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ENGENHARIA ELETRÔNICA
TOLEDO
2018
WILLIAM EMMERT GONÇALVES
TOLEDO
2018
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Jesus por mais uma etapa concluída, a qual foi
me dada força e sabedoria para vencer todas as dificuldades que encontrei durante
este curso. A minha família, por ter me apoiado todos os dias em todos os momentos,
não medindo esforços em ajudar-me. Ao meu orientador pela ajuda durante todo o
planejamento e execução deste trabalho, o que contribuiu em muito para o meu
desenvolvimento profissional. Aos demais professores do curso, que me ajudaram de
várias formas e aos meus bons colegas, com os quais compartilhei os dias durante o
curso.
RESUMO
Uma forma de facilitar o monitoramento de rios e lagos, com grande número de pontos
de medição, é a utilização de equipamentos de medições inseridos em embarcações
com pequenas dimensões, como um Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT)
anfíbio. Para isso, é necessário que o VANT possua um sistema capaz de perceber
obstáculos a distância e evitá-los. Este trabalho propõe o desenvolvimento de um
circuito, baseado em sensores de ultrassom, capaz de medir distâncias significativas,
detectando obstáculos no percurso. Será utilizada a técnica Pulso-Eco com
transdutores de 40 kHz, sendo excitados em alta tensão por um circuito que converte
pulsos de baixa tensão em pulsos de alta tensão. O eco recebido será tratado por um
circuito, com ganho variável, sintonizado na frequência do transdutor, que irá decidir
quando houve eco ou não, enviando a resposta para um controlador FPGA. Haverá
um circuito de proteção para proteger o circuito receptor da saída de alta tensão do
circuito transmissor. Os valores calculados serão apresentados em tela através de um
software desenvolvido. Espera-se que o sistema consiga medir distâncias de até
15 m.
A way to facilitate monitoring of rivers and lakes, with large number of measurement
points, is the utilization of measurement equipment inserted in boats with small
dimensions, like an Unmanned Aerial Vehicle (UAV) amphibious. For this, it is
necessary that the UAV has a system capable of notice distance obstacles and avoid
them. This work proposes the development of a circuit, based on ultrasound sensors,
capable of measure significant distances, detecting obstacles on the course. The
technique Pulse-Eco will be used with 40 kHz transducers, being excited in high
tension by a circuit that converts low tension pulses into high tension pulses. The
received eco will be treated by a circuit, with variable gain, tuned to the transducer
frequency, who will decide when there was an eco or not, sending the answer to a
FPGA controller. There will be a protection circuit to protect que receiver circuit of high
tension exit of transmitter circuit. The calculated values will be presented on the screen
through developed software. The system is expected to be able to measure up to 15m
distances.
Figura 1 – Uma onde ultrassônica plana refletida e refratada por uma interface lisa 16
entre dois meios................................................................................
Figura 2 – Resolução Axial, objetos lado a lado ao longo do feixe.......................... 19
Figura 3 – Resolução Lateral, objetos perpendiculares ao feixe............................. 19
Figura 4 – Ecos recebidos de objetos com distância maior que a resolução 20
axial........................................................................................................
Figura 5 – Ecos recebidos de objetos com distância menor que a resolução 20
axial........................................................................................................
Figura 6 – Campo onde a largura do feixe será aproximadamente igual a d.......... 21
Figura 7 – Efeito piezelétrico................................................................................. 22
Figura 8 – Visão geral do sistema............................................................................ 24
Figura 9 – Características construtivas do transdutor.............................................. 26
Figura 10 – Circuito equivalente modelo Butterworth-Van Dyke.............................. 26
Figura 11 – Circuito equivalente modelo Butterworth-Van Dyke simplificado.......... 27
Figura 12 – Diagrama de blocos da etapa de excitação.......................................... 28
Figura 13 – Circuito da etapa de excitação.............................................................. 29
Figura 14 – Circuito equivalente modelo Butterworth-Van Dyke.............................. 30
Figura 15 – Circuito equivalente T do transformador............................................... 30
Figura 16 – Dimensões CKM79C............................................................................. 31
Figura 17 – Chave analógica HCF4066BE............................................................... 32
Figura 18 – Diagrama de blocos da etapa de aquisição........................................... 33
Figura 19 – Circuito de proteção da etapa de excitação.......................................... 33
Figura 20 – Filtro passivo RLC................................................................................. 35
Figura 21 – Circuito amplificador.............................................................................. 37
Figura 22 – Circuito DAC com transistor no modo triodo......................................... 38
Figura 23 – Detector de pico..................................................................................... 39
Figura 24 – Comparador.......................................................................................... 40
Figura 25 – Recipiente de testes iniciais.................................................................... 41
LISTA DE SÍMBOLOS
D Profundidade do meio
S Salinidade da água
T Temperatura do meio
v Velocidade de propagação da onda ultrassônica
Z Impedância acústica
Densidade do meio
r Coeficiente de reflexão
Z1 Impedância acústica do meio 1
Z2 Impedância acústica do meio 2
i Ângulo de incidência da onda ultrassônica no meio
t Ângulo de transmissão da onda ultrassônica no meio
r Ângulo de reflexão da onda ultrassônica no meio
If Intensidade final da onda ultrassônica ao se propagar por um meio
Ii Intensidade inicial da onda ultrassônica transmitida
Coeficiente de atenuação
x Distância percorrida pela onda ultrassônica
Ax Resolução axial
Comprimento de onda
Nc Número de pulsos transmitidos
f Frequência de oscilação da onda ultrassônica
Ângulo de dispersão do feixe
t Tempo de translado da onda ultrassônica até o refletor
a Relação de espiras do transformador
N1 Número de enrolamentos do primeiro do transformador
N2 Número de enrolamentos do secundário do transformador
x2' Reatância do secundário refletida ao primário
x2 Reatância do secundário
r2' Resistência de enrolamento do secundário refletida ao primário
r2 Resistência de enrolamento do secundário
Lcomp Indutor de compensação
Frequência angular
C0 Capacitância estática do transdutor
Tpe Período de espera do eco
Vin Sinal de entrada do circuito
Vout Sinal de saída do circuito
Zrl Impedância de entrada do próximo estágio vista pelo T/R Switch
Ii Insertion Loss ou Perda de Inserção
n Frequência central do filtro RLC
Q Fator de qualidade do filtro
Av Ganho de tensão do estágio emissor comum
Zi Impedância de entrada do amplificador
Zo Impedância de saída do amplificador
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 11
1.1 Objetivos.............................................................................................. 12
1.2 Justificativa.......................................................................................... 12
2 REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................... 14
2.1 Propriedades da onda ultrassônica................................................... 14
2.1.1 Velocidade de propagação.................................................................... 14
2.1.2 Reflexão................................................................................................. 15
2.1.3 Atenuação.............................................................................................. 17
2.1.4 Resolução espacial............................................................................... 18
2.2 Excitação.............................................................................................. 21
2.3 Transformador..................................................................................... 22
3 METODOLOGIA.................................................................................... 24
3.1 Transdutor............................................................................................ 25
3.2 Excitação.............................................................................................. 27
3.2.1 Gerador de pulsos................................................................................. 29
3.2.2 Acoplamento......................................................................................... 30
3.2.3 Chave analógica................................................................................... 31
3.3 Aquisição.............................................................................................. 32
3.3.1 Circuito de proteção............................................................................... 33
3.3.2 Filtro....................................................................................................... 35
3.3.3 Amplificador........................................................................................... 36
3.3.4 Detector de pico..................................................................................... 38
3.3.5 Comparador........................................................................................... 39
3.4 Teste..................................................................................................... 40
4 RESULTADOS ESPERADOS............................................................... 42
5 CRONOGRAMA.................................................................................... 43
REFERÊNCIAS..................................................................................... 44
11
1 INTRODUÇÃO
1.1 Objetivos
1.2 Justificativa
é feito por estações de medição fixas em alguns pontos da extensão do curso d’água,
devido ao custo de instalação de várias estações de monitoramento ao longo do rio.
Uma outra maneira de coletar dados é através do deslocamento de
técnicos para o local, proporcionando uma maior área de verificação. Porém, a
periodicidade de obtenção das informações é em geral menor do que em estações de
medição fixas.
Esse processo pode ser facilitado através da utilização de embarcações
não tripuladas controladas remotamente, sendo capazes de seguir um determinado
percurso realizando a coleta de dados. Entretanto, em regiões de difícil acesso, faz-
se necessária a utilização de um VANT anfíbio, por ser capaz de alcançar estas áreas
e realizar a coleta de dados.
O VANT desenvolvido na Universidade Tecnológica Federal do Paraná –
Campus Toledo, portará o sistema de medição de distância desenvolvido neste
projeto. Será possível utilizar este sistema para detectar obstáculos na água e alterar
seu percurso, evitando danos.
14
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Expressão Limites
m
v 1449,2 4,6T 5,5 102T 2 2,9 104T 3 . (2)
s
2.1.2 Reflexão
kg
Z v 2 , (3)
m s
16
2
Z cosi Z1 cos t
r 2 , (4)
2
Z cos i Z1 cos t
Figura 1 – Uma onda ultrassônica plana refletida e refratada por uma interface lisa entre
dois meios
Impedância acústica
(Z)
g kg 6
Densidade 3 m2 s 10
Meio cm
Água (20 ºC) 1,00 1,483
Água (25 ºC) 0,998 1,494
Água (30 ºC) 1,00 1,589
Água (60 ºC) 1,00 1,55
Ar (0 ºC) 1,293 0,0004286
Fonte: Adaptado Selfridge, p. 390, (1985).
2.1.3 Atenuação
W
If Iie x 2 . (5)
m
onde Ii é a intensidade inicial do sinal transmitido e o coeficiente de atenuação,
que tem diferentes valores para meios com diferentes características, conforme
apresentado na Tabela 3.
dB
Meio cm
Água (25 ºC) 0,0022
Água (30 ºC) 0,0019
Água (60 ºC) 0,00109
Fonte: Adaptado Selfridge (1985).
Nc
Ax
2
m , (6)
20
vNc
Ax
2f
m. (7)
Figura 4 – Ecos recebidos de objetos com distância maior que a resolução axial
Figura 5 – Ecos recebidos de objetos com distância menor que a resolução axial
A resolução lateral é limitada pela largura do feixe. Para Tole, Ostensen (p.
42, 2005), em um campo próximo ao transdutor, a largura do feixe é aproximadamente
igual ao diâmetro ativo do transdutor. O comprimento desse campo próximo é definido
como
d 2f
D
4v
m, (8)
sen1 1,22 º . (9)
d
2.2 Excitação
efeito piezelétrico. Por outro lado, ao se aplicar uma tensão, o cristal responderá se
contraindo ou expandindo, dependendo da tensão aplicada, fenômeno chamado de
efeito piezelétrico reverso (BALBINOT; BRUSAMARELLO, p. 1-5, 2005).
vt
d
2
m, (10)
2.3 Transformador
N1
a , (11)
N2
secundário.
De modo semelhante, a impedância indutiva do lado secundário pode ser
refletida para o primário, e vice-versa. A reatância refletida do secundário para o
primário é dada por (TORO, p. 59, 1999)
3 METODOLOGIA
Transdutor
frontal
Aquisição
Chaves analógicas
Excitação
FPGA
Transdutor
traseiro
Computador
chave analógica e então gera pulsos na frequência de 40 kHz, que são convertidos
em pulsos de alta tensão pela etapa de Excitação e enviados para o transdutor
selecionado. O circuito de Proteção ajudará a proteger o circuito de Aquisição contra
a alta tensão. O transdutor converterá os pulsos em ondas mecânicas de ultrassom
que serão emitidas ao meio. Parte da energia dessas ondas, chamadas de ecos, serão
refletidas ao encontrarem um obstáculo. Esses ecos serão recebidos pelo mesmo
transdutor selecionado que converterá as vibrações em tensão elétrica. A tensão
passará pelo circuito de proteção sem ser distorcida e é amplificada e tratada pelo
circuito de Aquisição, que detectará a borda do eco. O ganho do circuito tem seu valor
ampliado com a distância do obstáculo, ou seja, quanto maior a distância, maior o
ganho. O sinal detectado é enviado para a FPGA que calculará a distância através do
tempo de translado da onda ultrassônica, desde a transmissão até a recepção do
eco. Conhecendo-se a velocidade do som na água é possível fazer o cálculo da
distância. A informação é enviada ao computador que apresenta o resultado em tela.
3.1 Transdutor
Com este modelo torna-se mais simples a análise para projetar um indutor
de compensação que será colocado em paralelo com o circuito. Na frequência de
operação de 40 kHz as impedâncias irão se cancelar, proporcionando uma maior
transferência de potência para R1.
O indutor de compensação pode ser obtido fazendo
1
Lcomp
C0
2 H, (14)
3.2 Excitação
Adicionalmente, uma maior energia de transmissão irá resultar em uma maior energia
do eco recebido, aumentando a relação sinal-ruído do sistema.
A etapa de excitação é representada pelo diagrama de blocos da Figura
12. A chave analógica é usada para seleção dos transdutores. Os pulsos de baixa
tensão gerados pela FPGA (Gerador de pulsos) acionam um transistor que por sua
vez aciona um transformador que irá elevar os pulsos. Por fim a chave analógica será
utilizada para selecionar um dos transdutores e enviar os pulsos para a direção
desejada.
soma da largura dos pulsos enviados com o período de espera. Esses três pulsos
serão a entrada Vin do circuito apresentado na figura 12.
Para gerar os pulsos será utilizada uma placa FPGA da DIGILENT linha
Basys 3 com arquitetura Xilinx Artix-7 FPGA (XC7A35T-1CPG236C). O modelo inclui
33280 células lógicas, 1800 kbits de blocos de RAM e clock interno de 450 MHz, 36
portas digitais e 12 portas analógicas, além de possuir uma porta USB que pode ser
usada para programação e comunicação UART. Portanto, esta placa satisfaz os
requisitos para geração dos pulsos de 40 kHz, além de ser possível ajustar o tempo
de espera do eco fazendo uma divisão de frequência do clock interno e enviar os
resultados calculados para o computador. A quantidade de portas, elevado clock de
30
3.2.2 Acoplamento
3.3 Aquisição
Esta etapa será responsável pelo tratamento do eco recebido, sendo feito
através de ganho variável e tratamento de ruídos. A etapa é representada pelo
diagrama de blocos da Figura 18.
O sinal de eco é recebido pelo Transdutor que, através do efeito piezelétrico
reverso, irá gerar um sinal elétrico na frequência da onda recebida. Este sinal passará
pelo circuito de proteção contra alta tensão, devido a saída do circuito de transmissão
estar ligada à entrada do circuito de recepção. Após isso o sinal será tratado por um
filtro do tipo passa-faixa para aumentar a razão sinal-ruído e passará por um circuito
amplificador.
O detector de pico selecionará a envoltória do eco recebido e o sinal
passará pelo comparador que indicará para a FPGA se houve eco ou não. O limiar de
decisão será definido com base na tensão DC após o detector de pico.
33
VEEZrl VEEZrl
se vin <
Vout R1 Zrl R1 Zrl . (15)
VCCZrl VCCZrl
se vin >
R 2 Zrl R 2 Zrl
VCCZrl
vin se vin Zrl R 2
vin se vin VEEZRl
Zrl R1
Vout . (16)
(V V ) se vin VEEZrl
DZ1 DR1 Zrl R1
VCCZrl
(VDZ1 VDR1 ) se vin
Zrl R 2
Como o sinal do eco irá ter que passar por esse circuito e como esse
circuito utiliza dispositivos não-lineares (diodos), o sinal do eco sofrerá algum tipo de
distorção. Por isso, a qualidade do projeto do circuito de proteção é medida pela
distorção que ele produz no eco. Segundo CHUNG, CHOI (2001), as perdas devido
35
Vout
Il 20log . (17)
Vin
3.3.2 Filtro
vout Ls
(s ) , (18)
vin LCRs Ls R
2
36
1 rad
n , (19)
LC s
R
Q . (20)
LC
Note que, como pode ser visto nas equações 20 e 21, pode-se aumentar
o fator de qualidade aumentando a resistência sem que a frequência do filtro seja
alterada. Porém, esse ajuste deverá ser feito de modo que não leve o circuito a
instabilidade, aumentando significativamente a parte imaginária e diminuindo a real
(RAZAVI, p. 582).
3.3.3 Amplificador
Rc
Av , (21)
Re
Re
Zi , (22)
1 Rc Re
Rb
Zo Rc || Rb. (23)
3.3.5 Comparador
Figura 24 – Comparador
VCCR1
0 se Vin
R1 R 2
Vout . (24)
VCC se Vin VCCR1
R1 R 2
Quando houver um eco recebido pelo circuito, a tensão de saída VCC será
reconhecida pela FPGA como fim do tempo de translado da onda ultrassônica.
3.4 Testes
ser detectado. Este teste servirá apenas para verificar se os circuitos estão
respondendo conforme esperado.
Após esta etapa o sistema será testado em uma piscina com comprimento
mínimo de 15 m, para que sejam feitas mais adaptações, se necessárias, e coleta de
dados.
4 RESULTADOS ESPERADOS
5 CRONOGRAMA
REFERÊNCIAS
CHOI, H.; SHUNG, K. K. Protection Circuits for Very High Frequency Ultrasound
Systems. Los Angeles: Journal of medical systems, 2014.
HENDEE, W. R.; RITENOUR, E. R. Medical imaging physics. 4. ed. Nova York: John
Wiley & Sons, 2002.
MEDKEFF, R. J.; PARENT, R. J. A Diode Bridge Limiter for Use with Electronic
Analogue Computers. Transactions of the American Institute of Electrical
Engineers. Madison: AIEE Great Lakes District Meeting, 1951.
Mode_Piezoelectric_Ultrasonic_Transducer_Equivalent_Circuit_Parameter_Calculati
ons_and_Optimization_Using_Experimental_Data. Acesso em: 08 Setembro 2018.