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Décima

CONDUTO FORÇADO

quinta aula
de
hidráulica
Primeiro semestre de
2016

CONDUTO LIVRE OU CANAL


Introdução aos estudos relacionados aos
canais (ou condutos livres)
1. Conceito de canal ou conduto livre

É aquele que apresenta uma superfície livre onde atua a pressão atmosférica. O escoamento é
originado naturalmente pela gravidade e estabelecido pelo balanço dinâmico entre a gravidade e o
atrito.

Exemplos:
• água em córregos, rios e enchentes;
• drenagem da água de chuva em estradas, estacionamentos e telhados;
• redes de esgoto;
• Calhas; ...

Os canais podem ser abertos ou fechados:


Diagrama de velocidades deve ser considerado
segundo a seção longitudinal e seção transversal

Em um canal aberto, pelo princípio de aderência, a velocidade de escoamento é zero nas superfícies laterais e no fundo.
A velocidade máxima ocorre abaixo da superfície livre em algum lugar dentro dos 5 a 25% superiores da coluna de água,
já a velocidade média pode ser estimada de três maneiras: sendo aproximadamente igual a 60% da profundidade (v0,6),
ou como sendo a média entre a velocidade a 20% e 80% ((v0,2 + v0,8)/2) ou ainda a média entre 20%, 60% e 80%, que é
denominado do método de três pontos, sendo estas informações importantes para o uso do molinete para a
determinação da velocidade.
Tipos de escoamentos em canais, ou seja, tipos de escoamentos
livres
Exemplo de escoamentos livres
No escoamento uniforme a
profundidade e a
velocidade permanecem
constantes.

Aumentando a declividade, a velocidade


aumentará, reduzindo a profundidade e
aumentando os atritos (resistência). Não
havendo novas entradas e saídas de
líquido, a vazão será sempre a mesma e o
escoamento permanente.
ALÉM DE ESTUDAR OS CANAIS, VAMOS
CRIAR A CONSCIENTIZAÇÃO DO QUE
JOGAR NOS CANAIS, OU VAMOS
CONVIVER ...
Parâmetros geométricos e hidráulicos nos canais
P tínhamos
representado
por s Q  vA
Importante:

Na prática
consideramos y
aproximadamente
igual a h
Carga total em uma seção do canal (HT)

V²/2g

z v2 q
HT  z  y 
2g
PHR
Escoamentos laminar e turbulento em canal
Esta classificação é obtida pelo número de Reynolds e na prática geralmente se tem o
escoamento turbulento

  v  DH v  DH v  4  R H
Re   
  

Importante: existem literaturas que calculam Re só em função do raio hidráulico e neste


caso o escoamento será considerado laminar para Reynolds menores, ou iguais a 500.

 v RH v RH
Re´ 
 
Escoamentos fluviais, críticos e torrenciais
Esta classificação é obtida pelo número de Froude, que é um número adimensional que é
calculado por:

v
Fr  Onde v = velocidade média do escoamento; g aceleração da
g  yh gravidade e yh é a profundidade hidráulica = A/B.

Fr < 1,0 – escoamento subcrítico ou fluvial

Fr = 1,0 – escoamento crítico

Fr>1,0 – escoamento supercrítico ou torrencial


NESTA AULA INTRODUTÓRIO DO
ESTUDO DOS CANAIS VAMOS
CONSIDERAR O ESCOAMENTO
UNIFORME PERMANENTE.
Tanto para utilizar o Reynolds como o Froude, devemos
saber obter a velocidade média do escoamento e para
isto, recorremos inicialmente a fórmula de Chézy.

v  C RH  I
I  tgq
8 g
C
f

Os cálculos de escoamentos uniformes são diretos, se as geometrias


forem simples. Os resultados são independentes da densidade e da
viscosidade da água porque o escoamento é totalmente rugoso e dirigido
pela gravidade.
Como os canais típicos são grandes e rugosos, usa-se em geral, o limite de
escoamento turbulento totalmente rugoso, onde:

2
 14,8  R H 
f   2,0  log 
  
  rugosidade dada pela tabela 1

Exemplo 1: Um canal reto e retangular tem 1,8 m de largura e 0,9 m de


profundidade e está com uma declividade de 20. O coeficiente
de atrito (coeficiente de perda de carga distribuída) é 0,022.
Estime a vazão para o escoamento uniforme em metros cúbicos
por segundo.
Alguns valores experimentais do coeficiente de Manning e da altura média da
rugosidade  em mm
Canais artificiais revestidos n  (mm)
vidro 0,010 ± 0,002 0,3
latão 0,011 ± 0,002 0,6
Aço, liso 0,012 ± 0,002 1,0
Aço, pintado 0,014 ± 0,003 2,4
Aço, rebitado 0,015 ± 0,002 3,7
Ferro fundido 0,013 ± 0,003 1,6
Concreto com acabamento 0,012 ± 0,002 1,0
Concreto sem acabamento 0,014 ± 0,002 2,4
Madeira aplainada 0,012 ± 0,002 1,0
Tijolo de barro 0,014 ± 0,003 2,4
Alvenaria 0,015 ± 0,002 3,7
Asfalto 0,016 ± 0,003 5,4
Metal corrugado 0,022 ± 0,005 37

Tabela 1 – extraída do livro Mecânica dos Fluidos de Frank M. White – pg 463


Alguns valores experimentais do coeficiente de Manning e da altura média da
rugosidade  em mm
Canais artificiais revestidos n  (mm)
Pedra argamassa 0,025 ± 0,005 80
Canais escavados em terra:
limpos 0,022 ± 0,004 37
com cascalho 0,025 ± 0,005 80
Com vegetação rasteira 0,030 ± 0,005 240
pedregosos 0,035 ± 0,010 500
Canais naturais:
Limpos e retos 0,030 ± 0,005 240
Lentos, com partes 0,040 ± 0,010 900
profundas
Rios principais 0,035 ± 0,010 500

Tabela 1 – extraída do livro Mecânica dos Fluidos de Frank M. White – pg 463


Alguns valores experimentais do coeficiente de Manning e da altura média da
rugosidade  em mmem 1869, Manning em 1889
Canais artificiais revestidos n  (mm)
Planícies de inundação:
Pastagens, terras 0,035 ± 0,010 500
cultivadas
Cerrados leve 0,05 ± 0,02 2000
Cerrado denso 0,075 ± 0,025 5000
árvores 0,15 ± 0,05 ?

Tabela 1 – extraída do livro Mecânica dos Fluidos de Frank M. White – pg 463

Durante o século XIX e XX, um grande esforço da pesquisa em hidráulica foi dedicado
à correlação do coeficiente de Chézy com a rugosidade, o formato e a declividade de
vários canais abertos. Apareceram correlações devidas a Ganguillet e Kutter em 1869,
Manning em 1889, Bazin em 1897 e Powel em 1950, sendo que até hoje a mais
popular é a de Manning.
Fórmula de Chézy com o coeficiente de
Manning
Em testes com canais reais, o engenheiro irlandês Robert Manning descobriu que o
coeficiente de Chézy C aumentava aproximadamente com a raiz sexta do tamanho do
canal. Ele propôs a fórmula no SI:

8 g 6 R H a 3 2
C   v   RH  I A CONSTANTE “a” DAS EQUAÇÕES AO
LADO É UM FATOR DE CONVERSÃO NO
f n n SI a = 1 m1/3/s E NO SISTEMA INGLÊS
COMO 1 m = 3,2808 ft, TEMOS UM
NOVO VALOR PARA A CONSTANTE a,
a 3 2 QUE SERIA a = 1,4859 ft1/3/s
Q  v A  Q   RH  I  A
n
Exemplo 2: Em período de cheia, um canal natural às vezes consiste em uma calha profunda principal mais
duas calhas de cheia. Se o canal tem a mesma inclinação e supondo que y1 = 6,10 m; y1 = 1,52m;
b1 = 12,20 m; b2 = 30,50 m; n1 = 0,020; n2 = 0,040; com uma declividade de 0,0002. Calcule a
vazão em m³/s.

y2 y2
n2 n2
b2 b2

y1

n1
b1
Exemplo 3: A água escoa em um canal escavado na terra coberto de vegetação rasteira com seção transversal trapezoidal
e largura de fundo de 0,8 m, ângulo trapezoidal de 600 e ângulo de inclinação do fundo de 0,30, como mostra a
figura a seguir. Se a profundidade do escoamento medida for de 0,52 m, determine a vazão da água através do
canal. O que você responderia se o ângulo do fundo fosse alterado para 1 0 e mantidas as outras dimensões?.
Exemplo 4: Em um canal regular de seção trapezoidal de declividade constante, com largura de fundo igual a 1 m, a
inclinação dos taludes de 1 H : 1 V, a altura d´água é igual a 0,80 m e a velocidade média igual a 0,85 m/s.
Verifique a influência das forças viscosas e da gravidade avaliando os regimes do escoamento por meio
da determinação dos números de Reynolds e Froude. Dado: viscosidade cinemática d´água igual a 10-6
m²/s.

Importante:
quando for dada a
inclinação do
talude por z H : 1
V, podemos
considerar:

b  2
A    z   y
y 
FACILITANDO A VIDA
b 2
P    2  1  z   y
y 
Problemas hidraulicamente determinados
São três os problemas hidraulicamente determinados que, para qualquer tipo de
canal, ficam resolvidos com a fórmula de Chézy com o coeficiente de Manning:

10 tipo: dados n, A, RH e I calcular Q


Apresento a
20 tipo: dados n, A, RH e Q calcular I
solução deste
30 tipo: dados n, Q e I calcular A e RH 20 tipo: dados
terceiro tipo de
problema:
REESCREVENDO A FÓRMULA DE CHÉZY COM O COEFICIENTE DE
MANNING

1 3 2 Q n
Q   RH  I  A  A RH
3 2
n I
Solução para o terceiro tipo de problema hidraulicamente determinado

Primeiro: Calculamos o termo:


nQ
I
Segundo: Organizamos a tabela
y P em A em RH (RH)2/3 A x (RH)2/3
função de y função de y

Terceiro: fazemos a representação gráfica [f(y)] = A x (RH)2/3, onde entramos com o valor de [(n x Q)/(I)1/2] em ordenada
e tiramos o valor de y na abscissa, o que resolve o problema.

Exemplo 5: Calcular a altura de água y em um canal, cuja


seção transversal tem uma forma como mostra a
figura ao lado. A vazão é 0,2 m³/s. A declividade y
longitudinal é 0,0004. O coeficiente rugosidade
450
de Manning é 0,013.
1,0 m
Exemplo 6: A água deve ser transportada em um canal retangular de
concreto não polido com uma largura da parte inferior de
1,22 m com uma vazão de 1,45 m³/s. O terreno é tal que o
fundo do canal caí 0,61 m a cada 304,8 m. Determine a
altura mínima do canal em condições de escoamento
uniforme. Qual seria sua resposta se a queda do fundo
fosse de apenas 0,305 m para 152,4 m?

Exemplo 7: A água escoa em um canal cuja inclinação é de 0,003 e cuja seção transversal é mostrada pela figura
abaixo. As dimensões dos coeficientes de Manning para as subseções diferentes também são dadas na
figura. Determine a vazão através do canal e o coeficiente de Manning efetivo, ou equivalente, para o
canal.

6m 8m

1 2
2m
Arbustos rasteiros n2 = 0,050
Canal natural limpo
N1 = 0,030
3m
inclinação
Trecho do rio Tietê na região
de São Paulo
Em viagem a Sales, a 440
quilômetros da capital,
Sandra Mogami clicou o
filho Diego, de 5 anos, DEVEMOS DECIDIR O QUE
nadando nas águas DESEJAMOS VER E SER NO
cristalinas do Rio Tietê NOSSO AMANHÃ

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