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Simone Vinhas Oliveira

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ______ VARA
FEDERAL DA SUBSECÇÃO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS –SP.

MARIA SERPA RIBEIRO brasileira, casada, costureira,


portadora do RG n. º 10.934.487 e do CPF n. º 602.311.658-20, residente e domiciliada à Rua
Dos Jacintos, nº 160, Jardim das Indústrias, São José dos Campos - SP, por sua advogada que
afinal assina, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor AÇÃO
CAUTELAR INOMINADA, com fulcro no artigo 796 e seguintes do Código de Processo
Civil, INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, na figura de seu representante
legal, com sede à Avenida Doutor João Guilhermino, 84, São José dos Campos - SP, pelos
motivos que passa a expor:

1. À autora foi concedido o benefício de auxílio-doença, NB 505.827.115-6,


no valor de R$ 306,23 (trezentos e vinte e seis reais e vinte e três centavos), pelo período de
26.12.2005 a 30.04.2006 (documento anexo), por ter sido submetida à cirurgia, no mês de
dezembro de 2005, para recuperar parcialmente a deficiência nos movimentos do membro
superior direito (documento anexo). A deficiência funcional do referido membro da

Rua Paulo Setúbal, 295, sala 05, Jardim São Dimas, São José dos Campos,
São Paulo.
Telefone: 12 39235533
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requerente é seqüela causada por sofrer da patologia reumática progressivamente degenerativa
denominada Artrite Reumatóide, conforme atestado médico anexo.

2. Ocorre que, de acordo com teor do documento apresentado pelo


requerido, comunicação de resultado do requerimento do benefício, o auxilio - doença foi
concedido pelo período de 26.12.2005 à 30.04.2006 (documento anexo). Disso se extrai o
entendimento que, tendo em vista o período pós-operatório previsto para referida cirurgia
(documento anexo), o requerido considerou a requerente apta ao trabalho em 30 de abril de
2006. Razão pela qual, a partir da data de 30.04.2006, o pagamento do auxílio doença será
suspenso sem nova perícia.

3. Pois bem, a requerente está em tratamento contínuo e não pode realizar


nenhum esforço muscular. Isto é, devido às seqüelas deixadas pela evolução da doença Artrite
Reumatóide, atualmente, em grau avançado, a requerente apresenta deficiência funcional
tanto no membro superior direito quanto no membro superior esquerdo (documentos anexos).
Além disso, a autora corre o risco de ser submetida a novas cirurgias em ambos os membros
superiores já gravemente afetados. As dores ocasionadas pela referida doença degenerativa,
tida com poucas chances de cura na atualidade para a medicina, são intensas e contínuas,
requerendo tratamentos constantes por meio de medicamentos (documentos anexos) e
fisioterapias. Nesse sentido, a condição de incapacidade da requerente poderá persistir
em 30 de abril de 2006, data em que o requerido, equivocadamente, já considerou que a
requerente estará capacitada para o trabalho.

4. Ora, Meritíssimo Juiz, o requerido previu que a requerente estará apta ao


trabalho em 30 de abril de 2006, na ocasião em que antecipadamente estipulou o término do
benefício, determinando um período da concessão do auxílio-doença, sem nova perícia com
base no período pós-operatório. Porém, a incapacidade ao trabalho poderá persiste em razão
da referida enfermidade sofrida pela requerente. Sendo incabível tal suposição da autarquia-
requerida, uma vez que a requerente está sob tratamento constante.

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5. A requerente foi submetida à cirurgia no mês de dezembro de 2005 para
reparar parcialmente a degeneração no referido membro direito ocasionada pela referida
patologia. Entretanto, a doença Artrite Reumatóide, por se tratar de um processo progressivo
e degenerativo, deixou seqüelas irreversíveis de deficiência funcional nos membros superiores
direito e esquerdos, por comprometimento nas mãos, punhos e ainda osteoporose conforme
atestado médico.
6. Além disso, o tratamento clínico da requerente perdura por 12 anos, e
atualmente, há a impossibilidade de exercer atividades que exijam esforço físico, conforme
atestado médico anexo.
7. A requerente é costureira e, ultimamente, trabalhava na função como
autônoma no âmbito de sua residência, sendo contribuinte individual da previdência social.
Mas, tal função exige a movimentação manual, atualmente, portanto, incompatível com o seu
quadro clínico.

8. A requerente não possui outra qualificação profissional e sempre exerceu


funções manuais, também não possui ensino médio completo e atualmente tem 55 anos de
idade, é casada e tem um filho dependente.

DO FUMUS BONI IURIS


9. Segundo o artigo 59 da Lei n. º 8.213/91:
O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo
cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido
nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a
sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias
consecutivos.

10. A requerente encaixa-se na situação acima descrita, encontra-se


incapacitada para exercer seu trabalho ou qualquer outra atividade que exija esforço manual,
uma vez que sente fortes dores ao movimentar suas mãos, bem como tem contra-indicação
médica para fazê-lo.

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11. O auxílio-doença é devido à requerente uma vez que está em tratamento


sem previsão de alta médica. O benefício somente poderia cessar no caso recuperação da
capacidade do trabalho, o que não ocorreu.

DO PERICULUM IN MORA
14. A requerente ao ter o benefício de auxílio-doença suspenso passará por
sérias dificuldades financeiras, uma vez que não poderá retornar ao seu trabalho habitual.

15. O perigo da demora poderá causar danos irreparáveis à requerente, uma


vez que a mesma está incapacitada para realiza serviços manuais de costura.

16. Além disso, a requerente é pobre, possui um filho que dependem de sua
renda e não possui moradia própria. E, ainda, sua doença exige gastos com medicamentos,
que raramente se encontra na rede pública de saúde, para amenizar as terríveis dores sofridas.

17. A demora na tutela pleiteada poderá ocasionar danos irreparáveis que


afetaram a subsistência da requerente e sua família, bem como a manutenção do tratamento
médico de sua enfermidade, pois a mesma não possui condições de exercer nenhum tipo de
atividade laborativa.

Diante do exposto, é a presente para requerer:

a) A concessão da medida liminar “inaudita altera pars” para que seja


restabelecido o benefício de auxílio-doença do requerente na data de 30 de abril de 2006;

b) A citação do requerido pelo correio, na forma do artigo 222 do Código de


Processo Civil para que, se quiser, e no prazo de 5(cinco) dias, conteste a presente ação, sob
pena de confissão e revelia, requerendo também e desde já e se necessário, os benefícios do
artigo 172, parágrafo 2º, do mesmo estatuto processual.

c) Produção de todas as provas em Direito admitidas.

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d) Seja, a final, julgada PROCEDENTE a presente ação e definitivamente


mantida a medida liminar para restabelecimento do benefício de auxílio-doença ao requerente
até o julgamento final da lide principal e condenação do requerido ao pagamento das custas
processuais e honorários advocatícios a serem arbitrados por Vossa Excelência, na forma da
lei.
e) Concessão dos benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, tendo em vista que a
reclamante por estar desempregada não poderá arcar com as despesas processuais sem colocar
em risco a sua sobrevivência e a de sua família.

Esclarece mais a requerente que no prazo do artigo 806 do Código de


Processo Civil, proporá a competente ação principal de RESTABELECIMENTO DE
BENEFÍCIO DE AUXÍLIO-DOENÇA E OU CONCESSÃO DE APOSENTADORIA
POR INVALIDEZ.
Dá-se à causa o valor de R$. 300,00 (Trezentos reais) para efeitos
meramente fiscais.

Nestes termos, pede deferimento.

São José dos Campos, 01 de março de 2006.

SIMONE VINHAS DE OLIVEIRA


OAB/SP 244.694

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