COLÉGIO ESTADUAL VEREADOR WALDIR JOSÉ DE REZENDE

VAGNER NETO RIBEIRO

MANUAL DE XADREZ DA 1ª SÉRIE: INTRODUÇÃO, HISTÓRIA, MOVIMENTOS E MATES

ELEMENTARES.

GIRASSOL, COCALZINHO DE GOIÁS

2019
 do século XV, durante o Renascimento,
depois de ter evoluído de suas antigas
origens persas e indianas. O Xadrez
Xadrez pertence à mesma família do Xiangqi e
do Shogi e, atualmente
segundo historiadores do enxadrismo, todos
eles se originaram do Chaturanga, que se
praticava na Índia no século VI.[4] Há muitos
tipos de xadrez: xadrez ocidental, xadrez
turco, xadrez chinês (Xiangqi) xadrez árabe
(Xatranje), xadrez coreano (Janggi), xadrez
japonês (Shogi), xadrez indiano (Chaturaji),
xadrez tailandês (Makruk), xadrez indonésio
e até o xadrez etíope (Senterej). Há muitas
semelhanças entre esses jogos,
possivelmente todos possuem uma origem
comum.[5]
Características de arte e ciência são
encontradas nas composições enxadrísticas
e em sua teoria (que abrange aberturas,
meio-jogo e finais - fases em que
Xeque-mate subdividem o transcorrer do jogo). Na
terminologia enxadrística, os jogadores de
N.º de 2
xadrez são conhecidos como enxadristas. O
jogadores
xadrez, por ser um jogo de
estratégia e tática, não envolve o
Faixa etária acima de 5 anos
elemento sorte. A única exceção, é o sorteio
das cores no início do jogo, já que as
Tempo de 1 minuto
brancas sempre fazem o primeiro
montagem
movimento e teriam, em tese, uma pequena
vantagem por isso.[7] Essa teoria é
Tempo de jogo Rapid, Bullet, Blitz,
suportada por um grande número de
Lightning e estatísticas.[8][9][10]
Armageddon A partida de xadrez é disputada em
um tabuleiro de casas claras e escuras,
Complexidade Alta sendo que, no início, cada enxadrista
controla dezesseis peças com diferentes
Nível Muito Alto formatos e características. O objetivo da
estratégico partida é dar xeque-mate (também chamado
de mate) no rei adversário.[11] Teóricos do
Influência da Nenhuma enxadrismo desenvolveram várias
sorte estratégias para se atingir este objetivo,
embora não seja um fato muito comum, pois
Habilidades Lógica, estratégia e os jogadores em grande desvantagem ou
tática
iminência de derrota têm a opção de
abandonar (desistir) a partida, antes de
receberem o mate. As competições
Xadrez é um esporte, também considerado enxadrísticas oficiais tiveram início ainda
uma arte e uma ciência.[1][2][3] Pode ser no século XIX, sendo Wilhelm
classificado como um jogo de tabuleiro de Steinitz considerado o primeiro campeão
natureza recreativa ou competitiva para dois mundial de xadrez. Existe também o
jogadores, sendo também conhecido campeonato internacional por equipes
como Xadrez Ocidental ou Xadrez realizado a cada dois anos, a Olimpíada de
Internacional para distingui-lo dos seus Xadrez. Desde o início do século XX, duas
antecessores e de outras variantes atuais. A organizações de caráter mundial,
forma atual do jogo surgiu a Federação Internacional de Xadrez e
no sudoeste da Europa na segunda metade
a Federação Internacional de Xadrez
Postal vêm organizando eventos que
congregam os melhores enxadristas do
mundo. O atual campeão do mundo é o
norueguês Magnus Carlsen[12] e a campeã
(2013) é a chinesa Hou Yifan.[13] O
enxadrismo foi reconhecido
como esporte pelo Comitê Olímpico
Internacional em 2001,[14] tendo
sua olimpíada e campeonatos mundiais em
todas as suas categorias.
O Dia Internacional do Enxadrismo é
comemorado todos os anos no dia 19 de
novembro, data de nascimento de José Raúl
Capablanca, um dos maiores enxadristas de
todos os tempos e o único hispano-
americano a se sagrar campeão mundial.
No Brasil o I Congresso Brasileiro de Cultura
e Xadrez instituiu o dia 17 de agosto como o
Dia Nacional do Livro de Xadrez.[15][16] O
xadrez é um dos jogos mais populares
do mundo, sendo praticado por milhões de
pessoas em torneios (amadores e
profissionais), clubes, escolas, pela internet,
por correspondência ou informalmente.
Origens Mitológicas
O brâmane indiano Lahur Sessa criando
o Chaturanga, predecessor do Jogo de Xadrez
(na concepção do artista brasileiro Thiago Cruz,
2007)
Existem diversas mitologias associadas à
criação do xadrez, sendo uma das mais
famosas aquela que atribui ao
jovem brâmane (sacerdote) indiano Lahur
Sessa. Segundo a lenda, contada em O
Homem que Calculava do escritor e
matemático brasileiro Malba Tahan,
numa província indiana de Taligana havia
um poderoso rajá que havia perdido o filho
em batalha. O rajá estava em
constante depressão e passou a descuidar-
se de si e do reino.[17]
Certo dia o rajá foi visitado por Sessa, que
apresentou-lhe um tabuleiro com 64 casas
brancas e pretas intercaladas e com
diversas peças que representavam tropas
do exército: infantaria, cavalaria, carros de
combate, condutores de elefantes, o
principal vizir e o próprio rajá. O sacerdote
explicou ao rajá que a prática do jogo daria
conforto espiritual e cura para a depressão,
o que realmente ocorreu.[17]
O rajá, agradecido, ofereceu uma
recompensa a Lahur Sessa por
sua invenção e o brâmane pediu
simplesmente um grão de trigo para a
primeira casa do tabuleiro, dois para a
segunda, quatro para a terceira, oito para a
quarta e assim sucessivamente até a última
casa. Espantado com a modéstia do pedido,
o rajá ordenou que fosse pago
imediatamente a quantia em grãos que fora
pedida[18]
Após os cálculos, os sábios do rajá ficaram
atônitos com o resultado que a quantidade
de grãos atingiu, pois, toda a safra do reino
durante 2.000 anos não seria suficiente para
cobri-la. Impressionado com
a inteligência do brâmane, o rajá o convidou
para ser o principal vizir do reino, tendo
assim sua divida em trigo perdoada.
Diz uma outra lenda que a criação do xadrez
deve-se ao grego Palamedes,[19] que teria
inventado o jogo de xadrez como um
passatempo para distrair os príncipes e seus
soldados durante o longo período que durou
o cerco imposto pelos gregos a cidade-
estado de Troia. Os gregos foram os
primeiros a documentar a existência do jogo.
O poeta Homero descreve no primeiro livro
da Odisseia uma partida de xadrez entre os
pretendentes da rainha Penélope, às portas
da casa do esposo Ulisses, em Ítaca. Já o
dramaturgo Eurípedes, em sua
tragédia Ifigênia em Áulis,
apresenta Ajax e Protesilau disputando uma
partida de xadrez.
A Caíssa de William Jones.
A terceira lenda atribui a invenção do jogo princípios das aberturas e os finais de
ao deus Marte(Mitologia Romana) ou Ares(Mitologia partida, além de classificar os praticantes de
Grega)
que foi inspirado pela dríade Caissa do Xatranje em cinco categorias segundo a sua
poema homônimo. Trata-se de uma lenda força de jogo.[24]
contemporânea, criada em 1763 por William
Uma teoria alternativa sustenta que o xadrez
Jones, um famoso orientalista britânico, que
surgiu na China e se espalhou para Ásia
publicou quando estudava na Universidade
Central e chegou à Pérsia no século VII. O
de Oxford, o longo poema[20] Caíssa, sobre
especialista em xadrez Samuel Howard
uma ninfa dos carvalhos que habitava
Sloan afirma que o xadrez (anterior
nos bosques da antiga Trácia. Caíssa e sua
ao chaturanga) foi criado na China em 204-
associação à criação do jogo de xadrez
203 a.C.pelo general Han Xin - embora a
adquiriu enorme popularidade nos
maioria dos especialistas ocidentais não
países anglófonos após as citações de
aceite essa tese - há duas referências
Petter Pratt em seu livro Studies of
populares ao xadrez na antiga literatura
Chess (Londres, 1803) e George Walker
chinesa. A primeira foi na coleção de
em Chess and Chessplayers (Londres,
poemas "Chu Chi" durante a Dinastia
1950). Posteriormente, na França, a musa
Chou (1046 - 255 a.C.). A segunda é no livro
foi citada por La Bourdonnais, Saint Aimant,
"Shuo Yuan".[5]
dentre outros, em artigos escritos na La
Palamède, a primeira revista do mundo O xadrez chegou ao ocidente,
dedicada ao xadrez. Desta forma, o jogo de provavelmente levado de caravana através
xadrez também veio a ser conhecido do deserto de Gobi até o Uzbequistão, onde
poeticamente como a Arte de Caíssa.[21] as mais antigas peças conhecidas (um
elefante "em pé") datado do século II foram
Origens históricas encontradas. De lá cruzou o Afeganistão,
chegando à Pérsia por volta do século VII. A
língua indiana, o hindi, é substancialmente
derivado do Persa. A história daquele
período indica que as coisas eram
exportadas da Pérsia para a Índia - há uma
profusão de material literário disponível
Nobres egípcios jogando uma forma primitiva de xadrez, em sânscrito, indo até 1 500 a.C..[5] - e
segundo a concepção artística de Sir Lawrence Alma-
Tadema, (1879)
assim o xadrez também foi exportado
também para a Etiópia, em um formato
Embora algumas civilizações antigas simples e pouco conhecido, onde ambos os
tenham sido apontadas como o berço do lados se movem simultaneamente e com
xadrez, tais como o Antigo Egito e a China rapidez.[5]
dinástica, na atualidade pesquisas afirmam
que o jogo tenha se originado na Índia por Na passagem do primeiro milênio da nossa
volta do século VI, num formato primitivo era, o jogo já estava difundido por toda
com regras diferentes das atuais, o a Europa, chegando a Península
antecessor denominado Chaturanga. Ibérica no século X,[25] sendo citado no
manuscrito do século XIII, o Libro de los
Posteriormente o Chaturanga difundiu-se juegos, que discorria sobre o Xatranje, entre
na Pérsia durante o século VII (após outros jogos.
conquista do árabes islâmicos sobre
a Pérsia), recebendo o Origens do xadrez moderno
nome persa Chatrangue, provavelmente (1450-1850)
com regras diferentes em relação ao jogo
indiano.[5][23]
As peças se mantiveram durante muito
tempo com os seus nomes persas originais,
apesar do nome do jogo mudar
para Xatranje. Dentre os praticantes de
Chatrangue à época, destaca-se Alrazi,
Aladli, o historiador Alçuli e seu discípulo al-
Lajlaj. Diversos estudos foram feitos por
Alçuli com o objetivo de compreender os
Enxadristas árabes disputando uma partida de xadrez,
na concepção de Ludwig Deutsch, (1896)
As peças no jogo antecessor ao xadrez
tinham movimentos bem limitados: o
elefante (antecessor do bispo) somente
podia mover-se em saltos por duas casas
nas diagonais, o vizir (antecessor da dama)
somente uma casa nas diagonais,
os peões não podiam andar duas casas em
seu primeiro movimento e não existia ainda
o roque. Os peões somente podiam ser
promovidos a vizir que era a peça mais
fraca, depois do peão, em razão da sua
limitada mobilidade.[26]
Por volta do ano de 1200, as regras do
xadrez começaram a sofrer modificações na
Europa e aproximadamente em 1475, deram
origem ao jogo assim como o conhecemos
nos dias de hoje. As regras modernas foram
adotadas primeiramente na Itália (ou,
segundo outras fontes, na Espanha): os
peões adquiriram a capacidade de mover-se
por duas casas no seu primeiro movimento
e de tomar outros peões en passant,
enquanto bispos e damas obtiveram sua
mobilidade atual.[26] A dama tornou-se a
peça mais poderosa do jogo. Estas
mudanças rapidamente se difundiram por
toda a Europa Ocidental, com exceção das
regras sobre o empate, cuja diversidade de
local para local somente se consolidou em
regras únicas no início do século XIX.
Por esta época iniciou-se o desenvolvimento
da teoria enxadrística. A mais antiga obra
impressa sobre o xadrez, Repetición de
Amores y Arte de Ajedrez, escrito pelo
sacerdote espanhol Luís de Lucena, foi
publicado em Salamanca no ano de
1497.[27] Lucena e outros antigos mestres do
Séculos XVI e XVII, como o gerações. É no império, durante o século
português Pedro Damiano de Odemira, os
italianos Giovanni Leonardo Di Bonna, Giulio
Cesare Polerio, Gioacchino Greco e o bispo
espanhol Ruy López de Segura,
desenvolveram elementos de aberturas e
defesas, tais como Abertura Italiana, Ruy
López e o Gambito do Rei, além de terem
feito as primeiras análises sobre os finais.
Templários disputando uma partida de xadrez
numa iluminura do Libro de los juegos (1283)
No século XVIII, a França passou a ocupar o
centro dos acontecimentos enxadrísticos.
Os mais importantes mestres eram o
músico André Philidor, que descobriu a
importância dos peões na estratégia do
xadrez,[28] e Louis de la Bourdonnais que
venceu uma famosa série
de matches contra o mais forte enxadrista
britânico da época, Alexander McDonnell,
em 1834. O centro da vida enxadrística
nesse período eram as coffee houses nas
maiores cidades europeias, dentre elas
o Café de la Régence em Paris e
o Simpson’s Divan em Londres.
Durante todo o século XIX, as entidades
enxadrísticas se desenvolveram
rapidamente. Diversos clubes de xadrez e
vários livros sobre enxadrismo foram
publicados. Passaram a ocorrer matches por
correspondência entre cidades, tais como o
ocorrido entre o London Chess Club contra
o Edinburgh Chess Club em 1824.[29] As
composições de xadrez tornaram-se
comuns nos jornais, nos quais Bernhard
Horwitz, Josef Kling e Samuel
Loyd compuseram alguns dos mais famosos
problemas de xadrez daquela época. No
ano de 1843, a primeira edição
do Handbuch des Schachspiels foi
publicada, escrita pelos mestres
germânicos Paul Rudolf von
Bilguer e Tassilo von Heydebrand, sendo
considerada a primeira obra completa sobre
a teoria enxadrística.
No Brasil, o xadrez é um jogo que goza de
muitos adeptos, mas sempre com períodos
de hiatos e eferverscências entre as
XIX, que começa a se estruturar
oficialmente, particularmente na corte do Rio
de Janeiro. O primeiro torneio de xadrez
efetuado no Brasil, em 1880, contou com a
participação de Machado de Assis (que foi o
primeiro brasileiro a ter um problema de
xadrez publicado), Arthur Napoleão (grande
divulgador e pioneiro do jogo no
Brasil), João Caldas Viana Filho, visconde
de Pirapitinga (o primeiro grande enxadrista
brasileiro e provavelmente o maior jogador
surgido no Brasil até 1930),[70] Charles
Pradez (suíço que residiu alguns anos no
Rio de Janeiro),[71] Joaquim
Navarro e Vitoriano Palhares.
Os campeonatos nacionais ocorrem desde
1927, sendo que o primeiro campeão
foi Souza Mendes em campeonato
disputado no Rio de Janeiro. O primeiro
campeonato brasileiro feminino ocorreu em
1960 na cidade de Brusque e a primeira
campeã foi Dora Rúbio.
Na literatura enxadrística, O Perfeito
Jogador de Xadrez ou Manual Completo
deste Jogo (1850), de Henrique Velloso
d’Oliveira, é o primeiro livro inteiramente
sobre xadrez publicado no Brasil. Depois,
vem Caissana Brasileira, escrito pelo já
citado Arthur Napoleão, um livro com 500
problemas de xadrez e histórico do jogo no
Brasil, publicado em 1898. O Xadrez
Básico (1954), escrito pelo médico e mestre
nacional Orfeu D’Agostini, influenciou
gerações de enxadristas brasileiros,
tornando-se um best-seller,[80] assim como
o Manual de Xadrez de Idel Becker,
publicado em 1948. Na atualidade, um dos
autores mais importantes é Rubens Filguth,
que escreveu uma biografia de um dos
melhores senão o melhor enxadrista
brasileiro, intitulada Mequinho, o perfil de um
gênio, além da obra de referência Xadrez de
A a Z, dentre outras.
Henrique Mecking, conhecido como Mequinho,
considerado nos anos 70 o melhor enxadrista brasileiro e
o terceiro melhor do mundo.
Henrique Mecking, mais conhecido como
Mequinho, é considerado o mais importante
enxadrista brasileiro,[81] tendo alcançado o
seu auge no ano de 1977, quando foi
considerado o terceiro melhor jogador do
mundo, superado apenas por Anatoly
Karpov e Viktor Korchnoi. Todavia, uma
doença grave, a miastenia, que compromete
seriamente o sistema nervoso e
os músculos, fez Mequinho abandonar as
competições em 1978. No estágio mais
grave da doença passou a frequentar os
cultos da Renovação Carismática Católica.
Ao se recuperar, passou a dedicar-se
integralmente à religião, mas sempre
alimentou a esperança de voltar a jogar
xadrez. Finalmente voltou a jogar em 1991,
num match de seis partidas contra o grande
mestre Pedrag Nikolić. Em 2001,
venceu Judit Polgar, a maior enxadrista do
mundo. Mequinho vem participando de
diversos torneios pela Internet e é
atualmente um Grande Mestre Internacional,
com uma pontuação de 2.565
no rating FIDE, ocupando a quarta posição
no ranking brasileiro no início de 2008.[82] No
ano de 2008, a CBX organizou o I
Campeonato Brasileiro pela Internet,
disputado nos servidores do Internet Chess
Club, cujo campeão foi o GM Henrique
Mecking após final contra o GM Rafael
Leitão, sendo o título decidido em um tie-
brake.
O atual campeão brasileiro pela
Confederação Brasileira de Xadrez (CBX) é
o GM Alexandr Fier, título conquistado na
84ª edição do Campeonato Brasileiro de
Xadrez disputado na cidade do Rio de
Janeiro em 2017.[83] A campeã brasileira
é WMF Juliana Terao, título mantido no 57º
Campeonato Brasileiro Feminino, realizado
na cidade do Rio de Janeiro em 2017.[84]
Leis do xadrez
Regras
Durante uma partida de xadrez, cada
enxadrista controla dezesseis peças que
podem ser de cor clara ou escura
(normalmente brancas e pretas), sendo que
as brancas devem sempre fazer o primeiro
lance. São necessários um tabuleiro com
oito fileiras e oito colunas composto por
sessenta e quatro casas (sendo metade
claras e metade escuras, alternadamente) e
um relógio de xadrez que é opcional para
disputas não oficiais. Para que o tabuleiro
fique corretamente posicionado antes de
cada partida, cada enxadrista deve ter um
quadrado claro à sua direita.
No transcorrer da partida, quando o rei de
um enxadrista é diretamente atacado por
uma peça inimiga, é dito que o rei está
em xeque. Nesta posição, o enxadrista tem
que mover o rei para fora de perigo, capturar
a peça adversária que está efetuando o
xeque ou bloquear o ataque com uma de
suas próprias peças, sendo que esta última
opção não é possível se a peça atacante for
um cavalo, pois tal peça pode saltar sobre
as peças adversárias. O objetivo do jogo é
dar xeque-mate ao adversário, o que ocorre
quando o rei oponente se encontra em
xeque e nenhum lance de fuga, defesa ou
ataque pode ser realizado para anular o
xeque. Neste caso, ou a peça é capturada
(ou tomada) pelo adversário ou o
concorrente perdedor tomba o rei, como
sinal de desistência. Não existe a
obrigatoriedade de o concorrente dizer, em
caso de xeque, Xeque, e em caso de xeque-
mate, Xeque-mate, ou simplesmente Mate,
conforme verificado no artigo "Regras do
Xadrez".
O enxadrista ainda dispõe de três lances
especiais: o roque que encastela o rei,
protegendo-o de ataques inimigos; a
captura en passant, quando um peão
avançado toma um outro peão oponente
que apenas passou pelo primeiro com o seu
lance inicial de duas casas; e a promoção,
obrigatória ao peão que, ao alcançar a
oitava fileira, deve ser promovido a cavalo,
bispo, torre ou dama, de mesma cor.
Peças de xadrez
Peças de xadrez, da esquerda para a
direita: Rei branco, Torre e Dama negras, Peão branco,
Cavalo negro e Bispo branco, todas sobre o tabuleiro o
campo de batalha onde enfrentam.
Cada um dos enxadristas dispõem de
dezesseis peças: oito peões, dois cavalos,
dois bispos, duas torres, um rei e
uma dama, sendo que cada tipo de peça
possui um movimento característico:
Quando uma peça pode ser movida para
uma casa em que está localizada uma peça
adversária, esta última pode ser capturada.
Assim, a peça a ser jogada move-se para a
casa da peça oponente, que é então retirada
do tabuleiro. O rei é a única peça que nunca
pode ser capturada, uma vez que a partida
termina quando ocorre o xeque-mate, ou
seja, a iminência da captura do rei.
* Vitória
Para obter a vitória no jogo de xadrez, é
preciso por o Rei adversário em uma
posição na qual seja impossível escapar, ou
seja, dar um xeque-mate. O jogador que
fizer isso primeiro vence a partida. No
entanto também é possível vencer sem que
o xeque-mate seja dado, caso o adversário
perceba que o mate é iminente, pode
escolher abandonar a partida, entregando a
vitória ao oponente. Existem três formas de
escapar de um xeque:
- Capturar a peça atacante;
- Interpor uma peça entre o Rei e a peça
atacante;
- Mover o Rei para uma casa que não esteja
sob ataque.
Porém, se nenhum desses movimentos
puder ser efetuado, então o xeque-mate é
concretizado e a partida termina.
Ao contrário do que muitos jogadores
acreditam, não é necessário anunciar o
xeque, e em algumas modalidades, como
em partidas blitz, é desaconselhado. É
obrigação do jogador perceber que seu Rei
está sendo ameaçado.
* Empate
Uma partida de xadrez pode terminar em
empate, dadas algumas situações:
Rei Afogado: nessa situação o Rei
encontra-se encurralado em uma posição da
qual não consegue sair, pois nenhum lance
é legal. É semelhante ao xeque-mate,
exceto pelo Rei não estar em xeque. Esse
lance é controverso na história do xadrez,
tendo sido considerado por momentos como
vitória do jogador cujo Rei termina afogado,
em outros momentos visto como derrota, e
hoje, finalmente, como empate.
Xeque perpétuo: não há uma regra que
defina o xeque perpétuo como empate, no
entanto a maioria dos jogadores concorda.
Como o próprio nome sugere, o xeque
perpétuo ocorre quando um jogador realiza
uma série de xeques sem que seja possível
dar um mate. Pelas regras oficiais, esse
movimento resultará em empate pela Regra
das Três Posições ou pela Regra dos 50
Movimentos.
Regra da Três Posições: segundo as
regras oficiais estabelecidas pela FIDE, um
jogador pode reclamar o empate quando
uma posição for repetida pela terceira vez
em um jogo. A reclamação deve ser feita na
vez do jogador, e as possibilidades de
movimento tem que ser as mesmas para
todas as peças no tabuleiro. Se na primeira
posição existia a possibilidade de roque e
agora não há mais, então não é a mesma
posição.
Regra dos 50 Movimentos: outra
regulamentação da FIDE institui que o
jogador pode reclamar o empate se os 50
últimos lances de cada jogador foram feitos
sem que nenhuma peça fosse capturada ou
que houvesse movimento de qualquer peão.
Insuficiência material: é considerado
empate caso os jogadores não tenham
peças suficientes para dar o xeque-mate. O
mínimo de peças considerado suficiente é
de a) Rei e Dama; b) Rei e Torre; c) Rei e
dois Bispos; d) Rei, Bispo e Cavalo.
Também é possível ganhar a partida com o
Rei e um peão, porém ele deve ser
promovido a Dama ou Torre para efetuar o
xeque-mate e evitar o empate.
Comum Acordo: um jogador pode oferecer
o empate, na sua vez, e a partida se dá por
encerrada caso o oponente aceite. Se o
oponente recusar a oferta de empate, a
partida segue, sendo que o jogador a
oferecer o empate não pode repetir a oferta,
tampouco pode o oponente aceitar a oferta
em uma jogada posterior.
Lances Irregulares
Dentre os lances considerados irregulares,
que vão contra as regras do jogo de xadrez,
o mais grave é colocar seu próprio Rei em
xeque. O objetivo do jogo de xadrez tem
duas faces; atacar o Rei adversário E
proteger seu próprio Rei, portanto é
absolutamente proibido fazer qualquer lance
que vá contra esse objetivo.
No xadrez os lances irregulares são
proibidos, de forma que o jogador que
cometer alguma dessas infrações deve
corrigir o lance ilegal, retornando à posição
anterior e fazendo um novo lance. Isso não
significa que é permitido executar lances
irregulares indiscriminadamente, uma vez
que a jogada é corrigida e o jogador tem a
chance de executar outro movimento. Um
jogador que cometer três infrações é
considerado perdedor da partida
imediatamente.
São considerados lances irregulares ou
ilegais:
 fazer um lance com uma peça em
um movimento não-válido para a mesma, ou
seja, mover-se em linha reta com o Bispo ou
em diagonal com o Cavalo.
 Estando o Rei em xeque, fazer um
movimento em que ele permaneça em
xeque.
 Fazer qualquer movimento, seja com
o Rei ou outra peça, que coloque o Rei em
posição de xeque.
É importante lembrar que a correção do
movimento deve ser feita com a mesma
peça que foi movida na execução do lance
irregular. Caso o jogador tenha movido o
Cavalo e, dessa forma, colocado seu próprio
Rei em xeque, ele deve retornar o Cavalo à
posição anterior e fazer outro lance com o
mesmo Cavalo, de modo que seu Rei esteja
protegido. Somente se não houver
movimento legal a ser executado com a
peça em questão, o jogador tem o direito de
mover outra peça do tabuleiro.
Etiqueta do Xadrez
As partidas de Xadrez entre os grandes
jogadores sempre começam e terminam,
com um aperto de mãos, em sinal de
respeito, cordialidade e reconhecimento.
O ato de mover as peças no xadrez
apresenta certas regras, algumas que não
necessariamente influenciam o resultado do
jogo, mas que funcionam como um tipo de
manual de etiqueta.
Uma dessas regras, que consta nas regras
oficiais da FIDE (4.1), diz que cada lance
deve ser feito com uma mão só. Até mesmo
o simples ato de tocar em um peça é
considerado parte do lance, o que significa
que ao tocar em uma peça no tabuleiro,
você deve usá-la na jogada. Para arrumar
uma peça no tabuleiro, dentro da sua
própria casa, é necessário dar um aviso. A
expressão mais comum é 'J'adoube', do
francês, mas aceita-se também o 'I adjust',
do inglês, e 'Ajuste', em português. Derrubar
ou deslocar as peças, mesmo que
acidentalmente, é passível de penalidade.
Quando em competições, as partidas de
xadrez são jogadas com o uso de relógios.
Os lances são considerados completos
apenas quando o jogador para seu relógio,
acionando o relógio do adversário. Como o
manuseio do relógio faz parte do lance, ele
deve ser parado com a mesma mão
utilizada para mover as peças no tabuleiro.
O mau manuseio do relógio é digno de denominada casa e recebe uma
penalidade, seja por derrubá-lo, acioná-lo identificação única para a prática de notação
com muita força ou até mesmo segurá-lo. das partidas, podendo-se tratar da
identificação descritiva, algébrica ou numéric
Uma máxima do Xadrez é “peça tocada,
a. Em tabuleiros bidimensionais, o conjunto
peça movida”, então o jogador só deve
retilíneo horizontal de divisões é
tocar uma peça com toda a consciência de
denominado fileira ou fila, o conjunto
que irá movimentá-la, sob pena de sanções.
retilíneo vertical é denominado coluna e os
Por ser um jogo que exige concentração, os dois conjuntos retilíneos de casas da
jogadores permanecem em silêncio mesma cor que intersectam dois lados
praticamente durante toda partida. O adjacentes do tabuleiro são
silêncio só é quebrado em casos como o denominados diagonais.
citado acima, quando o jogador anuncia o
A prática do xadrez ocidental exige a
ajuste das peças, ou para pedir empate.
utilização de um tabuleiro por partida.
Como mencionado anteriormente, o jogador
deve pedir pelo empate na sua vez, e caso o
pedido seja recusado pelo oponente, não
pode ser feito novamente. Essa regra
assegura a tranquilidade da partida,
impedindo um jogador de ficar importunando
o adversário com constantes pedidos de
empate.

O Tabuleiro de Xadrez.

Tabuleiro de xadrez que pertenceu a Machado de Assis.

Tabuleiro de xadrez em madeira.

Posição inicial e notação
O tabuleiro de xadrez é um equipamento
para a prática do xadrez, sobre o qual são
dispostas as peças do jogo. Geralmente é
de forma quadrada, com um padrão
reticulado peculiar com alternância de duas
cores entre as suas subdivisões.
Normalmente é fabricado em madeira ou
em plástico, mas pode ser empregada uma
grande variedade de materiais
como couro, mármore, marfim, vidro ou met
al. o tabuleiro é de forma quadrada, sendo
seus lados divididos em oito partes,
perfazendo um total de sessenta e quatro
subdivisões. Recomenda-se que as casas
do tabuleiro tenham de 5 a 6,5 cm e que a
proporção entre as peças e uma casa seja
de modo que a lateral de uma casa seja
duas vezes o diâmetro da base de um peão. Por convenção, adota-se que a primeira
Se a mesa de jogo e o tabuleiro forem peças casa da coluna a direita do enxadrista deve
separadas, o último deve ser fixado de ser de cor clara. Caso seja verificada no
modo a evitar sua movimentação durante a decorrer da partida a configuração incorreta
partida. Cada subdivisão do tabuleiro é
do tabuleiro, a partida deve ser interrompida
e a posição das peças transferida para um
tabuleiro corretamente disposto. Em torneios
oficiais, deve ser utilizada a notação
algébrica para a notação de partidas,
entretanto outros sistemas, como a notação
postal, ainda são utilizados.
No sistema algébrico, as fileiras são
numeradas de 1 a 8, sendo a fileira 1
correspondente à primeira fileira das peças
brancas e a 8 é a fileira das peças negras.
As colunas são denominadas
alfabeticamente de a a h sendo a fileira da
esquerda das peças brancas a que é
referida como a.
Sistema Algébrico
A casa g5 identificada no tabuleiro de xadrez por meio do
sistema algébrico
maiúscula (para não confundir com as letras
indicativas de colunas) de seu próprio nome,
deste modo: Cavalo, Bispo, Torre, Dama
e Rei. Os peões não precisam ser indicados.
Indica-se a jogada da seguinte maneira:
primeiramente escreve-se a letra que
representa a peça jogada, depois a
coordenada da casa na qual ela foi
colocada, coluna e linha, nesta ordem.
Exemplos
Mate Pastor, notação em colunas:
1.e4 e5
2.Dh5!? Cc6
3.Bc4 Cf6??
4.Dxf7#
Mate Pastor, notação linear:
1.e4 e5; 2.Dh5!? Cc6, 3.Bc4 Cf6??, 4.
Dxf7#
Tanto no sistema de colunas quanto no
linear, o número seguido de um ponto indica
o lance da partida, logo após vem o
movimento das brancas, espaço e o
movimento das negras. No Mate Pastor , por
exemplo 1. e4 indica que o peão do rei
branco avançou duas casas até e4 e as
negras respondem avançando o peão do rei
até e5; no segundo lance as brancas
movimentam a Dama até h5 e as negras
movem o Cavalo para c6; no terceiro lance a
brancas movem o Bispo para c4 e as negras
o Cavalo para f6; no quarto lance as
brancas tomam a casa f7 com a Dama
efetuando o mate.
Símbolos especiais
Os principais sinais especiais utilizados para
a notação das partidas[120] são os seguintes,
conforme tabela abaixo:

Símbolo Significado Exemplo Comentários

# ou Dg7# ou Dama dá mate ao

Sistema Algébrico é o método utilizado para identificar as
Mate rei ao ser movida
casas no tabuleiro e registrar partidas
++ Dg7++ para a casa g7.
Como é visto nos diagramas ao lado, divide-
se o tabuleiro em oito linhas horizontais
numeradas de 1 a 8, a começar do lado em Torre dá xeque ao
que estiver o jogador que conduz as peças + Xeque Te1+ rei ao ser movida
brancas, e em 8 colunas verticais para a casa e1.
identificadas pelas letras a a h (sempre
minúsculas!), a começar da esquerda e indo
para a direita do jogador de Brancas. Cada x Captura BxC Bispo toma cavalo.
uma das peças é indicada pela inicial
 utilização de figuras ou diagramas ( e
Peão da
coluna e toma peão
)l ou a letra P, de uso raro, preferindo-se
Captura en utilizar apenas a notação da casa do mesmo
e.p. exd e.p. da coluna d pela
passant
regra do en Os peões, originalmente, foram
passant. a infantaria na representação militar que o
xadrez tinha, porém, na Idade Média, foi
interpretado nas moralidades como os
0-0
Pequeno
–
Roque efetuado na camponeses e a possibilidade de promoção,
Roque ala do rei.
uma metáfora para a possibilidade de
ascensão social através de um caminho
virtuoso (reto). No início de uma partida,
0-0-0
Grande
–
Roque efetuado na cada jogador tem oito peças que são
Roque ala da dama.
dispostas nas fileiras 2 para as brancas e 7
para as pretas. O peão move-se
verticalmente na coluna que encontra-se,
Peão da sendo incapaz de recuar. No primeiro
coluna e alcança a
= Promoção e8=D
oitava fileira e é
movimento, a partir do ponto de partida,
promovido à dama. pode avançar uma ou duas casas e, a partir
daí, uma.

Um peão só pode capturar a peça

Planilha de Notação, onde se encontra anotada
uma partida entre Réti e Capablanca, por meio
do sistema algébrico (Nova Iorque, 1924)
As peças do Xadrez
*O Peão
adversária imediatamente na fileira à frente
e na diagonal, não tomando as peças na
sua frente ou lateral. No exemplo acima, o
peão branco em a4 pode capturar b5 ou
avançar para a5, o peão de b2 está
imobilizado por b3; d2 pode avançar uma ou
duas casas em seu primeiro lance, e4 pode
tomar o Cd5, Tf5 ou avançar para e5; g2
pode avançar para g3 ou g4; e h3 pode
apenas avançar para h4.

Peão branco Peão preto

O Peão no modelo Staunton. * Promoção do Peão. O peão tem a
O Peão é uma peça menor do xadrez. Em possibilidade de se promover
periódicos e na literatura, recomenda-se a a torre, cavalo, bispo ou dama, uma vez que
alcançou a última fileira (8 para as brancas,
1 para as pretas), ou seja, em qualquer peça
da mesma cor exceto peão ou rei. Isso é
chamado de promoção, ou coroação, e
representa um tema importante a considerar
em táticas e estratégias. A medida que o
peão avança, seu valor relativo aumenta e
deve-se evitar que o peão seja bloqueado
pelas peças adversárias, que irão mobilizar
esforços para impedir seu avanço. A ação
da peça promovida é imediata, ou seja, se o
rei adversário está na última fileira e ao
Piqueiros, uma infantaria medieval.
coroar é solicitado uma dama ou torre, o rei
adversário está automaticamente em xeque. * O Cavalo

* Captura en passant (de passagem).

Suponhamos que o peão preto esteja em b4
e o peão branco esteja na sua casa inicial Cavalo Branco Cavalo preto
O cavalo no modelo Staunton.
c2, é a vez das brancas e estas jogam c4,
realizando o avanço duplo do peão, O Cavalo é uma peça menor do xadrez
posicionando-o ao lado do peão preto. Na ocidental de um valor aproximado de
vez das pretas, estas fazem a captura en três peões. É representado pela letra C
passant, posicionando o peão negro em c3 nas notações algébricas e em periódicos e
e removendo o peão branco do tabuleiro. A na literatura, também se utiliza figuras ou
notação algébrica seria 1.c4 bxc4e.p. A diagramas ( e ). Tem um movimento
captura en passant só é possível se o peão assemelhado a um "L" e, diferente das
que irá fazer a captura estiver na quinta fila outras peças, pode pular as peças
(5 para as brancas, 4 para as pretas) e o intervenientes. Captura tomando a casa
peão a ser capturado realizar o avanço ocupada pela peça adversário, sendo
duplo se posicionando na casa vizinha do sempre no final do L.
peão adversário, e tal captura só é possível
imediatamente após o avanço, não sendo
permitida depois de outros lances. É o único
movimento onde a peça que captura não
ocupa a casa do tabuleiro da peça tomada.
Não é um movimento obrigatório, exceto se
for o único movimento legal disponível, o
jogador é obrigado a realizar o movimento
ou abandonar a partida. O movimento
também é obrigatório caso seja o único
movimento que permite ao jogador sair da
situação de xeque.

No início de uma partida, cada jogador tem

duas peças que são dispostas
nas colunas b e g, na primeira fileira para as
brancas e na oitava para as pretas. o
cavalo como forma representativa
da cavalaria e do papel que esta
desempenhava nos exércitos durante a
guerra.
Cavaleiros Templários medievais.
*O Bispo
Bispo branco Bispo preto
O Bispo no modelo Staunton.
O Bispo é uma peça menor do xadrez
ocidental de valor aproximado de
três peões. É representado por figuras ou
diagramas ( e ) ou pela letra B em
países lusófonos. Sua posição inicial no
começo do jogo é c1 e f1 para brancas e c8
e f8 para pretas. Movimenta-se em diagonal,
não podendo pular peças intervenientes, e
captura tomando o lugar ocupado pela peça
adversária. Devido às características de seu
movimento tem a deficiência da fraqueza da
cor onde seu movimento fica limitado à cor
da casa de onde inicia a partida. Em países
sob influência nórdica, a peça adquiriu o
significado de Bispo, o que provavelmente
teve influência da posição da peça ao lado
do Rei no tabuleiro e o status da Igreja como
principal conselheira da monarquia.
Movimentação do Bispo.
Papa Urbano II (1042-1099), que convocou as Cruzadas
(1095 d.C.) pela defesa dos peregrinos cristãos e
retomada da Terra Santa.
* A Torre
Torre Branca Torre preta
A Torre no modelo Stauton
A Torre é uma peça maior do xadrez,
empregada usualmente na fase final do jogo
devido ao seu valor estratégico e tático,
sendo amplamente estudada na literatura
sobre o enxadrismo. Seu valor relativo é de
aproximadamente cinco peões. Pode ser
representada em português pela letra T, ou
por figuras ou diagramas ( e ),
podendo variar em função de seu
posicionamento em colunas ou fileiras
abertas, ou formações estratégicas
como baterias. Na posição inicial das peças
sobre o tabuleiro, cada enxadrista tem a sua
disposição duas torres, posicionadas
em a1 e h1, para as brancas, e
sobre a8 e h8, para as pretas. Movimenta-se
ortogonalmente (em linhas retas nas
colunas e fileiras do tabuleiro) não podendo,
entretanto, pular peças adversárias ou
aliadas e captura ao ocupar a casa deixada
pelo adversário. Excepcionalmente, caso
não tenha sido movimentada, é permitido a
uma das torres realizar um movimento
especial denominado roque com o Rei, no
qual a Torre pode "pular" o monarca,
ocupando a casa imediatamente após este
no movimento.
Movimentação da Torre.
O “Cerco de Lisboa” (1147 d.C.) por Roque Gameiro,
retratando a reconquista da Península Ibérica pelos
cristãos durante a 2ª Cruzada. Na imagem, uma torre de
cerco sitiando a muralha de um castelo.
* A Dama
Dama branca Dama preta
A Dama no modelo Staunton.
A Dama ou Rainha é uma peça maior do
jogo de xadrez, representada nos países
lusófonos pela letra D na notação ou por
figuras ou diagramas ( e ). É a peça
de maior valor relativo do jogo,
usualmente valorada entre nove e dez
pontos. Assim como a Torre, é capaz de,
com o auxílio do seu Rei, vencer uma
partida contra um Rei solitário. Por sua
alta mobilidade é a peça preferida
do enxadrista iniciante. A Dama branca
começa o jogo em d1, uma casa clara, e a
negra em d8, em uma casa escura; daí a
regra "Dama na cor". A Dama movimenta-
se em linhas retas
pelas fileiras, colunas e diagonais no
tabuleiro, sendo uma peça na qual se unem
a movimentação do Bispo e da Torre. Não
pode pular suas próprias peças ou as
adversárias e captura tomando
a casa ocupada pela adversária. Devido ao
seu valor, normalmente é trocada somente
pela Dama adversária e o seu sacrifício, em
função de outras peças, são posições que
normalmente determinam o desfecho da
partida.
A movimentação da Dama no tabuleiro.
Isabel I, Rainha de Castela (1451-1504).
* O Rei
Rei branco Rei preto
O Rei no modelo Staunton.
O Rei é a peça mais importante do xadrez
ocidental, cuja captura é o único objetivo do
jogo. Em português, o rei é representado
pela letra R, e pode ser representado por
figuras ou diagramas ( e ). O Rei
branco inicia a partida na casa e1, de cor
escura, e o Rei preto sobre a casa e8 de cor
clara. Uma vez que não pode
ser trocado durante uma partida, ele é
considerado uma peça de valor inestimável.
Entretanto, alguns autores lhe atribuem de
dois a quatro pontos de valor relativo, numa
escala de um a dez, baseando-se em
sua mobilidade, segurança e no
papel ativo que desempenha no final do
jogo.
Durante uma partida, o Rei não pode
permanecer sob ameaça das peças
adversárias em nenhum instante, devendo
ser colocado em segurança imediatamente
no movimento seguinte, caso seja atacado.
As regras de etiqueta no xadrez indicam que
ao ameaçar o Rei do adversário, o atacante
pode quebrar o silêncio da partida e
anunciar "Xeque!” e, no caso do Rei não
poder escapar da captura, anunciar "Xeque-
mate!". Esses gestos são considerados
opcionais segundo as leis do
jogo, entretanto este gesto ainda é
praticado em partidas de nível amadores
A sua movimentação consiste no
deslocamento de uma casa na direção
horizontal, vertical ou diagonal, desde que
ela não esteja sob ataque adversário.
Movimentação do Rei.
* Movimentos especiais, Roque Curto e
Longo
É o único momento no Xadrez no qual duas
peças podem ser movidas no mesmo lance.
* Roque curto: o Rei, em sua casa inicial (e1
para brancas, e8 para negras), é movido
duas casas desocupadas em direção à
Torre da direita (g1 para brancas, g8 para
negras), e a Torre se move duas
desocupadas casas em direção ao Rei (f1
para brancas, f8 para negras). O Rei se
move antes da Torre, e as casas por onde
ele passa não podem estar sobre ataque e o
Rei não pode ter se movido anteriormente,
nem estar em Xeque. É representado por
O-O na notação.
* Roque longo: o Rei, em sua casa inicial
(e1 para brancas, e8 para negras), é movido
duas casas desocupadas em direção à
Torre da esquerda (c1 para brancas, c8 para
negras), e a Torre se move Três casas
desocupadas em direção ao Rei (d1 para
brancas, d8 para negras). O Rei se move
antes da Torre, e as casas por onde ele
passa não podem estar sobre ataque e o
Rei não pode ter se movido anteriormente,
nem estar em Xeque. É representado por
O-O-O na notação.
Carlos Magno (742 – 814), Imperador do Sacro Império
Romano Germânico.
Mates Elementares
Os mates elementares ocorrem quando seu
oponente só possui o rei no jogo, e você um
material mínimo para poder aplicar o mate
nele, sendo tais materiais: rei e dama x rei,
rei e duas torres x rei, rei e torre x rei, rei e
dois bispos x rei, rei 1 bispo e 1 cavalo x rei
e por último, rei e peão x rei (nesse caso
visando a promoção do peão).
Para cada tipo de material mínimo existe
uma técnica para se chegar ao mate, desde
o mais simples que é o mate de rei e dama
contra rei, até o mais complicadinho deles
que é o de rei 1 bispo e 1 cavalo contra rei.
Por isso, aqui vamos abordar primeiro o
mais simples, ou seja, o da dama, e nos
outros artigos dessa seção você pode
conferir os demais.
Para exemplificar um mate elementar de
dama e rei contra rei, usarei dois exemplos.
Um deles é o mais simples de entender e
executar principalmente por quem é iniciante
no xadrez, embora um pouco mais
demorado. O segundo, por sua vez, é mais
rápido, contudo deve-se contar com a ajuda
do rei para se atingir o objetivo.
1 – Rei e Peão contra Rei
Quando uma partida de xadrez chega em
um momento em que um dos jogadores só
se encontram com seu rei e peão contra o
rei sozinho do outro, chegamos em uma
situação que apesar das circunstâncias,
ainda é possível ganhar o jogo aplicando o
xeque mate para aquele que tem tal peão de
vantagem.
Para isso esse peão deverá ser promovido,
e temos duas situações em que isso poderá
ocorrer. A primeira delas é contando com a
ajuda do rei para que chegue ao lado do
tabuleiro e se promova. A segunda maneira
é quando esse peão consegue ir por conta
própria em direção a fileira de promoção.
Vamos ver primeiro o exemplo com o apoio
do rei.
Com as peças em suas posições iniciais
(Re1, Pe2, Re8), inicia-se o exercício:
1.Rf2 Re6, 2.Re3... O rei branco se coloca a
frente do seu peão para se impor ao rei
adversário.2…Re5, 3.Rf3 Rd4, 4.Rf4 Rd5,
5.Rf5... Esse é um movimento importante,
porque continua mantendo a imposição
sobre o rei adversário, permitindo que em
seguida o peão branco comece a se mover
em direção a promoção.5…Rd4, 6.e4 Rc5,
7.Rf6 Rd6, 8.e5+ Rd7, As pretas tentam
impedir ao máximo o avanço desse
peão.9.Rf7...Mais uma jogada de imposição
do rei branco.9…Rd8, 10.e6 Rc7, 11.e7
Rb7, 12.e8=Q... E assim o peão branco
consegue se promover e as brancas podem
vencer o jogo.
2 – Rei e Dama contra Rei
Esse tipo de mate elementar consiste em
mover apenas sua dama nos primeiros
lances e ir cercando o rei oponente até
encurralá-lo em um canto do tabuleiro.
Quando isso acontece, ai sim passamos a
movimentar nosso rei trazendo-o para junto
da dama para que o mesmo possa ajudá-la
a executar o xeque mate.
Para poder conduzir o rei adversário a um
canto desejado, você deve movimentar sua
dama de modo que ela pareça estar fazendo
o movimento do pulo de um cavalo em
relação ao rei adversário. Isso reduzirá as
casas que ele terá para se mover e aos
poucos, e contra sua vontade será levado
para o canto e até o abate.
O Rei branco começa em sua casa inicial
(e8), A Dama branca está posicionada em
e3 e o Rei preto está em d5 no início do
exercício.
1.Df4 Re6, 2.Dg5 Rd6, 3.Df5 Re7, 4.Dg6...
Observe que estamos sempre fechando o
rei com a distância do pulo de um cavalo. O
objetivo é levá-lo para um canto do tabuleiro
onde aplicaremos o mate com ajuda do
nosso rei. 4…Rd7, 5.Df6 Rc7, 6.De6 Rd8,
7.Df7 Rc8, 8.De7 Rb8, 9.Dd7 Ra8, Nesse
momento temos que tomar cuidado, pois se
a dama ir apara a casa c7, então ocorreria o
empate por afogamento. Por isso, quando o
rei esta preso em um dos cantos do
tabuleiro e só tem duas casas para ficar se
movendo, então é o momento de trazermos
o rei para ajudar a efetuar o mate.10.Rd2
Rb8, 11.Rc3 Ra8, 12.Rc4 Rb8, 13.Rc5 Ra8,
14.Rb6 Rb8, 15.Qb7# E nesse momento
aplicamos o mate com a ajuda do rei. Mas
em vez disso, a dama branca também
poderia ir para d8, por exemplo, e aplicar o
mate da mesma forma.
3 – Rei e Torre contra Rei
O mate elementar de rei e torre contra rei,
apesar de ser um pouco mais complicado
que o de dama e rei contra rei, também não
existe muito segredo quando você
compreende essa técnica. O objetivo aqui é
fazer com que compreenda os fundamentos
e como aplicar tais mates independente da
configuração e do diagrama do tabuleiro.
O mate de torre e rei contra rei, irá
acontecer em um dos quatro cantos do
tabuleiro ou em uma das laterais.
Obviamente que para ele ocorrer, será
necessário uma parceria entre o rei e a torre
para ir encurralando o rei oposto para uma
dessas zonas de abate. O rei oponente, por
sua vez, tentará de tudo para se manter no
centro evitando assim que esse mate possa
ser concretizado.
O Rei branco começa em a8, a Torre branca
em h8 e o Rei preto em d5
1.Th4... A torre branca se move para h4
impedindo que o rei preto avance para linha
4.1…Re5 2.Rb2 Rd5, 3.Rc3... O rei preto
tenta se manter o máximo de tempo
possível no centro do tabuleiro. O rei
branco, por sua vez, começa se mover para
ajudar sua torre.3…Re5 4.Rc4 Rd6,
5.Te4...Com esse lance, as brancas
começam a cortar o raio de ação do rei
preto dando início ao plano de encurralá-
lo.5…Rc6, 6.Te6+ Rd7, 7.Rd5 Rc7, 8.Td6
Rb7, 9.Tc6 Ra7, 10.Rc5... As brancas
continuam a empurrar o rei para um canto
afim de encurralá-lo e aplicar o mate. Cada
lance, seja com o rei ou com a torre, é
pensando em não deixar o rei sair dessa
armadilha.10…Rb7, 11.Rb5 Ra7, 12.Tc7+...
Nesse momento é dado um xeque com a
torre, fazendo com que o rei preto saia da
sua zona de conforte e desça para a linha
8.12…Rb8, 13.Rb6... E agora só resta para
o rei preto a casa a8.13…Ra8, 14.Tc8# E
assim o mate é aplicado com a torre branca,
amparada pelo seu rei que se opõe ao rei
preto impedindo que ele possa se mover
para qualquer casa.
4 – Rei e duas Torres contra Rei
Mate elementar de Rei e duas torres contra
rei. Quando essa situação ocorre, o mate
será dado em uma das laterais do tabuleiro.
As torres, em parceria, conduzirão o rei
oposto até uma dessas laterais onde o
deixarão sem saída.
Esse mate onde tem-se a parceria de duas
torres, também é conhecido como o mate da
escadinha, pois de “degrau” em “degrau”
vamos movimentando as torres com o intuito
de encurralar o rei inimigo em um dos
cantos do tabuleiro.
Vamos ver dois exemplos para elucidar bem
esse tipo de mate elementar. O primeiro
exemplo, bem simples e direto ao ponto. O
segundo, com um pouco mais de
dificuldade, mas ambos seguem a mesma
tese.
Rei Branco em c1, Torres brancas em b3 e
d2, Rei preto em e8.
1.Re3+... Colocamos a torre em e3 ao lado
da outra torre impedindo que o rei volte para
a coluna d e obrigando-o a ir para a coluna f,
começando assim o processo da escadinha
até encuralar o rei na coluna h.1…Rf7,
2.Tf2+ Rg6, Inutilmente, o rei tenta se
manter no meio e até exercer alguma
pressão sobre as torres brancas. Mas não
dará tempo.3.Tg3+ Rh5, 4.Th2#
Rei branco em e2, Torres brancas em b3 e
d2, Rei preto em f6.
1.Te3 Rf5, Primeiro jogamos a torre em e3
para limitar as colunas do rei oposto a partir
da coluna e.2.Rf3... Uma boa jogada para
impedir que o rei preto ameace nossa torre
de e3, e de quebra ainda abre a fileira 2
para a outra torre se movimentar e ajudar no
processo de mate.2…Rf6, 3.Tf2 Rf5,
4.Re2+... Tiramos o rei da frente dando um
xeque a descoberto. O rei preto é obrigado a
ir para a coluna g.4…Rg4, 5.Tef3 Rg5
6.Tg2+ Rh4, 7.Tg1... Fazemos um lance de
espera para aplicar o mate na
sequencia.7…Rh5, 8.Th3#
5 – Rei e dois Bispos contra Rei
O mate elementar de dois bispos e rei
contra rei se dá em uma das quatro casas
de canto do tabuleiro. Por isso, a técnica
para se aplicar esse mate é conduzir o rei
adversário até um desses cantos. Mas como
fazer isso?
Bom, para que o rei oponente seja forçado a
ir para uma dessas casas onde o xeque
mate se sucederá, devemos manter os
bispos um ao lado do outro, pois dessa
forma eles criam uma força surpreendente
ao longo do tabuleiro criando assim duas
diagonais duplas limitando o movimento do
rei adversário.
Logo, o que deve se suceder a partir dai é ir
subindo os bispos mantendo sempre um ao
lado do outro diminuindo cada vez mais o
raio de ação do rei oponente empurrando-o
para a linha 8. Depois, o próximo passo é
levá-lo para um dos canto, seja em a8 ou
em h8, onde acontecerá o xeque mate.
Esse avanço dos bispos com o objetivo de
conduzir o rei preto para a linha 8, deve
contar com a ajuda do rei. Para
entendermos melhor, nada melhor do que
um exemplo na prática sobre como efetuar
tal mate.
Rei branco inicia em e1, Bispos brancos em
d2 e e2, Rei preto em e5.
1.Rf2 Rd5, 2.Rf3 Re5,... O rei preto tenta se
manter no meio do tabuleiro o máximo que
puder.3.Be3 Rd5, 4.Bd3 Re5, 5.Be4 Rd6,
6.Bd4 Re6, 7.Rf4 Rd6, 8.Rf5... Em parceria
com o rei, as brancas começam a avançar
os bispos lado a lado empurrando o rei
adversário para a linha 8.8…Re7, 9.Be5
Rd7, 10.Bd5 Re7, 11.Be6... Nesse
momento só resta ao rei preto a fileira
8.11…Rd8, 12.Bd6 Re8, 13.Rf6 Rd8, Agora
as brancas tem que tomar cuidado, pois se
avançam o rei para f7, então ocorre empate
por afogamento.14.Bf4 !...Exatamente por
isso as brancas fazem um lance de
espera.14…Re8, Única casa possível para o
rei preto se mover.15.Bc7... As brancas
então colocam o bispo em c7, impedindo
que o rei preto volte para a casa
d8.15…Rf8, 16.Bd7... Bispo em d7
impedindo que o rei volte para e8. O plano
de conduzir o rei a um dos cantos e aplicar o
mate começa a ser efetuado.16…Rg8,
17.Rg6... O rei branco é colocado nessa
casa impedindo que o rei adversário escape
pela coluna h.17…Rf8, 18.Bd6+ Rg8,
19.Be6+Kh8, 20.Be5#E finalmente temos o
xeque mate em uma parceria entre os dois
bispos e o rei branco que impede qualquer
ação do rei preto
6- Rei com Cavalo e Bispo contra Rei
Temido mesmo por mestres, é necessário
memorizar e praticar movimentações,
conduções e posições, tendo três posições
de mate possíveis. Em 1923, o francês
Deletand publicou o método do triangulo,
que agora expomos com auxilio do
diagrama a baixo:
È importante saber que só é possível dar o
mate nos ângulos do tabuleiro de cor
idêntica as casas por onde se desloca o
Bispo, por tanto no nosso caso, o mate só
pode ser dado quando o Rei inimigo estiver
ocupando as casas h1 ou a8 .
No diagrama exposto percebemos que o Rei
negro esta fechado num triângulo de
verticesb1, h1 e h7 do qual não pode sair. E
este é o segredo, procurar sempre chegar a
esta posição, daí em diante os lances vão
ser como musica. Vocês perceberam que
desenhei três linhas fazendo triângulos?
Para dar o mate, o jogador das brancas, tem
que obrigar o Rei negro a entra no
triângulo menor de hipotenusa d1-h5 de
forma que não possa atravessar essa
diagonal, podemos consegui-lo por exemplo
colocando o bispo em g4 e o Cavalo em e4,
conseguindo isso, obriga-se o rei negro a
entrar no Triângulo menor e então, dar o
mate não é difícil.
Voltando a nosso exemplo vejamos como
dar o mate.
1.Bc2 Re3, 2. Rc1 Re2, 3. Bg6 Re3, 4. Rd1
Rf2, 5. Rd2 Rf3, 6. Rd3 Rg4, 7. Re3 Rh4, 8.
Rf4 Rh3, 9. Bh5…
O Rei negro encontra-se fechado no
triângulo médio e é suficiente para deslocar Neste diagrama, se as pretas jogarem
o Cavalo para a casa e4 e o Rei negro não 1...Ra8?, as brancas darão mate com
mais poderá ir para as casas d2 e f2 através 2.C(b)c7. Mas se o Rei preto fizer 1...Rc8,
das quais poderia fugir. então não há como dar mate
9... Rg2 10.Re3 Rg3, 11.Be2... (lance de
espera) 11.... Rh4 (se 11....Rg2, seguiria
12.Cg5 e 13. Ce4)12.Rf4 Rh3, 13.Cg5 Rg2,
14.Ce4 Rh3, 15.Rg5 Rg2, 16.Rg4 Rh2,
17.Bf1…

Neste diagrama, se o Rei preto for para h8,

as brancas dão mate com Cg6, mas se for a
O Rei Negro está agora encurralado no h6, então temos empate.
menor dos triângulos e só tem três casas
para ir. Exercícios
17... Rg1, 18.Bh3 Rh2, 19.Cc3 Rg1, 20.Rg3 Mate em um lance:
(agora o Rei negro só pode deslocar-se
pelas casas g1 e h1 a operação final para
dar o mate é mais fácil) 20...... Rh1 21. Bg2
Rg1 22. Ce2 ++.

Há ainda os mates de Rei com dois Cavalos

contra Rei, e Rei com Cavalo e Bispo contra
Rei, o primeiro em que o estudo se resume
à posição em que o mate é possível; e no Diagrama 1, resposta: De8#

7 – Rei com dois Cavalos contra Rei

O xeque-mate com dois cavalos é chamado
de "xeque ajudado", por que não dá para
forçar o mate, é preciso a "colaboração" do
rei que leva o mate. Não há, portanto, um
roteiro que conduza ao mate, basta o Rei
solitário evitar os erros, que a partida
termina em empate.

Veja os seguintes diagramas, são de xeque-

mates do tipo Rei e dois Cavalos contra Rei: Diagrama 2, esposta: Dxg7#
Diagrama 3, resposta: d7# Diagrama 8, resposta: Bd1#

Diagrama 4, resposta: Db7# Diagrama 9, resposta: Bh7#

Diagrama 5, resposta: 1.Txc7# Diagrama 10, resposta: Ce6#

Diagrama 6, resposta: Txh7# Diagrama 11, resposta: Cg7#

Diagrama 7, resposta: Th6# Diagrama 12, resposta: e6#

Mate em dois lances

Diagrama 5, resposta: 1. … Bg3+ 2.hxg3

Diagrama 1, resposta: 1 1. … Bd2+ 2.Re4 Dxg3#
f5!# [se 2. … Txe2+, segue 3.Be3, e não
temos mate em 2]

Diagrama 6, resposta: 1. … Cc2+ 2.Txc2

Diagrama 2, resposta: 1.Th5+! gxh5 2.Df6# Tb1#

Diagrama 3, resposta: 1.Txg6!! fxe6 2.Bxe6#

Diagrama 7, resposta: 1.Dxf8! Rxf8 2.Th8#

Diagrama 8, resposta: 1- Dxh7+ Cxh7 Cg6#

Diagrama 4, resposta: 1. … Dg2+! 2.Txg2
fxg2#