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BIOSSEGURANÇA

AULA 4

Prof.a Carolina Dadalt

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CONVERSA INICIAL
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Nesta aula, vamos abordar um tema importante contido da Norma
Regulamentadora de número 5 do Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil.
O Mapa de Riscos é citado na NR 5 como atribuição obrigatória da Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). Dessa forma, ao entender os
conceitos de mapeamento de riscos ambientais, estaremos complementando os
conhecimentos obtidos na aula três e ampliando o entendimento sobre as ações
fundamentais em biossegurança. Vamos à aula?
Bons estudos!

CONTEXTUALIZANDO
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O Dr. Samuel Dwane Thomas, residente em urologia do Hospital


Episcopal na Filadélfia – EUA, estava realizando uma cirurgia
denominada prostatectomia transuretral usando para isso um
instrumento conhecido como ressectoscópio. Repentinamente, na
metade da operação, o instrumento falhou e o Dr. Thomas sofreu uma
severa queimadura de origem elétrica, afetando diretamente a córnea
de seu olho direito (BRASIL, 2017, p. 2).

Em um ambiente hospitalar, acidentes lamentáveis como esse são um


risco tanto para profissionais de saúde, quanto para pacientes, visitantes e
demais pessoas que transitem pelo local. Analisar e mapear esses riscos facilita
a prevenção dos acidentes e torna o ambiente mais seguro para todos.

TEMA 1: INTRODUÇÃO AO MAPA DE RISCOS


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O Mapa de Risco é uma representação gráfica dos riscos existentes em cada
ambiente de trabalho e tem por objetivo “reunir as informações necessárias para
estabelecer o diagnóstico da situação de segurança e saúde no trabalho na
empresa”. A elaboração do Mapa de Risco é descrita como uma atribuição da
CIPA pela Portaria nº 05, de 17 de agosto de 1992, do Ministério do Trabalho e
Emprego. As orientações referentes à elaboração do Mapa foram incluídas como
um anexo da norma. No entanto, a norma em vigor no país hoje, que tem redação
dada pela Portaria 8/1999 e retificada em 12/07/1999, mantém em seu texto o
Mapa de Risco como atribuição obrigatória da CIPA, mas deixa de detalhar sua
elaboração.
O Mapa deve ser afixado no ambiente de trabalho em locais de fácil visualização
a qualquer indivíduo, funcionário do sertor ou visitante, sinalizando, assim, os
riscos de acidentes inerentes àquele ambiente. Por sua função informativa, o
Mapa de Risco permite aos trabalhadores a tomada de decisões mais cautelosa
aos perigos identificados ali. Dessa maneira, os riscos de acidentes no ambiente
de trabalho podem ser grandemente reduzidos ou até eliminados.
A adoção dessa medida gera diversos benefícios a todos os envolvidos no
trabalho.
• Para o trabalhador, aumenta sua segurança, pois proteje aspectos
fundamentais, como vida, saúde e capacidade profissional. Fornece
dados importantes sobre os riscos aos quais se expõe em sua jornada, o
que reforça a importância do uso dos equipamentos de proteção.
• Para o empregador, além de cumprir dispositivos legais, o Mapa informa
os riscos aos quais seus trabalhadores se expõem, reduzindo custos e
diminuindo faltas, aumentando, assim, qualidade e produtividade.
• Para o país, gastos previdenciários como afastamentos e aposentadorias
por invalidez são reduzidos
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TEMA 2: ELABORAÇÃO DO MAPA
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O Mapa de Risco é feito sobre o desenho da planta do local, sendo cada
setor da empresa separado, analisado e mapeado detalhadamente. Os riscos
são caracterizados no mapa com direfentes cores e tamanhos. A classificação
dos riscos em cores ocorre da seguinte maneira:
RISCOS AMBIENTAIS
Grupo I Grupo II Grupo III Grupo IV Grupo V
AGENTES AGENTES AGENTES AGENTES AGENTES
FÍSICOS QUÍMICOS BIOLÓGICOS ERGONÔMICOS MECÂNICOS

Ruído Poeira Vírus Trabalho físico Arranjo físico


pesado deficiente

Vibração Fumos Bactérias Posturas Máquina sem


metálicos incorretas proteção

Radiações Névoas Protozoário Treinamento Matéria-prima


ionizantes e s inadequado/ fora de
não inexistente especificação
ionizantes

Pressões Vapores Fungos Jornadas Equipamentos


anormais prolongadas de inadequados,
trabalho
defeituosos ou
inexistentes

Temperatura Gazes Bacilos Trabalho noturno Ferramentas


s extremas inadequadas,
defeituosas ou
inexistentes

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Frio Substância Parasitas Responsabilidad Iluminação
s, e deficiente

Calor compostos Conflito Armazenament


ou produtos o
químicos
Umidade Tensões Eletricidade
em geral
emocionais

desconforto Incêndio
Monotonia Edificações
Insetos, cobras,
aranhas etc.

Outros Outros Outros Outros Outros


Fonte: Tabela 1 do Anexo IV, NR 5. Disponível em: <www.sgc.goias.gov.br>. Acesso
em: 1 maio 2017.

A classificação dos riscos em círculos é feita por tamanho: pequeno,


médio ou grande. Quando maior o tamanho do círculo, maior o grau do risco. O
círculo deve ser colocado no Mapa de maneira correspondente ao local no
ambiente onde ocorre esse risco, como demonstrado na figura a seguir.

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Fonte: PUC MINAS. Disponível em: <https:// www1.pucminas.br/imagedb/>. Acesso em: 1 maio
2017.

Caso haja no mesmo ponto do ambiente vários riscos do mesmo tipo e


grau de nocividade, apenas um na cor adequada será suficiente. Por exemplo:
em um ponto onde ocorram os agentes vibração, calor e ruído, o mapa pode
conter apenas um círculo na cor verde, representando riscos físicos. É possível
também sinalizar até cinco diferentes riscos em um mesmo ponto, com um
círculo único, por critério de incidência:

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TEMA 3: ESTRUTURA DO MAPA
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Outro objetivo do Mapa de Risco é que, durante sua elaboração,


possibilita “a troca e divulgação de informações entre os trabalhadores, bem
como estimular sua participação nas atividades de prevenção”. Assim, nas
etapas de elaboração do Mapa, é fundamental que os trabalhadores sejam
ouvidos sobre os riscos aos quais são expsostos em sua jornada. Ao elaborar o
Mapa de Risco, a CIPA deve contar também com a participação e orientação do
Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho
(SESMT) da empresa.
Com relação às etapas que devem ser seguidas na elaboração do Mapa,
o Anexo IV da antiga normativa dispõe que:
a) conhecer o processo de trabalho no local analisado: os
trabalhadores: número, sexo, idade, treinamentos profissionais e de
segurança e saúde, jornada; os instrumentos e materiais de
trabalho; as atividades exercidas; o ambiente.
b) identificar os riscos existentes no local analisado, conforme a
classificação da tabela mostrada anteriormente;
c) identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia: medidas
de proteção coletiva; medidas de organização do trabalho; medidas
de proteção individual; medidas de higiene e conforto: banheiro,
lavatórios, vestiários, armários, bebedouro, refeitório, área de lazer.
d) identificar os indicadores de saúde: queixas mais frequentes e
comuns entre os trabalhadores expostos aos mesmos riscos;
acidentes de trabalho ocorridos; doenças profissionais
diagnosticadas; causas mais frequentes de ausência ao trabalho.
e) conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local;
f) elaborar o Mapa de Riscos, sobre o layout da empresa, indicando
através de círculo: o grupo a que pertence o risco [...]; o número de
trabalhadores expostos ao risco, o qual deve ser anotado dentro do
círculo; a especificação do agente (por exemplo: químico – sílica,
hexano, ácido clorídrico; ou ergonômico-repetitividade, ritmo
excessivo) que deve ser anotada também dentro do círculo; a
intensidade do risco, de acordo com a percepção dos trabalhadores,
que deve ser representada por tamanhos proporcionalmente
diferentes de círculos (Anexo IV, NR 5, MTE).

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TEMA 4: ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO (APR)
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Uma ferramenta que pode ser usada na avaliação dos riscos em um ambiente
de trabalho é a Análise Preliminar de Risco. Entre os diversos métodos para
listar os riscos, a APR trata de antecipá-los, desde sua descrição até medidas de
controle. Essa técnica consiste em formar planilha com o levantamento dos
riscos ambientais, incuindo dados como classificação, recorrência e medidas de
controle.
O levantamento dos riscos, que avalia os riscos que a atividade de
trabalho apreseta, envolve análise dos materiais utilizados, etapas de serviço e
entrevista dos trabalhadores. A parte seguinte da análise envolve a descrição
dos efeitos ou danos possíveis em virtude dos riscos levantados, citando também
as normas regulamentadoras relacionadas a cada situação e medidas para
minimizá-las ou controlá-las.
Por fim, uma APR deve conter medidas de controle para cada risco
levantado. Em casos em que o agente de risco pode ser totalmente eliminado,
medidas chamadas “de correção” devem ser adotadas, como adoção de
sinalização de segurança ou equipamentos contra incêndios. Quando o agente
de risco não pode ser totalmente eliminado, medidas “de controle” devem ser
adotadas, para que o risco fique dentro de um limite de segurança, como em
ambientes com ruídos ou formação de fumos metálicos, por exemplo.
Essa avaliação fica a cargo do empregador, sendo realizada pela
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), Serviço Especializado em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), ou por peritos
externos, dependendo da complexidade do caso sujeito a análise.

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TEMA 5: ANÁLISES QUANTITATIVA E QUALITATIVA DOS RISCOS
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Há duas formas para levantar e avaliar os riscos em um ambiente de trabalho:


análise quantitativa e análise qualitativa. Ambas são fundamentais para o
sucesso do levantamento de dados.
A avaliação qualitativa de riscos em um ambiente de trabalho pode ser
feita por meio de questionários, conversa com trabalhadores e observação do
local. É uma análise de qualidade de exposição a determinado risco.
Já a avaliação quantitativa analisa a quantidade de exposição a
determinado risco, utilizando parâmetros numéricos e instrumentos que
possibilitem a aquisição desses dados, como o uso de um dosímetro, a fim de
medir à exposição de um indivíduo quanto aos decibéis no ambiente, radiação
etc.
Para ilustrar, vamos analisar um relatório de Avaliação Ambiental
Qualitativa apresentado a seguir.

A avaliação quantitativa contempla uma perícia nos ambientes de


trabalho (microambientes) por pessoal técnico habilitado preenchendo
instrumento específico. Os formulários são padronizados – com
campos específicos para preenchimento pelo perito avaliador – para
cada tipo de agente ambiental avaliado, de forma a facilitar: (i) a
avaliação dos trabalhos realizados, (ii) a comparação entre diferentes
laudos, e (iii) a comparação entre diferentes exposições em ambientes
similares.

PARÂMETRO CRITÉRIOS DE PONTUAÇÃO


RB 08 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Adequado Proteção visual e facial


ao risco Riscos: projeção de partículas, respingos, gases, vapores, poeiras e radiações
Protetores: óculos, anteparos, protetores faciais etc.

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Proteção respiratória
Riscos: deficiência de oxigênio no ambiente, contaminantes nocivos (gases, vapores,
poeiras e fumos).
Protetores: máscaras, respiradores etc.
Proteção para membros superiores e inferiores
Riscos: cortes, perfurações, abrasão, substâncias nocivas, agentes térmicos (calor ou
frio), choques elétricos, impacto de objetos, compressões e umidade.
Protetores superiores: luvas, protetores de palma da mão e punho, mangas, mangotes,
dedeiras, etc.
Protetores inferiores: sapatos, botinas, botas, chancas etc.
Proteção para cabeça
Riscos: impacto, penetrações, choques elétricos, queimaduras e arrancamento do
cabelo.
Protetores: capacetes, bonés, gorros, redes etc.
Proteção auditiva
Riscos: ruído.
Protetores: protetores auditivos de inserção, tipo “concha” ou “plug”, protetores ativos
etc.

Proteção para o tronco


Riscos: cortes, projeção de partículas, golpes, abrasão, calor, respingos, substâncias
nocivas e umidade
Protetores: aventais, jaquetas, capas, etc.
Roupas especiais
Riscos: temperaturas extremas, radiações, visualização noturna.
Protetores: vestimentas de amianto, aventais de chumbo, coletes, capas, bonés
fluorescentes etc.

Cinturões de segurança Riscos:


quedas.
Protetores: cinturão de corda, cinturão com talabarte, trava-quedas etc.

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Treinamento Procedimentos específicos para higienização, guarda, manutenção e substituição dos
EPI.
Instruções de segurança para execução das tarefas.
Periodicidade dos treinamentos.
Gestão dos EPI Certificado de aprovação.
Controle de uso dos EPI nos locais de trabalho.
Controle de qualidade e validade dos EPI.
SEBRAE. Disponível em:
<intranet.df.sebrae.com.br/.../ambiental/.../AVALIACAO_QUALITATIVA>.

FINALIZANDO
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Obrigatório e fundamental para a segurança, o mapeamento e a análise
dos riscos ambientais permitem antecipar e prevenir acidentes e doenças de
trabalho. Em sinergia com PCMSO, PPRA, CIPA e todos os demais conceitos
em biossegurança que estudamos até o momento, o Mapa de Riscos alerta e
concientiza os trabalhadores sobre os riscos do ambiente de trabaho, desde sua
elaboração até implementação. Bons estudos e até a próxima aula!

REFERÊNCIAS
BRASIL. Segurança no Ambiente Hospitalar. Disponível em:
<http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/seguranca_hosp.pdf>.
Acesso em: 28 mar. 2017.
CURIA, L. R.; CÉSPEDES, L.; NICOLETTI, J. (Org.). Segurança e medicina do
trabalho. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.

LEITURA OBRIGATÓRIA DA DISCIPLINA


Textos de abordagem teórica:
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HÖKERBERG, Y. H. M. et al. O processo de construção de mapas de risco em
um hospital público. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/csc/v11n2/30437.pdf>. Acesso em: 1 maio de 2017.
BRASIL; Anvisa. Manual de elaboração de Mapa de Riscos. Disponível em:
<http://www.sgc.goias.gov.br/upload/arquivos/2012-11/manual-de-elaboracao-demapa-
risco.pdf>. Acesso em: 1 maio de 2017.

Texto de abordagem prática:


PAVAN, J. S.; SAVI, C. N. Mapa de Risco do centro cirúrgico de um hospital
particular da cidade de Criciúma-SC. Disponível em:
<http://repositorio.unesc.net/bitstream/1/227/1/Juliane%20Salvaro%20Pavan.pdf>.
Acesso em: 1 maio de 2017.

SAIBA MAIS
Desenhando um Mapa de Riscos [Ficando Fera no PowerPoint 2]:
<https://www.youtube.com/watch?v=y7STAX__Qus>
Napo – segurança compensa
<https://www.youtube.com/watch?v=ol0cdiNtGog&feature=relmfu>

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