V - Te - Amortizável por Sorteio

572222 - DPMP - E - ME - nC - Não Titulada (nT)


5722221 - DPMP - E - ME - nC - nT - Voluntária (V)

57222212 - DPMP - E - ME - nC - nT - V - Temporária (Te)


572222121 - DPMP - E - ME - nC - nT - V - Te - Reembolsável por Prestações
572222122 - DPMP - E - ME - nC - nT - V - Te - Reembolsável em Data Fixa

58 - Dívida Pública a Curto Prazo (DPCP)


581 - DPCP - Interna (I)
5811 - DPCP - I - em Moeda Nacional (MN)
58111 581111 - DPCP - I - MN - C - Titulada (T)

5811111 - DPCP - I - MN - C - T - Voluntária (V)

58111112 - DPCP - I - MN - C - T - V - Temporária (Te)

268
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.»Decreto-Lei
DA REPÚBLICA DE CABO
nº 10/2006, de 30VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006
de Janeiro 95

CLASSE 5 - SITUAÇÃO LÍQUIDA E DÍVIDA PÚBLICA

581111122 - DPCP - I - MN - C - T - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


581111123 - DPCP - I - MN - C - T - V - Te - Amortizável por Sorteio
581111124 - DPCP - I - MN - C - T - V - Te - Reembolsável à Vista

5811112 - DPCP - I - MN - C - T - Forçada (F)

58111122 - DPCP - I - MN - C - T - F - Temporária (Te)

581111222 - DPCP - I - MN - C - T - F - Te - Reembolsável em Data Fixa


581111223 - DPCP - I - MN - C - T - F - Te - Amortizável por Sorteio
581111224 - DPCP - I - MN - C - T - F - Te - Reembolsável à Vista

581112 - DPCP - I - MN - C - Não Titulada (nT)

5811121 - DPCP - I - MN - C - nT - Voluntária (V)

58111212 - DPCP - I - MN - C - nT - V - Temporária (Te)


581112121 - DPCP - I - MN - C - nT - V - Te - Reembolsável por Prestações
5811121211 - Instituições Financeiras
58111212111 - Contas-Correntes
...
5811121212 - Outras Empresas
5811121213 - SPA
5811121214 - Famílias

581112122 - DPCP - I - MN - C - nT - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


...

5811122 - DPCP - I - MN - C - nT - Forçada (F)

58111222 - DPCP - I - MN - C - nT - F - Temporária (Te)


581112221 - DPCP - I - MN - C - nT - F - Te - Reembolsável por Prestações
5811122211 - Instituições Financeiras
58111222111 - Contas-Correntes
...
5811122212 - Outras Empresas
5811122213 - SPA
5811122214 - Famílias

581112222 - DPCP - I - MN - C - nT - F - Te - Reembolsável em Data Fixa


...

58112 581121 - DPCP - I - MN - nC - Titulada (T)

5811211 - DPCP - I - MN - nC - T - Voluntária (V)

58112112 - DPCP - I - MN - nC - T - V - Temporária (Te)

581121122 - DPCP - I - MN - nC - T - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


5811211221 - Bilhetes do Tesouro

581121123 - DPCP - I - MN - nC - T - V - Te - Amortizável por Sorteio
581121124 - DPCP - I - MN - nC - T - V - Te - Reembolsável à Vista

5811212 - DPCP - I - MN - nC - T - Forçada (F)

58112122 - DPCP - I - MN - nC - T - F - Temporária (Te)

581121222 - DPCP - I - MN - nC - T - F - Te - Reembolsável em Data Fixa


581121223 - DPCP - I - MN - nC - T - F - Te - Amortizável por Sorteio
581121224 - DPCP - I - MN - nC - T - F - Te - Reembolsável à Vista

581122 - DPCP - I - MN - nC - Não Titulada (nT)

5811221 - DPCP - I - MN - nC - nT - Voluntária (V)

269
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
96 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 5 - SITUAÇÃO LÍQUIDA E DÍVIDA PÚBLICA


58112212 - DPCP - I - MN - nC - nT - V - Temporária (Te)
581122121 - DPCP - I - MN - nC - nT - V - Te - Reembolsável por Prestações
5811221211 - Instituições Financeiras
58112212111 - Contas-Correntes
...
5811221212 - Outras Empresas
5811221213 - SPA
5811221214 - Famílias

581122122 - DPCP - I - MN - nC - nT - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


...

5811222 - DPCP - I - MN - nC - nT - Forçada (F)

58112222 - DPCP - I - MN - nC - nT - F - Temporária (Te)


581122221 - DPCP - I - MN - nC - nT - F - Te - Reembolsável por Prestações
5811222211 - Instituições Financeiras
58112222111 - Contas-Correntes
...
5811222212 - Outras Empresas
5811222213 - SPA
5811222214 - Famílias

581122222 - DPCP - I - MN - nC - nT - F - Te - Reembolsável em Data Fixa


...

5812 - DPCP - I - em Moeda Estrangeira (ME)


58121 581211 - DPCP - I - ME - C - Titulada (T)

5812111 - DPCP - I - ME - C - T - Voluntária (V)

58121112 - DPCP - I - ME - C - T - V - Temporária (Te)

581211122 - DPCP - I - ME - C - T - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


581211123 - DPCP - I - ME - C - T - V - Te - Amortizável por Sorteio
581211124 - DPCP - I - ME - C - T - V - Te - Reembolsável à Vista

5812112 - DPCP - I - ME - C - T - Forçada (F)

58121122 - DPCP - I - ME - C - T - F - Temporária (Te)

581211222 - DPCP - I - ME - C - T - F - Te - Reembolsável em Data Fixa


581211223 - DPCP - I - ME - C - T - F - Te - Amortizável por Sorteio
581211224 - DPCP - I - ME - C - T - F - Te - Reembolsável à Vista

581212 - DPCP - I - ME - C - Não Titulada (nT)

5812121 - DPCP - I - ME - C - nT - Voluntária (V)

58121212 - DPCP - I - ME - C - nT - V - Temporária (Te)


581212121 - DPCP - I - ME - C - nT - V - Te - Reembolsável por Prestações
5812121211 - Instituições Financeiras
58121212111 - Contas-Correntes
...
5812121212 - Outras Empresas
5812121213 - SPA
5812121214 - Famílias

581212122 - DPCP - I - ME - C - nT - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


...

5812122 - DPCP - I - ME - C - nT - Forçada (F)

58121222 - DPCP - I - ME - C - nT - F - Temporária (Te)


581212221 - DPCP - I - ME - C - nT - F - Te - Reembolsável por Prestações
5812122211 - Instituições Financeiras
58121222111 - Contas-Correntes
...

270
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 97

CLASSE 5 - SITUAÇÃO LÍQUIDA E DÍVIDA PÚBLICA


5812122212 - Outras Empresas
5812122213 - SPA
5812122214 - Famílias

581212222 - DPCP - I - ME - C - nT - F - Te - Reembolsável em Data Fixa


...

58122 581221 - DPCP - I - ME - nC - Titulada (T)

5812211 - DPCP - I - ME - nC - T - Voluntária (V)

58122112 - DPCP - I - ME - nC - T - V - Temporária (Te)

581221122 - DPCP - I - ME - nC - T - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


581221123 - DPCP - I - ME - nC - T - V - Te - Amortizável por Sorteio
581221124 - DPCP - I - ME - nC - T - V - Te - Reembolsável à Vista

5812212 - DPCP - I - ME - nC - T - Forçada (F)

58122122 - DPCP - I - ME - nC - T - F - Temporária (Te)

581221222 - DPCP - I - ME - nC - T - F - Te - Reembolsável em Data Fixa


581221223 - DPCP - I - ME - nC - T - F - Te - Amortizável por Sorteio
581221224 - DPCP - I - ME - nC - T - F - Te - Reembolsável à Vista

581222 - DPCP - I - ME - nC - Não Titulada (nT)

5812221 - DPCP - I - ME - nC - nT - Voluntária (V)

58122212 - DPCP - I - ME - nC - nT - V - Temporária (Te)


581222121 - DPCP - I - ME - nC - nT - V - Te - Reembolsável por Prestações
5812221211 - Instituições Financeiras
58122212111 - Contas-Correntes
...
5812221212 - Outras Empresas
5812221213 - SPA
5812221214 - Famílias

581222122 - DPCP - I - ME - nC - nT - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


...

5812222 - DPCP - I - ME - nC - nT - Forçada (F)

58122222 - DPCP - I - ME - nC - nT - F - Temporária (Te)


581222221 - DPCP - I - ME - nC - nT - F - Te - Reembolsável por Prestações
5812222211 - Instituições Financeiras
58122222111 - Contas-Correntes
...
5812222212 - Outras Empresas
5812222213 - SPA
5812222214 - Famílias

581222222 - DPCP - I - ME - nC - nT - F - Te - Reembolsável em Data Fixa


...

582 - DPCP - Externa (E)


5821 - DPCP - E - em Moeda Nacional (MN)
58211 582111 - DPCP - E - MN - C - Titulada (T)

5821111 - DPCP - E - MN - C - T - Voluntária (V)

58211112 - DPCP - E - MN - C - T - V - Temporária (Te)

582111122 - DPCP - E - MN - C - T - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


582111123 - DPCP - E - MN - C - T - V - Te - Amortizável por Sorteio
582111124 - DPCP - E - MN - C - T - V - Te - Reembolsável à Vista

271
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
98 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 5 - SITUAÇÃO LÍQUIDA E DÍVIDA PÚBLICA


582112 - DPCP - E - MN - C - Não Titulada (nT)

5821121 - DPCP - E - MN - C - nT - Voluntária (V)

58211212 - DPCP - E - MN - C - nT - V - Temporária (Te)


582112121 - DPCP - E - MN - C - nT - V - Te - Reembolsável por Prestações
582112122 - DPCP - E - MN - C - nT - V - Te - Reembolsável em Data Fixa

58212 582121 - DPCP - E - MN - nC - Titulada (T)

5821211 - DPCP - E - MN - nC - T - Voluntária (V)

58212112 - DPCP - E - MN - nC - T - V - Temporária (Te)

582121122 - DPCP - E - MN - nC - T - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


582121123 - DPCP - E - MN - nC - T - V - Te - Amortizável por Sorteio
582121124 - DPCP - E - MN - nC - T - V - Te - Reembolsável à Vista

582122 - DPCP - E - MN - nC - Não Titulada (nT)

5821221 - DPCP - E - MN - nC - nT - Voluntária (V)

58212212 - DPCP - E - MN - nC - nT - V - Temporária (Te)


582122121 - DPCP - E - MN - nC - nT - V - Te - Reembolsável por Prestações
582122122 - DPCP - E - MN - nC - nT - V - Te - Reembolsável em Data Fixa

5822 - DPCP - E - em Moeda Estrangeira (ME)


58221 582211 - DPCP - E - ME - C - Titulada (T)

5822111 - DPCP - E - ME - C - T - Voluntária (V)

58221112 - DPCP - E - ME - C - T - V - Temporária (Te)

582211122 - DPCP - E - ME - C - T - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


582211123 - DPCP - E - ME - C - T - V - Te - Amortizável por Sorteio
582211124 - DPCP - E - ME - C - T - V - Te - Reembolsável à Vista

582212 - DPCP - E - ME - C - Não Titulada (nT)

5822121 - DPCP - E - ME - C - nT - Voluntária (V)

58221212 - DPCP - E - ME - C - nT - V - Temporária (Te)


582212121 - DPCP - E - ME - C - nT - V - Te - Reembolsável por Prestações
582212122 - DPCP - E - ME - C - nT - V - Te - Reembolsável em Data Fixa

58222 582221 - DPCP - E - ME - nC - Titulada (T)

5822211 - DPCP - E - ME - nC - T - Voluntária (V)

58222112 - DPCP - E - ME - nC - T - V - Temporária (Te)

582221122 - DPCP - E - ME - nC - T - V - Te - Reembolsável em Data Fixa


582221123 - DPCP - E - ME - nC - T - V - Te - Amortizável por Sorteio
582221124 - DPCP - E - ME - nC - T - V - Te - Reembolsável à Vista

582222 - DPCP - E - ME - nC - Não Titulada (nT)

5822221 - DPCP - E - ME - nC - nT - Voluntária (V)

58222212 - DPCP - E - ME - nC - nT - V - Temporária (Te)


582222121 - DPCP - E - ME - nC - nT - V - Te - Reembolsável por Prestações
582222122 - DPCP - E - ME - nC - nT - V - Te - Reembolsável em Data Fixa

59 - Credores Desconhecidos por Recursos Alheios Integrados (CDRAI)


59.01 - CDRAI - Com Prescrição em (Ano X da prescrição do direito da reclamação da titularidade)
59.02 - CDRAI - Com Prescrição em (Ano X+1 da prescrição do direito da reclamação da titularidade)

272
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 99

CLASSE 6 - CUSTOS E PERDAS

60 - Custos das Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas


602 - Custo das Mercadorias Vendidas
6021 - Custo das Embalagens Comerciais Vendidas
6022 - Custo das Outras Mercadorias Vendidas
6028 - Quebras Normais em Mercadorias
60281 - Quebras Normais em Mercadorias - Embalagens Comerciais
60282 - Quebras Normais em Mercadorias - Outras Mercadorias

603 -
6031 -
6032 -
6038 -
60381 -
60382 -

604 -
6041 -
6042 -
6048 -
60481 -
60482 -

606 - Custo das Matérias Primas, Subsidiárias e de Consumo Consumidas


6061 - Custo das Matérias-Primas Consumidas
6062 - Custo das Matérias Subsidiárias Consumidas
6063 - Custo dos Materiais Consumíveis de Escritório Consumidos
6064 - Custo dos Outros Materiais de Consumo Consumidos
6068 - Quebras Normais em Matérias Primas, Subsidiárias e de Consumo (QN-MPSC)
60681 - QN-MPSC - Matérias-Primas
60682 - QN-MPSC - Matérias Subsidiárias
60683 - QN-MPSC - Materiais Consumíveis de Escritório
60684 - QN-MPSC - Outros Materiais de Consumo

607 -

61 - Fornecimentos e Serviços de Terceiros


611 -
6111 -
6112 -
6118 -
61181 -
61182 -

612 - Fornecimentos
612.01 - Água
612.02 - Electricidade
612.03 - Combustíveis
612.03.1 - Fuel
612.03.2 - Gasóleo
612.03.3 - Gasolina
612.03.4 - Petróleo de Iluminação
...
612.03.8 - Outros Combustíveis
612.04 - Outros Fluidos
612.05 - Material de Conservação e Reparação
612.06 - Material de Limpeza, Higiene e Conforto
612.07 - Ferramentas de Desgaste Rápido
612.08 - Material de Escritório
612.09 - Material de Publicidade e Propaganda
612.10 - Livros e Documentação Técnica
612.11 - Jornais e Similares
612.12 - Refeições
612.13 - Vestuários
...

273
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

100 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 6 - CUSTOS E PERDAS


612.99 - Outros Fornecimentos

613 - Subcontratos

614 - Outros Serviços de Terceiros


614.01 - Rendas e Alugueres
614.01.1 - Edifícios para Escritório
614.01.2 - Edifícios para Moradias Oficiais
614.01.3 - Suplementos por não Ocupação de Moradias Oficiais
...
614.01.8 - Equipamentos
614.01.9 - Outros Bens
614.02 - Despesas de Representação
614.03 - Conservação e Reparação
614.04 - Limpeza, Higiene e Conforto
614.05 - Comunicação
614.05.1 - Despesas de Comunicação dos Titulares de Cargos Políticos
614.05.2 - Outras Despesas de Comunicação
614.06 - Seguros
614.07 - Publicidade e Propaganda
614.08 - Royalties com Assistência Técnica
614.09 - Serviços de Vigilância e Segurança
614.10 - Trabalhos Especializados
614.10.1 - Serviços Informáticos
614.10.2 - Estudos e Pareceres
614.10.3 - Análises Laboratoriais
614.10.4 - Auditorias
...
614.11 - Transportes de Existências
614.12 - Transportes de Pessoal
614.13 - Deslocações e Estadas
614.13.1 - Deslocações
614.13.1.01 - Missão de Serviço no País
614.13.1.02 - Missão de Serviço no Exterior
614.13.1.03 - Formação no País
614.13.1.04 - Formação no Exterior
614.13.1.05 - Suplemento de Instalação
...
614.13.2 - Estadas
614.13.2.01 - Suplemento de Custo de Vida aos Diplomatas
614.13.2.02 - Suplemento de Renda de Casa aos Diplomatas
614.13.2.03 - Suplemento de Cônjuge do Diplomata
614.13.2.04 - Suplemento de Educação a Filhos de Diplomatas
614.13.2.05 - Assistência na Doença - Família do Diplomata
...
614.14 - Comissões a Intermediários
614.15 - Honorários
...
614.99 - Outros Serviços de Terceiros

62 - Tributos
621 - Taxas e Contribuições
6211 - Quotizações Obrigatórias
6212 - Contencioso e Notariado
6213 - Imposto do Incêndio
6214 - Imposto de Circulação de Veículos Automóveis
...
6219 - Outras Taxas e Contribuições

622 - Impostos Indirectos


6221 - Direitos de Importação
6222 - IVA Suportado Não Dedutível
6223 - Imposto sobre Consumos Especiais - ICE
6224 - Imposto do Selo
6225 - Taxa Comunitária CEDEAO
...
6229 - Outros Impostos Indirectos

274
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 6 - CUSTOS E PERDAS

623 - Impostos Directos


6231 - Imposto Único Sobre Património
62311 - IUP - Contribuição Predial
62312 - IUP - SISA
62313 - IUP - Sucessões e Doações
...
6239 - Outros Impostos Directos

63- Custos com o Pessoal


631 - Remuneração Base
6311 - Pessoal de Quadro Especial
6312 - Pessoal de Quadro Aprovado por Lei
6313 - Pessoal Contratado

632 - Remunerações Acessórias de Carácter Permanente


632.01 - Suplemento aos Guardas Nocturnos da Educação
632.02 - Suplemento de Exclusividade
632.03 - Suplemento de Risco
632.04 - Suplemento de Redução da Carga Horária
632.05 - Suplemento de Isolamento
...
632.99 - Outros Suplementos Certos e Permanentes

633 - Remunerações Acessórias de Carácter Não Permanente


6331 - Suplementos Variáveis ou Eventuais
63311 - Senhas de Presença
...
63319 - Outros Suplementos Variáveis ou Eventuais
6332 - Horas Extaordinárias
63321 - Velas
...
63319 - Horas Extraordinárias - Outras

634 - Encargos sobre Remunerações

635 - Seguros de Acidentes no Trabalho e Doenças Profissionais

...

639 - Outros Custos com o Pessoal

64 - Amortizações do Exercício
642 - Amortizações de Imobilizações Corpóreas
6421 - Terrenos e Recursos Naturais
6422 - Edifícios e Outras Construções
6423 - Equipamento Básico
6424 - Taras e Vasilhame
6425 - Equipamentos de Carga e Transporte
6426 - Equipamentos Administrativo e Social
6427 - Ferramentas e Utensílios
6428 -
6429 - Outras Imobilizações Corpóreas

643 - Amortizações de Imobilizações Incorpóreas


6431 - Despesas de Instalação e Expansão
6432 - Despesas de Desenvolvimento
6433 - Propriedade Industrial e Outros Direitos
6434 - Aplicações Informáticas
6435 - Conservações Plurianuais em Bens Alheios
...
6439 - Outras Imobilizações Incorpóreas

275
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
102 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 6 - CUSTOS E PERDAS


647 - Amortizações de Imobilizações do Domínio Público
6471 - Terrenos e Recursos Naturais de Domínio Público
6472 - Infra-estruturas
6473 - Valor Actualizado dos Direitos de Concessão a Receber
...
6477 - Construções e Equipamentos Militares
6479 - Outras Imobilizações do Domínio Público

65 - Subsídios e Transferências Correntes Concedidos


650 - Subsídios Correntes - Sector Público Empresarial (SPE)
6501 - Subsídios Correntes - SPE - Com Fluxos de Recursos
6502 - Subsídios Correntes - SPE - Através de Benefícios Fiscais

651 - Subsídios Correntes - Empresas Mistas (EM)


6511 - Subsídios Correntes - EM - Com Fluxos de Recursos
6512 - Subsídios Correntes - EM - Através de Benefícios Fiscais

652 - Subsídios Correntes - Outras Empresas (OE)


6521 - Subsídios Correntes - OE - Com Fluxos de Recursos
6522 - Subsídios Correntes - OE - Através de Benefícios Fiscais

653 -

654 - Subsídios Correntes - Outras Entidades Produtivas (OEPro)


6541 - Subsídios Correntes - OEPro - Entidades Públicas (OEPro-EPú)
65411 - Subsídios Correntes - OEPro-EPú - Com Fluxos de Recursos
65412 - Subsídios Correntes - OEPro-EPú - Através de Benefícios Fiscais
6542 - Subsídios Correntes - OEPro - Entidades Privadas (OEPro-EPri)
65421 - Subsídios Correntes - OEPro-EPri - Com Fluxos de Recursos
65422 - Subsídios Correntes - OEPro-EPri - Através de Benefícios Fiscais

655 - Transferências Correntes ao Sector Público Administrativo


6551 - Estado Estrito Senso
65511 - Com Fluxos de Recursos
65512 - Através de Benefícios Fiscais
6552 - Municípios
65521 - Com Fluxos de Recursos
65522 - Através de Benefícios Fiscais
6553 - Institutos Públicos
65531 - Com Fluxos de Recursos
65532 - Através de Benefícios Fiscais
6554 - Fundos Autónomos
65541 - Com Fluxos de Recursos
65542 - Através de Benefícios Fiscais
6555 - Unidades de Coordenação de Programas ou Projectos
65551 - Com Fluxos de Recursos
65552 - Através de Benefícios Fiscais
...
6559 - Outros Serviços Públicos com Autonomia Financeira
65591 - Com Fluxos de Recursos
65592 - Através de Benefícios Fiscais

656 - Transferências Correntes às Organizações Não-Governamentais


6561 - Partidos
65611 - Com Fluxos de Recursos
65612 - Através de Benefícios Fiscais
6562 - Associações de Desenvolvimento Comunitário
65621 - Com Fluxos de Recursos
65622 - Através de Benefícios Fiscais
6563 - Associações Desportivas
65631 - Com Fluxos de Recursos
65632 - Através de Benefícios Fiscais
6564 - Associações Culturais
65641 - Com Fluxos de Recursos
65642 - Através de Benefícios Fiscais
...

276
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 103

CLASSE 6 - CUSTOS E PERDAS

6569 - Outras ONG


65691 - Com Fluxos de Recursos
65692 - Através de Benefícios Fiscais

657 - Transferências Correntes às Famílias


6571 - Pensões Não Contributivas
6572 - Evacuação de Doentes Carenciados
65721 - Evacuações no País
65722 - Evacuações para o Exterior
...

6575 - Transferências para Formação


65751 - Bolsas de Estudos Não Reembolsáveis - no País
65752 - Bolsas de Estudos Não Reembolsáveis - no Exterior
...
65759 - Outras
657591 - Com Fluxos de Recursos
657592 - Através de Benefícios Fiscais

658 - Transferências Correntes ao Exterior


6581 - Quotas de Organismos Internacionais
...
6589 - Outras Transferências ao Exterior
65891 - Com Fluxos de Recursos
65892 - Através de Benefícios Fiscais

66 - Custos Financeiros (CF)


661 - CF - Juros Suportados
6611 - CF - Juros da Dívida Pública Interna
66111 - CF - Juros da Dívida Pública Interna de Curto Prazo
66112 - CF - Juros da Dívida Pública Interna de Médio Prazo
66113 - CF - Juros da Dívida Pública Interna de Longo Prazo
6612 - CF - Juros da Dívida Pública Externa
66121 - CF - Juros da Dívida Pública Externa de Curto Prazo
66122 - CF - Juros da Dívida Pública Externa de Médio Prazo
66123 - CF - Juros da Dívida Pública Externa de Longo Prazo
6613 - CF - Descontos de Títulos
6614 - CF - Juros de Mora
...
6619 - CF - Outros Juros Suportados

662 - CF - Serviços Bancários


663 - CF - Amortizações do Exercício - Investimentos Financeiros em Imobilizações Corpóreas
664 - CF - Provisões do Exercício - da Actividade Financeira
6640 - CF - Imobilizações de Aplicações de Reservas de Superavits
6641 - CF - Imobilizações Financeiras
6646 - CF - Imobilizações de Aplicações do Fundo da PSFP
6647 - CF - Aplicações de Tesouraria
66471 - CF - Aplicações de Tesouraria - PSFP
66472 - CF - Aplicações de Tesouraria - Diversos
665 - CF - Diferenças de Câmbio Desfavoráveis
666 - CF - Descontos de Pronto Pagamento Concedidos ou Perdidos
6661 - Descontos de Pronto Pagamento Concedidos
6662 - Descontos de Pronto Pagamento Perdidos
667 - CF - Prejuízos na Alienação de Aplicações de Tesouraria (PAAT)
6671 - CF - PAAT - PSFP
6672 - CF - PAAT - Diversos
668 - CF - Abonos para Falha
669 - CF - Outros Custos Financeiros

67 - Provisões do Exercício (PE)

277
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
104 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 6 - CUSTOS E PERDAS


672 - PE - para Cobranças Duvidosas e Outros Riscos e Encargos
6721 - PE - para Cobranças Duvidosas
67211 - PE - para Clientes de Cobrança Duvidosa
672111 - PE - para Clientes, C/C - de Cobrança Duvidosa
672112 - PE - para Clientes - Títulos a Receber - de Cobrança Duvidosa
67212 - PE - para Fornecedores de Cobrança Duvidosa
67213 - PE - para Empréstimos Concedidos de Cobrança Duvidosa
67215 - PE - para Contribuintes e Beneficiários de Cobrança Duvidosa
672151 - PE - para Contribuintes de Cobrança Duvidosa
672152 - PE - para Devoluções de Beneficiários de Cobrança Duvidosa
...
67219 - PE - para Outros Devedores de Cobrança Duvidosa

6722 - PE - para Outros Riscos e Encargos


6722.01 - PE - para Garantias a Clientes
6722.01 - PE - para Letras Descontadas
6722.02 - PE - para Processos Judiciais em Curso
6722.03 - PE - para Acidentes no Trabalho e Doenças Profissionais
...
6722.98 - PE - para Previdência Social da Função Pública (PSFP)
6722.98.1 - PE - para PSFP - Aposentações
6722.98.2 - PE - para PSFP - Pensões
6722.98.3 - PE - para PSFP - Assistência na Doença
6722.99 - para Outros Riscos e Encargos - não Especificados

673 - PE - para Depreciação de Existências (PE-DE)


6732 - PE-DE - Mercadorias
6733 - PE-DE - Produtos Acabados e Semiacabados
6734 - PE-DE - Subprodutos, Desperdícios, Resíduos e Refugos
6735 - PE-DE - Produtos e Trabalhos em Curso
6736 - PE-DE - Matérias Primas, Subsidiárias e de Consumo

68 - Outros Custos (OC)


681 - OC - Rendas de Terrenos
682 - OC - Royalties sem Assistência Técnica
683 - OC - Outras Despesas com Propriedade Industrial
684 - OC - Ofertas a Clientes
685 - OC - Ofertas a Outros Parceiros
686 - OC - Despesas Confidenciais Autorizadas por Lei
687 - OC - Encargos com Cobertura das Garantias aos Clientes
688 - OC - Outros Encargos da Previdência Social da Função Pública (OE-PSFP)
6881 - OC - OE-PSFP - Aposentações
6882 - OC - OE-PSFP - Assistência na Doença aos Segurados (ADS)
68821 - OC - OE-PSFP - ADS - Assistência Medicamentosa aos Segurados
68822 - OC - OE-PSFP - ADS - Assistência Médico-Hospitalar aos Segurados (AMHS)
688221 - OC - OE-PSFP - ADS - AMHS - Assistência de Estomatologia
688222 - OC - OE-PSFP - ADS - AMHS - Outra Assistência Médico-Hospitalar
68823 - OC - OE-PSFP - ADS - Evacuação de Doentes Segurados (EDS)
688231 - OC - OE-PSFP - ADS - EDS - Evacuação no Interior do País
688232 - OC - OE-PSFP - ADS - EDS - Evacuação para o Exterior
68824 - OC - OE-PSFP - ADS - Subsídio de Doença
...
68829 - OC - OE-PSFP - ADS - Assistência na Doença aos Segurados - Outros Encargos
6883 - OC - OE-PSFP - Pensões (P)
68831 - OC - OE-PSFP - P - de Invalidez
68832 - OC - OE-PSFP - P - de Sobrevivência
6884 - OC - OE-PSFP - Abono de Família
6885 - OC - OE-PSFP - Subsídio de Funeral
...
6888 - OC - OE-PSFP - Comparticipação nos Encargos Administrativos
6889 - OC - OE-PSFP - Encargos da Previdência Social da Função Pública - Diversos
689 - Outros Custos Não Especificados

278
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 105

CLASSE 6 - CUSTOS E PERDAS


69 - Perdas
69.01 - Pe - Provisões para Perdas Extraordinárias
69.02 - Pe - Amortizações Extraordinárias
69.03 - Pe - Penalidades Sofridas
69.03.0 - Pe - Coimas
69.03.0.1 - Pe - Coimas a Favor do Estado
69.03.0.2 - Pe - Coimas a Favor de Outras Autoridades do SPA
69.03.0.3 - Pe - Outras Coimas
69.03.1 - Pe - Multas
69.03.1.1 - Pe - Multas a Favor do Estado
69.03.1.2 - Pe - Multas a Favor de Outras Autoridades do SPA
69.03.1.3 - Pe - Outras Multas

69.03.5 - Pe - Penalidades Contratuais
69.03.5.1 - Pe - Penalidades Contratuais a Favor do Estado
69.03.5.2 - Pe - Penalidades Contratuais a Favor de Outras Autoridades do SPA
69.03.5.3 - Pe - Penalidades Contratuais - Diversos
69.04 - Pe - Perdas Anormais em Existências (PeAE)
69.04.1 - Pe - PeAE - Quebras Anormais
69.04.2 - Pe - PeAE - Mono
69.04.3 - Pe - PeAE - Sinistros
69.05 - Pe - Créditos Incobráveis (CI)
69.05.1 - Pe - CI - Clientes de Cobrança Duvidosa
69.05.1.1 - Pe - CI - Clientes, C/C - de Cobrança Duvidosa
69.05.1.2 - Pe - CI - Clientes - Títulos a Receber - de Cobrança Duvidosa
69.05.2 - Pe - CI - Fornecedores de Cobrança Duvidosa
69.05.3 - Pe - CI - Empréstimos Concedidos de Cobrança Duvidosa
69.05.5 - Pe - CI - Contribuintes e Beneficiários de Cobrança Duvidosa
69.05.5.1 - Pe - CI - Contribuintes de Cobrança Duvidosa
69.05.5.2 - Pe - CI - Devoluções de Beneficiários de Cobrança Duvidosa
69.05.6 - Pe - CI - Outros Devedores de Cobrança Duvidosa
69.06 - Pe - Menos-Valias na Alienação de Investimentos Financeiros (MV-AIF)
69.06.0 - Pe - MV-AIF - Imobilizações de Aplicações de Reservas de Superavits
69.06.1 - Pe - MV-AIF - Imobilizações Financeiras
69.06.6 - Pe - MV-AIF - Imobilizações de Aplicações do Fundo da PSFP
69.07 - Pe - Menos-Valias em Imobilizações Corpóreas
69.08 - Pe - Menos-Valias em Imobilizações Incorpóreas
69.09 - Pe - Menos-Valias em Imobilizações em Curso
69.10 - Pe - Outras Perdas em Investimentos Financeiros (OPeIF)
69.10.0 - Pe - OPeIF - Imobilizações de Aplicações de Reservas de Superavits
69.10.1 - Pe - OPeIF - Imobilizações Financeiras
69.10.6 - Pe - OPeIF - Imobilizações de Aplicações do Fundo da PSFP
69.11 - Pe - Outras Perdas em Imobilizações Corpóreas (OPeIC)
69.11.1 - Pe - OPeIC - Abates
69.11.2 - Pe - OPeIC - Sinistros
69.12 - Pe - Outras Perdas em Imobilizações Incorpóreas (OPeII)
69.12.1 - Pe - OPeII - Abates
69.12.2 - Pe - OPeII - Sinistros
69.13 - Pe - Outras Perdas em Imobilizações em Curso (OPeIC)
69.13.1 - Pe - OPeIC - Abates
69.13.2 - Pe - OPeIC - Sinistros
69.14 - Pe - Indemnizações a Pagar
69.15 - Pe - Diferenças de Câmbio Desfavoráveis - Extraordinárias
69.16 - Pe - Restituições Fiscais a Terceiros e Relativos ao Corrente Exercício
69.17 - Pe - Restituições Não Fiscais a Terceiros e Relativos ao Corrente Exercício
69.18 - Pe - IVA - Diferenças Desfavoráveis por Cálculo dos Pro Rata Definitivos
...
69.98 - Pe - Correcções Desfavoráveis Relativas a Exercícios Anteriores (CDREA)
69.98.01 - Pe - CDREA - IUR - Gerados no Ano Findo - Insuficiência da Estimativa
69.98.02 - Pe - CDREA - Restituições Fiscais a Terceiros e Relativos aos Exercícios Anteriores
69.98.03 - Pe - CDREA - Restituições Não Fiscais a Terceiros e Relativos aos Exercícios Anteriores
...
69.99 - Pe - Outras Perdas Não Especificadas

279
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
106 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 7 - PROVEITOS E GANHOS

70 – Vendas e Prestações de Serviços


702 - Vendas de Mercadorias
702.00 - (Embalagem Comercial ou Grupo de Embalagens Comerciais A)
702.00.1 - Mercado Interno
702.00.2 - Mercado Externo
...

702.50 - (Outra Mercadoria ou Grupo de Outras Mercadorias A)


702.50.1 - Mercado Interno
702.50.2 - Mercado Externo

703 - Vendas de Produtos Acabados e Semiacabados


703.00 - (Produto Acabado ou Grupo de Produtos Acabados A)
703.00.1 - Mercado Interno
703.00.2 - Mercado Externo
...

703.50 - (Produto Semiacabado ou Grupo de Produtos Semiacabados A)


703.50.1 - Mercado Interno
703.50.2 - Mercado Externo

704 - Vendas de Subprodutos, Desperdícios, Resíduos e Refugos


704.00 - (Subproduto ou Grupo de Subprodutos A)
704.00.1 - Mercado Interno
704.00.2 - Mercado Externo
...

704.50 - (Desperdícios, Resíduos e Refugos - A)


704.50.1 - Mercado Interno
704.50.2 - Mercado Externo

705 - Prestações de Serviços


705.01 - (Serviço ou Grupo de Serviços A)
705.01.1 - Mercado Interno
705.01.2 - Mercado Externo

...

706 - IVA das Vendas e Prestações de Serviços com Imposto Incluído


7061 - IVA das Vendas com Imposto Incluídos
70612 - IVA das Vendas de Mercadorias com Imposto Incluído
706121 - Mercado Interno
706122 - Mercado Externo
70613 - IVA das Vendas de Produtos Acabados e Semiacabados com Imposto Incluído
706131 - Mercado Interno
706132 - Mercado Externo
70614 - IVA das Vendas de Subprodutos, Desperdícios, Resíduos e Refugos com Imposto Incluído
706141 - Mercado Interno
706142 - Mercado Externo

7062 - IVA das Prestações de Serviços com Imposto Incluído


70621 - Mercado Interno
70622 - Mercado Externo

707 - Devoluções de Vendas


7072 - Devoluções de Vendas de Mercadorias
70721 - Mercado Interno
70722 - Mercado Externo

7073 - Devoluções de Vendas de Produtos Acabados e Semiacabados


70731 - Mercado Interno

280
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 107

CLASSE 7 - PROVEITOS E GANHOS


70732 - Mercado Externo

7074 - Devoluções de Vendas de Subprodutos, Desperdícios, Resíduos e Refugos


70741 - Mercado Interno
70742 - Mercado Externo

708 - Descontos Comerciais e Abatimentos Concedidos


7081 - Descontos Comerciais em Vendas
70812 - Descontos Comerciais em Vendas de Mercadorias
708121 - Mercado Interno
708122 - Mercado Externo
70813 - Descontos Comerciais em Vendas de Produtos Acabados e Semiacabados
708131 - Mercado Interno
708132 - Mercado Externo
70814 - Descontos Comerciais em Vendas de Subprodutos, Desperdícios, Resíduos e Refugos
708141 - Mercado Interno
708142 - Mercado Externo

7082 - Descontos Comerciais nas Prestações de Serviços


70821 - Mercado Interno
70822 - Mercado Externo

7083 - Abatimentos em Vendas


70832 - Abatimentos em Vendas de Mercadorias
708321 - Mercado Interno
708322 - Mercado Externo
70833 - Abatimentos em Vendas de Produtos Acabados e Semiacabados
708331 - Mercado Interno
708332 - Mercado Externo
70834 - Abatimentos em Vendas de Subprodutos, Desperdícios, Resíduos e Refugos
708341 - Mercado Interno
708342 - Mercado Externo

7084 - Abatimentos nas Prestações de Serviços


70841 - Mercado Interno
70842 - Mercado Externo

709 -

71 – Trabalhos para a Própria Entidade (TPE)


711 - TPE - Investimentos Financeiros
712 - TPE - Imobilizações Corpóreas
713 - TPE - Imobilizações Incorpóreas
714 - TPE - Imobilizações em Curso
715 - TPE - Com Custos Diferidos
717 - TPE - Imobilizações do Domínio Público

72 - Taxas e Contribuições
721 - Emolumentos
...
722 - Custas
...
...
728 - Outras Taxas
...
729 - Contribuições
729.01 - Imposto do Incêndio
729.02 - Imposto de Circulação de Veículos Automóveis
...

73 - Proveitos Suplementares (PS)


73.01 - PS - Rendas de Concessões Aeroportuárias
73.02 - PS - Rendas de Concessões Portuárias

281
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

108 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 7 - PROVEITOS E GANHOS


73.03 - PS - Outras Rendas de Concessões de Edificações Públicas
73.04 - PS - Rendas de Moradias do SPA (RM-SPA)
73.04.1 - PS - RM-SPA - Pagas pelo SPA
73.04.2 - PS - RM-SPA - Pagas por Outras Entidades
73.05 - PS - Outras Rendas de Prédios Urbanos do SPA (ORPU-SPA)
73.05.1 - PS - ORPU-SPA - Pagas pelo SPA
73.05.2 - PS - ORPU-SPA - Pagas por Outras Entidades
73.06 - PS - Estudos, Projectos e Assistência Técnica
73.07 - PS - Aluguer de Equipamentos de Uso Próprio
73.08 - PS - Royalties Com Assistência Técnica
...
73.98 - PS - Comparticipação do Fundo da Previdência Social da Função Pública
73.99 - PS - Proveitos Suplementares não Especificados

74 – Subsídios e Transferências Correntes Obtidos


740 - Subsídios Correntes do Sector Público Administrativo (SC-SPA)
7401 - SC-SPA - Estado Estrito Senso (E)
74011 - SC-SPA - E - Com Fluxos de Recursos
74012 - SC-SPA - E - Através de Benefícios Fiscais
7402 - SC-SPA - Municípios (M)
74021 - SC-SPA - M - Com Fluxos de Recursos
74022 - SC-SPA - M - Através de Benefícios Fiscais
7403 - SC-SPA - Institutos Públicos
7404 - SC-SPA - Fundos Autónomos
7405 - SC-SPA - Unidades de Coordenação de Programas ou Projectos
...
7409 - SC-SPA - Outros Serviços Públicos com Autonomia Financeira

...

744 - Subsídios Correntes - Outros

745 - Transferências Correntes do Sector Público Administrativo (TC-SPA)


7451 - TC-SPA - Estado Estrito Senso (E)
74511 - TC-SPA - E - Com Fluxos de Recursos
74512 - TC-SPA - E - Através de Benefícios Fiscais
7452 - TC-SPA - Municípios (M)
74521 - TC-SPA - M - Com Fluxos de Recursos
74522 - TC-SPA - M - Através de Benefícios Fiscais
7453 - TC-SPA - Institutos Públicos
7454 - TC-SPA - Fundos Autónomos
7455 - TC-SPA - Unidades de Coordenação de Programas ou Projectos
...
7459 - TC-SPA - Outros Serviços Públicos com Autonomia Financeira

746 - Transferências Correntes das Organizações Não-Governamentais

747 - Transferências Correntes das Famílias

748 - Transferências Correntes do Exterior (TCE)


7481 - TCE - Ajuda Orçamental
7482 - TCE - Ajuda Alimentar
...
7489 - TCE - Outras Doações Externas

75 - Impostos
75.00 - Imposto Único sobre os Rendimentos (IUR)
75.00.1 - IUR - Pessoas Singulares
75.00.2 - IUR - Pessoas Colectivas

75.01 - Imposto Único sobre o Património (IUP)


75.01.1 - IUP - Pessoas Singulares
75.01.2 - IUP - Pessoas Colectivas
...

75.49 - Outros Impostos Directos (OID)


75.49.1 - OID - Pessoas Singulares
75.49.2 - OID - Pessoas Colectivas

282
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 109

CLASSE 7 - PROVEITOS E GANHOS

75.50 - Imposto sobre o Valor Acrescentado

75.51 - Direitos de Importação

75.52 - Imposto sobre Consumos Especiais

75.53 - Taxa Comunitária CEDEAO


75.53.1 - Taxa Comunitária CEDEAO - Pessoas Singulares
75.53.2 - Taxa Comunitária CEDEAO - Pessoas Colectivas

75.54 - Taxa Ecológica

75.55 - Imposto do Selo


75.55.1 - Estampilhas Fiscais
75.55.2 - Selo de Verba
75.55.3 - Selos de Cheques e Letras
...
75.55.9 - Selos Diversos

...

75.99 - Outros Impostos Indirectos

76 – Proveitos Financeiros (PF)


76.01 - PF - Descontos de Pronto Pagamento Obtidos
76.02 - PF - Diferenças de Câmbio Favoráveis
76.03 - PF - de Depósitos a Prazo Consignados
76.04 - PF - de Disponibilidades Consignadas - da PSFP - Depósitos a Prazo
76.05 - PF - de Depósitos a Prazo
76.06 - PF - de Disponibilidades Consignadas - da PSFP - Títulos Negociáveis
76.07 - PF - de Títulos Negociáveis
76.08 - PF - Doutras Aplicações de Tesouraria
76.09 - PF - Benefícios na Alienação de Aplicações de Tesouraria (BAAT)
76.09.1 - PF - BAAT - PSFP
76.09.2 - PF - BAAT - Diversos
76.10 - PF - Utilização de Provisões de Aplicações de Tesouraria (UPAT)
76.10.1 - PF - UPAT - PSFP
76.10.2 - PF - UPAT - Diversos
76.11 - PF - Juros de Empréstimos não Titulados Concedidos
76.12 - PF - de Imobilizações de Aplicações de Reservas de Superavits
76.13 - PF - de Imobilizações Financeiras
76.14 - PF - de Imobilizações de Aplicações do Fundo da PSFP
...

77 – Penalidades Legais
771 - PL - Coimas
7711 - PL - Coimas a Favor do Estado
7712 - PL - Coimas a Favor de Outras Autoridades do SPA
7713 - PL - Outras Coimas

772 - PL - Multas
7721 - PL - Multas a Favor do Estado
7722 - PL - Multas a Favor de Outras Autoridades do SPA
7723 - PL - Outras Multas

78 - Outros Proveitos (OP)


78.01 - OP - Rendas de Terrenos
78.02 - OP - Royalties Sem Assistência Técnica
78.03 - OP - Direitos de Autor
78.04 - OP - Utilização de Provisões para Outros Riscos e Encargos
78.04.1 - OP - Utilização de Provisões para Outros Riscos e Encargos - PSFP
78.04.1.1 - Aposentações
78.04.1.2 - Pensões
78.04.1.3 - Assistência na Doença

283
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

110 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 7 - PROVEITOS E GANHOS


...
78.04.2 - OP - Utilização de Provisões para Outros Riscos e Encargos - Diversos
78.05 - OP - Utilização de Provisões para Depreciação de Existências
78.06 - OP - Sobras Normais em Existências
78.07 - OP - Amortização de Subsídios de Capital Plurianuais
...
78.98 - OP - Outros Proveitos do Previdência Social da Função Pública
78.98.1 - OP - Taxa Social Única
78.98.2 - OP - Comparticipação Patronal para PSFP
...
78.98.9 - OP - Outros Proveitos Não Financeiros da PSFP
78.99 - Outros Proveitos Não Especificados

79 - Ganhos
79.01 - G - Utilização de Provisões para Perdas Extraordinárias
79.02 - G - Utilização de Provisões para Cobranças Duvidosas
79.03 - G - Utilização de Provisões de Imobilizações de Aplicações de Reservas de Superavits
79.04 - G - Utilização de Provisões de Imobilizações Financeiras
79.05 - G - Utilização de Provisões de Imobilizações de Aplicações do Fundo da PSFP
79.06 - G - Reposições de Provisões (RP)
79.06.1 - G - RP para Aplicações de Tesouraria
79.06.1.1 - G - RP para Aplicações de Tesouraria da PSFP
79.06.1.2 - G - RP para Aplicações de Tesouraria - Outras
79.06.2 - G - RP para Cobranças Duvidosas
79.06.3 - G - RP para Outros Riscos e Encargos
79.06.4 - G - RP para Depreciação de Existências
79.06.5 - G - RP para Investimentos Financeiros
79.06.5.1 - G - RP para Investimentos Financeiros da PSFP
79.06.5.2 - G - RP para Investimentos Financeiros - Outros
79.07 - G - Anulações de Provisões
79.07.1 - G - Anulações de Provisões da PSFP
79.07.2 - G - Anulações de Provisões - Outras
79.08 - G - Reduções de Amortizações
79.09 - G - Anulações de Amortizações
79.10 - G - Sobras Anormais em Existências
79.11 - G - Recuperação de Créditos
79.12 - G - Mais-Valias na Alienação de Investimentos Financeiros (MV-AIF)
79.12.0 - G - MV-AIF - Imobilizações de Aplicações de Reservas de Superavits
79.12.1 - G - MV-AIF - Imobilizações Financeiras
79.12.6 - G - MV-AIF - Imobilizações de Aplicações do Fundo da PSFP
79.13 - G - Mais-Valias em Imobilizações Corpóreas
79.14 - G - Mais-Valias em Imobilizações Incorpóreas
79.15 - G - Mais-Valias em Imobilizações em Curso
79.16 - G - Outros Ganhos em Investimentos Financeiros (OGIF)
79.16.0 - G - OGIF - Imobilizações de Aplicações de Reservas de Superavits
79.16.1 - G - OGIF - Imobilizações Financeiras
79.16.6 - G - OGIF - Imobilizações de Aplicações do Fundo da PSFP
79.17 - G - Outros Ganhos em Imobilizações Corpóreas
79.18 - G - Outros Ganhos em Imobilizações Incorpóreas
79.19 - G - Outros Ganhos em Imobilizações em Curso
79.20 - G - Diferenças de Câmbio Favoráveis - Extraordinárias
79.21 - G - Penalidades Contratuais Recebidas
79.22 - G - Liquidação Adicional de Impostos Relativos ao Corrente Exercício
79.23 - G - Restituições Não Fiscais por Terceiros e Relativas ao Corrente Exercício
79.24 - G - Indemnizações a Receber
79.25 - G - IVA - Diferenças Favoráveis por Cálculo dos Pro Rata Definitivos
...
79.98 - G - Correcções Favoráveis Relativas a Exercícios Anteriores (CFREA)
79.98.01 - G - CFREA - IUR - Gerados no Ano Findo - Excesso da Estimativa
79.98.02 - G - CFREA - Liquidação Adicional de Impostos Relativos a Exercícios Anteriores
79.98.03 - G - CFREA - Restituições Não Fiscais por Terceiros e Relativas a Exercícios Anteriores
...
79.99 - Outros Ganhos Não Especificados

284
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 1

CLASSE 8 - CONTABILIDADE ORÇAMENTAL

80 - Despesas
800 – Despesas Orçamentadas (DO)
8000 – DO - Dotação Inicial
8000.000 – ... (Classificação orgânica)
8000.000.00 – ... (Classificação funcional)
8000.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

8001 – DO - Transitadas Automaticamente


8001.000 – ... (Classificação orgânica)
8001.000.00 – ... (Classificação funcional)
8001.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

8002 – DO - Transferências Aumentativas


8002.000 – ... (Classificação orgânica)
8002.000.00 – ... (Classificação funcional)
8002.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

8003 – DO - Reforços
8003.000 – ... (Classificação orgânica)
8003.000.00 – ... (Classificação funcional)
8003.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

8005 – DO - Transferências Diminutivas


8005.000 – ... (Classificação orgânica)
8005.000.00 – ... (Classificação funcional)
8005.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

8006 – DO - Reduções
8006.000 – ... (Classificação orgânica)
8006.000.00 – ... (Classificação funcional)
8006.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

8007 – DO - Anulações
8007.000 – ... (Classificação orgânica)
8007.000.00 – ... (Classificação funcional)
8007.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

801 – Despesas Disponíveis


801.000 – ... (Classificação orgânica)
801.000.00 – ... (Classificação funcional)
801.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

802 – Despesas Cativadas


802.000 – ... (Classificação orgânica)
802.000.00 – ... (Classificação funcional)
802.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

803 – Despesas Congeladas


803.000 – ... (Classificação orgânica)
803.000.00 – ... (Classificação funcional)
803.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

804 – Despesas - Duodécimos Vencidos


804.000 – ... (Classificação orgânica)
804.000.00 – ... (Classificação funcional)
804.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

805 – Despesas com Cobertura Financeira


805.000 – ... (Classificação orgânica)
805.000.00 – ... (Classificação funcional)
805.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

806 – Despesas Cabimentadas


806.000 – ... (Classificação orgânica)
806.000.00 – ... (Classificação funcional)
806.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

285
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
112 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 8 - CONTABILIDADE ORÇAMENTAL


807 – Despesas Comprometidas
807.000 – ... (Classificação orgânica)
807.000.00 – ... (Classificação funcional)
807.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

808 – Despesas Liquidadas


808.000 – ... (Classificação orgânica)
808.000.00 – ... (Classificação funcional)
808.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

809 – Despesas Realizadas


8090 – Despesas Realizadas Efectivas
8090.000 – ... (Classificação orgânica)
8090.000.00 – ... (Classificação funcional)
8090.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

8091 – Despesas Realizadas Virtuais


8091.000 – ... (Classificação orgânica)
8091.000.00 – ... (Classificação funcional)
8091.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

81 - Passivos Financeiros - Diminuições


810 – Passivos Financeiros - Variações Orçamentadas - Diminuições
8100 – Passivos Financeiros - Variações Orçamentadas - Diminuições - Orçamento Corrente
8100.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

8101 – Passivos Financeiros - Variações Orçamentadas - Diminuições - Orçamento de Capital


8101.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

811 – Passivos Financeiros Vencidos


8110 – Passivos Financeiros Vencidos - Orçamento Corrente
8110.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

8111 – Passivos Financeiros Vencidos - Orçamento de Capital


8111.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

812 – Passivos Financeiros Amortizados


8120 – Passivos Financeiros Amortizados - Efectivos
81200 – Passivos Financeiros Amortizados - Efectivos - Orçamento Corrente
81200.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

81201 – Passivos Financeiros Amortizados - Efectivos - Orçamento de Capital


81201.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

8121 – Passivos Financeiros Amortizados - Virtuais


81210 – Passivos Financeiros Amortizados - Virtuais - Orçamento Corrente
81210.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

81211 – Passivos Financeiros Amortizados - Virtuais - Orçamento de Capital


81211.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

82 - Reservas de Superavits - Aumentos


820 – Reservas de Superavits - Aumentos Orçamentados
8200 – Reservas de Superavits - Aumentos Orçamentados - do Orçamento Corrente
8201 – Reservas de Superavits - Aumentos Orçamentados - do Orçamento de Capital

821 – Reservas de Superavits - Aumentos Liquidados


8210 – Reservas de Superavits - Aumentos Liquidados - do Orçamento Corrente
8211 – Reservas de Superavits - Aumentos Liquidados - do Orçamento de Capital

822 – Reservas de Superavits - Aumentos Realizados


8220 – Reservas de Superavits - Aumentos Realizados - do Orçamento Corrente
8221 – Reservas de Superavits - Aumentos Realizados - do Orçamento de Capital

286
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 113

CLASSE 8 - CONTABILIDADE ORÇAMENTAL


83 - Operações de Tesouraria - Saídas
830 - Operações de Tesouraria - Saídas Orçamentadas
8300 - Operações de Tesouraria - Saídas Orçamentadas - SPA
8301 - Operações de Tesouraria - Saídas Orçamentadas - Outros Sectores

831 - Operações de Tesouraria - Saídas Liquidadas


8310 - Operações de Tesouraria - Saídas Liquidadas - SPA
8311 - Operações de Tesouraria - Saídas Liquidadas - Outros Sectores

832 - Operações de Tesouraria - Saídas Realizadas


8320 – Operações de Tesouraria - Saídas Realizadas - Efectivas
83200 - Operações de Tesouraria - Saídas Realizadas - Efectivas - SPA
83201 - Operações de Tesouraria - Saídas Realizadas - Efectivas - Outros Sectores

8321 – Operações de Tesouraria - Saídas Realizadas - Virtuais


83210 - Operações de Tesouraria - Saídas Realizadas - Virtuais - SPA
83211 - Operações de Tesouraria - Saídas Realizadas - Virtuais - Outros Sectores

84 - Saídas e Entradas de Disponibilidades por Regularizar


840 – Saídas a Título de Despesas - por Regularizar (Saídas TD - por Regularizar)
840.00 - Saídas TD - por Regularizar - em Exercícios Anteriores
840.00.000 – ... (Classificação orgânica)
840.00.000.00 – ... (Classificação funcional)
840.00.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

840.01 - Saídas TD - por Regularizar - no Exercício / em Janeiro


840.01.000 – ... (Classificação orgânica)
840.01.000.00 – ... (Classificação funcional)
840.01.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

840.02 - Saídas TD - por Regularizar - no Exercício / em Fevereiro


840.02.000 – ... (Classificação orgânica)
840.02.000.00 – ... (Classificação funcional)
840.02.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

840.03 - Saídas TD - por Regularizar - no Exercício / em Março


840.03.000 – ... (Classificação orgânica)
840.03.000.00 – ... (Classificação funcional)
840.03.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

...

841 – Saídas a Título de Passivos Financeiros - por Regularizar (Saídas TPF - por Regularizar)
841.00 – Saídas TPF - por Regularizar - em Exercícios Anteriores
841.00.0 – Saídas TPF - por Regularizar - em Exercícios Anteriores - Orçamento Corrente
841.00.0.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

841.00.1 – Saídas TPF - por Regularizar - em Exercícios Anteriores - Orçamento de Capital


841.00.1.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

841. 01 – Saídas TPF - por Regularizar - no Exercício / em Janeiro


841.01.0 – Saídas TPF - por Regularizar - no Exercício / em Janeiro - Orçamento Corrente
841.01.0.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

841.01.1 – Saídas TPF - por Regularizar - no Exercício / em Janeiro - Orçamento de Capital


841.01.1.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

841. 02 – Saídas TPF - por Regularizar - no Exercício / em Fevereiro


841.02.0 – Saídas TPF - por Regularizar - no Exercício / em Fevereiro - Orçamento Corrente
841.02.0.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

841.02.1 – Saídas TPF - por Regularizar - no Exercício / em Fevereiro - Orçamento de Capital


841.02.1.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

841. 03 – Saídas TPF - por Regularizar - no Exercício / em Março


841.03.0 – Saídas TPF - por Regularizar - no Exercício / em Março - Orçamento Corrente
841.03.0.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

287
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

114 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 8 - CONTABILIDADE ORÇAMENTAL


841.03.1 – Saídas TPF - por Regularizar - no Exercício / em Março - Orçamento de Capital
841.03.1.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

...

843 - Saídas a Título de Operações de Tesouraria - por Regularizar (Saídas TOT - por Regularizar)
843.00 - Saídas TOT - por Regularizar - em Exercícios Anteriores
843.00.0 - Saídas TOT - por Regularizar - em Exercícios Anteriores - SPA
843.00.1 - Saídas TOT - por Regularizar - em Exercícios Anteriores - Outros Sectores

843.01 - Saídas TOT - por Regularizar - no Exercício / em Janeiro


843.01.0 - Saídas TOT - por Regularizar - no Exercício / em Janeiro - SPA
843.01.1 - Saídas TOT - por Regularizar - no Exercício / em Janeiro - Outros Sectores

843.02 - Saídas TOT - por Regularizar - no Exercício / em Fevereiro


843.02.0 - Saídas TOT - por Regularizar - no Exercício / em Fevereiro - SPA
843.02.1 - Saídas TOT - por Regularizar - no Exercício / em Fevereiro - Outros Sectores

843.03 - Saídas TOT - por Regularizar - no Exercício / em Março


843.03.0 - Saídas TOT - por Regularizar - no Exercício / em Março - SPA
843.03.1 - Saídas TOT - por Regularizar - no Exercício / em Março - Outros Sectores

...

845 – Entradas a Título de Receitas - por Regularizar (Entradas TR - por Regularizar)


845.00 – Entradas TR - por Regularizar - em Exercícios Anteriores
845.00.000 – ... (Classificação orgânica)
845.00.000.00 – ...(Entradas que aumentam o PIB - por Regularizar)
845.00.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

845.00.000.01 – ...(Entradas que redistribuem o rendimento nacional - por Regularizar)


845.00.000.01.(…) – ... (Classificação económica)

845.00.000.02 – ...(Entradas que são transferências unilaterais externas - por Regularizar)


845.00.000.02.(…) – ... (Classificação económica)

845.00.000.03 – ...(Entradas que são Receitas de Capital - por Regularizar)


845.00.000.03.(…) – ... (Classificação económica)

845.01 – Entradas TR - por Regularizar - no Exercício / em Janeiro


845.01.000 – ... (Classificação orgânica)
845.01.000.00 – ...(Entradas que aumentam o PIB - por Regularizar)
845.01.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

845.01.000.01 – ...(Entradas que redistribuem o rendimento nacional - por Regularizar)


845.01.000.01.(…) – ... (Classificação económica)

845.01.000.02 – ...(Entradas que são transferências unilaterais externas - por Regularizar)


845.01.000.02.(…) – ... (Classificação económica)

845.01.000.03 – ...(Entradas que são Receitas de Capital - por Regularizar)


845.01.000.03.(…) – ... (Classificação económica)

845.02 – Entradas TR - por Regularizar - no Exercício / em Fevereiro


845.02.000 – ... (Classificação orgânica)
845.02.000.00 – ...(Entradas que aumentam o PIB - por Regularizar)
845.02.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

845.02.000.01 – ...(Entradas que redistribuem o rendimento nacional - por Regularizar)


845.02.000.01.(…) – ... (Classificação económica)

845.02.000.02 – ...(Entradas que são transferências unilaterais externas - por Regularizar)


845.02.000.02.(…) – ... (Classificação económica)

845.02.000.03 – ...(Entradas que são Receitas de Capital - por Regularizar)


845.02.000.03.(…) – ... (Classificação económica)

845.03 – Entradas TR - por Regularizar - no Exercício / em Março


845.03.000 – ... (Classificação orgânica)
845.03.000.00 – ...(Entradas que aumentam o PIB - por Regularizar)

288
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 115

CLASSE 8 - CONTABILIDADE ORÇAMENTAL


845.03.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

845.03.000.01 – ...(Entradas que redistribuem o rendimento nacional - por Regularizar)


845.03.000.01.(…) – ... (Classificação económica)

845.03.000.02 – ...(Entradas que são transferências unilaterais externas - por Regularizar)


845.03.000.02.(…) – ... (Classificação económica)

845.03.000.03 – ...(Entradas que são Receitas de Capital - por Regularizar)


845.03.000.03.(…) – ... (Classificação económica)

...

846 – Entradas a Título de Passivos Financeiros - por Regularizar (Entradas TPF - por Regularizar)
846.00 – Entradas TPF - por Regularizar - em Exercícios Anteriores
846.00.0 – Entradas TPF - por Regularizar - em Exercícios Anteriores - Orçamento Corrente
846.00.0.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

846.00.1 – Entradas TPF - por Regularizar - em Exercícios Anteriores - Orçamento de Capital


846.00.1.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

846.01 – Entradas TPF - por Regularizar - no Exercício / em Janeiro


846.01.0 – Entradas TPF - por Regularizar - no Exercício / em Janeiro - Orçamento Corrente
846.01.0.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

846.01.1 – Entradas TPF - por Regularizar - no Exercício / em Janeiro - Orçamento de Capital


846.01.1.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

846.02 – Entradas TPF - por Regularizar - no Exercício / em Fevereiro


846.02.0 – Entradas TPF - por Regularizar - no Exercício / em Fevereiro - Orçamento Corrente
846.02.0.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

846.02.1 – Entradas TPF - por Regularizar - no Exercício / em Fevereiro - Orçamento de Capital


846.02.1.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

846.03 – Entradas TPF - por Regularizar - no Exercício / em Março


846.03.0 – Entradas TPF - por Regularizar - no Exercício / em Março - Orçamento Corrente
846.03.0.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

846.03.1 – Entradas TPF - por Regularizar - no Exercício / em Março - Orçamento de Capital


846.03.1.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

...

848 - Entradas a Título de Operações de Tesouraria - por Regularizar (Entradas TOT - por Regularizar)
848.00 - Entradas TOT - por Regularizar - em Exercícios Anteriores
848.00.0 - Entradas TOT - por Regularizar - em Exercícios Anteriores - SPA
848.00.1 - Entradas TOT - por Regularizar - em Exercícios Anteriores - Outros Sectores

848.01 - Entradas TOT - por Regularizar - no Exercício / em Janeiro


848.01.0 - Entradas TOT - por Regularizar - no Exercício / em Janeiro - SPA
848.01.1 - Entradas TOT - por Regularizar - no Exercício / em Janeiro - Outros Sectores

848.02 - Entradas TOT - por Regularizar - no Exercício / em Fevereiro


848.02.0 - Entradas TOT - por Regularizar - no Exercício / em Fevereiro - SPA
848.02.1 - Entradas TOT - por Regularizar - no Exercício / em Fevereiro - Outros Sectores

848.03 - Entradas TOT - por Regularizar - no Exercício / em Março


848.03.0 - Entradas TOT - por Regularizar - no Exercício / em Março - SPA
848.03.1 - Entradas TOT - por Regularizar - no Exercício / em Março - Outros Sectores

...

85 - Receitas
850 - Receitas Orçamentadas (RO)
8500 - RO - Previsão Inicial
8500.000 – ... (Classificação orgânica)

289
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

116 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 8 - CONTABILIDADE ORÇAMENTAL


8500.000.00 – ...(RO que aumentam o PIB)
8500.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

8500.000.01 – ...(RO que redistribuem o rendimento nacional)


8500.000.01.(…) – ... (Classificação económica)

8500.000.02 – ...(RO que são transferências unilaterais externas)


8500.000.02.(…) – ... (Classificação económica)

8500.000.03 – ...(RO que são Receitas de Capital)


8500.000.03.(…) – ... (Classificação económica)

8501 - RO - Transitadas Automaticamente


8501.000 – ... (Classificação orgânica)
8501.000.00 – ...(RO que aumentam o PIB)
8501.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

8501.000.01 – ...(RO que redistribuem o rendimento nacional)


8501.000.01.(…) – ... (Classificação económica)

8501.000.02 – ...(RO que são transferências unilaterais externas)


8501.000.02.(…) – ... (Classificação económica)

8501.000.03 – ...(RO que são Receitas de Capital)


8501.000.03.(…) – ... (Classificação económica)

8503 - RO - Reforços
8503.000 – ... (Classificação orgânica)
8503.000.00 – ...(RO que aumentam o PIB)
8503.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

8503.000.01 – ...(RO que redistribuem o rendimento nacional)


8503.000.01.(…) – ... (Classificação económica)

8503.000.02 – ...(RO que são transferências unilaterais externas)


8503.000.02.(…) – ... (Classificação económica)

8503.000.03 – ...(RO que são Receitas de Capital)


8503.000.03.(…) – ... (Classificação económica)

8506 - RO - Reduções
8506.000 – ... (Classificação orgânica)
8506.000.00 – ...(RO que aumentam o PIB)
8506.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

8506.000.01 – ...(RO que redistribuem o rendimento nacional)


8506.000.01.(…) – ... (Classificação económica)

8506.000.02 – ...(RO que são transferências unilaterais externas)


8506.000.02.(…) – ... (Classificação económica)

8506.000.03 – ...(RO que são Receitas de Capital)


8506.000.03.(…) – ... (Classificação económica)

8507 - RO - Anulações
8507.000 – ... (Classificação orgânica)
8507.000.00 – ...(RO que aumentam o PIB)
8507.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

8507.000.01 – ...(RO que redistribuem o rendimento nacional)


8507.000.01.(…) – ... (Classificação económica)

8507.000.02 – ...(RO que são transferências unilaterais externas)


8507.000.02.(…) – ... (Classificação económica)

8507.000.03 – ...(RO que são Receitas de Capital)


8507.000.03.(…) – ... (Classificação económica)

290
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 117

CLASSE 8 - CONTABILIDADE ORÇAMENTAL

851 - Receitas - Previsões Corrigidas (Receitas - PC)


851.000 – ... (Classificação orgânica)
851.000.00 – ...(Receitas PC que aumentam o PIB)
851.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

851.000.01 – ...(Receitas PC que redistribuem o rendimento nacional)


851.000.01.(…) – ... (Classificação económica)

851.000.02 – ...(Receitas PC que são transferências unilaterais externas)


851.000.02.(…) – ... (Classificação económica)

851.000.03 – ...(Receitas PC que são Receitas de Capital)


851.000.03.(…) – ... (Classificação económica)

852 - Receitas Liquidadas (RL)


852.000 – ... (Classificação orgânica)
852.000.00 – ...(RL que aumentam o PIB)
852.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

852.000.01 – ...(RL que redistribuem o rendimento nacional)


852.000.01.(…) – ... (Classificação económica)

852.000.02 – ...(RL que são transferências unilaterais externas)


852.000.02.(…) – ... (Classificação económica)

852.000.03 – ...(RL que são Receitas de Capital)


852.000.03.(…) – ... (Classificação económica)

853 - Receitas Realizadas (RR)


8530 – RR Efectivas
8530.000 – ... (Classificação orgânica)
8530.000.00 – ...(RR Efectivas que aumentam o PIB)
8530.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

8530.000.01 – ...(RR Efectivas que redistribuem o rendimento nacional)


8530.000.01.(…) – ... (Classificação económica)

8530.000.02 – ...(RR Efectivas que são transferências unilaterais externas)


8530.000.02.(…) – ... (Classificação económica)

8530.000.03 – ...(RR Efectivas que são Receitas de Capital)


8530.000.03.(…) – ... (Classificação económica)

8531 – RR Virtuais
8531.000 – ... (Classificação orgânica)
8531.000.00 – ...(RR Virtuais que aumentam o PIB)
8531.000.00.(…) – ... (Classificação económica)

8531.000.01 – ...(RR Virtuais que redistribuem o rendimento nacional)


8531.000.01.(…) – ... (Classificação económica)

8531.000.02 – ...(RR Virtuais que são transferências unilaterais externas)


8531.000.02.(…) – ... (Classificação económica)

8531.000.03 – ...(RR Virtuais que são Receitas de Capital)


8531.000.03.(…) – ... (Classificação económica)

86 - Passivos Financeiros - Aumentos


860 – Passivos Financeiros - Variações Orçamentadas - Aumentos
8600 – Passivos Financeiros - Variações Orçamentadas - Aumentos - Orçamento Corrente
8600.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

8601 – Passivos Financeiros - Variações Orçamentadas - Aumentos - Orçamento de Capital


8601.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

291
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

118 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 8 - CONTABILIDADE ORÇAMENTAL

861 – Passivos Financeiros Contratados


8610 – Passivos Financeiros Contratados - Orçamento Corrente
8610.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

8611 – Passivos Financeiros Contratados - Orçamento de Capital


8611.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

862 – Passivos Financeiros Recebidos


8620 – Passivos Financeiros Recebidos - Efectivos
86200 – Passivos Financeiros Recebidos - Efectivos - Orçamento Corrente
86200.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

86201 – Passivos Financeiros Recebidos - Efectivos - Orçamento de Capital


86201.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

8621 – Passivos Financeiros Recebidos - Virtuais


86210 – Passivos Financeiros Recebidos - Virtuais - Orçamento Corrente
86210.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

86211 – Passivos Financeiros Recebidos - Virtuais - Orçamento de Capital


86211.00 – ... (Classificação s/desagregação da Dívida Pública na Classe 5)

87 - Reservas de Superavits - Diminuições


870 – Reservas de Superavits - Diminuições Orçamentadas
8700 – Reservas de Superavits - Diminuições Orçamentadas - para Orçamento Corrente
8701 – Reservas de Superavits - Diminuições Orçamentadas - para Orçamento de Capital

871 – Reservas de Superavits - Diminuições Liquidadas


8710 – Reservas de Superavits - Diminuições Liquidadas - para Orçamento Corrente
8711 – Reservas de Superavits - Diminuições Liquidadas - para Orçamento de Capital

872 – Reservas de Superavits - Diminuições Realizadas


8720 – Reservas de Superavits - Diminuições Realizadas - para Orçamento Corrente
8721 – Reservas de Superavits - Diminuições Realizadas - para Orçamento de Capital

88 - Operações de Tesouraria - Entradas


880 - Operações de Tesouraria - Entradas Orçamentadas
8800 - Operações de Tesouraria - Entradas Orçamentadas - SPA
8801 - Operações de Tesouraria - Entradas Orçamentadas - Outros Sectores

881 - Operações de Tesouraria - Entradas Liquidadas


8810 - Operações de Tesouraria - Entradas Liquidadas - SPA
8811 - Operações de Tesouraria - Entradas Liquidadas - Outros Sectores

882 - Operações de Tesouraria - Entradas Realizadas


8820 – Operações de Tesouraria - Entradas Realizadas - Efectivas
88200 - Operações de Tesouraria - Entradas Realizadas - Efectivas - SPA
88201 - Operações de Tesouraria - Entradas Realizadas - Efectivas - Outros Sectores
8821 – Operações de Tesouraria - Entradas Realizadas - Virtuais
88210 - Operações de Tesouraria - Entradas Realizadas - Virtuais - SPA
88211 - Operações de Tesouraria - Entradas Realizadas - Virtuais - Outros Sectores

89 - Saldo de Gerência (SG)


890 - SG de Receitas e Despesas
8900 - SG de Receitas e Despesas - do Orçamento Corrente
89000 - SG de Receitas e Despesas - do Orçamento Corrente - Efectivas
89001 - SG de Receitas e Despesas - do Orçamento Corrente - Virtuais

8901 - SG de Receitas e Despesas - do Orçamento de Capital


89010 - SG de Receitas e Despesas - do Orçamento de Capital - Efectivas
89011 - SG de Receitas e Despesas - do Orçamento de Capital - Virtuais

891 - SG de Variações em Passivos Financeiros

292
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro
I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 119

CLASSE 8 - CONTABILIDADE ORÇAMENTAL


8910 - SG de Variações em Passivos Financeiros - do Orçamento Corrente
89100 - SG de Variações em Passivos Financeiros - do Orçamento Corrente - Efectivas
89101 - SG de Variações em Passivos Financeiros - do Orçamento Corrente - Virtuais

8911 - SG de Variações em Passivos Financeiros - do Orçamento de Capital


89110 - SG de Variações em Passivos Financeiros - do Orçamento de Capital - Efectivas
89111 - SG de Variações em Passivos Financeiros - do Orçamento de Capital - Virtuais

892 - SG de Variações em Reservas de Superavits


8920 - SG de Variações em Reservas de Superavits - do Orçamento Corrente
8921 - SG de Variações em Reservas de Superavits - do Orçamento de Capital

893 - SG de Operações de Tesouraria


8930 - SG de Operações de Tesouraria - Efectivas
8931 - SG de Operações de Tesouraria - Virtuais

894 - SG de Pagamentos e Recebimentos por Regularizar


8940 - SG de Despesas por Regularizar
8941 - SG de Passivos Financeiros - Diminuições - por Regularizar

8943 - SG de Operações de Tesouraria - Saídas - por Regularizar


8945 - SG de Receitas por Regularizar
8946 - SG de Passivos Financeiros - Aumentos - por Regularizar

8948 - SG de Operações de Tesouraria - Entradas - por Regularizar

898 - Saldo da Gerência Anterior


8980 - Saldo da Gerência Anterior - do Orçamento Corrente
8981 - Saldo da Gerência Anterior - do Orçamento de Capital

8983 - Saldo da Gerência Anterior - das Operações de Tesouraria


8984 - Saldo da Gerência Anterior - das Despesas e Receitas por Regularizar

899 - Apuramento do SG Global


8990 - Apuramento do SG Global Efectivo Que Passa
89900 - Apuramento do SG Global Efectivo Que Passa - do Orçamento Corrente
89901 - Apuramento do SG Global Efectivo Que Passa - do Orçamento de Capital

89903 - Apuramento do SG Global Efectivo Que Passa - das Operações de Tesouraria


89904 - Apuramento do SG Global Efectivo Que Passa - dos Pagamentos e Recebimentos por Regularizar

8991 - Apuramento do SG Global - Virtual


89910 - Apuramento do SG Global - Virtual - do Orçamento Corrente
89911 - Apuramento do SG Global - Virtual - do Orçamento Capital

89913 - Apuramento do SG Global - Virtual - das Operações de Tesouraria

CLASSE 9 - CONTABILIDADE ANALÍTICA

Obs: desenvolvimento livre por parte de cada instituição do Sector Público Administrativo

293
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

120 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 0 - CONTABILIDADE EXTRAPATRIMONIAL PNCP - CÓDIGO DE CONTAS

00 – Garantias Pessoais
000 - Avales Recebidos
000.00 - (…) Segundo o Classificador Económico das Receitas
000.00.00 - (…) Ano de surgimento/Data de vencimento
000.00.00.(0...) - Avales Recebidos (…) - Avalista fulano

000.00.00.(5...) - Avales Recebidos (…) - Sacado ou endossante beltrano

001 - Cauções em Letras Recebidas


001.00 - (…) Segundo o Classificador Económico das Receitas
001.00.00 - (…) Ano de surgimento/Prazo de execução do contrato básico
001.00.00.(0...) - Cauções em Letras Recebidas (…) - Sacado fulano

001.00.00.(5...) - Cauções em Letras Recebidas (…) - Ganhos

002 - Letras Descontadas e Endossadas na Nossa Posse


002.00 - (…) Segundo o Classificador Económico das Receitas
002.00.00 - (…) Ano de surgimento/Data de vencimento
002.00.00.(0...) - Letras Descontadas e Endossadas na Nossa Posse (…) - Avalista ou endossante fulano

002.00.00.(5...) - Letras Descontadas e Endossadas na Nossa Posse (…) - Sacado beltrano

003 - Penalidades Contratuais Previstas a Nosso Favor


003.00 - (…) Segundo o Classificador Económico das Receitas
003.00.00 - (…) Ano de surgimento/Prazo de execução do contrato básico
003.00.00.(0...) - Penalidades Contratuais Previstas a Nosso Favor (…) - Contraparte fulano

003.00.00.(5...) - Penalidades Contratuais Previstas a Nosso Favor (…) - Ganhos

004 - Outras Garantias Pessoais Recebidas


004.00 - Fianças e Subfianças Recebidas
004.00.00 - (…) Segundo o Classificador Económico das Receitas
004.00.00.00 - (…) Ano de surgimento/Prazo de execução do contrato básico
004.00.00.00.(0...) - Fianças e Subfianças Recebidas (…) - Fiador fulano

004.00.00.00.(5...) - Fianças e Subfianças Recebidas (…) - Afiançado beltrano
… …

005 - Avales Prestados


005.00 - (…) Segundo o Classificador Funcional das Despesas
005.00.00 - (…) Ano de surgimento/Data de vencimento
005.00.00.(0...) - Avales Prestados (…) - Avalizado ou sacado fulano

005.00.00.(5...) - Avales Prestados (…) - Titular da letra beltrano

006 - Cauções em Letras Prestadas


006.00 - (…) Segundo o Classificador Funcional das Despesas
006.00.00 - (…) Ano de surgimento/Prazo de execução do contrato básico
006.00.00.(0...) - Cauções em Letras Prestadas (…) - Perdas

006.00.00.(5...) - Cauções em Letras Prestadas (…) - Titular da letra fulano

007 - Letras Descontadas e Endossadas na Posse de Terceiros


007.00 - (…) Segundo o Classificador Funcional das Despesas
007.00.00 - (…) Ano de surgimento/Data de vencimento
007.00.00.(0...) - Letras Descontadas e Endossadas na Posse de Terceiros (…) - Avalista ou endossante beltrano

007.00.00.(5...) - Letras Descontadas e Endossadas na Posse de Terceiros (…) - Titular da letra fulano

008 - Penalidades Contratuais Previstas a Favor de Terceiros


008.00 - (…) Segundo o Classificador Funcional das Despesas
008.00.00 - (…) Ano de surgimento/Prazo de execução do contrato básico
008.00.00.(0...) - Penalidades Contratuais Previstas a Favor de Terceiros (…) - Perdas

008.00.00.(5...) - Penalidades Contratuais Previstas a Favor de Terceiros (…) - Contraparte fulano

009 - Outras Garantias Pessoais Prestadas


009.00 - Fianças e Subfianças Prestadas

294
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 121

CLASSE 0 - CONTABILIDADE EXTRAPATRIMONIAL PNCP - CÓDIGO DE CONT

009.00.00 - (…) Segundo o Classificador Funcional das Despesas


009.00.00.00 - (…) Ano de surgimento/Prazo de execução do contrato básico
009.00.00.00.(0...) - Fianças e Subfianças Prestadas (…) - Afiançado fulano

009.00.00.00.(5...) - Fianças e Subfianças Prestadas (…) - Beneficiário da fiança beltrano


01- Penhoras Determinadas pelo Juízo de Execução Fiscal


010 - (…) Segundo o Classificador Económico das Receitas
010.00 - (…) Ano de surgimento/Prazo de preclusão
010.00.(0…) - Penhoras Determinadas pelo Juízo de Execução Fiscal (…) - Identificação da riqueza

010.00.(5…) - Penhoras Determinadas pelo Juízo de Execução Fiscal (…) - Dono da riqueza

02 – Outras Garantias Reais


020 - Hipotecas a Nosso Favor
020.00 - (…) Segundo o Classificador Económico das Receitas
020.00.00 - (…) Ano de surgimento/Prazo de vencimento
020.00.00.(0…) - Hipotecas a Nosso Favor (…) - Identificação da riqueza

020.00.00.(5…) - Hipotecas a Nosso Favor (…) - Dono da riqueza

021 - Penhores a Nosso Favor


021.00 - (…) Segundo o Classificador Económico das Receitas
021.00.00 - (…) Ano de surgimento/Prazo de vencimento
021.00.00.(0…) - Penhores a Nosso Favor (…) - Identificação da riqueza

021.00.00.(5…) - Penhores a Nosso Favor (…) - Dono da riqueza

022 - Cauções em Riquezas Recebidas


022.00 - (…) Segundo o Classificador Económico das Receitas
022.00.00 - (…) Ano de surgimento/Prazo de vencimento
022.00.00.(0…) - Cauções em Riquezas Recebidas (…) - Identificação da riqueza

022.00.00.(5…) - Cauções em Riquezas Recebidas (…) - Dono da riqueza

023 - Penhoras a Nosso Favor


023.00 - (…) Segundo o Classificador Económico das Receitas
023.00.00 - (…) Ano de surgimento/Prazo de preclusão
023.00.00.(0…) - Penhoras a Nosso Favor (…) - Identificação da riqueza

023.00.00.(5…) - Penhoras a Nosso Favor (…) - Dono da riqueza

024 - Outras Garantias Reais a Nosso Favor


024.00 - Arrestos a Nosso Favor
024.00.00 - (…) Segundo o Classificador Económico das Receitas
024.00.00.00 - (…) Ano de surgimento/Prazo de vencimento
024.00.00.00.(0…) - Arrestos a Nosso Favor (…) - Identificação da riqueza

024.00.00.00.(5…) - Arrestos a Nosso Favor (…) - Dono da riqueza

025 - Hipotecas a Favor de Terceiros


025.00 - (…) Segundo o Classificador Funcional das Despesas
025.00.00 - (…) Ano de surgimento/Prazo de vencimento
025.00.00.(0…) - Hipotecas a Favor de Terceiros (…) - Beneficiário da hipoteca

025.00.00.(5…) - Hipotecas a Favor de Terceiros (…) - Identificação da riqueza

026 - Penhores a Favor de Terceiros


026.00 - (…) Segundo o Classificador Funcional das Despesas
026.00.00 - (…) Ano de surgimento/Prazo de vencimento
026.00.00.(0…) - Penhores a Favor de Terceiros (…) - Beneficiário do penhor

295
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

122 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 0 - CONTABILIDADE EXTRAPATRIMONIAL PNCP - CÓDIGO DE CONTAS


026.00.00.(5…) - Penhores a Favor de Terceiros (…) - Identificação da riqueza

027 - Cauções em Riquezas Prestadas


027.00 - (…) Segundo o Classificador Funcional das Despesas
027.00.00 - (…) Ano de surgimento/Prazo de vencimento
027.00.00.(0…) - Cauções em Riquezas Prestadas (…) - Beneficiário da caução

027.00.00.(5…) - Cauções em Riquezas Prestadas (…) - Identificação da riqueza

028 - Penhoras a Favor de Terceiros


028.00 - (…) Segundo o Classificador Funcional das Despesas
028.00.00 - (…) Ano de surgimento/Prazo de preclusão
028.00.00.(0…) - Penhoras a Favor de Terceiros (…) - Beneficiário da penhora

028.00.00.(5…) - Penhoras a Favor de Terceiros (…) - Identificação da riqueza

029 - Outras Garantias Reais a Favor de Terceiros


029.00 - Arrestos a Favor de Terceiros
029.00.00 - (…) Segundo o Classificador Funcional das Despesas
029.00.00.00 - (…) Ano de surgimento/Prazo de vencimento
029.00.00.00.(0…) - Arrestos a Favor de Terceiros (…) - Beneficiário do arresto

029.00.00.00.(5…) - Arrestos a Favor de Terceiros (…) - Identificação da riqueza

03 – Outras Riquezas Alheias


030 - Achados de Donos Desconhecidos
030.00 - (…) Segundo o Classificador Económico das Receitas
030.00.00 - (…) Ano de surgimento/Prazo de prescrição
030.00.00.(0…) - Achados de Donos Desconhecidos (…) - Identificação do achado

030.00.00.(5…) - Achados de Donos Desconhecidos (…) - Ganhos

031 - Patrimónios de Herdeiros Desconhecidos


031.00 - (…) Segundo o Classificador Económico das Receitas
031.00.00 - (…) Ano de surgimento/Prazo de prescrição
031.00.00.(0…) - Patrimónios de Herdeiros Desconhecidos (…) - Identificação do património

031.00.00.(5…) - Patrimónios de Herdeiros Desconhecidos (…) - Ganhos

032 - Bens em Armazéns Públicos


032.00 - (…) Segundo o Classificador Funcional das Despesas
032.00.00 - (…) Ano de surgimento/Prazo de levantamento
032.00.00.(0…) - Bens em Armazéns Públicos (…) - Identificação do bem

032.00.00.(5…) - Bens em Armazéns Públicos (…) - Dono do bem

033 - Bens Alheios Arrendados


033.00 - (…) Segundo o Classificador Funcional das Despesas
033.00.00 - (…) Ano de surgimento/Data do término do contrato
033.00.00.(0…) - Bens Alheios Arrendados (…) - Identificação do bem

033.00.00.(5…) - Bens Alheios Arrendados (…) - Dono do bem

034 - Mercadorias de Terceiros Recebidas em Consignação


034.00 - (…) Segundo o Classificador Funcional das Despesas
034.00.00 - (…) Ano de surgimento/Prazo de devolução
034.00.00.(0…) - Mercadorias de Terceiros Recebidas em Consignação (…) - Identificação da mercadoria

034.00.00.(5…) - Mercadorias de Terceiros Recebidas em Consignação (…) - Dono da mercadoria

035 - Bens Alheios Objectos de Serviços


035.00 - (…) Segundo o Classificador Funcional das Despesas
035.00.00 - (…) Ano de surgimento/Prazo da conclusão do serviço
035.00.00.(0…) - Bens Alheios Objectos de Serviços (…) - Identificação do bem

296
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 123

CLASSE 0 - CONTABILIDADE EXTRAPATRIMONIAL PNCP - CÓDIGO DE CONTA


035.00.00.(5…) - Bens Alheios Objectos de Serviços (…) - Dono do bem

036 - Patrimónios de Terceiros em Litígio


036.00 - (…) Segundo o Classificador Funcional das Despesas
036.00.00 - (…) Ano de surgimento/Prazo previsto da resolução da causa
036.00.00.(0…) - Patrimónios de Terceiros em Litígio (…) - Identificação do património

036.00.00.(5…) - Patrimónios de Terceiros em Litígio (…) - Nomes dos litigantes

037 - Patrimónios de Herdeiros Ausentes


037.00 - (…) Segundo o Classificador Funcional das Despesas
037.00.00 - (…) Ano de surgimento/Prazo de prescrição
037.00.00.(0…) - Patrimónios de Herdeiros Ausentes (…) - Identificação do património

037.00.00.(5…) - Patrimónios de Herdeiros Ausentes (…) - Dono do património

038 - Patrimónios de Menores sob a Alçada do Estado


038.00 - (…) Segundo o Classificador Funcional das Despesas
038.00.00 - (…) Ano de surgimento/Data de maioridade
038.00.00.(0…) - Patrimónios de Menores sob a Alçada do Estado (…) - Identificação do património

038.00.00.(5…) - Patrimónios de Menores sob a Alçada do Estado (…) - Dono do património

039 - Outras Riquezas Alheias


039.00 - Embalagens Comerciais Retornáveis
039.00.00 - (…) Segundo o Classificador Funcional das Despesas
039.00.00.00 - (…) Ano de surgimento/Prazo de devolução
039.00.00.00.(0…) - Embalagens Comerciais Retornáveis (…) - Identificação da embalagen

039.00.00.00.(5…) - Embalagens Comerciais Retornáveis (…) - Dono da embalagen

039.01 - Patrimónios de Incapazes sob a Alçada do Estado


039.01.00 - (…) Segundo o Classificador Funcional das Despesas
039.01.00.00 - (…) Ano de surgimento
039.01.00.00.(0…) - Patrimónios de Incapazes sob a Alçada do Estado (…) - Identificação do património

039.01.00.00.(5…) - Patrimónios de Incapazes sob a Alçada do Estado (…) - Dono do património

04 – Créditos Contingentes
040 - Créditos Incobráveis
040.00 - (…) Segundo o Classificador Económico das Receitas
040.00.00 - (…) Ano de surgimento/Data da total eliminação na Contabilidade
040.00.00.(0…) - Créditos Incobráveis (…) - Devedor fulano

040.00.00.(5…) - Créditos Incobráveis (…) - Ganhos

041 - Créditos sobre Terceiros Perdoados


041.00 - (…) Segundo o Classificador Económico das Receitas
041.00.00 - (…) Ano de surgimento/Data da total eliminação na Contabilidade
041.00.00.(0…) - Créditos sobre Terceiros Perdoados (…) - Devedor fulano

041.00.00.(5…) - Créditos sobre Terceiros Perdoados (…) - Ganhos

042 - Doações Condicionadas Concedidas


042.00 - (…) Segundo o Classificador Económico das Receitas
042.00.00 - (…) Ano de surgimento/Data da prestação de contas e ou conferência
042.00.00.(0…) - Doações Condicionadas Concedidas (…) - Devedor fulano

042.00.00.(5…) - Doações Condicionadas Concedidas (…) - Ganhos

043 - Créditos sobre Terceiros Prescritos


043.00 - (…) Segundo o Classificador Económico das Receitas
043.00.00 - (…) Ano de surgimento/Data da total eliminação na Contabilidade
043.00.00.(0…) - Créditos sobre Terceiros Prescritos (…) - Devedor fulano

297
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

124 I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006

CLASSE 0 - CONTABILIDADE EXTRAPATRIMONIAL PNCP - CÓDIGO DE CONTAS

043.00.00.(5…) - Créditos sobre Terceiros Prescritos (…) - Ganhos


044 - Outros Créditos Contingentes Activos


044.00 - Créditos sobre Terceiros Anulados Judicialmente
044.00.00 - (…) Segundo o Classificador Económico das Receitas
044.00.00.00 - (…) Ano de surgimento/Data da total eliminação na Contabilidade
044.00.00.00.(0…) - Créditos sobre Terceiros Anulados Judicialmente (…) - Devedor fulano

044.00.00.00.(5…) - Créditos sobre Terceiros Anulados Judicialmente (…) - Ganhos

046 - Créditos de Terceiros Condicionalmente Perdoados


046.00 - (…) Segundo o Classificador Funcional das Despesas
046.00.00 - (…) Ano de surgimento/Data da total eliminação na Contabilidade
046.00.00.(0…) - Créditos de Terceiros Condicionalmente Perdoados (…) - Perdas

046.00.00.(5…) - Créditos de Terceiros Condicionalmente Perdoados (…) - Credor fulano

047 - Doações Condicionadas Recebidas


047.00 - (…) Segundo o Classificador Funcional das Despesas
047.00.00 - (…) Ano de surgimento/Data da prestação de contas e ou conferência
047.00.00.(0…) - Doações Condicionadas Recebidas (…) - Perdas

047.00.00.(5…) - Doações Condicionadas Recebidas (…) - Credor fulano

049 - Outros Créditos Contingentes Passivos


05 – Empréstimos por Desembolsar


050 - Empréstimos Obtidos por Desembolsar no Exercício
050.00 - (…) Segundo o classificador orçamental de Operações Financeiras - Entradas
050.00.00 - (…) Ano de surgimento/Data prevista de desembolso
050.00.00.(0…) - Empréstimos Obtidos por Desembolsar no Exercício (…) - Disponibilidades

050.00.00.(5…) - Empréstimos Obtidos por Desembolsar no Exercício (…) - Mutuante fulano

051 - Empréstimos Obtidos por Desembolsar nos Exercícios Subsequentes


051.00 - (…) Segundo o classificador orçamental de Operações Financeiras - Entradas
051.00.00 - (…) Ano de surgimento/Data prevista de desembolso
051.00.00.(0…) - Empréstimos Obtidos por Desembolsar nos Exercícios Subsequentes (…) - Disponibilidades

051.00.00.(5…) - Empréstimos Obtidos por Desembolsar nos Exercícios Subsequentes (…) - Mutuante fulano

055 - Empréstimos Concedidos por Desembolsar no Exercício


055.00 - (…) Segundo o classificador orçamental de Operações Financeiras - Saídas
055.00.00 - (…) Ano de surgimento/Data prevista de desembolso
055.00.00.(0…) - Empréstimos Concedidos por Desembolsar no Exercício (…) - Mutuário fulano

055.00.00.(5…) - Empréstimos Concedidos por Desembolsar no Exercício (…) - Disponibilidades

056 - Empréstimos Concedidos por Desembolsar nos Exercícios Subsequentes


056.00 - (…) Segundo o classificador orçamental de Operações Financeiras - Saídas
056.00.00 - (…) Ano de surgimento/Data prevista de desembolso
056.00.00.(0…) - Empréstimos Concedidos por Desembolsar nos Exercícios Subsequentes (…) - Mutuário fulano

056.00.00.(5…) - Empréstimos Concedidos por Desembolsar nos Exercícios Subsequentes (…) - Disponibilidades

06 – Outros Créditos Abertos


060 – Linhas de Créditos Abertas a Nosso Favor.
060.00 - (…) Segundo o classificador orçamental de Operações Financeiras - Entradas
060.00.00 - (…) Ano de surgimento/Data prevista de utilização
060.00.00.(0…) - Linhas de Créditos Abertas a Nosso Favor (…) - Disponibilidades

060.00.00.(5…) - Linhas de Créditos Abertas a Nosso Favor (…) - Mutuante fulano

298
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

I SÉRIE — Nº 5 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 30 DE JANEIRO DE 2006 125

CLASSE 0 - CONTABILIDADE EXTRAPATRIMONIAL PNCP - CÓDIGO DE

061 – Contas-Correntes Abertas a Nosso Favor.


061.00 - (…) Segundo o classificador orçamental de Operações Financeiras - Entradas
061.00.00 - (…) Ano de surgimento/Data prevista de utilização
061.00.00.(0…) - Contas-Correntes Abertas a Nosso Favor (…) - Disponibilidades

061.00.00.(5…) - Contas-Correntes Abertas a Nosso Favor (…) - Mutuante fulano

062 – Créditos Documentários Abertos a Nosso Favor


062.00 - (…) Segundo o Classificador Económico das Receitas - Entradas
062.00.00 - (…) Ano de surgimento/Data prevista de utilização
062.00.00.(0…) - Créditos Documentários Abertos a Nosso Favor (…) - Disponibilidades

062.00.00.(5…) - Créditos Documentários Abertos a Nosso Favor (…) - Activos

065 – Linhas de Créditos Abertos a Favor de Terceiros


065.00 - (…) Segundo o classificador orçamental de Operações Financeiras - Saídas
065.00.00 - (…) Ano de surgimento/Data prevista de utilização
065.00.00.(0…) - Linhas de Créditos Abertos a Favor de Terceiros (…) - Mutuário fulano

065.00.00.(5…) - Linhas de Créditos Abertos a Favor de Terceiros (…) - Disponibilidades

066 – Contas-Correntes Abertas a Favor de Terceiros.


066.00 - (…) Segundo o classificador orçamental de Operações Financeiras - Saídas
066.00.00 - (…) Ano de surgimento/Prazo previsto de utilização
066.00.00.(0…) - Contas-Correntes Abertas a Favor de Terceiros (…) - Mutuário fulano

066.00.00.(5…) - Contas-Correntes Abertas a Favor de Terceiros (…) - Disponibilidades

067 – Créditos Documentários Abertos a Favor de Terceiros


067.00 - (…) Segundo o Classificador Funcional das Despesas - Saídas
067.00.00 - (…) Ano de surgimento/Data prevista de utilização
067.00.00.(0…) - Créditos Documentários Abertos a Favor de Terceiros (…) - Activos

067.00.00.(5…) - Créditos Documentários Abertos a Favor de Terceiros (…) - Disponibilidades

07 – Valores dos Activos Assegurados


070 - (…) Segundo o Classificador Económico das Receitas
070.00 - (…) Ano de surgimento/Data final do Seguro
070.00.(0…) - Valores dos Activos Assegurados (…) - Seguradora fulana

070.00.(5…) - Valores dos Activos Assegurados (…) - Identificação do activo assegurado

08 – Outros Activos Futuros ou Contingentes


...

09 – Outros Passivos Futuros ou Contingentes


...

299
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

VII – NOTAS EXPLICATIVAS


Nesta parte serão fornecidas explicações concisas sobre o conteúdo e ou a movimenta-
ção das Contas cujas especificidades requeiram essas explicações. Recorde-se que as regras
de valorimetria encontram-se na IV Parte deste Plano de Contas. Recorde-se, outrossim,
que o conteúdo das Classes encontra-se na I Parte – Introdução (subparte E) deste Plano
de Contas. Em abono da concisão e pertinência: não se descreverão o conteúdo e ou a
movimentação da Conta considerados triviais e tratados uniformemente nos manuais con-
tabilísticos autorizados pelas instituições reconhecidas de ensino; a movimentação dada
relativa a cada Conta focará normalmente apenas os fenómenos contabilísticos essenciais,
sem pretender ser exaustiva.
O asterisco (colocado, no âmbito do Quadro de Contas, à frente de certas Contas de
dois dígitos) indica a Conta cujo saldo sofre ou pode sofrer alterações no processo de con-
solidação das Demonstrações Financeiras do SPA.
O Quadro de Contas e o Código de Contas estão desenhados para funcionarem no sis-
tema de inventário intermitente ou num dos dois subsistemas de inventário permanente sem
integração da contabilização dos Custos de Produção na Contabilidade Patrimonial. Para
o subsistema de inventário permanente com integração da contabilização dos Custos de
Produção na Contabilidade Patrimonial serão necessárias alterações ao Quadro de Contas
e ao Código de Contas, alterações essas especificadas nas notas explicativas das Classes e
Contas em que as mesmas alterações se verificam.
Ainda com o fito de facilitar o processo da consolidação, deve o Serviço de Contabili-
dade Pública estabelecer sistemas analíticos de codificação complementares, identificando
cada entidade efectivamente existente: do SPA; dos Bancos Comerciais e respectivas Agên-
cias. O sistema de codificação deve facilitar outrossim o subagrupamento (p.e.: municípios,
institutos, outras entidades do SPA). O programa informático deve permitir a associação
automática desses códigos complementares aos dados de cada conjunto das Demonstrações
Financeiras de cada entidade do SPA, no início do processo de consolidação. Esses códigos
analíticos complementares são de uso obrigatório por parte das entidades do SPA obrigadas
a implementar o PNCP.
Para a elaboração de certos mapas previstos no Anexo às Demonstrações Financeiras,
exigem-se dados de uma dada Conta desagregados por tipos de movimentos. Para facilitar a
elaboração desses mapas (com eventual recurso, quando possível, à automatização) sugere-
se que para tais Contas sejam abertas Subcontas por tipo de movimento, à semelhança do
que se apresenta nas Contas de Imobilizações e de Provisões. Na nota explicativa relativa
à Conta 39 – Provisões para Depreciação de Existências é dada, a título exemplificativo, a
articulação entre Subcontas de movimentos de uma Conta.
Uma ou outra entidade do SPA pode ter uma intensa movimentação interna (entre
as subunidades orgânicas de uma mesma entidade) de Disponibilidades, Existências ou

300
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Imobilizações, com eventual risco de duplicação de lançamentos, particularmente quando


para uma mesma movimentação interna houver a remessa, para a contabilidade central da
entidade, de vários exemplares dum mesmo documento por parte dos intervenientes na
movimentação interna. Na presença dessas circunstâncias sugere-se a utilização de uma
Conta intermédia cuja desagregação e movimentação seguirão a lógica explicada na nota
explicativa da Conta 108.
Nestas NOTAS EXPLICATIVAS a palavra liquidação significa: processo de conferên-
cia, reverificação, cálculo ou apuramento, validação ou reconhecimento definitivo, por
órgão competente do SPA, de uma dívida (a receber ou a pagar), normalmente com ven-
cimento imediato. Quando se fala de quitação emprega-se a palavra quitação ou outro
sinónimo seu, excepto a palavra liquidação, de forma a evitar a confusão.
Nestas NOTAS EXPLICATIVAS a expressão Sector Público Administrativo ou SPA
significa: o grupo de entidades públicas sem fins lucrativos, constituído pelo Estado estri-
to senso, municípios, institutos e equiparados, fundos e equiparados e bem ainda outras
pessoas jurídicas sem fins lucrativos criadas exclusivamente por uma ou várias das pes-
soas jurídicas especificadas neste conceito. Para efeitos deste PNCP equipara-se a entida-
de um serviço público simples sem personalidade jurídica ou sem personalidade jurídica
completa, mas que, por causa das condições especiais do seu funcionamento, na prática
funcione como se fosse uma pessoa jurídica plena, exigindo uma contabilidade separada
das restantes entidades (por exemplo, neste PNCP: uma UCP é equiparada a entidade; um
Consulado-Geral é equiparado a entidade).
Nestas NOTAS EXPLICATIVAS a expressão «nós» ou «nossa entidade» significa:
a entidade do SPA onde naquele momento esteja a trabalhar o contabilista leitor deste
PNCP. Efectivamente, o contabilista tem que se situar ou apenas no Estado estrito senso ou
apenas num município ou apenas num instituto que tenha depósito no Tesouro, por forma
a compreender as diversas soluções contabilísticas que são dadas para um só fenómeno
contabilístico, pois para cada entidade há, normalmente, uma só solução que é válida. De
contrário, ter-se-ia que se desenvolver separadamente e de forma completa o tratamento
contabilístico para cada fenómeno contabilístico relevante – o que tornaria este PNCP ex-
cessivamente extenso e parcialmente repetitivo.
Estas NOTAS EXPLICATIVAS estão normalmente adaptadas ao Estado estrito senso, pelo
que os outros componentes do SPA devem aplicá-las com as devidas adaptações às respectivas le-
gislações concernentes aos seus organigramas.

CLASSE 1 – DISPONIBILIDADES
10 – Caixa
Compreende os meios líquidos de pagamento (agrupados em moeda nacional e es-
trangeira) na posse directa da entidade, através de seus agentes legalmente empossados.

301
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

São exemplos desses meios, as notas e moedas metálicas que têm curso legal no país ou no
estrangeiro, os cheques e vales postais que têm legalmente poder liberatório no país ou no
estrangeiro.
10(...) – Caixa – ... – Fundos Fixos Atribuídos
Compreende os fundos de maneio em regime de fundos fixos de caixa atribuídos pela
entidade a subunidades ou agentes, com a finalidade de suprir, nos termos legais, despesas
de pequena monta. Esta Conta deve ser saldada no fim do exercício, mediante apresentação
dos justificativos das despesas e devolução do eventual remanescente ao exactor público
ou através do seu depósito.
108 – Caixa – Movimentação Interna – Conta Intermédia
Para uma entidade que tenha diversos exactores públicos com movimentação interna
de dinheiros, de forma a evitar duplicação de lançamentos, as entradas e saídas de dinheiros
(no quadro da movimentação interna e lançadas a partir de Folha de Caixa de cada exac-
tor público) poderão ter como contrapartida esta Subconta. Logo que se lançarem as duas
Folhas de Caixa dos exactores envolvidos em cada movimentação interna, esta Subconta
ficará saldada.
11 – Depósitos à Ordem – no Tesouro
Visando a instituição do sistema de Caixa Única (unicidade de caixa através da cen-
tralização dos dinheiros do SPA, permitindo o financiamento temporário interno do Esta-
do estrito senso a partir de excedentes temporários dos outros componentes do SPA), as
entidades do SPA identificadas pelo Decreto-Lei 29/98, de 3 de Agosto, são obrigadas a
deter no Tesouro os seus Depósitos à Ordem, que deverão funcionar, em princípio, como
os outros depósitos à ordem nos Bancos Comerciais. Esta Conta visa acompanhar a mo-
vimentação desses depósitos à ordem não consignados (desagregados em moeda nacional
e estrangeira) e é aberta apenas na contabilidade dos titulares destes depósitos, isto é, não
aparece na contabilidade do Estado estrito senso.
No pressuposto de uma aproximação cada vez maior do funcionamento do Tesouro ao
funcionamento de um Banco ordinário, prevê-se a possibilidade de uma entidade do SPA
poder ter várias Contas de depósitos à ordem no Tesouro, nomeadamente, desagregadas
por órgãos (por exemplo, órgão da Sede e órgãos Regionais) autorizados a movimentar es-
tas Contas. Existindo várias Contas, sugere-se o acompanhamento através da Conta 118 da
movimentação interna, nos mesmos moldes referidos na Conta 108. No processo da con-
solidação das Demonstrações Financeiras do SPA, esta Conta é compensada com a Conta
20 – Depositantes no Tesouro.
12 – Depósitos à Ordem – no BCV
Compreende os meios líquidos de pagamentos não consignados (agrupados em moeda
nacional e estrangeira) detidos em depósitos à vista, pelas entidades do SPA, no BCV.

302
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

1211 – Depósitos à Ordem – no BCV – em Moeda Nacional – Conta-Corrente


do Tesouro
1221 – Depósitos à Ordem – no BCV – em Moeda Estrangeira – Conta-Corrente
do Tesouro
Compreendem os meios líquidos de pagamentos não consignados (agrupados em mo-
eda nacional e estrangeira) detidos em depósitos à vista pelo Estado estrito senso, através
do Tesouro, no BCV.
A Lei Orgânica do BCV (aprovada pela Lei nº 10/VI/2002, de 15 de Julho) estipula no
seu nº 1 do artigo 29º que o BCV é o Caixa do Tesouro. Isto é, o BCV é o Tesoureiro-Mor do
Estado, devendo por conseguinte nesta capacidade ajudar a controlar a legalidade, regula-
ridade e racionalidade das transacções financeiras do Estado.
O artigo 3º do Decreto-Lei nº 29/98, de 3 de Agosto, refere que “a conta-corrente
do Tesouro é uma conta existente junto do Banco de Cabo Verde e que reflecte a posição
consolidada da tesouraria do Estado, registando a crédito todas as transferências e (outras
entradas designadamente as) originárias das receitas tributárias e a débito todos os paga-
mentos ordenados pela Direcção-Geral do Tesouro.”
Assim, de acordo com o artigo referido no parágrafo anterior e em benefício da clare-
za e da segurança, as disponibilidades não consignadas detidas em Contas diferentes das
Contas 1211 e 1221, aquando da sua utilização para um pagamento imediato, devem ser
previamente transferidas para a Conta 1211 ou 1221, consoante forem, respectivamente,
Moeda Nacional ou Estrangeira.
O artigo 2º da citada Lei nº 10/VI/2002 determina no seu nº 1 que “a título transitório, e
até ao conveniente desenvolvimento do mercado de capitais, o Estado pode recorrer a uma
conta aberta no Banco, remunerada à taxa de redesconto, cujo saldo devedor não poderá,
em nenhum momento, exceder 5% das receitas correntes cobradas no último ano e deverá
ser totalmente liquidado, até 31 de Dezembro de cada ano.”
O nº 2 do supracitado artigo determina que “não será autorizado o recurso a novos le-
vantamentos na conta referida no número antecedente, enquanto o crédito referente ao ano
anterior não for regularizado.”
Convém alertar que as citações da legislação supra, no concernente a quando se debita
e credita, aplicam-se à contabilidade do BCV. Na contabilidade do Estado estrito senso
aplicam-se os opostos respectivos. De igual modo, o mencionado saldo devedor, quando
existir, verifica-se na contabilidade do BCV, correspondendo a saldo credor na contabilida-
de do Estado estrito senso.
1219 – Depósitos à Ordem – no BCV – em Moeda Nacional – Doutras Instituições
do SPA
1229 – Depósitos à Ordem – no BCV – em Moeda Estrangeira – Doutras Institui-
ções do SPA

303
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Compreendem os meios líquidos de pagamentos não consignados (agrupados em


moeda nacional e estrangeira) eventualmente detidos em depósitos à vista no BCV por
todos os organismos pertencentes ao SPA, excepto o Estado estrito senso. Pois, o nº 2 do
artigo 29º da Lei Orgânica do BCV estipula que o BCV poderá aceitar depósitos do Es-
tado, bem como de outros organismos do Sector Público Administrativo, nos termos da
lei. Igualmente o artigo 5º do Decreto-Lei nº 29/98, de 3 de Agosto, permite a abertura de
contas especiais por parte Doutras Instituições do SPA, conquanto as designações destas
Contas devem indicar “obrigatoriamente o nome ou a referência do programa ou projecto
e a sigla ou denominação da entidade financiadora”.
13 – Depósitos à Ordem – Noutras Instituições Financeiras
Esta Conta inclui os meios de pagamentos (agrupados em moeda nacional e estrangeira)
existentes em depósitos à vista nas instituições financeiras, excepto no BCV.
Caso haja saldos credores, devem estas Contas aparecer no Balanço ao lado do passi-
vo, nos débitos a curto prazo.
131.01.1 – Depósitos à Ordem – Noutras Instituições Financeiras – em Moeda
Nacional – no Banco Comercial A – do Tesouro / Orçamento do Estado
132.01.1 – Depósitos à Ordem – Noutras Instituições Financeiras – em Moeda
Estrangeira – no Banco Comercial A – do Tesouro / Orçamento do Estado
O artigo 4º do citado Decreto-Lei nº 29/98 estabelece que “junto dos bancos comerciais
apenas existirá uma conta de passagem, em cada agência bancária, denominada ‘Tesouro/Or-
çamento do Estado’ que será movimentada a crédito pelos depósitos de receitas, tributárias e
não tributárias, e a débito pelas transferências efectuadas através da Câmara de Compensação
para a Conta-Corrente do Tesouro.”
Convém alertar que as citações da legislação supra, no concernente a quando se debita
e credita, aplicam-se à contabilidade dos bancos. Na contabilidade do Estado estrito senso
aplicam-se os opostos respectivos.
131.01.9 – Depósitos à Ordem – Noutras Instituições Financeiras – em Moeda
Nacional – no Banco Comercial A – Doutras Instituições do SPA
132.01.9 – Depósitos à Ordem – Noutras Instituições Financeiras – em Moeda Es-
trangeira – no Banco Comercial A – Doutras Instituições do SPA
Não obstante a política da unicidade de caixa para a tesouraria do Estado, a lei ou
acordos poderão ditar a abertura de depósitos à ordem ordinários nos bancos comerciais
por parte das instituições do SPA, para além do Estado estrito senso.
14 – Disponibilidades Consignadas
A Lei de Bases do Orçamento do Estado tem defendido o princípio da não consignação
das receitas. Todavia, a mesma lei tem previsto a possibilidade de a lei instituir, a título

304
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

excepcional, receitas consignadas. Por vezes, a Entidade do SPA se vê na contingência de


ter que abrir, na sequência de acordos com certos financiadores, contas especiais que acom-
panham apenas determinadas receitas e respectivas despesas. Perante receitas consignadas
por lei ou acordo, uma mesma entidade terá uma ou mais Contas adicionais que só acom-
panham determinadas receitas e respectivas despesas, para além da Conta de depósitos à
ordem que acompanha a totalidade das outras receitas não consignadas.
Disponibilidades Consignadas para Serviço da Dívida Pública
Disponibilidades Consignadas para Aplicações de Reservas de Superavits
À semelhança do que acontece em países com mercado financeiro desenvolvido e sã
gestão das Finanças Públicas, através do PNCP se procurou dar o primeiro passo no senti-
do de autonomização da gestão da Dívida Pública e das eventuais Reservas de Superavits,
instituindo, nomeadamente, as Subcontas 1411.02.1.001 – Para Serviço da Dívida Públi-
ca/ 1411.02.1.002 – Para Aplicações de Reservas de Superavits/ 1412.02.1.001 – Para
Serviço da Dívida Pública/ 1412.02.1.002 – Para Aplicações de Reservas de Superavits/
14211.02.1.001 – Para Serviço da Dívida Pública/ 14211.02.1.002 – Para Aplicações de
Reservas de Superavits/ 14212.02.1.001 – Para Serviço da Dívida Pública/ 14212.02.1.002
– Para Aplicações de Reservas de Superavits.
143 – Disponibilidades Consignadas – da Previdência Social da Função Pública
(PSFP)
Como está referido na parte final destas NOTAS EXPLICATIVAS, este Plano de
Contas deve permitir o conhecimento da situação e evolução dos elementos patrimoniais
concernentes à Previdência Social da Função Pública de forma segregada, facilitando o
acompanhamento da evolução do seu equilíbrio financeiro e o apuramento da sua situação
patrimonial. Com isso está-se a ser consequente com o adoptado Princípio da Substância
Sobre a Forma, tanto mais que o artigo 5º da Lei nº 61/III/89, de 30 de Dezembro, in Su-
plemento (que aprova o Estatuto de Aposentação e Pensão da Sobrevivência) estabelece a
decisão de autonomizar a gestão deste sistema.
Com esse objectivo existe esta Conta, que contém as disponibilidades associadas à
Previdência Social da Função Pública. Refira-se que o nº 5 do Artigo 13º da Lei nº 61/
IV/92, de 30 de Dezembro, in Suplemento, determina que a Previdência Social da Função
Pública seja administrada pelo Estado estrito senso.
A legislação relativa ao Estatuto de Aposentação e Pensão da Sobrevivência supra
citada permite a criação, por lei, de regimes especiais de Previdência Social, razão por
que se deixam em aberto alguns códigos, tais como 14311.01 / 14311.01.01 / 14311.02.9 /
14311.02.9.01 e outros afins.
1433123 – Disponibilidades Consignadas – da PSFP – Títulos Negociáveis – em
Moeda Nacional – Títulos da Dívida Pública – Títulos Consolidados de Mobilização
Financeira (TCMF)
Veja-se a nota explicativa da Subconta 16123.

305
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

144 – Disponibilidades Consignadas – para Serviço da Dívida Pública – Títulos


Negociáveis
145 – Disponibilidades Consignadas – para Aplicações de Reservas de Superavits
– Títulos Negociáveis
A desagregação de cada uma das Contas supra será idêntica à da Conta 143.
15 – Depósitos a Prazo
Só se integram nesta Conta os depósitos a prazo facilmente transformáveis em meios
monetários, sem grandes prejuízos para a entidade titular e que não estejam representados
por títulos negociáveis.
Evidentemente, só se incorporam nesta Conta os depósitos que representem aplicação
de excedentes temporários de tesouraria.
16 – Títulos negociáveis
Esta Conta inclui as aplicações de tesouraria em títulos negociáveis – adquiridos com
o objectivo de aplicação de excedente temporário ou sazonal de tesouraria, ou seja, exce-
dente normalmente de curto prazo.
Entende-se por título negociável aquele que é cotado na Bolsa de Valores, isto é, facil-
mente alienável, com valor de mercado conhecido.
Os juros ou dividendos proporcionados pelos títulos na posse da entidade são, nomea-
damente, creditados na Conta 76 – Proveitos Financeiros, por contrapartida das Contas da
Classe 1 – Disponibilidades, quando imediatamente vencidos e recebidos, ou por débito da
Conta 27 – Acréscimos e Diferimentos, na Subconta própria, quando forem juros corridos
até ao final do período findo, com vencimentos e cobranças diferidos.
1611 – Títulos Negociáveis – em Moeda Nacional – Acções
1621 – Títulos Negociáveis – em Moeda Estrangeira – Acções
Acolhem o valor das aplicações de excedentes temporários de tesouraria, por um perí-
odo inferior a um ano, em acções.
1612 – Títulos Negociáveis – em Moeda Nacional – Títulos de Dívida Pública
1622 – Títulos Negociáveis – em Moeda Estrangeira – Títulos de Dívida Pública
Registam o valor das aplicações de excedentes temporários de tesouraria, por um perí-
odo inferior a um ano, em títulos de dívida pública.
16123 – Títulos Negociáveis – em Moeda Nacional – Títulos da Dívida Pública –
Títulos Consolidados de Mobilização Financeira (TCMF)
Os Títulos Consolidados de Mobilização Financeira (TCMF) são títulos de crédito
perpétuos criados pelo artigo 15º da Lei nº 70/V/98, de 24 de Agosto, lei esta que institui os

306
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Títulos de Participação do International Support For Cabo Verde Trust Fund, e resultam
da conversão destes, mais precisamente do respectivo desdobramento – Títulos de Partici-
pação/Rendimento. Os TCMF dão direito a 90% do resultado líquido anual do Trust Fund,
são emitidos pelo Tesouro em função da realização do capital do Trust Fund e trocados
com os títulos da dívida pública em circulação. Com a troca o Estado estrito senso se ali-
via dos juros associados a essa dívida pública. Quando o Estado estrito senso os resgatar
transferi-los-á obrigatoriamente para o Fundo Especial de Estabilização e Desenvolvimen-
to (FEED).
Refira-se que integram os Títulos da Dívida Pública apenas os emitidos por uma entidade
do SPA Cabo-Verdiano.
16232 – Títulos Negociáveis – em Moeda Estrangeira – Outras Obrigações – Ins-
tituições Financeiras Supranacionais
16233 – Títulos Negociáveis – em Moeda Estrangeira – Outras Obrigações – Ins-
tituições Financeiras Paragovernamentais
As Instituições Financeiras Supranacionais podem definir-se como instituições finan-
ceiras com características especiais, criadas, detidas e controladas por um grupo de gover-
nos soberanos ou por um grupo de instituições públicas de vários países.
As Instituições Financeiras Paragovernamentais podem caracterizar-se como institui-
ções financeiras especiais, de que, em regra, um governo é o proprietário ou o detentor
maioritário e cujo risco é quase soberano.
17 – Depósitos Bloqueados e Cauções
Entende-se por Depósito Bloqueado o que é aberto por imposição legal, determinação
judicial ou acordo, e cujo titular não o pode movimentar enquanto não ocorrer um determi-
nado fenómeno. São exemplos desses depósitos:
- As disponibilidades apreendidas aos suspeitos de práticas criminosas, enquan-
to decorre o processo;
- As disponibilidades, pertencentes a partes em litígio, apropriadas pela Justiça
no quadro duma providência cautelar, enquanto decorre o processo concer-
nente ao litígio;
- Achados em dinheiro, até à sua devolução ou prescrição;
- As quantias entregues na Justiça a título de pagamento, quando for impossível
para os devedores entregarem as mesmas quantias aos respectivos credores,
até ao seu levantamento ou prescrição.
Refira-se que quanto ao achado integrado no património do Estado, debita-se esta Con-
ta (no caso de se tratar de disponibilidades) ou outra Conta do activo pertinente (noutros ca-
sos) e credita-se a Conta 59 – Credores Desconhecidos por Recursos Alheios Integrados.

307
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

18 – Outras Disponibilidades
Nesta Conta registam-se os meios monetários e outros activos com alto grau de liqui-
dez (facilmente transformáveis em meios monetários sem grandes prejuízos para a entida-
de) que não possam ser enquadrados nas Contas precedentes, nomeadamente as aplicações
de excedentes temporários de tesouraria em títulos que não possam ser considerados Títu-
los Negociáveis.
19 – Provisões para Aplicações de Tesouraria
Esta Conta inclui a provisão constituída por causa da diferença entre o custo de aquisi-
ção e o preço de mercado das aplicações de tesouraria, quando este for inferior àquele. As
aplicações de tesouraria estão registadas nas Contas 1433 – Disponibilidades Consignadas
– da Previdência Social da Função Pública – Títulos Negociáveis, 144 – Disponibilidades
Consignadas – para Serviço da Dívida Pública – Títulos Negociáveis, 145 – Disponibili-
dades Consignadas – para Aplicações de Reservas de Superavits – Títulos Negociáveis,
16 – Títulos Negociáveis e 181 – Outras Aplicações de Tesouraria.
Pela constituição ou reforço da provisão, credita-se esta Conta, por contrapartida da Sub-
conta apropriada da Conta 664 – Provisões do Exercício – da Actividade Financeira (se se
tratar de provisão corrente) ou da Subconta 69.01 – Provisões para Perdas Extraordiná-
rias (se se tratar de provisão causada por razões excepcionais). Debita-se pela utilização
de provisão, por contrapartida da Subconta apropriada da Conta 76 – Proveitos Financeiros.
Pela reposição ou anulação, debita-se esta Conta, por contrapartida da Subconta apropriada
da Conta 79 – Ganhos.
Quanto à articulação entre as Subcontas que segregam os movimentos desta Conta –
veja-se a Conta 39.
CLASSE 2 – TERCEIROS
20 – Depositantes no Tesouro
Veja-se o exposto na Conta 11 – Depósitos à Ordem – no Tesouro. Esta Conta 20 – De-
positantes no Tesouro regista a dívida a pagar do Estado estrito senso para com os deposi-
tantes referidos na Conta 11. Esta Conta 20 – Depositantes no Tesouro é aberta apenas na
Contabilidade do Estado estrito senso. No processo da consolidação, esta Conta 20 – De-
positantes no Tesouro é totalmente compensada com a sua equivalente de sinal contrário
(Conta 11).
Esta Conta 20 – Depositantes no Tesouro é creditada, por contrapartida, nomeadamen-
te: da Subconta apropriada da Conta 25591 – Beneficiários por Subsídios – Outras Entida-
des Produtivas – Entidades Públicas ou da Conta 2561 – Beneficiários por Transferências
– SPA, pela colocação à disposição do beneficiário dos subsídios e das transferências do
Estado estrito senso a favor do SPA; da Conta 1211 – Depósitos à Ordem – no BCV – em
Moeda Nacional – Conta-Corrente do Tesouro, pelos depósitos efectuados pelo SPA na sua

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Conta no Tesouro; da mesma Conta 20 – Depositantes no Tesouro, aquando de transferên-


cia bancária entre os depositantes no Tesouro.
Esta Conta é debitada, por contrapartida, nomeadamente: da Conta 1211 – Depósitos à
Ordem – no BCV – em Moeda Nacional – Conta-Corrente do Tesouro, pelos pagamentos (a
terceiros não depositantes no Tesouro) ordenados pelo SPA; da Conta 250.00 – IUR, pelas
ordens do SPA no sentido de se reduzir o seu depósito no Tesouro a título de pagamento
das retenções do IUR; da mesma Conta 20 – Depositantes no Tesouro, aquando de transfe-
rência bancária entre os depositantes no Tesouro; eventualmente, da pertinente Subconta da
Conta 2531 – Contribuintes da PSFP – TSU Retida, pelas ordens do SPA no sentido de se
reduzir o seu depósito no Tesouro a título de pagamento das retenções da TSU.
21 – Clientes
Inclui as dívidas a receber e a pagar decorrentes de transacções com os compradores
de mercadorias, produtos e serviços, transacções essas enquadráveis na actividade corrente
da nossa entidade.
Recomenda-se o uso desta Conta 21 – Clientes mesmo na circunstância de venda a pron-
to pagamento, pois assim passará a ser mais rica enquanto fonte de informação sobre clien-
tes. Havendo vendas a retalho, não se abrirá uma Subconta para cada cliente a retalho, mas
sim abrir-se-á(ão) Subconta(s) para o(s) grupo(s) de clientes a retalho.
219 – Adiantamentos de Clientes
Esta Conta regista a crédito as entregas à nossa entidade relativas a fornecimentos de
bens e serviços correntes a efectuar a clientes e cujos preços não estejam previamente fixa-
dos. Esses adiantamentos representam, portanto, itens monetários. Aquando da emissão da
factura, esta Conta é debitada, por contrapartida da Conta 211 – Clientes, C/C.
Quando os preços estejam previamente fixados, os adiantamentos não representam
itens monetários. Nestes casos, os mesmos adiantamentos registam-se na Conta 262 –
Adiantamentos por Conta de Vendas.
22 – Fornecedores
Inclui as dívidas a pagar e a receber decorrentes de transacções com os vendedores de mercadorias,
matérias-primas, subsidiárias e de consumo e serviços, quando essas transacções forem en-
quadráveis na actividade corrente da nossa entidade, isto é, quando as pertinentes compras
não se destinem a imobilizações. Quando as aquisições se destinam ao imobilizado, as perti-
nentes dívidas registam-se na Conta 261 – Fornecedores de Imobilizado.
Recomenda-se o uso desta Conta 22 – Fornecedores, mesmo na circunstância de com-
pra a pronto pagamento, pois assim passará a ser mais rica enquanto fonte de informação
sobre fornecedores. Havendo compras a retalho, não se abrirá uma Subconta para cada
pequeno fornecedor, mas sim abrir-se-á(ão) Subconta(s) para o(s) grupo(s) de fornecedores
da economia familiar.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

228 – Fornecedores – Facturas em Recepção e Conferência


Esta Conta 228 – Fornecedores – Facturas em Recepção e Conferência inclui o valor
das compras cujas facturas ainda não tenham sido recebidas ou cujas facturas, embora já
recebidas, ainda não tenham sido conferidas, à data do lançamento, designadamente no
encerramento da escrita.
Quando ocorrer a contabilização definitiva da factura, esta Conta 228 – Fornecedores
– Facturas em Recepção e Conferência será debitada, por crédito da Conta 221 – Forne-
cedores, C/C.
229 – Adiantamentos a Fornecedores
Esta Conta 229 – Adiantamentos a Fornecedores regista a débito as entregas aos for-
necedores de bens e serviços correntes relativas a fornecimentos a efectuar e cujos preços
não estejam previamente fixados. Esses adiantamentos representam, portanto, itens mone-
tários. Aquando da recepção da factura, esta Conta 229 – Adiantamentos a Fornecedores é
creditada, por contrapartida da Conta 221 – Fornecedores, C/C.
Quando os preços estejam previamente fixados, os adiantamentos não representam
itens monetários. Nestes casos, os mesmos adiantamentos registam-se na Conta 37 – Adian-
tamentos por Conta de Compras.
23 – EMPRÉSTIMOS CONCEDIDOS
Esta Conta regista os empréstimos concedidos pela nossa entidade, com excepção dos
titulados. Os empréstimos titulados registam-se, segundo os respectivos objectivos, nas
disponibilidades ou nas imobilizações.
232 – Empréstimos Concedidos – ao Sector Público Empresarial
Esta Conta compreende os empréstimos concedidos a empresas públicas e a empresas
de capitais públicos. Entende-se por empresa pública qualquer empresa cujo capital seja
detido, de forma directa, unicamente pelo Estado estrito senso ou por um município. Quan-
do pertença ao município a empresa pública designa-se por empresa pública municipal.
Entende-se por empresa de capitais públicos qualquer empresa cujo capital seja detido
exclusivamente por duas ou mais entidades públicas.
24 – ESTADO E OUTRAS AUTORIDADES PÚBLICAS
Regista as dívidas a pagar e a receber decorrentes do uso da condição de autoridade
interventora na redistribuição do rendimento nacional, a partir da Contabilidade do objecto
dessa autoridade redistributiva. São débitos e créditos gerados no âmbito da actividade cor-
rente do império, fora do mercado, débitos e créditos a serem registados na Contabilidade
da entidade sobre a qual incide esse império. São exemplos, as prestações compulsivas a
pagar (designadamente, impostos e taxas) e as doações públicas a receber (designada-
mente, subsídios e transferências).

310
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

240 – Estado e Outras Autoridades Públicas – Subsídios e Transferências a Re-


ceber
Regista os subsídios e as transferências a receber que já se tornaram exigíveis e sobre
cuja percepção não se ofereçam dúvidas. Para efeitos práticos, considera-se que um subsí-
dio ou transferência se tornou exigível após a sua liquidação por parte do doador no quadro
da execução orçamental, dependendo o pagamento ou colocação à disposição apenas da
programação da tesouraria.
Quanto aos conceitos de subsídio e transferência, veja-se a Conta 65 – Subsídios e
Transferências Correntes Concedidos.
Esta Conta é debitada: a crédito da Conta 74 – Subsídios e Transferências Correntes
Obtidos, quando as doações destinadas ao funcionamento corrente do exercício se tornarem
exigíveis, sem imediato recebimento; por contrapartida da Conta 53 – Subsídios e Transfe-
rências Plurianuais, quando as doações destinadas a investimentos ou ao funcionamento
corrente de exercício(s) futuro(s) se tornarem exigíveis, sem imediato recebimento.
Esta Conta é creditada, por contrapartida: da Conta 11 – Depósitos à Ordem – no
Tesouro, quando o Tesouro comunicar que creditou esta Conta pelo subsídio ou pela trans-
ferência antes em dívida; doutra Conta de depósito à ordem quando se receber Bordereau
doutra instituição financeira comunicando o crédito do depósito à ordem ali detido pelo
subsídio ou pela transferência antes em dívida e pago pelo doador através de transferência
bancária.
241 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IUR
Regista as eventuais relações de débito e crédito entre a nossa entidade e o fisco decor-
rentes do Imposto Único sobre os Rendimentos gerados pela nossa entidade, rendimentos
esses isentos ou não do IUR.
24111 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IUR Gerados no Ano Corrente –
Retenções na Fonte por Terceiros
Regista a débito as retenções feitas, durante o exercício em curso, por terceiros sobre
os rendimentos gerados no corrente ano pela nossa entidade, retenções essas feitas no mo-
mento do pagamento ou colocação à disposição dos pertinentes rendimentos, independen-
temente da existência ou não de base legal para essa retenção.
Esta Subconta 24111 é creditada no início de cada exercício, logo após o lançamento
da reabertura da escrita, por contrapartida da Subconta 24121 – Estado e Outras Autorida-
des Públicas – IUR Gerados no Ano Findo – Retenções na Fonte por Terceiros Transita-
das, pelo saldo que transitar.
24112 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IUR Gerados no Ano Corrente
– IUR Estimado

311
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

No caso da nossa entidade gerar rendimentos não isentos de IUR, no final do ano, após
o apuramento do “Resultado Antes dos Impostos” na Subconta 545, procede à estimativa
do IUR. O valor do IUR assim estimado é debitado na Subconta 546 - Impostos sobre o
Rendimento do Exercício, por contrapartida desta Subconta 24112.
Esta Subconta 24112 é debitada no início de cada exercício, logo após o lançamento
da reabertura da escrita, por contrapartida da Subconta 24122 – Estado e Outras Autori-
dades Públicas – IUR Gerados no Ano Findo – IUR Estimado Transitado, pelo saldo que
transitar.
24121 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IUR Gerados no Ano Findo – Re-
tenções na Fonte por Terceiros Transitadas
Esta Subconta é debitada no início de cada exercício, logo após o lançamento da re-
abertura da escrita, por contrapartida da Subconta 24111 – Estado e Outras Autoridades
Públicas – IUR Gerados no Ano Corrente – Retenções na Fonte por Terceiros, pelo saldo
que transitar.
Esta Subconta 24121 é saldada no mês de Setembro, após a liquidação do IUR pela
DGCI, no quadro dos pertinentes lançamentos de regularização, por contrapartida da Sub-
conta 24127 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IUR Gerados no Ano Findo – Apu-
ramento.
24122 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IUR Gerados no Ano Findo – IUR
Estimado Transitado
Esta Subconta 24122 é creditada no início de cada exercício, logo após o lançamento
da reabertura da escrita, por contrapartida da Subconta 24112 – Estado e Outras Autorida-
des Públicas – IUR Gerados no Ano Corrente – IUR Estimado, pelo saldo que transitar.
Esta Subconta 24122 é saldada no mês de Setembro, após a liquidação do IUR pela
DGCI, no quadro dos pertinentes lançamentos de regularização, por contrapartida da Sub-
conta 24127 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IUR Gerados no Ano Findo – Apu-
ramento.
24123 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IUR Gerados no Ano Findo –
Pagamentos por Conta
Em Janeiro (se a entidade gera rendimentos não isentos do IUR) a entidade deve pro-
ceder ao pagamento por conta do IUR a ser liquidado em Setembro e concernente a rendi-
mentos gerados no ano findo. O montante pago (equivalente a 30% da matéria colectável
apurada em Setembro do ano findo) é debitado nesta Subconta 24123, por contrapartida de
Disponibilidades. De Março a Maio (se a entidade gera rendimentos tributáveis em sede
do IUR, estejam eles isentos ou não isentos) a entidade deve declarar os rendimentos e, se
for aplicável, pagar por conta do IUR a ser liquidado em Setembro e concernente a ren-
dimentos gerados no ano findo o montante necessário para, acumulado com o pagamento

312
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

por conta de Janeiro pretérito, perfazer o equivalente a 50% do IUR autoliquidado entre
Março e Maio. Também este montante assim pago é debitado nesta Subconta 24123, por
contrapartida de Disponibilidades.
Em Setembro, após a liquidação do IUR pela DGCI, no quadro dos pertinentes lança-
mentos de regularização, esta Subconta 24123 é saldada, por contrapartida da Subconta 24127
– Estado e Outras Autoridades Públicas – IUR Gerados no Ano Findo – Apuramento.
24125 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IUR Gerados no Ano Findo –
Excesso da Estimativa
Em Setembro, após a liquidação do IUR pela DGCI, no quadro dos pertinentes lança-
mentos de regularização, esta Subconta 24125 é debitada, por contrapartida da pertinente
Subconta da Conta 79 – Ganhos, pelo IUR eventualmente estimado a mais a 31 de Dezem-
bro do ano findo, visto o montante de IUR liquidado afinal pela DGCI.
Imediatamente após o lançamento a débito referido no parágrafo anterior, esta Subcon-
ta 24125 é saldada, por contrapartida da Subconta 24127 – Estado e Outras Autoridades
Públicas – IUR Gerados no Ano Findo – Apuramento.
24126 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IUR Gerados no Ano Findo –
Insuficiência da Estimativa
Em Setembro, após a liquidação do IUR pela DGCI, no quadro dos pertinentes lança-
mentos de regularização, esta Subconta 24126 é creditada, por contrapartida da pertinente
Subconta da Conta 69 – Perdas, pelo IUR eventualmente estimado a menos a 31 de De-
zembro do ano findo, visto o montante de IUR liquidado afinal pela DGCI.
Imediatamente após o lançamento a crédito referido no parágrafo anterior, esta Sub-
conta 24126 é saldada, por contrapartida da Subconta 24127 – Estado e Outras Autorida-
des Públicas – IUR Gerados no Ano Findo – Apuramento.
24127 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IUR Gerados no Ano Findo –
Apuramento
Em Setembro, após a liquidação do IUR pela DGCI e depois dos pertinentes lança-
mentos de regularização na Subconta 24125 ou na Subconta 24126, procede-se ao encer-
ramento de todas as Subcontas da Conta 2412 que precedem esta Subconta 24127, por
contrapartida desta Subconta 24127, nos termos detalhados nas Subcontas precedentes.
Após os lançamentos referidos no parágrafo anterior a Subconta 24127 poderá apresen-
tar saldo credor ou devedor. Se o saldo for credor, mostra o remanescente do IUR gerados
no ano findo a pagar ao fisco. Se o saldo for devedor, mostra o reembolso do IUR gerados
no ano findo a que a nossa entidade tem direito junto do fisco. O saldo nulo significará que
não tem nem a pagar nem a receber com relação ao IUR gerados no ano findo.
Se após os lançamentos referidos no penúltimo parágrafo, o saldo desta Subconta
24127 for credor, a Subconta 24127 é debitada, por contrapartida da Subconta 24128 – Es-
tado e Outras Autoridades Públicas – IUR Gerados no Ano Findo – IUR a Pagar.

313
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Se após os lançamentos referidos no antepenúltimo parágrafo, o saldo desta Subconta


24127 for devedor, a Subconta 24127 é creditada, por contrapartida da Subconta 24129 –
Estado e Outras Autoridades Públicas – IUR Gerados no Ano Findo – IUR a Recuperar.
24128 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IUR Gerados no Ano Findo –
IUR a Pagar
Esta Subconta 24128 é inicialmente creditada nos termos detalhados no quadro da
Subconta 24127.
Esta Subconta 24128 é debitada, por contrapartida da Conta apropriada de Disponi-
bilidades quando a nossa entidade pagar o remanescente devido do IUR gerados no ano
findo.
Perante atraso para além de 31 de Dezembro no pagamento do remanescente do IUR
posto à cobrança em Setembro do mesmo ano, esta Subconta 24128 é esvaziada através de
um débito no início do exercício que se seguir, logo após o lançamento da reabertura da es-
crita, por contrapartida da Subconta 24138 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IUR
Gerados Antes do Ano Findo – IUR a Pagar Transitado.
24129 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IUR Gerados no Ano Findo –
IUR a Recuperar
Esta Subconta 24129 é inicialmente debitada nos termos detalhados no quadro da Sub-
conta 24127.
Esta Subconta 24129 é creditada, por contrapartida da Conta apropriada de Disponi-
bilidades quando a nossa entidade receber o IUR gerados no ano findo pago ou retido a
mais.
Perante atraso para além de 31 de Dezembro no recebimento do IUR a reembolsar pelo
fisco à nossa entidade e vencido em Setembro do mesmo ano, esta Subconta 24129 é esva-
ziada através de um crédito no início do exercício que se seguir, logo após o lançamento da
reabertura da escrita, por contrapartida da Subconta 24139 – Estado e Outras Autoridades
Públicas – IUR Gerados Antes do Ano Findo – IUR a Recuperar Transitado.
24138 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IUR Gerados Antes do Ano Fin-
do – IUR a Pagar Transitado
Esta Subconta 24138 é inicialmente creditada nos termos detalhados no quadro da
Subconta 24128.
Esta Subconta 24138 é debitada, por contrapartida da Conta apropriada de Disponi-
bilidades quando a nossa entidade pagar o remanescente devido do IUR gerados antes do
ano findo.
24139 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IUR Gerados Antes do Ano Fin-
do – IUR a Recuperar Transitado

314
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Esta Subconta 24139 é inicialmente debitada nos termos detalhados no quadro da Sub-
conta 24129.
Esta Subconta 24139 é creditada, por contrapartida da Conta apropriada de Disponibi-
lidades quando a nossa entidade receber o IUR gerados antes do ano findo pago ou retido
a mais.
242 – Estado e Outras Autoridades Públicas – Retenções de IUR pela Entidade
Esta Conta movimenta a crédito o valor do IUR que tenha sido retido na fonte pela
nossa entidade em relação a rendimentos de terceiros pagos a estes ou colocados à dispo-
sição destes.
Esta Conta é debitada, por contrapartida: da Subconta da Conta 250.00 – IUR ime-
diatamente após o lançamento referido no parágrafo anterior, quando a nossa entidade for
Estado estrito senso; da Conta apropriada de Disponibilidades, quando a nossa entidade for
outro componente do SPA, no momento do pagamento ao Estado estrito senso ou coloca-
ção à disposição deste do montante retido.
2421 – Estado e Outras Autoridades Públicas – Retenções de IUR pela Entidade – Tra-
balho Dependente
Esta Subconta 2421 é creditada pelas retenções na fonte, pela nossa entidade, do IUR
sobre os rendimentos de trabalho dependente (nomeadamente as remunerações pagas aos
trabalhadores da entidade, incluindo aos órgãos sociais desta), por débito da pertinente
Subconta da Conta 263 – Pessoal. Inclui ainda a crédito as eventuais retenções sobre os
excedentes não isentos das aposentações.
Esta Subconta 2421 é debitada nos termos referidos na Conta 242.
2422 – Estado e Outras Autoridades Públicas – Retenções de IUR pela Entidade
– Trabalho Independente
Esta Subconta 2422 é creditada pelas retenções na fonte feitas, pela nossa entidade, do
IUR sobre os rendimentos de trabalho independente pagos nomeadamente aos profissionais
liberais sem vínculo laboral à nossa entidade, por débito normalmente da pertinente Sub-
conta da Conta 61 – Fornecimentos e Serviços de Terceiros, designadamente da respectiva
Subconta respeitante a Honorários.
Esta Subconta 2422 é debitada nos termos referidos na Conta 242.
2423 – Estado e Outras Autoridades Públicas – Retenções de IUR pela Entidade
– Capitais
Esta Subconta 2423 é creditada pelas retenções na fonte feitas nos termos da lei, pela
nossa entidade, do IUR sobre os rendimentos de capitais e equiparados pagos a terceiros ou
colocados à disposição destes.
Esta Subconta 2423 é debitada nos termos referidos na Conta 242.

315
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

2424 – Estado e Outras Autoridades Públicas – Retenções de IUR pela Entidade


– Prediais
Esta Subconta 2424 é creditada pelas retenções na fonte feitas nos termos da lei, pela
nossa entidade, do IUR sobre os rendimentos prediais e equiparados pagos a terceiros ou
colocados à disposição destes.
Esta Subconta 2424 é debitada nos termos referidos na Conta 242.
2429 – Estado e Outras Autoridades Públicas – Retenções de IUR pela Entidade
– Sobre Outros Rendimentos
Esta Subconta 2429 é creditada pelas retenções na fonte feitas nos termos da lei, pela
nossa entidade, do IUR sobre os rendimentos não especificados nas outras Subcontas da
Conta 242 (nomeadamente, rendimentos de serviços prestados por pessoas físicas não de-
tentoras de profissão em que predomine o carácter científico, técnico ou artístico).
Esta Subconta 2429 é debitada nos termos referidos na Conta 242.
243 – Estado e Outras Autoridades Públicas – Imposto sobre o Valor Acrescenta-
do (IVA)
No caso da nossa entidade desenvolver alguma actividade que, por imposição do Re-
gulamento do Imposto sobre o Valor Acrescentado (RIVA), a torna num sujeito passivo do
IVA, as relações de débito e crédito com a Administração Fiscal decorrentes da aplicação
do RIVA registar-se-ão nesta Conta.
2431 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Suportado
A Subconta apropriada desta Conta 2431 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA
– Suportado é debitada pelo IVA suportado em todas as aquisições de existências, serviços
correntes e imobilizações, por contrapartida, nomeadamente, da Conta apropriada de For-
necedores (correntes ou de imobilizado) ou de Disponibilidades.
A Subconta apropriada desta Conta 2431 – Estado e Outras Autoridades Públicas
– IVA – Suportado é ainda debitada por crédito da Subconta 24332 – Estado e Outras Au-
toridades Públicas – IVA – Liquidado – Operações Especiais, pelo IVA simultaneamente
suportado/liquidado (retido) pela nossa entidade aquando de aquisições (em Cabo Verde)
junto de sujeito passivo não residente, sem representante residente nem estabelecimento
estável no território nacional.
Esta Subconta 2431 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Suportado é cre-
ditada: pelas parcelas do IVA dedutíveis, por contrapartida da Subconta 2432 – Estado e
Outras Autoridades Públicas – IVA – Dedutível; pelas parcelas do IVA não dedutíveis e im-
putáveis a aquisições específicas, por contrapartida das Contas inerentes a estas aquisições;
nos restantes casos (isto é, perante dificuldades de imputação a aquisições específicas ou a
custos específicos), por contrapartida da Subconta 6222 – Tributos – Impostos Indirectos
– IVA não Dedutível.

316
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

2432 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Dedutível


Esta Subconta é debitada, por contrapartida da Subconta 2431 – Estado e Outras Auto-
ridades Públicas – IVA – Suportado, pelas parcelas do IVA dedutíveis nos termos da lei.
A Subconta 2432 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Dedutível apresenta
normalmente saldo devedor ou nulo.
Esta Subconta é creditada, por contrapartida da Subconta 2435 – Estado e Outras
Autoridades Públicas – IVA – Apuramento, aquando da transferência periódica do saldo
respeitante ao período do IVA.
2433 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Liquidado
Por contrapartida normalmente da Subconta apropriada de 68 – Outros Custos, esta
Conta é creditada (através da Subconta 24331 – Estado e Outras Autoridades Públicas –
IVA – Liquidado – Autoconsumos e Operações Gratuitas) pelo IVA liquidado por força da
afectação ou utilização de bens a fins estranhos à entidade (nomeadamente, autoconsumos
alheios à actividade da entidade e transmissões gratuitas de bens ou prestação de serviços
gratuitamente), quando relativamente a esses bens tenha havido dedução do IVA.
Por contrapartida normalmente da Conta apropriada da Classe de Existências ou da de
Imobilizações, esta Conta é creditada (através ainda da Subconta 24331 – Estado e Outras
Autoridades Públicas – IVA – Liquidado – Autoconsumos e Operações Gratuitas) pelo
IVA liquidado por força da subsequente afectação de bens a um sector de actividade isento,
quando relativamente a esses bens tenha havido dedução do IVA.
Por contrapartida da Subconta apropriada da Conta 2431 – Estado e Outras Autorida-
des Públicas – IVA – Suportado, esta Conta é creditada (através da Subconta 24332 – Es-
tado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Liquidado – Operações Especiais), pelo IVA
simultaneamente suportado/liquidado (retido) pela nossa entidade aquando de aquisições
(em Cabo Verde) junto de sujeito passivo não residente, sem estabelecimento estável no
território nacional nem representante residente.
Por contrapartida normalmente da Subconta apropriada de Clientes ou de Disponibi-
lidades, esta Conta é creditada (através da Subconta 24333 – Estado e Outras Autoridades
Públicas – IVA – Liquidado – Operações Gerais) pelo IVA liquidado nas facturas ou docu-
mentos equivalentes emitidos pela nossa entidade ou ainda nos adiantamentos de clientes.
Quando a nossa entidade factura com IVA incluído (isto é, sem discriminação na fac-
tura do montante do IVA liquidado), inicialmente o valor global facturado é creditado na
pertinente Subconta da Conta 70 – Vendas e Prestações de Serviços e periodicamente as
pertinentes Subcontas desta Conta são debitadas, por contrapartida da Subconta 24333 –
Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Liquidado – Operações Gerais, pelo IVA
liquidado no período.
As Subcontas da Conta 2433 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Liqui-
dado apresentam normalmente saldo credor ou nulo.

317
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

As Subcontas da Conta 2433 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Liqui-


dado são debitadas, por contrapartida da Subconta 2435 – Estado e Outras Autoridades
Públicas – IVA – Apuramento, aquando da transferência periódica dos saldos respeitantes
ao período do IVA.
2434 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Regularizações
Esta Conta regista as correcções do IVA apuradas nos termos do RIVA e susceptíveis
de serem incluídas nas respectivas declarações periódicas, correcções que se distribuem
pelas Subcontas respectivas como segue.
24341 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Regularizações – Anuais
por Cálculo dos Pro Rata Definitivos
Quando, no exercício da actividade, a nossa entidade realize conjuntamente operações
que conferem direito a dedução e operações que não conferem esse direito, o IVA suportado
nas aquisições apenas será dedutível na percentagem correspondente ao montante anual das
operações realizadas que confiram direito a dedução.
No decorrer do ano, periodicamente a nossa entidade pode estimar a percentagem
referida no parágrafo anterior recorrendo nomeadamente à percentagem real observada no
ano anterior, que, desta feita, assume no corrente ano o carácter de percentagem provisó-
ria (pro rata provisório). Com base nesta percentagem provisória a nossa entidade estima o
IVA dedutível provisório de cada período.
No final do ano a nossa entidade apura a percentagem real das aquisições dedutíveis
com base nos dados contabilísticos definitivos, percentagem esta que, desta feita, assume
no corrente ano o carácter de percentagem definitiva (pro rata definitivo). Com base nesta
percentagem definitiva a nossa entidade apura o IVA dedutível definitivo.
O montante do IVA dedutível estimado e o montante do IVA dedutível definitivo podem
ser diferentes, caso em que se procede às regularizações, debitando esta Subconta 24341 –
Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Regularizações – Anuais por Cálculo dos
Pro Rata Definitivos se o montante do IVA dedutível estimado for inferior ao montante do
IVA dedutível definitivo ou creditando, no caso oposto.
Tratando-se de aquisições de bens (existências ou imobilizações) ou de serviços imo-
bilizáveis ainda no Activo, a contrapartida da Subconta 24341 – Estado e Outras Autorida-
des Públicas – IVA – Regularizações – Anuais por Cálculo dos Pro Rata Definitivos será a
Conta que contenha esse bem corrente ou imobilizado ou serviço imobilizado, cujo valor
de aquisição ficará, desta feita, aumentado ou diminuído. Tratando-se de aquisições já in-
corporadas nos custos extintos do exercício, a contrapartida da Subconta 24341 – Estado e
Outras Autoridades Públicas – IVA – Regularizações – Anuais por Cálculo dos Pro Rata
Definitivos será a Conta que contenha esse custo extinto, aumentando ou diminuindo, desta
feita, este custo. Perante dificuldades de imputação específica nos termos referidos neste

318
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

parágrafo, a contrapartida dos débitos na Subconta 24341 – Estado e Outras Autoridades


Públicas – IVA – Regularizações – Anuais por Cálculo dos Pro Rata Definitivos será a per-
tinente Subconta da Conta 79 – Ganhos e a contrapartida dos créditos na Subconta 24341
– Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Regularizações – Anuais por Cálculo dos
Pro Rata Definitivos será a pertinente Subconta da Conta 69 – Perdas.
Tenha-se em atenção que, de momento, o nosso RIVA não estabelece diferença no
regime de dedução entre aquisições correntes e aquisições destinadas às imobilizações – os
dois tipos de aquisições são susceptíveis de dedução a 100% imediatamente após à aqui-
sição.
24342 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Regularizações – Periódi-
cas a Favor da Nossa Entidade
Esta Subconta é debitada, por contrapartida normalmente de Terceiros por correcções
do IVA que favoreçam a nossa entidade, motivadas por: erros ou omissões no apuramento
do IVA; liquidações correctivas feitas pela Administração Fiscal na sequência da fiscaliza-
ção; devoluções de mercadorias por clientes; descontos ou abatimentos concedidos extra
factura; rescisões ou reduções de contratos; anulações e incobrabilidade de créditos; e ou-
tras situações previstas no RIVA.
24343 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Regularizações – Periódi-
cas a Favor do Estado
Esta Subconta é creditada, por contrapartida normalmente de Terceiros ou de Per-
das por correcções do IVA que favoreçam o Estado, motivadas por: erros ou omissões no
apuramento do IVA; liquidações correctivas feitas pela Administração Fiscal na sequência
da fiscalização; devoluções de mercadorias aos fornecedores; descontos ou abatimentos
obtidos extra factura; rescisões ou reduções de contratos; anulações de débitos; e outras
situações previstas no RIVA.
2435 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Apuramento
No fim de cada período do IVA, as Subcontas das Contas 2432 – Estado e Outras
Autoridades Públicas – IVA – Dedutível, 2433 – Estado e Outras Autoridades Públicas –
IVA – Liquidado e 2434 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Regularizações
são saldadas, por contrapartida da Conta 2435 – Estado e Outras Autoridades Públicas –
IVA – Apuramento. É ainda saldada a Conta 2437 – Estado e Outras Autoridades Públicas
– IVA – a Recuperar, por contrapartida desta Conta 2435 – Estado e Outras Autoridades
Públicas – IVA – Apuramento.
Efectivamente, com o fito de apurar o IVA a pagar ou a recuperar em referência a um
determinado período do IVA, periodicamente para esta Conta 2435 – Estado e Outras Auto-
ridades Públicas – IVA – Apuramento são transferidos os saldos das Subcontas das Contas
2432, 2433 e 2434, e bem ainda o saldo que constar na Conta 2437, respeitante ao montante
de crédito do IVA reportado do período anterior sobre o qual não exista nenhum pedido de
reembolso.

319
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Depois das transferências referidas no parágrafo anterior, o saldo assim apurado na


Conta 2435 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Apuramento é, por sua vez,
transferido: para crédito da Conta 24361 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – a
Pagar – Valores Apurados, se for credor; ou para débito da Conta 2437 – Estado e Outras
Autoridades Públicas – IVA – a Recuperar, se for devedor.
24361 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – a Pagar – Valores Apurados
A Subconta 24361 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – a Pagar – Valores
Apurados é creditada por débito da 2435 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA
– Apuramento, nos termos referidos na nota explicativa da Conta 2435 – Estado e Outras
Autoridades Públicas – IVA – Apuramento.
Feita a transferência referida no parágrafo anterior, o tratamento contabilístico subse-
quente depende do cenário que se apresentar. Alguns desses cenários são identificados e os
respectivos tratamentos contabilísticos especificados depois (abaixo) da nota explicativa
concernente à Conta 2439 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Liquidações
Oficiosas.
24362 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – a Pagar – Liquidações
Oficiosas
A Subconta 24362 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – a Pagar – Liquida-
ções Oficiosas é creditada, por contrapartida da Conta 2439 – Estado e Outras Autoridades
Públicas – IVA – Liquidações Oficiosas, nas circunstâncias referidas na nota explicativa da
Conta 2439 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Liquidações Oficiosas. Este
lançamento pode ser anulado se a liquidação oficiosa ficar sem efeito antes do pagamento.
Imediatamente após o lançamento referido no parágrafo anterior, esta Subconta 24362
– Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – a Pagar – Liquidações Oficiosas é debi-
tada, por contrapartida da Subconta apropriada da Conta 250.50 – Imposto sobre o Valor
Acrescentado, se a nossa entidade for Estado estrito senso, pelo pagamento virtual (in-
terno). Se a nossa entidade for outro componente do SPA, esta Subconta 24362 – Estado
e Outras Autoridades Públicas – IVA – a Pagar – Liquidações Oficiosas é debitada, por
contrapartida da Subconta apropriada de Disponibilidades, pelo pagamento.
2437 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – a Recuperar
Esta Conta 2437 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – a Recuperar é de-
bitada, por contrapartida: da Conta 2435 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA
– Apuramento, pela transferência do saldo devedor desta e referente a um determinado
período do IVA, saldo devedor este que representa o valor de crédito sobre o Estado no pe-
ríodo do IVA em referência; da Conta 2438 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA –
Reembolsos Pedidos, anulando o lançamento inicial respeitante a um pedido de reembolso
que venha a ser integral ou parcialmente indeferido, com relação ao montante indeferido.

320
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Esta Conta 2437 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – a Recuperar é credi-
tada, por contrapartida: da Conta 2438 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Re-
embolsos Pedidos, pelo montante de reembolso que for solicitado aquando da remessa da
declaração; da Conta 2435 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Apuramento,
pelo saldo que constar na Conta 2437 no momento do apuramento do IVA do período sub-
sequente, saldo este que representará o montante de crédito do IVA reportado do período
anterior sobre o qual não exista nenhum pedido de reembolso.
Para além dos lançamentos referidos nos dois últimos parágrafos, podem surgir outros
cenários, requerendo lançamentos diferentes. Alguns dos possíveis cenários são identifi-
cados e os respectivos tratamentos contabilísticos especificados depois (abaixo) da nota
explicativa concernente à Conta 2439 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Li-
quidações Oficiosas.
O saldo da Conta 2437 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – a Recuperar
é normalmente devedor ou nulo.
2438 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Reembolsos Pedidos
Esta Conta 2438 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Reembolsos Pedidos
é debitada, por contrapartida da Conta 2437 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA
– a Recuperar, pelo montante do reembolso pedido porventura aquando da remessa da
declaração do IVA.
Esta Conta 2438 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Reembolsos Pedidos
é creditada, por contrapartida:
a) Da Subconta apropriada da Conta 250.50 – Imposto sobre o Valor
Acrescentado, se a nossa entidade for Estado estrito senso, pelo pagamento vir-
tual do montante do pedido de reembolso deferido pela Administração Fiscal,
imediatamente após este deferimento;
b) Da Conta apropriada de Disponibilidades, quando a nossa entida-
de for outro componente do SPA, no momento do recebimento do Estado estrito
senso ou colocação à disposição da nossa entidade do montante do IVA reembol-
sado;
c) (a título de regularização) da Conta 2437 – Estado e Outras Autoridades
Públicas – IVA – a Recuperar, pelo montante do pedido de reembolso indeferi-
do, imediatamente após este indeferimento, anulando assim total ou parcialmen-
te o lançamento inicial na sequência do indeferimento total ou parcial, respec-
tivamente.
2439 – Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – Liquidações Oficiosas
Se um sujeito passivo do IVA não apresentar a declaração periódica do IVA a que está
obrigado no respectivo prazo legal, deverão os serviços competentes da Direcção-Geral das
Contribuições e Impostos proceder à liquidação oficiosa do IVA.

321
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Pela notificação da liquidação oficiosa, debita-se esta Conta 2439 – Estado e Outras
Autoridades Públicas – IVA – Liquidações Oficiosas, por contrapartida da Subconta 24362
– Estado e Outras Autoridades Públicas – IVA – a Pagar – Liquidações Oficiosas.
O tratamento contabilístico subsequente ao débito nesta Conta 2439 – Estado e Outras
Autoridades Públicas – IVA – Liquidações Oficiosas referido no parágrafo anterior depen-
de do cenário que se apresentar. A seguir são indicados alguns desses cenários e respectivos
tratamentos contabilísticos, quer para a situação de subsequente apuramento de IVA a pa-
gar, quer para a situação de subsequente apuramento de IVA a recuperar.
OUTROS CENÁRIOS DE IVA A PAGAR E A RECUPERAR
E SUA CONTABILIZAÇÃO
(a compreensão desta exposição esquemática requer prévio conhecimento
do RIVA e da contabilidade)
IVA A PAGAR APURADO E TRANSFERIDO
PARA A CONTA 24361
CENÁRIOS:
1 – Antes da notificação da liquidação oficiosa
2 – Depois da notificação da liquidação oficiosa
2.1 – A liquidação oficiosa fica sem efeito
2.1.1 – Antes do seu pagamento
2.1.1.1 – O valor apurado é = à liquidação oficiosa
2.1.1.2 – O valor apurado é < à liquidação oficiosa
2.1.1.3 – O valor apurado é > à liquidação oficiosa
2.1.2 – Depois do seu pagamento
2.1.2.1 – O valor apurado é = à liquidação oficiosa
2.1.2.2 – O valor apurado é < à liquidação oficiosa
2.1.2.3 – O valor apurado é > à liquidação oficiosa
2.2 – A liquidação oficiosa não fica sem efeito
2.2.1 – O valor apurado é = à liquidação oficiosa
2.2.2 – O valor apurado é < à liquidação oficiosa
2.2.3 – O valor apurado é > à liquidação oficiosa

322
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

TRATAMENTO CONTABILÍSTICO:
CENÁRIO 1 ⇒ 24361/250.50.... ou 1..., saldando a Subconta 24361
CENÁRIO 2.1.1.1 ⇒ 24362/2439, anulando a liquidação oficiosa +
24361/250.50.... ou 1..., saldando a Subconta 24361
CENÁRIO 2.1.1.2 ⇒ 24362/2439, anulando a liquidação oficiosa +
24361/250.50.... ou 1..., saldando a Subconta 24361
CENÁRIO 2.1.1.3 ⇒ 24362/2439, anulando a liquidação oficiosa +
24361/250.50.... ou 1..., saldando a Subconta 24361
CENÁRIO 2.1.2.1 ⇒ 24361/2439, saldando as duas Contas
CENÁRIO 2.1.2.2 ⇒ 24361/2439, saldando a Subconta 24361 + pelo crédito
sobre o fisco decorrente do pagamento a mais 24342/2439,
saldando esta Conta 2439
CENÁRIO 2.1.2.3 ⇒ 24361/2439, saldando a Conta 2439 + pelo remanescento
cente devido ao fisco decorrente do pagamento a menos,
24361/250.50.... ou 1…, saldando a Subconta 24361
CENÁRIO 2.2.1 ⇒24361/2439, saldando as duas Contas
CENÁRIO 2.2.2 ⇒ 24361/2439, saldando a Subconta 24361 + pela diferença
de corrente do pagamento a mais 69…/2439,saldando esta
Conta 2439
CENÁRIO 2.2.3 ⇒ 24361/2439, saldando a Conta 2439 + pelo remanescente
de corrente do pagamento a menos, 24361/277.06, sal
dando a Conta 24361
O proveito diferido lançado a crédito da Conta 277.06 – Proveitos Diferidos – Dife-
renças Favoráveis do IVA é transferido para crédito da Conta 24343 – Estado e Outras
Autoridades Públicas – IVA – Regularizações – Periódicas a Favor do Tesouro, a título de
regularização se nos cinco anos seguintes o fisco o exigir corrigindo a liquidação oficiosa.
Após este período, permanecendo este proveito diferido a crédito da Conta 277.06, esta
Conta será saldada, creditando, por contrapartida, a Subconta apropriada da Conta 79 – Ga-
nhos, pela caducidade do direito à liquidação do IVA ao termo do quinto ano civil seguinte
àquele em que se verificou a sua exigibilidade.
IVA A RECUPERAR APURADO E TRANSFERIDO
PARA A CONTA 2437
CENÁRIOS:
1 – Antes da notificação da liquidação oficiosa
2 – Depois da notificação da liquidação oficiosa
2.1 – A liquidação oficiosa fica sem efeito
2.1.1 – Antes do seu pagamento
2.1.2 – Depois do seu pagamento
2.2 – A liquidação oficiosa não fica sem efeito

323
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

TRATAMENTO CONTABILÍSTICO:
CENÁRIO 1 ⇒ 2438/2437 ou, no apuramento subsequente, 2435/2437 pelo sal do
que constar na altura nesta Conta 2437
Havendo indeferimento do pedido de reembolso, 2437/2438, anulando o lançamento
inicial pertinente. Havendo deferimento, 250.50.... ou 1…/2438, saldando esta Conta 2438
aquando do recebimento ou colocação à disposição da nossa entidade do montante.
CENÁRIO 2.1.1 ⇒ 24362/2439, anulando a liquidação oficiosa +2438/2437 ou, no
apuramento subsequente, 2435/2437 pelo saldo que cons-
tar na altura nesta Conta 2437
Havendo indeferimento do pedido de reembolso, 2437/2438, anulando o lançamento
inicial pertinente. Havendo deferimento, 250.50.... ou 1…/2438, saldando esta Conta 2438
aquando do recebimento ou colocação à disposição da nossa entidade do montante.
CENÁRIO 2.1.2 ⇒ 24342/2439, saldando esta Conta 2439 a título de regulariza-
ção pelo crédito sobre o fisco decorrente do pagamento a mais
+ 2438/2437 ou, no apuramento subsequente, 2435/2437
pelo saldo que constar na altura nesta Conta 2437
Havendo indeferimento do pedido de reembolso, 2437/2438, anulando o lançamento
inicial pertinente. Havendo deferimento, 250.50.... ou 1…/2438, saldando esta Conta 2438
aquando do recebimento ou colocação à disposição da nossa entidade do montante.
CENÁRIO 2.2 ⇒ 69.../2439, saldando esta Conta 2439 a título de regularização
pela perda decorrente do pagamento a mais + 69…/2437 pelo
IVA a recuperar perdido por causa da não remessa atempada
da declaração, saldando esta Conta 2437
246 – Penalidades Legais
São penalidades legais aplicadas à nossa entidade pelas autoridades competentes.
Quanto ao conceito de penalidade legal (multa e coima) – veja-se a Conta 77 – Penalida-
des Legais.
As Subcontas apropriadas desta Conta 246 – Penalidades Legais são creditadas, por
contrapartida das Subcontas apropriadas da Conta 69 – Perdas, pela notificação.
Pelo pagamento, as Subcontas apropriadas desta Conta 246 – Penalidades Legais são
debitadas, por contrapartida normalmente da Conta apropriada de Disponibilidades. Se
a nossa entidade for Estado estrito senso, pelo pagamento virtual (interno) as Subcontas
apropriadas desta Conta 246 – Penalidades Legais são debitadas, por contrapartida das
Subcontas apropriadas da Conta 252 – Contribuintes por Penalidades Legais.

324
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

247.01 – Estado e Outras Autoridades Públicas – Municípios – Taxa Ecológica


Sendo legalmente a Taxa Ecológica um imposto local em cuja cobrança o Estado estri-
to senso é intermediário, ao abrigo do princípio da Substância Sobre a Forma, considera-se
aqui a eventual dívida relativa a Taxa Ecológica uma dívida aos Municípios.
248 – Estado e Outras Autoridades Públicas – Instituições de Previdência
Esta Conta regista a crédito: as retenções relacionadas com a segurança social, por
débito normalmente das Subcontas da Conta 263 – Pessoal; a comparticipação patronal re-
lacionada com a segurança social, por contrapartida normalmente da Subconta apropriada
da Conta 63 – Custos com o Pessoal.
Pela entrega ao INPS dos valores retidos e da comparticipação patronal debita-se a
Subconta 2481 – Instituto Nacional da Previdência Social, por contrapartida da Conta
apropriada de disponibilidades.
Quanto à movimentação da Subconta 2482 – Previdência Social da Função Pública
– veja-se PREVIDÊNCIA SOCIAL DA FUNÇÃO PÚBLICA & PNCP no fim desta parte
– NOTAS EXPLICATIVAS.

25 – CONTRIBUINTES E BENEFICIÁRIOS
Regista as dívidas a receber e a pagar decorrentes do uso da condição de autoridade
interventora na redistribuição do rendimento nacional, a partir da contabilidade da entida-
de que exerce essa autoridade redistributiva. São débitos e créditos gerados no âmbito da
actividade corrente do império, fora do mercado. São exemplos, as prestações compulsivas
a receber (designadamente, impostos e taxas) e as doações públicas a pagar (subsídios e
transferências).
250 – Contribuintes por Impostos
Quando a nossa entidade exerce a autoridade de cobrar impostos, pela liquidação destes,
a Conta 250 – Contribuintes por Impostos regista os créditos sobre terceiros. Quanto ao
conceito de imposto – veja-se a Conta 75 – Impostos.
Debita-se a Subconta apropriada desta Conta 250 – Contribuintes por Impostos, por
contrapartida normalmente da Subconta apropriada da Conta 75 – Impostos, pela liquida-
ção, nos termos da lei, de um imposto por parte da nossa entidade.
Credita-se a Subconta apropriada desta Conta 250 – Contribuintes por Impostos, por
contrapartida normalmente de Disponibilidades, pelo recebimento do imposto. Para o caso
de o pagador de imposto ser outro componente do SPA detentor de depósito à ordem no
Tesouro e do recebedor do imposto ser o Estado estrito senso, estaremos perante pagamen-
to virtual (externo) que se contabiliza creditando as Subcontas apropriadas desta Conta
250 – Contribuintes por Impostos, por contrapartida da Subconta apropriada da Conta 20
– Depositantes no Tesouro. Para o caso de o pagador de imposto ser o Estado estrito senso,

325
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

estaremos perante pagamento virtual (interno) que se contabiliza nos termos referidos nas
Subcontas da Conta 24 – Estado e Outras Autoridades Públicas – ou seja, normalmente
credita-se a Subconta apropriada desta Conta 250 – Contribuintes por Impostos, por con-
trapartida da Subconta apropriada da Conta 24 – Estado e Outras Autoridades Públicas.
251 – Contribuintes por Taxas e Contribuições
Quando a nossa entidade exerce a autoridade de cobrar taxas ou contribuições, pela li-
quidação destas, a Conta 251 – Contribuintes por Taxas e Contribuições regista os créditos
sobre terceiros. Quanto aos conceitos de taxas, emolumentos, custas e contribuições – veja-
se a Conta 72 – Taxas e Contribuições.
Debita-se a Subconta apropriada desta Conta 251 – Contribuintes por Taxas e Con-
tribuições, por contrapartida normalmente da Subconta apropriada da Conta 72 – Taxas e
Contribuições, pela liquidação, nos termos da lei, de uma taxa ou contribuição por parte da
nossa entidade.
Credita-se a Subconta apropriada desta Conta 251 – Contribuintes por Taxas e Contri-
buições, por contrapartida normalmente de Disponibilidades, pelo recebimento da taxa ou
contribuição. Para o caso de o pagador da taxa ou contribuição ser outro componente do
SPA detentor de depósito à ordem no Tesouro e do recebedor da taxa ou contribuição ser
o Estado estrito senso, estaremos perante pagamento virtual (externo) que se contabiliza
creditando as Subcontas apropriadas desta Conta 251 – Contribuintes por Taxas e Contri-
buições, por contrapartida da Subconta apropriada da Conta 20 – Depositantes no Tesouro.
Para o caso de o pagador da taxa ou contribuição ser o Estado estrito senso, estaremos
perante pagamento virtual (interno) que se contabiliza nos termos referidos nas Subcontas
da Conta 24 – Estado e Outras Autoridades Públicas – ou seja, normalmente credita-se a
Subconta apropriada desta Conta 251 – Contribuintes por Taxas e Contribuições, por con-
trapartida da Subconta apropriada da Conta 24 – Estado e Outras Autoridades Públicas.
252 – Contribuintes por Penalidades Legais
Quando a nossa entidade exerce a autoridade de cobrar penalidades legais, pela li-
quidação destas, a Conta 252 – Contribuintes por Penalidades Legais regista os créditos
sobre terceiros. Quanto ao conceito de penalidade legal (multa e coima) – veja-se a Conta
77 – Penalidades Legais.
Debita-se a Subconta apropriada desta Conta 252 – Contribuintes por Penalidades
Legais, por contrapartida normalmente da Subconta apropriada da Conta 77 – Penalida-
des Legais, pela liquidação, nos termos da lei, de uma multa ou coima por parte da nossa
entidade.
Credita-se a Subconta apropriada desta Conta 252 – Contribuintes por Penalidades
Legais, por contrapartida normalmente de Disponibilidades, pelo recebimento da multa ou
coima. Para o caso de o pagador da penalidade legal ser outro componente do SPA detentor

326
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

de depósito à ordem no Tesouro e do recebedor da penalidade legal ser o Estado estrito sen-
so, estaremos perante pagamento virtual (externo) que se contabiliza creditando as Subcon-
tas apropriadas desta Conta 252 – Contribuintes por Penalidades Legais, por contrapartida
da Subconta apropriada da Conta 20 – Depositantes no Tesouro. Para o caso de o pagador
da multa ou coima ser o Estado estrito senso, estaremos perante pagamento virtual (inter-
no) que se contabiliza nos termos referidos nas Subcontas da Conta 24 – Estado e Outras
Autoridades Públicas – ou seja, normalmente credita-se a Subconta apropriada desta Conta
252 – Contribuintes por Penalidades Legais, por contrapartida da Subconta apropriada da
Conta 24 – Estado e Outras Autoridades Públicas.
253 – Contribuintes da Previdência Social da Função Pública
Na contabilidade do Estado estrito senso, esta Conta 253 – Contribuintes da Previ-
dência Social da Função Pública regista, a débito, os eventuais créditos do Estado estrito
senso sobre as outras entidades do SPA e demais entidades que retenham TSU ou estejam
devendo pela comparticipação patronal vencida.
Quanto à movimentação da Conta 253 – Contribuintes da Previdência Social da Fun-
ção Pública – veja-se PREVIDÊNCIA SOCIAL DA FUNÇÃO PÚBLICA & PNCP no fim
desta parte – NOTAS EXPLICATIVAS.
255 – Beneficiários por Subsídios
256 – Beneficiários por Transferências
Estas Contas registam as dívidas a pagar pela nossa entidade quando esta for a auto-
ridade concedente de subsídios ou transferências, pela liquidação destes. Quanto aos con-
ceitos de subsídio e de transferência – veja-se a Conta 65 – Subsídios e Transferências
Correntes Concedidos.
Creditam-se as Subcontas apropriadas destas Contas 255 – Beneficiários por Subsídios
e 256 – Beneficiários por Transferências, por contrapartida normalmente das Subcontas
apropriadas da Conta 65 – Subsídios e Transferências Correntes Concedidos, pela liquida-
ção, nos termos da lei, de um subsídio corrente ou de uma transferência corrente por parte
da nossa entidade.
Debitam-se as Subcontas apropriadas destas Contas 255 – Beneficiários por Subsídios
e 256 – Beneficiários por Transferências, por contrapartida normalmente de Disponibili-
dades, pelo pagamento do subsídio ou da transferência. Para o caso de o beneficiário ser
outro componente do SPA detentor de depósito à ordem no Tesouro e do concedente ser
o Estado estrito senso, estaremos perante pagamento virtual (externo) que se contabiliza
debitando as Subcontas apropriadas destas Contas 255 – Beneficiários por Subsídios e 256
– Beneficiários por Transferências, por contrapartida da Subconta apropriada da Conta 20
– Depositantes no Tesouro.

327
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

257 – Beneficiários – da PSFP – Aposentados e Pensionistas Contributivos


Regista-se a crédito desta Conta 257 – Beneficiários – da PSFP – Aposentados e Pen-
sionistas Contributivos as dívidas a pagar pelo Estado estrito senso e pelos municípios
(estes se assim a lei vier a permitir) aos aposentados e pensionistas contributivos, pela
liquidação das aposentações e pensões.
Quanto à movimentação da Conta 257 – Beneficiários – da PSFP – Aposentados e
Pensionistas Contributivos – veja-se PREVIDÊNCIA SOCIAL DA FUNÇÃO PÚBLICA
& PNCP no fim desta parte – NOTAS EXPLICATIVAS.
26 – OUTROS DEVEDORES E CREDORES
Esta Conta regista as dívidas a receber e a pagar, com documentação vinculativa e que
não possam ser enquadradas nas Contas precedentes da Classe 2.
260 – Devedores e Credores da Previdência Social da Função Pública
Esta Conta 260 – Devedores e Credores da Previdência Social da Função Pública
regista as outras dívidas a pagar e a receber do Sistema da Previdência Social da Função
Pública não registáveis nas Contas precedentes desta Classe. Não se registam nesta Conta
260 – Devedores e Credores da Previdência Social da Função Pública as dívidas decor-
rentes de redistribuições compulsivas, acompanhadas através das Contas precedentes desta
Classe (2482 – Previdência Social da Função Pública, 253 – Contribuintes da Previdência
Social da Função Pública e 257 – Beneficiários – da PSFP – Aposentados e Pensionistas
Contributivos).
Quanto à movimentação da Conta 260 – Devedores e Credores da Previdência Social da
Função Pública – veja-se PREVIDÊNCIA SOCIAL DA FUNÇÃO PÚBLICA & PNCP no
fim desta parte – NOTAS EXPLICATIVAS.
2619 – Adiantamentos a Fornecedores de Imobilizado
Esta Conta regista a débito as entregas aos fornecedores de imobilizados relativas a
fornecimentos a efectuar e cujos preços não estejam previamente fixados. Esses adian-
tamentos representam, portanto, itens monetários. Aquando da recepção da factura, esta
Conta é creditada, por contrapartida da Conta 2611 – Fornecedores de Imobilizado, C/C.
Quando os preços estejam previamente fixados, os adiantamentos não representam
itens monetários. Nestes casos, os mesmos adiantamentos registam-se a débito de uma
das Subcontas destinadas a adiantamentos para Imobilizações em Curso – 447, 448, 449 e
478.
262 – Adiantamentos por Conta de Vendas
Esta Conta regista a crédito as entregas de clientes por conta de fornecimento de bens
ou serviços correntes cujo preço esteja previamente fixado. Esses adiantamentos não repre-
sentam, portanto, itens monetários. Aquando da emissão da factura, esta Conta é debitada,
por contrapartida da Conta 211 – Clientes, C/C.

328
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Quando os preços não estejam previamente fixados, os adiantamentos representam


itens monetários. Nestes casos, os mesmos adiantamentos registam-se a crédito da Conta
219 – Adiantamentos de Clientes.
2631 – Remunerações de Base a Pagar
Esta Conta regista a crédito o valor bruto das remunerações de base do pessoal da enti-
dade (incluindo os órgãos da direcção), por contrapartida da Subconta apropriada da Conta
63 – Custos com o Pessoal, aquando da liquidação das mesmas remunerações.
Subsequentemente, esta Conta 2631 – Remunerações de Base a Pagar é debitada, por
contrapartida, nomeadamente:
a) Da Subconta 2421 – Estado e Outras Autoridades Públicas – Retenções de
IUR pela Entidade – Trabalho Dependente, pela retenção na fonte do IUR;
b) Da Subconta 2481 – Instituto Nacional da Previdência Social, pela retenção
para a previdência social concernente à parte do pessoal afecto ao regime (ou
componente do regime) de previdência social administrado pelo INPS;
c) Da Subconta 24821 – PSFP – TSU Retida, pela eventual retenção da TSU
concernente à parte do pessoal afecto ao regime (ou componente do regime)
de previdência não administrado pelo INPS;
d) Da Conta 264 – Sindicatos, pelas eventuais retenções autorizadas pelos filia-
dos em organizações sindicais;
e) Da Subconta apropriada da Conta 269.50 – Retenções Eventuais por Transfe-
rir, por eventuais outras retenções;
f) Da Conta apropriada de Disponibilidades, pelo valor líquido da remuneração
colocado à disposição do pessoal.
265 – Obrigacionistas
Esta Conta 265 – Obrigacionistas regista dívidas a receber e a pagar entre a nossa
entidade e os mutuantes subscritores de obrigações emitidas pela nossa entidade, dívidas
essas especificadas nas suas Subcontas.
Os Prémios de Emissão de Obrigações e os Descontos de Emissão de Obrigações são,
respectivamente, creditados e debitados nas Subcontas apropriadas da Conta 27 – Acrésci-
mos e Diferimentos e, subsequentemente, amortizados paralelamente à contabilização dos
juros que corrigem. As Despesas de Emissão de Obrigações são também objecto de dife-
rimento, através do débito da Subconta apropriada da Conta 27 – Acréscimos e Diferimen-
tos, para subsequente amortização gradual, consoante a vida útil do pertinente empréstimo
obtido (Dívida Pública).
As Subcontas 26511 – Obrigacionistas – em Moeda Nacional – C/Subscrição e 26521
– Obrigacionistas – em Moeda Estrangeira – C/Subscrição debitam-se, por contrapartida

329
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

de uma das Contas apropriadas da Dívida Pública e constantes na Classe 5, pela subscrição
de obrigações. As Subcontas 26511 – Obrigacionistas – em Moeda Nacional – C/Subscri-
ção e 26521 – Obrigacionistas – em Moeda Estrangeira – C/Subscrição são creditadas,
por contrapartida de Disponibilidades, quando o obrigacionista pagar o montante da subs-
crição.
As Subcontas 26512 – Obrigacionistas – em Moeda Nacional – C/Obrigações Sor-
teadas ou Vencidas e 26522 – Obrigacionistas – em Moeda Estrangeira – C/Obrigações
Sorteadas ou Vencidas são creditadas, por contrapartida de uma das Contas apropriadas
da Dívida Pública e constantes na Classe 5, pelo sorteio ou vencimento das obrigações a
serem amortizadas quando os obrigacionistas exigirem. As Subcontas 26512 – Obrigacio-
nistas – em Moeda Nacional – C/Obrigações Sorteadas ou Vencidas e 26522 – Obriga-
cionistas – em Moeda Estrangeira – C/Obrigações Sorteadas ou Vencidas são debitadas
aquando da efectivação da amortização, por contrapartida de Disponibilidades.
As Subcontas 26513 – Obrigacionistas – em Moeda Nacional – C/Juros a Pagar e
26523 – Obrigacionistas – em Moeda Estrangeira – C/Juros a Pagar são creditadas, por
contrapartida da Subconta apropriada de 66 – Custos Financeiros, pelo vencimento dos ju-
ros de um empréstimo por obrigações. As Subcontas 26513 – Obrigacionistas – em Moeda
Nacional – C/Juros a Pagar e 26523 – Obrigacionistas – em Moeda Estrangeira – C/Juros
a Pagar são debitadas, por contrapartida de Disponibilidades, pelo pagamento.
Para as obrigações sorteadas ou vencidas e os juros de obrigações vencidos cujos ti-
tulares não exijam o seu pagamento no prazo legal, após a prescrição do direito de exigir
o seu pagamento, as Subcontas 26512 – Obrigacionistas – em Moeda Nacional – C/Obri-
gações Sorteadas ou Vencidas, 26522 – Obrigacionistas – em Moeda Estrangeira – C/
Obrigações Sorteadas ou Vencidas, 26513 – Obrigacionistas – em Moeda Nacional – C/
Juros a Pagar e 26523 – Obrigacionistas – em Moeda Estrangeira – C/Juros a Pagar são
debitadas, por contrapartida: da Subconta apropriada da Conta 79 – Ganhos, no caso da
nossa entidade ser a um tempo mutuário e Estado estrito senso; noutros casos, da Subconta
apropriada da Conta 269 – Devedores e Credores Diversos, pela transferência dos direitos
prescritos para o Estado.
266 – Credores por Subscrições não Liberadas
A Conta 266 – Credores por Subscrições não Liberadas é creditada, por contrapartida
das Contas de Disponibilidades e de Imobilizações que compreendam os títulos financeiros
(acções, quotas, obrigações, Títulos Consolidados de Mobilização Financeira, etc.), pela
subscrição destas aplicações. A Conta 266 – Credores por Subscrições não Liberadas é
debitada, por contrapartida de Disponibilidades, pela liberação.
Os Juros Corridos de Obrigações Adquiridas Entre Datas de Juro são registados a
débito da Subconta apropriada da Conta 27 – Acréscimos e Diferimentos e, subsequente-
mente, amortizados paralelamente à contabilização dos juros que corrigem.

330
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

2672.01 – Intermediários no Pagamento das Aposentações e Pensões


Esta Conta é debitada, por contrapartida: da 1431 – Disponibilidades Consignadas – da
Previdência Social da Função Pública – Depósitos à Ordem, pela entrega a intermediários
(tais como Correios, bancos comerciais, etc.) das aposentações e pensões contributivas; de
outra Conta apropriada de Disponibilidades, pela eventual entrega a intermediários (tais
como Correios, bancos comerciais, etc.) das pensões não contributivas.
Esta Conta 2672.01 – Intermediários no Pagamento das Aposentações e Pensões é
creditada pela recepção de comprovativo de pagamento aos destinatários finais das aposen-
tações e pensões, por contrapartida: da Conta 257 – Beneficiários – da PSFP – Aposentados
e Pensionistas Contributivos e da Subconta 2563 – Beneficiários por Transferências – Pen-
sionistas não Contributivos.
268 – Doadores Externos
A Conta 268 – Doadores Externos regista a débito os direitos irrevogáveis e não con-
tingenciais (decorrentes de contratos de doações ao Sector Público Administrativo) sobre
doadores não residentes, pelo vencimento destas doações, por contrapartida:
a) Da Conta 74 – Subsídios e Transferências Correntes Obtidos, no caso de se
tratar de doações para cobrir despesas correntes do exercício em curso;
b) Da Subconta apropriada do Conta 79 – Ganhos, no caso de se tratar de doa-
ções para cobrir despesas correntes de exercício(s) pretérito(s);
c) Da Conta 53 – Subsídios e Transferências Plurianuais, noutros casos.
A Conta 268 – Doadores Externos é creditada, por contrapartida de Disponibilidades,
pelo recebimento.
27 – ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS
Esta Conta permite que na delimitação temporal dos custos e proveitos se tenha em conta
o momento da ocorrência do fenómeno gerador de empobrecimento ou enriquecimento e não
o momento da quitação, que é consequência daqueles, tudo conforme ao princípio da Espe-
cialização do Exercício. Regista ainda proveitos reversíveis.
271 – Acréscimos de Proveitos
Para os enriquecimentos gerados no exercício (período) e que no fim deste ainda não
haja documentação vinculativa, designadamente por causa da intermitência ou periodici-
dade da sua emissão, creditam-se os pertinentes proveitos, por contrapartida das Subcontas
apropriadas desta Conta 271 – Acréscimos de Proveitos, Conta esta cujo saldo representa
dívidas a receber de cobrança diferida. Após a recepção da documentação vinculativa, cre-
dita-se a pertinente Subconta desta Conta 271 – Acréscimos de Proveitos, por contrapartida
da Conta que serviria de contrapartida ao proveito se no momento do lançamento inicial
houvesse documentação vinculativa.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

272 – Custos Diferidos


Quando a saída de dinheiros ou equiparado antecede o exercício (período) no qual
ocorre o fenómeno gerador do empobrecimento que lhe dá causa, sem que com isso a nossa
entidade tenha direito a debitar o recebedor, essa despesa antecipada é debitada nesta Conta
272 – Custos Diferidos, por contrapartida, nomeadamente, de Disponibilidades, Terceiros
ou da Conta de custo onde porventura essa despesa fora lançada. Quando num exercício
(período) futuro ocorrer o pertinente fenómeno gerador do empobrecimento, transfere-se o
saldo devedor da Subconta desta Conta 272 – Custos Diferidos para débito da Conta defi-
nitiva de custo que lhe for aplicável.
Por ser também ele um fenómeno gerador de empobrecimento, equipara-se à despe-
sa antecipada ainda aquele pagamento que corrigirá para menos os proveitos nominais
futuros – por exemplo, juros corridos pagos de obrigações adquiridas entre duas datas de
vencimento de juros.
O PNCP equipara ainda à despesa antecipada a conservação plurianual feita em bens
alheios arrendados e bem ainda a conservação plurianual feita em imobilizações próprias,
em ambos os casos quando a vida útil da conservação for inferior a 3 anos, registando essa
conservação na Subconta 272.10 – Custos Diferidos – Beneficiações em Imobilizações.
Para os outros casos, o PNCP recomenda a utilização da Subconta apropriada, nomeada-
mente, das Contas 42 – Imobilizações Corpóreas, 43 – Imobilizações Incorpóreas e 47 –
Imobilizações do Domínio Público.
276 – Acréscimos de Custos
Para os empobrecimentos gerados no exercício (período) e que no fim deste ainda não
haja documentação vinculativa, designadamente por causa da intermitência ou periodicida-
de da sua emissão, debitam-se os pertinentes custos, por contrapartida das Subcontas apro-
priadas desta Conta 276 – Acréscimos de Custos, Conta esta cujo saldo representa dívidas
a pagar de pagamento diferido. Após a recepção da documentação vinculativa, debita-se a
Subconta desta Conta 276 – Acréscimos de Custos, por contrapartida da Conta que serviria
de contrapartida ao custo se no momento do lançamento inicial houvesse documentação
vinculativa.
277 – Proveitos Diferidos
Quando a entrada de dinheiros ou equiparado antecede o exercício (período) no qual
ocorre o fenómeno gerador do enriquecimento que lhe dá causa, sem que com isso a nossa
entidade tenha a obrigação de creditar o pagador, essa receita antecipada é creditada nesta
Conta 277 – Proveitos Diferidos, por contrapartida, nomeadamente, de Disponibilidades,
Terceiros ou da Conta de proveito onde porventura essa receita fora lançada. Quando num
exercício (período) futuro ocorrer o pertinente fenómeno gerador do enriquecimento, trans-
fere-se o saldo credor da Subconta desta Conta 277 – Proveitos Diferidos para crédito da
Conta definitiva de proveito que lhe for aplicável.

332
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Por ser também ele um fenómeno gerador de enriquecimento, equipara-se à receita


antecipada ainda aquele recebimento que corrigirá para menos os custos nominais futuros
– por exemplo, juros corridos recebidos de obrigações emitidas entre duas datas de venci-
mento de juros.
28 – PAGAMENTOS E RECEBIMENTOS POR REGULARIZAR
É uma Conta mista de passagem que, durante o exercício, regista, provisoriamente, os
pagamentos e recebimentos, associados ao processo de execução orçamental, por afectar
definitivamente às Contas definitivas da Contabilidade Orçamental, isto é, pendentes de
regularização.
As Subcontas lançadoras desta Conta 28, em princípio, devem ter saldos nulos no
final do período. Assim, os saldos que transitarem para o ano seguinte devem ser exausti-
vamente conferidos por parte dos órgãos internos e externos de controlo (nomeadamente,
o Serviço da Contabilidade Pública, a Inspecção-Geral de Finanças e o Tribunal de Con-
tas) para que eventuais transacções irracionais, irregulares e ou ilegais sejam tempestiva-
mente detectadas e as pertinentes sanções implementadas.
São exemplos de situações registáveis nesta Conta 28, nomeadamente: a) pagamento
urgente que não passou por todas as fases legais do processo de execução orçamental de
despesas; b) pagamento urgente cuja classificação esteja impossibilitada por causa de insu-
ficiências no documento de suporte – por exemplo, por deficiente definição do objecto de
gasto; c) adiantamento feito de conformidade com a lei para fazer face a despesas, e cujo
justificativo definitivo será subsequentemente remetido ao Serviço da Contabilidade Pú-
blica ou equiparado para efeitos de contabilização definitiva; d) pagamento inadiável sem
dotação orçamental; e) recebimento associado a receitas extraordinárias; f) recebimento
associado às receitas inadequadamente omissas do orçamento; g) recebimento associado às
receitas inadequadamente classificadas no Orçamento.
As Subcontas desta Conta 28 – Pagamentos e Recebimentos por Regularizar e con-
cernentes a pagamentos são normalmente debitadas, por contrapartida das Contas de Dis-
ponibilidades aquando de pagamentos de carácter transitório. Essas mesmas Subcontas da
Conta 28 são creditadas, por contrapartida normalmente das Contas de Custos e Perdas,
quando esses desembolsos se tornarem definitivos, isto é, quando as operações forem re-
gularizadas.
As Subcontas desta Conta 28 – Pagamentos e Recebimentos por Regularizar e con-
cernentes a recebimentos são normalmente creditadas, por contrapartida das Contas de
Disponibilidades aquando de recebimentos de carácter transitório. Essas mesmas Subcon-
tas da Conta 28 são debitadas, por contrapartida normalmente das Contas de Proveitos e
Ganhos, quando esses recebimentos se tornarem definitivos, isto é, quando as operações
forem regularizadas.

333
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

29 – Provisões para Cobranças Duvidosas e Outros Riscos e


Encargos
Conforme ao princípio da Prudência, serve esta Conta 29 – Provisões para Cobranças
Duvidosas e Outros Riscos e Encargos para (por contrapartida das Subcontas apropriadas
da Conta 67 – Provisões do Exercício ou da Conta 69 – Perdas) registar a crédito a reserva
para cobrir o surgimento ou aumento de risco de empobrecimento verificável no futuro,
de ocorrência provável ou certa, mas de montante ou data de ocorrência não previsível,
decorrente de fenómenos já ocorridos, empobrecimento esse que se consubstancie na perda
de parte das dívidas a receber ora existentes e registadas na Classe de Terceiros ou no au-
mento, normalmente, de dívidas a pagar também a registar na mesma Classe de Terceiros,
em ambos os casos sem simultâneo aumento de Proveitos e Ganhos.
Na sequência da materialização do empobrecimento (registado na Classe de Custos e
Perdas) para cuja cobertura tenha sido aumentada (constituída ou reforçada) a provisão,
procede-se à utilização desta, conforme ao princípio da Não Compensação, debitando as
Subcontas apropriadas desta Conta 29 – Provisões para Cobranças Duvidosas e Outros
Riscos e Encargos, por contrapartida das Subcontas apropriadas da Conta 78 – Outros
Proveitos ou da Conta 79 – Ganhos, visando cobrir, respectivamente, os pertinentes custos
ou perdas.
Verificando-se diminuição ou extinção do risco para cuja cobertura tenha sido cons-
tituída ou reforçada a provisão, procede-se, respectivamente, à reposição ou anulação do
saldo da Subconta apropriada desta Conta 29 – Provisões para Cobranças Duvidosas e
Outros Riscos e Encargos, por crédito da Subconta apropriada da Conta 79 – Ganhos.
Para cada grupo de devedores, convém que a percentagem obtida comparando o saldo
da provisão para cobrança duvidosa e o saldo das dívidas em mora seja estável e a um nível
prudente. Convém que esta percentagem seja superior a 50% com relação a dívidas em pro-
cesso judicial de execução, falência ou insolvência, processo de recuperação de empresa ou
processo de protecção de credores.

CLASSE 3 – EXISTÊNCIAS
São registados nesta Classe 3 – Existências os bens destinados à venda ou consumo e
vida útil curta que devam ser armazenados antes de serem vendidos ou colocados em uso,
respectivamente. Os bens de uso corrente e vida útil curta que devam ser, imediatamente
após a sua aquisição, colocados em uso na sua totalidade, são levados, no momento da sua
aquisição, directamente para a Subconta apropriada da Conta 61 – Fornecimentos e Servi-
ços de Terceiros, excepto a matéria-prima que é levada directamente à Subconta apropriada
da Conta 60 – Custos das Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas ou da Conta
apropriada da Classe 9 - Custos de Produção (quando esta existir). Esta excepção visa
assegurar a adequada composição e estrutura dos custos para a análise, permitindo que as
matérias-primas tenham o destaque que normalmente merecem, constando duma Conta

334
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

específica de custo (no PNCP – Subconta 6061 – Custo das Matérias-Primas Consumidas)
ou constando duma Conta específica da Classe 9 – Custos de Produção.
A movimentação das Contas de bens desta Classe (32 a 36) depende fundamentalmente
do seguinte: I) existência ou não da contabilização dos Custos de Produção (Contabilidade
Analítica); II) sistema de inventário implementado (intermitente ou permanente); III) inte-
gração ou não da contabilização dos Custos de Produção na Contabilidade Patrimonial.
Perante o sistema de inventário intermitente, só se registam nas Subcontas apropriadas
das Contas de bens desta Classe: o saldo inicial, transitado; as compras; as regularizações;
e o saldo final, apurado fora da contabilidade, através de inventário físico. Assim (como o
PNCP está desenhado para funcionar no sistema de inventário intermitente – que é o mais
simples – com possibilidade de adopção de formas mais complexas, mediante as alterações
que o PNCP estabelece) para o sistema de inventário intermitente, foram previstas, para
cada grupo de bens correntes, Subcontas para acompanhar de forma separada: I) os saldos,
iniciais e finais; II) as compras; e III) as regularizações. As Subcontas de situação (as que
se referem, nomeadamente, a existências no armazém, em poder de terceiros – com ou sem
Subcontas – e em trânsito) podem ser desagregadas em duas Subcontas, uma que apenas
regista o saldo inicial e outra que regista apenas o saldo final, se houver vantagens nessa
desagregação, nomeadamente por constrangimentos de programas informáticos.
No sistema de inventário intermitente, durante o exercício: I) as Subcontas de Com-
pras de inputs acumulam a débito as compras, por contrapartida de Fornecedores ou Dis-
ponibilidades e acumulam ainda a crédito, através de Subcontas respectivas específicas, as
devoluções, os descontos que não sejam de pronto pagamento e os abatimentos, por contra-
partida de Fornecedores ou Disponibilidades; II) as Subcontas de Regularizações de todas
as existências são debitadas pelos aumentos de existências em stock que não decorram de
compras ou produção, e creditadas pelas diminuições de existências em stock que não de-
corram de vendas ou consumo, por contrapartida das Contas indicadas na nota explicativa
específica da Subconta Regularizações. No sistema de inventário intermitente, no final do
exercício: I) as Subcontas de Compras são saldadas, por débito da Conta 60 – Custos das
Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas; II) as Subcontas de Regularizações
com saldo devedor são creditadas, por contrapartida da Conta 60 – Custos das Mercadorias
Vendidas e das Matérias Consumidas (para as existências não transformadas) e da Conta
541 (para as existências transformadas); III) as Subcontas de Regularizações com saldo
credor são debitadas, por contrapartida da Conta 60 – Custos das Mercadorias Vendidas
e das Matérias Consumidas (para existências não transformadas) e da Conta 541 (para as
existências transformadas); IV) as Subcontas de situação das Contas 32 a 36 são creditadas
pelos saldos iniciais respectivos, por contrapartida da Conta 60 – Custos das Mercadorias
Vendidas e das Matérias Consumidas (para as existências não transformadas) e da Conta
541 (para as existências transformadas); V) as Subcontas de situação das Contas 32 a 36
são debitadas pelos saldos finais respectivos, por contrapartida da Conta 60 – Custos das
Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas (para as existências não transformadas)
e da Conta 541 (para as existências transformadas).

335
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Vejam-se mais detalhes sobre o sistema de inventário intermitente nas Contas 60 –


Custos das Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas e 541.
Havendo inventário permanente sem contabilização dos Custos de Produção (Contabi-
lidade Analítica), este subsistema de inventário permanente há-de ser aplicável apenas aos
bens correntes que representam inputs (constantes nas Contas 32 e 36). Neste subsistema,
com relação às Contas 32 e 36 só são indispensáveis as respectivas Subcontas de situação,
pelo que só estas são de abertura obrigatória. As outras Subcontas das Contas 32 e 36 (as
relativas a compras e regularizações), neste subsistema de inventário permanente, são de
abertura facultativa, embora recomendável. Pois, embora neste subsistema estas Subcontas
sejam Contas transitórias (estarão normalmente saldadas, já que para cada fenómeno con-
tabilístico haverá lançamentos de valor igual nos dois lados da Conta, sendo o segundo por
contrapartida das Subcontas de situação), todavia os seus movimentos são fontes preciosas
de informações quanto a compras e regularizações, informações que conjugadas com as si-
tuações iniciais e finais constituem um instrumento adicional de controlo da exactidão dos
custos dos inputs relevados através de outras Contas. Além disso, o uso da Conta transitória
de Compras é uma tradição, nomeadamente porque, por vezes, os diversos justificativos
associados a um processo de compra não chegam à contabilidade simultaneamente – por
exemplo, na importação.
Neste subsistema de inventário permanente sem contabilização dos Custos de Produ-
ção (Contabilidade Analítica), às Contas de outputs transformados (33, 34 e 35) continuam
a ser aplicáveis as regras expostas no sistema de inventário intermitente.
Concluindo, neste subsistema de inventário permanente sem contabilização dos Cus-
tos de Produção (Contabilidade Analítica), as Subcontas de situação das Contas 32 e 36 são
movimentadas segundo as regras gerais pertinentes da ciência contabilística: I) debitam-se
pelas compras, por contrapartida, normalmente, de fornecedores ou disponibilidades, com
eventual lançamento inverso pelas devoluções, descontos comerciais e abatimentos; II)
creditam-se pelos consumos e vendas, por contrapartida, normalmente, da Conta 60 – Cus-
tos das Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas; III) são debitadas ainda pelos
aumentos de existências que não decorram de compras, e creditadas ainda pelas diminui-
ções de existências que não decorram de vendas ou consumo, por contrapartida das Contas
indicadas na nota explicativa específica da Subconta Regularizações.
Havendo (neste subsistema de inventário permanente sem contabilização dos Custos
de Produção – Contabilidade Analítica) intermediação das Subcontas de Compras, es-
tas serão debitadas pelas compras, por contrapartida de fornecedores ou disponibilidades
(com eventual lançamento inverso pelas devoluções, descontos comerciais e abatimentos),
devendo subsequentemente o valor apurado de cada operação ou processo de compra ser
transferido para débito das Subcontas de situação das Contas 32 e 36 – Contas definitivas.
Havendo intermediação das Subcontas de Regularizações, estas serão debitadas pelos au-
mentos dos bens que não decorram de compras e creditadas pelas diminuições que não de-

336
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

corram de consumos ou vendas, por contrapartida das Contas indicadas na nota explicativa
específica da Subconta Regularizações. Imediatamente após estes lançamentos, os saldos
são transferidos para uma das pertinentes Subcontas definitivas das Contas 32 e 36.
Vejam-se mais detalhes sobre o subsistema de inventário permanente sem contabili-
zação dos Custos de Produção nas Contas 60 – Custos das Mercadorias Vendidas e das
Matérias Consumidas e 541.
Havendo inventário permanente com contabilização dos Custos de Produção (Conta-
bilidade Analítica), todas as Contas (sem excepção) desta Classe movimentam-se sempre
que ocorra variação nas existências, fornecendo, desta feita, à gestão informações sobre o
nível de qualquer stock a qualquer momento durante o exercício.
O PNCP permite que se opte por um dos subsistemas seguintes: I) o subsistema com
contabilização dos Custos de Produção (Contabilidade Analítica) não integrada na Conta-
bilidade Patrimonial; e II) o subsistema com contabilização dos Custos de Produção (Con-
tabilidade Analítica) integrada na Contabilidade Patrimonial.
No subsistema de inventário permanente com contabilização dos Custos de Produção
(Contabilidade Analítica) não integrada na Contabilidade Patrimonial, a contrapartida pe-
los aumentos e diminuições dos outputs transformados (Contas 33, 34 e 35) decorrentes da
produção e vendas deve ser a Subconta 541 – Resultado Operacional, com lançamentos
logo após a ocorrência dos aumentos e diminuições (obtendo assim nesta Subconta 541 a
Variação da Produção). Todas as outras Contas de Existências movimentam-se nos termos
definidos atrás na alternativa de inventário permanente sem contabilização dos Custos de
Produção (Contabilidade Analítica). Neste subsistema, os aumentos e as diminuições nas
Contas 33, 34 e 35 decorrentes de regularizações são, respectivamente, debitados e credita-
dos directamente nestas Contas 33, 34 e 35, por contrapartida das Contas indicadas na nota
explicativa específica da Subconta Regularizações. Havendo intermediação das Subcontas
de Regularizações, estas serão debitadas pelos aumentos dos bens que não decorram de
compras ou produção e creditadas pelas diminuições que não decorram de consumo ou
vendas, por contrapartida das Contas indicadas na nota explicativa específica da Subconta
Regularizações. Imediatamente após estes lançamentos, os saldos são transferidos para as
pertinentes Subcontas definitivas, desta feita, sejam elas de inputs, sejam elas de outputs,
transformados e não transformados.
Vejam-se mais detalhes sobre o subsistema de inventário permanente com contabili-
zação dos Custos de Produção não integrada na Contabilidade Patrimonial nas Contas 60
– Custos das Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas e 541.
No subsistema de inventário permanente com contabilização dos Custos de Produção
(Contabilidade Analítica) integrada na Contabilidade Patrimonial estipula-se, sucintamen-
te, as seguintes alterações ao que vem definido no PNCP e aplicável a todos os outros
sistemas de inventário supra: I) a Classe 9 – Contabilidade Analítica passará a chamar-

337
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

se Classe 9 – Custos de Produção, pois deixará de ser uma ‘contabilidade’ (um sistema
autónomo de registo, que não corresponde, através da digrafia, com outras Classes), para
passar a ser uma Classe como qualquer outra das Classes 1 a 7 integrantes da Contabilidade
Patrimonial – desta feita, destinada ao acompanhamento dos custos em transformação;
II) a Conta 60 – Custos das Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas passará a
chamar-se 60 – Custos das Vendas e dos Serviços Prestados e registará apenas e exclusi-
vamente custos extintos através das Subcontas concernentes aos outputs realizados, não
transformados e transformados (basicamente: 602 – Custo das Mercadorias Vendidas; 603
– Custo dos Produtos Acabados e Semiacabados Vendidos; 604 – Custo dos Subprodutos,
Desperdícios, Resíduos e Refugos Vendidos; e 607 – Custo dos Serviços Prestados); III) a
Conta 61 – Fornecimentos e Serviços de Terceiros passará a chamar-se 61 – Materiais de
Consumo, Fornecimentos e Serviços e terá como Subcontas as actualmente previstas e ain-
da a Subconta 611 – Materiais de Consumo Consumidos, Subconta esta que terá a mesma
movimentação que as actuais Subcontas afins (6063 – Custo dos Materiais Consumíveis
de Escritório Consumidos, 6064 – Custo dos Outros Materiais de Consumo Consumidos,
60683 – Quebras Normais – Matérias Primas, Subsidiárias e de Consumo – Materiais
Consumíveis de Escritório e 60684 – Quebras Normais – Matérias Primas, Subsidiárias e
de Consumo – Outros Materiais de Consumo) têm no subsistema de inventário permanen-
te sem contabilização dos Custos de Produção; IV) as outras Contas da Classe 6 – Custos
e Perdas receberão apenas e exclusivamente os custos não incorporados na produção
(custos indirectos fixos, constituindo estes, por isso, custos extintos); V) todos os outros
custos (custos directos variáveis, custos directos semi-variáveis, custos directos fixos, cus-
tos indirectos variáveis e custos indirectos semi-variáveis) devem ser directamente debi-
tados nas Contas apropriadas da Classe 9 – Custos de Produção, constituindo estes, por
isso, custos em transformação; VI) os custos transformados (isto é, os outputs prontos para
a venda) são creditados na Conta apropriada de concentração dos custos transformados da
Classe 9 – Custos de Produção, por contrapartida das Contas de outputs transformados
(33 ou 34), ou por débito directamente da Conta 60 – Custos das Vendas e dos Serviços
Prestados (se houver venda sem prévia armazenagem ou se se tratar do custo de produção
dum serviço prestado); VII) pela venda dos outputs não transformados (mercadorias) e dos
outputs transformados (basicamente: produtos acabados, produtos semiacabados, subpro-
dutos, desperdícios, resíduos e refugos) antes em stock, creditam-se estas Contas (32, 33 e
34), por contrapartida das Subcontas apropriadas da Conta 60 – Custos das Vendas e dos
Serviços Prestados; VIII) no final do período, o valor apurado dos “Produtos e Trabalhos
em Curso” é debitado na Conta 35 – Produtos e Trabalhos em Curso, por contrapartida da
Conta apropriada da Classe 9 – Custos de Produção, saldando assim as Contas desta Classe
(no início do período seguinte faz-se o lançamento inverso).
A compreensão cabal do subsistema de inventário permanente com contabilização dos
Custos de Produção integrada na Contabilidade Patrimonial requer um conhecimento ade-
quado da ciência contabilística concernente à contabilização dos Custos de Produção in-

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

tegrada à Contabilidade Patrimonial, designadamente dos conceitos que a seguir de forma


concisa de definem.
A ciência contabilística entende por Custos em Transformação os empobrecimentos
reversíveis, decorrentes do consumo de recursos no processo de produção – reversíveis na
medida em que se espera obter, a título de contrapartida, um proveito interno e que consiste
no output da produção.
A ciência contabilística entende por Custos Transformados os outputs acabados em
stock, outputs esses resultantes do processo de produção.
A ciência contabilística entende por Custos Extintos os empobrecimentos irreversí-
veis decorrentes do funcionamento corrente para os quais se obtém, a título de contraparti-
da, um proveito externo – sendo proveito externo o que se obtém, basicamente, através de
vendas e prestação de serviços.
Refira-se que o último subsistema só se justifica numa entidade de produção. Nor-
malmente, numa entidade de produção, os materiais de consumo, por um lado, representam
um item insignificante na estrutura dos custos e, por outro lado, são, em grande parte, cus-
tos variáveis ou semi-variáveis. A natureza dos remanescentes dos materiais de consumo
constitutivos de custos fixos (desta feita, por maioria de razão, muito mais insignifican-
tes na estrutura dos custos) leva a que, normalmente, estes materiais possam ser tratados,
com propriedade, como não armazenáveis, isto é, como Fornecimentos. Quando houver
conveniência em tratá-los contabilisticamente como armazenáveis, vão para Existências, e
pela sua subsequente transferência do armazém para o consumo, debitar-se-á, desta feita,
a Subconta da Conta 61 – Materiais de Consumo, Fornecimentos e Serviços cujo nome é
611 – Materiais de Consumo Consumidos. Daí a razoabilidade de na Conta 60 poder ser
acompanhado apenas o que é essencial – o custo dos outputs vendidos (custos extintos).
A entidade que queira utilizar a Classe 9 não só para a contabilização dos Custos de
Produção, mas também para outros registos, é livre de o fazer, conservando o nome que
foi dado a esta Classe no Quadro de Contas do PNCP (Classe 9 – Contabilidade Analíti-
ca), mas deve separar completamente a parte concernente aos Custos de Produção, cujas
Contas devem articular-se apenas entre Contas concernente a Custos de Produção dentro
da Classe 9 e entre elas e as Contas das outras Classes da Contabilidade Patrimonial nos
precisos termos estipulados pelo PNCP para o subsistema de inventário permanente com
contabilização dos Custos de Produção (Contabilidade Analítica) integrada na Contabili-
dade Patrimonial.
Vejam-se mais detalhes sobre o subsistema de inventário permanente com contabiliza-
ção dos Custos de Produção (Contabilidade Analítica) integrada na Contabilidade Patri-
monial nas Contas 60 a 68 e 541 e ainda na Classe 9.
Para uma entidade com actividade de produção (de transformação de matérias ou de
prestação de serviços que requeira cálculo individual de cada serviço prestado) a qualida-

339
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

de da informação proporcionada à gestão varia com os diversos sistemas supra, sendo a


informação proporcionada pelo sistema de inventário intermitente a menos rica e a pro-
porcionada pelo subsistema de inventário permanente com contabilização dos Custos de
Produção integrada na Contabilidade Patrimonial a mais completa. Por outro lado, os di-
versos sistemas supra têm custos de processamento diferenciados e exigências (em termos
de capacidade técnica dos contabilistas) também diferenciadas. O sistema mais barato e
menos exigente tecnicamente é o do sistema de inventário intermitente. O mais caro e mais
exigente tecnicamente é o do subsistema de inventário permanente com contabilização dos
Custos de Produção (Contabilidade Analítica) integrada na Contabilidade Patrimonial.
O PNCP permite que cada entidade escolha o sistema de inventário que mais se adeqúe
às suas necessidades de informação para a gestão e às capacidades dos seus quadros. Toda-
via, o PNCP exige que o sistema de inventário escolhido seja aplicado nos precisos termos
definidos supra pelo PNCP, de forma rigorosa e consistente. Não é permitida a mistura de
sistemas de inventário. Deve-se aplicar um dos três subsistemas de inventário permanente
supra referidos. A título excepcional, o Serviço da Contabilidade Pública poderá autorizar
a uma determinada entidade requerente a adopção do sistema de inventário intermitente ou
periódico, desde que paralelamente tenha um sistema fiável de controlo físico e administra-
tivo das existências e estas não sejam materialmente relevantes.
32 – MERCADORIAS
Esta Conta inclui todos os produtos adquiridos a terceiros para revenda e que não so-
frem nenhum processo de transformação na entidade.
321 – Embalagens Comerciais
Esta Conta compreende os objectos adquiridos a terceiros para serem utilizados como
envolventes ou recipientes das mercadorias ou produtos, por serem indispensáveis ao acon-
dicionamento destes na sua transacção, desde que se destinem a ser facturados conjunta-
mente com os outputs acondicionados, embora possam ser susceptíveis de devolução. As
Embalagens Retornáveis não são facturadas, pelo que são incorporadas nas Imobilizações
Corpóreas.
3213 – Embalagens Comerciais em Trânsito
Regista as embalagens comerciais pelas quais já se asumiram encargos (nomeadamente,
no âmbito duma importação em curso quando a condição de compra é FOB – utilização do cré-
dito documentário, gastos de transporte e seguro, etc.), mas que ainda estejam no percurso
entre o fornecedor e o lugar de recepção indicado pela nossa entidade.
Se esta Subconta estiver a ser movimentada segundo um sistema de inventário perma-
nente, quando se considerar necessário passar o processo de compra para esta Subconta,
debita-se esta Subconta, por contrapartida da Conta onde a compra estava sendo registada,
procedendo-se ao lançamento inverso quando o material chegar ao lugar de recepção. Se a

340
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Subconta estiver a ser movimentada segundo um sistema de inventário intermitente, movi-


mentar-se-á da mesma forma que as outras Contas de situação no quadro deste sistema de
inventário intermitente – apenas no final do exercício é movimentada, a crédito pelo saldo
inicial e a débito pelo saldo final.
33 – Produtos Acabados e Semiacabados
Inclui os principais bens oriundos da própria produção da entidade, assim como os
que, embora normalmente reentrem no fabrico, possam ser objecto de venda.
34 - Subprodutos, Desperdícios, Resíduos e Refugos
Entende-se por subproduto: um bem oriundo da própria produção da entidade, com
valor económico normal, para cuja obtenção não exista nenhum custo adicional, por ser ob-
tido simultaneamente com os produtos principais, como resultado autónomo e secundário
da própria tecnologia de produção.
Entende-se por desperdícios, resíduos e refugos: as partes das matérias-primas e sub-
sidiárias não aproveitadas no processo produtivo por constrangimentos da própria tecno-
logia de produção, matérias essas que perdem o seu valor de uso normal, mas conservam
outro valor de uso residual – isto é, conservam um valor económico diminuído – e bem
ainda os produtos defeituosos, com valor económico diminuído.
35 - PRODUTOS E TRABALHOS EM CURSO
Regista os produtos que se encontram em fabricação ou produção no término do exer-
cício, pelo que não se encontram em condições de serem vendidos. Sempre com referência
ao final do exercício, inclui também os custos de serviços em curso, e bem ainda os custos
de campanhas em curso – nomeadamente, campanhas agrícolas (actividades sazonais in-
tensas, como sementeiras, colheitas, etc.).
36 – MATÉRIAS PRIMAS, SUBSIDIÁRIAS E DE CONSUMO
Regista os bens correntes adquiridos a terceiros que não se destinam à venda, mas sim
ao consumo interno.
361 – Matérias-Primas
Regista os bens adquiridos a terceiros que se destinam a ser incorporados material-
mente nos produtos finais. Normalmente, representam uma percentagem significativa do
total dos Custos de Produção das entidades industriais.
362 – Matérias Subsidiárias
Registam-se nesta Conta os bens não duradouros adquiridos a terceiros que sejam
indispensáveis ao processo produtivo, mas que não são incorporáveis materialmente nos
produtos finais.
363 – Materiais Consumíveis de Escritório
Os materiais de consumo indispensáveis ao funcionamento dum escritório são regista-
dos nesta Conta. Entende-se por materiais de consumo: os que não sejam indispensáveis
para o processo produtivo, nem como matérias-primas, nem como matérias subsidiárias.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

364 – Outros Materiais de Consumo


Regista os materiais de consumo que não devam ser registados na Conta 363.
37 – ADIANTAMENTOS POR CONTA DE COMPRAS
Esta Conta inclui as entregas feitas pela entidade aos seus fornecedores, no quadro
de um processo de compra de bens ou serviços correntes cujo preço esteja previamente
fixado.
Pela recepção da factura, os valores são transferidos para débito da Subconta apropria-
da da Conta 22 – Fornecedores.
Se o preço não estiver previamente fixado, a Conta a ser debitada é a Conta 229 –
Adiantamentos a Fornecedores, por se tratar, neste caso, de um item monetário.
39 – PROVISÕES PARA DEPRECIAÇÃO DE EXISTÊNCIAS
Esta Conta serve para registar as diferenças desfavoráveis entre o custo de produção
ou de aquisição e o valor do mercado, resultantes da aplicação dos critérios definidos na
valorimetria de existências.
Quanto às respectivas Subcontas do 3º grau:
39X0 – Saldo Inicial
Inclui o valor contabilístico transitado do exercício anterior, que na reabertura é lan-
çado na Subconta 39X9 – Apuramento e subsequentemente transferido para crédito desta
Subconta 39X0 – Saldo Inicial.
39X1 – Constituição
Inclui o valor da provisão criada no exercício quando a Subconta 39X0 – Saldo Inicial
tiver saldo nulo, por débito da Conta 67 – Provisões do Exercício (quando decorrer de cau-
sas correntes) ou por débito da Subconta apropriada da Conta 69 – Perdas (quando decorrer
de causas extraordinárias).
39X2 – Reforços
Inclui o valor da provisão constituída no exercício quando a Subconta 39X0 – Saldo
Inicial tiver saldo credor, por débito da Conta 67 – Provisões do Exercício (quando de-
correr de causas correntes) ou por débito da Subconta apropriada da Conta 69 – Perdas
(quando decorrer de causas extraordinárias).
39X5 – Utilizações
Inclui o valor da provisão transferida para crédito da Subconta apropriada da Conta
78 – Outros Proveitos, quando com prejuízo se vender (com ou sem transformação) a exis-
tência depreciada, para cobrir o prejuízo.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

39X6 – Reposições
Inclui o valor considerado em excesso no saldo da provisão (devido a factos favoráveis
subsequentes) e transferido para crédito da Subconta apropriada da Conta 79 – Ganhos.
39X7 – Anulações
Verifica-se quando a totalidade do saldo de uma provisão é transferida para crédito da
Subconta apropriada da Conta 79 – Ganhos, porque deixou de haver razão para a existência
da provisão (isto é, deixou de haver perda de valor na pertinente existência).
39X9 – Apuramento
Regista os movimentos de apuramento do saldo final à data do balanço, por transfe-
rência dos saldos das Subcontas precedentes. Após a reabertura da escrita no exercício sub-
sequente, o saldo inicial desta Conta é transferido para crédito da Subconta 39X0 – Saldo
Inicial.
REGRAS COMUNS ÀS CONTAS DE BENS DESTA CLASSE:
3XX8 – Regularização de Existências – XX
As Subcontas de Regularizações desta Classe 3 – Existências registam as variações
físicas nas Existências decorrentes de reclassificações aumentativas e diminutivas, benefi-
ciações externas, entradas e saídas por ofertas, sobras normais e anormais, quebras normais
e anormais, sinistros, bem como a quaisquer outras variações físicas nas Contas de Existên-
cias não derivadas de compras, produção, vendas ou consumo.
Note bem: as Subcontas de Regularizações desta Classe 3 – Existências não podem
ser utilizadas para registo de variações em relação ao valor.
A título exemplificativo dá-se a seguir a movimentação das Subcontas de Regulariza-
ções concernentes a Mercadorias. Para outras Existências, utiliza-se a exemplificação que
se segue, com as devidas adaptações.
3228.00 – Reclassificações do Imobilizado para Outras Mercadorias
3228.50 – Reclassificações para Imobilizado de Outras Mercadorias
A Subconta 3228.00 – Reclassificações do Imobilizado para Outras Mercadorias re-
gista a reclassificação de um bem que antes se encontrava registado como imobilizado (isto
é, a entidade tinha a intenção de usufruir desse input durante um período superior a um
ano) e que é reclassificado, por passar a ser tratado como mercadoria (porque a entidade
mudou de intenção, passando subsequentemente a pretender vender o mesmo input, sem
transformação).
A Subconta 3228.00 – Reclassificações do Imobilizado para Outras Mercadorias de-
bita-se pela reclassificação referida no parágrafo anterior, por contrapartida da Subconta
apropriada da Conta 42 – Imobilizações Corpóreas ou da Conta 44 – Imobilizações em

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Curso, pelo valor do bem. Só é de se reclassificar Imobilizado recentemente adquirido, isto


é, ainda sem Amortização Acumulada pertinente. A Subconta 3228.00 – Reclassificações
do Imobilizado para Outras Mercadorias é creditada da forma especificada nos diversos
sistemas de inventário acima abordados, para Subcontas de Regularizações com saldo de-
vedor.
O oposto se aplica à Subconta 3228.50 – Reclassificações para Imobilizado de Outras
Mercadorias.
3228.01 – Reclassificações de Outras Existências para Outras Mercadorias
3228.51 – Reclassificações de Outras Mercadorias para Outras Existências
Quando um bem corrente for adquirido com a intenção diversa da da revenda e subse-
quentemente se toma a decisão de o utilizar para este fim, debita-se esta Subconta 3228.01
– Reclassificações de Outras Existências para Outras Mercadorias, por contrapartida da
Subconta de Regularização 3XX8.51 e concernente ao tipo de Existência que desta feita
sofre diminuição.
Por exemplo: a entidade compra um bem corrente com intenção de o transformar em
produto acabado. Subsequentemente a entidade decide vender o mesmo bem, sem trans-
formação. Esta nova decisão seria contabilizada, debitando a Subconta 3228.01 – Reclas-
sificações de Outras Existências para Outras Mercadorias, por contrapartida da Subconta
3618.51 – Reclassificações de Matérias-Primas para Outras Existências.
A Subconta 3228.01 – Reclassificações de Outras Existências para Outras Mercado-
rias é creditada da forma especificada nos diversos sistemas de inventário acima aborda-
dos, para Subcontas de Regularizações com saldo devedor.
O oposto se aplica à Subconta 3228.51 – Reclassificações de Outras Mercadorias para
Outras Existências.
3228.02 – Beneficiações Externas de Outras Mercadorias
Para melhoria, com materialidade na política de preços, introduzida numa mercadoria
por um prestador de serviço a pedido da nossa entidade, debita-se a Subconta 3228.02 –
Beneficiações Externas de Outras Mercadorias, por contrapartida da Conta apropriada de
Fornecedores ou Disponibilidades.
A Subconta 3228.02 – Beneficiações Externas de Outras Mercadorias é creditada da
forma especificada nos diversos sistemas de inventário acima abordados, para Subcontas
de Regularizações com saldo devedor.
Tratando-se de uma beneficiação interna de input, beneficiação essa cujo valor seja
suficientemente grande para ter materialidade na política de preços, o bem resultante deve
ser classificado como Produto Acabado e o bem que fora incorporado deve ser classificado
como matéria-prima, procedendo-se desde o início às contabilizações aplicáveis a estes casos.
Se o valor da beneficiação interna for irrisório ao ponto de não ter materialidade na política de
preços, a beneficiação não se regista.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

3228.03 – Entradas por Ofertas de Outras Mercadorias


3228.53 – Saídas por Ofertas de Outras Mercadorias
Quando a nossa entidade recebe bens ofertados por fornecedores ou parceiros e tenha a
intenção de vendê-los sem transformá-los, debita-se a Conta 3228.03 – Entradas por Ofertas
de Outras Mercadorias, por contrapartida, nomeadamente: I) se se trata de uma pequena
amostra doada com a intenção de promover a cooperação comercial, da Subconta apro-
priada da Conta 78 – Outros Proveitos; II) se a doação configura-se um subsídio ou trans-
ferência (na acepção dada na nota explicativa 65 – Subsídios e Transferências Correntes
Concedidos), da Subconta apropriada da Conta 74 – Subsídios e Transferências Correntes
Obtidos ou da Conta 53 – Subsídios e Transferências Plurianuais.
A Subconta 3228.03 – Entradas por Ofertas de Outras Mercadorias é creditada da
forma especificada nos diversos sistemas de inventário acima abordados, para Subcontas
de Regularizações com saldo devedor.
O oposto se aplica à Subconta 3228.53 – Saídas por Ofertas de Outras Mercadorias.
3228.04 – Sobras Normais de Outras Mercadorias
3228.54 – Quebras Normais de Outras Mercadorias
Determinadas Existências sofrem perdas com o tempo ou em determinadas condições
de acondicionamento. Por exemplo, certas hortaliças tendem a perder peso com o tempo,
para além de serem perecíveis. Este tipo de perda ou quebra é normal, decorre da natureza
do produto e normalmente é previamente estimado e tido em conta na política de preço.
O oposto também ocorre, embora provavelmente mais raramente. Por exemplo, pro-
dutos fermentáveis, tendem a aumentar de volume com o tempo ou em determinadas con-
dições de acondicionamento.
Outras vezes as quebras e sobras decorrem das técnicas diferenciadas de quantificação
à entrada e à saída de bens.
Pelas sobras normais em mercadorias debita-se a Subconta 3228.04 – Sobras Normais
de Outras Mercadorias, por contrapartida da Subconta apropriada da Conta 78 – Outros
Proveitos.
Pelas quebras normais em mercadorias credita-se a Subconta 3228.54 – Quebras Nor-
mais de Outras Mercadorias, por contrapartida da Subconta apropriada da Conta 6028 –
Quebras Normais em Mercadorias.
A Subconta 3228.04 – Sobras Normais de Outras Mercadorias é creditada da forma es-
pecificada nos diversos sistemas de inventário acima abordados, para Subcontas de Regu-
larizações com saldo devedor. O oposto se aplica à Subconta 3228.54 – Quebras Normais
de Outras Mercadorias.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

3228.05 – Sobras Anormais de Outras Mercadorias


3228.55 – Quebras Anormais de Outras Mercadorias
Factores extraordinários, designadamente fora do controlo da entidade, podem origi-
nar sobras extraordinárias, a considerar-se sobras anormais. Por exemplo, negligência da
parte do fornecedor e ou imperfeições no sistema de controlo interno da nossa entidade e
ou do fornecedor poderão resultar em sobras contabilísticas.
As sobras anormais requerem averiguação e pertinente deliberação de órgão compe-
tente, nomeadamente quanto ao aprimoramento do controlo interno.
Quando por razões evitáveis (nomeadamente, por negligência) ocorre quebra, normal-
mente de carácter extraordinário, esta quebra deve ser considerada anormal e (de acordo
com a prática no sector e ou de acordo com a lei) deve-se, porventura, outrossim, apurar a
responsabilidade.
Pelas sobras anormais debita-se a Subconta 3228.05 – Sobras Anormais de Outras
Mercadorias, por contrapartida da Subconta apropriada da Conta 79 – Ganhos.
A Subconta 3228.05 – Sobras Anormais de Outras Mercadorias é creditada da forma
especificada nos diversos sistemas de inventário acima abordados, para Subcontas de Re-
gularizações com saldo devedor.
O oposto se aplica à Subconta 3228.55 – Quebras Anormais de Outras Mercadorias.
3228.52 – Outras Mercadorias Sinistradas
Um desastre ou outra força maior pode estragar as mercadorias. Por exemplo, na se-
quência de inundação.
Pelo infortúnio credita-se a Subconta 3228.52 – Outras Mercadorias Sinistradas, por
contrapartida da Subconta apropriada 69.04.3 – Perdas Anormais em Existências – Sinis-
tros.
A Subconta 3228.52 – Outras Mercadorias Sinistradas é debitada da forma especifica-
da nos diversos sistemas de inventário acima abordados, para Subcontas de Regularizações
com saldo credor.
CLASSE 4 – IMOBILIZAÇÕES
40 – IMOBILIZAÇÕES DE APLICAÇÕES DE RESERVAS DE SUPERAVITS
Esta Conta segrega a aplicação duradoura das receitas que a entidade resolve poupar,
nomeadamente para futuros investimentos, políticas orçamentais anticíclicas e calamida-
des. A sua fonte está nos superavits orçamentais.
A sua desagregação é diferente da da Conta 41 porque as respectivas aplicações não
visam influenciar a gestão de outras entidades, mas apenas a obtenção de rendimentos (nor-
malmente, com carácter de portfolio). Portfolio são aplicações que não permitem exercer
uma influência determinante na gestão da empresa emitente.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Nas aquisições a pronto pagamento das aplicações financeiras, a Conta 40 – Imobili-


zações de Aplicações de Reservas de Superavits poderá ter por contrapartida a Subconta
apropriada da Conta 14 – Disponibilidades Consignadas, quando os meios monetários
utilizados estiverem previamente consignados para este fim – aquisição de aplicações fi-
nanceiras.
No âmbito da Classe 8 – Contabilidade Orçamental encontram-se outros detalhes per-
tinentes.
41 – IMOBILIZAÇÕES FINANCEIRAS
Esta Conta regista as aplicações financeiras de carácter permanente da entidade que
não devem ser registadas nas contas 40 e 46. Estas aplicações visam a obtenção de rendi-
mento ou influenciar a gestão de outras entidades.
4113 – Imobilizações Financeiras – Partes de Capital – Empresas Associadas
Quando a entidade detenha participações superiores a 20% do capital de um empresa
fora do Sector Público Empresarial, essas participações são registadas nesta Conta.
4114 – Imobilizações Financeiras – Partes de Capital – Instituições Financeiras
Supranacionais
Regista as participações nos capitais de instituições financeiras internacionais detidas
exclusivamente por Estados soberanos ou por um grupo de instituições públicas de vários
países.
4115 – Imobilizações Financeiras – Partes de Capital – Outras Empresas
Regista as restantes participações nos capitais de empresas que não possam ser lança-
das nas Subcontas precedentes.
41242 – Imobilizações Financeiras – Obrigações – Instituições Financeiras Inter-
nacionais – Instituições Financeiras Paragovernamentais
Regista as obrigações cujo emitente seja uma instituição financeira internacional deti-
da exclusivamente ou maioritariamente por um governo soberano.
4126 – Imobilizações Financeiras – Obrigações – Títulos da Dívida Pública das
Outras Entidades do SPA
Quando a nossa entidade adquire obrigações emitidas por outras entidades do SPA,
essas obrigações são registadas nesta Subconta.
414 – Investimentos Financeiros em Imobilizações Corpóreas
Quando a nossa entidade adquire ou produz bens duradouros com o objectivo de ar-
rendar ou na expectativa de obtenção futura de mais-valias, esses bens são registados nesta
Subconta.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

As entidades públicas por vezes adquirem bens para arrendar não com fins lucrativos,
mas porque são bens necessários à comunidade e os agentes económicos não os disponibi-
lizam. Isso acontece, nomeadamente, quando se está perante um negócio não rentável por
causa do carácter esporádico do uso do bem em causa (procura insatisfatória).
A locação financeira, ao abrigo do princípio da Substância sobre a Forma, contabiliza-
se nos termos referidos na parte sobre Critérios de Valorimetria.
42 – IMOBILIZAÇÕES CORPÓREAS
Esta Conta inclui bens duradouros utilizados pela entidade na sua actividade e que
possam ser alienados ao sector privado, isto é, imobilizações de domínio privado.
Esta Conta inclui bens móveis e imóveis que as entidades utilizam com carácter de
permanência e continuidade na sua actividade corrente. Inclui as benfeitorias e as grandes
reparações que sejam de se acrescer ao custo daqueles imobilizados. Os encargos com o
imobilizado podem-se caracterizar do seguinte modo:
1. Encargos de exploração: custos que contribuem para o bom funcionamento
do imobilizado corpóreo (reparações normais e conservação). Dado que estes
encargos não aumentam o valor do imobilizado nem a sua vida útil, registam-
se a débito da Subconta apropriada da Conta 61 – Fornecimentos e Serviços
de Terceiros;
2. Encargos de imobilização: intervenções que aumentam o valor do imobi-
lizado corpóreo. Exemplos: grandes reparações, manutenções plurianuais e
benfeitorias.
A distribuição dos bens imobilizados pelas Subcontas depende da função que de-
sempenham na entidade. Assim, por exemplo, um autocarro fará parte da Subconta 423
– Equipamento Básico se a entidade presta serviços com autocarros, ou da Subconta 425
– Equipamentos de Carga e Transporte, se a entidade o usa apenas para transporte do seu
pessoal.
421 – Terrenos e Recursos Naturais
Compreende os terrenos para construção, as propriedades rústicas, as plantações de na-
tureza permanente, as pedreiras, etc.
Devem ser também considerados aqui os custos de desbravamento, movimentação de
terras e drenagens.
São ainda registados nesta Subconta os terrenos subjacentes a edifícios e outras cons-
truções, mesmo que tenham sido adquiridos em conjunto e sem indicação separada dos va-
lores respectivos. Quando não haja elementos concretos para a sua avaliação, adoptar-se-á
o critério que for considerado mais adequado.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Os bens supra devem ser de domínio privado.


422 – Edifícios e Outras Construções
Respeita aos edifícios fabris, comerciais, administrativos e sociais, incluindo as insta-
lações fixas que lhes são próprias (de água, energia eléctrica, aquecimento, etc.).
Refere-se também a outras construções de domínio privado, tais como muros, silos,
parques, albufeiras, canais, estradas e arruamentos, vias-férreas internas, pistas de aviação,
cais, docas, etc.
Os bens supra devem ser de domínio privado.
423 – Equipamento Básico
Trata-se do conjunto de objectos, instrumentos e máquinas com os quais a entidade
realiza as suas actividades principais – a extracção, transformação e elaboração dos pro-
dutos ou a prestação dos serviços.
Os bens supra devem ser de domínio privado.
424 – Taras e Vasilhame
Compreende as embalagens retornáveis e outros objectos usados internamente pela
entidade para acondicionar Existências. Só são de se registar nesta Subconta as embalagens
que só raramente não são devolvidas. Aquelas que frequentemente não são devolvidas são
de se facturar juntamente com o output vendido e contabilizam-se como Mercadorias.
Os bens supra devem ser de domínio privado.
As eventuais cauções recebidas são creditadas na Subconta 269.51 – Credores por
Cauções Recebidas.
425 – Equipamentos de Carga e Transporte
Esta Subconta regista os veículos, barcos, vagões, empilhadeiras, guindastes e outros
afins, quando a entidade não tenha como actividade o transporte de carga ou de passagei-
ros.
Os bens supra devem ser de domínio privado.
426 – Equipamentos Administrativo e Social
Incluem-se sob esta designação, nomeadamente, o mobiliário de escritório e os bens
de conforto e actividade social do pessoal da entidade.
Esta Subconta regista: o mobiliário de todos os sectores da entidade; os artigos de con-
forto e decoração (candeeiros, tapetes, alcatifas, objectos decorativos, etc.); as instalações
que a entidade possui para serem utilizadas pelo seu pessoal (equipamento de cozinha,
postos médicos, instalações desportivas e culturais, refeitórios, cantinas, etc.).
Os bens supra devem ser de domínio privado.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

427 – Ferramentas
Nesta Subconta registam-se as ferramentas com duração superior a um ano e utiliza-
das nas actividades acessórias da entidade que não possam ser registadas nas Subcontas
precedentes.
As ferramentas que tenham duração não superior a um ano em condições de utilização
normal são consideradas normalmente um custo do exercício no momento da sua aquisição
e debitam-se na Subconta apropriada da Conta 61 – Fornecimentos e Serviços de Tercei-
ros.
Os bens supra devem ser de domínio privado.
43 – IMOBILIZAÇÕES INCORPÓREAS
Esta Conta inclui elementos patrimoniais intangíveis duradouros de domínio privado
e relevantes na actividades da entidade, englobando, nomeadamente: aplicação informá-
tica; propriedade industrial (firma, patente, modelo, marca); licença; know-how; alvarás;
concessões; direitos de autor; despesas de constituição, organização e arranque; despesas
de expansão da entidade; e despesas de desenvolvimento das descobertas resultantes das
investigações. Só podem ser imobilizados os encargos cujos benefícios económicos ou
serviços futuros sejam seguros ou prováveis. Os demais encargos devem ser considerados
custos extintos e levados directamente a débito da Conta apropriada da Classe 6 – Custos
e Perdas.
435 – Conservações Plurianuais em Bens Alheios
As conservações plurianuais feitas nos bens tomados em arrendamento são lançadas
nesta Subconta. As conservações plurianuais feitas nos nossos imobilizados são debitadas
nas Subcontas onde esses bens se encontrem lançados, a título de correcção do seu valor.
O período de amortização destes custos imobilizados não deve ultrapassar a vida útil
remanescente do contrato de arrendamento do bem alheio beneficiado. No caso de subse-
quente encurtamento desta vida útil, deve-se proceder à amortização extraordinária, com-
plementar, de forma a repor a igualdade entre a vida útil remanescente do contrato e a vida
útil remanescente do custo imobilizado. No caso de rescisão prematura do contrato de
arrendamento, procede-se ao abate do saldo subsistente.
44 – IMOBILIZAÇÕES EM CURSO
Esta Conta inclui todas as imobilizações de domínio privado não concluídas.
Inclui também o adiantamento feito por conta do fornecimento de imobilizado cujo
preço esteja previamente fixado. Pela recepção das facturas correspondentes deve fazer-se a
transferência para as Subcontas apropriadas da Conta 261 – Fornecedores de Imobilizado.
Para adiantamentos por conta de fornecimento de imobilizado cujo preço não esteja
previamente fixado, debita-se a Subconta 2619 – Adiantamentos a Fornecedores de Imobi-
lizado, por se tratar de um item monetário.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

45 – PARTICIPAÇÃO NA SITUAÇÃO LÍQUIDA DO SPA


Esta Conta regista os interesses patrimoniais da nossa entidade pública sobre o património
líquido das entidades públicas sem fins lucrativos criadas pela nossa entidade (entidade criada
a que o PNCP dá o nome de entidade-filial). Por estas participações serem sem fins lucrativos,
justifica-se a sua não inclusão na Conta 41 – Imobilizações Financeiras.
Esta Conta contém os direitos patrimoniais do Estado estrito senso (enquanto entida-
de-mãe) sobre a Situação Líquida dos patrimónios autónomos dos demais componentes do
SPA (enquanto entidades-filiais). Estas entidades-filiais são criadas pelo Estado estrito sen-
so e pertencem ao Estado estrito senso, no quadro do carácter unitário da nossa República.
Quando a entidade-mãe põe à disposição da entidade-filial recursos destinados ao reforço
duradouro da capacidade de funcionamento desta (tais como: Transferências de Capital,
prédios, viaturas, etc.), na contabilidade da entidade-mãe faz-se a transferência contabilís-
tica dos mesmos recursos – a débito desta Conta 45 – Participação na Situação Líquida
do SPA, por contrapartida da Conta que antes registava os recursos transferidos (lança-
mento inverso é aplicável, quando do desinvestimento junto da entidade-filial). Quanto
aos demais lançamentos, com o fito de simplificar o processo de apuramento e acompa-
nhamento da evolução desta Conta 45 – Participação na Situação Líquida do SPA, o seu
saldo corresponde à soma algébrica dos saldos das Contas de Situação Líquida de cada
Balanço das mencionadas entidades-filiais, e é actualizado anualmente com base nos novos
Balanços das entidades-filiais, da seguinte forma: se a soma algébrica da Situação Líquida
das entidades-filiais for superior ao saldo desta Conta, esta conta é debitada pela diferença,
por contrapartida directa da Subconta 511 – Financiamento Básico no SPA; no caso oposto,
haverá lançamento inverso.
O mesmo raciocínio desenvolvido no parágrafo anterior aplica-se aos municípios, com
relação às entidades sem fins lucrativos por eles criadas.
Refira-se que, indirectamente, uma entidade criada pelo município, pertence ao Estado,
já que o próprio município pertence ao Estado. Aliás, esta verdade fica evidente no proces-
so da consolidação das Demonstrações Financeiras Anuais.
46 – IMOBILIZAÇÕES DE APLICAÇÕES DO FUNDO DA PSFP
Registam-se nesta Conta as aplicações financeiras permanentes feitas com recursos
consignados ao Sistema da Previdência Social da Função Pública (PSFP).
Quanto à sua desagregação – veja-se a nota explicativa da Conta 40. Para mais deta-
lhes – veja-se a parte final destas NOTAS EXPLICATIVAS, cujo título é PREVIDÊNCIA
SOCIAL DA FUNÇÃO PÚBLICA & PNCP.
47 – IMOBILIZAÇÕES DO DOMÍNIO PÚBLICO
Registam-se nesta Conta os bens e direitos duradouros que, por lei, só possam ser
propriedade do Estado e das autarquias, na base dos princípios da inalienabilidade, da im-
prescritibilidade e da impenhorabilidade. Isto é, são bens inalienáveis e não oneráveis.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Só se regista nesta Conta o bem ou direito do domínio público cujo valor seja deter-
minável de forma fiável e cujos benefícios económicos ou serviços futuros da sua detenção
sejam seguros ou prováveis.
As imobilizações do domínio público são incluídas no património da entidade respon-
sável pela sua administração ou controlo, estejam ou não afectas à sua actividade opera-
cional.
Na preparação de alguns rácios de análise financeira o analista pode expurgar do pa-
trimónio esta Conta e a respectiva fonte – (50 – Fundo de Imobilizações do Domínio Pú-
blico). Isto por causa da sua inalienabilidade, imprescritibilidade, impenhorabilidade e da
frequente dificuldade na sua valorimetria.
Basicamente, eis a sua movimentação: pelo inventário inicial, debitam-se as Subcontas
apropriadas desta Conta 47 – Imobilizações do Domínio Público, por contrapartida da Con-
ta 50 – Fundo de Imobilizações do Domínio Público; idem com relação a imobilizações
do domínio público que forem indevidamente omitidas no inventário inicial ou venham a
surgir de forma gratuita; as outras variações subsequentes nas imobilizações do domínio
público contabilizam-se segundo as regras gerais da contabilidade aplicáveis às imobiliza-
ções.
473 – Valor Actualizado dos Direitos de Concessão a Receber
Quando o Estado celebra um contrato de concessão que lhe assegura uma renda fixa e
certa, sem custos adicionais futuros para o Estado, o valor actualizado das rendas futuras
é contabilizado a débito desta Conta 473 – Valor Actualizado dos Direitos de Concessão
a Receber, por contrapartida da Conta 50 – Fundo de Imobilizações do Domínio Público.
À medida que as rendas forem vencendo, credita-se a Subconta apropriada da Conta 78
– Outros Proveitos, por contrapartida de Disponibilidades ou da Subconta apropriada da
Conta 269 – Devedores e Credores Diversos. Anualmente, o saldo da Conta 473 – Valor
Actualizado dos Direitos de Concessão a Receber é amortizado, indirectamente, debitando
a Conta 64 – Amortizações do Exercício, por contrapartida da Subconta apropriada da Con-
ta 48 – Amortizações Acumuladas. No fim do contrato, procede-se ao abate, creditando esta
Conta 473 – Valor Actualizado dos Direitos de Concessão a Receber, por contrapartida da
Conta apropriada da Conta 48 – Amortizações Acumuladas. Havendo remanescente, anula-
se parcialmente o lançamento inicial supra referido (isto é, debita-se a Conta 50 – Fundo de
Imobilizações do Domínio Público, por contrapartida desta Conta 473 – Valor Actualizado
dos Direitos de Concessão a Receber).
48 – AMORTIZAÇÕES ACUMULADAS
Os imobilizados tangíveis e intangíveis não se consomem num só exercício. O custo
do imobilizado deve ser imputado a vários exercícios e não somente ao ano de aquisição
ou produção. O seu uso provoca uma depreciação. A operação contabilística que permite
a imputação do custo aos vários anos designa-se por amortização. O desgaste ou perda de
valor é o resultado do uso, de factores climáticos, económicos, etc.
A depreciação deveria ser determinada diariamente mas, na prática, não é viável.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

O desdobramento desta Conta é feito de acordo com as rubricas existentes nas imobi-
lizações perecíveis.
49 – PROVISÕES PARA INVESTIMENTOS FINANCEIROS
Esta Conta serve para registar as diferenças entre o custo de aquisição ou produção do
investimento financeiro e o respectivo preço de mercado, quando este for inferior àquele.
Pela constituição ou reforço da provisão, credita-se esta Conta , por contrapartida da
Subconta apropriada da Conta 664 – Provisões do Exercício – da Actividade Financeira (se
se tratar de provisão corrente) ou da Subconta 69.01 – Provisões para Perdas Extraordiná-
rias (se se tratar de provisão causada por razões excepcionais). Debita-se pela utilização de
provisão, por contrapartida da Subconta apropriada da Conta 76 – Proveitos Financeiros.
Pela reposição ou anulação, debita-se esta Conta, por contrapartida da Subconta apropriada
da Conta 79 – Ganhos.
Quanto à articulação entre as Subcontas que segregam os movimentos desta Conta –
veja-se a nota explicativa da Conta 39.
CLASSE 5 – SITUAÇÃO LÍQUIDA E DÍVIDA PÚBLICA
SITUAÇÃO LÍQUIDA
50 – FUNDO DE IMOBILIZAÇÕES DO DOMÍNIO PÚBLICO
Regista as fontes próprias para Imobilizações do Domínio Público. Esta segregação
justifica-se pelo facto de as imobilizações do domínio público serem inalienáveis, pelo que
em certas análises financeiras convém excluir do balanço as pertinentes origens e aplica-
ções.
Pelo inventário inicial, debitam-se as Subcontas apropriadas da Conta 47 – Imobiliza-
ções do Domínio Público, por contrapartida desta Conta 50 – Fundo de Imobilizações do
Domínio Público. Idem com relação a imobilizações do domínio público que forem inde-
vidamente omitidas no inventário inicial ou venham a surgir de forma gratuita. No fim do
exercício, havendo diferença entre os valores absolutos dos saldos das duas Contas supra,
procede-se à eliminação desta diferença da seguinte forma: se o valor absoluto do saldo
credor da Conta 50 – Fundo de Imobilizações do Domínio Público for superior ao valor
absoluto do saldo devedor da Conta 47 – Imobilizações do Domínio Público, debita-se a
Conta 50 – Fundo de Imobilizações do Domínio Público, por contrapartida da Conta resi-
dual da Situação Líquida – 512 – Fundo Permanente Próprio – Outros; lançamento inverso
ocorre no caso oposto.
5011 – Fundo de Imobilizações do Domínio Público – Proveitos Directos – Com
Proveitos Fixos
Regista as fontes próprias para bens ou direitos do domínio público cujos usufrutuários
acordaram com a entidade titular do bem ou direito uma renda fixa anual. Se se tratar de

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

renda na acepção rigorosa da ciência económica (isto é, simples redistribuição de rendi-


mento, sem custos para o titular) figurará na Subconta 50111 – Fundo de Imobilizações do
Domínio – Proveitos Directos – Com Proveitos Fixos – Com Renda Fixa: por exemplo,
uma renda fixa pelo uso duma praia por uma esplanada. Se o titular tiver custos decorrentes
do usufruto do bem, vai para a Subconta 50112 – Fundo de Imobilizações do Domínio –
Proveitos Directos – Com Proveitos Fixos – Outros: por exemplo, uma eventual renda fixa
pelo uso da pista de um aeroporto público.
5012 – Fundo de Imobilizações do Domínio Público – Proveitos Directos – Com
Proveitos Variáveis
Regista as fontes próprias para bens ou direitos do domínio público com proveitos
directos, mas cujo montante varia: por exemplo, estradas públicas cujo Imposto de Circu-
lação Automóvel varia consoante o número e tipo de viaturas em circulação em cada ano.
502 – Fundo de Imobilizações do Domínio Público – Com Proveitos Indirectos
Regista as fontes próprias para bens ou direitos do domínio público que não causam
entrada de recursos ou serviços, embora tragam benefícios efectivos para a comunidade –
p.e. Estátuas.
51 – FUNDO PERMANENTE PRÓPRIO
Esta Conta é de natureza residual: regista a parte das fontes próprias dos activos que
não deva ser registada noutra Conta da Situação Líquida.
A movimentação desta Conta é complexa – graças à digrafia, esta movimentação é
estudada, caso a caso, através das Contas correspondentes tratadas nestas NOTAS EXPLI-
CATIVAS.
As Subcontas desta Conta, a seguir especificadas, terão, quando julgado conveniente,
Subcontas que acumulam durante o ano os tipos de movimentos que mereçam ser acom-
panhados individualmente. A articulação entre essas eventuais Subcontas de movimentos
é semelhante à explicada no âmbito da Conta 39 – Provisões para Depreciação de Exis-
tências.
511 – Financiamento Básico no SPA
Esta Subconta segrega a parte do Fundo Permanente Próprio correspondente à fonte
dos direitos patrimoniais líquidos do Estado estrito senso (enquanto entidade-mãe) sobre
os patrimónios autónomos dos demais componentes do SPA (enquanto entidades-filiais).
Esses direitos registam-se na Conta 45 – Participação na Situação Líquida do SPA. Com
o fito de simplificar o processo de apuramento e acompanhamento da evolução, o saldo da
Conta 45 – Participação na Situação Líquida do SPA deve ser igual à soma algébrica dos
saldos das Contas de Situação Líquida de cada Balanço das mencionadas entidades-filiais,
e é actualizado anualmente com base nos novos Balanços das entidades-filiais, da seguinte
forma: se a soma algébrica da Situação Líquida das entidades-filiais for superior ao saldo

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

da Conta 45, a Conta 45 é debitada pela diferença, por contrapartida directa da Subconta
511 – Financiamento Básico no SPA; no caso oposto, haverá lançamento inverso. Após este
lançamento, se o valor absoluto do saldo da Conta 511 – Financiamento Básico no SPA for
diferente do valor absoluto do saldo da Conta 45 – Participação na Situação Líquida do
SPA, procede-se à regularização, da seguinte forma: se o valor absoluto do saldo credor da
Conta 511 – Financiamento Básico no SPA for superior ao valor absoluto do saldo devedor
da Conta 45 – Participação na Situação Líquida do SPA, debita-se pela diferença a Con-
ta 511 – Financiamento Básico no SPA, por contrapartida da Conta residual da Situação
Líquida – 512 – Fundo Permanente Próprio – Outros; lançamento inverso ocorre no caso
oposto.
O mesmo raciocínio aplica-se aos municípios, com relação a entidades sem fins lucra-
tivos por eles criadas.
512 – Fundo Permanente Próprio – Outros
Esta Subconta regista a parte do Fundo Permanente Próprio que não possa ser regista-
da na Conta 511. Assim, em todos os lançamentos nestas NOTAS EXPLICATIVAS onde se
menciona a Conta 51 – Fundo Permanente Próprio como contrapartida, deve entender-se
Subconta 512 – Fundo Permanente Próprio – Outros.
52 – RESERVAS
Regista a parte das fontes próprias de carácter provisório ou especial (devido à sua
origem e ou função) que não possa ser registada noutra Conta da Situação Líquida.
Nas empresas, as reservas representam, normalmente, partes dos lucros ou doações
para investimentos retidas provisoriamente pela empresa em prol da sua robustez financei-
ra, podendo subsequentemente integrá-las no capital, utilizá-las para cobrir prejuízos ou
certos encargos e, em alguns casos, assegurar a estabilidade dos dividendos. Por vezes a
sua constituição, nas empresas, decorre da imposição da lei, nomeadamente visando uma
maior segurança aos credores.
No PNCP, de momento, apenas especifica-se a Conta das reservas decorrentes de Re-
avaliação de Imobilizações. O órgão competente para aprovação das Contas da entidade
pode deliberar a subsequente integração destas reservas na Conta 51 – Fundo Próprio
Permanente.
53 – SUBSÍDIOS E TRANSFERÊNCIAS PLURIANUAIS
Quanto aos conceitos de subsídio e transferência – veja-se a nota explicativa da Conta 65
– Subsídios e Transferências Correntes Concedidos. Quando o subsídio ou a transferência
se destina ao reforço duradouro da capacidade de funcionamento da entidade, credita-se,
respectivamente, a Subconta 532 – Subsídios Plurianuais – de Capital ou a Subconta 534
– Transferências Plurianuais – de Capital, por contrapartida do bem ou direito recebi-
do. Esta Conta 53 – Subsídios e Transferências Plurianuais regista ainda o subsídio ou a

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

transferência recebido e destinado à cobertura de encargos do funcionamento corrente de


exercício(s) futuro(s), desta feita, creditando, respectivamente, a Subconta 531 – Subsídios
Plurianuais – Correntes ou a Subconta 533 – Transferências Plurianuais – Correntes, por
contrapartida do bem ou direito recebido.
Quanto às Subcontas 531 – Subsídios Plurianuais – Correntes e 533 – Transferências
Plurianuais – Correntes, elas são debitadas, por contrapartida da Subconta apropriada da
Conta 74 – Subsídios e Transferências Correntes Obtidos, à medida que for chegando o
período para cuja cobertura se destinem, em conformidade com os respectivos contratos
de doação.
Quanto à Subconta 532 – Subsídios Plurianuais – de Capital, anualmente esta Subcon-
ta é debitada, por contrapartida da Subconta apropriada da Conta 78 – Outros Proveitos,
a título de compensação, nomeadamente de parte dos encargos suportados, por exemplo
através das Amortizações do Exercício.
Quanto à Subconta 534 – Transferências Plurianuais – de Capital, dependendo das
condições da doação, os representantes do dono da entidade podem ou não deliberar pela
sua subsequente integração na Conta 51 – Fundo Próprio Permanente, creditando esta, por
contrapartida daquela.
54 – RESULTADOS
Determina a variação líquida patrimonial resultante de enriquecimentos e empobreci-
mentos associados ao funcionamento, ocorrida no exercício, quer por factores sob o con-
trolo da direcção da entidade, quer por fenómenos fora do seu controlo. Conserva também
a variação líquida patrimonial apurada no(s) exercício(s) anterior(es) para a qual ainda o
representante do dono não aprovou a aplicação respectiva.
541 – Resultado Operacional
Determina a variação líquida patrimonial resultante de enriquecimentos e empobreci-
mentos associados ao funcionamento, ocorrida no exercício, por factores associados essen-
cialmente às actividades para as quais a entidade foi criada e sob o controlo da direcção da
entidade.
A sua movimentação depende do sistema de inventário das existências que a entidade
adoptar livremente.
Quer no sistema de inventário intermitente, quer no subsistema de inventário perma-
nente sem contabilização dos Custos de Produção, no final do exercício, são transferidos
para esta Conta 541 – Resultado Operacional: I) todos os custos e proveitos (à excepção
dos custos financeiros e proveitos financeiros); II) os saldos iniciais e finais dos outputs
transformados (Contas 33 a 35); III) os saldos finais das Subcontas de Regularizações res-
peitantes aos outputs transformados (Contas 33 a 35). O saldo das transferências II e III
representa a Variação da Produção. Evidentemente, só haverá essas duas últimas transfe-
rências nas empresas de produção, isto é, com produtos acabados.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

No subsistema de inventário permanente com contabilização dos Custos de Produção


não integrada na Contabilidade Patrimonial: I) no início do exercício, esta Conta 541 –
Resultado Operacional é debitada, por contrapartida da Conta 35, para contabilisticamente
(só no papel) significar a ‘devolução’ dos Produtos e Trabalhos em Curso ao processo
produtivo; II) durante o exercício, esta Conta 541 – Resultado Operacional é creditada, por
contrapartida das Contas 33 e 34, à medida que as respectivas existências forem entrando
em stock; III) durante o exercício, esta Conta 541 – Resultado Operacional é debitada, por
contrapartida das Contas 33 e 34, à medida que as respectivas existências, antes em sto-
ck, forem sendo vendidas ou (no caso de produtos semiacabados) devolvidas ao processo
produtivo; IV) no final do exercício, esta Conta é creditada, por contrapartida da Conta 35,
pelos Produtos e Trabalhos em Curso a 31 de Dezembro; V) ainda no final do exercício,
são transferidos para esta Conta 541 – Resultado Operacional todos os custos e proveitos (à
excepção dos custos financeiros e proveitos financeiros). Dos quatro primeiros lançamen-
tos resulta a Variação da Produção. Entende-se aqui por ‘entrar em stock’ o aumento de
existências provindas da produção (independentemente se as existências entram em arma-
zém ou vão directamente para o ‘poder de terceiros’ – à sua guarda ou em consignação).
No subsistema de inventário permanente com contabilização dos Custos de Produção
integrada na Contabilidade Patrimonial, para esta Conta 541 – Resultado Operacional,
são transferidos, no final do exercício, os custos EXTINTOS e os proveitos (com excepção
dos custos e proveitos financeiros) E MAIS NADA.
Depois de todos os lançamentos referidos num dos três últimos parágrafos, determi-
na-se o saldo (apurando assim o Resultado Operacional) que é transferido: se for credor
(Resultado Operacional positivo), para crédito da Conta 543 – Resultado Corrente; para
débito da Conta 543, no caso contrário.
542 – Resultado Financeiro
Para esta Conta 542 – Resultado Financeiro, são transferidos, no final do exercício, os
custos financeiros e os proveitos financeiros.
Após os lançamentos supra, o Resultado Financeiro assim apurado é transferido: se
for positivo, para crédito da Conta 543 – Resultado Corrente; para débito da Conta 543, se
for negativo.
543 – Resultado Corrente
Para esta Conta 543 – Resultado Corrente, são transferidos os saldos finais das Contas
541 e 542, nos termos referidos nas notas explicativas destas.
Após os lançamentos supra, o saldo assim apurado, é transferido: se for credor, para
crédito da Conta 545 – Resultado Antes dos Impostos sobre Rendimento; se for devedor,
para débito da Conta 545.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

544 – Resultado Extraordinário


No final do exercício, para esta Conta 544 – Resultado Extraordinário, são transferi-
dos as perdas e os ganhos constantes, respectivamente, nas Contas 69 e 79.
Após os lançamentos supra, o Resultado Extraordinário assim apurado, é transferido:
se for positivo, para crédito da Conta 545 – Resultado Antes dos Impostos sobre Rendimen-
to; se for negativo, para débito da Conta 545.
545 – Resultado Antes dos Impostos sobre Rendimento
Os saldos finais das Contas 543 e 544 são transferidos para esta Conta 545 – Resultado
Antes dos Impostos sobre Rendimento, de conformidade com as regras referidas nas notas
explicativas das Contas 543 e 544.
Após os lançamentos supra e apurado o Resultado Antes dos Impostos sobre Rendi-
mento, este é transferido: se for positivo, para crédito da Conta 548 – Resultado Líquido; se
for negativo, para débito da Conta 548.
546 – Impostos sobre o Rendimento do Exercício
O eventual IUR estimado é debitado nesta Conta 546 – Impostos sobre o Rendimento
do Exercício, por contrapartida da Subconta 24112 – Estado e Outras Autoridades Públicas
– IUR Gerados no Ano Corrente – IUR Estimado.
O eventual Imposto sobre Rendimento lançado nesta Conta 546 – Impostos sobre o
Rendimento do Exercício é subsequentemente transferido para débito da Conta 548 – Re-
sultado Líquido.
548 – Resultado Líquido
Os saldos finais das Contas 545 e 546 são transferidos (nos termos referidos nas notas
explicativas das mesmas Contas 545 e 546) para esta Conta 548 – Resultado Líquido.
55 – FUNDO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL DA FUNÇÃO PÚBLICA
Esta Conta só aparece na contabilidade do Estado estrito senso, já que (de conformida-
de com o nº 5 do Artigo 13º da Lei 61/IV/92, de 30 de Dezembro, in Suplemento) só a ele
cabe gerir o Regime da Previdência Social da Função Pública. Poderá, todavia, aparecer na
contabilidade dos Municípios se assim a lei vier a determinar.
Corresponde à Situação Líquida do património segregado do Sistema da Previdência
Social da Função Pública, isto é, à fonte própria dos respectivos activos.
No futuro, a fonte principal desta Conta deve ser o Resultado Líquido positivo aplica-
do no reforço financeiro do sistema – creditando esta Conta, por contrapartida da Subconta
5481 – Resultado Líquido – Previdência Social da Função Pública ou da Subconta 5491
– Resultados Transitados – Previdência Social da Função Pública. Haverá lançamento
inverso, ocorrendo Resultado Líquido negativo.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

DÍVIDA PÚBLICA
EXPLICAÇÕES COMUNS ÀS CONTAS 56 A 58
Dívida Pública
Empréstimos obtidos pelo SPA, incluindo os perpétuos com juros.
Dívida Pública – Interna & Externa
Interna – empréstimo contraído no país;
Externa – empréstimo contraído no estrangeiro.
Dívida Pública Concessional (segundo convenção do PNCP)
Interna = à taxa de juro < taxa de juro da “cedência de liquidez” do BCV;
Externa = à taxa de juro < “SDR Interest Rate” do Fundo Monetário Internacio-
nal.
Empréstimos – Voluntários & Forçados
Voluntários – o mutuante é livre de conceder ou não o empréstimo;
Forçados – o mutuante é obrigado pelo Estado a conceder o empréstimo (por
exemplo: depois de uma calamidade; em situação de guerra; para uma
grande obra pública). Empréstimos forçados só podem ser internos.
Dívida Pública – Perpétua & Temporária
Perpétua – sem prazo de vencimento, só paga juro perpetuamente. Se o Estado
reserva o direito de reembolsar quando quiser – diz-se remível. Caso
contrário – diz-se irremível. Empréstimos perpétuos são sempre repre-
sentados por títulos negociáveis.
Temporária – o Estado obriga-se a amortizá-la.
Dívida Pública – Reembolsável por Prestações
Para efeito de amortização o empréstimo é dividido em parcelas, cada uma com a sua
data de vencimento, havendo assim, para o empréstimo no seu todo, uma amortização gra-
dual, frequentemente em intervalos constantes, com parcelas constantes.
Dívida Pública – Reembolsável em Data Fixa
Todo o empréstimo vence numa dada data.
Dívida Pública – Amortizável por Sorteio
Periodicamente o emitente tira à sorte um determinado número (constante ou variável)
de títulos, que se consideram, com isso, vencidos.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Dívida Pública – Temporária à Vista


O Estado obriga-se a amortizá-la quando o mutuante requerer.
Dívida Pública – Com Renda Vitalícia
Empréstimo em que o Estado obriga-se a pagar uma renda anual ao mutuante enquanto
este for vivo. Actuarialmente, a renda inclui a amortização.
Dívida Pública – Fundada
= as perpétuas + as a médio e a longo prazos
Dívida Pública – Consolidada
= as perpétuas
Dívida Pública – Amortizável
= as a médio e a longo prazos
Dívida Pública Flutuante
= as a curto prazo (conta-corrente, empréstimo bancário comum e títulos – por exem-
plo, Bilhete de Tesouro)
CONTA ANALÍTCA DE TÍTULOS
Na designação da Conta analítica destinada a cada título, deve-se identificar esse título
através, nomeadamente, do ano da sua emissão e da sua taxa de juro. Havendo num mesmo
ano, mais do que um título emitido, deve-se acrescentar ao nome da Conta atrás referido o
mês da emissão. Havendo várias emissões num mês, acrescenta-se ainda o dia. Havendo,
acrescenta-se o vencimento. O objectivo último é conseguir a singularidade do nome, con-
tendo sempre, no mínimo, o(s) ano(s) e a taxa.
56 – DÍVIDA PÚBLICA A LONGO PRAZO
Esta Conta inclui todos os empréstimos com prazo de vencimento superior a 5 anos,
contraídos pelas entidades do SPA, essencialmente para o financiamento do seu plano de
desenvolvimento.
57 – DÍVIDA PÚBLICA A MÉDIO PRAZO
Esta Conta inclui todos os empréstimos com prazo de vencimento superior a 1 ano e
inferior ou igual a 5 anos, contraídos pelas entidades do SPA, normalmente para o financia-
mento do seu plano de desenvolvimento.
58 – DÍVIDA PÚBLICA A CURTO PRAZO
Esta Conta inclui todos os empréstimos com prazo de vencimento inferior ou igual a
1 ano, contraídos pelas entidades do SPA, normalmente para suprir necessidades sazonais
ou temporárias de tesouraria.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Note bem: as contas-correntes com instituições financeiras que normalmente têm sal-
do devedor devem figurar na Classe 1; as contas-correntes com instituições financeiras que
normalmente têm saldo credor devem figurar na Conta 58. No balanço, independentemente
do código que tiver uma dada conta-corrente, ela figurará no activo ou no passivo consoan-
te o seu saldo a 31 de Dezembro for devedor ou credor, respectivamente.
59 – CREDORES DESCONHECIDOS POR RECURSOS ALHEIOS INTEGRA-
DOS
Dívida a favor de desconhecidos pela posse, por parte do Estado, de achados e equi-
parados. Em princípio, os recursos alheios identificáveis e não perecíveis, cujos donos
sejam desconhecidos, são registados na Contabilidade Extrapatrimonial. Em princípio, os
recursos alheios não identificáveis são integrados no património do Estado, debitando as
pertinentes Contas do activo e creditando esta Conta 59 – Credores Desconhecidos por Re-
cursos Alheios Integrados. Em princípio, os recursos alheios perecíveis ou de guarda one-
rosa são integrados no património do Estado ou vendidos, debitando as pertinentes Contas
do activo e creditando esta Conta 59 – Credores Desconhecidos por Recursos Alheios
Integrados. Aquando do surgimento do legítimo dono, esta Conta 59 – Credores Desconhe-
cidos por Recursos Alheios Integrados é debitada, por contrapartida da Conta concernente
ao activo cedido ao legítimo dono (normalmente, Disponibilidades). No caso da prescrição
do direito da reclamação, esta Conta 59 – Credores Desconhecidos por Recursos Alheios
Integrados é debitada, por contrapartida da Subconta apropriada da Conta 79 – Ganhos.
CLASSE 6 – CUSTOS E PERDAS
60 – CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS E DAS MATÉRIAS CONSU-
MIDAS
Quanto à sua compreensão e movimentação – vejam-se as notas explicativas relativas
às Classes 3 – Existências e 9 – Contabilidade Analítica (9 – Custos de Produção) e ainda
relativas à Conta 54.
Note Bem: quando a entidade optar pela implementação do subsistema de inventário
permanente com contabilização dos Custos de Produção integrada na Contabilidade Patri-
monial, o código 60 terá a designação Custos das Vendas e dos Serviços Prestados, deven-
do, neste subsistema, esta Conta registar apenas custos extintos, através exclusivamente de
Subcontas de outputs, transformados e não transformados, incluindo o serviço prestado.
Neste subsistema de inventário a conta 60 – Custos das Vendas e dos Serviços Prestados
terá apenas as seguintes subcontas: 602 – Custo das Mercadorias Vendidas, com as actuais
subcontas desta; 603 – Custo dos Produtos Acabados e Semiacabados Vendidos, com as
subcontas desta (6031 – Custo dos Produtos Acabados Vendidos, 6032 – Custo dos Produ-
tos Semiacabados Vendidos, 6038 – Quebras Normais em Produtos Acabados e Semiaca-
bados, 60381 – Quebras Normais em Produtos Acabados e 60382 – Quebras Normais em
Produtos Semiacabados); 604 – Custo dos Subprodutos, Desperdícios, Resíduos e Refugos

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Vendidos, com as subcontas desta (6041 – Custo dos Subprodutos Vendidos, 6042 – Custo
dos Desperdícios, Resíduos e Refugos Vendidos, 6048 – Quebras Normais em Subprodu-
tos, Desperdícios, Resíduos e Refugos, 60481 – Quebras Normais em Subprodutos, 60482
– Quebras Normais em Desperdícios, Resíduos e Refugos); e 607 – Custo dos Serviços
Prestados. Neste subsistema de inventário permanente com contabilização dos Custos de
Produção integrada na Contabilidade Patrimonial, os custos incorporáveis nos Custos de
Produção (designadamente com matérias-primas e matérias subsidiárias) são debitados nas
subcontas apropriadas da Classe 9 – Custos de Produção.
61 – FORNECIMENTOS E SERVIÇOS DE TERCEIROS
Normalmente por contrapartida de Fornecedores ou Disponibilidades, esta Conta re-
gista a débito os custos do exercício por fornecimentos de bens correntes destinados ao
consumo interno e aquisição de serviços externos correntes, excluindo:
a) Os custos com compra de bens não duradouros armazenáveis, que se registam
a débito das Contas da Classe 3 – Existências;
b) Os custos com compras de matérias-primas não armazenáveis, que se regis-
tam a débito da Conta 60 – Custos das Mercadorias Vendidas e das Matérias
Consumidas ou da conta apropriada da Classe 9 – Custos de Produção, con-
forme a não existência ou a existência do subsistema de inventário perma-
nente com contabilização dos Custos de Produção integrada na Contabilidade
Patrimonial, respectivamente.
Note Bem: quando a entidade optar pela implementação do subsistema de inventário
permanente com contabilização dos Custos de Produção integrada na Contabilidade Patri-
monial, o código 61 terá a designação Materiais de Consumo, Fornecimentos e Serviços
e terá como Subcontas, para além das actualmente previstas, a Subconta 611 – Materiais
de Consumo Consumidos destinada ao registo dos materiais de consumo armazenáveis
subsequentemente entregues ao consumo. Neste subsistema, na Conta 61 – Materiais de
Consumo, Fornecimentos e Serviços só se registam os custos fixos indirectos. A Subconta
611 – Materiais de Consumo Consumidos só regista os custos não incorporáveis nos Custos
de Produção e tem a mesma movimentação que as actuais Subcontas afins (6063 – Custo
dos Materiais Consumíveis de Escritório Consumidos, 6064 – Custo dos Outros Materiais
de Consumo Consumidos, 60683 – Quebras Normais – Matérias Primas, Subsidiárias e de
Consumo – Materiais Consumíveis de Escritório e 60684 – Quebras Normais – Matérias
Primas, Subsidiárias e de Consumo – Outros Materiais de Consumo) têm no subsistema
de inventário permanente sem contabilização dos Custos de Produção. Estas mencionadas
Subcontas, desta feita, serão Subcontas da Conta 611 – Materiais de Consumo Consumi-
dos, com os seguintes nomes: 6111 – Custo dos Materiais Consumíveis de Escritório Con-
sumidos; 6112 – Custo dos Outros Materiais de Consumo Consumidos; 6118 – Quebras
Normais – Materiais de Consumo; 61181 – Quebras Normais – Materiais de Consumo
– Materiais Consumíveis de Escritório e 61182 – Quebras Normais – Materiais de Con-

362
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

sumo – Outros Materiais de Consumo. Neste subsistema de inventário permanente com


contabilização dos Custos de Produção integrada na Contabilidade Patrimonial, os custos
incorporáveis nos Custos de Produção (designadamente os custos directos e os custos in-
directos variáveis ou semi-variáveis associados aos materiais de consumo, fornecimentos e
serviços) são debitados nas Subcontas apropriadas da Classe 9 – Custos de Produção.
612 – Fornecimentos
Regista as aquisições de Matérias Subsidiárias e de Matérias de Consumo não arma-
zenáveis, isto é, destinadas ao consumo interno imediato.
612.01 – Água
Regista os custos suportados com a água adquirida, excluindo:
a) As compras para revenda, que se contabilizam a débito da Subconta apropria-
da da Conta 32 – Mercadorias (se a água for armazenável), ou da Subconta
6022 – Custo das Outras Mercadorias Vendidas (se a água for vendida de
imediato);
b) As compras que se destinam a ser incorporadas materialmente no produto
acabado, que se contabilizam a débito: i) da Subconta apropriada da Conta
36 – Matérias Primas, Subsidiárias e de Consumo, se a água for armazenável;
ii) se a água for consumida de imediato, da Conta apropriada da Classe 9 –
Custos de Produção, no caso desta classe existir, ou no caso dela não existir,
directamente da Conta 6061 – Custo das Matérias-Primas Consumidas.
Pela água que deva ser debitada nesta Subconta e consumida até ao final de Dezem-
bro, mas cuja factura não tenha ainda dado entrada na contabilidade no fecho da escrita,
debita-se esta Subconta, por contrapartida de 276.01 – Acréscimos de Custos – Água com
Pagamentos Diferidos.
612.02 – Electricidade
Pela electricidade que deva ser debitada nesta Subconta e consumida até ao final de
Dezembro, mas cuja factura não tenha ainda dado entrada na contabilidade no fecho da
escrita, debita-se esta Subconta, por contrapartida de 276.02 – Acréscimos de Custos –
Electricidade com Pagamentos Diferidos.
612.03 – Combustíveis
O raciocínio das notas explicativas relativas à água é aplicável a combustíveis.
612.05 – Material de Conservação e Reparação
Inclui os bens destinados à manutenção e conservação dos bens do activo imobilizado
corpóreo e que não aumentem a vida útil destes. Os bens destinados à manutenção e con-
servação dos bens do activo imobilizado corpóreo e que aumentem a vida útil destes são

363
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

registados a débito da Subconta apropriada, nomeadamente, da Conta 442 – Imobilizações


em Curso – de Imobilizações Corpóreas ou da Conta 478 – Imobilizações do Domínio
Público em Curso.
612.07 – Ferramentas de Desgaste Rápido
Pela aquisição de ferramentas com vida útil não superior a 1 ano e destinadas ao uso
imediato, debita-se esta Subconta.
As ferramentas não enquadráveis na definição supra são contabilizados na Subconta da
mesma natureza da Conta 42 – Imobilizações Corpóreas.
612.08 – Material de Escritório
Os materiais de consumo indispensáveis ao funcionamento dum escritório e destina-
dos ao consumo imediato são registados nesta Subconta.
612.09 – Material de Publicidade e Propaganda
Os materiais para consumo imediato e destinados à publicidade e propaganda com
efeito de curto prazo são debitados nesta Subconta.
612.10 – Livros e Documentação Técnica
Quando a entidade entender que, devido ao valor global irrisório dos livros e docu-
mentação técnica que adquire, não é conveniente utilizar a Conta de Imobilizações Corpó-
reas, debitará esta Subconta.
613 – Subcontratos
Quando parte do processo produtivo da entidade é transferida a um terceiro, mediante
contrato, os respectivos encargos são registados nesta Conta.
614 – Outros Serviços de Terceiros
Regista as actividades de terceiros destinadas à transformação, reparação ou manuten-
ção dos bens da entidade ou à satisfação de alguma necessidade imaterial da entidade ou do
seu pessoal, em todos os casos de natureza corrente, exceptuando o Subcontrato.
Os serviços prestados por técnicos independentes devem ser sempre debitados na Sub-
conta 614.15 – Honorários, independentemente da sua natureza, com subsequente cumpri-
mento da legislação fiscal, nomeadamente quanto à declaração de Honorários pagos aos
beneficiários ou colocados à disposição destes.
614.01 – Rendas e Alugueres
Inclui o valor das rendas e alugueres de bens utilizados em regime de locação opera-
cional.
Os bens utilizados em regime de locação financeira registam-se na Conta 42 – Imobi-
lizações Corpóreas.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Pela renda ou aluguer que deva ser debitada nesta Subconta e relativa ao período findo
a 31 de Dezembro, mas cujo vencimento ocorre numa data posterior, debita-se esta Subconta,
por contrapartida de 276.03 – Acréscimos de Custos – Rendas e Alugueres com Pagamentos
Diferidos.
Quando o período coberto pela renda ou aluguer já paga ultrapassa o fim do exercício,
pelo remanescente (concernente ao exercício subsequente e eventualmente debitado nesta
Subconta) credita-se esta Subconta, por contrapartida da Subconta 272.01 – Custos Diferi-
dos – Rendas e Alugueres Pagos Adiantadamente.
614.02 – Despesas de Representação
São encargos com recepções, refeições, viagens, divertimentos e outros actos afins a
favor do pessoal e de parceiros. Inclui ainda os encargos fixos com titulares de órgãos de
direcção que no dia-a-dia são obrigados amiúde a praticar actos desta natureza em prol da
entidade.
614.05 – Comunicação
Pelos encargos de comunicação que devam ser debitados nesta Subconta e relativos
ao período findo a 31 de Dezembro, mas cuja factura não tenha ainda dado entrada na
contabilidade no fecho da escrita, debita-se esta Subconta, por contrapartida de 276.04 –
Acréscimos de Custos – Comunicação com Pagamentos Diferidos.
614.06 – Seguros
Inclui o custo de seguros da responsabilidade da entidade, com exclusão dos seguros a
favor do pessoal (que se contabilizam na Conta 635 – Custos com o Pessoal – Seguros de
Acidentes no Trabalho e Doenças Profissionais) e ainda dos seguros associados à aquisição
de bens (que são incorporados no custo de aquisição destes bens).
Quando o período coberto pelo seguro ultrapassa o fim do exercício, pelo remanes-
cente (concernente ao exercício subsequente e eventualmente debitado nesta Subconta)
credita-se esta Subconta, por contrapartida da Subconta 272.02 – Custos Diferidos – Segu-
ros não Relativos ao Pessoal Pagos Antecipadamente.
614.08 – Royalties com Assistência Técnica
Inclui os encargos com o usufruto de direitos de propriedade industrial de terceiros (nomea-
damente, exploração de patentes – licenças – , modelos, marcas), e com o usufruto de know-how
e desenhos, quando o usufruto vem associado à assistência técnica a prestar pelo fornece-
dor.
614.10 – Trabalhos Especializados
Inclui o valor dos serviços técnicos prestados por empresas especializadas em áreas
que a entidade não pode superar pelos seus próprios meios.
Quando esses serviços destinam-se a beneficiar o Pessoal, debita-se a Subconta apro-
priada da Conta 63 – Custos com o Pessoal.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Quando esses serviços são prestados por técnicos independentes, devem ser sempre
debitados na Subconta 614.15 – Honorários, com subsequente cumprimento da legislação
fiscal, nomeadamente quanto à declaração de Honorários pagos aos beneficiários ou colo-
cados à disposição destes.
614.11 – Transportes de Existências
Inclui o valor de transporte de outputs vendidos, quando seja da responsabilidade da
empresa, bem como o transporte de existências entre dois locais de armazenamento.
O custo de transporte incorrido no momento da compra de bens entra no valor de aqui-
sição desses bens.
614.13 – Deslocações e Estadas
Inclui os encargos suportados com o pessoal quando em missão de serviço fora do
local habitual de trabalho (relativos ao seu transporte e ajudas de custos até ao limite legal
– alojamento, alimentação e outros encargos conexos). Inclui ainda as prestações pagas ao
pessoal para fazer face a encargos adicionais decorrentes da sua prolongada estada fora do
local habitual de trabalho, em missão de serviço, como, por exemplo, no caso da estada no
estrangeiro de diplomatas.
614.14 – Comissões a Intermediários
Inclui a débito os valores que se atribuem a entidades que, de sua conta, agenciam a
venda de outputs da nossa entidade ou a prestação dum serviço próprio da nossa entidade,
por contrapartida da Conta 2672 – Intermediários.
As comissões pagas ao Pessoal registam-se na Subconta apropriada da Conta 63 –
Custos com o Pessoal.
Quando esses serviços são prestados por técnicos independentes, devem ser sempre
debitados na Subconta 614.15 – Honorários, com subsequente cumprimento da legislação
fiscal, nomeadamente quanto à declaração de Honorários pagos aos beneficiários ou colo-
cados à disposição destes.
614.15 – Honorários
Inclui o valor dos pagamentos atribuídos a técnicos independentes por serviços presta-
dos à entidade, com subsequente cumprimento da legislação fiscal, nomeadamente quanto
à declaração de Honorários pagos aos beneficiários ou colocados à disposição destes.
62 – TRIBUTOS
Regista os encargos suportados pela entidade com as prestações compulsivas, cobra-
das por autoridades públicas sem fins lucrativos, que não possam ser incorporadas no custo
de aquisição dos inputs e nem deduzidas do Resultado Líquido.

366
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Estas prestações obrigatórias podem assumir a natureza de Taxas, Contribuições ou


Impostos, com a acepção que é dada a estes tributos, respectivamente nas Contas 72 e 75.
O agrupamento destes tributos no PNCP depende da natureza económica destas imposições
fixadas unilateralmente fora das leis do mercado e não dos actuais nomes que lhes forem
atribuídos pelo legislador.
Esta Conta 62 – Tributos é normalmente debitada, por contrapartida da Subconta apro-
priada da Conta 24 – Estado e Outras Autoridades Públicas, quando as prestações obriga-
tórias forem liquidadas.
Esta Conta não inclui as tarifas – estas, no PNCP, são tratadas contabilisticamente da
mesma forma que os bens e serviços adquiridos pela entidade em regime de preços defini-
dos pelas leis do mercado.
O PNCP entende por tarifa – o preço praticado por empresas, sancionado pelo Estado.
Parte-se do pressuposto que a tarifa é equivalente ao preço que a empresa praticaria numa
situação de concorrência, mesmo sem a intervenção do Estado.
Note Bem: quando a entidade optar pela implementação do subsistema de inventário
permanente com contabilização dos Custos de Produção integrada na Contabilidade Patri-
monial, esta Conta só registará os custos extintos, ou seja apenas os custos fixos indirectos,
ou seja apenas os custos não incorporáveis nos Custos de Produção.
6212 – Contencioso e Notariado
Inclui as taxas pagas a notários, tribunais e conservatórias, por serviços prestados,
independentemente do nome atribuído a essas taxas. Não inclui penalidades.

63 – CUSTOS COM O PESSOAL


Registam-se a débito desta Conta as prestações em numerário ou em espécie pagas
ou postas à disposição do Pessoal ou a quem presta serviços ao Pessoal, desde que essas
prestações representem enriquecimento para os beneficiários e decorram do trabalho de-
pendente destes prestado à entidade.
As prestações que visem assegurar a cobertura de encargos que o Pessoal não teria se
lhe fosse exigido apenas a prestação do serviço contratado no local normal de prestação de
serviço não devem ser lançadas nesta Conta por não constituírem rendimento, mas simples
compensação por encargos da responsabilidade da entidade.
Quanto à movimentação desta Conta – vejam-se as notas explicativas relativas às Con-
tas 24 (particularmente, 242 e 248) e 26 (particularmente, 263) e bem ainda a parte final
destas NOTAS EXPLICATIVAS relativa à Previdência Social da Função Pública.
Note Bem: quando a entidade optar pela implementação do subsistema de inventário
permanente com contabilização dos Custos de Produção integrada na Contabilidade Patri-
monial, esta Conta só registará os custos extintos, ou seja apenas os custos fixos indirectos,

367
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

ou seja apenas os custos não incorporáveis nos Custos de Produção. Neste subsistema de
inventário permanente com contabilização dos Custos de Produção integrada na Con-
tabilidade Patrimonial, os custos incorporáveis nos Custos de Produção (designadamente
os custos com a mão-de-obra directa) são debitados nas Subcontas apropriadas da Classe
9 – Custos de Produção.
634 – Encargos sobre Remunerações
Corresponde à comparticipação patronal paga pelo SPA ao Sistema de Previdência
Social da Função Pública e não só para assegurar o equilíbrio financeiro da previdência
social a favor do Pessoal – basicamente, aposentações, pensões e assistência na doença.
Nos contratos de trabalho sujeitos ao Regime Jurídico-Geral das Relações de Trabalho,
essa comparticipação patronal é de 15%. A autonomia do Sistema da Previdência Social
da Função Pública requer a fixação desta comparticipação do SPA com relação aos agentes
sujeitos à Relação Jurídica de Emprego na Administração Pública.
Note Bem: o PNCP considera o Sistema da Previdência Social da Função Pública
como uma instituição autónoma em relação ao SPA que, entretanto, é representada nos
actos administrativos pelo(s) seu(s) intermediário(s) – o Estado e os municípios (estes se
assim a lei vier a permitir). Para mais detalhes – veja-se, nomeadamente, a parte final destas
NOTAS EXPLICATIVAS cujo título é: PREVIDÊNCIA SOCIAL DA FUNÇÃO PÚBLI-
CA & PNCP.
64 – AMORTIZAÇÕES DO EXERCÍCIO
Regista o empobrecimento da entidade ocorrido devido ao deperecimento normal das
imobilizações de que a entidade usufruiu no exercício e desde que sujeitas ao desgaste ou
extinção.
O empobrecimento devido ao deperecimento por circunstâncias extraordinárias é de-
bitado na Subconta 69.02 – Perdas – Amortizações Extraordinárias.
O empobrecimento devido ao deperecimento dos bens incluídos na Conta 414 – Inves-
timentos Financeiros em Imobilizações Corpóreas é debitado na Subconta 663 – Amortiza-
ções do Exercício – Investimentos Financeiros em Imobilizações Corpóreas.
Inclui-se nesta Conta 64 a amortização de bens utilizados em regime de locação finan-
ceira.
Note Bem: quando a entidade optar pela implementação do subsistema de inventário
permanente com contabilização dos Custos de Produção integrada na Contabilidade Patri-
monial, esta Conta só registará os custos extintos, ou seja apenas os custos fixos indirectos,
ou seja apenas os custos não incorporáveis nos Custos de Produção. Neste subsistema de
inventário permanente com contabilização dos Custos de Produção integrada na Contabi-
lidade Patrimonial, os custos incorporáveis nos Custos de Produção (designadamente os
custos com os imobilizados utilizados no processo de produção) são debitados nas Subcon-
tas apropriadas da Classe 9 – Custos de Produção.

368
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

65 – SUBSÍDIOS E TRANSFERÊNCIAS CORRENTES CONCEDIDOS


Neste PNCP entende-se por subsídio a doação feita por entidade pública a outras en-
tidades (públicas ou privadas, colectivas ou individuais) com fins lucrativos, tendo como
contrapartida a produção e ou fornecimento de bens e serviços de interesse público a um
preço inferior. Este subsídio se materializa através de fluxos de recursos (no momento do
vencimento do subsídio, antes ou depois) ou sem fluxos de recursos (através do reconheci-
mento de benefícios fiscais, a requerimento ou oficiosamente). Para bens e serviços cujos
preços são definidos livremente pelo mercado, o subsídio normalmente deve diminuir os
Custos de Produção respectivos. Noutros casos, o subsídio normalmente deve aumentar os
proveitos dos bens e serviços subsidiados. Normalmente, o subsídio é uma transferência
indirecta ao beneficiário final (aquele que, assim, adquire o bem ou serviço subsidiado a um
preço inferior), recebida através do intermediário – o produtor. Todavia, quando o subsídio
visa reduzir o custo de produção – o objectivo último poderá ser diverso (p.e.: promoção do
emprego da mão-de-obra ou de outros recursos, promoção da segurança nacional, etc.).
Neste PNCP entende-se por transferência a doação feita por entidade pública a ou-
tras entidades (públicas ou privadas, colectivas ou individuais) sem fins lucrativos. Esta
transferência materializa-se através de fluxos de recursos (no momento do vencimento da
transferência, antes ou depois) ou sem fluxos de recursos (através do reconhecimento de
benefícios fiscais, a requerimento ou oficiosamente).
Quando o subsídio ou a transferência se materializa através de benefício fiscal, estar-
se-á, simultaneamente, perante um proveito (a creditar na Subconta apropriada da Conta
75 – Impostos ou da Conta 72 – Taxas e Contribuições) e um custo (a debitar na Subconta
apropriada da Conta 65 – Subsídios e Transferências Correntes Concedidos). Quando há
fluxos de recursos, pela liquidação debita-se a Subconta apropriada da Conta 65, por contra-
partida da Subconta apropriada da Conta 25.
Os subsídios e as transferências correntes destinam-se a financiar o funcionamento
corrente do beneficiário.
Esta Conta não inclui os subsídios e as transferências que se destinam a assegurar o
aumento duradouro da capacidade de actividade da entidade beneficiária – na Contabili-
dade Orçamental designada, nomeadamente, por Transferência de Capital. Estes tipos de
subsídios e transferências não passam pelas Contas das Classes 6 e 7 – têm repercussões
directas sobre a Situação Líquida e os activos utilizados (designadamente, Disponibilida-
des e Imobilizações), da forma como vem explicada, nomeadamente, nas notas explicativas
relativas às Contas 45, 53 e 511.
O montante dos Subsídios e Transferências Correntes Concedidos num dado exercício
e constante na Contabilidade Patrimonial pode ser diferente do constante na Contabilidade
Orçamental – nomeadamente porque na Contabilidade Patrimonial há uma maior aderência
ao princípio da Especialização do Excercício.

369
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

66 – CUSTOS FINANCEIROS
Regista os empobrecimentos decorrentes da actividade financeira corrente da entidade
– a actividade que assegura a tempestiva quitação das obrigações decorrentes do plano de
actividades, com minimização dos custos e maximização dos proveitos, respectivos. Esta
actividade materializa-se, basicamente, através de obtenção de empréstimos, concessão
de empréstimos não titulados, investimentos financeiros, depósitos a prazo, aplicações de
tesouraria e demais pagamentos e recebimentos.
Note Bem: quando a entidade optar pela implementação do subsistema de inventário
permanente com contabilização dos Custos de Produção integrada na Contabilidade Patri-
monial, esta Conta só registará os custos extintos, ou seja apenas os custos fixos indirectos,
ou seja apenas os custos não incorporáveis nos Custos de Produção.
661 – Custos Financeiros – Juros Suportados
Debita-se a Subconta apropriada da Conta 44 – Imobilizações em Curso pelo juro as-
sociado a imobilização em curso que requeira um período de tempo substancial para ser co-
locada em situação de poder ser utilizada, durante o período de preparação do imobilizado.
Porém, o juro passa a ser debitado na Conta 661 – Custos Financeiros – Juros Suportados a
partir do momento que o valor contabilístico do imobilizado em curso igualar o respectivo
valor de mercado. No caso de o valor contabilístico do imobilizado em curso se mantiver
abaixo do respectivo valor de mercado durante todo o tempo da preparação, continua-se a
debitar a Subconta apropriada da Conta 44 – Imobilizações em Curso pelo juro associado
a imobilização em curso até à conclusão da preparação. Logo que o bem em causa entrar
em funcionamento, os juros pertinentes subsequentes passam a ser debitados na Conta 661
– Juros Suportados.
664 – Custos Financeiros – Provisões do Exercício – da Actividade Financeira
Derrogando o princípio desta Classe da especificação dos custos por natureza, dando
primazia ao aspecto funcional, tudo com o objectivo de assegurar que o Resultado Finan-
ceiro seja representativo de todos os custos e proveitos associados à actividade financeira,
as provisões mencionadas nas Subcontas desta Conta 664 – Custos Financeiros – Provisões
do Exercício – da Actividade Financeira são incluídas na Conta 66 – Custos Financeiros.
6646 – Provisões do Exercício – da Actividade Financeira – Imobilizações de
Aplicações do Fundo da PSFP
66471 – Provisões do Exercício – da Actividade Financeira – Aplicações de Tesou-
raria – PSFP
No quadro da autonomização dos factos patrimoniais associados à Previdência Social
da Função Pública, as pertinentes provisões se registam de forma segregada.

370
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

665 – Custos Financeiros – Diferenças de Câmbio Desfavoráveis


Regista as diferenças cambiais desfavoráveis de natureza corrente, associadas à acti-
vidade financeira e relativas a itens monetários, designadamente a diferença cambial des-
favorável que constitua correcção do juro nominal. Não regista as diferenças cambiais
associadas à actividade comercial.
666 – Custos Financeiros – Descontos de Pronto Pagamento Concedidos ou Per-
didos
Inclui os descontos concedidos por pronto pagamento e por antecipação de pagamento,
quer constem da factura, quer sejam atribuídos posteriormente.
Inclui ainda os descontos de caixa obtidos nas aquisições sob a condição da entidade
efectuar o pagamento no prazo determinado na factura. No caso de pagar depois desse pra-
zo, perde o direito ao desconto, prejuízo este debitado na Subconta 6662 – Descontos de
Pronto Pagamento Perdidos, por contrapartida de Fornecedores ou Disponibilidades.
667 – Custos Financeiros – Prejuízos na Alienação de Aplicações de Tesouraria
Quando os proveitos associados à alienação de títulos negociáveis forem inferiores
aos pertinentes custos, esta Conta 667 – Custos Financeiros – Prejuízos na Alienação de
Aplicações de Tesouraria apura os resultados negativos, concentrando os mesmos proveitos
e custos, respectivamente a crédito e a débito.
668 – Custos Financeiros – Abonos para Falha
Regista as prestações regulares atribuídas ao tesoureiro a título de compensação pelas
entradas que é obrigado a fazer do seu próprio bolso nas situações eventuais de quebras, por
engano, nas operações de pagamentos e recebimentos.
67 – PROVISÕES DO EXERCÍCIO
Regista os empobrecimentos ordinários prováveis ou certos, mas de valor ou data de
ocorrência incerto (portanto ainda não ocorridos), que decorrerão autonomamente de fenó-
menos contabilísticos correntes já ocorridos no exercício, empobrecimentos esses que, em
razão do respeito do Princípio da Prudência, se registam como se fossem empobrecimen-
tos consumados. Com essa antecipação evita-se eventual distribuição indevida de lucros
fictícios.
Dando prevalência ao apuramento funcional de resultados, as provisões ordinárias as-
sociadas à actividade financeira são registadas nas Subcontas apropriadas da Conta 66 –
Custos Financeiros.
Esta Conta não inclui as provisões extraordinárias, que se registam a débito da Sub-
conta apropriada da Conta 69 – Perdas.
As Subcontas desta Conta 67 – Provisões do Exercício são debitadas, por contrapartida
das correspondentes Subcontas das Contas 29 – Provisões para Cobranças Duvidosas e
Outros Riscos e Encargos e 39 – Provisões para Depreciação de Existências.

371
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Note Bem: quando a entidade optar pela implementação do subsistema de inventário


permanente com contabilização dos Custos de Produção integrada na Contabilidade Patri-
monial, esta Conta só registará os custos extintos, ou seja apenas os custos fixos indirectos,
ou seja apenas os custos não incorporáveis nos Custos de Produção. Neste subsistema de
inventário permanente com contabilização dos Custos de Produção integrada na Conta-
bilidade Patrimonial, os custos incorporáveis nos Custos de Produção (designadamente
os custos associados à provisão para depreciação de matérias-primas) são debitados nas
Subcontas apropriadas da Classe 9 – Custos de Produção.
68 – OUTROS CUSTOS
Registam-se nesta Conta 68 – Outros Custos os custos que não possam ser registados
nas Contas precedentes desta Classe. Os custos incluídos nesta Conta são essencialmente
os que entram no Valor Acrescentado Bruto (VAB) e, obviamente, que estejam relaciona-
dos com o funcionamento corrente da entidade.
Note Bem: quando a entidade optar pela implementação do subsistema de inventário
permanente com contabilização dos Custos de Produção integrada na Contabilidade Patri-
monial, esta Conta só registará os custos extintos, ou seja apenas os custos fixos indirectos,
ou seja apenas os custos não incorporáveis nos Custos de Produção.
688 – Outros Custos – Outros Encargos da Previdência Social da Função Pública
No quadro da autonomização dos factos patrimoniais associados à Previdência Social
da Função Pública, esta Subconta 688 – Outros Custos – Outros Encargos da Previdência
Social da Função Pública regista todos os custos suportados pelo Sistema da Previdência
Social da Função Pública, excepto os custos financeiros (que se debitam na Conta com
esta designação), e as provisões não associadas à actividade financeira (que se registam na
Conta 67 – Provisões do Exercício).
De acordo com o nº 5 do Artigo 13º da Lei nº 61/IV/92, de 30 de Dezembro, in Su-
plemento, esta Subconta será aberta apenas na contabilidade do Estado estrito senso, na
medida em que legalmente só a este cabe administrar o Sistema da Previdência Social da
Função Pública. Todavia, a lei poderá vir a permitir que os Municípios administrem os
respectivos sistemas.
Veja-se a parte final destas NOTAS EXPLICATIVAS cujo título é PREVIDÊNCIA
SOCIAL DA FUNÇÃO PÚBLICA & PNCP para mais detalhes, designadamente quanto à
movimentação da conta 688 – Outros Custos – Outros Encargos da Previdência Social da
Função Pública.
6888 – Outros Encargos da Previdência Social da Função Pública – Compartici-
pação nos Encargos Administrativos
Regista a comissão paga pelo Sistema da Previdência Social da Função Pública ao
Estado estrito senso e ao Município (este se assim a lei vier a permitir), já que este(s) é(são)

372
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

intermediário(s) do Sistema da Previdência Social da Função Pública na administração


deste.
69 – PERDAS
Regista os empobrecimentos normalmente sem contrapartida nos proveitos, decorren-
tes do funcionamento da entidade, nomeadamente por fenómenos contabilísticos fora do
controlo da entidade ou de carácter extraordinário.
69.06 – Perdas – Menos-Valias na Alienação de Investimentos Financeiros
69.07 – Perdas – Menos-Valias em Imobilizações Corpóreas
69.08 – Perdas – Menos-Valias em Imobilizações Incorpóreas
69.09 – Perdas – Menos-Valias em Imobilizações em Curso
69.10 – Perdas – Outras Perdas em Investimentos Financeiros
69.11 – Perdas – Outras Perdas em Imobilizações Corpóreas
69.12 – Perdas – Outras Perdas em Imobilizações Incorpóreas
69.13 – Perdas – Outras Perdas em Imobilizações em Curso
De conformidade com o Princípio da Não Compensação, estas Subcontas apuram afi-
nal as perdas líquidas, pelo que devem concentrar as perdas brutas ou equiparadas e os
ganhos brutos ou equiparados que lhes são pertinentes, quando de antemão se preveja que
as perdas brutas ou equiparadas sejam superiores aos ganhos brutos ou equiparados. Não
se concretizando a previsão, procede-se ao estorno e reinício dos lançamentos na pertinente
Subconta da Conta 79 – Ganhos.
Assim: devem ser creditadas, nomeadamente, pelos produtos das alienações ou in-
demnizações e bem ainda pelas eventuais amortizações acumuladas pertinentes; devem
ser debitadas, nomeadamente, pelo custo de aquisição ou produção das imobilizações em
causa e pelos eventuais outros encargos associados ao processo de alienação ou obtenção
da indemnização.
69.14 – Indemnizações a Pagar
Inclui as compensações a terceiros, por danos causados pela nossa entidade àqueles.
69.15 – Diferenças de Câmbio Desfavoráveis – Extraordinárias
São todas as diferenças cambiais desfavoráveis associadas a itens monetários, excepto
as que devam ser lançadas na Conta 66 – Custos Financeiros.
69.16 – Perdas – Restituições de Impostos a Terceiros e Relativos ao Corrente
Exercício
Entende-se por Restituições de Impostos a Terceiros a devolução de imposto que te-
nha sido liquidado indevidamente. Quando há pagamento por conta e afinal se liquida um

373
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

imposto inferior ao pago por conta, estar-se-á perante um Reembolso de Imposto a Tercei-
ros. Todavia, os reembolsos de impostos não aparecem entre os Custos e Perdas porque o
PNCP trata o pagamento por conta como Receita Antecipada.
69.98 – Correcções Desfavoráveis Relativas a Exercícios Anteriores
São nomeadamente custos ou perdas ocorridos no exercício anterior ou em exercícios
anteriores, que por qualquer razão não foram registados no momento oportuno, isto é,
quando ocorreram.
Embora haja fenómenos contabilísticos em relação aos quais se possa considerar nor-
mal ocorrer situações referidas no parágrafo anterior, não deixa de ser verdade que esses
custos e perdas devem ser analisados exaustivamente pelos Serviços de Controlo Financei-
ro do Estado, pois podem resultar de fraquezas de controlo interno e de outras anomalias
que, porventura, exijam apuramento de responsabilidades.
CLASSE 7 – PROVEITOS E GANHOS
70 – VENDAS E PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS
No PNCP entende-se por vendas e prestações de serviços – proveito proveniente de
fornecimento de bens correntes e de prestação de serviços quando o comprador tem possi-
bilidade de escolha entre diversos fornecedores concorrentes ou quando se trata de bens ou
serviços dispensáveis para o comprador.
Só são vendas e prestações de serviços as que se enquadram nas actividades principais
da entidade. Tratando-se de actividades de carácter accessório ou ocasional, deve-se utilizar a
Conta 73 – Proveitos Suplementares.
Os descontos comerciais e abatimentos feitos na própria factura implicam que a fac-
tura seja contabilizada pelo seu valor líquido. Porém, os descontos de pronto pagamento
feitos na factura implicam a contabilização de vendas e prestações de serviço pelo valor da
factura antes desta dedução, debitando pela diferença concernente ao desconto a Subconta
6661 – Custos Financeiros – Descontos de Pronto Pagamento Concedidos.
Consideram-se, igualmente, custos, os descontos de natureza financeira feitos fora da
factura, e lançam-se, também, a débito da Conta 6661 – Custos Financeiros – Descontos
de Pronto Pagamento Concedidos, por contrapartida de Clientes.
Por contrapartida de Clientes: as vendas e prestações de serviços registam-se a crédito
da Subconta apropriada desta Conta 70 – Vendas e Prestações de Serviços, normalmente
pelo valor da factura, sem incluir o IVA liquidado; a parte concernente ao IVA liquidado é
creditada na Subconta apropriada da Conta 2433 – Estado e Outras Autoridades Públicas
– IVA – Liquidado; eventuais outros impostos indirectos que incidam sobre vendas e pres-
tações de serviços lançam-se a crédito.
As entidades com vendas a retalho e prestações de serviços a retalho podem optar em
não especificar o montante do IVA liquidado na factura, contabilizando provisoriamente as
vendas e prestações de serviços pelo valor total da factura (com IVA incluído), devendo,

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

com referência ao final de cada mês, apurar o IVA liquidado, debitar esse montante na
Subconta apropriada da Conta 706 – IVA das Vendas e Prestações de Serviços com Imposto
Incluído, por contrapartida da Subconta apropriada da Conta 2433 – Estado e Outras Auto-
ridades Públicas – IVA – Liquidado.
No PNCP entende-se por Descontos Comerciais Concedidos os que a entidade con-
cede visando fidelizar o cliente, nomeadamente na sequência da venda de uma quantidade
relevante ou da venda a um revendedor. No PNCP entende-se por Abatimentos Conce-
didos os que a entidade concede na sequência de cumprimento defeituoso do contrato de
compra e venda ou de prestação de serviço por parte da nossa entidade. Os Descontos
Comerciais e Abatimentos Concedidos reduzem o volume de vendas e de prestações de
serviços. O mesmo efeito tem as Devoluções.
A contabilização a efectuar da venda ou prestação de serviço deve basear-se, normal-
mente, em factura ou recibo ou ainda em documentação externa relevante, devendo, por
contrapartida ser sempre debitada a Subconta apropriada da Conta 21 – Clientes, indepen-
dentemente da venda ou prestação de serviço ser a crédito ou não. Tratando-se de venda
ou prestação de serviço a pronto pagamento, imediatamente após o primeiro lançamento,
credita-se a mesma Subconta apropriada da Conta 21 – Clientes, por contrapartida de Dis-
ponibilidades.
71 – TRABALHOS PARA A PRÓPRIA ENTIDADE
São trabalhos que a entidade realiza para si mesma, sob sua administração directa,
aplicando meios próprios para o efeito, trabalhos esses cujos outputs se destinam ao seu
imobilizado. Normalmente, debitam-se as Contas definitivas de Imobilizações ou a Sub-
conta de Imobilizações em Curso correspondente à natureza ou função do imobilizado, por
contrapartida da Subconta apropriada da Conta 71 – Trabalhos para a Própria Entidade,
excepto quando o output resultante deva ser equiparado a Despesas Antecipadas, caso em
que credita-se a Subconta 715 – Trabalhos para a Própria Entidade – Com Custos Diferi-
dos, por contrapartida da Subconta apropriada da Conta 272 – Custos Diferidos.
Note bem: os custos com esses trabalhos constam na Classe 6, pelo que o lançamento
supra vem balancear os resultados, ao mesmo tempo que imobiliza esses custos.
72 – TAXAS E CONTRIBUIÇÕES
No PNCP entende-se por taxa – proveito não superior ao custo de produção de bens
correntes e serviços efectiva e exclusivamente fornecidos ou prestados por autoridades
públicas sem fins lucrativos individualmente ao comprador e que sejam indispensáveis a
este. A parte do proveito superior ao custo de produção representa Imposto, e como tal deve
ser classificada.
No PNCP entende-se por emolumento – um tipo específico de taxa que tem o re-
presentante da entidade pública prestadora de serviço (funcionário, agente ou outro re-

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

presentante interveniente na prestação de serviço) como destinatário, parcial ou integral,


nomeadamente por configurar serviços especiais que requeiram sacrifícios adicionais do
interveniente, como por exemplo, serviços especiais fora do âmbito das funções ordinárias
do interveniente. A parte que represente comparticipação do interveniente constitui uma
receita consignada, ao abrigo do Bruto Princípio (não Compensação).
No PNCP entende-se por custas – um tipo específico de taxa paga no âmbito de pro-
cessos judiciais.
No PNCP entende-se por contribuição – proveito não superior ao custo de produção
de serviços efectiva e exclusivamente prestados ou a prestar por autoridades públicas sem
fins lucrativos apenas a uma parte da comunidade, porém cobrado compulsoriamente junto
de cada elemento deste grupo beneficiário proporcionalmente à possibilidade que o ele-
mento tem de tirar vantagem desse serviço divisível em termos dos grupos da comunidade,
mas não em termos dos elementos do grupo beneficiário, sem se ter em conta se tirou ou
não efectivo benefício. A parte do proveito superior ao custo de produção representa Impos-
to, e como tal deve ser classificada.
As Subcontas desta Conta 72 – Taxas e Contribuições são creditadas pela liquidação
da taxa ou contribuição, por contrapartida, normalmente, da Subconta apropriada da Con-
ta 251 – Contribuintes por Taxas e Contribuições. No caso de haver coincidência entre
liquidação e cobrança, de imediato, procede-se ao crédito da mesma Subconta da Conta
251 – Contribuintes por Taxas e Contribuições, por contrapartida de Disponibilidades ou
da Subconta apropriada da Conta 20 – Depositantes no Tesouro.
Note bem: com as acepções supra, as Taxas e Contribuições são proveitos inerentes
ao Valor Acrescentado Bruto.
73 – PROVEITOS SUPLEMENTARES
Nesta Conta registam-se os proveitos, inerentes ao Valor Acrescentado Bruto, das ac-
tividades que não sejam dos objectivos básicos da entidade, mas sim de carácter acessório
ou ocasional.
73.98 – Proveitos Suplementares – Comparticipação do Fundo da Previdência So-
cial da Função Pública
Regista a comissão recebida, pelo Estado estrito senso e pelo Município (este se assim
a lei vier a permitir), do Sistema da Previdência Social da Função Pública, já que aquele(s)
é(são) intermediário(s) do Sistema da Previdência Social da Função Pública na administra-
ção deste, suportando encargos administrativos pertinentes.
Veja-se a parte final destas NOTAS EXPLICATIVAS (cujo título é PREVIDÊNCIA
SOCIAL DA FUNÇÃO PÚBLICA & PNCP) para mais detalhes, designadamente quanto
à movimentação da Conta 73.98 – PS – Comparticipação do Fundo da Previdência Social
da Função Pública.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

74 – SUBSÍDIOS E TRANSFERÊNCIAS CORRENTES OBTIDOS


Quanto aos conceitos de subsídios e transferências veja-se a nota explicativa concernente
à Conta 65 – Subsídios e Transferências Correntes Concedidos.
Os subsídios e as transferências correntes destinam-se a financiar o funcionamento
corrente do beneficiário.
Esta Conta não inclui os subsídios e as transferências que se destinam a assegurar o
aumento duradouro da capacidade da actividade da entidade beneficiária – na Contabili-
dade Orçamental designada, nomeadamente, por Transferência de Capital. Estes tipos de
subsídios e transferências não passam pelas Contas das Classes 6 e 7 – têm repercussões
directas sobre a Situação Líquida e os activos utilizados (designadamente, Disponibilida-
des e Imobilizações), da forma como vem explicada, nomeadamente, nas notas explicativas
relativas às Contas 45, 53 e 511.
O montante dos Subsídios e Transferências Correntes Obtidos num dado exercício e
constante na Contabilidade Patrimonial pode ser diferente do constante na Contabilidade
Orçamental – nomeadamente porque na Contabilidade Patrimonial há uma maior aderência
ao princípio da Especialização do Exercício.
As Subcontas desta Conta 74 – Subsídios e Transferências Correntes Obtidos são cre-
ditadas pela liquidação (pelo doador) do subsídio ou transferência, por contrapartida, nor-
malmente, das Subcontas apropriadas da Conta 268 – Doadores Externos ou da Conta 240
– Estado e OAP – Subsídios e Transferências a Receber.
75 – IMPOSTOS
No PNCP entende-se por imposto – proveito sem encargo directo para o Estado lato
senso cobrado compulsoriamente por este junto de todos os que criem, tenham ou façam
uso de riquezas, sem contrapartida directa nem reembolso para estes, proveito esse para
financiar essencialmente a produção de bens públicos e prestação de serviços públicos.
Bens Públicos e Serviços Públicos são bens e serviços indivisíveis, cujo usufruto in-
dividual não seja possível ou racional controlar e cujo custo decorrente do seu usufruto por
uma pessoa suplementar seja nulo.
Esta Conta 75 – Impostos não inclui o pagamento por conta de um imposto (como,
por exemplo, ocorre em sede do IUR). O recebimento do pagamento por conta deve ser
debitado nas Contas apropriadas de Disponibilidades ou da Subconta apropriada da Conta
20 – Depositantes no Tesouro, por contrapartida da Subconta apropriada da Conta 277.07 –
Proveitos Diferidos – Pagamento por Conta de Impostos. Aquando da liquidação do perti-
nente imposto, procede-se da seguinte forma: I) credita-se a Subconta apropriada da Conta
75 – Impostos, por contrapartida da Subconta apropriada da Conta 250 – Contribuintes por
Impostos; II) credita-se, de imediato, a mesma Subconta da Conta 250 – Contribuintes por
Impostos, por contrapartida da pertinente Subconta da Conta 277.07 – Proveitos Diferidos

377
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

– Pagamento por Conta de Impostos, pelo saldo deste; III) procede-se à regularização, nos
termos gerais, quanto a eventuais remanescentes a pagar ou a receber.
As Subcontas desta Conta 75 – Impostos são creditadas pela liquidação do imposto,
por contrapartida, normalmente, da Subconta apropriada da Conta 250 – Contribuintes
por Impostos. No caso de haver coincidência entre liquidação e cobrança, de imediato,
procede-se ao crédito da mesma Subconta da Conta 250 – Contribuintes por Impostos, por
contrapartida de Disponibilidades ou da Subconta apropriada da Conta 20 – Depositantes
no Tesouro.
76 – PROVEITOS FINANCEIROS
Regista os enriquecimentos decorrentes da actividade financeira corrente da entidade
– a actividade que assegura a tempestiva quitação das obrigações decorrentes do plano de
actividades, com minimização dos custos e maximização dos proveitos, respectivos. Esta
actividade materializa-se, basicamente, através de obtenção de empréstimos, concessão
de empréstimos não titulados, investimentos financeiros, depósitos a prazo, aplicações de
tesouraria e demais pagamentos e recebimentos.
76.01 – Proveitos Financeiros – Descontos de Pronto Pagamento Obtidos
Inclui os descontos obtidos por pronto pagamento e por antecipação de pagamento,
quer constem da factura, quer sejam atribuídos posteriormente.
Inclui ainda os descontos de caixa obtidos nas aquisições sob a condição da entidade
efectuar o pagamento no prazo determinado na factura.
76.02 – Proveitos Financeiros – Diferenças de Câmbio Favoráveis
Regista as diferenças cambiais favoráveis de natureza corrente, associadas à activida-
de financeira e relativas a itens monetários, designadamente a diferença cambial favorável
que constitua correcção do juro nominal. Não regista as diferenças cambiais associadas à
actividade comercial ou outra.
Para dívidas a pagar e a receber, que representem itens monetários decorrentes da
actividade financeira corrente (empréstimos, depósitos à ordem, aplicações, e afins) a mé-
dio e longo prazos, as pertinentes diferenças de câmbio favoráveis, susceptíveis de serem
registadas nesta Conta 76.02 – Proveitos Financeiros – Diferenças de Câmbio Favoráveis,
deverão ser levadas a crédito da Subconta 277.05 – Proveitos Diferidos – Diferenças de
Câmbio Favoráveis, caso existam expectativas razoáveis de que o proveito é reversível. A
Subconta 277.05 – Proveitos Diferidos – Diferenças de Câmbio Favoráveis será debitada,
por contrapartida: da Subconta 76.02 – Proveitos Financeiros – Diferenças de Câmbio
Favoráveis, pela parte do proveito que se realizar; da Conta onde se encontrava registada a
dívida a pagar ou a receber, pela parte do proveito que não se realizar.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

76.04 – Proveitos Financeiros – de Disponibilidades Consignadas – da PSFP – De-


pósitos a Prazo
76.06 – Proveitos Financeiros – de Disponibilidades Consignadas – da PSFP – Tí-
tulos Negociáveis
76.09.1 – Proveitos Financeiros – Benefícios na Alienação de Aplicações de Tesou-
raria – PSFP
76.10.1 – Proveitos Financeiros – Utilização de Provisões de Aplicações de Tesou-
raria – PSFP
76.14 – Proveitos Financeiros – de Imobilizações de Aplicações do Fundo da
PSFP
No quadro da autonomização dos factos patrimoniais associados à Previdência Social
da Função Pública, os proveitos supra registam-se de forma segregada.
76.09 – Proveitos Financeiros – Benefícios na Alienação de Aplicações de Tesou-
raria
Quando os proveitos associados à alienação de Títulos Negociáveis forem superiores
aos pertinentes custos, esta Conta 76.09 – Proveitos Financeiros – Benefícios na Alienação
de Aplicações de Tesouraria apura os resultados positivos, concentrando os mesmos pro-
veitos e custos, respectivamente a crédito e a débito.
76.10 – Proveitos Financeiros – Utilização de Provisões de Aplicações de Tesou-
raria
Derrogando o princípio desta Classe da especificação por natureza, dando primazia ao
aspecto funcional, tudo com o objectivo de assegurar que o Resultado Financeiro seja re-
presentativo de todos os custos e proveitos associados à actividade financeira corrente,
a utilização das provisões mencionadas nesta Subconta 76.10 – Proveitos Financeiros –
Utilização de Provisões de Aplicações de Tesouraria é incluída na Conta 76 – Proveitos
Financeiros.
77 – PENALIDADES LEGAIS
No PNCP diferenciam-se dois tipos básicos de penalidades – contratuais e legais.
As penalidades contratuais têm a sua fonte directa no contrato (acordo livremente
estabelecido entre iguais). As penalidades legais têm a sua fonte directa na lei, e são apli-
cadas e cobradas no âmbito do exercício da autoridade.
No PNCP entende-se por multa – penalidade legal que sanciona um crime.
No PNCP entende-se por coima – penalidade legal que sanciona uma contra-orde-
nação.
As Subcontas desta Conta 77 – Penalidades Legais são creditadas pela liquidação
da penalidade, por contrapartida, normalmente, da Subconta apropriada da Conta 252 –

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Contribuintes por Penalidades Legais. No caso de haver coincidência entre liquidação


e cobrança, de imediato, procede-se ao crédito da mesma Subconta da Conta 252 – Con-
tribuintes por Penalidades Legais, por contrapartida de Disponibilidades ou da Subconta
apropriada da Conta 20 – Depositantes no Tesouro.
78 – OUTROS PROVEITOS
Nesta Conta 78 – Outros Proveitos registam-se os proveitos, alheios ao Valor Acres-
centado Bruto, das actividades que não sejam próprias dos objectivos da entidade.
78.01 – Outros Proveitos – Rendas de Terrenos
78.02 – Outros Proveitos – Royalties Sem Assistência Técnica
78.03 – Outros Proveitos – Direitos de Autor
As Subcontas supra não incluem os proveitos provindos de activos que constem como
imobilizações financeiras – estes incluem-se na Subconta apropriada da Conta 76 – Pro-
veitos Financeiros.
78.98.1 – Outros Proveitos – Taxa Social Única
A Subconta 78.98.1 – Outros Proveitos – Taxa Social Única poderá aparecer na conta-
bilidade dos Municípios se a lei vier a permitir que cada Município conserve a TSU retida
e administre o respectivo Sistema de Previdência Social da Função Pública, com as presta-
ções imediatas e diferidas. Para detalhes, veja-se PREVIDÊNCIA SOCIAL DA FUNÇÃO
PÚBLICA & PNCP no fim desta parte – NOTAS EXPLICATIVAS –, mais especificamente
o seguinte subtítulo:
CONTABILIDADE PATRIMONIAL DOS MUNICÍPIOS
(com base na legislação publicada até 2005, excepto a transferência da TSU para o
Estado estrito senso)
78.98.2 – Outros Proveitos – Comparticipação Patronal para PSFP
A Subconta 78.98.2 – Outros Proveitos – Comparticipação Patronal para PSFP é
creditada, por contrapartida nomeadamente da Subconta 2532 – Contribuintes da PSFP –
Comparticipação Patronal Vencida, pela comparticipação patronal doutras entidades que
não o Estado estrito senso, se a lei vier a permitir.
Para outros lançamentos nesta Subconta, veja-se PREVIDÊNCIA SOCIAL DA FUN-
ÇÃO PÚBLICA & PNCP no fim desta parte – NOTAS EXPLICATIVAS.
79 – GANHOS
Regista os enriquecimentos normalmente sem aumento dos custos, decorrentes do fun-
cionamento da entidade, nomeadamente por fenómenos contabilísticos fora do controlo da
entidade ou de carácter extraordinário.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

79.12 – Ganhos – Mais-Valias na Alienação de Investimentos Financeiros


79.13 – Ganhos – Mais-Valias em Imobilizações Corpóreas
79.14 – Ganhos – Mais-Valias em Imobilizações Incorpóreas
79.15 – Ganhos – Mais-Valias em Imobilizações em Curso
79.16 – Ganhos – Outros Ganhos em Investimentos Financeiros
79.17 – Ganhos – Outros Ganhos em Imobilizações Corpóreas
79.18 – Ganhos – Outros Ganhos em Imobilizações Incorpóreas
79.19 – Ganhos – Outros Ganhos em Imobilizações em Curso
De conformidade com o Princípio da Não Compensação, estas Subcontas apuram afi-
nal os ganhos líquidos, pelo que devem concentrar as perdas brutas ou equiparadas e os
ganhos brutos ou equiparados que lhes são pertinentes, quando de antemão se preveja que
as perdas brutas ou equiparadas sejam inferiores aos ganhos brutos ou equiparados. Não se
concretizando a previsão, procede-se ao estorno e reinício dos lançamentos na pertinente
Subconta da Conta 69 – Perdas.
Assim: devem ser creditadas, nomeadamente, pelos produtos das alienações ou in-
demnizações e bem ainda pelas eventuais amortizações acumuladas pertinentes; devem
ser debitadas, nomeadamente, pelo custo de aquisição ou produção das imobilizações em
causa e pelos eventuais outros encargos associados ao processo de alienação ou obtenção
da indemnização.
79.20 – Ganhos – Diferenças de Câmbio Favoráveis – Extraordinárias
São todas as diferenças cambiais favoráveis associadas a itens monetários, excepto as
que devam ser lançadas nas Contas 76 – Proveitos Financeiros e 277.05 – Proveitos Dife-
ridos – Diferenças de Câmbio Favoráveis.
Para dívidas a pagar e a receber a médio e longo prazos que representem itens monetá-
rios não decorrentes da actividade financeira corrente, as pertinentes diferenças de câmbio
favoráveis susceptíveis de serem registadas nesta Conta 79.20 – Ganhos – Diferenças de
Câmbio Favoráveis – Extraordinárias deverão ser levadas a crédito da Subconta 277.05
– Proveitos Diferidos – Diferenças de Câmbio Favoráveis, caso existam expectativas razo-
áveis de que o ganho é reversível. A Subconta 277.05 – Proveitos Diferidos – Diferenças
de Câmbio Favoráveis será debitada, por contrapartida: da Subconta 79.20 – Ganhos –
Diferenças de Câmbio Favoráveis – Extraordinárias, pela parte do ganho que se realizar
subsequentemente; da Conta onde se encontrava registada a dívida a pagar ou a receber,
pela parte do ganho que não se realizar afinal.
79.24 – Ganhos – Indemnizações a Receber
Inclui as compensações de terceiros, por danos causados à nossa entidade por
aqueles.

381
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

79.98 – Ganhos – Correcções Favoráveis Relativas a Exercícios Anteriores


São nomeadamente proveitos ou ganhos ocorridos no exercício anterior ou em exer-
cícios anteriores, que por qualquer razão não foram registados no momento oportuno, isto
é, quando ocorreram.
Embora haja fenómenos contabilísticos em relação aos quais se possa considerar nor-
mal ocorrer situações referidas no parágrafo anterior, não deixa de ser verdade que esses
proveitos e ganhos devem ser analisados exaustivamente pelos Serviços de Controlo Fi-
nanceiro do Estado, pois podem resultar de fraquezas de controlo interno e de outras ano-
malias que, porventura, exijam apuramento de responsabilidades.
CLASSE 8 – CONTABILIDADE ORÇAMENTAL
Os princípios contabilísticos (designadamente, o do registo e o do acréscimo) são es-
sencialmente aplicáveis de forma integral à Contabilidade Patrimonial. A Contabilidade
Orçamental acompanha a execução do Orçamento (que é um instrumento de disciplina dos
fluxos financeiros), pelo que nem todos os princípios contabilísticos aplicáveis à Conta-
bilidade Patrimonial são aplicáveis integralmente à Contabilidade Orçamental, já que esta
tem que se submeter à visão dos fluxos financeiros, fluxos de dinheiros. Não obstante,
neste Plano de Contas há um esforço para trazer todos os princípios contabilísticos à Con-
tabilidade Orçamental desde que não conflituosos com a visão básica desta – os princípios
contabilísticos são respeitados até onde se considere não haver conflito com a necessidade
de assegurar a visão dos fluxos financeiros. Assim, nomeadamente, as Amortizações e Pro-
visões não são objecto de registo na Contabilidade Orçamental.
Por forma a evitar a duplicação de lançamentos concernentes às transformações nas
Disponibilidades, as transformações destas são registadas apenas na Contabilidade Patri-
monial, devendo a digrafia na Contabilidade Orçamental ser utilizada para assegur uma
visão processual da execução orçamental, interligando entre si as diversas fases porque
passa esta execução.
Baseando-se a Contabilidade Orçamental na digrafia, ela vê as receitas como origem
(causa, fonte) dos recursos. Uma das leis básicas da contabilidade digráfica defende que as
origens devem ser creditadas, por isso começamos por creditar as receitas orçamentadas,
acompanhando subsequentemente, através da digrafia, toda a sua transformação até chegar
às receitas realizadas, que também constarão do lado do crédito.
Baseando-se a Contabilidade Orçamental na digrafia, ela vê as despesas como aplica-
ções de recursos. Uma das leis básicas da contabilidade digráfica defende que as aplicações
devem ser debitadas, por isso começamos por debitar as despesas orçamentadas, acom-
panhando subsequentemente, através da digrafia, toda a sua transformação até chegar às
despesas realizadas, que também constarão do lado do débito.
Dito por outras palavras o que se recomenda nos três últimos parágrafos, numa contabi-
lidade que, em vez de custos e proveitos, regista apenas receitas e despesas: para cada receita,

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

aplicando a digrafia, teremos o crédito da receita, por contrapartida do débito de uma Conta de
Disponibilidades; para cada despesa, aplicando a digrafia, teremos o débito da despesa, por
contrapartida do crédito de uma Conta de Disponibilidades. Todavia, no PNCP, paralela-
mente ao acompanhamento das despesas e das receitas, defende-se ainda o acompanha-
mento de custos e perdas, e de proveitos e ganhos. Assim, por contrapartida de custos e
proveitos são, respectivamente, creditadas e debitadas as Contas de Disponibilidades (com
ou sem intermediação das Contas de outras Classes de activos e passivos) nos mesmos mol-
des que numa contabilidade feita na empresa - idem para perdas e ganhos. Por isso, para
evitar a duplicação de lançamento nas Contas de Disponibilidades, as Contas de receitas e
despesas não correspondem com as Contas de Disponibilidades, aproveitando-se, em vez
disso, a digrafia para se dar uma visão processual (sequencial) das diversas fases legais
por que passam essas receitas e despesas desde a publicação do Orçamento do Estado até à
realização das mesmas receitas e despesas.
Nesta Classe 8 vamos dar os detalhes do que se enunciou nos quatro parágrafos ante-
riores, especificando para cada Conta relevante de receita e despesa a sua movimentação.
Com relação à desagregação das Contas por causa das classificações orçamentais (no-
meadamente, orgânica, funcional e económica) recomenda-se a consulta dos Classifica-
dores respectivos, aprovados autonomamente. A Contabilidade Orçamental, complemen-
tarmente, desagrega a última rubrica do Classificador Económico em duas Subcontas – a
primeira concernente a despesa ou receita cujo início de execução ocorreu sob a presente
gerência (exercício) e a segunda concernente a despesa ou receita cujo início de execução
ocorreu na(s) gerência(s) anterior(es). Esta desagregação tem por finalidade: a) discrimi-
nar as responsabilidades pelas despesas e receitas por gerência; b) assegurar nos diversos
exercícios o devido respeito pelo princípio da Especificação; c) assegurar que em cada
exercício os actos com consequência económica sejam registados nesse exercício inde-
pendentemente da ocorrência do pertinente fluxo financeiro (princípio do Acréscimo); d)
assegurar as condições para a preparação tempestiva da Conta de Gerência com total cor-
respondência temporal ao ano económico a que se reporta. A resposta à questão que despe-
sa ou receita (cujo início de execução ocorreu na(s) gerência(s) anterior(es)) transita para
a corrente gerência é dada no subtítulo seguinte designado Reabertura da Contabilidade
Orçamental.
É de se referir que aqui entende-se por: Bordereau Externo – bordereau emitido por
terceiros; Bordereau Interno – bordereau emitido pelo próprio Tesouro, isto é, documento
que atesta pagamento/recebimento, indicando um crédito/débito na Conta de depósito à
ordem no Tesouro.
REABERTURA DA CONTABILIDADE ORÇAMENTAL
Desde que com financiamento garantido e se encontrem em curso de execução a 31
de Dezembro, as despesas orçamentais concernentes a projectos e programas provocam
alterações orçamentais automáticas do Orçamento que se inicia, independentemente da

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

fase de execução em que se encontrarem nessa data, tudo conforme aos sãos princípios de
orçamentos programas plurianuais. Entende-se por financiamento garantido aquele cujo
financiador já deu promessa escrita ou já assinou o pertinente contrato.
Os financiamentos garantidos referidos no parágrafo anterior que porventura se en-
contrem em curso de execução a 31 de Dezembro provocam alteração automática do
Orçamento que se inicia, em paralelo com as respectivas despesas que transitarem, inde-
pendentemente da fase de execução em que se encontrarem nessa data.
As outras receitas orçamentais que se encontrarem na situação de liquidadas a 31 de
Dezembro provocam alteração automática do Orçamento que se inicia. As receitas nesta
fase de execução orçamental fazem com que as Contas seguintes, a 31 de Dezembro, não
tenham saldo zero: 852; 861; 871 e 881.
Quanto às despesas orçamentais não concernentes a projectos e programas, somente as
respectivas despesas pendentes a 31 de Dezembro que já se encontrem comprometidas ou
noutra fase subsequente provocam alteração automática do Orçamento que se inicia.
Esta solução justifica-se, do ponto de vista financeiro, pelo facto de, recorde-se, o processa-
mento da despesa em questão antes de chegar à fase de despesa comprometida ter passado
pela fase de despesa com cobertura financeira, cobertura que é real em termos financeiros
e não reversível, constando as pertinentes disponibilidades como contrapartida do saldo da
Conta 8990 – Apuramento do Saldo de Gerência Global Efectivo Que Passa.
As despesas orçamentais não concernentes a projectos e programas e que se encon-
trem a 31 de Dezembro numa fase de execução anterior a despesas comprometidas não
provocam alteração automática do Orçamento que se inicia, mas em concertação com os
potenciais interessados na sua transição para o exercício que se inicia, a Direcção-Geral
do Orçamento (DGO) ou equiparada, oficiosamente, analisa essas despesas pendentes e,
encontrando fundamentos, propõe alterações orçamentais, nos termos gerais.
As receitas orçamentais não concernentes a projectos e programas e do ano económico
findo que se encontrem a 31 de Dezembro numa fase de execução anterior a receitas liqui-
dadas são oficiosamente analisadas pela DGO ou equiparada em concertação com eventu-
ais outros responsáveis pela sua liquidação e, havendo fundamentos, a DGO ou equiparada
propõe alterações orçamentais, nos termos gerais.
Obviamente, os interessados na transição para o exercício que se inicia das despesas
referidas no penúltimo parágrafo e bem ainda os responsáveis pela liquidação das receitas
referidas no parágrafo anterior podem, autonomamente, propor alterações orçamentais per-
tinentes, nos termos gerais.
No PNCP entende-se por alteração orçamental automática as verbas transitadas au-
tomaticamente sem intervenção de nenhum órgão político, cabendo apenas ao Ministério
das Finanças promover a sua publicação no Boletim Oficial no primeiro trimestre de cada
ano.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

A totalidade das alterações automáticas é lançada na Contabilidade Orçamental, in-


dependentemente da publicação, nos primeiros dias úteis do novo exercício, num só lan-
çamento composto para cada fase da execução orçamental, começando pelos lançamentos
previstos para a reabertura da escrita da Contabilidade Orçamental com base no Orçamento
publicado e terminando nas Contas cujos saldos são desta forma transitados, com excepção
do saldo da Conta 8990, que é creditado directamente nesta Conta 8990 no primeiro lança-
mento composto de reabertura. Obviamente, como em qualquer outra alteração orçamental,
cabe à DGO ou equiparada processar o lançamento inicial.
80 – DESPESAS
Entende-se aqui por Despesa estrito senso – pagamento real ou virtual provocado
por acontecimento económico (presente, passado ou futuro) que constitua empobrecimento
(bruto ou líquido) ou transformação das disponibilidades em activos de menor grau de li-
quidez, com excepção das aplicações duradouras das reservas de superavits. Normalmente,
o acontecimento económico enquadra-se na realização das atribuições da entidade.
Isto é, dito por outras palavras, é Despesa estrito senso a diminuição de Disponibilida-
des ou equiparadas na satisfação das necessidades decorrentes das atribuições da entidade,
sem diminuição dos Empréstimos Obtidos (Passivo Financeiro) nem aumento das Imobili-
zações de Aplicações de Reservas de Superavits.
Entende-se por pagamento real a quitação de dívida a pagar (dívida passiva) com fluxo
real de disponibilidades. Entende-se por pagamento virtual a quitação de dívida a pagar
(divida passiva) sem fluxo real de disponibilidades, normalmente através de alguma forma
de compensação, nomeadamente, encontro de contas ou cessão de activos que não sejam
disponibilidades. No Estado estrito senso, por o Tesouro funcionar como banco, aparece
uma forma adicional de pagamento virtual – colocação à disposição de dinheiros através do
crédito da Conta de Depósito à Ordem detido pelo SPA no Tesouro.
A inclusão do pagamento virtual visa assegurar uma maior aderência ao Bruto princí-
pio (princípio da Não Compensação).
As Despesas lato senso incluem todos os pagamentos lançados nas Contas 80 a 83 e
bem ainda nas Subcontas 840 a 844.
800 – Despesas Orçamentadas
Do lado do débito recebe, através de cada Subconta pertinente: a) a dotação inicial,
os reforços e a transição automática, por contapartida das Contas de Receitas lato senso e
ou da Conta 8990; b) as transferências aumentativas, por contrapartida de outras Contas de
Despesas.
Do lado do crédito recebe, através de cada Subconta pertinente: a) as reduções e anu-
lações, por contrapartida normalmente das Contas de Receitas lato senso; b) as transferên-
cias diminutivas, por contrapartida de outras Contas de Despesas; c) a transformação em
Despesas Disponíveis, por contrapartida de 801.

385
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Esta Conta normalmente está saldada.


Documento principal: a) a débito: BO contendo o Orçamento ou as suas alterações
aumentativas; b) a crédito: para alterações orçamentais diminutivas – o BO com essas alte-
rações; Nota de Lançamento de início de execução orçamental.
Responsável pelo lançamento: a) a débito: Serviço do Orçamento ou equiparado; b)
a crédito: para alterações orçamentais diminutivas – Serviço do Orçamento ou equipara-
do; para início de execução orçamental da dotação – Serviço da Contabilidade Pública ou
equiparado.
Para facilitar a elaboração do Mapa de Execução Orçamental convém (à semelhança
do que se fez para circunstâncias parecidas, designadamente, com Imobilizações e Provi-
sões) abrir Subcontas desta Conta por tipo de variações orçamentais. Em conformidade,
recomenda-se a seguinte desagregação:
8000 – Despesas Orçamentadas – Dotação Inicial
8001 – Despesas Orçamentadas – Transitadas Automaticamente
8002 – Despesas Orçamentadas – Transferências Aumentativas
8003 – Despesas Orçamentadas – Reforços

8005 – Despesas Orçamentadas – Transferências Diminutivas
8006 – Despesas Orçamentadas – Reduções
8007 – Despesas Orçamentadas – Anulações

É de se referir que aqui entende-se por: a) Transitadas Automaticamente – alterações
orçamentais automáticas, isto é, as que ocorrem sem intervenção de nenhum órgão político,
com base nas regras definidas no subtítulo Reabertura da Contabilidade Orçamental; b)
Transferências – alterações que não provoquem aumento global do Orçamento, mas mo-
dificações estruturais apenas do lado de despesas; c) Reforços – alterações que provoquem
aumento global do Orçamento, ceteris paribus; d) Reduções – alterações que provoquem
diminuição global do Orçamento, ceteris paribus, sem eliminação das verbas afectadas; e)
Anulações – alterações que provoquem diminuição global do Orçamento, ceteris paribus,
com eliminação das verbas afectadas.
801 – Despesas Disponíveis
Do lado do débito mostra: a totalidade das despesas orçamentadas transformadas em
disponíveis, por contrapartida de 800; as despesas antes cativadas ou congeladas que foram
descativadas ou descongeladas, por contrapartida de 802 ou 803, respectivamente.

386
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Do lado do crédito regista a totalidade de despesas disponíveis que já se transfor-


maram: em duodécimos vencidos, por contrapartida de 804; ou, não sendo aplicável, em
despesas com cobertura financeira, por contrapartida de 805; em despesas cativadas ou
congeladas, por contrapartida de 802 ou 803, respectivamente.
O saldo mostra: a) para despesas sujeitas ao regime de duodécimos – a parte da despe-
sa disponível que ainda não se transformou em duodécimos vencidos; b) para despesas não
sujeitas ao regime de duodécimos – a parte da despesa disponível em relação a qual ainda
não há cobertura financeira.
Documento principal: a) a débito: para disponibilização das dotações orçamentais –
Nota de Lançamento; para descativação e descongelamento – Despacho do membro do
Governo responsável pelas Finanças; b) a crédito: para cativação ou duodécimos vencidos
– BO com legislação de execução orçamental; para despesas com cobertura financeira,
quando não aplicável o regime de duodécimos – Nota de Lançamento do Tesouro; para
congelamento – Despacho do membro do Governo responsável pelas Finanças.
Responsável pelo lançamento: a) a débito: Serviço da Contabilidade Pública ou equi-
parado – quer para disponibilização das dotações orçamentais, quer para descativação e
descongelamento; b) a crédito: Serviço da Contabilidade Pública ou equiparado – quer
para cativação, quer para duodécimos vencidos, quer ainda para congelamento; Serviço do
Tesouro ou equiparado – para despesas com cobertura financeira, quando não aplicável o
regime de duodécimos.
802 – Despesas Cativadas
Do lado do débito recebe as cativações, por contrapartida da Conta 801 – Despesas
Disponíveis.
Do lado do crédito recebe as descativações, por contrapartida da Conta 801 – Despesas
Disponíveis.
O saldo da Conta Despesas Cativadas mostra a despesa antes disponível que se encon-
tra ainda cativada.
Documento principal: a) a débito: BO com legislação de execução orçamental; b) a
crédito: Despacho de descativação proferido pelo membro do Governo responsável pelas
Finanças.
Responsável pelo lançamento: Serviço da Contabilidade Pública ou equiparado, quer
para débito(s), quer para crédito(s).
803 – Despesas Congeladas
Do lado do débito recebe os congelamentos, por contrapartida da Conta 801 – Despe-
sas Disponíveis.

387
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Do lado do crédito recebe os descongelamentos, por contrapartida da Conta 801 – Des-


pesas Disponíveis.
O saldo da Conta Despesas Congeladas mostra a despesa antes disponível que se en-
contra ainda congelada.
Documento principal: a) a débito: Despacho de congelamento proferido pelo membro
do Governo responsável pelas Finanças; b) a crédito: Despacho de descongelamento profe-
rido pelo membro do Governo responsável pelas Finanças.
Responsável pelo lançamento: Serviço da Contabilidade Pública ou equiparado, quer
para débito(s), quer para crédito(s).
804 – Despesas – Duodécimos Vencidos
Do lado do débito recebe os duodécimos à medida que se vão vencendo mensalmente,
quando aplicável ao abrigo da legislação de execução orçamental, por contrapartida de 801.
Do lado do crédito regista a parte da despesa que pode de imediato ser realizada por ter
cobertura financeira, por contrapartida de 805.
O saldo indica a parte de duodécimo(s) vencido(s) ainda sem cobertura financeira.
Documento principal: a) a débito: BO com legislação de execução orçamental; b) a
crédito: Nota de Lançamento do Tesouro para despesas com cobertura financeira
Responsável pelo lançamento: a) a débito: Serviço da Contabilidade Pública ou equi-
parado; b) a crédito: Serviço do Tesouro ou equiparado.
805 – Despesas com Cobertura Financeira
Do lado do débito regista a parte da despesa que pode de imediato ser realizada por
ter cobertura financeira. Terá, por contrapartida, a Conta 804 – Despesas – Duodécimos
Vencidos ou, quando não aplicável o regime de duodécimo para a verba em apreço, a con-
trapartida será a Conta 801 – Despesas Disponíveis.
Do lado do crédito regista a parte da despesa cabimentada, por contrapartida de 806.
O saldo indica a parte de despesa com cobertura financeira que ainda não foi cabimen-
tada.
Documento principal: a) a débito: Nota de Lançamento do Tesouro, quer para Despe-
sas – Duodécimos Vencidos com cobertura, quer para Despesas Disponíveis com cobertura
– este último caso quando não aplicável o regime de duodécimo; b) a crédito: Despacho do
Serviço Ordenador para despesas cabimentadas.
Responsável pelo lançamento: a) a débito: Serviço do Tesouro ou equiparado; b) a
crédito: Serviço Ordenador.

388
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

806 – Despesas Cabimentadas


Do lado do débito regista a despesa cabimentada, por contrapartida de 805.
Do lado do crédito regista: a parte da despesa comprometida, por contrapartida de 807;
ou, não sendo aplicável a emissão de requisição externa, a parte da despesa liquidada, por
contrapartida de 808.
O saldo mostra a parte da despesa cabimentada ainda sem requisição externa junto do
fornecedor nem ordem de pagamento.
Documento principal: a) a débito: Despacho de cabimentação do Serviço Ordenador;
b) a crédito: Requisição externa junto do fornecedor ou Ordem de Pagamento.
Responsável pelo lançamento: Serviço Ordenador, quer para débitos, quer para cré-
ditos.
807 – Despesas Comprometidas
Do lado do débito regista a despesa comprometida, ou seja, a despesa cabimentada e
com requisição externa junto do fornecedor, por contrapartida de 806.
Do lado do crédito regista a parte da despesa comprometida liquidada, por contrapar-
tida de 808.
O saldo mostra a parte da despesa comprometida ainda não liquidada.
Documento principal: a) a débito: Requisição externa junto do fornecedor; b) a crédi-
to: Factura certificada.
Responsável pelo lançamento: Serviço Ordenador, quer para débitos, quer para crédi-
tos.
808 – Despesas Liquidadas
Do lado do débito regista a parte da despesa liquidada, por contrapartida de 807 ou
806.
Do lado do crédito regista a parte da despesa liquidada paga, por contrapartida de
809.
O saldo mostra a parte da despesa liquidada ainda não paga.
Documento principal: a) a débito: Factura certificada, Folha de Vencimento certificado
ou outra Ordem de Pagamento; b) a crédito: Cópia de Cheque, Bordereau Externo de trans-
ferência, Folha de Vencimento Pago e Bordereau Interno.
Responsável pelo lançamento: a) a débito: Serviço Ordenador; b) a crédito: Serviço do
Tesouro ou equiparado.
809 – Despesas Realizadas
Do lado do débito regista a parte da despesa liquidada realizada, ou seja paga, por
contrapartida de 808.

389
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

No âmbito do encerramento desta Conta, o saldo é transferido, no final do período,


para o débito da Conta 890 – Saldo de Gerência de Receitas e Despesas.
O saldo mostra a parte da despesa liquidada paga.
Documento principal: a) a débito: Cópia de Cheque, Bordereau Externo de transferên-
cia, Bordereau Interno, Folha de Vencimento Pago; b) a crédito: Nota de lançamento de
encerramento da Conta.
Responsável pelo lançamento: a) a débito: Serviço do Tesouro ou equiparado; b) Ser-
viço da Contabilidade Pública ou equiparado para o crédito de encerramento.
8090 – Despesas Realizadas – Efectivas
Do lado do débito regista a parte da despesa liquidada realizada efectiva, ou seja paga
com saída efectiva de disponibilidades.
No âmbito do encerramento desta Subconta, o saldo é transferido, no final do perí-
odo, para o débito da Subconta 89000 – Saldo de Gerência de Receitas e Despesas – do
Orçamento Corrente – Efectivas e da Subconta 89010 – Saldo de Gerência de Receitas e
Despesas – do Orçamento de Capital – Efectivas.
O saldo mostra a parte da despesa liquidada paga com saída efectiva de disponibilida-
des.
Documento principal: a) a débito: Cópia de Cheque ou Bordereau Externo de transfe-
rência; b) a crédito: Nota de lançamento de encerramento da Subconta.
Responsável pelo lançamento: a) a débito: Serviço do Tesouro ou equiparado; b) Ser-
viço da Contabilidade Pública ou equiparado para o crédito de encerramento.
8091 – Despesas Realizadas – Virtuais
Do lado do débito regista a parte da despesa liquidada realizada virtual, ou seja paga
através, nomeadamente, de uma das seguintes formas: da colocação à disposição no De-
pósito à Ordem no Tesouro; da imediata retenção, no quadro da execução de outro diplo-
ma legal, mandato judicial ou contrato (exemplos: retenção de IUR e TSU; retenção para
INPS; retenção Judicial; retenção de Prestações para a Banca, etc.); de encontro de contas;
de reconhecimento dum benefício fiscal.
No âmbito do encerramento desta Subconta, o saldo é transferido, no final do período,
para o débito da Subconta 89001 – Saldo de Gerência de Receitas e Despesas – do Orça-
mento Corrente – Virtuais e da Subconta 89011 – Saldo de Gerência de Receitas e Despe-
sas – do Orçamento de Capital – Virtuais.
O saldo mostra a parte da despesa liquidada paga virtual – ex.: com colocação à dispo-
sição no Depósito à Ordem no Tesouro ou com retenção imediata no quadro da execução
de outro diploma legal, mandato judicial ou contrato.

390
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Documento principal: a) a débito: Bordereau Interno; documento que indique a parte


a ser retida com averbamento da retenção feita (por ex.: Folha de Vencimento Pago); b) a
crédito: Nota de lançamento de encerramento da Subconta.
Responsável pelo lançamento: a) a débito: Serviço do Tesouro ou equiparado; b) Ser-
viço da Contabilidade Pública ou equiparado para o crédito de encerramento.
81 – PASSIVOS FINANCEIROS – DIMINUIÇÕES
Entende-se aqui por Passivo Financeiro o empréstimo obtido para cobertura de deficit
orçamentado.
810 – Passivos Financeiros – Variações Orçamentadas – Diminuições
Debita-se, em conformidade com a lei de aprovação anual do Orçamento ou suas al-
terações, pelo montante bruto das diminuições orçamentadas do Passivo Financeiro (de-
signadamente, por causa da amortização prevista dos empréstimos), por contrapartida das
respectivas fontes.
Credita-se pelos montantes dos Passivos Financeiros vencidos, à medida que ocorram,
por contrapartida da Conta 811 – Passivos Financeiros Vencidos.
O Saldo devedor mostra a diminuição bruta do Passivo Financeiro orçamentado por
concretizar.
Documento principal: a) a débito: o BO contendo o Orçamento ou as suas alterações;
b) a crédito: o contrato de empréstimo, este enquanto fonte que mostra o plano de amorti-
zação.
Responsável pelo lançamento: a) Serviço do Orçamento ou equiparado para débitos de-
correntes da publicação do Orçamento ou suas alterações; b) Serviço do Tesouro ou equi-
parado para créditos respeitantes à execução do Orçamento.
811 – Passivos Financeiros Vencidos
Debita-se pelos montantes dos Passivos Financeiros vencidos, à medida que ocorram,
por contrapartida da Conta 810 – Passivos Financeiros – Variações Orçamentadas – Di-
minuições.
Credita-se pelos montantes dos Passivos Financeiros pagos, à medida que ocorram,
por contrapartida da Conta 812 – Passivos Financeiros Amortizados.
O Saldo devedor mostra a parte de Passivos Financeiros vencida ainda não amortiza-
da, paga.
Documento principal: a) a débito: o contrato de empréstimo, enquanto fonte que mos-
tra o plano de amortização; b) a crédito: Bordereau Externo ou equiparado.
Responsável pelo lançamento: Serviço do Tesouro ou equiparado, quer para débitos,
quer para créditos.

391
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

812 – Passivos Financeiros Amortizados


Debita-se pelos montantes dos Passivos Financeiros pagos, à medida que ocorram, por
contrapartida da Conta 811 – Passivos Financeiros Vencidos.
No âmbito do encerramento desta Conta, o saldo é transferido, no final do período,
para o débito da Conta 891 – Saldo de Gerência de Variações em Passivos Financeiros.
Durante o exercício o saldo mostra o valor bruto dos empréstimos amortizados, con-
quanto no final do exercício a Conta é saldada.
Documento principal: a) a débito: Bordereau Externo ou equiparado; Nota de Crédito
ou equiparada do mutuante, no quadro de reescalonamento de empréstimos ou encontro de
contas; b) a crédito: Nota de Lançamento de encerramento da Conta.
Responsável pelo lançamento: Serviço do Tesouro ou equiparado para débitos e Servi-
ço da Contabilidade Pública ou equiparado, para encerramento – a crédito.
8120 – Passivos Financeiros Amortizados – Efectivos
Debita-se pelos montantes dos Passivos Financeiros pagos com saída efectiva de dis-
ponibilidades, à medida que ocorram, por contrapartida da Conta 811 – Passivos Financei-
ros Vencidos.
No âmbito do encerramento desta Subconta, o saldo é transferido, no final do período,
para o débito da Subconta 89100 – Saldo de Gerência de Variações em Passivos Finan-
ceiros – do Orçamento Corrente – Efectivas e da Subconta 89110 – Saldo de Gerência de
Variações em Passivos Financeiros – do Orçamento de Capital – Efectivas.
Durante o exercício o saldo mostra o valor bruto dos empréstimos amortizados com
saída efectiva de disponibilidades, conquanto no final do exercício a Subconta é saldada.
Documento principal: a) a débito: Bordereau Externo ou equiparado; b) a crédito:
Nota de Lançamento de encerramento da Subconta.
Responsável pelo lançamento: Serviço do Tesouro ou equiparado para débitos e Servi-
ço da Contabilidade Pública ou equiparado, para encerramento – a crédito.
8121 – Passivos Financeiros Amortizados – Virtuais
Debita-se pelos montantes dos Passivos Financeiros pagos através de encontro de con-
tas, à medida que ocorram, por contrapartida de 811 – Passivos Financeiros Vencidos.
No âmbito do encerramento desta Subconta, o saldo é transferido, no final do período,
para o débito da Subconta 89101 – Saldo de Gerência de Variações em Passivos Finan-
ceiros – do Orçamento Corrente – Virtuais e da Subconta 89111 – Saldo de Gerência de
Variações em Passivos Financeiros – do Orçamento de Capital – Virtuais.
Durante o exercício o saldo mostra o valor bruto dos empréstimos amortizados sem
saída efectiva de disponibilidades, conquanto no final do exercício a Subconta é saldada.

392
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Documento principal: a) a débito: Nota de Crédito ou equiparada do mutuante, no


quadro de reescalonamento de empréstimos ou encontro de contas; b) a crédito: Nota de
Lançamento de encerramento da Subconta.
Responsável pelo lançamento: Serviço do Tesouro ou equiparado para débitos e Servi-
ço da Contabilidade Pública ou equiparado, para encerramento – a crédito.
82 – RESERVAS DE SUPERAVITS – AUMENTOS
Entende-se aqui por Reservas de Superavits imobilizações financeiras cujas origens são
superavits apurados. Normalmente devem ter um alto grau de liquidez porque destinam-se
nomeadamente a cobertura de despesas extraordinárias resultantes de emergências.
820 – Reservas de Superavits – Aumentos Orçamentados
Debita-se, por contrapartida das respectivas fontes, pelo superavit orçamentado (com
origem no exercício em curso ou em exercício(s) anterior(es)) que se preveja aplicar em
Imobilizações de Aplicações de Reservas de Superavits, no decorrer do corrente exercício.
Credita-se, por contrapartida de 821 – Reservas de Superavits – Aumentos – Liquida-
dos, pela parte do excedente de disponibilidades que se decidir aplicar, de acordo com a
programação financeira e Despacho do membro do Governo responsável pelas Finanças,
em Imobilizações de Aplicações de Reservas de Superavits, à medida que este excedente
ocorra.
O Saldo mostra a parte do aumento de reservas de superavits orçamentada para a qual
ainda não se verificou, de acordo com a programação financeira, excedente de disponibili-
dades susceptível de transformação em imobilizações financeiras.
Documento principal: a) a débito: o BO contendo o Orçamento ou as suas alterações;
b) a crédito: Despacho do membro do Governo responsável pelas Finanças.
Responsável pelo lançamento: a) a débito: Serviço do Orçamento ou equiparado; b) a
crédito: Serviço do Tesouro ou equiparado.
821 – Reservas de Superavits – Aumentos Liquidados
Debita-se, por contrapartida de 820 – Reservas de Superavits – Aumentos Orçamen-
tados, pela parte do excedente de disponibilidades que se decidir aplicar, de acordo com a
programação financeira e Despacho do membro do Governo responsável pelas Finanças,
em Imobilizações de Aplicações de Reservas de Superavits, à medida que este excedente
ocorra.
Credita-se, por contrapartida de 822 – Reservas de Superavits – Aumentos Realizados,
pelos montantes dos excedentes de disponibilidades efectivamente aplicados em Imobili-
zações de Aplicações de Reservas de Superavits.
O Saldo é nulo ou devedor e quando devedor mostra a parte da deliberação do membro
do Governo responsável pelas Finanças que ainda não foi executada em termos de transfe-
rência de Disponibilidades para Imobilizações de Aplicações de Reservas de Superavits.

393
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Documento principal: a) a débito: Despacho do membro do Governo responsável pe-


las Finanças; b) a crédito: Bordereau Externo, Cópia de Cheque ou outros documentos
equiparados a estes.
Responsável pelo lançamento: Serviço do Tesouro ou equiparado, quer para débitos,
quer para créditos.
822 – Reservas de Superavits – Aumentos Realizados
Debita-se, por contrapartida da Subconta 821 – Reservas de Superavits – Aumentos
– Liquidados, pelos montantes dos excedentes de disponibilidades que, no âmbito da con-
tabilidade patrimonial, forem efectivamente aplicados em Imobilizações de Aplicações de
Reservas de Superavits.
No âmbito do encerramento desta Conta, o saldo é transferido, no final do período,
para o débito da Conta 892 – Saldo de Gerência de Variações em Reservas de Superavits.
O Saldo, que é sempre devedor, mostra o aumento bruto efectivo da reserva de su-
peravit no exercício, isto é, o superavit efectivo que não foi primariamente aplicado no
exercício na diminuição do Passivo Financeiro.
Documento principal: a) a débito: Bordereau Externo, Cópia de Cheque ou outros
documentos equiparados a estes; b) a crédito: Nota de Lançamento de encerramento da
Conta.
Responsável pelo lançamento: Serviço do Tesouro ou equiparado para os débitos e
Serviço da Contabilidade Pública ou equiparado para o encerramento – a crédito.
83 – OPERAÇÕES DE TESOURARIA – SAÍDAS
830 – Operações de Tesouraria – Saídas Orçamentadas
Do lado do débito recebe a dotação inicial e os reforços orçamentais respeitantes a
Operações de Tesouraria – Saídas (pagamentos), por contrapartida de 880.
Do lado do crédito regista: a) a parte liquidada dos futuros pagamentos a título de
Operações de Tesouraria, normalmente após a boa cobrança ou retenção da pertinente
receita, por contrapartida de 831; b) as diminuições ou anulações a título de Operações de
Tesouraria, por contrapartida de 880.
O saldo: a) quando devedor, mostra o montante orçamentado de Operações de Te-
souraria ainda não liquidado; b) quando credor, mostra as liquidações de Operações de
Tesouraria para além do orçamentado, provocadas por uma maior cobrança ou retenção
das entradas orçamentadas a título de Operações de Tesouraria pertinentes (trata-se de uma
situação provisória até eventual rectificação orçamental).
Documento principal: a) a débito: BO contendo o Orçamento ou as suas alterações
aumentativas; b) a crédito: para alterações orçamentais diminutivas – o BO com essas alte-
rações; Nota de Lançamento – para liquidações.

394
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Responsável pelo lançamento: a) a débito: Serviço do Orçamento ou equiparado; b) a


crédito: para alterações orçamentais diminutivas – Serviço do Orçamento ou equiparado;
para liquidação – Serviço da Contabilidade Pública ou equiparado.
831 – Operações de Tesouraria – Saídas Liquidadas
Do lado do débito regista a parte liquidada dos futuros pagamentos a título de Ope-
rações de Tesouraria, normalmente após a boa cobrança ou retenção da pertinente receita,
por contrapartida de 830.
Do lado do crédito regista, por contrapartida de 832, o pagamento a título de Ope-
rações de Tesouraria, isto é, a transferência para a entidade titular da receita (cujo repre-
sentante a nossa entidade é) dos montantes normalmente antes arrecadados ou retidos. O
Tesouro pode fazer tranferência creditando (na Contabilidade Patrimonial) o Depósito à
Ordem detido pelo titular da receita no Tesouro.
O saldo: a) quando devedor, mostra o montante liquidado a título de Operações de Te-
souraria ainda não pago, transferido ou colocado à disposição; b) quando credor, mostra o
pagamento, a transferência ou colocação à disposição, a título de Operações de Tesouraria,
para além do liquidado, designadamente, por causa de adiantamentos.
Documento principal: a) a débito: Nota de Lançamento do Serviço Ordenador; b) a
crédito: Guia de Pagamento ou equivalente do Tesouro ou equiparado.
Responsável pelo lançamento: a) a débito: Serviço da Contabilidade Pública ou equi-
parado; b) a crédito: Serviço do Tesouro ou equiparado.
832 – Operações de Tesouraria – Saídas Realizadas
Do lado do débito regista, por contrapartida de 831, o pagamento a título de Operações
de Tesouraria, isto é, a transferência para a entidade titular da receita (cujo representante
a nossa entidade é) dos montantes normalmente antes arrecadados ou retidos. O Tesouro
pode colocar à disposição creditando (na Contabilidade Patrimonial) o Depósito à Ordem
detido pelo titular da receita no Tesouro.
No âmbito do encerramento desta Conta, o saldo é transferido, no final do período,
para o débito da Conta 893 – Saldo de Gerência de Operações de Tesouraria.
O saldo mostra o total dos pagamentos a título de Operações de Tesouraria, ou seja,
das transferências para a entidade representada.
Documento principal: a) a débito: Guia de Pagamento ou equiparada, Bordereau Ex-
terno, Bordereau Interno, Cópia de Cheque; b) a crédito: Nota de Lançamento de encerra-
mento da Conta.
Responsável pelo lançamento: a) para os débitos: Serviço do Tesouro ou equiparado
ou Serviço da Contabilidade Pública ou equiparado; b) Serviço da Contabilidade Pública
ou equiparado para o encerramento – a crédito.

395
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

8320 – Operações de Tesouraria – Saídas Realizadas – Efectivas


Do lado do débito regista, por contrapartida de 831, o pagamento a título de Opera-
ções de Tesouraria com saída efectiva de disponibilidades, isto é, a transferência para a
entidade representada dos montantes normalmente antes arrecadados ou retidos.
No âmbito do encerramento desta Subconta, o saldo é transferido, no final do período,
para o débito da Subconta 8930 – Saldo de Gerência de Operações de Tesouraria – Efec-
tivas.
O saldo mostra o total dos pagamentos a título de Operações de Tesouraria com saída
efectiva de disponibilidades, ou seja, das transferências para a entidade representada.
Documento principal: a) a débito: Guia de Pagamento ou equiparada, Bordereau Ex-
terno, Cópia de Cheque; b) a crédito: Nota de Lançamento de encerramento da Subconta.
Responsável pelo lançamento: Serviço do Tesouro ou equiparado para os débitos e
Serviço da Contabilidade Pública ou equiparado para o encerramento – a crédito.
8321 – Operações de Tesouraria – Saídas Realizadas – Virtuais
Do lado do débito regista, por contrapartida de 831, o pagamento a título de Operações de
Tesouraria sem saída efectiva de disponibilidades, isto é, o registo que se faz por causa do
respeito aos princípios contabilísticos e orçamentais, designadamente, o Bruto Princípio (o
Princípio da Não Compensação). Por exemplo, o Tesouro pode pagar a título de Operações
de Tesouraria creditando (no âmbito da Contabilidade Patrimonial) o Depósito à Ordem
detido pelo titular do montante antes cobrado a título de Operações de Tesouraria.
No âmbito do encerramento desta Subconta, o saldo é transferido, no final do período,
para o débito da Subconta 8931 – Saldo de Gerência de Operações de Tesouraria – Virtu-
ais.
O saldo mostra o total dos pagamentos a título de Operações de Tesouraria sem saída
efectiva de disponibilidades.
Documento principal: a) a débito: Bordereau Interno ou equiparado; b) a crédito: Nota
de Lançamento de encerramento da Subconta.
Responsável pelo lançamento: Serviço da Contabilidade Pública ou equiparado, quer
para débitos, quer para o crédito de encerramento.
84 – SAÍDAS E ENTRADAS DE DISPONIBILIDADES POR REGULARIZAR
Por não ser, a rigor, execução orçamental, é obrigatória a utilização desta Conta e suas
correspondentes a nível da Conta 89 apenas enquanto não houver garantia do fiável fun-
cionamento da Conta 28 no quadro da Contabilidade Patrimonial. Na presença sistemática
de dados fiáveis assegurados pela Conta 28, o responsável do Serviço da Contabilidade em
cada entidade pode optar por dispensar esta Conta e suas correspondentes a nível da Conta

396
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

89, corrigindo, desta feita, no quadro da Conta de Gerência ou equiparada o valor afinal
apresentado pela Conta 8990 com o saldo da Conta 28, de forma a continuar a assegurar
que o Saldo de Gerência Global Efectivo Que Passa seja igual ao saldo da Classe 1 – Dis-
ponibilidades, designadamente para efeitos do Balanço ao Cofre.
As Subcontas da Conta 84 são contrapartidas às Subcontas de passagem constantes na
Conta 89 – Saldo de Gerência (8940 a 8948 e 89904) que, durante o exercício, registam,
provisoriamente, os pagamentos e recebimentos associados ao processo de execução orça-
mental por afectar definitivamente às Contas definitivas da Contabilidade Orçamental, isto
é, pendentes de regularização.
As Subcontas da Conta 84, em princípio, devem ter saldo nulo no final do período.
Assim, os saldos que transitarem para o ano seguinte devem ser objecto de uma exaustiva
revisão por parte dos órgãos internos e externos de controlo (nomeadamente, o Serviço
da Contabilidade Pública ou equiparado, a Inspecção-Geral de Finanças e o Tribunal de
Contas) para que eventuais transacções irracionais, irregulares e ou ilegais sejam tempesti-
vamente detectadas e as pertinentes sanções implementadas.
São exemplos de situações registáveis nesta Conta 84, nomeadamente: a) pagamento
urgente que não passou por todas as fases legais do processo de execução orçamental de
despesas; b) pagamento urgente cuja classificação esteja impossibilitada por causa de insu-
ficiências no documento de suporte – por exemplo, por deficiente definição do objecto de
gasto; c) adiantamento feito de conformidade com a lei para fazer face a despesas, e cujo
justificativo definitivo será subsequentemente remetido ao Serviço da Contabilidade Pú-
blica ou equiparado para efeitos de contabilização definitiva; d) pagamento inadiável sem
dotação orçamental; e) recebimento associado a receitas extraordinárias; f) recebimento
associado às receitas inadequadamente omissas do orçamento; g) recebimento associado às
receitas inadequadamente classificadas no Orçamento.
As Subcontas desta Conta 84 e concernentes a saídas de disponibilidades por regulari-
zar (840, 841 e 843) são creditadas, por contrapartida das pertinentes Subcontas da Conta
894 – Saldo de Gerência de Pagamentos e Recebimentos por Regularizar (respectivamen-
te, 8940, 8941 e 8943) aquando de pagamentos de carácter transitório. Haverá lançamentos
inversos quando esses desembolsos se tornarem definitivos, isto é, quando as operações
forem regularizadas. Paralelamente a estes lançamentos inversos fazem-se os lançamentos
ordinários, nos termos gerais, nas Contas definitivas desta Classe 8.
As Subcontas desta Conta 84 e concernentes a entradas de disponibilidades por re-
gularizar (845, 846 e 848) são debitadas, por contrapartida das pertinentes Subcontas da
Conta 894 – Saldo de Gerência de Pagamentos e Recebimentos por Regularizar (8945,
8946 e 8948) aquando de recebimentos de carácter transitório. Haverá lançamentos inver-
sos quando esses recebimentos se tornarem definitivos, isto é, quando as operações forem
regularizadas. Estas mesmas operações regularizadas, paralelamente, serão ainda lançadas,
nos termos gerais, nas Contas definitivas desta Classe 8.

397
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

No caso de esses pagamentos e recebimentos por regularizar transitarem para o exer-


cício seguinte, os lançamentos pertinentes são os seguintes:
I) Na fase de apuramento do saldo de gerência, os remanescentes dos saldos con-
cernentes a pagamentos por regularizar e constantes nas Subcontas da Conta
894 são transferidos para a Subconta 89904, debitando esta Subconta contra
crédito daquelas;
II) Na fase de apuramento do saldo de gerência, os remanescentes dos saldos
concernentes a recebimentos por regularizar e constantes nas Subcontas da
Conta 894 são transferidos para a Subconta 89904, creditando esta Subconta
contra débito daquelas;
III) Na fase de reabertura da escrita, os pagamentos por regularizar transitados são
debitados na Subconta 89904, por contrapartida das Subcontas 840.00, 841.00
e 843.00, fazendo-se subsequentemente o lançamento inverso aquando da re-
gularização dessas situações transitadas;
IV) Na fase de reabertura da escrita, os recebimentos por regularizar transitados
são creditados na Subconta 89904, por contrapartida das Subcontas 845.00,
846.00 e 848.00, fazendo-se subsequentemente o lançamento inverso aquando
da regularização dessas situações transitadas.
85 – RECEITAS
Entende-se aqui por Receita estrito senso – recebimento real ou virtual provocado
por acontecimento económico (presente, passado ou futuro) que constitua enriquecimento
(bruto ou líquido) ou represente transformação de outros activos de menor grau de liqui-
dez em disponibilidades, com excepção da transformação que represente reincorporação
em disponibilidades das aplicações duradouras de reservas de superavits. Normalmente, o
acontecimento económico visa assegurar disponibilidades para a realização das atribuições
da entidade.
Isto é, dito por outras palavras, é Receita estrito senso o aumento de disponibilidades
ou equiparadas para a satisfação das necessidades decorrentes das atribuições da entidade,
sem aumento dos Empréstimos Obtidos (Passivo Financeiro) nem diminuição das Imobili-
zações de Aplicações de Reservas de Superavits.
Entende-se por recebimento real a quitação de dívida a receber (dívida activa) com
fluxo real de disponibilidades. Entende-se por recebimento virtual a quitação de dívida a
receber (dívida activa) sem fluxo real de disponibilidades, normalmente através de alguma
forma de compensação, nomeadamente, encontro de contas ou recepção de activos que não
sejam disponibilidades. No Estado estrito senso, por o Tesouro funcionar como banco, apa-
rece uma forma adicional de recebimento virtual – débito da Conta de Depósito à Ordem
detido pelo SPA no Tesouro.

398
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

A inclusão do recebimento virtual visa assegurar uma maior aderência ao Bruto prin-
cípio (princípio da Não Compensação).
As Receitas lato senso incluem todos os recebimentos lançados nas Contas 85 a 88 e
bem ainda nas Subcontas 845 a 848.
850 – Receitas Orçamentadas
Do lado do crédito regista, através de cada Subconta pertinente, a previsão inicial, os
reforços e a transição automática, por contrapartida das Contas de Despesas lato senso
.
Do lado do débito regista, através de cada Subconta pertinente: a) as reduções ou
anulações, por contrapartida normalmente das Contas de Despesas lato senso; b) a trans-
formação de receitas orçamentadas em Receitas – Previsões Corrigidas, por contrapartida
de 851.
Esta Conta está normalmente saldada.
Documento principal: a) a crédito: o BO contendo o Orçamento ou as suas alterações
aumentativas; b) a débito: para alterações orçamentais diminutivas – o BO contendo estas
alterações; para transformação em 851 – Receitas – Previsões Corrigidas – Nota de Lança-
mento de início de execução orçamental.
Responsável pelo lançamento: a) a crédito: Serviço do Orçamento ou equiparado; b) a
débito: Serviço da Contabilidade Pública ou equiparado – para o início de execução orça-
mental; Serviço do Orçamento ou equiparado – para todos os outros débitos.
Para facilitar a elaboração do Mapa de Execução Orçamental convém (à semelhança
do que se fez para circunstâncias parecidas, designadamente, com Imobilizações e Provi-
sões) abrir Subcontas desta Conta por tipo de variações orçamentais. Em conformidade,
recomenda-se a seguinte desagregação:
8500 – Receitas Orçamentadas – Previsão Inicial
8501 – Receitas Orçamentadas – Transitadas Automaticamente
8503 – Receitas Orçamentadas – Reforços
8506 – Receitas Orçamentadas – Reduções
8507 – Receitas Orçamentadas – Anulações
É de se referir que aqui entende-se por: a) Transitadas Automaticamente – alterações
orçamentais automáticas, isto é, as que ocorrem sem intervenção de nenhum órgão político,
com base nas regras definidas no subtítulo Reabertura da Contabilidade Orçamental; b)
Reforços – alterações que provoquem aumento global do Orçamento, ceteris paribus; c)
Reduções – alterações que provoquem diminuição global do Orçamento, ceteris paribus,
sem eliminação das verbas afectadas; d) Anulações – alterações que provoquem diminui-
ção global do Orçamento, ceteris paribus, com eliminação das verbas afectadas.

399
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

851 – Receitas – Previsões Corrigidas


Embora a sua função poderia ser desempenhada pelo saldo agregado da Conta 850, ela
é aqui inserida entre 850 e 852 por causa do seguinte: as Subcontas da Conta 850 mostram,
de forma desagregada, cada tipo de variação orçamental, enquanto que esta Conta mostra
(numa só Conta, portanto) a situação global resultante das variações orçamentais, isto é,
em cada momento a posição final corrigida – contribuindo assim para uma maior clareza.
Os lançamentos nesta Conta são feitos imediatamente após os lançamentos que causarem
alterações nas Subcontas da Conta 850 – Receitas Orçamentadas.
Do lado do crédito (e por contrapartida das pertinentes Subcontas da Conta 850) re-
gista as transferências dos créditos antes lançados nas Subcontas da Conta 850 – Receitas
Orçamentadas.
Do lado do débito regista: as transferências dos débitos antes lançados nas Subcontas
da Conta 850 – Receitas Orçamentadas, por contrapartida das pertinentes Subcontas da
Conta 850; as liquidações, por contrapartida da Conta 852 – Receitas Liquidadas.
O saldo: a) quando credor, mostra o montante orçamentado (após eventuais correc-
ções) ainda não liquidado; b) quando devedor, mostra as liquidações para além das Previ-
sões Corrigidas.
Documento principal: a) a crédito: para previsão inicial ou variações aumentativas
– Nota de Lançamento; b) a débito: para liquidações – Conhecimento, Declaração de Des-
pacho Reverificada ou outro documento equivalente; para corrreções orçamentais diminu-
tivas – Nota de Lançamento.
Responsável pelo lançamento: a) a crédito: Serviço da Contabilidade Pública ou equi-
parado; b) a débito: Serviço Ordenador – para liquidações; Serviço da Contabilidade Públi-
ca ou equiparado – para corrreções orçamentais diminutivas.
852 – Receitas Liquidadas
Do lado do crédito regista as receitas liquidadas, por contrapartida da Conta 851 – Re-
ceitas – Previsões Corrigidas.
Do lado do débito regista as receitas liquidadas realizadas, ou seja cobradas, por con-
trapartida da Conta 853 – Receitas Realizadas.
O saldo mostra as receitas liquidadas que ainda não foram cobradas.
Documento principal: a) a crédito: Conhecimento, Declaração de Despacho Reveri-
ficada ou outro documento equivalente; b) a débito: Recibo ou equivalente (Guia de Pa-
gamento carimbada pelo tesoureiro ou equiparada, Bordereau Externo, Talão de Depósito,
Relatório de Retenções validado pela DGCI, Bordereau Interno).
Responsável pelo lançamento: a) a crédito: Serviço Ordenador; b) a débito: o contro-
lador legal da cobrança – Serviço Ordenador e ou Serviço do Tesouro ou equiparado, de
conformidade com a legislação.

400
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

853 – Receitas Realizadas


Do lado do crédito regista as receitas liquidadas realizadas, ou seja cobradas, por con-
trapartida da Conta 852 – Receitas Liquidadas.
No âmbito do encerramento desta Conta, o saldo é transferido, no final do período,
para o crédito da Conta 890 – Saldo de Gerência de Receitas e Despesas.
O saldo da Conta mostra as receitas realizadas.
Documento principal: a) a crédito: Recibo ou equivalente (Guia de Pagamento carim-
bada pelo tesoureiro ou equiparada, Bordereau Externo, Talão de Depósito, Relatório de
Retenções validado pela DGCI, Bordereau Interno); b) a débito: Nota de Lançamento de
encerramento da Conta.
Responsável pelo lançamento: a) a crédito: Serviço do Tesouro ou equiparado, Servi-
ço da Contabilidade Pública ou equiparado ou outro Serviço Ordenador, de conformidade
com a legislação ou regulamento; b) Serviço da Contabilidade Pública ou equiparado para
o débito de encerramento.
8530 – Receitas Realizadas Efectivas
Do lado do crédito regista, por contrapartida de 852, a parte de receita liquidada reali-
zada efectiva, ou seja, cobrada com entrada efectiva de disponibilidades.
No âmbito do encerramento desta Subconta, o saldo é transferido, no final do perío-
do, para o crédito da Subconta 89000 – Saldo de Gerência de Receitas e Despesas – do
Orçamento Corrente – Efectivas e da Subconta 89010 – Saldo de Gerência de Receitas e
Despesas – do Orçamento de Capital – Efectivas.
O saldo da Subconta mostra as receitas realizadas com entrada efectiva de disponibi-
lidades.
Documento principal: a) a crédito: Recibo ou equivalente (Guia de Pagamento ca-
rimbada pelo tesoureiro ou equiparada, Bordereau Externo, Talão de Depósito, etc.); b) a
débito: Nota de Lançamento de encerramento da Subconta.
Responsável pelo lançamento: a) a crédito: Serviço do Tesouro ou equiparado ou outro
Serviço Ordenador, de conformidade com a legislação ou regulamento; b) Serviço da Con-
tabilidade Pública ou equiparado para o débito de encerramento.
8531 – Receitas Realizadas Virtuais
Do lado do crédito regista, por contrapartida de 852, a parte da receita liquidada re-
alizada virtual, ou seja cobrada através, nomeadamente, de uma das seguintes formas: da
imediata retenção no quadro da execução de uma outra despesa, retenção essa feita com
base em diploma legal, mandato judicial ou contrato (ex.: Retenção de IUR com base no
Relatório de Retenções validado pela DGCI); do débito na Conta de depósito à ordem deti-
do no Tesouro; de encontro de contas; do reconhecimento dum benefício fiscal.

401
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

No âmbito do encerramento desta Subconta, o saldo é transferido, no final do perío-


do, para o crédito da Subconta 89001 – Saldo de Gerência de Receitas e Despesas – do
Orçamento Corrente – Virtuais e da Subconta 89011 – Saldo de Gerência de Receitas e
Despesas – do Orçamento de Capital – Virtuais.
O saldo da Subconta mostra a receita realizada virtual, ou seja, cobrada através da
imediata retenção no quadro da execução de uma outra despesa ou ainda através do débito
da Conta de depósito detido no Tesouro.
Documento principal: a) a crédito: Recibo ou equivalente (ex.: Relatório de Retenções
validado pela DGCI, Bordereau Interno); b) Serviço da Contabilidade Pública ou equipara-
do para o débito de encerramento.
Responsável pelo lançamento: a) a crédito: Serviço do Tesouro ou equiparado, Serviço
da Contabilidade Pública ou equiparado, DGCI ou outro Serviço Ordenador, de conformi-
dade com a legislação ou regulamento; b) Serviço da Contabilidade Pública ou equiparado
para o débito de encerramento.
86 – PASSIVOS FINANCEIROS – AUMENTOS
860 – Passivos Financeiros – Variações Orçamentadas – Aumentos
Credita-se, em conformidade com a lei da aprovação anual do Orçamento ou suas
alterações, pelo montante bruto dos aumentos orçamentados do Passivo Financeiro (desig-
nadamente, por causa de novos empréstimos previstos), por contrapartida das respectivas
aplicações.
Debita-se, no quadro do acompanhamento da execução, aquando da assinatura de con-
trato de cada novo empréstimo, por contrapartida de 861.
O Saldo credor mostra o aumento bruto do passivo orçamentado por concretizar, isto
é, por contratar.
Documento principal: a) a crédito: o BO contendo o Orçamento ou as suas alterações
aumentativas; b) a débito: o contrato de empréstimo.
Responsável pelo lançamento: a) Serviço do Orçamento ou equiparado para créditos
respeitantes a publicação do Orçamento ou suas alterações; b) Serviço do Tesouro ou equi-
parado para débitos respeitantes à execução do Orçamento.
861 – Passivos Financeiros Contratados
Credita-se pelos montantes dos empréstimos contraídos à medida que os respectivos
contratos são celebrados, por contrapartida da Subconta 860 – Passivos Financeiros – Va-
riações Orçamentadas – Aumentos.
Debita-se pelos montantes dos empréstimos que forem sendo desembolsados, por con-
trapartida da Subconta 862 – Passivos Financeiros Recebidos.

402
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

O Saldo, normalmente credor, mostra a parte de empréstimos contratados que ainda


não foi utilizada, desembolsada.
Documento principal: a) a crédito: o contrato de empréstimo; b) a débito: Bordereau
Externo ou equiparado; Nota de Crédito do mutuante.
Responsável pelo lançamento: Serviço do Tesouro ou equiparado, quer para créditos,
quer para débitos.
862 – Passivos Financeiros Recebidos
Credita-se pelos montantes dos empréstimos que forem sendo desembolsados, por
contrapartida da Subconta 861 – Passivos Financeiros Contratados.
No âmbito do encerramento desta Conta, o saldo é transferido, no final do período,
para o crédito da Conta 891 – Saldo de Gerência de Variações em Passivos Financeiros.
Durante o exercício, o saldo mostra o valor bruto dos empréstimos recebidos, con-
quanto no final do exercício a Conta é saldada nos termos do parágrafo anterior.
Documento principal: a) a crédito: Bordereau Externo ou equiparado; Nota de Débito
ou equiparada do mutuante, no quadro de encontro de contas, reescalonamento ou consoli-
dação de empréstimos; b) a débito: Nota de Lançamento de encerramento da Conta.
Responsável pelo lançamento: Serviço do Tesouro ou equiparado para créditos e Ser-
viço da Contabilidade Pública ou equiparado para o débito de encerramento.
8620 – Passivos Financeiros Recebidos – Efectivos
Credita-se pelos montantes dos empréstimos que forem sendo efectivamente desem-
bolsados (com entrada efectiva de disponibilidades), por contrapartida da Conta 861 – Pas-
sivos Financeiros Contratados.
No âmbito do encerramento desta Subconta, o saldo é transferido, no final do período,
para o crédito da Subconta 89100 – Saldo de Gerência de Variações em Passivos Finan-
ceiros – do Orçamento Corrente – Efectivas e da Subconta 89110 – Saldo de Gerência de
Variações em Passivos Financeiros – do Orçamento de Capital – Efectivas.
Durante o exercício, o saldo mostra o valor bruto dos empréstimos efectivamente re-
cebidos (com entrada efectiva de disponibilidades), conquanto no final do exercício a Sub-
conta é saldada nos termos do parágrafo anterior.
Documento principal: a) a crédito: Bordereau Externo ou equiparado; b) a débito:
Nota de Lançamento de encerramento da Subconta.
Responsável pelo lançamento: Serviço do Tesouro ou equiparado para créditos e Ser-
viço da Contabilidade Pública ou equiparado para o débito de encerramento.
8621 – Passivos Financeiros Recebidos – Virtuais
Credita-se pelos montantes dos empréstimos que forem sendo virtualmente desembol-
sados (sem entrada efectiva de disponibilidades), por contrapartida da Conta 861 – Passi-

403
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

vos Financeiros Contratados, na sequência nomeadamente de encontros de contas, reesca-


lonamento ou consolidação de empréstimos.
No âmbito do encerramento desta Subconta, o saldo é transferido, no final do período,
para o crédito da Subconta 89101 – Saldo de Gerência de Variações em Passivos Finan-
ceiros – do Orçamento Corrente – Virtuais e da Subconta 89111 – Saldo de Gerência de
Variações em Passivos Financeiros – do Orçamento de Capital – Virtuais.
Durante o exercício, o saldo mostra o valor bruto dos empréstimos virtualmente rece-
bidos (sem entrada efectiva de disponibilidades), conquanto no final do exercício a Sub-
conta é saldada nos termos do parágrafo anterior.
Documento principal: a) a crédito: Nota de Débito ou equiparada do mutuante, no qua-
dro de encontro de contas, reescalonamento ou consolidação de empréstimos; b) a débito:
Nota de Lançamento de encerramento da Subconta.
Responsável pelo lançamento: Serviço do Tesouro ou equiparado para créditos e Ser-
viço da Contabilidade Pública ou equiparado para o débito de encerramento.
87 – RESERVAS DE SUPERAVITS – DIMINUIÇÕES
870 – Reservas de Superavits – Diminuições Orçamentadas
Credita-se, por contrapartida das respectivas aplicações, pela parte de reservas de su-
peravits de exercício(s) anterior(es) que, de acordo com o Orçamento ou suas alterações,
deva ser utilizada para cobertura das despesas orçamentadas no quadro do deficit orçamen-
tado.
Debita-se, por contrapartida da Conta 871 – Reservas de Superavits – Diminuições
Liquidadas, pelo montante do hiato (gap) constatado na programação financeira (enquanto
insuficiência de receitas que devam ser cobertas pelas reservas de superavits de exercício(s)
anterior(es)), à medida que ocorra, mediante Despacho do membro do Governo responsá-
vel pelas Finanças.
O Saldo mostra a parte da diminuição das reservas de superavits orçamentada a ser
utilizada para a qual ainda não houve deliberação de utilização.
Documento principal: a) a crédito: o BO contendo o Orçamento ou as suas alterações;
b) a débito: Despacho do membro do Governo responsável pelas Finanças.
Responsável pelo lançamento: a) a crédito: Serviço do Orçamento ou equiparado; b) a
débito: Serviço do Tesouro ou equiparado.
871 – Reservas de Superavits – Diminuições Liquidadas
Credita-se, por contrapartida de 870 – Reservas de Superavits – Diminuições Orça-
mentadas, pelo montante do hiato (gap) constatado na programação financeira (enquanto
insuficiência de receitas que devam ser cobertas pelas reservas de superavits de exercício(s)
anterior(es)), à medida que ocorra, mediante Despacho do membro do Governo responsá-
vel pelas Finanças.

404
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Debita-se, por contrapartida de 872, pela execução do Despacho do membro do Go-


verno responsável pelas Finanças, isto é, pela transformação (ou transferência) de Imobili-
zações de Aplicações de Reservas de Superavits (constituídas em exercício(s) anterior(es))
em (para) Disponibilidades.
O Saldo é nulo ou credor e quando credor mostra a parte da transferência de Imobili-
zações de Aplicações de Reservas de Superavits (constituídas em exercício(s) anterior(es))
para Disponibilidades autorizada pelo membro do Governo responsável pelas Finanças que
ainda não foi executada.
Documento principal: a) a crédito: o Despacho do membro do Governo responsável
pelas Finanças; b) a débito: Bordereau Externo, Cópia de Cheque ou outros documentos
equiparados a estes.
Responsável pelo lançamento: Serviço do Tesouro ou equiparado, quer para créditos,
quer para débitos.
872 – Reservas de Superavits – Diminuições Realizadas
Credita-se, por contrapartida de 871, pela execução do Despacho do membro do Governo
responsável pelas Finanças, isto é, pela transformação (ou transferência) de Imobilizações de
Aplicações de Reservas de Superavits (constituídas em exercício(s) anterior(es)) em (para)
Disponibilidades.
No âmbito do encerramento desta Conta, o saldo é transferido, no final do período, para o
crédito da Conta 892 – Saldo de Gerência de Variações em Reservas de Superavits.
O Saldo, que é sempre credor, mostra a diminuição bruta efectiva no exercício de
Imobilizações de Aplicações de Reservas de Superavits (constituídas em exercício(s)
anterior(es)), isto é, o deficit efectivo do exercício que não foi primariamente financiado
através do aumento do Passivo Financeiro.
Documento principal: a) a crédito: Bordereau Externo, Cópia de Cheque ou outros
documentos equiparados a estes; b) a débito: Nota de Lançamento de encerramento da
Conta.
Responsável pelo lançamento: Serviço do Tesouro ou equiparado para os créditos e
Serviço da Contabilidade Pública ou equiparado para o encerramento – a débito.
88 – OPERAÇÕES DE TESOURARIA – ENTRADAS
880 – Operações de Tesouraria – Entradas Orçamentadas
Do lado do crédito, por contrapartida de 830, regista as entradas a título de Operações
de Tesouraria orçamentadas inicialmente ou a título de alterações orçamentais aumentati-
vas – na sequência de apuramento de saldo ou diferencial de saldo ou ainda na sequência
de reforços.

405
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Do lado do débito regista: a) as liquidações de entradas a título de Operações de Te-


souraria, por contrapartida de 881; b) as diminuições ou anulações a título de entradas de
Operações de Tesouraria, por contrapartida de 830.
O saldo: a) quando credor, mostra o montante orçamentado a título de entradas de
Operações de Tesouraria ainda não liquidado; b) quando devedor, mostra as liquidações
para além do orçamentado motivadas pela constatação da possibilidade de se arrecadar
para além das entradas orçamentadas a título de Operações de Tesouraria (trata-se de uma
situação provisória até eventual rectificação orçamental).
Documento principal: a) a crédito: o BO contendo o Orçamento ou as suas alterações
aumentativas; b) a débito: para liquidações – Folha de Vencimento Certificada, Conheci-
mento, Declaração de Despacho Reverificada ou outro documento equivalente; para altera-
ções orçamentais diminutivas – o BO contendo estas alterações.
Responsável pelo lançamento: a) a crédito: Serviço do Orçamento ou equiparado; b) a
débito: Serviço Ordenador – para liquidações; Serviço do Orçamento ou equiparado – para
todos os outros débitos.
881 – Operações de Tesouraria – Entradas Liquidadas
Do lado do crédito regista, por contrapartida de 880, as liquidações de entradas a título
de Operações de Tesouraria.
Do lado do débito regista, por contrapartida de 882, as entradas a título de Operações
de Tesouraria, isto é, entradas realizadas, cobradas ou retidas.
O saldo mostra as entradas a título de Operações de Tesouraria liquidadas que ainda
não foram cobradas ou retidas.
Documento principal: a) a crédito: Folha de Vencimento Certificada, Conhecimento,
Declaração de Despacho Reverificada ou outro documento equivalente; b) a débito: Recibo
ou equivalente (Guia de Pagamento carimbada pelo tesoureiro ou equiparada, Bordereau
Externo, Talão de Depósito, Folha de Vencimento Paga, Declaração de Despacho Reveri-
ficada Paga, Bordereau Interno ou outro documento equivalente que confirme a cobrança
ou a retenção).
Responsável pelo lançamento: a) a crédito: Serviço Ordenador ou equiparado; b) a
débito: Serviço Ordenador e ou Serviço do Tesouro ou equiparado, de conformidade com
a legislação ou regulamento.
882 – Operações de Tesouraria – Entradas Realizadas
Do lado do crédito regista, por contrapartida de 881, as entradas realizadas a título de
Operações de Tesouraria, isto é, entradas cobradas ou retidas.
No âmbito do encerramento desta Conta, o saldo é transferido, no final do período,
para o crédito da Conta 893 – Saldo de Gerência de Operações de Tesouraria.

406
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

O saldo mostra o total das entradas a título de Operações de Tesouraria realizadas, ou


seja, cobradas ou retidas.
Documento principal: a) a crédito: Recibo ou equivalente (Guia de Pagamento ca-
rimbada pelo tesoureiro ou equiparada, Bordereau Externo, Talão de Depósito, Folha de
Vencimento Paga, Declaração de Despacho Reverificada Paga, Bordereau Interno ou outro
documento equivalente que confirme a cobrança ou a retenção); b) a débito: Nota de Lan-
çamento de encerramento da Conta.
Responsável pelo lançamento: a) a crédito: Serviço do Tesouro ou equiparado; Serviço
da Contabilidade Pública ou equiparado; DGCI ou outro Serviço Ordenador, de conformi-
dade com a legislação ou regulamento; b) Serviço da Contabilidade Pública ou equiparado
para o débito de encerramento.
8820 – Operações de Tesouraria – Entradas Realizadas – Efectivas
Do lado do crédito regista, por contrapartida de 881, as entradas a título de Operações
de Tesouraria realizadas com a entrada efectiva de disponibilidades.
No âmbito do encerramento desta Subconta, o saldo é transferido, no final do período, para o
crédito da Subconta 8930 – Saldo de Gerência de Operações de Tesouraria – Efectivas.
O saldo mostra o total das entradas a título de Operações de Tesouraria realizadas com
a entrada efectiva de disponibilidades.
Documento principal: a) a crédito: Recibo ou equivalente (Guia de Pagamento ca-
rimbada pelo tesoureiro ou equiparada, Bordereau Externo, Talão de Depósito, ou outro
documento equivalente que confirme a cobrança com entrada efectiva de disponibilidades);
b) a débito: Nota de Lançamento de encerramento da Subconta.
Responsável pelo lançamento: a) a crédito: Serviço do Tesouro ou equiparado, Servi-
ço da Contabilidade Pública ou equiparado, DGCI ou outro Serviço Ordenador, de confor-
midade com a legislação; b) Serviço da Contabilidade Pública ou equiparado para o débito
de encerramento.
8821 – Operações de Tesouraria – Entradas Realizadas – Virtuais
Do lado do crédito regista, por contrapartida de 881, o recebimento a título de Ope-
rações de Tesouraria sem entrada efectiva de disponibilidades, isto é, o registo que se faz
por causa do respeito aos princípios contabilísticos e orçamentais, designadamente, o da
Importância Bruta, o da Não Compensação e o da Integralidade. Aplica-se ao caso de
realização de uma outra despesa da nossa entidade com a imediata retenção no quadro da
execução de outro diploma legal, mandato judicial ou contrato (ex.: retenção de IUR pelo
Município; retenção para INPS; retenção Judicial; retenção de Prestações para a Banca,
etc.). Fora da realização de uma despesa, o Tesouro pode cobrar por conta de terceiros ain-
da debitando (na Contabilidade Patrimonial) o Depósito à Ordem detido pelo devedor no
Tesouro, normalmente mediante ordem do devedor.

407
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

No âmbito do encerramento desta Subconta, o saldo é transferido, no final do período,


para o crédito da Subconta 8931 – Saldo de Gerência de Operações de Tesouraria – Vir-
tuais.
O saldo da Subconta mostra as entradas realizadas virtuais a título de Operações de
Tesouraria, ou seja, cobradas através da imediata retenção no quadro da execução de uma
outra despesa ou ainda (fora da realização de uma despesa) debitando (na Contabilidade
Patrimonial) o Depósito à Ordem detido pelo devedor no Tesouro.
Documento principal: a) a crédito: Recibo ou equivalente (Folha de Vencimentos Paga,
Bordereau Interno, etc.); b) a débito: Nota de Lançamento de encerramento da Subconta.
Responsável pelo lançamento: a) a crédito: Serviço do Tesouro ou equiparado, Servi-
ço da Contabilidade Pública ou equiparado ou outro Serviço Ordenador, de conformidade
com a legislação ou regulamento; b) Serviço da Contabilidade Pública ou equiparado para
o débito de encerramento.
89 – SALDO DE GERÊNCIA
Mostra o saldo das Disponibilidades que passou do período anterior e a variação líqui-
da, no ano económico, das Disponibilidades, variação essa decorrente essencialmente da
execução do Orçamento e devidamente desagregada em variação efectiva e variação virtu-
al. Esta Conta é (re)aberta com o saldo (decorrente do fluxo efectivo de disponibilidades)
que passou do período anterior e, outrossim, corresponde com as Subcontas das Contas
precedentes desta Classe que representem a fase final do processo de execução orçamental
– isto é, esta Conta corresponde, nomeadamente, com as Subcontas das seguintes Contas:
809; 812; 822; 832; 853; 862; 872 e 882. Fora da execução orçamental, corresponde, du-
rante o exercício, com as Subcontas da Conta 84 – Saídas e Entradas de Disponibilidades
por Regularizar.
A Contabilidade Orçamental estabelecida neste PNCP distingue três fases no processo
de apuramento do saldo de gerência:
I Fase – em que se esvazia a Conta 8990 – Apuramento do Saldo de Gerência
Global Efectivo Que Passa do saldo respeitante ao período anterior, debitan-
do as Subcontas desta Conta, por contrapartida das pertinentes Subcontas da
Conta 898 – Saldo da Gerência Anterior;
II Fase – em que se transferem para as Subcontas das Contas 890 a 893 os totais
das entradas e saídas de Disponibilidades decorrentes da execução orçamental
e constantes nas Subcontas das Contas 809, 812, 822, 832, 853, 862, 872 e
882;
III Fase – em que se transferem os saldos das Subcontas das Contas 890 a 894 e
898 (apurados nas duas fases precedentes) para as Subcontas da Conta 899 –
Apuramento do Saldo de Gerência Global.

408
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

890 – Saldo de Gerência de Receitas e Despesas


No quadro da segunda fase de apuramento do saldo de gerência a que se reporta a
Conta da Gerência ou equiparada, esta Conta recebe, no final do período, os saldos das
Subcontas da Conta 853 – Receitas Realizadas e das Subcontas da Conta 809 – Despesas
Realizadas.
O Saldo desta Conta mostra o déficit ou superavit efectivamente realizado no período,
podendo ser devedor ou credor. Quando o saldo for devedor, mostra o déficit. Quando o
saldo for credor, mostra o superavit.
No quadro da terceira (última) fase de apuramento do saldo de gerência, no final do
período, após se completar, nas duas fases anteriores, todos os lançamentos previstos para
a Conta 890, procede-se à transferência dos saldos das Subcontas da Conta 890 para as
correspondentes Subcontas da Conta 899 (89900, 89901, 89910 e 89911).
Documento principal: a) II fase do processo de apuramento do saldo de gerência: Nota
de Lançamento de encerramento das Subcontas da Conta 853 – Receitas Realizadas e das
Subcontas da Conta 809 – Despesas Realizadas; b) III fase do processo de apuramento do
saldo de gerência: Nota de lançamento de apuramento do saldo global.
Responsável pelo lançamento: Serviço da Contabilidade Pública ou equiparado, quer
para créditos, quer para débitos.
891 – Saldo de Gerência de Variações em Passivos Financeiros
No quadro da segunda fase de apuramento do saldo de gerência a que se reporta a Con-
ta da Gerência ou equiparada, esta Conta recebe, no final do período, os saldos, havendo,
das Subcontas da Conta 862 – Passivos Financeiros Recebidos e das Subcontas da Conta
812 – Passivos Financeiros Amortizados.
O Saldo desta Conta mostra a variação líquida dos passivos financeiros efectivamente
ocorrida no período, podendo ser devedor ou credor. Quando o saldo for credor, mostra o
aumento líquido do endividamento público. Quando o saldo for devedor, mostra a dimi-
nuição líquida do endividamento público. Normalmente, quando há déficit há aumento do
endividamento público para financiar o déficit.
No quadro da terceira (última) fase de apuramento do saldo de gerência, no final do
período, após se completar, nas duas fases anteriores, todos os lançamentos previstos para
a Conta 891, procede-se à transferência dos saldos das Subcontas da Conta 891 para as
correspondentes Subcontas da Conta 899 (89900, 89901, 89910 e 89911).
Documento principal: a) II fase do processo de apuramento do saldo de gerência: No-
tas de Lançamento de encerramento das Subcontas da Conta 862 – Passivos Financeiros
Recebidos e das Subcontas da Conta 812 – Passivos Financeiros Amortizados; b) III fase
do processo de apuramento do saldo de gerência: Nota de lançamento de apuramento do
saldo global.

409
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Responsável pelo lançamento: Serviço da Contabilidade Pública ou equiparado, quer


para créditos, quer para débitos.
892 – Saldo de Gerência de Variações em Reservas de Superavits
No quadro da segunda fase de apuramento do saldo de gerência a que se reporta a Conta
da Gerência ou equiparada, esta Subconta recebe, no final do período, os saldos, havendo,
das Subcontas da Conta 872 – Reservas de Superavits – Diminuições Realizadas e das
Subcontas da Conta 822 – Reservas de Superavits – Aumentos Realizados.
O Saldo desta Conta mostra a variação líquida das Imobilizações de Aplicações de
Reservas de Superavits efectivamente ocorrida no período, podendo ser devedor ou credor.
Quando o saldo for devedor, mostra o aumento líquido das Imobilizações de Aplicações
de Reservas de Superavits efectivamente ocorrido no período. Quando o saldo for credor,
mostra a diminuição líquida das Imobilizações de Aplicações de Reservas de Superavits
efectivamente ocorrida no período. Normalmente, para haver aumento de Imobilizações
de Aplicações de Reservas de Superavits há necessidade de se gerar (no exercício ou no(s)
exercício(s) anterior(es)) um superavit que é aplicado na aquisição de imobilizações finan-
ceiras para servirem como poupança.
No quadro da terceira (última) fase de apuramento do saldo de gerência, no final do
período, após se completar, nas duas fases anteriores, todos os lançamentos previstos para
a Conta 892, procede-se à transferência dos saldos das Subcontas da Conta 892 para as
correspondentes Subcontas da Conta 899 (89900, 89901, 89910 e 89911).
Documento principal: a) II fase do processo de apuramento do saldo de gerência: Nota
de Lançamento de encerramento das Subcontas da Conta 872 – Reservas de Superavits
– Diminuições Realizadas e das Subcontas da Conta 822 – Reservas de Superavits – Au-
mentos Realizados; b) III fase do processo de apuramento do saldo de gerência: Nota de
lançamento de apuramento do saldo global.
Responsável pelo lançamento: Serviço da Contabilidade Pública ou equiparado, quer
para créditos, quer para débitos.
893 – Saldo de Gerência de Operações de Tesouraria
No quadro da segunda fase de apuramento do saldo de gerência a que se reporta a
Conta da Gerência ou equiparada, esta Subconta recebe, no final do período, os saldos,
havendo, das Subcontas da Conta 882 – Operações de Tesouraria – Entradas Realizadas e
das Subcontas da Conta 832 – Operações de Tesouraria – Saídas Realizadas.
O Saldo desta Conta mostra a variação líquida da dívida (decorrente das Operações de
Tesouraria) efectivamente ocorrida no período, podendo ser devedor ou credor. Quando o
saldo for credor, mostra a dívida a pagar remanescente decorrente das Operações de Tesou-
raria ocorridas no período. Quando o saldo for devedor, mostra a dívida a receber (adian-
tamento) remanescente decorrente das Operações de Tesouraria ocorridas no período, e ou

410
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

diminuição da dívida a pagar transitada do período anterior e decorrente de Operações de


Tesouraria.
No quadro da terceira (última) fase de apuramento do saldo de gerência, no final do
período, após se completar, nas duas fases anteriores, todos os lançamentos previstos para
a Conta 893, procede-se à transferência dos saldos das Subcontas da Conta 893 para as
correspondentes Subcontas da Conta 899 (89903 e 89913).
Documento principal: a) II fase do processo de apuramento do saldo de gerência: Nota
de Lançamento de encerramento das Subcontas da Conta 882 – Operações de Tesouraria
– Entradas Realizadas e das Subcontas da Conta 832 – Operações de Tesouraria – Saídas
Realizadas; b) III fase do processo de apuramento do saldo de gerência: Nota de lançamen-
to de apuramento do saldo global.
Responsável pelo lançamento: Serviço da Contabilidade Pública ou equiparado, quer para
créditos, quer para débitos.
894 – Saldo de Gerência de Pagamentos e Recebimentos por Regularizar
Durante o exercício, esta Conta vai recebendo a débito e a crédito os pagamentos
e recebimentos transitórios, respectivamente, sempre por contrapartida das Subcontas da
Conta 84 – Saídas e Entradas de Disponibilidades por Regularizar. À medida que ocorra a
regularização desses pagamentos e recebimentos, faz-se o lançamento inverso respectivo.
Em princípio, esta Conta deve ter saldo nulo no fim do período. Todavia, subsistindo
nesta data situações por regularizar, o saldo há-de mostrar a variação líquida das Dispo-
nibilidades decorrentes dos pagamentos e recebimentos transitórios. O seu saldo pode ser
devedor ou credor, dependendo da prevalência de pagamentos ou de recebimentos transi-
tórios, respectivamente.
No quadro da terceira (última) fase de apuramento do saldo de gerência, no final do
período, procede-se à transferência dos saldos das Subcontas da Conta 894 para a corres-
pondente Subconta da Conta 899 (89904).
898 – Saldo da Gerência Anterior
No quadro da primeira fase de apuramento do saldo de gerência a que se reporta a
Conta da Gerência ou equiparada, as Subcontas desta Conta recebem, no final do período,
os saldos das Subcontas da Conta 8990 – Apuramento do Saldo de Gerência Efectivo Que
Passa.
No quadro da terceira (última) fase de apuramento do saldo de gerência, no final do
período, após se completar, nas duas fases anteriores, todos os lançamentos previstos para
a Conta 898, procede-se à transferência dos saldos das Subcontas da Conta 898 para as
correspondentes Subcontas da Conta 8990 (89900 a 89904).
Documento principal: Nota de Lançamento, quer para débitos, quer para créditos.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Responsável pelo lançamento: Serviço da Contabilidade Pública ou equiparado, quer para


créditos, quer para débitos.
899 – Apuramento do Saldo de Gerência Global
No quadro da terceira (última) fase de apuramento do saldo de gerência, no final do
período, após se completar, nas duas fases anteriores, todos os lançamentos previstos para
as Contas 898 e 890 a 894, procede-se à transferência dos saldos das Subcontas das Contas
890 a 894 e 898 para as Subcontas da Conta 899, nos termos detalhados nas notas explica-
tivas das Contas 890 a 894 e 898.
Note-se que, com os lançamentos referidos no parágrafo anterior, os saldos das Sub-
contas das Contas 8980, 8981 e 890 a 892 fundem-se nas mesmas Subcontas 89900, 89901,
89910 e 89911.
CLASSE 9 – CONTABILIDADE ANALÍTICA
A desagregação da Classe 9 – Contabilidade Analítica é livre. Todavia, quando se
optar pela sua integração na Contabilidade Patrimonial, devem ser respeitadas as regras a
seguir estipuladas.
Se se optar pelo subsistema de inventário permanente com contabilização dos Custos
de Produção (Contabilidade Analítica) integrada na Contabilidade Patrimonial, esta Classe
chamar-se-á CLASSE 9 – CUSTOS DE PRODUÇÃO. Neste subsistema, as Contas da
Classe 9 – Custos de Produção movimentam-se de acordo com as regras pertinentes esta-
belecidas nas notas explicativas relativas a esta Classe 9 – Custos de Produção e às Classes
3 – Existências e 6 – Custos e Perdas. Supletivamente, as Contas da Classe 9 – Custos de
Produção movimentam-se de acordo com as regras pertinentes estabelecidas na ciência
contabilística.
A Classe 9 – Custos de Produção tem por objectivo essencial dar a seguinte resposta:
quanto custa cada unidade do(s) nosso(s) produto(s) acabado(s) ou serviço(s) prestado(s)?
Concisamente, eis a movimentação das Contas da Classe 9 – Custos de Produção.
Com relação aos custos em transformação incorporáveis nos Custos de Produção, as res-
pectivas Contas de custos são debitadas à medida que ocorra o custo em transformação,
por contrapartida, nomeadamente, das Contas de Existências (apenas inputs de produção),
Terceiros (incluindo o Pessoal afecto à produção), Amortizações Acumuladas e Provisões
para Depreciação de Existências (apenas as relativas a inputs de produção). Quando con-
cluído o processo de produção de cada lote ou unidade de output, esses custos (desta feita,
transformados) são concentrados (com apoio da folha de serviço ou doutro instrumento
interno de controlo) numa Conta de apuramento do custo do lote ou unidade de produto
ou serviço concluído. Feito o apuramento do custo transformado, isto é, o apuramento do
custo unitário do output, esta Conta de apuramento é creditada, por contrapartida: das
Contas de Existências (outputs transformados, apenas), se o output for para o stock; ou
directamente da Conta 60 – Custos das Vendas e dos Serviços Prestados, se o output for
realizado de imediato.

412
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Concisamente, eis uma sugestão de estruturação das Contas da Classe 9 – Custos de


Produção: Contas de 1º grau: custos directos variáveis, custos directos semi-variáveis, cus-
tos directos fixos, custos indirectos variáveis, custos indirectos semi-variáveis; Contas de
2º grau: os custos por natureza; Contas de 3º grau: tipos de produtos e ou serviços (para
custos directos) e centros de custos (para custos indirectos variáveis e custos indirectos
semi-variáveis). Haverá ainda a Conta que concentra todos os custos em transformação
incorporados (com apoio da folha de serviço ou doutro instrumento interno de controlo)
num lote ou unidade de produto acabado ou serviço prestado, quando este fica pronto para
a venda ou entrega.
Recorde-se que uma das características fundamentais da verdadeira contabilidade é que
ela é um registo INTEGRAL, isto é, deve registar TODAS as variações patrimoniais, incluin-
do obviamente as associadas à produção. De forma que a verdadeira ciência contabilística
tem desenvolvido cabalmente a interligação entre as Contas da Classe 9 – Custos de Produ-
ção e as Contas das demais Classes da Contabilidade Patrimonial. Entre outros títulos, esta
parte da ciência contabilística pode aparecer, autonomamente, em manuais com o título
‘Contabilidade de Produção’, ‘Contabilidade Analítica de Custo’, ‘Contabilidade Indus-
trial’, ‘Contabilidade Analítica de Gestão’, etc.
CLASSE 0 – CONTABILIDADE EXTRAPATRIMONIAL
Regista activos e passivos contingentes e bem ainda facilidades e responsabilidades
futuras.
Activos e passivos contingentes são enriquecimentos e empobrecimentos remotamen-
te prováveis, decorrentes de acontecimentos económicos já consumados que não alteram
de imediato o património, mas susceptíveis de resultarem em activos ou passivos se vier
a verificar-se determinada ocorrência de carácter eventual, ocorrência possível, mas não
previsível.
Facilidades e responsabilidades futuras são entradas e saídas futuras de recursos de-
correntes de contratos já celebrados que não alteram de imediato o património, tais como
empréstimos por desembolsar.
Esta contabilidade representa uma memória com interesse patrimonial, ou seja, mos-
tra o efeito futuro sobre as Demonstrações Financeiras no caso da ocorrência de determina-
das contingências e ou no caso do cumprimento de determinados contratos.
Esses activos e passivos futuros ou contingentes devem ser divulgados numa nota
anexa às Demonstrações Financeiras principais para permitir uma visão integral de futuras
facilidades, vantagens, responsabilidades e desvantagens, certas ou incertas.
Os registos da contabilidade extrapatrimonial são digráficos, identificando as origens
e aplicações de um mesmo fenómeno, pelo que as Contas agregadas representando um
mesmo fenómeno têm débitos e créditos iguais, isto é, estão sempre saldadas. Os saldos

413
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

devedores dos activos futuros ou contingentes e os saldos credores dos passivos futuros ou
contingentes (ambos obtidos a partir de balancetes das Subcontas do último grau – 5º grau
neste PNCP) devem constar numa tabela anexa às Demonstrações Financeiras principais.
A sistematização da Classe 0 é feita, em regra, seguindo esta ordem: Contas do 1º grau
identificam os grandes grupos de fenómenos; Contas do 2º grau (com um dígito adicional)
agrupam os activos futuros ou contingentes e os passivos futuros ou contingentes; Contas
do 3º grau (com dois dígitos adicionais) fazem o agrupamento de acordo com os Classi-
ficadores de Receitas e Despesas utilizados no Orçamento do Estado; Contas do 4º grau
(com dois dígitos adicionais) definem os elementos relevantes (por exemplo: para Avales
Prestados – o ano do surgimento / data do vencimento; para os Achados de Donos Desco-
nhecidos – o ano do surgimento / data da prescrição, etc.); o último grau, isto é, Contas do
5º grau (com 3 ou mais dígitos adicionais) identificam os eventuais bens, direitos, obriga-
ções e entidades envolvidas. Esta última desagregação deve ser, em regra, simetricamente
dividida em duas partes – a primeira parte para aplicações e a segunda para origens, ambas
do mesmo fenómeno (por exemplo: para Bens Alheios Arrendados, a identificação do bem
e a identificação do senhorio representam respectivamente a aplicação e a origem).
A desagregação que se apresenta no código a partir das Contas de 3º grau tem carácter
vinculativo apenas para o Estado Central.
As entidades devem estar agrupadas por tipos de instituições (Empresas Públicas Fi-
nanceiras; Empresas Públicas não Financeiras; Empresas Mistas Financeiras; Empresas
Mistas não Financeiras; Empresas Privadas Financeiras; Empresas Privadas não Financei-
ras; Outras Instituições e Entidades Públicas; Outras Instituições e Entidades Privadas).
Para que uma riqueza alheia seja objecto de registo na contabilidade extrapatrimonial
essa riqueza deve ser individualizável e normalmente não perecível pelo tempo que se espe-
ra durar a nossa responsabilidade. Recomenda-se a aplicação a estes elementos extrapatrimo-
niais das mesmas rotinas de controlo da integridade aplicadas aos elementos patrimoniais
duma entidade do SPA, designadamente a inventariação periódica.
Recorde-se que a regra contabilística geral é a seguinte: sempre que houver surgimento
ou aumento da aplicação a respectiva Conta é debitada e sempre que houver o surgimento
ou aumento da origem a respectiva Conta é creditada.
Com o objectivo de enriquecer as informações produzidas pela contabilidade extrapa-
trimonial, há-de entender-se, neste Plano de Contas, por:
1. Activo futuro ou contingente – o fenómeno económico cuja ocorrência ou con-
tingência mais relevante seja, respectivamente, facilidade futura pela natureza
do pertinente contrato ou vantagem futura remotamente provável (ex.: Acha-
dos de Donos Desconhecidos);
2. Passivo futuro ou contingente – o fenómeno económico cuja ocorrência ou con-
tingência mais relevante seja, respectivamente, responsabilidade futura pela

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

natureza do pertinente contrato ou desvantagem futura remotamente provável


(ex.: Avales Prestados);
3. Aplicações – o activo, no caso em apreço, activo futuro ou contingente. De-
fende-se a extensão a esta variação patrimonial futura ou contingente do en-
tendimento tradicional pertinente, isto é, o aumento das aplicações debita-se e
a diminuição credita-se (ex.: aumento de Devedor Fulano por Avales Presta-
dos – é debitado);
4. Origens – o passivo lato senso, no caso em apreço, passivo futuro ou contin-
gente, isto é, o passivo estrito senso e a situação líquida. A variação da situ-
ação líquida dá-se directa e indirectamente. A variação indirecta da situação
líquida consubstancia-se através de proveitos e ganhos (aumento indirecto da
situação líquida, enriquecimento) e através de custos e perdas (diminuição
indirecta da situação líquida, empobrecimento). Defende-se a extensão a esta
variação patrimonial futura ou contingente do entendimento tradicional perti-
nente, isto é, o aumento das origens credita-se e a diminuição debita-se (ex.:
Aumento do Credor Beltrano por Avales Prestados – é creditado).
Perante cada fenómeno perguntamos qual é a ocorrência ou contingência pertinente
mais relevante no futuro, isto é, que alteração patrimonial ocorrerá quando se executar o
contrato ou no caso de vir a verificar-se a contingência? Por exemplo, perante nossos bens
hipotecados a favor de terceiros a contingência mais relevante é a de não conseguirmos
pagar tempestivamente e assim perdermos o bem hipotecado – isto se traduzirá contabilisti-
camente na diminuição do bem (Activo) e na diminuição da dívida original (Passivo), pelo
que, em conformidade com as regras enunciadas nos pontos 3 e 4 atrás, a Conta do credor
debita-se e a Conta do bem credita-se.
00 – GARANTIAS PESSOAIS
Obrigação contratual, judicial ou legalmente estabelecida visando aumentar a probabi-
lidade do cumprimento da obrigação básica, através de uma das seguintes vias: adição de
património(s) de terceiro(s) ao património do Devedor básico (enquanto garantia adicio-
nal); penalizações pelo não cumprimento da obrigação básica; adopção antecipada de vias
legais de agilização processual da eventual cobrança coerciva.
A Conta e as respectivas Subcontas são movimentadas nos termos gerais, isto é, quan-
do surge o fenómeno pertinente as Contas são abertas e quando a obrigação básica for
cumprida, normalmente, faz-se o lançamento de sentido inverso.
00.0 – Avales Recebidos
00.5 – Avales Prestados
A garantia aqui é recebida e prestada normalmente em letra e consubstancia-se atra-
vés da adição de património(s) de terceiro(s) ao do devedor principal enquanto garantia

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

adicional para pagamento da dívida representada por certos títulos de crédito. Em Avales
Recebidos, nós somos o titular do título de crédito (Letra). Em Avales Prestados, nós somos
o avalista.
00.1 – Cauções em Letras Recebidas
00.6 – Cauções em Letras Prestadas
A garantia aqui é recebida e prestada em letra e consubstancia-se através da adopção
antecipada de vias legais de agilização processual na cobrança coerciva da indemnização
pelo eventual não cumprimento da obrigação básica. Em Cauções em Letras Recebidas,
nós somos o titular do título de crédito (Letra). Em Cauções em Letras Prestadas, nós so-
mos o sacado.
00.2 – Letras Descontadas e Endossadas na Nossa Posse
00.7 – Letras Descontadas e Endossadas na Posse de Terceiros
A garantia aqui é recebida e prestada em letra e consubstancia-se através da adopção
antecipada de vias legais de agilização processual da eventual cobrança coerciva da obri-
gação básica. Em Letras Descontadas e Endossadas na Nossa Posse, nós somos o titular
da letra – obtida por desconto ou endosso. Em Letras Descontadas e Endossadas na Posse
de Terceiros, nós somos o sacado ou endossante.
00.3 – Penalidades Contratuais Previstas a Nosso Favor
00.8 – Penalidades Contratuais Previstas a Favor de Terceiros
A garantia aqui é recebida e prestada em forma ordinária/não especial/comum, autó-
noma ou não ao contrato da obrigação básica, e consubstancia-se na fixação antecipada
e contratualmente da compensação pelo eventual não cumprimento da obrigação básica.
Em Penalidades Contratuais Previstas a Nosso Favor, nós somos o titular do direito da
cobrança da penalidade. Em Penalidades Contratuais Previstas a Favor de Terceiros, o
terceiro é que tem o direito de cobrar de nós a penalidade.
00.4.00 – Fianças e Subfianças Recebidas
00.9.00 – Fianças e Subfianças Prestadas
A garantia aqui é recebida e prestada pela forma exigida para o contrato da obrigação
básica não representada por títulos de créditos e consubstancia-se na adição de património(s)
de terceiro(s) (enquanto garantia adicional do cumprimento da obrigação básica) ao do de-
vedor principal ou ao do fiador principal. Em Fianças e Subfianças Recebidas, nós somos
o titular da fiança (subfiança), isto é, temos o direito de exigir do fiador o cumprimento da
obrigação básica. Em Fianças e Subfianças Prestadas, nós somos o fiador.

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Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

01 – PENHORAS DETERMINADAS PELO JUÍZO DE EXECUÇÃO FISCAL


Na verdade, trata-se de uma penhora específica, isto é, sem intervenção do tribunal
comum.
A Conta e as respectivas Subcontas são movimentadas nos termos gerais, isto é, quan-
do surge o fenómeno pertinente as Contas são abertas e quando a mesma riqueza for alie-
nada a terceiros ou integrada no património da nossa entidade ou ainda devolvida ao dono,
normalmente, faz-se o lançamento de sentido inverso.
02 – OUTRAS GARANTIAS REAIS
Obrigação contratual, judicial ou legalmente estabelecida visando aumentar a probabi-
lidade do cumprimento da obrigação básica, através do ónus ou da entrega/ do apossamento
de determinados bens do devedor principal ou de terceiro(s) ou consignação de rendimen-
tos.
A Conta e as respectivas Subcontas são movimentadas nos termos gerais, isto é, quan-
do surge o fenómeno pertinente as Contas são abertas e quando a obrigação básica for
cumprida, normalmente, faz-se o lançamento de sentido inverso.
02.0 – Hipotecas a Nosso Favor
02.5 – Hipotecas a Favor de Terceiros
A garantia aqui é recebida ou prestada através do ónus de imobiliários (imóveis e ou-
tras riquezas legalmente equiparadas a imóveis – aviões, barcos, viaturas, etc. – sujeitas a
registo). O ónus consiste na atribuição do direito de credor preferencial ao credor a favor do
qual se hipotecou o imobiliário. No caso do incumprimento da obrigação básica, procede-
se à alienação do imobiliário hipotecado para efeito da liquidação da obrigação básica –
sendo o remanescente, havendo, devolvido ao proprietário vendedor – independentemente
de quem figurar na altura como proprietário do imobiliário hipotecado.
02.1 – Penhores a Nosso Favor
02.6 – Penhores a Favor de Terceiros
A garantia aqui é recebida ou prestada através da entrega de riquezas não imobiliárias,
ou da entrega de títulos representativos dessas riquezas e cuja posse legalmente seja in-
dispensável para se poder dispor dessas riquezas (titulo de deposito de bens em armazéns
públicos, conhecimentos de embarque). Note-se que o entregador conserva o direito de
propriedade sobre a riqueza pelo menos até ao fim do prazo do cumprimento da obrigação
básica. No caso do incumprimento, a riqueza é alienada para efeito da liquidação da obri-
gação básica, sendo o remanescente, havendo, devolvido ao proprietário vendedor.
02.2 – Cauções em Riquezas Recebidas
02.7 – Cauções em Riquezas Prestadas

417
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

A garantia aqui é recebida ou prestada através da entrega de riquezas (bens e direitos),


ou da entrega de títulos representativos dessas riquezas e cuja posse legalmente seja in-
dispensável para se poder dispor dessas riquezas (titulo de deposito de bens em armazéns
públicos, conhecimentos de embarque). Note-se que o entregador conserva a propriedade
sobre a riqueza pelo menos até ao fim do prazo do cumprimento da obrigação básica. No
caso do incumprimento, a riqueza é perdida a favor do credor a título de indemnização.
02.3 – Penhoras a Nosso Favor
02.8 – Penhoras a Favor de Terceiros
A garantia aqui surge na sequência do incumprimento da obrigação básica seguido da
intervenção do tribunal apreendendo riquezas susceptíveis de penhora para efeito de poste-
rior alienação e liquidação da obrigação. Trata-se de uma garantia judicial.
02.4.00 – Arrestos a Nosso Favor
02.9.00 – Arrestos a Favor de Terceiros
A garantia aqui surge antes do incumprimento da obrigação básica, isto é, a título pre-
ventivo após o tribunal reconhecer o surgimento de novos riscos de perda da garantia patri-
monial e consiste numa apreensão judicial. Não pode ser decretada contra um comerciante
matriculado activo. Trata-se de uma garantia judicial.
03 – OUTRAS RIQUEZAS ALHEIAS
Trata-se de riquezas alheias avulsas (bens e direitos avulsos) ou patrimónios autóno-
mos alheios que vêm parar à posse ou se encontram sob responsabilidade da nossa entidade
por razões outras, isto é, razões que não foram referidas nas Contas precedentes. Particular-
mente, quando a nossa entidade for Estado Central, surge um sem-número de circunstâncias
desta natureza e que decorrem da especial função do Estado Central enquanto tutela aces-
sória dos interesses das pessoas do ou no seu território.
A Conta e as respectivas Subcontas são movimentadas nos termos gerais, isto é, quan-
do surge o fenómeno pertinente as Contas são abertas e quando a riqueza passar a integrar
o património da nossa entidade ou voltar para a posse e ou responsabilidade do legítimo
proprietário, normalmente, faz-se o lançamento de sentido inverso.
04 – CRÉDITOS CONTINGENTES
Créditos a receber ou a pagar em situação potencial que poderão vir a materializar-se
na sequência da verificação de determinadas ocorrências futuras remotamente prováveis.
A Conta e as respectivas Subcontas são movimentadas nos termos gerais, isto é, quan-
do surge o fenómeno pertinente as Contas são abertas e quando a probabilidade da mate-
rialização desse crédito tornar-se insignificante (nula) ou ainda quando a contingência se
materializar, normalmente, faz-se o lançamento de sentido inverso.

418
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

Na ausência de legislação pertinente, o órgão máximo da entidade estabelecerá: a) po-


líticas (normas) imperativas quanto a circunstâncias que poderão levar a que determinado
crédito a receber passe para a situação de crédito contingente e desta situação para a sua
total eliminação da Contabilidade; b) o órgão com competência para, com total garantia da
integridade do património, deliberar estas mudanças patrimoniais. Nas políticas (normas)
imperativas é aconselhável que se determine nomeadamente o número máximo de anos que
cada crédito contingente pode permanecer na Contabilidade.
05 – EMPRÉSTIMOS POR DESEMBOLSAR
São empréstimos obtidos e concedidos que ainda se encontram na situação de contra-
tados, isto é, que não foram ainda desembolsados, pelo que representam, do ponto de vista
contabilístico, facilidades e responsabilidades futuras.
A Conta e as respectivas Subcontas são movimentadas nos termos gerais, isto é, quan-
do surge o fenómeno pertinente as Contas são abertas e à medida que ocorra o desembolso
vai-se fazendo o lançamento de sentido inverso pelo montante efectivamente desembolsa-
do.
06 – OUTROS CRÉDITOS ABERTOS
São designadamente:
• Facilidades e responsabilidades de financiamentos acordados ainda por imple-
mentar dependente da eventual necessidade do beneficiário, sem um montante
prefixado, mas com o plafond predefinido (por ex.: linhas de crédito);
• Facilidades e responsabilidades de financiamentos consignados por implementar
dependente do cumprimento de determinados requisitos por parte do beneficiário
(por ex.: crédito documentário).
A Conta e as respectivas Subcontas são movimentadas nos termos gerais, isto é, quan-
do surge o fenómeno pertinente as Contas são abertas e à medida que ocorra, se ocorrer, o
aproveitamento efectivo dessas facilidades e responsabilidades vai-se fazendo o lançamen-
to de sentido inverso pelo montante efectivamente utilizado.
07 – VALORES DOS ACTIVOS ASSEGURADOS
Como diz a própria designação, são os valores dos activos assegurados.
A Conta e as respectivas Subcontas são movimentadas nos termos gerais, isto é, quan-
do surge o fenómeno pertinente as Contas são abertas e à medida que o activo assegurado
deixe de existir e ou de estar assegurado vai-se fazendo o lançamento de sentido inverso.
08 – OUTROS ACTIVOS FUTUROS OU CONTINGENTES
Registam-se os activos futuros ou contingentes não enquadráveis nas Contas prece-
dentes.

419
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

09 – OUTROS PASSIVOS FUTUROS OU CONTINGENTES


Registam-se os passivos futuros ou contingentes não enquadráveis nas Contas prece-
dentes.
PREVIDÊNCIA SOCIAL DA FUNÇÃO
PÚBLICA & PNCP
I) AUTONOMIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PARCIAL
Ao Sistema da Previdência Social da Função Pública (PSFP) está subjacente a conve-
niência de autonomia financeira. Efectivamente, tratando-se de uma função específica, dis-
tinguível das outras funções tradicionais do Estado, designadamente pela comparticipação
financeira do segurado, convém que a respectiva actividade financeira não seja misturada
com as outras actividades financeiras do Estado, não só por questão da clareza (rápida
verificação, por um lado, da existência do equilíbrio financeiro do sistema e, por outro
lado, dos custos efectivos incorridos pelo Estado com este Sistema), como também por
forma a assegurar uma garantia real da sua sustentabilidade (através da existência efectiva
de recursos consignados e rentabilizados). Ademais, perante a comparticipação financeira
dos segurados, resulta que estes têm legítimo direito de ver assegurados, com clareza e
transparência, o equilíbrio e a sustentabilidade do Sistema. Por fim, a lei da evolução da
estrutura etária da comunidade aconselha a sua autonomização, obviando a subavaliação
dos encargos presentes, com riscos acrescidos para gerações futuras. Aliás, o legislador
defende expressamente (através do artigo 5º da Lei nº 61/III/89, de 30 de Dezembro) a
autonomização institucional deste Sistema.
Refira-se que o nº 5 do Artigo 13º da Lei (que aprova o OE para 1993) nº 61/IV/92, de
30 de Dezembro, in Suplemento, determina que “os serviços do Estado, autarquias locais
ou outros que processem folhas de vencimentos, referidos no número anterior, procederão à
entrega nos cofres do Estado dos valores retidos, no dia do pagamento das remunerações.”
O citado Artigo 13º institui a TSU (Taxa Social Única) que substitui os descontos para
Aposentação, Pensão da Sobrevivência e Assistência na Doença.
O Conselho de Ministros aprovou, a 22 de Dezembro de 2005, algumas alterações no
Sistema da Previdência Social da Função Pública. Vão ter impacto no PNCP as seguintes
alterações básicas:
I) Os funcionários e agentes da Administração Pública providos após 31/12/2005
beneficiarão da previdência social prevista para trabalhadores dependentes e
regulada pelo Decreto-Lei nº 5/2004, de 16 de Fevereiro;
II) Os funcionários e agentes da Administração Pública providos até 31/12/2005
beneficiarão da previdência social que se subdivide em duas componentes: a)
a componente das prestações diferidas (aposentação e pensão reguladas pelo
Estatuto da Aposentação e da Pensão da Sobrevivência, aprovado pela Lei nº

420
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

61/III/89, de 30 de Dezembro) que continuará a ser administrada directamente


pelo Estado estrito senso, através do departamento governamental das Finan-
ças; b) a componente das prestações imediatas (assistência na doença prevista
para trabalhadores dependentes e regulada pelo Decreto-Lei nº 5/2004, de 16
de Fevereiro) que passará a ser administrada pelo INPS;
III) Para efeitos da alteração referida na alínea I), o Estado estrito senso passa a
transferir para o INPS a TSU retida (de momento, correspondendo a 8% da
remuneração do segurado) e a comparticipação patronal (de momento, corres-
pondendo a 15% da remuneração do segurado);
IV) Para efeitos da alteração referida na subalínea II-b), o Estado estrito senso
passa a transferir para o INPS a TSU retida (de momento, correspondendo a
8% da remuneração do segurado).
Note-se que com relação aos funcionários e agentes dos institutos públicos, a sua
integração no INPS já é um facto há muito tempo. Quanto aos funcionários e agentes dos
municípios, o diploma aprovado a 22 de Dezembro de 2005 pelo Conselho de Ministros
determina que “a aplicação das presentes normas à administração local faz-se por diplo-
ma próprio, ouvida a Associação Nacional de Municípios Cabo-Verdianos.” Assim, com
relação aos municípios provisoriamente vigorará a legislação vigente, pelo que o PNCP
recomenda que cada município autonomize, da forma abaixo indicada, a contabilidade
associada à previdência social dos seus servidores.
Indo ao encontro da conveniência e política atrás referidas, ao abrigo do Princípio da
Substância sobre a Forma, como primeiro passo na direcção da autonomização, vem o
PNCP assegurar uma autonomia parcial da informação contabilística atinente à PSFP admi-
nistrada directamente pelo SPA (designadamente, aposentações e pensões dos funcionários
e agentes da Administração Pública providos até 31/12/2005).
Com este grau de autonomia poder-se-ão acompanhar (a nível da Contabilidade Pa-
trimonial e através de Contas e Subcontas específicas) nomeadamente as seguintes infor-
mações contabilísticas associadas à PSFP administrada directamente pelo SPA: activos,
passivos e situação líquida, custos e perdas, proveitos e ganhos e ainda os respectivos
resultados, incluindo eventuais imposições fiscais nestes. A nível da Contabilidade Orça-
mental, através de Subcontas específicas das Contas de Operações de Tesouraria poder-se-ão
acompanhar as receitas e despesas da PSFP administrada directamente pelo SPA, nos termos
gerais aplicáveis à Contabilidade Orçamental. Estas Contas e Subcontas específicas das Conta-
bilidades Patrimonial e Orçamental permitirão ainda a elaboração de demonstrações financeiras
periódicas concernentes exclusivamente à PSFP administrada directamente pelo SPA.
Concretizando, para acompanhar contabilisticamente a situação e a evolução patrimo-
niais associadas à PSFP, o PNCP prevê Subcontas, designadamente, a nível das seguintes
Contas sintéticas: 14, 19, 24, 25, 26, 27, 29, 49, 54, 66, 67, 68, 69, 76, 78 e 79. Com o

421
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

mesmo objectivo, o PNCP prevê ainda as seguintes Contas sintéticas: 46 e 55. Adicional-
mente, o Classificador das Receitas e Despesas terá Contas específicas para acompanhar a
execução orçamental relativa à PSFP.
II) ESQUEMA DOS MOVIMENTOS CONTABILÍSTICOS
Indicam-se, a título exemplificativo, a seguir alguns fenómenos contabilísticos.
CONTABILIDADE PATRIMONIAL DO ESTADO ESTRITO SENSO
I) liquidação da TSU:
a) Dos funcionários e agentes providos até 31/12/2005: 63.../263... + 263…
/2481
b) Dos funcionários e agentes providos após 31/12/2005: 63.../263... + 263…
/2481
II) fluxos de disponibilidades associados à TSU liquidada:
a) Na sequência de I.a): 2481/1211…
b) Na sequência de I.b): 2481/1211…
III) liquidação da comparticipação patronal:
a) Dos funcionários e agentes providos até 31/12/2005: 634/24822 +
24822/78.98.2
b) Dos funcionários e agentes providos após 31/12/2005: 634/2481
IV) fluxos de disponibilidades associados à comparticipação patronal liquidada:
a) Na sequência de III.a): 1431.../1211...
b) Na sequência de III.b): 2481/1211…
V) cobertura de Aposentações e Pensões:
a) Pela liquidação de aposentações e pensões: 6881 e 6883 /257…
b) Pelo pagamento: 257… /1431...
VI) comparticipação nas despesas administrativas incorridas pelo Estado estrito senso:
a) Pela liquidação: 6888/73.98
b) Pelo fluxo de disponibilidades associado a VI.a): 1211... /1431...
VII) compromissos diferidos de aposentação / pensão:
a) Pela constituição ou reforço da pertinente provisão: 6722.98... /292.98...
b) Pela utilização da provisão: 292.98... /78.04.1...
c) Pela reposição da provisão: 292.98... /79.06...

422
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

VIII) aplicação dos recursos:


a) Aplicação a curto prazo: 1432... e ou 1433... /266... + 266... /1431...
b) Investimentos: 46... /266... + 266... /1431...
c) Desaplicação das aplicações a curto prazo, com benefício: 1431.../76.09.1 +
76.09.1/1432... e ou 1433...
d) Desaplicação das aplicações a curto prazo, com prejuízo: 1431.../6671 +
6671/1432... e ou 1433...
e) Desaplicação dos investimentos, com mais-valia: 1431... e ou 260... /79.12.6
+ 79.12.6 /46...
f) Desaplicação dos investimentos, com menos-valia: 1431... e ou 260… /69.06.6
+ 69.06.6 /46...
g) Rendimentos das aplicações:
i. Realização: 2600... e ou 271.01/76...
ii. Vencimento dos juros corridos: 2600... /271.01
iii. Recebimento dos juros: 1431... /2600…
IX) apuramento dos resultados:
a) Resultado operacional: 541... /68... e 67...+ 78... /541...
b) Resultado financeiro: 542... /66... + 76... /542...
c) Resultado corrente:
i. Positivo: 541... /543... e ou 542... /543...
ii. Negativo: 543... /541... e ou 543... /542...
d) Resultado extraordinário: 544... /69... + 79... /544...
e) Resultado antes do IUR:
i. Positivo: 543... /545... e ou 544... /545...
ii. Negativo: 545... /543... e ou 545... /544...
f) Estimativa do IUR (eventualmente): 546... /24112
g) Resultado líquido:
i. Positivo: 545... /546... e 548...
ii. Negativo: 548... /546... e 545...

423
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

CONTABILIDADE PATRIMONIAL DOS INSTITUTOS


E EQUIPARADOS
I) liquidação da TSU:
a) Dos funcionários e agentes providos até 31/12/2005: 63.../263... + 263…
/2481
b) Dos funcionários e agentes providos após 31/12/2005: 63.../263... + 263…
/2481
II) fluxos de disponibilidades associados à TSU liquidada:
a) Na sequência de I.a): 2481/11... ou 12... ou 13…
b) Na sequência de I.b): 2481/11... ou 12... ou 13…
III) liquidação da comparticipação patronal:
a) Dos funcionários e agentes providos até 31/12/2005: 634/2481
b) Dos funcionários e agentes providos após 31/12/2005: 634/2481
IV) fluxos de disponibilidades associados à comparticipação patronal liquidada:
a) Na sequência de III.a): 2481/11... ou 12... ou 13…
b) Na sequência de III.b): 2481/11... ou 12... ou 13…
CONTABILIDADE PATRIMONIAL DOS MUNICÍPIOS
(com base na legislação publicada até 2005, excepto a transferência da TSU para o
Estado estrito senso, ou se a lei vier a determinar que cada Município conserve a TSU
retida e administre a respectiva PSFP)
I) liquidação da TSU:
63.../263... + 263…/24821 + 24821/78.98.1
II) fluxos de disponibilidades associados à TSU liquidada:
Na sequência de I): 1431.../11... ou 12... ou 13…
III) liquidação da comparticipação patronal:
634/24822 + 24822/78.98.2
IV) fluxos de disponibilidades associados à comparticipação patronal liquidada:
Na sequência de III): 1431.../11... ou 12... ou 13…
V) cobertura de Aposentações / Pensões / Assistência na Doença:
a) Pela liquidação de aposentações e pensões: 6881 e 6883 /257…
b) Pela recepção da factura dos fornecedores aos aposentados: 6882... /2605…
c) Pelo pagamento: 257… ou 2605…/1431...

424
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

VI) comparticipação nas despesas administrativas incorridas pelo Município:


a) Pela liquidação: 6888/73.98
b) Pelo fluxo de disponibilidades associado a VI.a): 11... ou 12... ou 13…
/1431...
VII) compromissos diferidos de aposentação / pensão:
a) Pela constituição ou reforço da pertinente provisão: 6722.98... /292.98...
b) Pela utilização da provisão: 292.98... /78.04.1...
c) Pela reposição da provisão: 292.98... /79.06...
VIII) aplicação dos recursos:
a) Aplicação a curto prazo: 1432... e ou 1433... /266... + 266... /1431...
b) Investimentos: 46... /266... + 266... /1431...
c) Desaplicação das aplicações a curto prazo, com benefício: 1431... /76.09.1 +
76.09.1 /1432... e ou 1433...
d) Desaplicação das aplicações a curto prazo, com prejuízo: 1431.../6671 +
6671/1432... e ou 1433...
e) Desaplicação dos investimentos, com mais-valia: 1431... e ou 260... /79.12.6
+ 79.12.6 /46...
f) Desaplicação dos investimentos, com menos-valia: 1431... e ou 260… /69.06.6
+ 69.06.6 /46...
g) Rendimentos das aplicações:
i. Realização: 2600... e 271.01/76...
ii. Vencimento dos juros corridos: 2600... /271.01
iii. Recebimento dos juros: 1431... /2600…
IX) apuramento dos resultados:
a) Resultado operacional: 541... /68... e 67... + 78... /541...
b) Resultado financeiro: 542... /66... + 76... /542...
c) Resultado corrente:
i. Positivo: 541... /543... e ou 542... /543...
ii. Negativo: 543... /541... e ou 543... /542...
d) Resultado extraordinário: 544... /69... + 79... /544...

425
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

e) Resultado antes do IUR:


i. Positivo: 543... /545... e ou 544... /545...
ii. Negativo: 545... /543... e ou 545... /544...
f) Estimativa do IUR (eventualmente): 546... /24112
g) Resultado líquido:
i. Positivo: 545... /546... e 548...
ii. Negativo: 548... /546... e 545...

CONTABILIDADE PATRIMONIAL DOS MUNICÍPIOS


(quando a legislação aprovada pelo Conselho de
Ministros a 22/12/2005 passar a ser aplicável aos agentes dos
municípios – se a lei determinar a transferência da comparticipação patronal relativa a
agentes providos
até 31/12/2005 para o Estado estrito senso)
I) liquidação da TSU:
a) Dos funcionários e agentes providos até 31/12/2005: 63.../263... + 263…
/2481
b) Dos funcionários e agentes providos após 31/12/2005: 63.../263... + 263…
/2481
II) fluxos de disponibilidades associados à TSU liquidada:
a) Na sequência de I.a): 2481/11... ou 12... ou 13…
b) Na sequência de I.b): 2481/11... ou 12... ou 13…
III) liquidação da comparticipação patronal:
a) Dos funcionários e agentes providos até 31/12/2005: 634/24822
b) Dos funcionários e agentes providos após 31/12/2005: 634/2481
c) No Estado estrito senso: 2532.../78.98.2 (pela comunicação da liquidação feita
pelos municípios)
IV) fluxos de disponibilidades associados à comparticipação patronal liquidada:
a) Na sequência de III.a): 24822/11... ou 12... ou 13…
b) Na sequência de III.b): 2481/11... ou 12... ou 13…
c) No Estado estrito senso: 20... ou 1211.../2532... + 1431.../1211...

426
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

CONTABILIDADE PATRIMONIAL DOS MUNICÍPIOS


(quando a legislação aprovada pelo Conselho de Ministros
a 22/12/2005 passar a ser aplicável aos agentes dos
municípios – se a lei determinar que os municípios
administrem as aposentações e pensões relativas
a agentes providos até 31/12/2005)
I) liquidação da TSU:
a) Dos funcionários e agentes providos até 31/12/2005: 63.../263... + 263…
/2481
b) Dos funcionários e agentes providos após 31/12/2005: 63.../263... + 263…
/2481
II) fluxos de disponibilidades associados à TSU liquidada:
a) Na sequência de I.a): 2481/11... ou 12... ou 13…
b) Na sequência de I.b): 2481/11... ou 12... ou 13…
III) liquidação da comparticipação patronal:
a) Dos funcionários e agentes providos até 31/12/2005: 634/24822 +
24822/78.98.2
b) Dos funcionários e agentes providos após 31/12/2005: 634/2481
IV) fluxos de disponibilidades associados à comparticipação patronal liquidada:
a) Na sequência de III.a): 1431.../ 11... ou 12... ou 13…
b) Na sequência de III.b): 2481/11... ou 12... ou 13…
V) cobertura de Aposentações e Pensões:
a) Pela liquidação de aposentações e pensões: 6881 e 6883 /257…
b) Pelo pagamento: 257… /1431...
VI) comparticipação nas despesas administrativas incorridas pelo Município:
a) Pela liquidação: 6888/73.98
b) Pelo fluxo de disponibilidades associado a VI.a): 11... ou 12... ou 13…
/1431...
VII) compromissos diferidos de aposentação / pensão:
a) Pela constituição ou reforço da pertinente provisão: 6722.98... /292.98...
b) Pela utilização da provisão: 292.98... /78.04.1...
c) Pela reposição da provisão: 292.98... /79.06...
VIII) aplicação dos recursos:
a) Aplicação a curto prazo: 1432... e ou 1433... /266... + 266... /1431...

427
Decreto-Lei nº 10/2006, de 30 de Janeiro

b) Investimentos: 46... /266... + 266... /1431...


c) Desaplicação das aplicações a curto prazo, com benefício: 1431... /76.09.1 +
76.09.1 /1432... e ou 1433...
d) Desaplicação das aplicações a curto prazo, com prejuízo: 1431.../6671 +
6671/1432... e ou 1433...
e) Desaplicação dos investimentos, com mais-valia: 1431... e ou 260... /79.12.6
+ 79.12.6 /46...
f) Desaplicação dos investimentos, com menos-valia: 1431... e ou 260… /69.06.6
+ 69.06.6 /46...
g) Rendimentos das aplicações:
i. Realização: 2600... e ou 271.01/76...
ii. Vencimento dos juros corridos: 2600... /271.01
iii. Recebimento dos juros: 1431... /2600…
IX) apuramento dos resultados:
a) Resultado operacional: 541... /68... e 67...+ 78... /541...
b) Resultado financeiro: 542... /66... + 76... /542...
c) Resultado corrente:
i. Positivo: 541... /543... e ou 542... /543...
ii. Negativo: 543... /541... e ou 543... /542...
d) Resultado extraordinário: 544... /69... + 79... /544...
e) Resultado antes do IUR:
i. Positivo: 543... /545... e ou 544... /545...
ii. Negativo: 545... /543... e ou 545... /544...
f) Estimativa do IUR (eventualmente): 546... /24112
g) Resultado líquido:
i. Positivo: 545... /546... e 548...
ii. Negativo: 548... /546... e 545...
CONTABILIDADE ORÇAMENTAL
A Contabilidade Orçamental acompanha, segundo as suas regras gerais, a execução
do orçamento da Previdência Social da Função Pública (PSFP) através de Subcontas es-
pecíficas das Contas de 83 – Operações de Tesouraria – Saídas e de 88 – Operações de
Tesouraria – Entradas, de conformidade com o Classificador das Receitas e Despesas, na
parte respeitante à PSFP.

428
Decreto-Lei n.º 5/2008, de 4 de Fevereiro

APROVA O SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA


E DE RELATO FINANCEIRO, (SNCRF).
Decreto-Lei n.º 5/2008
de 4 de Fevereiro
Com o presente diploma, pretende-se proceder à adopção do Novo Sistema de Norma-
lização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde em substituição do Plano
Nacional de Contabilidade, aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de Janeiro, com o ob-
jectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas directivas internacionais quanto
à qualidade da informação financeira. Assim as alterações introduzidas têm em atenção a
previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico do País e do
mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar a qualidade das demonstrações
financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor de credibilidade ao funciona-
mento da economia real em Cabo Verde.
O presente diploma tem ainda como objectivo transpor para o direito interno Nor-
mas de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das Normas Internacionais da
Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo International Accounting
Standard Board (IASB), tendo em conta o tecido empresarial e a estrutura e dimensão das
entidades em Cabo Verde.
A contabilidade, além da obrigatoriedade legal, enquanto instrumento de boa gestão e
protecção da integridade patrimoniais, é indispensável a qualquer organização económica
e social, contribuindo para a racionalidade e eficiência da empresa, permitindo o registo, o
controlo, a avaliação e a análise da actividade empresarial.
Sendo obrigatório para diversas entidades, o Sistema de Normalização Contabilística
e de Relato Financeiro para Cabo Verde não é ainda de aplicação geral, já que para as em-
presas do sector financeiro, segurador, previdência social e bancário aplicam-se planos de
contabilidade específicos.
Considerando que o PNC - Plano Nacional de Contabilidade publicado em 30 de Ja-
neiro de 1984 no Decreto nº4/84 tinha como objectivo adaptar aos condicionalismos nacio-
nais normas de contabilidade internacionalmente aceites nessa altura. Hoje verifica-se que
o mesmo apresenta uma concepção de estrutura que não acompanhou os vários trabalhos
com vista a alcançar uma harmonização contabilística mundial, objectivo máximo da Inter-
national Federation of Accountants (IFAC), revelando-se de extrema necessidade a adop-
ção de um novo sistema de normalização contabilística e de Relato Financeiro, moderno,
estandardizado e de acordo com as normas internacionais.
Considerando ainda a crescente complexidade das relações económicas e as ligações
entre empresas, verifica-se a necessidade do dotar essas entidades de um sistema contabi-
lístico que permita dar resposta a essas necessidades, pelo que é criado uma nova estrutura
para a contabilidade e o relato financeiro, que sucede ao Plano Nacional de Contabilidade

429
Decreto-Lei n.º 5/2008, de 4 de Fevereiro

(PNC) e é designado por Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro


(SNCRF).
O Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro, assente mais em
princípios do que em regras explícitas, embora atendendo a aspectos particulares do País,
tem uma linha orientadora que possibilita que o relato financeiro elaborado com as Normas
de Relato Financeiro (NRF) esteja preparado para serem aceites pela maioria dos outros
países e das praças financeiras internacionais.
Assim,
No uso da faculdade conferida pela alínea a) do nº 2 do artigo 203º da Constituição, o Go-
verno decreta o seguinte:
Artigo 1°
Objecto
É aprovado o Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro, (SN-
CRF), anexos I e II ao presente diploma e que dele fazem parte integrante.
Artigo 2°
Âmbito
O SNCRF aplica-se obrigatoriamente às seguintes entidades, excepto quanto ao dis-
posto nos artigos 3° e 4°:
a) Sociedades nacionais e estrangeiras abrangidas pelo Código das Empresas
Comerciais;
b) Empresas individuais reguladas pelo Código das Empresas Comerciais;
c) Estabelecimentos individuais de responsabilidade limitada;
d) Empresas públicas;
e) Cooperativas;
f) Agrupamentos complementares de empresas;
g) Outras entidades que, por legislação específica, se encontrem sujeitas ao Pla-
no Nacional de Contabilidade (PNC) ou venham a estar sujeitas ao SNCRF.
Artigo 3°
Aplicação das Normas Internacionais de Contabilidade
1. As entidades cujos valores mobiliários estejam admitidos à negociação num mer-
cado regulamentado podem elaborar as suas contas consolidadas em conformidade com as
Normas Internacionais de Contabilidade e as Normas Internacionais de Relato Financeiro
emitidas pelo International Accounting Standard Board (IASB).

430
Decreto-Lei n.º 5/2008, de 4 de Fevereiro

2. A opção referida no número anterior tem carácter integral, devendo ser mantida por
um período mínimo de 3 exercícios.
3. O período referido no número anterior não opera para as entidades que, tendo op-
tado pela aplicação de Normas Internacionais de Contabilidade e as normas internacionais
de relato financeiro, passem a estar incluídas no âmbito da consolidação de entidades que
não as adoptem.
4. A aplicação das Normas Internacionais de Contabilidade e as Normas Internacionais
de Relato Financeiro a que se refere o presente artigo não impede que, para além das infor-
mações e divulgações inerentes a estas normas, as entidades abrangidas sejam obrigadas a
demonstrar e a divulgar outras informações previstas na legislação nacional.
Artigo 4°
Competência das entidades de supervisão do sector financeiro
1. É da competência do Banco de Cabo Verde, a definição do âmbito subjectivo de apli-
cação das Normas Internacionais de Contabilidade e as Normas Internacionais de Relato
Financeiro, relativamente às entidades sujeitas à respectiva supervisão, que inclui o sector
segurador;
2. O disposto no presente diploma não prejudica a competência do Banco de Cabo
Verde para definir:
a) As normas contabilísticas aplicáveis às contas individuais das entidades sujei-
tas à respectiva supervisão;
b) Os requisitos prudências aplicáveis às entidades sujeitas à respectiva supervi-
são.
Artigo 5°
Pequenas Entidades
1. Às pequenas entidades se aplicam as Normas de Relato Financeiro para Pequenas
Entidades (NRF-PE) que condensa os principais aspectos de reconhecimento, mensuração
e divulgação extraídos das correspondentes Normas de Relato Financeiro (NRF), tidos
como requisitos mínimos.
2. Entende-se por pequenas entidades as entidades que sejam consideradas como tal
nos termos da legislação em vigor.
Artigo 6°
Dispensa de aplicação
Ficam dispensadas do previsto no artigo 2° e artigo 5º desde que assim o desejarem, as
entidades que, exercendo a título individual qualquer actividade comercial, industrial ou
agrícola, não estejam obrigados a possuir contabilidade organizada.

431
Decreto-Lei n.º 5/2008, de 4 de Fevereiro

Artigo 7°
Demonstrações financeiras
1. As entidades sujeitas ao SNCRF são obrigadas a apresentar as seguintes demonstra-
ções financeiras:
a) Balanço;
b) Demonstração dos Resultados por Naturezas;
c) Demonstração das Alterações no Capital Próprio;
d) Demonstração dos Fluxos de Caixa, pelo método directo ou pelo método indi-
recto;
e) Anexo.
2. As entidades a que se refere o artigo 5° são dispensadas de apresentar a demonstra-
ção das alterações no capital próprio e a demonstração dos fluxos de caixa.
3. Adicionalmente, pode ser apresentada uma Demonstração dos Resultados por Fun-
ções.
Artigo 8°
Comissão de Normalização Contabilística
1. É atribuída à Comissão Nacional de Normalização Contabilística (CNNC) o acom-
panhamento do Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro.
2. No âmbito das suas atribuições por proposta técnica da, CNNC o membro do Gover-
no responsável pela área das Finanças deve emitir instruções de cumprimento obrigatório
pelas entidades sujeitas à aplicação do SNCRF, as quais são publicados no Boletim Oficial.
3. O regulamento de funcionamento da CNNC é aprovado por despacho do membro
do Governo responsável pela área das Finanças.
Artigo 9°
Referências ao Plano Nacional de Contabilidade
Sempre que aplicável e com as necessárias adaptações, as referências ao PNC em ante-
riores diplomas legislativos, devem passar a ser entendidas como sendo feitas ao SNCRF.
Artigo 10°
Aplicação pela primeira vez
As demonstrações financeiras de uma entidade que utilize pela primeira vez o Sistema
de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro agora instituído e que tenham pre-
parado demonstrações financeiras no exercício anterior devem respeitar o preceituado no anexo
II do presente diploma.

432
Decreto-Lei n.º 5/2008, de 4 de Fevereiro

Artigo 11°
Revogação
É revogado o Decreto n.º 4/84, de 30 de Janeiro.
Artigo 12º
Disposição transitória
As entidades, que desejem, podem utilizar o SNCRF no primeiro exercício que se ini-
cie em ou após 1 de Janeiro de 2008 após autorização do membro do Governo responsável
pela área das Finanças.
Artigo 13°
Entrada em vigor
O presente diploma entra em vigor no primeiro exercício que se inicie em ou após 1 de
Janeiro de 2009.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros.
José Maria Pereira Neves - Cristina Duarte
Promulgado em 29 Janeiro de 2008
Publique-se.
O Presidente da República, PEDRO VERONA RODRIGUES PIRES.
Referendado em 29 de Janeiro de 2008
O Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves

ANEXO I
SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA E
DE RELATO FINANCEIRO
1. Apresentação
1.1. É hoje de aceitação generalizada a necessidade de uma normalização contabilísti-
ca global que permita uma rápida e fluida circulação da informação financeira com vista a
que os vários utentes dessa informação possam tomar decisões informadas e atempadas. Os
utentes da informação financeira encontram-se não só a nível local, regional e nacional mas
em qualquer parte do mundo tendo as mais diversas necessidades de informação.
1.2. Atendendo ainda à crescente complexidade das relações económicas e as ligações
entre empresas verifica-se a necessidade do dotar essas entidades de um sistema contabi-
lístico que permita dar resposta a essas necessidades, pelo que é criado uma nova estrutura
para a contabilidade e o relato financeiro, que sucede ao Plano Nacional de Contabilidade
(PNC) e é designado por Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro
(SNCRF).

433
Decreto-Lei n.º 5/2008, de 4 de Fevereiro

1.3. O Sistema de Normalização Contabilístico e de Relato Financeiro embora aten-


dendo a aspectos particulares do País tem uma linha orientadora que possibilita que o relato
financeiro elaborado com as Normas de Relato Financeiro (NRF) esteja preparado para
serem aceites pela maioria dos outros países e das praças financeiras internacionais.
1.4. Trata-se de um modelo de normalização assente mais em princípios do que em
regras explícitas e que se pretende em sintonia com as normas internacionais de contabili-
dade e de relato financeiro emitidas pelo IASB.
1.5. O Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro (SNCRF), é
composto pelos seguintes instrumentos:
a) Estrutura Conceptual (EC);
b) Normas de Relato Financeiro (NRF), que inclui os Modelos de Demonstra-
ções Financeiras;
c) Regime Especial para Pequenas Entidades (REPE), que inclui a Norma de
Relato Financeiro para as Pequenas Entidades (NRF-PE);
d) Normas Interpretativas (NI);
e) Código de Contas (CC);
1.6. Sempre que o SNCRF não responda a aspectos particulares de transacções ou si-
tuações, que se coloquem a dada entidade em matéria de relato financeiro, ou a lacuna em
causa seja de tal modo relevante que o seu não preenchimento impeça o objectivo de ser
prestada informação que, de forma verdadeira e apropriada, traduza a posição financeira
numa certa data e o desempenho para o período abrangido, fica desde já estabelecido, tendo
em vista tão-somente a superação dessa lacuna, o recurso, supletivamente às Normas In-
ternacionais de Contabilidade (IAS) e Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS),
emitidas pelo IASB, e respectivas interpretações SIC-IFRIC.
2. Estrutura Conceptual (EC)
2.1. A Estrutura Conceptual destina-se a enunciar as grandes linhas orientadoras do
Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro (SNCRF) em geral e das
Normas de Relato Financeiro (NRF) em particular.
2.2. O objectivo da Estrutura Conceptual é o de servir de linha orientadora na ela-
boração de normas de relato financeiro bem como de guia para a sua aplicação. É ainda
objectivo ajudar os preparadores das demonstrações financeiras na sua elaboração e na in-
terpretação de factos (transacções ou situações) que não estando contemplados nas normas
existentes a cada momento tenham de ter tratamento contabilístico.
2.3. A Estrutura Conceptual (EC) constitui um documento autónomo a ser proposta
pela CNNC e publicada no Boletim Oficial por despacho normativo do membro do Gover-
no responsável pela área das Finanças

434
Decreto-Lei n.º 5/2008, de 4 de Fevereiro

3. Normas de relato Financeiro (NRF), (que inclui os Modelos de Demonstrações Fi-


nanceiras).
3.1. As normas de relato financeiro são elaboradas tendo em vista regular a forma e
conteúdo do relato financeiro contribuindo assim também para a elaboração da contabi-
lidade das entidades. As normas procuram responder também a aspectos particulares de
transacções ou situações que se vão colocando nas relações económicas.
3.2. As NRF constituem uma adaptação das normas internacionais de contabilidade e
as normas internacionais de relato financeiro emitidas pelo IASB, tendo em conta o tecido
empresarial e a estrutura e dimensão das entidades em Cabo Verde. Assim, o conjunto das
NRF poderá não contemplar aspectos particulares de transacções ou situações alvo de nor-
malização de alguma norma internacional bem como as NRF poderão dispensar a aplicação
de determinados procedimentos e divulgações contemplados em algumas normas interna-
cionais, embora garantindo, no essencial, os critérios de reconhecimento e de mensuração
contidos nestas normas.
3.3. Inseridos nas NRF encontram-se os modelos de demonstrações financeiras a se-
rem utilizados no relato financeiro.
3.4. As NRF são propostas pela CNNC e publicadas no Boletim Oficial por despacho
normativo do membro do Governo responsável pela área das Finanças, sendo de aplicação
obrigatória a partir da data de eficácia indicada em cada uma delas.
4. Regime especial para pequenas entidades (REPE), (que inclui a Norma de Relato
Financeiro para as pequenas entidades (NRF-PE)).
4.1. O Regime especial para pequenas entidades (REPE) é composto por uma norma
de relato financeiro especialmente preparada para as pequenas entidades (NRF-PE) e pela
desobrigação da preparação e divulgação de algumas das demonstrações financeiras nome-
adamente a demonstração de fluxos de caixa e a demonstração da variação dos capitais
próprios.
4.2. A NRF-PE condensa os principais aspectos de reconhecimento, mensuração, e
divulgação extraídos das NRF, tidos como os requisitos mínimos aplicáveis às referidas
entidades.
4.3. Sempre que a NRF-PE não responda a aspectos particulares de transacções ou
situações, que se coloquem a dada entidade em matéria de contabilização ou relato finan-
ceiro, ou a lacuna em causa seja de tal modo relevante que o seu não preenchimento impeça
o objectivo de ser prestada informação que, de forma verdadeira e apropriada, traduza a
posição financeira numa certa data e o desempenho para o período abrangido, fica desde já
estabelecido, tendo em vista tão-somente a superação dessa lacuna, o recurso, supletiva-
mente e pela ordem indicada:
– Às NRF e as NI;
– Às Normas Internacionais de Contabilidade (IAS) e as normas internacionais
de relato financeiro (IFRS) emitidas pelo IASB e respectivas interpretações
SIC-IFRIC

435
Decreto-Lei n.º 5/2008, de 4 de Fevereiro

4.4. O REPE é de aplicação obrigatória para as entidades que, de entre aquelas, não
optem pela aplicação do conjunto das NRF
4.5. O REPE é proposta pela CNNC e publicada no Boletim Oficial por despacho nor-
mativo do membro do Governo responsável pela área das Finanças
5. Normas interpretativas (NI)
5.1. Sempre que as circunstâncias o justificarem e para esclarecimento e/ou orientação
sobre o conteúdo dos restantes instrumentos que integram o SNCRF serão produzidas Nor-
mas Interpretativas (NI).
5.2. As NI são propostas pela CNNC e publicadas no Boletim Oficial, por despacho
normativo do membro do Governo responsável pela área das Finanças, sendo de aplicação
obrigatória a partir da data de eficácia indicada em cada uma delas.
6. Código de Contas (CC)
6.1. O código de contas (CC), lato senso, é composto por um código de contas pro-
priamente dito e um conjunto de explicações sobre o conteúdo das contas, bem como um
quadro síntese.
6.2. O CC deverá ser adoptado por todas as entidades que nos termos do presente di-
ploma passam a aplicar as NRF e ou as NRF-PE.
6.3. O CC é proposto pela CNNC e publicado no Boletim Oficial por portaria do mem-
bro do Governo responsável pela área das Finanças.
ANEXO II
ADOPÇÃO PELA PRIMEIRA VEZ DO SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO
CONTABILÍSTICA E DE RELATO FINANCEIRO
As entidades que estejam a preparar as demonstrações financeiras de um exercício
em que utilizem pela primeira vez o Sistema de Normalização Contabilística e de Relato
Financeiro (SNCRF) (exercício a iniciar em ou após 1 de Janeiro de 2009 ou se com a ne-
cessária autorização em período anterior de acordo com o artigo 11ª do presente diploma
e que tenham preparado demonstrações financeiras no exercício anterior devem assegurar
que essas demonstrações contenham informação que:
a) Seja transparente para os utentes e comparável em todos os períodos apresen-
tados;
b) Proporcione um ponto de partida conveniente para a contabilização e poste-
rior relato financeiro segundo o SNCRF;
Definições
Os termos que se seguem são usados neste documento com os significados especifi-
cados:
Balanço de abertura de acordo com o SNCRF: é o balanço de uma entidade à data de
transição para o SNCRF.

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Decreto-Lei n.º 5/2008, de 4 de Fevereiro

Data de transição para o SNCRF: é a data de início do primeiro período para o qual a
entidade apresenta as suas primeiras demonstrações financeiras de acordo com o SNCRF.
Normativos anteriores: correspondem à base de contabilidade e de relato financeiro
que um adoptante pela primeira vez utilizava imediatamente antes de adoptar o SNCRF.
Primeiras demonstrações financeiras de acordo com o SNCRF: são as primeiras de-
monstrações financeiras anuais em que uma entidade adoptou o SNCRF.
Reconhecimento e mensuração
1. Balanço de abertura de acordo com o SNCRF.
Uma entidade deve preparar um balanço de abertura de acordo com o SNCRF na data
de transição para o SNCRF. Este é o ponto de partida da sua contabilização segundo o SN-
CRF e servirá para comparativo nas primeiras demonstrações financeiras de acordo com o
SNCRF.
Políticas contabilísticas
2. Uma entidade deve usar as mesmas políticas contabilísticas, de acordo com o SN-
CRF, no seu balanço de abertura e nas suas primeiras demonstrações financeiras.
3. Com excepção dos parágrafos 5 a 8, uma entidade deve, no seu balanço de abertura,
de acordo com o SNCRF:
a) Reconhecer todos os activos e passivos cujo reconhecimento seja exigido pelo
SNCRF;
b) Não reconhecer itens como activos ou passivos se o SNCRF não permitir esse
reconhecimento;
c) Reclassificar itens que reconheça segundo o normativo anteriores como um
tipo de activo, passivo ou componente do capital próprio, mas que são um
tipo diferente de activo, passivo ou componente do capital próprio segundo o
SNCRF; e
d) Aplicar o SNCRF na mensuração de todos os activos e passivos reconhecidos
4. As políticas contabilísticas que uma entidade usa no seu balanço de abertura de
acordo com o SNCRF podem diferir daquelas que usou para a mesma data usando o norma-
tivo anterior. Os ajustamentos resultantes derivam de acontecimentos e transacções ante-
riores à data da transição para o SNCRF. Por conseguinte, uma entidade deverá reconhecer
esses ajustamentos directamente nos resultados retidos (ou, se apropriado, noutro item do
capital próprio) à data da transição para o SNCRF.

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Decreto-Lei n.º 5/2008, de 4 de Fevereiro

Excepções
5. Este documento estabelece duas categorias de excepções ao princípio de que o
balanço de abertura de acordo com o SNCRF deve estar conforme com cada NRF do SN-
CRF:
a) Isenções de alguns requisitos de outras NRF; e
b) Proibições à aplicação retrospectiva de alguns aspectos de outras NRF.
6. Porém se for impraticável, para uma entidade, reexpressar o seu balanço de abertura
de acordo com as NRF, deve aplicar os parágrafos 3, 4, 7 e 8 no primeiro período em que tal
aplicação seja possível e divulgar a data de transição para o SNCRF e o facto de não serem
comparáveis os dados apresentados relativos a períodos anteriores. Se for impraticável,
para a entidade, proceder a quaisquer divulgações exigidas por este documento para qual-
quer período anterior àquele em que prepara as suas primeiras demonstrações financeiras
segundo este documento, tal omissão deverá ser divulgada.
Isenções
7. Em função das situações concretas que se venham a verificar nas operações de tran-
sição de cada entidade, esta pode optar pelo uso de uma ou mais das isenções seguintes,
nos termos estabelecidos nos parágrafos 15 a 25C, 25F e 25G da IFRS 1 — Adopção pela
Primeira Vez das Normas Internacionais de Relato Financeiro:
a) Concentrações de actividades empresariais;
b) Justo valor ou revalorização como custo considerado;
c) Benefícios dos empregados;
d) Diferenças de transposição cumulativas;
e) Instrumentos financeiros compostos;
f) Activos e passivos de subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos;
g) A designação de instrumentos financeiros previamente reconhecidos;
h) Locações; e
i) Mensuração pelo justo valor de activos financeiros ou passivos financeiros no
reconhecimento inicial.
Proibições
8. Este documento proíbe a aplicação retrospectiva das seguintes matérias de ou-
tras NRF.
a) Desreconhecimento de activos financeiros e passivos financeiros;
b) Contabilidade de cobertura;
c) Estimativas; e
d) Activos classificados como detidos para venda e unidades operacionais des-
continuadas.

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Decreto-Lei n.º 5/2008, de 4 de Fevereiro

Apresentação e divulgação
9. Este documento não contempla isenções relativamente aos requisitos de apresenta-
ção e divulgação constantes de outras NRF.
Informação comparativa
10. As primeiras demonstrações financeiras de acordo com o SNCRF de uma entidade
devem incluir um ano de informação comparativa segundo o SNCRF, salvo impossibili-
dade por a entidade não ter nem ser obrigada a ter demonstrações financeiras com essa
duração.
Explicação sobre a transição para o SNCRF
11. Uma entidade deve explicar de que forma a transição do normativo aplicado na
preparação das demonstrações financeiras anteriores para o SNCRF afectou a sua posição
financeira, o seu desempenho financeiro e os seus fluxos de caixa relatados.
Reconciliações
12. Para estarem em conformidade com o parágrafo 11, as primeiras demonstrações
financeiras de acordo com o SNCRF de uma entidade devem incluir:
a) Reconciliação do seu capital próprio relatado segundo o normativo anterior
com o seu capital próprio segundo o SNCRF, entre:
i. A data de transição para o SNCRF; e
ii. Final do último período apresentado nas mais recentes demonstrações
financeiras anuais da entidade, elaboradas segundo o normativo anterior.
b) A reconciliação do resultado relatado segundo o normativo anterior, relativo
ao último período das mais recentes demonstrações financeiras anuais da en-
tidade, com o resultado segundo o SNCRF relativo ao mesmo período; e
c) Caso se tenham reconhecido ou revertido quaisquer perdas por imparidade
pela primeira vez ao preparar o balanço de abertura de acordo com o SN-
CRF, a entidade deve apresentar as divulgações que a NRF 13— Imparidade
de Activos teria exigido se a entidade tivesse reconhecido essas perdas por
imparidade ou reversões no período que começa na data de transição para o
SNCRF;
d) As reconciliações exigidas nos parágrafos 12(a) e 12(b) proporcionam sufi-
cientes pormenores para permitir aos utentes compreenderem os ajustamentos
materiais ao balanço e à demonstração dos resultados. Caso uma entidade
apresente uma demonstração de fluxos de caixa segundo o normativo anterior,
deve também explicar os ajustamentos materiais na demonstração de fluxos
de caixa;
e) Caso uma entidade dê conta de erros cometidos segundo o normativo anterior,
as reconciliações exigidas nos parágrafos 12(a) e 12(b) devem distinguir entre
correcção desses erros e alterações às políticas contabilísticas

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Decreto-Lei n.º 5/2008, de 4 de Fevereiro

13. NRF 3 — Politicas Contabilísticas, Alterações em Estimativas Contabilísticas e


Erros, não trata de alterações nas políticas contabilísticas que ocorrem quando uma entida-
de, adopta o SNCRF em geral e as NRF em particular, pela primeira vez. Por essa razão,
os requisitos da NRF 3 relativos às divulgações de alterações às políticas contabilísticas
não se aplicam às primeiras demonstrações financeiras de uma entidade de acordo com as
NRF.
14. Se uma entidade não apresentou demonstrações financeiras relativas ao exercício an-
terior, as suas primeiras demonstrações financeiras de acordo com o SNCRF devem divulgar
esse facto.
Data de eficácia
Uma entidade deve aplicar o preceituado neste documento para os períodos com início
em ou após 1 de Janeiro de 2009 ou para os períodos com início em ou após 1 de Janeiro
de 2008 se for essa a sua opção e para o efeito ter obtido a necessária autorização para usar
o SNCRF antes de 1 de Janeiro de 2009.
APÊNDICE
Indicações sobre a preparação do balanço de abertura de acordo com o SNCRF
1. A o preparar o balanço de abertura de acordo com o SNCRF, uma entidade deve ter
em atenção as seguintes quatro regras, excepto nos casos em que este documento permita
excepções ou proíba aplicação retrospectiva:
a) Reconhecimento de todos os activos e passivos, nos termos em que tal seja
requerido pelas NRF;
b) Desreconhecimento de activos ou passivos que, nos termos das NRF não se-
jam de reconhecer como tal;
c) Reclassificação de itens que eram reconhecidos como determinado tipo de ac-
tivo, passivo ou capital próprio no âmbito do normativo anterior, mas que devem
ser reconhecidos como um tipo diferente de acordo com as NRF;
d) Mensuração de todos os activos e passivos reconhecidos, de acordo com os
critérios de mensuração estabelecidos nas NRF.
Reconhecimento
2. É expectável que, de acordo com as NRF, muitas entidades reconheçam activos e
passivos que não eram reconhecidos como tal segundo o normativo anterior. Algumas áreas
em que tal pode ocorrer são, por exemplo:
a) Activos intangíveis adquiridos;
b) Activos e passivos relacionados com locações financeiras;
c) Activos biológicos;
d) Provisões em geral;

440
Decreto-Lei n.º 5/2008, de 4 de Fevereiro

e) Instrumentos financeiros; e
f) Benefícios dos empregados.
Desreconhecimento
3. Exemplos de activos ou passivos que, sendo como tal reconhecidos segundo o
normativo anterior, não o são de acordo com as NRF, podem ocorrer, por exemplo, nas
seguintes áreas:
a) Intangíveis gerados internamente;
b) Despesas de investigação; e
c) Contratos de construção.
Reclassificação
4. Activos e passivos que podem ter de ser reclassificados referir-se-ão, por exemplo, a:
a) Activos detidos para venda;
b) Unidades operacionais descontinuadas;
c) Investimentos em subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos;
d) Activos biológicos; e
e) Subsídios e apoios do Governo.
Mensuração
5. Poderão ter de ser mensurados segundo critérios diferentes itens relacionados, de-
signadamente, com:
a) Trespasse (goodwill);
b) Activos e passivos relacionados com locações financeiras;
c) Propriedades de investimento;
d) Imparidade de activos;
e) Activos biológicos;
f) Contratos de construção;
g) Provisões em geral;
h) Instrumentos financeiros; e
i) Benefícios dos empregados.
O Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves

441
Decreto-Lei nº 43/2008, de 1 de Dezembro

COMISSÃO NACIONAL DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA

Decreto-Lei nº 43/2008
de 1 de Dezembro
Com o presente diploma se pretende dotar o país de mais uma entidade chave
– a Comissão Nacional de Normalização Contabilística (CNNC) – indispensável no
contexto da implementação não só do novo Sistema de Normalização Contabilística e
de Relato Financeiro (SNCRF) para a Administração Financeira Privada bem assim no
da implementação do novo Sistema de Contabilidade Pública (SCP), que inclui o Plano
Nacional da Contabilidade Publica (PNCP) para a Administração Financeira Publica,
com o objectivo, nomeadamente, de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas
directivas internacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações
introduzidas têm em atenção tornar a informação contabilística do País mais internacional,
acompanhar a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico e
do mercado de capitais, a concentração de entidades, bem como a preocupação de melhorar
a qualidade das demonstrações financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor
de credibilidade ao funcionamento da economia real em Cabo Verde.

O SCP pretende equacionar a deficiente informação financeira até então existente


no Sector Publico Administrativo (SPA) trazendo para o Estado (lato senso) a ciência
contabilística aplicada nas empresas. Busca a sua inspiração no Plano Nacional de
Contabilidade em vigor e nas melhores práticas de diversos países e, além do mais, preserva
e melhora a prática do acompanhamento pelo Estado da execução orçamental.

Atentas as finalidades dos sistemas acima referidos, importa assegurar-lhes a mais


ampla divulgação, manutenção e compreensibilidade pública, na medida em que essa seja
a forma mais eficaz de contribuir para a efectiva operacionalização dos mesmos, tendo
em vista a qualidade da informação financeira esperada para a administração pública e
privada.

A Comissão Nacional de Normalização Contabilística (CNNC) tem por missão


contribuir para a melhoria da qualidade da informação financeira, sendo seu objectivo
principal a emissão de normas e o estabelecimento de procedimentos contabilísticos,
harmonizados com as normas internacionais da mesma natureza.

Neste contexto de estatuto e interesse público dos seus trabalhos e actividades, a


actuação da CNNC deve ser transparente e possibilitar a apreciação do seu desempenho
por todos os interessados. Em particular deve ter em conta os princípios e normas legais
aplicáveis.

A CNNC é um organismo tecnicamente independente que funciona administrativa e


financeiramente no âmbito do Ministério da Finanças.

442
Decreto-Lei nº 43/2008, de 1 de Dezembro

A CNNC deve estar activamente empenhada numa política de informação pública,


tendo em vista melhorar o conhecimento e compreensão da sua missão e actividades em
prol da melhoria da qualidade da informação financeira.

Finalmente, o desenvolvimento previsto para o funcionamento da CNNC aconselha


a colaboração de grupos de trabalhos activos dispondo de técnicos competentes e de um
secretariado técnico e administrativo que assegurem o necessário apoio.

Assim:
Nos termos do Decreto-lei 5/2008 de 4 de Fevereiro que aprovou o Sistema de
Normalização Contabilística e de Relato Financeiro; e
No uso da faculdade conferida pela alínea a) do nº2 do artigo 203º da Constituição, o
Governo decreta o seguinte:
Artigo 1º
Natureza e objectivo
1. A Comissão Nacional de Normalização Contabilística, adiante designado por CNNC
é um organismo tecnicamente independente, no qual estão representadas, a nível nacional,
as entidades públicas e privadas interessadas no domínio da contabilidade, e que funciona
administrativa e financeiramente no âmbito do Ministério das Finanças.
2. A CNNC tem por objectivo principal assegurar a uniformização na aplicação do Sistema
de Normalização Contabilístico e de Relato Financeiro (SNCRF), emitir normas, estabelecer
procedimentos contabilísticos harmonizados com as normas internacionais da mesma natureza
tendo em vista a melhoria da qualidade da informação financeira, económica e patrimonial das
entidades.
Artigo 2º
Atribuições da CNNC
São atribuições da CNNC:
a) Promover estudos necessários à adopção dos princípios, conceitos e
procedimentos contabilísticos que devam considerar-se de interesse e aplicação
geral;
b) Apresentar propostas de alteração ao SNCRF;
c) Elaborar projectos que impliquem alterações, aditamentos e normas
interpretativas do SNCRF;
d) Emitir pareceres sobre diplomas legislativos da área contabilística das
Empresas Publicas e Privadas;

443
Decreto-Lei nº 43/2008, de 1 de Dezembro

e) Dar parecer sobre projectos de planos contabilísticos sectoriais elaborados por


outras entidades;
f) Pronunciar-se sobre disposições de natureza contabilística constantes de
projectos de diplomas legislativos;
g) Responder a consultas efectuadas por serviços públicos, associações profissionais
e associações empresariais, relativas à aplicação ou interpretação do SNCRF;
h) Criar grupos de trabalho, determinar os seus objectivos, propor ao Ministro
das Finanças as respectivas remunerações e analisar os estudos por eles
elaborados;
i) Preparar o plano anual de actividades e a proposta de orçamento de receitas,
despesas e investimentos da CNNC;
j) Preparar o relatório anual de actividades;
k) Cooperar na área da normalização contabilística com outras entidades
nacionais que detenham atribuições nesse âmbito;
l) Participar em discussões em que sejam tratados assuntos relacionados com
a normalização contabilística e relato financeiro de forma directa ou em
representação do Estado Cabo Verde;

m) Promover a divulgação das normas contabilísticas através de publicações e por


outros meios, designadamente em congressos, colóquios ou outras actividades
de natureza semelhante.

Artigo 3º
Composição

1. A CNNC é composta por:

a) Um representante de reconhecida competência designado pelo membro do


Governo responsável pela área das Finanças, que preside;

b) Um representante da Inspecção-Geral das Finanças;

c) Um representante da Direcção Geral das Contribuições e Impostos;

d) Um representante do Instituto Nacional de Estatística;

e) Um representante do Conselho Superior da Câmara de Comercio;

f) Dois representantes da Ordem dos Contabilistas e Auditores;

g) Um representante do Banco de Cabo Verde;

444
Decreto-Lei nº 43/2008, de 1 de Dezembro

h) Um representante do Tribunal de Contas;


i) Três representantes das instituições de ensino superior em contabilidade;
j) Um representante da Ordem dos economistas;
k) Um representante da Associação Nacional dos Municípios;
l) Um representante da Bolsa de Valores de Cabo Verde;
2. Sob proposta do Presidente e aprovação do membro de governo responsável pela
área das Finanças a composição da CNNC pode ser alargada.
3. Os membros nomeados tem um mandato de três anos, renovável, não podendo o
presidente e o substituto do presidente exercer mais de três mandatos sucessivos.
4. Deve ser solicitada à entidade respectiva a substituição dos seus representantes
quando se verificar a falta de comparência dos respectivos membros efectivos e suplentes a
duas sessões consecutivas sem motivo justificado pela entidade que representam.
5. Os representantes das entidades devem ter perfil e competência técnica adequada às
funções.
Artigo 4º
Competências do Presidente da CNNC
Compete ao Presidente:
a) Representar a entidade, podendo delegar essa representação noutros membros
da CNNC ou fazer-se acompanhar por eles;
b) Convocar e presidir às reuniões da CNNC;
c) Coordenar as actividades da Comissão;
d) O mais que lhe for cometido pelo membro do Governo responsável pela área
das Finanças.
Artigo 5º
Substituição do Presidente
O Presidente da CNNC é substituído nas suas faltas e impedimentos pelo Vice-
presidente que deve ser designado pelo membro do Governo responsável pela área das
Finanças de entre os demais membros que compõem a CNNC.
Artigo 6º
Funcionamento da CNNC
1. A CNNC reúne ordinariamente de três em três meses, podendo contudo reunir-se
extraordinariamente sempre que convocada.

445
Decreto-Lei nº 43/2008, de 1 de Dezembro

2. As reuniões ordinárias da CNNC são convocadas, com pelo menos 15 dias de


antecedência.
3. As reuniões extraordinárias têm lugar na data indicada na convocatória por iniciativa
do Presidente ou quem suas vezes fizer.
4. As deliberações são tomadas por maioria simples dos seus membros, gozando o
Presidente de voto de qualidade.
5. Das reuniões realizadas são elaboradas actas que devem ser aprovadas nas sessões
seguintes e nelas devem constar os assuntos de maior relevância tratados e retratar as
respectivas decisões.
6. As reuniões da CNNC são orientadas por uma mesa composta pelo Presidente da CNNC e
pelo seu Secretariado.
7. Para funcionamento é indispensável a presença de maioria de dois terços dos seus
membros, efectivos ou suplentes, que até à data tenham sido designados pelas respectivas
entidades.
8. Caso decorra meia hora após a hora para que foi marcada a reunião e não se verifique
a existência da maioria prevista no número anterior, é suficiente a presença de maioria
simples dos membros.
9. As deliberações da CNNC são tomadas por maioria de dois terços dos seus membros,
desde que se verifique a presença de maioria simples dos seus membros.
Artigo 7º
Secretariado
1. A CNNC dispõe de um Secretariado técnico e administrativo, que funciona na
dependência do Presidente.
2. O Secretariado técnico administrativo, tem como função principal prestar assessoria
permanente ao Presidente da CNNC e assegurar o expediente decorrente do funcionamento
da CNNC.
3. A função do Secretariado pode ser exercida, por despacho do membro do governo
responsável pela área das Finanças sob proposta do presidente da CNNC, em regime
de destacamento ou requisição de pessoal de qualquer entidade publica ou privada, ou
mediante a celebração de contrato de prestação de serviços, nos termos da lei geral.
Artigo 8º
Grupos de trabalho
Os Grupos de Trabalho constituídos e escolhidos em conformidade com a alínea h) do
artigo 2º são compostos por:
a) Membros da CNNC, efectivos ou suplentes;
b) Assessores externos especialmente qualificados.

446
Decreto-Lei nº 43/2008, de 1 de Dezembro

Artigo 9º
Remunerações
1. O exercício de funções dos membros da CNNC é remunerado através de senhas
de presença, cujo valor é estabelecido anualmente por despacho do membro do Governo
responsável pela área das Finanças.
2. O exercício de tarefas nos grupos de trabalho é remunerado mediante o pagamento
de honorários propostos pela CNNC e aprovados pelo membro do Governo responsável
pela área das Finanças.
3. O pessoal que exerça funções no Secretariado mantém o estatuto remuneratório que
detinha nas entidades de onde tiver sido destacado ou requisitado, tendo ainda direito a uma
gratificação nos termos a fixar por despacho do membro do Governo responsável pela área das
Finanças, sob proposta do Presidente da CNNC.
Artigo 10º
Encargos com o Funcionamento
As despesas com o funcionamento da CNNC são suportadas pelo Orçamento do
Estado.
Artigo 11º
Revogação
É revogado o Decreto-Lei nº 1/2000, de 7 de Fevereiro.
Artigo 12º
Entrada em vigor
O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros
José Maria Pereira Neves - Cristina Isabel Lopes da Silva Monteiro Duarte
Promulgado em 25 de Novembro de 2008
O Presidente da República, PEDRO VERONA RODRIGUES PIRES
Referendado em 26 de Novembro de 2008
O Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves

447
Portaria n.º 49/2008, de 29 de Dezembro

CÓDIGO DE CONTAS DO SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO


CONTABILÍSTICO E RELATO FINANCEIRO.
Portaria n.º 49/2008
de 29 de Dezembro
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio modernizar e introduzir um
Novo Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde
em substituição do Plano Nacional de Contabilidade, aprovado pelo Decreto n.º 4/84,
de 30 de Janeiro, com o objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas
directivas internacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações
introduzidas têm em atenção a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do
tecido económico do País e do mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar
a qualidade das demonstrações financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor
de credibilidade ao funcionamento da economia real em Cabo Verde.
Neste sentido cumprindo o estabelecido nessa Decreto-Lei uma Comissão de
Normalização Contabilística, visando transpor para transpor para o direito interno Normas
de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das Normas Internacionais da
Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo International Accounting
Standard Board (IASB) trabalhou-se a apresentação da documentação complementar ao
referido diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização Contabilística
e de Relato Financeiro para Cabo Verde.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º e do número 3 do artigo
259º da Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde, através da Ministra das
Finanças e Administração Pública, o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado o Código de Contas do Sistema de Normalização Contabilístico e Relato
Financeiro e que se apresenta em anexo ao presente regulamento como parte integrante.
Artigo 2º
Natureza
O Código de Contas composto pelo quadro síntese de contas, código de contas e notas
de enquadramento, é parte integrante do Sistema de Normalização Contabilístico e Relato
Financeiro para Cabo Verde.
Artigo 3º
Entrada em vigor
A presente Portaria entra em vigor com a entrada em vigor do Decreto-Lei 5/2008.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Pública, 16 de Dezembro de 2008.
– A Ministra, Cristina Duarte.

448
Portaria n.º 49/2008, de 29 de Dezembro

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA


E DE RELATO FINANCEIRO
CÓDIGO DE CONTAS
NOTAS DE ENQUADRAMENTO
Considerações Gerais
Na preparação do código de contas teve-se em atenção o seguinte:
• Dotá-lo de adequada flexibilidade.
Foram deixadas contas em aberto, evidenciadas por reticências, que poderão ser
utilizadas livremente pelas entidades de acordo com as suas necessidades, desde que
respeitado o conteúdo da conta principal.
Com carácter de excepção poderão ainda ser utilizadas/acrescentadas contas para
situações específicas, para as quais o quadro de contas manifestamente não contemple.
Os nomes de contas que se encontrem entre parênteses (por exemplo (Armazém A))
são meramente exemplificativos;
• As diferenças para o custo histórico (depreciações, amortizações,
imparidades e revalorizações) deverão ser registadas em contas apropriadas
(com o detalhe/desdobramento em subcontas necessário) que permitam o seu
cotejo com as quantias por que os activos a que respeitam foram inicialmente
reconhecidos;
• Os ajustamentos em inventários serão directamente registados nas próprias contas
(método directo).
CLASSE 1
Meios Financeiros
Esta classe destina-se a registar os meios financeiros que incluem, quer o dinheiro e
depósitos bancários quer instrumentos financeiros que tenham características de grande
liquidez.
15 - Instrumentos financeiros
Esta conta visa reconhecer todos os meios financeiros que não sejam caixa (conta
11) ou depósitos bancários (contas 12, 13 e 14) que sejam mensurados ao justo valor
cujas alterações sejam reconhecidas na demonstração de resultados. Consequentemente,
excluem-se desta conta os restantes instrumentos financeiros que devam ser mensurados ao
custo, custo amortizado ou método da equivalência patrimonial (classe 2 ou conta 41).
CLASSE 2
Contas a receber e a pagar
Esta classe destina-se a registar as operações relacionadas com clientes, fornecedores,
financiadores, estado e outros entes públicos, accionistas/sócios, pessoal, bem como

449
Portaria n.º 49/2008, de 29 de Dezembro

outros entes donde resultem contas a receber ou a pagar. Incluem-se, ainda, nesta classe,
os diferimentos dos gastos e dos rendimentos a reconhecer no(s) período(s) seguinte(s) e
os subsídios para investimentos a ser reconhecido nos períodos seguintes em função do
critério definido e as provisões.
As contas de clientes e de fornecedores estão subdivididas em moeda nacional e moeda
estrangeira para registar respectivamente as facturas (ou documento equivalente) que
estejam expressas em moeda nacional ou em moeda estrangeira. Considera-se em moeda
nacional os documentos que estando em moeda estrangeira tenham o cambio fixado isto é
cujo valor (a pagar ou a receber) não esteja pendente de variações cambiais.
21 - Clientes
Regista os movimentos com os compradores de mercadorias, de produtos e de
serviços,
216 - Clientes por acréscimos de rendimentos
Esta conta regista a contrapartida dos rendimentos referente ao fornecimento de
mercadorias, de produtos e de serviços, que devam ser reconhecidos no próprio período,
ainda que não tenham documentação vinculativa, cuja receita só venha a ocorrer em período
ou períodos posteriores.
Para os acréscimos de rendimentos derivados de outras situações deverá ser utilizada
a conta 262 — Devedores e credores por acréscimos (subconta 2621 – Devedores por
acréscimos de rendimentos).
218 - Adiantamentos de clientes
Esta conta regista as entregas feitas à entidade relativas a fornecimentos, sem preço
fixado, a efectuar a clientes. Esta conta encontra-se dividida em adiantamentos em moeda
nacional e em adiantamentos em moeda estrangeira. Pela emissão da factura, estas verbas
serão transferidas para as respectivas subcontas da rubrica 211 – Clientes c/c. (Facturação em
moeda nacional ou facturação em moeda estrangeira e dentro destas por tipo de cliente)
219, 229, 259, 269 e 279 - Perdas por imparidade acumuladas
Estas contas registam as diferenças acumuladas entre as quantias registadas e as que
resultem da aplicação dos critérios de mensuração dos correspondentes activos incluídos na
classe 2, podendo ser subdivididas a fim de facilitar o controlo e possibilitar a apresentação
em balanço das quantias líquidas. As perdas por imparidade anuais serão registadas nas
contas 651 — Perdas por imparidade — Em dívidas a receber, e as suas reversões (quando
deixarem de existir as situações que originaram as perdas) são registadas nas contas 7621
— Reversões de perdas por imparidade — Em dívidas a receber. Quando se verificar o
desreconhecimento dos activos a que respeitem as imparidades, as contas em epígrafe
serão debitadas por contrapartida das correspondentes contas da classe 2.

450
Portaria n.º 49/2008, de 29 de Dezembro

22 - Fornecedores
Regista os movimentos com os fornecedores de bens e de serviços, com excepção dos
destinados aos investimentos da entidade.
225 - Fornecedores - Facturas em recepção e conferência
Respeita às compras cujas facturas (ou documento equivalente), recebidas ou não,
estão por lançar na subconta da rubrica 221 — Fornecedores c/c. (Fornecedores em moeda
nacional ou em moeda estrangeira e dentro destas por tipo de fornecedor) por não terem
chegado à entidade até essa data ou não terem sido ainda conferidas. Será debitada por
crédito da conta respectiva, aquando da contabilização definitiva da factura.
226 - Fornecedores por acréscimos de gastos
Esta conta regista a contrapartida dos gastos referente ao fornecimento de bens e de
serviços, com excepção dos destinados aos investimentos da entidade em que deverá ser
utilizada a conta 262 — Devedores e credores por acréscimos (subconta 2622 – Credores
por acréscimos de gastos), que devam ser reconhecidos no próprio período, ainda que não
tenham documentação vinculativa, cuja despesa só venha a ocorrer em período ou períodos
posteriores.
228 - Adiantamentos a fornecedores
Regista as entregas feitas pela entidade relativas a fornecimentos, sem preço fixado, a
efectuar por terceiros. Pela recepção da factura (ou documento equivalente), estas verbas
serão transferidas para as respectivas subcontas da conta 221.
229 - Perdas por imparidade acumuladas
(ver comentário à conta 219)
23 - Financiamentos obtidos
As contas (constantes no quadro de contas) podem ter subcontas de forma a se
evidenciar os financiamentos obtidos a serem reembolsados no curto ou no médio e longo
prazo de forma a facilitar a informação a incluir nas demonstrações financeiras.
24 - Estado e outros entes públicos
Nesta conta registam-se as relações com o Estado, Autarquias Locais e outros entes
públicos que tenham características de impostos, tributos e contribuições.
241 - Imposto sobre o rendimento
Esta conta é debitada pelas retenções na fonte (subconta 2412-Retenção na fonte
(Terceiros)) a que alguns dos rendimentos da entidade estiverem sujeitos e pelos pagamentos
por conta efectuados (subconta 2411-Pagamentos por conta). A subconta (2413-Imposto
estimado) é creditada por débito de 5932 -Imposto sobre o rendimento do período, com
base na matéria colectável estimada. Os saldos das subcontas 2411, 2412 e 2413 são

451
Portaria n.º 49/2008, de 29 de Dezembro

transferidos para 2417-apuramento e cujo saldo é posteriormente transferido para a conta


2418 -imposto a pagar ou 2419-Imposto a recuperar conforme o caso.
242 - Imposto sobre o rendimento anos anteriores
Esta conta regista a diferença (Excesso ou insuficiência de estimativa) entre o imposto
sobre o rendimento estimado em determinado ano anterior e o imposto liquidado.
243 - Retenção de impostos sobre rendimentos
Esta conta movimenta a crédito o imposto que tenha sido retido na fonte, de acordo
com o normativo legal existente a cada momento, relativamente a rendimentos pagos, ou
postos à disposição de acordo com o dispositivo legal existente, a sujeitos passivos de
IUR.
244 - Imposto sobre o valor acrescentado (IVA)
Esta conta destina-se a registar as situações decorrentes da aplicação do Código do
Imposto sobre o Valor Acrescentado.
Esta conta (subconta 2441) é debitada pelo Iva suportado nas diversas aquisições e
posteriormente creditada (após análise) por débito da subconta 2442 IVA dedutível. O Iva
suportado e não dedutível deverá ser registado na conta de inventários, investimentos ou
de gastos associado à aquisição (o Iva suportado que se saiba de início não ser dedutível
deve ser registado imediatamente na conta associada como aquisições com Iva incluído e
não dedutível).
Esta conta regista também, a crédito, o Iva liquidado (subconta 2443 IVA – Liquidado)
nas vendas e outras situações previstas na lei.
O apuramento é feito na subconta 2445 IVA – Apuramento por anulação dos valores
constantes em Iva dedutível, Iva liquidado e Iva regularizações, sendo posteriormente
transferido o saldo do apuramento para 2446 IVA - A pagar (saldo credor) ou para 2447
IVA - A recuperar (saldo devedor), consoante o caso.
Para efeitos de controlo e de responder a solicitações de ordem fiscal as diversas contas
devem ser subdivididas em função das necessidades de informação concreta, entre outras a
subdivisão pelas diversas taxas de IVA.
24433 - Operações especiais
Esta conta destina-se a registar o IVA liquidado nas situações previstas no nº 3 do artigo 26
e no nº 6 do artigo 6º do regulamento do IVA.
251 - Accionistas c/subscrição e 252 — Quotas não liberadas
Aquando a elaboração do balanço, os saldos destas contas são incluídos na rubrica
“Capital realizado” reduzindo o capital próprio.
259 - Perdas por imparidade acumuladas
(ver comentário à conta 219)

452
Portaria n.º 49/2008, de 29 de Dezembro

261 - Fornecedores de investimentos


Regista os movimentos com fornecedores de bens e serviços com destino aos
Investimentos da entidade.
2612 - Facturas em recepção e conferência
Respeita às aquisições cujas facturas (ou documento equivalente), recebidas ou não,
estão por lançar na conta 2611 - Fornecedores de investimentos — contas gerais por não
terem chegado à entidade até essa data ou não terem sido ainda conferidas. Será debitada
por crédito da conta respectiva, aquando da contabilização definitiva da factura.
2613 - Adiantamentos a fornecedores de investimentos
Regista as entregas feitas pela entidade relativas a fornecimentos, sem preço fixado, de
investimentos a efectuar por terceiros. Pela recepção da factura (ou documento equivalente),
estas verbas serão transferidas para as respectivas subcontas da conta 261 - Fornecedores
de investimentos.
262 - Devedores e credores por acréscimos
Esta conta regista a contrapartida dos rendimentos e dos gastos que devam ser
reconhecidos no próprio período, ainda que não tenham documentação vinculativa, cuja
receita ou despesa só venha a ocorrer em período ou períodos posteriores, com excepção
dos acréscimos de gastos que sejam registados nas contas 226 Fornecedores por acréscimos
de gastos e 276 Acréscimos com gastos com pessoal, e dos acréscimos de rendimentos que
sejam registados na conta 216 Clientes por acréscimos de rendimentos.
263 - Benefícios pós-emprego
Regista as responsabilidades da entidade perante os seus trabalhadores ou perante a
sociedade gestora de um fundo autónomo.
264 - Impostos diferidos
São registados nesta conta os activos por impostos diferidos que sejam reconhecidos
para as diferenças temporárias dedutíveis e os passivos por impostos diferidos que sejam
reconhecidos para as diferenças temporárias tributáveis.
265 - Credores por subscrições não liberadas
Credita-se pelo valor total da subscrição de quotas, acções, obrigações e outros títulos,
por contrapartida das respectivas contas de investimentos financeiros.
266 - Adiantamentos por conta de vendas
Regista as entregas feitas à entidade com relação a fornecimentos de bens e serviços
cujo preço esteja previamente fixado. Pela emissão da factura, estas verbas serão transferidas
para as respectivas contas da rubrica 211 — Clientes c/c.
269 - Perdas por imparidade acumuladas
(ver comentário à conta 219)

453
Portaria n.º 49/2008, de 29 de Dezembro

271 - Remunerações a pagar


Esta conta regista a crédito o valor da remuneração a pagar aos órgãos de gestão e
ao pessoal (pelo lançamento contabilístico do processamento das remunerações) sendo
debitado aquando do pagamento.
273 – Adiantamentos para gastos por conta da empresa
Esta conta destina-se e registar a débito o valor dos meios monetários postos à disposição
aos órgãos sociais ou ao pessoal para estes fazerem face a pagamentos diversos que tenham
de suportar nomeadamente em deslocações. Esta conta é creditada pelos gastos verificados
ou pelo retorno a meios monetários dos eventuais excedentes dos adiantamentos.
2761 - Acréscimos por férias e subsidio férias e encargos*
Esta conta regista a contrapartida dos gastos com férias e subsidio férias e demais encargos
que devam ser reconhecidos no próprio período, ainda que não tenham documentação
vinculativa, cuja despesa só venha a ocorrer em período ou períodos posteriores referente
à responsabilidade. Esta conta é regularizada aquando do processamento das férias e do
subsídio de férias.
279 - Perdas por imparidade acumuladas
(ver comentário à conta 219)
28 - Diferimentos
Esta conta regista a contrapartida dos rendimentos e dos gastos que tendo documentação
vinculativa no período devam ser reconhecidos em período ou períodos posteriores.
283 - Subsídios para investimentos
Inclui os subsídios associados com activos, que deverão ser transferidos, numa base
sistemática, para a conta 7883 - Imputação de subsídios para investimentos, à medida em
que forem contabilizadas as depreciações/amortizações do investimento a que respeitem.
29 - Provisões
Esta conta serve para registar as responsabilidades cuja natureza esteja claramente
definida e que à data do balanço sejam de ocorrência provável ou certa, mas incertas quanto
ao seu valor ou data de ocorrência.
As suas subcontas devem ser utilizadas directamente pelos dispêndios para que foram
reconhecidas, sem prejuízo das reversões a que haja lugar.
CLASSE 3
Inventários e activos biológicos
Esta classe inclui os inventários: detidos para venda no decurso da actividade
empresarial; no processo de produção para essa venda; na forma de materiais consumíveis
a serem aplicados no processo de produção ou na prestação de serviços; na forma de outros
produtos de consumo a serem consumidos nas actividades gerais da entidade.

454
Portaria n.º 49/2008, de 29 de Dezembro

Esta classe inclui também, os activos biológicos (animais e plantas vivos), no âmbito
da actividade agrícola, quer consumíveis no decurso do ciclo normal da actividade, quer
de produção.
31 - Activos biológicos
Esta conta tem características únicas devido a especificidade dos activos nela incluídos
incluindo tanto os activos biológicos (animais e plantas vivos) consumíveis, que são os que
estejam para ser colhidos como produto agrícola ou vendidos como activos biológicos,
como os activos biológicos de produção que são os restantes activos biológicos no âmbito
da actividade agrícola. As subcontas existentes no quadro de contas deverão ser desdobradas
para adaptação a cada caso podendo por exemplo ter subcontas que classifiquem os activos
biológicos em: activos biológicos maduros (ou adultos); e activos biológicos imaturos
(ou juvenis). Os activos biológicos maduros (ou adultos) são os que tenham atingido as
especificações de colhíveis (relativamente aos activos biológicos consumíveis) ou sejam
susceptíveis de sustentar colheitas regulares (relativamente aos activos biológicos de
produção). Ver a este propósito a NRF 12 – Agricultura.
As variações de justo valor são reconhecidas nas contas 664 e 774.
Os produtos agrícolas colhidos são incluídos nas apropriadas contas de inventários.
321 e 361 Compra
Registo os valores envolvidos na compra incluindo descontos e abatimentos em compra e
devoluções de compras.
3221 e 3621 - Inventário – Em armazém
Estas contas incluem reclassificação e regularização de inventário
3224 e 3624 — Adiantamentos por conta de compras
Regista as entregas feitas pela entidade relativas a compras cujo preço esteja
previamente fixado. Pela recepção da factura, estas verbas devem ser transferidas para a
conta 221 – Fornecedores c/c.
37 – Outros produtos de consumo
Esta conta inclui os inventários de produtos de consumo diverso para outras actividades da
empresa que não a produção, como sejam entre outros os inventários de combustíveis, material
de reposição, material de escritório.
CLASSE 4
Investimentos
Esta classe inclui os bens detidos com continuidade ou permanência e que não se
destinem a ser vendidos ou transformados no decurso normal das operações da entidade,
quer sejam de sua propriedade, quer estejam em regime de locação financeira.

455
Portaria n.º 49/2008, de 29 de Dezembro

No caso de ser utilizado o modelo de revalorização nos activos fixos tangíveis e activos
intangíveis, poderão ser utilizadas subcontas que evidenciem o custo de aquisição/produção
e as revalorizações (positivas ou negativas).
Se a revalorização originar uma diminuição do valor do activo essa diminuição deve
ser reconhecida em conta apropriada de gastos (subcontas da conta 65) na parte em que
seja superior ao excedente de revalorização que porventura exista. Se originar um aumento
do valor do activo esse aumento é creditado directamente na conta apropriada do capital
próprio (56 - Excedentes de revalorização de activos fixos tangíveis e intangíveis). Contudo
esse aumento será reconhecido em resultados (subcontas da conta 762) até ao ponto que
compense um decréscimo de revalorização anteriormente registado em gastos.
419, 429, 439, 449, 459 e 469 - Perdas por imparidade acumuladas
Estas contas registam as diferenças acumuladas entre as quantias registadas e as que
resultem da aplicação dos critérios de mensuração dos correspondentes activos incluídos na
classe 4, podendo ser subdivididas a fim de facilitar o controlo e possibilitar a apresentação
em balanço das quantias líquidas. As perdas por imparidade anuais serão registadas nas
subcontas da conta 65, e as suas reversões (quando deixarem de existir as situações que
originaram as perdas) são registadas nas subcontas da conta 762. Quando se verificar o
desreconhecimento dos activos a que respeitem as imparidades, as contas em epígrafe serão
debitadas por contrapartida das correspondentes contas da classe 4. Estas contas poderão
ser subdivididas em função das contas respectivas.
436 - Equipamentos biológicos
Serão registados nesta conta os animais e plantas vivos que reúnam os requisitos
de reconhecimento como investimento e não se enquadrem na actividade agrícola (ver
comentário a conta 31).
4531 - Projectos de desenvolvimento
Serão registados nesta conta os dispêndios com projectos que, nos termos da NRF 6 —
Activos intangíveis, reúnam as condições para se qualificarem como activos intangíveis.
454 - Adiantamentos por conta de investimentos
Regista as entregas feitas pela entidade por conta de investimentos cujo preço esteja
previamente fixado. Pela recepção da factura, estas verbas devem ser transferidas para a
conta 261 — Fornecedores de investimentos.
46 ­– Activos não correntes detidos para venda
Esta conta destina-se a registar os activos a que se refere a NRF 8 — Activos não
correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas. Os passivos
associados a activos não correntes detidos para venda mantêm a sua mensuração e apenas
deverão ser identificados para efeitos de divulgação.

456
Portaria n.º 49/2008, de 29 de Dezembro

Classe 5
Capital próprio
51 - Capital
Esta conta evidencia o capital subscrito. Aquando a elaboração do balanço, o saldo
desta conta em conjunto com o saldo da conta 251- Accionistas c/subscrição ou 252 –
Quotas não liberadas constituem o valor a inscrever na rubrica “Capital realizado”.
52 - Acções (quotas) próprias
A conta 521 - Valor nominal é debitada pelo valor nominal das acções ou quotas próprias
adquiridas. Ainda na fase de aquisição, a conta 522 - Descontos e prémios é movimentada
pela diferença entre o custo de aquisição e o valor nominal.
Quando se proceder à venda das acções ou quotas próprias, para além de se efectuar o
respectivo crédito na conta 521, movimentar-se-á a conta 522 pela diferença entre o preço
de venda e o valor nominal.
Simultaneamente, a conta 522 deverá ser regularizada por contrapartida da conta 579
— Outras variações no capital próprio - Outras, de forma a manter os descontos e prémios
correspondentes às acções (quotas) próprias em carteira.
53 - Prestações suplementares e outros instrumentos de capital próprio
Esta conta será utilizada para reconhecer as prestações suplementares ou quaisquer
outros instrumentos financeiros (ou as suas componentes) que não se enquadrem na
definição de passivo financeiro.
55 - Ajustamentos em activos financeiros
Evidencia os ajustamentos decorrentes, designadamente, da utilização do método
da equivalência patrimonial em subsidiárias, associadas e entidades conjuntamente
controladas.
5511 – Ajustamentos em activos financeiros – Relacionados com o método da
equivalência patrimonial – Ajustamentos de transição
Quando da transição para a aplicação do método da equivalência patrimonial, esta
conta regista a diferença entre as quantias atribuídas às partes de capital, correspondentes
à fracção dos capitais próprios que representavam no início do período, e as quantias por
que se encontravam expressas.
5512 - Ajustamentos em activos financeiros – Relacionados com o método da
equivalência patrimonial – Lucros não atribuídos
Esta conta será creditada pela diferença entre os lucros imputáveis às participações
e os lucros que lhes forem atribuídos (dividendos), movimentando-se em contrapartida a
conta 591 – Resultados transitados.

457
Portaria n.º 49/2008, de 29 de Dezembro

5513 - Ajustamentos em activos financeiros — Relacionados com o método da


equivalência patrimonial — Decorrentes de outras variações nos capitais próprios
das participadas
Esta conta acolherá, por contrapartida das contas 411 a 413 os valores imputáveis
à participante na variação dos capitais próprios das participadas, que não respeitem a
resultados.
571 - Diferenças de conversão de demonstrações financeiras
Inclui as diferenças de câmbio derivadas da transposição de uma unidade operacional
estrangeira (nos termos da NRF 20 — Os efeitos de alterações em taxas de câmbio).
592 - Resultado do período anterior a aguardar distribuição
No início de cada período de relato esta conta recebe logo no início, da conta 5933 –
Resultado líquido-apuramento (que nesse momento se refere ao período anterior), o valor
do resultado líquido do período anterior. Esta conta será regularizada após a decisão do
órgão competente sobre o destino do resultado do período anterior.
CLASSE 6
Gastos
Esta classe inclui os gastos (os gastos em sentido restrito e as perdas) respeitantes ao
período.
611 - Gasto com mercadorias vendidas e matérias consumidas
Esta conta inclui “rappel” por compras excepto se os inventários ainda não tiverem
sido consumidos sendo que nesse caso será creditado ao valor do inventário.
6113 - Outros produtos de consumo
Esta conta inclui os outros produtos de consumo relacionados directamente com a
produção
612 - Gastos com Activos biológicos (compras)
Recolhe as aquisições de activos biológicos efectuadas durante o ano, transferidas da
conta 31 — Activos biológicos.
62 - Fornecimentos e Serviços Externos
Esta conta inclui os gastos por fornecimentos e serviços prestados à entidade que não
satisfaçam a definição de activo ou satisfazendo, e que não sendo material, seja considerado
como gasto do período.
As diversas contas incluídas na conta 62 poderão ser subdivididas para efeitos de
gestão e no sentido de permitir um melhor controlo para efeitos de responder a legislação
existente nomeadamente legislação fiscal. Por exemplo subdividir por origem (nacional ou
estrangeiro), ou ainda em função do IVA (taxa do Iva e se dedutível ou não).

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Portaria n.º 49/2008, de 29 de Dezembro

Algumas das contas incluídas na 62 poderão ser ainda divididas em função do tipo
de fornecimento (por exemplo 62191 - Limpeza, higiene e conforto – materiais e 62192 -
Limpeza, higiene e conforto – serviços)
6225 - Seguros
Inclui o gasto com seguros da responsabilidade da empresa, com exclusão dos seguros
sociais que se contabilizam na conta 636 Seguros de acidentes no trabalho e doenças
profissionais e de outros que tenham relação directa com a aquisição de Activos biológicos,
mercadorias e Matérias-primas, subsidiárias e de consumo.
6331 - Prémios para pensões
Respeita aos prémios da natureza em epígrafe destinados a entidades externas, a fim
de que estas venham a suportar oportunamente os encargos com o pagamento de pensões
ao pessoal.
67 - Provisões do período
Esta conta regista os gastos no período decorrentes das responsabilidades cuja natureza
esteja claramente definida e que à data do balanço sejam de ocorrência provável ou certa,
mas incertas quanto ao seu valor ou data de ocorrência.
683 - Dívidas incobráveis
Apenas regista, por contrapartida da correspondente conta da classe 2, as dívidas cuja
incobrabilidade se verifique no período e que não tivessem sido consideradas anteriormente
em situação de imparidade.
684 - Perdas em inventários
Apenas regista, por contrapartida da correspondente conta da classe 3, as perdas que se
verificarem no período.
6852 - Gastos em subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos —
Aplicação do método da equivalência patrimonial
Esta conta regista os gastos e perdas relativos às participações de capital, derivados da
aplicação do método da equivalência patrimonial, sendo considerados para o efeito apenas
os resultados dessas entidades.
686 - Gastos nos restantes investimentos financeiros
Respeita aos gastos relacionados com os investimentos financeiros contabilizados nas
contas 414 e 415.
6886 - Perdas em instrumentos financeiros
Regista as perdas relacionadas com a conta 15 – Instrumentos financeiros

459
Portaria n.º 49/2008, de 29 de Dezembro

CLASSE 7
Rendimentos
Esta classe inclui os rendimentos (os réditos e os ganhos) respeitantes ao período.
71 -Vendas
As vendas, representadas pela facturação (emissão de factura ou documento
equivalente), devem ser deduzidas do IVA e de outros impostos e incidências nos casos em
que nela estejam incluídos.
72 - Prestações de serviços
Esta conta respeita aos serviços prestados que sejam próprios dos objectivos ou
finalidades principais da entidade. Poderá integrar os materiais aplicados, no caso de
estes não serem facturados separadamente. A contabilização a efectuar deve basear-se em
facturação emitida (emissão de factura ou documento equivalente) ou em documentação
externa (caso das comissões obtidas), não deixando de registar os réditos relativamente aos
quais não se tenham ainda recebido os correspondentes comprovantes externos.
73 -Trabalhos para a própria entidade
Esta conta regista os trabalhos que a empresa executa para si mesma, aplicando meios
próprios ou adquiridos para o efeito, que possam ser considerados Activos
74 - Subsídios à exploração
Esta conta inclui os subsídios relacionados com o rendimento, conforme estabelecido na
NRF 15 - Contabilização dos Subsídios do Governo e Divulgação de Apoios do Governo.
7852 - Rendimentos em subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos —
Aplicação do método da equivalência patrimonial
Esta conta regista os rendimentos relativos às participações de capital derivados da
aplicação do método da equivalência patrimonial, sendo considerados para o efeito apenas
os resultados dessas entidades.
7884 - Ganhos em instrumentos financeiros
Regista os ganhos relacionados com a conta 15 – Instrumentos financeiros.
A Ministra, Cristina Duarte.

460
Despacho Normativo n.º 1/2008, de 29 de Dezembro

ESTRUTURA CONCEPTUAL DO SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO


CONTABILÍSTICO E RELATO FINANCEIRO
Despacho Normativo n.º 1/2008
de 29 de Dezembro
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio modernizar e introduzir um Novo Sistema
de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde em substituição do
Plano Nacional de Contabilidade aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de Janeiro, com o
objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas directivas internacionais quanto à
qualidade da informação financeira. Assim as alterações introduzidas têm em conta o tecido
empresarial a estrutura e a dimensão das entidades em Cabo Verde e a previsível evolução
do sistema fiscal, a modernização do tecido económico do País e do mercado de capitais,
bem como a preocupação de melhorar a qualidade das demonstrações financeiras e do relato
financeiro das empresas, como factor de credibilidade ao funcionamento da economia real em
Cabo Verde.
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido Decreto-Lei e visando transpor para
o direito interno as Normas de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das Normas
Internacionais da Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo Interna-
tional Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de Normalização Contabilística
foi nomeada e trabalhou-se a apresentação da documentação complementar ao diploma, no
sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro
para Cabo Verde.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º e do número 3 do artigo 259º
da Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde através da Ministra das
Finanças e Administração Pública, o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado a Estrutura Conceptual do Sistema de Normalização Contabilístico e Relato
Financeiro e que se apresenta em anexo ao presente regulamento como parte integrante.
Artigo 2º
Natureza
A Estrutura Conceptual é parte integrante do Sistema de Normalização Contabilístico
e Relato Financeiro para Cabo Verde.
Artigo 3º
Entrada em vigor
O presente Despacho Normativo entra em vigor na data da entrada em vigor do Decreto-
Lei 5/2008, que aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Pública, aos 16 de Dezembro de
2008. – A Ministra, Cristina Duarte.

461
Despacho Normativo n.º 1/2008, de 29 de Dezembro

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA


E DE RELATO FINANCEIRO ESTRUTURA CONCEPTUAL (EC)
Este documento destina-se a enunciar as grandes linhas orientadoras do Sistema de
normalização contabilística e de relato financeiro (SNCRF) em geral e das normas de relato
financeiro (NRF) em particular.
É hoje de aceitação generalizada a necessidade de uma normalização contabilística
global. Neste sentido o sistema de normalização contabilístico de cabo verde embora
atendendo a aspectos particulares do País tem uma linha orientadora que possibilita que o
relato financeiro elaborado com as normas de relato financeiro (NRF) esteja preparado para
serem aceite pela maioria dos outros países e das praças financeiras internacionais. Com
vista a este objectivo e reconhecendo que as normas de internacionais de contabilidade e as
normas internacionais de relato financeiro ambas emitidas pelo IASB são hoje de aceitação
generalizada considerou-se a estrutura conceptual do IASB como base para esta estrutura
conceptual.
Prefácio (1)
A informação financeira é cada vez mais indispensável para que os utentes dessa in-
formação tomam decisões, nomeadamente para:
(a) Decidir quando comprar, deter ou vender um investimento financeiro;
(b) Avaliar o zelo ou a responsabilidade do órgão de gestão;
(c) Avaliar a capacidade de a entidade pagar aos seus credores.
(d) Avaliar a capacidade de a entidade proporcionar outros benefícios aos seus
empregados;
(e) Avaliar a segurança das quantias emprestadas à entidade;
(f) Determinar os resultados e em função destes os eventuais dividendos
distribuíveis;
(g) Avaliar a capacidade de a entidade continuar a sua actividade no futuro
previsível;
(h) Determinar as políticas fiscais;
(i) Preparar e usar as estatísticas sobre o rendimento nacional; ou
(j) Regular as actividades das entidades.
Introdução (2 a 8)
Finalidade (2 e 3)
2. Esta Estrutura Conceptual não é uma NRF e por isso não define normas para qual-
quer mensuração particular ou tema de divulgação. Esta Estrutura estabelece sim conceitos

462
Despacho Normativo n.º 1/2008, de 29 de Dezembro

que estão subjacentes ao relato financeiro nomeadamente à preparação e apresentação das


demonstrações financeiras para utentes externos.
3. O objectivo desta Estrutura Conceptual é o de:
(a) Ajudar os preparadores das demonstrações financeiras na aplicação das
Normas de Relato Financeiro (NRF);
(b) Ajudar no tratamento de tópicos que não estejam ainda contemplados em
nenhuma norma;
(c) Ajudar a formar opinião sobre a aderência das demonstrações financeiras às
NRF;
(d) Ajudar os utentes na interpretação da informação contida nas demonstrações
financeiras preparadas.
Âmbito (4 e 5)
4.Esta Estrutura Conceptual trata:
(a) Do objectivo das demonstrações financeiras;
(b) Das características qualitativas que determinam a utilidade da informação
contida nas demonstrações financeiras;
(c) Da definição, reconhecimento e mensuração dos elementos a partir dos quais
se constroem as demonstrações financeiras; e
(d) Dos conceitos de capital e de manutenção de capital.
5. Esta Estrutura Conceptual respeita às demonstrações financeiras de finalidades gerais
(daqui por diante referidas como “demonstrações financeiras”) incluindo as demonstrações
financeiras consolidadas. Tais demonstrações financeiras são preparadas e apresentadas
pelo menos anualmente e dirigem-se às necessidades comuns de informação de um vasto
leque de utentes. Os relatórios financeiros de finalidades especiais, por exemplo, prospectos
e cálculos preparados para efeitos de tributação ou para efeitos meramente promocionais,
estão fora do âmbito desta Estrutura Conceptual. Contudo, a Estrutura Conceptual pode ser
aplicada na preparação de tais relatórios para finalidades especiais quando os seus requisitos
o permitam.
Conjunto completo de demonstrações financeiras (6)
6.Um conjunto completo de demonstrações financeiras inclui normalmente um balanço,
uma demonstração dos resultados, uma demonstração das alterações na posição financeira,
bem como um anexo e outras demonstrações e material explicativo que constituam parte
integrante das demonstrações financeiras. Elas podem também incluir mapas suplementares
e informação baseada em tais demonstrações ou derivada delas, e que se espera que seja lida
juntamente com elas. Tais mapas e informações suplementares podem tratar, por exemplo,

463
Despacho Normativo n.º 1/2008, de 29 de Dezembro

de informação financeira de segmentos de negócio e/ou geográficos ou de um relatório de


sustentabilidade. As demonstrações financeiras não incluem, porém, elementos preparados
pelo órgão de gestão, tais como relatórios, exposições, debate e análise e elementos similares
que possam ser incluídos num relatório financeiro ou anual.
Utentes e as suas necessidades de informação (7 e 8)
7. Nos utentes do relato financeiro (demonstrações financeiras) incluem-se investido-
res actuais e potenciais, empregados, mutuantes, fornecedores e outros credores, clientes,
Governo e seus departamentos e o público. Eles utilizam as demonstrações financeiras a
fim de satisfazerem algumas das suas diferentes necessidades de informação para a tomada
de decisão. Estas necessidades incluem o seguinte:
(a) Investidores – Os fornecedores de capital estão ligados ao risco inerente
aos, e ao retorno proporcionado pelos, seus investimentos. Necessitam de
informação para os ajudar a determinar se devem comprar, deter ou vender. Os
accionistas/sócios estão também interessados em informação que lhes facilite
determinar a capacidade da entidade pagar dividendos/distribuir lucros.
(b) Empregados – Os empregados e os seus grupos representativos (sindicatos e
outros) estão interessados na informação acerca da estabilidade e da capacidade
de gerar resultados dos seus empregadores. Estão também interessados na
informação que os habilite a avaliar a capacidade da entidade proporcionar
remuneração, benefícios de reforma e oportunidades de emprego.
(c) Mutuantes – Os mutuantes estão interessados em informação que lhes permita
determinar se os seus empréstimos, e os juros que a eles respeitam, serão
pagos quando vencidos.
(d) Fornecedores e outros credores – Os fornecedores e outros credores estão
interessados em informação que lhes permita determinar se as quantias que
lhes são devidas serão pagas no vencimento.
(e) Clientes – Os clientes têm interesse em informação acerca da continuação de
uma entidade, especialmente quando com ela têm envolvimentos a prazo, ou
dela estão dependentes.
(f) Governo e seus departamentos – O Governo e os seus departamentos
estão interessados na alocação de recursos e, por isso, nas actividades das
entidades. Também exigem informação a fim de regularem as actividades das
entidades, determinar as políticas de tributação e como base para estatísticas
do rendimento nacional e outras semelhantes.
(g) Público - As entidades afectam o público de diversos modos. Por exemplo,
podem dar uma contribuição substancial à economia local de muitas maneiras
incluindo o número de pessoas que empregam e patrocinar comércio dos

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Despacho Normativo n.º 1/2008, de 29 de Dezembro

fornecedores locais. As demonstrações financeiras podem ajudar o público ao


proporcionar informação acerca das tendências e desenvolvimentos recentes
na prosperidade da entidade e leque das suas actividades.
8. O órgão de gestão duma entidade tem a responsabilidade primária pela preparação
e apresentação das suas demonstrações financeiras. O órgão de gestão está também inte-
ressado na informação contida nas demonstrações financeiras mesmo que tenha acesso a
informação adicional de gestão e financeira que o ajude a assumir as suas responsabilidades
de planeamento, de tomada de decisões e de controlo. O órgão de gestão tem a capacidade
de determinar a forma e conteúdo de tal informação adicional para satisfazer as suas próprias
necessidades. Porém, o relato de tal informação, está para além do âmbito desta Estrutura
Conceptual.
Objectivo das demonstrações financeiras (9 a 16)
9.O objectivo das demonstrações financeiras é o de proporcionar informação acerca da
posição financeira, do desempenho e das alterações na posição financeira de uma entidade
que seja útil a um vasto leque de utentes na tomada de decisões.
10. As demonstrações financeiras não proporcionam toda a informação de que os utentes
possam necessitar para tomarem decisões uma vez que elas, em grande medida, retratam
os efeitos financeiros de acontecimentos passados e não proporcionam necessariamente
informação não financeira.
Posição financeira, desempenho e alterações na posição financeira (11 a 15)
11. As decisões que sejam tomadas pelos utentes das demonstrações financeiras re-
querem uma avaliação da capacidade da entidade para gerar caixa e equivalentes de caixa e
da tempestividade e certeza da sua geração. Os utentes ficam mais habilitados para avaliar
esta capacidade de gerar caixa e equivalentes de caixa se lhes for proporcionada informação
que foque a posição financeira, o desempenho e as alterações na posição financeira de uma
entidade.
12. A posição financeira de uma entidade, principalmente proporcionada pelo balanço,
é afectada pelos recursos económicos que ela controla, pela sua estrutura financeira, pela
sua liquidez e solvência, e pela sua capacidade de se adaptar às alterações no ambiente em
que opera. A informação acerca dos recursos económicos controlados pela entidade e a sua
capacidade no passado para modificar estes recursos é útil na predição da capacidade da
entidade para gerar no futuro caixa e equivalentes de caixa. A informação acerca da estrutura
financeira é útil na predição de futuras necessidades de empréstimos e de como os lucros
futuros e fluxos de caixa serão distribuídos entre os que têm interesses na entidade; é também
útil ao predizer que sucesso a entidade provavelmente terá em conseguir fundos adicionais. A
informação acerca da liquidez e solvência é útil na predição da capacidade da entidade para
satisfazer os seus compromissos financeiros à medida que se vencerem. A liquidez refere-
se à disponibilidade de caixa no futuro próximo depois de ter em conta os compromissos

465
Despacho Normativo n.º 1/2008, de 29 de Dezembro

financeiros durante este período. A solvência refere-se à disponibilidade de caixa durante


prazo mais longo para satisfazer os compromissos financeiros à medida que se vençam.
13. A informação acerca do desempenho de uma entidade, principalmente propor-
cionada pela demonstração de resultados, em particular a sua lucratividade, é necessária a
fim de determinar as alterações potenciais nos recursos económicos que sejam prováveis
que ela controle no futuro. A informação acerca da variabilidade do desempenho é, a este
respeito, importante. A informação acerca do desempenho é útil na predição da capacidade
da entidade gerar fluxos de caixa a partir dos seus recursos básicos existentes. É também
útil na formação de juízos de valor acerca da eficiência com que a entidade pode empregar
recursos adicionais.
14. A informação respeitante às alterações na posição financeira de uma entidade,
principalmente proporcionada pela demonstração de fluxos de caixa, é útil a fim de avaliar
as suas actividades de investimento, de financiamento e operacionais durante o período de
relato. Esta informação é útil ao proporcionar ao utente uma base para determinar a capaci-
dade de uma entidade para gerar caixa e equivalentes de caixa e as necessidades da entidade
para utilizar esses fluxos de caixa.
15. As partes componentes das demonstrações financeiras interrelacionam-se porque
reflectem aspectos diferentes das mesmas transacções ou outros acontecimentos. Se bem
que cada demonstração proporcione informação distinta das outras, é provável que nenhu-
ma só por si sirva um propósito único ou proporcione toda a informação que satisfaça as
necessidades particulares dos utentes.
Notas e quadros suplementares e outras informações (16)
16. As demonstrações financeiras de uma entidade também contêm notas e quadros
suplementares e outras informações que complementam a informação prestada na posição
financeira, principalmente proporcionada pelo balanço; na informação acerca do desempenho,
principalmente proporcionada pela demonstração de resultados na informação respeitante às
alterações na posição financeira, principalmente proporcionada pela demonstração de fluxos
de caixa. Este complemento informativo é divulgado na demonstração financeira “Anexo”.
Por exemplo, elas podem conter informação adicional que seja relevante para as necessidades
dos utentes acerca dos itens do balanço e da demonstração dos resultados. Podem incluir
divulgações acerca dos riscos e incertezas que afectem a entidade e quaisquer recursos e
obrigações não reconhecidos no balanço (tais como recursos minerais). A informação acerca
dos segmentos geográficos e industriais é também muitas vezes proporcionada na forma de
informação suplementar
Pressupostos subjacentes (17 e 18)
Regime de acréscimo (17)
17. A fim de satisfazerem os seus objectivos, as demonstrações financeiras são pre-

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Despacho Normativo n.º 1/2008, de 29 de Dezembro

paradas de acordo com o regime contabilístico do acréscimo. Através deste regime, os


efeitos das transacções e de outros acontecimentos são reconhecidos quando eles ocorram
(e não quando caixa ou equivalentes de caixa sejam recebidos ou pagos) sendo registados
contabilisticamente e relatados nas demonstrações financeiras dos períodos com os quais se
relacionem. As demonstrações financeiras preparadas de acordo com o regime de acréscimo
informam os utentes não somente das transacções passadas envolvendo o pagamento e o
recebimento de caixa mas também das obrigações de pagamento no futuro e de recursos
que representem caixa a ser recebida no futuro.
Continuidade (18)
18. As demonstrações financeiras são normalmente preparadas no pressuposto de que
uma entidade é uma entidade em continuidade e de que continuará a operar no futuro pre-
visível. Daqui que seja assumido que a entidade não tem nem a intenção nem a necessidade
de liquidar ou de reduzir drasticamente o nível das suas operações.
Características qualitativas das demonstrações financeiras (19 a 43)
19.As características qualitativas são os atributos que tornam a informação propor-
cionada nas demonstrações financeiras útil aos utentes. As quatro principais características
qualitativas são a compreensibilidade, a relevância, a fiabilidade e a comparabilidade.
Compreensibilidade (20)
20.Uma qualidade essencial da informação proporcionada nas demonstrações financeiras
é a de que ela seja rapidamente compreensível pelos utentes. Para este fim, presume-se que
os utentes tenham um razoável conhecimento das actividades empresariais e económicas e
da contabilidade e vontade de estudar a informação com razoável diligência. Porém, a in-
formação acerca de matérias complexas, a incluir nas demonstrações financeiras dada a sua
relevância para a tomada de decisões dos utentes, não deve ser excluída meramente com o
fundamento de que ela possa ser demasiado difícil para a compreensão de certos utentes.
Relevância (21 a 25)
21. Para ser útil, a informação tem de ser relevante para a tomada de decisões dos
utentes. A informação tem a qualidade da relevância quando influencia as decisões econó-
micas dos utentes ao ajudá-los a avaliar os acontecimentos passados, presentes ou futuros
ou confirmar, ou corrigir, as suas avaliações passadas.
22. As funções preditivas e confirmatórias da informação estão interrelacionadas. Por
exemplo, a informação acerca do nível corrente e da estrutura da detenção de activos tem
valor para os utentes, quando estes se esforçam por predizer a capacidade da entidade para
tirar vantagem das oportunidades e a capacidade de reagir a situações adversas. A mesma
informação desempenha um papel confirmatório a respeito de predições passadas, acerca,
por exemplo, do caminho em que a entidade seria estruturada ou do resultado de operações
planeadas.

467
Despacho Normativo n.º 1/2008, de 29 de Dezembro

23. A informação acerca da posição financeira e do desempenho passado é frequen-


temente usada como a base para predizer a posição financeira e o desempenho futuros e
outros assuntos em que os utentes estejam directamente interessados, tais como pagamento de
dividendos, de remuneração e de benefícios de reforma, movimentos de preços de títulos e
a capacidade da entidade de satisfazer os seus compromissos à medida que se vençam. Para
ter valor preditivo, a informação não necessita de estar na forma de uma previsão explícita. A
capacidade de fazer predições a partir das demonstrações financeiras é porém melhorada pela
maneira como é apresentada a informação sobre as transacções e acontecimentos passados.
24. A relevância da informação é afectada pela sua natureza e materialidade. Nalguns
casos, a natureza da informação é por si mesma suficiente para determinar a sua relevância.
Por exemplo, o relato de um novo segmento pode afectar a avaliação dos riscos e opor-
tunidades que se deparam à entidade independentemente da materialidade dos resultados
conseguidos pelo novo segmento no período de relato. Noutros casos, quer a natureza quer
a materialidade são importantes, como por exemplo, as quantias de inventários detidas em
cada uma das principais categorias que sejam apropriadas para o negócio
Materialidade (25)
25. A informação é material se a sua omissão ou inexactidão influenciarem as deci-
sões das utentes tomadas na base das demonstrações financeiras. A materialidade depende
da dimensão do item ou do erro julgado nas circunstâncias particulares da sua omissão ou
distorção. Por conseguinte, a materialidade proporciona um patamar ou ponto de corte, não
sendo uma característica qualitativa primária que a informação tenha de ter para ser útil,
está no entanto ligada a característica qualitativa da relevância, e deve ser analisada nesse
contexto.
Fiabilidade (26 a 34)
26. Para que seja útil, a informação também deve ser fiável. A informação tem a qua-
lidade da fiabilidade quando estiver isenta de erros materiais e de preconceitos, e os utentes
dela possam depender ao representar fidedignamente o que ela ou pretende representar ou
pode razoavelmente esperar-se que represente.
27. A informação pode ser relevante mas tão pouco fiável por natureza ou representação
que o seu reconhecimento pode ser potencialmente enganador. Por exemplo, se a validade
e quantia de uma reclamação por danos sob acção legal estiverem em disputa, pode ser ina-
propriado para a entidade reconhecer no balanço a quantia inteira da reclamação, embora
possa ser apropriado divulgar a quantia e circunstâncias da reclamação.
28. Para que a informação se considere fiável ela deve atender também: à sua represen-
tação fidedigna: à sua substância e realidade económica e não meramente com a sua forma
legal; à sua neutralidade; à aplicação de prudência na sua preparação; e á sua plenitude.
Representação fidedigna (29 e 30)
29. Para ser fiável, a informação deve representar fidedignamente as transacções e ou-
tros acontecimentos que ela ou pretende representar ou possa razoavelmente esperar-se que

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Despacho Normativo n.º 1/2008, de 29 de Dezembro

represente. Assim, por exemplo, o balanço deve representar fidedignamente as transacções e


outros acontecimentos de que resultem activos, passivos e capital próprio da entidade na data
do relato que satisfaçam os critérios de reconhecimento.
30. A maior parte da informação financeira está sujeita a algum risco de não chegar
a ser a representação fidedigna daquilo que ela pretende retratar. Isto não é devido a pre-
conceito, mas antes a dificuldades inerentes seja na identificação das transacções e outros
acontecimentos a serem divulgados seja na concepção e aplicação de técnicas de mensuração
e apresentação que possam comunicar mensagens que correspondam a essas transacções e
acontecimentos. Em certos casos, a mensuração dos efeitos financeiros dos itens poderá ser
tão incerta que as entidades geralmente não os reconhecerão nas demonstrações financeiras;
por exemplo, se bem que a maior parte das entidades gerem internamente trespasse (goodwill)
no decorrer do tempo, é geralmente difícil identificar ou mensurar com fiabilidade esse tres-
passe (goodwill). Noutros casos, porém, pode ser relevante reconhecer os itens e divulgar
o risco de erro que rodeia o seu reconhecimento e a sua mensuração.
Substância sobre a forma (31)
31. Se a informação deve representar fidedignamente as transacções e outros acon-
tecimentos que tenha por fim representar, é necessário que eles sejam contabilizados e
apresentados de acordo com a sua substância e realidade económica e não meramente com
a sua forma legal. A substância das transacções ou de outros acontecimentos nem sempre
é consistente com a que é mostrada pela sua forma legal. Por exemplo, uma entidade pode
alienar um activo a uma terceira entidade de tal maneira que a documentação tenha por fim
passar a propriedade legal a essa entidade; contudo, podem existir acordos que assegurem
que a entidade continua a fruir os benefícios económicos incorporados no activo. Em tais
circunstâncias, o relato de uma venda não representaria fidedignamente a transacção cele-
brada (se na verdade houve uma transacção).
Neutralidade (32)
32. Para que seja fiável, a informação contida nas demonstrações financeiras tem de
ser neutra, isto é, livre de preconceitos. As demonstrações financeiras não são neutras se,
por via da selecção ou da apresentação da informação, elas influenciarem a tomada de uma
decisão ou um juízo de valor a fim de atingir um resultado ou um efeito predeterminado.
Prudência (33)
33. Os preparadores das demonstrações financeiras têm, porém, de lutar com as in-
certezas que inevitavelmente rodeiam muitos acontecimentos e circunstâncias, tais como a
cobrabilidade duvidosa de contas a receber, a vida útil provável activos fixos tangíveis e o
número de reclamações de garantia que possam ocorrer. Tais incertezas são reconhecidas
através da divulgação da sua natureza e extensão e pela aplicação de prudência na preparação
das demonstrações financeiras. A prudência é a inclusão de um grau de precaução no exer-
cício dos juízos necessários ao fazer as estimativas necessárias em condições de incerteza,

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Despacho Normativo n.º 1/2008, de 29 de Dezembro

de forma que os activos ou os rendimentos não sejam sobreavaliados e os passivos ou os


gastos não sejam subavaliados. Porém, o exercício da prudência não permite, por exemplo, a
criação de reservas ocultas ou provisões excessivas, a subavaliação deliberada de activos ou
de rendimentos, ou a deliberada sobreavaliação de passivos ou de gastos, porque as demons-
trações financeiras não seriam neutras e, por isso, não teriam a qualidade de fiabilidade.
Plenitude (34)
34.Para que seja fiável, a informação nas demonstrações financeiras deve ser completa
adentro dos limites de materialidade e de custo. Uma omissão pode fazer com que a infor-
mação seja falsa ou enganadora e por conseguinte não fiável e deficiente em termos da sua
relevância.
Comparabilidade (35 a 38)
35. Os utentes têm de ser capazes de comparar as demonstrações financeiras de uma
entidade ao longo do tempo a fim de identificar tendências na sua posição financeira, no seu
desempenho e das alterações na posição financeira. Os utentes têm também de ser capazes
de comparar as demonstrações financeiras de diferentes entidades a fim de avaliar de forma
relativa a sua posição financeira, o seu desempenho e as alterações na posição financeira.
Daqui que a mensuração e exposição dos efeitos financeiros de transacções e outros aconte-
cimentos semelhantes devam ser levados a efeito de maneira consistente em toda a entidade
e ao longo do tempo nessa entidade e de maneira consistente para diferentes entidades.
36. Uma implicação importante da característica qualitativa da comparabilidade é a
de que os utentes sejam informados das políticas contabilísticas usadas na preparação das
demonstrações financeiras, de quaisquer alterações nessas políticas e dos efeitos de tais
alterações. Os utentes necessitam de ser capazes de identificar diferenças entre as políticas
contabilísticas para transacções e outros acontecimentos semelhantes usados pela mesma
entidade de período para período e entre diferentes entidades. A conformidade com as NRF,
incluindo a divulgação das políticas contabilísticas usadas pela entidade, ajuda a conseguir
comparabilidade.
37. A necessidade de comparabilidade não deve ser confundida com a mera uniformidade
e não deve ser permitido que se torne um impedimento à introdução de normas contabilísticas
melhoradas. Não é apropriado que uma entidade continue a contabilizar da mesma maneira
uma transacção ou outro acontecimento se a política adoptada não estiver de acordo com as
características qualitativas da relevância e da fiabilidade. É também inapropriado que uma
entidade deixe as suas políticas contabilísticas inalteradas quando existam alternativas mais
relevantes e fiáveis.
38. Porque os utentes desejam comparar a posição financeira, o desempenho e as
alterações na posição financeira de uma entidade ao longo do tempo, é importante que as
demonstrações financeiras mostrem a informação correspondente divulgada no período
precedente.

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Despacho Normativo n.º 1/2008, de 29 de Dezembro

Constrangimentosàinformaçãorelevanteefiável(39a42)
39. O preparador das demonstrações financeiras deve estar consciente de que existem
constrangimentos à informação relevante e fiável pelo que na sua elaboração deve atender
que a demora indevida no relato da informação pode fazer perder a sua relevância, bem como
deve atender ao balanceamento entre benefícios e custo e entre características qualitativas
Tempestividade (40)
40. Se houver demora indevida no relato da informação ela pode perder a sua relevância.
O órgão de gestão pode necessitar de balancear os méritos relativos do relato tempestivo com
o fornecimento de informação fiável. Para proporcionar informação numa base tempestiva
pode muitas vezes ser necessário relatar antes de serem conhecidos todos os aspectos de uma
transacção ou outro acontecimento, diminuindo por conseguinte a fiabilidade. Ao contrário,
se o relato for demorado até que todos os aspectos sejam conhecidos, a informação pode ser
altamente fiável mas de pouca utilidade para os utentes que tenham tido entretanto de tomar
decisões. Para conseguir a ponderação entre relevância e fiabilidade, a consideração domi-
nante é a de como melhor satisfazer as necessidades dos utentes nas tomadas de decisões.
Balanceamento entre benefício e custo (41)
41. A ponderação entre benefício e custo é mais um constrangimento influente do que
uma característica qualitativa. Os benefícios derivados da informação devem exceder o cus-
to de a proporcionar. A avaliação dos benefícios e custos é, contudo, substancialmente um
processo de ajuizamento. Para além disso, os custos não recaem necessariamente sobre os
utentes que fruem os benefícios. Os benefícios podem também ser usufruídos pelos utentes
que não sejam aqueles para quem a informação é preparada; por exemplo, o fornecimento
de informação adicional a mutuantes pode reduzir os custos dos empréstimos obtidos por
uma entidade. Por estas razões é difícil aplicar um teste custo - benefício a qualquer caso
particular. Não obstante, os normalizadores em particular, assim como os preparadores e
utentes das demonstrações financeiras, devem estar conscientes deste constrangimento.
Balanceamento entre características qualitativas (42)
42. Na prática é muitas vezes necessário um balanceamento, ou um compromisso,
entre características qualitativas. Geralmente a aspiração é conseguir um balanceamento
apropriado entre as características a fim de ir ao encontro dos objectivos das demonstrações
financeiras. A importância relativa das características em casos diferentes é uma questão de
juízo de valor profissional.
Imagem verdadeira e apropriada/apresentação apropriada (43)
43. As demonstrações financeiras são frequentemente descritas como mostrando uma
imagem verdadeira e apropriada de, ou como apresentando apropriadamente, a posição fi-
nanceira, o desempenho e as alterações na posição financeira de uma entidade. Se bem que
esta Estrutura Conceptual não trate directamente tais conceitos, a aplicação das principais

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Despacho Normativo n.º 1/2008, de 29 de Dezembro

características qualitativas e das normas contabilísticas apropriadas resulta normalmente em


demonstrações financeiras que transmitem o que é geralmente entendido como uma imagem
verdadeira e apropriada de, ou como apresentando razoavelmente, tal informação.
Elementos das demonstrações financeiras (44 a 79)
44. As demonstrações financeiras retratam os efeitos das transacções e de outros
acontecimentos ao agrupá-los em grandes classes de acordo com as suas características.
Estas grandes classes são constituídas pelos elementos das demonstrações financeiras. Os
elementos directamente relacionados com a mensuração da posição financeira no balanço
são os activos, os passivos e os capitais próprios. Os elementos directamente relacionados
com a mensuração do desempenho na demonstração dos resultados são os rendimentos e os
gastos. A demonstração de alterações na posição financeira reflecte geralmente elementos da
demonstração dos resultados e as alterações de elementos do balanço; concordantemente,
esta Estrutura Conceptual não identifica nenhuns elementos que sejam exclusivos daquela
demonstração.
Posição financeira (45 a 47)
45. Os elementos directamente relacionados com a mensuração da posição financeira
são os activos, os passivos e o capital próprio.
46. As definições de activo e de passivo identificam as suas características essenciais
mas não tentam especificar os critérios que necessitam de ser satisfeitos antes de serem
reconhecidos no balanço. Por conseguinte, as definições abarcam itens que não são reco-
nhecidos como activos ou como passivos no balanço porque não satisfazem os critérios de
reconhecimento debatidos nos parágrafos 80 a 96. Particularmente, a expectativa de que
benefícios económicos futuros fluirão para ou de uma entidade tem de ser suficientemente
certa para ir de encontro ao critério da probabilidade do parágrafo 81 antes de um activo ou
passivo ser reconhecido.
47. Ao avaliar se um item satisfaz a definição de activo, passivo ou capital próprio, é
preciso dar atenção à sua subjacente substância e realidade económica e não meramente à
sua forma legal.
Activos (48 a 55)
48. Activo é um recurso controlado pela entidade como resultado de acontecimentos
passados e do qual se espera que fluam para a entidade benefícios económicos futuros;
49. Os benefícios económicos futuros incorporados num activo são o potencial de
contribuir, directa ou indirectamente, para o fluxo de caixa e equivalentes de caixa para
a entidade. O potencial pode ser um potencial produtivo que faça parte das actividades
operacionais da entidade. Pode também tomar a forma de convertibilidade em caixa ou
equivalentes de caixa ou a capacidade de reduzir os exfluxos de caixa, tais como quando
um processo alternativo de fabricação baixe os custos de produção.

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Despacho Normativo n.º 1/2008, de 29 de Dezembro

50. Uma entidade emprega geralmente os seus activos para produzir bens ou serviços
capazes de satisfazer os desejos ou as necessidades de clientes; pelo facto de estes bens e
serviços poderem satisfazer esses desejos ou necessidades, os clientes estão preparados para
pagá-los, contribuindo assim para o fluxo de caixa da entidade. O próprio dinheiro presta
um serviço à entidade por causa da sua predominância sobre os outros recursos.
51. Os benefícios económicos futuros incorporados num activo podem fluir para a
entidade de diferentes maneiras. Por exemplo, um activo pode ser:
(a) Usado isoladamente ou em combinação com outros activos na produção de
bens ou serviços para serem vendidos pela entidade;
(b) Trocado por outros activos;
(c) Usado para liquidar um passivo; ou
(d) Distribuído aos proprietários da entidade.
52. Muitos activos, por exemplo, activos fixos tangíveis, têm uma forma física. Porém,
a forma física não é essencial à existência de um activo; daqui que as patentes e os direitos
de autor, por exemplo, sejam activos se se espera que deles fluam benefícios económicos
futuros para a entidade e se eles forem controlados pela entidade.
53. Muitos activos, por exemplo, as dívidas a receber e propriedades, estão associados a
direitos legais, incluindo o direito de propriedade. Ao determinar a existência de um activo, o
direito de propriedade não é essencial; por conseguinte, por exemplo, a propriedade detida
sob locação é um activo se a entidade controlar os benefícios que espera que fluam da pro-
priedade. Se bem que a capacidade de uma entidade de controlar benefícios seja geralmente
a consequência de direitos legais, um item pode no entanto satisfazer a definição de activo
mesmo quando não haja controlo legal. Por exemplo, o “know-how’ obtido das actividades
de desenvolvimento pode satisfazer a definição de activo quando, ao conservar secreto esse
‘know-how’, uma entidade controle os benefícios que espera que dele fluam.
54. Os activos de uma entidade resultam de transacções passadas ou de outros aconte-
cimentos passados. As entidades normalmente obtêm activos pela sua compra ou produção,
mas outras transacções ou acontecimentos podem gerar activos; incluem-se como exemplos
a propriedade recebida do Governo por uma entidade como parte de um programa para
encorajar o crescimento económico numa área e a descoberta de depósitos minerais. As
transacções ou acontecimentos que se espera que venham a ocorrer no futuro não dão por
si próprio origem a activos; daqui que, por exemplo, uma intenção de comprar inventários
não satisfaz à definição de activos.
55. Há uma íntima associação entre dispêndios em que se incorrem e activos que se
geram mas ambos não coincidem necessariamente. Daqui que, quando uma entidade incorre
em dispêndios, isto possa proporcionar prova de que benefícios económicos futuros foram
procurados mas não é prova concludente de que um item que satisfaça a definição de acti-

473
Despacho Normativo n.º 1/2008, de 29 de Dezembro

vo tenha sido obtido. Semelhantemente a ausência de um dispêndio relacionado não evita


que um item satisfaça a definição de activo e por conseguinte se torne um candidato ao
reconhecimento no balanço; por exemplo, itens que tenham sido doados à entidade podem
satisfazer a definição de activo.
Passivos (56 a 61)
56. Passivo é uma obrigação presente da entidade proveniente de acontecimentos
passados, da liquidação da qual se espera que resulte um exfluxo de recursos da entidade
incorporando benefícios económicos.
57. Uma característica essencial de um passivo é a de que a entidade tenha uma obri-
gação presente. Uma obrigação é um dever ou responsabilidade para agir ou executar de
certa maneira. As obrigações podem ser legalmente impostas como consequência de um
contrato vinculativo ou de requisito estatutário. Este é geralmente o caso, por exemplo, de
quantias a pagar por bens e serviços recebidos. As obrigações também surgem, porém, das
práticas normais dos negócios, costumes e de um desejo de manter boas relações negociais
ou de agir de maneira equilibrada. Se, por exemplo, uma entidade decidir como questão de
política rectificar deficiências nos seus produtos mesmo quando estas se tornem evidentes
após o período de garantia ter expirado, são passivos as quantias que se espera que sejam
gastas respeitantes a bens já vendidos.
58. Deve distinguir-se entre uma obrigação presente e um compromisso futuro. Por
exemplo, uma decisão do órgão de gestão de uma entidade para adquirir activos no futuro
não dá, por si própria, origem a uma obrigação presente. Normalmente uma obrigação surge
somente quando o activo é entregue ou a entidade entra num acordo irrevogável para adquirir
o activo. No último caso, a natureza irrevogável do acordo significa que as consequências
económicas da falha de honrar o compromisso, por exemplo, por causa da existência de
uma penalidade substancial, deixam a entidade com pouca ou nenhuma margem para evitar
o exfluxo de recursos para uma outra parte.
59. A liquidação de uma obrigação presente envolve geralmente que a entidade ceda
recursos incorporando benefícios económicos a fim de satisfazer a reivindicação da outra
parte. A liquidação de uma obrigação presente pode ocorrer de maneiras várias, por exem-
plo, por:
(a) Pagamento a dinheiro;
(b) Transferência de outros activos;
(c) Prestação de serviços;
(d) Substituição dessa obrigação por outra ou
(e) Conversão da obrigação em capital próprio.
Uma obrigação pode também ser extinta por outros meios, tais como um credor abdicar ou
perder os seus direitos.

474
Despacho Normativo n.º 1/2008, de 29 de Dezembro

60. Os passivos resultam de operações passadas ou de outros acontecimentos passados.


Assim, por exemplo, a aquisição de bens e o uso de serviços dão origem a dívidas comer-
ciais a pagar (a menos que pagos adiantadamente ou no acto da entrega) e o recebimento
de um empréstimo bancário resulta numa obrigação de pagar o empréstimo. Uma entidade
pode também reconhecer como passivos os descontos futuros baseados nas compras anuais
feitas por clientes; neste caso, a venda de bens no passado é a operação que dá origem ao
passivo.
61. Alguns passivos só podem ser mensurados usando um grau substancial de estimativa,
designando-se estes passivos como provisões. Quando uma provisão envolva uma obrigação
presente e satisfaça a definição do parágrafo 49(b), ela é um passivo mesmo que a respectiva
quantia tenha de ser estimada. Como exemplos indicam-se as provisões para pagamentos
a serem feitos relativamente a garantias existentes e provisões para cobrir as obrigações de
pensões de reforma.
Capital próprio (62 a 66)
62. Capital próprio é o interesse residual nos activos da entidade depois de deduzir
todos os seus passivos.
63. Se bem que o capital próprio seja definido no parágrafo anterior como um resíduo,
ele deve ser subclassificado no balanço. Por exemplo, numa sociedade, os fundos contri-
buídos pelos accionistas, os resultados retidos, os resultados do período, as reservas que
representem apropriações de resultados retidos e as reservas que representem ajustamentos
de manutenção do capital podem ser mostradas separadamente. Tais classificações podem
ser relevantes para as necessidades de tomada de decisões dos utentes das demonstrações
financeiras quando indiquem restrições legais ou outras sobre a capacidade da entidade
distribuir ou, de outra maneira, aplicar o seu capital próprio. Podem também reflectir o facto
de detentores de capital numa entidade terem direitos diferentes em relação ao recebimento
de dividendos ou ao reembolso de capital próprio contribuído.
64. A criação de reservas é algumas vezes exigida pelos estatutos ou por outra legis-
lação a fim de dar à entidade e aos seus credores uma medida adicional de protecção dos
efeitos de perdas. Podem ser estabelecidas outras reservas se a legislação fiscal nacional
conceder isenções de, ou redução em, passivos fiscais quando sejam feitas transferências
para tais reservas. A existência e dimensão destas reservas legais, estatutárias e fiscais é
informação que pode ser relevante para as necessidades de tomada de decisão dos utentes.
As transferências para tais reservas são apropriações de resultados retidos, não sendo, por
conseguinte, gastos.
65. A quantia pela qual o capital próprio é mostrado no balanço está dependente da
mensuração dos activos e dos passivos. Normalmente, a quantia agregada do capital próprio
somente por coincidência corresponde ao valor de mercado agregado das acções da entidade
ou à soma que poderia ser obtida pela alienação quer dos activos líquidos numa base frag-
mentária quer da entidade como um todo segundo o pressuposto da continuidade.

475
Despacho Normativo n.º 1/2008, de 29 de Dezembro

66. As actividades comerciais, industriais e de negócios, são muitas vezes levadas a efeito
por meio de entidades tais como entidades em nome individual, parcerias, empreendimentos
conjuntos e variados tipos de entidades estatais de negócios. A estrutura legal e reguladora
para tais entidades são muitas vezes diferentes da aplicável às sociedades. Por exemplo,
podem existir algumas restrições na distribuição aos proprietários ou a outros beneficiários
de quantias incluídas no capital próprio. Contudo, a definição de capital próprio e os outros
aspectos desta Estrutura Conceptual que tratam do capital próprio são apropriados para tais
entidades.
Desempenho (67 a 78)
67. O resultado da entidade é frequentemente usado como uma medida de desempenho
e no caso do resultado positivo (lucro) como a base para outras mensurações, tais como o
retorno do investimento ou os resultados por acção. Os elementos directamente relacionados
com a mensuração do resultado são rendimentos e gastos. O reconhecimento e mensuração
dos rendimentos e gastos, e consequentemente do resultado, dependem em parte dos con-
ceitos de capital e de manutenção do capital usados pela entidade na preparação das suas
demonstrações financeiras. Estes conceitos são tratados nos parágrafos 100 a 108.
68. As definições de rendimentos e de gastos identificam as suas características essenciais
mas não tentam especificar os critérios que necessitarão de ser satisfeitos antes de serem
reconhecidos na demonstração dos resultados. Os critérios para o reconhecimento de ren-
dimentos e de gastos são tratados nos parágrafos 80 a 96.
69. Os rendimentos e os gastos são apresentados na demonstração dos resultados de
formas diversificadas, a fim de proporcionar informação que seja relevante para a tomada
de decisões económicas. Esta diversificação é feita na base de que a origem de um item é
relevante na avaliação da capacidade da entidade gerar caixa ou equivalentes de caixa no
futuro.
Rendimentos (70 a 74)
70. Rendimentos são aumentos nos benefícios económicos durante o período contabi-
lístico na forma de influxos ou aumentos de activos ou diminuições de passivos que resultem
em aumentos no capital próprio, que não sejam os relacionados com as contribuições dos
participantes no capital próprio;
71. A definição de rendimentos engloba quer réditos quer ganhos. Os réditos provêm
do decurso das actividades correntes (ou ordinárias) de uma entidade sendo referidos por
uma variedade de nomes diferentes incluindo vendas, honorários, juros, dividendos, royal-
ties e rendas.
72. Os ganhos representam outros itens que satisfaçam a definição de rendimentos e
podem, ou não, provir do decurso das actividades correntes (ou ordinárias) de uma entidade.
Os ganhos representam aumentos em benefícios económicos e como tal não são de natureza

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Despacho Normativo n.º 1/2008, de 29 de Dezembro

diferente do rédito. Daqui que não são vistos como constituindo um elemento separado nesta
Estrutura Conceptual.
73. Os ganhos, incluem, por exemplo, os que provêm da alienação de activos não
correntes. A definição de rendimentos também inclui ganhos não realizados; por exemplo,
os que provenham da revalorização de títulos negociáveis e os que resultem de aumentos
na quantia escriturada de activos a longo prazo. Quando os ganhos sejam reconhecidos na
demonstração dos resultados, eles são geralmente apresentados em separado porque o seu
conhecimento é útil para o propósito de tomar decisões económicas. Os ganhos são muitas
vezes relatados líquidos de gastos relacionados.
74. Várias espécies de activos podem ser recebidos ou aumentados através dos ren-
dimentos; exemplos incluem o dinheiro, dívidas a receber e bens e serviços recebidos por
troca de bens e serviços fornecidos. Os rendimentos podem também resultar da liquidação
de passivos. Por exemplo, uma entidade pode fornecer bens e serviços a um mutuante em
liquidação de uma obrigação para reembolsar um empréstimo por liquidar.
Gastos (75 a 78)
75. Gastos são diminuições nos benefícios económicos durante o período contabilístico
na forma de exfluxos ou deperecimentos de activos ou na incorrência de passivos que re-
sultem em diminuições do capital próprio, que não sejam as relacionadas com distribuições
aos participantes no capital próprio.
76. A definição de gastos, em sentido lato, engloba aqueles gastos que resultem do de-
curso das actividades correntes da entidade assim como perdas. Os gastos que resultem do
decurso das actividades correntes da entidade incluem, por exemplo, o gasto das vendas, as
remunerações e as depreciações. Tomam geralmente a forma de um exfluxo ou deperecimento
de activos tais como caixa e seus equivalentes, inventários e activos fixos tangíveis.
77. As perdas representam outros itens que satisfaçam a definição de gastos e podem,
ou não, surgir no decurso das actividades correntes da entidade. As perdas representam
diminuições em benefícios económicos e como tal não são na sua natureza diferentes de
outros gastos. Daqui que não sejam vistas como um elemento separado nesta Estrutura
Conceptual.
78. As perdas incluem, por exemplo, as que resultam de desastres como os incêndios e
as inundações bem como as que provêm da alienação de activos não correntes. A definição de
gastos também inclui perdas não realizadas como, por exemplo, as provenientes dos efeitos
do aumento da taxa de câmbio de uma moeda estrangeira respeitante a empréstimos obti-
dos de uma entidade nessa moeda. Quando as perdas forem reconhecidas na demonstração
dos resultados, elas são geralmente mostradas separadamente porque o conhecimento das
mesmas é útil para finalidades de tomar decisões económicas. As perdas são muitas vezes
relatadas líquidas de rendimentos relacionados.

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Despacho Normativo n.º 1/2008, de 29 de Dezembro

Ajustamentos de manutenção do capital (79)


79. A revalorização ou reexpressão de activos e passivos dá origem a aumentos ou
diminuições de capital próprio. Se bem que estes aumentos ou diminuições satisfaçam a
definição de rendimentos e de gastos, eles não são incluídos na demonstração dos resultados
segundo certos conceitos de manutenção do capital. Em vez disso, estes itens são incluídos
no capital próprio como ajustamentos de manutenção do capital ou reservas de revaloriza-
ção. Estes conceitos de manutenção do capital são tratados nos parágrafos 100 a 108 desta
Estrutura Conceptual.
Reconhecimento dos elementos das demonstrações financeiras (80 a 96)
80. Reconhecimento é o processo de incorporar no balanço e na demonstração dos
resultados um item que satisfaça a definição de um elemento e satisfaça os critérios de
reconhecimento estabelecidos no parágrafo 81. Isso envolve a descrição do item por pa-
lavras e por uma quantia monetária e a inclusão dessa quantia nos totais do balanço ou da
demonstração dos resultados. Os itens que satisfaçam os critérios de reconhecimento devem
ser reconhecidos no balanço ou na demonstração dos resultados. A falha do reconhecimento
de tais itens não é rectificada pela divulgação das políticas contabilísticas usadas nem por
informação divulgado no Anexo
81. Um item que satisfaça a definição de uma classe deve ser reconhecido se:
(a) For provável que qualquer benefício económico futuro associado com o item
flua para ou da entidade; e
(b) O item tiver um gasto ou um valor que possa ser mensurado com fiabilidade.
82. Ao avaliar se um item satisfaz estes critérios e por isso se qualifica para reconhe-
cimento nas demonstrações financeiras, é necessário ter em atenção a condição de materia-
lidade tratada no parágrafo 25.
Probabilidade de benefícios económicos futuros (83)
83. O conceito de probabilidade é usado nos critérios de reconhecimento para referir o
grau de incerteza em que os benefícios económicos futuros associados ao item fluirão para,
ou de, a entidade. O conceito está em harmonia com a incerteza que caracteriza o ambiente
em que uma entidade opera. As avaliações do grau de incerteza ligadas ao fluxo de benefí-
cios económicos futuros são feitas com base nas provas disponíveis aquando da preparação
das demonstrações financeiras. Por exemplo, quando for provável que uma dívida a receber
devida por uma entidade venha a ser paga, é justificável então, na ausência de provas em
contrário, reconhecer a dívida a receber como um activo. Para uma grande população de
dívidas a receber, porém, é considerado provável algum grau de não-pagamento; daqui que
seja reconhecido um gasto que represente a redução esperada de benefícios económicos.
Fiabilidade da mensuração (84 a 86)
84. O segundo critério para o reconhecimento de um item é que este possua um gasto
ou um valor que possa ser mensurado com fiabilidade como referido nos parágrafos 26 a

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Despacho Normativo n.º 1/2008, de 29 de Dezembro

34 desta Estrutura Conceptual. Em muitos casos, o gasto ou o valor precisam de ser estima-
dos; o uso de estimativas razoáveis é uma parte essencial da preparação das demonstrações
financeiras e não destrói a sua fiabilidade. Quando, porém, uma estimativa razoável não
possa ser feita o item não é reconhecido no balanço ou na demonstração dos resultados.
Por exemplo, os proventos esperados de uma acção judicial podem estar de acordo com
as definições quer de activo quer de rendimento assim como do critério de probabilidade
para reconhecimento; porém, se não for possível que a reivindicação seja mensurada com
fiabilidade, ela não deve ser reconhecida como activo ou como rendimento; a existência da
reivindicação, porém, será divulgada no Anexo.
85. Um item que, num dado momento, falhe em satisfazer os critérios de reconheci-
mento do parágrafo 81 pode qualificar-se para reconhecimento numa data posterior como
resultado de circunstâncias ou acontecimentos subsequentes.
86. Um item que possua as características essenciais de um elemento mas falhe em
satisfazer os critérios de reconhecimento pode no entanto exigir divulgação no anexo. Isto
é apropriado quando o conhecimento do item seja considerado relevante pelos utentes das
demonstrações financeiras para a avaliação da posição financeira, desempenho e das alte-
rações na posição financeira de uma entidade.
Reconhecimento de activos (87 e 88)
87. Um activo é reconhecido no balanço quando for provável que os benefícios eco-
nómicos futuros fluam para a entidade e o activo tenha um gasto ou um valor que possa ser
mensurado com fiabilidade.
88. Um activo não é reconhecido no balanço quando, relativamente ao dispêndio
incorrido, seja considerado improvável que benefícios económicos fluirão para a entidade
para além do período contabilístico corrente. Em vez disso, tal transacção resulta no reco-
nhecimento de um gasto na demonstração dos resultados. Este tratamento não implica que a
intenção do órgão de gestão, ao incorrer no dispêndio, fosse outra que não a de gerar benefí-
cios económicos futuros para a entidade, ou que a gestão dos negócios fosse mal orientada.
A única implicação é a de que o grau de certeza de que os benefícios económicos fluirão
para a entidade para além do período contabilístico corrente é insuficiente para justificar o
reconhecimento de um activo.
Reconhecimento de passivos (89)
89. Um passivo é reconhecido no balanço quando for provável que um exfluxo de re-
cursos incorporando benefícios económicos resulte da liquidação de uma obrigação presente
e que a quantia pela qual a liquidação tenha lugar possa ser mensurada com fiabilidade. Na
prática, as obrigações ao abrigo de contratos que estejam proporcional e igualmente não
executados (por exemplo passivos por inventários encomendados mas ainda não recebidos)
não são geralmente reconhecidos como passivos nas demonstrações financeiras. Porém, tais
obrigações podem satisfazer a definição de passivos e, desde que os critérios de reconheci-

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Despacho Normativo n.º 1/2008, de 29 de Dezembro

mento sejam satisfeitos nas circunstâncias particulares, podem qualificar-se para reconhe-
cimento. Em tais circunstâncias, o reconhecimento de passivos implica o reconhecimento dos
activos ou gastos relacionados.
Reconhecimento de rendimentos (90 e 91)
90. Um rendimento é reconhecido na demonstração dos resultados quando tenha surgido
um aumento de benefícios económicos futuros relacionados com um aumento num activo
ou com uma diminuição de um passivo e que possa ser quantificado com fiabilidade. Isto
significa, com efeito, que o reconhecimento dos rendimentos ocorre simultaneamente com
o reconhecimento de aumentos em activos ou com diminuições em passivos (por exemplo,
o aumento líquido em activos provenientes de uma venda de bens ou de serviços ou a dimi-
nuição em passivos provenientes do perdão de uma dívida a pagar).
91. Os procedimentos geralmente adoptados na prática para o reconhecimento de um
rendimento, por exemplo, o requisito de que o rédito deve ser gerado, são aplicações dos critérios
de reconhecimento nesta Estrutura Conceptual. Tais procedimentos dirigem-se geralmente
à restrição do reconhecimento como rendimentos àqueles itens que possam ser mensurados
com fiabilidade e que tenham um grau suficiente de certeza.
Reconhecimento de gastos (92 a 96)
92. Os gastos são reconhecidos na demonstração dos resultados quando tenha surgido
uma diminuição dos benefícios económicos futuros relacionados com uma diminuição num
activo ou com um aumento de um passivo e que possam ser mensurados com fiabilidade.
Isto significa, com efeito, que o reconhecimento de gastos ocorre simultaneamente com o
reconhecimento de um aumento de passivos ou de uma diminuição de activos (por exemplo,
o acréscimo de direitos dos empregados ou a depreciação de equipamento).
93. Os gastos são reconhecidos na demonstração dos resultados com base numa associa-
ção directa entre os gastos incorridos e a obtenção de rendimentos específicos. Este processo,
geralmente referido como o balanceamento de gastos com réditos, envolve o reconhecimento
simultâneo ou combinado de réditos e de gastos que resultem directa e conjuntamente das
mesmas transacções ou de outros acontecimentos; por exemplo, os vários componentes de
gastos constituindo o gasto dos produtos vendidos são reconhecidos ao mesmo tempo que
o rédito derivado da venda dos produtos. Porém, a aplicação do conceito de balanceamento
segundo esta Estrutura Conceptual não permite o reconhecimento de itens no balanço que
não satisfaçam a definição de activos ou passivos.
94. Quando se espere que surjam benefícios económicos durante vários períodos con-
tabilísticos e a associação com rendimentos só possa ser determinada de uma forma geral
ou indirectamente, os gastos são reconhecidos na demonstração dos resultados na base de
procedimentos de imputação sistemáticos e racionais. Isto é muitas vezes necessário ao se
reconhecerem os gastos associados com o consumo de activos tais como os activos fixos
tangíveis, o trespasse (goodwill), as patentes e as marcas; em tais casos, o gasto é referido
como depreciação ou amortização. Estes procedimentos de imputação destinam-se a reco-
nhecer gastos nos períodos contabilísticos em que os benefícios económicos associados com
estes itens se consumam ou se extingam.

480
Despacho Normativo n.º 1/2008, de 29 de Dezembro

95. Um gasto é imediatamente reconhecido na demonstração dos resultados quando o


dispêndio não produza benefícios económicos futuros ou quando, e somente se, os benefícios
económicos futuros não se qualifiquem, ou cessem de qualificar-se, para reconhecimento
no balanço como um activo.
96. Um gasto é também reconhecido na demonstração dos resultados nos casos em que
seja incorrido um passivo sem o reconhecimento de um activo, o que sucede quando surge
um passivo por garantia de um produto.
Mensuração dos elementos das demonstrações financeiras (97 a 99)
97. Mensuração é o processo de determinar as quantias monetárias pelas quais os ele-
mentos das demonstrações financeiras devam ser reconhecidos e relatados no balanço e na
demonstração dos resultados. Isto envolve a selecção da base particular de mensuração.
98. São utilizadas diferentes bases de mensuração em graus diferentes e em variadas
combinações nas demonstrações financeiras. Elas incluem as seguintes:
(a) Custo histórico. Os activos são registados pela quantia de caixa, ou equivalentes
de caixa paga ou pelo justo valor da retribuição dada para os adquirir no
momento da sua aquisição. Os passivos são registados pela quantia dos
proventos recebidos em troca da obrigação, ou em algumas circunstâncias
(por exemplo, impostos sobre o rendimento), pelas quantias de caixa, ou de
equivalentes de caixa, que se espera que venham a ser pagas para satisfazer o
passivo no decurso normal dos negócios.
(b) Custo corrente. Os activos são registados pela quantia de caixa ou de
equivalentes de caixa que teria de ser paga se o mesmo ou um activo equivalente
fosse correntemente adquirido. Os passivos são registados pela quantia não
descontada de caixa, ou de equivalentes de caixa, que seria necessária para
liquidar correntemente a obrigação.
(c) Valor realizável (de liquidação). Os activos são registados pela quantia
de caixa, ou equivalentes de caixa, que possa ser correntemente obtida ao
vender o activo numa alienação ordenada. Os passivos são escriturados
pelos seus valores de liquidação; isto é, as quantias não descontadas de caixa
ou equivalentes de caixa que se espera que sejam pagais para satisfazer os
passivos no decurso normal dos negócios.
(d) Valor presente. Os activos são escriturados pelo valor presente descontado dos
futuros influxos líquidos de caixa que se espera que o item gere no decurso
normal dos negócios. Os passivos são escriturados pelo valor presente
descontado dos futuros exfluxos líquidos de caixa que se espera que sejam
necessários para liquidar os passivos no decurso normal dos negócios.
(e) Justo valor. Quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo
liquidado, entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em
que não exista relacionamento entre elas.

481
Despacho Normativo n.º 1/2008, de 29 de Dezembro

99.A base de mensuração geralmente adoptada pelas entidades ao preparar as suas


demonstrações financeiras é o custo histórico. Este é geralmente combinado com outras
bases de mensuração. Por exemplo, os inventários são geralmente escriturados pelo mais
baixo do custo ou do valor realizável líquido, os títulos negociáveis podem ser escriturados
pelo seu valor de mercado e os passivos por pensões de reforma são escriturados pelo seu
valor presente.
Conceitos de capital e manutenção de capital (100 a 108)
Conceitos de capital (100 e 101)
100. Geralmente as entidades adoptam um conceito financeiro de capital na preparação
das suas demonstrações financeiras. No conceito financeiro de capital, tal como dinheiro
investido ou poder de compra investido, o capital é sinónimo de activos líquidos ou de capi-
tal próprio da entidade. No conceito físico de capital, tal como a capacidade operacional, o
capital é visto como a capacidade produtiva da entidade baseada, por exemplo, em unidades
de produção diária.
101. A selecção por uma entidade do conceito apropriado de capital deve basear-se
nas necessidades dos utentes das suas demonstrações financeiras. Por conseguinte, um con-
ceito financeiro de capital deve ser adoptado se os utentes das demonstrações financeiras
estiverem principalmente interessados na manutenção do capital nominal investido ou no
poder de compra do capital investido. Se, porém, a principal preocupação dos utentes for a
capacidade operacional da entidade, deve ser usado um conceito físico de capital. O conceito
escolhido indica o objectivo a ser atingido na determinação do lucro, mesmo que possam
existir algumas dificuldades de mensuração para tornar o conceito operacional.
Conceitos de manutenção do capital e a determinação do lucro (102 a 108)
102. Os conceitos de capital no parágrafo 100 dão origem aos seguintes conceitos de
manutenção do capital:
(a) Manutenção do capital financeiro. Por este conceito um lucro só é obtido
se a quantia financeira (ou dinheiro) dos activos líquidos no fim do período
exceder a quantia financeira (ou dinheiro) dos activos líquidos do começo do
período, depois de excluir quaisquer distribuições aos, e contribuições dos,
proprietários durante o período. A manutenção do capital financeiro pode ser
mensurada quer em unidades monetárias nominais quer em unidades de poder
de compra constante.
(b) Manutenção do capital físico. Por este conceito um lucro só é obtido se a
capacidade física produtiva (ou capacidade operacional) da entidade (ou os
recursos ou os fundos necessários para conseguir essa capacidade) no fim do
período exceder a capacidade física produtiva no começo do período, depois
de excluir quaisquer distribuições aos, e contribuições dos, proprietários
durante o período.

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Despacho Normativo n.º 1/2008, de 29 de Dezembro

103. O conceito de manutenção do capital está ligado à forma como uma entidade
define o capital que procura manter. Proporciona a ligação entre os conceitos de capital e
os conceitos de resultados porque proporciona o ponto de referência pelo qual o resultado é
mensurado; é um pré requisito para distinguir entre o retorno sobre o capital da entidade e
o retorno do seu capital; só os influxos de activos em excesso das quantias necessárias para
manter o capital podem ser vistos como lucro e por conseguinte como um retorno sobre o
capital. Daqui que o lucro seja a quantia residual que permanece após os gastos (incluindo
os ajustamentos da manutenção do capital, quando apropriados) terem sido deduzidos dos
rendimentos. Se os gastos excederem os rendimentos a quantia residual é um prejuízo.
104. O conceito de manutenção do capital físico requer a adopção da base de mensura-
ção pelo custo corrente. O conceito de manutenção do capital financeiro, porém, não requer
o uso de uma base particular de mensuração. A selecção da base segundo este conceito está
dependente do tipo de capital financeiro que a entidade está a procurar manter.
105. A diferença principal entre os dois conceitos de manutenção do capital é o trata-
mento dos efeitos das alterações dos preços nos activos e passivos da entidade. Em termos
gerais, uma entidade tem mantido o seu capital se tiver tanto capital no fim do período como
tinha no começo do mesmo.
106. Pelo conceito de manutenção do capital financeiro quando o capital seja definido
em termos de unidades monetárias nominais, o lucro representa o aumento do capital mo-
netário nominal durante o período. Por conseguinte, os aumentos dos preços dos activos
detidos durante o período, convencionalmente referidos como ganhos de detenção, são,
conceptualmente, lucros. Podem, porém, não ser reconhecidos como tal até que os activos
sejam alienados numa transacção de troca. Quando o conceito de manutenção do capital
financeiro seja definido em termos de unidades de poder de compra constante, o lucro repre-
senta o aumento de poder de compra investido durante o período. Por conseguinte, apenas
aquela parte do aumento nos preços dos activos que exceda o aumento no nível geral de
preços é vista como lucro. O resto do aumento é tratado como ajustamento da manutenção
do capital e, daqui, como parte do capital próprio.
107. Pelo conceito de manutenção do capital físico quando o capital seja definido em
termos da capacidade produtiva física, o lucro representa o aumento nesse capital durante
o período. Todas as alterações de preços que afectem os activos e passivos da entidade são
vistas como alterações na mensuração da capacidade física produtiva da entidade; daqui
que sejam tratadas como ajustamentos da manutenção do capital, que fazem parte do capital
próprio, e não como lucro.
108. A selecção das bases de mensuração e do conceito de manutenção do capital deter-
mina o modelo contabilístico usado na preparação das demonstrações financeiras. Modelos
contabilísticos diferentes exibem diferentes graus de relevância e de fiabilidade e, como
noutras áreas, tem de se procurar um balanceamento entre relevância e fiabilidade.
A Ministra, Cristina Duarte.

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Despacho Normativo n.º 2/2008, de 29 de Dezembro

NORMA DE RELATO FINANCEIRO 1- APRESENTAÇÃO


DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS – IAS 1
Despacho Normativo n.º 2/2008
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio modernizar e introduzir um
Novo Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde
em substituição do Plano Nacional de Contabilidade aprovado pelo Decreto n.º 4/84,
de 30 de Janeiro, com o objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas
directivas internacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações
introduzidas têm em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão das entidades em
Cabo Verde e a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico
do País e do mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar a qualidade das
demonstrações financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor de credibilidade
ao funcionamento da economia real em Cabo Verde.
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido Decreto-Lei e visando transpor
para o direito interno as Normas de Relato Financeiro que constituem uma adaptação
das Normas Internacionais da Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas
pelo International Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de Normalização
Contabilística foi nomeada e trabalhou-se a apresentação da documentação complementar
ao diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização Contabilística e de
Relato Financeiro para Cabo Verde.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204 e do número 3 do artigo
259º da Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde através da Ministra
das Finanças e Administração Pública, o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 1- Apresentação das Demonstrações
Financeiras do Sistema de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro e que se
apresenta em anexo ao presente regulamento como parte integrante.
Artigo 2º
Natureza
A Norma de Relato Financeiro 1 - Apresentação das Demonstrações Financeiras é
parte integrante do Sistema de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro para Cabo
Verde.
Artigo 3º
Entrada em vigor
O presente Despacho Normativo entra em vigor na data da entrada em vigor do Decreto-
Lei 5/2008, que aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Pública, 16 de Dezembro de 2008.
– A Ministra, Cristina Duarte.

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Despacho Normativo n.º 2/2008, de 29 de Dezembro

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA


E DE RELATO FINANCEIRO
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 1
APRESENTAÇÃO DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Esta Norma de Relato Financeiro tem como objectivo prescrever as bases para a
apresentação de demonstrações financeiras nomeadamente quanto à estrutura e conteúdo do
balanço, da demonstração dos resultados, seja por natureza ou por funções, da demonstração
das alterações no capital próprio e do anexo, por forma a assegurar a comparabilidade quer
com as demonstrações financeiras, da entidade, apresentadas no período anterior, quer com
as demonstrações financeiras de outras entidades. As bases quanto à estrutura e conteúdo da
demonstração de fluxos de caixa são desenvolvidamente tratadas na NRF 2.
Âmbito, finalidade e componentes (1 a 8)
1. Esta Norma deve ser aplicada a todas as demonstrações financeiras de finalidades
gerais preparadas e apresentadas de acordo com as Normas de Relato Financeiro.
2. As bases para a apresentação de demonstrações financeiras de finalidades gerais
estabelecem os requisitos globais que permitem assegurar a comparabilidade quer com as
demonstrações financeiras de períodos anteriores da entidade quer com as demonstrações
financeiras de outras entidades. O reconhecimento, a mensuração, a divulgação e aspectos
particulares de apresentação de transacções específicas e outros acontecimentos são tratados
em normas específicas.
3. As demonstrações financeiras de finalidades gerais são as que se destinam a satisfazer
as necessidades de utentes que não estejam em posição de exigir relatórios feitos para ir ao
encontro das suas necessidades particulares de informação. As demonstrações financeiras
de finalidades gerais incluem as que são apresentadas isoladamente ou incluídas num outro
documento para o público, tal como um relatório anual ou um prospecto.
4. As demonstrações financeiras são uma representação estruturada da posição
financeira e do desempenho financeiro de uma entidade. O objectivo das demonstrações
financeiras de finalidades gerais é o de proporcionar informação acerca da posição financeira,
do desempenho financeiro e dos fluxos de caixa de uma entidade que seja útil a uma vasta
gama de utentes na tomada de decisões. As demonstrações financeiras também mostram
os resultados da condução por parte do órgão de gestão dos recursos a ele confiados. Para
satisfazer este objectivo, as demonstrações financeiras proporcionam informação de uma
entidade acerca do seguinte:
(a) Activos;
(b) Passivos;
(c) Capital próprio;

485
Despacho Normativo n.º 2/2008, de 29 de Dezembro

(d) Rendimentos (réditos e ganhos);


(e) Gastos (gastos e perdas);
(f) Outras alterações no capital próprio; e
(g) Fluxos de caixa.
Esta informação, juntamente com outra incluída nas notas do Anexo, ajuda os utentes
das demonstrações financeiras a prever os futuros fluxos de caixa da entidade e, em
particular, a sua tempestividade e certeza
5. Um conjunto completo de demonstrações financeiras inclui:
(a) Um balanço;
(b) Uma demonstração dos resultados;
(c) Uma demonstração das alterações no capital próprio;
(d) Uma demonstração dos fluxos de caixa; e
(e) Um anexo.
6. As demonstrações financeiras devem apresentar apropriadamente a posição financeira,
o desempenho financeiro e os fluxos de caixa de uma entidade. A apresentação apropriada
exige a representação fidedigna dos efeitos das transacções, outros acontecimentos e
condições de acordo com as definições e critérios de reconhecimento para activos, passivos,
rendimentos e gastos estabelecidos na Estrutura Conceptual. Presume-se que a aplicação das
NRF, com divulgação adicional quando necessária, resulta em demonstrações financeiras
que alcançam uma apresentação apropriada.
7. Na generalidade das circunstâncias, uma apresentação apropriada é conseguida
pela conformidade com as NRF aplicáveis. Uma apresentação apropriada também exige
que uma entidade:
(a) Seleccione e adopte políticas contabilísticas de acordo com a NRF aplicável;
(b) Apresente informação, incluindo políticas contabilísticas, de uma forma que
proporcione informação relevante, fiável, comparável e compreensível;
(c) Proporcione divulgações adicionais quando o cumprimento dos requisitos
específicos contidos nas NRF possa ser insuficiente para permitir a sua
compreensão pelos utentes.
8. As políticas contabilísticas inapropriadas não deixam de o ser pelo facto de serem
divulgadas ou assumidas, no Anexo ou material explicativo.
Bases para a apresentação de demonstrações financeiras (9 A 27)
Continuidade (9 a 10)
9. Aquando da preparação de demonstrações financeiras, o órgão de gestão deve fazer
uma avaliação da capacidade da entidade prosseguir como uma entidade em continuidade.

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Despacho Normativo n.º 2/2008, de 29 de Dezembro

As demonstrações financeiras devem ser preparadas no pressuposto da entidade em


continuidade, a menos que o órgão de gestão ou pretenda liquidar a entidade ou cessar
de negociar, ou não tenha alternativa realista a não ser fazer isso. O órgão de gestão deve
divulgar as incertezas materiais relacionadas com acontecimentos ou condições que possam
lançar dúvidas significativas acerca da capacidade da entidade em prosseguir como uma
entidade em continuidade. Quando as demonstrações financeiras não forem preparadas no
pressuposto da continuidade, esse facto deve ser divulgado, juntamente com os fundamentos
pelos quais as demonstrações financeiras foram preparadas e a razão por que a entidade não
é considerada como estando em continuidade
10. Ao avaliar se o pressuposto da entidade em continuidade é apropriado, o órgão
de gestão toma em consideração toda a informação disponível sobre o futuro, que é pelo
menos, mas sem limitação, doze meses a partir da data do balanço. O grau de consideração
depende dos factos de cada caso. Quando uma entidade tiver uma história de operações
lucrativas e acesso pronto a recursos financeiros, pode concluir-se, sem necessidade de
uma análise pormenorizada, que a base de contabilidade de entidade em continuidade é
apropriada. Noutros casos, o órgão de gestão pode necessitar de considerar um vasto leque
de factores relacionados com a rentabilidade corrente e esperada, esquemas de reembolso
de dívidas e potenciais fontes de financiamentos de substituição para que ela própria possa
estar satisfeita de que o pressuposto da entidade em continuidade é apropriada.
Regime de acréscimo (11 e 12)
11. Uma entidade deve preparar as suas demonstrações financeiras, excepto para
informação de fluxos de caixa, utilizando o regime contabilístico de acréscimo.
12. Ao ser usado o regime contabilístico de acréscimo, os itens são reconhecidos como
activos, passivos, capital próprio, rendimentos e gastos (os elementos das demonstrações
financeiras) quando satisfaçam as definições e os critérios de reconhecimento para esses
elementos contidos na Estrutura Conceptual.
Consistência de apresentação (13 e 14)
13. A apresentação e classificação de itens nas demonstrações financeiras deve ser
mantida de um período para outro, a menos que:
(a) Seja perceptível, após uma alteração significativa na natureza das operações da
entidade ou uma revisão das respectivas demonstrações financeiras, que outra
apresentação ou classificação seria mais apropriada, tendo em consideração
os critérios para a selecção e aplicação de políticas contabilísticas contidas na
NRF aplicável; ou
(b) Uma NRF estabeleça uma alteração na apresentação.
14. Uma entidade altera a apresentação das suas demonstrações financeiras apenas
se a apresentação alterada proporcionar informação fiável e mais relevante para os utentes

487
Despacho Normativo n.º 2/2008, de 29 de Dezembro

das demonstrações financeiras e se for provável que a estrutura revista continue, de modo
a que a comparabilidade não seja prejudicada. Ao efectuar tais alterações na apresentação,
uma entidade reclassifica a sua informação comparativa de acordo com o referido em “
Informação Comparativa 22 a 27”
Materialidade e agregação (15 a 17)
15. Cada classe material de itens semelhantes deve ser apresentada separadamente
nas demonstrações financeiras. Os itens de natureza ou função dissemelhante devem ser
apresentados separadamente, a menos que sejam imateriais. Considera-se que as omissões
ou declarações incorrectas de itens são materiais se puderem, individual ou colectivamente,
influenciar as decisões dos utentes tomadas com base nas demonstrações financeiras.
A materialidade depende da dimensão e da natureza da omissão ou erro, ajuizados nas
circunstâncias que os rodeiam. A dimensão ou a natureza do item, ou uma combinação de
ambas, pode ser o factor determinante.
16. As demonstrações financeiras resultam do processamento de grandes números de
transacções ou outros acontecimentos que são agregados em classes de acordo com a sua
natureza ou função. A fase final do processo de agregação e classificação é a apresentação
de dados condensados e classificados que formam linhas de itens na face do balanço,
na demonstração dos resultados, na demonstração de alterações no capital próprio e na
demonstração de fluxos de caixa ou no anexo. Se uma linha de item não for individualmente
material, ela é agregada a outros itens seja na face dessas demonstrações seja nas notas do
Anexo. Um item que não seja suficientemente material para justificar a sua apresentação
separada na face dessas demonstrações pode porém ser suficientemente material para que
seja apresentado separadamente nas notas do Anexo.
17. Aplicar o conceito de materialidade significa que um requisito de apresentação
específico contido numa NRF não necessita de ser satisfeito se a informação não for
material.
Compensação (18 a 21)
18. Os activos e passivos, e os rendimentos e gastos, não devem ser compensados
excepto quando tal for exigido ou permitido por uma NRF.
19. É importante que os activos e passivos, e os rendimentos e gastos, sejam
separadamente relatados. A compensação quer na demonstração dos resultados quer no
balanço, excepto quando a mesma reflicta a substância da transacção ou outro acontecimento,
prejudica a capacidade dos utentes em compreender as transacções, outros acontecimentos
e condições que tenham ocorrido e de avaliar os futuros fluxos de caixa da entidade. A
mensuração de activos líquidos de deduções de valorização, por exemplo, deduções de
obsolescência nos inventários, não é compensação.
20. O rédito deve ser mensurado tomando em consideração a quantia de quaisquer
descontos comerciais e abatimentos de volume concedidos pela entidade. Uma entidade

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Despacho Normativo n.º 2/2008, de 29 de Dezembro

empreende, no decurso das suas actividades ordinárias, outras transacções que não geram
rédito mas que são inerentes às principais actividades que o geram. Os resultados de tais
transacções são apresentados, quando esta apresentação reflicta a substância da transacção
ou outro acontecimento, compensando qualquer rendimento com os gastos relacionados
resultantes da mesma transacção. Por exemplo:
(a) Os ganhos e perdas na alienação de activos não correntes, incluindo
investimentos e activos operacionais, são relatados, deduzindo ao produto da
alienação a quantia escriturada do activo e os gastos de venda relacionados; e
(b) Os dispêndios relacionados com uma provisão reconhecida de acordo com a
NRF respectiva e reembolsada segundo um acordo contratual com terceiros (por
exemplo, um acordo de garantia de um fornecedor) podem ser compensados
com o reembolso relacionado.
21. Adicionalmente, os ganhos e perdas provenientes de um grupo de transacções
semelhantes são relatados numa base líquida, por exemplo, ganhos e perdas de diferenças
cambiais ou ganhos e perdas provenientes de instrumentos financeiros detidos para
negociação. Estes ganhos e perdas são, contudo, relatados separadamente se forem
materiais.
Informação comparativa (22 a 27)
22. A menos que uma NRF o permita ou exija de outra forma, informação comparativa
deve ser divulgada com respeito ao período anterior para todas as quantias relatadas nas
demonstrações financeiras. A informação comparativa deve ser incluída para a informação
narrativa e descritiva quando for relevante para uma compreensão das demonstrações
financeiras do período corrente.
23. Em alguns casos, a informação narrativa proporcionada nas demonstrações
financeiras relativa(s) ao(s) período(s) anterior(es) continua a ser relevante no período
corrente. Por exemplo, os pormenores de uma disputa legal, cujo desfecho era incerto à data
do último balanço e esteja ainda para ser resolvida, são divulgados no período corrente. Os
utentes beneficiam da informação de que a incerteza existia à data do último balanço e da
informação acerca das medidas adoptadas durante o período para resolver a incerteza.
24. Quando a apresentação e classificação de itens nas demonstrações financeiras
for emendada, as quantias comparativas devem ser reclassificadas, a menos que seja
impraticável. Considera-se que a aplicação de um requisito é impraticável quando a entidade
não o possa aplicar depois de ter feito todos os esforços razoáveis para o conseguir.
25. Quando as quantias comparativas sejam reclassificadas, uma entidade deve
divulgar:
(a) A natureza da reclassificação;
(b) A quantia de cada item ou classe de itens que tenha sido reclassificada; e
(c) A razão para a reclassificação.

489
Despacho Normativo n.º 2/2008, de 29 de Dezembro

26. Quando for impraticável reclassificar quantias comparativas, uma entidade deve
divulgar:
(a) A razão para não as reclassificar, e
(b) A natureza dos ajustamentos que teriam sido feitos se as quantias tivessem sido
reclassificadas.
27. Aperfeiçoar a comparabilidade de informação inter-períodos ajuda os utentes a
tomar decisões, sobretudo porque lhes permite avaliar as tendências na informação financeira
para finalidades de previsão. Em algumas circunstâncias, torna-se impraticável reclassificar
informação comparativa para um período em particular para conseguir comparabilidade
com o período corrente. Por exemplo, podem não ter sido coligidos dados no(s) período(s)
anterior(es) de modo a permitir a reclassificação e, por isso, pode não ser praticável recriar
a informação.
Estrutura e conteúdo das demonstrações financeiras (28 a 69)
Considerações gerais (28)
28. Esta Norma exige determinadas divulgações na face do balanço, na demonstração dos
resultados e na demonstração das alterações no capital próprio e no anexo
Identificação das demonstrações financeiras (29 e 30)
29. As NRF aplicam-se apenas às demonstrações financeiras enunciadas e estruturadas
nesta norma, pelo que se deve reservar a expressão “demonstrações financeiras” apenas a
estes documentos, e não a outra qualquer informação seja ela apresentada conjuntamente
com as demonstrações financeiras ou num outro documento.
30. Cada componente das demonstrações financeiras deve ser identificado claramente.
A informação seguinte deve ser mostrada de forma proeminente e repetida quando for
necessário para a devida compreensão da informação apresentada:
(a) O nome da entidade que relata ou outros meios de identificação, e qualquer
alteração nessa informação desde a data do balanço anterior;
(b) Se as demonstrações financeiras abrangem a entidade individual ou um grupo
de entidades;
(c) A data do balanço ou o período abrangido pelas demonstrações financeiras,
conforme o que for apropriado para esse componente das demonstrações
financeiras;
(d) A moeda de apresentação; e
(e) O nível de arredondamento usado na apresentação de quantias nas demonstrações
financeiras.

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Despacho Normativo n.º 2/2008, de 29 de Dezembro

Período de relato (31)


31. As demonstrações financeiras devem ser apresentadas pelo menos anualmente.
Quando se altera a data do balanço de uma entidade e as demonstrações financeiras anuais
sejam apresentadas para um período mais longo ou mais curto do que um ano, a entidade
deve divulgar, além do período abrangido pelas demonstrações financeiras:
(a) A razão para usar um período mais longo ou mais curto; e
(b) O facto de que não são inteiramente comparáveis quantias comparativas da
demonstração dos resultados, da demonstração das alterações no capital próprio,
da demonstração de fluxos de caixa e das notas do anexo relacionadas.
Balanço (32 a 52)
Distinção corrente/não corrente (32 a 35)
32.Uma entidade deve apresentar activos correntes e não correntes, e passivos correntes
e não correntes, como classificações separadas na face do balanço.
33. Uma entidade deve divulgar as quantias que se espera sejam recuperadas ou
liquidadas num prazo superior a doze meses para cada linha de item de activo e de passivo
que combine quantias que se espera sejam recuperadas ou liquidadas:
(a) Até doze meses após a data do balanço e
(b) Após doze meses a data do balanço.
34. Quando uma entidade fornece bens ou serviços dentro de um ciclo operacional
claramente identificável, a classificação separada de activos e passivos correntes e não
correntes na face do balanço proporciona informação útil ao se distinguir os activos líquidos
que estejam continuamente em circulação, como capital circulante, dos que são usados nas
operações de longo prazo da entidade. Essa classificação também realça os activos que se
espera que sejam realizados dentro do ciclo operacional corrente, bem como os passivos
que devam ser liquidados dentro do mesmo período.
35. A informação acerca das datas previstas para a realização de activos e de passivos
é útil na avaliação da liquidez e solvência de uma entidade. Para alguns instrumentos
financeiros é exigida a divulgação das datas de maturidade de activos financeiros e de
passivos financeiros. Os activos financeiros incluem dívidas a receber comerciais e outras
e os passivos financeiros incluem dívidas a pagar comerciais e outras. A informação sobre
a data prevista para a recuperação e liquidação de activos e de passivos não monetários
tais como inventários e provisões é também útil, quer os activos e passivos sejam ou não
classificados como correntes ou não correntes.
Activos correntes (36 a 38)
36. Um activo deve ser classificado como corrente quando satisfizer qualquer dos
seguintes critérios:
(a) Espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido,
no decurso normal do ciclo operacional da entidade;

491
Despacho Normativo n.º 2/2008, de 29 de Dezembro

(b) Seja detido essencialmente para a finalidade de ser negociado;


(c) Espera-se que seja realizado num período até doze meses após a data do ba-
lanço; ou
(d) É caixa ou equivalente de caixa, a menos que lhe seja limitada a troca ou uso
para liquidar um passivo durante pelo menos doze meses após a data do balan-
ço.
Todos os outros activos devem ser classificados como não correntes.
37. Esta norma usa a expressão “não corrente” para incluir activos tangíveis, intangí-
veis e financeiros cuja natureza seja de longo prazo. Para efeitos deste parágrafo deve-se
entender longo prazo como tendo uma duração que vai além do período das demonstrações
financeiras em preparação.
38. O ciclo operacional de uma entidade é o tempo entre a aquisição de activos para
processamento e sua realização em caixa ou seus equivalentes. Quando o ciclo operacional
normal da entidade não for claramente identificável, pressupõe-se que a sua duração seja de
doze meses. Os activos correntes incluem activos (tais como inventários e dívidas a receber
comerciais) que são vendidos, consumidos ou realizados como parte do ciclo operacional
normal mesmo quando não se espere que sejam realizados num período até doze meses
após a data do balanço. Os activos correntes também incluem activos essencialmente de-
tidos para a finalidade de serem negociados e a parte corrente de activos financeiros não
correntes.
Passivos correntes (39 a 46)
39. Um passivo deve ser classificado como corrente quando satisfizer qualquer um dos
seguintes critérios:
(a) Se espere que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da entidade;
(b) Seja detido essencialmente para a finalidade de ser negociado;
(c) Deva ser liquidado num período até doze meses após a data do balanço; ou
(d) A entidade não tenha um direito incondicional de diferir a liquidação do pas-
sivo durante pelo menos doze meses após a data do balanço.
Todos os outros passivos devem ser classificados como não correntes.
40. Alguns passivos correntes, tais como dívidas a pagar comerciais e alguns acrés-
cimos de gastos relativos a empregados e outros gastos operacionais, são parte do capital
circulante usado no ciclo operacional normal da entidade. Tais itens operacionais são clas-
sificados como passivos correntes mesmo que estejam para ser liquidados a mais de doze
meses após a data do balanço. O mesmo ciclo operacional normal aplica-se à classificação
dos activos e passivos de uma entidade.

492
Despacho Normativo n.º 2/2008, de 29 de Dezembro

41. Outros passivos correntes não são liquidados como parte do ciclo operacional
normal, mas está prevista a sua liquidação para um período até doze meses após a data do
balanço ou estão essencialmente detidos para a finalidade de serem negociados. Exemplos
disto são os passivos financeiros classificados, como detidos para negociação, descobertos
em bancos e a parte corrente de passivos financeiros não correntes, dividendos a pagar, im-
postos sobre o rendimento e outras dívidas a pagar não comerciais. Os passivos financeiros
que proporcionem financiamento numa base a longo prazo e cuja liquidação não esteja pre-
vista para um período até doze meses após a data do balanço são passivos não correntes.
42. Uma entidade classifica os seus passivos financeiros como correntes quando a sua
liquidação estiver prevista para um período até doze meses após a data do balanço, mesmo
que:
(a) O prazo original tenha sido por um período superior a doze meses; e
(b) Um acordo de refinanciamento, ou de reescalonamento de pagamentos, numa
base de longo prazo seja completado após a data do balanço e antes das de-
monstrações financeiras serem autorizadas para emissão.
43. Se uma entidade esperar, e tiver a possibilidade de, refinanciar ou substituir (“roll
over”) uma obrigação durante pelo menos doze meses após a data do balanço, ela classi-
fica a obrigação como não corrente, mesmo que fosse devida dentro de um período mais
curto. Contudo, quando o refinanciamento ou a substituição (‘roll over”) da obrigação não
depender do critério da entidade (por exemplo, se não houver um acordo de refinanciamen-
to), o potencial de refinanciamento não é considerado e a obrigação é classificada como
corrente.
44. Quando uma entidade não cumprir um compromisso segundo um acordo de em-
préstimo de longo prazo até à data do balanço, inclusive com o efeito de o passivo se tornar
pagável à ordem, o passivo é classificado como corrente, mesmo que o mutuante tenha
concordado, após a data do balanço e antes da autorização das demonstrações financeiras
para emissão, em não exigir pagamento como consequência do incumprimento. O passivo
é classificado como corrente porque, à data do balanço, a entidade não tem um direito in-
condicional de diferir a sua liquidação durante pelo menos doze meses após essa data.
45. Contudo, o passivo é classificado como não corrente se o mutuante tiver concorda-
do, até à data do balanço, em proporcionar um período de graça a terminar pelo menos doze
meses após a data do balanço, dentro do qual a entidade pode rectificar o incumprimento e
durante o qual o mutuante não pode exigir o reembolso imediato.
46. Com respeito a empréstimos classificados como passivos correntes, se os aconte-
cimentos que se seguem ocorrerem entre a data do balanço e a data em que as demonstra-
ções financeiras forem autorizadas para emissão, esses acontecimentos qualificam-se para

493
Despacho Normativo n.º 2/2008, de 29 de Dezembro

divulgação como acontecimentos que não dão lugar a ajustamentos de acordo com a NRF
5 - Acontecimentos após a data do balanço:
(a) Refinanciamento numa base de longo prazo;
(b) Rectificação de um incumprimento de um acordo de empréstimo de longo
prazo; e
(c) A recepção, da parte do mutuante, de um período de graça para rectificar um
incumprimento de um acordo de empréstimo de longo prazo que termine pelo
menos doze meses após a data do balanço.
Informação a ser apresentada na face do balanço (47 a 50)
47. A informação mínima a apresentar na face do balanço consta do respectivo modelo
anexo a esta norma.
48. Linhas de itens adicionais, títulos e sub totais podem ser apresentados na face do
balanço quando tal apresentação for relevante para uma melhor compreensão da posição
financeira da entidade.
49. Uma entidade deve divulgar, ou na face do balanço ou no anexo, outras subclas-
sificações das linhas de itens apresentadas, classificadas de uma forma apropriada para as
operações da entidade.
50. O pormenor proporcionado nas subclassificações depende dos requisitos das NRF
e da dimensão, natureza e função das quantias envolvidas.
Informação a ser apresentada no anexo (51 e 52)
51. Uma entidade deve divulgar o seguinte no anexo:
(a) Para cada classe de capital por acções:
i. A quantidade de acções emitidas e inteiramente pagas, e emitidas mas não
inteiramente pagas;
ii. Os direitos, preferências e restrições associados a essa classe incluindo
restrições na distribuição de dividendos e no reembolso de capital;
iii. Quantidade de acções da entidade detidas pela própria entidade ou por
subsidiárias ou associadas; e
(b) Uma descrição da natureza e da finalidade de cada reserva dentro do capital
próprio.
52. Uma entidade sem capital por acções, deve divulgar informação equivalente à
exigida no parágrafo 25.
Demonstração dos resultados (53 a 60)
Resultados do período (53)

494
Despacho Normativo n.º 2/2008, de 29 de Dezembro

53.Todos os itens de rendimentos e de gastos reconhecidos num período devem ser


incluídos nos resultados a menos que uma norma o exija de outro modo.
Informação a ser apresentada na face da demonstração dos resultados (54 a 57)
54.A informação mínima a apresentar na face da demonstração dos resultados consta
do respectivo modelo anexo a esta norma.
55.Linhas de itens adicionais, títulos e sub totais podem ser apresentados na face da
demonstração dos resultados, quando tal apresentação for relevante para uma melhor com-
preensão do desempenho financeiro da entidade.
56.Uma entidade não deve apresentar itens de rendimento e de gasto como itens extra-
ordinários, quer na face da demonstração dos resultados quer no anexo.
57.Os itens a apresentar na demonstração dos resultados deverão basear-se numa
classificação que atenda à sua natureza, podendo, adicionalmente, ser apresentada uma
demonstração de resultados em que a classificação dos itens se baseie na sua função dentro
da entidade.
Informação a ser apresentada no anexo (58 a 60)
58. Quando os itens de rendimentos e de gastos são materiais, a sua natureza e quantia
devem ser divulgadas separadamente.
59. As circunstâncias que dão origem à divulgação separada de itens de rendimentos
e de gastos incluem:
(a) Reestruturações das actividades de uma entidade e reversões de quaisquer
provisões para os custos de reestruturação;
(b) Alienações de itens de activos fixos tangíveis;
(c) Alienações de investimentos;
(d) Unidades operacionais descontinuadas;
(e) Resolução de litígios; e
(f) Outras reversões de provisões.
60. Quando as entidades classifiquem os gastos por função, devem divulgar informa-
ção adicional sobre a natureza dos gastos, incluindo os gastos de depreciação e de amorti-
zação e os gastos com o pessoal.
Demonstração das alterações no capital próprio (61 a 63)
61. As rubricas a incluir na face da demonstração das alterações no capital próprio
constam do respectivo modelo anexo a esta norma.
62. As alterações no capital próprio de uma entidade entre duas datas de balanço
reflectem o aumento ou a redução nos seus activos líquidos durante o período. Com a ex-

495
Despacho Normativo n.º 2/2008, de 29 de Dezembro

cepção das alterações resultantes de transacções com detentores de capital próprio agindo
na sua capacidade de detentores de capital próprio (tais como contribuições de capital,
reaquisições de instrumentos de capital próprio da entidade e dividendos) e dos gastos de
transacção directamente relacionados com tais transacções, a alteração global no capital
próprio durante um período representa a quantia total de rendimentos e gastos, incluindo
ganhos e perdas, gerada pelas actividades da entidade durante esse período (quer esses
itens de rendimentos e de gastos sejam reconhecidos nos resultados ou directamente como
alterações no capital próprio).
63. A NRF 3 — Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e
erros exige ajustamentos retrospectivos para efectuar alterações nas políticas contabilís-
ticas, até ao ponto que seja praticável, excepto quando as disposições transitárias noutra
Norma o exijam de outra forma. A NRF 3 também exige que as reexpressões para corrigir
erros sejam feitas retrospectivamente, até ao ponto em que seja praticável. Os ajustamentos
retrospectivos e as reexpressões retrospectivas são feitos no saldo dos resultados retidos,
excepto quando uma Norma exija ajustamentos retrospectivos de outro componente do
capital próprio. A divulgação na demonstração das alterações no capital próprio do ajus-
tamento total para cada componente do capital próprio resultante, é feita separadamente
das alterações nas políticas contabilísticas e de correcções de erros. Estes ajustamentos são
divulgados para cada período anterior e no início do período.
Anexo (64 a 69)
Estrutura (64 a 66)
64.O anexo deve:
(a) Apresentar informação acerca das bases de preparação das demonstrações fi-
nanceiras e das políticas contabilísticas usadas;
(b) Divulgar a informação exigida pelas NRF que não seja apresentada na face do
balanço, na demonstração dos resultados, na demonstração das alterações no
capital próprio ou na demonstração dos fluxos de caixa; e
(c) Proporcionar informação adicional que não seja apresentada na face do balan-
ço, na demonstração dos resultados, na demonstração das alterações no capital
próprio ou na demonstração dos fluxos de caixa, mas que seja relevante para
uma melhor compreensão de qualquer uma delas.
65. As notas do anexo devem ser apresentadas de uma forma sistemática. Cada item
na face do balanço, na demonstração dos resultados, na demonstração das alterações no
capital próprio e na demonstração dos fluxos de caixa, que tenha merecido uma nota no
anexo, deve ter uma referência cruzada.
66. As notas do anexo devem ser apresentadas pela seguinte ordem:
(a) Identificação da entidade, incluindo domicílio, natureza da actividade, nome e
sede da empresa-mãe, se aplicável;

496
Despacho Normativo n.º 2/2008, de 29 de Dezembro

(b) Referencial contabilístico de preparação das demonstrações financeiras;


(c) Resumo das principais políticas contabilísticas adoptadas;
(d) Informação de suporte de itens apresentados na face do balanço, na demons-
tração dos resultados, na demonstração das alterações no capital próprio e na
demonstração dos fluxos de caixa, pela ordem em que cada demonstração e
cada linha de item seja apresentada;
(e) Passivos contingentes e compromissos contratuais não reconhecidos;
(f) Divulgações exigidas por diplomas legais;
(g) Outras informações cuja divulgações seja considerada relevante para melhor
compreensão da posição financeira e dos resultados).
Divulgação de políticas contabilísticas (67 e 68)
67. Uma entidade deve divulgar um resumo das principais políticas contabilísticas,
designadamente:
(a) Bases de mensuração usadas na preparação das demonstrações financeiras;
(b) Outras políticas contabilísticas usadas que sejam relevantes para uma compre-
ensão das demonstrações financeiras.
68. Uma entidade deve divulgar, no resumo das políticas contabilísticas significativas
ou outras notas, os juízos de valor, com a excepção dos que envolvam estimativas, que o
órgão de gestão fez no processo de aplicação das políticas contabilísticas da entidade e que
tenham maior impacto nas quantias reconhecidas nas demonstrações financeiras.
Principais fontes de incerteza das estimativas (69)
69. Uma entidade deve divulgar, no anexo, informação acerca dos principais pressu-
postos relativos ao futuro, e outras principais fontes da incerteza das estimativas à data do
balanço, que tenham um risco significativo de provocar um ajustamento material nas quan-
tias escrituradas de activos e passivos durante o período contabilístico seguinte.
Data de eficácia (70)
70. Uma entidade deve aplicar esta Norma para os períodos com início em ou após 1
de Janeiro de 2009.
ANEXO 1
Regime especial das pequenas entidades
1. Às Entidades inseridas no regime especial para pequenas entidades (REPE) não se
aplicam as alíneas c) e d) do nº 5 devendo no entanto no Anexo proporcionar informação
que seja relevante para uma melhor compreensão nas alterações no capital próprio e nos
fluxos de caixa

497
Despacho Normativo n.º 2/2008, de 29 de Dezembro

2. As Entidades inseridas no regime especial para pequenas entidades (REPE) podem optar
pelos modelos reduzidos do Balanço e da demonstração de resultados por naturezas (alíneas a)
e b) do nº 5), que constam do anexo 2.
ANEXO 2
Modelos de demonstrações financeiras
Em anexo, fazendo parte integrante desta norma, apresentam-se os modelos de demons-
trações financeiras, a que a norma se refere, sendo que os dois últimos: Modelo de balanço-
PE; e Modelo de demonstração de resultados por natureza-PE destinam-se exclusivamente às
entidades inseridas no REPE, e que não optem pelos modelos completos.
1. Modelo de balanço;
2. Modelo de demonstração de resultados por natureza;
3. Modelo de Demonstração de resultados por funções;
4. Modelo de Demonstração de fluxos de caixa - método directo;
5. Modelo de Demonstração de fluxos de caixa - método indirecto;
6. Modelo de Demonstração das alterações no capital próprio;
7. Modelo do Anexo.
8. Modelo de balanço-PE;
9. Modelo de demonstração de resultados por natureza-PE;
Sistema de Normalização Contabilística
e de relato financeiro
Demonstrações Financeiras
ANEXO
Nota introdutória
Não existe uma estrutura rígida para o Anexo. No entanto de acordo com a NRF1 a
demonstração financeira “Anexo” é constituído por um conjunto de notas apresentadas por
uma determinada ordem, devendo esta demonstração financeira começar por identificar
a entidade e o referencial contabilístico utilizado para a preparação das demonstrações
financeiras.
A informação mínima a ser apresentada no anexo é a que a cada momento for exigida
pelo sistema de normalização contabilística e de relato financeiro.
Neste sentido o Anexo deverá iniciar por identificar a entidade e o referencial conta-
bilístico seguindo-se as restantes notas, sendo que: a identificação da entidade; a nota 0; as
notas 1 e 2; e as notas N-3 a N são de apresentação obrigatória e na sequência em que se
apresentam no quadro abaixo onde N é o ultimo número da sequência das notas (o N-1 o
penúltimo e assim sucessivamente)

498
Despacho Normativo n.º 2/2008, de 29 de Dezembro

ESTRUTURA DO ANEXO
Identificação da entidade, incluindo: designação da entidade; sede; natureza da activi-
dade; nome e sede da empresa- mãe, se aplicável.
ANEXO referente a ______ (ano) período compreendido entre __/__/____ e
__/__/____
Nota nº. Titulo da nota e conteúdo mínimo

0 Referencial contabilístico de preparação das demonstrações


financeiras
1 Principais políticas contabilísticas, derrogações e comparabilidade
2 Fluxos de caixa
3a Estas notas devem ser apresentadas de uma forma sistemática, e estão
N-4 reservadas para informação de suporte de itens apresentados na face do
balanço, na demonstração dos resultados, na demonstração de alterações
no capital próprio e na demonstração dos fluxos de caixa.

Deverá haver uma referência cruzada entre o Anexo e as demais


demonstrações financeiras de forma a tornar fácil e inequívoca a
identificação do local do anexo onde a informação se encontra.
N-3 Outras informações sobre a aplicação do regime de acréscimo.
N-2 Passivos contingentes e compromissos contratuais não reconhecidos
N-1 Divulgações exigidas por diplomas legais
N Outras informações cuja divulgações seja considerada relevante para
melhor compreensão da posição financeira e dos resultados
Na nota N-3, entre outra informação, deverá constar informação sobre os acréscimos e
deferimentos que pode ser dada num quadro como seja:
Sistema de Normalização Contabilística
e de relato financeiro
Demonstrações Financeiras
ANEXO - PE
Nota introdutória
Não existe uma estrutura rígida para o Anexo-PE. No entanto de acordo com a NRF1
a demonstração financeira “Anexo” é constituído por um conjunto de notas apresentadas
por uma determinada ordem, devendo esta demonstração financeira começar por identifi-
car a entidade e o referencial contabilístico utilizado para a preparação das demonstrações

499
Despacho Normativo n.º 2/2008, de 29 de Dezembro

financeiras.
A informação mínima a ser apresentada no anexo é a que a cada momento for exigida
pelo sistema de normalização contabilística e de relato financeiro.
Neste sentido o Anexo deverá iniciar por identificar a entidade e o referencial conta-
bilístico seguindo-se as restantes notas, sendo que: a identificação da entidade; a nota 0; as
notas 1 e 2; e as notas N-3 a N são de apresentação obrigatória e na sequência em que se
apresentam no quadro abaixo onde N é o ultimo número da sequência das notas (o N-1 o
penúltimo e assim sucessivamente)
ESTRUTURA DO ANEXO
Identificação da entidade, incluindo: designação da entidade; domicílio; natureza da
actividade; nome e sede da empresa- mãe, se aplicável.
ANEXO - PE referente a ______ (ano) período compreendido entre __/__/____ e
__/__/____

Nota nº. Título da nota e conteúdo mínimo

0 Referencial contabilístico de preparação das demonstrações


financeiras
1 Resumo das principais políticas contabilísticas adoptadas
2 Fluxos de caixa
3 a Estas notas devem ser apresentadas de uma forma sistemática, e
N-4 estão reservadas para informação de suporte de itens apresentados
na face do balanço, na demonstração dos resultados.

Deverá haver uma referência cruzada entre o Anexo e as demais


demonstrações financeiras de forma a tornar fácil e inequívoca a
identificação do local do anexo onde a informação se encontra.
N-3 Outras informações sobre a aplicação do regime de acréscimo.
N-2 Passivos contingentes e compromissos contratuais não reconhecidos
N-1 Divulgações exigidas por diplomas legais
N Outras informações cuja divulgações seja considerada relevante para
melhor compreensão da posição financeira e dos resultados
Na nota N-3, entre outra informação, deverá constar informação sobre os acréscimos e
deferimentos que pode ser dada num quadro como seja:

500
Despacho Normativo n.º 3/2008, de 29 de Dezembro

NORMA DE RELATO FINANCEIRO 2


DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA – IAS 7
Despacho Normativo n.º 3/2008
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio modernizar e introduzir um Novo
Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde em subs-
tituição do Plano Nacional de Contabilidade aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de
Janeiro, com o objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas directivas inter-
nacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações introduzidas
têm em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão das entidades em Cabo Verde e
a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico do País e do
mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar a qualidade das demonstrações
financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor de credibilidade ao funcionamento
da economia real em Cabo Verde.
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido Decreto-Lei e visando transpor
para o direito interno as Normas de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das
Normas Internacionais da Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo
International Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de Normalização Con-
tabilística foi nomeada e trabalhou-se a apresentação da documentação complementar ao
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização Contabilística e de
Relato Financeiro para Cabo Verde.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º e do número 3 do artigo 259º
da Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde através da Ministra das
Finanças e Administração Pública, o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 2 – Demonstração de Fluxos de Caixa do
Sistema de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro e que se apresenta em anexo
ao presente regulamento como parte integrante.
Artigo 2º
Natureza
A Norma de Relato Financeiro 2 – Demonstração de Fluxos de Caixa é parte integrante do
Sistema de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro para Cabo Verde
Artigo 3º
Entrada em vigor
O presente Despacho Normativo entra em vigor na data da entrada em vigor do Decre-
to-Lei 5/2008, que aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Pública, 16 de Dezembro de 2008.
– A Ministra, Cristina Duarte.

501
Despacho Normativo n.º 3/2008, de 29 de Dezembro

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA


E DE RELATO FINANCEIRO
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 2
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA
Esta Norma de Relato Financeiro tem como objectivo prescrever as bases quanto à
estrutura e conteúdo da demonstração de fluxos de caixa, por forma a assegurar a com-
parabilidade quer com a demonstração de fluxos de caixa, da entidade, apresentada no
período anterior, quer com a demonstração de fluxos de caixa de outras entidades.
Âmbito (1)
1. Uma entidade deve preparar uma demonstração de fluxos de caixa de acordo com
os requisitos desta Norma e deve apresentá-la como parte integrante das suas demonstra-
ções financeiras de cada período em que são apresentadas demonstrações financeiras.
Definições (2 a 5)
2. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especifica-
dos:
Actividades de financiamento: são as actividades que têm como consequência altera-
ções na dimensão e composição do capital próprio contribuído e nos empréstimos obtidos
pela entidade.
Actividades de investimento: são a aquisição e alienação de activos a longo prazo e de
outros investimentos não incluídos em equivalentes de caixa.
Actividades operacionais: são as principais actividades produtoras de rédito da entida-
de e outras actividades que não sejam de investimento ou de financiamento.
Caixa: compreende o dinheiro em caixa e em depósitos à ordem.
Equivalentes de caixa: são investimentos financeiros a curto prazo, altamente líquidos
que sejam prontamente convertíveis para quantias conhecidas de dinheiro e que estejam
sujeitos a um risco insignificante de alterações de valor.
Fluxos de caixa: são influxos (recebimentos, entradas) e exfluxos (pagamentos, saídas) de caixa
e seus equivalentes.
Caixa e Equivalentes de Caixa (3 a 5)
3. Os equivalentes de caixa são detidos com a finalidade de ir ao encontro dos com-
promissos de caixa a curto prazo e não para investimento ou outros propósitos. Para um
investimento se qualificar como um equivalente de caixa ele tem de ser prontamente con-
vertível para uma quantia conhecida de dinheiro e estar sujeito a um risco insignificante
de alterações de valor. Por isso, um investimento só se qualifica normalmente como um

502
Despacho Normativo n.º 3/2008, de 29 de Dezembro

equivalente de caixa quando tiver um vencimento a curto prazo, seja três meses ou menos
a partir da data de aquisição. Os investimentos de capital próprio são excluídos dos equi-
valentes de caixa a menos que sejam, em substância, equivalentes de caixa, por exemplo
no caso de acções preferenciais adquiridas dentro de um curto período do seu vencimento
e com uma data específica de remição.
4. Os empréstimos bancários obtidos são geralmente considerados como actividades
de financiamento.
5. Os fluxos de caixa excluem movimentos entre itens que constituam caixa e seus equiva-
lentes porque estes componentes são parte da gestão de caixa de uma entidade e não parte das
suas actividades operacionais, de investimento e de financiamento. A gestão de caixa inclui o
investimento de excessos de caixa nos equivalentes de caixa.
Apresentação de uma demonstração de fluxos de caixa (6 a 12)
6. A demonstração de fluxos de caixa deve relatar os fluxos de caixa durante o período
classificados por actividades operacionais, de investimento e de financiamento, conforme
modelo publicado em Portaria.
7. A classificação por actividades proporciona informação que permite aos utentes
determinar o impacto dessas actividades na posição financeira da entidade e nas quantias de
caixa e seus equivalentes. Esta informação pode ser também usada para avaliar as relações
entre estas actividades.
Actividades operacionais (8 a 10)
8. A quantia de fluxos de caixa proveniente de actividades operacionais é um indicador
chave da medida em que as operações da entidade geraram fluxos de caixa suficientes para
pagar empréstimos, manter a capacidade operacional da entidade, pagar dividendos e fazer
novos investimentos, sem recurso a fontes externas de financiamento. A informação acerca
dos componentes específicos dos fluxos de caixa operacionais históricos é útil, juntamente
com outra informação, na previsão de futuros fluxos de caixa operacionais.
9. Os fluxos de caixa das actividades operacionais são principalmente derivados das
principais actividades geradoras de réditos da entidade. Por isso, eles são geralmente con-
sequência das operações e outros acontecimentos que entram na determinação dos resulta-
dos da entidade. Exemplos de fluxos de caixa de actividades operacionais são:
(a) Recebimentos de caixa provenientes da venda de bens e da prestação de servi-
ços;
(b) Recebimentos de caixa provenientes de royalties, honorários, comissões e ou-
tros réditos;
(c) Pagamentos de caixa a fornecedores de bens e serviços;
(d) Pagamentos de caixa a e por conta de empregados;

503
Despacho Normativo n.º 3/2008, de 29 de Dezembro

(e) Pagamentos ou recebimentos de caixa por restituições de impostos sobre ren-


dimento, a menos que estes se relacionem com as outras actividades; e
(f) Recebimentos e pagamentos de caixa de contratos detidos com a finalidade de
negócio. Algumas transacções, tal como a alienação de um elemento do activo
fixo tangível originam ganhos ou perdas que são incluídos na demonstração
dos resultados. Contudo, os fluxos de caixa relacionados com estas transac-
ções são classificados como pertencentes a actividades de investimento.
10. Uma entidade pode deter títulos e empréstimos para finalidades do negócio, situ-
ação em que são similares a inventários adquiridos especificamente para revenda. Por isso,
os fluxos de caixa provenientes da compra e venda de títulos para negociar ou comerciali-
zar são classificados como actividades operacionais. De forma semelhante, os adiantamen-
tos de caixa e empréstimos feitos por instituições financeiras são geralmente classificados
como actividades operacionais desde que se relacionem com as principais actividades ge-
radoras de rédito dessa entidade.
Actividades de investimento (11)
11. A divulgação separada dos fluxos de caixa provenientes das actividades de investi-
mento é importante porque os fluxos de caixa representam a extensão pela qual os dispên-
dios foram feitos relativamente a recursos destinados a gerar rendimento e fluxos de caixa
futuros. São exemplos de fluxos de caixa provenientes de actividades de investimento:
(a) Pagamentos de caixa para aquisição de activos fixos tangíveis, intangíveis e
outros activos a longo prazo. Estes pagamentos incluem os relacionados com
custos de desenvolvimento capitalizados e activos fixos tangiveis auto cons-
truídos;
(b) Recebimentos de caixa por vendas de activos fixos tangíveis, intangíveis e
outros activos a longo prazo;
(c) Pagamentos de caixa para aquisição de instrumentos de capital próprio ou
de dívida de outras entidades e de interesses em empreendimentos conjuntos
(que não sejam pagamentos dos instrumentos considerados como sendo equi-
valentes de caixa ou dos detidos para finalidades de negócio);
(d) Recebimentos de caixa de vendas de instrumentos de capital próprio ou de dí-
vida de outras entidades e de interesses em empreendimentos conjuntos (que
não sejam recebimentos dos instrumentos considerados como equivalentes de
caixa e dos detidos para as finalidades do negócio);
(e) Adiantamentos de caixa e empréstimos feitos a outras entidades;
(f) Recebimentos de caixa provenientes do reembolso de adiantamentos e de em-
préstimos feitos a outras entidades;

504
Despacho Normativo n.º 3/2008, de 29 de Dezembro

(g) Pagamentos de caixa para contratos de futuros, contratos de forward, contra-


tos de opção e contratos de swap excepto quando os contratos sejam mantidos
para as finalidades do negócio, ou os pagamentos sejam classificados como
actividades de financiamento; e
(h) Recebimentos de caixa provenientes de contratos de futuros, contratos foi-
vvard, contratos de opção e contratos de swap, excepto quando os contra-
tos sejam mantidos para as finalidades do negócio, ou os recebimentos sejam
classificados como actividades de financiamento.
Actividades de financiamento (12)
12. A divulgação separada de fluxos de caixa provenientes das actividades de financia-
mento é importante porque é útil na predição de reivindicações futuras de fluxos de caixa
pelos fornecedores de capitais à entidade. São exemplos de fluxos de caixa provenientes de
actividades de financiamento:
(a) Recebimentos de caixa provenientes da emissão de acções ou de outros instru-
mentos de capital próprio;
(b) Pagamentos de caixa por aquisição de acções (quotas) próprias, redução do
capital ou amortização de acções (quotas);
(c) Recebimentos provenientes da emissão de certificados de dívida, emprésti-
mos, livranças, obrigações, hipotecas e outros empréstimos obtidos a curto ou
longo prazo;
(d) Desembolsos de caixa de quantias de empréstimos obtidos; e
(e) Pagamentos de caixa por um locatário para a redução de uma dívida em aberto
relacionada com uma locação financeira.
Relato de fluxos de caixa das actividades operacionais (13 a 15)
13. Uma entidade deve relatar os fluxos de caixa provenientes de actividades opera-
cionais pelo uso de um dos dois métodos seguintes:
(a) Método directo, pelo qual, são divulgadas as principais classes dos recebi-
mentos e dos pagamentos brutos de caixa; ou
(b) Método indirecto, os resultados são ajustados pelos efeitos de transacções de
natureza que não sejam por caixa, de quaisquer diferimentos ou acréscimos
de recebimentos e pagamentos de caixa operacionais passados ou futuros, e
itens de rédito ou gasto associados com fluxos de caixa de investimento ou de
financiamento.
14. As entidades devem privilegiar o método directo para o relato dos fluxos de caixa
de actividades operacionais. Este método proporciona informação que pode ser útil na

505
Despacho Normativo n.º 3/2008, de 29 de Dezembro

estimativa de fluxos de caixa futuros e que não é disponibilizada pelo método indirecto.
Pelo método directo, a informação acerca das principais classes de recebimentos brutos (de
caixa) e de pagamentos brutos (de caixa) pode ser obtida quer:
(a) A partir dos registos contabilísticos da entidade; quer
(b) Pelo ajustamento de vendas, custo das vendas e outros itens da demonstração
dos resultados relativamente a:
i. Alterações, durante o período, em inventários e em contas a receber e a
pagar, relacionadas com a actividade operacional;
ii. Outros itens que não sejam de caixa; e
iii. Outros itens pelos quais os efeitos de caixa sejam fluxos de caixa de in-
vestimento ou de financiamento.
15. Pelo método indirecto, o fluxo de caixa líquido das actividades operacionais é
determinado pelo ajustamento dos resultados relativamente aos efeitos de:
(a) Alterações, durante o período, em inventários e em contas a receber e a pagar,
relacionadas com a actividade operacional;
(b) Itens que não sejam de caixa tais como depreciações, ajustamentos, provisões,
impostos diferidos, perdas e ganhos não realizados de moeda estrangeira, lu-
cros de associadas não distribuídos e interesses minoritários; e
(c) Todos os outros itens quanto aos quais os efeitos de caixa sejam fluxos de
caixa de investimento ou de financiamento.
Alternativamente, o fluxo de caixa líquido das actividades operacionais pode ser apre-
sentado pelo método indirecto ao mostrar-se os réditos e os gastos divulgados na demons-
tração dos resultados e as alterações, durante o período, em inventários e em contas a
receber e a pagar, relacionadas com a actividade operacional.
Relato de fluxos de caixa das actividades de investimento e de financiamento (16)
16. Uma entidade deve relatar separadamente as principais classes dos recebimentos
brutos de caixa e dos pagamentos brutos de caixa provenientes das actividades de inves-
timento e de financiamento, excepto até ao ponto em que os fluxos de caixa descritos no
parágrafo 18 sejam relatados numa base líquida.
Relato de fluxos de caixa numa base líquida (17 a 19)
17. Os fluxos de caixa provenientes das seguintes actividades operacionais, de inves-
timento e de financiamento podem ser relatados numa base líquida:
18. Recebimentos e pagamentos (de caixa) por conta de clientes quando o fluxo de
caixa reflicta as actividades do cliente e não os da entidade; e

506
Despacho Normativo n.º 3/2008, de 29 de Dezembro

19. Recebimentos e pagamentos (de caixa) dos itens em que a rotação seja rápida, as
quantias sejam grandes e os vencimentos sejam curtos.
Fluxos de caixa em moeda estrangeira (20 a 23)
20. Os fluxos de caixa resultantes de transacções em moeda estrangeira devem ser
registados na moeda funcional de uma entidade mediante a aplicação à quantia em moeda
estrangeira da taxa de câmbio entre a moeda funcional e a moeda estrangeira à data do fluxo
de caixa.
21. Os fluxos de caixa de uma subsidiária estrangeira devem ser transpostos às taxas de câmbio
entre a moeda funcional e a moeda estrangeira às datas dos fluxos de caixa.
22. Os fluxos de caixa denominados numa moeda estrangeira são relatados de maneira
consistente com a NRF 20 - Os efeitos de alterações em taxas de câmbio. Esta permite o
uso de uma taxa de câmbio que se aproxime da taxa real. Por exemplo, uma taxa de câm-
bio média ponderada de um período pode ser usada para registar transposições de moeda
estrangeira ou a transposição dos fluxos de caixa de uma subsidiária estrangeira. Porém, a
NRF 20 não permite o uso da taxa de câmbio à data do balanço quando sejam transpostos
os fluxos de caixa de uma subsidiária estrangeira.
23. Os ganhos e as perdas não realizados provenientes de alterações de taxas de câm-
bio de moeda estrangeira não são fluxos de caixa. Porém, o efeito das alterações das taxas
de câmbio sobre caixa e seus equivalentes detidos ou devidos numa moeda estrangeira é
relatado na demonstração dos fluxos de caixa a fim de reconciliar caixa e seus equivalentes
no começo e no fim do período. Esta quantia é apresentada separadamente da dos fluxos
de caixa das actividades operacionais, de investimento e de financiamento e inclui as dife-
renças, se as houver, caso esses fluxos de caixa tivessem sido relatados às taxas de câmbio
do fim do período.
Juros e dividendos (24 a 27)
24.Cada um dos fluxos de caixa de juros e dividendos recebidos e pagos deve ser se-
paradamente divulgado. Cada um deve ser classificado de maneira consistente de período a
período quer como actividade operacional, de investimento ou de financiamento.
25. A quantia total de juros pagos durante um período deve ser divulgada na demons-
tração de fluxos de caixa quer tenha sido reconhecida como um gasto na demonstração dos
resultados quer tenha sido capitalizada de acordo com a NRF 11-Gastos de empréstimos
obtidos.
26. Os juros pagos e juros e dividendos recebidos podem ser classificados como fluxos
de caixa operacionais porque entram na determinação dos resultados. Alternativamente os
juros pagos e os juros e dividendos recebidos podem ser classificados como fluxos de caixa
de financiamento e fluxos de caixa de investimento respectivamente porque são custos de
obtenção de recursos financeiros ou retornos do investimento.

507
Despacho Normativo n.º 3/2008, de 29 de Dezembro

27. Os dividendos pagos podem ser classificados como fluxos de caixa de financia-
mento porque são um custo da obtenção de recursos financeiros. Alternativamente, os di-
videndos pagos podem ser classificados como um componente de fluxo de caixa das acti-
vidades operacionais a fim de ajudar os utentes a determinar a capacidade de uma entidade
de pagar dividendos a partir dos fluxos de caixa operacionais.
Impostos sobre o rendimento (28)
28. Os fluxos de caixa provenientes de impostos sobre o rendimento devem ser di-
vulgados separadamente devendo ser classificados como fluxos de caixa de actividades
operacionais a menos que possam ser especificamente identificados com as actividades de
financiamento e de investimento.
Investimentos em subsidiárias, em associadas e em empreendimentos conjun-
tos (29 e 30)
29. Quando se contabilizar um investimento numa associada ou numa subsidiária con-
tabilizado pelo uso do método da equivalência patrimonial ou pelo método do custo, uma
investidora restringe o seu relato na demonstração de fluxo de caixa aos fluxos de caixa
entre ela própria e a investida, como por exemplo, aos dividendos e adiantamentos.
30. Uma entidade que relate os seus interesses numa entidade conjuntamente controla-
da usando a consolidação proporcional, incluirá na sua demonstração consolidada de fluxos
de caixa a sua parte proporcional dos fluxos de caixa da entidade conjuntamente contro-
lada. Uma entidade que relate tal interesse usando o método da equivalência patrimonial
inclui na sua demonstração de fluxos de caixa os fluxos de caixa que respeitem aos seus
investimentos na entidade conjuntamente controlada, e distribuições e outros pagamentos
ou recebimentos entre ela e a entidade conjuntamente controlada.
Aquisições e alienações de subsidiárias e de outras unidades empresariais (31
a 37)
31. Os fluxos de caixa agregados provenientes de aquisições e de alienações de subsi-
diárias ou de outras unidades empresariais devem ser apresentados separadamente e classi-
ficados como actividades de investimento.
32. Uma entidade deve divulgar, agregadamente, no que respeita tanto a aquisições
como a alienações de subsidiárias ou de outras unidades empresariais durante o período
cada um dos seguintes pontos:
33. A retribuição total da compra ou da alienação;
34. A parte da retribuição da compra ou da alienação liquidada por meio de caixa e
seus equivalentes;
35.a quantia de caixa e seus equivalentes na subsidiária ou na unidade empresarial
adquirida ou alienada; e

508
Despacho Normativo n.º 3/2008, de 29 de Dezembro

36. A quantia dos activos e passivos que não sejam caixa ou seus equivalentes na sub-
sidiária ou unidade empresarial adquirida ou alienada, resumida por cada categoria prin-
cipal.
37. A quantia agregada de dinheiro pago ou recebido como retribuição de compra ou
de venda é relatada na demonstração de fluxos de caixa, pelo líquido de caixa e seus equi-
valentes adquiridos ou alienados.
Transacções que não sejam por caixa (38 e 41)
38. As transacções de investimento e de financiamento que não exijam o uso de caixa
ou seus equivalentes devem ser excluídas de uma demonstração de fluxos de caixa. Tais
operações devem ser divulgadas noutra parte das demonstrações financeiras de tal maneira
que proporcionem toda a informação relevante acerca das actividades de investimento e de
financiamento.
39. Algumas actividades de financiamento e de investimento não têm um impacto di-
recto nos fluxos correntes de caixa se bem que afectem a estrutura do capital e do activo da
entidade. A exclusão das transacções que não sejam de caixa da demonstração de fluxos de
caixa é consistente com o objectivo dessa demonstração porque esses elementos não envol-
vem fluxos de caixa no período corrente. Exemplos de operações que não sejam de caixa são:
40. A aquisição de activos quer pela assunção de passivos directamente relacionados
ou por meio de uma locação financeira;
41. A aquisição de uma entidade por meio de uma emissão de capital; e (c) a conversão
de dívidas em capital.
Outras divulgações (42)
42. Uma entidade deve divulgar, juntamente com um comentário, a quantia dos saldos
significativos de caixa e seus equivalentes detidos pela entidade, que não estejam disponí-
veis para uso pelo grupo.
Data de eficácia (43)
43.Uma entidade deve aplicar esta Norma para os períodos com início em ou após 1
de Janeiro de 2009.
ANEXO 1
Regime especial das pequenas entidades
1. Às Entidades inseridas no regime especial para pequenas entidades (REPE) não se aplica
esta norma.

509
Despacho Normativo n.º 4/2008, de 29 de Dezembro

NORMA DE RELATO FINANCEIRO 3


POLITICAS CONTABILÍSTICAS, ALTERAÇÕES NAS ESTIMATIVAS
CONTABILÍSTICAS E ERROS – IAS 8
Despacho Normativo n.º 4/2008
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio modernizar e introduzir um Novo
Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde em subs-
tituição do Plano Nacional de Contabilidade aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de
Janeiro, com o objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas directivas inter-
nacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações introduzidas
têm em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão das entidades em Cabo Verde e
a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico do País e do
mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar a qualidade das demonstrações
financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor de credibilidade ao funciona-
mento da economia real em Cabo Verde.
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido Decreto-Lei e visando transpor
para o direito interno as Normas de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das
Normas Internacionais da Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo
International Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de Normalização Con-
tabilística foi nomeada e trabalhou-se a apresentação da documentação complementar ao
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização Contabilística e de
Relato Financeiro para Cabo Verde.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º e do número 3 do artigo
259º da Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde através da Ministra das
Finanças e Administração Pública, o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 3 – Politicas contabilísticas, alterações nas
estimativas contabilísticas e erros do Sistema de Normalização Contabilístico e Relato Fi-
nanceiro e que se apresenta em anexo ao presente regulamento como parte integrante.
Artigo 2º
Natureza
A Norma de Relato Financeiro 3 – Politicas contabilísticas, alterações nas estimativas
contabilísticas e erros é parte integrante do Sistema de Normalização Contabilístico e Re-
lato Financeiro para Cabo Verde
Artigo 3º
Entrada em vigor
O presente Despacho Normativo entra em vigor na data da entrada em vigor do Decre-
to-Lei 5/2008, que aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Pública, 16 de Dezembro de 2008.
A Ministra Cristina Duarte

510
Despacho Normativo n.º 4/2008, de 29 de Dezembro

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA


E DE RELATO FINANCEIRO
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 3
POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS, ALTERAÇÕES NAS ESTIMATIVAS
CONTABILÍSTICAS E ERROS
Esta Norma de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional emitida pelo
IASB sobre políticas contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas e erros.
Objectivo (1 e 2)
1. O objectivo desta Norma de Relato Financeiro é o de prescrever os critérios para
a selecção e alteração das políticas contabilísticas, bem como o tratamento contabilístico
e divulgação das alterações nas políticas contabilísticas e correcções de erros. A Norma
destina-se a melhorar a relevância e a fiabilidade das demonstrações financeiras de uma
entidade, e a sua comparabilidade ao longo do tempo e com as demonstrações financeiras
de outras entidades.
2. Os requisitos de divulgação relativos a políticas contabilísticas, excepto aqueles
que digam respeito a alterações nas políticas contabilísticas, são estabelecidos na NRF 1 —
Apresentação de Demonstrações Financeiras.
Âmbito (3 e 4)
3. Esta Norma deve ser aplicada na selecção e aplicação de políticas contabilísticas
e na contabilização de alterações nas políticas contabilísticas, alterações nas estimativas
contabilísticas e correcções de erros de períodos anteriores.
4. Os efeitos fiscais de correcções de erros de períodos anteriores e ajustamentos re-
trospectivos derivados da aplicação de alterações nas políticas contabilísticas são contabi-
lizados e divulgados de acordo com a NRF 22 - Impostos Sobre o Rendimento.
Definições (5 e 6)
5. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especifi-
cados:
Alteração na estimativa contabilística: é um ajustamento na quantia escriturada de
um activo ou de um passivo, ou a quantia de consumo periódico de um activo, que resulta
da avaliação do presente estado dos activos e passivos, e obrigações e benefícios futuros
esperados associados aos mesmos. As alterações nas estimativas contabilísticas resultam
de nova informação ou novos desenvolvimentos e, em conformidade, não são correcções
de erros.
Aplicação prospectiva: de uma alteração numa política contabilística e de reconheci-
mento do efeito de uma alteração numa estimativa contabilística, respectivamente, é:
(a) A aplicação da nova política contabilística a transacções, outros acontecimen-
tos e condições, que ocorram após a data em que a política seja alterada; e

511
Despacho Normativo n.º 4/2008, de 29 de Dezembro

(b) O reconhecimento do efeito da política da alteração na estimativa contabilís-


tica nos períodos corrente e futuro afectados pela alteração.
Aplicação retrospectiva: é a aplicação de uma nova política contabilística a transac-
ções, outros acontecimentos e condições, como se essa política tivesse sido sempre apli-
cada.
Erros de períodos anteriores: são omissões, e declarações incorrectas, nas demonstra-
ções financeiras da entidade de um ou mais períodos anteriores decorrentes da falta de uso,
ou uso incorrecto, de informação fiável que:
(a ) Estava disponível quando as demonstrações financeiras desses períodos foram
autorizadas para emissão; e
(b) Poderia razoavelmente esperar-se que tivesse sido obtida e tomada em consi-
deração na preparação e apresentação dessas demonstrações financeiras.
Tais erros incluem os efeitos de erros matemáticos, erros na aplicação de políticas
contabilísticas, descuidos ou interpretações incorrectas de factos e fraudes.
Impraticável: a aplicação de um requisito é impraticável quando a entidade não o pode
aplicar depois de ter feito todos os esforços razoáveis para o conseguir. Para um período
anterior em particular, é impraticável aplicar retrospectivamente uma alteração na política
contabilística ou fazer uma reexpressão retrospectiva para corrigir um erro se:
(a) Os efeitos da aplicação retrospectiva ou da reexpressão retrospectiva não fo-
rem determináveis;
(b) A aplicação retrospectiva ou a reexpressão retrospectiva exigir pressupostos
sobre qual teria sido a intenção da entidade nesse período; ou
(c) A aplicação retrospectiva ou a reexpressão retrospectiva exigir estimativas
significativas de quantias e se for impossível distinguir objectivamente a in-
formação sobre estas estimativas que:
(i) Proporcione provas das circunstâncias que existiam na(s) data(s) em que essas
quantias foram reconhecidas, mensuradas ou divulgadas;
(ii) Teria estado disponível quando as demonstrações financeiras desse período
foram autorizadas para emissão.
Material: as omissões ou declarações incorrectas de itens são materiais se puderem, in-
dividual ou colectivamente, influenciar as decisões económicas dos utentes, tomadas com
base nas demonstrações financeiras. A materialidade depende da dimensão e natureza da
omissão ou declaração incorrecta ajuizada nas circunstâncias que a rodeiam. A dimensão e
a natureza do item, ou uma combinação de ambas, podem ser o factor determinante.
Políticas contabilísticas: são os princípios, bases, convenções, regras e práticas espe-
cíficos aplicados por uma entidade na preparação e apresentação de demonstrações finan-
ceiras.

512
Despacho Normativo n.º 4/2008, de 29 de Dezembro

Reexpressão retrospectiva: é a correcção do reconhecimento, mensuração e divulga-


ção de quantias de elementos das demonstrações financeiras como se um erro de períodos
anteriores nunca tivesse ocorrido.
6. Avaliar se uma omissão ou declaração incorrecta poderia influenciar as decisões
económicas dos utentes, sendo portanto material, exige a consideração das características
desses utentes. Para esse efeito, “presume-se que os utentes tenham um razoável conheci-
mento das actividades empresariais económicas e da contabilidade e vontade de estudar a
informação com razoável diligência”. Por isso, a avaliação deve ter em conta a forma como
se pode esperar razoavelmente que os utentes com tais atributos possam ser influenciados
na tomada de decisões económicas.
Políticas contabilísticas (7 a 26)
Selecção e aplicação de políticas contabilísticas (7 a 10)
7. Quando uma norma ou interpretação se aplicar especificamente a uma transacção,
outro acontecimento ou condição, a politica ou politicas contabilísticas aplicadas a esse
item devem ser determinadas pela aplicação da norma ou interpretação e tendo em con-
sideração qualquer documento de carácter geral ou especifico emitido pela comissão de
normalização contabilística.
8. As NRF estabelecem políticas contabilísticas que resultam em demonstrações finan-
ceiras contendo informação relevante e fiável sobre as transacções, outros acontecimentos
e condições a que se aplicam. Essas políticas não necessitam de ser aplicadas quando o
efeito da sua aplicação for imaterial, excepto se tiver por objectivo alcançar uma determi-
nada apresentação da posição financeira, desempenho financeiro ou fluxos de caixa.
9. Na ausência de uma Norma ou Interpretação que se aplique especificamente a uma
transacção, outro acontecimento ou condição, o órgão de gestão ajuizará quanto ao desen-
volvimento e aplicação de uma política contabilística que resulte em informação que seja:
(a) Relevante para a tomada de decisões económicas por parte dos utentes;
(b) Fiável, de tal modo que as demonstrações financeiras:
(i) Representem com fidedignidade a posição financeira, o desempenho fi-
nanceiro e os fluxos de caixa da entidade;
(ii) Reflictam a substância económica de transacções, outros acontecimentos
e condições e não meramente a forma legal;
(iii) Sejam neutras, isto é, que estejam isentas de preconceitos;
(iv) Sejam prudentes; e
(v) Sejam completas em todos os aspectos materiais.

513
Despacho Normativo n.º 4/2008, de 29 de Dezembro

10. Ao fazer os juízos de valor descritos no parágrafo 9, o órgão de gestão deve consul-
tar e considerar a aplicabilidade das seguintes fontes, por ordem indicada:
(a) Os requisitos e a orientação das Normas e Interpretações que tratam de assun-
tos semelhantes e relacionados; e
(b) As definições, critérios de reconhecimento e conceitos de mensuração para
activos, passivos, rendimentos e gastos na Estrutura Conceptual.
Consistência de políticas contabilísticas (11)
11. Uma entidade deve seleccionar e aplicar as suas políticas consistentemente para
transacções semelhantes, outros acontecimentos e condições, a menos que uma Norma ou
Interpretação especificamente exija ou permita a categorização de itens para os quais pos-
sam ser apropriadas diferentes políticas. Se uma Norma ou Interpretação exigir ou permitir
tal categorização, uma política contabilística deve ser seleccionada e aplicada consistente-
mente a cada categoria.
Alterações nas políticas contabilísticas (12 a 26)
12. Uma entidade deve alterar uma política contabilística apenas se a alteração:
(a) For exigida por uma Norma ou Interpretação; ou
(b) Resultar no facto de as demonstrações financeiras proporcionarem informação
fiável e mais relevante sobre os efeitos das transacções, outros acontecimentos
ou condições, na posição financeira, desempenho financeiro ou fluxos de cai-
xa da entidade.
13. Os utentes das demonstrações financeiras precisam de poder comparar as demons-
trações financeiras de uma entidade ao longo do tempo para identificar tendências na sua
posição financeira, desempenho financeiro e fluxos de caixa. Por isso, são aplicadas as mes-
mas políticas contabilísticas em cada período ou de um período para o outro, a menos que
uma alteração numa política contabilística esteja em conformidade com um dos critérios
enunciados no parágrafo 12.
14. O que se segue não são alterações nas políticas contabilísticas:
(a) A aplicação de uma política contabilística para transacções, outros aconte-
cimentos, ou condições, que difiram em substância daqueles que ocorreram
anteriormente; e
(b) A aplicação de uma nova política contabilística para transacções, outros acon-
tecimentos ou condições, que não ocorreram anteriormente ou eram imate-
riais.
15. A aplicação inicial de uma política para regularizar activos em conformidade com
a NRF 6 - Activos Intangíveis ou a NRF 7 - Activos Fixos Tangíveis é uma alteração numa
política contabilística a ser tratada como uma revalorização de acordo com a NRF 6 ou
NRF 7 e não de acordo com esta Norma.

514
Despacho Normativo n.º 4/2008, de 29 de Dezembro

16. Os parágrafos 17 a 26 não se aplicam à alteração na política descrita no pa-


rágrafo 15.
Aplicar alterações nas políticas contabilísticas (17 e 18)
17. Sem prejuízo do disposto no parágrafo 20:
(a) Uma entidade deve contabilizar uma alteração na política contabilística resul-
tante da aplicação inicial de uma Norma ou Interpretação de acordo com as
disposições transitárias específicas, se existirem nessa Norma ou Interpreta-
ção; e
(b) Quando uma entidade altere uma política contabilística na aplicação inicial de
uma Norma ou Interpretação que não inclua disposições transitárias específi-
cas que se apliquem a essa alteração, ou quando altere uma política contabilís-
tica voluntariamente, ela deve aplicar a alteração retrospectivamente.
18. Para a finalidade desta Norma, a aplicação antecipada de uma Norma ou Interpre-
tação não é uma alteração voluntária na política contabilística.
Aplicação retrospectiva (19)
19. Sem prejuízo do disposto no parágrafo 20, quando uma alteração na política conta-
bilística é aplicada retrospectivamente de acordo com o parágrafo 17(a) ou 17 (b), a entida-
de deve ajustar o saldo de abertura de cada componente do capital próprio afectado para o
período anterior mais antigo apresentado e as outras quantias comparativas divulgadas para
cada período anterior apresentado como se a nova política tivesse sido sempre aplicada.
Limitações à aplicação retrospectiva (20 a 24)
20. Quando a aplicação retrospectiva for exigida pelo parágrafo 17(a) ou 17(b), uma
alteração na política contabilística deve ser aplicada retrospectivamente excepto até ao
ponto em que seja impraticável determinar quer os efeitos específicos de um período quer
o efeito cumulativo da alteração.
21. Quando for impraticável determinar os efeitos específicos num período da alte-
ração duma política contabilística na informação comparativa para um ou mais períodos
anteriores apresentados. a entidade deve aplicar a nova política contabilística às quantias
escrituradas de activos e passivos no início do período mais antigo para o qual seja praticá-
vel a aplicação retrospectiva, que pode ser o período corrente, e deve fazer um ajustamento
correspondente no saldo de abertura de cada componente do capital próprio afectado desse
período.
22. Quando for impraticável determinar o efeito cumulativo, no início do período
corrente, da aplicação de uma nova política contabilística a todos os períodos anteriores,
a entidade deve ajustar a informação comparativa para aplicar a nova política contabilística
prospectivamente a partir da data mais antiga em que seja praticável fazê-lo.

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Despacho Normativo n.º 4/2008, de 29 de Dezembro

23. Quando uma entidade aplicar uma nova política contabilística retrospectivamente,
ela aplica a nova política contabilística à informação comparativa para períodos anteriores
tão antigos quanto for praticável. A aplicação retrospectiva a um período anterior não é
praticável a menos que seja praticável determinar o efeito cumulativo nas quantias dos
balanços de abertura e de fecho desse período. A quantia do ajustamento resultante relacio-
nado com períodos anteriores aos apresentados nas demonstrações financeiras é feita para o
saldo de abertura de cada componente do capital próprio afectado do período anterior mais
antigo apresentado. Normalmente o ajustamento é feito nos resultados retidos. Contudo, o
ajustamento pode ser feito noutro componente do capital próprio (por exemplo, para cum-
prir uma Norma ou interpretação). Qualquer outra informação sobre períodos anteriores, tal
como resumos históricos de dados financeiros é também ajustada para períodos tão antiga
quanto praticável.
24. Quando for impraticável a uma entidade fazer a aplicação retrospectiva de uma
nova política contabilística, porque não pode determinar o efeito cumulativo da aplicação
da mesma a todos os períodos anteriores, deve, de acordo com o parágrafo 22, fazer a
aplicação prospectiva dessa nova política desde o início do período mais antigo em que tal
seja praticável. Por isso, ela ignora a parte do ajustamento cumulativo nos activos, passivos
e capital próprio que seja antes dessa data. A alteração numa política contabilística é per-
mitida mesmo que seja impraticável fazer a sua aplicação prospectiva a qualquer período
anterior, Os parágrafos 45 a 48 proporcionam orientação quando for impraticável aplicar
uma nova política contabilística a um ou mais períodos anteriores.
Divulgação (25 e 26)
25. Quando a aplicação inicial de uma Norma ou de uma Interpretação tiver efeitos
no período corrente ou em qualquer período anterior, salvo se for impraticável determinar
a quantia do ajustamento, ou puder ter efeitos em períodos futuros, uma entidade deve
divulgar:
(a) O título da Norma ou da Interpretação;
(b) A natureza da alteração na política contabilística; e
(c) A quantia de ajustamento relacionado com períodos anteriores aos apresenta-
dos, até ao ponto que seja praticável.
As demonstrações financeiras de períodos posteriores não precisam de repetir estas
divulgações.
26. Quando uma alteração voluntária em políticas contabilísticas tiver efeitos no perí-
odo corrente ou em qualquer período anterior, mas é impraticável determinar a quantia de
ajustamento, ou puder ter efeitos em períodos futuros, uma entidade deve divulgar:
(a) A natureza da alteração na política contabilística;
(b) As razões pelas quais a aplicação da nova política contabilística proporciona
informação fiável e mais relevante;

516
Despacho Normativo n.º 4/2008, de 29 de Dezembro

(c) A quantia do ajustamento para o período corrente e cada período anterior apre-
sentado, até ao ponto que seja praticável; e
(d) A quantia de ajustamento relacionado com períodos anteriores aos apresenta-
dos, até ao ponto em que seja praticável.
Se a aplicação retrospectiva for impraticável para um período anterior, ou para perío-
dos anteriores aos apresentados, as circunstancias que levaram à existência dessa condição
e um a descrição de como e desde quando a politica contabilística tem sido aplicada.
As demonstrações financeiras de períodos posteriores não precisam de repetir estas
divulgações
Alterações nas estimativas contabilísticas (27 a 35)
27. Como consequência das incertezas inerentes às actividades empresariais, muitos
itens nas demonstrações financeiras não podem ser mensurados com precisão, podendo
apenas ser estimados. A estimativa envolve juízos de valor baseados na última informação
disponível. Por exemplo, podem ser exigidas estimativas de:
(a) Débitos incobráveis (de Contas a receber);
(b) Obsolescência de inventários;
(c) Justo valor dos activos e passivos financeiros;
(d) A vida útil de, ou o modelo esperado de consumo dos benefícios económicos
futuros incorporados em, activos depreciáveis; e
(e) Obrigações respeitantes a garantias.
28. O uso de estimativas razoáveis é uma parte essencial da preparação de demonstra-
ções financeiras e não diminui a sua fiabilidade.
29. Uma estimativa pode necessitar de revisão se ocorrerem alterações nas circuns-
tâncias em que a estimativa se baseou ou em consequência de nova informação ou de mais
experiência. Dada a sua natureza, a revisão de uma estimativa não se relaciona com perío-
dos anteriores e não é a correcção de um erro.
30. Uma alteração na base de mensuração aplicada é uma alteração numa política con-
tabilística e não uma alteração numa estimativa contabilística. Quando for difícil distinguir
uma alteração numa política contabilística de uma alteração da estimativa contabilística, a
alteração é tratada como alteração numa estimativa contabilística.
31. O efeito de uma alteração numa estimativa contabilística, que não seja uma alte-
ração à qual se aplique o parágrafo 32, deve ser reconhecido prospectivamente incluindo-o
nos resultados do:
(a) Período de alteração, se a alteração afectar apenas esse período; ou
(b) Período de alteração e futuros períodos, se a alteração afectar ambas as situa-
ções.

517
Despacho Normativo n.º 4/2008, de 29 de Dezembro

32. Até ao ponto em que uma alteração numa estimativa contabilística dá origem a
alterações em activos e passivos, ou se relacione com um item do capital próprio, ela deve
ser reconhecida pelo ajustamento da quantia escriturada do item de capital próprio, activo
ou passivo, relacionado com o período da alteração.
33. O reconhecimento prospectivo do efeito de uma alteração numa estimativa conta-
bilística significa que a alteração é aplicada a transacções, outros acontecimentos ou con-
dições a partir da data de alteração na estimativa. Uma alteração numa estimativa conta-
bilística pode afectar apenas os resultados do período corrente ou os resultados tanto do
período corrente como de futuros períodos. Por exemplo, uma alteração na estimativa da
quantia de débitos incobráveis afecta apenas os resultados do período corrente e, por isso, é
reconhecida no período corrente. Porém, uma alteração na estimativa da vida útil de, ou no
modelo esperado de consumo dos benefícios económicos futuros incorporados num activo
depreciável, afecta o gasto de depreciação do período corrente e de cada um dos futuros pe-
ríodos durante a vida útil remanescente do activo. Em ambos os casos, o efeito da alteração
relacionada com o período corrente é reconhecido como rendimento ou gasto no período
corrente. O efeito, caso exista, em futuros períodos é reconhecido como rendimento ou
gasto nesses futuros períodos.
Divulgação (34 e 35)
34. Uma entidade deve divulgar a natureza e a quantia de uma alteração numa estima-
tiva contabilística que tenha um efeito no período corrente ou se espera que tenha um efeito
em futuros períodos, excepto quando for impraticável calcular esse efeito.
35. Se a quantia do efeito em futuros períodos não for divulgada porque a estimativa
do mesmo é impraticável, uma entidade deve divulgar esse facto.
Erros (36 a 44)
36. Podem surgir erros no que respeita ao reconhecimento, mensuração, apresentação
ou divulgação de elementos de demonstrações financeiras. As demonstrações financeiras
não estão em conformidade com as NRF se contiverem erros materiais ou erros imateriais
feitos intencionalmente para alcançar uma determinada apresentação da posição financeira,
desempenho financeiro ou fluxos de caixa de uma entidade. Os erros potenciais do período
corrente descobertos nesse período são corrigidos antes de as demonstrações financeiras
serem autorizadas para emissão. Contudo, os erros materiais por vezes não são descobertos
até um período posterior, e estes erros de períodos anteriores são corrigidos na informação
comparativa apresentada nas demonstrações financeiras desse período posterior (ver pará-
grafos 37 a 42).
37. Sem prejuízo do disposto no parágrafo 38, uma entidade deve corrigir os erros mate-
riais de períodos anteriores retrospectivamente ao primeiro conjunto de demonstrações finan-
ceiras aprovadas após a sua descoberta:
(a) Reexpressando as quantias comparativas para o(s) período(s) anterior(es)
apresentado(s) em que tenha ocorrido o erro; ou

518
Despacho Normativo n.º 4/2008, de 29 de Dezembro

(b) Se o erro ocorreu antes do período anterior mais antigo apresentado, reex-
pressando os saldos de abertura dos activos, passivos e capital próprio para o
período mais antigo apresentado.
Limitações à reexpressão retrospectiva (38 a 43)
38. Um erro do período anterior deve ser corrigido por reexpressão retrospectiva ex-
cepto até ao ponto em que seja impraticável determinar quer os efeitos específicos de um
período quer o efeito cumulativo do erro.
39. Quando for impraticável determinar o período em que se começam a sentir os
efeitos de um erro na informação comparativa para um ou mais períodos anteriores apre-
sentados, a entidade deve reexpressar os saldos de abertura de activos, passivos e capital
próprio para o período mais antigo para o qual seja praticável a reexpressão retrospectiva
(que pode ser o período corrente).
40. Quando for impraticável determinar o efeito cumulativo, no início do período cor-
rente, de um erro em todos os períodos anteriores, a entidade deve reexpressar a informação
comparativa para corrigir o erro prospectivamente a partir da data mais antiga em que tal
seja praticável.
41. A correcção de um erro de um período anterior é excluída dos resultados do perío-
do em que o erro é descoberto. Qualquer informação apresentada sobre exercícios anterio-
res, incluindo qualquer resumo histórico de dados financeiros, é reexpressa para períodos
tão antigos quanto tal seja praticável.
42. Quando for impraticável determinar a quantia de um erro (por exemplo, um erro
na aplicação de uma política contabilística) para todos os períodos anteriores, a entidade,
de acordo com o parágrafo 40, reexpressa a informação comparativa prospectivamente a
partir da data mais antiga em que tal seja praticável. Por isso, ela ignora a parte da reex-
pressão cumulativa dos activos, passivos e capital próprio que seja antes dessa data. Os
parágrafos 45 a 48 proporcionam orientação sobre quando é impraticável corrigir um erro
para um ou mais períodos anteriores.
43. As correcções de erros distinguem-se de alterações nas estimativas contabilísticas.
As estimativas contabilísticas, pela sua natureza, são aproximações que podem necessitar
de revisão à medida que se torne conhecida informação adicional. Por exemplo, o ganho
ou a perda reconhecido no momento do desfecho de uma contingência não é a correcção
de um erro.
Divulgação de erros de períodos anteriores (44)
44. Ao aplicar o parágrafo 37, uma entidade deve divulgar o seguinte:
(a) A natureza de um erro de um período anterior;
(b) Até ao ponto em que tal seja praticável, a quantia de correcção para cada período
anterior apresentado;

519
Despacho Normativo n.º 4/2008, de 29 de Dezembro

(c) A quantia da correcção no início do período anterior mais antigo apresentado; e


(d) Se a reexpressão retrospectiva for impraticável para um período anterior em
particular, as circunstâncias que levaram à existência dessa condição e uma
descrição de como e desde quando o erro foi corrigido.
As demonstrações financeiras de períodos posteriores não precisam de repetir estas
divulgações.
Impraticabilidade com respeito à aplicação retrospectiva e à reexpressão retrospec-
tiva (45 a 49)
45. Em algumas circunstâncias, torna-se impraticável ajustar informação comparativa
para um ou mais períodos anteriores para conseguir comparabilidade para o período cor-
rente. Por exemplo, podem não ter sido coligidos dados no(s) período(s) anterior(es) de
uma forma que permita quer a aplicação retrospectiva de uma nova política contabilística
(incluindo, para a finalidade dos parágrafos 46 a 48, a sua aplicação prospectiva a períodos
anteriores) quer a reexpressão retrospectiva para corrigir um erro de um período anterior, e
pode ser impraticável recriar essa informação.
46. É frequentemente necessário fazer estimativas de aplicação de uma política con-
tabilística a elementos das demonstrações financeiras reconhecidos ou divulgados com
respeito a transacções, outros acontecimentos ou condições. A estimativa encerra alguma
subjectividade e as estimativas podem ser feitas após a data do balanço. É mais difícil fazer
estimativas quando se aplica retrospectivamente uma política contabilística ou se faz uma
reexpressão retrospectiva para corrigir um erro de um período anterior, devido ao período
de tempo mais longo que pode ter decorrido desde a transacção, outro acontecimento ou
condição afectados. Contudo, o objectivo das estimativas relacionadas com períodos an-
teriores permanece o mesmo que para as estimativas feitas no período corrente, nomeada-
mente, para que a estimativa reflicta as circunstâncias que existiam quando a transacção,
outro acontecimento ou condição ocorreram.
47. Por isso, aplicar retrospectivamente uma nova política contabilística ou corrigir
um erro de um período anterior exige que se distinga a informação que:
(a) Proporcione provas de circunstâncias que existiam na(s) data(s) em que tiver
ocorrido a transacção, outro acontecimento ou condição; e
(b) Teria estado disponível quando as demonstrações financeiras desse período an-
terior foram autorizadas para emissão.
Para alguns tipos de estimativas (por exemplo, uma estimativa de justo valor não ba-
seada num preço ou em contributos observáveis) é impraticável distinguir estes tipos de
informação. Quando a aplicação retrospectiva ou a reexpressão retrospectiva exija que se
faça uma estimativa significativa para a qual seja impossível distinguir estes dois tipos de
informação, é impraticável aplicar a nova política contabilística.

520
Despacho Normativo n.º 4/2008, de 29 de Dezembro

48. Não deve ser usada percepção ao aplicar uma nova política contabilística a, ou
ao corrigir quantias para, um período anterior, quer ao fazer suposições sobre quais teriam
sido as intenções do órgão de gestão num período anterior, quer ao estimar as quantias re-
conhecidas, mensuradas ou divulgadas num período anterior.
Por exemplo, quando uma entidade corrija um erro de um período anterior na men-
suração de activos financeiros previamente classificados como investimentos detidos até à
maturidade, ela não altera a respectiva base de mensuração para esse período. Num outro
exemplo, quando uma entidade corrija um erro de um período anterior ao calcular o seu
passivo relativo a baixa por doença acumulada dos empregados, ela ignora a informação
sobre uma época de gripe invulgarmente grave no período seguinte que, naturalmente,
apenas foi conhecida depois das demonstrações financeiras do período anterior terem sido
autorizadas para emissão.
O facto das estimativas significativas serem frequentemente exigidas quando se emen-
da informação comparativa apresentada para períodos anteriores não impede o ajustamento
ou correcção fiável da informação comparativa.
49. Quando uma norma ou interpretação tenha sido emitida mas não esteja ainda em
vigor, a entidade deve divulgar esse facto e a informação conhecida ou razoavelmente
calculada que seja relevante para avaliar o possível impacto que a aplicação irá ter nas
demonstrações financeiras no período da aplicação inicial.
Data de eficácia (50)
50. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.

521
Despacho Normativo n.º 5/2008, de 29 de Dezembro

NORMA DE RELATO FINANCEIRO 4 –


DIVULGAÇÃO DE PARTES RELACIONADAS – IAS 24
Despacho Normativo n.º 5/2008
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio modernizar e introduzir um Novo
Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde em subs-
tituição do Plano Nacional de Contabilidade aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de
Janeiro, com o objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas directivas inter-
nacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações introduzidas
têm em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão das entidades em Cabo Verde e
a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico do País e do
mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar a qualidade das demonstrações
financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor de credibilidade ao funciona-
mento da economia real em Cabo Verde.
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido Decreto-Lei e visando transpor
para o direito interno as Normas de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das
Normas Internacionais da Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo
International Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de Normalização Con-
tabilística foi nomeada e trabalhou-se a apresentação da documentação complementar ao
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização Contabilística e de
Relato Financeiro para Cabo Verde.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º e do número 3 do artigo 259º
da Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde através da Ministra das
Finanças e Administração Pública, o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 4 – Divulgação de partes relacionadas do Sistema
de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro e que se apresenta em anexo ao pre-
sente regulamento como parte integrante.
Artigo 2º
Natureza
A Norma de Relato Financeiro 4 – Divulgação de partes relacionadas é parte integrante
do Sistema de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro para Cabo Verde
Artigo 3º
Entrada em vigor
O presente Despacho Normativo entra em vigor na data da entrada em vigor do Decre-
to-Lei 5/2008, que aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Pública, 16 de Dezembro de 2008.
A Ministra Cristina Duarte.

522
Despacho Normativo n.º 5/2008, de 29 de Dezembro

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA


E DE RELATO FINANCEIRO
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 4
DIVULGAÇÕES DE PARTES RELACIONADAS
Esta Norma de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional emitida pelo
IASB sobre divulgações de partes relacionadas
Objectivo (1)
1. O objectivo desta Norma de Relato Financeiro é o de prescrever, no sentido de
assegurar que as demonstrações financeiras de uma entidade, contenham as divulgações
necessárias para chamar a atenção para a possibilidade de que a sua posição financeira e re-
sultados possam ter sido afectados pela existência de partes relacionadas e por transacções
e saldos pendentes com as mesmas.
Âmbito (2 e 3)
2. Esta Norma deve ser aplicada ao:
(a) Identificar relacionamentos e transacções com partes relacionadas;
(b) Identificar saldos pendentes entre uma entidade e as suas partes relacionadas;
(c) Identificar as circunstâncias em que é exigida a divulgação dos itens das alíne-
as (a) e (b); e
(d) Determinar as divulgações a fazer relativamente a esses itens.
3. No conjunto das transacções e saldos pendentes com partes relacionadas, só não
serão objecto de divulgação as transacções e saldos pendentes intragrupo (empresa-mãe e
subsidiárias), tratando-se das demonstrações financeiras consolidadas.
Finalidade das divulgações de partes relacionadas (4 a 7)
4. Os relacionamentos com partes relacionadas são uma característica normal do co-
mércio e negócios. Por exemplo, as entidades realizam frequentemente parte das suas acti-
vidades através de subsidiárias, empreendimentos conjuntos e associadas. Nestas circuns-
tâncias, a capacidade da entidade afectar as políticas financeiras e operacionais da investida
decorre da presença de controlo, controlo conjunto ou influência significativa.
5. Um relacionamento com partes relacionadas pode ter um efeito nos resultados e na
posição financeira de uma entidade. As partes relacionadas podem efectuar transacções que
partes não relacionadas não realizariam. Por exemplo, uma entidade que venda bens à sua
empresa-mãe pelo custo poderá não vender nesses termos a outro cliente. Além disso, as
transacções entre partes relacionadas podem não ser feitas pelas mesmas quantias que entre
partes não relacionadas.

523
Despacho Normativo n.º 5/2008, de 29 de Dezembro

6. Os resultados e a posição financeira de uma entidade podem ser afectados por


um relacionamento com partes relacionadas mesmo que não ocorram transacções entre
si. A mera existência do relacionamento pode ser suficiente para afectar as transacções da
entidade com outras partes. Por exemplo, uma subsidiária pode cessar relações com um
parceiro comercial fora do grupo aquando da aquisição pela empresa-mãe de uma outra
subsidiária que se dedique à mesma actividade que o parceiro comercial alheio ao grupo.
Outro exemplo poderá ocorrer quando uma das partes relacionadas se abstiver de agir por
causa da influência significativa exercida pela outra parte (uma subsidiária pode ser instru-
ída pela sua empresa-mãe a não se dedicar a actividades de pesquisa e desenvolvimento).
7. Por estas razões, o conhecimento de transacções, saldos pendentes e relacionamen-
tos com partes relacionadas pode afectar as avaliações das operações de uma entidade por
parte dos utentes de demonstrações financeiras, incluindo avaliações dos riscos e de opor-
tunidades que se deparem à entidade.
Definições (8 a 10)
8. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especi-
ficados:
Controlo: é o poder de gerir as políticas financeiras e operacionais de uma entidade ou
de uma actividade económica a fim de obter benefícios da mesma.
Controlo conjunto: é a partilha de controlo, acordada contratualmente, de uma activi-
dade económica.
Influência significativa: é o poder de participar nas decisões das políticas financeira
e operacional da investida ou de uma actividade económica mas que não é controlo nem
controlo conjunto sobre essas políticas. A influência significativa pode ser obtida por posse
de acções, estatuto ou acordo.
Membros íntimos da família: de um individuo são aqueles membros da família que se
espera que influenciem, ou sejam influenciados por esse indivíduo nos seus negócios com
a entidade. Podem incluir:
(a) O cônjuge ou pessoa com análoga relação de afectividade e os filhos do indi-
víduo;
(b) Filhos do cônjuge ou de pessoa com análoga relação de afectividade; e
(c) Dependentes do indivíduo, do cônjuge ou de pessoa com análoga relação de
afectividade.
Parte relacionada: Uma parte está relacionada com uma entidade se:
(a) Directa, ou indirectamente através de um ou mais intermediários, a parte:
(i) Controlar, for controlada por ou estiver sob o controlo comum da entida-
de (isto inclui relacionamentos entre empresas-mãe e subsidiárias e entre
subsidiárias da mesma empresa-mãe);

524
Despacho Normativo n.º 5/2008, de 29 de Dezembro

(ii) Tiver um interesse na entidade que lhe confira influência significativa so-
bre a mesma; ou
(iii) Tiver um controlo conjunto sobre a entidade;
(b) A parte for uma associada ou um empreendimento conjunto em que a entidade
seja um empreendedor (ver NRF 23 — Interesses em Empreendimentos Con-
juntos e Investimentos em Associadas);
(c) A parte for membro do pessoal chave da gestão da entidade ou da sua empre-
sa-mãe;
(d) A parte for membro íntimo da família de qualquer indivíduo referido nas alí-
neas (a) ou (c);
(e) A parte for uma entidade sobre a qual qualquer indivíduo referido nas alíneas
(c) ou (d) exerce controlo, controlo conjunto ou influência significativa, ou
que possui, directa ou indirectamente um significativo poder de voto; ou
(f) A parte for um plano de benefícios pós-emprego para benefício dos emprega-
dos da entidade, ou de qualquer entidade que seja uma parte relacionada dessa
entidade.
Pessoal chave de gestão: são as pessoas que têm autoridade e responsabilidade pelo
planeamento, direcção e controlo das actividades da entidade, directa ou indirectamente,
incluindo qualquer administrador (executivo ou outro) dessa entidade.
Remuneração: inclui todos os benefícios dos empregados Os benefícios dos empregados
são todas as formas de retribuição paga, a pagar ou proporcionada pela entidade, ou em
nome da entidade, em troca de serviços prestados à entidade. Também inclui as retribuições
pagas em nome da empresa-mãe da entidade com respeito aos serviços prestados à entida-
de. A remuneração inclui:
(a) Benefícios de curto prazo de empregados no activo, tais como ordenados, sa-
lários e contribuições para a segurança social, licença anual paga e pagamento
de baixa por doença, participação nos lucros e bónus (se pagáveis num perí-
odo de doze meses após o fim do período) e benefícios não monetários (tais
como cuidados médicos, habitação, automóveis e bens ou serviços gratuitos
ou subsidiados);
(b) Benefícios pós-emprego tais como pensões, outros benefícios de reforma, se-
guro de vida pós- emprego e cuidados médicos pós-emprego;
(c) Outros benefícios de longo prazo dos empregados, incluindo licença por anos de
serviço ou licença sabática, jubilação ou outros benefícios por anos de serviço,
benefícios de invalidez de longo prazo e, se não forem pagáveis na totalidade
num período de doze meses após o final do período, participação nos lucros,
bónus e remuneração diferida;

525
Despacho Normativo n.º 5/2008, de 29 de Dezembro

(d) Benefícios por cessação de emprego; e


(e) Pagamento com base em acções.
Transacção com partes relacionadas: é uma transferência de recursos, serviços ou obri-
gações entre partes relacionadas, independentemente de haver ou não um débito de preço.
9. Ao considerar cada possível relacionamento com partes relacionadas, deve prestar-
se atenção para a substância do relacionamento e não meramente para a forma legal.
10. No contexto desta Norma, não são necessariamente partes relacionadas as seguin-
tes:
(a) Duas entidades simplesmente por terem um administrador ou outro membro
do pessoal chave da gestão em comum, não obstante as alíneas (c) e (e) da
definição de «parte relacionada».
(b) Dois empreendedores simplesmente por partilharem o controlo conjunto so-
bre um empreendimento conjunto.
(c) As seguintes entidades:
(i) Entidades que proporcionam financiamentos,
(ii) Sindicatos,
(iii) Empresas de serviços públicos, e
(iv) Departamentos e agências governamentais (estatais), simplesmente em
virtude dos seus negócios normais com uma entidade (embora possam
afectar a liberdade de acção de uma entidade ou participar no seu proces-
so de tomada de decisões); e
(d) Um cliente, fornecedor, franchisador, distribuidor ou agente geral com quem
uma entidade transaccione um volume significativo de negócios meramente
em virtude da dependência económica resultante.
Divulgação (11 a 17)
11. Os relacionamentos entre empresas-mãe e subsidiárias devem ser divulgados in-
dependentemente de ter havido ou não transacções entre essas partes relacionadas. Uma
entidade deve divulgar o nome da empresa-mãe imediata e, se for diferente, o nome da
empresa-mãe controladora final. Se nem a empresa-mãe imediata da entidade nem a em-
presa-mãe controladora final produzirem demonstrações financeiras disponíveis para uso
público, deve também ser divulgado o nome da empresa-mãe intermédia superior seguinte
que as produza.
12. Uma entidade deve divulgar a remuneração do pessoal chave da gestão no total e
para cada uma das seguintes categorias:
(a) Benefícios de curto prazo dos empregados;
(b) Benefícios pós-emprego;

526
Despacho Normativo n.º 5/2008, de 29 de Dezembro

(c) Outros benefícios de longo prazo;


(d) Benefícios por cessação de emprego; e
(e) Pagamento com base em acções.
13. Se tiver havido transacções entre partes relacionadas, uma entidade deve divulgar
a natureza do relacionamento com as partes relacionadas, assim como informação sobre as
transacções e saldos pendentes, necessária para a compreensão do potencial efeito do rela-
cionamento nas demonstrações financeiras. No mínimo, as divulgações devem incluir:
(a) A quantia das transacções;
(b) A quantia dos saldos pendentes;
(c) Ajustamentos de dívidas de cobrança duvidosa relacionados com a quantia
dos saldos pendentes; e
(d) Os gastos reconhecidos durante o período a respeito de dívidas incobráveis ou
de cobrança duvidosa de partes relacionadas.
14. As divulgações exigidas no parágrafo 13 devem ser feitas separadamente para cada
uma das seguintes categorias:
(a) A empresa-mãe;
(b) Entidades com controlo conjunto ou influência significativa sobre a entidade;
(c) Subsidiárias;
(d) Associadas;
(e) Empreendimentos conjuntos nos quais a entidade seja um empreendedor;
(f) Pessoal chave da gestão da entidade ou da respectiva entidade-mãe; e
(g) Outras partes relacionadas.
15. Seguem-se exemplos de transacções que são divulgadas se forem feitas com uma
parte relacionada:
(a) Compras ou vendas de bens (acabados ou não acabados);
(b) Compras ou vendas de propriedades e outros activos;
(c) Prestação ou recepção de serviços;
(d) Locações;
(e) Transferências de pesquisa e desenvolvimento;
(f) Transferências segundo acordos de licenças;
(g) Transferências segundo acordos financeiros (incluindo empréstimos e contri-
buições de capital em dinheiro ou em espécie);

527
Despacho Normativo n.º 5/2008, de 29 de Dezembro

(h) Prestação de qualquer tipo de garantia; e


(i) Liquidação de passivos em nome da entidade ou pela entidade em nome de
outra parte.
16. As divulgações de que as transacções com partes relacionadas foram feitas em
termos equivalentes aos que prevalecem nas transacções em que não existe relacionamento
entre as partes são feitas apenas se esses termos puderem ser fundamentados.
17. Os itens de natureza semelhante podem ser divulgados agregadamente, excepto
quando divulgações separadas forem necessárias para a compreensão dos efeitos das tran-
sacções com partes relacionadas nas demonstrações financeiras da entidade.
Data de eficácia (18)
18. Uma entidade deve aplicar esta Norma para os períodos com início em ou após 1
de Janeiro de 2009.
A Ministra Cristina Duarte.

528
Despacho Normativo n.º 6/2008, de 29 de Dezembro

NORMA DE RELATO FINANCEIRO 5 –


ACONTECIMENTOS APÓS A DATA DO BALANÇO – IAS 10
Despacho Normativo n.º 6/2008
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio modernizar e introduzir um Novo
Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde em subs-
tituição do Plano Nacional de Contabilidade aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de
Janeiro, com o objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas directivas inter-
nacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações introduzidas
têm em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão das entidades em Cabo Verde e
a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico do País e do
mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar a qualidade das demonstrações
financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor de credibilidade ao funciona-
mento da economia real em Cabo Verde.
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido Decreto-Lei e visando transpor
para o direito interno as Normas de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das
Normas Internacionais da Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo
International Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de Normalização Con-
tabilística foi nomeada e trabalhou-se a apresentação da documentação complementar ao
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização Contabilística e de
Relato Financeiro para Cabo Verde.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º e do número 3 do artigo 259º
da Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde através da Ministra das
Finanças e Administração Pública, o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 5 – Acontecimentos após a data do balanço
do Sistema de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro e que se apresenta em ane-
xo ao presente regulamento como parte integrante.
Artigo 2º
Natureza
A Norma de Relato Financeiro 5 – Acontecimentos após a data do balanço é parte inte-
grante do Sistema de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro para Cabo Verde
Artigo 3º
Entrada em vigor
O presente Despacho Normativo entra em vigor na data da entrada em vigor do Decre-
to-Lei 5/2008, que aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Pública, 16 de Dezembro de 2008.
– A Ministra Cristina Duarte.

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Despacho Normativo n.º 6/2008, de 29 de Dezembro

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA


E DE RELATO FINANCEIRO
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 5

ACONTECIMENTOS APÓS A DATA DO BALANÇO


Objectivo (1)
O objectivo desta Norma de Relato Financeiro é o de estabelecer:
(a) Quando uma entidade deve ajustar as suas demonstrações financeiras quanto
a acontecimentos após a data do balanço; e
(b) As divulgações que uma entidade deve fornecer:
(i) Quanto à data em que as demonstrações financeiras foram autorizadas para
emissão;
(ii) Quanto a acontecimentos após a data do balanço.
A Norma também exige que uma entidade não deve preparar as suas demonstrações
financeiras numa base de continuidade se os acontecimentos após a data do balanço indica-
rem que o pressuposto da continuidade não é apropriado.
Âmbito (2)
2. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização e divulgação de acontecimentos
após a data do balanço.
Definições (3 e 4)
3. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especifica-
dos:
Acontecimentos após a data do balanço: são aqueles acontecimentos, favoráveis e des-
favoráveis, que ocorram entre a data do balanço e a data em que as demonstrações financei-
ras forem autorizadas para emissão, pelo órgão de gestão, mesmo que esses acontecimentos
ocorram após o anúncio público dos resultados ou de outra informação financeira seleccio-
nada. Podem ser identificados dois tipos de acontecimentos:
(a) Aqueles que proporcionem prova de condições que existiam à data do balanço
(acontecimentos após a data do balanço que dão lugar a ajustamentos) e
(b) Aqueles que sejam indicativos de condições que surgiram após a data do balanço
(acontecimentos após a data do balanço que não dão lugar a ajustamentos).
Data de autorização para emissão das demonstrações financeiras: é a data a partir da
qual as demonstrações financeiras aprovadas pelo órgão de gestão se disponibilizam para
conhecimento de terceiros ou, se aplicável, dum conselho de supervisão (constituído uni-
camente por não-executivos).

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Despacho Normativo n.º 6/2008, de 29 de Dezembro

4. O processo de autorização da emissão de demonstrações financeiras variará con-


soante a natureza, a organização da entidade e as exigências legais a que a mesma está
submetida.
Reconhecimento e mensuração (5 a 10)
Acontecimentos após a data do balanço que dão lugar a ajustamentos (5 e 6)
5. Uma entidade deve ajustar as quantias reconhecidas nas suas demonstrações finan-
ceiras para reflectir os acontecimentos após a data do balanço que dão lugar a ajustamen-
tos.
6. Exemplos de acontecimentos ocorridos após a data do balanço que dão lugar a
ajustamentos e que exigem que uma entidade ajuste as quantias reconhecidas nas suas
demonstrações financeiras, ou que reconheça itens que não foram anteriormente reconhe-
cidos, são:
(a) A resolução, após a data do balanço, de um caso judicial que confirma que a
entidade tinha uma obrigação presente à data do balanço. A entidade ajusta
qualquer provisão anteriormente reconhecida relacionada com este caso ju-
dicial de acordo com a NRF 19- Provisões, Passivos Contingentes e Activos
Contingentes ou reconhece uma nova provisão. A entidade não pode divulgar
meramente um passivo contingente porque a resolução proporciona provas
adicionais que seriam consideradas de acordo com da NRF 19;
(b) A recepção de informação após a data do balanço que indique que um activo
estava em imparidade à data do balanço, ou que a quantia da perda por impa-
ridade anteriormente reconhecida para esse activo necessita de ser ajustada,
tal como ocorre, designadamente, nas seguintes situações:
(i) A falência de um cliente que ocorre após a data do balanço confirma,
normalmente, que existia uma perda à data do balanço numa conta a re-
ceber comercial e que a entidade necessita de ajustar a respectiva quantia
escriturada; e
(ii) A venda de inventários após a data do balanço pode dar evidência acerca
do valor realizável líquido à data do balanço;
(c) A determinação após a data do balanço do custo de activos comprados, ou os
proventos de activos vendidos, antes da data do balanço;
(d) A determinação após a data do balanço da quantia de participação no lucro ou
de pagamentos de bónus, caso a entidade tivesse uma obrigação presente legal
ou construtiva à data do balanço de fazer tais pagamentos em consequência de
acontecimentos antes dessa data (ver supletivamente a NRF 21 - Benefícios
dos Empregados);
(e) A descoberta de fraudes ou erros que mostrem que as demonstrações financeiras estão
incorrectas.

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Despacho Normativo n.º 6/2008, de 29 de Dezembro

Acontecimentos após a data do balanço que não dão lugar a ajustamentos (7 e 8)


7. Uma entidade não deve ajustar as quantias reconhecidas nas suas demonstrações
financeiras para reflectir os acontecimentos após a data do balanço que não dão lugar a
ajustamentos.
8. Um exemplo de um acontecimento após a data do balanço que não dá lugar a ajus-
tamentos é um declínio no valor de mercado de investimentos entre a data do balanço e a
data em que foi autorizada a emissão das demonstrações financeiras. O declínio no valor
de mercado não se relaciona normalmente com as condições dos investimentos, à data do
balanço, mas reflecte circunstâncias que surgiram posteriormente. Portanto, uma entidade
não ajusta as quantias reconhecidas nas suas demonstrações financeiras relativas aos inves-
timentos. De forma semelhante, a entidade não actualiza as quantias divulgadas relativas
aos investimentos à data do balanço, embora possa necessitar de dar divulgações adicionais
de acordo com o parágrafo 16.
Dividendos (9 e 10)
9. Se uma entidade declara dividendos aos detentores de investimentos de capital pró-
prio após a data do balanço, a entidade não deve reconhecer esses dividendos como um
passivo à data do balanço.
10. Se os dividendos forem declarados (i.e. os dividendos são correctamente autori-
zados e não ficam ao critério da entidade) após a data do balanço mas antes das demons-
trações financeiras serem autorizadas para emissão, os dividendos não são reconhecidos
como passivo à data do balanço porque não correspondem aos critérios de uma obrigação
presente definidos na NRF 21 -Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes.
Tais dividendos são divulgados nas notas às demonstrações financeiras de acordo com a
NRF 1-Apresentação de Demonstrações Financeiras.
Continuidade (11 a 13)
11. Uma entidade não deve preparar as suas demonstrações financeiras numa base
de continuidade se o órgão de gestão determinar após a data do balanço que pretende ou
liquidar a entidade ou cessar de negociar, ou que não tenha alternativa realista a não ser
fazer isso.
12. A deterioração nos resultados operacionais e da posição financeira após a data do
balanço pode indicar a necessidade de considerar se ainda é ou não apropriado o pressu-
posto da continuidade. Se o pressuposto da continuidade deixar de ser apropriado, o efeito
é tão profundo que esta Norma exige uma alteração fundamental no regime contabilístico, em
vez de um ajustamento nas quantias reconhecidas no âmbito do regime contabilístico original.
13. A NRF 1- Apresentação de Demonstrações Financeiras especifica as divulgações
exigidas se
(a) As demonstrações financeiras não forem preparadas numa base de continuida-
de; ou

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Despacho Normativo n.º 6/2008, de 29 de Dezembro

(b) O órgão de gestão estiver ciente de incertezas materiais relacionadas com


acontecimentos ou condições que possam lançar dúvida significativa na ca-
pacidade da entidade para prosseguir em continuidade. Os acontecimentos ou
condições que exijam divulgação podem surgir após a data do balanço.
Divulgação (14 a 19)
Data de autorização para emissão (14 e 15)
14. Uma entidade deve divulgar a data em que as demonstrações financeiras foram
autorizadas para emissão e quem deu essa autorização. Se os proprietários da entidade ou
outros tiverem o poder de alterar as demonstrações financeiras após esta data, a entidade
deve divulgar esse facto.
15. É importante para os utentes saber quando é que as demonstrações financeiras
foram autorizadas para emissão, porque as demonstrações financeiras não reflectem acon-
tecimentos após essa data.
Actualização da divulgação acerca de condições à data do balanço (16 e 17)
16. Se uma entidade receber informação após a data do balanço acerca de condições que
existiam à data do balanço, ela deve actualizar as divulgações que se relacionem com essas
condições, à luz da nova informação.
17. Nalguns casos, uma entidade necessita de actualizar as divulgações nas suas de-
monstrações financeiras para reflectir as informações recebidas após a data do balanço,
mesmo quando as informações não afectam as quantias que a entidade reconhece nas suas
demonstrações financeiras. Um exemplo da necessidade de actualizar divulgações é quan-
do fica disponível evidência após a data do balanço acerca de um passivo contingente que
existia à data do balanço. Além de considerar se deve ou não reconhecer ou alterar uma
provisão segundo a NRF 19 - Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes,
uma entidade actualiza as suas divulgações acerca do passivo contingente à luz dessa evi-
dência.
Acontecimentos após a data do balanço que não dão lugar a ajustamentos (18 e 19)
18. Se os acontecimentos após a data do balanço que não dão lugar a ajustamentos fo-
rem materiais, a sua não divulgação poderia influenciar as decisões económicas dos utentes
tomadas com base nas demonstrações financeiras. Em conformidade uma entidade deve
divulgar, para cada categoria material de acontecimentos após a data do balanço que não
dão lugar a ajustamentos, o seguinte:
(a) A natureza do acontecimento; e
(b) Uma estimativa do efeito financeiro, ou uma declaração de que tal estimativa não
pode ser feita.

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Despacho Normativo n.º 6/2008, de 29 de Dezembro

19. Exemplos de acontecimentos após a data do balanço que não dão lugar a ajusta-
mentos e que dão lugar a divulgação:
(a) Uma importante concentração de actividades empresariais após a data do ba-
lanço (a NRF 24-Concentrações de Actividades Empresariais exige divulga-
ções específicas em tais casos) ou a alienação de uma importante subsidiária;
(b) Anúncio de um plano para descontinuar uma unidade operacional;
(c) Importantes compras de activos, classificação de activos como detidos para
venda de acordo com a NRF 8 - Activos Não Correntes Detidos para Venda e
Unidades Operacionais Descontinuadas, outras alienações de activos, ou ex-
propriação de activos importantes pelo Governo;
(d) A destruição por um incêndio de uma importante instalação de produção;
(e) O anúncio ou início do processo de uma reestruturação importante;
(f) Importantes transacções de acções ordinárias e de potenciais transacções de
acções ordinárias;
(g) Alterações anormalmente grandes em preços de activos ou taxas de câmbio;
(h) Alterações nas taxas fiscais ou leis fiscais decretadas ou anunciadas, que te-
nham um efeito significativo nos activos e passivos por impostos correntes e
diferidos;
(i) Celebrar compromissos significativos ou passivos contingentes, por exemplo,
pela emissão de garantias significativas; e
(j) Iniciar litígios importantes que provenham unicamente de acontecimentos que
ocorreram após a data do balanço.
Data de eficácia (20)
20. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.
A Ministra Cristina Duarte.

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Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

RELATO FINANCEIRO 6 – ACTIVOS INTANGÍVEIS – IAS 38


Despacho Normativo n.º 7/2008
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio modernizar e introduzir um Novo
Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde em subs-
tituição do Plano Nacional de Contabilidade aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de
Janeiro, com o objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas directivas inter-
nacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações introduzidas
têm em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão das entidades em Cabo Verde e
a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico do País e do
mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar a qualidade das demonstrações
financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor de credibilidade ao funciona-
mento da economia real em Cabo Verde.
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido Decreto-Lei e visando transpor
para o direito interno as Normas de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das
Normas Internacionais da Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo
International Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de Normalização Con-
tabilística foi nomeada e trabalhou-se a apresentação da documentação complementar ao
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização Contabilística e de
Relato Financeiro para Cabo Verde.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º e do número 3 do artigo 259º
da Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde através da Ministra das Fi-
nanças e Administração Pública, o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 6 – Activos intangíveis do Sistema de Nor-
malização Contabilístico e Relato Financeiro e que se apresenta em anexo ao presente
regulamento como parte integrante.
Artigo 2º
Natureza
A Norma de Relato Financeiro 6 – Activos intangíveis é parte integrante do Sistema de
Normalização Contabilístico e Relato Financeiro para Cabo Verde
Artigo 3º
Entrada em vigor
O presente Despacho Normativo entra em vigor na data da entrada em vigor do Decre-
to-Lei 5/2008, que aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Pública, 16 de Dezembro de 2008.
– A Ministra Cristina Duarte

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Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA


E DE RELATO FINANCEIRO
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 6
ACTIVOS INTANGÍVEIS
Esta Norma de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional emitida pelo
IASB sobre activos intangíveis.
Objectivo (1)
O objectivo desta Norma de Relato Financeiro é o de prescrever o tratamento de acti-
vos intangíveis que não sejam especificamente tratados noutras Normas. Esta Norma exige
que uma entidade reconheça um activo intangível se, e apenas se, critérios especificados
forem satisfeitos. A Norma também especifica como mensurar a quantia escriturada de ac-
tivos intangíveis e exige divulgações especificadas acerca de activos intangíveis.
Âmbito (2 a 7)
2. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização de activos intangíveis, excepto:
(a) Activos intangíveis que se encontrem no âmbito de outra Norma;
(b) Activos financeiros, tal como definidos na NRF16-Instrumentos Financeiros:
Reconhecimento e Mensuração;
3. Se uma outra Norma prescrever a contabilização de um tipo específico de activo
intangível, uma entidade aplica essa Norma em vez desta. Por exemplo, esta Norma não
se aplica a:
(a) Activos intangíveis detidos por uma entidade para venda no decurso ordinário
da actividade empresarial (ver a NRF 13 - Inventários e a NRF 14 - Contratos
de Construção);
(b) Activos por impostos diferidos (ver NRF 22 - Impostos sobre o Rendimen-
to);
(c) Locações que estejam dentro do âmbito da NRF 9 – Locações;
(d) Activos provenientes de benefícios de empregados;
(e) Activos financeiros tal como definidos na NRF16 — Instrumentos Financei-
ros: Reconhecimento e Mensuração, bem como activos financeiros cujo reco-
nhecimento e mensuração sejam tratados na NRF 23 - Interesses em Empre-
endimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas e na NRF 25 - Investi-
mentos em Subsidiárias e Consolidação
(f) Trespasse (goodwill) adquirido numa concentração de actividades empresariais
(ver a NRF 24 - Concentrações de Actividades Empresariais).
(g) Activos intangíveis não correntes classificados como detidos para venda (ou
incluídos num grupo para alienação que esteja classificado como detido para

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Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

venda), de acordo com a NRF 8 - Activos Não Correntes Detidos para Venda
e Unidades Operacionais Descontinuadas.
4. Alguns activos intangíveis podem estar contidos numa substância física tal como um
disco compacto (no caso de programas de computadores), documentação legal (no caso de
uma licença ou patente) ou filme. Ao determinar se um activo que incorpore tanto elemen-
tos intangíveis como tangíveis deve ser tratado segundo a NRF 7 — Activos Fixos Tangí-
veis ou como um activo intangível segundo esta Norma, a entidade usa o seu juízo de valor
para avaliar qual o elemento mais significativo. Por exemplo, os programas de computador
(software) de uma máquina ferramenta controlada por computador que não funcione sem
esse software específico é uma parte integrante do equipamento respectivo e é tratado como
activo fixo tangível. O mesmo se aplica ao sistema operativo de um computador. Quando o
programa (software) não for uma parte integrante do equipamento (hardware) respectivo, o
programa (software) de computador é tratado como um activo intangível.
5. Esta Norma aplica-se, entre outras coisas, a dispêndios com publicidade, formação,
arranque e actividades de pesquisa e desenvolvimento. As actividades de pesquisa e desen-
volvimento destinam-se ao desenvolvimento de conhecimentos. Por isso, se bem que estas
actividades possam resultar num activo com substância física (por exemplo, num protóti-
po), o elemento físico do activo é secundário em relação ao seu componente intangível, i.e.
o conhecimento incorporado no mesmo.
6. No caso de uma locação financeira, o activo subjacente pode ser tangível ou intan-
gível. Após o reconhecimento inicial, um locatário contabiliza um activo intangível, detido
sob uma locação financeira, de acordo com esta Norma. Os direitos protegidos por acordos
de licenciamento de itens tais como filmes, vídeos, peças de teatro, manuscritos, patentes e
copyrights são excluídos do âmbito da NRF 9 — Locações e caem dentro do âmbito desta
Norma.
7. As exclusões do âmbito de uma Norma podem ocorrer se as actividades ou tran-
sacções forem tão especializadas que dêem origem a questões contabilísticas que podem
necessitar de ser tratadas de uma maneira diferente. Tais questões surgem na contabiliza-
ção dos dispêndios com a exploração de, ou desenvolvimento e extracção de, petróleo,
gás e depósitos minerais em indústrias extractivas e no caso de contratos de seguros. Por
isso, esta Norma não se aplica a dispêndios com tais actividades e contratos. Porém, esta
Norma aplica-se a outros activos intangíveis usados (tais como programas (software) de
computador), e a outros dispêndios incorridos (tais como custos de arranque), em indústrias
extractivas.
Definições (8 a 17)
8. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:
Activo: é um recurso:
(a) Controlado por uma entidade como resultado de acontecimentos passados; e

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Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

(b) Do qual se espera que fluam benefícios económicos futuros para a entidade.
Activo intangível: é um activo não monetário identificável sem substância
física. Activos monetários: são dinheiros detidos e activos a ser recebidos em
quantias fixadas ou determináveis de dinheiro.
Amortização: é a imputação sistemática da quantia apreciável de um activo intangível du-
rante a sua vida útil.
Custo: é a quantia de caixa ou seus equivalentes paga ou o justo valor de outra retribui-
ção dada para adquirir um activo no momento da sua aquisição ou construção, ou, quando
aplicável, a quantia atribuída a esse activo aquando do reconhecimento inicial de acordo
com os requisitos específicos de outras NRF.
Data de acordo: é a data em que um acordo substantivo entre as partes concentradas
é alcançado e, no caso de entidades publicamente cotadas, anunciado ao público. No caso
de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) hostil, a data mais recente em que um acordo
substantivo entre as partes concentradas é celebrado é a data em que um número suficiente
dos proprietários da adquirida aceitou a oferta do adquirente para que este obtenha o con-
trolo sobre a adquirida.
Desenvolvimento: é a aplicação das descobertas derivadas da pesquisa ou de outros
conhecimentos a um plano ou concepção para a produção de materiais, mecanismos, apa-
relhos, processos, sistemas ou serviços, novos ou substancialmente melhorados, antes do
início da produção comercial ou uso.
Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado,
entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relaciona-
mento entre elas. Mercado activo: é um mercado no qual se verifiquem todas as condições
seguintes:
(a) Os itens negociados no mercado são homogéneos;
(b) Podem ser encontrados em qualquer momento compradores e vendedores dis-
postos a comprar e vender; e
(c) Os preços estão disponíveis ao público.
Perda por imparidade: é o excedente da quantia escriturada de um activo, ou de uma
unidade geradora de caixa, em relação à sua quantia recuperável.
Pesquisa: é a investigação original e planeada levada a efeito com a perspectiva de
obter novos conhecimentos científicos ou técnicos.
Quantia depreciável: é o custo de um activo ou outra quantia substituta do custo, menos o
seu valor residual.
Quantia escriturada: é a quantia pela qual um activo é reconhecido no Balanço, após
a dedução de qualquer depreciação/amortização acumulada e de perdas por imparidade
acumuladas inerentes.

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Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

Valor específico para a entidade: é o valor presente dos fluxos de caixa que uma enti-
dade espera que resultem do uso continuado de um activo e da sua alienação no final da sua
vida útil ou em que espera incorrer ao liquidar um passivo.
Valor residual: de um activo é a quantia estimada que uma entidade obteria corrente-
mente pela alienação de um activo, após dedução dos custos de alienação estimados, se o
activo já tivesse a idade e as condições esperadas no final da sua vida útil.
Vida útil: é:
(a) O período durante o qual uma entidade espera que um activo esteja disponível
para uso; ou
(b) O número de unidades de produção ou similares que uma entidade espera
obter do activo.
Activos intangíveis (9 a 17)
9. As entidades gastam com frequência recursos, ou incorrem em passivos, pela aqui-
sição, desenvolvimento, manutenção ou melhoria de recursos intangíveis tais como co-
nhecimentos científicos ou técnicos, concepção e implementação de novos processos ou
sistemas, licenças, propriedade intelectual, conhecimento de mercado e marcas e objecti-
vos comerciais (incluindo nomes comerciais e títulos de publicações). Exemplos comuns
de itens englobados nestes grupos são o software de computadores, patentes, copyrights,
filmes, listas de clientes, direitos de hipotecas, licenças de pesca, quotas de importação,
franchises, relacionamentos com clientes ou fornecedores, fidelidade de clientes, quota de
mercado e direitos de comercialização.
10. Nem todos os itens descritos no parágrafo 9 satisfazem a definição de um acti-
vo intangível, i.e. identificabilidade, controlo sobre um recurso e existência de benefícios
económicos futuros. Se um item que esteja dentro do âmbito desta Norma não satisfizer
a definição de um activo intangível, o dispêndio para o adquirir ou gerar internamente é
reconhecido como um gasto quando for incorrido. Porém, se o item for adquirido numa
concentração de actividades empresariais, faz parte do trespasse (goodwill) reconhecido à
data da aquisição (ver parágrafo 68).
Identificabilidade (11 e 12)
11. A definição de um activo intangível exige que o mesmo seja identificável para o
distinguir do trespasse (goodwill). O trespasse (goodwill) adquirido numa concentração de
actividades empresariais representa um pagamento feito pelo adquirente em antecipação
de benefícios económicos futuros de activos que não sejam capazes de ser individualmen-
te identificados e separadamente reconhecidos. Os benefícios económicos futuros podem
resultar de sinergias entre os activos identificáveis adquiridos ou de activos que, individu-
almente, não se qualificam para reconhecimento nas demonstrações financeiras mas pelos
quais o adquirente está preparado para fazer um pagamento na concentração de actividades
empresariais.

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Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

12. Um activo satisfaz o critério da identificabilidade na definição de um activo intan-


gível quando:
(a) For separável, i.e. capaz de ser separado ou dividido da entidade e vendido,
transferido, licenciado, alugado ou trocado, seja individualmente ou em con-
junto com um contrato, activo ou passivo relacionado; ou
(b) Resultar de direitos contratuais ou de outros direitos legais, quer esses direitos
sejam transferíveis quer sejam separáveis da entidade ou de outros direitos e
obrigações.
Controlo (13 a 16)
13. Uma entidade controla um activo se tiver o poder de obter benefícios económicos
futuros que fluam do recurso subjacente e puder restringir o acesso de outros a esses bene-
fícios. A capacidade de uma entidade de controlar os benefícios económicos futuros de um
activo intangível enraíza-se nos direitos legais que sejam de cumprimento forçado por um
tribunal. Na ausência de direitos legais, é mais difícil demonstrar o controlo sobre o activo.
Porém, o cumprimento legal de um direito não é uma condição necessária para o controlo
porque uma entidade pode ser capaz de controlar os benefícios económicos futuros de al-
guma outra maneira.
14. O mercado e o conhecimento técnico podem dar origem a benefícios económicos
futuros. Uma entidade controla esses benefícios se, por exemplo, o conhecimento estiver
protegido por direitos legais tais como copyrights, uma restrição de acordos de comércio
(quando permitido) ou por deveres legais dos empregados de manter a confidencialidade.
15. Uma entidade pode ter uma equipa de pessoal habilitado e pode ser capaz de iden-
tificar capacidades incrementais do pessoal que conduzam a benefícios económicos futuros
derivados da formação. A entidade pode também esperar que o pessoal continue a pôr as
suas capacidades ao seu dispor. Porém, geralmente uma entidade não tem controlo sufi-
ciente sobre os benefícios económicos futuros provenientes de uma equipa de pessoal ha-
bilitado e da formação para que estes itens satisfaçam a definição de um activo intangível.
Por uma razão semelhante, é improvável que uma gestão específica ou um talento técnico
satisfaça a definição de activo intangível, a menos que esteja protegido por direitos legais
para usá-lo e obter dele os benefícios económicos futuros esperados e que também satisfaça
as outras partes da definição.
16. Uma entidade pode ter uma carteira de clientes ou uma quota de mercado e esperar
que, devido aos seus esforços para criar relacionamentos e fidelizar clientes, estes conti-
nuarão a negociar com a empresa. Porém, na ausência de direitos legais para proteger, ou
de outras formas controlar, o relacionamento com clientes ou a sua fidelidade para com
a entidade, esta geralmente não tem controlo suficiente sobre os benefícios económicos
esperados derivados do relacionamento e fidelização dos clientes para que tais itens (por
exemplo, carteira de clientes, quotas de mercado, relacionamento com clientes e fidelidade

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Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

dos clientes) satisfaçam a definição de activos intangíveis. Na ausência de direitos legais


para proteger os relacionamentos com os clientes, as transacções de troca dos próprios re-
lacionamentos com os clientes ou outros semelhantes (que não sejam como parte de uma
concentração de actividades empresariais) constituem prova de que a entidade está, não
obstante, capacitada para controlar os benefícios económicos futuros esperados que fluam
dos relacionamentos com os clientes. Dado que essas transacções de troca também consti-
tuem prova de que os relacionamentos com os clientes, em si mesmos, são separáveis, esses
relacionamentos com os clientes satisfazem a definição de activo intangível.
Benefícios económicos futuros (17)
17. Os benefícios económicos futuros que fluam de um activo intangível podem in-
cluir réditos da venda de produtos ou serviços, poupanças de custos, ou outros benefícios
resultantes do uso do activo pela entidade. Por exemplo, o uso da propriedade intelectual
num processo de produção pode reduzir os custos de produção futuros e não aumentar os
réditos futuros.
Reconhecimento e mensuração (18 a 67)
18. O reconhecimento de um item como activo intangível exige que uma entidade
demonstre que o item satisfaz:
(a) A definição de um activo intangível (ver parágrafos 8 a 17); e
(b) Os critérios de reconhecimento (ver parágrafos 21 a 23).
Estes requisitos aplicam-se aos custos incorridos inicialmente para adquirir ou gerar
internamente um activo intangível e aqueles incorridos posteriormente para adicionar a,
substituir parte de, ou dar assistência ao mesmo.
19. Os parágrafos 25 a 32 tratam da aplicação dos critérios de reconhecimento a acti-
vos intangíveis adquiridos separadamente, e os parágrafos 33 a 43 tratam da sua aplicação a
activos intangíveis adquiridos numa concentração de actividades empresariais. O parágrafo
44 trata da mensuração inicial dos activos intangíveis adquiridos por meio de subsídio go-
vernamental, os parágrafos 45 a 47 das trocas de activos intangíveis e os parágrafos 48 a 50
do tratamento do trespasse (goodwill) gerado internamente. Os parágrafos 51 a 67 tratam
do reconhecimento e mensuração iniciais dos activos intangíveis gerados internamente.
20. A natureza dos activos intangíveis é tal que, em muitos casos, não há adições a um
tal activo ou substituições de parte do mesmo. Em conformidade, é provável que a maio-
ria dos dispêndios subsequentes mantenham os futuros benefícios económicos esperados
incorporados num activo intangível existente em vez de corresponder à definição de activo
intangível e aos critérios de reconhecimento nesta Norma. Além disso, é muitas vezes di-
fícil atribuir os dispêndios subsequentes directamente a um activo intangível em particular
em vez de à empresa como um todo. Portanto, apenas raramente os dispêndios subsequen-
tes — dispêndios incorridos após o reconhecimento inicial de um activo intangível adquiri-

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Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

do ou após a conclusão de um activo intangível gerado internamente — serão reconhecidos


na quantia escriturada de um activo. Consistentemente com o parágrafo 63, os dispêndios
subsequentes com marcas, cabeçalhos, títulos de publicações, listas de clientes e itens subs-
tancialmente semelhantes (sejam comprados externamente ou gerados internamente) são
sempre reconhecidos nos resultados como incorridos. Tal acontece porque um tal dispêndio
não pode ser distinguido do dispêndio para desenvolver o negócio como um todo.
21. Um activo intangível deve ser reconhecido se, e apenas se:
(a) For provável que os benefícios económicos futuros esperados que sejam atri-
buíveis ao activo fluam para a entidade; e
(b) O custo do activo possa ser fiavelmente mensurado.
22. Uma entidade deve avaliar a probabilidade de benefícios económicos futuros es-
perados usando pressupostos razoáveis e sustentáveis que representem a melhor estimativa
do conjunto de condições económicas que existirão durante a vida útil do activo.
23. Uma entidade usa o seu juízo de valor para avaliar o grau de certeza ligado ao
fluxo de benefícios económicos futuros que sejam atribuíveis ao uso do activo na base da
evidência disponível no momento do reconhecimento inicial, dando maior peso à evidência
externa.
24. Um activo intangível deve ser mensurado inicialmente pelo seu custo.
Aquisição separada (25 a 32)
25. Normalmente, o preço que uma entidade paga para adquirir separadamente um
activo intangível reflecte as expectativas acerca da probabilidade de que os benefícios eco-
nómicos futuros esperados incorporados no activo irão fluir para a entidade. Por outras
palavras, o efeito da probabilidade é reflectido no custo do activo. Assim, o critério de
reconhecimento da probabilidade no parágrafo 21(a) é sempre considerado como estando
satisfeito para activos intangíveis adquiridos separadamente.
26. Além disso, o custo de um activo intangível adquirido separadamente pode nor-
malmente ser mensurado com fiabilidade. Isto é particularmente assim quando a retribui-
ção de compra for na forma de dinheiro ou outros activos monetários.
27. O custo de um activo intangível adquirido separadamente compreende:
(a) O seu preço de compra, incluindo os direitos de importação e os impostos
sobre as compras não reembolsáveis, após dedução dos descontos comerciais
e abatimentos; e
(b) Qualquer custo directamente atribuível de preparação do activo para o seu uso
pretendido.
28. Exemplos de custos directamente atribuíveis são:

542
Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

(a) Custos de benefícios dos empregados directamente resultantes de levar o acti-


vo à sua condição de funcionamento;
(b) Honorários resultantes directamente de levar o activo até à sua condição de
funcionamento; e
(c) Custos de testes para concluir se o activo funciona correctamente.
29. Exemplos de dispêndios que não fazem parte do custo de um activo intangível
são:
(a) Custos de introdução de um novo produto ou serviço (incluindo custos de
publicidade ou actividades promocionais);
(b) Custos de condução do negócio numa nova localização ou com uma nova
classe de clientes (incluindo custos de formação de pessoal); e
(c) Custos de administração e outros custos gerais.
30. O reconhecimento de custos na quantia escriturada de um activo intangível ces-
sa quando o activo estiver na condição necessária para ser capaz de funcionar da forma
pretendida. Assim sendo, os custos incorridos na utilização ou reinstalação de um activo
intangível não são incluídos na quantia escriturada desse activo. Por exemplo, os custos
seguintes não são incluídos na quantia escriturada de um activo intangível:
(a) Os custos incorridos enquanto um activo capaz de funcionar da forma preten-
dida ainda esteja para ser colocado em uso; e
(b) Perdas operacionais iniciais, tais como as incorridas enquanto cresce a procu-
ra da produção do activo.
31. Algumas operações ocorrem em ligação com o desenvolvimento de um activo
intangível, mas não são indispensáveis para colocar o activo na condição necessária para
que seja capaz de funcionar da forma pretendida. Estas operações inerentes podem ocorrer
antes ou durante as actividades desenvolvimento. Dado que as operações inerentes não são
indispensáveis para colocar um activo na condição necessária para que seja capaz de fun-
cionar da forma pretendida, o rendimento e os gastos relacionados de operações inerentes
são reconhecidos imediatamente nos resultados e incluídos nas respectivas classificações
de rendimento ou gasto.
32. Se o pagamento de um activo intangível for diferido para além do prazo normal
de crédito, o seu custo é o equivalente ao preço a dinheiro. A diferença entre esta quantia e
os pagamentos totais é reconhecida como gasto de juros durante o período do crédito a não
ser que seja capitalizada de acordo com o tratamento de capitalização permitido na NRF
11 - Custos de Empréstimos Obtidos.

543
Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

Aquisição como parte de uma concentração de actividades empresariais (33 a 43)


33. De acordo com a NRF 24 - Concentrações de Actividades Empresariais, se um
activo intangível for adquirido numa concentração de actividades empresariais, o custo
desse activo intangível é o seu justo valor à data da aquisição. O justo valor de um activo
intangível reflecte as expectativas do mercado relativas à probabilidade de que os benefí-
cios económicos futuros incorporados no activo fluam para a entidade. Por outras palavras,
o efeito da probabilidade é reflectido na mensuração do justo valor do activo intangível.
Assim, o critério de reconhecimento da probabilidade no parágrafo 21(a) é sempre consi-
derado como estando satisfeito para activos intangíveis adquiridos em concentrações de
actividades empresariais.
34. Portanto, de acordo com esta Norma e com a NRF 24 — Concentrações de Ac-
tividades Empresariais, um adquirente reconhece na data da aquisição, separadamente do
trespasse (goodwill), um activo intangível da adquirida se o justo valor do activo puder ser
fiavelmente mensurado, independentemente de o activo ter sido reconhecido pela adquirida
antes da concentração de actividades empresariais. Isto significa que o adquirente reco-
nhece como um activo, separadamente do trespasse (goodwill), um projecto de pesquisa e
desenvolvimento em curso da adquirida caso o projecto corresponda á definição de activo
intangível e o seu justo valor possa ser fiavelmente mensurado. Um projecto de pesquisa e
desenvolvimento em curso de uma adquirida corresponde à definição de activo intangível
quando:
(a) Corresponda à definição de activo; e
(b) Seja identificável, i.e. separável, ou decorra de direitos contratuais ou ou-
tros direitos legais.
Mensuração do justo valor de um activo intangível adquirido numa concentração de
actividades empresariais (35 a 41)
35. O justo valor de activos intangíveis adquiridos em concentrações de actividades
empresariais pode normalmente ser mensurado com fiabilidade suficiente para ser reco-
nhecido separadamente do trespasse (goodwill). Quando, para as estimativas usadas para
mensurar o justo valor de um activo intangível, existir uma série de possíveis desfechos
com diferentes probabilidades, essa incerteza entra na mensuração do justo valor do activo,
em vez de demonstrar uma incapacidade de mensurar fiavelmente o justo valor. Se um
activo intangível adquirido numa concentração de actividades empresariais tiver uma vida
útil finita, existe o pressuposto refutável de que o seu justo valor possa ser mensurado com
fiabilidade.
36. Um activo intangível adquirido numa concentração de actividades empresariais
pode ser separável, mas apenas em conjunto com um activo tangível ou intangível rela-
cionado. Por exemplo, o título de publicação de uma revista pode não estar em condições
de ser vendido separadamente da respectiva base de dados de assinantes, ou uma marca

544
Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

comercial de água mineral pode estar relacionada com uma determinada fonte e não ser
possível vendê-la separadamente da fonte. Nesses casos, o adquirente reconhece o grupo de
activos como um único activo separadamente do trespasse (goodwill) se os justos valores
individuais dos activos do grupo não forem fiavelmente mensuráveis.
37. Da mesma forma, os termos “marca” e “nome de marca” são muitas vezes usados
como sinónimos para marcas comerciais e outras marcas. Contudo, os primeiros são termos
gerais de marketing que são tipicamente usados para referir um grupo de activos comple-
mentares tais como uma marca comercial (ou marca de serviço) e o seu nome comercial
relacionado, fórmulas, receitas e especialização tecnológica. O adquirente reconhece como
activo único um grupo de activos intangíveis complementares que compreenda uma marca
se os justos valores individuais dos activos complementares não forem fiavelmente men-
suráveis. Se os justos valores individuais dos activos complementares forem fiavelmente
mensuráveis, um adquirente pode reconhecê-los como um activo único desde que os acti-
vos individuais tenham vidas úteis semelhantes.
38. As únicas circunstâncias em que pode não ser possível mensurar fiavelmente o
justo valor de um activo intangível adquirido numa concentração de actividades empre-
sariais são quando o activo intangível resultar de direitos contratuais ou de outros direitos
legais e ou:
(a) Não for separável; ou
(b) For separável, mas não houver história ou evidência de transacções de troca
para os mesmos activos ou semelhantes, e a estimativa de outra forma do justo
valor estar dependente de variáveis não mensuráveis.
39. Os preços de cotação, num mercado activo, proporcionam a estimativa mais fiável
do justo valor de um activo intangível (ver também o parágrafo 78). O preço de mercado
apropriado é geralmente o preço corrente de oferta. Se os preços correntes de oferta não
estiverem disponíveis, o preço da transacção semelhante mais recente pode proporcionar
um critério a partir do qual se pode estimar o justo valor, desde que não tenha havido uma
alteração significativa nas circunstâncias económicas entre a data da transacção e a data à
qual o justo valor do activo seja estimado.
40. Se não existir mercado activo para um activo intangível, o seu justo valor é a quan-
tia que a entidade teria de pagar, à data da aquisição, pelo activo numa transacção entre
partes conhecedoras não relacionadas e dispostas a isso, com base na melhor informação
disponível. Ao determinar esta quantia, uma entidade considera o desfecho de transacções
recentes de activos semelhantes.
41. As entidades que estejam regularmente envolvidas na compra e venda de activos
intangíveis únicos podem ter desenvolvido técnicas de estimar indirectamente os seus jus-
tos valores. Estas técnicas podem ser usadas para a mensuração inicial de um activo intan-
gível adquirido numa concentração de actividades empresariais se o seu objectivo for o de

545
Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

estimar o justo valor e se reflectirem transacções e práticas correntes do sector ao qual o


activo pertença. Estas técnicas incluem, quando apropriado:
(a) A aplicação de múltiplos, que reflictam transacções correntes de mercado, a
indicadores que estimulem a rentabilidade do activo (tal como rédito, acções
de mercado e lucro operacional) ou ao fluxo de royalties que poderia ser ob-
tido com o licenciamento do activo intangível a uma outra parte numa tran-
sacção em que não existe relacionamento entre as partes (como na abordagem
“dispensa de royalties”); ou
(b) O desconto de fluxos de caixa líquidos futuros estimados do activo.
Dispêndio subsequente num projecto de pesquisa e desenvolvimento em curso ad-
quirido (42 e 43)
42. O dispêndio com pesquisa e desenvolvimento que:
(a) Se relacione com um projecto de pesquisa ou desenvolvimento em curso ad-
quirido separadamente ou numa concentração de actividades empresariais e
reconhecido como activo intangível; e
(b) Seja incorrido após a aquisição desse projecto deve ser contabilizado de acor-
do com os parágrafos 54 a 62.
43. A aplicação dos requisitos dos parágrafos 54 a 62 significa que o dispêndio sub-
sequente num projecto de pesquisa ou investigação em curso adquirido separadamente ou
numa concentração de actividades empresariais e reconhecido como activo intangível é:
(a) Reconhecido como um gasto quando incorrido se for dispêndio de pesquisa;
(b) Reconhecido como um gasto quando incorrido se for dispêndio de desenvol-
vimento que não satisfaça os critérios de reconhecimento como activo intan-
gível do parágrafo 57; e
(c) Adicionado à quantia escriturada do projecto de pesquisa ou desenvolvimento
em curso adquirido se for dispêndio de desenvolvimento que satisfaça os cri-
térios de reconhecimento do parágrafo 57.
Aquisição por meio de um subsídio do Governo (44)
44. Em alguns casos, um activo intangível pode ser adquirido livre de encargos, ou
por retribuição nominal, por meio de um subsídio do Governo. Isto pode acontecer quando
um Governo transferir ou imputar a uma entidade activos intangíveis tais como direitos de
aterragem em aeroportos, licenças para operar estações de rádio ou de televisão, licenças
de importação ou quotas ou direitos para aceder a outros recursos restritos. De acordo com
a NRF 15 - Contabilização dos Subsídios do Governo e Divulgação de Apoios do Governo,
uma entidade pode escolher reconhecer inicialmente pelo justo valor tanto o activo intan-
gível como o subsídio. Se uma entidade escolher não reconhecer o activo inicialmente pelo

546
Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

justo valor, a entidade reconhece inicialmente o activo por uma quantia nominal (o outro
tratamento permitido pela NRF 15) mais qualquer dispêndio que seja directamente atribu-
ível para preparar o activo para o seu uso pretendido.
Troca de activos (45 a 47)
45. Um ou mais activos intangíveis podem ser adquiridos em troca de um activo ou
activos não monetários, ou de uma combinação de activos monetários e não monetários.
Esta questão refere-se simplesmente a uma troca de um activo não monetário por outro,
mas também se aplica a todas as trocas descritas na frase anterior. O custo de tal activo
intangível é mensurado pelo justo valor a não ser que (a) a transacção da troca careça de
substância comercial ou (b) nem o justo valor do activo recebido nem o justo valor do ac-
tivo cedido sejam fiavelmente mensuráveis, O activo adquirido é mensurado desta forma
mesmo que uma entidade não possa imediatamente desreconhecer o activo cedido. Se o
activo adquirido não for mensurado pelo justo valor, o seu custo é mensurado pela quantia
escriturada do activo cedido.
46. Uma entidade determina se uma transacção de troca tem substância comercial
considerando a extensão em que espera que os seus futuros fluxos de caixa sejam alterados
como resultado da transacção. Uma transacção de troca tem substância comercial se:
(a) A configuração (i.e. risco, tempestividade e quantia) dos fluxos de caixa do acti-
vo recebido diferir da configuração dos fluxos de caixa do activo transferido; ou
(b) A valor específico para a entidade relativo à parte das operações da entidade
afectada pela transacção se altera como resultado da troca; e
(c) A diferença identificada na alínea (a) ou na (b) for significativa em relação ao
justo valor dos activos trocados.
Para a finalidade de determinar se uma transacção de troca tem substância comercial,
o valor específico para a entidade relativo à parte das operações da entidade afectada pela
transacção deve reflectir os fluxos de caixa após impostos. O resultado destas análises pode
ser claro sem que uma entidade tenha de efectuar cálculos detalhados.
47. O parágrafo 21 (b) especifica que uma condição para o reconhecimento de um
activo intangível é que o custo do activo possa ser fiavelmente mensurado. O justo valor de
um activo intangível para o qual não existam transacções de mercado comparáveis é fiavel-
mente mensurável se (a) a variabilidade no intervalo de estimativas razoáveis do justo valor
não for significativa para esse activo ou (b) as probabilidades das várias estimativas dentro
do intervalo possam ser razoavelmente avaliadas e usadas para estimar o justo valor. Se
uma entidade for capaz de determinar com fiabilidade o justo valor tanto do activo recebido
como do activo cedido, então o justo valor do activo cedido é usado para mensurar o custo
a não ser que o justo valor do activo recebido seja mais claramente evidente.

547
Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

Trespasse (goodwill) gerado internamente (48 a 50)


48. O trespasse (goodwill) gerado internamente não deve ser reconhecido como um
activo.
49. Em alguns casos, é incorrido dispêndio para gerar benefícios económicos futuros,
mas isso não resulta na criação de um activo intangível que satisfaça os critérios de reco-
nhecimento desta Norma. Tal dispêndio é muitas vezes descrito como contribuindo para o
trespasse (goodwill) gerado internamente, O trespasse (goodwill) gerado internamente não
é reconhecido como activo porque não é um recurso identificável (i.e. não é separável nem
resulta de direitos contratuais ou de outros direitos legais) controlado pela entidade que
possa ser fiavelmente mensurado pelo custo.
50. As diferenças entre o valor de mercado de uma entidade e a quantia escriturada
dos seus activos líquidos identificáveis em qualquer momento podem captar uma série de
factores que afectem o valor da entidade. Contudo, tais diferenças não representam o custo
dos activos intangíveis controlados pela entidade.
Activos intangíveis gerados internamente (51 a 67)
51. Por vezes, é difícil avaliar se um activo intangível gerado internamente se qualifica
para reconhecimento por causa de problemas em:
(a) Identificar se e quando existe um activo identificável que gere benefícios eco-
nómicos futuros esperados; e
(b) Determinar fiavelmente o custo do activo. Em alguns casos, o custo de gerar
internamente um activo intangível não pode ser distinguido do custo de man-
ter ou aumentar o trespasse (goodwill) da entidade gerado internamente ou do
decorrer operacional do dia-a-dia.
Por isso, além de se conformar com os requisitos gerais do reconhecimento e men-
suração inicial de um activo intangível, uma entidade aplica os requisitos e orientação dos
parágrafos 52 a 67 a todos os activos intangíveis gerados internamente.
52. Para avaliar se um activo intangível gerado internamente satisfaz os critérios de
reconhecimento, uma entidade classifica a formação do activo em:
(a) Uma fase de pesquisa; e
(b) Uma fase de desenvolvimento.
Se bem que os termos “pesquisa” e “desenvolvimento” estejam definidos, os termos
“fase de pesquisa” e “fase de desenvolvimento” têm um sentido mais amplo para a finali-
dade desta Norma.
53. Se uma entidade não puder distinguir a fase de pesquisa da fase de desenvolvimen-
to num projecto interno para criar um activo intangível, a entidade trata o dispêndio nesse
projecto como se fosse incorrido somente na fase da pesquisa.

548
Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

Fase de pesquisa (54 a 56)


54. Nenhum activo intangível proveniente de pesquisa (ou da fase de pesquisa de um
projecto interno) deve ser reconhecido. O dispêndio com pesquisa (ou da fase de pesquisa
de um projecto interno) deve ser reconhecido como um gasto quando for incorrido.
55. Na fase de pesquisa de um projecto interno, uma entidade não pode demonstrar que
existe um activo intangível que irá gerar benefícios económicos futuros prováveis. Por isso,
este dispêndio é reconhecido como um gasto quando for incorrido.
56. Exemplos de actividades de pesquisa são:
(a) Actividades visando a obtenção de novos conhecimentos;
(b) A procura de, avaliação e selecção final de, aplicações das descobertas de
pesquisa ou de outros conhecimentos;
(c) A procura de alternativas para materiais, aparelhos, produtos, processos, siste-
mas ou serviços; e
(d) A formulação, concepção, avaliação e selecção final de possíveis alternativas
de materiais, aparelhos, produtos, processos, sistemas ou serviços novos ou
melhorados.
Fase de desenvolvimento (57 a 64)
57. Um activo intangível proveniente de desenvolvimento (ou da fase de desenvolvi-
mento de um projecto interno) deve ser reconhecido se, e apenas se, uma entidade puder
demonstrar tudo o que se segue:
(a) A viabilidade técnica de concluir o activo intangível a fim de que o mesmo
esteja disponível para uso ou venda.
(b) A sua intenção de concluir o activo intangível e usá-lo ou vendê-lo.
(c) A sua capacidade de usar ou vender o activo intangível.
(d) A forma como o activo intangível gerará prováveis benefícios económicos
futuros. Entre outras coisas, a entidade pode demonstrar a existência de um
mercado para a produção do activo intangível ou para o próprio activo intan-
gível ou, se for para ser usado internamente, a utilidade do activo intangível.
(e) A disponibilidade de adequados recursos técnicos, financeiros e outros para
concluir o desenvolvimento e usar ou vender o activo intangível.
(f) A sua capacidade para mensurar fiavelmente o dispêndio atribuível ao activo
intangível durante a sua fase de desenvolvimento.
58. Na fase de desenvolvimento de um projecto interno, uma entidade pode, nalguns
casos, identificar um activo intangível e demonstrar que o activo gerará prováveis benefí-

549
Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

cios económicos futuros. Tal acontece porque a fase de desenvolvimento de um projecto é


mais avançada do que a fase de pesquisa.
59. Exemplos das actividades de desenvolvimento são:
(a) A concepção, construção e teste de protótipos e modelos de pré-produção ou
de pré-uso;
(b) A concepção de ferramentas, utensílios, moldes e suportes envolvendo nova
tecnologia;
(c) A concepção, construção e operação de uma fábrica piloto que não seja de
uma escala económica exequível para produção comercial; e
(d) A concepção, construção e teste de uma alternativa escolhida para materiais,
aparelhos, produtos, processos, sistemas ou serviços novos ou melhorados.
60. Para demonstrar como um activo intangível gerará benefícios económicos futuros
prováveis, uma entidade avalia os futuros benefícios económicos a serem recebidos do ac-
tivo usando os princípios da NRF 17 - Imparidade de Activos. Se o activo gerar benefícios
económicos apenas em combinação com outros activos, a entidade aplica o conceito de
unidades geradoras de caixa tal como definido na NRF 17.
61. A disponibilidade de recursos para concluir, usar e obter os benefícios de um activo
intangível pode ser demonstrada, por exemplo, por um plano empresarial que mostre os re-
cursos técnicos, financeiros e outros necessários e a capacidade da entidade para assegurar
esses recursos. Em alguns casos, uma entidade demonstra a disponibilidade de financia-
mento externo pela obtenção de uma indicação do mutuante da sua vontade de financiar o
plano.
62. Os sistemas de custeio de uma entidade podem muitas vezes mensurar com fiabi-
lidade o custo de gerar internamente um activo intangível, tais como os ordenados e outros
dispêndios incorridos para assegurar copyrights ou licenças ou para desenvolver software
de computadores.
63. As marcas, cabeçalhos, títulos de publicações, listas de clientes e itens substan-
cialmente semelhantes gerados internamente não devem ser reconhecidos como activos
intangíveis.
64. Dispêndios com marcas, cabeçalhos, títulos de publicações, listas de clientes e
itens semelhantes em substância gerados internamente não podem ser distinguidos do cus-
to de desenvolver a empresa no seu todo. Por isso, tais itens não são reconhecidos como
activos intangíveis.
Custo de um activo intangível gerado internamente (65 a 67)
65. O custo de um activo intangível gerado internamente para a finalidade do parágrafo
24 é a soma dos dispêndios incorridos desde a data em que o activo intangível primeira-

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Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

mente satisfaz os critérios de reconhecimento dos parágrafos 21, 22 e 57. O parágrafo 71


proíbe a reposição de dispêndio anteriormente reconhecido como um gasto.
Exemplo ilustrativo do parágrafo 65
Uma entidade está a desenvolver um novo processo de produção. Durante 2005, os
dispêndios incorridos foram 1000 unidades monetárias (UM), das quais 900 UM foram
incorridas antes de 1 de Dezembro de 2005 e 100 UM entre 1 de Dezembro de 2005 e 31
de Dezembro de 2005. A entidade é capaz de demonstrar que, em 1 de Dezembro de 2005,
o processo de produção satisfazia os critérios de reconhecimento como um activo intangí-
vel. A quantia recuperável do know-how incorporado no processo (incluindo os exfluxos
de caixa futuros para concluir o processo antes de ele estar disponível para uso) é estimada
em 500 UM.
No fim de 2005, o processo de produção é reconhecido como um activo intangí-
vel por um custo de 100 UM (dispêndio incorrido desde a data em que os critérios de
reconhecimento foram satisfeitos, isto é, 1 de Dezembro de 2005). O dispêndio de
900 UM incorrido antes de 1 de Dezembro de 2005 foi reconhecido como um gas-
to porque os critérios de reconhecimento não foram satisfeitos até 1 de Dezembro de
2005. Este dispêndio não faz parte do processo de produção reconhecido no balanço.
Durante 2006, o dispêndio incorrido foi de 2.000 UM. No fim de 2006, a quantia recupe-
rável de know-how incorporado no processo (incluindo os exfluxos de caixa futuros para
concluir o processo antes de estar disponível para uso) é estimado em 1.900 UM.
No fim de 2006, o custo de processo de produção é de 2.100 UM (um dispêndio de 100
UM reconhecido no fim de 2005 mais dispêndio de 2.000 UM reconhecido em 2006). A
entidade reconhece uma perda por imparidade de 200 UM para ajustar a quantia escriturada
do processo antes da perda por imparidade (2.100 UM) à sua quantia recuperável (1.900
UM). Esta perda por imparidade será revertida num período subsequente se os requisitas
da NRF 17 - Imparidade de Activos para a reversão de uma perda por imparidade forem
satisfeitos.
66. O custo de um activo intangível gerado internamente compreende todos os custos
directamente atribuíveis necessários para criar, produzir e preparar o activo para ser capaz
de funcionar da forma pretendida. Exemplos de custos directamente atribuíveis são:
(a) Os custos dos materiais e serviços usados ou consumidos ao gerar o activo
intangível;
(b) Os custos dos benefícios dos empregados associados à formação do activo
intangível;
(c) As taxas de registo de um direito legal; e
(d) A amortização de patentes e licenças que sejam usadas para gerar o activo
intangível.

551
Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

A NRF 11 - Custos de Empréstimos Obtidos especifica os critérios para o reconheci-


mento do juro como um elemento do custo de um activo intangível gerado internamente.
67. Não são, porém, componentes do custo de um activo intangível gerado interna-
mente:
(a) Os dispêndios com vendas, gastos administrativos e outros gastos gerais a
menos que estes dispêndios possam ser directamente atribuídos à preparação
do activo para uso;
(b) Ineficiências identificadas e perdas operacionais iniciais incorridas antes de o
activo atingir o desempenho planeado; e
(c) Dispêndios com a formação do pessoal para utilizar o activo.
Reconhecimento de um gasto (68 a 71)
68. O dispêndio com um item intangível deve ser reconhecido como um gasto quando
for incorrido a menos que:
(a) Faça parte do custo de um activo intangível que satisfaça os critérios de reco-
nhecimento (ver parágrafos 18 a 67); ou
(b) O item seja adquirido numa concentração de actividades empresariais e não
possa ser reconhecido como um activo intangível. Neste caso, o dispêndio
(incluído no custo da concentração de actividades empresariais) deve fazer
parte da quantia atribuída ao trespasse (goodwill) à data da aquisição (ver a
NRF 24 - Concentrações de Actividades Empresariais).
69. Em alguns casos, o dispêndio é incorrido para proporcionar benefícios económicos
futuros a uma entidade, mas nenhum activo intangível ou outro activo é adquirido ou criado
que possa ser reconhecido. Nestes casos, o dispêndio é reconhecido como um gasto quando
for incorrido. Por exemplo, excepto quando fizer parte do custo de uma concentração de
actividades empresariais, o dispêndio com pesquisa é reconhecido como um gasto quando
for incorrido (ver o parágrafo 54). Outros exemplos de dispêndio que seja reconhecido
como um gasto quando for incorrido incluem:
(a) Dispêndio com actividades de arranque (i.e. custos de arranque), a não ser que
este dispêndio esteja incluído no custo de um item de activo fixo tangível de
acordo com a NRF 7 - Activos Fixos Tangíveis. Os custos de arranque podem
consistir em custos de estabelecimento tais como os custos legais ou de secre-
tariado incorridos no estabelecimento de uma entidade legal, dispêndios para
abrir novas instalações ou negócio (i.e. custos pré-abertura) ou dispêndios
para iniciar novas unidades operacionais ou lançar novos produtos ou proces-
sos (i.e. custos pré-operacionais).
(b) Dispêndios com actividades de formação.

552
Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

(c) Dispêndios com actividades de publicidade e promocionais.


(d) Dispêndios com a mudança de local ou reorganização de uma entidade no seu todo
ou em parte.
70. O parágrafo 68 não exclui o reconhecimento de um pré-pagamento como um acti-
vo quando o pagamento pela entrega de bens ou serviços tenha sido feito antes da entrega
de bens ou da prestação de serviços.
Gastos passados a não serem reconhecidos como um activo (71)
71. O dispêndio com um item intangível que tenha sido inicialmente reconhecido
como um gasto não deve ser reconhecido como parte do custo de um activo intangível em
data posterior.
Mensuração após reconhecimento (72 a 87)
72. Uma entidade deve escolher ou o modelo de custo do parágrafo 74 ou o modelo de
revalorização do parágrafo 75 como sua política contabilística. Se um activo intangível for
contabilizado usando o modelo de revalorização, todos os outros activos da sua classe de-
vem também ser contabilizados usando o mesmo modelo, a não ser que não haja mercado
activo para esses activos.
73. Uma classe de activos intangíveis é um agrupamento de activos de natureza e uso
semelhantes nas operações de uma entidade. Os itens de uma classe de activos intangíveis
são simultaneamente revalorizados para evitar revalorizações selectivas de activos e o rela-
to de quantias nas demonstrações financeiras que representem uma mistura de custos e de
valores em datas diferentes.
Modelo do custo (74)
74. Após o reconhecimento inicial, um activo intangível deve ser escriturado pelo seu
custo menos qualquer amortização acumulada e quaisquer perdas por imparidade acumu-
ladas.
Modelo de revalorização (75 a 87)
75. Após o reconhecimento inicial, um activo intangível deve ser escriturado por uma
quantia revalorizada, que seja o seu justo valor à data da revalorização menos qualquer
amortização acumulada subsequente e quaisquer perdas por imparidade acumuladas sub-
sequentes. Para a finalidade de revalorizações segundo esta Norma, o justo valor deve ser
determinado com referência a um mercado activo. As revalorizações devem ser feitas com
tal regularidade que na data do balanço a quantia escriturada do activo não difira material-
mente do seu justo valor.
76. O modelo de revalorização não permite:
(a) A revalorização de activos intangíveis que não tenham sido previamente reco-
nhecidos como activos; ou
(b) O reconhecimento inicial de activos intangíveis por quantias que não sejam o
custo.

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Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

77. O modelo de revalorização é aplicado depois de um activo ter sido inicialmente


reconhecido pelo seu custo. Porém, se apenas parte do custo de um activo intangível for
reconhecido como um activo porque o activo só satisfez os critérios de reconhecimento a
meio do seu processo de fabrico (ver parágrafo 65), o modelo de revalorização pode ser
aplicado ao total desse activo. Além disso, o modelo de revalorização pode ser aplicado a
um activo intangível que tenha sido recebido por meio de um subsídio do Governo e reco-
nhecido por uma quantia nominal (ver parágrafo 44).
78. Não é vulgar que exista um mercado activo com as características descritas no
parágrafo 8 para um activo intangível, se bem que isto possa acontecer. Por exemplo, em al-
gumas jurisdições, pode existir um mercado activo para licenças de táxis livremente trans-
feríveis, licenças de pesca ou quotas de produção. Contudo, pode não existir um mercado
activo para marcas, cabeçalhos de jornais, direitos de editar músicas e filmes, patentes ou
marcas comerciais, porque cada um de tais activos é único. Além disso, se bem que activos
intangíveis sejam comprados e vendidos, os contratos são negociados entre compradores e
vendedores individuais, sendo as transacções relativamente pouco frequentes. Por estas ra-
zões, o preço pago por um activo pode não proporcionar evidência suficiente do justo valor
de um outro. Além disso, os preços não estão muitas vezes disponíveis publicamente.
79. A frequência de revalorizações depende da volatilidade dos justos valores dos ac-
tivos intangíveis que estão a ser revalorizados. Se o justo valor de um activo revalorizado
diferir materialmente da sua quantia escriturada, é necessário uma revalorização adicional.
Alguns activos intangíveis podem sofrer movimentos significativos e voláteis no justo va-
lor necessitando, por conseguinte, de revalorizações anuais. Tais frequentes revalorizações
são desnecessárias para activos intangíveis com apenas movimentos insignificantes no jus-
to valor.
80. Se um activo intangível for revalorizado, qualquer amortização acumulada à data
da revalorização é ou:
(a) Reexpressa proporcionalmente com a alteração na quantia bruta escriturada
do activo de forma a que a quantia escriturada do activo após a revalorização
iguale a sua quantia revalorizada; ou
(b) Eliminada contra a quantia bruta escriturada do activo e a quantia líquida re-
expressa como a quantia revalorizada do activo.
81. Se um activo intangível numa classe de activos intangíveis revalorizados não puder
ser revalorizado porque não há qualquer mercado activo para esse activo, o activo deve ser
escriturado pelo seu custo menos qualquer amortização e perdas por imparidade acumula-
das.
82. Se o justo valor de um activo intangível revalorizado já não puder ser determinado
com referência a um mercado activo, a quantia escriturada do activo deve ser a sua quantia
revalorizada à data da última revalorização com referência ao mercado activo menos qual-

554
Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

quer amortização acumulada subsequente e quaisquer perdas por imparidade acumuladas


subsequentes.
83. O facto de já não existir um mercado activo para um activo intangível revalorizado
pode indicar que o activo pode estar com imparidade e que ele necessita de ser testado de
acordo com a NRF 17 - Imparidade de Activos.
84. Se o justo valor do activo puder ser determinado com referência a um mercado
activo numa data de mensuração subsequente, o modelo de revalorização é aplicado a partir
dessa data.
85. Se a quantia escriturada de um activo intangível for aumentada como resultado
de uma revalorização, o aumento deve ser creditado directamente ao capital próprio com
o título de excedente de revalorização. Contudo, o aumento deve ser reconhecido nos re-
sultados até ao ponto em que reverta um decréscimo de revalorização do mesmo activo
previamente reconhecido nos resultados.
86. Se a quantia escriturada de um activo intangível for diminuída como resultado de
uma revalorização, a diminuição deve ser reconhecida nos resultados. Contudo, a diminui-
ção deve ser debitada directamente ao capital próprio com o título de excedente de revalo-
rização até ao ponto de qualquer saldo credor no excedente de revalorização com respeito
a esse activo.
87. O excedente de revalorização acumulado incluído no capital próprio só pode ser
transferido directamente para resultados retidos quando o excedente for realizado. O ex-
cedente total pode ser realizado pela retirada ou pela alienação do activo. Porém, algum
do excedente pode ser realizado logo que o activo seja usado pela entidade; em tal caso, a
quantia do excedente realizado é a diferença entre a amortização baseada na quantia escri-
turada valorizada do activo e a amortização que teria sido reconhecida baseada no custo
histórico do activo. A transferência do excedente de revalorização para resultados retidos
não é feita através da demonstração dos resultados.
Vida útil (88 a 96)
88. Uma entidade deve avaliar se a vida útil de um activo intangível é finita ou indefi-
nida e, se for finita, a duração de, ou o número de produção ou de unidades similares cons-
tituintes, dessa vida útil. Um activo intangível deve ser visto pela entidade como tendo uma
vida útil indefinida quando, com base numa análise de todos os factores relevantes, não
houver limite previsível para o período durante o qual se espera que o activo gere influxos
de caixa líquidos para a entidade.
89. A contabilização de um activo intangível baseia-se na sua vida útil. Um activo
intangível com uma vida útil finita é amortizado (ver parágrafos 97 a 106), e um activo
intangível com uma vida útil indefinida não o é (ver parágrafos 107 a 110).

555
Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

90. Muitos factores são considerados na determinação da vida útil de um activo intan-
gível, incluindo:
(a) O uso esperado do activo por parte da entidade e se o activo puder ser eficien-
temente gerido por uma outra equipa de gestão;
(b) Os ciclos de vida típicos para o activo e a informação pública sobre estimativas
de vida útil de activos semelhantes que sejam usados de forma semelhante;
(c) Obsolescência técnica, tecnológica, comercial ou de outro tipo;
(d) A estabilidade do sector em que o activo opera e alterações na procura do
mercado para os produtos ou serviços produzidos pelo activo;
(e) Acções esperadas dos concorrentes ou potenciais concorrentes;
(f) O nível de dispêndio de manutenção exigido para obter os benefícios econó-
micos futuros esperados do activo e a capacidade e intenção da entidade para
atingir tal nível;
(g) O período de controlo sobre o activo e limites legais ou semelhantes sobre o
uso do activo, tais como as datas de extinção de locações relacionadas, e datas
do termo do período de concessão estabelecido nos Acordos de Concessão de
Serviços; e
(h) Se a vida útil do activo está dependente da vida útil de outros activos da enti-
dade.
91. O termo “indefinida” não significa “infinita”. A vida útil de um activo intangível
reflecte apenas o nível de dispêndio de manutenção futuro exigido para manter o activo no
seu padrão de desempenho avaliado no momento da estimativa da vida útil do activo, e a
capacidade e intenção da entidade para atingir tal nível. Uma conclusão de que a vida útil
de um activo intangível é indefinida não deve depender do dispêndio futuro planeado para
além do exigido para manter o activo nesse padrão de desempenho.
92. Dada a história de rápidas alterações na tecnologia, o software de computadores e
muitos outros activos intangíveis são susceptíveis de obsolescência tecnológica. Por isso, é
provável que a sua vida útil seja curta.
93. A vida útil de um activo intangível pode ser muito longa ou mesmo indefinida. A
incerteza justifica estimar a vida útil de um activo intangível numa base prudente, mas isso
não justifica escolher uma vida que seja irrealisticamente curta.
94. A vida útil de um activo intangível que resulte de direitos contratuais ou de outros
direitos legais não deve exceder o período dos direitos contratuais ou de outros direitos
legais, mas pode ser mais curta dependendo do período durante o qual a entidade espera
usar o activo. Se os direitos contratuais ou outros direitos legais forem transmitidos por um
prazo limitado que possa ser renovado, a vida útil do activo intangível deve incluir o(s)

556
Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

período(s) de renovação apenas se existir evidência que suporte a renovação pela entidade
sem um custo significativo.
95. Podem existir tanto factores legais como económicos que influenciem a vida útil de
um activo intangível. Os factores económicos determinam o período durante o qual os
benefícios económicos futuros serão recebidos pela entidade. Os factores legais podem
restringir o período durante o qual a entidade controla o acesso a esses benefícios. A vida
útil é o mais curto dos períodos determinados por estes factores.
96. A existência dos seguintes factores, entre outros, indica que uma entidade deveria
ser capaz de renovar os direitos contratuais ou outros direitos legais sem um custo signifi-
cativo:
(a) Há evidência, possivelmente baseada na experiência, de que os direitos con-
tratuais ou outros direitos legais serão renovados. Se a renovação depender do
consentimento de terceiros, isto inclui evidência de que os terceiros darão o
seu consentimento;
(b) Há evidência de que quaisquer condições necessárias para obter a renovação
serão satisfeitas; e
(c) O custo da renovação para a entidade não é significativo quando comparado
com os benefícios económicos futuros que se espera que fluam para a entidade
a partir da renovação.
Se o custo de renovação for significativo quando comparado com os benefícios eco-
nómicos futuros que se espera que fluam para a entidade a partir da renovação, esse custo
representa em substancia o custo de aquisição de um novo activo intangível à data de re-
novação.
Activos intangíveis com vidas úteis finitas (97 a 106)
Período de amortização e método de amortização (97 a 99)
97. A quantia depreciável de um activo intangível com uma vida útil finita deve ser im-
putada numa base sistemática durante a sua vida útil. A amortização deve começar quando o
activo estiver disponível para uso, i.e. quando estiver na localização e condição necessárias
para que seja capaz de operar da forma pretendida. A amortização deve cessar na data que
ocorrer mais cedo entre a data em que o activo for classificado como detido para venda (ou
incluído num grupo de alienação que seja classificado como detido para venda) de acordo
com a NRF 8 — Activos não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Des-
continuadas e a data em que o activo for desreconhecido. O método de amortização usado
deve reflectir o modelo pelo qual se espera que os futuros benefícios económicos do activo
sejam consumidos pela entidade. Se não for possível determinar fiavelmente esse modelo,
deve usar-se o método da linha recta. O custo de amortização em cada período deve ser
reconhecido nos resultados a menos que esta ou outra Norma permita ou exija incluí-lo na
quantia escriturada de um outro activo.

557
Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

98. Pode ser usada uma variedade de métodos de amortização para imputar a quantia
depreciável de um activo numa base sistemática durante a sua vida útil. Estes métodos
incluem o método da linha recta e o método da unidade de produção. O método usado é
seleccionado na base do modelo de consumo esperado dos futuros benefícios económicos
incorporados no activo e é aplicado consistentemente de período a período, a não ser que
ocorra uma alteração no modelo de consumo esperado desses futuros benefícios econó-
micos. É muito raro haver, se é que há, evidência persuasiva para apoiar um método de
amortização para activos intangíveis com vidas úteis finitas que resulte numa quantia de
amortização acumulada inferior à do método da linha recta.
99. A amortização é normalmente reconhecida nos resultados. Contudo, por vezes, os
futuros benefícios económicos incorporados num activo são absorvidos pela produção de
outros activos. Neste caso, o custo de amortização constitui parte do custo do outro activo
e é incluído na sua quantia escriturada. Por exemplo, a amortização de activos intangíveis
usados num processo de produção é incluída na quantia escriturada dos inventários (ver
NRF 13 - Inventários).
Valor residual (100 a 103)
100. O valor residual de um activo intangível com uma vida útil finita deve ser assu-
mido como sendo zero a menos que:
(a) Haja um compromisso de um terceiro de comprar o activo no final da sua vida
útil; ou
(b) Haja um mercado activo para o activo e:
(i) O valor residual possa ser determinado com referência a esse mercado; e
(ii) Seja provável que tal mercado exista no final da sua vida útil.
101. A quantia depreciável de um activo com uma vida útil finita é determinada após
dedução do seu valor residual. Um valor residual que não seja zero implica que uma enti-
dade espera alienar o activo intangível antes do fim da sua vida económica.
102. Uma estimativa do valor residual de um activo baseia-se na quantia recuperável
resultante da alienação usando os preços prevalecentes à data da estimativa para a venda
de um activo semelhante que tenha atingido o final da sua vida útil e que tenha funcionado
em condições semelhantes àquelas em que o activo será utilizado. O valor residual é revisto
pelo menos no final de cada ano financeiro. De acordo com a NRF 3 - Políticas Contabilís-
ticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros, uma alteração no valor residual do
activo é contabilizada como alteração numa estimativa contabilística.
103. O valor residual de um activo intangível pode aumentar até uma quantia igual ou
superior à quantia escriturada do activo. Se assim for, o débito de amortização do activo é
zero a menos que, e até que, o seu valor residual diminua posteriormente para uma quantia
abaixo da quantia escriturada do activo.

558
Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

Revisão do período de amortização e do método de amortização (104 a 106)


104. O período de amortização e o método de amortização para um activo intangível
com uma vida útil finita devem ser revistos pelo menos no final de cada ano financeiro.
Se a vida útil esperada de um activo for diferente das estimativas anteriores, o período de
amortização deve ser alterado em conformidade. Se tiver havido uma alteração no modelo
de consumo esperado dos futuros benefícios económicos incorporados no activo, o método
de amortização deve ser modificado para reflectir o modelo alterado. Tais alterações devem
ser contabilizadas como alterações em estimativas contabilísticas de acordo com a NRF 3
— Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros.
105. Durante a vida de um activo intangível, pode tornar-se evidente que a estimativa
da vida útil é inapropriada. Por exemplo, o reconhecimento de uma perda por imparidade
pode indicar que o período de amortização deve ser alterado.
106. Com o decorrer do tempo, o modelo de benefícios económicos futuros que são es-
perados que fluam para uma entidade provenientes de um activo intangível pode alterar-se.
Por exemplo, pode tornar-se evidente que um método de amortização de saldo decrescente
seja apropriado e não um método de linha recta. Um outro exemplo é se o uso dos direitos
representados por uma licença é diferido dependendo de acção sobre outros componentes
do plano de negócio. Neste caso, os benefícios económicos que fluem do activo só podem
vir a ser recebidos em períodos mais tardios.
Activos intangíveis com vidas úteis indefinidas (107 a 110)
107. Um activo intangível com uma vida útil indefinida não deve ser amortizado.
108. De acordo com a NRF 17 — Imparidade de Activos, é exigido a uma entidade que
teste a imparidade de um activo intangível com uma vida útil indefinida comparando a sua
quantia recuperável com a sua quantia escriturada:
(a) Anualmente, e
(b) Sempre que haja uma indicação de que o activo intangível pode estar com
imparidade.
Revisão da avaliação da vida útil (109 e 110)
109. A vida útil de um activo intangível que não esteja a ser amortizado deve ser revis-
ta a cada período para determinar se os acontecimentos e circunstâncias continuam a apoiar
uma avaliação de vida útil indefinida para esse activo. Se não apoiarem, a alteração na
avaliação de vida útil de indefinida para finita deve ser contabilizada como alteração numa
estimativa contabilística de acordo com a NRF 3 - Políticas Contabilísticas, Alterações nas
Estimativas Contabilísticas e Erros.
110. De acordo com a NRF 17 — Imparidade de Activos, a reavaliação da vida útil de um
activo intangível como finita em vez de indefinida é um indicador de que o activo pode es-

559
Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

tar com imparidade. Como resultado, a entidade testa a imparidade do activo comparando
a sua quantia recuperável, determinada de acordo com a NRF 17 — Imparidade de Activos,
com a sua quantia escriturada, e reconhecendo qualquer excesso da quantia escriturada em
relação à quantia recuperável como uma perda por imparidade.
Recuperabilidade da quantia escriturada — perdas por imparidade (111)
111. Para determinar se um activo intangível está com imparidade, uma entidade aplica
a NRF 17 - Imparidade de Activos. Esta Norma explica quando e como uma entidade revê
a quantia escriturada dos seus activos, como determina a quantia recuperável de um activo
e quando reconhece ou reverte uma perda por imparidade.
Retiradas e alienações (112 a 117)
112. Um activo intangível deve ser desreconhecido:
(a) No momento da alienação; ou
(b) Quando não se esperam futuros benefícios económicos do seu uso ou aliena-
ção.
113. O ganho ou perda decorrente do desreconhecimento de um activo intangível deve
ser determinado como a diferença entre os proventos líquidos da alienação, se os houver,
e a quantia escriturada do activo. Deve ser reconhecido nos resultados quando o activo for
desreconhecido (a menos que a NRF 9 - Locações o exija de outra forma numa venda e re-
locação). O rendimento deve ser reconhecido como ganho, e o gasto deve ser reconhecido
como perda.
114. A alienação de um activo intangível pode ocorrer numa variedade de formas,
incluindo a própria venda ou doação. Ao determinar a data da alienação desse activo, uma
entidade aplica os critérios da NRF 18 — Rédito para reconhecer o resultado da venda de
bens. A NRF 9 - Locações aplica-se à alienação por venda e relocação.
115. Se de acordo com o princípio de reconhecimento do parágrafo 21 uma entidade
reconhecer na quantia escriturada de um activo o custo de uma substituição de parte de um
activo intangível, então ela desreconhece a quantia escriturada da parte substituída. Se não
for praticável que uma entidade determine a quantia escriturada da parte substituída, ela
pode usar o custo da substituição como indicação de qual o custo da parte substituída no
momento em que foi adquirida ou gerada internamente.
116. A retribuição recebível pela alienação de um activo intangível é reconhecida ini-
cialmente pelo seu justo valor. Se o pagamento do activo intangível for diferido, a retribui-
ção recebida é reconhecida inicialmente pelo equivalente ao preço a dinheiro. A diferença
entre a quantia nominal da retribuição e o equivalente ao preço a dinheiro é reconhecida
como rédito de juros de acordo com NRF 18 - Rédito reflectindo o rendimento efectivo
sobre a conta a receber.

560
Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

117. A amortização de um activo intangível com uma vida útil finita não cessa quando
o activo intangível já não for usado, a não ser que o activo tenha sido totalmente depre-
ciado ou esteja classificado como detido para venda (ou incluído num grupo de alienação
que esteja classificado como detido para venda), de acordo com a NRF 8 — Activos Não
Correntes Detidos Para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas.
Divulgações (118 a 124)
Geral (118 a 120)
118. Uma entidade deve divulgar o seguinte para cada classe de activos intangíveis,
distinguindo entre os activos intangíveis gerados internamente e outros activos intangí-
veis:
(a) Se as vidas úteis são indefinidas ou finitas e, se forem finitas, as vidas úteis ou
as taxas de amortização usadas;
(b) Os métodos de amortização usados para activos intangíveis com vidas úteis
finitas;
(c) A quantia bruta escriturada e qualquer amortização acumulada (agregada com
as perdas por imparidade acumuladas) no começo e fim do período;
(d) Os itens de cada linha da demonstração dos resultados em que qualquer amor-
tização de activos intangíveis esteja incluída;
(e) Uma reconciliação da quantia escriturada no começo e fim do período que
mostre as adições, as revalorizações, as alienações, os activos classificados
como detidos para venda, as amortizações, as perdas de imparidade e suas
reversões e outras alterações.
119. Uma classe de activos intangíveis é um agrupamento de activos de natureza e
uso semelhantes nas operações de uma entidade. Exemplos de classes separadas podem
incluir:
(a) (nome de) marcas comerciais;
(b) Cabeçalhos e títulos de publicações;
(c) Software de computadores,
(d) Licenças e franquias;
(e) Copyrights, patentes e outros direitos de propriedade industrial, direitos de
serviços e operacionais;
(f) Receitas, fórmulas, modelos, concepções e protótipos; e
(g) Activos intangíveis em desenvolvimento.
As classes mencionadas acima são desagregadas (agregadas) em classes mais peque-
nas (maiores) se isto resultar em informação mais relevante para os utentes das demonstra-
ções financeiras.

561
Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

120. Uma entidade deve também divulgar:


(a) Para um activo intangível avaliado como tendo uma vida útil indefinida, a
quantia escriturada desse activo e as razões que apoiam a avaliação de uma
vida útil indefinida. Ao apresentar estas razões, a entidade deve descrever o(s)
factor(es) que desempenhou(aram) um papel significativo na determinação de
que o activo tem uma vida útil indefinida.
(b) Uma descrição, a quantia escriturada e o período de amortização restante de
qualquer activo intangível individual que seja materialmente relevante para as
demonstrações financeiras da entidade.
(c) Para os activos intangíveis adquiridos por meio de um subsídio do Governo e
inicialmente reconhecidos pelo justo valor (ver parágrafo 44):
(i) O justo valor inicialmente reconhecido para estes activos;
(ii) A sua quantia escriturada; e
(iii) Se são mensurados após o reconhecimento segundo o modelo de custo ou
o modelo de revalorização.
(d) A existência e as quantias escrituradas de activos intangíveis cuja titularidade
esteja restringida e as quantias escrituradas de activos intangíveis dados como
garantia de passivos;
(e) A quantia de compromissos contratuais para aquisição de activos intangíveis.
Activos intangíveis mensurados após reconhecimento usando o modelo de revalorização
(121 e 122)
121. Se os activos intangíveis forem contabilizados por quantias revalorizadas, uma
entidade deve divulgar:
(a) Por classe de activos intangíveis:
(i) A data de eficácia da revalorização;
(ii) A quantia escriturada de activos intangíveis revalorizados; e
(iii) A quantia escriturada que teria sido reconhecida se a classe revaloriza-
da de activos intangíveis tivesse sido mensurada após o reconhecimento
usando o modelo de custo referido no parágrafo 74;
(b) A quantia do excedente de revalorização relacionada com activos intangíveis
no início e no final do período, indicando as alterações durante o período e
quaisquer restrições na distribuição do saldo aos accionistas; e
(c) Os métodos e pressupostos significativos aplicados na estimativa do justo valor
dos activos.

562
Despacho Normativo n.º 7/2008, de 29 de Dezembro

122. Pode ser necessário agregar as classes de activos revalorizados em classes maio-
res para finalidades de divulgação. Porém, as classes não são agregadas se isto resultar na
combinação de uma classe de activos intangíveis que inclua quantias mensuradas tanto
segundo o modelo de custo como o de revalorização.
Dispêndios de pesquisa e desenvolvimento (123 e 124)
123. Uma entidade deve divulgar a quantia agregada do dispêndio de pesquisa e desen-
volvimento reconhecido como um gasto durante o período.
124. A quantia a divulgar incluirá assim, todos os gastos por natureza que sejam, face
ao seu destino, classificáveis como gasto de pesquisa e desenvolvimento (p.ex. gastos com
pessoal afecto à actividade de pesquisa e desenvolvimento; bens e serviços usados, amor-
tizações, quer dos bens do imobilizado utilizados na actividade de pesquisa e desenvolvi-
mento, quer dos gastos de pesquisa e desenvolvimento que tenham sido capitalizados).
Outras informações (125)
125. Uma entidade é encorajada, mas não se exige, a divulgar uma descrição de qual-
quer activo intangível inteiramente amortizado que ainda esteja em uso e uma breve des-
crição de activos intangíveis significativos controlados pela entidade mas não reconhecidos
como activos porque não satisfazem os critérios de reconhecimento desta norma.
Data de eficácia (126)
126. Uma entidade deve aplicar esta Norma para os períodos com início em ou após 1
de Janeiro de 2009.
ANEXO 1
Regime especial das pequenas entidades
1. Às Entidades inseridas no regime especial para pequenas entidades (REPE) não se
exige “reconciliação da quantia escriturada no começo e fim do período que mostre as adi-
ções…, os activos classificados como detidos para venda, …” por as situações de activos
classificados como detidos para venda estarem excluídos do âmbito do REPE.
A Ministra, Cristina Duarte.

563
Despacho Normativo n.º 8/2008, de 29 de Dezembro

NORMA DE RELATO FINANCEIRO 7 –


ACTIVOS FIXOS TANGÍVEIS – IAS 16
Despacho Normativo n.º 8/2008
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio modernizar e introduzir um Novo
Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde em subs-
tituição do Plano Nacional de Contabilidade aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de
Janeiro, com o objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas directivas inter-
nacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações introduzidas
têm em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão das entidades em Cabo Verde e
a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico do País e do
mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar a qualidade das demonstrações
financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor de credibilidade ao funciona-
mento da economia real em Cabo Verde.
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido Decreto-Lei e visando transpor
para o direito interno as Normas de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das
Normas Internacionais da Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo
International Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de Normalização Contabi-
lística foi nomeada e trabalhou-se a apresentação da documentação complementar ao diploma,
no sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Finan-
ceiro para Cabo Verde.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º e do número 3 do artigo
259º da Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde através da Ministra
das Finanças e Administração Pública, o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 7 – Activos fixos tangíveis do Sistema de
Normalização Contabilístico e Relato Financeiro e que se apresenta em anexo ao presente
regulamento como parte integrante.
Artigo 2º
Natureza
A Norma de Relato Financeiro 7 – Activos fixos tangíveis é parte integrante do Siste-
ma de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro para Cabo Verde
Artigo 3º
Entrada em vigor
O presente Despacho Normativo entra em vigor na data da entrada em vigor do Decre-
to-Lei 5/2008, que aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Pública, 16 de Dezembro de 2008.
– A Ministra, Cristina Duarte.

564
Despacho Normativo n.º 8/2008, de 29 de Dezembro

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA


E DE RELATO FINANCEIRO
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 7
ACTIVOS FIXOS TANGÍVEIS
Esta Norma de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional emitida pelo
IASB sobre activos fixos tangíveis.
Objectivo (1)
1. O objectivo desta Norma de Relato Financeiro é o de prescrever o tratamento con-
tabilístico para activos fixos tangíveis, para que os utentes das demonstrações financeiras
possam discernir a informação acerca do investimento de uma entidade nos seus activos
fixos tangíveis, bem como as alterações nesse investimento. Os principais aspectos a con-
siderar na contabilização dos activos fixos tangíveis são o seu reconhecimento e a determi-
nação das suas quantias escrituradas, as depreciações e as perdas por imparidade.
Âmbito (2 a 5)
2. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização de activos fixos tangíveis excepto
quando uma outra Norma exija ou permita um tratamento contabilístico diferente.
3. Esta norma não se aplica a:
(a) Activos fixos tangíveis classificados como detidos para venda de acordo com
a NRF 8 - Activos não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais
Descontinuadas;
(b) Activos biológicos relacionados com a actividade agrícola (ver NRF 12 -
Agricultura);
(c) Activos relacionados com a exploração e avaliação de recursos minerais: ou
(d) Direitos minerais e reservas minerais tais como petróleo, gás natural e recur-
sos não regenerativos semelhantes.
Contudo, esta Norma aplica-se aos activos fixos tangíveis usados para desenvolver ou
manter os activos descritos nas alíneas (b) a (d).
4. Outras Normas podem exigir o reconhecimento de um item do activo fixo intan-
gível com base numa abordagem diferente da usada nesta Norma. Por exemplo, a NRF
9 - Locações exige que uma entidade avalie o seu reconhecimento de um item do activo
fixo tangível locado na base da transferência de riscos e vantagens. Porém, em tais casos,
outros aspectos do tratamento contabilístico para estes activos, incluindo a depreciação, são
prescritos por esta Norma.
5. Uma entidade deve aplicar esta Norma a propriedades que estejam a ser construídas
ou desenvolvidas para futuro uso como propriedades de investimento, mas que não satisfa-

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Despacho Normativo n.º 8/2008, de 29 de Dezembro

çam ainda a definição de “propriedade de investimento” constante da NRF 10 - Proprieda-


des de Investimento. Uma vez que esteja concluída a construção ou o desenvolvimento, a
propriedade torna-se propriedade de investimento e exige-se à entidade que aplique a NRF
10. A NRF 10 também se aplica a propriedades de investimento que estejam a ser nova-
mente desenvolvidas para uso futuro continuado como propriedades de investimento. Uma
entidade que use o modelo de custo para propriedades de investimento em conformidade
com a NRF 10 deve usar o modelo de custo desta Norma.
Definições (6)
6. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especifica-
dos:
Activos fixos tangíveis: são itens tangíveis que:
(a) Sejam detidos para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços, para
arrendamento a outros, ou para fins administrativos; e
(b) Se espera que sejam usados durante mais do que um período.
Custo: é a quantia de caixa ou seus equivalentes paga ou o justo valor de outra retribui-
ção dada para adquirir um activo no momento da sua aquisição ou construção ou, quando
aplicável, a quantia atribuída a esse activo aquando do reconhecimento inicial de acordo
com os requisitos específicos de outras NRF.
Depreciação: é a imputação sistemática da quantia depreciável de um activo fixo tan-
gível durante a sua vida útil.
Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado,
entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relaciona-
mento entre elas.
Perda por imparidade: é o excedente da quantia escriturada de um activo, ou de uma
unidade geradora de caixa, em relação à sua quantia recuperável.
Quantia depreciável: é o custo de um activo, ou outra quantia substituta do custo, menos o
seu valor residual.
Quantia escriturada: é a quantia pela qual um activo fixo tangível/intangível é reco-
nhecido no Balanço, após a dedução de qualquer depreciação/amortização acumulada e de
perdas por imparidade acumuladas inerentes.
Quantia recuperável: é a quantia mais alta de entre o preço de venda líquido de um activo
e o seu valor de uso.
Valor específico para a entidade: é o valor presente dos fluxos de caixa que uma enti-
dade espera que resultem do uso continuado de um activo e da sua alienação no final da sua
vida útil ou em que espera incorrer ao liquidar um passivo.

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Despacho Normativo n.º 8/2008, de 29 de Dezembro

Valor residual: de um activo é a quantia estimada que uma entidade obteria corrente-
mente pela alienação de um activo, após dedução dos custos de alienação estimados, se o
activo já tivesse a idade e as condições esperadas no final da sua vida útil.
Vida útil: é:
(a) O período durante o qual uma entidade espera que um activo esteja disponível
para uso; ou
(b) O número de unidades de produção ou similares que uma entidade espera
obter do activo.
Reconhecimento (7 a 15)
7. O custo de um item de activo fixo tangível deve ser reconhecido como activo se, e
apenas se:
(a) For provável que futuros benefícios económicos associados ao item fluam
para a entidade; e
(b) O custo do item puder ser mensurado fiavelmente.
8. Sobressalentes e equipamentos de serviço são geralmente escriturados como inven-
tários e reconhecidos nos resultados quando consumidos. Porém, os sobressalentes prin-
cipais e equipamento de reserva classificam-se como activos fixos tangíveis quando uma
entidade espera usá-los durante mais do que um período. Da mesma forma, se os sobres-
salentes e os equipamentos de serviço puderem ser utilizados em ligação com um item do
activo fixo tangível, eles são contabilizados como activo fixo tangível.
9. Esta Norma não prescreve a unidade de medida para reconhecimento, i.e. aquilo que
constitui um item do activo fixo tangível. Assim, é necessário exercer juízos de valor ao
aplicar os critérios de reconhecimento às circunstâncias específicas de uma entidade. Pode
ser apropriado agregar itens individualmente insignificantes, tais como moldes, ferramen-
tas e bases, e aplicar os critérios ao valor agregado.
10. Uma entidade avalia segundo este princípio de reconhecimento todos os seus ac-
tivos fixos tangíveis e custos de equipamento no momento em que eles sejam incorridos.
Estes custos incluem custos incorridos inicialmente para adquirir ou construir um item do
activo fixo tangível e os custos incorridos posteriormente para adicionar a, substituir parte
de, ou dar assistência ao mesmo.
11. Podem ser considerados no Activo por uma só quantidade e quantia, não sendo
alvo de depreciação podendo no entanto ser alvo de imparidade ou revalorização, os itens
que, no seu conjunto, satisfaçam simultaneamente as seguintes condições:
(a) Sejam renovados frequentemente;
(b) Representem, bem a bem, uma quantia imaterial para a entidade;
(c) Tenham uma vida útil não superior a cinco anos.

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Custos iniciais (12)


12. Os itens do activo fixo tangível podem ser adquiridos por razões de segurança ou
ambientais. A aquisição de tal activo fixo tangível, embora não aumentando directamente
futuros benefícios económicos de qualquer item particular existente de activo fixo tangível,
pode ser necessário para que a entidade obtenha futuros benefícios económicos dos seus
outros activos. Esses itens do activo fixo tangível qualificam-se para o reconhecimento
como activos porque permitem a uma entidade obter futuros benefícios económicos dos
activos relacionados para além dos que teria obtido se não tivesse adquirido esses itens.
Por exemplo, uma indústria química pode instalar novos processos químicos de manusea-
mento a fim de se conformar com exigências ambientais para a produção e armazenamento
de químicos perigosos. Os melhoramentos nas instalações relacionados são reconhecidos
como um activo porque, sem eles, a entidade não está em condições de fabricar e vender
tais produtos químicos. Contudo, a quantia escriturada resultante desse activo e activos
relacionados é revista para imparidade de acordo com a NRF 17 - Imparidade de Activos.
Custos subsequentes (13 a 15)
13. Segundo o princípio de reconhecimento do parágrafo 7, uma entidade não reconhe-
ce na quantia escriturada de um item do activo fixo tangível os custos da assistência diária
ao item. Pelo contrário, estes custos são reconhecidos nos resultados como incorridos. Os
custos da assistência diária são primordialmente os custos da mão-de-obra e dos consumí-
veis, e podem incluir o custo de pequenas peças. A finalidade destes dispêndios é muitas ve-
zes descrita como sendo para “reparações e manutenção’ de um item do activo fixo tangível.
14. Partes de alguns itens do activo fixo tangível poderão necessitar de substituições a
intervalos regulares. Por exemplo, um forno pode exigir ser restaurado (com tijolos refrac-
tários) após uma quantidade de horas de uso ou os interiores dos aviões tal como assentos
e cozinhas de bordo podem exigir substituição algumas vezes durante a vida da estrutura.
Itens do activo fixo tangível também podem ser adquiridos para efectuar uma substituição
recorrente menos frequente, tal como a substituição das paredes interiores de um edifício,
ou para efectuar uma substituição não recorrente. Segundo o princípio de reconhecimento
do parágrafo 7, uma entidade reconhece na quantia escriturada de um tem do activo fixo
tangível o custo da peça de substituição desse item quando o custo for incorrido se os cri-
térios de reconhecimento forem cumpridos. A quantia escriturada das peças que são substi-
tuídas é desreconhecida de acordo com as disposições de desreconhecimento desta Norma
(ver parágrafos 66 a 71).
15. A condição de continuar a operar um item do activo fixo tangível (por exemplo,
uma aeronave) pode ser a realização regular de inspecções importantes em busca de falhas,
independentemente de as peças desse item serem ou não substituídas. Quando cada inspec-
ção importante for efectuada, o seu custo é reconhecido na quantia escriturada do item do
activo fixo tangível como substituição se os critérios de reconhecimento forem satisfeitos.
Qualquer quantia escriturada remanescente do custo da inspecção anterior (distinta das

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Despacho Normativo n.º 8/2008, de 29 de Dezembro

peças físicas) é desreconhecida. Isto ocorre independentemente de o custo da inspecção


anterior ter sido identificado na transacção em que o item foi adquirido ou construído. Se
necessário, o custo estimado de uma futura inspecção semelhante pode ser usado como in-
dicador de qual o custo do componente de inspecção existente quando o item foi adquirido
ou construído.
Mensuração no reconhecimento (16 a 28)
16. Um item do activo fixo tangível que seja classificado para reconhecimento como
um activo deve ser mensurado pelo seu custo.
Elementos do custo (17 a 23)
17. O custo de um tem do activo fixo tangível compreende:
(a) O seu preço de compra, incluindo os direitos de importação e os impostos de
compra não reembolsáveis, após dedução dos descontos e abatimentos;
(b) Quaisquer custos directamente atribuíveis para colocar o activo na localização
e condição necessárias para o mesmo ser capaz de funcionar da forma preten-
dida;
(c) A estimativa inicial dos custos de desmantelamento e remoção do item e de
restauração do local no qual este está localizado, em cuja obrigação uma en-
tidade incorre seja quando o item é adquirido seja como consequência de ter
usado o item durante um determinado período para finalidades diferentes da
produção de inventários durante esse período.
18. Exemplos de custos directamente atribuíveis são:
(a) Custos de benefícios dos empregados (ver subsidiariamente a NRF 21 - Bene-
fícios dos Empregados) decorrentes directamente da construção ou aquisição
de um item do activo fixo tangível;
(b) Custos de preparação do local;
(c) Custos iniciais de entrega e de manuseamento;
(d) Custos de instalação e montagem;
(e) Custos de testar se o activo funciona correctamente, após dedução dos proven-
tos líquidos da venda de qualquer item produzido enquanto se coloca o activo
nessa localização e condição (tais como amostras produzidas quando se testa
o equipamento); e
(f) Honorários.
19. Uma entidade aplica a NRF 13 - Inventários aos custos das obrigações de des-
mantelamento, remoção e restauração do local em que um item está localizado que sejam
incorridos durante um determinado período como consequência de ter usado o item para

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Despacho Normativo n.º 8/2008, de 29 de Dezembro

produzir inventários durante esse período. As obrigações por custos contabilizados de acor-
do com a NRF 13 ou com a presente Norma são reconhecidas e mensuradas de acordo com
a NRF 19 - Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes.
20. Exemplos de custos que não são custos de um item do activo fixo tangível são:
(a) Custos de abertura de novas instalações;
(b) Custos de introdução de um novo produto ou serviço (incluindo custos de
publicidade ou actividades promocionais);
(c) Custos de condução do negócio numa nova localização ou com uma nova
classe de clientes (incluindo custos de formação de pessoal); e
(d) Custos de administração e outros custos gerais.
21. O reconhecimento dos custos na quantia escriturada de um item do activo fixo tangí-
vel cessa quando o item está na localização e condição necessárias para que seja capaz de
funcionar da forma pretendida. Assim sendo, os custos incorridos na utilização ou reinsta-
lação de um item não são incluídos na quantia escriturada desse item. Por exemplo, os cus-
tos seguintes não são incluídos na quantia escriturada de um item do activo fixo tangível:
(a) Custos incorridos enquanto um item capaz de funcionar da forma pretendida ain-
da não tenha sido colocado em uso ou esteja a ser usado a uma capacidade inferior
à sua capacidade total;
(b) Perdas operacionais iniciais, tais como as incorridas enquanto cresce a exigên-
cia da produção do item; e
(c) Custos de relocalização ou reorganização de uma parte ou de todas as operações de
uma entidade.
22. Algumas operações ocorrem em ligação com a construção ou desenvolvimento de
um item do activo fixo tangível, mas não são necessárias para colocar o item na localização
e condição necessárias para que este seja capaz de funcionar da forma pretendida. Estas
operações incidentais podem ocorrer antes ou durante as actividades de construção ou de-
senvolvimento. Por exemplo, podem ser obtidos rendimentos através do uso de um local de
construção como um parque de estacionamento até a construção ter início. Dado que não
são necessárias operações inerentes para colocar um item na localização e condição neces-
sárias para que este seja capaz de funcionar da forma pretendida, o rendimento e os gastos
relacionados das operações inerentes são reconhecidos nos resultados e incluídos nas suas
respectivas classificações de rendimento ou de gasto.
23. O custo de um activo construído pela própria entidade determina-se usando os mes-
mos princípios quanto a um activo adquirido. Se uma entidade produzir activos idênticos
para venda no decurso normal das operações empresariais, o custo do activo é geralmente o
mesmo que o custo de construir um activo para venda (ver NRF 13 - Inventários). Por isso,
quaisquer lucros internos são eliminados para chegar a tais custos. De forma semelhante,

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Despacho Normativo n.º 8/2008, de 29 de Dezembro

o custo de quantias anormais de materiais, de mão-de-obra ou de outros recursos desper-


diçados incorridos na auto-construção de um activo não é incluído no custo do activo. A
NRF 11 — Custos de Empréstimos Obtidos estabelece critérios para o reconhecimento do
juro como componente da quantia escriturada de um item do activo fixo tangível construído
pela própria entidade.
Mensuração do custo (24 a 28)
24. O custo de um item do activo fixo tangível é equivalente ao preço a dinheiro à data
do reconhecimento. Se o pagamento for diferido para além das condições normais de cré-
dito, a diferença entre o equivalente ao preço a dinheiro e o pagamento total é reconhecida
como juro durante o período de crédito a não ser que esse juro seja reconhecido na quantia
escriturada do item de acordo com o tratamento alternativo permitido na NRF 11 — Custos
de Empréstimos Obtidos.
25. Um ou mais itens do activo fixo tangível podem ser adquiridos em troca de um ac-
tivo ou activos não monetários, ou de uma combinação de activos monetários e não mone-
tários, O seguinte exemplo refere-se simplesmente a uma troca de um activo não monetário
por outro, mas também se aplica a todas as trocas descritas na frase anterior, O custo de um
tal item do activo fixo tangível é mensurado pelo justo valor a não ser que (a) a transacção
da troca careça de substância comercial ou (b) nem o justo valor do activo recebido nem o
justo valor do activo cedido sejam fiavelmente mensuráveis. O item adquirido é mensurado
desta forma mesmo que uma entidade não possa imediatamente desreconhecer o activo
cedido. Se o item adquirido não for mensurado pelo justo valor, o seu custo é mensurado
pela quantia escriturada do activo cedido.
26. Uma entidade determina se uma transacção de troca tem substância comercial con-
siderando a extensão em que se espera que os seus futuros fluxos de caixa sejam alterados
como resultado da transacção. Uma transacção de troca tem substância comercial se:
(a) A configuração (risco, tempestividade e quantia) dos fluxos de caixa do activo
recebido diferir da configuração dos fluxos de caixa do activo transferido; ou
(b) O valor específico para a entidade relativo à parte das operações da entidade
afectada pelas alterações na transacção como resultado da troca; e
(c) A diferença na alínea (a) ou (b) for significativa relativamente ao justo valor
dos activos trocados. Para a finalidade de determinar se uma transacção de
troca tem substância comercial, o valor específico para a entidade relativo
à parte das operações da entidade afectada pela transacção deve reflectir os
fluxos de caixa após impostos. O resultado destas análises pode ser claro sem
que uma entidade tenha de efectuar cálculos detalhados.
27. O justo valor de um activo para o qual não existam transacções de mercado com-
paráveis é fiavelmente mensurável se (a) a variabilidade no intervalo de estimativas razoá-

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Despacho Normativo n.º 8/2008, de 29 de Dezembro

veis do justo valor não for significativa para esse activo ou (b) as probabilidades de várias
estimativas dentro do intervalo puderem ser razoavelmente avaliadas e usadas ao estimar o
justo valor. Se uma entidade for capaz de determinar com fiabilidade o justo valor tanto do
activo recebido como do activo cedido, então o justo valor do activo cedido é usado para
mensurar o custo do activo recebido a não ser que o justo valor do activo recebido seja mais
claramente evidente.
28. O custo de um item do activo fixo tangível detido por um locatário segundo uma
locação financeira é determinado de acordo com a NRF 9 - Locações.
Mensuração após reconhecimento (29 a 65)
29. Uma entidade deve escolher ou o modelo de custo do parágrafo 31 ou o modelo de
revalorização do parágrafo 31 como sua política contabilística e deve aplicar essa política
a uma classe inteira de activos fixos tangíveis.
Modelo do custo (30)
30. Após o reconhecimento como um activo, um item do activo fixo tangível deve ser
escriturado pelo seu custo menos qualquer depreciação acumulada e quaisquer perdas por
imparidade acumuladas.
Modelo de revalorização (31 a 42)
31. Após o reconhecimento como um activo, um item do activo fixo tangível cujo justo
valor possa ser mensurado fiavelmente deve ser escriturado por uma quantia revalorizada,
que é o seu justo valor à data da revalorização menos qualquer depreciação acumulada
subsequente e perdas por imparidade acumuladas subsequentes. As revalorizações devem
ser feitas com suficiente regularidade para assegurar que a quantia escriturada não difira
materialmente daquela que seria determinada pelo uso do justo valor à data do balanço.
32. O justo valor de terrenos e edifícios é normalmente determinado a partir de provas
com base no mercado por avaliação que é normalmente realizada por avaliadores profissio-
nalmente qualificados. O justo valor de itens de instalações e equipamentos é geralmente o
seu valor de mercado determinado por avaliação.
33. Se não houver provas com base no mercado do justo valor devido à natureza espe-
cializada do item do activo fixo tangível e se o item for raramente vendido, excepto como
parte de um negócio em continuação, uma entidade pode precisar de estimar o justo valor
usando uma abordagem pelo rendimento ou pelo custo de reposição depreciado.
34. A frequência das revalorizações depende das alterações nos justos valores dos acti-
vos fixos tangíveis que estão a ser revalorizados. Quando o justo valor de um activo revalo-
rizado diferir materialmente da sua quantia escriturada, é exigida uma nova revalorização.
Alguns itens do activo fixo tangível sofrem alterações significativas e voláteis no justo va-
lor, necessitando, por conseguinte, de revalorização anual. Tais revalorizações frequentes
são desnecessárias para itens do activo fixo tangível apenas com alterações insignificantes

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Despacho Normativo n.º 8/2008, de 29 de Dezembro

no justo valor. Em vez disso, pode ser necessário revalorizar o item apenas a cada três ou
cinco anos.
35. Quando um item do activo fixo tangível for revalorizado, qualquer depreciação
acumulada à data da revalorização é tratada de uma das seguintes formas:
(a) Reexpressa proporcionalmente com a alteração na quantia escriturada bruta
do activo a fim de que a quantia escriturada do activo após a revalorização
iguale a quantia revalorizada. Este método é muitas vezes usado quando um
activo for revalorizado por meio da aplicação de um índice ao seu custo de
reposição depreciado;
(b) Eliminada contra a quantia escriturada bruta do activo, sendo a quantia líquida
reexpressa para a quantia revalorizada do activo. Este método é muitas vezes
usado para edifícios. A quantia do ajustamento proveniente da reexpressão ou
da eliminação da depreciação acumulada faz parte do aumento ou da diminui-
ção na quantia escriturada que seja contabilizado de acordo com os parágrafos
40 e 41.
36. Se um item do activo fixo tangível for revalorizado, toda a classe do activo fixo
tangível à qual pertença esse activo deve ser revalorizada.
37. Uma classe do activo fixo tangível é um agrupamento de activos de natureza e
uso semelhantes nas operações de uma entidade. O que se segue são exemplos de classes
separadas:
(a) Terrenos;
(b) Terrenos e edifícios;
(c) Maquinaria;
(d) Navios;
(e) Aviões;
(f) Veículos a motor;
(g) Mobiliário e suportes fixos; e
(h) Equipamento de escritório.
38. Os itens integrados numa classe do activo fixo tangível são revalorizados simulta-
neamente a fim de ser evitada a revalorização selectiva de activos e o relato de quantias nas
demonstrações financeiras que sejam uma mistura de custos e valores em datas diferentes.
Porém, uma classe de activos pode ser revalorizada numa base rotativa desde que a revalo-
rização da classe de activos seja concluída num curto período e desde que as revalorizações
sejam mantidas actualizadas.

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Despacho Normativo n.º 8/2008, de 29 de Dezembro

39. Se a quantia escriturada de um activo for aumentada como resultado de uma re-
valorização, o aumento deve ser creditado directamente ao capital próprio numa conta
com o título de excedente de revalorização. Contudo, o aumento deve ser reconhecido nos
resultados até ao ponto em que reverta um decréscimo de revalorização do mesmo activo
previamente reconhecido nos resultados.
40. Se a quantia escriturada de um activo for diminuída como resultado de uma reva-
lorização, a diminuição deve ser reconhecida nos resultados. Contudo, a diminuição deve
ser debitada directamente ao capital próprio com o título de excedente de revalorização até
ao ponto de qualquer saldo de crédito existente no excedente de revalorização com respeito
a esse activo.
41. O excedente de revalorização incluído no capital próprio com respeito a um item
do activo fixo tangível pode ser transferido directamente para resultados retidos quando o
activo for desreconhecido. Isto pode implicar a transferência da totalidade do excedente
quando o activo for retirado ou alienado. Contudo, uma parte do excedente pode ser trans-
ferida quando o activo for usado por uma entidade. Nesse caso, a quantia do excedente
transferida seria a diferença entre a depreciação baseada na quantia escriturada revalori-
zada do activo e a depreciação baseada no custo original do activo. As transferências do
excedente de revalorização para resultados retidos não são feitas por via de resultados.
42. Os efeitos dos impostos sobre o rendimento, se os houver, resultantes da revalo-
rização do activo fixo tangível são reconhecidos e divulgados de acordo com a NRF 22
- Impostos sobre o Rendimento.
Depreciação (43 a 62)
43. Cada parte de um item do activo fixo tangível com um custo que seja significativo
em relação ao custo total do item deve ser depreciada separadamente.
44. Uma entidade imputa a quantia inicialmente reconhecida com respeito a um item
do activo fixo tangível às partes significativas deste e deprecia separadamente cada parte.
Por exemplo, pode ser apropriado depreciar separadamente a estrutura e os motores de uma
aeronave, sejam eles propriedade da entidade ou sujeitos a locação financeira.
45. Uma parte significativa de um item do activo fixo tangível pode ter uma vida útil e um
método de depreciação que sejam os mesmos que a vida útil e o método de depreciação de
uma outra parte significativa do mesmo item. Essas partes podem ser agrupadas ao determi-
nar-se o gasto de depreciação.
46. Na medida em que uma entidade deprecie separadamente algumas partes de um
item do activo fixo tangível, também deprecia separadamente o resto do item. O remanes-
cente consiste em partes de um item que não são individualmente significativas. Se uma
entidade tiver expectativas variadas para essas partes, podem ser necessárias técnicas de
aproximação para depreciar o remanescente de uma forma que represente fielmente o pa-
drão de consumo e/ou a vida útil dessas partes.

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Despacho Normativo n.º 8/2008, de 29 de Dezembro

47. Uma entidade pode escolher depreciar separadamente as partes de um item que não
tenham um custo que seja significativo em relação ao custo total do item.
48. O gasto de depreciação em cada período deve ser reconhecido nos resultados a
menos que seja incluído na quantia escriturada de um outro activo.
49. O gasto de depreciação de um período é geralmente reconhecido nos resultados.
Contudo, por vezes, os futuros benefícios económicos incorporados num activo são absor-
vidos na produção de outros activos. Neste caso, o gasto de depreciação constitui parte do
custo do outro activo e está incluído na sua quantia escriturada. Por exemplo, a depreciação
de instalações e equipamento de fabrico é incluída nos custos de conversão de inventários
(ver NRF 13 - Inventários). De forma semelhante, a depreciação de activos fixos tangíveis
usados para actividades de desenvolvimento pode ser incluída no custo de um activo intan-
gível reconhecido de acordo com a NRF 6 — Activos Intangíveis.
Quantia depreciável e período de depreciação (50 a 59)
50. A quantia depreciável de um activo deve ser imputada numa base sistemática du-
rante a sua vida útil.
51. O valor residual e a vida útil de um activo devem ser revistos pelo menos no fi-
nal de cada ano financeiro e, se as expectativas diferirem das estimativas anteriores, a(s)
alteração(ões) deve(m) ser contabilizada(s) como uma alteração numa estimativa conta-
bilística de acordo com a NRF 3 - Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas
Contabilísticas e Erros.
52. A depreciação é reconhecida mesmo se o justo valor do activo exceder a sua quan-
tia escriturada, desde que o valor residual do activo não exceda a sua quantia escriturada. A
reparação e manutenção de um activo não evitam a necessidade de o depreciar.
53. A quantia depreciável de um activo é determinada após dedução do seu valor re-
sidual. Na prática, o valor residual de um activo é muitas vezes insignificante e por isso
imaterial no cálculo da quantia depreciável.
54. O valor residual de um activo pode aumentar até uma quantia igual ou superior à
quantia escriturada do activo. Se assim for, o gasto de depreciação do activo é zero a menos
que, e até que, o seu valor residual diminua posteriormente para uma quantia abaixo da
quantia escriturada do activo.
55. A depreciação de um activo começa quando este esteja disponível para uso, i.e.
quando estiver na localização e condição necessárias para que seja capaz de operar na
forma pretendida. A depreciação de um activo cessa na data que ocorrer mais cedo entre a
data em que o activo for classificado como detido para venda (ou incluído num grupo para
alienação que seja classificado como detido para venda) de acordo com a NRF 8 — Activos
não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas e a data em
que o activo for desreconhecido. Porém, a depreciação não cessa quando o activo se tornar

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ocioso ou for retirado do uso a não ser que o activo esteja totalmente depreciado. Contudo,
segundo os métodos de depreciação pelo uso, o gasto de depreciação pode ser zero enquan-
to não houver produção.
56. Os futuros benefícios económicos incorporados num activo são consumidos por
uma entidade principalmente através do seu uso. Porém, outros factores, tais como obso-
lescência técnica ou comercial e desgaste normal enquanto um activo permaneça ocioso,
dão origem muitas vezes à diminuição dos benefícios económicos que poderiam ter sido
obtidos do activo. Consequentemente, todos os factores que se seguem são considerados na
determinação da vida útil de um activo:
(a) Uso esperado do activo. O uso é avaliado por referência à capacidade ou pro-
dução física esperadas do activo;
(b) Desgaste normal esperado, que depende de factores operacionais tais como
o número de turnos durante os quais o activo será usado e o programa de re-
paração e manutenção, e o cuidado e manutenção do activo enquanto estiver
ocioso;
(c) Obsolescência técnica ou comercial proveniente de alterações ou melhora-
mentos na produção, ou de uma alteração na procura de mercado para o servi-
ço ou produto derivado do activo; e
(d) Limites legais ou semelhantes no uso do activo, tais como as datas de extinção
de locações com ele relacionadas.
57. A vida útil de um activo é definida em termos da utilidade esperada do activo para
a entidade. A política de gestão de activos da entidade pode envolver a alienação de activos
após um período especificado ou após consumo de uma proporção especificada dos futuros
benefícios económicos incorporados no activo. Por isso, a vida útil de um activo pode ser
mais curta do que a sua vida económica. A estimativa da vida útil do activo é uma questão
de juízo de valor baseado na experiência da entidade com activos semelhantes.
58. Os terrenos e edifícios são activos separáveis e são contabilizados separadamente,
mesmo quando sejam adquiridos conjuntamente. Com algumas excepções, como as pedrei-
ras e os locais usados como aterros, os terrenos têm uma vida útil ilimitada pelo que não
são depreciados. Os edifícios têm vida útil limitada e, por isso, são activos depreciáveis.
Um aumento no valor de um terreno no qual um edifício esteja construído não afecta a
determinação da quantia depreciável do edifício.
69. Se o custo do terreno incluir os custos do desmantelamento, remoção e restauração
do local, essa porção do custo do terreno é depreciada durante o período de benefícios obti-
dos ao incorrer nesses custos. Nalguns casos, o próprio terreno pode ter uma vida útil limi-
tada, caso em que é depreciado de modo a reflectir os benefícios a serem dele retirados.
Método de depreciação (60 a 62)
60. O método de depreciação usado deve reflectir o modelo por que se espera que os
futuros benefícios económicos do activo sejam consumidos pela entidade.

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Despacho Normativo n.º 8/2008, de 29 de Dezembro

61. O método de depreciação aplicado a um activo deve ser revisto pelo menos no final
de cada ano financeiro e, se existiu alguma alteração significativa no modelo esperado de
consumo dos futuros benefícios económicos incorporados no activo, o método deve ser
alterado para reflectir o modelo alterado. Tal alteração deve ser contabilizada como alte-
ração numa estimativa contabilística de acordo com a NRF 3 — Políticas Contabilísticas,
Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros.
62. Pode ser usada uma variedade de métodos de depreciação para imputar a quantia
depreciável de um activo numa base sistemática durante a sua vida útil. Estes métodos in-
cluem o método da linha recta, o método do saldo decrescente e o método das unidades de
produção. A depreciação pelo método da linha recta resulta num débito constante durante
a vida útil do activo se o seu valor residual não se alterar. O método do saldo decrescente
resulta num débito decrescente durante a vida útil. O método das unidades de produção
resulta num débito baseado no uso ou produção esperados. A entidade selecciona o método
que reflicta mais aproximadamente o modelo esperado de consumo dos futuros benefícios
económicos incorporados no activo. Esse método é aplicado consistentemente de período
para período a menos que ocorra uma alteração no modelo esperado de consumo desses
futuros benefícios económicos.
Imparidade (63)
63. Para determinar se um item do activo fixo tangível está ou não com imparidade, uma
entidade aplica a NRF 17 — Imparidade de Activos. Essa Norma explica como uma entida-
de revê a quantia escriturada dos seus activos, como determina a quantia recuperável de um
activo e quando reconhece ou reverte o reconhecimento de uma perda por imparidade.
Compensação por imparidade (64 e 65)
64. A compensação de terceiros por itens do activo fixo tangível que estiverem com
imparidade, perdidos ou cedidos deve ser incluída nos resultados quando a compensação
se tornar recebível.
65. Imparidades ou perdas de itens do activo fixo tangível, reivindicações relacionadas
ou pagamentos de compensação de terceiros e qualquer aquisição ou construção posterior
de activos de substituição constituem acontecimentos económicos separados que são con-
tabilizados separadamente como se segue:
(a) As imparidades de itens do activo fixo tangível são reconhecidas de acordo
com a NRF 17 — Imparidade de Activos;
(b) O desreconhecimento de itens do activo fixo tangível retirados ou alienados é
determinado de acordo com esta Norma;
(c) A compensação de terceiros por itens do activo fixo tangível que estiverem
com imparidade, perdidos ou cedidos é incluída na determinação dos resulta-
dos quando a compensação se tornar recebível; e

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Despacho Normativo n.º 8/2008, de 29 de Dezembro

(d) O custo de itens do activo fixo tangível restaurados, comprados ou construídos


como reposições é determinado de acordo com esta Norma.
Desreconhecimento (66 a 71)
66. A quantia escriturada de um item do activo fixo tangível deve ser desreconhecida:
(a) No momento da alienação; ou
(b) Quando não se espere futuros benefícios económicos do seu uso ou aliena-
ção.
67. O ganho ou perda decorrente do desreconhecimento de um item do activo fixo
tangível deve ser incluído nos resultados quando o item for desreconhecido (a menos que
a NRF 9 - Locações exija diferentemente numa venda e relocação). Os ganhos não devem
ser classificados como rédito.
68. A alienação de um item do activo fixo tangível pode ocorrer numa variedade de
formas (p. ex., por venda, por celebração de uma locação financeira ou por doação). Aquan-
do da alienação de um item do activo fixo tangível uma entidade deve aplicar os critérios
referidos na NRF 18 — Rédito, para reconhecimento do rédito. A NRF 9 — Locações,
aplica-se à alienação por “venda seguida de locação”.
69. Se, segundo o princípio de reconhecimento do parágrafo 7, uma entidade reconhe-
cer na quantia escriturada de um item do activo fixo tangível o custo de uma substituição
de parte do item, então ela desreconhece a quantia escriturada da parte substituída inde-
pendentemente desta ter sido depreciada ou não separadamente. Se não for praticável que
uma entidade determine a quantia escriturada da parte substituída, ela pode usar o custo da
substituição como indicação do custo da parte substituída reportada ao momento em que
foi adquirida ou construída.
70. A perda decorrente do desreconhecimento de um item do Activo fixo tangível deve
ser determinado como a diferença entre os proventos líquidos da alienação, se os houver, e
a quantia escriturada do item.
71. A retribuição a receber pela alienação de um item do activo fixo tangível é reconhe-
cida inicialmente pelo seu justo valor. Se o pagamento do item for diferido, a retribuição
recebida é reconhecida inicialmente pelo equivalente ao preço a dinheiro. A diferença entre
a quantia nominal da retribuição e o equivalente ao preço a dinheiro é reconhecida como
rédito de juros de acordo com a NRF 18 — Rédito, reflectindo o rendimento efectivo sobre
a conta a receber.
Divulgação (72 a 76)
72. As demonstrações financeiras devem divulgar:
(a) Os critérios de mensuração usados para determinar a quantia escriturada bruta;
(b) Os métodos de depreciação usados;

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Despacho Normativo n.º 8/2008, de 29 de Dezembro

(c) As vidas úteis ou as taxas de depreciação usadas;


(d) A quantia escriturada bruta e a depreciação acumulada (agregada com perdas
por imparidade acumuladas) no início e no fim do período; e
(e) Uma reconciliação da quantia escriturada no começo e fim do período que
mostre as adições, as revalorizações, as alienações, os activos classificados
como detidos para venda, as depreciações, as perdas de imparidade e suas
reversões e outras alterações.
73. As demonstrações financeiras devem também divulgar:
(a) A existência e quantias de restrições de titularidade e activos fixos tangíveis
que sejam dados como garantia de passivos;
(b) A quantia de dispêndios reconhecida na quantia escriturada de um item do
activo fixo tangível no decurso da sua construção;
(c) A quantia de compromissos contratuais para aquisição de activos fixos tangí-
veis; e
(d) Se não for divulgada separadamente na face da demonstração dos resultados,
a quantia de compensação de terceiros por itens do activo fixo tangível que
estiverem com imparidade, perdidos ou cedidos que seja incluída nos resulta-
dos.
74. A selecção do método de depreciação e a estimativa da vida útil dos activos são
questões de juízo de valor. Por isso, a divulgação dos métodos adoptados e da estimativa
das vidas úteis ou das taxas de depreciação proporciona aos utentes das demonstrações
financeiras informação que lhes permite passar em revista as políticas seleccionadas pelo órgão
de gestão e facilita comparações com outras entidades. Por razões semelhantes, é necessário
divulgar:
(a) A depreciação, quer reconhecida nos resultados ou como parte de um custo de
outros activos, durante um período; e
(b) A depreciação acumulada no final do período.
75. Se os itens do activo fixo tangível forem expressos por quantias revalorizadas, deve ser
divulgado o seguinte:
(a) A data de eficácia da revalorização;
(b) Se esteve ou não envolvido um avaliador independente;
(c) Os métodos e pressupostos significativos aplicados na estimativa do justo valor
dos itens;
(d) A medida em que o justo valor dos itens foi determinado directamente por
referência a preços observáveis num mercado activo ou em transacções de

579
Despacho Normativo n.º 8/2008, de 29 de Dezembro

mercado recentes numa base de não relacionamento entre as partes ou foi


estimado usando outras técnicas de valorização; e
(e) O excedente de revalorização, indicando a alteração do período e quaisquer
restrições na distribuição do saldo aos accionistas.
Outras informações (76)
76. Uma entidade é encorajada, mas não se exige, a divulgar uma descrição de qual-
quer activo intangível inteiramente depreciados que ainda esteja em uso e uma breve des-
crição de activos tangíveis significativos controlados pela entidade mas não reconhecidos
como activos porque não satisfazem os critérios de reconhecimento desta norma.
Data de eficácia (77)
77. Uma entidade deve aplicar esta Norma para os períodos com início em ou após 1
de Janeiro de 2009.
ANEXO 1
Regime especial das pequenas entidades
1. Às Entidades inseridas no regime especial para pequenas entidades (REPE) não se
exige “reconciliação da quantia escriturada no começo e fim do período que mostre as adi-
ções…, os activos classificados como detidos para venda, …” por as situações de activos
classificados como detidos para venda estarem excluídos do âmbito do REPE.
A Ministra, Cristina Duarte.

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Despacho Normativo n.º 9/2008, de 29 de Dezembro

NORMA DE RELATO FINANCEIRO 8 – ACTIVOS NÃO CORRENTES DETIDOS


PARA VENDA E UNIDADES OPERACIONAIS DESCONTINUADAS – IFRS 5
Despacho Normativo n.º 9/2008
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio modernizar e introduzir um Novo
Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde em subs-
tituição do Plano Nacional de Contabilidade aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de
Janeiro, com o objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas directivas inter-
nacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações introduzidas
têm em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão das entidades em Cabo Verde e
a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico do País e do
mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar a qualidade das demonstrações
financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor de credibilidade ao funciona-
mento da economia real em Cabo Verde.
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido Decreto-Lei e visando transpor
para o direito interno as Normas de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das
Normas Internacionais da Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo
International Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de Normalização Con-
tabilística foi nomeada e trabalhou-se a apresentação da documentação complementar ao
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização Contabilística e de
Relato Financeiro para Cabo Verde.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º e do número 3 do artigo 259º
da Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde através da Ministra das Fi-
nanças e Administração Pública, o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 8 – Activos não correntes detidos para
venda e unidades operacionais descontinuadas do Sistema de Normalização Contabilísti-
co e Relato Financeiro e que se apresenta em anexo ao presente regulamento como parte
integrante.
Artigo 2º
Natureza
A Norma de Relato Financeiro 8 – Activos não correntes detidos para venda e unidades
operacionais descontinuadas é parte integrante do Sistema de Normalização Contabilístico
e Relato Financeiro para Cabo Verde.
Artigo 3º
Entrada em vigor
O presente Despacho Normativo entra em vigor na data da entrada em vigor do Decre-
to-Lei 5/2008, que aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Pública, 16 de Dezembro de 2008.
– A Ministra, Cristina Duarte.

581
Despacho Normativo n.º 9/2008, de 29 de Dezembro

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA


E DE RELATO FINANCEIRO
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 8
ACTIVOS NÃO CORRENTES DETIDOS
PARA VENDA E UNIDADES OPERACIONAIS DESCONTINUADAS
Esta Norma de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional emitida pelo
IASB sobre activos não correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinu-
adas.
Objectivo (1)
1. O objectivo desta Norma de Relato Financeiro é o de prescrever a contabilização
de activos detidos para venda e a apresentação e divulgação de unidades operacionais des-
continuadas. Em particular, esta Norma exige que os activos que satisfaçam os critérios de
classificação como detidos para venda:
(a) Sejam mensurados pelo menor valor de entre a quantia escriturada e o justo
valor menos os gastos de vender, devendo a sua depreciação cessar; e
(b) Sejam apresentados separadamente na face do balanço, sendo os resultados
das unidades operacionais descontinuadas apresentados separadamente na de-
monstração dos resultados.
Âmbito (2 a 5)
2. Os requisitos de classificação e de apresentação desta Norma aplicam-se a todos os
activos não correntes reconhecidos e a todos os grupos para alienação de uma entidade. Os
requisitos de mensuração desta Norma aplicam-se a todos os activos não correntes reco-
nhecidos e aos grupos para alienação (tal como definido no parágrafo 4), com excepção dos
activos enunciados no parágrafo 5 que devem continuar a ser mensurados de acordo com
as Normas aí indicadas.
3. Os activos classificados como não correntes de acordo com a NRF 1 — Apresenta-
ção de Demonstrações Financeiras não devem ser reclassificados como activos correntes
enquanto não satisfizerem os critérios de classificação como detidos para venda de acordo
com a presente Norma. Os activos de uma classe que uma entidade normalmente conside-
raria como não corrente, que sejam adquiridos exclusivamente com vista a revenda, não
devem ser classificados como correntes, a não ser que satisfaçam os critérios de classifica-
ção como detidos para venda de acordo com a presente Norma.
4. Por vezes, uma entidade aliena um grupo de activos, possivelmente com alguns pas-
sivos directamente associados, em conjunto numa única transacção. Um tal grupo para
alienação pode ser um grupo de unidades geradoras de caixa, uma única unidade geradora

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Despacho Normativo n.º 9/2008, de 29 de Dezembro

de caixa, ou parte de uma unidade geradora de caixa2 . O grupo pode incluir quaisquer
activos e quaisquer passivos da entidade, incluindo activos correntes, passivos correntes e
activos excluídos pelo parágrafo 5 dos requisitos de mensuração desta Norma. Se um acti-
vo não corrente dentro do âmbito dos requisitos desta Norma fizer parte de um grupo para
alienação, os requisitos de mensuração desta Norma aplicam-se ao grupo como um todo,
de forma que o grupo seja mensurado pelo menor valor entre a sua quantia escriturada e o
justo valor menos os gastos de vender. Os requisitos para mensuração de activos e passivos
individuais dentro do grupo para alienação estão definidos nos parágrafos 18, 19 e 23.
5. As disposições de mensuração desta Norma não se aplicam aos seguintes activos,
que estão abrangidos pelas normas indicadas, seja como activos individuais seja como
parte de um grupo para alienação
(a) Activos por impostos diferidos (NRF 22 — Impostos sobre o Rendimento);
(b) Activos provenientes de benefícios de empregados (ver NRF21 e subsidiaria-
mente a IAS 19 — Benefícios dos Empregados);
(c) Activos financeiros (ver NRF16 e subsidiariamente a IAS 39 - Instrumentos
Financeiros: Reconhecimento e Mensuração);
(d) Activos não correntes que sejam mensurados de acordo com o modelo do
justo valor (NRF 10 - Propriedades de Investimento);
(e) Activos não correntes que sejam mensurados pelo justo valor menos os gastos
estimados do ponto de venda (NRF 12 — Agricultura).
Definições ( 6)
6. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especifica-
dos:
Activo corrente: é um activo que satisfaça qualquer dos seguintes critérios:
(a) Se espera que seja realizado, ou se pretende que seja vendido ou consumido,
no decurso normal do ciclo operacional da entidade;
(b) Esteja detido essencialmente para a finalidade de ser negociado;
(c) Se espere que seja realizado num período de doze meses após a data do balan-
ço; ou
(d) Seja caixa ou um activo equivalente de caixa a menos que lhe seja limitada a
troca ou o uso para liquidar um passivo pelo menos doze meses após a data do
balanço.
Activos não correntes: são activos que não satisfaçam a definição de activo corrente.
2
Contudo, uma vez que se espera que os fluxos de caixa de tal activo ou grupos de activos resultem principalmente da venda e
não do uso continuado, eles tomam-se menos dependentes dos fluxos de caixa resultantes de outros activos, e um grupo para
alienação que faz parte de uma unidade geradora de caixa toma-se uma unidade separada geradora de caixa

583
Despacho Normativo n.º 9/2008, de 29 de Dezembro

Altamente provável: é um acontecimento cuja possibilidade de ocorrência é significa-


tivamente mais do que provável.
Componente de uma entidade: são unidades operacionais e fluxos de caixa que possam
ser claramente distinguidos, operacionalmente e para finalidades de relato financeiro, do
resto de uma entidade.
Compromisso firme de compra: é um acordo com uma parte não relacionada, vincu-
lando ambas as partes e normalmente legalmente imponível, que:
(a) Especifique todos os termos significativos, incluindo o preço e a tempestivida-
de das transacções; e
(b) Inclua um desincentivo por não desempenho que seja suficientemente grande
para tornar o desempenho altamente provável.
Gastos de vender: são os gastos incrementais directamente atribuíveis à alienação de
um activo (ou grupo para alienação), excluindo gastos de financiamento e gastos de impos-
tos sobre o rendimento.
Grupo para alienação: é um grupo de activos a alienar, por venda ou de outra forma,
em conjunto com um grupo numa só transacção, e passivos directamente associados a esses
activos que serão transferidos na transacção. O grupo inclui trespasse (goodwill) adquirido
numa concentração de actividades empresariais se o grupo for uma unidade geradora de
caixa à qual tenha sido imputado trespasse (goodwill) de acordo com os requisitos constan-
tes dos parágrafos 36 a 39 da NRF 17 - imparidade de activos
Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado,
entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relaciona-
mento entre elas.
Provável: um acontecimento é provável quando a possibilidade da sua ocorrência for
superior à possibilidade da não ocorrência.
Quantia recuperável: é a quantia mais alta de entre o justo valor de um activo menos
os gastos de vender e o seu valor de uso.
Unidade geradora de caixa: é o mais pequeno grupo identificável de activos que seja
gerador de influxos de caixa e que seja em larga medida independente dos influxos de caixa
de outros activos ou grupos de activos.
Unidade operacional descontinuada: é um componente de uma entidade que seja alie-
nado ou esteja classificado como detido para venda e:
(a) Represente uma importante linha de negócios separada ou uma área geográfi-
ca operacional;
(b) Seja parte integrante de um único plano coordenado para alienar uma impor-
tante linha de negócios separada ou área geográfica operacional; ou
(c) Seja uma subsidiária adquirida exclusivamente com vista à revenda.

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Despacho Normativo n.º 9/2008, de 29 de Dezembro

Valor de uso: é o valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados, que se espere
surjam do uso continuado de um activo ou unidade geradora de caixa e da sua alienação no
fim da sua vida útil.
Classificação de activos não correntes (ou grupos para alienação) como detidos
para venda (7 a 14)
7. Uma entidade deve classificar um activo não corrente (ou um grupo para alienação)
como detido para venda se a sua quantia escriturada é recuperada principalmente através
de uma transacção de venda em lugar de o ser pelo uso continuado.
8. Assim, o activo (ou grupo para alienação) deve estar disponível para venda imediata
na sua condição presente, sujeito apenas aos termos que sejam habituais e costumeiros para
a venda de tais activos (ou grupos para alienação) e a sua venda seja altamente provável.
Para que a venda seja altamente provável, a hierarquia de gestão apropriada deve estar
empenhada num plano para vender o activo (ou grupo para alienação) e deve ter sido ini-
ciado um programa para localizar um comprador e concluir o plano. Além disso, o activo
(ou grupo para alienação) deve ser amplamente publicitado para venda a um preço que seja
razoável em relação ao seu justo valor corrente. Deve, ainda, esperar-se que a venda se
qualifique para reconhecimento como venda concluída dentro de um ano a partir da data da
classificação, excepto conforme permitido pelo parágrafo 9, e as acções necessárias para
concluir o plano devem indicar a improbabilidade de alterações significativas no mesmo
ou de o mesmo ser retirado.
9. Os acontecimentos ou circunstâncias podem prolongar o período para concluir a venda
para lá de um ano. Um prolongamento do período durante o qual se exija que a venda seja
concluída não exclui que um activo (ou grupo para alienação) seja classificado como detido
para venda se o atraso for causado por acontecimentos ou circunstâncias fora do controlo
da entidade e se houver prova suficiente de que a entidade continua comprometida com o
seu plano de vender o activo (ou grupo para alienação). Será este o caso quando os critérios
do Apêndice A forem satisfeitos.
10. As transacções de venda incluem trocas de activos não correntes por outros activos
não correntes quando uma troca tiver substância comercial de acordo com a NRF 7 - Acti-
vos Fixos Tangíveis.
11. Quando uma entidade adquire um activo não corrente (ou grupo para alienação)
exclusivamente com vista à sua posterior alienação, deve classificar o activo não corrente
(ou grupo de disposição) como detido para venda à data de aquisição somente se: (i) o re-
quisito de um ano do parágrafo 8 for satisfeito (excepto conforme permitido pelo parágrafo
9) e (ii) se for altamente provável que qualquer outro critério do parágrafo 8, que não esteja
satisfeito nessa data, o será no curto prazo após a aquisição (normalmente no prazo de três
meses).
12. Se o critério do parágrafo 8 for satisfeito após a data do balanço, uma entidade não
deve classificar um activo não corrente (ou grupo para alienação) como detido para venda

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Despacho Normativo n.º 9/2008, de 29 de Dezembro

nessas demonstrações financeiras quando emitidas. Contudo, quando esses critérios forem
satisfeitos após a data do balanço mas antes da autorização para emissão das demonstra-
ções financeiras, a entidade deve divulgar a informação especificada nas alíneas (a), (b) e
(d) do parágrafo 38 desta Norma.
Activos não correntes a abandonar (13 e 14)
13. Uma entidade não deve classificar como detido para venda um activo não corrente
(ou grupo para alienação) a abandonar porque a sua quantia escriturada será recuperada
principalmente através do uso continuado. Contudo, se o grupo para alienação a abandonar
satisfizer os critérios do parágrafo 32(a) a 32(c) desta Norma, a entidade deve apresentar os
resultados e fluxos de caixa do grupo para alienação como unidades operacionais desconti-
nuadas de acordo com os parágrafos 33ª) e b) à data em que ele deixe de ser usado. Os ac-
tivos não correntes (ou grupos para alienação), a abandonar, incluem activos não correntes
(ou grupos para alienação) a usar até ao final da sua vida económica e activos não correntes
(ou grupos para alienação) a encerrar em vez de vender.
14. Uma entidade não deve contabilizar como activo não corrente um activo que tenha
sido temporariamente retirado do serviço, como se tivesse sido abandonado.
Mensuração de activos não correntes (ou grupos para alienação) classificados
como detidos para venda (15 a 29)
Mensuração de um activo não corrente (ou grupo para alienação) (15 a 19)
15. Uma entidade deve mensurar um activo não corrente (ou grupo para alienação)
classificado como detido para venda pelo menor valor entre a sua quantia escriturada e o
justo valor menos os gastos de vender.
16. Se um activo (ou grupo para alienação) recém-adquirido satisfizer os critérios de
classificação como detido para venda (ver parágrafo 11), a aplicação do parágrafo 15 resul-
tará em que o activo (ou grupo para alienação) seja mensurado no reconhecimento inicial
pelo valor mais baixo entre a sua quantia escriturada se não tivesse sido assim classificado
(por exemplo, o custo) e o justo valor menos os gastos de vender. Assim, se o activo (ou
grupo para alienação) for adquirido como parte de uma concentração de actividades empre-
sariais, ele deve ser mensurado pelo justo valor menos os gastos de vender.
17. Quando se espera que a venda ocorra para além de um ano, a entidade deve men-
surar os gastos de vender pelo seu valor presente. Qualquer aumento no valor presente dos
gastos de vender que resulte da passagem do tempo deve ser apresentado nos resultados
como custo de financiamento.
18. Imediatamente antes da classificação inicial do activo (ou grupo para alienação)
como detido para venda, as quantias escrituradas do activo (ou de todos os activos e passi-
vos do grupo) devem ser mensuradas de acordo com as NRF aplicáveis.

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Despacho Normativo n.º 9/2008, de 29 de Dezembro

19. Na remensuração posterior de um grupo para alienação, as quantias escrituradas de


quaisquer activos e passivos que não estejam no âmbito dos requisitos de mensuração desta
Norma mas estejam incluídos num grupo para alienação classificado como detido para ven-
da, devem ser remensurados de acordo com as NRF aplicáveis antes de o justo valor menos
os gastos de vender do grupo para alienação ser remensurado.
Reconhecimento de perdas por imparidade e reversões (20 a 25)
20. Uma entidade deve reconhecer uma perda por imparidade relativamente a qualquer
redução inicial ou posterior do activo (ou grupo para alienação) para o justo valor menos
os gastos de vender, até ao ponto em que não tenha sido reconhecida de acordo com o pa-
rágrafo 19.
21. Uma entidade deve reconhecer um ganho ou qualquer aumento posterior no justo
valor menos os gastos de vender de um activo, mas não para além da perda por imparidade
cumulativa que tenha sido reconhecida seja de acordo com esta Norma seja anteriormente
de acordo com a NRF 17 - Imparidade de Activos.
22. Uma entidade deve reconhecer um ganho para qualquer aumento posterior no justo
valor menos os gastos de vender de um grupo para alienação:
(a) Até ao ponto em que não tenha sido reconhecido de acordo com o parágrafo
19; mas
(b) Não para além da perda por imparidade cumulativa que tenha sido reconhe-
cida, seja de acordo com esta Norma ou anteriormente de acordo com a NRF
17 — Imparidade de Activos, relativamente aos activos não correntes que
estejam dentro do âmbito dos requisitos de mensuração desta última Norma;
23. A perda por imparidade (ou qualquer ganho posterior) reconhecida para um grupo
para alienação deve reduzir (ou aumentar) a quantia escriturada dos activos não correntes
do grupo que estejam dentro do âmbito dos requisitos de mensuração desta Norma, pela
ordem de imputação definida nos parágrafos 48 e 58 da NRF 17 - Imparidade de Activos.
24. Um ganho ou perda que não tenha sido anteriormente reconhecido à data da venda
de um activo não corrente (ou grupo para alienação) deve ser reconhecido à data do desre-
conhecimento. Os requisitos relacionados com o desreconhecimento estão definidos:
(a) Nos parágrafos 67-72 da NRF 7 — Activos Fixos Tangíveis relativamente aos
activos fixos tangíveis;
(b) Nos parágrafos 112-117 da NRF 6— Activos Intangíveis relativamente aos
activos intangíveis.
25. Uma entidade não deve depreciar (ou amortizar) um activo não corrente enquan-
to estiver classificado como detido para venda ou enquanto fizer parte de um grupo para
alienação classificado como detido para venda. Os juros e outros gastos atribuíveis aos

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Despacho Normativo n.º 9/2008, de 29 de Dezembro

passivos de um grupo para alienação classificado como detido para venda devem continuar
a ser reconhecidos.
Alterações num plano de venda (26 a 29)
26. Se uma entidade classificou um activo (ou grupo para alienação) como detido para
venda, mas os critérios dos parágrafos 8 e 9 já não estiverem satisfeitos, a entidade deve
cessar de classificar o activo (ou grupo para alienação) como detido para venda.
27. A entidade deve mensurar um activo não corrente que deixe de ser classificado como
detido para venda (ou deixe de ser incluído num grupo para alienação classificado como detido
para venda) pelo valor mais baixo entre:
(a) A sua quantia escriturada antes de o activo (ou grupo para alienação) ser clas-
sificado como detido para venda, ajustada por qualquer depreciação, amorti-
zação ou revalorização que teria sido reconhecida se o activo (ou grupo para
alienação) não estivesse classificado como detido para venda;
(b) A sua quantia recuperável à data da decisão posterior de não vender. 3
28. A entidade deve incluir qualquer ajustamento exigido na quantia escriturada de um
activo não corrente que deixe de ser classificado como detido para venda nos rendimentos4
de unidades operacionais em continuação no período em que os critérios dos parágrafos 8
e 9 já não forem satisfeitos. A entidade deve apresentar esse ajustamento na mesma secção
de demonstração dos resultados usado para apresentar um ganho ou perda, se houver reco-
nhecido de acordo com o parágrafo 35.
29. Se uma entidade remover um activo ou passivo individual de um grupo para alie-
nação classificado como detido para venda, os activos e passivos restantes do grupo para
alienação a ser vendido devem continuar a ser mensurados como um grupo apenas se o gru-
po satisfizer os critérios dos parágrafos 8 e 9. De outro modo, os activos não correntes res-
tantes do grupo que satisfaçam individualmente os critérios de classificação como detidos
para venda devem ser mensurados individualmente pelo menor valor entre as suas quantias
escrituradas e os justos valores menos os gastos de vender nessa data. Quaisquer activos
não correntes que não satisfaçam os critérios deixam de ser classificados como detidos para
venda de acordo com o parágrafo 26.
Apresentação e divulgação (30 a 39)
30. Uma entidade deve apresentar e divulgar informação que permita aos utentes das
demonstrações financeiras avaliar os efeitos financeiros das unidades operacionais descon-
3
Se um activo não corrente fizer parte de uma unidade geradora de caixa, a sua quantia recuperável é a quantia escriturada que teria sido reco-
nhecida após a imputação de qualquer perda por imparidade resultante dessa unidade geradora de caixa de acordo com a NRF 17-Imparidade
de activos.
4
A não ser que o activo seja um activo fixo tangível ou um activo intangível que tenha sido revalorizado de acordo com a NRF 7-Activos fixos
tangíveis ou a NRF 6-Activos Intangíveis antes da classificação como detido para venda, em cujo caso o ajustamento deve ser tratado como
acréscimo ou decréscimo de revalorização.

588
Despacho Normativo n.º 9/2008, de 29 de Dezembro

tinuadas e das alienações de activos não correntes (ou grupos para alienação).
Apresentar unidades operacionais descontinuadas (31 a 34)
31. Um componente de uma unidade compreende unidades operacionais e fluxos de
caixa que possam ser claramente distinguidos, operacionalmente e para finalidades de re-
lato financeiro, do resto da entidade. Por outras palavras, um componente de uma entidade
terá sido uma unidade geradora de caixa ou um grupo de unidades geradoras de caixa en-
quanto detida para uso.
32. Uma unidade operacional descontinuada é um componente de uma entidade que
tenha sido alienada ou esteja classificada para venda, e
(a) Represente uma importante linha de negócios separada ou uma área geográfi-
ca operacional;
(b) Seja parte integrante de um único plano coordenado para alienar uma impor-
tante linha de negócios separada ou área geográfica operacional, ou
(c) Seja uma subsidiária adquirida exclusivamente com vista à revenda.
33. Uma entidade deve divulgar relativamente às operações descontinuadas:
(a) A quantia de resultados reconhecida no período e respectiva análise; e
(b) Os fluxos de caixa líquidos atribuíveis às actividades de exploração, investi-
mento e financiamento das unidades operacionais descontinuadas.
34. Se uma entidade deixar de classificar um componente de uma entidade como deti-
do para venda, os resultados do componente anteriormente apresentados nas unidades ope-
racionais descontinuadas devem ser reclassificados e incluídos no rendimento das unidades
operacionais em continuação para todos os períodos apresentados. As quantias relativas a
exercícios anteriores devem ser descritas como tendo sido novamente apresentadas.
Ganhos ou perdas relacionados com unidades operacionais em continuação (35)
35. Qualquer ganho ou perda relativo à remensuração de um activo não corrente (ou
grupo para alienação) classificado como detido para venda que não satisfaça a definição de
unidade operacional descontinuada deve ser incluído nos resultados das unidades opera-
cionais em continuação.
Apresentação de um activo não corrente ou de um grupo para alienação classificado
como detido para venda (36 e 37)
36. Uma entidade deve apresentar um activo não corrente classificado como detido
para venda e os activos de um grupo para alienação classificado como detido para venda se-
paradamente de outros activos no balanço. Os passivos de um grupo para alienação classi-
ficado como detido para venda devem ser apresentados separadamente dos outros passivos
no balanço. Esses activos e passivos não devem ser compensados nem apresentados como
uma única quantia. As principais classes de activos e passivos classificados como detidos

589
Despacho Normativo n.º 9/2008, de 29 de Dezembro

para venda devem ser divulgadas separadamente ou na face do balanço ou no Anexo, ex-
cepto conforme permitido pelo parágrafo 37.
37. Se o grupo para alienação for uma subsidiária recém-adquirida que satisfaça os
critérios de classificação como detido para venda no momento da aquisição (ver parágrafo
11), não é exigida a divulgação das principais classes de activos e passivos.
Divulgações adicionais (38 e 39)
38. Uma entidade deve divulgar a seguinte informação no Anexo do período em que
o activo não corrente (ou grupo para alienação) foi classificado como detido para venda ou
vendido:
(a) Uma descrição do activo não corrente (ou grupo para alienação);
(b) Uma descrição dos factos e circunstâncias da venda, ou que conduziram à alie-
nação esperada, e a forma e tempestividade esperada para essa alienação;
(c) O ganho ou perda reconhecido de acordo com os parágrafos 20 a 22 e, se não
tiver sido apresentado separadamente na face da demonstração dos resultados,
o título na demonstração dos resultados que inclua esse ganho ou perda.
39. Caso se aplique o parágrafo 26 ou o parágrafo 29, uma entidade deve divulgar,
no período da decisão para alterar o plano de vender o activo não corrente (ou grupo para
alienação), uma descrição dos factos e circunstâncias que levaram à decisão.
Data de eficácia (40)
40. Uma entidade deve aplicar esta Norma para os períodos com início em ou após 1
de Janeiro de 2009.
ANEXO 1
Suplemento de aplicação
Extensão do período exigido para concluir uma venda
Tal como indicado no parágrafo 9, uma extensão do período durante o qual se exige
que a venda seja concluída não exclui que um activo (ou grupo para alienação) seja classi-
ficado como detido para a venda se o atraso for causado por acontecimentos ou circunstân-
cias fora do controlo da entidade e se houver prova suficiente de que a entidade continua
comprometida com o seu plano de vender o activo (ou grupo para alienação). Uma excep-
ção ao requisito de um ano referido no parágrafo 8 deve portanto aplicar-se nas seguintes
situações em que esses acontecimentos ou circunstâncias ocorram:
(a) À data em que uma entidade se compromete a planear a venda de um activo
não corrente (ou grupo para alienação), ela espera razoavelmente que outros
(não compradores) imponham condições à transferência do activo (ou grupo
para alienação) que prolonguem o período exigido para que a venda seja con-
cluída; e

590
Despacho Normativo n.º 9/2008, de 29 de Dezembro

(i) As acções necessárias para responder a essas condições não podem ser
iniciadas antes de ser obtido um compromisso firme de compra; e
(ii) Um compromisso firme de compra é altamente provável dentro de um
ano.
(b) Uma entidade obtém um compromisso firme de compra e, como resulta-
do, um comprador ou outros impõem inesperadamente condições à trans-
ferência de um activo não corrente (ou grupo para alienação), anterior-
mente classificado como detido por venda, que irão prolongar o período
exigido para que a venda seja concluída; e
(i) foram tomadas as acções tempestivas necessárias para responder às con-
dições; e
(ii) Se espere uma resolução favorável dos factos que condicionam o atraso.
(c) Durante o período inicial de um ano, ocorrem circunstâncias que foram
anteriormente consideradas improváveis e, como resultado, um activo
não corrente (ou grupo para alienação) anteriormente classificado como
detido para venda não é vendido até ao final desse período; e
(i) Durante o período inicial de um ano, a entidade envidou as acções neces-
sárias para responder à alteração nas circunstâncias;
(ii) O activo não corrente (ou grupo para alienação) está a ser amplamente
publicitado a um preço que é razoável, dada a alteração nas circunstân-
cias; e
(iii) Foi satisfeito o critério do parágrafo 8.
A Ministra, Cristina Duarte.

591
Despacho Normativo n.º 10/2008, de 29 de Dezembro

NORMA DE RELATO FINANCEIRO 9 – LOCAÇÕES – IAS 17


Despacho Normativo n.º 10/2008
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio modernizar e introduzir um Novo
Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde em subs-
tituição do Plano Nacional de Contabilidade aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de
Janeiro, com o objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas directivas inter-
nacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações introduzidas
têm em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão das entidades em Cabo Verde e
a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico do País e do
mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar a qualidade das demonstrações
financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor de credibilidade ao funciona-
mento da economia real em Cabo Verde.
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido Decreto-Lei e visando transpor
para o direito interno as Normas de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das
Normas Internacionais da Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo
International Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de Normalização Con-
tabilística foi nomeada e trabalhou-se a apresentação da documentação complementar ao
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização Contabilística e de
Relato Financeiro para Cabo Verde.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º e do número 3 do artigo 259º
da Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde através da Ministra das
Finanças e Administração Pública, o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 9 – Locações do Sistema de Normalização
Contabilístico e Relato Financeiro e que se apresenta em anexo ao presente regulamento
como parte integrante.
Artigo 2º
Natureza
A Norma de Relato Financeiro 9 – Locações é parte integrante do Sistema de Norma-
lização Contabilístico e Relato Financeiro para Cabo Verde
Artigo 3º
Entrada em vigor
O presente Despacho Normativo entra em vigor na data da entrada em vigor do Decre-
to-Lei 5/2008, que aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Pública, 16 de Dezembro de 2008.
– A Ministra, Cristina Duarte.

592
Despacho Normativo n.º 10/2008, de 29 de Dezembro

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA


E DE RELATO FINANCEIRO
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 9
LOCAÇÕES
Esta Norma de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional emitida pelo
IASB sobre locações.
Objectivo (1)
1. O objectivo desta Norma de Relato Financeiro é o de prescrever, para locatários
e locadores, as políticas contabilísticas e divulgações apropriadas a aplicar em relação a
locações
Âmbito (2 e 3)
2. Esta Norma aplica-se a acordos que transfiram o direito de usar activos mesmo que
serviços substanciais pelo locador possam ser postos em conexão com o funcionamento ou
manutenção de tais activos, devendo ser, igualmente, aplicada na contabilização de todas
as locações que não sejam:
(a) Acordos de locação para explorar ou usar minérios, petróleo, gás natural e
recursos similares não regeneráveis, e
(b) Acordos de licenciamentos para itens tais como fitas cinematográficas, regis-
tos de vídeo, peças de teatro, manuscritos, patentes e direitos de autor.
3. A Norma não se aplica a acordos que sejam contratos de serviços que não transfiram
o direito de usar activos de uma parte contratante para a outra, não devendo ser aplicada,
igualmente, na mensuração de:
(a) Propriedade detida por locatários que seja contabilizada como propriedade de
investimento (ver NRF 10 - Propriedades de Investimento);
(b) Propriedade de investimento proporcionada pelos locadores segundo locações
operacionais (ver NRF 10 - Propriedades de Investimento);
(c) Activos biológicos detidos por locatários segundo locações financeiras (ver
NRF 12 - Agricultura); ou
(d) Activos biológicos proporcionados por locadores segundo locações operacio-
nais (ver NRF 12 - Agricultura).
Definições (4 a 6)
4. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especifica-
dos: Começo do prazo da locação: é a data a partir da qual o locatário passa a poder exercer
o seu direito de usar o activo locado. É a data do reconhecimento inicial da locação (i.e. o
reconhecimento dos activos, passivos, rendimentos ou gastos resultantes da locação, con-
forme for apropriado).

593
Despacho Normativo n.º 10/2008, de 29 de Dezembro

Custos directos iniciais: são custos incrementais que são directamente atribuíveis à
negociação e aceitação de uma locação, excepto os custos incorridos pelos locadores fabri-
cantes ou negociantes.
Início da locação: é a mais antiga de entre a data do acordo de locação e a de um com-
promisso assumido pelas partes quanto às principais disposições da locação. Nesta data:
(a) Uma locação é classificada como uma locação financeira ou uma locação ope-
racional; e
(b) No caso de uma locação financeira, são determinadas as quantias a reconhecer
no começo do prazo da locação.
Investimento bruto na locação: é o agregado de:
(a) Os pagamentos mínimos da locação a receber pelo locador segundo uma loca-
ção financeiro; e
(b) Qualquer valor residual não garantido que acresça ao locador.
Investimento líquido na locação: é o investimento bruto na locação descontado à taxa
de juro implícita na locação.
Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado,
entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relaciona-
mento entre elas.
Locação: é um acordo pelo qual o locador transmite ao locatário, em troca de um
pagamento ou série de pagamentos, o direito de usar um activo por um período de tempo
acordado.
Locação financeira: é uma locação que transfere substancialmente todos os riscos e
vantagens inerentes à posse de um activo. O título de propriedade pode ou não ser eventu-
almente transferido.
Locação não cancelável: é uma locação que somente pode ser cancelável:
(a) Após a ocorrência de alguma contingência remota;
(b) Com a permissão do locador;
(c) Se o locatário celebrar uma nova locação para o mesmo activo ou para um
activo equivalente com o mesmo locador; ou
(d) Após o pagamento pelo locatário de uma quantia adicional tal que, no início
da locação, a continuação da mesma seja razoavelmente certa.
Locação operacional: é uma locação que não seja uma locação financeira.
Pagamentos mínimos da locação: são os pagamentos durante o prazo da locação que o
locatário vai fazer, ou que lhe possam ser exigidos, excluindo a renda contingente, custos

594
Despacho Normativo n.º 10/2008, de 29 de Dezembro

relativos a serviços e impostos a serem pagos pelo, e reembolsados ao, locador, juntamente
com:
(a) No caso do locatário, quaisquer quantias garantidas pelo locatário ou por uma
parte relacionada com o locatário; ou
(b) No caso do locador, qualquer valor residual garantido ao locador:
(i) Pelo locatário;
(ii) Por uma parte relacionada com o locatário; ou
(iii) Por um terceiro não relacionado com o locador, que seja financeiramente
capaz de satisfazer tal garantia.
Contudo, se o locatário tiver a opção de comprar o activo por um preço que se espera
que seja suficientemente mais baixo do que o justo valor na data em que a opção se torne
exercível para que, no início da locação, seja razoavelmente certo que ela será exercida, os
pagamentos mínimos da locação compreendem os pagamentos mínimos a pagar durante
o prazo da locação até à data esperada do exercício desta opção de compra e o pagamento
necessário para a exercer.
Prazo da locação: é o período não cancelável pelo qual o locatário contratou locar o activo
juntamente com quaisquer termos adicionais pelos quais o locatário tem a opção de con-
tinuar a locar o activo, com ou sem pagamento adicional, quando no início da locação for
razoavelmente certo que o locatário irá exercer a opção.
Renda contingente: é a parte dos pagamentos da locação que não está fixada em quan-
tia mas antes baseada na futura quantia de um factor que se altera sem ser pela passagem
do tempo (por exemplo, percentagem de futuras vendas, quantidade de futuro uso, futuros
índices de preços, futuras taxas de juro do mercado).
Rendimento financeiro não obtido: é a diferença entre:
(a) O investimento bruto na locação; e
(b) O investimento líquido na locação.
Taxa de juro implícita na locação: é a taxa de desconto que, no início da locação, faz
com que o valor presente agregado de:
(a) Os pagamentos mínimos da locação; e
(b) O valor residual não garantido seja igual à soma:
(c) Do justo valor do activo locado; e
(d) De quaisquer custos directos iniciais do locador.
Taxa de juro incremental de financiamento do locatário: é a taxa de juro que o locatario
teria que pagar numa locação semelhante ou, se isso não for determinável, a taxa que, no

595
Despacho Normativo n.º 10/2008, de 29 de Dezembro

início da locação, o locatário incorreria ao pedir emprestados por um prazo semelhante, e


com uma segurança semelhante, os fundos necessários para comprar o activo.
Valor residual garantido: é
(a) No caso do locatário, a parte do valor residual que seja garantida pelo locatá-
rio ou por uma parte relacionada com o locatário (sendo a quantia da garantia
a quantia máxima que possa, em qualquer caso, tornar-se pagável); e
(b) No caso do locador, a parte do valor residual que seja garantida pelo locatário
ou por um terceiro não relacionado com o locador que seja financeiramente
capaz de satisfazer as obrigações cobertas pela garantia.
Valor residual não garantido: é a parte do valor residual do activo locado, cuja rea-
lização pelo locador não esteja assegurada ou esteja unicamente garantida por uma parte
relacionada com o locador.
Vida económica: é
(a) O período durante o qual se espera que um activo seja economicamente utili-
zável por um ou mais utentes; ou
(b) O número de unidades de produção, ou similares, que se espera que seja obti-
do a partir do activo por um ou mais utentes.
Vida útil: é
(a) O período durante o qual uma entidade espera que um activo esteja disponível
para uso; ou
(b) O número de unidades de produção ou similares que uma entidade espera
obter do activo. Aquele período é contado a partir do começo do prazo da
locação e não está condicionado pela duração do contrato.
5. Um acordo ou compromisso de locação pode incluir uma disposição para ajustar os
pagamentos da locação devido a alterações na construção ou no custo de aquisição da pro-
priedade locada ou devido a alterações numa outra mensuração do custo ou valor, tal como
níveis de preço gerais, ou nos custos de financiamento da locação por parte do locador,
durante o período entre o início da locação e o começo do prazo de locação. Se assim for,
para a finalidade desta Norma, o efeito de tais alterações deve ser considerado como tendo
ocorrido no início da locação.
6. A definição de uma locação inclui contratos para o aluguer de um activo que conte-
nha uma cláusula que dê àquele que toma de aluguer, uma opção para adquirir o direito ao
activo após o cumprimento das condições acordadas.
Classificação de locações (7 a 19)
7. A classificação de locações adoptada nesta Norma baseia-se na extensão até à qual
os riscos e vantagens inerentes à posse de um activo locado permanecem no locador ou no

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Despacho Normativo n.º 10/2008, de 29 de Dezembro

locatário. Os riscos incluem as possibilidades de perdas devidas a inactividade, obsolescên-


cia tecnológica e variações no retorno devidas a alterações nas condições económicas. As
vantagens podem ser representadas pela expectativa de funcionamento lucrativo durante a
vida económica do activo e de ganhos derivados de aumentos de valor ou de realização de
um valor residual.
8. Uma locação é classificada como locação financeira se ela transferir substancial-
mente todos os riscos e vantagens inerentes à propriedade. Uma locação é classificada
como locação operacional se ela não transferir substancialmente todos os riscos e vanta-
gens inerentes à propriedade.
9. Uma vez que a transacção entre um locador e um locatário se baseia num acordo de
locação entre eles, é apropriado usar definições consistentes. A aplicação destas definições
às diferentes circunstâncias dos dois participantes (locador e locatário) pode algumas vezes
fazer com que a mesma locação seja classificada de maneira diferente pelo locador e pelo
locatário. Por exemplo, este pode ser o caso se o locador beneficiar de uma garantia de
valor residual proporcionada por uma parte relacionada com o locatário
10. A classificação de uma locação como financeira ou operacional depende da subs-
tância da transacção e não da forma do contrato. Exemplos de situações que podem normal-
mente conduzir a que uma locação seja classificada como uma locação financeira são:
(a) A locação transfere a propriedade do activo para o locatário no fim do prazo
da locação;
(b) O locatário tem a opção de comprar o activo por um preço que se espera que
seja suficientemente mais baixo do que o justo valor à data em que a opção se
torne exercível tal que, no inicio da locação, seja razoavelmente certo que a
opção será exercida;
(c) O prazo da locação abrange a maior parte da vida económica do activo ainda
que o título de propriedade não seja transferido;
(d) No início da locação o valor presente dos pagamentos mínimos da locação as-
cende a pelo menos, substancialmente, todo o justo valor do activo locado; e
(e) Os activos locados são de uma tal natureza especializada que apenas o locatá-
rio os pode usar sem que sejam feitas grandes modificações.
11. Os indicadores de situações que individualmente ou em combinação podem tam-
bém conduzir a que uma locação seja classificada como financeira são:
(a) Se o locatário puder cancelar a locação, as perdas do locador associadas ao
cancelamento são suportadas pelo locatário;
(b) Os ganhos ou as perdas da flutuação no justo valor do residual serem do loca-
tário (por exemplo sob a forma de um abatimento na renda que iguale a maior
parte dos proventos das vendas no fim da locação); e

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Despacho Normativo n.º 10/2008, de 29 de Dezembro

(c) O locatário tem a capacidade de continuar a locação por um segundo período


com uma renda que seja substancialmente inferior à renda do mercado.
12. Os exemplos e indicadores enunciados nos parágrafos 10 e 11 nem sempre são
conclusivos. Se for claro com base noutras características que a locação não transfere subs-
tancialmente todos os riscos e vantagens inerentes à posse, a locação é classificada como
locação operacional. Por exemplo, pode ser o caso se a propriedade do activo se transferir
no final da locação mediante um pagamento variável igual ao seu justo valor no momento,
ou se existirem rendas contingentes, como resultado das quais o locatário não tem substan-
cialmente todos os riscos e vantagens.
13. A classificação é feita no início da locação. Se em qualquer altura o locatário e o lo-
cador concordarem em modificar as cláusulas da locação, excepto a renovação da locação,
de tal maneira que resultasse numa classificação diferente da locação segundo o critério dos
parágrafos 7 a 12, caso as condições alteradas tivessem estado em vigor no início da loca-
ção, o acordo revisto é considerado como um novo acordo durante o seu prazo. Contudo,
as alterações nas estimativas (por exemplo, alterações nas estimativas da vida económica
ou do valor residual da propriedade locada) ou alterações nas circunstâncias (por exemplo,
incumprimento pelo locatário), não dão origem a uma nova classificação de uma locação
para finalidades de contabilização.
14. As locações de terrenos e edifícios são classificadas como locações operacionais ou
financeiras da mesma maneira que as locações de outros activos. Contudo, uma caracterís-
tica dos terrenos é a de que têm normalmente uma vida económica indefinida e se não for
esperado que a propriedade passe para o locatário no fim do prazo da locação, o locatário
não recebe substancialmente todos os riscos e vantagens inerentes à posse, caso em que a
locação do terreno será uma locação operacional. Um pagamento feito na celebração ou
aquisição de uma detenção de locação que seja contabilizada como locação operacional
representa pagamentos de locação adiantados que são amortizados durante o prazo da loca-
ção de acordo com o modelo de benefícios proporcionado.
15. Os elementos terrenos e edifícios de uma locação de terrenos e edifícios são con-
siderados separadamente para a finalidade da classificação da locação. Caso se espere que
o título de ambos os elementos passe para o locatário no final do prazo da locação, ambos
são classificados como locação financeira, quer sejam analisados como uma locação ou
como duas, a não ser que seja claro com base noutras características que a locação não
transfere substancialmente todos os riscos e vantagens inerentes à posse de um ou ambos
os elementos. Quando o terreno tem uma vida económica indefinida, o elemento terreno
é normalmente classificado como locação operacional a não ser que se espere que o título
passe para o locatário no final do prazo da locação, de acordo com o parágrafo 14. O ele-
mento edifícios é classificado como locação financeira ou operacional de acordo com os
parágrafos 7 a 13.
16. Sempre que for necessário para classificar e contabilizar uma locação de terrenos e
edifícios, os pagamentos mínimos da locação (incluindo qualquer pagamento global à ca-

598
Despacho Normativo n.º 10/2008, de 29 de Dezembro

beça) são imputados entre os elementos terrenos e edifícios em proporção aos justos valo-
res relativos dos juros da detenção de locação no elemento terrenos e no elemento edifícios
da locação no início da locação. Se os pagamentos da locação não puderem ser fiavelmente
imputados entre estes dois elementos, a totalidade da locação é classificada como locação
financeira, a não ser que seja claro que ambos os elementos são locações operacionais, caso
em que a totalidade da locação é classificada como locação operacional.
17. Para uma locação de terrenos e edifícios na qual a quantia que seria inicialmente
reconhecida para o elemento terrenos, de acordo com o parágrafo 20, seja imaterial, os
terrenos e os edifícios podem ser tratados como uma única unidade para a finalidade da
classificação da locação e classificados como locação financeira ou operacional de acordo
com os parágrafos 7 a 13. Em tal caso, a vida económica dos edifícios é considerada como
a vida económica da totalidade do activo locado.
18. A gestão separada dos elementos terrenos e edifícios não é exigida quando os juros
do locatário tanto com os terrenos como com os edifícios forem classificados como pro-
priedade de investimento de acordo com a NRF 10 — Propriedades de Investimento e for
adoptado o modelo do justo valor. Apenas são necessários cálculos pormenorizados para
esta avaliação se a classificação de um ou ambos os elementos for incerta.
19. De acordo com a NRF 10 — Propriedades de Investimento, é possível a um locatá-
rio classificar um interesse de propriedade detido mediante uma locação operacional como
propriedade de investimento. Se assim fizer, o interesse da propriedade é contabilizado
como se fosse uma locação financeira e, além disso, o modelo do justo valor é usado para
o reconhecimento do activo. O locatário deve continuar a contabilizar a locação como lo-
cação financeira, mesmo que um evento posterior altere a natureza do interesse de proprie-
dade do locatário de forma que já não seja classificado como propriedade de investimento.
É este o caso se, por exemplo, o locatário:
(a) Ocupar a propriedade, a qual é depois transferida para propriedade ocupada
pelo proprietário por um “custo considerado” que seja igual ao seu justo valor
à data da alteração no uso; ou
(b) Conceder uma sublocação que transfira substancialmente todos os riscos e
vantagens inerentes à propriedade do interesse para uma parte não relaciona-
da. Uma tal sublocação é contabilizada pelo locatário como locação financeira
a um terceiro, embora possa ser contabilizada como locação operacional pelo
terceiro.
Locações nas demonstrações financeiras de locatários (20 a 31)
Locações financeiras (20 a 29)
Reconhecimento inicial (20 a 22)
20. No começo do prazo de locação, os locatários devem reconhecer as locações fi-
nanceiras como activos e passivos nos seus balanços por quantias iguais ao justo valor da

599
Despacho Normativo n.º 10/2008, de 29 de Dezembro

propriedade locada ou, se inferior, ao valor presente dos pagamentos mínimos da locação,
cada um determinado no início da locação. A taxa de desconto a usar no cálculo do valor
presente dos pagamentos mínimos da locação é a taxa de juro implícita na locação, se for
praticável determinar essa taxa; se não for, deve ser usada a taxa incremental de financia-
mento do locatário. Quaisquer custos directos iniciais do locatário são adicionados à quan-
tia reconhecida como activo.
21. São frequentemente incorridos custos directos iniciais em ligação com actividades
específicas da locação, como na negociação e garantia de acordos de locação. Os custos
identificados directamente como atribuíveis a actividades executadas pelo locatário para
uma locação financeira, são incluídos como parte da quantia reconhecida como um activo
sob locação.
22. Não é apropriado que os passivos por activos locados sejam apresentados nas de-
monstrações financeiras como uma dedução dos activos locados. Se para a apresentação de
passivos na face do balanço for feita uma distinção entre passivos correntes e não correntes,
a mesma distinção deve ser feita para os passivos da locação.
Mensuração subsequente (23 a 27)
23. Os pagamentos mínimos da locação devem ser repartidos entre o encargo financei-
ro e a redução do passivo pendente. O encargo financeiro deve ser imputado a cada período
durante o prazo da locação de forma a produzir uma taxa de juro periódica constante sobre
o saldo remanescente do passivo. As rendas contingentes devem ser debitadas como gastos
nos períodos em que foram incorridas.
24. Uma locação financeira dá origem a um gasto de depreciação relativo ao activo
depreciável assim como a um gasto financeiro em cada período contabilístico. A política
de depreciação para os activos locados depreciáveis deve ser consistente com a dos activos
depreciáveis que sejam possuídos e a depreciação reconhecida deve ser calculada nas ba-
ses estabelecidas na NRF 6 - Activos Intangíveis e NRF 7 — Activos Fixos Tangíveis. Se
não houver certeza razoável de que o locatário obtenha a propriedade no fim do prazo da
locação, o activo deve ser totalmente depreciado durante o prazo da locação ou da sua vida
útil, o que for mais curto.
25. A quantia depreciável de um activo locado é imputada a cada período contabilísti-
co durante o período do uso esperado numa base sistemática consistente com a política de
depreciação que o locatário adopte para activos depreciáveis de que seja proprietário. Se
houver certeza razoável de que o locatário obterá a propriedade no fim do prazo da locação,
o período de uso esperado é a vida útil do activo; se tal não for possível o activo é deprecia-
do durante o prazo da locação ou da sua vida útil, dos dois o mais curto.
26. A soma do gasto de depreciação do activo e do gasto financeiro do período rara-
mente é a mesma que a dos pagamentos da locação no período, sendo, por isso, inadequado
simplesmente reconhecer os pagamentos da locação como um gasto. Por conseguinte, é

600
Despacho Normativo n.º 10/2008, de 29 de Dezembro

improvável que o activo e o passivo relacionados sejam de quantia igual após o início da
locação.
27. Para determinar se um activo locado está em imparidade, uma entidade aplica a
NRF 17 - Imparidade de Activos.
Divulgações (28 e 29)
28. Os locatários devem fazer as seguintes divulgações relativas a locações finan-
ceiras:
(a) Para cada categoria de activo, a quantia escriturada líquida à data do balan-
ço;
(b) Uma reconciliação entre o total dos futuros pagamentos mínimos da locação à
data do balanço, e o seu valor presente. Além disso, uma entidade deve divul-
gar o total dos futuros pagamentos mínimos da locação à data do balanço, e o
seu valor presente, para cada um dos seguintes períodos.
(i) Não mais de um ano;
(ii) Mais de um ano e não mais de cinco anos;
(iii) Mais de cinco anos;
(c) As rendas contingentes reconhecidas como um gasto do período;
(d) O total dos futuros pagamentos mínimos de sublocação que se espera receber
por sublocações não canceláveis à data do balanço; e
(e) Uma descrição geral dos acordos de locação significativos do locatário in-
cluindo, pelo menos, o seguinte;
(i) A base pela qual é determinada a renda contingente a pagar;
(ii) A existência e cláusulas de renovação ou de opções de compra e cláu-
sulas de escalonamento; e
(iii) Restrições impostas por acordos de locação, tais como as que respeitam a
dividendos, dívida adicional, e posterior locação.
29. Além disso, os requisitos da divulgação segundo a NRF 6 - Activos Intangíveis,
NRF 7 - Activos Fixos Tangíveis, NRF 10 Propriedades de Investimento, NRF 17- Im-
paridade de Activos e NRF 12- Agricultura, aplicam-se a locatários por activos locados
segundo locações financeiras.
Locações operacionais (30 e 31)
Reconhecimento (30)
30. Os pagamentos de uma locação operacional devem ser reconhecidos como um
gasto numa base linear durante o prazo da locação salvo se uma outra base sistemática for
mais representativa do modelo temporal do benefício do utente.
Divulgações (31)

601
Despacho Normativo n.º 10/2008, de 29 de Dezembro

31. Os locatários devem fazer as seguintes divulgações para as locações operacio-


nais:
(a) O total dos futuros pagamentos mínimos da locação nas locações operacionais
não canceláveis para cada um dos seguintes períodos:
(i) Não mais de um ano;
(ii) Mais de um ano e não mais de cinco anos;
(iii) Mais de cinco anos;
(b) O total dos futuros pagamentos mínimos de sublocação que se espera sejam
recebidos nas sublocações não canceláveis à data do balanço;
(c) Pagamentos de locação e de sublocação reconhecidos como um gasto no pe-
ríodo, com quantias separadas para pagamentos mínimos de locação, rendas
contingentes, e pagamentos de sublocação;
(d) Uma descrição geral dos acordos de locação significativos do locatário in-
cluindo, pelo menos, o seguinte:
(i) A base pela qual é determinada a renda contingente a pagar;
(ii) A existência e cláusulas de renovação ou de opções de compra e cláusulas de
escalonamento; e
(iii) Restrições impostas por acordos de locação, tais como as que respeitem a
dividendos, dívida adicional, e posterior locação.
Locações nas demonstrações financeiras de locadores (32 a 50)
Locações financeiras (32 a 41)
Reconhecimento inicial (32 a 34)
32. Os locadores devem reconhecer os activos detidos sob uma locação financeira nos
seus balanços e apresentá-los como uma conta a receber por uma quantia igual ao investi-
mento líquido na locação.
33. Substancialmente, numa locação financeira todos os riscos e vantagens inerentes à
propriedade legal são transferidos pelo locador, e por conseguinte os pagamentos da loca-
ção a receber são tratados pelo locador como reembolso de capital e rendimento financeiro
para reembolsar e recompensar o locador pelo seu investimento e serviços.
34. Os custos directos iniciais são muitas vezes incorridos por locadores e incluem
quantias como comissões, honorários legais e custos internos que sejam incrementais e
directamente atribuíveis à negociação e aceitação da locação. Excluem gastos gerais como
aqueles que são incorridos por uma equipa de vendas e marketing. Para locações financei-
ras que não sejam as que envolvem locadores fabricantes ou negociantes, os custos direc-

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Despacho Normativo n.º 10/2008, de 29 de Dezembro

tos iniciais são incluídos na mensuração inicial da conta a receber de locação financeira e
reduzem a quantia de rendimento reconhecida durante o prazo da locação. A taxa de juro
implícita na locação é definida de tal forma que os custos directos iniciais são automa-
ticamente incluídos na conta a receber de locação financeira e não há necessidade de os
adicionar separadamente. Os custos incorridos pelos locadores fabricantes ou negociantes
em ligação com a negociação e aceitação de uma locação estão excluídos da definição de
custos directos iniciais. Como resultado, são excluídos do investimento líquido na locação
e são reconhecidos como um gasto quando o lucro da venda for reconhecido, o que para
uma locação financeira é normalmente no começo do prazo da locação.
Mensuração subsequente (35 a 40)
35. O reconhecimento do rendimento financeiro deve ser baseado num modelo que
reflicta uma taxa de retorno periódica constante sobre o investimento líquido do locador na
locação financeira.
36. São regularmente revistos os valores residuais estimados não garantidos usados no
cálculo do investimento bruto do locador numa locação. Se tiver havido uma redução no
valor residual estimado não garantido, é revista a imputação do rendimento durante o prazo
da locação e qualquer redução no que respeita a quantias já acrescidas é imediatamente
reconhecida.
37. Um activo envolvido numa locação financeira que esteja classificado como detido
para venda (ou incluído num grupo para alienação, que esteja classificado como detido para
venda) de acordo com a NRF 8 — Activos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades
Operacionais Descontinuadas, deve ser contabilizado de acordo com essa Norma.
38. Os locadores fabricantes ou negociantes devem reconhecer lucro ou perda de ven-
da no período, de acordo com a política seguida pela entidade para vendas imediatas. Se
forem fixadas taxas de juro artificialmente baixas, o lucro de venda deve ser restrito ao que
se aplicaria se uma taxa de juro do mercado fosse debitada. Os custos incorridos pelos loca-
dores fabricantes ou negociantes em ligação com a negociação e aceitação de uma locação
devem ser reconhecidos como um gasto quando o lucro da venda for reconhecido.
39. O rédito de vendas reconhecido no começo do prazo de uma locação financeira por
um locador fabricante ou negociante é o justo valor do activo, ou, se mais baixo, o valor
presente dos pagamentos mínimos da locação que acresça ao locador, calculado a uma taxa
de juro do mercado. O custo de venda reconhecido no começo do prazo da locação é o
custo, ou a quantia escriturada se diferente, da propriedade locada menos o valor presente
do valor residual não garantido. A diferença entre o rédito da venda e o custo da venda é o
lucro da venda, que é reconhecido de acordo com a política seguida pela entidade para as
vendas.
40. Os locadores fabricantes ou negociantes indicam algumas vezes taxas de juro ar-
tificialmente baixas a fim de atrair clientes. A utilização de tal taxa resultaria numa parte

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Despacho Normativo n.º 10/2008, de 29 de Dezembro

excessiva do rendimento total da transacção ser reconhecida no momento da venda. Se


forem fixadas taxas de juro artificialmente baixas, o lucro da venda seria restrito ao que se
aplicaria se uma taxa de juro do mercado fosse debitada.
Divulgações (41)
41. Os locadores devem fazer as seguintes divulgações para locações financeiras:
(a) Uma reconciliação entre o investimento bruto na locação à data do balanço,
e o valor presente dos pagamentos mínimos da locação a receber à data do
balanço. Além disso, uma entidade deve divulgar o investimento bruto na lo-
cação e o valor presente dos pagamentos mínimos da locação a receber na data
do balanço, para cada um dos períodos seguintes:
(i) Não mais de um ano;
(ii) Mais de um ano e não mais de cinco anos;
(iii) Mais de cinco anos;
(b) Rendimento financeiro não obtido;
(c) Os valores residuais não garantidos que acresçam ao benefício do locador;
(d) A dedução acumulada para créditos incobráveis dos pagamentos mínimos da
locação a receber;
(e) As rendas contingentes reconhecidas como rendimento durante o período; e
(f) Uma descrição geral dos acordos significativos de locação do locador.
Locações operacionais (42 a 50)
Reconhecimento (42 a 48)
42. Os locadores devem apresentar os activos sujeitos a locações operacionais nos seus
balanços de acordo com a natureza do activo.
43. O rendimento proveniente de locações operacionais deve ser reconhecido no ren-
dimento numa base linear durante o prazo da locação, salvo se outra base sistemática for
mais representativa do modelo temporal em que o benefício do uso do activo locado seja
diminuído por incentivo concedido pelo locador.
44. Os custos, incluindo a depreciação, incorridos para se obter o rendimento de loca-
ção são reconhecidos como um gasto. O rendimento de locação (excluindo recebimentos
de serviços proporcionados tais como seguros e manutenção) é reconhecido numa base
linear durante o período da locação mesmo que os recebimentos não o sejam, a menos que
uma outra base sistemática seja mais representativa do modelo temporal em que o benefí-
cio do uso do activo locado seja diminuído.
45. Os custos directos iniciais incorridos pelos locadores ao negociar e aceitar uma
locação operacional devem ser adicionados à quantia escriturada do activo locado e re-

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Despacho Normativo n.º 10/2008, de 29 de Dezembro

conhecidos como um gasto durante o prazo da locação na mesma base do rendimento da


locação.
46. A política de depreciação para activos locados depreciáveis deve ser consistente
com a política de depreciação normal do locador para activos semelhantes, e a depreciação
deve ser calculada da acordo com a NRF 6 - Activos Intangíveis e a NRF 7 — Activos
Fixos Tangíveis.
47. Para determinar se um activo locado ficou em imparidade, uma entidade aplica a
NRF 17— Imparidade de Activos.
48. Um locador fabricante ou negociante não reconhece qualquer lucro de venda ao
celebrar uma locação operacional porque esta não é equivalente a uma venda.
Divulgações (49 e 50)
49. Os locadores devem fazer as seguintes divulgações para as locações operacionais:
(a) Os futuros pagamentos mínimos da locação sob locações operacionais não
canceláveis no agregado e para cada um dos períodos seguintes;
(i) Não mais de um ano;
(ii) Mais de um ano e não mais de cinco anos;
(iii) Mais de cinco anos;
(b) O total das rendas contingentes reconhecidas como rendimento durante o pe-
ríodo;
(c) Uma descrição geral dos acordos de locação do locador.
50. Além disso, os requisitos de divulgação segundo a NRF 6 - Activos Intangíveis,
NRF 7 - Activos Fixos Tangíveis, NRF 10 - Propriedades de Investimento, NRF 17- Im-
paridade de Activos e NRF 12- Agricultura, aplicam-se a locadores por activos segundo
locações operacionais.
Transacções de venda seguida de locação (51 a 59)
Reconhecimento (51 a 58)
51. Numa transacção de venda seguida de locação, o pagamento da locação e o preço
de venda são geralmente interdependentes por serem negociados num pacote. O tratamento
contabilístico de uma transacção de venda seguida de locação depende do tipo de locação
envolvido.
52. Se uma transacção de venda seguida de locação resultar numa locação financeira,
qualquer excesso do provento da venda sobre a quantia escriturada não deve ser imediata-
mente reconhecido como rendimento pelo vendedor-locatário, mas sim diferido e amorti-
zado durante o prazo da locação.
53. Se a venda seguida de locação resultar numa locação financeira, a transacção é um
meio pelo qual o locador proporciona meios financeiros ao locatário, com o activo como
garantia. Por esta razão não é apropriado considerar como rendimento um excesso do pro-

605
Despacho Normativo n.º 10/2008, de 29 de Dezembro

duto da venda sobre a quantia escriturada. Tal excesso, é diferido e amortizado durante o
prazo da locação.
54. Se uma transacção de venda seguida de locação resultar numa locação operacional,
e for claro que a transacção é estabelecida pelo justo valor, qualquer lucro ou perda deve
ser imediatamente reconhecido.
55. Se o preço de venda estiver abaixo do justo valor, qualquer lucro ou perda deve ser
imediatamente reconhecido, a menos que a perda esteja compensada por pagamentos futuros
da locação abaixo do preço de mercado. Neste caso tal lucro ou perda deve ser diferido e amor-
tizado na proporção dos pagamentos da locação durante o período pelo qual se espera que o
activo seja usado.
56. Se o preço de venda estiver acima do justo valor, o excesso sobre o justo valor deve
ser diferido e amortizado durante o período pelo qual se espera que o activo seja usado.
57. Se a venda seguida de locação resultar numa locação operacional, e os pagamentos da
locação e o preço de venda estiverem estabelecidos pelo justo valor, houve com efeito uma
operação de venda normal e qualquer lucro ou perda é imediatamente reconhecido.
58. Para as locações operacionais, se o justo valor na altura de uma transacção de ven-
da seguida de locação for menor do que a quantia escriturada do activo, deve ser imediata-
mente reconhecida uma perda igual à diferença entre a quantia escriturada e o justo valor.
Divulgações (59)
59. Os requisitos de divulgação para locatários e locadores aplicam-se igualmente a
transacções de venda seguida de locação. A descrição exigida dos acordos significativos de
locação conduz à divulgação de cláusulas únicas ou invulgares do acordo ou das cláusulas
das transacções de venda seguida de locação.
Data de eficácia (60)
60. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.
ANEXO 1
Regime especial das pequenas entidades
1. Às entidades inseridas no regime especial para pequenas entidades (REPE) não se
aplicam as alíneas b) c) e d) do nº 28.
2. Às entidades inseridas no regime especial para pequenas entidades (REPE) não se
aplica o parágrafo 31 devendo no entanto estas entidades darem informação das cláusulas
mais significativas existentes no contrato de locação operacional nomeadamente: opções
de compra; renovações; e compromissos temporais.
3. Não se permite a utilização dos parágrafos 32 a 50 às entidades inseridas no
REPE.
A Ministra, Cristina Duarte.

606
Despacho Normativo n.º 11/2008, de 29 de Dezembro

NORMA DE RELATO FINANCEIRO 10 –


PROPRIEDADES DE INVESTIMENTO – IAS 40
Despacho Normativo n.º 11/2008
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio modernizar e introduzir um Novo
Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde em subs-
tituição do Plano Nacional de Contabilidade aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de
Janeiro, com o objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas directivas inter-
nacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações introduzidas
têm em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão das entidades em Cabo Verde e
a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico do País e do
mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar a qualidade das demonstrações
financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor de credibilidade ao funciona-
mento da economia real em Cabo Verde.
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido Decreto-Lei e visando transpor
para o direito interno as Normas de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das
Normas Internacionais da Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo
International Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de Normalização Con-
tabilística foi nomeada e trabalhou-se a apresentação da documentação complementar ao
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização Contabilística e de
Relato Financeiro para Cabo Verde.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º e do número 3 do artigo 259º
da Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde através da Ministra das
Finanças e Administração Pública, o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 10 – Propriedades de investimento do Sis-
tema de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro e que se apresenta em anexo ao
presente regulamento como parte integrante.
Artigo 2º
Natureza
A Norma de Relato Financeiro 10 – Propriedades de investimento é parte integrante do
Sistema de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro para Cabo Verde.
Artigo 3º
Entrada em vigor
O presente Despacho Normativo entra em vigor na data da entrada em vigor do Decre-
to-Lei 5/2008, que aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Pública, 16 de Dezembro de
2008.A Ministra Cristina Duarte

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Despacho Normativo n.º 11/2008, de 29 de Dezembro

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA


E DE RELATO FINANCEIRO
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 10
PROPRIEDADES DE INVESTIMENTO
Esta Norma de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional emitida pelo IASB
sobre propriedades de investimento.
Objectivo (1)
1. O objectivo desta Norma de Relato Financeiro é o de prescrever o tratamento conta-
bilístico de propriedades de investimento e respectivos requisitos de divulgação.
Âmbito (2 e 4)
2. Esta Norma deve ser aplicada no reconhecimento, mensuração e divulgação de proprie-
dades de investimento.
3. Esta Norma aplica-se, nomeadamente, à mensuração nas demonstrações financei-
ras de um locatário de interesses de propriedades de investimento detidos numa locação
contabilizada como locação financeira e à mensuração nas demonstrações financeiras de
um locador de propriedades de investimento disponibilizadas a um locatário numa locação
operacional. Esta Norma não trata de matérias cobertas pela NRF 9 - Locações, incluindo:
(a) Classificação de locações como locações financeiras ou locações operacionais;
(b) Reconhecimento de rendimentos de locações resultantes de propriedades de
investimento (ver também NRF 18 - Rédito);
(c) Mensuração nas demonstrações financeiras de um locatário de interesses de
propriedade detidos segundo uma locação contabilizada como locação opera-
cional;
(d) Mensuração nas demonstrações financeiras de um locador, do seu investimen-
to líquido numa locação;
(e) Contabilização de transacções de venda seguida de locação;
(f) Divulgações acerca de locações financeiras e de locações operacionais.
4. Esta norma não se aplica a:
(a) Activos biológicos relacionados com a actividade agrícola (ver NRF 12 -
Agricultura);
(b) Direitos minerais e reservas minerais tais como petróleo, gás natural e recur-
sos não regenerativos semelhantes.
Definições (5 a 15)
5. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especifi-
cados:

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Despacho Normativo n.º 11/2008, de 29 de Dezembro

Custo: é a quantia de caixa ou seus equivalentes paga ou o justo valor de outra retribui-
ção dada para adquirir um activo no momento da sua aquisição ou construção ou, quando
aplicável, a quantia atribuída a esse activo aquando do reconhecimento inicial de acordo
com os requisitos específicos de outras NRF.
Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado,
entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relaciona-
mento entre elas.
Propriedade de investimento: é a propriedade (terreno ou um edifício - ou parte de
um edifício - ou ambos) detida (pelo dono ou pelo locatário numa locação financeira) para
obter rendas ou para valorização do capital ou para ambas as finalidades, e não para:
(a) Uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para finalidades
administrativas; ou (b) venda no curso ordinário do negócio.
Propriedade ocupada pelo dono: é a propriedade detida (pelo dono ou pelo locatário
numa locação financeira) para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou
para finalidades administrativas.
Quantia escriturada: é a quantia pela qual um activo é reconhecido no Balanço, após
a dedução de qualquer depreciação/amortização acumulada e de perdas por imparidade
acumuladas inerentes.
6. Um interesse de propriedade que seja detido por um locatário numa locação opera-
cional pode ser classificado e contabilizado como propriedade de investimento se, e apenas
se, a propriedade satisfizer de outra forma a definição de uma propriedade de investimento
e o locatário usar o modelo do justo valor definido nos parágrafos 35 a 57 para o activo
reconhecido. Esta classificação alternativa está disponível numa base de propriedade por
propriedade. Contudo, uma vez escolhida esta classificação alternativa para um interesse de
propriedade deste género detido segundo uma locação operacional, todas as propriedades
classificadas como propriedade de investimento devem ser contabilizadas usando o modelo
do justo valor. Quando esta classificação alternativa for escolhida, qualquer interesse assim
classificado é incluído nas divulgações exigidas nos parágrafos 76 a 79
7. As propriedades de investimento são detidas para obter rendas ou para valorização do
capital ou para ambas as finalidades. Por isso, uma propriedade de investimento gera fluxos
de caixa altamente independentes dos outros activos detidos por uma entidade. Isto distin-
gue as propriedades de investimento de propriedades ocupadas pelos donos. A produção
ou fornecimento de bens ou serviços (ou o uso de propriedades para finalidades adminis-
trativas) gera fluxos de caixa que são atribuíveis não apenas ás propriedades, mas também
a outros activos usados no processo de produção ou de fornecimento. A NRF 7 - Activos
Fixos Tangíveis aplica-se a propriedades ocupadas pelos donos.
8. O que se segue são exemplos de propriedades de investimento:
(a) Terrenos detidos para valorização do capital a longo prazo e não para venda a
curto prazo no curso ordinário de negócios;

609
Despacho Normativo n.º 11/2008, de 29 de Dezembro

(b) Terrenos detidos para uso futuro ainda não determinado (se uma entidade não
tiver determinado que usará o terreno como propriedade ocupada pelo dono
ou para venda a curto prazo no curso ordinário do negócio, o terreno é consi-
derado como detido para valorização do capital);
(c) Um edifício que seja propriedade da entidade (ou detido pela entidade numa
locação financeira) e que seja locado segundo uma ou mais locações operacio-
nais;
(d) Um edifício que esteja desocupado mas detido para ser locado segundo uma
ou mais locações operacionais.
9. Seguem-se exemplos de itens que não são propriedades de investimento, estando,
por isso, fora do âmbito desta Norma:
(a) Propriedades destinadas à venda no curso ordinário do negócio ou em vias de
construção ou desenvolvimento para tal venda (ver NRF 13 - Inventários), por
exemplo, propriedade adquirida exclusivamente com vista a alienação subse-
quente no futuro próximo ou para desenvolvimento e revenda;
(b) Propriedade que esteja a ser construída ou desenvolvida por conta de terceiros
(ver NRF 14 - Contratos de Construção);
(c) Propriedade ocupada pelo dono (ver NRF 7 — Activos Fixos Tangíveis), in-
cluindo (entre outras coisas) propriedade detida para futuro uso como proprie-
dade ocupada pelo dono, propriedade detida para futuro desenvolvimento e
uso subsequente como propriedade ocupada pelo dono, propriedade ocupada
por empregados (paguem ou não os empregados rendas a taxas de mercado) e
propriedade ocupada pelo dono aguardando alienação;
(d) Propriedade que esteja a ser construída ou desenvolvida para futuro uso como
propriedade de investimento. A NRF 7 — Activos Fixos Tangíveis aplica-se a
tal propriedade até que a construção ou o desenvolvimento esteja concluído,
momento em que a propriedade se torna propriedade de investimento e em
que se aplica esta Norma. Porém, esta Norma aplica-se a propriedades de in-
vestimento existentes que estejam a ser desenvolvidas de novo para futuro uso
continuado como propriedade de investimento (ver parágrafo 60);
10. Algumas propriedades compreendem uma parte que é detida para obter rendas ou
para valorização de capital e uma outra parte que é detida para uso na produção ou forne-
cimento de bens ou serviços ou para finalidades administrativas. Se estas partes puderem
ser vendidas separadamente (ou locadas separadamente segundo uma locação financeira),
uma entidade contabilizará as partes separadamente. Se as partes não puderem ser vendi-
das separadamente, a propriedade só é uma propriedade de investimento se uma parte não
significativa for detida para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para
finalidades administrativas.

610
Despacho Normativo n.º 11/2008, de 29 de Dezembro

11. Em alguns casos, uma entidade proporciona serviços de apoio aos ocupantes de
uma propriedade que ela detenha. Uma entidade trata tal propriedade como propriedade de
investimento se os serviços forem insignificantes em relação ao acordo como um todo. Um
exemplo é quando o dono de um edifício de escritórios proporciona serviços de segurança
e de manutenção aos locatários que ocupam o edifício.
12. Noutros casos, os serviços prestados são significativos. Por exemplo, se uma en-
tidade possui e gere um hotel, os serviços proporcionados aos hóspedes são significativos
para o acordo como um todo. Por isso, um hotel gerido pelo dono, é uma propriedade ocu-
pada pelo dono e não uma propriedade de investimento.
13. Pode ser difícil determinar se os serviços de apoio são ou não tão significativos
que uma propriedade não se qualifique como propriedade de investimento. Por exemplo,
o dono de um hotel por vezes transfere algumas responsabilidades a terceiros segundo
um contrato de gestão. Os termos de tais contratos variam grandemente. Num extremo do
espectro, a posição do dono pode, em substância, ser a de um investidor passivo. No outro
extremo do espectro, o dono pode simplesmente ter procurado fora funções do dia a dia,
embora ficando com significativa exposição a riscos de variações nos fluxos de caixa gera-
dos pelas operações do hotel.
14. É necessário juízo de valor para determinar se uma propriedade se qualifica como
uma propriedade de investimento. Uma entidade desenvolve critérios a fim de que possa
exercer esse juízo de valor de forma consistente de acordo com a definição de propriedade
de investimento e com a relacionada orientação nos parágrafos 7 a 13. O parágrafo 77 (c)
exige que uma entidade divulgue estes critérios quando a classificação for difícil.
15. Em alguns casos, uma entidade possui propriedade que está locada à, e ocupada
pela, sua empresa-mãe ou por uma outra subsidiária. A propriedade não se qualifica como
propriedade de investimento nas demonstrações financeiras consolidadas, porque a pro-
priedade está ocupada pelo dono na perspectiva do grupo. Porém, da perspectiva da entida-
de que a possui, tal propriedade é propriedade de investimento se satisfizer a definição do
parágrafo 5. Por isso, o locador trata a propriedade como propriedade de investimento nas
suas demonstrações financeiras individuais.
Reconhecimento (16 a 19)
16. A propriedade de investimento deve ser reconhecida como um activo quando, e
apenas quando:
(a) For provável que os futuros benefícios económicos que estejam associados à
propriedade de investimento fluirão para a entidade; e
(b) O custo da propriedade de investimento possa ser mensurado fiavelmente.
17. Uma entidade avalia segundo este princípio de reconhecimento todos os seus cus-
tos da propriedade de investimento no momento em que eles sejam incorridos. Estes custos

611
Despacho Normativo n.º 11/2008, de 29 de Dezembro

incluem custos incorridos inicialmente para adquirir uma propriedade de investimento e


custos incorridos subsequentemente para adicionar a, substituir partes de, ou prestar manu-
tenção a uma propriedade.
18. Segundo o princípio de reconhecimento do parágrafo 16, uma entidade não reconhece na
quantia escriturada de uma propriedade de investimento os custos da manutenção diária à
propriedade. Pelo contrário, estes custos são reconhecidos nos resultados quando incor-
ridos. Os custos da manutenção diária são basicamente os custos da mão-de-obra e dos
consumíveis, e podem incluir o custo de peças sobresselentes menores. A finalidade destes
dispêndios é muitas vezes descrita como sendo para “reparações e manutenção” da pro-
priedade.
19. Partes de propriedades de investimento podem ter sido adquiridas por substitui-
ção. Por exemplo, as paredes interiores podem ser substituições das paredes originais. Se-
gundo o princípio do reconhecimento, uma entidade reconhece na quantia escriturada de
uma propriedade de investimento o custo da parte de substituição de uma propriedade de
investimento existente no momento em que o custo seja incorrido se os critérios de reco-
nhecimento forem cumpridos. A quantia escriturada das partes que sejam substituídas é
desreconhecida de acordo com as disposições de desreconhecimento desta Norma.
Mensuração no reconhecimento (20 a 29)
20. Uma propriedade de investimento deve ser mensurada inicialmente pelo seu custo.
Os custos de transacção devem ser incluídos na mensuração inicial.
21. O custo de uma propriedade de investimento comprada compreende o seu preço de
compra e qualquer dispêndio directamente atribuível. Os dispêndios directamente atribuí-
veis incluem, por exemplo, as remunerações profissionais por serviços legais, impostos de
transferência de propriedade e outros custos de transacção.
22. O custo de uma propriedade de investimento de construção própria é o seu custo à
data em que a construção ou desenvolvimento fique concluído. Até essa data, uma entidade
aplica a NRF 7 — Activos Fixos Tangíveis. Nessa data, a propriedade torna-se propriedade
de investimento e aplica-se a presente Norma (ver parágrafos 59 (e) e 67).
23. O custo de uma propriedade de investimento não é aumentado por:
(a) Custos de arranque (a menos que sejam necessários para trazer a propriedade
à condição necessária para que seja capaz de funcionar da forma pretendida);
(b) Perdas operacionais incorridas antes de a propriedade de investimento ter
atingido o nível de ocupação previsto; ou
(c) Quantidades anormais de material, mão-de-obra ou outros recursos consumidos
incorridos na construção ou desenvolvimento da propriedade.
24. Se o pagamento de uma propriedade de investimento for diferido, o seu custo é
o equivalente ao preço a dinheiro. A diferença entre esta quantia e os pagamentos totais é
reconhecida como gasto de juros durante o período de crédito.

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25. O custo inicial do interesse de propriedade detido numa locação e classificado como
uma propriedade de investimento deve estar de acordo com o prescrito para uma locação
financeira no parágrafo 20 da NRF 9 - Locações, i.e. o activo deve ser reconhecido pelo
menor do justo valor da propriedade e do valor presente dos pagamentos mínimos da loca-
ção. Uma quantia equivalente deve ser reconhecida como passivo de acordo com o mesmo
parágrafo.
26. Qualquer prémio pago por uma locação é tratado como parte dos pagamentos míni-
mos da locação para esta finalidade, e é portanto incluído no custo do activo, mas excluído
do passivo. Se um interesse de propriedade detido segundo uma locação for classificado
como propriedade de investimento, o item contabilizado pelo justo valor é esse interesse
e não a propriedade subjacente. A orientação para a determinação do justo valor de um
interesse de propriedade está desenvolvida para o modelo do justo valor nos parágrafos 35
a 57. Essa orientação também é relevante para a determinação do justo valor quando esse
valor é usado como custo para finalidades do reconhecimento inicial.
27. Uma ou mais propriedades de investimento podem ser adquiridas em troca de
um activo ou activos não monetários, ou de uma combinação de activos monetários e não
monetários, O seguinte exemplo refere-se a uma troca de um activo não monetário por um
outro, mas também se aplica a todas as trocas descritas na frase anterior. O custo de tal
propriedade de investimento é mensurado pelo justo valor a menos que (a) a transacção
de troca careça de substância comercial ou (b) nem o justo valor do activo recebido nem o
justo valor do activo cedido sejam fiavelmente mensuráveis. O activo adquirido é mensura-
do desta forma mesmo que uma entidade não possa imediatamente desreconhecer o activo
cedido. Se o activo adquirido não for mensurado pelo justo valor, o seu custo é mensurado
pela quantia escriturada do activo cedido.
28. Uma entidade determina se uma transacção de troca tem substância comercial
considerando a extensão em que espera que os seus futuros fluxos de caixa sejam alterados
como resultado da transacção. Uma transacção de troca tem substância comercial se:
(a) A configuração (risco, tempestividade e quantia) dos fluxos de caixa do activo
recebido diferir da configuração dos fluxos de caixa do activo transferido; ou
(b) O valor específico para a entidade relativo à parte das operações da entidade
afectadas pela transacção se altera em resultado da troca; e
(c) A diferença na alínea (a) ou (b) for significativa em relação ao justo valor dos
activos trocados. Para a finalidade de determinar se uma transacção de troca
tem substância comercial, o valor específico para a entidade relativo à parte
das operações da entidade afectada pela transacção deve reflectir os fluxos de
caixa após impostos. O resultado destas análises pode ser claro sem que uma
entidade tenha de efectuar cálculos detalhados.

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29. O justo valor de um activo para o qual não existam transacções de mercado compa-
ráveis é fiavelmente mensurável se (a) a variabilidade no intervalo de estimativas razoáveis
do justo valor não for significativa para esse activo ou (b) as probabilidades de várias esti-
mativas dentro do intervalo puderem ser razoavelmente avaliadas e usadas ao estimar o jus-
to valor. Se a entidade for capaz de determinar com fiabilidade o justo valor tanto do activo
recebido como do activo cedido, então o justo valor do activo cedido é usado para mensurar
o custo a não ser que o justo valor do activo recebido seja mais claramente evidente.
Mensuração após reconhecimento (30 a 58)
Política contabilística (30 a 34)
30. Com as excepções indicadas nos parágrafos 32 a 36, uma entidade deve escolher
como sua política contabilística ou o modelo do justo valor referido nos parágrafos 35 a 57
ou o modelo do custo mencionado no parágrafo 58 e deve aplicar essa política a todas as
suas propriedades de investimento.
31. A NRF 3 - Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e
Erros afirma que uma alteração voluntária na política contabilística deve ser feita apenas
se a alteração resultar numa apresentação mais apropriada de transacções, de outros acon-
tecimentos ou de condições nas demonstrações financeiras da entidade. É altamente im-
provável que uma alteração do modelo do justo valor para o modelo do custo resulte numa
apresentação mais apropriada.
32. Esta Norma exige que todas as entidades determinem o justo valor de propriedades
de investimento, para a finalidade de mensuração (se a entidade usar o modelo do justo
valor) ou de divulgação (se usar o modelo do custo). Incentiva-se uma entidade, mas não se
lhe exige, que determine o justo valor das propriedades de investimento na base de uma va-
lorização por um avaliador independente que tenha uma qualificação profissional relevante
e reconhecida e que tenha experiência recente na localização e na categoria da propriedade
de investimento que esteja a ser valorizada.
33. Uma entidade pode:
(a) Escolher ou o modelo do justo valor ou o modelo do custo para todas as pro-
priedades de investimento que suportem passivos que pagam um retorno di-
rectamente associado ao justo valor de, ou aos retornos de, activos especifica-
dos incluindo essa propriedade de investimento; e
(b) Escolher ou o modelo do justo valor ou o modelo do custo para todas as outras
propriedades de investimento, independentemente da escolha feita na alínea
(a).
34. Se uma entidade escolher diferentes modelos para as duas categorias descritas no
parágrafo 33, as vendas de propriedades de investimento entre conjuntos de activos men-
surados usando modelos diferentes devem ser reconhecidas pelo justo valor e a alteração

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cumulativa no justo valor deve ser reconhecida nos resultados. Em conformidade, se a


propriedade de investimento for vendida de um conjunto em que se usa o modelo do justo
valor para um conjunto em que se usa o modelo do custo, o justo valor da propriedade à
data da venda torna-se o seu custo considerado.
Modelo do justo valor (35 a 57)
35. Após o reconhecimento inicial, uma entidade que escolha o modelo do justo valor
deve mensurar todas as suas propriedades de investimento pelo justo valor, excepto nos
casos descritos no parágrafo 55.
36. Quando um interesse de propriedade detido por um locatário numa locação ope-
racional for classificado como uma propriedade de investimento segundo o parágrafo 6, o
parágrafo 30 deixa de ser opcional. O modelo do justo valor deve ser aplicado.
37. Um ganho ou uma perda proveniente de uma alteração no justo valor de propriedades de
investimento deve ser reconhecido nos resultados do período em que ocorra.
38. O justo valor da propriedade de investimento é o preço pelo qual a propriedade
poderia ser trocada entre partes conhecedoras e dispostas a isso numa transacção em que
não exista relacionamento entre as mesmas (ver parágrafo 5). O justo valor exclui especifi-
camente um preço estimado inflacionado ou deflacionado por condições ou circunstâncias
especiais tais como financiamento atípico, acordos de venda e relocação, considerações
especiais ou concessões dadas por alguém associado à venda.
39. Uma entidade determina o justo valor sem qualquer dedução para custos de tran-
sacção em que possa incorrer por venda ou outra alienação.
40. O justo valor da propriedade de investimento deve reflectir as condições de mer-
cado à data do balanço.
41. O justo valor é específico do tempo relativo a uma determinada data. Dado que as
condições de mercado podem mudar, a quantia relatada como justo valor pode ser incorrec-
ta ou não ser apropriada se estimada relativamente a outro momento. A definição de justo
valor assume também troca simultânea e conclusão do contrato de venda sem qualquer
variação de preço que pudesse ser realizado entre partes conhecedoras e dispostas a isso
numa transacção em que não exista relacionamento entre elas se a troca e conclusão não
forem simultâneas.
42. O justo valor da propriedade de investimento reflecte, entre outras coisas, rendi-
mento de rendas provenientes de locações correntes e pressupostos razoáveis e suportáveis
que representem aquilo que entidades conhecedoras e dispostas a isso assumiriam acerca
de rendimentos de rendas de futuras locações à luz de condições correntes. Também reflec-
te, numa base semelhante, quaisquer exfluxos de caixa (incluindo pagamentos de rendas
e outros exfluxos) que possam ser esperados com respeito à propriedade. Alguns desses
exfluxos estão reflectidos no passivo enquanto outros se relacionam com exfluxos que não

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são reconhecidos nas demonstrações financeiras até data posterior (por exemplo, pagamen-
tos periódicos como rendas contingentes).
43. O parágrafo 25 especifica a base do reconhecimento inicial do custo de um in-
teresse numa propriedade locada. O parágrafo 35 exige que o interesse numa proprieda-
de locada seja remensurado, se necessário, pelo justo valor. Numa locação negociada às
taxas de mercado, o justo valor de um interesse numa propriedade locada na aquisição,
líquido de todos os pagamentos de locação esperados (incluindo os relativos a passivos
reconhecidos), deve ser zero. Este justo valor não se altera independentemente, para fins
contabilísticos, de um activo e passivo locados serem reconhecido pelo justo valor ou pelo
valor presente dos pagamentos mínimos da locação, de acordo com o parágrafo 20 da NRF
9 - Locações. Assim, remensurar um activo locado para o custo de acordo com o parágrafo
25 para o justo valor de acordo com o parágrafo 35 não deveria resultar em qualquer ganho
ou perda inicial, a não ser que o justo valor seja mensurado em momentos diferentes. Isto
pode ocorrer quando for feita uma escolha para aplicar o modelo do justo valor após o
reconhecimento inicial.
44. A definição de justo valor refere-se a “partes conhecedoras e dispostas a isso”. Nes-
te contexto, “conhecedoras” significa que tanto o comprador disposto a isso como o vende-
dor disposto a isso estão razoavelmente informados acerca da natureza e características da
propriedade de investimento, dos seus usos reais e potenciais, e das condições do mercado
à data do balanço. Um comprador disposto a isso está motivado, mas não compelido, a
comprar. Este comprador não está nem ansioso nem determinado a comprar por qualquer
preço. O comprador assumido não pagaria um preço mais elevado do que o exigido por um
mercado composto por compradores e vendedores conhecedores e dispostos a isso.
45. Um vendedor disposto a isso não é nem um vendedor ansioso nem um vendedor for-
çado, preparado para vender a qualquer preço, nem um vendedor preparado para resistir a
um preço não considerado razoável de acordo com as condições correntes do mercado. O
vendedor disposto a isso está motivado a vender a propriedade de investimento nos termos
do mercado pelo melhor preço possível. As circunstâncias factuais do proprietário efectivo
da propriedade de investimento não fazem parte desta consideração porque o vendedor
disposto a isso é um proprietário hipotético (por exemplo, um vendedor disposto a isso
não teria em consideração as circunstâncias fiscais particulares do proprietário efectivo da
propriedade de investimento).
46. A definição de justo valor refere-se a uma transacção entre partes sem relaciona-
mento entre si. Uma transacção entre partes sem relacionamento entre si é uma transacção
entre partes que não tenham um relacionamento particular ou especial entre elas que torne
os preços das transacções não característicos das condições de mercado. A transacção é tida
como uma transacção entre entidades não relacionadas, cada uma delas actuando indepen-
dentemente.
47. A melhor evidência de justo valor é dada por preços correntes num mercado acti-
vo de propriedades semelhantes no mesmo local e condição e sujeitas a locações e outros
contratos semelhantes. Uma entidade trata de identificar quaisquer diferenças de natureza,

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local ou condição da propriedade, ou nos termos contratuais das locações e de outros con-
tractos relacionados com a propriedade.
48. Na ausência de preços correntes num mercado activo do género descrito no pará-
grafo 47, uma entidade considera a informação proveniente de uma variedade de fontes,
incluindo:
(a) Preços correntes num mercado activo de propriedades de diferente natureza,
condição ou localização (ou sujeitas a diferentes locações ou outros contra-
tos), ajustados para reflectir essas diferenças;
(b) Preços recentes de propriedades semelhantes em mercados menos activos, com
ajustamentos para reflectir quaisquer alterações nas condições económicas
desde a data das transacções que ocorreram a esses preços; e
(c) Projecções de fluxos de caixa descontados com base em estimativas fiáveis
de futuros fluxos de caixa, suportadas pelos termos de qualquer locação e de
outros contratos existentes e (quando possível) por evidência externa tal como
rendas correntes de mercado de propriedades semelhantes no mesmo local e
condição, e usando taxas de desconto que reflictam avaliações correntes de
mercado quanto à incerteza na quantia e tempestividade dos fluxos de caixa.
49. Em alguns casos, as várias fontes listadas no parágrafo anterior podem sugerir conclu-
sões diferentes quanto ao justo valor de uma propriedade de investimento. Uma entidade con-
sidera as razões dessas diferenças, visando chegar à estimativa mais fiável do justo valor dentro
de um intervalo de estimativas razoáveis de justo valor.
50. Em casos excepcionais, há clara evidência quando uma entidade adquire pela pri-
meira vez uma propriedade de investimento (ou quando uma propriedade existente se torna
pela primeira vez propriedade de investimento na sequência da conclusão de construção
ou desenvolvimento, ou após uma alteração de uso) de que a variabilidade no intervalo de
estimativas razoáveis de justo valor seria tão grande, e as probabilidades dos vários efeitos
tão difíceis de avaliar, que é negada a utilidade de uma única estimativa de justo valor. Isto
pode indicar que o justo valor da propriedade não será determinável com fiabilidade numa
base continuada (ver parágrafo 55).
51. O justo valor difere do valor de uso, tal como definido na NRF 17 — Imparidade
de Activos, O justo valor reflecte o conhecimento e as estimativas de compradores e vende-
dores conhecedores e dispostos a isso. Em contraste, o valor de uso reflecte as estimativas
da entidade, incluindo os efeitos de factores que podem ser específicos da entidade e não
aplicáveis às entidades em geral. Por exemplo, o justo valor não reflecte qualquer dos se-
guintes factores na medida em que não estariam geralmente disponíveis para compradores
e vendedores conhecedores e dispostos a isso:
(a) Valor adicional derivado da criação de uma carteira de propriedades em diferentes
localizações;

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Despacho Normativo n.º 11/2008, de 29 de Dezembro

(b) Sinergias entre propriedades de investimento e outros activos;


(c) Direitos legais ou restrições legais que somente sejam específicos ao dono
actual; e
(d) Benefícios fiscais ou encargos fiscais que sejam específicos ao dono actual.
52. Ao determinar o justo valor da propriedade de investimento, uma entidade não
conta duplamente activos ou passivos que estejam reconhecidos como activos ou passivos
separados.Por exemplo:
(a) Equipamento, tal como elevadores ou ar condicionado, é muitas vezes uma
parte integrante de um edifício e está geralmente incluído no justo valor da
propriedade de investimento, não sendo reconhecido separadamente como ac-
tivos fixos tangíveis;
(b) Se um escritório for locado mobilado, o justo valor do escritório inclui geralmente
o justo valor da mobília, porque o rendimento das rendas se relaciona com o es-
critório mobilado. Quando a mobília for incluída no justo valor da propriedade de
investimento, uma entidade não reconhece a mobília como um activo separado;
(c) O justo valor da propriedade de investimento exclui o rendimento da locação
operacional acrescido ou pré-pago, porque a entidade reconhece-o como um
passivo ou activo separado;
(d) O justo valor da propriedade de investimento detida numa locação reflecte os
fluxos de caixa esperados (incluindo a renda contingente que se espera que se
torne pagável). Em conformidade, se uma valorização obtida para uma pro-
priedade for líquida de todos os pagamentos que se espera que sejam feitos,
será necessário voltar a adicionar qualquer passivo de locação reconhecido, para
atingir o justo valor da propriedade de investimento para finalidades contabi-
lísticas.
53 O justo valor da propriedade de investimento não reflecte os dispêndios futuros de capi-
tal fixo que melhorem ou aumentem a propriedade e não reflecte os benefícios futuros relacio-
nados derivados destes dispêndios futuros.
54. Em alguns casos, uma entidade espera que o valor presente dos seus pagamentos
relacionados com uma propriedade de investimento (que não sejam pagamentos relaciona-
dos com passivos reconhecidos) excederá o valor presente dos respectivos recebimentos de
caixa. Uma entidade aplica a NRF 19 - Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contin-
gentes para determinar se reconhece um passivo e, nesse caso, como mensurá-lo.
Incapacidade de determinar fiavelmente o justo valor (55 a 57)
55. Há uma presunção refutável de que uma entidade pode fiavelmente determinar o
justo valor de uma propriedade de investimento numa base continuada. Porém, em casos

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excepcionais, há clara evidência quando uma entidade adquire pela primeira vez uma pro-
priedade de investimento (ou quando uma propriedade existente se torne pela primeira vez
propriedade de investimento na sequência da conclusão da construção ou do desenvolvi-
mento, ou após uma alteração de uso) de que o justo valor da propriedade de investimento
não é determinável com fiabilidade numa base continuada. Isto ocorre quando, e apenas
quando, são pouco frequentes transacções de mercado comparáveis e quando não estão
disponíveis estimativas alternativas fiáveis de justo valor (por exemplo, com base em pro-
jecções de fluxos de caixa descontados). Nesses casos, uma entidade deve mensurar essa
propriedade de investimento usando o modelo do custo da NRF 7 — Activos Fixos Tangí-
veis. O valor residual da propriedade de investimento deve ser assumido como sendo zero.
A entidade deve aplicar a NRF 7 até à alienação da propriedade de investimento.
56. Nos casos excepcionais em que uma entidade seja compelida, pela razão dada no
parágrafo precedente, a mensurar uma propriedade de investimento usando o modelo do
custo de acordo com a NRF 7 — Activos Fixos Tangíveis, ela mensura todos as suas outras
propriedades de investimento pelo justo valor. Nestes casos, embora uma entidade possa
usar o modelo do custo para uma propriedade de investimento, a entidade deve continuar a
contabilizar cada uma das propriedades restantes usando o modelo do justo valor.
57. Se uma entidade tiver previamente mensurado uma propriedade de investimento
pelo justo valor, ela deve continuar a mensurar a propriedade pelo justo valor até à aliena-
ção (ou até que a propriedade se torne propriedade ocupada pelo dono ou a entidade co-
mece a desenvolver a propriedade para subsequente venda no curso ordinário do negócio)
mesmo que transacções de mercado comparáveis se tornem menos frequentes ou que os
preços do mercado se tornem menos prontamente disponíveis.
Modelo do custo (58)
58. Após o reconhecimento inicial, uma entidade que escolha o modelo do custo deve
mensurar todas as suas propriedades de investimento de acordo com os requisitos da NRF
7 — Activos Fixos Tangíveis para esse modelo excepto aquelas que satisfaçam os critérios
de classificação como detidas para venda (ou que estejam incluídas num grupo para aliena-
ção que esteja classificado como detido para venda) de acordo com a NRF 8 - Activos Não
Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas. As propriedades
de investimento que satisfaçam os critérios de classificação como detidas para venda (ou
que estejam incluídas num grupo para alienação que esteja classificado como detido para
venda) devem ser mensuradas de acordo com a NRF 8.
Transferências (59 a 67)
59. As transferências para, ou de, propriedades de investimento devem ser feitas quando, e
apenas quando, houver uma alteração de uso, evidenciada pelo seguinte:
(a) Começo de ocupação pelo dono, para uma transferência de propriedade de
investimento para propriedade ocupada pelo dono;

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(b) Começo de desenvolvimento com vista à venda, para uma transferência de


propriedade de investimento para inventários;
(c) Fim de ocupação pelo dono, para uma transferência de propriedade ocupada
pelo dono para propriedade de investimento;
(d) Começo de uma locação operacional para uma outra entidade, para uma trans-
ferência de inventários para propriedade de investimento; ou
(e) Fim de construção ou desenvolvimento, para uma transferência de proprieda-
de em construção ou desenvolvimento (coberto pela NRF 7 — Activos Fixos
Tangíveis) para propriedade de investimento.
60. O parágrafo 59 (b) exige que uma entidade transfira uma propriedade de proprie-
dade de investimento para inventários quando, e apenas quando, houver uma alteração no
uso, evidenciada pelo começo de desenvolvimento com vista à venda. Quando uma enti-
dade decidir alienar uma propriedade de investimento sem desenvolvimento, ela continua
a tratar a propriedade como uma propriedade de investimento até que seja desreconhecida
(eliminada do balanço) e deixe de a tratar como inventário. De forma semelhante, se uma
entidade começar a desenvolver de novo uma propriedade de investimento existente para
futuro uso continuado como propriedade de investimento, a propriedade permanece uma
propriedade de investimento não sendo reclassificada como propriedade ocupada pelo dono
durante o novo desenvolvimento.
61. Os parágrafos 62 a 67 aplicam-se aos aspectos de reconhecimento e mensuração
resultantes quando uma entidade usa o modelo do justo valor para propriedades de investi-
mento. Quando uma entidade usar o modelo do custo, as transferências entre propriedades
de investimento, propriedades ocupadas pelo dono e inventários não alteram a quantia
escriturada da propriedade transferida e não alteram o custo dessa propriedade para finali-
dades de mensuração ou divulgação.
62. Para uma transferência de propriedade de investimento escriturada pelo justo valor
para propriedade ocupada pelo dono ou para inventários, o custo considerado da proprieda-
de para subsequente contabilização de acordo com a NRF 7 — Activos Fixos Tangíveis ou
a NRF 13 — Inventários deve ser o seu justo valor à data da alteração de uso.
63. Se uma propriedade ocupada pelo dono se tornar uma propriedade de investimento
que seja escriturada pelo justo valor, uma entidade deve aplicar a NRF 7 — Activos Fixos
Tangíveis até à data da alteração de uso. A entidade deve tratar qualquer diferença nessa
data entre a quantia escriturada de propriedade de acordo com a NRF 7 e o seu justo valor
da mesma forma que uma revalorização de acordo com a NRF 7.
64. Até à data em que uma propriedade ocupada pelo dono se torne uma propriedade de
investimento escriturada pelo justo valor, uma entidade deprecia a propriedade e reconhece
quaisquer perdas por imparidade que tenham ocorrido. A entidade trata qualquer diferença

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nessa data entre a quantia escriturada da propriedade de acordo com a NRF 7 — Activos
Fixos Tangíveis e o seu justo valor da mesma forma que uma revalorização de acordo com
a NRF 7. Por outras palavras:
(a) Qualquer diminuição resultante na quantia escriturada da propriedade é reco-
nhecida nos resultados. Porém, até ao ponto em que uma quantia seja incluí-
da no excedente de revalorização dessa propriedade, a diminuição é debitada
contra esse excedente de revalorização;
(b) Qualquer aumento resultante na quantia escriturada é tratado como se segue:
(i) Até ao ponto em que o aumento reverta uma anterior perda por imparidade
dessa propriedade, o aumento é reconhecido nos resultados. A quantia reco-
nhecida nos resultados não pode exceder a quantia necessária para repor a
quantia escriturada para a quantia escriturada que teria sido determinada (lí-
quida de depreciação) caso nenhuma perda por imparidade tivesse sido reco-
nhecida;
(ii) Qualquer parte remanescente do aumento é creditada directamente no capital
próprio no excedente de revalorização. Na alienação subsequente da proprie-
dade de investimento, o excedente de revalorização incluído no capital pró-
prio pode ser transferido para resultados retidos. A transferência do excedente
de revalorização para resultados retidos não é feita através dos resultados.
65. Para uma transferência de inventários para propriedades de investimento que sejam
escrituradas pelo justo valor, qualquer diferença entre o justo valor da propriedade nessa
data e a sua quantia escriturada anterior deve ser reconhecida nos resultados.
66. O tratamento de transferências de inventários para propriedades de investimento
que serão escrituradas pelo justo valor é consistente com o tratamento de vendas de inven-
tários.
67. Quando uma entidade concluir a construção ou o desenvolvimento de uma proprie-
dade de investimento de construção própria que será escriturada pelo justo valor, qualquer
diferença entre o justo valor da propriedade nessa data e a sua quantia escriturada anterior
deve ser reconhecida nos resultados.
Alienações (68 a 75)
68. Uma propriedade de investimento deve ser desreconhecida (eliminada do balanço)
na alienação ou quando a propriedade de investimento for permanentemente retirada de uso
e nenhuns benefícios económicos forem esperados da sua alienação.
69. A alienação de uma propriedade de investimento pode ser alcançada pela venda ou
pela celebração de uma locação financeira. Ao determinar a data de alienação da proprie-
dade de investimento, uma entidade aplica os critérios enunciados na NRF 18 — Rédito
para reconhecimento do rédito da venda de bens. A NRF 9 — Locações aplica-se a uma

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alienação efectuada pela celebração de uma locação financeira e a uma venda seguida de
locação.
70. Se, de acordo com o princípio de reconhecimento do parágrafo 16, uma entidade
reconhecer na quantia escriturada de um activo o custo de uma substituição de parte de
uma propriedade de investimento, então ela desreconhece a quantia escriturada da parte
substituída. Relativamente à propriedade de investimento contabilizada usando o modelo
do custo, uma parte substituída pode não ser uma parte que tenha sido depreciada separa-
damente. Se não for praticável que uma entidade determine a quantia escriturada da parte
substituída, ela pode usar o custo da substituição como indicação do custo da parte substi-
tuída que era no momento em que foi adquirida ou construída. Segundo o modelo do justo
valor, o justo valor da propriedade de investimento pode já reflectir o facto de que a parte a
ser substituída perdeu o seu valor. Noutros casos, pode ser difícil discernir quanto do justo
valor deve ser reduzido para a parte a ser substituída. Uma alternativa à redução do justo
valor para a parte substituída, quando não for prático realizar essa redução, é incluir o custo
da substituição na quantia escriturada do activo e reavaliar o justo valor, como seria exigido
para adições não envolvendo substituição.
71. Os ganhos ou perdas provenientes da retirada ou alienação de propriedades de
investimento devem ser determinados como a diferença entre os proventos líquidos da
alienação e a quantia escriturada do activo e devem ser reconhecidos nos resultados (a me-
nos que a NRF 9 — Locações exija doutra maneira no caso de uma venda e relocação) no
período da retirada ou da alienação.
72. A retribuição a receber com a alienação de uma propriedade de investimento é ini-
cialmente reconhecida pelo justo valor. Em particular, se o pagamento de uma propriedade
de investimento for diferido, a retribuição recebida é reconhecida inicialmente pelo equiva-
lente ao preço a dinheiro. A diferença entre a quantia nominal da retribuição e o equivalente
ao preço a dinheiro é reconhecida como rédito de juros de acordo com a NRF 18 — Rédito
usando o método do juro efectivo.
73. Uma entidade aplica a NRF 19 — Provisões, Passivos Contingentes e Activos
Contingentes, ou outras Normas, conforme apropriado, a quaisquer passivos que retenha
após a alienação de uma propriedade de investimento.
74. A compensação de terceiros para propriedades de investimento que tenham sofrido
imparidade, se tenham perdido ou tenham sido cedidas deve ser reconhecida nos resultados
quando a compensação se tornar recebível.
75. Imparidades ou perdas de propriedades de investimento, reivindicações relaciona-
das por ou pagamentos de compensação de terceiros e qualquer aquisição ou construção
posterior de activos de substituição constituem acontecimentos económicos separados que
são contabilizados separadamente como se segue:
(a) As imparidades da propriedade de investimento são reconhecidas de acordo
com a NRF 17 — Imparidade de Activos;

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(b) As retiradas ou alienações da propriedade de investimento são reconhecidas


de acordo com os parágrafos 68 a 73 desta Norma;
(c) A compensação de terceiros por propriedades de investimento que tenham
sofrido imparidade, se tenham perdido ou tenham sido cedidas é reconhecida
nos resultados quando se tomar recebível; e
(d) O custo dos activos restaurados, comprados ou construídos como substitui-
ções é determinado de acordo com os parágrafos 20 a 29 desta Norma.
Divulgação (76 a 79)
Modelo do justo valor e modelo do custo (76 a 79)
76. As divulgações indicadas adiante aplicam-se para além das enunciadas na NRF
9 - Locações. De acordo com a NRF 9, o proprietário de uma propriedade de investimento
proporciona as divulgações dos locadores acerca das locações que tenham celebrado. Uma
entidade que detenha uma propriedade de investimento numa locação financeira ou opera-
cional proporciona divulgações dos locatários para locações financeiras e divulgações dos
locadores para qualquer locação operacional que tenham celebrado.
77. Uma entidade deve divulgar:
(a) Se aplica o modelo do justo valor ou o modelo do custo;
(b) Caso aplique o modelo do justo valor, se, e em que circunstâncias, os inte-
resses de propriedade detidos em locações operacionais são classificados e
contabilizados como propriedades de investimento;
(c) Quando a classificação for difícil (ver parágrafo 14), os critérios que usa para
distinguir propriedades de investimento de propriedades ocupadas pelo dono
e de propriedades detidas para venda no curso ordinário dos negócios;
(d) Os métodos e pressupostos significativos aplicados na determinação do justo
valor de propriedades de investimento, incluindo uma declaração a afirmar se
a determinação do justo valor foi ou não suportada por evidências do mercado
ou foi mais ponderada por outros factores (que a entidade deve divulgar) por
força da natureza da propriedade e da falta de dados de mercado compará-
veis;
(e) A extensão até à qual o justo valor da propriedade de investimento (tal como
mensurado ou divulgado nas demonstrações financeiras) se baseia numa valo-
rização de um avaliador independente que possua uma qualificação profissio-
nal reconhecida e relevante e que tenha experiência recente na localização e
na categoria da propriedade de investimento que está a ser valorizada. Se não
tiver havido tal valorização, esse facto deve ser divulgado;

623
Despacho Normativo n.º 11/2008, de 29 de Dezembro

(f) As quantias reconhecidas nos resultados para:


(i) Rendimentos de rendas de propriedades de investimento;
(ii) Gastos operacionais directos (incluindo reparações e manutenção) provenien-
tes de propriedades de investimento que geraram rendimentos de rendas du-
rante o período; e
(iii) Gastos operacionais directos (incluindo reparações e manutenção) provenien-
tes de propriedades de investimento que não geraram rendimentos de rendas
durante o período.
(iv) A alteração cumulativa no justo valor reconhecido nos resultados com a venda
de uma propriedade de investimento de um conjunto de activos em que se usa
o modelo do custo para um conjunto em que se usa o modelo do justo valor
(ver parágrafo 34).
(g) A existência e quantias de restrições sobre a capacidade de realização de pro-
priedades de investimento ou a remessa de rendimentos e proventos de aliena-
ção;
(h) Obrigações contratuais para comprar, construir ou desenvolver propriedades de
investimento ou para reparações, manutenção ou aumentos.
Modelo do justo valor (78)
78. Além das divulgações exigidas pelo parágrafo 77, uma entidade que aplique o
modelo do justo valor dos parágrafos 35 a 57 deve divulgar uma reconciliação entre as
quantias escrituradas da propriedade de investimento no início e no fim do período, que
mostre o seguinte:
(a) Adições, divulgando separadamente as adições resultantes de aquisições e as
resultantes de dispêndio subsequente reconhecido na quantia escriturada de
um activo;
(b) Adições que resultem de aquisições por intermédio de concentrações de acti-
vidades empresariais;
(c) Activos classificados como detidos para venda ou incluídos num grupo para
alienação classificado como detido para venda de acordo com a NRF 8 — Ac-
tivos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Desconti-
nuadas e outras alienações;
(d) Ganhos ou perdas líquidos provenientes de ajustamentos de justo valor;
(e) As diferenças cambiais líquidas resultantes da transposição das demonstra-
ções financeiras para outra moeda de apresentação, e da transposição de uma
unidade operacional estrangeira para a moeda de apresentação da entidade
que relata;

624
Despacho Normativo n.º 11/2008, de 29 de Dezembro

(f) Transferências para e de inventários e propriedade ocupada pelo dono; e


(g) Outras alterações.
Modelo do custo (79)
79. Além das divulgações exigidas pelo parágrafo 77, uma entidade que aplique o mo-
delo do custo do parágrafo 58 deve divulgar:
(a) Os métodos de depreciação usados;
(b) As vidas úteis ou as taxas de depreciação usadas;
(c) A quantia escriturada bruta e a depreciação acumulada (agregada com as perdas
por imparidade acumuladas) no início e no fim do período;
(d) Uma reconciliação da quantia escriturada da propriedade de investimento no
início e no fim do período, mostrando o seguinte:
(i) Adições, divulgando separadamente as adições que resultem de aquisições e as
que resultem de dispêndio subsequente reconhecido como activo;
(ii) Adições que resultem de aquisições por intermédio de concentrações de
actividades empresariais;
(iii) Activos classificados como detidos para venda ou incluídos num grupo
para alienação classificado como detido para venda de acordo com a NRF
8 - Activos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais
Descontinuadas, e outras alienações;
(iv) Depreciações;
(v) A quantia de perdas por imparidade reconhecida e a quantia de perdas por
imparidade revertida durante o período de acordo com a NRF 17 — im-
paridade de Activos;
(vi) As diferenças cambiais líquidas resultantes da transposição das demons-
trações financeiras para outra moeda de apresentação, e da transposição
de uma unidade operacional estrangeira para a moeda de apresentação da
entidade que relata;
(vii) Transferências para e de inventários e propriedade ocupada pelo dono; e
(viii) Outras alterações; e
(e) O justo valor das propriedades de investimento. Nos casos excepcionais descri-
tos no parágrafo 55, quando uma entidade não possa determinar o justo valor
da propriedade de investimento com fiabilidade, ela deve divulgar:
(i) Uma descrição da propriedade de investimento;

625
Despacho Normativo n.º 11/2008, de 29 de Dezembro

(ii) Uma explanação da razão pela qual o justo valor não pode ser determina-
do com fiabilidade; e
(iii) Se possível, o intervalo de estimativas dentro do qual seja altamente pro-
vável que o justo valor venha a recair.
Data de eficácia (80)
80. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.
A Ministra Cristina Duarte.

626
Despacho Normativo n.º 12/2008, de 29 de Dezembro

NORMA DE RELATO FINANCEIRO 11 –


CUSTOS DE EMPRÉSTIMOS OBTIDAS – IAS 23
Despacho Normativo n.º 12/2008
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio modernizar e introduzir um Novo
Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde em subs-
tituição do Plano Nacional de Contabilidade aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de
Janeiro, com o objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas directivas inter-
nacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações introduzidas
têm em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão das entidades em Cabo Verde e
a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico do País e do
mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar a qualidade das demonstrações
financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor de credibilidade ao funciona-
mento da economia real em Cabo Verde.
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido Decreto-Lei e visando transpor
para o direito interno as Normas de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das
Normas Internacionais da Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo
International Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de Normalização Con-
tabilística foi nomeada e trabalhou-se a apresentação da documentação complementar ao
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização Contabilística e de
Relato Financeiro para Cabo Verde.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º e do número 3 do artigo 259º
da Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde através da Ministra das
Finanças e Administração Pública, o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 11 – Custos de empréstimos obtidos do
Sistema de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro e que se apresenta em anexo
ao presente regulamento como parte integrante.
Artigo 2º
Natureza
A Norma de Relato Financeiro 11 – Custos de empréstimos obtidos é parte integrante
do Sistema de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro para Cabo Verde
Artigo 3º
Entrada em vigor
O presente Despacho Normativo entra em vigor na data da entrada em vigor do Decre-
to-Lei 5/2008, que aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Pública, 16 de Dezembro de 2008.
– A Ministra Cristina Duarte.

627
Despacho Normativo n.º 12/2008, de 29 de Dezembro

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA


E DE RELATO FINANCEIRO
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 11
CUSTOS DE EMPRÉSTIMOS OBTIDOS
Esta Norma de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional emitida pelo
IASB sobre custos de empréstimos obtidos
Objectivo (1)
1. O objectivo desta Norma de Relato Financeiro é o de prescrever o tratamento dos
custos de empréstimos obtidos. Esta Norma exige que, de uma forma geral, eles sejam
imediatamente considerados como gastos do período, excepto quanto aos custos de em-
préstimos obtidos que sejam directamente atribuíveis à aquisição, construção ou produção
de um activo que se qualifica, caso em que é permitida a sua capitalização.
Âmbito (2 e 3)
2. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização dos custos de empréstimos obti-
dos.
3. Esta Norma não trata do custo real ou imputado do capital próprio, incluindo o ca-
pital preferencial não classificado como passivo.
Definições (4 a 6)
4. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especifica-
dos:
Activo que se qualifica: é um activo que leva necessariamente um período substancial
de tempo para ficar pronto para o seu uso pretendido ou para venda.
Custos de empréstimos obtidos: são os custos de juros e outros incorridos por uma
entidade relativos aos pedidos de empréstimos de fundos.
5. Os custos de empréstimos obtidos incluem:
(a) Juros de descobertos bancários e de empréstimos obtidos a curto e longo prazo;
(b) Amortização de descontos ou de prémios relacionados com empréstimos ob-
tidos;
(c) Amortização de custos acessórios incorridos em ligação com a obtenção de
empréstimos;
(d) Encargos financeiros relativos a locações financeiras reconhecidas de acordo
com a NRF 9 - Locações; e
(e) Diferenças de câmbio provenientes de empréstimos obtidos em moeda estran-
geira até ao ponto em que sejam vistos como um ajustamento do custo dos
juros.

628
Despacho Normativo n.º 12/2008, de 29 de Dezembro

6. Exemplos de activos que se qualificam são os inventários que exijam um período


substancial de tempo para os pôr numa condição vendável, instalações industriais, instala-
ções de geração de energia e propriedades de investimento. Outros investimentos e inventá-
rios que sejam de forma rotineira fabricados ou de qualquer forma produzidos em grandes
quantidades numa base repetitiva durante um curto período de tempo não são activos que
se qualificam. Os activos que estejam prontos para o seu uso pretendido ou venda quando
adquiridos também não são activos que se qualificam.
Reconhecimento (7 a 24)
7. Os custos de empréstimos obtidos devem ser reconhecidos como um gasto no perío-
do em que sejam incorridos, excepto nos casos em que sejam capitalizados de acordo com
o parágrafo 8.
8. Os custos de empréstimos obtidos que sejam directamente atribuíveis à aquisição,
construção ou produção de um activo que se qualifica podem ser capitalizados como parte
do custo desse activo, quando seja provável que deles resultarão benefícios económicos fu-
turos para a entidade e tais custos possam ser fiavelmente mensurados. A quantia de custos
de empréstimos obtidos elegível para capitalização deve ser determinada de acordo com
esta Norma.
Custos de empréstimos obtidos elegíveis para capitalização (9 a 14)
9. Os custos de empréstimos obtidos que sejam directamente atribuíveis à aquisição,
construção ou produção de um activo que se qualifica são os custos de empréstimos obtidos
que teriam sido evitados se o dispêndio no activo que se qualifica não tivesse sido feito.
Quando uma entidade contrai empréstimos especificamente com o fim de obter um parti-
cular activo que se qualifica, os custos dos empréstimos obtidos que estejam relacionados
directamente com esse activo que se qualifica podem ser prontamente identificados.
10. Pode ser difícil identificar um relacionamento directo entre certos empréstimos
obtidos e um activo que se qualifica e determinar os empréstimos obtidos que poderiam de
outra maneira ser evitados. Tal dificuldade ocorre, por exemplo, quando a actividade finan-
ceira de uma entidade seja centralmente coordenada. Também surgem dificuldades quando
um grupo usa uma variedade de instrumentos de dívida para pedir fundos emprestados a
taxas de juro variáveis e empresta esses fundos em bases variadas a outras entidades no
grupo. Outras complicações surgem através do uso de empréstimos estabelecidos em ou
ligados a moedas estrangeiras, quando o grupo opera em economias altamente inflacioná-
rias, e de flutuações em taxas de câmbio. Como consequência, a determinação da quantia
dos custos de empréstimos obtidos que sejam directamente atribuíveis à aquisição de um
activo que se qualifica é difícil sendo de exigir o exercício de bom senso.
11. Até ao ponto em que sejam pedidos fundos emprestados especificamente com o fim
de obter um activo que se qualifica, a quantia dos custos de empréstimos obtidos elegível
para capitalização nesse activo deve ser determinada como os custos reais dos empréstimos

629
Despacho Normativo n.º 12/2008, de 29 de Dezembro

obtidos incorridos nesse empréstimo durante o período menos qualquer rendimento de in-
vestimento temporário desses empréstimos.
12. Os acordos de financiamento de um activo que se qualifica podem fazer com que
uma entidade obtenha fundos pedidos de empréstimo e incorra em custos de empréstimos
associados antes de alguns ou todos os fundos serem usados para dispêndios no activo que
se qualifica. Em tais circunstâncias, os fundos são muitas vezes temporariamente investi-
dos aguardando o seu dispêndio no activo que se qualifica. Ao determinar a quantia dos
custos de empréstimos obtidos elegíveis para capitalização durante um período, qualquer
rendimento do investimento gerado de tais fundos é deduzido dos custos incorridos nos
empréstimos obtidos.
13. Na medida em que os fundos sejam pedidos de uma forma geral e usados com o fim
de obter um activo que se qualifica, a quantia de custos de empréstimos obtidos elegíveis
para capitalização deve ser determinada pela aplicação de uma taxa de capitalização aos
dispêndios respeitantes a esse activo. A taxa de capitalização deve ser a média ponderada
dos custos de empréstimos obtidos aplicável aos empréstimos contraídos pela entidade que
estejam em circulação no período, que não sejam empréstimos contraídos especificamente
com o fim de obter um activo que se qualifica. A quantia dos custos de empréstimos obtidos
capitalizados durante um período não deve exceder a quantia dos custos de empréstimos
obtidos incorridos durante o período.
14. Em algumas circunstâncias, é apropriado incluir todos os empréstimos obtidos
da empresa-mãe e das suas subsidiárias quando seja calculada uma média ponderada dos
custos dos empréstimos obtidos. Noutras circunstâncias, é apropriado para cada subsidiária
usar uma média ponderada dos custos dos empréstimos obtidos aplicável aos seus próprios
empréstimos obtidos.
Excesso da quantia escriturada do activo que se qualifica sobre a quantia recupe-
rável (15)
15. Quando a quantia escriturada ou o último custo esperado do activo que se qualifica
exceda a sua quantia recuperável ou o seu valor realizável líquido, a quantia escriturada é
reduzida ou anulada de acordo com as exigências de outras NRF. Em certas circunstâncias,
a quantia da redução ou do abate é revertida de acordo com essas outras NRF
Início da capitalização (16 a 18)
16. A capitalização dos custos de empréstimos obtidos como parte do custo de um
activo que se qualifica deve começar quando:
(a) Os dispêndios com o activo estejam a ser incorridos;
(b) Os custos de empréstimos obtidos estejam a ser incorridos; e
(c) Os actividades que sejam necessárias para preparar o activo para o seu uso
pretendido ou venda estejam em curso.

630
Despacho Normativo n.º 12/2008, de 29 de Dezembro

17. Os dispêndios de um activo que se qualifica incluem somente os dispêndios que


tenham resultado em pagamentos de caixa, transferência de outros activos ou a assunção
de passivos que incorram em juros. Os dispêndios são reduzidos por quaisquer pagamen-
tos progressivos recebidos. A quantia escriturada média do activo durante um período,
incluindo os custos de empréstimos obtidos previamente capitalizados é normalmente uma
aproximação razoável dos dispêndios aos quais a taxa de capitalização é aplicada nesse
período.
18. As actividades necessárias para preparar o activo para o seu uso pretendido ou para
a sua venda englobam mais do que a construção física do activo. Elas englobam o trabalho
técnico e administrativo anterior ao começo da construção física tais como as actividades
associadas com a obtenção de licenças antes do começo da construção física. Porém, tais
actividades excluem a detenção de um activo quando nenhuma produção ou acção que
altere a condição do activo esteja a ter lugar. Por exemplo, os custos de empréstimos obti-
dos incorridos enquanto um projecto esteja em fase de desenvolvimento são capitalizados
durante o período em que as actividades relacionadas com o desenvolvimento estejam a
decorrer. No entanto, os custos de empréstimos obtidos incorridos enquanto terrenos adqui-
ridos para fins de construção sejam detidos sem qualquer actividade associada de desenvol-
vimento, não são qualificáveis para capitalização.
Suspensão da capitalização (19 e 20)
19. A capitalização dos custos dos empréstimos obtidos deve ser suspensa durante os
períodos extensos em que o desenvolvimento das actividades a que se refere o parágrafo
16 (c) seja interrompido.
20. Os custos de empréstimos obtidos podem ser incorridos durante um período ex-
tenso em que sejam interrompidas as actividades necessárias para preparar um activo para
o seu uso pretendido ou para a sua venda. Tais custos são custos de detenção de activos par-
cialmente concluídos e não são qualificáveis para capitalização. Porém, a capitalização dos
custos de empréstimos obtidos não é normalmente suspensa durante um período quando
esteja sendo levado a efeito trabalho técnico e administrativo substancial. A capitalização
dos custos de empréstimos obtidos também não é suspensa quando uma demora temporária
seja uma parte necessária do processo de tornar um activo pronto para o seu uso pretendido
ou para a sua venda. Por exemplo, a capitalização continua durante o período necessário
alargado para que alguns inventários atinjam a maturação ou o período alargado durante
o qual os níveis altos das águas atrasam a construção de uma ponte, se tais níveis de água
altos são usuais durante o período da construção na região geográfica envolvida.
Cessação da capitalização (21 a 24)
21. A capitalização dos custos dos empréstimos obtidos deve cessar quando substan-
cialmente todas as actividades necessárias para preparar o activo elegível para o seu uso
pretendido ou para a sua venda estejam concluídas.

631
Despacho Normativo n.º 12/2008, de 29 de Dezembro

22. Um activo está normalmente pronto para o seu uso pretendido ou para a sua venda
quando a construção física do activo estiver concluída mesmo se o trabalho administrativo
de rotina puder ainda continuar. Se modificações menores, tais como a decoração de uma
propriedade conforme as especificações do comprador ou do utente, sejam tudo o que está
por completar, isto indica que todas as actividades estão substancialmente concluídas.
23. Quando a construção de um activo que se qualifica for concluída por partes e cada
parte estiver em condições de ser usada enquanto a construção continua noutras partes, a
capitalização dos custos de empréstimos obtidos deve cessar quando todas as actividades
necessárias para preparar essa parte para o seu pretendido uso ou venda estejam concluí-
das.
24. Um parque empresarial compreendendo vários edifícios em que cada um deles
pode ser usado individualmente é um exemplo de um activo que se qualifica relativamente
ao qual cada parte está em condições de ser usada embora a construção continue noutras
partes. Um exemplo de um activo que se qualifica que necessita de estar concluído antes
de que cada parte possa ser usada é uma instalação industrial que envolve vários processos
que sejam executados em sequência em diferentes partes da fábrica dentro do mesmo local,
tal como uma laminagem de aço.
Divulgação (25)
25. As demonstrações financeiras devem divulgar:
(a) A política contabilística adoptada nos custos dos empréstimos obtidos;
(b) A quantia de custos de empréstimos obtidos capitalizada durante o período; e
(c) A taxa de capitalização usada para determinar a quantia do custo dos emprés-
timos obtidos elegíveis para capitalização.
Data de eficácia (26)
26. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.
A Ministra Cristina Duarte

632
Despacho Normativo n.º 13/2008, de 29 de Dezembro

NORMA DE RELATO FINANCEIRO 12 – AGRICULTURA – IAS 41


Despacho Normativo n.º 13/2008
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio modernizar e introduzir um Novo
Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde em subs-
tituição do Plano Nacional de Contabilidade aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de
Janeiro, com o objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas directivas inter-
nacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações introduzidas
têm em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão das entidades em Cabo Verde e
a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico do País e do
mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar a qualidade das demonstrações
financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor de credibilidade ao funciona-
mento da economia real em Cabo Verde.
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido Decreto-Lei e visando transpor
para o direito interno as Normas de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das
Normas Internacionais da Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo
International Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de Normalização Con-
tabilística foi nomeada e trabalhou-se a apresentação da documentação complementar ao
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização Contabilística e de
Relato Financeiro para Cabo Verde.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º e do número 3 do artigo 259º
da Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde através da Ministra das
Finanças e Administração Pública, o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 12 – Agricultura do Sistema de Normaliza-
ção Contabilístico e Relato Financeiro e que se apresenta em anexo ao presente regulamen-
to como parte integrante.
Artigo 2º
Natureza
A Norma de Relato Financeiro 12 – Agricultura é parte integrante do Sistema de Nor-
malização Contabilístico e Relato Financeiro para Cabo Verde
Artigo 3º
Entrada em vigor
O presente Despacho Normativo entra em vigor na data da entrada em vigor do Decre-
to-Lei 5/2008, que aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Pública, 16 de Dezembro de 2008.
– A Ministra Cristina Duarte.

633
Despacho Normativo n.º 13/2008, de 29 de Dezembro

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA


E DE RELATO FINANCEIRO
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 12
AGRICULTURA

Esta Norma de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional emitida pelo IASB
sobre agricultura.

Objectivo (1)
1. O objectivo desta Norma de Relato Financeiro é o de prescrever o tratamento con-
tabilístico, a apresentação de demonstrações financeiras e as divulgações relativas à acti-
vidade agrícola.

Âmbito (2 a 5)
2. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização do que se segue quando se relacione
com a actividade agrícola:
(a) Activos biológicos;
(b) Produto agrícola no ponto da colheita; e
(c) Subsídios governamentais incluídos nos parágrafos 35 e 36.

3. Esta Norma não se aplica a:


(a) Terrenos relacionados com a actividade agrícola (ver a NRF 7 - Activos Fixos
Tangíveis e NRF 10 - Propriedades de Investimento); e
(b) Activos intangíveis relacionados com a actividade agrícola (ver a NRF 6 - Ac-
tivos Intangíveis).
4. Esta Norma é aplicada ao produto agrícola, que é o produto colhido dos activos
biológicos da entidade, somente no momento da colheita. Após isso, é aplicada a NRF
13 - Inventários, ou uma outra NRF aplicável. Concordantemente, esta Norma não trata do
processamento do produto agrícola após colheita; por exemplo, a transformação de uvas
em vinho por um vitivinicultor que tenha cultivado a vinha e colhido as uvas. Se bem que
tal processamento possa ser uma extensão lógica e natural da actividade agrícola e os acon-
tecimentos que tenham tido lugar possam ter alguma similitude com a transformação bioló-
gica, tal processamento não é incluído na definição de actividade agrícola nesta Norma.
5. O quadro abaixo apresentado proporciona exemplos de activos biológicos, produto

634
Despacho Normativo n.º 13/2008, de 29 de Dezembro

agrícola e produtos que são o resultado de processamento após colheita:


Produtos resultantes de processamento
Activos biológicos Produto agrícola
após colheita
Carneiros Lã Fio de lã, carpetes
Arvores numa plantação Troncos Madeiras
florestal
Plantas Algodão Fio de algodão, roupas

Cana colhida Açúcar


Gado produtor de leite Leite Queijo
Porcos Carcaças Salsichas, presuntos curados
Arbustos Folhas Chá, tabaco curado
Vinhas Uvas Vinho
Arvores de fruto Frutos colhidos Frutos processados

Definições (6 a 10)
Definições relacionadas com a agricultura (6 a 8)
6. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especifica-
dos:
Actividade agrícola: é a gestão por uma entidade da transformação biológica de activos
biológicos, em produto agrícola ou em activos biológicos adicionais, para venda.
Activo biológico: é um animal ou planta vivos.
Colheita: é a separação de um produto de um activo biológico ou a cessação dos pro-
cessos de vida de um activo biológico.
Grupo de activos biológicos: é uma agregação de animais ou de plantas vivos seme-
lhantes.
Produto agrícola: é o produto colhido dos activos biológicos da entidade.
Transformação biológica: compreende os processos de crescimento natural, degenera-
ção, produção e procriação que causem alterações qualitativas e quantitativas num activo
biológico.
7.A actividade agrícola cobre uma escala diversa de actividades. Por exemplo, criação
de gado, silvicultura, safra anual ou perene, cultivo de pomares e de plantações, floricultura
e aquacultura (incluindo criação de peixes). Existem certas características comuns dentro
desta diversidade:
(a) Capacidade de alteração: os animais vivos e as plantas são capazes de transformação bio-
lógica;
(b) Gestão de alterações: a gestão facilita a transformação biológica pelo aumento,

635
Despacho Normativo n.º 13/2008, de 29 de Dezembro

ou, pelo menos, estabilização, de condições necessárias para que o processo


tenha lugar (por exemplo, níveis nutricionais, mistura, temperatura, fertilidade
e luz). Tal gestão distingue a actividade agrícola de outras actividades. Por
exemplo, colher de fontes não geridas (tais como pesca oceânica e de floresta-
ção) não é uma actividade agrícola; e
(c) Mensuração de alterações: a alteração de qualidade (por exemplo, mérito ge-
nético, densidade, amadurecimento, cobertura de gordura, conteúdo de prote-
ínas e resistência das fibras) ou de quantidade (por exemplo, progénie, peso,
metros cúbicos, comprimento ou diâmetro das fibras e número de rebentos)
ocasionada por transformação biológica é mensurada e monitorizada como
uma função de gestão rotinada.
8.A transformação biológica origina as consequências seguintes:
(a) Alterações de activos por intermédio de:
(i) Crescimento (um aumento de quantidade ou melhoramento na qualidade de um ani-
mal ou planta):
(ii) Degeneração (uma diminuição na quantidade ou deterioração na qualidade de
um animal ou planta): ou
(iii) Procriação (criação de animais ou de plantas vivos adicionais); ou
(b) Produção de produto agrícola tal como borracha em bruto (latex), folhas de
chá, lã e leite.
Definições gerais (9 e 10)
9. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especifica-
dos:
Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado,
entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relaciona-
mento entre elas. Mercado activo: é um mercado no qual se verifiquem todas as condições
seguintes:
(a) Os itens negociados no mercado são homogéneos:
(b) Podem ser encontrados em qualquer momento compradores e vendedores dis-
postos a comprar e vender; e
(c) Os preços estão disponíveis ao público.
Quantia escriturada: é a quantia pela qual um activo é reconhecido no Balanço, após
a dedução de qualquer depreciação acumulada e de perdas por imparidade acumuladas
inerentes.

636
Despacho Normativo n.º 13/2008, de 29 de Dezembro

Subsídios governamentais: são os definidos na NRF15 Contabilização dos Subsídios


do Governo e Divulgação de Apoios do Governo.
10. O Justo valor de um activo é baseado na sua localização e condição presentes.
Consequentemente, por exemplo, o justo valor do gado numa fazenda é o preço do gado no
mercado relevante menos o gasto de transporte e outros para levar o gado para o mercado.
Reconhecimento e mensuração (11 a 34)
11. Uma entidade deve reconhecer um activo biológico ou produto agrícola quando, e
somente quando:
(a) A entidade controle o activo como consequência de acontecimentos passados;
(b) Seja provável que benefícios económicos associados ao activo fluirão para a
entidade; e
(c) O justo valor ou custo do activo possa ser fiavelmente mensurado.
12. Na actividade agrícola, o controlo pode ser evidenciado, por exemplo, pela posse
legal do gado e pela marcação a quente ou de outro modo, aquando da aquisição, nasci-
mento ou desmama. Os benefícios económicos futuros são normalmente estimados pela
mensuração dos atributos físicos significativos.
13. Um activo biológico deve ser mensurado, no reconhecimento inicial e em cada data
de balanço, pelo seu justo valor menos gastos estimados no ponto de venda, excepto no
caso descrito no parágrafo 31 em que o justo valor não pode ser fiavelmente mensurado.
14. O produto agrícola colhido dos activos biológicos de uma entidade deve ser men-
surado pelo seu justo valor menos gastos estimados no ponto de venda no momento da
colheita. Tal mensuração é o custo nessa data aquando da aplicação da NRF 13-Inventários,
ou uma outra NRF aplicável.
15. Os gastos no ponto de venda incluem comissões a corretores e negociadores, taxas
de agências reguladoras e de bolsas de mercadorias e taxas de transferência e direitos. Os
gastos no momento de venda excluem os gastos de transporte e outros necessários para
levar os activos para o mercado.
16. A determinação do justo valor de um activo biológico ou produto agrícola pode ser
facilitada pelo agrupamento de activos biológicos ou de produto agrícola de acordo com
atributos significativos, por exemplo, por idade ou qualidade. Uma entidade selecciona os
atributos que correspondam aos atributos usados no mercado como base de apreçamento.
17. As entidades incorrem muitas vezes em contratos para vender os seus activos bio-
lógicos ou produto agrícola numa data futura. Os preços de contrato não são necessaria-
mente relevantes na determinação do justo valor porque o justo valor reflecte o mercado
corrente em que um comprador e um vendedor dispostos a uma transacção nela incorrerão.
Consequentemente, o justo valor de um activo biológico ou produto agrícola não é ajustado

637
Despacho Normativo n.º 13/2008, de 29 de Dezembro

por força da existência de um contrato. Nalguns casos, um contrato para a venda de um


activo biológico ou produto agrícola pode ser um contrato oneroso, como definido na NRF
19-Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes.
18. Se existir um mercado activo para um activo biológico ou produto agrícola, o preço
cotado nesse mercado é a base apropriada para determinar o justo valor desse activo. Se
uma entidade tiver acesso a diferentes mercados activos, a entidade usará a mais relevante.
Por exemplo, se uma entidade tiver acesso a dois mercados activos, usará o preço existente
no mercado em que espera que seria o usado.
19. Se não existir um mercado activo, uma entidade usará um ou mais dos indicadores
que se seguem, quando disponíveis, na determinação do justo valor:
(a) O preço mais recente de transacção no mercado, desde que não tenha havido
uma alteração significativa nas circunstâncias económicas entre a data dessa
transacção e a do balanço;
(b) Os preços de mercado de activos semelhantes com ajustamento para reflectir
diferenças; e
(c) Referências do sector tais como o valor de um pomar expresso por contentores
de exportação, hectare ou outra unidade de medida do sector e o valor do gado
expresso em quilo de carne.
20. Em certos casos, as fontes de informação listadas no parágrafo 19 podem sugerir
diferentes conclusões quanto ao justo valor de um activo biológico ou produto agrícola.
Uma entidade considerará as razões dessas diferenças, a fim de chegar à estimativa mais
fiável de justo valor dentro de uma série relativamente estreita de estimativas razoáveis.
21. Em certas circunstâncias, os preços ou valores determinados pelo mercado podem
não estar disponíveis para um activo biológico na sua condição actual. Nestas circunstân-
cias, na determinação do justo valor, uma entidade usará o valor presente dos fluxos de
caixa líquidos de um activo, descontados a uma taxa pré-imposto determinada no mercado
corrente.
22. O objectivo de um cálculo do valor presente de fluxos de caixa líquidos esperados
é o de determinar o justo valor de um activo biológico no seu local e condição actuais. Uma
entidade considerará isto na determinação de uma taxa de desconto apropriada a ser usada e
ao estimar os fluxos de caixa líquidos esperados. A condição actual de um activo biológico
exclui quaisquer aumentos de valor derivados de transformação biológica adicional e de
actividades futuras da entidade, tais como os relacionados com o aumento por transforma-
ção biológica, colheita e venda futura.
23. Uma entidade não inclui quaisquer fluxos de caixa para financiar os activos, im-
postos, ou repor activos biológicos após colheita (por exemplo, o custo de replantar árvores
numa plantação após o corte).

638
Despacho Normativo n.º 13/2008, de 29 de Dezembro

24. Ao acordar no preço de uma transacção entre partes não relacionadas entre si,
compradores e vendedores conhecedores e dispostos a isso considerarão a possibilidade
de variações nos fluxos de caixa. Assim, esse justo valor reflecte a possibilidade de tais
variações. Concordantemente, uma entidade incorpora expectativas acerca de possíveis va-
riações nos fluxos de caixa quer nos fluxos de caixa esperados, quer na taxa de desconto,
quer nalguma combinação das duas. Ao determinar uma taxa de desconto, uma entidade
usa pressupostos consistentes com os usados na estimativa de fluxos de caixa esperados,
para evitar o efeito da dupla contagem de pressupostos ou da sua omissão.
25. O custo pode aproximar-se algumas vezes do justo valor, particularmente quando:
(a) Tenha tido lugar pouca transformação biológica desde a incorrência do custo
inicial (por exemplo, pés de árvores de fruto brotados de sementes, plantados
imediatamente antes da data do balanço); ou
(b) Não se espera que o impacto da transformação biológica sobre os preços seja
material (por exemplo, no crescimento inicial, num ciclo de produção de 30
anos, de uma plantação de pinheiros).
26. Os activos biológicos estão muitas vezes fisicamente implantados nos terrenos (por
exemplo, árvores numa floresta plantada). Pode não haver mercado separado para activos
biológicos que estejam implantados no terreno mas pode existir um mercado activo para os
activos combinados, isto é, para os activos biológicos, terrenos em bruto e melhoramentos
de terrenos, como um conjunto. Uma entidade pode usar informação relativa a activos
combinados para determinar o justo valor de activos biológicos. Por exemplo, o justo valor
de terrenos em bruto e melhoramento de terrenos pode ser deduzido do justo valor dos ac-
tivos combinados para chegar ao justo valor de activos biológicos.
Ganhos e perdas (27 a 30)
27. Um ganho ou uma perda proveniente do reconhecimento inicial de um activo bio-
lógico pelo justo valor menos os gastos estimados no ponto de venda e de uma alteração de
justo valor menos os gastos estimados no ponto de venda de um activo biológico devem ser
incluídos no resultado líquido do exercício do período em que surja.
28. Pode surgir uma perda no reconhecimento inicial de um activo biológico, porque
os gastos estimados no ponto de venda são deduzidos ao determinar o justo valor menos
os gastos estimados no ponto de venda de um activo biológico. Pode surgir um ganho no
reconhecimento inicial de um activo biológico, tal como quando nasce um bezerro.
29. Um ganho ou perda que surja no reconhecimento inicial do produto agrícola pelo
justo valor menos gastos estimados no ponto de venda deve ser incluído no resultado líqui-
do do período em que surja.
30. Pode surgir um ganho ou uma perda no reconhecimento inicial do produto agrícola
como consequência de colheitas.

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Despacho Normativo n.º 13/2008, de 29 de Dezembro

Incapacidade de mensurar fiavelmente o justo valor (31 a 34)


31. Há um pressuposto de que o justo valor pode ser mensurado com fiabilidade para
um activo biológico. Contudo, esse pressuposto pode ser refutado apenas no reconhecimen-
to inicial de um activo biológico, relativamente ao qual os preços ou valores determinados
pelo mercado não estejam disponíveis e relativamente ao qual as estimativas alternativas
do justo valor estejam determinadas como sendo claramente pouco fiáveis. Nesse caso,
esse activo biológico deve ser mensurado pelo custo menos qualquer depreciação acumula-
da e qualquer perda por imparidade acumulada. Quando o justo valor desse activo biológico
se tornar fiavelmente mensurável, uma entidade deve mensurá-lo pelo seu justo valor menos
os gastos estimados do ponto de venda. Quando um activo biológico não corrente satisfizer
os critérios de classificação como detido para venda (ou for incluído num grupo para alie-
nação que esteja classificado como detido para venda) de acordo com a NRF 8 - Activos
Não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas, presume-se
que o justo valor pode ser mensurado com fiabilidade.
32. A presunção do parágrafo 31 somente pode ser refutada no reconhecimento inicial.
Uma entidade que tenha previamente mensurado um activo biológico pelo seu justo valor
menos gastos estimados no ponto de venda continuará a mensurar o activo biológico pelo
seu justo valor menos gastos estimados no ponto de venda até à sua alienação.
33. Em todos os casos, uma entidade mensura o produto agrícola no ponto de colheita
pelo seu justo valor menos gastos estimados no ponto de venda. Esta Norma reflecte o pon-
to de vista de que o justo valor do produto agrícola no ponto de colheita pode ser sempre
fiavelmente mensurado.
34. Ao determinar o custo, depreciação acumulada e perdas por imparidade acumula-
das, uma entidade toma em consideração a NRF 138 - Inventários, a NRF 7 - Activos Fixos
Tangíveis e a NRF 17 - Imparidade de Activos.
Subsídios do Governo (35 a 39)
35. Um subsídio do Governo não condicional que se relacione com um activo bioló-
gico mensurado pelo seu justo valor menos gastos estimados no ponto de venda deve ser
reconhecido como rendimento quando, e somente quando, o subsidio do Governo se torne
recebível.
36. Se um subsídio do Governo relacionado com um activo biológico mensurado pelo
seu justo valor menos gastos estimados no ponto de venda for condicional, incluindo quan-
do um subsídio do Governo exige que uma entidade não se ocupe em actividade agrícola
específica, uma entidade deve reconhecer o subsídio do Governo como rendimento quando,
e somente quando, sejam satisfeitas as condições ligadas ao subsídio do Governo.
37. Os termos e condições de subsídios governamentais variam. Por exemplo, um sub-
sídio do Governo pode exigir que uma entidade cultive num dado local durante cinco anos
e exigir que a entidade devolva todo o subsídio se ela cultivar durante menos do que cinco

640
Despacho Normativo n.º 13/2008, de 29 de Dezembro

anos. Neste caso, o subsídio do Governo não será reconhecido como rendimento até que os
cinco anos tenham passado. Porém, se o subsídio do Governo permitir que parte do mesmo
seja retida com base na passagem do tempo, a entidade reconhecerá o subsídio do Governo
como rendimento numa base proporcional ao tempo.
38. Se um subsídio do Governo se relacionar com um activo biológico mensurado
pelo seu custo menos qualquer depreciação acumulada e quaisquer perdas por imparidade
acumuladas (ver parágrafo 31), será aplicada a NRF 15 - Contabilização dos Subsídios do
Governo e Divulgação de Apoios do Governo.
39. Esta Norma exige um tratamento diferente do da NRF 15 se um subsídio do Go-
verno se relacionar com um activo biológico mensurado pelo seu justo valor menos gastos
estimados no ponto de venda ou um subsídio do Governo exigir que uma entidade não se
ocupe numa actividade agrícola especificada. A NRF 15 é somente aplicada a um subsídio
do Governo relacionado com um activo biológico mensurado pelo seu custo menos qual-
quer depreciação acumulada e quaisquer perdas por imparidade acumuladas.
Divulgação (40 a 50)
Considerações preliminares (40 a 43)
40. Os activos biológicos consumíveis são os que estejam para ser colhidos como pro-
duto agrícolas ou vendidos como activos biológicos.
Exemplos de activos biológicos consumíveis são o gado destinado à produção de car-
ne, gado detido para venda, peixe em aquacultura, colheitas tal como milho e trigo e árvo-
res que estejam em desenvolvimento para obtenção de madeiras. Os activos biológicos de
produção são os que não sejam activos biológicos consumíveis; por exemplo, gado do qual
pode ser obtido leite, vinhas, árvores de fruto e árvores a partir das quais se obtenha lenha
por desbaste enquanto essas árvores permanecem vivas. Os activos biológicos de produção
não são produto agrícola mas, antes, de regeneração própria.
41. Os activos biológicos podem ser classificados quer como activos biológicos madu-
ros (ou adultos) ou activos biológicos imaturos (ou juvenis). Os activos biológicos maduros
(ou adultos) são os que tenham atingido as especificações de colhíeis (relativamente aos
activos biológicos consumíveis) ou sejam susceptíveis de sustentar colheitas regulares (re-
lativamente aos activos biológicos de produção).
42. O justo valor menos os gastos estimados no ponto de venda de um activo bioló-
gico pode alterar-se quer devido a alterações físicas quer devido a alterações de preços no
mercado. É útil a divulgação separada de alterações físicas e de preços, na avaliação do
desempenho do período corrente, e das perspectivas futuras, particularmente quando haja
um ciclo de produção maior do que um ano. Em tais casos, uma entidade é encorajada a
divulgar, por grupo ou de qualquer outra maneira, a quantia de alterações no justo valor
menos gastos estimados no ponto de venda incluída nos resultados líquidos devida a al-
terações físicas e a alterações de preços. Esta alteração é geralmente menos útil quando o

641
Despacho Normativo n.º 13/2008, de 29 de Dezembro

ciclo produtivo seja menor do que um ano (por exemplo, quando se criem frangos ou se
cultivem cereais).
43. A transformação biológica origina uma quantidade de tipos de alterações físicas
- crescimento, degeneração, produção e procriação - cada uma das quais é observável e
mensurável. Cada um desses tipos de alterações físicas tem um relacionamento directo com
benefícios económicos futuros. Uma alteração de justo valor de um activo biológico devido
a colheita é também uma alteração física.
Divulgações gerais (44 a 47)
44. Uma entidade deve divulgar:
(a) Uma descrição de cada grupo de activos biológicos; e
(b) As medidas ou estimativas não financeiras usadas na quantificação física de
cada um dos grupos de activos biológicos no fim do período.
45. Uma entidade deve descrever os métodos e os pressupostos significativos aplica-
dos na determinação do justo valor de cada um dos grupos do produto agrícola no ponto de
colheita e de cada um dos grupos de activos biológicos.
46. Uma entidade deve divulgar o justo valor menos os gastos estimados no ponto de venda do
produto agrícola colhido durante o período, determinado no momento de colheita.
47. Uma entidade deve divulgar:
(a) A existência e quantias escrituradas de activos biológicos cuja posse seja res-
trita e as quantias escrituradas de activos biológicos penhorados como garan-
tia de passivos; e
(b) A quantia de compromissos relativos ao desenvolvimento ou à aquisição de
activos biológicos; e
(c) As estratégias de gestão de riscos financeiros relacionados com a actividade
agrícola.
Divulgações adicionais de activos biológicos em que o justo valor não possa ser mensu-
rado fiavelmente (48 e 49)
48.Se uma entidade mensura os activos biológicos pelo seu custo menos qualquer de-
preciação acumulada e quaisquer perdas por imparidade acumuladas (ver parágrafo 31) no
fim do período, a entidade deve divulgar em relação a tais activos biológicos:
(a) Uma descrição dos activos biológicos;
(b) Uma explicação da razão por que não podem ser fiavelmente mensurados;
(c) Se possível, o intervalo de estimativas dentro das quais seja altamente prová-
vel que caia o justo valor;

642
Despacho Normativo n.º 13/2008, de 29 de Dezembro

(d) O método de depreciação usado;


(e) As vidas úteis ou as taxas de depreciação usadas; e
(f) A quantia escriturada bruta e a depreciação acumulada (agregada com as per-
das por imparidade acumuladas) no início e no final do período.
49. Se o justo valor dos activos biológicos previamente mensurados pelo seu custo
menos qualquer depreciação acumulada e quaisquer perdas por imparidade acumuladas se
tornar fiavelmente mensurável durante o período corrente, uma entidade deve divulgar em
relação a esses activos biológicos:
(a) Uma descrição dos activos biológicos;
(b) Uma explanação da razão pela qual o justo valor se tornou fiavelmente men-
surável; e
(c) O efeito da alteração.
Subsídios do Governo (50)
50. Uma entidade deve divulgar o que se segue, relacionado com a actividade agrícola
abrangida por esta Norma:
(a) A natureza e a extensão dos subsídios do Governo reconhecidos nas demons-
trações financeiras;
(b) Condições não cumpridas e outras contingências ligadas aos subsídios do Go-
verno; e
(c) Diminuições significativas que se esperam no nível de subsídios do Governo.
Data de eficácia (51)
51. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.
ANEXO 1
Regime especial das pequenas entidades
1. Às Entidades inseridas no regime especial para pequenas entidades (REPE) não se
aplicam as alíneas b) e c) do parágrafo 47.
A Ministra Cristina Duarte

643
Despacho Normativo n.º 14/2008, de 29 de Dezembro

APROVA A NORMA DE RELATO FINANCEIRO 13 – INVENTÁRIOS – IAS 2


Despacho Normativo n.º 14/2008
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio modernizar e introduzir um Novo
Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde em subs-
tituição do Plano Nacional de Contabilidade aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de
Janeiro, com o objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas directivas inter-
nacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações introduzidas
têm em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão das entidades em Cabo Verde e
a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico do País e do
mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar a qualidade das demonstrações
financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor de credibilidade ao funciona-
mento da economia real em Cabo Verde.
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido Decreto-Lei e visando transpor
para o direito interno as Normas de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das
Normas Internacionais da Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo
International Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de Normalização Con-
tabilística foi nomeada e trabalhou-se a apresentação da documentação complementar ao
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização Contabilística e de
Relato Financeiro para Cabo Verde.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º e do número 3 do artigo 259º
da Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde através da Ministra das
Finanças e Administração Pública, o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 13 – Inventários do Sistema de Normaliza-
ção Contabilístico e Relato Financeiro e que se apresenta em anexo ao presente regulamen-
to como parte integrante.
Artigo 2º
Natureza
A Norma de Relato Financeiro 13 – Inventários é parte integrante do Sistema de Nor-
malização Contabilístico e Relato Financeiro para Cabo Verde.
Artigo 3º
Entrada em vigor
O presente Despacho Normativo entra em vigor na data da entrada em vigor do Decre-
to-Lei 5/2008, que aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Pública, 16 de Dezembro de 2008.
– A ministra Cristina Duarte.

644
Despacho Normativo n.º 14/2008, de 29 de Dezembro

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA


E DE RELATO FINANCEIRO
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 13
INVENTÁRIOS
Esta Norma de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional emitida pelo
IASB sobre inventários.
Objectivo (1)
1. O objectivo desta Norma de Relato Financeiro é o de prescrever o tratamento para
os inventários. Um aspecto primordial na contabilização dos inventários é a quantia do
custo a ser reconhecida como um activo e a ser escriturada até que os réditos relacionados
sejam reconhecidos. Esta Norma proporciona orientação prática na determinação do custo
e no seu subsequente reconhecimento como gasto, incluindo qualquer ajustamento para o
valor realizável líquido. Também proporciona orientação nas fórmulas de custeio que se-
jam usadas para atribuir custos aos inventários.
Âmbito (2 a 5)
2. Esta Norma aplica-se a todos os inventários que não sejam:
(a) Produção em curso proveniente de contratos de construção, incluindo con-
tratos de serviços directamente relacionados (ver a NRF 14 - Contratos de
Construção);
(b) Instrumentos financeiros; e
(c) Activos biológicos relacionados com a actividade agrícola e produto agrícola
na altura da colheita (ver a NRF 12 - Agricultura).
3. Esta Norma não se aplica à mensuração dos inventários detidos por:
(a) Produtores de produtos agrícolas e florestais, do produto agrícola após a co-
lheita, até ao ponto em que sejam mensurados pelo valor realizável líquido
de acordo com práticas já bem estabelecidas nesse sector. Quando tais in-
ventários sejam mensurados pelo valor realizável líquido, as alterações nesse
valor são reconhecidas nos resultados do período em que se tenha verificado a
alteração;
(b) Corretores/negociantes de mercadorias que mensurem os seus inventários
pelo justo valor menos os gastos de vender. Quando tais inventários sejam
mensurados pelo justo valor menos os gastos de vender, as alterações no justo
valor menos os gastos de vender são reconhecidas nos resultados do período
em que se tenha verificado a alteração.
4. Os inventários referidos no parágrafo 3(a) são mensurados pelo valor realizável
líquido em determinadas fases de produção. Isto ocorre, por exemplo, quando as culturas

645
Despacho Normativo n.º 14/2008, de 29 de Dezembro

agrícolas tenham sido colhidas e a venda esteja assegurada sob um contrato de futuros ou de
uma garantia governamental ou quando exista um mercado activo e haja um risco negli-
genciável de fracasso de venda. Estes inventários apenas são excluídos dos requisitos de
mensuração desta Norma.
5. Os corretores/negociantes são aqueles que compram ou vendem mercadorias para
outros ou por sua própria conta. Os inventários referidos no parágrafo 3 (b) são essencial-
mente adquiridos com a finalidade de vender no futuro próximo e de gerar lucro com base
nas variações dos preços ou na margem dos corretores/negociantes. Quando estes inven-
tários forem mensurados pelo justo valor menos os gastos de vender, eles são excluídos
apenas dos requisitos de mensuração desta Norma.

Definições (6 a 8)
6. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especifica-
dos:
Inventários (existências): são activos:
(a) Detidos para venda no decurso ordinário da actividade empresarial;
(b) No processo de produção para tal venda; ou
(c) Na forma de materiais ou consumíveis a serem aplicados no processo de pro-
dução ou na prestação de serviços.
Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado,
entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relaciona-
mento entre elas.
Valor realizável líquido: é o preço de venda estimado no decurso ordinário da activi-
dade empresarial menos os custos estimados de acabamento e os gastos estimados neces-
sários para efectuar a venda.
7. O valor realizável líquido refere-se à quantia líquida que uma entidade espera re-
alizar com a venda do inventário no decurso ordinário da actividade empresarial. O justo
valor reflecte a quantia pela qual o mesmo inventário poderia ser trocado entre comprado-
res e vendedores conhecedores e dispostos a isso. O primeiro é um valor específico de uma
entidade, ao passo que o segundo já não é. O valor realizável líquido dos inventários pode
não ser equivalente ao justo valor menos os gastos de vender.
8. Os inventários englobam bens comprados e detidos para revenda incluindo, por exem-
plo, mercadorias compradas por um retalhista e detidas para revenda ou terrenos e ou-
tras propriedades detidas para revenda. Os inventários também englobam bens acabados
produzidos, ou trabalhos em curso que estejam a ser produzidos pela entidade e incluem
materiais e consumíveis aguardando o seu uso no processo de produção. No caso de um
prestador de serviços, os inventários incluem os custos do serviço, tal como descrito no pa-

646
Despacho Normativo n.º 14/2008, de 29 de Dezembro

rágrafo 19, relativamente ao qual a entidade ainda não tenha reconhecido o referido rédito
(ver a NRF 18 - Rédito).
Mensuração de inventários (9 a 33)
9. Os inventários devem ser mensurados pelo custo ou valor realizável líquido, dos
dois o mais baixo.
Custo dos inventários (10 a 22)
10. O custo dos inventários deve incluir todos os custos de compra, custos de conver-
são e outros custos incorridos para colocar os inventários no seu local e na sua condição
actuais.
Custos de compra (11)
11. Os custos de compra de inventários incluem o preço de compra, direitos de impor-
tação e outros impostos (que não sejam os subsequentemente recuperáveis das entidades
fiscais pela entidade) e custos de transporte, manuseamento e outros custos directamente
atribuíveis à aquisição de bens acabados, de materiais e de serviços. Descontos comerciais,
abatimentos e outros itens semelhantes deduzem-se na determinação dos custos de com-
pra.
Custos de conversão (12 e 14)
12. Os custos de conversão de inventários incluem os custos directamente relaciona-
dos com as unidades de produção, tais como mão de obra directa. Também incluem uma
imputação sistemática de custos gerais de produção fixos e variáveis que sejam incorridos
ao converter matérias em bens acabados.
13. A imputação de gastos gerais de produção fixos aos custos de conversão é baseada
na capacidade normal das instalações de produção. A capacidade normal é a produção que
se espera que seja atingida em média durante uma quantidade de períodos ou de tempora-
das em circunstâncias normais, tomando em conta a perda de capacidade resultante da ma-
nutenção planeada. O nível real de produção pode ser usado se se aproximar da capacidade
normal. A quantia de custos gerais de produção fixos imputada a cada unidade de produção
não é aumentada como consequência de baixa produção ou de instalações ociosas. Os cus-
tos gerais não imputados são reconhecidos como um gasto no período em que sejam incor-
ridos. Em períodos de produção anormalmente alta, a quantia de custos gerais de produção
fixos imputados a cada unidade de produção é diminuída a fim de que os inventários não
sejam mensurados acima do custo. Os custos gerais de produção variáveis são imputados a
cada unidade de produção na base do uso/consumo real
14. Um processo de produção pode resultar na produção simultânea de mais de um
produto. Este é o caso, por exemplo, quando sejam produzidos produtos conjuntamente
ou quando haja um produto principal e um subproduto. Quando os custos de conversão de
cada produto não sejam separadamente identificáveis, eles são imputados entre os produtos

647
Despacho Normativo n.º 14/2008, de 29 de Dezembro

por um critério racional e consistente. A imputação pode ser baseada, por exemplo, no valor
relativo das vendas de cada produto, seja na fase do processo de produção quando os pro-
dutos se tornam separadamente identificáveis, seja no acabamento da produção. A maior
parte dos subprodutos, pela sua natureza, são imateriais. Quando seja este o caso, eles são
muitas vezes mensurados pelo valor realizável líquido e este valor é deduzido do custo do
produto principal. Como consequência, a quantia escriturada do produto principal não é
materialmente diferente do seu custo.
Outros custos (15 a 18)
15. Outros custos somente são incluídos nos custos dos inventários até ao ponto em
que sejam incorridos para os colocar no seu local e na sua condição actuais. Por exemplo,
pode ser apropriado incluir no custo dos inventários custos gerais que não sejam industriais
ou os custos de concepção de produtos para clientes específicos.
16. Exemplos de custos excluídos do custo dos inventários e reconhecidos como gas-
tos do período em que sejam incorridos são:
(a) Quantias anormais de materiais desperdiçados, de mão de obra ou de outros cus-
tos de produção;
(b) Custos de armazenamento, a menos que esses custos sejam necessários ao
processo de produção antes de uma nova fase de produção;
(c) Custos gerais administrativos que não contribuam para colocar os inventários
no seu local e na sua condição actuais; e
(d) Custos de vender.
17. Em circunstâncias limitadas, os custos de empréstimos obtidos são incluídos no
custo dos inventários. Estas circunstâncias estão identificadas na NRF 11 - Custos de Em-
préstimos Obtidos.
18. Uma entidade pode comprar inventários com condições de liquidação diferida.
Quando o acordo contenha efectivamente um elemento de financiamento, esse elemento,
por exemplo uma diferença entre o preço de compra para condições de crédito normais e a
quantia paga, é reconhecido como gasto de juros durante o período do financiamento.
Custos de inventários de um prestador de serviços (19)
19. Desde que os prestadores de serviços tenham inventários, estes são mensurados
pelos custos da respectiva produção. Esses custos consistem sobretudo nos custos de mão
de obra e outros custos com o pessoal directamente envolvido na prestação do serviço, in-
cluindo pessoal de supervisão, e os custos gerais atribuíveis. A mão de obra e outros custos
relacionados com as vendas e com o pessoal geral administrativo não são incluídos, mas
são reconhecidos como gastos do período em que sejam incorridos. O custo dos inventários
de um prestador de serviços não inclui as margens de lucro nem os custos gerais não atribu-
íveis que muitas vezes são incluídos nos preços cobrados pelos prestadores de serviços.

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Despacho Normativo n.º 14/2008, de 29 de Dezembro

Custo do produto agrícola colhido proveniente de activos biológicos (20)


20. Segundo a NRF 12 - Agricultura, os inventários que compreendam o produto agrí-
cola que uma entidade tenha colhido proveniente dos seus activos biológicos são mensu-
rados, no reconhecimento inicial, pelo seu justo valor menos os custos estimados no ponto
de venda na altura da colheita. Este é o custo dos inventários á data para aplicação desta
Norma.
Técnicas para a mensuração do custo (21 e 22)
21. As técnicas para a mensuração do custo de inventários, tais como o método do
custo padrão ou o método de retalho, podem ser usadas por conveniência se os resultados
se aproximarem do custo. Os custos padrão tomam em consideração os níveis normais
dos materiais e consumíveis, da mão de obra, da eficiência e da utilização da capacidade
produtiva. Estes devem ser regularmente revistos e, se necessário, devem sê-lo à luz das
condições correntes.
22. O método de retalho é muitas vezes usado no sector de retalho para mensurar in-
ventários de grande quantidade de itens que mudam rapidamente, que têm margens seme-
lhantes e para os quais não é praticável usar outros métodos de custeio. O custo do inventá-
rio é determinado pela redução do valor de venda do inventário na percentagem apropriada
da margem bruta. A percentagem usada toma em consideração o inventário que tenha sido
marcado abaixo do seu preço de venda original. É usada muitas vezes uma percentagem
média para cada departamento de retalho.
Fórmulas de custeio (23 a 27)
23. O custo dos inventários de itens que não sejam geralmente intermutáveis e de bens
ou serviços produzidos e segregados para projectos específicos deve ser atribuído pelo uso
da identificação específica dos seus custos individuais.
24. A identificação específica do custo significa que são atribuídos custos específicos
a elementos identificados de inventário. Este é o tratamento apropriado para os itens que
sejam segregados para um projecto específico, independentemente de eles terem sido com-
prados ou produzidos. Porém, quando haja grandes quantidades de itens de inventário que
sejam geralmente intermutáveis, a identificação específica de custos não é apropriada. Em
tais circunstâncias, o método de selecção dos itens que permanecem nos inventários pode-
ria ser usado para obter efeitos predeterminados nos resultados.
25. O custo dos inventários, que não sejam os tratados no parágrafo 23, deve ser atri-
buído pelo uso da fórmula “primeira entrada, primeira saída” (FIFO) ou da fórmula do
custeio médio ponderado. Uma entidade deve usar a mesma fórmula de custeio para todos
os inventários que tenham uma natureza e um uso semelhantes para a entidade. Para os
inventários que tenham outra natureza ou uso, poderão justificar-se diferentes fórmulas de
custeio.

649
Despacho Normativo n.º 14/2008, de 29 de Dezembro

26. Por exemplo, os inventários usados num segmento de negócio podem ter um uso
para a entidade diferente do mesmo tipo de inventários usados num outro segmento de ne-
gócio. Porém, uma diferença na localização geográfica dos inventários (ou nas respectivas
normas fiscais), por si só, não é suficiente para justificar o uso de diferentes fórmulas de
custeio.
27. A fórmula FIFO pressupõe que os itens de inventário que foram comprados ou pro-
duzidos primeiro sejam vendidos em primeiro lugar e consequentemente os itens que per-
manecerem em inventário no fim do período sejam os itens mais recentemente comprados
ou produzidos. Pela fórmula do custo médio ponderado, o custo de cada item é determinado
a partir da média ponderada do custo de itens semelhantes no começo de um período e do
custo de itens semelhantes comprados ou produzidos durante o período. A média pode ser
determinada numa base periódica ou à medida que cada entrega adicional seja recebida, o que
depende das circunstâncias da entidade.
Valor realizável líquido (28 a 33)
28. O custo dos inventários pode não ser recuperável se esses inventários estiverem
danificados, se se tornarem total ou parcialmente obsoletos ou se os seus preços de venda
tiverem diminuído. O custo dos inventários pode também não ser recuperável se os custos
estimados de acabamento ou os custos estimados a serem incorridos para realizar a venda
tiverem aumentado. A prática de reduzir o custo dos inventários para o valor realizável lí-
quido é consistente com o ponto de vista de que os activos não devem ser escriturados por
quantias superiores àquelas que previsivelmente resultariam da sua venda ou uso.
29. Os inventários são geralmente reduzidos para o seu valor realizável líquido item a
item. Nalgumas circunstâncias, porém, pode ser apropriado agrupar unidades semelhantes
ou relacionadas. Pode ser o caso dos itens de inventário relacionados com a mesma linha
de produtos que tenham finalidades ou usos finais semelhantes, que sejam produzidos e
comercializados na mesma área geográfica e não possam ser avaliados separadamente de
outros itens dessa linha de produtos. Não é apropriado reduzir inventários com base numa
classificação de inventários como, por exemplo, bens acabados, ou em todos os inventários
de um determinado sector ou segmento geográfico. Normalmente, os prestadores de ser-
viços acumulam custos com respeito a cada serviço para o qual será cobrado um preço de
venda individual. Por isso, cada um destes serviços é tratado como um item separado.
30. As estimativas do valor realizável líquido são baseadas nas provas mais fiáveis dis-
poníveis no momento em que sejam feitas as estimativas quanto à quantia que se espera que
os inventários venham a realizar. Estas estimativas tomam em consideração as variações
nos preços ou custos directamente relacionados com acontecimentos que ocorram após o
fim do período, na medida em que tais acontecimentos confirmem condições existentes no
fim do período.
31. As estimativas do valor realizável líquido também tomam em consideração a finali-
dade pela qual é detido o inventário. Por exemplo, o valor realizável líquido da quantidade

650
Despacho Normativo n.º 14/2008, de 29 de Dezembro

de inventário detida para satisfazer contratos de vendas firmes ou de prestações de serviços


é baseado no preço do contrato. Se os contratos de venda disserem respeito a quantida-
des inferiores às quantidades de inventário detidas, o valor realizável líquido do excesso
basear-se-á em preços gerais de venda. Podem surgir provisões resultantes de contratos de
venda Esta Norma de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional emitida pelo
IASB sobre agricultura quantidades superiores às quantidades de inventários detidas ou resul-
tantes de contratos de compra firmes. Tais provisões são tratadas de acordo com a NRF 19
- Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes.
32. Os materiais e outros consumíveis detidos para o uso na produção de inventários
não serão reduzidos abaixo do custo se for previsível que os produtos acabados em que
eles serão incorporados sejam vendidos pelo custo ou acima do custo. Porém, quando uma
diminuição no preço dos materiais constitua uma indicação de que o custo dos produtos
acabados excederá o valor realizável líquido, os materiais são reduzidos para o valor reali-
zável líquido. Em tais circunstâncias, o custo de reposição dos materiais pode ser a melhor
mensuração disponível do seu valor realizável líquido.
33. Em cada período subsequente é feita uma nova avaliação do valor realizável lí-
quido. Quando as circunstâncias que anteriormente resultavam em ajustamento ao valor
dos inventários deixarem de existir ou quando houver uma clara evidência de um aumento
no valor realizável líquido devido à alteração nas circunstâncias económicas, a quantia do
ajustamento é revertida (i.e. a reversão é limitada à quantia do ajustamento original) de
modo a que a nova quantia escriturada seja o valor mais baixo do custo e do valor realizável
líquido revisto. Isto ocorre, por exemplo, quando um item de inventários que é escriturado
pelo valor realizável líquido, porque o seu preço de venda desceu, está ainda detido num
período posterior e o seu preço de venda aumentou.
Reconhecimento como gasto (34 e 35)
34. Quando os inventários forem vendidos, a quantia escriturada desses inventários
deve ser reconhecida como um gasto do período em que o respectivo rédito seja reconhe-
cido. A quantia de qualquer ajustamento dos inventários para o valor realizável líquido e
todas as perdas de inventários devem ser reconhecidas como um gasto do período em que
o ajustamento ou perda ocorra. A quantia de qualquer reversão do ajustamento de inven-
tários, proveniente de um aumento no valor realizável líquido, deve ser reconhecida como
uma redução na quantia de inventários reconhecida como um gasto no período em que a
reversão ocorra.
35. Alguns inventários podem ser imputados a outras contas do activo, como por
exemplo, inventários usados como um componente de activos fixos tangíveis de construção
própria. Os inventários imputados desta forma a um outro activo, são reconhecidos como
um gasto durante a vida útil desse activo.
Divulgação (36 a 38)

651
Despacho Normativo n.º 14/2008, de 29 de Dezembro

36. As demonstrações financeiras devem divulgar:


(a) As políticas contabilísticas adoptadas na mensuração dos inventários, incluin-
do a fórmula de custeio usada;
(b) A quantia total escriturada de inventários e a quantia escriturada em classifica-
ções apropriadas para a entidade;
(c) A quantia de inventários escriturada pelo justo valor menos os gastos de ven-
der (corretores/negociantes);
(d) A quantia de inventários reconhecida como um gasto durante o período;
(e) A quantia de qualquer ajustamento de inventários reconhecida como um gasto
do período de acordo com o parágrafo 34;
(f) A quantia de qualquer reversão de ajustamento que tenha sido reconhecida
como uma redução na quantia de inventários reconhecida como gasto do perí-
odo de acordo com o parágrafo 34;
(g) As circunstâncias ou acontecimentos que conduziram à reversão de um ajus-
tamento de inventários de acordo com o parágrafo 34; e
(h) A quantia escriturada de inventários dados como penhor de garantia a passi-
vos.
37. A informação acerca das quantias escrituradas detidas em diferentes classificações
de inventários e a extensão das alterações nesses activos é útil para os utentes das demons-
trações financeiras. As classificações comuns de inventários são: mercadorias, matérias
primas, consumíveis de produção, materiais, trabalhos em curso e bens acabados. Os in-
ventários de um prestador de serviços podem ser descritos como trabalhos em curso.
38. A quantia de inventários reconhecida como um gasto durante o período, que é muitas
vezes referida como o gasto de venda, consiste nos custos previamente incluídos na men-
suração do inventário agora vendido, nos gastos gerais de produção não imputados e nas
quantias anormais de custos de produção de inventários. As circunstâncias da entidade
também podem admitir a inclusão de outras quantias, tais como custos de distribuição.
Data de eficácia (39)
39. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.
A Ministra Cristina Duarte.

652
Despacho Normativo n.º 15/2008, de 29 de Dezembro

APROVA A NORMA DE RELATO FINANCEIRO 14 –


CONTRATOS DE CONSTRUÇÃO – IAS 11
Despacho Normativo n.º 15/2008
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio modernizar e introduzir um Novo
Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde em subs-
tituição do Plano Nacional de Contabilidade aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de
Janeiro, com o objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas directivas inter-
nacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações introduzidas
têm em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão das entidades em Cabo Verde e
a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico do País e do
mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar a qualidade das demonstrações
financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor de credibilidade ao funciona-
mento da economia real em Cabo Verde.
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido Decreto-Lei e visando transpor
para o direito interno as Normas de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das
Normas Internacionais da Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo
International Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de Normalização Con-
tabilística foi nomeada e trabalhou-se a apresentação da documentação complementar ao
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização Contabilística e de
Relato Financeiro para Cabo Verde.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º e do número 3 do artigo 259º
da Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde através da Ministra das
Finanças e Administração Pública, o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 14 – Contratos de construção do Sistema de
Normalização Contabilístico e Relato Financeiro e que se apresenta em anexo ao presente
regulamento como parte integrante.
Artigo 2º
Natureza
A Norma de Relato Financeiro 14 – Contratos de construção é parte integrante do Sis-
tema de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro para Cabo Verde
Artigo 3º
Entrada em vigor
O presente Despacho Normativo entra em vigor na data da entrada em vigor do Decre-
to-Lei 5/2008, que aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Pública, 16 de Dezembro de 2008.
A Ministra Cristina Duarte.

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Despacho Normativo n.º 15/2008, de 29 de Dezembro

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA


E DE RELATO FINANCEIRO
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 14
CONTRATOS DE CONSTRUÇÃO
Esta Norma de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional emitida pelo
IASB sobre contratos de construção
Objectivo (1)
1. O objectivo desta Norma de Relato Financeiro é o de prescrever o tratamento conta-
bilístico de réditos e custos associados a contratos de construção. Por força da natureza da
actividade subjacente aos contratos de construção, a data em que a actividade do contrato é
iniciada e a data em que a actividade é concluída caem geralmente em períodos contabilísti-
cos diferentes. Por isso, o assunto primordial na contabilização dos contratos de construção
é a imputação do rédito do contrato e dos custos do contrato aos períodos contabilísticos em
que o trabalho de construção seja executado. Esta Norma usa os critérios de reconhecimen-
to estabelecidos na Estrutura Conceptual para determinar quando os réditos do contrato e
os custos do contrato devam ser e gastos na demonstração dos resultados. Também propor-
ciona indicação prática sobre a aplicação destes critérios.
Âmbito (2)
2. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização dos contratos de construção nas
demonstrações financeiras das entidades contratadas.
Definições (3 a 6)
3. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especifica-
dos: Contrato de construção: é um contrato especificamente negociado para a construção de
um activo ou de uma combinação de activos que estejam intimamente interrelacionados ou
interdependentes em termos da sua concepção, tecnologia e função ou do seu propósito ou
uso final. Contrato de «cost plus»: é um contrato de construção em que a entidade contrata-
da é reembolsada por custos permitidos ou de outra forma definidos mais uma percentagem
destes custos ou uma remuneração fixada.
Contrato de preço fixado: é um contrato de construção em que a entidade contratada
concorda com um preço fixado ou com uma taxa fixada por unidade de «output» que, nal-
guns casos, está sujeito a cláusulas de custos escalonados.
4. Um contrato de construção pode ser negociado para a construção de um activo único
tal como uma ponte, um edifício, uma barragem, um oleoduto, uma estrada, um navio ou
um túnel. Um contrato de construção pode também tratar da construção de um número de
activos que estejam intimamente interrelacionados ou interdependentes em termos da sua
concepção, tecnologia e função ou do seu propósito ou uso final; entre os exemplos de tais
contratos incluem-se os da construção de refinarias e de outras partes complexas de fábri-
cas ou de equipamentos.

654
Despacho Normativo n.º 15/2008, de 29 de Dezembro

5. Para os fins desta Norma, os contratos de construção incluem:


(a) Contratos para a prestação de serviços que estejam directamente relacionados
com a construção do activo, por exemplo, os relativos a serviços de gestores
de projecto e arquitectos; e
(b) Contratos para a destruição ou restauração de activos e a restauração do am-
biente após a demolição de activos.
6. Os contratos de construção são formulados de várias maneiras mas, para os fins
desta Norma, são classificados como contratos de preço fixado e contratos de «cost plus».
Alguns contratos de construção podem conter características quer de um contrato de preço
fixado quer de um contrato de «cost plus» com um preço máximo acordado. Em tais cir-
cunstâncias, uma entidade contratada necessita considerar todas as condições dos parágra-
fos 23 e 24 a fim de determinar quando reconhecer réditos e gastos do contrato.
Combinação e segmentação de contratos de construção (7 a 10)
7. Os requisitos desta Norma são usualmente aplicados separadamente a cada contrato
de construção. Porém, em certas circunstâncias, é necessário aplicar a Norma a componen-
tes separadamente identificáveis de um único contrato ou conjuntamente a um grupo de
contratos afim de reflectir a substância de um contrato ou de um grupo de contratos.
8. Quando um contrato cobrir vários activos, a construção de cada activo deve ser tra-
tada como um contrato de construção separado quando:
(a) Propostas separadas tenham sido submetidas para cada activo;
(b) Cada activo tenha sido sujeito a negociação separada e a entidade contratada e
o cliente tenham estado em condições de aceitar ou rejeitar a parte do contrato
relacionada com cada activo; e
(c) Os custos e réditos de cada activo possam ser identificados.
9. Um grupo de contratos, quer com um único cliente ou com vários clientes, deve ser
tratado como um contrato de construção único quando:
(a) O grupo de contratos seja negociado como um pacote único;
(b) Os contratos estejam tão intimamente interrelacionados que sejam, com efei-
to, parte de um projecto único com uma margem de lucro global; e
(c) Os contratos sejam executados simultaneamente ou numa sequência contínua.
10. Um contrato pode proporcionar a construção de um activo adicional por opção do
cliente ou pode ser alterado para incluir a construção de um activo adicional. A construção
do activo adicional deve ser tratada como um contrato de construção separado quando:
(a) O activo difira significativamente na concepção, tecnologia ou função do activo
ou activos cobertos pelo contrato original; ou
(b) O preço do activo seja negociado sem atenção ao preço original do contrato.

655
Despacho Normativo n.º 15/2008, de 29 de Dezembro

Rédito do contrato (11 a 15)


11. O rédito do contrato deve compreender:
(a) A quantia inicial de rédito acordada no contrato; e
(b) Variações no trabalho, reclamações e pagamentos de incentivos do contrato:
(i) Até ao ponto que seja provável que resultem em rédito; e
(ii) Estejam em condições de serem fiavelmente mensurados.
12. O rédito do contrato é mensurado pelo justo valor da retribuição recebida ou a
receber. A mensuração do rédito do contrato é afectada por uma variedade de incertezas
que dependem do desfecho de acontecimentos futuros. As estimativas necessitam muitas
vezes de ser revistas á medida que os acontecimentos ocorram e as incertezas se resolvam.
Por isso, a quantia do rédito do contrato pode aumentar ou diminuir de um período para o
seguinte. Por exemplo:
(a) Uma entidade contratada e um cliente podem acordar variações ou reivindi-
cações que aumentem ou diminuam o rédito do contrato num período subse-
quente àquele em que o contrato foi inicialmente acordado;
(b) A quantia de rédito acordada num contrato de preço fixado pode aumentar em
consequência de cláusulas de custo escalonadas;
(c) A quantia de rédito do contrato pode diminuir como consequência de penali-
dades provenientes de atrasos causados pela entidade contratada na conclusão
do contrato; ou
(d) Quando um contrato de preço fixado envolve um preço fixado por unidade de
«output», o rédito do contrato aumenta á medida que a quantidade de unidades
aumente.
13. Uma variação é uma instrução dada pelo cliente para uma alteração no âmbito do tra-
balho a ser executado segundo o contrato. Uma variação pode conduzir a um aumento ou a uma
diminuição no rédito do contrato. Exemplos de variações são as alterações nas especificações
ou na concepção do activo e alterações na duração do contrato. Uma variação é incluída no
rédito do contrato quando:
(a) Seja provável que o cliente aprovará a variação e a quantia de rédito prove-
niente da variação; e
(b) A quantia de rédito possa ser fiavelmente mensurada.
14. Uma reivindicação é uma quantia que a entidade contratada procura cobrar do
cliente ou de uma outra terceira parte como reembolso de custos não incluídos no preço do
contrato. Uma reivindicação pode surgir de, por exemplo, demoras causadas por clientes,
por erros nas especificações ou na concepção e de alterações discutidas nos trabalhos do

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Despacho Normativo n.º 15/2008, de 29 de Dezembro

contrato. A mensuração da quantia de rédito proveniente de reivindicações está sujeita a


um alto nível de incerteza e depende muitas vezes do desfecho das negociações. Por isso,
as reivindicações somente são incluídas no rédito do contrato quando:
(a) As negociações tenham atingido um estágio avançado de tal forma que seja
provável que o cliente aceitará a reivindicação; e
(b) A quantia que seja provável ser aceite pelo cliente possa ser fiavelmente men-
surada.
15. Os pagamentos de incentivos são quantias adicionais pagas à entidade contratada
se os níveis de desempenho especificados forem atingidos ou excedidos. Por exemplo, um
contrato pode permitir um pagamento de incentivos à entidade contratada pela conclusão
do contrato mais cedo. Os pagamentos de incentivos são incluídos no rédito do contrato
quando:
(a) O contrato esteja suficientemente adiantado que seja provável que os níveis de
execução especificados serão atingidos ou excedidos; e
(b) A quantia dos pagamentos de incentivos possa ser fiavelmente mensurada.
Custos do contrato (16 a 21)
16. Os custos do contrato devem compreender:
(a) Os custos que se relacionem directamente com o contrato específico;
(b) Os custos que sejam atribuíveis à actividade do contrato em geral e possam ser
imputados ao contrato; e
(c) Outros custos que sejam especificamente debitáveis ao cliente nos termos do
contrato.
17. Os custos que directamente se relacionem com um contrato específico incluem:
(a) Custos de mão-de-obra, incluindo supervisão;
(b) Custos de materiais usados na construção;
(c) Depreciação de activos fixos tangíveis utilizados no contrato;
(d) Custos de movimentar os activos fixos tangíveis e os materiais para e do local
do contrato;
(e) Custos de alugar instalações e equipamentos;
(f) Custos de concepção e de assistência técnica que estejam directamente rela-
cionados com o contrato:
(g) Custos estimados de rectificar e garantir os trabalhos, incluindo os custos es-
perados de garantia; e
(h) Reivindicações de terceiras partes.

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Despacho Normativo n.º 15/2008, de 29 de Dezembro

Estes custos devem ser reduzidos por qualquer rendimento inerente que não esteja
incluído no rédito do contrato, por exemplo, rendimento proveniente da venda de materiais
excedentários e da alienação de instalações e equipamentos no fim do contrato.
18. Compreendem-se nos custos que podem ser atribuíveis à actividade do contrato em
geral e que podem ser imputados a contratos específicos:
(a) Seguros;
(b) Os custos de concepção e assistência técnica que não estejam directa-
mente relacionados com um contrato específico; e
(c) Gastos gerais de construção.
Tais custos são imputados usando métodos que sejam sistemáticos e racionais e sejam
aplicados consistentemente a todos os custos que tenham características semelhantes. A
imputação é baseada no nível normal de actividade de construção. Os gastos gerais de
construção incluem custos tais como a preparação e processamento de salários do pessoal
de construção. Os custos que possam ser atribuíveis à actividade do contrato em geral e
possam ser imputados a contratos específicos também incluem os custos de empréstimos
obtidos quando a entidade contratada adopte o tratamento alternativo permitido na NRF
11-Custos de Empréstimos Obtidos.
19. Os custos que sejam especificamente debitáveis ao cliente segundo os termos do
contrato podem incluir alguns custos gerais administrativos e custos de desenvolvimento
para os quais o reembolso esteja especificado nos termos do contrato.
20. Os custos que não possam ser atribuídos à actividade do contrato ou que não lhe
possam ser imputados são excluídos dos custos de um contrato de construção. Tais custos
incluem:
(a) Custos administrativos gerais cujo reembolso não esteja especificado no
contrato;
(b) Custos de vender;
(c) Custos de pesquisa e desenvolvimento cujo reembolso não esteja espe-
cificado no contrato; e
(d) Depreciação de instalações e equipamentos ociosos que não sejam usa-
dos num contrato particular.
21. Os custos do contrato incluem os custos atribuíveis a esse contrato no período que
vai desde a data em que o mesmo é assegurado até à sua conclusão final. Porém, os cus-
tos que se relacionem directamente com um contrato e que sejam incorridos ao assegurar
o contrato são também incluídos como parte dos custos do contrato se eles puderem ser
separadamente identificados e mensurados fiavelmente e for provável que o contrato seja
obtido. Quando os custos incorridos ao assegurar o contrato forem reconhecidos como um

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Despacho Normativo n.º 15/2008, de 29 de Dezembro

gasto do período em que sejam incorridos, não são incluídos nos custos do contrato quando
o contrato for obtido num período subsequente.
Reconhecimento do rédito e dos gastos do contrato (22 a 35)
22. Quando o desfecho de um contrato de construção puder ser fiavelmente estimado,
o rédito do contrato e os custos do contrato associados ao contrato de construção devem ser
reconhecidos como rédito e gastos respectivamente com referência à fase de acabamento
da actividade do contrato à data do balanço. Uma perda esperada no contrato de construção
deve ser reconhecida imediatamente como um gasto de acordo com o parágrafo 36.
23. No caso de um contrato de preço fixado, o desfecho de um contrato de construção
pode ser fiavelmente estimado quando estiverem satisfeitas todas as condições seguintes:
(a) O rédito do contrato possa ser mensurado fiavelmente;
(b) Seja provável que os benefícios económicos associados ao contrato flui-
rão para a entidade;
(c) Tanto os custos do contrato para o acabar como a fase de acabamento do
contrato na data do balanço possam ser fiavelmente mensurados; e
(d) Os custos de contrato atribuíveis ao contrato possam ser claramente
identificados e fiavelmente mensurados de forma que os custos reais do contrato
incorridos possam ser comparados com estimativas anteriores.
24. No caso de um contrato de «cost plus», o desfecho de um contrato de construção
pode ser fiavelmente mensurado quando estiverem satisfeitas todas as condições seguin-
tes:
(a) Seja provável que os benefícios económicos associados ao contrato flui-
rão para a entidade; e
(b) Os custos do contrato atribuíveis ao contrato, quer sejam ou não reem-
bolsáveis, possam ser claramente identificados e fiavelmente mensurados.
25. O reconhecimento de rédito e de gastos com referência à fase de acabamento de
um contrato é muitas vezes referido como o método da percentagem de acabamento. Se-
gundo este método, o rédito contratual é balanceado com os gastos contratuais incorridos
ao atingir a fase de acabamento, resultando no relato de rédito, gastos e lucros que possam
ser atribuíveis à proporção de trabalho concluído. Este método proporciona informação útil
sobre a extensão de actividade e desempenho do contrato durante um período.
26. Pelo método da percentagem de acabamento, o rédito do contrato é reconhecido
como rédito na demonstração dos resultados nos períodos contabilísticos em que o traba-
lho seja executado. Os custos do contrato são geralmente reconhecidos como um gasto na
demonstração dos resultados nos períodos contabilísticos em que o trabalho com o qual se
relacionam seja executado. Porém, qualquer excesso esperado dos custos totais do contrato

659
Despacho Normativo n.º 15/2008, de 29 de Dezembro

sobre os réditos totais do contrato é reconhecido imediatamente como um gasto de acordo


com o parágrafo 36.
27. Uma entidade contratada pode ter incorrido em custos do contrato que se relacio-
nem com a actividade futura do contrato. Tais custos são reconhecidos como um activo des-
de que seja provável que sejam recuperados. Tais custos representam uma quantia devida
pelo cliente e muitas vezes são classificados como trabalho em curso do contrato.
28. O desfecho de um contrato de construção só pode ser estimado fiavelmente quando
for provável que os benefícios económicos associados ao contrato fluirão para a entidade.
Porém, quando surja uma incerteza acerca da cobrabilidade de uma quantia já incluída no
rédito do contrato, e já reconhecida na demonstração dos resultados, a quantia não cobrável
ou a quantia a respeito da qual a recuperação tenha cessado de ser provável é reconhecida
como um gasto e não como um ajustamento da quantia do rédito do contrato.
29. Uma entidade está geralmente em condições de fazer estimativas fiáveis após ter
aceite um contrato que estabeleça:
(a) Os direitos a cumprir por cada parte no que respeita ao activo a ser construído;
(b) A retribuição a ser trocada; e
(c) A forma e o prazo de liquidação.
É também normalmente necessário que a entidade tenha um sistema eficaz de orça-
mentação e de relato financeiro. A entidade passa em revista e, quando necessário, revê as
estimativas do rédito do contrato e dos custos do contrato à medida que o trabalho progride.
A necessidade de tais revisões não indica necessariamente que o desfecho do contrato não
possa ser estimado com fiabilidade
30. A fase de acabamento de um contrato pode ser determinada de várias maneiras. A
entidade usa o método que mensure com fiabilidade o trabalho executado. Dependendo da
natureza do contrato, os métodos podem incluir:
(a) A proporção em que os custos do contrato incorridos no trabalho execu-
tado até à data estejam para os custos estimados totais do contrato;
(b) Levantamentos do trabalho executado; e
(c) Conclusão de uma proporção física do trabalho contratado.
Os pagamentos progressivos e os adiantamentos recebidos dos clientes não reflectem
muitas vezes o trabalho executado.
31. Quando a fase de acabamento seja determinada com referência aos custos do con-
trato incorridos até à data, somente os custos do contrato que reflictam trabalho executado
são incluídos nos custos incorridos até à data. São exemplos de custos de contrato que são
excluídos:
(a) Custos do contrato que se relacionem com a actividade futura do contrato, tais
como custos de materiais que tenham sido entregues num local do contrato

660
Despacho Normativo n.º 15/2008, de 29 de Dezembro

ou postos de lado para uso num contrato mas não ainda instalados, usados ou
aplicados durante a execução do contrato, a menos que os materiais tenham
sido produzidos especificamente para o contrato; e
(b) Pagamentos feitos a entidades subcontratadas adiantadamente a trabalho exe-
cutado segundo o subcontrato.
32. Quando o desfecho de um contrato de construção não possa ser estimado fia-
velmente:
(a) O rédito somente deve ser reconhecido até ao ponto em que seja provável que
os custos do contrato incorridos serão recuperáveis; e
(b) Os custos do contrato devem ser reconhecidos como um gasto no período em
que sejam incorridos.
Uma perda esperada num contrato de construção deve ser reconhecida imediatamente
como um gasto de acordo com o parágrafo 36.
33. Durante as fases iniciais de um contrato dá-se muitas vezes o caso de o desfecho do con-
trato não poder ser fiavelmente estimado. Não obstante, pode ser provável que a entidade
recupere os custos incorridos do contrato. Por isso, o rédito do contrato somente é reconheci-
do até ao ponto dos custos incorridos que se espera serem recuperáveis. Se o desfecho do
contrato não puder ser fiavelmente estimado, nenhum lucro é reconhecido. Porém, mesmo
quando o desfecho do contrato não possa ser fiavelmente estimado, pode ser provável que
os custos totais do contrato excedam os réditos totais do contrato. Em tais casos, qualquer
excesso esperado dos custos totais do contrato sobre o rédito total do contrato é reconheci-
do imediatamente como um gasto de acordo com o parágrafo 36.
34. Os custos do contrato cuja recuperação não seja provável são reconhecidos ime-
diatamente como um gasto. Exemplos das circunstâncias em que a recuperabilidade dos
custos do contrato incorridos pode não ser provável e em que os custos do contrato podem
não ser reconhecidos como um gasto incluem contratos:
(a) Que não sejam inteiramente coagíveis, isto é, a sua validade esteja seriamente
em questão;
(b) Cuja conclusão esteja sujeita ao desfecho de litígio ou de legislação pendente;
(c) Relacionados com propriedades que seja provável estarem em risco de perda
ou expropriação;
(d) Em que o cliente não esteja em condições de cumprir as suas obrigações;
(e) Em que a entidade contratada seja incapaz de completar o contrato ou de cum-
prir as suas obrigações segundo o contrato.
35. Quando já não existirem as incertezas que impediram que fosse fiavelmente esti-
mado o desfecho do contrato, o rédito e os gastos associados ao contrato de construção de-
vem ser reconhecidos de acordo com o parágrafo 22 e não de acordo com o parágrafo 32.

661
Despacho Normativo n.º 15/2008, de 29 de Dezembro

Reconhecimento de perdas esperadas (36 e 37)


36. Quando for provável que os custos totais do contrato excedam o rédito total do
contrato, a perda esperada deve ser reconhecida imediatamente como um gasto.
37. A quantia de tal perda é determinada independentemente:
(a) De ter ou não começado o trabalho do contrato;
(b) Da fase de acabamento da actividade do contrato; ou
(c) Da quantia de lucros que se espere surjam noutros contratos que não sejam
tratados como um contrato de construção único de acordo com o parágrafo 9.
Alterações nas estimativas (38)
38. O método da percentagem de acabamento é aplicado numa base acumulada em cada
período contabilístico às estimativas correntes de rédito do contrato e custos do contrato.
Por isso, os efeitos de uma alteração na estimativa no rédito do contrato e nos custos do
contrato, ou os efeitos de uma alteração na estimativa do desfecho de um contrato, são con-
tabilizados como uma alteração na estimativa contabilística (ver a NRF 3 - Políticas Conta-
bilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros). As estimativas alteradas são
usadas na determinação da quantia de rédito e de gastos reconhecidos na demonstração dos
resultados no período em que a alteração seja feita e em períodos subsequentes.
Divulgação (39 a 41)
39. Uma entidade deve divulgar:
(a) A quantia do rédito do contrato reconhecida como rédito do período;
(b) Os métodos usados para determinar o rédito do contrato reconhecido no perí-
odo; e
(c) Os métodos usados para determinar a fase de acabamento dos contratos em
curso.
40. Uma entidade deve divulgar o que se segue para os contratos em curso à data do
balanço:
(a) A quantia agregada de custos incorridos e lucros reconhecidos (menos perdas
reconhecidas) até à data;
(b) A quantia de adiantamentos recebidos; e
(c) A quantia de retenções.
41. Retenções são quantias de facturas progressivas que só são pagas depois da satis-
fação das condições especificadas no contrato para o pagamento de tais quantias ou até que
os defeitos tenham sido rectificados. As facturas progressivas por autos de medição são
quantias facturadas do trabalho executado de um contrato quer tenham ou não sido pagas

662
Despacho Normativo n.º 15/2008, de 29 de Dezembro

pelo cliente. Adiantamentos são quantias recebidas pela entidade contratada antes que o
respectivo trabalho seja executado.
Data de eficácia (42)
42. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.
A Ministra Cristina Duarte.

663
Despacho Normativo n.º 16/2008, de 29 de Dezembro

RELATO FINANCEIRO 15 – CONTABILIZAÇÃO DOS SUBSÍDIOS


DO GOVERNO E DIVULGAÇÃO DE APOIOS DO GOVERNO – IAS 20
Despacho Normativo n.º 16/2008
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio modernizar e introduzir um Novo
Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde em subs-
tituição do Plano Nacional de Contabilidade aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de
Janeiro, com o objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas directivas inter-
nacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações introduzidas
têm em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão das entidades em Cabo Verde e
a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico do País e do
mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar a qualidade das demonstrações
financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor de credibilidade ao funciona-
mento da economia real em Cabo Verde.
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido Decreto-Lei e visando transpor
para o direito interno as Normas de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das
Normas Internacionais da Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo
International Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de Normalização Con-
tabilística foi nomeada e trabalhou-se a apresentação da documentação complementar ao
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização Contabilística e de
Relato Financeiro para Cabo Verde.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º e do número 3 do artigo
259º da Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde através da Ministra
das Finanças e Administração Pública, o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 15 – Contabilização dos subsídios do gover-
no e divulgação de apoios do governo do Sistema de Normalização Contabilístico e Relato
Financeiro e que se apresenta em anexo ao presente regulamento como parte integrante.
Artigo 2º
Natureza
A Norma de Relato Financeiro 15 – Contabilização dos subsídios do Governo e divul-
gação de apoios do Governo é parte integrante do Sistema de Normalização Contabilístico
e Relato Financeiro para Cabo Verde
Artigo 3º
Entrada em vigor
O presente Despacho Normativo entra em vigor na data da entrada em vigor do Decre-
to-Lei 5/2008, que aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Pública, 16 de Dezembro de 2008.
– A Ministra Cristina Duarte

664
Despacho Normativo n.º 16/2008, de 29 de Dezembro

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA


E DE RELATO FINANCEIRO
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 15
CONTABILIZAÇÃO DOS SUBSÍDIOS
DO GOVERNO E DIVULGAÇÃO
DE APOIOS DO GOVERNO
Esta Norma de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional emitida pelo
IASB sobre contabilização dos subsídios do governo e divulgação de apoios do governo
Objectivo (1)
1. O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever os
procedimentos que uma entidade deve aplicar na contabilização e divulgação de subsídios
e apoios do Governo.
Âmbito (2 e 3)
2. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização e na divulgação de subsídios do
Governo e na divulgação de outras formas de apoio do Governo.
3. Esta Norma não trata:
(a) Os problemas especiais que surgem da contabilização dos subsídios do Go-
verno em demonstrações financeiras que reflictam os efeitos das alterações de
preços ou na informação suplementar de uma natureza semelhante;
(b) O apoio do Governo que seja proporcionado a uma entidade na forma de be-
nefícios que ficam disponíveis ao determinar o rendimento colectável ou que
sejam determinados ou limitados na base de passivos por impostos sobre o
rendimento (tais como isenções temporárias do imposto sobre o rendimento,
créditos de impostos por investimentos, permissão de depreciações aceleradas
e taxas reduzidas de impostos sobre o rendimento);
(c) A participação do Governo na propriedade (capital) da entidade; e
(d) Os subsídios do Governo cobertos pela NRF 12- Agricultura.
Definições (4 a 7)
4. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especifica-
dos:
Apoio do Governo: é a acção concebida pelo Governo para proporcionar benefícios
económicos específicos a uma entidade ou a uma categoria de entidades que a eles se
propõem segundo certos critérios, O apoio do Governo, para os fins desta Norma, não
inclui os benefícios única e indirectamente proporcionados através de acções que afectem
as condições comerciais gerais, tais como o fornecimento de infra-estruturas em áreas de
desenvolvimento ou a imposição de restrições comerciais sobre concorrentes.

665
Despacho Normativo n.º 16/2008, de 29 de Dezembro

Empréstimos perdoáveis: são empréstimos em que o emprestador se compromete a


renunciar ao seu reembolso sob certas condições acordadas.
Governo: refere-se ao Governo, agências do Governo e organismos semelhantes sejam
eles locais, nacionais ou internacionais.
Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado,
entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relaciona-
mento entre elas.
Subsídios do Governo: são auxílios do Governo na forma de transferência de recursos
para uma entidade em troca do cumprimento passado ou futuro de certas condições relacio-
nadas com as actividades operacionais da entidade. Excluem as formas de apoio do Gover-
no às quais não possa razoavelmente ser-lhes dado um valor e transacções com o Governo
que não se possam distinguir das transacções comerciais normais da entidade.
Subsídios relacionados com activos: são subsídios do Governo cuja condição primor-
dial é a de que a entidade que a eles se propõe deve comprar, construir ou por qualquer
forma adquirir activos a longo prazo. Podem também estar ligadas condições subsidiárias
restringindo o tipo ou a localização dos activos ou dos períodos durante os quais devem ser
adquiridos ou detidos.
Subsídios relacionados com rendimentos: são subsídios do Governo que não sejam os
que estão relacionados com activos.
5. O apoio do Governo assume muitas formas variando quer na natureza da assistência
dada quer nas condições que estão geralmente ligadas a ele. O propósito dos apoios pode
ser o de encorajar uma entidade a seguir um certo rumo que ela normalmente não teria
tomado se o apoio não fosse proporcionado.
6. A aceitação de apoio do Governo por uma entidade pode ser significativa para a
preparação das demonstrações financeiras por duas razões. Primeira, porque se os recursos
tiverem sido transferidos, deve ser encontrado um método apropriado de contabilização
para a transferência. Segunda, porque é desejável dar uma indicação da extensão pela qual
a entidade beneficiou de tal apoio durante o período de relato. Isto facilita as comparações
das demonstrações financeiras da entidade com as de períodos anteriores e com as de outras
entidades.
7. Os subsídios do Governo são algumas vezes denominados por outros nomes, como
por exemplo, dotações, subvenções ou prémios.
Subsídios do Governo (8 a 26)
8. Os subsídios do Governo, incluindo subsídios não monetários pelo justo valor, só
devem ser reconhecidos após existir segurança de que:
(a) A entidade cumprirá as condições a eles associadas; e
(b) Os subsídios serão recebidos.

666
Despacho Normativo n.º 16/2008, de 29 de Dezembro

9. Um subsídio do Governo não é reconhecido, até que haja segurança razoável de que
a entidade cumprirá as condições a ele associadas, e que o subsídio será recebido. O rece-
bimento de um subsídio não proporciona ele próprio prova conclusiva de que as condições
associadas ao subsídio tenham sido ou serão cumpridas.
10. A maneira pela qual um subsídio é recebido não afecta o método contabilístico a
ser adoptado com respeito ao subsídio. Por conseguinte, um subsídio é contabilizado da
mesma maneira quer ele seja recebido em dinheiro quer como redução de um passivo para
com o Governo.
11. Um empréstimo perdoável do Governo é tratado como um subsídio do Governo
quando haja segurança razoável de que a entidade satisfará as condições de perdão do em-
préstimo.
12. Uma vez que o subsídio do Governo seja reconhecido, qualquer contingência rela-
cionada será tratada de acordo com a NRF 19 - Provisões, Passivos Contingentes e Activos
Contingentes.
13. Os subsídios do Governo devem ser reconhecidos como rendimentos durante os
períodos necessários para balanceá-los com os custos relacionados que se pretende que eles
compensem, numa base sistemática. Eles não devem ser directamente creditados ao capital
próprio.
14. É fundamental que os subsídios do Governo sejam reconhecidos na demonstração
dos resultados numa base sistemática e racional durante os períodos contabilísticos neces-
sários para balanceá-los com os custos relacionados. O reconhecimento nos rendimentos dos
subsídios do Governo na base de recebimentos não está de acordo com o princípio conta-
bilístico do acréscimo (ver NRF 1 — Apresentação de Demonstrações Financeiras) e tal só
será aceitável se não existir qualquer outra base para imputar os subsídios a períodos, que
não seja a de os imputar aos períodos em que são recebidos.
15. Na maior parte dos casos os períodos durante os quais uma entidade reconhece os
custos ou gastos relacionados com um subsídio do Governo são prontamente determiná-
veis e, por conseguinte, os subsídios associados ao reconhecimento de gastos específicos
são reconhecidos como rédito no mesmo período do gasto relacionado. Semelhantemente,
os subsídios relacionados com activos depreciáveis são geralmente reconhecidos como
rendimento durante os períodos e na proporção em que a depreciação desses activos é
reconhecida.
16. Os subsídios relacionados com activos não depreciáveis podem também requerer
o cumprimento de certas obrigações e serão então reconhecidos como rendimento durante
os períodos que suportam o custo de satisfazer as obrigações. Como exemplo, temos que
um subsídio de terrenos pode ser condicionado pela construção de um edifício no local,
podendo ser apropriado reconhecê-lo como rendimento durante a vida do edifício.

667
Despacho Normativo n.º 16/2008, de 29 de Dezembro

17. Os subsídios são algumas vezes recebidos como um pacote de ajudas financeiras ou fis-
cais a que estão associadas um certo número de condições. Em tais casos, é necessário cuidado
na identificação das condições que dão origem aos custos e gastos que determinam os períodos
durante os quais o subsídio será obtido. Pode ser apropriado imputar parte de um subsídio
numa determinada base e parte numa outra.
18. Um subsídio do Governo que se torne recebível como compensação por gastos ou
perdas já incorridos ou para a finalidade de dar suporte financeiro imediato à entidade sem
qualquer futuro custo relacionado deve ser reconhecido como rendimento do período em
que se tornar recebível.
19. Em algumas circunstâncias, um subsídio do Governo pode ser concedido para a finalida-
de de dar suporte financeiro imediato a uma entidade e não como um incentivo para levar a
cabo dispêndios específicos. Tais subsídios podem ser limitados a uma entidade individual
e podem não estar disponíveis para toda uma classe de beneficiários. Estas circunstâncias
podem garantir o reconhecimento de um subsídio como rendimento no período em que a
entidade se qualificar para o receber, com a divulgação necessária para assegurar que o seu
efeito seja claramente compreendido.
20. Um subsídio do Governo pode tornar-se recebível por uma entidade como com-
pensação por gastos ou perdas incorridos num período anterior. Um tal subsídio é reconhe-
cido como rendimento do período em que se tornar recebível, com a divulgação necessária
para assegurar que o seu efeito seja claramente compreendido.
Subsídios do Governo não monetários (21)
21. Um subsídio do Governo pode tomar a forma de transferência de um activo não
monetário, tal como terrenos ou outros recursos, para uso da entidade. Nestas circunstân-
cias é usual avaliar o justo valor do activo não monetário e contabilizar quer o subsídio quer
o activo por esse justo valor. Caso este não possa ser determinado com fiabilidade, tanto o
activo como o subsídio serão de registar por uma quantia nominal.
Apresentação de subsídios relacionados com activos (22 a 24)
22. Os subsídios do Governo relacionados com activos, incluindo os subsídios não
monetários pelo justo valor, devem ser apresentados no balanço tomando o subsídio como
rendimento diferido.
23. Deve considerar-se o subsídio como rendimento diferido, sendo reconhecido numa
base sistemática e racional durante a vida útil do activo.
24. A compra de activos e o recebimento dos subsídios relacionados pode causar mo-
vimentos importantes no fluxo de caixa de uma entidade. Por esta razão, e a fim de mostrar
o investimento bruto em activos, tais movimentos devem ser divulgados como itens sepa-
rados na demonstração de fluxos de caixa.

668
Despacho Normativo n.º 16/2008, de 29 de Dezembro

Apresentação de subsídios relacionados com rendimentos (25)


25. Os subsídios relacionados com rendimentos devem ser apresentados separadamen-
te como tal na demonstração dos resultados.
Reembolso de subsídios do Governo (26)
26. Um subsídio do Governo que se torne reembolsável deve ser contabilizado como
uma revisão de uma estimativa contabilística (ver NRF 3 - Políticas Contabilísticas, Alte-
rações nas Estimativas Contabilísticas e Erros). O reembolso de um subsídio relacionado
com rendimentos ou relacionado com activos deve ser aplicado em primeiro lugar em con-
trapartida de qualquer crédito diferido não amortizado registado com respeito ao subsídio.
Na medida em que o reembolso exceda tal crédito diferido, ou quando não exista crédito
diferido, o reembolso deve ser reconhecido imediatamente como um gasto.
Apoio do Governo (27 a 31)
27. Certas formas de apoio do Governo que não possam ter um valor razoavelmente
atribuído são excluídas da definição de apoio do Governo dada no parágrafo 4, assim como
as transacções com o Governo que não possam ser distinguidas das operações comerciais
normais da entidade.
28. São exemplos de apoio que não podem de uma maneira razoável ter valor atribuído
os conselhos técnicos e de comercialização gratuitos e a concessão de garantias. Um exem-
plo de apoio que não pode ser distinguido das operações comerciais normais da entidade
é o da política de aquisições do Governo a qual seja responsável por parte das vendas da
entidade. A existência do benefício pode ser indiscutível mas qualquer tentativa de segregar
as actividades comerciais das do apoio do Governo pode muito bem ser arbitrária.
29. O significado do benefício nos exemplos atrás pode ser tal que a divulgação da
natureza, extensão e duração do apoio seja necessária a fim de que as demonstrações finan-
ceiras não sejam enganosas.
30. Os empréstimos sem juros ou a taxas de juros baixos são uma forma de apoio do
Governo, mas o benefício não é quantificado pela imputação de juros.
31. Para efeitos da presente Norma, o apoio do Governo não inclui o fornecimento
de infra-estruturas através da melhoria da rede de transportes e de comunicações gerais
e o fornecimento de meios melhorados tais como irrigação ou rede de águas que fiquem
disponíveis numa base contínua e indeterminada para o benefício de toda uma comunidade
local.
Divulgação (32)
32. Devem ser divulgados os assuntos seguintes:
(a) A política contabilística adoptada para os subsídios do Governo, incluindo os
métodos de apresentação adoptados nas demonstrações financeiras;

669
Despacho Normativo n.º 16/2008, de 29 de Dezembro

(b) A natureza e extensão dos subsídios do Governo reconhecidos nas demonstra-


ções financeiras e indicação de outras formas de apoio do Governo de que a
entidade tenha directamente beneficiado; e
(c) Condições não satisfeitas e outras contingências ligadas ao apoio do Governo
que tenham sido reconhecidas.
Data de eficácia (33)
33. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.
A Ministra Cristina Duarte.

670
Despacho Normativo n.º 17/2008, de 29 de Dezembro

NORMA DE RELATO FINANCEIRO 16 –


INSTRUMENTOS FINANCEIROS – IAS 32, 29 – IFRS 7
Despacho Normativo n.º 17/2008
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio modernizar e introduzir um Novo
Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde em subs-
tituição do Plano Nacional de Contabilidade aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de
Janeiro, com o objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas directivas inter-
nacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações introduzidas
têm em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão das entidades em Cabo Verde e
a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico do País e do
mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar a qualidade das demonstrações
financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor de credibilidade ao funciona-
mento da economia real em Cabo Verde.
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido Decreto-Lei e visando transpor
para o direito interno as Normas de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das
Normas Internacionais da Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo
International Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de Normalização Con-
tabilística foi nomeada e trabalhou-se a apresentação da documentação complementar ao
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização Contabilística e de
Relato Financeiro para Cabo Verde.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º e do número 3 do artigo 259º
da Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde através da Ministra das
Finanças e Administração Pública, o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 16 – Instrumentos financeiros do Sistema de
Normalização Contabilístico e Relato Financeiro e que se apresenta em anexo ao presente
regulamento como parte integrante.
Artigo 2º
Natureza
A Norma de Relato Financeiro 16 – Instrumentos financeiros é parte integrante do
Sistema de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro para Cabo Verde
Artigo 3º
Entrada em vigor
O presente Despacho Normativo entra em vigor na data da entrada em vigor do Decre-
to-Lei 5/2008, que aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Pública, 16 de Dezembro de 2008.
– A Ministra, Cristina Duarte.

671
Despacho Normativo n.º 17/2008, de 29 de Dezembro

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA


E DE RELATO FINANCEIRO
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 16
INSTRUMENTOS FINANCEIROS
Esta Norma de Relato Financeiro tem por base as Normas Internacionais emitidas pelo
IASB sobre instrumentos financeiros
Objectivo (1)
1. O objectivo desta Norma é o de prescrever o tratamento contabilístico dos instru-
mentos financeiros e respectivos requisitos de apresentação e divulgação.
Âmbito (2 a 4)
2. Esta Norma deve ser aplicada no reconhecimento, mensuração e divulgação de ins-
trumentos financeiros. Uma entidade pode não aplicar esta Norma se optar por aplicar inte-
gralmente a IAS 32 — Instrumentos Financeiros: Apresentação, a IAS 39 — Instrumentos
Financeiros: Reconhecimento e Mensuração e a IFRS 7 — Instrumentos Financeiros: Di-
vulgação de Informações.
3. Esta Norma aplica-se a todos os instrumentos financeiros com excepção de:
(a) Investimentos em subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos;
(b) Direitos e obrigações no âmbito de um plano de benefícios a empregados;
(c) Direitos no âmbito de um contrato de seguro a não ser que o contrato de seguro
resulte numa perda para qualquer das partes em resultado dos termos contratu-
ais que se relacionem com:
(i) Alterações no risco segurado;
(ii) Alterações na taxa de câmbio;
(iii) entrada em incumprimento de uma das partes;
(d) Locações, a não ser que a locação resulte numa perda para o locador ou loca-
tário como resultado dos termos do contrato que se relacionem com:
(i) alterações no preço do bem locado;
(ii) Alterações na taxa de câmbio;
(iii) Entrada em incumprimento de uma das contrapartes.
4. Muitos dos contratos para comprar ou vender itens não financeiros tais como mer-
cadorias (commodity), outros inventários, propriedades ou equipamentos são excluídos
da presente norma porque não são instrumentos financeiros. Porém, alguns contratos são
substancialmente idênticos a instrumentos financeiros na medida em que (i) possam ser

672
Despacho Normativo n.º 17/2008, de 29 de Dezembro

liquidados pela entrega de instrumentos financeiros ao invés de activos não financeiros ou


(ii) contenham termos não relacionados com compra ou venda de itens não financeiros no
âmbito da actividade normal da entidade. Assim, esta norma deve ser aplicada a tais con-
tratos de compra ou venda de itens não financeiros que:
(a) Possam ser liquidados, de forma compensada, em dinheiro ou outro activo
financeiro, ou pela troca de instrumentos financeiros, como se o contrato fosse
instrumento financeiro, com excepção dos contratos que tenham sido cele-
brados com o propósito de entrega ou recepção de itens não financeiros em
conformidade com a respectiva expectativa da entidade de comprar, vender ou
utilizar o referido item;
(b) Embora excluídos do âmbito da anterior alínea, resultem numa perda para o
comprador ou vendedor na sequência dos termos do contrato que não esteja
relacionada com
(i) Alterações no preço do item não financeiro,
(ii) Alterações na taxa de câmbio ou
(iii) Entrada em incumprimento de uma das contrapartes.
Definições (5)
5. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especifica-
dos:
Activo financeiro: é qualquer activo que seja:
(a) Dinheiro;
(b) Um instrumento de capital próprio de uma outra entidade;
(c) Um direito contratual:
(i) De receber dinheiro ou outro activo financeiro de outra entidade; ou
(ii) De trocar activos financeiros ou passivos financeiros com outra entidade em
condições que sejam potencialmente favoráveis para a entidade; ou
(d) Um contrato que seja ou possa ser liquidado em instrumentos de capital pró-
prio da própria entidade e que seja:
(i) Um não derivado para o qual a entidade esteja, ou possa estar, obrigada a
receber um número variável dos instrumentos de capital próprio da própria
entidade; ou
(ii) Um derivado que seja ou possa ser liquidado de forma diferente da troca de
uma quantia fixa em dinheiro ou outro activo financeiro por um número fixo
de instrumentos de capital próprio da própria entidade. Para esta finalidade, os

673
Despacho Normativo n.º 17/2008, de 29 de Dezembro

instrumentos de capital próprio da própria entidade não incluem instrumentos


que sejam eles próprios contratos para futuro recebimento ou entrega dos ins-
trumentos de capital próprio da própria entidade.
Compromisso firme: é um acordo vinculativo para a troca de uma quantidade especifi-
cada de recursos a um preço especificado numa data ou em datas futuras especificadas.
Custo amortizado de um activo financeiro ou de um passivo financeiro: é a quantia
pela qual o activo financeiro ou o passivo financeiro é mensurado no reconhecimento ini-
cial, menos os reembolsos de capital, mais ou menos a amortização cumulativa, usando
o método do juro efectivo, de qualquer diferença entre essa quantia inicial e a quantia na
maturidade, e menos qualquer redução (directamente ou por meio do uso de uma conta de
abatimento) quanto à imparidade ou incobrabilidade.
Custos de transacção: são custos incrementais que sejam directamente atribuíveis à
aquisição, emissão ou alienação de um activo ou passivo financeiro. Um custo incremental
é aquele que não seria incorrido se a entidade não tivesse adquirido, emitido ou alienado o
instrumento financeiro.
Derivado: é um instrumento financeiro ou outro contrato com todas as três caracterís-
ticas seguintes:
(a) O seu valor altera-se em resposta à alteração numa especificada taxa de juro,
preço de instrumento financeiro, preço de mercadoria, taxa de câmbio, índice
de preços ou de taxas, notação de crédito ou índice de crédito, ou outra vari-
ável, desde que, no caso de uma variável não financeira, a variável não seja
específica de uma parte do contrato (por vezes denominada “subjacente”);
(b) Não requer qualquer investimento líquido inicial ou requer um investimento
inicial líquido inferior ao que seria exigido para outros tipos de contratos que
se esperaria que tivessem uma resposta semelhante às alterações nos factores
de mercado;
(c) É liquidado numa data futura.
Desreconhecimento: é a remoção de um activo financeiro ou de um passivo financeiro
anteriormente reconhecido no balanço de uma entidade.
Instrumento de capital próprio: é qualquer contrato que evidencie um interesse residu-
al nos activos de uma entidade após dedução de todos os seus passivos.
Instrumento de cobertura: é um derivado designado ou (apenas para a cobertura de risco
de alterações nas taxas de câmbio de moeda estrangeira) um activo financeiro não derivado
designado ou um passivo financeiro não derivado cujo justo valor ou fluxos de caixa se espera
que compense as alterações no justo valor ou fluxos de caixa de um item coberto designado.
Instrumento financeiro: é um contrato que dá origem a um activo financeiro numa entidade e
a um passivo financeiro ou instrumento de capital próprio noutra entidade.

674
Despacho Normativo n.º 17/2008, de 29 de Dezembro

Item coberto: é um activo, passivo, compromisso firme, transacção prevista altamente


provável ou investimento líquido numa unidade operacional estrangeira que. (a) expõe a
entidade ao risco de alterações no justo valor ou nos fluxos de caixa futuros; (b) foi desig-
nado como estando coberto.
Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado,
entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relaciona-
mento entre elas.
Método do juro efectivo: é um método de calcular o custo amortizado de um activo
financeiro ou de um passivo financeiro (ou grupo de activos financeiros ou de passivos
financeiros) e de imputar o rendimento dos juros ou o gasto dos juros durante o período
relevante. A taxa de iuro efectiva é a taxa que desconta exactamente os pagamentos ou re-
cebimentos de caixa futuros estimados durante a vida esperada do instrumento financeiro
ou, quando apropriado, um período mais curto na quantia escriturada líquida do activo
financeiro ou do passivo financeiro.
Passivo financeiro: é qualquer passivo que seja:
(a) Uma obrigação contratual:
(i) De entregar dinheiro ou outro activo financeiro a uma outra entidade; ou
(ii) De trocar activos financeiros ou passivos financeiros com outra entidade em
condições que sejam potencialmente desfavoráveis para a entidade; ou
(b) Um contrato que seja ou possa ser liquidado em instrumentos de capital pró-
prio da própria entidade e que seja:
(i) Um não derivado para o qual a entidade esteja ou possa estar obrigada a
entregar um número variável de instrumentos de capital próprio da pró-
pria entidade; ou
(ii) Um derivado que seja ou possa ser liquidado de forma diferente da troca
de uma quantia fixa em dinheiro ou outro activo financeiro por um nú-
mero fixo dos instrumentos de capital próprio da própria entidade. Para
esta finalidade, os instrumentos de capital próprio da própria entidade
não incluem instrumentos que sejam eles próprios contratos para futuro
recebimento ou entrega dos instrumentos de capital próprio da própria
entidade.
Transacção prevista: é uma transacção futura não comprometida mas antecipada.
Reconhecimento (6 a 10)
6. Uma entidade deve reconhecer um activo financeiro, um passivo financeiro ou um
instrumento de capital próprio apenas quando a entidade se torne uma parte das disposições
contratuais do instrumento.

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7. Uma entidade não deve incluir os custos de transacção na mensuração inicial do activo
ou passivo financeiro que seja mensurado ao justo valor com contrapartida em resultados.
8. Uma entidade deve reconhecer instrumentos de capital próprio no capital próprio
quando a entidade emite tais instrumentos e os subscritores fiquem obrigados a pagar di-
nheiro ou entregar qualquer outro recurso em troca dos referidos instrumentos de capital
próprio. Se os instrumentos de capital próprio forem emitidos antes dos recursos serem
proporcionados a entidade deve apresentar a quantia a receber como dedução ao capital
próprio e não como activo. Se os recursos ou dinheiro forem recebidos antes da emissão de
acções e a entidade não poder ser obrigada a devolver tais recursos ou dinheiro, a entidade
deve reconhecer um aumento de capital próprio até ao limite da quantia recebida.
Na medida em que as acções sejam subscritas mas nenhum dinheiro ou outro recurso
tenha sido recebido, nenhum aumento de capital próprio deverá ser reconhecido.
9. Se uma entidade adquirir ou readquirir os seus próprios instrumentos de capital
próprio, esses instrumentos (“acções próprias”) devem ser reconhecidos como dedução
ao capital próprio. A quantia a reconhecer deve ser o justo valor da retribuição paga pe-
los respectivos instrumentos de capital próprio. Uma entidade não deve reconhecer qual-
quer ganho ou perda na demonstração de resultados decorrente de qualquer compra, venda
emissão ou cancelamento de acções próprias.
10. No caso da entidade emitente ficar obrigada ou sujeita a uma obrigação de entregar
dinheiro, ou qualquer outro activo, por contrapartida de instrumentos de capital próprio
emitidos pela entidade, o valor presente da quantia a pagar deverá ser inscrito no passivo
por contrapartida de capital próprio. Caso cesse tal obrigação e não seja concretizado o re-
ferido pagamento, a entidade deverá reverter a quantia inscrita no passivo por contrapartida
de capital próprio.
Mensuração (11 a 22)
11. Nos termos da presente norma, todos os activos e passivos financeiros são mensu-
rados, em cada data de relato, quer:
(a) Ao custo ou custo amortizado menos qualquer perda por imparidade; ou
(b) Ao justo valor com as alterações de justo valor a ser reconhecidas na demonstra-
ção de resultados.
12. Uma entidade deve mensurar os seguintes instrumentos financeiros ao custo ou ao
custo amortizado menos perda por imparidade:
(a) Instrumentos que satisfaçam as condições definidas no parágrafo 13 (tais
como clientes, fornecedores, contas a receber, contas a pagar ou empréstimos
bancários) e que a entidade designe, no momento do seu reconhecimento ini-
cial, para ser mensurado ao custo amortizado (utilizando o método da taxa de
juro efectiva) menos qualquer perda por imparidade;

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Despacho Normativo n.º 17/2008, de 29 de Dezembro

(b) Contratos para conceder ou contrair empréstimos que:


(i) Não possam ser liquidados em base líquida,
(ii) Quando executados, se espera que reúnam as condições para reconheci-
mento ao custo ou ao custo amortizado menos perdas por imparidade, e
(iii) A entidade designe, no momento do reconhecimento inicial, para serem
mensurados ao custo menos perdas por imparidade;
(c) Instrumentos de capital próprio que não sejam negociados publicamente e cujo
justo valor não possa ser obtido de forma fiável, bem como contratos ligados a
tais instrumentos que, se executados, resultem na entrega de tais instrumentos,
os quais devem ser mensurados ao custo menos perdas por imparidade.
13. Um instrumento financeiro pode ser designado, nos termos do parágrafo 12(a),
para ser mensurado ao custo amortizado se satisfizer todas as seguintes condições:
(a) Seja à vista ou tenha uma maturidade definida;
(b) Os retornos para o seu detentor sejam (i) de montante fixo, (ii) de taxa de juro
fixa durante a vida do instrumento ou de taxa variável que seja um indexante
típico de mercado para operações de financiamento (como por exemplo a Eu-
ribor) ou que inclua um spread sobre esse mesmo indexante;
(c) Não contenha nenhuma cláusula contratual que possa resultar para o seu de-
tentor em perda do valor nominal e do juro acumulado (excluindo-se os casos
típicos de risco de crédito).
14. Exemplos de instrumentos que são mensurados ao custo ou ao custo amortizado:
(a) Clientes e outras contas a receber ou pagar, bem como empréstimos bancários,
uma vez que satisfazem tipicamente as condições previstas no parágrafo 13;
(b) Investimentos em obrigações não convertíveis;
(c) Um derivado (contrato ou direito a adquirir numa data futura) sobre instrumen-
tos de capital próprio cujo justo valor não possa ser mensurado fiavelmente;
(d) Contas a receber ou a pagar em moeda estrangeira, uma vez que satisfaçam
tipicamente as condições previstas no parágrafo 13. Porém, qualquer alteração
no montante a pagar ou a receber devido a alterações cambiais é reconhecida
na demonstração de resultados, excepto se a taxa de câmbio estiver garantida,
podendo utilizar-se a referida taxa de câmbio;
(e) Empréstimos a subsidiárias ou associadas que sejam exigíveis, uma vez que
satisfaçam as condições previstas no parágrafo 13;
(f) Um instrumento de dívida que seja imediatamente exigível se o emitente incum-
prir o pagamento de juro ou de amortização de dívida (tais cláusulas não vio-
lam as condições definidas no parágrafo 13).

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Despacho Normativo n.º 17/2008, de 29 de Dezembro

15. Uma entidade deve mensurar ao justo valor todos os instrumentos financeiros que
não sejam mensurados ao custo ou ao custo amortizado nos termos do parágrafo 12 com
contrapartida em resultados.
16. Exemplos de instrumentos financeiros que sejam mensurados ao justo valor atra-
vés de resultados:
(a) Investimentos em instrumentos de capital próprio com cotações divulgadas pu-
blicamente, uma vez que o parágrafo 12 (c) define a mensuração ao custo apenas
para os restantes casos;
(b) Derivados que não sejam sobre instrumentos de capital próprio que satisfaçam
o parágrafo 12 (c) ou que fixem uma taxa de câmbio de uma conta a receber
ou a pagar conforme referido no parágrafo 14 (d);
(c) Instrumentos de dívida perpétua ou obrigações convertíveis;
(d) Activos financeiros ou passivos financeiros classificados como detidos para
negociação. Um activo financeiro ou um passivo financeiro é classificado
como detido para negociação se for:
(i) Adquirido ou incorrido principalmente para a finalidade de venda ou de
recompra num prazo muito próximo;
(ii) Parte de uma carteira de instrumentos financeiros identificados que sejam
geridos em conjunto e para os quais exista evidência de terem recente-
mente proporcionado lucros reais.
17. Uma entidade não deve alterar a sua política de mensuração subsequente de um
activo ou passivo financeiro enquanto tal instrumento for detido, seja para passar a usar o
modelo do justo valor, seja para deixar de usar esse método.
18. Se deixar de estar disponível uma mensuração fiável do justo valor para um ins-
trumento de capital próprio mensurado ao justo valor, a quantia escriturada do justo valor
torna-se, à data da transição, a quantia de custo para efeitos da adopção do modelo do custo
amortizado.
19. Uma entidade deve mensurar os instrumentos de capital próprio emitidos pelo
dinheiro recebido ou pelo justo valor dos recursos recebidos ou a receber: Se o pagamento
for diferido e o valor temporal do dinheiro for significativo, a mensuração inicial deve ser o
valor presente da quantia a receber. Todos os custos associados à emissão de instrumentos
de capital próprio devem ser deduzidos à quantia inscrita no respectivo capital próprio.
20. Na emissão de instrumentos compostos, como sejam instrumentos de dívida com
opção de conversão ou obrigações com warrant ou qualquer outro instrumento que com-
bine instrumentos de capital próprio com passivos financeiros, uma entidade deve alocar a
quantia recebida entre as respectivas componentes. Para tal imputação, uma entidade deve
primeiro determinar a quantia da componente do passivo financeiro como sendo o justo va-

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Despacho Normativo n.º 17/2008, de 29 de Dezembro

lor do passivo financeiro similar que não tenha associado nenhuma componente de capital
próprio. A entidade deve imputar a quantia residual à componente de capital próprio.
21. Uma entidade não deve reverter tal imputação em qualquer período subsequente.
22. Em períodos subsequentes à emissão, uma entidade deve reconhecer sistematica-
mente qualquer diferença entre a componente de passivo e a quantia nominal a pagar, à data
da maturidade, como gastos de juro utilizando o método da taxa de juro efectiva.
Imparidade (23 a 29)
Reconhecimento (23 a 26)
23. À data de cada período de relato financeiro, uma entidade deve avaliar a impari-
dade de todos os activos financeiros que não sejam mensurados ao justo valor através de
resultados. Se existir uma evidência objectiva de imparidade, a entidade deve reconhecer
uma perda por imparidade na demonstração de resultados.
24. Evidência objectiva de que um activo financeiro ou um grupo de activos está em
imparidade inclui dados observáveis que chamem a atenção ao detentor do activo sobre os
seguintes eventos de perda:
(a) Significativa dificuldade financeira do emitente ou devedor;
(b) Quebra contratual, tal como não pagamento ou incumprimento no pagamento
do juro ou amortização da dívida;
(c) O credor, por razões económicas ou legais relacionados com a dificuldade
financeira do devedor, oferece ao devedor concessões que o credor de outro
modo não consideraria;
(d) Torne-se provável que o devedor irá entrar em falência ou qualquer outra re-
organização financeira;
(e) O desaparecimento de um mercado activo para o activo financeiro devido a
dificuldades financeiras do devedor;
(f) Informação observável indicando que existe uma diminuição na mensuração
da estimativa dos fluxos de caixa futuros de um grupo de activos financeiros
desde o seu reconhecimento inicial, embora a diminuição não possa ser ainda
identificada para um dado activo financeiros individual do grupo, tal como
sejam condições económicas nacionais, locais ou sectoriais adversas.
25. Outros factores poderão igualmente evidenciar imparidade, incluindo alterações
significativas com efeitos adversos que tenham ocorrido no ambiente tecnológico, de mer-
cado, económico ou legal em que o emitente opere.
26. Os activos financeiros que sejam individualmente significativos e todos os instru-
mentos de capital próprio devem ser avaliados individualmente para efeitos de imparidade.

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Despacho Normativo n.º 17/2008, de 29 de Dezembro

Outros activos financeiros devem ser avaliados quanto a imparidade, seja individualmente,
seja agrupados com base em similares características de risco de crédito.
Mensuração (27)
27. O montante de perda por imparidade deverá ser mensurado da seguinte forma:
(a) Para um instrumento mensurado ao custo amortizado, nos termos do parágra-
fo 12(a), a perda por imparidade é a diferença entre a quantia escriturada e o
valor presente (actual) dos fluxos de caixa estimados descontados à taxa de
juro original efectiva do activo financeiro; e
(b) Para instrumentos de capital próprio, compromissos de empréstimo e opções
mensuradas ao custo, nos termos dos parágrafos 12 (b) e 12(c), a perda por
imparidade é a diferença entre a quantia escriturada e a melhor estimativa de
justo valor do referido activo.
Reversão (28 e 29)
28. Se, num período subsequente, a quantia de perda por imparidade diminuir e tal di-
minuição possa estar objectivamente relacionada com um evento ocorrido após o reconhe-
cimento da imparidade (como por exemplo uma melhoria na notação de risco do devedor)
a entidade deve reverter a imparidade anteriormente reconhecida. A reversão não poderá
resultar numa quantia escriturada do activo financeiro que exceda aquilo que seria o custo
amortizado do referido activo, caso a perda por imparidade não tivesse sido anteriormente
reconhecida. A entidade deve reconhecer a quantia da reversão na demonstração de resul-
tados.
29. A reversão de imparidade em instrumentos de capital próprio é proibida.
Desreconhecimento de activos financeiros (30 a 32)
30. Uma entidade deve desreconhecer um activo financeiro apenas quando:
(a) Os direitos contratuais aos fluxos de caixa resultantes do activo financeiro
expiram; ou
(b) A entidade transfere para outra parte todos os riscos significativos e benefícios
relacionados com o activo financeiro; ou
(c) A entidade, apesar de reter alguns riscos significativos e benefícios relaciona-
dos com o activo financeiro, tenha transferido o controlo do activo para uma
outra parte e esta tenha a capacidade prática de vender o activo na sua totali-
dade a uma terceira parte não relacionada e a possibilidade de exercício dessa
capacidade unilateralmente sem necessidade de impor restrições adicionais à
transferência. Se tal for o caso a entidade deve:
(i) Desreconhecer o activo; e
(ii) Reconhecer separadamente qualquer direito e obrigação criada ou retida na
transferência;

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Despacho Normativo n.º 17/2008, de 29 de Dezembro

31. A quantia escriturada do activo transferido deverá ser alocada entre os direitos e
obrigações retidos e aqueles que foram transferidos, tendo por base os seus relativos justos
valores à data da transferência. Os direitos e obrigações criados de novo devem ser mensu-
rados ao justo valor àquela data. Qualquer diferença entre a retribuição recebida e o mon-
tante reconhecido e desreconhecido nos termos do presente parágrafo deverá ser incluída
na demonstração de resultados do período da transferência.
32. Se a transferência não resultar num desreconhecimento, uma vez que a entidade
reteve significativamente os riscos e benefícios de posse do activo transferido, a entidade
deve continuar a reconhecer o activo transferido de forma integral e deverá reconhecer um
passivo financeiro pela retribuição recebida. Nos períodos subsequentes, a entidade deve
reconhecer qualquer rendimento no activo transferido e qualquer gasto incorrido no passi-
vo financeiro.
Desreconhecimento de passivos financeiros (33)
33. Uma entidade deve desreconhecer um passivo financeiro (ou parte de um passivo
financeiro) apenas quando este se extinguir, isto é, quando a obrigação estabelecida no
contrato seja liquidada, cancelada ou expirada.
Contabilização da cobertura (34 a 43)
34. Uma entidade poderá designar uma relação de cobertura entre um instrumento de
cobertura e um instrumento coberto de tal forma que se qualifique como contabilização da
cobertura. Se os critérios estabelecidos forem cumpridos, a contabilização da cobertura
permite que o ganho ou perda no instrumento de cobertura e no instrumento coberto seja
reconhecido na demonstração de resultados simultaneamente.
35. Para a qualificação da contabilização da cobertura, estabelecida na presente norma,
uma entidade deve cumprir com todas as seguintes condições:
(a) Designe e documente a relação de cobertura de tal forma que o risco coberto,
o item de cobertura e o item coberto estejam claramente identificados e que o
risco do item coberto seja o risco para que esteja a ser efectuada a cobertura
com o instrumento de cobertura;
(b) O risco a cobrir seja um dos riscos estabelecidos no parágrafo seguinte; e
(c) A entidade espera que as alterações no justo valor ou fluxos de caixa no item
coberto, atribuíveis ao risco que estava a ser coberto, compensará praticamente
as alterações de justo valor ou fluxos de caixa do instrumento de cobertura.
36. Esta Norma permite a contabilização da cobertura somente para:
(a) Risco de taxa de juro de um instrumento de dívida mensurado ao custo amor-
tizado;
(b) Risco de câmbio num compromisso firme ou numa transacção de elevada pro-
babilidade futura, sem prejuízo do disposto no parágrafo 14(d);

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Despacho Normativo n.º 17/2008, de 29 de Dezembro

(c) Exposição a risco de preço em mercadorias que sejam detidas ou abrangidas


por um compromisso firme ou por uma elevada probabilidade futura de tran-
sacção de compra ou de venda de mercadorias que tenham preços de mercado
determináveis; ou
(d) Exposição de risco cambial no investimento líquido de uma operação no es-
trangeiro.
Cobertura de risco de taxa de juro fixa ou de risco de preços de mercadorias para
mercadorias detidas (37 a 40)
37. Se as condições de qualificação forem satisfeitas e a cobertura de risco for para
fazer face a uma exposição a taxa de juro fixa de um instrumento de dívida mensurado ao
custo amortizado ou de risco de preço de mercadoria de uma mercadoria detida, a entidade
deve:
(a) Reconhecer o instrumento de cobertura como um activo ou passivo à data do
balanço e as alterações no justo valor na demonstração de resultados;
(b) Reconhecer a alteração no justo valor do item coberto, relacionada com o ris-
co coberto, na demonstração de resultados e como um ajustamento à quantia
escriturada do item coberto.
38. Se o risco coberto for o risco de taxa de juro fixa de um activo ou passivo mensu-
rado ao custo amortizado, a entidade deve reconhecer as liquidações periódicas, em base
líquida, no instrumento de cobertura, na demonstração de resultados do período a que as
liquidações respeitem.
39. A entidade deve descontinuar a contabilização da cobertura se:
(a) O instrumento de cobertura expirar, for vendido ou termine;
(b) A cobertura deixe de satisfazer as condições para a contabilização da cobertura;
(c) A entidade revogue a designação.
40. Se a contabilização da cobertura for descontinuada e o instrumento coberto for um
activo ou passivo mensurado ao custo amortizado que não seja desreconhecido, qualquer
ganho ou perda reconhecido como ajustamento à quantia escriturada do activo coberto
deverá ser amortizado na demonstração de resultados durante a vida remanescente do ins-
trumento coberto, utilizando o método da taxa de juro original efectiva.
Cobertura do risco de variabilidade da taxa de juro, risco cambial, risco de preço de
mercadorias no âmbito de um compromisso ou de elevada probabilidade de transacção
futura ou de investimento líquido numa operação estrangeira (41 a 43)
41. Se as condições de qualificação forem satisfeitas e a cobertura de risco respeitar à
exposição à variabilidade na taxa de juro de um instrumento de dívida mensurado ao custo
amortizado, a entidade deve:
(a) Reconhecer as alterações no justo valor do instrumento de cobertura directa-
mente em capital próprio; e

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Despacho Normativo n.º 17/2008, de 29 de Dezembro

(b) Subsequentemente, deverá reconhecer as liquidações periódicas em base lí-


quida na demonstração de resultados no período em que as liquidações em
base líquida ocorram.
42. Se as condições para a contabilização da cobertura forem cumpridas e o risco
coberto for quer a) a exposição a câmbio num compromisso firme ou elevada probabili-
dade de transacção futura; b) a exposição a risco de preço num compromisso ou elevada
probabilidade de transacção futura; ou c) o risco de câmbio no investimento líquido em
operações estrangeiras; a entidade deve reconhecer as alterações no justo valor do instru-
mento de cobertura directamente no capital próprio. A relação de cobertura termina para a
a) e b) quando a transacção coberta ocorrer e para a c) quando o investimento líquido numa
operação estrangeira for vendido.
O ganho ou perda reconhecida no capital próprio deve ser reclassificado de capital
próprio para a demonstração de resultados quando o item coberto seja reconhecido na de-
monstração de resultados.
43. A entidade deve descontinuar a contabilização da cobertura se:
(a) O instrumento de cobertura expirar, for vendido ou termine;
(b) A cobertura deixe de satisfazer as condições para a contabilização da cobertura;
(c) Na cobertura de uma transacção futura, a transacção deixe de ser altamente
provável;
(d) A entidade revogue a designação.
Se não for mais expectável que a transacção futura venha a ocorrer ou se o instrumento
de dívida coberto mensurado ao custo amortizado for desreconhecido, qualquer ganho ou
perda no instrumento de cobertura que tenha sido previamente reconhecido no capital pró-
prio deverá ser removido do capital próprio e reconhecido na demonstração de resultados.
Divulgação (44 a 59)
Divulgação de políticas contabilísticas utilizadas em instrumentos financeiros (44)
44. Uma entidade deve divulgar as bases de mensuração utilizadas para os instrumentos
financeiros e outras políticas contabilísticas utilizadas para a contabilização de instrumen-
tos financeiros que sejam relevantes para a compreensão das demonstrações financeiras.
Balanço — categorias de activos e passivos financeiros (45 a 47)
45. Uma entidade deve divulgar a quantia escriturada de cada uma das categorias de
activos financeiros e passivos financeiros, no total e para cada um dos tipos significativos
de activos e passivos financeiros de entre cada categoria, quer seja na face do balanço ou
no anexo:
(a) Activos financeiros mensurados ao justo valor por contrapartida em resul-
tados;

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Despacho Normativo n.º 17/2008, de 29 de Dezembro

(b) Activos financeiros mensurados ao custo amortizado menos imparidade;


(c) Instrumentos de capital próprio mensurados ao custo;
(d) Compromissos de empréstimo mensurados ao custo menos imparidade;
(e) Passivos financeiros mensurados ao justo valor por contrapartida em resulta-
dos;
(f) Passivos financeiros mensurados ao custo amortizado;
(g) Activos financeiros para os quais tenha sido reconhecida imparidade, devendo
ser indicada, para cada uma das classes, separadamente, (i) a quantia contabi-
lística que resulta da mensuração ao custo ou custo amortizado e (ii) a impari-
dade acumulada.
46. Para todos os activos financeiros e passivos financeiros mensurados ao justo valor,
a entidade deve divulgar as bases de determinação do justo valor, e.g. cotação de mercado,
quando ele existe, ou a técnica de avaliação. Quando se utiliza a técnica de avaliação, a
entidade deve divulgar os pressupostos aplicados na determinação do justo valor para cada
uma das classes de activos ou passivos financeiros. Por exemplo, se aplicável, a entidade
deve divulgar informação sobre os pressupostos relativos a taxas de pré-pagamento, taxas
de estimativa de perda de crédito e taxas de juro ou taxas de desconto.
47. Se uma mensuração fiável do justo valor deixar de estar disponível para um instru-
mento de capital próprio mensurado ao justo valor por contrapartida em resultados, a entidade
deve divulgar tal facto.
Desreconhecimento (48)
48. Se uma entidade tiver transferido activos financeiros para uma outra entidade numa
transacção que não se qualifique para desreconhecimento, a entidade deve divulgar, para
cada classe de tais activos financeiros:
(a) A natureza dos activos;
(b) A natureza dos riscos e benefícios de detenção a que a entidade continue ex-
posta;
(c) As quantias escrituradas dos activos e de quaisquer passivos associados que a
entidade continue a reconhecer.
Colateral (49)
49. Quando uma entidade tenha dado em garantia ou penhor activos como colateral de
passivos ou passivos contingentes, deverá divulgar:
(a) A quantia escriturada dos activos financeiros dados em garantia, em penhor ou
promessa de penhor como colateral; e
(b) Os termos e condições relativos à garantia, penhor ou promessa de penhor.

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Despacho Normativo n.º 17/2008, de 29 de Dezembro

Incumprimentos em empréstimos obtidos (50 e 51)


50. Para empréstimos contraídos reconhecidos à data do balanço, uma entidade deve
divulgar:
(a) Detalhe de qualquer incumprimento no decurso do período relativo a amorti-
zação, juro, procura de fundos ou nos termos da conversão de tais emprésti-
mos que permitam ao credor exigir o pagamento à data do balanço;
(b) A quantia escriturada de empréstimos a pagar em incumprimento à data do
balanço;
(c) Em que medida o incumprimento tenha sido sanável, ou os termos do paga-
mento tenham sido renegociados, antes das demonstrações financeiras terem
sido autorizadas para emissão.
51. Se, durante o período, tiver ocorrido incumprimento dos termos de contratos de
empréstimo além dos referidos no parágrafo anterior, a entidade deve divulgar a mesma
informação exigida no referido parágrafo se tais incumprimentos permitirem ao credor
exigir um pagamento acelerado (a não ser que os incumprimentos tenham sido sanados, ou
os termos do compromisso renegociados, até à data do balanço).
Demonstração de resultados e capital próprio — elementos de rendimentos, gastos,
ganhos e perdas (52)
52. Uma entidade deve divulgar os seguintes elementos do rendimento, gasto, ganhos
ou perdas na face das demonstrações financeiras ou no anexo:
(a) Os ganhos líquidos e as perdas líquidas reconhecidas de:
(i) Activos financeiros mensurados ao justo valor por contrapartida em resulta-
dos;
(ii) Passivos financeiros ao justo valor por contrapartida em resultados;
(iii) Activos financeiros mensurados ao custo amortizado menos imparidade; e
(iv) Passivos financeiros mensurados ao custo amortizado;
(b) Total de rendimento de juros e total de gasto de juros (calculado utilizado o
método da taxa de juro efectiva) para activos e passivos financeiros que não
sejam mensurados ao justo valor com contrapartida em resultados;
(c) A quantia de qualquer perda por imparidade reconhecida para cada uma das
classes de activos financeiros.
Contabilidade da cobertura (53 a 55)
53. Uma entidade deve divulgar o seguinte, separado por cada uma das quatro catego-
rias de cobertura definidas no parágrafo 36:
(a) A descrição da cobertura;
(b) A descrição dos instrumentos financeiros designados como instrumentos de
cobertura e os respectivos justos valores à data do balanço;

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Despacho Normativo n.º 17/2008, de 29 de Dezembro

(c) A natureza do risco que esteja a ser coberto, incluindo uma descrição do item
coberto.
54. Para cobertura de risco de taxa de juro fixa ou risco de preço de mercadorias numa
cobertura de bens detidos, a entidade deve divulgar:
(a) A quantia de alteração no justo valor do instrumento de cobertura reconhecida
na demonstração de resultados;
(b) A quantia de alteração no justo valor dos elementos cobertos reconhecida na
demonstração de resultados.
55. Para cobertura do risco de taxa de juro variável, risco de taxa de câmbio, risco
de preço de mercadorias num compromisso firme ou numa transacção futura de elevada
probabilidade, ou num investimento líquido numa operação no estrangeiro a entidade deve
divulgar:
(a) Os períodos em seja expectável que os fluxos de caixa ocorram e os períodos
em que seja expectável que afectem os resultados;
(b) A descrição de qualquer transacção futura para a qual a contabilização da co-
bertura tenha sido previamente utilizada mas que já não se espera mais que a
transacção ocorra;
(c) A quantia resultante da alteração de justo valor de instrumentos de cobertura
que tenha sido reconhecida no capital próprio durante o período;
(d) A quantia que tenha sido removida do capital próprio e reconhecida no resul-
tados do período, evidenciando a quantia incluída em cada uma das linhas da
demonstração de resultados.
Instrumentos de capital próprio (56 a 58)
56. As sociedades anónimas devem divulgar o número de acções representativas do
capital social da entidade, as respectivas categorias e o seu valor nominal.
57. As sociedades anónimas devem divulgar, para cada classe de acções, uma recon-
ciliação entre o número de acções em circulação no início e no fim do período. Em tal
reconciliação, a entidade deve identificar separadamente cada tipo de alterações verificadas
no período, incluído novas emissões, exercício de opções, direitos e warrants, conversões
de valores mobiliários convertíveis, transacções com acções próprias, fusões ou cisões e
emissões de bónus (aumentos de capital por incorporação de reservas) ou splits de acções.
58. A entidade deve divulgar as quantias de aumentos de capital realizados no período
e a dedução efectuada como custos de emissão bem como, separadamente, as quantias e
descrição de outros instrumentos de capital próprio emitidos e a respectiva quantia acumu-
lada à data do balanço.
Riscos relativos a instrumentos financeiros mensurados ao custo ou custo amorti-
zado (59)

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Despacho Normativo n.º 17/2008, de 29 de Dezembro

59. Para activos financeiros mensurados ao custo amortizado menos imparidade, a


entidade deve divulgar os termos significativos e condições que possam afectar a quantia,
o momento e segurança de fluxos de caixa futuros, incluindo risco de taxa de juro, risco de
taxa de câmbio e risco de crédito.
Data de eficácia (60)
60. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.
ANEXO 1
Regime especial das pequenas entidades
1. Às Entidades inseridas no regime especial para pequenas entidades (REPE) as
divulgações exigidas no parágrafo 45 (Balanço - categorias de activos e passivos financei-
ros) deverão ser inseridas no Anexo na parte que ultrapassar as divulgações já expressas no
modelo de Balanço-PE de acordo com a NRF 1.
2. Às Entidades inseridas no regime especial para pequenas entidades (REPE) as
divulgações exigidas no parágrafo 52 (Demonstração de resultados e capital próprio – ele-
mentos de rendimentos gastos, ganhos e perdas) deverão ser inseridas no Anexo na parte
que ultrapassar as divulgações já expressas no modelo de Balanço-PE e Demonstração dos
resultados por naturezas – PE de acordo com a NRF 1.
A Ministra Cristina Duarte.

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Despacho Normativo n.º 18/2008, de 29 de Dezembro

NORMA DE RELATO FINANCEIRO 17 – IMPARIDADE DE ACTIVOS – IAS 36


Despacho Normativo n.º 18/2008
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio modernizar e introduzir um Novo
Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde em subs-
tituição do Plano Nacional de Contabilidade aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de
Janeiro, com o objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas directivas inter-
nacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações introduzidas
têm em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão das entidades em Cabo Verde e
a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico do País e do
mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar a qualidade das demonstrações
financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor de credibilidade ao funciona-
mento da economia real em Cabo Verde.
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido Decreto-Lei e visando transpor
para o direito interno as Normas de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das
Normas Internacionais da Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo
International Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de Normalização Con-
tabilística foi nomeada e trabalhou-se a apresentação da documentação complementar ao
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização Contabilística e de
Relato Financeiro para Cabo Verde.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º e do número 3 do artigo 259º
da Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde através da Ministra das
Finanças e Administração Pública, o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 17 – Imparidade de activos do Sistema de
Normalização Contabilístico e Relato Financeiro e que se apresenta em anexo ao presente
regulamento como parte integrante.
Artigo 2º
Natureza
A Norma de Relato Financeiro 17 – Imparidade de activos é parte integrante do Siste-
ma de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro para Cabo Verde.
Artigo 3º
Entrada em vigor
O presente Despacho Normativo entra em vigor na data da entrada em vigor do Decre-
to-Lei 5/2008, que aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Pública, 16 de Dezembro de 2008.
– A Ministra Cristina Duarte.

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Despacho Normativo n.º 18/2008, de 29 de Dezembro

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA


E DE RELATO FINANCEIRO
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 17
IMPARIDADE DE ACTIVOS
Esta Norma de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional emitida pelo IASB
sobre imparidade de activos.
Objectivo (1)
1. O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever
os procedimentos que uma entidade deve aplicar para assegurar que os seus activos sejam
escriturados por não mais do que a sua quantia recuperável. Um activo é escriturado por
mais do que a sua quantia recuperável se a sua quantia escriturada exceder a quantia a ser
recuperada através do uso ou venda do activo. Se este for o caso, o activo é descrito como
estando com imparidade e a Norma exige que a entidade reconheça uma perda por impa-
ridade. A Norma também especifica as circunstâncias em que uma entidade deve reverter
uma perda por imparidade e prescreve divulgações.
Âmbito (2 e 3)
2. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização da imparidade de todos os activos,
que não sejam:
(a) Inventários (ver a NRF 13 - Inventários);
(b) Activos provenientes de contratos de construção (ver a NRF 14 - Contratos de
Construção);
(c) Activos por impostos diferidos (ver a NRF 22 - Impostos sobre o Rendimento);
(d) Activos por benefícios de empregados (ver a NRF 21 - Benefícios dos Empre-
gados);
(e) Activos financeiros que estejam no âmbito da NRF 16 - Instrumentos Finan-
ceiros;
(f) Propriedades de investimento que sejam mensuradas pelo justo valor (ver a
NRF 10 - Propriedades de Investimento);
(g) Activos biológicos relacionados com a actividade agrícola que sejam mensu-
rados pelo justo valor menos o custo estimado no ponto de venda (ver a NRF
12 - Agricultura);
(h) Activos não correntes (ou grupos para alienação) classificados como detidos
para venda de acordo com a NRF 8 - Activos não Correntes Detidos para Ven-
da e Unidades Operacionais Descontinuadas.

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Despacho Normativo n.º 18/2008, de 29 de Dezembro

3. Esta Norma aplica-se a activos que sejam escriturados pela quantia revalorizada (i.e.
justo valor) de acordo com outras Normas, tais como o modelo de revalorização da NRF 7
- Activos Fixos Tangíveis. Identificar se um activo revalorizado pode estar com imparidade
depende dos fundamentos usados para determinar o justo valor:
(a) Se o justo valor do activo for o seu valor de mercado, a única diferença entre
o justo valor do activo e o seu justo valor menos os custos de vender são os
custos directos incrementais para alienar o activo:
(i) Se os custos com a alienação forem negligenciáveis, a quantia recuperável do
activo revalorizado aproxima-se necessariamente da sua quantia revalorizada
(i.e. justo valor) ou é superior à mesma. Neste caso, após os requisitos de reva-
lorização terem sido aplicados, é improvável que o activo revalorizado esteja
com imparidade e a quantia recuperável não necessita de ser estimada;
(ii) Se os custos com a alienação não foram negligenciáveis, o justo valor menos
os custos de vender do activo revalorizado é necessariamente inferior ao seu
justo valor. Por isso, o activo revalorizado estará com imparidade se o seu va-
lor de uso for inferior à sua quantia revalorizada (i.e. justo valor). Neste caso,
após os requisitos de valorização terem sido aplicados, uma entidade aplica
esta Norma para determinar se o activo pode estar com imparidade;
(b) Se o justo valor do activo for determinado numa base que não seja o seu valor
de mercado, a sua quantia revalorizada (i.e. justo valor) pode ser superior ou
inferior à sua quantia recuperável. Deste modo, após os requisitos de revalori-
zação terem sido aplicados, uma entidade aplica esta Norma para determinar
se o activo pode estar com imparidade.
Definições (4)
4. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especifi-
cados:
Activos “corporate”: são activos excepto trespasse (goodwill) que contribuam para os
fluxos de caixa futuros de várias unidades geradoras de caixa.
Custos com a alienação: são custos incrementais directamente atribuíveis à alienação
de um activo ou unidade geradora de caixa, excluindo custos de financiamento e gastos de
impostos sobre o rendimento.
Data de acordo para uma concentração de actividades empresariais: é a data em que
um acordo substantivo entre as partes concentradas seja celebrado e, no caso de entidades
cotadas em bolsa, anunciado ao público. No caso de uma Oferta Pública de Aquisição
(OPA) hostil, a primeira data em que tiver sido atingido um acordo substantivo entre as par-
tes que se concentram é a data em que um número suficiente dos proprietários da adquirida
tenham aceite a oferta do adquirente para que este obtenha o controlo daquela.

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Despacho Normativo n.º 18/2008, de 29 de Dezembro

Depreciação (Amortização): é a imputação sistemática da quantia depreciável de um


activo durante a sua vida útil.
Justo valor menos os custos de vender: é a quantia a obter da venda de um activo ou
unidade geradora de caixa numa transacção entre partes conhecedoras e dispostas a isso,
sem qualquer relacionamento entre elas, menos os custos com a alienação.
Mercado activo: é um mercado no qual se verifiquem todas as condições seguintes:
(a) Os itens negociados no mercado são homogéneos;
(b) Podem ser encontrados em qualquer momento compradores e vendedores dis-
postos a comprar e vender; e
(c) Os preços estão disponíveis ao público.
Perda por imparidade: é o excedente da quantia escriturada de um activo, ou de uma
unidade geradora de caixa, em relação à sua quantia recuperável.
Quantia depreciável: é o custo de um activo ou outra quantia substituta do custo, menos
o seu valor residual.
Quantia escriturada: é a quantia pela qual um activo é reconhecido no Balanço, após
a dedução de qualquer depreciação/amortização acumulada e de perdas por imparidade
acumuladas inerentes.
Quantia recuperável: é a quantia mais alta de entre o justo valor de um activo ou uni-
dade geradora de caixa menos os custos de vender e o seu valor de uso.
Unidade geradora de caixa: é o mais pequeno grupo identificável de activos que seja
gerador de influxos de caixa e que seja em larga medida independente dos influxos de caixa
de outros activos ou grupo de activos.
Valor de uso: é o valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados, que se espere
surjam do uso continuado de um activo ou unidade geradora de caixa e da sua alienação no
fim da sua vida útil.
Vida útil: é
(a) O período durante o qual uma entidade espera que um activo esteja disponível
para uso; ou
(b) O número de unidades de produção ou similares que uma entidade espera
obter do activo.
Identificação de um activo que possa estar com imparidade (5 a 8)
5. Uma entidade deve avaliar em cada data de relato se há qualquer indicação de que
um activo possa estar com imparidade. Se existir qualquer indicação, a entidade deve esti-
mar a quantia recuperável do activo.

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Despacho Normativo n.º 18/2008, de 29 de Dezembro

6. Independentemente de existir ou não qualquer indicação de imparidade, uma enti-


dade deve também:
(a) Testar anualmente a imparidade de um activo intangível com uma vida útil
indefinida ou um activo intangível ainda não disponível para uso comparando
a sua quantia escriturada com a sua quantia recuperável. Este teste de impari-
dade pode ser efectuado em qualquer momento durante o período anual, desde
que seja efectuado no mesmo momento de cada ano. Activos intangíveis dife-
rentes podem ser testados quanto a imparidade em momentos diferentes. Con-
tudo, se um desses activos intangíveis for inicialmente reconhecido durante o
período anual corrente, esse activo deve ser testado quanto a imparidade antes
do final do período corrente.
(b) Testar anualmente a imparidade do trespasse (goodwill) adquirido numa con-
centração de actividades empresariais de acordo com os parágrafos 36 a 46.
7. Ao avaliar se existe qualquer indicação de que um activo possa estar com imparida-
de, uma entidade deve considerar, como mínimo, as seguintes indicações:
Fontes externas de informação
(a) Durante o período, o valor de mercado de um activo diminuiu significativa-
mente mais do que seria esperado como resultado da passagem do tempo ou
do uso normal.
(b) Ocorreram, durante o período, ou irão ocorrer no futuro próximo, alterações
significativas com um efeito adverso na entidade, relativas ao ambiente tec-
nológico, de mercado, económico ou legal em que a entidade opera ou no
mercado ao qual o activo está dedicado.
(c) As taxas de juro de mercado ou outras taxas de mercado de retorno de in-
vestimentos aumentaram durante o período, e esses aumentos provavelmente
afectarão a taxa de desconto usada no cálculo do valor de uso de um activo e
diminuirão materialmente a quantia recuperável do activo.
(d) A quantia escriturada dos activos líquidos da entidade é superior à sua capita-
lização de mercado.
Fontes internas de informação
(e) Está disponível evidência de obsolescência ou dano físico de um activo.
(f) Alterações significativas com um efeito adverso na entidade ocorreram duran-
te o período, ou espera-se que ocorram num futuro próximo, até ao ponto em
que, ou na forma em que, um activo seja usado ou se espera que seja usado.
Estas alterações incluem um activo que se tomou ocioso, planos para descon-
tinuar ou reestruturar a unidade operacional a que o activo pertence, planos

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Despacho Normativo n.º 18/2008, de 29 de Dezembro

para alienar um activo antes da data anteriormente esperada, e a reavaliação


da vida útil de um activo como finita em vez de indefinida.
(g) Existe evidência nos relatórios internos que indica que o desempenho econó-
mico de um activo é, ou será, pior do que o esperado.
8. Se houver uma indicação de que um activo possa estar com imparidade, isto pode in-
dicar que a vida útil remanescente, o método de depreciação (amortização) ou o valor resi-
dual do activo precisa de ser revisto e ajustado de acordo com a Norma aplicável ao activo,
mesmo que não seja reconhecida qualquer perda por imparidade relativa a esse activo.
Mensuração da quantia recuperável (9 a 23)
9. Esta Norma define quantia recuperável como a quantia mais alta de entre o justo
valor de um activo ou de uma unidade geradora de caixa menos os custos de vender e o seu
valor de uso.
Mensuração da quantia recuperável de um activo intangível com uma vida útil in-
definida (10)
10. O parágrafo 6 exige que um activo intangível com uma vida útil indefinida seja
anualmente testado quanto a imparidade mediante comparação da sua quantia escriturada
com a sua quantia recuperável, independentemente de existir ou não qualquer indicação
de que possa estar com imparidade. Contudo, o cálculo detalhado mais recente da quantia
recuperável de um tal activo feito num período precedente pode ser usado no teste de impa-
ridade no período corrente, desde que os seguintes critérios sejam satisfeitos:
(a) Se o activo intangível não gerar influxos de caixa resultantes do uso continua-
do que sejam em larga medida independentes dos de outros activos ou grupos
de activos e for portanto testado quanto a imparidade como parte de uma uni-
dade geradora de caixa à qual pertença, os activos e passivos que compõem
essa unidade não mudaram significativamente desde o cálculo mais recente da
quantia recuperável;
(b) O mais recente cálculo da quantia recuperável resultou numa quantia que ex-
cedeu a quantia escriturada do activo por uma margem substancial; e
(c) Com base numa análise de acontecimentos que tenham ocorrido e das circuns-
tâncias que tenham mudado desde o cálculo mais recente da quantia recuperá-
vel, é remota a probabilidade de que uma determinação da quantia recuperável
corrente seja inferior à quantia escriturada do activo.
Justo valor menos custos de vender (11)
11. A melhor evidência do justo valor menos os custos de vender de um activo é um
preço num acordo de venda vinculativo numa transacção entre partes sem qualquer relacio-
namento entre elas, ajustado para custos incrementais que seriam directamente atribuíveis
à alienação do activo.

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Despacho Normativo n.º 18/2008, de 29 de Dezembro

Valor de uso (12 a 23)


12. Os seguintes elementos devem ser reflectidos no cálculo do valor de uso de um
activo:
(a) Uma estimativa dos fluxos de caixa futuros que a entidade espera obter do
activo;
(b) Expectativas acerca das possíveis variações na quantia ou na tempestividade
desses fluxos de caixa futuros;
(c) O valor temporal do dinheiro, representado pela taxa corrente de juro sem
risco de mercado;
(d) O preço de suportar a incerteza inerente ao activo; e
(e) Outros factores, tais como a falta de liquidez, que os participantes do mercado
reflectissem no apreçamento dos fluxos de caixa futuros que a entidade espera
obter do activo.
Bases para estimativas de fluxos de caixa futuros (13)
13. Ao mensurar o valor de uso, uma entidade deve:
(a) Basear as projecções de fluxos de caixa em pressupostos razoáveis e suportá-
veis que representem a melhor estimativa da escala de condições económicas
que existirão durante a vida útil remanescente do activo. Deve ser dada maior
ponderação a evidências externas;
(b) Basear as projecções de fluxos de caixa nos orçamentos/previsões financeiros
mais recentes aprovados pela gerência, mas deve excluir quaisquer influxos
ou exfluxos de caixa futuros estimados que se espera venham a resultar de
reestruturações futuras ou de aumentos ou melhorias no desempenho do acti-
vo. As projecções baseadas nestes orçamentos/previsões devem abranger um
período máximo de cinco anos, a menos que um período mais longo possa ser
justificado.
(c) Estimar projecções de fluxos de caixa para além do período abrangido pelos
orçamentos/previsões mais recentes extrapolando as projecções baseadas nos
orçamentos/previsões pelo uso de uma taxa de crescimento estável ou decres-
cente para os anos subsequentes, a menos que uma taxa crescente possa ser
justificada.
Composição das estimativas de fluxos de caixa futuros (14 a 19)
14. As estimativas de fluxos de caixa futuros devem incluir:
(a) Projecções de influxos de caixa derivados do uso continuado do activo;
(b) Projecções de exfluxos de caixa que sejam necessariamente incorridos para
gerar os influxos de caixa derivados do uso continuado do activo (incluindo

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Despacho Normativo n.º 18/2008, de 29 de Dezembro

exfluxos de caixa para preparar o activo para uso) e possam ser directamente
atribuídos, ou imputados numa base razoável e consistente, ao activo; e
(c) Fluxos de caixa líquidos, se os houver, a receber (ou a pagar) pela alienação
do activo no fim da sua vida útil.
15. Os futuros fluxos de caixa devem ser estimados para o activo na condição corrente.
Estimativas de futuros fluxos de caixa não devem incluir futuros influxos ou exfluxos de
caixa que se esperem como resultado de:
(a) Uma reestruturação futura com a qual uma entidade ainda não esteja compro-
metida; ou
(b) Aumentos ou melhorias no desempenho do activo.
16. Quando uma entidade ficar comprometida com uma reestruturação, é provável que
alguns activos sejam afectados por essa reestruturação. Logo que a entidade esteja compro-
metida com a reestruturação:
(a) As suas estimativas de influxos e exfluxos de caixa futuros para a finalidade
de determinar o valor de uso reflectirão as poupanças de custos e outros be-
nefícios da reestruturação (baseadas nos mais recentes orçamentos/previsões
financeiros que tenham sido aprovados pelo órgão de gestão); e
(b) As suas estimativas de exfluxos de caixa futuros para a reestruturação serão
incluídas numa provisão para reestruturação de acordo com a NRF 19 - Provi-
sões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes.
17. Até que uma entidade incorra em exfluxos de caixa, que aumentem ou melhorem o
desempenho do activo, as estimativas de fluxos de caixa futuros não incluem os influxos de
caixa futuros estimados que se espera que resultem do aumento de benefícios económicos
associados ao exfluxo de caixa.
18. As estimativas de fluxos de caixa futuros não devem incluir:
(a) Influxos ou exfluxos de caixa provenientes de actividades de financiamento; ou
(b) Recebimentos ou pagamentos de impostos sobre o rendimento.
19. A estimativa de fluxos de caixa líquidos a receber (ou a pagar) pela alienação de um
activo no fim da sua vida útil deve ser a quantia que uma entidade espera obter da alienação
do activo numa transacção entre partes conhecedoras e dispostas a isso sem qualquer rela-
cionamento entre elas, após dedução dos custos estimados com a alienação.
Fluxos de caixa futuros de moeda estrangeira (20)
20. Os fluxos de caixa futuros são estimados na moeda em que serão gerados e depois
descontados usando uma taxa de desconto apropriada para essa moeda. Uma entidade trans-
põe o valor presente usando a taxa de câmbio à vista na data do cálculo do valor de uso.

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Despacho Normativo n.º 18/2008, de 29 de Dezembro

Taxa de desconto (21 a 23)


21. A(s) taxa(s) de desconto deve(m) ser a(s) taxa(s) antes de impostos que reflicta(m)
as avaliações correntes de mercado sobre:
(a) O valor temporal do dinheiro; e
(b) Os riscos específicos para o activo em relação aos quais as estimativas de flu-
xos de caixa futuros não tenham sido ajustadas.
22. Uma taxa que reflicta as avaliações correntes de mercado do valor temporal do
dinheiro e dos riscos específicos para o activo é o retorno que os investidores exigiriam se
fossem eles a escolher um investimento que gerasse fluxos de caixa de quantias, tempes-
tividade e perfil de risco equivalentes às que a entidade espera obter do activo. Esta taxa é
estimada a partir da taxa implícita nas transacções correntes de mercado para activos seme-
lhantes ou a partir do custo médio ponderado do capital de uma entidade cotada em bolsa
que tenha um único activo (ou uma carteira de activos) semelhante em termos de potencial
de serviço e de riscos para o activo em causa. Contudo, a(s) taxa(s) de desconto usada(s)
para mensurar o valor de uso de um activo não deve(m) reflectir os riscos em relação aos
quais as estimativas de fluxos de caixa futuros tenham sido ajustadas. De outro modo, o
efeito de alguns pressupostos será tido em consideração duas vezes.
23. Quando uma taxa de um activo específico não estiver directamente disponível no
mercado, uma entidade usa substitutos para estimar a taxa de desconto.
Reconhecimento e mensuração de uma perda por imparidade (24 a 28)
24. Se, e apenas se, a quantia recuperável de um activo for menor do que a sua quantia
escriturada, a quantia escriturada do activo deve ser reduzida para a sua quantia recuperá-
vel. Esta redução é uma perda por imparidade.
25. Uma perda por imparidade deve ser imediatamente reconhecida nos resultados, a
não ser que o activo seja escriturado pela quantia revalorizada de uma outra Norma (por
exemplo, de acordo com o modelo de revalorização da NRF 7 - Activos Fixos Tangíveis).
Qualquer perda por imparidade de um activo revalorizado deve ser tratada como decrésci-
mo de revalorização de acordo com essa outra Norma.
26. Quando a quantia estimada de uma perda por imparidade for maior do que a quan-
tia escriturada do activo com o qual se relaciona, uma entidade deve reconhecer um passi-
vo, se, e apenas se, tal for exigido por outra Norma.
27. Após o reconhecimento de uma perda por imparidade, o encargo com a depreciação
(amortização) do activo deve ser ajustado nos períodos futuros para imputar a quantia es-
criturada revista do activo, menos o seu valor residual (se o houver) numa base sistemática,
durante a sua vida útil remanescente.
28. Se uma perda por imparidade for reconhecida, quaisquer activos ou passivos por
impostos diferidos relacionados serão determinados de acordo com a NRF 22 - Impostos

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Despacho Normativo n.º 18/2008, de 29 de Dezembro

sobre o Rendimento, ao comparar a quantia escriturada revista do activo com a sua base
fiscal.
Unidades geradoras de caixa e trespasse (goodwill) (29 a 51)
Identificação da unidade geradora de caixa a que pertence um activo (29 a 33)
29. Se houver qualquer indicação de que um activo possa estar com imparidade, a
quantia recuperável do activo individual deve ser estimada. Se não for possível estimar a
quantia recuperável do activo individual, uma entidade deve determinar a quantia recupe-
rável da unidade geradora de caixa à qual o activo pertence.
30. A quantia recuperável de um activo individual não pode ser determinada se:
(a) O valor de uso do activo não puder ser estimado, como estando próximo do
seu justo valor menos os custos de vender (por exemplo, quando os fluxos de
caixa futuros provenientes do uso continuado do activo não puderem ser esti-
mados como sendo insignificantes); e
(b) O activo não gerar influxos de caixa que sejam em larga medida independen-
tes dos de outros activos.
Em tais casos, o valor de uso e, por isso, a quantia recuperável, só podem ser determi-
nados para a unidade geradora de caixa do activo
Exemplo:
Uma entidade mineira possui uma linha férrea privada para suportar as suas
actividades mineiras. A linha férrea privada só pode ser vendida pelo valor
da sucata e não gera influxos de caixa que sejam em larga medida independ-
entes dos influxos de caixa de outros activos da mina. Não é possível estimar
a quantia recuperável da linha férrea privada porque o seu valor de uso não
pode ser determinado e é provavelmente diferente do valor de sucata. Por isso,
a entidade estima a quantia recuperável da unidade geradora de caixa à qual a
linha férrea privada pertence, isto é, à mina como um todo.
31. Tal como definido no parágrafo 4, a unidade geradora de caixa de um activo é o
grupo mais pequeno de activos que inclui o activo e que gera influxos de caixa que sejam
em larga medida independentes dos influxos de caixa de outros activos ou grupos de acti-
vos. A identificação da unidade geradora de caixa de um activo envolve juízo de valor. Se
a quantia recuperável não puder ser determinada para um activo individual, uma entidade
identifica o menor agregado de activos que geram influxos de caixa em larga medida inde-
pendentes.
Exemplo:
Uma empresa de autocarros presta serviços sob contrato com um município
que exige serviço mínimo em cada uma das cinco carreiras separadas. Os

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Despacho Normativo n.º 18/2008, de 29 de Dezembro

activos afectos a cada carreira e os fluxos de caixa de cada carreira podem ser
identificados separadamente. Uma das carreiras opera com perdas significa-
tivas. Dado que a entidade não tem a opção de encerrar qualquer carreira de
autocarros, o nível mais baixo dos influxos de caixa identificáveis que sejam
em larga medida independentes dos influxos de caixa provenientes de outros
activos, ou grupos de activos, são os que correspondem aos influxos de caixa
gerados pelas cinco carreiras conjuntamente. A unidade geradora de caixa,
para cada carreira, é a empresa de autocarros no seu todo.
32. Se existir um mercado activo para o output produzido por um activo ou grupos de
activos, esse activo ou grupo de activos deve ser identificado como uma unidade geradora
de caixa, mesmo se uma parte ou todo o output for usado internamente. Se os influxos
de caixa gerados por qualquer activo ou unidade geradora de caixa forem afectados pelo
preço de transferência interno, uma entidade deve usar a melhor estimativa relativa ao(s)
futuro(s) preço(s) que possa(m) ser alcançado(s) em transacções em que não exista relacio-
namento entre as partes ao estimar:
(a) Os influxos de caixa futuros usados para determinar o valor de uso do activo ou
da unidade geradora de caixa; e
(b) Os exfluxos de caixa futuros usados para determinar o valor de uso de quais-
quer outros activos ou unidades geradoras de caixa que sejam afectados pelo
preço de transferência interno.
33. As unidades geradoras de caixa devem ser identificadas consistentemente de perí-
odo para período relativamente ao mesmo activo ou tipo de activos, a menos que se justi-
fique uma alteração.
Quantia recuperável e quantia escriturada de uma unidade geradora de caixa (34 a 47)
34. A quantia escriturada de uma unidade geradora de caixa deve ser determinada
numa base consistente com a forma como a quantia recuperável da unidade geradora de
caixa é determinada.
35. Pode ser necessário considerar alguns passivos reconhecidos para determinar a
quantia recuperável de uma unidade geradora de caixa. Isto pode ocorrer se a alienação de
uma unidade geradora de caixa exigir que o comprador assuma o passivo. Neste caso, o
justo valor menos os custos de vender (ou o fluxo de caixa estimado com base na última
alienação) da unidade geradora de caixa é o preço de venda estimado para os activos da uni-
dade geradora de caixa juntamente com o passivo menos os custos com a alienação. Para
executar uma comparação com sentido entre a quantia escriturada da unidade geradora de
caixa e a sua quantia recuperável, a quantia escriturada do passivo é deduzida ao determi-
nar tanto o valor de uso da unidade geradora de caixa como a sua quantia escriturada.

698
Despacho Normativo n.º 18/2008, de 29 de Dezembro

Exemplo:
Uma empresa explora uma mina num país onde a legislação exige que o pro-
prietário restaure o local quando concluir a sua exploração da mina, O custo
da restauração inclui a reposição da camada de terra que teve de ser removida
antes do começo da exploração mineira. Uma provisão para os custos de re-
posição da camada de terra foi reconhecida logo que a camada foi removida.
A quantia proporcionada foi reconhecida como parte do custo da mina e tem
sido depreciada durante a vida útil da mina. A quantia escriturada da provi-
são para os custos de restauração corresponde a 500 UM. A entidade está a
testar a imparidade da mina. A unidade geradora de caixa da mina é a mina
na sua totalidade. A entidade recebeu várias ofertas de compra da mina a um
preço aproximado de 800 UM. Este preço reflecte o facto de que o comprador
assumirá a obrigação de restaurar a camada de terra. Os custos de aliena-
ção da mina são insignificantes. O valor de uso da mina é aproximadamente
1.200 UM, excluindo os custos de restauração. A quantia escriturada da mina
é 1.000 UM. O justo valor da unidade geradora de caixa é 800 UM. Esta quan-
tia considera os custos de restauração que já foram providenciados. Como
consequência, o valor de uso da unidade geradora de caixa é determinado após
consideração dos custos de restauração e é estimado em 700 UM (1.200 UM
menos 500 UM). A quantia escriturada da unidade geradora é 500 UM, que
é a quantia escriturada da mina (1.000 UM) menos a quantia escriturada da
provisão para custos de restauração (500 UM). Portanto, a quantia recuperável
da unidade geradora de caixa excede a sua quantia escriturada.
Trespasse (goodwill) (36 a 46)
Imputação de trespasse (goodwill) a unidades geradores de caixa (36 a 39)
36. Para a finalidade de testar a imparidade, o trespasse (goodwill) adquirido numa
concentração de actividades empresariais deve, a partir da data de aquisição, ser imputado
a cada uma das unidades geradoras de caixa, ou grupo de unidades geradoras de caixa,
do adquirente, que se espera que beneficiem das sinergias da concentração de actividades
empresariais, independentemente de outros activos ou passivos da adquirida serem atribuí-
dos a essas unidades ou grupos de unidades. Cada unidade ou grupo de unidades ao qual o
trespasse (goodwill) seja assim imputado deve:
(a) Representar o nível mais baixo no seio da entidade ao qual o trespasse (goo-
dwill) é monitorizado para finalidades de gestão interna; e
(b) Não ser maior do que um segmento, baseado tanto no formato de relato pri-
mário da entidade como no formato secundário (vide IAS 14 - Relato por
Segmentos).

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Despacho Normativo n.º 18/2008, de 29 de Dezembro

37. Se a imputação inicial do trespasse (goodwill) adquirido numa concentração de ac-


tividades empresariais não puder ser concluída antes do fim do período anual em que tiver
sido efectuada a concentração de actividades empresariais, essa imputação inicial deve ser
concluída antes do fim do primeiro período anual com início após a data da aquisição.
38. Se o trespasse (goodwill) tiver sido imputado a uma unidade geradora de caixa e
a entidade alienar uma unidade operacional dessa unidade geradora de caixa, o trespasse
(goodwill) associado à unidade operacional alienada deve ser:
(a) Incluído na quantia escriturada da unidade operacional aquando da determina-
ção de ganhos ou perdas no momento da alienação; e
(b) Mensurado na base dos valores relativos de uma unidade operacional alienada
e da porção da unidade geradora de caixa retida, a não ser que a entidade pos-
sa demonstrar que algum outro método reflicta melhor o trespasse (goodwill)
associado à unidade operacional alienada.
Exemplo:
Uma entidade vende por 100 UM uma unidade operacional que fazia parte
de uma unidade geradora de caixa a que foi imputado trespasse (goodwill).
O trespasse (goodwill) imputado à unidade não pode ser identificado ou as-
sociado a um grupo de activos a um nível inferior ao dessa unidade, excepto
arbitrariamente. A quantia recuperável da porção da unidade geradora de caixa
retida é de 300 UM.
Porque o trespasse (goodwill) imputado à unidade geradora de caixa não pode
ser identificado ou associado a um grupo de activos de forma não arbitrária a
um nível inferior ao dessa unidade, o trespasse (goodwill) associado à unidade
operacional alienada é mensurado na base dos valores relativos da unidade
geradora de caixa alienada e da porção da unidade geradora de caixa retida.
Assim, 25% do trespasse (goodwill) imputado à unidade geradora de caixa é
incluído na quantia escriturada da unidade operacional que é vendida.
39. Se uma entidade reorganizar a sua estrutura de relato de forma que altera a compo-
sição de uma ou mais unidades geradoras de caixa às quais tenha sido imputado trespasse
(goodwill), o trespasse (goodwill) deve ser reimputado às unidades afectadas. Esta nova
imputação deve ser efectuada usando uma abordagem pelo valor relativo semelhante à
utilizada quando uma entidade aliena uma unidade operacional no seio de uma unidade
geradora de caixa, a não ser que a entidade possa demonstrar que outro método reflecte
melhor o trespasse (goodwill) associado às unidades reorganizadas.
Exemplo:
O trespasse (goodwill) tinha sido anteriormente imputado à unidade geradora
de caixa A. O trespasse (goodwill) imputado a A não pode ser identificado ou

700
Despacho Normativo n.º 18/2008, de 29 de Dezembro

associado a um grupo de activos inferior ao de A, excepto arbitrariamente. A vai


ser dividida e integrada em três outras unidades geradoras de caixa B, C e D.
Dado que o trespasse (goodwill) imputado a A não pode ser identificado ou as-
sociado a um grupo de activos de uma forma não arbitrária a um nível inferior
ao de A, ele é reimputado às unidades B, C e D na base dos valores relativos
das três porções de A antes de essas porções de A serem integradas em B, C
e D.
Testar a imparidade de unidades geradoras de caixa com trespasse (goodwill) (40 e 41)
40. Quando o trespasse (goodwill) se relaciona com uma unidade geradora de caixa
mas não tenha sido imputado a essa unidade, a unidade deve ser testada quanto a impari-
dade, sempre que exista uma indicação de que essa unidade possa estar com imparidade,
comparando a quantia escriturada da unidade, excluindo qualquer trespasse (goodwill),
com a sua quantia recuperável. Qualquer perda por imparidade deve ser reconhecida de
acordo com o parágrafo 48.
41. Uma unidade geradora de caixa à qual tenha sido imputado trespasse (goodwill)
deve ser testada quanto a imparidade anualmente, e sempre que exista uma indicação de
que essa unidade possa estar com imparidade, comparando a quantia escriturada da unida-
de, incluindo o trespasse (goodwill), com a quantia recuperável da unidade. Se a quantia
recuperável da unidade exceder a quantia escriturada da unidade, a unidade e o trespasse
(goodwill) imputado a essa unidade devem ser considerados como não estando com impa-
ridade. Se a quantia escriturada da unidade exceder a quantidade recuperável da unidade, a
entidade deve reconhecer a perda por imparidade de acordo com o parágrafo 48.
Interesses minoritários (42 e 43)
42. De acordo com a NRF 24 — Concentrações de Actividades Empresariais, o goo-
dwill reconhecido numa concentração de actividades empresariais representa o trespasse
(goodwill) adquirido por uma empresa mãe com base no interesse de propriedade da em-
presa mãe, em vez da quantia do trespasse (goodwill) controlada pela empresa mãe como
resultado da concentração de actividades empresariais. Assim, o trespasse (goodwill) atri-
buível a um interesse minoritário não é reconhecido nas demonstrações financeiras consoli-
dadas da empresa mãe. Em conformidade, se existir um interesse minoritário numa unidade
geradora de caixa à qual tenha sido imputado trespasse (goodwill), a quantia dessa unidade
compreende:
(a) Tanto o interesse da empresa mãe como o interesse minoritário nos activos
líquidos da unidade; e
(b) O interesse da empresa mãe no trespasse (goodwill).
Contudo, parte da quantia recuperável da unidade geradora de caixa determinada de acordo
com esta Norma é atribuível ao interesse minoritário no trespasse (goodwill).

701
Despacho Normativo n.º 18/2008, de 29 de Dezembro

43. Dado que o trespasse (goodwill) é reconhecido apenas na medida do interesse de


propriedade da empresa mãe, qualquer perda por imparidade relacionada com o trespasse
(goodwill) é repartida entre a parte atribuível à empresa mãe e a parte atribuível ao interesse
minoritário, apenas com a primeira a ser reconhecida como perda de trespasse (goodwill)
por imparidade.
Tempestividade dos testes de imparidade (44 a 46)
44. O teste de imparidade anual para uma unidade geradora de caixa a que tenha sido
imputado trespasse (goodwill) pode ser efectuado a qualquer momento durante um período
anual, desde que o teste seja efectuado no mesmo momento todos os anos. Unidades gera-
doras de caixa diferentes podem ser testadas quanto a imparidade em momentos diferentes.
Contudo, se uma parte ou todo o trespasse (goodwill) imputado a uma unidade geradora
de caixa tiver sido adquirido numa concentração de actividades empresariais durante o
período corrente anual, essa unidade deve ser testada quanto a imparidade antes do final do
período corrente anual.
45. Se os activos que constituem a unidade geradora de caixa a que tenha sido imputa-
do trespasse (goodwill) forem testados quanto a imparidade ao mesmo tempo que a unidade
que contem o trespasse (goodwill, eles devem ser testados quanto a imparidade antes da
unidade que contém o trespasse (goodwill). Do mesmo modo, se as unidades geradoras de
caixa que constituem um grupo de unidades geradoras de caixa a que tenha sido imputado
trespasse (goodwill) forem testadas quanto a imparidade ao mesmo tempo que o grupo de
unidades que contém o trespasse (goodwill), as unidades Individuais devem ser testadas
quanto a imparidade antes do grupo de unidades que contém o trespasse (goodwill).
46. O cálculo detalhado mais recente, feito num período precedente, da quantia recu-
perável de uma unidade geradora de caixa à qual tenha sido imputado trespasse (goodwill)
pode ser usado no teste de imparidade dessa unidade no corrente período, desde que os
seguintes critérios sejam satisfeitos:
(a) Os activos e passivos que compõem a unidade não foram significativamente
alterados desde o mais recente cálculo da quantia recuperável;
(b) O mais recente cálculo da quantia recuperável resultou numa quantia que ex-
cedeu a quantia escriturada da unidade numa margem substancial; e
(c) Com base numa análise dos acontecimentos que tenham ocorrido e das cir-
cunstâncias que tenham mudado desde o cálculo mais recente da quantia re-
cuperável, seja remota a probabilidade de que uma determinação corrente da
quantia recuperável seria inferior à quantia escriturada da unidade.
Activos “corporate” (47)
47. Ao testar a imparidade de uma unidade geradora de caixa, uma entidade deve iden-
tificar todos os activos «corporate» que se relacionem com a unidade geradora de caixa em
análise. Se uma parte da quantia escriturada de um «activo corporate»:
(a) Puder ser imputada numa base razoável e consistente a essa unidade, a entidade
deve comparar a quantia escriturada da unidade, incluindo a parte da quantia
702
Despacho Normativo n.º 18/2008, de 29 de Dezembro

escriturada do «activo corporate» imputada à unidade, com a sua quantidade


recuperável. Qualquer perda por imparidade deve ser reconhecida de acordo
com o parágrafo 48;
(b) Não puder ser imputada numa base razoável e consistente a essa unidade, a
entidade deve:
(i) Comparar a quantia escriturada da unidade, excluindo o activo «corpo-
rate», com a sua quantia recuperável e reconhecer qualquer perda por
imparidade de acordo com o parágrafo 48;
(ii) Identificar o mais pequeno grupo de unidades geradoras de caixa que in-
clua a unidade geradora de caixa em questão e a que uma parte da quantia
escriturada do activo «corporate» possa ser imputada numa base razoável
e consistente; e
(iii) Comparar a quantia escriturada desse grupo de unidades geradoras de
caixa, incluindo a parte da quantia escriturada do activo «corporate» im-
putada a esse grupo de unidades, com a quantia recuperável do grupo de
unidades. Qualquer perda por imparidade deve ser reconhecida de acordo
com o parágrafo 48.
Perda por imparidade de uma unidade geradora de caixa (48 a 51)
48. Uma perda por imparidade deve ser reconhecida para uma unidade geradora de
caixa (o grupo mais pequeno de unidades geradoras de caixa ao qual tenha sido imputado
trespasse (goodwill) ou um activo «corporate») se, e apenas se, a quantia recuperável da
unidade (grupo de unidades) for inferior à quantia escriturada da unidade (grupos de uni-
dades). A perda por imparidade deve ser imputada para reduzir a quantia escriturada dos
activos da unidade (grupo de unidades) pela ordem que se segue:
(a) Primeiro, para reduzir a quantia escriturada de qualquer trespasse (goodwill) impu-
tado à unidade geradora de caixa (grupo de unidades); e
(b) Depois, aos outros activos da unidade (grupos de unidades), numa base pró
rata relativamente à quantia escriturada de cada activo da unidade (grupo de
unidades). Estas reduções nas quantias escrituradas devem ser tratadas como
perdas por imparidade nos activos individuais e reconhecidas de acordo com
o parágrafo 25.
49. Ao imputar uma perda por imparidade de acordo com o parágrafo 48, uma entidade
não deve reduzir a quantia escriturada de um activo abaixo do mais alto de entre:
(a) O seu justo valor menos os custos de vender (caso seja determinável);
(b) O seu valor de uso (caso seja determinável); e
(c) Zero.

703
Despacho Normativo n.º 18/2008, de 29 de Dezembro

A quantia da perda por imparidade que de outra forma teria sido imputada ao activo
deve ser imputada numa base pró rata aos outros activos da unidade (grupo de unidades).
50. Se a quantia recuperável de um activo individual não puder ser determinada (ver
parágrafo 30):
(a) É reconhecida uma perda por imparidade do activo se a sua quantia escritura-
da for maior que o mais alto do seu justo valor menos os custos de vender e os
resultados da imputação descritos nos parágrafos 48 e 49; e
(b) Não é reconhecida qualquer perda por imparidade do activo se a unidade ge-
radora de caixa relacionada não estiver com imparidade. Isto aplica-se mesmo
se o justo valor menos os custos de vender do activo for inferior à sua quantia
escriturada.
Exemplo:
Uma máquina sofreu danos físicos mas ainda está a trabalhar, se bem que não
tão bem como antes de ficar danificada. O justo valor da máquina menos os
custos de vender é inferior à sua quantia escriturada. A máquina não gera in-
fluxos de caixa independentes, O mais pequeno grupo de activos identificável
que inclua a máquina e que crie influxos de caixa que sejam em larga medida
independentes dos influxos de caixa de outros activos é a linha de produção à
qual pertence a máquina. A quantia recuperável da linha de produção mostra
que a linha de produção tomada no seu todo não está com imparidade.
Pressuposto 1: orçamentos/previsões aprovados pelo órgão de gestão não re-
flectem qualquer compromisso da mesma para substituir a máquina:
A quantia recuperável desta máquina sozinha não pode ser estimada porque o valor de
uso da máquina:
(a) Pode diferir do seu justo valor menos os custos de vender; e
(b) Somente pode ser determinada para a unidade geradora de caixa a que a má-
quina pertence (linha de produção).
A linha de produção não está com imparidade. Portanto, não é reconhecida qualquer
perda por imparidade em relação à máquina. Contudo, a entidade pode necessitar de reava-
liar o período de depreciação ou o método de depreciação da máquina. Talvez um período
de depreciação mais curto ou um método de depreciação mais rápido seja exigido para
reflectir a vida útil remanescente esperada da máquina ou o modelo em que se espera que
os benefícios económicos sejam consumidos pela unidade.
Pressuposto 2: orçamentos/previsões aprovados pelo órgão de gestão reflectem um compro-
misso da mesma para substituir a máquina e vendê-la no futuro próximo. Estima-se que os fluxos
de caixa provenientes do uso continuado da máquina até à sua alienação sejam insignificantes.

704
Despacho Normativo n.º 18/2008, de 29 de Dezembro

O valor de uso da máquina pode ser estimado como estando próximo do seu justo valor
menos os custos de vender. Por isso, a quantia recuperável da máquina pode ser determi-
nada e não é atribuída qualquer consideração à unidade geradora de caixa a que pertence
a máquina (i.e., a linha de produção). Dado que o justo valor menos os custos de vender a
máquina é inferior à sua quantia escriturada, é reconhecida uma perda por imparidade na
máquina.
51. Após os requisitos dos parágrafos 48 e 49 terem sido aplicados, deve ser reconhe-
cido um passivo para qualquer quantia remanescente de uma perda por imparidade de uma
unidade geradora de caixa se, e apenas se, isso for exigido por outra Norma.
Reverter uma perda por imparidade (52 a 60)
52. Uma entidade deve avaliar à data de cada relato se há qualquer indicação de que
uma perda por imparidade reconhecida em períodos anteriores relativamente a um activo,
que não o trespasse (goodwill), possa já não existir ou possa ter diminuído. Se tal indicação
existir, uma entidade deve estimar a quantia recuperável desse activo.
53. Ao avaliar se existe qualquer indicação de que uma perda por imparidade reco-
nhecida em períodos anteriores relativamente a um activo, que não o trespasse (goodwill),
possa já não existir ou possa ser diminuído, uma entidade deve considerar, no mínimo, as
seguintes indicações:
Fontes externas de informação
(a) O valor de mercado do activo tenha aumentado significativamente durante o
período;
(b) Tenham ocorrido durante o período, ou irão ocorrer no futuro próximo, alte-
rações significativas com um efeito favorável na entidade, referentes ao am-
biente tecnológico, de mercado, económico ou legal em que a entidade opera
ou no mercado a que se destina o activo;
(c) As taxas de juro do mercado ou outras taxas de mercado de retorno de inves-
timentos tenham diminuído durante o período, e essas diminuições poderão
afectar a taxa de desconto usada ao calcular o valor de uso do activo e aumen-
tar materialmente a sua quantia recuperável.
Fontes internas de informação
(d) Alterações significativas com um efeito favorável na entidade ocorreram du-
rante o período, ou espera-se que ocorram num futuro próximo, até ao ponto
em que, ou na forma em que, o activo seja usado ou se espera que seja usado.
Estas alterações incluem os custos incorridos durante o período para melhorar
ou aumentar o desempenho do activo ou reestruturar a unidade operacional à
qual o activo pertence;

705
Despacho Normativo n.º 18/2008, de 29 de Dezembro

(e) Exista evidência proveniente de relatórios internos que indique que o desem-
penho económico do activo é, ou será, melhor do que o esperado.
54. Uma perda por imparidade de um activo, que não o trespasse (goodwill), reco-
nhecida em períodos anteriores deve ser revertida se, e apenas se, houver uma alteração
nas estimativas usadas para determinar a quantia recuperável do activo desde que a última
perda por imparidade foi reconhecida. Se for este o caso, a quantia escriturada do activo
deve, excepto como descrito no parágrafo 55, ser aumentada até à sua quantia recuperável.
Este aumento é uma reversão de uma perda por imparidade.
Reverter uma perda por imparidade de um activo individual (55 a 57)
55. Um aumento da quantia escriturada de um activo, que não o trespasse (goodwill),
atribuível a uma reversão de uma perda por imparidade não deve exceder a quantia escritu-
rada que teria sido determinada (líquida de amortização ou depreciação) se nenhuma perda
por imparidade tivesse sido reconhecida no activo em anos anteriores.
56. Uma reversão de uma perda por imparidade de um activo, que não o trespasse
(goodwill), deve ser reconhecida imediatamente nos resultados, a não ser que o activo
esteja escriturado pela quantia revalorizada segundo uma outra Norma (por exemplo, o
modelo de revalorização da NRF 7 - Activos Fixos Tangíveis). Qualquer reversão de uma
perda por imparidade de um activo revalorizado deve ser tratada como um acréscimo de
revalorização de acordo com essa outra Norma.
57. Após ser reconhecida uma reversão de uma perda por imparidade, o débito da
depreciação (amortização) do activo deve ser ajustado em períodos futuros para imputar a
quantia escriturada revista do activo, menos o seu valor residual (se o houver), numa base
sistemática durante a sua vida útil remanescente.
Reverter uma perda por imparidade de uma unidade geradora de caixa (58 e 59)
58. Uma reversão de uma perda por imparidade de uma unidade geradora de caixa
deve ser imputada aos activos da unidade, excepto para o trespasse (goodwill), numa base
pró rata em relação às quantias escrituradas desses activos. Estes aumentos nas quantias
escrituradas devem ser tratados como reversão de perdas por imparidade de activos indivi-
duais e reconhecidos de acordo com o parágrafo 56.
59. Ao imputar uma reversão de uma perda por imparidade de uma unidade geradora
de caixa de acordo com o parágrafo 58, a quantia escriturada de um activo não deve ser
aumentada acima do mais baixo de entre:
(a) A sua quantia recuperável (se determinável); e
(b) A quantia escriturada que teria sido determinada (líquida de amortização ou
depreciação) se nenhuma perda por imparidade tivesse reconhecida no activo
em períodos anteriores. A quantia da reversão da perda por imparidade que de
outra forma teria sido imputada ao activo deve ser imputada numa base pró
rata em relação aos outros activos da unidade (grupo de unidades), excepto
para o trespasse (goodwill).

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Despacho Normativo n.º 18/2008, de 29 de Dezembro

Reverter uma perda por imparidade de trespasse (goodwill) (60)


60. Uma perda por imparidade reconhecida para o trespasse (goodwill) não deve ser
revertida num período posterior.
Divulgação (61 a 65)
61. Uma entidade deve divulgar o seguinte para cada classe de activos:
(a) A quantia de perdas por imparidade reconhecidas nos resultados durante o pe-
ríodo e as linhas de itens da demonstração dos resultados em que essas perdas
por imparidade são incluídas;
(b) A quantia de reversões de perdas por imparidade reconhecida nos resultados
durante o período e as linhas de itens da demonstração dos resultados em que
essas perdas por imparidade são revertidas;
(c) A quantia de perdas por imparidade em activos revalorizados reconhecidas
directamente no capital próprio durante o período;
(d) A quantia de reversões de perdas por imparidade em activos revalorizados
reconhecidas directamente no capital próprio durante o período.
62. Uma entidade deve divulgar o seguinte para cada perda material por imparidade
reconhecida ou revertida durante o período para um activo individual, incluindo trespasse
(goodwill), ou para uma unidade geradora de caixa:
(a) Os acontecimentos e circunstâncias que conduziram ao reconhecimento ou
reversão de perda por imparidade;
(b) A quantia de perda por imparidade reconhecida ou revertida;
(c) A natureza do activo;
(d) Se a agregação de activos relativa à identificação da unidade geradora de cai-
xa se alterou desde a estimativa anterior da quantia recuperável (se a houver)
da unidade geradora de caixa, uma descrição da maneira corrente e anterior de
agregar activos e as razões de alterar a maneira como é identificada a unidade
geradora de caixa;
(e) Se a quantia recuperável do activo (unidade geradora de caixa) é o seu justo
valor menos os custos de vender ou o seu valor de uso;
(f) Se a quantia recuperável for o justo valor menos os custos de vender, a base
usada para determinar o justo valor menos os custos de vender (tal como, se o
justo valor foi determinado por referência a um mercado activo);
(g) Se a quantia recuperável for o valor de uso, a(s) taxa(s) de desconto usada(s)
na estimativa corrente e anterior (se houver do valor de uso.

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Despacho Normativo n.º 18/2008, de 29 de Dezembro

63. Uma entidade deve divulgar a seguinte informação para as perdas por imparidade
agregadas e as reversões agregadas de perdas por imparidade reconhecidas durante o perí-
odo para o qual nenhuma informação é divulgada de acordo com o parágrafo 62:
(a) As principais classes de activos afectadas por perdas por imparidade e as prin-
cipais classes de activos afectadas por reversões de perdas por imparidade;
(b) Os principais acontecimentos e circunstâncias que levaram ao reconhecimen-
to destas perdas por imparidade e reversões de perdas por imparidade.
64. Se, de acordo com o parágrafo 37, qualquer porção do trespasse (goodwill) ad-
quirido numa concentração de actividades empresariais durante o período não tiver sido
imputada a uma unidade geradora de caixa (grupo de unidades) à data de relato, a quantia
do trespasse (goodwill) não imputado deve ser divulgada em conjunto com as razões pelas
quais a quantia se mantém não imputada.
65. Uma entidade deve divulgar pormenorizadamente o processo subjacente às es-
timativas usadas para mensurar as quantias recuperáveis de unidades geradoras de caixa
contendo trespasse (goodwill) ou activos intangíveis com vidas úteis indefinidas.
Data de eficácia (66)
66. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.
A Ministra Cristina Duarte.

708
Despacho Normativo n.º 19/2008, de 29 de Dezembro

NORMA DE RELATO FINANCEIRO 18 – RÉDITO – IAS 18


Despacho Normativo n.º 19/2008
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio modernizar e introduzir um Novo
Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde em subs-
tituição do Plano Nacional de Contabilidade aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de
Janeiro, com o objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas directivas inter-
nacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações introduzidas
têm em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão das entidades em Cabo Verde e
a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico do País e do
mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar a qualidade das demonstrações
financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor de credibilidade ao funciona-
mento da economia real em Cabo Verde.
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido Decreto-Lei e visando transpor
para o direito interno as Normas de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das
Normas Internacionais da Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo
International Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de Normalização Con-
tabilística foi nomeada e trabalhou-se a apresentação da documentação complementar ao
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização Contabilística e de
Relato Financeiro para Cabo Verde.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º e do número 3 do artigo
259º da Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde através da Ministra
das Finanças e Administração Pública, o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 18 – Rédito do Sistema de Normalização Con-
tabilístico e Relato Financeiro e que se apresenta em anexo ao presente regulamento como
parte integrante.
Artigo 2º
Natureza
A Norma de Relato Financeiro 18 – Rédito é parte integrante do Sistema de Normali-
zação Contabilístico e Relato Financeiro para Cabo Verde
Artigo 3º
Entrada em vigor
O presente Despacho Normativo entra em vigor na data da entrada em vigor do Decre-
to-Lei 5/2008, que aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Pública, 16 de Dezembro de 2008.
– A Ministra Cristina Duarte.

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Despacho Normativo n.º 19/2008, de 29 de Dezembro

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA


E DE RELATO FINANCEIRO
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 18
RÉDITO
Objectivo (1)
1. O objectivo desta Norma de Relato Financeiro é o de prescrever o tratamento conta-
bilístico de réditos, entendidos como os rendimentos que surgem no decurso das activida-
des ordinárias de uma entidade, como, por exemplo, vendas, honorários, juros, dividendos
e royalties. A questão primordial na contabilização do rédito é a de determinar quando
reconhecer o mesmo. O rédito é reconhecido quando for provável que benefícios económi-
cos futuros fluirão para a entidade e esses benefícios possam ser fiavelmente mensurados.
Esta Norma identifica as circunstâncias em que estes critérios serão satisfeitos e, por isso,
o rédito será reconhecido. Ela também proporciona orientação prática na aplicação destes
critérios.
Âmbito (2 a 6)
2. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização do rédito proveniente das transac-
ções e acontecimentos seguintes:
(a) Venda de bens;
(b) Prestação de serviços; e
(c) Uso por outros de activos da entidade que produzam juros, royalties e divi-
dendos.
3. O termo bens inclui bens produzidos pela entidade com a finalidade de serem ven-
didos e bens comprados para revenda, tais como mercadorias compradas por um retalhista
ou terrenos e outras propriedades detidos para revenda.
4. A prestação de serviços envolve tipicamente o desempenho por uma entidade de
uma tarefa contratualmente acordada durante um período de tempo acordado. Os serviços
podem ser prestados dentro de um período único ou durante mais do que um período. Al-
guns contratos para a prestação de serviços estão directamente relacionados com contratos
de construção, como por exemplo, os contratos para os serviços de gestão de projectos e de
arquitectura. O rédito proveniente destes contratos não é tratado nesta Norma mas é tratado
de acordo com os requisitos para os contratos de construção como especificado na NRF
14 - Contratos de Construção.
5. O uso, por outros, de activos da entidade dá origem a rédito na forma de:
(a) Juros - encargos pelo uso de dinheiro ou seus equivalentes ou de quantias
devidas à entidade;

710
Despacho Normativo n.º 19/2008, de 29 de Dezembro

(b) Royalties - encargos pelo uso de activos a longo prazo da entidade, como, por
exemplo, patentes, marcas, direitos de autor e software de computadores; e
(c) Dividendos - distribuições de lucros a detentores de investimentos em capital
próprio na proporção das suas detenções de uma classe particular de capital.
6. Esta Norma não trata de réditos provenientes de:
(a) Acordos de locação (ver a NRF 9 - Locações);
(b) Dividendos provenientes de investimentos que sejam contabilizados pelo mé-
todo da equivalência patrimonial (ver a NRF 23 — Interesses em Empreendi-
mentos Conjuntos e Investimentos em Associadas);
(c) Contratos de seguro de empresas seguradoras
(d) Alterações no justo valor de activos financeiros e passivos financeiros, ou da
sua alienação (ver subsidiariamente a IAS 39 - Instrumentos Financeiros: Re-
conhecimento e Mensuração);
(e) Alterações no valor de outros activos correntes;
(f) Reconhecimento inicial e de alterações no justo valor de activos biológicos, rela-
cionados com a actividade agrícola (ver a NRF 12- Agricultura);
(g) Reconhecimento inicial de produtos agrícolas (ver a NRF 12 - Agricultura); e
(h) Extracção de minérios.
Definições (7 e 8)
7. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:
Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado,
entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relaciona-
mento entre elas.
Método do juro efectivo: é um método de calcular o custo amortizado de um activo
financeiro ou de um passivo financeiro (ou grupo de activos financeiros ou de passivos
financeiros) e de imputar o rendimento dos juros ou o gasto dos juros durante o período
relevante. A taxa de juro efectiva é a taxa que desconta exactamente os pagamentos ou re-
cebimentos de caixa futuros estimados durante a vida esperada do instrumento financeiro
ou, quando apropriado, um período mais curto na quantia escriturada líquida do activo
financeiro ou do passivo financeiro.
Rédito: é o influxo bruto de benefícios económicos durante o período proveniente
do curso das actividades ordinárias de uma entidade quando esses influxos resultarem em
aumentos de capital próprio, que não sejam aumentos relacionados com contribuições de
participantes no capital próprio.

711
Despacho Normativo n.º 19/2008, de 29 de Dezembro

8. O rédito inclui somente os influxos brutos de benefícios económicos recebidos e


a receber pela entidade de sua própria conta. As quantias cobradas por conta de terceiros
tais como impostos sobre vendas, impostos sobre bens e serviços e impostos sobre o valor
acrescentado não são benefícios económicos que fluam para a entidade e não resultem em
aumentos de capital próprio. Por isso, são excluídos do rédito. Semelhantemente, num re-
lacionamento de agência, os influxos brutos de benefícios económicos que não resultem em
aumentos de capital próprio para o agente, são excluídos do rédito. As quantias cobradas
por conta do capital não são rédito. Em vez disso, o rédito é a quantia de comissão.
Mensuração do rédito (9 a 12)
9. O rédito deve ser mensurado pelo justo valor da retribuição recebida ou a receber.
10. A quantia de rédito proveniente de uma transacção é geralmente determinada por
acordo entre a entidade e o comprador ou utente do activo. É mensurado pelo justo valor da
retribuição recebida ou a receber tomando em consideração a quantia de quaisquer descon-
tos comerciais e de quantidades concedidos pela entidade.
11. Na maior parte dos casos, a retribuição é sob a forma de dinheiro ou seus equivalentes
e a quantia do rédito é a quantia em dinheiro ou seus equivalentes recebidos ou a receber.
Porém, quando o influxo de dinheiro ou equivalentes de dinheiro for diferido, o justo valor
da retribuição pode ser menor do que a quantia nominal de dinheiro recebido ou a receber.
Por exemplo, uma entidade pode conceder crédito isento de juros ao comprador ou aceitar
do comprador uma livrança com taxa de juro inferior à do mercado como retribuição pela
venda dos bens. Quando o acordo constitua efectivamente uma transacção de financiamen-
to, o justo valor da retribuição é determinado descontando todos os recebimentos futuros
usando uma taxa de juro imputada. A taxa de juro imputada é a mais claramente determi-
nável de entre:
(a) A taxa prevalecente de um instrumento similar de um emitente com uma no-
tação (rating) de crédito similar; ou
(b) A taxa de juro que desconte a quantia nominal do instrumento para o preço de
venda corrente a dinheiro dos bens ou serviços.
A diferença entre o justo valor e a quantia nominal da retribuição é reconhecida como
rédito de juros de acordo com os parágrafos 29 e 30.
12. Quando os bens ou serviços sejam trocados ou objecto de swap por bens ou ser-
viços que sejam de natureza e valor semelhante, a troca não é vista como uma transacção
que gera réditos. É muitas vezes o caso de mercadorias como petróleo ou leite em que os
fornecedores trocam ou entram em swap de inventários em vários locais para satisfazer
a procura numa base tempestiva num dado local. Quando os bens sejam vendidos ou os
serviços sejam prestados em troca de bens ou serviços dissemelhantes, a troca é vista como
uma transacção que gera rédito. O rédito é mensurado pelo justo valor dos bens ou serviços

712
Despacho Normativo n.º 19/2008, de 29 de Dezembro

recebidos ajustado pela quantia transferida de dinheiro ou seus equivalentes. Quando o


justo valor dos bens ou serviços recebidos não possa ser fiavelmente mensurado, o rédito é
mensurado pelo justo valor dos bens ou serviços entregues, ajustado pela quantia transferi-
da de dinheiro ou seus equivalentes.
Reconhecimento do rédito (13 a 33)
13. Os critérios de reconhecimento nesta Norma são geralmente aplicados separada-
mente a cada transacção. Contudo, em certas circunstâncias, é necessário aplicar os crité-
rios de reconhecimento aos componentes separadamente identificáveis de uma transacção
única a fim de reflectir a substância da transacção. Por exemplo, quando o preço da venda
de um produto inclua uma quantia identificável de serviços subsequentes, essa quantia é
diferida e reconhecida como rédito durante o período em que o serviço seja executado.
Inversamente, os critérios de reconhecimento são aplicados a duas ou mais transacções
conjuntas, quando elas estejam ligadas de tal maneira que o efeito comercial não possa ser
compreendido sem referência às séries de transacções como um todo. Por exemplo, uma
entidade pode vender bens e, ao mesmo tempo, celebrar um acordo separado para recom-
prar os bens numa data posterior, negando assim o efeito substantivo da transacção; em tal
caso, as duas transacções são tratadas conjuntamente.
Venda de bens (14 a 19)
14. O rédito proveniente da venda de bens deve ser reconhecido quando tiverem sido
satisfeitas todas as condições seguintes:
(a) A entidade tenha transferido para o comprador os riscos e vantagens significa-
tivos da propriedade dos bens;
(b) A entidade não mantenha envolvimento continuado de gestão com grau geral-
mente associado com a posse, nem o controlo efectivo dos bens vendidos;
(c) A quantia do rédito possa ser fiável mente mensurada;
(d) Seja provável que os benefícios económicos associados com a transacção flu-
am para a entidade; e
(e) Os custos incorridos ou a serem incorridos referentes à transacção possam ser
fiavelmente mensurados.
15. A avaliação de quando uma entidade transferiu os riscos e vantagens significativos
da propriedade para o comprador exige um exame das circunstâncias da transacção. Na
maior parte dos casos, a transferência dos riscos e vantagens da propriedade coincide com
a transferência do documento legal ou da passagem da posse para o comprador. Este é o
caso da maioria das vendas a retalho. Noutros casos, a transferência de riscos e vantagens
de propriedade ocorre num momento diferente da transferência do documento legal ou da
passagem da posse.

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Despacho Normativo n.º 19/2008, de 29 de Dezembro

16. Se a entidade retiver significativos riscos de propriedade, a transacção não é uma


venda e o rédito não é reconhecido. Uma entidade pode reter um risco significativo de pro-
priedade de muitas maneiras. São exemplos de situações em que a entidade pode reter os
riscos significativos e vantagens de propriedade:
(a) Quando a entidade retenha uma obrigação por execução não satisfatória, não
coberta por cláusulas normais de garantia;
(b) Quando o recebimento do rédito de uma dada venda esteja dependente da
obtenção de rédito pela venda dos bens pelo comprador;
(c) Quando os bens sejam expedidos sujeitos a instalação e a instalação seja uma
parte significativa do contrato que ainda não tenha sido concluído pela entida-
de; e
(d) Quando o comprador tenha o direito de rescindir a compra por uma razão
especificada no contrato de venda e a entidade não esteja segura acerca da
probabilidade de devolução.
17. Se uma entidade retiver somente um insignificante risco de propriedade, a transac-
ção é uma venda e o rédito é reconhecido. Por exemplo, um vendedor pode reter o título
legal dos bens unicamente para proteger a cobrabilidade da quantia devida. Em tal caso, se
a entidade tiver transferido os riscos e vantagens significativos da propriedade, a transacção
é uma venda e o rédito é reconhecido. Um outro exemplo de uma entidade que retém so-
mente um risco insignificante de propriedade pode ser a de uma venda a retalho quando for
oferecido um reembolso se o cliente não ficar satisfeito. O rédito em tais casos é reconhe-
cido no momento da venda desde que o vendedor possa fiavelmente estimar as devoluções
futuras e reconheça um passivo por devoluções com base em experiência anterior e noutros
factores relevantes.
18. O rédito só é reconhecido quando for provável que os benefícios económicos asso-
ciados com a transacção fluam para a entidade. Nestes casos, tal só é verificável depois da
retribuição ser recebida ou de uma incerteza ser removida. Por exemplo, pode ser incerto
que uma autoridade governamental estrangeira conceda permissão para remeter a retribui-
ção de uma venda num país estrangeiro. Quando a permissão for concedida, a incerteza é
retirada e o rédito é reconhecido. Porém, quando surgir uma incerteza acerca da cobrabili-
dade de uma quantia já incluída no rédito, a quantia incobrável ou a quantia cuja recupera-
ção tenha cessado de ser provável é reconhecida como gasto e não como um ajustamento
da quantia do rédito originalmente reconhecido.
19. O rédito e os gastos que se relacionem com a mesma transacção ou outro aconte-
cimento são reconhecidos simultaneamente; este processo é geralmente referido como o
balanceamento dos réditos com os gastos. Os gastos incluindo garantias e outros custos
a serem incorridos após a expedição dos bens podem normalmente ser mensurados com
fiabilidade quando as outras condições para o reconhecimento do rédito tenham sido satis-

714
Despacho Normativo n.º 19/2008, de 29 de Dezembro

feitas. Porém, quando os gastos não possam ser mensurados fiavelmente, o rédito não pode
ser reconhecido; em tais circunstâncias, qualquer retribuição já recebida pela venda dos
bens é reconhecida como um passivo.
Prestação de serviços (20 a 28)
20. Quando o desfecho de uma transacção que envolva a prestação de serviços possa
ser fiavelmente estimado, o rédito associado com a transacção deve ser reconhecido com
referência à fase de acabamento da transacção à data do balanço. O desfecho de uma tran-
sacção pode ser fiavelmente estimado quando todas as condições seguintes forem satisfei-
tas:
(a) A quantia de rédito possa ser fiavelmente mensurada;
(b) Seja provável que os benefícios económicos associados à transacção fluam
para a entidade;
(c) A fase de acabamento da transacção à data do balanço possa ser fiavelmente
mensurada; e
(d) Os custos incorridos com a transacção e os custos para concluir a transacção
possam ser fiavelmente mensurados.
21. O reconhecimento do rédito com referência à fase de acabamento de uma transac-
ção é muitas vezes referido como o método da percentagem de acabamento. Por este méto-
do, o rédito é reconhecido nos períodos contabilísticos em que os serviços sejam prestados.
O reconhecimento do rédito nesta base proporciona informação útil sobre a extensão da
actividade de serviço e desempenho durante um período. A NRF 14 - Contratos de Cons-
trução, também exige o reconhecimento do rédito nesta base. As exigências desta Norma
são geralmente aplicáveis ao reconhecimento do rédito e aos gastos associados de uma
transacção que envolva a prestação de serviços.
22. O rédito somente é reconhecido quando for provável que os benefícios económicos
associados à transacção fluam para a entidade. Porém, quando surja uma incerteza acerca
da cobrabilidade de uma quantia já incluída no rédito, a quantia incobrável, ou a quantia
com respeito à qual a recuperação tenha cessado de ser provável, é reconhecida como um
gasto, e não como um ajustamento da quantia de rédito originalmente reconhecido.
23. Uma entidade é geralmente capaz de fazer estimativas fiáveis após ter concordado
com os outros parceiros da transacção o seguinte:
(a) Os direitos que cada uma das partes está obrigada a cumprir quanto ao serviço
a ser prestado e recebido pelas partes;
(b) A retribuição a ser trocada; e
(c) O modo e os termos da liquidação.

715
Despacho Normativo n.º 19/2008, de 29 de Dezembro

É também usualmente necessário que a entidade tenha um sistema eficaz de orçamen-


tação financeira interna e de relato financeiro. A entidade revê e, quando necessário, põe o
visto nas estimativas de rédito à medida que o serviço está a ser executado. A necessidade
de tais revisões não indicia que o desfecho da transacção não possa ser estimado com fia-
bilidade.
24. A fase de acabamento de uma transacção pode ser determinada por uma variedade
de métodos. Uma entidade usa o método que mensure fiavelmente os serviços executados.
Dependendo da natureza da transacção, os métodos podem incluir:
(a) Vistorias do trabalho executado;
(b) Serviços executados até à data, expressos como uma percentagem do total dos
serviços a serem executados; ou
(c) A proporção que os custos incorridos até à data tenham com os custos totais
estimados da transacção. Somente os custos que reflictam serviços executados
até à data são incluídos nos custos incorridos até à data. Somente os custos que
reflictam serviços executados ou a serem executados são incluídos nos custos
totais estimados da transacção.
Os pagamentos progressivos e os adiantamentos recebidos de clientes não reflectem
muitas vezes os serviços executados.
25. Para fins práticos, quando os serviços sejam desempenhados por um número inde-
terminado de actos durante um período específico de tempo, o rédito é reconhecido numa
base de linha recta durante o período especifico a menos que haja evidência de que um ou-
tro método represente melhor a fase de acabamento. Quando um acto específico seja muito
mais significativo do que quaisquer outros actos, o reconhecimento do rédito é adiado até
que o acto significativo seja executado.
26. Quando o desfecho da transacção que envolva a prestação de serviços não possa
ser estimado com fiabilidade, o rédito somente deve ser reconhecido na medida em que
sejam recuperáveis os gastos reconhecidos.
27. Durante as primeiras fases de uma transacção, é frequente que o desfecho da tran-
sacção não possa ser fiavelmente estimado. Contudo, pode ser provável que a entidade
recupere os custos incorridos na mesma. Por isso, o rédito é reconhecido somente na me-
dida em que se espere que sejam recuperados os custos incorridos, não sendo reconhecido
qualquer lucro.
28. Quando o desfecho de uma transacção não possa ser fiavelmente estimado e não
seja provável que os custos incorridos sejam recuperados, o rédito não é reconhecido e os
custos incorridos são reconhecidos como um gasto. Quando deixarem de existir as incerte-
zas que impediram que o desfecho do contrato pudesse ser fiavelmente estimado, o rédito é
reconhecido de acordo com o parágrafo 20 (com referência à fase de acabamento) e não de

716
Despacho Normativo n.º 19/2008, de 29 de Dezembro

acordo com o parágrafo 26 (critério de recuperação dos custos incorridos).


Juros, royalties e dividendos (29 a 33)
29. O rédito proveniente do uso por outros de activos da entidade que produzam ju-
ros, royalties e dividendos deve ser reconhecido nas bases estabelecidas no parágrafo 30,
quando:
(a) Seja provável que os benefícios económicos associados com a transacção flu-
am para a entidade ;e
(b) A quantia do rédito possa ser fiavelmente mensurada.
30. O rédito deve ser reconhecido nas seguintes bases:
(a) Os juros devem ser reconhecidos utilizando o método do juro efectivo;
(b) Os royalties devem ser reconhecidos segundo o regime de acréscimo de acor-
do com a substância do acordo relevante; e
(c) Os dividendos devem ser reconhecidos quando for estabelecido o direito do
accionista receber o pagamento.
31. Quando juros não pagos tenham sido acrescidos antes da aquisição de um investi-
mento que produza juros, o recebimento subsequente de juros é repartido entre os períodos
de pré e pós aquisição. Somente a parte de pós aquisição é reconhecida como rédito. Quan-
do os dividendos de títulos de capital próprio sejam declarados a partir de lucros líquidos
de pré aquisição, esses dividendos são deduzidos do custo dos títulos. Se for difícil fazer
tal imputação, excepto numa base arbitrária, os dividendos são reconhecidos como rédito
a menos que os mesmos representem claramente uma recuperação de parte do custo dos
títulos de capital próprio.
32.O royalties são acrescidos de acordo com os termos do acordo relevante e são gra-
dualmente reconhecidos nessa base a menos que, tendo em atenção a substância do acordo,
seja mais apropriado reconhecer o rédito numa outra base sistemática e racional.
33. O rédito somente é reconhecido quando seja provável que os benefícios econó-
micos inerentes à transacção fluam para a entidade. Contudo, quando surja uma incerteza
acerca da cobrabilidade de uma quantia já incluída no rédito, a quantia incobrável, ou a
quantia a respeito da qual a recuperação tenha cessado de ser provável, é reconhecida como
um gasto, e não como um ajustamento da quantia do rédito originalmente reconhecido.
Divulgação (34 e 35)
34. Uma entidade deve divulgar:
(a) As políticas contabilísticas adoptadas para o reconhecimento do rédito incluin-
do os métodos adoptados para determinar a fase de acabamento de transacções
que envolvam a prestação de serviços;

717
Despacho Normativo n.º 19/2008, de 29 de Dezembro

(b) A quantia de cada categoria significativa de rédito reconhecida durante o perí-


odo incluindo o rédito proveniente de:
(i) Venda de bens;
(ii) Prestação de serviços;
(iii) Juros;
(iv) Royalties;
(v) Dividendos.
35. Uma entidade divulgará quaisquer activos e passivos contingentes de acordo com
a NRF 19 - Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes. Os passivos contin-
gentes e os activos contingentes podem surgir de itens tais como custos de garantia, recla-
mações, penalidades ou perdas possíveis.
Data de eficácia (36)
36. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.
A Ministra, Cristina Duarte.

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Despacho Normativo n.º 20/2008, de 29 de Dezembro

NORMA DE RELATO FINANCEIRO 19 – PROVISÕES, PASSIVOS


CONTINGENTES E ACTIVOS CONTINGENTES – IAS 37
Despacho Normativo n.º 20/2008
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio modernizar e introduzir um Novo
Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde em subs-
tituição do Plano Nacional de Contabilidade aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de
Janeiro, com o objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas directivas inter-
nacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações introduzidas
têm em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão das entidades em Cabo Verde e
a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico do País e do
mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar a qualidade das demonstrações
financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor de credibilidade ao funciona-
mento da economia real em Cabo Verde.
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido Decreto-Lei e visando transpor
para o direito interno as Normas de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das
Normas Internacionais da Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo
International Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de Normalização Con-
tabilística foi nomeada e trabalhou-se a apresentação da documentação complementar ao
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização Contabilística e de
Relato Financeiro para Cabo Verde.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º e do número 3 do artigo
259º da Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde através da Ministra
das Finanças e Administração Pública, o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 19 – Provisões, passivos contingentes e
activos contingentes do Sistema de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro e que
se apresenta em anexo ao presente regulamento como parte integrante.
Artigo 2º
Natureza
A Norma de Relato Financeiro 19 – Provisões, passivos contingentes e activos contin-
gentes é parte integrante do Sistema de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro
para Cabo Verde
Artigo 3º
Entrada em vigor
O presente Despacho Normativo entra em vigor na data da entrada em vigor do Decre-
to-Lei 5/2008, que aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Pública, 16 de Dezembro de 2008.
– A Ministra, Cristina Duarte.

719
Despacho Normativo n.º 20/2008, de 29 de Dezembro

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA


E DE RELATO FINANCEIRO
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 19
PROVISÕES, PASSIVOS CONTINGENTES
E ACTIVOS CONTINGENTES
Esta Norma de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional emitida pelo
IASB sobre provisões, passivos contingentes e activos contingentes
Objectivo (1)
1. O objectivo desta Norma de Relato Financeiro é o de prescrever critérios de reco-
nhecimento e bases de mensuração apropriados a provisões, passivos contingentes e acti-
vos contingentes e que seja divulgada informação suficiente nas notas às demonstrações
financeiras de modo a permitir aos utentes compreender a sua natureza, tempestividade e
quantia.
Âmbito (2 a 7)
2. Esta Norma deve ser aplicada por todas as entidades na contabilização de provisões,
passivos contingentes e activos contingentes, excepto:
(a) Os que resultam de contratos executórios, excepto quando o contrato seja one-
roso;
(b) Os cobertos por uma outra Norma.
3. Esta Norma não se aplica a instrumentos financeiros incluindo garantias (ver subsidiaria-
mente a IAS 39 - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração).
4. Não são objecto de tratamento por esta Norma os tipos específicos de provisões,
passivos contingentes ou activos contingentes que sejam tratados em normas específicas,
como, a título de exemplo, é o caso:
(a) Dos passivos contingentes assumidos numa concentração de actividades em-
presariais, que são objecto de tratamento na NRF 24 - Concentrações de Activi-
dades Empresariais;
(b) De certos tipos de provisões relativas a contratos de construção, tratadas na
NRF 14 - Contratos de Construção;
(c) De certos tipos de provisões relativas a impostos sobre o rendimento (ver a
NRF 22 - Impostos sobre o Rendimento); e
(d) De certos tipos de provisões relativas a locações (ver a NRF 9 - Locações). Po-
rém, como a NRF 9 não contém requisitos específicos para tratar locações operacio-
nais que se tenham tornado onerosas, a presente Norma aplica-se a tais casos.

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Despacho Normativo n.º 20/2008, de 29 de Dezembro

5. Algumas quantias tratadas como provisões podem relacionar-se com o reconheci-


mento do rédito, por exemplo quando uma entidade dê garantias em troca de uma remune-
ração. A NRF 18 - Rédito, identifica as circunstâncias em que o rédito é reconhecido e proporciona
orientação prática sobre a aplicação dos critérios de reconhecimento. Consequentemente, a
presente Norma não altera os requisitos daquela NRF 18.
6. Outras NRF especificam se os dispêndios são tratados como activos ou como gastos.
Dado que esta problemática não é tratada nesta Norma, não consta desta qualquer proibição
ou exigência de capitalização dos custos reconhecidos quando é constituída uma provisão.
7. Esta Norma aplica-se também a provisões para reestruturações (incluindo unidades
operacionais descontinuadas). Quando uma reestruturação satisfizer a definição de uma
unidade operacional descontinuada, a NRF 8 - Activos Não Correntes Detidos para Venda
e Unidades Operacionais Descontinuadas pode exigir divulgações adicionais.
Definições (8 e 9)
8. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especifica-
dos:
Acontecimento que cria obrigações: é um acontecimento que cria uma obrigação legal
ou construtiva que faça com que uma entidade não tenha nenhuma alternativa realista se-
não liquidar essa obrigação.
Activo contingente: é um possível activo proveniente de acontecimentos passados e
cuja existência somente será confirmada pela ocorrência ou não ocorrência de um ou mais
acontecimentos futuros incertos não totalmente sob o controlo da entidade.
Contrato executório: é um contrato segundo o qual nenhuma das partes tenha cumpri-
do qualquer das suas obrigações ou ambas as partes apenas tenham parcialmente cumprido
as suas obrigações em igual extensão.
Contrato oneroso: é um contrato em que os custos não evitáveis de satisfazer as obri-
gações do contrato excedem os benefícios económicos que se espera sejam recebidos ao
abrigo do mesmo.
Obrigação construtiva: é uma obrigação que decorre das acções de uma entidade em
que:
(a) Por via de um modelo estabelecido de práticas passadas, de políticas publi-
cadas ou de uma declaração corrente suficientemente específica, a entidade
tenha indicado a outras partes que aceitará certas responsabilidades; e
(b) Em consequência, a entidade tenha criado uma expectativa válida nessas ou-
tras partes de que cumprirá com essas responsabilidades.
Obrigação legal: é uma obrigação que deriva de:
(a) Um contrato (por meio de termos Explícitos ou implícitos);
(b) Legislação; ou
(c) Outra operação da lei.

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Despacho Normativo n.º 20/2008, de 29 de Dezembro

Passivo: é uma obrigação presente da entidade proveniente de acontecimentos passa-


dos, cuja liquidação se espera que resulte num exfluxo de recursos da entidade que incor-
porem benefícios económicos.
Passivo contingente:
(a) É uma obrigação possível que provenha de acontecimentos passados e cuja
existência somente será confirmada pela ocorrência ou não de um ou mais
acontecimentos futuros incertos não totalmente sob controlo da entidade; ou
(b) Uma obrigação presente que decorra de acontecimentos passados mas que não
é reconhecida porque:
(i) Não é provável que um exfluxo de recursos incorporando benefícios económi-
cos seja exigido para liquidar a obrigação; ou
(ii) A quantia da obrigação não pode ser mensurada com suficiente fiabilidade.
Provisão: é um passivo de tempestividade ou quantia incerta.
Reestruturação: é um programa planeado e controlado pelo órgão de gestão e que al-
tera materialmente ou:
(a) O âmbito de um negócio empreendido por uma entidade; ou
(b) A maneira como o negócio é conduzido
9. A interpretação de «provável» nesta Norma, como «mais provável do que não», não
se aplica necessariamente a outras Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro.
Provisões e outros itens (10 a 12)
Provisões e outros passivos (10)
10. As provisões podem ser distinguidas de outros passivos tais como contas a pagar
e acréscimos comerciais. As primeiras caracterizam-se pela existência de incerteza acerca
da tempestividade ou da quantia dos dispêndios futuros necessários para a sua liquidação
enquanto que:
(a) As contas a pagar comerciais são passivos a pagar por bens ou serviços que
tenham sido facturados ou formalmente acordados com o fornecedor; e
(b) Os acréscimos são passivos a pagar por bens ou serviços que tenham sido re-
cebidos ou fornecidos mas que não tenham sido pagos, facturados ou formal-
mente acordados com o fornecedor, incluindo quantias devidas a empregados
(por exemplo, quantias relacionadas com pagamento acrescido de férias). Se
bem que algumas vezes seja necessário estimar a quantia ou tempestividade
de acréscimos, a incerteza é geralmente muito menor do que nas provisões.
Provisões e passivos contingentes (11 e 12)
11. Num sentido geral, todas as provisões são contingentes porque são incertas na sua
tempestividade ou quantia. Porém, nesta Norma o termo «contingente» é usado para passi-

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Despacho Normativo n.º 20/2008, de 29 de Dezembro

vos e activos que não sejam reconhecidos porque a sua existência somente será confirmada
pela ocorrência ou não ocorrência de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente
sob o controlo da entidade. Além disso, nesta Norma, a expressão «passivo contingente» é
usada para passivos que não satisfaçam os critérios de reconhecimento.
12. Esta Norma distingue entre:
(a) Provisões — que, desde que possa ser efectuada uma estimativa fiável, são
reconhecidas como passivos porque são obrigações presentes e é provável que
um exfluxo de recursos que incorporem benefícios económicos será necessá-
rio para liquidar as obrigações; e
(b) Passivos contingentes — que não são reconhecidos como passivos porque:
(i) São obrigações possíveis, uma vez que carecem de confirmação sobre se
a entidade tem ou não uma obrigação presente que possa conduzir a um
exfluxo de recursos que incorporem benefícios económicos; ou
(ii) São obrigações presentes que não satisfazem os critérios de reconheci-
mento desta Norma, seja porque não é provável que será necessário um
exfluxo de recursos que incorporem benefícios económicos para liquidar
a obrigação, seja porque não pode ser feita uma estimativa suficientemen-
te fiável da quantia da obrigação.
Reconhecimento (13 a 34)
Provisões (13 a 25)
13. Uma provisão só deve ser reconhecida quando cumulativamente:
(a) Uma entidade tenha uma obrigação presente (legal ou construtiva) como re-
sultado de um acontecimento passado;
(b) Seja provável que um exfluxo de recursos que incorporem benefícios econó-
micos será necessário para liquidar a obrigação; e
(c) Possa ser feita uma estimativa fiável da quantia da obrigação
Obrigação presente (14 e 15)
14. Em casos raros não é claro se existe ou não uma obrigação presente. Nestes casos,
presume-se que um acontecimento passado dá origem a uma obrigação presente se, tendo
em conta toda a evidência disponível, for mais provável do que não que tal obrigação pre-
sente exista à data do balanço.
15. Em quase todos os casos será claro se um acontecimento passado deu origem a
uma obrigação presente. Em casos raros, por exemplo num processo judicial, pode ser dis-
cutido quer se certos eventos ocorreram quer se esses eventos resultaram numa obrigação
presente. Em tal caso, uma entidade determina se existe uma obrigação presente à data do

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Despacho Normativo n.º 20/2008, de 29 de Dezembro

balanço tendo em conta toda a evidência disponível incluindo, por exemplo, a opinião de
peritos. A evidência a considerar inclui qualquer evidência adicional proporcionada por
acontecimentos após a data do balanço. Com base em tal evidência a entidade:
(a) Reconhece uma provisão, se os critérios de reconhecimento forem satisfeitos,
quando seja mais provável do que não que uma obrigação presente exista à
data do balanço; e
(b) Divulga um passivo contingente, quando seja mais provável que nenhuma
obrigação presente exista à data do balanço, a menos que a possibilidade de
um exfluxo de recursos que incorporem benefícios económicos seja remota
(como dispõe o parágrafo 83).
Acontecimento passado (16 a 21)
16. Um acontecimento passado que conduza a uma obrigação presente é chamado um
acontecimento que cria obrigações. Para um evento ser considerado um acontecimento que
cria obrigações, é necessário que a entidade não tenha nenhuma alternativa realista senão
liquidar a obrigação por ele criada, o que apenas ocorre:
(a) Quando a liquidação da obrigação possa ser imposta legalmente, ou
(b) No caso de uma obrigação construtiva, quando o evento (que pode ser uma
acção da própria entidade) crie expectativas válidas em terceiros de que ela cum-
prirá a obrigação.
17. As demonstrações financeiras tratam da posição financeira da entidade no fim do
seu período de relato e não da sua possível posição no futuro. Consequentemente, nenhuma
provisão é reconhecida para os custos que necessitam de ser incorridos para operar no futu-
ro. Os únicos passivos reconhecidos no balanço de uma entidade são os que existam à data
daquela demonstração.
18. São apenas reconhecidas como provisões as obrigações que surgem provenientes de
acontecimentos passados que existem independentemente de acções futuras de uma enti-
dade (isto é, a conduta futura dos seus negócios). Constituem exemplos de tais obrigações
as penalizações ou os custos de limpeza de danos ambientais ilegais que, em ambos os
casos, dariam origem na liquidação a um exfluxo de recursos que incorpore benefícios
económicos sem atenção às futuras acções da entidade. Pelas mesmas razões, uma entidade
reconhece uma provisão para os custos de encerramento de um poço de petróleo ou de uma
central eléctrica nuclear até ao limite das suas obrigações de rectificação dos danos já cau-
sados. Contrariamente, devido a pressões comerciais ou exigências legais, uma entidade
pode pretender ou precisar de levar a efeito dispêndios para operar de uma forma particular
no futuro (por exemplo, montando filtros de fumo num certo tipo de fábricas). Dado que a
entidade pode evitar os dispêndios futuros pelas suas próprias acções, por exemplo alteran-
do o seu método de operar, ela não tem nenhuma obrigação presente relativamente a esse
dispêndio futuro e não é reconhecida nenhuma provisão.

724
Despacho Normativo n.º 20/2008, de 29 de Dezembro

19. Uma obrigação envolve sempre uma outra parte a quem a obrigação é devida,
sendo, por isso mesmo, necessária a identificação da parte a quem a obrigação é devida
(na verdade a obrigação pode ser ao público em geral). Porque uma obrigação envolve
sempre um compromisso com uma outra parte, isto implica que uma decisão do órgão de
gestão apenas dá origem a uma obrigação construtiva à data do balanço se a decisão tiver
sido comunicada antes daquela data aos afectados por ela de uma maneira suficientemente
específica para suscitar neles uma expectativa válida de que a entidade cumprirá as suas
responsabilidades.
20. Um acontecimento que não dê origem imediatamente a uma obrigação pode dá-la
numa data posterior, por força de alterações na lei ou porque um acto da entidade (nome-
adamente, uma declaração pública suficientemente específica) dê origem a uma obriga-
ção construtiva. Por exemplo, quando forem causados danos ambientais pode não haver
nenhuma obrigação para remediar as consequências. Porém, o facto de ter havido o dano
tornar-se-á um acontecimento que cria obrigações quando uma nova lei exigir que o dano
existente seja rectificado ou quando a entidade publicamente aceitar a responsabilidade
pela rectificação de uma maneira que crie uma obrigação construtiva.
21. Quando os pormenores de uma nova lei proposta tiverem ainda de ser ultimados,
uma obrigação só se verifica quando se tiver virtualmente a certeza de que a legislação será
aprovada nos termos constantes da proposta. Para a finalidade desta Norma, tal obrigação
é tratada como uma obrigação legal.
Exfluxo provável de recursos que incorporem benefícios económicos (22 e 23)
22. Para que um passivo se qualifique para reconhecimento precisa de haver não so-
mente uma obrigação presente mas também a probabilidade de um exfluxo de recursos que
incorporem benefícios económicos para liquidar essa obrigação. Para a finalidade desta
Norma, um exfluxo de recursos ou outro acontecimento é considerado como provável se o
acontecimento for mais provável do que não de ocorrer, isto é, se a probabilidade de que
o acontecimento ocorrerá for maior do que a probabilidade de isso não acontecer. Quando
não for provável que exista uma obrigação presente, uma entidade divulga um passivo con-
tingente, a menos que a possibilidade de um exfluxo de recursos que incorporem benefícios
económicos seja remota (ver parágrafo 83).
23. Quando houver várias obrigações semelhantes (por ex. garantias de produtos ou
contratos semelhantes) a probabilidade de que um exfluxo será exigido na liquidação é deter-
minada considerando-se a classe de obrigações como um todo. Se bem que a probabilidade
de exfluxo de qualquer item possa ser pequeno, pode bem ser possível que algum exfluxo
de recursos será necessário para liquidar a classe de obrigações como um todo. Se esse
for o caso, é reconhecida uma provisão (se os outros critérios de reconhecimento forem
satisfeitos).
Estimativa fiável da obrigação (24 e 25)
24. O uso de estimativas é uma parte essencial da preparação de demonstrações finan-
ceiras e não prejudica a sua fiabilidade. Isto é especialmente verdade no caso de provisões,

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Despacho Normativo n.º 20/2008, de 29 de Dezembro

que pela sua natureza são mais incertas do que a maior parte de outros elementos do ba-
lanço. Excepto em casos extremamente raros, uma entidade será capaz de determinar uma
gama de desfechos possíveis e pode por isso fazer uma estimativa da obrigação que seja
suficientemente fiável para usar ao reconhecer uma provisão.
25. Nos casos extremamente raros em que nenhuma estimativa fiável possa ser feita,
existe um passivo que não pode ser reconhecido. Esse passivo é divulgado como um passi-
vo contingente (ver parágrafo 83).
Passivos contingentes (26 a 29)
26. Uma entidade não deve reconhecer um passivo contingente.
27. Um passivo contingente é divulgado, como exigido pelo parágrafo 83, a menos
que seja remota a possibilidade de um exfluxo de recursos que incorporem benefícios eco-
nómicos.
28. Quando uma entidade estiver conjunta e solidariamente comprometida a uma obri-
gação, a parte da obrigação que se espera que seja satisfeita por outras partes é tratada
como um passivo contingente. A entidade reconhece uma provisão correspondente à parte
da obrigação pela qual seja provável um exfluxo de recursos que incorporem benefícios
económicos, excepto nas circunstâncias extremamente raras em que nenhuma estimativa
possa ser feita.
29. Os passivos contingentes podem desenvolver-se de uma maneira não inicialmente
esperada. Por isso, são continuadamente avaliados para determinar se um exfluxo de recur-
sos que incorporem benefícios económicos se tornou provável. Se se tornar provável que
um exfluxo de benefícios económicos futuros serão exigidos para um item previamente tra-
tado como um passivo contingente, é reconhecida uma provisão nas demonstrações finan-
ceiras do período em que a alteração da probabilidade ocorra (excepto nas circunstâncias
extremamente raras em que nenhuma estimativa fiável possa ser feita).
Activos contingentes (30 a 34)
30. Uma entidade não deve reconhecer um activo contingente.
31. Os activos contingentes surgem normalmente de acontecimento não planeados ou
de outros não esperados que dão origem à possibilidade de um influxo de benefícios econó-
micos para a entidade. Um exemplo é uma reivindicação que uma entidade esteja a intentar
por intermédio de processos legais, quando o desfecho seja incerto.
32. Os activos contingentes não são reconhecidos nas demonstrações financeiras desde
que isto possa resultar no reconhecimento de rendimentos que possam nunca ser realiza-
dos. Porém, quando a realização de rendimentos esteja virtualmente certa, então o activo
relacionado não é um activo contingente e o seu reconhecimento é apropriado.
33. Um activo contingente é divulgado, como exigido pelo parágrafo 85, quando for
provável um influxo de benefícios económicos.

726
Despacho Normativo n.º 20/2008, de 29 de Dezembro

34. Os activos contingentes são avaliados continuadamente para assegurar que os de-
senvolvimentos sejam apropriadamente reflectidos nas demonstrações financeiras. Se se
tornar virtualmente certo que ocorrerá um influxo de benefícios económicos, o activo e o
rendimento relacionado são reconhecidos nas demonstrações financeiras do período em
que a alteração ocorra. Se um influxo de benefícios económicos se tornar provável, uma
entidade divulga o activo contingente (ver parágrafo 85).
Mensuração (35 a 52)
A melhor estimativa (35 a 41)
35. A quantia reconhecida como uma provisão deve ser a melhor estimativa do dispên-
dio exigido para liquidar a obrigação presente à data do balanço.
36. A melhor estimativa do dispêndio exigido para liquidar a obrigação presente é a
quantia que uma entidade racionalmente pagaria para liquidar a obrigação à data do balan-
ço ou para a transferir para uma terceira parte nesse momento. Será muitas vezes impossí-
vel ou proibitivamente dispendioso liquidar ou transferir uma obrigação à data do balanço.
Porém, a estimativa da quantia que uma entidade racionalmente pagaria para liquidar ou
transferir a obrigação produz a melhor estimativa do dispêndio exigido para a liquidar.
37. As estimativas do desfecho e do efeito financeiro são determinadas por julgamen-
tos, complementados pela experiência de transacções semelhantes e, em alguns casos, por
relatos de peritos independentes. A evidência considerada inclui qualquer evidência adicio-
nal proporcionada por acontecimentos após a data do balanço.
38. As incertezas que rodeiam a quantia a ser reconhecida como uma provisão são
tratadas por vários meios de acordo com as circunstâncias.
39. Quando a provisão a ser mensurada envolva uma grande população de itens, a
obrigação é estimada ponderando todos os possíveis desfechos pelas suas probabilidades
associadas. O nome para este método estatístico de estimativa é «o valor esperado». A pro-
visão será por isso diferente dependendo de se a probabilidade de uma perda de uma dada
quantia seja, por exemplo, de 60 por cento ou de 90 por cento. Quando houver uma escala
contínua de desfechos possíveis, e cada ponto nessa escala é tão provável como qualquer
outro, é usado o ponto médio da escala.
40. Quando uma única obrigação estiver a ser mensurada, o desfecho individual mais
provável pode ser a melhor estimativa do passivo. Porém, mesmo em tal caso, a entidade
considera outras consequências possíveis. Quando outras consequências possíveis forem ou
maioritariamente mais altas ou maioritariamente mais baixas do que a consequência mais
provável, a melhor estimativa será uma quantia mais alta ou mais baixa. Por exemplo, se
uma entidade tiver de rectificar uma avaria grave numa fábrica importante que tenha cons-
truído para um cliente, a consequência mais provável pode ser a reparação ter sucesso à
primeira tentativa por um custo de 1.000, mas é feita uma provisão por uma quantia maior
se houver uma possibilidade significativa de que serão necessárias tentativas posteriores.

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Despacho Normativo n.º 20/2008, de 29 de Dezembro

41. A posição é mensurada antes dos impostos, porque as consequências fiscais da pro-
visão, e alterações na mesma, são tratadas pela NRF 22 - Impostos sobre o Rendimento.
Riscos e incertezas (42 a 44)
42. Os riscos e incertezas que inevitavelmente rodeiam muitos acontecimentos e cir-
cunstâncias devem ser tidos em conta para se chegar à melhor estimativa de uma provi-
são.
43. O risco descreve a variabilidade de desfechos. Um ajustamento do risco pode au-
mentar a quantia pela qual é mensurado um passivo. É necessária cautela ao fazer juízos
em condições de incerteza, a fim de que os rendimentos ou activos não sejam subavaliados
e os gastos ou passivos não sejam sobreavaliados. Porém, a incerteza não justifica a criação
de provisões excessivas ou uma sobreavaliação deliberada de passivos. Por exemplo, se os
custos projectados de um desfecho particularmente adverso forem estimados numa base
prudente, esse desfecho não é então deliberadamente tratado como mais provável do que
for realisticamente o caso. É necessário cuidado para evitar duplicar ajustamentos do risco
e incerteza com a consequente sobreavaliação de uma provisão.
44. A divulgação das incertezas que rodeiam a quantia do dispêndio é feita de acordo
com o parágrafo 82 b)
Valor presente (45 a 47)
45. Quando o efeito do valor temporal do dinheiro for material, a quantia de uma pro-
visão deve ser o valor presente dos dispêndios que se espera que sejam necessários para
liquidar a obrigação.
46. Por causa do valor temporal do dinheiro, as provisões relacionadas com exfluxos de
caixa que surjam logo após a data do balanço são mais onerosas do que aquelas em que os
exfluxos de caixa da mesma quantia surgem mais tarde. As provisões são por isso descon-
tadas, quando o efeito seja material.
47. A taxa (ou taxas) de desconto deve(m) ser uma taxa (ou taxas) antes dos pré impos-
tos que reflicta(m) as avaliações correntes de mercado do valor temporal do dinheiro e dos
riscos específicos do passivo. A(s) taxa(s) de desconto não devem reflectir riscos relativa-
mente aos quais as estimativas dos fluxos de caixa futuros tenham sido ajustados.
Acontecimentos futuros (48 a 50)
48. Os acontecimentos futuros que possam afectar a quantia necessária para liquidar
uma obrigação devem ser reflectidos na quantia de uma provisão quando houver evidência
objectiva suficiente de que eles ocorrerão.
49. Os acontecimentos futuros esperados podem ser particularmente importantes ao
mensurar as provisões. Por exemplo, uma entidade pode crer que o custo de limpar um
local no fim da sua vida útil será reduzido por alterações futuras de tecnologia. A quantia

728
Despacho Normativo n.º 20/2008, de 29 de Dezembro

reconhecida reflecte uma expectativa razoável de observadores tecnicamente qualificados


e objectivos, tendo em conta toda a evidência disponível quanto à tecnologia que estará
disponível no momento da limpeza. Por conseguinte é apropriado incluir, por exemplo,
reduções de custo esperados associados com experiência acrescida na aplicação de tecno-
logia existente ou o custo esperado de aplicação de tecnologia existente a uma operação de
limpeza maior ou mais complexa da que previamente tenha sido levada a efeito. Porém,
uma entidade não antecipa o desenvolvimento de uma tecnologia completamente nova de
limpeza a menos que tal seja apoiado por evidência objectiva suficiente.
50. O efeito de nova legislação possível é tido em consideração na mensuração de uma
obrigação existente quando exista evidência objectiva suficiente de que a promulgação da
lei é virtualmente certa. Além disso, é requerida evidência quer do que a legislação vai
exigir quer de que a sua implementação são virtualmente certas.
Alienação esperada de activos (51 e 52)
51. Os ganhos da alienação esperada de activos não devem ser tidos em consideração
ao mensurar uma provisão.
52. Os ganhos na alienação esperada de activos não são tidos em conta ao mensurar
uma provisão, mesmo que a alienação esperada esteja intimamente ligada ao acontecimen-
to que dá origem à provisão. A entidade apenas reconhece ganhos nas alienações esperadas
de activos no momento especificado pela NRF que trata dos respectivos activos.
Reembolsos (53 a 57)
53. Quando se esperar que algum ou todo o dispêndio necessário para liquidar uma
provisão possa ser reembolsado por uma outra parte, o reembolso deve ser reconhecido
quando, e somente quando, seja virtualmente certo que o mesmo será recebido se a en-
tidade liquidar a obrigação. O reembolso deve ser tratado como um activo separado, não
devendo a quantia reconhecida para o reembolso exceder a quantia da provisão.
54. Na demonstração dos resultados, o gasto relacionado com uma provisão pode ser
apresentado líquido da quantia reconhecida do reembolso que lhe esteja associado.
55. Algumas vezes, uma entidade é capaz de esperar que outra parte pague parte ou todo
o dispêndio necessário para liquidar a provisão (por exemplo, por intermédio de contratos
de seguro, cláusulas de indemnização ou garantias de fornecedores). A outra parte pode reem-
bolsar quantias pagas pela entidade ou pagar directamente as quantias.
56. Na maioria dos casos, a entidade permanecerá comprometida pela totalidade da
quantia em questão de forma que a entidade teria de liquidar a quantia inteira se a terceira
parte deixou de efectuar o pagamento por qualquer razão. Nesta situação, uma provisão
é reconhecida para a quantia inteira do passivo e um activo separado é reconhecido pelo
reembolso esperado quando seja virtualmente certo que o reembolso será recebido se a
entidade liquidar o passivo.

729
Despacho Normativo n.º 20/2008, de 29 de Dezembro

57. Nalguns casos, a entidade não estará comprometida pelos custos em questão se
a terceira parte deixar de efectuar o pagamento. Em tal caso a entidade não tem nenhum
passivo por esses custos não sendo assim incluídos na provisão.
Alterações em provisões (58 e 59)
58. As provisões devem ser revistas à data de cada balanço e ajustadas para reflectir a
melhor estimativa corrente. Se deixar de ser provável que será necessário um exfluxo de
recursos que incorporem benefícios económicos futuro para liquidar a obrigação, a provi-
são deve ser revertida
59. Quando seja usado o desconto, a quantia escriturada de uma provisão aumenta em
cada período para reflectir a passagem do tempo. Este aumento é reconhecido como um
gasto financeiro.
Uso de provisões (60 e 61)
60. Uma provisão deve ser usada somente para os dispêndios relativos aos quais a
provisão foi originalmente reconhecida.
61. Somente os dispêndios que se relacionem com a provisão original são contraba-
lançados com a mesma. Contrabalançar os dispêndios com uma provisão que foi original-
mente reconhecida para uma outra finalidade esconderia o impacto de dois acontecimentos
diferentes.
Aplicação das regras de reconhecimento e de mensuração (62 a 80)
Perdas operacionais futuras (62 e 63)
62. Não devem ser reconhecidas provisões para perdas operacionais futuras, uma vez
que estas não satisfazem a definição de passivo nem os critérios gerais de reconhecimento
estabelecidos.
63. Uma expectativa de perdas operacionais futuras é uma indicação de que certos ac-
tivos da unidade operacional podem estar em imparidade, pelo que a entidade deverá testar
estes activos quanto a imparidade segundo a NRF 17 - Imparidade de Activos.
Contratos onerosos (64 a 67)
64. Se a entidade tiver um contrato que seja oneroso, a obrigação presente segundo o
contrato deve ser reconhecida e mensurada como uma provisão.
65. Muitos contratos (por exemplo, algumas ordens de compra de rotina) podem ser
cancelados sem pagar compensação à outra parte e por isso não há obrigação. Outros con-
tratos estabelecem tanto direitos como obrigações para cada uma das partes do contrato.
Quando os eventos tornem tal contrato oneroso, o contrato cai dentro do âmbito desta
Norma, existindo um passivo que é reconhecido. Os contratos executivos que não sejam
onerosos caiem fora do âmbito desta Norma.

730
Despacho Normativo n.º 20/2008, de 29 de Dezembro

66. Esta Norma define um contrato oneroso como um contrato em que os custos ine-
vitáveis de satisfazer as obrigações segundo o contrato excedem os benefícios económicos
que se espera venham a ser recebidos segundo o mesmo. Os custos inevitáveis segundo
um contrato reflectem o menor do custo líquido de sair do contrato, que é o mais baixo do
custo de o cumprir e de qualquer compensação ou de penalidades provenientes da falta de
o cumprir.
67. Antes de ser estabelecida uma provisão separada para um contrato oneroso, uma
entidade reconhece qualquer perda de imparidade que tenha ocorrido nos activos inerentes
a esse contrato (ver a NRF 17 - Imparidade de Activos).
Reestruturação (68 a 80)
68. A definição de reestruturação por regra inclui, entre outras, as seguintes situações:
(a) Venda ou cessação de uma linha de negócios;
(b) O fecho de locais de negócio num país ou região ou a deslocalização de activi-
dades de negócio de um país ou de uma região para um outro ou uma outra;
(c) Alterações na estrutura de gestão, como por exemplo a eliminação de um de-
terminado nível ; e
(d) Reorganizações fundamentais que tenham um efeito material na natureza e
foco das operações da entidade.
69. Uma provisão para custos de reestruturação somente é reconhecida quando os
critérios de reconhecimento gerais de provisões estabelecidos no parágrafo 13 sejam satis-
feitos. Os parágrafos 70 a 80 estabelecem como os critérios gerais de reconhecimento se
aplicam a reestruturações.
70. Uma obrigação construtiva de reestruturar surge somente quando uma entidade:
(a) Tenha um plano formal detalhado para a reestruturação identificando pelo me-
nos:
(i) O negócio ou parte de um negócio em questão;
(ii) As principais localizações afectadas;
(iii) A localização, função e número aproximado de empregados que recebe-
rão retribuições pela cessação dos seus serviços;
(iv) Os dispêndios que serão levados a efeito; e
(v) Quando será implementado o plano; e
(b) Tenha criado uma expectativa válida nos afectados de que levará a efeito a
reestruturação ao começar a implementar esse plano ou ao anunciar as suas
principais características aos afectados por ele.

731
Despacho Normativo n.º 20/2008, de 29 de Dezembro

71. A evidência de que uma entidade tenha começado a implementar um plano de


reestruturação será proporcionada, por exemplo, ao desmantelar a fábrica ou ao vender ac-
tivos ou pelo anúncio público das principais características do plano. Um anúncio público
de um plano detalhado para reestruturar somente constitui uma obrigação construtiva para
reestruturar se ele for feito de tal maneira e em pormenor suficiente (isto é, estabelecendo as
principais características do plano) que dê origem a expectativas válidas em outras partes,
tais como clientes, fornecedores e empregados (ou os seus representantes) de que a entida-
de levará a efeito a reestruturação.
72. Para que um plano seja suficiente para dar origem a uma obrigação construtiva
quando comunicado aos afectados pelo mesmo, a sua implementação necessita ser pla-
neada para começar logo que possível e ser completada segundo um calendário que torne
improváveis alterações significativas ao plano. Se se esperar que haverá uma longa demora
antes da reestruturação começar ou que a reestruturação levará um longo tempo não razo-
ável, é improvável que o plano suscite uma expectativa válida da parte de outros de que a
entidade está presentemente comprometida com a reestruturação, porque o calendário dá
oportunidades à entidade de alterar os seus planos.
73. Uma decisão de reestruturação, tomada pelo órgão de gestão, antes da data do
balanço não conduz a uma obrigação construtiva à data do balanço a menos que a entidade
tenha, antes desta data:
(a) Iniciado a implementação do plano de reestruturação; ou
(b) Anunciado as principais características do plano de reestruturação àqueles
afectados pelo mesmo, de forma suficientemente específica para suscitar ex-
pectativas válidas nos mesmos de que a entidade irá realizar a reestruturação.
Se uma entidade começar a implementar um plano de reestruturação, ou se anunciar as
suas principais características àqueles afectados pelo plano, só depois da data do balanço, é
exigida divulgação segundo a NRF 5 - Acontecimentos após a Data do Balanço, se a rees-
truturação for material e se a não divulgação puder influenciar as decisões económicas dos
utentes tomadas com base nas demonstrações financeiras.
74. Se bem que uma obrigação construtiva não seja criada unicamente por uma decisão
do órgão de gestão, uma obrigação pode resultar de outros eventos anteriores juntamente
com tal decisão. Por exemplo, negociações com representantes de empregados para paga-
mentos de cessação de emprego, ou com compradores para a venda de uma unidade ope-
racional podem ter sido concluídas sujeitos somente à aprovação do órgão de gestão. Uma
vez que a aprovação tenha sido obtida e comunicada a outras partes, a entidade tem uma
obrigação construtiva de reestruturar, se as condições do parágrafo 70 forem satisfeitas.
75. Nenhuma obrigação surge pela venda de uma unidade operacional até que a entida-
de esteja comprometida com a venda, isto é, haja um acordo de venda vinculativo.

732
Despacho Normativo n.º 20/2008, de 29 de Dezembro

76. Mesmo quando uma entidade tenha tomado uma decisão de vender uma unidade
operacional e anunciado publicamente essa decisão, ela não pode estar comprometida com
a venda até que um comprador tenha sido identificado e que haja um acordo vinculativo
de venda. Até que haja um acordo vinculativo de venda, a entidade estará em condições
de alterar a sua intenção e na verdade terá de tomar uma outra orientação se não puder ser
encontrado um comprador em termos aceitáveis. Quando a venda de uma unidade opera-
cional for concebida como parte de uma reestruturação, os activos da unidade operacional
são revistos quanto à sua imparidade, segundo a NRF 17 - Imparidade de Activos. Quando
uma venda for somente parte de uma reestruturação, uma obrigação construtiva pode surgir
para as outras partes da reestruturação antes que exista um acordo de venda vinculativo.
77. Uma provisão de reestruturação somente deve incluir os dispêndios directos pro-
venientes da reestruturação, que são os que sejam quer:
(a) Necessariamente consequentes da reestruturação; quer
(b) Não associados com as actividades continuadas da entidade.
78. Uma provisão de reestruturação não inclui custos tais como:
(a) Retreinar ou deslocalizar pessoal que continua;
(b) Comercialização; ou
(c) Investimento em novos sistemas e redes de distribuição.
Estes dispêndios relacionam-se com a conduta futura da entidade e não são passivos de
reestruturação à data do balanço. Tais dispêndios são reconhecidos na mesma base como se
surgissem independentemente de uma reestruturação.
79. Perdas operacionais futuras identificáveis até à data de uma reestruturação não
são incluídas numa provisão, a menos que se relacionem com um contrato oneroso como
definido no parágrafo 8.
80. Como exigido pelo parágrafo 51, os ganhos esperados na alienação de activos não são
tidos em consideração na mensuração de uma provisão de reestruturação, mesmo se a venda
de activos for vista como parte da reestruturação.
Divulgação (81 a 87)
81. Para cada classe de provisão, uma entidade deve divulgar:
(a) A quantia escriturada no começo e no fim do período;
(b) As provisões adicionais feitas no período, incluindo aumentos nas provisões
existentes;
(c) As quantias usadas (isto é, incorridas e debitadas à provisão) durante o período;
(d) Quantias não usadas revertidas durante o período; e

733
Despacho Normativo n.º 20/2008, de 29 de Dezembro

(e) O aumento durante o período na quantia descontada proveniente da passagem


do tempo e o efeito de qualquer alteração na taxa de desconto.
Não é exigida informação comparativa.
82. Uma entidade deve divulgar o seguinte para cada classe de provisão
(a) Uma breve descrição da natureza da obrigação e do momento de ocorrência
esperado de quaisquer exfluxos de benefícios económicos resultantes;
(b) Uma indicação das incertezas acerca da quantia ou do momento de ocorrência
desses exfluxos. Sempre que necessário para proporcionar informação ade-
quada uma entidade deve divulgar os principais pressupostos feitos com res-
peito a acontecimentos futuros, como tratado no parágrafo 48; e
(c) A quantia de qualquer reembolso esperado, declarando a quantia de qualquer
activo que tenha sido reconhecido para esse reembolso esperado
83. A menos que a possibilidade de qualquer exfluxo na liquidação seja remota, uma
entidade deve divulgar para cada classe de passivo contingente à data do balanço uma bre-
ve descrição da natureza do passivo contingente e, quando praticável:
(a) Uma estimativa do seu efeito financeiro, mensurado segundo os parágrafos 35
a 52;
(b) Uma indicação das incertezas que se relacionam com a quantia ou momento
de ocorrência de qualquer exfluxo; e
(c ) Possibilidade de qualquer reembolso.
84. Quando uma provisão e um passivo contingente surjam provenientes do mesmo
conjunto de circunstâncias, uma entidade faz as divulgações exigidas pelos parágrafos 81 a
83 de uma maneira que eles mostrem a ligação entre a provisão e o passivo contingente.
85. Quando um influxo de benefícios económicos for provável, uma entidade deve di-
vulgar uma breve descrição da natureza dos activos contingentes à data do balanço e, quando
praticável, uma estimativa do seu efeito financeiro, mensurada usando os princípios estabe-
lecidos para as provisões nos parágrafos 35 a 52.
86. É importante que as divulgações de activos contingentes evitem dar indicações
enganosas da probabilidade de surgirem rendimentos.
87. Quando qualquer da informação exigida pelos parágrafos 83 e 85 não estiver divul-
gada porque não é praticável fazê-lo, esse facto deve ser declarado.
Data de eficácia (88)
88. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.
A Ministra, Cristina Duarte

734
Despacho Normativo n.º 21/2008, de 29 de Dezembro

NORMA DE RELATO FINANCEIRO 20 – OS EFEITOS


DE ALTERAÇÕES EM TAXAS DE CÂMBIO – IAS 21
Despacho Normativo n.º 21/2008
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio modernizar e introduzir um Novo
Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde em subs-
tituição do Plano Nacional de Contabilidade aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de
Janeiro, com o objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas directivas inter-
nacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações introduzidas
têm em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão das entidades em Cabo Verde e
a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico do País e do
mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar a qualidade das demonstrações
financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor de credibilidade ao funciona-
mento da economia real em Cabo Verde.
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido Decreto-Lei e visando transpor
para o direito interno as Normas de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das
Normas Internacionais da Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo
International Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de Normalização Con-
tabilística foi nomeada e trabalhou-se a apresentação da documentação complementar ao
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização Contabilística e de
Relato Financeiro para Cabo Verde.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º e do número 3 do artigo 259º
da Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde através da Ministra das
Finanças e Administração Pública, o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 20 – Os efeitos de alterações em taxas de
câmbio do Sistema de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro e que se apresenta
em anexo ao presente regulamento como parte integrante.
Artigo 2º
Natureza
A Norma de Relato Financeiro 20 – Os efeitos de alterações em taxas de câmbio é
parte integrante do Sistema de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro para Cabo
Verde.
Artigo 3º
Entrada em vigor
O presente Despacho Normativo entra em vigor na data da entrada em vigor do Decre-
to-Lei 5/2008, que aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Pública, 16 de Dezembro de 2008.
– A Ministra, Cristina Duarte.

735
Despacho Normativo n.º 21/2008, de 29 de Dezembro

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA


E DE RELATO FINANCEIRO
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 20
OS EFEITOS DE ALTERAÇÕES
EM TAXAS DE CÂMBIO
Esta Norma de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional emitida pelo IASB
sobre os efeitos de alterações em taxas de câmbio
Objectivo (1 e 2)
1.OobjectivodestaNormadeRelatoFinanceiroéodeprescrevercomosedevemincluirtransac-
ções em moeda estrangeira e unidades operacionais estrangeiras nas demonstrações financeiras de
umaentidadeecomosedevetranspordemonstraçõesfinanceiras para uma moeda de apresentação.
Uma entidade pode levar a efeito actividades no estrangeiro de duas maneiras:
(a) Pode ter transacções em moeda estrangeira; ou
(b) Pode ter unidades operacionais no estrangeiro.
Além disso, uma entidade pode apresentar as suas demonstrações financeiras numa
moeda estrangeira.
2. As principais questões prendem-se com a(s) taxa(s) de câmbio a usar e com o relato
dos efeitos das alterações nas taxas de câmbio nas demonstrações financeiras.
Âmbito (3 a 7)
3. Esta Norma deve ser aplicada:
(a) Na contabilização de transacções e saldos em moedas estrangeiras;
(b) Na transposição das demonstrações financeiras de unidades operacionais es-
trangeiras que sejam incluídas nas demonstrações financeiras da entidade pela
consolidação, pela consolidação proporcional ou pelo método de equivalência
patrimonial; e
(c) Na transposição dos resultados e da posição financeira de uma entidade para a
moeda de apresentação.
4. Além disso, esta Norma aplica-se, também, quando uma entidade transpõe quantias
relacionadas com derivados da sua moeda funcional para a sua moeda de apresentação.
5. Esta Norma aplica-se à apresentação das demonstrações financeiras de uma entidade
numa moeda estrangeira e estabelece os requisitos para que as demonstrações financeiras
resultantes sejam descritas como estando em conformidade com as NRF. Para transposi-
ções de informação financeira para uma moeda estrangeira que não satisfaçam estes requi-
sitos, esta Norma especifica a informação a divulgar.

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Despacho Normativo n.º 21/2008, de 29 de Dezembro

6. Esta Norma não trata da apresentação numa demonstração de fluxos de caixa prove-
nientes de transacções numa moeda estrangeira e da transposição de fluxos de caixa de uma
unidade operacional estrangeira (ver NRF 2 - Demonstração de Fluxos de Caixa).
7. Esta Norma não se aplica à contabilidade de cobertura de itens em moeda estrangeira,
incluindo a cobertura de um investimento líquido numa unidade operacional estrangeira,
nem a transacções e saldos de derivados. Orientação adicional sobre esta matéria é propor-
cionada pela IAS 39 - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração.
Definições (8 a 16)
8. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especifica-
dos:
Diferença de câmbio: é a diferença resultante da transposição de um determinado nú-
mero de unidades de uma moeda para outra moeda a diferentes taxas de câmbio.
Grupo: é constituído por uma empresa-mãe e todas as suas subsidiárias. Investimento
líquido: numa unidade operacional estrangeira é a quantia relativa ao interesse da entidade
que relata nos activos líquidos dessa unidade operacional. Itens monetários: são unidades
monetárias detidas e activos e passivos a receber ou a pagar num número fixado ou deter-
minável de unidades monetárias.
Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado,
entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relaciona-
mento entre elas.
Moeda de apresentação: é a moeda na qual as demonstrações financeiras são apresen-
tadas.
Moeda estrangeira: é uma moeda que não seja a moeda funcional da entidade.
Moeda funcional: é a moeda do ambiente económico principal no qual a entidade
opera.
Taxa de câmbio: é o rácio de troca de duas moedas.
Taxa de câmbio à vista: é a taxa de câmbio para entrega imediata de moeda.
Taxa de fecho: é a taxa de câmbio à vista à data do balanço.
Unidade operacional estrangeira: é uma subsidiária, associada, empreendimento con-
junto ou sucursal da entidade que relata, cujas actividades sejam baseadas ou conduzidas
num país que não seja o país da entidade que relata.
Elaboração das definições (9 a 16)
Moeda funcional (9 a 14)

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Despacho Normativo n.º 21/2008, de 29 de Dezembro

9. O ambiente económico principal no qual uma entidade opera é normalmente aquele


em que a entidade gera e gasta dinheiro. Uma entidade considera os seguintes factores ao
determinar a sua moeda funcional:
(a) A moeda:
(i) Que influencia principalmente os preços de venda dos bens e serviços (muitas
vezes, esta será a moeda na qual os preços de venda dos seus bens e serviços
serão denominados e liquidados); e
(ii) Do país cujas forças competitivas e regulamentos determinam principalmente
os preços de venda dos seus bens e serviços;
(b) A moeda que influencia principalmente a mão-de-obra, o material e outros
custos do fornecimento de bens e serviços (esta será muitas vezes a moeda na
qual estes custos serão denominados e liquidados).
10. Os seguintes factores podem também proporcionar evidência relativamente à moeda
funcional de uma entidade:
(a) A moeda na qual são gerados os fundos provenientes de actividades de finan-
ciamento (i.e. a emissão de instrumentos de dívida e de capital próprio);
(b) A moeda na qual os recebimentos relativos a actividades operacionais são
normalmente retidos.
11. Os seguintes aspectos adicionais são considerados ao determinar a moeda funcional
de uma unidade operacional estrangeira, e se a sua moeda funcional for a mesma que a da
entidade que relata (a entidade que relata, neste contexto, é a entidade que tem a unidade ope-
racional estrangeira como subsidiária, sucursal, associada ou empreendimento conjunto):
(a) As actividades de uma unidade operacional estrangeira serem realizadas como
extensão da entidade que relata, em vez de o serem com um grau significativo
de autonomia. Um exemplo da primeira situação é quando a unidade ope-
racional estrangeira apenas vende bens importados da entidade que relata e
remete os proventos para esta. Um exemplo da segunda situação é quando
a unidade operacional acumula caixa e outros itens monetários, incorre em
gastos, gera rendimento e obtém empréstimos, todos substancialmente na sua
moeda local;
(b) As transacções com a entidade que relata serem uma proporção alta ou baixa
das actividades da unidade operacional estrangeira;
(c) Os fluxos de caixa das actividades da unidade operacional estrangeira afectarem
directamente os fluxos de caixa da entidade que relata e se estiverem facilmen-
te disponíveis para serem remetidos à mesma;
(d) Os fluxos de caixa resultantes das actividades da unidade operacional estran-
geira serem suficientes para servir o cumprimento da dívida existente e nor-
malmente esperada sem que sejam disponibilizados fundos pela entidade que
relata.

738
Despacho Normativo n.º 21/2008, de 29 de Dezembro

12. Quando os indicadores atrás forem mistos e a moeda funcional não for óbvia, o
órgão de gestão usa o seu juízo de valor para determinar a moeda funcional que mais fide-
dignamente representa os efeitos económicos das transacções, acontecimentos e condições
subjacentes. Como parte desta abordagem, o órgão de gestão dá prioridade aos indicadores
do parágrafo 9 antes de considerar os indicadores dos parágrafos 11, que foram concebidos
para proporcionar evidência adicional de suporte para determinar a moeda funcional de
uma entidade.
13. A moeda funcional de uma entidade reflecte as transacções, acontecimentos e con-
dições subjacentes que sejam relevantes para a mesma. Em conformidade, uma vez de-
terminada, a moeda funcional não é alterada a não ser que ocorra uma alteração nessas
transacções, acontecimentos e condições subjacentes.
14. Se a moeda funcional for a moeda de um economia Hiperinflacionárias, as de-
monstrações financeiras da entidade não são reexpressas em conformidade com a presente
Norma (vide IAS 29 - Relato Financeiro em Economias Hiperinflacionárias).
Investimento líquido numa unidade operacional estrangeira (15)
15. Uma entidade pode ter um item monetário que seja recebível de ou pagável a
uma unidade operacional estrangeira. Um item cuja liquidação não esteja planeada nem
seja provável que ocorra num futuro previsível faz parte, em substância, do investimento
líquido da entidade nessa unidade operacional estrangeira, sendo contabilizado em confor-
midade com os parágrafos 31 e 32. Tais itens monetários podem incluir contas a receber ou
empréstimos de longo prazo. Não incluem contas a receber comerciais nem contas a pagar
comerciais.
Itens monetários (16)
16. A característica essencial de um item monetário é um direito de receber (ou uma
obrigação de entregar) um número fixo ou determinável de unidades monetárias. Os exem-
plos incluem: pensões e outros benefícios de empregados a serem pagos em numerário;
provisões que devem ser liquidadas em numerário; e dividendos em numerário que sejam
reconhecidos como um passivo. Da mesma forma, um contrato para receber (ou entregar)
um número variável dos instrumentos de capital próprio da entidade ou uma quantidade
variável de activos dos quais o justo valor a receber (ou a entregar) equivalha a um número
fixo ou determinável de unidades monetárias é um item monetário. Pelo contrário, a carac-
terística essencial de um item não monetário é a ausência de um direito de receber (ou de
uma obrigação de entregar) um número fixo ou determinável de unidades monetárias. Os
exemplos incluem: quantias pré-pagas de bens e serviços (por exemplo, a renda pré-paga);
trespasse (goodwill); activos intangíveis; inventários; activos fixos tangíveis; e provisões
que devam ser liquidadas pela entrega de um activo não monetário.
Resumo da abordagem exigida por esta norma (17 a 19)
17. Ao preparar demonstrações financeiras, cada entidade — seja uma entidade autó-
noma, uma entidade com unidades operacionais estrangeiras (como uma empresa-mãe) ou
uma unidade operacional estrangeira (como uma subsidiária ou uma sucursal) — determina

739
Despacho Normativo n.º 21/2008, de 29 de Dezembro

a sua moeda funcional em conformidade com os parágrafos 9 a 14. A entidade transpõe os


itens de moeda estrangeira para a sua moeda funcional e relata os efeitos dessa transposição
de acordo com os parágrafos 20 a 36 e 49.
18. Muitas entidades que relatam compreendem um número de entidades individuais
(por exemplo, um grupo é composto por uma empresa-mãe e uma ou mais subsidiárias).
Vários tipos de entidades, sejam membros de um grupo ou de outro, podem ter investi-
mentos em associadas ou empreendimentos conjuntos. Também podem ter sucursais. É
necessário que os resultados e a posição financeira de cada entidade individual incluída na
entidade que relata sejam transpostos para a moeda na qual a entidade que relata apresenta
as suas demonstrações financeiras. Esta Norma permite que a moeda de apresentação de
uma entidade que relata seja qualquer moeda (ou moedas). Os resultados e a posição finan-
ceira de qualquer entidade individual da entidade que relata e cuja moeda funcional difira
da moeda de apresentação são transpostos de acordo com os parágrafos 37 a 49.
19. Esta Norma também permite que uma entidade autónoma que prepare demons-
trações financeiras de acordo com a NRF 25 — Investimentos em Subsidiárias e Conso-
lidação apresente as suas demonstrações financeiras em qualquer moeda (ou moedas). Se
a moeda de apresentação da entidade diferir da sua moeda funcional, os seus resultados e
posição financeira também são transpostos para a moeda de apresentação de acordo com
os parágrafos 37 a 49.
Relato de transacções em moeda estrangeira na moeda funcional (20 a 36)
Reconhecimento inicial (20 a 22)
20. Uma transacção em moeda estrangeira é uma transacção que seja denominada ou
exija liquidação numa moeda estrangeira, incluindo transacções que resultem de quando
uma entidade:
(a) Compra ou vende bens ou serviços cujo preço seja denominado numa moeda
estrangeira;
(b) Pede emprestado ou empresta fundos quando as quantias a pagar ou a receber
sejam estabelecidas numa moeda estrangeira; ou
(c) Por qualquer forma adquire ou aliena activos ou incorre ou liquida passivos,
denominados numa moeda estrangeira.
21. Uma transacção em moeda estrangeira deve ser registada, no momento do reco-
nhecimento inicial na moeda funcional, pela aplicação à quantia de moeda estrangeira da
taxa de câmbio entre a moeda funcional e a moeda estrangeira à data da transacção.
22. A data de uma transacção é a data na qual a transacção se qualifica inicialmente
para reconhecimento de acordo com as NRF. Por razões práticas, é muitas vezes usada uma
taxa que se aproxime da taxa real à data da transacção; por exemplo, pode ser usada uma
taxa média para uma semana ou um mês para todas as transacções em cada moeda estran-

740
Despacho Normativo n.º 21/2008, de 29 de Dezembro

geira que ocorram durante esse período. Porém, se as taxas de câmbio variarem significati-
vamente, o uso da taxa média de um período não é apropriado.
Relato em datas subsequentes à do balanço (23 a 26)
23. À data de cada balanço:
(a) Os itens monetários em moeda estrangeira devem ser transpostos pelo uso da taxa
de fecho;
(b) Os itens não monetários que sejam mensurados em termos de custo histórico
numa moeda estrangeira devem ser transpostos pelo uso da taxa de câmbio à
data da transacção;
(c) Os itens não monetários que sejam mensurados pelo justo valor numa moeda
estrangeira devem ser transpostos pelo uso das taxas de câmbio que existiam
quando os valores foram determinados.
24. A quantia escriturada de um item é determinada de acordo com as Normas Conta-
bilísticas e de Relato Financeiro relevantes. Por exemplo, os activos fixos tangíveis podem
ser mensurados pelo justo valor ou pelo custo histórico de acordo com a NRF 7 - Activos
Fixos Tangíveis. Quer a quantia escriturada seja determinada na base do custo histórico ou
na base do justo valor, se a quantia for determinada numa moeda estrangeira, ela deve ser
transposta para a moeda funcional de acordo com esta Norma.
25. A quantia escriturada de alguns itens é determinada pela comparação de duas ou
mais quantias. Por exemplo, a quantia escriturada de inventários é a menor do custo e do
valor realizável líquido de acordo com a NRF 13 - Inventários. Da mesma forma, de acordo
com a NRF 17 - Imparidade de Activos, a quantia escriturada de um activo para o qual exis-
ta a indicação de imparidade é a menor entre a sua quantia escriturada antes de considerar
as possíveis perdas por imparidade e a sua quantia recuperável. Quando um tal activo é
não monetário e é mensurado numa moeda estrangeira, a quantia escriturada é determinada
comparando:
(a) O custo ou quantia escriturada, conforme apropriado, transposto à taxa de
câmbio na data em que a quantia foi determinada (i.e. a taxa à data da transac-
ção para um item mensurado em termos de custo histórico); e
(b) O valor realizável líquido ou quantia recuperável, conforme apropriado, trans-
posto à taxa de câmbio na data em que o valor foi determinado (por exemplo,
a taxa de fecho à data do balanço). O efeito desta comparação pode ser que
uma perda por imparidade seja reconhecida na moeda funcional, mas não seja
reconhecida na moeda estrangeira, ou vice-versa.
26. Quando estão disponíveis várias taxas de câmbio, a taxa usada é aquela pela qual
os futuros fluxos de caixa representados pela transacção ou saldo poderiam ter sido liqui-
dados se esses fluxos de caixa tivessem ocorrido na data da mensuração. Se a convertibili-

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Despacho Normativo n.º 21/2008, de 29 de Dezembro

dade entre duas moedas estiver temporariamente suspensa, a taxa usada é a primeira taxa
subsequente pela qual os câmbios podem ser efectuados.
Reconhecimento de diferenças de câmbio (27 a 33)
27. As diferenças de câmbio resultantes da liquidação de itens monetários ou do relato
de itens monetários de uma empresa a taxas diferentes das que foram inicialmente regis-
tadas durante o período, ou relatadas em demonstrações financeiras anteriores, devem ser
reconhecidas nos resultados do período em que ocorram, excepto quanto ao descrito no
parágrafo 31.
28. Quando itens monetários resultam de uma transacção em moeda estrangeira e
ocorre uma alteração na taxa de câmbio, entre a data da transacção e a data da liquidação,
o resultado é uma diferença de câmbio. Quando a transacção é liquidada dentro do mesmo
período contabilístico em que ocorreu, toda a diferença de câmbio é reconhecida nesse
período. Porém, quando a transacção é liquidada num período contabilístico subsequente,
a diferença de câmbio reconhecida em cada período até à data de liquidação é determinada
pela alteração nas taxas de câmbio durante cada período.
29. Quando um ganho ou uma perda num item não monetário é reconhecido directa-
mente no capital próprio, qualquer diferença de câmbio incluída nesse ganho ou perda deve
ser reconhecida directamente no capital próprio. Quando um ganho ou uma perda com um
item não monetário é reconhecido nos resultados, qualquer diferença de câmbio incluída
nesse ganho ou perda deve ser reconhecida nos resultados.
30. Outras Normas exigem que alguns ganhos ou perdas sejam reconhecidos directamen-
te no capital próprio. Por exemplo, a NRF 7 — Activos Fixos Tangíveis exige que alguns
ganhos ou perdas resultantes de uma revalorização de activos fixos tangíveis sejam reco-
nhecidos directamente no capital próprio. Quando um tal activo é mensurado numa moeda
estrangeira, o parágrafo 23 (c) desta Norma exige que a quantia revalorizada seja transposta
usando a taxa à data em que o valor é determinado, resultando numa diferença de câmbio
que também é reconhecida no capital próprio.
31. As diferenças de câmbio resultantes de um item monetário que faça parte do in-
vestimento líquido numa unidade operacional estrangeira de uma entidade que relata (ver
parágrafo 15) devem ser reconhecidas nos resultados, nas demonstrações financeiras da
entidade que relata ou nas demonstrações financeiras da unidade operacional estrangeira,
conforme apropriado. Nas demonstrações financeiras que incluam a unidade operacional
estrangeira e a entidade que relata (por exemplo, as demonstrações financeiras consoli-
dadas quando a unidade operacional estrangeira for uma subsidiária), essas diferenças de
câmbio devem ser reconhecidas inicialmente num componente separado de capital próprio
e reconhecidas nos resultados aquando da alienação do investimento líquido de acordo com
o parágrafo 47.
32. Quando um item monetário fizer parte do investimento líquido numa unidade ope-
racional estrangeira de uma entidade que relata e está denominado na moeda funcional da

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Despacho Normativo n.º 21/2008, de 29 de Dezembro

entidade que relata, surge uma diferença de câmbio nas demonstrações financeiras indi-
viduais da unidade operacional estrangeira. Da mesma forma, se esse item estiver deno-
minado na moeda funcional da unidade operacional estrangeira, surge uma diferença de
câmbio nas demonstrações financeiras separadas da entidade que relata. Essas diferenças
de câmbio são reclassificadas num componente separado de capital próprio nas demonstra-
ções financeiras que incluem a unidade operacional estrangeira e a entidade que relata (i.e.
as demonstrações financeiras nas quais a unidade operacional estrangeira está integral ou
proporcionalmente consolidada, ou contabilizada usando o método da equivalência patri-
monial). Contudo, um item monetário que faça parte do investimento líquido numa unidade
operacional estrangeira de uma entidade que relata pode ser denominado numa moeda
diferente da moeda funcional tanto da entidade que relata como da unidade operacional
estrangeira. As diferenças de câmbio que resultam da transposição do item monetário para
as moedas funcionais da entidade que relata e da unidade operacional estrangeira não são
reclassificadas no componente separado de capital próprio nas demonstrações financeiras
que incluem a unidade operacional estrangeira e a entidade que relata (i.e. mantêm-se re-
conhecidas nos resultados).
33. Quando uma entidade mantiver os seus livros e registos numa moeda diferente
da sua moeda funcional, no momento em que a entidade preparar as suas demonstrações
financeiras, todas as quantias são transpostas para a moeda funcional de acordo com os pa-
rágrafos 20 a 26. Isto resulta nas mesmas quantias na moeda funcional que teriam ocorrido
se os itens tivessem sido registados inicialmente na moeda funcional. Por exemplo, os itens
monetários são transpostos para a moeda funcional usando a taxa de fecho, e os itens não
monetários que são mensurados numa base do custo histórico são transpostos usando a taxa
de câmbio à data da transacção que resultou no seu reconhecimento.
Alterações na moeda funcional (34 a 36)
34. Quando ocorrer uma alteração na moeda funcional de uma entidade, a entidade
deve aplicar os procedimentos de transposição aplicáveis à nova moeda funcional prospec-
tivamente a partir a data da alteração.
35. Conforme referido no parágrafo 13, a moeda funcional de uma entidade reflecte
as transacções, acontecimentos e condições subjacentes que sejam relevantes para a enti-
dade. Em conformidade, uma vez determinada a moeda funcional, ela só pode ser alterada
se ocorrer uma alteração nessas transacções, acontecimentos e condições subjacentes. Por
exemplo, uma alteração na moeda que influencia principalmente os preços de venda dos
bens e serviços pode levar a uma alteração na moeda funcional de uma entidade.
36. O efeito de uma alteração na moeda funcional é contabilizado prospectivamente.
Por outras palavras, uma entidade transpõe todos os itens para a nova moeda funcional
usando a taxa de câmbio à data da alteração. As quantias transpostas resultantes para itens
não monetários são tratadas como o seu custo histórico. As diferenças de câmbio resultan-
tes da transposição de uma unidade operacional estrangeira anteriormente classificada no

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Despacho Normativo n.º 21/2008, de 29 de Dezembro

capital próprio de acordo com os parágrafos 31 e 38(c) não são reconhecidas nos resultados
até à alienação da unidade operacional.
Uso de uma moeda de apresentação diferente da moeda funcional (37 a 48)
Transposição para a moeda de apresentação (37 a 42)
37. Uma entidade pode apresentar as suas demonstrações financeiras em qualquer mo-
eda (ou moedas). Se a moeda de apresentação diferir da moeda funcional da entidade, ela
transpõe os seus resultados e posição financeira para a moeda de apresentação. Por exem-
plo, quando um grupo contiver entidades individuais com diferentes moedas funcionais, os
resultados e posição financeira de cada entidade são expressos numa moeda comum para
que seja possível apresentar demonstrações financeiras consolidadas.
38. Os resultados e posição financeira de uma entidade cuja moeda funcional não seja
a moeda de uma economia hiperinflacionária devem ser transpostos para uma moeda de
apresentação diferente usando os seguintes procedimentos:
(a) Os activos e passivos de cada balanço apresentado (i.e. incluindo comparati-
vos) devem ser transpostos à taxa de fecho na data desse balanço;
(b) Os rendimentos e gastos de cada demonstração dos resultados (i.e. incluindo
comparativos) devem ser transpostos às taxas de câmbio nas datas das transac-
ções; e
(c) Todas as diferenças de câmbio resultantes devem ser reconhecidas como um
componente separado de capital próprio.
39. Por razões práticas, é muitas vezes usada uma taxa que se aproxime das taxas de
câmbio à data das transacções, por exemplo, uma taxa média do período, para transpor os
itens de rendimentos e de gastos. Porém, se as taxas de câmbio variarem significativamen-
te, o uso da taxa média de um período não é apropriado.
40. As diferenças de câmbio referidas no parágrafo 38 (c) resultam:
(a) Da transposição de rendimentos e gastos às taxas de câmbio nas datas das
transacções e de activos e passivos à taxa de fecho. Essas diferenças de câm-
bio derivam tanto dos itens de rendimentos e de gastos reconhecidos nos re-
sultados como daqueles reconhecidos directamente no capital próprio;
(b) Da transposição dos activos líquidos de abertura a uma taxa de fecho que difi-
ra da taxa de fecho anterior.
Estas diferenças de câmbio não são reconhecidas nos resultados porque as alterações
nas taxas de câmbio têm pouco ou nenhum efeito sobre os fluxos de caixa presentes e
futuros das unidades operacionais. Quando as diferenças de câmbio se relacionam com
uma unidade operacional estrangeira que esteja consolidada mas não totalmente detida,
as diferenças de câmbio acumuladas resultantes da transposição e atribuíveis a interesses
minoritários são imputadas a, e reconhecidas como parte de, interesses minoritários no
balanço consolidado.

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Despacho Normativo n.º 21/2008, de 29 de Dezembro

41. Os resultados e posição financeira de uma entidade cuja moeda funcional seja
a moeda de uma economia hiperinflacionária devem ser transpostos para uma moeda de
apresentação diferente usando os seguintes procedimentos:
(a) Todas as quantias (i.e. activos, passivos, itens de capital próprio, rendimento e
gastos, incluindo comparativos) devem ser transpostas à taxa de fecho na data
do balanço mais recente, excepto que
(b) Quando as quantias são transpostas para a moeda de uma economia não hipe-
rinflacionária, as quantias comparativas devem ser aquelas que tenham sido
apresentadas como quantias do ano corrente nas demonstrações financeiras
relevantes do ano anterior (i.e. não ajustadas para alterações subsequentes no
nível de preço ou alterações subsequentes nas taxas de câmbio).
42. Quando a moeda funcional de uma entidade é a moeda de uma economia hipe-
rinflacionária, a entidade deve reexpressar as suas demonstrações financeiras (procedendo,
para o efeito, de acordo com a IAS 29 Relato Financeiro em Economias Hiperinflacioná-
rias) antes de aplicar o método de transposição definido no parágrafo 41, excepto no caso
de quantias comparativas que sejam transpostas para uma moeda de uma economia não
hiperinflacionária (ver parágrafo 41(b)). Quando a economia deixar de ser hiperinflacio-
nária e a entidade já não reexpressar as suas demonstrações financeiras de acordo com o
procedimento antes referido, ela deve usar como custos históricos para a transposição para
a moeda de apresentação as quantias reexpressas ao nível de preço à data em que a entidade
cessou de reexpressar as suas demonstrações financeiras.
Transposição de uma unidade operacional estrangeira (43 a 46)
43. Os parágrafos 44 a 46, além dos parágrafos 37 a 42, aplicam-se quando os resulta-
dos e a posição financeira de uma unidade operacional estrangeira são transpostos para uma
moeda de apresentação a fim de que a unidade operacional estrangeira possa ser incluída,
nas demonstrações financeiras da entidade que relata, pela consolidação integral ou propor-
cional ou pelo método de equivalência patrimonial.
44. A incorporação dos resultados e da posição financeira de uma unidade operacional
estrangeira com os da entidade que relata segue os procedimentos normais de consolida-
ção, tais como a eliminação de saldos intragrupo e de transacções intragrupo de uma subsi-
diária (ver NRF 25 — Investimentos em Subsidiárias e Consolidação e NRF 23 - Interesses
em Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas). Contudo, um activo (ou
passivo) monetário intragrupo, seja de curto ou longo prazo, não pode ser eliminado contra
o correspondente passivo (ou activo) intragrupo sem que sejam mostrados os resultados das
flutuações da moeda nas demonstrações financeiras consolidadas. Isto resulta do facto de
o item monetário representar um compromisso para converter uma moeda noutra e expor
a entidade que relata a um ganho ou perda através das flutuações cambiais. Em conformi-
dade, nas demonstrações financeiras consolidadas da entidade que relata, tal diferença de

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Despacho Normativo n.º 21/2008, de 29 de Dezembro

câmbio continua a ser reconhecida nos resultados ou, se derivar das circunstâncias descri-
tas no parágrafo 31, é classificada como capital próprio até à alienação da unidade opera-
cional estrangeira.
45. Quando as demonstrações financeiras de uma unidade operacional estrangeira se
referem a uma data diferente da data da entidade que relata, a unidade operacional es-
trangeira prepara muitas vezes demonstrações adicionais da mesma data que a data das
demonstrações financeiras da entidade que relata. Quando tal não se verificar, a NRF 25 -
Investimentos em Subsidiárias e Consolidação permite o uso de uma data de relato diferen-
te desde que a diferença não seja superior a três meses e os ajustamentos sejam feitos para
os efeitos de qualquer transacção significativa ou outros acontecimentos que ocorram entre
as diferentes datas. Em tal caso, os activos e passivos da unidade operacional estrangeira
são transpostos à taxa de câmbio na data do balanço da unidade operacional estrangeira. Os
ajustamentos são feitos para alterações significativas nas taxas de câmbio até à data do ba-
lanço da entidade que relata de acordo com a NRF 25. A mesma abordagem é usada na apli-
cação do método de equivalência patrimonial a associadas e empreendimentos conjuntos e
na aplicação da consolidação proporcional a empreendimentos conjuntos de acordo com a
NRF 23 — Interesses em Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas.
46. Qualquer trespasse (goodwill) proveniente da aquisição de uma unidade operacio-
nal estrangeira e quaisquer ajustamentos do justo valor nas quantias escrituradas de activos
e passivos provenientes da aquisição dessa unidade operacional estrangeira serão tratados
como activos e passivos da unidade operacional estrangeira. Desse modo, serão expressos
na moeda funcional da unidade operacional estrangeira e serão transpostos à taxa de fecho
de acordo com os parágrafos 38 e 41.
Alienação de uma unidade operacional estrangeira (47 e 48)
47. Na alienação de uma unidade operacional estrangeira, a quantia acumulada das
diferenças de câmbio diferidas no componente separado de capital próprio relativo a essa
unidade operacional estrangeira deve ser reconhecida nos resultados quando o ganho ou a
perda resultante da alienação for reconhecido.
48. Uma entidade pode alienar os seus interesses numa unidade operacional estran-
geira pela venda, pela liquidação, pelo reembolso do capital por acções ou pelo abandono
de parte ou da totalidade dessa entidade. O pagamento de um dividendo faz parte de uma
alienação apenas quando constituir um retorno do investimento, por exemplo, quando o
dividendo pago for originado por lucros anteriores à aquisição. No caso de uma alienação
parcial, apenas é incluída no ganho ou na perda a parte proporcional da diferença de câmbio
acumulada relacionada. Uma redução da quantia escriturada de uma unidade operacional
estrangeira não constitui uma alienação parcial. Em conformidade, nenhuma parte do ga-
nho ou perda cambial diferido é reconhecida nos resultados no momento da redução.
Efeitos fiscais de todas as diferenças de câmbio (49)
49. Os ganhos e perdas com transacções em moeda estrangeira e as diferenças de câm-
bio resultantes da transposição dos resultados e da posição financeira de uma entidade (in-

746
Despacho Normativo n.º 21/2008, de 29 de Dezembro

cluindo uma unidade operacional estrangeira) para outra moeda podem ter efeitos fiscais. A
NRF 22 - Impostos sobre o Rendimento aplica-se a estes efeitos fiscais.
Divulgação (50 a 53)
50. Nos parágrafos 52 e 53, as referências a «moeda funcional» aplicam-se, no caso de
um grupo, à moeda funcional da empresa-mãe.
51. Uma entidade deve divulgar:
(a) A quantia das diferenças de câmbio reconhecidas nos resultados excepto as
que resultem de instrumentos financeiros mensurados pelo justo valor através
dos resultados (vide IAS 39);
(b) As diferenças de câmbio líquidas classificadas num componente separado de
capital próprio, e uma reconciliação da quantia de tais diferenças de câmbio
no começo e no fim do período.
52. Quando a moeda de apresentação for diferente da moeda funcional, esse facto deve
ser declarado, junto com a divulgação da moeda funcional e a razão para o uso de uma
moeda de apresentação diferente.
53. Quando houver uma alteração na moeda funcional tanto da entidade que relata
como de uma unidade operacional estrangeira significativa, esse facto e a razão para a alte-
ração na moeda funcional devem ser divulgados.
Data de eficácia (54)
54. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.
ANEXO 1
Regime especial das pequenas entidades
Preambulo:
Uma entidade pode levar a efeito actividades no estrangeiro de duas maneiras:
(a) Pode ter transacções em moeda estrangeira, ou
(b) Pode ter unidades operacionais no estrangeiro.
1. Às Entidades inseridas no regime especial para pequenas entidades (REPE) não se
aplicam os parágrafos que se referem à questão relacionada com “unidades operacionais no
estrangeiro” como sejam os parágrafos: 15; 17 a 19; 31 a 47. Pelo mesmo motivo há parágra-
fos que não se aplicam na sua totalidade como seja o parágrafo 49.
2. Às Entidades inseridas no regime especial para pequenas entidades (REPE) não se
aplicam os parágrafos 50 a 53 (divulgação) devendo no entanto dar informação no Anexo
referente a situações materialmente relevantes que contribuam para uma melhor compre-
ensão das demonstrações financeiras
A Ministra, Cristina Duarte.

747
Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro

NORMA DE RELATO FINANCEIRO 21 – BENEFÍCIOS


DOS EMPREGADOS – IAS 19 E 26
Despacho Normativo n.º 22/2008
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio modernizar e .introduzir um Novo
Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde em subs-
tituição do Plano Nacional de Contabilidade aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de
Janeiro, com o objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas directivas inter-
nacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações introduzidas
têm em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão das entidades em Cabo Verde e
a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico do País e do
mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar a qualidade das demonstrações
financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor de credibilidade ao funciona-
mento da economia real em Cabo Verde.
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido Decreto-Lei e visando transpor
para o direito interno as Normas de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das
Normas Internacionais da Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo
International Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de Normalização Con-
tabilística foi nomeada e trabalhou-se a apresentação da documentação complementar ao
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização Contabilística e de
Relato Financeiro para Cabo Verde.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º e do número 3 do artigo 259º
da Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde através da Ministra das
Finanças e Administração Pública, o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 21 – Benefícios de empregados do Sistema
de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro e que se apresenta em anexo ao pre-
sente regulamento como parte integrante.
Artigo 2º
Natureza
A Norma de Relato Financeiro 21 – Benefícios de empregados é parte integrante do
Sistema de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro para Cabo Verde
Artigo 3º
Entrada em vigor
O presente Despacho Normativo entra em vigor na data da entrada em vigor do Decre-
to-Lei 5/2008, que aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Pública, 16 de Dezembro de 2008.
– A Ministra, Cristina Duarte.

748
Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA


E DE RELATO FINANCEIRO
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 21
BENEFÍCIOS DOS EMPREGADOS
Esta Norma de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional emitida pelo
IASB sobre os benefícios dos empregados
Objectivo (1)
1. O objectivo desta Norma de Relato Financeiro é o de prescrever a contabilização e a
divulgação dos benefícios dos empregados. A Norma requer que uma entidade reconheça:
(a) Um passivo quando um empregado tiver prestado serviços em troca de bene-
fícios de empregados a serem pagos no futuro; e
(b) Um gasto quando a entidade consumir o benefício económico proveniente do
serviço proporcionado por um empregado em troca dos benefícios do empre-
gado.
Âmbito (2 a 7)
2. Esta Norma deve ser aplicada por um empregador na contabilização dos benefícios
do empregado.
3. Os benefícios de empregados aos quais esta Norma se aplica incluem aqueles pro-
porcionados:
(a) Segundo planos formais ou outros acordos formais entre uma entidade e em-
pregados individuais, grupos de empregados ou seus representantes;
(b) Segundo requisitos legais, ou através de acordos sectoriais, pelos quais se
exige às entidades para contribuírem para planos nacionais, estatais, sectoriais
ou outros multi-empregador; ou
(c) Pelas práticas informais que dêem origem a uma obrigação construtiva. Práti-
cas informais dão origem a uma obrigação construtiva quando a entidade não
tiver alternativa realista senão pagar benefícios aos empregados. É exemplo
de uma obrigação construtiva quando uma alteração nas práticas informais da
entidade causasse um dano inaceitável no seu relacionamento com os empre-
gados.
4. Os benefícios dos empregados incluem:
(a) Benefícios a curto prazo dos empregados, tais como salários, ordenados e con-
tribuições para a segurança social, licença anual paga e licença por doença
paga, participação nos lucros e gratificações (se pagáveis dentro de doze me-

749
Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro

ses do final do período) e benefícios não monetários (tais como cuidados mé-
dicos, alojamento, automóveis e bens ou serviços gratuitos ou subsidiados)
relativos aos empregados correntes;
(b) Benefícios pós-emprego tais como pensões, outros benefícios de reforma, se-
guro de vida pós emprego e cuidados médicos pós emprego;
(c) Outros benefícios a longo prazo dos empregados, incluindo licença de longo
serviço ou licença sabática, jubileu ou outros benefícios de longo serviço, be-
nefícios de invalidez a longo prazo e, se não forem pagáveis completamente
dentro de doze meses após o final do período, a participação nos lucros, grati-
ficações e remunerações diferidas;
(d) Benefícios de cessação de emprego; e
5. Os benefícios dos empregados incluem os benefícios proporcionados quer a emprega-
dos quer aos seus dependentes e podem ser liquidados por pagamentos (ou o fornecimento
de bens e serviços) feitos quer directamente aos empregados, aos seus cônjuges, filhos ou
outros dependentes quer a outros, tais como empresas de seguros.
6. Um empregado pode proporcionar serviços a uma entidade numa base de tempo
completo, de tempo parcial, permanente, acidental ou temporária. Para os fins desta Nor-
ma, os empregados incluem directores e outro pessoal de gerência.
7. Esta Norma não trata do relato dos planos de benefícios do empregado.
Definições (8)
8. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:
Activos detidos ou um fundo de benefícios a longo prazo de empregados: são activos (que
não sejam instrumentos financeiros não transferíveis emitidos pela entidade que relata)
que:
(a) Sejam detidos por uma entidade (o fundo) que esteja legalmente separada da
entidade que relata e exista unicamente para pagar ou financiar os benefícios
dos empregados; e
(b) Estejam disponíveis para ser unicamente usados para pagar ou financiar os be-
nefícios dos empregados, não estejam disponíveis para os credores da própria
entidade que relata (mesmo em falência), e não possam ser devolvidos à enti-
dade que relata, salvo se ou:
(i) Os restantes activos do fundo sejam suficientes para satisfazer todas as
respectivas obrigações de benefícios dos empregados do plano ou da en-
tidade que relata; ou
(ii) Os activos sejam devolvidos à entidade que relata para a reembolsar rela-
tivamente a benefícios de empregados já pagos.

750
Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro

Activos do plano: compreendem:


(a) Activos detidos por um fundo de benefícios a longo prazo de empregados; e
(b) Apólices de seguros elegíveis.
Apólice de seguro elegível: é uma apólice de seguro emitida por uma seguradora que
não seja uma parte relacionada da entidade que relata, se o produto da apólice:
(a) Só puder ser usado para pagar ou financiar benefícios dos empregados segun-
do um plano de benefícios definidos;
(b) Não estejam disponíveis para os credores da própria entidade que relata (mes-
mo em falência) e não possam ser pagos à entidade que relata, a menos que
ou:
(i) O produto represente activos excedentários que não sejam necessários
para a apólice satisfazer todas as respectivas obrigações de benefícios dos
empregados; ou
(ii) O produto seja devolvido à entidade que relata para a reembolsar de be-
nefícios de empregados já pagos.
Benefícios a curto prazo dos empregados: são os benefícios dos empregados (que não
sejam benefícios de cessação de emprego e benefícios de compensação em capital próprio)
que se vençam na totalidade dentro de doze meses após o final do período em que os em-
pregados prestem o respectivo serviço.
Benefícios adquiridos pelos empregados: são benefícios dos empregados que não estejam
condicionados ao futuro.
Benefícios de remuneração em capital próprio: são benefícios dos empregados pelos
quais:
(a) Os empregados têm direito a receber instrumentos financeiros de capital pró-
prio emitidos pela entidade (ou pela sua empresa mãe); ou
(b) A quantia da obrigação da entidade para com os empregados depende do preço
futuro de instrumentos financeiros de capital próprio emitidos pela entidade.
Benefícios dos empregados: são todas as formas de remuneração dadas por
uma entidade em troca do serviço prestado pelos empregados.
Benefícios por cessação de emprego (terminus): são benefícios dos empregados pagá-
veis em consequência de:
(a) A decisão de uma entidade cessar o emprego de um empregado antes da data
normal da reforma; ou de
(b) Decisão de um empregado de aceitar a saída voluntária em troca desses bene-
fícios.

751
Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro

Benefícios pós emprego: são benefícios dos empregados (que não sejam benefícios de
cessação de emprego e benefícios de compensação em capital próprio) que sejam pagáveis
após a conclusão do emprego.
Custo de juros: é o aumento durante um período no valor presente de uma obrigação
de benefícios definidos que surge porque os benefícios estão um ano mais próximo da li-
quidação.
Custo de serviços passados: é o aumento no valor presente da obrigação de benefícios
definidos quanto ao serviço de empregados em períodos anteriores, resultantes no período
corrente da introdução de, ou alterações a, benefícios pós-emprego ou outros benefícios a
longo prazo dos empregados. O custo de serviços passados pode ser ou positivo (quando
os benefícios sejam introduzidos ou melhorados) ou negativo (quando os benefícios exis-
tentes sejam reduzidos).
Custo do serviço corrente: é o aumento no valor presente da obrigação de benefícios
definidos resultante do serviço do empregado no período corrente.
Ganhos e perdas actuariais: compreendem:
(a) Ajustamentos de experiência (os efeitos de diferenças entre os anteriores pres-
supostos actuariais e aquilo que realmente ocorreu); e
(b) Os efeitos de alterações nos pressupostos actuariais.
Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado,
entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relaciona-
mento entre elas.
Outros benefícios a longo prazo dos empregados: são benefícios dos empregados (que
não sejam benefícios pós-emprego, benefícios de cessação de emprego e benefícios de re-
muneração em capital próprio) que não se vençam na totalidade dentro de doze meses após
o final do período em que os empregados prestam o respectivo serviço.
Planos de benefícios definidos: são planos de benefícios pós emprego que não sejam
planos de contribuição definida.
Planos de benefícios pós emprego: são acordos formais ou informais pelos quais uma
entidade proporciona benefícios pós emprego a um ou mais empregados.
Planos de contribuição definida: são planos de benefícios pós emprego pelos quais
uma entidade paga contribuições fixadas a uma entidade separada (um fundo) e não terá
obrigação legal ou construtiva de pagar contribuições adicionais se o fundo não detiver
activos suficientes para pagar todos os benefícios dos empregados relativos ao serviço dos
empregados no período corrente e em períodos anteriores.
Planos de remuneração em capital próprio: são acordos formais ou informais pelos
quais uma entidade proporciona benefícios de remuneração em capital próprio para um ou
mais empregados.

752
Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro

Planos multi-empregador: são planos de contribuição definida (que não sejam planos
estatais) ou planos de benefícios definidos (que não sejam planos estatais) que:
(a) Ponham em conjunto activos contribuídos por várias entidades que não este-
jam sob controlo comum; e
(b) Usem esses activos para proporcionar benefícios aos empregados de mais de
uma entidade, na base de que os níveis de contribuições e de benefícios são
determinados não olhando á identidade da entidade que emprega os emprega-
dos em questão.
Retorno dos activos do plano: é o juro, dividendos e outro rédito proveniente dos
activos do plano, juntamente com ganhos ou perdas nos activos do plano realizados e não
realizados, menos quaisquer custos de administrar o plano e menos qualquer imposto a pa-
gar pelo próprio plano. Valor presente de uma obrigação de benefícios definidos: é o valor
presente, sem a dedução de quaisquer activos do plano, dos pagamentos futuros esperados
necessários para liquidar a obrigação resultante do serviço do empregado nos períodos
corrente e anteriores.
Benefícios a curto prazo dos empregados (9 a 23)
9. Os benefícios a curto prazo de empregados incluem itens tais como:
(a) Salários, ordenados e contribuições para a segurança social;
(b) Ausências permitidas a curto prazo (tais como licença anual paga e licença por
doença paga) em que se espera que as faltas ocorram dentro de doze meses
após o final do período em que os empregados prestam o respectivo serviço;
(c) Participação nos lucros e gratificações pagáveis dentro de doze meses após o
final do período em que os empregados prestam o respectivo serviço; e
(d) Benefícios não monetários (tais como cuidados médicos, alojamento, automó-
vel e bens ou serviços gratuitos ou subsidiados) para os empregados corren-
tes.
10. A contabilização dos benefícios a curto prazo dos empregados é geralmente linear
porque não são necessários pressupostos actuariais para mensurar a obrigação ou o custo
e não há possibilidade de qualquer ganho ou perda actuarial. Além do mais, as obrigações
dos benefícios dos empregados a curto prazo são mensuradas numa base não descontada.
Reconhecimento e mensuração (11 a 23)
Todos os Benefícios a Curto Prazo de Empregados (11)
11. Quando um empregado tenha prestado serviço a uma entidade durante um período
contabilístico, a entidade deve reconhecer a quantia não descontada de benefícios a curto
prazo de empregados que espera ser paga em troca desse serviço:
(a) Como um passivo (gasto acrescido), após dedução de qualquer quantia já
paga. Se a quantia já paga exceder a quantia não descontada dos benefícios,

753
Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro

uma entidade deve reconhecer esse excesso como um activo (gasto pré-pago)
na extensão de que o pré-pagamento conduzirá, por exemplo, a uma redução
em futuros pagamentos ou a uma restituição de dinheiro; e
(b) Como um gasto, salvo se outra Norma Contabilística e de Relato Financeiro
exigir ou permitir a inclusão dos benefícios no custo de um activo (ver, por
exemplo, NRF 13 - Inventários e a NRF 7 - Activos Fixos Tangíveis).
Os parágrafos 12, 15 e 18 explicam como uma entidade deve aplicar este requisito a
benefícios a curto prazo dos empregados na forma de ausências permitidas e de planos de
participações nos lucros e de gratificações.
Ausências permitidas a curto prazo (12 a 17)
12. Uma entidade deve reconhecer o custo esperado de benefícios a curto prazo de
empregados na forma de ausências permitidas segundo o parágrafo 11 como segue:
(a) No caso de ausências permitidas acumuláveis quando os empregados prestam
serviço que aumente o seu direito a ausências permitidas futuras; e
(b) No caso ausências permitidas não acumuláveis, quando as faltas ocorram.
13. Uma entidade pode remunerar empregados por ausência por variadas razões in-
cluindo férias, doença e incapacidade a curto prazo, maternidade ou paternidade, serviço
dos tribunais e serviço militar. O direito a ausências permitidas subdivide-se em duas ca-
tegorias:
(a) Acumuláveis; e
(b) Não acumuláveis.
14. Ausências permitidas não gozadas acumuláveis são as que sejam reportáveis e
possam ser usadas em períodos futuros se o direito do período corrente não for usado to-
talmente. As ausências permitidas não gozadas acumuláveis podem ser ou adquiridas (por
outras palavras, os empregados têm direito a um pagamento em dinheiro quanto ao direito
não utilizado ao saírem da entidade) ou não adquiridas (quando os empregados não têm
direito a um pagamento a dinheiro pelo direito não utilizado ao saírem). Surge uma obri-
gação à medida que os empregados prestam serviço que aumente o seu direito a ausências
permitidas futuras. A obrigação existe, e é reconhecida mesmo se as ausências permitidas
não gozadas forem não adquiridas, embora a possibilidade de os empregados poderem sair
antes de utilizarem direito acumulado não adquirido afecte a mensuração dessa obrigação.
15. Uma entidade deve mensurar o custo esperado de ausências permitidas não goza-
das acumuláveis como a quantia adicional que a entidade espera pagar em consequência do
direito não utilizado que tenha acumulado à data do balanço.
16. O método especificado no parágrafo anterior mensura a obrigação como a quantia
dos pagamentos adicionais que se espera que surjam exclusivamente do facto de o benefí-

754
Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro

cio acumular. Em muitos casos pode não necessitar de fazer cálculos pormenorizados para
estimar que não existe obrigação material quanto às ausências permitidas não utilizadas.
Por exemplo uma obrigação de licença por doença só é provável ser material se existir o
entendimento formal ou informal de que a licença por doença paga e não utilizada pode ser
tomada como férias pagas.
17. As ausências permitidas não acumuláveis não se transportam: elas ficam perdidas
se o direito do período corrente não for totalmente usado e não dão aos empregados o direi-
to de um pagamento a dinheiro por direitos não utilizados quando saírem da entidade. Isto
é normalmente o caso dos pagamentos por doença (na medida em que os direitos passados
não utilizados não aumentam os direitos futuros), licença por maternidade ou paternidade
ou ausências permitidas por serviço nos tribunais ou serviço militar. Uma entidade não
reconhece passivo nem gasto até ao momento da falta, porque o serviço do empregado não
aumenta a quantia do benefício.
Planos de participação nos lucros e de gratificações (18 a 23)
18. Uma entidade deve reconhecer o custo esperado dos pagamentos de participação
nos lucros e gratificações segundo o parágrafo 11 quando, e só quando:
(a) A entidade tenha uma obrigação presente legal ou construtiva de fazer tais
pagamentos em consequência de acontecimentos passados; e
(b) Possa ser feita uma estimativa fiável da obrigação.
Existe uma obrigação presente quando, e só quando, a entidade não tem alternativa
realista senão a de fazer os pagamentos.
19. Segundo alguns planos de participação nos lucros, os empregados só recebem uma
parte do lucro se permanecerem na entidade durante um período especificado. Tais planos
criam uma obrigação construtiva à medida que os empregados prestam serviço que aumen-
ta a quantia a ser paga se permanecerem ao serviço até ao final do período especificado. A
mensuração de tais obrigações construtivas reflecte a possibilidade de alguns empregados
poderem sair sem receberem pagamentos de participação nos lucros.
20. Uma entidade pode não ter obrigação legal de pagar uma gratificação. Não obs-
tante, em alguns casos, uma entidade tem a prática de pagar gratificações. Em tais casos, a
entidade tem uma obrigação construtiva porque não tem alternativa realista senão de pagar
a gratificação. A mensuração da obrigação construtiva deve reflectir a possibilidade de al-
guns empregados poderem sair sem receberem a gratificação.
21. Uma entidade pode fazer uma estimativa fiável da sua obrigação legal ou construti-
va segundo um plano de participação nos lucros ou de gratificações quando, e só quando:
(a) Os termos formais do plano contenham uma fórmula para determinar a quan-
tia do benefício;

755
Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro

(b) A entidade determine as quantias a serem pagas antes das demonstrações fi-
nanceiras serem aprovadas para emissão; ou
(c) A prática passada dê evidência clara da quantia da obrigação construtiva da
entidade.
22. Uma obrigação segundo planos de participação nos lucros e de gratificações resulta
do serviço dos empregados e não de uma transacção com os proprietários da entidade. Por
conseguinte, uma entidade reconhece o custo de planos de participação nos lucros e de
gratificações não como uma distribuição do lucro líquido mas como um gasto.
23. Se os pagamentos de participação nos lucros e de gratificações não se vencerem
totalmente dentro de doze meses após o final do período em que os empregados prestam o
respectivo serviço, esses pagamentos são benefícios a longo prazo dos empregados.
Benefícios pós-emprego: distinção entre planos de contribuição definida e planos
de benefícios definidos (24 a 37)
24. Os benefícios pós emprego incluem por exemplo:
(a) Benefícios de reforma, tais como pensões; e
(b) Outros benefícios pós emprego, tais como seguros de vida pós emprego e
cuidados médicos pós emprego.
Os acordos pelos quais uma entidade proporciona benefícios pós emprego são planos
de benefícios pós emprego. Uma entidade aplica esta Norma a todos os acordos que envol-
vam o estabelecimento de uma entidade separada para receber as contribuições e pagar os
benefícios.
25. Os planos de benefício pós emprego classificam-se como planos de contribuição
definida ou como planos de benefícios definidos, dependendo da substância económica
do plano que resulte dos seus principais termos e condições. Pelos planos de contribuição
definida:
(a) A obrigação legal ou construtiva da entidade é limitada à quantia que ela acei-
ta contribuir para o fundo. Assim, a quantia dos benefícios pós emprego re-
cebidos pelo empregado é determinada pela quantia de contribuições pagas
por uma entidade (e, se for caso, também pelo empregado) para um plano de
benefícios pós emprego ou para uma entidade de seguros, juntamente com os
retornos do investimento provenientes das contribuições; e
(b) Em consequência, o risco actuarial (que os benefícios possam vir a ser in-
feriores aos esperados) e o risco de investimento (que os activos investidos
possam vir a ser insuficientes para satisfazer os benefícios esperados) recaem
no empregado.

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Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro

26. São exemplos de casos em que uma obrigação de uma entidade não é limitada à
quantia que concorda contribuir para o fundo quando a entidade tenha uma obrigação legal
ou construtiva por meio de:
(a) Uma fórmula de benefícios do plano que não esteja exclusivamente ligada à
quantia das contribuições;
(b) Uma garantia, seja indirectamente através de um plano ou directamente, de
um retorno especificado nas contribuições; ou
(c) Aquelas práticas informais que dão origem a uma obrigação construtiva. Por
exemplo, pode surgir uma obrigação construtiva quando uma entidade tem
um passado de benefícios crescentes para antigos empregados para se manter
a par com a inflação mesmo quando não existe obrigação legal de o fazer.
27. Pelos planos de benefícios definidos:
(a) A obrigação da entidade é a de proporcionar os benefícios acordados com os
empregados correntes e antigos; e
(b) O risco actuarial e o risco de investimento recaem, na substância, na entidade.
Se a experiência actuarial ou de investimento forem piores que o esperado, a
obrigação da entidade pode ser aumentada.
Planos multi-empregador (28 a 30)
28. Uma entidade deve classificar um plano multi-empregador como um plano de con-
tribuição definida ou como um plano de benefícios definidos segundo os termos do plano
(incluindo qualquer obrigação construtiva que vá para além dos termos formais). Sempre
que um plano multi-empregador for um plano de benefícios definidos, uma entidade deve
contabilizar a sua parte proporcional da obrigação de benefícios definidos, dos activos do
plano e do custo associado ao plano da mesma forma como qualquer outro plano de bene-
fícios definidos.
29. Quando não estiver disponível informação suficiente para utilizar a contabilização
de benefícios definidos de um plano multi-empregador que seja um plano de benefícios
definidos, uma entidade deve contabilizar o plano como se fosse um plano de contribuição
definida.
30. Um exemplo de um plano multi-empregador de benefícios definidos é um em
que:
(a) O plano é financiado numa base «pay as you go» tal que: as contribuições são
fixadas ao nível que se espera ser suficiente para pagar os benefícios que se
vençam num mesmo período; e benefícios futuros obtidos durante o período
corrente serão pagos de futuras contribuições; e
(b) Os benefícios dos empregados são determinados pela duração do seu serviço e
as entidades participantes não têm meio realista de se retirarem do plano sem

757
Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro

pagarem uma contribuição pelos benefícios obtidos pelos empregados até à


data da retirada.
Tal plano cria risco actuarial para a entidade: se o custo final dos benefícios já ganhos
à data do balanço for maior do que o esperado, a entidade terá de ou aumentar as suas con-
tribuições ou de persuadir os empregados a aceitar uma redução dos benefícios.
Planos Estatais (31 a 33)
31. Uma entidade deve contabilizar um plano estatal da mesma maneira que um plano
multi-empregador (ver parágrafos 28 e 29).
32. Os planos estatais são estabelecidos pela legislação para cobrir todas as entidades
(ou todas as entidades numa particular categoria, por exemplo um sector especifico) e são
operados por um governo nacional ou local ou por outra organização (por exemplo, uma
agência autónoma criada especificamente para esta finalidade) que não está sujeita a con-
trolo ou influência pela entidade que relata. Alguns planos estabelecidos por uma entidade
proporcionam não só benefícios obrigatórios que são substitutos dos benefícios que de
outra forma seriam cobertos por um plano estatal bem como benefícios voluntários adicio-
nais. Tais planos não são planos estatais.
33. Os planos estatais são caracterizados como de natureza de benefícios definidos.
Muitos planos estatais são contribuídos numa base de «pay as you go»: as contribuições são
fixadas a um nível que se espera ser suficiente para pagar os benefícios requeridos que se
vençam no mesmo período; benefícios futuros obtidos durante o período corrente serão pa-
gos com contribuições futuras. Contudo, na maioria dos planos estatais, a entidade não tem
obrigação legal ou construtiva de pagar esses futuros benefícios: a sua única obrigação é a
de pagar as contribuições à medida que se vencem e se a entidade deixar de empregar mem-
bros do plano estatal, não terá obrigação de pagar os benefícios obtidos pelos seus próprios
empregados em anos anteriores. Por esta razão, os planos estatais são normalmente planos
de contribuição definida. Porém, em casos raros quando um plano estatal for um plano de
benefícios definidos, uma entidade aplica o tratamento prescrito nos parágrafos 28 e 29.
Benefícios segurados (34 a 37)
34. Uma entidade pode pagar prémios de seguro para contribuir para o fundo de um
plano de benefícios pós-emprego. A entidade deve tratar tal plano como um plano de con-
tribuição definida salvo se a entidade venha a ter (quer directamente, quer indirectamente
através do plano) uma obrigação legal ou construtiva de:
(a) Pagar os benefícios dos empregados directamente quando se vencem; ou
(b) Pagar contribuições adicionais se o segurador não pagar todos os benefícios
futuros do empregado relativos ao serviço do empregado no período corrente
e em anteriores. Se a entidade retiver tal obrigação legal ou construtiva, a en-
tidade deve tratar o plano como um plano de benefícios definidos.

758
Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro

35. Os benefícios segurados por um contrato de seguro não precisam de ter um rela-
cionamento directo ou automático com a obrigação da entidade quanto aos benefícios dos
empregados. Os planos de benefícios pós-emprego que envolvam contratos de seguro estão
sujeitos à mesma distinção entre contabilização e contribuição para o fundo como outros
planos com fundo.
36. Quando uma entidade financia uma obrigação de benefícios pós-emprego ao con-
tribuir para uma apólice de seguro pela qual a entidade (quer directamente quer indirecta-
mente através do plano, através dum mecanismo de fixação de futuros prémios quer através
de um relacionamento de parte relacionada com o segurador) retém uma obrigação legal
ou construtiva, o pagamento dos prémios não corresponde a um acordo de contribuição
definida. Em consequência a entidade contabiliza uma apólice de seguro elegível como um
activo de plano.
37. Quando uma apólice de seguro estiver no nome de um especificado participante do
plano ou de um grupo de participantes do plano e a entidade não tiver qualquer obrigação
legal ou construtiva para cobrir qualquer perda na apólice, a entidade não tem obrigação de
pagar benefícios aos empregados e o segurador tem a responsabilidade exclusiva de pagar
os benefícios. Pagamento de prémios fixados segundo tais contratos é, em substância, a
liquidação da obrigação de benefícios do empregado e não um investimento para satisfazer
a obrigação. Consequentemente, a entidade deixa de ter um activo ou um passivo. Portanto,
a entidade trata tais pagamentos como contribuições para um plano de contribuição defi-
nida.
Benefícios pós-emprego: planos de contribuição definida (38 a 41)
38. A contabilização dos planos de contribuição definida é linear porque a obrigação
da entidade que relata relativamente a cada período é determinada pelas quantias a serem
contribuídas relativas a esse período. Consequentemente, não são necessários pressupostos
actuariais para mensurar a obrigação ou o gasto e não há possibilidade de qualquer ganho
ou perda actuarial. Além disso, as obrigações são mensuradas numa base não descontada,
excepto quando não se vençam completamente dentro de doze meses após o final do perí-
odo em que os empregados prestam o respectivo serviço.
Reconhecimento e mensuração (39 e 40)
39. Quando um empregado tiver prestado serviço a uma entidade durante um período,
a entidade deve reconhecer a contribuição a pagar para um plano de contribuição definida
em troca desse serviço:
(a) Como um passivo (gasto acrescido), após dedução de qualquer contribuição
já paga. Se a contribuição já paga exceder a contribuição devida relativo ao
serviço antes da data de balanço, uma entidade deve reconhecer esse excesso
como um activo (gasto pré-pago) na medida em que o pré-pagamento condu-
zirá, por exemplo a uma redução em futuros pagamentos ou numa restituição
de dinheiro; e

759
Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro

(b) C omo um gasto, salvo se outra NRF exigir ou permitir a inclusão da contri-
buição no custo de um activo (ver, por exemplo, a NRF 13 - Inventários, e a
NRF 7 - Activos Fixos Tangíveis).
40. Quando as contribuições para um plano de contribuição definida não se vençam
completamente dentro de doze meses após o final do período em que os empregados pres-
tam o respectivo serviço, elas devem ser descontadas.
Benefícios pós-emprego: planos de benefícios definidos (41)
41. A contabilização dos planos de benefícios definidos é complexa porque são neces-
sários pressupostos actuariais para mensurar a obrigação e o gasto e existe a possibilidade
de ganhos e perdas actuariais. Além disso, as obrigações são mensuradas numa base des-
contada porque elas podem ser liquidadas muitos anos após os empregados prestarem o
respectivo serviço. Orientação sobre esta matéria é facultada pela IAS 19— Benefícios de
Empregados.
Outros benefícios a longo prazo dos empregados (42 a 46)
42. Outros benefícios a longo prazo dos empregados incluem, por exemplo:
(a) Ausências permitidas de longo prazo tais como licença por serviços duradou-
ros ou sabática;
(b) Benefícios de jubileu ou por outro serviço duradouro;
(c) Benefícios a longo prazo de incapacidade;
(d) Participação nos lucros e gratificações pagáveis doze meses ou mais após o
fim do período no qual os empregados prestam o respectivo serviço; e
(e) Remunerações diferidas pagas doze meses ou mais após o fim do período no
qual seja obtida.
43. A mensuração de outros benefícios a longo prazo dos empregados não é geralmen-
te sujeita ao mesmo grau de incerteza que a mensuração de benefícios pós-emprego. Além
disso, a introdução de, ou alterações a, outros benefícios a longo prazo dos empregados
raramente dá origem a uma quantia material de custo dos serviços passados. Por estas ra-
zões, esta Norma exige um método simplificado de contabilização para outros benefícios a
longo prazo dos empregados. Este método difere da contabilização exigida para benefícios
pós-emprego como segue:
(a) Ganhos e perdas actuariais são imediatamente reconhecidos e não se
aplica o «corridor»; e
(b) todo o custo dos serviços passados é imediatamente reconhecido.
Reconhecimento e mensuração (44 a 46)
44. A quantia reconhecida como um passivo relativa a outros benefícios a longo prazo
dos empregados deve ser o total líquido das seguintes quantias:
(a) O valor presente da obrigação de benefícios definidos à data do balanço;

760
Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro

(b) Menos o justo valor à data do balanço dos activos do plano (se os houver) dos
quais as obrigações devem ser liquidadas directamente.
45. Para outros benefícios a longo prazo dos empregados, uma entidade deve reconhe-
cer o total líquido das seguintes quantias como gasto ou rendimento, excepto na medida em
que outra NRF exija ou permita a sua inclusão no custo de um activo.
(a) Custo dos serviços correntes;
(b) Custo de juros;
(c) O retorno esperado em quaisquer activos do plano e sobre qualquer direito de
reembolso reconhecido como um activo;
(d) Ganhos e perdas actuariais, que devem ser todos imediatamente reconhe-
cidos;
(e) Custo dos serviços passados, que deve ser todo imediatamente reconhecido; e
(f) O efeito de quaisquer cortes ou liquidações.
46. Uma forma de outros benefícios a longo prazo do empregado é benefício de in-
capacidade de longo prazo. Se o nível do benefício depende da duração do serviço, uma
obrigação surge quando o serviço é prestado. A mensuração dessa obrigação reflecte a pro-
babilidade desse pagamento ser obrigatório e a duração do tempo durante o qual se espera
que o pagamento seja feito. Se o nível do benefício for o mesmo para qualquer empregado
inválido independentemente dos anos de serviço, o custo esperado desses benefícios é re-
conhecido quando ocorre um acontecimento que cause uma incapacidade de longo prazo.
Benefícios de cessação de emprego (47 a 55)
47. Esta Norma trata de benefícios de cessação de emprego em separado de outros
benefícios de empregados devido a que o acontecimento que dá origem a uma obrigação é
a cessação em vez do serviço do empregado.
Reconhecimento (48 a 53)
48. Uma entidade deve reconhecer benefícios de cessação de emprego como um pas-
sivo e um gasto quando, e somente quando, a entidade esteja comprometida de uma forma
demonstrável, quer a:
(a) Cessar o emprego de um empregado ou grupo de empregados antes da data
normal de reforma; ou
(b) Proporcionar benefícios de cessação como resultado de uma oferta feita a fim
de encorajar a saída voluntária.
49. Uma entidade está demonstravelmente comprometida a uma cessação de emprego
quando, e somente quando, a entidade tem um plano formal pormenorizado para a cessa-

761
Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro

ção e não exista possibilidade realista de retirada. O plano detalhado deve incluir, como
mínimo:
(a) A localização, a função, e o número aproximado de empregados cujos servi-
ços estão para ser cessados;
(b) O benefício de cessação para cada classificação ou função de emprego; e
(c) Momento em que o plano será implementado. A implementação deve começar
com a maior brevidade possível e o período de tempo para completar a im-
plementação deve ser tal que não sejam prováveis alterações materiais para o
plano.
50. Uma entidade pode estar comprometida, pela legislação, por acordos contratuais
ou outros com empregados ou os seus representantes ou por uma obrigação construtiva
baseada na prática da entidade, costume ou um desejo de agir com equidade, a fazer paga-
mentos (ou proporcionar outros benefícios) aos empregados quando dá por cessado o seu
emprego. Tais pagamentos são benefícios de cessação. Benefícios de cessação de emprego
são tipicamente pagamentos de quantia única, mas por vezes também incluem:
(a) Um alargamento de benefícios de reforma ou de outros benefícios pós-empre-
go, quer indirectamente através de um plano de benefícios do empregado ou
directamente; e
(b) Ordenados até ao final de um período de aviso especificado se o empregado
não prestar mais serviço adicional que proporcione benefícios económicos
para a entidade.
51. Alguns benefícios dos empregados são pagáveis independentemente da razão para
a saída do empregado. O pagamento de tais benefícios é certo (sujeito a quaisquer requisi-
tos de aquisição ou de serviço mínimo) mas a tempestividade do seu pagamento é incerta.
Embora tais benefícios sejam descritos nalguns países como indemnizações de cessação de
emprego, ou liberalidades de cessação de emprego, eles são benefícios pós-emprego, em
vez de benefícios de cessação de emprego e uma entidade contabiliza-os como benefícios
pós-emprego. Algumas entidades proporcionam um nível mais baixo de benefícios para
cessação voluntária de emprego a pedido do empregado (em substância, um benefício pós-
emprego) do que para cessação involuntária de emprego a pedido da entidade. O benefício
adicional a pagar da cessação involuntária é um benefício de cessação de emprego.
52. Os benefícios de cessação de emprego não proporcionam a uma entidade futuros
benefícios económicos e são reconhecidos como um gasto imediatamente.
53. Quando uma entidade reconheça benefícios de cessação, a entidade pode também
ter necessidade de contabilizar um corte de benefícios de reforma ou outros benefícios dos
empregados.
Mensuração (54 e 55)
54. Sempre que benefícios de cessação de emprego se vençam a mais de 12 meses após
a data do balanço, eles devem ser descontados.

762
Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro

55. No caso de uma oferta feita para encorajar a saída voluntária, a mensuração dos
benefícios de cessação de emprego deve basear-se no número de empregados que se espera
que aceitem a oferta.
Divulgação (56 a 60)
Divulgação de benefícios a curto prazo de empregados (56)
56. Embora esta Norma não exija divulgações específicas acerca dos benefícios a cur-
to prazo dos empregados, outras Normas podem exigir divulgações. Por exemplo, a NRF
4 - Divulgações de Partes Relacionadas exige divulgações acerca de benefícios dos em-
pregados para o pessoal chave da gerência. A NRF 1 — Apresentação de Demonstrações
Financeiras, exige a divulgação de gastos com os benefícios dos empregados.
Divulgação de benefícios pós-emprego: planos de contribuição definida (57 e 58)
57. Uma entidade deve divulgar a quantia reconhecida como um gasto no que respeita
a planos de contribuição definida.
58. Sempre que exigido pela NRF 4 - Divulgações de Partes Relacionadas, uma en-
tidade divulga informação acerca de contribuições para planos de contribuição definida
relativamente ao principal pessoal de gerência.
Divulgação de outros benefícios a longo prazo de empregados (59)
59. Para cada categoria de outros benefícios a longo prazo que uma entidade propor-
cione aos seus empregados, a entidade deve divulgar a natureza dos benefícios, a quantia
das suas obrigações e o nível de cobertura das responsabilidades à data do relato, bem
como a quantia de quaisquer ganhos ou perdas actuariais no período corrente e as políticas
contabilísticas para tais ganhos ou perdas actuariais.
Divulgação de benefícios de cessação de emprego (60)
60. Para cada categoria de benefícios de cessação de emprego que uma entidade pro-
porcione aos seus empregados, a entidade deve divulgar a natureza dos benefícios, a po-
lítica contabilística adoptada, a quantia das suas obrigações e o nível de cobertura das
responsabilidades à data do relato. Quando existir uma incerteza acerca do número de
empregados que aceitarão uma oferta de benefícios de cessação de emprego, existe um pas-
sivo contingente. Como exigido pela NRF 19 - Provisões, Passivos Contingentes e Activos
Contingentes, uma entidade divulga informação acerca do passivo contingente salvo se a
possibilidade de qualquer exfluxo na liquidação for remota.
Data de eficácia (61)
61. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.

763
Despacho Normativo n.º 22/2008, de 29 de Dezembro

ANEXO 1
Regime especial das pequenas entidades
1. Às Entidades inseridas no regime especial para pequenas entidades (REPE) não
se aplicam os parágrafos que se referem à questão relacionada com o parágrafo 4 alíneas
b) (benefícios pós-emprego tais como pensões, outros benefícios de reforma, seguro de
vida pós emprego e cuidados médicos pós emprego) e c) (outros benefícios a longo prazo
dos empregados, incluindo licença de longo serviço ou licença sabática, jubileu ou outros
benefícios de longo serviço, benefícios de invalidez a longo prazo e, se não forem pagáveis
completamente dentro de doze meses após o final do período, a participação nos lucros,
gratificações e remunerações diferidas). Assim não se aplicam as entidades inseridas no
REPE os parágrafos 24 a 37 (Benefícios pós-emprego: distinção entre planos de contribui-
ção definida e planos de benefícios definidos); 38 a 41 (Benefícios pós-emprego: planos de
contribuição definida) e 42 a 46 (Outros benefícios a longo prazo dos empregados)
2. Às Entidades inseridas no regime especial para pequenas entidades (REPE) não se
aplicam os parágrafos 57 a 59 (divulgação).
A Ministra Cristina Duarte.

764
Despacho Normativo n.º 23/2008, de 29 de Dezembro

NORMA DE RELATO FINANCEIRO 22 –


IMPOSTOS SOBRE O RENDIMENTO – IAS 12
Despacho Normativo n.º 23/2008
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio modernizar e introduzir um Novo
Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde em subs-
tituição do Plano Nacional de Contabilidade aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de
Janeiro, com o objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas directivas inter-
nacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações introduzidas
têm em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão das entidades em Cabo Verde e
a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico do País e do
mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar a qualidade das demonstrações
financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor de credibilidade ao funciona-
mento da economia real em Cabo Verde.
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido Decreto-Lei e visando transpor
para o direito interno as Normas de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das
Normas Internacionais da Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo
International Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de Normalização Con-
tabilística foi nomeada e trabalhou-se a apresentação da documentação complementar ao
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização Contabilística e de
Relato Financeiro para Cabo Verde.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º e do número 3 do artigo
259º da Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde através da Ministra
das Finanças e Administração Pública, o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 22 – Impostos sobre rendimento do Sistema
de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro e que se apresenta em anexo ao pre-
sente regulamento como parte integrante.
Artigo 2º
Natureza
A Norma de Relato Financeiro 22 – Impostos sobre rendimento é parte integrante do
Sistema de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro para Cabo Verde
Artigo 3º
Entrada em vigor
O presente Despacho Normativo entra em vigor na data da entrada em vigor do Decre-
to-Lei 5/2008, que aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Pública, 16 de Dezembro de 2008.
– A Ministra, Cristina Duarte.

765
Despacho Normativo n.º 23/2008, de 29 de Dezembro

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA


E DE RELATO FINANCEIRO
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 22
IMPOSTOS SOBRE O RENDIMENTO
Esta Norma de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional emitida pelo
IASB sobre os impostos sobre o rendimento
Objectivo (1)
1. O objectivo desta Norma de Relato Financeiro é o de prescrever o tratamento conta-
bilístico dos impostos sobre o rendimento e em especial no que respeita a:
(a) Recuperação futura (liquidação) da quantia escriturada de activos (passivos)
que sejam reconhecidos no balanço de uma entidade; e
(b) Transacções e outros acontecimentos do período corrente que sejam reconhe-
cidos nas demonstrações financeiras de uma entidade.
Está inerente no reconhecimento de um activo ou passivo que a entidade que relata
espera recuperar ou liquidar a quantia escriturada do activo ou passivo. Se for provável
que a recuperação ou liquidação dessa quantia escriturada fizer com que os pagamentos
futuros de impostos sejam maiores (menores) do que seriam se tais recuperações ou liqui-
dações não tivessem consequências fiscais, esta Norma exige que uma entidade reconheça
um passivo por impostos diferidos (activo por impostos diferidos), com certas excepções
limitadas.
Esta Norma exige que uma entidade contabilize as consequências fiscais de transac-
ções e de outros acontecimentos da mesma forma que contabiliza as próprias transacções
e outros acontecimentos. Assim, relativamente, a transacções e outros acontecimentos re-
conhecidos nos resultados, qualquer efeito fiscal relacionado também é reconhecido nos
resultados. No que diz respeito a transacções e outros acontecimentos reconhecidos di-
rectamente no capital próprio, qualquer efeito fiscal relacionado também é reconhecido
directamente no capital próprio. Do mesmo modo, o reconhecimento de activos e passivos
por impostos diferidos numa concentração de actividades empresariais afecta a quantia de
trespasse (goodwill) resultante dessa concentração de actividades empresariais ou a quantia
de qualquer excesso do interesse da adquirente no justo valor líquido de activos, passivos e
passivos contingentes identificáveis da adquirida do custo da concentração.
Esta Norma trata também do reconhecimento dos activos por impostos diferidos pro-
venientes de perdas fiscais não usadas ou de créditos fiscais não usados, da apresentação de
impostos sobre o rendimento nas demonstrações financeiras e da divulgação da informação
relacionada com impostos sobre o rendimento.
Âmbito (2 a 4)
2. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização de impostos sobre o rendimento.

766
Despacho Normativo n.º 23/2008, de 29 de Dezembro

3. Para as finalidades desta Norma, consideram-se impostos sobre o rendimento todos


os impostos no país e impostos estrangeiros que sejam baseados em lucros tributáveis,
bem como outros impostos tais como impostos por retenção (de dividendos), que sejam
pagáveis por uma subsidiária, associada ou empreendimento conjunto em distribuições à
entidade que relata.
4. Esta Norma não trata dos métodos de contabilização dos subsídios do Governo (NRF
15 - Contabilização dos Subsídios do Governo e Divulgação de Apoios do Governo) ou de
créditos fiscais ao investimento. Porém esta Norma trata da contabilização das diferenças
temporárias que possam surgir de créditos fiscais por tais subsídios ou investimentos.
Definições (5 e 6)
5. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especifica-
dos:
Activos por impostos diferidos: são as quantias de impostos sobre o rendimento recu-
peráveis em períodos futuros respeitantes a:
(a) Diferenças temporárias dedutíveis;
(b) Reporte de perdas fiscais não utilizadas; e
(c) Reporte de créditos tributáveis não utilizados.
Base fiscal de um activo ou de um passivo: é a quantia atribuída a esse activo ou pas-
sivo para fins fiscais.
Diferenças temporárias: são diferenças entre a quantia escriturada de um activo ou de
um passivo no balanço e a sua base de tributação. As diferenças temporárias podem ser:
(a) Diferenças temporárias tributáveis, que são diferenças temporárias de que re-
sultam quantias tributáveis na determinação do lucro tributável (perda fiscal) de
períodos futuros quando a quantia escriturada do activo ou do passivo seja
recuperada ou liquidada; ou
(b) Diferenças temporárias dedutíveis, que são diferenças temporárias de que re-
sultam quantias que são dedutíveis na determinação do lucro tributável (perda
fiscal) de períodos futuros quando a quantia escriturada do activo ou do passi-
vo seja recuperada ou liquidada.
Gasto de impostos (rendimento de impostos): é a quantia agregada incluída na de-
terminação do resultado líquido do período respeitante a impostos correntes e a impostos
diferidos.
Imposto corrente: é a quantia a pagar (a recuperar) de impostos sobre o rendimento
respeitantes ao lucro tributável (perda) tributável de um período.
Lucro contabilístico: é o resultado líquido de um período antes da dedução do gasto
de impostos.

767
Despacho Normativo n.º 23/2008, de 29 de Dezembro

Lucro tributável (perda fiscal): é o lucro (ou perda) de um período, determinado de


acordo com as regras estabelecidas pelas autoridades fiscais, sobre o qual são pagos (ou
recuperáveis) impostos sobre o rendimento.
Passivos por impostos diferidos: são as quantias de impostos sobre o rendimento pagá-
veis em períodos futuros com respeito a diferenças temporárias tributáveis.
6. O gasto de impostos (rendimento de impostos) compreende o gasto corrente de
impostos (rendimento corrente de impostos) e gasto de impostos diferidos (rendimentos de
impostos diferidos).
Base fiscal (7 a 11)
7. A base fiscal de um activo é a quantia que será dedutível para finalidades fiscais
contra quaisquer benefícios económicos tributáveis que fluirão para uma entidade quando
ela recupere a quantia escriturada do activo. Se esses benefícios económicos não forem
tributáveis, a base fiscal do activo é igual à sua quantia escriturada.
8. A base fiscal de um passivo é a sua quantia escriturada, menos qualquer quantia que
será dedutível para finalidades fiscais com respeito a esse passivo em períodos futuros. No
caso de réditos que sejam recebidos adiantadamente, a base fiscal do passivo resultante é a
sua quantia escriturada, menos qualquer quantia dos réditos que não serão tributáveis em
períodos futuros.
9. Alguns itens têm uma base fiscal mas não são reconhecidos como activos e como
passivos no balanço. Por exemplo, os custos de pesquisa são reconhecidos como um gasto
na determinação do lucro contabilístico no período em que forem incorridos mas podem
não ser permitidos como uma dedução na determinação do lucro tributável (perda fiscal)
até um período posterior. A diferença entre a base fiscal dos custos de pesquisa, que é
a quantia que as autoridades fiscais permitirão como dedução em períodos futuros, e a
quantia escriturada nula é uma diferença temporária dedutível que resulta num activo por
impostos diferidos.
10. Quando a base fiscal de um activo ou de um passivo não for imediatamente evi-
dente, é de considerar o princípio fundamental em que esta Norma se baseia: uma entidade
deve, com certas excepções limitadas, reconhecer um passivo (activo) por impostos dife-
ridos quando a recuperação ou liquidação da quantia escriturada de um activo ou de um
passivo fizer com que os pagamentos futuros de impostos sejam maiores (menores) do que
seriam se tais recuperações ou liquidações não tivessem consequências tributáveis.
11. Nas demonstrações financeiras consolidadas, as diferenças temporárias são deter-
minadas pela comparação das quantias escrituradas de activos e de passivos com a base
fiscal apropriada. A base fiscal é determinada por referência a uma declaração de impostos
consolidada nas jurisdições em que tal demonstração seja preenchida, ou, noutros casos,
a base fiscal é determinada por referência às declarações de impostos de cada entidade no
grupo.

768
Despacho Normativo n.º 23/2008, de 29 de Dezembro

Reconhecimento de passivos por impostos correntes e de activos por impostos correntes


(12 a 14)
12. Os impostos correntes para períodos correntes e anteriores devem, na medida em
que não estejam pagos, ser reconhecidos como passivos. Se a quantia já paga com respeito
a períodos correntes e anteriores exceder a quantia devida para esses períodos, o excesso
deve ser reconhecido como um activo.
13. O benefício relacionado com uma perda fiscal que possa ser reportada para recupe-
rar impostos correntes de um período anterior deve ser reconhecido como um activo.
14. Quando uma perda fiscal for usada para recuperar impostos correntes de um perío-
do anterior, uma entidade reconhece o benefício como um activo do período em que a perda
fiscal ocorra porque é provável que o benefício fluirá para a entidade e que o benefício pode
ser fiavelmente mensurado.
Reconhecimento de passivos por impostos diferidos e de activos por impostos di-
feridos (15 a 42)
Diferenças temporárias tributáveis (15 a 24)
15. Um passivo por impostos diferidos deve ser reconhecido para todas as diferenças
temporárias tributáveis, excepto até ao ponto em que esse passivo por impostos diferidos
resultar de:
(a) O reconhecimento inicial do trespasse (goodwill), ou:
(b) O reconhecimento inicial de um activo ou passivo numa transacção que:
(i) Não seja uma concentração de actividades empresariais; e
(ii) Não afecte, no momento da transacção, nem o lucro contabilístico nem o lucro
tributável (perda fiscal).
Porém, para as diferenças temporárias associadas com investimentos em subsidiárias,
sucursais e associadas e interesses em empreendimentos conjuntos, deve ser reconhecido
um passivo por impostos diferidos de acordo com o parágrafo 36.
16. Está inerente no reconhecimento de um activo que a sua quantia escriturada será
recuperada na forma de benefícios económicos que fluam para a entidade nos períodos
futuros. Quando a quantia escriturada do activo exceder a sua base fiscal, a quantia dos
benefícios económicos tributáveis excederá a quantia que será permitida como dedução
para finalidades de tributação. Esta diferença é uma diferença temporária tributável e a
obrigação de pagar os resultantes impostos sobre o rendimento em períodos futuros é um
passivo por impostos diferidos. Como a entidade recupera a quantia escriturada do activo,
a diferença temporária tributável reverterá e a entidade terá lucro tributável. Isto faz com
que seja provável que benefícios económicos fluirão da entidade na forma de pagamento de
impostos. Por isso, esta Norma exige o reconhecimento de todos os passivos por impostos
diferidos, excepto em certas circunstâncias descritas nos parágrafos 15 e 41.

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Despacho Normativo n.º 23/2008, de 29 de Dezembro

17. Algumas diferenças temporárias surgem quando os rendimentos ou gastos sejam


incluídos no lucro contabilístico de um período se bem que sejam incluídos no lucro tribu-
tável num período diferente. Tais diferenças temporárias são muitas vezes descritas como
diferenças tempestivas.
18. Diferenças temporárias também resultam quando:
(a) O custo de uma concentração de actividades empresariais é imputado ao reco-
nhecer os activos identificáveis adquiridos e os passivos assumidos pelos seus
justos valores, mas nenhum ajustamento equivalente é feito para finalidades
fiscais (ver parágrafo 19);
(b) Os activos são revalorizados e nenhum ajustamento equivalente é feito para
finalidades fiscais (ver parágrafo 20);
(c) O trespasse (goodwill) resulta numa concentração de actividades empresariais
(ver parágrafo 21);
(d) A base fiscal de um activo ou passivo no reconhecimento inicial difere da sua
quantia escriturada inicial, por exemplo, quando uma entidade beneficia de
subsídios do Governo não tributáveis relacionados com activos (ver parágrafo
24); ou
(e) A quantia escriturada de investimentos em subsidiárias, associadas e interes-
ses em empreendimentos conjuntos torna-se diferente da base fiscal do inves-
timento ou interesse (ver parágrafos 35 a 42).
Concentrações de actividades empresariais (19)
19. O custo de uma concentração de actividades empresariais é imputado ao reconhe-
cer os activos identificáveis adquiridos e os passivos assumidos pelos seus justos valores
à data de aquisição. Diferenças temporárias resultam quando as bases fiscais de activos
identificáveis adquiridos e de passivos assumidos não são afectados pela concentração de
actividades empresariais ou são afectados de forma diferente. Por exemplo, quando a quan-
tia escriturada de um activo é aumentada até ao justo valor, mas a base fiscal do activo man-
tém-se pelo custo para o proprietário anterior, resulta uma diferença temporária tributável
que origina um passivo por impostos diferidos. O passivo por impostos diferidos resultante
afecta o trespasse (goodwill) (ver parágrafo 61).
Activos escriturados pelo justo valor (20)
20. As Normas de Relato Financeiro permitem que certos activos sejam assentados
pelo justo valor ou sejam revalorizados (ver, por exemplo, a NRF 7 - Activos Fixos Tan-
gíveis, a NRF 6 - Activos Intangíveis, a NRF 16 — Instrumentos Financeiros e a NRF 10
- Propriedades de Investimento). Em função da legislação fiscal existente a cada momento,
a revalorização ou reexpressão de um activo pode ou não afectar o lucro tributável no pe-
ríodo da revalorização ou reexpressão e, consequentemente, a base fiscal do activo pode

770
Despacho Normativo n.º 23/2008, de 29 de Dezembro

ou não ser ajustada. No caso de a revalorização de um activo não afectar o lucro tributável
no período da revalorização e, consequentemente, a base fiscal do activo não ser ajustada a
recuperação futura da quantia escriturada resultará num fluxo tributável de benefícios eco-
nómicos para a entidade e a quantia que será dedutível para finalidades tributárias diferirá
da quantia desses benefícios económicos. A diferença entre a quantia escriturada de um
activo revalorizado e a sua base fiscal é uma diferença temporária e dá origem a um passivo
ou activo por impostos diferidos. Isto é verdade mesmo se:
(a) A entidade não pretender alienar o activo. Em tais casos, a quantia escriturada
revalorizada do activo será recuperada pelo uso e isto gerará rendimento tribu-
tável que excede a depreciação que será permitida para finalidades tributáveis
nos períodos futuros; ou
(b) A tributação sobre os ganhos de capital é diferida se os proventos da alienação
do activo forem investidos em activos semelhantes. Em tais casos, o imposto
tornar-se-á por fim pagável pela venda ou pelo uso de activos semelhantes.
Trespasse (goodwill) (21 a 23)
21. O trespasse (goodwill) resultante de uma concentração de actividades empresariais
é mensurado como o excesso do custo da concentração acima do interesse da adquirente
no justo valor líquido dos activos, passivos e passivos contingentes identificáveis da ad-
quirida. As autoridades fiscais podem ou não permitir reduções na quantia escriturada do
trespasse (goodwill) como um gasto dedutível na determinação do lucro tributável. Além
disso, o custo do trespasse (goodwill) é muitas vezes não dedutível quando uma subsidiária
aliena a sua actividade empresarial subjacente. Consequentemente, o trespasse (goodwill)
pode ter uma base fiscal de zero, sendo que neste caso qualquer diferença entre a quantia
escriturada de trespasse (goodwill) e a sua base fiscal de zero é uma diferença temporária
tributável. Contudo, esta Norma não permite o reconhecimento do passivo por impostos
diferidos resultante porque o trespasse (goodwill) é mensurado como residual e o reconhe-
cimento do passivo por impostos diferidos iria aumentar a quantia escriturada de trespasse
(goodwill).
22. As reduções posteriores num passivo por impostos diferidos que não seja reconhecido
por resultar do reconhecimento inicial do trespasse (goodwill) também são consideradas
como resultando do reconhecimento inicial do trespasse (goodwill), não sendo portanto
reconhecidas.
23. Os passivos por impostos diferidos por diferenças temporárias tributáveis rela-
cionadas com o trespasse (goodwill) são, porém, reconhecidos até ao ponto em que não
resultem do reconhecimento inicial do trespasse (goodwill).
Reconhecimento inicial de um activo ou passivo (24)
24. Uma diferença temporária pode surgir no reconhecimento inicial de um activo ou
passivo, por exemplo, se parte ou todo o custo de um activo não for dedutível para finali-

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Despacho Normativo n.º 23/2008, de 29 de Dezembro

dades de impostos. O método de contabilizar tal diferença temporária depende da natureza


da transacção que conduziu ao reconhecimento inicial do activo:
(a) Numa concentração de actividades empresariais, uma entidade reconhece
qualquer passivo ou activo por impostos diferidos e isso afecta a quantia do
trespasse (goodwill) ou a quantia de qualquer excesso acima do custo da con-
centração do interesse da adquirente no justo valor líquido dos activos, passi-
vos e passivos contingentes identificáveis da adquirida (ver parágrafo 21);
(b) Se a transacção afectar quer o lucro contabilístico ou o lucro tributável, uma
entidade reconhecerá qualquer passivo ou activo por impostos diferidos e
reconhecerá o resultante gasto ou rendimento por impostos diferidos na de-
monstração dos resultados (ver parágrafo 53);
(c) Se a transacção não for uma concentração de actividades empresariais, e não
afectar nem o lucro contabilístico nem o lucro tributável, uma entidade, na
ausência da excepção prevista nos parágrafos 15 e 25, reconhecerá o pas-
sivo ou activo diferido resultante e ajustará a quantia escriturada do activo
ou passivo pela mesma quantia. Tais ajustamentos tornarão as demonstrações
financeiras menos transparentes. Por isso, esta Norma não permite que uma
entidade reconheça o passivo ou activo por impostos diferidos resultante, quer
no reconhecimento inicial ou subsequentemente. Para além disso, uma entida-
de não reconhece alterações subsequentes no passivo ou activo por impostos
diferidos não reconhecidos enquanto o activo é depreciado.
Diferenças temporárias dedutíveis (25 a 30)
25. Um activo por impostos diferidos deve ser reconhecido para todas as diferenças
temporárias dedutíveis até ao ponto em que seja provável que exista um lucro tributável
relativamente ao qual a diferença temporária dedutível possa ser usada, a não ser que o
activo por impostos diferidos resulte do reconhecimento inicial de um activo ou passivo
numa transacção que:
(a) Não seja uma concentração de actividades empresariais; e
(b) No momento da transacção, não afecte o lucro contabilístico nem o lucro tri-
butável (perda fiscal). Porém, para diferenças temporárias dedutíveis associa-
das a investimentos em subsidiárias, sucursais e associadas e a interesses em
empreendimentos conjuntos, deve ser reconhecido um activo por impostos
diferidos de acordo com o parágrafo 41.
26. Está inerente no reconhecimento de um passivo que a quantia escriturada será li-
quidada em períodos futuros por meio de um exfluxo de recursos da entidade incorporando
benefícios económicos. Quando os recursos fluam da entidade, parte ou todas as suas quan-
tias podem ser dedutíveis na determinação do lucro tributável de um período mais tardio do
que o período em que o passivo seja reconhecido. Em tais casos, uma diferença temporária

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Despacho Normativo n.º 23/2008, de 29 de Dezembro

existe entre a quantia escriturada do passivo e a sua base fiscal. Concordantemente, um


activo por impostos diferidos surge com respeito a impostos sobre o rendimento que serão
recuperáveis em períodos futuros quando seja permitido que essa parte do passivo seja uma
dedução na determinação do lucro tributável. Semelhantemente, se a quantia escriturada de
um activo for menor do que a sua base fiscal a diferença dá origem a um activo por impos-
tos diferidos, com respeito a impostos que serão recuperáveis em períodos futuros.
27. A reversão de diferenças temporárias dedutíveis resulta em deduções na determina-
ção de lucros tributáveis de períodos futuros. Contudo, os benefícios económicos na forma
de reduções nos pagamentos de impostos fluirão para a entidade somente se ela obtiver
lucros tributáveis suficientes contra os quais as deduções possam ser compensadas. Por
isso uma entidade reconhece activos por impostos diferidos somente quando for provável
que lucros tributáveis estarão disponíveis contra os quais as diferenças temporárias dedutíveis
possam ser utilizadas.
28. É provável que lucro tributável esteja disponível e contra o qual uma diferença
temporária dedutível possa ser utilizada quando haja diferenças temporárias tributáveis
suficientes relacionadas com a mesma autoridade fiscal e com a mesma entidade tributável
que se esperem inverter:
(a) No mesmo período que a reversão esperada da diferença temporária dedutí-
vel; ou
(b) Nos períodos em que uma perda fiscal proveniente do activo por impostos diferi-
dos possa ser reportada ou transportada.
Em tais circunstâncias, o activo por impostos diferidos é reconhecido no período em que
as diferenças temporárias dedutíveis surjam.
29. Quando haja diferenças temporárias tributáveis insuficientes relacionadas com a
mesma autoridade fiscal e a mesma entidade tributável, o activo por impostos diferidos é
reconhecido até ao ponto em que:
(a) Seja provável que a entidade tenha lucros tributáveis suficientes relacionados
com a mesma autoridade fiscal e a mesma entidade tributável no mesmo perí-
odo em que a reversão das diferenças temporárias dedutíveis (ou nos períodos
em que a perda fiscal proveniente do activo por impostos diferidos possa ser
reportada ou transportada). Ao avaliar se terá ou não lucro tributável suficiente
em períodos futuros, uma entidade ignora quantias tributáveis provenientes de
diferenças temporárias dedutíveis que se esperem que se originem em perío-
dos futuros, porque os activos por impostos diferidos provenientes destas dife-
renças temporárias dedutíveis exigirão elas próprias lucros tributáveis futuros
a fim de serem utilizadas; ou
(b) Estejam disponíveis oportunidades de planeamento de impostos para a entida-
de, que criará lucro tributável em períodos apropriados.

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Despacho Normativo n.º 23/2008, de 29 de Dezembro

30. Quando uma entidade tenha uma história de prejuízos recentes, a entidade consi-
dera a orientação dos parágrafos 32 e 33.
Perdas fiscais não usadas e créditos por impostos não usados (31 a 33)
31. Um activo por impostos diferidos deve ser reconhecido para o reporte de perdas
fiscais não usadas e créditos tributáveis não usados até ao ponto em que seja provável que
lucros tributáveis futuros estarão disponíveis contra os quais possam ser usados perdas
fiscais não usadas e créditos tributáveis não usados.
32. Os critérios para reconhecer activos por impostos diferidos provenientes do reporte
de perdas fiscais e de créditos de impostos não utilizados são os mesmos que os critérios
para o reconhecimento de activos por impostos diferidos provenientes de diferenças tem-
porárias dedutíveis. Porém, a existência de perdas fiscais não usadas é forte prova de que
podem não estar disponíveis lucros tributáveis futuros. Por isso, quando uma entidade te-
nha uma história de perdas recentes, a entidade reconhece um activo por impostos diferidos
proveniente de perdas fiscais ou de créditos tributáveis não utilizados somente até ao ponto
que a entidade tenha suficientes diferenças temporárias tributáveis ou que haja outras pro-
vas convincentes de que lucros tributáveis suficientes estarão disponíveis contra os quais
as perdas fiscais não utilizadas ou créditos tributáveis não utilizados possam ser utilizados
pela entidade. Em tais circunstâncias, o parágrafo 75 exige a divulgação da quantia do acti-
vo por impostos diferidos e da natureza da prova que suporta o seu reconhecimento.
33. Uma entidade considera os critérios seguintes na avaliação da probabilidade de
que o lucro tributável estará disponível contra o qual perdas fiscais não usadas ou créditos
tributáveis não usados possam ser utilizados:
(a) Se a entidade tiver diferenças temporárias tributáveis relacionadas com a mes-
ma autoridade fiscal e com a mesma entidade tributável, de que resultarão
quantias tributáveis contra as quais as perdas fiscais não usadas ou créditos
tributáveis não usados possam ser utilizados antes que se extingam;
(b) Se for provável que a entidade tenha lucros tributáveis antes das perdas fiscais
não usadas ou que créditos tributáveis não usados expirem;
(c) Se as perdas fiscais não usadas resultarem de causas identificáveis que prova-
velmente não se repetirão.
Até ao ponto em que não seja provável que lucros tributáveis estejam disponíveis
contra os quais as perdas fiscais não usadas ou créditos tributáveis não usados possam ser
utilizados, o activo por impostos diferidos não é reconhecido.
Reavaliação de activos por impostos diferidos não reconhecidos (34)
34. À data de cada balanço, uma entidade reavalia os activos por impostos diferidos
não reconhecidos. A entidade reconhece previamente um activo por impostos diferidos não
reconhecido até ao ponto em que se torne provável que os lucros tributáveis futuros permi-

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Despacho Normativo n.º 23/2008, de 29 de Dezembro

tirão que o activo por impostos diferidos seja recuperado. Por exemplo, um melhoramento
nas condições comerciais pode tornar mais provável que a entidade seja capaz de gerar
suficiente lucro tributável no futuro para que o activo por impostos diferidos satisfaça os
critérios fixados nos parágrafos 25 ou 31. Um outro exemplo dá-se quando uma entidade
reavalia os activos por impostos diferidos à data da concentração de actividades empresa-
riais ou subsequentemente (ver parágrafos 62 e 63).
Investimentos em subsidiárias, associadas e interesses em empreendimentos con-
juntos (35 a 42)
35. As diferenças temporárias surgem quando a quantia escriturada de investimentos
em subsidiárias, associadas ou interesses em empreendimentos conjuntos (nomeadamente
a parte da empresa-mãe ou do investidor nos activos líquidos da subsidiária, associada ou
investida, incluindo a quantia escriturada de trespasse (goodwill)) se torna diferente da base
fiscal (que é muitas vezes o custo) do investimento ou interesse. Tais diferenças podem
surgir numa quantidade de circunstâncias diferentes, por exemplo:
(a) A existência de lucros não distribuídos de subsidiárias, associadas e empreen-
dimentos conjuntos;
(b) Alterações nas taxas de câmbio quando uma empresa-mãe e a sua subsidiária
estão localizadas em países diferentes: e
(c) Uma redução na quantia escriturada de um investimento numa associada para
a sua quantia recuperável.
Nas demonstrações financeiras consolidadas, a diferença temporária pode ser diferente
da diferença temporária associada com esse investimento nas demonstrações financeiras
individuais da empresa-mãe se a empresa-mãe escriturar o investimento nas suas demons-
trações financeiras individuais pelo custo ou a quantia revalorizada.
36. Uma entidade deve reconhecer um passivo por impostos diferidos para todas as
diferenças temporárias tributáveis associadas aos investimentos em subsidiárias, sucursais
e associadas e interesses em empreendimentos conjuntos, excepto até ao ponto em que as
seguintes condições sejam ambas satisfeitas:
(a) Que a empresa-mãe, o investidor ou o empreendedor seja capaz de controlar a
tempestividade da reversão da diferença temporária; e
(b) Que seja provável que a diferença temporária não se reverterá no futuro pre-
visível.
37. Dado a empresa-mãe controlar a política de dividendos da sua subsidiária, é capaz
também de controlar a tempestividade da reversão de diferenças temporárias associadas
com esse investimento (incluindo as diferenças temporárias provenientes não só de lucros
não distribuídos mas também de quaisquer diferenças de transposição de moeda estran-
geira). Para além disso, muitas vezes seria impraticável determinar a quantia de impostos

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Despacho Normativo n.º 23/2008, de 29 de Dezembro

sobre rendimento que devam ser pagos quando as diferenças temporárias se revertam. Por
isso, quando a empresa-mãe tenha determinado que esses lucros não serão distribuídos
no futuro previsível a empresa-mãe não reconhece um passivo por impostos diferidos. As
mesmas considerações aplicam-se a investimentos em sucursais.
38. Os activos e passivos não monetários de uma entidade são mensurados na sua
moeda funcional (ver NRF 20 - Os Efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio). Se os
lucros tributáveis e as perdas fiscais (e, consequentemente, a base fiscal dos seus activos
passivos não monetários) forem determinados numa moeda diferente, as alterações na taxa
de câmbio originam diferenças temporárias que resultam num passivo ou (dependendo do
parágrafo 25) activo por impostos diferidos reconhecido. O imposto diferido resultante é
debitado ou creditado nos resultados (ver parágrafo 52).
39. Um investidor numa associada não controla essa entidade e geralmente não está
numa posição para determinar a sua política de dividendos. Por isso, na ausência de um
acordo exigindo que os lucros da associada não serão distribuídos no futuro previsível, um
investidor reconhece um passivo por impostos diferidos provenientes de diferenças tempo-
rárias tributáveis associadas ao investimento na associada. Em alguns casos, um investidor
pode não ser capaz de determinar a quantia de impostos que serão pagos se ele recuperar
o custo do seu investimento na associada mas pode determinar que igualará ou excederá
uma quantia mínima. Em tais casos, o passivo por impostos diferidos é mensurado por essa
quantia.
40. O acordo entre as partes de um empreendimento conjunto trata geralmente da
partilha dos lucros e identifica se as decisões em tais assuntos exigem ou não o consenti-
mento de todos os empreendedores ou de uma maioria especificada dos mesmos. Quando o
empreendedor puder controlar a partilha dos lucros e seja provável que os lucros não serão
distribuídos no futuro previsível, não é reconhecido um passivo por impostos diferidos.
41. Uma entidade deve reconhecer um activo por impostos diferidos para todas as di-
ferenças temporárias dedutíveis provenientes de investimentos em subsidiárias, associadas
e interesses em empreendimentos conjuntos, até ao ponto em que, e somente até ao ponto
em que, seja provável que:
(a) A diferença temporária reverterá no futuro previsível; e
(b) Estará disponível o lucro tributável contra o qual a diferença temporária possa
ser utilizada.
42. Ao decidir se um activo por impostos diferidos é reconhecido para diferenças tem-
porárias dedutíveis associadas aos seus investimentos em subsidiárias, associadas e seus
interesses em empreendimentos conjuntos, uma entidade considera a orientação estabele-
cida nos parágrafos 28 a 30.
Mensuração (43 a 50)
43. Os activos (passivos) por impostos correntes dos períodos correntes e anteriores
devem ser mensurados pela quantia que se espera que seja paga (recuperada de) às autori-
dades fiscais, usando as taxas fiscais (e leis fiscais) aprovadas à data do balanço.

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Despacho Normativo n.º 23/2008, de 29 de Dezembro

44. Os activos e passivos por impostos diferidos devem ser mensurados pelas taxas
fiscais que se espera que sejam de aplicar no período quando seja realizado o activo ou seja
liquidado o passivo, com base nas taxas fiscais (e leis fiscais) que estejam aprovadas à data
do balanço.
45. A mensuração de passivos por impostos diferidos e de activos por impostos dife-
ridos deve reflectir as consequências fiscais que se seguem derivadas da maneira pela qual
a entidade espera, à data do balanço, recuperar ou liquidar a quantia escriturada dos seus
activos e passivos.
46. Em alguns casos, a maneira pela qual uma entidade recupera (liquida) a quantia
escriturada de um activo (passivo) pode afectar a base fiscal do activo (passivo). Em tais
casos, uma entidade mensura os passivos por impostos diferidos e activos por impostos
diferidos usando a base fiscal que seja consistente com a maneira esperada de recuperação
ou liquidação.
47. Activos e passivos por impostos diferidos não devem ser descontados.
48. A determinação fiável de activos e passivos por impostos diferidos numa base
descontada exige calendarização pormenorizada da tempestividade da reversão de cada di-
ferença temporária. Em muitos casos tal calendarização é impraticável ou altamente com-
plexa. Por isso, é inapropriado exigir desconto de activos e passivos diferidos. Permitir,
mas não exigir o desconto, resultaria em activos e passivos por impostos diferidos que não
seriam comparáveis entre entidades. Por isso, esta Norma não exige nem permite o descon-
to de activos e passivos por impostos diferidos.
49. As diferenças temporárias são determinadas por referência à quantia escriturada
de um activo ou um passivo. Isto aplica-se mesmo quando essa quantia escriturada seja ela
própria determinada numa base descontada, como por exemplo no caso de obrigações de
benefícios de reforma (ver a NRF 21 - Benefícios de Empregados).
50. A quantia escriturada de um activo por impostos diferidos deve ser revista à data
de cada balanço. Uma entidade deve reduzir a quantia escriturada de um activo por impos-
tos diferidos até ao ponto em que deixe de ser provável que lucros tributáveis suficientes
estarão disponíveis para permitir que o benefício de parte ou todo desse activo por impos-
tos diferidos seja utilizado. Qualquer redução deve ser revertida até ao ponto que se torne
provável que lucros tributáveis suficientes estarão disponíveis.
Reconhecimento de imposto corrente diferido (51 a 64)
51. A contabilização dos efeitos de impostos correntes e diferidos de uma transacção
ou de outro acontecimento é consistente com a contabilização da transacção ou do próprio
acontecimento. Os parágrafos 52 a 64 implementam este princípio.
Demonstração dos resultados (52 a 54)

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Despacho Normativo n.º 23/2008, de 29 de Dezembro

52. Os impostos correntes e diferidos devem ser reconhecidos como um rendimento ou


como um gasto e incluídos no resultado líquido do período, excepto até ao ponto em que o
imposto provenha de:
(a) Uma transacção ou acontecimento que seja reconhecido, no mesmo ou num
diferente período, directamente no capital próprio (ver parágrafos 55 a 59); ou
(b) Uma concentração de actividades empresariais (ver parágrafos 61 a 64).
53. A maior parte dos passivos por impostos diferidos e de activos por impostos dife-
ridos surge quando os rendimentos ou gastos sejam incluídos no lucro contabilístico num
período, se bem que sejam incluídos no lucro tributável (perda fiscal) noutro período dife-
rente. O imposto diferido resultante é reconhecido na demonstração dos resultados.
54. A quantia escriturada dos activos e passivos por impostos diferidos pode alterar-se
mesmo se não houver alteração na quantia das diferenças temporárias relacionadas. Isto
pode resultar, por exemplo, de:
(a) Uma alteração nas taxas de tributação ou leis fiscais;
(b) Uma reavaliação da recuperabilidade de activos por impostos diferidos; ou
(c) Uma alteração da maneira esperada de recuperação de um activo.
O imposto diferido resultante é reconhecido na demonstração dos resultados, excepto
até ao ponto que ele se relacione com itens previamente debitadas ou creditadas ao capital
próprio (ver parágrafo 57).
Itens creditados ou debitados directamente ao capital próprio (55 a 60)
55. O imposto corrente ou imposto diferido deve ser debitado ou creditado directamen-
te ao capital próprio se o imposto se relacionar com itens que sejam creditados ou debita-
dos, no mesmo ou num diferente período, directamente ao capital próprio.
56. As Normas de Relato Financeiro exigem ou permitem que certos itens sejam credi-
tadas ou debitadas directamente ao capital próprio. São exemplos de tais itens:
(a) Uma alteração na quantia escriturada proveniente da revalorização do activo
fixo tangível (ver a NRF 7 - Activos Fixos Tangíveis);
(b) Um ajustamento no saldo de abertura de resultados retidos resultantes ou de
uma alteração na política contabilística aplicada retrospectivamente ou da
correcção de um erro (ver NRF 3 - Políticas Contabilísticas, Alterações nas
Estimativas Contabilísticas e Erros);
(c) As diferenças de câmbio resultantes da transposição das demonstrações finan-
ceiras de uma unidade operacional estrangeira (ver NRF 20 - Os Efeitos de
Alterações em Taxas de Câmbio);

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Despacho Normativo n.º 23/2008, de 29 de Dezembro

57. Em circunstâncias excepcionais pode ser difícil determinar a quantia de impostos


correntes e diferidos que se relacione com itens creditados ou debitados ao capital próprio.
Isto pode ser o caso, por exemplo, quando:
(a) Uma alteração na taxa do imposto ou noutras regras de impostos que afec-
te um activo ou passivo por impostos diferidos relacionado (no todo ou em
parte) com um item que esteja previamente debitado ou creditado ao capital
próprio; ou
(b) Uma entidade determine que um activo por impostos diferidos deva ser re-
conhecido, ou deixe de ser reconhecido por inteiro, e o activo por impostos
diferidos se relacione (no todo ou em parte) com um item que tenha sido ante-
riormente debitado ou creditado ao capital próprio.
Em tais casos, o imposto corrente e diferido relacionado com itens que sejam credita-
dos ou debitados ao capital próprio é baseado numa imputação pró rata razoável do imposto
corrente e diferido da entidade, ou outro método que atinja uma imputação mais apropriada
nas circunstâncias.
58. A NRF 7 - Activos Fixos Tangíveis, não especifica se uma entidade deve transferir
ano a ano o excedente (reserva) de revalorização para resultados retidos uma quantia igual
à diferença entre a depreciação ou amortização de um activo revalorizado e a depreciação
ou amortização baseada no custo desse activo. Se uma entidade fizer tal transferência,
a quantia transferida é líquida de qualquer imposto diferido relacionado. Considerações
semelhantes aplicam-se a transferências feitas pela alienação de um item de activo fixo
tangível.
59. Quando um activo for revalorizado para finalidades de tributação e essa revalori-
zação estiver relacionada com uma revalorização contabilística de um período anterior, ou
com uma que se espera que seja levada a efeito num período futuro, os efeitos fiscais de
quer a revalorização do activo quer do ajustamento da base fiscal são creditados ou debita-
dos ao capital próprio nos períodos em que ocorram.
60. Quando uma entidade pagar dividendos aos seus accionistas, pode ser-lhe exigido
que pague uma parcela dos dividendos às autoridades fiscais em nome dos accionistas (re-
tenção de imposto). Tal quantia paga ou a pagar às autoridades fiscais é debitada ao capital
próprio como parte dos dividendos.
Impostos diferidos provenientes de uma concentração de actividades empresariais
(61 a 64)
61. Tal como explicado no parágrafo 19, podem surgir diferenças temporárias numa
concentração de actividades empresariais. De acordo com a NRF 24 - Concentrações de
Actividades Empresariais, uma entidade reconhece quaisquer activos por impostos diferi-
dos resultante (até ao ponto em que satisfazem os critérios de reconhecimento do parágrafo

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Despacho Normativo n.º 23/2008, de 29 de Dezembro

25) ou passivos por impostos diferidos como activos e passivos identificáveis à data da
aquisição. Consequentemente, esses activos e passivos por impostos diferidos afectam o
trespasse (goodwill) ou a quantia de qualquer excesso do interesse da adquirente no jus-
to valor líquido dos activos, passivos e passivos contingentes identificáveis da adquirida
acima do custo da concentração. Contudo, de acordo com o parágrafo 25(a), uma entidade
não reconhece passivos por impostos diferidos resultantes do reconhecimento inicial do
trespasse (goodwill).
62. Como resultado de uma concentração de actividades empresariais, uma adquirente
pode considerar a probabilidade de recuperar o seu próprio activo por impostos diferidos
que não tenha sido reconhecido antes da concentração de actividades empresariais. Por
exemplo, a adquirente pode ser capaz de usar o benefício das suas perdas fiscais não usadas
face ao futuro lucro tributável da adquirida. Nesses casos, a adquirente reconhece um acti-
vo por impostos diferidos, mas não o inclui como parte da contabilização da concentração
de actividades empresariais, e portanto não o tem em consideração ao determinar o tres-
passe (goodwill) ou a quantia de qualquer excesso do interesse da adquirente no justo valor
líquido dos activos, passivos e passivos contingentes identificáveis da adquirida acima do
custo da concentração.
63. Se o potencial benefício de transportar as perdas fiscais no rendimento da adquirida
ou de outros activos por impostos diferidos não satisfizer os critérios da NRF 24 — Con-
centração de Actividades Empresariais relativamente ao reconhecimento separado quando
uma concentração de actividades empresariais for inicialmente contabilizada mas poste-
riormente realizada, a adquirente deve reconhecer o rendimento por impostos diferidos
resultante nos resultados. Além disso, uma adquirente deve:
(a) Reduzir a quantia escriturada de trespasse (goodwill) à quantia que teria sido
reconhecida se o activo por impostos diferidos tivesse sido reconhecido como
um activo identificável a partir da data de aquisição; e
(b) Reconhecer a redução na quantia escriturada do trespasse (goodwill) como um
gasto.
64. Contudo, este procedimento não deve resultar na criação de um excesso do inte-
resse da adquirente no justo valor líquido dos activos, passivos e passivos contingentes
identificáveis da adquirida acima do custo da concentração, nem deve aumentar a quantia
anteriormente reconhecida para um tal excesso.
Apresentação (65 a 71)
Compensação (65 a 69)
65. Uma entidade deve compensar activos por impostos correntes e passivos por im-
postos correntes nas suas demonstrações financeiras se, e somente se, a entidade:
(a) Tiver um direito legalmente executável para compensar quantias reconhecidas;
(b) Pretenda quer liquidar numa base líquida, ou realizar o activo e liquidar o
passivo, quer simultaneamente.

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Despacho Normativo n.º 23/2008, de 29 de Dezembro

66. Se bem que os activos e passivos por impostos correntes sejam reconhecidos e
mensurados separadamente eles são compensados no balanço e sujeitos a critérios seme-
lhantes aos estabelecidos para os instrumentos financeiros na NRF 16 - Instrumentos Finan-
ceiros. Uma entidade terá normalmente um direito legalmente executável para compensar
um activo por impostos correntes contra um passivo por impostos correntes quando eles se
relacionem com impostos sobre o rendimento lançados pela mesma autoridade fiscal e esta
autoridade permita que a entidade faça ou receba um único pagamento líquido.
67. Em demonstrações financeiras consolidadas, um activo por impostos correntes de
uma entidade de um grupo é compensado contra um passivo por impostos correntes de uma
outra entidade de um grupo se, e somente se, a dita entidade tiver um direito legalmente
executável de fazer ou receber tal pagamento líquido ou recuperar o activo e liquidar o
passivo simultaneamente.
68. Uma entidade deve compensar os activos por impostos diferidos e passivos por
impostos diferidos se, e somente se:
(a) A entidade tiver um direito legalmente executável de compensar activos por
impostos correntes contra passivos por impostos correntes; e
(b) Os activos por impostos diferidos e os passivos por impostos diferidos se rela-
cionarem com impostos sobre o rendimento lançados pela mesma autoridade
fiscal sobre a mesma entidade tributável.
69. Para evitar a necessidade de escalonamento detalhado da tempestividade da rever-
são de cada diferença temporária, esta Norma exige que uma entidade compense um activo
por impostos diferidos contra um passivo por impostos diferidos da mesma entidade tribu-
tável se, e somente se, eles se relacionam com impostos sobre o rendimento lançados pela
mesma autoridade fiscal e a entidade tiver um direito legalmente executável de compensar
activos por impostos correntes contra passivos por impostos correntes.
Gasto de impostos (70 e 71)
Gasto (rendimento) de imposto relacionado com resultados de actividades ordiná-
rias (70)
70. O gasto (rendimento) de impostos relacionado com o resultado de actividades or-
dinárias deve ser apresentado na face da demonstração dos resultados.
Diferenças de câmbio em passivos ou activos por impostos estrangeiros diferidos
(71)
71. A NRF 20 - Os Efeitos de Alterações nas Taxas de Câmbio, exige que certas dife-
renças de câmbio sejam reconhecidas como rendimentos ou gastos mas não especificam
onde tais diferenças devem ser apresentadas na demonstração dos resultados. Concordan-
temente, quando diferenças de câmbio de passivos ou de activos por impostos estrangeiros
diferidos sejam reconhecidos na demonstração dos resultados, tais diferenças podem ser
classificadas como gastos (rendimentos) por impostos diferidos se essa apresentação for
considerada como a mais útil para os utentes das demonstrações financeiras.

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Despacho Normativo n.º 23/2008, de 29 de Dezembro

Divulgação (72 a 84)


72. Os principais componentes de gasto (rendimento) de impostos devem ser divulga-
dos separadamente.
73. Os componentes de gasto (rendimento) de impostos devem incluir:
(a) Gasto (rendimento) por impostos correntes;
(b) Quaisquer ajustamentos reconhecidos no período de impostos correntes de
períodos anteriores;
(c) A quantia de gasto (rendimento) por impostos diferidos relacionada com a
origem e reversão de diferenças temporárias;
(d) A quantia de gasto (rendimento) por impostos diferidos relacionada com alte-
rações nas taxas de tributação ou com o lançamento de novos impostos;
(e) A quantia de benefícios provenientes de uma perda fiscal não reconhecida
anteriormente, de crédito por impostos ou de diferença temporária de um pe-
ríodo anterior que seja usada para reduzir gasto de impostos correntes;
(f) A quantia dos benefícios de uma perda fiscal não reconhecida anteriormente,
de crédito por impostos ou de diferenças temporárias de um período anterior
que seja usada para reduzir gastos de impostos diferidos;
(g) Gasto por impostos diferidos provenientes de uma redução, ou reversão de
uma diminuição anterior, de um activo por impostos diferidos de acordo com
o parágrafo 50; e
(h) A quantia do gasto (rendimento) de imposto relativa às alterações nas políticas
contabilísticas e nos erros que estão incluídas nos resultados de acordo com a
NRF 3 — Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas
e Erros porque não podem ser contabilizadas retrospectivamente.
74. O que se segue deve ser também divulgado separadamente:
(a) O imposto diferido e corrente agregado relacionado com itens que sejam de-
bitados ou creditados ao capital próprio;
(b) Uma explicação do relacionamento entre gasto (rendimento) de impostos e
lucro contabilístico em uma ou em ambas das seguintes formas:
(i) Uma reconciliação numérica entre gasto (rendimento) de impostos e o
produto de lucro contabilístico multiplicado pela(s) taxa(s) de imposto
aplicável(eis) divulgando também a base pela qual a taxa(s) de imposto
aplicável(eis) é (são) calculada(s); ou
(ii) Uma reconciliação numérica entre a taxa média efectiva de imposto e a
taxa de imposto aplicável, divulgando também a base pela qual é calcula-
da a taxa de imposto aplicável;

782
Despacho Normativo n.º 23/2008, de 29 de Dezembro

(c) Uma explicação de alterações na taxa(s) de imposto aplicável comparada com


o período contabilístico anterior;
(d) A quantia (e a data de extinção, se houver) de diferenças temporárias dedutí-
veis, perdas fiscais não usadas, e créditos por impostos não usados relativa-
mente aos quais nenhum activo por impostos diferidos seja reconhecido no
balanço;
(e) A quantia agregada de diferenças temporárias associadas com investimentos
em subsidiárias, sucursais e associadas e interesses em empreendimentos con-
juntos, relativamente aos quais passivos por impostos diferidos não tenham
sido reconhecidos (ver parágrafo 36);
(f) Com respeito a cada tipo de diferença temporária e com respeito a cada tipo de
perdas por impostos não usadas e créditos por impostos não usados:
(i) A quantia de activos e passivos por impostos diferidos reconhecidos no balan-
ço para cada período apresentado;
(ii) A quantia de rendimentos ou gastos por impostos diferidos reconhecidos na
demonstração dos resultados, se isto não for evidente das alterações das quan-
tias reconhecidas no balanço;
(g) Com respeito a operações descontinuadas, o gasto de impostos relacionado
com:
(i) O ganho ou perda da descontinuação; e
(ii) O resultado das actividades ordinárias da operação descontinuada do pe-
ríodo, juntamente com as quantias correspondentes de cada período ante-
rior apresentado; e
(iii) A quantia consequente do imposto de rendimento dos dividendos da en-
tidade que foram propostos ou declarados antes das demonstrações fi-
nanceiras serem autorizadas para emissão, mas que não são reconhecidos
como passivo nas demonstrações financeiras
75. Uma entidade deve divulgar a quantia de um activo por impostos diferidos e a
natureza das provas que suportam o seu reconhecimento, quando:
(a) A utilização do activo por impostos diferidos seja dependente de lucros tribu-
táveis futuros em excesso dos lucros provenientes da reversão de diferenças
temporárias tributáveis existentes; e
(b) A entidade tenha sofrido um prejuízo quer no período corrente quer no perío-
do precedente na jurisdição fiscal com que se relaciona o activo por impostos
diferidos.

783
Despacho Normativo n.º 23/2008, de 29 de Dezembro

76. Uma entidade deve divulgar a natureza das potenciais consequências do imposto
de rendimento que resultariam do pagamento de dividendos aos seus accionistas. Além dis-
so, a entidade deve divulgar as quantias das potenciais consequências do imposto de rendi-
mento praticamente determináveis e se existem ou não quaisquer potenciais consequências
no imposto de rendimento não praticamente determináveis.
77. As divulgações exigidas pelo parágrafo 74 (c) faz com que os utentes das de-
monstrações financeiras compreendam se o relacionamento entre os gasto (rendimento) de
impostos e o lucro contabilístico é não usual e compreendam os factores significativos que
podem afectar esse relacionamento no futuro. O relacionamento entre gasto (rendimento)
de impostos e lucro contabilístico pode ser afectado por factores tais como rédito que seja
isento de tributação, gastos que não sejam dedutíveis na determinação do lucro tributável
(perda fiscal), o efeito de perdas fiscais e o efeito de taxas de tributação estrangeiras.
78. Ao explicar o relacionamento entre gasto (rendimento) de impostos e lucro conta-
bilístico, uma entidade usa uma taxa de tributação aplicável que proporcione a informação
mais significativa aos utentes das suas demonstrações financeiras. Muitas vezes, a taxa
mais significativa é a taxa doméstica interna de impostos do país em que a entidade está
domiciliada, agregando a taxa aplicada de impostos nacionais com as taxas aplicadas de
quaisquer impostos locais que sejam calculados num nível substancialmente semelhante de
lucro tributável (perda fiscal). Porém, para uma entidade que opere em várias jurisdições,
pode ser mais significativo agregar reconciliações separadas preparadas em que se use a
taxa interna em cada jurisdição individual.
79. A taxa efectiva média é o gasto (rendimento) de impostos dividido pelo lucro con-
tabilístico.
80. Seria muitas vezes impraticável calcular a quantia de passivos não reconhecidos
por impostos diferidos provenientes de investimentos em subsidiárias, associadas e interes-
ses em empreendimentos conjuntos (ver parágrafo 36). Por isso, esta Norma exige que uma
entidade divulgue a quantia agregada das subjacentes diferenças temporárias mas não exige
divulgação dos passivos por impostos diferidos. Contudo, quando praticável, as entidades
são encorajadas a divulgar as quantias não reconhecidas de passivos por impostos diferidos
porque os utentes das demonstrações financeiras podem achar útil tal informação.
81. O parágrafo 76 exige que uma entidade divulgue a natureza das potenciais con-
sequências do imposto sobre o rendimento que resultariam do pagamento de dividendos
aos seus accionistas. Uma entidade divulga as características importantes dos sistemas do
imposto de rendimento e os factores que afectarão a quantia das potenciais consequências
dos dividendos no imposto sobre rendimento.
82. Não seria algumas vezes praticável calcular a quantia total das potenciais conse-
quências do imposto sobre o rendimento que resultariam do pagamento de dividendos a
accionistas. Pode ser o caso, por exemplo, em que uma entidade tenha uni grande número
de subsidiárias estrangeiras. Contudo, mesmo em tais circunstâncias, podem ser facilmente

784
Despacho Normativo n.º 23/2008, de 29 de Dezembro

determináveis algumas parcelas da quantia total. Por exemplo, num grupo consolidado,
uma empresa-mãe e algumas das suas subsidiárias podem ter pago impostos sobre o ren-
dimento a uma taxa mais alta sobre os lucros não distribuídos e estar ciente da quantia
que seria restituída no pagamento de dividendos futuros aos accionistas a partir dos lucros
retidos consolidados. Neste caso, é divulgada a quantia restituível. Se aplicável, a entidade
divulga também que existem potenciais consequências do imposto sobre o rendimento não
praticamente determináveis. Nas demonstrações financeiras individuais da empresa-mãe,
se existirem, a divulgação das potenciais consequências do imposto sobre o rendimento
relaciona-se com os resultados retidos da empresa-mãe.
83. A uma entidade que se exija que proporcione as divulgações do parágrafo 76 pode
também ser-lhe pedido que proporcione divulgações relacionadas com diferenças tempo-
rárias associadas a investimentos em subsidiárias, sucursais e associadas ou interesses em
empreendimentos conjuntos. Em tais casos, considera isto ao determinar a informação a
ser divulgada de acordo com o parágrafo 76. Por exemplo, pode ser exigido a uma entida-
de que divulgue a quantia agregada de diferenças temporárias associada a investimentos
em subsidiárias relativamente aos quais não foram reconhecidos quaisquer passivos por
impostos diferidos (ver parágrafo 74(e)). Se for impraticável calcular as quantias de passi-
vos por impostos diferidos não reconhecidos (ver parágrafo 80) podem existir quantias de
potenciais consequências do imposto sobre o rendimento de dividendos não determináveis
praticamente relacionados com estas subsidiárias.
84. Uma entidade divulga quaisquer passivos contingentes e activos contingentes re-
lacionados com impostos de acordo com a NRF 19 - Provisões, Passivos Contingentes e
Activos Contingentes. Podem surgir passivos contingentes e activos contingentes a partir,
por exemplo, de desentendimentos não resolvidos com as autoridades fiscais. Semelhan-
temente, quando alterações nas taxas de impostos ou de leis fiscais sejam decretadas ou
anunciadas após a data do balanço, uma entidade divulgará quaisquer efeitos significativos
dessas alterações nos seus activos e passivos por impostos correntes e diferidos (ver a NRF
5 - Acontecimentos Após e Data do Balanço).
Data de eficácia (85)
85. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.
ANEXO 1
Regime especial das pequenas entidades
1. Às Entidades inseridas no regime especial para pequenas entidades (REPE) não se
aplicam os parágrafos (ou alíneas) que se refiram a demonstrações financeiras consolidadas
ou situações análogos, como sejam os casos do parágrafo 11 e a alínea c) do parágrafo 56.
A Ministra, Cristina Duarte.

785
Despacho Normativo n.º 23/2008, de 29 de Dezembro

NORMA DE RELATO FINANCEIRO 23 – INTERESSES EM EMPREENDIMENTOS


CONJUNTOS E INVESTIMENTOS EM ASSOCIADAS – IAS 28 E 31
Despacho Normativo n.º 24/2008
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio modernizar e introduzir um Novo
Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde em subs-
tituição do Plano Nacional de Contabilidade aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de
Janeiro, com o objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas directivas inter-
nacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações introduzidas
têm em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão das entidades em Cabo Verde e
a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico do País e do
mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar a qualidade das demonstrações
financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor de credibilidade ao funciona-
mento da economia real em Cabo Verde.
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido Decreto-Lei e visando transpor
para o direito interno as Normas de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das
Normas Internacionais da Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo
International Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de Normalização Con-
tabilística foi nomeada e trabalhou-se a apresentação da documentação complementar ao
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização Contabilística e de
Relato Financeiro para Cabo Verde.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º e do número 3 do artigo 259º
da Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde através da Ministra das
Finanças e Administração Pública, o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 23 – Interesses em empreendimentos con-
juntos e investimentos em associadas do Sistema de Normalização Contabilístico e Relato
Financeiro e que se apresenta em anexo ao presente regulamento como parte integrante.
Artigo 2º
Natureza
A Norma de Relato Financeiro 23 – Interesses em empreendimentos conjuntos e in-
vestimentos em associadas é parte integrante do Sistema de Normalização Contabilístico e
Relato Financeiro para Cabo Verde
Artigo 3º
Entrada em vigor
O presente Despacho Normativo entra em vigor na data da entrada em vigor do Decre-
to-Lei 5/2008, que aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Pública, 16 de Dezembro de 2008.
– A Ministra, Cristina Duarte.

786
Despacho Normativo n.º 24/2008, de 29 de Dezembro

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA


E DE RELATO FINANCEIRO
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 23
INTERESSES EM EMPREENDIMENTOS
CONJUNTOS E INVESTIMENTOS EM ASSOCIADAS
Esta Norma de Relato Financeiro tem por base as Normas Internacionais emitidas
pelo IASB sobre os interesses em empreendimentos conjuntos e sobre os investimentos em
associadas
Objectivo (1)
1. O objectivo desta Norma de Relato Financeiro é o de prescrever o tratamento para
os interesses em empreendimentos conjuntos, independentemente da forma jurídica que
possam revestir (como, por exemplo: agrupamentos complementares de empresas, con-
sórcios, agrupamentos europeus de interesse económico e associações em participação) e
para os investimentos em associadas. Esta Norma proporciona orientação prática para o
reconhecimento, mensuração e divulgação dos interesses em empreendimentos conjuntos
e dos investimentos em associadas. Também proporciona orientação no que concerne às
formas que podem assumir os empreendimentos conjuntos e à determinação da existência
de influência significativa.
Âmbito (2 e 3)
2. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização de:
(a) Interesses em empreendimentos conjuntos e no relato dos activos, passivos,
rendimentos e gastos de empreendimentos conjuntos nas demonstrações fi-
nanceiras de empreendedores e investidores, independentemente das estrutu-
ras ou formas segundo as quais as actividades do empreendimento conjunto se
realizam e
(b) Investimentos em associadas.
3. Contudo, esta Norma não se aplica a interesses de empreendedores em entidades
conjuntamente controladas nem a investimentos em associadas que estejam classificados
como detidos para venda, os quais devem ser contabilizados de acordo com a NRF 8 - Ac-
tivos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas.
Definições (4)
4. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especifica-
dos:
Associada: é uma entidade (aqui se incluindo as entidades que não sejam constituídas
em forma de sociedade, como, p. ex., as parcerias) sobre a qual o investidor tenha influ-
ência significativa e que não seja nem uma subsidiária nem um interesse num empreendi-
mento conjunto.

787
Despacho Normativo n.º 24/2008, de 29 de Dezembro

Consolidação proporcional: é um método de contabilização em que a parte de um empre-


endedor em cada um dos activos, passivos, rendimentos e ganhos e gastos e perdas de uma
entidade conjuntamente controlada é combinada linha a linha com itens semelhantes das
demonstrações financeiras do empreendedor ou relatada como linhas de itens separadas nas
demonstrações financeiras do empreendedor.
Controlo: é o poder de gerir as políticas financeiras e operacionais de uma entidade ou
de uma actividade económica a fim de obter benefícios da mesma.
Controlo conjunto: é a partilha de controlo, acordada contratualmente, de uma activi-
dade económica, e existe apenas quando as decisões estratégicas financeiras e operacionais
relacionadas com a actividade exigem o consentimento unânime das partes que partilham
o controlo (os empreendedores).
Demonstrações financeiras consolidadas: são as demonstrações financeiras de um gru-
po apresentadas como as de uma única entidade económica.
Empreendedor: é um parceiro de um empreendimento conjunto que tem controlo con-
junto sobre esse empreendimento.
Empreendimento conjunto: é uma actividade económica empreendida por dois ou mais
parceiros, sujeita a controlo conjunto destes mediante um acordo contratual.
Influência significativa: é o poder de participar nas decisões das políticas financeira
e operacional da investida ou de uma actividade económica mas que não é controlo nem
controlo conjunto sobre essas políticas. A influência significativa pode ser obtida por posse
de acções, estatuto ou acordo.
Investidor num empreendimento conjunto: é um participante de um empreendimento
conjunto, que não tem controlo conjunto sobre esse empreendimento conjunto.
Método da equivalência patrimonial: é um método de contabilização pelo qual o in-
vestimento ou interesse é inicialmente reconhecido pelo custo e posteriormente ajustado
em função das alterações verificadas, após a aquisição, na quota-parte do investidor ou do
empreendedor nos activos líquidos da investida ou da entidade conjuntamente controlada.
Os resultados do investidor ou empreendedor incluem a parte que lhe corresponda nos re-
sultados da investida ou da entidade conjuntamente controlada.
Subsidiária: é uma entidade (aqui se incluindo entidades não constituídas em forma de
sociedade, como, p. ex., as parcerias) que é controlada por uma outra entidade (designada
por empresa-mãe).
Caracterização de empreendimentos conjuntos e associadas (5 a 22)
Acordo contratual (5 a 9)
5. A existência de um acordo contratual é um elemento essencial para distinguir os in-
teresses em empreendimentos conjuntos dos investimentos em associadas. As actividades

788
Despacho Normativo n.º 24/2008, de 29 de Dezembro

que não tenham acordo contratual para estabelecer o controlo conjunto não são empreendi-
mentos conjuntos para as finalidades desta Norma.
6. Os empreendimentos conjuntos assumem formas e estruturas muito diferentes. Esta
Norma identifica três grandes tipos — operações conjuntamente controladas, activos con-
juntamente controlados e entidades conjuntamente controladas — que são geralmente des-
critos como, e satisfazem a definição de, empreendimentos conjuntos. As características
seguintes são comuns a todos os empreendimentos conjuntos:
(a) Dois ou mais empreendedores estão ligados por um acordo contratual; e
(b) O acordo contratual estabelece o controlo conjunto.
7. O acordo contratual pode ser evidenciado de várias maneiras; por exemplo, por
um contrato entre os empreendedores ou por actas de reuniões entre os empreendedores.
Nalguns casos, o acordo é incorporado nos artigos ou outro clausulado do empreendimento
conjunto. Qualquer que seja a sua forma, o acordo contratual é geralmente escrito e trata
de assuntos tais como:
(a) A actividade, duração e obrigações de relato do empreendimento conjunto;
(b) A nomeação do órgão de direcção ou órgão de gestão equivalente do empre-
endimento conjunto e os direitos de voto dos empreendedores;
(c) Contribuições de capital pelos empreendedores;
(d) A partilha dos empreendedores na produção, nos rendimentos, nos gastos ou
nos resultados do empreendimento conjunto.
8. O acordo contratual estabelece o controlo conjunto sobre o empreendimento con-
junto. Tal requisito assegura que nenhum empreendedor esteja por si só em posição de
controlar unilateralmente a actividade.
9. O acordo contratual pode identificar um empreendedor como o operador ou o gestor
do empreendimento conjunto. O operador não controla o empreendimento conjunto, mas
age de acordo com as políticas operacionais e financeiras que tenham sido acordadas pelos
empreendedores conforme o acordo contratual e delegadas no operador. Se o operador
tiver o poder de gerir as políticas operacionais e financeiras da actividade económica, ele
controla o empreendimento e o empreendimento é uma subsidiária do operador e não um
empreendimento conjunto.
Operações conjuntamente controladas (10 e 11)
10. Quando se está perante operações conjuntamente controladas, não há lugar à cons-
tituição de uma entidade separada. Em vez disso, os empreendedores participantes coorde-
nam as suas actividades e trabalham no projecto comum, aí envolvendo os seus próprios
recursos e incorrendo nos seus próprios gastos e passivos. O acordo de empreendimento
conjunto proporciona geralmente meios pelos quais os réditos da venda da produção con-
junta e quaisquer gastos incorridos em comum são partilhados entre os empreendedores.

789
Despacho Normativo n.º 24/2008, de 29 de Dezembro

11. Um exemplo de uma operação conjuntamente controlada dá-se quando dois ou


mais empreendedores combinam as suas operações, recursos e perícia para fabricar, comer-
cializar e distribuir conjuntamente um produto particular, tal como uma aeronave. As dife-
rentes partes do processo de fabrico são levadas a efeito por cada um dos empreendedores.
Cada empreendedor suporta os seus próprios custos e obtém uma parte do rédito da venda
do avião, sendo tal partilha determinada segundo o acordo contratual.
Activos conjuntamente controlados (12 a 14)
12. Alguns empreendimentos conjuntos envolvem o controlo conjunto, e muitas vezes
a propriedade conjunta, por parte dos empreendedores, de um ou mais activos que tenham
sido contribuídos ou adquiridos para a finalidade do empreendimento conjunto. Os activos
são usados para a obtenção de benefícios para os empreendedores. Cada empreendedor
pode ficar com uma parte da produção obtida a partir dos activos e cada um suporta uma
parte acordada dos gastos incorridos.
13. Estes empreendimentos conjuntos não envolvem a fundação de uma sociedade
organizada, parceria ou outra entidade, ou uma estrutura financeira que esteja separada dos
próprios empreendedores. Cada empreendedor tem controlo sobre a sua parte nos futuros
benefícios económicos através da sua parte nos activos conjuntamente controlados.
14. Muitas actividades nas indústrias do petróleo, gás e extracção de minérios envol-
vem activos conjuntamente controlados. Por exemplo, duas ou mais empresas de produção
de petróleo podem conjuntamente controlar e explorar um pipeline. Cada um dos empreen-
dedores utiliza o pipeline para o transporte do seu próprio produto em retorno do qual su-
porta uma proporção acordada dos gastos de exploração. Um outro exemplo de um activo
conjuntamente controlado é quando duas entidades controlam conjuntamente um imóvel
de rendimento, cada uma tomando uma parte das rendas recebidas e suportando uma parte
dos gastos.
Entidades conjuntamente controladas (15 a 18)
15. Uma entidade conjuntamente controlada é um empreendimento conjunto que en-
volve o estabelecimento de uma sociedade, de uma parceria ou de outra entidade em que
cada empreendedor tenha um interesse. A entidade opera da mesma forma que outras en-
tidades, excepto que um acordo contratual entre os empreendedores estabelece o controlo
conjunto sobre a actividade económica da entidade.
16. Uma entidade conjuntamente controlada controla os activos do empreendimento
conjunto, incorre em passivos e gastos e obtém rendimentos. Pode fazer contratos em seu
próprio nome e obter fundos para os fins da actividade do empreendimento conjunto. Cada
empreendedor tem direito a uma parte dos lucros da entidade conjuntamente controlada,
sem prejuízo de algumas dessas entidades também terem direito a partilhar da produção
obtida pelo empreendimento conjunto.

790
Despacho Normativo n.º 24/2008, de 29 de Dezembro

17. Um exemplo vulgar de uma entidade conjuntamente controlada é quando duas


entidades combinam as suas actividades numa linha particular de negócios através da trans-
ferência dos activos e passivos relevantes para uma entidade conjuntamente controlada.
Um outro exemplo é quando uma entidade começa um negócio num país estrangeiro em
conjunto com o governo ou outro departamento nesse país, por meio do estabelecimento
de uma entidade separada que é conjuntamente controlada pela entidade e pelo governo ou
departamento.
18. Muitas entidades conjuntamente controladas são em substância semelhantes aos
empreendimentos conjuntos referidos como operações ou como activos conjuntamente
controlados. Por exemplo, os empreendedores podem transferir um activo conjuntamente
controlado, tal como um gasoduto de petróleo para uma entidade conjuntamente controla-
da, por razões fiscais ou outras. De forma semelhante, os empreendedores podem contri-
buir para uma entidade conjuntamente controlada com activos que serão operados conjun-
tamente. Algumas operações conjuntamente controladas também envolvem a criação de
uma entidade conjuntamente controlada para tratar de aspectos particulares da actividade,
como por exemplo, a concepção, a comercialização, distribuição ou serviço pós-venda da
produção.
Influência significativa (19 a 22)
19 Se o investidor detiver, directa ou indirectamente (por exemplo, através de sub-
sidiárias), 20 % ou mais do poder de voto na investida, presume-se que tem influência
significativa, a menos que o contrário possa ser claramente demonstrado. Se o investidor
detiver, directa, ou indirectamente (por exemplo, através de subsidiárias), menos de 20 %
do poder de voto na investida, presume-se que não tem influência significativa, a menos
que o contrário possa ser claramente demonstrado. A existência de outro investidor, que
detenha uma participação maioritária ou substancial, não impede necessariamente que se
exerça influência significativa.
20. A existência de influência significativa por parte de um investidor é geralmente
evidenciada por uma ou mais das seguintes formas:
(a) Representação no órgão de direcção ou órgão de gestão equivalente da inves-
tida;
(b) Participação em processos de decisão de políticas, incluindo a participação em
decisões sobre dividendos e outras distribuições;
(c) Transacções materiais entre o investidor e a investida;
(d) Intercambio de pessoal de gestão; ou
(e) Fornecimento de informação técnica essencial.
21. Ao avaliar se uma entidade tem influência significativa, deverá ser tida em conta a
existência e o efeito de potenciais direitos de voto.

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Despacho Normativo n.º 24/2008, de 29 de Dezembro

22. Uma entidade perde influência significativa sobre uma investida quando perde o
poder de participar nas decisões de política financeira e operacional da investida. A perda
de influência significativa pode ocorrer com ou sem alteração nos níveis absolutos ou rela-
tivos de propriedade. Pode ocorrer, por exemplo, quando uma associada passa a estar sujei-
ta ao controlo de um governo, tribunal, administrador ou regulador. Pode também ocorrer
como resultado de um acordo contratual.
Reconhecimento e mensuração (23 a 53)
Operações conjuntamente controladas (23 e 24)
23. Quando o empreendimento conjunto assumir a forma de operação conjuntamente
controlada, os activos, passivos, rendimentos e ganhos e gastos e perdas são reconheci-
dos nas demonstrações financeiras do empreendedor, pelo que nenhum ajustamento será
necessário com respeito a estes itens quando o empreendedor apresentar demonstrações
financeiras.
24. Podem ser preparados registos contabilísticos e demonstrações financeiras especí-
ficas para efeitos de avaliação do desempenho do empreendimento conjunto.
Activos conjuntamente controlados (25 e 26)
25. Quando o empreendimento conjunto assumir a forma de activos conjuntamente
controlados cada empreendedor inclui nos seus registos contabilísticos e reconhece nas
suas demonstrações financeiras:
(a) A sua parte nos activos conjuntamente controlados, classificados de acordo
com a natureza dos mesmos e não como um investimento. Por exemplo, uma
parte de um pipeline conjuntamente controlado é classificado como activo
fixo tangível;
(b) Quaisquer passivos em que tenha incorrido, por exemplo, os incorridos no
financiamento da sua parte nos activos;
(c) A sua parte em quaisquer passivos conjuntamente incorridos com outros em-
preendedores em relação ao empreendimento conjunto;
(d) Quaisquer rendimentos da venda ou do uso da sua parte da produção obtida do
empreendimento conjunto, juntamente com a sua parte em quaisquer gastos
incorridos pelo empreendimento conjunto; e
(e) Quaisquer gastos em que tenha incorrido com respeito ao seu interesse no em-
preendimento conjunto, como por exemplo, os relacionados com o financia-
mento do interesse do empreendedor nos activos e com a venda da sua parte
da produção.
Uma vez que os activos, passivos, rendimentos e ganhos e gastos e perdas são reconhe-
cidos nas demonstrações financeiras do empreendedor, nenhum ajustamento será necessário
com respeito a estes itens quando o empreendedor apresentar demonstrações financeiras.

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Despacho Normativo n.º 24/2008, de 29 de Dezembro

26. O tratamento de activos conjuntamente controlados reflecte a substância e a re-


alidade económica e, geralmente, a forma legal do empreendimento conjunto. Registos
contabilísticos separados do próprio empreendimento conjunto podem ser limitados aos
gastos incorridos em comum pelos empreendedores e em última instância suportados pelos
empreendedores conforme as participações acordadas entre si. Podem, ainda, ser prepa-
radas demonstrações financeiras específicas para efeitos de avaliação do desempenho do
empreendimento conjunto.
Entidades conjuntamente controladas (27 a 36)
27. Quando o empreendimento conjunto assumir a forma de entidade conjuntamente
controlada, esta entidade tem os seus próprios registos contabilísticos, prepara e apresenta
demonstrações financeiras da mesma forma que outras entidades em conformidade com as
Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro.
28. Cada empreendedor contribui geralmente com dinheiro ou com outros recursos
para a entidade conjuntamente controlada. Estas contribuições são incluídas nos registos
contabilísticos do empreendedor e reconhecidas nas demonstrações financeiras como um
investimento na entidade conjuntamente controlada.
29. Um empreendedor pode reconhecer o seu interesse numa entidade conjuntamente
controlada usando:
(a) Um dos dois formatos de relato para a consolidação proporcional descritos no
parágrafo 55, ou
(b) A equivalência patrimonial descrita no parágrafo 57.
30. Quando o empreendedor estiver sujeito à elaboração de demonstrações financeiras
consolidadas, deverá reconhecer nestas demonstrações o seu interesse numa entidade con-
juntamente controlada usando o método indicado no parágrafo 29(a) e nas demonstrações
financeiras individuais que prepare deverá usar o método indicado no parágrafo 29 (b).
31. Quando o empreendedor não estiver sujeito à elaboração de demonstrações finan-
ceiras consolidadas, deverá reconhecer nas suas demonstrações financeiras o seu interesse
numa entidade conjuntamente controlada usando, como método recomendado, o indicado
no parágrafo 29(a), ou, como método alternativo, o indicado no parágrafo 29 (b).
32. Um empreendedor deve descontinuar o uso dos métodos referidos no parágrafo
29 a partir da data em que cesse de ter controlo conjunto e influência significativa sobre a
entidade.
33. Quando um interesse numa entidade conjuntamente controlada anteriormente clas-
sificado como detido para venda deixar de satisfazer os critérios dessa classificação, ele
deve ser contabilizado usando, consoante os casos aplicáveis, a consolidação proporcional
ou o método da equivalência patrimonial a partir da data da sua classificação como detido

793
Despacho Normativo n.º 24/2008, de 29 de Dezembro

para venda. Para efeitos comparativos as demonstrações financeiras relativas aos períodos
desde a classificação do interesse como detido para venda devem ser reexpressas em con-
formidade.
34. A partir da data na qual a entidade conjuntamente controlada se torna uma subsidi-
ária de um empreendedor, o empreendedor deve contabilizar o seu interesse de acordo com
a NRF 25 — Investimentos em Subsidiárias e Consolidação. A partir da data em que uma
entidade conjuntamente controlada se torna uma associada de um empreendedor, o empre-
endedor deve contabilizar o seu interesse de acordo com o parágrafo 57.
35. Um investidor num empreendimento conjunto que não disponha de controlo con-
junto, mas nele possa exercer influência significativa, deve contabilizar esse investimento
de acordo com o parágrafo 57.
36. Um investidor num empreendimento conjunto que não disponha de controlo con-
junto, nem nele possa exercer influência significativa, deve contabilizar esse investimento
nas suas demonstrações financeiras individuais ao custo. Caso prepare demonstrações fi-
nanceiras consolidadas pode contabilizar esse investimento ao custo ou ao justo valor.
Transacções entre um empreendedor e um empreendimento conjunto (37 a 39)
37. Quando um empreendedor contribuir ou vender activos a um empreendimento
conjunto, o reconhecimento de qualquer parcela de um ganho ou de uma perda resultan-
te da transacção deve reflectir a substância da transacção. Enquanto os activos estiverem
retidos pelo empreendimento conjunto, e desde que o empreendedor tenha transferido os
riscos significativos e as recompensas de propriedade, o empreendedor deve reconhecer
apenas aquela parte do ganho ou perda que é atribuível aos interesses dos outros empreen-
dedores. O empreendedor deve reconhecer a totalidade da quantia de qualquer perda quan-
do a contribuição ou venda proporcione provas de uma redução no valor realizável líquido
dos activos correntes ou de uma perda por imparidade.
38. Quando um empreendedor comprar activos de um empreendimento conjunto, o
empreendedor não deve reconhecer a sua parte nos lucros do empreendimento conjunto
derivados da transacção até que revenda os activos a um terceiro independente. Um empre-
endedor deve reconhecer a sua parte nas perdas resultantes destas transacções da mesma
forma que os lucros, excepto que as perdas devem ser reconhecidas imediatamente quando
representem uma redução no valor realizável líquido de activos correntes ou uma perda por
imparidade.
39. Para avaliar se uma transacção entre um empreendedor e um empreendimento con-
junto proporciona prova de imparidade de um activo, o empreendedor determina a quantia
recuperável do activo de acordo com a NRF 17-Imparidade de Activos. Ao determinar o
valor em uso, o empreendedor estima os fluxos de caixa futuros provenientes do activo com
base no uso continuado do activo e na sua alienação final por parte do empreendimento
conjunto.

794
Despacho Normativo n.º 24/2008, de 29 de Dezembro

Operadores de empreendimentos conjuntos (40 e 41)


40. Os operadores ou gestores de um empreendimento conjunto devem contabilizar
quaisquer remunerações de acordo com a NRF 18 - Rédito.
41. Um ou mais empreendedores podem agir como o operador ou o gestor de um
empreendimento conjunto. Aos operadores é geralmente paga uma remuneração de gestão
por tais deveres. As remunerações são contabilizadas pelo empreendimento conjunto como
um gasto.
Investimentos em associadas (42 a 50)
42. Um investimento numa associada deve ser contabilizado usando o método da equi-
valência patrimonial.
43. Quando um investimento numa associada anteriormente classificado como detido
para venda, e contabilizado nos termos da NRF 8-Activos Não Correntes Detidos para
Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas, deixar de satisfazer os critérios dessa
classificação, ele deve ser contabilizado usando o método da equivalência patrimonial a
partir da data da sua classificação como detido para venda. Para efeitos comparativos as
demonstrações financeiras relativas aos períodos desde a classificação da associada como
detida para venda devem ser reexpressas em conformidade.
44. Um investidor deve descontinuar o uso do método de equivalência patrimonial a
partir da data em que perder a influência significativa sobre uma associada. Nessa circuns-
tância, o custo a considerar para efeitos de mensuração inicial como activo financeiro deve
corresponder ao da quantia escriturada desse investimento à data em que deixou de ser uma
associada.
45. A parte de um grupo numa associada é o agregado das partes detidas nessa asso-
ciada pela empresa-mãe e suas subsidiárias. As partes detidas por associadas ou por em-
preendimentos conjuntos do grupo são ignoradas para esta finalidade. Quando uma asso-
ciada tiver subsidiárias, associadas ou empreendimentos conjuntos, os resultados e activos
líquidos tidos em consideração na aplicação do método de equivalência patrimonial são
os reconhecidos nas demonstrações financeiras (consolidadas ou individuais, consoante
exista, ou não a obrigação de preparar contas consolidadas) da associada (incluindo a par-
te da associada nos resultados e activos líquidos das suas associadas e empreendimentos
conjuntos), depois dos ajustamentos necessários para garantir a uniformidade das políticas
contabilísticas (ver parágrafos 62 e 63).
46. Os resultados provenientes de transacções «ascendentes» e «descendentes» entre
um investidor (incluindo as suas subsidiárias consolidadas) e uma associada são reconheci-
dos nas demonstrações financeiras do investidor somente na medida em que correspondam
aos interesses de outros investidores na associada, não relacionados com o investidor. Transacções
«ascendentes» são, por exemplo, vendas de activos de uma associada ao investidor. Transac-

795
Despacho Normativo n.º 24/2008, de 29 de Dezembro

ções «descendentes» são, por exemplo, vendas de activos do investidor a uma associada.
Assim, a parte do investidor nos resultados da associada resultantes destas transacções é
eliminada.
47. Um investimento numa associada é contabilizado usando o método da equivalência
patrimonial a partir da data em que se tome uma associada. Na aquisição do investimento,
qualquer diferença entre o custo do investimento e a parte do investidor no justo valor líqui-
do dos activos, passivos e passivos contingentes identificáveis da associada é contabilizada
de acordo com a NRF 24-Concentrações de Actividades Empresariais. Portanto:
(a) O trespasse (goodwill) relacionado com uma associada é incluído na quantia
escriturada do investimento. Contudo, a amortização desse trespasse (goo-
dwill) não é permitida e não é portanto incluída na determinação da parte do
investidor nos resultados da associada;
(b) Qualquer excesso da parte do investidor no justo valor líquido dos activos,
passivos e passivos contingentes identificáveis da associada acima do custo
do investimento é excluído da quantia escriturada do investimento e é incluído
como rendimento na determinação da parte do investidor nos resultados da
associada do período em que o investimento é adquirido.
Serão feitos ajustamentos apropriados na parte do investidor nos resultados da associa-
da, após a aquisição, para contabilizar, por exemplo, a depreciação dos activos depreciáveis
baseada nos seus justos valores à data da aquisição. De forma semelhante, serão feitos ajus-
tamentos apropriados na parte do investidor nos resultados da associada, após a aquisição,
para ter em conta perdas por imparidade reconhecidas pela associada em itens tais como o
trespasse (goodwill) ou activos fixos tangíveis.
48. Se uma associada tiver acções preferenciais cumulativas em circulação, classifica-
das como capital próprio, que sejam detidas por outros que não o investidor, este calcula a
sua parte nos resultados depois de os ajustar face aos dividendos de tais acções, indepen-
dentemente de terem ou não sido declarados.
49. Se a parte de um investidor nas perdas de uma associada igualar ou exceder o seu
interesse na associada, o investidor descontinua o reconhecimento da sua parte de perdas
adicionais. O interesse numa associada é a quantia escriturada do investimento na associa-
da de acordo com o método da equivalência patrimonial juntamente com quaisquer interes-
ses de longo prazo que, em substância, façam parte do investimento líquido do investidor
na associada. Por exemplo, um item cuja liquidação não esteja planeada nem seja provável
que ocorra no futuro previsível é, em substância, uma extensão do investimento da enti-
dade nessa associada. Tais itens podem incluir acções preferenciais e contas a receber ou
empréstimos a longo prazo, mas não incluem contas a receber comerciais, contas a pagar
comerciais ou quaisquer contas a receber de longo prazo para as quais existam garantias
adequadas. As perdas reconhecidas segundo o método da equivalência patrimonial que
excedam o investimento do investidor em acções ordinárias são aplicadas a outros compo-

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Despacho Normativo n.º 24/2008, de 29 de Dezembro

nentes do interesse do investidor numa associada pela ordem inversa da sua antiguidade
(i.e. prioridade na liquidação).
50. Depois de o interesse do investidor ser reduzido a zero, as perdas adicionais são
tidas em conta mediante o reconhecido de um passivo, só na medida em que o investidor
tenha incorrido em obrigações legais ou construtivas ou tenha feito pagamentos a favor da
associada. Se posteriormente a associada relatar lucros, o investidor retoma o reconheci-
mento da sua parte nesses lucros somente após a sua parte nos lucros igualar a parte das
perdas não reconhecidas.
Perdas por imparidade (51 a 53)
51. Tendo aplicado o método da equivalência patrimonial e reconhecido as perdas da
associada de acordo com o parágrafo 49, o investidor deve determinar se é necessário re-
conhecer qualquer perda por imparidade adicional com respeito ao conjunto de interesses
na associada.
52. Dado que o trespasse (goodwill) incluído na quantia escriturada de um investimen-
to numa associada não é reconhecido separadamente, a totalidade da quantia escriturada
do investimento é testada quanto a imparidade segundo a NRF 17- Imparidade de Activos,
comparando a sua quantia recuperável (o mais elevado entre valor de uso e justo valor,
menos os custos de vender) com a sua quantia escriturada. Ao determinar o valor de uso do
investimento, uma entidade estima:
(a) A sua parte no valor presente dos futuros fluxos de caixa estimados que se es-
pera que venham a ser gerados pela associada, incluindo os fluxos de caixa das
operações da associada e os proventos da alienação final do investimento; ou
(b) O valor presente dos futuros fluxos de caixa estimados que se espera que sur-
jam de dividendos a serem recebidos do investimento e da sua alienação fi-
nal.
Segundo pressupostos apropriados, ambos os métodos dão o mesmo resultado.
53. A quantia recuperável de um investimento numa associada é avaliada para cada
associada, a menos que a associada não gere influxos de caixa largamente independentes
dos de outros activos da entidade.
Consolidação proporcional (54 a 56)
54. A aplicação da consolidação proporcional significa que o balanço do empreendedor
inclui a sua parte nos activos que controla conjuntamente e a sua parte nos passivos pelos
quais é conjuntamente responsável. A demonstração dos resultados do empreendedor inclui
a sua parte nos rendimentos e ganhos e gastos e perdas da entidade conjuntamente contro-
lada. Muitos dos procedimentos apropriados para a aplicação da consolidação proporcional
são semelhantes aos procedimentos para a consolidação de investimentos em subsidiárias,
que estão indicados na NRF 25 — Investimentos em Subsidiárias e Consolidação.

797
Despacho Normativo n.º 24/2008, de 29 de Dezembro

55. Podem ser usados formatos diferentes de relato para levar a efeito a consolidação
proporcional. O empreendedor pode combinar a sua parte em cada um dos activos, pas-
sivos, rendimentos e ganhos e gastos e perdas da entidade conjuntamente controlada com
os itens semelhantes, linha a linha, nas suas demonstrações financeiras. Por exemplo, pode
combinar a sua parte nos inventários da entidade conjuntamente controlada com os seus
inventários e a sua parte nos activos fixos tangíveis da entidade conjuntamente controlada
com os seus activos fixos tangíveis.
Como alternativa, o empreendedor pode incluir nas suas demonstrações financeiras
linhas de itens separadas relativas à sua parte nos activos, passivos, rendimentos e ganhos
e gastos e perdas da entidade conjuntamente controlada. Por exemplo, pode mostrar a sua
parte de um activo corrente da entidade conjuntamente controlada separadamente como
parte dos seus activos correntes; pode mostrar a sua parte nos activos fixos tangíveis da
entidade conjuntamente controlada separadamente como parte dos seus activos fixos tan-
gíveis.
Ambos os formatos de relato mostrariam quantias idênticas, quer do resultado do exer-
cício, quer de cada uma das principais classificações de activos, passivos, rendimentos e
ganhos e gastos e perdas, motivo pelo qual ambos os formatos são aceitáveis para as fina-
lidades desta Norma.
56. Qualquer que seja o formato usado para levar a efeito a consolidação proporcional,
é desapropriado compensar quaisquer activos ou passivos com a dedução de outros passi-
vos ou activos ou quaisquer rendimentos ou gastos com a dedução de outros gastos ou ren-
dimentos, a menos que exista um direito legal de compensação e a compensação represente
a expectativa quanto à realização do activo ou à liquidação do passivo.
Método da equivalência patrimonial (57 a 63)
57. Muitos dos procedimentos apropriados para a aplicação do método da equivalên-
cia patrimonial são semelhantes aos procedimentos de consolidação descritos na NRF 25
— Investimentos em Subsidiárias e Consolidação. Além disso, os conceitos subjacentes
aos procedimentos usados na contabilização da aquisição de uma subsidiária são também
adoptados na contabilização da aquisição de um investimento numa associada.
58. Pelo método da equivalência patrimonial, o investimento numa entidade é ini-
cialmente reconhecido pelo custo e a quantia escriturada é aumentada ou diminuída para
reconhecer a parte do investidor nos resultados da investida depois da data da aquisição. A
parte do investidor nos resultados da investida é reconhecida nos resultados do investidor.
As distribuições recebidas de uma investida reduzem a quantia escriturada do investimen-
to. Podem também ser necessários ajustamentos na quantia escriturada, para alterações
no interesse proporcional do investidor na investida resultantes de alterações no capital
próprio da investida que não tenham sido reconhecidas nos resultados da investida. Tais al-
terações incluem as resultantes da revalorização de activos fixos tangíveis e das diferenças

798
Despacho Normativo n.º 24/2008, de 29 de Dezembro

de transposição de moeda estrangeira. A parte do investidor nessas alterações é reconhecida


directamente no seu capital próprio.
59. Quando existirem potenciais direitos de voto, a parte do investidor nos resultados
da investida e nas alterações no capital próprio da investida é determinada na base dos
interesses de propriedade então existentes e não reflecte o possível exercício ou conversão
de potenciais direitos de voto.
60. As demonstrações financeiras disponíveis mais recentes da investida são usadas
pelo investidor na aplicação do método da equivalência patrimonial. Quando as datas de
relato do investidor e da investida forem diferentes, esta prepara, para uso do investidor,
demonstrações financeiras na mesma data das demonstrações financeiras do investidor a
não ser que isso se torne impraticável.
61. Quando, de acordo com o parágrafo 60, as demonstrações financeiras de uma in-
vestida usadas na aplicação do método da equivalência patrimonial forem preparadas a
partir de uma data de relato diferente da data de relato do investidor, devem ser feitos
ajustamentos para os efeitos de transacções ou acontecimentos significativos que ocorram
entre essa data e a data das demonstrações financeiras do investidor. Em qualquer caso, a
diferença entre a data de relato da investida e a do investidor não deve exceder os três me-
ses. A extensão dos períodos de relato e qualquer diferença nas datas de relato devem ser as
mesmas de período para período.
62. As demonstrações financeiras do investidor devem ser preparadas usando políticas
contabilísticas uniformes para transacções e acontecimentos idênticos em circunstâncias
semelhantes.
63. Se uma investida usar políticas contabilísticas diferentes das do investidor para
transacções e acontecimentos idênticos em circunstancias semelhantes, devem ser feitos
ajustamentos para conformar as políticas contabilísticas da investida às do investidor quan-
do as demonstrações financeiras da investida forem usadas pelo investidor na aplicação do
método da equivalência patrimonial.
Divulgação (64 a 70)
64. Um empreendedor deve divulgar a quantia agregada dos passivos contingentes
seguintes, a menos que a probabilidade de perda seja remota, separadamente da quantia de
outros passivos contingentes:
(a) Quaisquer passivos contingentes em que o empreendedor tenha incorrido em
relação aos seus interesses em empreendimentos conjuntos e a sua parte em
cada um dos passivos contingentes que tenham sido incorridos conjuntamente
com outros empreendedores;
(b) A sua parte nos passivos contingentes dos próprios empreendimentos conjun-
tos pelos quais seja contingentemente responsável; e

799
Despacho Normativo n.º 24/2008, de 29 de Dezembro

(c) Os passivos contingentes que surjam porque o empreendedor é contingente-


mente responsável pelos passivos dos outros empreendedores de um empreen-
dimento conjunto.
65. Um empreendedor deve divulgar a quantia agregada dos seguintes compromissos
com respeito aos seus interesses em empreendimentos conjuntos, separadamente de outros
compromissos:
(a) Quaisquer compromissos de capital do empreendedor em relação com os seus
interesses em empreendimentos conjuntos e a sua parte nos compromissos de
capital que tenham sido incorridos conjuntamente com outros empreendedo-
res; e
(b) A sua parte dos compromissos de capital dos próprios empreendimentos con-
juntos.
66. Um empreendedor deve divulgar uma listagem e descrição de interesses em em-
preendimentos conjuntos significativos e a proporção do interesse de propriedade detido
em entidades conjuntamente controladas. Um empreendedor que reconheça os seus inte-
resses em entidades conjuntamente controladas usando o formato de relato linha a linha
para a consolidação proporcional ou o método da equivalência patrimonial deve divulgar
as quantias agregadas de cada um dos activos correntes, dos activos de longo prazo, dos
passivos correntes, dos passivos de longo prazo, dos rendimentos e dos gastos relacionados
com os seus interesses em empreendimentos conjuntos.
67. Um empreendedor deve divulgar o método que usa para reconhecer os seus inte-
resses em entidades conjuntamente controladas.
68. Um investidor deve fazer as seguintes divulgações:
(a) O justo valor de investimentos em associadas para os quais sejam publicadas
cotações de preços;
(b) Informação financeira resumida das associadas, incluindo as quantias agrega-
das de activos, passivos, rendimentos e resultados;
(c) As razões pelas quais se concluiu existir influência significativa quando o con-
trário era presumível pelo facto de um investidor deter, directa ou indirecta-
mente através de subsidiárias, menos de 20% dos votos ou do potencial poder
de voto da investida;
(d) As razões pelas quais se concluiu não existir influência significativa quando o
contrário era presumível pelo facto de um investidor deter, directa ou indirec-
tamente através de subsidiárias, 20% ou mais dos votos ou do potencial poder
de voto da investida;
(e) A data de relato das demonstrações financeiras de uma associada, quando es-
sas demonstrações financeiras forem usadas na aplicação do método da equi-

800
Despacho Normativo n.º 24/2008, de 29 de Dezembro

valência patrimonial e forem de uma data de relato ou de um período que seja


diferente da data de relato ou período do investidor, e forem a razão para o uso
de uma data de relato ou de um período diferente;
(f) A natureza e a extensão de quaisquer restrições significativas (por exemplo,
resultantes de acordos de empréstimo ou requisitos regulamentares) sobre a
capacidade das associadas para transferir fundos para o investidor sob a forma
de dividendos em dinheiro ou de reembolsos de empréstimos ou adiantamen-
tos;
(g) A parte não reconhecida nas perdas de uma associada, tanto para o período
como cumulativamente, se um investidor descontinuou o reconhecimento da
sua parte nas perdas de uma associada;
(h) O facto de uma associada não ter sido contabilizada usando o método da equi-
valência patrimonial de acordo com o parágrafo 3; e
(i) Informação financeira resumida das associadas, quer individualmente quer em
grupo, que não tenham sido contabilizadas usando o método da equivalência
patrimonial, incluindo as quantias dos activos totais, passivos totais, rendi-
mentos e resultados.
69. Os investimentos em associadas contabilizados usando o método da equivalên-
cia patrimonial devem ser classificados como activos não correntes. A parte do investidor
nos resultados dessas associadas, e a quantia escriturada desses investimentos, devem ser
divulgadas separadamente. A parte do investidor em quaisquer unidades operacionais des-
continuadas dessas associadas também deve ser divulgada separadamente.
70. De acordo com a NRF 19 - Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes,
o investidor divulgará:
(a) A sua parte nos passivos contingentes de uma associada incorridos juntamente
com outros investidores; e
(b) Os passivos contingentes que surjam pelo facto de o investidor ser solidariamente
responsável pela totalidade ou parte dos passivos da associada.
Data de eficácia (71)
71. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.
A Ministra, Cristina Duarte.

801
Despacho Normativo n.º 25/2008, de 29 de Dezembro

NORMA DE RELATO FINANCEIRO 24 – CONCENTRAÇÕES


DE ACTIVIDADES EMPRESARIAS – IFRS 3
Despacho Normativo n.º 25/2008
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio modernizar e introduzir um Novo
Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde em subs-
tituição do Plano Nacional de Contabilidade aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de
Janeiro, com o objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas directivas inter-
nacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações introduzidas
têm em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão das entidades em Cabo Verde e
a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico do País e do
mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar a qualidade das demonstrações
financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor de credibilidade ao funciona-
mento da economia real em Cabo Verde.
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido Decreto-Lei e visando transpor
para o direito interno as Normas de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das
Normas Internacionais da Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo
International Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de Normalização Con-
tabilística foi nomeada e trabalhou-se a apresentação da documentação complementar ao
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização Contabilística e de
Relato Financeiro para Cabo Verde.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º e do número 3 do artigo 259º
da Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde através da Ministra das
Finanças e Administração Pública, o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 24 – concentração de actividades empresa-
riais do Sistema de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro e que se apresenta em
anexo ao presente regulamento como parte integrante.
Artigo 2º
Natureza
A Norma de Relato Financeiro 24 – concentração de actividades empresariais é parte
integrante do Sistema de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro para Cabo Verde.
Artigo 3º
Entrada em vigor
O presente Despacho Normativo entra em vigor na data da entrada em vigor do Decre-
to-Lei 5/2008, que aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Pública, 16 de Dezembro de 2008.
– A Ministra, Cristina Duarte.

802
Despacho Normativo n.º 25/2008, de 29 de Dezembro

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA


E DE RELATO FINANCEIRO
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 24
CONCENTRAÇÕES
DE ACTIVIDADES EMPRESARIAIS
Esta Norma de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional emitida pelo IASB
sobre concentrações de actividades empresariais
Objectivo (1)
1. O objectivo desta Norma Contabilística e de Relato Financeiro é o de prescrever
o tratamento, por parte de uma entidade, quando esta empreende uma concentração de
actividades empresariais. Em particular, a norma estabelece que todas as concentrações de
actividades empresariais devem ser contabilizadas pela aplicação do método de compra.
Por isso, a adquirente reconhece os activos, passivos e passivos contingentes identificáveis
da adquirida pelos seus justos valores à data de aquisição, e reconhece também o trespasse
(goodwill), que é posteriormente testado quanto à imparidade, não sendo assim amortiza-
do.
Âmbito (2 a 8)
2. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização de concentrações de actividades
empresariais.
3. Contudo, esta Norma não se aplica a:
(a) Concentrações de actividades empresariais em que entidades ou actividades
empresariais separadas se reúnem para formar um empreendimento conjunto;
(b) Concentrações de actividades empresariais que envolvam entidades ou activi-
dades empresariais sob controlo comum;
(c) Concentrações de actividades empresariais que envolvam duas ou mais enti-
dades mútuas.
Identificar uma concentração de actividades empresariais (4 a 8)
4. O resultado de quase todas as concentrações de actividades empresariais é que uma
entidade, a adquirente, obtém o controlo de uma ou mais actividades empresariais dife-
rentes, as adquiridas. Se uma entidade obtiver o controlo de uma ou mais entidades que
não sejam actividades empresariais, a junção dessas entidades não é uma concentração de
actividades empresariais. Quando uma entidade adquire um grupo de activos ou de activos
líquidos que não constitua uma actividade empresarial, ela deve imputar o custo do grupo
entre os activos e passivos individuais identificáveis do grupo com base nos seus justos
valores à data da aquisição.

803
Despacho Normativo n.º 25/2008, de 29 de Dezembro

5. Uma concentração de actividades empresariais pode ser estruturada numa variedade


de formas por razões legais, fiscais ou outras. Pode envolver a compra por parte de uma en-
tidade do capital próprio de outra entidade, a compra de todos os activos líquidos de outra
entidade, o assumir dos passivos de outra entidade, ou a compra de alguns dos activos lí-
quidos de outra entidade que em conjunto formem uma ou mais actividades empresariais. A
concentração de actividades empresariais pode concretizar-se pela emissão de instrumentos
de capital próprio, pela transferência de caixa, equivalentes de caixa ou outros activos, ou
por uma combinação dos mesmos. A transacção pode ser entre os accionistas das entidades
concentradas ou entre uma entidade e os accionistas de outra entidade. Pode envolver o es-
tabelecimento de uma nova entidade para controlar as entidades concentradas ou os activos
líquidos transferidos, ou a reestruturação de uma ou mais das entidades concentradas.
6. Uma concentração de actividades empresariais pode resultar numa relação entre em-
presa-mãe e subsidiária, na qual a adquirente é a empresa-mãe e a adquirida a subsidiária da
adquirente. Nessas circunstâncias, a adquirente aplica esta Norma nas suas demonstrações
financeiras consolidadas. Ela inclui o seu interesse na adquirida como um investimento
numa subsidiária nas demonstrações financeiras individuais (ver NRF 25 — Investimentos
em Subsidiárias e Consolidação).
7. Uma concentração de actividades empresariais pode envolver a aquisição dos acti-
vos líquidos, incluindo qualquer trespasse (goodwill), de outra entidade em vez da compra
do capital próprio da outra entidade. Uma tal concentração não resulta numa relação entre
empresa-mãe e subsidiária.
8. Incluídas na definição de uma concentração de actividades empresariais, e portanto
no âmbito desta Norma, estão as concentrações de actividades empresariais em que uma
entidade obtém o controlo de outra entidade mas cuja data de obtenção de controlo (i.e. a
data de aquisição) não coincide com a data ou datas de aquisição de um interesse de pro-
priedade (i.e. a data ou datas de troca). Esta situação pode acontecer, por exemplo, quando
uma investida celebra acordos de recompra de acções com alguns dos seus investidores e,
como resultado, muda o controlo da investida.
Definições (9)
9. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:
Actividade empresarial: é um conjunto integrado de actividades conduzidas e de activos
geridos com a finalidade de proporcionar:
(a) Um retorno aos investidores; ou
(b) Custos mais baixos ou outros benefícios económicos directa e proporcional-
mente aos participantes.
Uma actividade empresarial geralmente consiste em inputs, processos aplicados a es-
ses inputs e produções resultantes, que são, ou serão, usadas para gerar réditos. Se existir
trespasse (goodwill) num conjunto transferido de actividades e activos, deve presumir-se
que o conjunto transferido é uma actividade empresarial.

804
Despacho Normativo n.º 25/2008, de 29 de Dezembro

Activo intangível: tem o significado que lhe é dado na NRF 6 - Activos Intangíveis.
Concentração de actividades empresariais: é a junção de entidades ou actividades empresa-
riais separadas numa única entidade que relata.
Concentração de actividades empresariais envolvendo entidades ou actividades em-
presariais sob controlo comum: é uma concentração de actividades empresariais em que
todas as entidades ou actividades empresariais concentradas são em última análise contro-
ladas pela mesma parte ou partes antes e após a concentração, sendo que o controlo não é
transitório.
Controlo: é o poder de gerir as políticas financeiras e operacionais de uma entidade ou
de uma actividade económica a fim de obter benefícios da mesma.
Deve presumir-se que uma entidade concentrada obteve o controlo de outra entidade
concentrada quando adquire mais de metade dos direitos de voto da outra entidade, a me-
nos que seja possível demonstrar que essa propriedade não constitui controlo. Mesmo que
uma das entidades concentradas não adquira mais de metade dos direitos de voto de outra
entidade concentrada, ela pode ter obtido o controlo da outra entidade se, como resultado
da concentração, ela obtiver:
(a) Poder sobre mais de metade dos direitos de voto da outra entidade em virtude
de um acordo com outros investidores; ou
(b) Poder para gerir as políticas financeiras e operacionais da outra entidade se-
gundo uma cláusula estatutária ou um acordo; ou
(c) Poder para nomear ou demitir a maioria dos membros do órgão de gestão da
outra entidade; ou
(d) Poder de agrupar a maioria de votos nas reuniões do órgão de gestão da outra
entidade.
Data de acordo: é a data em que um acordo substantivo entre as partes concentradas
é alcançado e, no caso de entidades publicamente cotadas, anunciado ao público. No caso
de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) hostil, a data mais recente em que um acordo
substantivo entre as partes concentradas é celebrado é a data em que um número suficiente
dos proprietários da adquirida aceitou a oferta do adquirente para que este obtenha o con-
trolo sobre a adquirida.
Data de aquisição: é a data em que a adquirente obtém efectivamente o controlo sobre
a adquirida.
Data de troca: é a data de aquisição quando uma concentração de actividades empre-
sariais é alcançada através de uma única transacção de troca. Quando uma concentração de
actividades empresariais envolve mais de uma transacção de troca, por exemplo, quando
é alcançada por fases através de sucessivas compras de acções, a data de troca é a data em
que cada investimento individual é reconhecido nas demonstrações financeiras da adqui-
rente.

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Despacho Normativo n.º 25/2008, de 29 de Dezembro

Empreendimento conjunto: tem o significado que lhe é dado na NRF 23-Interesses em


Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas.
Empresa-mãe: é uma entidade que detém uma ou mais subsidiárias.
Entidade mútua: é uma entidade que não seja uma entidade detida pelo investidor, tal
como uma companhia de seguros mútuos ou uma entidade cooperativa mútua, que propor-
ciona custos mais baixos ou outros benefícios económicos directa e proporcionalmente aos
seus segurados ou participantes.
Entidade que relata: é uma entidade para a qual existem utentes que dependem das
demonstrações financeiras de âmbito geral da entidade para terem informação que lhes
será útil na tomada de decisões acerca da imputação de recursos. Uma entidade que relata
pode ser uma única entidade ou um grupo compreendendo uma empresa-mãe e todas as
suas subsidiárias.
Interesse minoritário: é a parte dos resultados e dos activos líquidos de uma subsidiária
atribuível a interesses de capital próprio que não sejam detidos, directa ou indirectamente
através de subsidiárias, pela empresa-mãe.
Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado ou um passivo liquidado,
entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relaciona-
mento entre elas.
Passivo contingente:
(a) É uma obrigação possível que provenha de acontecimentos passados e cuja
existência somente será confirmada pela ocorrência ou não de um ou mais
acontecimentos futuros incertos não totalmente sob controlo da entidade; ou
(b) Uma obrigação presente que decorra de acontecimentos passados mas que não
é reconhecida porque:
(i) Não é provável que um exfluxo de recursos incorporando benefícios eco-
nómicos seja exigido para liquidar a obrigação; ou
(ii) A quantia da obrigação não pode ser mensurada com suficiente fiabilidade.
Provável: um acontecimento é provável quando a possibilidade da sua ocorrência for
superior à possibilidade da não ocorrência.
Subsidiária: é uma entidade (aqui se incluindo entidades não constituídas em forma de
sociedade, como, p. ex., as parcerias) que é controlada por uma outra entidade (designada
por empresa-mãe).
Trespasse (goodwill): corresponde a benefícios económicos futuros resultantes de ac-
tivos que não são capazes de ser individualmente identificados e separadamente reconhe-
cidos.

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Despacho Normativo n.º 25/2008, de 29 de Dezembro

Método de contabilização (10 e 11)


10. Todas as concentrações de actividades empresariais devem ser contabilizadas pela
aplicação do método de compra.
11. O método de compra considera a concentração de actividades empresariais na pers-
pectiva da entidade concentrada que é identificada como a adquirente. A adquirente compra
activos líquidos e reconhece os activos adquiridos e os passivos e passivos contingentes
assumidos, incluindo aqueles que não tenham sido anteriormente reconhecidos pela adqui-
rida. A mensuração dos activos e passivos da adquirente não é afectada pela transacção,
nem quaisquer activos ou passivos adicionais da adquirente são reconhecidos como conse-
quência da transacção, porque não são o objecto da transacção.
Aplicação do método de compra (12 a 40)
12. A aplicação do método de compra envolve os seguintes passos:
(a) Identificar uma adquirente;
(b) Mensurar o custo da concentração de actividades empresariais; e
(c) Imputar, à data da aquisição, o custo da concentração de actividades empresa-
riais aos activos adquiridos e passivos e passivos contingentes assumidos.
Identificar a adquirente (13 a 17)
13. Deve ser identificada uma adquirente para todas as concentrações de actividades
empresariais. A adquirente é a entidade concentrada que obtém o controlo sobre as outras
entidades ou actividades empresariais concentradas.
14. Apesar de por vezes ser difícil identificar uma adquirente, há normalmente indícios
da sua existência. Por exemplo:
(a) Se o justo valor de uma das entidades concentradas for significativamente
superior ao da outra entidade concentrada, a entidade com o justo valor mais
elevado é provavelmente a adquirente;
(b) Se a concentração de actividades empresariais for efectuada através de trocas
de instrumentos de capital próprio com voto ordinário por caixa ou outros
activos, a entidade que cede caixa ou outros activos é provavelmente a adqui-
rente; e
(c) Se numa concentração de actividades empresariais existir uma entidade, de
entre as entidades concentradas, cuja capacidade de gestão permita dominar
a selecção da equipa de direcção da entidade concentrada resultante, essa é
provavelmente a adquirente.
15. Numa concentração de actividades empresariais efectuada através da troca de in-
teresses de capital próprio, a entidade que emite os interesses de capital próprio é normal-

807
Despacho Normativo n.º 25/2008, de 29 de Dezembro

mente a adquirente. Contudo, todos os factos e circunstâncias pertinentes devem ser consi-
derados para determinar qual das entidades concentradas tem o poder de gerir as políticas
financeiras e operacionais da outra entidade (ou entidades) de forma a obter benefícios
das suas actividades. Em algumas concentrações de actividades empresariais, geralmente
referidas como aquisições inversas, a adquirente é a entidade cujos interesses de capital
próprio foram adquiridos e a entidade emitente é a adquirida. Pode ser este o caso quando,
por exemplo, uma entidade, que não seja sociedade aberta, consegue ser “adquirida” por
uma sociedade aberta mais pequena como forma de obter uma cotação na bolsa de valores.
Embora legalmente a sociedade aberta emitente seja vista como a empresa-mãe e a enti-
dade “adquirida” seja considerada a subsidiária, a subsidiária legal é a adquirente se tiver
o poder de gerir as políticas financeiras e operacionais da empresa-mãe legal por forma a
obter benefícios das suas actividades. Normalmente, a adquirente é a entidade de maiores
dimensões; contudo, os factos e as circunstâncias que rodeiam uma concentração indicam
por vezes que uma entidade mais pequena adquire uma entidade de maiores dimensões. Os
parágrafos B1 a B15 do Apêndice B da IFRS 3 — Concentrações de Actividades Empresa-
riais proporcionam orientação sobre aquisições inversas.
16. Quando uma nova entidade é constituída para emitir instrumentos de capital pró-
prio para efectuar uma concentração de actividades empresariais, uma das entidades con-
centradas que existiam antes da concentração deve ser identificada como adquirente com
base nas provas disponíveis.
17. De forma semelhante, quando uma concentração de actividades empresariais en-
volve mais de duas entidades concentradas, uma das entidades concentradas que existiam
antes da concentração deve ser identificada como adquirente com base nas provas disponí-
veis. A determinação da adquirente nestes casos deve considerar, entre outras coisas, qual
das entidades concentradas iniciou a concentração e se os activos ou réditos de uma das
entidades concentradas excedem significativamente os das outras.
Custo de uma concentração de actividades empresariais (18 a 22)
18. A adquirente deve mensurar o custo de uma concentração de actividades empresa-
riais como o agregado:
(a) Dos justos valores, à data da troca, dos activos cedidos, dos passivos incorri-
dos ou assumidos, e dos instrumentos de capital próprio emitidos pela adqui-
rente, em troca do controlo sobre a adquirida; mais
(b) Quaisquer custos directamente atribuíveis à concentração de actividades em-
presariais.
19. A data de aquisição é a data na qual a adquirente obtém efectivamente o controlo so-
bre a adquirida. Quando isto é alcançado através de uma única transacção de troca, a data da
troca coincide com a data da aquisição. Contudo, uma concentração de actividades empre-

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Despacho Normativo n.º 25/2008, de 29 de Dezembro

sariais pode envolver mais de uma transacção de troca, por exemplo, quando for alcançada
por fases através de compras sucessivas de acções. Quanto tal ocorre:
(a) O custo da concentração é o custo agregado das transacções individuais; e
(b) A data da troca é a data de cada transacção de troca (i.e. a data em que cada in-
vestimento individual é reconhecido nas demonstrações financeiras da adqui-
rente), enquanto que a data de aquisição é a data na qual a adquirente obtém o
controlo da adquirida.
20. Os activos cedidos e os passivos incorridos ou assumidos pela adquirente em troca
do controlo da adquirida devem ser mensurados pelos justos valores à data da troca, de
acordo com o exigido pelo parágrafo 18. Portanto, quando a liquidação de todo ou qualquer
parte do custo de uma concentração de actividades empresariais for diferido, o justo valor
desse componente diferido deve ser determinado ao descontar as quantias a pagar do seu
valor presente à data da troca, tendo em conta qualquer prémio ou desconto que provavel-
mente será incorrido na liquidação.
21. Os parágrafos 27 a 31 da IFRS 3 — Concentrações de Actividades Empresariais,
proporcionam orientações adicionais sobre o custo de uma concentração de actividades
empresariais.
Ajustamentos no custo de uma concentração de actividades empresariais dependen-
tes de futuros acontecimentos (22)
22. Quando um acordo de concentração de actividades empresariais proporcionar um
ajustamento no custo de uma concentração de actividades empresariais dependente de fu-
turos acontecimentos, a adquirente deve incluir a quantia desse ajustamento no custo da
concentração de actividades empresariais à data da aquisição se o ajustamento for provável
e puder ser mensurado com fiabilidade (feito normalmente com base em estimativas, desde
que as mesmas não afectem a fiabilidade da informação).
Se os futuros acontecimentos não ocorrerem ou se a estimativa tiver de ser revista, o
custo da concentração de actividades empresariais deve ser ajustado em conformidade.
Imputar o custo de uma concentração de actividades empresariais aos activos adqui-
ridos e passivos e passivos contingentes assumidos (23 a 40)
23. A adquirente deve, à data da aquisição, imputar o custo de uma concentração de
actividades empresariais ao reconhecer os activos, passivos e passivos contingentes identi-
ficáveis da adquirida que satisfaçam os critérios de reconhecimento do parágrafo 24 pelos
seus justos valores nessa data, com a excepção de activos não correntes (ou grupos de alie-
nação) que sejam classificados como detidos para venda de acordo com a NRF 8-Activos
Não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas, os quais de-
vem ser reconhecidos pelo justo valor menos os custos de vender. Qualquer diferença entre
o custo da concentração de actividades empresariais e o interesse da adquirente no justo

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Despacho Normativo n.º 25/2008, de 29 de Dezembro

valor líquido dos activos, passivos e passivos contingentes identificáveis assim reconheci-
dos deve ser contabilizada de acordo com os parágrafos 32 a 36.
24. A adquirente deve reconhecer separadamente os activos, passivos e passivos con-
tingentes identificáveis da adquirida à data de aquisição apenas se satisfizerem os seguintes
critérios nessa data:
(a) No caso de um activo que não seja um activo intangível, se for provável que
qualquer benefício económico futuro associado flua para a adquirente, e o seu
justo valor possa ser mensurado com fiabilidade;
(b) No caso de um passivo que não seja um passivo contingente, se for provável
que um exfluxo de recursos incorporando benefícios económicos seja neces-
sário para liquidar a obrigação, e o seu justo valor possa ser mensurado com
fiabilidade;
(c) No caso de um activo intangível ou de um passivo contingente, se o seu justo
valor puder ser mensurado com fiabilidade.
Nesta conformidade, qualquer interesse minoritário na adquirida é expresso na propor-
ção da minoria no justo valor líquido desses itens. Os parágrafos B16 e B17 do Apêndice
B da IFRS 3 proporcionam orientação sobre a determinação dos justos valores dos activos,
passivos e passivos contingentes identificáveis da adquirida para a finalidade de imputar o
custo de uma concentração de actividades empresariais.
25. A demonstração dos resultados da adquirente deve incorporar os resultados da
adquirida após a data de aquisição ao incluir os rendimentos e os gastos da adquirida com
base no custo da concentração de actividades empresariais para a adquirente. Por exemplo,
o gasto por depreciação incluído após a data de aquisição na demonstração dos resultados
da adquirente que se relaciona com os activos depreciáveis da adquirida deve basear-se
nos justos valores desses activos depreciáveis à data da aquisição, i.e. o seu custo para a
adquirente.
Activos e passivos identificáveis da adquirida (26)
26. De acordo com o parágrafo 23, a adquirente reconhece separadamente como parte
da imputação do custo da concentração apenas os activos, passivos e passivos contingentes
identificáveis da adquirida que existiam à data da aquisição e que satisfazem os critérios de
reconhecimento do parágrafo 24. Portanto:
(a) A adquirente deve reconhecer os passivos por encerramento ou redução das
actividades da adquirida como parte da imputação do custo da concentração
apenas quando a adquirida tiver, á data da aquisição, um passivo por reestru-
turação existente reconhecido de acordo com a NRF 19- Provisões, Passivos
Contingentes e Activos Contingentes; e
(b) A adquirente, quando imputar o custo da concentração, não deve reconhecer
passivos por perdas futuras ou outros custos em que se espera incorrer como
resultado da concentração de actividades empresariais.

810
Despacho Normativo n.º 25/2008, de 29 de Dezembro

Activos intangíveis da adquirida (27)


27. De acordo com o parágrafo 24, a adquirente reconhece separadamente um activo
intangível da adquirida à data da aquisição apenas se esse activo satisfizer a definição de ac-
tivo intangível da NRF 6 — Activos Intangíveis e se o seu justo valor puder ser mensurado
com fiabilidade. Isto significa que a adquirente reconhece como um activo separadamente
do trespasse (goodwill) um projecto de pesquisa e desenvolvimento em curso da adquirida
caso o projecto corresponda à definição de activo intangível e o seu justo valor possa ser
fiavelmente mensurado. A NRF 6 proporciona orientação para determinar se o justo valor
de um activo intangível adquirido numa concentração de actividades empresariais pode ser
mensurado com fiabilidade.
Passivos contingentes da adquirida (28 a 31)
28. O parágrafo 24 especifica que a adquirente reconhece separadamente um passivo
contingente da adquirida como parte da imputação do custo de uma concentração de acti-
vidades empresariais apenas se o seu justo valor puder ser mensurado com fiabilidade. Se
o seu justo valor não puder ser mensurado com fiabilidade:
(a) Há um efeito resultante da quantia reconhecida como trespasse (goodwill) ou
contabilizada de acordo com o parágrafo 36; e
(b) A adquirente deve divulgar a informação acerca do passivo contingente exigida
pela NRF 19 — Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes.
O parágrafo B16(l) do Apêndice B da IFRS 3 proporciona orientação sobre a determi-
nação do justo valor de um passivo contingente.
29. Após o seu reconhecimento inicial, a adquirente deve mensurar os passivos contin-
gentes que são reconhecidos separadamente pelo valor mais elevado entre:
(a) A quantia que seria reconhecida de acordo com a NRF 19 — Provisões, Pas-
sivos Contingentes e Activos Contingentes, e
(b) A quantia inicialmente reconhecida menos, quando apropriado, a amortização
cumulativa reconhecida de acordo com a NRF 18 — Rédito.
30. O requisito do parágrafo 29 não se aplica a contratos que tenham sido contabilizados
de acordo com a NRF 16 - Instrumentos Financeiros.
Os compromissos para fornecer empréstimos a taxas de juro abaixo do mercado, que
não possam ser liquidados, ainda que por compensação, em dinheiro ou outro instrumento
financeiro, devem ser reconhecidos inicialmente pelo seu justo valor e subsequentemente
mensurados de acordo com o parágrafo 29. Outros compromissos de empréstimos, que
não possam ser liquidados, ainda que por compensação, em dinheiro ou outro instrumento
financeiro, são contabilizados como passivos contingentes da adquirida se, à data da aquisi-
ção, não for provável que um exfluxo de recursos incorporando benefícios económicos seja

811
Despacho Normativo n.º 25/2008, de 29 de Dezembro

exigido para liquidar a obrigação ou se a quantia da obrigação não puder ser mensurada
com suficiente fiabilidade. Tais compromissos de empréstimo são, de acordo com o pará-
grafo 24, reconhecidos separadamente como parte da imputação do custo de uma concen-
tração apenas se o seu justo valor puder ser mensurado com fiabilidade.
31. Os passivos contingentes reconhecidos separadamente como parte da imputação
do custo de uma concentração de actividades empresariais são excluídos do âmbito da NRF
19 — Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes. Contudo, a adquirente
deve divulgar, relativamente a esses passivos contingentes, a informação exigida por essa
norma para cada classe de provisão.
Trespasse (goodwill) (32 a 35)
32. A adquirente deve, à data da aquisição:
(a) Reconhecer o trespasse (goodwill) adquirido numa concentração de activida-
des empresariais como um activo; e
(b) Inicialmente mensurar esse trespasse (goodwill) pelo seu custo, que é o exces-
so do custo da concentração de actividades empresariais acima do interesse da
adquirente no justo valor liquido dos activos, passivos e passivos contingentes
identificáveis reconhecido de acordo com o parágrafo 23.
33. O trespasse (goodwill) adquirido numa concentração de actividades empresariais
representa um pagamento feito pela adquirente em antecipação de benefícios económicos
futuros de activos que não sejam capazes de ser individualmente identificados e separada-
mente reconhecidos.
34. Após o reconhecimento inicial, a adquirente deve mensurar o trespasse (goodwill)
adquirido numa concentração de actividades empresariais pelo custo menos qualquer perda
por imparidade acumulada.
35. O trespasse (goodwill) adquirido numa concentração de actividades empresariais
não deve ser amortizado. Em vez disso, a adquirente deve testá-lo quanto a imparidade
anualmente, ou com mais frequência se os acontecimentos ou alterações nas circunstâncias
indicarem que pode estar com imparidade, de acordo com a NRF 17 — Imparidade de
Activos.
Excesso do interesse da adquirente no justo valor líquido dos activos, passivos e
passivos contingentes identificáveis da adquirida acima do custo (36)
36. Se o interesse da adquirente no justo valor líquido dos activos, passivos e passivos
contingentes identificáveis reconhecidos de acordo com o parágrafo 23 exceder o custo da
concentração de actividades empresariais, a adquirente deve:
(a) Reavaliar a identificação e a mensuração dos activos, passivos e passivos con-
tingentes identificáveis da adquirida e a mensuração do custo da concentra-
ção; e

812
Despacho Normativo n.º 25/2008, de 29 de Dezembro

(b) Reconhecer imediatamente nos resultados qualquer excesso remanescente


após a reavaliação.
Concentração de actividades empresariais alcançada por fases (37)
37. Uma concentração de actividades empresariais pode envolver mais de uma tran-
sacção de troca, por exemplo, quando ocorrer por fases através de compras sucessivas
de acções. Se assim for, cada transacção de troca deve ser tratada separadamente pela
adquirente, usando a informação do custo da transacção e do justo valor à data de cada
transacção de troca, para determinar a quantia de qualquer trespasse (goodwill) associado
a essa transacção. Isto resulta numa comparação passo a passo do custo dos investimentos
individuais com o interesse da adquirente nos justos valores dos activos, passivos e passi-
vos contingentes identificáveis da adquirida a cada passo.
Contabilização inicial determinada provisoriamente (38)
38. Se a contabilização inicial de uma concentração de actividades empresariais puder
ser determinada apenas provisoriamente no final do período em que a concentração for
efectuada porque os justos valores a atribuir aos activos, passivos e passivos contingentes
identificáveis da adquirida ou o custo da concentração apenas podem ser determinados
provisoriamente, a adquirente deve contabilizar a concentração usando esses valores pro-
visórios. A adquirente deve reconhecer quaisquer ajustamentos nesses valores provisórios
como resultado da conclusão da contabilização inicial:
(a) Num período até doze meses após a data de aquisição; e
(b) Desde a data da aquisição. Portanto:
(i) A quantia escriturada de um activo, passivo e passivo contingente identi-
ficável que seja reconhecida ou ajustada como resultado da conclusão da
contabilização inicial deve ser calculada como se o seu justo valor à data
de aquisição tivesse sido reconhecido a partir dessa data;
(ii) O trespasse (goodwill) ou qualquer outro ganho reconhecido de acordo
com o parágrafo 36 deve ser ajustado desde a data da aquisição por uma
quantia igual ao ajustamento no justo valor à data de aquisição do activo,
passivo e passivo contingente identificável a ser reconhecido ou ajusta-
do;
(iii) A informação comparativa apresentada para os períodos anteriores à con-
clusão da contabilização inicial da concentração deve ser apresentada
como se a contabilização inicial tivesse sido concluída na data de aquisi-
ção. Isto inclui quaisquer efeitos adicionais de depreciação, amortização
ou lucro ou perda reconhecidos como resultado de concluir a contabiliza-
ção inicial.

813
Despacho Normativo n.º 25/2008, de 29 de Dezembro

Ajustamentos após a conclusão da contabilização inicial (39)


39. Excepto de acordo com o delineado no parágrafo 40, os ajustamentos na conta-
bilização inicial de uma concentração de actividades empresariais depois de concluída a
contabilização inicial devem ser reconhecidos apenas para corrigir um erro de acordo com
a NRF 3 — Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros.
Os ajustamentos na contabilização inicial de uma concentração de actividades empresariais
depois de concluída essa contabilização não devem ser reconhecidos para o efeito de alte-
rações nas estimativas. De acordo com a NRF 3, o efeito de uma alteração nas estimativas
deve ser reconhecido no período corrente e nos períodos futuros.
Reconhecimento de activos por impostos diferidos após a conclusão da contabiliza-
ção Inicial (40)
40. Se o potencial benefício do reporte das perdas fiscais no rendimento da adquiri-
da ou de outros activos por impostos diferidos não satisfizer os critérios do parágrafo 24
relativamente ao reconhecimento separado quando uma concentração de actividades em-
presariais for inicialmente contabilizada mas posteriormente realizada, a adquirente deve
reconhecer esse benefício como rendimento de acordo com a NRF 22 — Impostos sobre o
Rendimento. Além disso, uma adquirente deve:
(a) Reduzir a quantia escriturada de trespasse (goodwill) à quantia que teria sido
reconhecida se o activo por impostos diferidos tivesse sido reconhecido como
um activo identificável a partir da data de aquisição; e
(b) Reconhecer a redução na quantia escriturada do trespasse (goodwill) como um
gasto. Contudo, este procedimento não deve resultar na criação de um excesso
tal como descrito no parágrafo 36, nem deve aumentar a quantia de qualquer
ganho anteriormente reconhecido de acordo com o parágrafo 36.
Divulgação (41 a 50)
41. Uma adquirente deve divulgar informação que permita aos utentes das demonstra-
ções financeiras avaliar a natureza e o efeito financeiro das concentrações de actividades
empresariais que tenham sido efectuadas:
(a) Durante o período;
(b) Após a data do balanço mas antes de as demonstrações financeiras receberem
autorização de emissão.
42. Para tornar efectivo o princípio do parágrafo 41(a), a adquirente deve divulgar a
seguinte informação para cada concentração de actividades empresariais que tenha sido
efectuada durante o período:
(a) Os nomes e as descrições das entidades ou actividades empresariais concen-
tradas;
(b) A data da aquisição;

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Despacho Normativo n.º 25/2008, de 29 de Dezembro

(c) A percentagem de instrumentos de capital próprio com direito a voto adqui-


ridos;
(d) O custo da concentração e uma descrição dos componentes desse custo, in-
cluindo quaisquer custos directamente atribuíveis à concentração. Quando os
instrumentos de capital próprio são emitidos ou passíveis de emissão como
parte do custo, deve ser divulgado o seguinte:
(i) O número de instrumentos de capital próprio emitidos ou passíveis de
emissão; e
(ii) O justo valor desses instrumentos e a base para determinar esse justo
valor. Se não existir um preço publicado para os instrumentos à data da
troca, devem ser divulgados os pressupostos significativos usados para
determinar o justo valor. Se existir um preço publicado à data da troca
mas que não foi usado como base para determinar o custo da concentra-
ção, esse facto deve ser divulgado em conjunto com: as razões por que o
preço publicado não foi usado; o método e os pressupostos significativos
usados para atribuir um valor aos instrumentos de capital próprio; e a
quantia agregada da diferença entre o valor atribuído aos instrumentos de
capital próprio e o preço publicado dos mesmos;
(e) Detalhes de quaisquer unidades operacionais que a entidade tenha decidido
alienar como resultado da concentração;
(f) As quantias reconhecidas à data de aquisição para cada classe de activos, pas-
sivos e passivos contingentes da adquirida, e, a menos que a divulgação seja
impraticável, as quantias escrituradas de cada uma dessas classes, determi-
nadas de acordo com as NRF, imediatamente antes da concentração. Se essa
divulgação for impraticável, esse facto deve ser divulgado, junto com uma
explicação;
(g) A quantia de qualquer excesso reconhecida nos resultados de acordo com o
parágrafo 36, e a linha de item na demonstração dos resultados na qual o ex-
cesso é reconhecido;
(h) Uma descrição dos factores que contribuíram para um custo que resulta no re-
conhecimento do trespasse (goodwill) — uma descrição de cada activo intan-
gível que não tenha sido reconhecido separadamente do trespasse (goodwill)
e uma explicação sobre a razão pela qual não foi possível mensurar o justo
valor do activo intangível com fiabilidade — ou uma descrição da natureza de
qualquer excesso reconhecido nos resultados de acordo com o parágrafo 36;
(i) A quantia dos resultados da adquirida desde a data da aquisição incluída nos
resultados da adquirente do período, a não ser que a divulgação seja impraticá-
vel. Se essa divulgação for impraticável, esse facto deve ser divulgado, junto
com uma explicação.

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Despacho Normativo n.º 25/2008, de 29 de Dezembro

43. A informação exigida pelo parágrafo 42 deve ser divulgada em conjunto no caso
de concentrações de actividades empresariais, efectuadas durante o período de relato, que
sejam individualmente imateriais.
44. Se a contabilização inicial de uma concentração de actividades empresariais que
tenha sido efectuada durante o período foi determinada apenas provisoriamente tal como
descrito no parágrafo 38, esse facto deve também ser divulgado em conjunto com uma
explicação.
45. Para tomar efectivo o princípio do parágrafo 41(a), a adquirente deve divulgar a
seguinte informação, a não ser que essa divulgação seja impraticável:
(a) O rédito da entidade concentrada do período como se a data de aquisição para
todas as concentrações de actividades empresariais efectuadas durante o perí-
odo tivesse sido o início desse período;
(b) Os resultados da entidade concentrada do período como se a data de aquisição
para todas as concentrações de actividades empresariais efectuadas durante o
período tivesse sido o início do período.
Se a divulgação desta informação for impraticável, esse facto deve ser divulgado, jun-
to com uma explicação.
46. A adquirente deve ainda divulgar a seguinte informação:
(a) A quantia e uma explicação sobre qualquer ganho ou perda reconhecido no perío-
do corrente que:
(i) Se relacione com os activos identificáveis adquiridos ou os passivos ou
passivos contingentes assumidos numa concentração de actividades em-
presariais que tenha sido efectuada no período corrente ou num período
anterior; e
(ii) Seja de tal dimensão, natureza ou incidência que a divulgação se torne
relevante para uma compreensão do desempenho financeiro da entidade
concentrada;
(b) Se a contabilização inicial de uma concentração de actividades empresariais
que tenha sido efectuada no período imediatamente anterior foi determinada
apenas provisoriamente no final desse período, as quantias e explicações rela-
tivas aos ajustamentos nos valores provisórios reconhecidos durante o período
corrente;
(c) A informação sobre correcções de erros que a NRF 3 — Políticas Contabi-
lísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros exige que seja di-
vulgada em relação a qualquer dos activos, passivos ou passivos contingentes
identificáveis da adquirida, ou alterações nos valores atribuídos a esses itens,

816
Despacho Normativo n.º 25/2008, de 29 de Dezembro

que a adquirente reconhece durante o período corrente de acordo com o pará-


grafo 39.
47. Uma entidade deve divulgar informação que permita aos utentes das suas demons-
trações financeiras avaliar as alterações na quantia escriturada de trespasse (goodwill) du-
rante o período.
48. Para tornar eficaz o princípio do parágrafo 47, a entidade deve divulgar uma re-
conciliação da quantia escriturada de trespasse (goodwill) no início e no final do período,
mostrando separadamente:
(a) A quantia bruta e as perdas por imparidade acumuladas no início do período;
(b) O trespasse (goodwill) adicional reconhecido durante o período, com a ex-
cepção do trespasse (goodwill) incluído num grupo de alienação que, no mo-
mento da aquisição, satisfaz os critérios para ser classificado como detido para
venda de acordo com a NRF 8 — Activos Não Correntes Detidos para Venda
e Unidades Operacionais Descontinuadas;
(c) Os ajustamentos resultantes do reconhecimento posterior de activos por impostos
diferidos durante o período de acordo com o parágrafo 40;
(d) O trespasse (goodwill) incluído num grupo de alienação classificado como
detido para venda de acordo com a NRF 8 — Activos Não Correntes Detidos
para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas e o trespasse (goodwill)
desreconhecido durante o período sem ter sido anteriormente incluído num
grupo de alienação classificado como detido para venda;
(e) As perdas por imparidade reconhecidas durante o período de acordo com a
NRF 17 — Imparidade de Activos;
(f) As diferenças cambiais líquidas ocorridas durante o período de acordo com a
NRF 20 — Os Efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio;
(g) Quaisquer outras alterações na quantia escriturada durante o período; e
(h) A quantia bruta e as perdas por imparidade acumuladas no final do período.
49. A entidade divulga informação acerca da quantia recuperável e da imparidade do
trespasse (goodwill) de acordo com a NRF 17 — Imparidade de Activos, além da informa-
ção que o parágrafo 48(e) exige que seja divulgada.
50. Se, em qualquer situação, a informação que esta Norma exige que seja divulgada
não satisfizer os objectivos definidos nos parágrafos 41 e 47, a entidade deve divulgar essa
informação adicional conforme necessário para satisfazer esses objectivos.
Data de eficácia (51)
51. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.
A Ministra, Cristina Duarte.

817
Despacho Normativo n.º 26/2008, de 29 de Dezembro

NORMA DE RELATO FINANCEIRO 25 – INVESTIMENTOS EM


SUBSIDIÁRIAS E CONSOLIDAÇÃO – IAS 22 E 27
Despacho Normativo n.º 26/2008
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio modernizar e introduzir um Novo
Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde em subs-
tituição do Plano Nacional de Contabilidade aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de
Janeiro, com o objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas directivas inter-
nacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações introduzidas
têm em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão das entidades em Cabo Verde e
a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico do País e do
mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar a qualidade das demonstrações
financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor de credibilidade ao funciona-
mento da economia real em Cabo Verde.
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido Decreto-Lei e visando transpor
para o direito interno as Normas de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das
Normas Internacionais da Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo
International Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de Normalização Con-
tabilística foi nomeada e trabalhou-se a apresentação da documentação complementar ao
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização Contabilística e de
Relato Financeiro para Cabo Verde.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º e do número 3 do artigo 259º
da Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde através da Ministra das Fi-
nanças e Administração Pública, o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 25 – Investimentos em subsidiarias e conso-
lidação do Sistema de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro e que se apresenta
em anexo ao presente regulamento como parte integrante.
Artigo 2º
Natureza
A Norma de Relato Financeiro 25 – Investimentos em subsidiarias e consolidação é
parte integrante do Sistema de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro para Cabo
Verde.
Artigo 3º
Entrada em vigor
O presente Despacho Normativo entra em vigor na data da entrada em vigor do Decre-
to-Lei 5/2008, que aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Pública, 16 de Dezembro de 2008.
– A Ministra, Cristina Duarte.

818
Despacho Normativo n.º 26/2008, de 29 de Dezembro

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA


E DE RELATO FINANCEIRO
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 25
INVESTIMENTOS EM SUBSIDIÁRIAS
E CONSOLIDAÇÃO
Esta Norma de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional emitida pelo IASB
sobre concentrações de actividades empresariais
Objectivo (1)
1. O objectivo desta Norma de Relato Financeiro é o de prescrever o tratamento para
os investimentos em subsidiárias e proporcionar orientação prática quanto aos procedimen-
tos de consolidação.
Âmbito (2 e 3)
2. Esta Norma deve ser aplicada na preparação e apresentação de demonstrações finan-
ceiras consolidadas de um grupo de entidades sob o controlo de uma empresa-mãe.
3. Esta Norma não trata de métodos de contabilização de concentrações de actividades
empresariais e dos seus efeitos na consolidação, incluindo trespasse (goodwill) proveniente
de uma concentração de actividades empresariais (ver NRF 24 - Concentrações de Activi-
dades Empresariais).
Definições (4 a 7)
4. Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especifica-
dos:
Controlo: é o poder de gerir as políticas financeiras e operacionais de uma entidade ou
de uma actividade económica a fim de obter benefícios da mesma.
Demonstrações financeiras consolidadas: são as demonstrações financeiras de um gru-
po apresentadas como as de uma única entidade económica.
Empresa-mãe: é uma entidade que detém uma ou mais subsidiárias.
Grupo: é constituído por uma empresa-mãe e todas as suas subsidiárias.
Interesse minoritário: é a parte dos resultados e dos activos líquidos de uma subsidiária atri-
buível a interesses de capital próprio que não sejam detidos, directa ou indirectamente através
de subsidiárias, pela empresa-mãe.
Método da equivalência patrimonial: é um método de contabilização pelo qual o in-
vestimento ou interesse é inicialmente reconhecido pelo custo e posteriormente ajustado
em função das alterações verificadas, após a aquisição, na quota-parte do investidor ou do
empreendedor nos activos líquidos da investida ou da entidade conjuntamente controlada.
Os resultados do investidor ou empreendedor incluem a parte que lhe corresponda nos re-
sultados da investida ou da entidade conjuntamente controlada.

819
Despacho Normativo n.º 26/2008, de 29 de Dezembro

Subsidiária: é uma entidade (aqui se incluindo entidades não constituídas em forma de


sociedade, como, p. ex., as parcerias) que é controlada por uma outra entidade (designada
por empresa-mãe).
5. Uma empresa-mãe ou a sua subsidiária pode ser um investidor numa associada ou
um empreendedor numa entidade conjuntamente controlada. Em tais casos, as demonstra-
ções financeiras consolidadas preparadas e apresentadas de acordo com esta Norma tam-
bém são preparadas de modo a cumprir os requisitos da NRF 23 - Interesses em Empreen-
dimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas.
6. Para avaliar se uma entidade tem o controlo, é necessário avaliar se a entidade tem
potenciais direitos de voto. Estes potenciais direitos de voto existem se uma entidade for
proprietária de warrants de acções, opções call de acções, instrumentos de dívida ou de
capital próprio que sejam convertíveis em acções ordinárias, ou de outros instrumentos
semelhantes que tenham a capacidade, se exercidos ou convertidos, de conceder à entidade
o poder de voto ou de reduzir o poder de voto de uma terceira entidade relativamente às
políticas financeiras e operacionais da entidade relativamente à qual podem ser exercidos
ou convertidos os potenciais direitos de voto. A existência e o efeito de potenciais direitos
de voto que sejam correntemente exercíveis ou convertíveis, incluindo potenciais direitos
de voto detidos por terceira entidade, são tidos em consideração quando se avaliar se uma
entidade tem o poder de gerir as políticas financeiras e operacionais de uma outra entidade.
Os potenciais direitos de voto não são correntemente exercíveis ou convertíveis quando,
por exemplo, não puderem ser exercidos ou convertidos até uma data futura ou até à ocor-
rência de um acontecimento futuro.
7. Ao avaliar se os potenciais direitos de voto contribuem para o controlo, a entidade
examina todos os factos e circunstâncias (incluindo os termos de exercer os potenciais
direitos de voto e quaisquer outros acordos contratuais quer sejam considerados individu-
almente ou em combinação) que afectem os potenciais direitos de voto, independentemente
da intenção do órgão de gestão e da capacidade financeira de exercer ou converter.
Apresentação de demonstrações financeiras consolidadas (8 a 10)
8. Uma empresa-mãe, que não esteja dispensada de apresentar contas consolidadas nos
termos previstos legalmente, deve elaborar demonstrações financeiras consolidadas nas
quais consolida os seus investimentos em subsidiárias em conformidade com esta Norma.
9. Nas demonstrações financeiras individuais de uma empresa-mãe, a valorização dos
investimentos em subsidiárias deve ser efectuada de acordo com o método de equivalência
patrimonial, aplicando-se, ainda, o disposto nos parágrafos 15 e 16.
10. A valorização dos investimentos em entidades conjuntamente controladas e em
associadas nas demonstrações financeiras individuais é efectuada nos termos da NRF 23 -
Interesses em Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas.
Âmbito das demonstrações financeiras consolidadas (11 e 12)
11. As demonstrações financeiras consolidadas devem incluir todas as subsidiárias da
empresa-mãe.

820
Despacho Normativo n.º 26/2008, de 29 de Dezembro

12. A obrigatoriedade de elaboração de contas consolidadas ocorre para a empresa-mãe


que detenha o controlo sobre uma ou mais subsidiárias, nos termos definidos legalmente.
Procedimentos de consolidação (13 a 27)
13. Ao preparar demonstrações financeiras consolidadas, uma entidade combina as
demonstrações financeiras da empresa-mãe e das suas subsidiárias linha a linha adicio-
nando itens idênticos de activos, passivos, capital próprio, rendimentos e ganhos e gastos
e perdas. A fim de que as demonstrações financeiras consolidadas apresentem informação
financeira acerca do grupo como se fosse de uma entidade económica única, são dados os
seguintes passos:
(a) São eliminadas a quantia escriturada do investimento da empresa-mãe em
cada subsidiária e a parte da empresa-mãe do capital próprio de cada sub-
sidiária (ver a NRF 24 — Concentrações de Actividades Empresariais, que
descreve o tratamento de qualquer trespasse (goodwill) resultante);
(b) São identificados os interesses minoritários nos resultados das subsidiárias
consolidadas para o período de relato; e
(c) Os interesses minoritários nos activos líquidos das subsidiárias consolidadas
são identificados separadamente do capital próprio dos accionistas da empresa-
mãe. Os interesses minoritários nos activos líquidos consistem:
(i) Na quantia desses interesses minoritários à data da concentração original,
calculada de acordo com a NRF 24— Concentrações de Actividades Em-
presariais; e
(ii) Na parte minoritária das alterações no capital próprio desde a data da
concentração.
14. Quando existirem potenciais direitos de voto, as proporções de resultados e altera-
ções no capital próprio imputadas à empresa-mãe e aos interesses minoritários são determi-
nadas na base dos interesses de propriedade presentes e não reflectem o possível exercício
ou conversão de potenciais direitos de voto.
15. Os saldos, transacções, rendimentos e ganhos e gastos e perdas intragrupo devem
ser eliminados por inteiro.
16. Os saldos e transacções intragrupo, incluindo rendimentos e ganhos, gastos e per-
das e dividendos, são eliminados por inteiro. Os resultados provenientes de transacções
intragrupo que sejam reconhecidos nos activos, tais como inventários e activos fixos, são
eliminados por inteiro. As perdas intragrupo podem indicar uma imparidade que exija re-
conhecimento nas demonstrações financeiras consolidadas. A NRF 22 - Impostos sobre o
Rendimento, aplica-se às diferenças temporárias que surgem da eliminação dos resultados
provenientes de transacções intragrupo.
17. As demonstrações financeiras da empresa-mãe e das suas subsidiárias usadas na
preparação das demonstrações financeiras consolidadas devem ser preparadas a partir da
mesma data de relato. Quando as datas de relato da empresa-mãe e de uma subsidiária

821
Despacho Normativo n.º 26/2008, de 29 de Dezembro

forem diferentes, a subsidiária prepara, para finalidades de consolidação, demonstrações


financeiras adicionais a partir da mesma data que a das demonstrações financeiras da em-
presa-mãe a não ser que isso se torne impraticável.
18. Quando, de acordo com o parágrafo 17, as demonstrações financeiras de uma sub-
sidiária usadas na preparação de demonstrações financeiras consolidadas forem preparadas
a partir de uma data de relato diferente da data de relato da empresa-mãe, devem ser feitos
ajustamentos que tenham em consideração os efeitos de transacções ou acontecimentos sig-
nificativos que ocorram entre essa data e a data das demonstrações financeiras da empresa-
mãe. Em qualquer caso, a diferença entre a data de relato da subsidiária e a data de relato da
empresa-mãe não deve exceder os três meses. A extensão dos períodos de relato e qualquer
diferença nas datas de relato devem ser as mesmas de período para período.
19. As demonstrações financeiras consolidadas devem ser preparadas usando políticas
contabilísticas uniformes para transacções e outros acontecimentos idênticos em circuns-
tâncias semelhantes.
20. Se um membro do grupo usar políticas contabilísticas que não sejam as adoptadas
nas demonstrações financeiras consolidadas para transacções e acontecimentos idênticos
em circunstâncias semelhantes, serão feitos ajustamentos apropriados às suas demonstra-
ções financeiras ao preparar as demonstrações financeiras consolidadas.
21. Os rendimentos e ganhos e gastos e perdas de uma subsidiária são incluídos nas
demonstrações financeiras consolidadas a partir da data de aquisição, tal como definido na
NRF 24 — Concentrações de Actividades Empresariais e até à data em que a empresa-mãe
deixar de controlar a subsidiária. A diferença entre os proventos da alienação da subsidiária
e a sua quantia escriturada à data da alienação, incluindo a quantia cumulativa de quaisquer
diferenças de câmbio que se relacionem com a subsidiária reconhecidas no capital próprio
de acordo com a NRF 20 - Os Efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio, é reconhecida na
demonstração dos resultados consolidada como o ganho ou perda resultante da alienação
da subsidiária.
22. Um investimento numa entidade, desde a data em que deixe de ser uma subsidiária
e desde que não se torne uma associada ou uma entidade conjuntamente controlada (nos
termos da NRF 23 — Interesses em Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em As-
sociadas), deve ser contabilizado nas Demonstrações Financeiras Consolidadas de acordo
com o previsto na NRF 16 — Instrumentos Financeiros.
23. A quantia escriturada do investimento à data em que a entidade deixar de ser uma
subsidiária deve ser considerada como o custo aquando da mensuração inicial de um activo
financeiro.
24. Os interesses minoritários devem ser apresentados no balanço consolidado dentro
do capital próprio, separadamente do capital próprio dos accionistas da empresa-mãe. Os
interesses minoritários nos resultados do grupo também devem ser divulgados separada-
mente.

822
Despacho Normativo n.º 26/2008, de 29 de Dezembro

25. Os resultados são atribuídos aos accionistas da empresa-mãe e aos interesses mi-
noritários. Porque ambos constituem capital próprio, a quantia atribuída aos interesses mi-
noritários não é rendimento nem gasto.
26. As perdas aplicáveis à parte minoritária numa subsidiária consolidada podem exce-
der o interesse minoritário no capital próprio da subsidiária. O excesso, e quaisquer perdas
adicionais aplicáveis à parte minoritária, são imputados ao interesse maioritário excepto
até ao ponto em que a parte minoritária tenha a obrigação de fazer um investimento adi-
cional para cobrir as perdas. Se a subsidiária subsequentemente relatar lucros, esses lucros
são imputados ao interesse maioritário até que a parte minoritária das perdas previamente
absorvidas pela parte maioritária tenha sido recuperada.
27. Se uma subsidiária tiver acções preferenciais cumulativas em circulação que sejam
detidas por interesses minoritários e classificadas como capital próprio, a empresa-mãe
calcula a sua parte dos resultados depois de fazer ajustamentos para os dividendos de tais
acções, quer os dividendos tenham ou não sido declarados.
Divulgação (28 e 29)
28. Devem ser feitas as seguintes divulgações nas demonstrações financeiras consoli-
dadas:
(a) A natureza da relação entre a empresa-mãe e uma subsidiária quando a empre-
sa-mãe não possuir, directa ou indirectamente através de subsidiárias, mais de
metade do poder de voto;
(b) As razões pelas quais a propriedade, directa ou indirectamente através de sub-
sidiárias, de mais de metade do poder de voto de uma investida não constitui
controlo;
(c) A data de relato das demonstrações financeiras de uma subsidiária quando
tais demonstrações financeiras forem usadas para preparar demonstrações
financeiras consolidadas e corresponderem a uma data de relato ou a um pe-
ríodo diferente do da data da empresa-mãe, e a razão para usar uma data de
relato ou período diferente; e
(d) A natureza e a extensão de quaisquer restrições significativas (por exemplo,
resultante de acordos de empréstimo ou requisitos regulamentares) sobre a
capacidade das subsidiárias de transferirem fundos para a empresa-mãe sob a
forma de dividendos em dinheiro ou de reembolsarem empréstimos ou adian-
tamentos.
29. Quando forem preparadas demonstrações financeiras individuais por uma empre-
sa-mãe que, nos termos legais, esteja dispensada de elaborar contas consolidadas, essas
demonstrações financeiras individuais devem divulgar:
(a) Que a dispensa de consolidação foi usada; o nome e o país de constituição ou
sede da entidade que elabora demonstrações financeiras consolidadas; e a mo-
rada onde essas demonstrações financeiras consolidadas podem ser obtidas;

823
Despacho Normativo n.º 26/2008, de 29 de Dezembro

(b) Uma listagem dos investimentos significativos em subsidiárias, entidades con-


juntamente controladas e associadas, incluindo o nome, o país de constituição
ou domicílio, a proporção do interesse de propriedade e, se for diferente, a
proporção do poder de voto detido; e
(c) Uma descrição do método usado para contabilizar os investimentos listados
na alínea (b).
Data de eficácia (30)
30. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do primeiro período que se inicie
em ou após 1 de Janeiro de 2009.
A Ministra, Cristina Duarte.

824
Despacho Normativo n.º 27/2008, de 29 de Dezembro

REGIME ESPECIAL PARA AS PEQUENAS ENTIDADES DO SISTEMA DE


NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICO E RELATO FINANCEIRO
Despacho Normativo n.º 27/2008
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio modernizar e introduzir um Novo
Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde em subs-
tituição do Plano Nacional de Contabilidade aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de
Janeiro, com o objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos nas directivas inter-
nacionais quanto à qualidade da informação financeira. Assim as alterações introduzidas
têm em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão das entidades em Cabo Verde e
a previsível evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido económico do País e do
mercado de capitais, bem como a preocupação de melhorar a qualidade das demonstrações
financeiras e do relato financeiro das empresas, como factor de credibilidade ao funciona-
mento da economia real em Cabo Verde.
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido Decreto-Lei e visando transpor
para o direito interno as Normas de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das
Normas Internacionais da Contabilidade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo
International Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de Normalização Con-
tabilística foi nomeada e trabalhou-se a apresentação da documentação complementar ao
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização Contabilística e de
Relato Financeiro para Cabo Verde.
Nestes termos,
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º e do número 3 do artigo
259º da Constituição, manda o Governo da República de Cabo Verde através da Ministra
das Finanças e Administração Pública, o seguinte:
Artigo 1º
Aprovação
É aprovado o Regime Especial para as Pequenas Entidades do Sistema de Normaliza-
ção Contabilístico e Relato Financeiro e que se apresenta em anexo ao presente regulamen-
to como parte integrante.
Artigo 2º
Natureza
O Regime Especial para as Pequenas Entidades é parte integrante do Sistema de Nor-
malização Contabilístico e Relato Financeiro para Cabo Verde
Artigo 3º
Entrada em vigor
O presente Despacho Normativo entra em vigor na data da entrada em vigor do Decre-
to-Lei 5/2008, que aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Relato Financeiro.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Pública, 16 de Dezembro de 2008.
– A Ministra, Cristina Duarte.

825
Despacho Normativo n.º 27/2008, de 29 de Dezembro

NORMA DE RELATO FINANCEIRO


PARA AS PEQUENAS ENTIDADES
NRF- PE
Esta Norma de Relato Financeiro para as pequenas entidades tem por base as Normas
de Relato Financeiro (em geral).
Preâmbulo (1 a 5)
1. O Sistema de Normalização Contabilística e de Relato Financeiro (SNCRF) é com-
posto pelos seguintes instrumentos: Estrutura conceptual; Normas de relato financeiro (em
geral), que inclui os modelos de demonstrações financeiras; Regime especial para peque-
nas entidades (REPE) que inclui a norma de relato financeiro para as pequenas entidades
(NRF-PE); normas interpretativas; e código de contas.
2. Às pequenas entidades aplicam-se integralmente: A estrutura conceptual, o código
de contas, (embora algumas contas constantes no código de contas não sejam de utilização
pelas pequenas entidades por se destinarem a factos ou transacções que sejam vedadas às
entidades que utilizem o REPE, como é o caso das contas destinadas a registarem os fac-
tos ou transacções no âmbito da concentração das actividades empresariais) e as normas
interpretativas.
3. As normas de relato financeiro para as entidades (em geral) aplicam-se também às
pequenas entidades com alguns ajustamentos/adaptações apresentados nesta norma de re-
lato financeiro para as pequenas entidades.
4. A norma de relato financeiro para as pequenas entidades é uma norma que vem pois
aplicar às pequenas entidades as normas de relato financeiro devidamente ajustadas/adap-
tadas para esse efeito.
5. Embora as NRF se apliquem às entidades inseridas no REPE reconhece-se que al-
gumas das normas no todo ou parte se destinem a normalizar factos ou transacções que não
existam normalmente nas pequenas entidades pelo que algumas normas ou partes de nor-
mas embora se apliquem não se prevê que sejam utilizadas pelas pequenas entidades como
é o caso, entre outras, da NRF 2 - Demonstração de Fluxos de Caixa (por esta demonstra-
ção financeira não ser obrigatória para as pequenas entidades), da NRF 4 - divulgação de
Partes relacionadas (por exemplo no que se refere à concentração de actividades empresa-
riais), da NRF 16 - instrumentos financeiros (por exemplo no tratamento da contabilidade
de cobertura), ou ainda da NRF 21 - benefícios de empregados (por exemplo no tratamento
dos benefícios pós emprego).
Objectivo (6)
6. O objectivo desta Norma de Relato Financeiro é o de regular a aplicação das normas
de relato financeiro às pequenas entidades.

826
Despacho Normativo n.º 27/2008, de 29 de Dezembro

Âmbito (7)
7. Esta Norma deve ser aplicada na preparação e apresentação de demonstrações finan-
ceiras das entidades inseridas no regime especial das pequenas entidades.
Aplicação das NRF (8 e 9)
8. As normas de relato financeiro aplicam-se às pequenas entidades com as excepções
constantes nesta norma.
9. Algumas normas de relato financeiro não se aplicam na sua totalidade às pequenas
entidades. Essas NRF contêm um anexo (Anexo… - Regime especial para pequenas enti-
dades (REPE)) informando a adaptação da norma ao REPE.
Excepções (10 a 12)
10. Às entidades inseridas no REPE é vedada a possibilidade de utilizar as normas:
NRF 8 - Activos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descon-
tinuadas
NRF 23 - Interesses em Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas
NRF 24 - Concentrações de Actividades Empresarias
NRF 25 - Investimentos em Subsidiárias e Consolidação
11. Fica vedada a possibilidade de revalorizar activos financeiros utilizando como con-
trapartida contas do capital próprio.
12. As entidades se tiverem factos ou transacções que implique o recurso à aplicação
das normas do parágrafo 10 ou da situação contemplada no parágrafo 11 só o puderam
fazer passando para o regime geral.
Data de eficácia (13)
13. Esta Norma pode ser aplicada a partir do primeiro período que se inicie em ou após
1 de Janeiro de 2009.
A Ministra, Cristina Duarte.

827
Despacho Normativo n.º 27/2008, de 29 de Dezembro

828
Despacho Normativo n.º 27/2008, de 29 de Dezembro

INDICE

REFORMA DA CONTABILIDADE PÚBLICA


Lei n.º 78/V/98, de 7-12- Lei do enquadramento orçamental............................................................ 5
Decreto-Lei n.º 29/2001, de 19-11, o Serviço Ordenador e a função do Ordenador Financeiro....... 22
Decreto-Regulamentar nº 1/2007, de15-1 - Fundo de Maneio.......................................................... 60
Decreto-Regulamentar nº 2/2007, de15-1 - Regulamenta a missão, a carreira e o recrutamento do
Controlador Financeiro...................................................................................................................... 67
Decreto-Regulamentar nº 3/2007, de 15- 1 – Regulamenta o serviço ordenador e a função de orde-
nador financeiro.................................................................................................................................... 75
Lei n.º 79/VI/2005, de 5-9- Regime financeiro das Autarquias Locais ............................................ 85
Decreto-Lei n.º 22/99, de 26-4- Utilização de meios informáticos na contabilidade pública.......... 120
Decreto-Lei nº 13/95 de 27-2 - Regulamento Financeiro das Missões Diplomáticas e dos Postos.
Consulares.......................................................................................................................................... 121
Decreto-Lei nº 19/2002 de 19-7 - Regime de Utilização e Prestação de Contas das Receitas. Pró-
prias Arrecadadas Pelas Escolas Secundárias.................................................................................... 144
PLANO NACIONAL DE CONTABILIDADE PÚBLICA E SISTEMA ...................................
DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA
Decreto-Lei n.º 10/2006, de 30-1- Plano Nacional de contabilidade pública................................... 165
Decreto-Lei n.º 5/2008, de 4-2 – Sistema de normalização contabilística e de relato financeiro...... 429
Decreto-Lei n.º 43/2008, de 1-12 – Comissão Nacional de Normalização contabilística................. 442
Portaria nº 49/2008, de 29-12 - Código de Contas do Sistema de Normalização Contabilístico .e
Relato Financeiro............................................................................................................................... 448
Despacho Normativo nº 1/2008, de 29-12 - Estrutura Conceptual do Sistema de Normalização
Contabilístico e Relato Financeiro..................................................................................................... 461
Despacho Normativo nº 2/2008, de 29-12 - Norma de Relato Financeiro 1- Apresentação das.
Demonstrações Financeiras – IAS 1................................................................................................. 484
Despacho Normativo nº 3/2008, de 29-12 - Norma de Relato Financeiro 2 – Demonstração de
Fluxos de Caixa – IAS 7.................................................................................................................... 501
Despacho Normativo nº 4/2008, de 29-12 - Norma de Relato Financeiro 3 – Politicas Contabilís-
ticas, alterações nas estimativas contabilísticas e erros – IAS 8........................................................ 510
Despacho Normativo nº 5/2008, de 29-12 - Norma de Relato Financeiro 4 – Divulgação de partes
relacionadas – IAS 24........................................................................................................................ 522
Despacho Normativo nº 6/2008, de 29-12 - Norma de Relato Financeiro 5 – Acontecimentos após
a data do balanço – IAS 10............................................................................................................... 529
Despacho Normativo nº 7/2008, de 29-12 - Norma de Relato Financeiro 6 – Activos intangíveis – IAS 38 535
Despacho Normativo nº 8/2008, de 29-12 - Norma de Relato Financeiro 7 – Activos fixos tangíveis – IAS 16. 564
Despacho Normativo nº 9/2008, de 29-12 - Norma de Relato Financeiro 8 – Activos não correntes
detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas – IFRS 5....................................................... 581
Despacho Normativo nº 10/2008, de 29-12 - Norma de Relato Financeiro 9 – Locações – IAS 17 592
Despacho Normativo nº 11/2008, de 29-12 - Norma de Relato Financeiro 10 – Propriedades de.
Investimento – IAS 40....................................................................................................................... 607

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Despacho Normativo n.º 27/2008, de 29 de Dezembro

Despacho Normativo nº 12/2008, de 29-12 - Norma de Relato Financeiro 11 – Custos de Emprés-


timos Obtidas – IAS 23............................................................................................................................ 627
Despacho Normativo nº 13/2008, de 29-12 - Norma de Relato Financeiro 12 – Agricultura – IAS 41 633
Despacho Normativo nº 14/2008, de 29-12 - Norma de Relato Financeiro 13 – Inventários – IAS 2. 644
Despacho Normativo nº 15/2008, de 29-12 - Norma de Relato Financeiro 14 – Contratos de Cons-
trução – IAS 11.................................................................................................................................. 653
Despacho Normativo nº 16/2008, de 29-12 - Norma de Relato Financeiro 15 – Contabilização dos
subsídios do Governo e divulgação de apoios do Governo – IAS 20................................................ 664
Despacho Normativo nº 17/2008, de 29-12 - Norma de Relato Financeiro 16 – Instrumentos Finan-
ceiros – IAS 32, 29 – IFRS 7.............................................................................................................. 671
Despacho Normativo nº 18/2008, de 29-12 - Norma de Relato Financeiro 17 – Imparidade de
Activos – IAS 36................................................................................................................................ 688
Despacho Normativo nº 19/2008, de 29-12 - Norma de Relato Financeiro 18 – Rédito – IAS 18. 709
Despacho Normativo nº 20/2008, de 29-12 - Norma de Relato Financeiro 19 – Provisões, Pas-
sivos Contingentes e Activos Contingentes – IAS 37........................................................................ 719
Despacho Normativo nº 21/2008, de 29-12 - Norma de Relato Financeiro 20 – Os efeitos de alte-
rações em Taxas de Câmbio – IAS 21............................................................................................... 735
Despacho Normativo nº 22/2008, de 29-12 - Norma de Relato Financeiro 21 – Benefícios dos Em-
pregados – IAS 19 e 26............................................................................................................................ 748
Despacho Normativo nº 23/2008, de 29-12 - Norma de Relato Financeiro 22 – Impostos sobre o
Rendimento – IAS 12......................................................................................................................... 765
Despacho Normativo nº 24/2008, de 29-12 - Norma de Relato Financeiro 23 – Interesses em em- .
preendimentos conjuntos e investimentos em associadas – IAS 28 e 31.................................................... 786
Despacho Normativo nº 25/2008, de 29-12 - Norma de Relato Financeiro 24 – Concentrações
de Actividades Empresarias – IFRS 3................................................................................................ 802
Despacho Normativo nº 26/2008, de 29-12 - Norma de Relato Financeiro 25 – Investimentos
em Subsidiárias e Consolidação – IAS 22 e 27................................................................................. 818
Despacho Normativo nº 27/2008, de 29-12 - Regime Especial para as Pequenas Entidades do Sis-
tema de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro................................................................ 825

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