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REI SALOM‹O
Artigos Maçônicos
Trabalhos Digitais
Parte I
Projeto Aprendiz
ICQ: 8700927
MSN MESSENGER: jelliscarvalho@hotmail.com
E-mail: jellis@uol.com.br
SKYPE: jellisrsalomao
Tenho comigo que o tema ora abordado é muito intrigante e por que não se dizer belo.
Segundo os estudiosos não se pode precisar desde quando os templos destinados à iniciação
vieram a ser construídos com a inspiração da imagem do Universo, apenas afirmam que esta
tendência vem de outras eras e de países como Industão, Índia, Pérsia, Grécia, etc, cujas
histórias indicaram a existência destes templos, tendo seus idealizadores caracterizado uma
reprodução semelhante ao sistema cósmico, para perpetuar a imagem do céu nos tetos dos
templos e, esse esboço é seguido até hoje na forma de uma abóbada celeste.
A decoração na cobertura do templo nada mais é do que a reprodução cuidadosa do
firmamento, com nuvens de todos os feitios, cheias de estrelas e inúmeros astros planetários
formando um conjunto harmonioso e representativo do cosmos. A abóbada celeste serve
como ponto de contemplação, deixando para o iniciado uma impressão maravilhosa e
indiscritível acerca do misticismo presente em seu traçado num ambiente de estudo e
aprendizado.
Indiscutivelmente trata-se uma tradição secular e a maçonaria, fiel às origens, passou a
construir seus templos com iguais características e com o objetivo de trazer aos seus filiados
um verdadeiro engrandecimento espiritual, fixando à cor azul e destacando-se nuvens,
estrelas e alguns planetas.
A abóbada de uma Loja Maçônica representa, em primeiro plano, o sentido de universalidade
da instituição. A cor azul predominante passou a simbolizar a magnanimidade e a lealdade
provadas como virtudes que elevam a alma humana. O emprego dessa cor justifica a
representação simbólica de todas as emulações dirigidas pelo bem e pelo amor fraternal
divinizados.
A distribuição das estrelas nesse revestimento do recinto obedece a seguinte ordem:
a)Localizada mais ou menos no centro da abóbada, a constelação de Orion que, no viveiro
celeste, fora do zodíaco, dá idéia de um gigante desenhado com oito estrelas da constelação
dos Plêiades;
b)As cinco Hiades, que lembram as Ninfas, filhas de Atlas, que tomaram por encargo a
criação de Apolo, tem rico significado místico.
Enfim, a abóbada celeste tem como um dos objetivos afastar as preocupações do mundo
profano, para que o maçom possa colocar-se acima de todas as castas de sofrimento moral e
CADEIA DE UNIÃO
Uma vez formada, os Irmãos unem as pontas dos pés e juntam os calcanhares,
entrecruzando os braços com o braço direito sobre o esquerdo, deve ser realizada com a
presença de, pelo menos, sete irmãos.
Forma-se um elo duplo e monolítico, ou seja único, como deve ser o pensamento dos
Irmãos.
Um dos que formam a Cadeia de União pronuncia uma breve oração invocando a
proteção das Forças Invisíveis e Benéficas do Macrocosmo para as Forças Visíveis do
Microcosmo.
Elas são invisíveis, são impalpáveis, são intocáveis, são inaudíveis, não possuem
cheiro ou odor, não têm cor, mas podem ser percebidas, através da Percepção Extra Sensorial,
(P.E.S.) sigla oriunda da expressão inglesa (E.S.P.) Extra Sensory Perception. Pessoas mais
desenvolvidas chegam a ver, ouvir e sentir essas forças, pela clarividência, clariaudiência e
clarissensibilidade.
Essas forças podem ser superadas pelas forças superiores, quando então será
conseguida a Força ou Fortaleza, a Saúde e o Bem Estar, a Calma, a Compreensão, o Ânimo, a
Fé, a Confiança, a Sorte ou a Fortuna, a Esperança e o Amor.
Uma mensagem muito bonita dita em uma Cadeia de União:
Grande Arquiteto do Universo, Vós, que exerce permanentemente o domínio sobre as todas Forças
Benéficas e invisíveis do Macrocosmo, fazei com que elas atuem sobre as nossas Forças Possíveis do nosso
Microcosmo, restabelecendo o Equilíbrio de quem necessita e sofre as consequências desse desajuste. Que a Vossa
Vontade estabeleça o Bem Estar e a Compreensão entre todos nós e em especial a quem mais dela precisa.
A Câmara das reflexões, com seu isolamento e com suas negras paredes, representa um período de obscuridade e
de maturação silenciosa da alma, por meio de uma meditação e concentração em si mesma, que prepara o
verdadeiro progresso efetivo e consciente que depois tornar-se-á manifesto à Luz do dia. Por esta razão, encontram-
se nela os emblemas da morte e uma lâmpada sepulcral, e acham-se sobre suas paredes, inscrições destinadas a
pôr à prova a sua firmeza de propósitos e a vontade de progredir que tem de ser selada num testamento.
Isto não significa absolutamente que tem de despojar-se de tudo o que lhe pertence e adquiriu como resultado de
seus esforços e prêmio de seu trabalho, mas, unicamente, que deve deixar de dar a estas coisas a importância
primária que pode torná-lo escravo ou servidor delas, e que deve pôr, sempre em primeiro lugar, sobre toda a
consideração material ou utilitária, a fidelidade aos Princípios e às razões espirituais. Este despojo tem por objetivo
conduzir-nos para sermos livres dos laços que de outra forma impediriam todo nosso progresso futuro. Trata-se,
portanto, em essência, do despojo de todo apego às considerações e laços exteriores, com a finalidade de que
possamos ligar-nos à nossa íntima Realidade Interior, e abrir-nos à sua mais livre, plena e perfeita expressão.
SIGNIFICADO DA CÂMARA
A Câmara de reflexões, como o seu nome o indica, representa antes de tudo aquele estado de isolamento do mundo
exterior que é necessário para a concentração ou reflexão íntima, com a qual nasce o pensamento independente e é
encontrada a Verdade. Aquele mundo interior para o qual devem dirigir-se nossos esforços e nossas análises para
chegar, pela abstração, a conhecer o mundo transcendente da Realidade. É o "gnothi seautón" ou "conhece-te a ti
mesmo" dos iniciados gregos e hindus, como único meio direto e individual para poder chegar a conhecer o Grande
Mistério que nos circunda e envolve nosso próprio ser.
Isto, e a cor negra do quarto, trazem-nos à mente a antiga fórmula alquímica e hermética do Vitríolo: "Visita Interiora
Terrae, Rectificando Invenies Occultum Lapidem", Visita ao interior da Terra: retificando encontrarás a pedra
escondida". Isto é: desce às profundezas da terra, sob a superfície da aparência exterior que esconde a realidade
interior das coisas e a revela; retificando teu ponto de vista e tua visão mental com o esquadro da razão e o
discernimento espiritual, encontrarás aquela pedra oculta ou filosofal que constitui o Segredo dos Sábios e a
verdadeira Sabedoria.
A representação da Verdade final e fundamental por uma pedra, não demonstra nada de estranho se imaginarmos
que deve constituir a base sobre a qual descansa o edifício de nossos conhecimentos, que transformar-se-á na Igreja
ou Templo de nossas aspirações, e o critério ou medida sobre a qual, e a cuja imagem, devem enquadrar-se ou
retificar-se todos os nossos pensamentos.
Os ossos e as imagens da morte que se encontram representadas nas paredes da câmara, além de indicar a morte
simbólica que é pedida ao candidato para que complete seu novo nascimento, mostram os fragmentos esparsos e
desunidos da Realidade morta e dividida na aparência exterior, cuja Vida e Unidade ele deverá buscar e encontrar
interiormente, reconhecendo-a sob a aparência e dentro dela.
TERRA. Os antigos admitiam a existência de quatro elementos: a TERRA, o AR, a ÁGUA e o FOGO, havendo,
para cada um deles, uma prova iniciática.
Todo homem, ao fechar os olhos, se acha em sua câmara de reflexão, com asilo e trevas, a qual
representa o período das trevas da matéria física que rodeia a alma para completa maturação sua.
A câmara escura da reflexão é o símbolo do estado de consciência do profano que anda nas
trevas e, por isso, nela se encontram os emblemas da morte e uma lâmpada sepulcral.
Nesse local, pintado de preto, figurando catacumba, cercado dos símbolos de destruição e
de morte, coloca-se um tamborete e uma mesa coberta com tapete branco, sobre o qual uma
caveira (morte), algumas migalhas de pão (insignificância que procuram obter os cinco sentidos),
um prato de cinza (o fim da matéria), um relógio dágua/ampulheta (o corredor do tempo que tudo
envolve); um galo (o dever de ser vigilante e alerta); um tinteiro, penas e algumas folhas de papel
para escrever seu testamento, cujo significado será dito alhures(noutro lugar).
O recinto acha-se iluminado pela débil luz que expande a lâmpada sepulcral (lâmpada dos
conhecimentos físicos adquiridos pela mente carnal); num dos ângulos vê-se um ataúde junto a
uma fossa aberta, ou um hipogeu também aberto numa das paredes, deixando ver um cadáver
amortalhado (como deve o iniciado contemplar seu corpo físico). A câmara de reflexões significa
aquela crise, aquela luta entre o corpo de seus desejos com o espírito e seus ideais; essa negra
e escura câmara é o mesmo corpo que serve de prisão, de tumba e ataúde ao verdadeiro Ser
Interior. Por esse motivo, perto dos emblemas da morte se acham também certas inscrições nas
paredes, cujo objetivo é levantar as energias e desenvolver vontade do neófito.
Ao ingressar nessa câmara, tem o candidato de despojar-se dos metais, tem de volver ao
seu estado de pobreza edênica, a desnudez adâmica antes de cobrir-se com a pele de todas
aquelas aquisições que até então lhe foram úteis para chegar a seu estado atual e que são
obstáculos para tornar ao seu primitivo estado. Deve afastar todo desejo, ambição, cobiça dos
valores externos para conhecer-se a si mesmo; então, em seu interior, achará os verdadeiros
valores espirituais. Dinheiro, bens, ciências são vaidades ante o conhecimento de si mesmo.
O candidato deve estar livre e despojado dos metais: qualidades inferiores, vícios, paixões
do seu intelecto, de suas crenças e preconceitos; deve aprender a pensar por si mesmo e tio
seguir, como cego, o conhecimento e crenças dos outros. Por último, a câmara de reflexão
significa o isolamento do mundo exterior para poder concentrar-se no estado Intimo, no mundo
indicam os conselhos do Ser interno que têm por mira guiar o homem à verdade e ao poder.
Essas inscrições são várias. Citaremos algumas:
Nessa Câmara encontramos sempre a palavra VITRIOL, formada com as iniciais de uma frase e, às
vezes, em lugar desse anagrama, a própria frase, ou seja, a fórmula hermética que ele representa: “VISITA
INTERIORA TERRAE RECTIFICANDO INVENIES OCCULTUM LAPIDEM”, que se traduz por “Visita o interior da
Terra, rectificando acharás a pedra oculta”. Vários autores têm desenvolvido a recomendação do preceito posto aos
olhos do que vai ser iniciado. J. Boucher entende que a inscrição constitui um convite à pesquisa do EGO (do EU)
profundo, ou seja da própria alma, no silêncio e na meditação, para achar a centelha divina (o Cristo Interno)
existente no âmago de cada um.
Todos esses conselhos na câmara de reflexões e as demais figuras tétricas nos mostram que
dentro do homem se acham a morte e a vida, a dor e a ventura, o engano e a iluminação. Se os
cinco sentidos oferecem a morte, o espírito dá a vida eterna.
A Câmara de Reflexões-III
O primeiro contacto real que o postulante tem com a Maçonaria é através da Câmara de Reflexões.
É de notar-se que evitamos o uso da palavra candidato porque quando chega o momento de ser encerrado na
Câmara de Reflexões ele já assume, na Maçonaria, o título de postulante pois, candidato, é a denominação que se
lhe dá desde que assina o pedido de ingresso na Ordem até ser escrutinado.
O mais importante papel da Câmara de Reflexões é o de conduzir à meditação que, quando feita, permite ao homem
o acesso à sua própria alma e à sua consciência, pelo afastamento das sensações periféricas do domínio do Ego.
Uma meditação profunda e sincera, feita no silêncio absoluto, formará um perfeito Recipiendário dos mistérios da
Iniciação.
A Maçonaria procura oferecer ao postulante que se encerra na Câmara de Reflexões não só a sensação de silêncio,
penumbra e paz, mas ainda, um conjunto de símbolos capazes de os levar à meditação mais rápida e
profundamente. Cada um daqueles símbolos tem, como veremos, uma explicação própria, mas não é a significação
isolada que tem importância no simbolismo, antes o conjunto de todos eles porque é isso que oferecerá uma idéia de
transitoriedade e insignificância da vida!
Antes de entrar na Câmara de Reflexões, a primeira providência é um convite ao postulante para fazer a entrega de
todos os objetos metálicos ( dinheiro, jóias, ornamentos, anéis e alianças) de que é portador. A isto chama-se, na
Maçonaria, "despojar-se dos metais". Despojado de metais estais, simbolicamente, despido das vaidades e do luxo
da sociedade profana.
A segunda razão para despojar-se dos metais importa em um sentido mais hermético e se relaciona com as forças
magnéticas existentes no interior do templo. Estas forças são distribuídas em diversos lugares no templo, sendo que
elas se concentram principalmente, no Altar dos Juramentos. Quaisquer metais de que o postulante for portador
atrairão uma parcela destas forças e assim o magnetísmo por indução perturbará, no ponto atingido, as vibrações
harmônicas que se estabeleceram, durante o período em que o postulante se entregou à meditação.
Despojado dos metais é o postulante cuidadosamente vendado e só então é levado à Câmara de Reflexões onde,
desvendando-o, o seu condutor diz-lhe as palavras recomendadas no Ritual: "Profano", eu vos deixo entregue às
vossas reflexões; não estareis só, pois Deus, que tudo vê, será testemunha da sinceridade com que ides responder
às vossas perguntas". A venda que é colocada sobre os olhos dos postulantes antes de sua entrada na Câmara de
Reflexões, simboliza a obscuridade mental dele.
Sua camisa parcialmente retirada, deixa a nu a parte esquerda do peito onde fica o coração que assim posto a
descoberto indica os sentimentos de franqueza que deverão ser encontrados em todos os Maçons que, "de peito
aberto", deverão nada esconder a seus irmãos não dando guarda aos sentimentos maus nem à falsidade de
propósitos. Também o seu braço direito será descoberto indicando a prontidão para trabalhar livremente na
construção do templo ideal a que se propõem os Maçons.
Por outro lado arregaça-se-lhe a calça na perna do lado direito até deixar a nu o joelho. É com este joelho que ele irá
genuflexar-se quando fizer o seu juramento solene. Assim sendo a genuflexão deverá ser feita às claras, com
sinceridade, nada devendo impedir que se veja o são propósito deste dobrar de joelhos que, indo até ao chão,
demonstrará humildade sem humilhação.
O pé esquerdo (lado passivo) descalço, demonstra o respeito que se deve ter ao pisar-se um solo sagrado como o
Templo onde ele será admitido, respeito este sempre exigido por todas as antigas religiões orientais.
Vestido desta maneira, um tanto bizarra o postulante é, em si mesmo, uma preciosa lição de respeito e humildade
traduzida no simbolismo que, devidamente explicado, nos leva a olhá-lo com olhos outros que não os de deboche e
da galhardice.
Simbolicamente nu ele se sente fraternalmente igual a todos, as distinções sociais desaparecem quando todos estão
"cegos" e despidos de roupas e de valores. O propósito principal desta nudez não é o de diminuir àqueles que
possuem qualidades superiores, mas, antes, o de ressaltar o amor fraterno em uma sociedade onde todos ostentam
a lealdade, a franqueza e a boa vontade! Conduzido à Câmara de Reflexões em trajes que permitem dizer não estar
ele "nem vestido nem nu" o simbolismo explica isto como uma preparação para o desnudamento completo da alma
que só será sentido e compreendido pelo postulante quando ele se der conta de que há um real desnudamento do
corpo.
A Câmara de Reflexões deve ser construída, quando não totalmente subterrãnea, pelo menos em um plano menos
elevado do que a do piso da Loja (Templo). Ela representa um túmulo onde o postulante será "enterrado" eis que vai
"morrer" um "velho homem"cheio de vícios, para "renascer" um Maçon com vitude, simplicidade e pureza a serem
sempre aprimorados e buriladas no decorrer de sua vida maçônica.
A Câmara de Reflexões representa o interior da terra, de onde viemos e para onde retornaremos em uma série
sucessiva de encarnações e reencarnações, num viajar constante para o aperfeiçoamento do espírito. Ela tem suas
paredes negras e ali não deve penetrar qualquer luz do exterior. Uma vela ou uma pequena lâmpada a ilumina
fracamente e é nesta penumbra que o postulante irá entregar-se à meditação sobre o passo que pretende dar,
abandonando uma vida cheia de preconceitos, de orgulho e de vaidade, para tornar-se um Maçom, gozando de um
ambiente de simplicidade, modéstia e humildade, rodeado de irmãos também simples, modestos e humildes mas que
tudo farão para amá-lo, honrá-lo e defendê-lo, dentro de um círculo de amizade fraterna incomparavelmente superior
ao da amizade existente no mundo profano!
Na Câmara de Reflexões o postulante não encontrará conforto. Um banco e uma mesinha constituem o seu
mobiliário. Sobre a mesa, um pedaço de pão e uma moringa de água, um recipiente com enxofre e outro com sal.
Ainda ali, caneta e tinta. Próximo ao pão e à água, um crânio escaveirado. Uma ampulheta completa os utensílios
que se encontram sobre a mesa. Nas paredes, pintados, símbolos de morte: esqueletos, ossadas e uma foice
segadeira. Na parede fronteira à mesa, há a figura de um galo e as palavras "Vigilância e Perseverança". Em letras
maiúsculas a palavra VITRIOL. Nas outras paredes, frases de advertência como tais: "Se a curiosidade te traz aqui,
volta. "Se temes ser descoberto sobre teus desejos, sentir-te-ás mal entre nós"; "Se és capaz de dissimular,
tremei! porque penetrar-te-mos e leremos o fundo do teu coração"; "Se tens apego às distinções humanas,
sai, porque não se conhece isso aqui"; "Se tua alma sentir medo, não vá mais longe; "Se perseverares serás
purificado pelos Elementos, sairás do abismo das trevas e verás a luz!".
O LUGAR – A Câmara de Reflexões se assemelha a um túmulo. Nele será, simbolicamente, "enterrado"o postulante
que, conforme seu desejo manifestado quando se declarou candidato a entrar para a Ordem Maçônica, "morreu"
para as coisas do mundo profano! "Morreu" para o luxo, para a vaidade, para as preocupações e preconceitos dos
gozos transitórios. "Morto"assim, o homem profano deverá ser encerrado em um "túmulo" e dalí, tal como o grão
sepultado na terra surgirá um novo homem humilde, puro, sincero, justo e perfeito, um Maçom em fim!!
O PÃO E A ÁGUA – Dois alimentos comuns mas de importância transcendente para a vida do homem.
O Enxofre e o Sal – São os elementos simbólicos representando dois dos princípios dos hermetistas. O Enxofre e o
Sal têm significado profundo que deve ser bem penetrado pelo postulante. O enxofre é o símbolo do Espírito e o sal
o símbolo da Sabedoria e da Ciência.
A Ampulheta – Antigo instrumento destinado a medir o tempo. Com efeito, o tempo de encerramento na Câmara de
Reflexões é limitado e assim o postulante não deverá perdê-lo em fantasiosas lucubrações. A confirmação de sua
decisão deve demandar pouco tempo. Todos os elementos necessários estão alí para auxiliá-lo na sua resolução
final.
O Testamento - O Testamento é filosófico não se refere à disposição de bens após à morte. Trata, isto sim, de uma
afirmação de novos princípios segundo os quais deverá renunciar à sua vida profana, acorde com novos dados,
vazada em novas concepções.
Três questões lhe são formuladas neste "testamento" e as respostas a elas é que poderão ser julgados os propósitos
do postulante naquele momento e naquele ambiente onde tudo sugere austeridade. Eis as questões: "Quais são os
deveres do homem para com Deus e com a Pátria? "Quais são os deveres do homem para consigo mesmo?"; Quais
são os deveres do homem para com seus semelhantes?".
A resposta a estas perguntas constitui o testamento. As respostas, claras e precisas, possibilitarão aos irmãos a
avaliação do postulante.
O Galo – A figura de um galo, pintada na parede fronteira à mesa, é um símbolo que oferece muitas variações sobre
sua interpretação filosófical. Antes de tudo o galo sugere audácia e vigilância. Induz mais, à meditação lembrando de
que um novo dia se aproxima trazendo ao postulante uma nova e imortal aurora.
A Foice – A ceifadeira, desenhada na parede da Câmara de Reflexões induz à idéia de trabalho do agricultor na
colheita. Serve também para cortar as ervas daninhas e assim sugere ao postulante que todos os seus vícios e todas
as suas imperfeições deverão ser cortados antes que ele possa conhecer a verdadeira Luz.
Os Símbolos De Morte – Eles não aparecem na Câmara de Reflexões para assustar ou meter medo no postulante,
antes, indicam, simbolicamente, o fim da vida quando tudo aquilo que é motivo de preocupação e cuidados do
homem se reduz a uns poucos ossos. Riqueza, glórias, aplausos, miséria, fome, tristeza, tudo, tudo terá um dia o seu
fim.
A matéria de que é constituído o seu corpo voltará ao pó da terra de onde veio. Só o espírito, portados das
qualidades morais revestidas das virtudes, permanecerá eternamente vivo!
Vigilância e Perseverança – Na parede, próxima à lâmpada, em posição destacada, duas palavras chamam logo a
atenção do postulante: Vigilância e Perseverança. Estas duas palavras são uma mensagem que o postulante deve
receber de parte da Maçonaria, na qual ele é concitado a manter, quando for recebido Maçom, uma vigilância
constante e uma atenção aguçada para aprender, através de acurada investigação, todos os sentidos dos diversos
símbolos com que lhe será dado deparar.
Vitriol – "VisitaInterioraTerrae, Rectificandoque, Invenies Occultum Lapidem", ou seja: "Visita o interior da terra
e nele, retificando encontrará a pedra oculta". Eis aí um convite que a Ordem Maçônica faz ao postulante para, no
silêncio e na meditação pesquisar em sua própria alma todos os escaninhos, todas as minucidências, todas as
anfructuosidades dela a fim de encontrar o seu próprio "EU", o mais profundo do ser, o homem verdadeiro que habita
no corpo material.
As Frases – As outras frases, espalhadas pelas paredes e a que já nos referimos no princípio destas considerações,
são estimulos que servem para instruir e reanimar o postulante, fazendo-lhe vislumbrar os princípios maçônicos que
terá de aceitar, caso persista no seu propósito de se tornar Maçon, dando-lhe, em caso contrário, inclusive a
oportunidade de retirar-se não prosegundo, então a iniciação.
Necessário se faz lembrar, ao término destas considerações, que para a tranquilidade futura do postulante é, muitas
vezes melhor ser sincero e não prosseguir, quando assim ele julgar melhor durante a sua estada na Câmara de
Reflexões, do que insistir, contra a sua vontade apenas para mostrar que não tem medo. A sinceridade neste caso
evitará que ele se torne um mau Maçom, o que não é, de nenhuma forma, a vontade da Maçonaria.
Considerações Finais:: Ao ser encerrado na Câmara de Reflexões e desvendado, pude observar todos os
simbolos, objetos e frases descritos acima. Não consegui porém, entender tudo isto desta forma. Meus pensamentos
foram longe, pensei na minha família, em Deus, no meu trabalho e me perguntei: O que estou fazendo aqui? Qual é
o propósito de tudo isso? E não tinha as respostas. Ao ser despojado dos metais, imaginei que fossem aprontar tanto
comigo que poderiam quebrar o meu relógio, tropeçar, derrubar meus objetos dos bolsos, enroscar anéis em algum
lugar no qual poderia me machucar.
Quando então retiraram parte de minhas vestes e ainda de olhos vendados, neste momento me senti a mercê do
mundo e totalmente indefeso, neste momento, pude sentir a verdadeira opressão, a tirania e a injustiça. Neste
momento senti como as pessoas podem ser humilhadas ao acaso e que as opressões, as injustiças e a tirania
devem ser combatidos a qualquer custo.
Ao ver a "Luz" porém, pude perceber que estava cercado de homens de bem, à partir daquele momento "Ir.`. . O
maior significado de todo o ritual me vem agora, após esse período de estudos. Eu precisava saber como se sentem
as pessoas oprimidas para poder continuar lutando contra a Injustiça e a tirania e valorizar o amor ao próximo.
1. INTRODUÇÃO
Abordar este tema é uma tarefa complicada, difícil, resultante da escassez de documentos,
fruto natural de uma sociedade secreta. Porém, a sua acção deixou marcas profundas na
sociedade portuguesa, se atentarmos sobretudo, que a Implantação da República foi fruto da
Carbonária, e como em tudo na vida, a causas seguem-se consequências...
Muita gente confunde Maçonaria com Carbonária, ou pelo menos, associa uma destas
sociedades à outra. No entanto esta associação não se aparenta assim tão linear e muito
menos a Carbonária funcionou como o braço armado da Maçonaria como se tem escrito e
falado.
Embora não fossem carbonários todos os maçons, a Carbonária foi muitas vezes uma
associação paralela da Maçonaria.
Introduzida em Portugal entre 1822 e 1823, manifestou a sua dinâmica social e política
quando do Ultimato inglês em 1890 e de sobremaneira quando do desaire da revolta
republicana de 1891 e posteriormente em 1908 quando no Porto foi abortada outra revolta.
O inicio da sua actividade em Portugal, prende-se, sem dúvida, com antecedentes próximos,
com o estado de governação despótica exercida pelo marechal britânico Beresford, que
colocou a nação a ferro e fogo durante mais de uma década. É bom recordar, que entre as
suas vítimas se encontrou o marechal Gomes Freire de Andrade, Grão Mestre da Maçonaria
Portuguesa, enforcado no Forte de S. Julião da Barra, junto com outros companheiros,
acusados de conspiração com a sua governação.
Efectivamente, desde 1808, data em que por via das invasões francesas a corte procurou
refúgio no Brasil, o País passou a colónia brasileira. Porém, a verdade, é que após a ajuda
dos exércitos britânicos para a expulsão das tropas napoleónicas, Portugal passou a ser
governado pela Inglaterra.
Para parte do povo, vivia-se em estado de orfandade - os soberanos, "os paisinhos" estavam
longe... - para outra enorme fatia da população, a monarquia portuguesa encontrava-se
desacreditada.
A Carbonária funcionava como uma organização secreta com objectivos políticos e tinha por
defesa fundamental, a liberdade pública e a perfeição humana. Era declaradamente
anticlerical e adversária das congregações religiosas, o que não significa que os seus
membros fossem ateus. Estes homens, procediam maioritariamente das classes baixas, havia
no entanto no seu seio, elementos das classes média e alta. Todos eles recebiam treino
militar e defendiam o recurso às armas.
A sua extinção surgirá na sequência das divisões verificadas no interior do Partido Republica
Português e do triunfo da revolução do 28 de Maio de 1926 que pôs fim à 1ª República.
Segundo alguns autores, esta associação secreta remonta ao século XIII, época em que
apareceram em Itália os primeiros carbonários, ligando-se à continuação das lutas que se
haviam travado na Alemanha entre os Guelfos, partidários do Papa e os Gibelinos, partidários
do imperador. Aqueles não queriam a interferência de estrangeiros nos destinos de Itália;
estes, defendiam o poder do império germânico. A luta durou até ao século XV. Os Guelfos
reuniam no interior das florestas, nas choças dos carvoeiros, daí a designação de
carbonários. No entanto, outros autores referem a origem desta sociedade secreta em épocas
mais recentes.
A verdade, é que foi em Itália sem dúvida, que a Carbonária ganhou contornos, o rosto de
que ouvimos falar, consubstanciada com o aparecimento da "Jovem Itália" de Mazzini,
fundada em 1831 em Marselha.
No entanto, apesar dos esforços de Garibaldi, Cavour e Mazzini, a Carbonária não conseguiu
proclamar a República, porém, dois enormes trunfos foram alcançados: a unificação da Itália
e a abolição do poder temporal do Papa.
Em Portugal, Fernandes Tomás, José Ferreira Borges, Borges Carneiro e Silva Carvalho entre
outros, fundaram em 1818 uma sociedade secreta (uma pequena Carbonária) a que
chamaram Sinédrio, que preparou e fez eclodir a revolução liberal de 1820. Em 1828, um
reduzido número de estudantes da Universidade de Coimbra organizou um núcleo secreto, de
cariz carbonária, com o título de "Sociedade dos Divodignos", com a finalidade de combater a
monarquia absoluta de D. Miguel.
Denunciados por lentes dessa Universidade, perseguidos pelo rei caceteiro, a maioria acabou
tristemente na forca, outros emigrados. Um destes, foi encontrado no Algarve,
completamente miserável, transfigurado, exercendo a profissão de caldeireiro ambulante,
não se sabendo dele o nome nem o seu fim.
Por volta de 1850-1851, teve sede em Lisboa uma Carbonária com o nome de "Portuguesa",
dividida em secções chamadas choças, ou "lojas-carbonárias". Esta carbonária foi de curta
duração.
Pela Segunda metade do século XIX, surge em Portugal a Maçonaria Académica, que se irá
transformar em Carbonária. As Lojas Independência, Justiça, Pátria e Futuro passaram as
Choças, sendo os seus membros divididos em grupos de vinte. Cada um desses grupos ou
choças adoptou um nome diferente. Foram assim criadas vinte choças, presididas por uma
Alta Venda provisória.
Em breve, esta Carbonária foi integrada por elementos populares que foram sendo iniciados
na antiga rua de S. Roque, 117, último andar, em Lisboa, sede provisória da Carbonária
Portuguesa. A primeira Choça popular teve o nome República, seguindo-se a Marselhesa,
Companheiros da Independência, Mocidade Operária e Amigos da Verdade entre outras.
3. A ORGANIZAÇÃO CARBONÁRIA
aspa. - O símbolo solar com 32 raios, era o distintivo superior da Ordem, sendo unicamente
usado nas várias sessões magnas pelo Grão-Mestre. - A estrela de cinco pontas representava
o Bom Primo.
4. A ESTRUTURA DA CARBONÁRIA
Só o Grão-Mestre Sublime e a Alta Venda conheciam toda a organização sem desta serem
conhecidos, o que garantia o secretismo desta organização, reforçado pela rígida hierarquia e
pelo ritual iniciático que contemplava o uso de balandraus e de capuzes, caveiras, tíbias, etc..
Desde a sua criação até ao seu fim, a Carbonária Portuguesa teve oito Alta Venda, tendo sido
seu Grão-Mestre em todas elas, Luz de Almeida.
De todas a mais importante foi a Sexta, pois foram os seus elementos que participaram
decisivamente no 5 de Outubro de 1910, na ausência de Luz de Almeida, então exilado em
França.
5. A INICIAÇÃO
Era a este último que incumbia o secretismo das sessões, alertando ao mínimo movimento
suspeito nas imediações.
O neófito era vendado à entrada pelo bom primo Choupo, depois do interrogatório e após o
juramento, se era aceite, assinava então o seu compromisso de honra, muitas vezes com o
próprio sangue, como se segue: "Juro pela minha honra de cidadão livre guardar absoluto
segredo dos fins e existência desta sociedade, derramar o meu sangue pela regeneração da
Pátria, obedecer aos meus superiores e que os machados dos rachadores de cada canteiro se
ergam contra mim se faltar a este solene juramento".
Quanto ao bom primo Carvalho, lia os estatutos, em que referia que: "...os associados
deviam obedecer cegamente às ordens que lhes fossem dadas; guardar segredo tão absoluto
que nem às próprias famílias podiam revelar tudo quanto se passasse nas assembleias; que
deviam ser astuciosos, perseverantes, intrépidos, corajosos, solidários, destemidos e
valentes...".
6. CONCLUSÃO
A Carbonária foi uma sociedade secreta, política, organizada de modo a poder admitir
elementos de todas as classes sociais, desde as mais elevadas às mais baixas. Diferia
substancialmente da Maçonaria, esta mais tolerante em política e religião, e de carácter
burguês.
Embora tivesse favorecido e patrocinado a Revolução Republicana, a Maçonaria não foi a sua
alavanca, mas sim a Carbonária. O baluarte da Revolução encontrava-se implantado na zona
ribeirinha de Lisboa, muito embora abarcasse todo o País, num total de mais de 40 000
membros. Com a revolução triunfante, a Carbonária dissolve-se em bandos e clientelas
políticas, sobretudo na busca de empregos, desfazendo-se assim, o espírito igualitário e
fraterno cimentado por anos de luta.
INTRODUÇÃO:
compostos a partir das essências naturais e a propagá-las nos ambientes, por entre perfumes e
incensos.
A adoção místico-religiosa dos incensos partiu do seguinte princípio: se as fragrâncias suaves
eram agradáveis ao homem, deveriam ser, também, igualmente bem recebidas pelos deuses.
A mais antiga referência ao uso de substâncias aromáticas encontra-se em uma inscrição da 11ª
Dinastia do Egito, quando o rei Sankhara enviou uma expedição através do deserto à região de
Punt, hoje conhecida como Etiópia, na busca dessas substâncias. No antigo Egito o corpo dos
mortos era preparado para os ritos funerários com o uso de incenso e óleos aromáticos, com o
fim de afastar os maus espíritos que seguiam somente os odores nauseabundos.
Ainda no antigo Egito, entre algumas escolas de mistério - presume-se estarem ali correntes
formadoras da maçonaria - dizia-se que o incenso tinha estranhas propriedades físicas, que
produziam diversos efeitos sobre os seres humanos. Acreditava-se que a fumaça levava para o
alto as preces dos homens, estabelecendo uma perfeita harmonização com as divindades.
DESENVOLVIMENTO:
Determinando a construção do Tabernáculo, Deus disse a Moisés que ele fizesse um Altar para
queimar incenso, conforme registra a Bíblia:
“Farás também um Altar para queimar nele o incenso; de madeira de acácia o farás”
(Êxodo 30:1)
O incenso e sua fumaça possuem uma ação anti-séptica comprovada e essa ação física é
acompanhada de uma ação psíquica. Ele, alterando as vibrações do ambiente, pela
movimentação, proporciona um estado de alma particular propício à elevação espiritual. Veja-se
o que disse Deus a Moisés:
“Disse Deus a Moisés: toma substâncias odoríferas, estoraque, onicha e gálbano: estes aromatas
com incenso puro, cada um de igual peso; e disto farás incenso, perfume segundo a arte do
perfumista, temperando com sal, puro e santo ... Porém o incenso que fareis, segundo a
composição deste, não o fareis para vós mesmos; santo será para o Senhor”.
Após os anúncios ritualísticos de praxe, tendo ao fundo o amado Ir∴ Mestr∴ de Harm∴ feito soar
uma música própria, o amado Ir∴ Mestr∴ de CCer∴, em seu posto, deve mentalizar o
recebimento das energias cósmicas vindas pelo centro do Pavimento de Mosaico, dela se
envolvendo. Dirige-se ao Alt∴ dos PPerf∴, recolhe o turíbulo que deve conter brasas bem
ardentes, faz todo o seu giro de Incensação da Loja. Iniciando-o ao posicionar-se à direita do
Ven∴Mestr∴ para receber as três pitadas, em forma triangular, magnetizadas pelo Ven∴. Cada
pitada, respectivamente, pela Sabedoria, pela Força e pela Beleza. Conforme o Ritual as três
pitadas são de Rosa ou Benjoim em pó.
Diante do Alt∴ do Ven∴, no centro do Or∴, em frente ao Alt∴ dos JJur∴, na “linha imaginária”
que divide o Sul do Norte, incensa o Ven∴ Mestr∴ com três dutos. Dirige o primeiro para o lado
direito do Ven∴, o segundo para o lado esquerdo e o terceiro à cabeça daquele Oficial,
pronunciando após o último duto, “Sabedoria”. Após, dirige-se ao Alt∴ do amado Ir∴ Prim∴
Vigil∴ e procede da mesma forma, pronunciando após o terceiro duto central, “Força”;
progredindo em seguida até o Alt∴ do amado Ir∴ Seg∴ Vigil∴trabalha de idêntico modo,
pronunciando ao final do último duto, “Beleza”.
Em seguida dirigir-se-á ao Alt∴ do amado Ir∴ Orad∴ e de frente a ele, procede a um único duto,
em direção à cabeça do amado Ir∴ Orad∴, mentalizando, ato contínuo, “Justiça”. Prosseguindo,
passa por trás do Ven∴ Mestr∴, indo para frente do Alt∴ do amado Ir∴ Secr∴, procede a um
único duto, mentalizando agora, “Memória”.
Posta-se no centro da balaustrada que separa o Or∴ do Oc∴ e na “linha imaginária” que divide a
Col∴ do N∴ da Col∴ do S∴, de frente para o Oc∴, incensa a Loja por três vezes, sendo o
primeiro duto dirigido a Col∴do S∴, mentalizando “Liberdade”; o segundo, dirigido a Col∴ do
N∴, mentalizando “Igualdade” e o terceiro duto, dirigido ao centro, mentalizando “Fraternidade”.
Finalmente, entre CCol∴, voltar-se-á para o Or∴ e balançando o turíbulo na altura do coração,
lançará o primeiro duto ao N∴, o segundo ao S∴ e o terceiro ao centro da Loja, dizendo em
seguida, “Que a Paz Reine em Nossas CCol∴”.
Voltando-se para o amado Ir∴ Cobr∴ Inter∴ incensa-o por um só duto, na altura da cabeça,
mentalizando “Diligência” ou “Vigilância”. Entrega o turíbulo ao amado Ir∴ Cobr∴ Inter∴,
recebendo dele a espada pelo seguinte procedimento: com a mão direita, em que segura o
turíbulo, encosta na mão direita do amado Ir∴ Cobr∴ Inter∴ que está segurando a espada. Com
a mão esquerda, que segura a corrente, segura a mão esquerda do amado Ir∴ Cobr∴ Inter∴. No
sentido horário, sem soltar as mãos, dá um passo para o S∴ enquanto o amado Ir∴ Cobr∴
Inter∴ simultaneamente, dá um passo para o N∴. O segundo passo do amado Ir∴ Mestr∴ de
CCer∴ do S∴ para o Oc∴, enquanto o amado Ir∴ Cobr∴ Inter∴ do N∴ para o Or∴, isto faz
com que troquem momentaneamente de função.
De acordo com o Manual do Mestr∴ de CCer∴ da Maçonaria Adonhiramita, o amado Ir∴ Cobr∴
Inter∴ incensa primeiro o amado Ir∴ Mestr∴ de CCer∴ por um duto à altura da cabeça,
mentalizando “Harmonia”. Tal procedimento difere do determinado pelo Ritual de Aprendiz
Adonhiramita. Neste não há determinação de incensar ao amado Ir∴ Mestr∴ de CCer∴ pela
simples razão que este é permanentemente incensado em toda a sua circulação. É ele que
estabelece o equilíbrio da Loja. A razão que os IIr∴ tiveram ao introduzir essa prática foi a
necessidade de totalizar vinte e um dutos, e também, alegaram que o amado Ir∴ Mestr∴ de
CCer∴ tendo trocado de função momentaneamente com o amado Ir∴ Cobr∴ Inter∴, passou a
ser o Cobr∴ Inter∴, e como tal deve ser o último a ser incensado.
Em seguida, o amado Ir∴ Mestr∴ de CCer∴ abre a porta para que o amado Ir∴ Cobr∴ Inter∴,
da soleira do Templo (sem sair), incensa por duas vezes o exterior da Loja, dirigindo um duto
para o N∴ e outro para o S∴ mentalizando, respectivamente, Paz e Amor ou Concórdia,
correspondendo a incensação do Amado Irm ∴ Cobr∴ Exter∴, o Amado Irm ∴ Prim∴ Exp∴.
Após isso, com os mesmos procedimentos, o amado Ir∴ Cobr∴ Inter∴ e o amado Ir∴ Mestr∴ de
CCer∴ trocam seus materiais litúrgicos e completam o giro, no sentido horário, voltando os dois
Amados IIr∴ às suas funções de ofício. O amado Ir∴ Mestr∴ de CCer∴ retorna ao Or∴ e
deposita o turíbulo no Alt∴ dos PPerf∴, que sempre estará ao pé dos degraus do Alt∴ da
Sabed∴, do mesmo lado do Alt∴ do Amado Iir ∴ Orad∴.
Nesse ponto cessa a mentalização da captação da energia, que terá sido distribuída por toda a
Loja, pela evolação da fumaça do incenso que esparge os elétrons da energia gerada pela
mentalização do amado Ir∴ Mestr∴ de CCer∴, que deve ser acompanhada por todos os
Amados Ir∴ presentes.
Conclusão:
A cerimônia de Incensação é uma alegoria esotérica que concentra todas as energias do
Universo a uma força única. O simbolismo do incenso está, ao mesmo tempo, na dependência do
simbolismo da fumaça e do perfume, como também, das resinas inalteráveis que servem para
prepará-los.
As árvores produtoras dessas resinas tem sido tomadas, por vezes, como símbolos do Cristo. O
incenso tem a incumbência, pois, de elevar a prece para o céu, e nesse sentido, é um emblema
da função do Amado Ir ∴ Mestr∴ de CCer∴: esta é a razão pela qual um dos Reis Magos
ofereceu o incenso ao Menino Jesus.
O uso do incensamento, que é universal, tem em toda parte o mesmo valor simbólico: associa o
homem à divindade, o finito ao infinito, o mortal ao imortal.
O incenso tem um duplo significado. Ele sobe para o G∴ A∴ D∴ U∴ como um símbolo das
orações dos irmãos; mas também se espalha pelo Templo como um símbolo do suave perfume
da bênção divina, e assim o Amado Ir ∴ Mestr∴ de CCer∴ o impregna de uma influência
sagrada, com a idéia de que, onde quer que o aroma possa penetrar, por onde quer que a menor
de suas partículas possa passar, levará consigo um sentimento de paz e de pureza, expulsando
todos os pensamentos não-harmoniosos.
Com o ofício da incensação , obtêm-se quatro objetivos distintos:
Primeiro: Seja qual for o escopo da parte invocatória do serviço, numerosas pessoas se reúnem
para orar ou meditar, criando assim uma forma-pensamento de grandes proporções;
Segundo: Uma boa soma de força flui em conseqüência, e ativa as faculdades espirituais dos
participantes;
Terceiro: O esforço simultâneo sincroniza as vibrações de seus corpos, tornando-os com isso,
mais receptivos;
Quarto: Sendo sua atenção concentrada no mesmo objetivo, cooperam eles entre si, e há,
portanto, estímulos recíprocos.
Durante nossas seções maçônicas, e mesmo nos períodos de meditação, quando isoladamente
nos preparamos para comungar com o G∴ A∴ D∴ U∴ no nosso templo interior, devemos
buscar meios que facilitem a ligação espiritual do homem com o seu criador.
Estando a Loja purificada com a Incensação, que propicia a união fraternal de todos os Obr∴
presentes, torna os mesmos aptos a merecer a presença de SUA LUZ (do G∴ A∴ D∴ U∴), que
os protegerá, libertando-os das trevas.
Os meios e os recursos de estabelecer comunhão com Deus são tão numerosos quanto às
religiões que os homens criaram e a flexibilidade que sua imaginação permitiu. O fato é que
mesmo hoje em dia, nas igrejas de seitas cristãs tradicionais e respeitadas, nas lojas maçônicas
de todo o mundo ou em qualquer lugar onde se deseje a ligação entre os planos material e
espiritual, o incenso está presente e auxiliando no desenvolvimento espiritual.
TRABALHO BASEADO NO RITO ADONHIRAMITA
BIBLIOGRAFIA:
M∴I∴ COSTA, Orlando Soares da – 31∴ - F.R.C.-S\I\.Metástase Maçônica. Editora Europa, Rio
de Janeiro, 1999. 325p.
A Coluna “B”
Este Trabalho do grau de Aprendiz não tem a pretensão de esgotar o assunto sobre as Colunas do Templo
Maçônico, por sua natureza histórica e polêmica e muito menos dissociar uma coluna da outra por serem, como
veremos, indissociáveis e, para isso, irá reunir o conhecimento de vários estudiosos nesse assunto e citações
bíblicas sem, entretanto, se afastar da relação que existe entre o Ir∴ Aprendiz e a “Coluna do Norte” ou Coluna “B”.
Etimologicamente o termo “coluna” tem uma série de significados e na Maçonaria recebe uma gama de Símbolos,
quer na ordem arquitetônica ou na esfera zodiacal. Nas esferas simbólicas, três colunas são por demais conhecidas;
também denominadas Pilares Alegóricos: Jônica, Dórica e Coríntia e personalizadas no Venerável Mestre, 1o. e 2o.
Vigilantes, respectivamente, e que representam a Sabedoria, a Força e a Beleza.
Ainda na área simbólica, denominam-se de “Coluna do Norte” e “Coluna do Sul” as fileiras de cadeiras colocadas à
esquerda e à direita da parte ocidental do Templo. Segundo Boanerges, as Colunas são os objetos que mais
despertam a atenção do Aprendiz. Assentado na “Coluna do Norte” ele vê, à sua direita, próximo à entrada do
Templo, duas Colunas em que as letras “B” e “J” despertam a sua curiosidade. O Ap∴ assenta-se na coluna do
Norte, isto é, a Coluna “B”, junto à qual se encontra a Pedra Bruta. Aslan ensina: “Simbolicamente, o Norte é o lado
menos iluminado do Templo, por isso nele têm assento os Aprendizes no Rito Escocês Antigo e Aceito”.
A Posição destas Colunas é um dos assuntos mais polêmicos e controvertidos em Maçonaria, e elas advieram no
que conceitua a Bíblia, por ocasião da construção do Templo de Salomão. Vamos verificar e analisar seu texto em
1o. Reis capítulo VII versículos 15 a 22:
15 – Formou duas colunas de bronze; a altura de cada uma era de dezoito côvados, e um fio de doze côvados era a
medida de sua circunferência.
16 – Também fez dois capitéis de fundição de bronze para pôr sobre o alto das colunas: de cinco côvados de altura
era cada um deles.
17 – Havia obra de rede, e ornamentos torcidos em forma de cadeia para os capitéis que estavam em cima das
colunas; sete para um e sete para o outro.
18 – Fez também romãs em duas fileiras por cima da obra de rede para cobrir o capitel no alto da coluna; o mesmo
fez com o outro capitel.
19 – Os capitéis que estavam no alto das colunas eram de obra de lírios, como na Sala do Trono e de quatro
côvados.
20 – Perto do bojo, próximo à obra de rede, os capitéis que estavam no alto das colunas tinham duzentas romãs,
dispostas em fileiras em redor sobre um e outro capitel.
21 – Depois levantou as colunas no pórtico do templo, tendo levantado a coluna direita, chamou-lhe Jaquim; e tendo
levantado a coluna esquerda, chamou-lhe Boaz.
22 – No alto das colunas estava a obra de lírios e assim acabou a obra das colunas”.
Lendo atentamente a descrição das colunas poderíamos deduzir que haviam 2 capitéis superpostos, sendo um de 5
côvados de altura e o outro de 4 côvados, o que levaria a uma altura total de 27 côvados, ficando o módulo igual a 7.
O texto bíblico fala de 7 fileiras de pequenas correntes, de um lírio de 4 côvados de altura e de capitéis de 5 côvados
de altura. Se o capitel tinha 5 côvados de altura e os lírios 4, restaria apenas uma altura de 1 côvado no qual
deveriam estar localizadas as 7 fileiras de pequenas correntes. Assim estas seriam então de dimensões muito
reduzidas e pouco visíveis de uma altura de cerca de 10 metros. O texto bíblico não menciona nenhum pedestal e é
provável que estes não existiram e as colunas deveriam ter sido colocadas diretamente na terra sobre uma base de
pedra. Lendo-se Jeremias capítulo III, versículo 21, verificamos que a altura das colunas era de 18 côvados, número
este que concorda com 1º Reis, somados aos 5 côvados dos capitéis daria, para cada coluna, uma altura de 23
Em princípios do século XVIII, os únicos símbolos existentes em uma Loja Maçônica, sob forma de colunas, eram as
Colunas “B” e “J”. Como outros símbolos Maçônicos, as duas colunas eram desenhadas no assoalho, dentro de um
quadrilongo. Transformava-se, dessa forma, o local em que se realizava a reunião em uma Loja Maçônica.
A transcrição de um trecho de um trabalho inserido em “Introdução à Maçonaria” de Rizzardo de Camino diz: “Ao nos
referirmos às Colunas Maçônicas, seja-nos permitido dizer que o desenvolvimento da arquitetura afastou dos
Templos Maçônicos o estilo primitivo, pois os que se adotam na atualidade são de três ordens: Dórica, Jônica e
Coríntia. Até as duas Colunas do átrio distanciaram-se tanto das idealizadas por Salomão que apenas conservaram
os símbolos representados pelas romãs.
Uma coluna no aspecto material é um pilar cilíndrico destinado a sustentar uma abóbada ou uma ornamentação.
No antigo Egito as colunas eram monolíticas. Temos na ordem arquitetônica clássica, oito espécies: Salomônica,
Egípcia, Assíria, Dórica, Jônica, Coríntia, Compósita e Toscana. Cada coluna obedece a medidas exatas e se divide
em nove partes: Saco, base, fuste, capitel, arquitrave, friso e cornija. Consoante o estilo de cada uma destas partes,
surgem ornamentos peculiares.
Algumas peculiaridades dessas colunas são verificadas assim: a coluna Dórica, que é a mais simples e vigorosa, é
a mais antiga. Caracteriza-se pela ausência de base assentando a coluna sobre o embasamento geral. É de forma
cônica com um ligeiro engrossamento no terço superior. O fuste é canelado de arestas vivas. O capitel tem vários
filetes, um toro ou espinha dilatados que suporta uma goteira quadrada. O entablamento compõe-se de uma
arquitrave elevada e lisa, de um friso decorado com métopes e tríglifos e de uma cornija guarnecida de mútuos
inclinados.
A coluna Jônica caracteriza-se por possuir um capitel ornado de duas volutas laterais.
A coluna Coríntia é a mais formosa pela harmonia de suas proporções e pela decoração de folhas de acanto dos
seus capitéis. A coluna Coríntia possui um fuste liso ou canelado com vinte a trinta caneluras. A base é Ática ou
Jônica. A altura do entablamento é a quinta parte da altura da coluna. O friso é muito ornamentado ou liso e a cornija
também, que varia nas suas proporções e decoração. Há também a composição entre várias ordens e estilos,
surgindo belos trabalhos, como a coluna Compósita. Há um sem número de colunas com estilo moderno, a saber:
Ática, Gótica, Rostada, Abalaustrada, Embebida, Isolada, etc., etc.
A Maçonaria guarda até hoje em seus Templos a lembrança destas colunas, não colocadas fora do Templo, mas
sim, em seu interior, logo depois da porta de entrada e as faz menores que as originais, com medidas proporcionais
ao Templo. São de madeira ou de tijolos e não de bronze como eram as primitivas e mais, são maciças e não ocas.
As colunas do Templo de Salomão eram de bronze que simbolizava a eterna estabilidade das leis da natureza. Ainda
hoje a Maçonaria vê no bronze este emblema e por isto ele representa a base da doutrina maçônica em que os
princípios da iniciação são imutáveis e se transmitem de uma a outra civilização.
Outra razão de estarem as colunas na entrada do Templo, era que por entre elas havia de passar aquele que,
procedente do mundo profano da vida comum, entrava no mundo superior da Loja, e sob este aspecto simbolizavam
o vencimento em sua natureza inferior, de turbulência das emoções pessoais e da versatilidade da mente concreta.
Somente então estava o homem estabelecido na fortaleza, tendo o poder para executar e a sabedoria para dirigir.
Boanerges conclui que as Colunas servem de canal por onde descem as benesses do G∴ A∴ D∴ U∴ e por onde
sobem as puras aspirações humanas. É neste continuo descer e subir que consiste a grande Lei Divina da Involução
e Evolução que rege a Iniciação Maçônica.
É por isso que as colunas “B” e “J” simbolizam a Lei da Iniciação.
Bibliografia
Alves, Derly Halfeld - Peças de Arquitetura - Editôra Maçônica A Trolha - 1a. Edição - 2002
Castro, Boanerges Barbosa – Templo Maçônico e seu Simbolismo – Editora Aurora – 3a. Edição Carvalho,
Assis - Caderno de Estudos Maçônicos - No. 8 - Símbolos Maçônicos e suas origens - Editora Maçônica A
Trolha - 1a. Ediçãão
Rodrix, Z - Diário de Um Construtor do Templo - Editora Record - 1999
Êxodo: 13, 21
Jeremias: 52, 20-23
Reis: 7, 15-22
A Constituição de Anderson
e leais ou homens honrados e honestos, quaisquer que sejam as denominações ou crenças que os
possam distinguir. Por consequência, a Maçonaria converte-se no Centro de União e no meio de
conciliar uma amizade verdadeira entre pessoas que poderiam permanecer sempre distanciadas.
II - Do Magistrado Civil supremo e subordinado
Uma Loja é o local onde se reúnem e trabalham pedreiros. Portanto, toda a assembleia ou
sociedade de pedreiros, devidamente organizada, é chamada loja, devendo todo o irmão pertencer a
uma e estar sujeito ao seu regulamento e aos regulamentos gerais. Uma loja é particular ou geral e
será melhor entendida pela sua frequência e pelos regulamentos da loja geral ou Grande Loja, adiante
apensos. Nos tempos antigos, nenhum mestre nem companheiro se podia ausentar dela,
especialmente quando avisado para comparecer, sem incorrer em severa censura, a menos que
parecesse ao mestre e aos vigilantes que a pura necessidade o impedira.
As pessoas admitidas como membros de uma loja devem ser homens bons e leais, nascidos livres
e de idade madura e discreta, nem escravos, nem mulheres, nem homens imorais ou escandalosos,
mas de boa reputação.
Toda a promoção entre pedreiros é baseada apenas no valor real e no mérito pessoal, a fim de que
os senhores possam ser bem servidos, os irmãos não expostos à vergonha e a arte real não seja
desprezada. Portanto, nenhum mestre nem vigilante é escolhido por antiguidade, mas pelo seu érito.
Torna-se impossível descrever estas coisas por escrito, e cada irmão deve ocupar o seu lugar e
aprendê-las na maneira própria desta Fraternidade. Fiquem apenas sabendo os candidatos que
nenhum mestre deve tomar aprendiz a menos que tenha ocupação bastante para ele e a menos que
se trate de um jovem perfeito, sem mutilação nem defeito no corpo que o torne incapaz de aprender a
arte, de servir o senhor do seu mestre, e de ser feito irmão e depois companheiro em tempo devido,
mesmo após ter servido o número de anos consoante requeira o costume do país; e que ele provenha
de pais honestos; de maneira que, quando qualificado para tal, possa ter a honra de ser vigilante,
depois mestre da loja, grande vigilante e, por fim, grão-mestre de todas as lojas, conforme ao seu
mérito.
Nenhum irmão pode ser vigilante sem ter passado pelo grau de companheiro; nem mestre sem ter
actuado como vigilante; nem grande-vigilante sem ter sido mestre de loja; nem grão-mestre a menos
que tenha sido companheiro antes da eleição, e que seja de nascimento nobre ou gentleman da
melhor classe ou intelectual eminente ou arquitecto competente ou outro artista saído de pais
honestos e de grande mérito singular na opinião das lojas. E para melhor, mais fácil e mais honroso
desempenho do cargo, o grão-mestre tem o poder de escolher o seu próprio grão-mestre substituto,
que deve ser ou deve ter sido mestre de uma loja particular e que tem o privilégio de fazer tudo aquilo
que o grão-mestre, seu principal, pode fazer, a menos que o dito principal esteja presente ou
interponha a sua autoridade por carta.
Estes dirigentes e governadores, supremos e subordinados, da antiga loja, devem ser obedecidos nos
seus postos respectivos por todos os irmãos, de acordo com os velhos preceitos e regulamentos, com
toda a humildade, reverência, amor e diligência.
Todos os pedreiros trabalharão honestamente nos dias úteis para que possam viver honradamente
nos dias santos; e observar-se-á o tempo prescrito pela lei da terra ou confirmado pelo costume.
O mais apto dos companheiros será escolhido ou nomeado mestre ou inspector do trabalho do
Senhor; e será chamado mestre por aqueles que trabalham sob ele. Os obreiros devem evitar toda a
linguagem grosseira e não se tratar por nomes descorteses, mas sim por irmão ou companheiro; e
devem comportar-se com urbanidade dentro e fora da loja.
Tanto o mestre como os pedreiros, recebendo os seus salários com exactidão, serão fiéis ao Senhor
e terminarão o trabalho honestamente, quer ele seja à tarefa quer ao dia; não converterão em tarefa
o trabalho que costume ser ao dia.
Ninguém terá inveja da prosperidade de um irmão, nem o suplantará, nem o porá fora do trabalho
se ele for capaz de o terminar; porque nenhum homem pode terminar o trabalho de um outro com o
mesmo proveito para o Senhor a menos que esteja completamente familiarizado com os desenhos e
planos daquele que o começou.
Quando um companheiro for escolhido como vigilante do trabalho sob o mestre, será leal tanto
para com o mestre como para com os companheiros, vigiando zelosamente o trabalho na ausência do
mestre, para proveito do Senhor; e os seus irmãos obedecer-lhe-ão.
Todos os pedreiros empregados receberão o salário em sossego, sem murmurar nem se amotinar,
e nã abandonarão o mestre até o trabalho estar concluído.
Cada irmão mais jovem será instruído no trabalho, para se evitar que estrague os materiais por
falta de conhecimento e para aumentar e continuar o amor fraternal.
VI - Da Conduta
Não organizareis comissões privadas nem conversações separadas sem permissão do mestre, nem
falareis de coisas impertinentes nem indecorosas, nem interrompereis o mestre nem os vigilantes nem
qualquer irmão que fale com o mestre; nem vos comportarei jocosamente nem apalhaçadamente
enquanto a loja estiver ocupada com assuntos sérios e solenes; nem usareis de linguagem indecente
sob qualquer pretexto que seja; mas antes manifestareis o respeito devido aos vossos mestre,
vigilantes e companheiros e venerá-los-eis.
Se surgir alguma queixa, o irmão reconhecido culpado ficará sujeito ao juízo e à decisão da loja, a
qual constitui o juiz próprio e competente para todas as controvérsias desse tipo (salvo se seguir apelo
para a Grande Loja) e à qual elas devem ser referidas, a menos que o trabalho do Senhor seja no
entretanto prejudicado, motivo pelo qual poderá usar-se de processo particular; mas nunca deveis
recorrer à lei naquilo que respeite à Maçonaria sem absoluta necessidade, reconhecida pela loja.
3. Conduta quando irmãos se encontram sem estranhos mas não em loja formada.
Deveis cumprimentar-vos uns aos outros de maneira cortês, como vos ensinarão, chamando-vos
uns aos outros irmãos, dando-vos livremente instrução mútua quando tal parecer conveniente, sem
serdes vistos nem ouvidos e sem vos ofenderdes uns aos outros nem vos afastardes do respeito que é
devido a qualquer irmão, mesmo que não fosse pedreiro. Porque embora todos os pedreiros sejam
como irmãos, ao mesmo nível, a Maçonaria não retira ao homem a honra que ele antes tinha; pelo
contrário, acrescenta-lhe honra, principalmente se ele bem mereceu da Fraternidade, a qual deve
conceder honra a quem for devida e evitar as más maneiras.
Sereis prudentes nas vossas palavras e atitudes, a fim de que o mais penetrante dos estranhos não
seja capaz de descobrir ou achar o que não convém sugerir; por vezes desviareis a conversa e
conduzi-la-eis com prudência, para honra da augusta Fraternidade.
Deveis proceder como convém a um homem moral e avisado; em especial, não deixeis família,
amigos e vizinhos conhecer o que respeita à loja, etc. mas consultai prudentemente a vossa própria
honra e a da antiga Fraternidade por razões que não têm aqui de ser mencionadas. Deveis também ter
em conta a vossa saúde, não vos conservando fora de casa, depois de terem passado as horas de loja;
evitai os excessos de comida e de bebida, para que as vossas famílias não sejam negligenciadas nem
prejudicadas e vós próprios incapazes de trabalhar.
Deveis examiná-lo com cuidado, da maneira que a prudência vos dirigir de forma que não vos
deixeis enganar por um ignorante e falso pretendente, a quem rejeitarei com desprezo e escárnio,
evitando dar-lhe quaisquer sinais de reconhecimento.
Contudo, se descobrirdes nele um irmão verdadeiro e genuíno, então deveis respeitá-lo; e, se ele
tiver qualquer necessidade, deveis ajudá-lo se puderdes ou então dirigi-lo para quem o possa ajudar.
Deveis empregá-lo durante alguns dias, ou recomendá-lo para que seja empregado. Mas não sois
obrigado a ir além das vossas possibilidades, somente a preferir um irmã pobre, que seja homem bom
e sincero, a quaisquer outros pobres em idênticas circunstâncias.
Finalmente, todas estas obrigações são para observardes, e assim também as que vos serão
comunicadas por outra via; cultivando o amor fraternal, fundamento e remate, cimento e glória desta
antiga Fraternidade, evitando toda a disputa e querela, toda a calúnia e maledicência, não permitindo
a outros caluniar um irmão honesto, mas defendendo o seu carácter e prestando-lhe todos os bons
ofícios compatíveis com a vossa honra e segurança e não mais. E se algum deles vos fizer mal, dirigi-
vos à vossa própria loja ou à dele; e daí, podeis apelar para a Grande Loja, aquando da Comunicação
Fonte: Anderson's Constitutions, Constitutions d'Anderson 1723, texte anglais de l'édition de 1723,
introduction, traduction et notes par Daniel Ligou, Paris, Lauzeray International, 1978, tradução
directa do inglês para português, in A Maçonaria Portuguesa e o Estado Novo - 2ª Edição, de A. H. de
Oliveira Marques, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1983 (pp. 76-82)
A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO
Segundo os registos bíblicos do Livro de Crónicas, construir um Templo ao Deus de Israel era uma ideia
que David, pai de Salomão, tinha em mente executar desde que se tornara Rei. Mas Deus proibira-o de
tal, pois David havia participado em inúmeras guerras e com isso derramado muito sangue.
Deus prometeu a David que teria um filho, que se chamaria Salomão, e ele seria quem poderia construiria
o Templo, pois seria um homem da Paz.
Como Salomão era muito novo, David, antes de morrer, começou os preparativos para o Templo. Juntou
muito ouro, prata, ferro e bronze e deixou madeira e homens experientes para trabalharem estes
materiais. Entregou a Salomão o desenho (planta) do Templo, juntamente com os pesos e medidas de
cada objecto que iriam ser utilizados. Também deixou especificadas instruções sobre o trabalho dos
sacerdotes e dos levitas (encarregados do louvor). Tudo isto foi feito seguindo à risca todas as instruções
que Deus havia deixado.
O Rei David também aconselhou Salomão a ser forte e a que guardasse os Mandamentos do Senhor.
Restava agora a Salomão seguir os planos de seu pai e construir o Templo, no qual se passaram a
guardar a Arca da Aliança e os objectos sagrados. Por outro lado, o Templo também era importante no
âmbito político, pois simbolizava a unidade nacional. O povo hebreu precisava estar unido e a melhor
O Templo congregaria pessoas de várias partes e simbolizaria a presença do Deus de Israel no meio do
seu povo. O povo de Israel ficaria ao redor do Templo adorando, bendizendo, fazendo petições e
holocaustos a Deus.
O Tabernáculo era o lugar de culto do povo de Israel antes da construção do Templo. Nele se guardavam
a Arca da Aliança e os objectos sagrados.
O Templo seria edificado em Jerusalém no monte Moriá. A sua construção foi iniciada no segundo dia do
segundo mês do quarto ano do reinado de Salomão (II Crónicas 4:2). Para a obra, o Rei fez um
recenseamento dos estrangeiros e contou 153.600. Destes, designou 70.000 para o transporte dos
materiais, 80.000 para cortar pedras nas montanhas e 3.600 para dirigir os serviços. Foram necessários
também 30.000 trabalhadores de Israel que se subdividiram em grupos de 10.000 homens. Estes iam em
levas para o Líbano buscar cedros e eram dirigidos por Adonirão. Ficavam um mêsno Líbano evoltavam
para descansar dois meses.
Quem fez o trabalho pesado na construção do Templo foram os estrangeiros, pois era proibido dar aos
pagãos o privilégio de dirigir, fazendo dos israelitas escravos.
O cedro era cortado, embarcado em diversos portos da Fenícia e transportado por via marítima para
desembarcar em Jafa de onde a madeira era transportada até Jerusalém que ficava a 68 km.
Salomão recebeu de Hiram toda a madeira de que precisou e em troca Hiram recebia vinte mil coros de
trigo para prover sua casa e vinte mil batos (décima parte do coro) de azeite de oliveira por ano. Hiram
auxiliou Salomão em vários de seus empreendimentos, indicou especialistas no tratamento do ouro, feno,
prata e bronze para a obra de entalhe.
O rei utilizou para a edificação do Templo pedras grandes e lavradas. "Todos os edifícios eram feitos de
pedras escolhidas, talhadas sob medida, serradas por dentro e por fora (...) (I Reis 7: 9). As suas medidas
eram: 60 côvados de comprimento;20 côvadosdelargurae30côvados dealtura. O Templo possuía 3
divisões principais; o pórtico (saguão de entrada), o santuário (salão principal) e o santo dos santos
(santuário interior em forma de cubo). Era pequeno para o número de funcionários utilizados, mas foi uma
das obras públicas mais dispendiosas da época. Foi edificado inteiramente com pedras e conta a Bíblia
que enquanto se construía não se ouvia nem som de martelo, machado ou de instrumento de ferro. As
paredes internas e o teto eram forrados de ouro. A parte central era forrada com madeira de cipreste e
coberta com placas de ouro. Nas paredes havia desenhos de palmeiras e correntes. Havia também jóias
fixas nas paredes que aumentavam a sua beleza interior. O ouro era da melhor qualidade e revestia todas
as paredes, portas e batentes.
Dentro do Templo, numa das extremidades, ficava o lugar mais sagrado de todos, o Santo dos Santos.
Era o lugar mais recôndito do Templo e nele, somente uma vez por ano, no dia da Expiação, o sumo
sacerdote entrava para oferecer sacrifício para perdão dos seus próprios pecados e o sacrifício pelos
pecados do povo. Era no Santo dos Santos que ficava a Arca da Aliança.
O lugar era coberto de ouro e tinha um altar de madeira revestido também a ouro, bem como dois
querubins iguais feitos de madeira e revestidos no mesmo metal precioso. Tinha 10 côvados de altura. Os
querubins simbolizavam a protecção das coisas sagradas, neste caso, a Arca da Aliança. (O povo não
podia ver os querubins, pois só o sumo sacerdote tinha acesso ao Santo dos Santos).
Hiram, um artesão encarregado de obras de bronze, fez duas colunas de bronze, enfeitadas com romãs,
que não tinham a função de sustentar mas sim a de ornamentar.
Seus nomes eram Jaquim (ele estabelecerá) e Boaz (ele vem em poder). Fez o Mar de Fundição ou Mar
de Bronze, um tanque grande que era o principal depósito de água destinada aos ritos de purificação para
a santificação. Era usado pelos sacerdotes. O vaso de Amatunte, no Museu do Louvre dá uma ideia
provavelmente precisa do que foi o Mar de Bronze do Templo de Jerusalém. Fez além destas obras, 10
pias (para a lavagem dos holocaustos), pás (para pegar as cinzas dos altares), caldeirões e bacias.
Salomão terminou as obras do Templo e trouxe então para o seu interior os tesouros que David havia
dedicado ao Senhor.
A Arca
O Templo serviria para guardar os tesouros mais valiosos do reino, o mais valioso era a Arca da Aliança.
A Arca era uma caixa de 1,20 m de comprimento, 0,75 m de largura e 0,75 m de altura. Era feita de
madeira de acácia e recoberta de ouro puro. Continha, num período anterior ao de Salomão, as duas
tábuas dos Dez Mandamentos, um vaso com maná e a vara de Arão. Era um símbolo da presença e da
glória de Deus, santificava o lugar onde repousava.
A Arca era transportada só por sacerdotes ou por levitas e na festa dos tabernáculos, no mês de Outubro,
os sacerdotes levaram-na para o Templo.
O Rei Salomão e todo o povo reuniu-se diante dela e ofereceu sacrifícios de ovelhas e de bois. Eram
tantos os animais que não puderam ser contados. Os sacerdotes colocaram a Arca no Templo, dentro do
Santo dos Santos, debaixo das asas dos querubins. Quando os sacerdotes voltavam do Santo dos
Santos, uma nuvem brilhante encheu o Templo e foram obrigados a sair, porque a G1ória do Senhor
preenchia todo o espaço.
Pediu que abençoasse o povo agradecendo a Deus pela sua felicidade e pelas demais bênçãos. Também
pediu que se cumprisse a promessa de manter a descendência de David no poder. Na sua oração de
louvor a Deus, pede ainda que proteja o Templo de dia e de noite e que responda às suas orações e às do
povo de Israel. Pede que a Justiça de Deus prevaleça nas causas do povo e que Deus perdoe sempre
quando se mostrarem arrependidos de coração. Pede também resposta à oração dos estrangeiros. Esta
oração de Salomão é a mais longa registada nas Sagradas Escrituras (I Reis 8: 22 a 53).
Ao final o Rei despede o povo. Em resposta, o povo abençoa o Rei e a Arca toma seu lugar no Templo
entre grandes solenidades. Depois de todas as obras de construção relativas ao Templo serem
concluídas, Deus responde à oração de Salomão fazendo um único pedido, que seja fiel e obediente para
que as suas promessas possam ser cumpridas. Recorde-se a aliança de Salomão com Deus: obediência
implica bênção e desobediência implica maldição.
Três vezes por ano Salomão oferecia holocaustos e sacrifícios de comunhão sobre o altar que erguera e
queimava perfumes diante de Jeová. E assim acabou ele a construção do Templo que demorou sete
anos.
Havendo necessidade, na segunda metade do século XIX, de tomar algumas medidas que tornassem consensual a
prática do Rito Escocês Antigo e Aceito, inclusive no que se referia à cor do rito e aos aventais, embora estes, em
todas as instruções anteriores, fossem orlados de vermelho, realizou-se em Lausanne, em 1875, um Congresso de
Supremos Conselhos, que, em relação, especificamente, ao tema em pauta, resolveu:
2. O avental do Aprendiz Maçom é branco, de pele de carneiro, com abeta triangular levantada e sem nenhum
enfeite;
3. O avental do Companheiro Maçom é branco, com a abeta triangular abaixada, podendo ter uma orla vermelha;
5. O avental é o símbolo do trabalho e lembra, ao obreiro, que ele deve ter uma vida laboriosa;
Alguns autores questionam as resoluções de Lausanne, porque este Congresso reuniu poucos participantes. Ora,
como em qualquer sociedade, os ausentes, que deixam de atender ao chama-mento, devem aceitar o que os
presentes decidirem.
Mas, alem disso, aí estão rituais e instruções anteriores e posteriores à Convenção de Lausanne, mostrando qual
é, na realidade a cor do Rito. Para ficar só nos nacionais, podemos citar os seguintes trechos, de publicações
anteriores a 1875:
"As paredes do templo, cortinas, mesas, docel, etc., são forradas de encarnado no rito escocês e de azul nos ritos
moderno e Adonhiramita; nestes dos últimos, os galões e franjas dos paramentos devem ser de prata ou de fazenda
de cor branca, e no primeiro, de ouro" (Guia dos Maçons Escoceses, ou Reguladores dos Três Graus Simbólicos do
Rito Antigo e Aceito, do Grande Oriente Brazileiro - Rio de Janeiro - 1834 - página 46) --- os grifos são meus.
"Grau 3o. - Fita azul orlada de escarlate a tiracollo da esquerda para a direita, suspensa em baixo a jóia, que é um
esquadro e um compasso de ouro entrelaçados. A jóia pode ser cravejada de pedras. Avental branco de pele forrado
e orlado de escarlate, com uma algibeira abaixo da abeta, sobre a qual estão bordadas as letras M.: B.:" (no mesmo
Guia dos Maçons Escocês, capítulo referente a insígnias e jóias - página 49) --- os grifos são meus.
"O encarnado é o característico do escocismo" (Regulador Geral do Rito Escocês Antigo e Aceito para o Império
do Brasil - Rio de Janeiro - 1857 - pág. 46) --- os grifos são meus. O mesmo regulador, na mesma página, para
estabelecer as diferenças com os outros dois ritos então praticados no país, Moderno e Adoniramita, destaca que,
para esses ritos "o azul é o característico, razão porque são estes dos ritos chamados azues" (os grifos são meus).
"A Loja é decorada com estofo ou tapeçaria encarnada" (Manual Maçônico ou Cobridor dos Ritos Escocês Antigo e
Aceito e Francês ou Moderno - 4a. ed. - Rio de Janeiro - 1875 - pág. 1) --- os grifos são meus.
"No Oriente há um docel de estofo encarnado com franjas de ouro" (no mesmo Manual Maçônico - pág. 2) --- os
grifos são meus. "Avental branco, forrado e orlado de encarnado, com uma algibeira por baixo da abeta. No meio do
avental estão pintadas ou bordadas em encarnado as letras M.: B.: (no mesmo Manual Maçônico - pág. 11) --- os
grifos são meus.
Como se pode ver, portanto, o Congresso de Lausanne não fixou novas regras; ele, apenas, regulamentou os
costumes já vigentes, desde os primórdios do rito.
Posterior a 1875, pode-se citar, pelo menos, uma publicação brasileira, que confirma a resolução de Lausanne:
"Fita azul, orlada de escarlate, a tiracollo da esquerda para a direita, suspensa em baixo a jóia, que é um
compasso e um esquadro de ouro entrelaçados. Avental branco de pele, forrado e orlado de escarlate com uma
algibeira abaixo da abeta, sobre a qual estão bordadas as letras M.: B.: (Regulamento Geral da Ordem Maçônica no
Brasil - Rio de Janeiro - 1902 - pag. 165, no capítulo que trata das insígnias e jóias do REAA) --- os grifos são meus.
No caso específico do Brasil, o que se vê, hoje, dia, é a fuga às tradições e às origens do Rito Escocês, com a
padronização de todos os paramentos de acordo com o Rito de York. Sim, pois aventais de orla azul, com roseta ---
e de orla azul, com bolinhas de prata e níveis de metal para o Venerável Mestre --- são paramentos do Rito de York
(Emulation)! Como isso surgiu, já foi exaustivamente explicado, em outras ocasiões.
"El mandil de piel blanca debe tener um ancho de 35 a 40 centimetros, por 30 a 35 de altura, unido a una cinta
también blanca, en el primer grado. Una orla de cinta roja de 3 a 4 centimetros da al mandil de 2º grado el significado
del celo y constancia com que el masón prosiegue la senda de su perfeccionamento; y la misma orla y cinta roja con
las iniciales M.B., constituirá el de Maestro". Ou seja: "O avental de pele branca deve ter uma largura de 35 a 40
cm., por 30 a 35 de altura, unido a uma cinta também branca, no primeiro grau. Uma orla de fita vermelha de 3 a 4
cm dá, ao avental do 2º grau, o significado do zelo e constância com que o maçom prossegue no caminho do seu
aperfeiçoamento; e a mesma orla de fita vermelha, com as iniciais M.B., constituirá o do Mestre".
Nota-se, que, para essa Grande Loja, como para algumas outras, até o avental de Companheiro tem a orla
vermelha. O Ir.: Léon Zeldiz, atual Sob.: Gr.: Com.: do Supremo Conselho do REAA do Estado de Israel, sabe disso,
porque foi iniciado no Chile. E, em carta a mim, na minha qualidade de Grande Representante (Garante de Amizade)
da Grande Loja do Estado de Israel, dizia que concordava comigo, inteiramente, que a cor do REAA é a vermelha. E
me explicava que a situação de Israel era sui-generis, porque, criada pela G.: L.: Unida da Inglaterra e trabalhando
só no rito azul de York, foi um custo fazer ela aceitar as três Lojas do REAA; se fosse colocada também a cor
vermelha, seria provocar demais, já que a GLUI não aceita o REAA. Então, em Israel, como no Brasil, o rito ficou
azulado. Só que lá foi por questão de sobrevivência. E aqui?
4. A Grande Loja da Venezuela, em seu ritual do grau de Aprendiz do REAA, 15a. edição – 1978 (lá não se
muda o ritual "n" vezes, como aqui), afirma, à página 5, em Decoracion de la Logia: "Paredes tapizadas, colgadas
o pintadas de rojo. (...) Al Este hay un dosel de cualquier genero encarnado com flecos de oro; debajo, el trono
donde se coloca el Presidente; delante del trono un altar en que se pone una escuadra, un compás, la Constitción
masónica, una Biblia, una espada" Ou seja: "Paredes atapetadas, forradas, ou pintadas de vermelho. (...) No
Oriente há um dossel ,de qualquer gênero, vermelho, com franjas douradas; sob ele, o trono, onde se coloca o
presidente; diante do trono um altar com um esquadro, um compasso, a Constituição maçônica, a Bíblia e uma
espada".
5. E, para finalizar, outra instrução européia, em obra aprovada pelo Supremo Consiglio del 33.: per l’Italia,
reconhecido pelos demais Supremos Conselhos do mundo. Trata-se do livro "GLI EMBLEMI ARALDICI DELLA
MASSONERIA DI RITO SCOZZESE ANTICO ED ACCETTATO" (Os Emblemas Heráldicos da Maçonaria do Rito
Escocês Antigo e Aceito), editado em 1988, por Convivio-Nardini Editore, de Firenze, e que traz o timbre do Supremo
Conselho da Itália, para mostrar a procedência oficial. Pois, neste livro, sobre emblemas heráldicos dos 33 graus
escoceses, há uma parte complementar que descreve os paramentos e jóias de cada grau. E, no de Mestre Maçom
(Maestro Massone), há a seguinte descrição:
"Grembiale bianco foderato e orlato di rosso. Nel mezzo vi sono le lettere M.B. . Il gioiello è un triplice triangolo
coronato, attaccato al Cordone bleu con una rosetta rossa".
Ou seja: "Avental branco forrado e orlado de vermelho. No centro estão as letras M.B. . A jóia é um tríplice
triângulo coroado, atado ao Cordão azul por uma roseta vermelha"
Acha-se localizada no friso próximo ao teto do Templo, circundando todas as paredes cujas
pontas terminam nas colunas da entrada. Antigamente aparecia desenhada no chão, riscada em
volta da Loja, sendo apagada ao final da Cerimônia como medida contra os olhos profanos e as
perseguições.
A CORDA em Maçonaria, tem várias interpretações:
A corda simboliza o cordão umbilical entre a Câmara de Reflexões (aqui representada pelo
útero materno) e o candidato a Maçom, e que se rompe quando da libertação do profano aos
vícios e dos bens materiais, iluminando assim, uma nova vida um novo Embrião, um Neófito. A
corda sempre representou importante instrumento nas edificações, sendo utilizada nas
Nos templos maçônicos existe uma Corda de 81 nós, situada logo abaixo da abóboda,
onde se vê o Sol, a Lua e as constelações que formam os signos zodiacais.
Dos 81 nós, que não são propriamente nós, mas sim laços, os quais os franceses dão o
nome de “Lacs d’Amour”, 40 se situam de um lado e os outros 40 do outro lado, sendo que
por trás do trono do Venerável, no eixo do templo, está um laço que completa os 81 laços.
O simbolismo atribuído à essa Corda, é que ela representa a união fraterna que deve
existir entre os IRMÃOS, ao mesmo tempo que simboliza também a segurança interna do
templo quando se realizam as sessões.
As pontas dessa corda se situam pendentes dos dois lados da porta que dá entrada ao
templo e são ornamentadas com duas borlas, ou seja, dois pingentes, que servem para evitar o
desfiamento da corda e a estes dois pingentes, ou borlas, como são usualmente chamadas,
representam a justiça e a equidade que deve haver entre os Irmãos.
Outros autores, afirmam ainda, que essas duas borlas, por serem as pontas da corda,
permite a magnetização ou até mesmo a eletromagnetisação, servindo como um verdadeiro
Nos painéis mais antigos, figuravam apenas 12 nós, exemplo o Painel de Aprendiz de
Oswald Wirtb, e estes doze nós estavam relacionados com os doze signos zodiacais, (Dic.
Figueiredo) que devem ser distribuídos pelas paredes do templo abrangendo o Ocidente e
Oriente e não somente o Ocidente, como são vistos em muitos templos.
Mas a pergunta que se faz é Por que 81 nós? Por que não somente doze como
representou O. Wirth no seu Painel de Aprendiz?
Afirmações de autores respeitáveis, diz que 81 está ligado ao número 9 e por sua vez ao
número 3 : 3 x 3 = 9; 9 x 9 = 81. E ainda se pergunta: Mas essa numerologia sobre o número
três e o nove não são tão antigas e somente agora ela é lembrada, isto depois do Painel de 12
nós de Oswald Wirth?
Se a corda de 81 nós está logo abaixo do teto do templo onde se vê a abóbada celeste com
as constelações, o Sol e a Lua, como que abraçando todo o “universo celeste”.
Não seria a corda de 81 nós, um símbolo espacial da distância da Terra à Lua e da Terra
ao Sol, pois a distância da Terra ao Sol é justamente 81 vezes a distância da Terra à Lua?
Não estaria ai, mais uma revelação que em épocas passadas eram proibidas?
Não podemos esquecer Galileu e Coopérnico que sofreram fortes pressões para não
divulgarem as suas idéias, as quais mais tarde foram aceitas e reconhecidas.
Prezados Irmãos cabe analisar e estudar se essa teoria deva ser aceita ou não, sobre o
simbolismo da Corda de 81 nos.
Dentre os muitos símbolos Maçônicos, a Corda de 81 nós é aquele que traz, para os Irmãos, uma
porção de interpretações segundo o raciocínio e o grau de espiritualidade de cada um.
Representa a União Fraternal dos Irmãos espalhados pelo Universo.
Representa os 81 meses dos interstícios das elevações do grau de Aprendiz ao grau
33º.
Representa o triplo ternário do número 03 na lenda de Hiran Abif.
Nove(09) horas em que o corpo do Mestre teria ficado escondido sobre os escombros do Templo. Vinte
e sete (27) dias sepultado no monte Mória, onde fora encontrado pelos Mestres. Oitenta e uma (81) semanas a
demora da construção do Túmulo, onde teve sepultamento condigno.
A Corda de 81 nós com suas borlas pendentes na entrada da porta do Templo, tem como significado
fazer com que as vibrações maléficas dentro do Templo sejam absorvidas pelas Borlas e eliminadas pelas Borlas da
entrada do Templo.
Nove(09) horas em que o corpo do Mestre teria ficado escondido sobre os escombros do Templo. Vinte e sete (27) dias sepultado no monte
Mória, onde fora encontrado pelos Mestres. Oitenta e uma (81) semanas a demora da construção do Túmulo, onde teve sepultamento condigno.
A Corda de 81 nós com suas borlas pendentes na entrada da porta do Templo, tem
como significado fazer com que as vibrações maléficas dentro do Templo sejam absorvidas
pelas Borlas e eliminadas pelas Borlas da entrada do Templo.
Relação: Mercúrio a Marte, região dos pequenos planetas em que se move a nossa
Terra.
A CORDA DE 81 NÓS-V
Inicialmente, vamos definir a corda. Esta é um elemento que pode ser composto pelos mais diferentes
materiais e que tem a finalidade de prender, separar, demarcar ou unir. Sua resistência, salvo casos
especiais, está diretamente ligada ao número de fios de que é composta e de como é feito o seu
entrelaçamento.
Já na antiga Grécia, os cabelos longos das mulheres eram usados para fazerem as cordas necessárias para
utilização na defesa das cidades.
Encontramos no Antigo Testamento, em Eclesiastes 4:12: "Se alguém prevalecer contra um, dois lhe
resistirão: o cordão de três dobras não se arrebenta com facilidade". Os agrimensores egípcios usavam
cordas com nós para delinearem os terrenos a serem edificados, sendo que os nós demarcavam pontos
específicos das construções, onde deveriam ser necessárias aplicações de travas, colunas, encaixes, etc.
Na Idade Média, os construtores da Maçonaria Operativa usavam uma corda com alguns nós feitos a
determinadas distâncias uns dos outros, amarrando esta corda entre dois pilares com distância estudada,
deixando-a formar uma "barriga" em ângulo desejado. Feito isto, era colocada uma luz (velas) a distância e
altura calculadas, ocasião em que a "barriga" mostrava no extremo oposto, através de sua sombra, as
dimensões exatas da cúpula que se desejava construir, mercê da figura invertida e aumentada nas
proporções.
Como exemplo, citamos Thales de Milleto, que instado pelo Faraó a medir a altura de uma pirâmide sem o
uso de instrumentos e sem tocar na construção, colocou uma vara fincada no chão, na vertical, com 2m de
altura. Quando o sol levou a sombra desta vara a ser projetada com um comprimento exato de 2m, ele
mediu a sombra da pirâmide projetada no solo, que era a própria altura da pirâmide.
Avançando mais no tempo, encontramos na Sociedade dos Construtores, embrião da Maçonaria atual, a
herança da corda com nós, não necessariamente 81, mas 3, 5, 7 ou 12, que era desenhada no chão com
giz ou carvão, alegoricamente fazendo parte de um Painel representativo dos instrumentos usados pelos
Pedreiros Livres.
Uma das possíveis origens da corda de 81 nós é datada de 23 de agosto de 1773, por ocasião da
instituição da primeira palavra semestral em cadeia da união, quando, na casa "Folie-Titon" em Paris,
tomou posse Louis Phillipe de Orleans, como Grão-mestre da Ordem Maçônica na França. Naquela
solenidade estavam presentes 81 irmãos, e a decoração da abóbada celeste apresentava 81 estrelas.
Quando queremos fazer uma reunião importante, tomamos cuidado para que não haja interrupção ou
intromissão de estranhos no recinto. Fazemos isto, colocando vigias e fechando as portas. Em suma,
cercamos o local e estabelecemos o que podemos chamar de cordão de isolamento.
Nas reuniões maçônicas, seguindo o ritual, é pedido ao Irmão Guarda do Templo que verifique se o
Templo está "a coberto" das indiscrições profanas, somente iniciando os trabalhos após a sua
confirmação.
A protetora Corda Maçônica, inicialmente riscada do chão, elevou-se depois para junto dos tetos dos
Templos, significando a elevação espiritual dos Irmãos, que deixaram de trabalhar no chão com o cimento
físico e passaram a trabalhar no plano superior com o cimento místico, que é a argamassa da
Espiritualidade.
Esta corda oferece-nos a proteção pela "Emanação Fluídica" que abriga e sustenta a "Egrégora" formada
durante os trabalhos em Templo, através da concentração mental dos Irmãos, evitando que nenhuma
energia negativa esteja presente no recinto. As borlas separadas na entrada do Templo funcionam como
captores da energia pesada dos Irmãos que entram, devolvendo-lhes esta energia sob forma leve e sutil
quando de sua saída. Ë como a camada de Ozônio impedindo a passagem dos raios ultravioleta,
favorecendo apenas a penetração do fluído vital para a energização dos nossos chakras, que giram com
seus elétrons em torno do núcleo, como micro-universos internos.
Encontramos ainda, na estrutura dos nós (não chamamos de nós) o símbolo do infinito e a perpetuação da
espécie, simbolizada na penetração macho/fêmea, determinando que a obra de renovação é duradoura e
infinita. Este é um dos motivos pelos quais os nós são chamados "Nós de Amor", para demonstrar a
dinâmica Universal do Amor na continuidade da vida.
Os nós da corda, em forma de oito deitado, ou infinito, lembram ao Maçom que estes nós não podem ser
apertados, pois isto significaria a interrupção e o estrangulamento da fraternidade que deve existir entre
os Irmãos.
Os 81 nós, por serem em forma de infinito, simbolizam também, cada um deles, o Grande Arquiteto do
Universo. A expressão algébrica 00 x 0 = 1 - o infinito multiplicado pelo zero é igual a um - significa que
Deus, em sua forma dinâmica, o Infinito, agindo sobre si mesmo, o Zero - isto é, Deus em seu estado de
inércia - produziu o Um, ou seja, o Universo.
Nos Templos maçônicos, o número 81 simboliza também os princípios místicos de todas as tradições
esotéricas, por ser o 81 o quadrado de 9, que por sua vez é o quadrado de 3, número perfeito e símbolo
da Divindade.
No Oriente, a corda é colocada de modo a que fiquem 40 nós à direita e outros tantos à esquerda do
dossel, ficando o laço central exatamente sobre o dossel, representando o número UM, a unidade
indivisível. O número 40 é apresentado inúmeras vezes no Antigo Testamento, em Gênesis 7:4; Êxodo
34:28; Mateus 4:2; Atos dos Apóstolos 1:3, etc. O laço central, por simbolizar também o Criador, é
duplamente sagrado.
Voltando ainda às laterais com 40 nós, lembramos que este número marca a realização de um ciclo que
leva a mudanças radicais. A Quaresma dura 40 dias. Ainda hoje temos o hábito medicinal de colocar
pessoas ou locais sob "quarentena" com se nela estivesse a purificação dos males antes existentes. Jesus
jejuou por 40 dias no deserto, e permaneceu na Terra 40 dias após a sua Ressurreição. Os Hebreus
vagaram 40 anos no deserto.
Na Cosmogonia dos Druídas, as Tríades dos antigos Bardos eram em número de 81 e os três círculos
fundamentais de que trata esta doutrina têm como valor numérico o 9, o 27 e o 81, todos múltiplos de 3.
Ragon, em seu livro "A Maçonaria Hermética", no rodapé da página 37, diz em uma nota, que segundo o
Escocês Trinitário, o 81 é o número misterioso de adoração dos anjos.
Segundo Oswaldo Ortega, à luz do Esoterismo, os 81 nós que estão no teto, portanto, próximos do céu,
têm ligação com os 81 anjos que visitam diariamente a Terra, como mostram as Clavículas de Salomão, e
se baseiam nos 72 pontos existenciais (os 72 nomes de Deus), da Cabalah Hebraica modificada. A cada 20
minutos, um anjo desce à Terra e dá sua mensagem aos homens. São 72 visitas no curso do dia, se
levarmos em conta que a cada hora teremos 3 anjos, em 24 horas, teremos 72 anjos.
Agora, somando 72 anjos aos nove planetas conhecidos na antiguidade, e que nos influenciam
diariamente, chegamos ao número 81. Sabemos que estes anjos podem nos ajudar se os chamarmos pelos
nomes no espaço de tempo que nos visitam. E eles estão representados no teto do Templo, através dos 81
nós.
No Centro Esotérico da Comunhão do Pensamento é apresentada esta corda, mas sem delimitação do
número de nós, já que é considerada sem começo e nem fim, envolvendo o Planeta Terra. Ali ela chama-se
Cadeia Áurea de Amor.
Jules Boucher assim se referiu à Corda de 81 nós: “Pode-se pensar, razoavelmente, que os Maçons
especulativos, tendo substituído o “cordel” operativo por um cordão ornamental, deram muito
naturalmente a este cordão nós em forma de “nós de amor”. Esta espécie de nós, figurando nos brasões o
Painel ou Tapete da Loja, enfeixa os símbolos essenciais da Maçonaria, e podem ser considerados como o
armorial maçônico”.
Apesar de ter sido difundida pelo cristianismo como símbolo do sofrimento de Cristo à crucificação, a
figura da cruz constitui um ícone de caráter universal e de significados diversificados, amparados por
suas inúmeras variações.
É possível detectar a presença da cruz, seja de forma religiosa, mística ou esotérica, na história de
povos distintos (e distantes) como os egípcios, celtas, persas, romanos, fenícios e índios americanos.
Seu modelo básico traz sempre a intersecção de dois eixos opostos, um vertical e outro horizontal,
que representam lados diferentes como o Sol e a Lua, o masculino e o feminino e a vida e a morte, por
exemplo.
É a união dessas forças antagônicas que exprime um dos principais significado da cruz, que é o do
choque de universos diferentes e seu crescimento a partir de então, traduzindo-a como um símbolo de
expansão.
De acordo com o estudioso Juan Eduardo Cirlot, ao situar-se no centro místico do cosmos, a cruz
assume o papel de ponte através da qual a alma pode chegar a Deus. Dessa maneira, ela liga o mundo
celestial ao terreno através da experiência da crucificação, onde as vivencias opostas encontram um
ponto de intersecção e atingem a iluminação.
c) CORDA DE 81 NOS: seu maior simbolismo ao nosso ver, esta na realidade simples
que espelha. Ela é confeccionada de fios de fibras frágeis, que porém, unidos, tornam-se fortes e
indestrutíveis. Que sirva de exemplo para todos os maçons.
O porque dos 81 nós, pode ser explicado da seguinte forma:
No sentido esotérico, quando se abre o L.‘. da L.’. no início dos nossos trabalhos, e se faz a
leitura do versículo apropriado, passa-se a circular em Loja uma corrente de energia emanada do
cosmo, que é receptada pela luz do altar dos juramentos e transmitida instantaneamente as luzes dos
altares do Ven.’. Mestre, e dos Vigilantes. Essa corrente de energia cósmica é que manterá todo o
tempo, o equilíbrio das colunas que sustentam a nossa Loja.
JÓIAS
1) F I X A S: São ditas fixas, por que sempre serão utilizadas pelo mesmo tipo de obreiro,
dependendo do grau que a utiliza. São as seguintes:
PEDRA BRUTA: é uma jóia de utilização do Ap.’. Maç.’., será utilizada apenas pelo Ap.’.
M.’. , e seu simbolismo detalhado está contido na 2ª instrução.
PEDRA POLIDA ou CÚBICA: é uma jóia de utilização do Comp.’. Maçom, será utilizada
apenas pelo Comp.’. M.’., e seu simbolismo será conhecido no 2º grau.
PRANCHETA DA LOJA: é uma jóia de utilização restrita do Mestre Maçom, serve para
que ele guarde seus instrumentos de trabalho e seu simbolismo será conhecido no 3º grau.
2) M Ó V E I S: São ditas móveis, por que os obreiros que as utilizam, não serão sempre os
mesmos, e a cada eleição elas passarão as mãos de novos IIr.’., são elas:
transformação.
As pirâmides, refletem uma analogia da Escada, é particularmente evidente na construção das pirâmides
com degraus.
Em outras obras plásticas, encontramos as almas dos defuntos subindo uma escada de sete ou nove degraus,
afim de se postarem frente ao túmulo de Osiris para se submeterem à prova da psicostasia, como
A barca, tendo ao seu centro, de modo que o mastro e o velame representam a escada de sete ou nove
degraus, simbolizando a última e definitiva ascensão da alma ás estrelas nas quais se unem e se confundem
á luz de Rá.
O sentido de elevação do coração, e os quinze salmos graduais são chamados de Cânticos dos Degraus.
Os Sufistas ( que vestem lã , ou seja, as roupas grosseiras dos ascetas ) e habitam a África do Norte, em especial a Argélia, em suas crenças,
atribuem à montanha a ascensão da alma e os degraus da escadaria os anos da vida.
Os camponeses de Zakkar no vale do Chelif, colocam sobre as tampas funerárias sete grãos de oliveira,
Entre os turcos, encontramos o mesmo simbolismo ascensional, no poema denominado, Uigur Kadatku
Bilik: Um herói de fantasia gravita em tomo de uma escada de cinquenta degraus, e na extremidade uma
A ESCADA DE JACÓ
E Jacó sonhou: “e eis que uma escada era posta na terra, porque o sol era posto; e eis que os
anjos de Deus subiam e desciam por ela, e eis que o Senhor estava em cima dela”.(Gênesis: 20,
12-13)
Jacó, filho de Isaac e Rebeca e irmão gêmeo de Esaú.
Narra a Bíblia que Isaac estava velho e sua vista se tinha de tal sorte
enfraquecida que ele não podia ver nada. Chamou pois Isaac a Esaú, seu primogênito, e
disse-lhe que pegasse suas armas e saísse à caça e, depois que tivesse apanhado algo,
que preparasse dela e levasse para ele comer e ser abençoado antes que morresse.
No entanto, ouviu Rebeca a conversa entre Isaac e Esaú e, tão logo este saiu
para a caça, chamou Rebeca a Jacó contando-lhe o que ouvira, aconselhando-o a ir até o
rebanho e trouxesse dois cabritos dos melhores para deles preparar a iguaria que sabia
ser do gosto de Isaac e, poder assim, em lugar de Esaú, receber a bênção do pai antes
que este viesse a falecer. E assim foi feito.
Todavia, para que Isaac não notasse a diferença entre os irmãos, vez que Esaú
era todo peludo, vestiu Jacó dos mais preciosos vestidos de Esaú e cobriu as mãos e o
pescoço com as peles dos cabritos.
Dando pois Isaac a bênção a Jacó, lhe disse: “Eis aqui o cheiro do meu filho,
que é como cheiro de um campo bem cheio, ao qual o Senhor abençoou. Deus te dê o
orvalho do céu e da gordura da terra, abundância de pão e de vinho. Os povos te estejam
sujeitos, e eles prostem diante de ti. Tu sejas o senhor de teus irmãos, e os filhos de tua
mãe se inclinem profundamente na tua presença. Aquele que te amaldiçoar, esse seja
amaldiçoado, e aquele que te bem disser, seja cheio de bênçãos”.
Apenas Isaac tinha acabado de dizer estas palavras e Jacó saído, quando Esaú
que, tendo apresentado a seu pai o que fizera cozer de sua caça lhe disse: “Levanta-te,
meu pai, e come da caça de teu filho, para tu de dares a tua bênção”.
Após esclarecidos os fatos, perguntou Esaú a seu pai? E tu, não reservaste
também para mim alguma bênção?
Respondeu-lhe Isaac: “Eu o constituí a ele teu Senhor; sujeitai-lhe todos os
seus irmãos. Estabeleci-o na posse do trigo e do vinho. E depois disso, meu filho, que te
posso eu fazer?”
Como Esaú chorava, movido de compaixão, lhe disse lsaac: “A tua bênção será
na gordura da terra e no orvalho do céu, que cai lá do alto. Tu viverás da tua espada e
serás sujeito a teu irmão. E lá virá o tempo que tu sacudas o seu jugo da tua cerviz e te
livres dele”.
Por causa desse episódio, conservou Esaú sempre um rancor contra Jacó, que
só estava a espera da morte de seu pai para se desfazer de Jacó. Como Receba ficou
sabendo da intenção de Esaú, chamou a Jacó e lhe disse para que se retirasse para
Haran, onde assistia seu irmão Labão (irmão de Rebeca) e que por lá ficasse algum
tempo até que a ira de Esaú se aplacasse e sua indignação passasse.
Jacó tendo partido de Bersabé, ia para Haran. E como chegasse após o por do
sol a certo lugar, onde ele queria passar a noite, pegou numa das pedras, que ali havia; e
tendo-a posto por baixo de sua cabeça, dormiu ali mesmo. Então viu em sonhos uma
escada, cujos pés estavam fincados sobre aterra, e o cimo tocava o céu; e os anjos de
Deus subindo e descendo por esta escada. Viu também ao Senhor firmado no cimo da
escada, que lhe dizia: “Eu sou o Senhor Deus de Abraão, teu pai e o Deus de Isaac. Eu
darei a ti e a teus descendentes a terra em que tu dormes. A tua posteridade será
numerosa, como o pó da terra; e tu te estenderás ao Ocidente, e ao Oriente, e ao
Setentrião, e ao meio dia; e todas as tribos da terra serão benditas em ti e naquele que
sairá de ti. Eu serei o teu condutor por toda a parte, por onde fores; e eu te tomarei a tra-
zer a este país; e não te deixareis, a menos que não tenha executado tudo o que te
prometi”.
Jacó tendo despertado depois do sono disse: “Em verdade que o Senhor está
neste lugar, e eu não sabia. Verdadeiramente não é isso outro coisa, que a casa de Deus,
e a porta do céu. Tendo-se pois levantado logo ao amanhecer, tomou a pedra que tinha
posto por baixo da cabeça e a erigiu em padrão, lançando-lhe azeite em cima. E pôs o
nome de Betel à cidade que antes se chamava Luz. Ao mesmo tempo fez ele Jacó este
voto a Deus, dizendo-lhe: “Se Deus for comigo, e me guardar no caminho, por que eu
ando, e me der comer, e pano para me cobrir, e eu voltar felizmente para a casa de meu
pai: o Senhor será o meu Deus. E esta pedra, que erigi em título, será chamada Casa de
Deus: e de todas as coisas que vós me derdes, vos oferecerei o dízimo”.
A escada mística vista por Jacó simboliza singelamente o ciclo involutivo e
evolutivo da vida, em seu perpétuo fluxo e refluxo, através de nascimento e morte, a
desdobrar-se em hierarquias de seres, potestades, mundos, remos devida e raças.
Segundo as tradições maçônicas, a escada com esse significado consta de catorze
degraus; nos mistérios persas e indostâmicos ela tinha grande importância e, por isso, em seus
templos se erigia uma escada de sete degraus, correspondentes também as sete cavernas
iniciáticas. Mas, em realidade, seus degraus são tantos quantas são as virtudes necessárias ao
aperfeiçoamento individual e, das quais, as três principais são a Fé, a Esperança e a Caridade,
ali simbolizadas pela Cruz, a Âncora e o Cálice.
Contam ainda os antigos iniciados que a evolução da alma se operava numa série de
sete globos, entre os quais se citavam Saturno, Mercúrio, Vênus, Júpter, Marte, Lua e Sol. Assim,
a chamada Escada de Jacó tinha e tem múltiplas implicações e correspondências, e sua
presença na Maçonaria nos recorda perpetuamente a universal lei da evolução e a existência de
poderosas hierarquias cooperando maravilhosamente na sua execução através de milênios e
milênios.
FÉ - ESPERANÇA- CARIDADE
O segredo da Esfinge
Os antigos egípcios acreditavam que, depois de morrer, a alma era levada para uma região
do céu que hoje chamamos de constelação de Órion. Chamavam esta região de Duat.
Entretanto, o Duat era visto não como uma região no céu, mas como um universo paralelo onde a
alma era testada e julgada, um lugar onde não se pode fugir da verdade, onde tudo o que se fez
e se disse na vida passa a ser examinado e julgado.
do zodíaco é de 26.000 anos, e há 12 constelações através das quais o Sol se move, ficamos em
uma mesma constelação durante pouco mais de 2.000 anos. Se voltássemos no tempo, até o
nascimento de Jesus Cristo, veríamos que o Sol estava brilhando na constelação de Peixes. É
por isso que algumas antigas religiões representavam Jesus como um peixe. Se voltássemos
mais no tempo, à época de Tutankamon, veríamos o Sol brilhar em Áries. Na época em que
supostamente a esfinge foi construída (2.500 aC) o Sol brilhava em Touro no equinócio de
inverno. Sabe-se que a esfinge foi construída alinhada precisamente com o equinócio de inverno,
e representa sua respectiva constelação. Sendo assim, por que construíram em forma de Leão, e
não em forma de Touro?
Segundo Hancock e Bauval, a resposta é que a esfinge não foi construída nesta época
(2.500 aC), mas em outra época, quando o Sol estava na constelação de Leão. Mas que época
foi essa? Com ajuda de um mapa celeste, em um computador, vemos que o ano que
corresponde à constelação de Leão, em que a esfinge está alinhada, é 10.500 AC. O
surpreendente é que no exato momento em que o disco do Sol brilhava sobre o horizonte, no
equinócio de inverno do ano 10.500 aC, as três estrelas da constelação de Órion (conhecidas
como as Três Marias) estão cruzando o meridiano no sul, em uma posição exatamente igual à
posição das três pirâmides (veja figura abaixo). Tudo o que há nesta região das pirâmides parece
se relacionar com esta data (10.500 aC).
Câmara secreta
Se olhássemos para onde o Sol estava no equinócio de inverno, uma hora antes do amanhecer,
na época em que a Esfinge estava apontando para a constelação de Leão, veríamos que o Sol
estava 12 graus abaixo do horizonte, em um ponto exatamente abaixo da parte "de trás" da
constelação de leão (veja figura abaixo).
Isso leva a crer na possibilidade de existir uma câmara subterrânea, sob a parte traseira da
esfinge (figura abaixo).
Erosão
John Anthony West, um pesquisador amador, é outro
defensor da idéia de que a esfinge é muito mais velha
do que se pensa. Ele baseou suas pesquisas
principalmente na erosão do corpo da esfinge,
causada pela chuva. Durante 20 anos ele tentou
chamar a atenção de outros pesquisadores, e
conseguiu quando se juntou com o professor Robert
Schock, da Universidade de Boston. Schock é
geologista, paleontologista e expert em efeitos da
água sobre as rochas. A idéia básica da pesquisa é a
seguinte: A esfinge apresenta marcas de erosão
causadas pela ação da chuva, e medindo-se o grau
de erosão nas rochas é fácil estimar que elas
estiveram expostas à chuva
de chuva tem se mantido constante desde a época da construção das pirâmides, calculou-se que
as rochas estiveram expostas à chuva por mais de 8.000 anos. Em 1991 West, junto com um
grupo de pesquisadores, começou a investigar a esfinge. Nesta pesquisa, utilizaram ondas
sonoras para localizar possíveis câmaras abaixo da esfinge. O que eles encontraram foi uma sala
retangular bem abaixo das patas da esfinge, mas logo após essa descoberta, West foi proibido
de continuar suas pesquisas.
A Flauta Mágica
Representada pela primeira vez no Theater auf der Wieden de Viena, a 30 de
setembro de 1791, a obra obteve um êxito imediato, perante a satisfação de Mozart, apesar
de o músico escrever, a 7-8 de outubro do mesmo ano: "Aquilo que me faz mais feliz é a
aprovação silenciosa!".
A FORÇA DE VONTADE
Existe na arte da Engenharia, entre muitas regras básicas, todas obedientes às leis da
Matemática a classificação de “vigas mestras”. São aquelas partes sumamente importantes da construção,
que protegem e sustentam o edifício. De igual modo, nas ciências, nas letras e em todas as artes, deve haver
uma base sustentadora, sem o que não é possível que elas prevaleçam e evoluam.
Vejamos o que a Maçonaria deve esperar de seus filhos. E que sejam varões do altíssimo
gabarito moral para que se enquadrem perfeitamente dentro das linhas diretrizes do seu
filosofismo sadio e construtor. E para que o maçom seja realmente modelo de cidadão perfeito,
em plena sincronia com essas idéias, mister se faz que conheça e ponha em prática as virtudes
mestras, que lhe poderão outorgar as forças necessárias para se firmar como coluna inabalável e
indestrutível no edifício de sua vida moral. Em qualquer atividade da vida, deve prevalecer ex-
traordinária força de vontade para a eficiência do trabalho. Quem realiza qualquer tarefa sem a
ela dedicar o máximo do seu esforço, certamente fracassará no cumprimento do dever. Isto
acontece comumente em todos os setores da atividade humana e, muito mais, na vida moral e
espiritual. O progresso na virtude é muito mais difícil que a evolução das ciências, das letras e
das artes.
A força de vontade é a virtude preliminar capaz de sustentar o edifício de nossa vida moral, no combate
aos vícios e às iniquidades humanas. Não basta, todavia, que o homem tenha a perfeição como ideal. Há muitos que
canalizam suas energias, as boas intenções, mas ignoram o rumo a seguir, e acabam deixando-se vencer. Daí a ne-
cessidade de se cultivar a inteligência, atitude indispensável como auxílio poderoso à força de vontade, a fim de que
o homem saiba quais os direitos e deveres no desempenho das suas múltiplas atividades, dentro e fora da Ordem
Maçônica.
Muitos ignoram os mais comezinhos deveres porque não se dão ao trabalho de pensar, de ler e de
meditar, e pouco se esforçam pela sua evolução mental, moral ou espiritual. A inteligência tem que ser cultivada para
que o homem aprenda a raciocinar e solucionar os múltiplos problemas da existência. A mais importante das virtudes
Se o homem for dotado de força de vontade e inteligência cultivada, mas destituído da qualidade mais subli-
me do caráter que é a sabedoria ele será, consequentemente, pouco mais que um bruto. Precisamos,
portanto, nos conscientizar de que é nosso dever agir sabiamente, reconhecendo que nossos direitos
cessam quando começam os alheios. Igualmente devemos entender que só devemos fazer ao próximo o que
queremos que façam conosco. Não é difícil nos harmonizar com o próximo, revelando-lhe as faltas e
auxiliando-o em seus revezes e amarguras. O verdadeiro maçom é, pois, o que possui, preliminarmente, esta
Aprendamos, pois, com esta trilogia a conduzir nossas vidas, embasados neste espelho de
virtudes divinas, que não só constituem os atributos da alma verdadeiramente maçônica, mas o
patrimônio dos genuínos sábios que, segundo Deus, não compuseram no lamaçal das misérias
humanas. Bendita seja a milenar Maçonaria, que é uma das mais sublimes das instituições na
face da terra.
BIBLIOGRAFIA:
- A Maçonaria de Hoje – Editora Papiruz – 1998
- Verdade e Consciência – Editora Moderna – 2000
Embora difícil de definir, na realidade, o conjunto de idéias e de princípios liberais, ou seja, o liberalismo, pode, de
maneira ampla e não doutrinária, ser analisado em dois terrenos: no econômico, preconiza a liberdade individual e
valoriza as iniciativas privadas, em oposição à intervenção e iniciativas estatais ; no social, preconiza a liberdade
política, ou de consciência, em oposição à autoridade limitadora do Estado, ou da Igreja.
O liberalismo, na Europa, foi um movimento social nascido no século XVIII e incrementado durante o século XIX.
Suas raízes, todavia, são mais profundas, já que, no período compreendido entre a Reforma Religiosa e a Revolução
Francesa, de 1789, uma nova classe social começou a se projetar, até chegar a afirmar, plenamente, os seus direitos
de total participação nos destinos do Estado, derrubando, em seu caminho, os privilégios, que vinham se mantendo,
em função da posição social e dos direitos de posse da terra.
Os privilégios da posição social foram sendo, gradualmente, substituídos por procedimentos jurídicos, tendo por
base os contratos sociais ; o direito divino e o direito natural, que tornavam frouxo o poder territorial, cederam terreno
ao incoercível conceito de soberania nacional ; o controle da política, por parte dos latifundiários,, cedeu terreno
àqueles cuja influência social e econômica repousava na posse de bens móveis ; o monopólio religioso teve que abrir
espaço a uma pluralidade de credos ; e a religião foi substituída pela ciência, como modeladora da mentalidade
humana e como doutrina o progresso.
Em razão direta dessas novas relações sociais, nascia uma nova filosofia : o liberalismo. difícil de descrever e de
definir, a não ser quando ele é tomado, estritamente, como um corpo de doutrina. No dizer de Laski, "sem dúvida,
como corpo doutrinário, está diretamente relacionado com a liberdade, pois surgiu como o inimigo dos privilégios
conferidos a qualquer classe, na comunidade, em virtude de nascimento, ou credo" (1).
As idéias liberais tiveram a sua plena concretização com o marco da ascensão da burguesia, que foi a Revolução
Francesa, cujas influências perduraram durante muito tempo e logo ultrapassaram os limites do continente europeu,
principalmente através de estudantes, que freqüentavam as universidades francesas. Esse era o caso, por exemplo,
da Universidade de Montpellier, no sul da França, no departamento de Herault, na região da antiga Província de
Languedoc. Criada em 1181, a universidade sempre foi um importante centro de estudos e atraía muitos estudantes
estrangeiros, inclusive do Brasil. Estima-se que, entre 1767 e 1793, quinze brasileiros estudaram em Montpellier (2),
entrando em contato direto com o liberalismo, que, então, começava a dominar o meio intelectual e, principalmente, a
já pujante Maçonaria francesa, da qual Montpellier era um grande centro, com dez Lojas, já naquela época.
Muitos desses estudantes, como, por exemplo, Arruda Câmara, teriam atuação definida em movimentos liberais
brasileiros, surgidos no final do século XVIII, através de sociedades secretas, semi-secretas, ou --- pelo menos de
fachada --- sociedades científicas e literárias, como, por exemplo: o Areópago de Itambé, fundado por Arruda
Câmara, em 1796, na divisa de Pernambuco e Paraíba ; a Sociedade Científica do Rio de Janeiro, depois Sociedade
Literária, que seria fechada, em 1794, pelo conde de Rezende ; asa Academias --- dos Esquecidos, dos Renascidos
e a de Suassuna --- esta última, a mais importante, surgida em 1801; a Escola Secreta de Vicente Pereira dos
Guimarães Peixoto ; e assim por diante.
Outros estudantes brasileiros, como José Joaquim da Maia e Barbalho, José Álvares Maciel e Domingos Vidal
Barbosa, teriam atuação na Conjuração Mineira, de 1789, a qual, embora baseada, através de seus ideólogos, em
obras de Rousseau, Voltaire, Locke e Morelli, entre outros, mais do que um movimento liberal, foi um movimento
econômico, onde interesses pessoais não eram descartados, embora houvesse, nela, idealistas, a pensar no
interesse coletivo, tendo, como paradigma do espírito liberal, a Constituição dos Estados Unidos da América.
A condição de maçons, desses homens que estudaram na França, pode ser largamente questionada, por falta de
documentação comprobatória. Em relação aos conjurados citados, embora haja suspeitas, não se pode afirmar que
tenham sido iniciados, pois indício, mesmo, só há em relação a Maciel, já que há, nos Autos da Devassa da
Inconfidência Mineira, um alusão a isso, feita pelo padre Penaforte, que o assistiu em confissão.
Todas essas sociedades secretas, então criadas, embora pudessem ter a participação de maçons iniciados e
ilustrados na Europa, não eram, na realidade, sociedades maçônicas. Mas tiveram o mérito de iniciar a introdução do
pensamento liberal no Brasil, o qual só iria, realmente, se concretizar, com a criação das primeiras Lojas maçônicas
e, principalmente, com a fundação da primeira Obediência maçônica nacional, o Grande Oriente do Brasil.
Na Europa, todavia, outra era a situação, pois o desenvolvimento de Lojas com finalidades políticas, na França e
em outras nações absolutistas, com o avanço do pensamento liberal, fazia com que a Maçonaria se tronasse bem
organizada, "assumindo, politicamente, o papel de um partido revolucionário, que defende idéias e age no sentido da
transformação do regime" (3). No Brasil, do início do século XIX, por outro lado, a par da ação emancipadora, teria
que haver uma adaptação das idéias liberais, pois havia, no país, uma estrutura econômico-social diferente daquela
da Europa : enquanto existia, nesta, uma classe comerciante forte, o Brasil ainda tinha uma sociedade
predominantemente fundiária e politicamente latifundiária. Celso Furtado confirma que, "não existindo , no Brasil, em
princípios do século XIX, sequer uma classe comerciante de importância --- o grande comércio era monopólio da
Metrópole --- resultava que a única classe com expressão era a dos senhores agrícolas". (4)
E os jovens, que voltavam da Europa, com a cabeça cheia das idéias liberais, eram, exatamente, dessa classe dos
senhores agrícolas e não da burguesia, como aquela da França, que procurava se afirmar como poder político,
estribada num considerável poder econômico. A própria classe dos senhores agrícolas, todavia, sabia que o
monopólio comercial de Portugal lhe era extremamente oneroso e clamava no sentido de que o Brasil Colônia
tivesse, com a máxima brevidade possível, a liberdade de comércio.
E foi graças a isso que ocorreram, na época, muitas revoltas de caráter liberal, conduzidas por latifundiários
ligados a organizações secretas, no embalo das idéias de independência, associadas, porém, às necessidades
comerciais da classe agrícola. Foi o caso, por exemplo, da revolta de 1801, em Pernambuco, conduzida pelo barão
de Suassuna, que era um rico senhor de engenho e membro do Areópago de Itambé. A abertura dos portos
brasileiros, em 1808, foi apenas o corolário de uma série de acontecimentos, praticamente uma imposição
econômica, a qual, segundo Celso Furtado, provocando o desaparecimento do entreposto lusitano, "logo se traduziu
em baixa dos preços das mercadorias importadas, maior abundância de suprimentos, facilidades de crédito mais
amplas e outras óbvias vantagens para a classe dos agricultores".
Muitos pesquisadores, inclusive, consideram a abertura dos portos, ao lado da elevação do Brasil à categoria de
Reino Unido, em 1815, como uma já evidente manifestação de independência do país. O senador Liberato de Castro
Carreira, político e literato do 2º Império, afirmava, em 1889: "Quando o Brasil se declarou independente, já há muito
estava no gozo de importantes direitos. (...) Desde o momento em que a Família Real transferiu de Portugal a sua
residência para o Brasil, libertou-o da dependência da metrópole e firmou-lhe os direitos que jamais poderiam ser
derrogados. A Carta Régia de 28 de janeiro de 1808 e o Decreto de 16 de dezembro, aquele abrindo os portos do
Brasil ao comércio do mundo, e este elevando-o à categoria de reino, apontaram-lhe o caminho da liberdade" (5)
Começavam aí, realmente, os frutos das idéias liberais, impulsionadas, como já se viu, pelas sociedades secretas
disfarçadas em academias e sociedades científicas e, principalmente, pelo incremento da criação de Lojas
maçônicas, principalmente na Bahia, em Pernambuco e no Rio de Janeiro, sob a égide o Or.. da Ilha de França
(depois, Ilha Maurício), ou do Grande Oriente Lusitano. A difusão das idéias liberais, por parte dessas Lojas,
exacerbada pela Revolução Pernambucana de 1817, nitidamente liberal e de inspiração maçônica, iria desencadear
uma grande perseguição às sociedades secretas, culminando com o alvará de 30 de março de 1818, que condenava
a essas sociedades, por considerá-las conspiradoras contra o Estado. Portugal ainda vivia um regime absolutista,
que só seria derrubado com a revolução de 1820, de caráter liberal, a qual abria, ao Brasil, a possibilidade de enviar
representantes às cortes portuguesas.
Mas, a partir de 1821, com o renascimento estuante do movimento maçônico, que havia sido represado pela força,
o liberalismo brasileiro passa a ter, na maçonaria, o foco central de difusão e de agitação. Em 1822, a agitação
recrudesceria, confundindo-se, o liberalismo, com a meta de emancipação do país, tornada tão próxima, a partir do
momento em que o príncipe D. Pedro, que se tornara regente através do Decreto de 22 de abril de 1821, devido à
partida de seu pai para Portugal, resolvia permanecer no país, desobedecendo ao disposto no Decreto nº 124, de 29
de setembro de 1821, das Cortes de Lisboa, o qual mandava que ele regressasse a Portugal, pois "a continuação da
residência do Príncipe Real no Rio de Janeiro se torna não só desnecessária, mas até indecorosa á sua alta
hierarquia".
Na realidade, o "Fico", de 9 de janeiro de 1822, quando o príncipe resolveu desobedecer às ordens emanadas de
Lisboa, foi obra da Maçonaria brasileira, que organizou manifestos em diversas províncias, sob a liderança de
homens como José Bonifácio de Andrada e Silva --- que organizou o manifesto dos paulistas --- Joaquim Gonçalves
Ledo, frei Francisco de Santa Tereza de Jesus Sampaio --- que redigiu o manifesto dos fluminenses --- Pedro Dias
Paes Leme --- que organizou o manifesto dos mineiros --- e os dois principais líderes do episódio : José Clemente
Pereira, presidente do Senado da Câmara, e José Joaquim da Rocha, que, durante a vigência do alvará de 1818,
organizara o Clube da Resistência em sua casa, onde os maçons continuavam a trabalhar.
Com a meta específica de conseguir a independência do Brasil e, a partir daí, implantar o liberalismo brasileiro,
mesmo contra a tendência absolutista do herdeiro da Casa de Bragança, os maçons brasileiros, no Rio de Janeiro,
resolviam fundar uma Obediência maçônica, a primeira do Brasil, considerando que a Loja "Comércio e Artes",
fundada em 1815 e reerguida em 1821, atraía grande número de adesões daqueles espíritos liberais, que desejavam
lutar pela causa da emancipação política do Brasil.
E, assim, a 17 de junho de 1822, a Loja "Comércio e Artes" formou, por sorteio entre os seus membros, mais duas
Lojas, a "União e Tranqüilidade" e a "Esperança de Niterói" --- que seria instaladas a 21 de junho --- criando, então, o
Grande Oriente Brasílico (depois, do Brasil). Esse foi, na realidade, um marco do pensamento liberal, trazido da
Europa e adaptado ao Brasil, pois, como muito bem situa Célia Galvão Quirino dos Santos, ao comparar o papel da
Maçonaria com o das outras sociedades secretas, "sem dúvida, a maçonaria foi a que mais adeptos fez, assumindo
um papel político preponderante na primeira metade do século XIX, sobretudo no processo de emancipação e
formação do Império nacional. Sua vantagem sobre as demais associações, quase sempre de âmbito regional, fazia-
se sentir por ter um caráter internacional e "nacional", isto é, desenvolvendo-se por toda a colônia. A introdução da
maçonaria no Brasil apresenta-se com um caráter libertador, como aliás sucede nas demais colônias americanas e
como difusora dos ideais liberais-democráticos". (6)
Com a fundação do Grande Oriente, ganhava novo impulso a luta pela independência, que, logo depois, iria se
tornar realidade. Mas, embora ela se situasse no terreno das revoluções de feição liberal-nacionalista, típicas dos
primeiros decênios do século XIX, algumas de suas características a diferenciavam daquelas. No dizer de Carlos
Guilherme Mota, "no caso brasileiro é difícil dizer até que ponto foi liberal, até que ponto foi nacional não diremos a
"revolução", mas a "emancipação" política de 22. No caso das potências européias ocidentais, essas revoluções têm,
num e noutro aspecto, contornos muito mais nítidos. Para o Brasil, entretanto, é difícil dizer-se até que ponto há
penetração de idéias liberais em harmonia com interesses internos de ordem econômica ; para o caso do
nacionalismo é difícil igualmente dizer-e da emancipação correspondente ideológica e cultural, dos costumes, estilo
de vida, etc., para que esse nacionalismo adquira expressão". (7)
O Grande Oriente do Brasil, nesse movimento emancipador, passara a funcionar como o "partido" liberal brasileiro
e, numa posição radicalizada, acabaria pugnando por uma total independência em relação a Portugal, vendo, como
solução para o momento, a instalação da monarquia constitucional. Visando, exclusivamente, a independência, o
liberalismo brasileiro, capitaneado pelos maçons, afastara-se dos ideais republicanos, mas a solução não
republicana, ou seja, a da monarquia constitucional, era imperativa, diante da estrutura social brasileira e das
circunstâncias da época, já que a inexistência de uma burguesia relevante e o total predomínio da classe fundiária
impediam a formação de uma república, em moldes democráticos. Com uma estrutura social de senhores de terras e
escravos, o liberalismo brasileiro, após a independência, só poderia se organizar dentro da monarquia constitucional,
até que as modificações da sociedade, à custa, principalmente, do grande afluxo de europeus, a partir da terceira
década do século XIX, trazendo, inclusive, uma mentalidade empresarial, tornassem possível a implantação do
regime republicano.
O que importa considerar, no caso, é a fundamental participação --- não negada por nenhum pesquisador
imparcial --- da Maçonaria brasileira, através do Grande Oriente do Brasil, a partir de 1822, na introdução das idéias
liberais no Brasil, na sua manutenção e no seu posterior aperfeiçoamento.
Notas
1. Harolde J. Laski - "The Rise of European Liberalism" - George Allen & Unwin Ltda, Londres - 1958 - pag. 11.
2.
Segundo relato inserido sob o título "Estudantes Brasileiros na Faculdade de Medicina de Montpellier", in Revista do
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, CCXLIII, 41, pgs. 48-50.
Célia Galvão Quirino dos Santos - "As Sociedades Secretas e a Formação do Pensamento Liberal", in Anais do
Museu Paulista da Universidade de São Paulo, tomo XIX, 1965 - pag. 20.
Celso Furtado - "Formação Econômica do Brasil" - Editora Fundo de Cultura S.A. - Rio de Janeiro - pag. 113.
3.
Liberato de Castro Carreira - "História Financeira e Orçamentária do Império do Brasil" - Edição do Senado Federal
(Coleção Bernardo Pereira de Vasconcellos) - reedição da obra original, de 1889 - Brasília, 1980 - pag. 19.
4.
Célia Galvão Quirino dos Santos - op. cit. - pag. 53
5. Carlos Guilherme Mota - "Europeus no Brasil na Época da Independência : um Estudo" - in Anais do Museu
Paulista da Universidade de São Paulo - tomo XIX, 1965 - pags. 12 e 13.
Do livro "Fragmentos da Pedra Bruta" - volume 2 - Edit. A Trolha - março 2001
HISTÓRIA DO BANQUETE
Os povos da antigüidade celebravam seus banquetes místicos e religiosos: os egípcios e gregos
celebravam banquetes sagrados; os romanos celebravam o “lectisternium” ou festim realizado
defrontes dos deuses que adoravam; os judeus se reuniam em prescritas por Moisés; os primeiros
cristãos celebravam suas refeições de amor e caridade, com o nome de ágapes, durante os quais, pór
ultimo, houve tantos excessos e desordens que foi necessário suprimi-los; no entanto, entre os
Maçons, tem sido conservado em toda sua pureza
Os banquetes maçônicos são essencialmente místicos por suas formas, e filosóficos por seus
princípios. A tradição não legaria uma cerimônia que tive-se um fim frívolo. Nossos ágapes completam
a grande alegoria que se desenrola nos diferentes graus.
A forma de nossa mesa lembra o circulo do Zodíaco, cujos pontos equinociais são ocupados pelos
VVig∴e os socialistas pelo V∴M∴,no verão correspondente ao superior e no inverno ao inferior. As
tangentes paralelas ao diâmetro solsticial são ocupadas pelos demais OObr∴. O Ord∴e o Secr∴a 50
graus, respectivamente, doV∴M∴.
A MAÇONARIA
O que é a Maçonaria?
— A Maçonaria é uma instituição essencialmente filosófica, filantrópica, educativa e progressista.
Porque é Filosófica?
— É filosófica porque em seus atos e cerimônias Ela trata da essência, propriedades e efeitos das causas naturais.
Investiga as leis da natureza e relaciona as primeiras bases da moral e da ética pura.
Porque é Filantrópica?
— É filantrópica porque não está constituída para obter lucro pessoal de nenhuma classe, senão, pelo contrário, suas
arrecadações e seus recursos se destinam ao bem estar do gênero humano, sem distinção de nacionalidade, sexo,
religião ou raça. Procura conseguir a felicidade dos homens por meio da elevação espiritual e pela tranqüilidade da
consciência.
Porque é Progressista?
— É progressista porque, partindo do princípio da imortalidade e da crença em um princípio criador regular e infinito,
não se aferra a dogmas, prevenções ou superstições. E não põe nenhum obstáculo ao esforço dos seres humanos
na busca da verdade, nem reconhece outro limite nessa busca senão a da razão com base na ciência.
A Maçonaria é religiosa?
— Sim, é religiosa, porque reconhece a existência de um único princípio criador, regulador, absoluto, supremo e
infinito ao qual se dá o nome de GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO, porque é uma entidade espiritualista em
contraposição ao predomínio do materialismo. Estes fatores que são essenciais e indispensáveis para a
interpretação verdadeiramente religiosa e lógica do Universo, formam a base de sustentação e as grandes diretrizes
de toda ideologia e atividade maçônica.
religiosas, porque prefere uma ampla base de entendimento entre os homens afim de evitar que sejam divididos por
pequenas questões da vida civil.
Fonte: Opúsculo editado pelo Grande Oriente do Brasil, baseado em texto publicado nos anos 70 no jornal "tres pontos", de Buenos Aires –
Argentina.
A MAÇONARIA E A RELIGIÃO-I
• A Maçonaria deixa livre a cada um dos seus membros adotar e seguir a religião de sua
eleição, sem que os outros nada tenham a censurar-lhe.
• Aquele que chega à porta dos seus templos, a Maçonaria diz: "Tu serás
aqui o único diretor da tua consciência".
• Aquele que toma lugar no seu recinto, a Maçonaria assegura: "A nobreza de tuas ações e
a tua sinceridade dão-te o direito de seres aqui o único na tua crença. Se estiveres errado, talvez
a verdade te ilumine, mas tu te encaminharás para ela livremente.
• Para deter os impulsos da sua natureza, o Maçom usa de dois freios: a império sobre si
mesmo e a supressão dos maus instintos.
• É o único jugo que lhe impõe a associação: aquele que se rebela contra ele, é perjuro e,
como tal, abandonado à sua sorte, depois de julgado maçonicamente.
• A Maçonaria é a única associação que reúne, sob as suas abóbadas, os adeptos de todos
os cultos para glorificarem, em comum, o Grande Arquiteto do Universo que é Deus, - idéia que
encerra: na ordem física, a expressão do Equilibro Universal; na ordem intelectual, a Suprema
Inteligência que tudo rege e prevê; e na ordem moral, a Justiça Imanente.
• A Maçonaria quer a crença nos lares e nos Templos, respeitada e sem atritos com os
sentimentos dissidentes.
• A Maçonaria bate-se pelo poder civil separado do ambiente religioso, a fim de que, por
motivo de crença, não sejam tratados desigualmente cidadãos da mesma pátria, o que redunda
em opressão ou tirania.
• Maçom deve ser fiel e serviçal entre todos os homens, sejam eles cristãos, budistas,
muçulmanos, judeus, espíritas ou livres-pensadores. Jesus Nazareno não se envergonhava da
companhia de publicanos e gentios, por ser isto obra de misericórdia: - à sua imitação, procede a
verdadeiro Maçom; e esta a sua lei máxima, por ser tudo obra da fraternidade.
BIBLIOGRAFIA: Trabalho enviado pelo Ir.’. Carlos de Souza Bastos, o qual efetuou seus estudos baseado em artigos
da Internet
A Maçonaria e a Religião-II
1. A Maçonaria não é uma seita.
4. A Maçonaria coloca-se imparcial entre todas as crenças religiosas e teorias filosóficas, e acima de todas as
suas controvérsias, para fazer da liberdade de pensamento - o seu fundamento.
5. A Maçonaria deixa livre a cada um dos seus membros adotar e seguir a religião de sua eleição, sem que os
outros nada tenham a censurar-lhe.
6. Aquele que chega à porta dos seus templos, a Maçonaria diz: "Tu serás aqui o único diretor da tua
consciência".
7. Aquele que é conduzido entre as colunas de seus templos, a Maçonaria declara: "Aqui ninguém te
interpelará pela tua crença, nem te injuriará por ela".
8. Aquele que toma lugar no seu recinto, a Maçonaria assegura: "A nobreza de tuas ações e a tua sinceridade
dão-te o direito de seres aqui o único na tua crença. Se estás errado, talvez a verdade te ilumine, mas tu te
encaminharás para ela livremente.
9. Em matéria de religião, o principal dever do maçom é a prática da tolerância absoluta em relação às crenças
alheias, no elevado intuito de, a despeito dos seus antagonismos, aproximar todos as homens de boa vontade, sob a
bandeira da Fraternidade.
10. No seio da Maçonaria, as homens de todas as religiões podem reunir-se sem hostilizarem- se e, numa
atmosfera de paz e serenidade, trocar as suas idéias em busca do aperfeiçoamento moral da humanidade.
12. A Maçonaria é a mediadora dos interesses privados e das paixões pessoais em choque.
13. A Maçonaria é a única força capaz de apaziguar as ódios religiosos quando desencadeados.
15. É o único jugo que lhe impõe a associação: aquele que se rebela contra ele, é perjuro e, como tal,
abandonado à sua sorte, depois de julgado maçonicamente.
16. A Maçonaria é a única associação que reúne, sob as suas abóbadas, os adeptos de todos os cultos para
glorificarem, em comum, o Grande Arquiteto do Universo que é Deus, - idéia que encerra: na ordem física, a
expressão do Equilibro Universal; na ordem intelectual, a Suprema Inteligência que tudo rege e prevê; e na ordem
moral, a Justiça Imanente.
17. A Maçonaria não é adversária da religião; mas, antes, é a sua melhor cooperadora.
18. A Maçonaria quer a crença nos lares e nos Templos, respeitada e sem atritos com os sentimentos
dissidentes.
19. Em matéria de política, a Maçonaria exige apenas que as minorias não sejam espezinhadas em seus direitos
pela maioria dominante no Estado.
20. A Maçonaria bate-se pelo poder civil separado do ambiente religioso, a fim de que, por motivo de crença, não
sejam tratados desigualmente cidadãos da mesma pátria, o que redunda em opressão ou tirania.
24. Maçom deve ser fiel e serviçal entre todos os homens, sejam eles cristãos, budistas, muçulmanos, judeus,
espíritas ou livres-pensadores. Jesus Nazareno não se envergonhava da companhia de publicanos e gentios, por ser
isto obra de misericórdia: - à sua imitação, procede a verdadeiro Maçom; e esta a sua lei máxima, por ser tudo obra
da fraternidade.
A Maçonaria-I
A Maçonaria é Universal, mas não é única. Ela é bela e tem os princípios mais
coerentes com a realidade social, econômica, política e religiosa, no final do século
XX e alvorecer do século XXI. Também conhecida como Franco-maçonaria (nome
que tem origem nos mestres de obras das catedrais medievais, conhecidos na
Inglaterra como Free-stone maçom), é, antes de tudo, uma associação voluntária
de homens livres, cuja origem se perde na Idade Média, se se considerar as suas
origens Operativas ou de Ofício.
Simbolicamente, o Maçom vê-se a si mesmo como uma pedra bruta que tem de ser
trabalhada, com instrumentos alegóricos adequados, para convertê-la em um cubo
perfeito, capaz de se encaixar na estrutura do Templo do GADU. Ela se fundamenta
na crença em um Ser Superior ou Deus, denominado de Grande Arquiteto do
Universo, que é o princípio e causa de todas as coisas. Parece rígida em seus
princípios, mas é absolutamente tolerante com todas as pessoas, ensinado aos
iniciados que é mister
respeitar a opinião de todos, ainda que difiram de suas próprias, desafiando a todos
à mais sincera Tolerância. A Ordem não visa, em hipótese alguma, lucro ou
benefício, pessoal ou coletivo.
Curioso é perceber que sempre onde faltou a Liberdade, onde grassou a ignorância,
foi aí que a Maçonaria foi mais contundentemente perseguida, tendo sido inclusive
associada aos judeus durante o período de intenso anti-semitismo da Europa
Ocidental, nos primeiro e segundo quartos deste século.
· Gentileza
· Honestidade
· Decência
· Amabilidade
· Compreensão
· Afeto
Ajuda e Consolo: Não só entre os Maçons, mas com toda a Comunidade Humana.
Verdade: é o princípio norteador da vida do Maçom, mesmo porque se faz
necessária toda uma vida, para chegar-se próximo de ser um bom Maçom.
· Aprendiz
· Companheiro
· Mestre
Porém esta regra não é universal, até porque não existe uma autoridade
internacional que confira regularidade Maçônica. Portanto, cada país tem uma
Potência ou
É por isso que em nosso país temos mais de cinqüenta obediências regulares. Ora,
cada Obediência goza de absoluta soberania e independência em sua base
territorial, sem que isso implique num completo desregramento. Exemplo disso é a
Confederação Maçônica Brasileira (COMAB), que reúne num foro único os Grandes
Orientes estaduais, para que se promovam estudos sobre temas importantes de
liturgia e ritualística, que exigem uma determinada unidade.
c) Reconhecimento: Além das condições anteriores, para que uma Obediência seja
regular, ela deve ser reconhecida por outras, geralmente após um tempo de
observação. No entanto, o reconhecimento não é incondicional, pois caso o Grande
Oriente ou Grande Loja desvie-se destes preceitos, ele deixa de ser regular,
perdendo reconhecimento.
“Nunca houve, nem nunca haverá um Homem, que tenha um conhecimento certo
dos deuses e de tudo aquilo de que eu falo”. "Se, mesmo por acaso, lhe
acontecesse dizer toda a verdade, nem disso se dariam conta. Todos se apóiam na
aparência."
A MAÇONARIA-II
A Maçonaria, Ordem Universal, é constituída por homens de todas as raças e nacionalidades, acolhidos por
iniciação e congregados em Lojas, nas quais auxiliados por símbolos e alegorias, estudam e trabalham para
o aperfeiçoamento da Sociedade Humana. É fundada no Amor Fraternal e na esperança de que, com
tolerância e sabedoria, constante e livre investigação da Verdade. com a evolução do conhecimento humano
pela filosofia, ciências e artes, dentro dos Princípios da Moral da Razão e da Justiça, o mundo alcance a
felicidade geral e a paz universal.
I - a Maçonaria proclama, desde a sua origem, a existência de um Princípio Criador, ao qual, em respeito a
todas as religiões, denomina Grande Arquiteto do Universo;
III - a Maçonaria é acessível aos homens de todas as raças, classes, crenças, quer religiosas quer políticas,
excetuando as que privem o homem da liberdade de consciência, da manifestação do pensamento, restrinjam
os direitos e a dignidade da pessoa humana e exijam submissão incondicional;
V - a Maçonaria além de combater a ignorância em todas as suas modalidades, constitui-se numa escola,
impondo-se o seguinte programa:
III - Praticar a solidariedade maçônica, nas causas justas, fortalecendo os laços de fraternidade;
VI - exigir dos seus membros boa reputação moral, cívica, social e familiar, pugnando pelo aperfeiçoamento
doa costumes;
VII - exigir tolerância para com toda a forma de manifestação de consciência, de religião ou de filosofia,
cujos objetivos sejam os de conquistar a verdade, a moral a paz e o bem social;
VIII - lutar pelo princípio da equidade, dando a cada um o que for justo, de acordo com a sua capacidade,
obras e méritos;
A MAÇONARIA NO BRASIL
O GRANDE ORIENTE DO BRASIL
Em 1815, estudantes brasileiros que voltavam da Universidade de Coimbra, em Portugal, onde haviam
sido iniciados como maçons, se comprometeram decididamente com a luta política pela independência das
províncias de Portugal na América do Sul, que constituíam o Reino do Brasil, cuja capital era o Rio de
Janeiro. Nesta cidade, desde 1808, se havia refugiado a família real portuguesa, que havia saído da Europa,
no início da invasão napoleônica. Pelo menos desde 1797 haviam sido criadas algumas lojas maçônicas no
Brasil. É importante citar a criação da loja "Comércio e Artes", em novembro de 1815, por maçons que
estavam comprometidos com a independência política das províncias brasileiras. Em cumprimento ao
Decreto Real de 30 de março de 1818, que proibia o funcionamento de sociedades secretas no Brasil, fechou-
se essa loja e queimaram-se seus arquivos, conforme consta na "ata da sessão de reinstalação", que teve
lugar em 24 de junho de 1821, quando a loja foi rebatizada como "Comércio e Artes na Idade do Ouro".
Esta loja constitui a origem do Grande Oriente do Brasil, já que decidiu, na reunião de 17 de junho de 1822,
criar outras duas lojas, mediante a divisão, por sorteio, do total de seus membros. Assim foram criadas as
lojas "Esperança de Niterói" e "União e Tranqüilidade". Com estas três lojas metropolitanas, formou-se o
Grande Oriente. Entre os integrantes daquela loja se destacam as figuras de Joaquim Gonçalves Ledo y do
sacerdote e maestro Januário da Cunha Barbosa, ambos ativistas no processo da independência política do
Brasil. José Bonifácio de Andrada e Silva, o "Patrono da Independência", foi eleito Primeiro Grão Mestre
do Grande Oriente do Brasil, contando com Joaquim Gonçalves Ledo como seu vice e com Januário da
Cunha. Barbosa como Orador. O motivo principal da criação do Grande Oriente foi o de comprometer a
maçonaria, como instituição, com a luta pela independência política do Brasil. Esta determinação consta, de
maneira explícita, nas atas das primeiras reuniões da Organização que se estava criando, que somente
admitia a iniciação ou a filiação, em suas lojas, de pessoas que se comprometessem com o ideal da
independência do Brasil.
Em junho de 1822, a família real portuguesa já havia retornado a Lisboa e havia deixado, como Príncipe
Regente, a Don Pedro de Alcântara, filho de Don João VI, rei de Portugal. O príncipe Don Pedro, que era
jovem e voluntarioso, se viu rodeado por maçons, que constituíam a elite intelectual y econômica da época.
Por proposta do Grão Mestre, José Bonifácio de Andrada e Silva, o príncipe foi iniciado em una Assembléia
Geral do Grande Oriente, em 2 de agosto de 1822, adotando o "nome heróico" de "Guatimozim", nome este
do último imperador azteca, assassinado por Cortez, no México, em 1522. Don Pedro integrou-se à loja
"Comércio e Artes". Na reunião seguinte do Grande Oriente, realizada em 5 de agosto, o príncipe foi
elevado à categoria de mestre Maçom, por proposta de Joaquim Gonçalves Ledo, que ocupava a presidência.
Apesar de que todas as pessoas influentes ao redor de Don Pedro eram maçons e membros do Grande
Oriente, a única organização maçônica que existia nessa época, havia una enorme rivalidade política entre
eles. A disputa pelo poder provocou serias lutas. Don Pedro proclamou a independência do Brasil em 7 de
setembro de 1822 e assumiu o título de Imperador, com o nome de Don Pedro I. Exatamente um mês e meio
depois, em 21 de outubro, determinava, "primeiro como Imperador, depois como Grão Mestre" o fechamento
"temporário" do Grande Oriente. Esse fechamento se manteve em vigor durante todo o seu reinado, que
acabou quando abdicou, em 7 de abril de 1831 e se dirigiu a Portugal para recuperar o trono português, que
estava em poder de seu irmão Don Miguel, coisa que acabou conseguindo, sendo coroado como Don Pedro
IV de Portugal.
Desde 1830, os maçons do Rio de Janeiro tentavam reiniciar seus trabalhos, que estavam praticamente
parados, e haviam fundado um novo Grande Oriente, que foi instalado em 24 de junho de 1831, com o nome
de Grande Oriente Brasileiro, aquele que seria conhecido com o nome de Grande Oriente do Passeio, nome
da rua onde estava localizado.
Em outubro de 1831, um grupo de maçons originários do primeiro Grande Oriente reinstalou aos
integrantes das três lojas metropolitanas primitivas e elegeu o primeiro Grão Mestre, Andrada e Silva, para
dirigí-lo. O Grande Oriente foi reinstalado em 23 de novembro de 1831. Em conseqüência, durante 30 anos
funcionaram no Rio de Janeiro dois Grandes Orientes. Em 1861, o Grande Oriente do Passeio deixou de
existir e suas lojas foram absorvidas pelo Grande Oriente do Brasil.
O Grande Oriente do Brasil sofreu diversas secessões durante sua existência, a maioria delas como
conseqüência de disputas durante as eleições de Grão Mestre. Todas as secessões que ocorreram até 1927
terminaram por ser reabsorvidas ao longo do tempo e suas lojas e irmãos se reincorporaram ao Grande
Oriente do Brasil.
Em 1927 teve lugar, no seio do Grande Oriente do Brasil, una secessão que teria conseqüências históricas
importantes. Desde 1854 e até 1951, o Grande Oriente do Brasil era una "organização dupla", denominada
Supremo Conselho e Grande Oriente do Brasil. Seu Grão Mestre era o diretor da Maçonaria Simbólica e
dirigia os "altos grau" já que era o "Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Rito Escocês.
O Grão Mestre e Soberano Grande Comendador para o período 1922-1925, Mário Marinho de Carvalho
Behring -- o cargo de "Supremo Grande Comendador" era exercido automaticamente pelo Grão Mestre, sem
que houvesse uma eleição específica -- renunciou no final de seu mandato, declarando todavia que se
manteria como Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho. Vicente Neiva foi eleito Grão Mestre
do Grande Oriente do Brasil, tendo como adjunto Fonseca Hermes.
Em 1973 se registrou a última cisão no seio do Grande Oriente do Brasil, com o surgimento, também por
problemas eleitorais, os Grandes Orientes Estaduais Independentes, que reuniam lojas que não
concordavam com o resultado das eleições para Grão Mestre.
A princípio a cisão teve grande repercussão, mas ao longo dos anos muitas lojas que então se rebelaram
acabaram retornando ao Grande Oriente do Brasil. Muitas das reclamações das lojas em relação à estrutura
de poder no Grande Oriente do Brasil foram superadas com as alterações que ocorreram posteriormente,
especialmente a mudança de sede, em 1978, da cidade do Rio de Janeiro para a nova capital federal, Brasília.
Ainda assim, existem várias centenas de lojas reunidas em torno desses Grandes Orientes Estaduais na
maioria dos Estados Brasileiros. Como sua posição inicial era contra a Federação Maçônica nacional, esses
Grandes Orientes são independentes entre si. No entanto, dada à necessidade de ter um caráter nacional,
terminaram constituindo uma entidade denominada Colégio de Grãos Mestres que hoje em dia se chama
Confederação Maçônica Brasileira, COMAB, sob a presidência rotativa anual dos Grãos Mestres dos Grandes
Orientes Independentes.
BIBLIOGRAFIA:
A Maçonaria, Ciência e
Filosofia na Atualidade
O maçom, dentro do espírito e da moral iniciática, precisa desbastar a pedra bruta, modelar e polir o material,
de modo a alcançar a beleza e elegância do edifício que constrói. Conservando os sentidos desobstruídos,
respeitando a humanidade usando a régua e o compasso, aprendendo a beleza das formas, sua modelagem
e detalhamento, a magia das cores, a integração dos sons, a poesia de todas as artes, a expressão da
causalidade, o simbolismo das idéias numa única visão espiritual.
Desde o primeiro momento de sua existência na terra, o homem foi dotado de qualidades suficientes para impor a si
mesmo condições cada vez melhores em seu habitat. Nas eras pré-históricas entre os animais, começou a ser dis-
tinguido como ser superior em todos os aspectos. A construção de si próprio e da sociedade em que se insere
tornam o Maçom um obreiro do futuro e um construtor de novas realidades em resultado de um debate esclarecido,
imbuído de um simbolismo ritual cujo significado mais que apreendido deve ser sentido, nos mais diversos campos
de ação profana. A Ciência e a Filosofia nos mostram hoje, mudanças que estão invadindo a humanidade. A
começar pela terrível troca de valores entre os povos mais evoluídos e entre os homens chamados mais civilizados.
E para que o êxito deste intento não ocorra, o maçom terá que ter o domínio pleno das instruções, postura
exemplar, invocando as lições imortalizadas pelos nossos antepassados, que as fizeram transcender os séculos,
sempre trabalhando pela virtude e a solidariedade.
Podemos verificar que na medida em que o homem vai se apoderando do universo, pela ciência
e pela técnica, vai também perdendo o domínio do seu universo interior. À medida que penetra no mistério
dos mundos, tanto dos infinitamente grandes como dos pequenos, perde-se nos seus próprios mistérios.
Quer dirigir o universo, mas não sabe dirigir a si mesmo.
Sem dúvida, nossa civilização está em perigo, mas não tanto em suas fronteiras geográficas, mas nas próprias
fronteiras do coração humano. O verme que corrói seu interior e se fortifica inexoravelmente é alimentado pelas
facilidades do mundo moderno, que oferecem ao corpo as delícias e, ao espírito, o orgulho do poder.
Agora, estamos recolhendo seus frutos, cujo sinal, entre outros, é uma moralidade discutível. Nos países
desenvolvidos, ela adquire as proporções de um verdadeiro flagelo. O crescente progresso das doenças mentais,
dos desequilíbrios de toda espécie, oferecem-nos uma trágica ficha da saúde do homem moderno.
O mundo moderno é extraordinário. Não temos o direito de frear seu fulgurante progresso, bem como temos o
dever de trabalhar para esse progresso. Nosso labor, no entanto, será em vão se, paralelamente, não trabalharmos
para desenvolver no homem a consciência de seu espírito. E preciso refazer o homem para que o homem refaça o
BIBLIOGRAFIA:
-Atualidades de Nosso País – Editora Três Fronteiras – 2001
-A Maçonaria e a História – Rubens de Alencar – 1996
-Boletim GOB
A Marcha de Aprendiz-I
Técnica Maçônica adotada nos três graus simbólicos para o candidato à perfeição avançar do Ocidente para o
Oriente, isto é, das trevas para a luz, do mundo objetivo dos sentidos para o mundo subjetivo do espírito.
Em cada passo e cada grau se opera um avanço maior do que o precedente, e sempre se inicia a marcha com o
pé esquerdo, o mais próximo do coração como a indicar que toda atividade e progresso do Maçom devem inspirar-se
e basear-se na Lei do Amor, a mais poderosa força do Universo.
Marcha do Aprendiz – Compreende três passos de longitude desigual, e cada passo juntando os pés em ângulo reto.
Simbolizam as três qualidades morais que têm de caracterizar a conduta do Aprendiz: Retidão, Decisão e
Discernimento e cujo desenvolvimento lhe aumenta gradativamente as capacidades.
As opiniões simbolistas sobre a Marcha do Aprendiz são muito variadas, contradizendo-se até. Para uns, os três
passos da Marcha com os pés em Esquadro simbolizam a Primavera do ano, a qual corresponde a infância do
Neófito.
Para outros simbolizam os dotes que devem distinguí-lo: Sabedoria, Força e Beleza, sendo o emblema das três
grandes fases da sua iniciação: Nascimento, Vida e Morte...
1. O Aprendiz parte com o pé esquerdo com o qual ao juntar-lhe o pé direito, forma o Esquadro, numa marcha
natural entrecortada. É a mais comum.
2. O Aprendiz faz os mesmos passos, porém arrasta o pé direito até encostá-lo ao pé esquerdo para formar o
Esquadro.
3. O primeiro passo é pequeno, o segundo passo um pouco maior, e o terceiro maior ainda. É usado em certas
Obediências francesas e simboliza o progresso que o Aprendiz consegue ao avançar para o Oriente.
Pesquisa:
“A Marcha do Aprendiz-II”
Introdução
Cada um dos três graus simbólicos tem sua marcha particular. A marcha, acompanhada dos sinais especiais em
cada degrau, é obrigatória para todos os maçons que entram no templo quando os trabalhos são abertos. O
significado maçônico da marcha corresponde a técnica adotada nos três graus simbólicos para o candidato a
perfeição caminhar do ocidente para o oriente isto é, das trevas para a luz.
A marcha do aprendiz é composta de três passos iguais e retilíneos, formando uma esquadrilha, começando com o
pé esquerdo e apoiado pelo direito, porque ele foi colocado no “caminho certo”, porque foi “iniciado”.
O esquadro representa fundamentalmente a faculdade do juízo que nos permite comprovar a retidão ou a
sua falta, ou seja, a forma octogonal das seis faces que tratamos de lapidar a pedra bruta, assim como a de suas
arestas e dos oito ângulos triedros nos quais elas se unem, como o objetivo de fazer com que a pedra se torne
retangular, como deve ser toda pedra destinada a formar parte de um edifício.
É por intermédio do esquadro que nossos esforços para realizar o ideal ao qual nos propusemos podem ser
constantemente comprovados e retificados. Isto é feito de maneira que estejam realmente encaminhados na direção
do ideal e que a cada passo do pé esquerdo (passividade, inteligência, pensamento), deve corresponder um igual
passo do pé direito (atividade, vontade, ação) em esquadro, ou seja, em acordo perfeito com o primeiro.
Reportando-se ao zodíaco os seus três passos correspondem aos três signos, carneiro, touro e gêmeos. No primeiro
passo correspondente a o signo do carneiro que está sob a influência de marte evoca a idéia de “luta”. Touro, que
inspira o segundo passo, exprime o trabalho perseverante e desinteressado. Quanto gêmeos, que está sob a
influência de mercúrio, é considerado signo da fraternidade. Se nos reportarmos aos elementos, o carneiro é o signo
do fogo, touro o signo da terra e gêmeos o signo do ar, indicando o primeiro passo o ardor, o segundo a
concentração e o terceiro a inteligência.
Os três passos de sua marcha, os três anos do aprendiz e ainda lembrando as três viagens da iniciação, são
evidentemente o símbolo do tríplice período que marcará as etapas de seu estudo e de seu progresso.
Estes três períodos referem-se particularmente às três artes fundamentais (a gramática, a lógica e a retórica)
a cujo estudo deve aplicar-se, ainda que deva contentar-se com dominar unicamente a primeira, por ser a perfeição
da segunda e da terceira, respectivamente, o objeto do domínio dos companheiros e mestres.
A primeira entre as sete "artes liberais" - a gramática - refere-se ao conhecimento das letras (em grego
gramática: "sinais, caracteres ou letras"), isto é, ao conhecimento dos princípios ou elementos simbólicos com os
quais é representada a verdade. Neste estudo é onde principalmente deve ser demonstrada a capacidade do
aprendiz, que ainda não sabe ler nem escrever a linguagem da Verdade, senão que se exercita tanto num como no
outro, soletrando ou estudando uma por uma as letras ou princípios elementares nos quais pode resumir-se e nos
quais pode ser traçada a origem de todas as coisas.
Há também, evidente referência dos três passos do aprendiz ao conhecimento dos três primeiros "números"
ou princípios matemáticos do universo: o número um, ou seja, a unidade do todo; o número dois, ou seja, a
dualidade da manifestação, e o número três, ou seja, o ternário da perfeição.
Este conhecimento filosófico dos três números é de verdadeira e fundamental importância, enquanto
compendia e sintetiza em si todo o conhecimento relativo ao mistério supremo das coisas. Pitágoras o expressou
admiravelmente nas palavras: A unidade é a lei de Deus (ou seja, do primeiro princípio, da causa imanente e pré-
antinômica), o número (nascido da multiplicação da unidade e por meio da dualidade) é a lei do universo, a evolução
(expressão da lei do ternário) é a lei da natureza.
Ou, segundo as palavras de Ramaseum de Tebas: Tudo está contido e se conserve no um, tudo se modifica
e se transforma por três: a mônada criou a díade, a díade produziu a tríade, e a tríade brilha no universo inteiro.
Cabe aqui citar o axioma hermético da "câmara de reflexões": visita interiora terrae: retificando invenies
occultum lapidem - VITRIOL. Devemos adentrar a realidade do próprio mundo objetivo, e não contentar-nos com seu
estudo ou exame puramente exterior. Então, retificando constantemente nossa visão e os esforços de nossa
inteligência como demonstra a cuidadosa retidão dos três passos da marcha do Aprendiz atingiremos o
conhecimento da verdade que nos liberta da ilusão.
Conclusão
Com base na simbologia maçônica da marcha na retidão do esquadro e no trabalho perseverante possamos
cada vez mais nos desbastar a fim de nos tornarmos uma pedra polida, e que todo o símbolo, todo o rito (que são os
símbolos em ação) perdem o seu valor e não passam de “afetação” desde que deixam de ser respeitados
exatamente como deveriam ser.
Bibliografia:
A Simbólica Maçônica, de Jules Boucher, Ed. Pensamento, São Paulo, 14º ed., 2000.
Manual do Aprendiz Maçom: Introdução ao estudo da Ordem e da Doutrina Maçônica, de Aldo Lavagnini.
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