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3) ONDE SE PASSA ESTA HISTÓRIA? R.: Esta história se passa em uma sala de aula.
6) QUEM FALOU SOBRE SUAS EXPECTATIVAS SOBRE O QUINTO ANO? R.: A primeira a falar de
suas expectativas foi Rebeca.
A Língua Portuguesa é vista equivocadamente como uma disciplina muito complexa por haver tantos acentos,
verbos, pontuações e regras gramaticais infinitas que dificultam o entendimento, e muitos estudantes se
queixam por não ter aprendido, durante toda a vida escolar, a interpretar texto e assimilar as estruturas da
norma culta da língua.
Para entender de vez o papel importantíssimo que a Língua Portuguesa representa, eis uma entrevista de
emprego feita inusitadamente por uma dentista e direcionada a uma candidata à atendente, num consultório
odontológico:
– Agora, com o teclado a sua disposição, digite pra mim por que você quer esse emprego.
A candidata criou alguns cubinhos de gelo em quase todo o corpo. Apesar de algum nervosismo, atendeu a
exigência da dentista, produzindo o texto:
“Li o anuncio num jornal na sessão de empregos q oferecia uma vaga de atendente de consultorio odontógico
q tem haver c/ minhas abilidades.
Eu gostaria muito de ganhar o emprego pq naum quero ficar muito tempo longe do mercado de trabalho,
tenho 2 filhos, sou separada, muitas contas p/ pagar, busco ser indepedente. O trabalho anterior me deu base
p/ proseguir no ramo de adiministração.”
Analisando a situação:
A dentista foi criativa na forma de entrevistar a candidata. Nota-se que a aspirante à vaga de atendente
respondeu objetivamente às perguntas da empregadora, dentro das suas possibilidades. Entretanto, o destaque
maior encontra-se na fase final da entrevista: a candidata mostrar à profissional de odontologia que sabe utilizar
as funções básicas do computador. Era somente esse o propósito? Ou a ortografia foi levada também em conta?
A criatividade se traduziu exatamente na avaliação da Língua Portuguesa na parte ortográfica.
Respondendo às questões, o nível de radicalidade depende da visão de cada um. A postura da empregadora não
pode ser considerada absurda, pois cada empresa, firma, consultório e até alguns estabelecimentos
comerciais têm a sua maneira de selecionar candidatos a vagas numa determinada função.
Ela apenas adotou critérios de avaliação considerados peculiares, de acordo com o perfil, digamos, ideológico,
característica dela própria. O recurso de usar como prova a ortografia é uma ideia excelente porque mostra que
a dentista leva a sério o seu ambiente de trabalho.
Os próprios currículos, elaborados pelos candidatos, são analisados rigorosamente quanto aos erros de
português, uma exigência batizada há muitos anos pela maioria dos organizadores na seleção de emprego.
Resultado: a candidata, provavelmente, não conseguiu o emprego desejado. Ela pode ter se saído bem na
linguagem falada, mas na escrita…
Pela análise, ela cometeu erros imperdoáveis e inaceitáveis por concursos e empresas que trabalham seriamente
na seleção de candidatos: usou o internetês em hora inapropriada para quem tinha grandes chances de ganhar a
vaga; não acentuou algumas palavras; houve erros ortográficos; usou uma palavra, apesar de escrita
corretamente, não adequada ao significado.
O professor pode usar esse grande exemplo para mostrar aos alunos a importância de aprender a falar e a
escrever corretamente. Ele pode trabalhar com os alunos o texto feito pela candidata e pedir-lhes
que corrijam os erros cometidos:
Se um grupo de alunos insistir que não aprecia a Língua Portuguesa, é preciso dizê-los que o nosso idioma
conta muitos pontos na hora de avaliar currículos, de conquistar vagas em diversos concursos públicos,
inclusive em alguns vestibulares que adotam questões apenas discursivas, além de ensinar a redigir uma carta
de apresentação como possível porta de entrada para um emprego de alto nível.
Todo mundo tem a falsa impressão de que conhece o Português muito bem e acaba deixando de lado. Isso é um
erro. Por ter um peso muito grande, é ele que diferencia muitos candidatos.