Professional Documents
Culture Documents
com
O Estado de Minas Gerais, a partir do seu próprio nome, apresenta uma pluralidade geográfica e
cultural, o que constitui uma riqueza para a humanidade. Já são bem conhecidas de uma boa parte
do mundo as nossas cidades históricas, como Ouro Preto, Diamantina, Mariana, São João Del Rei,
entre tantas outras. A arte sacra em nosso Estado é um patrimônio universal. Por outra via, menos
material, temos uma História extremamente importante para a formação do sentido de Pátria
(Inconfidência Mineira) e de Nação brasileira. A literatura produzida em Minas Gerais é também
um marco significativo da brasilidade, em diálogo com a cultura européia e de outras nações, a
partir dos árcades Cláudio Manoel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga, apenas para citar alguns
exemplos.
Mesmo assim, temos o olhar de um homem “vindo de fora” para escrever sobre esse lugar
longínquo e culturalmente diversificado e rico. É certo que muitos escritores e obras de Minas
Gerais precisam ser descobertos e discutidos; é imprescindível que a Universidade Estadual de
Montes Claros – Unimontes, inserida nesse sertão agreste e pleno de religiosidades, histórias,
folclores e mitos, realize seminários, colóquios, congressos, palestras e debates que fomentem as
pesquisas em direção a esses “esquecidos” do cânone literário.
Segundo Walter Benjamin (1997), existe um encontro secreto marcado entre as gerações passadas e
a nossa, como se alguém estivesse, no passado, à nossa espera, para ser resgatado. Para esse autor,
“foi-nos concedida uma frágil força messiânica para a qual o passado dirige um apelo. Esse apelo
não pode ser rejeitado impunemente” (BENJAMIN, 1997: 223). Como se vê, o pensamento de
Benjamin dialoga muito bem com o texto de Brecht, em epígrafe, uma vez que, no vale da
escuridão da memória, onde estão autores e obras esquecidos pelo processo histórico, ecoam
lamentos, apelos para serem ajudados e saírem desse vale frio e tenebroso do silenciamento e da
invisibilidade.
Com esse seminário, sem aceitar o caráter messiânico de que nos fala Benjamin, poderemos discutir
como os escritores mineiros se relacionaram com a literatura dos outros estados brasileiros e de
outras nacionalidades. Mapearemos, assim, não apenas o nosso processo de formação literária,
resgatando a nossa memória histórica e literária, mas apontaremos, também, como essa literatura
produzida em Minas Gerais estabelece um diálogo com a literatura nacional e universal.
Como afirma Andreas Huyssen, em seu livro Memórias do Modernismo (1997:14): “O passado não
está simplesmente ali na memória, mas tem de ser articulado para se transformar em memória”.
Assim, é preciso pôr em exercício contínuo esse passado, para que se transforme em memória de
fato e acessível aos leitores de outros tempos. Em busca de autores e obras esquecidos ou não
conhecidos, não será desmerecida a atenção aos escritores já lidos e discutidos nas universidades e
na sociedade. Mas será importante pensar de que maneira Minas Gerais possui tradições culturais e
literárias e que rupturas podem ser percebidas nesses diálogos com outras literaturas, já que, como
observa Leyla Perrone-Moisés, na mesma linha de Bakhtin e Kristeva, toda literatura é absorção,
transformação.
PROGRAMAÇÃO
23 DE MAIO – QUARTA-FEIRA
15h às 16h
Entrega do material
19h
Mesa de Abertura
20h às 22h
24 DE MAIO – QUINTA-FEIRA
13h 30min
15h às 18h
Comunicações
19h 30min
25 DE MAIO – SEXTA-FEIRA
13h 30min
15h às 18h
Comunicações
19h 30min